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Pesquisa - Retratos Da Sociedade Habitos Sustentaveis e Consumo Consciente
Pesquisa - Retratos Da Sociedade Habitos Sustentaveis e Consumo Consciente
SOCIEDADE HÁBITOS
BRASILEIRA SUSTENTÁVEIS E
57 CONSUMO
CONSCIENTE
57
HÁBITOS
SUSTENTÁVEIS E
CONSUMO
CONSCIENTE
BRASÍLIA-DF
2022
© 2022. CNI – Confederação Nacional da Indústria.
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
CNI
Diretoria de Desenvolvimento Industrial e Economia - DDIE
Gerência Executiva de Economia - ECON
FICHA CATALOGRÁFICA
C748r
CDU: 316.3(81)
Resumo Executivo 7
RESUMO EXECUTIVO
A preocupação com o meio ambiente tem que consomem tem influenciado a escolha por
se refletido nos hábitos de consumo e no marcas que adotam práticas mais sustentáveis.
comportamento dos brasileiros: 74% dos ouvidos Metade dos consumidores verifica se o produto foi
adotam hábitos sustentáveis, sendo que 30% dizem produzido de forma ambientalmente sustentável,
que sempre adotam esse hábito e 44% afirmam enquanto em 2019 esse percentual ficava em 38%.
que às vezes o fazem.
Ressalte-se, contudo, que para dois terços
Praticamente sete em cada dez brasileiros (69%) dos consumidores é difícil encontrar produtos
costumam separar materiais para reciclagem ambientalmente sustentáveis nas lojas.
e apenas 9% misturam o lixo eletrônico com o
restante dos resíduos.
Os brasileiros também afirmaram ter boicotado
empresas que apresentam comportamentos dos
Além disso, 90% dos entrevistados afirmaram que quais eles discordam. Pelo menos um dos seguintes
evitam desperdiçar água, sempre ou na maioria das motivos já levou 59% da população a boicotar
vezes, 89% evitam o desperdício de comida, sempre marcas ou empresas:
ou na maioria das vezes e 86%, o desperdício de • violações a direitos trabalhistas;
energia, sempre ou na maioria das vezes.
• testes ou maltrato a animais;
• crimes ambientais;
A crescente preocupação das pessoas com o
• discriminação de qualquer tipo; ou
meio ambiente também se mostra quando vão às
• posicionamento político.
compras. A forma em que são produzidos os bens
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Retratos da Sociedade Brasileira HÁBITOS SUSTENTÁVEIS E CONSUMO CONSCIENTE
ISSN 2317 7012 • Ano 10 • Número 57 • Novembro 2022
Em sua maioria, o brasileiro adota hábitos Com relação ao nível de escolaridade, nota-
ambientalmente sustentáveis, isto é, se que quanto maior a escolaridade, maior é a
relacionados à conservação do meio ambiente. frequência no hábito. Para os entrevistados com
Entre os entrevistados, 30% responderam ensino superior, 83% dos entrevistados adotam
que sempre adotam hábitos ambientalmente hábitos ambientalmente sustentáveis sempre ou
sustentáveis e 44% responderam que adotam na maioria das vezes.
esse hábito na maioria das vezes.
Total 30 44 15 10 2
Ensino Superior 31 52 15 2
Ensino Médio 26 46 18 8 1
Ensino Fundamental 33 38 11 14 4
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
Com relação à percepção que o brasileiro tem Quando se analisa pelo nível de escolaridade,
de outras pessoas que moram em seu estado, nota-se que, à medida que a escolaridade
apenas 7% acham que as outras pessoas sempre aumenta, a percepção de que outros
adotam hábitos ambientalmente sustentáveis consumidores adotam hábitos mais sustentáveis
e 25% acham que as pessoas adotam hábitos de consumo diminui. Enquanto 54% dos
sustentáveis na maioria das vezes. Ou seja, entrevistados que possuem ensino fundamental
apesar de 74% dos entrevistados afirmarem acreditam que os outros moradores do estado
adotar hábitos sustentáveis, apenas 32% nunca ou na minoria das vezes adotam hábitos
acreditam que o outro segue as mesmas práticas. ambientalmente sustentáveis, o percentual entre
os que possuem ensino superior sobe para 75%.
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Total 7 25 45 18 6
Ensino Superior 4 20 66 9 2
Ensino Médio 6 26 47 18 3
Ensino Fundamental 8 28 32 22 10
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
Total 23 11 14 50 2
Norte/Centro-Oeste 30 15 8 46 1
Nordeste 25 11 12 49 3
Sudeste 17 10 16 56 2
Sul 29 13 15 41 2
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
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Quando perguntados sobre se o entrevistado, Gráfico 7 - Entrevistado ou algum morador de seu domicílio
ou algum outro morador costuma separar costuma separar o lixo para reciclagem
materiais para reciclagem, 69% dos Percentual do total de respondentes (%)
Embalagens em geral 38
Baterias/ pilhas 32
Madeira 14
Borracha 14
Pneus 13
Outros 1
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30
Faz doação /Doa 33
30
17
Separa, mas coloca junto ao resto do lixo 16
18
16
Separa para levar a um posto de coleta 15
5
13
Separa e guarda para retirada de empresa especializada 10
9
9
Vende 8
7
9
Joga junto com o resto do lixo, sem separar 12
21
4
Não me desfaço de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos velhos 3
8
2
Nenhum desses/Outros* 3
0
1 2022
Não sabe/Não respondeu 1 2019
3
2013
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A pesquisa também questionou sobre o que Para os entrevistados, governos e empresas não
mais dificulta a reciclagem de lixo e revelou estão entre as principais dificuldades. A falta de
que, para 32% dos entrevistados, a falta de apoio do governo ou falta de políticas públicas
costume ou o esquecimento de separar o foi citado por 9% dos entrevistados e a falta
lixo para reciclagem é o principal motivo. de apoio das empresas foi indicada por 5% das
Entretanto, o segundo motivo mais frequente, pessoas.
que é a falta de coleta seletiva na rua,
bairro ou cidade (18%), revela um problema
estrutural das cidades brasileiras. Entretanto,
reconhece-se um sinal de melhora, uma vez
que este percentual era de 25% na pesquisa
anterior.
2022 2019
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O tratamento dado ao lixo também foi mais frequente entre os mais velhos. Enquanto
pesquisado nesta edição. Sobre jogar lixo nas 66% das pessoas de 16 a 24 anos informaram que
ruas, 79% dos entrevistados afirmaram que sempre evitam jogar lixo nas ruas, o percentual é
sempre evitam jogar lixo nas ruas. Discriminando acima dos 80% para pessoas com 41 anos ou mais.
pela idade, nota-se que este comportamento é
Gráfico 11 - Frequência com que se evita jogar lixo nas ruas, por faixas de idade
Percentual do total de entrevistados (%)
Total 79 14 3 4
Mais de 60 anos 85 6 2 6 1
De 41 a 59 anos 82 11 3 4
De 25 a 40 anos 79 15 3 3
De 16 a 24 anos 66 24 3 6 1
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
O desperdício e a geração de lixo também foi também foi um comportamento pouco frequente
uma questão abordada pela pesquisa. Assim neste grupo. Do total dos entrevistados, 55%
como a consciência sobre evitar jogar lixo nas afirmaram que sempre evitam o desperdício e a
ruas foi menor entre as pessoas mais jovens, geração de lixo, enquanto, entre os entrevistados
evitar o desperdício e a geração de lixo de 16 a 24 anos o percentual foi de 38%.
Gráfico 12 - Frequência com que se evita desperdiçar e gerar lixo, por faixas de idade
Percentual do total de entrevistados (%)
Total 55 24 10 10 1
Mais de 60 anos 63 13 8 14 1
De 41 a 59 anos 59 22 7 10 2
De 25 a 40 anos 55 27 10 8
De 16 a 24 anos 38 35 16 10 1
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
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3 CONSUMO AMBIENTALMENTE
SUSTENTÁVEL
Produtos ambientalmente sustentáveis, orgânicos e preocupados
com o bem-estar animal ganham a preferência dos consumidores
Aspectos sobre a sustentabilidade ambiental Gráfico 13 - Frequência que verifica, antes da aquisição, se
dos produtos consumidos influenciam o produção foi ambientalmente correta
consumidor durante as suas compras. Parcela Percentual sobre o total de entrevistados (%)
significativa dos brasileiros está preocupada com
os efeitos da produção sobre o meio ambiente. 50
São consumidores que procuram saber se as Total 47
2
empresas adotam procedimentos para prejudicar
o menos possível o meio ambiente, como reduzir 53
a emissão de poluentes e a quantidade de Mais de 60 anos 44
4
resíduos descartados.
53
De 41 a 59 anos 43
Metade dos entrevistados verificam sempre (24% 4
do total) ou na maioria das vezes (26% do total)
49
se o produto que vai adquirir foi produzido de
De 25 a 40 anos 51
forma ambientalmente sustentável. 0
45
A preocupação dos consumidores com se o De 16 a 24 anos 55
produto foi produzido de forma sustentável 0
1 Naquela pesquisa, o termo utilizado foi produção ambientalmente correta, mas a definição apresentada ao entrevistado foi a mesma: produção que adota
procedimentos para prejudicar o menos possível o meio ambiente (produzidos com baixas emissões de poluentes e de resíduos etc.)
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Em 2019, o percentual de pessoas que salários mínimos são os que mostram maior
estavam dispostos a pagar mais pelo produto disposição em comprar produtos ambientalmente
cuja produção fosse ambientalmente correta sustentáveis, mesmo que sejam muito mais
também era de 31%. caros ou um pouco mais caros. Este resultado
mostra como o crescimento da renda tem relação
com o consumo de produtos ambientalmente
Estratificando por faixas de renda, os
sustentáveis.
entrevistados de 2022 com mais de cinco
Gráfico 14 - Disposição a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, por faixas de renda
Percentual sobre o total de entrevistados (%)
Total 12 19 33 28 7
Mais de 5 S.M. 12 30 37 19 2
De 2 até 5 S.M. 14 22 31 27 5
De 1 até 2 S.M. 12 16 34 30 8
Até 1 S.M. 10 15 33 35 8
Compra o produto ambientalmente sustentável mesmo que seja muito mais caro
Compra o produto ambientalmente sustentável apenas se for só um pouco mais caro
Compra o produto ambientalmente sustentável apenas se o preço for igual
Não compra o produto ambientalmente sustentável, independentemente do preço
Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
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Gráfico 15 - Disposição a pagar mais por produtos orgânicos, considerando dois produtos iguais, sendo essa a única diferença, por
faixas de renda
Percentual sobre o total de entrevistados (%)
Total 17 21 29 29 3
Mais de 5 S.M. 20 33 27 17 3
De 2 até 5 S.M. 19 26 29 24 2
De 1 até 2 S.M. 19 15 34 30 3
Até 1 S.M. 14 14 30 36 5
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
Quando indagados sobre a escolha entre produtos Voltando a 2022, assim como ocorreu nos casos
que adotam procedimentos para que os animais anteriores, quanto maior a faixa de renda, maior
vivam de forma mais próxima do natural ou que é a preferência pelos produtos produzidos com
diminuam o sofrimento animal na produção, respeito ao bem-estar animal. Enquanto 32% dos
38% dos entrevistados preferem esses produtos brasileiros com renda de até um salário mínimo
mesmo quando os preços são mais aos de preferem esses produtos pelo menos se o preço
produtos sem cuidados com o bem-estar animal. for igual aos outros, o percentual sobe para 44%
entre os que receberam acima de cinco salários
mínimos.
O percentual também é muito próximo ao da
pesquisa anterior, de 2019, quando 37% dos
brasileiros comprariam o produto que preserva o
bem-estar animal mesmo que tivessem que pagar
mais caro.
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Gráfico 16 - Disposição a pagar mais por produtos que preservam o bem-estar animal, considerando dois produtos iguais, sendo
essa a única diferença
Percentual sobre o total de entrevistados (%)
Total 20 18 30 21 3 8
Mais de 5 S.M. 18 26 29 20 1 7
De 2 até 5 S.M. 20 22 29 20 2 7
De 1 até 2 S.M. 21 16 33 20 4 7
Até 1 S.M. 17 15 32 25 3 7
Compra o produto que preserva o bem-estar animal, mesmo que seja muito mais caro
Compra o produto que preserva o bem-estar animal, apenas se for só um pouco mais caro
Compra o produto que preserva o bem-estar animal apenas se o preço for igual
Não compra o produto que preserva o bem-estar animal, independentemente do preço
Não consumo produtos de origem animal/ sou vegano
Não sabe/Não respondeu
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.
8
66
Facilmente encontrados
Dificilmente encontrados
Não sabe/Não respondeu
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Outras razões para deixar de consumir produtos 39% dos entrevistados deixariam de consumir
não alinhados com práticas ou ideais valorizados produtos de empresas que cometem crimes
pelos consumidores foram avaliados pela ambientais, sinalizando uma estabilidade com
pesquisa. Entre os entrevistados, 59% deixaram o resultado de 2019, quando 38% afirmaram
de consumir algum produto ou usar um serviço boicotar produtos de empresas que cometem
de uma empresa por: testes ou maltratos a esse tipo de crime.
animais; violações a direitos trabalhistas; crimes
ambientais; discriminação de qualquer tipo
A discriminação de qualquer tipo desestimularia
(econômica, racial, religiosa, orientação sexual,
o consumo de alguns produtos para 38% dos
de gênero etc.); ou posicionamento político.
entrevistados, um crescimento de três pontos
percentuais em relação a 2019.
Analisando os motivos separadamente, testes
ou maltratos em animais levaria 42% dos
Por fim, o posicionamento político seria uma
consumidores entrevistados a deixar de consumir
razão para 27% dos consumidores deixarem de
algum produto ou serviço – em 2019, foram
consumir de uma empresa, o mesmo percentual
40% dos entrevistados. Violação de direitos
de 2019.
trabalhistas seria um motivo para 40% dos
entrevistados deixar de consumir os produtos,
uma queda de três pontos percentuais em
relação a 2019.
70
58 59
54 55
42 40 39 38
27
4 5 4 3 3
19
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
A pesquisa foi realizada com 2.019 pessoas com idade a partir
de 16 anos nas 27 unidades da Federação. As entrevistas foram
realizadas entre 8 e 12 de outubro. A margem de é de 2 pontos
percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
VEJA MAIS
Mais informações como série histórica, edições anteriores e
metodologia da pesquisa em: www.cni.com.br/rsb
Gerência de Estatística
Edson Velloso
Gerente
Edson Velloso
Brenda Ribeiro
Produção de estatísticas
Tatiani Leal
Coordenadora de Projetos de Meio Ambiente e Sustentabilidade