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Sanções e Embargos
Sanções e Embargos
As sanções são práticas muito antigas, estima-se que iniciou aproximadamente no Século IV a.C, quando
Péricles, um estadista da Grécia Antiga, impôs o decreto da cidade de Megara, o qual excluía os mercadores
megarenses do comércio de Atenas, pois supostamente eles haviam se instalado em terras sagradas para
cultivo.
Comumente utilizadas na atualizada por quem dita regra da economia mundial, as medidas em sua grande
maioria representam o corte total ou parcial de relações comerciais entre nações, com o objetivo principal de
combater o autoritarismo em regiões extremistas e acabar com conflitos entre federações.
Embargo econômico é uma das sanções que restringem ou proíbem o comércio de setores, empresas, pessoas
ou nações, voltando foco principal de restrição as mercadorias ou serviços.
Exemplificando, vemos como principal veto à importação ou exportação de mercadorias, como medicamentos,
matérias-primas ou alimentos, a realização de investimentos ou prestação de determinados serviços, e em
último caso, podendo compreender congelamento de contas em bancos, títulos e investimentos.
Sendo o principal objetivo do sancionador isolar a nação penalizada até que os acordos internacionais sejam
cumpridos e reestabelecidos, inclusive, com a retirada de tropas, caso tenha ocorrido uma invasão ferindo a
soberania territorial das federações.
Tipos de Sanções
Sanções Nacionais Estrangeiras: Cada país estrangeiro pode sancionar de acordo com seu critério. Os
exemplos mais conhecidos são: Lista da União Europeia (também pode ser considerada internacional), Lista
da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC) e a Lista da França.
No caso específico da OFAC, as sanções primárias, se aplicam aos nascidos nos Estados Unidos e
residentes, entidades organizadas sob as leis norte-americanas, como multinacionais com filiais sob sua
jurisdição e indivíduos dentro do país.
Sanções Nacionais Jurisdição Brasileira: Não obstante previsto na Lei 13.810, a qual determina que o
“Ministério da Justiça e Segurança Pública manterá lista de pessoas naturais e jurídicas e entidades cujos
ativos estão sujeitos à indisponibilidade em decorrência de resoluções do Conselho de Segurança das Nações
Unidas ou de designação de seus comitês de sanções, de requerimento de outro país ou de designação
nacional”, não há qualquer sanção publicada até o momento.
Por ser uma país membro, o Brasil também está sujeito por Lei à lista da Organização das Nações
Unidas. Isso significa que as instituições têm a obrigação de bloquear o ativo e comunicar ao órgão
regulador caso encontre qualquer indivíduo, empresa ou nação realizando transações no país, se ele
estiver na lista de restrições da ONU.
Sanções Internacionais: Além da Lista da OFAC, a qual toda empresa americana deve cumprir as diretrizes,
também temos a Lista do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve forçosamente ser cumprida
por todos os países que são membros da ONU.
Sanções militares: através de embargo para cortar o fornecimento de armamento a determinada nação, ou
por ações mais ostensivas, como intervenção militar ou confrontos diretos.
Sanções econômicas: são ações que restringem as relações comerciais com a nação punida.
Sanções comerciais: são ações que funcionam como medidas antidumping, assumem a forma de tarifas
extras sobre importação, limitação a possibilidade das importações ou impondo barreiras administrativas
para comércio internacional.
CRISE MUNDIAL
O Pacto de Varsóvia foi um acordo firmado em 1955, como resposta a criação da OTAN, estabelecendo uma
aliança entre os países do leste europeu. Porém esse pacto foi extinto no ano de 1991.
Anexação da Crimeia
Após invasão russa em 2014, a União Europeia impôs as primeiras sanções econômicas à Rússia em resposta à
anexação ilegal da Península da Crimeia ao território russo, alegando que se tratava de maioria populacional
russa. Na ocasião o pacote de sanções incluiu medidas de todos os tipos, desde diplomáticas até congelamento
de bens e restrições de viagem.
As empresas brasileiras importadoras e exportadoras, as quais realizam negócios com países listados ou que
possam em um futuro ser indicados pela ONU, necessitam de atenção para realizar transações internacionais,
pois são passiveis de punições e sanções caso realizem negócios com empresas, pessoas ou países embargados.
Acompanhando a dinâmica da cadeia de distribuição mundial, o mercado segurador global adotou a posição de
não aceitar seguros de transportes que envolvam países sob sanções e/ou embargos. Pelas normas de
Compliance dos grupos seguradores, são proibidas coberturas securitárias para bens ou mercadorias, cuja
"origem" ou "destino" seja de países sancionados.
As coberturas adicionais de guerra e greves, têm como objetivo amparar perdas e danos às mercadorias
seguradas, não cobrindo em hipótese alguma, prejuízos resultantes de atraso, armazenagem, lucros cessantes e
demurrage.
Quanto realizados embarques cuja “origem” ou “destino” seja de país em conflito, a seguradora deverá ser
consultada previamente pelo segurado, para se manifestar sobre a possibilidade de aceitação das coberturas de
guerra e greves e suas condições. Conforme restrição de países por parte da OFAC e ONU, por exemplo, existem
países sem aceitação ou sem possibilidade de aceitação para a cobertura, entretanto, existem países com
restrição que eventualmente as seguradoras até podem conceder cobertura de guerra ou de greves, ou ambas,
mediante a cobrança de prêmio adicional.
Dentre outras publicações sobre Seguro de Transportes, a lista dos países com restrições para as coberturas de
guerra e greves, são publicadas e atualizadas pelo Joint Cargo Committee Global Cargo Watch List (JCCGCWL).
Em ambos os casos, até que haja liberação prévia e formal da sua Seguradora, o Grupo Lockton não pode
oferecer, confirmar e/ou manter cobertura para os embarques dos segurados que tenham como “origem” ou
“destino” essas regiões mencionadas anteriormente.
Desta forma, se você possui previsão de operações com as regiões mencionadas, orientamos a procurar
IMEDIATAMENTE o seu contato na Lockton, fornecendo o máximo de informações disponíveis dos seus
respectivos clientes ou fornecedores, para análise detalhada e pronunciamento formal por parte da sua
seguradora.