Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cadernão de Endo I
Cadernão de Endo I
O dente recebe vascularização e inervação que vem da parte óssea e penetrará pelo
forame apical oferecendo vitalidade ao órgão. Quando o órgão responde a uma infecção
com inflamação ou necrose, é necessário muitas vezes o tratamento endodôntico.
- Macroconfiguração: pode ser visualizada por radiografia, a exemplo da direção da raiz, a
amplitude da câmara pulpar.
- Microconfiguração: não visível em radiografia, a exemplo das diversas ramificações de
canais acessórios.
OBS: Micro-TC é um exame complementar radiográfico que realiza o scanner do dente e
reproduz a imagem em 3D permitindo visualização da microconfiguração.
Sistemas de Canais Radiculares
1- Canal Principal: o maior de todos, visualizado na radiografia. Canal que desemboca
no forame apical
2- Canal Colateral: Canal menor que o principal e paralelo a ele
3- Canal Lateral: Perpendicular ao principal. Se estende do canal principal ao
periodonto lateral, mais em terço médio e cervical.
4- Canal secundário: canal que se estende do principal até o periodonto lateral, no
entanto no terço apical. (Muitas vezes seu trajeto não é perpendicular igual ao
anterior).
5- Canais acessórios: são ramificações dos
canais secundários
6- Canal interradicular: Em dentes com mais
de uma raiz, será o canal que vai do
soalho da câmara em direção a furca.
7- Delta apical: saídas secundárias ao ápice
radicular. Foramíneas ao redor do forame
apical, menores que o principal.
8- Interconduto *(prof não falou em aula):
canal que liga o canal principal ao
colateral
Câmara Pulpar
➢ Paredes:
• Dentes anteriores com 1 canal: 4 paredes (V, L, M, D) e um bordo incisal (apesar de
alguns autores considerarem outra parede, em endo não se considera);
• Dentes anteriores com 2 canais: 5 paredes (V, L, M, D + assoalho da câmara) e o bordo
incisal. + Ocorre mais em incisivos e caninos inferiores;
• Dentes posteriores com 1 canal: 5 paredes (V, L, M, D + teto da câmara/parede oclusal).
+ prevalência em 3os molares e PM com uma raiz.
• Dentes posteriores com mais de um canal: 6 paredes ( V, L, M, D + parede oclusal +
assoalho da câmara);
Canal Radicular
Sobre o canal radicular vamos falar sobre cada grupo específico de dente (a forma, o
número e também sobre seu terço apical)
➢ Forma dos canais por grupo de dentes:
Terço Apical
• Ao endodontista torna-se imperioso o bom conhecimento da anatomia microscópica
do canal, principalmente da área apical, já que tem interação com a o periodonto.
• Temos dois cones truncados pelas suas bases: um cone maior, que é o canal
dentinário, e o menor, que é o canal cementário. Então temos o chamado e famoso
limite CDC (cemento-dentina-canal), local que une dentina com cemento, sendo o
ponto de maior constrição do terço apical do canal radicular, sendo muito importante,
já que ele é o limite do trabalho do endodontista.
• Junção dos cones: 0,5 a 0,7mm do ápice
o Dentinário: tende a diminuir com a
idade (aumenta deposição de
dentina de forma centrípeta)
o Cementário: tende a aumentar com a
idade (aumenta deposição de
cemento)
• 92% dos forames apicais encontram-se aquém do ápice anatômico. O forame apical,
onde desemboca o canal principal e o feixe vasculo-nervoso principal na maioria das
vezes não coincide com o ápice radiográfico; geralmente sai lateralmente e
chamamos de para-apical. Na maioria das vezes, está deslocado para distal; é
explicado anatomicamente, já que a inervação vem do trigêmeo.
IMPORTÂNCIA
O isolamento absoluto garante que os procedimentos endodônticos sejam realizados de modo asséptico.
No tratamento de canal existem microrganismos que estão dentro do canal radicular e outros na cavidade
oral, exemplo na saliva e o que queremos é que o isolamento seja adequado para que não ocorra o
cruzamento de infecção, evitando a entrada desses microrganismos no canal radicular ou que os do canal
radicular já para a boca do nosso paciente.
O tratamento endodôntico não está relacionado apenas ao canal radicular, mas de tecido ósseo, mucosa
oral, utiliza instrumentos perfuro cortantes pequenos, exemplos limas, agulhas de irrigação, substâncias
químicas. Desta forma, um bom isolamento garante a proteção do paciente, evitando a deglutição de limas
ou o contato da substância com a mucosa. A solução que usamos é o hipoclorito de sódio que caindo na
mucosa, causa ulceras bastantes significativas
HISTÓRICO
O uso do isolamento é bastante antigo, não é recente, em 1863 foi descrito o primeiro isolamento absoluto
usando o dique de borracha.
Primeiro arco em 1890, ou seja já tem muito tempo que o isolamento é conhecido e pouco tempo de
utilização.
VATANGENS
- Manter a cadeia asséptica: não quero microrganismos do canal indo para cavidade oral, nem o contrário.
- Isolamento absoluto garante um campo de trabalho seco e limpo, fundamental para endodontia.
- Isolar só um dente garante que o dente vizinho que tenha uma lesão cariosa, não contamine o dente em
tratamento.
- Fadiga e produtividade: profissionais alegam que leva tempo operatório para isolar. Contudo garante uma
execução melhor durante o tratamento, diminuindo o tempo do tratamento e fadiga do profissional.
DESVANTAGENS
Se não tiver lençol de polietileno no consultório utilizar guardanapo de papel, dobra o guardanapo, corta no
meio fazendo um orifício e sobre o rosto do paciente colocar o papel e posteriormente o lençol de borracha.
INDICAÇÕES
- Tratamento endodontico.
- Reabsorções (?)
- Dentes traumatizados
- Clareamento
COMO FAZER
- O lençol é descartável!!!
- Primeiro analisa se já existe cavidade pela extensão de carie retirando o tecido cariado e depois isola ou o
dente não tem exposição direta da câmara o isolamento é feito antes da abertura do canal.
INSTRUMENTOS
- alicate de ainsworth
- Arco porta-lençol de plástico para poder radiografar sem sobrepor estrutura e autoclavável. O de young
modificado não é o mais indicado, o mais indicado é o dobrável para facilitar a radiografia.
- O lençol de borracha tem diferentes cores e tamanhos. Cuidados com o paciente alérgico. Esticar bastante
o lençol para evitar que ele rasgue na hora do isolamento.
- Grampo fixa o lençol e promove um afastamento gengival. O grampo tem o arco, tem o orifício redondo
que é para colocar o grampo e o orifício mais retangular que é para a sua retirada, tem as asas e aletas.
- Grampos para incisivos e caninos: 210 (superior), 211 (inferior), 212 (dentes pequenos, pouco cíngulo, quase
nenhum remanescente)
- Grampos para pré-molares: 206, 207, 208, 209. Os grampos especiais 00 e 0 que possuem curvatura mais
alta facilitando a visualização e podem ser utilizados também em crianças. Em incisivos inferiores de idosos
com estreitamento do colo também se utiliza esses grampos especiais.
- Grampos para molares: A diferença de tamanho está basicamente na garra. Os 04 pontos podem ser mais
próximos ou afastados, mais rígido ou não. Para molar parcialmente irrupcionado ou pequeno, o grampo 26
(promove afastamento gengival e não tem asa) e tamanho w8A (4 garras evidentes, dentes com bastante
destruição coronária)
- Tira de lixa: passa o fio dental, percebe que algo naquela região pode rasgar o lençol, regulariza com a lixa.
- Sugadores: são distintos, o de plástico para a boca, o específico (metálico) para o campo operatório.
- Tesoura: ameia ou diastema, cortando o lençol para ajustar melhor nessa região cervical e adaptar melhor
o lençol
- Lamina de bisturi: em casos que a retirada de uma pequena parte da gengiva invaginada ou ajudando na
retirada de uma carie subgengival, porém se for aumento de coroa clínica, precisa encaminhar para
periodontia.
- Cureta de dentina: para adaptar o lençol corretamente na cervical retirando o lençol da asa do grampo.
- Super bonder: destruição coronária tão grande que não consegue colocar grampo, então ao redor do
remanescente passa super bonder na gengiva, dente e lençol e adaptamos ali, garantindo o isolamento sem
precisar encaminhar para periodontia.
- Top Dam para completar o isolamento em dentes destruídos ou cimentos provisórios (coltosol) ou resina
acrílica também podem ser utilizadas.
Antes do isolamento preciso realizar a retirada de cálculo e tecido cariado, realizar profilaxia antes.
Passar o fio dental nas proximais dos dentes que irá realizar o tratamento, caso tenha que utilizar a lixa,
utiliza-la antes do isolamento. Excesso de restauração? Utilizar uma broca ou disco. Diastema grande?
Tesoura para cortar um pedaço e adaptar na cervical.
Dentes com prótese fixa: se estiver ok, permanece, caso tenha a necessidade de substituição, retira antes do
tratamento endodôntico iniciar. Se tiver coroa e núcleo remove para o retratamento ANTES do isolamento.
Remove restauração que não esteja bem adaptada.
Se as proximais estiverem muito destruídas seria bom reconstruir as paredes proximais com resina ou CIV
para melhorar a adaptação do isolamento
Se o paciente usa aparelho ortodôntico fixo solicita-se que retire o arco se for em consultório, na faculdade
é com um jeitinho
- Paciente anestesiado
-Vaselina para lubrificar a comissura
- Furo do lençol mais marcado para o centro para evitar que a solução irrigadora escorra pela velocidade da
irrigação não acompanhar o sugamento.
Situações atípicas:
-Ponte fixa: usa cola super bonder nas proximais para vedar e não contaminar com saliva
- Tratamento ortodôntico: lençol não entra na proximal do dente, então sela a região com top dam
- Dente apinhado não coloca grampo, nem dente com fratura. Podendo nestes casos realizar o isolamento
em conjunto.
Conduto
Esmalte Dentina Polpa
radicular
Existe diferença entre conduto radicular e câmara pulpar? Não existe. É uma via única,
pois a câmara pulpar está interligada com o conduto radicular.
Em incisivos e caninos é muito incomum possuir mais de um canal, mas pode acontecer.
Princípios:
1. Planejamento prévio e cuidadoso apoiado na radiografia inicial de diagnóstico.
Avaliar através do RX:
✓ Presença de lesões de cárie ou restaurações – analisar a situação da
coroa do paciente.
✓ Tamanho e localização da câmara pulpar e do canal radicular - analisar se
a mesma está atrésica.
✓ Presença de calcificações na câmara pulpar e no canal radicular -
✓ Número de canais radiculares.
2. Remoção de todo tecido cariado, restaurações ou estruturas dentárias de suporte
– remover tudo que irá interferir no procedimento.
3. Verificar a inclinação e das raízes do arco dentário – tanto radiograficamente
como clinicamente, pois o dente pode estar giro vertido ou fora da posição
habitual. Esse fato irá interferir no local do canal radicular e assim mudar o ponto
de acesso.
4. Realizar a colocação do isolamento absoluto antes que seja iniciado o
procedimento – O dente já deve estar limpo e pronto.
5. Localizar as entradas do canal radicular.
6. Conservação da estrutura dentinária – conservar ao máximo preservar tecido
para evitar que esse dente frature.
7. Avaliação do espaço adequado para o selamento cavitário – analisar se a
cavidade segue os princípios de retenção e resistência. Sempre ver se foi
colocado todo o material no contuto, pois caso contrário, irá ter uma proliferação
bacteriana e perder o trabalho realizado.
8. Alcançar direto e corretamente o acesso ao forame apical ou à curvatura inicial
do canal – Se dará através das limas endodônticas.
9. Eliminação de todo o teto da câmara pulpar – região mais próxima da borda
incisal, acompanha a coroa do dente.
Intrumentos:
✓ Alta rotação
✓ Baixa rotação
✓ Sondas exploradoras – reta e curva
✓ Curetas endodônticas – preferencialmente a com aste mais longa
✓ Brocas: diamantadas – 1011, 1012, 1014; carbides – 2, 3, 4; tronco cônica com ponta
inativa – 3082, 4083.
Etapas:
1. Exposição da câmara pulpar:
✓ Ponto ou área de eleição – Face lingual ou palatina nos dentes anteriores.
✓ Direção de trepanação – Inclinação e posicionamento da broca para acessar
o dente no arco. Analisar a espessura do teto da câmara pulpar e relacionar
seu tamanho com a escolha da broca (através do RX).
2. Remoção do teto da câmara pulpar e das projeções dentinárias:
✓ Forma de contorno – Se dá através da remoção de todo o teto da câmara
pulpar. Deve ser removido para evitar a permanência de micro-organismo e
criar a forma de retenção.
3. Desgastes compensatórios:
✓ Forma de conveniência – analisar a necessidade de pequenos desgastes
para a lima penetrar sem dificuldade.
Ponto ou área de
Direção de Forma de contorno e
eleição e Direção de
trepanação Forma de conveniência
trepanação
Incisivos Incisivos
Caninos
Superiores Inferiores
Sempre pela face Sempre pela face Sempre pela face
palatina com cerca lingual com cerca de palatina com cerca
de 2 a 3 mm acima 2 a 3 mm acima do de 2 a 3 mm acima
Ponto ou área de do cíngulo cíngulo. do cíngulo
eleição (importante (importante
preservar o cíngulo, preservar o cíngulo,
pois servirá de pois servirá de
suporte). suporte).
Posição: ortorradial Posição: ortorradial Posição: ortorradial
Inclinação: broca a Inclinação: broca a Inclinação: broca a
45o da coroa (broca 45o da coroa (broca 45o da coroa (broca
carbide esférica) e carbide esférica) e carbide esférica) e
Direção de posteriormente posteriormente posteriormente
trepanação inclinar levemente inclinar levemente inclinar levemente
em direção ao longo em direção ao longo em direção ao longo
eixo do dente. eixo do dente. eixo do dente.
OBS.: Coroa menor
que a dos IS, dessa
forma a câmara
pulpar será menor.
Triangular (forma da Triangular Forma elíptica,
câmara pulpar (Triângulo mal lanceada (formato
desse dente) com a definido, discreto) da coroa. (utilizar
base voltada para com a base voltada broca tronco cônica
incisal (utilizar broca para incisal (utilizar com ponta inativa
tronco cônica com broca tronco cônica com desgaste no
ponta inativa com com ponta inativa sentido M-D).
Forma de
desgaste no sentido com desgaste no
contorno
M-D). Analisar se sentido M-D).
ainda existe teto na
câmara através da
sonda exploradora
(se houver
resistência ainda
possui teto).
Desgaste do tronco Desgaste do tronco Desgaste do tronco
palatino utilizando a palatino utilizando a palatino utilizando a
broca tronco cônica broca tronco cônica broca tronco cônica
(movimente de (movimente de (movimente de
pincelamento, pincelamento, pincelamento,
sempre puxando sempre puxando sempre puxando
Forma de
para a coroa do para a coroa do para a coroa do
conveniência
dente). Avaliar se dente). Avaliar se dente). Avaliar se
ainda é necessário ainda é necessário ainda é necessário
desgaste através da desgaste através da desgaste através da
lima 10. Preservar lima 10. Preservar lima 10. Preservar
sempre a borda sempre a borda sempre a borda
incisal. incisal. incisal.
OBS.: Os II têm uma maior frequência o aparecimento de duas raízes, sendo estas mais
achatadas no sentido M-D.
Endodontia Laboratório – Aula 05
Acesso Coronário de Pré Molares
Etapas:
1- Exposição da câmara pulpar:
✓ Ponto ou área de eleição (Local para penetrar e fazer o acesso a câmara
pulpar):
Sulco central como base. Paralela ao longo eixo do dente
✓ Direção de trepanação ( Inclinação da broca para o acesso coronário)
Paralela ao eixo do dente. Analisar a espessura do teto da câmara pulpar e
relacionar seu tamanho com a escolha da broca (através do RX).
2- Remoção do teto da câmara pulpar e das projeções dentinárias:
✓ Forma de contorno (Forma que a câmara pulpar vai ter ao final do preparo e
toda da remoção do teto)
Se dá através da remoção de todo o teto da câmara pulpar. Deve ser
removido para evitar a permanência de micro-organismo e criar a forma de
retenção.
3- Desgastes compensatórios:
✓ Forma de conveniência (A Forma que vai dar depois de um desgaste
compensatório para que seja conveniente quando penetrar a lima)
Analisar a necessidade de pequenos desgastes para a lima penetrar sem
dificuldade.
OBS:
✓ A cavidade pulpar tem mais volume no sentido Vestibulo- palatino.
✓ Achatamento da raiz no sentido mesio distal principalmente nos PMs
Superiores.
✓ Muito importante não desgastar o soalho
✓ Dentina do teto é mais amarelada. A dentina do soalho é mais acizentada.
✓ Sempre bom ter uma lima do lado para conferir se já acessou a canal
✓ Istmos : Região estreita que vai interligar 2 canais.
Dente molar: possui a câmara pulpar e os canais radiculares. Pode haver variação em
todos os dentes! Atenção (!): o ponto de referência para acesso dos molares são as
cúspides (nos incisivos e caninos são as bordas incisais). Devemos atentar que
diferente dos anteriores, nos dentes posteriores durante o acesso ano temos a sensação
de cair no vazio pois os canais são mais constritos. Molares tem 6 paredes: V, L, M, D,
teto e soalho. Geralmente encontraremos mais de um canal em molares, mas existe
também a possibilidade de encontrarmos apenas um canal, principalmente nos terceiros
molares. NADA É ABSOLUTO NA ENDODONTIA.
É importante atentar para anatomia externa do dente, sempre que houver uma coroa
muito robustas, desconfiar de múltiplos canais ou de alguma variação anatômica.
Localização dos condutos:
MS: canal palatino – cúspide MP
Canal MV – cúspide MV
Canal DV – sulco vestíbulo oclusal
*Canal MP – entre o mesiovestibular e o palatino. É orifício de entrada logo abaixo
da cúspide MV.
Resumo do acesso: Ponto de eleição é mesial a ponte de esmalte, no sulco central -
Trepanar em direção ao canal palatino, confirmar com a sonda a entrada do canal -
Trocar pela broca tronco cônica de ponta inativa - Desgastar dando o formato triangular
e usando sempre a sonda para verificar a presença do teto ou não (na presença do teto
precisa desgastar mais).
Não há muita diferença entre os molares superiores, o que muda entre eles é a maior
ou menor incidência dos canais.
MI: canal MV: abaixo da cúspide MV
Canal ML: abaixo da cúspide ML
Canal D: partindo da fosse central, 2 mm para distal
Resumo do acesso: isolar – ponto de eleição no sulco central e iniciar o acesso –
trepanação paralela voltada para a distal – conferir com a sonda o início da câmara
pulpar – trocar a broca (pode fazer movimentos de pincelamento antes de trocar a broca)
– proporcionar o formato triangular e desgastar até ter visão dos canais.
ODONTOMETRIA
Tem o objetivo de descobrir o comprimento do dente, conseguindo estabelecer o limite que vamos
instrumentar o preparo endodôntico, além do comprimento que será realizado a obturação do canal.
Sendo assim, a odontometria é uma etapa de fundamental importância para estabelecer o limite de
instrumentação e de obturação.
O endodontista trabalha dentro do canal radicular, que é dividido em canal dentinário e canal
cementário possuindo como limite a linha CDC, possuindo uma zona de maior constrição do canal,
chamada de constrição apical.
O canal cementário é revestido por cemento, sendo que a base maior dele é voltada pro forame.
No interior desse canal possui um tecido proveniente do ligamento periodontal chamado de COTO
PULPAR ou COTO ENDO-PERIODONTAL. Esse coto é formado por tecido conjuntivo maduro que
é rico em cementoblastos e em fibras. Os estudos histológicos em cães mostram que em dentes
que possuem a polpa viva quando é feita a preservação dessa estrutura, encontra-se uma resposta
melhor de reparo. Já em caso de polpa necrosada ou retratamento, não existe a mesma resposta,
pois o tecido não existe de forma saudável. Em casos de polpa viva, onde é retirado o coto pulpar,
alguns autores consideram que o processo de reparo demore um pouco mais.
Assim é importante conhecer a anatomia do periápice para estabelecer o comprimento de trabalho
no intuito de preservar a vitalidade dos tecidos periapicais, para que não ocorra nenhuma injúria
nos tecidos adjacentes ao dente. Além disso, com o conhecimento da anatomia periapical, sabe-se
que o forame apical na maioria das vezes não coincide com o ápice anatômico do dente.
Estudos recentes demonstram que o limite CDC e a constrição apical, eles não coincidem. Eles não
estão no mesmo lugar. O que eles mostram é que esse limite CDC está mais para apical em relação
a constrição apical. Demonstrando que essa constrição se encontrava à 1,2mm aquém do ápice
anatômico e o limite CDC à 0,3mm. Existem diversos estudos que mostram que existe uma
variabilidade muito grande, estando o limite CDC de 0,3mm, aquém do ápice, até 3mm. Desta
forma, por conta dessa variabilidade, estudos avaliaram qual o índice de sucesso do tratamento
endodôntico para definir um padrão de comprimento de trabalho, que varia de 0,5mm a 2mm aquém
do ápice. Alguns ainda definem um padrão de 0,5 a 1mm para dentes necrosados e de 1 a 2mm
para o caso de dentes com a polpa viva. Portanto, utilizaremos uma média, subtraindo 1mm do
comprimento do dente para definir o comprimento de trabalho para dentes com a polpa viva,
enquanto que para dentes com a polpa necrosada, utilizamos uma técnica chamada de “latência?”
ou debridamento periapical, onde o instrumento passará além do comprimento do dente para
desorganizar aquele biofilme.
Existem diferentes técnicas para definir o comprimento do dente. Temos a técnica sinestésica,
técnicas radiográficas e as técnicas eletrônicas. Pra todas elas elegemos um ponto de referência.
Em casos de incisivos, vai ser o centro da borda incisal. Em caso de caninos, pré-molares e molares,
vai ser a cúspide desse dente. Assim, no caso de um pré-molar, com dois canais, a cúspide
vestibular serve de referência para o canal vestibular, enquanto a palatina, servirá pro canal
palatino. A técnica sinestésica, que não faremos na nossa clínica, é baseada na inserção de uma
lima no canal, até o paciente gritar “ai”. Com isso, você entenderia que chegou no forame apical,
definindo o comprimento do dente, que será demarcado com um stop de borracha e posteriormente
medido “com a minha reguinha”. Ou seja, se você encontra 20mm de comprimento do dente e foi
visto que o comprimento de trabalho é igual ao comprimento do dente menos um, o CT do dente
seria de 19mm.
A técnica utilizada por nós será a técnica radiográfica, possuindo vantagens de facilidade de
execução, custo acessível e quando colocamos o instrumento no canal para realizá-la, podemos
ver a anatomia do canal. Inicia-se com a radiografia de DIAGNÓSTICO para iniciar nossa
odontometria, sendo ideal utilizar a técnica do paralelismo, na posição ortoradial, devendo ser
centralizado o dente objeto no filme radiográfico, sendo importante a técnica de processamento. O
isolamento é feito como primeira etapa, acesso e depois a odontometria. “Vou fazer uma
perguntinha pra vocês. Se caso eu faça uma radiografia perfeita, e depois meça e dê 21mm, eu
posso afirmar que meu dente possui 21mm? NÃO!” A angulação vertical pode alongar ou encurtar
uma radiografia normalmente. Além disso, temos a curvatura do canal, onde a radiografia mostra
uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional. Ou seja, não é só medir o comprimento
do dente na radiografia para ter o comprimento real do dente. Utilizamos o método de Ingle ( “o
método de bregman é bom vocês darem uma lidinha pois ainda cai em prova de concurso, mas não
é cobrado aqui na disciplina” ). Para isso vamos precisar de uma bandeja, 2 réguas metálicas (uma
para radiografia e outra pra medir a lima), se quiser lupa, limas “K”, os stops e filme pvc.
→ CT – Comprimento de Trabalho
EX: Após uma radiográfia de diagnóstico, encontramos 23mm de CAD, então com uma régua
estéril, marcamos o CP na lima, que no caso seria 20mm. Assim, o stop deve ser marcado no ponto
de referência para inserção da lima no canal, sendo que a lima deve ser escolhida de forma que
fica justa nesse CP. Realizamos outra radiografia pela técnica da bissetriz com a lima dentro do
canal. Através disso vamos descobrir o CRD, pois veremos o quanto que a lima penetrou no canal
e ainda veremos uma sobra entre a ponta da lima e o meu ápice radiográfico. Então o CRD será
quando somo o quanto a lima penetrou no canal mais o quanto sobrou para chegar ao ápice,
entretanto, se a lima passar o ápice do dente, calculamos a diferença de quanto a lima passou do
canal, até o ápice. Sendo assim, se eu tenho o CRD e subtraio 1mm, terei meu CT.
A técnica possui como limitações o fato da radiografia ser bidimensional, interposição de estruturas
anatômicas. Para dentes com muita sobreposição de estrutura, a ideia é que sejam realizadas mais
radiografias com diferentes angulações, vertical ou horizontal, como as técnicas de Clark ou de
Lemaster (Estudem elas). Para pré-molares superiores geralmente realizamos uma técnica
mesilradial. Em caso de molares superiores, podemos fazer uma radiografia ortoradial
normalmente, porém se existir um quarto canal optamos por uma radiografia distoradial. Molares
inferiores também distoradial.
Podemos identificar se uma radiografia é mesioradial ou distoradial pela asa do grampo ou pela
nitidez do contorno radicular. A asa do grampo voltada pra palatina, sempre está mais para apical.
Como tudo que está por palatino acompanha o movimento realizado, disto ou mesilradial, para onde
a asa do grampo mais para apical for, foi realizado o movimento. E em relação a nitidez, para onde
o movimento vai, a imagem fica mais nítida. (técnica de clark)
Na técnica de lemaster colocamos um rolete de algodão entre o filme e o dente para poder diminuir
a angulação vertical.
Em caso de risogênese incompleta, nós temos o comprimento do dente menor e usamos limas mais
espessas. Em caso de fratura pode ser realizada até a fratura ou do canal todo.
Técnica eletrônica
O tratamento endodôntico ele depende de algumas etapas que é o diagnóstico correto, o preparo deste
canal radicular que é o pqm que a gente vai executar e a obturação para que a gente obtenha o sucesso
deste tratamento. A gente vai lidar durante esse preparo de um sistema de um complexo, então os dentes
tem ramificações, deltas apicais, canais colaterais que fazem com que esse sistema seja complexo e são
esses condutos esses canais principais com curvaturas que a gente vai ter que preparar com os nossos
instrumentos. Durante esse preparo a gente tem que desenvolver no interior destes canais uma forma,
uma modelagem, uma formatação para este canal e essa forma é uma forma cônica continua em direção
ao ápice forame apical. A gente deve manter o canal estreito não alargar muito o forame apical para
conseguir uma área de retenção do material obturador de forma que possa condensar esse material e não
extravasar na região periapical, realizar um preparo tridimensional deste canal radicular, não transformar o
forame periapical mantendo ele pequeno e prático de forma que consiga limpa-lo (limpar, mas não alargar
com muita intensidade) e isso é feito com os instrumentos endodônticos.
Esses instrumentos eles foram criados em 1838 por “mainard” surgiu ali então primeiro instrumento
endodôntico, ele era feito com corda de relógio em 58 (eagle e levi não achei os nomes na net pra
confirmar) padronizaram os instrumentos e em 76 veio especificações balanceadas sobre os instrumentos.
Os instrumentos são classificados de acordo com grupos: o grupo 1 tem instrumentos para preparar
conductos de modo manual, grupo 2 semelhantes ao grupo anterior, porém com mandrio para ser usados a
motor além do instrumento que chama lentulo pra ajudar a obturar o seu canal o grupo 3 também são
acionados a motor como algumas brocas e o grupo 4 são instrumentos para obturação e cone de papel.
Nessa padronização dos instrumentos eles são classificados em série em número eles tem um diâmetro de
seção transversal (tem um diâmetro para cada milímetro a partir da ponta) e tem um desenho nessa seção
transversal por exemplo se você pegar o instrumental e cortar no meio vai ver que tem um desenho tem
também conicidade que é chamado de TAPER possuem ainda uma cor de cabo específica cada um tem
comprimentos e tem comprimentos da parte ativa (todos esses são os parâmetros para a padronização).
O primeiro instrumento uma lima de calibre número 35 tem um cabo verde que é de cor variável a outra
parte é a intermediária que é lisa e tem a parte ativa, nessa lima possui um cursor que se movimenta para
medir a altura de trabalho desejada. A parte ativa da lima durante a nossa graduação terá um tamanho fixo
que é de 16 mm de comprimento possuem lâminas cortantes que vão raspar as paredes do canal e a parte
intermediária é variável.
Pelo fato de ter uma parte intermediária variável as limas possuem diferentes tamanhos que vão desde 21
mm (muito usado na pediatria) 25 mm e 31 mm.
O metal que compõe as limas é o aço inoxidável e as limas são fabricados de duas maneiras por torção ou
por usinagem, os do tipo K são fabricados por torção, e tanto o K quando o Headestroem são fabricados
por usinagem. Na fabricação por torção ou método indireto onde um fio cônico de forma circular,
triangular, quandrugular ou losangular onde uma máquina torce esse fio dando as características da lima; o
outro método de fabricação é por usinagem as limas H ou headestroem nessa forma a gente parte de um
fio cilíndrico com conicidade e uma lâmina vai cortar esse fio dando dando a forma desejada do
instrumental. Pelo fato de já ser torcido a lâminas fabricadas por torção tem menos chance de fraturar
quando houver uma torção do que as lâminas fabricadas por usinagem que não tem essa resistência devia
a sua forma de fabricação( headstroem é melhor ser usado quando o canal já está mais alargado).
As limas tipo K tem seção transversal quadrangular(com algumas exceções) o ângulo de corte é de 90 graus
pelo fato de ser quadrangular tem mais resistência a fratura do que é os triangulares por exemplo pelo fato
de possuir uma maior área, porém a triangular( FLexofile) é mais flexível possui um ângulo de corte de 60
graus ou seja corta mais. Existe a lima K-FLEX que tem formato losangular e tem um ângulo de corte de 80
graus por fim as limas headstroem que tem um ângulo de corte de 42 graus nesta lima é muita boa para
limpeza das paredes pelo seu ângulo de corte e existem algumas técnicas utilizadas na sua aplicação
principalmente em molares e o formato dela é de “virgula” que é observado na sua seção transversal.
Outra informações sobre os instrumentais é sobre os diâmetros da ponta ativa que varia desde D0 que é a
ponta da lima até D16 que está em direção ao cabo, esses diâmetros vão diminuindo em direção a ponta,
além disto os instrumentais de acordo com o padrão isso são variáveis em cores(rosa, cinza e lilás são as
séries especiais e o resto é branco,amarelo, vermelho, azul, verde, preto) e numeração que vai desde o 06
até o 140 e são divididos por série onde os números 06, 08 e 10 são a série especial (são os mais finos),
15,20,25,30,35,40 são a primeira série 45,50,55,60,70,80 são a segunda série e 90,100,110,120,130 e 140
são a terceira série.
0 diametro de ponta o D0 é determinado pelo número da lima divido por 100, por exemplo uma lima 15
seu D0 é 0,15 centésimo de milímetro. Na série especial a variação de uma lima para outro é de 0,02 (06-
08-10) em diâmetro, o próximo aumento é de 0,05( 15-20-25-30-35-40-45-50-55) que neste tipo de
classificação é a primeira série e por fim na segunda série que aumenta 0,1 (60-70-80-90-100-110-120-130-
140).
Na caixa de lima tipo k-padrao ou K-Flexofile existe um quadrado desenhado que é a caracterização
universal de lima dentária e a Headstroem caracterizada por um círculo. No cabo da lima tipo k-padrão ela
é representada por um quadrado vazado a Headstroem no cabo é um círculo e a K-flexfile é um quadrado
preenchido.
A conicidade ou TAPER que é uma das classificações dos instrumentais neste sentido quer dizer que o
diâmetro do D0 até o D16 vai aumentando ou seja aumenta do TAPER, de acordo com o padrão ISO esses
instrumentos tem uma conicidade fixa tanto os tipo K quanto Headstroem de 0,02 mm a cada milímetro da
ponta também chamando de TAPER.02 ou seja se tem uma variação de conicidade nestes instrumentos de
0,02 centésimos de milímetros a medida que caminha um milímetro a partir da ponta, por exemplo uma
lima 10 que tem o D0 0,1 no D1 vai ter 0,12 e assim sucessivamente sempre somando 0,02 até o D16 ou
seja no D16 vai ter o,42 mm que é o diâmetro da ponta 0,1 mais o aumento da conicidade que é 0,02 a
cada D que vai aumentando.
OBS o comprimento da ponta ativa é sempre 16 mm e a conicidade é sempre 0,02 que aumenta.
• Lima K
- Cateterismo ou exploração inicial; Limagem; Alargamento; Rotação Alternada;
Alargamento e limagem ao mesmo tempo.
-São seguras para o movimento de rotação devido a fabricação por movimento de torção, a
Hedstrom não resiste muito a torção e pode fraturar.
-Haste quadrangular possui maior quantidade de metal que dá maior capacidade de avanço
no interior dos canais.
-Requer ¼ de para completar uma volta, de 15º em 15°. Arrasta a lima do 12:00 ao 12:15,
recua, no novo avanço o ponto inicial já
será o 12:15 até 12:30.
• Rotação Alternada
- Movimento de rotação de 45º no sentido dos ponteiros do relógio e no sentido contrário,
com força apical suave, giro para ser feito aos poucos, vai de 15 em 15° também, em
movimento de penetração de condutos atresiados ou em retratamentos.
• Tipo K-Flexofile
-Diâmetro obtido com limas de haste triangular e quadrangular é o mesmo, mas a triangular
possui menor área.
- Haste triangular, movimento feito com rotação de 1/3 (120º) para completar o círculo de
corte nas paredes do canal.
• Limas Hedstrom
-Têm elevada capacidade de corte, ponta lisa não cortante,movimento de limagem e
raspagem contra as paredes.
-Suas ranhuras permitem a captura de quase tudo que está dentro do canal.
-Úteis nos retratamentos, remoção de limas fraturadas, bolinhas de algodão, cones de prata
(material antigo de obturação).
-Usada para canais mais retos de preferência (pois nos curvos há riscos de fratura) e parte
reta de canais curvos, mas não na curvatura devido a sua fabricação por usinagem.
Definição:
São soluções empregadas no preparo dos canais radiculares como auxiliar da instrumentação, como
solução irrigante e como agente antimicrobiano.
Cavidade Bucal
→Existem cerca de 700 espécies de microorganismos detectados na cavidade oral
→ Aproximadamente 500 espécies bacterianas no canal radicular
→ 20-50 espécies mais prevalentes
Além disso há as variações anatômicas, resultando em regiões de difícil acesso e limpeza. Como os canais
acessórios, laterais, colaterais e deltas apicais
Obs: Nas paredes do dente há túbulos dentinários, e as bactérias penetram nos túbulos dentinários
causando infiltração. O Biofilme intraradicular é o grande grande problema na endodontia, pois não
conseguimos realizar a descontaminação desses canais.
Consiste em:
1. Modelagem e Ampliação
- A modelagem é realizada através da ampliação para uso utiliza-se a ação mecânica dos instrumentos.
+
2. Limpeza
- Ação mecânica dos instrumentos
- Ação química das substâncias Químicas Auxiliares
- Ação mecânica da irrigação e aspiração
São soluções empregadas no preparo dos canais canais radiculares como auxiliares da instrumentação.
Nomenclatura:
Soluções Irrigadoras
Propriedades Físicas:
- Irrigação-Aspiração
- Viscosidade
- Tensão superficial
- Refluxo do líquido
Nem todas as soluções irrigadoras são substâncias químicas auxiliares, existem soluções irrigadoras que
não são dotadas de propriedades químicas.
Nem todas as substâncias químicas auxiliares são soluções irrigadoras, existem substâncias químicas que
não são dotadas de propriedades físicas.
Objetivos:
- Eliminar restos pulpares, sangue, raspas de dentina e restos necrosados (todo o processo de
instrumentação e preparo desses canais vão produzir raspas de dentina, o que é um grande problema se
não for tratado de forma adequada)
- Diminuir a microbiota bacteriana que esta presente dentro dos canais
- Umedecer ou lubrificar as paredes dentinárias (produz um efeito de umectação)
- Remover a Smear Layer ( Lâmina formada tanto pela instrumentação quanto pela presença de substâncias
químicas)
- Suspensão de detritos
Propriedades importantes:
3. Lubrificação
4. Baixa viscosidade
6. Ação Quelante
7. Biocompatibilidade
Não existe uma substância que possua todas essas propriedades juntas!
Instrumentação por se só já reduz cerca de 53,3% da microbiota no interior dos canais radiculares
Instrumentação + Soluções irrigadoras o índice aumenta para 80%
Obs: O grande problema da endodontia é o fato de que não se consegue eliminar 100% desses
microorganismos. Como se tem sucesso então? Acredita-se que a obturação isola esses M.O, privando-os
de nutrientes. Tanto que, após muito tempo (20...30 anos) o insucesso dos tratamentos é esperado.
3. LUBRIFICAÇÃO:
Quanto menor força de atrito, consequentemente menor contato físico dos instrumentos com as paredes
dos canais radiculares, maior o tempo de vida útil dos instrumentos.
Obs. Quando usa o lubrificante, aumenta o tempo de vida útil dos instrumentos, principalmente em canais
atrésicos, pois facilita o deslizamento do instrumento no canal radicular.
4. SUSPENSÃO DE DETRITOS
Manutenção dos detritos orgânicos (tecido pulpar e bactérias) e inorgânicos (cristais de hidroxiapatita -
dentina) em suspensão impedindo sua sedimentação
- Obstrução do canal → Iatrogenias
- Extrusão de detritos (detrito empurrado para a região periapical, o paciente aparece com dor, abscesso,
edema)
Ao utilizar uma substancia irrigadora, mantém os detritos de dentina em suspensão, tem que remover as
raspas de dentina para não entulhar na região apical, se acumular as raspas pode perder ou desviar o canal.
Então sempre irrigar, inundar e aspirar o canal.
5. BIOCOMPATIBILIDADE
- Deve ser biocompatível porque pode entrar em contato com os tecidos periapicais.
- Um grande problema é encontrar uma substância que tenha Compatibilidade biológica e Atividade
antimicrobiana
- Toxicidade - Varia de acordo com: Tempo de contato
Área de contato
Irritação transitória
Deve ser compatível com os tecidos, não pode ser tóxico para os tecidos.
Obs. O hipoclorito não é biocompatível.
Vantagem da endodontia: Trabalha dentro do canal radicular, ao redor desse dente tem parede de dentina,
ou seja, não há tecido vivo.
Problema ao usar hipoclorito: Extravasamento, contato com tecido mole.
Ainda não existe uma solução antimicrobiana e 100% biocompatível
6. ATIVIDADE QUELANTE
Uma substância que tem atividade quelante vai remover íons cálcio por meio de quelação
Quelação de íons Cálcio:
Uma ligação da substância orgânica com os íons cálcio para remover o tecido que está presente.
A smear layer deve ser removida, justamente por apresentar não só tecido dentinário, como também
tecido bacteriano, tanto da luz do canal quanto do interior de túbulos dentinários.
Ao usar a solução quelante, ela vai se ligar aos íons cálcio presentes na lama dentinária e removê-la. Dessa
forma se obtém uma superfície de túbulos dentinários abertos (importante para a ação de medicação
intracanal e obturação dos sistemas de canais radiculares, fazendo com que haja um melhor selamento)
7. VISCOSIDADE
A viscosidade nada mais é do que a capacidade de escoamento da substância no interior os canais
radiculares
Irrigação-Aspiração:
Quanto menor a viscosidade, maior a penetração → Maior a probabilidade de penetração em regiões de
variação anatômica.
Um líquido é muito mais provável que penetre no canal radicular do que um gel. Quando se utiliza uma
substância em gel (ex: clorexidina gel - propriedade antimicrobiana), normalmente se associa ao soro
fisiológico (solução irrigadora - lubrificação).
8. TENSÃO SUPERFICIAL
Forças de atração entre moléculas de superfície são maiores que as do interior do líquido
Irrigação-Aspiração:
Tensão Superficial
- Quanto maior a temperatura menor a tensão
- Tipo de superfície
- Agentes tensoativos (agentes que tem atividade sobre a tensão superficial, ou seja, diminuem a tensão
superficial de uma substância para que o líquido)
Compostos Halogenados
1. Hipoclorito de Sódio
2. Clorexidina
o HIPOCLORITO DE SÓDIO:
- Foi introduzida primeiramente para a limpeza de feridas na Primeira Guerra Mundial a 0,5% em 1915
- Utilizado primeiramente na endodontia como soda clorada em 1936
- Preparo químico-mecânico foi difundida em 1943
Obs. Solução de Dakin (0,5%), Solução de Milton (1%- bastante utilizado na pediatria), Solução de
Labarraque (2,5%- bastante utilizada), Soda clorada (4-6%) e a água sanitaria são os mais utilizados em
endodontia.
Propriedades:
- Antimicrobiana
- Solvente de matéria orgânica
- Desodorizante
- Clareadora
- Lubrificante Obs. pH alcalino (11-11,5)
- Baixa tensão superficial
- Detergente
Obs: A solução atualmente mais completa para realizar a limpeza dos canais radiculares. Quando o paciente
apresenta um dente que quando acessado sente mal cheiro, o hipoclorito já minimiza.
Como funciona:
O hipoclorito de sódio só vai atuar se estiver em solução aquosa, se estiver associado a água. Quando ele se
associa a agua vai produzir hidróxido de sódio e ácido hipocloroso (essas duas substâncias produzidas são
importantes para atuar como agente solvente e efeito antimicrobiano).
O ácido hipocloroso vai atuar tanto como solvente quanto efeito antimicrobiano
O efeito antimicrobiano vai ser dado principalmente pelo ácido hipocloroso mas também pelos íons de
cloro ativos que estão presentes.
O hidróxido de sódio vai dar a toxicidade ao hipoclorito de sódio, mas também possui ação solvente. A
toxicidade do hipoclorito de sódio depende da quantidade hidróxido de sódio presente na solução
(concentração de no máximo 0,4%), quanto mais concentrado maior a toxidade.
Funciona melhor em ambientes ácidos, porque em ambientes básicos o ácido hipocloroso vai se ionizar e
sua melhor ação antimicrobiana é proporcionada por sua forma não ionizada.
Atividade Solvente:
NaOh - Ácidos Graxos (óleos e gorduras presentes no tecido pulpar necrosado) → Sais de ácido graxo
(sabão) e glicerol (álcool)
Aminoácidos das proteínas → Sal e água
Atividade Antimicrobiana:
Quanto menor o pH, maior a ação do HOCL → Maior a atividade antimicrobiana
- Inibição enzimática
- Formação de cloraminas
- Oxidação de grupos sufidrila
- Oxidação de grupos amina
- Danos ao DNA
Desodorizante:
Ação Indireta:
- Atividade letal sobre microorganismos
Desvantagens:
- Instabilidade química → Decréscimos de concentração (principalmente se não for armazenado de forma
correta, deve ser armazenado em frasco fechado e escuro, sempre que puder colocar em ambiente
refrigerado para manter as propriedades do hipoclorito)
- Corrosivo
- Irritante para pele e mucosa → Dor e ardência
- Forte odor
- Descora tecidos
- Remove carbono da borracha (causa furos na borracha do isolamento)
- Não inativa LPS
- Toxidade
Acidentes:
a. Extravasamento via Forame apical
b. Injeção Ocular (“não vai injetar no olho do paciente, né moço?!”)
c. Deglutição de NaOCl (quando não faz isolamento adequado)
d. Manchamento da roupa do paciente
e. Úcera
Injeção Ocular
- Paciente de 24 anos
- Respingo de NaOCl 3,5%
- Dor, vermelhidão na córnea, sensação de queimação, pressão intraocular, visão turva
Conduta:
- Emergência oftalmológica imediata
- Lavagem abundante com soro
- Prescrição de antiinflamatórios
- Medicação tópica específica
- 8 dias → Úlcera córnea
- 4 semanas → Visão restaurada
- Medicação tópica por 3 meses
- Controle a cada 6 meses
Deglutição
- Paciente relata um gosto ruim na cavidade oral
- Lava a boca do paciente com bastante água
- Orientar o paciente a ingerir no mínimo 3 copos de água
1. VANTAGEM
• Substantividade: Ligações à hidroxiapatita do esmalte ou dentina (adesão à
parede de esmalte ou dentina, agindo por um tempo prolongado). A solução
0,12% permanece agindo por 24 horas e a de 2% geralmente permanece
agindo por 72 horas. E ainda existem estudos que afirmam que ela continua
agindo no período de 7 dias.
• Antimicrobiana: Pode ocorrer tanto em baixas concentrações (ação
bacteriostática – inibir o metabolismo bacteriano/Liberação de moléculas de
baixo peso molecular), como em altas concentrações (ação bactericida – mata
a bactéria/Liberação de moléculas de alto peso molecular)
• Maior capacidade de inibir que o biofilme venha aderir na parede de dentina:
Se a substância for usada antes, evita que o micro-organismo consiga aderir
e forma biofilme. Porém para o tratamento de canal essa função não é
justificável (casos de polpas necrosadas), pois o biofilme já está instalado.
QUELANTES
✓ Substâncias utilizadas para remover a Smear Layer: Vai aderir a camada de Smear
Layer, se liga com os íons cálcio e vai removendo a substância.
✓ Irá se aderir à parte inorgânica da Smear Layer – formado pelas raspas de dentina.
ASSOCIAÇÕES:
MTAD
• Solução de tetraciclina isomêrica, ácido cítrico e detergente catiônico (cetarolan)
Mais eficaz em remover o smear layer quando associada ao hipoclorido de sódio.
• Não oblitera os túbulos dentinários.
QMIXTH
• EDTA + clorexidina + detergente – associada para que uma substância seja capaz
de melhorar a outra.
• Remove a smear layer, mata as bactérias, não se associa ao hipoclorito.
• Superior à ação do EDTA.
• Extremamente caro.
✓ Existem outras soluções que já foram utilizadas ou que ainda são preconizadas em
algumas escolas: peróxido de hidrogênio, água destilada em soro fisiológico
(utilizados em associação com a clorexidina em gel), água de cal.
AGENTES TENSOATIVOS - DETERGENTES
✓ Tem por função diminuir a tensão superficial de dissolução, dessa forma irá favorecer
a entrada das soluções nos túbulos, além de favorecer a movimentação
da dentina. Ex.: Tegitol
✓ Possuem uma cabeça hidrofílica (irá reagir com a água) e uma
cauda hidrofóbica (não possui afinidade com a água).
✓ Na clínica usamos mais o TEGITOL.
✓ Tem por função a irrigação final, removendo todo o resto de
material orgânico e inorgânico de dentro do canal (sempre agitando com a lima).
✓ Tem que sempre estar irrigada (3-5 mL a cada troca de instrumento), pois caso
contrário a lima irá trabalhar no seco não tendo a maleabilidade no local, acumulando
detritos na região periapical.
✓ Sempre movimentando o instrumento em movimentos de vai e vem.
✓ Sempre a câmara pulpar deve estar inundada
✓ Nunca travar a agulha no canal radicular, isso poderá causar um acidente.
✓ Sempre utilizar materiais estéreis.
✓ Utilizar seringas de 5 mL e rosqueáveis.
✓ Na FOUFBA as substâncias utilizadas são: polpa viva – hipoclorito de sódio (solução
de Milton), polpa morta – concentração maior de hipoclorito. Irrigação final com o
detergente (tegitol e EDTA).
✓ Já existem aparelhos que auxiliam no processo de limpeza do canal: aparelhos
ultrassônicos, laser, terapias alternativas, aparelhos que funcionam com pressão
negativa, sistemas rotatórios. Todos aumentam a eficiência de limpeza do canal.
Preparo Químico-Mecânico (PQM) dos Canais Radiculares – Aula 12 (Lorran)
Então, dando sequência, não sei se vocês já perceberam, aqui em endo lab a gente
fala as etapas aqui na teórica e parte para a prática, para que vocês vão aprendendo.
Depois que vocês chegarem lá na endo clínica, vocês já vão saber todas as etapas. Então
vocês já conheceram um pouco da anatomia interna; viram a primeira etapa, o acesso
coronário, que nada mais é do que fazer uma cavidade na coroa até atingir a câmara pulpar.
Depois vocês viram a etapa da odontometria, onde a gente determina até onde a gente vai
trabalhar; e agora a gente vai partir para o preparo químico-mecânico dos canais
radiculares, que é a etapa onde vamos instrumentar e limpar esses canais radiculares.
• O debridamento (limpar, esvaziar os sistemas de canais) adequado do sistema é
essencial como pré-requisito. Isso porque essa cavidade esta ou inflamada ou elas esta
necrosada, e a gente precisa limpar tudo isso para então selar, obturar.
Conceito de PQM
Objetivo:
1. Biológicos:
• Princípios relacionados à limpeza e ao respeito à biologia, seja pulpar ou periapical.
1) Limitar toda instrumentação ao interior do canal radicular
o Então, relembrando aqui a aula de anatomia e de odontometria, vocês viram que a
gente tem que estabelecer um comprimento de trabalho ideal, que a gente não pode
passar desse comprimento, trabalhando apenas no canal dentinário (limite CDC).
2) Evitar empurrar restos contaminados além do forame
o Se você insere o instrumento de vez, sem fazer a limpeza e irrigação adequada,
esses restos vão sair de forma brusca no periapice, podendo acarretar em edema e
dor ao paciente. Por isso a gente deve fazer a limpeza com irrigação; para isso,
temos que fazer o esvaziamento gradual, que chamamos de penetração
desinfetante, onde a gente vai penetrando de 1 em 1mm, inundando a câmara pulpar
e canal radicular com a substância química auxiliar, e ao invés da gente chegar
diretamente no CT, a gente vai limpando aos poucos, partindo da coroa, passando
pelos terços cervical e médio, até chegar ao apical.
Obs: quando se tem uma polpa viva – não tem infecção - a gente pode levar nossa
lima diretamente ao CT e remover toda a polpa, e então instrumentar. Mas quando
a polpa está necrosada – cheia de bactérias - a gente tem obrigação de fazer essa
penetração desinfetante.
3) Eliminar todos os irritantes potenciais do interior do sistema de canais
o Você estará removendo bactérias, todos os restos necrosados, toxinas que podem
estar ali. Então a gente tem que fazer o que? Irrigar e aspirar bastante (agitar) e
instrumentar bastante, para remover todos detritos que estão na luz do canal e
aderidos à sua parede.
o “A limpeza do canal radicular dependo do tipo de instrumento e da técnica de preparo
empregada, do efeito limpador da substância irrigadora e principalmente da anatomia
do dente”.
É claro que um canal reto e amplo vai ser muito mais fácil de limpar/debridar do
que um canal curvo e/ou atrésico. Até para a substância química chagar lá no
terço apical curvo ou bem atrésico é muito mais difícil.
4) Estabeler a odontometria exata, limpar e modelar completamente o sistema de canais
durante a 1ª sessão terapêutica
o É nosso objetivo; mas como vocês estão começando, provavelmente não consigam
fazer tudo isso em uma só sessão. Alguns malmente conseguem fazer a radiografia
inicial.
5) Alargar suficientemente o terço coronário do canal
o Promovendo uma maior limpeza do canal radicular; se a gente alarga o terço
cervical, consegue penetrar mais a agulha irrigadora, levando, consequentemente,
mais substância química auxiliar, promovendo maior limpeza. Observe que vocês
sempre vão irrigar com a seringa mais fina e aspirar com a mais calibrosa, porque a
que irriga precisa descer mais e a que aspira precisa aspirar melhor.
ATENÇÃO: preparar lima no canal seco é proibido. Sempre faz irrigação prévia, e
depois introduz a lima, porque se você tem um canal seco e coloca a lima pode ocorrer
três problemas: 1) você pode entulhar com raspas de dentina a área próxima ao forame
apical e posteriormente não conseguir retirar; 2) extravasar para o periapice raspas de
dentina; e 3) fratura dos instrumentos, porque ele vai está dentro de um canal mais
apertado/sem lubrificação, forçando mais nas paredes de dentina.
2. Mecânicos:
• Respeito à formatação, modelagem do canal.
1) Preparar uma matriz apical (batente apical) de dentina nas proximidades do limite CDC
o Função: na hora em que for inserir o material do obturador, tem um tipo de stop
(degrau), onde o material não vai extravasar para o periapice.
2) Dar uma forma afunilada em direção apical
a) os canais sempre devem ser dilatados, mesmo quando inicialmente amplos –
removendo todo o tecido contaminado; claro, não ampliando muito, para não deixar
o dente mais fraco e correr o risco de fraturar.
3) Desenvolver o preparo cônico e tridimensional na totalidade do sistema de canais
4) Eliminar todos os resíduos produzidos durante a instrumentação
5) Limitar os procedimentos de limpeza e modelação ao sistema de canais, mantendo o
forame em sua posição espacial original
o Evitando o transporte apical do forame
1. Primeira coisa que a gente tem que observar é a nossa cavidade de acesso
o Acesso direto ao canal radicular
o Eliminação do teto da câmara pulpar
o Expulsividade das paredes
2. Localização da entrada do canal radicular
3. Cateterismo (reconhecimento)
4. Odontometria criteriosa – ponto de referência coronária (deve ser sempre mantida e o
cursor não pode está folgado). Além disso, a nossa referência coronária tem que ser
reta e estável.
5. Modelagem do terço cervical – permitir a entrada mais reta dos instrumentos, reduzir a
formação de degraus, desvios apicais e fratura de instrumentos.
6. O preparo deve ser feito em meio úmido (sempre)
7. Os instrumentos devem ser pré-curvados (suave) – facilita o preparo até o ponto de
referência apical e reduz a formação de degraus; tomando cuidado para não formar
ângulo agudo.
8. Durante o preparo, os instrumentos devem ser utilizados obedecendo sua sequência;
ou seja, da mais fina para mais calibrosa – as limas devem ser mantida no tamborel ou,
se você não tem, pode fazer um “tabaréu”, que nada mais é que o pote dappen com
algodão/gaze. O importante é não deixar as limas soltas na bandeja e bagunçadas.
9. A forma do canal deve ser mantida durante o PQM – na horas de instrumentar, gaze e
régua sempre na mão.
É preciso ficar atentos como evitar e se caso aconteça, como pode solucionar.
Fazer o preparo com a régua e a gaze na mão para limpar a lima e prestar atenção se o
cursor não esta saindo de posição.
Solução:
2) Obstrução do canal
Parecido com a perda do CT, só que as vezess devido a restaurações antigas ou ate
estruturas do próprio dente enfraquecida pela carie que cai dentro da cavidade pulpar e
obstruir o canal.
Solução:
Antes do acesso, remover logo tudo que estiver em direção a câmara pulpar e
regularizar.
Irrigar abundantemente. E recapitular.
Usar limas na sequencia, sem pressão. Movimento gradativo.
3) Transporte
Corte desigual das paredes do canal durante o preparo. Detalhando apenas uma parede,
criando uma irregularidade. Desgastes usando instrumentais calibrosos e/ou
instrumentais que não foram pre curvados e naõ seguem a anatomia do dente.
• 3.1 Interno: Criação de um “segundo canal”. Um canal que nunca existiu e você criou.
Dentro das paredes de dentina.
4) Degrau ( Batente)
Como se fosse o inicio do transporte . Bloqueio do canal, impedindo a passagem do
instrumento.
Solução:
5) Perfuração
Formação de um falso canal. Faz um degrau, transportou e já esta instrumentando o
periodonto. Resultado de um provável insucesso. Ainda não limpa o canal anatômico.
❖ P.S. : Transporte interno e externo esta mais relacionado ao terço apical.
Solução:
6) Zip apical
Técnicas de Instrumentação
• Técnica Convencional
• Técnica Apico-coronais
• Técnica Corono-apicais
• Técnicas Rotatórias ( Ver em aula isoladamente posteriormente)
Técnica Apico-coronais
Divide o preparo do canal em duas fases: Na matriz apical ( terço cervical ) utiliza-se 3
ou 4 limas em sequencia de calibres gradativos no mesmo CT, no Escalonamento (
terço médio e cervical ) utiliza-se também 4 limas e recua anatomicamente ( de acordo
com a anatomia, exige experiência ) ou programadamente ( Recuar em 1mm em 1mm
). Utiliza em torno de 8 instrumentos.
Sempre recapitular, ou seja, voltar ao comprimento com o ultimo instrumento que o
trabalhou. Recapitular com o instrumento de memoria.
Instrumento de memoria: Ultimo instrumento que trabalhou na matriz apical. ( Ultimo
instrumento das 3 ou 4 limas utilizadas na matriz apical).
Irrigação entre trocas de instrumentos.
Limagem circunferencial ( todas as paredes )
Variações da técnica:
º Dilatação coronária com a broca de Gattes-Glidden ( Só que não é indicado para
quem não tem experiência porque utiliza o micro motor e pode dar merda e desgastar
demais uma parede ).
º Uso de limas H
Lembrem-se:
Breve Histórico
- Antes de 1800 os canais eram preenchidos com ouro, lâmina de ouro calcada dentro da
raiz.
-Em 1847, Hill, criou o material obturador à base de Guta-percha.
-Em 1887, a S.S White Company, criou os cones de guta-percha.
- Em 1899, foram descobertas as radiografias, e foi possível observar que o canal não era
um cilindro, confirmação do formato cônico. Surgiu a necessidade de um material obturador
extra, o cimento.
- Nos anos 70 e 80 surgiram os cimentos e variações na forma de colocar a guta-percha no
interior dos canais.
Obs: Usaremos na nossa clínica a técnica de condensação lateral da guta-percha.
-A técnica de termoplastificação é ensinada em cursos de especialização.
Por que Obturar o canal? Até onde obturar? Quando obturar? Com o que obturar? Como
obturar?
• Por que Obturar?
- Para prevenir a formação de exudato, para que o líquido na região do periápice não
penetre para dentro da área radicular que acabou de receber a limpeza.
- Impedir a reinfecção, o espaço vazio é um espaço de proliferação bacteriana, obturamos
para vedar hermeticamente esse sistema de canais radiculares e impedir a proliferação de
novos MO’s. Tanto na raiz quanto na coroa.
- Favorecer o reparo apical.
- A obturação proporciona o reparo tecidual, favorece a osteogênese, a restauração do
Ligamento Periodontal e a reintegração da lâmina dura.
- A porção apical do canal encontra-se preenchida por uma cicatriz de natureza conjuntiva,
representada pela deposição de cemento do tipo osteóide, quando trabalhamos mantendo
a distância de 1 mm do forame apical.
• Até onde Obturar?
- O material obturador deve chegar até a matriz apical, que e a região do CT (onde o cone
principal deve chegar).
- Caso o CT tivesse sido estabelecido muito aquém da matriz apical, teremos micro-
organismos além dessa área do CT, e a obturação não atingirá onde deveria.
- O momento de estabelecimento do CT na odontometria rege os seguintes passos do
tratamento endodôntico.
-A Interligação de todos os passos é a chave do tratamento endodôntico, se todas as fases
forem bem executadas, a hipótese de termos problemas posteriores é reduzida.
-No dia da obturação também utilizamos instrumentos remoção do hidróxido de cálcio que
preenche o canal como medicação que colocamos e a Lima memória (que deve chegar ao
CT, garantindo que o cone de guta-percha também chegue).
- Caso os passos do PQM forem muito errados, no dia da obturação devemos refazê-los.
-Fazemos a confecção da Matriz apical, criando uma zona de resistência apical.
• Até onde Obturar?
-Matriz Apical
-Até o comprimento de trabalho (CT) estabelecido na odontometria.
-Criando-se uma zona de retenção apical (trava na matriz apical).
- Quando a obturação não se estende até o comprimento preparado pode-se contribuir para
o insucesso, especialmente a longo prazo.
• Quando Obturar?
-No momento da obturação o canal deve estar limpo e modelado (ter passado pelo PQM
completo).
- O canal deve estar seco.
-Ausência de sintomatologia (sinais e sintomas). Ex: gengiva saudável, sem nenhuma
alteração, tipo fístula, etc. O canal não pode ter drenagem nem de secreção sanguínea ou
purulenta, quando se tira o curativo o algodão que estava dentro deve permanecer branco,
demonstrando que não tem exudato dentro do canal, sendo assim pode-se obturar.
Biofilme
-Remover o máximo biofilme das paredes dentinárias.
Objetivo da obturação
-Que o cone de guta-percha trave na matriz apical, vedando esse sistema de canais
radiculares, impedindo assim a proliferação de novos micro-organismos.
-É impossível a remoção total de micro-organismos do interior do sistema, pois não
conseguimos esterilizar o dente, o tratamento objetiva a redução máxima de carga
microbiana. A obturação vai vedar o sistema, impedindo que mo’s remanescentes consigam
proliferar, eles não vão ter nutrição, ficando inertes no interior dos túbulos dentinários,
também impedirá a penetração de novos mo’s, tanto pelo ligamento periodontal, quanto
pela região periapical.
Sessão Única x Mais de uma sessão?
- Pode ser feito em sessão única, desde que o dente esteja com vitalidade, pulpectomia
(remoção parcial de polpa). Caso possível, desde que tenha experiência do operador e
tempo disponível para sessão única. Para graduação essa modalidade de tratamento é
contra indicada.
-Dentes com necrose, que o canal está todo contaminado com mo’s, ou mesmo que tinham
tecido mais para vital mas passou por uma urgência que foi feito acesso sem isolamento
absoluto e contaminou com saliva, já considera-se como se estivesse com necrose.
-Necrose, lesão periapical, retratamento (sempre considerado como necrose) não podem
ser feitos em sessão única. Em casos de fratura depende do tempo de exposição salivar.
-Em necrose pulpar, há necessidade de sanificação dos canais (é feita quando se reduz os
microrganismos a um número considerado isento de perigo).
-Quando o PQM é considerado insuficiente, pode-se gerar uma necessidade de medicação
antisséptica, quando é necrose e o PQM foi bem feito, mesmo assim coloca-se medicação
antisséptica (hidróxido de cálcio) objetivando alcalinizar o meio e diminuir a carga
bacteriana.
• Para ser obturado
-O canal deve estar modelado, limpo, seco e o paciente deve estar assintomático.
-Intuição do dentista.
-Bom senso
-Vivência
• Com o que obturar
-Material Sólido
-Cimento endodôntico específico para tratamento de canal
Requisitos do material de obturação ideal
- Deve ser estéril ou de fácil descontaminação
- Ser facilmente quando necessário (casos de retratamento)
- Possuir tempo útil de trabalho (fornecer ao dentista trabalhar com calma)
- Ser radiopaco (visível na radiografia para saber se está no limite desejado, poder enxerga-
lo de alguma forma)
- Não deve alterar a cor da coroa dental (a guta-percha deve ser removida da coroa, deve
preencher o canal radicular somente)
- Não irritar os tecidos periapicais (deve ser biocompatível)
- Ser insolúvel aos fluídos orgânicos (no periápice há contato com o fluido do sulco gengival,
LP, por isso deve ser insolúvel)
- Ser bacteriostático
- Ser facilmente introduzido no canal
- Selar lateral e apicalmente o canal
- Não sofrer alterações volumétricas apreciáveis (não deve sofrer grandes contrações ou
grandes expansões).
Materiais Obturadores dos canais radiculares
- Pastas (são usadas para obturação endodônticas em odontopediatria) (Pasta LS à base
de hidróxido de cálcio) (Utilizadas para dentes decíduos)
Obs: Semi-sólidos também são utilizados em odontopediatria.
-Cimentos
- Sólidos e Semi-Sólidos
➢ Cimentos: Objetiva selar a interface entre o material núcleo da obturação e as
paredes dentinárias do canal.
Sua finalidade é conseguir uma obturação tridimensional do espaço, de forma
hermética e estável.
“Sabe-se que todos os cimentos endodônticos permitem algum grau de infiltração de
corante.” (wu et al, 2000)
Obs: Depois do canal pronto, se a restauração ficar porosa no lugar deve-se procurar o
dentista imediatamente (no mesmo dia ou no máximo dia seguinte) pois caso a saliva
contamine o canal, haverá a necessidade de retratamento. Coloca-se um selamento
provisório para pelo menos a saliva parar de ter contato com o canal (uma clorexidina para
assepsia e um cotosol de provisório).
Alguns cimentos no mercado
- Óxido de Zinco e Eugenol: como cimento endodôntico por exemplo Cimento de Grossman,
Fill Canal, Endofill (utilizado na UFBA), etc.
Obs: Cotosol é de mesma base mas não serve para obturação endodôntica, bem como o
Pulpo-san cimento para selamento provisório que também não serve para obturação.
- Hidróxido de Cálcio: Seaplex, Sealer 26.
- Cimentos Resinosos: AH 26, AH Plus.
- Cimento à base de ionômero de vidro: Ketac Endo.
• Características do Endofill
➢ Sólidos
- Cones de Prata (ultrapassado)
Os cones de prata eram finos e inseridos no canal radicular e obturava-se dessa
forma, sem cimento, às vezes se utilizava algum cimento, mas era só o cone metálico
dentro do canal.
-Desvantagens dos cones de prata: Dificuldade de uso correto, não se adaptavam
as paredes do canal, sofre processo de corrosão (canal fica escuro), difícil de serem
retirados do canal em retratamentos (pontas de ultrassom para vibrar e fazer com
que esses cones se desprendam do canal e uma pinça para retirada), encaminhar
para um especialista.
• Composição da Guta-Percha
BIOLOGIA PULPAR
• Polpa Dentária
Germe Dental:
1. Epitélio oral
2. Orgão do esmalte (são as células que vão dar origem ao esmalte dentário)
3. Papila dental (são as células que originam o tecido dentinário e tecido pulpar. São células
ectomesenquimais )
4. Folículo dental (células que dão origem ao ligamento periodontal, cemento e osso alveolar)
Polpa Dentária é um tecido conjuntivo frouxo, de características especiais, que mantém íntimo
contato com a dentina, formando o complexo dentino pulpar.
A câmara pulpar armazena a polpa coronária e o canal radicular armazena a polpa radicular.
Características macroscópicas de uma polpa vital: vermelho vivo, possui resistência ao corte e
sangramento intenso.
Radiograficamente se caracteriza como uma imagem radiolúcida onde está armazenado o tecido
pulpar.
1. Camada de Odontoblastos
Abaixo das camadas de odontoblastos, há uma zona pobre em células, é pobre em células, mas
é rica em plexo vascular e plexo nervoso, onde há ramificações dos vasos sanguíneos e das fibras
nervosas. Dessa forma, a periferia da polpa é rica de vasos e nervos.
- A principal célula em termos de função são os odontoblastos, entretanto as células que estão em
maior quantidade são os fibroblastos, pois se trata de um tecido conjuntivo.
• Odontoblastos
- Responsáveis pela formação da matriz orgânica de dentina.
- Dispõem-se de forma de paliçada (principalmente na porção coronária)
- Possuem duas partes:
Corpo celular (está presente na camada de odontoblastos - polpa)
Prolongamento (está presente no túbulo dentinário - tecido dentinário)
- São mais numerosos na coroa em relação à raiz (além do formato dessa célula ser diferente na
porção coronária e na porção radicular eles estão em maior quantidade na coroa do que na raiz)
• Fibroblastos
- Células mais numerosas da região central
- Formação de fibras e proteínas estruturais da matriz extracelular
Células de Defesa:
• Macrófagos
• Linfócitos
• Plasmócitos
• Mastócitos
São células de defesa do organismo que podem ser encontradas eventualmente no tecido pulpar,
principalmente se houver um processo inflamatório na polpa.
o Substância Fundamental
- Proteoglicanos
- Glicosaminoglicanos
- Água
- Sais minerais
FUNÇÕES DA POLPA
- Indutora
- Formadora
- Nutritiva
- Reparadora
- Sensorial
→ Função INDUTORA
→Função FORMADORA
Dentina:
- 70% de cristais inorgânicos (hidroxiapatita)
- 18% de fibras colágenas e outras proteínas
- 12% de água
Embora tenham a mesma origem embriológica, a dentina e a polpa são tecidos de características
completamente diferentes, um é tecido conjuntivo frouxo (polpa) e outro é tecido mineralizado
(dentina).
DENTINA
Estrutura:
Na porção mais externa da dentina, os túbulos são de diâmetro menor e em menor quantidade, à
medida que se aproxima da câmara pulpar, os túbulos são de diâmetro maior e em maior
quantidade. Ou seja, quanto mais perto da polpa, a permeabilidade é maior. Por isso que as
cavidades profundas precisam ser forradas.
As vezes o prolongamento do odontoblasto não está presente em todo o túbulo, parte do túbulo
dentinário fica sem a presença do prolongamento. É um mecanismo de defesa do tecido pulpar
realizar esse recuo contra os agentes agressores.
• Pré-dentina
Dentina não mineralizada (matriz orgânica de dentina) que posteriormente será mineralizada.
É formada pelos odontoblastos.
- Esclerose dentinária
- Formação de dentina terciária (reacional ou reparadora)
→ Função NUTRITIVA
→ Função SENSORIAL
Teoria hidrodinâmica
- A fibra nervosa é o último tecido a morrer, desta forma a polpa pode estar sem suprimento
sanguíneo, mas o paciente sente dor.
Mecanismos de defesa da polpa e etiologia das alterações pulpares e periapicais
• Então, vamos falar hoje, diferente da aula anterior em que vocês viram sobre os mecanismos
fisiológicos da dentina, dos mecanismos de defesa da polpa (como ela reage) quando ela recebe
uma agressão e também quais são os principais fatores etiológicos (causas) que podem levar à
uma doença na polpa e/ou nos tecidos periapicais.
• Lá na aula de biologia pulpar vocês viram que o complexo dentino-pulpar tem origem da papila
dentária (ectomesenquimal), que temos as camadas topográficas (odontoblástica, zona pobre em
células, zona rica em células e região central), a função da polpa, o que acontece com o dente ao
longo do tempo, composição histológica, quantidade de água, e por aí vai. Então, é uma aula
muito importante, e essa sequência de aulas também porque o bom entendimento delas vai fazer
com que vocês consigam dar um bom diagnóstico lá na frente e, consequentemente, saber qual
tratamento irão dar aos seus paciente.
• A morfologia vocês conhecem bem: o dente é formado principalmente por dentina; na coroa é
revestido por esmalte e na porção radicular por cemento; no interior do dente existe uma
CAVIDADE PULPAR, dividida em câmara pulpar e canal radicular (não confundir).
• Virão também que uma grande função da polpa é a nutrição do dente. Essa nutrição é chamada
de circulação terminal. Então, o coração bombeia o sangue pelo interior das artérias até chegar
ao interior do dente, abastecendo-o com nutrientes e oxigênio que os tecidos precisam, e os
catabólitos são mandados para circulação através das veias, até chegar aos órgãos que irão
purificar o sangue.
• E por que eu estou falando isso? Porque durante o processo patológico que vai ocorrendo no
tecido pulpar, esse processo fisiológico vai se alterando muito, e
esse processo de nutrição, de funcionamento dos vasos e sistema
nervoso estará sendo “golpeado” quando existe um fator agressivo
ao nosso tecido pulpar.
• Como a polpa se protege quando existe uma agressão? Eu costumo dizer que os odontoblastos
são as polpas mais lindas do organismo porque elas protegem a polpa. Então são muuuito bravas,
muuuuito guerreiras (“assim como esses homens”), muito
fooorrrtes, e protegem o nosso dentinho. Então eu acredito que...
esse mecanismo é bom demais e vocês também vão achar muito
importante para o diagnóstico e tratamento.
• Com isso, os principais mecanismos de proteção vai envolver o complexo dentino-pulpar; então,
vamos ver tanto uma resposta da dentina quanto uma resposta no tecido pulpar.
Resposta do complexo dentino-pulpar (CDP) à agressão:
• Toda resposta vai depender da intensidade e duração do agente agressor, independente de sua
natureza, com a finalidade de eliminar esse agente agressor.
• Então, se eu tenho um estímulo como, por exemplo, uma cárie que está avançando muito
rapidamente, a gente vai ter uma maior agressão à esse CDP. Então, independendo de cada
estímulo, e dependendo da intensidade e duração dessa agressão, a resposta vai alterar; mas
sempre com o intuito de barrar/bloquear aquele estímulo.
• Então, se temos uma cárie que começou a atingir dentina, o CDP já reconhece que ali existe um
agente agressor. Então, qual é a primeira resposta que o organismo tem?
1. Primeira resposta: uma cárie que começa em esmalte e chega à dentina, de baixa intensidade
e duração do processo carioso, vai fazer com que ocorra um aumento da atividade metabólica
dos odontoblastos, e eles começarão a
produzir mais dentina peritubular (que
rodeia os túbulos dentinários), com o
objetivo de obliterar dos túbulos
dentinários e, consequentemente,
diminuindo a sua permeabilidade. Isso é
chamado de esclerose dentinária.
2. Segunda resposta: se a gente não remove
aquele tecido cariado (agressão), em um
segundo momento ele irá conseguir
ultrapassar essa barreira da dentina
(esclerose dentinária). Ocorre então a
formação da dentina terciária. Nesse caso,
para ocorrer sua formação da dentina
terciária, que é aquela que ocorre em
direção ao agente agressor (não vai
ocorrer à nível de toda a cavidade pulpar, mas só na câmara), com a finalidade de barra-lo,
alterando a anatomia da câmara pulpar. Mesmo com o aumento da agressão, ainda existe um
equilíbrio entre agente agressor e mecanismo de defesa, e por isso se consegue formar essa
dentina terciária.
➢ Obs 1: A quantidade e a qualidade da dentina terciária que é produzida depende da duração
e intensidade do estímulo. Mesmo que exista um equilíbrio entre agressão e mecanismo
de defesa, quanto mais intenso for o estímulo, é preciso a formação da dentina mais
rapidamente; se o estímulo é mais leve, essa dentina pode ser produzida mais devagar e
com melhor qualidade. Elas são formadas por diferentes mecanismos: frente a estímulos
leves, os odontoblastos maduros irão produzir a dentina reacional; conforme esses
odontoblastos vão morrendo, as células indiferenciadas da polpa se diferenciam em
odontoblastóides, que formam a dentina reparadora.
➢ Obs 2: Por que a dentina reacional é de melhor qualidade? Porque apresenta uma boa
mineralização e, também, apresenta formação de túbulos dentinários, embora mais
irregular que os da dentina primária e secundária.
➢ Se aumentar a intensidade e duração do estímulo, e ainda houver um equilíbrio entre
estímulo e mecanismo de defesa, os osteócitos irão realizar a deposição de dentina rápida
e irregular, chamada de dentina osteóide ou osteodentina. Praticamente não apresentam
túbulos dentinários, e como sua deposição é muito rápida, acaba incorporando os
odontoblastos à dentina.
• Aqui nos temos a diferença entre a
deposição da dentina secundária
(fisiológica), que ocorre ao longo da vida
do indivíduo, realizando o achatamento de
toda a cavidade pulpar e sem alterar sua
morfologia; enquanto a terciária é
depositada em direção ao agente agressor.
• Como a dentina terciária modifica a anatomia da cavidade, principalmente na porção coronária, é
importante à analise radiográfica anterior ao acesso coronário, já que possivelmente não vai cair
naquele “vazio” da câmara pulpar; dessa forma, evita-se acidentes, como perfurações.
• Quando cárie atinge dentina, já começa uma resposta imunoinflamatória no tecido pulpar, muito
antes desse tecido ser atingido.
o Resposta pré-inflamatória (inata): reconhecimento pelas células dendríticas,
alerta ao sistema imunológico e ataque por células de defesa (p.ex.,
macrófagos). Ocorre pela persistência do agente agressor, levando à essa
resposta inflamatória aguda, com vasodilatação e resposta imune inicial pelas
células de defesa: macrófagos e células dentríticas. Nesse momento, se o
paciente chega para a gente e se faz um tratamento restaurador, com eliminação
do agente, a polpa volta à “sua reversibilidade” (condição normal).
o Progressão (estímulo de alta intensidade e duração): persistência da reação
inflamatória aguda e começa a liberação dos mediadores químicos (citocinas). Nesse
momento, já começa a ter uma agressão patogênica pulpar. Aqui, ocorre também eventos
vasculares: vasodilatação (aumento do fluxo sanguíneo e da pressão hidrostática vascular)
e aumento da permeabilidade vascular (com saída de exsudato e consequente formação de
edema). Como a dentina é anelástica, não tem como aquele líquido sair, e por isso o
paciente tem aquela dor de dente muito grande. A característica típica da inflamação
também aparece no dente: edema, calor, rubor e dor. Então, dependendo da condição
(p.ex., paciente mais novos), a gente consegue tratar, sem ser o tratamento endodontico,
revertendo essa condição pulpar. No entanto, em paciente mais idosos, onde há um
estreitamento da cavidade pulpar, a chance de reverter já é bem pequena.
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Diagnosticar
Tabular sinais
Identificar Interpretar
e sintomas
“A dor é de inegável valor semiológico, mas não avalia as reais condições do tecido
pulpar”.
2. EXAME CLÍNICO
• Inspeção extra oral: Avaliar assimetrias faciais se estar visível, super visível ou sutis.
• Palpação extra oral: Possui abscessos que na palpação é duro e outros moles.
Nesse ponto podemos identificar alguma alteração que não seja na nossa área e
encaminhas para o profissional habilitado. Ex. Aumento de volume em gânglio.
• Inspeção de exploração intraoral: Avaliar todos os dentes. Às vezes o paciente tem
uma dor reflexa, ele diz que é um dente, mas na verdade é em outro. Fazer uma
visão geral para depois partir para o dente que o paciente se queixou. Tem situações
que o paciente chega para se queixar da cor do dente: isso pode ser devido a um
tratamento de canal que deixou guta percha na câmara ou então ele tem uma
necrose da polpa. Além disso, procurar restaurações fraturadas, presença de cáries.
Avaliar ainda os tecidos moles: presença de fístulas, edemas.
• Palpação apical: Palpar a região apical desse dente. Se o paciente tiver
sensibilidade, devemos anotar na ficha como positivo (isso sugere que ele tenha
algum processo inflamatório no periápice).
• Percussão vertical: Inicia-se com o dedo na vertical promovendo uma leve pressão
no sentido paralelo ao longo eixo do dente. Usa o dedo, pois existem patologias que
deixam o dente extremamente sensível, então se usarmos algum instrumento pode
gerar desconforto ao paciente. Depois de feito com o dedo e o paciente não se
queixou de dor, executar agora com um instrumento (cabo do espelho). Se positivo,
sugere que o paciente tenha um processo inflamatório na região periapical do dente.
• Percussão horizontal: Inicia-se com o dedo para depois usar o instrumento. Uma leve
pressão no sentido perpendicular ao longo eixo do dente. Quando der positivo,
sugere um processo inflamatório no periodonto lateral, o paciente pode ter um
abscesso periodontal e esse teste faz o diagnóstico diferencial (se o paciente der
positivo apenas na percussão horizontal e der negativo na vertical, isso sugere um
problema periodontal e não endodôntico).
• Sondagem periodontal: Precisa fazer parte dos recursos semiotécnicos na avaliação.
Quando o paciente tem uma fratura vertical, o paciente pode ter uma bolsa
periodontal na linha da fratura.
• Mobilidade dentária: Algumas patologias do periápice leva a uma mobilidade do
dente, se essa mobilidade for de origem endodôntica, após o tratamento as fibras se
reinserem e o paciente deixa de ter a mobilidade.
OBS.: Cuidado quando formos fazer qualquer um dos teste. As vezes colocamos a
bolinha de algodão no dente por 30s, 1m e o paciente não se queixa. Será que a polpa
está necrosada ou será um idoso com atresia da polpa? Pacientes idosos quando não
sente. não quer dizer que a polpa está necrosada.
4. EXAMES DE IMAGEM
• Deve ser feito os teste antes de radiografar, mas na clínica é o inverso.
• Primeiro é feito a radiografia periapical. As vezes se faz primeiro a interproximal para
avaliar se a cárie está muito perto da polpa (incomum).
• Em posse da radiografia, olhar primeiro o periápice, mas avaliar o dente em todo.
• Importantíssimo uma radiografia de qualidade.
• Avaliar a região periapical e descrever a mesma (região radiolúcida, radiopaca,
possui halo ou não).
• Quando o paciente tem uma fístula devemos rastreá-la. Pegar um cone de guta (25-
30) insere no olho da fístula e empurra o máximo. Não precisa anestesiar. Radiografa
e encontraremos o local de origem da fistula e avaliar o abscesso.
• Tomografia: Recurso cada vez mais acessível que nos possibilita avaliar fratura,
abscesso, anatomia do dente onde ajuda no diagnóstico.
5. EXAMES COMPLEMENTARES
• Exames hematológicos: Às vezes o paciente tem uma dificuldade de cicatrização e
o paciente é diabético. Solicita-se para avaliar se o paciente está descompensado
ou não.
1 - Polpa normal
2 - Pulpite reversível (a polpa volta ao normal quando remove o agente agressor)
3- Pulpite irreversível sintomática ( a partir daqui se faz o tratamento endodôntico)
4- Pulpite reversível assintomática
5 – Necrose pulpar
➢
➢ 1 – Polpa normal
➢ Dor espontânea, teste de sensibilidade positivo, com dor presente, porém de curta duração
(lembrar que esse teste não é apenas para saber se tem ou não dor, tem que saber também a
duração), palpação e percussão negativo e imagem radiográfica sem alteração.
➢ Macroscopicamente tem a cor vermelho vivo, um sangramento denso e consistência ao corte
➢ 2- Pulpite reversível ou hiperemia pulpar (primeiro processo inflamatório)
➢ Inflamação devido a cárie, por exemplo, quando se remove o agente agressor a polpa retorna ao
normal. A polpa reponde favorável a um processo conservador. Existem vários fatores que podem
levar a pulpite reversível, entre eles as LCNN (bruxismo, abrasão, abfração), que irão agredir a
polpa causando uma hipersensibilidade dentinária, devido a exposição dos túbulos e é uma fonte
de entrada de bactérias. Removido, a polpa volta à normalidade. Outra coisa é uma cárie, após
removida, o paciente fica novamente assintomático.
➢ Dor é provocada (não tem dor espontânea, provocada por estímulos principalmente o frio). – A
diferença para a polpa normal é que aqui quando o paciente ingere algo gelado, irá sentir dor que
na polpa normal não existe.
➢ Dor provocada, de curta duração, localizada. Quando mais avança essa inflamação, mais estímulos
causam essa dor e à medida que o processo inflamatório evolui, o desaparecimento da dor se torna
cada vez mais demorado, devido ao retardo da drenagem venosa
➢ Lembrar da inflamação que a primeira coisa que ocorre é a vasodilatação e devemos lembra que a
polpa se encontra dentro de paredes inelásticas e não tem como se expandir, a medida que o
edema vai aumentando, vai dificultando o retorno venoso e a dor vai demorando de passar.
➢ Características da dor:
➢ Presente e provocada, aguda e localizada, normalmente causada pelo frio (principal agente álgico),
dor de curta duração. A dor é intermitente (vai e volta), se olharmos clinicamente veremos uma
cárie, ou restauração fraturada ou área de exposição de dentina. Palpação e percussão com
ausência de dor (o periápice ainda está normal, a patologia se encontra apenas na polpa. O teste de
vitalidade é positivo e na radiografia a imagem estará normal
➢ Tratamento conservador: Proteção pulpar indireta (superficial ou profunda)
➢ Proteção pulpar direta (capeamento)
➢ OBS: Quando tem ausência de cárie e o paciente sofre fratura e a exposição da polpa for bem
pequena, até 48 hrs daquela polpa exposta é aceitável o tratamento conservador.
Dor Ausente
Condição da polpa Necrosada, sem sangramento, não responde
aos testes de sensibilidade
Aspecto da coroa dentinária Pode estar escurecido
Aspecto radiográfico Ligamento periapical normal ou ligeiramente
espessado
Percussão vertical e horizontal Negativo
Palpação apical Negativo
Extrusão e mobilidade dentinária Ausente
O periodonto é uma região que esta na porção apical do dente que é composta tanto pelo cemento,
ligamento periodontal e osso alveolar. As patologias compreendem alterações no cemento apical, muitas
vezes reabsorção do osso e ligamento periodontal que vai estar inflamado . Esses três tecidos eles estão
envolvidos na lesão do periapice.
A diferença da pericementite apical para o abcesso é que se tem uma inflamaçãp periapical mas o exsudato
e o edema vai ser mais seroso ao invés de purulento. A sintomatologia vai ser mais branda do que o
abcesso.
Quando a polpa esta inflamada, tem o edema e ele não tem para onde se expandir, e por isso o paciente
sente dor. No periapice é quase a mesma coisa, a área do ligamento periodontal vai estar inchada e
também não tem como se expandir, o paciente vai relatar sensação de “dente crescido” que o dente esta
saindo do alvéolo. O Edema no periapice do dente é como se tivesse uma leve extrusão do dente. Sensação
que o dente esta grande, para fora e mais alto que os outros.
Quanto a etiologia, além das bactérias de diversas patologias que colonizam o canal radicular quando tem
a necrose, outros fatores físicos e químicos podem provocar a pericementite. A força exercida por
aparelhos ortodônticos, provoca a inflamação dos tecidos ao redor do dente, só que essa pericementite da
orto é transitória, quando o paciente toma um anti inflamatório essa dor passa. Trauma dental pode
causar, não o trauma que causo o rompimento do feixe que falamos na semana passada, mas uma luxação
ou um leve trauma pode causar um processo inflamatório no periapice, um contato pré maturo, onde não
se checou a oclusao do paciente e fez uma restauração alto, ao longo do tempo o paciente pode
desenvolver a pericementite. Sobreinstrumentação e sobreobturação também pode desencadear o
processo inflamatório. Quando não envolve diretamente com bactérias essa pericementite é transitória.
Substancias químicas também podem prejudicar a região periodontal, quando ocorre extravasamento de
hipoclorito na hora da instrumentação.
A mais comum que você vai ver na clinica é a de origem bacteriana, onde já ocorreu a necrose da polpa
para posterior inflamação do periapice e os testes de sensibilidade vão dar negativos. A dor não é na
polpa, é no periapice. A percussão é feita com o dedo para depois usar instrumentais.
Pericementite Traumática
Existe outra pericementite igual a essa, todas as características de dor igual, só que a polpa esta viva. É o
caso da pericementite causada por aparelhos ortodônticos e por contatos pré maturos. Os teste de
sensibilidade nesse tipo vão dar positivo.
O tratamento será remover a causa do trauma. Pode prescrever um anti-inflamatório para dar um alivio,
mas não precisa fazer tratamento endodôntico. Se a pessoa ficar “curtindo” a dor, tomando remédio e
esse trauma permanecer por muito tempo e não ser tratado pode virar uma necrose do dente e do tecido
pulpar.
Tratamento:
Todas as pericementites são tratadas da mesma maneira. Se bacteriana, será feito o tratamento
endodôntico e a limpeza dessas bactérias. Se de origem traumática será realizado o ajuste oclusal e
eliminar a origem do trauma.
O paciente não procura atendimento, ele tem lá a necrose, já passou pela fase de pericementite ,tem
inflamação na área do ligamento periodontal apical e esse exsudato seroso ele evolui para um exsudato
purulento.
Quando se fala de abcesso, tem duas formas(Agudo e Cronico), com 3 fases clínicos. De acordo com as
características clinicas que o paciente apresentar, você vai poder dizer se o abcesso está na fase inicial, em
evolução ou evoluído. (Primeira, Segunda e terceira fase )
Fases patogênicas.
Clinicamente eu não posso dizer se a lesão está no periósteo ou onde está. As características histológicas
que determinam as fases (o nome delas –fases-são baseados na localização da secreção purulenta).
FASE APICAL: secreção purulenta está localizada no ÁPICE (exsudato purulendo, aumento da mobilidade
dentária). Se esse paciente não procura atendimento, a secreção começa a invadir o tecido (secreção
ácida). O pus invade o osso esponjoso e começa a reabsorver. Quando rompido o periósteo, temos a:
FASE FLEGMATOSA: (bem dolorida, não possui ponto de flutuação, não tem como fazer drenagem):
perfuração do periósteo pela ação enzimática proteolítica do exsudato, reação inflamatória dos tecidos
moles, formação do flegmão(edema duro),avermelhado, liso, brilhante, firme (temos que palpar), lenhoso
(tem uma certa rigidez). Quando chega nessa fase é bem difícil curar, as vezes não tem o que fazer, apenas
prescrever um antibiótico para aliviar a sintomatologia para poder ver os dentes (as vezes o paciente não
consegue nem abrir a boca).
FASE SUBPERIOSTAL (agora é mais fácil de drenar o abcesso): exsudato embaixo da musoca; já vemos sinal;
perfuração da cortical óssea; exsudato purulento infiltra-se na interface; delineada pelo periósteo e a
cortical; enzimas, endotoxinas e outras substâncias tóxicas podem agredir o tecido mole adjacente.
Membrana piogênica: ponto de flutuação (pontinho amarelo como uma espinha)+edema. Mais fácil.
Tratamento: DRENAGEM. Caso o paciente não procure tratamento, essa membrana (ponto de
flutuação)pode romper, causando a drenagem espontânea do abcesso. Passa a ser um abcesso CRÔNICO.
FASE ÓSSEA: O exsudato ganha os espaços medulares como trabéculas e corticais delgadas infiltrados.
Secreção purulenta invade onde ela acha mais ‘fácil’. Rompe primeiro trabéculas ósseas mais finas e vai
difundindo. Grande número de neutrófilos difusamente infiltrados. Relembrando...Quando vemos imagem
radiográfica de alguma lesão? R)Quando rompe uma cortical (vestibular ou lingual); reabsorção 70%. Está
no osso esponjoso, se o paciente não procura atendimento a lesão avança pra fase de:
Mais fácil. Tratamento: DRENAGEM. Caso o paciente não procure tratamento, essa membrana (ponto de
flutuação)pode romper, causando a drenagem espontânea do abcesso. Passa a ser um abcesso CRÔNICO.
FASE DE FISTULZAÇÃO (a ‘bolinha’ de pus rompe sozinha –porque é ácida- paciente se queixa de gosto
ruim na boca –porque ocorre a drenagem espontânea do abcesso) proximidade do pus em relação ao
epitélio, provoca sua necrose havendo drenagem, espontânea para a superfície perfurada, última fase
patogênica, cronificação do abscesso ocorre com a, instalação da fístula, DRENAGEM EXPONTANEA.
Secreção vai invadindo os lugares mais “fáceis”. Não existe predileção por local de drenagem, não é uma
coisa exata. Pode ocorrer na região vestibular, lingual, no palato, para o seio (muitas vezes paciente
confunde com sinusite), pelo sulco gengival (teste de sensibilidade NEGATIO, necrose da polpa, diagnóstico
diferencial com lesões do periodonto onde os testes dão POSITIVO).
OBS: toda vez que olha um paciente clinicamente e identificar uma FÍSTULA é um abcesso APICAL
CRÔNICO. Não basta dizer apenas “abcesso apical”. Precisa especificar.
*Não é necessário a prescrição de medicamentos em todos os casos. Apenas com a limpeza dos canais tem
um alivio. Mas pode prescrever se necessário.
OBS: Quando um abcesso está na fase apical, bem na região do ligamento periodontal apical, meu
paciente tem edema??? R) a PRIMEIRA fase do abcesso apical agudo não apresenta edema. Dor intença
com secreção purulenta, porem não possui edema ainda. Este sinal clínico só é visível quando a secreão
invade o tecido mole
*Trismo – dificuldade em abrir a boca. ( As vezes não tem nem como tratar)
Lembre-se:
1. Já rompeu cortical óssea (imagem radiográfica radiolucida difusa).
2. Nesta fase o inchaço pode ser intra ou extra oral, mas tem como caraterística o ponto de flutuação
e é nesse lugar é estabelecido o ponto de drenagem que pode ser pela vestibular, lingual, pelo
sulco.
3. Tratamento para quem tem abscesso, além de abrir o dente e fazer o tratamento inicial
endodontico, deve-se estabelecer a drenagem via mucosa já que existe o ponto de flutuação.
4. Não precisa anestesiar para romper o abscesso.
5. Paciente com abscesso segunda fase para que drene dentro da boca é necessário que bocheche com
antisséptico, água quente com sal e coloque gelo na região do lado de fora, evitando assim a cicatriz
da drenagem extra-oral.
6. Se tiver febre e comprometimento sistêmico prescreve antibiótico (amoxicilina)
No evoluído, se o paciente não procura atendimento, o ponto de flutuação explode sozinho porque
a substância é acida e drena para a cavidade sem intervenção, virando uma fistula e
posteriormente, um abscesso crônico.
O abscesso quando fístula forma o abscesso crônico, só que a pericementite ao invés de ser aguda,
ela pode ser crônica, e isso vai depender do sistema de defesa da pessoa, da patogenicidade da
bactéria, então não necessariamente aguda vira abscesso
A pericementite assintomática pode evoluir depois de uma necrose da polpa.
O abscesso crônico pode sofrer agudecimento através de uma queda de imunidade, por exemplo.
A periodontite assintomática é característica do granuloma ou cisto. Imagem radiográfica bem
circunscrita, bem escura, radiolúcida. Para saber se é granuloma ou cisto necessita do corte
histológico. Ele tem abscesso
A imagem ser bem radiolúcida significa que a lesão tem uma longa duração
Lesão Assintomática
A lesão é circunscrita radiograficamente, ausência de dor nas percussões e mastigação, mas pode
apresentar sensibilidade, condição sistêmica normal, palpação apical apresenta sintomatologia e não
tem edema. Dor ausente.
Abscesso Fênix
Mudança na microbiota, queda na resistência do hospedeiro, produtos tóxicos distintos.
As bactérias na sua maioria são gram negativas que tem LPS e essa toxina promove toda a
sintomatologia.
Lesão crônica, sofreu agudecimento. A imagem é bem radiolúcida.
O que diferencia um abscesso apical agudo de um abscesso fênix é que o fênix tem uma imagem
radiolucida bem circunscrita, bem radiolucida. A diferença entre um e o outro é a imagem
radiográfica. Não precisa de nenhum profissional mexendo no dente para acontecer.
Flare Up
Características de um abscesso fênix, mas é quando durante a instrumentação de uma lesão
crônica empurrando bactérias para o ápice promovendo um agudecimento. Causas: tocar com a
luva na parte ativa da lima, isolamento ruim, empurrar raspas de dentina, extravasar hipoclorito,
sobreinstrumentação.
O tratamento é realizar novamente a limpeza, instrumentação, confere odontometria, lava
bastante, medica novamente e pode, nesses casos, prescrever medicação sistêmica (com edema
antibiótico, sem edema antinflamátorio).
Como pode acontecer, já avisa anteriormente ao paciente.