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A estrutura mistica do magia. ‘A estrutura sinc do imaginrio ‘As fangs da imaginagio simbaiea Métodos do imaginisio, 2+ Os pais fundadores da ogi de ima “Tradugdo: Tania Pita e Masio Carvalho Gaston Bachelard (J. Wanenbus) Mircea Blade (Thom) Henry Corbin (£ Thomas Edgar Morin (. Thoma), Gilbert Durand (H. Godin) » 33 36 Py a ss 6 16 1, Iniciagao & teoria do imaginario de Gilbert Durand (0 dever de imaginar ‘oe teve a oportunidae de ver, ou ouvi ila nas iterengas existent entre of esquletos humanos ns diver: Sas cuturas? No Muse de "ome, em Pais, por exemplo, pode-se ver enis achataos, outros alongados, outros ainda ‘fundados no meio para formar wma divsto; existe tam: ‘bm pes com as flanges torida;e wri outras deforma ses do esque, Depoin do esqueleto, ritas cultuas modiicam tam- tei a ple por meio de cortes 08 de deformapBes esticam se 0s libios ou as ores, fazem-se pefuragbes © escaif tages, Chega, eno, & molifiasio mas superficial deste ‘orpo por meio da roupa e da pit, ‘Miso qe leva ose humsno a tanto modifica ove fo feito pela natureza? Conarent seria dll dar wma expica (io Basen na viidade dest tansformagies. Na verdad, press ages, o omen et exercendo uma facldade qe the & pipet: dar sentido a0 mundo. "Pra criar significado, entetanto, ele pe em aividade uma fongio da mente ~ aimaginast. 12 ria ai doa 5 it Dd © raciosinio a rasso, outa fungo da mente—permite sem divida analisr os fatos,compreender a tlagd existent ‘ne eles, mas nd ria significado, Para ques crgio ocr, necesito imagina. Eo que fizem, na sociedad orden, 5 ilbsoos, 0s cenistas soca, os estuliotos das religies, 9 poticos, os arqiteos, os atts, of fisicos, & matems ios... Ceiam flosofias, eos, eligi, obras. Criam, a ‘A citacia, como conhecineno, pode ser obtida sepuin- dose os mas vaados caminhos. Nas ciéncis homands, de ‘ante muitos nos, ptouse por um camino ealcado naguele as citncias narurais e ue se aceditaa ser obi. ‘Aualmente, nese inicio do séulo XXI dies creas as teorasclissicas,«autocrtica do cident dante dos fats Iastios (gues cofits, mii et) em pare ot progress a fs, fazem com ue se consider ive eta o sev hu ‘mano como se ese fose apenas um objeto (0 qo &fenome olga jt hava calocado no ini do skelo pad) e tale ‘mesmo desneresinte. Come, por explo, compresndr © ie ‘st eno feito edt hoje em rags a0 torino, sem cons era as dimensSes smi e mis qu es em eae? "Nesss perspectva, um estudo bascado.2a observagto sensivel dos fatos aparece ome muito mais adequada pa ‘obtengio de um conhecimento aprofundido de um objeto Ho complexo quanto o ser homano, ste io, para abordaro maginii, nto tert pois como Finalidaderewaga no tempo eno expago a histra dessa cen ia na tenativa de dar uma Wsto completa sobre o sesto, ‘mas oparé por ua visio em partials, que € a do antrops- logo Gilbert Durand. A tenativa ser dea paid xr ‘rs anopligis magn eda Imaging sn apre- ‘sentar uma sntese de sua propost em wma inguagem acess. vel a pessoas Sem formago especfin sone sunt, Init Aad mag dee Darl 13 eves resstar ainda que © imagiico, como encrxi- Thad das mas diversas cic, di espeito ao conbecimen- 10 como um tod, isto &, se diversas dsilinas, ‘Quando ¢ como surgia, no Ocidente, © estudo do imaginario? “0 ser humano, assim constitido, arbi significadoe ‘que vio bem além ds foncioalidade dos atos ou objets" DDesse modo, auilo que poderia parecer sbsolutamente na tural (vores, ua, (ogo), €aranaformado pelas diversas ultras para adguitir significado. Alterse aparénca 40 ‘corpo com as mais diversas escarificagdes, com o corte dos ‘abelos, com or enfites, a roupa.. No plan das necessida- es bisicas, 0 procedimento nao é diferent: para a taelo, exstem as proiigdes alimentares, 0 modo de apre- senapto dos alimentos, a manera de wsimili-los entre uta coisas. "Enfim, nada para 0 ser humano & insigniiante™E ar significado implica entae o plano do smbtico Se simboizar faz parte da propria condi humans, € comprensivel que estudiosos das mais varadse dsiplins tena desde sempre nteressado por ese nivel de expe ‘80. No entato, para a ealtraoetdentl exer etados fram fetos dante longo tempo de mancira desorganizaa, ‘Modernamente, pode-se considera que ¢ com 0 Fbo- fo fanets Gaston Bachelad (1884-1962) que tem inicio um ‘estudo sistematico e interdiscipinar (a pare de diversas ‘isiplins ou campos de estado) eae osimbolo: iso ocor re com a fundayao da Soc de Symboliome em 1950, em Genebra, que, a partir de 1962, past a publicr 08 Cis Internationa de Syolione Bachar tem o grande mésito de ter reabiitado a pe. sia como meio de conhecimeno, poesia que € do domino do Simbolico, do semsvel, do sbjetivo: "Tudo o que pode expe 4g tea de ier Daand rar a filosofia&tornar a poeiae a ciacia complementars, ‘Cunilas como dois contrrioe bem fits”! ‘Bachlar vi descobrc que o magia, muito Jonge de sera expresso de uma fantasia delirane, desenvolvese em torno de alguns grande temas, aguas grandes imagens que ‘onsituem pars homem os nls a0 redor dos qua. imagens convener e Se onganizam, ‘Em sua proposta de "um novo esplito cienifio", ‘Bachelar orienta efaca para uma mudansa de paradigms, ‘propondo esudar © homem em sua cspacidade de devanio. Discipulo de Bachelard, Gite Durand fonda em 1967 © Cente de Rhee ur gai, em Chambery, na Fane fo, que pasa a publica revista Cit. Com uma propos, Tammy deintediacpinaridae, o Ceure se desenvolve com fore infvénca das obras do préprio Bachelard © do sic ralita suo C. ©. Jung (1875-1962). "A patlrdeses dois centros ¢ da difust das teoias de tse oF grupos de etudo sabe oimaginieo se mulipticam, “Atoniments, exstem cenros de pesquisa em mals de vinte Dalseseem cada pas, em diversas universidades. No Bras, fais Je 400 grupos de pein lidam com 0 imaginirio? Na France, a reflexdo sobre a dimensio simbolica tem sido ‘prouedada ~ apart de bases tedricas diversas ~ por est twos como Pal Ricoer, René Allens, Edgar Morn, Michel ‘Mafisol, ean Davina ean Bauder J: Wonenburss, ene outros além do proprio Gilbert Durand (0 imaginério: essencia do espiito ‘Ao longo da exposicio de sua teoria, Gilbert Durand ‘exilicta «nog de magntro por meio de iis visas que serio agu reagrupadas: Bead Ped 2 Suns exdanat do Gpor de Psu no Pe 2 aig 3d ane de ite Dard 1S (maison coin de inna ae de nner ge Snr pal esi do bo = space coro ands enor oe en ‘Seon ore proces eto aman. ‘mlnsio(.) norma eadamensl(.) peda gal Continua aang do poss ctf apaec como um {entmene sabia esem sido. ‘Ere a asimingo pra do exo ea adapta iit da “one ojeiade comatose imagine fuss enn do epi i xs dose par ‘Brun pero ise ego mundo sje da Par poser flr om comptincia do imaginkio nto se deve Conteris enon aptcos de sb ep a> ‘te, a pos repetn qnse ex oma: ‘ema ats moss cama cla gue Sonpropsem at, mtlois, olga ing 0 imaginisio, ness porspeciva, pode ser cosiderado como eréncia do esprit, & medida que o ato de eriac30 tanto artistic, como 0 de torna alg sigoifieativo), £0 Smpolso oriundo do sr (individual ov colevo) completo ‘avo, ama, sentiments, sensibidade, emogbes.), 8 Tai fe tudo aqui gos, para 0 homem, existe. ‘Do simbolo ao simbélico ao imaginério Porque falar em imaginiroe ao simplesmente em sim botismo? Para ober resposta esta pergunta & necesssio fave um breve peters pas principals teoras que seviramt fe base a refleto de Gilbert Durand Primeiro, devese dizer que a proposta de abordagem & fenomenologie: dois figsofos alemies, W. Dithey (1833: er 6 ico aie io Dd 1911) e E, Hasse! (18691938), preoeupados com 0 sig «ado da obra oud sgnifeapso de um modo geal, exabee ‘eam a oposgtoexistete ene um mitoda enplicativ (= lapis de causa a eet) que pode ser apicado & natura, € ‘um método compreensivo, propa par 0 extudo do homer, ‘de mancira que o objetivo do estedo & deifar © sentido proprio de toda realdade humans, de toda expressig humana 41 vide € do expo, PPodeseconsderar qu com Bacelard efintvamente em ‘elo as ccs umanas, a iso do homem cota we fe ‘um objeto dena de sera mai importante. Segundo o fest, «valida do conbesimento€a mesma, sea cle adquido pela ‘experiments ou pela poesia Bachelard demons com soa obra que a organiza do mundo ou sj, as reagent tes ene os mens ene os homens a tera nite ox homens 0 universo— nto €oresukado de uma sti de raccniog, mas 4 elaborajto dems fone da mente (piquia) que leva em conta aos emogbes. Nes pespctiva, ee enleca alums ideas bisa: que osibolo pete exbeleser oaonda ene ‘©.a1€ 0 mando; que os quatro elementos (era, at, gua ¢ Fogo) ‘so "honéias ds imaginag O simbolo& pois dintico a pir de tal constatagto Babel estab lao ent simbolo, imagem e imapinini: “O vacbulofendamental que cotesponde 4 imaginardo ado és imagem, & 0 inagintio O ‘lor de uma imagem se mede pela extensio denon ara ins finda, Gracas ao imaging, 3 imaginapto € eiencialmenc aherta,evasva. Ela & no priqusmo humano a experincia da thenura, + experinca da noviade” Por cut lad, Jeng (1875-4961, pecans suo, in trigudo com o ato de Seu center relatarem sonhog iént £09 a mitos de outs clr, prope o cnceto de “incons- lente eoetivo™ memoria da experincia da humanidade. © ito seria. eno #organizarto de imagens univers arque- bigs dnd magn dGihr Darand 17 tipicas) em constlages, em marragbes,s a ag transfor: madors da siuagio socal ~o que implica em uma unde ‘entre 0 individuo, a espe eo cosmos. O incansiete cole tivo € estrturado pelos arguéspos, ou se, por disposi Iredtirias para reagt. Esesarguétipos se expressim et imagens simbbliascoletivas, osimbolo como a expiitagaa 4 estruura do arquéspo. Cassirer (18741945), fiosofo alemto da escola neo ‘antana, po sua Ye, masta a imspordncia do homem como animal simblico. Para ele, os simboloe tem propredades ‘ladon libertadorss Para Mircea Eliade (1907-1987), ainda, autor do Talo sta hr das ries estudio do pensamento mice, 0 mito ¢ a experiéniaexiencal do homem que Ihe penile ‘encontrar e comprenderse. A atividade cadors do ex "to humane lida com toda experiénia humana A pari dessasorientapbes, entre outa, Cibert Durand vai fle em imaginiio ena em simbolsmo, pois osinbolo Seria a mancira de expresar oimaginiio. Freqdentemeat, para se rata de smbolisme, fe refe- ‘inci a “sistemas simblicoeabordase eno simbolimna religso, plisco et Mas para Durand ees sistemas sib’ Hest o so independents, pois decortem de uma visa de mundo specifica, imagindia, qu € a pra cur. A organizacao dos simbolos ‘Assim como ucla do autor dr earatuas aneopoi cas do imaginéri, a exposigho a seguit devers ser feta de ‘mancira linea, quando dfs nSo existe anterordade de ‘alquer etapa sobre a outa. Para se abordar a Yconvergncla” (manera como or snizam) dos simbolos,énecesiio define os principals ter mos empregados 1S ian dtr Pond | &amrior imagem, comesponde a uma ten:

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