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A MEDULA DA ALQUIMIA

de Irineu Filaleto
Nota de José Oswaldo Santana Júnior: Este texto foi traduzido do francês para o português por Paulo, um estudante de
alquimia de Portugal, a meu pedido.

1. Da Arte Dourada, tão estimada por muitos, temos provado, e ensinado por exemplos, que não era fábula como
muitos estimavam, era real; agora nossa musa ao fim é levada à ordem para revelar sua devida prática, para que
possam conseguir a prata e o ouro.

2. E como fundamento do que pretendemos considera bem e calibra com bom juízo, a razão de nosso trabalho, ou de
outro modo gastará teu dinheiro em vão e sua obra não sufragará das inúteis cargas que possa consumir, não
conseguindo delas senão fedor e humo.

3. A pedra que buscas, dissemos e todavia afirmamos, é somente o ouro levado a uma perfeição tão alta quanto é
possível a tal, porém é um corpo firme e compacto, sem problemas, pela direção da arte e a operação da natureza,
se converte em um espírito que nunca se desvanece.

4. Esta pedra não pode ser confeccionada somente pelo engenho da natureza. Por que? É seguro que o ouro não
tem a intenção de levar-se tão longe, e assim permanecerá sempre constante em sua forma.

5. Aquele que queira conseguir esta essência, deve fazer pela arte, que o ouro se converta em pó. E que depois seja
abrandado em água mineral, e logo circulada com um fogo devido, até que a umidade seja esgotada pela secura , e
seja depois fixado segundo o desejo de seu coração. Embeba-o então e volte a congelar, e sela a criança no útero
de sua mãe. Alimenta-o até que lhe chegue a fortaleza que o torna capaz de superar seus tenazes opositores, ao
qual, fermentado, deve sofrer sua sentença da negrura repetida que se desenvolverá, porém, que as naturezas se
apodreçam e morram, da qual esteja seguro irá revivificar. Sublima, exalta e depois a terra a faça voltar, permitindo
que permaneça no calor até que o grito seja transformado em regozijo

6. Coloca então o Rei sobre seu assento real, que brilha como a chama cintilante. É a esta pedra oculta que
chamamos de nosso enxofre. Multiplique-a até que chegues ao elixir que chamamos de espírito, que como o juiz no
dia da sentença julga a fogo toda a terrestreidade que adere aos metais imperfeitos, a substancia perfeita que aqui
há. Porém assim é nosso sujeito. Devemos pois encontrar um agente que possa abrir esse sujeito, o qual, se sabes
procurar em seu próprio gênero, não necessitará empregar muito dinheiro para prepará-lo pois é de matéria vil, e
seu exterior asqueroso é muito sujo.

7. Disto falam poucos autores, e os que o fazem obscurecem esta chave, porque muitos deles mentem.

8. Eu porém, amado leitor, o mostrarei com sinceridade o que nunca nenhum homem o concebeu maior.

9. Atente pois primeiro a este mistério que existe em nosso agente ígneo. Creia-me esta não é uma obra a ser
conseguida por um cuja ingenuidade é cega, nem tampouco por aquele que desdenha o trabalho, pois a ociosidade
é um impedimento para esta arte. Porém se tem uma maneira dócil e é industrioso, então me escuta:

10. A substância que tomamos primeiro é um mineral familiar ao mercúrio, que cozinha na terra um enxofre cru, vil a
vista, porém glorioso interiormente, é filho de Saturno, que mais necessita?

11. Concebe-o corretamente, pois esta é nossa primeira porta. É de cor zibelina, com veias prateadas, que aparecem
entremescladas no corpo, cujo matiz cintilante mancha o enxofre. É de todo volátil e nada fixo, porém tomado em
sua crueza nativa purga toda a superfluidade do sol. É venenoso em sua natureza, e mesmo assim abusado por
muitos de um modo medicinal. Se lhe soltam os elementos pela arte, o interior resplandece como o dia, o qual flui
no fogo como um metal, e nenhum metal é mais frágil. Este é nosso dragão do qual o deus da guerra atacou com
armadura do mais forte ferro, porém tudo em vão, pois, uma estrela não vista antes mostrou que Cadmo quando
sentiu esta força não pode suportar tão grande poder, e dividiu sua alma de seu corpo.

12. Ó, força poderosa! Os sábios contemplaram isto, e vendo-o se assombraram. A este chamaram de leão verde, a
que conjuraram com feitiços, confiando domar com o tempo sua fúria. O deixaram depredar os associados de
Cadmo, e encontraram por seu poder que alcançou o dia. A briga concluiu. Olha, uma estrela da manhã se fez
aparecer da terra, separadas as carcaças, não estavam longe, porém lhes apareceu um manancial fluente. E deram
a beber a besta deste mesmo manancial, e viram então algo que consideraram estranho. Pois quando a besta se
acercou deste manancial, como que assustadas as águas se retiraram, a ajuda de Vulcano não valeu de nada.
Então apareceram as pombas de Diana com enfeites brilhantes. O ar foi aclamado com suas asas puras e
prateadas, e nelas o dragão abraçado, perdeu seu veneno. Então a água voltou com nuvens e engoliu a besta a
qual a bebeu, até que seu corpo explodiu. Sua pele se tornou como carvão, e logo a fonte fedeu com um odor
impuro que lhe deu nosso dragão, ele morreu, a água provou ser uma tumba para ele.

13. Com a ajuda de Vulcano este dragão ressuscitou e do céu recebeu uma alma. Ambos estão reconciliados, para o
que te esforçaste, e suas almas unidas abandonaram seus corpos, este é o verdadeiro banho da ninfa, nosso leão
verde, cujo semelhante nunca foi visto antes.

14. Porém para não manter-te mais em suspense, te mostrarei plenamente estas alegorias, desatando seus nós cujo
sentido obscuro pode deixar perplexo o leitor. Sabe pois agora, que nosso filho de Saturno deve ser unido a uma
forma de mercúrio metálico. Porque ? É o enxofre e somente ele nosso agente requerido por nossa pedra. Porém
o enxofre comum não serve para nossa pedra. Está morto, porém deseja ser aguçado pelo sal da natureza, e o
enxofre verdadeiro, pois é seu único cônjuge.

15. Se encontra que o sal do broto de Saturno é puro, e pode penetrar até o centro dos metais, este sal abunda em
qualidades que o fazem adequado para entrar no corpo do sol, dividindo seu elementos e permanecendo com ele
depois que é dissolvido. Procura este enxofre na casa de Áries, este é o fogo mágico dos sábios para aquecer o
banho do Rei, que prepararás em uma semana. Este fogo permanece extremamente fechado. Abra-o, o que pode
fazer em uma hora e lava-o depois com uma chuva prateada.

16. É estranho ver um metal robusto e fixo que sabe suportar o golpe atordoador de Vulcano e que não se abrandará no
fogo nem se mesclará em fluxo com metal algum, que porém seja feito retrogradar por nossa nova arte, quanto
poder possui este pujante mineral

17. Esta obra Real é selada pelo todo poderoso, para ensinar ao prudente que aqui nasce a criança real, a qual os
justos buscam diligentemente, e que são acertados por esta estrela. Porém, os néscios buscam nossos segredos
em coisas sórdidas, sem seu gênero, o que os leva a ruína. Esta substância é estrelada e está totalmente inclinada
a fugir do fogo: é completamente espiritual, razão pela qual se a demandas ( para satisfazer sua mente ), toma isto:
a alma de um ao outro é um imã, a isto nós chamamos de o beijo do velho Saturno. Este é nosso aço, nosso
hermafrodita, esta é nossa lua, chamada assim por seu brilho, este é nosso ouro imaturo, pois a vista é um corpo
frágil, domado por Vulcano, cuja alma, se podes mesclá-la com mercúrio, nenhum segredo pode permanecer
escondido de ti.

18. Não necessito citar nenhum autor, pois é visto e levado a cabo este mistério com minhas mãos, com a natureza
estive em freqüente conselho, e feito suave o corpo mais sólido, e um corpo grosseiro o tenho convertido em uma
terra fixa que não desaparece. Porém eu lhe digo : Eu estou só? Não, muitos mais declaram o mesmo, e seus nós
eu os desato aqui.

19. Artefio o nomeia, mas não chega descobrir outro segredo; Por que? É, ele diz, ser procurado por Deus, a menos
que seja ensinado por um sábio mestre. Este é um enigma que há muito mal explicado para os estudantes desta
arte; porque os autores dizem que nossa pedra é vil, e continuação preciosa. Vileza que é lançada livremente pelo
caminho sim, está em lugares asquerosos, e que nós deveríamos tomar como verdadeiro fundamento de nossa arte.

20. Ninguém pode viver sem ela, e é aplicada para usa proibidos, todas as quais denotam, unicamente a Marte, ao qual
corresponde tudo isso. Na frota de navios no oceano, e nós não podemos comerciar sem ele; sem ele nós não
vemos nenhum navio e nem casa alguma. Como ele nós aramos nossa terra, nós colhemos nosso grão, nós
cortamos nossa carne e nossos vestidos, com ele nós fervemos nós. O uso dele é tão grande que eu não
empilharei exemplos; freqüentemente está condenado sobre o solo. Por ele se calçam os cavalos, velhos cravos
rebitados, cujo encontro apenas merece pena. O que pode ser e digo ser A Casa de Marte, o robusto Áries é
conhecido, nele o que todos os artistas te encarregam de começar seu trabalho, O que pode ser mais plano? Não
pode ter ninguém tão bobo assim que não conceba que há nesta palavras um significado oculto no texto, significado
que nunca foi explicado melhor.

21. Belus na Turba ordena juntar o lutador com aquele que não concorda em lutar. O Deus da guerra é o Marte; nomeie
a ele em união a Saturno, que se encanta na paz, cujo Reino não necessito relatar, é tão conhecido por todos (seu
apelido é Dourado).

22. Observa a segunda figura que é localizada no verdadeiro Rosário dos Filósofos. O Rei e a Rainha com túnicas
agraciados de um modo sumamente real; sustentando entre eles nossa verdadeira lunária, que têm oito flores, mas
sem raiz; entre eles um pássaro, e debaixo dos pés o Sol e a Lua. O Rei sustenta uma flor, a Rainha a outra, e um
terço (no pico) sustenta o pássaro; o pássaro leva uma estrela na linha que fala de nossos segredos. O pássaro
alado denota ao mercúrio, unido com a terra estrelada que ambos velam.

23. Os velhos sábios, bem mais nos instruem ao olho por figuras , que ao ouvido por palavras plenas; algumas são tão
plenas que qualquer bobo pode deduzir o significado neles escondidos, Tão claro está.

24. Isto, eu, um filho da arte, lhe tenho dito para ajudar, completamente em outra parte, e tão plenamente como um sol.
25. A ela remeto o leitor estudioso, e prosseguirei em meu pretendido curso de ensinar nossa água, que tão poucos
atinam, pela qual extrai-se a semente do sol tão sagrada. Aprende esta água com toda sua diligência, porque ela é
o fundamento de nossa quintessência. Sabes pois que os metais têm todos uma matéria, a qual não é senão o
mercúrio. Este fundamento deu a principio uma entrada a transmutação, e uma possibilidade. Aqui concluímos que
nossa água sumamente secreta, tem a mesma matéria que o mercúrio vulgar. E se o mercúrio cru, pode converter-
se em ouro, e todos os cinco metais imperfeitos, que por razão de sua crueza se queimam no fogo, isto ocorre, como
ensinam todos os sábios, porque todos participam do mercúrio, e são transmudáveis por sua própria conta. E se
nosso mercúrio que chamamos de nossa água viva, não é senão ouro imaturo, então qualquer coisa que seja
convertida em ouro pela arte, deve Ter a mesma natureza, que possa ser convertida pela arte em nosso mercúrio,
para cuja confecção se ensina a arte.

26. Assim pois, o chumbo, o estanho, e o cobre foram revertidos a um mercúrio real, a arte poderia fazer que
aparecesse estas águas, tão transformada é sua forma que realmente, qualquer, ou cada uma de todas as suas
águas foram chamadas como nosso mercúrio.

27. Por que? Que há necessidade disto, quando a natureza há produzido uma água e a há submetido à mão de todo
artista, na qual pode ser induzida pela arte a uma forma que pode facilmente governar nossos segredos.

28. Atente pois, que mercúrio requer nosso mais secreto mênstruo, pois asseguramos que em peso ambos são iguais,
também em cor, ambos igualmente fluídos, ambos metálicos, ambos voláteis ao fogo, porém no nosso buscamos um
enxofre que falta nas minas, este enxofre purifica a matéria, e a faz ígnea, porém a deixa como água. Pois a água é
a matriz que, carecendo de calor, é de todo inábil para a verdadeira geração, nem será reduzido nosso corpo a suor
para emitir sua semente, senão em uma estação de fogo circulante, mesclado pela arte com o mercúrio (que
participa do enxofre).

29. Porque todos os metais, embora alguns possam ser misturados com o mercúrio, eles não entram um no outro , mais
do que vemos, e eles partem um do outro pelo o calor, e você perceberá que o seu centro nunca foi penetrado, nem
os encontrará alterados um pelo outro

30. Este enxofre deve ser de força magnética, e por tanto da substancia do ouro (porém imaturo), portanto são de uma
só origem, tanto quanto sua matéria, quanto em sua forma, uma deve ser volátil e fugitiva e a outra fixa, desatando a
primeira da outra.

31. Não há na terra senão um só corpo, ao qual o mercúrio esteja tão aliado, como para prepará-lo para nossa pedra
secreta, ocultando o corpo sólido em seu ventre. É como se diz o retorno de Saturno, conhecido por todos os
magos, e por mim mostrado. Porque todos os metais, embora alguns possam ser mesclados com o mercúrio, eles
não entram um no outro, mas para a vista eles vão de um para o outro pelo calor, e perceberá que seu centro nunca
foi alterado, nem encontrará um alterado pelo outro. Se busca a razão, toma esta resposta: que o enxofre que
reside nos metais, estão selados (se é perfeito), ou participa de fezes terrenas, e de cruezas que aborrece o
mercúrio, que não se unirá a eles, porém a vista pareçam mesclados.

32. E se separar primeiro estas fezes obterás um mercúrio fluído e um enxofre cru, o qual endureceria a umidade por
congelação, também encontrará um sal alumínio, porém este é de um gênero muito remoto ao do ouro.

33. Porém nosso estimadíssimo mineral exceto por seus desperdícios crus, que são todos separáveis, contém um
mercúrio puro, o qual restaurará a vida dos corpos mortos, de modo que sejam capazes de propagar sua própria
espécie, como todas as coisas, gerando seu semelhante.

34. Porém não contém em si enxofre algum, salvo um enxofre ardente pelo qual é congelado, porém é frágil, quebradiço
e negro com veias brilhantes. O enxofre não é metálico de modo algum, e se diferencia pouco do vulgar, e quanto
ao seu aspecto externo, se o prepara corretamente como mostra a arte. Separa as fezes, aparece nu na forma
como um metal (porém pode ser pulverizado a golpes) no qual se encerra uma alma terna, que se eleva como humo,
em um fogo pequeno, como o mercúrio ligeiramente congelado, que se manifesta assim ao fogo. Isto lhe dá a
penetração de nossa água, e faz com que seu corpo entre até suas raízes, reduzindo-os a sua primeira matéria,
invertendo tudo desde seu centro oculto.

35. Isto requer que se tenha um verdadeiro enxofre que encontramos na casa de Áries. Somente por este mineral se
consegue que Marte, pela destreza do artista, e também com ajuda de Vulcano, seja retrogradado a um mineral,
como se tem sido ensinado por muitos, esta é nossa verdadeira Vênus, amada por Marte, esposa do coxo Vulcano,
porém reprovada por este ato.

36. Faz pois, primeiro que esse mineral abrace a marte, de modo que ambos lancem fora sua terrestreidade, a
substância metálica, em pouco tempo, brilhará como o céu, e de teu êxito encontrara por certo como sinal isto: Um
selo impresso como uma estrela. Este é o selo real, esta é a marca que põe o todo poderoso sobre seus estranhos
sujeitos. Este é o fogo celestial do qual uma chispa, uma vez acendida, causa nos corpos tal transformação que a
negrura lustra na hora, como uma pedra preciosa cintilante e coroa a nosso jovem rei com um diadema.
37. Soma Vênus a este em uma proporção de vida, pois sua beleza é admirada por Marte, e se sabe que ela mantém
um grande amor com ele, e que está pronta inclinada ao movimento, estando aliada ao ouro, e também a Marte,
também a brilhante Diana, conciliando o amor e o verdadeiro deleite, Vulcano crescerá em ciúmes, e estenderá sua
rede para capturar a sua esposa e Marte em seu ato. Doído de sentir sua cabeça adornada com cornos, e confiando
em frustrar este concerto, mostra a ambos amantes atrapalhados em sua rede, na qual ambos estão envolvidos.

38. Não lhe pareça isto uma fábula. Observa primeiro como Cadmo é devorado por nossa besta feroz, na qual, depois
de atravessar valentemente, merece o nome de campeão, pois sobrepassa em poder esta serpente, lança contra um
carvalho mortal aquela que todos temiam.

39. Observa esta estrela que é solar sem dúvida, e isto pode ser provado pois o ouro se une com o filho de Saturno,
purgada suas fezes. Tudo o que é perfeito cai ao fundo, e sendo vertido, depois da fusão, mostra quando se esfria,
uma estrela, igual a que faz Marte.

40. Porém Vênus dá uma substância metálica, tão só desprezível , unida com Marte, envoltos como em uma rede, e é
belo contemplar, o qual misteriosos poetas de visão aguda, hão descrito em linguagem oculta, e porém mais
claramente para os sábios.

41. Assim quando a alma de Saturno de Marte, são misturadas tão somente por nossa arte e a ajuda de Vulcano, ambas
são iguais de vôo, e suas partes não são divisíveis, até que a alma de Marte é fixada, então abandona a Saturno, e
nos ensaios se encontra um ouro perfeitíssimo, cuja tintura é boa e verdadeira. Porém isto deve conseguir-se pela
mediação de Vênus, ou de outro modo não serão separados por nenhuma manha do homem, nem os reverterá a pó,
não obstante, unidos se reduziram, porém somente com a associação com Vênus, Diana faz deles uma separação.

42. Alguns usam as pombas de Diana para preparar a água, trabalho que é tedioso, e para atina-la corretamente, um
raro artista pode errar duas vezes de cada uma, o outro modo que é sumamente secreto, só o recomendamos a
todos os que intentam ser artistas. Que o vapor mais sutil que a água, seja circulado tanto e tão freqüentemente,
que as almas de ambos (abandonando a matéria grosseira), se unam e voem juntas até a colina, onde não as deixe
permanecer tanto tempo que se congelem, pois então trabalhas erradamente.

43. Do filho de Saturno sejam tomadas duas partes, de Cadmo uma. E assegura-te de purificar estes pela ajuda de
Vulcano tanto tempo, até que livre de fezes, a parte metálica seja pura, isto se fará em quatro reiterações. A estrela
te ensinará as operações perfeitas.

44. Faz a Enéias igual a sua amante, purgando-os artisticamente até que a rede de Vulcano encerre a ambos, a qual
toma então e observa que com a água sejam bem molhados, com calor e, até que perfuradas as almas de ambos
seja glorificadas.

45. Este é o rocio celestial que deve ser nutrido tanto e tão freqüentemente como o requeira a natureza. Três vezes ao
menos, e até sete, seja conduzido por panelas e chamas, como requererá a razão. Tenha cuidado porém de não por
em fuga a natureza terna, então teu fogo será correto.

46. Sabe também por certo que o mercúrio, que deve começar a obra, deve ser líquido, e branco, não o seque com um
fogo excessivo a umidade deste pó (vermelho a vista), pois assim se corrompe seu esperma feminino, e perderás
teu desejado resultado. Nem busque converter o mercúrio em uma goma clara e transparente, ou em azeite, ou em
ungüento, pois então perdida a proporção, não pode levar a verdadeira dissolução, senão que deve encomendar teu
desesperado trabalho a outra estação tão diferente, pois procede sem uma razão verdadeira.

47. Busca pois tão somente somar um espírito do qual carece o mercúrio comum, e depois sublima o grosseiro até o
firmamento, separando os desperdícios pela arte, e quando ajam passados sete vezes completas, esposá-lo com o
ouro, de modo que tenham um ao outro.

48. Assim é preparada a verdadeira donzela pelo artesanato e a ajuda na natureza, a qual separada das fezes de
converte em um broto celestial, que abranda o sólido corpo do ouro, no qual, separado em átomos negros, se
apodrece e se corrompe, e depois revive e voa de novo.

49. Se eu descobrisse aqui todos os segredos que estão contidos na fabricação de nossa água, seria desdenhado por
todos os verdadeiros artistas, pois somente são comunicados aqueles a quem Deus se digna ensinar-lhes, o resto
deve vagar em uma bruma, e aninhar no erro. Porém aquele que inquiri estudiosamente, para encontrar com penas
e orações esta verdade oculta, e a quem a ambição não excite seu desejo, senão que busque o conhecimento com
uma mente limpa, esteja seguro que alcançará este mistério, pois ninguém nunca escreveu a arte tão claramente.

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