Você está na página 1de 9

Questão 1) (1,5 ponto) Uma casca esférica isolante está eletricamente carregada conforme ilustra a figura seguinte, à

esquerda.

Para essa situação, considere que:


• essa casca está imersa no ar e que o seu interior seja totalmente
preenchido pelo ar, meio cuja permissividade elétrica é 𝜀0 ;
• a permissividade elétrica do material que compõe a casca seja 𝜀;
• a densidade volumétrica de cargas dessa casca varie em função
da distância ao seu centro, sendo dada, para 𝑎 ≤ 𝑟 ≤ 𝑏, pela
seguinte expressão:
5
𝜌(𝑟) =
𝑟
Nota: todas as unidades estão no SI.

Nessas condições:
a) (0,5 ponto) determine, em função dos parâmetros fornecidos, a carga elétrica total dessa casca esférica. Nota: um
elemento de volume de uma casca esférica pode ser escrito como 𝒅𝑽 = 𝟒𝝅 ∙ 𝒓𝟐 𝒅𝒓.

𝑏 𝑏 𝑏
5 𝑟2
𝑞 = ∫ 𝜌 𝑑𝑉 = ∫ 4𝜋 ∙ 𝑟 2 𝑑𝑟 = 20𝜋 ∫ 𝑟 𝑑𝑟 = 20𝜋 ( )|
𝑎 𝑟 𝑎 2 𝑎

∴ 𝒒 = 𝟏𝟎𝝅 (𝒃𝟐 − 𝒂𝟐 )

⃗⃗ (𝒓) quando 𝑟 < 𝑎, 𝑎 ≤ 𝑟 ≤ 𝑏 e 𝑟 > 𝑏.


b) (1,00 ponto) determine as intensidades dos vetores campo elétrico 𝑬

Lei de Gauss (superfície esférica de raio r concêntrica à casca)

𝑞 𝑞 𝑞
∮ 𝐸⃗ ∙ 𝑑𝐴 = ⇒ 𝐸 ∙ 4𝜋 ∙ 𝑟 2 = ∴ 𝐸 =
𝜀 𝜀 4𝜋 ∙ 𝜀 ∙ 𝑟 2
𝑆

•𝑟 <𝑎→𝑞 =0∴𝑬=𝟎

10𝜋 (𝑏2 −𝑎2 ) 𝟐,𝟓 (𝒃𝟐−𝒂𝟐 )


• 𝑟 > 𝑏, onde a permissividade é 𝜀0 → 𝑞 = 10𝜋 (𝑏2 − 𝑎2 ) ⇒ 𝐸 = ∴𝑬=
4𝜋 ∙ 𝜀0 ∙ 𝑟 2 𝜺𝟎 ∙ 𝒓𝟐

𝟐,𝟓 (𝒓𝟐 −𝒂𝟐 )


• 𝑎 ≤ 𝑟 ≤ 𝑏, onde a permissividade é 𝜀 → 𝑞 = 10𝜋 (𝑟 2 − 𝑎2 ) ∴ 𝑬 = 𝜺 ∙ 𝒓𝟐

1
Questão 2) (1,5 ponto) Um fio condutor reto muito longo e uma espira condutora, ambos percorridos por correntes
elétricas, estão dispostos no espaço tridimensional, totalmente preenchido por ar, conforme ilustra a figura a seguir,
em perspectiva e em vista superior.

Considere que:
• os trechos a e c da espira são segmentos de reta paralelos ao eixo z, cujos comprimentos medem 𝑙;
• os trechos b e d são arcos de circunferência paralelos ao plano xy, cujos centros se encontram no eixo z e cujos
raios medem 𝑙;
• as intensidades das correntes elétricas estabelecidas no fio reto e na espira são respectivamente iguais a 𝑖𝑓 e 𝑖𝑒 ;
• A permeabilidade magnética do ar é 𝜇0 ;

Nessas condições:
a) (0,5 ponto) Determine, em função dos parâmetros fornecidos, as forças magnéticas nos trechos 𝒂, 𝒃, 𝒄 e 𝒅 da
espira devido a interação com o campo magnético criado pela corrente elétrica estabelecida pelo fio reto. Expresse
̂. Nota: a intensidade do campo magnético criado pela corrente elétrica de
essas forças em função dos versores 𝒊̂, 𝒋̂ e 𝒌
𝝁 ⋅𝒊
intensidade 𝑖 que percorre um fio muito longo, a uma distância 𝑟 do fio, é 𝑩 = 𝟐𝝅𝟎 ⋅ 𝒓.

• Trechos b e d → As linhas do campo magnético criado pelo fio reto são circunferências concêntricas ao fio e,
⃗ , o produto 𝑑𝑙 × 𝐵
portanto, o vetor campo magnético é tangente aos trechos b e d. Logo, como 𝑑𝑙 é paralelo à 𝐵 ⃗ é
nulo e, portanto, as forças magnéticas 𝐹𝑏 e 𝐹𝑑 nesses trechos são nulas.

• Trechos a e c → As linhas do campo magnético criado pelo fio reto são circunferências concêntricas ao fio e, portanto,
o vetor campo magnético é perpendicular aos trechos a e c. Como a intensidade do campo é constante ao longo de
cada trecho, cujo comprimento é 𝑙:

𝜇0 ⋅ 𝑖𝑓
𝐹𝑎 = 𝐹𝑐 = 𝐵 ∙ 𝑖𝑒 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛 90° = ∙𝑖 ∙𝑙
2𝜋 ⋅ 𝑟 𝑒

Aplicando a regra da mão direita:

𝝁𝟎 ⋅ 𝒊 𝒇
⃗𝒂=
𝑭 ∙ 𝒊 ∙ 𝒍 (−𝒋̂)
𝟐𝝅 ⋅ 𝒓 𝒆
𝝁𝟎 ⋅ 𝒊 𝒇
⃗𝑭𝒄 = ∙ 𝒊 ∙ 𝒍 (+𝒊̂)
𝟐𝝅 ⋅ 𝒓 𝒆

2
Suponha agora que o fio reto seja retirado, mantendo-se a espira 𝑎𝑏𝑐𝑑 no mesmo lugar, e que alguns imãs sejam
⃗⃗ = 𝟐𝒓 𝒓̂, em teslas, em que 𝑟̂ é o versor radial
dispostos nessa região de modo a criar o seguinte campo magnético: 𝑩
do sistema polar (lembre-se que esse versor é centrífugo).

b) (1,00 ponto) Determine a força magnética no trecho 𝒅 da espira devido a interação entre a corrente elétrica
̂. Nota: lembre-
⃗⃗ . Expresse essas forças em função dos versores 𝒊̂, 𝒋̂ e 𝒌
estabelecida nesse trecho e o campo magnético 𝑩
se que o versor radial 𝒓̂ pode ser escrito em função dos versores 𝒊̂ e 𝒋̂. Lembre-se também que o diferencial de

deslocamento, no sistema de coordenadas polares, é 𝒅𝒍 = 𝒓 𝒅𝜽 𝜽


̂, em que 𝜽
̂ é o versor tangencial do sistema polar

(lembre-se que esse versor é orientado no sentido anti-horário).

A figura seguinte mostra, em vista superior, o vetor campo magnético criado pelos imãs em um trecho infinitesimal
do trecho d. Note que, sob esse ponto de vista, a corrente elétrica na espiral está percorrendo esse trecho no sentido
anti-horário.

Logo, aplicando a lei de Lorentz:

⃗ ) ⇒ 𝑑𝐹 = 𝑖𝑒 ∙ (𝑟 𝑑𝜃 𝜃̂ × 2𝑟 𝑟̂ ) ∴ 𝑑𝐹 = 2 𝑖𝑒 ∙ 𝑟 2 (−𝑘̂)
𝑑𝐹 = 𝑖𝑒 ∙ (𝑑𝑙 × 𝐵

Portanto, integrando ao longo do trecho d:


𝜋
2
𝜋
𝑑𝐹 = −2 𝑖𝑒 ∙ 𝑟 2 𝑘̂ ⇒ 𝐹 = ∫ −2 𝑖𝑒 ∙ 𝑟 2 𝑘̂ 𝑑𝜃 = −2 𝑖𝑒 ∙ 𝑟 2 ∙ 𝜃|02 𝑘̂
0

∴ 𝐹 = −𝑖𝑒 ∙ 𝑟 2 ∙ 𝜋 𝑘̂

3
Questão 3) (1,50 ponto) Um freio regenerativo foi projetado sendo composto por uma bobina condutora que gira em
⃗ uniforme e constante. O campo tem direção perpendicular ao eixo de rotação da
uma região de campo magnético 𝐵
bobina. O torque elétrico gerado atua como o freio do sistema, e a corrente elétrica gerada, associada ao torque
elétrico, pode então ser usada para, por exemplo, carregar uma bateria. Percebeu-se que as forças dissipativas
atuantes no sistema, como atrito em rolamentos e resistência do ar, geraram um torque resistente ao giro da bobina,
proporcional à sua velocidade angular. Durante os testes iniciais com um protótipo, aplicou-se, a partir do repouso,
um torque motor externo (responsável por girar a bobina), com o valor médio constante de 200 𝑁 ⋅ 𝑚. Nesse teste,
os terminais da bobina foram deixados em aberto, e assim o sistema acelerou até atingir uma velocidade máxima de
100 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Em seguida, conectou-se uma carga resistiva de 5 𝑘Ω aos terminais da bobina e aplicou-se o mesmo
torque motor. Agora com a carga conectada (simulando uma situação de utilização da corrente gerada), o sistema
100
acelerou até atingir uma velocidade de 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Despreze a autoindutância da bobina e calcule então o valor da
3

corrente elétrica estabelecida na carga resistiva conectada à bobina (segundo teste) passado o transitório.
A partir do instante em que 𝜔 = 100 𝑟𝑎𝑑/𝑠, constante, temos que 𝜏𝑅 = 0. Como os terminais da bobina estão em
aberto, a corrente elétrica na bobina e o torque elétrico são nulos. Portanto:

𝜏𝑅 = 0 ⇒ 𝜏𝑚 − 𝜏𝑎 = 0

Sendo 𝜏𝑚 = 200 𝑁 ⋅ 𝑚 e 𝜏𝑎 = 𝑘 ∙ 𝜔, com 𝜔 = 100 𝑟𝑎𝑑/𝑠:

𝜏𝑚 − 𝜏𝑎 = 0 ⇒ 200 − 𝑘 ∙ 100

∴𝑘 =2𝑁∙𝑚∙𝑠

Considerando agora o segundo ensaio, em que se conectou uma carga resistiva de 𝑅 = 5 𝑘Ω, a partir do instante em
100
que a velocidade alcançou o valor máximo 𝜔 = 𝑟𝑎𝑑/𝑠:
3

𝜏𝑅 = 0 ⇒ 𝜏𝑚 − 𝜏𝑎 − 𝜏𝑒 = 0

𝑅 ∙ 𝑖2
Em que 𝜏𝑒 ∙ 𝜔 = 𝑒 ∙ 𝑖 e 𝑒 = 𝑅 ∙ 𝑖, ou seja, 𝜏𝑒 = .
𝜔

100
Sendo 𝜏𝑚 = 200 𝑁 ⋅ 𝑚, 𝜏𝑎 = 2 ∙ 𝜔, com 𝜔 = 𝑟𝑎𝑑/𝑠:
3

100 5000 ∙ 𝑖 2
𝜏𝑚 − 𝜏𝑎 − 𝜏𝑒 = 0 ⇒ 200 − 2 ∙ − =0
3 100
3

∴ 𝑖 ≈ 0,943 𝐴

4
Questão 4) (2,0 pontos) Um objeto em forma de prisma retangular é transportado sem escorregamento por uma
esteira transportadora com velocidade constante de 10 𝑚/𝑠. O prisma está disposto de forma que suas faces laterais
estejam alinhadas com a velocidade da esteira, como mostram as figuras. Além disso, embora composto por um
material isolante, suas arestas são compostas por um material condutor de resistividade linear de 3 Ω/𝑚. Em um certo
momento, adotado como 𝑡 = 0 𝑠, o prisma penetra em uma região onde existe um campo magnético gerado por dois
imãs paralelos, como ilustram as figuras. As dimensões do prisma são de 30 𝑐𝑚 de comprimento, 10 𝑐𝑚 de altura e
20 𝑐𝑚 de profundidade.

As quatros figuras a seguir ilustram ainda quatro diferentes instantes durante a travessia do prisma pela região onde
existe o campo magnético. Considere o instante inicial, 𝑡𝑜 = 0𝑠, como sendo o mostrado na figura 1, e o sistema de
coordenadas mostrado. Com o sistema adotado, o campo magnético no interior dos imãs e a velocidade da esteira
são dados por:

⃗ = −0,2 ⋅ 𝑥 ⋅ 𝑘̂ [ 𝑇]
𝐵

𝑣 = 10 ⋅ 𝑖̂ [𝑚/𝑠]

instante 1 instante 2

instante 3 instante 4

5
a) (0,25 ponto) Em qual ou quais intervalos de tempo haverá corrente elétrica induzida em arestas do prisma?

A variação de fluxo magnético nas faces do prisma implica no estabelecimento de corrente elétrica induzida nas suas
arestas. Como a velocidade da gaiola prismática é v = 10 m/s = 1  103 cm/s e o comprimento do prisma é 30 cm, isso
ocorrerá entre os instantes t0 = 0 e t = 30 ms (prisma entrando na região permeada pelo campo magnético), entre os
instantes t = 30 ms e t = 50 ms (prisma adentra a regiões de campo magnético cada vez maiores) e entre os instantes
t = 50 ms e t = 80 ms (prisma saindo na região permeada pelo campo magnético). Ou seja, haverá corrente entre t = 0
a t = 80 ms.

b) (0,25 ponto) Utilize o desenho em perspectiva e marque todas as arestas visíveis que terão corrente elétrica
em algum momento. Indique o sentido de ao menos uma corrente e diga em que intervalo de tempo ela
ocorre.

Entre t0 = 0 e t = 30 ms, o prisma está entrando na região permeada pelo campo magnético. Logo, o módulo do fluxo
magnético que atravessa as faces que estão de frente para o campo magnético aumenta (nas outras faces não há fluxo
magnético). De acordo com a lei de Lenz, nesse intervalo de tempo surge um campo magnético induzido que se opõe
a essa variação de fluxo. A corrente elétrica induzida que cria esse campo está indicada na figura a seguir:

c) (1,5 ponto) Considerando-se apenas o intervalo 0 ≤ 𝑡 ≤ 50𝑚𝑠 , qual(is) a(s) expressão(ões) para o valor da
corrente elétrica em função do tempo estabelecida nas arestas que terão formação de corrente?

A resistência elétrica das quatro arestas que compõem a face ilustrada no item b é 𝑅 = 𝜌 ∙ (𝑙 + ℎ + 𝑙 + ℎ). Sendo
𝜌 = 3 /𝑚, 𝑙 = 0,30 𝑚 e ℎ = 0,10 𝑚, temos que 𝑅 = 2,4  .

O fluxo magnético nessa mesma face é dado por 𝐵 = ∫ 𝐵 ⃗ = −0,2 𝑥 𝑘̂, adotando-se 𝑛̂ = 𝑘̂ e
⃗ ∙ 𝑛̂ 𝑑𝐴. Sendo 𝐵
considerando que 𝑑𝐴 = 0,10 𝑑𝑥:

Para 0 < 𝑡 < 30𝑚𝑠

𝐵 = ∫ 𝐵
⃗ ∙ 𝑛̂ 𝑑𝐴 = ∫ −0,2 ∙ 𝑥 ∙ 0,10 𝑑𝑥 ∴  = −0,01 𝑥 2
𝐵

Logo, utilizando a lei de Faraday, a fem induzida é:

𝑑𝐵 𝑑 (−0,01 𝑥 2 )
𝑒=− =− ∴ 𝑒 = 0,02 ∙ 𝑥 ∙ 𝑣
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Portanto, com 𝑣 = 10 𝑚/𝑠, a intensidade da corrente induzida é, de acordo com a 1ª lei de Ohm:

𝑒 0,02 ∙ 𝑥 ∙ 10
𝑖= = ∴ 𝑖 ≈ 0,083 𝑥
𝑅 2,4

6
𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑥 = 10𝑡:

𝒊(𝒕) = 𝟎, 𝟖𝟑 𝒕 [𝑨]

Para 30 𝑚𝑠 ≤ 𝑡 ≤ 50 𝑚𝑠:

𝐵 = ∫ 𝐵
⃗ ∙ 𝑛̂ 𝑑𝐴 = ∫ −0,2 ∙ 𝑥 ∙ 0,10 𝑑𝑥 − ∫ −0,2 ∙ (𝑥 − 0,3) ∙ 0,10 𝑑𝑥 ∴  = −0,006 𝑥 = −0,006 𝑣 ⋅ 𝑡
𝐵

Logo, utilizando a lei de Faraday, a fem induzida é:

𝑑𝐵
𝑒=− = 0,006 ⋅ 𝑣 = 0,06
𝑑𝑡

E assim, de acordo com a 1ª lei de Ohm:

𝑒 0,06
𝑖= = ∴ 𝒊 ≈ 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟓 𝑨
𝑅 2,4

Questão 5) (2,0 pontos) A figura abaixo representa um transformador com núcleo composto por um material
ferromagnético com 𝜇 = 1000 𝜇𝑜 . Uma fonte de tensão capaz de gerar diferentes funções temporais é conectada ao
primário e uma carga resistiva é conectada ao secundário. O número de voltas das bobinas do primário e secundário,
as dimensões do núcleo e resistências elétricas das bobinas são:
• 𝑁1 = 500 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠
• 𝑁2 = 50 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠
• Comprimento médio do núcleo: 𝑙 = 20𝑐𝑚
• área da secção do núcleo: 𝐴 = 2 𝑐𝑚2
• resistência elétrica da bobina 1: 𝑟1 = 15 Ω
• resistência elétrica da bobina 2: 𝑟2 = 1,5 Ω

𝜇⋅𝑖⋅𝑁
Considere que o campo magnético gerado por uma corrente em uma bobina tem intensidade dada por: 𝐵 = 𝑙

a) (0,25 ponto) Calcule as indutâncias das bobinas do primário, secundário e a indutância mútua.

𝜇⋅𝐴 1000 ⋅ 4𝜋 ∙ 10−7 ⋅ 2 ⋅ 10−4


𝐿1 = 𝑁12 = 500 2 ∴ 𝑳𝟏 = 𝟎, 𝟏 𝝅 𝑯
𝑙 0,20

𝐿1 𝑁12 0,1𝜋 5002


= ⇒ = ∴ 𝑳𝟐 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏 𝝅 𝑯
𝐿2 𝑁22 𝐿2 502

𝑀 = √𝐿1 ∙ 𝐿2 = √0,1 𝜋 ∙ 0,001 𝜋 ∴ 𝑴 = 𝟎, 𝟎𝟏 𝝅 𝑯

7
b) (0,25 ponto) Considerando-se que a carga resistiva conectada ao secundário tenha resistência de 10 Ω e a
fonte conectada ao primário tenha sido ajustada para 𝑈𝑓 (𝑡) = 10 [𝑉], calcule as correntes no primário e
secundário.

𝑑𝑖1
Como 𝑈𝑓 é constante, temos que = 0. Logo, 𝑖2 = 0. Além disso:
𝑑𝑡

𝑈𝑓 10
𝑖1 = = ∴ 𝒊𝟏 ≈ 𝟎, 𝟔𝟕 𝑨
𝑟1 15

c) (1,0 ponto) Alterando-se a fonte para uma tensão senoidal dada por 𝑈𝑓 (𝑡) = 𝐴 ⋅ 𝑐𝑜𝑠(100 ⋅ 2𝜋 ⋅ 𝑡), volts, a
corrente no secundário foi de 𝑖2 (𝑡) = 4.28 𝑐𝑜𝑠(100 ⋅ 2𝜋 ⋅ 𝑡 + 0.0749), ampères. Forneça a expressão da
corrente no primário 𝑖1 (𝑡).

No secundário:

𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝑀 ∙ 𝐼̂1 = (𝑟2 + 𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝐿2 + 𝑟𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ) ∙ 𝐼̂2

Logo:

𝑗 ∙ 200𝜋 ∙ 0,01𝜋 ∙ 𝐼̂1 = (1,5 + 𝑗 ∙ 200𝜋 ∙ 0,001𝜋 + 10) ∙ (4,27 − 0,32 𝑗) ∴ 𝐼̂1 ≈ 0,61 − 2,46 𝑗

∴ 𝒊𝟏 (𝒕) = 𝟐, 𝟓𝟒 𝒄𝒐𝒔(𝟏𝟎𝟎 ⋅ 𝟐𝝅 ⋅ 𝒕 − 𝟏. 𝟑𝟐𝟓)

d) (0,5 ponto) Calcule o valor da amplitude 𝐴 (tensão de pico da fonte) e os valores das potências ativa e reativa
da fonte.
[

No primário:

̂𝑓 = (𝑟1 + 𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝐿1 ) ∙ 𝐼̂1 + 𝑗 ∙ 𝜔 ∙ 𝑀 ∙ 𝐼̂2


𝑈

Logo:

𝐴 = |(15 + 𝑗 ∙ 200𝜋 ∙ 0,1𝜋) ∙ 𝐼̂1 + 𝑗 ∙ 200𝜋 ∙ 0,001𝜋 ∙ 𝐼̂2 |

∴ 𝐴 = 502 𝑉

𝐴 𝐼̂1
E assim, sendo 𝑆̂ = 𝑉̂𝑒𝑓 ∙ 𝐼̂𝑒𝑓

, com 𝑉̂𝑒𝑓 = e 𝐼̂𝑒𝑓 = , temos que 𝑆̂ = 154,5 + 618,5 𝑗. Portanto, a potência ativa
√2 √2

eficaz é de 154, 5 W e a potência reativa eficaz é de 618,5 W.

Questão 6) (1,5 pontos) Na atividade feita em laboratório referente a motores e geradores de corrente contínua, dois
motores idênticos foram mecanicamente acoplados, sendo que um deles foi utilizado como de fato um motor,
enquanto o outro, como um gerador, podendo ter uma carga resistiva conectada aos seus terminais. A figura a seguir
ilustra o arranjo.

8
Motor DC Acoplamento mecânico Gerador DC

𝑖 A 𝜏 A
𝜔 𝜔 𝑖
𝜏

𝑉𝑎 𝑒 𝑒 𝑉𝑎

𝐼 𝐼

a) (0,25 ponto) Descreva detalhadamente como você procedeu para medir a resistência interna do motor e do
gerador. Descreva o que mediu e em que situação.

Ao segurar o eixo, bloqueando a rotação do motor, a fem torna-se nula. Logo, a resistência interna do motor pode
ser obtida pelo quociente entre a tensão da fonte (medida com um voltímetro) e a intensidade da corrente
estabelecida no enrolamento do motor (medida com um amperímetro).

b) (0,25 ponto) Descreva detalhadamente como você procedeu para obter o valor da constante que relaciona a
tensão induzida 𝑒 ,tanto no motor como no gerador, com a velocidade angular do eixo do motor. Descreva o
que mediu e em que situação.

A constante 𝑘𝑒 pode ser obtida pelo quociente entre a força eletromotriz induzida 𝑒 e a velocidade angular 𝜔 do eixo
do motor. A força eletromotriz induzida 𝑒 é igual a tensão dos terminais do gerador, que se encontra em aberto. Essa
tensão é medida com um voltímetro. Já a velocidade angular do eixo do motor é medida por meio do encoder que
está ligado no osciloscópio.

Considere que os seguintes valores foram obtidos:


• Tensão de alimentação do motor 𝑉𝑎 = 24 𝑉
• Resistencia interna do motor e do gerador 𝑅 = 2 Ω.
• Frequência angular do eixo 𝑓 = 50 𝐻𝑧
• Resistência da carga conectada ao gerador 𝑅𝑐 = 10 Ω
• Corrente elétrica no motor 𝑖 = 3 𝐴
c) (1,0 ponto) Com esses valores, forneça o rendimento do sistema: razão entre a potência dissipada na
resistência de carga conectada ao gerador e a potência consumida pela fonte que alimenta o motor.

Motor: 𝑉𝑎 = 𝑅 ∙ 𝑖1 + 𝑒 ⇒ 24 = 2 ∙ 3 + 𝑒 ∴ 𝑒 = 18 𝑉

Gerador: 𝑒 = 𝑅 ∙ 𝑖2 + 𝑅𝑐 ∙ 𝑖2 ⇒ 18 = 2 ∙ 𝑖2 + 10 ∙ 𝑖2 ∴ 𝑖2 = 1,5 𝐴

Logo:

Motor: 𝑃𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 = 𝑉𝑎 ∙ 𝑖1 = 24 ∙ 3 ∴ 𝑃𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 = 72 𝑊

Gerador: 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑅𝑐 ∙ 𝑖22 = 10 ∙ 1,52 ∴ 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 22,5 𝑊

Portanto, o rendimento é:

𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 22,5
= = ∴  = 𝟑𝟏, 𝟐𝟓%
𝑃𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 72

Você também pode gostar