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183d Caminha, Renato Maiaro Darwin para psicoterapeutas: socializacao, emog6es, empatia ¢ psicoterapia / Renato Maiato Caminha. - Novo Hamburgo : Sinopsys, 2019. 16x23 ; 188p. ISBN 978-85-9501-101-4 1. Psicologia — Darwin. I. Titulo. CDU 159.922(Darwin) Catalogacio na publicagéo: Ménica Ballejo Canto — CRB 10/1023 s a \ ~ O universo das emocoes e a regulacao emocional Motivado pela observagio de que cies de caga apresentavam emocées do tipo raiva, medo, alegria, citime e que os seus filhos manifestavam a mes- ma gama de emogées, Darwin, no ano de 1876, escreveu um trabalho inti- tulado A expresso das emogées nos homens e nos animais, Dedutivamente, concluiu que se homens e animais expressam de modo muito similar certa gama de emogées, clas devem pertencer a nossa natureza ¢, assim sendo, devem possuir uma légica adaptativa no mais estri- to sentido do pensamento evolucionista. Por toda a trajetéria softida pelo pensamento darwiniano ao longo da histéria, conforme explanado anteriormente, 0 livro de Darwin acabou des- merecido pelas cigncias do comportamento, sobretudo a psicologia. Pode- mos considerar que, em termos de conhecimento cientifico, as emogées ¢ a sua importincia para a satide mental estéo com razoivel nivel de atraso. © status das emogées comega a mudar, definitivamente, nos anos 1990, principalmente pelos trabalhos de Damisio (1996) ¢ de Ekman (2011). E notério o atraso da abordagem das emogées nas psicoterapias, so- bretudo, tendo-se em vista que nio hé modelos muito especificos de regula- 40 emocional até hoje nos mais cientificos modelos de psicoterapias, cha- mados hoje de psicoterapias baseadas em evidéncias. Das terapias baseadas em evidéncias as de maior destaque podem ser consideradas as psicoterapias cognitivo-comportamentais, dentre clas 0 | jerso das emogoe gulacao emocional ‘Ouniverso das bes € 2 Fe: 92 Ouni éo racionalista de Aaron Be . do presente desde os anos 1960, até hoje Jo especifico de abordagem das emogies, 4 i odelo de Beck. regulacao emocional, no m: ; ; oe Tine Leahy ¢ colaboradores (2013) tém trazido a tem: emogées ¢ da regulacao ‘emocional para 0 debate entre os psicoteras claborando uma importante revisio € m tancia das emogoes € da regulacdo emocional; ‘ renhum modelo especifico de regulacéo emocional que possa ser utilinady protocolarmente na pritica clinica. ‘A terapia racional emotivo-comportamental (TREC) de Alber: Elis embora possua o emocional em sua nomenclatura, tampouco contém um modelo de regulacao emocional. A TREC de Ellis tem, inclusive, umz abo; modelo mais conhecido modclo racionalista estan enhum mode contramos ni tag, odelo metatedrico acerca da im, todavia, 0 autor no pronpe dagem peculiar de determinadas emogées, como a raiva, por exemplo, nz contraméo da biologia das emogées. A raiva é uma emogao que deve sez combatida e denominada como negativa no modelo de Ellis (1962). S: do esta légica, hé um desconhecimento acerca do lado saudavel e necessétio da raiva para qualquer ser humano pela Idgica da biologia. Autores como Mahoney, Safran e Greenberg também destacarem 2 importancia das emogées e, por conseguinte, da regulagio emocional. Espe- cificamente 0 trabalho de Greenberg (2002) conhecido como terapia focade nas emogées (TFE), derivada de um modelo epistemoldgico que podemos chamar de neo-humanista por conter elementos de emocées, apego ¢ cons trutivismo dialético em seu cerne, possui os seguintes objetivos: 0 fortalec- puesto do self a regulacao do afeto ea ctiagao de um novo significado, 0 gut incl ajudar os pacientes @ desenvolver a sua inteligéncia emocional: O32 capacidade de entender as emoges de modo mais pleno ? + = i ? Por que as possuimos? Se Darwin pos™ ses € porque houve uma dedugio légice das espécies, nesta légica, se estio na 92% Porque servem a algum propésito adaptati rOpdsitos? Afinal, 0 que sio emogies lou acerca da natureza das emo, awe elas pertenciam a flogénes teza de humanos ¢ animais & Entio, uais seriam os seus p As emogies si ; Sio descargas biolén, sc Citido € a modulagiy da ties envolvendo o sistema endine ° "3s descargas pelo sistema imbico (Damésio, 1995) Darwin para terapeutas 93 As emosées 0 pana Puramente fisioldgicos, sentidos no corpo, necess- tando de ae ro que as decodifique para lhes garantir uma semintica (pro- cessos cognitivas, sentimentos), uma interpretagio que hes dé significados. resultado destas atribuicbes seménticas € 0 que chamamos de sentimentos. Nesta Jégica, as emogbes sio descargas fisioldgicas enquanto sentimentos sio a inter- pretagio do cérebro semantico ao que estd acontecendo no corpo. Os sentimen- tos so manifestagées representacionais, representagdes mentais, sejam elas repre- sentagoes imagisticas (imagens mentais) ou proposicionais, proposicées verbais sujetas a0 semantico, léxico e sintético (Damésio, 2017). -___ Emogfes servem, inicialmente, a dois propésitos bisicos. Primeiro \ como estratégias de manutengao da vida ¢ adaptacdo ao meio ambiente. Se- } gundo, como uma sofisticada forma de comunicacéo, permitindo que haja " roca de informagées tanto intra como interespécies. Afinal, humanos evolu- fram do gesto & palavra, sendo a comunicagéo oral muito limitada se com- parada a todo aparato facial, gestual e corporal. | Nao se torna interessante hierarquizarmos as duas estratégias citadas, propondo que qualquer uma delas venha, por ventura, a ser mais importan- te que a outra. Em se tratando de grandes primatas, elas se tornam indisso- cidveis € com 0 propésito tinico de desenvolver estratégias mantenedoras da vida; afinal, em wltimo caso, para que serve a comunicagio se nao para tra- balhar em prol da preservagao da vida? Aquilo que chamamos na apresentagio de nosso protocolo TRI (tera- pia de regulagao na infincia) de ceoria geral das emogées foi embasado em tum grupo especifico de autores ligados as neurociéncias ¢ &s ciéncias do comportamento sustentados na epistemologia da biologia, sobretudo da 16- gica darwiniana do comportamento. E complexa a aceitagio entre virios autores que pesquisam as emogdes sobre quantas ¢ quais emogées, afinal, poderiam ser consideradas como basicas. O mundo das emogdes em termos conceituais é bastante difuso € diversificado. do com as emogées em contextos de simplifica- Muitos anos de vivéncias trabalhans clinicos, sobretudo com criangas, levaram-nos a um certo gratt 40 quando elegemos um grupo especifico de seis emogées, que chamamos de bisicas, que se tornaram o ponto de partida para 0 trabalho serapeutico visando o desenvolvimento da empatia e da consequente regulagio emocio~ ulagao emocional r 94 Ouniverso das emogoes ea jas com base em Ekman (1968), fy ‘ ses foram escolhid Sane eiejo (1996) sobretudo. Sao elas: medo, nal. Estas emi or colaboradores (1969) ¢ Damasio a raiva, nojo, alegria ¢ amor. vem Eman (1968) considera que existem seis e tristeza, raiva, nojo e SUrprest. Suas conclusdes 10 baseadas em PEGs ey curadas com populacies diversas, sobretudo isoladas do contexto de diy ls, culeural, 8s quais foram capazes de reconhecer de modo universal, a opr, facial de cada uma dessas seis emogoes (Susskind & Anderson, 2008). Desde o primeiro instrumento desenvolvido no protocolo TRI, deng. minado Banilho ds emogées, Caminha ¢ Caminha (2011) optaram, depois izar a emocio surpresa no trabalho clinico com 35 Tistegs, seis emogbes basins, aegis, may a“ 20, de testagens, a nio util criancas devido a esta emogiio ser de pouca persisténcia temporal. Do panto de vista da abordagem clinica, no instrumento Banalho das emogées, ¢ posteriormente no Banalho da regulagdo e da proficiéncia emocional (2016), nao se utilizou a emogio surpresa devido a mesma ser decodificado- m2 indicativa de outra emocio principal. Ao ativar surpresa, podemos tera presenga de um predador que ativaria medo e raiva, provavelmente, ou ain- da tera chegada de um grupo de entes quetidos que ativaria, provavelmente, alegria e quicé amor. Na maior parte de nosso dia, nao estamos com emogées ativadas em- bora elas trespassem nosso corpo ao logo do dia varias vezes; todavia, emo- bes sdo fendmenos que podem ser considerados relativamente de curta du- racio, durando em média para as emogées bisicas, algo em torno de dezoito a vinte e quatro minutos em adultos, e doze a dezesseis minutos em crian- sas. Isso se medirmos desde o momento da eliciagéo da emogao, ou sejs 4 liberago dos metabélicos especificos associados a cada emogio, até 0 mo- mento que o organismo deixa de sentir os efeitos corpéreos, ou marcadores sométicos, conforme abordaremos mais a frente (Kreibig, 2010). Quando nio ha nenhuma emogio ativada, o que sentimos entio? Dé modo geral duas pré-emocées denominadas bem-estar, ou tranquilidade © desconforto. Damésio (2010) destaca que bem-estar néo é um estado neutro. Bem” estar panes «starmos eutimicos, motivados e com disposigio pars enffe™™ ‘aro dia, bem-estar é fundamental para uma equilibrada e saudével prod gio de sentimentos. Na via oposta, podemos estar com desconforto, 0 que significa que se estamos doentes, com alguma dor, sentados hi muito tempo em num local desconfortive, sentimos ¢ pré-emogio, condigéo também indicada por meio dos sentimentos. Bebés recém-nascidos sio étimos para exemplifica s, Bebé sequinho, aquecido, alimentado, rmos as pré-emo- a em célica ¢ um bebé em bem- -estat. Bebé com fome, molhado, com frio ou dor, bebé em desconforto. ‘Temos destacado no protocolo TRI 0 bem-estar como um ponto a ser atingido ¢ medindor na regulagio emocional, Um porto seguro, um ideal a ser atingido depois da passagem da descarga de metabélicos contidas na ati- vagio da emogio. O grande problema quando a emogio ativa, ¢ que ela impera por meio dos sentimentos ¢ no sistema corpéreo-cognitivo. Ela vai alocar recur- sos de meméria compativeis com a emogio ativada e vai buscar a justificati- ya semantica da mesma num sistema que pode gerar patologia, retroalimen- tando-se em uma perspectiva ao redor da emogio ativada. Diante de uma situagio de raiva, por exemplo, derivada de uma ati- tude de desrespeito gerada contra nés, nossos sentimentos, ou seja, nossa decodificagdo semintica, a interpretacio e a leitura dos fatos poders nos le- var a.um desfecho favorével ou nem tanto (Lench et al., 2016). Do que depende este desfecho? Da interpretagio que fazemos dos fa- tos, ou seja, dos pensamentos ativados pelos eventos, diria um terapeuta cognitivo de viés racionalista. Nossos dados do protocolo TRI, pelo menos em se tratando de infin- cia com a auséncia do desenvolvimento cognitivo pleno, apontam para o domtnio dos esquemas emocionais. Na légica algoritmica de reforgamento apontada por Edelman (1992), teriamos, portanto, um sistema emocional derivando o cognitivo. Nesta légica, se vivemos o reforgamento ¢ o incremento da emogio raiva a0 longo de nosso desenvolvimento infantil, ela tenderé 2 dominar todo o cenatio, inclusive nas reacées fisiolégicas ¢ as decorrentes conse- uéncias cognitivas ¢ comportamentais. Ela ird perdurar como uma forma mais provavel de enxergarmos o mundo, qual seja: com a coloracao da raiva (Wilkowski & Meier, 2010). i emoclonal 1 gemogbes oa raul 10 96 © universe das emnog emon chamar de demepiliyae erie, ha 4 ¢ pot 1 da lien do que prot ai fo mals clevada © predominant , HH list aunt C1004 quando hi a presenga cle wnt eH pusibilidades emotional i paty ade de acemar todo nono reperin Arig Aqui ne locallza a enséneia ¢ “menu” das ando perdenion Ci joltarmos a.m ponte 1 pack logiasy qui jl rewa wle t ional ¢ v! rediador ¢ de poder regulador clay, emocional € y do de bem-estar, Podemos chamar de regu as emogber em do jagio emocional, enttio, a capacidade que te acu mndximan ou tnfalias, poréin, coy mos de sentir toda Hate seria, portant, NO protocy. (Caminha & Caminha, 2016), colhemos para te 4 capacidade de retornarmos ao bem-ett Jo'TRI, 0 conceito de nn conta as seis emogbes basicas que “FRI, optamos por chamé-lns de emogées aprad- jo emociona Levando-se en balhar em nosso protocolo veis ou verdes (alegria ¢ amor), ¢ emogbes desagradéveis ou vermelhas (tris. medo, raiva e nojo), ao invés do que consideramos o equivocado con- ceito de emogées positivas e negativas encontrado de modo corrente na lite- ratura cientifica, 1, normatizar, trabalhar aceitagio © validagio Se queremos regulari tivas? emocional, como podemos chamar as emogdes de positivas ou ne mintico original que cada emogio possuii em seu cere ¢ em seu objetivo de comunica Estas denominagées ferem 0 conteiido s Gio ¢ adaptagio, confor- me abordaremos a cguir, ‘As emogées basicas dl tro, 0 dobro das emogoes em ntimero de qu iradveis encontram aveis, A vista grossa parece uma injustiga que em nosso “menu” emocional prevalega mais desprazer do que praver. Hi ainda um outro detalhe importincia, a ativacéo e/ou a revivencia de um fato carregado de emogio é vivida com intensidade superior quando ativamos emogbes desagradéveis, A lembranga de um dos dias mais tristes da vida de alguém ¢ cap de “er com C cs cl i que a pessoa chore ¢ ainda por cima comprometa seu estado e™™” cional ao longo do di Aqui temos i um conceito impor ‘i fo. significa ae rtante, esta ocional nao sig™ emogiio ativada, mas sim, pedo] emods pela ocorréncia de fatos mentos de muitas ocorré lo 4o emocional, consul a longo de um perfodo na vida de alguém. HA me” nclas de fatos favoriveis ao ponto de eventos desagr tum estado propenso a ati fe Darwin para terapeutas 97 vin para terapeutas 97 ueis seem vividos com menos intensidad ° contrario, h4 momentos de ocor- veis que rencia simultdnca de vitios eventos desagra acabam por comprometer hos ocorram (Ekman, 1992), stado de luto néo se encontra permanentemente ativada, todavia o sabor” de eventos agrndiveis que Alguém em um e com a emogio triste est num estado emocional entriste- cido, 0 que favorece a ativagio da emogio tristeza, bem cor mo deixa a pessoa is suscetivel a sentir com mais intensidade a tristeza diante de estimulos desencadeantes desta emogio, A reciproca nio é verdadeira quando se trata de lembrarmos do me- thor dia de nossas vidas. Quando muito sentimos um calor emocional con- fortante, porém, de curta duragio, Esta ativagio nao possui o mesmo nivel de influéncia do chamado estado emocional. A natureza nos faz. mais propensos a sentir com mais intensidade, ou s¢ja, 0 cérebro estar mais atento, as emogdes desagradaveis, pois sio elas que podem nos alertar da sobrevivéncia basica, Elas estéo relacionadas aos indi- cadores de perigo, mesmo que achemos injustas as disparidades entre as emogbes desagradaveis ¢ agradaveis (Keller & Nesse, 2006). Estamos diante de um antagonismo de dois sistemas nervosos distin- tos, Entram em cena o simpatico ¢ 0 parassimpitico cabe ressaltar que sio sistemas que nfo operam simultaneamente, isso é uma forma bastante eficaz de proteger 0 organismo. Imagine em um instante de perigo o prazer estar 40 mesmo tempo ativado, isso permitiria um elevado nivel de vulnerabilida- de, ambivaléncia ¢ risco ao organismo em questéo (Le Doux, 2012). O sistema nervoso simpitico, via de regra, est4 implicado em agées que requerem clevados niveis de energia, permitindo que 0 organismo seja capaz de reagir diante de situagées estressantes. Com isso, uma série de rea- $6es ocorrem ao nivel fisiolégico no organismo, como aceleragio cardiaca, aumento de presséo arterial, maior concentragio de agticar (energia) no ae Bue, vasoconstric&o, evitando que diante de ferimentos haja perda demasia- da de sangue, sudorese, permitindo a lubrificagio e facilidade de escape em 280 de embate fisico, dilatagio da pupila, permitindo a ampliagio da visio tlobal, enfim, todas essas respostas com propésiro tinico de permitir hes Banismo em perigo se “ajustar” A situagio, se defender, mantendo da melhor Mancira possivel sua integridade. ea regulagéo emocional 98 Ouniverso das emo: Ss paticas esto, portanto, associadas & ativacdo das emg. Essas ativagées acabam por preparar 0 organis. ese estimulagio destas emogdes se tornarem 10 de ambientes invalidantes na in. As reagées sim| es desagradaveis de sentir. mo para situagdes de estresse, constantes ¢ intermitentes, como no cas j a onde elas tenderéo a prevalecer na leitura do ambiente, na interpreta. do dos sentimentos € na supress4o de intensidade e frequéncia das emogées agradiveis, que possibilitariam 0 contrabalango Para 0 retorno 20 ponto de regulacio denominado bem-estar (Caminha & Caminha, 2016). Em suma, temos aqui a origem da desregulagao emocional ¢ das de- rivadas psicopatologias, conforme o algoritmo de cada patologia especifica. Na pratica clinica, chamamos isso de “vestir a roupa da emogio”, Devido a prevaléncia de alguma emogéo, a crianca tende a se ver “como se” fosse a fancia, emogo em questéo, assumindo tudo o que a semantica da emogao possui em si. O resultado disso acaba sendo a incorporac4o da emocio a identi- dade do self, O parassimpético, por sua vez, ativa derivado do prazer, da capacida- de de “degustarmos”, situagées prazerosas, de relaxarmos e funciona como um ponto de equilibrio, de homeostasia reduzindo os efeitos da ativac4o do estresse para o organismo. O ritmo cardiaco diminui, ao contrario do estresse, a respiragao se re- gulariza, a musculatura relaxa, os sentimentos so mais favordveis & retroali- mentagio desse sistema relaxante, porém distorgdes também podem ocorres, assim como nas emogées desagradaveis . Em geral, os dois sistemas tém fun- es opostas, logo, um tende a agir em contraponto aos excessos do outro justamente em prol da importante homeostasia (Damésio, 2017). Numa agéo de contracio muscular para luta-fuga, com o organismo na dose da reagio, acées parassimpaticas ajudam a evitar estes tipos de excessos (Le Doux, 2001), Vamos entio & utilidade basicas. Importante grifarmos tativa no sentido darwiniano, © simpatico pode ser excessivo de cada uma das emogées que denominamos ue todas clas possuem uma capacidade adap- » ha dose certa so altamente saudaveis, na dose “xPressio (alexitimia), juntamente com a bali oltar a0 bem-estar, estéo altamente correlacion® Psicopatologias, ou ausente capacidade de vy das com o surgimento das ON Darwin. para tera AS EMOCQOES BASICAS E SUAS SERVENTIAS Medo A fungio bisica da emogao medo ¢ a de preservacao da vida ¢ da tegridade fisica e, também nos humanos, a integridade emocional. $ medo somos incapazes de discriminar o perigo, somos incs paves de discer- nir aquilo que pode nos matar ou nos danificar severamente, somos inca- pazes de perceber estimulos que podem contribuir para perdas emocionais, de relagdes sociais ¢ amorosas, Muitas vezes, poderiamos ter gratificagées intensas ¢ imediatas por oportunidades que nos surgem no dia a dia, toda- via o medo nos faz. pesar as consequéncias ¢ acaba por ser responsivel pelo afastamento de coisas que nos seriam altamente recompensadoras, porém danosas (Marsh et al., 2005). Da mesma maneira que 0 medo ajuda a evitar locais perigosos ou ani- mais desconhecidos, ele também ajuda a evitar os danos ¢ os prejuizos ao ni- vel social com determinados comportamentos que sofreriam repiidio indivi- dual ou coletivamente pelos membros de nossos lagos sociais com quem in- teragimos. Podemos exemplificar por meio de comportamentos relacionados 3 fidelidade, seja ela por amizade ou até a fidelidade sexual. Violarmos regras morais de uma sociedade pode acarretar um elevado grau de julgamento por pares e até um certo grau de condenagio moral por meio do ostracismo. Mesmo que um ato corrupto possa beneficiar e gratifi- car uma pessoa individualmente, a consequéncia que deveria evitar esse ato decorre da ativagao do medo da reagéo dos pares, da perda de confianga e da credibilidade frente ao grupo que me respeita, me acolhe ¢ protege. A mes- ma Idgica vale para o comportamento sexual, dentro de sua légica da unio do par, conforme exposto anteriormente. Em suma, 0 medo objetiva antecipar 0 dano fisico ou psicol6gico. Em termos de reagées fisicas, ele gera 0 ato teflexo de luta-fuga ou freezing. Ambas respostas devem trazer vantagens adaptativas, inclusive 0 freezing que possui o propésito biol6gico de se tornar desinteressante 20 predador. O medo gera, também, os conhecidos SF, que sto freezing (congelans se) ¢ por tiltimo ©, faint (desmaiar). flight (fugit); fight (lutar)s fright (assustar-s ry a regulagae emocional Jas de sobrevivencia utitiag aa finn si eseategias pareds parecer as devido 2 sing © ©. rama ence ao predador (O88 ‘sor sada, esta aga0 m0 € 1 fluxo de informs my contraditéria todavia, 0 cérebro humano nao “ex por sagio Ihe” a estratégia vias ripids a acto direta. paralisar ou desm: mediada por vias corticais, mag ‘lamo sensorial, ages entre i jas em un sim, por a amigdala € Desse modo, razer beneficios ou prejuizos da mest padroes de respostas de reatividade frente 0 8 to, a paralisia ou o desmaio geram uma inatividade que pode bloquear a agdo do agressor devido & falta de resposta, de interatividade da vitima, do ocorrer © mesmo numa situag o agressor pode se desintel agio que temos quando o sistema nervoso r diante de uma ameaga pode a maneira que todos os demais ao medo. Diante de um assale poden jo de estupro. Surpreendido pela inagdo da vitima, mais facilidade ainda. A sens: reage alheio & consciéncia é de que langamos a sorte como quem langa uma moeda num jogo de cara ou coroa. Claro que a consciéncia deve estar de fora desta “escol mediante a inae ressar ou pode agredi-la com ", caso con- trério o tempo para pensar pode custar a vida do organismo cdo em busca daquilo que seria a melhor reagio. O organismo nao tem esse tempo, ele ndo pode esperar. Em animais, talvez.a légica possa fazer mais sentido, embora a légi- ade jogar a moeda seja a mesma, varias aves paralisam quando surpreen- ida i i per predadores, Andorinhas paralisam quando abocanhadas por um ito, galis i 5, ES a os ee quando sio pegas por uma pessoa, os tubardes P- isam quando vira i i i io mui ne ates de barriga para cima, experimento néo multo vel de ser feito i ivo di i wes que wa pelos leitores. © motivo disso tudo: ha predado- que nao comem presas mortas. O flight, fugir, & +, fugir, € uma. égi: 4 A een Mt estrategia bastante razodvel, pois se der certo, 04 i ganismo possuir a habilidade de cor i sor, evita qualquer possivel risco do embate. pa re O fight, lurar, forte que 0 agressor, seja, Contudo, como prever o resultado? lo mais ode ser mui Pe T Muito custoso e arriscado, mesmo send! is dav ha a ‘a possibilidade de sair bastante danificado, € urto ou médi neh ieee dio prazo a consequéncias como @ inabilids ou até a morte, Darwin para terapeutas 101 O fright, se assustar, ! JA Se enquadra num estado de alerta para a ativagao do sistema de defes a. A emogao ativada aqui néo necessariamen- te é 0 medo, mas a surpresa, Este susto Pode acarretar na ativagio do sis- cema de defesa, nesse caso o medo, de emogéo agradével, conforme expl bésica surpresa. Ou até reverter em alguma ativacéo licamos quando falamos da emocéo Quando o medo se torna patologico? A partir do momento em que o medo deixa de avaliar corretamente o que pode ou nao ser perigoso, esta avaliagio pode ser deficitaria ou excessi- va, ou seja, para mais ou para menos, Nos chama a atengio a destegulacio emocional presente nos casos de TDAH com caracteristicas impulsivas. Onde esté 0 medo das criangas que so- bem nos telhados, escalam drvores atisimas, enfrentam situagGes que qualquer adulto ou outra crianga com 0 medo regulado evitaria, provocam constantemen- teembates fisicos, inclusive desafiando oponentes maiores ¢ mais fortes? Chama-nos a atengio, igualmente, 0 excesso do medo ¢ a incapacidade de discriminagéo que o oérebro deixa de ter a partir de um “bug” inerente ds fo- bias especificas. A fobia de cies é um belo exemplo, levando-se em consideragio que a maioria dos cies € domesticado e néo agressivo. Por mais informagio que © ambiente possua acerca de um cio nao agressivo, por exemplo, abanar a cau- da, deitar-se de barriga para cima, sacudir o rabo, mostrar amizade de intimeras maneiras, 0 cérebro do fobico especifico a cies est barrado aos inputs emitidos pelo ambiente, Hé uma hipergeneralizagio da meméria nesta situag0, ou seja, todos os caes so perigosos, ¢ ha uma total falha na capacidade de disctiminacio, fungéo muito ligada a atividade pré-frontal, A questéo que inquieta é a seguinte: por que este cérebro é saudivel Para disctiminar informagées muito mais sofisticadas, como fazer a leitura de relatérios da bolsa de valores, mas extremamente tosco para ler as mensa- gens de amizade do cio? A resposta incide na inundagio da emogio medo. Inundagbes emo- Cionais afetam as fungdes corticais discriminativas, elas nos fazem funcio- nar de modo cerebral muito basal, muito primitivo, usando sobretudo me- julagho emoclonal 102 0 universo das emogoor o.A.16 sencéfilo ¢ tronco cerebral dreas rutto Tigadas ao sistema primitive de def, sa (Le Doux, 2012). As principais patologias dlerivadas pelo exe prcocupagbes excessivas geranclo TAG, nlvelselevados de 10 do medo sho: as fobiag social ¢ especiticas, catresse, inclusive o pos-traunnética, mesmo que atualmente Numa nosologia \ parte o TOC também se enquadra aqui, Na via oposta, a auséncia do medo ¢ a impubsividade também se enquadram nas patologias, antagens em termos a alibragem do xo sem que isso implique necessatia- Hi, todavia, vantagens ¢ des ba ar relacionado com tracos de persona. medo um pouico mais acima ou mente em patologia. Isso pode es lidade, ou do que também chama Caminha, 2017). E alando, portanto, de manifestagées desta emogao. mos de estilo atribuitivo (Caminha & audaveis Mos Sermos mais “medrosos” ajuda num certo nivel de cautela, incide na via oposta da impulsividade, trazendo entio beneficios para 0 organismo, Hi igualmente desvantagens no que envolve a perda de gratifi ‘agdes por um nivel mais cauteloso ¢ elevado de medo. Cloninger ¢ colaboradores (1993) clabo: nas chamadas quatro di- mensées do temperamento: evitagio de dano, busca de novidades, depen- tenn déncia de recompensa e persisténcia, fatores esses que podem ser observados em bergirios por meio daquilo que chamamos a base herdada da persons dade, ou seja, 0 temperamento, Para cada um dos fatores, so expostas as vantagens ¢ as desvantagens adaprativas, Cada um deles pode ser exponenciado, acima ow abaixo, na in- tensidade ou frequén a0 ponto de se configurar em uma patologia. Todavia, conforme exposto anteriormente, hoje teriamos de repensit 0 coeficiente de herdabilidade do temperamento, levando-se em conta a pre coce reatividade do feto com o ambiente durante 0 periodo gestacional. JA que as emogées sio uma forma de comunicagio, considerames oportuno no trabalho de educag ae ‘io socioemocional ampliarmos a dimer da expr : ere a da emogio basica como uma forma de t mos uma melhor sintonia fina ca comanicag Caminha e 0. ‘ . S J caminha (2017) no Emociondria: diciondrio das emote amplificaram as deriva le cad » OU seja, as outras nomenclaturas ds Darwin para terapeutas 103 uma das emogées basicas, Didaticamente ha uma raiz central © viiri: raizes dela derivadas visando a ensinar outras manciras de sentit a emo- cao bisica especifica. Outra vantagem desta variabilidade de expressio € que cada uma pode ser trabalhada por meio de um termémetro, tanto na sua incensidade como na sua frequéncia, No caso do medo temos as seguintes derivagie seguir. conforme o quadro a Derivagdes da emocio medo* Medo Ansiedade Angustia Inseguranga Desamparo Desprotesso Assombro [Terror Desespero ‘Vulnerabilidade Preocupagio [Pavor Fragilidade ‘Apreensio_ Temor [Vergonha Cumes: Fonte: Caminha e Caminha (2017). Tais denominagées podem softer variantes culturais. A ideia aqui é promover uma ampliagio do repertério emocional conforme os termos cor- rentes em nossa cultura. Caminha ¢ Caminha (2012), durante ¢ elaboragio do instrumento de re- estruturagio cognitiva do TRI clinico Banilho dos pensementos: reciclando ideias promovendo consciéncia, revelaram um elemento deveras importante para o de- senvolvimento da chamada proficiéncia emocional: a semintica das emogies. Emogies se comunicam, portanto, sio significantes a serem decoditicados. Foi na construgio do Banilho dos pensamentos, quando os autores ¢s- tavam fazendo a selegio de pensamentos mais recorrentes em cada emogio bisica, que verificaram que em algum momento os pensamentos nada mais eram que variagdes de cada uma delas. ‘A caracteristica sinonimica de cada pensamento conduziu 4 compreen- sio de que nao apenas existe um campo semintico respectivo de cada emogio, como este campo semintico & muito restrto, ou seja, a emogio possui um ob- jetivo de comunicagio muito peculiar ¢ essa comunicagio acaba por gerar sen- timentos-pensamentos restritas ao campo seméntico em questio. Os senti- Disponivel em wow.sinopsyseditora.com.be/darwfor ago emnacion 30 one 3 regula! 104 © universo das emnoys ese a feguiay m muito da com seu proptnito bsion, desta restrigio de sippificader , 0 foge 1 ay mentos néio fof “ mentos-pensa . gio estard desalinha contrario, a. em Quadro do campo semantico da emogSo medo € seus . espectivos sentimentos-pensamentos mais recorrentes " Sa ee Traglidsde, prieuosisade, winerabilidade, } ‘coacso, ameaga, sem sada, 7 cant =e [Pensamentas mal recorrenis «reitos Be Campo sembetcn a fe | Tenho medo de | Alga que | Seton Tiga de ruim pode | Tentio medo de | Ten “ ene acontecet. muitas citas. cexanberp pate | amesads ser petina. mores. Teahamedode |Tenhomedo | Tenhamedode | Tena rade te go consign controlar as cosas | doengas. deperder as |novar desafins, | fear on iss0 me d3 muita pessoas aigutm que es medo. conto | Por mais pensamentos que sejamos capazes de mapear quando nos re ferimos as emogées, no caso especifico do medo, vamos sempre circundar em torno do campo semantico da emogio, ¢ a compreensio disso é de extre- ma importincia para 0 trabalho clinico de regulagao emocional. Nao pode- mos considerar que alguém seja proficiente ¢ regulado emocionalmente % nao houver uma adequagio semantica das suas emogées. Podemos comparar a isso a comunicagao escrita ¢ 0 que desejamos comunicar, a semantica em questio a ser comunicada. Para que sejamos 2° pazes de escrever algo necessitamos de enquadramento ao léxico, ao sintético ¢, por fim, a0 seméntico, caso cont ! io. nao comunicaremos aquilo que d= sejamos em suma comunicar, : Vejamos um exemplo: “hoje a tarde cu quero bolo”. Aqui, respeit2” do 3 ess expos antrinment, dizemos 0 que queremos, umn “bolo Se trocarmos o vocibulo “o” do final da palavra por um “a’, 0 bolo vit# boli’, formando uma enorme discrep obter. ’ancia do que cu quero € do que ¥% Tais erros podem ta¢40, ocorrer i igicaca certo grau de analfabetis iiarplern aan tismo de quem esté escrevendo. —_ Disponi i "sponivel em www.sinopsyseditora.com.br/darefor Voltando as emocées, cional € 2 consequente semintica da referida €mocio, ‘ gue um certo grat de “ana 40, podemos considerar fabetismo emoci . . ites Le teen cmacional”, analfebetismo ese res ponsivel em grande parte pela formacio de transtones Psicopatolégic lem g 0s, do isso, evidentemente, determinado Bes, Asti Tao ; Pelas emosées. Assim, podemos concuir que os entimentos/pensimentos so igualmentesubstvo: ein i ; 5 cos detivados das emogées. , Defintivamente os modelos educacionais vigentes, tanto nes familias quanto nas escola, ndo apontam para uma educagio emocional saudivel« validante das nossas criangas, 0 prego em geral aparece no Faturo por meio de adultos incapazes de lidar naturalmente com algumas de suas emogées, tendo dificuldades, inclusive, de aceité-las e legitimé-las, Achamos a comparacao entre a educagio socioemocional ¢ a alimen- tagdo muito vida. Comer, assim como sentir emogSes, fatoinato, portan- to incontrolavel. Num passado nao muito distante, nio havia muita preocu- pacéo nem muita seletividade com relacio & qualidade da comida que levé- vamos a boca. Atualmente, a qualidade da alimentagao é um dos assuntos de maior preocupagao das pessoas, sendo inclusive 0 mercado dos orginicos um dos mais emergentes no ramo alimentar . A pergunta bisica é a seguinte: que fe- ndmenos ocorreram para que as pessoas mudassem seus habitos alimentares ¢ passassem a estabelecer a relagio entre alimentagio, qualidade de vida e longe- Vidade? O avango do conhecimento cientifico acerca dos alimentos e sua rela- so com a satide das pessoas. A ciéncia vem, ao longo de anos, reeducando a sociedade no tipo de relagdo que ela estabelece com a alimentacio. ‘A mesma ldgica vale para as emogoes. Precisamos, por meio do co- nhecimento cientifico obtido sobre as emogées e através de ages educativas ‘ecioemocionais, que devem ocorrer inicialmente nas escolas para depois se ‘amificar nas familias, reeducarmos as pessoas no modo como se relacionam Com as suas emogées. Neste aspecto, podemos considerar que em termos ©Mocionais temos nos “alimentado muito mal”. A seguir, 0 quadro explicativo com alguns exemplos, oe momento Sentengas expostas jé experienciadas por quase todo mundo em em me mene 4e suas vidas, dos tipos de invalidagGes que as criangas costumam softer q em geral alguma das ional i Jae ressaltar que ha um peso extra quando esta, amente 0 medo nio devi a regulag 108 © universo das emegoes presume crag edo, V por meninos, i que sup tia fazer xoxo eypressa " i Av invalidagdes ocortem nos contextos famitiang pate alos mnanade, masculine, 10 com os pares sociais, no sister caduwacionais on por melo do convivi social, ador destas senteng aqcvia de ey atamente retroainent Quadro de Invalidagbes socials do medo* Homem nio sente medo Medo ¢ coisa de covarde Voud nao precisa ter med into tém medo, | Voce consegue controlar oseumedo. Youd & um medroso, Possoas forte a ‘Quem temmedo no cresce | Medrosos ndo servem para nada, Wood precisa parar com esse comportamento de se is nos primeiros anos de vida, Os modelos, p ncipalmente os parent sio “formatadores” por meio de reforgamento emocional do modo como as criangas acabario vendo ¢ interagindo com 0 mundo. Agora, imagine o am- biente, 0 contexto emocional da crianga, imbuido deste padrio intermitente dle: mensager cada ver que uma emogio & manifestada; agora, vamos a0 computo final de anos ¢ anos de expos 4 essas mensagens, 0 que prova- velmente teremos? A visio de mundo, as crengas desenvolvidas, impregnadas com os ingredientes res Ikantes da “(des)educagio emocional” sofrida 20 longo do desenvolvimento, © produto di 0 se reflere na dificuldade do pro- 0 de regulagio emocional ao longo de toda uma vida. Quando trabalhamos com as criangas acerca das sentengas por elas 6 cutadas a0 longo de ces vidas, sugerimos uma brincadeira, uma tarefa similar aos exercicios escolares,o exercicio chamado “vamos completar as lacunas" a Para cada sentenga, uma sequéncia precisa ser dada para que a lacut® completada conforme exemplos a seguir, isa ter medo”, Se nao preciso ter medo ¢ tenho, log? 1. *Vocé nio pr eu sou, 2. “Homens ni em medo! jomens no sentem Nens no si ent + Se hy sinto, logo eu sou, vopsyseditora.com.br/darwfor Darwin para terapeutas 107 Provaveis respostas. Eu sou, portanto, covarde, : incapaz de ser corajoso, nfo consigo ser como 0s outros homens, on sou incapaz de controlar al ' : go que as pessoas controlam, ¢ muitas outras possibilidades, porém todas altamente de- preciativas na formacio do self e das ctengas intermeditias e centrais ¢ das suas posteriores manifestaces no estilo atribuitivo da crianga/adulto. Podemos concluir que a estimulagio ou subtracio de determinadas emogdes acabam por coordenar os pensamentos € as subsequentes crengas que iio nortear a interagéo do sujeito com o ambiente, envolvendo desde os fatos ocorridos até o aspecto relacional interpessoal sendo traduzidos igualmente na forma de nos comportarmos. Marcadores somiticos A hipétese dos marcadores sométicos surge nas neurociéncias a partir dos trabalhos de Damdsio (1996) buscando desvendar os mecanismos emo- cionais associados a tomada de decisio. Os marcadores somaticos seriam mecanismos bioldgicos, de cunho adaptativo, que indicariam de modo muito répido, ou seja, sem necessaria- mente usar da consciéncia, as consequéncias de determinados comporta- mentos € a ativagao de respostas mais apropriadas. Conforme foi definido anteriormente, as emogées si fendmenos corporais, fisiolégicos, e € no corpo que, apés eliciada uma emogéo com seus respectivos disparos metabélicos, elas se manifestam. Quando uma emogio é ativada, 0 corpo se modifica, a musculacura reage, o sistema endéctino s¢ cas nos batimentos cardtacos, reagdesviscerais, por fim corpéreas percebidas muitas veres 4 posteriori reas foram chamadas por Damésio ativa, gerando mudan uma série de manifestagdes pela consciéncia. Essas rea¢6es cor] (1996) de marcadores somaticos. O objetivo desses marcadores seria de a minacéo ¢ a adequacao dos possiveis comportam .do os marcadores somati tivar a atengao para a discri- ‘entos derivados da ativagao ~ icos implicados no pro- emocional, estando desse mor P cesso de tomada de deciséo. Hé novamente uma légica d deveras limitado para processar cons¢ arwiniana aqui, 0 cérebro humano ¢ jentemente todos os dados necessd- se a reguiacdo emocional 108 Ouniverso das emo la tomada de decis4o, mages simultaneamen var sentimentos derivados, logicamente, da ati- mentos esses que decorrem de aprendiza- dos na experiéncia de vida da pessoa tampouco consegue lidar com rios a uma adequad: a uma enormidade de infor dores somaticos acabam por ati vacéo emocional em questéo, senti : gense de sistemas de reforcamento ocortidos sto, em busca de respostas apropriadas reador somético atua como uma forma de economizar a cons- é incapaz de perceber tudo € acaba por for- para o organismo, em que O mai ciéncia, que por sua limitagio, mar 0 que chamamos em terapia cognitiva de um esquema, um algoritmo, que por muitas vezes ird tomar a deciséo, baseado em aprendizagens anterio- res, sem que a consciéncia venha a se dar conta. Os marcadores somaticos nada mais sio do que ativagées fisiolégicas das emogées selecionadas, a partir da experiéncia individual ¢ interagao am- biental, geradoras de sentimentos. O objetivo é a adaptagao, porém, confor- me a modelacao ao ambiente, pode proceder de modo anémalo ¢ altamente patoldgico. No caso das psicopatias, ha falhas graves na ativagdo ¢ na atua- io dos marcadores sométicos decorrentes do complexo processo de desre- gulagéo emocional, provdveis graus de alexitimia, incapacidade de reconhe- cer as emogées em si mesmo ¢ a consequente auséncia da empatia (Damisio, 1996; Al-Shawaf et al., 2014). ___ Os marcadores sométicos estio presentes em qualquer uma das emo- Ses existentes, 0 conceito vale, portanto, Para todas as emogées que aqui seo explanadas. Temos, todavia, uma tendéncia a um grupo de reagoes f- es emogoes desagradveis, relacionadas & ativacdo sim- pouco diferenciado, im grau de reativi iol6gi Sih Bras de reatividade fisiol6gica, quando da ativacio das emocoes agrads- eis, associados a reacdes parassimpdti , embora possa compartilhar al- Darwin para terapeutas 109 | = sasequse; w09 no enan0 o ap sewarud sew wer ‘ogous ep (ogSepowore) opseinBas no orsesedas ap soweu sepuaiua wandasuon seossad se opuenb |/ss0pesedas sowawersodwo> ap ‘inbe ers posisdoursann wo prayuodsicy . anb 0 waze>sng no wasrznposd Spepaunod 3 oyuue> 100 ap e2sng 2 ‘opraucs ‘opsewnxoudy b é “ sia [ eawuL ee “aiapeintasavapesedassowuawevodwe> op PUPIL | ‘an8ues ou sesnse 9 euyeuaspe ep ophinuuuip 2 sejnoenws cwawerejas “e>uzyuad ogde|n24D ep ‘cqwawne ‘assainsa ap souns4s9 Sop ogseszjavesap “ejidnd ep ogSuzsuos ‘jeuatie ofssaud ep opbinuiwip ‘asaiopns ap janu Oneg ‘expuenipesg (sazeanSe) e@saua ap ownsuod so\ew 9 euyeuaupe “e\r>snus eauinues opSenua2u0D soreus “eoupyued ogtejnaun ep ogSnpai 10d zapyed “sasowan e\n2anw WaUeUOIsUaT “ogSara@ ap oiuauine wor seupuun a siereworsa sagbequnuad e exains eniggevaus oser0128 euste ofssard ep owuouine ‘eydnd ep opdercip’s2.0pns ‘epuenbeL | Teapdaassereg (eeonpws sasopease Hanssod) FaRSENRY soury ® eudary | cad seneduis =a ‘OfON @ e7a3S1:1 “OPO “ENE sranppedesoa segsoura a sea|seq SogsOUla sep SOWUSUIeUOTUIOD 9 SeIAPUIOS Sogseas ap Se|>ugpUaI ap CspeND + poSe vjoose t ered 31 2p opaur quar stod ‘sais owros soruswse1N0Ie ead wreuar2p tJOS2 tp svossed sy -oedaioid aazanb we oFUa W2II0D9p sorsUT -puas sN2g F]OIS2 EAI ap ovSeanoursop © 9 apepINoyrp & osed aisou ‘ousUEN -opury Nas We OFSOUID Essap seisugnbasuos se 9 aquapeaaid ovsoura & apuaiua ssueyo & ‘oopnedessn opeqen ony ‘Suxlyng outros sem yuoo as ap sera wa Fs anb 2 azueurazua2ay nomtut anb orureoduto> “e[0989 ep seBaJ09 ap seSeaure opuayos WPA eSuEHD BWC) ‘Opeut op ovisanb e ogiua qeyeae sou, AQVOIALLWassy AQvaIAIss¥d “onnsonb wr opSeredas vu sepnfe exed sogse ap sappy] “qsod st wessumus onb 9 oFSows e wsznpen anb ‘sosuauresuad/somuown “ws so sourrsuas fenb eu “(91 9z ‘eyUTUTED 29 FYUTWED) NY ojoso10:d ou "pisfostosop rornadesay enuouresiay ewin 9 apepramosse ep enfos y “OLOT eYuURD 29 eYuWED) apepransasse ep enBpu vad sefop HN YP reyeae 2 orseredar uresoword anb soose stanjssod souezsumus ‘od “Wel OuIsoutr OF ‘2 [aayssod sogSou9 sep ,oxSemndiueus, 9 ovSioxsip ap jaaru AOU © WOD oUt So soWIEDYIPO2ap a soIUaUITIUAS sossoU so sownap “www 2p opepredeo e ‘snusuresrowsd sonbor vansosse ovssosdxo y “Euopours opSepowooe oysexedar & souszeBay> esed sorous SO soutressnq 2 sowsapuaiua vied oyurures © 2 (21 QZ) sosuauvsuad sop ffF4rq OU Optajoauasep PY | Op 01199U09 o1INO ‘eapasse oEssardxo Vv “seyjoosa 9 seapeusalfe w0> SBP ur anb o8je seSapeuso} aut anb o8fe selaioud aur anb won8e no of Ruas nisodsar y dxo 2 vsueinSesur ‘epres wias ‘eeaure ‘ovseo9 ‘ap ~*PHEqesouInA ‘opepisojnoysod ‘opepyiSeyj ‘ovSoiordsop :9 ronuewios v ‘opus SP O82 oN: soMDIUE wuNSied e eed opepypoey sofEUI WoD vasodsa1 v JEN “¥00u9 sowmSasuod ‘orSouss eped ap EHUEWIS ¥ EIUOD WHO opUvAr] “ues ap slosppessesap $9930UI0 ap odn4g o Bed 9/84 BIUNS1ad B ‘Osea aISAN Z0RJOUTA B JEpouoaR 8 sepnfe e.1ed 1011000 OL1pssazau vy.108 anb Q |e Sis SESE OSTE S ESOSOUIS SEP OETRATUNO OH _ Darwin para terapeutas 111 Quando 0 medo faz conexio com a taiva nino comesa a desejar que seus ofensores morta grave ou que sejam agredidos por outros menin, cu fosse forte o suficiente eu quebratia ¢ | saudavel neste caso, 0 me- 'm, que softam um acidente 05 igualmente agressivos, “Se ada um deles,” seu terapeuta, Temos agora duas emosées clam: E claro que a tendéncia do primata a caso, € enorme, inclusive necessitia. Temos d ¢ 0 menino ao ‘ando reparacio. igtessivo de se expressar, neste le ver a dose ¢ 0 quio adequada seria essa expressio, levando-se em conta que nao vivemos mais no padrio savana africana em confronto com um grup. arranjo social que tende 2 pacificagio de Grandes agrupamentos humanos que toleram em si um certo grau de agressividade, 0 rival, mas sim num complexo porém repele os excessos. Devemos grifar que as nossas emogées sio regulaveis ¢ sensiveis as mudangas ambientais, sendo portanto, educaveis (Pi inker, 2011). O que seria necessirio entio ocorrer para que 0 menino se sentisse seguro e “conformado” (aqui no sentido de saber. que algo foi feito por seus cuidadores para estancar e reparar 0 impacto por ele sofrido) na sua raivar Neste caso, elencamos os sentimentos/pensamentos expressos € 05 co- locamos na régua da assertividade. Avaliar com o terapeuta na régua da as- sertividade envolve buscar uma solugio possivel e adequada pela reparagio relacionada & emogio sempre tendendo & assertividade, parte central da ré- gua que possui uma coloragio verde. Por vezes, algumas ages podem estar situadas nas faixas amarelas, presente nos quadrantes da agressividade e pas- sividade antes dos extremos da régua. Os extremos da régua, em ambos os casos, agressividade e passividade, sao vermelhos, coibidos socialmente. Qualquer movimento de agressividade fisica cair4 na parte vermelha da régua nao sendo possivel 0 seu aceite como estratégia de reparagio. Comportamentos como acionar 0s adultos ¢ promover um sistema de pro- tesdo e de intervengao escolar com os meninos promotores dos comporta- Mentos agresivos, bem como acionat of pais desses meninos cobrando atitudes educativas em prol da harmonia social, sio classificados como as- gulagae emocional 112 Ouniverso das emogdes € 2 Fes a vio da eégua, enquadrados 1a cOlOr3G%0 verde, sertivos ¢ pertencem ao m seja, erfeitamente accitavel. - . ; — hhouve uma sensagio dle procecio devido dy Para o menino vitimado, . de reparagio no moe sensi atitudes tomadas pela escola, bem como uma Sensis cola validou ¢ marcou 0 comportamento mento em que a escola va de seus agressores como inapro} emogoes ativadas (medo, raiva). res, bem como envolver seus familiares, le uma saudivel “vin, mos no protocolo TRI de acomodagio ou reparagio emocional, esse elemento, sem diivida, acaba sendo um item importante que compée os quinze passos claborados em nosso modelo de 1 seu softimento priados, facilitando a ‘A atitude de intervir no grupo de agresso- im a acomodagio das foi igualmente comportamento que promoveu uma forma apropriada di Essa é a I6gica do que chaman regulago emocional. Raiva ‘A fangéo mais bésica da emogio raiva é a protecao frente a situa- goes de ataques diretos, confrontos ou ameagas dirigidos objetivamen- te & pessoa ou qualquer outra situac4o que envolva pilhagem de per- tences ou ameaca aos recursos de sobrevivencia da pessoa ou de gru- pos sociais, ameacas ou danos psicoldgicos (bullying), ameagas ou ata- ques sexuais, discriminac4o e exclusio social (xenofobia), invasdes a0 territério, ou ainda, a integridade dos filhotes ou pessoas de nossas re- lagées diretas. Sao entendidas como ameacas, situages que vulnerabilizam a estabilidade fisica e/ou psicolégica das pessoas, gerando um nivel de estresse que abala a confianca ¢ a estabilidade das relagdes sociais, s¢- jam elas advindas de estranhos, de pessoas prdximas ou até das amea- gas da natureza ou entidades metafisicas A raiva pode ocorrer pot al- guém se sentir preterido, atacado ou ameacado por deuses, santos ou qualquer outra designasio espiritual ou religiosa, cai meneesf eee enna 7 'm de uma estratégia bastante utili- —_— twin para terapeutas 113 Darwin para terapeutas 13 ae sociais que procuram evitar, sobremodo, 0 embate em fungao do risco promovido. Parti ‘ j alm de quebara hannona scl pode stoner dav, confor me ja explanamos anteriormente ee ‘ano, confor " , porém se posicionar de modo asser- tivo, ou com algum grau de agressividade sem agressio fisica, prova- yelmente sera fundamental a preservagao do sujeito ¢ também a ade- quagao das regras socias. Em situagées sociais, quando nos posicionamos de modo a co- locar limite no outro, em alguém que est abusando de nés ou prestes ase tornar inconveniente ou invasivo, empostamos 0 nosso sélf'¢ 0 preservamos. A capacidade de empostar o self é uma estratégia de au- topreservacéo que comunica a0 outro “na sua relagio comigo ha limi- tes, voc’ nao pode fazer o que bem entender comigo”. Emitir sentengas do tipo: “basta; agora chega; vocé estd indo longe demais; eu néo permitirei mais isso”, é um claro exemplo de como se autopreservar de relagées abusivas mantenedoras da integri- dade do self Quando a raiva se torna patologica? Manifestagdes excessivas, intermitentes, inoportunas ¢ inade- ‘comecam a direcionar esta emocio na via das expres- 4 associada a0 comportamento explo- as danosas & fina estrutura da sus- quadas da raiva, ses psicopatoldgicas. A raiva est: sivo intermitente com consequénci tentacdo das aliangas sociais. Pessoas, sejam elas crian perfil descrito de expresso de raiva, ciais débeis, frigeis ¢ temerdrias ou punitivas. O temor de quem convive com raiva constante € iva de modo passivo, rodavia, ramentas para suprimi-la € suportar ar : avia quando puderem cessar 2 exposicéo a0 este promovido pelo “rai- voso” assim o fazem, contudo, sempre computando os danos a satide mental. Jé a punicdo para 0 “¢qivoso” ocorre sempre QUE possuimos 28 desse comportamento; ferramentas necessérias & supress40 punitiva cas ou adultos, que se enquadrem no acaba por possuir aliancas so- néo possui fer- p emoclonal aregulag 114_Ouniverso das emogdes TI4_Ouniverso das emocdes © portamento raivoso patoldgicn & de ge oy ais o cfeito punitive nae (npora, es OU ALE MESIO peli porém, a tendéncia do com pressar em outros contextos aos Ul Esta puniggo pode ocorrer pelo social, pelos pat forcas coercivas do estado de dircito ao qual fazenos todos prt A raiva, sobretudo no seffinfantil, geralmente cheobte a emogio tristeza, E comum que por tras das manifestagdes desorganizaday in fantis, haja uma crianga triste que no esti conseguindo se expressar emocionalmente de uma outra mancita. Podemos postular que esta seja uma estratégia da evolugao para que o cérebro infantil ainda em desenvolvimento nao seja afetado por 8, de retralmenta ¢ uma emogao que tem manifestagées introspectiva pelo menos, é uma emogaio que externally, s jd descritos, isolamento social. A rai embora obviamente, com todos os prejut Temos que entender, entretanto, que quando a raiva entra patra tentar comunicar algo que a crianga nfo esti conseguindo fitzcr emo: cionalmente, ou seja, seus desagrados, tristezas pelo modo como as coisas estéo ocorrendo em sua vida, cla ja estd na orden da desrepulae ¢4o emocional em diregio A configuracio patoldgtea. Derivagées da emogio ralva* Ralva Rancor Odio iritago Unimizade a Zanga lnvela Hila Fonte: Caminha e Caminha (2017). de sindnimos det! Mantém-se a constatacao das caracterfstic vadas da sentenga raiva, conforme evidentemente, as variantes cult rais. Se continuarmos a explorar novos nomes da raiva certamente OS encontraremos, todavia, ¢ imposs{vel o Mapeamento completo de 0 das as maneiras em todas as culturas de expressarmos a raiva por melo de sentengas verbais em todas as suas intensidades ¢ nuan Disponivel em www.sinopsyseditora.com.br/darwfor | _— 2aatwin para terapeutas 15 Quadro do campo seméntico da emogio raiva e seus respectivos. sentimentos-pensamentos mais recorrentes* Campo semantico da raiva ‘ofensa, violagzo, injustica, desrespeito, agressio e/ou indignaclo Sentimentos /Pensamentos mals recorrentes e restritos ao campo seméntico ‘wao gosto das | Tenhovontade de | Nao consigo Asveres, sinto | Detesto estar pessoas. bater nas pessoas | controlar a minha | coisas ruins por | aqul para aliviar a minha | raiva, algumas pessoas. ralva, Odeiofazer [Quasetudome |Aspessoasme | Tenhovontade de | Odeto quando iss0. deixa com raiva. _| irritam. quebrar as coisas. | me dizem um nao. Quadro de invalidacées sociais da raiva* {Que felo sentir raiva das \Vocé é um descontrolado, Raiva & coisa de gente md. pessoas que amam voce. ‘Ninguém gosta de gente ‘As pessoas tém medo de quem | Sentir raiva faz mal para a raivosa. tem raiva, sade. pessoas raivosas acabam mal. | Ninguém quer ser amigo de gente | Vocé parece um louco. descontrolada. Nos exemplos a seguir, a légica do “vamos completar as lacunas’. 1. “Vocé nao deveria sentir raiva dos seus pais”. Se nao deveria sentir raiva dos meus pais e sinto, logo eu sou, 2 2. “Pessoas controladas nao sentem raiva’. Se as pessoas contro~ > ladas ndo sentem raiva ¢ eu sinto, logo eu sou, portanto, uma pessoa ma, diferente recedora do que tenho, in- todas as sentengas igual- de sua relagéo com Provaveis respostas: eu sou, dos outros, indigna de ser amada, nao me capaz de ser adequada e gostada pelos outros, mente depreciativas na formacao do seff infantil ¢ © seu meio sociofamiliar. * Disponivel em woww:sinopsysedivora.com.br/darwfor =_" } ulagao emocional 116 Ouniverso das emocoes 2.269 Marcadores sométicos ‘Aqui como em todas as manifestagoes emocionais teremos mar- jul Col | " critos anteriormente, porém com ticos, conforme des ; dividualizadas, nao padronizado ou generalizado, festagoes univocas dentro do “cardépio” das re- is da ativagao simpatica. cadores soma manifestagdes in Cada pessoa teré mani ages fisiolégicas decorrente Oque seria necessirio ocorrer para ajudar areparar a emogio? devemos levar igualmente em conta a seman- No caso da raiva, a semantica é: ofensa, Neste momento, tica da respectiva emogio. violacio, injustiga, desrespeito, agressio elou indignago (a reparagio da raiva jé foi trabalhada no exemplo anterior). ‘A resposta neste caso seria: que cesse a ofensa, a violagao ¢ a necessidade de se defender por meio de posturas de ataque. Nossa sociedade evolui culturalmente a largos passos coibindo cada vez mais atos de violéncia desmedida. F a cultura por meio da lei que coibe através de punicées atos de violéncia que transgridam 0 bem-estar social. A evolucio da histéria tem mostrado que as guerras, atualmen- te, sio diminutas se comparadas ao passado, No passado, considerava-se que a paz era um instante entre uma guerra ¢ outra, j4 nos dias de hoje io momentos episédicos e pontuais (Harari, 2015). as een Porgué disso, chegaremos & provive sivo, se abrandam, se moldam, & wmadida an see aa ae limitam, asim hes fomnecemos novos eats de cacao ¢ com i ; canais cago, Este & 0 jé citado conceito da ¢ Caminha, 2016), de expressio ¢ comuni- xpressio assertiva (Caminha & Yr Darwin para terapeutas 7 prlatorn A tivgao Iiisioa dha entogao tristera é nos permitir un pensa- arent tetlerivo ¢ autocriticn com relagto As nossas postunas de intera- ado soclal, A ttistera nos permite ativar o processamento meticogniti- yes owt geht. 0 ponisae sobre o pensar, E fustamente por meio desse pen= gamete Que ConsEguiMOS uestionar Nossas emogdes, pensamentos canddintas 6, por Conseguinte, promovermos mudangas. Atines sontncia cognitive, tnstdneia fiindamental Y mudanga, stinger (1962), como opo- asst conto a ansicdide, esta envolvida na ativagio da dis- Entendamos disso- ndncia cnguitiva, no chission conceito de Leon Sato entre pares cognitivos, ou sea, necesito mudar, pois dessa mancint ndo extd bom nent pane min nem parc as pessoas do meu entorno, de tensio cognitiva, Adlissondineia permite um nivel de estre justamente por promover unr desacordo entre o que sou ¢ 0 que gos- a capacidade tatia de set. Toda a agto em diregio a mudanga de sermos dissonantes, fungio incrementada, portanto, pela tristeza parte array da retlexio metacognitiva Uma outra capacidade ativ dade de indicar aos membros de nosso grupo de convivenc s do tipo inibigio comporta- (0, do fluxo de 10 tristeza ea aula com a emogi apaci- ia, por meio de uma sétie de sinalizadores s mental, alteragio da postura corporal, pensamentos expressos pelts narratiy vocaliza antes que nevessitamos de atengio e cuidados m ‘A tristeza acaba por sinalizar nossas fragilidades, no: egotamentos frente a descontentamentos vulnera- bilidades, nossas f aquez . justamente por isso, necessitamos de ou frustragdes intermitentes s. ‘um aporte de cuidados sociais mais intens Quando a tristeza se torna patoldgica? s clevadas ¢ com presenga intermiten- toda a sua fungio saudivel acaba Estando a tristeza em do: te no funcionamento das pessoas, or se esvair dando lugar as patologias que dela decorrem. ON WY NilgBO VLA 11B_0 universe das ernon fees «a regula A tristeza pode ve manifestar de urn inode mais capies, 4, va meio de comportamentos ranzinzas, mania de reclarnar de 1) Ge ia ons tity. panas © meves, win CoMmportamenta tauite ligadsy quenas ou grandes, que podem ooorrer no curs de urn J mo ao longo das a distimia, De um modo sais agudo, o husmor triste pode oonfiguear wen caso de depressio mais focada na devesperanga, wlocanda 9 wijeiee, numa condigio de maior sociotropia; todavia, 0 wands paradon disso tudo é que 0 depressive tende a afugentar as pessoas de sf jur tamente pela anedonia, ou seja, pela incapacidade de demonstrar Praver justamente nos momentos que mais precisa de cuidados so Cioafetivos. Doses clevadas € constantes de tris tea N29 20 muito suportadas socialmente. A depressio é um quadro no qual o proprio sujeito ve exile do social ¢, em decosréncia de baixo nivel de Bsatificac4o interativa o- cial, acaba por tender a ser isolado socialmente. Esta patologia fere um dos principios mais basics da biologia humana, qual seja, a gra- tificac4o pelo convivio com Pares € a protec4o que 0 processo de so- cializag4o gera. Em se tratando da diminuigao Perceptiva da intensidade e da frequéncia da alegria, caimos no outro Sociais € laborais € drdstico pre- de julgamento, tomada de deciséo € Darwin para terapeutas 19 . Episédios depressivos sucessivos, hibernacées longas e constan- tes vio reduzindo as habilidades socias, cognitivas ¢ emocionais ali- mentando © processo erosivo que acaba por gerar perdas quase que ir- repardveis quando nfo se busca tratamento adequado para esta deste- gulagéo do humor. Tais perdas de habilidades levam a desesperanga a um nivel tal que acaba por gerar um paradoxo bioldgico existencial quase indecifrével para quem trabalha com satide mental — 0 suicidio. Organismos vivos séo dotados de mecanismos de preservacéo da vida a todo o custo, alids esta é uma das fungées essenciais da emogao medo. Quando os niveis da tristeza e consequente desespe- ranga excedem os limites do suportével, os mecanismos biolégicos de preservacao da vida individual, a vida do organismo em questao podem ir na via inversa & qual as emogées serve. A emocio feita para adaptar 0 organismo ao ambiente e preservar a sua vida revela 0 seu lado Dr. Jekyll e M. Hyde, a criatura nos leva as sombras até 0 ponto de se atentar contra a prépria vida. Eis aqui um enorme para- doxo, sem divida! Por sua vez, 2 mania é um estado que altera drasticamente a percepio da realidade ¢ coloca o sujeito num processo de alto risco social devido 20s comportamentos transgressores inerentes a esta con- digo, além da tendéncia narcisica exacerbada. O fluxo exagerado de copnigées distorcidas da realidade mantém o sujeito na fase manfaco completamente apartado da realidade num funcionamento fenome- nolégico da ordem da psicose. Derivagées da emosio tristeza* Tristeza Melancolia Cansago Desmotivagdo Decepgio Migoa Culpa Preguiga ‘Abandono Baixo astral infelicidade Frustragdo Desamparo Fonte: Caminha e Caminha (2017). = Disponivel em www.sinopsysediora.com.br/darwfor ON 120 © universo das emocies e a regulago emocional As formas expressas no quadro séo algumas das miiltiplas de. rivacdes da emogio bisica tristeza ¢, conforme ja salientamos, Nos. so objetivo nao é esgotar todas as express6es representativas des. sa emocio. Quadro do campo seméntico da emocio tristeza e seus respectivos sentimentos-pensamentos mais recorrentes* Campo semantico da tristeza ‘eu me sinto perdendo algo, deixado de lado, desprestigiado, desvalorizado, desprezado e/ou néo aceito pelas pessoas ‘Sentimentos/Pensamentos mais recorrentes e restritos ao campo semantico Ninguém gostade As pessoas no [Nao sou Sou burro, néo | Ngo sou im. meentendem. |respeitado. _| souinteligente. | interessante, Sou incepaz de fazer | Nao tenho valor. | Preciso agradar | Sou perdedor. | Nunca teret 2s coisas bem-feitas. 0s outros para sucesso em nada ser aceito. do que fizer. Quadro de invalidacées sociais da tristeza* Vocé precisa terforcade [Isso € preguica. Isso € fraqueza, vocé precisa vontade. ser forte, Perado ai vocé nao resolve | Ninguém precisa gostar de vocé | Pessoas de sucesso 30 nada. ara que seja feliz. esforcadas. Mexa-se, va se divertir, hi | mundo no vai esperar por __| Ninguém suporta estar com muitas coisas boas na vida._| voce. gente baixo astral. Nos exemplos a seguir, a légica do “vamos completar as lacunas’ 1. “Vocé precisa ter forca de vontade”. Se eu deveria ter forga de vontade ¢ nao estou conseguindo, logo eu sou, 2 2. “Ninguém suporta estar com gente baixo astral”. Se ninguém suporta estar comigo, logo eu sou 2 Provaveis respostas: eu sou, portanto, uma pessoa fraca, inoperan” te, incapaz de percebe as coisas boas que a vida oferece, sou diferent® das pessoas que conseguem aproveitar a vida sendo feliz. Sou incapaz 4€ set atraente para os outros como companhia, logo sou indesejével- Disponivel em wwwsinopsyseditora.com.br/darwfor i Darwin para terapeutas 121 Marcadores somiticos Ha uma forte tendéncia dos marcadores somaticos se manifes- tarem por mcio de reagées de letargia, de peso, de sensagio de energia sendo sugada, A tendéncia em manifestagdes somaticas da tristeza é de retrag4o, como se 0 organismo estivesse petdendo energia e neces- sitando se retrair, se poupar ¢ se preservar, O que seria necessirio ocorrer, ‘para ajudar a reparara emogio? Neste momento, devemos levar igualmente em conta a seman- tica da respectiva emogo. No caso da tristeza, sendo a semantica rela- cionada 4 perda, desvalorizagao pessoal, o ideal seria 0 acolhimento, a validagio social principalmente relacionada aos pares. Acées que en- volvam expresses assertivas sio sempre significativas no intuito de promover a acomodagio da emogio. Nojo ou repugnancia A fungio basica da emogao nojo ou repugnincia é proporcionar ao individuo um afastamento, uma repulsa a qualquer coisa, incluin- do alimentos ou liquidos que possam ser ingeridos, que possua uma aparéncia desagradavel, deteriorada, repugnante, desconhecida e por- tanto indecifravel ou, ainda, de objetos que possamos ter contato fisi- co ou proximidade que venham a causar vulnerabilidade ao organis- mo exposto (Danovitch & Bloom, 2009). Os sentidos possuem fundamental importancia, sobretudo nes- ta emogio, pois por meio da visio de algo deteriorado, do olfato, do tato, do paladar que fazemos a leitura daquilo que deve ser repelido. O nojo promove a repulsa, ou seja, 0 afastamento ou a expulsio de algo que nos fara mal e nos causaré dano. Essa repulsa deriva da necessidade de evitarmos nos contaminar com coisas deterioradas ou 0 ernocional 122 Ouniverso das eno’ es 6 regulaga lizarmos, Em suma, nossa s. estragadas a fim de nao vulnerabil bem-estar (Stevenson ct. al., 2010). O nojo ativado implica em reago é vomitos como forma de expul: neste caso mais es fisiolégicas de rejeicéo, po Isao de elementos conta igados 2 inter dendo gerar at minados ou de elementos simbélicos, secgées sociais (Curtis et al., 2011). Quando tratamos da ingesta de um alimento com sabor deve riorado, 0 organismo repele tal alimento evitando que ele seja integra do € processado pelo organismo, pois se isso ocorrer, 0 custo poderé ser deveras clevado, Podemos ter uma infecc4o intestinal seguida de febre e reagdes fisioldgicas em cadeia altamente parolégicas, apenas mais simplificado 0 efeito de uma in- para exemplificarmos de modo gesta inadequada. Contaminacées podem debilitar organismos por periodos cur- tos, mas também podem deixar sequelas graves ¢ levar, em casos extre- mos, até a faléncia plena, ou seja, a morte do organismo. Jé as contaminagées simbélicas derivam de uma outra funcao do ojo, desta vez relacionada & conexao desta emogéo com a socializacio. Socialmente, acabamos por desenvolver um repertério de atos ¢ condu- tas que consideramos repulsivas na nossa esfera de valores sociais. Atos esses que ferem as normas vigentes, agridem os nossos valores pessoais. envolvendo as leis, a religiao e qualquer outro cdédigo de ética aplicado 2 qualquer outro contexto social, inclusive 4s normas de um condominio de apartamentos podem servir como exemplo neste caso. Esta faceta do nojo mais ligada ao inter-relacionamento social chamamos repulsa, frequentemente sentimos nojo ou repulsa de algu- mas pessoas por suas condutas que julgamos inapropriadas. As reagoes podem gerar comportamentos de afastamento, de julgamento critico no qual fique claro que nao ha concordancia com tais atirudes, OU seja, cu nao pertengo a esta gama social e nem concordo com seus ¥" lores e condutas. As reagées também podem ser fisiolégicas e similares ao contat com algo repugnante, ou seja, a fisiologia é capaz de reagir do mesmo Darwin para terapeutas 123 modo a atitudes repugnantes ¢ a alimentos repugnantes ydmitos © nduseas, tipicamente fisioldgicas, podem ocorrer quando e tamos diante de um abr lor ou um sal no de criangas ou muitos outros cenirios sociais nem tio extremos as Aantipatia, 00: seja, aquela repuls 8 As quais nio simpati m, ou afastamento que procuramos mos é uma outra faceta da emogio ter de peso: Em geral, hé algo no outro que nos desagrada, com o qual nao a desconfortavel nas A conexio com a raiva é muito comum diante dos fatos repug- actuuamos ¢ que nos de presenga. nantes sociais que acabamos de descrever, Em casos mais extremos de repulsa, a raiva acaba sendo conectada imediatamente; no caso, a0 ou- ‘io sentimos de yirmos um politico notoriamente corrupto na televis Imente conectada com uma raiva que clama por justiga, O significado traduzido de tudo isso seria algo do tipo: bidamente desonesto esté falando na televisio imediato uma repulsa fa Neste ser desprezivel ¢ sem a menor vergonha e me faz sentir nojo de suas atitudes ¢ raiva pela impunidade diante de seus atos nefastos”. Quando 0 nojo se torna patologico? Como sempre, 0 excesso ou a auséncia das expresses da emo- gio esta associado a um funcionamento de ordem patolégica. O nojo as prejudica em demasia o funcionamento das pessoas, em doses clevad lo ¢ limitando 0 funcionamento de modo pois ele acaba restringind operacional e esté associado a0 transtorno obsessivo-compulsivo de contaminagéo. Casos assim costumam apresentar comportamentos excessivos de limpeza, exagero de banhos, higiene pessoal e ambiental igualmente demasiadas, gerando um engessamento, uma paralisia na funcionalidade dos sujeitos afetados. Em casos extremos, a restrigao de ingesta de alimentos pe cessividade da higiene, consequente seletividade do que é “timpo” © que nio é prejudica a nutrigao € a saiide global dos portadores des- tas caracteristicas. ex: rs0 das emogées e a regulagao emocional ‘124_Ouniverso das emo Ao nivel social, 0 prejuizo é igualmente dréstico. Se houver ex. cesso de repulsa pelos outros, ha graves problemas na retroalimenta. 40 da relacéo com os pares. Comportamentos cams vezes interpre. tados como esnobe, ou até comportamentos xenofébicos, podem ser consequéncias diretas da excessiva presenga da emogao nojo ou repul- sa no intercurso social. Nos comportamentos de afastamento do convivio com os ou- tros, pode estar contida a ideia de que 0 outro por ser diferente pode “contaminar” meus costumes e crengas; portanto, ele precisa ser repe- lido. Nesta légica, a emogio nojo atua igualmente em aspectos de or- dem muito subjetivos para cada um, ndo se limitando apenas aos ele- mentos objetais notoriamente repugnantes. A auséncia do nojo é outro comportamento que nos chama a atengao. E comum no caso, principalmente de meninos, com quadro de hiperatividade ¢ impulsividade, que insetos peconhentos, com apa- réncia repulsiva, ambientes sujos ou fétidos nao sejam por eles repeli- dos, demonstrando, portanto, uma falha no julgamento e na discti- minagio da informagio presente. Derivacdes da emogio nojo* Nojo Repulsa Repiidio Nausea Rentincia Desgosto Fonte: Caminha e Caminha (2017). Antipatia Arrogancia Empéfia Seguem as mesmas proposicées expostas nas emogoes anteriores de ndo esgotar todas as express6es representativas da emogao nojo nes- te quadro. * Disponivel em www-sinopsyseditora.com.br/darwfor Darwin para terapeutas 125 Quadro do campo semantico da emogio nojo e seus respectivos sentimentos-pensamentos mais recorrentes* Campo semantico do nojo ‘eu me sinto repugnado, enjoado e/ou recusando algo (antipatia, repulsa) Sentimentos/Pensamentos mais recorrentes € restritos ao campo semantico preciso me lavar |Achonojentoo [Achonojento |Tudoaomeu | Tenho nojo de muitas vezes para_| cheiro de muitas | sentiro gosto de |redor é sujo _| muitas pessoas, estar limpo. coisas. algumas coisas. |posso pegar _| principalmente doengas. asestranhas. Fenhonojode —|Tenhonojode | Tocaremcoisas |Tenhonojoque | Tenho nojo de veraspessoas | algumas palavras. | que os outros Jencostemem —_| lugares fechados comendo. tocaramme dé | mim onde hé mais ojo. pessoas. Quadro de invalidagées sociais do nojo* Vocé é um chato Vocé é cheio de manias. | Coisa mais esnobe. Vocé nao se mistura, é muito | Voc8 no deveria sentir —_| Assim ninguém quer estar com exclusi nojo de tudo. voce. ‘Sua cara de nojoofende as —_| Para vocé tudo é sujo. € dificil agradar, vocé é muito pessoas. exigente. Nos exemplos a seguir, a légica do “vamos complerar as lacunas”. “Vocé no deveria sentir nojo de tudo”. Se eu nao deveria sentir nojo de tudo, inclusive das pessoas e sinto, logo eu 2 sou 2, “Sua cara de nojo ofende as pessoas”. Se meu jeito ofende as pessoas, logo eu sou 2 Provéveis respostas: ett sou, portanto, uma pessoa chata para os outros, sou esnobe € passo a ideia aos outros de que nao gosto de nin- coisa nenhuma. Ser assim torna dificil 0 relacionamen- social, provavelmente ficarei sozinho justamente tros e também pelos outros néo aceitarem as guém nem de ci to e a reciprocidade Por nao suportar os out minhas manias. * Disponivel em www:sinopsyseditora.com.br/darwfor er Ny regulagao emocional 126_O univers das emogoes © Marcadores somiticos marcadores somiéticos se mang : : ni le reacoes de nduseas, vial | > VOMitos, tendéncia dos samente através di ‘acais ¢ calafrios pelo corpo todo. A emogio ng: elir, repelir, afastar 0 objeto supostamente coil reacoes fisioldgicas bastantes intensificadas, Eo ponto de repelir o que lhe agride. Hé uma fort tarem muito inten’ perturbagoes stom: rem por objetivo &xP minado, por isso, as organismo reagindo a0 Oque seria necessario ocorrer para ajudar a reparar a emogao? Neste momento, devemos levar igualmente em conta a semin- tica da respectiva emo¢ao. No caso do nojo temos que ter cuidado que a excessiva manifestacdo da emoco nao seja reforcada a par- ntos voltados & higiene. neste caso, devem estar voltadas a ate- des de exposicéo e prevencio odacao da emogao nojo. para tir dos compulsivos comportame! ‘As estratégias de reparacao, nuar a expressio da emogio, assim, aritu de resposta devem ser estimuladas para a acom Alegria um fortaleciment pressa aconted coletivo- ‘A fungio bsica da emocio alegria é promove ¢ uma retroalimentacao das aliangas sociais. A alegria ex mentos desejaveis para 0 sujeito tanto ao nivel pessoal A expressio da emocio alegria significa que somos CaP sso dia a dit leitura perceptiva dos fatos agradaveis que ocorrem no Jas que sem am &s Pessoas via de regra, preferem estar com aquel nen a le reconhecer fatos agradaveis e, por cons aaa oe < demonstrar felicidade. A alegria & anes socializagao. de 00 pares, nos a eames de alegria por P: a nt es socias e, com i ona os ¢ motivados a manterm®” ressarT™ , aumentamos a probabilidade de @P eguinte, On poreantor Darwin para terapeutas 127 a mesma emogio numa espécie de ping-pong ; tom social no qual as mani- festagGes emocionais se retroalimentam e servem a um reforco grupal a upal gratificante © protetivo, fundamental 4 nossa espécie. A alegria serve também como uma form: “ ; a de equilibrio contra as emogoes desagradéveis, Ela er ajuda a fazer um contraponto entre as coisas desagradiveis que acontecem equilibrando a balanca e favore- cendo o equilibrio necessério Para a ocorréncia da fundamental con- digio de regulagio emocional. Quando a alegria se torna patolégica? Alegria em dose excessiva ¢ constante acaba por afetar a nossa leitura do nosso ambiente, colocando-nos como inoportunos, inade- quados e€ excessivos, caracterizando manifestacées tipicas dos estados de humor manjaco. Pessoas na condigéo de mania acabam por produzir pensamen- tos altamente distorcidos, geralmente com significado de poder exces- sivo, de atratividade elevada o que faz com que os excessos no com- portamento ocorram pela perda do filtro do que é correto e adequado a ser feito na relacdo com os demais. Os padrdes morais se alteram drasticamente deixando a pessoa autocentrada ao ponto de ativar ca- racteristicas narcisicas intensas, reduzindo, assim, a empatia ¢ a im- portincia do outro ¢ as suas necessidades, afetando intensamente, portanto, a interlocugo com os demais. Com telagio A auséncia da alegria, jd descrevemos detalhada- mente ao abordarmos a emogao tristeza. Derivagdes da emogio alegria* Alegria Euforia Felicidade Empolgagso Conenamena Alto astral Orgulho Entusiasmo Encantamento Fonte: Caminha e Caminha (2017). —— * Dispontvel em www.sinopsyseditora.com.br/darwfor aquiagao emoecional eo das ermogoes & a TEDUIAG 128 Ounivelse clay ( Segue as mesnnas proposigoes EXPORtAN NAS EMOGGES Sepuiern as MCS AMeHHOrey, Sag expressdes. tcp espotar todas as expressdes 1] euativas di emogig ale aleytig de nao e neste quatro, quad do campo semAntico da emogto alegrla 0 sous respectivos sentimentos/pensamentos mals recorrontes* Eampo semantico da alegre ae rm dao svt, pestiaado vaotado, acchido, acl, adequad e/ou adapta | senintos/Pensamyentos mals recortentes a restos 0 campo sembntco | Sinto alegrla pelas | Sinto alegrla por ccolsas que esti | ter minha fama, acontecendo na minha vida, Teo alegre de tra] Fico alegre ‘into alegiia | alguns lugares, |deestarcom — | de brinear algunas pessoas, | com mous |___}__— bringuedos, Sino alegria por [Sintoalegrla por [Sintoalegrla — | Sinto legen | pequenas colsas [estar crescendo | quando tenho que acontecem Je aprendendo | alguma surpresa, no meu dla, Lnovas colsas, Sinto alegrla de brincar com meus ‘quando vou amigos. Quadro de Invalldagdes socials da alegrla* Vocé parece tolo Qual 6 graga, atinal? ‘Aqui niio & lugar para is0. Vocé & pathago? Qual o motivo de tanta alegrla? | tss0 ¢ falta de respelto. Pessoas sérlas nfo rlem o tempo | Riso é fraqueza de cardter. Orlso & uma forma de todo, deboche. No exemplo a seguir, a égica do “vamos completar as lacunas’ 1, “Vocé parece tolo”, Se eu nao deveria sentir alegria neste mo- mento € estou sentindo, logo eu sou 2 2. “Pessoas sérias nfo riem o tempo todo”, Se ando muito ale gre c isso nao é sinal de setiedade, logo eu sou } |_— Proviveis respos quada e desrespeitosa. cu sou, portanto, uma pessoa tola, inade- omnbi Nio consigo estar adequada a dererminados ambientes 1 ; eran e te & necesito sermos séios, © mundo das a citdveis € um mundo séri fio hd ices © OF io, e ni ‘a tolices verses, onde nao hi espago para to! > sponivel em. i it wewsinopsyseditora.com.br/darwlor sii Darwin para terapeutas 129 Mareadores somiiticos Em geral, as manifestagées fisiolégicas associadas 3 ia sa motivadoras, como se fossem descargas energi , ee : ergizantes, quando corpo ; i ; "gas > se ve a Por reagbes muito agradveis de sentir, Por iss0, no progr ma TRI, tanto clinico quanto preventivo, denominamos a terminolo gia: emogoes desagradaveis de sentir € emogées agradaveis de sentir. O que seria necessirio ocorrer para ajudar a reparar a emogao? Nos casos especificos das emogoes agradaveis alegria e amor nao encontramos funcionalidade e operacionalidade, quando utilizamos a régua da assertividade. Todavia, faz-se extremamente necessério que as emocées agtadaveis de sentir possam gozar da capacidade das pessoas em expressarem assertivamente 0 que sentem, ja que nestas emocées especificas elas rendem ao encapsulamento. ‘As emocées agradéveis, que, em geral, expressam do tipo “adoro estar com vocés”; “tenho muito amor por vocé Ivocés"s “sou muito feliz de ter vocé/vocés em minha vida”, muitas vezes so cnibidas socialmente pela dificuldade que muitas pessoas encontram frente a elogios e manifestagbes positivas de afetividade, Nossa educagao socioemocional tradicional € muito coercitiva ces puiblicas de carinho ¢ de felicidade. estas emocoes requer que haja um receptor regulado emocionalmente ¢ em harmonia com suas emog6es, capaz de treche 2 manifestagio, bern como é necessirio que haja igualmente um emissor das mensagens emocionais igualmente habilcado para ta . ‘Sao manifestagbes assertivas das emogoes —— teia social fortalecida e propensa 4 expanséo € a manutengio necessiris. afetividades com relagao a manifesta A expressao assertiva Amor diferente das outras express4o, basicas, ele no ultifacetado em sua mos como O amor é m a eleciona emogées que aqui abordamos ¢ —— lagdio emocional 130 6 univers das emosoes © 2% dronizad, 1 vooalizagio p o facial ou UX odo objeto que d onizagao. Muitos se so p ct perta o amor, n: na a express possul am anvcia cla apron se inclinem ) P questionany io hg ox ade itores que = sna condigio de emocio, sobretde Sobretudo, tend presses que Tham na tem dle ser uma emogio bisic Nie tica evolucionista, que gua & esséneia deste trabalho, wo. como Damasio (2010) ¢ De Wall (2009) so bitsica, © 0 x emogio biisica, como pode ser considerada a estar estreitamente relacionada ao surgi mando por base aurores fo apenas ¢ und jas por amor s hisicn de todas ¢ atia ¢ da socializagao. nm mento da emp: ‘Wilson (1975) deixa claro que os organismos vivos estfo sob a égide de um prinetpio, j4 explicado, denominado Imperativo Repro- consiste numa pre de deixar copias génicas, 0 bioldgi dutivo, que ou seja, reproduzirmos. Para que a reprodu a natureza nos dotou de v exposto orgasmo, a recompensa maxima de s com maior frequéncia e eficé- 0 OCo! os mecanismos que cornow o sexo in- teressante, dentre eles o ji sexual, Para todos organismos, perpetuar da espécie, afinal a selegio natural visa a ma- nismos vivos meros portadores tem- prazer seus genes ¢ um fundamento basico da continuidade nutengao dos genes, sendo os or pordrios dos mesmos (Wallace, 1985). ncia, a emogio que agrega, aproxima € mane ado, seja ele material ou a vineu" O amor é por es tém a relagio ¢ a vinculagéo com o objeto am: subjetivo, como gostar de miisica, por exemplo, mesmo que lagio possa ser extremamente fugaz, muito breve ou duradoura. Assim, mesmo sem uma alcunha muito romantica, 12 biologi entendemos que 0 ato sexual é uma manifestagdo amoros? em sua & pn sio mais crua, mais basal, pois acaba por aproximar dois seres &™ lingo de um ato prazeroso. A fungio da emogio amor € juseame ae algum sip de vinculo (Storbeck 8 Wt a " a de raciocinio, o amor pode ser considera 5 sica das emogdes j ente i emer? 4 es cas justamente por estar envolvido no © 105 4 preservacio da espécie — 0 Imperative Reprodutivo- embre Dain para terapeutas 131 que na nacureza todo ato de e6pula em si potencialmente reprodutivo, a natureza di sconhece metodologias anticoncepcionais (Fischer, 1995) Sem sexo nio ha filhos, somos de: cendentes de pessoas interes- 0 io, ndo estariamos aqui. Nosso interesse na emogio amor recai agora, justamente no produto da reprodusio, o fi- Thote humano — 0 mais dependente filhote da natureza. Conforme discutimos anteriormente, seria possivel fazermos uma distingio entre apego ¢ empatia? Todos os animais da natureza se preocupam numa escala maior ou menor com seus fillotes, caso con- tnirio a perpetuacio dos genes da espécie nao ocorreria. Essa preocupagio é intrinsecamente uma forma rudimentar de empatia. sadas em Sexo, Caso con ‘A empatia ¢ as emogées adquirem maior importincia, perpetuidade ¢ fancionalidade de acordo com o grau de socializagéo da espécie. Quanto mais social a espécie maior a importincia das emogées ¢ da empatia. ‘Alimentagio, protecéo ¢ cuidados bisicos de satide sto funda- mentais para os filhotes, sobretudo os humanos; todavia, apenas isso no basta. Nossa espécie, & medida que ganhou volume cerebral, tor- nou-se deveras sofisticada; na via oposta, tornou-se muito mais de- pendente de cuidados ambientais advindos de membros da sua pré- pria espécie. Neste pacote bisico de atributos necessérios ao bom desenvolvi- mento € goz0 pleno de satide mental, alids, sem satide mental a socia- lizagio fica débil, incluimos nosso conceito de nutri¢ao emocional, que envolve direcionamento amoroso ¢ empético ao filhote aliado a doses intermitentes de tolerancia 4 frustragao. Saiide mental, é entio, um elemento que compée o pacote bési- co dos cuidados dos bebés humanos. Esses elementos estéo contidos na relagio de apego diretamente derivado da capacidade empatica dos pais para com o filhote, por isso encontramos dificuldade na separa- ao do que é apego e empatia. © amor lanca suas ramificagées igualmente no intrincado pro- cesso de socializagao. Ao longo do desenvolvimento do filhote huma- no, a maternagem vai se ampliando e seu raio comega a se ramificar em diregio ao social. 5 ea regulagao emocional 132_O universo das emo as doses saudaveis da nuttigio emo. E neste momento que, gracas t incia A frustragio © conse. adas as doses intermitentes de tolerai iniciamos o proceso de transi¢ao do apego ao vinculo, azes de ter uma mobilida- cional ali quente empatia, Neste momento, nossas emogdes sio cap: somos capazes de gostar ¢ de desgostar de varias pessoas de ampla, ou seja, mocional opere de modo ¢ situagées sociais sem que 0 processamento ¢ polarizado, tipo tudo ou nada, amor € édio, tipicamente borderline, ‘As emosées saudaveis relativizam em vez de sentenciar sentidos permanentes e abrangentes acerca das pessoas ¢ das coisas. Exemplo disso: embora eu nao tenha gostado daquilo que aquela pessoa me fez, sou capaz de reconhecer suas qualidades ¢ de continuar gostando dela O vinculo é desenvolvido lentamente com a abrangéncia do le- que social da crianga, na relacdo tanto com os adultos quanto com seus pares. Dessa relacdo, desenvolve-se a confianga nos pares, as crengas da protecio social, dos limites e da internalizagao das regras sociais. O vinculo é 0 momento no qual a crianga é projetada ao uni- verso social, ela é levada a fazer parte como componente ativo ¢ passi- vo (beneficidrio) do intrincado tecido social. Essa relagao esta associa- da ao aumento da capacidade de expressio emocional, neste caso nio verbal, mas também da comunicagio verbal que comega a se sofisticar, comunicagio essa que permite que compartilhemos ideais, gostos, apregos e ambigées, 0s chamados memes de Dawkins (2006). As ideias partilhadas so os fios que compéem 0 tecido social. Com © tempo, as ideias mudam, os fios sio outros, porém, sempre existirio fios para que haja tecido social que nos dé suporte. A mais social das espécies sociais néo vive sem esse suporte. Tais ideias derivam da nossa capacidade de intersubjetividade, compartir ideias que nos promovam algum grau de sossego € de acomodacio e de reconhecimento e validagao por pares: * sim como sio as leis, as religides, os partidos politicos, as agremiagoes a associagées comunitarias, enfim, 0 universo complexo ¢ infinito das ideias. As ideias que unem derivam dos vinculos proporcionados por es encantadora emogio denominada Amor! © que resulta disso tudo? Quando conseguimos fazer parte como componentes ativos e passivos do tecido social, ganhamos mais 2a win para terapeutas 133 protecio, pois no estreitamento social formamos nichos de cumplici- dade mais intensa, devocio e cuidado, nao presentes na sociedade numa visio mais global. E claro que o social protege, afinal foi no momento que amplia- mos 0 niimero de sujeitos componentes de uma sociedade, por meio da cooperacao, que definitivamente dominamos a natureza e deixa- mos de sermos presas. Contudo, a sociedade olha para todos e néo olha para ninguém ao mesmo tempo. Em geral, uma pessoa cabisbaixa, aparentando fragilidade num contexto urbano cotidiano, nao é capaz de ganhar aten¢ao dos tran- seuntes, logo, ninguém est4 preocupado com o aspecto individual de ninguém numa conjungio social muito ampla. Agora, se quando expressamos as mesmas caracteristicas aos nossos amigos ¢ familiares, imediatamente ganhamos a sua aten¢ao € a devida protecio. Isso se da gracas ao amor promover nichos de pro- tego mais intensos dentro de um complexo sistema social que em si s6 jé é protetivo. Através do amor formamos conexées de amizade ¢ de familiaridade, inclusive, conjugal Finalmente, o amor é responsével pelo surgimento da empatia. Conforme De Waal (2009), a empatia surge na natureza no momento que uma fémea se importou com 0 bem-estar de seu filhote. Derivado desta capacidade empatica, ha o enorme desenvolvimento das confi- guragées sociais, sobretudo nos humanos. Quando 0 amor se torna patologico? Muitos cuidadores, sejam eles pais ou figuras parentais, preo- rnte em suprir todas as necessidades que eles, os sicas em seus filhos, Os modelos parentais suas relagées precoces com seus familia- eso nas crengas ¢ visbes sobre 0 que cupam-se excessivamel cuidadores, consideram b: que os cuidadores tiveram em res acabam por ter importante p sio as necessidades basicas de uma crianga- Obviamente, os bebés sio muito diferentes uns dos outros, as- sim sendo, as necessidades de cada crianga sao varidveis importantes a serem “lidas” pelos cuidadores. faz intrinsicamente patoldgicas ou potencialmente eranstorno de ansiedade futuro. ; Pelo contrario, a auséncia desta leitura dos cuidadores pode exigit uma autonomia excessiva de uma crianga que ainda nao es pronta para tal conduta, € isso, sim, pode vir a se tornar problema. co no futuro. fa emogio medo surgindo no universo emocion alls crianga, nao suprida pelas figuras parentais por meio de condutas protetivas, podendo levar a crengas excessivas € descalibradas de vul- nerabilidade (Gullone, 2000). ; O oposto é absolutamente yerdadeiro, uma crianga com expres- contudo, isso N40 a5 portadoras de qualque! soes de autonomia mais intensa pode ser abordada excessivamente pe- los cuidadores como “se precisasse” deste aporte, eles podem portar crengas de que criancas séo seres frageis em risco constante necessitan- do dos auspicios frequente dos adultos. Igualmente podemos ter pro- blemas aqui na formagao das crengas motivadas pelas emogées indevi- damente manejada pelos cuidadores das criangas. Hi, entretanto, aquilo que é bdsico a qualquer crianga, seja ela mais dependente e vulnerdvel ou autonoma. Todo o bebé precisa de presenga adulta protetiva e supridora de necessidades nao apenas bist «as, como alimentagio, higiene e ambiente seguro, como também um pacote basico de necessidades emocionais. ue — ae onedo vial, voalsato harmnica © 0 dive eum desenvlvimento mais faivado e que acaba ae Plicagoes futuras no comportai eee er Pot ow eral, 1989; Bowlby, me mento social destas criangas ( ee deste tipo, estimulantes precoces, se parecem com vias 10s que abrim: . 10S, que irdo fe deseavol vimento infantil favorecer o transcorrer do dese”. infantil. Caso as a 4 O amor, assim com as demai IS eMOKdes agui tacfene Ss aqui trabalhadas, pro- move prejuizos 20 ponto de se tomar patold it t ae atoldgice énei AND NO ex quanto na ausencia, (0 NO exe Em doses clevadas, aa aan Rein: pode set invalidante por nio promover o ino de tolenincia A frustragio ¢ por nio instigar a auronomia ALO: ia.¢ tambént a empatia, Na auséncia ou em dos Ah : \ S muito baixas, nao promove igualmente o desenvolvimento da empatia ¢ da sociali zacio cm razio da falta do senso de protegio ¢ acolhimento ¢ promo- ye um comprometimento social e de regul, » emocional grave. Derivagdes da emosio amor* ‘Amor ‘Apego Ateigio Vinculo Aprego Gostar (de algo oualguém) | Paixdo eto Amizade carinho Aceitagio Prazer Empolgagio Desejo Consideragio Saudade Gratiddo Fonte: Caminha e Caminha (2017). Seguem as mesmas proposigdes expostas nas emogdes anteriores de nio esgotar todas as expresses representativas diversas em cada contexto cultural da emogio amor neste quadro, Quadro do campo seméntico da emogo amor e seus respectivos sentimentos/pensamentos mais recorrentes* Campo semintico do amor ‘eu me sinto protegido, amparado, acolhido, | yceito, querido e gostado “Sentimentos/Pensamentos mais recorrentese restrtos a0 campo semdntico Sito que souamado [Sintoamor | Gosto dos meus | Gosto dos Sinto amor pela minha familia, | pelos outros. | amigos animaiseda | proprio. natures [Gosto de me Fenho vontade | Consigo mudar deconhecer | de opinidoe gostar de coisas. | pessoas e coisas Consiga gostarde | Consigo gostar essoasnovas em | da minha escola aproximar de minha vida. ede aprender. | pessoas diferentes. pessoas as quais.| que me fazem ‘eu no gostava_| sentir bem. antes. Disponivel em www.sinopsyseditora.com.br/darwfor 136 O universo das emocées ea regulagao emocional 5 * Quadro de invalidagdes sociais do amor’ Edemonstragdo de fraqueza. | Nao é coisa de homem, Isso & colsa de gente dependente, Oeouiros se aproveltam de | Ndo é necessério falar disso, Pessoas fortes stio autdnomas. : quem 6 muito afetivo. Isso é bobagem. Demonstragbes de afeto no caem | Nao devemos precisar de bbem socialmente. nninguém para nada, Nos exemplos a seguir, a légica do “vamos completar as lacu- 1. “Isso é coisa de gente dependente”. Se eu gosto de alguém e gostar é depender, logo eu sou 2 2. “Nao é coisa de homem”. Se eu digo que gosto de meus ami- gos ¢ isso nao é coisa de homem, logo eu sou 2 3. “TE demonstragio de fraqueza’. Se demonstrar gostar é de- monstragio de fraqueza e eu faco isso, logo eu sou ? Provaveis respostas: eu sou, portanto, dependente, sinto coisas pelos outros que homem nao deveria sentir, sou fraco ¢ manipulavel pelas pessoas. Certamente, as conclusées nao séo muito favordveis a respeito de si mesmo diante das invalidagées soci expressOes amorosas. com relagio as Marcadores somiiticos Em geral, as manifestagées fisiolégicas associadas ao amor sto descargas de metabélicos que nos deixam motivados, num estado de excitagao, as vezes num estado de leveza, distrafdos, as vezes inibidos ¢ envergonhados, mas, sobretudo, promovem um estado motivacional que nos faz produzir e nos engajarmos em realizar coisas ou nos apro~ ximarmos das pessoas. * Disponivel em www.sinopsyseditora.com.br/darwfor

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