= ss j 3 A.CART P.GRIMAL J. LAMAISON R. Novus 7 4 184 GRAMATICA LATINA Traducao ¢ adaptacio de Maria Evangelina Villa Nova Soeiro T. A.QUEIROZ, EDITOR EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO Sao Paulo Os exemplos oficiais estdo sublinhados em vermelhoVERSIFICACAO § 288. O verso latino é composto de uma seqtiéncia de silabas longas e breves agrupadas em medidas fixas chamadas pés. Essa sucesso de pés e a presenca de uma cesura lhe dao um ritmo. As rimas nao existem.em latim. A prosédia estuda a quantidade das silabas: permite reconhecer se uma silaba é longa ou breve. A métrica estuda a medida e o ritmo no verso: permite escandit os versos, isto é, decompé-los em pés. PROSODIA § 289. Quantidade das silabas. Em latim uma silaba pode ser: 1, longa (indicada pelo sinal -): rosd (ablativo). 2. breve (indicada pelo sinal ~ ): rosé (nominativo). 3. comum, isto é longa ou breve, A vontade do poeta (indicada pelo sinal ¥ ): patris, deled, ubi. Uma sflaba longa vale duas silabas breves. § 290. As silabas longas, Elas sao longas por natureza ou por posicao. 1. Sao longas Por natureza as silabas que contém: a) uma vogal longa por natureza: félix, mari, vOs, audire; b) um ditongo (ae, oc, au, eu): rosdé, durum, Orpheus, moenia; c) uma vogal originéria de um ditongo: iniquus (vem de aequus); d) uma vogal originaria de uma contragao: nil (nibil), cogo (coago). 2. Sao longas ‘por posigdo; a) no interior de uma palavra, as silabas que contém uma vogal seguida de duas consoantes ou de uma letra dupla (x): ast; dizx. b) no fim de uma palavra, a silaba terminada por uma consoante se a palavra seguinte comega por uma consoante: legit puer (mas legit ille). N.B. a) h no conta como consoante; qu conta como uma s6 consoante: Belleréphon; ét homo; aqua. b) No interior de uma palavra, uma vogal breve por natureza torna-se comum quando & seguida de 2 consoantes das quais a 1* € uma oclusiva (b,p,g,c,d,t) ou um fea 2* uma iquida (I,r): tenébrae — répleo ~ dgri — medidcris — réfluo. ¢) Em certos poctas as vezes uma sflaba breve por natureza € considerada como equivalente de uma longa quando vem antes de uma‘ cesura do verso: Sarculagué | rastriqué graves longiqué ligones. § 291. As silabas breves, 1, Sao breves por natureza as silabas que contém uma vogal breve, nao seguida de duas consoantes: 156See eee eee Te ———— ee eee 2. So breves as silabas que contém uma vogal seguida de uma outra no interior de uma palavra (h entre duas vogais nao conta): tus — audio — déus — nibil — traho. Particularidade. © prefixo prae nas palavras compostas se abrevia antes de uma vogal: prdire. EXCECOES. - Continuam longas: 1. a, no genitivo arcaico em ai: terrdi. 2. @, no genitive e no dativo sing. da Sa. decl. em iei:di@i (mas spéi). 3. ae € no vocative dos nomes romanos em aius, eius: Gai, Pompéi. 4. i, em alguns genitivos em ius: alfus (mas alterius) i, no verbo fio (nas formas sem 1): fiat (mas fieri). . nas palavras de origem grega, as vogais que sao longas em grego: der, Agesilaus, Aenéas, Amphion, heréus. § 292. Observagdes sobre o u 1. Apdés um g ou um g, u € consoante e nio conta como silaba. iniquus (in i qvus, 3 silabas) — lingua (lin gva, 2 sil). EXCEGOES. Nos adjetivos em -guus e nos perfeitos em -gui, u é vogal e conta: exigitus (ex igiius, 4 sil.); egiti, (e git i, 3 sil.) 2. u é ainda consoante em suadeo, suavis, suesco seus derivados ou compostos: suddéo (sva de o, 3 sil.). .B. Aps uma consoante ¢ antes de uma vogal, um # vogal ¢ as vezes considerado pelos poetas como um u consoante: ténitis ou ténvis (3 012 sil). O mesmo acontece por vezes para i: dridté ou arjete. § 293. Quantidade das silabas finais. a) Para as diversas terminagGes das palavras varidveis (substantivos, adjetivos, pronomes, verbos), consultar os quadros da gramatica. b) Para os nominativos dos imparissildbicos e para as palavras invariaveis, consultar o dicionario. N.B. Uma vogal final seguida de uma consoante que nao seja s € sempre breve, salvo nos monossilabos: delet (de delere), mas sic. § 294, A quantidade das outras silabas esta no dicionario. METRICA § 295. Os pés sdo medidas (grupos de silabas) de varios tempos. Os principais sao: © troqueu 3 (de 3 tempos ) 0 datilo ve (de 4 tempos) opera ” Gegmemnn “ 0 tribraco Jb a 0 anapesto ww a Em cada pé uma silaba é marcada mais fortemente que as outras: ela se chama tempo forte Aqui essa silaba € marcada com um acento. HS§ 296. A elisdo. Toda silaba final terminada por uma vogal, um ditongo ou um mé elidida (isto é, nao é contada no verso) antes de uma palavra que comeca por uma vogal, um ditongo ou um h: desert(o) in litore; cert(ae) occumbere; monstr(um) horrendum. N.B. 1. As interjeigdes 0, ah, prob, het nao se elidem e formam hiato: O @ | de Latt|a, 6 | et dé | genté Sd |bind 2. O hiato nao é permitido na época classica, com rarissimas excegoes, 3. As vezes, mas mui raramente, o poeta faz elidir a ultima silaba de um verso com a vogal que comega o verso seguinte. O verso em que se faz essa elisdo é dito hipérmetro (isto é, que ultrapassa a medida): Robora | navigi |is: ap|tant relmosque ru|déentesqu(e), a pI 3 4 $ 6 Exigui numero... § 297. A dltima silaba de um verso é indiferente (longa ou breve, a vontade). § 298. A cesura. A cesura (||) € uma pausa que se faz em um verso em certos lugares fixos, na maioria das vezes apés uma silaba que comeca um pé. Arma, vilramque ca|no Tro|jae quilprimus abloris (A cesura, neste v2rso, esta apés cano; a silaba no comeca o 3° pé.) OS PRINCIPAIS VERSOS LATINOS § 299. O hexametro datilico. O hexametro é um verso de seis pés dos quais os quatro primeiros sao datilos ou espondeus, o 5° em principio um datilo e o 6” um espondeu (ou um troqueu). (Esquema) Arma alee cai|no Tro| jae a ress ab | Gris 1 Deactivated 5 16, O datilo do 5" pé é por vezes substituido por um espondeu; o hexametro é, entao, dito espondaico. (Neste caso 0 4° pé é geralmente um datilo.) Hic illic, noha de | prendérdt, | éxha | lantes tele) at Aletha 5 6 Cesura. - O hexametro é cortado na maioria das vezes ap6s a primeira silaba do 3° pé (menos freqiientemente do 4° pé). Arma adie ca|no || Tro | ize qui | primis ab | Gris 1 Z 2 5 4 i 5 6 Inde to | ro pater | Aene | as ||sic | orsus ab | alto 1 Deas | see 5 ls 158Certos hexmetros apresentam varias cesuras; geralmente haverd uma apés a Primeira breve do 3° pé ¢ duas outras: uma apds a longa do 2” pé, a outra apés a longa do 4° pé. Infan | diam I) re|gind Il aloes {| reno|vare dolorem. 1 2 Ee a Ss 6 O hexametro é © verso mais usado da poesia latina. E 0 verso de Vergilio, de Horacio (nas Epistolas e nas Satiras), de Ovidio (nas Metamorfoses), de Luctécio. § 300. O pentametro, O pentametro é um verso de 5 pés (2 vezes 2 pés e meio). E composto de dois clementos: 1. 2 datilos ou espondeus ¢ 1 silaba longa; 2.(parte fixa) 2 datilos ¢ 1 silaba indiferente: (Esquema) =| =| = | —-.| — 1 2 3 4 Témpord | st fité | rint || nabilé, | solis é| ris Cesura. - O pentimetro tem uma cesura fixa ap6s 2 pés e meio. O pentametro nunca se emprega s6; 6 precedido sempre de um hexdmetro e ° conjunto forma o distico elegiaco. Este é uma pequena estrofe que apresenta um sentido completo. Donéc é | ris fé\lix, || mil |t6s niimé|rabis d lmicos; Témpord \sr fd |rinz || mibila, |sohis é |ris. O distico € freqiientemente empregado por Ovidio, Tibulo, Propércio. § 301. Os versos jambicos. Os versos jambicos so caracterizados pelo emprego do jambo (u-! Sao de ritmo ascendente. O mais usual é 0 sendrio jambico, composto de seis jambos: ates so] we) banal Phaisé |Itis il \lé quem | vide |tis, hos| pites Raramente é puro. (Algumas obras de Catulo so escritas inteiramente neste metro.) Ordinariamente, nos 5 primeiros pés, o jambo admite substituigdes, isto é, outro pé Pode ser empregado em seu lugar: espondeu( — +. ), datilo( ic }, tribraco ( uso ), anapesto (4+) ou mesmo proceleusmdtico ( wvbo ). Fictis|j6car|i nés|méming rit fa \biilis A cesura é geralmente no 3° pé, as vezes no 4°. Fictis | jéca | ri || nds | méming | it fal biilis 1 2 3 4 & 6 Latida|tis a|tili6 |ra || quate | cntém | pséris x 2 3 4 s 6 Este sendrio jambico livre 6 usado por Fedro (em suas Faébulas), pelos tragicos e pelos cémicos (Plauto e Teréncio). 15D