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POESIA E HUMOR PARA CRIANCAS Leo Cunha ©) A pergunta que norteia os artigos deste livro, “O que é quali- dade na literatura infantil e juvenil?”, muito mais que uma per- gunta, é um desafio. Digo isso porque, em primeiro lugar, nao tenho certeza de que existe um conjunto bem definido ao qual co-existem (no merc mercado e nas nas escolas) varias literaturasinfanti diferentes, devido a grande varie variedade de propostas estilisticas, estéticas, tematicas, mercadolégicas etc. Em segundo lugar, des- confio que seria impossivel afirmar categoricamente o que é a qualidade neste campo, pois existem varias formas de fazer essa avaliacao: devemos concordar com 0 que os criticos defendem? Ou confiar no que as premiages apontam? Ou seguir 0 que os professores argumentam? Ou, ainda, apostar no que as criangas lizem? Um pouco de cada, tudo ao mesmo tempo agora? Toda a embromagao do pardgrafo acima é para justificar © recorte que eu fiz neste artigo. Nao-vou falar da literatura infantil como um todo: vs cara poesia roduzida pai criangas. Na verdade vou ser ainda mais especifico: vou arris- car algumas reflex6es sobre o humor na poesia infantil. Scanned with CamScanner 78. OQUE A QUALIDADE EM LITERATURA INFANTILE JUVENI Se fago este recorte, é porque sempre me incomodei com 0 pouco destaque dedicado aos livros de humor (e, no caso, & poesia que nasce do humor ou que recorre ao humor) sem- pre que surge a fatidica pergunta: quais so afinal as obras de qualidade? No mundo das artes, 0 humor quase sempre foi visto como um género menor, menos importante do que o drama, a tra- gédia, Peco ao leitor que faga um rapido exercicio: tente listar mentalmente as maiores obras-primas de Shakespeare. Prova- velmente vird 4 sua mente Hamlet, Romeu e Julieta, Othelo ou outra das magnfficas tragédias do bardo inglés. Poucas vezes colocamos A comédia dos erros, A megera domada, ou os Sonhos de uma noite de veraio no mesmo pedestal dos dramas do autor. No entanto, essas comeédias sao igualmente geniais, igualmente engenhosas, igualmente reveladoras da natureza humana. Mas por serem comédias, parecem menos importantes. Esse preconceito nao se limita a literatura, evidentemen- te. Pense no cinema, lembre as obras que recebem 0 Oscar de melhor filme do ano. Alguma comédia nos tiltimos 30, 40 anos? Rarfssimas. Tivemos na década de 1970 o Noivo neu- rético, noiva nervosa, de Woody Allen, e na década de 1990, o Shakespeare apaixonado, de John Madden. Ambos sao étimos filmes, mas, se repararmos bem, nem chegam a ser tao co- média assim... Provavelmente s6 chegaram ao prémio porque -possufam um certo verniz “sério’, intelectual. Woody Allen de um lado, o proprio Shakespeare do outro. E dificil acreditar, mas nenhuma das comédias de Chaplin jamais ganhou um Oscar de Melhor Filme. Seu tinico Oscar (fora os honorificos) foi como compositor, pela trilha sonora de Luzes da Ribalta, possivelmente 0 menos engracado e o mais melodramatico de seus filmes. Em todos esses casos, fica claro um julgamen- to bastante inadequado: o de que a comédia ¢ mais facil de Scanned with CamScanner PORSIA EHUMOK PANA.CRIANGAS 79 criar do jue a tragédia, o humor ¢ menos criativo do que a lade. Evidentemente, o bom ¢ o ruim distribuem-se de: Seri mocraticanente pelos dois campos, ¢ raramente poderiamos saber quanto de suor a boa obra exigiu de seu-criador, oesia infantil, isto é, aquela escrita por adultos ser lida_pelas criangas (claro que também acaba sendo lida po, pais, professores, bibliotecdrios, j outros escrito- Tres). Grosso modo, podemos apontar duas correntes (ou pelo a tendéncias) principals: uma que é mais marcada pelo» Felo que tenho observado em cursos, Oficinas, mesas-re- dondas ou mesmo bate-papos com professores, a primeira corrente é aquela que, na maioria das vezes, é identificada -omo sindnimo de qualidade na poesia infantil. Basta pensar, por exemplo, nos poemas de Cecilia Meireles (0 obrigatério Ou isto ou aquilo), ou nos livros de Roseana Murray (impos- sivel esquecer Fruta no ponto, Classificados poéticos, Jardins), ou na prosa poética de um Bartolomeu Campos Queirés (os emocionantes Pedro, Correspondéncia, Coragao nao toma sol). Nao ha como negar que esta turma abriga algumas obras- primas da literatura infantil brasileira. Cecilia, Roseana e Bartolomeu (assim como outros que seguem linhas semelhantes) apresentam, sem ditvida, varias diferencas entre si, mas neste momento me interessa subli- nhar algumas semelhancas: lirismo, delicadeza, expressivida, de, freqiientemente wm olhar reflexivo e filas6fico sobre 0 se humano.a naturezg.e as coisas do mundo, Tais qualidades de ~ sua poesia Salta olhos do leitor. Por isso, sem nenhuma sital), pois apresentam aquilo que os professores entendem Scanned with CamScanner 80 0 QUE A QUALIDADE BM LITERATURA INFANTI & jUVENILE poetas tradicionais, longe disso, mas z. os elementos que a maioria atribui como poético. Na fazem uma obra que a poesia. Nao tenho absolutamente nada contra essa linha poética, pelo contrario: muitas vezes me incluo (¢ me incluem) neste grupo. Mas, como apontei acima, sdo obras que j4 se consa- graram, jd obtiveram seu “selo de qualidade’, com o qual eu concordo plenamente. O que me interessa aqui é destacar a importancia da ou- tra corrente, cuja qualidade, a meu ver, é menos valorizada do que deveria. Ela existe em contraste com a primeira, mas nao necessariamente em oposi¢ao a ela ~ tanto que diversos poetas transitam entre as duas. Esta segund: éncia tende ase afastar da visio predominante sobre o que é 0 texto poé- tico. Trata-se de uma poesia menos lirica, menos séria, menos *profunda’ Talvez seja exataménte por isso que, por mais que seja apreciada por criangas ¢ adultos, poucas vezes ela é nive- lada ao primeiro grupo. Uma espécie de “manifesto” i ta-segunda |i- nha é o conhecido poenfa “Convite’; de José Paulo Paes, que abre o livro Poemas para brincar. Ali, Paes anuncia uma poe- sia mais voltada para o ltidic olirico, CONVITE Ora mois pro hidice Poesia 1 On 2 ébrincar com palayras do ny pois ie como se brinca com bola, papagaio, pido. $6 que bola, papagaio, pido, De tanto brincar se gastam. Scanned with CamScanner PORSTA HMUMOR PARACCRIANGAS BL As palavras nao: quanto mais se brinca com elas, mais novas ficam. de du. ideion Nel mencp? ole Como a Agua do rio, ume que é gua sempre nova. Como cada dia ; hdian® que é sempre um novo dia. war Vamos brincar de poesia?” £ arte e, em especial, a poesia, tem no hidico um elemento fundamental. José Paulo, no poema acima, esta certamente aludindo ao jogo, a brincadeira que toda arte im- Plica.1 Mas, mais do que isso, esta explicitando a proposta posti- poéti- ‘caque cle seguiu em grande parte de sua obra para cuangas. Ora, se a maior marca deste segundo grupo € 0 uso fre- qiiente e central da brincadeira — ou dg humor, para falar de forma mais ampla -, é importante sublinhar que o humor pode se manifestar de formas diversas’. Por limitagao de es- Fe Pas gino ce eta mes Malis veces surgem Soudlsdai ia mas, em favor do didatismo, serao tra- tadas separadamente: 0 humor no jogo de palavras, 0 humor sone Om no jogo de idéias, o humor na reinvencao do cotidiano. 7 ae a) O humor no jogo de palavras a Para a crianga, a linguagem é um “espaco” privile; Re para a apreensdo e compreensao do mundo. Por isso, brincar 2 Nio cabe fazer aqui nenhum tratado sobre o humor e suas vertentes, Se voct desejar se aprofundar ‘no tema, sugiroaleitura de BERGSON, Henti-O Riso—ensaio sobre a sigifcagto da comicidade. io Paulo: Martins Fontes, e MUECKE, D. C.A ironia eo irdnico. So Paulo: Perspectva Scanned with CamScanner 82.0 QUE QUALIDADE HM LITERATURA INPANTIL E JUVENILE com palavras é uma atividade natural, que ela faz com prazer e por prazer. Nao é toa que trava-linguas, parlendas e outros jogos da tradigao oral sio tao populares entre 0s pequenos de todas as partes do mundo, Carmen Surrallés, escrevendo sobre o humor na literatura infantil espanhola, lembra que a iteratura de tradigao oral, “apesar de sua aparente simplici- dade e transcendéncla, consegue dar conta das necessidades fisicas_e psicolégicas das criangas, e para isso sempre esteve impregnada de humor, desse humor li las ‘b s) das descricGes hiperbolicas e das palavras que atrae1 Sama (2000: p. 147) E sao varios os poetas que levam esses elementos para 0 livro, com efeitos humoristicos. Bons exemplos sao os tra- va-linguas de Elias José (Felix e seu fole fedem , Quem Ié com pressa tropeca, entre outros). x O X do problema pro bandido é fazer xixi na xicara do xerife Sérgio Capparelli ¢ outro poeta de humor refinado, que vira-e-mexe vira e mexe com as palavras, criando poemas di- vertidos, como este abaixo, do livro Tigres no quintal. AFINANDO VIOLINO Toco lino viofino toco vio fonolino Scanned with CamScanner PORSIA EMUMOR PARA CRIANGAS 83 vio toco linofino toco fino violino. Ja Ciga é uma autora que se especializou nos trava-lin- guas, como em N6 na lingua e O livro do enrola-lingua, de onde vem 0 poema abaixo. od CHOVE CHUVA CHATA ee oe Chove na Xuxa e chove na Sasha. Chove na China e no cha do chinés. $6 chove, s6 chove, choveu no meu chope. T¢ cheio da chuva, vou jogar xadrez. Podemos citar ainda os livros na linha da brincadeira “nao confunda’, como o saboroso_Um aviao e uma viola, de Ana Maria Machado, e Nao confunda, de Eva Furnari. Os jogos de palavra podem também se enveredar por um caminho mais sofisticado, que é a brincadeira com 0 i signo, ou seja, com os prop rios fonemas, as letras, os sinais graficos, F 0 que faz com brill ilho o mest lomeu (que de vez em quando vira casaca e “sai” do primeiro time para bolar engenhosas brincadeiras metalingiiisticas, como As patas da vaca @ Est6ria em trés atos) ou Duda Machado em Histérias com poesia, alguns bichos & cia Neste caso, assim co) 10._Nos anteriores, 0 poeta investe na graca que surge da Gongridada melodiosa, ou _inusitada, das palavras, muitas vezes até em detrimento do sentido, ou seja, daquilo que é inteligivel, Quem ja parou para pensar “To contd Sor ay HEE sento — de muitas parlendas como “panderolé de pandepi”, ou “uni duni té, salamé min- Scanned with CamScanner 840 QUE @ QUALIDADE EAC LITERATURA INFANTIL E JUVENILE giié” nao vai estranhar, ou pelo menos, nao vai arrancar os cabelos em busca de significados e interpretagdes no caso de poemas cuja esséncia passa longe da “inteligibilidade” (com perdao do palavrao), Leia em voz alta para uma crianga este fantastico poema de Franciso Marques e perceba como é divertida a sua sonoridade. QUAZUL Azul e quando sapituca tipiti. Quazul e ando noiteca peteleco. Atrapalho alho treco terereco, chaleirento ento, chaleirento que s6. Que sé ela, que s6 vendo que sé ela, que sé. Que s6 vendo, que sé ela, que sé vendo, que s6. Nao entendeu nada? Nem eu. Mas vai ser gostoso assim na tonga da mironga do ado cabuleté,. como ja dizia Vinicius. b) O humor no jogo de idéias Q humor pode nascer também da brincadeira com as idéias e conceitos,€ nao exatamente com as palavras. E 0 que fazem, por exemplo, os poetas que (re)criam adivinhas nos livros infantis, como Angela Lago, Elias José, Ricardo Azeve- do, Ruth Rocha. Scanned with CamScanner PORSIA H HUMOR PAKA CRIANGAS 85 Outra possibilidade nesse campo ¢ a criagio de poemas que parodiam ditados populares, wérkios, antincios, ou outros textos. A graca surge da subyversio das. expectativas, da descontrucio dos sentidos ja estabelecidos, & 0 que faz Sérgio Capparelli no poema abaixo, do livro Come-vento: Troca-se galho d’érvore novo em folha, vista pra mata por um cacho de banana da terra, nanica ou prata. “a ANUNCIO DE ZOORNAL I jou ag> yr? A ambigiiidade, ou seja, uso de palavras e expresses que possuem di plo sentido também costuma ser, bem explorada, com efeitos humoristicos, na poesia para criangas. E 0 que faz, por exemplo, Ricardo Azevedo em seus Dezenove poemas desengoncados, onde busquei a quadra abaixo: Sauna tones O goleiro pegou o frango, 0 frango ficou contente. Os dois entao, de repente, sairam dancando tango. Mario Quintana tem um poeminha em que diz mais ou menos o seguinte (estou citando de cabeca): “o que € que ha com a lua, que toda vez que olhamos pra ela, parece que é a primeira vez?”. Pois o humor que nasce a partir da brincadeira com as idéias tam| posta, freqiientemente, neste “olhar de novidade” descrito por Quintana, O poeta por meio dele, o leitor) enxerga ¢ fala das coisas (ou pes- si sce a 5 soas, ou situagdes) como se as estivesse vendo pela primeira Sane a Sel eone ene z. Deste exercicio surgem metéforas surpreendentes, ima- Scanned with CamScanner =e: s. e nos dois exemplos abaixo. O primeiro é de José Paulo Paes, no livro E isso ali. A~ Noite escura. Completo negrume. Até parece que puseram fraldas nos vaga-lumes. O segundo é de Sylvia Orthof, com certeza uma das au- toras que mais e melhor usou o humor em nossa literatura infantil, com suas hist6rias e poemas altamente teatralizados, repletas de non-sep oltas surpreendentes. O poema alan € 46 1900 4 foes dora ude) LUA MINGUANTE Uma lua tao fininha, 0 que foi que aconteceu? Diz-que-diz que foi um anjo que sua unha roeu e cuspiu um pedacinho na noite que hé no céu. c) O humor na reinven¢ao do cotidiano O poeta também pode percever (ou deixar agri ° -humor que existe nas si i crianga encontra_ em seu Atento, ele pe em meio ao trivial, situacdes de espanto, sur] wencao, clementos janca que so muito préprios 40 universo infantil, j4 ———S ~apreendendinas, coisas do Carmen Surrallés: Scanned with CamScanner Recorro novamente POBSIA HUMOR PARACRIANGAS 87 “(...) atualmente, 0 humor alarga seu espaco: a subervsio ea desmitificagao penetram na literatura infantil, a qual, conseqiientemente, pode ridicularizar 0 mundo dos grandes, transformar a identidade dos mitos tradicionais e mesmo ter maior liberdade para lidar com temas escatol6gicos, para os quais sempre tinha utilizado eufemismos.” (2000: p. 149) £ impossivel néo lembrar Vinicius de Moraes e seu poe- ma“O vento”, que integra A arca de Noé. OVENTO (trecho) “Quando sou fraco, me chamo brisa e se assovio, isso é comum. Quando sou forte, me chamo vento, Quando sou cheiro, me chamo pum.” Freqiientemente o poeta procura enxergar uma situa- ao como a crianga faria (0 que é um pouco diferente de “voltar a ser crianga”) e extrai dai o humor. £ 0 que se vé nos dois proximos exemplos: 0 primeiro de Cliudio Feldman, em Maga-do-humor; 0 segundo de Gustavo Finkler, em A mulher gigante. IRMAZINHA —Joaozinho, esta manha Um anjo lhe trouxe a irma. Quer vé-la, j4 de cueiro? ~ Sim; mas 0 anjo primeiro. O QUARTINHO DOS FUNDOS (trecho) Quem é que nao tem um quartinho com mistério? Eo quartinho dos fundos. Scanned with CamScanner 880 QUE-B QUALIDADE EAL LITERATURA INFANTILE JUVENILE No quartinho dos fundos eu encontrei uma garrafa toda diferente obi que cuspia e ai pensava que era gente... No quartinho dos fundos eu encontrei um radio velho que falava varias linguas e ainda cantava um negocio diferente... A brincadeira de subverter as expectativas (tanto no co- tidiano, quanto no campo das idéias ou das palavras, como vimos anteriormente), muitas vezes parece inofensiva, ino- cente, ingénua. E muitas vezes pode ser isso tudo mesmo, Mas nao custa lembrar que uma das maiores armas do hu- mor é justamente_apresentar, la despretensao e da itreveréncja, uma visao critica, w st lento, uta neva forma de pensar 9 mundo e revelar seus absurdos, s contradicoes, suas injusticas. Basta dizer que em varios eonicatbs da histéria da humanidade 9 humor foi comba- tido pela Igreja ou pelos poderosos de plantao, como sendo perigoso, subversivo, irresponsavel, indesejavel. Mas é importante ressaltar, ‘quemesmo um humor que nio © gosto pelas palavras, surpresa 58 Por, meio de um poema 10 esse, a crianca des: confiar (se ~ iver. Cortera, de que qualquer texto pode escon- der outros, pode trazer a idéia nova, Opensamento novo. Neste Sentido, o humor nao deveria nunca ser acusado. de promover Jagramente.ocotetenimentora diversio-descompspmissade., Scanned with CamScanner PORSIA E HUMOR PARA CRIANGAS 89 Tal acusacao, no caso il, pode escon- der certa preocupagao Ye ordem “ “pedagég > wma postura talvez meio casmurra, que nao vé com bons olhos a brinca- deira, sempre roubando o 0 tempo de coisas “sérias” ¢ educa- tivas. Mas quem, hoje, desconhece.o valor da brincadeira na educagio? Para concluir, vale sublinhar mais uma vez que a “divisao” apresentada aqui tem um viés bastante pessoal e que, como toda tentativa de classificacao, implica uma simplificacao, es- pecialmente no caso dos autores citados. E evidente que José Paulo Paes ¢ Elias José, por exemplo, apesar de mais voltados para a brincadeira e o humor, tém muitos momentos de li- rismo. Da mesma forma, Cecilia e Roseana nao abrem mio, de forma alguma, do jogo e do humor, mas nao é 0 elemento central de sua poesia. De qualquer forma, seja apostando no lirismo, seja apos- tando no hidico, ou ainda mesclando os dois, talvez 0 mais importante seja insistir sempre que a poesia (assim como walquer_arte) nao deve ser feita para_ensinar bons modos, fF ecologia trios 0, datas comemorstvak, regras ¢ de tra si- para.a a a aoe 0) encantamento ‘com a palavia € a pargin a palavra. Quando isso acontece a poesia costuma ter 0 agradavel “efeito colateral” de despertar o gosto pela leitura e pela es- crita. E quem gosta de ler e escrever, provavelmente ir usar a linguagem com mais intimidade e seguranca, mesmo que is se torne um poeta, mas sim um advogado, jogador de futebol, médico, vendedor de flores ou de abacaxis. _ Tutebol, médico, vendedor de flores ou de ; ) Scanned with CamScanner tuna INFANTILE JUVENILE REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AZEVEDO, Ricardo, Dezenove poemas desengongados. Sio Paulo: Atica, 1998, CAPPARELLI, Sérgio, Come-vento, Porto Alegre: L&PM, 1988. 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Fruta no ponto, $0 Paulo: FTD, 1986. —— Jardins, Rio de Janeiro: Manati, 2001. ORTHOE Sylvia. A poesia é uma pulga, Sao Paulo: Atual, 1992. AES, José Paulo. £ isso ali. Sao Paulo: Salamandra, 1984. ——.. Poemas para brincar. Sao Paulo: Atica, 1990. QUEIROS, Bartolomeu Campos de. As patas da vaca. Sio Paulo: Global. [s.d.] Coragao nao toma sol. Sao Paulo: FTD, 1989, . Correspondéncia, Belo Horizonte: Miguilim, 2001. Estria em trésatos, Sio Paulo: Global. [s.4.] Pedro, Belo Horizonte: Miguilim, 2001. SURRALLES, Carmen Garcia. “Humour espagnol pour enfants espagnols.” In: PERROT, Jean. humour dans la littérature de jeunesse. Paris: In Press, 2000. (tradugao nossa) Scanned with CamScanner

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