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DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS, E.

I
CURSO: Higiene e Segurança no Trabalho
PROGRAMA – À DISTÁNCIA (ON-LINE

1.NORMALIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL: LEI DE TRABALHO


1.1.HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO EM MOÇAMBIQUE

1.1.1.NOTA INTRODUTÓRIA

Em Moçambique, o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais foi regido pelo diploma
legislativo n.º 1706, de 19 de Outubro de 1957, portanto, no período colonial. Depois da independência
nacional, este e outros diplomas e/ou normativos mostraram-se desajustados da realidade devido às
mudanças políticas e socioeconómicas em que o actual estágio do país se encontra.
Para isso, era necessário que fosse definido um quadro jurídico-laboral consentâneo não só com o actual
estado do país sobre higiene e segurança no trabalho, mas, igualmente, com as convenções fundamentais da
organização internacional do trabalho.
Para o efeito, era necessário que o estado moçambicano integrasse, na sua constituição, matérias relacionadas
com o “direito à retribuição e segurança no emprego”. Assim, o ponto 2 do artigo 85 da constituição da
república de Moçambique (2009:24) refere que: “o trabalhador tem direito à protecção e segurança no
trabalho”.

2.DECRETO LEGISLATIVO N_48 1973 - REGULAMENTO DE HIGIENE E SEGURANÇA NAS


INDÚSTRIAS
2.1.LEGISLAÇÃO ANTES DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL
Desde o período colonial houve preocupação em estabelecer um quadro legislativo que regulasse assuntos
relativos à higiene e segurança no trabalho. A título de exemplo: projecto, implantação e manutenção do
sistema eléctrico e a ele cabem as seguintes tarefas:
 O diploma legislativo n.º 120/71 de 13 de novembro, aprovado pelo governo-geral, aprova o
regulamento de segurança do pessoal e higiene no trabalho, aplicável a obras de engenharia
civil. Este diploma, com 126 artigos, estabelece, entre vários aspectos, valores aceitáveis de
gases tóxicos ou explosivos e de poeiras minerais.
 O diploma legislativo 48/73, de 5 de junho, aprova o regulamento geral de higiene e segurança
no trabalho nos estabelecimentos industriais. Este diploma apresenta 162 artigos e, dentre
vários aspectos, recomenda o uso de vestuário e equipamento apropriado para a protecção e
segurança do trabalhador.
 As portarias n.º 6:231 e n.º 5:717, aprovados em 1945 pelo então governador-geral, regulam
aspectos relacionados com a salubridade, segurança nos estabelecimentos industriais, das
pessoas e dos bens materiais.
3.LEGISLAÇÃO DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL
Depois da independência nacional foi aprovada a constituição da república (lei - mãe), que no artigo 85
estabelece o direito à retribuição e segurança no emprego. Na base deste artigo foram promulgadas outras leis
que regulam aspectos relacionados com as condições, higiene e segurança no trabalho, dos quais se
destacam:
 À luz do artigo n.º 2 do art. 85 da constituição da república, foi promulgada a lei n.º 23/2007, de 1 de
Agosto, que aprova a lei do trabalho e revoga a lei n.º 8/98, de 20 de Julho. Esta lei contém um total
de 273 artigos e resulta da dinâmica da situação social, económica e política, que exige a
conformação do quadro jurídico-legal que discipline o trabalho, o emprego e a segurança social.

Nestes termos, o artigo 54, ponto 5, estabelece, que:


 A cada empregado, o direito de desfrutar de medidas adequadas de protecção, segurança e higiene no
trabalho, capazes de garantir a sua integridade física, moral e mental;
 Os empregadores são responsáveis pela criação e desenvolvimento de meios adequados para proteger
a integridade física e mental dos colaboradores e melhoria contínua das condições de trabalho.

 Os empregadores também são obrigados a tomar todas as precauções adequadas para assegurar que
todos os postos de trabalho e meios de acesso e de saída para o trabalho sejam seguros e livres de
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. (art. 59 e 216 da lei nº 23/2007, de 1 de Agosto,
2007).

 Igualmente, a lei do trabalho exige os empregadores forneçam equipamentos de protecção e vestuário


de trabalho adequado, a fim de prevenir o risco de acidentes ou efeitos prejudiciais á saúde dos
trabalhadores, e instrui-os sobre o cumprimento adequado das normas de higiene e segurança no
trabalho.

4.DECRETO 51/2017 DE 09 DE OUTUBRO APROVA O REGULAMENTO DE


SEGURANCA_SOCIAL OBRIGATÓRIA
A função da segurança social ẻ salvaguardar as pessoas dos imprevistos relacionados com os trabalhadores e
dos acontecimentos como nascimento, a doença e o falecimento ou outros. Convêm destacar que se conhece
como cargas sociais os sucedimentos que dão origem a necessidades económicas que requerem atenção em
situação de desemprego ou de gastos adicionais.
A segurança social obrigatória dos trabalhadores por conta de outrem de acordo com decreto 51/2017de 09
de Outubro no seu artigo 5 compreende as seguintes prestações:

a) Na doença. O subsídio por doença e o subsídio por internamento hospitalar


b) Na maternidade. O subsídio por maternidade
c) Na velhice. A pensão por velhice
d) Na morte. O subsídio por morte, o subsídio de funeral e pensão de sobrevivência.

Elaborado por: Feliciano André Da Silva Naparula /Formador-Wake-Up

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