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F ÍSI C A

Caso necessário, use os seguintes dados:


π = 3,14. Aceleração da gravidade = 9,8m/s 2 .
Velocidade do som no ar = 340m/s . 1 atm =
= 1,0 x 10 5 N/m 2 . 1 cal = 4,2 J.

1 c
Sobre um plano liso e horizontal repousa um siste ma
constituído de duas partículas, I e II, de massas M e m,
respectivam ente. A partícula II é conectada a uma arti-
culação O sobre o plano por m eio de uma haste que
inicialm ente é disposta na posição indicada na figura.
Considere a haste rígida de comprim ento L, inex-
tensível e de massa desprezível. A seguir, a partícula I
desloca-se na direção de II com velocidade uniform e

V B , que forma um ângulo θ com a haste. D esprezando
qualquer tipo de resistência ou atrito, pode-se afirmar
que, im ediatam ente após a colisão (elástica) das partí-
culas.

a) a partícula
→ II se movim enta na direção definida pelo
vetor V B .
b) o componente y do mom ento linear do siste ma é
conservado.
c) o componente x do mom ento linear do siste ma é
conservado.
d) a energia cinética do siste ma é diferente do seu
valor inicial.
e) n.d.a.
Resolução
No ato da colisão, o siste ma formado pelas esferas I e
II te m como força externa a força aplicada pela haste
(rígida e de massa desprezível), que te m a direção y.
Isso significa que na direção x, no ato da colisão, o sis-
te ma é isolado e por isso haverá conservação do
mom ento linear (quantidade de movim ento) do siste-
ma formado pelas esferas I e II.

2 c
O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
A partir do repouso, uma
pedra é deixada cair da borda
no alto de um edifício. A figu-
ra mostra a disposição das
janelas, com as pertinentes
alturas h e distâncias L que
se repete m igualm ente para
as de mais janelas, até o tér-
reo. Se a pedra percorre a
altura h da prim eira janela
e m t segundos, quanto te m-
po levará para percorrer, e m
segundos, a m esma altura h
da quarta janela? (D espreze a resistência do ar).
a) [(!"""
L + h – !" L ) / (!""""2L + 2h – !" + h )] t.
"""
2L

b) [(!""""
2L + 2h – !" 2L + h ) / (!"""
""" L + h – !" L )] t.

c) [(!"""" 3 (L + h) + L ) / (!"""
4 (L + h) – !"""""" L + h – !"L )] t.

d) [(!""
4 (L ""
+ h) – !"" + h) + L )/(!""
3 (L """" 2L ""
+ 2h –!"
" + h )] t.
2L""

e) [(!"""" 2 (L + h) + L ) / (!"""
3 (L + h) – !"""""" L + h – !"L )] t.
Resolução
Dado: t 2 – t 1 = t
Pede-se: t 8 – t 7
γ
1) ∆s = V 0 t + ––– t 2
2

g 2
L = ––– t 1
2

g 2
L + h = ––– t 2
2

=
2L
t1 –––
g

=
2(L + h)
t1 –––––––––
g

2(L + h) 2L
t = t2 – t1 = ––––––––– – –––
g g

!##
2(!########
L + h – !##
L)
t = ––––––––––––––––– (1)
!##
g

γ
2) ∆s = V 0 t + ––– t 2
2

g
AI: 4(L + h) = ––– t 8 2
2

g
A H: 4L + 3h = ––– t 7 2
2

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
8(L + h) 8L + 6h
t8 = ––––––––– t7 = –––––––––
g g

8(L + h) 8L + 6h
t8 – t7 = ––––––––– – ––––––––– =
g g

–––––––––––
!
3
!###########
8(L + h) –
8(L + –– h)
4
= ––––––––––––––––––––––––––
!##
g
––––––––
!
3
2!##
2(!#########
(L + h) – L + –– h)
4
t 8 – t 7 = –––––––––––––––––––––––––– (2)
!##
g
(2)
Fazendo-se –––– , ve m:
(1)

t8 – t7 2!##
2 3 h)
L + ––– !##
g
––––––– = ––––– (!#########
L + h – . ––––––––––––––––
t !##
g 4 !##
2(!########
L + h – !##
L)

––––––––
t8 – t7 2 + h(
!#########
L –
3
L + –– h
4
––––––– = –––––––––––––––––––––––
! )
t !########
L + h – !##L

!###########
4(L + h) – !#############
4L + 3h
t 8 – t 7 = ––––––––––––––––––––––– t
!########
L + h – !##
L

Como: 4L + 3h = 3(L + h) + L,

ve m: t 8 – t 7 = [ !###########
4(L + h) – !################
3(L + h) + L
–––––––––––––––––––––––
!########
L + h – !##L
] t

3 d
Variações no campo gravitacional na superfície da Terra
pode m advir de irregularidades na distribuição de sua
massa. Considere a Terra como uma esfera de raio R e
de densidade ρ, uniform e, com uma cavidade esférica
de raio a, inteiram entente contida no seu interior. A
distância entre os centros O, da Terra, e C, da cavida-
de, é d, que pode variar de 0 (zero) até R – a, causan-
do, assim, uma variação do campo gravitacional e m
um ponto P, sobre a superfície da Terra, alinhado com
O e C . (Veja a figura). Seja G 1 a intensidade do campo
gravitacional e m P se m a existência da cavidade na
Terra, e G 2, a intensidade do campo no m esmo ponto,
considerando a existência da cavidade. Então, o valor
máximo da variação relativa: (G 1 – G 2)/G 1, que se
obté m ao deslocar a posição da cavidade, é
a) a 3/[(R – a)2 R]. b) (a/R)3 . c) (a/R)2 .
d) a/R. e) nulo.

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Resolução
1) O valor de G 1 é dado por:

G M G 4
G 1 = ––––– = ––– . ρ . –– π R 3
R2 R2 3

4
G 1 = –– π G ρ . R (1)
3

2) O valor G 1’ do campo criado apenas por uma esferi-


nha maciça de raio a e cujo centro está situado a
uma distância de P igual a (R – d) é dado por:

Gm G 4
G’1 = –––––––2 = –––––––2 . ρ . –– π a 3
(R – d) (R – d) 3

4 a3
G’1 = –– π G ρ . ––––––– (2)
3 (R – d) 2

3) O campo criado pela esfera maior com a cavidade,


G 2 , é dado por:

G 2 = G 1 – G’1

4 4 a3
G 2 = –– π G ρ R – –– π G ρ –––––––2
3 3 (R – d)

4 a3
G 2 = –– π G ρ [R – –––––––] (3)
3 (R – d)2
G1 – G2
Seja y = ––––––––
G1

D e (1) e (3), ve m:

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4 4 a3
–– π G ρ R – –– π G ρ [R – –––––––]
3 3 (R – d)2
y = –––––––––––––––––––––––––––––––––
4
–– π G ρ R
3

a3
R – [R – –––––––]
(R – d)2
y = –––––––––––––––––––
R

a3
y = –––––––––
R (R – d) 2

Como a e R são constantes, o valor máximo de y


ocorre quando (R – d) for mínimo, isto é,
d = d máx = R – a

R – d = R – (R – a) = a

a3 a
Portanto: y máx = –––––2 ⇒ y máx = –––
R.a R

4 d
Considerando um buraco negro como um siste ma ter-
modinâmico, sua energia interna U varia com a sua
massa M de acordo com a famosa relação de Einstein:
∆ U = ∆ M c 2 . Stephen Ha w king propôs que a entropia
S de um buraco negro depende apenas de sua massa
e de algumas constantes fundam entais da natureza.
D esta forma, sabe-se que uma variação de massa acar-
reta uma variação de entropia dada por: ∆S / ∆ M = 8π
G M k B / h c . Supondo que não haja realização de tra-
balho com a variação de massa, assinale a alternativa
que m elhor representa a te mperatura absoluta T do
buraco negro.
a) T = h c 3 / G M k B . b) T = 8π M c 2 / k B .
c) T = M c 2 / 8π k B . d) T = h c 3 / 8π G M k B .
c3
e) T = 8π h / G M k B .
Resolução
Do texto, te mos:
∆S 8π G M k B
–––– = ––––––––––
∆M hc

∆ M 8π G M k B
∆S = ––––––––––––––
hc
A entropia ∆S é dada por:
∆Q
∆S = ––––
T

e m que T é a te mperatura absoluta do buraco negro.


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Como ∆ Q = τ + ∆ U e τ = 0, ve m:

∆U
∆S = ––––
T

Portanto:
∆U ∆ M 8π G M k B
–––– = ––––––––––––––
T hc

Como ∆ U = ∆ M c 2 ,

∆M c 2 ∆ M 8π G M k B
então, –––––– = ––––––––––––––
T hc

h c3
T = ––––––––––
8π G M k B

5 c
Q ual dos gráficos abaixo m elhor representa a taxa P de
calor e mitido por um corpo aquecido, e m função de
sua te mperatura absoluta T?

Resolução
A taxa P de calor e mitido por um corpo aquecido é da-
da e m função da sua te mperatura absoluta por m eio da
expressão de Stefan-Boltzmann:

P(T) = k T 4

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Assim, o diagrama pedido na questão é m elhor repre-
sentado por:

6 e
U ma certa massa de gás ideal realiza o ciclo A B C D de
transformações, como mostrado no diagrama pressão-
volum e da figura. As curvas A B e C D são isotermas.
Pode-se afirmar que
a) o ciclo A B C D corresponde a um ciclo de Carnot.
b) o gás converte trabalho e m calor ao realizar o ciclo.
c) nas transformações A B e C D o gás recebe calor.
d) nas transformações A B e B C a variação da energia
interna do gás é negativa.
e) na transformação D A o gás recebe calor, cujo valor
é igual à variação da energia interna.

Resolução
Nota: o ciclo é A B C D A e não A B C D
A transformação D A ocorre a volum e constante (iso-
m étrica), sendo nulo o trabalho trocado. Como a tempe-
ratura absoluta do gás ideal é maior e m A (T A > T D ), a
energia interna desse gás aum enta (U A > U D ), utilizan-
do o calor recebido do m eio externo durante a transfor-
mação.
∆U D A = Q

7 e
Sabe-se que a atração gravitacional da lua sobre a ca-
mada de água é a principal responsável pelo apare-
cim ento de marés oceânicas na Terra. A figura mostra
a Terra, supostam ente esférica, homogeneam ente
recoberta por uma camada de água.
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N essas condições, considere as seguintes afirmativas:
I. As massas de água próximas das regiões A e B
experim entam marés altas simultaneam ente.
II, As massas de água próximas das regiões A e B
experim entam marés opostas, isto é, quando A
te m maré alta, B te m maré baixa e vice-versa.
III. Durante o intervalo de te mpo de um dia ocorre m
duas marés altas e duas marés baixas.

Então, está(ão) correta(s), apenas


a) a afirmativa I. b) a afirmativa II.
c) a afirmativa III. d) as afirmativas I e II.
e) as afirmativas I e III.
Resolução
I) Correta
Na região A, a maré alta é explicada pelo fato de a
atração gravitacional da Lua somada com a força
de inércia centrífuga (dada pela rotação da Terra)
superar a força gravitacional de atração da Terra.
Na região B, a maré alta é explicada pelo fato de a
força de inércia centrífuga (dada pela rotação da
Terra) superar a soma das atrações gravitacionais
da Lua e da Terra.
II) Falsa
III) Correta
D evido ao movim ento de rotação da Terra, o perío-
do das marés altas é de 12h, isto é, ocorre m duas
marés altas e duas marés baixas por dia (24h).

8 c
U m balão contendo gás hélio é fixado, por m eio de um
fio leve, ao piso de um vagão completam ente fechado.
O fio permanece na vertical enquanto o vagão se movi-
m enta com velocidade constante, como mostra a figu-
ra. Se o vagão é acelerado para frente, pode-se afirmar
que, e m relação a ele, o balão
a) se movim enta para trás e a tração no fio aum enta.
b) se movim enta para trás e a tração no fio não muda.
c) se movim enta para frente e a tração no fio aum enta.
d) se movim enta para frente e a tração no fio não mu-
da.
e) permanece na posição vertical.

Resolução

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Q uando o vagão é acelerado, isto equivale a criar um
campo gravitacional com a m esma intensidade da ace-
leração e e m sentido oposto.

O campo gravitacional resultante, no interior do vagão,


→ →
é dado pela soma vetorial entre g e –a
O fio do balão ficará alinhado com a direção do campo

resultante g R e, portanto, o balão movimenta-se para
frente.

Na situação inicial, tinhamos:

T + P = E
T = E – P = µ ar V g – µ V g
T = (µ ar – µ) V g

Para um referencial dentro do vagão, tudo se passa



como se a gravidade fosse g R .

T’ + P’ = E’
T’ = E’ – P’

T’ = (µ ar – µ) V g R

Como g R > g, resulta T’ > T

9 b
Durante uma te mpestade, M aria fecha as janelas do
seu apartam ento e ouve o zumbido do vento lá fora.
Subitam ente o vidro de uma janela se quebra. Consi-
derando que o vento tenha soprado tangencialm ente à
janela, o acidente pode ser m elhor explicado pelo(a)
a) princípio de conservação da massa.

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b) equação de B ernoulli.
c) princípio de Arquim edes.
d) princípio de Pascal.
e) princípio de Stevin.
Resolução
E m virtude do vento, com o aum ento da velocidade da
massa de ar, a pressão externa à janela diminui de
acordo com a equação de B ernoulli.
A diferença entre a pressão interna (maior) e a externa
(m enor) quebra a janela com os fragm entos de vidro
jogados para fora.

10 a
A figura mostra um siste ma óptico constituído de uma
lente divergente, com distância focal f1 = –20cm, dis-
tante 14cm de uma lente convergente com distância
focal f2 = 20cm . Se um objeto linear é posicionado a
80cm à esquerda da lente divergente, pode-se afirmar
que a image m definitiva formada pelo siste ma
a) é real e o fator de ampliação linear do siste ma é
–0,4.
b) é virtual, m enor e direita e m relação ao objeto.
c) é real, maior e invertida e m relação ao objeto.
d) é real e o fator de ampliação linear do siste ma é
–0,2.
e) é virtual, maior e invertida e m relação ao objeto.

Resolução
Seja L 1 a lente divergente e L 2 a lente convergente.

Em relação a L1, temos:

1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + –––
f1 p1 p 1’

1 1 1
– ––– = –– + ––– ⇒ p 1’ = –16 cm
20 80 p 1’

A image m produzida por L 1 é virtual e está situada a


16 cm à esquerda desta lente. O aum ento linear provo-
cado por L 1 fica determinado por:
p 1’ (–16) 1
A 1 = – ––– ⇒ A 1 = – ––––– ⇒ A 1 = –––
p1 80 5

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A image m produzida por L 1 é direita e m enor que o
objeto e funciona como objeto real para L 2 .

Em relação a L2, temos:


1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + –––
f2 p2 p2’

1 1 1
––– = ––––––– + ––– ⇒ p 2 ’ = 60 cm
20 16 + 14 p2’

A image m produzida por L 2 é real e está situada a


60cm à direita desta lente. O aum ento linear provo-
cado por L 2 fica determinado por:
p2’ 60
A 2 = – ––– ⇒ A 2 = – ––– ⇒ A 2 = –2
p2 30

A image m produzida por L 2 é invertida e maior que o


objeto que lhe deu orige m.

O esque ma abaixo ilustra a situação proposta:

O aum ento linear transversal produzido pelo siste ma


fica dado por:
i2 i1 i2
A sist = ––– = ––– . –––
o o i1

1
A sist = A 1 . A 2 ⇒ A sist = –– . (–2)
5

A sist = –0,4

11 e
Num oftalmologista, constata-se que um certo pacien-
te te m uma distância máxima e uma distância mínima
de visão distinta de 5,0m e 8,0cm, respectivam ente.
Sua visão deve ser corrigida pelo uso de uma lente que
lhe permita ver com clareza objetos no “infinito ” . Q ual
das afirmações é verdadeira?
a) O paciente é míope e deve usar lentes divergentes
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cuja vergência é 0,2 dioptrias .
b) O paciente é míope e deve usar lentes conver-
gentes cuja vergência é 0,2dioptrias.
c) O paciente é hiperm étrope e deve usar lentes con-
vergentes cuja vergência é 0,2 dioptrias.
d) O paciente é hiperm étrope e deve usar lentes diver-
gentes cuja vergência é – 0,2 dioptrias.
e) A lente corretora de defeito visual desloca a distân-
cia mínima de visão distinta para 8,1 cm.
Resolução
Se o ponto re moto da visão do indivíduo está a uma
distância finita do globo ocular, igual a 5,0m neste
caso, seu defeito visual é a miopia, recom endando-se
para a correção lentes divergentes, cuja vergência é
negativa.
A determinação dessa vergência é feita com base no
esque ma abaixo.

| f | = D máx = 5,0m

f = –5,0m

1 1
V = –– ⇒ V = – ––– dioptria
f 5,0

V = –0,2 dioptria
A lente corretiva altera també m a posição do ponto
próximo, aum entando a distância mínima de visão dis-
tinta do indivíduo quando usa os óculos.
Considerando f = –5,0m = –500cm e supondo-se que
a image m produzida pela lente corretiva esteja a uma
distância de 8,0cm do siste ma ocular (p’ = –8,0cm;
trata-se de uma image m virtual que funciona como
objeto real para o olho), calcule mos a distância p entre
o objeto e o olho.
1 1 1
Equação de Gauss: –– = –– + ––
f p p’
1 1 1 1 1 1
– –––– = –– – ––– ⇒ –– = – –––– + –––
500 p 8,0 p 500 8,0
1 –8,0 + 500 4000
–– = ––––––––––– ⇒ p = ––––– (cm)
p 4000 492

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
p ≅ 8,1cm

12 a

A figura 1 mostra o experim ento típico de Young, de


duas fendas, com luz monocromática, e m que m indi-
ca a posição do máximo central. A seguir, esse ex-
perim ento é modificado, inserindo uma pequena peça
de vidro de faces paralelas e m frente à fenda do lado
direito, e inserindo um filtro sobre a fenda do lado
esquerdo, como mostra a figura 2. Suponha que o
único efeito da peça de vidro é alterar a fase da onda
e mitida pela fenda, e o único efeito do filtro é reduzir a
intensidade da luz e mitida pela respectiva fenda. Após
essas modificações, a nova figura da variação da inten-
sidade luminosa e m função da posição das franjas de
interferência é m elhor representada por

Resolução
A onda que parte da fenda na qual se encontra a lâmi-
na de vidro está e m oposição de fase com a onda que
parte da fenda na qual se encontra o filtro. Isso faz com
que no ponto do anteparo eqüidistante das duas fen-
das, ocorra interferência destrutiva, determinando
nesse local um aclaram ento de mínima intensidade.
Esse aclaram ento não chega, no entanto, a apresentar
brilho nulo, já que o sinal que parte da fenda à esquer-
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da te m, devido à presença do filtro, intensidade m enor
que o que parte da fenda à direita.
Nos locais onde ocorre interferência construtiva, a
intensidade da onda resultante é m enor que A pelo
fato do enfraquecim ento do sinal enviado pelo filtro.
A posição m na qual se forma o máximo central fica
deslocada para a direita e m relação à posição original,
o que é justificado pelo fato de o filtro óptico e mitir
uma onda de m enor intensidade que a e mitida pela
lâmina de vidro (a lâmina de vidro de onde parte o sinal
mais intenso “ atrai” m para perto de si).

13 d
Q uando e m repouso, uma corneta elétrica e mite um
som de freqüência 512 Hz. Numa experiência acústica,
um estudante deixa cair a corneta do alto de um edifí-
cio. Q ual a distância percorrida pela corneta, durante a
queda, até o instante e m que o estudante detecta o
som na freqüência de 485 Hz? (D espreze a resistência
do ar).
a) 13,2 m b) 15,2 m c) 16,1 m
d) 18,3 m e) 19,3 m
Resolução
(I) A percepção de um som mais baixo (m enor fre-
qüência), à m edida que a corneta afasta-se do
estudante e m repouso no alto do edifício, deve-se
ao Efeito Doppler-Fizeau.

f0 fF
= –––––––––
–––––––––
V som ± V 0 V som ± V F

485 512
––––––––– = –––––––––
340 + 0 340 + V F

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
512 . 340
340 + V F = –––––––––
485

V F ≅ 18,93m/s

(II) A queda livre da corneta é um movimento unifor-


memente acelerado, logo:

Equação de Torricelli: V F2 = V 02 + 2g ∆h
F

(18,93)2 = 2 . 9,8 ∆h

∆h ≅ 18,3m

14 a
Considere as afirmativas:
I. O s fenôm enos de interferência, difração e polariza-
ção ocorre m com todos os tipos de onda.
II. O s fenôm enos de interferência e difração ocorre m
apenas com ondas transversais.
III. As ondas eletromagnéticas apresentam o fenô-
m eno de polarização, pois são ondas longitudinais.
IV. U m polarizador transmite os componentes da luz
incidente não polarizada, cujo vetor campo elétrico

E é perpendicular à direção de transmissão do po-
larizador .
Então, está(ão) correta(s)
a) nenhuma das afirmativas.
b) apenas a afirmativa I.
c) apenas a afirmativa II.
d) apenas as afirmativas I e II.
e) apenas as afirmativas I e IV.
Resolução
I) Incorreta
A polarização, por exe mplo, só ocorre com ondas
transversais.

II) Incorreta
O som propagando-se no ar, por exe mplo, é uma
onde longitudinal que pode sofrer interferência e
també m difração.

III) Incorreta
As ondas eletromagnéticas apresentam o fenôm e-
no da polarização, poré m essas ondas são trans-
versais.
IV) Incorreta
U m polarizador transmite os componentes da luz
incidente não-polarizada que vibram na direção de
transmissão do polarizador.

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15 c
No Laboratório de Plasmas Frios do ITA é possível
obter film es m etálicos finos, vaporizando o m etal e
depositando-o por condensação sobre uma placa de
vidro. Com o auxílio do dispositivo mostrado na figura,
é possível m edir a espessura e de cada film e. Na figu-
ra, os dois geradores são idênticos, de f.e.m. E
= 1,0 V e resistência r = 1,0 Ω, estando ligados a dois
eletrodos retangulares e paralelos, P1 e P2, de largura
b = 1,0 cm e separados por uma distância a = 3,0 cm.
U m amperím etro ideal A é inserido no circuito, como
indicado. Supondo que após certo te mpo de deposição
é formada sobre o vidro uma camada uniform e de alu-
mínio entre os eletrodos, e que o amperím etro acusa
uma corrente i = 0,10 A , qual deve ser a espessura e
do film e? (resistividade do alumínio ρ = 2,6 . 10–8 Ω.m).

a) 4,1 . 10–9 cm
b) 4,1 . 10–9 m
c) 4,3 . 10–9 m
d) 9,7 . 10–9 m
e) n.d.a.
Resolução

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
No circuito esque matizado, da Lei de Pouillet, ve m:
∑E
i = ––––
∑R
2,0
0,10 = –––––––
2,0 + R
R = 18,0Ω
Aplicando-se a 2ª lei de O hm para o condutor, te mos:
l
R = ρ ––––
A
e m que:
l = a
A = eb
Assim:

2,6 . 10–8 x 3,0 . 10–2


18,0 = –––––––––––––––––––––
e . 1,0 . 10–2

e = 4,3 . 10–9 m

16 d
A figura mostra dois capacitores, 1 e 2, inicialm ente
isolados um do outro, carregados com uma m esma
carga Q. A diferença de potencial (ddp) do capacitor 2
é a m etade da ddp do capacitor 1. E m seguida, as pla-
cas negativas dos capacitores são ligadas à Terra e, as
positivas, ligadas uma a outra por um fio m etálico,
longo e fino. Pode-se afirmar que
a) antes das ligações, a capacitância do capacitor 1 é
maior do que a do capacitor 2.
b) após as ligações, as capacitâncias dos dois capaci-
tores aum entam.
c) após as ligações, o potencial final e m N é maior do
que o potencial e m O.
d) a ddp do arranjo final entre O e P é igual a 2/3 da ddp
inicial do capacitor 1.
e) a capacitância equivalente do arranjo final é igual a
duas vezes a capacitância do capacitor 1.

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Resolução
a) Errada
Antes das ligações, te mos os esque mas:

Q Q 2Q
D e C 1 = ––– e C 2 = ––– = ––– , ve m: C 2 = 2 C 1
U U/2 U
Logo, C 2 > C 1

b) Errada. As capacitâncias não variam.

c) Errada. N e O tê m o m esmo potencial.

d) Correta. Após as ligações, te mos:

C eq = C 1 + C 2 = C 1 + 2C 1 ⇒ C eq = 3C 1

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
2Q 2Q 2
U’ = –––– = –––– ⇒ U’ = ––– U
C eq 3C 1 3

e) Errada. C eq = 3C 1

17 c
Na figura, uma barra condutora MN (de comprim ento

l, resistência desprezível e peso Pb) puxada por um
→ →
peso Pc , desloca-se com velocidade constante v,
apoiada e m dois trilhos condutores retos, paralelos e
de resistência desprezível, que formam um ângulo θ
com o plano horizontal. Nas extre midades dos trilhos
está ligado um gerador de força eletromotriz E com
resistência r. D esprezando possíveis atritos, e consi-
derando que o siste ma está im erso e m um campo→ de
indução magnética constante, vertical e uniform e B ,
pode-se afirmar que

a) o m ódulo da força ele tro m otriz induzida é


ε = B l v sen θ.
b) a intensidade i da corrente no circuito é dada por
P c sen θ / (B l).
c) nas condições dadas, o condutor descola dos trilhos
quando i ≥ P b / (B l tg θ).
d) a força ele tro m otriz do g erador é dada por
E = r P c sen θ / (B l) – B l v cos θ.
e) o sentido da corrente na barra é de M para N.
Resolução

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Para que haja descolam ento, a componente da força
magnética na direção normal ao plano inclinado deve
ser maior ou igual à componente normal da força peso
da barra. Assim,
F mag senθ ≥ P b cosθ

Bil senθ ≥ P b cosθ

P b cosθ
i ≥ –––––––––
Bl senθ

Pb
i ≥ ––––––––
B l tgθ

18 d
Experim entos de absorção de radiação mostram que a
relação entre a energia E e a quantidade de movim en-
to p de um fóton é E = p c. Considere um siste ma iso-
lado formado por dois blocos de massas m 1 e m 2,
respectivam ente, colocados no vácuo, e separados
entre si de uma distância L. No instante t = 0, o bloco
de massa m 1 e mite um fóton que é posteriorm ente
absorvido inteiram ente por m 2, não havendo qualquer
outro tipo de interação entre os blocos. (Ver figura).
Suponha que m 1 se torne m 1’ e m razão da e missão do
fóton e, analogam ente, m 2 se torne m 2’ devido à
absorção desse fóton. Le mbrando que esta questão
també m pode ser resolvida com recursos da M ecânica
Clássica, assinale a opção que apresenta a relação cor-
reta entre a energia do fóton e as massas dos blocos.

a) E = (m 2 – m 1)c 2 . b) E = (m 1 ’ – m 2 ’)c 2 .
c) E = (m 2 ’ – m 2)c 2/2. d) E = (m 2 ‘ – m 2 )c 2 .
e) E = (m 1 + m 1 ’)c 2 .
Resolução
A diferença entre m 2’ e m 2 é provocada pelo acréscimo
da energia trazida pelo fóton.
Da equivalência entre massa e energia traduzida pela
equação de Einstein, te mos:
E
m 2’ – m 2 = –––
c2

Portanto: E = (m 2’ – m 2 ) c 2
A naloga m e nt e , a
O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
perda de massa m 1 – m’1 é provocada pela redução da
energia correspondente ao fóton e mitido:
E
m 1 – m’1 = –––
c2

E = (m 1 – m’1 ) c 2

19 e
Considere as seguintes afirmações:
I. No efeito fotoelétrico, quando um m etal é ilumina-
do por um feixe de luz monocromática, a quantida-
de de elétrons e mitidos pelo m etal é diretam ente
proporcional à intensidade do feixe incidente, inde-
pendente m ente da freqüência da luz.
II. As órbitas permitidas ao elétron e m um átomo são
aquelas em que o momento angular orbital é n h / 2π,
sendo n = 1, 3, 5... .
III. O s aspectos corpuscular e ondulatório são neces-
sários para a descrição completa de um siste ma
quântico.
IV. A natureza comple m entar do mundo quântico é
expressa, no formalismo da M ecânica Q uântica,
pelo princípio de incerteza de H eisenberg.
Q uais estão corretas ?
a) I e Il. b) I e IIl. c) I e IV.
d) II e III. e) III e IV.
Resolução
I) Falsa. Para que ocorra o efeito fotoelétrico, a fre-
qüência da luz incidente deve ser maior que um
τ
certo valor f 0 = –– , em que τ é a função de traba-
h
lho

do átomo do m etal e h a constante de Planck.

II) Falsa. As órbitas permitidas ao elétron são aquelas


e m que o mom ento angular orbital ( m V . r) é um
h h
múltiplo inteiro de ––– , isto é, do tipo n ––– , em que
2π 2π
n = 1, 2, 3....
III) Correta. É a hipótese da dualidade proposta por
Louis de Broglie.
IV) Correta. A natureza comple m entar está ligada ao
fato de não podermos m edir simultaneam ente
com precisão a posição e a quantidade de movi-
m ento de uma partícula, o que traduz o Princípio
da Incerteza de H eisenberg.

20 d
Utilizando o modelo de Bohr para o átomo, calcule o
núm ero aproximado de revoluções efetuadas por um
elétron no prim eiro estado excitado do átomo de hidro-
gênio, se o te mpo de vida do elétron, nesse estado
excitado, é de 10–8 s. São dados: o raio da órbita do
estado fundam ental é de 5,3 x 1 0–11 m e a velocidade

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
do elétron nesta órbita é de 2,2 x 10 6 m/s .
a) 1 x 10 6 revoluções. b) 4 x 10 7 revoluções.
7
c) 5 x 10 revoluções. d) 8 x 10 6 revoluções.
e) 9 x 10 6 revoluções.
Resolução
No modelo do átomo de Bohr, o raio r da órbita é dado
por r = n 2 . rB , e m que r B = 5,3 . 10 –11 m (raio da órbi-
ta do estado fundam ental) e n = 1, 2, 3,...
Para o estado fundam ental, n = 1 e para o prim eiro
estado excitado, n = 2. Assim, r = 2 2 . r B = 4 . r B .
No átomo de Bohr, a força coulombiana é centrípeta:
e.e v2 k . e2
k . –––– = m . ––– ⇒ v 2 = –––––
r 2
r m.r
Sendo r = 4 r B , concluímos que a velocidade do elétron
no prim eiro estado excitado é a m etade da velocidade
no estado fundam ental:
2,2 . 10 6 m m
v = –––––––––– ––– = 1,1 . 10 6 –––
2 s s


D e v = ––– . r, ve m:
T

1,1 . 10 6 = ––– . 4 . 5,3 . 10–11
T

2π . 4 . 5,3 . 10 –11
T = ––––––––––––––––– (s)
1,1 . 10 6

T ≅ 1,2 . 10 –15 s
No intervalo de te mpo 10 –8 s, que é o te mpo de vida do
elétron, o núm ero de revoluções efetuadas é dado por:
10 –8
n = ––––––––––
1,2 . 10 –15

n ≅ 8 . 10 6 revoluções

As questões dissertativas, numeradas de 21 a 30,


devem ser respondidas no caderno de soluções.

21
Na figura, o carrinho com rampa movim enta-se com

uma aceleração constante A .

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Sobre a rampa repousa um bloco de massa m. Se µ é
o coeficiente de atrito estático entre o bloco e a rampa,

determine o intervalo para o módulo de A , no qual o
bloco permanecerá e m repouso sobre a rampa.
Resolução

Para um referencial fixo no carrinho, deve mos con-


→ →
siderar uma força de inércia F i = – m A atuando sobre o
bloco, com componentes F t e F n .
Isto posto, tere mos:

F t = F cos α
F n = F sen α

Na direção paralela ao plano, te mos:


P t + F t = F at (1)

Na direção normal ao plano, te mos:


R n + F n = P n (2)

E m (1): mg sen α + m A cos α = F at

E m (2): R n + F sen α = P cos α


R n = P cos α – F sen α
R n = mg cos α – m A sen α

Sendo F at ≤ µ R n , ve m:
mg sen α + m A cos α ≤ µ (mg cos α – m A sen α)
g sen α + a cos α ≤ µ g cos α – µA sen α
A (cos α + µ sen α) ≤ g (µ cos α – sen α)

g (µ cos α – sen α)
0 ≤ A ≤ ––––––––––––––––––
cos α + µ sen α

com µ cos α > sen α

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
22
Q uando solto na posição angular de 45° (mostrada na
figura), um pêndulo simples de massa m e compri-
m ento L colide com um bloco de massa M.

Após a colisão, o bloco desliza sobre uma superfície


rugosa, cujo coeficiente de atrito dinâmico é igual a
0,3. Considere que após a colisão, ao retornar, o pên-
dulo alcance uma posição angular máxima de 30°. D e-
termine a distância percorrida pelo bloco e m função de
m, M e L.
Resolução

1) Da figura:

( !##
2
h = L – L cos 45° = L 1 – ––––
2 ) (= L
2 – !##
2
2
–––––––
)
2) Conservação da energia m ecânica entre A e B:

2
m V1
––––––– = m g h
2

V 1 = !#####

3)
2gh =
!#########
( )
2gL
2 – !##
2
–––––––
2
= !###########
gL (2 – !###
2)

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Da figura:

( !##
3
h 1 = L – L cos 30° = L 1 – ––––
2 ) (= L
2 – !##
2
3
–––––––– )
4) Conservação da energia entre B e C:

2
m V2
m g h 1 = –––––––
2

V 2 = !#####
2gh 1 =
!#########
( )
2gL
2 – !##
3
–––––––
2
= !###########
gL (2 – !###
3)

5) A variação da quantidade de movim ento da esfera:


∆ Q = m (V 1 + V 2)

∆Q = m [!###########
gL (2 – !### 3) ]
2 ) + !###########
gL (2 – !###

∆Q = m !####
gL (!#####
2 #####
2 + !####
– !## 3)
#2 #####
– !##

6) A quantidade de movim ento adquirida pelo bloco


te m o m esmo módulo de ∆ Q , por ser o siste ma iso-
lado no ato de colisão:

MV = m !####
gL (!#####
2 #####
2 + !####
– !## 3)
#2 #####
– !##

m
V = ––– !####
gL (!#####
2 #####
2 + !####
– !## 3)
#2 #####
– !##
M

7) Aplicando-se o teore ma da energia cinética:


τat = ∆ E cin

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
M
µ M g d (–1) = – ––– V 2
2

V2
d = –––––
2 µg

1 m2
d = ––––– . –––– . gL
0,6g M 2
[(!#####
2 #####
2 + !####
– !## 3 )]
#2 #####
– !##
2

m2 L
d = ––––––– [ (!#####
2 #####
2 + !####
– !## 3 )]
#2 #####
– !##
2

0,6 M 2

23
Calcule a variação de entropia quando, num processo à
pressão constante de 1,0 atm, se transforma inte-
gralm ente e m vapor 3,0 kg de água que se encontram
inicialm ente no estado líquido, à te mperatura de 100°C.
Dado: calor de vaporização da água:
L v = 5,4 x 10 5 cal/ kg
Resolução
A variação de entropia (∆S) de um siste ma com te m-
peratura constante é dada por:
Q
∆S = ––––
T

e m que Q é o calor recebido pelo siste ma e T a sua


te mperatura absoluta.
Assim:

m Lv 3,0 . 5,4 . 10 5
∆S = ––––– = ––––––––––––– cal/K
T (100 + 273)

∆S ≅ 4343 cal/K

24
A figura mostra um recipiente, com ê mbolo, contendo
um volum e inicial V i de gás ideal, inicialm ente sob uma
pressão Pi igual à pressão atmosférica, Pat . U ma mola
não deformada é fixada no ê mbolo e num anteparo
fixo. E m seguida, de algum modo é fornecida ao gás
uma certa quantidade de calor Q. Sabendo que a ener-
gia interna do gás é U = ( 3/2) PV, a constante da mola
é k e a área da seção transversal do recipiente é A,
determine a variação do comprim ento da mola e m fun-
ção dos parâm etros intervenientes. D espreze os atri-
tos e considere o ê mbolo se m massa, be m como
sendo adiabáticas as paredes que confinam o gás.

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Resolução
Usando a prim eira lei da Termodinâmica, ve m:
Q = τ + ∆U

O trabalho (τ) corresponde à energia armazenada na


mola mais o trabalho realizado pelo gás contra a atmos-
fera:

k x2
τ = –––– + p at . A . x
2

A variação de energia interna do gás é obtida por:

3
∆ U = U f – U i = –– (p f V f – p at V i )
2

3
∆ U = –– [(p at + ∆p) (V i + ∆V) – p at V i)]
2

3
∆ U = –– [p at V i + p at ∆V + V i ∆p + ∆p∆V – p at V i ]
2

[p ]
3 kx kx
∆ U = –– at A x + V i . ––– + ––– . A x
2 A A

[p ]
3 kx
∆ U = –– at A x + V i ––– + k x 2
2 A

Assim:

k x2 3 3 kx 3
Q = –––– + p at A x + –– p at A x + –– V i ––– + –– k x 2
2 2 2 A 2

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
kx
Q = 2 k x 2 + 2,5 p at A x + 1,5 V i –––
A

( )x–Q =0
Vi k
2 k x 2 + 2,5 p at A + 1,5 –––
A

Resolvendo a equação do 2º grau, ve m:

( ) !################
( )
Vi k Vi k 2
– 2,5 p at A + 1,5 ––– ± 2,5 p at A + 1,5 ––– + 8k Q
A A
x = ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4k

Como apenas a solução positiva deve ser considerada, te-


mos:

!################
( ) ( )
Vi k 2 Vi k
2,5 p at A + 1,5 ––– + 8k Q – 2,5 p at A + 1,5 –––
A A
x = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4k

25
Num barôm etro ele m entar de Torricelli, a coluna de
m ercúrio possui uma altura H, que se altera para X
quando este barôm etro é m ergulhado num líquido de
densidade D, cujo nível se eleva a uma altura h, como
mostra a figura.

Sendo d a densidade do m ercúrio, determine e m fun-


ção de H, D e d a altura do líquido, no caso de esta
O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
coincidir com a altura X da coluna de m ercúrio.
Resolução
1º caso: Barôm etro e m operação no ar atmosférico.

p 1 = p 2 ⇒ p atm = p coluna de Hg

p atm = d g H

2º caso: Barôm etro e m operação im erso no líquido.

p 3 = p 4 ⇒ p atm + p coluna de = p’coluna de Hg


líquido

dgH + Dgh = dgX

Fazendo h = X, ve m:
d H + D X = d X ⇒ d H = (d – D)X

d
Donde: X = –––––– H
d–D
O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
26
U ma onda acústica plana de 6,0 kHz, propagando-se
no ar a uma velocidade de 340 m/s, atinge uma pe-
lícula plana com um ângulo de incidência de 60°.
Suponha que a película separa o ar de uma região que
conté m o gás C O 2 , no qual a velocidade de propagação
do som é de 280 m/s. Calcule o valor aproximado do
ângulo de refração e indique o valor da freqüência do
som no C O 2 .
Resolução
A situação proposta está esque matizada abaixo.

Lei de Snell: V Ar . sen r = V C O sen i


2
340 . sen r = 280 . sen 60° ⇒ sen r ≅ 0,71
Donde: r ≅ 45°

A freqüência do som no C O 2 é igual à freqüência do


som no ar. Isso ocorre porque, na refração, a freqüên-
cia da onda não se altera.
Logo: f C O = f Ar = 6,0kHz
2

27
U ma flauta doce, de 33 cm de comprim ento, à te m-
peratura ambiente de 0°C, e mite sua nota mais grave
numa freqüência de 251 Hz. Verifica-se experim ental-
m ente que a velocidade do som no ar aum enta de
0,60 m/s para cada 1°C de elevação da te mperatura.
Calcule qual deveria ser o comprim ento da flauta a
30°C para que ela e mitisse a m esma freqüência de
251 Hz.
Resolução
A flauta doce geralm ente opera como um tubo sonoro
aberto. Para obtermos, no entanto, velocidades do
som no ar próximas daquela fornecida no cabeçalho da
prova (340 m/s), deve mos admitir a flauta funcionando
como um tubo sonoro fechado, como representa o
esque ma a seguir.

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
λ
L = –– ⇒ λ = 4L
4

1º caso: Te mperatura de 0°C

V 0° = λ0° f ⇒ V 0° = 4L 0° f

V 0° = 4 . 0,33 . 251 (m/s) ⇒ V 0° = 331,32m/s

2º caso: Te mperatura de 30°C

V 30° = λ30° f ⇒ V 30° = 4L 30° f

0,6 . 30 + 331,32 = 4 L 30° . 251

L 30° ≅ 0,348 m = 34,8 cm

28
E m sua aventura pela A mazônia, João porta um rádio
para comunicar-se. E m caso de necessidade, pretende
utilizar células solares de silício, capazes de converter
a energia solar e m energia elétrica, com eficiência de
10 % . Considere que cada célula tenha 10 cm 2 de área
coletora, sendo capaz de gerar uma tensão de 0,70 V,
e que o fluxo de energia solar m édio incidente é da
orde m de 1,0 x 10 3 W/m 2 . Projete um circuito que
deverá ser montado com as células solares para obter
uma tensão de 2,8 V e corrente mínima de 0,35 A,
necessárias para operar o rádio.
Resolução
Sendo o fluxo de energia solar m édio incidente igual a
1,0 . 10 3 W/m 2 , concluímos que cada célula de área
10 cm 2 = 10 . 10–4 m 2 recebe a potência
P = 1,0 . 10 3 W/m 2 . 10 . 10–4 m 2 = 1,0 W.
Sendo de 10 % a eficiência de conversão de energia
solar e m energia elétrica, resulta que a potência elétri-
ca fornecida por célula é P’ = 0,10 W. Como cada célu-
la é capaz de gerar uma tensão de 0,70V, concluímos
que a intensidade da corrente fornecida por uma célu-
la é

P’ 0,10 W 1
i = –– = –––––– = –– A
U 0,70V 7

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Para obtermos uma tensão de 2,8V, deve mos associar
n conjuntos de 4 células e m série. Vamos, agora,
determinar o núm ero de conjuntos. Le mbrando que a
corrente mínima deve ser 0,35A, ve m:
1
n . –– = 0,35 ⇒ n = 2,45
7
Sendo n um núm ero inteiro, concluímos que o núm e-
ro mínimo de conjuntos é três. Assim, te mos o circui-
to:

29
U m gerador de força eletromotriz ε e resistência in-
terna r = 5 R está ligado a um circuito conform e mos-
tra a figura. O ele m ento Rs é um reostato, com resis-
tência ajustada para que o gerador transfira máxima
potência. E m um dado mom ento o resistor R1 é rom-
pido, devendo a resistência do reostato ser novam ente
ajustada para que o gerador continue transferindo má-
xima potência. D etermine a variação da resistência do
reostato, e m termos de R.

Resolução
Vamos calcular a resistência equivalente do circuito
externo ao gerador, antes de R 1 ser rompido.

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Nas condições de potência transferida máxima, te mos:
15R 15R
R s + ––––– = r ⇒ R s + ––––– = 5R
7 7

20R
R s = ––––– (1)
7

Com a ruptura de R 1 , te mos:

Nas condições de potência transferida máxima, te mos:


30R 25R
R s + ––––– = 5R ⇒ R s = ––––– (2)
11 11

D e (1) e (2), concluímos que a variação da resistência


do reostato é, e m módulo, dada por:
25R 20R – 45R
∆R s = ––––– – ––––– ⇒ ∆R s = ––––––
11 7 77

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
30
Situado num plano horizontal, um disco gira com velo-
cidade angular ω constante, e m torno de um eixo que
passa pelo seu centro O. O disco encontra-se im erso
numa região do espaço onde existe um campo mag-

nético constante B , orientado para cima, paralela-
m ente ao eixo vertical de rotação. A figura mostra um
capacitor preso ao disco (com placas m etálicas planas,
paralelas, separadas entre si de uma distância L) onde,
na posição indicada, se encontra uma partícula de
massa m e carga q > 0, e m repouso e m relação ao
disco, a uma distância R do centro. D etermine a dife-
rença de potencial elétrico entre as placas do capacitor,
e m função dos parâm etros intervenientes.

Resolução

D e acordo com a regra da mão → esquerda, determina-se


o sentido da força magnética (F mag) que atua sobre a
carga “ q ” .
Para que a partícula descreva o movim ento circular, de-
ve mos ter a força elétrica atuante com sentido oposto,
de modo que: F –F = R
e mag cp
qE – q v B = m ω2 R
U
q –– – q ω R . B = m ω2 R
L
Isolando a diferença de potencial U, ve m:
m ω2 R L
U = –––––––––– + ω R B L
q

O BJETI V O IT A ( 1 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
RE DAÇÃO
REDAÇÃ O
Leia os seguintes textos e, com base no que abordam,
escreva uma dissertação e m prosa, de aproximada-
m ente 25 (vinte e cinco) linhas, sobre

A importância da ética nas atividades e relações


humanas.

1. “ O que se deve fazer quando um concorrente


está se afogando? Pegar uma mangueira e jogar
água e m sua boca ” . (Ray Kroc, fundador do
M cDonald’s, e m Tudo , n. 11, 15/04/2001, p. 23)

2. “ Te mos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada


dele foi a mais inteligente da partida contra os
turcos. São lances como esses que te colocam
na Copa do M undo. Te m de ser malandro. Só
que m joga futebol sabe disso. ” (Roberto Carlos,
jogador da seleção brasileira de futebol, com en-
tando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter sido
atingido no rosto pela bola chutada por um
adversário. Folha de S. Paulo , 06/06/2002)

3. Ética . s.f. Estudo dos juízos de apreciação que


se refere m à conduta humana suscetível de qua-
lificação do ponto de vista do be m e do mal, seja
relativam ente a determinada sociedade, seja de
modo absoluto. ( Dicionário Aurélio Eletrônico .
Versão 2.0 [199_] Rio d e Jan eiro: L e xikon
Informática, Nova Fronteira, C D-R O M)

4. Como toda descoberta científica exige que o pes-


quisador suspenda seus preconceitos, ela com-
porta riscos éticos. M as a ciência não produz
automaticam ente efeitos nocivos no plano ético.
A aplicação da ciência ao mundo prático nunca é
m ecânica ou automática. Ela depende das esco-
lhas humanas. (Renato Janine Ribeiro. In Pes-
quisa: clonage m. FAPESP, n. 73, março 2002. Su-
ple m ento Especial)

Redação – Comentário

Fiel à tradição, o Ita propôs a elaboração de um


texto dissertativo, desta vez sobre a importância da
ética nas atividades e relações humanas.
O fereceram-se, como subsídios à produção textual do
candidato, quatro fragm entos: dois depoim entos,
sendo o prim eiro do fundador da cadeia de lanchonetes
mais famosa do mundo, a cadeia M c Donald’s, e o
segundo, do jogador da seleção brasileira de futebol,
Roberto Carlos, ambos defendendo, cada um a seu
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
modo, a violação da ética como “ necessária ” ou justi-
ficável quando se trata de vencer – ou derrotar – adver-
sários. No terceiro fragm ento, o candidato pôde contar
com a definição de ética – segundo o dicionário
Aurélio, “ estudo dos juízos de apreciação que se refe-
re m à conduta humana suscetível de qualificação do
ponto de vista do be m e do mal” . A mpliando as possi-
bilidades de abordagem do tema, o quarto texto conti-
nha transcrição do parecer de Renato Janine Ribeiro
sobre experiências de clonage m que comportariam,
involuntariam ente, riscos éticos.
D e posse dessas informações e de outras perten-
centes a seu próprio repertório, o candidato deveria
proceder a uma análise crítica do comportam ento
humano, considerando, para tanto, a influência de uma
sociedade por excelência competitiva, que, alé m de
prestigiar os “ espertos ” e “ malandros ” que gostam
de “levar vantage m e m tudo ” , não hesita e m defender
a desconsideração de princípios éticos quando se trata
de obter vantagens.
Argum entos que comprovasse m essa tendência
não deve m ter faltado ao candidato – afinal, quer nas
relações pessoais, sociais e profissionais, quer no
âmbito científico e político, tê m-se tornado cada vez
mais comuns as transgressões éticas, se mpre e m
nom e de uma “ boa causa ” . Contudo, esperava-se que,
para alé m da constatação dessa prática, o candidato
registrasse suas impressões sobre questão que o
envolve desde agora, como vestibulando, e tanto mais
no futuro.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
I NG L Ê S
As questões de 1 a 4 referem-se às tiras abaixo:

Star Tribune – Comics – SC O TT A D A M S


Sunday, June 4, 2000.

Vocabulário para as questões de 1 a 4.


• pictures = fotos, imagens
• grounds = motivo
• dismissal = de missão
• to plead = alegar
• harmlessly = inofensivam ente
• scre en = tela
• to de mand = exigir
• godless = mau, perverso
• to be fired = ser de mitido
• too much trouble = incômodo de mais
• to be served = ser cumprida

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
1 c
A palavra grounds (2 o quadrinho) quer dizer:
a) chão. b) possibilidade. c) motivo.
d) terra. e) necessidade.
Resolução
grounds = motivo

2 d
A palavra fired, (6 o quadrinho) no contexto e m ques-
tão:
a) significa “ alvejado ” (por arma de fogo).
b) te m o significado de “interrogados ” .
c) pode ser traduzida pelo particípio “ presos ” .
d) é sinônimo de “ dismissed ” .
e) é particípio passado do verbo queimar .
Resolução
A palavra fired é sinônima de dismissed (de mitidos).

3 c
Das considerações abaixo:
I. Wally fazia uso indevido do computador.
II. Wally era inocente da acusação dos auditores.
III. O s argum entos de defesa de Wally foram, prova-
velm ente, acatados pela justiça.
IV. A atitude de Wally pode ser expressa pelo provér-
bio “ a justiça tarda mas não falha ” .
estão corretas:
a) apenas as I e lI. b) apenas as I, III e IV.
c) apenas as I e III. d) apenas as II, III e IV.
e) todas.

4 b
Assinale a opção cujo adjetivo m elhor descreve a ati-
tude de Wally no referido contexto:
a) inte mpestiva. b) dissimulada. c) corajosa.
d) recatada. e) precipitada.

As questões de 5 a 13 referem-se ao texto abaixo:

About Men

Card Sharks
By Erick Lundegaard

If all my relatives suddenly died and all my friendships


dried up and all of my subscriptions w ere cancelled
I
and all of my bills w ere paid, I _______ guarante ed mail
– t w o pieces a w e ek, by my estimation – for the credit
card companies ______ II m e. They are the one constant
in my ever-changing life. They are hot for w hat they
think lies in my w allet. They are not just hot for m e,
either. I realize this. They w ant everyone, send mail to
everyone. Everyone, that is, except those w ho ne ed
the m most.
The absurdity in my case is the puny sum being
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
sought. I w ork in a bookstore w arehouse, lugging
boxes and books around, at $8 per hour for 25 hours
per w e ek. That’s roughly $10,000 per year. O ne w ould
think that such a number could not possibly interest
massive, internetted corporations and conglom era-
tions. Yet they all vie for my attention. Visa, M astercard,
Discover Card – it doesn’t matter – A m erican Express,
P e ople ’s B ank, Citibank, H ous e hold B ank F.S. B .,
Choice, the G M Card, Norw est, Chevy Chase F.S.B.
Not only am I preapproved, they tell m e I’II have no
annual fe e. Their A.P.R. ke eps dipping, like an auction
in reverse, as each strives to undercut the other: from
14.98 to 9.98 to, no w, 6.98 percent. I am titillated with
each ne w er, lo w er number, as if it w ere an inverse indi-
cation of my self-w orth.
(...)
At som e point, in passing from computer to com-
puter, my nam e even got smudged, so no w many of
the offers are coming not to Erik A. Lundegaard but to
Erik A. Lundefre en. H e may not exist, but he has
already be en preapproved for a $4,200 credit line on
one of A m erica’s best credit card values. After several
of these letters, I began to w onder: W hat if Erik A.
Lundefre en did sign up for their cards? W hat if he w ent
on a major spending spre e, maxing the m out and never
paying the m off? W hat w ould happen w hen the autho-
rities finally arrived at his door?
(...)
In the old days, it w as necessary to hide behind
tre es or inside farmhouses to out wit the authorities.
No w it se e ms there’s no better hiding place than an
improperly spelled, computer-generated nam e. It is the
ultimate camouflage for our bureaucratic age.
M ean w hile, the offers ke ep coming. A $2,000 cre-
dit line, a $3,000 credit line, a $5,000 credit line. If a
paltry incom e can’t ke ep the m a w ay, w hat w ill?
D eath? Probably not even death. I’ll be six fe et under
and still re c eiving m ail. “ D e ar M r. Lund e fre e n.
M e mbership criteria are becoming increasingly strin-
gent. You, ho w ever, have de monstrated exceptional
financial responsibility. Sign up no w for this once in a
lifetim e offer. ”

A.P.R. = Annual Percentage Rate

Vocabulário para as questões de 5 a 13.


• sharks = tubarões
• to dry up = desaparecer
• subscriptions = assinaturas
• bills = contas
• still = ainda
• ever-changing life = vida e m constante mudança
• hot = ávidos
• to lie = estar, ficar
• w allet = carteira
• either = també m
• to realize = perceber
• that is = quer dizer
• puny sum = quantia ínfima
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
• to se ek (sought, sought) = procurar
• w arehouse = depósito
• to lug = arrastar
• roughly = aproximadam ente
• yet = contudo, entretanto
• to vie for = competir, disputar
• annual fe e = taxa anual
• to dip = diminuir, baixar
• auction = leilão
• in reverse = ao contrário
• to strive = esforçar-se, e mpenhar-se
• to undercut = vender por preço inferior, superar
• titillated = excitado, animado
• self-w orth = valor próprio
• to get smudged = ser manchado, ser trocado
• to w onder = imaginar
• to sign up = contratar, aceitar
• major = enorm e, muito grande
• spre e = farra, pândega
• to max out = chegar ao extre mo
• to pay off = quitar (dívida)
• to hide = esconder-se
• to out wit = enganar
• spelled = soletrado
• ultimate = mais recente
• m ean w hile = enquanto isso
• paltry = insignificante
• incom e = ganho, renda
• to ke ep a w ay = manter afastados
• not even = ne m m esmo
• m e mbership = associação
• criteria = critérios
• increasingly = cada vez mais
• stringent = rigoroso, severo
• once in a lifetim e = uma única vez na vida

5 a
Assinale a opção que poderia pre encher respectiva e
corretam ente as lacunas I e II nas linhas 3 e 5 do texto:
a) w ould still be / w ould still w ant
b) will still be / will still w ant
c) w ould still have be en / w ould still have w anted
d) still am / still w ant
e) may still be / may still w ant
Resolução
If + simple past (died) → simple conditional
(w ould still be)
(w ould still w ant)

6 c
O significado da palavra hot, nas linhas 6 e 7, é se m e-
lhante, e m português, a:
a) insistentes. b) quentes. c) ávidos.
d) ousados. e) competitivos.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
7 e
A palavra for, na linha 4, poderia ser substituída por:
a) yet. b) w hy. c) still. d) but. e) because.
Resolução
For = because (= porque)

8 b
Cada uma das opções abaixo é iniciada com uma pala-
vra extraída do texto, devendo ser seguida de outras
duas palavras que lhe sejam sinônimas. Assinale a
opção e m que isso não ocorre:
a) puny (linha 11) → small, limited.
b) spre e (linha 35) → bank, institution.
c) out wit (linha 39) → trick, cheat.
d) paltry (linha 45) → insignificant, unimportant.
e) stringent (linha 49) → severe, restrictive.
Resolução
spre e = farra, pândega

9 b
O pronom e it, na linha 41 do texto, refere-se a:
a) hiding place.
b) improperly spelled, computer-generated nam e.
c) bureaucratic age.
d) ultimate camouflage.
e) the authorities.
Resolução
O pronom e it substitui “ o nom e gerado pelo computa-
dor e inadequadam ente soletrado ” .

10 e
Das afirmações abaixo:
I. The puny sum being sought, na linha 11, equiva-
le, na voz ativa, a “ the puny sum they se ek ” .
II. Yet, na linha 17, te m função de conjunção.
III. O s comparativos newer e lower, na linha 25, refe-
re m-se às administradoras de cartão de crédito
que entram no m ercado a cada ano.
IV. E m he has already been preapproved, nas linhas
30/31, o autor faz uso do Present Perfect Tense
porque se refere a uma ação que com eçou no pas-
sado e continua no presente.
estão corretas:
a) todas. b) apenas as I, II e IV.
c) apenas as II e III. d) apenas as III e IV.
e) apenas as I e II.
Resolução
O s comparativos newer e lower refere m-se à taxa
cobrada pelos cartões de crédito.
he has already been preapproved = já foi aprovado
O Present Perfect Tense é usado com a palavra-chave
already.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
11 a
Das afirmações abaixo:
I. D eterminadas práticas das administradoras de car-
tão de crédito m encionadas pelo autor parece m
fazê-Io sentir-se reduzido a uma cifra.
II. Erick Lundegaard vislumbrou a possibilidade de
“ calote ” e m administradoras de cartão de crédito.
III. O autor do texto é usuário contumaz de cartão de
crédito.
está(ão) correta(s):
a) apenas as I e II. b) apenas as II e III.
c) apenas as I e III. d) nenhuma.
e) todas.
Resolução
E m nenhum mom ento no texto, o autor afirma utilizar
os cartões que recebe.

12 d
D e acordo com o texto:
I. Só a morte do destinatário pode interromper o en-
vio frenético de correspondência feito pelas admi-
nistradoras de cartões de crédito.
II. A correspondência gerada pelas administradoras
de cartão de crédito atenua a sensação de aban-
dono de um núm ero considerável de pessoas.
III. Erick acredita que a avalanche de correspondência
enviada pelas administradoras de cartão de crédito
te m o m érito de manter os usuários de seus servi-
ços informados sobre as taxas por elas praticadas.
está(ão) correta(s):
a) apenas as I e II. b) apenas as II e III.
c) apenas a III. d) nenhuma.
e) todas.

13 c
Assinale, entre as considerações abaixo, a que não
pode ser depre endida da leitura do texto:
a) As administradoras de cartão de crédito não se inte-
ressam por aqueles indivíduos que mais necessitam
delas.
b) A vida de Lundegaard é marcada por constantes mu-
danças.
c) O autor considera seu trabalho bastante interes-
sante.
d) O peradoras de cartão de crédito oferece m isenção
de taxa a seus clientes.
e) Inovações tecnológicas pode m influir para a mudan-
ça de comportam entos criminosos.
Resolução
No texto: “I w ork in a bookstore w arehouse, hugging
boxes and books around. ”
As questões 14 e 15 referem-se ao texto abaixo,
extraído da internet:

I want to be six again

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
A man asked his wife w hat she’d like for her birthday.
“I’d love to be six again, ” she replied.
O n the morning of her birthday, he got her up bright
and early and off they w ent to a local the m e park.
W hat a day! H e put her on every ride in the park: the
D eath Slide, the Screaming Loop, the Wall of F ear –
everything there w as!
Wo w ! Five hours later she staggered out of the the m e
park, her head re eling and her stomach upside do w n.
Right to a M cDonald’s they w ent, w here her husband
ordered a Big M ac for her along with extra fries and a
refreshing chocolate shake. Then it w as off to a movie
– the latest Star Wars epic, and hot dogs, popcorn,
Pepsi Cola and M & M s. W hat a fabulous adventure!
Finally she w obbled hom e with her husband and col-
lapsed into bed.
H e leaned over and lovingly asked, “ W ell, dear, w hat
w as it like being six again?
O ne eye opened. “ You idiot, I m eant my dress size. ”
The moral of this story is: if a w oman speaks and a
man is there to hear her, he will get it wrong any w ay.

Vocabulário para as questões de 14 e 15.


• to reply = responder
• ride = brinquedos
• to stagger out = sair cambaleando
• to re el = rodopiar, girar
• upside do w n = revirado
• to order = pedir
• fries = batatas fritas
• the latest = o mais recente
• to w obble = cambalear
• to collapse = desmoronar
• to lean over = inclinar-se
• to m ean = querer dizer
• size = tamanho
• any w ay = de qualquer forma

14 e
Segundo o texto:
a) O marido e m questão te m por costum e proporcio-
nar à esposa experiências que a faze m sentir jove m
e feliz.
b) Voltar a ser criança era o desejo da referida esposa
no dia de seu aniversário.
c) A esposa e m questão é do tipo de pessoa que com e
compulsivam ente.
d) Não é aconselhável tentar repetir, na idade adulta, o
padrão de atividade física exercido na infância.
e) O s hom ens nunca entende m o que as mulheres
pretende m comunicar-lhes.
Resolução
No texto, “… if a w oman speaks and a man is there to
hear her, he will get it wrong any w ay ” .

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
15 e
O texto revela uma mulher:
a) imatura.
b) jovial.
c) rancorosa.
d) “ de mal com a vida ” .
e) preocupada com a forma física.
Resolução
No texto: “ You idiot, I m eant my dress size ” .

Vocabulário para a questão 16.

• to take the credit = ficar com o m érito

16 b
A frase: “ My father once told me that there were
two kinds of people: those who do the work and
those who take the credit. He told me to try to be
in the first group; there was much less competition
there ” , é atribuída a Indira Gandhi.
A intenção do pai de Indira, e m relação à filha, era pro-
vavelm ente
a) fazê-Ia saber da existência de conflitos e m ambien-
te de trabalho.
b) transmitir-lhe valores relativos à atitude diante do
trabalho.
c) preveni-la contra a competição no m ercado de tra-
balho.
d) apontar-lhe um caminho curto para a obtenção do
sucesso profissional.
e) prepará-la para a crescente competição no m ercado
de trabalho.

As questões de 17 a 20 referem-se ao texto abaixo:

W hat is life? To the physicist the t w o distin-


guishing features of living syste ms are complexity and
organization . Even a simple single-celled organism, pri-
mitive as it is, displays an intricacy and fidelity unmat-
ched by any product of human ingenuity. Consider, for
example, a lo wly bacterium. Close inspection reveals a
complex net w ork of function and form. The bacterium
may interact with its environm ent in a variety of w ays,
propelling itself, attacking ene mies, moving to w ards or
a w ay from external stimuli, exchanging material in a
controlled fashion. Its internal w orkings rese mble a
vast city in organization. M uch of the control rests with
the cell nucleus, w herein is also contained the genetic
‘code’, the che mical blue print that enables the bacte-
rium to replicate. The che mical structures that control
and direct all this activity may involve molecules with
as many as a million atoms strung together in a com-
plicated yet highly specific w ay. (...)
It is important to appreciate that a biological orga-
nism is made from perfectly ordinary atoms. (...) An
atom of carbon, hydrogen, oxygen, or phosphorus insi-
de a living cell is no different from a similar atom out-
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
side, and there is a steady stream of such atoms pas-
sing into and out of all biological organisms. Clearly,
then, life cannot be reduced to a property of an orga-
nism’s constituent parts. Life is not a cumulative phe-
nom enon like, for example, w eight. For though w e
may not doubt that a cat or a geranium is living, w e
w ould search in vain for any sign that an individual cat-
atom or geranium-atom is living.
Som etim es this appears paradoxical. Ho w can a
collection of inanimate atoms be animate? Som e peo-
ple have argued that it is impossible to build life out of
non-life, so there must be an additional, non-material,
ingredient within all living things – a life-force – or spi-
ritual essence w hich o w es its origin, ultimately, to
God. This is the ancient doctrine of vitalism.
An argum ent frequently used in support of vitalism
concerns behaviour. A characteristic feature of living
things is that they appear to behave in a purposive
w ay, as though to w ards a specific end.
PA UL D AVIES. God and the N e w Physics .
N.Y. – Simon & Schuster, Inc.,1984.

Vocabulário para as questões de 17 a 20.


• physicist = físico
• features = características
• single-celled = unicelular
• to display = mostrar, exibir
• intricacy = complexidade
• unmatched = único, inigualável
• ingenuity = criatividade
• lo wly = m era, simples
• close = detalhada
• net w ork = rede
• environm ent = ambiente
• to propel = impulsionar
• to rese mble = asse m elhar-se
• to rest with = ser responsabilidade de
• w herein = na qual
• to enable = capacitar
• as many as = aproximadam ente
• strung together = enfileiradas, amarradas
• steady stream = corrente contínua
• to doubt = duvidar
• to search = buscar
• to argue = argum entar, discutir
• to o w e = dever
• ultimately = basicam ente, fundam entalm ente
• support = apoio
• to appear = parecer
• purposive = intencional
• to w ards = e m direção a
17 b
Assinale a opção cuja afirmação contenha a informa-
ção correta:
a) living, na linha 2, te m a função de verbo.
b) single-celled, na linha 3, é adjetivo.
c) lowly, na linha 6, é advérbio.
d) close, na linha 6, significa “ fechada ” .

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e) stimuli, na linha 11, está no singular .
Resolução
living → adjetivo (vivos)
lo wly → adjetivo (m era, simples)
close → adjetivo (detalhada)
stimuli → substantivo plural; singular → stimulus

18 c
Q ual das palavras abaixo constitui um falso cognato?
a) physicist (linha 1).
b) fidelity (linha 4).
c) ingenuity (linha 5).
d) reveals (linha 7).
e) external (linha 10).
Resolução
ingenuity = criatividade

19 b
A expressão rests with, na linha 13 do texto, quer dizer:
a) resta ao.
b) é responsabilidade do.
c) responde pelo.
d) interage com.
e) descansa no.
Resolução
to rest with = ser responsabilidade de

20 e
D e acordo com o texto:
a) as formas superiores de vida caracterizam-se pela
complexidade e organização.
b) o comportam ento dos organismos biológicos é defi-
nido pela forma com que os átomos se organizam
no interior das células.
c) a vida resulta pura e simplesm ente de uma combi-
nação química.
d) é possível obter vida a partir de átomos inanimados.
e) o comportam ento das coisas vivas parece corrobo-
rar a doutrina do vitalismo.
Resolução
No texto: “ An argum ent frequently used in support of
vitalism concerns behaviour” .

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Comentário de Inglês

O exam e de Inglês do ITA, como de costum e,


exige um hábito de leitura constante e variado: desde
tiras cômicas a textos extraídos de jornais e revistas.
Com conteúdo denso e de difícil interpretação por
parte do aluno, o exam e torna-se ainda mais complexo
com o estilo de questões propostas, muitas vezes sub-
jetivas ou com significados próximos.
Portanto, o aluno teria que de monstrar não som en-
te um sólido conhecim ento da língua inglesa, mas tam-
bé m alta capacidade de interpretação dos fatos lidos a
fim de levá-lo à alternativa correta.

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P O RT UG U Ê S
21 d
Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:

Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Co-


mo estou escrevendo onte m, não faço idéia do que
ocorreu. Poré m, tentei adivinhar a atuação dos jo-
gadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-
m e a nota final.
(T O RER O , José Roberto. Folha de S. Paulo , 13/06/2002, A-1)

Com o uso do advérbio e m “ Como estou escrevendo


onte m... ” , o autor
a) marcou que a leitura do texto acontece simul-
taneam ente ao processo de produção do texto.
b) adequou esse ele m ento à forma verbal composta
de auxiliar + gerúndio, para guiar a interpretação do
leitor.
c) não observou a regra gramatical que impede o uso
do verbo no presente com aspecto durativo junta-
m ente com um marcador de passado.
d) sinalizou explicitam ente que a produção e a leitura
do texto acontece m e m mom entos distintos.
e) lançou mão de um recurso que, e mbora gramatical-
m ente incorreto, coloca o leitor e o produtor do tex-
to e m mom entos distintos: passado e presente, res-
pectivam ente.
Resolução
A frase “ como estou escrevendo onte m ” indica, expli-
citam ente, que o presente do leitor (ou seja, o mo-
m ento da leitura) não é o m esmo que o presente da
escrita (ou seja, o mom ento da produção do texto).
Não obstante, a frase e m questão é, não gramati-
calm ente incorreta, como se afirma na alternativa e ,
mas estranha, por combinar o presente durativo da
locução verbal “ estou escrevendo ” com o passado do
advérbio de te mpo “ onte m ” . Na alternativa e , há ainda
o erro de associar o leitor ao passado e o escritor ao
presente, quando o oposto seria correto. E m c , a incor-
reção se deve ao fato de não se tratar, propriam ente,
de infração de regra gramatical, mas sim de inade-
quação (aparente, pois resolvida pelo contexto) de
natureza se mântica. E m a , “ simultaneam ente ” é uma
indicação errada, por motivos que já deve m ter ficado
evidentes. A alternativa b não é precisa, pois não se
entende o que seria “ adequar” o advérbio à locução
verbal.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
As questões 22 e 23 referem-se ao texto abaixo.

A universidade de Taubaté (U NITA U) conta, no total,


com 720 universitários [no curso de Comunicação
Social], sendo 130 formandos. Com tantos universi-
tários saindo para o m ercado de trabalho, o coor-
denador do curso de Comunicação Social da U NI-
TA U (...) m encionou que o Vale do Paraíba é inex-
plorado e te m potencial de absorver os formandos.
(Jornal ComunicAção , n.1, março 2002, p.3)

22 a
U m leitor pode relacionar o conteúdo da construção
“ com tantos universitários saindo para o m ercado de
trabalho... ” com o que é m encionado pelo coorde-
nador do curso de Comunicação Social da U NITA U. No
entanto, essa leitura torna-se proble mática, pois o lei-
tor poderia esperar, a partir daquela construção, uma
a) conseqüência. b) causa. c) finalidade.
d) condição. e) proporção.
Resolução
O que se esperaria da construção iniciada com a ora-
ção subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio
que inicia o período – “ Com tantos universitários sain-
do para o m ercado de trabalho... ” – seria uma oração
principal que indicasse a conseqüência da circuns-
tância enunciada, e tal não ocorre.

23 e
Considerando ainda o período abordado na questão an-
terior, assinale a alternativa que, completando a oração
abaixo, apresenta a relação mais coerente entre as
idéias.
O coordenador do curso de Comunicação Social m en-
cionou que,
a) à m edida que muitos universitários sae m para o
m ercado de trabalho, o Vale do Paraíba te m poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um m er-
cado inexplorado.
b) como muitos universitários sae m para o m ercado de
trabalho, o Vale do Paraíba te m potencial de absor-
ver os formandos, pois ainda é um m ercado inex-
plorado.
c) há muitos universitários saindo para o m ercado de
trabalho, de modo que o Vale do Paraíba te m poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um m er-
cado inexplorado.
d) muitos universitários sae m para o m ercado de traba-
lho; portanto, o Vale do Paraíba te m potencial de
absorver os formandos, pois ainda é um m ercado
inexplorado.
e) e mbora muitos universitários estejam saindo para o
m ercado de trabalho, o Vale do Paraíba te m poten-
cial de absorver os formandos, pois ainda é um m er-

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
cado inexplorado.
Resolução
A redação que “ apresenta a relação mais coerente en-
tre as idéias ” é a da alternativa e , porque nela se for-
mula concessivam ente (“ e mbora ”) a idéia relativa à
grande quantidade de formandos, já que tal idéia se
contraporia à capacidade de absorção de tais forman-
dos pela região.

As questões de 24 a 26 referem-se ao texto abaixo.


(...)
1 As angústias dos brasileiros e m relação ao portu-
guês são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa
escola e, m esmo assim, conseguiu galgar posi-
5 ções, o proble ma é sobretudo com a gramática.
É esse o público que consom e avidam ente os
fascículos e livros do professor Pasquale, e m
que as regras básicas do idioma são apresen-
tadas de forma clara e be m-humorada. Para o
10 segm ento que teve oportunidade de estudar e m
bons colégios, a principal dificuldade é com cla-
reza. É para satisfazer a essa de manda que um
novo tipo de profissional surgiu: o professor de
português especializado e m adestrar funcio-
15 nários de e mpresas. Antigam ente, os cursos
dados no escritório eram de gramática básica e
se destinavam principalm ente a secretárias. D e
uns te mpos para cá, eles passaram a atender pri-
mordialm ente gente de nível superior. E m ge-
20 ral, os professores que atuam e m firmas são
acadê micos que faze m esse tipo de trabalho
esporadicam ente para ganhar um dinheiro extra.
“ É fascinante, porque deixamos de viver a teoria
para enfrentar a língua do mundo real” , diz Antô-
25 nio Suárez Abreu, livre-docente pela Universi-
dade de São Paulo (...)
(J O Ã O G A BRIEL D E LIM A. Falar e escrever, eis a questão. Veja ,
7/11/2001, n. 1725)

24 c
Aponte a alternativa que conté m uma inferência que
NÃO pode ser feita com base nas idéias explicitadas
no texto.
a) Freqüente m ente, uma boa escola é uma espécie de
passaporte para a ascensão.
b) O conjunto que abrange “ gente de nível superior”
não conté m o subconjunto “ secretárias ” .
c) No âmbito da Universidade, os estudos da língua
estão prioritariam ente voltados para a prática lin-
güística.
d) A escola de qualidade inferior não favorece o
aprendizado da gramática.
e) O conhecim ento gramatical não garante que as
pessoas se expresse m com clareza.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Resolução
Conform e a observação do professor universitário
m encionado no final do trecho transcrito, ao sair do
ambiente universitário para “ enfrentar a língua do
mundo real” o que ocorre é que “ deixamos de viver a
teoria ” . Portanto, a conclusão é o oposto do que se
propõe na alternativa c . O correto seria afirmar que
“ No âmbito da Universidade, os estudos de língua
estão prioritariam ente voltados para a teoria lingüís-
tica ” . Todas as de mais alternativas estão de acordo
com o que se afirma no texto ou contê m inferências
por ele autorizadas.

25 a (teste defeituoso)
Considerando que o autor do texto apresenta os fatos
a partir da perspectiva daqueles que procuram um
curso de língua portuguesa, aponte o sentido que a
palavra “ de manda ” assum e no texto.
a) busca b) necessidade c) exigência
d) pedido e) disputa
Resolução
O sentido prim eiro do verbo de mandar é “ir e m busca
de, procurar” (Aurélio) ou “ tentar obter, através de pe-
dido ou exigência; requerer, reivindicar, reclamar”
(Houaiss), sendo “ busca ” o sentido prim eiro do subs-
tantivo de manda , como se vê no título do célebre rela-
to m edieval, A D e manda do Santo Graal . O corre, po-
ré m, que, no contexto, quadram be m tanto o sentido
de “ busca ” (alternativa a) quanto o de “ necessidade ”
(alternativa b), també m presente entre as possibi-
lidades se mânticas da palavra (e també m dicionari-
zado). Preferimos “ busca ” por ser o sentido mais bá-
sico e por ser sugerido pelo próprio Examinador no
caput do teste, que se refere àqueles “ que procuram
um curso de língua portuguesa ” . D e qualquer forma,
trata-se de um teste com defeito de formulação, por
apresentar duas alternativas cabíveis.

26 d
O adjetivo “ principal” (linha 11) permite inferir que a
clareza é apenas um ele m ento dentro de um conjunto
de dificuldades, talvez o mais significativo. Se m elhante
inferência pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidam ente, principalm ente, primordialm ente.
b) sobretudo, avidam ente, principalm ente.
c) avidam ente, antigam ente, principalm ente.
d) sobretudo, principalm ente, primordialm ente.
e) principalm ente, primordialm ente, esporadicam ente.
Resolução
Na alternativa d , os três advérbios propostos são sinô-
nimos, indicando o que se situa “ acima de tudo ” , o
que se coloca “ e m prim eiro lugar” . Nas de mais alter-
nativas, há se mpre um ou dois advérbios discrepantes:
“ avidam ente ” , “ antigam ente ” ou “ esporadicam ente ” .

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
27 a
Durante a Copa do M undo deste ano, foi veiculada, e m
programa esportivo de uma e missora de TV, a notícia
de que um apostador inglês acertou o resultado de
uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu
burro de estimação. U m dos com entaristas fez, então,
a seguinte observação: “ Já vi muito com entarista
burro, mas burro com entarista é a prim eira vez. ”
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se
altera e m função da orde m que elas assum e m na
expressão.
Assinale a alternativa e m que isso NÃO ocorre:
a) obra grandiosa b) jove m estudante
c) brasileiro trabalhador d) velho chinês
e) fanático religioso
Resolução
E m “ obra grandiosa ” , a alteração na posição dos ter-
mos não muda sua classe gramatical, pois “ obra ” con-
tinuará sendo substantivo e “ grandiosa ” , adjetivo. E m
todos os outros casos, o ele m ento que vier prim eiro
será o substantivo e o segundo, adjetivo.

28 b
Há algum te mpo, apareceu na imprensa a notícia de
uma controvérsia sobre a Lei de Aposentadoria, envol-
vendo duas teses que pode m ser expressas nas sen-
tenças abaixo:
I. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65
anos e 30 anos de contribuição para o INSS.
II. Poderão aposentar-se os trabalhadores com 65
anos ou 30 anos de contribuição para o INSS.
Aponte a alternativa que apresenta a interpretação que
NÃO pode ser feita a partir dessas sentenças:
a) de acordo com (I), para aposentar-se, uma pessoa
deve ter simultaneam ente, pelo m enos, 65 anos de
idade e, pelo m enos 30 anos de contribuição para o
INSS.
b) de acordo com (II), para aposentar-se, uma pessoa
deve ter simultaneam ente, pelo m enos, 65 anos de
idade e, pelo m enos, 30 anos de contribuição para o
INSS.
c) de acordo com (II), uma pessoa que tenha 65 anos
de idade e 5 anos de contribuição para o INSS pode-
rá se aposentar.
d) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que
uma pessoa tenha 65 anos de idade, pelo m enos.
e) de acordo com (II), para aposentar-se, basta que
uma pessoa tenha contribuído para o INSS por, pelo
m enos, 30 anos.
Resolução
Na interpretação proposta na alternativa b para a frase
II, o advérbio “ simultaneam ente ” é inaceitável, pois
ele contraria o que diz a frase, que é “ 65 anos [de
idade] ou 30 anos de contribuição ” . Portanto, não há
simultaneidade, mas alternância.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
As questões de 29 a 31 referem-se ao poema
“Canção”, de Cecília Meireles.

Canção

Pus o m eu sonho num navio


e o navio e m cima do mar;
– depois, abri o mar com as mãos
para o m eu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas


do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos m eus dedos
colore as areias desertas.

O vento ve m vindo de longe,


a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
m eu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,


para fazer com que o mar cresça,
e o m eu navio chegue ao fundo
e o m eu sonho desapareça.

D epois, tudo estará perfeito;


praia lisa, águas ordenadas,
m eus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas

29 e
N este poe ma, há algumas figuras de linguage m. Abai-
xo, você te m, de um lado, os versos e, do outro, o
nom e de uma dessas figuras. O bserve:
I. “ Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das
ondas entreabertas ” .................... sinestesia
II. “ e a cor que escorre dos m eus
dedos ” .......................................... m etonímia
III. “ o vento ve m vindo de longe ” .... aliteração
IV. “ a noite se curva de frio ” ............ personificação
V. “ e o m eu navio chegue ao fundo /
e o m eu sonho desapareça ” ........ polissíndeto
Considerando-se a relação verso/figura de linguage m,
pode-se afirmar que
a) apenas I, II e III estão corretas.
b) apenas I, III e IV estão corretas.
c) apenas II está incorreta.
d) apenas I, IV e V estão corretas.
e) todas estão corretas.
Resolução
E m I, a sinestesia (mistura de estímulos de órgãos
sensoriais diferentes) corresponde à mistura das sen-
sações táctil (“ molhadas ”) e visual (“ azul”); e m II, a
m etonímia (substituição por contigüidade) está e m
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
designar a água por uma característica dela, sua cor,
podendo-se classificar tal figura també m como sinédo-
que (substituição todo/parte), que é um caso especial
de m etonímia; e m III, há aliteração do v (consistindo a
figura na repetição de fone ma consonântico, geral-
m ente no início de palavras); e m IV, a noite é personi-
ficada, ao se atribuíre m a ela sensação (frio) e gesto
(curvar-se de frio) próprios de pessoas; e m V, o polis-
síndeto consiste na repetição do conectivo “ e ” . Todas
as classificações propostas para as figuras de lingua-
ge m apresentadas estão, portanto, corretas. O corre,
poré m, que o Examinador, não consciente, ao que tudo
indica, do proble ma envolvido na distinção entre siné-
doque e m etonímia, propôs, na alternativa c , a opção
“ apenas II está incorreta ” . Tal alternativa, poré m, não
pode ser aceita, pois é descabido exigir que se distin-
ga, no caso, uma subclasse (a sinédoque) do conjunto
de que faz parte (a m etonímia). Se pairar alguma dúvi-
da, consulte m-se os escritos do lingüista Roman
Jakobson a respeito do assunto.

30 b
Pode-se apontar como te ma do poe ma
a) a transitoriedade das coisas.
b) a renúncia.
c) a desilusão.
d) a fugacidade do te mpo.
e) a dúvida existencial.
Resolução
No poe ma relata-se o naufrágio de um sonho. Como tal
naufrágio é provocado ou preparado pelo eu-lírico,
trata-se, na verdade, da experiência de renúncia a um
sonho (alternativa b), mais do que de uma desilusão
(alternativa c).

31 d
C ecília M eireles, poeta da segunda fase do M oder-
nismo Brasileiro, faz parte da chamada “ Poesia de 30 ” .
Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO afirmar
que ela
a) seguiu rigidam ente o M odernismo Brasileiro, produ-
zindo uma poesia de consciência histórica.
b) não seguiu rigidam ente o M odernismo Brasileiro,
produzindo uma obra de traços parnasianos.
c) seguiu rigidam ente o M odernismo Brasileiro, produ-
zindo uma poesia panfletária e musical.
d) não seguiu rigidam ente nenhuma corrente do M o-
dernismo Brasileiro, produzindo uma poesia lírica,
mística e musical.
e) não seguiu rigidam ente nenhuma corrente do M o-
dernismo Brasileiro, produzindo uma poesia histó-
rica, engajada e musical.
Resolução
C ecília M eireles produziu poesia forte m ente marcada
por traços pós-simbolistas, incluindo-se aí o tipo de
musicalidade envolvente que caracteriza seus poe mas,
assim como sua tendência ao misticismo.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
32 c (teste defeituoso)
Q uanto ao te mpo verbal, é CORRETO afirmar que, no
texto abaixo,

João e Maria
Agora eu era herói
E o m eu cavalo só falava inglês
A noiva do ca w boy
Era você alé m das outras três
Eu enfrentava os batalhões
O s ale mães e os seus canhões
Guardava o m eu bodoque
Ensaiava o rock
Para as matinês (...)
(C HIC O B U AR Q U E D E H O LA N D A)

a) a relação cronológica, no prim eiro verso, entre o


mom ento da fala e “ ser herói” é de anterioridade.
b) o pretérito imperfeito indica um processo concluído
num período definido no passado.
c) o pretérito imperfeito é usado para instaurar um
mundo imaginário, próprio do universo infantil.
d) o conflito entre a marca do presente – no advérbio
“ agora ” – e a do passado – nos verbos – leva à
inte mporalidade.
e) o pretérito imperfeito é usado para exprimir cortesia.
Resolução
A alternativa a é confusa, pois não é clara a referência
de “ anterioridade ”: o que seria anterior, o mom ento da
fala ou “ ser herói”? Não obstante, se considerarmos
que a intenção do Examinador foi afirmar que o “ ser
herói” é anterior ao mom ento da fala, essa alternativa
seria aceitável. Não se deveria, no entanto, numa
prova como esta, ter de supor qual teria sido a inten-
ção do Examinador, pois ele deveria tê-la deixado clara
na formulação do teste. A alternativa b caracteriza
equivocadam ente o pretérito imperfeito, que indica
uma ação contínua, ou seja, não-acabada (im-perfeita)
no passado. A afirmação da alternativa c pode ser
tomada como igualm ente descabida, pois outros te m-
pos verbais també m se prestam a “instaurar um
mundo imaginário, próprio do universo infantil” , ne m é
essa, no caso, a razão do e mprego do imperfeito. Se,
no entanto, o Examinador exigisse o conhecim ento
prévio da canção por parte do candidato (pois o trecho
transcrito não basta para a conclusão pedida) e, tam-
bé m, se ele se referisse não apenas ao pretérito imper-
feito, mas a sua combinação com o advérbio “ agora ” ,
perguntando sobre o sintagma “ agora eu era ” (“ agora
eu era isso, agora eu era aquilo ”), a resposta c poderia
ser aceita se m restrições. M as não é o que ocorre
neste teste de formulação proble mática. Na alternativa
d , ignora-se que o advérbio “ agora ” não indica apenas
te mpo presente (“ neste mom ento ”), mas pode tam-
bé m, como é o caso no texto e m questão, indicar
te mpo passado (“ naquele mom ento ” , indicação de
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
que se encontram, nos dicionários Aurélio e Houaiss,
exe mplos se m elhantes ao do texto). M ais descabida
que as anteriores é a alternativa e .

33 b e d (teste defeituoso)
Com relação ao texto abaixo:

Prim eira mulher: Trabalhar o te mpo inteiro e tomar


conta da casa está m e levando à
loucura! D epois do trabalho, che-
guei e m casa e lavei a roupa e a
louça. A manhã tenho de lavar o
chão da cozinha e as janelas da
frente.

Segunda mulher: Então? E teu marido?

Prim eira mulher: Ah! Isso eu não faço de maneira


alguma! Ele pode muito be m se
lavar sozinho!

(ILARI, Rodolfo. Introdução à Se mântica.


São Paulo: Contexto, 2001)

pode mos afirmar que, do ponto de vista das funções


gramaticais, a piada fundam enta-se num mal-enten-
dido, nascido do fato de
a) a prim eira mulher ter usado o pronom e “isso ” para
retomar um predicado que ficou implícito na fala da
segunda mulher.
b) a segunda mulher não ter enunciado uma frase
completa com a pergunta “ E teu marido?”
c) a prim eira mulher ter usado, na sua justificativa para
a recusa, o verbo “ poder” , indicando que o marido
tinha condições de se lavar sozinho.
d) a prim eira mulher ter atribuído a “ teu marido ” o
papel de alvo e não de agente.
e) a prim eira mulher confundir as funções sintáticas
pertinentes, evidenciadas na fala da segunda mu-
lher.
Resolução
Se a segunda mulher formulasse a frase completa e m
sua pergunta – que seria algo como "E teu marido, não
ajuda?" – não ocorreria o mal-entendido e não haveria a
piada. Portanto, a alternativa b é correta. M as a alter-
nativa d não se pode considerar errada, pois o que
ocorreu foi que a prim eira mulher interpretou a per-
gunta da segunda como se "teu marido" fosse "alvo",
ou seja, objeto, do verbo "lavar" – caso e m que a
segunda estaria perguntando à prim eira se ela não
lavava també m o marido – e não como se "teu marido"
fosse "agente", ou seja, no caso, sujeito do m esmo ou
outro verbo, como ocorreria na interpretação correta
da pergunta – "E teu marido, não ajuda?" ou "não lava
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
nada?". A alternativa e també m estaria certa, se não
afirmasse que as funções sintáticas confundidas se
encontram "evidenciadas na fala da segunda mulher",
pois tais funções, na frase truncada da pergunta, não
são nada evidentes.

34 e
Para uma pessoa mais exigente no que se refere à
redação, especificam ente a construções e m que está
e m jogo a omissão do sujeito, só seria aceitável a alter-
nativa
a) As mulheres deve m evitar o uso de produtos de
higiene fe minina perfumados, pois pode m causar
irritações (...) (Infecção urinária. In A Cidade . Lorena,
março/2002, ano IV, n. 42)
b) E recom endável també m não usar roupas justas,
pois assim permite uma boa ventilação (...), o que
reduz as chances de infecção. (Infecção uririária. In
A Cidade . Lorena, março/2002, ano IV, n. 42)
c) Alguns m edicam entos deve m ser ingeridos ao le-
vantar-se (manhã), e outros antes de dormir (noite),
aproveitando assim seu efeito quando ele é mais
necessário. (Boletim informativo sobre o uso de m e-
dicam entos, produzido por M & R Comunicações)
d) Já a rouquidão persistente é sinal de abuso exces-
sivo da voz, o que pode levar à formação de nódulos
(calos) ou pólipos, e m erece m atenção especial.
(Rouquidão: o que é e como ela afeta sua saúde
vocal. Panfleto de divulgação do curso de Fonoau-
diologia. Lorena, abril de 2001)
e) As seqüelas [causadas pelo herpes] variam de pa-
ciente para paciente e pode m ou não ser permanen-
tes. (Folha Equilíbrio. Folha de S. Paulo , 27/06/2002,
p. 3)
Resolução
E m todas as alternativas, salvo e , há omissão inepta do
sujeito: e m a , o sujeito de “ pode m causar” poderia ser
tanto “ mulheres ” quanto “ produtos ” , e mbora seja
logicam ente este último; e m b , não é possível encon-
trar o sujeito de “ permite ”; e m c , o sujeito de “levan-
tar-se ” , “ dormir” e “ aproveitando ” não aparece na
frase; e m d , não se sabe qual é o sujeito de “ m ere-
ce m ” – “ nódulos ” , “ calos ” ou ambos?
As questões 35 e 36 referem-se ao texto “Língua”,
de Caetano Veloso, exposto abaixo.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero m e dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Q ue encurte m dores
E furte m cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E que m há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrere m à míngua
“ Minha pátria é minha língua ”
Fala, M angueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusam érica, latim e m pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)

35 c
A idéia central é que
a) a língua portuguesa está repleta de dificuldades,
principalm ente prosódias e paródias, para os fa-
lantes brasileiros.
b) autores de língua portuguesa, como F ernando
Pessoa, Guimarães Rosa e Camões, tê m estilos
diferentes.
c) a pátria dos falantes é a língua, superando as fron-
teiras geopolíticas.
d) na língua portuguesa, é fundam ental a associação
de palavras para criar efeitos sonoros.
e) a escola de samba M angueira é uma legítima re-
presentante dos falantes da língua portuguesa.
Resolução
A frase central do texto de Caetano Veloso é a forma
alterada de uma célebre afirmação de F ernando
Pessoa: “ Minha pátria é a língua portuguesa. ”

36 e
Caetano Veloso, e m determinado ponto do texto, refe-
re-se à Língua Portuguesa de modo geral, se m consi-
derar as peculiaridades relativas ao uso do idioma no
Brasil e e m Portugal. Para fazer tal referência, utiliza-se
da seguinte expressão:
a) Língua de Luís de Camões. b) Lusam érica.
c) Minha língua. d) Flor do Lácio.
e) Latim e m pó.
Resolução
E m a , a referência é à língua de Portugal; e m b , o vocá-
bulo “lusam érica ” refere-se à A m érica portuguesa, ou
seja, ao Brasil; e m c , “ minha língua ” indica, no contex-
to, a língua do compositor, ou seja, a língua do Brasil;
e m d , “ Flor do Lácio ” refere-se à língua portuguesa e m
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
geral, mas é citação de Olavo Bilac, não expressão de
Caetano Veloso, como parece exigir o teste, armando
uma “ pegada ” para o candidato (a m enos que se trate
aqui de mais um dos testes mal formulados desta
prova); e m e , “latim e m pó ” se refere apenas à língua
portuguesa como transformação do latim, se m mais
especificação.

37 c
A expressão “ Flor do Lácio ” també m faz parte de um
famoso poe ma da Literatura Brasileira, intitulado
“ Língua Portuguesa ” , produzido na segunda m etade
do século XIX.
Assinale a alternativa que apresenta características
pertencentes ao estilo da época e m que foi produzido
esse poe ma.
a) Subjetivismo, culto da forma, arte pela arte.
b) Culto da forma, misticismo, retorno aos motivos
clássicos.
c) Arte pela arte, culto da forma, retorno aos motivos
clássicos.
d) Culto da forma, subjetivismo, misticismo.
e) Subjetivismo, misticismo, arte pela arte.
Resolução
Trata-se de um poe ma do poeta parnasiano Olavo
Bilac. U m dos ideais do Parnasianismo, indicado atra-
vés do princípio “ arte pela arte ” , foi o desvinculam ento
da arte e m relação a questões sociais, políticas, reli-
giosas e outras, resultando tal ideal numa concepção
de arte e m que o objetivo da obra artística é apenas
estético, não ético, ou seja, é apenas a criação de bele-
za. Daí o “ culto da forma ” , ou formalismo, pois a forma
seria o principal ele m ento garantidor da beleza alm eja-
da, e daí també m o “retorno aos motivos clássicos ” ,
pois estes conteriam a tradição de beleza elaborada
pelos grandes m estres antigos da arte e consagrada ao
longo dos séculos.

38 b e e (teste defeituoso)
No texto, Caetano Veloso fala de “ paródias ” . E m qual
das alternativas abaixo o segundo texto NÃO parodia o
prim eiro?
a) Penso, logo existo. / Penso, logo desisto.
b) Q ue m vê cara não vê coração. / Q ue m vê cara não
vê Aids.
c) Nunca deixe para amanhã o que pode fazer hoje. /
Nunca deixe para amanhã o que pode fazer depois
de amanhã.
d) E m terra de cego, que m te m um olho é rei. / E m
terra de cego, que m te m um olho não abre cine ma.
e) Antes só do que mal acompanhado. / Antes mal
acompanhado do que só.
Resolução
E m todas as alternativas há uma “ deformação ” do dito
apresentado de início. E m a , c e d , há propósito zom-
beteiro, jocoso, satírico, essencial à caracterização da
paródia (assim a palavra é definida no Dicionário

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Houaiss: “ obra literária, teatral, musical etc. que imita
outra obra, ou os procedim entos de uma corrente artís-
tica, escola etc. com objetivo jocoso ou satírico ; arre-
m edo ” , e, de forma se m elhante, no Dicionário Aurélio:
“ imitação cômica de uma composição literária ”).
Como tal “ objetivo jocoso ou satírico ” não se encontra
ne m na frase da alternativa b ne m na da alternativa e ,
conclui-se que há duas respostas para este teste.

As questões 39 e 40 referem-se às propagandas


abaixo.
I. Aproveite o Dia M undial da Aids e faça um cheque
ao portador. Bradesco, Ag. 093-0, C/C 076095-1.
(Agência Norton)
lI. Bi Bi - G eneral M otors: duas vezes bicampeã do
carro do ano. (Agência Colucci e Associados)

39 a
O s anúncios apresentam se m elhanças porque seus
criadores
a) exploram, na construção do texto, o potencial de sig-
nificação das palavras, com criatividade.
b) exploram expressões consagradas, negando, no
entanto, o sentido popular de cada uma delas.
c) utilizam processos de abreviação vocabular, repre-
sentados, respectivam ente, por uma sigla e uma
onomatopéia.
d) apostam nas sugestões sonoras produzidas pelos
textos e no conhecim ento vocabular dos leitores.
e) elaboram textos que, apesar de criativos, apresen-
tam a redundância como um proble ma de redação.
Resolução
Na prim eira frase, o autor explorou habilm ente as pos-
sibilidades se mânticas da palavra “ portador” , na
expressão corrente “ cheque ao portador” , que, no
contexto, pode indicar tanto o portador do cheque
quanto o portador da doença. Na segunda frase, ocor-
re algo se m elhante, pois “ bi bi” pode tanto ser a ono-
matopéia consagrada da buzina do automóvel, usada
quando algué m pede passage m, quanto a repetição da
redução da palavra “ bicampeã ” , aludindo ao fato, cele-
brado na frase, de a e mpresa ter sido duas vezes
bicampeã, funcionando o prim eiro “ bi” també m como
prefixo do segundo.

40 d
Nos anúncios, os publicitários utilizaram recursos gra-
maticais diferentes para possibilitar, ao m enos, duas
leituras. Aponte o tipo de recurso utilizado e m cada um
desses anúncios, respectivam ente,
a) sintático, pela função de adjunto adnominal de “ ao
portador” , e fonético, pela exploração da repetição
de som.
b) se mântico, pela polisse mia do termo “ cheque ” , e
sintático, pela elipse do verbo de ligação “ ser” .
c) morfológico, pela utilização de sigla, e fonético, pela
exploração da repetição de som.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
d) se mântico, pela polisse mia de “ portador” , e mor-
fológico, pela formação de palavra por prefixação.
e) sintático, pela elipse de um termo, e morfológico,
pela exploração de um prefixo latino.
Resolução
No prim eiro caso o autor explorou duas possibilidades
de sentido da palavra “ portador”; no segundo, usou
“ bi” , não só como onomatopéia (e m “ bi bi”), mas tam-
bé m como redução de “ bicampeã ” e como prefixo
acrescido ao segundo “ bi” , no sentido de “ duas vezes
bicampeã ” .

As questões de número 41 a 45 devem ser respon-


didas no caderno de soluções.

41
Leia com atenção os textos abaixo.
IRACEMA – CAPÍTULO II
Alé m, muito alé m daquela serra, que ainda azula
no horizonte, nasceu Irace ma.
Irace ma, a virge m dos lábios de m el, que tinha
os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
longos que seu talhe de palm eira.
O favo da jati não era doce como o seu sorriso;
ne m a baunilha recendia no bosque como o seu háli-
to perfumado.
M ais rápida que a e ma selvage m, a morena vir-
ge m corria o sertão e as matas do Ipu, onde cam-
peava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara.
O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a
verde pelúcia que vestia a terra com as prim eiras
águas.
(J O SÉ D E A LE N C AR)

MACUNAÍMA – CAPÍTULO I
No fundo do mato-virge m nasceu M acunaíma,
herói de nossa gente. Era preto e retinto e filho do
m edo da noite. Houve mom ento e m que o silêncio
foi tão grande escutando o murmurejo do Uiracoera,
que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa
criança é que chamaram de M acunaíma.
Já na m eninice fez coisas de sarapantar. D e pri-
m eiro passou mais de seis anos não falando. Se o
incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça...
(M ÁRIO D E A N DRA D E )

a) Romantismo e M odernismo são dois movim entos


literários de fundo nacionalista. Com base nessa afir-
mação, indique pontos de contato entre as obras
Irace ma e M acunaíma que pode m ser comprovados
pelos excertos acima.
b) Encontre nos textos, ao m enos, uma diferença entre
o estilo de M ário de Andrade e o de José de Alencar.
Resolução
a) O s parágrafos iniciais de Irace ma e M acunaína, que
o examinador transcreveu, evidenciam, já nos títulos
das obras, a presença do indianismo, de vocábulos

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
de extração indígena (graúna, “jati” , “Ipu ” , “ tabaja-
ra ” , “ Uraricoera ” , “ tapanhumas ”), e da natureza
brasileira, convertida e m espaço mítico, cenário
paradisíaco que assistiu ao nascim ento dos prota-
gonistas, ambos revestidos de grande carga sim-
bólica e nacionalista, ainda que inspiradas e m atitu-
des diversas e divergentes: e m Alencar, a idealiza-
ção lírica e heróica; e m M ário de Andrade, a atitude
crítica, o indianismo “ às avessas ” , na direção da irre-
verência “ antropofágica ” de O s w ald de Andrade.
b) O estilo romântico de José de Alencar explora os
efeitos plásticos de comparações e m cadeia (sí-
miles), que visam a compor uma image m belam en-
te idealizada da heroína, associando-a às virtudes da
terra: as cores, o porte altaneiro, a doçura do m el, o
perfum e das flores etc.
O modernismo crítico e irreverente de M ário de An-
drade revela-se não só na configuração de um herói
desidealizado (“ criança feia ”), preguiçoso, como na
linguage m que, intencionalm ente, transgride a nor-
ma: “ sarapantar” . O examinador violentou o texto
original que registra “ Si” e não “ Se ” . Ó bvio que não
se trata de falha tipográfica, mas de desvio intencio-
nal e constante, dentro do propósito do autor de “ es-
crever brasileiro ” , de incorporar o registro oral ao seu
trabalho artístico.

42
Leia o texto seguinte.

Graciliano Ramos:
Falo som ente com o que falo:
Com as m esmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca:

de toda uma crosta viscosa,


resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara.
(...)
(J O Ã O C A BRAL D E M EL O N ET O )

a) No poe ma, João Cabral faz referência ao estilo de


Graciliano Ramos. D estaque um trecho do excerto
acima e com ente a caracterização feita pelo autor do
poe ma.
b) Justifique a colocação dos dois pontos após o nom e
Graciliano Ramos no título do poe ma.
Resolução
a) “ Com as m esmas vinte palavras / girando ao redor
do sol” . Estes versos configuram um dos principais
atributos do romancista alagoano, que o poeta per-
nambucano admira: a concisão, a economia voca-
bular, a proverbial “ secura ” de sua dicção exata, ob-
jetiva, apegada ao essencial e refratária à adjetiva-
ção, à subordinação, ao ornam ental.
b) O s dois-pontos, pospostos ao nom e do romancista,

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
indicam a enum eração de seus atributos, das quali-
dades que constitue m o texto do poe ma e seu con-
teúdo.

43
O texto abaixo, de divulgação científica, apresenta ter-
mos coloquiais que, apesar de muito expressivos, não
são comuns e m textos científicos. Re escreva o pri-
m eiro período, utilizando a linguage m no nível formal.
A ciência vive atrás de truques para dar uma rastei-
ra genética no câncer, mas desta vez parece que
pesquisadores am ericanos deram de cara com um
ovo de Colombo. D esligando um só gene, eles para-
ram o crescim ento do tumor. M elhor ainda: quando
a substância que suprimia o gene parava de agir, ele
se ativava, outra vez – mas a favor do organismo,
ordenando a morte do câncer.
(J O SÉ R EIN ALD O L O PES . G ene “ vira-casaca ” derruba
tumor. Folha de S.Paulo , 5/07/2002, A-16)
Resolução
A questão oferece inúm eras possibilidades, dado que
o examinador não impôs outros requisitos que não a
utilização do “ nível formal” . Assim, poder-se-ia re es-
crever o período como se segue:
“ A ciência procura m eios para superar, através da
genética, o câncer. Pesquisadores am ericanos pode m
ter econtrado uma nova solução. ”

44
Leia o texto abaixo.
BoIeiros sob m edida

Ciência e futebol é uma tabelinha raram ente


esboçada no Brasil. A acade mia não costuma eleger
os gramados como objeto de estudo e o mundo dos
boleiros tampouco te m o hábito de, digamos, dar
bola para o que os pesquisadores dize m sobre o
esporte mais popular do planeta. Numa situação pri-
vilegiada nos dois campos, tanto na ciência quanto
no futebol, Turíbio Leite de Barros, diretor do centro
de M edicina da Atividade Física e do Esporte da
U niv ersidad e F e d eral d e São Paulo (C e m a-
fe/Unifesp) e fisiologista da equipe do São Paulo
Futebol Clube há 15 anos, produziu um estudo que
traça o perfil do futebol praticado hoje no Brasil do
ponto de vista das exigências físicas a que os joga-
dores de cada posição do tim e são subm etidos
numa partida.
(M ARC O S PIVETTA . Pesquisa. FAPESP ,
maio de 2002, p. 42)
a) O texto conté m termos do universo do futebol,
como, por exe mplo, “ tabelinha ” , uma jogada rápida
e entrosada normalm ente entre dois jogadores.
Retire do texto outras duas expressões que, e mbo-
ra caracterize m esse universo, també m assum e m
outro sentido. Explique esse sentido.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
b) O título pode ser considerado ambíguo devido à
expressão “ sob m edida ” . Aponte dois sentidos pos-
síveis para a expressão, relacionando-os ao conteú-
do do texto.
Resolução
a) “ Dar bola ” é uma expressão que o uso coloquial
consagrou, com o sentido de “ dar importância ” ,
“importar-se ” com algo.
A expressão “ campos ” significa també m “ âmbito ”
e, nessa acepção, te m largo e mprego; a Física, a So-
ciologia, a M edicina dão també m à palavra ” campo ”
significações próprias, pertinentes a essas esferas
do saber.
b) “Sob medida” encerra tanto a noção de exatidão, jus-
teza, como a de algo construído a priori , previamente
destinado a determinada função ou finalidade. No
texto, pode-se entender tanto que os “boleiros” são
objeto de mensuração, de estudo científico, como
também que estejam sendo “fabricados”, “produ-
zidos” pela medicina esportiva, em função das posi-
ções táticas que desempenham nas partidas.

45
Leia o texto seguinte.

“ No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste,


que m e causou arrepios, fui para o m eu laboratório,
onde, por sinal, pendurei uma tela de Bruegel, um
dos m eus favoritos. Lá, trabalhando com tripanos-
somas, e vencendo uma terrível dor de dentes... ”
Não. D e saída tal artigo seria rejeitado, ainda que os
resultados fosse m soberbos. O estilo... O cientista
não deve falar. É o objeto que deve falar por m eio
dele. Daí o estilo impessoal, vazio de e moções e
valores:
O bserva-se
Constata-se
O bté m-se
Conclui-se.
Q ue m? Não faz diferença...
(R U B E M A LVES . Filosofia da ciência . São Paulo:
Brasiliense, 1991, p. 149)

a) Do prim eiro parágrafo, que simula um artigo científi-


co, extraia os aspectos da forma e do conteúdo que
vão contra a idéia de que “ o cientista não deve falar” .
b) O autor exe mplifica com uma seqüência de verbos
a idéia de que o estilo deve ser impessoal. Q ue
estratégia de construção é usada para transmitir o
ideal de impessoalização?
Resolução
a) A marca da subjetividade é a imposição da prim eira
pessoa pronominal, implícita ou elíptica: “ m e cau-
sou ” , “ m eu laboratório ” , “ m eus favoritos ” , “ [eu]
fui” , “ [eu] pendurei” , alé m das referências a sen-
tim entos (“ triste ”), sensações, reações (“ arrepios ” ,
“ dor de dentes ”) e ações (“ dependurei…”) imper-
tinentes e m um texto que se pretende científico.
b) A “ estratégia de construção ” utilizada pelo autor pa-
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
ra “ transmitir o ideal de impessoalização ” é o acrés-
cimo do pronom e se aos verbos. Tal pronom e é
impessoalizador, seja quando se liga a verbos que
não-transitivos diretos, sendo então chamado “índi-
ce de indeterminação do sujeito ” , seja quando se
liga a verbos transitivos diretos, transformando a
construção de ativa e m passiva, sendo então cha-
mado “ partícula apassivadora ” . No caso dessa voz
passiva pronominal, també m chamada sintética, a
ação é impessoal, pois nela não ocorre, e m portu-
guês moderno, o agente da passiva, que correspon-
deria ao sujeito da voz ativa.

REDAÇÃ O
Leia os seguintes textos e, com base no que abordam,
escreva uma dissertação e m prosa, de aproximada-
m ente 25 (vinte e cinco) linhas, sobre

A importância da ética nas atividades e relações


humanas.

1. “ O que se deve fazer quando um concorrente


está se afogando? Pegar uma mangueira e jogar
água e m sua boca ” . (Ray Kroc, fundador do
M cDonald’s, e m Tudo , n. 11, 15/04/2001, p. 23)
2. “ Te mos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada
dele foi a mais inteligente da partida contra os
turcos. São lances como esses que te colocam
na Copa do M undo. Te m de ser malandro. Só
que m joga futebol sabe disso. ” (Roberto Carlos,
jogador da seleção brasileira de futebol, com en-
tando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter sido
atingido no rosto pela bola chutada por um
adversário. Folha de S. Paulo , 06/06/2002)
3. Ética . s.f. Estudo dos juízos de apreciação que
se refere m à conduta humana suscetível de qua-
lificação do ponto de vista do be m e do mal, seja
relativam ente a determinada sociedade, seja de
modo absoluto. ( Dicionário Aurélio Eletrônico .
Versão 2.0 [199_] Rio d e Jan eiro: L e xikon
Informática, Nova Fronteira, C D-R O M)
4. Como toda descoberta científica exige que o pes-
quisador suspenda seus preconceitos, ela com-
porta riscos éticos. M as a ciência não produz
automaticam ente efeitos nocivos no plano ético.
A aplicação da ciência ao mundo prático nunca é
m ecânica ou automática. Ela depende das esco-
lhas humanas. (Renato Janine Ribeiro. In Pes-
quisa: clonage m. FAPESP, n. 73, março 2002. Su-
ple m ento Especial)

Redação – Comentário

Fiel à tradição, o ITA propôs a elaboração de um


texto dissertativo, desta vez sobre a importância da
ética nas atividades e relações humanas. O ferece-
O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
ram-se, como subsídios à produção textual do candi-
dato, quatro fragm entos: dois depoim entos, sendo o
prim eiro do fundador da cadeia de lanchonetes mais
famosa do mundo, a cadeia M c Donald’s, e o segundo,
do jogador da seleção brasileira de futebol, Roberto
Carlos, ambos defendendo, cada um a seu modo, a
violação da ética como “ necessária ” ou justificável
quando se trata de vencer – ou derrotar – adversários.
No terceiro fragm ento, o candidato pôde contar com a
definição de ética – segundo o dicionário Aurélio, “ es-
tudo dos juízos de apreciação que se refere m à con-
duta humana suscetível de qualificação do ponto de
vista do be m e do mal” . Ampliando as possibilidades de
abordagem do tema, o quarto texto continha transcrição
do parecer de Renato Janine Ribeiro sobre experiências
de clonage m que comportariam, involuntariam ente, ris-
cos éticos.
D e posse dessas informações e de outras perten-
centes a seu próprio repertório, o candidato deveria
proceder a uma análise crítica do comportam ento
humano, considerando, para tanto, a influência de uma
sociedade por excelência competitiva, que, alé m de
prestigiar os “ espertos ” e “ malandros ” que gostam
de “levar vantage m e m tudo ” , não hesita e m defender
a desconsideração de princípios éticos quando se trata
de obter vantagens.
Argum entos que comprovasse m essa tendência
não deve m ter faltado ao candidato – afinal, quer nas
relações pessoais, sociais e profissionais, quer no
âmbito científico e político, tê m-se tornado cada vez
mais comuns as transgressões éticas, se mpre e m
nom e de uma “ boa causa ” . Contudo, esperava-se que,
para alé m da constatação dessa prática, o candidato
registrasse suas impressões sobre questão que o
envolve desde agora, como vestibulando, e tanto mais
no futuro.

O BJETI V O IT A ( 2 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
M AT E M Á T I C A
NOTAÇÕES
!: conjunto dos núm eros complexos.
" : conjunto dos núm eros reais.
# : conjunto dos núm eros inteiros.
$ = {0,1,2,3,...}.
$* = {1,2, 3, . . . }.
–z: conjugado do núm ero z ∈ !.
i : unidade imaginária; i 2 = – 1.
arg z : um argum ento de z ∈ ! \ {0}.
[a,b] = {x ∈ "; a ≤ x ≤ b}.
]a,b[ = {x ∈ "; a < x < b}.
Ø: conjunto vazio.
A\B ={x ∈ A; x ∉ B}.
X C = U \ X, para X ! U, U ≠ Ø .
I : matriz identidade n x n.
A – 1 : inversa da matriz inversível A.
A T : transposta da matriz A.

A B: segm ento de reta unindo os pontos A e B.
— —
m( A B) : m edida (comprim ento) de A B.

1 a
Seja z ∈ !. Das seguintes afirmações independentes:
2 iz 2 + 5–z – i
I. Se w = –––––––––––––––––––––––––– , então
1 + 3–z 2 + 2i z + 3!z!2 + 2!z!

— – 2 i –z 2 + 5z + i
w = –––––––––––––––––––––––––– .
1 + 3z 2 – 2i –z + 3!–z!2 + 2!z!

2i z + 3i + 3
II. Se z ≠ 0 e w = –––––––––––– , então
(1 + 2i)z

2!z! + 3"##2
!w! ≤ –––––––––––– .
"##
5 !z!

(1 + i)z 2 π
III. Se w = –––––––––– , então 2arg z + –––– é um
4"## 3 + 4i 12
argum ento de w.
é (são) verdadeira(s):
a) todas. b) apenas I e II.
c) apenas II e III. d) apenas I e III. e) apenas II.
Resolução
I) Verdadeira, pois
2 i z 2 + 5 z– – i
w = ––––––––––––––––––––––––––––– ⇔
1 + 3 z– 2 + 2 i z + 3 | z | 2 + 2 |z|

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
–––––––––––––
–– (2 i z 2 + 5 z– – i)
w = –––––––––––––––––––––––––––––––––– ⇔
––––––––––––––––––––––––––––
(1 + 3 z– 2 + 2 i z + 3 | z | 2 + 2 |z|)

–– ––– –––– –
–– 2 i . (z 2) + (5 . z– ) – i
⇔ w = ––––––––––––––––––––––––––––––––
–––– –– – ––––– –––– ⇔
1 + (3 z– 2) + 2 i . z + 3 | z | 2 + 2 |z|

–– –2i . z– 2 + 5 z + i
⇔ w = ––––––––––––––––– ––––––––––– , visto que
1 + 3 z 2 – 2 i z– + 3 | z– | 2 + 2 |z|

| z | = |z|
II) Verdadeira, pois
2iz + 3i+ 3
w = –––––––––––––– ⇒
(1 + 2 i) z

2iz + 3i+ 3 |2 i z| + |3 i + 3|
⇒ |w| = ––––––––––––– ≤ ––––––––––––––– =
(1 + 2 i) z | 1 + 2 i | . |z|

2 | z | + 3 "$2
= –––––––––––––
"$ 5 . |z|

III) Verdadeira, pois


(1 + i) z 2
w = –––––––––––––– ⇒
4 "$3 + 4i

⇒ arg w = arg
[ (1 + i) . z 2
––––––––––––––
4 "$3 + 4i ] =

= arg [(1 + i) . z 2] – arg (4 "$


3 + 4 i) =

= arg (1 + i) + 2 arg z – arg (4 "$


3 + 4 i) =

π π π
= –––– + 2 arg z – –––– = 2 arg z + ––––
4 6 12

2 d
π
O valor de y 2 – xz para o qual os núm eros sen ––– , x,
12
y, z e sen 75°, nesta orde m, formam uma progressão
aritm ética, é:
2 – "##
3
a) 3– 4 b) 2– 6 c) 6– 2 d) 2– 5 e) ––––––––
4
Resolução

1) (sen ––––
12
, x, y, z, sen 75° ) =
π

= (sen 15°, x, y, z, sen 75°) é PA ⇒


⇒ sen 75° – z = z – y = y – x = x – sen 15°
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
2) sen 75° = sen (45° + 30°) =
= sen 45° . cos 30° + sen 30° . cos 45° =

"$2 "$3 1 "$2 "$6 + "$


2
= –––– . –––– + –– . –––– = ––––––––
2 2 2 2 4

3) sen 15° = sen (45° – 30°) =


= sen 45° . cos 30° – sen 30° . cos 45° =

"$2 "$3 1 "$2 "$6 – "$


2
= –––– . –––– – –– . –––– = ––––––––
2 2 2 2 4

4) sen 75° – z = x – sen 15° ⇒


⇒ sen 75° + sen 15° = x + z ⇒

& % & ––––––––– %⇒


75° + 15° 75° – 15°
⇒ x + z = 2 . sen ––––––––– . cos
2 2

⇒ x + z = 2 . sen 45° . cos 30° ⇒

"$2 "$3 "$6


⇒ x + z = 2 . –––– . –––– ⇒ x + z = ––––
2 2 2

5) z – y = y – x ⇒ x + z = 2y
"$6 "$6
Logo, 2y = –––– ⇒ y = ––––
2 4

6) y – x = x – sen 15° ⇒ 2x = y + sen 15° ⇒

"$6 "$6 – "$


2 2 "$
6 – "$
2
⇒ 2x = –––– + –––––––– ⇒ x = ––––––––––
4 4 8

"$6 "$6
7) x + z = –––– ⇒ z = –––– – x ⇒
2 2

"$6 2 "$
6 – "$
2 2 "$6 + "$
2
⇒ z = –––– – –––––––––– ⇒ z = ––––––––––
2 8 8

"$
4
( )
6 2 2 "$ 2 2 "$
6 – "$
8
6 + "$
8
2
Portanto, y 2 – xz = –––– – –––––––––– . –––––––––– =

6 4.6–2 1
= ––– – –––––––– = ––– = 2–5
16 64 32

3 c
Considere a função
f: # \ {0} → ", f(x) = "#####
3 x – 2 (9 2x + 1)1/(2x) – (3 2x + 5)1/x + 1.
A soma de todos os valores de x para os quais a equa-
ção y 2 + 2y + f(x) = 0 te m raiz dupla é:
a) 0 b) 1 c) 2 d) 4 e) 6

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Resolução
1) A equação e m y, y 2 + 2y + f(x) = 0, te m raiz dupla
e, portanto:
∆ = 2 2 – 4 . 1 f(x) = 0 ⇔ f(x) = 1

2) A função f: # \ {0} → ", definida por


1 1
––– ––
f(x) = "$$$.
3 x–2 (9 2x + 1) 2x – (32x + 5) x + 1 é tal que f(x) = 1.
Logo:
1 1
––– ––
"$$$.
3 x–2 (9 2x + 1) 2x – (3 2x + 5 ) x +1=1⇔
x–2 4x + 2 2x + 5
––––– –––––– ––––––
2 2x x
⇔3 .3 =3 ⇔
x2 + 2x + 2 2x + 5
––––––––––– ––––––
2x x
⇔ 3 = 3 ⇔
x 2 + 2x + 2 2x + 5
⇔ –––––––––––– = ––––––– ⇔
2x x

⇔ x 2 + 2x + 2 = 4x + 10 ⇔

⇔ x 2 – 2x – 8 = 0 ⇔ x = 4 ou x = –2

4 a
Considere uma função f : " → " não-constante e tal
que f(x + y) = f(x) f(y), ∀x,y ∈ ".
Das afirmações:
I. f(x) > 0, ∀x ∈ ".
II. f(nx) = [f(x)]n , ∀x ∈ ", ∀n ∈ $*.
III. f é par.
é (são) verdadeira(s):
a) apenas I e II. b) apenas lI e llI. c) apenas I e III.
d) todas. e) nenhuma.
Resolução
O bserve mos que f(a) ≠ 0, ∀a ∈ ", pois, de outra forma
f(x) = f (x – a + a) = f(x – a) . f(a) = f(x – a) . 0 = 0, ∀x ∈ ",
contrariando a hipótese de f não ser constante.
Assim sendo,
I) Verdadeira, pois

f(x) = f
(
) ( )( )
x x
–– + –– = f
2 2
x
–– . f
2
x
–– =
2
2
=
[ ( )]
f
x
––
2 ( ) > 0, ∀x ∈ ", visto que f
x
–– ∈ "*.
2

II) Verdadeira. D e monstre mos por indução finita:


1) Para n = 1 te m-se f(nx) = f(1x) = [f(x)]1 = [f(x)]n
2) S e , para n = k ∈ $, t e m-s e f(kx) = [f(x)] k , então
para n = k + 1 te m-se
f((k + 1)x) = f(kx) . f(x) = [f(x)]k . f(x) = [f(x)]k + 1
Dos itens (1) e (2) te m-se f(nx) = [f(x)] n ; ∀n ∈ $*.
III) Falsa
1) D e f(x + y) = f(x) . f(y) ⇒ f(0 + 0) = f(0) . f(0)
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
⇒ f(0) = 0 (não serve) ou f(0) = 1
1
2) f(0) = f(–x + x) = f(–x) . f(x) = 1 ⇒ f(–x) = ––– .
f(x)
1
3) Se f fosse par, teríamos f(–x) = ––– = f(x)
f(x)
⇒ f(x) = 1 ou f(x) = – 1, contrariando a hipótese de ser
“ não constante ” .

5 c
Considere o polinômio P(x) = 2x + a 2 x 2 + … + a n x n ,
cujos coeficientes 2, a 2 , …, a n formam, nesta orde m,
uma progressão geom étrica de razão q > 0. Sabendo
1
que – ––– é uma raiz de P e que P(2) = 5460, te m-se
2
n2 – q3
que o valor de ––––––– é igual a:
q4
5 3 7 11 15
a) ––– b) ––– c) ––– d) ––– e) –––
4 2 4 6 8
Resolução
1) Se 2, a 2 , a 3 , …, a n formam, nesta orde m, uma pro-
gressão geom étrica de razão q > 0, então
a 2 = 2q, a 3 = 2q 2 , …, a n = 2q n –1 e

P(x) = 2x + a 2 x 2 + a 3 x 3 + … + a n x n =
= 2x + 2qx 2 + 2q 2 x 3 + … + 2q n – 1 . x n ⇒
2x [(qx)n – 1]
⇒ P(x) = ––––––––––––
qx – 1

( )
1 1
2) Como – –– é raiz, te m-se P – ––
2 2 ( ) = 0⇒

1
( ) [( ) ]q
2 – ––– . – ––– n – 1
2 2
⇒ ––––––––––––––––––––––– = 0 ⇒
q
– ––– – 1
2

q
⇒ – ––
2 ( ) n
= 1 ⇒ (–q)n = 2 n .

Se q > 0, n é obrigatoriam ente par, pois 2 n > 0 e,


desta forma, (–q)n = q n = 2 n ⇒ q = 2.

2 . 2 [(q . 2)n – 1]
3) P(2) = 5460 ⇒ –––––––––––––––– = 5460 ⇒
q.2–1

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
4 [(2 . 2)n – 1]
⇒ ––––––––––––– = 5460 ⇒ 4 n = 4096 ⇒ n = 6
2.2–1

n2 – q3 62 – 23 36 – 8 7
4) –––––––
4
= –––––––
4
= ––––––– = –––
q 2 16 4

6 e
Dividindo-se o polinômio P(x) = x 5 + ax 4 + bx 2 + cx + 1
por (x – 1), obté m-se resto igual a 2. Dividindo-se P(x)
por (x + 1), obté m-se resto igual a 3. Sabendo que P(x)
ab
é divisível por (x – 2), te m-se que o valor de ––– é igual
a: c
a) – 6 b) – 4 c) 4 d) 7 e) 9
Resolução

' '
P(x) !–––––––
x–1
2 ! P(1) = 2
P(x) !–––––––
x + 1 ⇒ P(– 1) = 3 ⇒
3 !
P(x) !–––––––
x–2 P(2) = 0
0 !

'
1 + a + b + c + 1 = 2
⇒ –1 + a + b–c + 1 = 3 ⇒
32 + 16a + 4b + 2c + 1 = 0

'
a + b + c = 0
⇒ a + b–c = 3 ⇒
16a + 4b + 2c = – 33

'
a =–3
9
9 (– 3) . ––––
b = ––– a.b 2
⇒ 2 ⇒ ––––– = –––––––––––– = 9
c 3
3 – –––
c = – ––– 2
2

7 d
Das afirmações abaixo sobre a equação
z 4 + z 3 + z 2 + z + 1 = 0 e suas soluções no plano com-
plexo:
I. A equação possui pelo m enos um par de raízes
reais.

II. A equação possui duas raízes de módulo 1, uma


raiz de módulo m enor que 1 e uma raiz de módulo
maior que 1.
III. Se n ∈ $* e r é uma raiz qualquer desta equação,

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
n
r k 1
então ∑ ––
3
< –– .
2
k = 1

é (são) verdadeira(s) :
a) nenhuma. b) apenas I. c) apenas lI.
d) apenas III. e) apenas I e III.
Resolução
1) 1 não é raiz de z 4 + z 3 + z 2 + z + 1 = 0, pois
1 4 + 1 3 + 1 2 + 1 + 1 ≠ 0.
2) As raízes de z 4 + z 3 + z 2 + z + 1 = 0 são també m raí-
zes de z 5 – 1 = 0, pois z 5 – 1 = (z – 1) . (z 4 + z 3 + +
z 2 + z + 1).

3) Como z 5 – 1 = 0 ⇔ z 5 = 1 = [cos 0 + i sen 0], tem-se

[ ( )
2 kπ
5
2 kπ
que z = cos –––– + i sen –––– , para
5 ( )]
k = 0, 1, 2, 3 e 4. D esta forma, |z| = 1.

4) O s valores de z são, portanto,


z 1 = cos 0 + i sen 0 = 1 (não serve)

(2π
5

z 2 = cos –––– + i sen –––– ∉ "
5 )
(4π
5

z 3 = cos –––– + i sen –––– ∉ "
5 )
(6π
5

z 4 = cos –––– + i sen –––– ∉ "
5 )
(8π
5

z 5 = cos –––– + i sen –––– ∉ "
5 )
5) Se r é uma raiz, então | r | = | z | = 1 e

n k k k

| | | | ( )
∞ ∞
r r |r|
∑ ––– < ∑ ––– = ∑ ––– =
k = 1 3 k = 1 3 k = 1 3

∞ k
= ∑
k = 1 ( )
1
–––
3
1
= ––– .
2

Assim sendo, (I) e (II) são falsas e (III) é verdadei-


ra.

8 b
Seja k ∈ " tal que a equação 2x 3 + 7x 2 + 4x + k = 0
possua uma raiz dupla e inteira x 1 e uma raiz x 2 , distin-
ta de x 1 . Então, (k + x 1)x 2 é igual a:
a) – 6 b) – 3 c) 1 d) 2 e) 8
Resolução
1) Se x 1 for raiz inteira e dupla da equação
2x 3 + 7x 2 + 4x + k = 0, então x 1 será raiz, també m,
da equação 6x 2 + 14x + 4 = 0.
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
2) 6x 2 + 14x + 4 = 0 ⇔ 3x 2 + 7x + 2 = 0 ⇔
–7 ± 5 ⇔ x = –1 ou x = –2
⇔ x = –––––– –––
6 3

3) Como x 1 é inteira, então x 1 = –2 e, portanto:


–16 + 28 – 8 + k = 0 ⇔ k = –4.
–7 1
4) x 1 + x 1 + x 2 = –2 – 2 + x 2 = ––– ⇔ x 2 = –––
2 2

1
5) O valor de (k + x 1) . x 2 = (–4 – 2) . –– = – 3
2

9 a
Considere o conjunto S = {(a, b) ∈ $ x $: a + b = 18}. A
18!
soma de todos os números da forma –––– , ∀(a, b) ∈ S, é:
a!b!
a) 8 6 b) 9! c) 9 6 d )
12 6 e) 12!
Resolução
1) S = {(a, b) ∈ $ x $ : a + b = 18} =
= {(0; 18); (1; 17); (2; 16); (3; 15) ; ... (18; 0)}
18!
2) A soma de todos os núm eros da forma ––––– ,
a!b!
∀(a, b) ∈ S é
18! 18! 18! 18!
––––– + ––––– + ––––– + ... + ––––– =
0!18! 1!17! 2!16! 18!0!

= ( )( )( )
18
0
+
18
1
+
18
2
+ ... + ( ) 18
18
= 2 18 = 8 6

10 c
O núm ero de divisores de 17640 que, por sua vez, são
divisíveis por 3 é:
a) 24 b) 36 c) 48 d) 54 e) 72
Resolução
O número de divisores naturais de 17640 = 23 . 32 . 51 . 72
é igual a
n [ D + (17640)] = (3 + 1) . (2 + 1) . (1 + 1) . (2 + 1) = 72.
D esses, não são divisíveis por 3 os divisores de
2 3 . 3 0 . 5 1 . 7 2 , que são e m núm ero de
(3 + 1) . (1 + 1) . (2 + 1) = 24.
Portanto, o núm ero de divisores de 17640 que, por sua
vez, são divisíveis por 3 é igual a 72 – 24 = 48 .
O bs.: e m #, a solução do proble ma é 96.
11 d
Sejam A e P matrizes n x n inversíveis e B = P–1 AP.
Das afirmações:
I. B T é inversível e (B T)– 1 = (B – 1)T .
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
II. Se A é sim étrica, então B també m o é.
III. det(A – λI) = det(B – λI), ∀ λ ∈ ".
é(são) verdadeira(s):
a) todas. b) apenas I.
c) apenas I e lI. d) apenas I e III.
e) apenas lI e III.
Resolução
I) Verdadeiro, pois
1) det B T = det B = det(P–1 . A . P) =
1
= –––––– . det A . det P = det A ≠ 0, visto que A
det P
é inversível. Assim sendo, B é inversível.

2) (B T) –1 = (B T) –1 . I = (B T) –1 . IT =
= (B T) –1 . (B –1 . B)T = (B T) –1 . B T . (B –1)T =
= I . (B –1)T = (B –1)T

II) Falsa, pois


2 1 1 2
Se A =
) 1 2 ( eP= ) 1 3 ( , te m-se
3 –2
P –1 =
) –1 1 ( eB=P –1 .A.P =

3 –2 2 1 1 2
=
) –1 1 (.) 1 2 (.) 1 3 (=
4 –1 1 2 3 5
=
) –1 1 (.) 1 3 (=) 0 1 (.
N esse caso, A é sim étrica e B não o é.

III) Verdadeira, pois para qualquer λ ∈ ", te m-se:


B = P –1 . A . P ⇔ PB = AP ⇔ AP = PB ⇔
⇔ AP – λP = PB – λP ⇔ (A – λI) . P = P . (B – λI) ⇒
⇒ det[(A – λI) . P] = det[P . (B – λI)] ⇒
⇒ det(A – λI) . det P = det P . det (B – λI) ⇒
⇒ det(A – λI) = det(B – λI), pois det P ≠ 0

12 a
O núm ero de todos os valores de a ∈ [0, 2π], distintos,
para os quais o siste ma nas incógnitas x, y e z, dado
por

{
–4x + y – 6z = cos 3a
x + 2y – 5z = sen 2a
6x + 3y – 4z = –2 cos a,
é possível e não-homogêneo, é igual a:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
Resolução
No siste ma

{ –4x + y – 6z = cos 3a
x + 2y – 5z = sen 2a
6x + 3y – 4z = – 2 cos a
O siste ma não é homogêneo e portanto, cos a ≠ 0.
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Seja p a característica de (MI) e q a característica de
(M C).

| |
–4 1 –6
det(MI) = 1 2 –5 = 0
6 3 –4

e sendo
| –4
1
1
2 | ≠ 0, tere mos p = 2.

Como o siste ma é possível, deve-se ter q = 2 e, por-


tanto:

| |
–4 1 cos 3a
1 2 sen 2a = 0⇔
6 3 –2 cos a

⇔ –cos 3a + 2 sen 2a + 2 cos a = 0 ⇔


⇔ – 4 cos 3 a + 3 cos a + 4 sen a . cos a + 2 cos a = 0 ⇔
⇔ cos a . (– 4cos 2 a + 5 + 4 sen a) = 0 ⇔
⇔ cos a = 0 ou – 4cos 2 a + 5 + 4 sen a = 0 ⇔
⇔ 4sen 2 a + 4 sen a + 1 = 0 (pois cos a ≠ 0) ⇔
⇔ sen a = – –– 1
2
Então:

{
1
sen a = – –– 7π ou a = ––––
2 ⇒ a = ––– 11π
6 6
0 ≤ a ≤ 2π

13 b
Para todo x ∈ ", a expressão [cos(2x)]2[sen (2x)]2 sen x
é igual a:
a) 2 – 4 [sen(2x) + sen (5x) + sen (7x)].
b) 2– 4 [2 sen x + sen (7x) – sen (9x )].
c) 2– 4 [– sen(2x) – sen (3x) + sen(7x)].
d) 2– 4 [– sen x + 2 sen (5x) – sen (9x)].
e) 2– 4(senx + 2sen(3x) + sen(5x)].
Resolução
Para todo x ∈ ", te mos:
[cos (2x)]2 . [sen (2x)]2 . sen x =

[ ]
2 . sen (2x) . cos (2x) 2
= –––––––––––––––––––– . sen x =
2

1
= –– . [ sen (4x)]2 . sen x =
4

[ ]
1 – 2 . sen (4x) . sen x
= –– . ––––––––––––––––––– . sen (4x) =
4 –2

1
= – –– . [ cos (5x) – cos (3x)] . sen (4x) =
8

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
[ ]
1 2 . cos (5x) . sen (4x) 2 . sen (4x) . cos (3x)
= – –– . ––––––––––––––––––– – ––––––––––––––––––– =
8 2 2

1
= – ––– . [sen (9x) – sen x – sen (7x) – sen x] =
16

1
= ––– . [2 . sen x + sen (7x) – sen (9x)] =
16

= 2–4 . [2 . sen x + sen (7x) – sen (9x)]

14 e
Considere os contradomínios das funções arco-seno e

) (
π π
arco-cosseno como sendo – –––, ––– e [0, π], res-
2 2
pectivam ente. Com respeito à função

) (
π 3π
f: [– 1, 1] → – –––, ––– , f(x) = arcsen x + arccos x,
2 2
te mos que:
a) f é não-crescente e ímpar.
b) f não é par ne m ímpar.
c) f é sobrejetora.
d) f é injetora.
e) f é constante.
Resolução
) (
π 3π
Seja f: [– 1; 1] → – –––, ––– ,
2 2
f(x) = arc sen x + arc cos x
π π
1) – ––– ≤ α ≤ ––– e arc sen x = α ⇒ sen α = x
2 2
2) 0 ≤ β ≤ π e arc cos x = β ⇔ cos β = x
π
3) D e (1) e (2), te mos α + β = –––
2
π
4) f(x) = arc sen x + arc cos x = α + β = ––– e por-
tanto f é constante. 2

15 c
Considere a família de circunferências com centros no
segundo quadrante e tangentes ao eixo O y. Cada uma
destas circunferências corta o eixo O x e m dois pontos,
distantes entre si de 4 cm. Então, o lugar geom étrico
dos centros destas circunferências é parte:
a) de uma elipse.
b) de uma parábola.
c) de uma hipérbole.
d) de duas retas concorrentes.
e) da reta y = – x.
Resolução
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
1º) A circunferência, com centro no 2º quadrante e
tangente ao eixo y, te m centro C (x; y), com x < 0
e y > 0 e raio r = CT = !x!.
2º) A corda determinada por essa circunferência, com
o eixo x, é tal que A B = 4 e A M = 2 (pois M é o
–––
ponto m édio de A B).
3º) Considerando o triângulo retângulo A M C, com
A M = 2, C M = y e A C = !x!, resulta:
A C 2 = A M 2 + C M 2 ⇒ x 2 = 2 2 + y 2 ⇔ x 2 – y 2 = 4.
D essa forma, o lugar geom étrico dos centros das cir-
cunferências, nas condições acima, resulta pontos da
hipérbole de equação x 2 – y 2 = 4, com x < 0 e y > 0.

16 b
A área do polígono, situado no prim eiro quadrante, que
é delimitado pelos eixos coordenados e pelo conjunto
{(x, y) ∈ "2 : 3x 2 + 2y 2 + 5xy – 9x – 8y + 6 = 0},
é igual a:
5 10
a) "##
6 b) ––– c) 2"##
2 d) 3 e) –––
2 3
Resolução
3x 2 + 2y 2 + 5xy – 9x – 8y + 6 = 0 ⇔
⇔ 3x 2 + 2y 2 + 3xy + 2xy – 3x – 6x – 2y – 6y + 6 = 0 ⇔
⇔ 3x (x + y) + 2y (y + x) – (3x + 2y) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (x + y) (3x + 2y) – (3x + 2y) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (3x + 2y) (x + y – 1) – 6 (x + y – 1) = 0 ⇔
⇔ (x + y – 1) (3x + 2y – 6) = 0 ⇔
⇔ x + y – 1 = 0 ou 3x + 2y – 6 = 0, que são as equa-
ções de duas retas e m "2 , representadas a seguir:

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
A área do polígono A B C D pedido é igual à diferença
entre as áreas dos triângulos O B C e O A D da figura.
2.3 1.1 5
Resulta, então, ––––– – ––––– = ––– .
2 2 2

17 b
Sejam r e s duas retas paralelas distando entre si 5 cm.
Seja P um ponto na região interior a estas retas, dis-
tando 4 cm de r. A área do triângulo equilátero P Q R,
cujos vértices Q e R estão, respectivam ente, sobre as
retas r e s, é igual, e m cm 2 , a:
a) 3"###
15 b) 7"##
3 c) 5"##
6
15 7
d) ––– "##3 e) ––– "###
15
2 2
Resolução

Sendo l a m edida, e m centím etros, de cada lado do


triângulo eqüilátero P Q R e S a sua área, e m centím e-
tros quadrados, no retângulo RSTU da figura acima,
te m-se:
1º) Q T = "$$$
l2 – 16 , S Q = "$$$
l2 – 25 e UR = "$$
l 2 –1

2º) S Q + Q T = UR
Assim:"$$$
l2 – 25 + "$$$l2 – 16 = "$$l 2 –1 ⇔
⇔ "$$$
l2 – 25 = "$$l 2 –1 – "$$$
l2 – 16 ⇔
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
⇔2 "$$$$$$
l4 – 17l2 + 16 = l 2 + 8 ⇔ 3l 4 – 84l 2 = 0 ⇔
84
⇔ l 2 = ––– ⇔ l 2 = 28
3

l 2"$3
3º) S = –––––––
4

28 . "$
3
Assim: S = ––––––– ⇔ S = 7 "$
3
4

18 d
Considere três polígonos regulares tais que os núm e-
ros que expressam a quantidade de lados de cada um
constituam uma progressão aritm ética. Sabe-se que o
produto destes três núm eros é igual a 585 e que a
soma de todos os ângulos internos dos três polígonos
é igual a 3780°. O núm ero total das diagonais nestes
três polígonos é igual a:
a) 63 b) 69 c) 90 d) 97 e) 106
Resolução
Sendo n – p, n e n + p os núm eros naturais que expres-
sam a quantidade de lados destes três polígonos e S d
o núm ero total das diagonais nestes três polígonos, de
acordo com o enunciado, tê m-se:
1º) (n – p – 2) 180° + (n – 2) 180° + (n + p – 2) 180° = 3780° ⇔
⇔ n – p – 2 + n – 2 + n + p – 2 = 21 ⇔ 3n – 6 = 21 ⇔
⇔ 3n = 27 ⇔ n = 9

2º) (n – p) . n . (n + p) = 585
Assim: (9 – p) . 9 (9 + p) = 585 ⇔ 81 – p 2 = 65 ⇔
⇔ p 2 = 16 ⇔ p = 4, pois p ∈ $

O s polígonos tê m 5, 9 e 13 lados e portanto, o núm e-


ro total de diagonais é

5.2 9.6 13 . 10
S d = ––––– + ––––– + –––––––– = 97
2 2 2

19 c

Considere o triângulo isósceles O A B, com lados O A e
— —
O B de comprim ento "## 2 R e lado A B de comprim ento
2R. O volum e do sólido, obtido pela rotação deste
triângulo e—
m torno da reta que passa por O e é parale-
la ao lado A B, é igual a:
π 4π
a) ––– R 3 b) π R 3 c) –––– R 3
2 3
d) "##
2 πR 3 e) "##
3 πR 3
Resolução

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
O volum e V deste sólido é dado pela diferença entre o
volum e de um cilindro circular reto de altura 2R e raio
da base x, e o volum e de dois cones retos congruen-
tes de altura R e raio da base x, e m que x é a distância

entre o ponto O e a reta A B.
Assim:
1º) x 2 + R 2 = ( "$
2 R) 2 ⇔ x 2 = R 2

1 4π
2º) V = π x 2 2R – 2 . –– . π . x 2 . R ⇔ V = ––– R x 2
3 3

Logo:
4π 4π
V = ––– R . R 2 ⇔ V = ––– R 3
3 3

20 b
Considere uma pirâmide regular de altura igual a 5 cm
e cuja base é formada por um quadrado de área igual a
8 cm 2 . A distância de cada face desta pirâmide ao cen-
tro de sua base, e m cm, é igual a:
"###
15 5"##
6 4"##3 7
a) –––– b) –––– c) –––– d) ––– e) "##
3
3 9 5 5
Resolução

Seja d = O P, a distância, e m centím etros, de cada face


O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
lateral ao centro da base.
No triângulo retângulo O M V, te m-se:
1º) (V M)2 = (O M)2 + (O V)2 ⇔ (V M)2 = ("##
2) 2 + 5 2 ⇔
⇔ (V M)2 = 27 ⇔ V M = 3"##
3
2º) O M . O V = V M . O P

5"##
2 5"##6
Assim: "##
2 . 5 = 3 "##
3 . d ⇔ d = –––––– ⇔ d = ––––––
3"##
3 9

21
Sejam U um conjunto não-vazio e A ! U, B ! U.
Usando apenas as definições de igualdade, reunião,
intersecção e comple m entar, prove que:
I. Se A " B = Ø , então B ! A C .
II. B \ A C = B " A.
Resolução
1) Para A " B = Ø:
(x ∈ B ⇒ x ∉ A, ∀ x) ⇒
(x ∈ B ⇒ x ∈ A C , ∀ x) ⇒ B ! A C
2) x ∈ B \ A C , ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ B e x ∉ A C ), ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ B e x ∈ A), ∀ x ⇔
⇔ (x ∈ A " B), ∀ x ⇔ B \ A C = A " B
Resposta: D e monstrações

22
D etermine o conjunto dos núm eros complexos z para
os quais o núm ero
z + –z + 2
w = ––––––––––––––––––––
"###################
!z – 1! + !z + 1! – 3
pertence ao conjunto dos núm eros reais. Interprete
(ou identifique) este conjunto geom etricam ente e faça
um esboço do m esmo.
Resolução
Sendo x e y reais tais que z = x + yi, e m que i é a uni-
dade imaginária, te m-se:
(x + yi) + (x – yi) + 2
w = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––– =
"$$$$$$$$$$$$$$
"$$$$$$$
(x – 1) 2 + y 2 + "$$$$$$$
(x + 1) 2 + y 2 – 3

2 (x + 1)
= ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
"$$$$$$$$$$$$$$
"$$$$$$$
(x – 1) 2 + y 2 + "$$$$$$$
(x + 1) 2 + y 2 – 3

assim, para que w ∈ ", deve-se ter:

"$$$$$$$
(x – 1) 2 + y 2 + "$$$$$$$
(x + 1) 2 + y 2 – 3 > 0 ⇔

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
⇔ "$$$$$$$$$$
(x – 1) 2 + (y – 0) 2 + "$$$$$$$$$$
(x + 1) 2 + (y – 0) 2 > 3 ⇔

⇔ PF 1 + PF 2 > 3, e m que P(x; y), F 1 (1; 0) e F 2 (– 1; 0).

Conclui-se, assim, que os pontos P(x; y) são todos os


pontos do plano cartesiano exteriores à elipse de cen-
tro C(0; 0), focos F 1 (1; 0) e F 2 (–1; 0) e eixo maior de
m edida 3, conform e a figura seguinte:

Resposta: É o conjunto dos núm eros complexos cujos


afixos são os pontos externos à elipse
representada acima.

23
Considere a seguinte situação baseada num dos para-
doxos de Zenão de Eléia, filósofo grego do século V
A.C. Suponha que o atleta Aquiles e uma tartaruga
apostam uma corrida e m linha reta, correndo com velo-
cidades constantes v A e v T , com 0 < v T < v A . Como
a tartaruga é mais lenta, é-lhe dada uma vantage m ini-
cial, de modo a com eçar a corrida no instante t = 0 a
uma distância d 1 > 0 na frente de Aquiles. Calcule os
te mpos t 1 , t 2 , t 3 ,... que Aquiles precisa para percorrer
as distâncias d 1 , d 2 , d 3 ,..., respectivam ente, sendo
que, para todo n ≥ 2, d n denota a distância entre a tar-
n–1

taruga e Aquiles no instante ∑t k


da corrida.
k = 1

Verifique que os termos t k , k = 1, 2, 3,..., formam uma


progressão geom étrica infinita, determine sua soma e
dê o significado desta soma.
Resolução
Conform e o enunciado, te m-se o esque ma seguinte.

d1 P0 d2 P1 d3 P2
|––––––––––|––––––––––|––––––––––|–––––––––– ............
A0 t1 A1 t2 A2 t3 A3

N ele, A 0 , A 1 , A 2 , .... representam as posições de


Aquiles e P 0 , P 1 , P 2 , .... representam as posições da
tartaruga, respectivam ente, nos instantes t = 0, 1, 2, ...
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Para n ≥ 2, te m-se d n = v T . t n – 1 e
dn vT . tn – 1 vT
t n = ––– = –––––––– = ––– . tn – 1
vA vA vA

D essa forma, a seqüência (t n) é uma progressão geo-


d1 vT
m étrica de prim eiro termo t 1 = ––– e razão q = ––– .
vA vA
A soma S dos termos da progressão é tal que
d1
∞ –––
t1 vA d1
S = ∑ t k = ––––– = –––––––– = ––––––– .
1–q vT v A – vT
k = 1 1 – –––
vA

Essa soma é o te mpo necessário para Aquiles alcançar


a tartaruga.
d1
Resposta: É uma P.G. infinita de prim eiro termo ––– ,
vA
vA d1
razão ––– e soma ––––––– , te mpo neces-
vB vA – vB
sário para Aquiles alcançar a tartaruga.

24
M ostre que toda função f : " \ {0} → ", satisfazendo
f (xy) = f (x) + f (y) e m todo seu domínio, é par.
Resolução
∀z ∈ " \ {0}:
1) x = z e y = z ⇒ f(z 2) = f(z) + f(z) ⇒ f(z 2) = 2f(z)
2) x = – z e y = – z ⇒ f(z 2) = f(– z) + f(– z) ⇒
⇒ f(z 2) = 2f(– z)
Logo, f(z 2) = 2 f(z) = 2 f(–z), ∀z ∈ " \ {0} ⇒
⇒ f(–z) = f(z), ∀z ∈ " \ {0} ⇒ f é par, ∀z ∈ " \ {0}
Resposta: D e monstração

25
Sejam a , b , c e d constantes reais. Sabendo que a divi-
são de P 1(x) = x 4 + ax 2 + b por P 2(x) = x 2 + 2x + 4 é
exata, e que a divisão de P 3(x) = x 3 + cx 2 + dx – 3 por
P 4(x) = x 2 – x + 2 te m resto igual a – 5, determine o
valor de a + b + c + d .
Resolução
1º) Na divisão de P 1(x) por P 2(x), deve-se ter quociente
Q(x) = x 2 + m . x + n e resto R(x) ≡ 0, portanto:
x 4 + a . x 2 + b ≡ (x 2 + 2 . x + 4) . (x 2 + m . x + n) ⇔
⇔ x 4 + a . x 2 + b ≡ x 4 + (m + 2) . x 3 +
+ (2m + 4 + n) x 2 + (4m + 2n) . x + 4n
Então:

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
{ {
m + 2 = 0 m = –2
2m + 4 + n = a ⇒ n = 4
4m + 2n = 0 a = 4
4n = b b = 16

2º) Na divisão de P 3(x) por P 4(x), deve-se ter quociente


Q(x) = x + p e resto r = – 5, portanto
x 3 + c . x 2 + d . x – 3 ≡ (x 2 – x + 2) . (x + p) + (–5) ⇔
⇔ x3 + c . x2 + d . x – 3 ≡ x3 +
+ (p – 1) . x 2 + (2 – p) x + (2p – 5)

Então

{ p–1 = c
2–p = d
2p – 5 = – 3
⇒ { p = 1
c = 0
d = 1

Resposta: a + b + c + d = 21

26
Sejam a , b , c e d núm eros reais não-nulos. Exprima o
valor do determinante da matriz

[ ]
bcd 1 a a2
acd 1 b b2
abd 1 c c2
abc 1 d d2
na forma de um produto de núm eros reais.
Resolução
Sendo D o valor do determinante da matriz dada, mul-
tiplicando-se os ele m entos da prim eira linha por a, os
da segunda linha por b, os da terceira por c, e os da
quarta por d, te m-se:

| |
abcd a a2 a3
abcd b b2 b3 = abcd D ⇔
abcd c c2 c3
abcd d d2 d3

1
1
1
1
a
b
c
d
a2
b2
c2
d2
a3
b3
c3
d3 |

= abcd D ⇔
abcd .

|
| |
1 a a2 a3
⇔D = 1 b b2 b3 ⇔
1 c c2 c3
1 d d2 d3

⇔ D = (b – a) (c – a) (d – a) (c – b) (d – b) (d – c)

Resposta: (b – a) (c – a) (d – a) (c – b) (d – b) (d – c)
27
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
] [
π π
Encontre todos os valores de a ∈ – –– , –– para os
2 2
quais a equação na variável real x ,
ex ex
arctg
(
"$
2 – 1 + –––
2 ) + arctg
( "$
2 – 1 – –––
2 ) = a,

admite solução.
Resolução

] [
π π
Para a ∈ – –– , + –– :
2 2

1) arc tg "##& ex
%
2 – 1 + ––– + arc tg "##
2
ex
2 – 1 – ––– = a ⇒
2 & %
144424443 144424443
α β

'
α+β= a
ex
tg α = "##
2 – 1 + –––
⇒ 2
ex
tg β = "##
2 – 1 – –––
2

*
tg α + tg β = 2("##
2 – 1)
2)
ex 2
tg α . tg β = ("##
2 – 1)2 – –––
2 ( ) ⇒
tg α + tg β
tg(α + β) = ––––––––––––––
1 – tg α . tg β

2("##
2 – 1)
⇒ tg(α + β) = ––––––––––––––––––––– = tg a ⇒
ex 2
1 – ("##
2 – 1)2 + –––
2 ( )
2
2("##
& %
2 – 1) ex
⇒ ––––––––––– = 2("##
2 – 1) + ––– ⇒
tg a 2

2
2("##
& %
2 – 1)(1 – tg a) ex
⇒ –––––––––––––––––– = ––– ⇒
tg a 2

2("##
2 – 1)(1 – tg a)
⇒ –––––––––––––––––– > 0 ⇒
tg a
π
⇒ 0 < tg a < 1 ⇒ 0 < a < –––
4
π
Resposta: 0 < a < –––
4

28
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
x2 y2
Sab e-s e qu e u m a e lips e d e e quação –– + –– = 1
a2 b2
tang e ncia int erna m e nt e a circunf erê ncia d e e quação
x 2 + y 2 = 5 e que a reta de equação 3 x + 2 y = 6 é tan-
gente à elipse no ponto P . D etermine as coordenadas
de P .
Resolução

Se a reta r de equação 3x + 2y – 6 = 0 tangencia a elip-


x2 y2
se de equação ––– + ––– = 1, num ponto P, en-
a2 5
tão o siste ma formado por essas equações nas variá-
veis x e y te m uma única solução (x 0 ; y 0), e m que x 0 é
a abscissa de P e y 0 a ordenada de P.
x2 (6 – 3x)2
Assim, a equação: ––– + –––––––– = 1⇔
a2 4.5
⇔ (20 + 9a 2)x 2 – 36a 2 x + 16a 2 = 0 deve apresentar o
seu discriminante (∆) igual a zero.

Logo: (36a 2)2 – 4(20 + 9a 2) 16a 2 = 0 ⇔


⇔ 720a 4 – 1280a 2 = 0 ⇔
16
⇔ 80a 2 (9a 2 – 16) = 0 ⇔ a 2 = ––– , pois a ≠ 0
9
Portanto, para se obter as coordenadas do ponto P,
basta resolver-se o siste ma:

{ {
9x 2 y2 8
x = –––
–––– + ––– = 1 9
16 5 ⇔
5
3x + 2y = 6 y = –––
3

(
8 5
Assim, finalm ente, te m-se: P –––; –––
9 3 )
(
8 5
Resposta: P –––; –––
9 3 )
29
Considere um quadrado A B C D . Sejam E o ponto
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
––––
m édio do segm ento C D e F um ponto sobre o seg-
–––– –––– –––– ––––
m ento C E tal que m ( B C ) + m ( C F ) = m ( A F ). Prove
q u e c o s α = c o s 2β, s e n d o o s â n g ulo s α = B Â F e
β = E Â D.
Resolução

Sendo l a m edida de cada lado do quadrado A B C D e x


a m edida do segm ento G B, no triângulo retângulo G A F,
te m-se:
1º) (A F) 2 = (A G) 2 + (G F)2 ⇔ (l + x) 2 = (l – x)2 + l 2 ⇔
l
⇔ 4l x = l 2 ⇔ x = ––
4
AG l –x
2º) cos α = ––– ⇔ cos α = ––––– ⇔
AF l+ x

l – –– l 3l
––
3
4 ⇔ cos α = ––
4 ⇔ cos α = ––––
⇔ cos α = –––––– (I)
l + ––
l 5l
–– 5
4 4

No triângulo retângulo D A E, tê m-se:

( )l 2
1º) (A E)2 = (A D)2 + (D E)2 ⇔ (A E)2 = l 2 + –– ⇔
2
l "$5
⇔ A E = ––––––
2

AD l 2
2º) cos β = ––– ⇔ cos β = –––––– ⇔ cos β = –––––
AE l "$5 "$5
–––––
2
3º) cos 2 β = 2 cos 2 β – 1

( ) 2 2
3
Assim: cos 2 β = 2 . ––––– – 1 ⇔ cos 2 β = –– (II)
"$5 5
D e (I) e (II) te m-se, final-
m ente: cos α = cos 2 β

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Resposta: D e monstração

30
Q uatro esferas de m esmo raio R > 0 são tangentes
externam ente duas a duas, de forma que seus centros
formam um tetraedro regular com arestas de compri-
m ento 2 R . D etermine, e m função de R , a expressão do
volum e do tetraedro circunscrito às quatro esferas.
Resolução

Sendo h a altura do tetraedro regular t cujos vértices


são os centros das quatro esferas, H a altura do te-
traedro regular T circunscrito a elas, L a m edida de
cada aresta de T e V o volum e do tetraedro T, tê m-se:
2R "$
6
1º) h = –––––––
3

H h
2º) ––– = ––– + R ⇔ H = h + 4R
4 4

2R "$
6 2R ("$
6 + 6)
Assim: H = ––––––– + 4R ⇔ H = –––––––———
3 3

L "$6
3º) H = –––––
3

2R ("$
6 + 6) L "$6
Assim: ––––——––– = ––––– ⇔ L = 2R (1 + "$
6)
3 3

L 3 "$
2 [2R (1 + "$
6)] 3 . "$
2
4º) V = ––––– = ––––——––––––––––– ⇔
12 12

2 "$2 (1 + "$
6) 3 R 3
Resposta: V = ––––––––––––––––
3

Comentário e Gráfico
O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Com 16 questões de Álgebra, 5 de G eom etria, 5
de Trigonom etria e apenas 4 de G eom etria Analítica, os
examinadores propuseram uma prova extre mam ente
difícil, apresentando um núm ero exacerbado de ques-
tões para sere m resolvidas no te mpo pré-estabelecido
de quatro horas, de tal sorte que os candidatos mais
be m preparados deve m ter deixado os locais das pro-
vas totalm ente extenuados e desanimados.

O BJETI V O IT A ( 3 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Q UÍ M I C A
CONSTANTES

Constante de Avogadro = 6,02 x 10 23 mol–1


Constante de Faraday (F) = 9,65 x 10 4 C mol–1
Volum e molar de gás ideal = 22,4 L (C NTP)
Carga ele m entar = 1,602 x 10–19 C
Constante dos gases (R) =
= 8,21 x 10–2 atm L K–1 moI–1 = 8,31 J K–1 moI–1 =
= 62,4 m m Hg L K–1 mol–1 = 1,98 cal mol–1 K–1

DEFINIÇÕES

Condições normais de temperatura e pressão


(CNTP): 0°C e 760 m m Hg.
Condições ambientes: 25°C e 1 atm.
Condições-padrão: 25°C, 1 atm, concentração das so-
luções: 1 mol L–1 (rigorosam ente: atividade unitária das
espécies), sólido com estrutura cristalina mais estável
nas condições de pressão e te mperatura e m questão.
(s) ou (c) = sólido cristalino; (1) = (l) = líquido; (g) = gás;
(aq) = aquoso; (C M) = circuito m etálico; [A] = concen-
tração da espécie química A e m mol L 1– e (ua) = uni-
dades arbitrárias.

MASSAS MOLARES

Elemento Número Massa Molar


Químico Atômico (g mol–1)
H 1 1,01
C 6 12,01
N 7 14,01
O 8 16,00
F 9 19,00
Na 11 22,99
Al 13 26,98
Si 14 28,09
P 15 30,97
S 16 32,06
Cl 17 35,45
Ar 18 39,95
K 19 39,10
Ca 20 40,08

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Elemento Número Massa Molar
Químico Atômico (g mol–1)
Ti 22 47,88
Cr 24 52,00
Mn 25 54,94
Fe 26 55,85
Zn 30 65,37
Br 35 79,91
Ag 47 107,87
Sb 51 121,75
I 53 126,90
Xe 54 131,30
Ba 56 137,34
Pt 78 195,09
Hg 80 200,59
Pb 82 207,21

As questões de 01 a 20 NÃO devem ser resolvidas


no caderno de soluções. Para respondê-Ias, marque
a opção escolhida para cada questão na folha de lei-
tura óptica e na reprodução da folha de leitura óp-
tica (que se encontra na última página do caderno de
soluções).

1 b
O abaixam ento da te mperatura de congelam ento da
água numa solução aquosa com concentração molal
de soluto igual a 0,100 mol kg–1 é 0,55°C. Sabe-se que
a constante crioscópica da água é igual a 1,86°C kg
mol–1 . Q ual das opções abaixo conté m a fórmula mo-
lecular CORRETA do soluto?
a) [ Ag(N H 3)] Cl. b) [Pt(N H 3)4 Cl2] Cl2 .
c) [ Na[Al(O H)4]. d) K 3[ F e(C N)6].
e) K 4[ F e(C N)6].
Resolução
O abaixam ento da te mperatura de congelam ento da
água é dado pela expressão:

∆tc = K c . M l . i
0,55°C = 1,86°C . kg . mol –1 . 0,100 mol kg –1 . i
i≅3

A fórmula molecular correta do soluto é


H2 O
→ [Pt(N H ) C l ] 2 + + 2C l1–
[Pt(N H 3)4 C l2]C l2 ← 3 4 2

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Q UÍ M I C A
2 e
Q ual das opções apresenta uma substância que ao rea-
gir com um agente oxidante ([O]), e m excesso, produz
um ácido carboxílico?
a) 2-propanol. b) 2-m etil-2-propanol.
c) ciclobutano. d) propanona.
e) etanol.
Resolução
H O
[O]
H 3 C — C — O H → H 2 O + H 3 C — C →
H
H
etanol etanal

O
[O]
→ H 3 C — C
OH
ácido etanóico

O 2-propanol (álcool secundário), por oxidação, produz


cetona enquanto o 2-m etil-2-propanol (álcool terciário),
a propanona e o ciclobutano resiste m aos agentes oxi-
dantes não muito poderosos.

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Q UÍ M I C A
3 d
U ma solução líquida é constituída de 1,2-dibromo etile-
no (C 2 H 2 Br2) e 2,3-dibromo propeno (C 3 H 4 Br2). A 85°C,
a concentração do 1,2-dibromo etileno nesta solução é
igual a 0,40 (moI/mol). N essa te mperatura as pressões
de vapor saturantes do 1,2-dibromo etileno e do 2,3-
dibromo propeno puros são, respectivam ente, iguais a
173 m m Hg e 127 m m Hg. Admitindo que a solução
te m comportam ento ideal, é CORRETO afirmar que a
concentração (e m moI/mol) de 2,3-dibromo propeno
na fase gasosa é igual a
a) 0,40. b) 0,42. c) 0,48. d) 0,52. e) 0,60.
Resolução
Cálculo da pressão de vapor do 1,2-dibromoetileno na
mistura
P C H Br = P C0 H Br . X C H Br
2 2 2 2 2 2 2 2 2

P C 2 H 2 Br2 = 173 m m Hg . 0,40

P C 2 H 2 Br2 = 69,2 m m Hg

Cálculo da pressão de vapor do 2,3-dibromopropeno

X C 2 H 2 Br2 + X C 3 H 4 Br2 = 1

0,40 + X C 3 H 4 Br2 = 1

X C 3 H 4 Br2 = 0,60

0
P C 3 H 4 Br2 = X C 3 H 4 Br2 . X C 3 H 4 Br2

P C 3 H 4 Br2 = 127 m m Hg . 0,60

P C 3 H 4 Br2 = 76,2 m m Hg

A pressão de vapor total da solução a esta te mperatu-


ra será a soma das pressões de vapor dos componen-
tes individuais.

P = P C 2 H 2 Br2 + P C 3 H 4 Br2

P = 69,2 m m Hg + 76,2 m m Hg

P = 145,4 m m Hg

Cálculo da concentração e m mol/mol na fase gasosa


do C 3 H 4 Br2

P C 3 H 4 Br2 = X C 3 H 4 Br2 . P

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76,2 m m Hg = X C 3 H 4 Br2 . 145,4 m m Hg

X C 3 H 4 Br2 = 0,52.

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Q UÍ M I C A
4 e
U ma mistura de azoteto de sódio, NaN 3(c), e de óxido
de ferro (IlI), F e 2 O 3(c), subm etida a uma centelha elé-
trica reage muito rapidam ente produzindo, entre outras
substâncias, nitrogênio gasoso e ferro m etálico. Na
reação entre o azoteto de sódio e o óxido de ferro (IlI)
misturados e m proporções estequiom étricas, a relação
(e m mol/mol) N 2 (g) / F e 2 O 3 (c) é igual a
a) 1/2. b) 1. c) 3/2. d) 3. e) 9.
Resolução
A equação incompleta e não-balanceada da reação é a
seguinte:
redução ∆ = 3

1 + 1/3– 3+ 2– 0 0
Na N 3 (c) + F e 2 O 3 (c) → N 2 (g) + F e (s) + outros produ-
tos

oxidação ∆ = 1/3
–1/3 0

NaN 3 1/3 . 3 = 1 6

F e2 O 3 3.2 = 6 1

6 NaN 3 (c) + 1 Fe 2 O 3 (c) → 9 N 2 (g) + 2 Fe(s) + outros produ-


tos
relação (mol/mol) N 2 (g) / F e 2 O 3 (c) = 9/1.

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Q UÍ M I C A
5 e
U ma determinada substância cristaliza no siste ma cú-
bico. A aresta da célula unitária dessa substância é
representada por Z, a massa específica por µ e a massa
–––
molar por M . Sendo Nav igual ao núm ero de Avogadro,
qual é a expressão algébrica que permite determinar o
núm ero de espécies que formam a célula unitária desta
substância?
–––
Z3 µ Z3 M Z3
a) ––––
––– . b) ––––
µ . c) ––––
µ .
M

–––
Z 3 M Nav Z 3 µ Nav
d) –––––––––
µ . e) –––––––––
––– .
M
Resolução

Volum e da célula unitária = Z 3

––
Cálculo do volum e molar da espécie ( V ):

massa molar
massa específica = ––––––––––––
volum e molar
––
M
––––
µ = ––
V

––
–– M
V = ––––
µ

Cálculo do núm ero de espécies na célula unitária:

Núm ero de Avogadro Volum e molar


de espécies da espécie
↓ ↓
––
M
Nav ––––––––––––––– ––––
µ
X ––––––––––––––– Z 3 (volum e da
célula unitária)

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Nav . Z 3 . µ
X = ––––––––––––
––
M

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Q UÍ M I C A
6 d
Sabendo que o estado fundam ental do átomo de hi-
drogênio te m energia igual a – 13,6 e V, considere as
seguintes afirmações:
I. O potencial de ionização do átomo de hidrogênio é
igual a 13,6 e V.
II. A energia do orbital no átomo de hidrogênio é igual
a – 13,6 e V.
IlI. A afinidade eletrônica do átomo de hidrogênio é
igual a – 13,6 e V.
IV. A energia do estado fundam ental da molécula de
hidrogênio, H 2(g), é igual a – (2 x 13,6) e V.
V. A energia necessária para excitar o elétron do áto-
mo de hidrogênio do estado fundam ental para o
orbital 2s é m enor do que 13,6 e V.
Das afirmações feitas, estão ERRADAS
a) apenas I, II e IlI. b) apenas I e IlI.
c) apenas II e V. d) apenas IlI e IV.
e) apenas IlI,IV e V.
Resolução
Níveis de energia permitidos para o átomo de hidro-
gênio:

pelo gráfico, verificamos que as afirmações I e II são


certas:
H(g) + 13,6 eV → H + (g) + e –
1ª energia (potencial)
de ionização
III. Errada.
H(g) + e – → H –(g) + A.E
Como os fenôm enos são diferentes, os valores
energéticos també m o serão.
IV. Errada.

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A energia do estado fundam ental da molécula de
H 2(g) é m enor que o estado fundam ental dos áto-
mos de H(g).
V. Certa.
Verificando o gráfico das energias permitidas, temos
que: y < x.

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Q UÍ M I C A
7 c
Q ual das substâncias abaixo apresenta o m enor valor
de pressão de vapor saturante na te mperatura am-
biente?
a) C Cl4 . b) C H Cl3 . c) C 2 Cl6 .
d) C H 2 Cl2 . e) C 2 H 5 Cl.
Resolução
A pressão de vapor depende da natureza do líquido,
isto é, das interações entre as partículas do líquido.
Q uanto maior a força de Van der Waals entre as partí-
culas, maior será o ponto de ebulição e m enor será a
pressão de vapor.
O composto C 2 C l6 apresenta uma interação elevada
entre as moléculas, devido ao tamanho da cadeia car-
bônica e da sua massa molecular:

Cl Cl

Cl — C — C — Cl

Cl Cl

O s de mais compostos são apolares ou fracam ente


apolares e apresentam massa molecular m enor que a
do C 2 C l6 .

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Q UÍ M I C A
8 a
Considere as seguintes espécies químicas no estado
gasoso, be m como os respectivos átomos assinalados
pelos algarismos romanos:
I II III IV
↓ ↓ ↓ ↓
O N N O 2 , F ClO 2 , ICl3 e F 4 ClO –
O s orbitais híbridos dos átomos assinalados por I, II, III
e IV são respectivam ente:
a) sp 2 , sp 3 , dsp 3 e d 2 sp 3 . b) sp 2 , sp 2 , sp 3 e dsp 3 .
c) sp 3 , dsp 3 , d 2 sp 3 e sp 3 . d) sp 3 , sp 2 , dsp 3 e d 2 sp 3 .
3 3
e) sp, dsp , sp e dsp . 3

Resolução
O

I) O N N O 2 ⇒ O = N—N = O
N (Z = 7)

hibridação sp 2

Hibridação do nitrogênio: sp 2
O

II) F C l O 2 ⇒ F — C l → O
••

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hibridação sp 3

Hibridação do cloro: sp 3
••
••

III) IC l3 → C l — I — C l
|
Cl
I(Z = 53)

hibridação dsp 3

Hibridação do iodo: dsp 3

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IV) F 4 C l O – ⇒

C l(Z = 17)

hibridação d 2 sp 3

Hibridação do cloro: d 2 sp 3

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Q UÍ M I C A
9 a
Na pressão de 1 atm, a te mperatura de sublimação do
C O 2 é igual a 195 K. Na pressão de 67 atm, a te mpe-
ratura de ebulição é igual a 298 K. Assinale a opção que
conté m a afirmação CORRETA sobre as propriedades
do C O 2 .
a) A pressão do ponto triplo está acima de 1 atm.
b) A te mperatura do ponto triplo está acima de 298 K.
c) A uma te mperatura acima de 298 K e na pressão de
67 atm, te m-se que o estado mais estável do C O 2 é
o líquido.
d) Na te mperatura de 195 K e pressões m enores do
que 1 atm, te m-se que o estado mais estável do
C O 2 é o sólido.
e) Na te mperatura de 298 K e pressões maiores do
que 67 atm, te m-se que o estado mais estável do
C O 2 é o gasoso.
Resolução
O diagrama de fases pode ser representado por:

Como a temperatura de sublimação é igual a 195k a 1 atm,


o ponto triplo será maior que 1 atm.

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Q UÍ M I C A
10 d
Considere os equilíbrios químicos abaixo e seus res-
pectivos valores de pK (pK = – log K), válidos para a
te mperatura de 25°C (K representa constante de equi-
líbrio químico).
pK
→ H + (aq) + C H O –(aq)
F enol C 6 H 5 O H(aq) ← 9,89
6 5

+
→ C H N H (aq) + O H –(aq) 9,34
Anilina C 6 H 5 N H 2(l) + H 2 O(l) ← 6 5 3

→ C H C O O –(aq) + H + (aq)
Ácido C H 3 C O O H(aq) ← 4,74
3
acético
A mônia N H (g) + H O(l) ←→ N H + (aq) + O H –(aq) 4,74
3 2 4

Na temperatura de 25 °C e numa razão de volumes ≤ 10,


misturam-se pares de soluções aquosas de m esma
concentração.
Assinale a opção que apresenta o par de soluções
aquosas que ao sere m misturadas formam uma solu-
ção tampão com pH próximo de 10.
a) C 6 H 5 O H(aq) / C 6 H 5 N H 2(aq).
b) C 6 H 5 N H 2(aq) / C 6 H 5 N H 3 Cl(aq).
c) C H 3 C O O H(aq) / NaC H 3 C O O(aq).
d) N H 3(aq) / N H 4 Cl(aq).
e) NaC H 3 C O O(aq) / N H 4 Cl(aq) .
Resolução
Como desejamos preparar uma solução-tampão de pH
próximo a 10, deve mos misturar uma solução de uma
substância básica e uma solução de um sal derivado
dessa base.
O pH dessa solução pode ser expresso por:

[sal]
p O H = pK + log ––––––– ou
[base]

[sal]
pH = 14 – pK – log ––––––– (Equação de H enderson-
[base] Hasselback)

[sal]
10 = 14 – pK – log –––––––
[base]

[sal]
log ––––––– = 4 – pK (equação 1)
[base]

Como fare mos misturas das soluções, na razão de vo-


lum e m enor ou igual a 10, analise mos as situações:

I) M áxima concentração do sal = 10 . x


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Mínima concentração da base = 1 . x
[sal] 10x
log ––––––– = log ––––– = + 1
[base] 1x
II) Mínima concentração do sal = 1x
M áxima concentração da base = 10x
[sal] 1x
log ––––––– = log ––––– = – 1
[base] 10x
Logo:
[sal]
– 1 ≤ log ––––––– ≤ 1
[base]
Substituindo na equação 1, te mos:

– 1 ≤ 4 – pK ≤ 1
∴ – 5 ≤ – pK ≤ – 3
3 ≤ pK ≤ 5

D entre as opções, deve mos usar amônia (substância


básica), por apresentar pK = 4,74.
A solução-tampão seria formada por N H 3(aq) e um sal
derivado dessa base, que poderia ser o N H 4 C l(aq).

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Q UÍ M I C A
11 b
A decomposição química de um determinado gás A (g)
é representada pela equação: A (g) → B (g) + C (g).
A reação pode ocorrer numa m esma te mperatura por
dois caminhos diferentes (I e II), ambos com lei de
velocidade de prim eira orde m. Sendo v a velocidade da
reação, k a constante de velocidade, ∆H a variação de
entalpia da reação e t 1/2 o te mpo de m eia-vida da espé-
cie A, é CORRETO afirmar que
kI (t 1/2)II
a) ∆H I < ∆H II. b) ––– = –––––– .
kII (t 1/2)I

[B] . [C] [B] . [C]


c) kI = ––––––– . d) vII = kII ––––––– .
[A] [A]

vI kII
e) ––– = ––– .
vII kI

Resolução
As equações da velocidade são, respectivam ente:
vI = kI [A]
vII = kII [A]
A relação entre as velocidades será:
vI kI
—– = —–
vII kII
A relação entre a m eia-vida (t 1/2) e a constante de velo-
cidade (k) é dada pela expressão:
0,693
t 1/2 = —–––
k
0,693
(t 1/2)I = —––– 0,693
(t 1/2)II = —–––
kI kII
kI (t 1/2)II
= —–––
—–––
kII (t 1/2)I

A variação de entalpia da reação é igual nos dois cami-


nhos (∆ H I = ∆ H II).

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Q UÍ M I C A
12 b
Para minimizar a possibilidade de ocorrência de supe-
raquecim ento da água durante o processo de aqueci-
m ento, na pressão ambiente, uma prática comum é
adicionar pedaços de cerâmica porosa ao recipiente
que conté m a água a ser aquecida. O s poros da cerâ-
mica são pre enchidos com ar atmosférico, que é vaga-
rosam ente substituído por água antes e durante o
aquecim ento. A respeito do papel dese mpenhado
pelos pedaços de cerâmica porosa no processo de
aquecim ento da água são feitas as seguintes afirma-
ções:
I. a te mperatura de ebulição da água é aum entada.
II. a energia de ativação para o processo de formação
de bolhas de vapor de água é diminuída.
III. a pressão de vapor da água não é aum entada.
IV. o valor da variação de entalpia de vaporização da
água é diminuído.
Das afirmações acima está(ão) ERRADA(S)
a) apenas I e III. b) apenas I, III e IV.
c) apenas II. d) apenas II e IV.
e) todas.
Resolução
U m líquido pode e m alguns casos ser aquecido até aci-
ma de seu ponto de ebulição se m ebulir. Este fenô-
m eno é conhecido como superaquecim ento. Para dar
início à ebulição, deve mos colocar pedaços de porce-
lana, pois o ar retido nos pequenos poros pode servir
como um núcleo de bolha, reduzindo a tendência do
líquido superaquecer-se. Concluímos que a energia de
ativação para o processo de formação de bolhas de
vapor de água é diminuída. Durante a ebulição, a te m-
peratura de ebulição da água, a pressão de vapor da
água e o valor da variação de entalpia de vaporização
da água permanece m constantes.
As seguintes afirmações estão erradas: I, III e IV.

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Q UÍ M I C A
13 e
Considere as seguintes comparações de calores espe-
cíficos dos respectivos pares das substâncias indica-
das.
I. tetracloreto de carbono (l, 25°C) > metanol (l, 25 °C).
II. água pura (l, –5 °C) > água pura (s, –5 °C).
III. alumina (s, 25 °C) > alumínio (s, 25 °C).
IV. isopor (s, 25 °C) > vidro de janela (s, 25 °C).
Das comparações feitas, está(ão) CORRETA(S)
a) apenas I e II. b) apenas I, II e III.
c) apenas II. d) apenas III e IV.
e) apenas IV.
Resolução
Q uanto maior o calor específico, mais calor é neces-
sário para provocar um dado aum ento na te mperatura.
Sólidos moleculares tê m calor específico maior que a
dos sólidos atômicos como m etais, pois moléculas
tê m mais modos de armazenar energia na forma de
movim ento vibracional.
O calor específico de um sólido é m enor que o de sua
forma líquida, pois no estado líquido, as moléculas
estão livres para transladar-se, rotacionar e vibrar.
O calor específico aum enta com o aum ento da com-
plexidade molecular, pois mais modos de arma-
zenam ento de energia ficam disponíveis à m edida que
aum enta o mínimo de átomos.
I) Errada.
A força intermolecular no m etanol é mais fraca. O
calor será usado para rotacionar, vibrar, alé m de
translacionar as moléculas. No C C l4 , é mais difícil
rotacionar e vibrar as moléculas.
II) Errada.
A água líquida a – 5°C está e m um estado m etaes-
tável. U ma pequena quantidade de calor acarreta
grande variação de te mperatura, pois a água soli-
difica-se, liberando calor.
III) Errada.
O alumínio te m maior calor específico que o óxido
de alumínio (A l2 O 3).
IV) Correta. O isopor apresenta poros cheios de gás.
É comum ingerir-se um líquido quente usando co-
pos de isopor no lugar de copos de vidro.

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Q UÍ M I C A
14 c
Considere a reação representada pela equação quími-
ca 3A(g) + 2B(g) → 4E(g). Esta reação ocorre e m várias
etapas, sendo que a etapa mais lenta corresponde à
reação representada pela seguinte equação química:
A(g) + C(g) → D(g). A velocidade inicial desta última rea-
∆ [A]
ção pode ser expressa por – ——— = 5,0 mol s–1 . Qual
∆t
é a velocidade inicial da reação (mol s–1) e m relação à
espécie E?
a) 3,8. b) 5,0. c) 6,7. d) 20. e) 60.
Resolução
A etapa determinante da velocidade de reação global é
dada pela etapa lenta, então a velocidade, com relação
à espécie A(g), determina a velocidade de formação do
produto E(g). Então te mos:
3A(g) + 2B(g) → 4E(g)
3,0mol → 4,0mol
5,0mol → x
5,0 . 4,0 ∆E
x = –––––––– = 6,7 ∴ V E = – ––– = – 6,7mol . s–1 .
3,0 ∆t

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Q UÍ M I C A
15 d
Indique a opção que conté m a equação química de
uma reação ácido-base na qual a água se comporta
como base.
a) N H 3 + H 2 O ←→ N H O H.
4
b) NaN H 2 + H 2 O ← → N H + Na O H.
3
→ NaH C O + Na O H.
c) Na 2 C O 3 + H 2 O ← 3
→ 2H P O .
d) P 2 O 5 + 3H 2 O ← 3 4
e) TiCl4 + 2H 2 O ← → TiO + 4H Cl.
2
Resolução
Segundo Brönsted, ácido é a espécie que cede pró-
tons (H + ) e base é a espécie que recebe prótons (H + ).
a) N H 3 + H 2 O ← → NH OH
4
equação iônica
H+
N H3 + H2 O ←→ N H + + O H–
4
base ácido
→ N H + Na O H
b) NaN H 2 + H 2 O ← 3
equação iônica
H+
N H 2– + H 2 O ←
→ N H + O H–
3
base ácido

c) → NaH C O + Na O H
Na 2 C O 3 + H 2 O ← 3
equação iônica
H+
C O 32– + H 2 O ←
→ H C O – + O H–
3
base ácido

Segundo Le wis, ácido é a espécie que recebe par


de elétrons e base é a espécie que cede par de
elétrons.
••
d) P 2 O 5 + 3H 2 O ←→ 2H P O
3 4
ácido base complexo coordenado

→ TiO + 4H C l
e) TiC l4 + 2H 2 O ← 2

O cloreto de titânio é um líquido que se hidrolisa


facilm ente, produzindo gás clorídrico (H C l); nesse
caso, a água não atua como ácido.

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Q UÍ M I C A
16 d
Dois compartim entos, 1 e 2, tê m volum es iguais e es-
tão separados por uma m e mbrana de paládio, perm eá-
vel apenas à passage m de hidrogênio. Inicialm ente, o
compartim ento 1 conté m hidrogênio puro (gasoso) na
Pressão P H , puro = 1 atm, enquanto que o comparti-
2
m ento 2 conté m uma mistura de hidrogênio e nitro-
gênio, ambos no estado gasoso, com pressão total
P mist = (P H + P N ) = 1 atm. Após o equilíbrio termodi-
2 2
nâmico entre os dois compartim entos ter sido atingi-
do, é CORRETO afirmar que:
a) P H , puro = 0. b) P H , puro = P N , mist .
2 2 2
c) P H , puro = P mist . d) P H , puro = P H , mist .
2 2 2
e) P compartim ento 2 = 2 atm.
Resolução

A pressão total no compartimento ! é P H + P N = 1atm,


2 2
então a P H = 1atm – P N .
2 2
No início, a pressão total no compartim ento " é
PH = 1atm, ou seja, maior que a pressão do H 2 no
2(puro)
compartim ento !.
Concluímos que vai ocorrer passage m de H 2 do com-
partim ento " para o compartim ento !, até que a
pressão de H 2 na mistura fique igual à pressão do H 2
no compartim ento ", logo, no equilíbrio termodinâmi-
co, te mos:
PH = PH
2(puro) 2( mistura)

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Q UÍ M I C A
17 d
A uma determinada quantidade de dióxido de manga-
nês sólido, adicionou-se um certo volum e de ácido clo-
rídrico concentrado até o desaparecim ento completo
do sólido. Durante a reação química do sólido com o
ácido observou-se a liberação de um gás (Experim ento
1). O gás liberado no Experim ento 1 foi borbulhado e m
uma solução aquosa ácida de iodeto de potássio,
observando-se a liberação de um outro gás com colo-
ração violeta (Experim ento 2). Assinale a opção que
conté m a afirmação CORRETA relativa às observações
realizadas nos experim entos acima descritos.
a) No Experim ento 1, ocorre formação de H 2(g).
b) No Experim ento 1, ocorre formação de O 2(g).
c) No Experim ento 2, o pH da solução aum enta.
d) No Experim ento 2, a concentração de iodeto na
solução diminui.
e) Durante a realização do Experim ento 1, a concentra-
ção de íons manganês presentes no sólido diminui.
Resolução
Experim ento 1
M n O 2(s) + 4H C l(aq) → M nC l2(aq) + C l2(g) + 2H 2 O(l)

Experim ento 2
C l2(g) + 2KI(aq) → 2KC l(aq) + I2(g)

No experim ento 1, o gás formado é o cloro (C l2). No


experim ento 2, o gás formado é o iodo (I2); o pH não
se altera e a concentração de íons iodeto (I –) diminui.

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Q UÍ M I C A
18 c
Duas soluções aquosas (I e lI) contê m, respectiva-
m ente, quantidades iguais (e m moI) e desconhecidas
de um ácido forte, K > > 1, e de um ácido fraco, K ≅ 10–10
(K = constante de dissociação do ácido). Na te mpera-
tura constante de 25°C, essas soluções são tituladas
com uma solução aquosa 0,1 moI L–1 de Na O H. A titu-
lação é acompanhada pela m edição das respectivas
condutâncias elétricas das soluções resultantes. Q ual
das opções abaixo conté m a figura com o par de cur-
vas que m elhor representa a variação da condutância
elétrica (Cond.) com o volum e de Na O H (V Na O H ) adi-
cionado às soluções I e lI, respectivam ente?

Resolução
• Situação inicial
solução I: ácido forte, alta concentração de íons, logo,
alta condutância elétrica.
solução II: ácido fraco, baixa concentração de íons,
logo, baixa condutância elétrica.

• Adição de solução de NaOH até neutralização


solução I:
1H + (aq) + Na O H(aq) → 1Na + (aq) + H 2 O

a quantidade de íons na solução não varia, o volum e


aum enta, a concentração de íons diminui, logo, a con-
dutância elétrica diminui.

solução II:
→ H + (aq) + X–(aq)
HX(aq) ←
ácido
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fraco

o equilíbrio de ionização do ácido fraco é deslocado


para a direita pela adição de íons

(O H)–, pois H + (aq) reage com O H –(aq)

H + (aq) + O H –(aq) → H 2 O

A equação total será igual a:

HX + Na O H → 1Na + (aq) + 1X–(aq) + H 2 O

a quantidade de íons aum enta, a concentração de íons


aum enta, logo, aum enta a condutância elétrica.

• Adição de NaOH após a neutralização total

solução I:
Como a concentração de íons na solução inicial é maior
que a concentração da solução neutralizada, a partir daí
a adição de Na O H implicará o aum ento da concen-
tração, logo, aum ento na condutância elétrica.

solução II
Como a concentração de íons na solução de Na O H é
maior que a concentração de íons na solução neu-
tralizada, a adição de Na O H implicará o aum ento da
concentração, logo, aum ento na condutância elétrica.

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Q UÍ M I C A
19 d
Num cilindro, provido de um pistão móvel se m atrito, é
realizada a combustão completa de carbono (grafita). A
te mperatura no interior do cilindro é mantida constante
desde a introdução dos reagentes até o final da reação.
Considere as seguintes afirmações:
I. A variação da energia interna do siste ma é igual a
zero.
II. O trabalho realizado pelo siste ma é igual a zero.
III. A quantidade de calor trocada entre o siste ma e a
vizinhança é igual a zero.
IV. A variação da entalpia do siste ma é igual à variação
da energia interna.
D estas afirmações, está(ão) CORRETA(S)
a) apenas I. b) apenas I e IV.
c) apenas I, II e III. d) apenas II e IV.
e) apenas III e IV.
Resolução
A equação química da combustão completa da grafita
é:
C(s) + O 2(g) → C O 2(g)
1 mol 1 mol

A relação entre energia interna (∆ U), variação de ental-


pia (∆ H) e o trabalho é:

∆U = ∆H – τ

τ = 0, pois ∆n = 0 (τ = ∆n RT)

Portanto, ∆ U = ∆ H.
As afirmações corretas são II e IV.

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Q UÍ M I C A
20 a
Considere o ele m entogalvânico mostrado na figura
abaixo. O se mi-ele m ento A conté m uma solução aquo-
sa, isenta de oxigênio, 0,3 moI L–1 e m F e 2 + e 0,2 moI
L–1 e m Fe 3+ . O semi-elemento B contém uma solução
aquosa, també m isenta de oxigênio, 0,2 moI L–1 e m
F e 2 + e 0,3 moI L–1 e m F e 3 + . M é um condutor m etáli-
co (platina). A te mperatura do ele m ento galvânico é
mantida constante num valor igual a 25°C.

A partir do instante e m que a chave “ S ” é fechada,


considere as seguintes afirmações:
I. O sentido convencional de corrente elétrica ocorre
do se mi-ele m ento B para o se mi-ele m ento A.
II. Q uando a corrente elétrica for igual a zero, a rela-
ção de concentrações [F e 3 + (aq)] / [F e 2 + (aq)] te m o
m esmo valor tanto no se mi-ele m ento A como no
se mi-ele m ento B.
III. Q uando a corrente elétrica for igual a zero, a con-
centração de F e 2 + (aq) no se mi-ele m ento A será
m enor do que 0,3 mol L–1 .
IV. Enquanto o valor da corrente elétrica for diferente
de zero, a diferença de potencial entre os dois
se mi-ele m entos será maior do que 0,118 log (3/2).
V. Enquanto corrente elétrica fluir pelo circuito, a rela-
ção entre as concentrações [F e 3 + (aq)] / [F e 2 + (aq)]
permanece constante nos dois se mi-ele m entos.
Das afirmações feitas, estão CORRETAS
a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV.
c) apenas III e V. d) apenas IV e V.
e) todas.
Resolução
No se mi-ele m ento A, tere mos a oxidação de F e 2 + , pois
apresenta maior concentração e m mol/L.
F e 2 + → F e 3 + + e–

No se mi-ele m ento B, tere mos a redução de F e 3 + , pois


apresenta maior concentração e m mol/L.
F e 3 + + e– → F e 2 +

O fluxo de elétrons vai do se mi-ele m ento A para o

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se mi-ele m ento B, portanto, o sentido convencional de
corrente elétrica ocorre do se mi-ele m ento B para o
se mi-ele m ento A.

Q uando a corrente elétrica for igual a zero, os valores

dos potenciais serão iguais, portanto, a relação entre


[F e 3 + ]
as concentrações –––––– te m o m esmo valor tanto no
[F e 2 + ]
se mi-ele m ento A como no se mi-ele m ento B.
Q uando a corrente elétrica for igual a zero, a con-
centração de F e 2 + no se mi-ele m ento A será m enor
que 0,3 mol/L, pois o F e 2 + está sofrendo oxidação.
Enquanto a corrente elétrica fluir pelo circuito, a rela-
[F e 3 + ]
ção entre as concentrações –––––– vai variando.
[F e 2 + ]
Aplicando a equação de N ernst, te mos
0,592 [F e 3 + ]
∆ E = ∆ E 0 – –––––– log ––––––
n [F e 2 + ]
Para a corrente elétrica ser diferente de zero, ∆ E > 0
3
∆ E 0 > 0,592 log –––
2

São corretas as afirmações I, II e III.

As questões dissertativas, numeradas de 21 a 30,


devem ser respondidas no caderno de soluções.

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Q UÍ M I C A
21
Q uando subm ersos e m “ águas profundas ” , os m ergu-
lhadores necessitam voltar lentam ente à superfície
para evitar a formação de bolhas de gás no sangue.
i) Explique o motivo da NÃO formação de bolhas de
gás no sangue quando o m ergulhador desloca-se
de regiões próximas à superfície para as regiões
de “ águas profundas ” .
ii) Explique o motivo da NÃO formação de bolhas de
gás no sangue quando o m ergulhador desloca-se
muito lentam ente de regiões de “ águas profun-
das ” para as regiões próximas da superfície.
iii) Explique o motivo da FORMAÇÃO de bolhas de
gás no sangue quando o m ergulhador desloca-se
muito rapidam ente de regiões de “ águas profun-
das ” para as regiões próximas da superfície.
Resolução
i) O motivo de não formação de bolhas de gás no
sangue quando o m ergulhador se desloca de re-
giões próximas à superfície para as regiões de
“ água profundas ” é o aum ento da solubilidade do
gás no sangue devido ao aum ento da pressão.
ii) O motivo da não formação de bolhas de gás no
sangue quando o m ergulhador se desloca muito
lentam ente de regiões de “ águas profundas ” para
as regiões próximas da superfície é o fato da varia-
ção de pressão ser lenta, e portanto a liberação de
gás ser pequena.
iii) O motivo da formação de bolhas de gás no sangue
quando o m ergulhador se desloca muito rapidam ente
de regiões de “ águas profundas ” para as regiões pró-
ximas da superfície é a repentina variação de pressão,
diminuindo a solubilidade do gás no sangue. A libera-
ção do gás é intensa, com formação de bolhas

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Q UÍ M I C A
22
D escreva um processo que possa ser utilizado na pre-
paração de álcool etílico absoluto, 99,5 % (m/m), a par-
tir de álcool etílico com ercial, 95,6 % (m/m). Sua des-
crição deve conter:
i) A justificativa para o fato da concentração de álcool
etílico com ercial ser 95,6 % (m/m).
ii) O esque ma da aparelhage m utilizada e a função de
cada um dos componentes desta aparelhage m.
iii) O s reagentes utilizados na obtenção do álcool etí-
lico absoluto.
iv) As equações químicas balanceadas para as reações
químicas envolvidas na preparação do álcool etílico
absoluto.
v) Seqüência das etapas envolvidas no processo de
obtenção do álcool etílico absoluto.
Resolução
O álcool obtido a partir da destilação não é puro, pois
forma com a água uma mistura azeotrópica contendo
95,6 % e m massa de álcool e 4,4 % de água, que ferve
a uma te mperatura constante e inferior ao ponto de
ebulição do álcool, e esse álcool é o com ercializado.
Para se obter o álcool absoluto (99,5 % e m massa de
álcool), deve mos retirar água do siste ma usando uma
substância desidratante. Pode mos adicionar cal virge m
(Ca O) ao álcool com ercial, a qual reage com a água, for-
mando cal hidratada (Ca(O H)2).
Ca O + H 2 O → Ca(O H)2
Pode mos fazer agora uma destilação simples e obter o
álcool absoluto.

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Q UÍ M I C A
23
D etermine a massa específica do ar úmido, a 25°C e
pressão de 1 atm, quando a umidade relativa do ar for
igual a 60 % . N essa te mperatura, a pressão de vapor
saturante da água é igual a 23,8 m m Hg. Assuma que o
ar seco é constituído por N 2(g) e O 2(g) e que as con-
centrações dessas espécies no ar seco são iguais a 79
e 21 % (v/v), respectivam ente.
Resolução
Cálculo da pressão parcial da água no ar úmido.
pH O
2
UR = ––––––
pv

pH O
2
0,60 = –––––––––––
23,8 m m Hg

pH = 14,3 m m Hg
2O

Cálculo da pressão da mistura N 2 + O 2


760,0 m m Hg – 14,3 m m Hg = 745,7 m m Hg

Cálculo da fração e m mol de N 2


760 m m Hg –––––––– 0,79
745,7 m m Hg –––––– x
x = 0,77

Cálculo da fração e m mol de O 2


760 m m Hg ––––––– 0,21
745,7 m m Hg –––––– y
y = 0,21

Cálculo da fração e m mol de H 2 O


x H O + 0,77 + 0,21 = 1,00
2
x H O = 0,02
2

Cálculo da massa aparente do ar úmido


M = xN M N + x O M O + xH O M H O
2 2 2 2 2 2

M = (0,77 . 28,02 + 0,21 . 32,00 + 0,02 . 18,02) g/mol

M = 28,66 g/mol

Cálculo da massa específica do ar úmido


P M
d = –––––––––
––
RT

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
760 m m Hg . 28,66 g/mol
d = ––––––––––––––––––––––––
––
m m Hg . L
62,4 ––––––––– . 298K
K . mol

d = 1,17 g/L

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Q UÍ M I C A
24
A figura abaixo apresenta esboços de curvas represen-
tativas da dependência da velocidade de reações quí-
micas com a te mperatura. Na Figura A é mostrado
como a velocidade de uma reação de combustão de
explosivos depende da te mperatura. Na Figura B é
mostrado como a velocidade de uma reação catalisada
por enzimas depende da te mperatura. Justifique, para
cada uma das Figuras, o efeito da te mperatura sobre a
velocidade das respectivas reações químicas.

Resolução
A te mperatura aum enta a velocidade de qualquer rea-
ção. Na figura A, verifica-se que inicialm ente o au-
m ento da te mperatura não aum enta consideravelm en-
te a velocidade da reação até uma determinada te m-
peratura, na qual ocorre uma aum ento significativo da
velocidade (explosão).
Na figura B, verifica-se que inicialm ente o aum ento da
te mperatura provoca um aum ento significativo na velo-
cidade da reação catalisada por enzima. A partir de
uma determinada te mperatura, a enzima é desnatura-
da e ocorre uma diminuição significativa da velocidade
da reação, m esmo com o aum ento da te mperatura.

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O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Q UÍ M I C A
25
A corrosão da ferrage m de estruturas de concreto
ocorre devido à penetração de água através da estru-
tura, que dissolve cloretos e/ou sais provenientes da
atmosfera ou da própria decomposição do concreto.
Essa solução eletrolítica e m contacto com a ferrage m
forma uma célula de corrosão.
A Figura A, abaixo, ilustra esque maticam ente a célula
de corrosão formada.
No caderno de soluções, faça uma cópia desta figura
no espaço correspondente à resposta a esta questão.
N esta cópia
I) identifique os componentes da célula de corrosão
que funcionam como ânodo e cátodo durante o
processo de corrosão e
II) escreva as m eia-reações balanceadas para as rea-
ções anódicas e catódicas.

A Figura B, abaixo, ilustra um dos m étodos utilizados


para a proteção da ferrage m m etálica contra corrosão.
No caderno de soluções, faça uma cópia desta figura,
no espaço correspondente à resposta a esta questão.
N esta cópia
I) identifique os componentes da célula eletrolítica
que funcionam como ânodo e cátodo durante o
processo de proteção contra corrosão e
II) escreva as m eia-reações balanceadas para as rea-
ções anódicas e catódicas.

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Sugira um m étodo alternativo para proteção da ferra-
ge m de estruturas de concreto contra corrosão.
Resolução

A corrosão do ferro ocorre segundo as reações:

Ânodo: 2F e(s) → 2F 2 + (aq) + 4e – se mi-equação


de oxidação

Cátodo: O 2(g) + 2H 2 O(l) + 4e – → 4(O H)–(aq) se mi-equação


de redução
––––––––––––––––––––––––––––
2Fe(s) + O 2(g)+ 2H 2 O(l)→ 2Fe(OH)2(s) equação
global

As baterias fornece m elétrons para o ferro (cátodo)


que assim é preservado da oxidação e, com isso, ocor-
re o impedim ento do processo anódico.
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O cátodo é o ferro, no qual ocorre redução, e o ânodo
é o ânodo das baterias.
Cátodo: F e 2 + (aq) + 2e – → F e 0(s)
Ânodo: X 0(s) → 2e – + X 2 + (aq)
(bateria)

M étodos alternativos:
a) Revestir o m etal com uma camada de tinta ou de
óxido protetor. A superfície do ferro é oxidada por
um sal de cromo (IV) para formar os óxidos de
ferro (III) e cromo (III). Estes óxidos constitue m um
revestim ento imperm eável ao O 2 e à água, e a oxi-
dação atmosférica torna-se impossível.
2F e(s) + 2Na 2 CrO 4(aq) + 2H 2 O(l) →
→ F e 2 O 3(s) + Cr2 O 3(s) + 4Na O H(aq)
b) Proteção catódica
Acopla-se um m etal ao ferro, que se oxida com
maior facilidade do que o ferro. O m elhor exe mplo
é usar o zinco ou magnésio. Reações:
Ânodo: Zn 0(s) → Zn 2 + (aq) + 2e –
Cátodo: 4e – + O 2(g) + 2H 2 O(l) → 4(O H)–(aq)

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Q UÍ M I C A
26
Escreva a estrutura de Le wis para cada uma das molé-
culas abaixo, prevendo a geom etria molecular (in-
cluindo os ângulos de ligação) e os orbitais híbridos no
átomo central.
a) Xe O F 4 b) Xe O F 2 c) Xe O 4 d) Xe F 4
Resolução
Se considerarmos que as ligações de oxigênio com xe-
nônio são do tipo covalente coordenada (dativa), tere-
mos:
•• •
• • O • •F ••
••
••

F •• ••• ••
••

a) • • Xe
•• •• ••
••
••

F• F•
••
••

• •

Fórmula de Le wis

G eom etria: pirâmide quadrada

Ângulo entre as ligações: 90°


hibridação: d 2 sp 3

Nota: Para um estudo mais aprofundado, a ligação


entre Xe e O é dupla e a hibridação é d 3 sp 3 .
••
••

• F
•• •• • ••
b) O Xe
••
••

•• •• ••
••

F•
••


Fórmula de Le wis

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G eom etria: plana triangular

Ângulo entre as ligações: 120°


hibridação: dsp 3

Nota: Para um estudo mais aprofundado, a ligação


entre Xe e O é dupla, e a hibridação é d 2 sp 3 .
••
O
••
•• •• ••

•• ••••
c) O Xe O
••
••
••

•• •• ••
O
••

••
Fórmula de Le wis

G eom etria: tetraédrica


Ângulo entre as ligações: 109°28’
hibridação: sp 3

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Nota: Para um estudo mais aprofundado, há quatro
ligações duplas e a hibridação seria d 4 sp 3 (existe con-
trovérsia).
•• ••

••
••
F• • • • • F •

••
• •
d) Xe
• • • • •• •

••

F •
•• F •

••
• •
Fórmula de Le wis

G eom etria: quadrado planar


Ângulo entre as ligações: 90°
hibridação: d 2 sp 3

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Q UÍ M I C A
27
Explique por que a te mperatura de hidrogenação de
cicloalcanos, catalisada por níquel m etálico, aum enta
com o aum ento da quantidade de átomos de carbono
presentes nos cicloalcanos.
Resolução
A te mperatura de hidrogenação de cicloalcanos au-
m enta com o aum ento da quantidade de átomos de
carbono na cadeia, pois a estabilidade da cadeia cíclica
está aum entando.
O ângulo normal dos carbonos com ligações simples é
de 109°28’. No entanto, para formar o anel do ciclopro-
pano, por exe mplo, as valências deve m ser entortadas
ou flexionadas até o ângulo de 60°. Isso cria uma ten-
são nas valências e uma conseqüente instabilidade na
molécula.

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Q UÍ M I C A
28
O te mpo de m eia-vida (t 1/2)do decaim ento radioativo do
potássio 40 ( 1940 K) é igual a 1,27 x 10 9 anos. Seu de-
caim ento envolve os dois processos representados
pelas equações seguintes:
40 40 0
I. 19 K → 20 Ca + –1 e

40 0 40
II. 19 K + –1 e → 18 Ar
O processo representado pela equação I é responsável
40
por 89,3 % do decaim ento radioativo do 19 K , enquanto
que o representado pela equação II contribui com os
10,7 % restantes. Sabe-se, també m, que a razão e m
40 40
massa de 18 Ar e 19 K pode ser utilizada para a datação
de materiais geológicos.
D etermine a idade de uma rocha, cuja razão e m massa
40 40
de 18 Ar / 19 K é igual a 0,95. M ostre os cálculos e racio-
cínios utilizados.
Resolução
Para 100g de K, 89,3g desintegram-se, produzindo Ca,
e 10,7g produze m Ar.
xP 89,3
89,3g de K → ––––––– g de K
2x

xP 10,7
10,7g de K → ––––––– g de K e
2x

( 10,7
10,7 – –––––
2x )
g de Ar

10,7
10,7 – ––––
2x
––––––––––––––––– = 0,95
89,3 10,7
–––––x
+ –––––
2 2x

10,7 . 2 x – 10,7
––––––––––––––––– = 0,95
100

10,7 (2 x – 1) = 95

2 x = 9,88

x log 2 = log 9,88 ≅ 1

1
x = –––– = 3,3
0,3

Idade da rocha: 3,3 x 1,27 x 10 9 anos = 4,2 x 10 9 anos


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Q UÍ M I C A
29
O s seguintes experim entos foram realizados para de-
terminar se os cátions Ag + , Pb 2 + , Sb 2 + , Ba 2 + e Cr3 +
eram espécies constituintes de um sólido de orige m
desconhecida e solúvel e m água.
a) U ma porção do sólido foi dissolvida e m água, obten-
do-se uma solução aquosa chamada de X.
b) A uma alíquota de X foram adicionadas algumas
gotas de solução aquosa concentrada e m ácido clo-
rídrico, não sendo observada nenhuma alteração
visível na solução.
c) Sulfeto de hidrogênio gasoso, e m quantidade sufi-
ciente para garantir a saturação da mistura, foi bor-
bulhado na mistura resultante do Experim ento B,
não sendo observada nenhuma alteração visível
nessa mistura.
d) A uma segunda alíquota de X foi adicionada, gota a
gota, solução aquosa concentrada e m hidróxido de
amônio. Inicialm ente, foi observada a turvação da
mistura e posterior desaparecim ento dessa turva-
ção por adição de mais gotas da solução de hidróxi-
do de amônio.
A respeito da presença ou ausência dos cátions Ag + ,
Pb 2 + , Sb 2 + , Ba 2 + e Cr3 + , o que se pode concluir após
as observações realizadas no
i) Experim ento B?
ii) Experim ento C?
iii) Experim ento D?
Sua resposta deve incluir equações químicas balancea-
das para as reações químicas observadas e mostrar os
raciocínios utilizados.
Q ual(ais) dentre os cátions Ag + , Pb 2 + , Sb 2 + , Ba 2 + e
Cr3 + está(ão) presente(s) no sólido?
Resolução
i) Experimento B: adição de solução de ácido clorí-
drico concentrado à solução X.
Como nada foi observado, pode mos concluir que
esse sólido não é composto por cátions Ag + ne m
por cátions Pb 2 + .
Ag + (aq) + C l–(aq) → AgC l(s) ↓
ppt

Pb 2 + (aq) + 2C l–(aq) → PbC l 2–(s) ↓


ppt

Esses íons reage m com C l–(aq), formando subs-


tâncias insolúveis.

ii) Experimento C: adição de sulfeto de hidrogênio


gasoso, até saturação, à solução X.
Como nada foi observado, pode mos concluir que
os possíveis cátions presentes no sólido são o

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Ba 2 + e o Cr3 + , pois todos os outros formariam pre-
cipitado com íons sulfeto.
2Ag + (aq) + S 2–(aq) → Ag 2 S(s) ↓
ppt

Pb 2 + (aq) + S 2–(aq) → PbS(s) ↓


ppt

Sb 2 + (aq) + S 2–(aq) → SbS(s) ↓


ppt
Nota: O antinômio forma os íons Sb 3 + e Sb 5 + .
Concluímos que na solução pode m existir íons
Ba 2 + e ou Cr3 + .

iii) Experimento D: adição gota a gota de solução


concentrada de hidróxido de amônio à solução X.
Como foi observada turvação da mistura e poste-
rior desaparecim ento, pode mos concluir que o
único íon presente no sólido é o Cr3 + , uma vez que
hidróxido de bário é solúvel.
Reações que ocorre m:
I) Precipitação
Cr3 + (aq) + 3N H 4 O H → Cr(O H)3↓ + 3N H 4+ (aq)
ppt
II) Complexação
Cr(O H)3 + 6N H 3(aq) → Cr(N H 3)6(O H)3(aq)

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Q UÍ M I C A
30
U m ele m ento galvânico, chamado de I, é constituído
pelos dois eletrodos seguintes, separados por uma
m e mbrana porosa:
IA. Chapa de prata m etálica, praticam ente pura, m er-
gulhada e m uma solução 1 mol L–1 de nitrato de
prata.
IB. Chapa de zinco m etálico, praticam ente puro, m er-
gulhada e m uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
zinco.
U m outro ele m ento galvânico, chamado de II, é cons-
tituído pelos dois seguintes eletrodos, també m sepa-
rados por uma m e mbrana porosa:
lIA. Chapa de cobre m etálico, praticam ente puro, m er-
gulhada e m uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
cobre.
IIB. Chapa de zinco m etálico, praticam ente puro, m er-
gulhada e m uma solução 1 moI L–1 de sulfato de
zinco.
O s ele m entos galvânicos I e II são ligados e m série de
tal forma que o eletrodo IA é conectado ao lIA, en-
quanto o eletrodo IB é conectado ao IIB. As conexões
são feitas através de fios de cobre. A respeito desta
montage m
I) faça um desenho esque mático dos ele m entos gal-
vânicos I e II ligados e m série. N este desenho in-
dique:
II) que m é o ele m ento ativo (aquele que fornece
energia elétrica) e que m é o ele m ento passivo
(aquele que recebe energia elétrica),
III) o sentido do fluxo de elétrons,
IV) a polaridade de cada um dos eletrodos: IA, IB, IIA
e IIB e
V) as m eia-reações eletroquímicas balanceadas para
cada um dos eletrodos.
Resolução

i)

ii) ele m ento ativo (fornece energia elétrica) (I), pois


apresenta maior diferença de potencial (Ag/Zn) que
o ele m ento II (Cu/Zn) (ele m ento passivo).
iii) fluxo de elétrons
O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2
Cu(IIA) → Ag(IA)
Zn(IB) → Zn (IIB)
iV) IA → positivo !, IB → negativo ", IIA → negativo
", IB → positivo !

O BJETI V O IT A ( 4 º D i a ) – D e z e m b r o / 2 0 0 2

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