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Gabriel Néo é um Anjo é a his- téria do surgimento e@ do desenvol- mento das Industrias Aeronauticas de Israel — as IAl — que se cons- tituem na maior industria do pais, e cujos produtos ocupam lugar de destaque no mundo todo. Esta narrativa nos fala de ousa- dos homens, homens de visdo pos- suidos por um sonho, e que tive- ram tenacidade e coragem para chegarem a plena realizagéo de seus intentos. Entre todos eles, destaca-se a notavel figura do fun- dador da empresa, Al Schwimmer, assim como as figuras de David Ben-Gurion e do Ministro dos Transportes e Comunicagoes, Shi- mon Peres. Mas é também a muito humana e colorida historia dos 14.000 empregados que construi- ram o missil Gabriel, 0 avido de treinamento Fouga Magister, 0 apa- relho de transporte Arava, e que também tornaram realidade o jato executivo Westwind. aaa Nao 6 um Anjo 6, em menor, um microcosmo em He vemos todos os desafios e to- avid turbuléncia que pontilharam nda) Bie era deade sua funda- a . Se ha ni uma _mensagem indelével “6 weg Israel alcangot sue tende Cou Os céus,— e |4 pre- permanecer, Digitalizado com CamScanner BRI Peon & “6 2 © summus editorial Digitalizado com CamScanner Rua Santa Isabel, Telefone (011) 221-8126 01221 — Sio Paulo, SP duct que se reserva a proptiedade desta 1975 Impresso no Brasil Para Lucy, Michele, Laura ¢ Jonathan Digitalizado com CamScanner INDICE Prefdcio @ edigdo brasileira ......, . 9 1 — Pré-nascimento 13 2 — Um dificil nascimento . 25 3 — Elefante branco na areia . 00 47 4—O cinza e o alegre ... 61 5 — Asas judaicas no Mediterrfneo ............-.+++eeeeeee 7 6 — Um monte de sucata voadora ...........000+ BonpaG0neD ts 7 — Seis dias de junho .......ssssseeesseseeeeeeeesesteeeees 113 8 — Arava ...... . 125 9 — Westwind 1123 . BT 10 — Gabriel nao é um anjo 155 11 — O narig&o de Cyrano ... 12 — Do trabalho e do amor ..........0.0sc00seeceeseee eee eees 181 13 — A nova imagem ...... tleceneceerosertonssedensscesssoce 205 14 — Relampago nos CéUS ...........eeeeeeeeeenee secitieseees 217 15 — Epilogo .... eee jeeeececeeeeettaeee ee ee eee eee 223 Nota: N, da Edit. = Nota da Editora LRM. Nota de Luiz Roberto Malta -T.P, = Nota de Lenildo Tabosa Pessoa Bee Digitalizado com CamScanner PREFACIO A EDICAO BRASILEIRA Digitalizado com CamScanner Um dos aspectos mais curiosos e até intrigantes da histéria de Israel é que, apesar de a terra prometida a Abrado e seus descendentes debrugar-se sobre 0 Mediterrdneo, em nenhuma fase de sua longa existéncia, no passado ou nos tempos modernos, o Estado judeu chegou a ser uma poténcia maritima. Nem todos concordarao, certamente, com essa afirmagao. Em um interes- sante artigo, publicado hd quatro anos, Leo Heiman apresenta os antigos navegantes judeus como antecessores dos Vikings; afirma que “‘comerciantes judeus, juntamente com seus sécios fenicios e sidénios, fizeram viagens de circunavegacdo pela Europa, navegando pelo Mediterraneo, Atlantico Leste, Biscaia, Canal da Inglaterra, Mar do Norte, e o Shagerrak até 0 Baltico”, e recorda que tanto o Egito, no reinado de Cleépatra, quanto a prépria Roma serviram-se da pericia e da bravura judaica nos mares(*), Entretanto, os préprios argumentos apresentados em favor do “‘passado glorioso do jovo judaico nos sete mares” parecem confirmar ser ele provado mais por acées de grupos isolados, quase individuais, do que por uma auténtica afirmagdo maritima do pais enquanto tal. Mesmo hoje, quando Israel tem defendido bravamente sua existéncia também nos mares, ndéo é por seu poderio naval que o Estado judeu se distingue aos olhos do mundo. J&é 0 mesmo nao se pode dizer do dominio dos ares. Por motivos ébvios, néo se pode procurar na antiga histéria de Israel Provas desse dominio, Em ‘sua fase moderna, contudo, o Estado judeu mostra-se preocupado com o dominio dos ares desde ‘sua Sundagdo e as “Israel Aircraft Industries Ltd.” — que substitul- tam, em 1967, a:“Bedek Aircraft Company” — causam impressdo ndo sé por sua pujanca e por seu prestigio internacional, mas * Cf. Leo Heiman — “Uma antiga tradigio maritima” — “Heranga Judaica", ns 4, vol. I, 1970, pAgs, 15 ¢ segts. W Digitalizado com CamScanner sobretudo pela rapidez com que se desenvolveram, atingindo Poueos anos, gigantescas dimensdes. a que, hé pouco mais de vinte anos, parecia apena: idéia utépica de A. W. Schwimmer, ou uma semente langada a areia do deserto, pouco tempo depois fazia voar o primeiro avido de sua fabricagao e hoje causa impressdo ndo sé por seu tamanho — ocupando uma drea construida de 278.710m? e empregando cerca de 13.500 pessoas — mas também pelas atividades que exerce em trés diferentes e bem delimitadas dreas: a de avides propriamente ditos, a de motores e turbinas e a de acessérios. A “Bedek Aviation”, que é uma das divisdes das IAI, tem capacidade para @ execucGo de trabalhos que vao da simples manutencdo a recons- trugdo de praticamente todos os tipos de aeronave, de um “Piper” a um “Boeing 707”. O livro de Arnold Sherman mostra como esse colosso indus- trial se desenvolveu no espaco de poucos anos, surgindo prati- camente do nada. em LENILDO TABOSA PESSOA 1 PRE- NASCIMENTO Digitalizado com CamScanner com que se desenvolveram, atingindo, ¢ seed pla oP gimenstes. 'm anos, ide vinte anos, parecia apenas uma 0 que, BA Pouce. Schicimmer, ou wma semente lancada g iatia wtépica 4 © fempo depois fazia voar 0 primeiro aviag aria do sere poje causa impressto ndo &6 por seu tamanho ae sua fobricarde « Moke ida de 278.710m? e empregando cerca pA ae rnas também pelas atividades que exerce em de 13.50 pestont — Merimitadas areas: a de avides propriamente tris diferentes ¢ wee turbinas ¢ a de acessérios. A ““Bedek aitos, a. de moire’ © gos divisdes das IAI, tem capacidade para aeiarto ee ‘srobathos que vdo da simples manutencdo recons. «eet eaicamente tos os tipos de aeronave, de um “Piper cam Bovey ald Sherman mostra como esse coloss0 indus. rid se Gesenvoloen 0 espago de poucos anos, surgindo pratt comenie do nada. LENILDO TABOSA PESSOA PRE- NASCIMENTO Digitalizado com CamScanner Duas vezes tocou o telefone no escritirio de Al Schwimmer, © executivo norte-americano, antes que ele — aninhando 0 fone junto ao ouvido —, ouvisse as informacées sucintas que o percor- Teram como uma’ descarga elétrica: “Eles esto liquidados. Pode-se dizer que apagamos a forca aérea deles. Nossas tropas estiio se espalhando.” Era a manbi de 5 de junho de 1967, e Schwimmer, entrinchei rado no terceiro andar dos escritérios’dos executives das Indi trias Aeronduticas de Israel, anexos ao Aeroporto Internacional de Lod‘), respirou profundamente, de um s6 hausto, e repds 0 fone no gancho. Com seu sorriso ligeiro e ainda jovem, e os olhos agudos e alertas, o diretor-gerente era — como outros dois milhées e meio de israelenses — uma criatura solitéria e pensativa naque- Ta manha toda especial. Ele sabia que a guerra tinha de terminar com a vitéria — qualquer outra alternativa era inconcebivel — ‘mas o assunto abrangia perguntas muito amplas e, também, muito especificas. Quéo horrendo seria o preco da vitéria? Quanto tem- po duraria a luta? Que papel desempenhariam as grandes potén- cias? E, por fim, para Schwimmer, havia ainda outra pergunta profundamente pessoal: haveria compensagio para todos aqueles 4 anos, aproximadamente, de jogos de azar teenoldgices, de lutas penosas e incessantes? Mais tarde, naguela mesma manhA de primavera, com as estentéricas sirenes de guerra anunciando outro sangrento capitulo na histéria da luta do povo judaico pela sobrevivéncia, o longo filamento téenico das atividades das Indistrias Aeronduticas de Israel se espalhou ubiquamente por todo o esticado sistema de defesa do pais, Pilotos, muitos dos quais com a barba por fazer e procurando afastar de’ seus olhos a fadiga com as mangas da camisa, man- (1) Hoje, Acroporto Internacional Ben-Guroo, (N. da Edit.) 5 Digitalizado com CamScanner das de suor, desdobravam as rotas aéreas nfo demar; oats ‘a sul, em avides Stratocruisers intumescidos de a Grentos, aviées que Schwimmer anteriormente resgatara’ 4, Mmentdes de sucata nos Estados Unidos, reconstruindo-os e os tes constituindo uma moderna forca aérea de transporte pesado carregada de veiculos e atravancada de suprimentos militares, Esquadrées de Magisters de treinamento equipados com duas turbinas espalhavam-se como que descendo de escorregadores ¢ ‘ascendendo agudamente no azul-celeste do espaco com suas asas Gisdricas. Os avides subs6nicos, com seus narizes em agulha, ¢ armados de misseis e canhées, tinham sido rapidamente recon. dicionados para a tarefa de destruicdo em terra. Tinham sido programados para serem desatrelados contra as unidades blin. dadas inimigas e contra as concentracées terrestres. Adolescentes peritos em comunicacées, mascando chicletes, esquadrinhavam as varreduras verticais das telas de radar em busca dos primeiros sinais eletrénicos de atividade inimiga. A Forca Aérea de Israel era desesperadoramente inferior em nime- ro e uma vitoria arabe nos ares teria desastrosas repercussées. Por toda parte, onde houvesse bases aéreas inimigas aninhadas em torno do tenso pais que era Israel, antigos avides construidos na Franca — fatigados Vautours e Ouragans considerados obsoletos em todos os demais paises do mundo, Mystéres e Super-Mystéres, que tinham de ser lancados contra 0s super-sénicos Migs-19 e 21, febricados atrés da Cortina de Ferro — aspiravam oxigénio com seus tubos tisnados e se lancavam frontalmente contra o inimigo de 2¢0 enraizado no Sinai. Estes avides viviam em razio dos {erres sccorros e dos cuidados téenicos dos homens das TAI. Numa iiisticado armamento, aqueles aviges eram anomalias $ex@ransvortadas, mas que se honrariam a si mesmas nas cruci we svschavam antiDz Meneira vemelhante, voando embora em menor velocidade, ae Nordatlases, vergando sob o peso que trans- Trae ony aneavamae para o alto carregados de tropas nervosas, a Yds nas aauitas de sangue, destinadas a enfrentar o exército rargens ocidentais daquela fina faixa de 4gua — Suet. tin nine, Suetimentes seriam despejados para fora dos Machin tae Tae mee conservados no alto pelos dedicados ae me, WAT e seus thenices, isto durante quase uma Sim, Sch wie tude ade {ies er tinh um relacionamento muito pessoal com fn vara he ParivenAS exam as reservas e as apostas giravam te Terael, % eauacio — a futura viabllidade do Estado E 0 mais interessante & que tudo aquilo principiara quando ‘© sonho de Siéo ainda era uma nebulosa hipétese da qual se zombava nas sinagogas e nos clubes judaicos. Comecara numa outra era, antes que o mais terrivel Jeremias pudesse prever 0 exterminio de um de cada trés judeus, numa época em que a Palestina significava o Mufti e néo a Agencia Judaica, quando Tel-Aviv era ainda um ghetto de Jaffa e Lydda, que outrora fora fa sede de uma guarni¢go romana, era uma arenosa metropole 4rabe revivida cada dia pela voz penetrante e solitiria dos Pode-se dizer que o maior e mais sofisticado estabelecimento de indistria aeronutica entre Roma e 0 Japio, a maior fonte de empregos em Israel, e um dos mais notéveis exemplos de ousada aventura dos tempos que antecederam o Estado de Israel, teve seus infcios num leito de hospital, em Bridgeport, no Connecticut, 44 anos atrés. ‘Com 12 anos entéo, Al Schwimmer tinha sido atingido pela poliomielite. Enquanto os médicos batalhavam para salvar sua vida e aliviar suas dores, s6 havia uma coisa que o torturado adolescente podia fazer — sonhar com os olhos abertos. Sua mente se demorava num mundo extraterrestre, que se delineava por sobre os cimulos e de lé fitava a confusfo e a mutabilidade das criaturas presas & terra. Acamado durante muitos meses tediosos, ‘Al Schwimmer convertew-se ao nascente campo que era a aviacio. Aprisionado num ambiente de logdes e massagens, engomados uniformes brancos e palpitando de agonia, o jovem de Connecticut evadiu'se para 0 saboroso universo dos’ vos transcontinentais, usados combates aéreos, propelentes e sistemas hidraulicos. Ele soprou para longe a dor e o aborrecimento com a inabalével £6 de que néo s6 caminharia, mas até pairaria no alto. E fez ambas as coisas. Quando Schwimmer finalmente foi liberado do hospital e vol tou a0 mundo — mais prosaico — do gindsio, atletismo e acne juvenil, ele tinha sobre seus contempordneos uma significativa “vantagem: sabia com preciséo o que queria fazer de sua vida. Fosse qual fosse seu futuro, teria de ser no ar. ‘Ao longo do gindsio, ele dedicou-se & aviagéo com fanatismo adolescente. Mass tasias de torre de marfim. Era um homem atirado. Queria saber porque. Queria explicagées claras, insistindo em obter respostas técnicas a0 conceito cientifice de porque uma tonelada de metal podia nfo s6 resistir & gravidade, mas também permanecer transportada pelo ar, movendo-se com mais liberdade e rapidez que qualquer forma de transporte até ‘entiio descoberta. a Digitalizado com CamScanner a fer optado pela empresa menos atraente de ser oan ecetihere aerondvtien, mas, na ocasifo em que conclu alto ou eneria Schwimmer precisava de dinheiro em caixa 2 ein © pergntador de 18 anos tornow-se um mecdnico, sujo Ge graxa. Seu pai possuia uma pequena fabrica de engarrafamen. de geetigas suaves, os tempos eram dificeis e néo havia dinke. fo para desperdicar. Nem 0 compromisso assumido 0 incomodou Crcessivamente. A tnica exigéncia era estar perto de avid ‘Seu primeiro emprego foi em San Diego, na Califérnia, onde trabalhou na Consolidated Vultee Co., que estava preparando arises de treinamento BT13 para a Fora Aérea do Exército Americano. Mesmo neste estigio ele demonstrou um surpreendente tino para o no convencional. Tinka uma concepedo pritica a respeito a fabricagéo de avides que deixava atdnitos os engenheiros mais velhos da fabrica, de forma que rapidamente recebeu a licenca de mecanico de aviacio — um promissor mecanico. A ambico da maioria destes mecAnicos é evoluir para o cam- po da engenharia aerondutica, mais excitante e melhor pago, € muito pouco antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial Schwimmer passou a trabalhar para as Trans World Airlines. Fez voos com carga e com passageiros no precur- sor, de quatro motores, dos bombardeios Liberator. Quando os Estados Unidos entraram oficialmente na guerra, a TWA foi ope- Foe Abe etre comnts Teter Ake e e, ainda que tecnica fosse um civil, Schwimmer recebeu patente e condigées de oficial. pare ee ee a TWA comecou a efetuar vos regulares Feo ineenas ini £0 Jovem engenheiro de v6o, que até entdo tinha mente descobriu a5 giir entre Herzl e Shalom Aleichem, subita- {adores histirioe "4 segundo mundo. Ouvira estranhas e atormen- judaico. Ligeia de Tel-Aviv. Falava-se de um Estado Ge aruce oendg gates havia de retugindos engaiolados atras inguémn, os queria, fey 3408 Poraue ninguém, absolutamente Have trate Haw frabes ameagando uma guerra santa. ‘alvago nacional, Hae, 6,08 de um povo ndufrago pedindo a Gt tne com un a geeal Al Schwimmer procurava alee Hava esse algo, Tel-Aviv, a Europes pflanistas exetntricos deslocando-se entre cederam a deceee {Nova York naqueles dias cruciais que ante- Compras estava ce Partha. Uma organizacio clandestina de Um excrtirig secrets n°, desesPeradamente mobilizar armas ¢ da Rua 60, em Mankwe’ 0° Hotel Fourteen, no nimero 1 attan, Shlomo Rabinoviteh, um ex-majot britinico, que dentro em pouco seria conhecido como 0 coronel (da reserva) Shlomo Shamir, era o encarregado do escritério na primavera de 1947, quando um lacénico engenheiro de véo ameri- ano, com um caracteristico acento da Nova Inglaterra, parecen- do aparecer no se sabe de onde, ofereceu seus servicos. Schwimmer admitiu ndo ter base ideolégica mas sentir necessi- dade de ajudar, ‘‘de alguma maneira”. Rabinovitch era caute- loso, ¢ a idéia de avides numa ocasido em que era dificil con- seguir até mesmo rifles Ihe pareceu exagerada ou até mesmo fovo Estado de Israel estava firmemente emoldurado na topoe™ fia do Oriente Médio, Schwimmer se tornou 0 foco local de it ce sa ressentimento. As condigdes e os tipos de pagamentos des “‘yoluntérios” muitas vezes eram muit otere ccidos aos sabras, nascidos em Israel, ¢ As vezes nem mest coat. '§ materia das posigées-chave, pelo menos na drea da aviar 2 io militar, estavam em mos de estrangeires. Schwimmer, tot0t, gio milter Gompromisso com a politica, criatura profundamente mente som cmospectiva, decidiu retornar aos Estados Unidos senstve ¢elto do apelo pessoal de Ben-Gurion no sentido de ave tae tanecesse no pais ¢ ali tomasse seu lugar de direite come, ot Rermraundadores da forca aérea. Schwimmer se empenhara numa eruzada, mas a guerra acabara. Depois da guerra, Schwimmer ¢ seu pessoal retornaram 208 Estadee Unidos para enfrentarem a realidade. Novas acusagdes Pearce tinham sido feitas contra eles por violacao do embargo fecrmas e um deles, um voluntario ndo-judeu chamado Charles Winters, ja estava preso. Arazi e seus outros amigos instaram com Schwimmer para que permanecesse em Israel mas 0 ex- Chgenheiro de voo decidiu que no queria sobre sua cabeca uma espada de Damocles federal. “Assim, Schwimmer rendeu-se aos agentes federais imediata- mente apés sua chegada. Levou cinco meses para ser preparado Seu julgamento e outros quatro para serem concluidas as acusa- ‘¢6es contra ele e cinco de seus colaboradores. A 1.° de fevereiro de 1950, foram considerados culpados e cada um multado em 40.000 dolares. Imediatamente, uma agéneia judaica, reconhe- io 0 que eles haviam feito, pagou as i salu do tribunal lvze. ba makes: 2 Swinney lle retornou a Burbank e, com a aj outros sat a ¢ Eis nt eee a or fer stati tr la pit nae Ae Serene ata erm Teterentital Aieeers 4 bagatela de 185.000 délares. A nova organisaglo, todavia, con. servava ainda uma forte ligagéo co ie, todavia, con- Bina das na uma forte ligagto com 0 novo Estado judaico. adquirir e Tecondicionar excedentes de guerta de avincée pera Israel. Aquela altura, o boicote norte americane de aries pare 0 Oriente Médio fora’ abolido. fe-americano de armas para episédio fis 3 . dois doo we ae es crema se deu em janeiro de 1951, quando sainie | advogados de Schwimmer — o Primei tro David Ben-Gurion e Shimo: Seat n Peres, agora Ministro israe- 1 lense dos Transportes — estiveram em Burbank no decorrer de toe a epee eid tte eto Unie pra agai unos, Necest de todos os tipos com voracidade, Israel Digitalizado com CamScanner ce problemas gigantescos, imensos eram os desafios — eas pos. {iveis recompensas também o eram. ; Erecando, em scu livro A Funda de Davi, 0 encontro de Bur. bank, cscreveu Peres: “Schwimmer, a quem eu conhecera duran. tea cucrra em Israel, impressionoume por sua visio de perito tecnico. Chegava a set fanitico quanto & necessidade de Israel ce dotar de sua pripria industria aerondutica, com fébricas quase {que em escala norte-americana € com 0 sistema americano de organizagio ¢ administragio”. ‘Peres escreveu que a visio de um enorme complexo aeronau- tico, repleto de hangares, oficinas e avangado maquinétio, 0 excitava, “A um canto do campo se situavam construgées modes- tas, tempordrias, que abrigavam 0 equipamento de manutencdo dos avides de guerra que estavam sendo recondicionados pi Isracl. Indiscutivelmente 0 campo de aviagio era norte-amé cano, mas aguele cantinho pertencia a um grupo de pilotos judeus, com Schwimmer & testa, que haviam lutado pelo Estado de Israel ¢ que identificam seu destino com o novo pais. Xosso sonho, 20 mesmo tempo, era ambicioso e modesto. A ambicio dizia respeito 4 criagio de uma base de manutencdo em Israel € nio nos Estados Unidos; 0 modesto era um reflexo de nossas esperangas de que o mindsculo canto do campo de Barbank seria a pedra angular da indistria aerondutica nativa ée Israel”, 2 | | UM DIFICIL NASCIMENTO Digitalizado com CamScanner |A decisto original, de 1951, na verdade foi uma deliberacdo 1 eG cnorivel Primeiro-Ministro David Ben-Gurion, tinha ‘igses de longo alcance sobre as exigéncias de seu pais nos anos porvindouros. Conhecera pessoalmente Schwimmer ¢ ficara, im: pressionado com sua dedicagio, capacidade e honestidade. Ben- Gurion possula também um instinto quase infalivel sobre as pessoas e sua sensibilidade lhe dizia que Al Schwimmer perten- cia a Israel. Entretanto, Shimon Peres era (e é) uma criatura extraordi- nariamente cerebral. Foi ele, provavelmente, o primeiro tecnocrata de Israel no sentido de ter sido um precursor entre os advogados no estimulo as capacidades e talentos que seriam vitais para 0 Estado judaico nfo apenas sobreviver, mas progredir. Desde 0 inicio mesmo ele desenvolveu um célido relacionamento com Schwimmer. E este mostrou ser um modesto individuo que levou fa cabo sua missdo, Era um sionista que tinha dado o melhor de si mesmo no decorrer dos iiltimos quatro ancs revelando audaciosas qualidades de lideranca, na forca aérea, ao desempenhar servi. 0s de oficial e provara seu valor técnico. Peres sabia que Israel precisava de tais caracteristicas e estava disposto a percorrer ‘© caminho que traria de volta a Israel o antigo engenheiro de voo da TWA. proprio Schwimmer tinha suas dividas, mas ficou desassos- segado e sensivel ante a serena e bem concatenada persuasio de Peres, por um lado, e 0 emotivo e carismético Primeiro-Minis- tro, de outro, Nao levou muito tempo antes que Schwimmer con- cordasse em liquidar a Intercontinental Airways e constituisse a Bedek Aviation Ltd. Israel chamava de novo. Precisava dele. Era quanto bastava. _ Finalmente, forjou-se o plano original, aprovado em prinel- pio no inicio de 1952, plano que previa a criacéo de uma corpora- Ho israelense com eseritérios em Nova York e Tel-Aviv, os quais 2 Digitalizado com CamScanner se incumbiriam da execugdo do primeiro estagio de uma oficina de manuteng&o de aeronaves. A Boden mate nos Estados Unidos 0 equipamento necessirio eo embanrn® Feunindo uma equipe de capacitados operirics, fiscalismest™™ projeto e a construgao das oficinas. Naqueles primeirey rn? ° era dificil vislumbrar o que o futuro traria, mas parecia re" eutivel que, uma ver provado ser vidvel 0 empreendimeste Seria de uma maneira ou de outra absorvido no quadro de Mit tério dos Transportes. Esperavarse, embora isto ndo fosse eens, que Schwimmer permaneceria no leme da nova organizagio quay. do ela chegasse ao segundo estgio — manutencdo em funcoss, mento mesmo, presumivelmente nas vizinhangas do. aeroperio de Lod. A incumbéncia atribuida a Schwimmer era clara comegar a organizar. O futuro cuidaria de si mesmo. ‘Na Bedek Aviation trés parceiros dividiam o capital e as res- ponsabilidades. Naturalmente, havia Schwimmer, mas logo foram recrutades Hayman Shamir e Daniel Agronsky como membros. fundadores da novel firma. E quem eram eles? “Danny” Agronsky era 0 alto e erudito filho de Gershon Agronsky, fundador e editor do Palestine Post. A exemplo de Schwimmer, estivera engajado nas atividades clandestinas durante 0 crepuscular periodo entre o final da Segunda Guerra Mundial © @ Guerra da Independéncia. Ele comecou atividades ilegais de aguisicdo enquanto ostensivamente viajava para Nova York para adquirir para seu pai equipamento grafico. Revelando capacidade e imaginacdo, Agronsky derivou para Roma onde conduaiu suas atividades. Hayman Shamir, nascido Shechtman, sob as aparéncias de lum mero mortal, dissimulava um dinamo de pequena estatura € cabelos eneardcclados. Tinha olhos que piscavam, traquinas, lum aperto de mo de ago, havendo sido navegador, da, Fores Aérea Americana durante a' Segunda Guerra Mundial. Trabalhan- tod Taeeo™ Schuvimmer como com Agronsky na clandestinidade, Drimearés, desde comprar cavaletes para bombas até voar nes Rimeiros C-#ls para Israel, incluindo bombardeio do Caio nos minada @ ois due as carreiras haviam decolado de Zatec, Ter de eg, EuerTA era representante do comando da Forga Aére# Se aiteel sob as ordens de Aharon Remez_e, como Schwimmer, ‘ay tteassossegado e procurando um novo desafio. aoa 32 Schwimmer e Shamir 0 plano era permancocr nos Est stay ales stuando a partir dos escritorios da Bedek Aviation, instalada na Seuce, Gover? ‘sraclense incumbida de comprex Prima a Sétima Avenida, enquanto Agronsky organizave 0 wsalos de atividades em Tel-Aviv. Em 1952, Shamir retornou aos Estados Unidos. Dupla era sua missio: dar assistén- Tia a eriagio de um escritério de compras em Nova York e con- Seguir 0 dinheiro necessdrio para desencadear a operacdo. Ele Siu de Isracl com uma carta de Ben-Gurion contendo um apelo Sin prol de 1,8 milhio de délares — a soma que se estabelecera Ser necessaria para o inicio das operagées. “Meu primeiro encontro foi com um importante financista de Nova York. Mostrei-the a carta e ele ma devolveu com 0 seguinte Comentario: ‘Por que Ben-Gurion no deu a vocé o 1,8 milhéo em lugar da carta?’ | “A seguir, era a vez do Export-Import Bank. A El Al j& havia ‘conseguido uma linha de crédito com eles e, apés algumas escara- mueas preliminares, parecia que o dinheiro ia sair. Subitamente, vime emboscado por dois funciondrios israelenses. Disseram que EL Ale a Bedek estavam prestes a se fundir e que um grande empréstimo prejudicaria a operacdo. Sugeriram-me que, em lugar de dinheiro, eu aceitasse promissorias da Agéncia Judaica, com garantias do Tesouro. “Assim, voei para Chicago e Los Angeles com minhas novas promissérias e arranquei de alguns ricos homens de negécios judeus um acordo no sentido de que eles nos adiantariam dinheiro fem troca das promissdrias. Ento, um funciondrio da Agéncia Judaica chamou-me e repreendew-me por sabotar suas atividades nos Estados Unidos. Parecia que todos os meus contactos de negécios eram membros ativos da United Jewish Appeal e da Israel Bonds. Em outras palavras, eu estava esmurrando 0 estémago da Agéncia Judaica. “Em seguida, dirigi-me aos corretores de valores, imaginando poder levantar dinheiro vendendo ages. Todavia, 0 elevado juro € a comissdo que pleiteavam, chegariam a uns 20% do investi- mento que eventualmente 36 fizesse. Nio podiamos agtentar ag “Finalmente, fui A AMPAL, subsididria financeira da Hista- druth funcionando nos Estados Unidos. A AMPAL arranjoume 0 1,8 milhdo, com juros de 9% e com o aval do Ministério dos Transportes.” Simultaneamente, enquanto Schwimmer assinava os contratos, ‘outras 500,000 libras israelenses eram separadas pelo Ministério dos Transportes para a aquisico de terrenos ¢ a construgio de oficinas algures no aeroporto de Lod. Enquanto Schwimmer e Shamir comegavam a percorrer os depésitos de sucata da Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos, Agronsky achou um pequeno escritério de meio andar na Rechov Achuzat Baylt, n.* 3, em Tel-Aviv, uma rua néio muito Digitalizado com CamScanner r tual localizagio da torre Shalom. Os telefones esta. pone aan possibilidades, de forma que ele tratou de partithar ar jd existente. Arranjou também uma secretdria morena, que fatava menos interessada na Bedek Aviation que na ocasional portunidade de usar o automével de Agronsky — ela acaba: de tirar sua carteira de motorista, Seu nome era Sara Mansfiel ‘Em outubro de 1952, Zvulun Yaary, ex-major da reserva da Forga Aérea de Isracl, apaixonado sionista, que imigrara de Pinsk'") a 10 de novembro de 1936, e que daquele dia em diante x6 falara hebraico em casa, membro do Haganah, encarcerado ‘em Latrun em 1986 pelos britinicos porque sua maneira de falar € seus olhos azuis lembravam a eles um “Lechi” (mem. bro do pessoal da Stern‘) que estavam procurando, recebeu um telefonema de Agronsky, que Ihe disse que Shamir enviara uma carta de recomendagéo falando dele, dos Estados Unidos, Ambos haviam se conhecido bem na Forca Aérea, A filial de Tel-Aviv da Bedek Aviation estava procurando um assistente de feréncia, pavpara-toda-obra em matéria de administragdo e que fovse também contador. Yaary era um experiente auditor. Os ois combinaram encontrar-se no apartamento de Yaary no sabado. Scrvendo ché, Agronsky informou 0 candidato Yaary que Schwimmer recebera do governo um mandado para construir uma icing de reparo de avides. No foi muito claro sobre a exata ‘aturess das funcdes que Yaary desempenharia na nova empresa « termiversou sobre a questio do salério, mas entusiasmo de Asromky era contagiante, ¢ Yaary, sem divisar nada naquele wie, Pefcebea gue pouco tinha a perder. Além disso, ele SSE Stes mts vere durante a guerra ¢ fieara A servico de quem colocaremos os avides?”, perguntou ‘comeparemos co Principiaremos a trabalher’ pars se emos com a El Al e depois So, 8 par eth de vir logo * linhas aéreas arabes. Com feary concordou em FR nas. Preciseva daquele panttbalhar dentro de trés sema- entho, @ Keret. Enquanto Ag visar seu empregador de todavia, ele constr Srontky ‘se preparava PeNEidO volton & questio' ee salt, Gy Gaede te Bion sno steulo 13, tye cuts unas ey pth dicas se 30) atlas sovitticas, fundada cutie ccna pave ae (CRS) ‘ow ano ue atecederum 8 crc Sui Sots, jan ey Nao de teed. Nae Be 5 is Baie) he “Vamos Ihe dar uns adiantamentos. Nao se preocupe”, ‘Agronsky a0 fechar a porta. aes Neste meio tempo, Schwimmer ¢ Shamir viajavam através de continentes. Certa vez, um lacénico individuo, oriundo da Nova Inglaterra, entrou em contacto com o americano encarregado da manutengiio da El Al, Seymour (Sy) Samach, em outubro de 1952 ¢ perguniow-the se gostaria de dar um passeio, Samach j tinha ouvido falar qualquer coisa a respeito de Bedek ¢ das oficinas de manutencio, mas Israel estava peneirando os boatos e 0 flexi- vel e efervescente ex-brooklynita tinha suficientes problemas para si, ao culdar de manter em vdo 0s C-4és e os Constellations da ELAl para dar muita atencdo a bisbilhotices. Por outro lado, ele gostava de Schwimmer. Haviam se encontrado pela primeira vez na guerra de 1948. Os dois dirigiram-se a uma &rea adjacente ao aeroporto de Lod. A paisagem era desolada, cheia de ervas daninhas e cardos. ‘A Gnica estrutura em evidéncia era uma barraca Quonset cons- truida pelos britanicos, com sua pintura branca descascando ao vento, " afirmou sto”, afirmou Schwimmer. isto 0 que?” perguntou Samach. ‘Voce esté parado no lugar em que ficar& nosso primeiro hangar”, disse Schwimmer. Apontando para uma elevacio, con- tinuou: “Mais tarde, poderemos comecar a produzir avises 14. ‘Nao tenho muita certeza quanto @ localizacdo. Vai depender se haveré ou no paz com os arabes. Poderemos estar préximos demais dos canhdes jordanianos e neste caso construiremos a fébrica em Haifa ou numa fébrica subterranea perto de Bersheba. “Al”, perguntou o incrédulo Samach, “‘vocé esté se sentindo bem?” Perplexo, com um rictus em seu rosto, Schwimmer voltou-se 45 graus. “Estava justamente imaginando onde poremos a oficina de revisio de motores”, disse. Samach arrancou um espinho de seu calgado. E pensou: “Um de nés est louco — talvez ambos”. Recuou, sozinho, para o escritério da El Al, pensativo, e pensando em plasma e sangue 0 caminho todo. Samach, que tisha naguela ocasiée vnte ¢ nove ane, ¢r4 om fanético por aviagéo, “quase desde o com est . mou-se na Academia de Aerondutica de Nova York, licenciando-se como mecainico de avides e foi trabalhar na Forga Aérea do Exér- cito, em Wilmington, estado de Delaware, na base aérea loc: como empregado civil. A Segunda Guerra Mundial pés fim & sua condigiio de civil e, pouco depois, Samach foi transferido para o Comando de Transporte Aéreo, onde foi considerado engenhei at Digitalizado com CamScanner de véo ¢ examinado tecnicamente num dos Constellations que, posteriormente, seriam vendidos & El Al. 7 Depois da’ guerra, Samach trabalhou na Seaboard e nas Western Airlines — uma nova empresa de carga que lutava com dificuldades — ¢ foi designado representante europeu dela, em Munique. A esta altura, ele era francamente um judeu. “Naque- les dias, a aviagio era um assunto ‘goyishe’, isto & para niio-ju- deus. Eu atingira um ponto em que quase mudara meu nome.” No inverno de 1948, a Seaboard recebeu um carregamento de plasma sangiiineo destinado a Haifa. Por curiosidade, Samach participou do véo. “‘Imediatamente fiquei ‘encadeado’. Tudo que eu via tinha sentido. Sabia que era apenas uma questo de tempo antes que eu voltasse para sempre. ‘Naquela ocasiso, em Munique, a Agéncia Judaica era dirigida pelo Dr. Haim Yehiel e, cedendo a um impulso, Samach deslocou- se ao escritério e ofereceu-se como voluntério. Yehiel contou-lhe que “nds transportamos pessoas, no carga”. Na conversa que se seguit, todavia, patenteou-se que os campos da Europa estavam transbordando de refugiados esperando a vez de serem embarca- dos por mar para Israel. O jovem executivo da Seaboard suger tum Ginico vo de transporte daquelas pessoas, experimentalmente. Ele recebeu 0 que poderia ter sido a primeira carga humana — € realizou 0 vbo. Ardendo de sionismo, Samach queria ampliar a ‘operacio, mas a Seaboard se esquivou. “Sy, nés somos uma empre- sa de carga”, censurou o gerente. Samach deixou a Seaboard ¢ ‘ajudou a organizar a Great Circle Airlines. Transportaram 80.000 imigrantes ©, durante certo tempo, foram o nico elo regular entre a Alemanha e Israel. ‘Em 1949, Samoch tornou-se um dos primeiros empregados da El Al — que ainda era mais um projeto no papel do que uma linha sérea existente mesmo. Foilhe entregue a responsabilidade pelo controle de produce. No outono de 1952, um novo desatio te Ihe deparou: Schwimmer 0 requlsitou ‘A mais importante missio, entlio, era construir as instala bisicas do seroporto de Lod,’ de forma que pudessem manatees os trabalhos preliminares de consertos. Nao estavam multo nite Gs limites dat propriedades estatais. Um funcionirio do aes os dos Transportes apontou para um mapa ¢ disse: “Agu! erg Seroporto, Aga estho as oficinas da El Al. Male ou ment, © Estamos nds-"Agora levern 0 que precisam e comecem 903,09 Uma estrada”, Sequer havia uma cerca para indicar’ gy gift” ‘Micha Yarmitsky, que fora o principal araitta com, 2 Forca Aérea contara, fol contratado para desenhar 0 comple, sexton Yudassin, selecionado como contratador-geral, rena, "m principiar 2 W-oown 9729 nwHNA 307 223 DN T1 BEDEK AVIATION “ooo No eomego havia uma placa, Um marco historico — a visita de David Ben-Gurion e Shimon Peres &s instalacdes de" Al Sehwimmer em Burbank, na California, Digitalizado com CamScanner Sob. Digitalizado com CamScanner em cima: O Presidente Yitzak Ben-Zvi visita a Bedek, acompanhado de Shimon Peres, Uri Michaell e Hayman Shamir. eerSfsixos A Bedek comeca os trabalhos de manutengdo de pequenos avibes Em srearmans, Harvards Spitfires Em cima: A primoira montagem visual didética da Bedek. Em baixo: Spitfires, que serlam vendidos Birmania, passando pela revisbo. Digitalizado com CamScanner Digitalizado com CamScanner tuma lista de prioridades. Em primeiro lugar, tinha de ser pavi- wmeada uma estrada que conduzisse aquela érea, de modo a Premtir que caminnoes pesados pudessem entrar com material Ber construgso, Depois, efa preciso construir as instalagdes para teattas oficinas — motores, instrumentos, hélices, parte elétrica, Thdio © careagas metélicas, E, claro, era preciso um restaurante, Com certa hesitacdo, sugeria que as instalagées do refeitério fos- Sem capazes de abrigar Umas 500 pessoas, o que porém foi vetado pelo governo que considerou os planos culindrios muito exagera- fos e prédiges. A barraca do Quonset foi designada como o sitio da futura geréncia. Como a edificagio era alta, planejou-se cons- fru um segundo andar de madeira para escritérios adicionais. ‘Um dos mais provocantes fatos naquela ccasigo relacionava-se com a compra de uma oficina inteira de manutengio de avises sua remoclo de Miami para Lod. Em 1953, quando o empreendi- fnento ainda era uma jungdo de esforgos entre a El Ale a Bedek, Schwimmer descobriu que estava a venda uma oficina que con- vinha — a Aircraft Services, Inc. Foi feito entdo um empréstimo 4 250.000 délares para a aquisicéo de méquinas de manutencdo e ferramental. De uma s6 cajadada, Schwimmer adquiriu todo empreendimento pelo mesmo custo. A Bedek dera outro passo de fizapte em direcdo da maturidade técnica, faguele ano, as mercadorias j& estavam c dos Grade Undor e-em malo, juno © ule, foraranrse. ua avalanche de ferramentas engradadas, aparelhos e instrumentos. Chegara a hora de contralar 0 nicleo de pessoal que se ineum. iria da operagdo Lod. A primeira contratacio foi Fred Mendes, uum holandés de olhar ascético, e que foi designado chefe de opera: Bes em Lod. Fora tenente-coronel da Forca Aérea, encarregado de abastecimento e provisdes. Disseram a Mendes que recrutas tum quadro de competentes iéenicos e administradores para as instalagses de Lod. Neste meio tempo, a Bedek Aviation, ainda operando fora de Tel-Aviv, com Agronsky © a supervisao de Yaary, superintendeu a const m Nova York, superintendeu a cnstragéo e manteve contact com Nova York, gue gula altura acrescentara Unt Melrovten a0 seu rol de Em cima: 0 “Comman i Oe ‘Yaacov Yanai estava empregado na administragio; Aluf do", completamente revi eee Eidelman fof canalizado pare’ co Tecurscs bumanoes te hoiese cane some allo e carrancudo, aparentanco segwrana, fof “emprestade? dee 3 Oe inmes Indastrias Militares e convertido no primeiro vigia; Victor Sperberg foi atrafdo da El Al; Sasha Zohar comesou a fiscalizar 0s suprimentos e, logico, Sy Samach passou por cima da cerca da El Al —o segundo homem a ser oficialmente destacado, depois de Mendes, para as oficinas de Lod. fecebe. certficada de. ‘Sho de aparelhos FARA. dos Estados Uni dos, Goma’ de DCA. de forae a Digitalizado com CamScanner Quem eram as pessoas que, em agosto de 1953, quando o compleno de Lad fot eficialmente inaugurado, formavam a falange des 70 empregados fundadores da companhia? A maioria das pessoas que ocupavam cargos de responsabilidade haviam vindo Biretamente da Forca Aérea onde haviam efetuado o aprendizado {nicial das habilidades que a nova empresa requeria. Tipicos den- tre eles eram homens como Hanoch Shachar e Elimelech Manor. Grande parte deles haviam sido oficiais, anteriormente. Poucos chegaram a0 complexo de Lod porque estivessem buscando um nove desafio ou porque tivessem sido arrebatados pelo contagian- te entusiasmo de Agronsky. E um pequeno nimero transitou da EL Al para Lod por sentirem que teriam melhores oportunidades “do outro lado da estrada”. Outros procuravam, simplesmente, um emprego, durante agucles cadticos dias, em que a economia de Israel nio era muito estivel. Enquanto a contratagio ¢ a edificago progrediam, um acon- tecimento muito mais sério estava ocorrendo — um empreendi- mento que determinaria a natureza futura da totalidade da em- presa, © que guise fez abortar a Bedek antes que ela nascesse. Ministerio dos Transportes estava comecando a ter novos pensa- "A premissa original estipulava que a oficina de Lod estaria a seevigo dos avives da El Al; na verdade, fora esta a verdadeira Fazio Ge ser para que 0 projeto fosse levado a efeito. Mas a EL Al tisha outras idtias. ‘Desde 1942, a empresa aérea israclense estivera estruturando infatigavelmente sua propria manutenco. Ainda que Aryeh Pincus, © primero diretor-administrative da El Al, fosse inicialmente Scessivel a0 estabelecimento de uma oficina independente de repa- fos, os fencionérios da empresa aérea foram implaciveis. A ZscensGo da Bedek era encarada como uma ameaga 4 sua exis- tencia profissional, e comecaram a exercer pressio. Porteriormente, para complicar a questio, 14 por volta de est era quase crdente que consderivel pare do trabalho de manutenclo proposto para a seria executado para a Forca ‘eres, Mesmo os que, dentro da El Al, haviam sido 0s primeiros Sdvogades da Bedek, comecaram a ter novos pensamentes. Com tm impenetrivel esquema de manuten¢o a preservar, como poderia = Bedek atender is exigtncias de servico de uma ativa Reha aérea, sujeita 2 horérios de voo e empenhada numa ampla operagio de transporte aéreo de imigrantes, se uma apreciive] parte de suas energiat seriam canalizadas para o esforco military "A pressio sobre Pincus era quase irresistivel © 0 principay executive da El Al finalmente se pronunciou abertamente contey 2 ‘1 nova companhia — uma firma ainda sob a jurisdigo do mesmo Ministério dos Transportes que controlava a empresa aérea. Uma batatha implachvel ¢ fspera estava quase para comecar e ela poderia transbordar para as antecimaras do Knesset. 0 préprio ‘ministério que viera em socorro da proposta — da idéia & sua realizagio — voltou-se contra a companhia de aviago e o minis- tro dos ‘Transportes, Joseph Sapir, confidenciow que a idéia toda talver tivesse de ser jogada fora. Seria melhor, argumentou ele, perder agora um milhio de délares que entrar numa rotina finan- ceira que poderia ser desastrosa para a economia, e a Bedek, argumentava ele, j6 era — claramente — uma empresa redun- dante e que dividiria esforces. Jornais locais entraram na briga € um deles desancou 0 governo por transigir com “a fantasi da Bedek”. Parecia quase certo que a Bedek abortaria. Estas altercagées politicas estavam ocorrendo quando Schwimmer ainda estava nos Estados Unidos, incapaz de defender seu pintainho. Foram feitos esforgos no sentido de chegar a algum acordo com 2 El Al, ‘mas 05 animos estavam entio exaltades e a simples menco do nome “‘Bedek” era sinal de briga. Com enorme rapidez, foram organizados comités, como 0 chefiado por Aharon Remez. Uma das solugdes propostas fol que a futura diretoria da Bedek in- cluisse nove representantes do governo — cinco do Ministério da Defesa, quatro dos Transportes. Os iltimos protestaram: por que ficarem em minoria? No centro da tempestade, entretanto, havia dois lideres impla- cdveis — Ben-Gurion e Peres. Pelo simples peso de sua influén- cia e de sua retérica eles tentaram preservar a viabilidade da nova companhia. Peres, ainda que muito jovem, j4 era entio um habil politico. Fazia intrigas. Lutava incessantemente. E ficou claro que a oficina de Lod seria, na verdade, um fato da futura vida industrial israelense. O fruto no murcharia no préprio galho. De qualquer forma, ia ficando evidente que a Bedek nfo mais poderia funcionar’ dentro da infraestrutura do Ministério dos Transportes. O complexo defensive de Israel, todavia, espe- rava — e de bracos vazios. A Forga Aérea necessitava de um espaldo de manutenclo para seus antigos avides de combate € de transporte, O que seria uma base para abundante trabalho. Outras empresas aéreas precisavam de uma linha de manuten- io e havia a Arkia, responsivel pelas linhas aéreas internas. Talver ainda se pudesse achar uma solugio. Quando finalmente se decidiu permitir que a empresa aérea, a El Al, mantivesse sua propria independéncia, ela se tornou menos intratével, A El Al anuiu em ter seus aparelhos sob os a Digitalizado com CamScanner

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