Você está na página 1de 4
ane tT) o Dads nrc enon Palen (1 en Apne) sea Pulte plop ise debater oman pac os ea OX) Cis, Pests 20 Bivtnetsnane Inds preg semi: Romie deta ‘Earn ilies Pontes hy Bee ce hee MI yee ee aap pee ee PREFACIO LINGUAGEM E ESCOLA NA. CONSTRUGAO DE QUEM SOMOS Prof. Liz Palo da Moita Lopes (UFRI) ‘Rio de Janio, abi de 2012 Acscola €um espago fundamental de construpio da vida social, Um lugar elativamente distante do mundo da famitiae ‘de seus discursos, 60 primeiro espago ao qual aerianga adentra ‘coma possibilidade de se expor a outras construgoes socias sobre quem é ou pode set. Claro que me refro aqui a escolas {ue ndo esto vineuladas a nenhuma doutrna religiosa (ou «le outra espécie), que persiga um modelo explicit do que & Ser humano, declarando modelos bem dimensionados sobre quem somos. nos quais devemos nos encaixar. Na escola, 8s riangas podem, potencialmente, se expor a colegas e a professores com vis0es de mundo diferentes que subscrevem ‘eologias diversas, podendo assim se benefciar des friegdes {qe tas diseursos podem trazer tons. No entanto, as pesquisas sobre o universo pedagégico © sua relagio com as sociabilidades disponiveis sobre quem ppodemos ser t8m mostrado que, no discurso pedagdgice of cial = aquele tornado piblico pelas vozes dos allnos e dos professores ~ o senso comum sobre a vida social ainda se sobressai. Via de regra, os professores operam publieamente ‘om diseursos bem conservadores sobre género, sexualidade, ‘aga, etnia ete, ainda que, em suas préprias vidas privadas, Yivam vidas que questionem tas diseursos. Sao poucos ainda aqueles que tém conhecimento para além do senso comum {que Ihes permita teratizara vida social em sala de aula, no- tadamente questdes de gnero, sexualidade e raga. Essa ten~ ideneia é especialmente incompreensivel entre os professores ‘de linguas. Enfendo que hi dois motivos para tal. Primero, porque a lingualgem é o espago sine qua non de construso Savide social. Somos seres do discurso que se constroem € 5° re-constroem pela palara, que éa matéria principal das aulas de linguas. E por meio da linguagem que nos fazemos uz. dos olhos da alteridade, Talvez, a mais fundamental asseryHO sobre a linguagem seja famosa citaglo de Bakhtin de que toda palavra se dirige a alguém. E, segundo, porque amature: ‘ada sala de aula de inguas, que visa, em iltima anilise, 20 ‘xereiio da palavra, possibilita que se trate de qualquer tema. O ques deseja como professor(a) de linguas €0 engajamento do aluno no diseurso com a esperanga que posse usé-lo para fazer escolhas éticas. sobre o mundo social que espelhem & postibilidade de refutar qualquer tipo de sofrimento humane. "No entanto, como tribatiios da Modemidade e dos pro- ceessos de colonizagiio que legitimaram certos modos de vida Social referentes ao género, asexualidade, raga, etna, et faprendemos e continuamos a repetir discursos que invaligam eras formas de vide apesar de vivermos tempos pos-coloniais cde ertieas aos idetis da Moderidade de legitimagdo de urn ‘Sujeitoinieo ¢ homogéneo (homem, bruno, heterossextal ‘europeu), com base no qual as outridades se constroem. Tal epetigdo, que aravessa séculos,naturaliza certa formas de vida, seus desejos e seus modos de ser humano, impossibi Titando a reconstrugio da vida em outras bases na escola © za vide institucional em geral. Essa impossbilidade ocorre porque os professores normalmente foram formados dentro Ue tis discursos, que ainda circulam na universidades tan ‘bam, porque assuntos ensindveis nas aulas de Kinguas (como ‘sujeit, tempos verbais ef.) nfo focalizam a vida social, A pepo nin a ena ag seat caro nc a tered) Pr a a abragee n w Tecnsusrmim canteen ese see gatecena ae ems pc ea ccs cad Rime bonnes cer sein gn gag tam ooo ora ngs ana usin ge Seon eda rariamente& estagnagdo e a inseguranga que se vive na Sestpn inurl gce sean epee loos os professors so cotiianamente nv 9 ‘rohan cn enone ous exacerbaco da exposicdo a outras formas de vida social em Sai hn nn ae sic ganotnetngoietea eae i iments) en wep pegs be cos Vera mp ep cantnnts sages onoepa por exenpln ao mesmo tempo em qu poricsseoe 2 tin con ia ca Ste tase ane pine ced ae pc cnr creo keno ca ae regi sien O mais notivel qu aiferengu ete ida ommundo viral a vida no chamado mundo eal ene as pagar Too id soi ik enerncias que professors los raze pa saad anasto constldas pela ingngsm cry um mundo no Ghat odscusosetrnoumas ental da qu nunca os Nas tastes eibernstns de comsnisigo, argu ma gue sd inflomaso, so egos de eaaes sis {he dxcortram novs sounds pans mexmes. Ne Soo no entante csis expeiécias oases sto cmos tnpranne gto dicr cln tena ugar Ao contro ds, avid for deseo et do {adda acs, gum gustonament profun na ele, alguns expos das universidades¢ nos documents of Gis queegemacdncao sobre 0 qe sia Vera, deseo Seu perfommanes de gener, rigs Mas escola contin endo un agar emg i fms Bic, pest deco afm! anrormene tanto alunos como rofesores eae mers a Reuno8 nas converses Parle a deal, no eri T nccessiio omar professes esinando-saenener auelinguogem € prt soil Elgar de for desis a ‘Mfa inert cotdana que, pro pensar somete 8 agua cms em sua ests tt ou Cos expo de communicate esvaiado de relovincia ca Cum desperiio aucaconle oii em emposem quco neo, asexal- Sate ergecaciata continent plate, soos e desrtuatizadas. Urs Ho, como es, que fain ess eaten na nol 6, potato, um vue auspices. APRESENTAGAO Raca, etna, género e sexualidade tém sido temas muito abordados e debatidos em congressos e em seminios nacio- nal internacionalmente nos tltimos anos no contexto educa «ional ¢, observando no portal eletrinico da CAPES de teses cedissertagdes, & possivel notar cada vez mas frequente 0 seu cenfoque por parte de pesquisadores de mesirado e doutorad has reas de estudos da linguagem e linguistica aplicada, Meso assim, no entanta, ao procurar por ivios publicados tia drea de estudos da tinguagem ¢ linguistica aplicada que versem sobre esses temas, pereebemos que a bibliografia nao & abundante, Foi por essa razio que eonvidei os autores eas ae ‘ras desta coletinea para contribuireatender a essa demanda © assim possibiltar que tivéssemos mais referéneias na irea, Assim, a obra traz contetdos atuais ¢ releventes que Aliscutem as questOes de identidades sociais de raga, enia, utero e sexualidade, rtculando com pritias pedagégicas ¢ Formagao de professores/as de linguas. No Brasil, um dos pes. (quisadores que mais tem conteibuido paraadrea de linguistica aplicada identidades sociais ¢ Luiz Paulo da Moite Lopes ¢ ‘concord com ele quando afirma que: “As identidades sociais the classe social, género, sexvalidade, raga, idade, profissio ‘tc. So simultaneamente exercidas pelas mesmas pessoas nas Inesinas ou em priticas discursivas diferentes” (2002, p. 36) Dessa forma, este livro tem muito a contibuir com as Pesquisas que versam sobre as discussBes produzidas sobre 'Nlentidades sociais. Ao pensar o livro, optei por dois eixes, senido um que reine artigos de professores/as que se dedicam | pesquisa sobre identidades sociais no contexto de raga ¢ 3

Você também pode gostar