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SUSTENTAÇÃO

OBJETIVO

Conhecer os efeitos fí
físicos produzidos pelo ar,
capazes de gerar sustentaç
sustentação para o voo de
aeronaves, bem como as aç ações que podem
levar um avião ao estol e ao parafuso.

SUSTENTAÇÃO
Prof Deusdedit Carlos Reis

SUSTENTAÇÃO
Forças aerodinâmicas

ROTEIRO

1. Definiç
Definições
2. Teorias acerca da Sustentaç
Sustentação
3. Estol
4. Parafuso

Voo reto e nivelado

• Para um avião voar em linha reta e nivelado as seguintes


relações devem ser verdadeiras:

• Empuxo = Arrasto
• Sustentação = Peso

• Se o arrasto superar o empuxo, o avião vai perder velocidade.


Se o empuxo aumentar e superar a força de arrasto, o avião vai
acelerar.

• Da mesma forma, se a sustentação for menor que o peso do


avião, o avião descerá. Ao aumentar a sustentação, o
piloto fará o avião subir.
Sustentação

 Força aerodinâmica que mantém um avião no ar;

 É a mais complicada para explicar sem usar muita


matemática;

 Grande parte dela é criada pelas asas; e

 Outras peças da estrutura auxiliam pequena


produção de sustentação.

Teorias acerca da Sustentação

Algumas considerações sobre Fluidos X Sustentação


fluidos

• O ar é um fluido;

• Por isso, flui e se comporta de maneira


similar à água e outros líquidos;

• Todos obedecem ao mesmo conjunto de • A sustentação existe apenas na presença de um


relações matemáticas; fluido em movimento;
• Testes básicos de aerodinâmica às vezes • Isso também se aplica para o arrasto;
são realizados debaixo d'água.
• A relação é verdadeira sempre que houver diferença
relativa de velocidade entre o objeto e fluido.

Vento relativo
• O vento relativo é o vento resultante do movimento de um
objeto.
• Apesar do vento real que está soprando de trás, o corredor
sente o vento em seu rosto como conseqüência do
movimento de corrida.
• O vento relativo é relativo (oposto e igual) ao movimento
de um objeto.

• Sendo assim, existe possibilidade de se criar


sustentação ou arrasto no espaço?

• Então por que os onibus espaciais tem asas?


O vento relativo é o vento gerado pelo movimento
igual e oposto ao movimento do avião. Ângulo de ataque

• É o ângulo da asa em relação


ao ar que se aproxima;
• Ele que determina a
espessura da fatia de ar que a
asa está atravessando (vento
relativo);
• Por isso, o ângulo de ataque
também dita a sustentação
que a asa gera, embora este
não seja o único fator.

Com base nesses dados, como explicar a sustentação?


Ângulo de ataque zero

Ângulo de ataque raso

Ângulo de ataque agudo

4 PRINCÍPIOS EXPLICATIVOS Princí


Princípio de Bernoulli
(explicaç
(explicação do caminho mais longo ou igual tempo de trânsito)
• O primeiro princípio também é conhecido como
descrição popular.
• A vantagem desta descrição é que ela é fácil de ser
entendida e tem sido ensinada a anos. Devido a sua
simplicidade, ela é usada na maioria dos manuais de
treinamento de vôo para explicar a sustentação de
uma asa.

 Princí
Princípio de Bernoulli
 Princí
Princípio Newtoniano
 Efeito Coanda
 Descriç
Descrição Aerodinâmica Matemá
Matemática da Sustentaç
Sustentação
Princí
Princípio de Bernoulli
Tubo de Venturi (explicaç
(explicação do caminho mais longo ou igual tempo de trânsito)

• A sustentação é a componente
 Um meio de visualizar o Princípio de Bernoulli da resultante aerodinâmica
é estudar o escoamento de ar num tubo que perpendicular ao vento relativo.
tem a área central menor que as extremidades,
que é o Tubo de Venturi. • A Resultante Aerodinâmica
(RA) seria, portanto, explicada
como sendo uma força que surge
em virtude do diferencial de
pressão entre o intradorso e o
extradorso da asa que tende a
empurrá-la para cima;

Princí
Princípio de Bernoulli Princí
Princípio de Bernoulli
Questionamentos Por que isso não está
está inteiramente errado?

• Sua principal desvantagem é o fato de estar baseada • A explicação do caminho mais longo está correta em
no princípio dos tempos de trânsito iguais, ou ao mais de um aspecto. Primeiro, o ar na parte superior da
menos na hipótese de que uma vez que o ar tem um asa se move mais rápido que o ar na parte inferior - na
caminho maior para percorrer por cima da asa, ele verdade, ele se move mais rápido do que a velocidade
tem que fazê-lo mais rapidamente. necessária para as partículas de ar da parte superior e
inferior se reagruparem, como sugerem muitas pessoas.
• Esta abordagem é focada no formato da asa e
• Segundo, a pressão geral na parte superior de uma asa
dificulta que se entendam fenômenos importantes produtora de sustentação é menor que a pressão na parte
como o vôo invertido, o efeito-solo e a sustentação inferior da asa, e é essa diferença líqüida de pressão que
que é gerada em asas de perfil simétrico. cria a força de sustentação.

Princí
Princípio Newtoniano Princí
Princípio Newtoniano
(transferência de momento ou deflexão do ar) (transferência de momento ou deflexão do ar)

• Isaac Newton declarou que, para cada ação, existe uma reação • No final do século 17, Isaac Newton formulou a teoria de que as
igual e oposta (Terceira Lei de Newton). Um bom exemplo está moléculas de ar atuam como partículas individuais e o ar que
em dois patinadores em uma pista de gelo. Se um empurra o atinge a superfície inferior de uma asa atua como chumbinho
outro, ambos se movem - um pela força da ação e outro pela ricocheteando em uma placa metálica. Cada partícula individual
força da reação. ricocheteia na superfície inferior da asa e é desviada para baixo.
Conforme atingem a parte inferior da asa, as partículas
concedem parte de sua cinética à asa, gradualmente empurrando
a asa para cima com cada impacto molecular.
Princí
Princípio Newtoniano
Questionamentos

• A superfície de cima da asa é totalmente excluída do cenário. A


superfície de cima de uma asa contribui substancialmente para
afetar o fluxo do fluido. Quando apenas a superfície inferior da
asa é considerada, os cálculos de sustentação resultantes são um
tanto imprecisos.
• Quase cem anos depois da teoria de cascos de navio de Newton,
um homem chamado Leonhard Euler notou que o fluido que se
move em direção a um objeto desvia antes mesmo de atingir a
superfície, sem chance de ricochetear na superfície. Parecia que
o ar não se comportava da mesma forma que os chumbinhos. Em
vez disso, as moléculas interagem e se influenciam, de forma que
é difícil prever usando métodos simplificados. Essa influência
vai além do ar em volta da asa.

Princí
Princípio Newtoniano
Por que isso não está
está inteiramente errado? Princípios
• Embora uma pura explicação newtoniana não produza estimativas Bernoulli e Newtoniano
precisas de valores de sustentação em condições de vôo (por
exemplo, o vôo de um jato de passageiros), ela prevê muito bem a
sustentação de certos regimes de vôo. Para condições de vôo
hipersônico (velocidades que excedem em cinco vezes a velocidade  Há aqueles que conjugam ambos os princípios,
do som), a teoria de Newton prova ser verdadeira. Em altas afirmando que a sustentação seria o resultado da
velocidades e densidades muito baixas de ar, as moléculas de ar se atuação das forças decorrentes de ambos os
comportam como os chumbinhos exemplificados por Newton. O princípios; sendo atribuindo 75% ao efeito
ônibus espacial opera sob essas condições durante sua fase de
reentrada.
Bernoulli e 25% a Terceira Lei de Newton.

• Diferentemente do conceito de igual tempo de trânsito, o princípio


de Newton diz que o ar é desviado para baixo enquanto percorre a
asa. Embora não se deva ao contato das moléculas contra a
superfície inferior da asa, o ar é certamente desviado para baixo,
resultando em um fenômeno denominado downwash.

Efeito Coanda
 É baseada essencialmente nas três leis de Newton e em um
fenômeno chamado de efeito Coanda.
 Quando um fluido que escoa encontra uma superfície curva pela
frente, ele tentará acompanhar o perfil daquela superfície. Esta
tendência dos fluidos de acompanharem uma superfície curva é
conhecida como efeito Coanda.
 Para ver este efeito, segure um copo debaixo de um filete de água
de uma torneira de modo a fazer com que a água toque levemente
o lado do copo. Ao invés de continuar fluindo na vertical, a
presença do copo faz a água grudar-se nele e escorrer pela sua
superfície, como mostra a figura.

A - Princí
Princípio de Bernoulli
B - Princípio Newtoniano (aumenta em um ângulo de ataque maior).
Descriç
Descrição Aerodinâmica Matemá
Matemática
3a Lei de Newton
da Sustentaç
Sustentação
 A terceira lei de Newton diz que deve haver uma força
 Usada por engenheiros aeronáuticos. Esta abordagem usa uma
igual e oposta em sentido sobre a asa, ou seja, para matemática complexa e/ou simulações computacionais para
baixo. O resultado é que um upwash aumenta a carga calcular a sustentação de uma asa. Ela usualmente faz uso de um
sobre a asa. Para compensar este aumento, a asa conceito matemático chamado circulação para com ele calcular a
precisa voar com um ângulo de ataque maior e, aceleração do ar sobre a asa. A circulação é uma medida da
portanto, com uma maior potência induzida. rotação aparente do ar em torno da asa.

 Em 1915, o Congresso norte-americano criou o National Advisory


Committee on Aeronautics (Naca - um precursor da Nasa).
Durante as décadas de 20 e 30, a Naca conduziu testes de túnel
de vento em centenas de formatos de aerofólios (formatos de
corte transversal de asa). Os dados obtidos permitiram aos
engenheiros calcular antecipadamente a quantidade de
sustentação e arrasto que os aerofólios podem desenvolver em
diversas condições de vôo.

Cálculo de sustentaç
sustentação com base em
resultados de testes

Desta forma, o coeficiente de sustentação de um aerofólio é


o número que relaciona sua capacidade de produção de
sustentação à velocidade do ar, densidade do ar, área da
asa e ângulo de ataque - o ângulo do aerofólio em relação Embora prático na hora de calcular a sustentação,
ao fluxo de ar de entrada. O coeficiente de sustentação de esta descrição não nos fornece uma compreensão
um aerofólio depende de seu ângulo de ataque. intuitiva sobre o vôo.

Camada Limite
 Por que um fluido tem a tendência de acompanhar o
perfil de uma dada superfície?
 A resposta é a viscosidade, a resistência ao
escoamento que também faz com que o ar (sendo um
fluído) tenha certa “aderência”.
 A viscosidade do ar é pequena, mas o suficiente para
fazê-lo querer se grudar na superfície.
 A menos que a curvatura da superfície seja muito
abrupta, o fluido seguirá o perfil da mesma. O volume
de ar ao redor da asa que parece estar parcialmente
grudado a ela é chamado de “camada limite” e tem
menos de 2,5 cm de espessura mesmo em asas
CAMADA LIMITE grandes.
AEROFÓLIOS Aerofólio

 Um aerofó
aerofólio é uma secç
secção bidimensional,
projetada para provocar variaç
variação na direç
direção da
velocidade de um fluido. A reaç
reação do fluido
sobre o aerofó
aerofólio (ou simplesmente fó fólio)
devido a variaç
variação na quantidade de movimento
é uma forç
força (Lei de Newton), que será será
decomposta em ângulos normais a direç
direção de
seu movimento.
Aerofólio Aerofólio
 Em aeronaves, o uso do aerofólio está nas  Eles são usados para a produção de reações
secções da asa e nas empenagens (profundor e úteis, não só sustentação nas asas.
leme). A força de sustentação, arrasto e  Assim, os aerofólios da hélice produzem a
momento são altamente dependentes do ângulo tração, os da deriva/leme de direção ajudam a
de ataque. Para grandes ângulos de ataque o estabilizar o avião e mudar de direção, bem
aerofólio se submete ao fenômeno do Estol como o estabilizador horizontal/profundor que
(Stall). também auxilia na sustentação.

Perfil do aerofólio De acordo com a finalidade, os aerofólios podem


ter formatos bem diferentes!
• Há dois tipos de perfis de aerofólio, o perfil Simétrico e o
perfil Assimétrico. O perfil Simétrico pode ser dividido por
uma linha reta gerando assim duas metades iguais. Já o
perfil Assimétrico não pode ser divido por uma linha reta e
também não gera duas partes iguais. O perfil simétrico é
utilizado exatamente onde é necessário que o
comportamento do fólio seja simétrico, ou seja, na
empenagem (leme e profundor) do avião.

• O perfil assimétrico ou arqueado produz uma sustentação


e momento maior, e o arrasto é diminuído. Esse perfil é
muito adequado para a asa. O limitante será o momento,
que em determinado ponto irá impactar na empenagem (o
avião terá grande tendência a picar - apontar para baixo)

Terminologia da Asa

 Área da asa
 É considerada toda área entre os bordos de
ataque e de fuga, de ponta a ponta, incluindo-se
a parte compreendida pela fuselagem.

Em decorrência de sua simetria, aviões de acrobacias e jatos


supersônicos obtêm sua sustentação do ângulo de ataque da
asa.
Terminologia da Asa Quanto maior o alongamento, maior a capacidade da asa
de produzir sustentação e reduzir o arrasto!

 Alongamento
 É a relação entre a envergadura da asa
(distancia de ponta a ponta) pela corda média
geométrica.

Terminologia do Aerofólio BORDO DE ATAQUE

 Bordo de ataque
 É a parte dianteira do aerofólio.

Terminologia do Aerofólio BORDO DE FUGA DA ASA


 Bordo de ataque
 É a parte dianteira do aerofólio.

 Bordo de fuga
 É a parte traseira do aerofólio.
Terminologia do Aerofólio EXTRADORSO DA ASA
 Bordo de ataque
 É a parte dianteira do aerofólio.

 Bordo de fuga
 É a parte traseira do aerofólio.

 Extradorso
 Parte superior do aerofólio

Terminologia do Aerofólio INTRADORSO DA ASA/ESTABILIZADOR HORIZONTAL

 Bordo de ataque
 É a parte dianteira do aerofólio.

 Bordo de fuga
 É a parte traseira do aerofólio.

 Extradorso
 Parte superior do aerofólio

 Intradorso
 Parte inferior do aerofólio

Terminologia do Aerofólio
 Bordo de ataque
 É a parte dianteira do aerofólio.
 Bordo de fuga
 É a parte traseira do aerofólio.
 Extradorso
 Parte superior do aerofólio
 Intradorso
 Parte inferior do aerofólio
 Ângulo de ataque
 É o ângulo formado entre a linha de corda e o vento
relativo
Terminologia do Aerofólio
 Linha de curvatura média
 É obtida ligando os pontos médios do aerofólio

Terminologia do Aerofólio
 Linha de curvatura média
 É obtida ligando os pontos médios do aerofólio

 Linha da corda
 Linha reta que passa pelos bordos de ataque e
de fuga. É a dimensão característica do
aerofólio • A espessura de um aerofólio é a maior distancia entre o
extradorso e o intradorso, medida em porcentagem da corda;
 Curvatura ou arqueamento • Um aerofólio com grande espessura e grande arqueamento é
 É a distancia máxima da linha de curvatura ideal para aviões de pequena velocidade que operem de
média a corda, medida como percentagem da pequenas pistas;
corda. É uma importante propriedade dos • Num perfil simétrico a linha de curvatura média coincide com a
aerofólios corda, e o arqueamento é igual a zero; no assimétrico ele é
superior a zero.

RELEMBRANDO!

 Vento Relativo

 Tem a mesma direção, porém sentido contrário


à trajetória do avião. Sua velocidade é a mesma
do avião.

 A trajetória não deve ser confundida com a


posição da fuselagem. Um avião pode descer,
mantendo sua fuselagem na posição horizontal,
como mostra a figura.
RELEMBRANDO! A figura mostra três aviões com o
mesmo ângulo de ataque, porém
 Ângulo de Ataque com diferentes ângulos de atitude.
 É o ângulo formado pela corda do aerofólio com
o vento relativo.

 Não deve ser confundido com ângulo de atitude


(pitch), que é formado pelo eixo longitudinal do
avião com o horizonte.

• Outro ângulo importante é o ângulo de incidência, que


A figura mostra três aviões com o é formado pela linha da corda e o eixo longitudinal do
avião.
mesmo ângulo de atitude, porém
• Um pequeno ângulo de incidência permite um ângulo
com diferentes ângulos de ataque. de ataque positivo quando o avião estiver em voo
horizontal com velocidade normal, e também propicia
maior visibilidade para o piloto.

SUSTENTAÇÃO Fatores da sustentação!

 Já vimos como é produzida a sustentação,  Pressão dinâmica do vento relativo;


vamos agora calcular o seu valor.
 A sustentação depende do efeito combinado  Aerofólio e ângulo de ataque – que modificam a
distribuição das pressões sobre a asa;
de diferentes fatores, a saber:
 Área da asa (e, em menor grau, da forma da asa);

 Efeitos da compressibilidade (somente nas grandes


velocidades)

 Efeitos da viscosidade.
Coeficiente de sustentação > mede a “habilidade do
Fatores da sustentação! 
aerofólio de produzir sustentação”;
 Quanto maior a diferença entre as pressões, maior
será o coeficiente de sustentação;
 Ele depende da forma do aerofólio e do ângulo de
ataque.

• A figura mostra a distribuição das pressões, a sustentação, o


arrasto e a resultante aerodinâmica de uma asa de baixa veloc.

 A resultante dessas pressões atua num ponto  Há dois pontos de estagnação, onde a velocidade
denominado centro de pressão (cp) sendo chega a zero: no bordo de ataque e no de fuga;
decomposta em duas componentes, uma
perpendicular e outra paralela ao vento relativo,  Os filetes acima do ponto de estagnação dianteiro se
sustentação e arrasto, respectivamente. dirigirão para o extradorso, e vice versa;

Qual é a origem dos


Perfis NACA?
National Advisory Committee for Aeronautics
(Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica) PERFIL NACA
 A NACA foi criada pelo governo dos EUA em 1915. Após um  Os perfis NACA foram obtidos a partir de testes
início tímido, chegou à década de 30 com quatro grandes
laboratórios, 500 funcionários e sendo considerada uma com os aerofólios em túneis aerodinâmicos,
referência na solução de todo tipo de problema relacionado obtendo-se, assim, para cada ângulo de ataque,
ao voo e à fabricação de aviões. Sua importância cresceu
durante a 2GM, e em 1947 desenvolveu o X-1, o primeiro os coeficientes de sustentação e arrasto.
avião a quebrar a barreira do som.

 Em outubro de 1957, a URSS pôs em órbita o Sputnik, o


primeiro satélite artificial, e o governo norte-americano temeu
ficar para trás na exploração espacial. Em julho de 1958, a
NACA trocou o C de conselho pelo S de space e surgiu a
NASA. A nova agência começou a funcionar em outubro do
mesmo ano, com três laboratórios, 8 mil funcionários e um
orçamento de 100 milhões de dólares, com a missão de
colocar os EUA na liderança do que mais tarde ficaria
conhecido como a corrida espacial.

A figura a seguir mostra a variação do  Os três primeiros são simétricos, com espessuras máximas de
6, 9 e 12%. Observa-se que quanto maior a espessura, maior o
coeficiente de sustentação com o ângulo coeficiente de sustentação máximo.
de ataque de quatro tipo de aerofólios
NACA.

 O aerofólio 63-412 tem a mesma espessura e distribuição de espessuras  O coeficiente de sustentação do perfil simétrico cresce até o ângulo de 140
que o aerofólio 63-012, porém não é simétrico, possuindo arqueamento. para Clmax=1,4, enquanto para o perfil assimétrico os valores são 140 e 1,72
Isso resultou em um grande aumento do coeficiente de sustentação respectivamente. Esses ângulos são os ângulos de estol para os dois perfis.
máximo, de 1,40 para 1,72.
 Nos aerofólios simétricos, o ângulo correspondente ao coeficiente de  Para de ângulos de ataque menores que o ângulo de sustentação nula, os
sustentação nulo é o zero grau, enquanto o assimétrico é -3,80. O ângulo coeficientes de sustentação são negativos. Isto significa que nestes ângulos
correspondente ao coeficiente nulo tem o nome de ângulo de sustentação a pressão é maior no extradorso que no intradorso. Tais ângulos são
nula, que é sempre igual a zero para os perfis simétricos, e tem pequeno empregados para os voos de dorso ou para manobras invertidas.
valor negativo para os perfis assimétricos, variando entre os modelos

 Qualquer superfície pode produzir sustentação,


desde que receba um vento relativo com ângulo
de ataque adequado.

 Assim, a placa da figura está produzindo


sustentação as custas de elevado arrasto.

 Todos os componentes do avião podem produzir sustentação,


inclusive a fuselagem. Porém a quase totalidade é provida
pelas partes projetadas para esse fim, que são a asa e, em
menor escala, o estabilizador horizontal/profundor.

• A figura mostra curvas de coeficiente de sustentação em função


do ângulo de ataque do planador Urubu. A linha tracejada é da
asa, e a linha contínua é do conjunto asa/fuselagem, mostrando
que a fuselagem provoca pequeno aumento na sustentação.

CONTROLE E SUSTENTAÇÃO
PELO PILOTO
 SE UM PILOTO, EM VOO NIVELADO, DESEJA AUMENTAR  Se a sustentação deve manter-se igual ao peso;
SUA VELOCIDADE, O QUE, AERODINAMICAMENTE  Se a densidade do ar não varia em um voo horizontal;
FALANDO, PRECISARÁ SER FEITO?  Se a área da asa da asa não pode ser modificada...

 O piloto deverá reduzir o ângulo de ataque!

 A figura mostra a relação ângulo de ataque versus


velocidade para o avião Embraer 140.
 Se o ângulo de ataque é um dado tão importante para o voo,
 Observa-se que o ângulo de ataque varia de 30’ para v=320 por que os aviões não possuem um instrumento que nos
Kt até aproximadamente 160 para v=120 Kt. indique esse ângulo?

1. Seria muito difícil desenvolver um instrumento


preciso e confiável para marcá-lo; e
2. Devido a correlação que há entre o ângulo de
ataque e a velocidade indicada do avião.
ESTOL

Perturbaç
Perturbação da Camada Limite

• Quando submetido a grandes ângulos de ataque,


o fluido é forçado a ir de uma região de baixíssima 1. Para ângulos de ataque superiores ao ângulo de
pressão (pico de sucção) para uma região de alta estol, o Cp, que se deslocou gradualmente para a
pressão (bordo de fuga). A este movimento frente, subitamente se move para trás.
antinatural é dado o nome de gradiente adverso 2. Em perfis simétricos o Centro de pressão não se
de pressão. desloca, ele ocupa sempre a mesma posição.
Reconhecimento do Estol Reconhecimento do Estol

• Pré-estol – os filetes turbilhonados da asa atingem • O Clmax ocorre no ângulo de estol, acima deste a
o estabilizador horizontal/profundor produzindo asa estará estolada.
vibração – buffet.
• Estol – se dá em decorrência do piloto tentar voar
• Estol – após o ângulo de estol a redução da com um ângulo de ataque excessivo. Para sair
sustentação gera perda de altura, e o movimento dele, basta levar o manche à frente, fazendo com
do Cp para trás, juntamente com a redução da que reduza o ângulo de ataque.
sustentação negativa da cauda fará com que o
• O ângulo de ataque será sempre o mesmo,
avião abaixe o nariz.
variando a velocidade em função do peso, fator de
• Isso sempre ocorrerá com o mesmo ângulo de carga e outros. Por isso, não é necessário que o
ataque, que nas aeronaves de treinamento gira em avião esteja com o nariz alto e baixa velocidade
torno do 15º a 16º. para estolar.

Estol com e sem potencia


• A esteira da hélice
adiciona energia
cinética ao vento
relativo.

• Por isso, nas partes da


asa atingidas pela
esteira da hélice, o
deslocamento dos
filetes é retardado,
possibilitando uma
redução na velocidade
de estol.

Estol com e sem potencia  No estol com potencia, como a parte interna
das asas estão com maior sustentação, as
partes externas tenderão a estolar antes.
 Qualquer produção assimétrica de sustentação,
tenderá a produzir um rolamento do avião.

• A atitude de “nariz levantado” faz com que a


tração do grupo motopropulsor tenha uma
componente vertical, que parcialmente suporta o
peso do avião, contribuindo para reduzir a
velocidade de estol.
Estol na raiz e na ponta de asa Estol na raiz e na ponta de asa
O estol da raiz é preferível ao de ponta
de asa.
• Na ponta de asa perde-se a atuação dos
ailerons;
• Qualquer assimetria vai gerar rotação
devido o grande braço de alavanca;
• Na raiz vai haver vibração alertando a • Uma forma de jogar o estol para a raiz é
tripulação; e colocar uma peça com a forma triangular no
bordo de ataque da região onde se deseja
• Assimetria na raiz não gera rolamento, pois que ele comece.
o braço é pequeno;

Estol na raiz e na ponta de asa


Gelo a vista?
• Asas enflechadas tendem a estolar na ponta. Muito cuidado, pois ele pode derrubar o seu o avião!
Nesses casos pode-se empregar uma torção
(wash out) na asa. A ponta de asa ficará com GELO NA ASA – PERIGO
incidência negativa, de forma que seu ângulo de
 Aumenta o peso, aumentando a velocidade de
ataque será inferior ao da raiz;
estol e, quando gerado na metade dianteira,
reduzirá
reduzirá o ângulo de estol e aumentará
aumentará a
• Pode-se colocar aerofólios diferentes na raiz e na velocidade dele, não sendo detectado pelos
ponta de asa, sendo os da ponta de asa com dispositivos instalados no avião!
maior ângulo que o da raiz;

• As asa retangulares tem a tendência de estolar na


raiz; as elípticas e as trapezoidais tendem a
estolar ao mesmo tempo em toda a extensão.

• ESTOL VELOCIDADE X ESTOL


• Ângulo de ataque igual ao coeficiente de  Turbulência;
sustentação máximo;  Mais pesado;
 Posiç
Posição do flap;
• Qualquer velocidade, atitude, regime do
motor, peso ou fator de carga;  Maior fator de carga;
 Neve ou gelo na asa;
• Sem redução do ângulo de ataque,  Coordenaç
Coordenação do avião;
poderá ocorrer um estol secundário ou  Centro de gravidade à frente;
parafuso.  Manutenç
Manutenção inadequada (asas com mossas,
deformações ou impropriamente alinhadas – rigged)
deformaç
• NTSB > A maioria dos acidentes com estol e
parafuso são associados a situaç
situações onde o
piloto, momentaneamente, se distrai de sua
principal funç
função – voar o avião!
ESTOL DE ALTA / ACELERADO
TIPOS DE ESTOL

• Em curva • Movimento abrupto ou excessivo no


• Secundário manche;
• Assimétrico • Fator de carga elevado (via de regra);
• Sem potencia • Manobras com curva de grande ou
• Com potencia
recuperações;
• Asas niveladas
• De alta / acelerado • Geralmente são inesperados devido a alta
• Compensador do profundor velocidade
• Com cruzamento dos controles

ESTOL DE COMANDOS CRUZADOS ESTOL DO COMPENSADOR DO


PROFUNDOR
• Manche para um lado e pedal para o outro;
• Itens acima mais a cabragem excessiva no • Ocorre durante a arremetida após uma
manche; aproximação;
• Comum em curvas de enquadramento mal • Compensado para baixa velocidade e
feitas; potencia dep;
• Geralmente esse estol ocorre com pouco • Grande ângulo de ataque, voo não
aviso. coordenado e velocidade decrescente.

RECONHECIMENTO DO ESTOL

ESTOL SECUNDÁRIO • Deve-se conhecer as características de seu avião;


• A buzina/luz informará apenas na asa com sensor instalado;
• Pode ocorrer durante a recuperação • Hélices de passo fixo perderá rotação próximo ao estol c/pot.;
imprópria de qualquer tipo de estol; • Redução no som do ar passando na fuselagem;
• Perda da efetividade dos comandos;
• O caso mais comum é a tentativa de
• Pouco antes, vibração (buffeting) e arfagem incontrolável; e
acelerar a recuperação de um estol
• Dispositivos que fazem vibrar os manches ou pedais.
antes de diminuir o ângulo de ataque e
ganhar velocidade suficiente.
RECUPERAÇÃO DO ESTOL
PARAFUSO / AIRCRAFT SPIN
• Deve-se iniciar a recuperação logo na primeira indicação; • O parafuso é uma condição de voo
• Reduzir o ângulo de ataque movendo o manche à frente;
estolado no qual o avião descreve uma
• A intensidade dependerá do avião e da severidade do estol;
• Fator de carga negativo nas asas retarda a recuperação; espiral descendente seguida de uma
• Aumentar a potencia para que haja aumento de velocidade; queda de asa no ponto de estol.
• O aumento da velocidade reduzirá a perda de altitude;
• Recuperado, voltar a condição de voo normal;
• Não deixar exceder as limitações de velocidade e RPM; e
• Comandos descoordenados podem resultar num parafuso.

Num parafuso o avião está Como se entra em parafuso?

1. Estolado; • Estolando o avião no mesmo tempo em que se


2. Rolando; comanda o pedal a fundo para o lado que se
3. Guinando; queira girar.
4. Picando;
5. Glissando; e
6. Perdendo altura rapidamente.

O que ocorre durante o comandamento do O que ocorre durante o comandamento do


parafuso? parafuso?

• A asa externa aumenta a velocidade e produz • Começa a autorotação, com a asa abaixada
mais sustentação, levantando. O ângulo de aumentando o seu ângulo de ataque,
ataque diminui afastando-a do estol; reduzindo a sustentação e aumentando o
arrasto.
• A asa interna reduz a velocidade e produz
menos sustentação, abaixando. Seu ângulo de • O avião rolará, glissará e o nariz afundará. A
ataque aumenta e a asa estola (se já estolada, velocidade de rotação aumentará e será
aumenta ainda mais o ângulo acima do estol) desenvolvido um parafuso com o nariz para
baixo.
O que ocorre durante o comandamento do E o parafuso acidental?
parafuso?

• A rotação pode aumentar muito rapidamente • Curvas


e o piloto sentirá uma mudança no fator de • Ângulo de incidência
carga. • Uso de ailerons em baixas
velocidades
• Normalmente o avião não vai direto do estol
para o parafuso; existe um período de
transição antes de iniciar um parafuso
completo e estável.

Curvas Ângulo de incidência


• Numa curva ascendente o ângulo de ataque é
• Se um avião, possuindo asas com incidências
maior na asa externa, e numa curva
diferentes, se aproximar do estol, ele poderá
descendente, o ângulo é maior na asa interna.
estolar a asa com maior ângulo de incidência,
Se a asa com maior ângulo de ataque
provocando um parafuso.
ultrapassar o ângulo crítico, a consequencia será
um parafuso.
• Na curva ascendente, o parafuso será no sentido
oposto da curva, e na descendente, no mesmo
sentido da curva.

Uso de ailerons em baixas Parafusos acidentais


velocidades
• São muito perigosos, pois ocorrem,
• Tentando levantar com os ailerons uma asa normalmente, em altura insuficiente para a sua
que abaixou, pode-se provocar efeito inverso recuperação!
quando o avião está próximo do estol. • Em aeronaves não homologadas, depois de uma
• Se, quando o aileron descer, o ângulo de volta, o comportamento do avião é
ataque ultrapassar o ângulo crítico, ao invés da desconhecido, podendo não sair da manobra.
asa levantar, ela pode baixar rapidamente,
resultando num parafuso.
PARAFUSOS CHATOS - FLAT SPIN Como recuperar de um parafuso?
PARAFUSO CHATO INVERTIDO - INVERTED
FLAT SPIN 1. Flapes recolhidos
• Centro de gravidade atrás do limite traseiro; 2. Reduza a potencia do(s) motor(es);
• O giro se dá no sentido quase horizontal; 3. Ailerons em neutro;
4. Pedal a fundo contrário à rotação;
• O vento relativo atua com grande inclinação;
5. Ao parar o giro, manche à frente para
• É praticamente irrecuperável !!!
neutralizar o profundor (não faça isso antes,
pois aumentará a velocidade de giro);
6. Concomitante à ação anterior, centralize os
pedais para neutralizar o leme de direção; e
7. Inicie a recuperação do mergulho.

ATENÇÃO!

• A centralização dos pedais deve ocorrer logo


que a aeronave para o giro, pois do contrário a
aeronave entrará em giro para o outro lado.

• Se houver altura suficiente e se você estiver


desorientado, solte os comandos do avião,
pois a aerodinâmica da aeronave levará a
neutralização do giro por ela mesma! E
reassuma tão logo cesse o giro para iniciar a
recuperação do mergulho.

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