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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.


Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA JUST


IN TIME : UM ESTUDO DE CASO PARA
OTIMIZAÇÃO DO GERENCIAMENTO
DE ESTOQUES DE SACARIA EM UMA
INDÚSTRIA DE CIMENTO
Renilson Fonseca da Costa (FANESE)
renilsonfc@gmail.com
Bento Francisco dos Santos Júnior (FANESE)
bfsantosster@gmail.com
João Vicente Santiago Nascimento (FANESE)
joaovicente@fanese.edu.br

O presente trabalho tem como finalidade apresentar a importância e a


aplicação da metodologia Just in Time como ferramenta para gestão
de estoques de insumos (sacaria) aplicado no processo de
ensacamento. Após a utilização da sacaria, com ddata pré-fixada
(mês/ano), em que foi produzido, surgiu a necessidade de um
fornecimento de sacaria mais regular adequado às necessidades de
cada mês, afim de que não houvesse sobra ou carência de sacaria de
um mês para o outro. Devido a esta situação, um lote de sacaria
adquirido, com a data de um determinado mês, deve ser consumido
totalmente de acordo com a data pré-fixada na sacaria pelo fabricante
da mesma. Diante desta situação foi implantado um método de
trabalho baseado na metodologia mencionada anteriormente, para
tanto foram estabelecidos alguns parâmetros de trabalho como: a
forma de fornecimento dos lotes de sacaria, o controle da quantidade
estocada e a armazenagem dos pallets de sacaria. Com essas
mudanças alcançamos resultados significativos em termos de volume
estocado e nos adequamos a embalagem com data de ensacamento
pré-fixada. Também foi possível reduzir o espaço alocado para
estocagem da sacaria melhorando o layout e reduzindo o tempo
envolvido nesta operação.

Palavras-chaves: JUST IN TIME, KANBAN, ESTOQUE.


XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

1. Introdução
Dentro da nova realidade competitiva mundial, uma empresa que queira prosperar ou mesmo
sobreviver em um mercado globalizado, deve procurar ter um conhecimento sempre
atualizado das forças competitivas que a rodeiam. Diante desse fato há a necessidade de
elaborar uma estratégia competitiva que tenha foco na maximização de sua produtividade,
reduzindo os seus custos operacionais, melhorando a qualidade de seus produtos, atingindo as
expectativas de seus clientes.
Para tanto é imprescindível à utilização de ferramentas operacionais para garantir o
gerenciamento dos seus processos. Neste contexto, é fundamental um bom controle de
estoque, principalmente para empresas de grande porte onde o volume de produto estocado e
a disponibilidade dos insumos é um diferencial competitivo.
Atualmente, os custos com estoques são um dos problemas mais comuns enfrentados nas
grandes empresas, que visam sempre combater qualquer tipo de custo. É nesse cenário que
surge o Just in Time (no momento certo), ou seja, uma metodologia voltada para o controle de
estoque com capacidade de atuar em todos os níveis.
O Just in Time poderá incrementar a capacidade disponível em grandes investimentos
adicionais, diminuir tempo de fabricação, melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos fabricados. Na produção, com o Just in Time será sempre realizada no momento
necessário e na quantidade adequada. Dentro dessa lógica procura-se produzir ou adquirir
somente o que terá utilização imediata com lotes tanto menores quanto possíveis.
Portanto, propõe-se à utilização da metodologia Just in Time, por se tratar de um método de
controle capaz de reduzir os custos oriundos do processo de estocagem através de uma
diminuição do tempo de transporte dos produtos entre o fornecedor e a empresa solicitante
(TUBINO, 2000).
No processo de ensacamento de cimento, o custo da embalagem é alto, merecendo uma
atenção especial em seu armazenamento, a fim de evitar a degradação, devido ao tempo de
exposição em locais inadequados. Além disso, existe a possibilidade de descartar parte do
estoque, devido ao vencimento do prazo de validade para uso.
O presente trabalho procura apresentar um estudo de caso envolvendo um controle de estoque
de sacaria (embalagem de papel) que seja adequado ao processo de ensacamento de uma
indústria cimenteira; além de aplicar a metodologia just in time para um controle de estoque
que minimize a quantidade dos mesmos.
2. Just in time e os estoques
Um estoque é um conjunto de bens armazenados. A empresa mantém em estoque, centenas ou
até milhares de itens, desde os menores como lápis, até itens maiores como máquinas e
caminhões. Muitos dos itens mantidos em estoque por uma empresa estão relacionados com a
natureza da atividade em que ela está engajada. Assim as empresas industriais mantêm
estoques de matérias-primas, peças compradas, itens semi-acabados e outros suprimentos,
(STEVENSON, 2001).
Os estoques são de grande importância para a indústria, mas, quando em excesso, podem
baixar a lucratividade da empresa por meio da redução do lucro líquido devido aos custos de
desembolsos associados com a manutenção dos estoques tais como seguros, impostos,

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armazenagem e danos. Em virtude disso, a produção just in time visa diminuir o tempo de
liberação da produção, fazendo com que o produto não fique armazenado por muito tempo.

2.1 Sistema Kanban


O Just in Time usa um sistema chamado Kanban para retirar as peças em processamento de
uma estação de trabalho e puxá-las para a próxima estação do processo produtivo (MARTINS
E LAUGENI, 2005).
Segundo Sugimori (1977), as razões para utilização do sistema Kanban são as seguintes:
a) Redução de custo no processamento das informações;
b) Rapidez e precisão na aquisição de fatos, ou seja, os administradores podem perceber
como os fatos mudam continuamente quanto a capacidade de produção sem a ajuda de um
computdor;
c) Limita compras antecedentes.

Um projeto para a implementação de um sistema Kanban deve levar em consideração várias


outras necessidades requeridas, como, por exemplo, sistemas de limpeza e organização tal
como o conhecido 5 S’s, sistemas de multifunção de funcionários, sistemas da qualidade tais
como a ISO-9000, sistemas de desenvolvimento de fornecedores de materiais com qualidade
assegurada, sistemas de manutenção das máquinas a exemplo da MPT - manutenção
produtiva total, e assim por diante (PEINADO p. 26, 1999).
No sistema Kanban, uma forma de cartão chamado Kanban é usado. Há dois tipos de Kanban,
um é chamado de Kanban de transporte que especifica a necessidade do processo em relação
ao processo antecedente e o Kanban de produção que especifica a necessidade do processo de
produção em relação ao processo antecedente (SUGIMORI, 1977).
A utilização do cartão Kanban aplicado a este trabalho será o cartão de requisição de material,
sua função será autorizar o consumo de um determinado lote de insumos.
3. Metodologia
Este trabalho caracterizou-se por ser uma pesquisa de caráter quantitativo realizada em uma
industria de cimentos, no período compreendido entre agosto de 2006 a março de 2007 onde
foram escolhidos os meses mais representativos.
Primeiramente um layout da estocagem foi elaborado visando principalmente uma boa
estocagem dos pallet`s (tablado de madeira onde são empilhados os sacos) de sacaria, ou seja,
utilização racional de todo o espaço disponível de modo a minimizar as distâncias no
momento da movimentação de cargas, bem como facilitar a contagem do estoque alocado
nesta área. Essa movimentação refere-se ao deslocamento dos pallet`s para esteiras onde são
depositados os sacos vazios que, posteriormente, serão transportados diretamente para o
aplicador automático de sacos acoplado a ensacadeira.
Em seguida foi realizada a aplicação do Kanban ocorre na identificação dos lotes de sacaria.
Após a armazenagem desta no piso 2 do magazine, é realizada a identificação dos lotes
através da colocação das placas com a finalidade de indicar qual lote deve ser consumido
primeiro, ou seja, os pallets que estiverem identificados com o cartão verde podem ser
removidos do estoque para o consumo. Porém, se o pallet estiver com cartão vermelho em
evidência, este deverá ficar retido no estoque. Com isso, evita-se de consumir uma sacaria

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recém chegada do fornecedor, uma vez que, o correto é consumir o lote inicial, segundo o
método PEPS de armazenagem.
Por último, ocorreu a aquisição de dados numéricos para controlar o estoque de sacos de
cimento foi realizada através do acompanhamento do seu consumo, no período de agosto de
2006 a março de 2007, observando-se a tendência quanto à evolução da quantidade de sacaria
pré-datada (no que diz respeito ao consumo de sacos datados do mês anterior em relação
utilizada no mês atual).
4. Análise de resultados
Partindo-se do consumo diário da ensacadeira 04, no período mencionado acima, por se tratar
da máquina de maior produtividade, foram elaborados gráficos para o acompanhamento do
consumo nesta máquina em função de cada dia do mês de agosto. Para cada mês é estipulado
um consumo médio de sacos por dia, de acordo com a demanda do mercado. Pode-se observar
que, no período entre os dias 5 a 27 do referido mês, houve um consumo abaixo da média
prevista de 40.000 sacos, devido a problemas de alimentação do equipamento, como mostra a
Figura 1.

Figura 1 – Consumo de sacaria durante o mês de agosto de 2006

Com a aquisição desses dados obtidos foi possível também verificar existência de outros
problemas como: a desorganização da seqüência de lotes no piso 1 (lotes de sacos consumidos
fora da ordem de chegada); excesso de estoque no final do mês ocasionando o consumo de
sacos com data do mês anterior no mês seguinte.
Em relação ao estoque, neste período, também fica evidente um descontrole na quantidade de
estoque mínimo chegando a um saldo bem abaixo do valor estipulado que é de 300.000 sacos
e finalizando o mês muito acima desse valor o que provoca o consumo de sacos datado com
mês de Agosto no mês de Setembro, conforme pode ser visualizado na Figura 2.
Em Outubro, podemos visualizar na Figura 3, uma variação constante do consumo de sacos
principalmente em função de paradas para manutenção na linha de produção e a utilização de
sacos de um outro fornecedor neste período para testes de aceitação.

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A partir desse mês foi definido que a máquina 04 utilizaria somente os sacos fabricados por
uma determinada empresa, por já possuir um nível de confiabilidade no do processo de
ensaque de cimento.

Figura 2 – Comportamento do estoque de sacos em agosto de 2006

A Figura 4 retrata o ocorrido no mês de Outubro, referente à variação do volume de sacos em


estoque, quando houve consumo menor em função de uma diminuição nas vendas. Por isso
observa-se uma variação pequena no volume estocado.

Figura 3 – Consumo de sacos pela ensacadeira 04 em outubro de 2006

No entanto podemos observar um valor estocado muito acima da meta estabelecida como
valor ideal ao final de cada mês o que foi agravado com o fornecimento de uma carga no dia
24 do mês em questão.
No mês de Dezembro houve um aumento nas vendas o que já era esperado, pois no final de
ano normalmente há um aquecimento nas vendas de material de construção em função do
recebimento do 13° salário, atrelado ao tradicional desejo de reformar a casa no final do ano.
Por isso justifica-se a variação demonstrada na Figura 5.

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Figura 4 – Estoque de sacos no mês de outubro de 2006

Neste mês a previsão de consumo médio de sacos da ensacadeira 04 subiu de 40.000 sacos/dia
para 50.000 sacos/dia e fechou o mês com 53.875 sacos/dia, o que demonstra a necessidade
de entregas pontuais, ou seja, confiabilidade na entrega das cargas.

Figura 5 – Consumo de sacos pela ensacadeira 04 em dezembro de 2006

Na Figura 6, pode-se observar o aumento na quantidade de cargas que chegaram do


fornecedor, normalmente recebemos 06 cargas por mês o que totaliza 923.400 sacos em
média, no entanto no mês de dezembro foram recebidas 10 cargas (1.539.000 sacos) o que
significa um aumento de 40% no consumo de sacos, dos quais foram consumido um total de
1.502.532 sacos.
Neste período, como o consumo foi além da média, necessitou a utilização do estoque mínimo
ou estoque de segurança (200.300 sacos) correspondente à quantidade suficiente para 04 dias.
Esta situação não é desejável diante do risco da falta de sacaria.

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Figura 6 – Estoque de sacos no mês de dezembro de 2006

A partir do mês de Janeiro de 2007 houve o início da aplicação da metodologia just in time,
mencionada anteriormente.
A Figura 7 mostra um consumo desordenado, durante todo o mês de janeiro, principalmente
em função da utilização de sacos de um outro fornecedor, com o objetivo de realizar testes de
aceitação no processo de ensacamento.

Figura 7 – Consumo de sacos pela ensacadeira 04 em janeiro de 2007

A Figura 8 mostra uma mehoria no fornecimento das cargas, ou seja, ocorreu mais
regularidade nas entregas o que provocou um comportamento semelhante ao estoque do tipo
“dente de serra”, e uma adequação importante para baixar os níveis de estoque armazenado na
fábrica.
Todavia, foram realizadas algumas medidas de segurança quanto ao fornecimento das
embalagens. Independentemente do consumo mensal houve, no mínimo, seis cargas enviadas
mensalmente e distribuídas no período, de modo a não gerar um estoque “desnecessário”.

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Figura 8 – Estoque de sacos no mês de janeiro de 2007

No mês de fevereiro de 2007 ocorreu um consumo médio de 40.000 sacos/dia com uma
tendência de aumento a partir do dia 20, como pode ser observado na Figura 9.
Neste período, existiram alguns problemas relacionados com manutenção da ensacadeira, o
que provocou uma diminuição do consumo de sacos durante alguns dias do mês em estudo. E
foi devido a essa redução que, no mês de fevereiro, o consumo ficou abaixo da meta
estipulada (50.000 sacos/dia).

Figura 9 – Consumo de sacos pela ensacadeira 04 em fevereiro de 2007

No gráfico mostrado na Figura 10 podemos verificar um reabastecimento bem regular de


acordo com os parâmetros estabelecido entre cliente e fornecedor que de no mínimo de seis
cargas distribuídas ao longo do mês respeitando os parâmetros de estoque máximo de 600.000
e estoque mínimo de 200.000 sacos.

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Também foi definida a entrega de uma carga (153.900 sacos) entre os dias 24 e 27 de cada
mês, como uma forma de garantir que não faltarão sacos. Além disso, as cargas do mês
seguinte, ou seja, com data de fevereiro, por exemplo, devem chegar sempre nos primeiros
dias.

Figura 10 – Estoque de sacos no mês de fevereiro de 2007

No mês de Março, Figura 11, tivemos um aumento no consumo de sacos, este fato deve-se
principalmente em função do funcionamento mais regular na ensacadeira 04, e na
paletizadora, a qual é alimentada com os sacos cheios, ou seja, qualquer falha na linha
comprometeria o consumo de sacos, não ocorrendo neste período.
Neste período, hove a realização das paradas programadas para os dias 19, 20 e 27 do mês em
questão, como mostra o gráfico a seguir, embora a média prevista de consumo tenha sido
atingida, (40.000 sacos/dia).

Figura 11 – Consumo de sacos pela ensacadeira 04 no mês de março de 2007

No último mês estudado Figura 12 foi obtido um resultado significativo em termos de


quantidade estocada para o mês seguinte, pois o mês foi encerrado com um estoque suficiente

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apenas para três dias. Por outro lado, se houvesse a disponibilidade de apenas um fornecedor,
certamente ocorreria a ausência de sacaria no final do mês.

Figura 12 – Estoque de dacos no mês de março de 2007

Pode-se observar que, em alguns dias, houve a parada de consumo deste tipo de sacaria. Por
isso, não ocorreu variação nos dias 18, 19, 20 e nos últimos dias do mês, como mostra a figura
12. Essa decisão foi necessária diante do risco da falta de sacaria no final do mês. Esta
situação demonstra o risco de faltar insumos e a necessidade de aplicação do sistema Just In
Time. Por outro lado, sabemos que a mudança na forma de trabalhar, ou seja, operar com
estoques cada vez menores proporciona o risco da falta de matéria- prima. Por este motivo, os
estoques devem ser revisados diariamente e as informações devem ser transmitadas on line.
5. Conclusão

Por meio meio do presente trabalho, pode-se concluir que, com a implantação da embalagem
pré-datada surgiu a necessidade de adequação do controle de estoque. Através da análise dos
resultados mostrados anteriormenta, foi possível compreender como funciona o sistema de
abastecimento continuo de insumos (sacaria) em uma fábrica de cimento, bem como as
mudanças que ocorreram após a implantação de um controle de estoque baseado na
metodologia Just in time de acordo com seus princípios relevantes para este trabalho.
Porém, para implantar o Just in Time no controle de estoques de sacaria foram determinados
alguns itens principais como: estabelecer o número mínimo de cargas a serem fornecidas;
realização de visitas periódicas pelo fornecedor, a fim de acompanhar o desempenho da
sacaria no processo; realização monitoramento diário da quantidade estocada na fábrica.
Desta forma, o fornecedor controla os níveis de estoque e o momento ideal para envio do
novo lote de sacos.
Outro aspecto relevante com a implantação do controle de estoques monitorado pelo
fornecedor, foi diminuição dos níveis de estoque que passou de 1.000.000 para 600.000 (nível
máximo) e de 300.000 para 200.000 sacos.

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Em relação ao layout do local de estocagem, foi possível melhorá-lo, uma vez que a
quantidade armazenada diminuiu, facilitando a movimentação e o abastecimento das esteiras
do magazine no piso 2. Além disso, com a redução do volume estocado, houve uma redução
da mão de obra nas tarefas de recebimento, armazenagem dos pallets de sacaria, a alocação de
máquinas e equipamentos, para o içamento dos pallets de sacaria parao piso 2 do magazine.
Pode-se concluir, que a adoção das práticas aplicadas na metodologia Just in Time, tais como:
a identificação dos lotes de sacaria através de um cartão (Kanban); a mudança no layout e o
cumprimento das rotinas do processo produtivo da empresa, relatado neste trabalho, são
fundamentais para um bom gerenciamento de estoque e consequêntemente gera vantagem
competitiva para a empresa.

Referências
MARTINS, P.G. & LAUGENI, F.P. Administração da Produção. São Paulo: Pioneira, 1999.
PEINADO, J. O Papel de Sistema de Abastecimento Kanban na Redução dos Inventários. Rev. FAE Vol. 2, n.
2, p. 27-34, 1999.
STEVENSON, W.J. Administração das Operações de Produção. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
SUGIMORI, Y.; KUSUNOKI, K.; CHO, F. & UCHIKAWA, S. Toyota Production System and Kanban
System Materialization of Just-in-time and Respect-for-human system. International Journal of Production
Research Vol. 15, n. 6, p. 559-561, 1977.
TUBINO, D.F. Manual de Planejamento e Controle da produção. São Paulo: Atlas, 2000.

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