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Livro ITB Direito Ambiental WEB v2 SG
Livro ITB Direito Ambiental WEB v2 SG
Direito
Ambiental
Direito
Ambiental
Maria Helena Bezerra Cortez
Marcelo Rocha Cortez
Direito
Ambiental
Natal/RN
2014
presidente
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU
FICHA TÉCNICA
projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional
SÍLVIA BARBALHO BRITO
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP).
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
ISBN 978-85-68100-35-6
Inclui referências
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional 09
Palavra do professor autor 11
Apresentação das competências 13
Competência 01
Contextualizar a estrutura política brasileira 17
A estrutura política de nosso país 17
Separação dos poderes 20
As políticas públicas 22
Resumo 24
Autoavaliação 25
Competência 02
Interpretar as principais de proteção ao meio ambiente 29
A Constituição brasileira e o meio ambiente 29
O desenvolvimento sustentável na constituição 31
A Política Nacional do Meio Ambiente 34
Resumo 40
Autoavaliação 41
Competência 03
Analisar a proteção legal conferida às florestas brasileiras 45
O Código Florestal Brasileiro 45
Entendendo a Lei sobre as Áreas de Preservação Permanentes 46
As Áreas de Preservação Permanentes podem ser ocupadas? 52
A proteção do Código Florestal às Reservas Legais Florestais 54
Proteção legal da Mata Atlântica 56
Resumo 58
Autoavaliação 58
Competência 04
Analisar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da natureza 63
A base legal do SNUC 63
Definição de unidades de conservação 64
Resumo 69
Autoavaliação 70
Competência 05
Interpretar a política nacional dos recursos hídricos 75
A Titularidade 75
Fundamentos e objetivos 76
Resumo 79
Autoavaliação 79
Competência 06
Contextualizar o Estatuto da Cidade e o Plano diretor 85
Base legal 85
Plano Diretor 86
Resumo 88
Autoavaliação 89
Referências 91
Conheça o autor 94
Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
Direito Ambiental
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 9
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Palavra do professor autor
Seja bem-vindo ao mundo do Direito Ambiental!
Direito Ambiental
O nosso estudo é responsável por toda a regulamentação legal sobre o meio ambiente
no Brasil, tratando desde a sua proteção e preservação, até as formas de uso sustentável
dos recursos naturais. Daí sua grande importância para todos os níveis educacionais.
Você perceberá que o Direito Ambiental é uma área multidisciplinar, por envolver con- 11
ceitos de diversos campos do conhecimento, em especial, da Biologia, da Geologia, da
Ecologia e da Geografia, o que a faz ainda mais prazerosa e instigante!
Está dada a largada para um novo mundo de descobertas fascinantes! Bons estudos!.
Direito Ambiental
12
Apresentação das competências
Nosso estudo de Direito Ambiental permitirá que você esteja apto, ao final, a con-
Direito Ambiental
textualizar e atuar na dinâmica que envolve os principais fenômenos jurídicos no âm-
bito da proteção ao meio ambiente. Para isso, nós buscamos dividir didaticamente o
conteúdo em seis competências, trabalhando em cada uma delas uma habilidade que
componha a sua formação humanística e técnica, no que se refere ao tema central
deste estudo: meio ambiente. 13
Então, vejamos: na primeira competência, você irá contextualizar a estrutura políti-
ca do nosso país e conhecer a importância da participação popular no surgimento das
nossas políticas públicas.
Em seguida, na segunda competência, você interpretará as principais leis de prote-
ção ao meio ambiente: a Constituição Federal e a Política Nacional do Meio Ambiente.
Faremos uma leitura crítica dos princípios constitucionais e dos institutos jurídicos
fundamentais para o alcance da proteção ambiental.
Já na terceira competência você irá analisar e discutir, criticamente, os danos cau-
sados as nossas florestas, investigando os instrumentos jurídicos adequados a sua
reparação, pois iremos examinar o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica. Nesta
competência vamos nos apropriar dos conceitos de áreas de preservação permanen-
tes e reservas legais. Além disso, reconheceremos a importância da preservação das
nossas florestas.
Na próxima competência, a quarta, você irá analisar criticamente o que vem a ser
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e suas principais funções no
tocante à preservação dos ecossistemas e da biodiversidade para a manutenção da
qualidade de vida da população.
Dando prosseguimento, na quinta competência você terá a oportunidade de inter-
pretar a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), bem como realizar uma refle-
xão analítica sobre os eventos hidrológicos críticos que assolam o planeta, reconhecen-
do sua participação como agente de preservação desse recurso fundamental à vida,
a água.
Por fim, na sexta e última competência você irá contextualizar o Estatuto da Cidade
e um de seus principais instrumentos, o Plano Diretor, através de estudos, debates e
pesquisas da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Vamos em frente?
Direito Ambiental
14
Competência
01
Contextualizar a estrutura
política brasileira
Contextualizar a estrutura
política brasileira
Aqui no Brasil são bastante comuns críticas negativas a respeito da nossa política e dos
nossos governantes. Questionamos, por exemplo, o funcionamento do sistema de trans-
porte, os benefícios financeiros concedidos aos políticos e as condições atuais da educa-
ção e da saúde. Mas, será que nós conhecemos bem a realidade política brasileira a ponto
de sugerir melhores soluções para os problemas que enfrentamos? E ainda, será que você
conhece a estrutura política do nosso país?
Direito Ambiental
E quanto a nós, será que temos algum papel no quadro político brasileiro? Vamos
descobrir?
Para isto, nesta competência você estudará a relação entre as políticas públicas brasi-
leiras e a participação popular, mediante o exercício de importantes institutos jurídicos: a 17
cidadania e a democracia.
Para ajudar a compreender bem essa relação, vamos começar por uma exposição so-
bre a Teoria Política, passando pela organização político-administrativa do nosso país, do
seu estado e da sua cidade.
Mãos à obra!
Neste tópico, nós iremos conhecer a atual estrutura política do Brasil através da identi-
ficação do sistema de regras que direcionam a organização do Estado e a composição do
Governo brasileiro.
18 trativas autônomas (Estados, Municípios e Distrito Federal), cujo poder superior é exercido
pela União Federal, a qual detém com exclusividade a representatividade da soberania
brasileira.
Importante
Conceito de soberania: é o supremo poder ou poder político de um es-
tado, que nele reside como um atributo de sua personalidade suprema.
Já Soberania Nacional é a denominação que vem firmar o conceito de-
mocrático, em virtude do qual a soberania atribuída ao Estado pertence
ao próprio povo, constituído em nação. Neste particular, pois, a soberania
nacional advém da soberania do povo, escolhendo sua forma de governo
e instituindo as bases da política do Estado, a que se dá a organização
política (SILVA, 2000, p. 763).
Quanto à organização governamental (formas de governo), temos também duas sub-
divisões básicas: a monarquia e a república. A diferença fundamental entre elas está na
origem do poder: enquanto que na monarquia o poder é transmitido ao longo da linha
sucessória e, geralmente, acompanha os laços familiares (hereditariedade), o acesso ao
poder na república não está restrito aos pertencentes a certa linhagem hereditária. Neste
caso, o representante é escolhido pelo povo, através de eleições periódicas (eletividade e
temporalidade do Governo).
Nas lições de Sahid Maluf (1999, p. 178) a monarquia se subdivide em: absoluta,
constitucional e parlamentar. A monarquia absoluta “é aquela que todo o poder
se concentra na pessoa do monarca. Exerce-o, por direito próprio, as funções de
legislador, administrador e supremo aplicador da Justiça”. Já na monarquia cons-
titucional, o poder do monarca é limitado ao exercício do poder executivo, uma vez
que os demais poderes, legislativos e judiciários, são exercidos por instituições in-
dependentes. Na monarquia parlamentar, o poder do monarca é ainda mais limita-
Direito Ambiental
do, pois ele não exerce função de governo, “o Rei reina, mas não governa” (MALUF,
1999, p. 179). O poder executivo é exercido pelo Primeiro Ministro (ou Conselho de
Ministros) que responde diretamente ao Parlamento.
19
De acordo com o professor Machado Paupério (1969 apud MALUF, 1999, p. 179),
“existirá República toda vez que o poder pertencer ao povo ou a um parlamento que o
represente.” Para uma República ser constituída, são necessárias três condições funda-
mentais: um número razoável de pessoas; uma comunidade de interesses e de fins; e
um consenso do Direito.
Curiosidade
Você sabia que o Brasil já foi uma monarquia? Isso mesmo! Entre os anos
de 1822 e 1889, o Brasil foi governado por uma Monarquia Constitucional,
cujos Imperadores foram Dom Pedro I e Dom Pedro II, respectivamente.
Maquiavel, pensador italiano responsável pela divisão dualista das formas de governo,
costumava afirmar que a Monarquia era o governo da minoria, enquanto a República o
governo da maioria (MALUF, 1999, p. 177).
Internet
Conheça quem foi Maquiavel e entenda o papel desempenhado por este
grande pensador iluminista ao longo da história: <http://www.brasilesco-
la.com/sociologia/ciencia-politica-maquiavel.htm>.
Atividade 01
Direito Ambiental
20
Podemos concluir até agora, que o Brasil é um estado federativo (forma de estado) e
republicano (forma de governo). Razão pela qual é denominado oficialmente como Repú-
blica Federativa do Brasil.
Dessa forma, para que a independência entre os poderes seja assegurada, é im-
prescindível a existência de regras que informem quais são as suas respectivas atribui-
ções (competências). Em nosso país, essas normas estão presentes na Constituição
Federal de 1988.
Direito Ambiental
e suprema de um Estado, que contém normas referentes a sua estruturação, for-
mação dos poderes públicos, forma de governo, organização do poder de governar,
distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos (MORA-
ES, 2002, p. 36). Acesse ao site: <http://www.planalto.gov.br> e faça o download
da Constituição Federal de 1988. 21
Importante
Estado Democrático é a expressão utilizada para designar que o governo
de determinado Estado se constitui nos moldes da democracia, ou seja,
o poder é do povo, que o expressa através do voto, elegendo os seus re-
presentantes, seja diretamente ou indiretamente. No Estado Ditatorial, a
participação do povo é minimizada (às vezes até anulada), não havendo
nenhuma forma de eleição e concentrando excessivamente o poder nas
mãos dos mandatários.
As políticas públicas
Agora que você já conhece a organização política brasileira, é chegada a hora de conhe-
cer também a forma de concretização das ações de governo dos nossos representantes,
as chamadas políticas públicas.
As políticas públicas representam o conjunto das ações de governo que buscam efetivar
direitos assegurados aos cidadãos e considerados prioritários num dado momento históri-
co. São exemplos as ações voltadas à educação, à saúde e ao meio ambiente.
Direito Ambiental
Internet
Conheça um pouco mais sobre a sociedade civil em: <http://pensadoresbra-
23
sileiros.home.comcast.net/~pensadoresbrasileiros/RobertoCampos/a_
sociedade_civil.htm>.
Atividade 02
Assista a uma Audiência Pública sobre uma questão ambiental na Câmara
Municipal da sua cidade e elabore um texto crítico relacionando os concei-
tos de cidadania, democracia e poderes constituídos, atrelados ao meio am-
biente. Compartilhe seu texto no nosso fórum e discuta com seus colegas!
Você pode estar se perguntando: por que todas essas informações são importantes no
estudo de Direito Ambiental?
Conhecer a estrutura política do nosso país é enriquecedor para qualquer cidadão bra-
sileiro, pois também faz parte do exercício da cidadania o conhecimento dos nossos direito
e deveres perante a sociedade em que vivemos. Para você, operador da proteção conferida
ao meio ambiente, esse aprendizado se torna ainda mais importante, uma vez que ao
técnico em meio ambiente, entre outras práticas, caberá a operacionalização de toda uma
estrutura legal e administrativa a serviço do meio ambiente.
24 Resumo
Nesta competência, você construiu a habilidade necessária para contextualizar a es-
trutura política brasileira, através da Teoria Política que estuda a organização do Estado,
do Governo e da Sociedade; e identificou que a organização territorial do Estado pode ser
federativa ou unitária. Observou também que na federação, como é o caso do Brasil, o
Estado é composto por subdivisões administrativas (estados, municípios e distrito federal)
autônomas. Porém, é importante lembrar-se que o poder central é exercido pela União Fe-
deral. Já o exercício do Governo pode se dar através da Monarquia ou da República, sendo
a primeira constituída através de uma linha sucessória e vitalícia, enquanto que a Repúbli-
ca é dotada de eletividade e temporalidade.
Em seguida, você também aprendeu que a separação dos poderes constitui um ins-
trumento essencial para a concretização da democracia e que no Brasil adota-se a trípli-
ce separação de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Viu também que as políticas
públicas correspondem às ações de governo dos nossos representantes, as quais podem
advir dos Poderes Executivo e Legislativo ou, ainda, da participação direta da população
através da apresentação de projetos, programas ou planos aos seus representantes elei-
tos. Neste sentido, é de suma importância que você reflita sobre até que ponto os temas
aqui estudados têm reflexos no seu cotidiano profissional e pessoal, buscando agir como
um cidadão comprometido com a comunidade onde vive.
Autoavaliação
1. A República Federativa do Brasil tem como forma de Estado:
b) Estado Federal;
c) Estado Unitário;
d) Estado Republicano.
Direito Ambiental
b) O regime de governo Presidencialista não se constitui em cláusula pétrea;
25
3. O Governo Republicano tem como traços distintivos:
c) A vitaliciedade e a hereditariedade;
a) Votada;
b) Promulgada;
c) Outorgada;
d) Popular.
Direito Ambiental
26
Competência
02
Interpretar as principais leis
de proteção ao meio ambiente
Interpretar as principais
de proteção ao meio ambiente
Direito Ambiental
ordenamento jurídico de um Estado (leis, decretos, portarias, instruções normativas).
Curiosidade 29
O Brasil, desde a sua independência, teve sete Constituições: as de 1824,
1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Alguns consideram como uma
oitava Constituição a Emenda nº 1, outorgada pela junta militar, à Consti- Paradigma: mode-
tuição Federal de 1967, que teria sido a Constituição de 1969. No entanto, lo, padrão. Algo que
vai servir de exem-
a história oficial considera apenas sete (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, plo numa determi-
2008, extraído da internet). nada situação. São
regras orientadoras
estabelecidas
previamente e que
servirão de limites
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 foi a primeira Constituição dentro de um
determinado grupo
Brasileira a trazer a expressão “meio ambiente” (MACHADO, 2009). Até o momento de (Fonte: <http://
sua promulgação, em 5 de outubro de 1988, a proteção ao meio ambiente tinha passa- www.significados.
com.br/paradig-
do à margem de todas as constituições anteriores. Essa importante inovação foi fruto ma/>. Acesso em:
da mudança de paradigma da nossa sociedade que, a partir da metade do século XX, 01 set. 2014.).
Muitos autores, entre eles Édis Milaré (2005), denominam a Constituição de 1988
como “Constituição Verde”, em razão do destaque que foi dado às normas de proteção do
meio ambiente. As disposições sobre meio ambiente nessa Constituição estão previstas
em diversos títulos e capítulos, mas essencialmente no Título VIII, Capítulo VI, Artigo 225.
Internet
Acesse ao site do Planalto e faça a leitura completa do Artigo 225 da nossa
Constituição. Vamos lá? Acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm>.
30
Importante
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é o resultado da conjuga-
ção equilibrada entre a preservação dos bens ambientais (água, fauna,
flora, ar, solo) e a fruição pelo homem de forma consciente.
Direito Ambiental
Imagine, por exemplo, o lançamento de esgoto em um rio. Agora, responda: o prejuízo
será apenas para aquele indivíduo que fez o lançamento irregular ou para toda a popula-
ção? É bem evidente que o efeito dessa degradação vai atingir toda a coletividade, princi-
palmente aos moradores da localidade ribeirinha, podendo, inclusive, atingir a população
de outras cidades, já que a poluição poderá ser levada pelo curso das águas até quilôme-
31
tros de distância do local do lançamento daquela poluição.
Atividade 01
Faça uma pesquisa sobre a poluição de rios e lagos por lançamento irre-
gular de esgoto. Anote os principais dados da pesquisa: cidade, nome do
rio, alcance e efeitos da poluição sobre a população atingida e compartilhe
suas impressões em nosso fórum.
Internet
Acesse ao site <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-
-ambiente/> e leia sobre a importância do Relatório de Brundtland: Nos-
so Futuro Comum, que trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável
para a agenda global.
Pois bem, o desenvolvimento sustentável está ligado à ideia de manutenção das condi-
ções de salubridade do meio ambiente para que as próximas gerações possam desfrutar
Salubridade: con- as mesmas condições ambientais que nós (a atual geração) dispomos.
Direito Ambiental
dição ou situação
(visivelmente am- Nesse sentido, para alcançarmos o verdadeiro desenvolvimento sustentável temos que
biental) que não
nos considerar como parte integrante da proteção ambiental. O princípio 04 da Declaração
afeta (pelo menos
não de maneira da ECO 92 é bastante claro: “para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção
potencial) a saúde
ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser
32 dos indivíduos
presentes. considerada isoladamente deste.” (Fonte: <http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/
rio92.pdf>. Acesso em: 01 set. 2014).
Curiosidade
Rio 92 ou ECO 92 foi a II Conferência das Nações Unidas sobre meio am-
biente e desenvolvimento humano, realizada em 1992, no Rio de Janeiro,
com objetivo principal de discutir sobre o desenvolvimento sustentável e
o processo de degradação ambiental. O evento contou com a participação
de governantes de diversas nações e resultou na aprovação de acordos,
programas e protocolos assumidos pelos países signatários. O mais impor-
tantes deles, a chamada Agenda 21, se comprometia com a promoção, em
escala planetária, de um novo padrão de desenvolvimento para o século
XXI, abrangendo os aspectos de proteção ambiental, justiça social e efici-
ência econômica.
Devemos nos lembrar, ainda, que falar em desenvolvimento sustentável requer a conju-
gação e interação de três pilares fundamentais: desenvolvimento econômico, desenvolvi-
mento social e preservação do meio ambiente. Sem esses três pilares, a sustentabilidade
não se concretiza.
Direito Ambiental
Figura 3 – Os três pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável
Fonte: <http://www.engenhariaemsolucoes.com.br/wp-content/uploads/2012/05/
Desenvolvimento-sustentavel-300x162.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014.
Frederico Amado (2012, p. 57, grifo nosso) nos lembra de uma questão bas- 33
tante importante:
Édis Milaré (2005, p. 65-68), citando a publicação da ONU intitulada Cuidando do Pla-
neta Terra: uma estratégia para o futuro da vida (1991), enumera os seguintes princípios
da vida sustentável:
Diálogos
Com base nos princípios acima apresentados, compartilhe a sua reflexão
sobre o assunto com seus colegas em nosso fórum, no seu Ambiente Vir-
tual de Aprendizagem (AVA). Apresente exemplos de práticas sustentáveis
adotadas por você e seus familiares em suas atividades cotidianas.
Direito Ambiental
Frederico Amado (2012, p. 90) nos ensina que “já no ano de 1981 se plantou legal-
mente no Brasil a semente do desenvolvimento sustentável, pois a PNMA, desde então,
prevê entre seus objetivos a compatibilização do desenvolvimento econômico com a pre-
servação ambiental”.
Direito Ambiental
Para alcançar os objetivos estabelecidos no Art. 4º, a PNMA, em seu Art. 9º, enumera
o licenciamento ambiental como um dos instrumentos indispensáveis para o controle e
proteção do nosso meio ambiente. Mas, você sabe o que é o licenciamento ambiental?
Segundo a PNMA, o licenciamento é o procedimento administrativo por meio do qual se
avalia a localização e se autoriza a implantação e operação de determinada atividade ou 35
empreendimento considerado efetivo ou potencialmente causador de poluição ou degra-
dação ambiental.
Importante
É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento
ambiental da sua atividade junto ao órgão competente, desde as etapas
iniciais de seu planejamento até a sua efetiva operação.
O licenciamento ambiental possui três fases distintas, cada uma delas corresponderá a
um tipo específico de licença ambiental. Acompanhe abaixo:
Curiosidade
A instalação e operação de atividade sujeita ao licenciamento ambiental
sem a respectiva licença ambiental é considerada crime ambiental pelo
artigo 60 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesi-
vas ao meio ambiente. Acesse a Lei de Crimes Ambientais no link a seguir:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>.
Vamos fixar esse importante conceito? Licença Ambiental é o ato administrativo pelo
qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de con-
trole ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídi-
ca, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras
dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental (CONSELHO NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE, 1997).
Por falar em degradação ambiental, a PNMA também nos traz o seu respectivo concei-
to, junto ao de poluição. Vejamos:
Direito Ambiental
Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do
meio ambiente. Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de ati-
vidades que direta ou indiretamente: 37
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
38
Figura 5 – “Lixão”
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-AAlF5SyQFIg/UJvA7LYNm2I/AAAAAAAAAFU/
aZj1Qazpbek/s1600/
LIX%C3%83O.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014.
Outra importante inovação da PNMA foi a criação do Sistema Nacional do Meio Ambien-
te (SISNAMA), que detém a competência para efetivar a Política Nacional do Meio Ambien-
te, formado por todas as instâncias ambientais da federação (união, estados e municípios),
com a seguinte estrutura:
Direito Ambiental
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o
meio ambiente e os recursos ambientais;
III – Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a fina-
lidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV – Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto
Chico Mendes), com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes go-
vernamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências;
Internet
Entre no site do Ministério do Meio Ambiente e acesse as Resolu-
ções do CONAMA: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.
cfm?codlegitipo=3>.
Resumo
Direito Ambiental
Autoavaliação
1. Constituem-se pilares do desenvolvimento sustentável:
Direito Ambiental
3. A Política Nacional de Meio Ambiente não possui como objetivo:
a) Central;
b) Executora;
c) Seccional;
d) Local.
Direito Ambiental
42
Competência
03
Analisar a proteção
legal conferida às florestas brasileiras
Analisar a proteção
legal conferida às florestas brasileiras
Nós já estudamos até aqui os principais fundamentos da Política Nacional do Meio
Ambiente. Nesta competência, iremos percorrer outro importante caminho: o exame da
proteção legal conferida as nossas florestas. Tema dos mais valiosos no Direito Ambiental,
pois, sem dúvida alguma, a manutenção da cobertura vegetal é imprescindível para a pró-
pria sobrevivência das espécies, inclusive, nós, seres humanos. Isso porque não há água
sem floresta, e não há floresta sem água! Essa união é indissolúvel. Portanto, sem uma
política florestal realmente eficiente não podemos falar em equilíbrio ecológico e nem em
desenvolvimento sustentável. Mãos à obra!
Direito Ambiental
O ano de 2012 foi marcado por inúmeros debates a respeito da publicação da Lei Fede-
ral nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que instituiu o novo Código Florestal e revogou a Lei
Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que tratava do tema até então.
Na esfera jurídica, tanto o antigo (Lei nº 4.771/65) quanto o novo Código Florestal são
importantes instrumentos na manutenção da cobertura vegetal, pois regulam o uso e a
eventual remoção das florestas no Brasil.
Para alcançar esses objetivos, o Código Florestal de 1965 criou as Áreas de Preserva-
ção Permanentes (APPs), que incluem todas as formas de vegetação situadas nas mar-
gens de corpos d’água, nos topos de morros e encostas íngremes, entre outros. Nessas
áreas é proibido o desmatamento, salvo nos casos de utilidade pública, interesse social ou
baixo impacto. Foram criadas também as Reservas Legais (RL), que são porcentagens das
propriedades que devem manter a cobertura vegetal nativa.
Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vege-
tação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisa-
gem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna
e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. (Fonte:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>.
Acesso em: 01 set. 2014).
Podemos observar que a função das APPs vai além da preservação da vegetação ou
da diversidade biológica (biodiversidade). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente
Direito Ambiental
Diversidade bioló- (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010, p. 285), as APPs “são áreas com atributos e características
gica ou biodiver-
sidade: “significa
ambientais especiais, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm uma função ambien-
a variabilidade dos tal muito importante e abrangente, voltada, em última instância, a proteger espaços de re-
organismos vivos
de todas as origens
levante importância para a conservação da qualidade ambiental, e assim também garantir
46 e os complexos o bem-estar das populações humanas”.
ecológicos de que
fazem parte, com- As APPs estão descritas no artigo 4 do novo Código Florestal e têm incidência em todo
preendendo ainda
a diversidade den-
território brasileiro. Vamos conhecê-las e comentá-las.
tro das espécies,
entre espécies e
de ecossistemas”
(MILARÉ, 2005,
APPs 1
p. 318).
As primeiras APPs citadas no novo Código Florestal (BRASIL, 2012) são as faixas margi-
nais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde
a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
200 metros Cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura;
500 metros Cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros.
Direito Ambiental
Figura 7 – Faixa da APP ao longo de um curso d’água 47
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-XJEqnsDpxaI/T_HuNSBDxfI/AAAAAAAADTk/US-
GFY2Ghb8A/s640/mataciliar.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014.
APPs 2
São as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
APPs 3
São as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramen-
to ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento.
O legislador optou por deixar a delimitação da metragem da APP dos reservatórios
artificiais para ser definida pelo órgão ambiental durante a fase de licenciamento am-
biental. Dessa forma, a dimensão da APP deverá constar na licença ambiental conce-
dida para a área.
APPs 4
São as APPs no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja
sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros.
períodos. As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na
linha de maior declive.
A erosão é o desgaste do solo e das rochas, assim como o seu transporte, pro-
vocado por água da chuva, vento ou ação do gelo.
A erosão acarreta a destruição das estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que
compõem o solo, conduzindo os nutrientes e os sais minerais existentes para as partes
mais baixas do relevo. Em solos cobertos por vegetação, a erosão é quase inexistente, pois
a esta dificulta tal processo. Vale salientar que a erosão é um processo natural, sempre
presente e importante para a formação dos relevos. O problema acontece com a retirada
da vegetação, deixando o solo exposto e provocando uma erosão exagerada, o que pode
ocasionar na desertificação.
Muitas ações produzidas pelo homem apressam o processo de erosão, por exemplo:
- Ocupação do solo (impede grandes áreas de terrenos de absorver as águas, o que au-
menta o transporte de materiais, devido ao escoamento superficial);
- Desmatamentos.
Como se vê, a erosão do solo pode ser evitada pela manutenção da vegetação nativa,
pois os fatores que a causam (tais como a chuva e o vento) serão minimizados pela pre-
sença da cobertura vegetal. Ela funciona como um obstáculo natural ao carreamento dos
sedimentos à base do morro ou montanha.
Direito Ambiental
49
Figura 8 – Ocupação irregular de uma encosta
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-tpgUSHx5DIk/TbGFS4Lbi8I/AAAAA
AAAAFE/Vf1ij_vNKvk/s1600/desabamento_RJ.jpg>. Acesso em: 15 set. 2014.
Atividade 01
Faça uma pesquisa sobre as principais catástrofes ambientais brasileiras cau-
sadas em decorrência da erosão do solo. Compartilhe seus resultados no AVA.
APPs 6
São as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues.
De acordo com o art. 3, Inciso XVI do novo Código Florestal (BRASIL, 2012), restinga é o
depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem
influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões
arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estra-
to herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado.
APPs 7
As sétimas APPs citadas no novo Código Florestal são os manguezais, em toda a sua
extensão.
O mangue, conforme o art. 3, Inciso XIII, do novo Código Florestal (BRASIL, 2012), é o
50
ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, forma-
do por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a
vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos
limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira,
entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina.
APPs 8
São as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa
nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais.
Direito Ambiental
[...] paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a
dez por cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a
dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa, caracterizan-
do-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros
de altitude. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002, extra-
ído da internet).
51
APPs 9
São as áreas no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de
100 metros e inclinação média maior que 25°. Elas são delimitadas a partir da curva de ní-
vel correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo
esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente
ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação.
APPs 11
São as áreas em veredas (também conhecidas como “savanas brasileiras”), a faixa
marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a partir do espaço
permanentemente brejoso e encharcado.
Utilidade pública
a) As atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
Direito Ambiental
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da
atividade;
54
A proteção do Código Florestal às Reservas
Legais Florestais
Assim como as APPs, as Reserva Legais (RLs) representam um importante instrumento
de proteção e manutenção das florestas brasileiras, pois, no caso das RLs, o proprietário
rural deverá manter obrigatoriamente uma parcela da sua propriedade com cobertura ve-
getal, cujo percentual variará de acordo com o ecossistema da região.
O conceito normativo de RL, nós encontramos no Art. 3, Inciso III, do novo Código Florestal.
Importante
Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, delimitada nos termos do Art. 12, com a função de assegurar o uso
econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, au-
xiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, e promover
a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa (Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 01 set. 2014).
É importante que você compreenda que o instituto da RL significa uma garantia à bio-
diversidade regional, e não apenas a preservação do ecossistema interno da propriedade,
isso porque a manutenção de parte da cobertura vegetal de todas as propriedades rurais
gera um ganho ambiental cumulativo, que beneficia todo o ecossistema regional.
Direito Ambiental
Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preser-
vação Permanentes, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à
55
área do imóvel, excetuados os casos previstos no Art. 68 desta Lei:
Pois bem, pela leitura do Artigo 12, vê-se que o proprietário rural somente poderá su-
primir vegetação de uma parcela da sua propriedade, mediante autorização do órgão am-
biental, devendo, obrigatoriamente, manter a cobertura vegetal nativa no percentual esta-
belecido em lei:
Em razão deste estado precário que a Mata Atlântica se encontra depois de todos esses
séculos, a Constituição Federal elevou a Mata Atlântica à condição de patrimônio nacional,
Direito Ambiental
Essa proteção legal somente veio no ano de 2006 com a edição da Lei Federal nº
11.428, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do bioma Mata Atlân-
tica, e dá outras providências. Esta lei define como Mata Atlântica um conjunto de forma-
56 ções florestais e ecossistemas associados.
Artigo 2º. Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do bioma Mata Atlân-
tica, as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas, associados com as
respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE), conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta
Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila
Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como
os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos
e encraves florestais do Nordeste (Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm>. Acesso em: 01 set. 2014).
De acordo com Frederico Amado (2012, p. 359), “a Mata Atlântica é um bioma com alta
diversidade biológica, mas que tem hoje menos de 8% da sua cobertura original, claman-
do por socorro”. Portanto, o objetivo desta Lei é o de preservar o que resta de vegetação
nativa da Mata Atlântica em nosso país e, para tanto, criar meios para que a floresta e os
ecossistemas associados voltem a crescer onde hoje estão quase extintos.
Direito Ambiental
edificações (desde que destinada área equivalente à desmatada para conservação) e para
pesquisas científicas e práticas preservacionistas (BRASIL, 2006).
Vegetação secundária em estágio médio de regeneração: vale o mesmo que para o es- 57
tágio avançado, mas também é autorizado corte, quando necessário, ao pequeno produtor
rural e populações tradicionais para o exercício de atividades e usos agrícolas, pecuários
ou silviculturais imprescindíveis a sua subsistência e de sua família (BRASIL, 2006).
Atividade 02
Agora que você já conhece os casos em que a legislação, excepcionalmen-
te, autoriza a supressão da Mata Atlântica, é importante que você também
saiba conceituar e visualizar na prática os estágios de regeneração de uma
floresta. Para isso, deverá fazer uma leitura da Resolução CONAMA 05/1994,
no site <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>, e
realizar um estudo de caso identificando, na sua cidade, três exemplos de ve-
getação em diferentes estágios de regeneração. Não deixe de tirar fotos e de
compartilhar seu trabalho no AVA.
Resumo
Nesta competência, estudamos a proteção legal da vegetação brasileira, que há muito
vem sendo desmatada. Para tanto, averiguamos que o legislador criou institutos de prote-
ção ambiental, dentre os principais, estão as Áreas de Preservação Permanente (APP) e as
Reservas Legais. Como bem vimos, as APPs protegem uma determinada área, a partir de
uma imposição legal, em razão de sua importância para a manutenção do ecossistema. Já
Direito Ambiental
A partir daí, vimos a importância de um dos biomas mais ricos ecologicamente e que
atualmente se encontra quase que totalmente destruído, a Mata Atlântica. Em razão disso,
58 estudamos que o legislador conferiu proteção constitucional a tal bioma e, ainda, editou a
chamada Lei de Mata Atlântica.
Autoavaliação
1. A Área de Preservação Permanente (APP) é:
2. É exemplo de APP:
b) As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes no raio mínimo de 100
metros;
3. As APPs:
b) Podem ser ocupadas, sendo necessário apenas que se pague a taxa de ocupação devida;
4. Assinale a incorreta, considerando esta afirmativa: a Reserva Legal deve ter o percen-
tual de:
Direito Ambiental
a) 80% da área total, no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% da área total, no imóvel situado em área de cerrado situada na Amazônia Legal;
a) Patrimônio Internacional;
b) Patrimônio Nacional;
c) Patrimônio Indígena;
Pois bem, lugares como o que você percorreu em sua imaginação existem graças ao
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado para garantir uma gestão
eficiente de espaços territoriais que possuem atributos ecológicos relevantes para o meio
ambiente. Nesta competência, estudaremos o regramento legal do SNUC e conheceremos
Direito Ambiental
os tipos de unidades de conservação existentes no Brasil. Respire um bom ar fresco e
vamos em frente!
Desta forma, a instituição do SNUC sistematizou, em uma única lei, o conjunto de unida-
des de conservação que existia em legislações esparsas fragmentadas. O SNUC seguirá os
seguintes objetivos, nos termos do Artigo 4º da Lei nº 9.985/2000. (BRASIL, 2000).
64
Atividade 01
Faça uma pesquisa sobre o SNUC. Existem críticas sobre o Sistema? Quais?
Compartilhe suas descobertas em nosso fórum.
Importante
Está no Art. 2º, I da Lei da Mata Atlântica: “O espaço territorial e seus re-
cursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objeti-
vos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administra-
ção, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.” (Fonte: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322>. Acesso em:
01 set. 2014).
Direito Ambiental
Todas as unidades de conservação serão regidas por um Plano de Manejo, que
consiste no documento técnico que estabelece o zoneamento e as normas, que
devem presidir o uso de toda a área e a utilização dos recursos naturais.
65
As Unidades de Proteção Integral são aquelas nas quais não se admite a intervenção
humana, onde o objetivo primordial é a preservação da natureza. São espécies de unida-
des de proteção integral: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monu-
mento Natural e Refúgio de Vida Silvestre (BRASIL, 2000).
Já as Unidades de Uso Sustentável são aquelas nas quais o objetivo básico é a compa-
tibilização entre a conservação da natureza e a utilização sustentável de parcela dos seus
recursos naturais (BRASIL, 2000):
Direito Ambiental
66 c. Floresta Nacional;
d. Reserva Extrativista;
e. Reserva de Fauna;
Direito Ambiental
de viabilidade, bem como a consulta pública.
67
Diálogos
Compartilhe no AVA exemplos de Unidades de Conservação existentes em
sua região. Não nos deixe sem uma bela foto do local!
Direito Ambiental
do Patrimônio Conservar a biodiversidade. tação com objetivos turísticos, recreativos
Natural e educacionais.
69
Atividade 02
Com base no que estudamos, elabore um texto sobre qual a importância am-
biental das unidades de conservação e em quais grandes grupos estas se
subdividem. Compartilhe-o em nosso fórum!
Resumo
Nesta competência, você descobriu a importância das unidades de conservação para a
preservação do meio ambiente e da diversidade biológica, tendo por base na Lei instituido-
ra do Sistema Nacional de Unidades Conservação da Natureza (SNUC). Aprendeu, ainda,
que tais unidades se subdividem em dois grandes grupos que, dependendo do grau de
proteção, podem ser Unidades de Proteção Integral ou Unidades de Uso Sustentável.
Resta, portanto, cada vez mais claro que a sociedade depende de recursos naturais
para a sua sobrevivência. O setor empresarial, por exemplo, necessita diretamente de tais
recursos para o seu funcionamento e expansão, com utilização de madeira, óleos vegetais,
minérios, água, entre outros. Desta forma, a preservação ambiental por meio das unidades
de conservação, garantem tais recursos naturais nas presentes e futuras gerações.
Autoavaliação
1. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza tem por objetivo:
a) O incentivo à utilização dos recursos hídricos para exploração econômica pela iniciativa
privada;
5. A Floresta Nacional:
b) Tem por objetivo principal a proteção de uma paisagem de grande beleza cênica;
Direito Ambiental
71
Direito Ambiental
Competência
05 73
Interpretar a política
nacional dos recursos hídricos
Interpretar a política
nacional dos recursos hídricos
Conforme já foi visto nas competências anteriores, a proteção à biodiversidade é
imprescindível ao bem-estar das presentes e das futuras gerações, motivo pelo qual o
nosso país, através de bases legais, determina inúmeros mecanismos de conservação
ambiental.
Direito Ambiental
A Titularidade
Ao abrir uma torneira, provavelmente você já se perguntou: “essa água é segura
para o meu consumo? De onde vem a água que abastece a minha casa?” Além disso,
presenciamos diariamente o aumento dos custos de obtenção de água para o nosso 75
abastecimento, tornando cada vez mais penosa a obtenção de tal recurso.
A água é fonte da vida. Não importa o que fazemos ou aonde vivemos, afinal depende-
mos dela. Entretanto, por mais importante que ela seja, as pessoas continuam poluindo
os rios e suas nascentes, esquecendo o quanto ela é essencial para nossas vidas.
Queremos estar seguros de que obtemos água potável confiável e de elevada qua-
lidade. Sabemos da grande escassez que aflige o mundo, especificamente das águas
doces, em virtude do desperdício e da poluição irracional das correntes de água. As-
sim, no Brasil, tais fatores ensejaram um processo de publicização das águas.
Publicização: ato
Em razão da importância dos recursos hídricos para a vida, a Constituição Federal de tornar público.
lhes concede uma proteção jurídica. Segundo a Carta Magna (BRASIL, 1988), as águas Dar publicidade
Curiosidade
Segundo a Constituição Federal (BRASIL, 1988), não há previsão de titu-
laridade de águas por parte dos Municípios.
Direito Ambiental
Fundamentos e objetivos
A Lei Federal nº 9.433/97 não se limitou a regrar a titularidade das águas brasileiras,
mas também instituiu uma verdadeira Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRC), que,
logo em seu artigo 1º, expõe os seus fundamentos:
IV – A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das
águas;
VI – A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a parti-
cipação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Como se vê, além de afirmar que a água é um bem público, a Política Nacional de Re-
cursos Hídricos reconhece que a água é um recurso limitado e que possui valor econômico,
bem como na hipótese de escassez, já existe uma ordem de preferência de utilização para
o consumo humano e para a dessedentação de animais.
Direito Ambiental
Atividade 01
Faça uma pesquisa sobre os rios que banham o seu estado, indicando a res-
pectiva titularidade. Elabore um pequeno texto e partilhe com seus colegas
77
no nosso fórum.
Para ser implementada a PNRH, bem como para que seus órgãos e entidades atuem
satisfatoriamente, será considerada como ponto de partida a divisão das bacias hidrográfi-
cas brasileiras, buscando a atuação de forma descentralizada, ou seja, com a participação,
além do Poder Público, das comunidades e dos usuários, atendendo ao Princípio da Parti-
cipação Comunitária ou Cidadã.
78
Atividade 02
Pesquise em qual bacia hidrográfica está situada a sua cidade e aponte as
suas principais características. Compartilhe essas informações em nosso AVA.
Mídias
Assista ao filme “Planeta Água” (“Planet Ocean”, 2012), dos diretores Yann
Arthus-Bertrand e Michael Pitiot. Ele ilustra como é primordial ao homem
aprender a viver em harmonia com os nossos oceanos, exibindo as belezas e
a riqueza da nossa água, fonte de toda a vida na Terra.
Direito Ambiental
Resumo
Nesta competência, você descobriu a importância das águas brasileiras através do ele-
vado grau de proteção jurídica, que tanto a nossa Constituição Federal quanto a Lei Federal 79
nº 9.433/1997, dão a este elemento fundamental à manutenção da vida, criando, ainda,
a Política Nacional de Recursos Hídricos. Estudou, ainda, que a água é bem de domínio
público, ou seja, pertence a todos e, portanto, requer uma gestão adequada e racional para
atender os objetivos essenciais da PNRH.
Agora você reconhece que precisamos urgentemente mudar a visão de que os recursos
hídricos duram para sempre e começarmos a agir de forma sustentável, no intuito de ga-
rantir a sobrevivência das presentes e futuras gerações.
Autoavaliação
1. As águas brasileiras pertencem:
a) Aos particulares;
d) Aos Municípios.
2. Sobre o tema das águas, marque a alternativa incorreta: são bens da União...
a) Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que ba-
nhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a ter-
ritório estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
fluviais;
Direito Ambiental
b) O mar territorial;
80
3. Assinale a alternativa incorreta a respeito dos fundamentos da PNRC:
d) A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
a) A Amazônica;
b) A Araguaia-Tocantins;
c) A do Rio Uruguai;
d) A do Rio Tâmisa.
5. Quanto aos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa
incorreta:
Direito Ambiental
81
Direito Ambiental
Competência
06 83
Contextualizar o Estatuto
da Cidade e o Plano diretor
Contextualizar o Estatuto
da Cidade e o Plano diretor
Originalmente, a noção de meio ambiente nos remonta a duas origens: ao meio am-
biente natural e ao meio ambiente artificial. A primeira, estudada nas competências
anteriores, é formada a partir de tudo o que se encontra naturalmente constituído na
natureza. Já a segunda seria composta pela concretização da atividade humana atra-
vés de sua interação com os agentes naturais.
Por meio ambiente artificial deve ser entendido o espaço urbano construído, ou
seja, as cidades, com todos os seus elementos, incluídos, desta forma, os espaços
urbanos fechados e os espaços abertos, como as praças (PERES, 2009).
Direito Ambiental
contextualizar o Estatuto da Cidade e o Plano Diretor.
Base legal
Conforme foi dito acima, o meio ambiente artificial é aquele construído e modificado 85
pelo homem. Um dos mais relevantes exemplos de patrimônio artificial é a cidade, com
as normas gerais da Política de Desenvolvimento Urbano estabelecidas pelo Artigo
182, da Constituição Federal:
Curiosidade
Uma cidade sustentável é projetada atentando aos impactos socioam-
bientais. Seu modelo, dinâmica de desenvolvimento e padrões de con-
sumo respeitam e cuidam dos recursos naturais e das gerações futuras.
Direito Ambiental
86
É importante saber que o meio ambiente do trabalho pode ser considerado uma moda-
lidade de meio ambiente artificial, nos termos do Inciso VIII, do Artigo 200, da Constituição,
garantindo-se ao trabalhador uma estrutura de trabalho que proporcione o mínimo de dig-
nidade, especialmente com a disponibilização dos equipamentos de proteção individual e
a construção de instalações seguras.
Plano Diretor
Como principal instrumento do Estatuto da Cidade, existe o Plano Diretor municipal, do
qual você certamente já ouviu falar.
Importante
O Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitan-
tes, conforme o parágrafo primeiro do Artigo 182, da Constituição. Ele
garante uma cidade sustentável onde deve ser observado o saneamento
ambiental, devendo-se evitar a poluição ambiental e protegendo-se o meio
ambiente. Seu intuito é, portanto, equilibrar o crescimento econômico de
um determinado município com a adequada preservação ambiental.
Direito Ambiental
da iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimen-
to urbano (AMADO, 2012).
Desta forma, o Plano Diretor, conforme o Estatuto da Cidade, deverá prever a delimita-
ção das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização
compulsórios, considerando a existência de infraestrutura e de demanda para utilização.
Atividade 01
Faça uma pesquisa sobre o Plano Diretor da sua cidade e aponte os principais
instrumentos de organização do ambiente urbano. Compartilhe suas desco-
bertas em nosso fórum!
Ainda, para se atingir a sustentabilidade das cidades, é importantíssima uma boa mo-
bilidade urbana, o que claramente não verificamos, nos grandes centros urbanos de nosso
país, principalmente nos horários de pico de trânsito.
Nessa senda, foi promulgada a recente Lei Federal nº 12.587/2012, que instituiu a
Política Nacional de Mobilidade Urbana com o objetivo de integrar os diferentes mo-
dos de transporte, bem como a melhoria da acessibilidade e mobilidade de pessoas
e cargas em território municipal. Tem, portanto, o objetivo de contribuir para o acesso
universal à cidade.
Direito Ambiental
Atividade 02
Compartilhe no fórum um pequeno texto sobre quais medidas de melhoria da
mobilidade urbana já foram adotadas na sua rua, cidade, estado ou região.
Resumo
Nesta competência, aprendemos que o meio ambiente não existe somente sob sua
forma natural. Afinal, também existe o meio ambiente artificial, que é aquele erigido pe-
los homens.
Autoavaliação
1. A Política de Desenvolvimento Urbano estabelecida pelo Artigo 182, da Constituição
Federal não:
b) Torna o Plano Diretor obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes;
c) Tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e ga-
rantir o bem-estar de seus habitantes;
d) Determina que propriedade urbana cumpra sua função social quando atender às exigên-
cias fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Direito Ambiental
2. Assinale a incorreta sobre esta afirmação: a sustentabilidade nas cidades...
90
Referências
AMADO, Frederico. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Método, 2012.
Direito Ambiental
______. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e
proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
Presidência da República, Brasília, DF, 22 dez. 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm>. Acesso
em: 17 set. 2014.
91
______. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro
de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Presidência da República, Brasília,
DF, 25 maio 2012. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso
em: 17 set. 2014.
______. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos
I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Presidência da República, Brasília,
DF, 18 jul. 2000. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 17 set. 2014.
92 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio Século XXI.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros,
2009.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.
MIRANDA, Robinson Nicácio de. Direito ambiental. São Paulo: Rideel, 2010.
OLIVEIRA, Rafael Eufrásio de. Banco de imagens e ilustrações itb. Natal: ITB, 2014.
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Conheça o autor
Maria Helena Bezerra Cortez
Possui especialização em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Rio Gran-
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