SERIE RADIOLOGIAESABER 1
TECNICAS RADIOLOGICAS
KV emAS
ALGUNS TOPICOS
POR: PROF. RONALDO J. CALIL
KV determina o contraste. O contraste é responsavel pela
imagem preta e branca na radiografia, muito contraste significa uma
imagem preta, chamada popularmente de “queimada”, e pouco con-
traste significa uma imagem branca;
mAs é responsavel pela densidade. Densidade é aquela ima-
gem referente ao contorno da estrutura do osso, ou seja, numa ima-
gem de um RX de uma perna, o contorno que aparece como sendo
dos musculos e tudo o que nao for osso, significa que houve pouca
densidade. A densidade é responsavel pela eliminacao de partes
moles, portanto, se o tecnico quiser produzir uma imagem éssea com
bastante detalhe e qualidade, deve colocar mais mAs e menos KV. O
mAs é resultado da multiplicacao do valor colocado no comando (a
mA), pelo valor colocado no comando do S (tempo). Se o botao do
mA estiver no 200 e 0 botao do S no 0,25 segundos, o mAs sera igual
a 50, se colocar o mA no 500 € o tempo no 0,10, também terei 50
mAs. Esse método é usado para diminuir o borramento da imagem,
ou seja, a imagem nado sai tremida. O principio dessa técnica é dimi-
nuir 0 tempo sem alterar o valor do mAs, pois quando maior o tempo
mais chance o paciente tem para se mexer durante a producao da
imagem.
Quando o exame é designado para partes moles — tudo o que
nao for osso — usa-se pouco mAs e muito KV, e quando a imagem
ideal é a do osso, usa-se pouco KV e muito mAs. Alguns fisicos de-
fendem que o muito uso do mAs, gera uma forte radiacao ao pacien-
te. E verdade que a quantidade aumenta, mAs nada de tao exagera-
do a ponto de prejudicar a satde do paciente, e a qualidade de ima-
gem é compensadora.
Ao contrario do que alguns afirmam, a maneira de descobrir a quan-
tidade de KV a ser colocada, é descoberta por uma ciéncia, a mate-2 SERIE RADIOLOGIAE SABER
matica. Para o calculo do KV é usada a formula KV =(e. x 2) + K,
onde, e = espessura e K = constante. A espessura é medida atraves
do espessémetro, que deve ser posicionado no ponto onde entra o
RC. OK significa a constante, que é determinada por um conjunto
de equipamento e acess6rios de uma sala de RX, que compreende a
capacidade da ampola, a velocidade do écran, a DFoFi , 0 tipo da
grade, a variacdo da voltagem do aparelho, a temperatura e 0 tempo
da processadora e a marca do filme. A constante é extraida através
da formula K = KV - (e x 2). Essa formula sera mais discutida a
frente. Entio teremos para RX de tornozelo com espessura = 9 cm. e
K=25, 0 exemplo:
KV =(ex2)+K
= (10x 2) +25
20425
O mAs € calculado através de outras formulas, cada uma a
ser empregada de acordo com a regiao. Para descobrir o mAs de
exames ortopédicos referentes a extremidades — regides situadas
nas pontas dos membros. A saber: MMSS: Falanges, mao, punho,
antebraco e cotovelo. MMII: Ante-pé, pé, tornozelo e perna, feitos
Deve-se usar 0 valor do KV dividindo por trés, explo.:
3. Para descobrir o valor do mAs para essas extremida-
des, incluindo o joclho, o cranio, o Hemi torax, o ombro, o umero, a
clavicula, esterno e fémur, usa-se o valor do KV dividindo-o por dois,
entaio temos: mAs = KV/2. No exemplo acima teremos:
mAs=KV
3
mAs = 45 mAs = 15
3
Para descobrir o mAs de exames de regides mais especificas
como 0 torax, as colunas e o abdome, usa-se outra formula:
mAs = KV x CMSERIE RADIOLOGIAESABER 3
C.M (Coeficiente Miliamperimétrico) é um valor pré determinado
usado para determinar o mAs. Os seus valores sio:
» Abdome = 0,70;
- Colunas = 0,80;
» Torax= 0,15.
Entao em um exame de coluna lombar, com um paciente com
espessura de 25 cm. e uma constante igual a 30 o calculo total fica:
KV = (ex 20)+ KmAs = KV x CM
K 25 x 2) +30 mAs = 80 x 0,80
KV =50 +30 mAs = 64
KV=80...
Essa formula foi elaborada para distancia igual a 1 metro,
mAs no exame de torax, usamos a distancia igual a 1,80m.
Quando afastamos a ampola, perdemos poténcia no apare-
Tho. Esse fenédmeno pode ser explicado se comparado a um carro
encostado na parede com 0 farol ligado, quando ele comega a dar ré,
a luz vai enfraquecendo, e a forma de manter a mesma intensidade
de luz é aumentando a sua poténcia. O mesmo acontece como KV. A
cada 10 cm. que a ampola ¢ afastada, deve-se aumentar 4 KV, entao
para o torax aumenta-se 32 KV. Quando se abaixa a ampola, 0 efeito
€ ao contrario, fazendo com que o KV seja diminuido, na mesma pro-
porcao, a cada 10 cm. deve-se abaixar 4KV.
10cm.
Entao para o RX de torax de um paciente com 20 cm. de es-
pessura e com uma constante de sala igual a 25, devo fazer 0 seguin-
te calculo:
KV = (ex 2) + KmAs = KV x CM KV =50 + 25 mAs = 107 X 0,015
KV = 75+ DFoFi (80 cm. a mais) mAs = 1,60KV = 75+ 32 KV =107 SERIE RADIOLOGIAE SABER
Todo o torax deve ser feito no minimo usando a mA 300.0
mAs em alguns aparelhos o tempo comeca com 0,02 s., resultando 6
mAs. No caso acima nao consigo empregar o mAs obtido - 0 tempo
muda de aparelho para aparelho, juntamente com a valor do mAs e
do KV. Para isso uso a regra descrita a seguir:
- Para cada 10 KV que aumento, devo dividir o mAs por dois,
- Para cada 10 KV que diminuo, devo dobrar o mAs.
Entao para o mAs do torax citado acima, basta ir usando a
regra até atingir o valor de 6 mAs:
KV mAs
107. —-1,60
97 3,20
87 6,40
O mesmo é¢ valido para situac6es similares para outras par-
tes do corpo, em que o aparelho nao proporcionar o uso correto da
tecnica.
Essa técnica pode também ser usada para melhorar a qualidade da
imagem ja que aumentando o mAs, elimina-se as partes moles, ob-
tendo-se mais detalhe do osso.
E necessario prestar atencao na distancia real da ampola em
relacao ao filme. O ponto referente a um metro no marcador de dis-
tancia da ampola, geralmente esta relacionado a DFoFida ampola a
grade, portanto quando o chassi fica em cima da mesa, a distancia €
reduzida geralmente em 1 metro. Nesse caso é necessario aumentar
a distancia em aproximadamente 10 cm, para compensar.
O ponto correto de medicao da ampola é a aproximadamente 4 cm.
acima da sua parte redonda lateral. Deste local mede-se um metro
até a grade, ou até a mesa.
A constante é 0 valor mais dificil de descobrir. O seu valor
depende de adequar os valores obtidos pedidos na sua formula de
calculo. A formula é:
K=KV-(ex2)SERIE RADIOLOGIAESABER
om
Deve-se conferir:
1. Se o valor do KV esta correto;
2. Se o valor do mAs esta dentro da relacio KV/mAs usada
nas formula apresentadas acima. Ex.: Em um exame de mio foi usa-
do 41 KV com 5 mAs. A mio é feita sem bucky, portanto extraido o
KV, deve-se di ir por 3 e achar o valor do mAs, e 41 dividido por 3,
obviamente nao é 5. Neste caso deve-se adequar a formula aos pa-
drées corretos, o método a ser usado sera explicado a frente;
3. Sea DFoFi esta correta. No exemplo acima a ampola pode
estar a 90 cm. de distancia do chassi, sendo necessario adequar as
nossas normas, aumentando a distancia e adicionando 4 KV;
4. Se a espessura do paciente esta correta.
A maneira mais simples de descobrir a constante € extrain-
do-a de um exame de coluna lombar em decabito.
Pacientes idosos, principalmente mulheres, sio propensos a
terem osteoporose, nesse caso deve-se levar em consideracao a perda
de calcio nos ossos, o que faz com a radiografia saia escura. Para
evitar que o exame seja repetido, deve-se abaixar a técnica em apro-
ximadamente 5% do valor do KY. O mesmo €¢ indicado para pacien-
tes orientais, devido a caracteristica de sua raca. Em pacientes de
cor, segue-se o contrario. O fendmeno nao tem nada haver com a
pigmentacio da pele e sim com a caracteristica de raca, por serem
mais musculosos. Deve-se aumentar a técnica em 5 KV.
Em paciente com gesso, deve-se aumentar em média 10 KV,
devido a densidade acrescentada pelo gesso. Vale a pena observar
se 0 gesso envolve todo o local a ser radiografado, ou se é s6 em
partes. Explo.: Em um Raios-X de tornozelo, a parte poste:
malmente esta com gesso, a anterior nao.
Radiografias com o cilindro de extens4o, deve-se aumentar
de 6 a 8 KV, mAs s6 se 0 cilindro estiver encostado na parte a ser
radiografada. O cilindro alinha os raios, evitando a radiagao disper-
sa, diminuindo a intensidade.
De uma radiografia com grade para outra sem grade, dimi-
nuir 8a 10 KV, e vice-versa. A grade tem uma espessura que requer
mais técnica.
r nor-
Efeito Anédico: Apesar de se chamar efeito anédico, o que prevale-6 SERIE RADIOLOGIAE SABER
ce €0 catodo. Quanto mais a estrutura estiver préxima ao catodo,
mais concentrado estara a atenuacio dos Raios-X, fazendo com te-
nha mais penetracao no seu lado. A diferenca entre um lado e outro
é grande, chegando em quase 50% de diferenga, por isso o efeito
deve ser usado em exames que a estrutura a ser examinada tenha 0
formato cuneiforme - comece fino e termine grosso —. O catodo fica
sempre no lado do comando do aparelho, e geralmente é identificado
com 0 sinal negativo (-) na saida dos fios na ampola. O anodo fica na
direcao da estativa e ¢ identificado com o sinal positivo (+) também
na saida dos fios da ampola. Portanto, quando o exame for de qual-
quer coluna, o paciente deve sempre ficar com a cabeca em direcaio
do anodo (na estativa) e os pés no lado do catodo (no comando), e
quando o exame for de quadril, perna pé, o paciente deve ser
posicionado ao contrario, de modo que a parte mais densa fique sem-
pre no lado do catodo.
Magnificagao: E a ampliagao - Quanto mais proximo da am-
pola estiver a estrutura, mais ampliada ela se apresenta. Esse efeito
pode ser comparado ao efeito da luz. Imagine que sua mio esta sen-
do projetada em uma parede através de uma lanterna, gerando uma
sombra. Quando vocé aproxima a sua mao no foco gerador de luz (da
lanterna), a imagem projetada da sombra aumenta de tamanho. O
mesmo acontece com os Raios-X;
Para incidéncia de Arcos Costais, deve-se usar a mA 100,
com 0 tempo longo, em aproximadamente 1,5s.. Para essa imagem 0
mAs sera aumentado e o KV diminuido. Essa técnica destacara a
parte 6ssea do térax, deixando as partes moles sem evidéncia.
Para técnica em urografia, deve-se dobrar o mAs e diminuir
10 KVs, afim de se obter uma melhor imagem do rim. Como 0 exame
estuda a possibilidade de litiase renal, que pode apresentar-se com
um tamanho bem inferior, chegando a menos de um milimetro, é pre-
ciso de mais detalhe para osso e de eliminar qualquer estrutura que
sobreponha 0s rins, afinal os calculos renais s4o calcificados.
Afim de se obter dois filmes com a mesma imagem, gerada através
de uma s6 incidéncia, é um s6 disparo de Raios-X, coloca-se dois
filmes em um s6 chassi. Depois de revelados, verifica-se que a ima-
gem dos dois s4o quase iguais, pois um € um pouco mais claro do que
o outro devido a reducio da luz produzida pelo écran;
O filtro de compensacao é uma cunha de aluminio, onde pro-
jeta-se a parte maior para a parte mais fina da estrutura, e a menorSERIE RADIOLOGIAE SABER 7
para a parte mais grossa, afim de se obter uma igualdade da estrutu-
ra. O filtro deve ser colado na ampola. Pode ser feito de papel alumi-
nio de cozinha, dobrando-o varias vezes, de modo que vire um bloco
espesso. Dobra-se outro pedaco de papel produzindo outro bloco, s6
que um menos espesso do que o anterior. Dobra-se outro menos es-
pesso ainda, e assim sucessivamente até chegar ao ponto zero. Jun-
ta-se todos os blocos, do menor ao maior, formando-se uma “esca-
da”. Forra-se todos os blocos com papel cartao e depois com papel
contact, assim tera o formado desejado.
Pode-se produzir cépias de um filme ja radiografado. Para isso
basta colocar dentro do chassi, no lado onde nao vai radiacgao, um
filme totalmente velado e revelado (preto), depois outro filme, por
cima deste, virgem, e por Ultimo o filme a ser copiado. Depois de
fechado, o chassi é levado a mesa de Raios-X e irradiado com uma
técnica de mao. Revelado a imagem copiada estara no positivo, ou
seja, fundo branco e imagem preta, ao contrario do original, de fundo
preto e imagem branca.
A técnica pode variar de parelho a aparelho, podendo ser al-
terada para mais ou menos.