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LISBOA ABRIL 93 EpicAo DGE Do REGULAMENTO DE SEGURANCA DE Linnas Evéctricas pe ALTA TeNsAo FICHATECNICA: Tito lgdo DGE do Regulamarto de Saguanes de Linhae Eisetroas do Aka Teneo Drees ng Vasco Cousole ‘autora Direc ce Sonigns de Energia Eletica Coordenaca Eatoral © Disibigao Do de Iformagao Eigao Dieopso-Geral de Ergin e401 79805 20/31 Lema Aaa 01)785 1990 + Fan (01) 78988 40 Design Liu ~ Design - Estudos ¢ rojeetoe, Ls ‘impress oo & Fins — MAFRA Trager 1500 exempiares Roget (san orec0s0.55-7 piso Legal Nv esst09 DECRETO-LEIN2 180/91 de 14 de Maio Considerando 0 Regulamento de Seguranga de Linhas Eléctricas de Alta Tensao, aprovadopelo Decreto n2 46.847, de 27 de Janeiro de 1966, foi apenas objecto de revisées parciais através dos Decretos Regulamentares n° 14/77 e 85/84, de 18 de Fevereiro © de 31 de Outubro, respectivamente; Considerando que a evolugao técnica entretanto verificada justifica a sua revisdo global, de molde a ajusta-lo as novas realidades; Considerando a necessidade de se estabelecer o enquadramento legal em que sera aprovado 0 novo regulamento; Foram ouvidos os érgaos de governo proprio das Regides Autnomas dos Agores e da Madeira: Assim: Nos termos da alinea a) do n.? 1 do artigo 201. da Constituicdo, o Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1.2 E revogado 0 Decreto n.2 46 847, de 27 de Janeiro de 1966, que aprovou o Regulamento de Seguranga de Linhas Eléctricas de Alta Tenso, Antigo 2.° (O novo Reguiamento de Seguranga de Linhas Eléctricas de Alta Tensao sera aprovado mediante decreto regulamentar. Artigo 32 ‘Aaplicagao do regulamento reterido no artigo anterior as Regides Auténomas dos Agores e da Madeira é efectuada mediante diploma regional adequado, Artigo 4.2 0 disposto no artigo 1.° sé produz efeitos a partir da data da entrada em vigor do regulamento previsto no artigo 2. Vistoe aprovado em Conselhode Ministros de 28 de Margo de 1991. — Anibal Anténio Cavaco Silva— Vasco Joaquim Rocha Vieira — Lino Dias Miguel — Luis Fernando Mira Amaral — Joaquim Martins Ferreira do Amaral. Promulgado em 24 de Abril de 1991 Publique-se. © Presidente da Republica, Mario Soares. Referendado em 29 de Abril de 1991 0 Primeito-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. DECRETO REGULAMENTAR N.? 1/92 de 18 de Fevereiro ‘A regulamentagao de seguranca das instalagdes eléctticas reveste-se da maior relevancia, nao 6 em consideragéio vida humana como a actividade econdmica, € carece de constante actualizagdo decorrente da evolugao da técnica e do aparecimento de novos materials e equipamentos. © anterior Regulamento de Seguranga de Linhas Eléciricas de Alta Tenséio, anexo 20 Decreton? 46 847, de 27 de Janeiro de 1966, foi objecto de alteragdes parciais por intermédio dos decretos regulamentares n.* 14/77 @ 85/84, de 18 de Fevereiro e de 31 de Outubro, respectivamente, carecendo porém de uma reviséo global. Dada a sua extenséo e complexidade, esta revisdo implicou um longo e laborioso trabalho realizado pela Direcgao-Geral de Energia e teve parecer favoravel da CORIEL - Comissdo para o Estudo e Revisdo dos Regulamentos de Seguranga das Instalagdes Eléctricas. 0 regulamento que agora se publica destina-se, naturalmente, a substituir 0 que se encontra em vigor e ‘contempla as muito altas tenses, a generalizagaio da técnica dos trabalhos em tensdo e a evolucao da técnica entretanto verificada. Assim: ‘Ao abrigo do disposto no artigo 2.° do Decreto-Lei n.* 180/91, de 14 de Maio, e nos termos da alinea c) do artigo 202.° da Constituigao, 0 Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1° 1 — E aprovado o Regulamento de Seguranga de Linhas Eléctricas de Alta tensiio, anexo ao presente decreto regulamentar e dele fazendo parte integrante. 2 — Naslinhas eléctricas de alta tensdo que, na data da entrada em vigor deste decreto regulamentar, ja possuam licenga de estabelecimento ou para as quais j4 tenha sido requerida vistoria, se no ‘carecerem de licenciamento prévio, o cumprimento das disposigdes inovadoras deste Regulamento 86 sera obrigatdrio relativamente as obras de ampliagéo, modificagdo ou renovacao. 3. — Os sevigos oficiais competentes poderdo impor, de acordo com os preceitos deste Regulamento, a execugdio das modificagées ou adaptagdes que se tornarem necessarias para a seguranca das pessoas ou da exploracao. Artigo 2.2 ‘As depesas que derivarem das modificagdes a efectuar nos atravessamentos de vias férreas, aéreos ou subterraneos, por linhas eléctricas de alta tensdo existentes & data do inicio dos trabalhos de electrificagdo de caminhos de ferro, serao suportadas pelas entidades exploradoras das linhas de alta tensdo. Antigo 3.2 presente decreto regulamentar entra em vigor decorridos 180 dias apés a data da sua publicagao. Presidéncia do Conselho de Ministros, 9 de Dezembro de 1991. Anibal Anténio Cavaco Silva — Luis Filipe da Conceigao Pereira — Joaquim Martins Ferreira do Amaral. Promulgado em 21 de Janeiro de 1992. Publique-se. 0 Presidente da Republica, Mano Soares. Referendado em 24 de Janeiro de 1992. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. REGULAMENTO DE SEGURANCA DE LINHAS ELECTRICAS DE ALTA TENSAO CAPITULO! Generalidades SECCAO! Objectivo Antigo 1.° Objectivo 1 —0 presente Regulamento destina-se a fixar as condig5es técnicas a que devem obedecer o estabelecimento a exploragiio das instalagdes eléctricas indicadas no artigo seguinte, com vista & protecgdo de pessoas e coisas e a salvaguarda dos interesses colectivos. 2 — A Direceao-Geral de Energia podera autorizar variantes as disposigdes do presente Regulamento, nos casos devidamente justificados, em que dificuldades de execugéio, despesas inerentes ou a evolugio da técnica ou das regras internacionais as aconseihem, desde que dessas variantes néo resulte diminuigdo da seguranca. SECGAO II ‘Campo de aplicagao Attigo 2.2 ‘Campo de aplicagao 1 — Opresente Reguiamento aplica-se as linhas eléctricas de alta tensdo, aéreas ou subterréneas, que ‘se designaréio abreviadamente por «linhas» 2. — Opresente Regulamento aplica-se também as linhas de telecomunicacéo adstritas & exploragdo das linhas eléctricas de alta tensdo estabelecidas nos mesmos apoios. 3 — 0 presente Regulamento nao se aplica as linhas aéreas de contacto das instalagdes de tracgao ‘eléctrica, nem aos alimentadores («feeders») aéreos dispostos ao lado daquelas. 4 — Asiinhas eléctricas de alta tenséo mencionadas no n.? 1 deverdo obedecer, na parte aplicavel e a que ‘se ndo oponha o presente Regulamento, as demais prescrigGes em vigor e, bem assim, as regras da técnica, 5 — Para efeitos de aplicacao do presente Regulamento, considera-se, nas instalagées de corrente altemada, que os valores das tensdes e das intensidades de corrente so valores eficazes, salvo especiticado em contrério. — Para eteitos de aplicacao do presente Regulamento adoptam-se as definigbes constantes do artigo ae, Comenti [A asignago de instalages de traceao oléctrica engloba ae caminhoe de fero electifcados @ as inctalapdes de tracgao eéctrica urbana ou suburban, SECGAO IN) Classes Artigo 3.2 Classes Conforme a sua tensao nominal, as instalagdes sao classificadas nas trés classes seguintes: a) 1.*classe: instalagao cuja tensao nominal ndo ultrapassa 1000 V em corrente altemada ou 1500 V em corrente continua b) 2°classe: instalagao cuja tenséo nominal 6 superior aos valores acima indicados e inferior 40.000 V: ¢) 3.*classe: instalagao cuja tensao nominal 6 igual ou superior a 40 000 V. Comentarios: 1 — Asinsialagdes de 1 "classe incivam as rode ce distibuicdo de baixa tensio,objecto do Regulamento de Seguranga de Redes de Distrbuciio de Energia Eléctrca em Baixa Tenséo. 2 — As insalagbes do alta tonsso compeeendem as 2." ¢3" classes, SECCAO IV Definigses Antigo 42 Definigées 11 — Acessério de condutor ou de cabo de guarda — Designacao genérica dos acessérios instalados, ‘ao longo dos condutores ou dos cabos de guarda. Comentirio: ‘Sto exomplos destesacessérios as unides, os igadores, 0 soparadores, 0s amortecedores de vibracéoe.as bolas de balizagem 2 — Acessério de fixagéo de condutores nus ou de cabos de guarda ou, simplesmente, acessorio de fixagaio — Elemento que, ndo fazendo parte de isoladores, se emprega para, em condigbes pré- determinadas, sujeitar os condutores aos isoladores (ou as cadeias de isoladores) ou os cabos de guarda aos apoios. Comentério: ‘So oxemplos destes acesséros as flagas @ as pingas. 3 — Acessério de isoladores de cadeia ou de cadeia de isoladores - Elemento que, nao fazendo parte dos isoladores, permite, relativamente ao apoio © ao condutor, a articulagaio do isolador de cadeia ou da cadeia de isoladores, ou, em certos casos, a propria arficulagao da cadeia de isoladores. ‘Comentério: So exemplos destes acessérios os elos-bola, os garfos-lnal, as menihas, as bolas-duplas, ot. 4 — Acessério de reparticao do campo eléctrico — Elemento que assegura uma pretendida distribuigéo do campo etéctrico nas imediagées dos isoladores. ‘Comentério: ‘Sto exemplos destes acessérios 0s anéis de querda, as hasies de descarga, os cones ditusores, etc 5 — Anel ou anel de guarda — Anel metalico colocado num ou noutro extremo, ou em ambos, de uma cadeia de isoladores, para assegurar uma proteceao contra os arcos de descarga eléctrica e uma melhor repartigao do potencial pelos elementos da cadeia, 6 — Apoio — Elemento de uma linha aérea destinado a suportar os condutores, os cabos de guarda, os isoladores € os acessérios. a — Apoio de alinhamento — Apoio situado num trogo rectiiineo da linha. 10 8 — Apoio de. \gulo — Apoio situado num ngulo da linha. 9 — Apoio de derivagdo ~ Apoio onde se estabelecem uma ou mais derivagées. 10. — Apoio de fim de linha — Apoio capaz de suportar a totalidade dos esforgos que os condutores @ os cabos de guarda the transmitem de um sé lado da tinna. 11. — Apoio de reforgo— Apoio destinado a suportar esforgos longitudinals para reduzir as consequéncias resultantes da rotura de condutores ou de cabos de quarda. 12 — Apoio de travessia ou de cruzamento ~ Apoio que limita um vao de travessia ou de cruzamento. 13 — Aproximagao ~ Posigao relativa de uma linha com outra canalizagao, eléctrica ou nao, quando os efeitos electromagnéticos provocados pela linha de energia sobre essa canalizacao tém importancia suficiente para criar nesta, ou por seu intermédio, situagdes de perigo ou de perturbagao. 14. — Arco de condutor — Trogo de condutor destinado a assegurar a continuidade eléctrica, sem esforgo ‘mecanico, entre dois trogos de condutor de uma linha aérea, entre um condutor de uma linha aérea um condutor de uma linha subterranea ou entre um condutor de uma linha aérea e um aparelho. 15. — Cabo de quarda — Cabo nu colocado, em regra, acima dos condutores de uma linha aérea ¢ ligado a terra nos apoios. Comentario: (© cabo de quarda também 6 frequentemente designado por cabo de tera 16 — Caboisolado ou simplesmente cabo — Condutorisolado provide de bainha ou conjuntodecondutores, isolados devidamente agrupados, provido de bainha, tranga ou outra envolvente comum. Comentario: {Quando © cade for dotado de armadura designa se por cabo armado» 17 — Cabos isolados agrupados em feixe (torgada) — Cabos isolados apropriados para linhas aéreas de alta tensao cableados em tomo de um tensor isolado, 18 — Cabo nu—Condutor nu multifilar em que os varios fios constituintes estdo enrolados em hélice. 19 — Cadeia de isoladores de cadeia ou, simplesmente, cadeia de isoladores ~ Associagao de dois. ‘ou mais isoladores de cadeia destinada a garantir as condi¢des de isolamento do condutor. Comentirio: Acadia de isoladores & geralmente formada por isoladores de cadelaiquats,articulados uns nos outs. 20 — Cantéo de uma linha aérea ~ Poreao de uma linha compreendida entre dois apcios, nos quais os condutores sao fixados por amarragdes. 21. — Gatenéria— Forma de curva tomada por um condutor, compardvel a uma corda infnitamente flexivel e inextensivel, suspensa entre dois apoios, definida pela equagso: . fe a(eount =} ‘em que p é 0 parametro da curva (ver definigdo n.° 62), ‘Comentario: Nos casas correntes a caters pode ser substituica por uma parabola de equaga: toe y= ype ‘A catenéria representa um cabo de massa constarte por unidade de comprimento medida ao longo da curva ‘enquanto que a parabola representa um cabo de massa constante or unidade de comnprimento projectada sobre um plano horizontal, ‘Alecha calculada pela formula da pardbola 6 menor que no caso da catendria. Quando o véo€ sufcientemente ‘grande ou fortemente desnivelado, podem resulta eros sigiicativos quando se adopta a simplticagéo. 22. — Circuito de terra — Conjunto de condutores de terra, eléctrodos de terra e respectivas ligagdes. 23 — Componenteisolante dos isoladores— Poca de material dieléctrico com caracteristicas,intrinsecas e de superficie, adequadas & manutengo, por tempo indeterminado, da tenséio aplicada entre 0 condutor e a estrutura dos apoios. Comentario: |As componentes isolantes sfo, em regra, de porcelana, de vidro ou de resinas ariciis, 24 — Componente metatica dos isoladores — Poca metdlica, protegida contra a corrosao, sem a qual no 6 possivel a utlizagao das componentes isolantes dos isoladores. ‘Comentério: Siio exemplos de components metilcas des Isoladores os forts de supore, as insergdes metilicas, as campainulas e 0s espigdes. Nao sio componentes metalicas, mas materia igantes, os casquilios roscados dos Isoladores rgidos. 25 — Comprimento de vio - Distancia, medida na horizontal, entre dois apoios consecutivos de uma linha aérea. 26 — Condutor — Elemento destinado a conducdo eléctrica, podendo ser constituide por um fio, conjunto de fios devidamente reunidos, ou por perfis adequados. Comentério: ‘As explessées ~condutor» ¢ «eondutores» S80 por vezes empregadas om sentido lato, abrangendo, portanto, os Ccondutores nus, os condutores isoladas @ 0s cabs isolados. 27 — Condutor de terra - Condutor destinado a assegurar a ligagaio entre um ponto de uma instalagio & o eléctrodo de terra, 12 28 — Condutor isolado - Condutor revestido de uma ou mais camadas de material isolante que asseguram o seu isolamento eléctrico. Comentirio: ‘So expressamente incluidos nesta designagao 0s condutores isolados em feixe vuigarmente designadcs por ‘storgada 0 utiizados em baa tonsio. 29 — Condutor multifilar - Condutor constituido por varios flos sem isolamento entre si. 30 — Condutor miitiplo — Conjunto de condutores elementares regulados com fiechas iguais mantidos entre si a uma distancia constante, formando um feixe. ‘Comentario: ‘Quando © feixe 6 conettuide por dois condutores 6 habitual ulizar-sa a designagio de =condutoros geminados 31 — Condutor nu ~ Condutor que nao possui qualquer isolamento exterior. Comentétto: 0s condutores nus s0.condutores propos para innas aéreas, podendo set unilares cu mulifiares cableados, pelo que so normaimente designados por «ios nus» ou

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