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CIRCUITOS ELETRICOS MAKRON Books Prefacio ....... . 1. Introdugao 11 12 13 2, Unidades Elétricas ....... 21 2.2 2.3 24 25 26 27 3. Resisténcia Elétrica SUMARIO Unidades e fatores de conversio Prefixos das unidades SI; O conceito de carga . . Estrutura atémi Corrente elétrica Tensao elétriea Fontes de tensdo Condutores, semicondutores ¢ isolantes Resisténcia elétrica .. Diagramas de circuitos elétricos Introdugio . Resistividade . Tabela de condutores . Efeitos da temperatura . Resistores de fio e de carbono ...... Resistores de filme e de semicondutores Condutancia e condutividade é Digtalizado com CamScanner y vuL A 5. 6. Lei de Ohm, Poténcia e Energia Cireuitos Elétricos 4.1 Lei de Ohm 4.2 Resisténcias lineares e nfo-lineares AB 4.3 Poténcia e energia . 9 4.4 Rendimento .... “31 4.5 Decibéis 53 Leis de Kirchhoff e Circuitos Simples ... 87 | 5.1 Leis de Kirchhoff 57 | 5.2 O circuito série 60 | 5.3 Ocireuito paralelo........ 62 | 5.4 Divisores de tensao e corrente 66 | 5.5 Cireuitos série-paralelo .. 69 5.6 Fontes de energia e resisténcias internas 73 5.7 Diferenga de potencial e nomenelatura de duplo indice 5.8 Divisores de tensfio . Técnicas de Andlise de Circuitos . 6.1 _ Introdugao 6.2 Anilise geral por I Kirehhoft | 6.3 Anélise de lagos . 64 — Andlise nodal . 6.5 Superposigo . 6.6 Teorema de Thé\ 6.7 Teorema « de ‘Norton . 6.8 Teorema de méxima transferéncia de poténcia 6.9 Redes de quatro terminais . 118 6.10 Transformagies A e y (ne T). 122 . + Capacitancia esate éoioess 6188 71 O campo eletrostatico 72 Materiais dielétricos . 13 Capacitancia 74 Tipos de capacitor 7.5:, Capacitores em série e em paralelo 16 Transitérios 7.1 O transitério de carga 78 O transitério de descarga . 7.9 Armazenamento de energia Digtalizado com CamSoanner 8. 10. uu. Sumario IX Magnetismo ¢ Circuitos Magnéticos . 8.1 Magnetismo . 8.2 0 campo magnético . 8.3 Corrente em um condutor . 8.4 — Forga magnetomotriz 85 86 paramagnéticos, diamagnéticos ¢ ferromagnéticos 8.7 0 circuito magnético . 8.8 — Circuitos magnéticos série © paralelo 8.9 — Perdas no nticleo magnético ... 8.10 Aplicagées de circuitos magnéticos 13 173 , 174 1178 182 186 188 191 194 198 «200 Indutincia ...., 9.1 Indugio cletromagnética 9.2 Auto-induténci 9.3 Indutdncia miitua ...... 9.4 Indutores em série ¢ em paralclo 9.5 Corrente transitéria crescente no RL. 9.6 Corrente transitéria decrescente no cireuito RL 9.7 Armazenamento de energin em cireuitos indutivos Relagées de Corrente Alternada ....+ 10.1 Geragéio de corrente alternada . 10.2 Formas de onda e freqiéncia 10.3 O valor médio.. 10.4 O valor eficaz ou valor médio quadratico . 253 10.5 Resisténcia ¢ corrente alternada . 257 10.6 Capacitiincia e corrente alternada, reatincia 258 10.7 Indutincia e corrente alternada, reat Fasores ¢ Algebra Fasorial 11.1 Representagio fasorial de grandezas alternadas 11.2 Forma retangular e polar de fasores 11.3 Adigito de fasores . 11.4 Subtragao de fasores . 11.5 Multiplicagio de fasores 11.6 Divisio de fasores Digtalizado com CamScanner / X_Cireuitos Elétricos 12. Cireuitos Monofisicos de Corrente Alternada 12.1 Ocircuito monofisico ........00e002++ 12.2 Ocircuito RL série . 12.3 Circuito RC série . 124 O circuito RLC série .. 12.5 O circuito paralelo: admitaneia . 12.6 Circuitos série-paralelo .......- 12.7 Poténcia ativa, reativa e aparente 128 Corregao do fator de poténcia . 12.9 Resisténcia efetiva 13. Circuitos Seletores de Freqiiéncia: Ressondncia ...+++++++ 13.1. Cireuitos seletores de freqiiéncia . 13.2 O circuito ressonante série . 13.3 Q, seletividade e largura de faixa 134 Ressonancia paralela .. 13.5 O circuito paralelo ressonante equivalente . 13.6 Circuitos multirressonantes 14, Anilise de Circuitos de Corrente Alternada 14.1 Introdugao . 14.2 Andliise de lagos . 143 Anélise nodal . 14.4 Superposigao . 14.5 Teoremas de Thévenin e de Norton . 14,6 Maxima transferéncia de poténcia 14.7 Conversées delta e ipsilon 15. Cireuitos Polifasicos 15.1 Introdugdo ... 15.2 Vantagens de um sistema polifésico 15.3 Notago de duplo indice ... 15.4 Seqiiéneia de fase e sua determinacao 15.5 Conexées poli 15.6 O sistema delta equilibrado 15.7 O sistema ipsilon equilibrado . 15.8 Poténcia em sistemas equilibrados . 15.9 Medigdo de poténcia em sistemas polifasicos . 15.10 O sistema delta desequilibrado . Digtalizado com CamSoanner 16. Sumario _XI 15.11 O sistema ipsilon desequilibrado .......... 6.52.2 ces e rere ee nee 414 15.12 Sistemas combinacionais . . . Resposta a Tenses nfio-Senoidais 16.1 Introdugao 16.2 Representagao de Fourier 16.3 Valores eficazes 16.4 Resposta do cireuito a tensdes ndo-senoidais . 17. Medidas Elétricas ........sssssscssesseeeseeeeeeeeees es 17.1 Introdugdo . 172 — Mecanismos bésieos de medidores analégicos 17.8 Medigao de corrente: 0 amperimetro 17.4 Medigao de tensao: o voltimetro . . . 17.5 Sensibilidade do voltimetro: efeitos de carga 17.6 Medigao de resisténcia 17.7 Multimetros . 178 Medigto de poténcia: 0 wattimetro ... 17.9 Medigao de energia: 0 medidor de watt-hora 17.10 Medigao de impedancia 17.11 Medigao de freqiiéncia . 17.12 Instrumentos digitais . 17.13 0 osciloseépio 18. Anilise Grafica de Circuitos de Corrente Alternada ...-.++ 0.666044 491 18.1 Retas de carga e retas de fonte . 18.2 Ponto de operagao ou ponto @ . 18.3 Resisténcias em série . 18.4 Resisténcias em paralelo . 18.5 Resisténcias em série-paralelo . 18.6 Reta de carga para circuitos eletrénicos 19. Transformadores...+.+ 520 19.1 Principio de funcionamento . 19.2 Construgao do transformador 19.3 Relagoes de tensio e corrente . 19.4 Impedéneia refletida 19.5 Polaridade do transformador 19.6 Transformador real de micleo de ferro . Digtalizado com CamScanner XIL_Circuitos Elétricos Apéndice 1 — Determinantes ... Apéndice 2 — Simbolos Matemiticos e Alfabeto Grego .......... Apéndice 3 — Glossdrio ‘Apéndice 4 — Respostas aos Problemas impares ........... mA. {ndice Analitico ...-+++++ seccecesceseseeeescascesceees coeeees Digtalizado com CamScanner Circuitos Elétricos Cap, 2 Células Fonte de Bateria, Fonte de Fonte de Motor. ou ca eet ior tantae’ ante CC tensio CA corrente.—_gorador identifica 0 (varidvel nio- genérica) constante (com simbolos positivo) senoidal) M ou Gi) Resistores Fixo Em derivagio Varifvel Varidvel Condutores Geral Cruzamento Conexio Ponto de Fustvol sem conexio terra Capacitores Varivel Diodo Lampada Fixo Eletrolitico (retifiendor) (a linha curva determina 6 lado de menor potencial) Outros Elementos de Circuito FRR =a Bobina com Bobina com Impediincia niicleo de ar ——_niicleo de ferro igenérica ‘Transformador ——‘Transformador—- Medidoren (as letras com nticleo de ar com niicleo de ferro Figura 2.13 S{mbolos gréficos usados no livro. ™~ —o Chavo +O- indica aw fungoen) Digalizado com CamScanner % MAKRON Books CAPITULO 3 RESISTENCIA ELETRICA 3.1 INTRODUGAO Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transfoma em um elétron livre e se desloca até colidir com um dtomo. Colidindo com um atomo, o elétron perde parte ou toda a energia cinética que possuia, sendo que esta energia poder excitar outros elétrons. Ela podera também ser absorvida na forma de energia térmica pelos dtomos que estao em um movimento vibratério. Se um potencial elétrico é aplicado em um condutor, os elétrons tém um aumento em sua energia cinética e colidem mais freqiientemente com os dtomos, 0 que aumenta a temperatura do condutor. Desta forma, quando a corrente elétrica flui em um condutor, parte da energia potencial elétrica é convertida em energia térmica; assim, sua resisténcia nao est associada apenas a oposigao ao fluxo de corrente, mas também ao desenvolvimento da energia térmica no condutor. A resisténcia 6, entao, uma propriedade indesejavel para os condutores que conduzem a energia elétrica de uma fonte para uma carga, mas pode ser desejavel para uma carga se ela produz energia térmica. Um componente especificamente designado para possuir resisténcia é chamado de resistor. Dependendo do material utilizado, e de suas caracteris- ticas fisicas e construtivas, os resistores podem ser de carbono, de fio, de filme ou de semicondutores. Estes tipos de resistor so discutidos neste capitulo, bem como os diversos fatores que afetam sua resisténcia. 2B Digalizado com CamScanner “~Q Cireuitos Elétricos Cap. 3 3.2 RESISTIVIDADE Aresisténcia que um condutor oferece ao fluxo da corrente depende nao apenas do tipo de material usado, mas do comprimento, da drea de segio reta e da temperatura do condutor. Desconsiderando os efeitos da temperatura, a resisténcia é encontrada em uma relagéo direta com 0 comprimento do condutor, e inversa com a drea de segio reta, isto é not onde R é a resisténcia; [, o comprimento; e A, 2 drea de segao reta. Se uma constante de proporcionalidade é usada na relagéo, a Equacao 3.1 6 obtida. Ll R=pq @.) ‘A constante de proporcionalidade na Equagéio 3.1 é chamada de resistividade e possui o simbolo p (letra grega r6 miniscula). A resistividade, ou resistencia especifica, depende do tipo de material condutor e é definida como a resisténcia por unidade de comprimento e drea de se¢ao reta do material. Sendo que as unidades de comprimento e de drea de secdo reta sdo o metro e o m2, respectivamente, a resistividade de um material é a resisténcia entre as faces opostas de um cubo do material, de lado Im. Por esta razdo, a resistividade 6 também chamada de resisténcia por metro ctibico. Se resolvermos a Equagio 3.1 para p e para as unidades associadas a p, obtemos: RA_(Q)(m? ten = ohm . metro A unidade de resistividade 6, entao, Q-m e 6 normalmente especifi- cada para 20° C (Celsius), embora exista uma forma simples de se encontrar a resistividade para outras temperaturas. A resistividade de alguns materiais condutores mais comuns é dada na Tabela 3.1. Digalizado com CamScanner Cap. 3 Resistencia elétrica 27 Exemplo 3.1 Um barramento de cobre recozido possui dimensées 1 cm x 3 cm e 0,5 m de comprimento. Qual a resisténcia entre as extremidades do barramento? Solugao: (6x10-1)_ “3 (10-2x 3x 10-8) 785% 10° 2 R=p t= a,r24x10 ) Tabela 3.1 A resistividade de alguns materiais condutores a 20°C. Material Condutor Resistividade (Q- m) Aluminio 2,83 x 1078 Latao 7x10°§ Cobre recozido 1,72x10-8 Cobre duro 1,78 x 10-8 Ouro 2,45 x 10°8 Chumbo 22,1 x 10-8 Niquel-cromo 100 x 10°§ Platina 10x10-8 Prata 1,64 10°§ Estanho 11,5x 1078 Tungsténio 5,52x 1078 Zinco 6,23 x 10° 3.3 TABELA DE CONDUTORES Os condutores de segdo circular sao, especificados pelos valores AWG ou pelo diametro do condutor. Os valores AWG (American Wire Gauge) sao dados na Tabela 3.2. Observe que, quanto maior o valor AWG, menor o diametro do condutor. A Tabela AWG foi feita de forma que cada valor reduzido equivale a um aumento de 25% na Area de segao reta; por exemplo, de 10 AWG para ~ Digtalizado com CamScanner 28 _Circuitos Elétricos Cap. 3 20 AWG a drea se altera de 5,261 mm? para 0,519 mm?, o que também altera a resisténcia de um fator 10. Assim, um certo condutor 10 AWG possui uma resisténcia aproximada de 3,277 Q/km, enquanto outro condutor 20 AWG, do mesmo material, possui uma resisténcia aproximada de 33,2 Q/km. Os valores de resisténcia da Tabela 3.2 sao para condutores de cobre padrdo recozido. Os valores para outros materiais condutores podem ser obtidos em manuais de fabricantes. Tabela 3.2 Tabela AWG / métrica para fios de cobre recozido padrao a 20°C, Unidades métricas AWG Diam. mm Secao reta mm Qkm 0000 11,68 107,2 0,1608 000 10,40 85,01 0,2028 00 9,266 67,43 0,2557 0 8,252 53,49 0,228 1 7,348 42,41 0,4065 2 6,543 33,62 0,5128 3 5,827 26,67 0,6466 4 5,189 21,15 0,8152 5 4,620 16,77 1,028 6 4,115 13,30 1,297 7 3,665, 10,55 1,634 8 3,264 8,367 2,061 9 2,906 6,631 2,600 10 2,588 5,261 3,277 i 2,30 4,17 4,14 12 2,05 3,31 5,21 13 1,83 2,63 6,56 uM 1,63 2,08 8,28 15 1,45 1,65 10,4 16 1,29 1,31 13,2 17 118 1,04 16,6 Digalizado com CamScanner Cap. 3 Resisténcia elétrica 29 Tabela 3.2 Tabela AWG / métrica para fios de cobre recozido padriio a 20°C. (Continuagéo) Unidades métricas AWG Diam. mm Segao reta mm” km 18 1,02 0,823 21,0 19 0,912 0,653 26,4 20 0,813 0,519 33,2 21 0,724 0,412 419 22 0,643 0,324 53,2 23 0,574 0,259 66,6 24 0,511 0,205 84,2 25 0,455 0,162 106 26 0,404 0,128 135 27 0,361 0,102 169 28 0,320 0,0804 214 29 0,287 0,0647 266 30 0,254 0,0507 340 aL 0,226 0,0401 430 32 0,203 0,0324 532 33 0,180 0,0255 675 34 0,160 0,0201 857 35 0,142 0,0159 1.090 36 0,127 0,0127 1.360 37 0,114 0,0103 1.680 38 0,102 0,00811 2.130 39 0,89 0,00621 2.780 40 0,79 0,00487 3.540 N.P; A Norma Brasileira NBR-6410 da ABNT bascou suas tabelas de condutores nas normas do 18C (International Electrotechnical Comission) ¢, a partir de dezembro de 1982, os condutores ‘létricos (fios © cabos) passaram a ser especificados em mm”, de acordo com a série métrica IEC, cujas tabelas podem ser enconjradas na referida norma. a Digalizado com CamScanner 30_Circuitos Blétricos Cap. 3 3.4 EFEITOS DA TEMPERATURA Quando ocorre aumento de temperatura em um condutor, tanto pela circulacao de corrente através dele quanto por absorgao de calor do ambiente, o resultado & 0 aumento da vibragao atémica no condutor. Devido a este acréscimo da vibragio atémica, experimentalmente a maioria dos condutores aumenta sua resisténcia com o aumento da temperatura. Se plotarmos uma curva de resisténcia versus temperatura para um condutor, como 0 cobre, obteremos a relagdo mostrada na Figura 3.1. Observe que uma relacao linear entre resisténcia e temperatura existe na faixa de temperatura na qual a resisténcia 6 normalmente usada. Embora a curva passe a ser néo-linear quando a resisténcia se aproxima de zero, uma linha reta pode ser extrapolada como uma continuagio da parte reta da curva, A curva extrapolada intercepta o eixo de temperatura no ponto 7; chamado de temperatura inferida de resisténcia zero ou zero absoluto inferido (T; = - 234,5°C para o cobre recozido). Considerando duas resisténcias de valores Ri e Rz as temperaturas th e ts, respectivamente (Figura 3.1), vemos que a extrapolagao linear fornece uma relagio de semelhanga de tridngulos relacionando Ri e Re. Fazendo a relagdo para os triangulos equivalentes encontramos que: Extrapolagao ~~ linear t, (+) T (Celsius) are ° agian y Figura 3.1 Resisténcia x Temperatura para um metal condutor. Digtalizado com CamScanner Cap. 3 Resistencia elétrica 31 Sendo que os Iados x © y posstiem comprimentos Ti +t © Ti +42, respectivamente: Ri Re = .2) Ti+t Titte iia Exemplo 3.2 Qual a resisténcia de um condutor de cobre recozido a 10°C se a 60°C sua resisténcia 6 50 ? Solugao: Ri ys. Rah 234,5° +t) 234,5° + t2 _Fi_ 502 234,5° + 10°” 234,5° + 60° ou Ry =50( ogg) a3so 294,5 A temperatura de intersegao do eixo para alguns outros materiais esta relacionada na Tabela 3.3. ‘Tabela 3.3 Coeficientes e temperatura de intersegao para materiais condutores comuns. Zero absoluto Coeficiente de temperatura Material condutor inferido (C) (Q/C.2a0C) Aluminio — 236 0,00424 Latao - 480 0,00208 Cobre recozido — 234,5 0,00427 Cobre duro 242 0,00413 Ouro - 274 0,00365 Chumbo - 224 0,00466 Niquel-cromo: - 2270 0,00044 Platina -310 0,00323 Prata - 243 0,00412 Estanho 218 0,00458, ‘Tungsténio 202 0,00495, Zinco = 250 0,00400 Digalizado com CamScanner $2__Cireuitos Klstricos Cap. 3 Devido A relagio linear entre a resisténcia e a temperatura, a ‘AR/AT 6 constante e uma variagio de 1°C resulta na mesma variagao AR na resisténcia (veja Figura 3.2). A variagdo de resisténcia por unidade por variagao em 'C na temperatura, referida a qualquer ponto n na curva R x T, 6 definida como 0 coeficiente de temperatura da resisténcia, o (letra grega alfa), que é& ak 1 (2 a n= aT Rn (é al (3.8) O indice da letra o define a temperatura de referéncia, 0 que torna aparente que a varia com a temperatura. Na Figura 3.2, 01=AR/Ri e ag = AR/R3; sendo R3 > Ri, entdo ou > 03. Figura 3,2 Coeficiente de temperatura. E posstvel calcular o coeficiente de temperatura da resisténcia através da temperatura inferida de resisténcia zero. Se referirmos a Figura 3.1 e substituirmos AT'=Tj+t, e AR=0+R, na Equagéo 3.3, iremos obter a expresso: Ry (1):-1 Tittn fz} Tittn 34) Digalizado com CamScanner Cap. 3 Resistencia elétrica _I3 A partir desta tltima relagio, vemos que se fy = 0°C, entao ao, 0 coeficiente de temperatura a 0°C, 6 0 inverso de 7), qT (3.5) = ATabela 3.3 contém também os coeficientes de temperatura a 0°C. O valor da resisténcia Ry da Figura 3.2 pode ser expresso em termos de Ry como: R2=Ri +AR (3.6) Assim, se a variacio de R obtida a partir da Equagao 3.3 como AR = a1.R1.AT 6 substituida na Equagao 3.6, 0 resultado é a equagao seguinte: Ro=Ri (140 AT), (3.7) onde a =te-th Exemplo 3.3 Qual sera a resisténcia de um condutor de cobre a 10°C se a resisténcia a 20°C € 4,33 Q e se Otyy¢ = 0,00393? Solugdo: R2=R; (1+ 01 AT) = 4,33 [1 + 0,00393 (10° - 20°) = 4,33 (1 — 0,0393) = 4,33 (0,961) =4,16Q A maioria dos materiais apresenta um aumento da resisténcia com 0 aumento da temperatura e sao ditos como possuindo um coeficiente positivo de temperatura da resisténcia. Entretanto, alguns materiais, como os materiais semicondutores, apresentam uma redugo da resisténcia com 0 aumento da temperatura e sao ditos como possuindo um coeficiente negativo de tempera- tura. Os fabricantes de resistores normalmente especificam 0 coeficiente de temperatura como a variagao da resisténcia em partes por milhao por graus Celsius (ppm/"C). * O resistor de carbono, que é discutido na préxima segio, possui a caracteristica resisténcia A temperatura mostrada na Figura 3.3. E interes- sante observar a partir desta caracteristica que acima da temperatura ambiente tem-se um coeficiente positivo de temperatura, mas abaixo da temperatura ambiente tem-se um coeficiente negativo de temperatura. - df Digtalizado com CamScanner Cirenitoe Rletriont Cop. 4 oresaante seri a rosisténecia se tornar zero quand ratura inferida de resisténcia zero, fa resisténcia se aproxima de zero aextrapolagao linear, a resistividade Q-m, que 6 aproximadamente 17 Um fato int temperatura se aproximasse da temper Experimentos indicam que realmente Embora niio soja igual a zero como sugere dostes suporeondatores ¢ da ordem de 10 veres menor que a do cobre. a Negativo Positivo 01 ‘Temperatura ambiente TCC) —> Figura 3.3 Curva R x T para um resistor de carbono. 3.5 RESISTORES DE FIO E DE CARBONO Um resistor de valor fixo pode ser feito simplesmente enrolando-se um fio condutor de comprimento e area de segdo reta desejados em um nicleo ou forma. Tais resistores de fio sio dispon{veis comercialmente; eles normalmente sio feitos de nfquel-cromo ou niquel-cobre enrolados em tubo de cerdmica e protegidos contra problemas mecdnicos com uma capa de silicone ou esmalte. (Figura 3.4). Os resistores de fio sio usados geralmente quando se precisa dissipar grandes quantidades de poténcia (watts). Embora a poténcia nao seja discutida antes do préximo capitulo, é suficiente dizer que a dissipacdo de poténcia se refere & energia térmica desenvolvida em um resistor. Digtalizado com CamScanner Cap. 2 Resistincia elétriea 95 _ _O wee) ‘ Figura 84 Um resistor de fio (Cortesia da Dale E lectronics, Inc.). Figura 3.5 Resistor moldado de carbono (Cortesia da Allen-Bradley Company). Um segundo tipo de resistor comercialmente disponivel é 0 de carbono, que tem sido largamente utilizado na eletrénica, Uma mistura de carbono e ligas é aplicada como uma capa em um tubo de vidro ou moldada em uma estrutura densa, como a mostrada na Figura 3.5. Os resistores de carbono sao relativamente baratos e disponiveis na faixa de poténcia de 0,1 a 5 W. O valor de resisténcia dos resistores de carbono 6 especifieado por um conjunto de cédigo de cores que aparecem como faixas no corpo do resistor. Cada cor representa um digito de acordo com a Tabela 34, Como pode ser observado na Figura 3.6, as faixas de cores sdo lidas a partir da faixa mais proxima da extremidade do resistor. A primeira e a segunda faixa indicam o primeiro e 0 segundo digito, respectivamente. A terccira faixa indica 0 ntimero de zeros que segue os dois primeiros digitos, exceto quando as faixas ouro e prata siio usadas, que representam os fatores multiplicativos de 0,1 ¢ 0,01, respectivamente. A quarta faixa indica a tolerincia, A auséncia desta quarta faixa significa que a tolerancia é de £20%, A quinta faixa indica que o resistor possui um digito a mais na representagiio de scu valor dhmico. Por exemplo, se um resistor possui as faixas nas cores azul, cinza, prata e ouro, 0 valor de resisténcia 6 0,68 + 5% Q. 4 Digalizado com CamScanner 36 _Cireuitos Elétricos_Cap.3 Tabela 3.4 Cédigo de cores para resistores. Cor. Digito ou ntimero de zeros Preto ; Marrom Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Violeta Cinza wr aneonro Branco . 9 Ouro _ ~ 0,1 multiplicador ou + 5% de tolerancia Prata 0,01 multiplicador ou +-10% de tolerancia ‘Tolerancia. Designagao de confianca ay, 7 oH ATL 1° digito 2° digito Multiplicador ou nimero de zeros Figura 3.6 Resistor com faixa de cores. _ Quando a resisténcia deve ser variada’freqiientemente, um resistor varidvel é utilizado, como os mostrados na Figura 3.7. Digalizado com CamScanner Cap. 3 Resistencia elétrica 37 Figura 3.7 Resistores varidveis. 3.6 RESISTORES DE FILME E DE SEMICONDUTORES Um resistor de filme espesso 6 definido pela industria eletronica como um | resistor cujo elemento de resisténcia é na forma de um filme com espessura superior a 0,000001 pol. (1 milionésimo de uma polegada). Por outro lado, um resistor de filme fino possui como elemento de resisténcia um filme de espessura inferior a 0,000001 pol. O filme é geralmente aplicado em um nticleo de ceramica ou na superficie de uma placa fina de ceramica, chamada de substrato, por evaporacéo a vacuo, deposi¢ao eletrolitica ou pulverizacao com tinta resistiva. Dependendo do material usado, os resistores sao clasificados como filme de carbono, filme metilico ou filme de 6xido metalico. E interessante analisar os resistores de filme em termos de resisténcia | de placas, que é a resisténcia de um quadrado do material do filme. Considere | a resisténcia de filme da Figura 3.8. Resistor de filme te y = / oer > Baixa Fire entade WE _resisténcia r de contato Figura 3.8 Resistor de filme. s Digtalizado com CamScanner 88_Cirenitos Riétricas Cap. 3 A equagio bisica da resisténcia 6, a partir da Equagao 3.1: 1 R=py A area de segio reta do resistor de filme da Figura 3.8 6 A=w, onde t é a espessura do filme e w 6 a largura do filme, de modo que a formula da resisténcia 6 dada por: -(e\(t (le) A relagdo I/w é chamada N, 0 mimero de quadrados, e p/t é chamada p,, a resistividade da placa em ohms por quadrado. Assim: R=psN (3.8) Por exemplo, se na Figura 3.8 0 comprimento 6 0,09 pol. e a largura é w= 0,03 pol., existem trés quadrados de filme. Entdo, se a resistividade da placa é 12,5 4Q/quadrado, a resisténcia é: R=12,5 kO/quadrado x 3 quadrado = 37,5 kQ A resistividade das placas varia de aproximadamente 10 a 5000 Q/quadrado, dependendo do tipo de material usado e do método de deposigao do filme. As caracteristicas de temperatura dos resistores de filme tendem a depender da espessura do filme; os filmes espessos geralmente possuem coeficiente de temperatura positivo e os filmes finos, coeficiente de temperatura negativo. Resistores de filme de ticleo de cerdmica e de substrato de ceramica sio mostrados na Figura 3.9. Digalizado com CamScanner Cap. 3 Resistincia elétrica 39 UA Ss uur" Figura 3.9 Resistores de filme: (a) Substrato de cerdmica (cortesia da Dale Electrics, Inc.), (b) Nticleo de ceramica. Embora a discussio sobre resisténcias semicondutoras esteja fora do objetivo deste livro, faremos um breve comentario. Os semicondutores possuem caracteristicas elétricas que os classificam entre condutores e isolantes. Se certos materiais, chamados impurezas, so adicionados ao material semicon- dutor, a resisténcia elétrica se altera e se torna possivel obter a resisténcia desejada. O leitor talvez saiba que os diodos e transistores sao feitos de materiais semicondutores. Resistores, diodos e transistores podem entio ser fabricados simultaneamente e integrados em um pequeno circuito elétrico sem. terminais de conexdo entre eles. Por outro lado, resistores ou quaisquer outros elementos individuais de circuito so ditos componentes discretos. Digalizado com CamScanner 40 _Circuitos Elétricos Cap. 3 3.7 CONDUTANCIA E CONDUTIVIDADE Sendo que a resisténcia ¢ a oposigao ao fluxo de corrente, o inverso da resisténcia é a facilidade com que a corrente flui em uma resisténcia. O inverso da resisténcia é chamado conduténcia, tem como simbolo a letra G e, como unidade, o mho (U — 0 inverso da letra émega): =i G=y _ [mhos()] (3.9) De forma similar, 0 inverso da resistividade ¢ a condutividade, que é a condutdncia especifica ou a condutancia por unidade de comprimento e area de segio. O simbolo da condutividade é a letra grega sigma (o) e a unidade, no sistema SI, é 0 mho por metro: c= i (mhos/m) (3.10) A condutividade do cobre recozido padrao (6 = 1/1,72 x 10-8 U. m) é considerada como 100%. Assim, o aluminio, que possui uma condutividade de 6 = 1/2,83 x 10-8 B. m, é dito como tendo 1,72/2,83 ou 61% de condutividade. QUESTOES DE REVISAO —1. Quais sio as quatro unidades das quais depende a resisténcia? —2, Defina resistividade e cite suas unidades. 3. Explique o significado do zero absoluto inferido. 4, Explique o que 6 0 coeficiente de temperatura da resisténcia. —5. Explique a diferenga entre coeficiente de temperatura positivo e negativo. —6. Qual o significado das faixas de cores nos resistores de carbono? 7. Descreva a construgao de um resistor de fio. 8. Qual a diferenga entre resistor de filme fino e de filme espesso? 9. O que é resisténcia de placa e resistividade de placa? 10. Qual a diferenca entre condutancia e condutividade? 11. Qual a diferenga entre resistividade e condutividade? Digalizado com CamScanner Cap. 3 _Resisténcia elétrica 41 PROBLEMAS _-1, Determine a resisténcia de uma barra de cobre, a 20°C, que possui uma segao reta de dimensdes 3 x 0,5 cm e um comprimento de 5 m. _-2, Um certo pedago de um fio de cobre possui uma resisténcia de 50.2. Se um fio de aluminio de mesmas dimensées é usado, qual é a resisténcia? 3, Caleule a resisténcia de um barramento de aluminio medindo 0,25 em x 5m x 1m de comprimento. 4, Um pedago de um fio de cobre possui 50 cm de comprimento. Qual deve ser 0 comprimento de um fio de niquel-cromo, de mesma-drea de se¢ao, para se obter a mesma resisténcia? 5, Calcule a resisténcia por metro para os condutores interno e externo do cabo coaxial de cobre da Figura 3.10. Figura 3.10 Problema 3.5. 6. Uma resisténcia de 10 é construida de um fio de nfquel-cromo 29 AWG. Qual o comprimento do fio utilizado? —1. Um cabo circular de 3 km de comprimento possui um diémetro de 0,05 cm e uma resisténcia de 7,85 Q. Qual a resistividade do material do cabo? 8. Uma lamina de cobre de 0,5x1x6cm de comprimento é usada como shunt em um amperimetro. Qual a resisténcia da lamina de cobre? Digtalizado com CamScanner 42 Cireuitos Elétricos Cap. 3 9, Uma bobina de fio de cobre possui uma resisténcia de 11,7 Q a 20°C, Qual sera sua resisténcia a 50°C? 10. A resistividade 6 geralmente fornecida em tabelas apenas para 20°C. 4 qual temperatura a resistividade do cobre é de 1,9 x 10-8 Q/m, conside. rando que nao hé alteragéo em suas dimensoes? 11. Qual seré a resisténcia de um condutor de prata a 50°C se a 0°C ela é de 20 2 e 0 coeficiente de temperatura a 0°C é 0,00411? 12. A resisténcia de um fio de cobre é de 8,2 a 40°C. Qual sua resisténcia g - 40°C? 18. Calcule o coeficiente de temperatura para o cobre recozido a 20°C ea 60°C, 14. 0 enrolamento de cobre do campo de um motor possui uma resisténcia de 480 Q a 25°C. Apés 0 motor ser usado por algum tempo, a resisténcia é 554 Q. Qual a elevagao de temperatura do enrolamento? 15. O enrolamento de um transformador, feito com fio de cobre, possui uma resisténcia de 40 2 a 80°C. Qual a temperatura do enrolamento quando a resisténcia é de 36.2? 16. A temperatura do filamento de uma lampada de tungsténio deve ser determinada. A resisténcia da lampada 6 25 Q a 20°C e com um aumento da tensio aplicada sobre ela a resisténcia passa a ser 240.0. Qual a temperatura do filamento com o aumento da tensdo aplicada? —17. Determine o cédigo de cores para os seguintes resistores: (a) 91 kQ+4 10% (d) 0,18 245% (b) 620 2+ 20% (e) 0,56 24 10% (©) 2,2kQ4£5% (f) 390 AQ + 20% ~ 18, Quais os valores éhmicos e as tolerdncias dos resistores com as seguintes faixas de cores: (a) marrom-cinza-vermelho-ouro- (d) marrom-verde-amarelo-ouro (b) laranja-laranja-ouro-incolor (e) verde-cinza-vermelho-incolor (©) vermelho-violeta-laranja-prata _(f) violeta-verde-preto-prata Digtalizado com CamScanner Cap. Resisténcia elétrica _43 19. Um material de 200 2/quadrado de resistividade de placa deve ser usado para fazer um resistor de filme fino de 10 kQ. Se a largura deve ser de 0,13 mm, qual deve ser o comprimento do filme? —20. Determine a condutancia da barra de cobre no Problema 1. 21, Qual a condutividade do nicromo no sistema métrico? 22, Um condutor possui uma condutancia de 0,02 mho. Qual a sua resisténcia? 28. Usando a Equagao 3.1, encontre uma expressdo para a condutancia em termos de condutividade, comprimento e area de segao reta. Digalizado com CamScanner MAKRON: Books CAPITULO 4 LEI DE OHM, POTENCIA E ENERGIA owwaaaaa~=~<~<~$S$S$$0S$S0Meee 4.1 LEI DE OHM Em meados de 1800, na Alemanha, Georg Simon Ohm pesquisou a relagdo entre a tensio existente sobre um simples circuito elétrico e a corrente através deste cireuito, Ele descobriu que, num circuito em que a resisténcia no variava com a temperatura quando ocorria aumento na tensdo, a corrente variava em uma proporgao direta; isto 6, a relagdo entre a tensio e a corrente era constante. Uma vez que a caracteristica da tensdo versus corrente era uma linha reta (veja Figura 4.1), Ohm defini uma constante de proporcionalidade k de forma que: V=kI (4.1) A constante de proporcionalidade é conhecida como resisténcia, ¢ « Equagio 4.1 (Lei de Ohm) é reescrita como V=IR (4.2) onde V é dado em volts; J, em amperes; e R, em ohms. a Digtalizado com CamScanner Cap. 4 Lei de Ohm, poténcia eenergia 45 Vv (tensao) 1 (corrente) Figura 4.1 Curva tensao x corrente (relagdo linear). Exemplo 4.1 Aresisténcia da Figura 4.2 de 300.9 e possui uma corrente de 0,6 A fluindo por ela, Qual a tensao desenvolvida sobre a resisténcia? ff “] Figura 4.2 Exemplo 4.1. Solugao: V=IR =(0,6) (300) = 180V Observe na Figura 4.2 que a corrente convencional provoca uma queda de tensio na diregao do fluxo da corrente. 4.2 RESISTENCIAS LINEARES E NAO-LINEARES Alei de Ohm se baseia na relacdo linear entre a tensdo e a corrente. Uma tesisténcia cuja relacdo tensao x corrente é uma linha reta, como na Figura 4.1, 6 uma resisténcia linear. Uma resisténcia linear obedece a Lei de Ohm, Digalizado com CamScanner 46 _Cinewitos Bletriovs_Cap. 4 porque a resisténcia é sempre constante, Entretanto, uma resisténcia cujo valor Ghmico nao permanece constante é definida como uma resisténcia nao-linear, Devido aos efeitos da temperatura, todas as resisténcias sito basicamente nio- lineares, mas aquelas que apresentam apenas uma pequend variagao na faixa de operagio da tensiio e da corrente sito consideradas lineares, Caracteristicas tensio x corrente para resisténcias lineares ¢ nilo-lineares sio mostradas na Figura 4.3, A curva (a) da Figura 4.3 possui uma inclinagio constante correspondente ao valor da resisténcia, que pode ser calculada em qualquer ponto da curva. No ponto 1, OV 45 R 4A 7 1508 h Por outro Indo, a curva (b) possi uma inclinaglo varisivel, mas 6 possivel determinar uma pequena variagio na tensio (AV) como resultado de uma pequena variagio na corrente (AD). Assim, a resistencia dindmica em ohms 6 definida como . (volts) _ (amperes) (48); onde Vz," Iz © Vy, Jy sio as respectivas coordenadas para os pontos x e y escolhidos. & Volts 02 04 06 08 1,0 Ampares Figura 4.3 Curvas V x I: (a) linear, (b) ndo-linear. Digtalizado com CamScanner Cap.4 Lei de Ohm, poténcia e energia 47 Exemplo 4.2 Qual a resisténcia dinamica da curva ndo-linear da Figura 4.3 na faixa entre os pontos 2 e 3? Solugao: Quanto menor a variagdo de tensdo ¢ corrente, mais representativa 6 a resistencia dinamica em uma faixa especifica. Além da classificdgao linear e nao-linear, as resisténcias podem ser classificadas como bilaterais ou unilaterais. Uma resisténcia bilateral 6 um componente que possui a mesma caracterfstica tensdo x corrente independen- temente da dire¢do em que a corrente circula no mesmo. A curva caracteristica nao-linear da Figura 4.3 (b) é de uma lampada incandescente de 100 W. A corrente que circula pela lampada em uma diregdio fornece a mesma caracte- ristica quando a corrente circula na diregao oposta. A caracteristica tensio x corrente pode entao ser mostrada em dois quadrantes, como na Figura 4.4. 807 4 Tensio (volts) ee) I+) Diregao Corrente (amperes) oposta -80 Figura 4.4 Curva V x J para um dispositivo ndo-linear bilateral (lampada incandes- cente). 0,7 Digalizado com CamScanner a Cimuitoe Bletrions_ Cap. | Caracteristiea] Inclinagao = Al = G av Caracteristica reversa, Figura 4.5 (a) Curva V x J para um diodo. (b) Conexao do diodo — corrente direta, (c) Conexao do diodo — corrente reversa. Uma resisténcia unilateral 6 aquela na qual a resisténcia ou a curva tenséo x corrente se altera com a diregao do fluxo de corrente através do dispositivo. Um diodo semicondutor possui a caracteristica tipica mostrada na Figura 4.5. Com a tensao aplicada de forma que a corrente circule no sentido direto, uma corrente relativamente alta circula. Ao contrario, com a tensao aplicada de forma que a corrente circule no sentido reverso, uma corrente relativamente baixa circula, A Figura 4.5 representa uma curva tensao-cor- ara a inclinagdo da curva é dada em termos de condutancia dinamica, onde: Al Vv (4.4) Digtalizado com CamScanner Cap. 4 Lei de Ohm, poténcia e energia 49 4.3 POTENCIA E ENERGIA Poténcia ¢ a taxa de trabalho realizado ou o trabalho realizado por unidade de tempo. A unidade MKS da poténcia é 0 joule por segundo, ou watt: (Ww) (4.5) onde P é a poténcia em watt; W, o trabalho em joule; e t, o tempo em segundos. / Recordando as unidades de corrente e tensao vistas no Capitulo 2, y=—ioules_ 7 _ coulombs coulombs ~ segundos Podemos ver que um produto da tensdo pela corrente resulta na poténcia, _{ joules )/coulombs)_(_ joules 4s * | eoulombs || segundos | | segundos , Assim, P= VI onde P é a poténcia elétrica em watts; V, a tensiio em volts; e I, a corrente em ampéres. Se a Lei de Ohm é substituida na Equagio 4.6, 0 resultado é: P=TR (4.2) e se = V/R 6 substitufdo na Equagdo 4.6, o resultado é: 2 P= Y (4.8) Estas duas tiltimas equagées de poténcia representam uma forma de calculo da poténcia se a resisténcia e a tensio ou corrente sao conhecidas. Exemplo 4.3 Qual a maxima corrente que um resistor de 40 kQ, 10 W pode suportar sem superaquecer-se? Solugao: Obtendo J? na Equagao 4.7 Digtalizado com CamScanner 50 Cirewitos létricos Cap. 4 peP- 0 aa5x1ote “R. 40x10 enti, extraindo a raiz quadrada, encontramos: T=V25x 10° = 1,58x10-= mente possuem uma identificagdio com 0s equipamentos elétricos geral y ' a poténcia de entrada requerida. Alguns valores tipicos para aparelhos eletrodomésticos esto relacionados na Tabela 4.1. 5,8 mA. ‘Tabela 4.1 Poténcias tipicas para alguns aparelhos eletrodomésticos. Poténcia (W) ‘Aparethos \\ Liquidificador 200 Chuveiro elétrico 2500 | ar condicionado 1500 Enceradeira 300 Geladeira 240 Aparelho de som 150 Televisor an TTorradeira 1000 ade evar 500 Sendo que energia é trabalho e pode ser armazenada ou dissipada, ela pode ser calculada a partir da poténciae do periodo de tempo no qual a poténcia foi utilizada. Um rearranjo da Equagao 4.5 fornece a expresso da energia, Energia = W= Pt (4.9) onde, em unidades elétricas, energia = watt-segundo, Geralmente é mais conveniente usar uma unidade maior de energia elétriea, portanto, a watt-hora ou kilowatt-hora é usada, onde: Ielowatt-hora = kWh = Z248hores, 4.10) wat-hora = kWh = Sats « ‘As companhias energéticas cobram dos consumidores a energia por kilowatt utilizado. Em geral, uma escala decrescente é utilizada, de forma que quanto maior o consumo em kilowatt, menor é o custo por kilowatt. Digtalizado com CamScanner Cap.4 Lei de Ohm, poténcia e energia _51 Exemplo 4.4 Um estudante usou uma lampada de 100 W durante 6h de estudo. Se o custo médio da energia é de R$ 0,15/kWh’, qual 0 custo da energia consumida? Solugao: Energia = Pt = (100 W) (6 h) = 600 Wh = 0,6 kWh Custo = 0,6 kWh x R$ 0,15/kWh = R$ 0,09 A poténcia 6 medida pelo uso do wattimetro e a energia, pelo medidor de watt-hora. Ambos os instrumentos sao discutidos no capitulo de medidas. 4.4 RENDIMENTO Quando qualquer sistema ou dispositivo converte uma forma de energia em outra, alguma energia 6 perdida ou dissipada, normalmente sob a forma de calor. Assim, a energia ou poténcia de entrada de um sistema deve ser maior que a energia fornecida por este sistema. Rendimento 6 a relagio entre a energia de saida e a energia de entrada em um perfodo de tempo. Desde que 0 perfodo de tempo seja o mesmo, o rendimento pode ser expresso como a relagdo entre a poténcia de entrada e a poténcia de safda. A letra grega (cta) 6 usada para rendimento. rendimento = 1 = safda/entrada (4.11) ou = safda / (safda + perdas) (4.12) Exemplo 4.5 Qual 0 rendimento de um amplificador estéreo que solicita uma poténcia de 145 W enquanto fornece a cada um dos dois alto-falantes uma poténcia de 30 W? Solugao: __Poténeiadesafda_ GOW) N= Doténcia de entrada ~ 145 W = 414 = 41.4%. * NT Os valores adotados para o custo do kilowatt-hora sio fict{cios. Digtalizado com CamScanner 52__Circuitos Elétricos_Cap. 4 Como pode ser observado no Exemplo 4.5, 0 rendimento pode sey expresso por um valor decimal ou percentual. Geralmente um sistema muito grande é considerado como constituidg de pequenos sistemas em cascata, isto é, a safda de um sistema 6 a entrada do sistema ou estgio seguinte (veja Figura 4.6). Na Figura 4.6, os rendimentos dos estagios 1, 2 e total so m1, 12 € Mo, Tespectivamente, onde: = Pesta > Pentrada 1. _ Penida © Pentrada 2 Pela substituigdo, Psaida2="12 Pentrada 2 na equagao para No, Pasita _ 112 Pentradn?2 Pentradat — Pentra To= Mas Pentrada 2= Psasda 1, entao _N2 Peafdat entrada No ou no=nem1. (4.13) Assim, o rendimento total de um sistema em cascata é igual ao produto dos . rendimentos dos estagios. Digalizado com CamScanner Cap.4 Lei de Ohm, poténcia c eneryia 6 Pesta [Estigio 1|Pany [Estgio 2| (ean Pears} Sistema total No Figura 4.6 Sistema em cascata. 4.5 DECIBEIS Uma unidade sempre usada para indicar a perda de poténcia em um sistema de comunicagao é o bel. Tendo origem no nome de Alexander Graham Bell, 0 bel € 0 logaritmo na base 10 da relagéo entre duas poténcias. O decibel, abreviado dB, 6 igual a um décimo de um bel e é dado pela equagao, @B=10 ogy SE (4.14) 5 onde P, é a poténcia de entrada e P, a poténcia de saida, Como aplicado aqui, o valor dB é positivo e representa a perda do sistema. Exemplo 4.6 A poténcia de entrada de um cabo de comunicagao é 1 We a saida é 0,1 W. Encontre a perda no sistema em dB. Solugao: P. f perda = 10 logio p= 10 logio 5 7 =10 logy 10 = 104B Digalizado com CamScanner Ss =» - 1 Kletricos Cap 4 QUESTOES DE REVISAO Qual o significado de resistores Hinenres & nhodinenves? , O que é yesisténeia dinimiea? . O que é condutanein dinfimien? , Cite a diferenga entre uma resinlénels bilateral 6 win Unilateral, O que é poténein? |. Defina energia, Qual o significado de endimento? 0 que 6 0 decibel? PROBLEMAS Uma corrente de 64 A elreula através do um roaistor de 2,7 mogaohm (MQ) conectado a uma fonte de tenaio de HV, Qual o valor de £7 Um resistor de 2200 Q provoca uma quoda do tonsfio do 1,5 V. Qual o valor da corrente que eivcula polo resiator? Qual daw resisténcias provoca uma malor queda de tensio: (4) uma resisténcia de 1 MQ pereorrida por uma corrente de 74 mA ou (6) um resistor de 150 Q percorrido por uma corronte do 6,6 A? Um fio fusivel de resisténela 0,012 2 ponaul uma queda de tonstio de 250 pV, Qual a corrente que esta circulando pelo fuatvel? A bobina de um relé possul une rosliténcia de 48 Q ¢ deve conduzir uma corrente de 0,18 A no fochamento don contatos, Qual tensio deve ser aplicada sobre o veld? / Qual a tensio aprenontada sobre um yostator de 1,6 MQ quando uma corronte de 6,2,0A cirenln por ole? Um resistor ndo-linear ponwul a caractoriatien Vx 7 mostrada na Figura 4,7, Qual a reaiitOncin dindmicn; (a) na faixa do corronte 0,1-0,2A e (b) na faixa do corrente 0,5-0,4 A? / f Digtalizado com CamSoanner Cap.4 Lei de Ohm, poténcia e energia 55 8, Referindo-se a Figura 4.7, quais as condutancias dinamicas nas faixas de corrente: (a) 0,1-0,2 A ¢ (b) 0,3-0,4 A? 160 400 140 120 7% 300|— q 100 Jt g = 23 80 S g 200 = 60 | ' 5 — a + = 100+ 0 + f Ae AL | 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,6 0,6 0,7 0,8 I (amperes) V (volts) Figura 4.7 Problemas 4.7 ¢ 4.8. Figura 4.8 Problema 4.9. 9. Dada a curva J x V da Figura 4.8, quais sio as resisténcias e as condutancias dinamicas na faixa de 0,6-0,65 V? 10.) Um resistor de 2700 © 6 conectado a uma fonte de 10 V. Qual a poténcia — dissipada? UL) Um eletrodoméstico de 120 V que possui uma resisténcia de 18 2 operou por 1h, Qual a energia utilizada? 12. Qual corrente deve fluir em um resistor de 7500 Q se a poténcia consumida 6 de 20 W? 13. Qual a maxima tensiio que deve ser aplicada em um resistor de 0,5 W, 2,7 ka? .14. Qual a corrente que um aquecedor de 550 W solicita de uma linha 120 V? ¥ & Um televisor portatil consome 180 W da rede. Qual o custo da operagio por dia se ele é utilizado durante 6 h e o custo por kilowatt-hora 6 de R$ 0,15? 16. Uma companhia energética utiliza uma escala decrescente mostrada na Tabela 4.2. Qual seré o valor pago por 400 kWh de energia? Digtalizado com CamScanner 56_Cireuitos Elétricos Cop. 4 Tabela 4.2 Tabela de pregos. AWA Custo Primeiros 24 kWh R$ 20,00 Préximos 36 kWh RS 5,00 Préximos 80 kWh R$ 4,50 Préximos 230 kWh R$ 2,60 Qualquer adicional kWh RS$_1,60 y 7 o-G) Qual a méxima corrente permitida em um resistor de 0,5 W/1,5 mQ? ~18, Qual a poténcia de entrada requerida por um transformador se ele fornece 1,2 KW com um rendimento de 92%? —19. Um gerador de ‘10 kW de rendimento 78% deve ser movido por uma méquina de quantos hp? (1 hp = 746 W) : £20, Um motor 120 V produz uma safda de 2 hp e um rendimento de. 72%, Qual a corrente que circula no motor nessas condigdes? 21. Um motor de 1/4 hp com um rendimento de 80% é especificado para operar com 12 V, Qual deve ser a corrente de entrada para que ele forneca 1/4 hp? 22. O rendimento total de um sistema de dois estdgios ¢ 45%. Um dos estagios possui rendimento de 80%. Qual o rendimento do segundo estagio? #23, A poténcia de entrada de um cabo de dudio é 2 W e a safda 6 1,5 W. (a) Qual o rendimento do cabo? (b) Qual sua perda em dB? 24, Uma linha de transmissdo alimentada com 2700 W fornece 2500 W para a carga. (a) Qual o rendimento da linha? (b) Qual sua perda em dB? Digalizado com CamScanner MAKRON Books CAPITULO 5 LEIS DE KIRCHHOFF E CIRCUITOS SIMPLES 5.1 LEIS DE KIRCHHOFF 0 circuito elétrico mais simples 6 0 que possui fonte de energia de fora eletromotriz conectada a uma carga resistiva, como na Figura 5.1. Supondo os condutores ideais, toda a energia fornecida pela fonte ser convertida em corrente através da carga resistiva; isto é, a conservacdo da energia requer que, por qualquer caminho elétrico fechado, a soma algébrica das foras eletromotrizes seja igual a soma algébrica das quedas de tensao. Esta idéia foi desenvolvida pelo fisico alem&o Gustav Robert Kirchhoff e ¢ conhecida como Lei de Kirchhoff das tensées, formalmente escrita como: Em qualquer malha ou caminho elétrico fechado, a soma das quedas de tensio deve ser igual a soma das elevagdes de tensio. Figura 5.1 Circuito elétrico simples. Digtalizado com CamScanner 58_Cireuitos Elétricos Cap. 5 Escrita matematicamente, a Lei de Kirchhoff é: Lv=0 6.1) onde se compreende que o somatério das tensées ¢ algébrico; portanto, adota-se um sinal algébrico para as quedas de tensio, e 0 sinal oposto para as elevagoes de tensiio. Por exemplo na Figura 5.1, se comegarmos a andlise no ponto a e seguirmos 0 circuito elétrico no sentido hordrio, a primeira tensao encontrada 6 a clevacdo (E), Em seguida, encontramos a queda de tensdo (V=IR ), apés a qual retornamos ao ponto a, fechando 0 caminho. Se nés algebricamente _ chamarmos a elevagao de positiva (+), por conseqiiéncia a queda serd negativa © (), entao a equagao de Tensao de Kirchhoff para a Figura 5.1 é: E-V=0 A corrente na Figura 5.1 tem apenas um caminho para percorrer, no entanto, em um circuito elétrico tipico pode haver muitos caminhos. A Figura 5.2 representa um ponto de uma jungao de um circuito mais complicado. O ponto de jungao que conecta dois ou mais elementos é chamado de né. Analogamente ao fluxo de égua em um sistema hidréulico em que toda a égua que entra em uma jungao de canos deve sair da juncao, a soma das correntes que entram em um né deve ser igual @ soma das correntes que saem deste mesmo n6. Este enunciado é conhecido como Lei de Kirchhoff das correntes e é baseado na conservacao de cargas; isto 6, ndo ha acréscimo ou desapareci- mento de cargas no né. Figura 5.2 Corrente em um n6. O enunciado da Lei de Kirchhoff das correntes é Yi=0 (6.2) . onde as correntes que entram em um né sao arbitrariamente assinaladas com 0 sinal algébrico (+ ou -) e as que saem recebem o sinal algébrico oposto (— ou +) Digtalizado com CamScanner Cap. & Leis de Kirchhoff e circuitos simples _69 respectivamente. A equagéio nodal é entéo levantada a partir da Lei de Kirchhoff para as correntes nodais. Por exemplo, se as correntes que entram ‘em um n6 forem positivas e as correntes que saem forem negativas, a equagao para o n6 A da Figura 5.2 sera: I-I2-Is=0. As duas leis de Kirchhoff sao as ferramentas basicas para andlise de circuitos, e suas aplicagées se tornarao mais aparentes 4 medida que o capitulo for prosseguindo, Geralmente, faz-se uso dessas leis para encontrar tensdes € correntes desconhecidas, conforme ilustra 0 exemplo seguinte. Exemplo 5.1 Encontre a corrente J; na Figura 5.3. 1.=5A heaal Lo L=3Afl Pe Figura 5.3 Exemplo 5.1. Solugdo: Considerando as correntes que entram nos nés como positivas: DVl=h-h+h-k=0 Substituindo os valores de Ii, Io e Iz, e resolvendo para I4, nés obtemos 5-2+3-I4=0 ou Ig=6A Se ao resolvermos o problema para uma corrente desconhecida, como no Exemplo 5.1, encontrarmos um valor com sinal negativo, o sentido da corrente ser4 oposto ao assumido. Digtalizado com CamScanner 80 Cireuites Kletricvs Cap. 5 5.2 O CIRCUITO SERIE Quando_resisténcias ou_outros elementos _de_circuitos_sio_conectados em seqiiéncia, ou seja;-com.o-fim.de.um-ao-comego do outro, como as resisténcias da Figura 5.4 (a), os elementos sao ditos.em série, Pelo principio da conservagao de carga e por observagao da Figura 5.4 (a), deve ficar evidente que a corrente que sai da bateria (J) é a mesma corrente que cireula por cada uma das resisténcias (Ih, [2 ¢ Is respectivamente), entéo, 1=h=n=13, Desta maneira, 0 circuito série deve alternativamente ser definido como 0 circuito com apenas um caminho para passagem de corrente, Fl. 4 | Hae, ee | - | | to L eo R,=R,+R,+R, zi bo BE BReReRe (a) (b) Figura 5.4 (a) Um circuito série. (b) Seu circuito equivalente. Aplicando a Lei de Kirchhoff das tensdes ao circuito, comegando pelo terminal positivo da bateria, percorrendo a malha no sentido hordrio, e tomando as quedas de tenséo como positivas, obtemos Vi+Vo+V3-E=0 ou E=Vi+Vo+V3 (5.3) A Equagao 5.3 demonstra que no circuito série a fem aplicada é igual a soma das quedas de tensao individuais. Se as quedas de tensdo individuais (Vi = IR), Vo=IR2 e V3 = IRs) so substituidas na Equacao 5.3 e isolamos I, Digtalizado com CamScanner Cap. & Leis de Kirchhoff ¢ circuitos simples 61 E=IR,+1R2+IR3 Bal (Ri +R2+R3) ou ate EB - (Ri +R2+R3) A expressiio anterior nos mostra que, em um circuito série, a resisténcia total ou equivalente R; 6 igual a soma das resisténcias; daf temos o circuito equivalente da Figura 5.4 (b). Genericamente, Re=Rit+Ro+Rot+...+Rn (5.4) e para N resistores do mesmo valor R em série Rr=NR (5.5) Multiplicando a Equagdo 5.3 pela corrente I, encontramos EI=IV, +1V2+IV3 ou: Pr= P+ Pot Ps (5.6) Isso significa que, de acordo com a Lei da Conservacao da Energia, a poténcia total fornecida pela bateria ¢ igual a soma das poténcias dissipadas nas cargas resistivas. Exemplo 5.2 Um resistor de 10 Q, um de 15 9 e um de 30 Q sao conectados em série com uma fonte de 120 V. (a) Qual a resisténcia série total? (b) Qual a corrente que circula no circuito? (c) Qual a poténcia dissipada pelas resisténcias? Solucéo: (a) Re=Ri + Ro+R3=10+15+30=55Q. =~ _120V_ ()1= 5 = 55 q 72184. (c) Pp = EI = (120 V) (2,18) = 262 W A caracteristica de um circuito série € que a corrente deve passar através de cada elemento, Se acontecer uma quebra no circuito, ou seja, se 0 circuito for aberto, todo 0 circuito para de funcionar. Fusiveis e disjuntores sio Digalizado com CamScanner ~~ 62_Cireuitos Elétricos Cap. 5 os de protegdo construidos para abrir um cireuito quando a corrente dispositiv 1 yrren Eles sii colocados em série com o circuito que estiver passando for muito alta. a ser protegido. Fregiientemente, uma resisténcia série é utilizada para reduzir a tensiio sobre um elemento, como no Exemplo 5.3. Exemplo 5.3 Um receptor de radio que funciona em 9 V esté conectado a uma fonte de 12 V conforme indicado na Figura 5.5. Calcule o valor de resisténcia e a poténcia para o resistor limitador série, se a corrente normal requerida pelo rédio é de 120 mA, Figura 5.5 Exemplo 5.3 Solucéo: Pela Lei de Kirchhoff das tensdes, a tensio sobre a resisténcia Ré Vr=E-9V=3V Entao: R= %e = ea =259 e ; Pr=VpI=3 V (120 mA) = 0,36 W 5.3 O CIRCUITO PARALELO Quando resisténcias ou outros elementos de circuito sao conectados de tal forma que tém o mesmo par de pontos terminais ou nés, como as resisténcias da Figura 5.6 (a), os elementos sao ditos em paralelo. No circuito paralelo, as Digtalizado com CamScanner Cap. 6 _Leis de Kirchhoff e circuitos simples _ 63 quedas de tensio sobre os elementos em paralelo siio as mesmas, de forma que, na Figura 5.6 (a): Figura 5.6 (a) Um circuito paralelo. (b) Seu circuito equivalente. Portanto, o cireuito paralelo pode ser alternadamente definido como um circuito que possui a mesma tensdo sobre seus elementos. A corrente total I que sai da bateria se divide em correntes ramificadas I, I2 ¢ Is no né a; entao as correntes ramificadas se recombinam no né 6 para formar a corrente I circulando de volta para a bateria. Pela Lei de Kirchhoff das correntes: T=h+Ig+I3 (5.7) Se as correntes individuais de cada ramo -£ #8 aed h=pp hay & b= R, so substitufdas na Equagdo 5.7 ou I=E (Gi + G2+G3) Digtalizado com CamScanner 64_Cireuitos Blétrioos Cap. 5 A expressiio anterior indica que, no circuito paralelo, a conduténcia total ou equivalente G; 6 a soma das condutincias; daf termos 0 circuito equivalente da Figura 5.6 (b). Genericamente, Gp=G)+G2+05+...4Gn (5.8) ou 1-1,1,1 1 dita ad 53 Reo Ri Rp Rs Ra 9) Quando N resistores do mesmo valor esto em paralelo G=NG 6.10) (5.11) Observe a vantagem do circuito paralelo: se algum dos ramos abrir, nao afetard os outros ramos. Desta forma, numa mesma instalacao, 0 uso dos circuitos em paralelo possibilita a comutagao de qualquer lampada ou outro aparelho ligado ou desligado, sem afetar os outros circuitos. Exemplo 5.4 Qual a corrente total fornecida pela bateria na Figura 5.7? | 4] 1 4 100 V = 102 “S509 S259 F125 2 }z | R Figura 5.7 Exemplo 5.4. Solugao: Encontramos a resisténcia total lili 1 ( R. 10°50 * 25 * 12,5" 50 Digtalizado com CamScanner Cap. 6 Lein de Kirchhoff ¢ cireuitor simples 65 portanto, 50 By= P2460. Entao: _E_ 100 eR A416" 24 Alternativamente, as correntes individuais podem ser encontradas: ‘ 200 _ = 100_ N= {9 210A, b= "55 =2A 100 _ = 100 _ b=o5 748 yy 5 =8A Entao: Lah+h+Is+=24A Para o Exemplo 5.4 ¢ evidente que a resisténcia total (as vezes também chamada resisténeia equivalente) do circuito paralelo R; 6 menor que a resisténcia individual de qualquer um dos ramos. Conforme 0 exemplo anterior, considere 5 resistores de 150 em paralelo. Pela Equagao 5.11, Freqiientemente, um circuito paralelo consistiré em apenas dois resistores, como na Figura 5.8. Figura 5.8 Dois resistores em paralelo. Digalizado com CamScanner 66 _Cireuitos Eletricos_ Cap. 5 Neste caso, a resisténcia total pode ser encontrada pela Equagio 5.9; Ploiyas ROR Ro Invertendo: = Ri Re (1: RR eRe % encontramos que a Equagao 5.12 demonstra que a resisténcia total de duas resisténcias em paralelo é 0 produto entre elas dividido pela soma das duas, 5.4 DIVISORES DE TENSAO E CORRENTE Freqiientemente, na andlise de circuitos série, torna-se necessério encontrar a queda de tensao sobre uma ou mais resisténcias. Uma simples relagao para as quedas de tenso pode ser obtida a partir da Figura 5.4 (a). A corrente total é dada por ok 1+R2+R3 eas quedas de tenséo dadas por. ~ Ri im =TRi=E RR eRe Ro Vo=IRo=E pes Rs Vo-IRo-E ees Observe que, nessa relagdo, a queda de tensao sobre um resistor 6 proporcional a razdo da resisténcia total do circuito. Um enunciado genérico, chamado regra do divisor de tensdo, pode ser descrito como se segue: Digtalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples 67 £m um circuito série, a queda de tensiio sobre um resistor particular R, 68 tensio aplicada multiplicada pela fragio R,/Ry. (5.13) gExemplo 5.5 Determine as quedas de tensao Vi, V2 e V3 no circuito da Figura 5.9. Figura 5.9 Divisor de tensio. Solugéo: A resisténcia total R; = 60 + 85 + 55 = 200 Q. Entao, pela Equacao 5.13, Vi= Ri_ 60 )_ 1=. 2.7 9(a00]°8°¥ Ve= Ro_ 85 \_ Vv a= ER, =10(p00} 425 2,75V Conferindo pela Lei de Kirchhoff das tensdes, temos que: Vi + Vo+V3=3+4,25 +2,75=10V=E O caso especial de dois resistores em paralelo nos leva a regra do divisor de corrente. Na Figura 5.8, a corrente total que entra na combinagao Digtalizado com CamScanner 68_Circuitos Elétricos Cap. 5 do paralelo de Ri e Ro se divide respectivamente nas correntes I e Iz. Ag correntes nesses ramos so: : v Vv : =v oe b=t hep © Bem Todavia, a queda de tensio V ¢ igual a I; R; , onde R; 6 dado pela Equagao 5.12, ] Riko Veh Rah Ri+Ra Se a expresso para V for entao substitufda pelas correntes nos ramos, as expressdes [} e J2 serao encontradas por le (5.14) Ra "RR Ri =hs=—- 5.) blah (5.15) As Equagées 5.14 e 5.15 so enunciadas matematicamente pela regra do divisor de corrente, que pode ser descrita como se segue: Para dois resistores em paralelo, a corrente em cada resistor é a corrente total multiplicada pela razao entre o resistor oposto e a soma dos dois resistores. Exemplo 5.6 Encontre as correntes nos ramos I; e [2 para o circuito paralelo da Figura 5.10. R,=10k —ww—— 20mA—> | 20 mA —> lL R,=5kQ Figura 5.10 Divisor de corrente. Digtalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples 69 Solugdo: _Pelo principio do divisor de corrente: =29(—2* _\_ 9 (1 h=20 & kr10 i} 20 (3); 6,7 mA = 99 (12k) 99 (2 12=20(i54)*29(j)-1990ma No Exemplo 5.6, percebemos que, desde que Ri tenha o dobro da resisténcia de Ro, a corrente que ird circular através de R; sera metade da corrente que passa em Ro. Assim, em qualquer circuito paralelo, a razéo entre as correntes de dois ramos ¢ igual ao inverso de suas resisténcias. 5.5 CIRCUITOS SERIE-PARALELO Cireuitos série-paralelo so circuitos que contém combinagoes de circuitos tanto série quanto paralelo. Os circuitos série-paralelo podem ser reduzidos a uma resisténcia equivalente conforme mostra o Exemplo 5.7. Exemplo 5.7 Encontre a resisténcia e a corrente totais no circuito da Figura 5.11 (a). @ (6) (c) Figura 5.11 (a) Um circuito séri paralelo. (b) Apés sua primeira reducdo. (c) Apés sua segunda redugdo. Digtalizado com CamSoanner 70 __Cireuitos Rlstricos Cap. 5 Solugiio: Uma inspegaio a Figura 5.11 (a) leva a substituir a combinagiio do paralelo dy Ryo Ry por Ra, como na Figura 5.11 (b). (8)(12)_ Ra=Rt | Ra=g 39 = 4,8 onde o simbolo || significa em paralelo com. A resisténcia total vista pela fonte pode ser encontrada por uma segunda redugio, como na Figura 5.11 (c), Sendo que Ru esta em série com Ri, Ra=Rat8Q=1282 A corrente total /1 6 igual a = 1,875 A e por divisor de corrente: I af Na resolugio de qualquer problema de circuitos, podemos encontrar diversas maneiras de se chegar aos resultados desejados. Por exemplo, apés encontrar a corrente total J) no Exemplo 5.7, nao é necessario usar a regra do divisor de corrente, mas podemos encontrar V2 ¢ Vs: 8). 875 (= 0,75 A 7 12). = 1,875 (2) 1,125 A Vo=Va=N Rn = 1,875 (4,8)=9V Entio: Digalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples__71 pxemplo 5.8 Encontre as tensées e correntes determinadas no circuito da Figura 5.12 (a). Solugéo: Seguindo as reducdes mostradas nas Figura 5.12 (b) e (d): Ru=Re || B= OL -3.0 Ra=Rit+Rs=3+6=90 Re=R2 || Ra= 208) -6.0 © @ Figura 5.12 (a) Circuito do Exemplo 5.8. (b) Apés a primeira redugao. (c) Apés sua segunda redugao. (d) Apés a terceira reducdo. Digalizado com CamScanner BD_Cinuitus Kerrie ap Entito B65 165 gy Ne Reka 546" 1 e 21 Rig = 15 (6) = 90 V entiio Por divisor de tensiio: Ry 6) Vs Fesca| ofa} ¥ Va=V2-Va=90-60=30V Finalmente, Ys 90, Nope aT75A ° Vs _30_ I 1g = BOA Nem todos os circuitos elétricos podem ser reduzidos pelas redugies série e paralelo a um circuito simples de uma resisténcia equivalente conectada auma fonte simples. Considere o cireuito na Figura 5.13. Este circuito, chamado circuito ou configuragdo em ponte, niio é redut{vel diretamente por combinagies série-paralelo. O circuito em ponte ¢ outros circuitos mais complexos necessi- tam de técnicas de circuitos mais claboradas, que serdo exploradas no préximo capitulo, Digtalizado com CamScanner Cap, 5 _Leis de Kirchhoff e circuitos simples_73 Figura 5.13 O circuito em ponte. 5.6 FONTES DE ENERGIA E RESISTENCIAS INTERNAS CNo Capitulo 2, a fonte de tensao foi apresentada como uma fonte de tenséo ideal, isto é, uma fonte podia suprir sua tensio independentemente da quantidade de corrente exigida da mesma. Este nao é 0 caso real, porque a tensao obtida nos terminais da fonte E; diminui A medida que a corrente de carga aumenta. Considere uma simples célula quimica que gera uma fem, E. Quando a célula 6 conectada a um circuito externo, a corrente para completar seu caminho deverd circular pelos eletrodos e pelo eletrélito, ambos possuidores de resisténcias particulares. Este tipo de resisténcia encontrado dentro da fonte é chamado de resisténcia interna e é denotado pelo simbolo Ri. Entao, uma célula simples, e, de fato, qualquer fonte de energia elétrica, ¢ mais precisamente representada por uma fonte de tensao ideal que possui uma fem constante E para qualquer corrente, em série com uma resisténcia interna, como mostrado na Figura 5.14. Quando nao hé corrente sendo fornecida pela fonte, a queda de tensao através de Rj € zero e a tensio nos terminais E; é igual & da fonte de fem E. Esse valor de tensdo nos terminais E é chamado de tensao de circuito aberto, Exe (do inglés open circuit), ou tensdo a vazio, Eni (do inglés no-load). fe (tensio terminal) Figura 5.14 Uma fonte de fem real. Digtalizado com CamScanner 74_Cireuitos Elétricos Cap. 5 Fontes de tensiio geralmente possuem baixo valor relativo de resistén- cia interna. Por exemplo, duas células de luz de flash C e D “novas” possuem resisténcia interna de aproximadamente 0,47 Q e 0,27 Q respectivamente. A’ resisténcia da célula aumenta com o tempo, uma vez que a célula vai secando e, com 0 uso, 0 MnOz se converte em Mn20s, que possui uma alta resisténcia, Se for medida a tensio de uma fonte real, com o voltimetro, que normalmente possui uma alta resisténcia (k Q ou M Q), este ird drenar uma corrente tao pequena, que a tensio medida sera aproximadamente a tensio de circuito aberto. Por outro lado, se for conectada uma carga que drena uma corrente considerdvel, a resisténcia interna ird causar uma queda de tensio considerdvel dentro da fonte. Considere entao o circuito da Figura 5.15. ‘A equagao da tensao escrita para o circuito da Figura 5.15 mostra que a tensio nos terminais E; = Ry, é menor que a fem da fonte de tensdo interna, que é: Ey=E-IRi (5.16) A caracteristica de tensiio versus corrente para fontes de tensdo ideal e real 6 mostrada na Figura 5.16. A caracteristica E versus I da fonte real 6 mostrada como sendo linear na Figura 5.16, indicativa de uma resisténcia interna linear para a qual a resisténcia interna é igual a inclinagao da curva. Uma vez que a resisténcia interna pode nao ser linear, algumas fontes possuem curvas E x I nao-lineares. (0,0) I. Figura 5.15 (esquerda) Uma fonte real fornecendo corrente. Figura 5.16 (direita) E x I: (a) fonte de tensao ideal; (b) fonte de tensao real. Com o aumento da corrente de uma fonte real, a queda de tensdo caminha em diregéo a zero como na Figura 5.16, a tenséio dos terminais se torna zero e a corrente atinge um valor maximo Isc. Esta condigao corresponde Digalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples 75 ao que é mostrado na Figura 5.17, onde um curto ou condutor com resisténcia proxima de zero 6 conectado aos terminais da fonte. A fonte é dita curto-cir- euitada, tendo zero nos terminais e sua corrente limitada apenas pela resisténcia interna, sendo chamada de corrente de curto-circuito, Isc (do inglés short circuit). Da Equagao 5.16, a corrente de curto-circuito é relacionada com a tensio de circuito aberto E por: Ise (5.17) Figura 5.17 Uma fonte de tensio curto-circuitada. ‘A variagao de tensio que existe e vai da auséncia de carga até o ponto de carga maxima 6 especificada pela razdo adimensional chamada regulago de tensdo, que é definida pela Equagio 5.18 En-En =a 18) RT. En (5.18) onde Ex) 6 a tensaio sem carga ou a vazio, ou de circuito aberto, e Eq (do inglés full load) é tensdo de carga maxima ou plena carga. Observe a partir da Equagdo 5.18 que uma fonte préxima da fonte ideal possui regulagdo zero: nao hé mudanga entre auséncia de carga e carga maxima, A regulagaio de tensio é freqtientemente expressa em percentual, Regulagiio de tensao (%) = (Regulagao de tensao) x 100 (5.19) Exemplo 5.9 ‘A fem de uma fonte é 45 V. Com uma carga de 140 mA, a tensao dos terminais cai para 40 V. Qual é: (a) a resisténcia interna da fonte; (b) a regulagao de tensiio? Digtalizado com CamScanner 76 Cireuitos Elétricos Cap. 5 Solugdéo: (a) (45-40) 5 Rete oid 0147 7% (b) Ent-En _ (45-40) _ 5 _ RT. En 1 & 0,125 = 12,5%. Uma bateria priméria nao pode ser carregada, mas uma bateria secundaria pode. Quando a bateria é carregada, a corrente circula para dentro da bateria, como indicado na Figura 5.18 (a). Entao a tensdo nos terminais deve exceder a fem da célula, desde que a queda interna agora se some a fem: Ey=E+IRi (5.20) Se considerarmos a corrente de descarga de uma bateria positiva (+) e a corrente de carga negativa (-), as caracteristicas Z x I se estenderdo ao segundo quadrante como na, Figura 5.18 (b). Ainda assim, uma resisténcia interna linear serd indicada. E Carga t Descarga ‘ s 1 0 ) Il—_ (a) (6) Figura 5.18 A bateria secunddria: (a) com corrente de carga; (b) seu grafico caracteristico E x I. Um segundo tipo de fonte elétrica 6 a fonte de corrente ideal, que fornece um valor constante de corrente indiferentemente da resisténcia de carga conectada a seus terminais. O simbolo esquematico para fonte de corrente ideal 6 mostrado na Figura 5.19 (a), e seu grafico E x I, na Figura 5.19 (c). A seta no simbolo esquematico indica o sentido convencional da corrente I fornecido pela fonte. Digalizado com CamScanner Assim como a fonte de tensdo ideal fornece uma corrente particular que sé depende do cireuito externo, 2 fonte de corrente ideal fornece uma tensd0 quetambém sé depende do circuito externo. Por exemplo, uma fonte de corrente idea] fornece 10 V, quando conectada a uma resisténcia de 10 Q, e 200 V, cuando conectada a uma resisténcia de 200 Q. A polaridade destas tensdes € dade pela queda de tensdo na direedo positiva do fluxo de corrente na resisténcia externa. O inverso ou a reciprocidade existente entre a fonte de corrente e a fonte a so é conhecida como dualidade. A fonte de tenséo real possui uma resisténcia interna série que idealmente é zero. De modo dual, a fonte de corrente real possui uma conduténcia interne paralela, Gi, que é jdealmente zero. Alternativamente, 2 fonte de corrente real é descrita como tendo uma resisténcia interna R:=1/G; (idealmente infinita) que desvia parte da corrente fornecida fazendo com que essa parte no alance os terminais de saida [veja Figura 5.19 (b)]. O grafico E,x I; para a fonte de corrente real é mostrado na Figura 5.19 (c); onde pode-se observar que 0 mesmo se parece com o da fonte de tensao ideal. Duas fontes so equivalentes se produzem correntes idénticas para uma mesma carga resistiva. Se os terminais da fonte de corrente real sdo curto-cireuitados, a corrente que sai dos terminais é: T=T=Tse (6.21) Na condigdo de circuito aberto, a corrente produzida pela fonte de corrente que circula por R; produziré uma tensdo de circuito aberto: Eve = IR: (5.22) Digtalizado com CamScanner Cinnitos Bletrions Cap. 5 Combinando as Equagies 5.21 ¢ 5.22, obtemos a Equacao 5.17. Entao a fonte de corrente pode ser convertida em uma fonte de tensiio e a fonte de tensao, ‘em uma fonte de corrente, contanto que seja usada a configuragao do circuito apropriado, como mostra a Figura 5.20. Esta equivaléncia 6 considerada adiante, quando os teoremas de Thévenin e Norton forem discutidos no Capitulo 6. Figura 5.20 Fontes equivalentes de tensio e corrente. 5.7 DIFERENCA DE POTENCIAL E NOMENCLATURA DE DUPLO INDICE Freqiientemente 6 necessdrio especificar a diferenga de potencial entre dois diferentes pontos ou nés em um circuito, Um modo conveniente de se fazer isso é usar a notagao do duplo indice. De acordo com o IEEE Standards for Semiconductors, 0 primeiro indice designa o ponto em que a tensio é medida em relacao ao ponto de referéncia designado pelo segundo indice. Quando o n6 de referéncia é conhecido, o segundo indice pode ser omitido. Por exemplo, na Figura 5.21, a tensio sobre os resistores de 209 e 409 sao, por divisor de tens&o, 10 V e 20 V respectivamente. a £400 pore 30V = b = 202 frsv ite Figura 5.21 Uso do duplo indice, fe Digalizado com CamSoanner Cap. 6 Lain de Kirchhoff e cireuitos simples 79 Usando notagéo de duplo {ndice, a tensio em a referente a b é V5 = +20 V. Isso significa que a referencia ou terminal negativo do voltfmetro foi conectado no ponto b ¢ o terminal positivo conectado no ponto a, resultando em uma leitura positiva. Conseqtientemente, 0 ponto b é negativo em relagéo ao ponto a e portanto Via =~ 20 V, isto é: Ves =— Via (5,23) Uma flecha as vezes é usada para indicar a tenséio. Como na Figura 5.21, aponta da seta indica o ponto de medida ¢ o final da seta é 0 ponto de referéncia. Uma outra maneira de considerar o sinal algébrico associado com o duplo indice é considerar a tensao Vz» como a queda de tensao de a para b como na Figura 5.21 Vas = +20 V. Entao Vic define a queda de tensao de b para a, € j4 que a tensfo de b para a é uma elevacao ou queda negativa Via = 20 V. Freqiientemente o potencial entre dois pontos se torna mais claro se desenharmos um grdfico de potenciais conforme o exemplo seguinte: Exemplo 5.10 Determine as tensdes Via € Vie para o circuito da Figura 5.22 (a). Ramo 1 Figura 5.22 (a) Circuito série-paralelo. (6) Quedas de tenso no circuito. (c) Diagrama de potencial. Digtalizado com CamScanner 80_Cireuitos Eletricos Cap. 5 Solugda: Ford Givisor de tensio, as quedas de tensdo sdo especificadas como na Figura 5.22 sando a como referéncia; isto é, potencial zero, as tensdes nos pontos be, dee sto 13, 50, 5 e 42 V, respectivamente; resultando no diagrama de potencial da Figura 5.22 (c). Entao Vig =+10V ¢ Vie=-27V 5.8 DIVISORES DE TENSAO Um divisor de tensdo é uma combinagio série'de resistores escolhidos de forma que uma tinica fonte de tensdo possa suprir uma ou mais tensdes reduzidas, Um divisor de tensdo que oferece uma tensao E e duas tensdes reduzidas é mostrado na Figura 5.23. Na pratica, cargas resistivas serao conectadas entre © ponto de referéncia ou terra (tomado como terminal negativo na Figura 5.23) € as tensdes dos terminais A, B, e C. Se estas cargas ou circuitos solicitarem uma corrente desprezivel, isto 6, a tensio dos terminais fornecer corrente efetiva igual a zero, o divisor é dito descarregado. Entao a tinica corrente presente é a corrente de polarizagdo I, a corrente que permite o trabalho do divisor, que nesse caso € igual a tensdo total dividida pela resisténcia total. ny? | yk Figura 5.23 Um simples divisor de tensao descarregado, Digalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff circuitos simples 81 Por exemplo, suponha que duas tensées, uma de 100 V, outra de 80 V, fossem fornecidas Por uma fonte de 100 V. O divisor da rede necessita de dois resistores como na Figura 5.24. Entao, se a corrente de polarizagao for escolhida arbitrariamente de 20 mA, as resisténcias Rj e Ro sao calculadas por: R= naka Figura 5.24 Um exemplo de divisor de tensao. Mas consideremos que acontega de a corrente de carga Is fornecida pelo divisor na Figura 5.24 mudar para um valor nao desprezivel. A corrente In circulando em Re anteriormente era apenas a corrente de polarizagao, mas agora é igual & soma de I; e Js. A queda de tensio sobre Ro aumenta, todavia diminuindo a tensao sobre V; em relagao aos 80 V desejados. Se existe uma idéia das correntes de carga a serem fornecidas, estabelece-se esta corrente e projeta-se um divisor de tensdo com carga que mantenha uma corrente de polarizac¢éo com um valor minimo necessdrio para o funcionamento do divisor. Se nao é especificado, é usualmente tomado 10% da corrente total para tal. Esta regra mantém um compromisso; um alto valor de corrente de polarizacao resulta em uma poténcia excessiva sobre 0 divisor e um valor pequeno resulta numa pobre regulagio de tensfio quando o valor da carga se altera, o que invariavelmente acontece. 0 projeto de um divisor de tensfio com carga é descrito no exemplo que se segue. Digtalizado com CamScanner §2_Cireuitos Elétricos Cap. 5 Exemplo 5.11 Uma fonte de 14 V fornece 20 mA em 3 V, 30 mA em 9 Ve 50 mA em 12 V. Projete um divisor de tensio usando uma corrente de polarizagao de 10% das correntes das cargas. Solugao: 0 projeto requer quatro resistores, como mostrado na Figura 5.25. A corrente de carga total = 20 mA + 30 mA + 50 mA = 100 mA. Entao a corrente de polarizagao = 10% (100 mA) = 10 mA. Jé que I; 6 a menor corrente para o funcionamento do divisor, /) = 10 mA de forma que: Resolvendo para Re, encontramos: In=I, +20 mA=30 mA 9V-Vi__6V Te 7 30mA~ 200% Re= Resolvendo para Rs, obtemos: Ig =I2+30 mA = 60 mA _12V-9V__3V Re G0mA ~ 60mA~ 0? e, finalmente: I,=Ig+50mA=110 mA Rj-l4V-12V__2v *""110mA ~ 110mA Calculando as poténcias exigidas nos resistores do divisor, completamos a solugdo: Pi =Vih=(8 V) (10 mA) = 0,030 W P2= Ve I2=(6 V) (30 mA) = 0,180 W Pa = Va Is =(3 V) (60 mA) = 0,180 W P4= V4 Is = (2 V) (110 mA) = 0,220 W. = 18,2.Q. Digtalizado com CamScanner Cap. 6 Leis de Kirchhoff ¢ circuitos simples _ 83 L—> 50mA—> ype. 3 i + ‘em 12V’ 30mA Figura 5.25 Exemplo 5.11. No exemplo anterior, o potencial de zero ou terra tomado foi o terminal negativo da fonte. Em algumas aplicacées eletrénicas, tanto as tensdes negativas quanto positivas em relacao a terra sao desejadas. Estes divisores de tensao de polaridade dupla séo obtidos usando o terra ou potencial zero (veja Figura 5.26). As tensdes positivas sao medidas nos pontos A e B em referéncia ao terra, e a negativa medida no ponto C em relagdo ao terra. Perceba que as correntes na porgao positiva do divisor (J1, Is ¢ Is) se encontram no né de terra e sua soma é igual a soma das correntes que saem do né de terra para a poredo negativa do divisor. A corrente de polarizagao é ento caleulada somente para as correntes da carga positiva. Tensoes positivas ‘Tensio negativa Figura 5.26 Divisor de tensao de polaridade dupla. Digtalizado com CamScanner S4_Cireuitos Elétricos Cap. 5 QUESTOES DE REVISAO <1. Qual a Lei de Kirchhoff das tensdes? 2. O que é um né de cireuito? 3. Enuncie a Lei de Kirchhoff das correntes. \ 4; O que significa um circuito série? 5. O que significa um circuito paralelo? 6. Cite uma das vantagens do circuito paralelo. 7. Explique os prinefpios dos divisores de corrente e tensdo. 8. Desenhe uma configuragdo em ponte. 9. Diferencie a fonte de tensdo ideal da real. 10. Desenhe o grafico V - J caracteristico para as fontes de tensao ideal e real. / 11. Defina resisténcia interna. 12. O que vocé entende por tensdo de circuito aberto e corrente de curto-circuito? ' 18. Defina regulagdo de tensdo. 14. Diferencie a fonte de corrente ideal da real. 15. Desenhe o grafico V- I caracteristico para as fontes de corrente ideal e real. ’ 16. Descreva 0 uso da notagdio de duplo indice. 17. O que significa corrente de polarizagao? '\18, Como podemos desenvolver tensdes positivas e negativas simultaneamen- te em um divisor de tensio? Digtalizado com CamScanner Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples 85 PROBLEMAS Desenhe os diagramas dos circuitos nos problemas em que nao so dados. ZL, A Encontre a corrente dos circuitos da Figura 5.27. Figura 5.27 Problema 5.1: \ B-qual 6 a resisténcia total e o fluxo de corrente de cada um dos circuitos da Figura 5.28? 1,2 ka : mM 12 | 1,8 ka 15 ka 329 12V= 4k , N 05 k2 2kO (a) (b) Figura 5.28 Problema 5.2. w Ve Yo. Digtalizado com CamScanner S86 _Cireuitos Blétricos Cap. 5 3. Dois resistores de 20 k® e 35 kQ siio conectados em série com uma fon,” de 12 V, Determine a corrente total, a dissipagdo total de poténcia ¢ ; tensiio em cada resistor. 4. Determine a resisténcia e a dissipagtio total de poténcia do resistor qu, deve ser colocado em série com um resistor de 100 © e uma fonte de 129) de forma a limitar a poténcia dissipada no resistor de 100 2 em 90.W, 5. Uma fileira de limpadas de rvore de Natal consiste em oito lampada, de 6 W. Se esta fileira de limpadas for projetada para usar uma fonte ge 120 V, qual a corrente que circulard e qual a resisténcia de cada limpada) e Dois aquecedores sio especificados por 1 kW e 220 V cada. Se considerar. mos que a resisténcia dos aquecedores permanece constante, qual ¢ dissipagdo total de poténcia quando os dois so conectados em série 220 Vy a2 Um medidor elétrico tem uma resisténcia de 20 Q e produz uma deflexig no ponteiro com 10 mA passando através dele. Qual resisténcia deverg ser conectada em série com o medidor para que a deflexdo maxima do + © ponteiro ocorra quando esta combinagao série for conectada em 150 V? 8. Dois resistores esto em série: um de 9,2 kM especificado para 1 We outro de 5,1 kQ especificado para 1/2 W. Qual a corrente maxima que poder percorrer o circuito em seguranea? Qual a maxima tensfo que seguramen- te poderd suprir esta combinagao? 9. A tomada de um aparelho é conectada em 120 V a 50 pés por dois condutores de aluminio em um cabo de 12 AWG. Se uma carga de 20 A for conectada & tomada, qual seré a tensio da tomada? “10. © shunt de campo de um motor drena 1,8 A quando conectado em uma linha de 120 V. Qual resisténcia deve ser acrescentada em série para limitar a corrente de campo em 1,2 A? 11. Uma carga de 10 kW é conectada a uma fonte de 230 V por um cabo duplo de cobre 8 AWG. Se a tensio nos terminais da carga tem somente 215 V, qual a disténcia entre a carga e a fonte? 12, Encontre a resisténcia total e a corrente total que circulam através de cada circuito da Figura 5.29. Digalizado com CamScanner Cap. 5 _Leis de Kirchhoff e circuitos simples 87 | | tee wel S50 28 mes mV 480 021200 0 = 8009 L_| _| | [ass] @) ® Figura 5.29 Problema 5.12. 13. Resistores de 1, 2, 5, 10 e 20 Q sao conectados em paralelo com uma fonte de 100 V. Qual o valor da corrente em cada resistor, a corrente total e a resisténcia total da combinagao em paralelo? 14, A resisténcia equivalente de dois resistores em paralelo € 400 2. Se um _ dos resistores for de 1000 0, qual seré 0 valor do segundo resistor? 15. Cinco resistores de 1,5 MQ estdo em paralelo. Qual o valor que o sexto resistor teré quando for colocado em paralelo com os outros fazendo um total de 200 equivalente? 16. Uma corrente de 10 mA passa através de trés resistores, 47 kQ, 56 kQe 82 kQ, conectados em paralelo. Qual a corrente em cada ramo e qual 0 valor das quedas de tensio sobre os resistores? oe 17. Se trés lampadas, de 60 W, 40 W e 25 W, sao conectadas em paralelo com 120 V, qual a resisténcia total e qual a corrente total? /. 18, Um medidor elétrico tem uma resistencia de 20°Q e froduz uma deflexio méxima no ponteiro quando 10 mA circulam através dele. Que resisténcia deverd ser conectada em paralelo com o medidor para que a deflexio méxima do ponteiro ocorra quando 100 mA passar através da combinagio em paralelo? 19. Num circuito elétrico de uma casa sao conectados em paralelo uma lampada de 100 W, uma torradeira de 1100 W e um refrigerador de 240 W a-uma linha de 110 V. Encontre: (a) a corrente consumida por cada elemento, (6) a resisténcia total e (c) a corrente total. 20. Uma fonte de 12 V fornece 9,2 A para trés resistores conectados em paralelo. Por um dos resistores circulam 2,4 A. Se nos outros dois resistores passar a mesma corrente, qual o valor dos resistores? Digalizado com CamScanner 88_Cireuitos Elétricos Cap. 5 “mw ooo 8 Liv 1 v= 3152 36V = 22S V, 7 } + \¥, | —- | \ | jon i 6023 y, ue | V | | Jaw (@) () L— | 25000 30 mA —> 1, —>46509 | @ —soe Figura 5.30 Problema 5.22. 21, Trés resisténcias de 4,6 Q e R Q sao conectadas em paralelo e possuem uma condutancia total de 0,6S. Qual é o valor de R? 22. Use divisor de tensio, divisor de corrente ou relagdes de separagio de corrente para encontrar as tensdes e correntes indicadas nos circuitos da Figura 5.30. ‘23, Encontre a resisténcia equivalente de cada um dos circuitos da Figura 5.31. Digtalizado com CamScanner NM 102 lee (c) Figura 5.32 Problema 5.24. 30.2 Cap. 5 Leis de Kirchhoff e circuitos simples 89 4.—V,—4 I> > Tee 22, | 22 | 20 | ‘gana 112200 | ! snl (d) Digtalizado com CamScanner 90_Cireuitos Blétricos Cap. 5 24, Encontre as tensées e correntes dos circuitos da Figura 5.32. 25. A lampada mostrada na Figura 5.33 opera em 12 V/ 0,30 A. Qual deve ser o valor da tensao £ para a lampada operar em condigdes adequadas? 26. Se a tensio através do resistor de 10 Q da Figura 5.34 for de 24 V, qual seré o valor de R? Figura 5.33 Problema 5.25. 27. Quel a poténcia dissipada pelo resistor de 10 da Figura 5.35? » iow oh {asa Ja Bs t Os BR lV : a Tay 334) Figura 5.34 Problema 5.26, Figura 5.35 Problema 5.27. 28. Multiplique a Equacao 5.16 pela corrente Ie explique o significado desta nova equagéo. ‘29. Uma fonte de 30 V tem uma resisténcia interna de 2 Q. Encontre a tensdo nos terminais quando a carga de um resistor de 10 for conectada. 30. Uma bateria possui uma tensao de circuito aberto de 1, ,58 Ve uma corrente de curto-circuito de 30 A. (a) Qual a resisténcia interna da bateria? (b) Qual a tensio nos terminais da bateria quando dela forem exigidos 5 A? Digalizado com CamScanner Cap. 5 _ Leis de Kirchhoff ¢ circuitos simples 91 31. Se a eficiéncia de uma fonte de tensio real é a poténcia da porgao ideal dividida pela poténcia na carga, qual a eficiéncia da bateria do Problema 30.quando 5 A forem consumidos? 32, Uma certa fonte de tensio fornece 12 V em 3 A. Quando conectada a uma carga diferente, fornece 11,2 V em 8 A. Qual é sua resisténcia interna? 33, Uma tensio de 12 V é usada para carregar uma bateria de 6 V que possui uma resisténcia interna de 0,8 Q. Qual a resisténeia em série que deve ser colocada para limitar a carga em 600 mA? 34, Uma fonte de corrente de 15 A tem uma resisténcia interna de 2 9. Encontre a tensdo nos terminais e a regulacdo de tensio quando um resistor de 10 Q for conectado. 35. Converta as fontes reais da Figura 5.36 em suas fontes equivalentes de tensao ou corrente. , Figura 5.36 Problema 5.35. ae 15 kQ £36 kQ vk ers Figura 5.37 Problema 5.37. Figura 5.38 Problema 5.38. 36. Uma fonte real fornece 5 A em 6 Ve 10 Aem 4 V. Determine as fontes reais de corrente e tensio que possuem essas caracteristicas. 37. Determine a tensio Vas da Figura 5.37. Digtalizado com CamScanner 92 38. 39. 40, 41. Circuitos Elétricos Cap. 6 Determine a tensdo Ves e Vie da Figura 5.38. Uma fonte de 24 V é usada em um amplificador transistorizado de poténcia para suprir as seguintes cargas: 12 Vem 3 Ae 6 Vem 1 A. Pelo uso da corrente de polarizagao de 1/2 A, projete um divisor de tensdo para fornecer estas especificagées. Inclua o valor de poténcia dos resistores. Projete um divisor de tensdo carregado para ser usado com uma alimen- tagao de 300 V e alimentar as seguintes cargas: 75 V em 20 mA, 120 V em 30 mA e 300 V em 100 mA. Use a regra de 10% para corrente de polarizagaio. Encontre a poténcia dos resistores. E dada uma fonte de 24 V. Usando a regra dos 10% para polarizacao de corrente, projete um divisor de tensao para alimentar as seguintes cargas: 18 Vem 4 mA, 12 Vem 10 mAe-6Vem 10 mA. Digtalizado com CamScanner MAKRON Bus CAPITULO 6 TECNICAS DE ANALISE DE CIRCUITOS 6.1 INTRODUGAO Ficou ébvio no capitulo anterior que alguns circuitos, tal como 0 circuito em ponte, necessitam de técnicas mais sofisticadas para andlise que as simples regras aplicadas a circuitos série-paralelo. Essa necessidade de outros métodos de andlise de circuitos tornou-se mais evidente em estudos de varios sistemas eletrénicos e elétricos de poténcia contendo mais de uma fonte de energia. No capitulo anterior, um n6 foi definido como um ponto de jungaio de dois ou mais elementos de circuitos. O né secunddrio conecta apenas dois elementos e é um 126 trivial. O né principal conecta pelo menos trés elementos de circuitos e possui uma equacéo nodal considerdvel. Qualquer caminho entre dois nés principais é chamado de ramo. Entdo, um circuito é chamado de complexo se hd duas ou mais fontes de energia em ramos diferentes do circuito, Um circuito complexo é analisado por um dos métodos discutidos nas secdes seguintes. 6.2 ANALISE GERAL POR KIRCHHOFF Em um circuito complexo, as correntes nos ramos sio desconhecidas; e se houver 6 ramos entdo haverd b correntes a serem encontradas. Aplicando as Digtalizado com CamScanner 94 Circuitos Elétricos Cap. 6 Leis de Kirchhoff para tensao e corrente, é possivel obter um niimero de equagées simulténeas igual ao mimero de varidveis desconhecidas. Estas equacées, discutidas em termos de correntes nos ramos desconhecidas, podem ser resolvidas por determinantes, como as apresentadas no Apéndice 1, Os passos seguidos para resolver um circuito pelo método geral de Kirchhoff ou método de correntes nos ramos sao 0s seguintes: 1. Determine as correntes desconhecidas em cada ramo e indique suas diregdes por meio de setas. (A escolha de diregao é arbitrdria.) 2. Assinale marcas de polaridade para indicar as quedas ou elevagoes de tensao que a corrente particular causa ao passar através do elemento de circuito. 3. Escreva as equagées nodais em (n - 1) nés, onde n é igual ao niimero de nés principais. (Equagées sao escritas para todos os nés, mas um né sera considerado o né de referéncia, Apesar da escolha do né ser arbitraria, 0 né de referéncia 6 freqiientemente encontrado como o né inferior no circuito ou 0 que esté conectado ao maior ntimero de ramos.) 4, Escreva as equagées de tensao para (b-n +1) malhas fechadas, onde b é mimero total de ramos. (As malhas so sucessivamente encontradas de forma que cada nova malha inclua pelos menos um ramo nao anterior- mente no caminho de uma malha. Aqui € suficiente encontrar todas as malhas formando ‘janelas”, isto é, as malhas que formam contornos fechados e nao possuem linhas internas.) 5. Resolva as equacdes simultaneamente para as correntes desconhecidas. Exemplo 6.1 Encontre as correntes nos ramos para 0 circuito da Figura 6.1 (a). Digtalizado com CamScanner

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