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Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 SIMULAGAO DO GRADIENTE DE ENERGIA DA LINHA LATERAL COM MICROASPERSORES ‘Victor Gurgel Pessoa (UFRPE) E-mail: victor pessoa@outlook com Marcela Daniela Mollericona Alfaro (UFRPE) E-mail: marcela.mollericona@vahoo.com Gabriel Siqueira Tavares Femandes (UFRPE) E-mail: agrogabrielt@smail.com ‘Kenny Ruben Montalvo Morales (UFRPE) E-mail: kennymontalvo3 1@gmail.com Artur Sousa Silva (ESALQ) E-mail: artur.agro@usp br ‘Toms Guilherme Pereira da Silva (UFAL) E-mail: tomas-a/@hotmail.com Resumo: A istigacdo se caracteriza como uma tecnologia que esta frequentemente apresentando inovagdes, capazes de proporcionar elevados niveis de desempenho dos sistemas. A inrigagto localizads, por irrigar apenas a rea ocupada pelas plantas, traz beneficios em relaclo aos demais métodos de ittigacao, como, por exemplo, na cconomia de agua, devido a menor aplicagdo. Assim, 0 objetivo do presente trabalho foi simular 0 perfil da distribuigo de pressio vazio ao longo da linha lateral de trés ‘emissores tipo microaspersor. O dimensionamento do projeto foi realizado a partir de simulagdes ‘mateméticas para trés microaspersores. Para simulacio do perfil de pressio, adotou-se 0 modelo de dimensionamento proposto por Wu e Gitlin, sendo calculados a vazio dos emissores, a vazao total da linha lateral, a viscosidade cinematica da agua, a perda de carga, 0 fator de corregao, a perda de carga no twecho e a perda de carga unitéria, Além disso, determinou-se o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC), 0 Coeficiente de Uniformidade de Distribuigio (CUD), 0 Coeficiente de Uniformidade Estatistico (CUE) e 0 Coeficiente de Variacdo de Fabricacao (CV). A variacao da pressio, da vazio dos tr8s microaspersores exercet influéncia direta na uniformidade de aplicagdo de 4gua no decurso da linha lateral, resultando em valores de “x” no intervalo de 0,506 a 0,515, podendo esses coeficientes de descarga serem classificados como plenamente turbnlentos. Todas os CUC, CUD e CUE foram classificados como “excelentes”. O CVs, para os trés microaspersores, foi considerado como ‘bom, no influenciando assim no desempenho hidréulico destes Palavras-chave: Hidréulica,irrigaedo localizada, modelo matemitico, ULATION OF THE ENERGY GRADIENT OF THE LATERAL LINE WITH MICRO-SPRINKLERS Abstract: Irrigation is characterized as a technology that is frequently presenting innovations, capable of providing hiah levels of system performance. Localized ivigstion, by irrigating only the area occupied by plants, brings benefits in relation to other irigation methods, such as, for example, in water savings, due io less application. Thus, the objective of the present work was to simulate the profile of the pressure and ‘low distribution along the lateral Line of three microsprinkler type emitters. The design ofthe project was carried out fiom mathematical simulations for tree microsprinklers. For the simulation of the pressure profile, the sizing model proposed by Wu and Gitlin was adopted, being calculated the flow of the emitters, the total flow of the lateral line, the kinematic viscosity of the wate, the pressure drop, the correction factor. the head loss inthe section and the unit head loss. In addition, Christiansen's Uniformity Coefficient (CUC), Distribution Uniformity Coefficient (CUD), Statistical Uniformity Coefficient (CUE) and Manufacturing Variation Coefficient (CV) were determined. The pressure and flow variation of the three microsprinklers exerted a direct influence on the uniformity of water application along the lateral line, resulting in values of "x" in the range of 0.506 to 0.515, and these discharge coefficients can be classified as fully turbulent. All CUC, CUD and CUE were rated “excellent”. The CV, for the three :microsprinklers, was considered as "good", thus not influencing their hydraulic performance. Keywords: Hydraulics, localized irrigation, mathematical model 1. Introducao A crescente demanda por alimentos tem sido um grande desafio para o setor agricola devido a escassez de gua e ao manejo inadequado dos sistemas de imigacio V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 53 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 (BEKCHANOV et al., 2016; SUN et al., 2019). Deste modo, a otimizagio do sistema de irrigagio, bem como o planejamento da agricultura irrigada, tomam-se indispensaveis, no sentido de conciliar os varios usos da agua, monitorando a quantidade e qualidade dos recursos hidricos (SILVA et al., 2016) Os sistemas de irrigagao localizada configuram uma das alternativas mais promissoras para a reposigao de gua das culturas e minimizacao das perdas hidricas (KOOPMAN et al., 2017). A itrigagao localizada é mais promissora quando comparada as demais, visto que a aplicago da gua ocorre préxima ao sistema radicular das culturas, além de ser um método mais econdmico, cuja eficiéneia gira em tomo de 90%, enquanto que o sistema por aspersio atinge de 75 a 85% de eficiéncia (MACEDO et al., 2010; DANOLE e PATIL, 2015). A irtigagio localizada subdivide-se em irrigagio por microaspersio e por gotejamento (MACEDO et al., 2010), A microaspersio caracteriza-se pela aplicagao de agua no solo com baixa intensidade e alta frequéncia, através de microaspersores (SARAIVA et al., 2014), sendo desenvolvida com a finalidade de assegurar o suprimento de agua em quantidade e por periodos adequados, com uniformidade de distribuicao aceitavel em toda a drea irrigada (FRANCO et al., 2019). © dimensionamento de um sistema de irrigagio € um dos principais fatores que garantem aplicagio eficiente de agua no solo. Assim, para um manejo eficiente deste, deve-se levar em consideragao as perdas de carga promovidas pelos constituintes do sistema, caracteristicas do fluido, velocidade de fluxo e fatores extemos do ambiente, como temperatura e pressio (WU et al., 2014; CHAMBA et al., 2019) Outtos fatores que garantem a eficiéncia de um sistema de isrigagio sio 0 tipo de emissor utilizado e os dados fomecidos pelos fabricantes. Hezarjaribi et al. (2008), a0 estudarem © desempenho hidréulico de emissores, observaram que os projetos de itrigagao localizada devem se basear em dados de testes confidveis ¢ nao apenas nas especificagdes dos fabricantes. Logo, tornam-se necessarios estudos que fornecam informagaes acerca das caracteristicas hidréulicas de emissores Sendo assim, para os cilculos de dimensionamento hidréulico, em sistemas de irtigagao, ‘uso de equacdes explicitas tem sido muito estudado com o propésito de simplificar os cilculos e comparar metodologias que sejam mais adequadas para condigdes de ensaios hidraulicos (SOUZA e DANTAS NETO, 2014). Portanto, objetivou-se simular, por meio de modelos matematicos, o dimensionamento de linhas laterais instaladas em nivel com trés microaspersores, como alternativa para 0 conhecimento do desempenho de distribuigio de press ao longo da linha lateral e seu efeito na uniformidade de emissio. 2, Materials e métodos © gradiente de energia para avaliar © desempenho da linha lateral, neste estudo, foi dimensionado a partir de simulagdes matematicas para trés emissores do tipo microaspersor, cujas caracteristicas so apresentadas na Tabela 1 (dados fomnecidos pelos fabricantes, ou seja, Amanco - microaspersor 1 e Naandanjain Irrigation CS Ltda - ‘microaspersores 2 ¢ 3). V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 54 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 ‘Tabela 1 - Especificagtes dos trés microaspersores utilizados Pressio de servico (m.c.a) Especificacbes do microaspers W015 20 25 ‘Numero do microaspersor Dom ach) 1 14 6 78 90 i iit 2 1417490 «10S L729 3 144 7796 110124136 A linha lateral simulada tem como caracteristicas ser de polietileno, em condigdes de tubo liso. Além disso, adotou-se como critério pritico a variagao maxima de pressio de 20% na linha lateral de irrigagao (KELLER e BLIESNER, 1990). ‘A partir dos dados de entrada para o desenvolvimento do projeto dos microaspersores (Tabela 2), realizou-se as simulacdes hidréulicas para o dimensionamento da linha lateral, que, por sua vez, utilizou-se de dados obtidos a partir dos catilogos dos fabricantes dos microaspersores. Tabela 2 - Valores de entrada no dimensionamento dos trés icroaspersores ‘Variavels Unidade de medida ‘Valores H mea 20 N uid, 30 Se m 3 a m 0.0161 T °c 20 m - 475 he 20 TE: Pressio média ou de servigo Ni Numero de microaspersores; Se: Espagamento entre microaspersores; d: Diametro da Linha Lateral Tubo PELBD PN 20; T: Temperatura da gua; m: Expoente da vazio (adimensional); hf Perda de carga na tubulagao. Para simulago do perfil de pressio ao longo da linha lateral, foi adotado o modelo de dimensionamento proposto por Wu e Gitlin (1975), que é expresso como: Hi = Hy —(A- (1-4) hf (1) Em que: Hi — energia de pressto no i emissor (1m.¢.a); | - posi¢ao do microaspersor a0 Jongo da linha lateral (m), L— comprimento total da linha lateral (m), m— coeficiente da vazio na equagio em uso; hf — perda de carga total na linha (m.c.a.). Conforme 0 modelo de Wu e Gitlin (1975), 0s dados necessérios para o dimensionamento do projeto foram calculados a partir do software Microsoft Excel 2016, Dessa forma, os dados calculades foram: vazio dos emissores (q), vazio total da linha lateral (Q) composta por 30 microaspersores, viscosidade cinematica da agua (v), perda de carga (hf), fator de correc, perda de carga no trecho (hf), perda de carga V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 55 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 unitiria (J), De posse dos dados calculados, obteve-se, posterionmente, o didmetro da linha lateral (L) e para declividade, assumiu-se um valor de 0. A vazio dos emissores foi determinada em fungio da pressio de operagio pela equacao proposta por Keller e Karmeli (1974) q=k+H* (2) Em que: q ~ fluxo do emissor (L.h"); k ~ coefiviente de descarga (caracteristico de cada emissor - adimensional); H — energia de pressio na entrada do emissor (mea), x — expoente da descarga do emissor que expressa a sensibilidade dos emissores as variagdes de pressio (dados fornecidos pelo fabricante - Tabela 1), A descarga total da linha lateral péde ser obtida com a seguinte equagao: gat @) Se Em que: Q — vazio total da linha lateral (m? s); q — fluxo do emissor em (L:h'!); L— comprimento da linha lateral (m); Se — espagamento entre os emissores (m) © fator de corregao (Fe), proposto por Wu e Gitlin (1975), é apresentado na Equagio 4, a partir do qual foi possivel ober a perda de carga na tubulacao de miiltiplas saidas (4) Em que: Fe ~ fator de correedo (adimensional); m ~ expoente da vazio na equacio de perda de carga (adimensional). Para determinagio da perda de carga utilizou-se a Equagdo 5: _men1004Qh71 by PED © Em que: hf — Perda de carga em tubulagio de vazao constante (m.c.a); Q~ Vazio do sistema (m* s“); L — Comprimento da linha (m); g — Aceleragao da gravidade (m s”); D —Dimetro da tbulagao (im); v ~ Viscosidade cinematica da agua, (m2 s"). A avaliacio das diferengas individuais entre os microaspersores ocorridas durante o processo de fabricagao foi realizada por meio da determinagao do coeficiente de variagao de fabricagao (CV; (equagao 6): cy, == 6) Em que: CV:~ Coeficiente de variagio de fabricagio (%); Sq — Desvio padrio da vazio dos emissores; 7 - Média das vazSes observadas (L h”). Para expressar a variabilidade da distribuigo da agua na intigagao, neste estudo, calcularam-se 0 Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC), 0 Coeficiente de V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 56 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 Uniformidade de Distribuigio (CUD) e 0 Coeficiente de Uniformidade Estatistico (CUE). © Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC) é caleulado pela equagao de Christiansen (1942): cuc = 100 [1-4] (7) Em que: qi— vazio em cada emissor (L ir"); @ — vazio média dos emissores (L hr"); n — niamero de emissores. © Coeficiente de Uniformidade de Distribuigao (CUD), que representa a razio entre as vazdes minima e média dos emissores, foi calculado com base na equago proposta por Keller e Karmeli (1974): CUD = 100+ (8) Em que: qa — média das 25% menores vazdes observadas; @ — média de todas as vazdes observadas caileulo do Coeficiente de Uniformidade Estatistico (CUE) tomou como base a equagdo proposta por BRALTS et al. (1987): CUE = 100(1—cv,)=100(1-*2) (9) Em que: CV, ~ Coeficiente de variagdo da vazio do emissor (%); Sq — Desvio padrao da vazio do emissor (L bh’); ¢ — Média das vazies observadas (L hr). 3. Resultados e discussio No que se refere ao gradiente de energia na linha lateral, as caracteristicas hidritulicas relacionadas, bem como as equacdes adaptadas para os emissores, estio dispostas na Figura I. Observou-se a partir dos coeficientes de determinagao (R°) um bom ajuste dos dados aos modelos obtidos. V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 57 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 160 y=23,so1x05'5 0 P= 0.9996 120 19,321%95 R?=0,9999 ‘Vario (Li) 3 6 8 B 18 B 28 33 Pressao (m.c.a) --#-+ Microaspersor 1 —®—Microaspersor 2 Microaspersor 3 Figura 1- Andlise de regressiio entre a energia de pressdio (H) ¢ a vaztio (q) dos microaspersores 1, 2 ¢ 3 As curvas caracteristicas dos microaspersores 1, 2 e 3, cujos ajustes resultaram em valores de ‘x’ iguais a 0,514; 0,5064 e 0,5153, respectivamente, estio no intervalo de 0,5 < x < 1,0, onde o regime encontra-se_ mais proximo do turbulento ao laminar (PIZARRO, 1990), verificando-se maior influéneia das variagdes de pressio sobre a vazio. Portanto, os fluxos em questio podem ser classificados como plenamente turbulentos, ou seja, os microaspersores nao so autocompensantes e ndo mantém a pressio e a vazio, quando ha alteragdes externas, provocando desuniformidade na vazio (SARAIVA et al, 2014). O microaspersor de menor didmetro (microaspersor 1) foi © que apresentou 0 menor valor de expoente em comparacio aos outros dois microaspersores, sendo ent&io o mais indicado para seu uso, considerando apenas este critério de escolha Relacionado ao gradiente de pressio e vazio estudados, observou-se que estes decresceram ao longo da linha lateral, para os trés microaspersores (Tabela 3; Figura 2) Assim, verificou-se que para vazio houve uma variagao de 5, 6 e 8% entre o primeiro e liltimo emissor dos microaspersores 1, 2 3, respectivamente. Ao passo que para pressio ocorren uma variagio de 10, 13 e 14% para os microaspersores I, 2 € 3, respectivamente. Tabela 3 - Simulagdo da Pressio - VazSo na linha lateral para os trés microaspersores de acordo com Wu ¢ Gitlin (1975) N Se ———Microaspersor1_Micronspersor2__Mileronspersor3____ adh) Himea) a@b) Himea) ab) Himecay 1 3.00 93,839 21643 110.290 22,139 116.948 2 6.00 93,362 21.429 109,586 21.861 116, 3 9.00 92.911 21.229 108,921 21,599 115341 4 12.00 92,487 21,080 108,293 21.384 114,60 5 15,00 92.089 20865 107,704 21,128 113.912 6 18,00 91.716 20.701 107.151 20.912 113,263 7 21,00 91,368 20,548 106,635 20.713 112.687 8 24,00 91.084 20407 106,154 20,52 112,092 9 27.00 90,745 20276 108,709 20,360 V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 58 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 10 30,00 90.468 20156 105,297 111,083 33,00 90.214 20.046 104.918 110.638 12 3600 89,982 19.946 104,572 110,230 13 39.00 89,770 19.855 104,257 109, 1442.00 89,579 19.773 108,971 109,523 15 45,00 89,408 19,699 103,715 109,221 16 48,00 89.255 19.634 108,486 108,95: 7 89.119 19.576 108,284 108.713 13, 89.001 19.528 103.107 108,505 19 88,899 19.482 102.984 108,324 19.260 20 8s.sil 19.444 102,823 108,170 19,206 2 88,738 19.413 102,713 108,040 19,162 2 88,677 19.387 102,622 107,983 19,125 3 88,629 102,549 107,48, 19,096 pra 88,591 102,493, 107,781 25 88,563 102,450 107,731 5 26 88,543 102,420 107,695 19,043 7 88,530 102,401 107,673 19,035 28 88,523 102,390 107,660 19.031 29 88,520 102.386 107.685 19,029 30 88.519 102.385 107,654 19,029 99.997 104,588 110.246 2.860 aia (25%) 102.434 107.712 cu 97,701 95,530 cvs 0,026 0.051 CUE 97.406 94911 cue 98.498 - 98.076 = 97,852 - ‘Nr aimero de microaspersores; Se: espagamento entre os microaspersores, q: wazio do cada emissor a0 Tongo da linha lateral; H: pressdo em cada emissor ao longo da linha lateral; DP: Desvio Padrdo: quia: Vaz2o minima: CUD: Coeficiente de Uniformidade de Distribuic3o; CVs Coeficiente de Variacdo de Fabricacdo; CUE. Coeficiente de Uniformidade Estatistico; CUC: Coeficiente de Uniformidade de Chuistiansen. V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 59 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 Pressio(m.ca) ° 5 1 1S 2S. Posicio dos microaspersores inseridos na linha lateral == Vaziio (Uh) 8+" Pressto (mca) @ ui ns uo > 18 ae gis 25 9 Bf a Sie 235 S105 » E 104 0m ios ws ree! » sige ds mconspersorsinserids ua laa lateral —*—Vaziio(Vh) “+ Pressio (m.c.a) oe) us 2s i 16 2 hs as = 2ua a Bs oye 22 ss ui » 3 ne — 9s & Set eeeccoot 108 * 9 os 0 6s » sw sie ds miconsperors ines aah tea += Vaziio(Vh) ~*~ Pressao (m.c.a.) © Figura 2 - Relagao vazao versus pressao na linha lateral na posi¢ao dos microaspersores 1 (a), 2 (b) ¢ 3 © V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 60 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 Em estudos recentes, analisando a simulaco do gradiente da linha lateral, observaram- se resultados semelhantes, ou seja, a relagdo vazio-pressio decresceu ao longo da linha de emissores (BATISTA et al., 2017; SILVA et al., 2017; PINHEIRO et al., 2019; FERNANDES et al., 2022). Nota-se que a aplicacao da lamina de irrigacao ao longo da linha lateral esta diretamente relacionada com a variagio de pressiio € vazio dos emissores, logo, alteracdes na pressio ocasionadas pela perda de carga ocasionard variagio na vazio (SILVA e SILVA, 2005; MARQUES e CAMPECHE, 2012). Adicionalmente, é valido destacar que a variagio de pressio e vazio dos emissores pode ser provocada a partir de perdas de energia por atrito e pelas insergdes dos emissores, do ganho ou perda de energia devido a topografia da superficie do solo, e da qualidade da matéria prima e dos processos de fabricagio dos emissores (KELLER e KARMELI, 1974) Quanto a pressio de servigo, os microaspersores devem funcionar dentro dos limites de pressio especificados pelos fabricantes, pois pressio nmito alta provoca uma excessiva pulverizago do jato, 0 que diminui 0 raio de aleance e causa uma excessiva precipitacao préxima ao emissor. Por outro lado, pressio muito baixa também resulta em mé distribuigao da dgua (SILVA e SILVA, 2005). De acordo com a classificagio de Bralts (1986), os Coeficientes de Uniformidade de Distribuigao (CUD) obtiveram classificagao excelente, tanto em pressio como vazio para os trés microaspersores estudados, pois obtiveram valores de uniformidade > 90%. Em simulacées te6rico-hidriulicas realizadas em outros trabalhos também obteve-se CUD classifieados como exeelentes (SARAIVA et al., 2014; BATISTA et al., 2017; PINHEIRO et al., 2019). Baixo valor de CUD presume que uma excessiva perda de agua por percolagao poderé ocorrer, se toda a area de plantio receber uma Kamina maior do que a real necessétia. Além disso, a desuniformidade de microaspersores é ocasionada, principalmente, pela falta de manutencéo, mal dimensionamento do sistema de irtigagio ou uso ha determinado tempo. Como consequéncia, as necessidades hidricas das plantas nao serio atendidas (SILVA e SILVA, 2005) Em relagio ao Coeficiente de Variac3o na Fabricago (CV2) dos emissores, os valores obtidos foram de 0,018 para o microaspersor | (diametro=1,4 mm), de 0,023 no caso do microaspersor 2 (didmetro=1,41 mm) e de 0,026 para o microaspersor 3 (didmetro=1,44 mm) (Tabela 3), que de acordo com a classificagio da American Society of Agricultural Engineers (ASAE, 1985), correspondem 4 categoria “bom”, onde os critérios gerais para fonte pontual so: bom (< 0,05); médio (0,05 a 0,10); marginal (0.10 a 0,15) e inaceitivel (>0,15). Vale destacar que o conhecimento deste coeficiente é fundamental, tendo em vista que poucos catalogos permitem a avaliagao do CVs. ‘A informagao acerca do coeficiente de variagao de fabricagto consiste em um dos fatores mais significativos que influenciam a uniformidade dos sistemas de irrigagao localizada e, as tinicas causas de variagao deste coeficiente, sio devidas aos efeitos construtivos (ANDRADE, 2005), como, por exemplo, a variagao durante a fabricacio e 0s aspectos de design dos emissores (FRIZZONE e DOURADO NETO, 2003). No que diz respeito aos valores do Coeficiente de Uniformidade Estatistica (CUE) para a pressfio e vazio, estes podem ser classificados como excelentes, para os trés microaspersores estudados (Tabela 3), pois de acordo com Bralts (1986), os coeficientes estatisticos podem ser classificados como: excelente (2 90%); muito bom (80-90%); regular (70-80%); ruim (60-70%) e inaceitavel (< 60%), V. 14, Ne. 2, Junho/2022 Pagina 61 Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN 2176-7270 Quanto ao Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC), todos os ués microaspersores demonstraram valores elevados (Tabela 3). Conforme Zocoler (1999), © ideal € que em sistemas de irrigago localizada, a uniformidade atinja um valor de CUC superior a 90%. Isso significa dizer que aproximadamente 90% da dea receberd ‘uma lamina superior ou igual & lamina média de aplicagio (SARAIVA et al., 2014). 4. Conclusdes Os microaspersores apresentaram boas caracteristicas hidréulicas a partir dos coeficientes de descargas Apesar dos bons indices de uniformidade de eficiéneia (CUC, CUE e CUD) estarem classificados como “Excelentes”, faz-se necessirio 4 observagio do teste em campo para a validagio do comportamento do projet. As simulagdes matematicas podem ser essenciais para um dimensionamento hidréulico adequado e eficaz dos sistemas de irrigagdo localizada. No entanto, é necessério validar tais simulagdes em campo para destacar a boa eficiéncia dos modelos e do tipo microaspersor. 5. Referencias ANDRADE, L. Avaliagio Hidréulica e de resistencia a tragdo de dois modelos de mangueiras gotejadoras. 2003. 76 p. Dissertacio (Agronomiarigagao ¢ Drenagem) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2008 ASAE - American Society of Agricultural Engineers. Design, installation and performance of rickle irrigation systems. 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