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Geraçãodeábacos Fernandes 2018
Geraçãodeábacos Fernandes 2018
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL-RN
2018
i
Geração de ábacos para dimensionamento de pilares de concreto armado com seção circular
Natal-RN
2018
ii
Geração de ábacos para dimensionamento de pilares de concreto armado com seção circular
___________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Barros – Orientador
___________________________________________________
Prof. Dr. José Neres da Silva Filho – Coorientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Joel Araújo do Nascimento Neto – Examinador interno
___________________________________________________
Eng. Marcos Daian Figueiredo da Silva Saraiva – Examinador Externo
Natal-RN
2018
iv
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Geração de ábacos para dimensionamento de pilares de concreto armado com seção
circular
ABSTRACT
Generation of abacuses for design of reinforced concrete column of circular section
This research program investigates the methodology for the generation of dimensionless
abacuses for the design of circular section columns made with conventional and high strength
concrete. The use of dimensionless abacus is one of the alternatives for the design of reinforced
concrete columns and the construction of this tool for columns of circular section made with
conventional concrete and of high resistance is shown to be important due to the lack of these
abacuses for this type of section. The paper exposes two abacus generation methodologies,
always based on the ABNT NBR 6118: 2014 standard. With the help of the Microsoft Excel
Program, a spreadsheet is generated to allow the creation of this tool and some examples are
solved to exemplify its use and efficiency. In the end, a series of dimensionless abacus is left
which can be consulted by students and professionals.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Ábaco adimensional para pilares de seção circular (𝑓𝑐𝑘 ≤ 50𝑀𝑃𝑎) .................... 1
Figura 2.1 - Diagrama tensão-deformação parábola-retângulo do concreto .............................. 8
Figura 2.2 - Diagrama tensão-deformação bilinear do aço. ..................................................... 10
Figura 2.3 – Domínios de deformação no estado limite último em uma seção transversal para
concretos de todas as classes. ................................................................................................... 12
Figura 2.4 – Regiões de deformação ........................................................................................ 13
Figura 2.5 – Deformações na Região I ..................................................................................... 14
Figura 2.6 – Deformações na Região II .................................................................................... 15
Figura 2.7 – Deformações na Região III .................................................................................. 16
Figura 2.8 - Esquema estrutural de uma edificação.................................................................. 18
Figura 2.9 - Viaduto de Millau, na França, construído com concreto de 60 MPa. .................. 19
Figura 2.10 – Seção submetida à (a) Compressão Simples. (b) Flexão Simples. (c) Flexão
Composta. ................................................................................................................................. 20
Figura 2.11 – Seção submetida a uma flexão (a) normal (b) oblíqua. ...................................... 21
Figura 2.12 – Superfícies de interação (𝑁, 𝑀𝑥 𝑒 𝑀𝑦) em valores reduzidos. .......................... 22
Figura 2.13 – Seções especiais para pilares (a) caixão (b) circular (c) circular vazada ........... 23
Figura 3.1 - Arranjo de armadura na seção circular ................................................................. 25
Figura 3.2 – Braço de alavanca para o momento fletor (a) LN no centro (b) LN abaixo do
centroide. .................................................................................................................................. 28
Figura 3.3 – Braço de alavanca para o momento fletor (a) LN no centro (b) LN abaixo do
centroide. .................................................................................................................................. 28
Figura 3.4 – Configuração da planilha para esforços resistentes na armadura (por camadas) . 29
Figura 3.5 – Parâmetros para integração do concreto .............................................................. 30
Figura 3.6 – Demonstração para 𝜑 < 𝜋/2 (a) posição dos ângulos na seção transversal (b)
relação trigonométrica. ............................................................................................................. 31
Figura 3.7 – Demonstração para 𝜑 > 𝜋/2 (a) posição dos ângulos na seção transversal (b)
relação trigonométrica. ............................................................................................................. 32
Figura 3.8 – Elemento infinitesimal de área ............................................................................. 33
Figura 3.9 – Posição da fibra genérica ..................................................................................... 34
Figura 3.10 – Posição da fibra com encurtamento 𝜀𝑐2 ............................................................ 36
Figura 3.11 – Estado elástico (a) linha neutra na seção (b) linha neutra fora da seção ............ 38
ix
Figura 3.12 – Estado plástico (a) linha neutra na seção (b) linha neutra fora da seção ............ 38
Figura 3.13 – Planilha dos valores resistidos pelo concreto ..................................................... 43
Figura 4.1 - Coordenadas das barras de aço na seção circular ................................................. 46
Figura 4.2 – Configuração da planilha para esforços resistentes na armadura (por barras) ..... 48
Figura 4.3 – Representação dos elementos de concreto na seção circular. .............................. 49
Figura 4.4 – Braço de alavanca para o cálculo do momento fletor .......................................... 52
Figura 5.1 – Planilha com informações de entrada .................................................................. 54
Figura 5.2 - Valores limites da linha neutra em cada domínio de deformação ........................ 55
Figura 5.3 – Configuração final do ábaco gerado pela planilha ............................................... 58
Figura 6.1 – Informações de entrada da planilha (Exemplo 01) .............................................. 59
Figura 6.2 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 25 MPa, d’/h = 0,05 ................................................. 60
Figura 6.3 – Valores de entrada e saída do ábaco adimensional (Exemplo 01) ....................... 60
Figura 6.4 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 01) ............................................. 61
Figura 6.5 – Ábaco proposto por Montoya (2001), d’/h=0,05 ................................................. 61
Figura 6.6 – Informações de entrada da planilha (Exemplo 02) .............................................. 62
Figura 6.7 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 25 MPa, d’/h = 0,05 ................................................. 63
Figura 6.8 – Valores de entrada e saída do ábaco adimensional (Exemplo 02) ....................... 63
Figura 6.9 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 02) .............................................. 64
Figura 6.10 – Ábaco proposto por Montoya (2001), d’/h=0,05 ............................................... 64
Figura 6.11 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 20 MPa, d’/h = 0,075 ............................................. 65
Figura 6.12 – Valores de entrada e saída do ábaco adimensional (Exemplo 03) ..................... 66
Figura 6.13 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 03) ........................................... 66
Figura 6.14 – Ábaco proposto por Montoya (2001), d’/h=0,10 ............................................... 67
Figura 6.15 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 60 MPa, d’/h = 0,1 ................................................. 68
Figura 6.16 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 04) ............................................ 69
Figura 6.17 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 90 MPa, d’/h = 0,1 ................................................. 70
Figura 6.18 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 05) ............................................ 71
Figura 6.19 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 70 MPa, d’/h = 0,1 ................................................. 72
Figura 6.20 – Interface do Programa P-Calc 1.4.0 (Exemplo 06) ............................................ 73
x
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SÍMBOLO SIGNIFICADO
𝐴𝑐 Área de concreto comprimida da seção transversal
𝐴𝑐(𝑟,𝑏) Área do elemento de concreto na seção discretizada
𝐴𝑠 Área das barras de aço na seção transversal
𝐴𝑠𝑖 Área de uma barra genérica 𝑖
𝐵𝑐(𝑟,𝑏) Distância do centro do elemento de concreto até o centro da seção
𝐶𝐺 Centro geométrico da seção
𝐷 Diâmetro da seção
𝑑′ Cobrimento do concreto
𝑑𝑖 Distância do ponto de estudo ao topo da seção
𝐸𝑠 Módulo de elasticidade longitudinal do aço
𝑒0 Distância da força normal atuante ao centro da seção
𝑓𝑑 Força resistente de cálculo
𝑓𝑐𝑘 Resistência Característica do concreto à compressão
𝑓𝑐𝑑 Resistência de cálculo do concreto à compressão
𝑓𝑦𝑘 Resistência Característica do aço ao escoamento
𝑓𝑦𝑑 Resistência de cálculo do aço ao escoamento
ℎ𝑐(𝑟,𝑏) Distância do centro do elemento de concreto à linha neutra
ℎ𝑦 Altura da seção transversal
𝑀𝑑 Momento fletor de cálculo
𝑀𝑥 Momento fletor atuante no eixo x
𝑀𝑦 Momento fletor atuante no eixo y
𝑚 Distância vertical do ponto de ruína B ao topo da seção
𝑁𝑑 Força normal de cálculo
𝑛 Número de barras de aço na seção
𝑛′ Número de camadas de aço na seção
𝑝 Distância vertical da fibra genérica à linha neutra
𝑅𝑑 Força estabilizante na seção
𝑟 Raio da seção
𝑆𝑑 Força desestabilizante na seção
xii
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
7 - CONCLUSÃO ................................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75
xvi
APÊNDICES ........................................................................................................................... 77
ANEXO A ................................................................................................................................ 77
1
1 - INTRODUÇÃO
Figura 1.1 - Ábaco adimensional para pilares de seção circular (𝑓𝑐𝑘 ≤ 50𝑀𝑃𝑎)
Sendo:
2
1.2 – Objetivos
feitos em concretos convencionais e de alta resistência, a fim de ampliar o acervo técnico desse
material.
A estrutura do trabalho é composta por sete capítulos. Este primeiro introduz o tema e
objetivos do trabalho, o segundo capítulo traz uma fundamentação teórica dos assuntos que são
essenciais para o desenvolvimento do trabalho. O terceiro expõe a metodologia de Santos
(1994) para geração de ábacos para os concretos do grupo I. O quarto capítulo demonstra a
metodologia de Sias (2014) para a geração de ábacos, a qual é expandida tanto para os concretos
do grupo I como para os do grupo II. O quinto capítulo aborda a configuração da planilha
construída no Programa Microsoft Excel. O sexto expõe os resultados e discussões com alguns
4
exemplos, os quais servem de comparação para verificar a eficiência dos ábacos e também
apresentar o procedimento de utilização. Por último, o sétimo capítulo exterioriza as
conclusões. Em anexo, estão disponíveis diversos ábacos adimensionais para o
dimensionamento de pilares de concreto armado de seção circular, os quais podem ser
facilmente consultados por profissionais da área.
5
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑 (2.1)
𝑓𝑘 (2.2)
𝑓𝑑 =
𝛾𝑚
𝛾𝑚 = 𝛾1 ∙ 𝛾2 ∙ 𝛾3 (2.3)
2.2 – Concreto
desgaste mecânico são algumas das propriedades que colocam o material em posição vantajosa
(TORRICO, 2010).
Torrico (2010) afirma ainda que alguns fatores dificultam a compreensão do
comportamento do concreto, como a diferença de resistência à compressão e à tração, a não
linearidade física, na qual a relação entre as tensões aplicadas no material e as deformações
obtidas se dá conforme um diagrama parábola-retângulo, a presença de fissuras e fenômenos
reológicos como retração e fluência.
A principal característica do concreto é a sua resistência à compressão, determinada por
ensaios em corpos de prova submetidos à compressão centrada (CARVALHO E FIGUEIREDO
FILHO, 2015). Costa et al (2017) afirmam que essa resistência característica é obtida aos 28
dias, quando o material atinge entre 60% e 90% da sua resistência total. Em décadas passadas,
os projetistas estavam satisfeitos em projetar estruturas de concreto armado com resistências à
compressão reduzidas, as quais satisfaziam as necessidades da época (Aïtcin, apud Rohden et
al, 2016). Entretanto, com o avanço do conhecimento na técnica e no cálculo estrutural,
estruturas mais ousadas foram surgindo, sendo então solicitadas por esforços maiores. Dessa
maneira, foi necessário elevar a resistência à compressão do concreto, de modo a compatibilizá-
la com as solicitações atuantes (BACCIN, 1998).
𝑛
𝜀𝑐′ (2.4)
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ]
𝜀𝑐2
Sendo:
uma simplificação desse diagrama para um retângulo, esse valor mudará conforme a classe de
resistência do concreto e de acordo com a geometria da seção.
No caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não diminuir a partir
desta para a borda comprimida, esse valor será dado por:
𝛼𝑐 ∙ 𝑓𝑐𝑑 (2.5)
𝛼𝑐 = 0,85 (2.7)
𝑓𝑐𝑘 − 50 (2.8)
𝛼𝑐 = 0,85 ∙ [1 − ]
200
Neste trabalho não será feita a simplificação do diagrama parábola retângulo, logo esse
valor será sempre fixo igual a 0,85 conforme equação 2.4.
2.3 - Aço
Os aços são ligas metálicas ferrosas com teor de carbono de 0,008% até 2,04%. As
barras e os fios destinados a armaduras para concreto armado (CA25, CA50 e CA60), possuem
normalmente teor de carbono entre 0,08% e 0,50% (CARVALHO E FIGUEIREDO FILHO,
2015). As principais características para a definição de um aço são: a sua resistência
característica de escoamento à tração, seu limite de resistência e o alongamento na ruptura.
Cada categoria de aço utilizado na estrutura de concreto armado possui características
específicas. Os valores 25, 50 e 60 que acompanham suas siglas referem-se às resistências
características de escoamento (𝑓𝑦𝑘 ) respectivamente iguais a 250MPa, 500MPa, 600MPa, as
10
quais são reduzidas para a resistência de escoamento de cálculo (𝑓𝑦𝑑 ) para fins de cálculo
estrutural. O coeficiente de ponderação utilizado para o aço é igual a 1,15. Para este trabalho
será utilizado o aço da categoria CA50, sendo:
500 (2.9)
𝑓𝑦𝑑 =
1,15
Dentre os dados a serem fornecidos para a geração dos ábacos está o arranjo da
armadura, o qual é indispensável para qualquer cálculo de flexão simples ou composta
(SANTOS, 1994).
Para lajes, vigas e outros elementos estruturais, a distribuição dessa armadura é mais
econômica quando disposta em duas bordas. Entretanto, o mesmo não ocorre para os pilares,
onde é conveniente distribuí-la em todo o perímetro da seção (SANTOS, 1994).
Para o aço, conforme Bendô (2011), o cálculo da resistência da armadura torna-se mais
simples, porque a utilização de integrais não é necessária. Isso ocorre, pois diferente do
concreto, o diagrama tensão-deformação do aço é bilinear, de acordo com Santos (1994) (Figura
2.2).
𝜎𝑠
𝑓𝑦𝑑
𝜀𝑦𝑑 𝜀𝑠𝑢 𝜀𝑠
A tensão (𝜎𝑠𝑑 ) em cada barra na seção do transversal é dada pela relação entre o módulo
de elasticidade (𝐸𝑠 ) e a deformação do material (𝜀𝑠𝑑 ), limitando o valor máximo da tensão à
resistência de escoamento do aço (𝑓𝑦𝑑 ), conforme equações 2.11 e 2.12.
11
O modelo de cálculo adotado neste trabalho é o dos estados limites. Logo, para que uma
seção transversal atinja a ruína, para qualquer tipo de flexão no estado limite último, é preciso
que as deformações específicas do aço ou do concreto (ou de ambos) atinjam os valores
máximos de deformação específica desses materiais (CARVALHO E FIGUEIREDO FILHO,
2015).
As deformações específicas últimas do concreto dependem da classe de resistência desse
material. As deformações específicas últimas do aço tanto em tração como em compressão
equivale a 10‰. Os valores dessas deformações sempre estarão representados em ‰.
Carvalho e Figueiredo Filho (2015) afirmam que os domínios de deformação, então,
representam as diversas possibilidades de ruína da seção, a cada par de deformação específica
de cálculo 𝜀𝑐 (concreto) e 𝜀𝑠 (aço), a seção é capaz de resistir a um par de esforço normal e
momento fletor.
Assim, Bendô (2011) afirma que para estudar a ruptura da seção transversal, deve-se
verificar qual dos materiais irá romper primeiro, a depender do domínio em que estão situadas
as deformações, o que, por sua vez, dependerá da posição da linha neutra.
A Figura 2.3 demonstra os domínios de deformação.
12
Figura 2.3 – Domínios de deformação no estado limite último em uma seção transversal
para concretos de todas as classes.
pequena parcela de concreto tracionado, a deformação ainda gira em torno do ponto B. Nos
domínios 3, 4 e 4a, estão incluídas as compressões excêntricas com grande excentricidade
(FUSCO apud SIAS, 2014).
Finalmente no domínio 5, há a compressão uniforme, sem tração. A linha neutra está
fora da seção e a reta de deformação gira em torno do ponto C. Quando a linha neutra encontra-
se na posição 𝑥 = +∞ ocorre compressão uniforme representada pela reta “b”. Neste domínio,
estão as compressões excêntricas com pequena excentricidade (FUSCO apud SIAS, 2014).
Com o estudo dos domínios de deformação, é possível perceber que apesar de existirem
6 domínios (1, 2, 3, 4, 4a e 5), as retas de ruptura sempre giram em torno de três pontos (A, B
e C). Esses pontos são chamados de polos de ruína, os quais definem três regiões de deformação,
as quais englobam os seis domínios (SANTOS, 1994).
A região III englobará os domínios 1 e 2. A região II englobará os domínios 3, 4 e 4a.
E a região I englobará o domínio 5, conforme Figura 2.4.
deformação em uma fibra genérica, 𝜀𝑐𝑢 a deformação última e 𝑑𝑖 a distância dessa fibra ao topo
da seção.
𝑚
𝜀𝑐2
𝜀𝑐′
𝜀𝑐 𝜀𝑐2
= (2.13)
𝑥 𝑥−𝑚
Sendo:
𝜀𝑐𝑢 − 𝜀𝑐2
𝑚= ∙ ℎ𝑦 (2.14)
𝜀𝑐𝑢
𝜀𝑐 𝜀𝑐2
=( ) (2.15)
𝑥 (𝜀𝑐𝑢 − 𝜀𝑐2 ) ∙ ℎ𝑦
𝑥− 𝜀 𝑐𝑢
𝛽𝑥 ∙ 𝜀𝑐2
𝜀𝑐 =
(𝜀 − 𝜀 )
𝛽𝑥 − 𝑐𝑢𝜀 𝑐2 (2.16)
𝑐𝑢
𝜀𝑐′ 𝜀𝑐
= (2.17)
𝑥 − 𝑑𝑖 𝑥
𝜀𝑐′ 𝜀𝑐
= (2.18)
𝛽𝑥 − 𝛽𝑖 𝛽𝑥
𝛽𝑥 ∙ 𝜀𝑐2
∙ (𝛽𝑥 − 𝛽𝑖 )
(𝜀 − 𝜀 )
𝛽𝑥 − 𝑐𝑢𝜀 𝑐2 (2.19)
𝑐𝑢
𝜀𝑐′ =
𝛽𝑥
Segundo explica Bendô (2011) deve-se ter cuidado, porque quando 𝜀𝑐 = 𝜀𝑐2 , 𝛽𝑥 tende
ao infinito. Porém, a planilha limitará os valores de 𝛽𝑥 a 10000.
A região II engloba os domínios 3, 4 e 4a e a reta de deformação gira em torno no ponto
A, conforme Figura 2.6.
Figura 2.6 – Deformações na Região II
𝜀𝑐𝑢
𝜀𝑐′
As relações se dão de forma mais simples e a deformação da fibra genérica será dada
por:
𝜀𝑐′ (𝑥 − 𝑑𝑖 ) (2.20)
=
𝜀𝑐𝑢 𝑥
𝜀𝑐′ 10
= (2.23)
𝑥 − 𝑑𝑖 ℎ𝑦 − 𝑑 ′ − 𝑥
10 ∙ (𝛽𝑥 − 𝛽𝑖 )
𝜀𝑐′ = (2.24)
1 − 𝛿 − 𝛽𝑥
17
Santos (1994) traz a equação da curvatura do eixo da peça em uma seção, dada por:
1 𝜀𝑐𝑎 − 𝜀𝑐𝑏
= (2.25)
𝑟 𝑑𝑎𝑏
Sendo:
1
: A curvatura do eixo da peça;
𝑟
1 (2.26)
𝜃 = 1000 ∙ ℎ𝑦 ∙
𝑟
A curvatura da seção então é dada pela diferença de deformação entre o topo da seção
e a deformação na linha neutra que é igual a zero. A distância entre essas fibras equivale a
posição da linha neutra dada por 𝑥.
1 (𝜀𝑐 − 0) (2.27)
=
𝑟 𝑥
Desse modo:
𝜀𝑐
𝜃 = 1000 ∙ ℎ𝑦 ∙ (2.28)
𝑥
𝜀𝑐
𝜃 = 1000 ∙ (2.29)
𝛽𝑥
𝜀𝑐 (2.30)
𝜃=
𝛽𝑥
2.7 - Estudo dos pilares de concreto armado
Segundo Carvalho e Pinheiro (2009), pilares são elementos estruturais que recebem
esforços de compressão simples ou de compressão composta normal ou oblíqua e são dispostos
geralmente na vertical, sendo estes de grande importância, pois conduzem para as fundações as
cargas provenientes de vigas e lajes (Figura 2.8).
Em seu item 14.4.1.2 a ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento conceitua pilar como sendo um elemento linear de eixo reto, no qual são
preponderantes as forças normais de compressão e que este é disposto usualmente na vertical.
Fonte: http://www.educacional.com.br/especiais/Niemeyer/includes/
arqCalculos/arranhaceus_imprimir.asp?strTitulo=Arranha-c%E9us
(2018).
Diante disso, é possível concluir que os pilares são triviais na composição de uma
estrutura e que eles atuam como membros de transição do carregamento estrutural, proveniente
do peso próprio ou de cargas de utilização.
Esse elemento pode ser feito em concreto armado, utilizando tanto os concretos
convencionais, concretos do grupo I, com resistência à compressão (𝑓𝑐𝑘 ) de 20 MPa até 50 MPa,
como os Concretos de Alta Resistência (CAR), concretos do grupo II com 𝑓𝑐𝑘 variando entre
55MPa e 90MPa.
Devido ao desenvolvimento na área da engenharia e arquitetura, foram criadas
construções e obras de arte mais ousadas e os materiais convencionais não eram suficientes para
19
essa construção, sendo muitas vezes inviáveis e antieconômicos. Para acompanhar essa
evolução foi necessário aplicar os CAR, permitindo a construção de elementos mais esbeltos e
com desempenho esperado (TORRICO, 2010).
Dentre as obras que necessitam da utilização desses concretos estão, conforme Baccin
(1998): os edifícios de grande altura, nos quais pilares com resistência elevada permitem seções
mais esbeltas; as pontes com grandes vãos, nas quais o peso próprio da estrutura é reduzido
porque o volume de concreto é menor e, além disso, a durabilidade dos pilares aumenta, em
função da menor atuação de agentes agressivos, porquanto a porosidade e permeabilidade do
concreto é mais baixa; e as plataformas de petróleo, devido a durabilidade estendida, menor
custo de manutenção e maior fluidez do concreto, o que possibilita a concretagem com taxas de
armadura altas.
Fonte: https://www.engenhariaeconstrucao.com/2011/02/viaduto-de-
millau.html (2018).
Os pilares podem estar submetidos à compressão simples, na qual atua apenas uma força
normal, à flexão simples (normal ou oblíqua), que atua apenas um momento fletor ou
submetidos à flexão composta (normal ou oblíqua) na qual atuam tanto o esforço normal como
o momento fletor (Figura 2.10).
Sias (2014) afirma que raramente são encontrados pilares sujeitos a esforços de tração
ou a compressão pura, pois na prática, esta última é quase impossível devido às imperfeições
físicas e geométricas.
Figura 2.10 – Seção submetida à (a) Compressão Simples. (b) Flexão Simples. (c) Flexão
Composta.
Figura 2.11 – Seção submetida a uma flexão (a) normal (b) oblíqua.
(a) (b)
Figura 2.13 – Seções especiais para pilares (a) caixão (b) circular (c) circular vazada
Assim, os pilares com seção circular possuem ábacos adimensionais específicos devido
às particularidades desse tipo de seção. Diante dessa singularidade, o acervo técnico atual
desses ábacos se mostra escasso, a citar o material proposto por Montoya (2000), o qual traz
alguns ábacos para pilares circulares com concretos convencionais, mas que de acordo com a
norma brasileira não podem ser utilizados para os concretos de resistência elevada.
Os Concretos de Alta Resistência (CAR) são materiais que possuem uma resistência à
compressão elevada e menor quantidade de fissuras internas iniciais. Essas características se
dão pela menor relação água cimento e pela escolha adequada de agregados. Assim, devido a
essa menor quantidade de fissuras, quando o concreto está submetido a esforços de compressão,
principalmente pilares, acumula-se energia antes da ruptura, o que a torna repentina e frágil
(TORRICO, 2010).
Essa característica se reflete nas propriedades dos CAR, como na deformação específica
do concreto na ruptura (𝜀𝑐𝑢 ) e na deformação específica do concreto no início do patamar
plástico (𝜀𝑐2 ). Para os concretos do grupo I, esses valores de deformação são constantes,
todavia, quando se trata dos concretos do grupo II, esses valores modificam-se à medida que a
resistência à compressão aumenta. Observa-se que com o incremento do 𝑓𝑐𝑘 , os valores de 𝜀𝑐𝑢
e 𝜀𝑐2 se tornam cada vez mais próximos, comprovando assim o aumento da fragilidade do
material, pois isso significa que ao atingir o estado plástico 𝜀𝑐2 o concreto se deformará menos
até a ruptura 𝜀𝑐𝑢 . Além dessas variáveis, existe o índice 𝑛, utilizado na expressão da relação
24
entre a tensão e a deformação do concreto (Equação 2.4), o qual também sofre variações com a
mudança da classe do concreto, a partir do grupo II.
A ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento traz as
equações utilizadas na obtenção desses parâmetros para os concretos do grupo II. São elas:
90 − 𝑓𝑐𝑘 4
𝜀𝑐𝑢 = 2,6‰ + 35‰ ∙ [ ] (2.31)
100
4
(90 − 𝑓𝑐𝑘 )
𝑛 = 1,4 + 23,4 ∙ [ ] (2.33)
100
Para os concretos do grupo I, esses valores são fixos e iguais a: 𝜀𝑐𝑢 = 3,5‰, 𝜀𝑐2 =
2,0‰ e 𝑛 = 2.
Sendo:
𝜀𝑐𝑢 = deformação específica do concreto na ruptura;
𝜀𝑐2 = deformação específica do concreto no início do patamar plástico;
𝑓𝑐𝑘 = resistência do concreto à compressão;
𝑛 = índice utilizado na equação tensão-deformação do concreto.
É necessário encontrar a posição de cada barra na seção, pois, sabendo a distância desta
ao topo da seção, é possível aplicar as relações de tensão-deformação equacionadas no Capítulo
2, a depender da posição da linha neutra e da região na qual a seção se encontra (I, II ou III).
Santos (1994) propõe trabalhar com funções trigonométricas, e define o ângulo de cada camada
(𝑖) através da variável 𝜓𝑖 , em radianos.
𝑛 2∙𝜋
𝜓𝑖 = ( + 1 − 𝑖) ∙ (3.2)
2 𝑛
Assim, tem-se:
𝛽𝑖 = 0,5 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜓𝑖 ) + 𝛿 ∙ cos 𝜓𝑖 (3.5)
Sendo:
𝛿 = A relação entre o cobrimento 𝑑 ′ e o diâmetro da seção ℎ𝑦 .
500
𝑓𝑦𝑑 = = 434,78 𝑀𝑃𝑎 (3.6)
1,15
27
𝑀𝑠𝑖 = 𝐹𝑠𝑖 ∙ (𝑟 − 𝑑𝑖 )
(3.10)
Dessa maneira, quando a barra em estudo está posicionada acima da linha neutra, esta
está submetida a esforços de compressão (positivos de acordo com a convenção de sinais
adotada). Nesta posição, a diferença (𝑟 − 𝑑𝑖 ) também é positiva, de modo que o momento tem
sinal positivo, conforme a Figura 3.2.
28
Figura 3.2 – Braço de alavanca para o momento fletor (a) LN no centro (b) LN abaixo do
centroide.
(a) (b)
Fonte: Autor (2018)
Por outro lado, quando a barra em estudo está posicionada abaixo da linha neutra, esta
está submetida a esforços de tração (negativos de acordo com a convenção de sinais adotada).
Nesta posição, a diferença (𝑟 − 𝑑𝑖 ) também é negativa, de modo que o momento fletor ainda
terá sinal positivo, de acordo com a Figura 3.3.
Figura 3.3 – Braço de alavanca para o momento fletor (a) LN no centro (b) LN abaixo do
centroide.
(a) (b)
Fonte: Autor (2018)
momento fletor final será sempre positivo, pois essa parcela negativa não é suficiente para zerar
o somatório.
A Figura 3.4 expõe a parte da planilha que calcula a resistência da armadura na seção
transversal:
Figura 3.4 – Configuração da planilha para esforços resistentes na armadura (por camadas)
Nas seções circulares, Santos (1994) propõe trabalhar com coordenadas polares e realiza
integrações com limites de integração de zero a 𝜑, sendo este o ângulo que define a posição da
linha neutra.
As equações a seguir são válidas apenas para os concretos do grupo I, pois Santos (1994)
utiliza os valores de deformação específica e o índice 𝑛 referentes a esses concretos. A Figura
3.5 representa a seção transversal de concreto com suas respectivas variáveis de estudo.
30
Sendo:
𝜑 = ângulo que fornece posição da linha neutra;
𝛼 = ângulo que fornece a posição do elemento de concreto infinitesimal;
𝑥 = profundidade da linha neutra;
ℎ𝑦 = altura da seção/diâmetro;
𝑟 = raio da seção;
𝑑𝐴𝑐𝑐 = Elemento infinitesimal de área;
𝑦 = profundidade do elemento de concreto infinitesimal.
Como já dito anteriormente, a linha neutra é representada pelo ângulo 𝜑, que vai de zero
no topo da seção até 𝜋. Quando a linha neutra está dentro da seção (𝑥 ≤ ℎ𝑦 ), ela é dada por:
𝑟−𝑥
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐 cos (3.11)
𝑟
(𝜀𝑐 ∙ ℎ𝑦 )
𝑥 = 𝛽𝑥 ∙ ℎ𝑦 = (3.12)
𝜃
(𝜀𝑐 ∙ ℎ𝑦 )
𝑟− (3.13)
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐 cos 𝜃
𝑟
𝑟 ∙ 𝜃 − (𝜀𝑐 ∙ ℎ𝑦 )
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐 cos (3.14)
𝑟∙𝜃
𝜃 − 2 ∙ 𝜀𝑐
𝜑 = 𝑎𝑟𝑐 cos (3.15)
𝜃
𝜑=𝜋 (3.16)
A Equação 3.11 é válida para todos os casos em que 𝜑 assume valores de zero a 𝜋.
Para 𝜑 variando de zero a 𝜋/2, tem-se :
Figura 3.6 – Demonstração para 𝜑 < 𝜋/2 (a) posição dos ângulos na seção transversal (b)
relação trigonométrica.
Figura 3.7 – Demonstração para 𝜑 > 𝜋/2 (a) posição dos ângulos na seção transversal
(b) relação trigonométrica.
Dessa maneira, para que a relação seja válida para todos os casos, os cossenos dos
angulos 𝛽 e 𝜑 devem ter módulos iguais e sinais opostos. De acordo com as Figuras 3.6 e 3.7 :
cos 𝜑 = − cos 𝛽
(3.17)
(𝑟 − 𝑥) (𝑥 − 𝑟)
=− (3.18)
𝑟 𝑟
(𝑟 − 𝑥) (−𝑥 + 𝑟)
= (3.19)
𝑟 𝑟
Desse modo, a solução sempre resulta na Equação 3.11. A razão para essa relação
ocorrer é o fato desses ângulos serem suplementares, pois a soma deles é igual a 180°. Como
exemplo, considera-se os ângulos 120° e 60°. Assim:
𝜑
𝑅𝑐𝑐 = ∫ 𝜎𝑐 ∙ 𝑑𝐴𝑐𝑐 (3.20)
0
𝜑
𝑅𝑐𝑐 ∙ 𝑎 = ∫ 𝜎𝑐 ∙ 𝑦 ∙ 𝑑𝐴𝑐𝑐 (3.21)
0
Desse modo:
Sendo:
34
𝑦 = 𝑟 − 𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 (3.23)
𝑑𝑦 = 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ 𝑑𝛼 (3.24)
Assim:
A posição de uma fibra genérica na seção circular também será dada em função dos
ângulos. Observando a Figura 3.9 é possível desenvolver a equação da tensão para essas fibras.
𝜀𝑐
𝜀𝑐′
Assim:
𝑦 = 𝑟 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) (3.26)
𝑝 =𝑥−𝑦 (3.27)
𝑝 = 𝑥 − 𝑟 ∙ (1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) (3.28)
35
𝑥−𝑦
𝜀𝑐′ = 𝜀𝑐 ∙ (3.29)
𝑥
𝑝
𝜀𝑐′ = 𝜀𝑐 ∙ (3.30)
𝑥
Finalmente, para encontrar a tensão em uma fibra genérica e sabendo que a tensão no
concreto é regida pela Equação 3.31:
𝑛
𝜀𝑐′
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ] (3.31)
𝜀𝑐2
2
𝜀𝑐′
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ] (3.32)
2
𝜀𝑐 ∙ 𝑝 2
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ] (3.33)
2∙x
2
𝜀𝑐 ∙ 𝑝 𝜀𝑐2 ∙ 𝑝
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ ( − ) (3.34)
x 4 ∙ x2
Sendo:
𝐷4
𝐴=𝐷− (3.37)
4
𝜃 𝐷
𝐵= ∙ (1 − )
2 2 (3.38)
𝜃2
𝐶=− (3.39)
16
𝜃
𝐷 = 𝜀𝑐 − (3.40)
2
A fibra com encurtamento 𝜀𝑐2 é importante pois definirá se o concreto está trabalhando
no estado elástico ou no estado plástico.
Conforme a Figura 3.10 é possível fazer as seguintes correlações:
𝜀𝑐
𝜀𝑐′
𝜀𝑐2
𝑥 ∙ (𝜀𝑐 − 𝜀𝑐2 )
𝑥′ = (3.41)
𝜀𝑐
37
Da Equação 3.12:
ℎ𝑦 ∙ (𝜀𝑐 − 𝜀𝑐2 )
𝑥′ = (3.42)
𝜃
(𝜀𝑐 − 𝜀𝑐2 )
𝛽𝑥′ = (3.43)
𝜃
ℎ𝑦
𝑥′ = ∙ (1 − cos 𝛼1 ) (3.45)
2
𝜃 − 2 ∙ 𝜀𝑐 + 2 ∙ 𝜀𝑐2
𝛼1 = 𝑎𝑟𝑐 cos ( ) (3.47)
𝜃
Figura 3.11 – Estado elástico (a) linha neutra na seção (b) linha neutra fora da seção
(a) (b)
Fonte: Adaptada de Bendô (2011)
Figura 3.12 – Estado plástico (a) linha neutra na seção (b) linha neutra fora da seção
(a) (b)
Fonte: Adaptada de Bendô (2011)
No estado elástico, a deformação limite não foi atingida, portanto a tensão no concreto
é dada pela Equação 3.36, de modo que:
𝜑
𝑅𝑐𝑐 = ∫ 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ (A + B ∙ cos 𝛼 + C ∙ cos 2 𝛼) ∙ 2 ∙ 𝑟 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 ∙ 𝑑𝛼 (3.48)
0
Sendo:
𝜑 𝑠𝑒𝑛 (2 ∙ 𝜑)
𝐸= − (3.50)
2 4
𝑠𝑒𝑛3 (𝜑)
𝐹= (3.51)
3
𝜑 𝑠𝑒𝑛(4 ∙ 𝜑)
𝐺= − (3.52)
8 32
Santos (1994), propõe trabalhar com valores adimensionais dividindo o valor da força
normal pela tensão no concreto e pela área da seção. Portanto, o valor da força normal reduzida
é representado por:
𝑅𝑐𝑐
𝜂= (3.53)
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝜋 ∙ 𝑟 2
2
𝜂= ∙ (𝐴 ∙ 𝐸 + 𝐵 ∙ 𝐹 + 𝐶 ∙ 𝐺) (3.54)
𝜋
𝛼1 𝜑
𝑅𝑐𝑐 = ∫ 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 2 ∙ 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ 𝑑𝛼 + ∫ σc ∙ 2 ∙ 𝑟 2 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 ∙ 𝑑𝛼
2 2
(3.55)
0 𝛼1
𝛼1
∫ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 ∙ 𝑑𝛼 +
0
𝑅𝑐𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 2 ∙ 𝑟 2 ∙ 𝜑 (3.56)
2 2
∫ (A + B ∙ cos 𝛼 + C ∙ cos 𝛼) ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼 ∙ 𝑑𝛼
[ 𝛼1 ]
O resultado da integral é:
Sendo:
𝛼1 𝑠𝑒𝑛 (2 ∙ 𝛼1 )
𝐸1 = − (3.58)
2 4
𝑠𝑒𝑛3 (𝛼1 )
𝐹1 = (3.59)
3
𝛼1 𝑠𝑒𝑛(4 ∙ 𝛼1 )
𝐺1 = − (3.60)
8 32
Em valores reduzidos:
2
𝜂= ∙ [𝐸1 + 𝐴 ∙ (𝐸 − 𝐸1 ) + 𝐵 ∙ (𝐹 − 𝐹1 ) + 𝐶 ∙ (𝐺 − 𝐺1 )] (3.61)
𝜋
No estado elástico, a deformação limite não foi atingida, portanto a tensão no concreto
é dada pela Equação 3.36, de modo que:
41
𝜑
𝑅𝑐𝑐 ∙ 𝑎 = ∫ [0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ (A + B ∙ cos 𝛼 + C ∙ cos 2 𝛼) ∙ 2 ∙ 𝑟 3 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 ∙
0
(3.62)
∙ (1 − cos 𝛼)𝑑𝛼]
Sendo:
𝐹
𝐽=𝐻− −𝐼 (3.64)
5
𝑠𝑒𝑛(𝜑)
𝐻= (3.65)
5
𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ cos4 𝜑
𝐼= (3.66)
5
𝑅𝑐𝑐 ∙ 𝑎
𝜂′ =
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑟 3 (3.67)
1
𝜂′ = ∙ [𝐴 ∙ (𝐸 − 𝐹) + 𝐵 ∙ (𝐹 − 𝐺) + 𝐶 ∙ (𝐺 − 𝐽)] (3.68)
𝜋
O resultado da integral é:
42
Onde:
𝐹1
𝐽1 = 𝐻1 − − 𝐼1 (3.71)
5
𝑠𝑒𝑛(𝛼1 )
𝐻1 = (3.72)
5
𝑠𝑒𝑛 𝛼1 ∙ cos 4 𝛼1
𝐼1 = (3.73)
5
Em valores reduzidos:
1 𝐸1 − 𝐹1 + 𝐴 ∙ (𝐸 − 𝐸1 − 𝐹 + 𝐹1 ) + 𝐵 ∙ (𝐹 − 𝐹1 − 𝐺 + 𝐺1 )
𝜂′ = ∙[ ]
𝜋 +𝐶 ∙ (𝐺 − 𝐺1 − 𝐽 + 𝐽1 ) (3.74)
VARIÁVEIS ESTADO
DAS ELÁSTICO
POSIÇÃO DA LINHA INTEGRAIS
NEUTRA 𝜀𝑐 < 2
A 0
𝛽𝑥 0,50
Domínio 3
B 3,5 𝜂 0,35991056
Raio (𝑟) 0,1 C -3,0625 𝜂′ 0,09118182
D 0,2 D 0
E 0,785398
n 2 ESTADO
𝜀𝑐𝑢 3,5 F 0,333333 PLÁSTICO
𝜀𝑐2 2 G 0,19635 𝜀𝑐 > 2
x 0,1 H 0,2 𝜂 0,38076855
I 2,82E-66 𝜂′ 0,09265069
CÁLCULO DAS
J 0,133333
DEFORMAÇÕES
𝛽𝑖 𝜀
Topo: 0,00 3,5000 E1 0,24680
Linha F1 0,18422 VALOR ADOTADO
0,0000
neutra: 0,50 G1 0,14065 𝜂 0,38076855
Base: 1,00 -3,5000 H1 0,16413 𝜂′ 0,09265069
I1 0,0175
𝜃 7
J1 0,10978
𝜑 1,570796327
𝛼1 0,962550748
Com os esforços resistidos por cada um dos materiais, é possível encontrar o valor
resistido pela seção transversal. Na metodologia de Santos (1994) a parcela do concreto é dada
pela integral e a parcela do aço pelo somatório. Como o autor propõe trabalhar com valores
adimensionais:
𝑛
𝑁𝑅𝑑 𝑅𝑐𝑐 𝐴𝑠𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑑𝑖
= +∑
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 (3.75)
𝑖=1
44
𝑛
𝑀𝑅𝑑 𝑅𝑐𝑐 ∙ (0,5 ∙ ℎ𝑦 − 𝑎) 𝐴𝑠𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 ∙ ℎ𝑦 − 𝑑𝑖 )
= +∑
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 (3.76)
𝑖=1
𝑁𝑅𝑑
𝜈=
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 (3.77)
𝑀𝑅𝑑
𝜇=
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 (3.78)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝜔= (3.79)
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐
𝐴𝑠𝑖 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝜔𝑖 =
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 (3.80)
𝑅𝑐𝑐
𝜂=
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 (3.81)
𝑅𝑐𝑐 ∙ 𝑎
𝜂′ =
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 (3.82)
𝑛
1
𝜈=𝜂+ ∑ 𝜔𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑑𝑖
𝑓𝑦𝑑 (3.83)
𝑖=1
𝑛
′
1
𝜇 = 0,5 ∙ 𝜂 − 𝜂 + ∑ 𝜔𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 )
𝑓𝑦𝑑 (3.84)
𝑖=1
𝑛
𝜔
𝜈=𝜂+ ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑 (3.85)
𝑖=1
𝑛
′
𝜔
𝜇 = 0,5 ∙ 𝜂 − 𝜂 + ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 ) (3.86)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
Conforme Bendô (2011) sugere, a parcela do aço é constante para cada posição de linha
neutra e será representada pelas variáveis:
𝑛
1
𝑠𝑜𝑚𝑎1 = ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 (3.87)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
𝑛
1
𝑠𝑜𝑚𝑎2 = ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 ) (3.88)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
46
𝜎𝑠𝑖 = 𝐸𝑠 ∙ 𝜀𝑠𝑖
(4.1)
Sendo:
𝐸𝑠 = módulo de elasticidade do aço igual a 210.000 MPa;
𝜀𝑠𝑖 = deformação específica de uma barra de aço;
Diferente de Santos (1994), Sias (2014) define as coordenadas para cada barra (𝑖) e não
para cada camada. A altura/diâmetro da seção será chamado pela variável 𝐷 e não mais ℎ𝑦 .
O ângulo entre as barras (𝜃′) é definido pelo ângulo total da circunferência dividido pelo
números de barras na seção (𝑛).
2∙𝜋
𝜃′ = (4.2)
𝑛
𝐷 2∙𝜋
𝑦𝑠𝑖 = ( − 𝑑 ′ ) ∙ 𝑠𝑒𝑛 [(𝑖 − 1) ∙ ] (4.3)
2 𝑛
𝐷
𝑦𝑡𝑖 = − 𝑦𝑠𝑖 (4.4)
2
𝐷 𝐷 2∙𝜋
𝑦𝑡𝑖 = − ( − 𝑑 ′ ) ∙ 𝑠𝑒𝑛 [(𝑖 − 1) ∙ ] (4.5)
2 2 𝑛
Assim, sabendo-se a distância da barra até o topo da seção, trabalha-se com valores
reduzidos, dividindo essa variável pelo diâmetro da seção e encontrando 𝛽𝑖 .
𝑦𝑡𝑖
𝛽𝑖 =
𝐷 (4.6)
Da mesma forma como foi feito para a metodologia de Santos (1994), com o valor de
𝛽𝑖 é possível descobrir a deformação de cada uma das camadas utilizando as equações genéricas
2.19, 2.22 e 2.24 das Regiões I, II e III abordadas no Capítulo 2. Encontrada a deformação,
utiliza-se a Equação 4.1 para obter a tensão nas barras de aço, lembrando de limitar esse valor
à tensão de escoamento do aço. Encontrada a tensão, descobre-se a força e o momento fletor
resistidos pelas barras com as Equações 3.7 e 3.8.
48
Figura 4.2 – Configuração da planilha para esforços resistentes na armadura (por barras)
Barras D/2-d' θ ys(i) D/2 yt(i) bi e si Tensão Bitola Asi Fsi Msi
1 18,0 0,349 0,000 20,0 20,000 0,5000 1,7500 367,5000 20 3,142 1154,5353 0,0000
2 18,0 0,349 6,156 20,0 13,844 0,3461 2,2887 434,7826 20 3,142 1365,9098 210,2259
3 18,0 0,349 11,570 20,0 8,430 0,2107 2,7624 434,7826 20 3,142 1365,9098 395,0955
4 18,0 0,349 15,588 20,0 4,412 0,1103 3,1140 434,7826 20 3,142 1365,9098 532,3107
5 18,0 0,349 17,727 20,0 2,273 0,0568 3,3011 434,7826 20 3,142 1365,9098 605,3214
6 18,0 0,349 17,727 20,0 2,273 0,0568 3,3011 434,7826 20 3,142 1365,9098 605,3214
7 18,0 0,349 15,588 20,0 4,412 0,1103 3,1140 434,7826 20 3,142 1365,9098 532,3107
8 18,0 0,349 11,570 20,0 8,430 0,2107 2,7624 434,7826 20 3,142 1365,9098 395,0955
9 18,0 0,349 6,156 20,0 13,844 0,3461 2,2887 434,7826 20 3,142 1365,9098 210,2259
10 18,0 0,349 0,000 20,0 20,000 0,5000 1,7500 367,5000 20 3,142 1154,5353 0,0000
11 18,0 0,349 -6,156 20,0 26,156 0,6539 1,2113 254,3768 20 3,142 799,1484 -122,9962
12 18,0 0,349 -11,570 20,0 31,570 0,7893 0,7376 154,8980 20 3,142 486,6264 -140,7588
13 18,0 0,349 -15,588 20,0 35,588 0,8897 0,3860 81,0621 20 3,142 254,6641 -99,2455
14 18,0 0,349 -17,727 20,0 37,727 0,9432 0,1989 41,7748 20 3,142 131,2395 -58,1606
15 18,0 0,349 -17,727 20,0 37,727 0,9432 0,1989 41,7748 20 3,142 131,2395 -58,1606
16 18,0 0,349 -15,588 20,0 35,588 0,8897 0,3860 81,0621 20 3,142 254,6641 -99,2455
17 18,0 0,349 -11,570 20,0 31,570 0,7893 0,7376 154,8980 20 3,142 486,6264 -140,7588
18 18,0 0,349 -6,156 20,0 26,156 0,6539 1,2113 254,3768 20 3,142 799,1484 -122,9962
18 TOTAL 56,549 16579,7062 2643,5847
0,6743 0,1075
Fonte: Autor (2018)
Diferente de Santos (1994), Sias (2014) não trabalha com integrais. O autor divide a
área de concreto em partes pequenas o suficiente para ser desconsiderada a variação de tensão
dentro destas. Desse modo, o círculo que representa a seção transversal do pilar será dividido
em 20 círculos de igual espaçamento entre os raios e em 36 raios, de acordo com a Figura 4.3.
49
𝐷 𝐷 𝐷 2∙𝜋 2∙𝜋
𝑦𝑐(𝑟,𝑏) = ( − 𝑟 ∙ + ) ∙ 𝑠𝑒𝑛 [(𝑏 − 1) ∙ + ]
2 40 80 36 72 (4.7)
Logo, para encontrar a distância do centro do elemento ao topo da seção, subtrai o valor
da Equação 4.7 do raio da seção.
𝐷
𝑦𝑡(𝑟,𝑏) = − 𝑦𝑐(𝑟,𝑏)
2 (4.8)
ℎ𝑐(𝑟,𝑏) = 𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏)
(4.9)
Sendo:
𝑥 = posição da linha neutra.
Esse valor é importante para encontrar a tensão em cada elemento e consequentemente
encontrar a força normal e o momento fletor resistidos. Por fim, soma-se as parcelas de todos
os elementos e obtêm-se a resistência total.
A relação para cada uma das três regiões já foi desenvolvida no Capítulo 2. Para a
Região II (Domínios 3, 4 e 4a) sabe-se que a deformação de uma fibra genérica na seção
transversal é dada pela relação:
𝜀𝑐𝑢 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) )
𝜀𝑐′ = (4.10)
𝑥
Desse modo, a tensão no concreto que foi mostrada na Equação 2.4, fica representada
por:
𝜀𝑐𝑢 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) ) 𝑛
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ]
𝑥 ∙ 𝜀𝑐2
(4.11)
Para a Região I (Domínio 5), baseando-se na Equação 2.19 sabe-se que a deformação
de uma fibra genérica na seção transversal é dada pela relação:
𝜀𝑐2 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) )
𝜀𝑐′ = [ ] (4.12)
𝑥 ∙ 𝜀𝑐𝑢 − 𝐷 ∙ (𝜀𝑐𝑢 − 𝜀𝑐2 )
( )
𝜀 𝑐𝑢
𝑛
𝜀𝑐𝑢 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) )
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ] (4.13)
𝑥 ∙ 𝜀𝑐𝑢 − 𝐷 ∙ (𝜀𝑐𝑢 − 𝜀𝑐2 )
51
Para a Região III (Domínio 2), sabe-se que a deformação de uma fibra genérica na seção
transversal é dada pela relação:
10 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) )
𝜀𝑐′ = [ ] (4.14)
𝐷 − 𝑑′ − 𝑥
10 ∙ (𝑥 − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) ) 𝑛
𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ [1 − (1 − ) ]
(𝐷 − 𝑑 ′ − 𝑥) ∙ 𝜀𝑐2 (4.15)
É importante lembrar que quando a tensão resultar em um valor negativo, significa que
o elemento de concreto está sendo tracionado, ou seja, deve-se desconsiderar o seu valor, pois
considera-se que o concreto resiste apenas a esforços de compressão. Da mesma forma, o valor
máximo para a tensão conforme Sias (2014) afirma é limitado à (0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ).
Com a tensão em cada elemento, para encontrar a força normal e o momento fletor
resistido, é necessário saber a área de concreto em cada elemento, dada por:
2 2
𝐷 𝐷
[𝜋 ∙ (40 ∙ (21 − 𝑟) − 𝜋 ∙ (40 ∙ (20 − 𝑟) ] (4.16)
𝐴𝑐(𝑟,𝑏) =
36
𝐷
𝐵𝑐(𝑟,𝑏) = − 𝑦𝑡(𝑟,𝑏) (4.17)
2
52
20 36 𝑛
20 36 𝑛
Da mesma forma que Santos (1994) propõe, deve-se trabalhar com valores
adimensionais. De modo que:
20 36 𝑛
𝑁𝑅𝑑 𝜎𝑐(𝑟.𝑏) ∙ 𝐴𝑐(𝑟,𝑏) 𝐴𝑠𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑖
= ∑∑ +∑
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 (4.20)
𝑟=1 𝑏=1 𝑖=1
53
20 36 𝑛
𝑀𝑅𝑑 𝜎𝑐(𝑟.𝑏) ∙ 𝐴𝑐(𝑟,𝑏) ∙ 𝐵𝑐(𝑟,𝑏) 𝐴𝑠𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑖 ∙ 𝑦𝑠𝑖
= ∑∑ +∑
𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 𝜎𝑐𝑑 ∙ 𝐴𝑐 ∙ ℎ𝑦 (4.21)
𝑟=1 𝑏=1 𝑖=1
𝑛
1
𝜈=𝜂+ ∑ 𝜔𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑖 (4.22)
𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
𝑛
1
𝜇 = 0,5 ∙ 𝜂 − 𝜂′ + ∑ 𝜔𝑖 ∙ 𝜎𝑠𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 )
𝑓𝑦𝑑 (4.23)
𝑖=1
𝑛
𝜔
𝜈=𝜂+ ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑 (4.24)
𝑖=1
𝑛
𝜔
𝜇 = 0,5 ∙ 𝜂 − 𝜂′ + ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 ) (4.25)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
Da mesma forma, conforme Bendô (2011) sugere, a parcela do aço é constante para
cada posição de linha neutra e será representada pelas variáveis:
𝑛
1
𝑠𝑜𝑚𝑎1 = ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 (4.26)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
𝑛
1
𝑠𝑜𝑚𝑎2 = ∑ 𝜎𝑠𝑑𝑖 ∙ (0,5 − 𝛽𝑖 ) (4.27)
𝐴𝑠 ∙ 𝑓𝑦𝑑
𝑖=1
54
A planilha com dados base contém as informações base para as equações apresentadas
nos capítulos anteriores. De acordo com o valor de resistência à compressão do concreto
fornecido nas informações de entrada, a planilha calcula alguns parâmetros intermediários
utilizados nos cálculos finais para determinação da resistência da seção transversal, como as
deformações específicas últimas, as deformações específicas do patamar de escoamento e o
índice 𝑛.
55
Além disso, a planilha fornece a posição da linha neutra nas transições dos domínios de
deformação a depender do concreto selecionado na planilha de entrada. A posição da linha
neutra é tratada com seu valor adimensional, agora denominada por 𝛽𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 e 𝛽fim .
Esses valores de linha neutra são importantes para definir as linhas que dividem os
domínios de deformação no ábaco. E com eles é possível definir qual a Região (I, II ou III) que
56
A planilha de iteração gera os dados propriamente ditos para a formação dos ábacos.
Ela contém as equações que foram desenvolvidas nos capítulos anteriores e as suas partes
principais foram mostradas nos respectivos capítulos, ou seja, a parte que mostra o cálculo da
parcela resistente pelo aço e pelo concreto. Desse modo, ela fornece os valores resistentes da
seção e transforma esses valores em adimensionais.
A parte da planilha que gera os valores de entrada para o ábaco utiliza os valores de
𝜈, 𝜇 𝑒 𝜔. Desse modo, varia-se 𝜔 de 0,05 até 1,00, e encontram-se diversos pares (𝜈, 𝜇). É
preciso ter atenção na organização dos dados, porque o ábaco é formado por curvas e cada uma
delas corresponde a um valor fixo de 𝜔. Então, para formar uma curva são necessários diversos
pares (𝜈, 𝜇) correspondentes a um mesmo valor de 𝜔 que são obtidos a partir da variação da
linha neutra.
0,05 0,235149327 0,076625418
0,1 0,235149327 0,086841426
0,15 0,235149327 0,097057434
0,2 0,235149327 0,107273442
0,25 0,235149327 0,11748945
0,3 0,235149327 0,127705458
0,35 0,235149327 0,137921466
0,4 0,235149327 0,148137475
0,45 0,235149327 0,158353483
0,5 0,235149327 0,168569491
0,55 0,235149327 0,178785499
0,6 0,235149327 0,189001507
0,65 0,235149327 0,199217515
0,7 0,235149327 0,209433523
0,75 0,235149327 0,219649532
0,8 0,235149327 0,22986554
0,85 0,235149327 0,240081548
0,9 0,235149327 0,250297556
0,95 0,235149327 0,260513564
1 0,235149327 0,270729572
Fonte: Autor (2018)
57
Da mesma forma que Bendô (2011) propõe , a linha neutra varia de 0,1 até 10000,
através do valor de 𝛽𝑥 , totalizando 50 iterações. Inicialmente, consideram-se incrementos iguais
a 0,05 e valor máximo 𝛽𝑥 = 2,0. Na sequência, foram adotados incrementos iguais a 0,25 e valor
máximo 𝛽𝑥 = 3,0. Posteriormente, foram empregados incrementos iguais a 0,5 e valor máximo
de 𝛽𝑥 = 4,0. Finalmente, adotou-se a sequência de valores fixos de 𝛽𝑥 = 5; 𝛽𝑥 = 10; 𝛽𝑥 =
100; 𝛽𝑥 = 1000; 𝛽𝑥 = 10000.
A cada iteração da linha neutra novos dados são gerados, desse modo, é preciso a cada
iteração armazenar os dados obtidos na planilha de armazenamento de dados.
No final, são reunidos os dados para a geração do ábaco. O ábaco é composto por 20
curvas com 𝜔 variando de 0,05 até 1,00. No eixo horizontal estão os valores de força normal
reduzida 𝜈 e no eixo vertical os valores de momento fletor reduzido 𝜇. O ponto em destaque
indica a solicitação inserida pelo usuário na planilha de entrada. Por fim, as retas traçadas
indicam a divisão dos domínios de deformação.
58
6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 - Exemplo 01
Proposto por Sias (2014) e obtido do trabalho de Borges (2014), o primeiro exemplo
corresponde a uma seção transversal de um pilar com: 𝐷 = 50 cm; 𝑑′ = 2,5 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 25 MPa;
𝑁𝑑 = 840 kN; 𝑀𝑑 = 210 kN.m.
Segundo Sias (2014), para esse pilar, a área de aço encontrada por Borges (2014) é de
13,55 cm².
Agora, verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia
proposta por Sias (2014). Com o uso da planilha tem-se como informações entrada:
Dessa forma, com um 𝜔 igual a 0,18, tem-se uma área de aço de 14,52 cm².
Com o P-Calc 1.4.0, encontra-se para a situação descrita uma taxa da armadura de
0,72%, considerando um fator de segurança de 1,01. Ou seja:
0,72
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
61
0,72
𝐴𝑠 = ∙ 1963,49
100
𝐴𝑠 = 14,14 𝑐𝑚²
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Borges (2014) 13,55 -6,68%
Ábaco desenvolvido 14,52 -
Ábaco (Montoya, 2001) 14,52 0,0%
P-Calc 1.4.0 14,14 -2,62%
Fonte: Autor (2018)
6.2 - Exemplo 02
Proposto por Lima (2018), o segundo exemplo considera uma seção transversal de um
pilar com: 𝐷 = 40 cm; 𝑑′ = 2,0 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 25 MPa; 𝑁𝑑 = 2000 kN; 𝑀𝑑 = 114,02 kN.m.
Segundo Lima (2018), para esse pilar, a área de aço encontrada com o cálculo
automatizado do programa gerado em seu trabalho é de 23,39 cm².
Em seguida, verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia
proposta por Sias (2014). Com o uso da planilha tem-se como informações entrada:
Dessa forma, com um 𝜔 igual a 0,56, tem-se uma área de aço de 28,90 cm².
Com o P-Calc 1.4.0, encontra-se para a situação descrita uma taxa da armadura de
1,95%, considerando um fator de segurança de 1,00. Ou seja:
1,95
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
1,95
𝐴𝑠 = ∙ 1256,63
100
𝐴𝑠 = 24,50 𝑐𝑚²
64
Com o ábaco proposto por Montoya (2001) se encontra um 𝜔 = 0,50 e uma 𝐴𝑠 = 25,81
cm².
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Programa de Lima (2018) 23,39 -19,07%
Ábaco desenvolvido 28,90 -
Ábaco (Montoya, 2001) 25,81 -10,70%
P-Calc 1.4.0 24,50 -15,22%
Fonte: Autor (2018)
6.3 - Exemplo 03
Apresentado por Santos (1994), o terceiro exemplo traz uma seção transversal de um
pilar com: 𝐷 = 40 cm; 𝑑′ = 3,0 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 20 MPa; 𝑁𝑑 = 900 kN; 𝑀𝑑 = 100 kN.m.
Conforme Santos (1994) a área de aço necessária para resistir aos esforços é igual a
12,58 cm².
Verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia proposta por
Sias (2014). O ábaco para a situação descrita é:
Dessa forma, com um 𝜔 igual a 0,32, tem-se uma área de aço de 13,21cm².
Com o P-Calc 1.4.0, encontra-se para a situação descrita uma taxa da armadura de
0,88%, considerando um fator de segurança de 1,00. Ou seja:
0,88
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
0,88
𝐴𝑠 = ∙ 1256,84
100
𝐴𝑠 = 11,06 𝑐𝑚²
Com o ábaco proposto por Montoya (2001) encontra-se um 𝜔 = 0,30 e uma 𝐴𝑠 = 12,39
cm². O valor de 𝑑 ′ /ℎ é de 0,075, mas como não há um ábaco específico para essa relação na
67
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Ábaco desenvolvido 13,21 -
Santos (1994) 12,58 -4,77%
P-Calc 1.4.0 11,06 -16,28%
Montoya (2001) 12,39 -6,21%
Fonte: Autor (2018)
6.4 - Exemplo 04
O quarto exemplo expõe uma seção transversal de um pilar feito com concreto de
resistência elevada: 𝐷 = 40 cm; 𝑑′ = 4,0 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 60 MPa; 𝑁𝑑 = 450 kN; 𝑀𝑑 = 200 kN.m.
68
Verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia proposta por
Sias (2014). O ábaco para a situação descrita é:
Figura 6.15 – Ábaco adimensional 𝑓𝑐𝑘 = 60 MPa, d’/h = 0,1
2,05
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
2,05
𝐴𝑠 = ∙ 1256,63
100
𝐴𝑠 = 25,76 𝑐𝑚²
69
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Ábaco desenvolvido 24,77 -
P-Calc 1.4.0 25,76 4,0%
Fonte: Autor (2018)
6.5 - Exemplo 05
O quinto exemplo retrata uma seção transversal de um pilar feito com concreto de
resistência elevada: 𝐷 = 30 cm; 𝑑′ = 3 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 90 MPa; 𝑁𝑑 = 800 kN; 𝑀𝑑 = 150 kN.m.
Verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia proposta por
Sias (2014). O ábaco para a situação descrita é:
70
3,98
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
3,98
𝐴𝑠 = ∙ 706,86
100
𝐴𝑠 = 28,13 𝑐𝑚²
71
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Ábaco desenvolvido 27,17 -
P-Calc 1.4.0 28,13 3,53%
Fonte: Autor (2018)
6.6 - Exemplo 06
Por fim, o sexto exemplo apresenta uma seção transversal de um pilar feito com concreto
de resistência elevada: 𝐷 = 50 cm; 𝑑′ = 5 cm; 𝑓𝑐𝑘 = 70 MPa; 𝑁𝑑 = 1000 kN; 𝑀𝑑 = 400 kN.m.
Verifica-se a área de aço encontrada com ábaco gerado pela metodologia proposta por
Sias (2014). O ábaco para a situação descrita é:
72
1,84
𝐴𝑠 = ∙𝐴
100 𝑐
1,84
𝐴𝑠 = ∙ 1963,49
100
𝐴𝑠 = 36,13 𝑐𝑚²
73
Diferença
Fonte As (cm²)
Percentual
Ábaco desenvolvido 36,13 -
P-Calc 1.4.0 36,13 0%
Fonte: Autor (2018)
Com os exemplos abordados, foi possível concluir que as áreas de aço encontradas
através dos ábacos desenvolvidos foram semelhantes aos resultados obtidos por outros ábacos
ou por programas computacionais. Todavia, foi possível observar algumas diferenças
percentuais entre os resultados. O primeiro motivo que justifica essa diferença na área de aço é
o fator de segurança utilizado no aplicativo P-Calc 1.4.0, que na maioria dos casos foi
ligeiramente maior que 1,0, ocasionando área de aço maiores. O segundo fator se refere ao
procedimento de consulta aos ábacos adimensionais, que, para extrair o valor da taxa mecânica
de armadura, é realizado um processo manual, no qual, quando a solicitação não coincide com
uma das curvas, verifica-se o valor de 𝜔 entre as curvas, estimando um resultado que está entre
o 𝜔 superior e o 𝜔 inferior, realizando-se aproximações nessa variável.
74
7 - CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
ANEXO A
1 – ÁBACOS ADIMENSIONAIS
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100