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Nicole Williams - 3 Crush
Nicole Williams - 3 Crush
Jude e Lucy são dois felizes noivos, mas isso não significa que
a vida é um mar de rosas. Mais uma vez, Jude e Lucy são separados
por treinamentos de futebol e um emprego de verão que cria novas
tensões. Agora é a vez de Jude ter problemas de confiança. Será que
as notícias da mudança de vida de Lucy irá uni-los ou terminar o seu
relacionamento para sempre? Pode o amor triunfar para sempre ?
Capitulo 01
Eu sorri.
Necessidade absoluta.
A
cabeça de Jude estava reclinada no meu colo
enquanto ele mastigava uma maçã e olhava para o
teto da cúpula. Ele ainda estava nu da cintura
para cima, mas o jeans não tinha feito todo o seu caminho
para fora. Aparentemente, nós não tínhamos sido capazes de
justificar a espera de três segundos que ele teria levado para
libertá-lo deles antes que pudéssemos chegar até o ponto do
negócio.
Nós não éramos conhecidos por sermos pacientes.
Eu reclamei em voz alta para obter o meu suéter e saia
de volta antes de trocarmos uma fome pela outra e
mergulharmos na cesta de piquenique, embora minha
calcinha e sutiã ainda estivessem na linha de trinta jardas.
— Amanhã é o grande dia. — disse ele em torno de
outra mordida na maçã. O ar cheirava com a doçura picante
da fruta na boca. Não sendo capaz de resistir, eu me inclinei
para beijá-lo, querendo provar o aroma. Era ainda melhor
combinado com o sabor de sua boca.
Ele estava derramando o ego do notório Jude Ryder
quando eu me inclinei para trás. Ele sabia o que fazia comigo.
E ele adorava.
Eu adorava também, embora não amasse o quão bem
ele sabia disso.
— Amanhã eu posso virar um jogador de primeira
linha, Luce. — continuou ele, circulando meu tornozelo com
os dedos. — Nós poderemos ser milionários em 24 horas.
Eu tive que me esforçar para não estremecer
visivelmente. Esta conversa, – o acordo, o dinheiro, o estilo de
vida, - tinham sido uma área de contenção no ano passado,
com a probabilidade de Jude estar sendo convocado para
times profissionais. Eu não tinha tanta certeza de como eu
me sentia sobre isso, mas Jude tinha certeza por nós dois.
O problema era que a sua confiança não estava
passando para mim. De qualquer forma, quanto mais
confiante ele se tornava, menos eu me sentia. Dinheiro tinha
o potencial de mudar as coisas. Ele tinha o potencial de
mudar as pessoas. Eu estava preocupada sobre como tudo o
dinheiro poderia mudar. Eu o amava. Eu, nós, do jeito que
estávamos agora.
Jude estava em seu primeiro ano de faculdade quando
começaram a surgir um milhão de tipos de oportunidade, o
tipo de coisa que jogadores universitários iriam vender a sua
alma para conseguir. Mas também significava que ele estaria
abandonando a escola. Ele chegou até aqui, uma parte de
mim queria vê-lo colar grau, brilhando para todas as pessoas
da nossa cidade que o tinham sempre o rotulado como um
elevado abandonador escolar. Jogar na liga profissional tinha
sido sempre o sonho de Jude. Eu não poderia adiar o seu
sonho mais do que ele poderia ser meu.
— Do jantar de sanduíches de pasta de amendoim esta
noite para em 24 horas, termos de prato principal um filé
amanhã à noite. — continuou ele, com o rosto quase
brilhando quando seus olhos caiam na terra do dinheiro. —
Nós poderíamos ter um apartamento novo, um novo carro de
luxo. Nós poderíamos tirar umas férias no Havaí. Voar de
primeira classe e toda essas merdas. Pense nisso, Luce. Tudo
o que quisermos, tudo que podemos ter. Sempre que
quisermos. Não mais lutando em por aí melando as unhas de
graxa ou servindo mesas tarde da noite para pagar a conta de
energia. — Ele fez uma pausa, um sorriso satisfeito se
tornando mais profundo em seu rosto. — Nós poderíamos ter
tudo, amor.
Engoli em seco. — Pensei que nós já tivéssemos. —
Minha voz soou mais triste do que eu quis dizer a ele.
A pele entre as sobrancelhas de Jude se enrugou. — O
que você quer dizer? — ele perguntou, seu olhar se
concentrado em mim.
— Pensei que nós já tivéssemos tudo. — repeti. — Eu
estive em ambos os lados da linha de dinheiro, e a única
coisa que muda é o seu código postal. Isso não pode fazê-lo
feliz se você não estiver bem sem ele também.
— Bem, eu estive no lado perdedor do jogo do dinheiro
toda a minha vida, e, sei que o dinheiro pode tornar a sua
vida melhor, se você não pode sequer encontrar o suficiente
para ter um quarto com travesseiros na cama ou levar uma
muda de roupas nas lavanderias locais em Washington. —
soltando sua maçã para o lado, ele sentou-se e virou-se até
que estava de frente para mim. As velas piscaram à sua volta,
sombreando as fendas de seus músculos, com destaque para
os picos deles, e fez as linhas nítidas de sua mandíbula ainda
mais definidas. Um homem como Jude não deveria ser
classificado como bonito, mas em momentos como este, ele
meio que era.
Jude Ryder. Meu lindo noivo.
Ele estava esperando por minha resposta.
— Ok, então o dinheiro pode tornar a sua vida melhor,
se você for pobre. — eu disse, erguendo meus olhos de onde
as ranhuras traçavam os seus músculos abdominais. — Mas
não estamos desamparados, Jude. Somos estudantes
universitários com um teto sobre as nossas cabeças, temos
gasolina em nosso tanque, roupas em nossos armários, e
casacos em nossas costas. Eu não poderia imaginar ser mais
feliz do que sou agora, e se fosse possível, o dinheiro seria
certamente a última coisa em uma lista que poderia me fazer
mais feliz que isso. — peguei o copo plástico que Jude tinha
enchido de uma garrafa de vinho espumante barata e dei um
gole. Estava uma delícia. Eu estava tão feliz com uma garrafa
de cinco dólares de vinho espumante de um mercado
qualquer como eu estaria com a melhor garrafa de
champanhe que o dinheiro pudesse comprar.
— Não, nós não estamos desamparados, mas também
não estamos prosperando no departamento de dinheiro,
Luce. — disse ele, pegando a minha mão e puxando-a em seu
colo. — E você está certa que dinheiro não poderia me fazer
mais feliz do que eu já sou agora. — Ele sorriu tão grande
que fez a cicatriz em seu rosto enrugar. — Mas isso significa
que posso finalmente me livrar do pedaço de merda que
chamo de caminhonete e comprar um jacked up1, de
trezentos e cinquenta cavalos, preta, um monstro de
caminhonete.
Eu revirei os olhos e o empurrei.
— E nós podemos negociar esse seu pequeno kart para
um conversível cheio de energia. — ele continuou.
— Eu gosto do meu Mazda. — eu murmurei,
arrancando uma uva da videira e jogando-a na minha boca.
— E podemos comprar uma casa com um quarto para
cada dia do ano, com tantos empregados e mordomos que
você não teria que levantar um dedo novamente. A menos que
fosse para pedir um suco fresco e natural de laranja. — Ele
estava realmente em um rolo, as palavras saindo de sua
boca, seus olhos brilhando com as visões. Meus próprios
olhos estavam se estreitando quando meu estômago revirou.
— O dinheiro muda as pessoas, Jude. — sussurrei,
olhando para o meu copo.
Ficamos em silêncio quando deixamos isso se resolver
entre nós.
— É com isso que você está preocupada? — disse ele,
sua voz suave. — Que o dinheiro vá mudar você?
Balancei minha cabeça, concentrando nas bolhas que
se infiltraram nas laterais do copo. — Não. — eu disse, antes
de olhar em seus olhos. — Que mude você.
Seus olhos se estreitaram por um breve segundo antes
de se arregalaram com entendimento. Enrolando um braço
em volta do meu pescoço, ele me puxou para ele. — Venha
1
Um modelo de caminhonete turbinada, quatro portas, com rodas altas.
aqui. — ele sussurrou na minha orelha, passando o outro
braço em torno de minhas costas. — A única coisa que
poderia me mudar é você, Luce. — disse ele. — Você, e mais
nada. Incluindo montanhas de dinheiro. — ouvi o sorriso em
sua voz. — Não importa o que aconteça amanhã, ou quantos
milhões sejam atirados em mim, eu serei o mesmo cara que
eu sou agora. — Ele esfregou as minhas costas, pressionando
círculos lentos na minha espinha. — Eu só vou te buscar em
uma caminhonete que você não terá mais vergonha de ser
vista dentro.
C
omo você não está nervoso? — Eu perguntei a
Jude, onde ele estava casualmente encostado
contra uma parede. Estávamos na infame sala
verde na primeira noite das convocações.
Não era que eu não queria me casar com ele. Jude iria
ser o meu marido. Eu ia ser a Sra. Jude Ryder um dia. Eu
simplesmente não estava pronta para que esse dia fosse hoje.
Ou ontem. Ou amanhã, se quer saber.
Quase.
Ou notas de dólar.
Ele me deu um sorriso rápido e me aproximei com o
braço que ele ainda tinha em torno de mim. Seus olhos
brilharam ao seu telefone. Eles ficaram ainda mais largos.
E
stávamos no aeroporto tendo outro angustiante
adeus. Uma sensação de déjà vu.
Pelo menos dessa vez o Jude não apareceu
furando a segurança usando apenas uma bata de hospital,
embora eu estivesse chorando agora tanto quanto eu tinha
chorado daquela vez.
— Por que você está chorando, Luce? — Jude
sussurrou no meu ouvido, me apertando como se ele
estivesse com medo de me soltar.
Apertei os meus braços em volta dele, fungando em sua
camiseta molhada. Não úmida, nem mesmo manchada de
lágrimas, ela estava totalmente encharcada de um lado. — Eu
tenho algo no meu olho.
— Aí está a minha menina durona. — ele disse, o
sorriso aparente em sua voz.
A última coisa que eu me sentia agora era durona, mas
se era mais fácil para ele acreditar que eu era, então eu podia
fingir junto. — Você vai perder o seu voo. — eu disse,
engolindo o caroço que estava alojado no meio da minha
garganta.
— Há outro. — ele disse. — O treino só começa
amanhã, então não importa que horas eu chegue essa noite.
— Ele não estava sendo impertinente. Jude não teria
problema nenhum em perder o voo e pegar um mais tarde se
isso significasse ficar assim um pouquinho mais.
Mas se ele chegasse tarde essa noite, ele estaria
acabado amanhã de manhã para o seu primeiro treino, e ele
precisava estar no seu melhor. San Diego tinha que saber
desde o primeiro dia que eles tomaram a decisão certa. As
primeiras impressões eram tudo e segundas impressões não
significavam nada.
— Não. — eu disse, forçando-me a levantar a cabeça do
peito dele. — Você não pode perder o seu voo. Então é melhor
você ir. — dei um tapinha no traseiro dele e olhei em seu
rosto. — Sim, eu sei. Eu choro feio. — admiti, fingindo um
sorriso.
— Eu não posso te deixar assim. — ele disse, limpando
uma lágrima com seu polegar. — Eu já te deixei sozinha
muitas vezes quando não deveria ter deixado. Quando você
precisava de mim. Eu não farei isso de novo.
Estas não eram apenas palavras para ele. Jude nunca
dizia ou fazia algo como uma mera formalidade. Ele estava
falando totalmente sério que ele não iria embora, com ou sem
voo, comigo nesse estado atual de choradeira. Eu precisava
ser forte por ele, como ele tinha sido por mim inúmeras vezes.
Piscando meus olhos, eu os limpei com a barra da
manga da minha blusa. Forçando minha boca no que parecia
ser um sorriso convincente, eu encontrei o seu olhar. Os
cantos dos olhos dele estavam enrugados de preocupação, o
resto de sua expressão um degrau abaixo de torturada. Esse
deveria ser um momento de celebração, mas eu estraçalhei
tudo, graças às minhas lágrimas.
Nossas vidas estavam prestes a mudar, a dar uma
reviravolta, e enquanto qualquer outro ser humano que
andava na terra teria considerado um contrato de sete dígitos
para jogar em um dos melhores times na liga era o melhor
tipo de reviravolta que um casal podia ter, eu sentia o oposto.
Dinheiro e fama faziam coisas às pessoas. As transformavam.
E enquanto eu tinha completa fé no Jude, eu não tinha fé no
mundo que ele estava prestes a se enfiar.
Jogadores de futebol são uma espécie que atraem as
mulheres. Atacantes que ganhavam milhões jogando nos
domingos à noite eram cercados de todo tipo de fantasia
feminina já criada. Jude estava indo para a Califórnia, a
meca das meninas bonitas, e a última imagem que ele teria
de mim era uma Lucy com o rosto vermelho com seu cabelo
embaraçado preso em um rabo de cavalo, de pijama, já que
nós havíamos dormido até mais tarde e quase perdemos o
voo.
Falando de voos... Jude precisava passar seu traseiro
pela segurança em cerca de dois minutos.
— Vá. Estou bem. — Ele fez uma careta. — Melhor do
que bem. — esclareci, dando um sorrisinho para ele. — Vá
chutar alguns traseiros famosos. Mostre a eles que são um
monte de mariquinhas que ganham dinheiro demais e sem
talento. — Ficando na ponta dos pés, pressionei meus lábios
nos dele. Faminta por mais Jude em torno de mim, como
sempre acontecia quando nos beijávamos.
Quatro anos juntos, e eu ainda sentia cada beijo até a
ponta dos meus dedos dos pés. Ele tinha um dom, e eu não
era tímida sobre aceitá-lo.
— Duas semanas para eu te ver novamente. — ele
disse contra a minha boca, colocando as duas mãos nos
meus quadris. — Melhor aproveitar bem. Realmente bem.
Meu sorriso se curvou contra a boca dele. Melhor
aproveitar bem tinha sido a nossa despedida nos últimos
quatro anos sempre que nós tínhamos que dizer adeus por
qualquer período de tempo. Era um momento agridoce, mas
um que eu nunca deixava passar por mim sem me entregar
totalmente.
Desta vez, especialmente, não era exceção.
Passando meus dedos pelo pescoço dele, eu o puxei
para mais perto. — É bom mesmo que você aproveite bem.
— Sim, senhora. — ele disse, colocando a mão no meu
traseiro e erguendo-me no ar. Eu coloquei minhas pernas em
volta da cintura dele, e nossas bocas se moveram uma contra
a outra de forma que deveriam ser reservados para o quarto,
não cercados pelas massas que faziam o seu caminho pelo
aeroporto.
O que tinha de grande tabu em demonstrações
públicas de afeto, por falar nisso? Não era como se nós
tivéssemos forçando ninguém a assistir.
Jude se mexeu para que ele pudesse me segurar com
um braço enquanto o outro percorria a minha nuca.
Massageando a base da minha nuca, ele me puxou para mais
perto. Nossos lábios se esmagaram com mais força um no
outro. Abrindo a boca dele, minha língua deslizou para
dentro, saboreando-o. Explorando-o. Clamando-o.
Os dedos do Jude se curvaram mais profundamente no
meu traseiro enquanto nós continuávamos a nos beijar, seu
gemido baixo engolido pelo coro de aplausos que se irrompeu
ao nosso redor. Os jovens agentes da segurança foram os que
gritaram mais alto, embora um fluxo de recrutas
uniformizados não estivesse disposto a serem deixados de
fora do concurso de gritos.
A mão do Jude deixou o meu pescoço e se estendeu
atrás de mim. Das risadas que seguiram os aplausos, eu
podia imaginar que sinal ele estava dando a todos.
— Bastardos tarados. — ele murmurou contra a minha
boca, colocando-me de volta no chão. Ultimamente, o Jude
estava cada vez menos demonstrando afeto em público,
enquanto eu aproveitava cada chance que eu tinha. Onde
quer que seja. Ele disse que tinha algo a ver com ele não
concordar com um monte de caras se masturbando com o
rosto da noiva dele mais tarde naquela noite.
Ele olhou feio para o mais escandaloso dos ofensores,
em seguida ele olhou de volta para mim. Apenas imaginar ele
indo embora para longe de mim, eu podia sentir aquelas
malditas lágrimas retornando.
— Eu queria poder ir contigo. — sussurrei, antes de eu
perceber o que eu estava dizendo.
As sobrancelhas dele tocaram o céu. — Você pode,
sabia. — ele disse rapidamente, já olhando para o balcão de
venda de passagens.
— Tenho mais umas duas semanas de faculdade para
terminar. — ofereci tão rapidamente quanto ele, virando a
cabeça dele antes de ele começar a ir em direção ao balcão.
— Então venha quando a faculdade terminar. — ele
disse. — Eu te mandarei a passagem e você pode passar o
verão na praia enquanto eu trabalho igual um louco no
campo.
— Exatamente. Você estaria tão ocupado com o
treinamento, eu nunca te veria.
— Mas pelo menos eu poderia rastejar para a cama
contigo toda a noite. — ele disse, colocando-me novamente no
chão. Por mais estranho que parecesse, meus pés no chão
firme pareciam menos naturais do que quando eles estavam
em volta do Jude.
— E entrando em um coma depois dos seus
treinamentos duplos. — eu discuti.
Um canto da boca dele se curvou. — Eu posso estar
acabado toda noite, mas nunca estaria tão cansado para
aquilo. — suspirei em exasperação. — Você apenas terá que
ficar por cima.
Eu o empurrei, ganhando nada mais do que uma
risada.
— Ter o meu traseiro chutado no campo de dia, e
curtindo uma rodada de sexo estilo vaqueira à noite. — Seus
olhos escureceram. — Soa como o meu tipo de verão.
Olhei feio para ele, não impressionada, mas era de se
admirar que eu pudesse olhar para o lindo rosto dele com
alguma coisa que não fosse reverência, até mesmo agora.
— Vamos lá. — ele disse. — Venha comigo. — Eu já
estava abrindo minha boca para protestar quando ele me
cortou. — Quando você terminar suas aulas.
— Vou pegar aulas no verão, Jude. — eu disse,
desviando o olhar. Pode ser que eu tenha me esquecido de
mencionar isso.
— O quê?! — ele resfolegou. — Quando você decidiu
isso? — Ele parecia igualmente irritado e magoado.
— Quando decidi que eu queria ser a melhor dançarina
que eu pudesse ser. — vociferei em resposta.
Jude pausou antes de responder. — Mate as aulas. —
ele disse enfim. — Você não precisa ir para a faculdade. Você
pode apenas dançar.
Eu podia sentir as pontas das minhas orelhas
começando a esquentar com o sangue pulsando através de
mim, — Sem uma graduação, eu teria sorte se eu
conseguisse dançar em um palco de uma faculdade
comunitária como uma substituta. — eu disse, cada palavra
uma onda emocional. — Eu preciso fazer isso. Preciso trilhar
o meu próprio caminho da mesma forma que você está
trilhando o seu.
— Sim, mas o meu caminho nos dará milhões, então
por que você não cruza para o meu? — ele disse sem um
pingo de remorso.
— Não tem nada a ver com o dinheiro, Jude. — eu
disse, um degrau abaixo de um grito. Por que ele não estava
entendendo isso? Dinheiro era dinheiro, nada a não ser isso,
nada mais.
Ele se mexeu, parecendo querer esfregar suas têmporas
em frustração. — Então do que se trata? — ele perguntou. —
Porque você admitiu que não tem a ver com o dinheiro. Não
tem a ver comigo. Não tem a ver com casamento. — A voz
dele estava ficando mais alta. — Então de que porra se trata
todo esse negócio de 'trilhar o meu próprio caminho', Luce?
Porque pensei que éramos um time agora. Pensei que nós
tomávamos as decisões que fossem melhores para nós como
um casal.
Abri minha boca para responder com algo, mas teria
sido uma mentira. Quando eu falhava em tudo mais, quando
a merda realmente estava acontecendo, eu tornei prioridade
nunca mentir para o Jude. Eu mordi meu lábio enquanto eu
enrolava por uma resposta. Os ombros do Jude caíram
enquanto o resto do corpo dele relaxava. — Vamos lá, amor,
do que se trata isso?
Balançando a cabeça, afundei mais alguns dentes no
meu lábio. — Eu não tenho certeza. — admiti, e enquanto eu
sabia que era uma resposta imbecil, pelo menos era a
verdade. Eu não tinha certeza do por que era tão importante
para eu trilhar o meu próprio caminho no mundo, mas era.
Eu não pensei que eu veria o Jude parecer tão
frustrado. Limpando a garganta, ele pegou o meu cotovelo e
me puxou para mais perto dele de novo. — Case comigo,
Luce. — ele sussurrou, seus olhos implorando aos meus para
encontrá-los.
Droga. Ele não estava fazendo isso de novo. Ele sabia
que a minha fraqueza por ele era profunda, e juntando isso
com o tom pedinte e aqueles olhos torturados, ele estava
fazendo um belo trabalho de demolir a minha resolução.
— Eu vou. — eu disse, ainda me recusando a olhá-lo
nos olhos.
Ele não deixou a poeira baixar com as minhas
palavras. — Nesse momento? — Tanta esperança era
sagrada. E eu iria acabar com ela com um golpe rápido no
pescoço.
— Num momento mais tarde. — sussurrei, formando
um meio sorriso que era mais uma careta do que um sorriso.
Ele ficou em silêncio pelo que pareceu ser uma hora,
como se estivesse esperando que eu voltasse atrás, ou
processando as palavras e o significado por detrás delas.
Finalmente, ele suspirou... longa, e profundamente, e de uma
forma que deu vida a novas lágrimas nos meus olhos.
— Te amo, Luce. — ele disse, pressionando um beijo na
minha testa. — Se você mudar de ideia, você sabe onde me
encontrar. Eu caso contigo no meio da noite em uma capela
aos pedaços em Las Vegas se essa é a única opção que nós
tivermos. O que você quiser, quando você quiser. Eu estarei
lá. — Enterrando seu rosto no meu cabelo, ele inalou
profundamente antes de se virar e ir em direção aos portões
da segurança.
Minha garganta estava muito apertada para deixar as
palavras passarem, e os meus olhos estavam tão cheios de
lágrimas que eu não via nada a não ser uma sombra alta se
afastando de mim. Dois segundos haviam se passado desde o
último toque dele, e o meu corpo já estava tremendo pelo
afastamento.
Seriam duas longas semanas.
Capitulo 5
D
uas semanas... quatorze dias... não haviam
apenas passado lentamente. Tinha sido como
viver um ano no inferno a cada segundo. Jude
havia ligado toda noite, soando tão cansado como era
esperado de um jogador novato da Liga Nacional de Futebol
Americano após uma diária dupla esgotante no calor de
quarenta graus. Eu vivia por essas ligações, mas eu meio que
as temia também, porque eu sabia que nós estaríamos
desligando logo depois e o relógio iria recomeçar até nós
conversarmos novamente. Outras vinte e três hora e meia no
relógio, por favor.
— Algo.
E
u dormi demais. Soube disso porque acordei com
aquela sensação de pânico, consultando meu
telefone pela hora. Ao invés de me mostrar isso,
no entanto, a imagem no meu telefone era do quarto do Jude.
A conta do Face Time ainda estava ligada, chegando nos seis
dígitos.
M
esmo parecendo que a quarta-feira à noite
nunca chegaria, ela finalmente estava aqui.
Depois de uma sessão vespertina esgotante no
estúdio de dança, eu tinha voltado para o apartamento e
saboreado uma porção para uma pessoa só de tofu frito. Eu
estava solitária. Morbidamente solitária. Eu nunca tinha
pensado que eu seria a garota que não suportaria ficar
sozinha, mas essa era a primeira vez que eu vivia sozinha.
Sozinha. Totalmente sozinha.
— Perfeito.
Fiz uma nota mental para não ser tão aberta com a
Indie no que se tratava de quaisquer aspectos da minha vida.
Ela havia nascido com um detector de mentiras integrado
nela.
— Parcialmente.
2
Trecho da música do Destiny Child, Independent Woman.
— Eu ainda estou tentando entender a outra parte, —
admiti. Contrário ao que eu havia pensado, eu me senti bem
ao contar a alguém que eu não tinha ideia do por que eu
precisava conquistar o meu próprio caminho
financeiramente, mas sabia que tinha que fazer.
— Eu quero saber?
Boa saudação.
— Coisinha? — inquiri.
Anton riu. Sua voz era tão profunda que quando ele
ria, soava mais como um estrondo do que uma risada. —
Então você realmente está procurando por um emprego, ou a
India tem comido bolinhos ‘especiais’ de novo?
O quê?
— Sim, eu acho que foi uma boa coisa você ter ficado
para trás. — Eu ri. — Estou certa que o coração dele não
teria conseguido aguentar se você tivesse conversado com ele.
Por que ele estava apenas parado ali, deixando que eles
tirassem mais fotos dele prestes a explodir?
— Jude...
Nada.
— E disponha.
— Maldição dupla.
Assenti. — Eu sei.
— Que...
U
de champagne na mão.
surpresa. — Um cara que parecia que poderia
mover uma carreta avançou com um par de taças
3
Posição defensiva no jogo de futebol americano.
Agora.
5
Pessoa que diz ser o que não é, ou diz fazer algo que não faz.
— Isso soa como um inferno de um monte de coisa
para absorver de uma vez, — eu disse, movendo uma garrafa
de água da mesa. — Mas olhe para você agora. — Fiz um
gesto entre eles, porque palavras eram inúteis quando se
tratava de descrever a sua ligação óbvia.
6
Um drink.
— Alguma atualização da frente nupcial? — perguntou
papai, fazendo uma transição suave, não-tão-suave.
E
u ainda podia sentir o cheiro de Jude no meu
travesseiro, mas sua cabeça não o estava
compartilhando com a minha a noite toda. Bem, a
noite toda depois de nossa escapada sexual para fazer as
pazes em cima da mesa.
7
Cueca.
Suspirei em meu copo. — Aqui está uma dica. Se você
não quer se atrasar para o treino, você não deve dizer essas
coisas também.
Não, ele não pôde ser. Bem, pelo menos até a noite.
8
Som da caixa registradora, de dinheiro entrando.
— Nunquinha? Ou nunca, nunca? — Agora ele estava
sorrindo. — Porque há uma diferença.
— Sim?
9
Grande quarterback que quebrou vários recordes na NFL.
em braile pelo resto de sua vida, é melhor você virar seus
olhos agora!
10
New York City, tradução em português: Cidade de Nova York.
volta do meu pescoço e me puxando para perto, — Você vai e
faz algo totalmente inesperado. Como me ouvir.
11
É uma prática agressiva em que as mulheres chutam, torcem e maltratam o saco escrotal masculino.
um vendedor de rua e cerveja barata? — eu disse, não tendo
certeza se ia para a cerveja ou os tacos primeiro. Meu
estômago fez a decisão por mim. — Isso, meu amor, me faz
muito, muito feliz. — Tirei um taco embrulhado e joguei em
seu colo quando ele se sentou.
12
Califórnia.
Depois de torcer a tampa, ele a tirou. — Termine com um gole
disto e a vida vai ter novo sentido depois de experimentar
isso, Luce.
D
ois tacos de peixe, duas cervejas, e duas horas
mais tarde, eu ainda não estava pronta para sair.
Nem mesmo de perto dele.
— O quê?
E
u estava tão cansada de dizer adeus nos
aeroportos. Se Jude me pedisse para ficar com
ele, felizmente eu teria perdido meu vôo.
Ele brincou.
Jogada inteligente.
Merda, merda.
Talvez o pior.
— Gibão.
N
a segunda-feira seguinte, eu me encontrei em
uma situação difícil.
Merda.
— Parece bom.
13
O nome dela é Honey, foi adaptado para Mel por causa da piadinha de cantadas e nomes.
Mel não ficou tão estupefata quanto a Angel havia
ficado quando o Anton nivelou o olhar nela com aqueles olhos
castanhos claros. — Ao seu serviço, — ela respondeu,
mordendo seu lábio de uma maneira sugestiva e nada
inocente.
— Creme de tomate.
— Sim.
Ele respirou fundo algumas vezes antes de responder.
— Me deixa falar com ele.
Balancei a cabeça.
— Jude. — eu avisei.
— Não.
— Encontro.
— Qualquer coisa.
— Te amo, Luce.
P
arecia que uma manada de rinocerontes tinha
sido solta dentro do meu apartamento.
— Tia Luce!
14
Little Jude, que quer dizer: Pequeno Jude.
Parecia que precisavam de mim.
— Nah.
15
Tyranosaurus Rex
— Se você apenas pensar em ir embora, eu vou
literalmente amarrar você e te manter prisioneira. — Eu digo,
abraçando LJ mais apertado.
— É ele.
— Você não?
— Sim. Mas...
Eu fiz uma careta para ele. Essa foi uma noite que eu
não gostava de lembrar. Jude estivera na cidade naquele fim
de semana, e o bartender esteve com uma mão pesada nas
minhas bebidas naquela noite. O resultado não foi bonito.
— Especificamente.
— Você está certo; ela estava com sede. Mas eu sei que
minha pequena samambaia é alérgica a xixi de garotinhos. —
dei uma cotovelada em Holly antes que ela me desse uma
cotovelada de volta, — Então da próxima vez que ela estiver
com sede, você pode usar isso para dar um pouco de água. —
Eu estendi o regador para LJ. — Esse será seu trabalho aqui.
Manter a planta feliz e saudável. Acha que consegue fazer
isso?
19
Programa educativo exibido pela Disney.
— Vamos lá. Vamos levar suas coisas para o quarto
assim vocês podem dormir um pouco. — Eu disse, pegando
outra mala deles. — Tenho certeza que você está batida.
— Eu te amo, Jude.
— Tia Luce?
LJ assentiu.
E
u cai no sono segunda de noite e era sexta
quando eu acordei. Era maravilhoso como o
tempo podia passar rápido quando nossas vidas
têm um emprego num escritório das nove às cinco, jantares
de macarrão de forno com queijo, e Yo Gabba Gabba!
Compromissos, preciosas horas apertadas no estúdio
de dança, e os telefonemas noturnos do amor da minha vida.
Além disso, Holly amava seu trabalho, e eu,
geralmente, ficava ansiosa para ir para casa.
21
Abreviação de Glamour Rock subgênero musical de rock.
escritório. — Obrigada, Lucy. Tenha um bom fim de semana.
— Você precisa de qualquer outra coisa? — Eu
perguntei, já com a bolsa em meu ombro.
Eu tinha o nosso primeiro jantar de sexta para
preparar para cinco hoje e, enquanto Anton tem sido
verdadeiro com sua palavra e não trouxe meu relacionamento
a tona novamente nesta semana, eu me senti desconfortável
em estar a sós com ele.
E isso me deixou maluca. Além de um flerte inofensivo
de vez em quando, Anton tem sido um verdadeiro cavalheiro,
tanto que até caminha comigo até meu carro todas as noites
para ter certeza de que eu cheguei segura. Eu não devia me
sentir inquieta por estar perto de outro homem, e o fato de
que eu me senti assim me deixou ainda mais inquieta.
— Não, é hora de ir. — ele disse do escritório. — Eu
também estou saindo daqui. — Reaparecendo com a gravata
xadrez no lugar e vestindo um colete, em vez de seu paletó,
ele segurou a porta do escritório aberta e esperou por mim.
Eu desliguei as luzes e fui até a porta o mais rápido
que pude. Ele tinha colocado um pouco de colônia que era
picante e doce, e o fato de eu ter percebido isso me deixou
nervosa.
Nós andamos em silêncio para o elevador, e nosso
silencio se arrastou enquanto esperávamos.
— Eu lhe deixo desconfortável? — Anton perguntou.
— Quando você faz esse tipo de pergunta, sim, me
deixa. — Eu disse quase me jogando dentro do elevador
assim que as portas se abriram.
Anton deu um passo gigante para dentro e parou na
minha frente.
— Por quê?
Eu achei difícil de acreditar que ele precisava me
perguntar o porquê. — Pela forma que você está me olhando
agora. E por causa das coisas que você diz. — dei alguns
passos para trás até que estava contra a porta do elevador.
— Você é meu chefe. É irmão da minha amiga. Você não pode
me olhar desse jeito, ou dizer esses tipos de coisas para mim.
— Por quê? — ele perguntou, inclinando a cabeça.
A sua calma, suas perguntas de uma palavra só
estavam me irritando.
— Porque... — a gênia dentro de mim respondeu.
— Eu já estive num relacionamento com uma mulher
que trabalhava comigo, Lucy. — Ele disse, olhando para mim
intensamente. — E eu já estive em um relacionamento com
amigas da minha irmã. Acredite em mim, isso não é o que
está me impedindo de te perseguir.
22
Filme americano, com suspense e várias perseguições.
Se eu não responder, eu poderia acordar amanhã e
fingir que nada disso aconteceu? Eu disparei pela porta
giratória e disparei em direção ao Mazda.
— Mas eu não vou agir com a minha atração, faltando
o respeito com...
Eu girei para ele. Isso era demais, e tarde demais num
dia. — Desrespeito com uma cara que iria te matar nesse
mesmo lugar em que você está se ele ao menos descobrisse o
que você acabou de dizer?
Ele balançou a cabeça. — Não. Desrespeitoso com você.
Eu ri asperamente. — Você tem um jeito dos infernos
de mostra respeito por mim. — Eu disse, mexendo com as
minhas chaves.
— Eu respeito você o suficiente para te dizer a verdade.
— ele falou, indo para o lado quando abri a porta. — Eu
quero que você saiba que tem opções.
Mordi minha bochecha para me impedir de cravar nele
palavras que eu iria me arrepender depois.
— Eu não quero opções.
— Claro que quer. — ele disse. — Toda garota quer. —
E essas palavras, junto com sua expressão, que era
condescendente demais pro meu gosto, trouxeram as
palavras que eu tenho tentado manter em segredo bem para
a superfície.
— Vá se foder, Anton. — atirei antes de bater a porta e
sair do estacionamento, sem checar o retrovisor nem uma
vez.
Eu estava tremendo. Tremendo pelas emoções que
estavam se derramando de mim. Senti como se todas as
emoções possíveis estivessem presentes, entretanto, as mais
barulhentas eram a raiva e a confusão. Raiva por razões
óbvias. Anton não tinha direito de dizer essas coisas para
mim, uma mulher noiva. Para não mencionar, uma noiva que
era também sua empregada. Nenhum direito mesmo.
Confusa por não ter entendido por que Anton havia dito elas
em primeiro lugar. Ele era inteligente e determinado para
uma falha dessas. Ele não fazia coisas por capricho, então eu
podia assumir que ele havia planejado toda essa coisa de
derramar seus sentimentos no elevador. E isso me deixou
mais confusa e estressada. Minha vida já estava complicada o
suficiente. Eu não precisava de um cara que eu conheci cinco
dias atrás confessando sua atração por mim. Anton nem
tinha um parafuso a menos ou excesso de confiança. Nem
mesmo era uma opção aceitável, como ele disse. Não que
quisesse opções em primeiro lugar.
Merda. Agora eu estava pensando sobre opções, graças
a meu amável chefe me fodendo a cabeça numa sexta à noite.
Eu queria ligar para Jude. Eu queria dizer para ele tudo o
que aconteceu e tudo o que eu estava sentido em relação a
isso. Eu queria falar com meu melhor amigo sobre tudo isso.
Infelizmente, nesse caso, meu melhor amigo acabaria
por perder as estribeiras e atravessar o país numa batida de
coração se ele soubesse que qualquer outro homem, Anton
especialmente, tinha dito essas coisas doces para mim.
Então, eu não liguei para ele. Em vez disso, encarei a estrada
e dei alguns socos no volante. Quando cheguei a casa eu me
sentia melhor.
E pior.
Melhor por que eu me lembrei de que não importa o
que qualquer cara diga ou faça eu nunca tinha amado
ninguém além de Jude. Senti-me bem em lembrar disso. E
me senti pior porque eu iria ficar desempregada novamente
na segunda de manhã. Eu não poderia... Não, eu não iria
trabalhar para um cara que confessou ter algo por mim. Esse
era todo o monte de drama que eu não precisava na minha
vida agora. Sem mencionar que eu acabei de mandar meu
chefe se foder. Eu posso não ter uma tonelada de experiência
em trabalhos, mas eu sabia que estava no caminho para ser
despedida. Enquanto segui para meu apartamento, eu me
forcei a arquivar o assunto Anton e esquecer sobre isso até
domingo de noite, quando eu tiver que ligar para ele e dizer
para colocar um anúncio no jornal para uma nova assistente.
Eu iria aproveitar essa noite. Não era frequentemente que eu
era capaz de ter alguns dos meus melhores amigos no mesmo
lugar, e eu não estava prestes a arruinar isso me deprimindo.
Então Anton estava atraído por mim. Grande coisa. É
um país livre e ele poderia ficar atraído por qualquer uma que
ele quisesse. A partir de agora, sua atração estava fora de
minha mente.
Seguindo pelo corredor, eu já podia sentir o cheiro de
jantar e ouvir as risadas vindas do apartamento. Eu estava
sorrindo quando abri a porta.
— Tia Luce! — LJ me recebeu assim que eu passei pela
porta, como se ele estivesse de guarda.
— LJ! — Eu o cumprimentei de volta, cheirando o ar.
Enchilhadas23 de galinha, um dos meus preferidos.
— Por aqui. — ele disse numa voz digna, antes de
pegar minha mão e me puxar para o banheiro.
— O que você está fazendo, seu homem louco? — Eu ri
enquanto ele me rebocava. Ele era forte para um garoto de
quase quatro anos.
— Eu escolhi um pijama e chinelos para você. — disse
ele, apontando para eles equilibrados na borda da pia —
Quando você estiver confortável, nós podemos jantar e eu vou
até mesmo te trazer seu prato. — Seu rosto estava tão
iluminado com animação que passou para mim.
— Obrigada, gentil senhor. — Eu disse, curvando-me
formalmente. — Mas a que devo a honra de todo esse
tratamento especial?
— Mamãe diz que você tem trabalhado duro por toda
semana e você é nosso anjo e você merece um pouco de DLC.
— ele recitou, saindo do banheiro.
— Você quer dizer TLC?
Ele rolou os olhos para mim. — Nope. DLC.
Eu cobri minha boca para me impedir de rir. — Bem,
eu estou ansiosa para minha noite de DLC24.
Ele sorriu radiante antes de fechar a porta. A próxima
coisa que ouvi foram seus passos em direção a cozinha
enquanto ele gritava.
— Ela está ficando confortável! Ela está ficando
confortável! Eu quero encher o copo dela com suco de maçã
23
Uma panqueca de milho mexicana, muito condimentada.
24
Era realmente TLC, que é um canal de TV americana.
agora!
Eu não poderia sair da minha saia e da minha blusa
rápido o suficiente. Eu tinha vestido a mesma saia preta duas
vezes essa semana, graças a minha falta de vestuários para
trabalhar, e eu tinha esperança de remediar isso em algum
momento deste fim de semana.
Talvez agora, ao invés de conseguir alguns trajes novos,
eu poderia conseguir para LJ um novo par de sungas para
que ele possa nadar na piscina pública. LJ tinha realmente
escolhido meus pijamas a dedo sem qualquer ajuda de Holly.
O top estava bom. Eu sempre vesti uma variedade de
camisolas. Entretanto, ele combinou com um par de boxers
de Jude que tinha escrito, TENHA SORTE, e então, para
terminar, LJ tinha me emprestado suas pantufas na forma
mais aterrorizante do Gabba Gabba! O vermelho e escamoso
cara de um olho. Assim que eu deslizei em meu top e subi a
boxer de Jude, eu me apertei nas pantufas. E apenas por que
eu não podia resisti, eu dei uma boa olhada no espelho e
explodi em risadas. Esse traje era demais para não
compartilhar. Tirando uma foto com meu celular, eu escrevi
uma mensagem rápida: APOSTO QUE VOCÊ DESEJAVA
ESTAR AQUI PARA DESFRUTAR DE TODA ESSA
SENSUALIDADE, antes de enviar para Jude. Abrindo a porta,
eu pus os ombros para trás e transformei o corredor numa
passarela. Indie foi a primeira a visualizar meu trabalho, e a
cerveja que ela estava bebendo disparou em jatos de seu
nariz. Cuspindo e rindo ao mesmo tempo, ela cutucou Holly,
que estava cortando um pé de alface.
— Isso aí, garota! — Indie disse, estalando os dedos.
Holly, seguida por Thomas, explodiu em risadas logo
depois, lançando alguns assovios e ovações.
Eu fui parar na cozinha e fiz uma pose. Mais risadas.
Indie até mesmo deixou sair um ronco, o que, é claro, apenas
fez todos rirem mais forte. Enquanto eu estava mantendo a
pose, uma mãozinha pegou a minha.
— Você está linda, Tia Luce. — LJ disse, sua voz e seu
rosto cheios de admiração.
— Tudo graças à você. — Eu disse, batendo meus
calcanhares como Doroth antes de seguir para a pia. — Vocês
precisam de ajuda com o quê?
— Apenas fique fora do caminho. — Thomas
sussurrou, me cutucando enquanto ele abria uma sacola de
batatinha e despejava numa tigela. — Indie estava prestes a
virar uma cadela quando eu derrubei o coentro no chão.
— Eu ouvi isso, fadinha. — Indie disse, atirando um
olhar para Thomas.
— Claro, vá para o insulto simples. Sim, Sim. Eu sou
um dançarino me formando em ballet. — ele disse, jogando
uma batata na direção de Indie — Você está apenas com
ciúmes porque minha bunda fica melhor num par de jeans
que a sua.
— É o suficiente, vocês dois. — Holly ordenou, trazendo
uma tigela de guacamole. — Eu tenho estado brincando de
árbitro a tarde toda e eu estou cheia.
— Ele insultou minha bunda. — Indie disse, colocando
uma mão em sua cintura.
— Eu não insultei sua bunda. — Thomas respondeu.
— Apenas coloquei que a minha, de fato, é melhor que a sua
de se olhar.
26
Bebida forte e adocicada.
pegar Anton olhando para o meu decote. Então o Santo
Anton era imune ao sul do pescoço de uma mulher.
27
Anton Shaft Xavier. ‘Cuzão’ foi traduzido do ‘Ass’ em inglês.
— O que você quer dizer com ‘ele perdeu sua noiva? —
Thomas perguntou, inclinando-se para frente. — Tipo, um dia
ele acordou e não podia encontrá-la?
Anton levantou a mão. — Vamos apenas deixar...
— Não, tipo de perder ‘um dia ele acordou e recebeu o
telefonema dizendo que ela havia morrido num acidente de
carro. — Indie explicou.
— M-E-R-D-A. — Anton suspirou, balançando a cabeça
para Indie.
Eu me senti um pouco enjoada. Enjoada em meu
estômago e minha cabeça. Anton havia estado noivo e ela
tinha morrido. Recentemente. Eu nunca teria imaginado que
Mr.Suave-demais-para-seu-próprio-bem tivesse um passado
tão trágico. Anton parecia mais com o tipo de cara ‘amigos
com beneficio’, não o tipo de casar.
— Por que você não disse a ninguém? — perguntei a
Indie. Ela havia compartilhado cada detalhe pessoal de sua
vida comigo. Eu não conseguia entender que ela tenha
esquecido de mencionar esse detalhe.
— Anton não quer que eu fale para o mundo sobre isso.
— ela disse.
— O que obviamente funcionou fantasticamente. — ele
disse, mantendo seu olhar grudado em sua direção.
— O quê? — ela disse. — Faz um ano, Anton. Eu sei
que não é algo que você esqueça, mas eu gosto de pensar que
é algo que você irá, eventualmente, seguir em frente.
— Por mais divertida que esta conversa seja. — Ele
disse, sorrindo apertado. — Eu acho que poderíamos deixar
para lá e mudar para tópicos que não envolvam morte e
noiva?
Indie bufou, aparentemente não pronta ainda para
deixar para lá.
O que quer que seja simpatia ou empatia ou alguma
combinação dos dois, eu falei.
— Alguém viu algum filme bom ultimamente? —
perguntei, tentando soar natural. — Eu não tenho visto um
faz muito tempo e não tenho nem ideia do que está passando.
Estou pensando em levar Jude para ver um quando ele
estiver na cidade.
— Tanto para não falar sobre noivos...
— Então Deus me ajude, Indie. — Eu me mexi. — Eu
vou te colocar de castigo e te deixar lá a noite toda se você
não baixar um nível, ou três.
— Eu deixo você emprestar meu lugar se você quiser.
— LJ saltou, apontando para o banquinho no canto em que
ele passou momentos difíceis.
— Dê-me um pouco de amor. — Indie disse,
estendendo a palma da mão para LJ. — Você é como meu
irmão no crime.
LJ bateu na mão dela com as duas e então Indie voltou
a jantar, como se estivesse planejando ficar em silêncio por
um tempo. Reparei. Eu deveria saber sobre colocar Indie
perto de um garoto de três anos de idade se eu quisesse fazê-
la se comportar.
— Eu tenho escutado ótimas coisas sobre esse novo
filme de espionagem filmado nos anos quarenta. — Thomas
disse, limpando o ar. Como agradecimento a Thomas, fui até
a geladeira pegar para ele uma cerveja gelada.
— Oh sim. — Holly disse, apontando com o garfo para
Thomas. — O trailer daquele filme pareceu assustador.
— Vocês deveriam ir na próxima sexta depois do jantar.
— Eu disse, estendendo a cerveja para Thomas. — Eu
poderia ficar com LJ e vocês dois poderiam tomar uma bebida
e ver a sessão da noite.
Holly estava olhando para mim como se eu tivesse três
cabeças.
Thomas, entretanto, ergueu sua cerveja para mim. —
Isso soa ótimo. O que você acha Holly? Você topa?
O olhar curioso de Holly se deslocou para Thomas. —
Claro, mas você realmente quer bancar o motorista
novamente semana que vem? — ela disse finalmente. — Você
tem certeza que quer ir comigo? Não há alguém que você
preferiria...
— Tenho certeza. — Thomas interrompeu.
Olá, Sr. Óbvio.
— Okay, então. — Holly disse. — É um encontro.
Thomas engoliu. — É… Sim.
Eu sorri para meu colo... Esses dois estavam tão
quentes um com o outro, que eu estava morrendo por um
deles descobrir e apenas admitir de uma vez. Eu não tinha
certeza sobre quem seria o primeiro a fazê-lo, mas eu
esperava que acontecesse logo.
Depois disso, o jantar foi bem; Sem mais momentos
estranhos, seguidos por silêncios ainda mais estranhos. Uma
hora depois, nada sobrara do jantar a não ser alguns pedaços
de batata. Holly e Indie clamaram por misericórdia e
desabotoaram os jeans meia hora atrás, mas eu com aquele
boxers de cós elástico estava bem. Anton lavou os pratos
enquanto Thomas limpava a mesa. LJ e as meninas
amontoaram uma pilha de cobertores e travesseiros no chão
da sala antes de fazer a fortaleza mais legal do mundo, com
até o ultimo lençol que eu tinha na casa.
— Eu tenho que tirar uma foto disso. — Anton disse,
rolando suas mangas para baixo enquanto ele saía da
cozinha.
A
s ligações de Jude começaram a chegar cerca de
30 minutos mais tarde. Eu não as atendi. Eu não
estava pronta.
Indie tinha dormido durante toda a chamada infernal
do Face Time, e Holly, Thomas, e LJ ficaram escondidos até a
barra ficar limpa. Quando ficou, Thomas voltou para a sala,
envolvendo-me em seus braços, e não soltou até que eu
tivesse quase adormecido.
Ele me carregou para minha cama e me botou para
dentro antes de rastejar de voltar e ele mesmo adormecer.
Era um pouco depois da meia-noite, e eu estava
emperrada naquele lugar entre o sono e o despertar, quando
eu finalmente atendi a ligação de Jude. Não seria exagero
supor que ele me ligou pelo menos 50 vezes.
— Ei, Sr. Persistente. — eu digo com uma voz de sono.
— Luce. — ele suspira. Eu posso sentir seu alívio nessa
única palavra.
— Você estava fora da linha ontem à noite, Ryder. — eu
digo, lembrando a mim mesma para ficar calma.
— Eu sei. — ele respondeu sua voz toda baixa e áspera,
como se ele não tivesse falado uma palavra em dias. — Mas
assim como você, Luce.
— Huh? — eu sento-me na cama. — Eu não fui aquela
que verbalmente ameaçou matar um homem.
— Não, não foi você. Mas você foi a única que estava
aninhando-se com ele e praticamente dividindo um assento.
— Sim, Anton estava perto de mim. Assim como estava
Indie. E Thomas. E Holly. E LJ, também. Nós estávamos
todos acampados no chão assistindo A Era do Gelo em uma
fortaleza incrível.
Como em todo Face Time convido Jude, sempre faço
isso e parecia estranho simplesmente conversar com ele. Eu
não podia ler a expressão em seu rosto; eu apenas podia
adivinhar como ele se sentia pela sua voz.
— Aquele cara está a fim de você, Luce. Eu sei que você
não acredita em mim, e eu sei que você quer acreditar que ele
é só um amigo, mas amizade é a última coisa que vem em
sua mente quando se trata de você. — sua voz estava tão
controlada, tão contida. Eu estava orgulhosa dele... Ainda
irritada, mas orgulhosa.
— Nós não estávamos nem mesmo perto o suficiente
para tocar os cotovelos Jude.
— Mas isso não muda o fato que ele queria tocar você e
facilmente poderia ter feito isso, desde que estava deitada
bem ao lado dele.
Com tudo o que aconteceu esta noite, eu tinha deixado
de lado a bomba que Anton soltou depois do trabalho. Eu
tinha planejado contar para Jude. Porque isso não era uma
coisa que eu pensei que eu deveria esconder dele, mas agora,
depois que Jude já estava chateado, ele certamente fretaria
um avião e voaria através do país, só assim ele poderia
chutar a bunda de Anton pessoalmente. Seria uma mentira
se eu omitisse isso por talvez uma semana?
Pela culpa que corria pelas minhas veias, eu acho que
seria.
— Agora, Luce. Desculpe o jeito que enlouqueci essa
noite. Isso é tudo sobre mim. – ele diz interrompendo os meus
pensamentos. — Mas preciso que você mantenha distância de
Anton. Eu sei que você acredita no melhor de todo mundo,
mas nem todo mundo tem as melhores intenções, Luce.
— Como você espera que eu mantenha distância? Ele é
meu chefe. Eu arquivo a papelada dele e apresento seus
relatórios de despesa e faço as apresentações de PowerPoint
dele de segunda à sexta. — depois de levar algumas horas
para me acalmar, eu percebo que foi um pouco precipitado
querer sair. Eu tinha um emprego, um bom, um remunerado,
eu não queria arrumar minha caixa de papelão porque meu
chefe tinha admitido que ele estivesse atraído por mim. Anton
certamente não tem sido o primeiro chefe que tinha uma
queda pela secretária.
— Lembre-me de novo porque você foi tão insistente em
ter seu próprio emprego?
Eu suspiro minha resposta.
— Tudo bem, tudo bem. Então você não pode manter
uma distância física dele, mas você pode se manter
emocionalmente distante dele. Isso é tudo o que estou
dizendo, Luce. — ele diz soando mais cansado que qualquer
outra coisa. Que era do mesmo jeito que eu me sentia. — E
não deitar mais perto dele com um monte de cobertores e
merda, vestida com nada além de uma regata minúscula e
minha cueca. Tudo bem?
— Você está pedindo ou falando?
— Você realmente precisa que eu peça Luce?
— Depois de toda a coisa hoje à noite... — eu digo
tentando não repetir isso na minha cabeça. — Sim eu preciso
que peça.
— Pedir. Estou sempre pedindo, Luce. — ele diz. —
Algumas vezes eu apenas peço com um pouco mais de
entusiasmo.
Eu ouvi um quase sorriso em sua voz e podia sentir o
meu próprio começando a nascer.
— Algumas vezes? Mais como o tempo todo.
Ele deu uma risada baixa. — Sim, você está certa. Mas
a única razão que estou pedindo com entusiasmo é porque eu
me importo com você, Luce. Eu me importo com você mais
que eu jamais me importei com qualquer outra coisa. Eu teria
feito qualquer coisa, sacrificado qualquer coisa, e eu digo
qualquer coisa, para proteger você.
— Eu não colocaria Anton Xavier no topo da lista do
que preciso ser protegida. — eu replico.
— Eu colocaria. — ele responde instantaneamente. — E
se você está tendo um tempo difícil para entender onde eu
quero chegar, só coloque-se em meu lugar. O que você faria
se você descobrisse que eu estava trabalhando para alguma
garota bem rica, que faria qualquer coisa para me levar para
a cama, e então você ligou uma noite para dizer boa noite e
me encontrou aconchegado ao lado dela? — ele pausa
provavelmente para guiar o seu ponto do que para respirar.
— Sua reação seria tão diferente da minha?
Eu queria atirar de volta um, É claro que seria, ou,
Inferno sim, mas eu não consegui. Porque eu sabia que ele
estava certo. Jude me fez entender o seu ponto de vista, e
isso era um feito digno de um Nobel da Paz.
— Não, não seria. — eu admiti relutantemente. — Eu
teria arrancado o olho da vadia para fora pelo telefone se
precisasse.
Jude estava realmente rindo agora. Ouvir sua risada
me fez rir alto também. — Então nós entendemos um ao
outro, Luce.
— Sempre. — eu digo bocejando sobre a minha risada.
— Algumas vezes só demora um pouco para chegarmos lá.
— Algumas vezes? — ele diz. — Que tal o tempo todo?
Eu me deito e me enterro no meu travesseiro. —
Obrigado por ligar 50 vezes e se desculpar.
— Obrigado por atender na quinquagésima ligação e
aceitar.
No momento depois disso, nós desligamos, eu estava
livre para descansar/acordar na terra do limbo. Eu não
acordo até meu pequeno-carinha-despertador estar saltando
na minha cama, carregando panquecas na forma de bolas de
futebol.
29
Jogador de futebol americano.
cabeça. Ver ela assim, com a língua para fora, era tão raro
quanto um eclipse solar. — Porque eles gostam de...
— Porque eles são bonitinhos e fofos. — Thomas
interrompeu.
As sobrancelhas de LJ se juntaram por um segundo
antes de ele voltar a trabalhar em seu pirulito. — Oh, ok. —
Correndo para sua caixa de brinquedos, ele começou a
vasculhar. Crise evitada.
Holly agradeceu Thomas com um sorriso.
— Boa defesa, Thomas. — eu digo, agarrando uma
cerveja da geladeira para Jude. Pescando a cerveja do balcão,
eu dirijo minha mão para baixo sobre ela. A tampa bateu
para fora, tilintando quando caiu no chão.
— Maldição. — Jude diz, quando eu entrego-lhe a
cerveja. — Você sabe quão excitado eu fico quando você faz
isso.
— Oh, Deus, vocês dois. Sério? — Holly gemeu soando
mais ciumenta do que irritada. Agarrando alguma coisa para
fora do chão, ela marchou em direção a Jude e eu. Segurando
a bola saltitante do Homem-Aranha de LJ, ela olhou para nós
dois. — Vocês se lembram de quando usavam balões entre os
meninos e meninas nos bailes da escola para ter certeza de
que eles mantinham distância?
Eu dei a ele um sério? Olhar. — Você não está forçando
essa coisa contra os meus peitos.
— Você está certa, eu não estou. — ela me deu um
sorriso doce antes de esmagar a bola entre Jude e eu. Ao sul
em nossos umbigos. — Pronto, agora o resto de nós pode
realmente comer hoje à noite, desde que vocês não serão
capazes de se esfregar um ao outro a cada dois segundos.
Jude olhou para baixo para a bola entre nós e estourou
em uma risada. — Meu Deus, Luce. Você tem falado sobre
mim de novo? — ele disse flexionando seus quadris contra a
bola, me empurrando com sucesso contra a geladeira. —
Você sabe que eu gosto disso pervertido, mas mesmo para
mim, isto pode ser um esforço.
Eu suspiro. — Eu tenho certeza de que isso não
impediria você.
— Não. — ele disse inclinando a cerveja para mim. —
Não impediria.
— Mãe?! — LJ gritou da caixa de brinquedos. — O que
é pervertido?
O rosto de Jude congelou em surpresa. Holly deu um
empurrão nele antes de limpar sua garganta.
— É quando uma corrente fica enroscada30. — Thomas
disse todo prosaico.
— Oh. — LJ respondeu antes de voltar para
descarregar todo o conteúdo da caixa de brinquedos.
— Boa defesa, meu homem. — Jude disse levantando
seu queixo para Thomas.
Thomas balançou sua cabeça enquanto ele continuou
empilhando x-burguers em uma bandeja de servir. — Então
hoje eu sou “seu homem”, mas não muito tempo atrás eu era
Peter Pan. O que fiz para merecer essa promoção?
30
A palavra usada por Jude para dizer ‘pervertido’, tem realmente o duplo sentido de ‘enroscado’.
— Primeiro, eu chamava você de Peter Pan porque eu
sou um idiota ciumento que apenas achou você despindo a
minha garota. — Jude explicou. — E você é “meu homem”
porque você tem cuidado das três pessoas mais importantes
da minha vida.
Thomas lutou com um sorriso. — Quem poderia saber?
O atleta estúpido é profundo.
— Sim, Sim. — Jude disse tomando um gole da sua
cerveja. — Já ouvi piadas de atleta burro suficiente pela
eternidade.
— E eu tenho ouvido piadas de Peter Pan suficiente
para pelo menos as últimas duas eternidades. – Thomas
atirou de volta, antes de se dirigir para a mesa com a bandeja
segurando mais X-Burguers do que nós poderíamos comer
em uma semana.
Jude tomou outro gole antes de examinar a garrafa. –
PBR31? — ele disse, olhando a impressão. — Luce, você sabe
como me tratar direito.
Eu envolvo um braço ao redor dele porque, depois de
três semanas separados, eu não mais quero ser separada. —
Nada além do melhor para o meu homem.
— Vamos lá. Vamos comer, — ele disse rodeando um
braço ao redor do meu pescoço. — Estou faminto.
— Eu também. — eu digo, abaixando a minha voz
desde que jovens ouvidos e insinuações sexuais não devem
andar juntos. — Mas não de comida.
31
A PBR é uma empresa norte-americana que promove competições internacionais de
montaria em touros.
Jude parou no lugar. Sua boca abaixou do lado de fora
da minha orelha. — Você pare com esse tipo de conversa ou
eu vou derrubar você e mandar ver nessa mesa mesmo.
Arrepios já começaram a subir, mas quando seu dente
roçou no lóbulo da minha orelha, esses arrepios explodiram
para a superfície mais rápido.
Tudo bem. Dois podem jogar esse jogo. Eu subi na
ponta dos pés para colocar minha boca em sua orelha. — Eu
estou tão pronta para você que minha calcinha estaria
molhada... — eu falo, indo um passo mais longe e chupando
a ponta de seu lóbulo da orelha entre os dentes. — Se eu
estivesse vestindo alguma.
Sua respiração fica presa entre os dentes.
Iluminando-o com um sorriso inocente, eu continuo
para a mesa. Somente quando eu estava sentada, ele veio
atrás de mim. — Graças a você e essa boca indecente, eu
tenho que levar um pequeno tempo fora no banheiro.
— O quê? — eu digo girando minha cadeira. — Nós
estamos prestes a comer o jantar. Um banho frio pode
esperar.
Eu marco um ponto para Lucy Larson. Ela venceu essa
rodada de preliminares verbais.
— Meu pau está tão duro que um banho gelado não
poderia nem mesmo começar a ajudá-lo. E eu não vou sentar
para o jantar com uma ereção de barraca nos meus jeans. —
ele falou no meu ouvido. — Estou indo esfregar isso para
fora. E já estarei de volta.
Falando de calcinhas molhadas...
— Vou ajudar. — eu digo pulando para fora da minha
cadeira.
Ele agarrou a minha mão e me puxando. — Bom. Suas
mãos são mais suaves que as minhas.
Nós tínhamos acabado de chegar perto do banheiro, tão
perto que eu já estava alcançando o botão da calça jeans de
Jude, quando uma única batida soou do lado de fora da porta
da frente.
Uma única batida seguida por três mais rápidas.
Eu queria chorar de desapontamento. Se nós
tivéssemos sido dois segundos mais rápidos, nós já
estaríamos atrás daquela porta fechada e minha mão estaria
deslizando para cima e para baixo... — Olhem aqui. Nós
temos um comitê de boas vindas. — Indie disse e depois a
porta oscilou aberta.
Com Anton do lado dela.
— Merda.
Será que isso apenas deslizou para fora da minha
boca?
— ‘Olá’. ‘Bom ver você’. ‘Legal de sua parte fazer isso’.
— Indie disse entrando. — Estas são algumas saudações
geralmente aceitas ao receber alguém em sua casa. —
sorrindo para mim ela deu um rápido abraço em Jude. — É
claro que é legal ter meus braços ao redor do seu corpo sexy
de novo. Alguma ideia porque nós tivemos que empurrar
através de um mini exército de paparazzi acampados lá fora
na calçada?
— Ei, Indie. — Jude disse com seus olhos travados em
Anton. — Eu espero que você tenha chutado alguns desses
sanguessugas para o lixo no seu caminho pra cá.
Suspirei. Eu deveria ter estado muito absorvida e
focada em chegar ao apartamento que não notei que a
pequena multidão de pessoas do lado de fora do nosso
apartamento tinham câmeras ao redor dos seus pescoços.
Parecia que onde quer que Jude Ryder fosse assim faziam os
fotógrafos. Parecia que nós não poderíamos deixar o
apartamento por todo o fim de semana, o que na realidade...
Não era um negócio tão ruim.
— Eu espero que você esteja se conectando com minha
garota hoje à noite, porque ela precisa de algum doce, doce
amor. — Indie disse, dando uma palmadinha na bochecha
dele e passando para o corredor. — Tem sido um tempo
desde que eu vi rosto bonitinho de Lucy recém F-O-D-I-D-O.
— Não se preocupe. — Jude a responde, continuando
sua encarada em Anton, que não parecia nem um pouco
intimidado. — Eu planejo tomar contar da minha garota. A.
Noite. Inteira.
Eu coro tão forte que eu poderia sentir o sangue
correndo no meu pescoço. — Oi, Anton. Bom te ver. — eu
digo envolvendo as duas mãos ao redor do braço de Jude. —
Mesmo para você, esse é um inferno de movimento corajoso.
— Lucy. — ele replica com um sorriso divertido.
Eu atiro a ele um sorriso apertado antes de puxar o
braço de Jude. Bem, isso não estava acontecendo. — Agora,
se você já terminou de falar sobre a minha vida sexual com o
meu chefe... — eu puxo novamente, mais forte dessa vez.
Não. Uma das desvantagens de estar com um homem que
poderia empurrar um ônibus escolar era se sentir como a
maior covarde do mundo. — Eu tenho uma meia dúzia de x-
Burguers com o meu nome neles.
Jude endireitou-se na frente de Anton, não caindo na
isca do x-Burger. — Você deve ser Anton.
Como ele conseguia fazer algumas palavras inofensivas
soarem como uma ameaça de morte?
Anton olhou diretamente para o braço de Jude
enrolado sobre mim. — E você deve ser Jude.
— Em carne e osso. — ele disse. — Não há mais
telefones nos mantendo separados se você tentar se
aconchegar com a minha garota novamente.
— Jude. — eu avisei possivelmente pela milionésima
vez na minha vida.
— Tudo bem. Como vamos fazer isso? — Anton disse
deslizando as mãos em suas calças. — Eu não tenho brigado
por causa de uma menina desde quinta série. Nós vamos
fazer isso lá fora? Derrubarmos bem aqui na soleira da porta?
Agendar um compromisso? Estou em território desconhecido
aqui.
Eu poderia ter rido, mas toda a situação não foi tão
engraçada. Onde estava todo mundo quando eu precisava da
ajuda deles para separar esses dois? Uma espiada sobre o
meu ombro revelou a minha resposta.
“Alheio” era o nome do jogo que estava rolando na
cozinha.
— Vamos esclarecer uma coisa agora mesmo. Nós não
estamos brigando por uma garota. Luce é a minha garota. Ela
sempre será a minha garota. — as veias do pescoço de Jude
estavam começando a inchar. Estávamos a duas etapas de
distância de punhos voando. — O motivo que nós estamos
brigando é sobre o jeito que você olha para a minha garota. O
jeito que eu sei que você pensa sobre ela. O jeito que eu sei
que quer tê-la. É por isso que estamos brigando. — Jude
endireitou as costas para ficar um pouco mais alto. Ele tinha
um jeito de fazer seus 7,5cm de vantagem parecer que ele
estava elevando-se sobre Anton. — Mas vamos ser honestos.
Desde que eu e você sabemos que você não tem chance em
uma luta contra mim, porque nós não fingimos que eu acabei
de chutar a sua bunda até o ano que vem e você para de
tentar seu caminho para o julgamento, coração ou calças de
Luce. Você entendeu?
— Eu nunca fui daqueles que pegam o caminho fácil.
— Anton replica tão calmo como se ele estivesse conduzindo
uma reunião de negócios. — E eu não gosto de fazer o que me
dizem então eu temo que isso seja inútil, grandalhão.
— Anton. — eu silvo, imaginando se ele tinha vontade
de morrer. Pelo o que ele estava dizendo, eu acho que ele tem.
— Então como nós vamos fazer isso? — Anton repete,
dando um passo adiante. Eu tinha subestimado Anton. Eu o
imaginava mais como um tipo de cara pacifista e antiguerra.
Eu não poderia estar mais errada. Ele não iria desistir de
uma briga tão cedo tanto quanto Jude iria. Anton só usava
um terno para a batalha.
— Eu vou bater em você. — Jude respondeu, dando o
seu passo adiante.
Sim. Eles estavam indo fazer isso. Bem aqui na soleira
da porta.
— O jantar está pronto! — Holly gritou. — Se vocês não
me querem atirando o jantar de vocês para fora da janela é
melhor vocês terem seus traseiros em seus três assentos.
Quando o fim dos tempos estava sobre nós, Holly Reed
estava aqui para nos salvar.
— Mais tarde então. — Anton disse considerando Jude
como passado.
— Esperando por isso. — Jude disse seu olhar fazendo
buracos nas costas de Anton.
— Muito maduro. — eu disse cutucando ele.
— Pensei que você disse que esse cara não tinha uma
coisa por você, Luce.
Ainda não contei a Jude o que Anton disse para mim
aquela tarde a duas semanas atrás no escritório. Nenhuma
hora parecia ser a certa para descarregar esse pequeno
segredo sujo. Muito menos agora.
— Qual o seu ponto?
— Aquele imbecil tem uma coisa séria por você. Uma
coisa séria.
Eu esfrego o seu braço tentando acalma-lo. — Como
você sabe disso? — perguntei fingindo que eu não tinha
certeza se ele estava certo.
— Porque quando ele olha para você, me lembra do
jeito que eu olhava para você quando nos conhecemos.
— E como era isso?
Jude agarrou minha mão na sua e me levou para a
mesa. Ele suspirou. — Como se tudo tivesse acabado. Como
se a garota que eu estava olhando fosse a única que eu iria
passar o resto da minha vida.
— E você não olha mais para mim desse jeito? — eu
brinco.
— Eu ainda olho, mas existe uma confiança atrás
desse olhar agora. Uma confiança porque eu sei que você é
minha. — Jude puxou minha cadeira para mim e moveu sua
boca para mais perto da minha orelha. — Aquele cara olha
para você com a incerteza que eu tive no começo. Quando eu
não tinha certeza se eu poderia ter você. — ele diz
tranquilamente. — Aquele cara quer você, tudo bem, mas eu
vou ter a maldita certeza que ele saiba que ele nunca vai te
ter.
— Ei, Tarzan, — eu digo quando ele toma o seu lugar
ao meu lado. — Baixe seu tom um degrau, ou dez.
Ele me deslizou um sorriso. — Você sabe que esse não
é o meu estilo, Luce.
— Então porque você não pega um x-Burger e enche
sua boca com ele antes de começar a atirar mais alguma
ameaça de chutar a bunda do meu chefe. — gesticulo para a
bandeja de burguers que Holly estava segurando para Jude.
— Então Lucy. — Anton disse da outra ponta da mesa,
posicionado de modo que ele e Jude não poderiam continuar
exatamente de onde eles haviam parado em seu concurso de
encarar. — Eu ainda não tive a chance de conversar com você
sobre isso ainda, mas eu estava imaginando se você seria
capaz ficar no outono uma vez que escola começar.
Minha nossa, isso não vai dar certo.
— Lucy vai estar ocupada...
Eu levantei minha mão, cortando Jude. — Eu posso
responder por mim mesma, muito obrigada.
Jude levantou sua mão em rendição, claramente
divertido.
— Eu vou estar ocupada, — atiro um olhar para Jude.
— Com a faculdade. Eu realmente vou estar empilhada com
trabalho de curso do meu último ano, e então eu vou estar
indo e vindo para San Diego para ver Jude várias vezes
também.
A mão de Jude caiu no meu joelho. — Não tanto
quanto eu vou estar indo e vindo para ver você.
— Eu posso montar um esquema conforme o seu
horário disponível. — Anton disse quando todos os outros
estavam mastigando seu jantar em silêncio. Mesmo LJ sabia
que algo estava acontecendo. — Em apenas três semanas,
você já provou ser bastante produtiva para as Indústrias
Xavier. Eu não posso simplesmente deixar você ir.
Jude apertou meu joelho mais por irritação do que por
reafirmação.
— Eu vou dobrar seu salário. — Anton anunciou antes
de dar uma grande mordida em seu x-Burger.
Jude abriu sua boca, mas eu não estava deixando isso
ir mais longe, sem acrescentar meus comentários.
— Isso não é sobre o dinheiro. — eu digo. Anton
arqueou uma sobrancelha. — Bem, isso não é totalmente
sobre o dinheiro. Eu apenas não tenho tempo. Eu quero me
empenhar nas coisas em minha vida que são mais
importantes que dinheiro. — eu digo, agarrando o pote de
ketchup e esguichando uma bola no meu prato. — Além
disso, Jude tem montes de dinheiro. Eu tenho certeza que ele
pode me emprestar alguns trocados se eu precisar disso.
Eu espiei em cima para Jude. Esta foi uma fonte de
desconforto para mim, uma questão de orgulho, e admitindo
para uma mesa com os meus amigos mais próximos que eu
estava disposta a depender de Jude para um suporte
financeiro fez eu me sentir muito... Vulnerável. De uma
maneira ‘estou-pelada-onde-está-a-palmeira-mais-próxima?’.
Mas pegando um olhar do rosto de Jude, aliviou a
maneira de que eu estava me sentindo. Ele não parecia feliz;
ele parecia aliviado. Como se eu tivesse removido um peso
dos seus ombros. Eu não entendia, mas eu não preciso disso
para me sentir contente por fazer ele se sentir desse jeito.
— Pensei que você gostaria de fazer seu próprio
dinheiro. Ser independente. Noiva de um multimilionário ou
não. — Ok, Anton não tinha um desejo de morrer por cortesia
de Jude. Ele vai morrer com os cumprimentos de Lucy
Larson.
Desta vez foi a minha mão que moveu para a perna de
Jude, dando um aperto. — Está certo. Eu gostaria de fazer o
meu próprio dinheiro. — eu digo, querendo ensopar uma das
minhas batatas fritas e através da mesa no rosto de Anton. —
Mas se Jude alguma vez precisar disso, então esse dinheiro
será todo dele. E eu acho que ele sente do mesmo jeito sobre
o dinheiro que faz.
— Maldição, eu certamente sinto, Luce.
Eu amei o modo que ele estava me olhando agora
mesmo, como se ele nunca tivesse estado mais orgulhoso de
mim. Eu queria mais do que qualquer coisa escarranchar
nele naquela cadeira e beijá-lo até que nós dois estivéssemos
com o rosto azul.
Mas eu tinha alguém que precisava ser colocado em
seu lugar.
— Mais alguma coisa? — eu digo, desafiando Anton
com meus olhos.
— Tenho um monte de “mais alguma coisa”. — ele
disse soltando seu hambúrguer em seu prato. — Eu tenho
tantos “mais alguma coisa” que eu poderia ir por toda a noite.
Mas para começar com uma palavra que soma tudo isso. —
Anton sacudiu seu dedo entre Jude e eu. — Doentio.
Jude disparou levantando do seu assento. Eu não
sabia que rota ele tomaria para chegar até Anton, mas eu não
estava descartando a voando diretamente sobre a mesa.
— Já chega! — Holly levantou de seu assento também.
— Meu garoto de três anos de idade se comporta melhor que
todos vocês. — ela olhou para LJ, que estava tentando encher
sua narina com uma batata. — E isso não quer dizer muita
coisa.
Ela olhou para Anton. — Comporte-se. — depois ela
virou aqueles olhos doidos para Jude. — Comporte-se. — e
então para mim. — Comporte-se. — Tomando seu lugar, ela
puxou a batata do nariz de LJ. — O que a mamãe sempre diz
para você sobre usar palavras amáveis, bebê?
LJ sentou-se na cadeira, muito satisfeito por ser
incluído nesta conversa. — Se você não pode dizer nada bom,
não diga nada.
Holly despenteou toda a cabeça dele. — Alguma
pergunta? — ela pergunta para a mesa.
Nada.
Além de um pouco mais de olhares de morte destinado
ao outro, Jude e Anton não disseram outra palavra para o
outro durante o jantar, embora não fosse exatamente uma
experiência de jantar tranquilo. Entre LJ, Indie e Holly
tentando falar sobre os outros enquanto Thomas tentou e
falhou em adicionar seus comentários, meus ouvidos estavam
zumbindo bem na hora que Jude começou o seu terceiro x-
Burger.
— Onde você coloca tudo isso? — eu pergunto,
terminando uma metade de um desses hambúrgueres.
Ele deu os ombros enquanto mastigava uma mordida
do tamanho de uma bola de tênis.
— Eu tenho um pressentimento que vou precisar da
minha energia esta noite.
Ah. Aí estava aquela preliminar sedutora que eu tinha
sentido falta. — Bom pressentimento.
Ele sorriu para mim enquanto continuava a mastigar.
Eu ainda não tinha ajustado isso: Jude sendo mega rico. Ele
não tinha quase nenhuma maneira à mesa, vivia de jeans e
camiseta branca, e pensava que Hamptons32 era uma banda
de rock dos anos 70. Você nunca poderia saber olhando para
ele que ele era um milionário.
E eu amo isso sobre ele.
Eu espero que continue tendo jeans esportivo e
camiseta daqui a dez anos.
— Então, como foi o filme que vocês viram na última
sexta-feira? — Indie perguntou acenando uma batata para
Thomas e Holly.
— Foi tudo bem, — Thomas disse. Holly não poderia
parecer mais ofendida. — Mas a companhia foi fenomenal. —
ele esclareceu dando a ela um piscar de olhos.
— Foi isso o que eu pensei. — ela disse.
— Vocês ficaram ou fizeram alguma coisa louca depois?
Holly engasgou com o hambúrguer. Thomas ficou
vermelho, um raro tom de escarlate, graças sua pele clara.
— Indie. — eu digo. — Você pode ser mais
constrangedora?
— Essa é uma pergunta retórica? — ela perguntou,
enquanto Jude bateu nas costas de Holly.
— Sim. Eu suponho que seja.
Indie soprou-me um beijo, antes de voltar para a
grande inquisição. — Então? Desembuchem. — ela disse
olhando entre Holly e Thomas. — Vocês dois tem tanta tensão
S-E-X-U-A-L reprimida um pelo outro que eu quase desmaiei
por falta de oxigênio.
32
Cidade litorânea conhecido por seus moradores milionários.
— Deus, Indie. — eu disse atirando uma batata frita
nela, ela se esquivou então a batata voou para o peito de
Anton.
Eu sorri. Ainda mais. — Não. — Holly disse cobrindo as
orelhas de LJ. — Nós não nos beijamos ou fizemos alguma
coisa louca ou naturalmente pervertida, desde que você
apenas tem que saber.
Jude cobriu a boca, mas não estava mantendo seu riso
contido.
— E apenas para uma futura referência, nós nunca
vamos nos beijar. — ela adiciona.
A cabeça de Thomas chicoteado para o lado. — O quê?
— ele diz para Holly. — Por quê?
A pele entre as sobrancelhas de Holly se enrugam. —
Porque eu sou uma garota. — ela disse devagar como se
estivesse confusa. — E você gosta de garotos.
A boca de Thomas e a minha caem no mesmo
momento. Talvez eu devesse ter sido mais direta com Holly
sobre a atração de Thomas por ela, mas eu pensei que era
óbvio. Eu não tinha percebido que ela ainda pensava que ele
era gay depois da primeira noite que todos nós jantamos.
A julgar pelo olhar magoado no rosto de Thomas, eu
não acho que ele nunca mais seria o mesmo depois deste
golpe. — Você acha que eu sou... Sou... Gay? — Droga. Ele
não poderia ter soado mais insultado também.
Os ombros de Holly caíram enquanto suas mãos se
afastaram de orelhas de LJ. — Você não é?
— Eu fico com o pequeno homem. — Jude disse, de pé
e agarrando LJ. Ele atirou o garoto sobre seus ombros, para a
alegria de LJ. — Você quer que eu te ensine como lançar uma
bola de futebol por dez mil jardas agora?
— Sim! — LJ respondeu rindo quando Jude andou com
ele abaixo pelo corredor desaparecendo do cômodo.
Esse homem estava conseguindo uma transa tão boa
hoje a noite.
— Então espera. — Holly sacudiu sua cabeça. — Você
não é gay? Você gosta de mulheres? — Isto estava claramente
balançando sua visão de mundo.
— O que? Não! — Thomas se contorceu em seu
assento.
— Não, você não é gay, ou não, você não gosta de
mulheres? — Holly perguntou.
— Não, eu não sou gay! — essa era a primeira vez que
eu ouvi Thomas levantar sua voz. Eu suponho que se existe
uma hora para um cara perder a cabeça, era quando a garota
que ele gosta pensava que ele era gay o tempo todo.
— Uau. — Holly deu outro balanço em sua cabeça. —
Esta revelação é... Profunda.
— Inacreditável. Minha vida inteira pessoas tem
assumido que eu sou gay porque sou um dançarino. Pessoas
me julgavam porque eu me enfiei em outro tipo de elastano
que os outros garotos no vestiário. — Thomas empurrou sua
cadeira de volta, levantando-se e dirigindo-se para a porta. —
Eu não pensei que você fosse uma dessas pessoas também,
Holly.
— Thomas. — Holly chamando atrás dele. — Espere.
— Eu acho que não. — ele disse continuando a
esbravejar para a porta. — Eu vou achar alguns garotos para
beijar.
Quando ele bateu a porta, balançou as paredes.
— Ele não é gay? — ela disse mais para si mesma que
para qualquer outra pessoa. — Você sabia?
— Ele tem sido meu parceiro de dança por três anos. —
eu replico, encarando a porta. — É claro que eu sabia que ele
não era.
— Por que você não me disse?
— Porque eu pensei que você descobriria depois da
primeira noite que se encontraram. — eu disse odiando o
jeito que Holly estava olhando para mim, como se eu tivesse a
traído.
— Eu pensei isso, até que fomos ao nosso encontro na
sexta-feira. — ela disse. — Até que ele continuou trazendo à
tona esse cara, Samuel. Ele estava falando sobre ele fazer o
café da manhã naquele dia, e como ele sempre deixava suas
toalhas molhadas pelo chão, e... – o rosto de Holly
empalideceu. — Oh, meu Deus, Samuel é o companheiro de
quarto de Thomas, não é?
Eu estalei minha língua. — Bingo.
— Merda. — ela disse batendo com o punho na mesa.
— Você gosta dele, Hol? — perguntei, sentindo como se
eu já soubesse a resposta.
Ela mordeu o lábio e assentiu.
— Muito?
Outro aceno.
— Então o que você continua fazendo aqui? — eu digo.
— Vá atrás dele.
— Por favor, Lucy. Mesmo se ele gostasse de mim antes
de eu chamá-lo de gay, ele nunca iria falar mais nada para
mim.
— Só há uma maneira de descobrir. — Indie saltou. Eu
estava surpresa que ela tinha levado tanto tempo para dar
seus conselhos não requisitados. Ela normalmente teria dado
imediatamente. Além dela, Anton estava quieto uma vez na
vida.
— Você acha que eu tenho alguma chance no inferno
que ele ainda goste de mim depois do que eu disse? — os
braços de Holly estavam agitados um sinal claro que ela
estava pirando.
Indie apoiou o queixo dela sobre o seu punho e deu a
Holly um olhar de cima a baixo. — Garota. Eu acho que
aquele homem gostaria de você se você dissesse a ele para
reverenciá-la toda vez que você a visse. Ele está caidinho por
você, caidinho ao quadrado.
— Lucy? — ela disse seus olhos passando de mim para
a porta.
— Ele definitivamente gosta de você. E eu acho que
você gosta dele também. — eu digo. — Então porque você não
vai atrás dele e definitivamente se ‘gostam’ um do outro?
Os cantos da boca de Holly se contorceram. — Alguém
tem um gloss labial à mão? — Indie deslizou um tubo para
fora de seu bolso traseiro.
— Sempre a mão. — ela disse atirando-o para Holly,
que conseguiu pegá-lo, apesar de estar no meio de uma
daquelas jogadas de cabelo que ela adorava fazer. Aplicando
uma camada de gloss, Holly caminhou para a porta como
uma mulher em uma missão.
— Boa sorte. — eu gritei.
Depois que a porta bateu fechando em um total de
duas vezes nos últimos dois minutos, Jude e LJ ressurgiram
no cômodo, com a bola de futebol na mão.
— Tio Jude me ensinou a segurar a bola de futebol
como ele faz. — ele anunciou saltando para a mesa.
— Tudo certo? — Jude perguntou, vindo atrás de mim
e esfregando meus ombros.
— Espero que sim. — eu digo sentindo como se meus
olhos estivessem prestes a rolar na parte de trás da minha
cabeça a partir da magia que seus dedos estavam
trabalhando em meus músculos.
— Hora do filme! — LJ disse vasculhando através da
coleção de DVD. — Eu posso ficar entre você e Tia Luce na
fortaleza?
Os olhos de Jude prenderam em Anton, e eles se
estreitaram. — Você é o único homem que vai ficar entre Tia
Luce e eu.
Tanto para o drama voltar para nós.
Capitulo 16
H
olly e LJ estavam em seu quarto —
provavelmente dormindo, já que eu não tinha
ouvido um pio de lá nos últimos dez minutos.
Indie estava caída no sofá, imagino que em um estupor
bêbada no qual as trombetas da segunda vinda poderiam ter
explodido e ela não teria se mexido. O pobre Thomas ficou
com o chão, mas eu tinha colocado alguns cobertores para
que ele não fosse acordar com muita dor nas costas.
A ideia surgiu.
— O quê? — Eu respirei.
E
u pisquei os olhos e quando eu os abri de novo, o
verão tinha passado por mim.
— Grávida.
E, então, eu desmaiei.
— Eu não sei.
— Eu não sei.
34
Glamorosas + Amazonas.
água do final da mesa que estava repleta de alimentos e
bebidas, e segui para a cadeira final no canto.
Eu acenei.
35
Personagem do livro Terra de Oz.
refrigerante. — Não que isso tenha acontecido na temporada
passada...
— Por escolha?
— Eu conheço o sentimento.
— Ambos. — admiti.
Lembrei-me de respirar.
E
u estava sentada ao lado do homem mais falado
do país esta noite. Depois de completar quatro
passes de touchdown, sem ter uma única
interceptação durante o jogo todo, e levando seu time à
vitória que os analistas diziam precisar de um milagre
parecido com a ressurreição, Jude Ryder tinha provado a si
mesmo dez vezes mais em seu primeiro jogo da NFL. Ele
tinha se tornado um herói nacional hoje, mas ele ainda
envolveu seu braço sobre mim, enquanto fomos para o
aeroporto em sua caminhonete, como se ele fosse o mesmo
antigo bad boy de Southpointe High.
Eu estava exausta, mas isso tinha valido muito a pena,
fazer essa cansativa jornada de um dia, e eu sabia que era
muito importante para Jude. Principalmente porque ele não
tinha parado de me dizer isso.
— Eu já te disse quão orgulhosa estou de você? — eu
disse, desejando que todas essas luzes perto não fossem o
aeroporto.
— Só cinco minutos atrás. — seus braços apertaram
em volta de mim. — Obrigada por vir. Isso apenas não é o
mesmo quando você não está aqui para me assistir jogar,
Luce.
— Isso significa muito para mim, também.
— Você confirma sua presença daqui duas semanas a
partir de agora? Não temos jogo no próximo fim de semana,
mas temos outro jogo em casa no seguinte.
— Eu estarei lá. — eu disse, pensando que essa seria a
oportunidade que eu usaria para dizer a Jude sobre estar
grávida. Eu não queria fazer isso por telefone, e eu não estava
nem um pouco pronta para dizer a ele hoje. Mesmo se eu
estivesse pronta, não havia literalmente nenhum tempo.
Quando nós chegamos ao aeroporto, eu seria sortuda de ter
uns poucos dez minutos antes de ter que começar fazer meu
caminho para o meu portão. Esta era uma notícia que eu não
queria apressar. Eu não queria sentir como se eu estivesse
correndo contra o relógio para deixar sair. Eu queria todo um
dia se nós precisássemos disso, para falar as coisas, ou não
falar nada e apenas estar um com o outro enquanto nós
processávamos o desvio que nossas vidas estava tomando.
— E você poderá ficar aqui por todo o fim de semana,
certo?
— Todo o fim de semana. — eu disse, enquanto Jude
estacionava dentro da garagem.
— Eu estou tão cansado de dizer adeus para você,
Luce. — ele disse, batendo a palma da mão no volante. —
Estou cansado de rastejar em uma cama fria, e estou
cansado de enviar mais mensagens de texto para você do que
falar com você. Estou com saudades.
Eu estava exausta, e grávida. E emocional.
Suas palavras me fizeram chorar instantaneamente.
— Estou cansada disso, também. — eu disse,
mantendo minha cabeça pressionada contra seu ombro,
então ele não veria minhas lágrimas.
— Eu tenho a solução para isso, você sabe. Para isso
de nós dois estarmos cansados de estar longe. — ele disse,
soando hesitante.
— O que? Me sequestrar, sumir comigo e nos casar? —
eu disse, não tendo que adivinhar que isso era onde sua
mente estava.
Ele acenou contra minha cabeça. — Eu faria isso por
você, se eu pudesse. — e agora sua voz soava triste.
— Mas eu nunca te pediria isso. — respondi. — Você
tem compromissos e eu tenho compromissos. Só é uma droga
que os nossos compromissos devam estar em lados opostos
do país.
O rosto dele cutucou o meu. Ele queria que eu olhasse
para ele, mas eu não podia. Eu tive que colocar uma rolha
nessas malditas lágrimas antes de olhar para ele. — Meu
compromisso número um é você, Luce.
— Eu sei. — eu disse, limpando meus olhos com meu
braço. — O que você está me pedindo para fazer, Jude? Eu
sei que sou sua prioridade número um, mas eu também sei
que você assinou um contrato com uma pequena franquia
chamada de San Diego Chargers.
— Está certa, eu tenho um contrato. Por três anos. Se
no fim disso, você quiser que eu saia para que possamos
passar os próximos trinta anos mudando-se de uma dança
sagrada para a próxima, isso é o que eu vou fazer.
Soltei uma respiração lenta. — Você faria isso? Desistir
do seu sonho para que eu pudesse ter o meu?
— Amor, futebol não é meu sonho, — ele disse,
beijando minha testa. — Você é.
Uh-oh. Eu engasguei com o choro.
— Não me entenda mal. Eu amo futebol. Muito. Mas
não posso comparar isso com você, porque não há nada para
comparar. Eu assinei o contrato porque sou bom nisso, e eu
vou fazer muito dinheiro em três anos, nós estaremos
estáveis pela vida inteira, e você pode dançar através de todo
e qualquer palco que quiser e não ter que se preocupar com
dinheiro.
Eu sabia que eu deveria ir, mas não conseguia. Eu
estava cansada de deixá-lo.
— Três anos de futebol. Então, três anos de dança. E
assim por diante. É o que você está propondo?
— Eu estou propondo três anos de futebol, e você pode
ter o resto de nossos anos juntos dançando se isso é o que
você quer. — ele disse.
— E se nós quisermos iniciar uma família algum
momento ao longo do caminho? — perguntei, aumentando a
aposta. — Como fica o fator ‘bebê’ em nossa programação de
três anos dentro, três anos fora?
Seu corpo relaxou contra o meu. — Eu não posso
esperar pelo dia de nós termos filhos, Luce, porque você
estará me fazendo os mais lindos bebês, mas nós ainda
somos tão jovens. — o sorriso que estava formando em meu
rosto vacilou. — Nós mal temos 21 anos. Nós temos toda uma
década a frente antes de precisarmos começar nos preocupar
sobre aparecer algumas crianças. Nós temos tempo, então
vamos usá-lo. — ele disse, tentando virar seu rosto para que
ele pudesse ver o meu — Ok?
Respondi a ele com um aceno, porque eu não confiava
em mim mesma para falar.
— Luce? — ele disse preocupado, quando ele teve um
vislumbre do meu rosto. — Você está bem? — ele girou em
seu assento e segurou meu rosto para que eu não pudesse
afastá-lo.
— Sim. — eu disse, soando tão chateada como eu
pensei que faria. — Estou apenas cansada.
— Então porque parece que você está chorando? — ele
perguntou, deslizando o dedo sobre a minha bochecha.
— Porque eu derramo lágrimas quando estou cansada.
Ele fez uma careta. — Desde quando?
— Desde agora. — eu disse, precisando sair dessa
caminhonete, e não apenas porque eu tinha que ir para meu
voo. Eu sabia que se Jude não recuasse e tivesse a grande
inquisição, eu estava indo para a cova e dando-lhe a grande
notícia. A grande novidade que ele acabara de admitir não
estar pronto e não querendo por mais dez anos. Como eu
poderia dizer a um homem que pensou que teria uma década
sólida para se acostumar com a ideia de ser pai de uma
criança que estava prestes a ter em um pouco menos de seis
meses?
A resposta era: eu não poderia dizer a ele. Não agora.
Não com essas palavras tão frescas em minha mente.
— Qual é o problema? — O rosto de Jude escureceu
quando ele me viu. — Fale comigo, Luce.
Olhei para baixo, incapaz de encarar aqueles
torturados olhos por mais tempo. — Eu não posso. Não
agora. — eu disse. — Em breve.
Ele bufou. — Eu tenho ouvido essa palavra em breve de
você por três anos. Acho que a sua definição e a minha são
diferentes.
Eu não tinha três anos. Eu não tinha nem três meses.
Meu breve, neste caso, seria o breve dele.
— Breve. — eu disse. — Eu prometo.
— Eu não vou segurar minha respiração, — ele disse
com um suspiro.
Mordi o lábio. — Tenho que ir.
— Sim, sim, eu sei. Essa é a história de nossas vivas.
— ele disse, estudando-me como se ele estivesse tentando ver
dentro de mim. — Sei que você está cansada e precisa pegar
seu voo e não quer falar sobre o que quer que seja que está te
incomodando, mas depois de uma boa noite de sono você se
sentirá melhor. Eu quero que você me ligue qualquer hora,
Luce, qualquer hora. Não me importo se eu estou no meio de
um treino ou dormindo ou no banho. Eu vou atender. Apenas
me ligue. Amanhã, ou no próximo dia, ou no dia depois
desse, quando você estiver se sentindo melhor, e nós
falaremos sobre isso. Vamos trabalhar isso da maneira que
sempre fazemos. — Ele parou e esperou. — Ok, Luce? Nós
vamos trabalhar isso. Tudo vai ficar bem. — ele disse,
puxando-me de volta para seus braços. — Apenas me ligue e
nós vamos arrumar essa coisa juntos.
Eu o abracei de volta, eu não conseguia segurá-lo forte
o suficiente, mas eu nunca fiz aquela ligação no dia seguinte,
ou no dia depois desse, ou até mesmo do dia depois.
36
Dia do parto
apresentação que precisava ser feita, e Anton não só não
tinha um problema com deixar-me trabalhar uma agenda
flexível, como ele encorajava isso. Não importava se eu
aparecia cedo ou tarde, sábado ou domingo, o cara sempre
estava lá. Eu estava começando a me preocupar se ele
morava no escritório.
Hoje, Thomas tinha estado livre para ver LJ enquanto
Holly estava no trabalho, então eu apareci na Xavier
Indústrias às oito da manhã. Eu não tinha levantando a
cabeça do computador quando Anton saiu do seu gabinete no
final da tarde.
— Obrigado de novo pela ajuda hoje, Lucy. — ele disse,
colocando uma garrafa de água na minha mesa. — É incrível
o quanto mais eu posso fazer quando não tenho alguém
mergulhando sua cabeça em meu escritório a cada dois
segundos.
— Sem problemas. — eu disse, salvando o relatório que
eu tinha estado trabalhando nas últimas horas antes de
desligar meu computador. Estava ficando tarde, e eu tinha
prometido pegar o jantar para todos hoje a noite.
— Como você tem estado ultimamente? — perguntou
Anton, com uma expressão séria. — Indie me disse que você
está perdendo um monte de aulas.
Traidora. Sem sobremesa para ela na próxima sexta à
noite.
— Estou bem. — eu disse com um encolher de ombros.
— Apenas passando por alguns problemas da vida.
— Jude é responsável por esse problema? — ele disse,
inclinando-se em minha mesa.
Um flash de raiva. Havia passado tanto tempo desde
que eu tinha sentido algo assim que o sentimento foi bem
vindo. Como um amigo por muito tempo perdido voltando
para casa por uma visita. — Deixe-me responder isso com
uma resposta de duas partes. — eu disse, cruzando meus
braços. — Não é da sua conta. E não é da sua conta. —
Levantando, peguei minha bolsa e fui para o cabide pegar
minha jaqueta. Eu queria sair daqui antes que Anton ficasse
esquentado.
— Eu faço você ficar desconfortável.
Bufei. — Isso não está qualificado exatamente como a
revelação do ano.
Anton riu. Irritante. — Bem, talvez isso vá estar. —
disse ele vindo em minha direção. — Eu sei por que eu faço
você se sentir desconfortável.
— Eu também sei por quê. — eu disse, olhando-o de
cima a baixo. — Tudo. Todo o pacote Anton Xavier me deixa
desconfortável.
Super. Eu acabei de mencionar Anton e pacote na
mesma frase, e então eu me sinto um pouco pervertida, e
esse era um sentimento antigo também. Um lado de sua boca
já estava levantando.
— Eu te deixo desconfortável porque alguma parte de
você gosta de mim. Alguma parte de você está atraída por
mim e isso te irrita. Alguma parte de você sabe que se não
estivesse com ele, você e eu estaríamos juntos. — Ele disse
isso tudo sem um pingo de remorso, nem mesmo vergonha.
Eu estava puta. Muito puta. Eu não tinha certeza se era
por quão errado ele estava, ou quão certo. Isso tudo era
muito confuso.
— Talvez. — eu disse com um preguiçoso encolher de
ombros. — Mas essa é a resposta para cada questão no
universo. Talvez. Talvez você e eu pudéssemos ter ficado
juntos em alguma realidade alternativa onde não houvesse
Jude, mas esse não é o caso. Existe um Jude. E eu estou
apaixonada por ele. — eu estava ficando exaltada apenas com
um grito tímido. Levantei minha mão esquerda, piscando o
anel na frente dele. — E nós vamos nos casar.
Anton guardou suas mãos em seus bolsos — Quando?
— Em breve. — fiz uma careta na minha escolha de
palavras. Ele notou isso também.
— Quanto tempo vocês estão noivos? — Ainda a
imagem da calma.
— Três anos.
Ele deu um passo até mim, eu dei um passo para trás.
— Pelo que vocês estão esperando?
Por que eu não o tinha cortado com toda a abordagem
não-é-da-sua-conta?
— Pela graduação da faculdade.
— Não, eu não acho que é isso. — disse ele, confiante.
— Eu acho que você está esperando porque está insegura.
Algo está lhe dizendo que este homem não é o caminho certo
para você, e você não pode matar essa voz.
— Uau, bom. — eu disse, batendo palmas. — E o
prêmio de delirante vai para... — parei de bater palmas para
varrer as minhas mãos de forma dramática para ele.
Quanto mais eu me exaltava, mais frio ele parecia.
Nada que eu dissesse ou fizesse poderia derrubar sua
máscara calma.
— Você disse, nós nunca poderíamos estar juntos, mas
isso é apenas porque você nunca esteve aberta para essa
ideia. — Ele deu outro passo até mim e desta vez, quando eu
dei um passo para trás, eu estava contra a parede.
Conveniente.
— Eu não quero me abrir para essa ideia. — eu disse,
avisando ele com meus olhos. Avisando-o para não dar outro
passo para perto.
Ele não prestou atenção no aviso. — Então eu vou
ajudá-la.
Antes que eu tivesse tempo para processar a sua
intenção, seus lábios estavam nos meus, suas mãos
seguindo. Apesar de sua boca estar inflexível, suas mãos
caíram suavemente na minha cintura e ficaram lá.
Eu tentei empurrá-lo imediatamente. Era um esforço
inútil com Jude, mas eu pelo menos consegui mover Anton,
embora não o suficiente. Seus lábios continuaram o ataque
contra os meus, como se fosse um náufrago implorando por
uma tábua de salvação, mas eu tinha jogado minha salvação
fora há muito tempo com um cara diferente, e nunca pedi ou
quis de volta. Eu sabia que o que Anton tinha dito era parte
verdade. Nós dois poderíamos muito bem ter terminado
juntos em um mundo sem Jude Ryder. Mas não era assim.
Anton era o substituto de Jude. Anton era o meu o que-
poderia-ter-sido, mas Jude era o meu foi, é, e será, para
sempre.
— Anton, pare. — protestei contra seus lábios
incansáveis.
Ou ele tinha ficado surdo ou estava me ignorando.
Nenhum funcionaria para mim.
Levantando a minha mão, eu dei um tapa duro em seu
rosto. — Pare com isso!
O tapa chamou sua atenção. Coisa boa, porque o meu
próximo passo teria sido uma joelhada afiada em sua virilha.
Quando Anton afrouxou o aperto em mim o suficiente,
dei-lhe outro forte empurrão, empurrando-o de volta a poucos
metros. — Você é um idiota. Que tal isso como uma resposta
do por quê não estarmos juntos? — Empurrando-o e
passando, só porque ele merecia, marchei em direção à porta.
— E mais uma coisa. Eu me demito!
Eu não esperei por uma resposta. Corri para o
elevador, esperando que eu estivesse no carro antes dos dois
últimos minutos me alcançar. Como aconteceu, eu senti
como se eu estivesse hiperventilando.
O que Anton disse poderia ser verdade, mas nada disso
importava. Eu estava com Jude. Eu queria Jude. Não havia
Anton e Lucy quando eu tinha dado o meu coração para Jude
Ryder há quatro anos.
Eu não tinha dúvidas de que, se você conectasse Anton
e eu em um computador de compatibilidade, nós sairíamos
do outro lado juntos. Eu sabia disso, mas isso não mudava
nada. Ele esfregando na minha cara quando o meu noivo
estava do outro lado do país, enquanto eu estava um
naufrágio emocional e hormonal, não era o que eu precisava
agora.
Assim que as portas do elevador abriram, eu corri
através do lobby, passei pela porta giratória, e continuei a
minha corrida até o Mazda. Eu estava puxando o meu
telefone da minha bolsa antes que eu soubesse que eu tinha
ido procurá-lo. Como se meus dedos tivessem uma mente
própria, eles socaram um número enquanto eu me arrastei
para dentro do carro.
Jude atendeu no primeiro toque. — Hey, Luce.
Só de ouvir a sua voz desencadeou a avalanche de
emoções que eu estava tentando segurar. Comecei a chorar.
Muito, balançando, sufocando os soluços. O tipo que eu tinha
experimentado apenas nos dias após o assassinato do meu
irmão.
— O que aconteceu, Luce? — A voz de Jude estava
cheia de preocupação. — Merda. Está tudo bem? Onde você
está? — Ele estava frenético e parecia que ele estava
correndo.
Eu inalei e contei até cinco, tentando me recompor o
suficiente para tranquilizá-lo de que eu não estava a morrer
em algum beco. — Eu preciso de você, Jude. — solucei. —
Sinto muito. Sei que já é tarde e sei que você tem treino na
parte da manhã, — era impossível conseguir as palavras, e
cada uma parecia uma vitória — Mas eu preciso de você.
Ouvi-o xingar baixinho. Não sei se a minha ideia de me
recompor o tinha acalmado ou o deixado mais em pânico. —
Eu estou chegando, amor. Estou chegando. — ele disse,
definitivamente correndo agora, porque eu podia ouvir o ar
cortando o telefone. — Eu estarei aí assim que eu puder.
Eu odiava me sentir tão fraca, como se eu precisasse
de alguém para me segurar, mas tentei não focar nisso.
Tentei me concentrar em como tinha sorte de ter alguém para
chamar quando eu precisava ser segurada apertada.
— Obrigada. — sussurrei enquanto eu tentava ligar o
carro. Minhas mãos tremiam, tornando-se difícil.
— Você está segura, Luce? — ele perguntou. — Você
está ferida?
Eu sabia que ele estava falando sobre a segurança e
machucados físicos, então foi por isso que eu respondi: —
Sim, estou segura, e não, eu não estou ferida.
— Onde você está? — Perguntou ele, antes de falar em
um tom cortante com alguém. Um motorista de táxi, talvez?
— Estou no meu carro. Estou voltando para o
apartamento.
— Você está bem para dirigir?
Tomei algumas respirações mais profundas até que
minha agitação parou. — Sim, eu vou ficar bem.
— Ok, Luce. Espere por mim no apartamento. Eu estou
no meu caminho até você, amor.
— Obrigada. — Não havia mais nada que eu pudesse
dizer.
— Eu amo você, Luce. — Sua voz ainda estava ansiosa,
mas ele me acalmou.
— Eu sei, Jude. — eu disse. — Eu sei.
Eu esperava que ele se sentisse da mesma forma uma
vez que dissesse a ele tudo o que eu estava escondendo dele.
Depois de uma viagem para casa com lágrimas, eu
achei Holly esperando por mim. Thomas e LJ estavam
sumidos.
— Você saiu do trabalho mais cedo? — perguntei,
forçando um sorriso.
— Jude me ligou. — disse ela, puxando-me em seus
braços. — Ele estava em pânico e me pediu para encontrar
você aqui até que ele voasse para cá.
— Sinto muito que você teve que deixar o trabalho mais
cedo. — eu disse, derretendo-me em seus braços.
— Isso não é com o que eu estou preocupada. — disse
ela, guiando-me em direção ao sofá. — Estou preocupada
com você. O que aconteceu? — Ela me inspecionou enquanto
ela me sentava. — Jude disse que você disse a ele que estava
tudo bem, mas ele não estava tão convencido.
— Eu estou bem no jeito que ele estava preocupado. —
eu disse, enquanto deslizava meus calcanhares.
— Jude está preocupado com você estar bem em todas
as maneiras que você pode estar, Lucy. — ela disse,
agarrando o travesseiro e o cobertor sobre a cadeira.
— Eu sei que está. E acho que estou tanto bem como
mal. Se isso é mesmo possível.
Deixei Holly abaixar-me no sofá até que minha cabeça
bateu no travesseiro.
— O que aconteceu? — Ela perguntou enquanto
mergulhava o cobertor em cima de mim.
De repente, bastou eu ter meus pés e minha cabeça no
travesseiro, eu me sentia exausta. Totalmente gasta do mês,
do dia, e da última hora. Isso tudo tinha me pegado, e meu
corpo ia se revoltar se eu não o deixasse se desligar por um
tempo.
— Vou te dizer mais tarde, Holly. — eu disse,
bocejando enquanto fechava os olhos. — Me acorde quando
Jude chegar aqui?
— Claro Lucy. — disse ela. — Durma bem. — Ela deu
um beijo na minha testa, e então eu estava dormindo.
Capitulo 19
-Q
uanto tempo ela tem estado dormindo? — A
voz de Jude quebra através dos meus sonhos,
mas não me liberta totalmente deles. Sonhos
que eram mais escuridão do que luz, mais pesadelo do que
sonho.
— Vai ficar tudo bem, Jude. O que quer que seja que
Lucy precisou de você, vocês dois vão resolver.
— Anton me beijou.
— No escritório.
— É meu?
— É. Meu?
E
scola, baile, casamento, carreira... Jude. Minha
vida toda eu senti como se isso estivesse
pendurado na balança. Não havia mais uma coisa
que eu tivesse certeza. Bem, exceto por uma: eu estava certa
de que eu ainda amava Jude. Eu queria estar com ele, casar
com ele, viver e morrer com ele. Quando a vida te joga uma
bola curva como tinha me jogado, você percebe exatamente o
que é importante e o que não é.
— Por quê?
Eu o empurrei em resposta.
Eu podia me identificar.
38
Point of Service, traduzido como: Ponto de serviço, que é o estado que algo é chamado quando
precisa de melhorias, no ponto para receber tratamento ou serviço.
pela girafa de dentição de Annalise que ela gostava de roer. —
Eu já tenho uma lista de bailarinos inscritos.
Fim!
Tradução:
Dayane, Serena, Catty, Ingrid,
Nina, Débora, Thaluana,
Revisão
Michelle, Nathy
Formatação
Anne
A trilogia Crash é composta por :