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« Deus Manifestado ...

Adão e Eva no Paraíso Terreal (Gustave Doré)

Queria , na sequência das profecias de Portugal publicadas anteriôrmente , apresentar-vos


um luminôso e até profético texto do amigo Carlos S Silva .

A Colheita de Cristo/Revelação e Apocalipse

(traducção livre de« Reaping the Harvest»)

Pintura de Nathan Green

Um texto , que de forma clara , esmiúça o que se Passa por detrás do Véu de Ilusão criado por
Lúcifer , o qual perpassa pela vida de cada um de nós , sêres humanos , dêsde o nascimento
até á morte física , e do qual só nos conseguimos Libertar , SE Entregues consciente e
fielmente , ao Podêr Superiôr que é o nosso Criadôr .

Jesus Caminha por sôbre as águas na Tempestade do Mar da Galileia

Backhuysen,_Ludolf

Estamos a Vivêr o Apocalipse , que , ao contrário do que muita gente julga , não é
exclusivamente um Tempo de Destruição , mas sim , simultâneamente , um Tempo de
Revelação . Revelação , em primeiro lugar , a um nível Individual(não confundamos Indivíduo
com ego...) , mas , consequentemente , estendida á Humanidade inteira , da forma que cada
um possa Compreendêr , e adaptada ás diferentes Tradições e culturas , pois Dêus , É PAI de
tôdos e não só de alguns que se julgam salvos só porque dizem pertencêr a esta ou aquela
religião ...

O Bom Samaritâno de Dan Burr

Pois Dêus , Quer a tôdos Trazêr para Casa .

Êste é Um Tempo Especial e o Final de um Ciclo Evolutivo , não só da Humanidade , mas da


Mãe Terra com tôdas as Suas Criaturas. Daí , considerar também nêste texto , uma facêta
bastante abrangente e profética estando nós a Vivêr o Tempo Final dêste Ciclo Evolutivo.
Texto êste , perfeitamente Actual e iluminadôr , permitindo a quem o quiser fazêr , tornar mais
consciente o dia-a-dia de cada alma , no sentido Maior de Regressarmos á Casa do Pai .

(De autôr desconhecido)

Faz-me , portanto , tôdo o sentido , publicá-lo e , melhor do que tudo , Partilhá-lo com
quem quiser aprendêr .

Deixo-vos , portanto , em Paz , para que possam desfrutar desta Excelente leitura que tanto
bem pode fazêr á nossa alma .

« ... No princípio, era o Verbo

e o Verbo estava com Deus

e o Verbo era Deus.

No princípio, Ele estava com Deus.

Tudo foi feito por meio Dele

e sem Ele nada foi feito.

O que foi feito Nele era a Vida,

e a Vida era a Luz dos homens;

e a Luz brilhou nas trevas,

mas as trevas não a compreenderam.

S. João 1, 1-5

Francisco de Holanda de aetatibus mundi imagines

1545-1573
(Nota: Francisco de Holanda era Português.Privou com El-Rey Dom Sebastião .

Quiz ligar a sítios Portuguêses , mas os que encontrei estavam quase tôdos infectados com o
AO.)

Deus manifesta-se assim através da Criação. A Criação cresce no meio das trevas, do
nada, preenchendo-o. Cresce harmónicamente, através do que muitos teólogos e pensadores
chamaram “a Música Celestial” ou “a Música das Esferas”; a “Música de Shiva”, segundo os
hindus.Um crescimento harmónico equivale a um crescimento cristalino.

Assim, o Universo da Criação cresce, expande-se como um imenso cristal, numa estrutura
multifacetada – conceptual, energética, material – e perfeita. É uma matriz cristalina de
perfeição absoluta, onde se cruzam energias, matéria, tempo, destinos, sonhos...

Helios / sun god

É a “Teia de Wyrd” da Tradição Nórdica, de base ternária (as três nornas que a tecem),

Die Nornen Urd, Werdanda, Skuld, unter der Welteiche Yggdrasil

de Ludwig Burger (1825-1884)

tal como a Trindade Cristã, Hindu ou Egípcia.


As 3 Nornas de Johan Ludwig Gebhard Lund

numa interessante visão bastante cristã .

O contrário, continuando a analogia, encontramos na Terra – que é parte da Criação – muitas


rochas e materiais de estrutura amorfa, outros de estrutura micro-cristalina (o granito, por
exemplo), e outras, para nosso deslumbramento, de estrutura límpida e cristalina.

A Pedra de Toque (título livre)

criação artística de PÊNABRANCA

Assim, desde a mais remota antiguidade, o Homem quase venera as mais puras dessas
estruturas como pedras “preciosas”, imagem que são da estrutura da Criação.

Temos então uma analogia entre a ordem – símbolo da Criação, do Universo manifestado e
onde se manifesta Deus –

Terra - Consciência -Evolução


e o caos – caracterizado por um crescimento amorfo, entrópico, onde a ausência de ordem
leva a todas as aberrações ou, quando muito, à produção de uma massa informe e cinzenta.

Caos Universal por CatalystSpark

Contudo, tal massa, a existir, será uma adulteração da matéria-prima da Criação, parte que
cresceu desordenadamente, como um carcinoma maligno.

E , no entanto , a Criação é perfeita, cristalina, e o seu plano de crescimento também cristalino.


E não-entrópico.

Deparamos pois com uma anomalia.

Lúcifer é expulso dos Reinos Celestiais de Gustave Doré

Anomalia que decompõe a Criação, que deriva dela, que tem existência, embora
aberrante. Assim sendo, essa anomalia não pode ser resultado do nada, do vazio, da treva.

O nada é estéril; do nada, nada resulta, nada é criado, já que o nada é a própria antítese da
Criação.

De onde decorrerá então essa anomalia? E porquê?

Ocorre-nos quase de imediato a fábula do “aprendiz e feiticeiro”. Algo ou alguém que


quer imitar a Obra do Mestre e não consegue obter senão horrendas caricaturas. E que, não o
conseguindo, a tenta destruir.

Lúcifer , fotografia de Louc Viatour


Chegamos então ao Anjo Caído, a Lúcifer. Que não sendo o nada – o nada nada é – quer
também ele criar ou, na impossibilidade de o fazer como o Criador, tenta destruir a Criação de
Deus. Para que só a dele exista, sem possibilidade de comparação.

A essa criação aberrante pertencem os ogros, os trolls e demais criaturas sombrias de


todos os folclores e todas as tradições. E também, num aspecto muito menos mitológico,
possivelmente os vírus, cuja única função parece ser o da destruição da Criação.

Sionismo

Mas em breve voltaremos a este assunto.

Assim, capaz apenas – no seio de uma imensa massa de “criação” amorfa – de elaborar,
quando muito, pequenos cristais de uma beleza duvidosa e passageira como uma ilusão –
Lúcifer é o senhor das ilusões – roído pelo orgulho e pela inveja, o Anjo Caído e os seus
companheiros tentam então destruir a Criação Divina, destruir a Matriz Cristalina de Luz que a
sustenta.

Projecto Bluebeam de Reinhard Ponty

Como? Decompondo-a, corrompendo-a, desagregando-a, para que, separada assim do núcleo


“onde a Vontade de Deus é conhecida”, ela seja aspirada e destruída pelo vórtice insaciável do
nada.

Buraco nêgro de mohsenaliyar


É o assalto das “forças da dissolução” contra as “Forças da Harmonia”, de que falam tantas
religiões. É o Apocalipse, para os Cristãos, o “Ragnarok”, para os Celtas, Germanos e Vikings...

É uma posição incómoda e instável, a de Lúcifer ou Iblis (como lhe chamam os


muçulmanos), e dos seus companheiros de sombra; um equilíbrio entre a Luz e a treva – o
nada – tentando destruir a Criação da Luz e, mesmo assim, não soçobrar na treva.

Não tentarás ao Senhôr teu Dêus !(título livre)

do original «Denying satan»

de Carl Heinrich Bloch

É, no fundo, uma tarefa destinada ao fracasso, já que a “criação” diabólica é instável e volátil
como as ilusões. E uma vez destruída a Matriz de Luz (nunca o será!), a estrutura da Criação, a
Teia de Wyrd, toda a estrutura de dissolução da sombra seria num momento desconjuntada e
aspirada no turbilhão do nada.

Friedrich Heine, O Cedro Yggdrassil, 1886

Lúcifer sabe-o bem. Mas não recua. Sabe que a sua salvação – e a da sua “criação” aberrante e
ilusória – seria o abandonar a sombra para regressar à Luz.
Lúcifer perante Dêus PAI de Mihály Zichy

Só assim poderia fazer face à treva. Mas não cede. Por orgulho. O mesmo orgulho que lhe
provocou a queda, ao se recusar a adorar a Criação de Deus.

Lúcifer antes da Queda (Título livre para «Seraphim)

de Thitipon Dicruen

Ele, que havia sido criado a partir do fogo, iria “rebaixar-se” a adorar uma Criação feita de
barro (Corão, Capítulo XVII, suras 61 a 65)?

A Criação (título livre) de Betsy Porter

Só que, no imenso orgulho que o dominava, Lúcifer não compreendeu que ele fora criado a
partir de um só elemento – o fogo – e com características próprias desse mesmo elemento; e a
Criação Divina, sendo a manifestação de Deus, era constituída pelos quatro elementos
alquímicos. E que sendo a manifestação de Deus, seria a Deus que Lúcifer estaria a adorar
quando adorasse a Criação.

Adoração dos Anjos a Dêus de Rubens


“Houve então uma batalha no Céu; Miguel e os seus Anjos lutaram contra o dragão. E o
dragão lutou, juntamente com os seus anjos, mas foram derrotados, e não se encontrou mais
lugar para eles no Céu” (Apocalipse, 12, 7-8).

Gustave Doré

Lúcifer caiu e tornou-se Satanás ou Satã, que quer simplesmente dizer “adversário”,
“parte contrária”. Escondeu-se nas sombras dos mundos inferiores, ele que fora portador da
Luz, agora dela privado. Errando nas sombras da orla da Criação, quase na “terra de ninguém”
que a separa da treva, do abismo, do nada.

No sub-mundo de Satanás-Lúcifer de Gustave Doré

Na sombra, nos mundos mais densos e materiais, tenta a sua criação de aprendiz. Não
possui o “código sagrado”, o “código inviolável” – para alguns estudiosos o próprio código do
ADN – , chave da vida na Matriz Divina.

A Matriz Divina (título livre para «Double Helix»)

de Mark Henson

Ou, pelo menos, não consegue reproduzir esse código na sua perfeição original e, assim, dele
resulta degeneração e corrupção. Criam-se monstros de “vida” efémera e dolorosa. Então,
apenas na posse de parte desse código, dominado pelo ódio e pelo orgulho ferido, Satanás cria
imensos exércitos de minúsculos semi-seres, quase micro-autómatos de destruição – os vírus –
para, no plano material, corromper a Criação.
Desenho de David Dees

Um « Cocktail » de Vírus , Bactérias e Químicos mortais

Repare-se que um vírus não é própriamente um ser vivo (não é flora, como as bactérias), mas
apenas uma cápsula com receptores moleculares, contendo uma porção de código de ADN – o
suficiente para se reproduzir, auto-copiando-se, e penetrar e destruir o ADN das células vivas.
No início, causando uma infecção; no extremo, um cancro.

Isto ao nível de micro-cosmos material.

CERN , a abrir as portas do Inferno

Ao nível de macro-cosmos, o ataque à Matriz cristalina toma outros contornos. No que diz
respeito a este continuum de espaço-tempo em que estamos, ou seja, a esta matriz de
realidade, esse ataque dissolutivo focou-se na substituição – ou antes, na sobreposição – da
Matriz Cristalina por uma matriz corrompida, uma matriz de sombra, que age como uma
espécie de “véu pintado”, um cenário sombrio, como diziam alguns filósofos chineses. Mas de
que modo se pode a matriz de sombra sobrepor à Matriz original?

São João Evangelista em Patmos

de Hieronymus Bosch

De um modo simplista, podemos considerar uma matriz de realidade como constituída


por Luz, Espaço e Tempo, uma constituição ternária, portanto. É como uma estrutura
energética fluída, cuja fixação ou consolidação digamos, material (poderíamos dizer que lhe é
atribuída “consistência”), é obtida através do seu preenchimento com pensamentos – a nível
energético – palavras (o Verbo) e acções ou obras. Podemos compará-la ao plano de base e
aos alicerces de uma catedral medieval, sobre os quais, aos poucos, vai sendo construída a
“Casa de Deus”. Assim, sobre a Matriz Primordial – divina – desta realidade, é construída a
“Casa de Deus”, ou seja, a própria realidade.

Mosteiro de Santa Maria da Victória

O que as sombras Luciferinas fizeram foi, em tempos remotos (desde há cerca de


144.000 a 128.000 anos até cerca de 14.000 anos, data aproximada do último dilúvio e do
afundamento do Continente Atlante), corromper essa matriz, substituindo o parâmetro de Luz
por um de sombra (no fundo, ocultando a luz). Os outros parâmetros ficaram por isso
distorcidos, ampliando-se ilusoriamente as distâncias (o Espaço) para haver a ilusão do
isolamento e da separação com o Criador, e separando os três rios do Tempo (passado,
presente e futuro), que correm como um só (Eterno Presente) na Matriz Divina.

O Dilúvio de FRAGGIE

Novamente uma separação, uma dissolução, embora ilusória. Assim, sobre uma matriz
sombria, começaram a construir o seu templo escuro. Pelas acções nefastas de seres humanos
dominados por pensamentos de cobiça, ganância, orgulho, inveja e ódio. Pela instalação, a
partir dessa matriz de sombra, da ilusão do medo no coração do homem, da ilusão da
conquista e subjugação violenta dos outros e da própria Natureza – face bem visível da Criação
– como forma (sempre ilusória) de tentar ultrapassar esse mesmo medo.

Gandi

Assim, pouco a pouco, em ciclos viciosos e viciados de medo, ódio e destruição, as


hostes do Anjo Caído foram construindo o seu edifício de sombra, de ilusão e de dissolução,
contando colocar as “pedras de fecho” das abóbadas negras por alturas da presente era
(passagem do segundo para o terceiro milénio), consolidando desse modo a matriz de sombra,
tornando-a real e não mais uma ilusão sombria (embora, como sabemos, tal estrutura não
pudesse durar muito).

Satanás-Lúcifer a presidir ao Concílio Infernal de John Martin

Assim, Satanás não deverá ser chamado “Príncipe do Mundo” mas, mais propriamente,
“Príncipe da matriz de sombra”, da realidade sombria ilusória que tem coberto o Mundo.

Contudo, o Criador enviou sempre os seus mensageiros e auxiliares a todas as raças, a


todas as espécies, durante todo o decorrer da ilusão temporal. Até à humana, nesta esfera azul
de um sistema solar remoto entre a imensidade de galáxias do seu Universo Criado pelo Amor.

Uma Teia Doirada de John Melhuish Strudwick

Uma pequena esfera azul onde se cruzam uns quantos fios da “Teia de Wyrd”, onde existe um
dos muitos nós da Matriz inicial. E onde se cruzam tantas e tantas vidas, tantas e tantas
alegrias e sofrimentos. Um cruzamento de destinos é mesmo isso. Um lugar movimentado... e
atribulado.

Os mensageiros são muitas vezes conhecidos como Anjos ou génios, muitas vezes por
esse mesmo nome – mensageiros – como Maomé, por exemplo. Ou por profetas, ou por
Mestres, como Buda, Confúcio, Lao-Tseu. Ou por Messias ou Ungidos, como Jesus de Nazaré.
Jesus que disse “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, por oposição a Satanás, o caído, que
se diz “o abismo, a mentira (ou ilusão) e a morte”. A ordem e a harmonia, por oposição ao caos
e à dissolução. Jesus foi o “Christos”, o Ungido, pois nele – no homem Joshua Ben Joseph
(Jesus Filho de José) – habitou o Cristo Cósmico, o filho do Verbo Divino, a Energia Criadora de
Deus. A força de um Universo inteiro a condensar-se em pouco mais de trinta anos terrenos
num corpo material e humano, minúsculo à escala universal, nesta parte do Universo, nesta
pequena-grande encruzilhada da “Teia de Wyrd”, neste nó da Matriz original.

«A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não A receberam. ...»

João 1-5

Com que finalidade? Pregar? Ensinar? Isso fizeram tantos e tantos mensageiros,
conhecidos e desconhecidos, que esta e outras humanidades encontraram.

« ... O Verbo era a Luz verdadeira,que, ao vir ao mundo,a todo o homem ilumina.

Êle estava no mundo e por Êle o mundo veio à existência,

mas o mundo não o reconheceu. ...»

João 1:9-10

É claro que a Mensagem de Jesus é importantíssima, acrescentando à velha lei cármica da


causa e efeito (Aquele que matar pela espada, morrerá pela espada), conhecida desde os
tempos da inversão – como podemos chamar-lhe – da matriz, especialmente entre os hindus e
os budistas,
Ôlho-por-ôlho-dente-por-dente ...

O Código de Hamurabi(1780 A.C.)

por Robert Thom

por uma outra lei, a ela superior: a Lei do Perdão, ligada às Leis do Amor. Amor ao próximo,
amor ao não-próximo, amor por toda a Criação. Perdão através do arrependimento interior,
através da consciencialização dos erros cometidos. Não como faltas, repare-se, pois o Criador
não castiga, mas como erros, como ilusões negativas, vindas da sombra.

Equivale a Sua Mensagem a um separar de águas: por um lado, temos os pensamentos,


sentimentos e emoções próprias da Luz, edificadores do edifício da Matriz Original; são eles a
Alegria, o Amor, a Bondade, o Prazer, a Beleza, a Força construtiva e serena, a Sabedoria.

A Mãe do Verbo Encarnado e Nossa Senhôra,

A Dispensadora da Misericórdia,

A Mediadora das Graças,

A Santa Sofia,

A Protectôra da Sabedoria ,

A Senhôra da Montanha da LUZ ,

A Senhôra da LUZ do MAR,

A Stella Maris da Luz da Citânia

Por outro lado, temos os opostos, característicos da matriz de sombra: o medo, a ganância, o
ódio, a inveja, a estupidez, a mentira, a fraqueza face a solicitações negativas, a força
destruidora e violenta, a maldade, a dor, o sofrimento, a desolação.
O Jardim dos Prazêres Terrênos - Inferno (o painel direito)

Hieronymus Bosch

Poderíamos ainda acrescentar a essas matrizes duas qualidades ou campos de actuação


predominantes: O Ser, próprio da matriz luminosa e o Ter, mais próprio da matriz de sombra.

Podemos, especulando um pouco mais, eleger como representativo das duas matrizes –
a de Luz e a de sombra – as qualidades do Amor e do medo, respectivamente. O medo, ainda
mais do que a maldade, é o que leva todos os seres vivos deste planeta a serem subjugados
por uma mera ilusão.

de João de Dêus

É quase – e aqui a parábola é directa – o efeito paralisante do olhar de uma serpente sobre a
sua presa, que fica paralisada de medo, em vez de se defender ou de fugir. E da paralisação
das suas faculdades deriva a sua manipulação pela matriz de sombra, que se alimenta
literalmente das energias negativas citadas, principalmente da do medo. Alimenta-se e cresce,
como um tumor maligno, assim como a Matriz Divina o faz, mas crescendo cristalinamente a
partir das energias e pensamentos positivos. Da energia do Amor, principalmente. “Amai-vos
uns aos outros, tal como eu vos amei a vós”, disse Jesus.

A Cruz Reverdecida de Giovanni da Modena


Muito resumidamente, terá sido esta a essência da sua mensagem, uma lei de Amor e
Perdão, superior às leis naturais de causa e efeito, substituindo nas religiões do Homem a ideia
de um deus castigador (o Jeová do Antigo Testamento, por exemplo), por um Criador
Infinitamente Bom.

Mensagem do PAI-do-CÉU á Humanidade

“Em nome de Deus, beneficente e misericordioso!”, assim diz a primeira sura ou versículo do
Corão, aquela que entra em todas as orações muçulmanas. Também para afastar o medo dos
corações dos homens. E, assim, ensinar a construir a Matriz de Luz e a não fornecer energia à
matriz de sombra.

Mas, dissemos, ensinar foi o que fizeram quase todos os mensageiros, profetas, e
Mestres que esta Terra conheceu. A missão de Jesus, o Cristo, foi de um alcance infinitamente
maior.

Com Êle Vem A Paz (Peace)

de William Strut

Como também dissemos, durante os trinta e poucos anos da sua vida terrena, o Homem
Jesus foi acumulando – por assim dizer – no seu corpo físico e energético a energia de todo um
Universo, a energia manifestada do Criador. Por isso mesmo, os muçulmanos chamam a Jesus
– para eles Issá, de Joshua – o “Filho do Verbo Divino”. Do Verbo como energia criadora[1].
«Êste É O Meu Filho Muito Amado No Qual Pus Tôda a Minha Complacência ! »

O Baptismo de Jesus por Grigori Grigorevich Gagarin

“Esta já não é a comemoração da passagem da servidão para a liberdade”, terá dito


Jesus na Última Ceia, referindo-se à Páscoa judaica, “mas a Passagem da servidão da morte
para a liberdade da Vida”.

A Última Ceia de Carl Heinrich Bloch

Poderíamos quase interpretar estas palavras como sendo a Passagem da servidão


imposta pela matriz de sombra para a liberdade da Matriz Divina.

Revelação : A Mulher e o dragão

por Gustave Doré

Restaurada, portanto.

“Destruam este Templo e eu o reconstruirei em três dias”, disse Jesus.

« Destruí Êste Templo ... »

três dias que tudo mudaram.


No dia seguinte ao da Ceia, Jesus é crucificado, morto numa cruz. Cruz que, em latim, é
crux, que também significa cadinho (o cadinho alquímico), e que também equivale a... matrix,
matriz, mãe...

Mãe Terra de David Demaret

No momento da morte de Jesus, a Energia do Cristo Cósmico – a Energia criadora do


Universo – acumulada e contida naquele único e frágil corpo, é libertada num único instante. É
uma imensa explosão de Luz que se expande em vagas concêntricas, a uma velocidade
avassaladora, e que varre literalmente todo o Universo. Não houve caverna, gruta, entranha,
molécula, átomo, planeta, estrela, galáxia, que não fosse por ela varrida, por ela banhada, por
ela purificada. A partir de um nó da Matriz, numa encruzilhada da “Teia de Wyrd”, no ponto de
encontro dos braços da Cruz[2].

“Qualquer movimento ou perturbação num dos fios da teia, fá-la vibrar na sua
totalidade”, diz a Tradição nórdica, numa antecipação notável do “efeito borboleta”. E este
não foi um simples movimento, foi uma explosão de magnitude cósmica. Tão grande e tão
poderosa que arrancou todos os “pontos de ancoragem” da matriz de sombra, desarticulando-
a e destruindo-a.

“À hora sexta, houve trevas sobre toda a Terra, até à hora nona” (S. Marcos, 15, 33).
“Então, o véu do Santuário rasgou-se em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as
rochas fenderam-se.” (S. Mateus, 27, 51). O véu do Templo não só se rasgou, rasgando-se
simbolicamente o véu da ilusão, mas o próprio Templo ruiu. E a escuridão assinalou a
destruição da matriz de sombra. Por todo o Universo.

Três dias depois, Jesus ressuscita. É Ele o primeiro ponto de ancoragem da nova Matriz
de Luz. É Ele o reconstrutor do Templo. Do Templo que sempre deveria ter sido, e que agora é.
A Charola do Templo em Tomar

de Paulo Pereira

Mas, pensamos, então porquê este arrastar das condições negativas, mesmo deste
exacerbar do medo, do ódio, do mal?... Tudo próprio da matriz de sombra? Bom, temos de
considerar primeiro uma certa inércia de todo o processo no denso mundo material que
habitamos. Depois, podemos comparar essas energias negativas a “materiais de construção”
do templo negro que Satanás e os seus seguidores edificavam sobre a matriz de sombra. Só
que essa matriz já não existe há dois mil anos. E, quando os trabalhadores da sombra se
preparavam para assentar a abóbada, verificaram que o edifício já não tinha alicerces (dois mil
anos são um instante, em termos de tempo cósmico) e que ruía por toda a parte.

A Destruição da Tôrre de Babel de

Crispijn de Passe the Elder

Assim, atarefam-se agora, em desespero, a tentar tapar brechas e rombos numa


estrutura que se desagrega inexoravelmente, numa estrondosa derrocada. Precisam assim,
urgentemente, de mais material de construção: de mais ódio, de mais medo, de mais mentira.

Os anjos Caídos preparam-se para a Guerra

de Gustave Doré

Apesar de saberem já não conseguirem salvar o seu sinistro edifício. Apesar de saberem que a
sua estrutura desconjuntada – e os que nela participaram – separada do “Centro onde a
Vontade de Deus é Conhecida”, separada da Criação, será inelutavelmente “aspirada” para o
vazio do nada, para as trevas.
Mas Deus é o Criador infinitamente bondoso e, no seu infinito perdão, pede aos seus
Anjos e Mensageiros que estendam a mão aos obreiros da sombra, que seguem agarrados ao
seu destroço condenado, à sua matriz negra. E logo infinitas mãos de Luz se estendem para
esses caídos, até para Satanás, oferecendo-lhes a Salvação da Luz. Mas, obcecados pelo
orgulho, os obreiros sombrios têm recusado a ajuda que lhes é oferecida. Afadigam-se a
remendar o seu destroço gigantesco, na ilusão de poderem evitar que ele seja tragado pelo
nada, tentando angariar mais mão-de-obra e mais matéria-prima.

Martin van Heemskerck , Philips Galle The Destruction of Babylon1

Remendá-lo com elementos furtados, desviados da Criação, da Matriz Divina. Em vez de a Ela
se juntarem e assim enfrentarem o nada no seio do maravilhoso projecto criativo do Ser que
Foi, que É e que Será. Para todo o Sempre. Conhecido por todos os seus nomes e por eles
chamado: Deus, Alá, Ali, Eli, Eloi, Elohim, o Ser Supremo, o Grande Espírito Branco, Manitú,
Tyr, Odin, Wotan, Brama, Osíris, o Grande Arquitecto do Universo...

A Victória Final de Cristo(título livre)

de uma ilustração de Bernhard Plockhorst

Contribuamos pois para a construção da Casa de Deus, sobre a Matriz de Luz da “Nova
Jerusalém Celeste”. Os materiais, já os conhecemos... já os sabemos escolher. Os planos e
métodos de construção também – ensinaram-nos Jesus, Buda, Maomé e tantos outros.

Mãos à Obra!

Murches, Cascais, 30 de Maio de 2002»

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