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R E T R ATO S D A

SOCIEDADE HÁBITOS
BRASILEIRA SUSTENTÁVEIS E
57 CONSUMO
CONSCIENTE
57
HÁBITOS
SUSTENTÁVEIS E
CONSUMO
CONSCIENTE

BRASÍLIA-DF
2022
© 2022. CNI – Confederação Nacional da Indústria.
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

CNI
Diretoria de Desenvolvimento Industrial e Economia - DDIE
Gerência Executiva de Economia - ECON

FICHA CATALOGRÁFICA

C748r

Confederação Nacional da Indústria.


Retratos da Sociedade Brasileira – Ano 10, n. 57 (novembro 2022) – Brasília : CNI, 2022.
v. : il.

ISSN 2317 7012

1. Hábito sustentável 2. Consumo consciente 3. Pesquisa de opinião I. Título.

CDU: 316.3(81)

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SUMÁRIO

Resumo Executivo 7

1 Hábitos ambientalmente sustentáveis 8

2 Geração, tratamento e separação do lixo 11

3 Consumo ambientalmente sustentável 15


Retratos da Sociedade Brasileira HÁBITOS SUSTENTÁVEIS E CONSUMO CONSCIENTE
ISSN 2317 7012 • Ano 10 • Número 57 • Novembro 2022

RESUMO EXECUTIVO

74% DOS BRASILEIROS DIZEM SER


CONSUMIDORES AMBIENTALMENTE CONSCIENTES

A preocupação com o meio ambiente tem que consomem tem influenciado a escolha por
se refletido nos hábitos de consumo e no marcas que adotam práticas mais sustentáveis.
comportamento dos brasileiros: 74% dos ouvidos Metade dos consumidores verifica se o produto foi
adotam hábitos sustentáveis, sendo que 30% dizem produzido de forma ambientalmente sustentável,
que sempre adotam esse hábito e 44% afirmam enquanto em 2019 esse percentual ficava em 38%.
que às vezes o fazem.
Ressalte-se, contudo, que para dois terços
Praticamente sete em cada dez brasileiros (69%) dos consumidores é difícil encontrar produtos
costumam separar materiais para reciclagem ambientalmente sustentáveis nas lojas.
e apenas 9% misturam o lixo eletrônico com o
restante dos resíduos.
Os brasileiros também afirmaram ter boicotado
empresas que apresentam comportamentos dos
Além disso, 90% dos entrevistados afirmaram que quais eles discordam. Pelo menos um dos seguintes
evitam desperdiçar água, sempre ou na maioria das motivos já levou 59% da população a boicotar
vezes, 89% evitam o desperdício de comida, sempre marcas ou empresas:
ou na maioria das vezes e 86%, o desperdício de • violações a direitos trabalhistas;
energia, sempre ou na maioria das vezes.
• testes ou maltrato a animais;
• crimes ambientais;
A crescente preocupação das pessoas com o
• discriminação de qualquer tipo; ou
meio ambiente também se mostra quando vão às
• posicionamento político.
compras. A forma em que são produzidos os bens

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1 HÁBITOS AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS


Maioria dos consumidores afirma adotar hábitos sustentáveis,
apesar de não acreditar que os outros façam o mesmo

Em sua maioria, o brasileiro adota hábitos Com relação ao nível de escolaridade, nota-
ambientalmente sustentáveis, isto é, se que quanto maior a escolaridade, maior é a
relacionados à conservação do meio ambiente. frequência no hábito. Para os entrevistados com
Entre os entrevistados, 30% responderam ensino superior, 83% dos entrevistados adotam
que sempre adotam hábitos ambientalmente hábitos ambientalmente sustentáveis sempre ou
sustentáveis e 44% responderam que adotam na maioria das vezes.
esse hábito na maioria das vezes.

Gráfico 1 - Adoção de hábitos ambientalmente sustentáveis, por nível de escolaridade


Percentual do total de entrevistados (%)

Total 30 44 15 10 2

Ensino Superior 31 52 15 2

Ensino Médio 26 46 18 8 1

Ensino Fundamental 33 38 11 14 4

Analfabeto/Sabe Ler e Escrever 33 25 11 26 5

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

Com relação à percepção que o brasileiro tem Quando se analisa pelo nível de escolaridade,
de outras pessoas que moram em seu estado, nota-se que, à medida que a escolaridade
apenas 7% acham que as outras pessoas sempre aumenta, a percepção de que outros
adotam hábitos ambientalmente sustentáveis consumidores adotam hábitos mais sustentáveis
e 25% acham que as pessoas adotam hábitos de consumo diminui. Enquanto 54% dos
sustentáveis na maioria das vezes. Ou seja, entrevistados que possuem ensino fundamental
apesar de 74% dos entrevistados afirmarem acreditam que os outros moradores do estado
adotar hábitos sustentáveis, apenas 32% nunca ou na minoria das vezes adotam hábitos
acreditam que o outro segue as mesmas práticas. ambientalmente sustentáveis, o percentual entre
os que possuem ensino superior sobe para 75%.

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Gráfico 2 - Adoção de hábitos ambientalmente sustentáveis pelos outros moradores do estado


Percentual do total de entrevistados (%)

Total 7 25 45 18 6

Ensino Superior 4 20 66 9 2

Ensino Médio 6 26 47 18 3

Ensino Fundamental 8 28 32 22 10

Analfabeto/Sabe Ler e Escrever 14 16 26 31 13

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

Questionados sobre se já plantaram árvores, apresentou o maior percentual de pessoas que


50% informaram que nunca fizeram e 23% informaram que plantam árvores com frequência
afirmaram que sempre adotam esse hábito. (30%) e a região com menor percentual foi a
A região Norte/Centro-oeste foi a que Sudeste, com 17%.

Gráfico 3 - Hábito de plantar árvores, por região geográfica


Percentual do total de entrevistados (%)

Total 23 11 14 50 2

Norte/Centro-Oeste 30 15 8 46 1

Nordeste 25 11 12 49 3

Sudeste 17 10 16 56 2

Sul 29 13 15 41 2

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

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Gráfico 4 - Atuação como voluntário em alguma ação de


Perguntados sobre se já atuaram
proteção ao meio ambiente
como voluntário em alguma ação de
Percentual do total de entrevistados (%)
proteção ao meio ambiente, 70% dos
entrevistados informaram que nunca 2 10
atuaram.
8
Sempre
Na maioria das vezes
10 Na minoria das vezes
Nunca
70 Não sabe/Não respondeu

Evitar o desperdício, a reutilização e o reaproveitamento são


práticas difundidas entre os brasileiros
Pesquisou-se sobre hábitos que evitem Gráfico 5 - Hábitos com relação ao desperdício de água,
desperdício de água, de comida e de energia: de comida e de energia
Percentual do total de entrevistados (%)

• Sobre o desperdício de água, 70% dos 73


70
entrevistados afirmaram que evitam 65
desperdiçar água sempre e 20% evitam na
maioria das vezes;
• Com relação ao desperdício de comida,
73% responderam que sempre evitam 21 6 7
20 5 5 6
o desperdício e 16% alegaram evitar na 1 16 5 0 1
maioria das vezes; e
Água Comida Energia
• A respeito do desperdício de energia, 65%
das pessoas indicaram que sempre evitam Sempre Na maioria das vezes
e 21% indicaram que evitam o desperdício Na minoria das vezes Nunca
Não sabe/Não respondeu
de energia na maioria das vezes.

Também se indagou os entrevistados sobre Gráfico 6 - Hábitos com relação à reutilização ou ao


hábitos de reutilização ou reaproveitamento. reaproveitamento de água e embalagens de produtos
A reutilização ou reaproveitamento de água Percentual do total de entrevistados (%)
é um hábito permanente para 53% dos
53
entrevistados e é realizado na maioria das
46
vezes para 20% do total. A reutilização ou
reaproveitamento de embalagens de produtos
também é uma prática comum. Para 46% das
pessoas, embalagens de produtos sempre são 20 22
19
reutilizadas ou reaproveitadas. Para 22%, na 16
11 13
1 1
maioria das vezes.
Água Embalagens de produtos

Sempre Na maioria das vezes


Na minoria das vezes Nunca
Não sabe/Não respondeu

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2 GERAÇÃO, TRATAMENTO E SEPARAÇÃO


DO LIXO
Quase 70% dos brasileiros separam o lixo para reciclagem, mas
quase um terço alega que esquece de separá-lo

Quando perguntados sobre se o entrevistado, Gráfico 7 - Entrevistado ou algum morador de seu domicílio
ou algum outro morador costuma separar costuma separar o lixo para reciclagem
materiais para reciclagem, 69% dos Percentual do total de respondentes (%)

entrevistados informaram que sim e 31%


69
informaram que não. Estratificando pela renda
2022 31
dos entrevistados, o maior percentual foi
0
registrado entre as pessoas que recebem mais
de cinco salários mínimos (77%). 55
2019 44
0
Em comparação com pesquisas anteriores,
nota-se uma maior conscientização das 47
pessoas quanto a prática de separação do 2013 52
lixo para reciclagem. Em 2013, 47% dos 1
entrevistados afirmaram que o lixo era
Sim Não Não sabe/Não respondeu
separado para reciclagem em suas casas.
Este percentual subiu para 55%, em 2019,
atingindo os 69% em 2022. Gráfico 8 - Tipos de materiais que separa para reciclagem
Percentual sobre os entrevistados que separam ou que moram com
alguém que separe materiais para reciclagem (%)
Entre os materiais que mais são separados
para reciclagem estão: o plástico em geral
Plástico em geral/ Garrafas PET 76
ou garrafas PET (76% dos entrevistados);
alumínio (56%); e papel, papelão ou jornal Alumínio 56

(53%). Já a madeira (14%), borracha (14%) Papel/ Papelão/ Jornal 53


e pneus (13%) estão entre os materiais Vidro 47
menos separados para a reciclagem.
Óleo de cozinha / óleo combustível 43

Embalagens em geral 38

Baterias/ pilhas 32

Embalagens longa vida (TetraPak) 32

Outros metais (Aço, ferro) 26

Madeira 14

Borracha 14

Pneus 13

Outros 1

Nota: A soma dos percentuais é superior a 100% pois cada respondente


podia escolher mais de um material que costuma ser separado em sua
residência.

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Quando perguntados sobre como se desfazem Um destaque importante quando se compara


de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos com pesquisas anteriores é a diminuição do
velhos, a doação foi o meio informado mais número de pessoas que destina o lixo eletrônico
frequente entre os entrevistados (30% do total junto com o lixo restante. Em 2013, 21% dos
de entrevistados). Em seguida, a separação, entrevistados misturavam o lixo eletrônico com
mas colocando junto com o resto do lixo foi o o restante do lixo, caindo para 12%, em 2019 e
mais citado (17%), um resultado próximo dos reduzindo para 9%, em 2022.
que informaram que separam para levar a um
posto de coleta (16%). Outros 13% informaram
que separam e guardam o material para
retirada de empresa especializada.

Gráfico 9 – Destinação de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos velhos


Percentual sobre o total de entrevistados (%)

30
Faz doação /Doa 33
30

17
Separa, mas coloca junto ao resto do lixo 16
18

16
Separa para levar a um posto de coleta 15
5

13
Separa e guarda para retirada de empresa especializada 10
9

9
Vende 8
7

9
Joga junto com o resto do lixo, sem separar 12
21

4
Não me desfaço de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos velhos 3
8

2
Nenhum desses/Outros* 3
0

1 2022
Não sabe/Não respondeu 1 2019
3
2013

*Essa opção de resposta não estava disponível na pergunta realizada em 2013.


Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento

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A pesquisa também questionou sobre o que Para os entrevistados, governos e empresas não
mais dificulta a reciclagem de lixo e revelou estão entre as principais dificuldades. A falta de
que, para 32% dos entrevistados, a falta de apoio do governo ou falta de políticas públicas
costume ou o esquecimento de separar o foi citado por 9% dos entrevistados e a falta
lixo para reciclagem é o principal motivo. de apoio das empresas foi indicada por 5% das
Entretanto, o segundo motivo mais frequente, pessoas.
que é a falta de coleta seletiva na rua,
bairro ou cidade (18%), revela um problema
estrutural das cidades brasileiras. Entretanto,
reconhece-se um sinal de melhora, uma vez
que este percentual era de 25% na pesquisa
anterior.

Gráfico 10 - Principal dificuldade para reciclar produtos de uma forma geral


Percentual sobre o total de entrevistados (%)

Falta de costume, esquece de separar 32


23

Não há coleta seletiva na rua/bairro/ cidade 18


25

Falta de apoio do governo/ falta de políticas públicas 9


12

Falta informação sobre reciclagem/ coleta seletiva 8


8

A coleta seletiva não é feita com regularidade 7


7

Os locais de coleta são longe, de difícil acesso ou desconhecido 6


6

Falta de apoio das empresas 5


6

Falta informação sobre o destino dos materiais separados 5


4

Nenhuma dessas/ Outras 6


4

Não sabe/ Não respondeu 5


6

2022 2019

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O tratamento dado ao lixo também foi mais frequente entre os mais velhos. Enquanto
pesquisado nesta edição. Sobre jogar lixo nas 66% das pessoas de 16 a 24 anos informaram que
ruas, 79% dos entrevistados afirmaram que sempre evitam jogar lixo nas ruas, o percentual é
sempre evitam jogar lixo nas ruas. Discriminando acima dos 80% para pessoas com 41 anos ou mais.
pela idade, nota-se que este comportamento é

Gráfico 11 - Frequência com que se evita jogar lixo nas ruas, por faixas de idade
Percentual do total de entrevistados (%)

Total 79 14 3 4

Mais de 60 anos 85 6 2 6 1

De 41 a 59 anos 82 11 3 4

De 25 a 40 anos 79 15 3 3

De 16 a 24 anos 66 24 3 6 1

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

O desperdício e a geração de lixo também foi também foi um comportamento pouco frequente
uma questão abordada pela pesquisa. Assim neste grupo. Do total dos entrevistados, 55%
como a consciência sobre evitar jogar lixo nas afirmaram que sempre evitam o desperdício e a
ruas foi menor entre as pessoas mais jovens, geração de lixo, enquanto, entre os entrevistados
evitar o desperdício e a geração de lixo de 16 a 24 anos o percentual foi de 38%.

Gráfico 12 - Frequência com que se evita desperdiçar e gerar lixo, por faixas de idade
Percentual do total de entrevistados (%)

Total 55 24 10 10 1

Mais de 60 anos 63 13 8 14 1

De 41 a 59 anos 59 22 7 10 2

De 25 a 40 anos 55 27 10 8

De 16 a 24 anos 38 35 16 10 1

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

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3 CONSUMO AMBIENTALMENTE
SUSTENTÁVEL
Produtos ambientalmente sustentáveis, orgânicos e preocupados
com o bem-estar animal ganham a preferência dos consumidores

Aspectos sobre a sustentabilidade ambiental Gráfico 13 - Frequência que verifica, antes da aquisição, se
dos produtos consumidos influenciam o produção foi ambientalmente correta
consumidor durante as suas compras. Parcela Percentual sobre o total de entrevistados (%)
significativa dos brasileiros está preocupada com
os efeitos da produção sobre o meio ambiente. 50
São consumidores que procuram saber se as Total 47
2
empresas adotam procedimentos para prejudicar
o menos possível o meio ambiente, como reduzir 53
a emissão de poluentes e a quantidade de Mais de 60 anos 44
4
resíduos descartados.
53
De 41 a 59 anos 43
Metade dos entrevistados verificam sempre (24% 4
do total) ou na maioria das vezes (26% do total)
49
se o produto que vai adquirir foi produzido de
De 25 a 40 anos 51
forma ambientalmente sustentável. 0

45
A preocupação dos consumidores com se o De 16 a 24 anos 55
produto foi produzido de forma sustentável 0

aumentou. Na pesquisa anterior, realizada em


Sempre ou na maioria das vezes
20191 , 19% afirmaram que sempre verificam se
os produtos que vão adquirir foram produzidos Na minoria das vezes ou nunca

de forma ambientalmente correta, enquanto Não sabe/Não respondeu


outros 19% afirmaram que verificam às vezes.
Assim, 38% estavam preocupados com os efeitos
da produção no meio ambiente em 2019, ante os 28% dos entrevistados não compram o
50% da pesquisa atual. produto ambientalmente sustentável,
independentemente do preço.
Voltando a 2022, entre os mais velhos este
hábito é maior: para 53% dos entrevistados de Um terço dos entrevistados compra o produto
41 a 59 anos e para 53% dos entrevistados com ambientalmente sustentável apenas se o
mais de 60 anos, o hábito de se verificar se o preço for igual. Já 31% compram o produto
produto que vai adquirir foi produzido de forma ambientalmente mesmo sendo mais caro: para
ambientalmente sustentável é feito sempre ou 19%, compra-se o produto ambientalmente
na maioria das vezes, enquanto entre as pessoas sustentável apenas se for um pouco mais caro e
de 16 a 24 anos o percentual é de 45%. para 12%, mesmo que seja muito mais caro.

1 Naquela pesquisa, o termo utilizado foi produção ambientalmente correta, mas a definição apresentada ao entrevistado foi a mesma: produção que adota
procedimentos para prejudicar o menos possível o meio ambiente (produzidos com baixas emissões de poluentes e de resíduos etc.)

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Em 2019, o percentual de pessoas que salários mínimos são os que mostram maior
estavam dispostos a pagar mais pelo produto disposição em comprar produtos ambientalmente
cuja produção fosse ambientalmente correta sustentáveis, mesmo que sejam muito mais
também era de 31%. caros ou um pouco mais caros. Este resultado
mostra como o crescimento da renda tem relação
com o consumo de produtos ambientalmente
Estratificando por faixas de renda, os
sustentáveis.
entrevistados de 2022 com mais de cinco

Gráfico 14 - Disposição a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, por faixas de renda
Percentual sobre o total de entrevistados (%)

Total 12 19 33 28 7

Mais de 5 S.M. 12 30 37 19 2

De 2 até 5 S.M. 14 22 31 27 5

De 1 até 2 S.M. 12 16 34 30 8

Até 1 S.M. 10 15 33 35 8

Compra o produto ambientalmente sustentável mesmo que seja muito mais caro
Compra o produto ambientalmente sustentável apenas se for só um pouco mais caro
Compra o produto ambientalmente sustentável apenas se o preço for igual
Não compra o produto ambientalmente sustentável, independentemente do preço
Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

Considerando alimentos orgânicos ou não, é orgânico, ou seja, produzido sem agrotóxicos,


também se verifica uma relação entre o 36% dos brasileiros aceitariam pagar mais caro
crescimento da renda e a preferência por pelo alimento orgânico.
estes produtos. Do total de entrevistados,
29% optam, pelo orgânico apenas se o
Voltando a pesquisa de 2022, quando se recorta
preço for igual entre os dois, enquanto 38%
pelas faixas de renda, entre as pessoas que
compram o alimento orgânico mesmo se esse
ganham mais de cinco salários mínimos, 53% das
for um pouco mais caro.
pessoas compram o alimento orgânico mesmo se
esse for um pouco mais caro, percentual que se
O percentual é muito próximo ao levantado reduz para 28% entre aqueles que recebem até
em 2019. Naquela pesquisa, considerando dois um salário mínimo.
alimentos iguais, com a diferença de que um

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Gráfico 15 - Disposição a pagar mais por produtos orgânicos, considerando dois produtos iguais, sendo essa a única diferença, por
faixas de renda
Percentual sobre o total de entrevistados (%)

Total 17 21 29 29 3

Mais de 5 S.M. 20 33 27 17 3

De 2 até 5 S.M. 19 26 29 24 2

De 1 até 2 S.M. 19 15 34 30 3

Até 1 S.M. 14 14 30 36 5

Compra o alimento orgânico, mesmo que seja muito mais caro


Compra o alimento orgânico apenas se for só um pouco mais caro
Compra o alimento orgânico apenas se o preço for igual
Não compra o alimento orgânico, independentemente do preço
Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

Quando indagados sobre a escolha entre produtos Voltando a 2022, assim como ocorreu nos casos
que adotam procedimentos para que os animais anteriores, quanto maior a faixa de renda, maior
vivam de forma mais próxima do natural ou que é a preferência pelos produtos produzidos com
diminuam o sofrimento animal na produção, respeito ao bem-estar animal. Enquanto 32% dos
38% dos entrevistados preferem esses produtos brasileiros com renda de até um salário mínimo
mesmo quando os preços são mais aos de preferem esses produtos pelo menos se o preço
produtos sem cuidados com o bem-estar animal. for igual aos outros, o percentual sobe para 44%
entre os que receberam acima de cinco salários
mínimos.
O percentual também é muito próximo ao da
pesquisa anterior, de 2019, quando 37% dos
brasileiros comprariam o produto que preserva o
bem-estar animal mesmo que tivessem que pagar
mais caro.

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Gráfico 16 - Disposição a pagar mais por produtos que preservam o bem-estar animal, considerando dois produtos iguais, sendo
essa a única diferença
Percentual sobre o total de entrevistados (%)

Total 20 18 30 21 3 8

Mais de 5 S.M. 18 26 29 20 1 7

De 2 até 5 S.M. 20 22 29 20 2 7

De 1 até 2 S.M. 21 16 33 20 4 7

Até 1 S.M. 17 15 32 25 3 7

Compra o produto que preserva o bem-estar animal, mesmo que seja muito mais caro
Compra o produto que preserva o bem-estar animal, apenas se for só um pouco mais caro
Compra o produto que preserva o bem-estar animal apenas se o preço for igual
Não compra o produto que preserva o bem-estar animal, independentemente do preço
Não consumo produtos de origem animal/ sou vegano
Não sabe/Não respondeu

Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% devido ao arredondamento.

Para dois terços dos consumidores é difícil encontrar produtos


ambientalmente sustentáveis nas lojas

A pesquisa também investiga as possíveis Gráfico 17 - Facilidade de encontrar produtos ambientalmente


razões pelas quais os consumidores deixam de sustentáveis nas lojas
comprar produtos ambientalmente sustentáveis. Percentual sobre o total de entrevistados (%)
A primeira razão pesquisada foi relacionada à
facilidade de se encontrar esses produtos nas
lojas. Para 66% dos consumidores produtos 26
sustentáveis são dificilmente encontrados na loja,
ante 26% que afirmam encontrá-los facilmente.

8
66

Facilmente encontrados
Dificilmente encontrados
Não sabe/Não respondeu

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Outras razões para deixar de consumir produtos 39% dos entrevistados deixariam de consumir
não alinhados com práticas ou ideais valorizados produtos de empresas que cometem crimes
pelos consumidores foram avaliados pela ambientais, sinalizando uma estabilidade com
pesquisa. Entre os entrevistados, 59% deixaram o resultado de 2019, quando 38% afirmaram
de consumir algum produto ou usar um serviço boicotar produtos de empresas que cometem
de uma empresa por: testes ou maltratos a esse tipo de crime.
animais; violações a direitos trabalhistas; crimes
ambientais; discriminação de qualquer tipo
A discriminação de qualquer tipo desestimularia
(econômica, racial, religiosa, orientação sexual,
o consumo de alguns produtos para 38% dos
de gênero etc.); ou posicionamento político.
entrevistados, um crescimento de três pontos
percentuais em relação a 2019.
Analisando os motivos separadamente, testes
ou maltratos em animais levaria 42% dos
Por fim, o posicionamento político seria uma
consumidores entrevistados a deixar de consumir
razão para 27% dos consumidores deixarem de
algum produto ou serviço – em 2019, foram
consumir de uma empresa, o mesmo percentual
40% dos entrevistados. Violação de direitos
de 2019.
trabalhistas seria um motivo para 40% dos
entrevistados deixar de consumir os produtos,
uma queda de três pontos percentuais em
relação a 2019.

Gráfico 18 - Razões para deixar de consumir alguns produtos ou serviços


Percentual sobre o total de entrevistados (%)

70

58 59
54 55

42 40 39 38

27

4 5 4 3 3

Testes ou maltrato a Violações a direitos Crimes ambientais Discriminação de Posicionamento


animais trabalhistas qualquer tipo político

Sim Não Não sabe/Não respondeu

19
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
A pesquisa foi realizada com 2.019 pessoas com idade a partir
de 16 anos nas 27 unidades da Federação. As entrevistas foram
realizadas entre 8 e 12 de outubro. A margem de é de 2 pontos
percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

VEJA MAIS
Mais informações como série histórica, edições anteriores e
metodologia da pesquisa em: www.cni.com.br/rsb

Documento concluído em 17 de novembro de 2022.


CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E ECONOMIA - DDIE


Lytha Battiston Spindola
Diretora

Gerência Executiva de Economia


Mario Sérgio Carraro Telles
Gerente-executivo

Carla Regina P. Gadêlha


Produção editorial e diagramação

Gerência de Análise Econômica


Marcelo Souza Azevedo
Gerente

Marcelo Souza Azevedo


Rafael Sales Rios
Elaboração

Gerência de Estatística
Edson Velloso
Gerente

Edson Velloso
Brenda Ribeiro
Produção de estatísticas

DIRETORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS - DRI


Mônica Messemberg
Diretora

Gerência Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade


Davi Bomtempo
Gerente-executivo

Tatiani Leal
Coordenadora de Projetos de Meio Ambiente e Sustentabilidade

Gerência de Recursos Naturais


Mario Augusto de Campos Cardoso
Gerente

Priscila Maria Wanderley Pereira


Marcello Lira Doudement
Equipe técnica

DIRETORIA DE SERVIÇOS CORPORATIVOS – DSC


Fernando Augusto Trivellato
Diretor

Superintendência de Administração - SUPAD


Maurício Vasconcelos de Carvalho
Superintendente

Jakeline Martins de Mendonça


Normalização

Realização das entrevistas


Instituto FSB Pesquisa

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