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Ber all Te tie pe Sumario Prefécio PARTE I — SOCIEDADE, EDUCAGAO E PSICOLOGIA ESCOLAR . Introdugao 7 . Psicdlogo escolar: educador ou clinico? (Roger Reger) 9 A escola, objeto de controvérsia . (Aparecida Joly Gouveia) 17 |. O sistema escolar brasileiro: notas sobre a visdo oficial (Maria Helena Souza Patto) 25 Pierre Bourdieu: a transmissdo cultural da desigualdade social (David Swartz) 33 Avaliagio educacional e clientela escolar (Magda B. Soares) 47 Educagao “bancéria” e educagdo libertadora (Paulo Freire) 54 PARTE I] — POBREZA E ESCOLARIZAGAO - Introdugao 73 . Conceitos de privagdo e de desvantagem (U, S. Department of Health) 76 . O uso de programas pré-escolares de enriquecimento como um antidoto para a privacdo cultural: bases psicolégicas W. McVicker Hunt) 87 Estrutura social, linguagem e aprendizagem (Basil Bernstein) 129 «scjais de via € a socializagao de estilos cognitivos em crian. E) jéncias inicla 5. Experiét ike Shipman) 152 {R. Hess © C. SPP magies sobre a linguagem da crianga de baixo je alguma Um reexame ¢ O vel sici-cconsmico ‘Susan Houston) 174 entre estas Tecomendacées, a necessidade de dinheiro, embora ndo seja a tinica nem a mais desafia- dora, € mencionada em primeiro lugar. Porém, ele est4 convencido de que sera muito dificil conseguir mais dinheiro, pois “a Participacao do ensino na renda e nos orgamentos nacionais ja alcangou um ponto que restringe suas possibilidades de conseguir somas adicionais”’, Por isso, m muitos casos sera necessdrio 0 apoio de fontes localizadas fora das fronteiras do pais, ou seja, do capital estrangeiro, Além da colaboragio em dinheiro, os paises em melhores condicdes econdmicas deveriam Prestar qualquer outro tipo de ajuda aos paises mais ‘‘atrasados”, co- mo € 0 caso da exportacdo de professores, especialistas em planejamen- to de curriculo, e assim por diante. De qualquer forma, venham de on- de vierem os recursos financeiros, argumenta Coombs, eles serao bem- vindos, pois permitirao adquirir melhores recursos humanos, edificios. equipamentos e material de ensino de melhor qualidade e em aa quantidade, além de, em muitos lugares, possibilitar a alimenta40 “ ‘alunos famintos, a fim de que possam ter condigdes para aprende id. ibia., P. 22). Mais do que isso, os sistemas de ensino i, et Sardo de muitas coisas que o dinheiro nao pode comprar & que scicos Gem tinica e exclusivamente da boa vontade e da decisio dos agi e Snvolvidos no proceso de ensino: “idéias e coragem, determin uma nova predi: : m dese jo de aventarg rcsie20 Para a auto-avaliagdo, reforgada POM iy ventura e mu ” id. ibic . Tudo isto «cremas Promogdo da q danga” (id. ibid., p. 22). Tu istemas cidade dos Si walidade, da eficiéncia e da produtividade 405 $7, de ensino, concebidos como empresas criadoras e transmissor® nhecimentos (id. ibid., p. 24). 31 Sociedade, educacdo e psicologia escolar “(eee “Ad 119 “do *squuooD “H “d *J9) oUtsua ap RLUaIS{s WIN ap saUsuodutod stedioutd SE °Z “B14 ‘opunus op ogsveesdwi0> e908 9p -epuqesuodse: 9p osuas eumuno opserseide ‘optenou! pow ‘sopmne “9 @ o1upo!9e! 9p 19pod senuews © sienis9qo1u! sapepuiqey ssooseq SoluaW!994u0o snas NOOSSuadY ‘SOQINULSNI ONISN3 0° 3ND HOd SONG|AIGNI ‘eumajno ep sesopervai4o} ‘puns op @ ste00| sogpepio SSeJOPeAOU! 8 S391, ‘ogonpoid ap seuabe eyusey 2p souquiaw @ sonpypUl ow “09 30V031908 y 3 SOW “SAW IS V W3HIAURS VE -¥d SOGWdINDA HOHTAW ‘eworeis op erougioye ep so:opeoipUt ‘soisn “ZL ewojeis op oyuadwos -9p 0 © o1uewoeyuod 0 seodiepade exed einbsad “LL ‘sowexo ‘sou “ ‘ossa00id 0 -ezpuaide ep osssc01d 0 wore! ‘opneiuos ap ogéjsinbe eu woarep! sonnelgo soups sojed soi ‘9p oxny op @ odwes op ogdinqu ewarsis op sepepauidoid o sonnalgg “1 ONISN3 30 VNaLSIS ‘sreyerew sosinooy| epual a eoquiouose ogonpoid soiR0ueuy sosinoeu “oe ‘sei0ssej014| ‘souewny sosinaas ap aquaBunuos 9 ogdeindog sequepmisg| syeuopeanpa’ sonnalao ‘opneruea soanalgo sa101eA, sauarsx soywowiayuog ‘9pepe!r0s @ esed sepjes ‘9pep2y20s ep sepesiue ao a psicologia escolar _. Introducdo @ pste 32 — Inti apresenta um diagrama simplificad intes internos de um sistema de ensing, que cata le con ™ Com a so, Coombs também alguns dos Cor Pies, bem como as relagdes que manta Sidera mais importantes, ciedade. res apresentados, encontramos crenga d@queMESCOMEDP or excelencia “ou seja, uma instituigdo que de um individuo ao pens hento cientifico ee © ace: 0 s, Ievando-o, assim, a uma visio mais moderna e mais Tacion 4) macdes. ¢ de outro, através de critérios universalistas de avaliaga, do maneties a transigao do efrculo familiar para a estera da tet ot ry Gouvela).* Em suma, se a escola a esti, em varios pontos do gh, bo, atingindo seus objetivos — que, na legis! agao do ensino de jo e2 graus, em vigor no Brasil, sao definidos nos seguintes termos: “propor cionar ao educando a formagao necessaria ao. desenvolvimento de suas potencialidades, como elemento de auto-realizagao, qualificacao Para o trabalho e preparo para 0 exercicio da cidadania consciente” — j,, ; se da involuntariamente, como conseqiiéncia de contingéncias que es. capam as melhores intengdes dos donos e dos representantes do poder Exemplo claro desta visio dos fatos encontra-se numa Passagem de Coombs sobre as estatisticas educacionais e sua confiabilidade. Dizele “Por uma série de razées do conhecimento dos estatisticos educacionais experientes, os nimeros Oficiais sobre assuntos como matriculas, taxas de evasao e reprovacao, gastos e custos unitdrios devem ser considera. dos (especialmente nos paises em desenvolvimento) com certa Teserva Nao podemos culpar ninguém em particular — simplesmente a situs. ¢ao é esta.”’ (Id. ibid., p. 35.) Esta mesma conclusao esta presente em varios momentos do discurso desses autores: ha alunos famintos, ha al- tissimas taxas de reprovacdo e evasao escolar, ha milhdes de criangas sem escolas, existem mais de 460 milhdes de adultos analfabetos nos Paises membros da UNESCO. Porque “‘a situagdo é esta”. Muda-la, pa ra os veiculadores da ideologia dominante sobre a escola e 0 ensino de- Pende, acima de tudo, do esforgo dos educadores e da boa vontade dos Politicos dos varios Paises, no sentido de viabilizar uma cooperagao in ternacional através da qual os paises desenvolvidos possam ajudar de sinteressadamente os paises em desenvolvimento. neru em seus discursos a

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