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‘An bas Dormatol, 67: 3997, 1952 CASO CLINICO Tinea capitis e tinea faciei em recém-nascidos* Domingos Silva, Mano Resumo ‘Os autores apresentam dois casos de Hnen factel 2 tinea capitis em re- cém-nascidos Acentuana raridade de fa- to. einclusive consideramocaso de Hinet eapttts como |? segistrado na literatu- ra médica. Fazem ainda referéncias & incidéncia ‘das dermatofitosesem criancasem diver as cidlades brasileiraseacentuam a impor- tancia que.as micoses superficiais ocupam ‘na nosologia dermatolégica da Regigo “Amazonica, Unitermos: dermatofhose em recém: nascidos; tinea capitis: tinea facie: Amazonia + Mrabalho do Departamento de Paologss Topical = Dermatologia da UF Professor iva "Professor AdjuRtO @1992 ~ ECN-Latoca Conic Nacional Ld, Almeids2, Claudio Neves? A dermatofitose em recém-nascidos onstitui registro muito raro na literatura médica. As teferéncias a tinea faciei s50 muitoescassas. de modo que duasobser- vagbes em curto espaco de tempo em nos. $0 Servico (Belem Paré-UFPa) pareceu-nos insdlita, sobretudo ocaso de tinea capitis, sem registro no 6 em nossos arquivos (1954-1990), como na literatura médica que compulsamos. Obs n° I: AS.A..masc., paraense, feo- dérmico. 26 dias de idade. matricula DD-50.244 do Servigode Dermatologiado Departamento de Patologia Topical do CCS. da UFPa, Leséo datando de uma semana, de ti- ponumular, com 3cm de diémetro, contar- no regular. escamosa, com pélos tonsura- dos localizadosno couro-cabeludo (Fig. I) ‘Omenor apresentava também uma lesao circinada no dorso (Fig. 2) Gexame micologice revelouemambas aslesdes.apresencade hifas septadas eas culturas foram positivas para Trichophyton tonsurans (Malmstein, 1845) (Figs. 3 @ 4), A genitora referiuaeristenciade les8o semelhante.adodorso (tineacorporis)em umirméode cincoanos deidade Aslesoes foram tratadas durante 20 dias com um cre- mea base de nitrato de oxiconazol, tendo havido regressio completa dalesiode pe- leglabraenenhuma melhora nalesiodo couro cabeluda, ‘O paciente abandonou 6 tratamento, (Obs n° 2:recémnato semnome quan- do da consulta). mase. paraense. feodér- mico, 10 dias-de idade, residente em Be- lem. O paciemte fot levado a consulta no ambulatériode pediatria doCCS da UFPa. em 76.191. pesando apenas 1.600g com acentuada desidratacdo e diarréia. Apre- seniava pequena lesio eritematosa, cic nada na face (Fig. 5). pele que foi soli doparecer da Dermatologia, 0 quefoi fel toporumde nés (CN). Impressiodiagnés- ticai Tinea facie’. Exame micolégico dire- 10: positive, Qpacientetambem nao retomouacon sulta Importincia do tema Considerandoararidadedos casosre- feridos na literatura médica. intentamos ura pesquisa a respeito do assuntoe re- gistramoso relatorecente de um caso de tinea factef em menor de 45.dias feito por Martins & Frauhfurt’” onde encontramos uma revisio dos casos registrados até 6 presente, os quais resolvemes consultar: = Um caso de Castro” em menor de 17 dias cujo agente ettologico ndofoi iden- titicado: = Um caso de Jacobs e cals! oito alias dle idacte, agente etiologico Microspo- umn canis, — Um caso de Kamalan e cols dois dias de idade, agente Microsporum eypseun. ~ Umeaso de Khare e cols, wésdiasde ‘dade, agente Microsporum canis. = Umcaso de Monglianiecols'", menor denovedias, agente Trichophyton ton. surans. ~ Uni caso de Hirumae col.tlem menor de 40-dias. agente Microsporum canis. ‘Consideragéca gerais Procurandocompatar osdadesbra- sileiros existentesrelativosa dermatofito- ‘sesemrecém-natos verificamosndoter st- 2-—Obs I Tinea corporis Fig. 5 — Obs. I> Cultura T. tonsura Fig. 4 — Obs. |: maerosoniiios de. tonsurans lg. 5 — Obs 2: Tinea faciet 38 fs Ba dorregistradonerhum caso anterior noSer- vico de Dermatologia do Departamento de Patologia Tropical da UFPa, cobrindoope tfodo 1954-1990. fato verdadeiramente inu- sitade, sobretudo porque 2s micoses su- perficiais constituem o grupo de dermato- ses.dominantes na Regio Amazénica Aligs, otemaié havia sido exaustivamente estudado por Silva, Moraes & Rabello! Silva, Nazaré, Rabello, Almeida & Mo- aes”, bern como em estucdo prospectivo- de 10.841 fichasno perfodo 1954-1966 por Silva & Nazarérm, Desses estudos obtivemos una inci dencia de 43.7% dedermatofitoses em me- nores de 15 anes de idade. ‘Esse fato contrasta com as estatisticas européiase americanas. bem como ase. gistradas no sudeste ¢ sul do Brasil onde: © grupo de dermatoses predominantas.€ © dos eczemas, fato bem acentuado por Grosshans 6 Fossereaut® quando ao abri capitulo sobre estas doengas na "Ency- clopédie Médico-Chirugicale” informam “Leczérnaest la plus fréquente des derma- toses’ 0 mesma.corre no Brasil, aajuizar dos trabalhos de Argollo ¢ cols!"ieSerru- yatt® no Rio de faneire, Bopp e cols? no- Rio Grande do Sul. Romitti e cols." em Samos ¢ Zaitst em S8o Paulo. Numa amostragem realizada nos anos. 1948, 1958. 1968¢ 1979no Hospital dol SERI no Rio. Rocha € cols." verificaram que os eczemas ocuparanto 1? lugar com 20%, enquantoas micoses superficiais va fiaram de 10.02% em 1948 a 16.90% em 1938, — Estudando-especificamente ostraba- hosbrasileirosreferentes as dermatofito- ses, particularmente em recémnatos, en contramos nas diversas regides. percen: tuais quase despreziveis. Assim. Goncalves € Cols, esttidando 665 casos de derma: tofitoses em Fortaleza. registraram apenas SOcasosem pacientes no grupo etsrio0-19 anos. correspondendoa 192% enenhum caso em recém-nascido, — Em estudo feitonno Municipio de Vi- na —EspfritoSanto realizado-em 1985, Piz- 2olit1em 840

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