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Endodontia Laboratorio – Aula 01 e 02

Anatomia Interna Dental

O dente recebe vascularização e inervação que vem da parte óssea e penetrará pelo
forame apical oferecendo vitalidade ao órgão. Quando o órgão responde a uma infecção
com inflamação ou necrose, é necessário muitas vezes o tratamento endodôntico.
- Macroconfiguração: pode ser visualizada por radiografia, a exemplo da direção da raiz, a
amplitude da câmara pulpar.
- Microconfiguração: não visível em radiografia, a exemplo das diversas ramificações de
canais acessórios.
OBS: Micro-TC é um exame complementar radiográfico que realiza o scanner do dente e
reproduz a imagem em 3D permitindo visualização da microconfiguração.
Sistemas de Canais Radiculares
1- Canal Principal: o maior de todos, visualizado na radiografia. Canal que desemboca
no forame apical
2- Canal Colateral: Canal menor que o principal e paralelo a ele
3- Canal Lateral: Perpendicular ao principal. Se estende do canal principal ao
periodonto lateral, mais em terço médio e cervical.
4- Canal secundário: canal que se estende do principal até o periodonto lateral, no
entanto no terço apical. (Muitas vezes seu trajeto não é perpendicular igual ao
anterior).
5- Canais acessórios: são ramificações dos
canais secundários
6- Canal interradicular: Em dentes com mais
de uma raiz, será o canal que vai do
soalho da câmara em direção a furca.
7- Delta apical: saídas secundárias ao ápice
radicular. Foramíneas ao redor do forame
apical, menores que o principal.
8- Interconduto *(prof não falou em aula):
canal que liga o canal principal ao
colateral

Conclusões de Hess (1952) – conclusões estabelecidas primeiramente por Hess em seus


estudos e comprovadas até hoje.
1 – Os canais geralmente reproduzem a forma externa da raiz. Mas podem se modificar na
presença de:
- Paredes de dentina dentro do canal
- Ramificações
- Canais laterais
2 – Diferenciações são anatômicas e aparecem em dentes aparentemente normais
3 – A forma e o número de canais são determinados pelas paredes de dentina
4 – As ramificações variam em número e frequência, mas podem ocorrer em qualquer dente
5 – Canais laterais podem ser encontrados em qualquer dente
6 – A idade influi na forma e no número de canais.

A cavidade pulpar é subdividida em câmara pulpar (+ coronário) e canal radicular ( +


radicular). As projeções em direções a cúspide são chamadas de corno pulpar. Teto da
câmara é mais superior e o assoalho da câmara é uma convexidade inferior.

Câmara Pulpar
➢ Paredes:
• Dentes anteriores com 1 canal: 4 paredes (V, L, M, D) e um bordo incisal (apesar de
alguns autores considerarem outra parede, em endo não se considera);
• Dentes anteriores com 2 canais: 5 paredes (V, L, M, D + assoalho da câmara) e o bordo
incisal. + Ocorre mais em incisivos e caninos inferiores;
• Dentes posteriores com 1 canal: 5 paredes (V, L, M, D + teto da câmara/parede oclusal).
+ prevalência em 3os molares e PM com uma raiz.
• Dentes posteriores com mais de um canal: 6 paredes ( V, L, M, D + parede oclusal +
assoalho da câmara);

➢ Forma (da câmara):


• Dentes anteriores superiores: Triangular com a base na incisal. Obs: os incisivos tem a
ponta da base triangular mais pontuda, acentuada do que os caninos que terão bases
mais arredondadas devido a sua anatomia.
• Dentes Anteriores inferiores: as Vezes triangular e as vezes em forma de fita pois são
menores que os superiores e podem não chegar a uma forma triangular clara e pontuda.
• Dentes PM superiores: maior no sentido V-L e mais achatado no sentido M-D. Formato
oval.
• Dentes PM inferiores: tem coroa mais arredondada e terá a câmara também +
arredondada. Câmara central será circular, deslocada um pouco mais para mesial.
• Dentes M inferiores com 3 canais: teremos 2 canais na mesial (V e L) e 1 na distal. O
formato será triangular, com base na mesial.
• Dentes M inferiores com 4 canais: forma trapezoidal ou quadrangular sempre com base
maior na mesial.
• Dentes M superiores – Formato triangular mais para mesial e com base maior na
vestibular. A base do triangulo será paralela a forma coronária externa.

➢ Localização (do orifício de entrada dos canais)


• A entrada do canal se encontra normalmente na direção da ponta de cúspide, será o
encontro entre as paredes. Ex: Canal distal: estará no local de encontro das paredes D,
V e L.
• O canal distal é o mais difícil de achar, por ser menos amplo que os mesiais. Além disso,
o disto palatino é mais amplo que o disto vestibular.
• OBS: Marmone - Se traça semicircunferência entre os canais mesiais e se procura o
canal distal vestibular, na metade vestibular desse semicírculo. Provavelmente estará
paralelo a inclinação coronária externa

Canal Radicular
Sobre o canal radicular vamos falar sobre cada grupo específico de dente (a forma, o
número e também sobre seu terço apical)
➢ Forma dos canais por grupo de dentes:

Geralmente apresenta: 1 raiz e 1 canal (formato


ovalar no terço médio e circular no terço apical).
ICS Em raríssimas exceções, onde pode acontecer
alguma anomalia ou alteração, pode apresentar
mais de um canal. Média de 23 a 25mm.
Da mesma forma do ICS, também apresenta
uma forma ovalar e no terço apical também
circular. Então, apresenta, normalmente, 1 raiz e
ILS 1 canal também. A diferença é que ele é um
pouco menor que o ICS e geralmente apresenta
uma dilaceração do terço apical da raiz para
distal (geralmente raiz do ICS é todo reto)
Geralmente tem o comprimento bem maior do
que os incisivos. Também apresenta a câmara
oval e terço apical sempre circular. Pode
apresentar dilaceração para vestibular ou distal.
CS
Quando a dilaceração é para vestibular, a gente
não consegue visualizar através da radiografia
periapical; a gente vai desconfiar se não for
observado aquele limite certinho no terço apical.
Pode apresentar 1 ou 2 raízes (na maioria, 2). A
raiz palatina é circular e maior diâmetro e a raiz
vestibular tem um achatamento no sentido V-L
(terço apical tem forma circular). Algumas vezes
podem apresentar três canais por causa do
achatamento no sentido V-L na raiz vestibular
(não é a maioria dos casos): um canal na raiz
1PMS
palatina e dois na vestibular; tornando o
tratamento endodôntico bem mais complicado,
porque geralmente esses canais na vestibular
são bem atrésicos e difíceis de serem
acessados – quando acontece isso, são
chamados de micro-molar (como se tivessem
três raízes)

Diferente do 1PMS, geralmente apresenta


somente uma raiz (90,3%); ou pode apresentar
duas raízes fusionadas (7,7%) ou 2 raízes
diferentes (2%). A forma da raiz é achatada no
2PMS sentido M-D e os canais são ovalados/elípticos
(alongados no sentido V-P) no terço cervical) e
circular no terço apical. Quando as raízes são
fusionadas, os canais são separados por uma
ponte de dentina.

Tem três raízes diferentes (95%) ou duas ou


três raízes fusionadas (5%): uma P, uma MV e
uma DV. A P sempre é maior e circular (cônico-
piramidal). A raiz MV tem um achatamento no
1MS sentido M-D e a DV é cônico-circular (menor
diâmetro). Como a raiz MV é achata no sentido
M-D, pode apresentar um ou dois canais;
quando apresenta dois, temos o canal MV e o
canal MP (menor)
Três raízes: 55% diferentes e 45% fusionadas
(duas ou três). A forma do canal é a mesma co
1MS: P é piramidal, DV é cônico-circular e MV é
achatado no sentido M-D. A diferença é só que
2MS a coroa é menor e maior porcentagem de raízes
fusionadas. Também, a possibilidade de
encontrar o quarto canal na raiz MV é menor.
*Dica: sempre que for indo para distal, a tendência é de coroa ficar
menor e raízes têm maior porcentagem de fusionamento.
Não vamos comentar aqui porque tem uma anatomia diferenciada. Ou eles têm aquela
3Ms
dilaceração enorme ou as raízes são todas fusionadas.
ICI e ILI,de modo geral, são bem parecidos.
Apresentam uma raiz, mas diferente dos
superiores, eles têm um achatamento no sentido
II M-D. A coroa é bem menor que os superiores. O
terço apical continua sendo circular. Com o
achatamento, há a tendência de formar dentina
no meio e formar dois canais.

Também apresenta achatamento no sentido M-


D igual ao dos II e apresenta terço apical
CI circular. Geralmente apresenta uma raiz (94%),
mas pode acontecer de apresentar duas raízes
fusionadas (6%).

Pode apresentar uma raiz (82%) ou duas raízes


fusionadas (18%). A forma do canal é oval,
sendo circular no terço apical. Porém, tem
algumas peculiaridades. 66,6% dos casos ele
apresenta só um canal; mas pode apresentar
1PMI
outras situações: subdivisões da raiz, que
geralmente no terço médio/apical,
principalmente na população negra (importante
na Bahia), dificultando tratamento. Assim, pode
haver uma bifurcação ou trifurcação.

Maioria das vezes (92%), apresenta só uma


raiz; ou duas fusionadas (8%). Também tem a
2PMI chance de ter dois ou três canais; porém,
menor. Forma oval no terço cervical e circular
no terço apical
Apresenta duas raízes diferentes (92.2%), uma
M e outra D, duas raízes fusionadas (5,3%), ou
três raízes diferentes (2,5%), sendo a terceira P.
1MI As duas são achatadas no sentido M-D. Por
isso, há a possibilidade de se ter ponte de
dentina e haver a presença de três ou quatro
canais no dente
O número de raízes diferenciadas já cai, 68%.
Raízes fusionadas são 30,5% e três raízes
2MI
diferentes é 1,5%. São achatadas no sentido M-
D

➢ Número dos canais por grupo de dentes:


• “Isso aqui é extremamente importante para entender a quantidade de canais a
possibilidade de canais em cada grupo de dentes: Quando temos uma raiz achatada,
tomos a possibilidade de formação de ponte de dentina. Assim, temos a possibilidade
de ter um canal achatado ou a presença de dois canais circulares. Quando a raiz é
circular, vamos ter um canal só; a não ser que ela tenha, como no caso 1PMI, raízes
acessórias. Então, como a gente grava a forma das raízes, a gente automaticamente
vai saber a quantidade de canais. Então, o que a gente precisa saber:
o Quais os canais que têm achatamento no sentido M-D?
▪ Incisivos e caninos inferiores
▪ Pré-molares superiores
▪ Raiz MV dos molares superiores
▪ Molares inferiores
o OBS: no 1PMS o achatamento ocorre no sentido V-L.

Dente Raiz Forma Nª Canais


IS e CS 1 Circular 1
2 (circulares)
II e CI 1 Achatada M-D
1 (achatado)
PMS Quando 1 Elíptica ou achatada 2 ou 1
V (achatada V-L)
PMS Quando 2 3 ou 2
P (circular)
2 circulares e 1
MS 3 4, 3, 2 ou 1
achatada M-D
MI 2 Achatadas M-D 4, 3, 2 ou 1
1 (podendo
PMI 1 Circular acontecer a bi ou
trifurcação)
*Quando for tratar um dente, sempre ir com a intenção de tratar o maior número de
canal para aquele dente não apresentar problema posteriormente. Se tiver só um canal,
ótimo.

• O conhecimento da anatomia interna é fundamental para o sucesso do tratamento


endodôntico. As possíveis variações anatômicas quando conhecidas vai facilitar o
diagnóstico, o tratamento, o prognóstico, e o sucesso de cada caso.
• O 1MS é o dente posterior com maior índice de fracasso endodôntico e individualmente
uma das peças de maior importância funcional da mastigação. Esse fracasso é
associado a fato do cirurgião-dentista achar que pelo fato de ter três raízes, só apresenta
três canais; esquecendo da possibilidade do quarto (MP). Porém, estudos mostram que
a presença de três ou quatro canais acontecem na mesma proporção.

Terço Apical
• Ao endodontista torna-se imperioso o bom conhecimento da anatomia microscópica
do canal, principalmente da área apical, já que tem interação com a o periodonto.
• Temos dois cones truncados pelas suas bases: um cone maior, que é o canal
dentinário, e o menor, que é o canal cementário. Então temos o chamado e famoso
limite CDC (cemento-dentina-canal), local que une dentina com cemento, sendo o
ponto de maior constrição do terço apical do canal radicular, sendo muito importante,
já que ele é o limite do trabalho do endodontista.
• Junção dos cones: 0,5 a 0,7mm do ápice
o Dentinário: tende a diminuir com a
idade (aumenta deposição de
dentina de forma centrípeta)
o Cementário: tende a aumentar com a
idade (aumenta deposição de
cemento)
• 92% dos forames apicais encontram-se aquém do ápice anatômico. O forame apical,
onde desemboca o canal principal e o feixe vasculo-nervoso principal na maioria das
vezes não coincide com o ápice radiográfico; geralmente sai lateralmente e
chamamos de para-apical. Na maioria das vezes, está deslocado para distal; é
explicado anatomicamente, já que a inervação vem do trigêmeo.

Alterações fisiológicas e patológicas da anatomia interna


• Deposição de dentina – diminuindo câmara pulpar e canal radicular
• Atrição, corrosão, abrasão, abfração
• Cárie, preparos cavitários e restaurações profundas
• Traumatismos
• Reabsorções
• Molar em forma de C: maioria inferior, onde a raiz fica em forma de C, porque
une canal MV com ML e D, e a câmara uma vala/uma folga só; é
fusionamento; é como se fosse fusionamento incompleto.
• Distúrbios do desenvolvimento dentário: geminação (canal mais amplo que o normal),
fusão (coroa e dois canais), dens in dente (um canal maior e um canal menor dentro de
um canal – que dificulta o tratamento), taurodontia (câmara enorme e canal pequeno),
dilaceração.
Isolamento Absoluto

IMPORTÂNCIA

Importância do isolamento absoluto para endodontia: É OBRIGATÓRIO O USO DO ISOLAMENTO.

Na dentística nunca se faz o isolamento de um único dente, é de um conjunto. Já na endodontia o isolamento


é apenas do dente a ser tratado, contudo existem exceções que serão comentadas durante a aula.

O isolamento absoluto garante que os procedimentos endodônticos sejam realizados de modo asséptico.

No tratamento de canal existem microrganismos que estão dentro do canal radicular e outros na cavidade
oral, exemplo na saliva e o que queremos é que o isolamento seja adequado para que não ocorra o
cruzamento de infecção, evitando a entrada desses microrganismos no canal radicular ou que os do canal
radicular já para a boca do nosso paciente.

Além disso, a importância está relacionada a proteção dos tecidos circunvizinhos.

O tratamento endodôntico não está relacionado apenas ao canal radicular, mas de tecido ósseo, mucosa
oral, utiliza instrumentos perfuro cortantes pequenos, exemplos limas, agulhas de irrigação, substâncias
químicas. Desta forma, um bom isolamento garante a proteção do paciente, evitando a deglutição de limas
ou o contato da substância com a mucosa. A solução que usamos é o hipoclorito de sódio que caindo na
mucosa, causa ulceras bastantes significativas

A utilização do isolamento na endodontia é padrão, uso obrigatório.

HISTÓRICO

O uso do isolamento é bastante antigo, não é recente, em 1863 foi descrito o primeiro isolamento absoluto
usando o dique de borracha.

Em 1870 surgiram os diferentes métodos de utilização.

Em 1873 os diferentes grampos para fixar os lençois.

Os primeiros perfuradores e porta grampos em 1878/1879

Primeiro arco em 1890, ou seja já tem muito tempo que o isolamento é conhecido e pouco tempo de
utilização.

VATANGENS

- Manter a cadeia asséptica: não quero microrganismos do canal indo para cavidade oral, nem o contrário.

- Isolamento absoluto garante um campo de trabalho seco e limpo, fundamental para endodontia.

- Isolar só um dente garante que o dente vizinho que tenha uma lesão cariosa, não contamine o dente em
tratamento.

- Protege tecido mole, principalmente a língua.

- Fadiga e produtividade: profissionais alegam que leva tempo operatório para isolar. Contudo garante uma
execução melhor durante o tratamento, diminuindo o tempo do tratamento e fadiga do profissional.

- Protege o paciente de deglutir ou aspirar substâncias químicas

- Protege o paciente de deglutir instrumentos. Na endodontia, os instrumentos são pequenos e maioria


perfuro cortantes que quando deglutidos ficam presos em mucosa.
Caso seja um grampo, pede-se ao paciente que faça uma dieta liquida para eliminar nas fezes.

DESVANTAGENS

-Paciente alérgico ao látex.

Importante na anamnese perguntar se tem alergia ao assoprar bexiga de aniversário.

Se não tiver lençol de polietileno no consultório utilizar guardanapo de papel, dobra o guardanapo, corta no
meio fazendo um orifício e sobre o rosto do paciente colocar o papel e posteriormente o lençol de borracha.

INDICAÇÕES

- Tratamento endodontico.

- Reabsorções (?)

- Dentes traumatizados

- Clareamento

- Tratamento de urgência em odondontia

COMO FAZER

-Ideal que apenas o dente tratado seja isolado

- O lençol é descartável!!!

- Primeiro analisa se já existe cavidade pela extensão de carie retirando o tecido cariado e depois isola ou o
dente não tem exposição direta da câmara o isolamento é feito antes da abertura do canal.

-Antes da abertura coronária analisar o longo eixo do dente

INSTRUMENTOS

- alicate de ainsworth

- Arco porta-lençol de plástico para poder radiografar sem sobrepor estrutura e autoclavável. O de young
modificado não é o mais indicado, o mais indicado é o dobrável para facilitar a radiografia.

- O arco com a parte mais elevada para o queixo e para frente.

- O lençol de borracha tem diferentes cores e tamanhos. Cuidados com o paciente alérgico. Esticar bastante
o lençol para evitar que ele rasgue na hora do isolamento.

- Pinça de Palmer (porta-grampo)

- Grampo fixa o lençol e promove um afastamento gengival. O grampo tem o arco, tem o orifício redondo
que é para colocar o grampo e o orifício mais retangular que é para a sua retirada, tem as asas e aletas.

- Grampos para incisivos e caninos: 210 (superior), 211 (inferior), 212 (dentes pequenos, pouco cíngulo, quase
nenhum remanescente)
- Grampos para pré-molares: 206, 207, 208, 209. Os grampos especiais 00 e 0 que possuem curvatura mais
alta facilitando a visualização e podem ser utilizados também em crianças. Em incisivos inferiores de idosos
com estreitamento do colo também se utiliza esses grampos especiais.

- Grampos para molares: A diferença de tamanho está basicamente na garra. Os 04 pontos podem ser mais
próximos ou afastados, mais rígido ou não. Para molar parcialmente irrupcionado ou pequeno, o grampo 26
(promove afastamento gengival e não tem asa) e tamanho w8A (4 garras evidentes, dentes com bastante
destruição coronária)

- Dispositivos auxiliares: fio dental para amarrar grampo evitando deglutição.

- Tira de lixa: passa o fio dental, percebe que algo naquela região pode rasgar o lençol, regulariza com a lixa.

- Sugadores: são distintos, o de plástico para a boca, o específico (metálico) para o campo operatório.

- Tesoura: ameia ou diastema, cortando o lençol para ajustar melhor nessa região cervical e adaptar melhor
o lençol

- Lamina de bisturi: em casos que a retirada de uma pequena parte da gengiva invaginada ou ajudando na
retirada de uma carie subgengival, porém se for aumento de coroa clínica, precisa encaminhar para
periodontia.

- Cureta de dentina: para adaptar o lençol corretamente na cervical retirando o lençol da asa do grampo.

- Super bonder: destruição coronária tão grande que não consegue colocar grampo, então ao redor do
remanescente passa super bonder na gengiva, dente e lençol e adaptamos ali, garantindo o isolamento sem
precisar encaminhar para periodontia.

- Top Dam para completar o isolamento em dentes destruídos ou cimentos provisórios (coltosol) ou resina
acrílica também podem ser utilizadas.

- óculos e babador fazem parte do isolamento absoluto

Antes do isolamento preciso realizar a retirada de cálculo e tecido cariado, realizar profilaxia antes.

Passar o fio dental nas proximais dos dentes que irá realizar o tratamento, caso tenha que utilizar a lixa,
utiliza-la antes do isolamento. Excesso de restauração? Utilizar uma broca ou disco. Diastema grande?
Tesoura para cortar um pedaço e adaptar na cervical.

Dentes com prótese fixa: se estiver ok, permanece, caso tenha a necessidade de substituição, retira antes do
tratamento endodôntico iniciar. Se tiver coroa e núcleo remove para o retratamento ANTES do isolamento.
Remove restauração que não esteja bem adaptada.

Se as proximais estiverem muito destruídas seria bom reconstruir as paredes proximais com resina ou CIV
para melhorar a adaptação do isolamento

Se o paciente usa aparelho ortodôntico fixo solicita-se que retire o arco se for em consultório, na faculdade
é com um jeitinho

Técnicas para o isolamento:

- Paciente anestesiado
-Vaselina para lubrificar a comissura

- Selecionar o grampo de acordo com a dimensão do dente

- Verificar a firmeza do grampo

- Abaixo da amplitude maxima (equador anatômico) do dente

- Cuidado para não colocar o grampo em cima da gengiva

- Furo do lençol mais marcado para o centro para evitar que a solução irrigadora escorra pela velocidade da
irrigação não acompanhar o sugamento.

- Lençol abaixo do arco. O lençol que entra em contato com o paciente.

PRIMEIRA TECNICA: TUDO JUNTO: Arco+Lençol+Grampo

SEGUNDA TECNICA: GRAMPO -> ARCO+LENÇOL

TERCEIRA TECNICA: ARCO+LENÇOL -> GRAMPO

Assepsia do lençol com álcool iodado, clorexidina ou hipoclorito.

Situações atípicas:

-Ponte fixa: usa cola super bonder nas proximais para vedar e não contaminar com saliva

- Tratamento ortodôntico: lençol não entra na proximal do dente, então sela a região com top dam

- Dente com mobilidade: amarria com fio dental


- Paciente em quimioterapia: isolamento relativo pela fragilidade do dente e possibilidade de ulceração o
que não é indicado. Desta forma, uma exceção para o isolamento. Faz o tratamento de canal, corta a coroa,
sela e deixa ali, pois não pode fazer exodontia.

- Dente apinhado não coloca grampo, nem dente com fratura. Podendo nestes casos realizar o isolamento
em conjunto.

Endodontia Laboratório – Aula 04


Acesso Coronário de Incisivos e Caninos

Definição: Meio de acesso à câmara pulpar e consequentemente ao conduto radicular,


permitindo a realização do tratamento endodôntico (via de entrada ao canal).

Conduto
Esmalte Dentina Polpa
radicular

Existe diferença entre conduto radicular e câmara pulpar? Não existe. É uma via única,
pois a câmara pulpar está interligada com o conduto radicular.
Em incisivos e caninos é muito incomum possuir mais de um canal, mas pode acontecer.

Princípios:
1. Planejamento prévio e cuidadoso apoiado na radiografia inicial de diagnóstico.
Avaliar através do RX:
✓ Presença de lesões de cárie ou restaurações – analisar a situação da
coroa do paciente.
✓ Tamanho e localização da câmara pulpar e do canal radicular - analisar se
a mesma está atrésica.
✓ Presença de calcificações na câmara pulpar e no canal radicular -
✓ Número de canais radiculares.
2. Remoção de todo tecido cariado, restaurações ou estruturas dentárias de suporte
– remover tudo que irá interferir no procedimento.
3. Verificar a inclinação e das raízes do arco dentário – tanto radiograficamente
como clinicamente, pois o dente pode estar giro vertido ou fora da posição
habitual. Esse fato irá interferir no local do canal radicular e assim mudar o ponto
de acesso.
4. Realizar a colocação do isolamento absoluto antes que seja iniciado o
procedimento – O dente já deve estar limpo e pronto.
5. Localizar as entradas do canal radicular.
6. Conservação da estrutura dentinária – conservar ao máximo preservar tecido
para evitar que esse dente frature.
7. Avaliação do espaço adequado para o selamento cavitário – analisar se a
cavidade segue os princípios de retenção e resistência. Sempre ver se foi
colocado todo o material no contuto, pois caso contrário, irá ter uma proliferação
bacteriana e perder o trabalho realizado.
8. Alcançar direto e corretamente o acesso ao forame apical ou à curvatura inicial
do canal – Se dará através das limas endodônticas.
9. Eliminação de todo o teto da câmara pulpar – região mais próxima da borda
incisal, acompanha a coroa do dente.

Intrumentos:
✓ Alta rotação
✓ Baixa rotação
✓ Sondas exploradoras – reta e curva
✓ Curetas endodônticas – preferencialmente a com aste mais longa
✓ Brocas: diamantadas – 1011, 1012, 1014; carbides – 2, 3, 4; tronco cônica com ponta
inativa – 3082, 4083.

Etapas:
1. Exposição da câmara pulpar:
✓ Ponto ou área de eleição – Face lingual ou palatina nos dentes anteriores.
✓ Direção de trepanação – Inclinação e posicionamento da broca para acessar
o dente no arco. Analisar a espessura do teto da câmara pulpar e relacionar
seu tamanho com a escolha da broca (através do RX).
2. Remoção do teto da câmara pulpar e das projeções dentinárias:
✓ Forma de contorno – Se dá através da remoção de todo o teto da câmara
pulpar. Deve ser removido para evitar a permanência de micro-organismo e
criar a forma de retenção.
3. Desgastes compensatórios:
✓ Forma de conveniência – analisar a necessidade de pequenos desgastes
para a lima penetrar sem dificuldade.
Ponto ou área de
Direção de Forma de contorno e
eleição e Direção de
trepanação Forma de conveniência
trepanação

Incisivos Incisivos
Caninos
Superiores Inferiores
Sempre pela face Sempre pela face Sempre pela face
palatina com cerca lingual com cerca de palatina com cerca
de 2 a 3 mm acima 2 a 3 mm acima do de 2 a 3 mm acima
Ponto ou área de do cíngulo cíngulo. do cíngulo
eleição (importante (importante
preservar o cíngulo, preservar o cíngulo,
pois servirá de pois servirá de
suporte). suporte).
Posição: ortorradial Posição: ortorradial Posição: ortorradial
Inclinação: broca a Inclinação: broca a Inclinação: broca a
45o da coroa (broca 45o da coroa (broca 45o da coroa (broca
carbide esférica) e carbide esférica) e carbide esférica) e
Direção de posteriormente posteriormente posteriormente
trepanação inclinar levemente inclinar levemente inclinar levemente
em direção ao longo em direção ao longo em direção ao longo
eixo do dente. eixo do dente. eixo do dente.
OBS.: Coroa menor
que a dos IS, dessa
forma a câmara
pulpar será menor.
Triangular (forma da Triangular Forma elíptica,
câmara pulpar (Triângulo mal lanceada (formato
desse dente) com a definido, discreto) da coroa. (utilizar
base voltada para com a base voltada broca tronco cônica
incisal (utilizar broca para incisal (utilizar com ponta inativa
tronco cônica com broca tronco cônica com desgaste no
ponta inativa com com ponta inativa sentido M-D).
Forma de
desgaste no sentido com desgaste no
contorno
M-D). Analisar se sentido M-D).
ainda existe teto na
câmara através da
sonda exploradora
(se houver
resistência ainda
possui teto).
Desgaste do tronco Desgaste do tronco Desgaste do tronco
palatino utilizando a palatino utilizando a palatino utilizando a
broca tronco cônica broca tronco cônica broca tronco cônica
(movimente de (movimente de (movimente de
pincelamento, pincelamento, pincelamento,
sempre puxando sempre puxando sempre puxando
Forma de
para a coroa do para a coroa do para a coroa do
conveniência
dente). Avaliar se dente). Avaliar se dente). Avaliar se
ainda é necessário ainda é necessário ainda é necessário
desgaste através da desgaste através da desgaste através da
lima 10. Preservar lima 10. Preservar lima 10. Preservar
sempre a borda sempre a borda sempre a borda
incisal. incisal. incisal.

OBS.: Os II têm uma maior frequência o aparecimento de duas raízes, sendo estas mais
achatadas no sentido M-D.
Endodontia Laboratório – Aula 05
Acesso Coronário de Pré Molares

**Definição, princípios e instrumentais semelhantes a dentes anteriores**

Etapas:
1- Exposição da câmara pulpar:
✓ Ponto ou área de eleição (Local para penetrar e fazer o acesso a câmara
pulpar):
Sulco central como base. Paralela ao longo eixo do dente
✓ Direção de trepanação ( Inclinação da broca para o acesso coronário)
Paralela ao eixo do dente. Analisar a espessura do teto da câmara pulpar e
relacionar seu tamanho com a escolha da broca (através do RX).
2- Remoção do teto da câmara pulpar e das projeções dentinárias:
✓ Forma de contorno (Forma que a câmara pulpar vai ter ao final do preparo e
toda da remoção do teto)
Se dá através da remoção de todo o teto da câmara pulpar. Deve ser
removido para evitar a permanência de micro-organismo e criar a forma de
retenção.
3- Desgastes compensatórios:
✓ Forma de conveniência (A Forma que vai dar depois de um desgaste
compensatório para que seja conveniente quando penetrar a lima)
Analisar a necessidade de pequenos desgastes para a lima penetrar sem
dificuldade.

Pré Molares Superiores Pré Molares Inferiores


Sulco central como referência,
Sulco central da face porem um pouco mais para a
Ponto ou área oclusal. No sentido
cúspide vestibular e um
de eleição vestíbulo/palatino.
deslocamento um pouco para
mesial.
Paralela ao longo eixo do dente. Paralela ao longo eixo do dente.
Normalmente em direção ao Próximo a cúspide vestibular.
Direção de
canal palatino que possui maior Ter cuidado para preservar a
trepanação
diâmetro. Broca de acordo com cúspide. Broca de acordo com o
o tamanho do canal. tamanho do canal.
Elíptico ou ovoide. Retirar todo Circular ou ovoide. A raiz não é
tão achatada. Retirar todo teto
teto da câmara pulpar e das
Forma de da câmara pulpar e das
projeções dentinárias. Verificar projeções dentinárias. Verificar
contorno se removeu todo o teto com a
se removeu todo o teto com a
sonda exploradora nº5.
sonda exploradora nº5.
Paredes da câmara pulpar Paredes da câmara pulpar
Forma de expulsivas. Paredes expulsivas. Paredes
conveniência mesial/distal levemente mesial/distal levemente
divergentes. divergentes.

OBS:
✓ A cavidade pulpar tem mais volume no sentido Vestibulo- palatino.
✓ Achatamento da raiz no sentido mesio distal principalmente nos PMs
Superiores.
✓ Muito importante não desgastar o soalho
✓ Dentina do teto é mais amarelada. A dentina do soalho é mais acizentada.
✓ Sempre bom ter uma lima do lado para conferir se já acessou a canal
✓ Istmos : Região estreita que vai interligar 2 canais.

Endodontia Laboratório – Aula 06


Acesso Coronário de Molares

Dente molar: possui a câmara pulpar e os canais radiculares. Pode haver variação em
todos os dentes! Atenção (!): o ponto de referência para acesso dos molares são as
cúspides (nos incisivos e caninos são as bordas incisais). Devemos atentar que
diferente dos anteriores, nos dentes posteriores durante o acesso ano temos a sensação
de cair no vazio pois os canais são mais constritos. Molares tem 6 paredes: V, L, M, D,
teto e soalho. Geralmente encontraremos mais de um canal em molares, mas existe
também a possibilidade de encontrarmos apenas um canal, principalmente nos terceiros
molares. NADA É ABSOLUTO NA ENDODONTIA.

Acesso coronário: a abertura coronária apresenta princípios fundamentais


1 Planejamento prévio e cuidadoso apoiado na radiografia. Obs: É importante
medir a distância entre a face oclusal e a câmara pulpar na radiografia. Deve-
se observar também os cornos pulpares, a presença de cárie e a amplitude do
canal.
2 Localizar a entrada do(s) canal(is) radicular(es).
3 Conservação da estrutura dentária – ajuda na manutenção do dente na
cavidade oral e é importantíssimo para a restauração.
4 Eliminação de todo o teto da câmara pulpar para evitar retenção de
microrganismos, tecido necrótico, material restaurador.
5 Não promover desgastes no soalho. Utilizar brocas de pontas inativas, para
evitar perfurar o soalho e comprometer o sucesso do tratamento.
6 Abertura pela face oclusal dos molares paralelo ao longo eixo do dente.
Instrumentos iguais aos acessos anteriores. É importante ter lima n 10 em mãos para
auxiliar na detecção do canal. Os dentes devem estar isolados para evitar acidentes
principalmente com limas. O calibre o tamanho da broca vai depender do diâmetro da
câmara pulpar, em molares geralmente se usa a de número 4, pois em molares é mais
robusto.
Etapas:
1- Exposição da câmara pulpar – ponto ou área de eleição e direção de trepanação
2- Remoção do teto da câmara pulpar – forma de contorno
3- Desgastes compensatórios – forma de conveniência

Molares Superiores Molares Inferiores


Características 1MS – 3 raízes com 4 canais em 1MI - maioria com 2 raízes
gerais 70% dos casos. 2 raízes por diferenciadas., sendo também a
vestibular e 1 por palatino. Cúspide maioria com 3 canais, mas
MV tem maior volume e é achatada também existe alta incidência de
no sentido M-D o canal e o canal P 4 canais (o 4o canal
é mais afastado dos mesiais provavelmente na raiz distal).
2MS – 3 canais (50%) e 4 canais 2MI – maioria 3 canais e 2 raízes
(50%). Se houver fusão de raízes diferenciadas.
normalmente ocorre com as
vestibulares.
Área de Área central da superfície oclusal, Sulco central na oclusal (a
eleição mensalmente a ponte de esmalte anatomia não é tão especifica
(entre as duas cúspides). “Sempre o como a do MS)
sulco em forma de L é a referência” Se
não houver ponto de referência
(devido a cárie ou restauração), a
área de escolha será a região
central.
Direção de Paralelo ao longo eixo do dente, Paralelo ao longo eixo do dente
trepanação levemente inclinado para o canal com a broca levemente inclinada
palatino (pois ele é mais amplo). para o canal distal.
Forma de Triangular com base voltada para Triangular com base voltada
contorno vestibular (devido a presença das para mesial (2 canais) e
duas raízes V). No sulco central, trapezoidal (quando tiver 4
mas um pouco voltado para a canais).
mesial, sempre preservando as
cúspides.
Forma de Desgaste compensatório na parede Desgaste compensatório na
conveniência vestibular e no ângulo mesial e desgaste anticurvatura.
(Desgastes mesiovestibular e desgaste
compensatórios
anticurvatura para facilitar a
para que seja
conveniente a lima introdução da lima.
penetrar)

É importante atentar para anatomia externa do dente, sempre que houver uma coroa
muito robustas, desconfiar de múltiplos canais ou de alguma variação anatômica.
Localização dos condutos:
MS: canal palatino – cúspide MP
Canal MV – cúspide MV
Canal DV – sulco vestíbulo oclusal
*Canal MP – entre o mesiovestibular e o palatino. É orifício de entrada logo abaixo
da cúspide MV.
Resumo do acesso: Ponto de eleição é mesial a ponte de esmalte, no sulco central -
Trepanar em direção ao canal palatino, confirmar com a sonda a entrada do canal -
Trocar pela broca tronco cônica de ponta inativa - Desgastar dando o formato triangular
e usando sempre a sonda para verificar a presença do teto ou não (na presença do teto
precisa desgastar mais).
Não há muita diferença entre os molares superiores, o que muda entre eles é a maior
ou menor incidência dos canais.
MI: canal MV: abaixo da cúspide MV
Canal ML: abaixo da cúspide ML
Canal D: partindo da fosse central, 2 mm para distal
Resumo do acesso: isolar – ponto de eleição no sulco central e iniciar o acesso –
trepanação paralela voltada para a distal – conferir com a sonda o início da câmara
pulpar – trocar a broca (pode fazer movimentos de pincelamento antes de trocar a broca)
– proporcionar o formato triangular e desgastar até ter visão dos canais.

ODONTOMETRIA

Tem o objetivo de descobrir o comprimento do dente, conseguindo estabelecer o limite que vamos
instrumentar o preparo endodôntico, além do comprimento que será realizado a obturação do canal.
Sendo assim, a odontometria é uma etapa de fundamental importância para estabelecer o limite de
instrumentação e de obturação.

O comprimento de instrumentação e obturação é chamado de COMPRIMENTO DE TRABALHO,


estando todas as fases do tratamento endodôntico dependentes desse comprimento encontrado.
Ela é utilizada em todas as indicações de tratamento endodôntico, tais como no caso de polpa viva,
necrótica ou nos casos de retratamento.

O endodontista trabalha dentro do canal radicular, que é dividido em canal dentinário e canal
cementário possuindo como limite a linha CDC, possuindo uma zona de maior constrição do canal,
chamada de constrição apical.

O canal cementário é revestido por cemento, sendo que a base maior dele é voltada pro forame.
No interior desse canal possui um tecido proveniente do ligamento periodontal chamado de COTO
PULPAR ou COTO ENDO-PERIODONTAL. Esse coto é formado por tecido conjuntivo maduro que
é rico em cementoblastos e em fibras. Os estudos histológicos em cães mostram que em dentes
que possuem a polpa viva quando é feita a preservação dessa estrutura, encontra-se uma resposta
melhor de reparo. Já em caso de polpa necrosada ou retratamento, não existe a mesma resposta,
pois o tecido não existe de forma saudável. Em casos de polpa viva, onde é retirado o coto pulpar,
alguns autores consideram que o processo de reparo demore um pouco mais.
Assim é importante conhecer a anatomia do periápice para estabelecer o comprimento de trabalho
no intuito de preservar a vitalidade dos tecidos periapicais, para que não ocorra nenhuma injúria
nos tecidos adjacentes ao dente. Além disso, com o conhecimento da anatomia periapical, sabe-se
que o forame apical na maioria das vezes não coincide com o ápice anatômico do dente.

Estudos recentes demonstram que o limite CDC e a constrição apical, eles não coincidem. Eles não
estão no mesmo lugar. O que eles mostram é que esse limite CDC está mais para apical em relação
a constrição apical. Demonstrando que essa constrição se encontrava à 1,2mm aquém do ápice
anatômico e o limite CDC à 0,3mm. Existem diversos estudos que mostram que existe uma
variabilidade muito grande, estando o limite CDC de 0,3mm, aquém do ápice, até 3mm. Desta
forma, por conta dessa variabilidade, estudos avaliaram qual o índice de sucesso do tratamento
endodôntico para definir um padrão de comprimento de trabalho, que varia de 0,5mm a 2mm aquém
do ápice. Alguns ainda definem um padrão de 0,5 a 1mm para dentes necrosados e de 1 a 2mm
para o caso de dentes com a polpa viva. Portanto, utilizaremos uma média, subtraindo 1mm do
comprimento do dente para definir o comprimento de trabalho para dentes com a polpa viva,
enquanto que para dentes com a polpa necrosada, utilizamos uma técnica chamada de “latência?”
ou debridamento periapical, onde o instrumento passará além do comprimento do dente para
desorganizar aquele biofilme.

Existem diferentes técnicas para definir o comprimento do dente. Temos a técnica sinestésica,
técnicas radiográficas e as técnicas eletrônicas. Pra todas elas elegemos um ponto de referência.
Em casos de incisivos, vai ser o centro da borda incisal. Em caso de caninos, pré-molares e molares,
vai ser a cúspide desse dente. Assim, no caso de um pré-molar, com dois canais, a cúspide
vestibular serve de referência para o canal vestibular, enquanto a palatina, servirá pro canal
palatino. A técnica sinestésica, que não faremos na nossa clínica, é baseada na inserção de uma
lima no canal, até o paciente gritar “ai”. Com isso, você entenderia que chegou no forame apical,
definindo o comprimento do dente, que será demarcado com um stop de borracha e posteriormente
medido “com a minha reguinha”. Ou seja, se você encontra 20mm de comprimento do dente e foi
visto que o comprimento de trabalho é igual ao comprimento do dente menos um, o CT do dente
seria de 19mm.

A técnica utilizada por nós será a técnica radiográfica, possuindo vantagens de facilidade de
execução, custo acessível e quando colocamos o instrumento no canal para realizá-la, podemos
ver a anatomia do canal. Inicia-se com a radiografia de DIAGNÓSTICO para iniciar nossa
odontometria, sendo ideal utilizar a técnica do paralelismo, na posição ortoradial, devendo ser
centralizado o dente objeto no filme radiográfico, sendo importante a técnica de processamento. O
isolamento é feito como primeira etapa, acesso e depois a odontometria. “Vou fazer uma
perguntinha pra vocês. Se caso eu faça uma radiografia perfeita, e depois meça e dê 21mm, eu
posso afirmar que meu dente possui 21mm? NÃO!” A angulação vertical pode alongar ou encurtar
uma radiografia normalmente. Além disso, temos a curvatura do canal, onde a radiografia mostra
uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional. Ou seja, não é só medir o comprimento
do dente na radiografia para ter o comprimento real do dente. Utilizamos o método de Ingle ( “o
método de bregman é bom vocês darem uma lidinha pois ainda cai em prova de concurso, mas não
é cobrado aqui na disciplina” ). Para isso vamos precisar de uma bandeja, 2 réguas metálicas (uma
para radiografia e outra pra medir a lima), se quiser lupa, limas “K”, os stops e filme pvc.

Existem 4 nomenclaturas que vocês tem que saber:


→ CAD – Comprimento Aparente do Dente – é o comprimento do dente na radiografia de
diagnóstico, que é medido do ponto de referência até o ápice radiográfico. Não é o comprimento do
canal.

→ CP ou CTP – Comprimento Provisório ou Comprimento de Trabalho Provisório – CP = CAD –


3mm

→ CRD – Comprimento Real do Dente

→ CT – Comprimento de Trabalho

EX: Após uma radiográfia de diagnóstico, encontramos 23mm de CAD, então com uma régua
estéril, marcamos o CP na lima, que no caso seria 20mm. Assim, o stop deve ser marcado no ponto
de referência para inserção da lima no canal, sendo que a lima deve ser escolhida de forma que
fica justa nesse CP. Realizamos outra radiografia pela técnica da bissetriz com a lima dentro do
canal. Através disso vamos descobrir o CRD, pois veremos o quanto que a lima penetrou no canal
e ainda veremos uma sobra entre a ponta da lima e o meu ápice radiográfico. Então o CRD será
quando somo o quanto a lima penetrou no canal mais o quanto sobrou para chegar ao ápice,
entretanto, se a lima passar o ápice do dente, calculamos a diferença de quanto a lima passou do
canal, até o ápice. Sendo assim, se eu tenho o CRD e subtraio 1mm, terei meu CT.

*RESPEITAR O PONTO DE REFERÊNCIA SEMPRE!

A técnica possui como limitações o fato da radiografia ser bidimensional, interposição de estruturas
anatômicas. Para dentes com muita sobreposição de estrutura, a ideia é que sejam realizadas mais
radiografias com diferentes angulações, vertical ou horizontal, como as técnicas de Clark ou de
Lemaster (Estudem elas). Para pré-molares superiores geralmente realizamos uma técnica
mesilradial. Em caso de molares superiores, podemos fazer uma radiografia ortoradial
normalmente, porém se existir um quarto canal optamos por uma radiografia distoradial. Molares
inferiores também distoradial.

Podemos identificar se uma radiografia é mesioradial ou distoradial pela asa do grampo ou pela
nitidez do contorno radicular. A asa do grampo voltada pra palatina, sempre está mais para apical.
Como tudo que está por palatino acompanha o movimento realizado, disto ou mesilradial, para onde
a asa do grampo mais para apical for, foi realizado o movimento. E em relação a nitidez, para onde
o movimento vai, a imagem fica mais nítida. (técnica de clark)

Na técnica de lemaster colocamos um rolete de algodão entre o filme e o dente para poder diminuir
a angulação vertical.

Em caso de risogênese incompleta, nós temos o comprimento do dente menor e usamos limas mais
espessas. Em caso de fratura pode ser realizada até a fratura ou do canal todo.

Técnica eletrônica

Localizador eletônico foraminal

Quando faz o “piiiiiiiiiiii” subtrai 1mm para ter o CT.


“Isso não quer dizer que não se faça radiografia.”

O tratamento endodôntico ele depende de algumas etapas que é o diagnóstico correto, o preparo deste
canal radicular que é o pqm que a gente vai executar e a obturação para que a gente obtenha o sucesso
deste tratamento. A gente vai lidar durante esse preparo de um sistema de um complexo, então os dentes
tem ramificações, deltas apicais, canais colaterais que fazem com que esse sistema seja complexo e são
esses condutos esses canais principais com curvaturas que a gente vai ter que preparar com os nossos
instrumentos. Durante esse preparo a gente tem que desenvolver no interior destes canais uma forma,
uma modelagem, uma formatação para este canal e essa forma é uma forma cônica continua em direção
ao ápice forame apical. A gente deve manter o canal estreito não alargar muito o forame apical para
conseguir uma área de retenção do material obturador de forma que possa condensar esse material e não
extravasar na região periapical, realizar um preparo tridimensional deste canal radicular, não transformar o
forame periapical mantendo ele pequeno e prático de forma que consiga limpa-lo (limpar, mas não alargar
com muita intensidade) e isso é feito com os instrumentos endodônticos.

Esses instrumentos eles foram criados em 1838 por “mainard” surgiu ali então primeiro instrumento
endodôntico, ele era feito com corda de relógio em 58 (eagle e levi não achei os nomes na net pra
confirmar) padronizaram os instrumentos e em 76 veio especificações balanceadas sobre os instrumentos.

Os instrumentos são classificados de acordo com grupos: o grupo 1 tem instrumentos para preparar
conductos de modo manual, grupo 2 semelhantes ao grupo anterior, porém com mandrio para ser usados a
motor além do instrumento que chama lentulo pra ajudar a obturar o seu canal o grupo 3 também são
acionados a motor como algumas brocas e o grupo 4 são instrumentos para obturação e cone de papel.

Nessa padronização dos instrumentos eles são classificados em série em número eles tem um diâmetro de
seção transversal (tem um diâmetro para cada milímetro a partir da ponta) e tem um desenho nessa seção
transversal por exemplo se você pegar o instrumental e cortar no meio vai ver que tem um desenho tem
também conicidade que é chamado de TAPER possuem ainda uma cor de cabo específica cada um tem
comprimentos e tem comprimentos da parte ativa (todos esses são os parâmetros para a padronização).

O primeiro instrumento uma lima de calibre número 35 tem um cabo verde que é de cor variável a outra
parte é a intermediária que é lisa e tem a parte ativa, nessa lima possui um cursor que se movimenta para
medir a altura de trabalho desejada. A parte ativa da lima durante a nossa graduação terá um tamanho fixo
que é de 16 mm de comprimento possuem lâminas cortantes que vão raspar as paredes do canal e a parte
intermediária é variável.

Pelo fato de ter uma parte intermediária variável as limas possuem diferentes tamanhos que vão desde 21
mm (muito usado na pediatria) 25 mm e 31 mm.

O metal que compõe as limas é o aço inoxidável e as limas são fabricados de duas maneiras por torção ou
por usinagem, os do tipo K são fabricados por torção, e tanto o K quando o Headestroem são fabricados
por usinagem. Na fabricação por torção ou método indireto onde um fio cônico de forma circular,
triangular, quandrugular ou losangular onde uma máquina torce esse fio dando as características da lima; o
outro método de fabricação é por usinagem as limas H ou headestroem nessa forma a gente parte de um
fio cilíndrico com conicidade e uma lâmina vai cortar esse fio dando dando a forma desejada do
instrumental. Pelo fato de já ser torcido a lâminas fabricadas por torção tem menos chance de fraturar
quando houver uma torção do que as lâminas fabricadas por usinagem que não tem essa resistência devia
a sua forma de fabricação( headstroem é melhor ser usado quando o canal já está mais alargado).

As limas tipo K tem seção transversal quadrangular(com algumas exceções) o ângulo de corte é de 90 graus
pelo fato de ser quadrangular tem mais resistência a fratura do que é os triangulares por exemplo pelo fato
de possuir uma maior área, porém a triangular( FLexofile) é mais flexível possui um ângulo de corte de 60
graus ou seja corta mais. Existe a lima K-FLEX que tem formato losangular e tem um ângulo de corte de 80
graus por fim as limas headstroem que tem um ângulo de corte de 42 graus nesta lima é muita boa para
limpeza das paredes pelo seu ângulo de corte e existem algumas técnicas utilizadas na sua aplicação
principalmente em molares e o formato dela é de “virgula” que é observado na sua seção transversal.

Outra informações sobre os instrumentais é sobre os diâmetros da ponta ativa que varia desde D0 que é a
ponta da lima até D16 que está em direção ao cabo, esses diâmetros vão diminuindo em direção a ponta,
além disto os instrumentais de acordo com o padrão isso são variáveis em cores(rosa, cinza e lilás são as
séries especiais e o resto é branco,amarelo, vermelho, azul, verde, preto) e numeração que vai desde o 06
até o 140 e são divididos por série onde os números 06, 08 e 10 são a série especial (são os mais finos),
15,20,25,30,35,40 são a primeira série 45,50,55,60,70,80 são a segunda série e 90,100,110,120,130 e 140
são a terceira série.

0 diametro de ponta o D0 é determinado pelo número da lima divido por 100, por exemplo uma lima 15
seu D0 é 0,15 centésimo de milímetro. Na série especial a variação de uma lima para outro é de 0,02 (06-
08-10) em diâmetro, o próximo aumento é de 0,05( 15-20-25-30-35-40-45-50-55) que neste tipo de
classificação é a primeira série e por fim na segunda série que aumenta 0,1 (60-70-80-90-100-110-120-130-
140).

Na caixa de lima tipo k-padrao ou K-Flexofile existe um quadrado desenhado que é a caracterização
universal de lima dentária e a Headstroem caracterizada por um círculo. No cabo da lima tipo k-padrão ela
é representada por um quadrado vazado a Headstroem no cabo é um círculo e a K-flexfile é um quadrado
preenchido.

A conicidade ou TAPER que é uma das classificações dos instrumentais neste sentido quer dizer que o
diâmetro do D0 até o D16 vai aumentando ou seja aumenta do TAPER, de acordo com o padrão ISO esses
instrumentos tem uma conicidade fixa tanto os tipo K quanto Headstroem de 0,02 mm a cada milímetro da
ponta também chamando de TAPER.02 ou seja se tem uma variação de conicidade nestes instrumentos de
0,02 centésimos de milímetros a medida que caminha um milímetro a partir da ponta, por exemplo uma
lima 10 que tem o D0 0,1 no D1 vai ter 0,12 e assim sucessivamente sempre somando 0,02 até o D16 ou
seja no D16 vai ter o,42 mm que é o diâmetro da ponta 0,1 mais o aumento da conicidade que é 0,02 a
cada D que vai aumentando.

OBS o comprimento da ponta ativa é sempre 16 mm e a conicidade é sempre 0,02 que aumenta.

Aula Cinemática Aula 01 (Segunda Prova)

• Instrumentos Farpados (Estivanetes): Instrumento em desuso, possui lâminas, fazem


cavacos nos metais.
• Alargadores: desuso, maior distancias entre as espirais (lâminas de corte), corta as paredes
de dentina, ângulos entre as lâminas de 20º, e possui de 14 à 18 espirais ao longo da parte
ativa.
• Limas Tipo K
Possuem maior números de espirais que os alargadores, são instrumentos melhorados que
levaram os alargadores ao desuso.
• Limas tipo Kerr e Tipo Hedstroem
-Tradicionais
-Modificadas
• Tipo K
- Secção transversal: Quadrangular (90°), Triangular(60º) (K- Flexofile), Losangular (K-flex).
• Limas tipo Kerr
-Morfologia semelhante aos alargadores, porém a torção da haste piramidal é maior,
gerando de 18 a 20 espirais cortantes.
• Limas Tipo K-Flexofile
- Limas de aço inoxidável com secção triangular semelhante às limas tipo K convencionais.
- Vantagem: Maior flexibilidade, favorecendo passagem nas porções curvas do canal, o que
as tornam mais indicadas para canais curvos.
OBS: Quando encontramos um canal atrésico e queremos avançar nele, é melhor começar
com uma lima tipo K padrão com secção triangular devido a sua resistência. Para seguir a
curvatura original do canal usamos a K-flexofile devido sua flexibilidade.
- Cabo com ranhuras longitudinais (marcas de milímetros que podem ajudar), mas o mais
indicado é utilizar o cursor.
-Comprimento variável, podendo ser de 18, 21, 25, 31mm.
-Numeração de 15 a 40 ponta cônica e não cortante (arredondada)
• Limas Goldem Mediums
-Variação das Limas tipo K
-Instrumentos intermediários com diâmetros menores 12;17;22;27;32;37. Apresentando
possibilidade de trabalhar com diâmetros mais próximos sem dar esse pulo grande de 0,05
padrão.
-Design cinemático que são para serem usados iguais as limas flexofile.
• Limas K-Flex
-Haste losangular ou corpo romboidal
-Menor diâmetro transversal que as limas K
-São flexíveis
-Apresentam dois ???? cortantes com ângulo de 80º.
-Boa zona de escape entre as lâminas cortantes, as raspas de dentinas ficam acumuladas
e precisam ser limpas.
-Perdem rápido o corte por causa do ângulo mais agudo.
-Maior capacidade de corte em relação as limas K.
• Limas Tipo K Colorinox
- Secção Transversal até o número 40.
-Triangular a partir do número 45.
• Limas Tipo Hedstrom
-Usinagem de uma haste metálica de aço inoxidável de secção transversal circular em forma
de vírgula.
-As lâminas cortantes estão situadas nas bases dos cones ligeiramente inclinadas formando
ângulo de 55° ou até 70º com o longo eixo do instrumento. Formato como se fossem vários
cones superpostos.
-Elevada capacidade de corte.
-Ponta cônica lisa e não cortante.
-Usada para movimento de limagem (raspagem das paredes)
-Úteis nas pulpectomias( remoção de tecido vital encaminhando para necrose, que fica meio
borrachóide) canais retos e retratamentos (remove gutapercha das paredes muito bem).
-Comprimentos 21;25;28;31 e tem 1°, 2° e 3° série.
• Modificações nas Limas Tipo Kerr
• Brocas Especiais Alargadores
-Largo: Ponta inativa,serve para desobstruir canal para colocação de pino, são cilíndricas na
sua parte ativa com ponta arredondada.
-Peeso: Broca de ponta ativa, para dentística
-Gates Glidden: Brocas especiais, alargadores utilizados para abertura coronária, utilizadas
para dar pré acabamento coronário, variam de número de 1 à 6, conforme o número
aumenta a ponta aumenta. O diâmetro de ponta da número 1 por exemplo é de 0,50,
equivalente a uma lima 50, a 2 é de 0,70. Possui ponta de forma ogival ou ovalada.
Cinemática dos Instrumentos Endodônticos

Dois tipos de movimentos principais: Alargamento (corte da dentina) e Limagem( raspagem


da dentina)
• Movimento de Cateterismo/Exploração inicial
-Introduz o instrumento no canal com movimentos de ¼ de volta no sentido horário e ¼ no
sentido anti-horário com mínima pressão apical. Limas menos calibrosas ex: 10,15...
movimentos delicados e suaves, dedo fazendo movimento. Ponteiro de relógio de 12:00 a
12:15.
-Marca preta no cursor indica os movimentos, às vezes recuamos 1mm e avançamos
novamente com o instrumento.

• Movimento de Alargamento e Limagem


-Avança com a lima, gira um pouquinho e retorna com a lima raspando contra a parede do
canal, cada vez que se faz esse recuo que é em média de 1 mm, recua raspando contra
alguma das paredes. Por exemplo, no incisivo central, pode-se recuar um pouco para a
vestibular, para a palatina, pela mesial e por distal dando uma ideia de limpeza
tridimensional da região.

• Movimento de Alargamento Parcial à


direita
- O instrumento penetra, da um giro a direita e traciona, não é tração com pressão lateral,
simplesmente traciona, movimento digital suave.

• Movimento de Alargamento Parcial


Alternado
- Recuo deve ser bem medido na força para não trazer a lima toda para fora do dente. Apoio
dos dedos em volta para evitar uma força muito grande. Com um giro corta, o recuo desaloja
as raspas cortantes e abre espaço para avançar mais no canal. O cursor deve tocar no ponto
de referência externo para te dar noção do comprimento.

• Movimento de Limagem- Tipo K e H

- Corte da dentina, avanço de instrumento e


tração com pressão lateral contra as paredes do canal visando a tridimensionalidade.

• Lima K
- Cateterismo ou exploração inicial; Limagem; Alargamento; Rotação Alternada;
Alargamento e limagem ao mesmo tempo.
-São seguras para o movimento de rotação devido a fabricação por movimento de torção, a
Hedstrom não resiste muito a torção e pode fraturar.
-Haste quadrangular possui maior quantidade de metal que dá maior capacidade de avanço
no interior dos canais.
-Requer ¼ de para completar uma volta, de 15º em 15°. Arrasta a lima do 12:00 ao 12:15,
recua, no novo avanço o ponto inicial já
será o 12:15 até 12:30.
• Rotação Alternada
- Movimento de rotação de 45º no sentido dos ponteiros do relógio e no sentido contrário,
com força apical suave, giro para ser feito aos poucos, vai de 15 em 15° também, em
movimento de penetração de condutos atresiados ou em retratamentos.

• Tipo K-Flexofile
-Diâmetro obtido com limas de haste triangular e quadrangular é o mesmo, mas a triangular
possui menor área.
- Haste triangular, movimento feito com rotação de 1/3 (120º) para completar o círculo de
corte nas paredes do canal.

• Limas Hedstrom
-Têm elevada capacidade de corte, ponta lisa não cortante,movimento de limagem e
raspagem contra as paredes.
-Suas ranhuras permitem a captura de quase tudo que está dentro do canal.
-Úteis nos retratamentos, remoção de limas fraturadas, bolinhas de algodão, cones de prata
(material antigo de obturação).
-Usada para canais mais retos de preferência (pois nos curvos há riscos de fratura) e parte
reta de canais curvos, mas não na curvatura devido a sua fabricação por usinagem.

• Instrumentos de aço inox


Desvantegens
- Em canais muito curvos, às vezes desviam a trajetória original do canal dependendo do
calibre do instrumento, por exemplo em curvatura muito acentuada você deve saber que o
diâmetro 35 é muito para fazer a curva, no máximo até o calibre 25, naquele canal deve-se
trabalhar com uma técnica que o alargue menos.
-Necessidade de pré-curvar
- Maior tempo operatório
-Tendência a formação de degraus, “zips”.

• Princípios de Instrumentação em Canais Curvos


-Visando a zona de perigo entre as raízes (área de furca), pré curvar as limas, até o 25 é
mais fácil, após fica mais difícil.
-Movimentos curtos de limagem e técnica coroa ápice, trabalhar sempre crowndown.
-Fazer limagem anti-curvatura ou pré-alargamento coronário para permitir que eles desçam
melhor até a região apical.
-Acesso bem realizado e direto até a entrada do canal, entrar retos, evitando entrar
inclinados.
-Prevenção de acidentes utilizando as técnicas corretas de cinemática.
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NO PREPARO DOS CANAIS RADICULARES

Definição:
São soluções empregadas no preparo dos canais radiculares como auxiliar da instrumentação, como
solução irrigante e como agente antimicrobiano.

Cavidade Bucal
→Existem cerca de 700 espécies de microorganismos detectados na cavidade oral
→ Aproximadamente 500 espécies bacterianas no canal radicular
→ 20-50 espécies mais prevalentes
Além disso há as variações anatômicas, resultando em regiões de difícil acesso e limpeza. Como os canais
acessórios, laterais, colaterais e deltas apicais

Obs: Nas paredes do dente há túbulos dentinários, e as bactérias penetram nos túbulos dentinários
causando infiltração. O Biofilme intraradicular é o grande grande problema na endodontia, pois não
conseguimos realizar a descontaminação desses canais.

Preparo Químico Mecânico

Tem o objetivo de eliminar os microrganismos.

Consiste em:

1. Modelagem e Ampliação
- A modelagem é realizada através da ampliação para uso utiliza-se a ação mecânica dos instrumentos.

+
2. Limpeza
- Ação mecânica dos instrumentos
- Ação química das substâncias Químicas Auxiliares
- Ação mecânica da irrigação e aspiração

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES

São soluções empregadas no preparo dos canais canais radiculares como auxiliares da instrumentação.

Nomenclatura:

Substâncias Químicas Auxiliares


Propriedades Químicas:
- Antimicrobiana
- Solvente tecidual (ao abrir o acesso pode encontrar: Polpa viva = remoção do tecido pulpar/ Polpa morta
= Remoção de restos teciduais necróticos)
- Agentes Quelantes
- Biocompatibilidade

Soluções Irrigadoras
Propriedades Físicas:
- Irrigação-Aspiração
- Viscosidade
- Tensão superficial
- Refluxo do líquido

Nem todas as soluções irrigadoras são substâncias químicas auxiliares, existem soluções irrigadoras que
não são dotadas de propriedades químicas.
Nem todas as substâncias químicas auxiliares são soluções irrigadoras, existem substâncias químicas que
não são dotadas de propriedades físicas.

Obs. Hipoclorido de Sódio = Substância química auxiliar e solução irrigadora

Objetivos:
- Eliminar restos pulpares, sangue, raspas de dentina e restos necrosados (todo o processo de
instrumentação e preparo desses canais vão produzir raspas de dentina, o que é um grande problema se
não for tratado de forma adequada)
- Diminuir a microbiota bacteriana que esta presente dentro dos canais
- Umedecer ou lubrificar as paredes dentinárias (produz um efeito de umectação)
- Remover a Smear Layer ( Lâmina formada tanto pela instrumentação quanto pela presença de substâncias
químicas)
- Suspensão de detritos

PROPRIEDADES DAS SUBSTANCIAS QUÍMICAS AUXILIARES

Propriedades importantes:

1. Solvente de matéria orgânica

2. Antimicrobiana (eliminar o máximo de microorganismos dos canais radiculares)

3. Lubrificação

4. Baixa viscosidade

5. Baixa tensão superficial

6. Ação Quelante

7. Biocompatibilidade

Não existe uma substância que possua todas essas propriedades juntas!

1. SOLVENTE DE MATÉRIA ORGÂNICA


Significa que essa substância tem que remover o tecido pulpar vivo ou necrosado (na câmara e nos canais
radiculares):
- Regiões inacessíveis aos instrumentos – através da irrigação
- Área de contato – a área de contato favorece a ação das substâncias químicas. Se tiver uma maior área de
contato, maior ação das substâncias
- Tempo de ação – quanto maior o tempo que a substância estiver em contato com o tecido, maior a ação
- Agitação mecânica – vai elevar a ação da substância
- Concentração da solução – quanto mais concentrada mais poder de dissolver tecido orgânico
- Frequência de renovação da solução – se deixar a substância por muito tempo, ela perde sua ação
2. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Como foi dito existe cerca de 500 espécies de microorganismos no canal radicular, podendo ocasionar
patologia pulpar e periapical.

Obs: A principal causa do tratamento são esses microorganismos.

 Instrumentação por se só já reduz cerca de 53,3% da microbiota no interior dos canais radiculares
 Instrumentação + Soluções irrigadoras o índice aumenta para 80%

Obs: O grande problema da endodontia é o fato de que não se consegue eliminar 100% desses
microorganismos. Como se tem sucesso então? Acredita-se que a obturação isola esses M.O, privando-os
de nutrientes. Tanto que, após muito tempo (20...30 anos) o insucesso dos tratamentos é esperado.

3. LUBRIFICAÇÃO:

Quanto menor força de atrito, consequentemente menor contato físico dos instrumentos com as paredes
dos canais radiculares, maior o tempo de vida útil dos instrumentos.

Lubrificação em canais atresiados favorece a passagem do instrumento

Obs. Quando usa o lubrificante, aumenta o tempo de vida útil dos instrumentos, principalmente em canais
atrésicos, pois facilita o deslizamento do instrumento no canal radicular.

4. SUSPENSÃO DE DETRITOS
Manutenção dos detritos orgânicos (tecido pulpar e bactérias) e inorgânicos (cristais de hidroxiapatita -
dentina) em suspensão impedindo sua sedimentação
- Obstrução do canal → Iatrogenias
- Extrusão de detritos (detrito empurrado para a região periapical, o paciente aparece com dor, abscesso,
edema)

Renovar sempre a solução

Ao utilizar uma substancia irrigadora, mantém os detritos de dentina em suspensão, tem que remover as
raspas de dentina para não entulhar na região apical, se acumular as raspas pode perder ou desviar o canal.
Então sempre irrigar, inundar e aspirar o canal.

5. BIOCOMPATIBILIDADE
- Deve ser biocompatível porque pode entrar em contato com os tecidos periapicais.
- Um grande problema é encontrar uma substância que tenha Compatibilidade biológica e Atividade
antimicrobiana
- Toxicidade - Varia de acordo com: Tempo de contato
Área de contato
Irritação transitória

Deve ser compatível com os tecidos, não pode ser tóxico para os tecidos.
Obs. O hipoclorito não é biocompatível.
Vantagem da endodontia: Trabalha dentro do canal radicular, ao redor desse dente tem parede de dentina,
ou seja, não há tecido vivo.
Problema ao usar hipoclorito: Extravasamento, contato com tecido mole.
Ainda não existe uma solução antimicrobiana e 100% biocompatível

6. ATIVIDADE QUELANTE
Uma substância que tem atividade quelante vai remover íons cálcio por meio de quelação
Quelação de íons Cálcio:
Uma ligação da substância orgânica com os íons cálcio para remover o tecido que está presente.

Remoção da Smear Layer


Smear Layer:
- Restos teciduais, bacterianos
- Obstrução dos túbulos dentinários
Ao instrumentar os canais radiculares, haverá formação de raspas de dentina e essas raspas vão aderindo
às paredes dentinárias. Na smear layer há também polpa, bactéria, restos de tecidos necrosados, isso vai se
acumulando e aderindo às paredes dentinárias e obstruindo os túbulos dentinários.

A smear layer deve ser removida, justamente por apresentar não só tecido dentinário, como também
tecido bacteriano, tanto da luz do canal quanto do interior de túbulos dentinários.
Ao usar a solução quelante, ela vai se ligar aos íons cálcio presentes na lama dentinária e removê-la. Dessa
forma se obtém uma superfície de túbulos dentinários abertos (importante para a ação de medicação
intracanal e obturação dos sistemas de canais radiculares, fazendo com que haja um melhor selamento)

7. VISCOSIDADE
A viscosidade nada mais é do que a capacidade de escoamento da substância no interior os canais
radiculares

Irrigação-Aspiração:
Quanto menor a viscosidade, maior a penetração → Maior a probabilidade de penetração em regiões de
variação anatômica.
Um líquido é muito mais provável que penetre no canal radicular do que um gel. Quando se utiliza uma
substância em gel (ex: clorexidina gel - propriedade antimicrobiana), normalmente se associa ao soro
fisiológico (solução irrigadora - lubrificação).

8. TENSÃO SUPERFICIAL
Forças de atração entre moléculas de superfície são maiores que as do interior do líquido

Irrigação-Aspiração:
Tensão Superficial
- Quanto maior a temperatura menor a tensão
- Tipo de superfície
- Agentes tensoativos (agentes que tem atividade sobre a tensão superficial, ou seja, diminuem a tensão
superficial de uma substância para que o líquido)

Quanto menor a tensão superficial, maior a penetração e capilaridade do líquido


Podem ser empregadas a forma líquida, em creme ou em géis. ( Mais usado na forma líquida)

As substâncias químicas auxiliares são CLASSIFICADAS em:


➢ Compostos Halogenados
➢ Detergentes Sintéticos
➢ Quelantes
➢ Associações ( entre os três superiores)
➢ Outras soluções irrigadoras

Compostos Halogenados

1. Hipoclorito de Sódio

2. Clorexidina

o HIPOCLORITO DE SÓDIO:

É a substância química auxiliar mais utilizada

- Foi introduzida primeiramente para a limpeza de feridas na Primeira Guerra Mundial a 0,5% em 1915
- Utilizado primeiramente na endodontia como soda clorada em 1936
- Preparo químico-mecânico foi difundida em 1943

Obs. Solução de Dakin (0,5%), Solução de Milton (1%- bastante utilizado na pediatria), Solução de
Labarraque (2,5%- bastante utilizada), Soda clorada (4-6%) e a água sanitaria são os mais utilizados em
endodontia.

Propriedades:

- Antimicrobiana
- Solvente de matéria orgânica
- Desodorizante
- Clareadora
- Lubrificante Obs. pH alcalino (11-11,5)
- Baixa tensão superficial
- Detergente

Obs: A solução atualmente mais completa para realizar a limpeza dos canais radiculares. Quando o paciente
apresenta um dente que quando acessado sente mal cheiro, o hipoclorito já minimiza.

Como funciona:

O hipoclorito de sódio só funciona quando associado à água


pH dependente:
- Age bem em meio ácido (pH 5,5)
- Maior atividade antimicrobiana
- Menor estabilidade

O hipoclorito de sódio só vai atuar se estiver em solução aquosa, se estiver associado a água. Quando ele se
associa a agua vai produzir hidróxido de sódio e ácido hipocloroso (essas duas substâncias produzidas são
importantes para atuar como agente solvente e efeito antimicrobiano).

O ácido hipocloroso vai atuar tanto como solvente quanto efeito antimicrobiano
O efeito antimicrobiano vai ser dado principalmente pelo ácido hipocloroso mas também pelos íons de
cloro ativos que estão presentes.
O hidróxido de sódio vai dar a toxicidade ao hipoclorito de sódio, mas também possui ação solvente. A
toxicidade do hipoclorito de sódio depende da quantidade hidróxido de sódio presente na solução
(concentração de no máximo 0,4%), quanto mais concentrado maior a toxidade.

Funciona melhor em ambientes ácidos, porque em ambientes básicos o ácido hipocloroso vai se ionizar e
sua melhor ação antimicrobiana é proporcionada por sua forma não ionizada.

Atividade Solvente:

NaOh - Ácidos Graxos (óleos e gorduras presentes no tecido pulpar necrosado) → Sais de ácido graxo
(sabão) e glicerol (álcool)
Aminoácidos das proteínas → Sal e água

HOCl – Grupo amina dos aminoácidos → Cloraminas e água

Atividade Antimicrobiana:
Quanto menor o pH, maior a ação do HOCL → Maior a atividade antimicrobiana

A atividade antimicrobiana vai se dar pela:

- Inibição enzimática
- Formação de cloraminas
- Oxidação de grupos sufidrila
- Oxidação de grupos amina
- Danos ao DNA

Desodorizante:

Ação Direta: (age diretamente sobre os produtos das bactérias)


- Ácidos graxos de cadeia curta
- Compostos sufurados*
- Amônia*
- Poliaminas
- Ação oxidativa sobre produtos bacterianos
*Principais substâncias responsáveis pelo mal cheiro

Ação Indireta:
- Atividade letal sobre microorganismos

Desvantagens:
- Instabilidade química → Decréscimos de concentração (principalmente se não for armazenado de forma
correta, deve ser armazenado em frasco fechado e escuro, sempre que puder colocar em ambiente
refrigerado para manter as propriedades do hipoclorito)
- Corrosivo
- Irritante para pele e mucosa → Dor e ardência
- Forte odor
- Descora tecidos
- Remove carbono da borracha (causa furos na borracha do isolamento)
- Não inativa LPS
- Toxidade

Acidentes:
a. Extravasamento via Forame apical
b. Injeção Ocular (“não vai injetar no olho do paciente, né moço?!”)
c. Deglutição de NaOCl (quando não faz isolamento adequado)
d. Manchamento da roupa do paciente
e. Úcera

Extravasamento via Forame apical


Sinais e Sintomas:
- Dor severa e imediata (2 a 6 minutos)
- Edema dos tecidos moles
- Extensão do edema pela face (bochecha, região periorbital e lábios)
- Equimose (decorrente da hemorragia)
- Sangramento intracanal
- Sabor ou cheiro de cloro
- Possível infecção secundária
- Possível parestesia (quando atinge o canal mandibular por exemplo)

Conduta caso ocorra:


- Irrigação abundante com solução fisiológica estéril
- Inserção de medicação intracanal
- Prescrição de antibiótico (prevenção de contaminação dos tecidos necrosados)
- Prescrição de analgésicos/antiinflamatórios (dexametasona 4mg)

Injeção Ocular
- Paciente de 24 anos
- Respingo de NaOCl 3,5%
- Dor, vermelhidão na córnea, sensação de queimação, pressão intraocular, visão turva

Conduta:
- Emergência oftalmológica imediata
- Lavagem abundante com soro
- Prescrição de antiinflamatórios
- Medicação tópica específica
- 8 dias → Úlcera córnea
- 4 semanas → Visão restaurada
- Medicação tópica por 3 meses
- Controle a cada 6 meses

Deglutição
- Paciente relata um gosto ruim na cavidade oral
- Lava a boca do paciente com bastante água
- Orientar o paciente a ingerir no mínimo 3 copos de água

Obs. Isolamento Absoluto bem realizado SEMPRE!!!

Manchamento da roupa do paciente


- Respingo de hipoclorito na roupa do paciente
Endodontia Laboratório – Aula 11
Substâncias Químicas – Parte II

CLOREXIDINA – BISBIGUANIDA CATIÔNICA


✓ Devido aos acidentes causados pelo hipoclorito de sódio, foi necessário
pesquisar uma nova substância química auxiliar para ser usado no tratamento
endodôntico.
✓ Base forte (pH elevado, 5-8), catiônica, incolor, inodora, boa atividade
microbiana (ação excelente).
✓ Apesar de todos os benefícios, o hipocloreto de sódio é mais utilizado. Isso
se dá porque a clorexidina NÃO DISSOLVE TECIDO ORGÂNICO, além de
ter um alto custo.
✓ Estudos recentes demonstram que a clorexidina causa resistência bacteriana.
✓ Foi inicialmente utilizada na periodontia para redução da formação de placa e
tratamento de doenças periodontais.
✓ Teve seus primeiros relatos na década de 80, onde se iniciou como solução
irrigadora (solução 0,12%). Na década de 90 foi formulada em gel.

1. VANTAGEM
• Substantividade: Ligações à hidroxiapatita do esmalte ou dentina (adesão à
parede de esmalte ou dentina, agindo por um tempo prolongado). A solução
0,12% permanece agindo por 24 horas e a de 2% geralmente permanece
agindo por 72 horas. E ainda existem estudos que afirmam que ela continua
agindo no período de 7 dias.
• Antimicrobiana: Pode ocorrer tanto em baixas concentrações (ação
bacteriostática – inibir o metabolismo bacteriano/Liberação de moléculas de
baixo peso molecular), como em altas concentrações (ação bactericida – mata
a bactéria/Liberação de moléculas de alto peso molecular)
• Maior capacidade de inibir que o biofilme venha aderir na parede de dentina:
Se a substância for usada antes, evita que o micro-organismo consiga aderir
e forma biofilme. Porém para o tratamento de canal essa função não é
justificável (casos de polpas necrosadas), pois o biofilme já está instalado.

OBS.: A presença do biofilme é o grande problema na


endodontia. Nenhuma substância até hoje foi capaz de
eliminar completamente o biofilme. A bactéria solta não
tem problema nenhum.
2. DESVANTAGENS:
• Não é capaz de eliminar totalmente o LPS bacteriano: O hipoclorito também
não é capaz de eliminar, por isso se utiliza as medicações intracanal
(hidróxido de cálcio/Capaz de neutralizar os LPS). Dessa forma, sempre temos
que ter uma substância auxiliar.
• Não dissolve matéria orgânica
• Não é desodorizante: Não consegue neutralizar os odores do canal.
• Citotóxica: Se extravar pelo forame, não teremos uma reação como a do
hipoclorito, mas teremos sim uma reação. Por isso, mesmo tendo uma
toxicidade à mesma é baixa. Por outro lado, a clorexidina possui uma alta
toxicidade para células tronco indo de encontro à endodontia regenerativa.
Quanto maior a concentração maior será sua toxicidade.
• Não provoca corrosão dos tecidos: Se irrigar bem em casos de
extravasamento não ocorrerá nada.

✓ Indicada para dentes com rizogênese incompleta (irrigação com hipoclorito


5,25%) e contraindicada para reparo tecidual.
✓ Estudos recentes afirmam que houve um reparo periapical após a utilização
de hipoclorito 5,25% - clorexidina a 2% (ambos possuem o mesmo nível
inflamatório nessas concentrações).
✓ Não se associa o hipoclorito com a clorexidina, pois iriam reagir entre si:
hipoclorito - transparente/ hipoclorito+clorexidina=paracloranilina – turva
COMPOSTOS
(substância cancerígina) ALOGENADOS
/ clorexidina+EDTA=sal –
– esbranquiçada.
HIPOCLORITO DE SÓDIO E CLOREXIDINA

QUELANTES
✓ Substâncias utilizadas para remover a Smear Layer: Vai aderir a camada de Smear
Layer, se liga com os íons cálcio e vai removendo a substância.

Smear Layer: Camada sobre a dentina que envolve os


túbulos dentinários. Possua uma parte orgânica e outra
inorgânica e tem uma espessura de 1 – 5 micrometros.

✓ Irá se aderir à parte inorgânica da Smear Layer – formado pelas raspas de dentina.

1. EDTA (ÁCÍDO ETILENODIAMINO TETRA-ACÉTICO DE SÓDIO)


• Ácido fraco, ação autolimitante (após um determinado tempo cessa sua ação - limite
de saturação/ Sua maior ação é no 1o minuto), não é citotóxico, estimula fatores de
crescimento.
• Utilizado tanto para tratamento de polpa viva (biopulpectomia) como para polpa
morta (ectopulpectomia). A aplicação dos quelantes nos canais radiculares antes da
obturação favorece um melhor tratamento dos túbulos dentinários, pois remove a
smear layer (expõe os túbulos).
• Por possuir uma ação limitada é necessário renovar a solução no canal
constantemente.
• Também utilizado para tratamento em canais atresiados, gerando uma
maleabilidade na dentina enrijecida permitindo a entrada da lima e instrumentais
endodônticos.
• Possui ação de detergente onde irá diminuir a tensão superficial, aumentando o
poder de penetração.
• Possui uma pequena ação microbacteriana
• É utilizado sempre antes de medicações intracanais e antes da obturação.
• Se for deixado muito tempo na canal pode gerar desmineralização da dentina e do
canal (5 min – remoção de 20-30 micrometros de espessura de dentina/ 48 hrs –
remoção de ~ 50 micrometros). Utilizado para desmineralizar tecidos na patologia.
• Inserir com seringa e agitar com a lima ou cone de gutapercha, melhorando a ação da
substância.

2. ÁCIDO CÍTRICO (10%)


• Ácido, possui poder de desmineralizar dentina (parte orgânica), biocompatível, ação
e efetividade semelhante ao do EDTA.

ASSOCIAÇÕES:
MTAD
• Solução de tetraciclina isomêrica, ácido cítrico e detergente catiônico (cetarolan)
Mais eficaz em remover o smear layer quando associada ao hipoclorido de sódio.
• Não oblitera os túbulos dentinários.
QMIXTH
• EDTA + clorexidina + detergente – associada para que uma substância seja capaz
de melhorar a outra.
• Remove a smear layer, mata as bactérias, não se associa ao hipoclorito.
• Superior à ação do EDTA.
• Extremamente caro.

✓ Existem outras soluções que já foram utilizadas ou que ainda são preconizadas em
algumas escolas: peróxido de hidrogênio, água destilada em soro fisiológico
(utilizados em associação com a clorexidina em gel), água de cal.
AGENTES TENSOATIVOS - DETERGENTES
✓ Tem por função diminuir a tensão superficial de dissolução, dessa forma irá favorecer
a entrada das soluções nos túbulos, além de favorecer a movimentação
da dentina. Ex.: Tegitol
✓ Possuem uma cabeça hidrofílica (irá reagir com a água) e uma
cauda hidrofóbica (não possui afinidade com a água).
✓ Na clínica usamos mais o TEGITOL.
✓ Tem por função a irrigação final, removendo todo o resto de
material orgânico e inorgânico de dentro do canal (sempre agitando com a lima).

ANIÔNICOS CATIÔNICOS NEUTROS


- Menos agressivos - Mais agressivos - Emusionantes
- Baixa tensão - Coagulam proteínas - Tensoativos
superficial Ex.: Polisolvatos
Ex.: Tegitol

✓ Fatores que interferem na detergência: Agitação (melhora a ação da substância),


concentração (quanto maior, mais eficaz), temperatura (maior temperatura, maior
ação, maior penetração).
IRRIGAÇÃO – ASPIRAÇÃO
✓ Tem por função não entulhar raspas de dentina e remover detritos que estão
presentes no canal radicular.
✓ Irrigação: INSERIR A AGULHA NO CANAL RADICULAR com solução irrigadora
(provocar um fluxo e refluxo, a substância não penetra, faz um turbilhão dentro da
canal). Aumenta a pressão dentro do canal e vai removendo. Dessa forma os detritos
tende a subir para superfície e então é necessário diminuir a pressão.
✓ Aspiração: Diminui a pressão na embocadura do canal. Deixar A ASPIRAÇÃO NA
CÂMARA PULPAR.
OBS.: Refluxo sempre voltando para a câmara pulpar.
✓ Importante escutar o barulho da aspiração.
✓ Fatores que influenciam: propriedades químicas das substâncias (sempre com baixa
tensão superficial, pequena viscosidade – a substância não pode ser muito espessa),
anatomia do canal radicular (mais amplos e retos irão possibilitar a penetração na
substância auxiliar), diâmetro da agulha irrigadora (cânula de maior diâmetro será
usada para irrigar o canal), diâmetro do canal (maior o diâmetro do canal, melhor
eficiência, maior o volume da substância irrigadora).
✓ A agulha deve ficar sempre ficar 2-3 mm aquém do forame apical, dessa forma
sempre ocorrerá o refluxo para a câmara pulpar.
✓ Utilizar seringa de 0,25 a 0,5 mm com comprimento de 25 mm – agulha roxinha
(quanto menor o diâmetro, maior o alcance do jato).
✓ Cuidado com a força colocada no êmbolo da seringa.
✓ A cada troca de instrumento, renovar a solução.

IRRIGA ASPIRA INUNDA IAI

✓ Tem que sempre estar irrigada (3-5 mL a cada troca de instrumento), pois caso
contrário a lima irá trabalhar no seco não tendo a maleabilidade no local, acumulando
detritos na região periapical.
✓ Sempre movimentando o instrumento em movimentos de vai e vem.
✓ Sempre a câmara pulpar deve estar inundada
✓ Nunca travar a agulha no canal radicular, isso poderá causar um acidente.
✓ Sempre utilizar materiais estéreis.
✓ Utilizar seringas de 5 mL e rosqueáveis.
✓ Na FOUFBA as substâncias utilizadas são: polpa viva – hipoclorito de sódio (solução
de Milton), polpa morta – concentração maior de hipoclorito. Irrigação final com o
detergente (tegitol e EDTA).
✓ Já existem aparelhos que auxiliam no processo de limpeza do canal: aparelhos
ultrassônicos, laser, terapias alternativas, aparelhos que funcionam com pressão
negativa, sistemas rotatórios. Todos aumentam a eficiência de limpeza do canal.
Preparo Químico-Mecânico (PQM) dos Canais Radiculares – Aula 12 (Lorran)

Então, dando sequência, não sei se vocês já perceberam, aqui em endo lab a gente
fala as etapas aqui na teórica e parte para a prática, para que vocês vão aprendendo.
Depois que vocês chegarem lá na endo clínica, vocês já vão saber todas as etapas. Então
vocês já conheceram um pouco da anatomia interna; viram a primeira etapa, o acesso
coronário, que nada mais é do que fazer uma cavidade na coroa até atingir a câmara pulpar.
Depois vocês viram a etapa da odontometria, onde a gente determina até onde a gente vai
trabalhar; e agora a gente vai partir para o preparo químico-mecânico dos canais
radiculares, que é a etapa onde vamos instrumentar e limpar esses canais radiculares.
• O debridamento (limpar, esvaziar os sistemas de canais) adequado do sistema é
essencial como pré-requisito. Isso porque essa cavidade esta ou inflamada ou elas esta
necrosada, e a gente precisa limpar tudo isso para então selar, obturar.
Conceito de PQM

• É a fase de tratamento endodôntico no qual se promove a limpeza e modelagem do


canal radicular por meio da ação mecânica dos instrumentos endodônticos e ação
química das substâncias químicas (substâncias químicas auxiliares e soluções
irrigadoras); para então receber o material obturador.

Denominações (encontrados em livros, artigos, congressos – mas que são


iguais):

• Preparo Químico-Mecânico (PQM)


• Preparo Biomecânico
• Preparo do Canal Radicular
• Preparo Químico-Cirúrgico
• Preparo Mecânico
• Limpeza e Modelagem
• Fase de Instrumentação
 Obs: Aqui na FOUFBA vamos usar PQM - Mecânico porque a gente tem os
instrumentos endodônticos (as limas) e químico porque a gente vai irrigar com as
substâncias químicas; e com a associação desses dois que vamos esvaziar, limpar,
conformar e desinfetar os canais.

Objetivo:

• Instrumentos endodônticos: modelagem - visa à regularização e planificação das


paredes do canal com o intuito de melhor adaptar o material obturador, ao remover
parede dentinária com os movimentos aprendidos na aula de cinemática dos
instrumentos. Ao mesmo tempo em que vocês está dando forma, você está removendo
sujeira e microrganismos que têm dentro do canal.
 Obs: Depois da instrumentação a gente vai criar o canal cirúrgico, que vai ser
maior que o canal anatômico; porém, ele deve conter em seu interior o canal
anatômico. Ou seja, não vamos modificar a anatomia do canal – o cirúrgico não
vai ser diferente do anatômico, mas sim o canal anatômico alargado.
• Substâncias químicas: sanificação - desinfecção e limpeza
 Objetivo da limpeza é remover todo o conteúdo do sistema de canais, antes
(porque primeiro a gente irriga para depois inserir o instrumento) e durante a
modelagem. Com esse limpeza você remove tecido necrosado, microrganismos,
produtos da degeneração da polpa, ou a própria polpa (tecido conjuntivo frouxo)
viva.

• Pulpectomia (outros autores: biopulpectomia) – quando a gente remove o tecido


pulpar vivo (necessidade de tratamento endodôntico, mas o tecido está inflamado/vivo)
• Debridamento ou penetração desinfetante (outros autores: necropulpectomia) -
material necrosado, em decomposição; tecido não vital.
• “A limpeza inadequada do sistema de canais leva ao insucesso a curto prazo do
tratamento, e permite que a inflamação e/ou infecção periradicular persistam”. Já “a
modelagem inadequada produz obturação inadequada, considerado a causa mais
comum de insucesso a longo prazo”.

Princípios (que regem a PQM) :

1. Biológicos:
• Princípios relacionados à limpeza e ao respeito à biologia, seja pulpar ou periapical.
1) Limitar toda instrumentação ao interior do canal radicular
o Então, relembrando aqui a aula de anatomia e de odontometria, vocês viram que a
gente tem que estabelecer um comprimento de trabalho ideal, que a gente não pode
passar desse comprimento, trabalhando apenas no canal dentinário (limite CDC).
2) Evitar empurrar restos contaminados além do forame
o Se você insere o instrumento de vez, sem fazer a limpeza e irrigação adequada,
esses restos vão sair de forma brusca no periapice, podendo acarretar em edema e
dor ao paciente. Por isso a gente deve fazer a limpeza com irrigação; para isso,
temos que fazer o esvaziamento gradual, que chamamos de penetração
desinfetante, onde a gente vai penetrando de 1 em 1mm, inundando a câmara pulpar
e canal radicular com a substância química auxiliar, e ao invés da gente chegar
diretamente no CT, a gente vai limpando aos poucos, partindo da coroa, passando
pelos terços cervical e médio, até chegar ao apical.
 Obs: quando se tem uma polpa viva – não tem infecção - a gente pode levar nossa
lima diretamente ao CT e remover toda a polpa, e então instrumentar. Mas quando
a polpa está necrosada – cheia de bactérias - a gente tem obrigação de fazer essa
penetração desinfetante.
3) Eliminar todos os irritantes potenciais do interior do sistema de canais
o Você estará removendo bactérias, todos os restos necrosados, toxinas que podem
estar ali. Então a gente tem que fazer o que? Irrigar e aspirar bastante (agitar) e
instrumentar bastante, para remover todos detritos que estão na luz do canal e
aderidos à sua parede.
o “A limpeza do canal radicular dependo do tipo de instrumento e da técnica de preparo
empregada, do efeito limpador da substância irrigadora e principalmente da anatomia
do dente”.
 É claro que um canal reto e amplo vai ser muito mais fácil de limpar/debridar do
que um canal curvo e/ou atrésico. Até para a substância química chagar lá no
terço apical curvo ou bem atrésico é muito mais difícil.
4) Estabeler a odontometria exata, limpar e modelar completamente o sistema de canais
durante a 1ª sessão terapêutica
o É nosso objetivo; mas como vocês estão começando, provavelmente não consigam
fazer tudo isso em uma só sessão. Alguns malmente conseguem fazer a radiografia
inicial.
5) Alargar suficientemente o terço coronário do canal
o Promovendo uma maior limpeza do canal radicular; se a gente alarga o terço
cervical, consegue penetrar mais a agulha irrigadora, levando, consequentemente,
mais substância química auxiliar, promovendo maior limpeza. Observe que vocês
sempre vão irrigar com a seringa mais fina e aspirar com a mais calibrosa, porque a
que irriga precisa descer mais e a que aspira precisa aspirar melhor.

 ATENÇÃO: preparar lima no canal seco é proibido. Sempre faz irrigação prévia, e
depois introduz a lima, porque se você tem um canal seco e coloca a lima pode ocorrer
três problemas: 1) você pode entulhar com raspas de dentina a área próxima ao forame
apical e posteriormente não conseguir retirar; 2) extravasar para o periapice raspas de
dentina; e 3) fratura dos instrumentos, porque ele vai está dentro de um canal mais
apertado/sem lubrificação, forçando mais nas paredes de dentina.

2. Mecânicos:
• Respeito à formatação, modelagem do canal.
1) Preparar uma matriz apical (batente apical) de dentina nas proximidades do limite CDC
o Função: na hora em que for inserir o material do obturador, tem um tipo de stop
(degrau), onde o material não vai extravasar para o periapice.
2) Dar uma forma afunilada em direção apical
a) os canais sempre devem ser dilatados, mesmo quando inicialmente amplos –
removendo todo o tecido contaminado; claro, não ampliando muito, para não deixar
o dente mais fraco e correr o risco de fraturar.
3) Desenvolver o preparo cônico e tridimensional na totalidade do sistema de canais
4) Eliminar todos os resíduos produzidos durante a instrumentação
5) Limitar os procedimentos de limpeza e modelação ao sistema de canais, mantendo o
forame em sua posição espacial original
o Evitando o transporte apical do forame

• Resumindo, os objetivos mecânicos são:


I. Forma cônica e afunilada no sentido apical
II. Preparo tem que ser no interior do canal
III. A forma original do canal tem que ser mantida
IV. A condição do forame apical tem que ser mantida

Princípios gerais do preparo:

1. Primeira coisa que a gente tem que observar é a nossa cavidade de acesso
o Acesso direto ao canal radicular
o Eliminação do teto da câmara pulpar
o Expulsividade das paredes
2. Localização da entrada do canal radicular
3. Cateterismo (reconhecimento)
4. Odontometria criteriosa – ponto de referência coronária (deve ser sempre mantida e o
cursor não pode está folgado). Além disso, a nossa referência coronária tem que ser
reta e estável.
5. Modelagem do terço cervical – permitir a entrada mais reta dos instrumentos, reduzir a
formação de degraus, desvios apicais e fratura de instrumentos.
6. O preparo deve ser feito em meio úmido (sempre)
7. Os instrumentos devem ser pré-curvados (suave) – facilita o preparo até o ponto de
referência apical e reduz a formação de degraus; tomando cuidado para não formar
ângulo agudo.
8. Durante o preparo, os instrumentos devem ser utilizados obedecendo sua sequência;
ou seja, da mais fina para mais calibrosa – as limas devem ser mantida no tamborel ou,
se você não tem, pode fazer um “tabaréu”, que nada mais é que o pote dappen com
algodão/gaze. O importante é não deixar as limas soltas na bandeja e bagunçadas.
9. A forma do canal deve ser mantida durante o PQM – na horas de instrumentar, gaze e
régua sempre na mão.

Aula 13 – Erros e técnicas do PQM – Gabriel


Não precisa decorar as técnicas. Importante é entender porque quando começar a fazer,
vocês vão entender.
Antes de começar o preparo é preciso escolher o primeiro instrumento que vai começar o
acesso. Vai depender do tamanho do dente e da amplitude. Através da odontometria já dá
para ter uma base. Depois pode mudar, mas já teremos uma noção de mais ou menos
como é o dente.
Ultimo instrumento vai depender da técnica e cada técnica utiliza um determinado
números de limas. Vai depender do limite lateral do prepara. Em dentes com canais
atrésicos não vamos usar uma sequencia de limas de segunda ou terceira serie, como em
dentes amplos.
Sempre seguir a anatomia e a curvatura dos dentes. Dentes mais retos logicamente a
gente pode alargar mais que dentes curvos. Lembrar da ultima aula e dos princípios que
regem a instrumentação. A medida que aumenta o calibre do instrumento a gente diminui
a flexibilidade , quanto mais finos mais flexíveis e mais fácil acessar em regiões mais
atrésicas e complicadas.
Outra questão do acesso é a situação pulpar e do periapice, que iremos discutir melhor no
ultimo bloco da disciplina e ai vão entender melhor. Mas de inicio podemos estar com uma
situação de infecção/contaminação que devemos limpar melhor os canais por possível
contaminação por microrganismos ou então só um processo inflamatório que é mais
simples e só é necessário, remover a polpa.
Quando parar de instrumentar? Vai depender da técnica e do determinado numero de
instrumentos. Ou até quando alcançarmos os objetivos do PQM ( Modelagem e limpeza ).

Erros que podem acontecer durante o preparo ( E como podemos evitar )

É preciso ficar atentos como evitar e se caso aconteça, como pode solucionar.

1)Perda do comprimento de trabalho


Cursor não consegue chegar no ponto de referencia, e instrumento não chega no
comprimento de trabalho. Isso pode acontecer por instrumentar rápido empurrando as
raspas de dentina em direção ao ápice e ai bloqueia. Ou durante a instrumentação,
quando não se presta atenção no curso e este muda de lugar.
 Como fazer?

Fazer o preparo com a régua e a gaze na mão para limpar a lima e prestar atenção se o
cursor não esta saindo de posição.

 Solução:

Deixar o cursor justo( Por isso comprar cursor separados).


Sempre importante pré curvar a lima ( Com a gaze ou a própria régua ), suavizando e
guiando nas reentrâncias do canal.
Obedecer a sequencia de instrumentos.
Irrigação abundante. Sempre recapitulando: Voltar com o último instrumento mais fino e
retirar as raspas de dentina. Depois volta a instrumentais mais calibrosos para o
alargamento.

2) Obstrução do canal
Parecido com a perda do CT, só que as vezess devido a restaurações antigas ou ate
estruturas do próprio dente enfraquecida pela carie que cai dentro da cavidade pulpar e
obstruir o canal.
 Solução:

Antes do acesso, remover logo tudo que estiver em direção a câmara pulpar e
regularizar.
Irrigar abundantemente. E recapitular.
Usar limas na sequencia, sem pressão. Movimento gradativo.

3) Transporte
Corte desigual das paredes do canal durante o preparo. Detalhando apenas uma parede,
criando uma irregularidade. Desgastes usando instrumentais calibrosos e/ou
instrumentais que não foram pre curvados e naõ seguem a anatomia do dente.
• 3.1 Interno: Criação de um “segundo canal”. Um canal que nunca existiu e você criou.
Dentro das paredes de dentina.

• 3.2 Externo: Quando avança do transporte interno e chega ao periodonto.


 Como fazer:

Instrumentar todas as paredes, regularizando e limpando.


Entrar com a lima no canal sem pressão. Entrar suavemente.
Pré curvar os instrumentais
Utilizar substancias químicas que lubrificam o canal.
Realizar movimentos cinemáticos curtos

4) Degrau ( Batente)
Como se fosse o inicio do transporte . Bloqueio do canal, impedindo a passagem do
instrumento.
 Solução:

Volta um pouco com a lima e alarga essa região.


Irriga bastante
Pre curvar a lima ( curvatura suave. Sem pontas. )
Volta para uma lima menos calibrosa
Realizar movimentos curtos

5) Perfuração
Formação de um falso canal. Faz um degrau, transportou e já esta instrumentando o
periodonto. Resultado de um provável insucesso. Ainda não limpa o canal anatômico.
❖ P.S. : Transporte interno e externo esta mais relacionado ao terço apical.

 Solução:

Obtura os “dois” canais.

6) Zip apical

Estabelecimento de uma “rasga em lagrima” no forame. Chega no CT e passa desse


comprimento ou utiliza limas mais calibrosas que passa do limite CDC e começa
instrumentar o canal cementario e região periapical. Acontece por mudança de lugar do
curso e consequente aumento do comprimento, ou então na técnica escalonada, em vez
de recuar, utiliza instrumentos calibrosos no terço apical.
Perda do “Stop” apical e consequente extravasamento dos materiais obturadores em
direção ao periapice, causando irritação. Fugindo dos princípios biológicos(
Instrumentando canal cementario ) e mecânicos( Alterou a forma do forame ).

Técnicas de Instrumentação

• Técnica Convencional
• Técnica Apico-coronais
• Técnica Corono-apicais
• Técnicas Rotatórias ( Ver em aula isoladamente posteriormente)

Técnica Convencional ( Clássica )

Utilizada bastante no inicio da endodontia. Consiste em determinar o CT e trabalhar


com todas as limas no mesmo comprimento e sequencialmente aumentar o calibre.
Força e alarga o terço apical. Utilizando as limas H para raspar.
Vantagens: Simplicidade da técnica e Uniformidade de procedimentos
Desvantagens : Dificuldade nos canais curvos e Falta de conicidade no preparo.
Maior chance de cometer erros já citados.

Técnica Apico-coronais

Instrumentar terço apical/médio/cervical gradativamente, dando maior conicidade ao


preparo e seguindo a anatomia do canal. Idealizadas por Clem ,em 1969, utilizava-se
instrumentais mais flexíveis e menos calibroso no terço apical e instrumentais menos
flexíveis e mais calibrosos no terço médio e cervical. Redução gradativa e progressiva
do CT, a medida que os instrumentais aumentam em calibre. A modelagem respeita a
anatomia, alargamento da porção apical e um alargamento do conduto em direção
coronária.

Divide o preparo do canal em duas fases: Na matriz apical ( terço cervical ) utiliza-se 3
ou 4 limas em sequencia de calibres gradativos no mesmo CT, no Escalonamento (
terço médio e cervical ) utiliza-se também 4 limas e recua anatomicamente ( de acordo
com a anatomia, exige experiência ) ou programadamente ( Recuar em 1mm em 1mm
). Utiliza em torno de 8 instrumentos.
Sempre recapitular, ou seja, voltar ao comprimento com o ultimo instrumento que o
trabalhou. Recapitular com o instrumento de memoria.
Instrumento de memoria: Ultimo instrumento que trabalhou na matriz apical. ( Ultimo
instrumento das 3 ou 4 limas utilizadas na matriz apical).
Irrigação entre trocas de instrumentos.
Limagem circunferencial ( todas as paredes )

Variações da técnica:
º Dilatação coronária com a broca de Gattes-Glidden ( Só que não é indicado para
quem não tem experiência porque utiliza o micro motor e pode dar merda e desgastar
demais uma parede ).
º Uso de limas H

Vantagens: Redução de iatrogênicas, maior facilidade em trabalhar em canais curvos


como em molares, melhor irrigação e melhores manobras de obturação.
Técnicas Corono Apicais ( Crown-Down, Crown-Down Pressureless Technique,
Cervico- apical e etc)

Desenvolvida pela Universidade de Oregon para solucionar algumas falhas ainda


deixadas pela técnica anterior. Na instrumentação rotatória só utiliza-se essa técnica.
Indicadas para Necropulpectomias e Biopulpectomia. Canais necrosados quando
começam ser instrumentados pelo terço apical corre maior risco de extravasamento de
bactérias e restos necrosados, nessa técnica quando chegar na instrumentação do
terço apical vai correr menor risco de contaminação. Pode ser utilizada também em
polpa viva, desde que seja retirada a polpa toda, para não empurra o novelo da polpa
para o ápice.
Se você prepara e alarga antes a irrigação através é facilitada pela introdução mais
profunda da agulha irrigadora e da solução irrigadora desinfetante.
Através da remoção das interferências na entrada dos canais e no terço cervical,
permite um preparo mais eficaz na zona apical, aumentando a sensibilidade táctil.

Técnica da Universidade de Oregon:


Foi a técnica que preconizou e não precisa decorar. Não faz a odontometria. Começa
alargar o terço cervical e médio e depois trabalhava o terço apical. Qualquer livro pode
encontrar mais detalhe.

Técnica utilizada na melhor universidade do mundo FOUFBA: “ Técnica Biescalonada



Faz o acesso. Faz a odontometria e já determina o primeiro instrumento e o CT. Alem
desse 1ºinstrumento seleciona mais 6 além desse. Vai partir desse sexto a mais
descendo o terço cervical e médio, vai chegar no terço apical e no CT, limpando e
tirando as interferências. Faz a técnica do escalonamento. Faz a matriz apical com 4
instrumentos e escalonamento com mais 4 instrumentos para refinar. Por isso
Biescalonada, primeiro no sentido coroa ápice e depois no sentido ápice coroa.
Lembrando todo o passo a passo da técnica de escalonamento sempre recapitulando
com o instrumento de memoria, que é o ultimo utilizado na matriz apical.

Vantagens: Repete as da técnica anterior mais melhor irrigação e menos risco


biológicos.

Lembrem-se:

• Planejar antes de intervir


• Separar os instrumentais a serem utilizados
• Isolamento absoluto adequado
• Respeitar o protocolo da técnica
• Irrigação-Aspiração a cada troca de lima; limpar com a gaze
• Irrigação abundante ao final do preparo e antes da obturação

Obturação dos Sistemas de Canais Radiculares

- Canal radicular não tratado é radiolúcido na radiografia.


- A guta-percha, material de obturação, é radiopaco.
• Preparo do canal

-Limpeza -Desinfecção -Modelagem de sistema -Obturação


Obturar o canal no limite apical correto.
Obturação tridimensional, de forma que o limite lateral também seja obturado, fazer com
que o cimento extravase um pouco em canais laterais e ramificações. Isso é um indicativo
de bom PQM e boa instrumentação de canais.
As ramificações são alcançadas somente pela solução irrigadora.

Breve Histórico
- Antes de 1800 os canais eram preenchidos com ouro, lâmina de ouro calcada dentro da
raiz.
-Em 1847, Hill, criou o material obturador à base de Guta-percha.
-Em 1887, a S.S White Company, criou os cones de guta-percha.
- Em 1899, foram descobertas as radiografias, e foi possível observar que o canal não era
um cilindro, confirmação do formato cônico. Surgiu a necessidade de um material obturador
extra, o cimento.
- Nos anos 70 e 80 surgiram os cimentos e variações na forma de colocar a guta-percha no
interior dos canais.
Obs: Usaremos na nossa clínica a técnica de condensação lateral da guta-percha.
-A técnica de termoplastificação é ensinada em cursos de especialização.

Por que Obturar o canal? Até onde obturar? Quando obturar? Com o que obturar? Como
obturar?
• Por que Obturar?

- Para prevenir a formação de exudato, para que o líquido na região do periápice não
penetre para dentro da área radicular que acabou de receber a limpeza.
- Impedir a reinfecção, o espaço vazio é um espaço de proliferação bacteriana, obturamos
para vedar hermeticamente esse sistema de canais radiculares e impedir a proliferação de
novos MO’s. Tanto na raiz quanto na coroa.
- Favorecer o reparo apical.
- A obturação proporciona o reparo tecidual, favorece a osteogênese, a restauração do
Ligamento Periodontal e a reintegração da lâmina dura.
- A porção apical do canal encontra-se preenchida por uma cicatriz de natureza conjuntiva,
representada pela deposição de cemento do tipo osteóide, quando trabalhamos mantendo
a distância de 1 mm do forame apical.
• Até onde Obturar?

- O material obturador deve chegar até a matriz apical, que e a região do CT (onde o cone
principal deve chegar).
- Caso o CT tivesse sido estabelecido muito aquém da matriz apical, teremos micro-
organismos além dessa área do CT, e a obturação não atingirá onde deveria.
- O momento de estabelecimento do CT na odontometria rege os seguintes passos do
tratamento endodôntico.
-A Interligação de todos os passos é a chave do tratamento endodôntico, se todas as fases
forem bem executadas, a hipótese de termos problemas posteriores é reduzida.
-No dia da obturação também utilizamos instrumentos remoção do hidróxido de cálcio que
preenche o canal como medicação que colocamos e a Lima memória (que deve chegar ao
CT, garantindo que o cone de guta-percha também chegue).
- Caso os passos do PQM forem muito errados, no dia da obturação devemos refazê-los.
-Fazemos a confecção da Matriz apical, criando uma zona de resistência apical.
• Até onde Obturar?

-Matriz Apical
-Até o comprimento de trabalho (CT) estabelecido na odontometria.
-Criando-se uma zona de retenção apical (trava na matriz apical).
- Quando a obturação não se estende até o comprimento preparado pode-se contribuir para
o insucesso, especialmente a longo prazo.
• Quando Obturar?

-No momento da obturação o canal deve estar limpo e modelado (ter passado pelo PQM
completo).
- O canal deve estar seco.
-Ausência de sintomatologia (sinais e sintomas). Ex: gengiva saudável, sem nenhuma
alteração, tipo fístula, etc. O canal não pode ter drenagem nem de secreção sanguínea ou
purulenta, quando se tira o curativo o algodão que estava dentro deve permanecer branco,
demonstrando que não tem exudato dentro do canal, sendo assim pode-se obturar.
Biofilme
-Remover o máximo biofilme das paredes dentinárias.
Objetivo da obturação
-Que o cone de guta-percha trave na matriz apical, vedando esse sistema de canais
radiculares, impedindo assim a proliferação de novos micro-organismos.
-É impossível a remoção total de micro-organismos do interior do sistema, pois não
conseguimos esterilizar o dente, o tratamento objetiva a redução máxima de carga
microbiana. A obturação vai vedar o sistema, impedindo que mo’s remanescentes consigam
proliferar, eles não vão ter nutrição, ficando inertes no interior dos túbulos dentinários,
também impedirá a penetração de novos mo’s, tanto pelo ligamento periodontal, quanto
pela região periapical.
Sessão Única x Mais de uma sessão?
- Pode ser feito em sessão única, desde que o dente esteja com vitalidade, pulpectomia
(remoção parcial de polpa). Caso possível, desde que tenha experiência do operador e
tempo disponível para sessão única. Para graduação essa modalidade de tratamento é
contra indicada.
-Dentes com necrose, que o canal está todo contaminado com mo’s, ou mesmo que tinham
tecido mais para vital mas passou por uma urgência que foi feito acesso sem isolamento
absoluto e contaminou com saliva, já considera-se como se estivesse com necrose.
-Necrose, lesão periapical, retratamento (sempre considerado como necrose) não podem
ser feitos em sessão única. Em casos de fratura depende do tempo de exposição salivar.
-Em necrose pulpar, há necessidade de sanificação dos canais (é feita quando se reduz os
microrganismos a um número considerado isento de perigo).
-Quando o PQM é considerado insuficiente, pode-se gerar uma necessidade de medicação
antisséptica, quando é necrose e o PQM foi bem feito, mesmo assim coloca-se medicação
antisséptica (hidróxido de cálcio) objetivando alcalinizar o meio e diminuir a carga
bacteriana.
• Para ser obturado

-O canal deve estar modelado, limpo, seco e o paciente deve estar assintomático.
-Intuição do dentista.
-Bom senso
-Vivência
• Com o que obturar

-Material Sólido
-Cimento endodôntico específico para tratamento de canal
Requisitos do material de obturação ideal
- Deve ser estéril ou de fácil descontaminação
- Ser facilmente quando necessário (casos de retratamento)
- Possuir tempo útil de trabalho (fornecer ao dentista trabalhar com calma)
- Ser radiopaco (visível na radiografia para saber se está no limite desejado, poder enxerga-
lo de alguma forma)
- Não deve alterar a cor da coroa dental (a guta-percha deve ser removida da coroa, deve
preencher o canal radicular somente)
- Não irritar os tecidos periapicais (deve ser biocompatível)
- Ser insolúvel aos fluídos orgânicos (no periápice há contato com o fluido do sulco gengival,
LP, por isso deve ser insolúvel)
- Ser bacteriostático
- Ser facilmente introduzido no canal
- Selar lateral e apicalmente o canal
- Não sofrer alterações volumétricas apreciáveis (não deve sofrer grandes contrações ou
grandes expansões).
Materiais Obturadores dos canais radiculares
- Pastas (são usadas para obturação endodônticas em odontopediatria) (Pasta LS à base
de hidróxido de cálcio) (Utilizadas para dentes decíduos)
Obs: Semi-sólidos também são utilizados em odontopediatria.
-Cimentos
- Sólidos e Semi-Sólidos
➢ Cimentos: Objetiva selar a interface entre o material núcleo da obturação e as
paredes dentinárias do canal.
Sua finalidade é conseguir uma obturação tridimensional do espaço, de forma
hermética e estável.
“Sabe-se que todos os cimentos endodônticos permitem algum grau de infiltração de
corante.” (wu et al, 2000)
Obs: Depois do canal pronto, se a restauração ficar porosa no lugar deve-se procurar o
dentista imediatamente (no mesmo dia ou no máximo dia seguinte) pois caso a saliva
contamine o canal, haverá a necessidade de retratamento. Coloca-se um selamento
provisório para pelo menos a saliva parar de ter contato com o canal (uma clorexidina para
assepsia e um cotosol de provisório).
Alguns cimentos no mercado
- Óxido de Zinco e Eugenol: como cimento endodôntico por exemplo Cimento de Grossman,
Fill Canal, Endofill (utilizado na UFBA), etc.
Obs: Cotosol é de mesma base mas não serve para obturação endodôntica, bem como o
Pulpo-san cimento para selamento provisório que também não serve para obturação.
- Hidróxido de Cálcio: Seaplex, Sealer 26.
- Cimentos Resinosos: AH 26, AH Plus.
- Cimento à base de ionômero de vidro: Ketac Endo.

• Características do Endofill

- Tempo de trabalho e endurecimento grande


- Radiopacidade Mediana, visível na radiografia.
- Boa capacidade seladora
- Estabilidade dimensional
- Adesividade adequada
Obs: pó misturado com líquido, não vem com medidor, porque a consistência é de um fio
que tem que ser dada, misturando o pó com o líquido aos poucos, sem a proporção exata,
mas deve alcançar uma consistência de fio. Conforme subimos a espátula, verificaremos a
formação de um fiozinho que demora um pouco a desfazer, contar pelo menos uns dois
segundos.

➢ Sólidos
- Cones de Prata (ultrapassado)
Os cones de prata eram finos e inseridos no canal radicular e obturava-se dessa
forma, sem cimento, às vezes se utilizava algum cimento, mas era só o cone metálico
dentro do canal.
-Desvantagens dos cones de prata: Dificuldade de uso correto, não se adaptavam
as paredes do canal, sofre processo de corrosão (canal fica escuro), difícil de serem
retirados do canal em retratamentos (pontas de ultrassom para vibrar e fazer com
que esses cones se desprendam do canal e uma pinça para retirada), encaminhar
para um especialista.

- Guta-percha (Utilizamos) origem Malaia Gata= goma; Percha= em garras.


Bowman, em 1867, é uma substância vegetal extraída sob a forma de látex, ou seja,
derivada da borracha, esses cones são flexíveis, macios.
Dois estados da Guta-percha: Estado Alfa (Estado Natural- Técnica de
Termoplastificação, guta-percha fluida a ponto de ser inserida por uma seringa no
canal) e estado Beta (advém da alfa quando em fusão de 65º em escala industrial)
ela é amorfa ao ser resfriada a temperatura ambiente de modo espontâneo e toma
essa forma cristalina beta, cuja a maioria das formas comerciais são compostas. A
que utilizaremos é da forma Beta. São iguais em termos de composição química, só
muda a posição dos radicais.

• Composição da Guta-Percha

- Maior parte 60- 70% é de Óxido de Zinco


- Até 17% de sais e metais pesados
- 1 a 4% de resinas, ceras e agentes anti-oxidantes
- 20 % do conteúdo total é a borracha em si.
Vantagens
- Adaptam-se às irregularidades e ao contorno do canal.
- Podem ser amolecidos pelo calor e solventes (pelo calor na hora de cortar o excesso
com instrumento aquecido e solventes quando realiza-se retratamento para dissolver a
guta-percha, solvente específico de nome eucaliptol.
- Inerte
- Possui Estabilidade dimensional
- Não altera a cor do dente
- É radiopaca em radiografia
- Pode ser removida do canal quando necessário, em casos de retratamento.
Desvantagens
- Não possuem rigidez (dificuldade na técnica de condensação lateral porque o cone
dobra)
- Não possuem adesividade (o que vai grudar esses materiais é o cimento)
- Podem ser deslocados facilmente pela pressão (comprimimos e ela avança vedando
melhor todo o sistema) ???? “Não entendi porque desvantagem, mas ela falou assim”
Desinfecção dos cones de Guta-Percha
- Não são esterilizáveis.
- Passam por desinfecção em hipoclorito de sódio. Deve-se imergir os cones principal e
acessórios de guta-percha no dia de obturar em solução de 1 a 5,25% por pelo menos
um minuto. E como serão inseridos no canal seco, deve-se ter gaze estéril para secar
esses cones antes de coloca-los no canal.
Fatores que interferem no sucesso do tratamento
- Selamento Coronário (a terapia pulpar é apenas a primeira etapa do tratamento e a
restauração final é a última). Procurar no máximo até 30 dias um profissional para
restaurar a coroa do dente recém obturado, caso não seja o mesmo profissional que fez
o canal o que fará a restauração. Pois o selamento provisório pode sofrer penetração
de saliva e comprometer o tratamento.
- Sub-obturação
- Fraturas Radiculares
• A técnica lateral é a técnica que a gente vai executar na clínica para condensação do material
• Existem outras técnicas também, como a condensação vertical da gutta percha, técnica de mcspadden,
técnica de tagger, sistema termofil e etc.
• Todos esses recursos foram feitos com intuito de vencer a rica e complexa morfologia interna que deverá
ser muito bem selada, onde a gente trabalha em um sistema de canais radiculares que é complexo e
repleto de ramificações e o principal objetivo da obturação é o selamento hermético desse sistema.

A técnica da condensação lateral


• Essa técnica não requer equipamento
especializado para ser executada
• Ela é de baixo custo e fácil execução.
• Para obturar pela técnica de condensação lateral
o primeiro passo é a seleção do cone principal (que
é um material de borracha rosado que tem o
calibre de acordo com as séries e os não
padronizados são fine, medium) sendo que o canal
deve estar seco neste momento
• Observa-se se o cone está no ajuste ideal para o
canal dando espaço para o cimento obturador, ou seja, se ele está justinho sobra uma pequena película
de espaço para o ajuste de cimento
• Outra questão é que o cone principal é escolhido de acordo com a última lima que faz a matriz apical,
sendo então a lima memória.
• As paredes devem estar secas para que ocorra uma uniformidade na distribuição do cimento. Se as
paredes estiverem com algum grau de umidade, o cimento não vai se adaptar e distribuir em volta das
paredes
• Para evitar essa situação é feita a secagem com os cones de papel e eles tem
calibres de acordo com o tamanho dos instrumentos como os primeira séria,
segunda ou podem ser não padronizados podendo ser fine e médium.
➢ OBS: lembrar que esses cones de borracha tem que estar
banhados por hipoclorito para desinfetar, pois esse material
não pode ser autoclavado.
• O cone principal tem que estar travado no comprimento de
trabalho e oferecer certa resistência à remoção, então com
uma pinça a gente tem que sentir esse certo travamento do
cone no canal e observar que ele está alcançando o CT e que
está justo tanto para a força no sentido coronal quanto no
sentido apical.
• Para saber se o cone está realmente como deve ser existem
algumas provas que a gente faz:
✓ Tem a prova visual, que é medir o comprimento do cone de acordo com o CT que é onde ele tem que
chegar e a pinça vai ser o stop para o ponto de referência.
✓ A prova tátil, que é sentir o travamento do cone tanto no sentido coronário quanto no apical.
✓ A prova radiográfica, que é a primeira radiografia que vai ser feita no dia da obturação onde
observaremos se está chegando no CT e a 1mm do forame apical.
• Se por ventura o cone estiver frouxo no canal pode se utilizar uma lâmina de bisturi (não pode tesoura)
e cortar a ponta para que o cone fique mais justo no CT.
• Após a seleção do cone principal e feita a radiografia da prova do cone vai ser preparado o cimento, neste
momento o canal está seco, não existe uma medida definida do pó e liquido o que determina o ponto é
observar se está formando um fio ao puxar esse cimento manipulado com a espátula e esse fio deve
durar uns 2 segundos antes de arrebentar.
• Após a manipulação, vai ser feita a inserção no canal seco - pega o cone de gutta percha, molha no
cimento e introduz no canal, para quando secar formar uma massa presa.
• Esse inserção é feita repetidas vezes sempre molhando o cone no cimento faz esse movimento de 3 a 5
vezes até que todas as paredes do canal esteja repletas de cimento.
• Depois de colocado o cimento e cone principal no canal ainda há espaço para preencher. Então, com a
técnica de condensação lateral utiliza-se os cones acessórios para ocupar esse espaço, que fica em volta
do cone principal. Ela pode ser ativa, que com o auxilio dos espaçadores ir abrindo espaço e colocando
esses cones acessórios; ou pode ser passiva, que é em casos de canais muito largos, como o do incisivo
central, onde podemos ir colocando passivamente os cones acessórios e depois com os espaçadores aí
sim fazer essa condensação.
• Os cones acessórios, são cones secundários ou acessórios de gutta percha. O calibre que a gente trabalha
aqui na clínica é XF(extra fine) ou R7, e
todos são gutta percha só que bem
mais finos que o cone principal.
• Então o que vai ser feito:
✓ Escolher o espaçador que melhor
auxiliara para abrir espaço para os
cones acessórios
✓ Colocar cursor no espaçador com
menos 0,5 mm do CT para garantir
que não está forçando
✓ Trabalhar com as duas mãos uma com espaçador abrindo o caminho e a outra com pinça segurando
o cone acessório que será inserido assim que tirar o espaçador
✓ Vai fazendo esse passo a passo até que o espaçador só consiga penetrar 1 milimetro na massa de
cimento e cones; neste momento pode parar a condensação
✓ Por fim uma radiografia de prova de condensação lateral (importante, pois se houver algum erro
ainda é capaz de corrigir - por isso sempre fazer)
• Estando tudo correto na condensação
lateral vai ser realizado o corte desse
excesso de cone na porção coronal e
condensar verticalmente esse material
no interior dos canais. Com os
calcadores de paiva, que são de diversos
tamanhos, o de diâmetro menor é
aquecido na lamparina para cortar
esses cones e com o mais calibroso de maior diâmetro condensa e depois faz uma compressão apical por
uns 10 segundos e sempre refazendo isso pelo menos 3 vezes - esquenta o de menor calibre, tira o
excesso coronal e o de maior calibre comprime. Esse processo garante um melhor adaptação e uma
maior radiopacidade além disto garante que o material esteja restrito a raiz e assim evite alteração de
cor no terço coronal.
• Com uma bolinha de algodão estéril e com o álcool 70 faz-se uma limpeza da cavidade da câmara pulpar
secando o excesso e faz o selamento do dente com cimento provisório ou ionômero ou já com
restauração de resina e faz uma radiografia final revelando um halo de dentina, uma massa compacta
sem espaço vazio.
• Antes de falar de termoplastificação tem algumas técnicas importantes como:
✓ Técnica do cone enrolado para canais muito calibrosos onde com 2 ou mais cones enrola eles em
uma placa de vidro aquecida ou uma espátula aquecida para formar um cone mais calibroso
✓ Técnica do cone moldado onde pega se um cone aquece a ponta e introduz no canal para moldar um
ápice de incisivo por exemplo que sofreu trauma antes de formar a raiz por completo
✓ Técnica do cone invertido para canal amplo entra com a parte mais calibrosa voltada pro ápice
• Técnicas com gutta percha de termoplastificadas
✓ Técnica híbrida de tagger ela consiste em misturar a técnica de condensação lateral com uma
termocompactação e essa termocompactação é feita com um termocompactador chamado
compactador de mcspadden, esse instrumento é acoplado ao motor de baixa rotação e é colocados
em giros no sentido horário (com o auxilio de uma gaze faz um teste para ver se está no sentido
horário, pois nesse sentido a gaze não gruda) e quando utilizado ele empurra a gutta percha em
direção apical promovendo uma boa condensação do material, o compactador fica a a 4 do CT
✓ Técnica vertical por onda contínuas é um equipamento que gera uma onda de calor de 200 a 250
graus celsius com a própria ponta já corta o excesso da gutta percha (não precisa mais da lamparina)
e ela pode também comprimir a gutta percha no interior dos canais
✓ Técnica do cone único: o cone é bem cônico e é capaz de acompanhar um canal que foi trabalhado
por uma única lima
✓ Termofil é um forno, tem um cone principal que é de resina então pega se um cone envolto por gutta
percha coloca nesse termofil para plastificar e insere no canal e tem uma broca própria para cortar
esse material porque o centro onde a gutta percha está aderida é resinoso, mas é muito complicado
esse processo e pra retratar é difícil

BIOLOGIA PULPAR

• Polpa Dentária
Germe Dental:
1. Epitélio oral
2. Orgão do esmalte (são as células que vão dar origem ao esmalte dentário)
3. Papila dental (são as células que originam o tecido dentinário e tecido pulpar. São células
ectomesenquimais )
4. Folículo dental (células que dão origem ao ligamento periodontal, cemento e osso alveolar)
Polpa Dentária é um tecido conjuntivo frouxo, de características especiais, que mantém íntimo
contato com a dentina, formando o complexo dentino pulpar.

- Apresenta boa capacidade regenerativa por possuir um metabolismo intenso.


- Os odontoblastos estão presentes exclusivamente na polpa e possuem uma parte de sua estrutura
na dentina. O corpo celular se localiza no tecido pulpar e seus prolongamentos estão presentes no
tecido dentinário.
Relações entre polpa x dentina
- Origem embrionária (células da papila dentária)
- Odontoblastos presentes no tecido pulpar e dentinário

A polpa possui excelente capacidade regenerativa (principalmente em jovens).

A câmara pulpar armazena a polpa coronária e o canal radicular armazena a polpa radicular.

Características macroscópicas de uma polpa vital: vermelho vivo, possui resistência ao corte e
sangramento intenso.

Radiograficamente se caracteriza como uma imagem radiolúcida onde está armazenado o tecido
pulpar.

• Composição da polpa dentária:


1. Material orgânico (25%)
- Células
- Matriz extracelular
2. Água (75%)

- Mais da metade da composição da polpa é água.

Camadas Topográficas: (de fora para dentro)


1. Camada odontoblástica
2. Zona pobre em células
3. Zona rica em células
4. Região central

1. Camada de Odontoblastos

Em íntimo contato com a dentina existe a camada de odontoblastos, as células


odontoblásticas estão localizadas uma ao lado da outra, as células estão em forma de paliça
(compridas e uma ao lado da outra). Na porção coronária são células cilíndricas altas e à medida
que vão chegando ao ápice vão mudando de forma, na porção média são colunares baixas e na
porção apical são mais curtas, cúbicas.
A função dos odontoblastos é formar a matriz orgânica de dentina, que posteriormente vai
sofrer a mineralização.
Os odontoblastos estão em maior número na “coroa” do que na porção radicular do dente.

2. Zona POBRE em células - Zona Acelular de Weill

Abaixo das camadas de odontoblastos, há uma zona pobre em células, é pobre em células, mas
é rica em plexo vascular e plexo nervoso, onde há ramificações dos vasos sanguíneos e das fibras
nervosas. Dessa forma, a periferia da polpa é rica de vasos e nervos.

- Plexo de Raschkow: Concentração de fibras nervosas presente na zona pobre em células.

3. Zona RICA em células

Região que apresenta grande quantidade de células, principalmente mesenquimais


indiferenciadas.

4. Região Central da Polpa

O tecido pulpar é um tecido conjuntivo, ou seja, há principalmente uma concentração de


fibroblastos (mostrando como esse tecido é semelhante a outros tecidos do corpo, com algumas
peculiaridades – não existe outro tecido com odontoblastos, não existe outro tecido que esteja
compreendido por paredes de dentina).

• Componentes celulares da matriz extracelular do tecido pulpar:

- A principal célula em termos de função são os odontoblastos, entretanto as células que estão em
maior quantidade são os fibroblastos, pois se trata de um tecido conjuntivo.

• Odontoblastos
- Responsáveis pela formação da matriz orgânica de dentina.
- Dispõem-se de forma de paliçada (principalmente na porção coronária)
- Possuem duas partes:
Corpo celular (está presente na camada de odontoblastos - polpa)
Prolongamento (está presente no túbulo dentinário - tecido dentinário)
- São mais numerosos na coroa em relação à raiz (além do formato dessa célula ser diferente na
porção coronária e na porção radicular eles estão em maior quantidade na coroa do que na raiz)

• Células Mesenquimais Indiferenciadas – células tronco


- Estão presentes na polpa dental, mesmo após a formação completa do dente
- Presentes na zona rica em células
As células mesenquimais indiferenciadas são componentes do tecido pulpar, e se localizam
principalmente na zona rica em células.
Função: Regeneração pulpar. Pois se diferenciam em outros tipos celulares necessários para a
polpa.

• Fibroblastos
- Células mais numerosas da região central
- Formação de fibras e proteínas estruturais da matriz extracelular

São componentes presentes principalmente na região central do tecido pulpar.


Função: Formar fibras e proteínas estruturais da matriz extracelular, que é uma característica dessas
células no tecido conjuntivo.

Células de Defesa:
• Macrófagos
• Linfócitos
• Plasmócitos
• Mastócitos
São células de defesa do organismo que podem ser encontradas eventualmente no tecido pulpar,
principalmente se houver um processo inflamatório na polpa.

Matriz Extracelular da polpa dental


o Fibras Colágenas
- Fibras elásticas (sempre associadas a vasos sanguíneos calibrosos – na região central da polpa)

o Substância Fundamental
- Proteoglicanos
- Glicosaminoglicanos
- Água
- Sais minerais

FUNÇÕES DA POLPA
- Indutora
- Formadora
- Nutritiva
- Reparadora
- Sensorial

→ Função INDUTORA

Células da papila dentária induzem as células do epitélio interno do órgão do esmalte a se


diferenciarem em ameloblastos e assim poderem formar o tecido do esmalte.
Ocorre primeiro a diferenciação das células da papila dentária em pré-odontoblastos, que
secretam a primeira camada de dentina, e a partir daí as células do epitélio interno se diferenciam
em ameloblastos e há a deposição do esmalte.

→Função FORMADORA

As células odontoblásticas possuem a capacidade de formar matriz orgânica de dentina.

Os prolongamentos odontoblásticos secretam a matriz orgânica de dentina → Pré dentina


(dentina ainda não mineralizada). A partir do momento que ocorre a mineralização da dentina (a
mineralização se dá de forma globular, se formam vários glóbulos de mineralização que vão
crescendo e se juntando até formar a dentina mineralizada).

Inicialmente os prolongamentos odontoblásticos são mais curtos e à medida que a dentina


vai sendo formada/mineralizada os prolongamentos vão aumentando e ficando presos na dentina e
vai haver a formação dos túbulos dentinários.

Complexo Dentino Pulpar


Os tecidos dentinário e pulpar constituem um verdadeiro complexo do ponto de vista:
- EMBRIOLÓGICO (derivam do ectomesêquima – mesma origem)
- ESTRUTURAL (prolongamentos odontoblásticos inseridos na dentina – odontoblastos se
localizam parte na polpa e parte na dentina)
- FUNCIONAL (a polpa mantém a vitalidade da dentina e a dentina protege a polpa)

Dentina:
- 70% de cristais inorgânicos (hidroxiapatita)
- 18% de fibras colágenas e outras proteínas
- 12% de água

Embora tenham a mesma origem embriológica, a dentina e a polpa são tecidos de características
completamente diferentes, um é tecido conjuntivo frouxo (polpa) e outro é tecido mineralizado
(dentina).

Classificação Histogênica da Dentina

• Fisiológica  DENTINA PRIMÁRIA (Dentina do manto + Dentina circumpulpar) /


DENTINA SECUNDÁRIA (Dentina Adventícia, Regular ou Fisiológica)

• Patológica  DENTINA TERCIÁRIA (Reacional ou Reparativa)


A dentina fisiológica faz parte do processo fisiológico de formação do tecido.
A dentina patológica é formada diante se um agente agressor.

DENTINA

Estrutura:

• Dentina Primária – Dentina formada até o fechamento do ápice.

 DENTINA DO MANTO (1ª CAMADA ) – Primeira camada de dentina a ser formada.


- Os prolongamentos odontoblásticos são rodeados por uma matriz calcificada mais
ou menos homogênea, não possuindo dentina peritubular.
- Estabelece, juntamente com o esmalte, a junção amelodentinária.
- O grau de mineralização é um pouco menor que a dentina circumpulpar.

 DENTINA CIRCUMPULPAR (2ª CAMADA) – Formada após a dentina do manto, é


constituída pela dentina peritubular e intertubular.

• Túbulos Dentinários – Ocupa toda extensão da dentina (JAD até a polpa)

Permeabilidade: Além do fluido dentinário há os prolongamentos odontoblásticos, o que confere


permeabilidade ao tecido. Tudo que entra em contato com a dentina pode chegar a polpa pela
presença dos túbulos dentinários.

Na porção mais externa da dentina, os túbulos são de diâmetro menor e em menor quantidade, à
medida que se aproxima da câmara pulpar, os túbulos são de diâmetro maior e em maior
quantidade. Ou seja, quanto mais perto da polpa, a permeabilidade é maior. Por isso que as
cavidades profundas precisam ser forradas.

Canalículos – Comunicação entre os túbulos: Os túbulos podem se comunicar entre si através de


canalículos, estes são como pequenas ramificações entre os túbulos dentinários.

➢ Dentina Intertubular: Dentina mineralizada entre os túbulos dentinários.


➢ Dentina Peritubular: Ao redor do túbulo dentinário, é mais mineralizada do que a dentina
intertubular.

As vezes o prolongamento do odontoblasto não está presente em todo o túbulo, parte do túbulo
dentinário fica sem a presença do prolongamento. É um mecanismo de defesa do tecido pulpar
realizar esse recuo contra os agentes agressores.

Como citado anteriormente, a mineralização do tecido pulpar se dá de forma globular, na qual há


vários glóbulos de mineralização que vão crescendo e se encontrando e mineralizando uma camada
de matriz orgânica, porém entre esses glóbulos, pode haver um defeito no processo de
mineralização, e essa região é conhecida como dentina interglobular – menos mineralizada.
• Dentina Secundária – Formada após o fechamento do ápice e durante toda a vida do
indivíduo (também é circumpulpar).

- É formada principalmente no teto e assoalho pulpar.

- Dentina adventícia, regular ou fisiológica


- Deposição mais lenta que a primária
- Deposição durante toda a vida do dente
- Os túbulos dentinários são menos regulares que na dentina primária
- Diminui a câmara pulpar

• Pré-dentina

Dentina não mineralizada (matriz orgânica de dentina) que posteriormente será mineralizada.
É formada pelos odontoblastos.

→ Função REPARADORA (próxima aula)

- Esclerose dentinária
- Formação de dentina terciária (reacional ou reparadora)

→ Função NUTRITIVA

A polpa nutri a dentina pela presença dos prolongamentos odontoblásticos e metabólitos


provenientes do sistema vascular da polpa.

→ Função SENSORIAL

Principal caminho é pelo forame apical.


Além de ser muito vascularizada, a polpa é ricamente inervada. Com a presença de fibras
sensitivas (responde com dor) e fibras autônomas (contração e dilatação dos vasos sanguíneos).
As fibras são derivadas principalmente do nervo trigêmeo.

 Teoria hidrodinâmica

Com o estimulo à dentina, existe o movimento do flúido dentinário, sensibilizando as fibras


que estão próximas aos túbulos dentinarios. Sendo essa a teoria mais aceita para explicar a dor de
origem dentinária.

- A fibra nervosa é o último tecido a morrer, desta forma a polpa pode estar sem suprimento
sanguíneo, mas o paciente sente dor.
Mecanismos de defesa da polpa e etiologia das alterações pulpares e periapicais

• Então, vamos falar hoje, diferente da aula anterior em que vocês viram sobre os mecanismos
fisiológicos da dentina, dos mecanismos de defesa da polpa (como ela reage) quando ela recebe
uma agressão e também quais são os principais fatores etiológicos (causas) que podem levar à
uma doença na polpa e/ou nos tecidos periapicais.
• Lá na aula de biologia pulpar vocês viram que o complexo dentino-pulpar tem origem da papila
dentária (ectomesenquimal), que temos as camadas topográficas (odontoblástica, zona pobre em
células, zona rica em células e região central), a função da polpa, o que acontece com o dente ao
longo do tempo, composição histológica, quantidade de água, e por aí vai. Então, é uma aula
muito importante, e essa sequência de aulas também porque o bom entendimento delas vai fazer
com que vocês consigam dar um bom diagnóstico lá na frente e, consequentemente, saber qual
tratamento irão dar aos seus paciente.
• A morfologia vocês conhecem bem: o dente é formado principalmente por dentina; na coroa é
revestido por esmalte e na porção radicular por cemento; no interior do dente existe uma
CAVIDADE PULPAR, dividida em câmara pulpar e canal radicular (não confundir).
• Virão também que uma grande função da polpa é a nutrição do dente. Essa nutrição é chamada
de circulação terminal. Então, o coração bombeia o sangue pelo interior das artérias até chegar
ao interior do dente, abastecendo-o com nutrientes e oxigênio que os tecidos precisam, e os
catabólitos são mandados para circulação através das veias, até chegar aos órgãos que irão
purificar o sangue.
• E por que eu estou falando isso? Porque durante o processo patológico que vai ocorrendo no
tecido pulpar, esse processo fisiológico vai se alterando muito, e
esse processo de nutrição, de funcionamento dos vasos e sistema
nervoso estará sendo “golpeado” quando existe um fator agressivo
ao nosso tecido pulpar.
• Como a polpa se protege quando existe uma agressão? Eu costumo dizer que os odontoblastos
são as polpas mais lindas do organismo porque elas protegem a polpa. Então são muuuito bravas,
muuuuito guerreiras (“assim como esses homens”), muito
fooorrrtes, e protegem o nosso dentinho. Então eu acredito que...
esse mecanismo é bom demais e vocês também vão achar muito
importante para o diagnóstico e tratamento.
• Com isso, os principais mecanismos de proteção vai envolver o complexo dentino-pulpar; então,
vamos ver tanto uma resposta da dentina quanto uma resposta no tecido pulpar.
Resposta do complexo dentino-pulpar (CDP) à agressão:
• Toda resposta vai depender da intensidade e duração do agente agressor, independente de sua
natureza, com a finalidade de eliminar esse agente agressor.
• Então, se eu tenho um estímulo como, por exemplo, uma cárie que está avançando muito
rapidamente, a gente vai ter uma maior agressão à esse CDP. Então, independendo de cada
estímulo, e dependendo da intensidade e duração dessa agressão, a resposta vai alterar; mas
sempre com o intuito de barrar/bloquear aquele estímulo.
• Então, se temos uma cárie que começou a atingir dentina, o CDP já reconhece que ali existe um
agente agressor. Então, qual é a primeira resposta que o organismo tem?
1. Primeira resposta: uma cárie que começa em esmalte e chega à dentina, de baixa intensidade
e duração do processo carioso, vai fazer com que ocorra um aumento da atividade metabólica
dos odontoblastos, e eles começarão a
produzir mais dentina peritubular (que
rodeia os túbulos dentinários), com o
objetivo de obliterar dos túbulos
dentinários e, consequentemente,
diminuindo a sua permeabilidade. Isso é
chamado de esclerose dentinária.
2. Segunda resposta: se a gente não remove
aquele tecido cariado (agressão), em um
segundo momento ele irá conseguir
ultrapassar essa barreira da dentina
(esclerose dentinária). Ocorre então a
formação da dentina terciária. Nesse caso,
para ocorrer sua formação da dentina
terciária, que é aquela que ocorre em
direção ao agente agressor (não vai
ocorrer à nível de toda a cavidade pulpar, mas só na câmara), com a finalidade de barra-lo,
alterando a anatomia da câmara pulpar. Mesmo com o aumento da agressão, ainda existe um
equilíbrio entre agente agressor e mecanismo de defesa, e por isso se consegue formar essa
dentina terciária.
➢ Obs 1: A quantidade e a qualidade da dentina terciária que é produzida depende da duração
e intensidade do estímulo. Mesmo que exista um equilíbrio entre agressão e mecanismo
de defesa, quanto mais intenso for o estímulo, é preciso a formação da dentina mais
rapidamente; se o estímulo é mais leve, essa dentina pode ser produzida mais devagar e
com melhor qualidade. Elas são formadas por diferentes mecanismos: frente a estímulos
leves, os odontoblastos maduros irão produzir a dentina reacional; conforme esses
odontoblastos vão morrendo, as células indiferenciadas da polpa se diferenciam em
odontoblastóides, que formam a dentina reparadora.
➢ Obs 2: Por que a dentina reacional é de melhor qualidade? Porque apresenta uma boa
mineralização e, também, apresenta formação de túbulos dentinários, embora mais
irregular que os da dentina primária e secundária.
➢ Se aumentar a intensidade e duração do estímulo, e ainda houver um equilíbrio entre
estímulo e mecanismo de defesa, os osteócitos irão realizar a deposição de dentina rápida
e irregular, chamada de dentina osteóide ou osteodentina. Praticamente não apresentam
túbulos dentinários, e como sua deposição é muito rápida, acaba incorporando os
odontoblastos à dentina.
• Aqui nos temos a diferença entre a
deposição da dentina secundária
(fisiológica), que ocorre ao longo da vida
do indivíduo, realizando o achatamento de
toda a cavidade pulpar e sem alterar sua
morfologia; enquanto a terciária é
depositada em direção ao agente agressor.
• Como a dentina terciária modifica a anatomia da cavidade, principalmente na porção coronária, é
importante à analise radiográfica anterior ao acesso coronário, já que possivelmente não vai cair
naquele “vazio” da câmara pulpar; dessa forma, evita-se acidentes, como perfurações.
• Quando cárie atinge dentina, já começa uma resposta imunoinflamatória no tecido pulpar, muito
antes desse tecido ser atingido.
o Resposta pré-inflamatória (inata): reconhecimento pelas células dendríticas,
alerta ao sistema imunológico e ataque por células de defesa (p.ex.,
macrófagos). Ocorre pela persistência do agente agressor, levando à essa
resposta inflamatória aguda, com vasodilatação e resposta imune inicial pelas
células de defesa: macrófagos e células dentríticas. Nesse momento, se o
paciente chega para a gente e se faz um tratamento restaurador, com eliminação
do agente, a polpa volta à “sua reversibilidade” (condição normal).
o Progressão (estímulo de alta intensidade e duração): persistência da reação
inflamatória aguda e começa a liberação dos mediadores químicos (citocinas). Nesse
momento, já começa a ter uma agressão patogênica pulpar. Aqui, ocorre também eventos
vasculares: vasodilatação (aumento do fluxo sanguíneo e da pressão hidrostática vascular)
e aumento da permeabilidade vascular (com saída de exsudato e consequente formação de
edema). Como a dentina é anelástica, não tem como aquele líquido sair, e por isso o
paciente tem aquela dor de dente muito grande. A característica típica da inflamação
também aparece no dente: edema, calor, rubor e dor. Então, dependendo da condição
(p.ex., paciente mais novos), a gente consegue tratar, sem ser o tratamento endodontico,
revertendo essa condição pulpar. No entanto, em paciente mais idosos, onde há um
estreitamento da cavidade pulpar, a chance de reverter já é bem pequena.

Recapitulando e conhecendo a inflamação do tecido pulpar:


• Então, temos um agente agressor e o tecido pulpar vai responder com a defesa inata, sem presença
de sinais e sintomas. Removendo o agente agressor, o tecido pulpar volta ao normal. Porém, se o
agente agressor persiste, vai começar uma inflamação aguda, e começa a aparecer sinais e
sintomas clínicos do processo inflamatório à polpa. Quando é inicial, ele é reversível com a
eliminação do agente agressor; mas, em outros momentos, apenas o tratamento endodôntico é
indicado. Lembrando que esse reparo também será influenciado pela idade do paciente, e da
intensidade e duração do agente agressor.
• Não removemos ainda a causa, e o paciente ainda apresenta inflamação aguda, com sinais e
sintomas, agora de baixa intensidade e alta duração: esse processo inflamatório agudo pode se
tornar crônico, por causa de uma resposta imunológica adaptativa. Nesse caso, não há mais
reparação e apenas o tratamento endodôntico é indicado. Essas inflamações crônicas podem leva
à uma reabsorção óssea ou radicular. Ainda na inflamação aguda, quando o estímulo é de alta
intensidade e alta duração: pode progredir direto à necrose tecidual, onde também não há
reversibilidade e é indicado tratamento endodôntico.
• Quando ainda há o processo inflamatório no tecido e conforme vai progredindo o envolvimento
da inflamação nesse tecido, o agente agressor vai progredindo em direção ao periápice (processo
inflamatório agudo). Como não há mais aquele mecanismo de defesa, ele acaba invadindo todo o
sistema de canais e túbulos dentinários, chegando também a causar patologias agudas lá no
periodonto, que são agressivas e doloridas, como pericementite e abscesso dento-alveolar agudo.
• No caso de já haver necrose pulpar (dente morto), pode existir um processo inflamatório crônico,
com envolvimento do periodontal e presença de patologias que são assintomáticas, como lesão
periapical ou cisto periapical.

Etiologia das alterações pulpares e periapicais:


• Podem ser: físicos, químicos ou biológicos, que vão causar alteração no tecido (inflamação), que
pode ser reversível (reparo) ou irreversível (dano), dependendo da duração e intensidade.
• A principal etiologia são os microrganismos da cárie, que são biológico.
• Fatores físicos e mecânicos:
1. Exposição pulpar não bacteriana (p.ex.,
trauma):
➢ Bruxismo, Abrasão e Atrição: Em casos
bastantes severos, geralmente o paciente
chega até com pulpite e tem que fazer o
tratamento endodônico de todos os dentes
porque já expos todas as câmaras. Adianta fazer restauração nesse caso, quando já houve
exposição da cavidade e não trato o problema da paciente com a reabilitação? Não, pois
ela estará sempre tendo dor e em uma noite aquela restauração já vai sair de novo. Então
a gente faz o tratamento endodôntico e encaminha o paciente para reabilitação.
➢ Trauma:
▪ Fraturas coronárias – uma polpa vital exposta por trauma apresenta grande
resistência a invasão microbiana, a qual ocorre lentamente. Então, após 48 horas
de exposição, a polpa ainda pode ser mantida por capeamento direto.
▪ Pulpite ou necrose pulpar
2. Raspagem periodontal – dano ao tecido pulpar: remove proteção de áreas permeáveis
(túbulos dentinários expostos). Mas não é consenso entre os autores, pois alguns acham
que essa exposição é suficiente para causar dano, enquanto outros acham que a exposição
é muito pequena, e o dano só vai ocorrer se associada à um problema muito sério, como a
abrasão, ou uma abfração bastante profunda (onde os túbulos dentinários têm maior
permeabilidade.
3. Preparo cavitário/calor (iatrogênico) – dano ao tecido pulpar
➢ Calor gerado durante o preparo cavitário e reação exotérmica dos materiais
▪ Aumento de 2ºC estimula a síntese de mediadores inflamatórios
▪ Aumento de 5,5ºC causa dano irreversível ao tecido pulpar – possível quando a
gente pega a alta rotação e fica constantemente removendo tecido cariado sem
refrigeração por 11 segundos.
➢ Por que ocorre esse dano por calor? Quando está aplicando a alta rotação sobre a dentina,
ocorre uma desidratação desse tecido por causa do aquecimento. Essa desidratação é capaz
de estimular os prolongamentos odontoblásticos e estimulação nervosa. Assim, a polpa
faz uma vasodilatação e aumenta a permeabilidade capilar, aumentando,
consequentemente, o fluxo sanguíneo e pressão tecidual intersticial. Lembra que a dentina
é anelástica, e esse líquido vai conseguir sair somente através dos túbulos dentinários,
carregando, junto, os odontoblastos (aspiração odontoblástica) – mas não vou cobrar
nada disso na prova, é só a título de curiosidade.
➢ Como atenuar a injúria pulpar pelo calor? Com desgastes mínimos, que satisfação
mecânica e estética; com movimentos intermitentes e não constantes sobre dentina; com
uso de brocas de granulação fina a medida que o preparo se aprofunda; e uso abundante
de refrigeração.
4. Injúrias por luxação – dano
ao tecido periodontal e
pulpar, com rompimento de
nervos e vasos sanguíneos (se
eles se rompem, como vai nutrir os tecidos do CDP? Então polpa acaba necrosando
➢ Avulsão (sai todo do alvéolo), intrusão (entra), luxação lateral (deslocamento no interior
do alvéolo), subluxação (rompimento de algumas fibras do ligamento periodontal)...
5. Fratura radicular – dano ao tecido pulpar ou periapical: a lesão tecidual na linha de
fratura provocará uma reação inflamatória.
• Fatores químicos – toxicidade de materiais restauradores (condicionamento ácido, resinas,
selantes):
➢ Cavidade profunda – dano ao tecido pulpar: lembrar que, quanto mais próximo à
cavidade pulpar, os túbulos dentinários estão em maior quantidade e maior diâmetro. Para
isso, escolher material forrador e de base corretos. Em cavidades muito profundas, pode-
se utilizar um corticoide.
• Fatores iatrogênicos – dano ao tecido pulpar e periapical:
➢ Tratamento ortodôntico – reabsorção na porção apical (que é esperado); mas as vezes,
a polpa acaba necrosada ou dente com grande mobilidade, quando o tratamento é realizado
de forma incorreta.
➢ Materiais obturadores, medicação intracanal, solução química – quando extravasa
cone de guta percha, cimento obturador, hipoclorito de sódio.
• Fatores biológicos – principais responsáveis, principalmente microrganismos da cárie: eles
podem atingir tecidos pulpares por quatro vias principais:
1. Túbulos dentinários (permeabilidade) – lesão de cárie ou dentina exposta à cavidade
bucal (abrasão, abfração, corrosão muito profundas).
2. Exposição pulpar direta – exposição pulpar por cárie ou invasão de microrganismos após
trauma que foi tratado após 48 horas.
3. Periodonto – bolsa periodontal (não é consenso entre autores). Alguns afirmam que
quando existe uma bolsa bastante profunda, os microrganismos podem atingir a polpa
através do forame apical, canais laterais ou túbulos dentinários. Porém, outros afirmam
que essa entrada de microrganismos pelo canais laterais ou túbulos dentinários não é
possível via ligamento periodontal, apenas quando essa bolsa é muito extensa e permite a
entrada desses microrganismos via forame apical.
4. Anacorese hematogênica – capacidade de “atração que tecidos inflamados, debilitados
ou necrosados exercem sobre bactérias presentes na circulação sanguínea durante uma
bacteremia. Essas bactérias passam a colonizar esses tecidos alterados, estabelecendo,
assim, um processo infeccioso”.
➢ Como isso ocorre no nosso caso? Paciente traumatizou um dente, teve rompimento do
feixe vasculho-nervoso, onde aquela polpa não recebeu mais nutrição, e necrosou; ou
então ela já está em processo inflamatório – paciente apresenta dor de garganta e essas
bactérias estão transitando pelo corpo: esse tecido necrosado ou inflamado tem a
capacidade de atrair esses microrganismos que estão na corrente sanguínea e eles vão se
instalar de dentro deste tecido. Porém, a pouquíssimos estudos que mostram que isso
acontece em animais e não há nenhum que comprove que acontece em humanos.
➢ O que a maioria dos autores dizem (“e que eu acredito”): é que, quando ocorre uma fratura
coronária, podem ocorrer trincas em esmalte e dentina em diferentes profundidades, e elas
vão permitir que os microrganismos penetrem por elas e atinjam o tecido pulpar através
da permeabilidade dos túbulos dentinários

Recapitulando e concluindo sobre etiologia das alterações pulpares e periapicais:


• Frente a agressão física, mecânica, química, ou iatrogênica, ocorre uma resposta inflamatória da
polpa e/ou tecidos perirradiculares, geralmente não persistente, onde a alteração patológica não
se perpetua.
• Diferente, a agressão biológica é persistente, desde que não removido. Então, os microrganismos
e seus produtos são, na maioria das vezes, responsáveis pelas patologias pulpares e radiculares, e
considerados essenciais para a perpetuação.

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO

➢ Quais os testes que iremos fazer para chegarmos ao diagnóstico?


➢ O diagnóstico em endodontia se dá juntando várias informações para chegar à decisão final
do caso. Muitas vezes o diagnóstico é fácil (o paciente consegue descrever onde e como
está à dor), porém existem situações difíceis (onde a dor é difusa e mal localizada).
➢ Importante utilizar esses testes como um protocolo.
“É a ciência-arte que envolve conhecimentos científicos, atenção, raciocínio, experiência,
capacidade de relacionar sinais e sintomas”.

Diagnosticar

Tabular sinais
Identificar Interpretar
e sintomas

➢ O diagnóstico não é difícil, mas devemos compreender o processo inflamatório. Assim é


importante saber se o dente tem uma pulpite, uma necrose, pois saberei que substância
irrigadora irá usar para cada caso (existem várias concentrações de Hipoclorito de sódio,
sendo que uma determinada concentração é utilizada para um tipo específico de situação
pulpar).
➢ ELEMENTO DE DIAGNÓSTICOS:
1. Anamnese
2. Exame Clínico
3. Teste de sensibilidade pulpar
4. Exames por imagem
5. Exames complementares
1. ANAMNESE
• Questionar principalmente sobre a saúde geral do paciente
• Perguntar inicialmente sobre a história médica: se esse paciente é diabético,
hipertenso, algum problema no fígado, rins... Possui alguma patologia que queira me
informar.
• Faz uso de algum medicamento, se sim, tem que anotar o nome. Caso o paciente
não saiba ou não se lembra do nome, pedir para trazer na próxima consulta. Pois na
própria clínica da FOUBA teve um caso que o paciente não reportou ser HIV +, mas
informou o medicamento que usava e assim o aluno pode tomar as devidas
precauções.
• Queixa principal: Perguntar por qual motivo o paciente procurou a clínica. Aqui na
faculdade, a maioria dos pacientes são encaminhados da urgência, por isso, vai
chegar assintomático. Mas ainda assim é importante perguntar com era a dor.
Sempre escrever com as palavras do paciente.
• Na endodontia será feito uma ficha por dente e não uma ficha por paciente.
• Na endodontia a principal queixa do paciente é a dor e sensibilidade, assim na ficha
teremos uma parte para questionar sobre a sensibilidade dolorosa no dente em
questão.
• Dor é muito relativo. Então o que pode ser dor para mim pode não ser para outra
pessoa. Dessa forma o tratamento é individualizado.
• Pergunta ao paciente a condição em que a dor aparece: no quente, no frio... Sempre
utilizando uma linguagem acessível. Avaliar se a dor é provocada ou não, analisar a
duração da dor (processos irreversíveis possui uma dor de declínio lento). A dor é
contínua ou intermitente. Ou seja, fazer um questionário sobre a dor (não encontrei
na internet).
• Perguntar ao paciente se ele utilizou analgésico, se fez analisar se resolveu ou não
a dor, pois em processos irreversíveis o analgésico não irá solucionar.
• Se o paciente veio da urgência ele será assintomático.

“A dor é de inegável valor semiológico, mas não avalia as reais condições do tecido
pulpar”.

2. EXAME CLÍNICO
• Inspeção extra oral: Avaliar assimetrias faciais se estar visível, super visível ou sutis.
• Palpação extra oral: Possui abscessos que na palpação é duro e outros moles.
Nesse ponto podemos identificar alguma alteração que não seja na nossa área e
encaminhas para o profissional habilitado. Ex. Aumento de volume em gânglio.
• Inspeção de exploração intraoral: Avaliar todos os dentes. Às vezes o paciente tem
uma dor reflexa, ele diz que é um dente, mas na verdade é em outro. Fazer uma
visão geral para depois partir para o dente que o paciente se queixou. Tem situações
que o paciente chega para se queixar da cor do dente: isso pode ser devido a um
tratamento de canal que deixou guta percha na câmara ou então ele tem uma
necrose da polpa. Além disso, procurar restaurações fraturadas, presença de cáries.
Avaliar ainda os tecidos moles: presença de fístulas, edemas.
• Palpação apical: Palpar a região apical desse dente. Se o paciente tiver
sensibilidade, devemos anotar na ficha como positivo (isso sugere que ele tenha
algum processo inflamatório no periápice).
• Percussão vertical: Inicia-se com o dedo na vertical promovendo uma leve pressão
no sentido paralelo ao longo eixo do dente. Usa o dedo, pois existem patologias que
deixam o dente extremamente sensível, então se usarmos algum instrumento pode
gerar desconforto ao paciente. Depois de feito com o dedo e o paciente não se
queixou de dor, executar agora com um instrumento (cabo do espelho). Se positivo,
sugere que o paciente tenha um processo inflamatório na região periapical do dente.
• Percussão horizontal: Inicia-se com o dedo para depois usar o instrumento. Uma leve
pressão no sentido perpendicular ao longo eixo do dente. Quando der positivo,
sugere um processo inflamatório no periodonto lateral, o paciente pode ter um
abscesso periodontal e esse teste faz o diagnóstico diferencial (se o paciente der
positivo apenas na percussão horizontal e der negativo na vertical, isso sugere um
problema periodontal e não endodôntico).
• Sondagem periodontal: Precisa fazer parte dos recursos semiotécnicos na avaliação.
Quando o paciente tem uma fratura vertical, o paciente pode ter uma bolsa
periodontal na linha da fratura.
• Mobilidade dentária: Algumas patologias do periápice leva a uma mobilidade do
dente, se essa mobilidade for de origem endodôntica, após o tratamento as fibras se
reinserem e o paciente deixa de ter a mobilidade.

PERCUSSÃO VERTICAL PERCUSSÃO HORIZONTAL


3. TESTE DE SENSIBILIDADE PULPAR: Térmicos, elétricos, cavidade, anestesia
• Sugere se a polpa está viva ou necrosada baseada na sensibilidade da fibra, do
impulso nervoso. Não avalia se tem sangramento ou fluxo de sangue ou não, por
isso teste de sensibilidade e não vitalidade pulpar.
• Ajuda a determinar presença ou ausência de sensibilidade. Se tiver dor ou não,
avaliar o tempo da sensibilidade (se for de longa duração significa que é um processo
inflamatório irreversível).
• Ajuda a localizar o dente responsável pela dor em casos de dor difusa.
• A origem da sensibilidade da polpa: existem fibras nervosas entre os odontoblastos
e entra no inicio dos túbulos dentinários, principalmente as fibras A-delta. São essas
fibras que irão ser estimuladas no teste de sensibilidade. Quando se aplica algo frio,
promove a movimentação do líquido dentinário, levando o paciente a sentir a
sensibilidade. Quando a polpa está inflamada o paciente sente uma dor mais rápida
e de longa duração.
• FRIO: Fazer isolamento relativo para afastar tecido mole, fazer bolinhas de algodão
(tamanho compatível com a coroa) e embeber no endo-ice (-50 graus, cuidado, pois
queima) e leva ao dente. Fazer sempre em um dente hígido para avaliar a dor e no
dente em questão. Não é só saber se dói ou não, tem que avaliar a duração dessa
dor.
• CALOR: Não é o teste mais corriqueiro, mas se não tiver outra opção, utiliza esse
teste. Com um cone de guta percha, lamparina e vaselina. Vaselina o dente, aquece
o guta até plastificar e leva ao dente. O risco é que o tecido pulpar é sensível ao
calor, e em temperaturas acima de 5 graus pode agredir a polpa e levar a sua
necrose. Antigamente era com espátula aquecida e fritava a polpa.
• ELÉTRICO: Ao invés do frio ou calor, vai passar uma corrente elétrica e estimular as
fibras do tipo A-delta. É feito com um aparelho (muito, muito pouco usado), o paciente
fica com um botão do aparelho que interrompe a carga e então quando sentir a
sensibilidade aperta o botão. Não pode ser feito em dente com amálgama, metal.

OBS.: Cuidado quando formos fazer qualquer um dos teste. As vezes colocamos a
bolinha de algodão no dente por 30s, 1m e o paciente não se queixa. Será que a polpa
está necrosada ou será um idoso com atresia da polpa? Pacientes idosos quando não
sente. não quer dizer que a polpa está necrosada.

• CAVIDADE: O teste mais verdadeiro, mais fiel. Consiste em remover a cárie ou


uma restauração fraturada ou começar a fazer o acesso em um dente que sofreu
um trauma sem anestesia. Se o paciente tiver sensibilidade, a polpa está viva.
Se não responder, chega até a expor polpa e o paciente não se queixa de nada.
• ANESTESIA: Anestesia o dente que você acha que é a origem da dor. Se a dor
passa, você conclui que é o dente com algum problema no tecido pulpar
(infiltrativa).
OBS.: DOR REFLEXA:O paciente diz que sente dor em um dente, fazemos todos os testes e
percebemos que não é nesse dente é em outro. A dor de um dente reflete para outro. Dente
augôgeno (dente origem da dor) e o dente sinálgico (reflete a dor). Pode ser do mesmo lado, pode
ser superior e inferior, mas nunca direito e esquerdo.

4. EXAMES DE IMAGEM
• Deve ser feito os teste antes de radiografar, mas na clínica é o inverso.
• Primeiro é feito a radiografia periapical. As vezes se faz primeiro a interproximal para
avaliar se a cárie está muito perto da polpa (incomum).
• Em posse da radiografia, olhar primeiro o periápice, mas avaliar o dente em todo.
• Importantíssimo uma radiografia de qualidade.
• Avaliar a região periapical e descrever a mesma (região radiolúcida, radiopaca,
possui halo ou não).
• Quando o paciente tem uma fístula devemos rastreá-la. Pegar um cone de guta (25-
30) insere no olho da fístula e empurra o máximo. Não precisa anestesiar. Radiografa
e encontraremos o local de origem da fistula e avaliar o abscesso.
• Tomografia: Recurso cada vez mais acessível que nos possibilita avaliar fratura,
abscesso, anatomia do dente onde ajuda no diagnóstico.

5. EXAMES COMPLEMENTARES
• Exames hematológicos: Às vezes o paciente tem uma dificuldade de cicatrização e
o paciente é diabético. Solicita-se para avaliar se o paciente está descompensado
ou não.

➢ O importante do diagnóstico é: - diferenciar o normal do anormal para entender as


patologias. - Entender que os testes para o diagnóstico tem suas limitações. - Interpretar os
resultados. - Investigar o paciente. - E não se precipitar no diagnóstico.
➢ Doenças da Polpa

➢ Hoje falaremos um pouco da doença da polpa. As doenças da polpa podem ser classificadas de
duas formas:
➢ A – Doenças inflamatórias: mais corriqueiras e frequentes. São decorrentes ou do processo de
cárie, ou de um trauma. Quando tratadas a tempo podem devolver a polpa vitalidade, ou então se
realiza um tratamento conservador onde se conserva o dente e se retira a polpa.
➢ B- Degenerativas: são permanentes. São elas os nódulos da polpa e a reabsorção interna.
➢ Diversos livros chamam as patologias da polpa de diversos termos. Antigamente eles eram
classificados de acordo com a patologia da polpa e não refletia a realidade clínica. Atualmente a
classificação é baseada na sintomatologia e no que sugere a sintomatologia. É uma classificação
internacional:

1 - Polpa normal
2 - Pulpite reversível (a polpa volta ao normal quando remove o agente agressor)
3- Pulpite irreversível sintomática ( a partir daqui se faz o tratamento endodôntico)
4- Pulpite reversível assintomática
5 – Necrose pulpar

➢ 1 – Polpa normal
➢ Dor espontânea, teste de sensibilidade positivo, com dor presente, porém de curta duração
(lembrar que esse teste não é apenas para saber se tem ou não dor, tem que saber também a
duração), palpação e percussão negativo e imagem radiográfica sem alteração.
➢ Macroscopicamente tem a cor vermelho vivo, um sangramento denso e consistência ao corte
➢ 2- Pulpite reversível ou hiperemia pulpar (primeiro processo inflamatório)
➢ Inflamação devido a cárie, por exemplo, quando se remove o agente agressor a polpa retorna ao
normal. A polpa reponde favorável a um processo conservador. Existem vários fatores que podem
levar a pulpite reversível, entre eles as LCNN (bruxismo, abrasão, abfração), que irão agredir a
polpa causando uma hipersensibilidade dentinária, devido a exposição dos túbulos e é uma fonte
de entrada de bactérias. Removido, a polpa volta à normalidade. Outra coisa é uma cárie, após
removida, o paciente fica novamente assintomático.
➢ Dor é provocada (não tem dor espontânea, provocada por estímulos principalmente o frio). – A
diferença para a polpa normal é que aqui quando o paciente ingere algo gelado, irá sentir dor que
na polpa normal não existe.
➢ Dor provocada, de curta duração, localizada. Quando mais avança essa inflamação, mais estímulos
causam essa dor e à medida que o processo inflamatório evolui, o desaparecimento da dor se torna
cada vez mais demorado, devido ao retardo da drenagem venosa
➢ Lembrar da inflamação que a primeira coisa que ocorre é a vasodilatação e devemos lembra que a
polpa se encontra dentro de paredes inelásticas e não tem como se expandir, a medida que o
edema vai aumentando, vai dificultando o retorno venoso e a dor vai demorando de passar.
➢ Características da dor:
➢ Presente e provocada, aguda e localizada, normalmente causada pelo frio (principal agente álgico),
dor de curta duração. A dor é intermitente (vai e volta), se olharmos clinicamente veremos uma
cárie, ou restauração fraturada ou área de exposição de dentina. Palpação e percussão com
ausência de dor (o periápice ainda está normal, a patologia se encontra apenas na polpa. O teste de
vitalidade é positivo e na radiografia a imagem estará normal
➢ Tratamento conservador: Proteção pulpar indireta (superficial ou profunda)
➢ Proteção pulpar direta (capeamento)
➢ OBS: Quando tem ausência de cárie e o paciente sofre fratura e a exposição da polpa for bem
pequena, até 48 hrs daquela polpa exposta é aceitável o tratamento conservador.

Carcteristicas da dor Presente, provocada, localizada, aguda


Deflagrada por Frio
Duração Curta
Frequência da dor Intermitente
Inspeção Restauração, cárie, abfração
Palpação/percussão Ausência de dor
Teste de sensibilidade Positivo
periápice Normal

➢ Sem o atendimento, a inflamação progride e evolui para:
➢ 3- Pulpite irreversível (sintomática – aguda)
➢ Paciente terá dor presente, está na fase aguda do processo inflamatório.
➢ Não responde ao tratamento conservador, é necessário aqui o tratamento endodôntico. Tem um
detalhe, biologia não é receitinha de bolo certa, a inflamação pode começar mais branda e depois
se intensificar. Nessa fase podemos ter duas características de dor diferentes, mas é a mesma
patologia.
➢ - Pulpite irreversível com dor presente, provocada, aguda e localizada. O frio causa a dor e a dor é
de longa duração. A dor fica durante uns dez segundos e o paciente fica sentindo aquela
sensibilidade. É como se essa pulpite estivesse em um estágio intermediário. Se fizer uso de
analgésico pode ter resolução da dor.
➢ Se o processo inflamatório progride
➢ - Pulpite irreversível dor com, onde a dor é espontânea, difusa ou reflexa (aquela história do dente
augógeno e sinálgico), alucinante, pulsátil e o analgésico não faz mais efeito. Quando a dor está
bem avançada, e se aplica frio, terá alívio da dor (como quando em uma pancada), o paciente
chega ao consultório com uma garrafinha de agua gelada. O frio causara vasoconstrição da polpa, o
edema diminui e se tem alívio da sensibilidade dolorosa. Ela continua sendo de longa duração e o
calor é o principal agente causador. Aqui o frio causa alívio!! Analgésico não resolve, apenas o
tratamento endodôntico.
➢ Para ambas a dor é contínua, tem cárie ou restauração fraturada. Percussão e palpação sem dor
(no entanto, como já sabemos isso não é fixo, a inflamação pode ser tão avançada que já cause
reflexo no periápice e significa que a inflamação já está tão avançada que já está quase chegando
no periápice). Teste de sensibilidade positivo. E na radiografia o periápice está ou normal ou
ligeiramente espessado (por causa disso que falamos acima). Essa é a fase que a gente vira o Deus
do paciente, está tão inflamado e com tanta dor que quando a gente faz a abertura, existe o alívio
imediato da dor. As vezes sai sangue ou secreção purulenta
➢ Obs: palpação e percussão positiva a gente observa principalmente em dente jovem, que tem o
forame bem amplo e o processo inflamatório chega mais rápido ao periápice
➢ Características macroscópicas: sangramento discreto ou ausente, sangramento escuro ou muito
claro, consistência pastosa ou liquefeita, e em estágio que a gente chama de desintegração.
➢ Tratamento: tratamento endodôntico - que é favorável ao dente, mas desfavorável a polpa. Só não
se indica esse tratamento em pacientes jovens com ápice aberto que será uma coisa diferente e
veremos em outras aulas
➢ Outra característica é que a dor tem caráter nefralgiforme, dor tão intensa que irradia para outras
áreas da cabeça. Ex: dor de ouvido causada por pulpite no molar, o canino superior e incisivo
superior irradia para a região orbitaria, pré-molar e molar superior vem para a região do temporal
ou dor na região do sinus. Lembrar que a dor nunca pode irradiar de direita para esquerda, apenas
do mesmo lado ou de superior para inferior.

Frequência da dor Contínua


Inspeção Restauração fraturada ou cárie
Palpação percussão Ausência de dor
Teste de sensibilidade Positivo
Periápice na radiografia Normal ou espessado

➢ 4 – Pulpite irreversível assintomática
➢ Ocorre mais quando a cárie é de intensidade moderada e o processo inflamatório se da de forma
mais lenta e é chamada de assintomática (crônico) e terá características de sensibilidade muito
diferentes da sintomática.
➢ Todas as pulpite crônicas tem exposição da polpa. Nessa aqui quando expõe a polpa o edema tem
por onde sair e o paciente não tem dor. Essa pulpites irreversíveis são duas:
➢ - Ulcerada: normalmente em adultos, com área de exposição
➢ - Hiperplásica: para paciente jovem, com o ápice abeto. Conhecida também como pólipo pulpar, é
uma hiperplasia do tecido pulpar. a fonte de irrigação desse dente é muito grande e a resposta da
polpa ao processo inflamatório é a hiperplasia.
➢ ! Cuidado para não confundir a pulpite hiperplásica com a hiperplasia da gengiva e será um pólipo
gengiva, que ocorre quando o dente não tem uma das paredes mesial ou distal e a gengiva invagina
para a cavidade.
➢ Obs: quem induz a formação da raiz é a polpa, nesses casos quando o ápice ainda está aberto, se
faz uma pulpotomia e espera que acabe o fechamento da raiz para observar posteriormente se faz
a endo ou não. Mas a técnica iremos ver no próximo semestre.
➢ A característica de dor é a mesma e o que diferencia é o clinico. Dor é provocada por causa da
exposição da polpa, como quando passamos uma sonda ou quando o paciente se alimenta e bate
na polpa. A dor pode ser espontânea ao fechamento da cavidade por um resto de alimento, por
exemplo e tampará o edema, com a cavidade fechada o edema não terá por onde se expandir. A
dor não é moderada, não é intensa e é localizada (diferente da outra que ela difusa), o agente
álgico é a pressão do alimento ou dos instrumentos clínicos. O teste de sensibilidade será positivo
(a polpa está viva, mas inflamada de forma irreversível). Na radiografia teremos o periápice normal
ou ligeiramente espessado (lembrem que o que a gente vê na imagem radiográfica, na boca em
muito pior).
➢ Tratamento para ambos é endodontia, exceto paciente com ápice aberto.

Natureza da dor Aguda provocada, espontânea ao


fechamento da cavidade
Qualidade da sensação dolorosa Localizada e moderada
Agente álgico Pressão por alimentos ou instrumentos
clínicos
Inspeção clinica Restauração fraturada, cárie (exposição
pulpar)
Teste de sensibilidade Positivo
Periápice na radiografia Normal ou ligeiramente espessado


➢ 5 – Doenças degenerativas
➢ São definitivas, o paciente não tem dor e normalmente são observados em exames de rotina. Como
o nódulo pulpar e a reabsorção interna.
➢ O nódulo pulpar não tem problema, ele pode permanecer lá para o resto da vida e pode dificultas
apenas o acesso a câmara pulpar, a achar os canais durante a abertura para endodontia. A polpa
responde diante de algum estímulo, calcificando e a gente não faz nada. Caso mude a cor, se faz
outra coisa como lente, faceta. Caso tenha uma lesão no periápice e o canal estiver todo
calcificado, e não tiver como fazer acesso se faz a cirurgia paraendodôntica.
➢ Na reabsorção interna é necessária intervenção, com o tratamento endodôntico. É a perda da
camada de pré-dentina e a polpa entra em contato com o tecido dentinário
➢ A pré-dentina, cama acima da camada de odontoblasto é a matriz orgânica da dentina que é
formada pelos próprios odontoblastos. Ela separará a polpa do tecido dentinário. Quando se tem a
exposição da polpa, naquela área se perde a camada de odontoblastos e polpa entrara em contato
com a pré-dentina e acontece essa reabsorção.
➢ ! Só acontece a reabsorção interna se a polpa estiver viva, as células clásticas vêm do vaso
sanguíneo, então por isso tem que ter vitalidade pulpar. Uma vez a polpa necrosada, a reabsorção
estagna.
➢ - Se a polpa estiver viva – endodontia para parar a reabsorção
➢ - Polpa necrosada – endodontia por causa da necrose
➢ Se faz a técnica da termoplastificação para obturação desse canal que estará irregular, e a guta
ficara amolecida para preencher corretamente o defeito.
➢ 6 – Necrose pulpar
➢ Se cessa todos os processos metabólicos. Inflamação crônica e aguda desde que não tratadas leva a
necrose da polpa devido a evolução da inflamação. Dor é ausente, paciente assintomático, não
responde aos testes de sensibilidade (negativo, sugere necrose do tecido pulpar), não tem
sangramento se a gente fizer a abertura. A coroa se não tiver cárie, for por trauma, o dente estará
escurecido.
➢ Radiograficamente o ligamento estará normal ou ligeiramente espessado. Palpação e percussão e
negativo par ainda não tem processo inflamatório no periápice, está contido na polpa. Extrusão e
mobilidade são característica de outras lesões do periápice e aqui estará ausente. Pode também ter
reabsorção do ápice (reabsorção externa)
➢ Necrose de coagulação: trauma e o coágulo impede suprimento
➢ Necrose por liquefação – por bactéria, cárie
➢ Tratamento para ambos é endodontia, exceto paciente com ápice aberto.

Dor Ausente
Condição da polpa Necrosada, sem sangramento, não responde
aos testes de sensibilidade
Aspecto da coroa dentinária Pode estar escurecido
Aspecto radiográfico Ligamento periapical normal ou ligeiramente
espessado
Percussão vertical e horizontal Negativo
Palpação apical Negativo
Extrusão e mobilidade dentinária Ausente

Lesões na região periapical


Todas as lesões do periapice de origem bacteriana precisa ter a necrose da polpa para ter a inflamação e
infecção do periapice.

O periodonto é uma região que esta na porção apical do dente que é composta tanto pelo cemento,
ligamento periodontal e osso alveolar. As patologias compreendem alterações no cemento apical, muitas
vezes reabsorção do osso e ligamento periodontal que vai estar inflamado . Esses três tecidos eles estão
envolvidos na lesão do periapice.

A primeira patologia é a periodontite ou pericementite, os nomes são sinônimos. Pode ser


sintomático(Aguda) ou assintomático( crônica). Não basta dizer que é só periodontite, tem que dizer se é
sintomático ou assintomático.

Pericementite sintomática (Aguda)


Características de primeira inflamação aumento da permeabilidade dos vasos e saída de Exsudato(Seroso e
mais transparente).

A diferença da pericementite apical para o abcesso é que se tem uma inflamaçãp periapical mas o exsudato
e o edema vai ser mais seroso ao invés de purulento. A sintomatologia vai ser mais branda do que o
abcesso.

Quando a polpa esta inflamada, tem o edema e ele não tem para onde se expandir, e por isso o paciente
sente dor. No periapice é quase a mesma coisa, a área do ligamento periodontal vai estar inchada e
também não tem como se expandir, o paciente vai relatar sensação de “dente crescido” que o dente esta
saindo do alvéolo. O Edema no periapice do dente é como se tivesse uma leve extrusão do dente. Sensação
que o dente esta grande, para fora e mais alto que os outros.
Quanto a etiologia, além das bactérias de diversas patologias que colonizam o canal radicular quando tem
a necrose, outros fatores físicos e químicos podem provocar a pericementite. A força exercida por
aparelhos ortodônticos, provoca a inflamação dos tecidos ao redor do dente, só que essa pericementite da
orto é transitória, quando o paciente toma um anti inflamatório essa dor passa. Trauma dental pode
causar, não o trauma que causo o rompimento do feixe que falamos na semana passada, mas uma luxação
ou um leve trauma pode causar um processo inflamatório no periapice, um contato pré maturo, onde não
se checou a oclusao do paciente e fez uma restauração alto, ao longo do tempo o paciente pode
desenvolver a pericementite. Sobreinstrumentação e sobreobturação também pode desencadear o
processo inflamatório. Quando não envolve diretamente com bactérias essa pericementite é transitória.
Substancias químicas também podem prejudicar a região periodontal, quando ocorre extravasamento de
hipoclorito na hora da instrumentação.

A mais comum que você vai ver na clinica é a de origem bacteriana, onde já ocorreu a necrose da polpa
para posterior inflamação do periapice e os testes de sensibilidade vão dar negativos. A dor não é na
polpa, é no periapice. A percussão é feita com o dedo para depois usar instrumentais.

Características da polpa Não responde aos testes de sensibilidade


Dor Localizada, pulsátil, contínua, provocada
Aspecto da coroa dentária Presença de cárie
Aspecto radiográfico Ligamento periodontal normal ou
ligeiramente espessado ou rarefação apical
Percussão vertical Exacerbação da dor
Percussão horizontal Ausência de dor
Condição durante mastigação Exacerbação da dor
Extrusão e mobilidade dentária Presentes (discretas), sensação de
dente crescido
Palpação apical Leve sensibilidade dolorosa

*A percussão é feita com o dedo para depois usar instrumentais.

Pericementite Traumática
Existe outra pericementite igual a essa, todas as características de dor igual, só que a polpa esta viva. É o
caso da pericementite causada por aparelhos ortodônticos e por contatos pré maturos. Os teste de
sensibilidade nesse tipo vão dar positivo.

O tratamento será remover a causa do trauma. Pode prescrever um anti-inflamatório para dar um alivio,
mas não precisa fazer tratamento endodôntico. Se a pessoa ficar “curtindo” a dor, tomando remédio e
esse trauma permanecer por muito tempo e não ser tratado pode virar uma necrose do dente e do tecido
pulpar.

Tratamento:
Todas as pericementites são tratadas da mesma maneira. Se bacteriana, será feito o tratamento
endodôntico e a limpeza dessas bactérias. Se de origem traumática será realizado o ajuste oclusal e
eliminar a origem do trauma.
O paciente não procura atendimento, ele tem lá a necrose, já passou pela fase de pericementite ,tem
inflamação na área do ligamento periodontal apical e esse exsudato seroso ele evolui para um exsudato
purulento.

ABCESSO DE ORIGEL APICAL


Se tem secreção purulenta, nós vamos ver características de abcesso. O exsudato seroso com a presença de
bactérias brigando com células de defesas do nosso corpo, liberam enzimas e necrosa o tecido, formando a
secreção purulenta.

Quando se fala de abcesso, tem duas formas(Agudo e Cronico), com 3 fases clínicos. De acordo com as
características clinicas que o paciente apresentar, você vai poder dizer se o abcesso está na fase inicial, em
evolução ou evoluído. (Primeira, Segunda e terceira fase )

Fases patogênicas.
Clinicamente eu não posso dizer se a lesão está no periósteo ou onde está. As características histológicas
que determinam as fases (o nome delas –fases-são baseados na localização da secreção purulenta).

FASE APICAL: secreção purulenta está localizada no ÁPICE (exsudato purulendo, aumento da mobilidade
dentária). Se esse paciente não procura atendimento, a secreção começa a invadir o tecido (secreção
ácida). O pus invade o osso esponjoso e começa a reabsorver. Quando rompido o periósteo, temos a:

FASE FLEGMATOSA: (bem dolorida, não possui ponto de flutuação, não tem como fazer drenagem):
perfuração do periósteo pela ação enzimática proteolítica do exsudato, reação inflamatória dos tecidos
moles, formação do flegmão(edema duro),avermelhado, liso, brilhante, firme (temos que palpar), lenhoso
(tem uma certa rigidez). Quando chega nessa fase é bem difícil curar, as vezes não tem o que fazer, apenas
prescrever um antibiótico para aliviar a sintomatologia para poder ver os dentes (as vezes o paciente não
consegue nem abrir a boca).

FASE SUBPERIOSTAL (agora é mais fácil de drenar o abcesso): exsudato embaixo da musoca; já vemos sinal;
perfuração da cortical óssea; exsudato purulento infiltra-se na interface; delineada pelo periósteo e a
cortical; enzimas, endotoxinas e outras substâncias tóxicas podem agredir o tecido mole adjacente.
Membrana piogênica: ponto de flutuação (pontinho amarelo como uma espinha)+edema. Mais fácil.
Tratamento: DRENAGEM. Caso o paciente não procure tratamento, essa membrana (ponto de
flutuação)pode romper, causando a drenagem espontânea do abcesso. Passa a ser um abcesso CRÔNICO.

FASE ÓSSEA: O exsudato ganha os espaços medulares como trabéculas e corticais delgadas infiltrados.
Secreção purulenta invade onde ela acha mais ‘fácil’. Rompe primeiro trabéculas ósseas mais finas e vai
difundindo. Grande número de neutrófilos difusamente infiltrados. Relembrando...Quando vemos imagem
radiográfica de alguma lesão? R)Quando rompe uma cortical (vestibular ou lingual); reabsorção 70%. Está
no osso esponjoso, se o paciente não procura atendimento a lesão avança pra fase de:

Mais fácil. Tratamento: DRENAGEM. Caso o paciente não procure tratamento, essa membrana (ponto de
flutuação)pode romper, causando a drenagem espontânea do abcesso. Passa a ser um abcesso CRÔNICO.

FASE DE FISTULZAÇÃO (a ‘bolinha’ de pus rompe sozinha –porque é ácida- paciente se queixa de gosto
ruim na boca –porque ocorre a drenagem espontânea do abcesso) proximidade do pus em relação ao
epitélio, provoca sua necrose havendo drenagem, espontânea para a superfície perfurada, última fase
patogênica, cronificação do abscesso ocorre com a, instalação da fístula, DRENAGEM EXPONTANEA.
Secreção vai invadindo os lugares mais “fáceis”. Não existe predileção por local de drenagem, não é uma
coisa exata. Pode ocorrer na região vestibular, lingual, no palato, para o seio (muitas vezes paciente
confunde com sinusite), pelo sulco gengival (teste de sensibilidade NEGATIO, necrose da polpa, diagnóstico
diferencial com lesões do periodonto onde os testes dão POSITIVO).

OBS: toda vez que olha um paciente clinicamente e identificar uma FÍSTULA é um abcesso APICAL
CRÔNICO. Não basta dizer apenas “abcesso apical”. Precisa especificar.

Abscesso apical agudo inicial


Exsudato antes seroso, agora é purulento. O inicial é fácil, não tem como errar, o paciente não vai ter
edema e a secreção purulenta vai se encontrar no periapice e no ligamento periodontal. Dor espontânea,
percussão horizontal e vertical positiva e ausência de edema. Se o paciente procura a gente nessa fase nós
vamos começar a fazer o tratamento endodôntico, remoção das bactérias gradativamente, passar uma lima
pelo forame para tentar estabelecer uma drenagem via canal radicular. Ele não tem edema, mas a secreção
purulenta se encontra no periapice. Depois que sai toda essa secreção purulenta o paciente senti alivio da
dor por ter liberado a pressão. *Não pode nunca deixar o dente aberto. Coloca um algodão com
medicamento na entrada do canal e sela com cotosol. * Só por limpar o canal o nosso organismo já começa
a reparar esse processo

Características da polpa Necrosada e não responde aos testes de


sensibilidade
Dor Intensa, localizada/ difusa, pulsátil, contínua,
espontânea, paroxística(insuportável)
Aspecto da coroa dentária Presença de cárie
Aspecto radiográfico Ligamento periodontal apical normal ou
ligeiramente espessado ou rarefação
Percussão vertical Exacerbação exagerada da dor
Percussão horizontal Positiva
Condição durante mastigação Exacerbação da dor
Extrusão e mobilidade dentária Presente
Palpação apical Positiva
Inchaço intra ou extra-oral Ausente

*Não é necessário a prescrição de medicamentos em todos os casos. Apenas com a limpeza dos canais tem
um alivio. Mas pode prescrever se necessário.

OBS: Quando um abcesso está na fase apical, bem na região do ligamento periodontal apical, meu
paciente tem edema??? R) a PRIMEIRA fase do abcesso apical agudo não apresenta edema. Dor intença
com secreção purulenta, porem não possui edema ainda. Este sinal clínico só é visível quando a secreão
invade o tecido mole

Abscesso apical agudo em evolução


Mais critica do ponto de vista clinica. Uma vez no periapice, a secreção purulenta começa invadir tecidos
ósseos. Começa invadir tecido esponjoso, rompendo cortical, ou seja já começa a ter rarefação. Nessa fase
já se vai encontrar edema. Nessa fase 2 já começa a ter interferências em condições sistêmicas e
sintomatologia mais intensa, podendo ate parar no hospital. Edema firme sem ponto de flutuação. * Não
tem como fazer a drenagem pois não tem ponto de flutuação. Tem gente que tenta fazer a drenagem
óssea, mas a gente não sabe onde esta, pode furar e não ter garantia da drenagem. * O tratamento se o
paciente abre a boca ainda é limpeza gradativa das bactérias do canal radicular, e mesmo com a drenagem
em tecido ósseo faz passagem da lima pelo forame para ver se tem alguma drenagem. Normalmente só faz
prescrição de medicamentos. Se esta sistemicamente comprometido prescreve-se amorxilina.

Características da polpa Necrosada e não responde aos testes de


sensibilidade
Dor Difusa, pulsátil, contínua, espontânea
Aspecto da coroa dentária Presença de cárie
Aspecto radiográfico Ligamento periodontal apical normal ou
ligeiramente espessado ou rarefação
Percussão vertical Positiva
Percussão horizontal Positiva
Condição durante mastigação Exacerbação da dor, trismo
Condição sistêmica Febre e prostração
Extrusão e mobilidade dentária Presente
Palpação apical Positiva
Inchaço intra ou extra-oral Presente, difuso, firme, sem ponto de
flutuação e aquecido

*Trismo – dificuldade em abrir a boca. ( As vezes não tem nem como tratar)

Fase Abscesso Apical Agudo Evoluído


Até chegar na fase evoluída, pode ocorrer a cronificação do abcesso.

Lembre-se:
1. Já rompeu cortical óssea (imagem radiográfica radiolucida difusa).
2. Nesta fase o inchaço pode ser intra ou extra oral, mas tem como caraterística o ponto de flutuação
e é nesse lugar é estabelecido o ponto de drenagem que pode ser pela vestibular, lingual, pelo
sulco.
3. Tratamento para quem tem abscesso, além de abrir o dente e fazer o tratamento inicial
endodontico, deve-se estabelecer a drenagem via mucosa já que existe o ponto de flutuação.
4. Não precisa anestesiar para romper o abscesso.
5. Paciente com abscesso segunda fase para que drene dentro da boca é necessário que bocheche com
antisséptico, água quente com sal e coloque gelo na região do lado de fora, evitando assim a cicatriz
da drenagem extra-oral.
6. Se tiver febre e comprometimento sistêmico prescreve antibiótico (amoxicilina)

No evoluído, se o paciente não procura atendimento, o ponto de flutuação explode sozinho porque
a substância é acida e drena para a cavidade sem intervenção, virando uma fistula e
posteriormente, um abscesso crônico.

Fase Abscesso Apical Crônico


A característica clínica é a presença de fístula e assintomático
Quando tem a fistula, com a sonda exploradora procura o olho da fistula, faz o rastreamento com
cone de guta-percha e radiografa.

O abscesso quando fístula forma o abscesso crônico, só que a pericementite ao invés de ser aguda,
ela pode ser crônica, e isso vai depender do sistema de defesa da pessoa, da patogenicidade da
bactéria, então não necessariamente aguda vira abscesso
A pericementite assintomática pode evoluir depois de uma necrose da polpa.
O abscesso crônico pode sofrer agudecimento através de uma queda de imunidade, por exemplo.
A periodontite assintomática é característica do granuloma ou cisto. Imagem radiográfica bem
circunscrita, bem escura, radiolúcida. Para saber se é granuloma ou cisto necessita do corte
histológico. Ele tem abscesso
A imagem ser bem radiolúcida significa que a lesão tem uma longa duração

Lesão Assintomática
A lesão é circunscrita radiograficamente, ausência de dor nas percussões e mastigação, mas pode
apresentar sensibilidade, condição sistêmica normal, palpação apical apresenta sintomatologia e não
tem edema. Dor ausente.

Um cisto origina-se de um granuloma.


Osteíte condensante é menos comum. Imagem radiopaca da lesão. A resposta fisiológica é o aumento
do trabeculado ósseo e não a sua reabsorção.
Nem sempre a necrose da polpa vem da cárie. Uma restauração feita próxima a polpa sem forramento
da cavidade leva a necrose também.
Se o paciente já está assintomático pode obturar. Não precisa esperar a lesão regredir para obturar e
a partir daí faz o acompanhamento radiográfico da lesão.
Existem casos que mesmo após todo o tratamento endodôntico bem realizado, o paciente continua
apresentando sintomatologia dolorosa. Nesses casos, a bactéria pode estar do lado de fora do canal e
o tratamento é a cirurgia paraendodontica. A cirurgia é feita fazendo um retalho e curetagem (pode
cortar o ápice também). Uma fotografia microscópica da região apresenta região externa do dente
com áreas de erosão no cemento apical devido ao biofilme.
O epitélio que reveste o cisto é derivado dos restos epiteliais de Malassez.

Abscesso Fênix
Mudança na microbiota, queda na resistência do hospedeiro, produtos tóxicos distintos.
As bactérias na sua maioria são gram negativas que tem LPS e essa toxina promove toda a
sintomatologia.
Lesão crônica, sofreu agudecimento. A imagem é bem radiolúcida.
O que diferencia um abscesso apical agudo de um abscesso fênix é que o fênix tem uma imagem
radiolucida bem circunscrita, bem radiolucida. A diferença entre um e o outro é a imagem
radiográfica. Não precisa de nenhum profissional mexendo no dente para acontecer.
Flare Up
Características de um abscesso fênix, mas é quando durante a instrumentação de uma lesão
crônica empurrando bactérias para o ápice promovendo um agudecimento. Causas: tocar com a
luva na parte ativa da lima, isolamento ruim, empurrar raspas de dentina, extravasar hipoclorito,
sobreinstrumentação.
O tratamento é realizar novamente a limpeza, instrumentação, confere odontometria, lava
bastante, medica novamente e pode, nesses casos, prescrever medicação sistêmica (com edema
antibiótico, sem edema antinflamátorio).
Como pode acontecer, já avisa anteriormente ao paciente.

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