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Condensação bimestral

– Professor Doroteu
Conscientização e promoção dos direitos contra a violência
Quando qualificamos uma pessoa como “humana”, o que você pensa? E o que você pensa
quando se diz que uma pessoa ou grupo está sendo desumanizado? Na sua opinião, o que
significa “desumanizar?

A investigação sobre o caráter do humano tem sido empreendida pela Filosofia, assim
como pela Antropologia, Psicologia, Biologia entre outras ciências. As narrativas
mitológicas e as religiões também se dedicaram para estabelecer uma compreensão do
humano e o seu lugar no contexto no mundo entre os demais seres. Na história da Filosofia,
diferentes filósofos abordaram o humano, a partir de reflexões acerca da natureza humana,
da consciência moral, do conhecimento de si e do mundo, da experiência simbólica e dos
ideais de justiça. Enfim, o humano e seus processos são temas centrais da Filosofia. Na
abordagem do humano, pelo que ele se caracteriza, há diferentes teorias, como por
exemplo, as que consideram existir uma natureza humana que pode ser boa ou má e teorias
como os existencialistas que orientam para a impossibilidade de uma natureza humana.

O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer [...]
O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. (SARTRE, 1970, p. 10)

Também para H. Arendt não é possível definir uma essência humana: [...] A condição
humana não é o mesmo que a natureza humana [...] É altamente improvável que nós, que
podemos conhecer, determinar e definir a essência natural de todas as coisas que nos
rodeiam e que não somos, venhamos a ser capazes de fazer o mesmo a nosso próprio
respeito: seria como pular sobre nossa própria sombra. Por outro lado, as condições da
existência humana – a própria vida, a natalidade e a mortalidade, a mundanidade , a
pluralidade e o planeta Terra - jamais podem <> o que somos [...] pela simples razão de que
jamais nos condicionam de modo absoluto. (ARENDT, 1981, p.17, 18 e 19)

Para Aristóteles, o humano, se caracteriza pela necessidade de viver junto com seus iguais
e pela expressão da razão (logos) que se manifesta na fala. Somente o humano é capaz de
perceber e proferir discursos sobre o bem e o mal. A razão pela qual o homem, mais do que
uma abelha ou um animal gregário, é um ser político em sentido pleno, é óbvia[...] só o
homem, de entre todos os seres vivos possui a palavra. Assim, enquanto a voz indica prazer
e sofrimento, e nesse sentido é também atributo de outros animais [...]o discurso por outro
lado, serve para tornar claro o útil e o prejudicial e, por seguinte, o justo e o injusto. É que
perante os outros seres vivos, o homem tem as suas peculiaridades: só ele sente o bem e o
mal, o justo e o injusto; é a comunidade de sentimentos que produz a família e a cidade.
(ARISTÓTELES, 1988, P.55)

Discriminação e violência

• A busca pelo que é o humano, ao longo do tempo, acabou servindo para estabelecer modelos
ideias e ideologizados de ser humano. Nesse contexto, certos movimentos ideológicos serviram-se
de modelos de ser humano para justificar invasões, exclusão, escravidão e até o genocídio.

• A desumanização pode ocorrer de vária formas e há diversos exemplos sobre o processo de


desumanização como na escravização no mundo grego, o tráfego negreiro, a colonização da África,
Ásia e América, os campos de concentração e extermínio de judeus, ciganos, Testemunhas de Jeová,
entre outros grupos humanos, pelos nazistas.

A desumanização também ocorre quando se atribui a pessoas e grupos humanos a ideia de ser
“diferente”, por seu sexo, por sua cor, tipo físico, entre outras características distintas de um
determinado modelo de ser humano. Essa condição pode levar àqueles que se identificam ao padrão
a se sentirem autorizados, a marginalizar, constranger e submeter aqueles que não atendem ao
modelo. Essa condição de desumanização de pessoas e grupos, construída historicamente, tem
promovido barreiras de expressão e participação na vida social, de forma a restringir a liberdade e o
processo de fazer-se como se quer.
• A opressão voltada para alguns grupos se relaciona com processos de desumanização. Em geral a
perseguição ou a marginalização por questões étnico-raciais, de gênero, entre outras, contraria a
compreensão da diversidade como uma condição da humanidade.

• Nas democracias, há a possibilidade de organização para lutar contra a discriminação e acessar


instrumentos de representação e cidadania. Entre os instrumentos de representação e atuação,
temos, por exemplo, Conselhos voltados para a promoção da cidadania.

Defesa de direitos

No Estado de São Paulo, no âmbito da Secretaria de Justiça e Cidadania, os Conselhos atuam para
enfrentar a discriminação e para a promoção dos Direitos Humanos.

• Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Nordestina de São Paulo


(COPANE) tem como principal objetivo o enfrentamento da discriminação, assim como a
conscientização e a divulgação das tradições e dos costumes do povo nordestino.

O Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo


(CPDCN) tem como objetivo desenvolver estudos relativos à condição da comunidade negra e
propor medidas que visem à defesa dos seus direitos, eliminação das discriminações e plena
inserção na vida socioeconômica, política e cultural. • O Conselho Estadual da Condição Feminina
tem como objetivo a defesa dos direitos da mulher, a eliminação das discriminações, atuar contra a
violência contra a mulher, assim como promover a participação da mulher em todos os setores da
atividade social.

Além dos Conselhos mencionados, a Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo abriga e colabora
com os Conselhos Estaduais dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais, dos Povos Indígenas e de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.

Filosofia nos países africanos


Reflexão filosófica: diversos e diferentes

Quem somos? De onde viemos? e para onde vamos? Essas questões aparentemente simples são de
uma grande complexidade, pois remetem à origem histórica de cada povo, à sua composição étnico-
cultural e aos seus problemas sociais na sociedade global, entre outros. Em outros termos, elas
colocam a questão da diversidade e do reconhecimento das diferenças que hoje faz parte da pauta
de discussão de todos os países do mundo, mesmo daqueles que antigamente se consideravam
como monoculturais. [...] Tanto as antigas migrações combinadas com o tráfico negreiro e a
colonização dos territórios invadidos, quanto as novas migrações pós-coloniais combinadas com os
efeitos perversos da globalização econômica, criam problemas na convivência pacífica entre os
diversos e os diferentes.

(MUNANGA, Kabengele. “Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje?”. Revista
do Instituto de Estudos Brasileiros, 2015, p. 21)

De forma geral, temos mais contato com a filosofia europeia, especialmente aquela produzida por
filósofos alemães, franceses e gregos. Entretanto, é importante reconhecer que o pensamento
filosófico não pode ser considerado como uma especificidade de um determinado grupo humano.
No contexto do continente Africano, por exemplo, temos filósofos que, nascidos na África,
contribuíram para a filosofia ocidental, como Plotino (205–270), um dos fundadores do
neoplatonismo, e Agostinho de Hipona (354 a 430), autor da obra De Civitate Dei (“A Cidade de
Deus”) em Hipona, atual cidade argelina de Annaba.

IHU On-Line – O que é e quais as origens do ubuntu?

Bas’llele Malomalo – Etimologicamente, ubuntu vem de duas línguas do povo banto, zulu e xhona,
que habitam o território da República da África do Sul [...]. Do ponto de vista filosófico e
antropológico, o ubuntu retrata a cosmovisão do mundo negro-africano. É o elemento central da
filosofia africana, que concebe o mundo como uma teia de relações entre o divino
(Oludumaré/Nzambi/Deus, Ancestrais/Orixás), a comunidade (mundo dos seres humanos) e a
natureza (composta de seres animados e inanimados) [...] Como elemento da tradição africana, o
ubuntu é reinterpretado ao longo da história política e cultural pelos africanos e suas diásporas.

Mas podemos considerar, ainda, outros “encontros” e influências no contexto da filosofia antiga e
no contexto do pensamento cristão. Na contemporaneidade, o pensamento filosófico africano
apresenta uma abordagem filosófica diversificada. Entre essas abordagens, destacamos a
“etnofilosofia”, que busca refletir sobre a experiência humana, a partir do conjunto de crenças,
valores e pressupostos que estão implícitos na linguagem e nas práticas culturais africanas. É nesse
contexto que podemos pensar a filosofia Ubuntu.

Etnofilosofia: o estudo das representações coletivas dentro de uma dada sociedade, ou mais
precisamente, [...] o estudo da lógica das representações coletivas.

HOUNTONDJI, Paulin J. 2008, p. 09.

Nos anos que vão de 1910–1960, ele aparece em termos do panafricanismo e da negritude. São
esses dois movimentos filosóficos que ajudaram a África a lutar contra o colonialismo e a obter suas
independências. A tradução da ideia filosófica que veicula depende de um contexto cultural a outro,
e do contexto da filosofia política de cada agente. Na República Democrática do Congo, aprendi que
ubuntu pode ser traduzido nestes termos: “Eu só existo porque nós existimos”. E é a partir dessa
tradução que busco estabelecer minhas reflexões filosóficas sobre a existência. Muitos outros
intelectuais africanos vêm se servindo da mesma noção para falar da “liderança coletiva” na gestão
da política e da vida social.
Protagonismo e cidadania: povos indígenas e populações afrodescendentes

Artigo 94. “Podem ser Eleitores, e votar na eleição dos Deputados, Senadores, e Membros dos
Conselhos de Provincia todos, os que podem votar na Assembléa Parochial. Exceptuam-se I. Os que
não tiverem de renda liquida annual duzentos mil réis por bens de raiz, industria, commercio, ou
emprego. II. Os Libertos [...]”

Nos dois últimos séculos (1824-2023), vivemos um lento processo de reconhecimento do


protagonismo de povos indígenas e da população afrodescendente no Brasil. No contexto da
representação política, por exemplo, a dificuldade de reconhecer o direito dos povos indígenas e das
populações afrodescentes de participar da vida pública se efetiva em uma série de imposição de
regras que dificultam a efetiva participação no processo eleitoral.

“Com a proximidade da abolição da escravização de pessoas, em 1881, uma reforma eleitoral no


Império, conhecida como Lei Saraiva, aboliu o voto do analfabeto. Muitos historiadores fazem uma
conexão entre a Lei Saraiva e a abolição, tendo em vista que a grande massa de negros egressos do
cativeiro era de analfabetos, que estariam, assim, excluídos do processo eleitoral.” (CAJADO, 2013)

Assim, a proibição do voto do analfabeto impediu grande parte da população, recém-liberta, de


participar do processo eleitoral, seja como candidato, seja como eleitor. A historiadora do Museu do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ane Cajado, destaca, ainda, os estigmas (marcas sociais negativas)
que foram impostos para toda a população negra, o que historicamente afetou as possibilidades de
representatividade nas esferas de poder. “[...] Esse estigma pode ser bem percebido diante da
dificuldade que enfrentou o deputado Monteiro Lopes que, por ser negro, ganhou diversas eleições,
mas sua diplomação não ocorria, sendo alegada uma série de fatores impeditivos [...]

Uma campanha foi organizada no Brasil inteiro e, finalmente, ele foi empossado deputado federal
em 1909.” (CAJADO, 2013)

As dificuldades impostas para negros e indígenas para a efetiva participação e reconhecimento da


representação política podem ser estendidas para outros espaços da vida social. A violência, as
desigualdades social, política e econômica que afetam especialmente as populações negra e
indígena são consequência desse longo processo histórico de exclusão.

Protagonismo de povos indígenas

Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), O Brasil, em 1500, era habitado por
aproximadamente 1.700 povos indígenas, com uma população estimada em 5 milhões de pessoas.
Atualmente, após o processo de dominação, segregação, desapropriação e atentados contra a vida e
a cultura, sobreviveram aproximadamente 235 povos indígenas, que, por meio de suas lideranças,
vêm lutando pelo direito de viver conforme sua cultura. Dentre as diversas lideranças indígenas,
destacamos aqui: o cacique Raoni Metuktire, líder de etnia Kayapó; Davi Kopenawa, do povo
Yanomami; Jacir de Souza, liderança indígena Macuxi; Daniel Munduruku, do povo Munduruku;
Myrian Krexu, da etnia Guarani Mbyá; Ailton Krenak, do povo Krenak. Ailton Krenak (1953-), em sua
obra Ideias para adiar o fim do mundo (2019), apresenta uma série de questionamentos sobre o
homem “civilizado”, suas ações e consequências, ao explorar e exaurir a natureza, ao estabelecer
um conceito universal de humanidade como medida e por ele classificar e impor esse conceito a
outros povos. O líder indígena também questiona o estabelecimento de um padrão para a produção
e a divulgação do conhecimento, assim como um ideal de vida e felicidade igual para todos,
ignorando a pluralidade e a diversidade humana. "Espalham quase que o mesmo modelo de
progresso que somos incentivados a entender como bem-estar no mundo todo. Os grandes centros,
as grandes metrópoles do mundo são uma reprodução uns dos outros.

Enquanto isso, a humanidade vai sendo descolada de uma maneira tão absoluta desse organismo
que é a terra. Os únicos núcleos que ainda consideram que precisam ficar agarrados nessa terra são
aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos
oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina. São caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes [...] A
ideia de nós, os humanos, nos descolarmos da terra, vivendo numa abstração civilizatória, é absurda.
Ela suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos. Oferece
o mesmo cardápio, o mesmo figurino e, se possível, a mesma língua para todo mundo.” (KRENAK,
2019, p. 11-12)
Protagonismo das populações afrodescendentes

O protagonismo negro destaca-se pelas lutas contra o racismo, contra a opressão, pelo direito de
viver, de contar as suas histórias e construir as suas trajetórias de vida, em qualquer lugar no
mundo.

No contexto do continente americano, destacamos algumas lideranças, entre várias: Estados Unidos
– Malcolm X (1925- 1965), Martin Luther King (1929-1968), Angela Davis (1944-); Uruguai – Virgínia
Brindis de Salas (1908-1958); México – Gaspar Yanga (1545-1618); Brasil – Zumbi dos Palmares
(1655-1695), Luiz Gama (1830-1882), Abdias Nascimento (1914-2011), Sueli Carneiro (1950), Djamila
Ribeiro (1980).

Para a filósofa Djamila Ribeiro (1980-), é fundamental estabelecer as diferenças entre as


experiências e as dificuldades de pessoas brancas e negras, o que exige um olhar mais atento para as
especificidades de demandas. Mulheres brancas e mulheres negras, por exemplo, devem pensar
suas formas de existir no mundo e suas experiências e seus obstáculos para sonhar e traçar suas
próprias trajetórias de vida. A filósofa, em suas reflexões, expõe o sistema racial, suas formas de
manutenção na sociedade, assim como as formas de combatê-lo. “O racismo é uma problemática
branca, provoca Grada Kilomba. Até serem homogeneizados pelo processo colonial, os povos negros
existiam como etnias, culturas e idiomas diversos — isso até serem tratados como ‘o negro’.”
(RIBEIRO, 2019, p. 18)

“Tal categoria foi criada em um processo de discriminação, que visava ao tratamento de seres
humanos como mercadoria. Portanto, o racismo foi inventado pela branquitude, que como criadora
deve se responsabilizar por ele. Para além de se entender como privilegiado, o branco deve ter
atitudes antirracistas. Não se trata de se sentir culpado por ser branco: a questão é se
responsabilizar. Diferente da culpa, que leva à inércia, a responsabilidade leva à ação. Dessa forma,
se o primeiro passo é desnaturalizar o olhar condicionado pelo racismo, o segundo é criar espaços,
sobretudo em lugares que pessoas negras não costumam acessar.” (RIBEIRO, 2019, p. 18)

Ética na política e na economia


A reflexão ética tanto pode questionar atitudes quanto inspirar maneiras de se agir em prol de uma
sociedade justa. Portanto, é uma condição sine qua non que questões da política e da economia
perpassem pela ética, cujo valor da justiça guarda importância singular. Pois espera-se que a política
e a economia sejam justas, donde decorre a compreensão de que uma ética pautada no dever é
bastante coerente para orientar não apenas ações particulares, mas também setores da vida em
sociedade, como a política e a economia.
O imperativo categórico proposto por Kant (1724-1804) pavimenta um caminho seguro para a
resposta da questão no slide anterior. Em três enunciados diferentes, mas com o mesmo teor, Kant
o caracteriza: Age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua
vontade, em uma lei universal da natureza (KANT, 2013, p. 101). Aja de tal maneira que tua vontade
possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através de suas máximas
(KANT, 2013, p. 101). Aja de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa
de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio (KANT,
2013, p. 113).

Decisões políticas e econômicas que afetarão uma população inteira terão menos chance de
cometerem injustiças, se pautadas no imperativo categórico kantiano; bem como ações particulares,
capitaneadas pelo imperativo proposto por Kant, podem contribuir para uma política e economia
mais justas, ante a responsabilidade do voto e o acompanhamento dos desdobramentos políticos e
econômicos no dia a dia. Nesse sentido, compreende-se que a ética kantiana propicia um norte para
ações políticas e decisões na economia de forma justa; tanto em termos objetivos quanto subjetivos.

Mercadorias, consumo e descarte


A teoria do papel

A teoria do papel trata dos comportamentos, das expectativas e das responsabilidades associados a
um determinado status ou a uma posição ocupada por uma pessoa (por extensão, também pessoas
jurídicas) em uma sociedade. Em outras palavras, é a forma como essas pessoas se enxergam,
interagem e desempenham diferentes papéis em suas vivências sociais, dependendo da situação em
que se encontram. Essa teoria parte do pressuposto de que, na vida em uma sociedade estruturada
e organizada, cada pessoa ocupa múltiplas posições, como filho, estudante, amigo, funcionário,
cidadão, governador, vereador, industrial, membro de organização não governamental,
comerciante, entre outras. A essas posições cabem papéis distintos, com suas próprias normas,
valores e expectativas, objetivos e subjetivos. Os papéis são internalizados pelas pessoas físicas ao
longo de sua socialização e pelas pessoas jurídicas no momento de sua criação, bem como são
desdobrados em interações políticas e econômicas, também sociais.

Filósofo e sociólogo americano, George Herbert Mead é considerado o pai da teoria do papel. Ele
propôs que a identidade de uma pessoa é formada por meio da interação social e do desempenho
de múltiplos papéis, em diferentes situações. Ele também acreditava que a linguagem é uma
ferramenta essencial para a interação social, ao permitir que as pessoas se construam e se
reconheçam como indivíduos. Para Mead (1992, p. 244), a linguagem “proporciona um princípio
inteiramente diferente de organização, que produz não somente um tipo inteiramente distinto de
indivíduo, mas também uma sociedade diferente”. O self humano surge por meio da habilidade de
adotar a atitude do grupo ao qual pertence – porque pode expressar-se a si mesmo em termos da
comunidade à qual pertence e assumir as responsabilidades [grifo nosso] que pertencem à
comunidade; porque pode reconhecer suas próprias obrigações [grifo nosso] como diferentes das de
outros – isso é o que constitui o self como tal. [...] A estrutura da sociedade reside nesses hábitos
sociais e nos convertemos em nós mesmos somente na medida em que podemos adotar esses
hábitos sociais (MEAD, 1984, p. 33, tradução nossa)

O papel que cada um (pessoa jurídica e pessoa física) desempenha em uma sociedade se relaciona
com o contexto social e cultural em que a pessoa se insere e como ela se enxerga como indivíduo.
Na atualidade, um dos papéis do Estado, da sociedade e do indivíduo na produção de mercadorias,
no consumo e no descarte de resíduos é aquele que envolve a responsabilidade com o meio
ambiente e com as gerações futuras. Trata-se de papéis comprometidos com o desenvolvimento
sustentável por meio da transição da atual matriz energética para uma ligada à economia verde, em
que a produção da mercadoria não se apoie no esgotamento de recursos naturais e que o consumo
seja consciente, a fim de mitigar a geração de resíduos e fomentar o descarte adequado de objetos e
dejetos, seja em ciclos de reciclagem, seja evitando a poluição.

Palestra do Secretário de Mudanças Climáticas da capital paulista


No dia 17 de outubro de 2023, professor Doroteu promoveu uma palestra com Gilberto Natalini,
atual Secretário de Mudanças Climáticas de São Paulo.

Natalini abordou diversas questões relacionadas as mudanças climáticas, o aumento do


desmatamento, as doenças resultantes, o aumento da temperatura global, efeito estufa e chuva
ácida. O Secretário mostrou soluções e o que a Prefeitura está fazendo para reduzir os efeitos
colaterais das mudanças climáticas. Hidrogênio verde, renovação na frota de transporte público,
áreas de preservação e conscientização.
(Natalini em palestra na escola estadual professora Claudirene Aparecida José da Silva)

QUESTÕES

1- A investigação sobre o caráter do humano tem sido empreendida pela Filosofia,


assim como pela Antropologia, Psicologia, Biologia entre outras ciências. As
narrativas mitológicas e as religiões também se dedicaram para estabelecer uma
compreensão do?
2- “O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele
se quer [...] O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo.” Explique.
3- Para Aristóteles, o humano, se caracteriza pela necessidade de?
4- A desumanização pode ocorrer de vária formas e há diversos exemplos sobre o processo de
desumanização como?
5- A opressão voltada para alguns grupos se relaciona com processos de?
6- De forma geral, temos mais contato com a filosofia europeia, especialmente aquela
produzida por filósofos alemães, franceses e gregos. Entretanto, é importante reconhecer
que o pensamento filosófico não pode ser considerado como uma?
7- No contexto do continente Africano, por exemplo, temos filósofos que, nascidos na África,
contribuíram para a filosofia ocidental?
8- HU On-Line – O que é e quais as origens do ubuntu?
9- No contexto da representação política, por exemplo, a dificuldade de reconhecer o direito
dos povos indígenas e das populações afrodescentes de participar da vida pública se efetiva
em uma série de?
10- Com a proximidade da abolição da escravização de pessoas, em 1881, uma reforma eleitoral
no Império, conhecida como Lei Saraiva, aboliu?
11- Dentre as diversas lideranças indígenas, destacamos aqui?
12- O imperativo categórico proposto por Kant (1724-1804) pavimenta um caminho seguro para
a ética. Kant o caracteriza:
13- O papel que cada um (pessoa jurídica e pessoa física) desempenha em uma sociedade se
relaciona com o contexto social e cultural em que a pessoa se insere e como ela se enxerga
como?
14- No dia 17 de outubro de 2023, professor Doroteu promoveu uma?
15- Natalini abordou diversas questões relacionadas as mudanças climáticas, como?

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