Alana Tainara Jesien

Você também pode gostar

Você está na página 1de 29

CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ALANA TAINARA JESIEN

HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL

PORTO ALEGRE
2023
1

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ALANA TAINARA JESIEN

HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Centro Universitário Ritter
dos Reis, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharelado em
Fisioterapia

PORTO ALEGRE
2023
2

ALANA TAINARA JESIEN

HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de curso defendido e aprovado como requisito parcial para a


obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia, pela banca examinadora constituída
por:

Prof. Me. Juliano Lopes da Costa


Orientador

Outra pessoa da banca


Examinador(a)

PORTO ALEGRE
2023
3

“O sucesso sempre foi a criação da


ousadia”.
Voltaire
4
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus o meu criador por ter me dado espírito de vida e
saúde e capacidade para poder estudar e sabedoria para lidar com os desafios. E
agradeço a minha mãe porque sem ela e sem o apoio dela eu não teria conseguido
nem realizado, por ela ter me dado todo o apoio e estrutura para mim estudar e ter
sido uma grande guerreira que nunca desistiu de me incentivar e me dar o melhor.
Agradeço também a todos os professores e professoras que me deram o ensino, o
conhecimento essencial à minha formação e aprendizado, mesmo com todos os
desafios do cotidiano, se esforçam em ensinar o melhor a seus alunos e por terem
paciência de explicar. Até mesmo durante o período de quarentena na pandemia
deram o seu melhor, conforme puderam.
Agradeço ao orientador Juliano Lopes, que se dedicou muito a me orientar da
melhor maneira possível para que eu conseguisse montar um trabalho de qualidade,
revisando quantas vezes fosse preciso. Agradeço a instituição que também não
mediu esforços para que eu conseguisse concluir minha graduação mesmo no
período que tranquei o curso e depois retornei com todos os percalços e imprevistos.
6

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

FIGURA I – Fluxograma de Pesquisa .............................................................. 18


7

LISTA DE TABELAS

TABELA I – Artigos da Discussão. .................................................................. 19


8

LISTA DE ABREVIATURAS

GMFCS - Sistema de Classificação da Função Motora Grossa


PC - Paralisia cerebral
9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO. ................................................................................................ 13
2. METODOLOGIA. ............................................................................................. 16
3. RESULTADOS. ................................................................................................ 17
4. DISCUSSÃO. .................................................................................................... 22
5. CONCLUSÃO................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS. ................................................................................................... 27
10

HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL

HYDROTHERAPY IN PATIENTS WITH CEREBRAL PALSY

1Alana Tainara Jesien, 2Juliano Lopes da Costa

1Graduanda do curso de Fisioterapia do Centro universitário Ritter dos Reis


(UniRitter)
2Orientador, Educador da Faculdade de Ciências da Saúde do Centro Universitário
Ritter dos Reis (UniRitter)

Autor Correspondente: Alana Tainara Jesien


Nome Completo: Alana Tainara Jesien

Conflito de Interesse: Os autores declaram que não há conflitos de interesse no


processo de apreciação e publicação do referido trabalho.
11

RESUMO

A Paralisia Cerebral (PC) é uma lesão que ocorre no sistema nervoso central com
característica não progressiva adquirida na infância quando o cérebro ainda está em
fase de maturação. Não há tratamento específico para a PC, portanto, terapias
convencionais e alternativas podem auxiliar na prevenção de complicações
secundárias decorrentes da lesão, dentre elas uma alternativa como a fisioterapia
aquática para crianças com paralisia cerebral. Objetivo: Revisar o tratamento da
hidroterapia em crianças com paralisia cerebral. Metodologia: Para a realização
desta pesquisa foram utilizadas base de dados como PubMed, Bireme e Medline
onde foram selecionados artigos destas mesmas bases entre os anos de 2009 a
2018 com critérios de inclusão no foco de exercícios aquáticos para crianças com
paralisia cerebral. Resultados: A realização deste estudo contou com um total de 80
artigos encontrados, após passarem pelas etapas de seleção: leitura de títulos,
exclusão de duplicidades e leitura na íntegra de artigos, sendo escolhidos para
discussão 5 artigos. Conclusão: Com base nos estudos encontrados, a fisioterapia
aquática conta com propriedades físicas da água que favorecem o tratamento
fisioterapêutico para a qualidade da função motora, cognitiva e qualidade de vida de
pacientes com paralisia cerebral. A mesma promove a melhora da função motora
grossa, melhor funcionalidade, melhor equilíbrio no controle de tronco, melhora da
qualidade de vida e no prazer ao realizar a atividade.

Palavras-chaves: hidroterapia; crianças; paralisia cerebral


12

ABSTRACT

Cerebral Palsy (CP) is a lesion that occurs in the central nervous system with a non-
progressive characteristic acquired in childhood when the brain is still in the
maturation phase. There is no specific treatment for CP, therefore, conventional and
alternative therapies can help prevent secondary complications resulting from the
injury, among them an alternative such as aquatic physiotherapy. Objective: To
review hydrotherapy treatment in children with cerebral palsy. Methodology: To carry
out this research, databases such as PubMed, Bireme and Medline were used,
where articles were selected from these same bases between the years 2009 to
2018 with inclusion criteria in the focus of aquatic exercises for children with cerebral
palsy. Results: The accomplishment of this study had a total of 80 articles found,
after going through the selection stages: reading of titles, exclusion of duplications
and reading of articles in full, being chosen for discussion 5 articles. Conclusion:
Based on the studies found, aquatic physiotherapy has physical properties of water
that favor physical therapy treatment for the quality of motor and cognitive function
and quality of life of patients with cerebral palsy. It promotes the improvement of
gross motor function, better functionality, better balance in trunk control, improved
quality of life and pleasure when performing the activity.

Keywords: Hydrotherapy; children; cerebral palsy


13

1.INTRODUÇÃO

A Hidroterapia é um recurso aquático que possui objetivos terapêuticos. A


piscina para esta finalidade de tratamento é utilizada com água aquecida. O
significado de hidroterapia vem do grego hydro que significa água, e therapeia que
significa cura. Nos tempos antigos há indícios de que algumas civilizações
utilizavam a água como recurso terapêutico. Na índia, e medicina de ayurveda, a
água é considerada uma fonte de energia chamada prana, sendo até hoje utilizado o
rio Ganges como um local sagrado para rituais e utilizam a fé, esta utilização crê na
cura pela água. Os Romanos usavam os banhos, também, como algo para prevenir
e tratar lesões de atletas. Durante o Cristianismo, na Idade Média, foi considerado
um ato pagão utilizar a água para fins curativos, mas utilizavam os rios que eram
utilizados para o batismo Cristão, por exemplo. Já na Inglaterra, França, Alemanha e
Itália se usavam compressas para o tratamento de doenças. A água na Grécia
Antiga, por exemplo, era associada a rituais de purificação, sendo considerada
sagrada para cura e desintoxicação, era também associada ao deus grego da cura
chamado Asclépio. Na Grécia, este deus possuía, inclusive, templos com piscinas e
fontes. No Egito a água também era usada por pessoas consideradas importantes
para a sociedade na época.(1)

Quando a hidroterapia chegou no Brasil era considerada ainda uma prática


da nobreza. Com o passar dos anos, foi sendo utilizada como recurso de tratamento
fisioterapêutico aproveitando as propriedades físicas da água, que ajudam na
reabilitação de pacientes com determinadas limitações. Além disso, passou a ser
uma alternativa de tratamento relaxante, prazeroso e lúdico. A hidroterapia no
Brasil, teve seu início na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro no ano de
1922, onde eram utilizados os banhos de água doce e salgada. Na época, existia
uma entrada principal na Santa Casa que era banhada pelo mar, e havia fácil acesso
para os banhos com água salgada, aspirada do mesmo. E, para aplicação de
banhos de água doce, obtida do sistema de abastecimento da cidade.(1)

As piscinas para hidroterapia são adaptadas para serem utilizadas por


pacientes com dificuldades de locomoção e acesso. Estas adaptações podem ser
rampas de acesso, por exemplo. Segundo a Associação Brasileira de Normas
Técnicas:
14

Atualmente existem normatizações para um serviço de hidroterapia,


que deve ser um ambiente planejado de modo a atender às
necessidades de todos os usuários da piscina, considerando as
patologias, deficiências, assim como as atividades que serão
realizadas no local. Essas normas vão desde ao projeto da piscina
que deve ter um design que torne o ambiente seguro, confortável e
funcional tanto para o fisioterapeuta como para o paciente, traz
normas também referentes ao tratamento e a manutenção da água,
às instalações elétricas, de acordo com a legislação federal vigente
10, às exigências estabelecidas em códigos, leis ou normas
pertinentes, nas esferas federal, estadual ou municipal e as normas
específicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
(REVISTA CIENTÍFICA DA ESCOLA ESTADUAL DE SAÚDE
PÚBLICA DE GOIÁS CÂNDIDO SANTIAGO.)
As normas vigentes a respeito dos locais de tratamento geralmente são
sobre espaço: possuir corrimão nas paredes da área ao redor da piscina, chão com
antiderrapantes, chão com inclinação favorável para que ocorra o escoamento de
água, alarmes e telefone perto da piscina, equipamentos de segurança com
facilidade de acesso. Sobre as piscinas: piscina de cor clara, piso da piscina também
deve ter antiderrapante, corrimão fixado na parede da piscina, piscina com indicação
de mudança de profundidade. Em relação a duchas: ducha para ser utilizada antes
da entrada na piscina, ducha com espaço suficiente para caber cadeira de rodas. No
que tange à manutenção: responsável técnico para realizar o tratamento da água,
tratamento rigoroso com a água, manutenção de equipamentos como macas, bóias
e flutuadores. A respeito da segurança do ambiente: degraus de entrada e saída da
piscina com largura adequada, degraus de entrada e saída da piscina marcados
com uma cor contraste, corrimão ao lado dos degraus de entrada e saída, corrimão
em ambos os lados da rampa para segurança, inclinação da rampa em tamanho
pequeno, final das barras paralelas em formato arredondado ou coberto com
borracha, aviso referente aos riscos, preparação de Fisioterapeutas para eventuais
acidentes, Ser instruído o uso de chinelo antiderrapante na piscina. (2)

A paralisia cerebral é uma lesão neurológica, que possui um grupo de


distúrbios não progressivos causando limitações até mesmo para a qualidade de
vida dessas crianças. As desordens da PC ocorrem por alterações de sensibilidade,
percepção, dificuldades motoras, na fala, na cognição, aprendizado, postura,
problemas musculoesqueléticos, incapacidade de interpretação de informações, não
reagir aos estímulos externos, etc. Existem diferentes tipos de paralisia cerebral,
uma delas é a espástica na qual possuem os indivíduos possuem hipertonicidade, a
15

literatura indica que com a ajuda dos efeitos térmicos da água, pode ser reduzida a
espasticidade dessas crianças, podendo ajudar na diminuição da dor. Um dos
objetivos terapêuticos do tratamento da paralisia cerebral espástica é prevenir
contraturas e deformidades e a terapia aquática protege a integridade das
articulações para reduzir a dor e a espasticidade. O tratamento, também, pode
melhorar a capacidade cardiorrespiratória e qualidade da marcha.(3)

A hidroterapia tem importância no tratamento de crianças promovendo


também a integração das mesmas na sociedade. Pois, além de melhorar as
capacidades motoras e cognitivas dessas crianças usando os estímulos motores e
sensoriais na piscina, ainda proporciona prazer e diversão à medida que também
sentem a necessidade de brincar, de se socializar e ter rotinas diferentes em seu
cotidiano. A água e os exercícios e brincadeiras são grandes aliados para conectar
essas crianças a um meio na qual podem se desenvolver mais suas funções
motoras, cognitivas e sua qualidade de vida. (3)

A hidroterapia quando é utilizada na reabilitação de pacientes com paralisia


cerebral espástica tem um impacto positivo quando a água é aquecida a uma
temperatura agradável ao paciente, na faixa entre 32 a 33º C. Na hidroterapia os
pacientes também usam propriedades físicas da água durante a reabilitação como
turbulência, resistência e flutuação. Os métodos para reabilitação, como turbulência
e resistência , fortalecem os músculos utilizando as propriedades físicas da água. O
efeito de flutuação auxilia o movimento das articulações rígidas em amplitudes
maiores. (4)

A turbulência acontece com movimentos semelhantes ao de um


redemoinho, criando mais resistência. Isso aumenta o esforço do paciente que está
utilizando o recurso fisioterapêutico.(5) A hidroterapia para pessoas com paralisia
cerebral já é amplamente conhecida. Entretanto, as medidas tomadas para este
tratamento com crianças ainda são pouco investigadas. Com base no exposto, o
objetivo deste estudo é revisar o tratamento da hidroterapia em crianças com
paralisia cerebral.
16

2. METODOLOGIA

O método aplicado para o objetivo de pesquisa deste estudo foi dividido em


seis etapas para uma revisão integrativa da literatura. Primeiro foram utilizados os
descritores escolhidos para a pesquisa, foram eles: “children”; “cerebral palsy”;
"hydrotherapy"; "crianças"; “paralisia cerebral”; “hidroterapia”. Na base de dados
Bireme foram utilizados seis descritores, três em inglês e três em português. E nas
demais foram utilizados somente descritores em inglês. As bases de dados
utilizadas durante essa pesquisa foram Bireme, PubMed, MedLine, Scielo, Lilacs e
Cochrane Library. No total foram encontrados 80 artigos em inglês, português, russo
e alemão.
Os critérios de inclusão foram artigos que focam mais nos exercícios em
piscina para crianças com Paralisia Cerebral. Os critérios de exclusão foram artigos
que incluíam outros temas que não foram encontrados com relevância e correlação
com o tema, alguns textos mencionavam a acupuntura, por exemplo.
A busca foi realizada no dia 20 de Abril de 2023. Ao final do processo foram
escolhidos 5 artigos, que compuseram a discussão, sendo excluídos artigos em
duplicata.
Os artigos escolhidos foram publicados entre os anos de 2009 e 2018. O operador
booleano ``AND´´ foi empregado nas pesquisas entre as palavras chaves nas bases
de dados.
17

3. RESULTADOS

A realização deste estudo contou com um total de 80 artigos encontrados.


Após passarem pelas seguintes etapas de seleção: leitura de títulos; exclusão de
duplicidades; e leitura na íntegra de artigos, foram escolhidos para discussão 5
artigos. Os artigos escolhidos foram em idiomas inglês e português. Os critérios
utilizados para leitura de títulos que fossem específicos ao objetivo da pesquisa
como, por exemplo, reabilitação em crianças com paralisia cerebral na hidroterapia.
Os critérios usados para excluir duplicidades foram analisar título por título dos
artigos encontrados em cada base de dados, a fim de que não fossem utilizados
repetidos. Os critérios utilizados na leitura na íntegra dos artigos foram os que mais
utilizam exercícios para crianças com paralisia cerebral na água e seus respectivos
resultados.

Nas próximas páginas, apresentamos o fluxograma que indica todos os


passos realizados para a seleção dos artigos desta revisão. Assim como, a tabela
com os dados dos artigos selecionados.
18

Figura I - Fluxograma de Passos realizados para escolha de artigos para revisão.


19

Tabela I - Artigos escolhidos para a discussão: Autores e Ano; Revista; Título; Tipo/Método; Resultados.

N Autores Revist Título Tipo/Método Resultados


º e Ano a

1 Ano Fisiote Effects of Trata-se de um ensaio clínico Na análise intergrupo observa-se melhora no equilíbrio
2018; r Bras aquatic randomizado, estratificado e cego. Os dinâmico sentado (p = 0,001) e reações de equilíbrio
Araújo; 2018;1 physical participantes foram selecionados por meio (p=0,015) para o GI, houve melhora da flexibilidade da
L.B. , 9(5):61 therapy in de triagem dos prontuários do banco de musculatura posterior do tronco e membros inferiores no
Castro T. 3-23 motor dados da Clínica de PC da instituição. Da GC (p = 0,017), para os demais instrumentos não teve
S functional in triagem de 1.599 prontuários, 20 crianças diferença significativa nas análises intergrupos. Na análise
Cardoso subjects foram incluídas e 16 finalizaram o estudo. intragrupo para o GI, constatou melhora no equilíbrio
L.O. with Os pacientes foram alocados por estático e dinâmico do tronco nas três subescalas da
Tomasett cerebral estratificação pelo nível do GMFCS em TCMS, equilíbrio estático sentado (p= 0,033), equilíbrio
o palsy: grupo controle (GC) que realizou dinâmico sentado (p = 0,012) e reações de equilíbrio (p =
L.C.Kan randomized fisioterapia convencional e grupo 0,027), assim como para a pontuação total da escala (p =
ashiro clinical trial. intervenção (GI) que realizou o protocolo 0,012); no GMFM, o aumento da pontuação das
M.S. de exercícios aquáticos. Ambos os grupos dimensões D (p = 0,012) e E (p = 0,020), bem como a
Braga foram submetidos à avaliação pré e pós- média das três dimensões (p = 0,012); na EMG observa-
D.M. intervenção com os seguintes se melhora da ativação muscular para o músculo LD;
instrumentos: Gross Motor Function melhora da dor (p = 0,026); ambos os grupos melhoraram
Measurement (GMFM), Trunk Control significativamente (p = 0,012) a distância percorrida no
Measurement Scale (TCMS), TC6 e o tempo no TUG, GC (p = 0,017) e GI(p = 0,036.
Eletromiografia de superfície (EMG) dos
músculos reto abdominal e latíssimo do
dorso, Teste de Caminhada de 6 minutos
(TC6), Timed up and Go (TUG), Escala
Visual Analógica (EVA) da marcha,
Flexômetro de Wells.

2 2010; Acta Avaliação Foi verificada a flexibilidade de três Houve aumento significativo da flexibilidade da
Espindul Scienti da crianças com Paralisia Cerebral cadeia muscular posterior dos pacientes após cada
a, A.P arum. flexibilidade diparéticas, com idades entre sete a dez sessão de hidroterapia, tanto na avaliação em grupo
.Jammal Health pelo método anos. Os valores de flexibilidade foram quanto individual, assim como antes da primeira sessão
20

M.P. Scienc do aferidos, usando o flexômetro de Wells. de hidroterapia quando comparada com a última. O
es; flexômetro estudo sugere que a hidroterapia promove melhora da
Guimarã Maring de Wells em flexibilidade em relação à cadeia muscular posterior de
es, á, v. crianças crianças com PC diparéticas, pelo relaxamento global e
C.S.O. 32, n. com consequente diminuição do tônus muscular, quando
Tavares 2, p. paralisia associada a exercícios de alongamentos passivos.
D.R.S. 163-16 cerebral
7, submetidas
Reis 2010. a tratamento
M.A. e hidroterapêu
Teixeira tico : estudo
V.P.A. de casos.

3 2015;Chi Journa Pediatric Crianças com paralisia cerebral espástica Os resultados estatísticos indicam que
h-Jou l of Aquatic foram recrutadas no Departamento de o grupo de terapia aquática teve maior média de 66 itens
Lai, Child therapy on Medicina Física e Reabilitação de dois na Medida da Função Motora Grossa após a intervenção
MD1,2,3, Neurol motor hospitais terciários. Os critérios de inclusão do que o grupo de controle grupo (Z2 ¼ 0,308, P ¼ ,007),
Wen-Yu ogy function and foram os seguintes: diagnóstico de mesmo para crianças com Nível IV do Sistema de
Liu, 2015, enjoyment paralisia cerebral espástica : idade de 4 a Classificação da Função Motora Grossa (5,0 vs 1,3). O
PhD4 , Vol. in children 12 anos; Níveis do sistema de classificação grupo de terapia aquática pediátrica teve pontuações mais
Tsui-Fen 30(2) diagnosed de função motora grossa de I a IV e altas na Escala de Prazer em Atividade Física do que o
Yang, 200-20 with capacidade de seguir instruções. Critérios grupo controle no pós-tratamento (P ¼ 0,015). Esses
MD1,2,5, 8 cerebral de exclusão: receber injeções de toxina achados demonstram que a terapia aquática pediátrica
Chia-Lin palsy of botulínica ou cirurgia não antes de 6 meses pode ser uma terapia eficaz e alternativa para crianças
g Chen, various antes do início do projeto; um transtorno com paralisia cerebral, mesmo com baixo nível do
MD, motor psiquiátrico ou distúrbio de comunicação, Sistema de Classificação da Função Motora Grossa.
PhD3,6, severities. como autismo ou atraso mental; epilepsia
Ching-Yi mal controlada; feridas abertas ou
Wu, problemas de pele ou infecção ativa.
ScD,
OTR7 ,
and
Rai-Chi
Chan,
21

MD1,2

4 2017; PHYSIC Effects of Estudos com pessoas de 3 a 21 anos com Dos 11 estudos que atenderam aos critérios de inclusão,
Roostaei AL & Aquatic qualquer tipo ou classificação de PC e pelo apenas dois usaram um desenho de estudo controlado
OCCUP
, ATIONA Intervention menos um resultado que mede habilidades randomizado, e os resultados foram mistos. A qualidade
M.Baharl L on Gross motoras grossas foram incluídos. da evidência foi classificada como moderada a alta para
ouei, THERA Motor Skills Informações foram extraídas sobre o apenas um estudo.
H.Azadi PY IN in Children desenho do estudo, resultados e tipo de
PEDIAT
H. & RICS ,
with programa aquático, frequência , duração e
Fragala VOL. 37 Cerebral intensidade. A qualidade foi usando o
M.P. N. 5 , Palsy: A Center of Evidence- Based Medicine:
496 - Systematic Levels of Evidence e a escala PEDro.
515 Review.

5 2009; Fragal An aquatic Quatro pacientes com paralisia cerebral, Os resultados foram clinicamente significativos
Fragala- a-Pink physical artrite idiopática juvenil ou síndrome de em melhorias que foram documentadas na mobilidade
M.P., PT, ham, therapy funcional, resistência ao caminhar, amplitude de
MS, MA, program at Prader-Willi participaram de intervenção de movimento, força ou redução da dor para todos os quatro
Helene Dumas a pediatric fisioterapia aquática e terrestre. Três dos pacientes.
M. , HM, rehabilitatio pacientes tinham problemas ortopédicos
Dumas, Barlow n hospital: a
que exigia suporte de peso limitado ou
PT, MS, , CA e case series.
Carrie A. Paster baixo impacto nas articulações durante
Barlow, nak, A. atividades motoras.
PT, PCS, (2009)
and
Pasterna
k, PT,
MS
22

4. DISCUSSÃO
Segundo Espíndula et al (6) , a Encefalopatia Crônica Não - Progressiva da
Infância geralmente conhecida como paralisia cerebral é caracterizada por uma
lesão no sistema nervoso que gera comprometimento sensório, motor, cognitivo, na
comunicação, postura, tônus muscular e marcha. São diversos os tipos de paralisia
cerebral, estes são classificados como: quadriplegia, hemiplegia, entre outros.

Alguns exercícios podem melhorar a função motora de crianças com


paralisia cerebral, neste mesmo estudo de Espíndula et al (6) teve a participação de
três crianças com diagnóstico de paralisia cerebral diparética sendo eles dois
meninos e uma menina , com idades de sete a dez anos. Foram realizados
alongamentos de forma passiva para o relaxamento da musculatura, o que pode
evitar também contraturas. No presente artigo, com o título “avaliação da
flexibilidade pelo método do flexômetro de Wells”, foram realizadas cinco sessões de
hidroterapia. Foram realizadas uma sessão por semana e eram realizados
alongamentos um em cada membro em membros inferiores e superiores, para
serem aferidas as medidas de flexibilidade em centímetros.(6)

Araújo et al (7), utilizou um método de fisioterapia aquática com água


aquecida a 33ºC, realizado por três fisioterapeutas que tratavam de pacientes com
dificuldade de controle de tronco, os quais eram 20 crianças. Neste estudo, pode-se
usar a hidroterapia para realizar alongamentos e outros exercícios para melhora da
marcha, função motora grossa e qualidade de vida, das pessoas com paralisia
cerebral. Para os autores, o ambiente aquático proporciona propriedades
hidrodinâmicas para que as funções corporais treinadas na piscina, através de
exercícios, sejam melhoradas quando se está no solo (7). Os fisioterapeutas
aplicaram alongamentos, ativação muscular de tronco e mobilização com utilização
de bastões, realizando rotações de tronco para os dois lados. O tratamento utilizado
foram exercícios de ativação muscular do tronco e mobilização, foi utilizado
alongamento de tronco e flexores de quadril, ativação de estabilizadores de
escápulas e extensores de tronco, ativação de rotadores de tronco, flexores de
tronco e controle postural em pé, tudo em uma piscina.
23

Lai et al (3), realizaram o tratamento em crianças, com paralisia cerebral


espástica de 4 a 12 anos de idade, da seguinte forma: treinamento aeróbico e
anaeróbico, realizando também elevação do calcanhar com equilíbrio em algum
jump na piscina. Para Lai et al (3) foi usado treinamento aeróbico, um exemplo a
citar pode ser uma criança de 5 anos com espasticidade classificado como nível III
no Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS). O tratamento
aeróbico consistiu em brincadeiras com chute utilizando uma prancha e caminhada
em águas rasas e o tratamento anaeróbico era de força e resistência que usava
elevação dos dedos dos pés e calcanhares, equilibrando-se em um pé, agachando e
pulando.

No estudo de Roostaei et al (8), os participantes eram pacientes com


paralisia cerebral de níveis de I a V na escala GMFCS, de idade entre 3 a 21 anos.
Neste mesmo estudo, uma propriedade física da água que ajudou crianças com PC
foi a flutuação, porque oferece um melhor alinhamento articular que as ajudarão em
atividades terrestres como correr e pular e causam menos impacto nas articulações.
O tratamento realizado neste estudo, utilizou programas de reabilitação aquáticos
com realização de duas a três vezes por semana, com duração de 6 a 16 semanas.

O estudo de Fragala et al (9), teve a participação de quatro pacientes com


paralisia cerebral, artrite idiopática juvenil ou síndrome de prader willi, estas pessoas
participaram do programa de reabilitação fisioterapêutica aquática e terrestre. Três
participantes tinham problemas ortopédicos que exigia o suporte de peso limitado ou
baixo impacto nas articulações ao realizar atividades motoras. Foram incluídos
treinamento de resistência, treino de marcha, equilíbrio e fortalecimento da
panturrilha e alongamento dos isquiotibiais.

Na pesquisa de Araújo et al (7), os resultados foram: melhora da flexibilidade


da musculatura posterior do tronco e membros inferiores, benefícios para controle de
tronco em pacientes com paralisia cerebral diparética espástica classificados no
nível II ou III do GMFCS, beneficiando as reações de equilíbrio. O tratamento por
hidroterapia, neste estudo, também proporcionou a melhora do controle do tronco,
pois muitos pacientes com paralisia cerebral, por exemplo os pacientes com
diparesia espástica possuem essa dificuldade.
24

Para Lai et al (3), a hidroterapia promoveu integridade nas articulações mais


do que praticando exercícios fora da água, pode melhorar a função motora grossa, e
diminuiu a espasticidade, aumentando a resistência e qualidade cardiorrespiratória.
O tratamento promoveu, também, qualidade e melhora da marcha. Os exercícios
andando na água contra a resistência promoveram fortalecimento muscular e
melhora da respiração e função cardiovascular. Os resultados foram: ganhos em
função motora e prazer na atividade física em crianças nível II no GMFCS do tipo
diplégico espástico (3).

A hidroterapia também promove benefícios para pessoas com paralisia


cerebral, por exemplo, quando um paciente está na água em submersão, momento
em que a pressão hidrostática vai promover uma resistência a todos os grupos
musculares. Também podem ser usados exercícios com movimentos passivos e
ativos, assim como, flutuação e imersão (LAI et al, 2015).

Conforme o estudo de Roostaei et al (8), em relação à hidroterapia, alguns


participantes relataram efeitos adversos menores ou nenhum efeito adverso.
Segundo a conclusão deste estudo, o exercício aquático é viável, e os efeitos
adversos são mínimos. Cinco dos onze estudos verificados pelos autores não
mencionaram efeito oposto nulo, seis relataram efeitos adversos de escala menor
ou nada de efeito contrário. Os efeitos adversos encontrados no estudo eram bolhas
nos pés de alguns pacientes, mas foram resolvidos com sapatos para andar na
água.

No estudo de Espindula et al (6), os resultados foram o aumento


significativo da flexibilidade da cadeia muscular posterior a cada duas sessões
depois da hidroterapia, tanto na avaliação em grupo quanto individual. O estudo
sugeriu que a hidroterapia tem a capacidade de promover flexibilidade em relação à
cadeia dos músculos posteriores de crianças com PC diparéticas, pelo uso do
relaxamento global e consequente diminuição do tônus muscular, associada com
exercícios de alongamentos passivos.

Conforme Fragala et al (9), a flutuabilidade da água foi útil para promover o


fortalecimento muscular da panturrilha em pé para que os participantes
conseguissem realizar as atividades. Segundo os autores, os resultados foram
significativos com melhorias na mobilidade funcional, resistência nas caminhadas,
25

amplitude de movimento, força e redução da dor para todos os pacientes


participantes do estudo. A partir das propriedades da água o ambiente tornou-se de
baixo impacto, favorecendo o tratamento e promoveu um ambiente de motivação
para as crianças envolvidas no estudo. Os resultados foram significativos em
melhorias que foram documentadas na mobilidade funcional, resistência ao
caminhar, amplitude de movimento, força ou redução da dor para todos os quatro
pacientes.
26

5. CONCLUSÃO

A hidroterapia tem grande eficácia para a melhora da função motora grossa


em pacientes com paralisia cerebral, melhora a qualidade de vida e cognitiva.
A turbulência foi um fator para a melhora do equilíbrio e resistência. O uso
de alongamentos auxiliou para a melhoria da qualidade dos movimentos e os
demais exercícios descritos nos textos, sendo utilizados exercícios ativos e passivos,
aeróbicos, flutuação, alongamentos e atividades lúdicas na água. Algumas
propriedades físicas da água, como pressão hidrostática, também foram importantes
para promover resistência a grupos musculares, ajudando no fortalecimento destes.
O uso da flutuação, por exemplo, contribuiu para menor impacto de articulações,
proporcionando um melhor desempenho em superfícies terrestres, podendo ter
maior qualidade em suas articulações. Exercícios aeróbicos e lúdicos também
favorecem na produção de endorfina trazendo bem estar a essas crianças que
sentem a necessidade de brincar. Conclui-se que a prática de exercícios aquáticos
têm ótimo impacto no tratamento fisioterapêutico de crianças com paralisia cerebral.
27

6. REFERÊNCIAS
1. FRUTUOSO RAM; Hidroterapia na Marinha do Brasil. Arq. Bras Med Naval. 2014
jan; 75(1) : 8 -13. Available from:
http://portaldeperiodicos.marinha.mil.br/index.php/abmn/article/view/680/681

2. Carmo CF, Cardoso AM ; Aspectos relacionados à segurança em um serviço de


hidroterapia. Rev Cient Esc Estadual Saúde Pública Goiás “Cândido Santiago”.
2021;7;e7000031 pag. 5 - 6. Available from:
https://www.revista.esap.go.gov.br/index.php/resap/article/view/275/144

3. Journal of Child Neurology 2015, Vol. 30(2) 200-208 ª Chih-Jou Lai, MD1,2,3,
Wen-Yu Liu, PhD4 , Tsui-Fen Yang, MD1,2,5, Chia-Ling Chen, MD, PhD3,6, Ching-Yi
Wu, ScD, OTR7 , and Rai-Chi Chan, MD1; Pediatric Aquatic Therapy on Motor Function
and Enjoyment in Children Diagnosed With Cerebral Palsy of Various Motor Severities ;
2014 Reprints and permission: sagepub.com/journalsPermissions.nav DOI:
10.1177/0883073814535491 jcn.sagepub.com

4. COELHO CCS, LEMOS TSA, LUZES Rafael; Os efeitos da Hidroterapia na


recuperação da amplitude de movimento ; Alumni- Revista Discente da UNIABEU v. 3.
nº. 6 agosto-dezembro de 2015. Available from:
https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/alu/article/download/2151/1478

5. LUCCHESI, Gilmara Alves; Hidroginástica : aprendendo a ensinar; 1º edição ;


São Paulo ; Ícone, 2013.

6. Espindula, A.P. Jammal ,M.P, Guimarães, C.S.O. Tavares D.R.S, Reis M.A. e
Teixeira V.P.A. ; Acta Scientiarum. Health Sciences; Maringá, v. 32, n. 2, p. 163-167;
2010. Avaliação da flexibilidade pelo método do flexômetro de Wells em crianças com
paralisia cerebral submetidas a tratamento hidroterapêutico : estudo de casos. Available
from:
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/download/8019/8019/

7. Araújo; L.B. , Castro T. S Cardoso L.O. Tomasetto L.C.Kanashiro M.S. Braga D.M.
Fisioter, Bras; 2018; 19 ( 5): 613 -23; Effects of aquatic physical therapy in motor functional in
subjects with cerebral palsy: randomized clinical trial. Available from:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/07/1280868/efeitos-da-fisioterapia-aquatica-na-funcao
-motora-de-individuo_pkgTc2c.pdf

8. Roostaei M. Baharlouei H. Azadi H. Fragala M.P. PHYSICAL & OCCUPATIONAL THERAPY


IN PEDIATRICS , VOL. 37 N. 5 , 496 - 515; 2017; Effects of Aquatic Intervention on Gross Motor
Skills in Children with Cerebral Palsy: A Systematic Review. Available from: DOI:
10.1080/01942638.2016.1247938
28

9. Fragala-M.P., PT, MS, Helene M. Dumas, PT, MS, Carrie A. Barlow, PT, PCS, and
Pasternak, PT, MS ; 2009 ; Fragala-Pinkham, MA, Dumas, HM, Barlow, CA e Pasternak, A.
An aquatic physical therapy program at a pediatric rehabilitation hospital: a case series.
Available from: DOI: 10.1097/PEP.0b013e318196eb37

Você também pode gostar