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All the Young Dudes

Posted originally on the Archive of Our Own at http://archiveofourown.org/works/27582395.

Rating: Mature
Archive Warning: Graphic Depictions Of Violence, Major Character Death, No Archive
Warnings Apply
Category: M/M
Fandom: Harry Potter - J. K. Rowling
Relationship: Sirius Black/Remus Lupin, James Potter/Lily Evans Potter
Character: Remus Lupin, James Potter, Sirius Black, Lily Evans Potter, Peter
Pettigrew, Severus Snape, Minerva McGonagall, Bellatrix Black
Lestrange, Narcissa Black Malfoy, Albus Dumbledore, Mulciber Sr.
(Harry Potter), Horace Slughorn, Mary Macdonald, Marlene McKinnon,
Poppy Pomfrey, Walburga Black, Regulus Black, Fenrir Greyback
Additional Tags: Marauders, Marauders Era (Harry Potter), Marauders Friendship (Harry
Potter), Complete, Canon Compliant, Angst, Fluff and Angst, Canonical
Character Death, First War with Voldemort, First Kiss
Language: Português brasileiro
Series: Part 1 of All the Young Dudes
Stats: Published: 2020-11-15 Completed: 2022-03-28 Chapters: 197/197
Words: 567413

All the Young Dudes


by wolfuckingstar

Summary

Uma fanfic longa sobre a trajetória dos marotos em Hogwarts (a um pouco depois), sobre o
ponto de vista de Remus Lupin. A diferença em relação a história canon (original) é que o
pai do Remus está morto, e ele foi criado em um lar para crianças órfãs. Se passa entre os
anos de 1971-1995.

Esta é uma fanfic wolfstar, bem slowburn, ou seja, as coisas acontecem bem lentamente,
literalmente durante anos, mas vale a pena.

Playlist no Spotify das músicas citadas.

Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que mais
gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no twitter,
tiktok ou tumblr

A translation of All the Young Dudes by MsKingBean89


Verão, 1971: St Edmund's

Sábado 7 de agosto , 1971.

Ele acordou no escuro. Estava muito quente no quartinho que o colocaram, sendo começo de
agosto. Embora, supôs que pudesse ser a febre. Ele sempre ficava com a temperatura alta na manhã
seguinte. Costumavam o deixar em um quarto com uma janelas, mas há uns meses ele quebrara
uma delas, e se não fossem as barras de ferro, teria escapado. Havia os escutado falar sobre o
conter quando ele ficasse mais velho. Estava tentando não pensar sobre isso.

Se lembrou da sensação de fome, tão intensa que se tornava fúria. Lembrou uivar e lamentar por
horas, circulando a cela de novo e de novo. Talvez o deixassem de fora das aulas hoje e, então,
poderia dormir. Era férias de verão de qualquer jeito, e não era justo que tivesse aulas enquanto os
outros meninos ficavam o dia todo descansando, jogando futebol ou assistindo televisão. Sentando,
se espreguiçou com cuidado, prestando atenção a cada dor e estalo de suas juntas. Havia um corte
novo, feito por uma garra afiada, atrás de sua orelha esquerda, e uma mordida profunda na sua coxa
direita.

Esfregou a mão na cabeça, onde seu cabelo estava raspado bem perto do couro cabeludo e era
espetado sobre seus dedos .Ele odiava, mas todo os meninos do abrigo tinham a mesma careca
espetada. O que significava que, quando podiam ir a cidade nos fins de semana, todos sabiam que
eram rapazes de St. Edmund – o que muito provavelmente era a intenção. Os donos das lojas
sabiam em quem ficar de olho. Não que os garotos tentassem subverter as expectativas. Tinham lhe
falados tantas vezes que eram a escória da sociedade; tinham sido deixados para trás e ignorados -
então porque não causar um pouco de problema?

Remus ouviu passos no fim do corredor. Era a diretora; podia sentir seu cheiro, escutar as batidas
de seu coração. Seus sentidos sempre estavam mais aguçados após um de seus episódios. Ele se
levantou, puxando o cobertor ao seu redor de si apesar do calor, e foi em direção a porta para
escutar melhor. Ela não estava sozinha, havia um homem em sua companhia. O cheiro dele era
antigo e, de alguma forma, diferente. Um odor forte de ferro que vagamente lembrava Remus de
seu pai. Era magia.

"Você tem certeza que não está perdendo seu tempo?" Ela perguntou ao estranho. "Ele é um de
nossos piores casos."

"Ah, sim." O homem respondeu. Sua voz era rica e calorosa como chocolate quente. "Nós temos
certeza. É aqui que vocês o mantém durante...?"

"Os episódios." A diretora completou em sua voz esganiçada e nasalada. "Para sua própria
proteção. Ele começou a morder, depois de seu último aniversário."

"Entendo." O homen soava pensativo, ao invés de preocupado. "Se me permite perguntar, senhora,
o que é que você sabe da condição do jovem garoto?"

"Tudo que eu preciso saber." Respondeu friamente. "Ele está aqui desde os cinco anos. E sempre
nos deu trabalho - não só porque é um do seu tipo."

"Meu tipo?" O homem respondeu, calmo e impassível. A voz da Matrona ficou quase tão baixa
quanto um sussurro, mas Remus ainda era capaz de escutar.
"Meu irmão era um. Não o vejo há anos é claro, mas ocasionalmente ele ainda me pede favores. St
Edmunds é uma instituição muito especial. Somos equipados para casos problemáticos. " Remus
escutou o chacoalhar de chaves. "Agora, eu preciso vê-lo primeiro, geralmente tenho de fazer
curativos. Eu não entendo porque você decidiu visitá-lo após a lua cheia em primeiro lugar, se já
sabia o que ele era."

O senhor não respondeu, e a diretora se dirigiu ao quarto de Remus, seus saltos de couro
envernizado estalando no piso de pedra. Ela bateu na porta três vezes.

"Lupin? Está acordado?"

"Estou." Ele respondeu, puxando a coberta para mais perto de seu corpo. Suas roupas eram
retiradas para evitar que voltassem em pedaços.

"Estou, diretora." Ela o corrigiu, através da porta.

"Estou, diretora." Remus murmurou, enquanto a chave girava na fechadura. A porta abriu com um
rangido – antes era de madeira simples, e ele sabia que podia esmagá-la facilmente durante um
episódio, mas após o incidente da janela, tinha sido reforçada com uma chapa de prata. Só o cheiro
já o deixava nauseado e com dor de cabeça. A luz invadiu o quarto como uma onda e ele piscou,
desconfortável. Deu um passo para trás, automaticamente, quando a mulher entrou no quarto.

Ela era uma mulher pontuda, semelhante a um pássaro, com um nariz fino e alongado e lustrosos
olhos escuros.

"Precisa de alguma atadura, dessa vez?"

Ele lhe mostrou as feridas. Não estavam mais sangrando. Havia percebido que os ferimentos
infringidos por si, apesar de profundos, se curavam mais rápido que qualquer outro corte ou
arranhão; nunca nem precisava de curativos. Contudo, as cicatrizes nunca desapareciam, elas
desbotavam e deixavam marcas esbranquiçadas por todo seu corpo. A diretora ajoelhou, passando
antisséptico e o envolvendo com uma gaze que pinicava. Isto feito, o entregou suas roupas e ele se
vestiu rapidamente na frente dela.

"Você tem visita." Ela disse, finalmente, enquanto Remus passava a camiseta sobre a cabeça. Era
cinza, como a de todos os outros.

"Quem?" Ele perguntou, olhando-a nos olhos, pois sabia que ela não gostava.

"Um professor. Está aqui para conversar sobre uma escola."

"Não to afim." Respondeu, ele odiava a escola. "Fala pra ele dá o fora."

A diretora lhe deu um puxão de orelha. Já esperava, então nem se encolheu.

"Controle a língua." Brigou. "Vai fazer como foi mandado ou vou te deixar aqui pelo resto do dia.
Agora vamos." A mulher agarrou seu braço e o puxou para frente.

Ele franziu a sobrancelha, pensou em se livrar dela, mas não tinha motivo. Poderia ser trancafiado
novamente, e agora estava curioso sobre o estranho. Principalmente porque o cheiro de magia
ficava cada vez mais forte à medida que avançavam pelo corredor sombrio.

O homem que os esperava era bem alto e estava vestido no terno mais estranho que Remus já tinha
visto. Era de um marrom profundo, e as mangas e lapela possuíam um bordado dourado caprichoso.
Sua gravata era azul meia noite. Ele deveria ser bem velho de fato — seu cabelo era branco como
a neve, e possuía uma barba incrivelmente longa que devia chegar no umbigo. Estranho como era,
Remus não se sentiu intimidado como sentia com a maioria dos adultos. O homem tinha olhos
gentis que sorriam para ele por trás do óculos meia-lua conforme eles se aproximavam.

"Sr. Lupin." O senhor disse, calorosamente. "É um prazer conhece-lo."

Remus encarou, em transe. Ninguém nunca havia se dirigido a ele com tanto respeito antes. Ele se
sentiu quase envergonhado. Apertou a mão do homem, sentindo um choque ao fazê-lo. Como tocar
uma cerca elétrica.

"Oi." Respondeu, ainda o fitando.

"Eu sou o Professor Dumbledore. Gostaria de me acompanhar num passeio pela área? O dia está
tão bonito."

Remus olhou para a diretora, que acenou com a cabeça. O que fez valer a pena ter que conversar
sobre escola com um desconhecido vestido de forma tão diferente - já que ela nunca o deixava sair
nas luas cheias, nem mesmo com supervisão.

Eles passaram por mais alguns corredores, apenas os dois. Remus tinha certeza que nunca vira
Dumbledore em St Edumunds antes, mas ele certamente parecia saber o caminho. Quando
finalmente chegaram ao lado de fora, o garoto inspirou profundamente, os raios de sol quentes o
encobrindo. A “área”, como o homem havia dito, não era muito grande. Um pedaço de grama
amarelada na qual os meninos jogavam futebol e um pequeno pátio com ervas daninhas crescendo
nas rachaduras do concreto.

"Como está se sentindo, Sr. Lupin?" O senhor perguntou. Remus deu de ombros. Se sentia igual a
todas as outras vezes. Machucado e cansado. Dumbledore não o repreendeu por sua insolência,
apenas continuou a sorrir enquanto eles rodeavam lentamente a cerca que demarcava o perímetro
do terreno.

"O que você quer?" Remus finalmente perguntou, chutando uma pedrinha de seu caminho.

"Eu suspeito que você tenha alguma noção." Dumbledore respondeu. Ele alcançou o bolso, de onde
tirou um saco de papel marrom. Remus sentiu o cheiro de balinha de limão, e como esperado,
Dumbledore o ofereceu uma. Ele aceitou e a chupou.

"Você é mágico." Disse seco. "Como meu pai."

"Você se lembra de seu pai, Remus?"

Ele deu de ombros novamente. Não se lembrava muito bem. Tudo que sua memória era capaz de
recordar era a figura alta e magra de um homem que vestia uma capa longa, enquanto se debruçava
sobre o corpo do menino, chorando. Assumiu que tinha sido a noite que foi mordido, se lembrava
disso bem o suficiente.

"Ele era mágico." Remus disse. "Fazia coisas acontecerem. Minha mãe era normal."

Dumbledore sorriu gentilmente à ele.

"Foi isso que sua diretora te contou?"

"Algumas coisas, outras eu já sabia. Ele está morto, de qualquer forma, se matou."

Dumbledore parecia ter sido pego de surpresa com isso, o que agradou Remus. Era algo a se
orgulhar, ter uma história trágica. Ele não pensava no pai com frequência, a não ser para considerar
caso teria se matado se ele não tivesse sido mordido. Remus continuou;

"Mas minha mãe não morreu, ela só não me quis. Então to aqui." Olhou ao redor. Dumbledore
tinha parado de andar. Estavam na parte mais afastada do terreno agora, perto das cercas altas.
Uma delas tinha uma tábua solta que ninguém sabia sobre. Remus conseguia passar por ela se
quisesse e ir em direção a cidade pela estrada principal. Nunca fazia nada em particular, só vagava
por aí esperando a polícia o encontrar e o levar de volta. Era melhor que não fazer nada.

"Você gosta daqui?" Dumbledore estava perguntando. Remus bufou.

"Claro que não, cacete." Observou Dumbledore pelo canto do olho, mas não ficou em problemas
por falar um palavrão.

"Não, não imaginei." O senhor reconheceu. "Me contaram que você é um pouco encrenqueiro, está
correto?"

"Não sou pior que os outros." Remus retrucou. "Somos todos garotos problemáticos."

"Sim, eu vejo." Dumbledore esfregou sua barba como se Remus tivesse dito algo extremamente
significativo.

"Tem mais uma bala?" Remus estendeu a mão com expectativa. Dumbledore entregou à ele o saco
e ele quase não acreditou em sua sorte. O velhote era fácil de manipular. Ele mastigou o
quadradinho dessa vez, sentindo ele quebrar como vidro entre seus dentes. O gostinho de limão
explodindo em sua língua como fogos de artifício.

"Eu sou diretor de uma escola, você sabia. A mesma que seu pai frequentou."

Isso desnorteou Remus. Ele engoliu o docinho e coçou a cabeça. Dumbledore continuou;

"É uma escola especial. Para bruxos, como eu. E como você. Você gostaria de aprender magia
Remus?"

Remus balançou a cabeça fervorosamente.

"Eu sou muito burro." Disse firme. "Não vou conseguir entrar."

"Tenho certeza que isso não é verdade."

"Pode perguntar pra ela." Remus virou a cabeça em direção ao grande edifício cinzento na qual a
diretora os esperava. "Eu mal consigo ler. Não sou nada inteligente."

Dumbledore o olhou por um longo tempo.

"Você não teve uma vida muito fácil, Sr. Lupin, e eu sinto muito por isso. Eu conheci seu pai –
apenas um pouco – e tenho certeza que ele não iria querer que... De qualquer forma, estou aqui
para te oferecer algo diferente. Um lugar com pessoas como você. Talvez até alguma forma de
canalizar toda essa raiva que há dentro de você."

Remus o encarou. Que diferença faria, se estivesse numa casa ou outra? A diretora nunca lhe dava
doces, e não cheirava à magia. As crianças da escola de Dumbledore não poderiam ser piorres que
os meninos de St Edmunds, e se fossem, ele pelo menos conseguia se virar em uma briga. Porém,
sempre tinha um porém.
"E meus episódios?" Ele perguntou, cruzando os braços. "Eu sou perigoso, sabia?"

"Sim, Remus, eu sei." Respondeu soando triste. Pousou uma mão sobre o ombro de Remus, bem
gentilmente. "Vamos ver o que podemos fazer a respeito. Mas deixe isso comigo."

Remus o afastou e comeu outra balinha de limão. Eles voltaram ao prédio em silêncio, ambos
satisfeitos que agora se compreendiam.
Primeiro Ano: O expresso de Hogwarts
Chapter Summary

Remus conhece Os marotos.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter, tiktok ou tumblr.

Remus coçou sua cabeça, depois o nariz, que ainda estava escorrendo. Isso estava o incomodando
desde o jantar na noite passada, quando um outro menino o socou. Para ser sincero, ele o tinha
chutado primeiro, mas o menino – Malcolm White – tinha quatorze anos e duas vezes o tamanho
de um Remus, de onze. Malcolm tinha feito alguma piada sobre ele estar indo para uma escola
especial para crianças atrasadas, e ele não podia deixar barato. Agora ele tinha um olho roxo, cujo
se arrependia. Todos na nova escola iriam achar que ele era um valentão, mas então, talvez ele
realmente fosse um.

A diretora afastou com um tapa a mão de Remus de sua cabeça e ele lhe lançou uma careta.
Estavam parados na enorme plataforma de King’s Cross, encarando os números das duas
plataformas. Havia uma de número nove, e então dez. A diretora olhou para a carta em sua mão de
novo.

“Pelo amor de deus.” Ela resmungou.

“Nós temos que correr em direção a parede.” Remus diz, “Eu te disse.”

“Não seja ridículo. Eu não vou correr em direção a nada.”

“Eu vou, então. Me deixa aqui.”

Remus não tinha acreditado muito em Dumbledore quando ele explicou como acessar a plataforma
9 ³/4. Mas então, pacotes começaram a ser entregues por corujas, contendo livros estranho, roupas
esquisitas e todo tipo de bugigangas como penas e pergaminhos. Dumbledore foi extremamente
generoso ao longo do mês anterior, presenteou Remus com uma lista de itens que precisaria em sua
nova escola, e prometeu enviar o máximo que pudesse dos suprimentos de segunda mão de
Hogwarts. A essa altura, estava disposto a acreditar em qualquer coisa que o velho falasse.

Ele nunca havia tido tantos pertences, e, na verdade, ficou até feliz quando a diretora trancou tudo
em seu escritório para que nada fosse pego por outros meninos. Agora, todas suas coisas estavam
amontoadas em uma velha mala surrada que havia sido doada. Remus tinha que segura-la de um
jeito bem específico para que não desmontasse.

"Eu não vou te deixar em lugar nenhum, Lupin. Só espere aqui enquanto eu tento achar um
guarda.” A diretora saiu andando na direção da bilheteria, seu grande traseiro balançando enquanto
ela avançava. Remus olhou ao redor furtivamente, então lambeu seus lábios. Aquela poderia ser
sua única chance.

Ele correu na direção a parede em velocidade máxima, fechando seus olhos com força quando
começou a se aproximar. Mas ele não bateu em nada. A atmosfera havia mudado, e ele abriu os
olhos, se vendo de pé em uma estação completamente diferente, cercado de pessoas. Não pessoas.
Bruxos.

O trem em si era enorme, lindo e antiquado. ‘O expresso de Hogwarts.’ Ele se agarrou a sua mala
com ambas mãos, mordendo seu lábio. Haviam várias crianças, da sua idade e mais velhas, mas
todas estavam com as suas famílias, algumas delas choravam enquanto eram abraçadas e beijadas
por mães protetoras. Remus se sentiu muito pequeno e muito sozinho, e pensou que seria melhor se
ele só se apressasse e subisse no trem.

Lá dentro, ele não conseguia alcançar o bagageiro para guardar suas coisas, então entrou em um
compartimento vazio e colocou a mala ao seu lado no banco. Observou as pessoas na plataforma
pela janela, pressionando sua testa sobre o vidro frio. Se perguntou se todas aquelas crianças
vinham de famílias bruxas. Se perguntou se alguma delas tinham episódios como ele tinha.
Provavelmente não, já que nenhuma delas pareciam ter cicatrizes. Muitas crianças estavam
vestindo roupas normais, como ele (embora com menos buracos e manchas), mas algumas vestiam
longas vestes escuras e chapéus pontudos. Muitas delas tinham corujas, ou carregavam gatos em
cestas. Ele até viu uma menina com um pequeno lagarto pendurado no ombro.

Remus estava começando a se sentir ainda mais nervoso, o estômago revirando ao realizar que,
mesmo com Dumbledore dizendo tudo aquilo sobre ‘estar entre pessoas como ele’, estaria tão fora
do lugar em Hogwarts como em qualquer outro colégio ou instituição.

Só então que percebeu que alguém o encarava da estação. Outro menino, da sua idade. Ele era alto
e esguio, mas não magro como Remus. Tinha cabelos pretos, mais longos que o de qualquer
menino que ele já tinha visto, que se enrolavam graciosamente em seus ombros. As maçãs de seu
rosto eram salientes, os lábios grossos e olhos surpreendentemente azuis. Quando o menino
percebeu que o encarava, arqueou uma sobrancelha perfeita em um gesto que claramente
significava ‘o que você está olhando?’

Remus colocou sua língua por debaixo de seu lábio inferior, fazendo seu queixo inchar em uma
careta feia. O outro menino sorriu levemente, levantando os dois dedos para ele. Remus quase
gargalhou.

“Sirius, o que você pensa que está fazendo? Venha para cá de uma vez.” Uma mulher severa, com
as mesmas sobrancelhas angulares que o garoto, apareceu em sua visão, arrancando seu filho da
frente da janela. O menino rolou os olhos, mas obedeceu, desaparecendo plataforma a dentro.

Remus jogou suas costas sobre o estofado de couro batido e suspirou. Estava ficando com fome,
esperava que a viagem não fosse ser tão longa. A diretora havia empacotado dois sanduíches de
queijo e picles e uma maçã, mas Remus não gostava muito deles.

Depois de alguns minutos, a porta do compartimento foi aberta, e uma menina entrou apressada.
Ela o ignorou, correndo para a janela, pressionando as mãos contra o vidro e acenando
freneticamente para sua família em pé na plataforma. Ela era bem pequena e pálida, seu cabelo
ruivo e brilhoso estava amarrado para trás em uma trança apertada. Seu rosto estava inchado de
tanto chorar.

Ela continuou acenando enquanto o trem andava, e seus pais faziam o mesmo, mandando beijos.
Uma garota de cara azeda estava parada ao lado deles, seus braços cruzados. Quando o trem já
havia deixado a estação completamente, a menina ruiva se sentou de frente para Remus, suspirando
profundamente. Ela o olhou com grandes olhos verdes, molhados de lágrimas.

“É tão horrível dizer adeus, não é?” Ela possuía um sotaque de alguém da classe média.

“Hm, sim, eu acho.” Remus concordou, se sentindo autoconsciente. Ele não gostava muito de
meninas. St Eddy era uma instituição apenas para meninos, e o único contato que tinham com
mulheres era a diretora e a enfermeira da escola – ambas vadias velhas e malvadas. A menina o
olhava curiosamente.

“Você também veio de uma família trouxa? Meu nome é Lily.”

“Remus,” ele respondeu “Meu pai era bruxo, mas eu não o conheci... bem, eu cresci com trouxas.”

“Eu não consegui acreditar quando recebi a minha carta,” ela sorriu calorosamente, se animando,
“mas eu não posso esperar para ver como a escola é, também está ansioso?”

Remus não conseguia pensar em como responderia ela – mas ele não precisou. A porta se abriu
mais uma vez e um garoto colocou a cabeça para dentro. Ele tinha cabelos longos e pretos, como o
menino para quem tinha feito careta, mas estes eram incrivelmente lisos. Tinha um longo nariz e
uma expressão carrancuda.

“Aí está você, Lily, estou te procurando a tempos.” Disse enquanto lançava a Remus um olhar
enojado, o tipo de olhar que ele já estava acostumado a receber.

“Sev!” Lily pulou de seu assento e jogou seus braços em torno do menino, “Estou tão feliz em ver
você!”

Ele lhe deu tapinhas no ombro timidamente, suas bochechas ficando rosa.

“Venha se sentar no meu vagão, há bastante espaço.”

“Ah...” Lily olhou para trás, “Remus pode vir? Ele está sozinho.”

“Eu não tenho certeza,” O outro menino, Sev, olhou para Remus de cima a baixo, o investigando
pedaço por pedaço. O corte de cabelo de bandido, seu jeans desgastado, a camiseta surrada, a mala
de segunda mão. “Talvez não haja tanto espaço assim.”

Remus se ajeitou desleixadamente no banco, jogando seus pés no assento oposto.

“Sai daqui, então. Eu não quero ir para o seu vagão idiota.” Então, olhou para fora da janela de
propósito.

Lily e o outro menino saíram. Remus deixou seus pés escorregarem de volta para o chão. Ele
suspirou. Estava barulhento do lado de fora. Ele podia ouvir gritos, risos, corujas piando e alguns
estudantes mais jovens ainda chorando. Mais uma vez, ele se viu trancado longe de todos os
outros. Estava começando a pensar que talvez esse seria o fardo da sua vida. Talvez, quando
chegassem a Hogwarts, eles o forçariam a dormir em uma cela sozinho também.

Houve uma batida repentina na porta – um som curto e animado – e então ela se abriu mais uma
vez. Remus afundou ainda mais em seu assento, enquanto um menino de rosto amigável com
cabelos escuros bagunçados e óculos redondos entrou, sorrindo.

“Eaí!” Ele estendeu sua mão para Remus, “Primeiro ano? Eu também, sou James.” Ele acenou sua
cabeça para trás na direção de um menino baixinho que o seguia. “Este é Peter.”

Ele apertou a mão de James. Fora fácil e confortável. Pela primeira vez, o forte nó de seu estômago
começou a se desatar.

“Remus.”

“Podemos sentar aqui? Todos os outros vagões estão cheios e Peter está ficando enjoado por causa
da viagem de trem.”

“Não estou não.” Peter murmurou, se sentando do lado oposto a Remus, o olhando com cautela.
Ele parecia um pouco verde enquanto esfregava suas mãos em seu colo e encarava o chão.

“Sabe em qual casa você vai entrar?” James perguntou a Remus, diretamente. Ele balançou a
cabeça. Não sabia nada sobre casas. Seria o lugar onde eles dormiriam? “Seus pais eram de qual
casa?” James insistiu. “Eles estudaram em Hogwarts?”

Remus acenou, vagarosamente.

"Meu pai estudou sim, mas eu não sei de qual casa ele era. Minha mãe não. Ela era norm—
trouxa.”

Peter olhou para ele de repente.

“Você é mestiço?”

Remus encolheu os ombros, impotente.

“Cala a boca, Pettigrew.” James brigou com o menino ao seu lado, “Como se isso se quer fosse
importante.”

Remus ia perguntar o que era um mestiço, quando a porta se abriu de novo. Era o menino bonito
que havia lhe dado o dedo na estação. Ele encarou todos furtivamente.

“Nenhum de vocês é meu parente, certo?” Perguntou pausadamente. Ele tinha o mesmo sotaque de
classe alta que Peter e James tinham. Remus odiou eles todos ao mesmo tempo, sabendo que o
achariam comum – e um mestiço, o que quer que isso seja.

“Acho que não.” James respondeu, sorrindo, “James Potter.” Ele estendeu sua mão novamente. O
outro a apertou.

“Ah ótimo, um Potter. Meu pai me disse para não falar com você.” Se sentou ao lado de Remus,
rindo, “Sirius Black.”
Capítulo 3: Primeiro ano: A seleção
Chapter Summary

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus tinha quase certeza de que estava sonhando. Ou tinha se afogado atravessando aquele lago
terrível, e isso era apenas seu cérebro inventando coisas antes de morrer. Ele estava de pé em um
enorme salão de pedra, do tamanho de uma catedral que estava cheio de alunos, todos vestidos
com mantos pretos idênticos - exceto suas gravatas - e iluminado por velas. Não apenas velas
quaisquer -essas estavam realmente flutuando. Remus pensou que poderia aceitar isso; talvez fosse
um truque inteligente da luz, algo a ver com fios, mas quando ergueu os olhos, quase gritou. Não
havia teto - apenas o vasto céu noturno pairando acima deles, nuvens cinzentas pendentes e estrelas
cintilantes.

Ninguém mais parecia interessado, exceto pela garota ruiva - Lily - e algumas outras crianças cujos
pais também deveriam ser trouxas. Remus estava com seu uniforme agora e se sentia um pouco
melhor por estar vestido como todo mundo. Os outros alunos se sentavam em longas mesas de
banquete, sob as bandeiras de suas casas. James explicou com entusiasmo as diferenças entre cada
casa, para grande desgosto de Sirius e Peter, que estavam convencidos de que acabariam no lugar
errado. Remus não sabia se deveria ficar nervoso, não conseguia ver como isso importaria para ele;
provavelmente seria expulso após sua primeira aula de qualquer maneira. Quanto mais tempo
Remus passava entre bruxos, mais ele se convencia de que não poderia realmente ser um.

Professora McGonagall, uma bruxa magra de rosto severo que liderou todos os primeiros anos no
corredor estava agora de pé ao lado de um banquinho, segurando um velho e esfarrapado chapéu
marrom. Este foi o teste sobre o qual James falou. Tinham que colocar o chapéu, então de alguma
forma cada um seria classificado em uma das casas. Remus olhou para cada uma das bandeiras. Já
sabia que não iria acabar na Corvinal; não se você tivesse que ser inteligente. Aquela com o texugo
não lhe despertou muito interesse – eram animais meio desanimadores, especialmente em
comparação as cobras. E se fosse para escolher uma gravata, gostava da cor verde também. Mas
então, James e Peter eram entusiastas da Grifinória, e visto que foram as únicas pessoas a serem
amigáveis até agora, não se importaria de ficar com eles.

Um menino chamado Simon Arnold foi o primeiro a ser chamado. O chapéu foi colocado em sua
cabeça, cobrindo a metade superior de seu rosto. Remus se perguntou se o cheiro era tão ruim
quanto parecia. A Diretora sempre fora maníaca sobre piolhos, e ele esperava que nenhuma das
crianças que viessem antes dele os tivesse. Simon foi prontamente selecionado para a Lufa-Lufa, a
casa dos texugos, sob aplausos tumultuosos.

Sirius Black foi o primeiro do grupo a ir, e ele parecia positivamente nauseado a se aproximar do
banquinho. Houve alguns assobios da mesa da Sonserina - alguns alunos mais velhos estavam
chamando por ele, duas jovens com cachos escuros e as mesmas maçãs do rosto salientes e lábios
carnudos que Sirius, que agora estava tremendo no banquinho. O salão ficou em silêncio por
alguns momentos quando o chapéu pousou na cabeça de Black.
Então o chapéu guinchou,

"Grifinória!"

Houve um momento de silêncio atordoante antes que as palmas viessem desta vez. McGonagall
gentilmente tirou o chapéu da cabeça de Sirius e deu a ele um pequeno e raro sorriso. Ele parecia
completamente horrorizado, lançando um olhar desesperado para a mesa da Sonserina, onde as
duas garotas que antes assobiaram agora cochichavam, os olhos estreitos. Ele se levantou e
caminhou lentamente até os Grifinórios, onde foi o primeiro aluno novo a ocupar um lugar sob os
estandartes vermelhos e dourados.

A classificação continuou. Lily também foi colocada na Grifinória, e se sentou sorrindo ao lado de
um Sirius de aparência muito miserável. Quando finalmente chegou a sua vez, Remus ainda não
conseguia ver o motivo de tanta agitação. Ele não gostava muito de ter todos os olhos em si
enquanto avançava para a frente, mas fez o possível para ignorar.
Teria enfiado as mãos no bolso do jeans e encurvado a postura, normalmente, mas em seu novo
uniforme estranho o efeito não teria sido o mesmo. Se sentou no banquinho, com McGonagall
olhando por cima do nariz à ele. Ela o lembrava um pouco da Diretora, e nojo subiu em sua
garganta. Ela baixou o chapéu sobre os olhos dele. Tudo escureceu. Não cheirava nada, e a paz e o
silêncio foram, na verdade, aliviante.

“Hmmm,” uma voz suave falou em seu ouvido. Foi o chapéu. Remus tentou não se envergonhar
enquanto aquele ronronava baixinho, "Você é diferente, não é? O que devemos fazer com você ...
talvez Corvinal? Há um bom cérebro aqui. ”

Remus se encolheu, sentindo como se alguém estivesse brincando com ele. Não é muito provável.

"Mas então," o chapéu considerou, "Você pode ir longe ... muito mais longe, se colocarmos você
em ... GRIFFINÓRIA!"

Remus arrancou o chapéu da cabeça assim que ele o classificou, sem esperar que McGonagall o
removesse. Correu para a mesa da Grifinória, mal registrando os aplausos e comemorações ao
passar. Se sentou em frente a Lily e Sirius. Lily lhe direcionou um sorriso contente, mas ele apenas
olhou para o prato vazio.

No momento em que os 'P's' surgiram, Remus tinha se recuperado um pouco e fora capaz de
observar com algum interesse enquanto Peter, o menino pequeno e rechonchudo, corria para o
chapéu seletor. Peter era o tipo de garoto que não duraria cinco minutos no St. Eddy's. Ele tinha um
estado perpetuamente nervoso e inquieto – que os outros meninos tirariam sarro. Remus ficou
surpreso que James - que era o oposto de Peter; relaxado e seguro de si, transbordando confiança -
estava sendo tão gentil com alguém tão obviamente inferior.

O chapéu demorou muito tempo em Peter. Até os professores pareceram ficar nervosos com o
passar dos minutos. Finalmente, ele foi classificado na Grifinória, e muito mais rápido também foi
James, que caminhou até a mesa com um grande sorriso no rosto.

“Isso é ótimo!” Ele se dirigiu aos três outros meninos: "Todos nós conseguimos!"

Sirius gemeu, sua cabeça entre os braços sobre a mesa.

"Fale por si mesmo", respondeu ele, a voz ligeiramente abafada, "Meu pai vai me matar."

“Não consigo acreditar.” Peter continuou dizendo, os olhos arregalados.

Embora ele claramente tivesse conseguido o que queria, continuava torcendo as mãos e lançando
olhares por cima do ombro, como se alguém pudesse vir a qualquer momento e pedir-lhe para
tentar novamente.

McGonagall veio, mas colocou a mão ossuda no ombro de Remus.

“Sr. Lupin,” ela disse baixinho, mas não tão baixo que os outros meninos não pudessem ouvir,
“Você poderia vir ao meu escritório depois do jantar? É ao lado da sala comunal da Grifinória, um
dos monitores pode mostrar a você. ”

Remus acenou com a cabeça, mudo, e ela saiu.

"O que foi aquilo?" James perguntou: "McGonagall já quer ver você?"

Até Sirius ergueu os olhos agora, curioso. Remus deu de ombros, como se ele não se importasse de
qualquer maneira. Ele sabia o que eles estavam pensando - o garoto rude já estava em problemas.
Sirius estava olhando para seu olho roxo novamente. Felizmente, a comida apareceu, distraindo a
todos. E realmente tinha "aparecido" - os lugares anteriormente vazios foram repentinamente
preenchidos com um banquete real. Frangos assados dourados, pilhas de batatas gratinadas
crocantes, pratos de cenouras fumegantes, ervilhas nadando em manteiga e uma enorme jarra de
um rico molho escuro. Se a comida fosse assim o tempo todo, Remus achou que conseguiria
ignorar chapéus falantes e colegas de casa esnobes.

Ele prestou muita atenção quando um dos monitores da Grifinória, que se apresentou como Frank
Longbottom, conduziu os primeiros anos à sala comunal em uma das torres. Remus odiava se
perder, e se esforçou para cimentar a jornada em sua mente enquanto eles avançavam. Fez uma
anotação mental do tamanho e forma de cada porta que entraram, cada retrato que passaram e quais
escadas se moviam. Ele estava tão cansado e cheio de comida boa que os retratos em movimento e
as escadas não pareciam mais fora do lugar.

Assim que chegaram ao corredor certo, Remus viu o escritório de McGonagall, marcado com uma
placa de latão bem cuidada, e decidiu ir logo à reunião, acabar com isso o mais rápido possível. Ele
parou do lado de fora da porta e estava prestes a bater quando James apareceu.

"Quer que esperemos por você, cara?"

"Por quê?" Remus perguntou, olhando o garoto de cabelo escuro com desconfiança. James
encolheu os ombros.

“Para que você não fique sozinho.”

Remus o encarou por um momento, antes de balançar a cabeça lentamente.

"Não. Estou bem." Ele bateu.

"Entre." Uma voz veio de dentro. Remus abriu a porta. O escritório era pequeno, com uma
pequena lareira bem organizada e fileiras de livros contra uma parede. McGonagall estava sentada
atrás de uma mesa imaculadamente arrumada. Ela sorriu levemente e gesticulou para Remus se
sentar na cadeira em frente. Ele o fez, fungando e esfregando o nariz.

"É um prazer conhecê-lo, Sr. Lupin." A professora disse com um sotaque escocês agudo. Seu
cabelo era escuro, puxado para trás em um coque apertado, e ela usava uma túnica verde escura
presa por um fecho dourado em forma de cabeça de leão. "Estou ainda mais contente por ter você
na casa da Grifinória - da qual eu sou diretora."

Remus não disse nada.


"Seu pai era da Corvinal, você sabe."

Remus deu de ombros. McGonagall franziu os lábios.

"Achei melhor falar com você o mais rápido possível sobre sua ... condição." Ela disse,
calmamente.

“Dumbledore explicou que você teve uma interação mínima com o mundo mágico até agora, e eu
sinto que é meu dever informá-lo de que as pessoas com seu problema específico enfrentam uma
grande quantidade de estigma. Você sabe o que significa 'estigma'? ”

Remus concordou. Ele não sabia soletrar, mas conhecia a palavra bem o suficiente.

“Eu quero que você saiba que enquanto estiver em minha casa, eu não vou tolerar ninguém te
tratando de forma diferente ou rude. Isso se aplica a todos os alunos sob meus cuidados. No
entanto, ” ela limpou a garganta, “ é prudente que você tenha cautela ”.

"Eu não vou contar a ninguém." Remus respondeu, "Como se eu quisesse que alguém soubesse."

"Bem, certamente." McGonagall acenou com a cabeça, olhando para ele com curiosidade. “Isso
me leva ao meu próximo ponto. Arranjos foram feitos para a lua cheia - que ocorrerá neste
domingo, eu acredito. Se você puder se reportar a mim depois do jantar, vou lhe mostrar aonde ir.
Talvez você pudesse dizer a seus amigos que vai visitar alguém em casa? ”

Remus bufou. Ele esfregou a nuca.

"Posso ir agora?"

A professora acenou com a cabeça, franzindo ligeiramente a testa.

Lá fora, Remus encontrou James ainda parado , sozinho, esperando por ele.

"Eu disse que ficaria bem." Remus disse, irritado. James apenas sorriu.

“Sim, mas você perdeu Longbottom nos dando a senha. Não queria que você ficasse aqui a noite
toda. Vamos lá."

James o conduziu até o final do corredor, onde estava pendurada uma grande pintura de uma
mulher voluptuosa vestindo rosa.

“Widdershins.” James disse, e o retrato se afastou, abrindo como uma porta. Eles entraram na sala
comum. Havia uma sala de recreação no Reformatório St Edmund’s para meninos, mas não era
nada assim. Aquela sala tinha uma decoração esparsa, contendo uma TV em preto e branco muito
pequena e alguns jogos de tabuleiro. Os baralhos de cartas estavam sempre incompletos e a maioria
das cadeiras quebradas ou danificadas.

A sala comunal da Grifinória era quente, confortável e aconchegante. Havia enormes sofás e
poltronas de aspecto fofo, um tapete grosso marrom em frente ao fogo ardente e ainda mais
pinturas adornando as paredes.

"Estamos lá em cima," disse James, levando Remus a uma escada em caracol em um canto. No
topo, havia outra porta que dava para um quarto. Mais uma vez, não se parecia em nada com as
instalações de St Edmunds. Havia quatro camas, todas enormes, com grossas cortinas vermelhas de
penduradas por franjas douradas. Havia outra lareira, e cada menino tinha um pesado baú de mogno
e um conjunto de prateleiras ao lado da cama. Remus viu sua pequena mala triste encostada em um
dos baús. Ele se moveu, assumindo que aquela era sua cama.

Peter estava vasculhando suas próprias coisas, tirando roupas, revistas e livros, fazendo uma
bagunça terrível.

“Não consigo encontrar minha varinha,” ele lamentou. "Mamãe me fez guardá-la para que eu não
perdesse no trem, mas não está aqui!"

"Pete", James sorriu, "sua mãe me pediu para cuidar dela, lembra?"

James e Peter, Remus aprendera no trem, cresceram como vizinhos e se conheciam muito bem.
Embora os dois meninos não pudessem ser mais diferentes, e Remus ainda não entendia por que
James não queria bater em Peter.

Sirius estava sentado em sua cama, suas coisas ainda guardadas impecavelmente no baú.

"Se anima, cara", disse James, sentando-se ao lado dele, "Você não queria ir para a Sonserina de
qualquer forma, queria?”

“Quinhentos anos.” Sirius respondeu, friamente, "Todos os Black’s em Hogwarts foram da


Sonserina por quinhentos anos."

"Bem, já era hora de alguém tentar ser diferente, hein?" James deu um tapa nas costas dele
jovialmente.

Remus abriu seu baú. Dentro havia um grande caldeirão de estanho - outro item que Dumbledore
pegou dos suprimentos de segunda mão, ele imaginou. Havia também uma caixa longa e fina na
fundo, com um recado no topo.

Desdobrou o bilhete e ficou olhando para a caligrafia elaborada por um longo tempo, tentando
entendê-la. Reconheceu apenas a palavra 'pai' e adivinhou que também era de Dumbledore, mas
pertencera a seu pai. Abrindo-a ansiosamente, encontrou uma vara longa e polida - uma varinha na
verdade. Não tinha pensado nelas antes, mas a pegou em sua mão e apertou a madeira com
firmeza. Era quente ao toque - como sua própria carne - e parecia flexível quando a girou nas
mãos. Uma sensação boa o inundou.

Sirius finalmente começou a desempacotar, puxando livro após livro de seu baú.

"Sabe," James disse a Sirius, ainda empilhando livros, "Há uma biblioteca aqui."

Sirius sorriu.

“Eu sei, mas a maioria desses são livros trouxas. Meu tio Alphard os deixou para mim, e minha
mãe colocaria fogo em todos eles se eu os deixasse em casa. ”

As orelhas de Remus se aguçaram com isso. O que havia de errado com os livros trouxas? Não que
tivesse trazido algum, odiava ler mais do que qualquer coisa no mundo. Ele não pensou nisso por
muito tempo, porém, porque agora Sirius estava tirando um toca-discos de verdade de seu baú,
seguido por uma caixa de discos novos em capas reluzentes. Ele foi olhar imediatamente.

“Aquilo é Abbey Road ?!” Ele perguntou, olhando para a caixa de vinil.

"Sim," Sirius sorriu, entregando-o a ele. Remus limpou as mãos em suas vestes antes de pegá-lo,
manuseando-o com cuidado. "Você deve ser nascido trouxa." Sirius disse.
“Nunca encontrei um bruxo que conhecesse os Beatles - exceto minha prima, Andrômeda. Ela que
comprou para mim. ”

Remus assentiu, esquecendo-se por um momento.

“Eu amo os Beatles, um dos meninos do meu quarto em casa tem pelo menos umas dez músicas,
mas nunca me deixa tocá-los.”

"Meninos em casa?" Sirius arqueou uma sobrancelha. Remus achou que ele parecia muito adulto,
"Você quer dizer seu irmão?"

"Não," Remus balançou a cabeça, devolvendo o disco e se encolhendo, "Eu moro em um lar
infantil."

"Como um orfanato?" Peter perguntou, com os olhos arregalados. Remus sentiu a raiva crescendo,
suas orelhas ficando quentes.

"Não." Falou rápido e grosseiramente. Sentiu os olhares dos meninos deslizarem para seu
hematoma novamente, e se virou para desempacotar o resto de suas coisas em silêncio.
Eventualmente, Potter e Black começaram uma conversa sobre algo chamado quadribol, que logo
se tornou uma discussão acalorada. Remus subiu em sua cama e puxou as cortinas, saboreando a
privacidade. Estava escuro, mas estava acostumado com a escuridão.

"Você pensaria que ele se esforçaria mais para fazer amigos", sussurrou Peter em voz alta para os
outros dois meninos. "Especialmente se ele nasceu trouxa."

"Tem certeza de que o chapéu não deveria ter colocado você na Sonserina?" Sirius falou
lentamente. Peter ficou quieto depois disso.
Capítulo 4: Primeiro ano: Lua cheia.
Chapter Summary

atenção: xingamento homofóbico perto do final.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Domingo, 5 de setembro de 1971


Remus passou o resto da semana ignorando os outros meninos tanto quanto podia. Essa era uma
técnica que havia aprendido em St. Edmund's - era melhor não ser notado e que ninguém soubesse
nada sobre você. (De vez em quando ele levava um soco no braço ou tinha a cabeça enfiada na
privada, mas no geral ninguém fazia nenhum esforço para incomodá-lo.) James, Sirius e Peter não
eram nada parecidos com os meninos de St. Eddy, é claro. Eles eram o que a Diretora chamaria de
"bem-criados".

Sirius e James, principalmente, pareciam ter vindo de dinheiro. Ele podia perceber pelo jeito que
descreviam suas casas, bem como pelo jeito que falavam - cada vogal e consoante claramente
pronunciada. Remus ouviu com atenção e resolveu parar de soltar seus 'H'.

Não eram apenas seus sotaques, mas o que diziam. Remus crescera com adultos constantemente
mandando-o ‘ficar quieto!’, e garotos que enchiam o saco se você dissesse mais palavras que
necessário e desse uma de espertinho. James e Sirius falavam como personagens de um romance; o
vocabulário cheio de metáforas descritivas e sarcasmo mordaz. A inteligência e perspicácia deles
era muito mais intimidante do que um soco no rosto, Remus pensou – pelo menos um soco acabava
rápido.

Até agora evitara os outros garotos fazendo caminhadas pelo castelo. Em St Edmund's, tinha muita
pouca liberdade pessoal e passava muito do seu tempo trancado em quartos. Em Hogwarts, parecia
que não havia um lugar que você não pudesse ir, e Remus estava determinado a descobrir cada
centímetro do bizzaro terreno.

Os alunos receberam mapas para ajudá-los a encontrar suas salas de aula, mas Remus achou que o
dele estava faltando muitas coisas e fora excessivamente simplificado. Não mostrava, por exemplo,
uma passagem secreta que ele tinha encontrado, cuja levava das masmorras ao banheiro feminino
do primeiro andar. Não fazia ideia por que diabos alguém precisaria de uma conexão entre os dois,
e a primeira vez que o usou foi abordado por um fantasma particularmente irritante que esguichou
sabonete nele. Também teria sido útil, raciocinou Remus, animar o mapa da mesma forma que as
pinturas - então, pelo menos, você poderia acompanhar as ridículas escadas móveis. Tinha quase
certeza de que uma das salas também se movia, nunca parecia estar exatamente no mesmo lugar.
Quando a tarde de domingo chegou, Remus estava temendo segunda-feira, além de ser o primeiro
dia após a lua cheia, era também o primeiro dia de aulas. Depois do jantar - que Remus passou
sozinho, alguns lugares afastados de Sirius, James e Peter - se dirigiu rapidamente ao escritório de
McGonagall. Ela estava esperando-o, junto com a enfermeira da escola, a quem já havia sido
apresentado. Era do tipo de mulher bondosa e amável; mas um pouco exigente.

“Boa noite, Sr. Lupin,” McGonagall sorriu, “Obrigado por ser tão pontual. Venha comigo."

Para a surpresa de Remus, as duas mulheres o levaram não para as masmorras, como ele imaginou,
mas para fora do castelo, em direção a uma grande árvore retorcida. O salgueiro lutador foi uma
adição recente ao terreno - Dumbledore havia explicado em seu discurso no início do ano que fora
doado por um ex-aluno. Remus pensou, quem quer que a doou deve ter odiado muito a escola,
porque a árvore não tinha só a aparência aterrorizante, mas era também irracionalmente violenta.

Enquanto eles se aproximavam, a Professora McGonagall fez algo tão incrível que ele quase gritou
de choque. Ela pareceu desaparecer - encolhendo-se de repente, até que não estivessse mais ali. Em
seu lugar estava um gato malhado de olhos amarelos. Madame Pomfrey não deu nenhum sinal de
surpresa, enquanto o gato corria em direção à árvore, que estava balançando os galhos como uma
criança dando chilique. O gato conseguiu correr direto para a árvore, escapando de ferimentos, e
pressionou a pata contra um dos nós do tronco. A árvore ficou instantaneamente imóvel. Remus e
Madame Pomfrey continuaram, entrando em um buraco embaixo da árvore que Remus nunca
havia notado antes. Lá dentro, McGonagall estava esperando por eles, uma bruxa novamente.

A passagem estava mal iluminada por tochas de um brilho esverdeado, e no final havia uma porta.
Esta se abriu em uma pequena cabana, que parecia abandonada há muito tempo. As janelas foram
fechadas com tábuas e as portas aparafusadas.

"Aqui estamos." McGonagall tentou parecer agradável, embora fosse um lugar muito sombrio.
"Agora eu espero que você entenda que não podemos ficar com você, mas você gostaria que
Madame Pomfrey esperasse do lado de fora até que a ... transformação fosse concluída?"

Remus deu de ombros.

"Eu vou ficar bem. Como faço para voltar de manhã? ”

"Eu vou passar assim que o sol nascer," Madame Pomfrey o assegurou."Fazer seus curativos e te
mandar para as aulas antes que alguém perceba que você partiu." Ela sorriu, mas seus olhos
pareciam tristes. Isso deixou Remus desconfortável. Mas então, estava chegando aquele ponto da
noite em que tudo o deixava desconfortável, seu cabelo coçava, sua pele parecia muito apertada,
sua temperatura subia.

"É melhor vocês irem." Ele disse, rapidamente, retirando-se para a sala vazia. Havia uma pequena
cama contra uma parede com lençóis limpos. Parecia que tinham sido colocados lá para ele.

As duas mulheres saíram, trancando a porta reforçada atrás dele. Ele ouviu McGonagall
murmurando e se perguntou que tipo de feitiço ela estava colocando na casa. O que quer que
fossem, era melhor do que aquela terrível placa de prata.

Ele sentou na cama por um momento, depois se levantou novamente, inquieto. Andou pela sala. Às
vezes parecia que o lobo penetrava em sua mente antes de se apoderar de seu corpo, e conforme a
escuridão caía do lado de fora, seus sentidos se tornaram mais nítidos, a onda quente de fome
começando em sua barriga. Remus tirou suas roupas rapidamente, não querendo rasgá-las. Uma
pulsação começou em suas juntas e ele se deitou na cama. Essa era a pior parte. Seu batimento
cardíaco latejava em seus ouvidos, e podia jurar que ouviu seus tendões estalando enquanto se
esticavam, seus ossos e dentes rangendo uns contra os outros conforme se alongavam, seu crânio
sendo dividido e remodelado.

Ele gemeu e chiou até que a dor fosse demais, então gritou. Só podia confiar que estivesse longe o
suficiente da escola para que ninguém pudesse ouvi-lo. Ao todo, demorou cerca de vinte minutos -
embora nunca tivesse realmente cronometrado. As coisas ficaram nebulosas depois, nem sempre
conseguia se lembrar do que acontecia depois que se tornava o lobo. Aquela primeira noite em
Hogwarts foi um borrão, e acordou com menos ferimentos do que o normal. Suspeitou que o
animal farejou o território desconhecido, testando seus limites, e tentou se jogar contra as portas ou
janelas em algum momento, porque o lado esquerdo de seu corpo ficou com uma fila de
hematomas por vários dias.
A transformação de volta foi tão desagradável quanto - uma sensação esmagadora de aperto que o
deixou sem fôlego e dolorido. Ele enxugou as lágrimas dos olhos e rastejou para a cama, grato por
uma hora tranquila de sono antes de o sol nascer completamente.

Madame Pomfrey voltou, como prometido. Falando em tons suaves, ela colocou as mãos frias na
testa febril de Remus.

"Eu não gosto da sua aparência", disse ela, quando ele abriu os olhos sonolentos, "É uma loucura,
pensar que você pode começar um dia escolar inteiro assim. Você está exausto!”

Ninguém nunca havia expressado tal preocupação por ele antes, e isso o deixou inquieto. A
empurrou, e se vestiu.

"Estou bem. Eu quero ir."

Ela o fez beber algo antes de deixá-lo se levantar - tinha um gosto frio e metálico, mas ele se sentiu
melhor depois. Correu até a torre da Grifinória para colocar seu uniforme o mais rápido possível -
não queria perder o café da manhã, estava faminto.

"Onde você estava?!" James o abordou assim que ele entrou no quarto. Os outros três meninos
estavam todos acordados e vestidos, de aparência impecável - exceto o cabelo de James, que
sempre espetava na parte de trás.

"Lugar nenhum." Remus passou por ele para pegar suas coisas.

"Você está bem?" Sirius perguntou, olhando para longe do espelho onde estava alisando seu
próprio cabelo.

"É," James acrescentou, observando Remus cuidadosamente, "Você parece um pouco estranho."

Remus fez uma careta para eles.

“Se manda.”

“Estamos apenas sendo legais.” Peter disse, com as mãos na cintura. Os três olharam para Remus,
que estava prestes a tirar a camiseta quando se lembrou dos hematomas.

"O que?!" Rosnou para eles, “Vocês todos vão ver eu me vestir? Vocês garotos mimados são um
bando de bixinhas. "Ele marchou para o banheiro com suas roupas e bateu a porta. Depois de
alguns momentos, ouviu Peter reclamar que estava com fome e todos foram embora.
Capítulo 5: Primeiro ano: Poções
Chapter Summary

Remus tem uma briga com Snape.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 10 de setembro de 1971

Ao final da primeira semana de aulas, Remus perdeu dez pontos, aprendeu um feitiço e ganhou
outro hematoma, desta vez em seu queixo.

As primeiras aulas foram boas - foram introdutórias, e enquanto Lily Evans passava cada uma
rabiscando furiosamente páginas e páginas de anotações, ninguém mais parecia muito incomodado.
Foram dadas algumas tarefas de casa simples, mas Remus planejou fingir ter se esquecido caso
alguém perguntasse. A aula de feitiços foi a mais emocionante - o pequeno professor encantou uma
pilha de pinhas para zunir pela sala, para o deleite de todos. Depois de algumas tentativas com o
feitiço, Lily levitou sua pinha a pelo menos um metro no ar, e Sirius fez a dele girar como um pião
- até que saiu do controle e quebrou uma janela. James, Peter e Remus tiveram menos sorte, mas
Remus tinha certeza que a dele havia pulado uma ou duas vezes.

Transfiguração foi tão interessante quanto, mas muito mais séria, já que foi liderada pela
Professora McGonagall. Não haveria nenhum trabalho prático durante a primeira semana, ela
explicou, mas passaria muitos deveres de casa a fim de avaliar os níveis de habilidade.

A história da magia foi absolutamente terrível, e quanto menos se disser a respeito, melhor. Remus
lutou para não adormecer enquanto o fantasmagórico Professor Binns flutuava para cima e para
baixo entre as carteiras, desfiando datas e nomes de batalhas. Ele também definiu o dever de casa -
dois capítulos de leitura do texto definido. Sirius revirou os olhos e murmurou para James.

“Certamente todo mundo já terminou ‘História da Magia’? É coisa de criança.” James acenou com
a cabeça, bocejando. Remus se sentiu mal. Ele ainda não tinha aberto nenhum dos livros em seu
baú, exceto para rasgar a primeira página de 'Poções de Nível Um' e cuspir o chiclete.

Ele estava realmente ansioso por Poções, esperando pelo menos ver algo explodir, como em
química, mas a aula acabou envolvendo uma grande quantidade de leitura também, e pior ainda,
eles tiveram que dividir a aula com os outros do primeiro ano da Sonserina. O professor de Poções
estava irritantemente alegre e levou quase meia hora apenas para ler a lista de presença.
“Black, Sirius - aha, aí está você! Bastante surpreso com você na seleção para as casas, meu
menino, bastante surpreso! Eu tive cada um dos Black’s na minha casa desde que comecei a
ensinar! Não leve para o lado pessoal, jovem Sirius, mas estarei esperando grandes coisas! "

Sirius parecia querer que o chão o engolisse. Slughorn continuou chamando nomes.

“Um Potter e um Pettigrew, hein? Bem, bem, junto com o Sr. Black aqui, essa classe tem um
pedigree e tanto, hein? Deixe-me ver ... Lupin! Eu conheci seu pai; não um dos meus, mas um
dualista muito bom. Jogava sujo...”

Remus piscou. Se perguntou se Slughorn sabia que ele era um lobisomem. A turma inteira o
olhava - sabiam que fora criado em um lar infantil e que seu pai era um bruxo (Remus suspeitava
que Peter havia contado a eles), mas ninguém ousou perguntar muito mais. Parecia haver outro
boato de que ele era violento e possivelmente fazia parte de uma gangue. Tinha certeza de que
James e Sirius estavam encorajando isso também, e ele não se colocou contra.

Felizmente, Slughorn queria que eles começassem o trabalho prático o mais rápido possível.

“A melhor coisa é já se concentrar e começar!” Ele sorriu, "Agora, se todos nós trabalharmos
quatro por um caldeirão, vocês poderão se revezar para seguir os passos ..."
Um burburinho começou enquanto todos se agrupavam para formar pares - James, Sirius e Peter
imediatamente pegaram o caldeirão no fundo da sala, e se juntaram a Nathaniel Quince, um garoto
sonserino que conhecia Potter e Pettigrew de casa.

Remus decidiu que esperar até que todos estivessem agrupados para ver se ele conseguiria se safar
apenas se escondendo no fundo pelo resto da aula.

Não teve sorte.

“Remus! Você pode se juntar a nós!" Lily agarrou seu pulso e puxou-o para o caldeirão que ela
estava dividindo com Severus Snape - seu amigo de nariz comprido cujo Remus conheceu no trem
- e Garrick Mulciber, um menino bruto de nariz arrebitado de quem Remus tinha um pouco de
medo.

Lily já estava tagarelando, colocando todos os ingredientes e esquentando o caldeirão com


cuidado. Ela estava olhando para o livro de Severus, que já tinha anotações rabiscadas nas
margens.

"Aqui estão os olhos desidratados de caracol." Lily balançou um pequeno frasco. “Acho que
precisamos só de algumas gramas...”

"Você pode ser bastante liberal com eles, Lily, não acrescentam muito no geral." Severus falou
lentamente, parecendo entediado. Lily os mediu de qualquer maneira e os despejou na mistura
borbulhante. Mulcibur então pegou o livro e mexeu por cinco minutos, recebendo instruções de
Severus sobre a velocidade de ir e em que direção. Então foi a vez de Remus. Lily entregou-lhe o
livro.

Encarou a página. Podia ver que eram instruções, conseguia entender talvez metade das palavras,
mas cada vez que pensava ter entendido, as letras pareciam mudar na página e ele se perdia de
novo. Suas bochechas ficaram quentes e se sentiu um pouco enjoado. Encolheu os ombros, olhando
para longe.

"Ah, vai logo," Severus retrucou, "Não é como se fosse difícil."

“Deixe-o em paz, Sev,” Lily repreendeu. “O livro está coberto por suas anotações, não é à toa que
ele não consegue entender. Aqui, Remus,” ela abriu seu novo livro de poções. Mas não adiantou.
Remus encolheu os ombros.

"Por que você mesmo não faz, se é tão inteligente." Ele retrucou para Severus.

“Oh Merlin,” os lábios de Severus se curvaram, “Você sabe ler, não é? Quero dizer, mesmo as
escolas trouxas ensinam isso, certo? "

"Severus!" Lily engasgou, mas o garoto presunçoso não teve a chance de dizer mais nada - Remus
se jogou por cima da mesa em direção a Severus, os punhos voando. Ele só tinha o elemento
surpresa a seu favor - Mulciber agarrou seu colarinho e o puxou para trás, dando um soco bem no
rosto, tudo em questão de três segundos.

"Parem!" Slughorn explodiu. Todo mundo congelou. O corpulento mestre de poções gritou.
"Levantem-se, vocês dois!" Ele gritou com os dois meninos no chão. Snape e Remus ficaram de pé,
o peito arfando. Snape parecia muito pior, seu cabelo despenteado e sangue escorria de seu nariz.
Remus estava com o queixo machucado onde Mulciber o havia batido, mas tirando o uniforme
amarrotado, estava bem.

“Expliquem-se!” Slughorn gritou. Os dois olharam para os pés. Mulciber estava sorrindo. Lily
estava chorando. “Muito bem”, disse o professor, irritado, “detenção para vocês dois, duas
semanas. Dez pontos da Grifinória e dez da Sonserina. ”

"Isso não é justo!" James disse, repentinamente do fundo da sala "Devia ser o dobro da Sonserina,
foram dois contra um!"

"De onde eu estava, foi o Sr. Lupin quem começou," Slughorn respondeu, mas balançou a cabeça
mesmo assim, “Ainda assim, você está certo - Mulciber, cinco pontos por socar Remus. Violência
não resolve a violência, você sabe, como eu disse ao seu irmão mais velho em várias ocasiões. Srta.
Evans, por favor, leve o Sr. Snape para a ala hospitalar. Lupin, você pode limpar a bagunça que
fez. ”

Remus não conhecia nenhum feitiço de limpeza, então teve que limpar à mão. Slughorn até o fez
limpar o sangue de Snape na pia. Infelizmente, sendo logo após a lua cheia, o cheiro forte de ferro
fez seu estômago roncar. James, Sirius e Peter estavam esperando Remus do lado de fora após o
término da aula.

"Incrivelmente brilhante, cara," James deu um soco de leve no braço de Remus, "O jeito que você
só foi atrás dele!"

"Mulciber estava aqui se gabando depois, contou a todos o que Snape disse." Sirius acrescentou,
"Você estava certo em fazer isso - que idiota."

"Disse ... a todos?" Remus gemeu.

“Não se preocupe, todos ficaram do seu lado.” James disse: "Bem, exceto os sonserinos."

"É, e quem se importa com os sonserinos?" Sirius sorriu, "Vamos, o jantar é logo - com fome?"

"Morrendo de fome," Remus sorriu de volta.


Capítulo 6: Primeiro ano: Vingança
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Então." James disse na noite de domingo: "Como vamos nos vingar deles?"

"Se vingar de quem?" Peter perguntou sem erguer os olhos, procurando algo em suas anotações.

Estavam na sala comunal da Grifinória, tentando fazer o dever de casa para McGonagall. Trinta e
cinco centímetros de pergaminho sobre as leis básicas da transfiguração. Sirius e James já
terminaram, Peter tinha feito cerca de 15 centímetros e Remus não havia começado.

"Os sonserinos." James sibilou. "Preste atenção, Pete."

"Nem todos os sonserinos," Peter perguntou, soando preocupado, "Apenas Snape e Mulciber,
certo?"

"Todos eles." Sirius confirmou. Tinha acabado de aparecer debaixo da mesa que estavam
compartilhando expôndo um pedaço de pergaminho, "É isso que você estava procurando?"

"Obrigado!" Peter agarrou, aliviado, "Estou quase terminando ..."

"Ei, você já fez, Lupin?" Sirius olhou para cima. Remus tinha aberto seu livro, mas sequer o
olhara.

"Nem," ele deu de ombros em resposta a Sirius. "Não to afim.”

“Nos avise se precisar de ajuda.”

"Você pode copiar o meu se quiser." James deslizou sua redação sobre a mesa. Remus empurrou de
volta, cerrando os dentes.

"Estou bem. Eu não sou idiota."

"Ninguém disse que você era." James respondeu, casualmente. Sirius estava o observando, no
entanto. Remus queria bater nele, mas estava tentando se controlar melhor - James e Sirius às vezes
brincavam de luta, mas nunca tentaram se machucar de verdade, como ele fizera com Snape.
Forçando-se a engolir seu temperamento, Remus optou por mudar de assunto.

“Poderíamos colocar pó para coceira em suas camas.” Ele ofereceu. Alguém tinha feito isso com
ele uma vez. Ficou com assaduras e bolhas na pele por uma semana inteira, e na noite de lua cheia
se arranhou mais do que o normal. "Ou em suas roupas ... se pudéssemos descobrir quem as lava,
de qualquer maneira."

Isso tinha sido uma questão de grande confusão para Remus - a roupa suja simplesmente
desaparecia e ressurgia - limpas e dobradas em seus baús. Ele nunca vira alguém nos quartos e não
conseguia entender como acontecia.

"Eu gosto da ideia." James respondeu, mastigando sua pena: "Mas algum de vocês tem pó para
coceira?"

Os três meninos balançaram a cabeça.

“Podíamos encomendar da Zonko's.” Sirius interveio. "Se você me emprestar sua coruja, James,
mamãe confiscou a minha depois da seleção."

"Pode ser", respondeu James. “Porém queria que a gente o fizesse o mais cedo possível. Sabe,
atacar enquanto o ferro ainda está quente. "

"Não precisamos comprar pó para coceira", disse Remus, tendo uma ideia, de repente, "Vocês
acham que eles têm rosa mosqueta na estufa?"

"Uhum," Peter falou, a cabeça ainda inclinada sobre o dever de casa, "Para poções de cura - artrite,
eu acho."

"Os pelos de dentro dão muita coceira." Remus explicou, animado, "A Diretora - a mulher que
cuida do abrigo infantil - os cultiva, e se você desse trabalho, era obrigado a plantar eles sem
luvas." As pontas de seus dedos se irritaram só de pensar nisso.

"Isso é horrível." Disse James.

"Boa ideia, no entanto!" Sirius sorriu. “No próximo intervalo, vamos dar uma olhada. Então,
podemos semear eles - com luvas - e colocá-los nos lençóis dos Sonserinos. Excelente!"

"Como vamos entrar nos dormitórios da Sonserina?" Peter perguntou, finalmente terminando seu
trabalho.

"Deixe isso comigo," James sorriu, a expressão selvagem.

***

Obter a roseira foi fácil. Eles enviaram Peter, o único deles que ainda não tinha recebido uma
detenção e, portanto, estava sendo menos observado. Peter era pequeno e bom em não ser visto; se
esgueirou para a estufa durante o intervalo da manhã e voltou com o rosto vermelho e alegre - um
jarro cheio de rosa mosqueta sob a capa do uniforme. Então, se trancaram no banheiro
compartilhado para semear todos os botões. Sob as instruções de Remus, todos eles usaram luvas
pesadas de couro de dragão, tomando cuidado extra para não tocar nas sementes ou nos pequenos
pelinhos.

“Mal posso esperar para ver a cara deles.” Sirius estava sorrindo, sentado de pernas cruzadas no
chão ao lado de James. Remus observou, sentado na beira da banheira, as duas cabeças escuras de
James e Sirius curvadas sobre o trabalho. Estava com um pouco de ciúmes da amizade. Eles tinham
muito em comum – ambos cresceram com magia, em famílias ricas e eram completamente loucos
por quadribol. Além disso, era claro que depois de apenas três semanas, James e Sirius garantiram
uma reputação de reis do primeiro ano. Todos prestavam atenção quando eles falavam, riam
quando faziam piadas. Ninguém nem se aborrecia quando perdiam pontos da casa.
“Eu ainda não sei como vamos entrar nos dormitórios da Sonserina – nem Peter é tão sorrateiro.”
Sirius olhou para James. Estava tentando convencer o menino de óculos a revelar seu plano desde
que tinha o mencionado.

"Deixe que eu me preocupe com isso", foi tudo o que James disse.

As sementes e os pelos foram então decantados para outro pote, e os meninos acabaram comendo
as sobras da rosa mosqueta ao longo da semana.

Era terça-feira à noite quando finalmente tiveram uma chance. James decidiu que fariam isso antes
que todos fossem para a cama. Também determinou que deveriam ir para os dormitórios da
Sonserina separadamente, para evitar serem vistos juntos e descobertos. Remus pessoalmente
achou que isso era um exagero, mas concordou, não querendo estragar a diversão do outro garoto.

Eles jantaram muito mais rápido do que o normal naquela noite, antes de se levantarem da mesa
um de cada vez e deixarem o salão. Peter parecia muito nervoso - Remus pensou que ele entraria
em pânico no último minuto e os entregaria. Fez questão de ficar perto do garoto menor, caso
precisasse tapar a boca dele ou o puxar para trás em algum momento.

Sirius e James foram primeiro, é claro, em direção ao banheiro feminino do segundo andar, cujo de
acordo com Remus os levaria às masmorras.

Tinha pensado em manter essa passagem específica para si, mas como já havia encontrado alguns
outros bons esconderijos, pensou que não doeria compartilhar esse com os meninos. Afinal, com
que frequência precisaria ir até as masmorras?

O fantasma que morava nos banheiros, felizmente, estava com um humor silencioso, embora
Remus pudesse ouvi-la soluçando baixinho na última cabine.

"Mostre o caminho então, Lupin," James gesticulou grandiosamente, assim que Remus e Peter
chegaram. Sirius agarrou o braço dele.

"Espere, primeiro nos mostre o que você está planejando."

James riu, aquele sorriso irritante que ele vinha exibindo desde domingo.

"Ah ... ok então, aqui, segure isto," ele empurrou o pote de sementes de rosa mosqueta nas mãos de
Sirius, abrindo o uniforme.

Ele retirou uma capa muito longa e volumosa, tecida com o material de aparência mais estranha
que Remus já vira - cinza prateado e cintilante.

"Não!" Sirius ficou boquiaberto, "Você não, Potter, você não tem ..."

James sorria de orelha a orelha - Remus pensou que seu rosto se dividiria em dois.

O garoto desengonçado piscou para todos eles e então, com um floreio, passou a capa pela cabeça,
de modo que o encobria da cabeça aos pés. Ele desapareceu.

"Seu desgraçado sortudo!" Sirius gritou, "Como é que você nunca me contou ?!"

James puxou o capuz da capa para baixo, de forma que sua cabeça parecia flutuar no ar. Isso fez
Remus se sentir um pouco enjoado.

“Está na família há anos.” Ele disse, triunfante: "Papai me deixou trazer, desde que minha mãe não
descobrisse.

"Idiota sortudo." Sirius repetiu, pegando um pouco do material invisível e esfregando-o entre os
dedos, "Meus pais fariam qualquer coisa por uma capa de invisibilidade."

"Acho que todos nós cabemos aqui dentro", James demonstrou, esticando os braços como um
morcego, "Venham, bem juntinhos e confortável..."

Todos eles se acomodaram debaixo da capa, então andaram para frente e para trás algumas vezes,
até que pudessem caminhar juntos sem problemas. Finalmente, tentando não rir ou sussurrar muito,
os quatro garotos invisíveis seguiram para as masmorras. Remus mostrou quais ladrilhos bater para
que o chão da terceira cabine se abrisse.

"Como você encontrou isso, Remus?" James sussurrou: "É genial."

" A gente vai sair por trás de um daqueles tapetes que eles penduram nas paredes, nas masmorras"
Remus respondeu, "Eu só olhei atrás deles."

"Você quer dizer uma tapeçaria?" Peter perguntou.

"Hum ... acho que sim?" Remus estava feliz que nenhum deles pudesse ver seu rosto.

"Cale a boca, Pettigrew.” Sirius disparou. Remus sentiu um chute forte atingir a parte de trás de seu
tornozelo.

"Ei!", ele sibilou, chutando para trás com o dobro de força "Cai fora."

"Desculpa!" Sirius gritou: "Era para pegar Pete, não você."

"Fiquem quietos, todos vocês," James retrucou, "Estamos quase chegando."

Esperaram silenciosamente, no lado deles - atrás da tapeçaria, ouvindo passos no corredor do lado
de fora. Assim que James ficou satisfeito com o silêncio do corredor, eles saíram da passagem. As
masmorras eram geladas, escuras e cavernosas. Havia um estranho som de algo pingando vindo de
algum lugar - talvez do encanamento.

"Onde fica a entrada?" Sirius murmurou.

“Atrás daquela parede,” Remus apontou, esperando que eles pudessem ver onde ele estava
mirando. Era uma parede de tijolos simples.

"Como você sabe?"

"Eu já os vi entrar antes," disse Remus, apressadamente. Não iria dizer a eles o motivo de saber que
havia duzentos sonserinos do outro lado porque o cheiro de sangue e magia eram tão fortes que ele
quase podia sentir o gosto.

“Você sabe a senha?”

"Não."

"Droga."

“Ainda não é toque de recolher, vamos apenas esperar.”

Assim fizeram, de forma bastante desconfortável. Embora o corredor fosse úmido, estava
desnecessariamente quente debaixo da capa, especialmente com os quatro tão próximos.
Felizmente, duas alunas do sétimo ano passaram correndo nos minutos seguintes. Infelizmente,
Sirius as conhecia.

"Mostre o anel de novo, Bella!" Narcissa Black implorou à irmã mais velha. Remus sentiu Sirius
enrijecer, pressionando-se contra a parede. Bellatrix se exibiu, estendendo um longo braço de
marfim. Em seu dedo ossudo estava um anel de noivado enorme e feio, prata e esmeralda, que
estava exibindo desde o início do semestre. Todos na escola sabiam que ela se casaria com
Rodolphus Lestrange, algum bruxo político, assim que concluísse seus NIEMs. Sirius precisaria ir
ao casamento.

Narcissa deu um gritinho quando viu, embora provavelmente já o tivesse visto mais do que
qualquer outra pessoa.

"Lindo!" Ela chiou: "Oh, mal posso esperar para me casar..."

“Espere sua vez,” Bellatrix respondeu, sua voz era como unhas arranhando uma lousa. "Assim que
Lucius tiver uma posição melhor no ministério, tenho certeza de que mamãe e papai concordarão
com o casamento."

As duas jovens estavam de pé diante da parede de tijolos agora. Bellatrix era a mais alta das duas,
mas elas se pareciam muito. Ambas tinham longos cabelos pretos encaracolados - como o próprio
Sirius, e a mesma estrutura óssea perfeita da família Black.

“Mundus sanguine,” Bellatrix anunciou. A parede deslizou para o lado para deixá-las entrar, e os
quatro meninos correram atrás, o mais rápido possível antes de fechar.

Pela primeira vez desde que chegara em Hogwarts, Remus estava realmente grato por ter sido
colocado na Grifinória. As diferenças entre a sala comum aconchegante e confortável deles e a dos
sonserinos eram gritantes. Esta fora construída como um salão de banquetes, em vez de uma sala
de estar. As paredes eram ricamente decoradas com tapeçarias ainda mais elegantes, a lareira era
enorme e ornamentada com esculturas e uma palidez verde macabra pairava sobre tudo. Acima de
tudo, o lugar parecia um tanto perverso. Remus tentou não estremecer.

Os outros meninos pareciam tão desconfortáveis quanto ele, e todos congelaram até que James os
empurrou para frente, subindo um lance de escadas que todos esperavam que levasse aos
dormitórios dos meninos.

No caminho, eles passaram por Severus, sentado sozinho em um canto, curvado sobre seu livro de
poções. Ao topo da escada, eles entraram na primeira porta aberta que era, felizmente, um quarto.

James tirou a capa.

"Fique de olho, hein Petey?" Ele disse, correndo para dentro do quarto, "Será que alguma dessas é
a cama de Snape?"

"Esta aqui pode ser," Sirius apontou, "Os lençóis parecem gordurosos o suficiente." Todos os
quatro meninos abafaram uma risadinha.

“Rápido então, rapazes, de luvas - sussurrou James, desatarraxando o frasco.”

Remus e Sirius colocaram uma luva de pele de dragão cada, pegaram um punhado de sementes e
começaram a espalhá-las de baixo das roupas de cama.

“Eles vão conseguir ver!” James disse, parecendo desapontado. Era verdade, as pequenas sementes
vermelhas brilhantes destacavam-se claramente contra os lençóis brancos, mesmo no escuro.

"Bem ... se eles tentarem empurrar para fora da cama ainda vão entrar em contato," Sirius
ofereceu.

"Espere aí ..." Remus teve uma ideia repentina. Não sabia como tinha ocorrido a ele, ou por que,
mas de alguma forma tinha certeza de que iria funcionar. Puxou sua varinha, mordeu o lábio e a
balançou cautelosamente sobre a cama que acabara de espalhar com as sementes. "Obfuscate." Ele
sussurrou.

E assim, as sementes se foram. Bem, ele sabia que eles ainda estavam lá; mas ninguém seria capaz
de vê-las agora.

"Brilhante!" James encarou, "Como você fez isso? Flitwick ainda não nos ensinou esse charme,
não é? Estava na leitura?”

“Não,” Remus deu de ombros, “Eu vi alguns alunos do quinto ano fazendo isso com os doces que
compraram do vilarejo, não é difícil de copiar.”

Sirius e James imediatamente tentaram, sobre as sementes que haviam acabado de espalhar. Não
funcionou na primeira vez - ou na segunda, mas depois da terceira, James conseguiu desaparecer a
maior parte das suas sementes.

"É melhor você fazer isso, Lupin, ou ficaremos aqui a noite toda." Ele decidiu.

"Sim, por favor, se apresse!" Peter sibilou da porta, branco de medo.

Sirius tentou mais algumas vezes antes de desistir e deixar Remus assumir o controle.

“Você vai me mostrar exatamente como fazer isso assim que estivermos de volta em território
neutro.” Ele disse. Remus assentiu, embora não tivesse certeza de como explicar. Ele só tinha feito
isso por que acreditou que provavelmente conseguiria.

"Próxima quarto," James anunciou, puxando-os de volta para o corredor.

"A gente realmente tem que?" Peter perguntou, pulando de um pé para o outro, "Isso não é o
suficiente?"

"Nem de perto!" Sirius respondeu com uma risada, sacudindo a cabeça, "E se ainda não tivermos
nem chegado a cama do Snape? Temos que pegar todos eles, Pete. Você está conosco ou não?”

“Todos os meninos, pelo menos”, disse James, quando eles entraram no quarto ao lado, "Não acho
que conseguiremos chegar no das meninas - lembra o que aconteceu com Dirk Creswell semana
passada?"

Eles trabalharam rapidamente e conseguiram todos os quartos dos meninos. Até o último, que tinha
três alunos adormecidos - sexto ano. Sirius implorou para ir, mas Remus estava transbordando de
animação com a pegadinha agora, e vestiu a capa de invisibilidade para entrar. Ele até espalhou as
rosas nos travesseiros dos meninos adormecidos. Quando finalmente terminaram, já era tarde e
mais e mais sonserinos estavam subindo para ir dormir. Mal conseguindo conter a alegria, os
quatro grifinórios se esconderam sob a capa e lentamente desceram as escadas, grudando na parede
sempre que alguém estava passando, depois através da enorme sala comunal e saindo pela parede
em que entraram.

Como James instruiu, todos eles ficaram o mais quietos possíveis até que estivessem perto da torre
da Grifinória, onde era seguro retirar a capa novamente.

“Widdershins!” Todos eles cantaram para a mulher gorda, que se abriu para eles.

Foi uma bênção estar de volta à sala comunal da Grifinória, quente e iluminada, e todos eles se
jogaram no sofá disponível mais próximo, sorrindo estupidamente um para o outro. Frank
Longbottom chamou-os de sua mesa, onde estava arrumando as notas para revisão.

"E aí, rapazes, estiveram em algum lugar interessante?"

Peter parecia incerto, mas James apenas acenou com a mão.

"Biblioteca, obviamente."

Frank balançou a cabeça, embora estivesse sorrindo.

“Tenho certeza de que ouvirei sobre isso em breve.”

“Eu gostaria de poder estar lá quando tudo começasse!” Sirius sussurrou, seus olhos brilhando de
alegria, "E eu queria ainda mais que pudéssemos ter alcançado minhas primas.”

"É apenas o começo, Sirius, parceiro" James respondeu, batendo no joelho do outro garoto, "Entre
nós quatro, tenho certeza que poderíamos ir ainda mais além da próxima vez. Excelente primeira
missão, rapazes!”

Peter choramingou.

“Primeira missão?!”
Capítulo 7: Primeiro ano: Marotos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Quarta-feira, 15 de setembro de 1971

Na manhã seguinte, James e Sirius mal conseguiram conter sua empolgação e apressaram seus
companheiros de dormitório para o café da manhã antes de qualquer outro grifinório. Foram os
primeiros alunos a chegar ao grande salão, com exceção de alguns corvinos que estavam curvados
sobre seus livros de revisão de NIEM com enormes canecas de café preto.

"Perfeito," Sirius sorriu para os bancos vazios, "Lugares na primeira fileira!"

“Aposto que ninguém vai aparecer por horas.” Peter gemeu, dormente, apoiado nos cotovelos.

"Ah se anime um pouco", James serviu-lhes grandes canecas de chá, "Vocês não querem ver os
frutos do nosso trabalho?”

"Não às seis da manhã." Peter respondeu, sorvendo seu chá. Sirius estremeceu com o som e
empurrou um prato para ele.

"Coma uma torrada e pare de choramingar."

Remus pegou uma torrada também e cortou em quatro pedaços. Ele espalhou marmelada em um
quarto, geleia no segundo, manteiga no terceiro e coalhada de limão no último. Ignorou o olhar
curioso que Sirius estava direcionando a ele. Remus nunca teve tantas opções antes, e estava
determinado a aproveitar ao máximo cada refeição.
Felizmente, eles não tiveram que esperar muito antes que os outros alunos começassem a chegar
para o café da manhã. Os primeiros sonserinos chegaram bem quando Remus estava terminando
sua torrada. Três meninos e duas meninas; terceiro ano. Eles foram até a mesa, sem perceber os
quatro grifinórios ansiosos os observando atentamente. Por alguns momentos, foi como se nada
estivesse diferente. Sirius suspirou desapontado. Mas então. O garoto mais alto se mexeu
ligeiramente na cadeira, esfregando o braço. Outro parecia estar procurando por algo em seu bolso,
mas do ponto de vista de Remus, ele estava claramente coçando a perna furiosamente. O terceiro
continuou usava a varinha para esfregar atrás da orelha.

"Funcionou!" James sussurrou, sem fôlego de excitação. Até Peter parecia alegre agora.

Conforme mais e mais sonserinos chegavam, o problema se tornava mais óbvio - e mais hilário.

Por volta das sete horas, a mesa da Sonserina estava cheia de meninos se contorcendo e se
arranhando, e garotas de aparência horrorizada. Amycus Carrow, um garoto corpulento do sexto
ano, eventualmente arrancou seus robes, o suéter da escola e até mesmo a gravata para agarrar o
peito que Remus podia ver que já estava em carne viva. Ele quase sentiu pena deles.

Mas então Snape entrou. Fosse por carma ou por pura sorte, Severus parecia ter reagido
particularmente mal às sementes de rosa mosqueta. Ele entrou com a cabeça baixa, o cabelo caindo
sobre o rosto, mas seu nariz ainda estava visível e claramente vermelho.

"Oh Merlin!" Sirius ofegou, rindo tanto que estava segurando o estômago. "Me diga que pegamos
o rosto dele!"

“Ei, Snivellus!” James gritou, de repente, para chamar a atenção do outro garoto.

Snape se virou, olhando para cima; seu cabelo repartido. O lado esquerdo de seu rosto estava
coberto por uma erupção vermelha de alergia, das têmporas até o pescoço, desaparecendo sob o
uniforme. Seu olho esquerdo também estava vermelho, a pálpebra inchada e irritada.

"Tá bonitão!" Sirius cantou, e todos os quatro garotos caíram na risada enquanto Snape saía furioso
da sala.

Quando o café da manhã acabou, todo o castelo já fervilhava de rumores sobre o que exatamente
acontecera com os meninos da Sonserina.

Sirius e James exibiam uma alegria de como se todos o natal tivessem chegado mais cedo, e até
mesmo Peter tinha se animado de uma forma extraordinária - lembrando a todos que ele tinha
ficado de guarda, afinal, tornando toda a aventura possível.

"Foi tudo ideia de Lupin, no entanto," Sirius respondeu, dando um tapa nas costas de Remus, "O
que devemos fazer para comemorar, hein? Bombinhas explosivas? Invadir as cozinhas?"

Remus afastou Sirius, sorrindo educadamente.

"Bem, o que quer que vocês façam, será sem mim", respondeu ele, "tenho detenção dupla."

"Do Slughorn?"

“Sim, e McGonagall. E Flitwick, mas isso é amanhã. E, minha detenção de Herbologia é no fim de
semana. ”

"Caramba,cara!" James franziu a testa, "Você tá tentando bater um recorde ou algo assim?"

Remus deu de ombros. Ele estava sempre sendo punido em St. Edmund's - todos os meninos eram.
A detenção não o incomodava. Embora as bombinhas explosivas parecessem muito divertidas.

"Talvez seja melhor você começar a fazer sua lição de casa?" Sirius disse, gentilmente. Remus
revirou os olhos, levantando-se da mesa.

"Vamos lá", disse ele, "Primeiro é Defesa Contra as Artes das Trevas, pensei que vocês dois
adoravam essa aula."

***

Mais tarde naquele dia, Remus estava a caminho de sua detenção com Slughorn, quando encontrou
Lily Evans. Ficaria perfeitamente feliz em seguir andando, mas ela sorriu e acertou o passo com
ele.

“Oii Remus”

"Oi."

"Você está indo para as masmorras?"

Ele assentiu.

"Eu também. Eu tenho que dizer a Slughorn que Severus não pode atender a detenção. "

"Ah, certo."

"Você ouviu o que aconteceu com os sonserinos?"

"Aham." Todo mundo tinha ouvido - era tudo o que se conversava o dia todo, mesmo durante as
aulas. Felizmente, ninguém tinha a menor ideia de quem seriam os culpados. Foi uma boa ideia
atacar a casa inteira de uma vez. Como poderiam saber quem era o alvo?

"Louco, não é?" Lily continuou, “Pobre Sev, era alérgico ao que eles usaram. Madame Pomfrey
deu-lhe uma poção para dormir enquanto o inchaço diminuí.

Remus deu uma risadinha, sem pensar. Ele olhou para Lily, que estava olhando para ele com
reprovadores olhos verdes. Ela balançou a cabeça.

"Olha, eu sei que ele não foi muito legal com você. Outro dia em Poções ou no trem. Ele é ... bem,
ele é um pouco esnobe, ok? "

Remus bufou.

"Mas eu queria pedir desculpas." Lily continuou, “Eu preciso enfrentá-lo mais. Não deveria deixar
ele se livrar fácil. Ele é realmente uma pessoa muito legal quando você o conhece. "

"Se você diz." Remus parou de andar. Eles estavam fora do escritório de Slughorn agora. A porta
estava fechada, e as vozes estavam altas do outro lado.

"Horace, seja quem for, deve ter sido um Sonserino!" Era a professora McGonagall, “Quem mais
teria a senha?”

“Por que um sonserino atacaria sua própria casa, Minerva?!” O mestre de Poções parecia muito
frustrado.

“Você disse que apenas os dormitórios dos meninos foram afetados. Talvez fosse uma das
meninas.”

“É mesmo!”

“Bem, quem mais? Pirraça? Ele nunca entra nas salas comunais - não entra nas masmorras também,
por falar nisso - tem muito medo do barão sangrento. "

“Temos que banir todos os produtos Zonko.”

“Pelo que Poppy disse, não era um produto da Zonko. Rosa Mosqueta, das estufas.”
Lupin sentiu um fio de medo correr por sua espinha. Se eles sabiam tudo isso, seriam capazes de
descobrir quem fez a pegadinha?

“Rosa Mosqueta, é? Bem esperto." Slughorn realmente parecia impressionado. McGonagall


suspirou.

"Suponho que você gostaria de culpar os corvinos agora?"

“Eu só queria saber quem fez isso!” Ele suspirou pesadamente. “Talvez a verdade venha à tona.
Acho que parece mais provável que fosse uma das garotas da Sonserina do que ... "

"Do que um grupo de marotos rastejando para as masmorras sob o manto da noite com más
intenções?"

Remus podia ouvir a risada de Slughorn com isso.

"Bem, sim."

"Agora, preciso ir." McGonagall estava dizendo, seus passos se aproximando da porta. "Você me
avisa se pegar o culpado?" A porta se abriu. Remus e Lily recuaram, culpados. McGonagall olhou
para eles através de seus óculos, "O que dois Grifinórios estão fazendo tão longe de sua torre?"

"Por favor, Professora, Remus e eu estávamos apenas-"

"Ah!" Slughorn interrompeu a divagação nervosa de Lily, "Lupin, meu garoto - e Srta. Evans!
Vieram pedir desculpas por Snape, hein?

“Não há necessidade, querida menina, não há necessidade. Com tudo o que está acontecendo hoje,
acho que podemos cancelar as detenções dos meninos, por enquanto.” Ele veio até a porta e olhou
severamente para Remus, “Se ficar claro que não haverá mais brigas nas minhas aulas? Ou
qualquer aula, por falar nisso, hein? "

"Sim, professor." Remus acenou com a cabeça, solenemente, tentando não parecer muito satisfeito.

"Excelente." Slughorn sorriu, trancando a porta de seu escritório, "Então, se me der licença, tenho
alguns interrogatórios a fazer."

Remus e Lily quase chegaram ao fim do corredor quando McGonagall de repente chamou.

"Sr. Lupin?"

O coração de Remus afundou.

"Sim, Professora McGonagall?"

“Isso não quer dizer que sua detenção comigo foi cancelada. Venha agora, vamos começar cedo.”

***

McGonagall o fez escrever as linhas por uma hora - nada mal, considerando que estava acostumado
à palmatória em St. Edmund's. Não se importava de copiar e repetir; era reconfortante. Vou
completar todas as tarefas definidas. Talvez engolisse o orgulho da próxima vez e copiasse a lição
de casa de James. Ou de Peter, se não quisesse parecer muito suspeito. Mas sabia que James iria
perguntar por que Remus nunca lia o texto dado. E se contasse, tinha certeza que James e Sirius o
fariam explicar a situação à McGonagall - os dois garotos possuíam uma fé inabalável nos
professores de Hogwarts. Remus, no entanto, nunca conheceu um adulto em quem confiasse. Ela o
mandaria de volta para St. Edmund's imediatamente. De que adiantava para alguém um bruxo
analfabeto?

Assim que sua detenção acabou, ele passou pelo buraco do retrato e entrou na sala comunal para
encontrar seus três companheiros de quarto o esperando. Peter e James estavam envolvidos em um
jogo de xadrez muito sério (é claro que as peças estão se movendo. Remus pensou consigo mesmo,
tudo tem que se mover neste maldito castelo) enquanto Sirius escutava um de seus discos através de
fones de aparência nova e muito chique. Remus estava morrendo de vontade de ouvir, mas ainda
não tinha criado coragem de pedir emprestado.

Ele se sentou ao lado de Sirius silenciosamente. O garoto de cabelos compridos tirou os fones de
ouvido de uma vez.

"Você foi rápido!"

"Só tive que fazer uma no final," Remus explicou, "Slughorn me liberou, muito ocupado tentando
resolver a coisa do pó de coceira."

Sirius sorriu amplamente, recostando-se no sofá com os braços cruzados sob a cabeça. “Essa
pegadinha é um presente que continua nos beneficiando.”

"Snape era alérgico e tudo," Remus disse, sorrindo, "Aquela garota ruiva disse que ele passou o dia
todo na ala hospitalar."

Sirius riu ainda mais alto. Seus olhos brilhavam. Remus nunca tinha visto alguém exibir tanta
alegria. Isso o fez querer socá-lo e virar seu amigo, tudo ao mesmo tempo.

"Qual garota ruiva?" James olhou para cima de repente.

“Cheque MATE!” Peter gritou.

“Você sabe, a irritante. Evans.”

"Eu não acho que ela é irritante."

"Ok." Remus encolheu os ombros.

"Não vamos falar sobre meninas." Sirius revirou os olhos, “Este pode ser o dia mais importante de
nossas vidas! Este é o dia em que nos tornamos lendas; o dia em que nossa amizade foi forjada no
fogo do pó de coceira!”

"Eles não sabem que fomos nós, sabem?" Peter perguntou, nervoso, arrumando seu tabuleiro de
xadrez. Remus balançou a cabeça.

“Slughorn acha que foi uma garota Sonserina. Ou uma gangue de marotos.”

“Marotos!” Sirius se sentou repentinamente, "É isso! Levantem seus copos, rapazes! "

“Não temos copos.” James respondeu, entretido.

"Bem, apenas finja." Sirius balançou a cabeça, irritado, "Deste dia em diante, nós somos os
Marotos!"

Ele disse isso com um esplendor tão dramático que apenas um silêncio atordoado preencheu os
próximos segundos. James estava sorrindo, Peter o encarava em busca de uma explicação, sem
entender o que estava acontecendo. Remus explodiu uma risada.

“Que nome pretencioso de gangue é esse?!”

Chapter End Notes

*Explicação do apelido: “marauder”: em inglês significa algo como invasor,


saqueador, que se esconde e ataca.

Em português: em que há ou demonstra esperteza; que está repleto de manha(s);


malandro, que tenta prejudicar alguém; cujas ações podem ser condenáveis; canalha.
Capítulo 8: Primeiro ano: Segredos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Terça-feira, 5 de outubro de 1971

A lua cheia seguinte foi tão ruim quanto a última. Desta vez, o lobo estava claramente inquieto,
porque Remus acordou com uma série de cortes profundos.

“Eles se curam mais rápido com um pouco de antisséptico.” Aconselhou à Madame Pomfrey, que
cuidava dele sobre a luz da manhã gelada.

“E mais rápido ainda com magia,” ela sorriu, com um floreio de sua varinha. Os cortes fecharam
quase instantaneamente. Remus encarou, pasmo.

"Você pode se livrar das cicatrizes também?" Ele perguntou, ansioso. Ela balançou a cabeça
tristemente.

"Não, Remus, essas não, me desculpe."

"Tudo bem." Ele suspirou, vestindo-se para a escola. Desta vez, trouxe uma muda de roupa e as
deixou no túnel do lado de fora da cabana para evitar voltar ao dormitório.
Ele encontraria os outros meninos durante a primeira aula, e deixaria que tentassem adivinhar onde
ele teria estado.

“Você não precisar ir às aulas hoje,” Madame Pomfrey estava dizendo, “Não se estiver muito
cansado. Posso escrever um bilhete.”

"Eu quero ir." Ele respondeu: "Não é tão ruim, honestamente."

Pomfrey o observou com olhos sérios.

“Não é tão ruim por enquanto. Temo que as transformações comessem a cobrar seu preço
conforme você cresce.”

"Você cuidou de outras crianças como eu, então?" Ele queria perguntar há muito tempo, mas não
tinha certeza como.

"Não, querido, você é o primeiro aluno de Hogwarts que eu conheço que foi..."

"Mordido?"

"Que foi mordido." Ela aceitou, agradecida: "Mas eu prometo que sei o que estou fazendo. Já li
muitas coisas sobre o assunto.”
“Quer dizer que há livros? Sobre pessoas como eu?”

"Bem, sim." Soou surpresa. Ela se sentou na cama enquanto ele terminava de se vestir. "Você pode
pegar um deles emprestado, se quiser?"

Pensou sobre isso, então balançou a cabeça negativamente.

***

Eles tinham Transfiguração primeiro, mas McGonagall não lhe deu detenção por ter esquecido a
lição de casa - ela obviamente decidiu ser mais tolerante perto da lua cheia. Ela o fez prometer
trazê-lo na próxima aula, e ele concordou, esperando ter soado sincero. James, Sirius e Peter
passaram metade da aula tentando chamar sua atenção, mas ele firmemente os ignorou até que
McGonagall ameaçou separar os quatro.

Nos corredores indo em direção a Feitiços, Remus sabia que não havia como escapar. Era uma boa
caminhada de cinco minutos.

"Então? Onde você estava?!" Sirius deixou escapar, caminhando a sua esquerda.

"Lugar algum." Ele respondeu, tentando se apressar.

“Ah, qual é,” James implorou, surgindo a sua direita, “Fala pra gente! Era o mesmo lugar que você
foi mês passado?”

"Talvez."

"Você estava na detenção de novo?" Peter perguntou, se esforçando para acompanhar. Remus se
amaldiçoou por não ter pensado nisso - detenção teria sido o disfarce perfeito.

"Não."

"Então onde-"

"Presta atenção, mestiço!"

Remus estava muito ocupado evitando as perguntas para olhar onde estava indo, e deu de cara com
Snape, que estava virando a esquina. Já irritado, Remus endireitou os ombros e tentou passar por
ele, bruscamente.

"Presta você, Snivellus."

Snape não se mexeu, e o empurrou em vez disso, Mulciber aparecendo em seu ombro esquerdo,
pairando ameaçadoramente sobre os meninos menores.

"Eu sei que foi você que invadiu nossos dormitórios na outra noite." Sibilou: "Todos vocês."

"Ah é, então prove.” James sorriu, cruzando os braços.

Os lábios de Snape se curvaram.

“Eu não posso, ainda. Mas eu vou. Vou me vingar também, eu prometo. "
"Estamos tremendo em nossas calças," Sirius respondeu, encostando-se na parede como se
estivesse entediado. "Agora, poderia gentilmente sair do caminho?"

"Foi sua ideia, Black?" Snape falou lentamente, “Ou sua, Potter? Deve ter sido um de vocês.
Pettigrew não tem coragem e o querido Lupin aqui claramente não tem o cérebro para..."

Remus cerrou os punhos. Podia ver a varinha na mão de Snape - Severus provavelmente conhecia
todos os tipos de maldições e feitiços. James ensinou a Remus um ou dois, mas estava muito cego
de raiva para se lembrar de qualquer um agora.

“Se movendo agora, cavalheiros.” Uma voz aguda de repente soou no corredor.

Era o professor Flitwick, saindo de sua sala de aula para ver o que estava acontecendo. "Severus,
você está atrapalhando os corredores, e vocês quatro deveriam estar na minha classe. Venham
comigo."

Remus se sentiu febril e agitado pelo resto da aula de Feitiços, que geralmente era sua aula
favorita. Dependia mais do trabalho prático com sua varinha do que de ler ou escrever, e muitas
vezes ele se saía melhor do que James e Sirius. Achando difícil se acalmar, ele continuou atirando
suas almofadas pela sala como mísseis, em vez de guiá-los com cuidado pelos aros que Flitwick
pendurara do teto.

Eles estavam trabalhando em feitiços de levitação por algumas semanas, e Peter era o único que
ainda tinha dificuldades. Na opinião de Remus, o problema de Peter era falta de imaginação. James
e Sirius eram excruciantemente confiantes; e ele descobriu que confiança era tudo que você
precisava para realizar a maioria dos feitiços básicos. Remus mesmo se sentia capaz de completar
qualquer tarefa se parecesse simples o suficiente. Peter, por outro lado, se preocupava com tudo.
Ele leu e releu seus livros, tentando copiar os complicados diagramas ao invés de apenas seguir o
que Flitwick mostrou a eles.

“Espero que todos vocês consigam levitar este livro até o fim desta semana”, disse Flitwick no
término da aula. O livro era enorme, cerca da metade do tamanho do minúsculo professor, e
parecia que até um homem adulto teria problemas carregando esse livro muito longe. “Então
venham preparados para um teste rápido de suas habilidades.”

Peter resmungou enquanto eles pegavam suas coisas para partir.

Remus tinha conseguido se acalmar por volta da hora do almoço, mas ao final da tarde ainda estava
com problemas controlando sua magia, e estava grato pelas ultimas aulas serem Herbologia e
História da Magia. Não sabia se era seu temperamento – cujo sempre foi forte – ou a lua cheia.
Sempre teve muita energia depois das transformações, antes mesmo de saber que podia fazer
magia. Agora sua varinha zumbia em sua mão como a estática de uma TV de antena. Ele tentou um
rápido “Lumos”, escondido no box do banheiro entre as aulas, e quase queimou as retinas.

Talvez o livro que Madame Pomfrey mencionou pudesse lhe contar mais sobre o que estava
acontecendo, mas não tinha como saber agora. Também poderia haver livros na biblioteca, mas
ainda não tinha checado. Ele conhecia a palavra, bem o suficiente, e poderia soletrá-la caso
concentrasse bastante. Mas ele não ousou. Remus vivia com o medo de que se escrevesse no papel,
ou dissesse em voz alta de alguma forma, todos descobririam seu segredo. E era melhor deixar esse
tipo de coisa na sua cabeça.

***
Quinta-feira, 7 de outubro de 1971

Era especialmente importante manter seus segredos para si mesmo agora, porque Remus estava
sendo vigiado. Por McGonagall, que ainda erguia a sobrancelha ao ver que ele não estava tomando
notas, por Madame Pomfrey, que sempre estava tentando o parar na ala hospitalar para uma
verificação rápida, e por Snape, ainda estava furioso por não conseguir descobrir como o incidente
com o pó de coceira tinha acontecido. Remus até podia suportar todas essas interferências, se não
fosse por uma quarta pessoa observando-o.

Este perseguidor era muito mais sutil, menos óbvio em sua vigilância, mas ainda era perceptível.
Sirius. No começo, Remus achou que o outro garoto só era intrometido - parte do privilégio que ele
e James compartilhavam. Eles tinham que saber tudo sobre todos. Estavam constantemente
contando a Remus e Peter sobre a vida dos outros - o pai de fulano foi recusado para uma
promoção no ministério anos atrás, por isso ele é meio rancoroso. A tia-avó de Miranda Thrup já
esteve sob investigação pelo uso ilegal de uma poção do amor, e agora ninguém bebia chá na casa
dos Thrup; O Professor Slughorn sabia mais sobre as artes das trevas do que deixava transparecer,
e o Clube do Slug era famoso por transformar bruxos das trevas influentes.

Claro, nenhum deles sabia absolutamente nada sobre Remus, e no começo, ele presumiu que era
por isso que Sirius estava tão observador. Mas ele nunca fez nenhuma pergunta direta, e se estava
curioso sobre a família de Lupin ou sobre sua criação, então era um interesse particular que James
não compartilhava. James raramente observava outras pessoas, Remus notou - ele preferia que
outras pessoas o observassem.

Ninguém mais pareceu notar, felizmente. Sirius foi cauteloso a esse respeito. Só de vez em quando,
Remus conseguia pegá-lo desprevenido, o olhando fixamente com aqueles olhos azuis profundos.
Ele nem tinha a decência de desviar o olhar quando era pego - apenas suavizou sua expressão em
um sorriso amigável, que Remus era obrigado a devolver.

Naquela quinta-feira, eles estavam terminando o dever de casa na sala comunal da Grifinória -
bem, James estava terminando o dever de Remus, já tendo feito o próprio. Ele se ofereceu para
fazer isso em troca de Remus ensiná-lo o feitiço ‘Obfuscate’ e, apesar de seu orgulho, Remus
concordou. Ele realmente não queria outra detenção com McGonagall, e James era bom em imitar
a caligrafia de outras pessoas.

Sirius estava finalizando sua redação e já havia escrito dez centímetros a mais sobre o uso de
crisopas em elixires transformativos – além de diagramas. Havia livros espalhados por toda a mesa
que eles reivindicaram para si, junto com tinteiros e rolos amassados de pergaminho. Peter estava
tentando levitar uma maçã e colocá-la em um cesto de lixo a um metro de distância. Até agora
conseguia levantá-la no ar, mas então ela balançava e caia novamente.

Exausto, Peter passou os dedos pelo cabelo novamente e consultou seu livro.

"Você vai conseguir, Pete, não se preocupe." James murmurou, sem tirar os olhos do papel de
Remus. "Continue tentando."

"Estou tentando", lamentou Peter, "Tenho certeza de que estou errando o movimento ... o livro diz
para usar uma 'ação suave e serpentina', mas não tenho certeza ..." ele girou sua varinha o ar.
Remus resmungou.
"Não é assim." Ele disse, sem rodeios. “É como um S de lado. Veja." Ele executou o feitiço, sem
esforço, levantando a maçã e jogando a no cesto com precisão.

"Como um S, tem certeza?" Peter franziu a testa. Ele apontou sua própria varinha para uma bola de
papel amassada da mesa, "Wingardium Leviosa!" Ele cantou, acenando sua varinha da mesma
forma que Lupin havia feito. O papel voou tremulamente para cima, em seguida, voou com um
pouco menos de elegância para dentro da lixeira, quicando pelas laterais enquanto caía no fundo e
pousava ao lado da maçã. Peter olhou com os olhos arregalados: "Eu consegui!" Ele engasgou,
"Uma forma de 'S', por que simplesmente não dizia isso no livro?!"

"Muito bem, Pete." James disse, olhando para cima e sorrindo. Ele tirou os óculos e esfregou os
olhos, "Você deveria ser professor, Remus.."

Lupin bufou, desviando o olhar timidamente. James continuou.

“Estou quase terminando aqui, só preciso verificar uma coisa - você pode me passar a Teoria da
Magia? O livro do Waffling?”

Remus sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Tentando não entrar em pânico, ele olhou para a
pilha de livros que James estava apontando. Um deles era definitivamente sobre poções - tinha um
caldeirão na capa. Os outros; só a sorte lhe diria. As letras douradas e prateadas em cada capa
pareciam mudar e girar diante de seus olhos. Seria melhor apenas escolher um, mesmo que fosse o
errado? Ele olhou para James, desesperadamente, que estava relendo o papel. Peter estava muito
ocupado levitando mais bolas de papel para notar a agitação de Remus. Ele olhou para baixo
novamente, mordendo o lábio.

Sirius pigarreou silenciosamente e se inclinou sobre a mesa. Deu uma batidinha em um dos livros
com o dedo indicador, sem olhar para Remus. Era um grande livro de couro preto que Remus
reconheceu vagamente. Grato, ele o pegou e entregou a James.

"Valeu, cara." Disse James, distraidamente, voltando ao trabalho. Sirius continuou como se nada
tivesse acontecido. Remus sentiu suas bochechas queimarem.
Capítulo 9: Primeiro ano: Cicatrizes
Chapter Notes

Menção de abuso infantil no fim no capítulo.

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Sexta-feira, 15 de outubro de 1971

Remus teve que passar os próximos dias evitando Sirius – ou ao menos evitando ficar sozinho com
ele. Isso não foi fácil, os meninos estavam juntos o tempo todo, especialmente nos finais de
semana. Todos eles passaram pela aula de feitiços na sexta sem nenhum problema; inclusive Peter.
Flitwick ficou tão impressionado que a sala inteira dominara levitação tão cedo no ano que ele os
liberou mais cedo para o almoço.

Sirius se fez inevitável na semana seguinte, durante a aula de voo. Se Remus não odiasse História
da Magia tanto, voo seria definitivamente sua matéria menos preferida. Cerca de 20 minutos já na
primeira aula de Madame Hooch, ele aprendeu que tinha medo de altura, e as outras aulas foram
miseráveis para ele.

James era a estrela da classe, obviamente, e até mesmo os outros Marotos o acharam insuportável
enquanto ele zarpava pelo campo de quadribol, rodopiando e se exibindo como se tivesse nascido
numa vassoura. Sirius era ótimo também, e a maioria da turma cresceu brincando em vassoura, até
Peter era decente.

Chovera na noite anterior, e o solo estava macio e lamacento. Eles trocaram seus sapatos usuais de
amarrar por botas grossas e o conjunto de vôo escarlate antes de entrarem em campo. Pegaram
suas vassouras e aguardaram instruções. As vassouras foram fornecidas pela escola. Os alunos do
primeiros anos não tinham permissão de trazer suas próprios, mas James dizia, a qualquer um que
parasse por tempo suficiente para ouvir, que possuía um modelo top de linha em casa.

“Certo, montem suas vassouras, por favor, senhoras e senhores,” Hooch berrou para o grupo, “O
vento hoje está bom e forte, então quero que todos vocês tomem cuidado. Potter, sem se exibir! "

Remus subiu em sua vassoura, engolindo em seco. Se não vomitasse, já seria uma vitória.

"Eu gostaria de cinco voltas completas ao redor do campo, depois, uma boa aterrissagem aqui de
cada um de vocês. Cuidado com as poças e lembrem de se inclinar contra o vento sempre que
possível. Use-o a seu favor. Cinco pontos para quem voltar primeiro.” E com quase nenhum aviso,
a bruxa de cabelo prateado soprou seu apito com força.

Remus e Lily, os dois únicos nascidos trouxas da classe, foram os últimos a sair do chão. Uma vez
que a ruiva estava no ar, entretanto, disparou adiante com facilidade.

“Um pouco mais alto, Lupin! Vamos lá!" Hooch ribombou de baixo, gritando através de um
megafone. Ele queria ignorá-la, mas não havia como escapar - pelo menos em St. Edmund's,
quando era obrigado a fazer corridas de trilha, dava pra se esconder em um canto e fugir para
cidade pela tarde.

Ele se empurrou mais alto, tentando olhar para frente e não para baixo; tentando pensar em outra
coisa senão no espaço vazio entre ele e o solo. Ele podia ver a trança vermelha brilhante de Lily à
frente como o rabo de uma raposa, o cabelo loiro de Peter em algum lugar no meio do grupo.
Embora ele não pudesse ver muito à frente, ele sabia que James e Sirius estavam quase pescoço a
pescoço. Remus apenas avançou sem animação, não querendo ir mais rápido. Quem se importava
se ele fosse o último, pelo menos não quebraria o pescoço ao chegar lá. Ao dobrar uma curva no
final do campo, o vento realmente o atingiu e ele tentou não desacelerar muito, inclinando-se para
a frente. Estava muito frio e o ar cinzento da manhã batia em seu rosto. A segunda volta foi tão
ruim quanto a primeira. No terceiro, ele notou que James circulava cada uma das torres das
arquibancadas vazias, apesar das advertências de Madame Hooch. Na quarta volta, Remus teve
companhia.

"Se divertindo?" Sirius sorriu, voando junto dele. Ele parecia tão confortável, como se pudesse
levantar as duas mãos sobre a cabeça, girar de cabeça para baixo e voar para trás sem nenhum
problema.

"O que você está fazendo?" Remus franziu a testa, tentando ignorá-lo. “Tentando perder?”

"James vai ganhar," Sirius deu de ombros, "É melhor deixar ele ter seu momento. Pensei em te
fazer companhia.”

"Por quê?!" Remus respondeu, com os dentes cerrados.

"Achei que você gostaria," Remus não precisava olhar para ele para saber que ele estava sorrindo;
aquele sorriso irritante de Sirius Black. "Além disso, estamos prestes a pousar e eu sei que você
odeia pousar."

“Se manda daqui.”

“Não.”

“Eu estou te avisando, Black...”

"Você não pode me socar aqui, Lupin, a menos que queira soltar sua vassoura."

"Deus, você é irritante."

“Sou.” Sirius voou a frente dele, então ao seu redor, fazendo um círculo perfeito.

“Se manda.” Remus tentou se esquivar dele, oscilando perigosamente.

"Hora de pousar ... lembre-se de esticar as pernas e inclinar-se para trás ... depois, dobre os joelhos
ao bater no ... ei!"

Remus agarrou a cauda da vassoura de Sirius e deu um puxão forte. Rindo, Sirius se endireitou, e
voou de volta para o lado de Remus e deu-lhe um forte empurrão. Remus tremeu, mas segurou
firme, fazendo sua descida. Muito mais suave que a anterior, ele se inclinou para trás, então se
virou rapidamente para empurrar Sirius novamente.

"Fora do meu caminho!" Ele gritou, indo mais rápido, "Você vai ser o último a chegar ao menos
uma vez!"

"Ah não, não vou mesmo!" Sirius agarrou a cauda da vassoura de Remus, rindo e deu puxão para
trás. Agora talvez tinham ido longe demais, já que estavam ambos muito perto do chão. Os dois
garotos trombaram um com o outro, as vassouras voando longe por de baixo deles enquanto caíam
numa grande poça lamacenta, derrapando e rolando, encharcando suas vestes no processo.

"Black! Lupin!" Madame Hooch marchou até os dois meninos esparramados na lama.

Os outros grifinórios se reuniram, rindo e apontando. Sirius saltou de pé com toda a graça que sua
nobreza o abençoou, e puxou Lupin bruscamente pela mão. Ambos olharam para a professora,
piscando as gotas de água de seus olhos.

"O que eu disse sobre tomar cuidado com a poça?" Madame Hooch ergueu uma sobrancelha,
entretida. Ela geralmente via a diversão nas coisas. “Um ponto de cada um da Grifinória. É melhor
você irem se lavar no chuveiro. Podem ir.”

Os dois cambalearam em direção aos vestiários de quadribol, segurando suas vestes pesadas e
encharcadas.

"Malditas vestes ridículas." Remus resmungou quando eles entraram no pequeno prédio de pedra.
"Como é que vamos secar elas?”

"Os elfos domésticos vão cuidar delas." Sirius respondeu, sacudindo as suas e jogando as em uma
pilha no canto.

Remus não se incomodou em perguntar o que diabos eram os elfos domésticos. Tirou suas próprias
vestes e chutou suas botas, e entrou em um chuveiro para continuar a se despir. Já havia toalhas
dispostas, e a água estava deliciosamente quente. Se inclinou para a frente na ducha, deixando-a
aquecer seu sangue, observando a lama e as folhas de grama caindo pelo ralo. Pelo menos se
livrara de mais quarenta minutos voando.

Ele esfregou a cabeça com força. Sem os cortes mensais da Diretora, seu cabelo estava ficando
macio e mais comprido, espetado para cima na maior parte do tempo, tão bagunçado quanto o de
James. Ele finalmente conseguiu ver a cor, mas ficou desapontado - parecia ser um marrom claro
sem graça.

Remus terminou o banho antes de Sirius e saiu, procurando seu uniforme rapidamente. Ele estava
meio vestido quando Sirius finalmente apareceu, seu cabelo comprido penteado para trás, molhado
e brilhando como óleo. Já estava vestido e parecia impossivelmente descolado e crescido. Remus
percebeu que esquecera um botão da sua camisa e começou tudo de novo.

"O que é isso?!" Sirius disse, de repente. Remus olhou para cima e depois para baixo. Sirius estava
apontando para uma longa faixa prateada que se estendia da sua clavícula esquerda a seu mamilo
direito. Ele se atrapalhou com os botões, tentando fechar a camisa mais rápido.

"Uma cicatriz." Murmurou. Não adiantava dizer mais nada agora. Ele mal as notava. Simplesmente
estavam lá, tão parte dele quanto suas sardas ou os pelos finos de seus braços.

"É ... isso aconteceu com você em casa? Onde você cresceu?”

Havia algo estranho na voz de Sirius. Remus descobriu que não conseguia falar, então ele apenas
balançou a cabeça. Sirius acenou com a cabeça também. "Eu tenho cicatrizes." Ele disse, tão
baixinho que Remus achou ter escutado errado a princípio.

Sirius se abaixou e puxou a perna da calça, virando o tornozelo para mostrar a Remus as marcas
ali. Suas cicatrizes não eram como as de Remus - que eram grandes, ásperas e denteadas, cheias de
raiva e fome. As listras prateadas na panturrilha de Sirius eram finas e retas; uniforme em sua
crueldade. Remus olhou por alguns segundos, antes de Sirius soltar a borda do tecido e se
endireitar.

Eles se encararam por um minuto inteiro. Remus se sentindo muito quente, os olhos de Sirius frios
e calmos. Então se quebrou.

"Vamos assistir James fazendo papel de idiota?" Sirius perguntou.

Remus acenou com a cabeça novamente, e os dois voltaram para o ar frio do outono. Eles se
sentaram nos bancos duros das arquibancadas de espectadores e assistiram o resto da turma voar
para frente e para trás pelo campo, as vestes vermelhas esvoaçando. Lily, embora não tivesse a
técnica formal de James, estava fazendo com que ele comesse poeira quando se tratava de
velocidade, e o venceu em duas de três corridas entre os postes do gol.

"Remus?" Sirius disse, de repente, ao passo que os colegas voltavam para o pouso final.

"Sim?"

"Você não sabe ler, não é?"

Remus suspirou. Ele já tinha segredos suficientes para esconder. E Sirius compartilhara um dos
seus.

"Nah."

"Não vou contar a ninguém."

"Valeu."

Aquele sorriso típico de Sirius Black.

Chapter End Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .
Capítulo 10: Primeiro ano: História
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 23 de outubro de 1971

"Nunca te ensinaram?"

Remus deu de ombros, cansado e frustrado. Era uma semana depois da aula de voo, e Sirius o
encurralou sozinho novamente. Estava sentado em sua cama, bem feliz, folheando uma das revistas
de quadribol de James - gostava das imagens em movimento, mesmo que ainda não entendesse as
regras do jogo, e eram a coisa mais próxima de televisão que tinham em Hogwarts.

"Me ensinaram." Respondeu, virando a página, na esperança que Sirius pegasse a dica e se
mandasse. Ele não pegou. “Tentaram me ensinar.” Repetiu. “Eu só não consegui aprender direito.
Quando eu olho para as palavras, acho que não vejo o que todo mundo vê. Nada faz sentido, as
letras ficam pulando e mudando. Os professores falavam que eu simplesmente era estúpido.”

Ninguém fazia muito rebuliço sobre seus problemas escolares em St Edumund’s. Os meninos mal
recebiam dever de casa, sabiam que eles não iriam fazê-los de qualquer jeito. Muitos outros
também tinham problemas; não podiam ou não queriam ser ensinados. Mas não era como se
alguém esperasse muito deles de qualquer maneira.

“Mas como você tem feito?” Sirius era como um cachorro perseguindo o próprio rabo.

"Feito o que?!"

“Bem... tudo! Todo o seu trabalho, aqui, em Hogwarts.”

Remus o olhou como se ele fosse o estúpido entre os dois.

"Sirius, eu não tenho feito nada. Caso você não tenha notado, estou na detenção todas as noites.”

"Bem, sim, obviamente," Sirius acenou com a mão, "Mas outro dia, em Poções, eu vi você - você
não fez nenhuma anotação, nem mesmo olhou para o livro, ou a lousa, e ainda preparou todos os
ingredientes para a cura de furúnculos perfeitamente - Slughorn deu a você cinco pontos!”

Remus sentiu-se corar com a memória. Ele não estava acostumado a receber elogios dos
professores.

"Ah, aquilo foi fácil", ele balançou a cabeça, "Sluggy nos explicou como fazer na aula anterior, eu
só lembrei."

“Maldição, você deve ter uma memória brilhante então.”


Remus encolheu os ombros. Ele supôs que era verdade. Seus professores em St. Edmund's haviam
observado mais de uma vez que ele sabia uma quantidade de palavras muito grande para alguém de
tão pouca educação.

Sirius estava olhando para o nada agora, claramente imerso em pensamentos - Remus podia
praticamente ver as engrenagens em sua mente trabalhando. Às vezes Sirius era um livro
totalmente fechado. Outras vezes, ele era tão fácil de ler que era quase engraçado.

"Se você pudesse ler, seria tão bom quanto eu e James. Melhor, provavelmente.”

Remus bufou.

"Tão modesto, Black."

"Bem, você seria!" O sarcasmo passou despercebido por Sirius, ainda parecendo pensativo, "Seu
jeito com a varinha é muito mais natural, e se sua memória for tão boa quanto você diz que é ..."
Ele mordeu o lábio, "Aposto que há um feitiço para isso."

Remus riu.

"Você vai me curar com um feitiço?"

"Por que não?"

Remus já havia pensado sobre; claro que havia. Mas ele estava mais ciente das limitações da magia
do que qualquer um. Afinal, ele tinha cicatrizes que não curavam e um pesadelo mensal que
ninguém conseguia evitar.

“Magia não pode consertar coisas desse tipo.” Ele respondeu sem rodeios. "Por que mais James usa
óculos?"

"Acho que existem feitiços para a visão." Sirius disse: “Talvez eles simplesmente não valham o
esforço, ou sejam muito perigosos, ou complicados ou algo assim.”

“Não é apenas a leitura,” Remus rebateu, “Minha escrita é uma porcaria também; sou muito lento e
fica tudo bagunçado.”

"Definitivamente existem feitiços para isso." Sirius disse, confiante, "Você pode enfeitiçar sua
pena, eu vi meu pai fazer isso em documentos oficiais. A caligrafia dele é bem garranchuda,
normalmente. "

Remus estava perdido. Sirius claramente não iria desistir. Ele mordeu o lábio.

"Por que você está tão interessado, afinal?"

"Você é meu companheiro Maroto! Não podemos ter você na detenção todos os dias, e se os
sonserinos contra-atacarem? Precisamos da sua mente maligna para as pegadinhas. " Seus olhos
brilharam. "Falando nisso, estou assumindo que você ainda não fez sua lição de casa de história?"

“Não.”

“Ok então, vamos começar.” Sirius pulou da cama e começou a revirar seu baú.

"Não. Você não vai fazer minha lição de casa para mim. " Remus protestou, levantando-se e
cruzando os braços.
“Mas é óbvio que eu não vou.” Sirius respondeu, puxando um livro pesado. Era A História da
Magia; Remus reconheceu o tamanho e a forma. "Eu só queria refrescar minha memória, só isso.
Então, vou sentar aqui e ler em voz alta - porque isso me ajuda a estudar - e se acontecer de você
reter um pouco do que eu falar no seu cérebro enorme, então não há muito que eu possa fazer a
respeito. "

Remus bufou.

“Você não tem nada melhor para fazer? Onde está James, afinal?"

"Assistindo ao treino de quadribol da Grifinória," Sirius se acomodou em sua cama, abrindo o


livro. “Ele quer entrar na equipe ano que vem, então está tentando pegar algumas dicas. Peter o
seguiu, obviamente. Agora, fique quieto, por favor, estou tentando estudar.” Ele pigarreou. “Uma
história da magia, de Bathilda Bagshot. Capítulo um, Egito Antigo; os direitos e rituais de Imhotep
...”

E ele continuou. E falou, e falou. Remus ficou em pé por um tempo, tentando decidir se deveria ou
não simplesmente sair da sala e bater a porta. Mas ele descobriu que realmente não estava tão
bravo - era difícil ficar bravo com Sirius, não importa o quão irritante ele fosse. Então Remus se
sentou e ouviu. Acontece que história não era tão chato, afinal, não quando você entendia o básico.
Além disso, Sirius era consideravelmente mais animado do que o Professor Binns.

Sua voz era clara e firme, nunca tropeçando nas palavras ou frases mais complicadas, como se ele
tivesse lido o livro uma centena de vezes. Remus uma vez o ouviu dizendo a James que era fluente
em latim e grego - a família Black aparentemente se orgulhava desse tipo de coisa.

Assim ele prosseguiu, capítulo após capítulo, dos sangrentos feitiços de ressurreição egípcios aos
crípticos oráculos gregos e às mágicas sacerdotisas mesopotâmicas. O mundo antigo se abriu na
mente de Remus, e ele se viu deitado na cama, com os braços atrás da cabeça e os olhos fechados,
deixando Sirius guiá-lo no tempo.

Eventualmente, a voz do outro garoto estava quase rouca, e ele falava quase sussurrando. A noite
começara a cair em torno deles, e a sala comum fora banhada num laranja dourado quando o sol se
pôs. Na metade do ‘capítulo cinco; Tibério e os avanços da magia de batalha romana’ Sirius soltou
uma tosse baixa e largou o livro.

“Eu não acho que consigo estudar mais hoje,” ele resmungou.

Os olhos de Remus se abriram. Ele se sentou, piscando.

"Tudo bem", disse ele, baixinho. "É hora do jantar, estou morrendo de fome."

Ambos se levantaram, espreguiçaram-se e desceram as escadas.

James e Peter estavam esperando por eles na mesa da Grifinória em seus lugares habituais.

“Como foi o treino?”Sirius perguntou, depois de beber um copo inteiro de suco de abóbora. Sua
voz tinha voltado quase ao normal,soando só um pouco rouca.

“Incrível” James respondeu alegremente, espetando uma salsicha com a ponta do garfo e
mergulhando em purê de batata. “Por que você não veio?”

“Lição de casa.”Sirius respondeu, derramando molho sobre seu próprio purê.

Ao terminarem o jantar, James os bombardeou com cada detalhe do jogo de quadribol, listando
todos os jogadores do time, suas forças e fraquezas, técnicas e como ele faria para aperfeiçoá-los.
Peter intervia com suas próprias opiniões de tempos em tempos, que não diferiam muito das de
James.

A sobremesa era shortcake de caramelo, que nem James Sirius nem gostavam. Remus achou que
eles eram malucos, e interpretou o desgosto deles como pura evidência de seus esnobismo. Teria os
comido se Peter não fosse tão rápido e tivesse pegado tudo.

"Eu tenho alguns doces", o menino menor ofereceu, remexendo nos bolsos do robe e retirando um
saco marrom volumoso, "Mamãe os mandou, podem pegar.”

“Valeu, Pete!” Eles caíram dentro, mastigando seu caminho através de varinhas de alcaçuz, sapos
de chocolate e feijõezinhos que mudam o sabor alegremente. Remus se serviu de alguns também,
até que todos se sentiram um pouco enjoados.

“Qual lição você estava fazendo?” James perguntou, coçando o queixo, distraído, “Achei que já
tínhamos terminado tudo dessa semana.”

“Ah, hum, eu tava meio atrasado em história. Tive que voltar e revisar um negócio.”

Sirius estava se coçando também, perto da clavícula.

Ver eles começou a dar coceira em Remus também. A parte de trás da sua mão fazia cócegas como
se um inseto estivesse rastejando por ela. Ele de repente pensou no pó de coceira e olhou para
baixo.

Ele quase gritou. Nas costas de sua mão crescia uma pelagem escura, em ritmo alarmante. Ele
estava se transformando! Não era nem perto da lua cheia - como isso podia estar acontecendo. Ele
se levantou tão rápido que quase caiu para trás. Tinha que sair dali - rápido!

"O que foi, Lupin? " James olhou para ele, assustado.

Remus o olhou de volta e então para Sirius. Ambos estavam crescendo cabelo também - tufos
escuros brotando de seus rostos, mãos e braços - cada pedacinho de pele exposta. Ele ficou
boquiaberto, sem palavras. Passou a língua pelos dentes - não estavam crescendo.

"Ah, maldição..." James disse, olhando para si mesmo, depois para os outros dois meninos, "O que
está acontecendo?!"

"Peter," Sirius rosnou, seu rosto agora quase coberto de pelos,"Tem certeza que sua mãe mandou
aqueles doces?"

Peter, que ainda não tinha comido nenhum doce, olhou para os dois e ficou vermelho, gaguejando.

"Bem, quero dizer ... pensei que fossem dela ... chegaram esta manhã ..."

"Pete!" James rugiu. As pessoas estavam olhando para eles, agora, virando-se e cutucando umas às
outras. Logo, todo o refeitório estava sussurrando e apontando para os três garotos incrivelmente
peludos na mesa da Grifinória.

Muitas pessoas estavam dando risadinhas também, mas é claro que ninguém estava rindo mais alto
do que Severus Snape, nos bancos da Sonserina.

"Vamos," Sirius se levantou, erguendo o nariz peludo com um ar de dignidade aristocrática nada
menos que hilário, "Vamos para a ala hospitalar. Podemos planejar nossa vingança mais tarde. ”
Enquanto eles partiam às gargalhadas do resto do grande salão, Remus se encolheu de vergonha,
cobrindo o rosto com as mãos. Cada centímetro dele agora estava coberto com o mesmo pelo preto
brilhante. Ele não achou tão engraçado quanto James e Sirius acharam.

"Eu disse que eles iam contra atacar," Sirius murmurou.


Capítulo 11: Primeiro ano: Aniversários, livros e Os Beatles
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok . Leiam as notas finais para algumas explicações sobre o
vocabulário utilizado neste capítulo.

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Felizmente, Madame Pomfrey foi capaz de desfazer o feitiço com alguns movimentos de sua
varinha. Mais ainda lhes deu um sermão sobre o uso indevido de magia perigosa.

“Como se quiséssemos ficar parecidos com o pé-grande!” James reclamou enquanto eles saíam da
ala hospitalar, a pele ainda latejando por causa do crescimento do pelos.

“Deve ter sido o Severus. Ele jogou uma de suas poções nos doces, eu tenho certeza” Sirius ferveu.

"Sim, todos nós sabemos disso, cara." James respondeu: "Não se preocupe, vamos pega-lo."

"Eu sinto muito!" Peter gemeu, pela centésima vez. “Eu realmente pensei que eles vieram da minha
mãe!”

"Está tudo bem, Peter," James deu um tapinha em seu ombro, "Só queria que você tivesse nos dado
segunda-feira de manhã, então poderíamos ter pelo menos faltado a aula de Transfiguração."

“Eu exijo vingança!” Sirius gritou, erguendo sua varinha dramaticamente. Remus riu, James
também.

"E você a terá!" Ele respondeu, empurrando os óculos mais para cima, “Paciência é uma virtude,
Black. Uma vingança como essa leva tempo. Não acho que você tenha outras ideias brilhantes, não
é Remus?"

"Desculpe," Remus balançou a cabeça. Seu coração ainda batendo forte com o terror. Se tivesse
visto Snape naquele momento, teria o estrangulado; não simplesmente pensado em pregar uma
peça nele.

"Eu vou te ajudar, James," Peter saltou, "Eu farei qualquer coisa, eu não terei medo desta vez, eu
vou ..."

Eles estavam quase virando a esquina que levava à torre da Grifinória quando alguém atrás deles
chamou.

"Sirius."

Todos os quatro meninos se viraram. Sirius fez um pequeno ruído chocado. Era Bellatrix Black.

"O que você quer?" Ele perguntou, olhando para baixo e arrastando os sapatos no chão de pedra.
Era a postura mais não-Sirius imaginável, Remus pensou. Ele também notou que James deu um
passo à frente, ficando ombro a ombro com seu amigo.
“Venha aqui e fale comigo de maneira adequada.’’ A bruxa do sétimo ano rebateu em resposta.

Sirius não se moveu. Bellatrix retirou sua varinha - Remus ficou chocado e, pela primeira vez
desde que estivera em Hogwarts, ele se sentiu assustado.

"Venha aqui", disse ela em voz baixa, "ou eu farei você vir. E não será com um feitiço infantil de
crescimento de cabelo, eu juro. "

Sirius avançou, balançando a cabeça para James, que tentou segui-lo. Todos eles observaram os
primos falando em voz baixa no final do corredor por longos e desconfortáveis minutos. Sirius mal
ergueu os olhos do chão durante todo o tempo. Finalmente, ela afagou a cabeça dele, depois girou
e saiu. Todos eles respiraram, aliviados enquanto Sirius voltava, trêmulo.

Em silêncio, todos entraram pelo buraco do retrato e se sentaram no sofá de sempre.

"Tudo bem, Sirius?" James perguntou primeiro.

"Sim." Ele acenou com a cabeça, parecendo mais pálido do que o normal, “Ela hmm ... ela queria
me convidar para um chá. No meu aniversário. Acho que minha mãe deve ter obrigado ela,
provavelmente fez uma reunião de família para tentar me colocar no eixo de novo. ”

"Só porque você está em uma casa diferente?"

"E pelos amigos que eu tenho", ele sorriu para todos eles.

"Então, quando é o seu aniversário?"

"Daqui duas semanas. No dia três. Eu tenho que ir para este chá, sabe, Bella não está brincando
sobre saber algumas maldições realmente ruins. "

“Faremos algo depois, então. Algo bom, certo? "

Peter e Remus assentiram com entusiasmo, mas no fundo da mente de Remus ele se lembrou que
dia três era a noite de lua cheia.

***

Sirius fez doze anos e Remus não estava lá para comemorar, embora ele achasse que ninguém se
importava. Afinal de contas, James era o melhor amigo de Sirius, e Peter ainda gostava de pensar
que James também pertencia um pouco a ele. Então Remus seria o único de fora, mesmo se ele não
estivesse trancado em uma cabana enquanto tenta se matar. Madame Pompfrey o fez experimentar
uma poção para dormir desta vez, antes que a lua estivesse nascendo, mas aparentemente não
surtiu nenhum efeito. O que foi pior desta vez, foi ele ter conseguido fazer sua maior cicatriz até
agora - bem nas costas.

Pomfrey o fez ficar na ala hospitalar o dia seguinte de manhã a noite, o que foi realmente
conveniente - significava que ele poderia simplesmente dizer aos seus amigos que havia ficado
doente repentinamente. Eles ainda ficaram um pouco confusos sobre o porquê de ele não ter
contado nada sobre estar se sentindo mal antes, mas aceitaram a explicação. Provavelmente já
achavam Remus bem estranho, e agora aceitavam praticamente qualquer coisa que ele dizia.

Ele não teria gostado do aniversário. James conversou com Madame Hooch e organizou uma
sessão de voo na hora do almoço para os três. Depois do jantar, antes que Sirius tivesse que ir se
trocar para o chá com seus primos, James e Peter lideraram a mesa da Grifinória em uma rodada de
‘Parabéns para você’, seguida por ‘Sirius é um bom companheiro’. De acordo o que Remus ouviu
dos alunos depois, eles continuavam voltando para o início da música repetidamente, ficando mais
alto a cada minuto, até que a Professora McGonagall teve que ameaçá-los com detenção se eles não
parassem.

À medida que novembro avançava, os dias ficavam mais curtos e o castelo mais escuro. Eles
passavam menos tempo fora, e mais tempo amontoados perto do fogo na sala comunal, jogando
cartas e planejando vingança contra Snape. O primeiro semestre estava chegando ao fim e os
professores pareciam estar passando mais lição de casa do que nunca.

Sempre que Sirius e Remus estavam longe de Peter e James (geralmente quando os outros dois
estavam na biblioteca), o outro menino lia para ele. Eles terminaram A História da Magia em
pouco menos de duas semanas e, em seguida, alternaram entre o Guia do Iniciante para
Transfiguração e
Rascunhos de Poções Mágicas pelo resto do semestre. Quando os marotos faziam sua lição de casa
em grupo, Sirius até começou a ler em voz alta, como se para si mesmo, alegando que o ajudava a
pensar. O que causava o aborrecimento de James, que preferia o silêncio.

Embora eles não pudessem cobrir toda a matéria em tão pouco tempo, para o espanto de todos
(incluindo os dele mesmo), as notas de Remus estavam melhorando em um ritmo surpreendente.
Sirius aparentemente teve a ideia certa; A capacidade de Remus de reter e lembrar informações era
notável, e ele se viu levantando a mão nas aulas pela primeira vez na vida.

As notas de Sirius, por outro lado, começaram a cair. Ele passou tanto tempo tentando
secretamente ajudar Remus, que aparentemente não fez mais nenhuma das leituras extras que tanto
havia se vangloriado. Desta forma, seu próprio dever de casa tornou-se mediano, aceitável e ficou
para trás de James pela primeira vez. James estava alheio, é claro, e apenas presumiu que era ele
quem estava melhorando.

“Mas você passa tanto tempo na biblioteca!” Remus sussurrou para ele uma vez, depois que Sirius
recebeu uma nota 'Aceitável' em sua redação de Feitiços. "Achei que você estava estudando." O
próprio Remus ainda não tivera coragem de visitar a biblioteca. A ideia de todos aqueles livros o
horrorizava.

"Estou estudando", Sirius respondeu alegremente, "Só não essas coisas", ele dobrou a redação,
"Estou procurando feitiços de interpretação cognitiva - você sabe, para que possa ler sozinho. É
realmente complicado, nível N.O.M.s, na verdade, mas acho que quase consegui. Não se preocupe,
Lupin, não é como se eu estivesse falhando. Isso é muito mais interessante, de qualquer maneira. ”

Remus se sentia terrivelmente culpado, é claro, bem como um pouco envergonhado por Sirius estar
se dedicando tanto tempo para ajudá-lo. Ele honestamente não conseguia se lembrar de uma época
em sua vida em que alguém tivesse se esforçado tanto por ele. Isso o fez desejar poder fazer algo -
qualquer coisa em troca. Mas, além de ter uma família difícil, Sirius Black parecia não querer
absolutamente nada.

Na verdade, havia uma coisa que Remus poderia dar a Sirius que nem mesmo James poderia - mas
dificilmente valeria a pena mencionar. Algo que Sirius chamou de "percepção trouxa". Tudo
começou quando Remus finalmente criou coragem para perguntar sobre sua coleção de discos.
Sirius estava muito feliz em compartilhar; além de sua vassoura de corrida, que ainda estava em
casa, seus álbuns eram seus bens mais queridos.

Remus podia ver facilmente o porquê - ele tinha Introducing The Beatles, A Hard Day’s Night e
Help!, bem como Abbey Road; Beggars Banquet e Sticky Fingers (“Mick Jagger deve ser o trouxa
mais legal que eu já vi”, disse Sirius), dois álbuns do Led Zeppelin - Remus não os tinha ouvido
antes, mas os meninos mais velhos em St. Edmund's eram todos obcecados - e um LP de Simon e
Garfunkle, escondido atrás.

Bruxos, no fim das contas, geralmente não escutavam muito música trouxa. Todos os discos de
Sirius foram dados a ele por sua prima, Andrômeda, que aparentemente foi a primeira "ovelha
negra" da família Black, tendo terminado a escola alguns anos antes e se casado com uma trouxa.

"Eu quase nunca a vejo," Sirius explicou, "Não desde o casamento, mas ela os manda para mim de
vez em quando. Ela os envia pelo correio trouxa, para que mamãe não descubra - ela não entende
como funciona o correio. "

Portanto, embora ele tivesse uma coleção impressionante para os padrões de qualquer criança de
onze anos, as paixões musicais de Sirius existiam quase inteiramente em uma bolha. Ele não
conhecia nenhuma outra música dos Beatles além das que já tinha ouvido, gravadas em vinil.
Nunca havia ouvido a rádio, ou assistido Top of the Pops, ou mesmo aberto uma cópia da NME
antes. Dessa forma, ele achava Remus infinitamente fascinante quando o assunto era música e
cultura trouxa.

"Mas você realmente os viu!" Ele disse, maravilhado: "Você os viu se apresentando."

"Não na vida real, nem nada," Remus respondeu, desconfortável.

"Não, eu sei, no telefone," Sirius assentiu sabiamente. Remus sufocou uma risada.

"Na televisão ." Ele corrigiu. "É mais parecido com aquelas pinturas em movimento que vocês
têm. Apenas preto e branco. E só os Beatles - os Stones tocaram uma vez e a diretora nos fez
desligar, por causa do cabelo deles. ”

"O que tem o cabelo deles?"

"São muito compridos" Remus deu de ombros, "Ela disse que eles pareciam sujos."

" Meu cabelo está muito comprido", disse Sirius, franzindo a testa.

"Sim é. Mas garotos trouxas não têm cabelo comprido, normalmente não. "

"Não diga isso a ele!" Peter brincou: "Ele vai raspar a cabeça." Ele jogou uma pedra no tabuleiro
no chão - eles estavam jogando um jogo chato nos últimos dias, tentando ensinar as regras a
Remus. Ele rolou em uma das pedrinhas e acertou a de Sirius, que caiu para fora do ringue,
imediatamente esguichando um líquido de cheiro nojento, que Sirius mal desviou a tempo. Peter
sorriu, "Ha, toma isso, fã de trouxas!"

Sirius xingou alto e saiu para trocar de roupa.

Chapter End Notes

-Top of the Pops: também conhecido como TOTP, é um programa musical da parada
de sucessos britânica, produzido pela BBC e originalmente transmitido entre 1 de
janeiro de 1964 e 30 de julho de 2006.

-NME; New Musical Express é uma revista britânica de música publicada


semanalmente desde Março de 1952. Foi o primeiro jornal britânico que incluía o top
de singles que apareceu na edição de 14 de Novembro de 1952. A sua popularidade
veio a crescer e nos anos 70 tornou-se na revista de música mais vendida do Reino
Unido.

- N.O.M.s: Os Níveis Ordinários de Magia (frequentemente abreviado NOM, OWL


em inglês) é um teste específico realizado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
pelos alunos do quinto ano, administrado pelo Autoridade dos Exames Bruxos. A
pontuação feita por um estudante em um NOM especial determina se ele ou ela vai ou
não ser autorizado a continuar a cursar uma disciplina em anos letivos posteriores.
Classificação das notas

Ótimo [O] (sempre continua em nível NIEM)


Excede Expectativas [E] (geralmente continua em nível NIEM)
Aceitável [A] (raramente continua em nível NIEM)
Péssimo [P] (pode repetir)
Deplorável [D]
Trasgo [T]
Capítulo 12: Primeiro ano: Natal de 1971
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

“Lupin, talvez você possa me dizer - quais são as propriedades transfigurativas do lapis
philosophorum?” McGonagall o chamou, no final da aula um dia.

Direcionou-lhe um olhar muito penetrante - a última vez que ela o fez uma pergunta na frente da
classe, Remus deu de ombros e desviou o olhar.

"Hm ..." Remus vasculhou seu cérebro, "Bem, acho que é aquele que transforma as coisas em
ouro? Se você usar direito ... e Cleópatra, a Alquimista, usou para transformar chumbo em prata,
eu acho.''

"Correto." McGonagall parecia estar tentando mascarar sua surpresa. “Cinco pontos para a
Grifinória. E mais cinco por fazer a conexão com Cleópatra, a Alquimista - ela não é mencionada
em Transfiguração para Iniciantes, você leu isso em seu livro de história?”

Remus assentiu, ciente de que todos estavam olhando para ele.

“Bem, excelente. Alguns dos meus alunos do terceiro ano são incapazes de fazer referência cruzada
de seus estudos assim, estou feliz em ver você se interessando.” Ela disse à classe. “E
começaremos a discutir alquimia depois do Natal. O que me lembra - com o feriado se
aproximando, eu gostaria de pedir a todos os alunos que planejam permanecer em Hogwarts que
me avisem até o final da próxima semana. Obrigado, vocês estão dispensados. "

A classe se levantou para sair. Algumas pessoas deram tapinhas nas costas de Remus ao passarem.

"Sr. Lupin, você tem um minuto?" McGonagall disse, assim que ele estava passando por sua mesa.
Seu estômago se contorceu. Ficara duas semanas sem uma detenção dela; deveria saber que algo
estava por vir. Ele ficou parado, enfiando as mãos nos bolsos e olhando para os pés enquanto o
resto da classe ia embora.

Finalmente, a sala de aula vazia, ela caminhou e fechou a porta (bem na cara de James) e voltou
para a sala.

"Muito bem hoje, Remus," McGonagall disse gentilmente, "Você realmente tem se saído muito
bem ultimamente."

Ele olhou para cima, surpreso. Ela riu,

“Não fique tão surpreso! Estou muito impressionada. O Professor Slughorn e o Professor Flitwick
disseram o mesmo. Queria uma palavra rápida com você sobre o Natal. Eu falei com a Sra. Orwell
-“
"Quem?!"

"A senhora que dirige St Edmund's."

"Oh, certo, a Diretora."

"Isso. Como você sabe, a lua cheia ocorrerá duas vezes em dezembro – dia dois,” (que era na
próxima semana) “e trinta e um. Véspera de Ano Novo. A Sra. Orwell tem a opinião que seria
melhor você permanecer em Hogwarts durante o Natal por esse motivo. Espero que você não esteja
muito desapontado. "

Remus deu de ombros.

"Por mim tanto faz."

A Professora McGonagall assentiu, muito séria.

“Vou adicionar o seu nome à lista, então. Vejo você na próxima semana, Remus. "

***

James convidou Sirius e Remus para visitá-lo durante o feriado, sabendo que nenhum dos dois teria
um Natal particularmente feliz. Remus foi forçado a recusar - mesmo se não fosse incrivelmente
tímido e envergonhado de visitar a casa de James e conhecer seus pais, ele ainda estava legalmente
sob os cuidados da autoridade local de St. Edmund e precisava da permissão por escrito da diretora
para deixar Hogwarts.

Sirius, que teria adorado a oportunidade de passar duas semanas brincando com James, voando
com suas vassouras e comendo chocolate, também teve que recusar. Sua família deixou bem claro
que não aprovava que ele visitasse a família Potter sob nenhuma circunstância.

"Bellatrix, aquela vadia, tem passado informações para meus pais." Ele explicou, sombriamente:
"Aparentemente, eu já os desgraçei o suficiente. Se eu for para sua casa, só vai piorar. Desculpe
cara."

Remus foi até a fim do terreno com os marotos para se despedir deles no último dia do semestre.

“Vamos enviar corujas para vocês!” James prometeu: "Tentem bolar nosso próximo plano de
ataque a Snape!"

Remus sorriu e prometeu que tentaria. Ele esperava que as cartas que James fosse enviar não
fossem muito longas. Era o único Grifinório do primeiro ano que ficou para trás no feriado, e
voltou caminhando solitário de volta ao castelo.

No dia seguinte, ele dormiu até tarde - algo que eles nunca tiveram permissão de fazer em St.
Edmund's. Acordou só as dez horas, quando Frank Longbottom enfiou a cabeça pela porta.

“Vamos, Lupin, você vai perder o café da manhã assim!”

Remus gostava de Frank - ele tinha um rosto largo e amigável, e um jeito descontraído. Ele parecia
totalmente sólido e confiável, como um irmão mais velho. Ele compreendia que Remus estava
acostumado a ser um excluido e tentou introduzi-lo sempre que possível, sem forçar muito a barra.
Depois do café da manhã, Frank desapareceu para o corujal e Remus sentou-se carrancudo na sala
comunal, sentindo as próximas duas semanas se esticarem diante de si, vazias e solitárias. Ele
considerou uma caminhada ao redor do terreno, mas começara a chover forte. Ele tocou alguns
discos de Sirius e folheou uma pilha de revistas que alguns alunos do quarto ano haviam deixado
para trás, apenas olhando as fotos. Eram principalmente bruxas bonitas e glamorosas e bruxos
atraentes - ele supôs que fosse uma revista de moda.

Os próximos dias passaram da mesma maneira. Frank o levantaria de manhã, ele comeria todas as
suas refeições com os grifinórios restantes no Salão Principal, mas fora isso ele ficava na dele.

Em um momento, ele ficou tão entediado que até pensou em fazer parte do dever de casa. Estava
tentando melhorar sua caligrafia, mas era quase impossível com as penas ridículas que eram
requisitadas. Ninguém o respondia direito quando ele perguntou por que não podiam simplesmente
usar canetas esferográficas. Até os lápis seriam mais fáceis. Eventualmente ele tentou ler um
pouco, mas depois de um parágrafo do livro de herbologia, ele desistiu em frustação. Ao invés
disso, copiou alguns diagramas – Remus não se importava em desenhar; gostava da liberdade.

Todos os dias ele caminhava ao redor do castelo por algumas horas, com seu mapa. Os outros
meninos já haviam descartado os seus, tendo aprendido todos os locais das salas de aula depois da
primeira semana mais ou menos, mas Remus se agarrou ao dele, ainda incomodado por estar
incompleto. Começou a marcá-lo, adicionando pontos de interesse, esconderijos e as passagens
secretas que encontrou.

Passava o resto do tempo evitando professores que estavam preocupados por ele estar sozinho. Ele
não foi o único aluno que sobrou na escola, mas a maioria dos outros estavam no sexto e no sétimo
ano, e geralmente ficavam na biblioteca revisando para os exames ou trabalhando em suas lições.
Slughorn estava dando aulas extras de Poções nas masmorras, mas Remus não havia sido
convidado e provavelmente não teria ido de qualquer maneira.

Ele praticou alguns feitiços e se divertiu por algumas horas tentando ver quantos objetos em seu
dormitório poderia levitar de uma vez. Ele fez disso um jogo, jogando vários objetos - livros,
bolinhas de gude, baralhos de cartas - no ar, e tentando detê-los antes que caíssem no chão. Ele teve
que parar com isso, eventualmente, quando Frank bateu na porta e lhe disse irritado para diminuir
o barulho.

***

Sábado, 24 de dezembro de 1971

Na véspera de Natal, Remus acordou mais cedo do que de costume - ainda estava bem escuro. A
chuva forte batia nas grossas vidraças das janelas, o som alto o suficiente para ecoar pelo
dormitório vazio. Mas não foi isso que o perturbou. A porta se abriu com um rangido e alguém
entrou.

Sentando-se e olhando através da escuridão, Remus esperava ver Longbottom dizendo a ele para se
levantar para o café da manhã. Mas não era Frank. Era um menino de aparência muito encharcada
e desgrenhada, com cabelos longos e rosto orgulhoso.
"Sirius!" Remus saltou da cama, muito feliz por ver seu amigo.

Sirius tirou o cabelo molhado dos olhos - ele claramente tinha estado na chuva, tirou sua pesada
capa de viagem, deixando-a cair em uma pilha no chão.

"Tudo bem, Lupin?" Ele sorriu. "Está congelando, não?" Ele apontou sua varinha para a lareira,
"Incendio."

"O que você está fazendo aqui?!"

"Já fiquei lá por tempo suficiente", disse ele simplesmente, tirando as botas, que estavam
empastadas de lama. “Discuti com papai, depois toda a família se meteu. O de sempre. Me
chamaram de traidor do sangue, a vergonha da família, et cetera, et cetera ...” Ele desabou na cama.
"Então eu fui embora."

"Uau." Remus esfregou os olhos, pasmo. "Como você chegou aqui?"

"Pó de Flu." Sirius deu de ombros, “No bar da vila. Então simplesmente andei até aqui.”

"Uau." Remus repetiu.

"Estou morrendo de fome, eles me mandaram para a cama ontem à noite sem jantar. Vamos, se
vista! Café da manhã!"

McGonagall não ficou tão feliz em ver Sirius quanto Remus. Os dois garotos tentaram sentar-se à
mesa como se nada estivesse fora do normal, mas ela apareceu ao lado deles quase imediatamente.

"Sr. Black." Ela disse, uma nota de advertência em sua voz que Remus reconheceu de suas
detenções. "Qual o significado disso?"

"Eu também senti sua falta, professora." Ele sorriu para ela.

O canto da boca da bruxa se contraiu, mas ela manteve a compostura.

"Você foi visto entrando no terreno de Hogsmeade às seis horas desta manhã.

Você se importa em se explicar melhor?”

Sirius balançou a cabeça.

“Na verdade, não, professora. Isso é praticamente tudo que há para lhe contar. "
McGonagall suspirou, balançando a cabeça levemente. Ela tinha o mesmo olhar de pena que
normalmente reservava para Remus.

“Muito bem, Sr. Black. Terei que entrar em contato com seus pais, é claro, para que eles saibam
onde você está.”

"Não há necessidade." Sirius respondeu, acenando com a cabeça para o bando de corujas que
acabara de entrar na sala. A maior dessas aves, uma enorme coruja-águia imponente, deixou cair
um grosso envelope vermelho no prato de Sirius. Ele olhou para baixo e depois para McGonagall
com um sorriso irônico, "Acho que eles sabem exatamente onde estou."

Ele pegou o envelope sinistro e, sem quebrar o contato visual com McGonagall, rasgou-o. Quase
imediatamente, a carta começou a gritar. A voz estava tão alta que encheu todo o salão, fazendo
com que cabeças se virassem. McGonagall estremeceu com o tom ensurdecedor disso. Era a voz da
mãe de Sirius.
"SIRIUS ORION BLACK", gritava, "COMO VOCÊ OUSA DESAFIAR SEU PAI DESTA
MANEIRA!" Remus tapou os ouvidos. Sirius permaneceu perfeitamente imóvel, olhando para
McGonagall, “CONSORTANDO COM MESTIÇOS E TRAIDORES DE SANGUE! DANDO AS
COSTAS À SUA FAMÍLIA! SE SEU AVÔ ESTIVESSE VIVO, ELE TE DESERDARIA NO
MOMENTO EM QUE FOI SELECIONADO PARA ESTA CASA! VOCÊ PERMANECERÁ NA
ESCOLA ATÉ O FINAL DO ANO E PENSARÁ NA VERGONHA E DESONRA QUE LEVOU
AO SEU TÍTULO NOBRE! NÃO ACHE QUE NÃO O DESERDARÍAMOS! VOCÊ NÃO É
NOSSO ÚNICO FILHO!”

Com isso, a carta explodiu em chamas, enrolando-se e murchando em uma pilha de cinzas brancas
como giz. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Todo mundo estava olhando.

Sirius pegou uma torrada, colocou em seu prato, então começou a colocar ovo mexido nela,
indiferente. Ele olhou para McGonagall novamente.

"Você pode mandar uma coruja para a mãe, se quiser, professora, mas duvido que ela vá ler."

"Muito bem, Sirius," McGonagall acenou com a cabeça, "Apenas ... tente ficar longe de problemas,
está bem?" Com isso, ela caminhou rigidamente de volta para a mesa dos professores no final do
corredor.

Sirius comeu seu café da manhã em silêncio. Anos depois Remus se lembraria, naquele momento,
pensou que Sirius era o garoto mais corajoso do mundo.

***

O dia de Natal em St Edmund's costumava ser extremamente barulhento. Alguns meninos


recebiam presentes - aqueles com parentes distantes que se importaram o suficiente para enviar um
novo suéter talvez, mas não o suficiente para visitar - outros se contentavam com a seleção usual
de doações, que a diretora embrulhava para eles. A obtenção de presentes era rapidamente seguida
pela troca de presentes, e muitas vezes eles passavam a manhã trocando os itens modestos que
receberam. Depois, eram mandados para se arrumarem na medida do possível e então, conduzidos
em uma longa fila até a igreja, onde se sentariam durante o serviço de Natal, entediados e
indiferentes.

A manhã de Natal em Hogwarts era bem mais agradável. Remus quase ficou comovido ao
descobrir que a diretora não o havia esquecido - o correio havia chegado durante a noite e no final
de sua cama ele encontrou um cartão dela junto a um pacote irregular que continha um saco de
nozes, uma laranja e um lata de biscoitos. Para sua surpresa, James também mandou um presente -
seu próprio conjunto de gobstones. Peter tinha até enviado uma caixa de sapos de chocolate.

"Feliz Natal," Sirius bocejou, abrindo seus próprios presentes. Ele não havia recebido nada de seus
pais, pelo que Remus percebeu, mas não mencionou isso. James havia enviado a ele um anuário de
seu time de quadribol favorito, o South End Scorchers, e a caixa de sapos de chocolate de Peter.

"Feliz Natal," Remus respondeu, "Eu não comprei presentes para ninguém," ele admitiu culpado.
“Eu não sabia que eles iriam...”

"Não se preocupe com isso," Sirius respondeu, a caminho do banheiro, "Ninguém esperava que
você comprasse nada."

O que perturbou Remus, mas ele tentou não pensar nisso. Enquanto Sirius estava no banheiro,
outra coruja voou pela janela e deixou cair um pacote grande, plano e quadrado em sua cama.
Quando Sirius saiu e viu, seus olhos brilharam e ele o abriu, ansioso.

Era outro álbum trouxa. A capa era preta, impressa com a imagem da silhueta de um homem
parado em frente a um grande amplificador tocando guitarra. Ele tinha cabelo comprido e
encaracolado, com as pernas separadas em uma postura poderosa, delineado em ouro.Electric
Warrior, o título berrava, T-Rex.

“Ahh, T-Rex, acho que já ouvi falar deles,” disse Remus, enquanto Sirius o virava para ler a lista
de faixas.

“Coloca para tocar!” Remus encorajou, impaciente. Quem se importava com o que a capa dizia?

Sirius o fez, deslizando o disco preto liso e colocando-o em sua vitrola. O disco começou a girar e
a sala se encheu de música - um latejar suave e deslizante.

‘Beneath the bebop moon/I wanna croon/With you-ooo…’

Eles se sentaram e ouviram em transe, parando apenas para virar para o lado B. Assim que acabou,
Sirius silenciosamente o virou e começou do início novamente. Eles alternavam entre sentar na
cama, balançando levemente com a melodia, ou balançando a cabeça enquanto as batidas
aumentavam. Eles trocaram sorrisos entre si com os riffs mais cativantes, e se deitaram para olhar
para o teto nas faixas mais lentas e sonhadoras.

Eventualmente, na metade da segunda escuta, Frank entrou.

“Feliz Natal, rapazes - vamos, café da manhã!”

Eles se vestiram rapidamente e desceram para o refeitório. O Grande Salão havia sido decorado de
forma espalhafatosa pelos professores - cordas brilhantes de enfeites em vermelho, verde e ouro
cintilavam de cada viga, penduradas como vinhas da selva festiva. Doze árvores enormes
cintilavam com luzes em todas as cores imagináveis e continham bugigangas do tamanho de bolas
de futebol penduradas em cada galho.

Depois do café da manhã, os meninos correram escada acima para ouvir o álbum novamente.

A música favorita de Sirius era Jeepster - ele adorava os acordes vibrantes e agressivos. Remus
gosta mais do Monolith ; era espacial e suave, as palavras sem sentido e significativas ao mesmo
tempo. O fez sentir como se estivesse flutuando.

Pelo resto do dia eles colocaram música na sala comunal, comeram sapos de chocolate, nozes,
biscoitos e jogaram jogos barulhentos de snap explosivo. As refeições em Hogwarts sempre foram
espetaculares, e o jantar de Natal não foi diferente. Quando a noite caiu, Remus tinha comido tanto
que pensou que nunca mais sentiria fome.

Embora ele não tenha dito isso a Sirius (que, afinal, foi forçado a fugir de casa pela primeira -
senão a última - vez), foi o melhor Natal que Remus já teve.
Capítulo 13: Primeiro ano: Lectiuncula Magna
Chapter Summary

Sirius tem uma ideia e Remus ganha um presente.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok. Nas notas finais há a explicação de termos que perdem o
significado se forem traduzidos, olhem lá bjs.

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Terça-feira, 27 de dezembro de 1971

Com o fim do Boxing Day, Remus e Sirius se viram presos e perdidos naqueles dias estranhos
entre o Natal e Ano Novo, enquanto aguardavam o retorno de seus amigos. Sirius estava ansioso
para planejar sua vingança contra Snape – agora, ele não estava mais interessado em atacar todos
os sonserinos, querendo concentrar suas energias em um único inimigo.

Remus estava inclinado a concordar. Estava furioso demais com Snape para pensar com clareza
sobre isso nas últimas semanas. Não conseguia se livrar da sensação de que Severus tinha de
alguma forma acertado o feitiço exato que deixaria Remus mais perturbado. Não sabia exatamente
como o menino sonserino tinha conseguido - provavelmente fora apenas um palpite inteligente -
mas ele não se importou.

"Devíamos apenas pegar a capa de James, segui-lo até que ele fique sozinho e, em seguida, dar
uma surra nele." Remus rosnou, enquanto eles se sentavam na sala comunal vazia uma noite. Ele
agarrou o braço do sofá ao dizer isso, sentindo o couro ranger sob suas mãos. A lua cheia estava se
aproximando e seu temperamento estava cada vez pior.

"Ora, ora, Lupin," Sirius repreendeu suavemente, carregando uma pilha de livros que trouxera da
biblioteca. "Você está pensando como um trouxa. Se vamos pegá-lo, vamos pegá-lo com magia. "

“Ah não,mais livros?.” Remus choramingou, enquanto Sirius se sentava ao lado dele, um livro
enorme em seus braços. Ele o abriu, e era tão grande que a capa cobriu ambas as pernas magras.

“Sim, mais livros.” Sirius respondeu, despreocupado. "Você vai amá-los assim que os conhecer
melhor, eu prometo."

Remus não tinha tanta certeza disso. Era verdade, ele começou a gostar bastante de suas sessões de
estudo secretas e ficou surpreso com o quanto aprendera, mas ouvir Sirius era uma coisa - sentar-se
sozinho e olhar para um bloco de texto era outra coisa. Ainda assim, Sirius continuou prometendo
a ele que estava se aproximando de uma solução.

"Então, esse aqui é sobre o que?" Remus perguntou, conformado com seu destino. Se Sirius estava
determinado a fazer algo, havia muito pouco que alguém pudesse fazer para impedi-lo. Você
apenas tinha que segurar firme até que tudo acabasse.

"Feitiços e azarações. Muitos deles são realmente complexos. Quer dizer, somos bons - você, eu e
James, de qualquer maneira - mas ainda acho que devemos nos ater ao básico. Simplicidade é a
chave.”

"Está bem." Remus respondeu, estupidamente. Ele ainda preferia a ideia de uma surra surpresa.

“Então, pensei que poderíamos falar qualquer ideia que passar pela nossa cabeça, e ver se isso nos
leva a alguma maldição boa.” Sirius continuou, sem se deixar abater pela relutância de Remus,
"Então, eu sou muito bom em transfiguração - tirei as melhores notas mesmo depois que você
começou a recuperar o atraso."

"Certo." Remus concordou,

''James é um pouco melhor do que eu em Defesa Contra as Artes das Trevas – que talvez seria útil
ao lidar com um verme viscoso como o Snivellus, mas ainda não aprendemos nenhum feitiço bom,
exceto coisas para desarmar, e isso não adianta de nada.”

Ele mastigou a ponta da pena, considerando. Não era uma pena nova e deixou uma mancha escura
no lábio inferior de Sirius. Remus não disse nada. Sirius continuou, "James é bom em voar
também, obviamente, mas eu não sei como isso vai ajudar. E há Pete ... é bom em se esgueirar e
trabalho pesado, eu suponho... "

Remus achou isso injusto. Peter nunca foi o melhor da classe como Sirius e James, mas era
perfeitamente competente, geralmente se contentando com uma nota satisfatória. Ele não tinha a
vantagem competitiva que James e Sirius tinham, o desejo de se provar. Remus entendia isso muito
bem - às vezes ser amigo de pessoas mais inteligentes e confiantes bastava. Você conseguia um
pouco do brilho deles sem a parte da pressão.

"Pete é bom em Herbologia," Remus apontou, "E Poções."

"Ambos inúteis." Sirius encolheu os ombros, "Foi você quem surgiu com a coisa da rosa mosqueta,
e nós nunca vamos vencer Snape em Poções - odeio admitir, mas o bastardo é bom demais. Enfim,
então temos você; você provavelmente é o melhor em Feitiços.”

"Não o melhor," Remus disse, apressado, "Eu sou bom em levitação, eu acho, mas é isso."

“Oh cale a boca, não é hora para modéstia, Lupin,” Sirius acenou com a mão impaciente, “Você
aprende feitiços mais rápido do que qualquer um. Se encontrarmos um feitiço suficientemente
hediondo aqui, então conto com você para descobrir como fazê-lo. "

Remus se contorceu. Ele odiava quando Sirius falava assim - como se Remus fosse tão inteligente,
ou tão talentoso quanto ele e James eram. Ele sabia que não era verdade e isso o envergonhava. Ele
lutou contra uma vontade repentina de empurrar o livro grande e pesado de seus colos e ir embora.

Era apenas lua cheia, disse a si mesmo. Ele se sentia inquieto e com calor muito perto do fogo,
muito perto de Sirius, de quem ele podia sentir o cheiro de sangue, misturado com o cheiro único
de magia. Ele esperava vagamente que o jantar fosse carne vermelha - algo em que ele pudesse
sentir o gosto do ferro.
"Tem que ser algo grande," Sirius murmurou, virando todas as páginas até o final do livro - Remus
soltou uma exclamação quando todo o peso dele bateu em suas coxas. Sirius ignorou, passando um
dedo pelo índice. "Algo muito pior do que a coisa dos pelos."

Remus estremeceu ao pensar na brincadeira de Snape. A raiva cresceu dentro dele novamente. Ou
era fome? Ele balançou a cabeça, afastando o livro e se levantando, fingindo que precisava se
esticar. Suas juntas já doíam enquanto seu corpo se preparava para a transformação que se
aproximava.

"Não sei por que você acha que eu vou servir para alguma coisa." Remus suspirou, bocejando
agora.

"Você tem um ponto de vista trouxa." Sirius sorriu. “Como o pó de coceira. Você pode pensar
coisas que Snape nem imaginaria. "

Remus coçou a cabeça, vasculhando o cérebro.

"Não consigo pensar em nada ruim o suficiente", disse ele, "uma vez, pegamos um balde de água e
o colocamos sobre uma porta - tem que ficar um pouco entreaberta, sabe, então a Diretora deveria
passar por ela e ficar encharcada. Exceto que não foi a diretora quem entrou, e sim a cozinheira, e
nos serviram comida de merda por um mês. " Seu estômago roncou com a menção de comida.
"Essa é uma brincadeira bem boba, para ser honesto. Está com fome? Já podemos descer para
jantar? "

"Sim, acho que sim." Sirius fechou o livro. “Poderíamos obter um balde facilmente, mas parece
que há muita chance para erros. E eu não sei se isso iria realmente causar medo nele do jeito que
nós queremos. Somos marotos, devemos estabelecer certos padrões.”

Remus riu enquanto eles passavam pelo buraco do retrato,

“Sim, eu disse a você que era uma porcaria de ideia. Uma pena, porque o Snivellus bem que
precisa de um banho.”

Sirius riu de volta. Então ele congelou e agarrou o ombro de Remus,

“Oh, um gênio! Você é um gênio de merda! "

"O que?!" Remus respondeu, chocado e um pouco irritado por ter sido sacudido daquele jeito.

“Um bom banho! Isso é o que vamos fazer! É fácil, aposto, deve estar em um daqueles livros ...
espere aqui!” Ele desapareceu através do retrato. Remus suspirou, faminto e esperou.

***

"Então, espere, explica de novo?" Remus sussurrou, enquanto terminavam seus pratos. Ele usou os
restos de sua batata assada para enxugar o que restava do molho. Poderia até repetir - comia como
um cavalo nas noites antes da lua cheia. “Parece complicado.”

"Não é," Sirius balançou a cabeça, "Acho que é fácil. Feitiços climáticos são difíceis em grande
escala, mas este só precisa ser uma nuvem do tamanho deste prato.” Ele tocou a porcelana à sua
frente.
"Seria como o teto?" Remus perguntou, erguendo a cabeça para as vigas encantadas. Estava
chovendo, como em todo o Natal, mas o aguaceiro desaparecia antes de chegar até eles.

“Um pouco,” Sirius respondeu, “Mas menor. E sem quaisquer encantos que estão impedindo de
nos molhar.”

"Mas ... ele não poderia simplesmente sair de baixo da nuvem?"

"Não se combinarmos com um feitiço de ligação!"

“Mas ... não sabemos misturar feitiços ainda. Bem, eu não sei. Você sabe?" Ele olhou para Sirius,
que estava balançando a cabeça vigorosamente,

"Sim, eu tenho praticado, para sua coisa de leitura. Não é muito difícil na verdade; só precisa se
concentrar.”

"Isso é o que dizem sobre ler," Remus suspirou.

“Vamos praticar.” Sirius disse, com firmeza, "Vamos praticar bastante, antes que James e Pete
voltem. Eles ficarão super impressionados. "

Não houve tempo para repetir o prato depois disso, então Remus teve que se satisfazer com o resto
de seus biscoitos de Natal enquanto Sirius procurava feitiços de clima. Depois que ele encontrou o
que queria, os dois se revezaram para tentar, Sirius lendo as instruções várias vezes até que
entendessem.

Foi a primeira vez que Remus tentou um feitiço sem que fosse demonstrado para ele primeiro.
Intimidante no começo, mas ele logo entendeu como o movimento da varinha deveria fluir e girar,
enquanto Sirius era o melhor na pronúncia. Exigiu muita concentração, e era quase meia-noite
quando qualquer um dos dois produziu alguma coisa. Finalmente, Remus conseguiu lançar uma
pequena nuvem cinza. Saiu de sua varinha como fumaça, então pairou entre eles por alguns
momentos antes de estourar como uma bolha, deixando apenas um leve traço de condensação.

Sirius sorriu amplamente,

“Isso vai dar certo!”

***

Sábado, 31 de dezembro de 1971

Foi difícil se livrar de Sirius na noite de lua cheia. Remus até disse que ele estava se sentindo
doente, mas o outro garoto quis acompanhá-lo até a ala hospitalar. Por fim, conseguiu convencê-lo
de que deveria ficar para trás e continuar praticando o feitiço da nuvem de chuva.

“A gente praticamente já sabe fazer.” Sirius reclamou. Era verdade, os dois conseguiram produzir
satisfatórias tempestades em miniatura - o banheiro quase inundou no processo. Era apenas uma
questão de manter a concentração e aperfeiçoar o feitiço de ligação agora.

"Encontre outra coisa para fazer, então." Remus disparou, na metade do caminho para fora da
porta, pele arrepiada, estômago roncando. "Vejo você amanhã."

"Como você sabe que ela vai te manter durante a noi- ?!"

Remus escapou antes de ter que responder a mais perguntas. Ele estava ficando descuidado, pensou
consigo mesmo enquanto batia na porta do escritório de McGonagall. Eventualmente, teria que
pensar em desculpas decentes para todas as suas ausências. Eles poderiam conectar as noites em
que ele desapareceu à lua cheia - todos estudavam astronomia juntos.

A cabana estava fria, as paredes úmidas da chuva implacável lá fora. Remus desejou ter trazido sua
varinha; havia aprendido a lançar um bom feitiço de fogo. Mas supôs que não seria bom se
houvesse um fogo aceso quando transformasse. Ele poderia queimar todo o lugar.

A transformação aconteceu mais repentinamente do que o normal. Desde que a Madame Pomfrey
disse que elas piorariam, Remus parecia perceber melhor. Lutou para não gritar, preocupado que
McGonagall ou Pomfrey pudessem ouvi-lo no caminho para fora do túnel. Ele não precisava de
mais pena.

***

Domingo, 1 de janeiro de 1972

No dia seguinte, Remus mal conseguia se levantar depois que se transformou de volta. Ele se
enrolou em um cobertor e se deitou no chão esperando Madame Pomfrey. Cada centímetro dele
doía, mais do que nunca. Sua cabeça latejava como se um troll tivesse pisado nela. Cada dente em
sua mandíbula doía, os tendões em seus ombros pareciam ter sido esticados tanto que haviam
rompido. Ele quebrou quase todas as unhas. Haviam marcas de garras enormes no papel de parede.

"Remus?" A voz suave da mulher veio através da porta, "Estou entrando agora, querido."

Ele fechou os olhos, incapaz até de gemer.

“Oh”, disse ela, ao entrar na sala e encontrá-lo no chão, “Uma noite ruim, não ? Talvez seja o
solstício, terei que consultar meus livros. Você consegue se levantar, Remus? " Ela tocou sua testa
com as costas da mão.

Ele abriu os olhos e balançou a cabeça fracamente, pegando o braço dela e se erguendo. Isso foi
um erro. Assim que se levantou, sua cabeça girou e seu estômago embrulhou. Ele se curvou para a
frente e vomitou no chão.

"Não importa," Madame Pomfrey disse gentilmente, um braço em volta de seu ombro trêmulo. Ela
apontou a varinha para a sujeira e ela desapareceu em um instante, “Nenhum prejuízo. Vamos
levar você para algum lugar quente agora, certo? "

Ela queria usar uma maca mágica para carregá-lo de volta para o castelo, mas ele não suportava a
vergonha disso, não importava o quão cedo fosse. Eles voltaram, muito lentamente, até a ala
hospitalar, onde ele finalmente desabou em uma cama limpa e macia. A enfermeira continuou a
mover em torno dele, mas ele já estava caindo no sono.
Acordou sentindo-se um pouco melhor. Sua dor de cabeça havia passado, de qualquer maneira. Ele
piscou com os olhos turvos, pegando o copo d'água ao lado dele. Alguém o pegou e o entregou.
Ele bebeu avidamente, então o abaixou, olhando para cima esperando ver Madame Pomfrey. Deu
um pulo.

"Sirius!" Ele murmurou, sua garganta ainda dolorida. Deus, ele realmente tinha uivado? Que
vergonha.

"Feliz ano novo," disse Sirius, alegremente. Ele estava sentado no banquinho de madeira colocado
ali para visitantes, segurando um livro contra o peito. "Pensei em vir te procurar quando você não
estava no café da manhã. Você está bem?"

“Sim,” Remus disse, sentando-se, apressadamente, esfregando a cabeça, “Eu hum ... eu tenho
enxaquecas às vezes. Eu estou me sentindo melhor."

"Ótimo." Sirius acenou com a cabeça, "Porque eu tenho seu presente de Natal."

"Meu ... o quê?" Remus olhou para Sirius com cautela. Seus olhos azuis estavam brilhantes e
cheios de travessura.

“Desculpe pelo atraso”, ele estava dizendo, “eu tive alguns ajustes de última hora a fazer. Aqui."
Ele entregou o livro. Era a cópia de Remus de A História da Magia.

"O que...?" Remus não tinha certeza se estava apenas tendo um sonho muito estranho. Por que
Sirius estava dando a ele seu próprio livro de história?

"Abra!"

Remus fez. Ele mal tinha aberto o livro durante todo o ano, e as páginas ainda estavam rígidas e
imaculadas, exceto pela primeira página. Abaixo do título, Sirius havia escrito algo em sua própria
letra cursiva. Remus semicerrou os olhos tentando ler, sua boca torcendo com esforço. Já estava
exausto, não tinha energia para charadas.

"Sirius," ele suspirou, "Você sabe que eu não sei-"

“Ponha a mão nele!” Sirius disse, ansioso, dando um passo à frente, “Palma aberta contra a página
- sim, assim. Agora, me dê um minuto...”

Ele retirou a varinha do bolso e passou a ponta levemente contra a têmpora de Remus.

"Sirius, o que você está fazendo?!" Remus estava alarmado - nunca teve uma varinha apontada
para ele antes, e tinha visto Sirius explodir coisas maiores do que sua cabeça.

"Confie em mim!" Sirius o silenciou. Uma expressão de concentração apareceu em seu rosto. Ele
respirou fundo. Remus fechou os olhos com força, preparando-se para o pior. Pelo menos ele já
estava na ala hospitalar. “Lectiuncula Magna!” Sirius disse, com força.

Remus sentiu um choque estranho, como se tivesse perdido o último degrau de uma escada. Não
doeu exatamente, e pelo menos sua cabeça ainda estava intacta. Ele abriu os olhos e olhou para
Sirius,

"O que é que foi isso?"

"Olhe para o livro!" Sirius apontou, praticamente dançando no local de entusiasmo, "Diga-me o
que está aí!"
Remus suspirou e olhou para o livro em seu colo. Era exatamente o mesmo; uma página em branco
com a caligrafia preta e grossa de Sirius ligeiramente inclinada. Ele olhou para ele, sem saber o que
deveria estar fazendo.

"Leia-o!" Sirius perguntou.

"Eu ..." Remus olhou para baixo e olhou para a primeira palavra.

'Feliz'

Uma voz em sua cabeça disse. Remus piscou em choque - ele nunca tinha ouvido a voz antes,
embora soasse como ele. Era quase como o chapéu seletor, só que mais familiar, menos invasiva.
Ele olhou novamente.

'Feliz Natal,'

A voz dizia.

‘Agora você pode fazer seu próprio dever de casa. Do seu companheiro maroto e amigo, Sirius
Black.’

Remus riu. Ele olhou para Sirius, então de volta para a página. Ele abriu o livro em uma página do
meio, olhando para as palavras impressas lá:

‘Durante o final do século XVI, Cornelius Agrippa fez seus maiores avanços no campo da magia
natural...’

"Ah meu Deus!" Remus exclamou. Virou uma página novamente e leu mais. A voz continuou,
confiante. Ele sabia ler. "Meu DEUS!"

''Funcionou, então?!” Sirius perguntou, radiante.

"Sirius! Isto é ... você! ... Eu não posso ... Como?!”

"Ah, não," Sirius riu, "Não me diga que baguncei tanto seu cérebro que você nem consegue formar
uma frase coerente?"

"Obrigado." Foi tudo que Remus conseguiu dizer. Ele podia sentir seus olhos ardendo de lágrimas,
e imediatamente os esfregou com força com os punhos. Sirius desviou o olhar, educadamente.

"Não há de que", respondeu ele, "agora você pode me ajudar a pesquisar nossa próxima grande
pegadinha."

"Nem conseguimos fazer esta ainda," Remus respondeu, fungando forte, se recompondo. "Você
tem que me mostrar como fez isso ... é ... quer dizer, deve ser magia muito avançada."

"Mais ou menos," Sirius deu de ombros, "Tive a ideia depois do berrador da mamãe, na verdade.
Pensei que se você consegue fazer uma carta gritar com alguém, então consegue fazer um livro ler
para alguém. Manter a voz na sua cabeça foi a parte mais difícil - eu não sabia se estava
funcionando em mim ou se eu estava apenas lendo normalmente. Funciona em qualquer livro, no
entanto. Eu acho. Não tenho certeza sobre outras coisas ainda, como rótulos ou placas de poções,
mas podemos continuar trabalhando nele...”

Remus não conseguia parar de olhar para o livro, lendo linhas aleatórias e sorrindo para si mesmo.
Ele nunca tinha estado tão feliz em sua vida.
Chapter End Notes

- Boxing day: é o termo utilizado em numerosos países anglófonos para designar um


feriado secular comemorado no dia seguinte ao dia de Natal, ou seja, em 26 de
dezembro. Atualmente o dia é uma ocasião de liquidações, sendo um dos dias mais
movimentados do comércio nos países onde é comemorado.
Capítulo 14: Primeiro ano: A Pegadinha
Chapter Summary

Snape recebe o que estava esperando.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Domingo, 2 de janeiro de 1972

"Brilhante!" James exclamou, batendo a mão no balcão do banheiro, "Completamente brilhante!"

"Você é tão inteligente!" Peter jorrou.

Os quatro estavam amontoados no pequeno banheiro compartilhado. Sirius estava em pé na


banheira, completamente vestido, segurando um guarda-chuva sobre a cabeça, enquanto Remus
apontava sua varinha para uma nuvem cinza de tempestade pairando logo acima dele. Era uma
chuva torrencial. Sirius se arrastou para cima e para baixo na banheira, mas a nuvem permaneceu
firme acima de sua cabeça, acompanhando cada movimento seu.

James e Peter haviam voltado das férias de Natal apenas duas horas atrás, e assim que o jantar
acabou, Remus e Sirius os arrastaram escada acima para uma demonstração.

"Lupin me deu a ideia, mas eu pesquisei os feitiços para fazer isso," Sirius sorriu, orgulhoso,
"Snape não vai ter ideia do que o atingiu!"

“Quando vamos fazer?!” James estava pulando para cima e para baixo agora, pronto para explodir
de animação. “Primeira coisa amanhã? Café da manhã? Poções?”

"Jantar," Sirius balançou a cabeça, "Uma audiência maior."

"Sim, jantar," James acenou com a cabeça, sabiamente, como se a ideia fosse sua. "Sério, vocês
dois, estou tão orgulhoso."

"Valeu," Sirius ergueu uma sobrancelha irônica. Então ele olhou para Remus, “Hum ... Lupin?
Você provavelmente pode parar agora. Meus pés estão ficando molhados.”

"Ah!" Remus sacudiu o feitiço, vendo que ele havia produzido mais chuva do que o tampão do ralo
era capaz de suportar, e Sirius estava agora com água fria até os tornozelos, a barra de suas vestes
encharcada. "Desculpa."
"Está tudo bem," Sirius riu, saindo da banheira e puxando suas vestes, "Apenas certifique-se de
fazer o mesmo com Snape."

"Então, Lupin vai fazer este?" Perguntou James. Sirius encolheu os ombros.

“Ele é melhor nisso. Eu posso fazer também, se houver alguma interferência.”

***

Segunda-feira, 3 de janeiro de 1972

O primeiro dia de aula depois do Natal foi muito estranho. James, Sirius e Peter estavam cheios de
energia nervosa, antecipando a pegadinha. Remus estava ansioso por isso também - embora um
pouco nervoso, pois era ele quem tinha que fazê-la. Mas ele tinha outro motivo para estar
animado. Seria o primeiro dia de aula em toda a sua carreira acadêmica que ele seria capaz de ler.

Sirius tinha mostrado a ele como executar o feitiço, e era muito difícil - no final Remus apenas fez
o outro garoto executá-lo, decidindo se dedicar à aprender como fazê-lo sozinho mais tarde. Sua
magia ainda estava um pouco instável após a lua cheia, sujeita a se estender e 'explodir' se ele se
concentrasse muito. Não parecia uma boa ideia usar a varinha até que a lua diminuísse o suficiente
e ele tivesse mais controle.

A primeira metade do dia foi como ele esperava que fosse. Não conseguia ler a lousa, mas Feitiços
era principalmente baseado na prática, e Remus ficou surpreso ao ver como tudo se tornava mais
fácil quando ele podia apenas consultar seu texto sem ter que se lembrar de tudo que Flitwick havia
dito sobre amuletos suavizantes. Ele foi o primeiro da classe a fazer seu tijolo quicar - para grande
consternação de Lily Evans, que geralmente era a melhor aluna de Feitiços.

Foi à tarde, durante a aula de Poções, que as coisas começaram a dar errado. Tudo começou com
Slughorn retornando as redações sobre os doze usos do sangue de dragão. Remus finalizara a dele
antes do Natal com a ajuda de Sirius, e os Marotos como um todo se saíram muito bem. Como de
costume, Snape obteve a nota mais alta e ganhou cinco pontos para a Sonserina. Lily foi a segunda
e ganhou um ponto para a Grifinória. Ela havia vencido Sirius apenas por pouco.

Nada disso estava fora do comum - mas, aparentemente, a tensão da antecipação havia sido demais
para Sirius, e ele não resistiu um comentário.

“Gostaria de saber se vale a pena flertar com o Snivellus apenas por um mero ponto para a casa.”
Ele resmungou alto o suficiente para que Lily e Snape ouvissem. Lily se virou, duas manchas rosa
brilhantes em suas bochechas,

"Cale a boca, Black", ela sibilou, "Ninguém gosta de um perdedor com dor de cotovelo."

“Não estou perdendo se seu namorado deixa você copiar o trabalho dele.” Sirius sussurrou de
volta, venenosamente.

"Eu não copio dele, e Severus não é meu namorado!" O rosto de Lily estava ficando mais
vermelho.

"Você está corando, Evans," Sirius sorriu, satisfeito consigo mesmo. Ele cutucou James, "Isso não
é fofo?" James riu, balançando a cabeça junto.
"Ignore eles, Lily," Snape sussurrou, sem virar a cabeça, "Eles estão apenas com inveja."

"Inveja de quê, Snivellus?" James interveio, ainda tentando manter a voz baixa, “Inveja de um
idiota gosmento e seboso como você? Continue sonhando."

Sirius riu, satisfeito por ter atraído James. Peter riu também, para não ficar de fora. Slughorn ainda
estava alheio, agora de costas para a classe enquanto rabiscava instruções no quadro negro.

Severus finalmente se virou em sua cadeira. Ele voltou seus olhos negros redondos para Sirius.

"Ouvi dizer que você teve um Natal muito tranquilo, Black", disse ele, com a voz baixa e cheia de
perigo, "Sua família não suportou ficar com você por mais do que alguns dias antes de despachá-lo
de volta para a escola, estou correto?" Seus lábios se curvaram, cruelmente, "Todas as famílias
puro-sangue estão falando sobre isso - a ovelha negra dos Black’s."

Sirius cerrou os punhos, Remus viu os nós dos dedos ficando brancos.

"Cala. Sua. Boca." Sirius rosnou, sobre dentes cerrados.

"É, toma cuidado, Snape," James tinha uma carranca, "É melhor você tomar cuidado com o que
diz. Nunca se sabe o que pode acontecer.”

"Isso é uma ameaça, Potter?" Snape respondeu, parecendo entediado, "Perdão se eu não estou
tremendo nas minhas botas. Vai soltar o seu Loony Lupin em cima de mim de novo? "

Remus, que estava meio ouvindo a discussão e meio ouvindo as instruções de Slughorn, se
encolheu involuntariamente. Ele já tinha recebido esse apelido antes. Na verdade, era
impressionante que ninguém em Hogwarts tivesse o dito ainda, especialmente quando ele sabia
que tinha a reputação de ser um pouco estranho. Todo mundo o chamava assim pelas costas?

Por reflexo, ele pegou sua varinha. Snape viu, e seu sorriso ficou ainda mais cruel.

“Oh meu Deus, você realmente aprendeu alguma magia, Lupin? Estou impressionado. Veja bem,
ouvi dizer que eles podem treinar alguns macacos para realizar truques básicos, então suponho que
não seja uma grande conquista.”

Remus ergueu sua varinha, mas Sirius agarrou seu pulso e o empurrou para baixo na mesa.

“Ainda não,” ele murmurou.

Remus apertou a mandíbula e olhou de volta para o quadro-negro, fervendo internamente. Snape
riu e se afastou também. Remus ouviu Lily sussurrar com raiva.

"Não há necessidade de ser tão horrível com ele!"

Remus mal conseguia se concentrar no resto da aula. Ele sabia que não deveria se importar com o
que Snape pensava dele, ou qualquer pessoa, por falar nisso. Mas as farpas do garoto sonserino
cravaram fundo e não podiam ser soltas. Sirius não ajudou; ele continuou murmurando ‘vamos
mostrar a ele!’ baixinho, lançando olhares sombrios na direção de Snape.

Quando o jantar chegou, Remus estava quente de raiva e desejo de provar a si mesmo. Não comeu
nada, e era Shepherd's Pie, uma de suas favoritas. Ele encarou Snape do outro lado do salão. Isso
não passou despercebido, e Severus cutucou os meninos ao seu redor, apontando para os marotos e
rindo. Remus achou que conseguia entender as palavras ‘Loony Lupin’. James e Sirius fizeram
uma careta para eles. Lily percebeu também.
"Vocês só deixem o Sev em paz, ok?" Ela guinchou: "Esta briga estúpida vai durar para sempre se
nenhum de vocês for maduro o suficiente para-"

"Dá um tempo, Evans," James revirou os olhos, "Já é ruim você ter que ser amigo do idiota, agora
está tentando defendê-lo? Onde está sua lealdade à casa, hein? "

"Isso não tem nada a ver com casas", ela retrucou, "É uma briga ridícula por nada."

"Ele insultou Remus!"

"Vocês todos importunam ele o tempo todo!”

"Ele que começou!"

"Ah é, então você tem que terminar, certo, Potter?!" Ela se levantou, de repente, pegando sua bolsa,
"Deus, você é tão cheio de si!" Ela se afastou, seus sapatos de verniz batendo com raiva no chão.

"Adora uma discussão, essa menina", James sorriu.

Houve uma gargalhada da mesa da Sonserina e Remus decidiu que já estava farto. Ele se levantou
também, puxou sua varinha e apontou para Severus.

“Ligare Pluviam!”

Foi instantâneo e perfeitamente glorioso. A nuvem de chuva disparou da varinha de Remus com a
velocidade de uma bala, de modo que ninguém pode ver de onde ela tinha vindo. Ela descansou
sobre a cabeça de Snape, grossa, cinza e pesada. Ouviu-se um trovão baixo e o aguaceiro começou.

Ele não sabia o que estava acontecendo no início, cobrindo a cabeça com as mãos e olhando para
cima. Os alunos sentados de cada lado de Snape se levantaram e recuaram, não querendo se
molhar. Então Snape se levantou, tentando se esquivar da nuvem, mas ela o seguiu, pairando
persistentemente, a chuva caindo.

As pessoas estavam rindo agora e apontando. Todos estavam olhando ao redor, tentando ver quem
tinha feito, mas ninguém tinha visto Remus lançar o feitiço, exceto seus amigos. Ele se sentou, mas
manteve sua varinha apontada para Severus, sorrindo enquanto observava o garoto ainda tentando
fugir da mini tempestade.

"Sim!" Sirius sibilou em seu ouvido, "Assim mesmo, sim, Lupin, seu lindo!"

A imensa satisfação que Remus sentiu foi agravada pela risada ecoando ao seu redor. Snape era um
menino tão desagradável e rancoroso que até alguns sonserinos pareciam satisfeitos em vê-lo
receber o que merecia. Quanto mais Remus pensava sobre isso, mais ele queria puni-lo e mais forte
chovia. Na verdade, a nuvem pareceu escurecer e aumentar.

Snape estava completamente encharcado agora, seu cabelo grudado na cabeça, atingindo seus
olhos. Sua pele estava pálida e suas vestes brilhando com água, uma poça se formando abaixo dele.
Remus sorriu enquanto observava Severus tentar desesperadamente escapar, parecendo cada vez
mais com um rato afogado.

"Pare!" Lily estava gritando com James, "Eu sei que é você! Pare com isso agora!"

James continuou rindo e ergueu as mãos para mostrar que não estava fazendo nada. Lily parecia à
beira das lágrimas.
Severus fez menção de correr, os braços sobre a cabeça para impedir que a chuva o atingisse, mas
suas vestes estavam tão pesadas e tão encharcadas que ele meio tropeçou, meio escorregou e caiu
no chão. Remus teria rido, mas sua concentração se aprofundou. A chuva caiu com mais força
ainda, até que ficou difícil até mesmo ver Severus através dos lençóis cinza. A nuvem também
estava maior e estalando com trovões e relâmpagos - isso nunca tinha acontecido quando ele
praticou em Sirius. Mas então, ele não estava tão zangado com Sirius.

“Pare! Por favor!" Lily estava chorando agora. James parou de rir. Ele tocou o braço de Remus,

“Er ... Remus? Ele teve o suficiente, cara ... "

Snape não estava se levantando. Remus percebeu que ninguém estava mais rindo, e algumas
pessoas estavam gritando.

"FINITE." Uma voz ecoou na sala de jantar.

Imediatamente, a chuva parou. Todo mundo ficou em silêncio. Dumbledore parou na entrada -
Remus não o via desde o Halloween. Ele parecia perfeitamente calmo, apesar do caos que acabara
de acontecer. O diretor entrou na sala, fazendo toda a água desaparecer com um aceno de sua
varinha e se curvando sobre Severus.

Remus guardou sua varinha e se encolheu em sua cadeira, observando Dumbledore sussurrar sobre
o corpo caído de Snape. Lily ainda estava chorando e correu para ficar ao lado de Dumbledore,
tremendo e assustada.

"Todos para seus dormitórios, por favor," Dumbledore falou baixinho, mas de alguma forma foi
ouvido por todos no enorme corredor, "Srta. Evans, por favor, traga Madame Pomfrey."

Lily saiu correndo da sala e os outros alunos começaram a sair, obedientemente. James, Sirius e
Remus lançaram olhares nervosos um para o outro antes de correrem para se juntar ao resto da
casa.

Chapter End Notes

-Loony Lupin: o apelido Loony vem de lunático, esquisito, estranho.


Capítulo 15: Primeiro ano: Consequências
Chapter Summary

Remus tem vários pensamentos tristes.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

A maioria dos Grifinórios estavam na sala comunal, fofocando e tagarelando, todos se perguntando
quem poderia ter feito isso. Os Marotos, geralmente ansiosos para estar no centro de qualquer
debate, se arrastaram escada acima, pálidos de culpa.

Remus se sentou em sua cama, olhando para o chão. Ele tinha ido longe demais; ele sabia disso.
Foi bom, por um tempo, e nada poderia convencê-lo de que Severus não merecia. Mas agora James
o olhava de forma estranha, e ele sabia que Dumbledore iria descobrir de alguma forma - se Lily
não contasse a todos assim que ela voltasse para a sala comunal.

"O que aconteceu?" James perguntou, cuidadosamente: “Você perdeu o controle? Aquilo foi magia
muito forte.”

"Foi fantástico!" Sirius disse, de repente, "Ele vai pensar duas vezes antes de cruzar nosso caminho
de novo!"

"Mas ... quero dizer, não queríamos machucá-lo , não é?" James franziu a testa.

"Ele está bem, ele estava apenas fingindo, para a gente ficar encrencado."

“Será que vamos ficar encrencados?” Peter perguntou, torcendo as mãos: "Não foram todos nós
que fizemos o feitiço, não é? Foi apenas…"

Sirius deu um tapa na nuca dele.

“Seu rato. Nós somos marotos. Um por todos e todos por um.”

“O que quer que isso signifique,” Peter murmurou, esfregando a cabeça e indo se sentar em sua
própria cama, amuado.

"Fui eu quem fez, vocês não deveriam se meter em problemas." Remus disse baixinho, sem olhar
para cima.

“Foi metade ideia minha!” Sirius disse, “Eu fiz a pesquisa! Não se preocupe, Lupin, aposto
qualquer coisa que ele está bem. "
"Se ele estiver," Remus disse pesadamente, "então não é graças a mim." Ele finalmente encontrou
os olhos de James. Eram de um marrom profundo e estavam muito mais sérios do que o normal.
"Eu queria machucá-lo."

James sustentou seu olhar e assentiu levemente.

Houve uma batida na porta, dissipando a tensão. Era Frank Longbottom.

"Vocês quatro devem vir ao escritório de McGonagall, agora." Ele disse, gravemente.

Eles seguiram Frank escada abaixo e pela sala comunal, onde todos os encaravam. Remus olhou
para os pés o tempo todo, mas ouviu o burburinho se calar enquanto eles caminhavam. Não
importava o que acontecesse a seguir - todos saberiam que eles eram os responsáveis.

McGonagall não estava sozinha. Dumbledore estava ao lado da mesa dela, as mãos cruzadas na
frente dele. Ele sorriu agradavelmente para os quatro meninos que estavam em uma fila diante
dele.

"Boa noite, senhores." Ele disse.

“Boa noite, Diretor”, todos entoaram de volta.

"Acredito ser do interesse de vocês que o jovem Sr. Snape está bem – embora seu orgulho esteja
um tanto ferido."

Eles não disseram nada. Remus não olhou para cima.

"Ele parece pensar que vocês quatro tenham algo a ver com o infortúnio dele." Dumbledore
continuou, agradavelmente, como se estivesse apenas passando o tempo. "Você em particular, Sr.
Potter."

James olhou para cima, abriu a boca, então fechou novamente e olhou para baixo. Remus não
aguentou. Só tinha três amigos em todo o mundo e não iria perdê-los agora. Ele deu um passo à
frente.

“Fui eu, senhor, eu que fiz o feitiço. Ele disse algumas coisas para mim mais cedo, e eu estava com
muita raiva. Eu queria ensinar uma lição a ele”. Remus se forçou a olhar para cima, para os olhos
azuis pálidos de Dumbledore. O velho acenou com a cabeça, satisfeito. "Entendo. Você agiu
sozinho?"

"Sim," Remus puxou sua varinha, "Olha, eu posso provar –"

"Não há necessidade." Dumbledore disse, apressadamente, "Eu acredito em você, Sr. Lupin."

"Não foi só ele, senhor!" Sirius explodiu, "Eu pesquisei o feitiço, aprendi como fazê-lo também, é
igualmente minha culpa."

"Quer dizer que você planejou isso, Black?" McGonagall disse, bruscamente, “Você planejou um
ataque a outro aluno? Dez pontos da Grifinória. Cada."

Sirius olhou para baixo novamente.

"E detenção para todos vocês, por um mês." Ela continuou, “Acho muito difícil acreditar que o Sr.
Lupin aqui agiu sozinho.”

Todos os quatro baixaram a cabeça.


"Podem ir, senhores." Dumbledore disse, calmamente. "Não tenho dúvidas de que todos vão ter
tempo para se desculpar com o Sr. Snape, claro."

Sirius fez um barulho indignado, e James o acotovelou com força. Eles se viraram para sair.

“Sr. Lupin, só um momento,”

Remus congelou. Ele deveria saber que não iria se safar tão facilmente. Ficou parado enquanto os
outros saíam da sala, McGonagall os seguindo para se certificar de que não ficassem esperando do
lado de fora.

Assim que a porta se fechou, um silêncio sólido se estabeleceu. Dumbledore não falou
imediatamente e, finalmente, Remus ergueu a cabeça para encontrar os olhos do diretor. Ele não
parecia zangado ou desapontado. Tinha a expressão agradável de sempre - tingida de curiosidade,
talvez.

"O que você tem achado de Hogwarts, Remus?"

Essa não era a pergunta que ele esperava.

"Er... ok, eu acho?"

"Você parece não ter tido dificuldades em fazer amigos."

Isso não era uma pergunta de forma alguma, então ele não respondeu. Olhou para os pés, depois
para cima novamente.

“Eu vou ser expulso?” Ele perguntou. Dumbledore sorriu.

“Não, Remus, ninguém está sendo expulso. Posso ver que você lamenta o que fez. O que me
preocupa é como você fez isso. Esse foi um feitiço muito forte, não esperava que um aluno do
primeiro ano... você deve ter estado muito zangado."

Remus concordou. Não queria dizer a Dumbledore o porquê - sobre os nomes que Snape o
chamou, ou como ele o fez se sentir estúpido, inútil e pequeno.

“Paixão é uma qualidade importante em um bruxo, Remus.” Dumbledore estava dizendo,


“Direciona nossa magia, a fortalece, mas, como você aprendeu hoje, se não tivermos controle,
colocamos em risco todos ao nosso redor.” Ele parecia muito sério, seus olhos haviam perdido o
brilho. “Eu não desejo lhe assustar, Remus. Quando nos conhecemos, eu disse que simpatizava
com você – o fardo que você carrega é um que eu não desejaria a ninguém, mas você deve ter mais
cuidado. Você é um bruxo com talento, não o desperdice.”

Remus assentiu, querendo mais do que tudo que a conversa acabasse. Ele preferiria uma palmatória
do que uma palestra. A pior parte é que Dumbledore estava certo. Deixou que sua raiva contra
Severus influenciasse o feitiço - ele simplesmente não estava acostumado a ter esse tipo de força.

"Sinto muito, professor." Ele disse: "Sniv - quero dizer, Severus está bem?"

"Sim, ele está perfeitamente bem. Acho que ele pensou que, se simplesmente parasse de lutar,
quem quer que estivesse lançando o feitiço pararia. Ele está seco e não vai sofrer nenhum efeito a
longo prazo.”

"Ah ..." Remus assentiu, "Que bom."


“Agora,” Dumbledore sorriu, “Pode ir. Eu já segurei você por tempo suficiente e tenho a sensação
de que o Sr. Potter está esperando do lado de fora para que você conte tudo a ele."

***

Dumbledore o deu muito em que pensar. E ele tinha muito tempo para isso - McGonagall estava
bem séria sobre as detenções deles, e chegou a separar os quatro. Sirius foi encarregado de limpar
caldeirões nas masmorras, Peter de polir os troféus na sala de premiação e James de reconfigurar
todos os telescópios astronômicos da torre. Remus recebeu a pior tarefa de todas; limpar o corujal.
Claro, nenhum deles tinha permissão para usar suas varinhas e todas as noites eles tinham que
começar tudo de novo.

“Cruel e incomum, é o que é”, reclamou Peter no final da primeira semana, quando eles caíram na
cama, imundos e exaustos.

"Não sei do que você está reclamando," Sirius resmungou, "Eu adoraria polir troféus. Vai saber o
que eu achei raspando poções nojentas do fundo daqueles malditos caldeirões. "

James apenas gemeu, tirando os óculos e esfregando os olhos.

Remus não reclamou, porque achava que merecia. Ele se sentiu péssimo por colocar todos os seus
amigos em problemas, mas ainda mais terrível pelo que havia feito. Isso só foi deixado de lado
pela quantidade de leituras que ele vinha fazendo. O feitiço de Sirius era difícil, menos intuitivo do
que a magia que estava acostumado. Sirius foi o primeiro a admitir que não era perfeito -
desvaneceu cerca de uma hora depois e teve que ser repetido. Remus dominara o suficiente para
fazê-lo sozinho, embora as vezes levasse algumas tentativas antes de acertar.

A primeira coisa que ele fez foi visitar a biblioteca e pegar um livro emprestado das prateleiras das
criaturas mágicas.

Todas as noites, depois de fazerem o dever de casa e cumprirem as detenções, Remus fechava as
cortinas em volta da cama, acendia sua varinha e lia o mesmo capítulo sem parar. Havia livros
inteiros escritos sobre seu problema particular, descobriu, mas estava com medo de alguém
suspeitar caso ele começasse a retirar todos eles. Além disso, não tinha certeza se queria saber
mais. As coisas que tinha lido até agora eram ruins o suficiente.

Pensava no livro quase constantemente - nas aulas, na hora das refeições, durante a detenção.
Palavras como "monstruoso", "assassino" e "a mais sombria das criaturas" lampejavam em sua
mente como letreiros em néon. Ele sabia que era perigoso, é claro. Sabia que era diferente. Não
sabia que era odiado. Até mesmo caçado. Aparentemente, seus dentes valiam milhares em certas
partes da Europa Oriental. Sua pele valia ainda mais.

Haviam detalhes legislativos também - coisas que ele não entendia totalmente, mas que pareciam
horríveis. Leis trabalhistas, registros e restrições a viagens. Parecia que mesmo se soubesse ler,
suas perspectivas de emprego não seriam melhores no mundo mágico do que no trouxa. Também
entendeu porque Dumbledore o disse para ter cuidado. Estava claro agora que se alguém em
Hogwarts descobrisse o que Remus era, ele poderia estar em sérios problemas - e a expulsão seria a
menor de suas preocupações.
Frustrantemente, nada do que leu foi realmente relevante para suas experiências. Não havia
nenhum relato de um bruxo realmente vivendo com a condição; como eles conseguiram; o que
esperar; se conseguiram manter um emprego, ou até mesmo apenas evitar ferir outras pessoas. Ele
presumiu que era normal sentir o cheiro de sangue e ouvir os batimentos cardíacos - mas como
poderia ter certeza? Era normal que sua magia fosse mais forte quando a lua estava aumentando?
Às vezes pensava poder sentir o poder absoluto disso, efervescendo em suas veias como uma
poção; enchendo-o e transbordando, estourando na ponta dos dedos. E então havia seu
temperamento. Quanto disso era ele, e quanto era o monstro?

Ele ficava acordado quase todas as noites, depois que o feitiço da leitura tinha passado e ele estava
cansado demais para lançá-lo novamente, mas inquieto demais para dormir. Sua mente zumbia de
preocupação e medo. Como tudo parecia simples em St Edmund's. Sem mágica, sem lição de casa,
sem dilemas morais agonizantes. E, claro, sem amigos. Se alguma coisa impedia Remus de
desistir, era isso.

James, que tinha um ego do tamanho do lago, mas um coração tão grande quanto. Peter - que,
claro, era singular e um pouco alheio – mas na verdade tinha um senso de humor perverso e podia
ser infalivelmente generoso. E, claro, Sirius. Sirius sabia guardar segredos, tinha um lado
mesquinho, mas nunca o dirigia aos amigos, era o aluno mais talentoso do ano, mas passava o
tempo todo inventando pegadinhas.

Remus não desistiria de nada disso, não se pudesse evitar. Mesmo se ele tivesse que ser o aluno
mais dedicado da escola; se tivesse que se forçar a ler todos os livros, completar todas as tarefas,
seguir todas as regras. Ele seria tão bom que eles não saberiam o que os atingiu. Tão bom que eles
teriam que torná-lo um monitor - ele faria tudo, se isso significasse ficar em Hogwarts e manter
seus amigos.

Não havia ninguém com quem conversar sobre nenhuma dessas coisas. Ninguém que iria entender,
de qualquer maneira. Até onde Remus sabia, apenas Dumbledore, McGonagall e Madame Pomfrey
sabiam sobre sua condição. McGonagall era muito severa para fazer perguntas como essa. Remus
ainda não tinha certeza se Dumbledore era totalmente são e, de qualquer forma, ele não tinha ideia
de como marcar um encontro com o diretor. Então tinha que ser Madame Pomfrey, no final.

Ele esperou até a próxima lua cheia, cuja era final de janeiro. Era um domingo, então depois do
jantar ele se separou dos marotos e foi para a ala hospitalar mais cedo do que de costume.

"Remus!" A enfermeira sorriu para ele, surpresa, "Eu não esperava você até o anoitecer."

"Eu queria te perguntar algumas coisas", disse ele, timidamente, os olhos correndo ao redor da
sala. Havia alguns alunos deitados nas camas, a maioria dormindo. Felizmente, Madame Pomfrey
foi muito discreta.

"Certamente, devemos dar uma passada no meu escritório?"

Era muito melhor do que os outros escritórios dos professores cujo Remus tinha visitado. As
paredes estavam alinhadas com centenas de garrafas organizadas de poções e tônicos, era claro e
arejado, ela não tinha uma mesa e, em vez de bancos de madeira, havia poltronas confortáveis de
cada lado de uma lareira.

"Como posso ajudar, querido?" Ela perguntou, sentando-se, gesticulando para que ele fizesse o
mesmo.

"Bem," ele engoliu em seco, sem saber como começar, "Eu só ... eu tinha algumas perguntas sobre
meu ... meu problema."
Ela sorriu para ele, gentilmente,

"Claro que tem, Remus, isso é perfeitamente natural. Há algo específico que você gostaria de
saber?”

"Sim. Li um pouco, sei que não tem cura nem nada.”

"Ainda não", disse ela, rapidamente, "avanços estão sendo feitos o tempo todo."

"Ah, ok. Mas, por enquanto, acho que só quero saber ... mais sobre. Não me lembro de nada
quando acordo, só que fico com muita fome.”

“Você gostaria de saber mais sobre a transformação?”

“Não, não só isso. Coisas como ... isso muda quem eu sou, o resto do tempo? Isso me faz...” Ele
olhou para suas mãos, perdido. Ele não tinha certeza do que queria dizer e havia um nó em sua
garganta.

"Remus," Madame Pomfrey disse, "Esta é uma condição que você tem, não quem você é."

"Eu fico com raiva, às vezes", disse ele, olhando para o fogo em vez de olhar no rosto dela, "Eu
fico muito, muito bravo."

“Todo mundo tem emoções, elas são perfeitamente naturais. Nós apenas aprendemos a controlá-
las, ao longo do tempo.”

Ele acenou com a cabeça, absorvendo o que foi dito. Não podia contar a ela o resto - "Quando eu
transformo, está piorando. Ficando mais difícil.”

"Sim", respondeu ela, solenemente, "li que pode piorar com o início da puberdade."

"Ah ok." Remus concordou. Houve uma longa pausa. "Quão pior?"

"Eu... eu não saberia dizer. Você realmente é o primeiro que eu tratei. "

Outro silêncio. Remus não se sentia melhor do que antes; nem menos confuso.

“Você gostaria de pegar emprestado aquele livro que mencionei?”

Ele acenou com a cabeça, finalmente se forçando a olhar para ela.

***

O livro da Madame Pomfrey, Pelos à Presas: Cuidando de Meio-Humanos Mágicos fora


relativamente mais útil do que alguns dos outros que Remus tinha lido até agora. Ainda havia
muita coisa que não conseguia entender - magia de cura avançada e receitas de poções
complicadas, mais detalhes sobre legislação - e ainda mais assustador; julgamento e perseguição
legal. Por outro lado, havia muito que já sabia; fora sido mordido e não podia morder ninguém
durante a lua cheia; prata o machucava; não havia cura.

O livro realmente dizia que, com o início da puberdade, suas transformações aumentariam de
intensidade e que ele se tornaria mais perigoso depois disso. Não mencionou mudanças nas
habilidades, mágicas ou não, e não havia nada sólido se referindo a mudanças no humor ou
temperamento.

Ele não considerou particularmente interessante ou importante saber que tinha um focinho mais
curto do que o dos lobos reais ou que sua cauda era tufada (ele preferia não pensar em ter nenhum
dos dois), mas estava contente ao descobrir que era apenas uma ameaça para humanos -
particularmente bruxos. Aparentemente, outros animais não corriam perigo com ele – Madame
Nora estava segura, pelo menos.

Não passou despercebido que Remus se afastou dos Marotos desde o ataque a Snape.

"Onde você esteve?" Eles perguntavam todas as noites enquanto se vestiam para dormir.

“Dever de casa”, ele dava de ombros, ou às vezes “Detenção”, - embora ele não tivesse tido outra
detenção desde a pegadinha.

A verdade era que ele estava sempre o mais longe possível de outras pessoas. Tentava
deliberadamente ficar fora do quarto até a hora de dormir, e até evitava a sala comunal. Sentia que
até que fosse capaz de controlar sua magia, seria melhor não se envolver mais nas tramas de James
e Sirius. E eles estavam tramando, sabia com certeza. Às vezes, à noite, Remus podia ouvi-los se
esgueirando para a cama um do outro, e então sussurrando furtivamente antes de lançar um feitiço
silenciador. Outras vezes, eles saíam sorrateiramente com Peter, por baixo da capa. Sempre
tentavam acordar Remus, mas ele os ignorou.

Durante o dia, se escondia no fundo da biblioteca, ou então em um de seus lugares secretos. Ele
encontrou lugares por todo o castelo que eram pequenos o suficiente para entrar e ficar sem ser
descoberto por horas a fio. Janelas que haviam sido fechadas com tijolos, mas ainda altas, o
parapeito largo o suficiente; câmaras pequenas e vazias como buracos de sacerdotes escondidos
atrás de tapeçarias; o banheiro feminino do quinto andar. Lá ele poderia se sentar e ler por horas -
às vezes realmente fazia dever de casa, outras vezes se forçava a pesquisar sua condição.

Ele tinha outro motivo para se esconder. Desde o incidente, o ódio de Snape pelos marotos havia se
intensificado, e ele ia a todos os lugares com Mulciber, usando-o como proteção pessoal. Se eles se
cruzassem nos corredores, Remus sempre tinha que estar pronto com um feitiço de proteção -
Mulciber conhecia mais azarações do que Sirius e James juntos.

Uma tarde, Remus estava mergulhado em um livro sobre magia em batalhas antigas - havia um
capítulo nele sobre os Úlfhéðnar, guerreiros-lobos germânicos que lutaram contra os romanos. Ele
estava sentado no parapeito de uma janela bem alta e não podia ser visto do chão, a menos que
alguém estivesse realmente olhando. Escalara usando um feitiço de corda que aprenderam algumas
semanas atrás. Estava prestes a descer e ir jantar quando fez um movimento errado e derrubou o
livro pesado da borda, estremecendo quando caiu no chão de pedra dura com um baque
ensurdecedor.

"Quem está aí?!" Uma voz veio, mais adiante no corredor. Ele ouviu passos, e com um sentimento
de desespero Remus percebeu que sabia quem era.

“É só um livro.” Mulciber disse, soando mal-humorado.

"Sim, mas de onde veio?" Snape respondeu, desconfiado. Mulciber bufou,


"Da biblioteca?"

Snape murmurou baixinho, parecendo exasperado. Remus pressionou o máximo que pôde contra a
parede de pedra.

"Quem está aí?" Snape chamou com sua voz anasalada e rancorosa. Silêncio. “Homenum Revelio.”

Remus sentiu uma estranha aperto no estômago e, antes que percebesse, estava sendo puxado da
borda por uma força invisível. Ele gritou, lutando por algo para se segurar, e acabou pendurado no
parapeito pelas pontas dos dedos.

Snape e Mulciber estavam rindo lá embaixo.

"Ora, ora," Snape ronronou, "Se não é Loony Lupin ... onde estão seus amiguinhos, hein?
Colocaram você aí em cima e se esqueceram? "

"Cai fora, Snape." Remus sibilou, perdendo o apoio na pedra, esperando não quebrar os tornozelos
quando finalmente caísse.

“Igniscopum!” Snape sorriu, apontando sua varinha. Uma corda fina de fogo disparou em direção
a Remus, forçando-o a chutar a parede, caindo de costas no chão, com força.

Ele piscou, perdeu o fôlego, mas rapidamente se levantou, retirando sua própria varinha,

“Ok,” ele disse, com as costas doloridas por causa da queda, “Você me pegou. Agora vai embora."

"Por que diabos faríamos isso?" Severus respondeu, enfrentando-o, levantando sua varinha,

“Expeli- “

“EXPELLIARMUS” Snape rugiu, vencendo dele. Ele agarrou a varinha de Remus, alegremente, e
acrescentou, "Gelesco."

Remus sentiu seus pés se fundirem com o chão, prendendo-o no lugar. Ele gemeu – agora estava
preso. Poderia até valer a pena pedir ajuda, mas o corredor estava silencioso e não queria parecer
um covarde. Ele olhou para os dois, desafiadoramente, apertando o queixo.

“Mulciber,” Snape se virou para seu companheiro parecido com um troll, “Não estávamos dizendo
outro dia que você precisa praticar mais algumas azarações? Acho que esta pode ser a oportunidade
perfeita.”

Mulciber sorriu, lambendo os lábios. Ele ergueu sua própria varinha, não tão elegantemente quanto
Severus, mas com a mesma intenção maliciosa.

“Lapidosus!”

Nada aconteceu por um momento, e Remus sentiu uma onda de alívio - antes de repentinamente,
vindo do nada, uma nuvem de pequenas pedras - como cascalho - apareceu flutuando no ar. Pairou
entre Remus e Mulciber por alguns momentos, antes de começar a voar para o rosto de Remus,
como um nado de abelhas furiosas. Ele imediatamente ergueu os braços para se proteger, mas
Severus foi rápido demais:

“Incarcerous,” disse, bocejando como se entediado. Imediatamente Remus se viu amarrado com
força por uma corda, agora quase incapaz de se mover. As pedras não paravam de atirar-se contra
ele e tudo que pôde fazer foi fechar os olhos. Ele lutou, sabendo que não ajudaria, mas precisava
fazer algo. Não queria chorar, mesmo quando sentiu um fio de sangue quente escorrer por sua
têmpora.

"O que está acontecendo - Severus?" A voz de uma garota veio do final do corredor.

"Finite Incantatum," Snape sussurrou, apressadamente. As pedras pararam imediatamente, a corda


desapareceu e as pernas de Remus se desprenderam, todas de uma vez. Ele cambaleou e tropeçou
para trás, encostado na parede.

Ele olhou para cima a tempo de ver Lily, sua salvadora, correndo em direção a eles. Parou ao ver
Remus, que rapidamente tentava limpar o sangue do rosto. Ela olhou para Snape e franziu a testa,

"O que você está fazendo, Sev?"

"Nada", ele olhou para o chão, arranhando a ponta do sapato nas lajes. "Só conversando com
Lupin, não estávamos, Mulciber?"

Mulciber encolheu os ombros, de forma não convincente. Lily encarou Remus, que desviou o
olhar, envergonhado. Foi ruim o suficiente ter sido pego por Severus, e não precisava que ela
sentisse pena dele também. Pegou sua varinha de Snape rapidamente, virou e começou a se afastar
o mais rápido que podia.

"Espere! Remus!” Lily correu atrás dele. Ele não parou, mas a garota logo o alcançou. Segurava
seu livro de magia de batalha em um braço e agarrou-o com o outro, "Por favor!" Bufou. Ele parou,
suspirando pesadamente - queria seu livro de volta.

"O que é?" Ele franziu as sobrancelhas.

“O que eles estavam fazendo com você? Sev não me contou, e eu sei que foi ruim. "

"Está tudo bem," Remus deu de ombros, pegando seu livro.

"Você está sangrando!"

"Deixa quieto, Evans," Remus a empurrou, tentando sair novamente. Ela continuou correndo ao
lado dele.

“Eu disse a ele para parar de importunar você, eu não sei por que ele faz isso - quero dizer, você
nem sai mais com Potter e Black, eu disse a ele que-"

"Por que isso importa ?!"

"São eles que ele realmente quer incomodar - se ele souber que você também se cansou deles,
então-"

"Espere." Remus parou, Lily quase colidiu com ele. "Você está dizendo que estaria bem com isso
se Mulciber e Snape estivessem amaldiçoando James e Sirius em vez de mim?!"

“Bem,” Lily corou, “quero dizer, seria uma luta justa, pelo menos. E, você sabe, eles trazem isso
sobre si mesmos, agindo da maneira que agem.”

Remus se sentiu ainda mais desconfortável agora. Ela achava que James e Sirius haviam atacado
Severus nas duas vezes - ela não tinha ideia de que era ele. Isso confirmou um de seus piores
medos - Lily achava que Remus só andava com James e Sirius porque ele era estranho e porque
eles permitiam. Todos no castelo achavam que ele era tão patético quanto Peter?
"Você está errada." Remus franziu a testa. "Agora me deixe em paz, ok?"
Capítulo 16: Primeiro ano: Astronomia
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Ótimo ter você de volta, Lupin." Sirius sorriu, puxando a capa da invisibilidade quando eles
entraram na (anteriormente fechada) sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

"Como assim?" Remus respondeu, observando James subir a escada no canto da sala para chegar à
prateleira mais alta, onde estava uma gaiola de diabretes adormecidos. "Eu não estive em lugar
nenhum."

"Qual é, cara", disse Peter, segurando a escada para James, "Não passou despercebido que você
tem nos evitado como se fôssemos a praga."

“Eu não tenho.” Remus torceu a boca. “Eu só ando ocupado sabe, estudando e outras coisas.”

"Bem, espero que você tenha superado essa fase agora", James riu, descendo lentamente,
segurando a enorme gaiola com as duas mãos, "Eu realmente apreciaria se você parasse de
trabalhar tão duro - me faz ter que trabalhar duro, sabe, e eu não estou acostumado com
competição.”

“Ah, não enche, Potter.” Sirius falou rispidamente, vasculhando pelas gavetas e mesas.

Remus decidiu que essa pegadinha não seria tão ruim – ele não precisaria usar nenhuma magia, de
qualquer maneira. Se fosse completamente honesto consigo mesmo, sentia falta das travessuras.
Ser um cdf era muito bom e tudo mais, mas era entediante. Fazia sentido Evans estar carrancuda o
tempo todo.

"Como vamos colocar elas no refeitório?" Perguntou, curvando-se para olhar para as minúsculas
criaturas azuis, ainda dormindo, enroladas no fundo da gaiola. Devia haver cerca de cinquenta
delas, o que Remus achou bastante cruel. Muito melhor libertá-las.

"Debaixo da capa," James respondeu, espalhando-a agora para que todos pudessem entrar, "Vamos
Sirius," ele revirou os olhos para o garoto de cabelo comprido que agora estava de joelhos sob a
mesa do professor.

"O que você está procurando?" Peter perguntou, abafado sob a capa.

"Um Corvino me disse que havia um alçapão aqui embaixo." Sirius suspirou, levantando-se e
limpando os joelhos. "Mentiroso."

"Esta é a mais nova obsessão de Black," James explicou a Remus enquanto fechava a capa sobre
eles e se dirigiam para a porta, "Encontrar portas secretas."

“Hogwarts: Uma História diz que existem muitas passagens não descobertas!” Sirius disse,
defensivamente. “Como aquela que você encontrou, Lupin. Definitivamente há mais, quero
encontrar pelo menos uma antes de partirmos.”

“Também há rumores de um monstro escondido em algum lugar do castelo.” James sussurrou de


volta, enquanto eles caminhavam pelos corredores em direção à torre da Grifinória. Peter
estremeceu.

"Um risco que estou disposto a aceitar," Sirius respondeu, e Remus pôde ouvir o sorriso em sua
voz, "Meu legado é muito mais importante."

"Típico", James riu.

***

No jantar da noite seguinte, James estava sorrindo como um maníaco, tentando parecer que não
estava escondendo cinquenta diabretes adormecidos debaixo da mesa e falhando miseravelmente.
Peter, que era bom em astronomia, estava ocupado verificando o dever de casa dos outros marotos,
que era rotular cada estrela em seus respectivos mapas.

"Honestamente," Peter gemeu, rabiscando algo no dele, “Você pensa que ele acertaria a própria
maldita estrela ..."

Sirius riu.

“O que posso dizer, eu sou incorrígivel.”

"Você tem sua própria estrela?" Remus franziu a testa, mais uma vez se sentindo de fora. Ele nunca
prestou atenção em Astronomia - conhecia as fases da lua e isso era suficiente.

"'Sirius." Peter respondeu, "Qual é, Lupin, nós fizemos isso. É a estrela mais brilhante do céu? A
estrela do cão?” Ele suspirou, olhando para o trabalho de Remus agora, "É, você também não
prestou atenção." Grunhiu.

Remus encolheu os ombros.

"Eu só pensei que era o nome dele."

“A Mais Antiga e Nobre Casa dos Black sempre foi um pouco exagerada no departamento de
nomenclatura,” Sirius ponderou, “Metade de nós tem nomes astronômicos - há Bellatrix, é claro;
Órion do meu pai, Regulus do meu irmão ... Mamãe não é uma estrela, acho que ela é um asteróide
- bem apropriado, se você já a viu de mau humor. Depois, há o bom e velho tio Alphard, tio
Cygnus ... Andrômeda recebeu o nome de uma galáxia inteira. "

"Bruxos são tão estranhos." Remus suspirou.

"Remus," James riu, "Você sabe que Lupin também é uma constelação, não é? O lobo."

"O quê?!" Remus sentiu seu coração pular e quase engasgou com o jantar. Sirius deu um tapa forte
nas costas dele, habilmente mudando de assunto;

"Se você j[a terminou de nos dizer o quão estúpidos somos, Pete, podemos prosseguir com a
libertação de você-sabe-o-quê? Minhas adoráveis primas acabaram de começar a comer, eu diria
que é o momento perfeito... "

Era realmente o momento ideal. James deu um chute forte na gaiola para acordar os diabretes antes
de puxar a capa e sussurrar rapidamente um feitiço de desbloqueio. Houve uma explosão de ruído,
cor e caos.

Remus realmente não sabia o que esperar dos diabretes - eles pareciam perfeitamente inofensivos
durante toda a noite e o dia enquanto estavam trancados dormindo embaixo da cama de James.

Mas agora podia ver exatamente porque Sirius e James estavam tão animados. Ao saírem debaixo
da mesa, as minúsculas criaturas se espalharam em todas as direções, tagarelando coisas sem noção
num tom agudo e zunindo de um lado para outro do grande salão. Pulavam em pratos de purê de
batata, gritando de alegria, agarravam pratos e talheres das mãos dos alunos e os jogavam pelo
salão; puxavam rabos de cavalo e rasgavam pergaminhos.

"Rápido!" James se abaixou para passar por baixo da mesa, onde todos se agacharam sob a capa da
invisibilidade, observando a confusão se desenrolar ao redor deles.

"Brilhante!" Sirius continuou dizendo: "Brilhante, brilhante, brilhante!"

"Vamos," disse Remus, empurrando os outros meninos para frente. O plano deles era observar por
um tempo, então fugir o mais rápido possível sem serem pegos.

Todos os quatro desajeitadamente navegaram para sair de debaixo da mesa - o que foi
especialmente difícil - vários outros alunos abaixavam tentando se proteger. Felizmente, os
diabretes não podiam ver através das capas de invisibilidade e os meninos foram deixados em paz.

No tumulto, ninguém mais os notou. Garotas e garotos gritavam, todo mundo estava tentando
cobrir a cabeça para se proteger ou então lutando para pegar de volta seus itens roubados.

"AI SIM!" Sirius de repente engasgou, explodindo em uma gargalhada intermitente.

Remus se virou e viu Bellatrix gritando a plenos pulmões, seu cabelo rebelde sendo puxado de um
lado para o outro por uma minúscula praga azul. Outra que voava acima dela tinha roubado sua
varinha e estava acenando-a, lançando raios azuis na direção de Bella.

“Me larga! Sua coisa imunda - nojenta- você - Aaargh! " Ela lamentou. Narcissa estava encolhida
sob a mesa, segurando sua própria varinha com força.

As coisas pioraram ainda mais quando Pirraça, o Poltergeist, entrou na sala, correndo alegremente
e causando tantos estragos quanto. Ele parecia estar direcionando os diabretes, levantando toalhas
de mesa e gritando,

“Aqui embaixo, diabretinhos! Muitos bobinhos do primeiro ano aqui!”

Sufocando risadas, os marotos fugiram da sala quando ouviram a voz estridente de McGonagall
ecoando,

“Petrificus Totallus!”

"Ela definitivamente vai saber que fomos nós." Peter ofegou, enquanto eles voltavam para a torre,
ainda sob a capa.

“Nah,” James respondeu, casualmente, “Aposto que ela vai culpar os Prewett, eles sempre fazem
grandes coisas assim. Algo a se inspirar.”
***

"Por favor." Sirius disse.

"Não." Remus respondeu.

"Por favooooor!"

"Não!"

"Por que não?"

“É só que seria... estranho! Eu não quero que você faça. "

“Mas vai ser divertido! Eu prometo que você vai gostar.”

"Ha."

A conversa continuou quase da mesma maneira por cerca de três corredores agora. Remus apressou
o passo e ouviu James dar uma bronca Sirius atrás dele.

"Deixe Lupin em paz, ok?"

"Eu não vou! Isso é muito importante!” Sirius estava com um humor inquieto, o que o deixava
ainda mais irritante - geralmente James era o único que o aguentava.

Eles tiveram uma longa tarde na biblioteca, completando tabelas do zodíaco para a revisão de
Astronomia. Ainda faltavam meses para os exames, mas James insistiu em começar. Naturalmente,
Sirius tinha que competir, e Peter tinha que ir a qualquer lugar que James fosse. Remus não queria
ficar de fora. Eles estavam pesquisando sobre seus signos, quando descobriram que Remus era um
pisciano. Sirius deduziu rapidamente que isso significava que seu aniversário estava chegando. E
assim começou a súplica.

"Obviamente não é tão importante para Remus," James sibilou para Sirius, "Faça alguma coisa no
meu aniversário, se você quer tanto, não é muito depois."

"Você terá sua vez," Sirius o dispensou. “Mas primeiro - Lupin.”

"Eu realmente não me importo, Sirius," Remus suspirou, quando chegaram ao retrato da senhora
gorda. "Não é nada demais, não precisa se preocupar."

“Mas é seu aniversário!” Sirius respondeu, sinceramente, "Devíamos nos preocupar."

Remus não via por quê. Ninguém nunca havia se importado antes. Havia bolo, é claro, mas não
sobrava muito quando se tinha que dividir um bolo com cinquenta outros meninos. Além disso,
todas as crianças pequenas insistiam em ter a oportunidade de soprar as velas também, então
demorava uma eternidade. A Diretora embrulhava alguns presentes, mas geralmente eram práticos
- roupas novas, meias, cuecas, canetas e cadernos. Além disso, não havia nada de especial no dia.
Na verdade, ele estava ansioso para ficar longe de St. Edmund's, porque achava que Sirius, James e
Peter eram provavelmente muito bem educados para saber sobre os 'murros de aniversário' - um
soco no braço para cada ano de idade (e um para sorte - geralmente o mais forte).

“Por que isso importa tanto?!” Remus bufou, passando pelo buraco do retrato. Ele não suportava
quando Sirius ficava assim - teimoso e persistente.

Mas quando ele se virou, ficou surpreso ao ver que Sirius estava esfregando seu braço, parecendo
atipicamente magoado.

“Todos vocês fizeram coisas para o meu aniversário e ... bem, foi muito legal. Eu nunca ficava
muito ansioso para o meu, mas ... bem, foi divertido, não foi? "

Remus de repente se sentiu culpado. Percebeu que Sirius não queria apenas ser o centro das
atenções novamente - ele estava tentando fazer Remus feliz. Como se isso também pudesse deixá-
lo feliz. Remus nunca teve muitas oportunidades de dar a alguém o que realmente queriam. Então
cedeu.

“A ... ok, tudo bem. Mas não uma grande comemoração nem nada, apenas marotos, beleza? "

"Beleza." Sirius sorriu, imediatamente seu rosto se transformou, os olhos brilhando como estrelas.
Capítulo 17: Primeiro ano: Doze
Chapter Summary

Feliz aniversário, Remus! Com bolo e cartografia.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Segunda, 10 de março de 1972

O décimo segundo aniversário de Remus caiu em uma sexta-feira naquele ano. Normalmente, nas
sextas-feiras, depois das aulas, James os obrigava a ir assistir ao treino de quadribol da Grifinória, e
Remus ficava lendo em silêncio para si mesmo. Sirius, no entanto, conseguiu convencer James de
que poderia perder apenas um treino - especialmente porque ainda nem estava no time - e que
Remus poderia realmente querer fazer algo diferente em seu aniversário.

Ele foi acordado de manhã cedo por seus três companheiros de dormitório amontoados em sua
cama, todos gritando: "Feliz aniversário, Lupin!" Eles não tentaram dar um soco nele, o que
significava que o dia já havia começado como seu melhor aniversário de todos os tempos.

No café da manhã, James e Sirius marcharam à frente, empurrando outros alunos para fora do
caminho enquanto se aproximavam de seus assentos habituais, anunciando em voz alta,

“Saia do caminho, por favor!”

"Aniversariante passando!"

“Siga em frente, nada para ver aqui!”

Remus quis se esconder embaixo da mesa quando eles a alcançaram. Seus três amigos fizeram um
grande show servindo-lhe o café da manhã, ao invés de deixar que ele se servisse. Peter serviu seu
chá, James encheu seu prato enquanto Sirius passou manteiga em sua torrada.

“Vocês têm que fazer isso?" Remus gemeu, terrivelmente envergonhado.

"Com certeza", disse James.

"Sem dúvidas," Peter assentiu,

“Inquestionavelmente.” Terminou Sirius.


Remus balançou a cabeça, corando muito e olhando para sua comida. Quando ele terminou - o que
demorou um pouco, porque lhe serviram porções duplas de quase tudo - todos se levantaram, ainda
sorrindo amplamente para ele.

"O que?!" Ele perguntou, se contorcendo nervosamente. Se eles iam fazer o murro de aniversário,
então ele esperava que acabasse logo. Talvez houvesse uma versão bruxa? Afinal, ele havia
perdido o aniversário de Sirius, não sabia o que esperar. Peter e James colocaram a mão em seu
ombro, forçando-o a se sentar novamente. Sirius puxou um diapasão de sopro do bolso e soprou
uma nota longa. Remus fechou os olhos com força. Ah não…

“Paraaaaabéns pra voceeeeeê!” Os três meninos berraram no topo de suas vozes, “Nessa data
queridaaaa! Muitaas felicidadees! Muitos anooos de vida!”

Agora o resto do salão se juntou a ele, e Remus cobriu a cabeça com as mãos,

“E PARA O REMUS NADA! TUDO!”

“É pique, é pique! É hora, é hora, hora!” James gritou, de pé em sua cadeira,

“’RATIMBUM! REMUS, REMUS!” Os grifinórios responderam em coro.

"Pelo menos isso acabou," Remus murmurou, seu rosto queimando quando eles terminaram de
aplaudir. Peter olhou para ele com pena.

"Desculpe, cara, mas eles estão planejando fazer o mesmo no almoço e no jantar."

***

Eles ainda tinham que aguentar a aula de Poções já que era a última da semana - Remus descobriu
que mesmo fazendo os deveres de casa e entendendo todos os textos, ainda não tinha nenhum
talento natural para poções. Além disso, era um assunto chato, e Slughorn começou a tagarelar
sobre os cinco componentes principais dos remédios para dormir, e Remus lutou contra a vontade
de cochilar.

Snape não o incomodou - na verdade, Snape nem mesmo olhou na direção de Remus desde o
incidente no corredor. Lily sorriu para ele e lhe desejou feliz aniversário, antes de revirar seus
enormes olhos esmeralda quando James e Sirius tentaram convencer Slughorn a não lhes passar
nenhum dever de casa em respeito à 'ocasião'.

No jantar, Remus suportou o que esperava ser sua rodada final de "feliz aniversário", que foi a
mais barulhenta do dia, principalmente porque Dumbledore estava presente e começou a conduzir a
escola inteira, gritando com toda a sua própria voz. Ele também recebeu alguns cartões - um de
toda a casa da Grifinória, outro da Diretora junto com um novo par de meias.

Depois do jantar, eles se sentaram na sala comunal e Sirius puxou seu toca-discos pesado e colocou
o Electric Warrior pela centésima vez desde o Natal.
“I was dancing when I was twelve…”

Em algum momento, um bolo foi feito, com glacê vermelho e dourado – cores da Grifinória, e doze
velas rosa. Quando Remus o cortou (o tempo todo encorajado a fazer um pedido, mas sem
conseguir pensar em uma única coisa que queria), ele ficou surpreso ao descobrir que era feito de
quatro sabores diferentes - um quarto de chocolate, um quarto de limão siciliano, um quarto de pão
de ló e um quarto de café e nozes.

"Como sua torrada." Sirius sorriu, parecendo entusiasmado com a expressão de surpresa no rosto
de Remus, "Pensei que você ficaria enjoado se fosse tudo do mesmo sabor."

“Uau...obrigado!”

"Então, o que você quer fazer pelo resto do dia?" James perguntou: "Ainda está claro se você
quiser ir e assistir o -"

"Ele não quer, James! Que diabos, você vai ter que começar a desenvolver alguns outros interesses,
cara, você está ficando chato. "

"Eu não me importo se você quiser ir assistir ao treino de quadribol." Remus disse, apressado,
"Você já fez muito, honestamente. Três músicas em um dia, o que mais uma menino de 12 anos
pode pedir? ”

"Não," James balançou a cabeça heroicamente, "Sirius está certo, é seu aniversário, vamos fazer
algo que você gosta de fazer."

Eles ficaram todos quietos por um tempo, antes de James limpar a garganta, “Err, Lupin? O que
você gosta de fazer?"

Remus pensou. Ele poderia facilmente dar uma lista de coisas que não gostava; futebol, dever de
casa, voar, poções. Mas ninguém nunca lhe perguntou antes de que tipo de coisas ele gostava. Ele
gostava de assistir televisão, mas até agora não havia descoberto uma TV em Hogwarts. Gostava
de poder escolher o que comer no café da manhã e no jantar. Ele gostava de ouvir Marc Bolan
cantando na vitrola de Sirius. Mas nenhuma dessas coisas eram realmente hobbies.

"Ler?" Peter disse, tentando ser útil: "Você lê muito."

"Eu ?!" Remus ergueu as sobrancelhas. Ele não tinha pensado nisso, mas era verdade. Desde o
Natal, de qualquer maneira, terminou todos os seus textos fixos para o ano e até mesmo alguns
livros retirados da biblioteca.

"Ah sim, ótimo," James revirou os olhos, "Feliz aniversário, Lupin, vamos começar um clube do
livro."

Sirius deu uma risadinha. Pete parecia irritado;

“Bem, eu não sei! Além de ler, você parece realmente gostar de detenção, Remus. ”

Remus riu disso, levantando as mãos se desculpando,

"Desculpe, rapazes, acho que devo ser muito chato."

"E quando você desaparece?" Sirius perguntou de repente. Remus hesitou.

"O que você quer dizer?! Eu te disse, estive doente, eu vou para a ala hospitalar. " Disse
apressadamente.

Sirius acenou com a mão,

“Não, não nesses dias - às vezes você sai depois das aulas ou enquanto assistimos ao quadribol. O
que você fica fazendo?"

Remus sentiu-se ficar vermelho. Estivera vagando sozinho cada vez menos, mas claramente seus
amigos ainda notavam. Todos olharam-o com expectativa. Ele mordeu o lábio,

"Eu só meio que ... ando por aí." Ele disse, sem jeito.

"Por onde?" Pedro perguntou: "Pelo castelo?"

“Por todo lugar,” Remus deu de ombros, “Eu só olho ao redor. Aí eu sei onde as coisas ficam.” Ele
puxou o mapa do bolso de trás, "É estúpido, comecei a adicionar coisas ao mapa que eles nos
deram no início do ano e sempre que vejo algo interessante, eu coloco."

James pegou o mapa e o desdobrou. Os três meninos se inclinaram para ver. Eles ficaram em
silêncio por um tempo. Sirius parecia maravilhado,

“Você adicionou todos os retratos ... e os nomeou e tudo.”

"Minha letra é um lixo," Remus corou ainda mais, querendo pegá-lo de volta.

O rosto de James estava enrugado.

"O que é isso?" Ele apontou para uma marca que Remus havia feito em uma das escadas.

“Um dos degraus falsos," Remus respondeu, "É nele que você pode afundar. Aquele”, ele apontou
para uma marca em um degrau diferente, “é aquele que desaparece. As escadas com setas são as
que se movem. Eu marquei de colorido onde elas dão.”

"Merlin!" Peter exalou: "Você tem ideia de quanto tempo isso me salvaria?! Eu juro que fico preso
no corredor errado duas vezes por semana por causa daquelas escadas giratórias.”

"Eu também", disse James.

“Quem liga pra chegar às aulas na hora certa!” Sirius explodiu, “Por favor, tentem reconhecer a
importância extrema da existência desse mapa! As oportunidades agora são ilimitadas para novas
pegadinhas.”

Um sorriso apareceu no rosto de James, depois no de Peter. Remus pegou o mapa de volta,
dobrando-o,

“Ainda não está pronto. Tem um monte de coisa que eu quero fazer. Eu queria por alguns feitiços
nele, assim que descobrir como.”

"Que tipo de feitiços?" Sirius perguntou ansiosamente.

Remus hesitou. Não que ele não apreciasse o interesse de Sirius, ou sua empolgação - mas Remus
realmente queria trabalhar no mapa sozinho, por mais bobo que parecesse. Afinal, Sirius tinha
inventado o feitiço de leitura e o encantamento da chuva. Por razões que ele não conseguia
explicar, Remus tinha um forte desejo de provar que ele era tão inteligente - ou tão capaz - de fazer
o trabalho desta vez.
“Apenas algumas melhorias”, disse ele, com cautela. "Vocês vão achar que é bobo."

"Não, não vamos", respondeu Peter, sinceramente, "Podemos ajudar!"

"Pode ser então ..., mas é meu mapa."

"Claro que é seu," James sorriu, de modo assegurador, "Assim como a capa é minha, certo? Mas
para o bem da travessura...”

“É dos Marotos!” Sirius terminou, os olhos cintilando de animação.

“O Mapa do Maroto.” Remus repetiu, ainda não totalmente confortável em entregar seu projeto
pessoal.

"Ainda é seu, Lupin," Black continuou, "Vamos colocar seu nome em primeiro lugar e tudo!"

“Não tenho certeza se queremos nossos nomes nele ...” Peter disse, nervoso.

“Nossos apelidos então.” Sirius encolheu os ombros.

“Não temos apelidos.” Remus respondeu, "Bem, até tenho um, mas eu realmente não quero ‘Loony
Lupin ’escrito nele."

Os outros três começaram a rir. Depois disso, Remus decidiu que não era tão ruim, deixá-los
fazerem parte de seu segredo. Ele estava aliviado na verdade; estava começando a se perguntar se
era loucura dele – registrar tudo do castelo, escrever num papel e depois tentar trazer algum sentido
às anotações. James, Sirius e Peter pareciam menos interessados na parte técnica da tarefa e mais
em planejar a próxima pegadinha com ela.

O resto da noite foi passado sob a capa, vagando pelos corredores. A capa, na opinião de Remus,
era desnecessária, pois planejavam voltar antes do toque de recolher. Mas James e Sirius nunca
perdiam a oportunidade de transformar até mesmo o menor passeio em uma missão de grande
escala, e Peter simplesmente gostava de se esgueirar sem ser visto. Tudo ficou claro, entretanto,
quando Sirius apareceu com cinco bombas de estrume, com as quais eles se divertiram no
percurso; esgueirando-se por trás de casais desavisados que se agarravam ou jogando-os nos bolsos
de alunos mais velhos que corriam para a biblioteca.

Remus mostrou a eles no que tinha trabalhado até agora, as passagens e atalhos que havia
descoberto e até mesmo alguns de seus cantinhos escondidos (nem todos, é claro, por precaução).
Ele até contou a eles seu plano de lançar algum tipo de feitiço de rastreamento na Madame Norra, a
gata de Filch, para que ele pudesse vê-la chegando. Eles adoraram essa ideia.

"Por que parar aí?" Sirius sussurrou, enquanto eles viravam uma esquina de volta para a sala
comunal no final da noite, "Por que não rastrear todo mundo?”

"Todo mundo?"

"Sim, aí saberíamos se tivesse alguém vindo, poderíamos nos safar de qualquer coisa."

"Não sei." Remus respondeu, desconfortável com a ideia. O que aconteceria quando seus amigos o
vissem viajando para o Salgueiro Lutador todos os meses? Quanto tempo até que decidissem segui-
lo, e fossem mortos? Pela primeira vez, Remus percebeu que o mapa não era tão inofensivo quanto
inicialmente pensara.

Mas James e Peter estavam ocupados concordando com Sirius, dizendo que era uma excelente
ideia; já imaginando serem capaz de ver o que Dumbledore estava fazendo, ou onde Snape estava
espreitando. Remus acreditava firmemente que em questão de tempo, Sirius Black e James Potter
seriam capazes de fazer qualquer coisa que quisessem - era só quem eles eram. Ele apenas
esperava que isto demorasse muito.
Capítulo 18: Primeiro ano: Revisão
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O tempo pareceu acelerar após o aniversário de Remus. Os dias se alongaram e a primavera


invadiu o castelo, inundando-o com luz do sol e ar fresco após o longo período de inverno. Os
exames se aproximavam e Remus finalmente superou sua ansiedade em relação a ler em público,
passando cada vez mais tempo na biblioteca. Em vez de planejar novas brincadeiras e pegadinhas,
os marotos passaram a dedicar suas noites a praticar feitiços e questionar uns aos outros sobre
ingredientes de poções.

Sirius e James levavam os exames muito a sério; era uma competição para eles - embora os dois
negassem veemente caso perguntasse. Remus suspeitava que ambos tinham o desejo de defender
sua honra de sangue puro - era uma atitude enraizada em toda a escola, até mesmo entre os
professores. Isso não incomodava Remus - mesmo que não estivesse obtendo as melhores notas em
tudo, ainda estava se saindo melhor do que antes. Estava, na verdade, grato por não ter família para
pressioná-lo.

A pressão sobre Peter era muito evidente. Ele não era um mau aluno de forma alguma - em
Herbologia e Astronomia ele até se superava, muitas vezes vencendo James. Mas ele ficava
nervoso, e isso tendia a afetar seu trabalho com a varinha, tornando seus encantamentos
desleixados. Peter não falava muito sobre sua família, mas recebia muitas cartas deles, e Remus
notou que James era cuidadoso com o assunto.

“De quanto precisamos para passar de ano?” O garoto de rosto redondo perguntava
desesperadamente, pelo menos quatro vezes por dia.

“Peter, fique tranquilo”, James o acalmava, “Você vai ficar bem; você conhece toda a teoria de trás
para frente agora, é apenas colocá-la em prática. ”

"Eu não o culpo por ficar um pouco agitado," Sirius sussurrou para Remus quando os outros dois
estavam fora do alcance da voz, "Houve pelo menos doze abortos na família Pettigrew - e isso
apenas neste século."

“Abortos?”

"Bruxos não mágicos." Sirius explicou, pacientemente, “Você sabe como famílias trouxas às vezes
têm filhos mágicos? Funciona ao contrário também - ninguém gosta de falar muito sobre isso. Meu
bisavô, na verdade, tinha essa teoria maluca de que os trouxas estavam trocando seus filhos pelos
nossos para que pudessem se infiltrar no mundo mágico. Maluquice completa, obviamente.”

"Certo." Remus respondeu, esperando soar como se entendesse tudo que Sirius acabara de dizer.
"Então é por isso que a magia de Peter é um pouco... fraca?"

"Não sei," Sirius deu de ombros, "Talvez. Eu não sei se eles podem realmente provar que
'abortismo' corre nas famílias, mas é a razão pela qual os Pettigrews não estão entre os Sagrados
Vinte e Oito. "

Remus suspirou pesadamente, fixando em Sirius seu olhar mais fulminante,

"Você sabe que eu não tenho ideia o que isso significa."

Sirius sorriu.

"Bem, eu não sei, Lupin, com toda a leitura que você faz hoje em dia. É bom saber que ainda há
coisas nas quais eu sou melhor que você.”

Remus bufou em resposta, olhando para sua lição. Sirius continuou rapidamente, como se não
quisesse perder a atenção do outro garoto.

“Os Sagrados Vinte e Oito são os mais puros dos puros-sangues. As últimas famílias ‘não
contaminadas’ remanescentes.”

Remus deu a Sirius outro olhar maldoso. O menino de cabelos escuros ergueu as mãos, correndo
para se explicar,

“Palavras deles, não minhas! Você sabe que eu não acredito em nada desse lixo de pureza de
sangue. "

"Sei," Remus ergueu uma sobrancelha. “Mas aposto que os Black’s estão no topo da lista.”

"Na verdade," Sirius respondeu, os olhos brilhando com humor, "Os Abbot’s são os primeiros. É
em ordem alfabética.”

Remus resmungou e voltou para seu dever de Poções.

***

Os exames não estavam no topo da lista de 'coisas com que se preocupar' de Remus. Estava
relativamente confiante de que se sairia bem - ele até verificou as regras do exame (que era um
pergaminho de pelo menos quatro metros) e confirmou que o uso do feitiço Scriboclara para
arrumar a caligrafia era permitido, desde que o aluno fosse capaz de executar o feitiço sozinho.
Remus estava usando-o desde novembro, e não teve problema algum.

Havia duas coisas que estavam preocupando Remus muito mais que passar de ano. Primeiramente,
o triste e inevitável fato que retornaria a St Edmund's em junho. Mesmo estando fora de lá por
apenas alguns meses, as diferenças da antiga instituição e Hogwarts eram gritantes. Enquanto os
outros alunos ansiavam por longas e quentes férias de verão, cheias de viagens, descanso e
cochilos, Remus sentia-se como se estivesse enfrentando um exílio.

Eles não tinham permissão para fazer nenhuma mágica fora de Hogwarts até os dezessete anos, o
que significava que, além de perder o contato com seus amigos, Remus não seria mais capaz de ler.
Para ele, o verão se estendia, vazio e isolado, pontuado por longas noites trancado em sua cela.
E havia o segundo problema, pronto estragar a vida de Remus com seu focinho feio e peludo.
Como Madame Pomfrey imaginava, desde que Remus completara 12 anos, suas transformações se
tornaram muito, muito piores. Não havia explicação para isso em nenhum dos livros que leu, a não
ser algumas palavras aqui e ali sobre adolescência e a puberdade.

Enquanto que antes, ele acordava na manhã seguinte com algumas marcas de dentes e garras –
como algo feito por um filhote brincalhão, sem intenção alguma de machucar - ele agora se via
com arranhões profundos que sangraram copiosamente até Pomfrey chegar para estancá-los. A
própria agonia da transformação também chegava a níveis quase intoleráveis, e ele frequenteme se
sentia enjoado horas antes da lua nascer.

Para piorar a situação, Remus estava passando cada vez mais tempo na ala hospitalar e estava cada
vez mais difícil de explicar aos marotos. Seus amigos começaram a se perguntar em voz alta, como
se Remus nem estivesse ali, qual seria a razão de seus sumiços - às vezes sugeriam que ele estava
fingindo para fugir das aulas, outras vezes provocavam-no dizendo que era contagioso.

Pelo menos em St. Edmund ele não tinha amigos que se importavam com onde ele ia todos os
meses.

Sirius claramente não estava ansioso pelo verão também. Ele ficava estranhamente quieto sempre
que as férias que se aproximavam eram mencionadas, seus olhos tornavam-se turvos e a cor
deixava seu rosto. James os convidou para ficarem com ele o tempo que quisessem - mas Sirius
permaneceu pessimista.

"Você sabe que eles nunca vão deixar." Ele suspirou.

“Tenta se animar, talvez eles deixem, cara,” James jogou um braço ao redor de seu amigo. Eles
estavam sentados juntos no grande sofá da sala comunal, Peter na poltrona concentrado em
transformar uma banana numa pantufa. Não estava dando certo. Remus estava deitado no tapete
em frente à lareira, de barriga para baixo. Ele tinha um corte nas costas que não estava cicatrizando
direito, mesmo depois dos cuidados da Madame Pomfrey, e essa era a única posição confortável.

Sirius simplesmente não queria se animar.

“Mas eles não vão. O maldito casamento de Bellatrix é em junho, pode apostar que eles vão me
querer presente pra todas as chatices.”

“A gente recebeu um convite para ir.” Peter falou de repente, erguendo os olhos da pantufa, que
ainda estava amarelo brilhante e parecia estranhamente macia. "Quem sabe eu não te vejo lá."

"Ah sei, ótimo." Sirius bufou, suspirando tão forte que seu longo cabelo caiu sobre sua testa. “Se
até lá eu não for transformado em uma salamandra. Ou amaldiçoado a ficar preso num retrato
durante o verão todo - eles realmente fizeram isso com Andrômeda uma vez. Ela nunca mais foi a
mesma, odeia pinturas de bruxos agora. "

"Depois do casamento", disse James, tentando desviar o assunto da conversa da família Black,
"Depois a gente pensa em alguma coisa. Vou tirar você de lá, se for preciso, eu juro. "

Sirius sorriu para James e este sorriu de volta. A linguagem corporal deles era igualzinha e Remus
sentiu uma pontada de solidão. Ele sabia que os problemas na família de Sirius eram muito maiores
que o fato dele ser a ovelha negra da família – haviam as cicatrizes que Sirius havia mostrado em
setembro, obviamente, mas para Remus isso era completamente normal. A Diretora o batia se ele
causasse problemas, e seus professores trouxas frequentemente usavam a palmatória – não havia
motivo para ele suspeitar que a vida doméstica de Sirius era fora do comum.
James obviamente sabia muito mais sobre. Remus percebera, porque era a única coisa sobre a qual
Potter nunca zombava de Sirius - família. Eles conversaram muito à noite, os dois - Remus tinha
ouvido Sirius chorar mais de uma vez. Isso o fez querer lançar seu próprio feitiço silenciador; ele
odiava o som das lágrimas e raramente chorava.

"Você também, Lupin," James estava dizendo,

"Hm?" Remus saiu de seus pensamentos. Ele arqueou as costas com cuidado e tentou não fazer
uma careta quando a dor o invadiu como um raio.

“Você deveria vir e ficar durante o verão. Temos muito espaço e mamãe não se importa.”

"Não posso," Remus balançou a cabeça, olhando de volta para seu livro. Suas costas estavam
pegando fogo. “A Diretora não me deixa. Coisas de guardião legal, lei trouxa.”

"Deve haver uma maneira de contornar isso", respondeu James, com confiança. “Vocês dois vão
vir, ok? Eu vou dar um jeito.”

Remus sorriu, mas sabia que não havia nada que James pudesse fazer. As luas cheias aconteciam
no final de cada mês, como sempre, e não sobrava tempo nem mesmo para passar uma semana lá
ao fim das férias. Além disso, a Diretora realmente não o deixaria.

“Acho que consegui!” Peter engasgou, de repente, segurando seu chinelo amarelo brilhante no alto.

"Muito bem, Pete," disse Sirius, sem interesse. “Experimente para ver se cabe.”

Remus se sentou, suas costas agora muito doloridas. Enquanto se endireitava, ele sentiu um fio de
sangue quente escorrer por sua espinha e encharcar o cós da calça. Alarmado, se levantou
rapidamente.

“Ecaaaa!” Peter gritou, retirando o pé descalço do chinelo, coberto com gosma pegajosa de banana.
James começou a rir, seus óculos caindo tortos,

“Ele estava brincando, Pete! Você tem que parar de fazer as coisas só porque mandamos.”

"Você está bem, Lupin?" Sirius ergueu os olhos de repente. Remus estava tremendo no tapete. Ele
tinha que ir para a ala hospitalar imediatamente, mas não tinha ideia de como se explicar.

"Sim, eu só ... acho que vou andar um pouco."

"Onde? É quase toque de recolher,” o rosto de Sirius se iluminou, “O que você está planejando?”

"Não, não, nada ... Eu só estava afim..."

"A gente vai também!" James também se levantou, "Vou pegar a capa."

"Não!" Remus gritou.

Todos congelaram, até mesmo Peter, que estava tirando pedaços de banana dos dedos dos pés.

"Eu ..." Remus gaguejou, "Não me sinto bem. Eu só quero ver Madame Pomfrey, só isso. "

“Tudo bem, cara,” James ergueu as mãos gentilmente, “Fica tranquilo. Quer que a gente vá com
você mesmo assim? "

"Eu vou." Sirius disse, rapidamente. Ele se levantou e pegou Remus pelo cotovelo, conduzindo-o
até o buraco do retrato antes que os outros dois pudessem dizer alguma coisa.

“Sirius...” Remus começou, uma vez que eles estavam no corredor vazio.

“Tá tudo bem Lupin, eu só vou te acompanhar até lá. Não vou entrar com você nem nada.”

Remus olhou para ele confuso, então acenou com a cabeça e começou a andar, tão rápido quanto
suas costas doloridas permitiram. A essa altura ele conhecia Sirius bem o suficiente para saber que
não tinha como fazer ele mudar de ideia. Peter deixaria seu nervosismo levar a melhor e voltaria
correndo. James respeitaria as vontades de Remus. Mas Sirius, Sirius era teimoso, tinha que
empurrar até o limite.

"Você está bem?" Sirius perguntou, olhando para ele, "Você está andando meio esquisito."

"Não me sinto bem." Remus repetiu, com os dentes cerrados. Esperava que Sirius apenas pensasse
que ele estava bravo com, e não percebesse que na verdade estava reprimindo um grunhido de dor.

"Ok." Sirius respondeu suavemente. Eles continuaram caminhando em silêncio. Quando


finalmente chegaram à ala hospitalar, eles ficaram do lado de fora por alguns minutos, os olhos
âmbar e quentes de Remus encarando o olhar azul e frio de Sirius como se o desafiando a fazer a
pergunta.

"Espero que você melhore." Foi tudo o que Sirius disse. "Podemos vir te visitar amanhã, se você
não tiver saído?"

“Acho que sim.” Remus disse, cautelosamente. Ele tentou encolher os ombros, mas estremeceu. A
expressão de Sirius não mudou.

"Se cuida, Lupin." Ele disse, baixinho, antes de se virar e voltar correndo pelo caminho de onde
vieram.

Remus o observou ir, até ele dobrar a esquina. Tinha a estranha sensação de que Sirius olharia para
trás antes de desaparecer. Quando não o fez, Remus não pôde deixar de se sentir estranhamente
desapontado, embora devesse saber melhor - Sirius Black nunca fora previsível.

Ele estremeceu ligeiramente - em parte por causa da dor crescente e em parte por outra coisa -
então empurrou a porta da ala hospitalar.
Capítulo 19: Primeiro ano: Fim do ano
Chapter Summary

Fim do primeiro ano dos Marotos.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

!Aviso! Gíria homofóbica no final do capítulo.

Remus nunca contaria a ninguém, mas ele realmente gostava do período de exames em Hogwarts.
Não havia aulas por duas semanas inteiras e enquanto todos os outros corriam como galinhas sem
cabeça, Remus se sentia muito relaxado em relação a coisa toda.

O mesmo não poderia ser dito sobre o resto de seus colegas de classe. Lily Evans estava
emboscando alunos na biblioteca e na sala comunal, exigindo que a questionassem sobre as
Revoltas dos Goblins do século 18. Peter estava constantemente murmurando em voz baixa,
torcendo as mãos. Marlene McKinnon e Mary McDonald, duas grifinórias do primeiro ano, a quem
Remus tentava evitar, não paravam de explodir em gargalhadas histéricas por causa do nervosismo.
James e Sirius pareciam estar agindo com mais bravura do que nunca; disparavam fogos de
artifício nos corredores e realizavam feitiços de desaparecimento em mochilas de alunos
desavisados na biblioteca. Remus não sabia dizer se os dois estavam apenas respondendo à
atmosfera geral de ansiedade ou se eles estavam gastando sua própria energia nervosa.

Os alunos mais velhos não tinham simpatia com seus colegas mais jovens. Frank Longbottom deu
mais detenções na última semana do semestre do que durante o ano todo, e até ameaçou tirar
cinquenta pontos da Grifinória se James e Sirius não parassem de levitar tinteiros na sala comunal.
Remus achou que eles tinham sorte - Bellatrix Black amaldiçoou de verdade metade dos sonserinos
numa noite por falar muito alto enquanto ela estudava para os NIEMs. Eles ficaram sem falar por
três dias - Madame Pomfrey teve que fazer crescer suas línguas de volta.

A primeira prova deles foi Feitiços, o que fez Remus já ter um bom começo. Tudo o que
precisavam fazer era enfeitiçar um coco para dançar à moda irlandesa, o que ele achou bem fácil.
Ele, James e Sirius conseguiram sem problemas. Já Peter teve dificuldades, a princípio o coco dele
recusou-se a dançar, e quando ele finalmente conseguiu com que se mexesse, ele perdeu o controle
e o coco saiu rodopiando da mesa e espatifou-se no chão.

Transfiguração correu quase bem, embora fosse uma matéria mais complicada. A tarefa deles era
transformar um besouro em um saleiro - Sirius finalizou o dele em minutos, mal escondendo seu
orgulho quando McGonagall comentou que era o melhor exemplo de transfiguração em pequena
escala que ela já tinha visto de um aluno do primeiro ano. O saleiro de Remus não ficou tão ruim,
embora ainda fosse brilhante e preto, enquanto Sirius de alguma forma conseguira transformar o
dele em vidro. James tentou transformar em porcelana, e parecia ter se saído bem até que
McGonagall tentou sacudir um pouco de sal e ele abriu asas e voou para fora da janela, fazendo
Marlene e Mary gritarem. O de Peter ainda tinha perninhas e antenas, mesmo depois de uma hora.

Herbologia e História da Magia foram provas discursivas. Remus se surpreendeu ao escrever a


redação de história mais longa da classe - teve que pedir a Peter, sentado ao lado dele, um
pergaminho extra. Aparentemente, havia muito a ser dito sobre as revoltas dos goblins, afinal.
Poções fora mais fácil do que ele imaginava - tiveram que lembrar como preparar uma cura para
verrugas. Tendo uma memória muito boa pelos anos de prática, Remus sabia que tinha todos os
ingredientes e quantidades certas, mesmo que suas habilidades de preparação não fossem precisas.

Entre os exames, Remus aproveitou suas últimas semanas de liberdade vagando pelos corredores e
fazendo acréscimos em seu mapa (quando estava sozinho) ou tomando sorvete na beira do lago
(quando os outros estavam com ele). Recentemente havia encontrado um corredor que cheirava
vagamente a chocolate, mas não conseguia entender o que era - não ficava perto das cozinhas.

Os dias estavam muito mais quentes agora, e ao passo em que os testes chegavam ao fim e junho se
aproximava, as mentes dos marotos se voltaram para a travessura.

“Tem que ser grande.” James disse, decisivamente. Estava sempre fazendo declarações
desnecessárias como essa, esperando que alguém tivesse uma ideia para ele aprovar. "Nossa última
marca."

"Não é a última," Sirius respondeu, mexendo na grama. “Estaremos de volta em dois meses.”

"Só vocês vão voltar", preocupou-se Peter, "Eu tenho certeza que falhei em tudo."

James acenou com a mão, dispersando os medos de Peter. O dia estava muito quente e preguiçoso
para ficar o tranquilizando o tempo todo. Estavam descansando no novo lugar favorito, perto de
uma árvore à beira do lago. Peter sentava-se sob a sombra dos galhos porque era pálido e se
queimava facilmente. James e Sirius haviam tirado os robes do uniforme e arregaçado as mangas
de suas camisas para combater o calor. Remus simplesmente ficou deitado ao sol, ainda com os
robes para cobrir seus ferimentos mais recentes, apreciando o calor que aquecia suas juntas
doloridas. Gostara do novo local porque o Salgueiro Lutador estava atrás deles, então não tinham
que olha-lo.

“A gente ainda tem alguma bomba de bosta sobrando?” Remus perguntou, encarando o céu azul,
então fechando os olhos para observar os padrões projetados em sua retina pelo sol.

“Sim, algumas. Não o suficiente para uma grande despedida, no entanto.”

"Quão grande você está pensando, exatamente?"

“Maior do que bombas de bosta.” James respondeu, limpando os óculos, como sempre fazia
quando estava pensando. “Grande o suficiente para que todos saibam que fomos nós.”

“Eles saberão que fomos nós. McGonagall sempre sabe,” Sirius acrescentou, levantando-se e
atirando uma pedra pelo lago. Ela quicou cinco vezes - Sirius era incrível em atirar pedras. Ele
tinha essa graça fluída que era mais animal do que humano. Isso irritava Remus - afinal, ele quem
era parcialmente não humano, e tinha toda a graça natural de um verme-cego.

"Eles podem pensar que foram os Prewetts." James respondeu: "Eles têm nos superado o ano
todo."
“Nada supera os diabretes!” Sirius disse, defensivamente. Ele jogou outra pedra. Desta vez, no
quarto salto, um longo tentáculo prateado se ergueu da água e o golpeou preguiçosamente de volta
em sua direção. Sirius sorriu.

"E o pó de coceira foi muito bom, vocês têm que admitir." Remus murmurou, jogando um braço
sobre o rosto.

"Exatamente," Sirius continuou, com entusiasmo, "Você precisa nos dar pontos pela
engenhosidade."

"E a nuvem de chuva!" Peter saltou, ansioso para se envolver. Todos ficaram quietos. Remus se
sentou. Eles não tinham conversado sobre esse incidente desde janeiro. Peter mordeu o lábio,
percebendo o que tinha feito.

Sirius balançou a cabeça, mudando de assunto.

“De qualquer forma, o que quero dizer é que nós quatro tivemos mais detenções do que todo o
resto da Grifinória combinado só este ano. O que mais você quer que façamos, James? Assinemos
nossos nomes?”

Ele ergueu um braço, pronto para jogar a pedra de volta no lago, mas James saltou na hora e
agarrou seu ombro, fazendo com que ela caísse.

“Oi!” Sirius franziu a testa, irritado, "Qual é a sua?"

"É isso aí!" James pulou, animado, "Vamos assinar nossos nomes!"

"A gente o que?" Remus semicerrou os olhos para os dois. Ele desejou não ter olhado para o sol
por tanto tempo, agora sua visão estava embaçada e ele estava começando a ter uma dor de cabeça.

“ASSINAR O NOSSO TRABALHO.” James repetiu, como se estivesse fazendo todo o sentido e
eles fossem muito estúpidos para entender. Ele suspirou, impaciente, "Colocamos nossa marca em
Hogwarts, literalmente."

"Você está falando sobre desfigurar propriedade da escola, Potter?" Sirius arqueou uma
sobrancelha escura, alegria estampada em seu rosto.

"Eu posso estar, Black." James mexeu as próprias sobrancelhas de volta - ele não conseguia
levantar apenas uma, como Sirius.

"Bem, eu lhe digo, velho amigo." Sirius sorriu, adotando um sotaque ainda mais refinado e
aristocrático do que o normal.

"O que você me diz, meu camarada?"

“Eu digo que é uma ideia simplesmente formidável.”

"Oh, que esplêndido!"

“Estonteante!”

“Magnificente!”

Os dois se desmancharam em risadas, caindo no chão e brincando de lutinha. Remus e Peter


trocaram um olhar. Esse tipo de coisa estava acontecendo cada vez mais; James e Sirius se
envolveriam em uma de suas piadas internas e deixariam os outros sem entender nada. Remus se
levantou e foi se sentar com Peter.

“Alguma ideia do que eles estão falando?” Perguntou ao menino menor. Peter estava com o rosto
vermelho, a testa franzida. Estava claramente tendo pensamentos profundos.

“Eles querem que a gente escreva nossos nomes em algum lugar. Talvez nas paredes?'' Respondeu,
devagar.

“O que?” Remus perguntou, “Tipo... entalhar na pedra ou coisa assim? Isso é um pouco
permanente, não é?"

Sirius e James continuavam a rolar na grama. James era maior e geralmente tinha a vantagem, mas
Sirius lutava sujo.

“É tudo que eu consigo pensar.", Peter deu de ombros. "James diz que quer que seja grande ... as
paredes são as maiores ... ah ... AH!" Levantou num salto, "Rapazes!" Ele gritou. "Tive uma ideia!"

"Caramba!" James e Sirius pararam imediatamente. James prendera Sirius em um mata-leão, e o


tornozelo de Sirius estava apenas enrolado em torno do de James, pronto para dar um puxão e
derrubar os dois. "Você está se sentindo bem, Pettigrew?"

"O gramado!" Peter continuou andando enquanto pensava em voz alta: "É a maior tela e não teria
que ser permanente, poderia ser ... se usássemos uma poção cresce-rápido..."

Remus suspirou profundamente. Por que ninguém estava fazendo sentido hoje?

***

E assim foi, devido ao desejo de James por prestígio, e ao desespero de Peter para provar a si
mesmo, que os quatro se encontraram de volta ao terreno após o anoitecer no último dia do
semestre. Eles tiveram duas semanas de planejamento - acumulando suprimentos da estufa e
aprendendo vários encantamentos de mudança de cor. Nesse tempo, descobriram que todos haviam
passado nos exames; até mesmo Peter. Remus foi o primeiro em História da Magia e o segundo em
Feitiços (perdendo para Lily Evans, o que tentou não deixar incomodá-lo).

“Ai! Esse é o meu pé! "

"Desculpa!"

"Não consigo ver nada."

"Está escuro, idiota."

“Ai! Esse era o meu pé! "

"Podemos tirar a capa agora?"

"Sim, acho que sim…"


Eles haviam arrastado um pesado saco de sementes de hortênsia por todo o caminho desde a torre.
Bem, Remus e Peter tinham. Sirius e James decidiram que iriam liderar o caminho.

"Certo." James disse, como um profissional, com as mãos nos quadris, "Nós concordamos em
escrever 'com amor' ou 'de'?"

"De." Disse Peter.

“Eu prefiro ‘amor’.” Sirius disse.

"Aww, claro que você prefere, Black," James bagunçou o cabelo dele brincadeira, fazendo Sirius
se esquivar e fazer uma careta. " 'Amor’, então. Vamos, senhores, para o trabalho!"

Uma hora depois, o saco de sementes estava vazio, e Remus estava seguindo a trilha que os outros
haviam deixado, derramando a poção ‘cresce-rápido’ no chão.

"Temos certeza de que soletramos tudo certo?" James coçou a cabeça, bagunçando ainda mais o
cabelo.

"Tarde demais agora," Sirius respondeu, enxugando o suor da testa. "Olha, é melhor irmos, o sol
está nascendo." Ele apontou para o céu, que estava começando a ficar rosado.

“O feitiço de mudança de cor, rápido!”

"Eu já fiz," disse Remus, terminando o resto da poção. "Enquanto eles ainda estavam no saco."

"Bem pensando, Lupin!" Sirius deu um tapa no ombro dele, "Sempre soube que você era o
inteligente."

Desde quando?! Remus pensou consigo mesmo.

"Não vamos volta ainda", disse James, "Olha, podemos ver o sol nascer."

"Merlin," Sirius riu, "Sua grande bixinha."

Eles assistiram, no entanto, maravilhados, enquanto o sol brilhante subia lentamente no horizonte,
inundando o grande lago com faíscas douradas, então empalidecendo enquanto subia mais alto no
céu alaranjado.

"O próximo ano será ainda melhor, rapazes," James sorriu, seus óculos refletindo o sol enquanto
ele jogava um braço em torno de Peter e Sirius. Remus ficou um pouco afastado para o lado,
contente apenas em estar na presença deles.

Voltaram para o castelo com um humor estranho e quase se esqueceram de colocar a capa de volta.
Retornaram para a torre da Grifinória, e James e Peter tentaram dormir, mas Remus não conseguia.
Finalmente, Sirius começou a fazer as malas - estava adiando fazer isso há uma semana e começou
a jogar suas coisas de forma descuidada e barulhenta em seu baú de mogno. Estava engravado com
uma serpente, como muitas das coisas de Sirius.

Além disso, Remus não queria dormir. Suas últimas horas em Hogwarts estavam se esgotando
muito rapidamente, e ele não queria perder nenhuma delas. Se sentou no parapeito da janela e
observou a pegadinha deles se desenvolvendo na grama abaixo. As sementes já estavam criando
raízes e crescendo muito rapidamente, contorcendo como algo saído de um filme de ficção
científica.
"Parece bom!" Sirius disse, vindo olhar. Aparentemente tinha terminado de empacotar, embora seu
baú parecesse que não fecharia corretamente.

“Ainda acho que deveria ter sido ‘tavam’ não ‘estiveram’.” Disse Remus.

"Erro de gramática, Lupin," Sirius bocejou, "Eu não poderia ter vivido comigo mesmo se estivesse
errado." Ele se espreguiçou sonolento e deitou na cama de Remus, que por acaso era a mais
próxima, se enrolando para dormir.

Remus olhou para ele por um tempo do parapeito da janela. Com os olhos fechados, na suave luz
do amanhecer, Sirius parecia mais delicado, mais jovem. Remus passou o ano inteiro admirando a
ele e James; como eram invencíveis, como eram ousados. Mas ambos eram apenas crianças, na
verdade. E não importa o quão grande a pegadinha final fosse, isso não impediria o trem de vir
buscá-los amanhã, para levar Remus de volta para St. Edmund e Sirius de volta da onde quer que
ele viesse - uma casa onde os retratos gritavam com ele, e a família não se importava se ele fosse o
primeiro da turma em Transfiguração.

Ele olhou pela janela novamente, pressionando a testa contra o vidro frio e suspirando
profundamente. Fora uma brincadeira muito boa; todos eles deveriam estar orgulhosos.
McGonagall teria um ataque. Dumbledore provavelmente iria gostaria. Não havia necessidade de
se sentir tão triste, eram apenas dois meses.

Quinze metros abaixo, as hortênsias finalmente floresceram e o coração de Remus deu um pulo. As
flores berrantes brilhavam abaixo nas cores da Grifinória, carmesim brilhante e ouro cintilante,
berrando a mensagem com letras tortas.

OS MAROTOS ESTIVERAM AQUI!


Capítulo 20: Verão, 1972
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Caro Remus,

Como está seu verão até agora? O meu está um lixo.

Semana passada foi o casamento de Bellatrix - pelo menos ela não estará em Hogwarts no ano que
vem. Regulus e eu fomos padrinhos e tivemos que usar vestes verdes. Definitivamente não é a
minha cor. Minha família inteira estava lá, foi horrível. Você deveria ter visto o que Bella fez com
cabelo, ela parecia completamente louca. Cissy tingiu o dela também – de loiro, pra ela poder ficar
parecida com seu namorado metido, Malfoy. Não consigo nem acreditar que minha tia deixou,
dúvido que minha mãe deixaria eu pintar meu cabelo.

Eu gostaria que pudéssemos fazer mágica fora da escola, estive pesquisando maldições na
biblioteca do papai – vou achar algumas coisas excelentes para o Snivellus no próximo ano.

James diz que seus pais estão me deixando ficar com eles neste verão. Meus pais não me
deixariam ir para os Potters, mas talvez eles me deixem ficar com os Pettigrews, então vou pedir a
Pete que me convide. James disse que iria convidar você também, espero que você possa ir. Vai
ser ótimo, assim como a escola.

Te vejo em breve,

Sirius O. Black

***

Caro Remus,

Espero que você esteja tendo um bom verão e os trouxas não estejam te abatendo.

Mamãe e papai dizem que você é mais que bem-vindo para uma visita. Sirius está tentando vir para
ficar o verão inteiro, o que seria brilhante. Se você puder vir, responda a esta coruja o mais rápido
possível. Mamãe disse que ela mesma escreverá uma carta se sua Diretora precisar que ela o faça.

Sinceramente,

James.

***
Caro Remus,

James e Sirius disseram que tentaram entrar em contato com você, mas você não respondeu. Eu
disse a eles que talvez você não soubesse como as corujas funcionam. Você só precisa amarrar a
carta no pé deles, como fizemos, e depois soltar. Elas normalmente acertam para onde deveriam ir.

Espero que você possa vir nos visitar.

Peter.

***

Caro Remus,

Você está bem? Não ouvimos nada de você, espero que não tenha tentado usar o correio trouxa.
Estou com os Potters agora, é ótimo. Os pais de James pais são muito legais, nada como os meus.

James está sendo um pouco chato. Ele acha que nós dois vamos entrar no time de quadribol este
ano e continua me levantando às seis da manhã para praticar vôo. Completamente maluco. Mas é
um pouco divertido, e se Grifinória precisa de um batedor, então eu posso tentar. Mal posso esperar
para mostrar minha vassoura, você pode experimentar se quiser - talvez você goste de voar se
estiver usando um equipamento decente.

James acha que sua Diretora não vai deixar você vir - você acha que se escrevêssemos para
Dumbledore ou McGonagall, eles poderiam obter permissão? Você é um bruxo, afinal, você não
deveria ficar preso a trouxas durante todo o verão.

Se você realmente não pode vir, você vai ir para o Beco Diagonal por causa das coisas da escola?
Talvez possamos nos encontrar lá em agosto?

Espero que você esteja bem.

Sirius O. Black.

***

Caro Remus,

Não somos os Marotos sem você, por favor, venha! Temos muito espaço e mamãe não se importa.
Tenho treinado Sirius e Pete para o quadribol no ano que vem - acho que, se resolvermos seu
problema com alturas, você poderia se tornar um batedor decente.
Você gosta de bater nas coisas, não é? E você é provavelmente o mais forte de nós quatro, então
acho que faz sentido. Sirius quer ser um batedor também, ele pode te mostrar como faz. Vou até
ver se minha velha vassoura ainda está guardada no galpão, e você pode ficar com ela!

James.

***

Caro Remus,

Por favor, venha e nos salve do reinado de terror de James. Eu nem quero estar no time de
quadribol.

Peter.

***

Caro Remus,

Espero que você esteja recebendo essas cartas. Estamos começando a ficar preocupados com você.

Fomos todos ao Beco Diagonal juntos, foi ótimo. A mãe de James comprou sorvete para nós e nos
deixou ir aonde queríamos. Provavelmente passamos cerca de três horas em Suprimentos de
Qualidade para Quadribol. Eu realmente queria sair para a Londres trouxa e encontrar uma loja de
discos, mas não tínhamos permissão para sair do beco.

Andromeda me enviou este novo álbum - Merlin, você realmente tem que ouvir, Lupin! É melhor
do que Electric Warrior. Melhor do que QUALQUER COISA. Tenho certeza de que o cantor é na
verdade um bruxo - você já ouviu falar de David Bowie?

Você está tendo um bom verão? Como é estar de volta?

Escreva logo!

Sirius O. Black.

***
Caru Sirius,

Por faver não manda mas cartas. Não da pra ler e a Diretora tá irritada com as corujas.

Te veju no trem.

Remus.
Capítulo 21: Segundo ano: Regulus Black
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Metal Guru, could it be?


You’re gonna bring my baby to me
She’ll be wild, y’know a rock n roll child…

-Metal Guru, T. Rex

Remus agarrou as alças de sua velha mala surrada, com os nós dos dedos brancos. Seu estômago
dava cambalhotas animadas enquanto ele observava a multidão agitada. A Diretora o deixou correr
para a barreira desta vez, embora tivesse desviado o olhar no último minuto, apavorada. Agora ela
estava bem atrás dele, no lado trouxa da estação, e ele não teria que vê-la novamente por mais dez
meses.

Ele teve um pesadelo terrível na noite anterior, no qual eles chegariam a King's Cross e seriam
incapazes de chegar à plataforma 9 ¾ - e nada daquilo teria sido real; magia, varinhas, bruxos, seus
amigos. Mas Remus tentou afastar esses pensamentos de sua mente enquanto olhava ansiosamente
ao redor, procurando por um rosto familiar.

"Deixaram você voltar, não é?" Uma voz fria interrompeu sua busca. “Os padrões devem estar
caindo.”

Remus sentiu seus ombros ficarem tensos. Por que a primeira pessoa com quem ele iria falar tinha
que ser Snape?!

"Cai fora, Snivellus." Retrucoou. Ele se endireitou, virando-se para encarar o garoto sonserino com
seu olhar mais cruel.

"Ugh, o que diabos é esse cheiro?" Snape falou lentamente, franzindo o nariz grande demais.
Remus corou - ele fedia a anti-séptico, sabia disso; A Diretora tinha sido liberal demais naquela
manhã.

"Eu disse pra cair fora!" Remus murmurou, apertando o maxilar e cerrando os punhos.

Viu Severus recuar, ligeiramente. Remus sabia como deveria estava parecendo - havia passado
dois meses sem magia, cercado por garotos maiores e mais durões do que Snape. Ele estava com
muita raiva acumulada e pronto para dar um soco na menor provocação.

“Ei, careca!” Outra voz soou sobre a multidão. Um garoto com óculos e cabelo preto espetado em
todos os ângulos estava inclinado para fora de uma das janelas da carruagem, acenando loucamente
para Remus.

Remus sorriu, esquecendo que estava tentando assustar Severus, e acenou de volta. Ele esfregou a
cabeça, constrangido. Seu cabelo crescera enquanto ele estava em Hogwarts, mas a Diretora raspou
novamente assim que ele voltou para St. Edmund's, fazendo-o parecer com um bandido
novamente.

Lançando um olhar sujo para Snape, Remus agarrou sua mala e correu para o trem, passando por
outros alunos a fim de chegar ao vagão onde seus amigos estavam esperando.

"Lupin!" Peter deu um pulo, animado. Ele não sabia bem o que fazer consigo mesmo uma vez que
estava de pé - eles certamente não iriam se abraçar como garotas e, aparentemente, apertos de mão
não eram adequados. Pettigrew deu um tapinha desajeitado no braço dele, e Remus apertou o dele
em troca.

"Eai rapazes," Remus sorriu, suas bochechas doendo de felicidade quando ele se sentou. “Como
tem estado?”

"Devíamos estar perguntando isto a você!" James riu, dando um soco no braço dele. “Nenhuma
coruja durante todo o verão!”

Remus olhou para Sirius, furtivamente. Ele não havia mencionado a carta que Remus havia
enviado, então.

“Você sabe que eu sou praticamente um trouxa nas férias”, ele respondeu, “Nem consegui pegar
meu báu para fazer o dever de casa, deixaram ele trancado.”

Isso não era estritamente verdade - Remus pediu à Diretora para trancar suas coisas de Hogwarts,
com medo de que os outros meninos as pegassem. O dever de casa que ele não fez porque não
conseguia. Ouviu-se um ruído silencioso de nojo no canto. Remus olhou, confuso.

Sentado no assento ao lado de Sirius estava outro garoto mais novo, com os mesmos olhos azuis
profundos e longos cabelos escuros; os mesmos traços inconfundíveis dos Black’s - lábios
carnudos e maçãs do rosto tão afiadas que poderiam cortar vidro.

"Este é o Reg." Sirius acenou com a cabeça, casualmente, "Diga olá, Reggie."

''É Regulus." O menino respondeu, irritado, sua voz alta e aristocrática soando indignada.

"Meu irmãozinho querido," Sirius ergueu a sobrancelha para os outros três.

"Oi Regulus," James sorriu, oferecendo uma mão amigavél, "Eu sou James."

"Potter." Regulus olhou para sua mão como se fosse imunda.

Sirius deu um tapa na cabeça dele,

"Pare de ser um idiota." Ele retrucou: "Estes são meus amigos".

"Eu não queria sentar aqui." Regulus respondeu. "Você que me fez entrar."

“Ah, vá em frente, dê o fora, então. Não sei por que me incomodei.”

Regulus se levantou, com o rosto impassível, e saiu do vagão, batendo a porta atrás de si.

“Uau, ele realmente tem o charme da família Black,” James sorriu. Sirius balançou a cabeça,
desesperado, apoiando um pé no banco oposto e o cotovelo no vidro da janela. O apito soou e o
trem começou a sair da estação.

“Não devia ter esperado nada diferente," Sirius murmurou, "Ele sofreu uma lavagem cerebral total.
E tá irritado comigo. Eu não deveria ter ficado longe o verão todo. "

"Acha que ele ficará na Sonserina, então?" James simpatizou.

"Provavelmente." Sirius franziu o cenho, "Ele sabe que eu não vou falar com ele, se ele ficar.
Preferia que ele ficasse na Lufa-Lufa.”

Remus achou isso um pouco cruel. Certamente, ele não gostava de Snape e Mulciber - e sim, eles
pregaram algumas peças na Sonserina, mas Remus nunca odiou a Sonserina como Sirius parecia
odiar. Certamente ele não renegaria o próprio irmão só porque eles tinham um uniforme
ligeiramente diferente? A única coisa que Remus podia ver de errado com os Sonserinos era que a
maioria deles eram esnobes - e Sirius, James e Peter eram esnobes também, embora não
percebessem.

Os pensamentos o deixaram quando o trem começou a ganhar velocidade para fora de Londres, e
Remus finalmente pôde relaxar com a ideia de que estava realmente voltando para Hogwarts - e
que a magia agora era oficialmente permitida. Abriu sua mala e agarrou sua varinha pela primeira
vez em meses. Remus não ousou tocar em nada mágico desde o final do semestre, mas agora
puxava um de seus livros de segunda mão (eles haviam chegado na semana anterior enviados por
Dumbledore) abriu-o e rapidamente executou o feitiço Letiuncula Magna.

Fingiu que estava coçando atrás da orelha com a varinha e murmurou as palavras sob sua
respiração. Sirius deve ter percebido o que ele estava fazendo, porque logo pulou para puxar sua
vassoura do bagageiro, distraindo James e Peter. Remus olhou para o livro, o coração disparado.
As palavras encheram sua mente como música e, finalmente, ele pôde ler novamente.

O verão tinha sido incrivelmente tedioso. Tentou ler alguns dos livros espalhados por St.
Edmund's, mas sem magia era muito frustrante. Ele leu muito lentamente cada uma das cartas de
seus amigos, mas estava muito envergonhado para tentar escrever de volta para qualquer um que
não fosse Sirius. Ele também teve que se esconder muito. Remus se sentia como se às vezes tivesse
passado dias inteiros sem falar com ninguém; os outros meninos foram informados de que ele
estava em um internato particular, pago pelo testamento de seu pai. Isso, é claro, o tornava mais um
alvo do que nunca e, combinado com suas luas cheias cada vez mais difíceis, Remus passara
grande parte do verão coberto de hematomas.

Luas cheias eram outra razão pela qual ele ficou aliviado por estar voltando para Hogwarts, onde
Madame Pomfrey, a medibruxa da escola, não era apenas mais simpática do que a Diretora, mas
muito melhor qualificada para lidar com as peculiaridades de sua condição. A Diretora ficou
horrorizada ao ver os novos ferimentos que Remus infligia a si mesmo a cada mês, e o tratou como
se tivesse feito eles de propósito, apenas para irritá-la. Tinha sido muito pior do que no verão
anterior, quando escapava com alguns arranhões e hematomas todas as noites. Agora, por baixo de
suas roupas trouxas, Remus estava coberto por bandagens e curativos que puxavam e pinicavam
sempre que ele se movia. Esperava que pudesse escapar para a ala hospitalar assim que chegassem.

Sirius e James estavam ocupados contando a Remus sobre seu próprio verão, com Peter
participando aqui e ali, ansioso para deixar claro que na maioria das vezes eram eles três. Parecia
que todos eles haviam se divertido muito, mesmo havendo muito quadribol. Os pais de James
tinham um chalé à beira-mar, bem como o que James chamava de "casa de veraneio" perto de
Londres. Os três meninos acamparam na praia, pescaram, soltaram pipas e planejaram suas
pegadinhas para o ano seguinte. Eles conversaram sobre isso animadamente por tanto tempo que
Remus teve vontade de mandar todos calarem a boca.

Ele se sentiu um pouco melhor quando o carrinho de doces chegou - James e Sirius juntaram suas
mesadas e compraram o suficiente para alimentar metade da casa da Grifinória. Remus não
reclamou - como sempre, ele estava com muita fome.

***

Remus estava imensamente feliz por ter enchido o estômago no trem, porque ele havia esquecido
quão demorado era a cerimônia de seleção, especialmente quando você não estava participando
dela. Regulus foi de fato selecionado para a Sonserina, o que foi uma surpresa apenas para Sirius,
que Remus ouviu exalar fortemente em descrença. O irmão Black mais jovem correu para se juntar
a seus colegas e a Narcissa, que agora usava um distintivo de monitora prateado, bem como um
novo penteado platinado elegante.

Severus deu um tapinha nas costas de Regulus, zombando da mesa da Grifinória.

“Qual é o problema dele?!” Peter suspirou quando a comida finalmente apareceu, "Você pensaria
que ele iria superar algumas pegadinhas estúpidas."

“Parece que ele precisa superar Evans,” James disse, soando estranhamente pensativo. Todos
olharam para ele confusos. "Ah, é óbvio!" Ele sorriu, "'Snivellus está claramente apaixonado por
uma certa grifinória ruivinha", ele piscou para Lily, que retribuiu com um olhar de nojo e
evidentemente deu-lhe as costas para continuar a conversa com Marlene.

"Então só porque temos o broto que ele gosta, ele vai ser um pé no saco pelos próximos seis anos?"
Sirius respondeu, desacreditado.

Remus piscou. Broto?! Sirius não era o tipo de pessoa que chamava garotas de 'broto', o
vocabulário dele era muito rebuscado. Onde diabos ele tinha ouvido isso?

"Exatamente." James confirmou, parecendo muito orgulhoso de si mesmo.

"Nah," Sirius balançou a cabeça, "Ninguém poderia se importar tanto assim com uma garota."

Remus silenciosamente concordou com ele. Ainda assim, Potter não parecia se importar em ter
suas teorias contestadas. Ele deu de ombros, comendo suas batatas assadas.

"Se você diz. Ainda deve estar irritado com aquela vez que Remus deu um soco nele, então."

Sirius riu com a lembrança disso, finalmente se animando.

Chapter End Notes


Explicação sobre a gíria ''broto''. Em inglês, os meninos usam uma gíria comum na
Inglaterra durante os anos 70 para chamar meninas, que é ''bird''. A tradução literal de
''bird'' é passarinho, mas claro que literalidade não é uma prática muito boa quando se
está traduzindo, até porque não faria muito sentido. Sendo assim, já que ''broto'' era
uma gíria usada no Brasil para se referir a meninas\interesses amorosos nos anos 60 e
70 aqui no Brasil, decidimos usar essa expressão todas as vezes em que eles se
referirem a meninas como ''passarinhos''.
Capítulo 22: Segundo ano: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the
Spiders from Mars
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Madame Pomfrey ficou horrorizada com o estado do corpo magro e maltratado de Remus quando
ele finalmente foi vê-la.

"O que aquela mulher tem feito com você ?!" Ela engasgou, com raiva.

“Ah não, eu mesmo fiz isso,” Remus gesticulou secamente para seu peito nu. A enfermeira
resmungou, tirando outra bandagem.

"Sim, mas ela mal fez nada para tratar você ... Eu não fazia ideia que a medicina trouxa era tão
primitiva! Estas são feridas mágicas, elas precisam de cuidados mágicos! "

Remus acenou com a cabeça, cansado. Havia se acostumado com a carnificina a essa altura, a dor
havia se acomodado sobre seus ombros como um fardo pesado - um que ele pensou que
simplesmente teria de suportar. A vida era cheia de limitações, ele apenas tinha mais do que os
outros. Talvez seja por isso que ele se sentia tão atraído por James e Sirius.

Madame Pomfrey queria observá-lo durante a noite, mas ele recusou, mal-humorado. Faltavam
duas semanas para a lua cheia e ele queria dormir em sua própria cama o máximo possível.

Ele voltou para a sala comunal lentamente, embora estivesse se sentindo melhor do que há meses -
Madame Pomfrey lhe deu uma poção que o deixou relaxado e confortável, e agradavelmente tonto.
Porém não haveria chance de uma tarde tranquila, quando Remus chegou ao dormitório, ele
encontrou Sirius sentado na cama, com o toca-discos e álbuns novos espalhados ao seu redor.

"Lupin!" Ele sorriu, animado, "Você tem que ouvir isso!"

"Graças a Merlin você está aqui," James gemeu de sua própria cama, onde estava folheando uma
revista de quadribol. "Ele está falando daquele cantor trouxa o verão todo."

"Ele não é trouxa!" Sirius retrucou, com as mãos nos quadris, “Ele tem que ser um bruxo. Tem que
ser! Você deveria ver as roupas que ele usa ...”

Remus cruzou o quarto e pegou a capa do disco. Ele sorriu, ligeiramente surpreso,

“Oh, Bowie! Eu gosto dele. Mas eu não acho que ele seja bruxo,"

Sirius parecia um pouco desapontado por Remus ter ouvido falar dele, e Remus explicou
rapidamente: "Eu ouvi muito Starman no rádio, mas ninguém em St Eddy's tem o álbum!"
Satisfeito, Sirius colocou o disco preto que estava segurando no prato e fixou a agulha no lugar.
James suspirou profundamente e se levantou, saindo da sala com a revista debaixo do braço. Sirius
o ignorou, observando o rosto de Remus ansiosamente quando a lenta batida da bateria começou.
Remus se sentou na beira da cama e fechou os olhos para ouvir.

Pushing the market square

So many mothers sighing

News just arrived

We had five more years of crying...

Não era o mesmo que Electric Warrior; era mais sombrio, mais temperamental. Remus gostou
muito. Havia uma história nele, embora não tivesse certeza que tinha entendido todas as partes
ainda. Enquanto as notas finais de Rock n Roll Suicide reverberavam, Sirius ergueu a agulha e a
moveu de volta,

“Ouça Suffragette City de novo, é a minha favorita!”

Remus sorriu – imaginava que fosse. Era alta e rude, e dava para dançar. This mellow thigh'd
chick's just put my spine outta place...

Em sua opinião, ele achava que gostou mais de Moonage Daydream, porque era estranho e
espacial. Ou Lady Stardust, porque, por algum motivo, isso o lembrava de Sirius. - his long black
hair, his animal grace; the boy in the bright blue jeans... Remus rapidamente descartou esse
pensamento, certo de que Sirius acharia histericamente engraçado.

Depois de terem tocado o álbum inteiro novamente e, em seguida, reouvido suas favoritas, era
quase hora do jantar. Eles se sentaram de pernas cruzadas juntos na cama, examinando as notas do
álbum.

"Talvez ele seja um bruxo," Remus concedeu, sonhador, "Ele não é um trouxa normal."

"Te disse!" Sirius sorriu triunfante, "Eu vou conseguir mais, também, todos os álbuns."

"T.Rex tem um novo," Remus disse, "Slider."

"Legal! Eu gostaria que a Sra. Potter nos tivesse deixado sair do Beco Diagonal, eu até consegui
algum dinheiro trouxa de Gringotes. "

“O que é o Beco Diagonal?” Remus perguntou, embora achasse que tinha alguma ideia pelas cartas
das férias.

Os olhos de Sirius se arregalaram, como sempre acontecia quando Remus demonstrava sua
chocante falta de conhecimento do mundo mágico.

“Maldição, Lupin,” ele estalou a língua, “É uma rua mágica, em Londres. Os trouxas não podem
entrar - como em Hogsmeade.”

"Oh, certo." Não parecia tão emocionante para Remus; fazer compras era chato.

“Onde você consegue todas as suas coisas ?!”

"Que coisas?"
"Coisas da escola - seus livros, seu uniforme ..." Seus olhos dispararam para as mangas desgastadas
das vestes pretas de Remus. Os de Sirius eram novos, com acabamento imaculado e o corte
ligeiramente melhor do que de todo mundo.

“É segunda mão, eu acho,” Remus respondeu, “Dumbledore que manda pra mim. Não sei como eu
entraria numa rua mágica; não tenho permissão para ir a Londres sozinho.”

"Próximo verão." Sirius disse, com firmeza, "Você tem que vir ficar na casa de James, podemos te
levar ao Beco Diagonal, você vai adorar."

"Você sabe que não posso," Remus disse baixinho, sem fazer contato visual.

"Nós vamos dar um jeito." Sirius disse, com confiança, "A gente fala com Dumbledore,
McGonagall - o Ministro da Magia, se for preciso!"

Remus forçou um sorriso, fingindo que acreditava em Sirius.

"Ah, ótimo. Obrigado, Black.”

***

The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars tornou-se a trilha sonora do
dormitório masculino da Grifinória na semana seguinte, e até mesmo James – que era desafinado
para qualquer coisa relacionado a música - começou a cantarolar junto.

Remus nunca se sentiu tão contente e à vontade em toda a sua vida. Ele estava longe de St.
Edmund's, longe de camisas cinza, da Diretora, quartos trancados e meninos problemáticos que
queriam bater nele. Não estava coberto de bandagens (pelo menos por enquanto), e até o início das
aulas na segunda-feira, ele tinha todo o tempo que quisesse para ler, ouvir música e aprontar com
os marotos.

Passou a maior parte do tempo atualizando sua leitura e completando o dever de casa de verão que
havia sido passado. Como um homem faminto, ele devorou todas as informações apresentadas e
até foi buscar mais livros na biblioteca para investigar além.

Também teve que ter uma série de conversas com James antes que pudesse convencê-lo de que não
tinha nenhum desejo de entrar no time de quadribol da Grifinória. Remus se contentou em sentar
nas arquibancadas com seu livro, ocasionalmente erguendo os olhos para observar os outros três
garotos voando para frente e para trás em suas vassouras. Eles eram todos muito bons, mas era
óbvio até mesmo para Remus que James era o melhor dos três. Ele nem parecia que precisava da
vassoura; o garoto de cabelo preto voava como um falcão, suas curvas eram suaves, seus
mergulhos nauseantemente afiados. Remus não assistira a muitas partidas de quadribol em seu
primeiro ano, mas tinha certeza de que James ganharia uma vaga no time.

Sirius era muito mais ostentoso em sua técnica de vôo - ele não carecia tanto da habilidade de
James quanto de sua disciplina. Black parecia ficar entediado facilmente, podia ser bem rápido
quando queria, mas se interessava mais em dar loopings e desviar perigosamente do que em pegar
goles ou repelir balaços. Precisava que James gritasse com ele a cada poucos minutos para manter
o foco no jogo. Peter era muito competente depois de um verão de treinos, mas era muito lento em
longas distâncias - James decidiu que ele seria melhor como goleiro.

“Você está agindo como se pudesse escolher a dedo todo o time.” Sirius bufou enquanto voltavam
para o castelo após um treino.

"Eles deveriam me deixar." James deu de ombros, como se fosse óbvio, "Eu sou melhor do que
pelo menos metade do time atual, e você é melhor do que os dois batedores. E eu sei táticas.”

"Apenas tente não ficar muito chocado quando eles não o tornarem capitão," Sirius revirou os
olhos, "Você ainda está no segundo ano. Não houve nenhum segundo ano na equipe no ano
passado.”

"Tenha um pouco de fé, Black," James piscou, jogando o braço sobre o ombro do amigo. Eles
avançaram juntos, vassouras nas mãos. O sol estava se pondo atrás deles, delineando os dois
meninos de cabelos escuros em ouro heróico. Remus os observou, alguns passos para trás sendo
atrasado por seus livros, pensando que provavelmente todos ficariam um pouco surpresos se James
não conseguisse exatamente o que queria.

Chapter End Notes

Tradução da parte citada da música Lady Stardust de David Bowie por Remus ''his
long black hair, his animal grace; the boy in the bright blue jeans'': seus longos
cabelos negros, sua graça animal; o garoto em jeans azul brilhante.
Capítulo 23: Segundo ano: Fraternidade
Chapter Summary

Remus tem pensamentos sombrios e negativos nesse capítulo.

Chapter Notes

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Remus não tinha um irmão - pelo menos não um que conhecesse. Ele supôs que sua mãe poderia
muito bem ter se casado novamente e gerado alguns filhos legais, não mágicos e não monstros.
Mas não sentia que isso era dá conta dele; já tinha aceitado sua situação de vida a muito tempo.

James também era filho único, e isso explicava por que ele era tão presunçoso e exigente. Sirius
falava sobre os pais de Potter como se eles fossem perfeitos santos, mas eles claramente haviam
mimado seu filho. Peter tinha uma irmã bem mais velha que ele que já havia deixado Hogwarts.
Fora da Lufa-Lufa, mas Peter não falava muito sobre ela. Agora estava estudando em uma
universidade trouxa, o que, aparentemente, era uma tragédia.

Então, nenhum deles realmente entendia o que estava acontecendo entre os dois irmãos Black, e
pode ser por isso que eles não levaram muito a sério. Tudo começou na manhã seguinte à seleção.
Durante o café da manhã, Regulus recebeu um presente de seus pais; uma coruja-águia novinha em
folha. Essa fora sua recompensa por entrar na casa certa – o que eles descobriram porque Severus
alegremente leu a carta em voz alta, ao alcance dos ouvidos dos grifinórios. Sirius encarou seu
mingau, sem se deixar provocar, mas Remus olhou para Regulus e viu que ele estava corando
muito, tentando arrancar a carta de Snape.

“Seus pais não confiscaram sua coruja de novo?” Peter perguntou, sem rodeios. Sirius deu um
confirmou intensamente, com um aceno.

“Disseram que só poderia ter de volta quando me lembrasse do meu dever à família e começasse a
agir como um ‘Um verdadeiro Black’. Eu não me importo de qualquer forma, eu não preciso de
uma coruja.”

"Qual é exatamente o seu dever com a família, de novo?" James devaneou, em voz alta, para que
os sonserinos cacarejantes pudessem ouvi-los, "Andar com idiotas como Snivellus e Mulciber?
Casar com seus primos? "

Sirius finalmente olhou para James, sua expressão meio agradecida, meio travessa.

"Ah sim", ele respondeu, coloquialmente, tão alto quanto James. Snape, Regulus e a maioria dos
outros sonserinos que estavam rindo agora estavam quietos, estreitando os olhos para os dois
garotos da Grifinória. Peter se afastou ligeiramente. “Incesto e esquisitices são aspectos essenciais
da minha nobre herança. E implicar com crianças menores, é claro; trapacear, mentir e amaldiçoar
meu caminho em direção ao poder...”

"Bem, cara, detesto ter que te dizer isto", James respondeu jovialmente, "mas não parece que você
seja um Black de forma alguma."

"Meu Deus," a mão de Sirius voou para seu rosto em falsa surpresa, "O que diabos eu sou?"

"Mas não está óbvio?" James deu de ombros, "Você é um Maroto."

Sirius riu, assim como a maioria dos Grifinórios sentados por perto.

Remus viu a mão de Severus alcançar sua varinha e rapidamente agarrou a sua própria em
preparação, repassando uma lista de feitiços em sua cabeça, tentando inventar um que o parasse
mais rápido. Mas Regulus cutucou Snape com o cotovelo, murmurando; Tá tudo bem. Remus tinha
certeza que fora o único grifinório a escutar.

"Vamos," Snape zombou, "É melhor nos afastarmos de toda essa sujeira se quisermos manter nosso
café da manhã no estômago."

Isso só fez Sirius e James rirem ainda mais, e Snape saiu da sala, seguido por Mulciber e um novo
primeiro ano chamado Barty Crouch. Regulus se conteve, olhando nervoso entre seus novos
amigos e seu irmão. A nova coruja pousou em seu cotovelo torto, examinando a cena com um olhar
imperioso e condescendente. Ele se aproximou de Sirius.

"Você pode pegar ela emprestado, se quiser." Regulus disse baixinho: "Eu nunca pedi à ela que me
enviasse nada, você sabe como ela é."

"Sim," bufou Sirius, "Eu sei."

Ambos se olharam por um tempo, e Remus não sabia se eles estavam se encarando ou tentando
encontrar as palavras para dizer algo muito difícil.

"Olha, me desculpe, ok - você sabe que eu acabaria na Sonse –" Regulus começou, mas foi
rapidamente interrompido por Sirius se levantando rapidamente.

"Eu não quero sua coruja." Ele disse, tenso, olhando através de seu irmão: "Se eu precisar enviar
uma carta, vou pegar a de James emprestado."

Com isso, ele passou por Regulus e foi embora. James, Remus e Peter levantaram-se
apressadamente e o seguiram. Remus olhou de volta para Regulus, que tinha o rosto muito pálido e
frio.

Remus não pensou muito em Regulus depois disso - o limite da barreira havia sido traçado, e era o
dever deles, como marotos, apoiar Sirius. Além disso, eles estavam muito ocupados assim que as
aulas começaram.

Remus mergulhou nos estudos desta vez, oposto ao comportamento do setembro anterior. Ele lia
avidamente, respondia às perguntas em sala de aula e fazia o dever de casa assim que era pedido.
Em tudo, exceto em poções, era um aluno exemplar. Não se esquecera do que havia lido no ano
anterior, sobre pessoas com seu problema. Elas não se saíram bem depois que deixavam a escola.
Aquelas estúpidas o suficiente para se registrar no ministério eram excluídas de quase todos os
trabalhos para bruxos qualificados. Ele teria que ser o melhor dos melhores, e mesmo isso poderia
não ser suficiente, mas tinha mais seis anos para tentar.
Havia outro elemento à suas aspirações acadêmicas - Sirius. Bem, Sirius e James, mas mais
importante, Sirius. Remus não duvidava que Sirius fosse seu amigo - mas ele duvidava que Sirius
realmente o visse como um igual. Ele lutava contra as crenças da família Black sobre pureza de
sangue, mas ao mesmo tempo, fazia comentários sarcásticos sobre o abortismo na família de Peter.
E isso era sempre pelas costas do outro menino. Remus temia pensar no que Sirius estava dizendo
sobre ele.

Remus havia aprendido durante seu primeiro semestre em Hogwarts que ser um 'mestiço'
significava que ele era um pouco menos confiável do que outros bruxos. Os sonserinos, em
particular, tinham como alvo alunos com qualquer tipo de herança trouxa - Marlene McKinnon,
cujo pai era trouxa, havia se aperfeiçoado azarações antes de qualquer outra pessoa do ano, como
um meio de defesa. Lily Evans era protegida do tormento sempre que Snape estava por perto, mas
estava claro que muitos dos alunos pensavam que ela era bastante cheia de si, considerando as
circunstâncias de seu nascimento.

Sirius nunca expressou nada em voz alta, mas Remus tinha a sensação de que ser melhor do que
todos os outros na escola era considerado uma prova de que sua magia era melhor de alguma
forma. E Remus tinha um desejo extremamente forte de provar que ele estava errado, o que foi
uma leve surpresa; nunca fora competitivo antes - mas também, nunca tinha recebido as
ferramentas para poder competir.

Claro, sempre haveria um obstáculo insuperável para Remus, e em setembro de 1972 ele
aconteceria no final do mês. Remus estava com medo, como sempre, e ao longo dos dias anteriores
lembrou-se de mencionar que não estava se sentindo bem, a fim de preparar seus colegas para sua
ausência eminente. Na verdade, ele nunca havia se sentido melhor. Apesar das transformações
terem piorado e os dias necessários para a recuperação tenham se alongado, Remus descobriu que,
conforme a lua começava a crescer e ganhar força, ele também o fazia.

Sua fome era voraz e constante, seus sentidos se aguçavam, sua magia crescia pesada e espessa em
sua língua como xarope e ele mal dormia direito, em vez disso, passava metade da noite lendo,
tentando ignorar os sussurros furtivos de Sirius e James na cama ao lado.

Ele chegou à ala hospitalar prontamente, e Madame Pomfrey e McGonagall mais uma vez o
escoltaram até o salgueiro. Elas ficaram muito quietas enquanto caminhavam pelo terreno, mas
assim que Remus foi trancado na cabana para passar a noite, ele ouviu as duas mulheres pararem e
começarem a conversar enquanto viajavam de volta pelo longo corredor. Elas não devem ter
percebido que ele podia ouvi-las - que sua audição era melhor do que a da maioria das pessoas,
especialmente em uma noite de lua cheia.

Madame Pomfrey estava reclamando do tratamento de Remus durante o verão.

“Coberto de ferimentos! Não posso, em sã consciência, permitir que ele volte lá, Minerva! Isso vai
contra tudo que eu acredito como curandeira.”

"Eu entendo, Poppy," McGonagall respondeu bruscamente enquanto elas seguiam o caminho, "É
uma questão difícil - quando a mãe de Remus o entregou às autoridades trouxas, ela tornou as
coisas muito difíceis ... temos que agir com cuidado, muito cuidado. Vou falar com Dumbledore. "

"Ele é uma coisinha tão quieta, nunca reclama, mesmo quando deve estar com tanta dor..."

Remus não ouviu mais nada, elas estavam muito longe na passagem e seus próprios gritos as
abafaram.
***

De manhã, Remus voltou para seu corpo ofegante como se tivesse acabado de nascer. Não havia
um centímetro dele que não doesse – seu sangue latejava dentro da cabeça, pareciam ter agulhas
pressionadas atrás de seus olhos; seu pescoço e ombros pareciam elásticos, quebrados; doía
respirar. Cada arfada de seu peito fazia com que a dor percorresse seu corpo; e ele estava coberto
de suor, mesmo o ar estando frio.

Havia um corte profundo em sua barriga que o fez querer vomitar. Já perdera muito sangue, mas a
ferida continuava a borbulhar, como espesso vinho escarlate. Ele meio que engatinhou, meio se
arrastou pela sala até uma caixa de suprimentos médicos de emergência mantida sob o assoalho.
Puxou um pouco de gaze, usando toda sua energia restante, e pressionou o mais forte que pôde
contra a ferida escura. Deu um grito de dor, mas continuou pressionando. Sua respiração ficou mais
fraca, embora até isso doesse. Se sentiu tonto, só queria se enrolar e dormir. Fique acordado, ele
pediu a si mesmo, furiosamente, fique acordado ou você vai morrer, seu idiota.

Morra, então. Uma vozinha apareceu no fundo de sua cabeça, vindo do nada. Certamente tornaria
as coisas mais fáceis. Para você. Para todos. Remus balançou a cabeça, confuso. A voz era muito
gentil e suave - como uma mãe.

Ele pressionou com mais força, grunhindo com o esforço. Em sua miséria, se perguntou se a voz
estava certa. Estava se agarrando a uma vida que nunca realmente o quis; uma que talvez nunca
valha a pena ser vivída? E se ele morresse? E se apenas fechasse os olhos? Poderia simplesmente
ser uma questão de mais cedo, ou ao invés de mais tarde.

Ele fechou os olhos, exalando suavemente.

"Remus?" A batida educada da Madame Pomfrey chegou na hora certa, como sempre. Ele a
ignorou; estava muito cansado agora. Descansou a cabeça nas tábuas escuras do piso e largou a
gaze. Tão cansado. "Remus!" A porta se abriu e de repente ela estava lá, ajoelhada ao lado dele,
puxando sua cabeça em seu colo.

"Vá embora", ele murmurou, sem abrir os olhos, "Me deixe ir."

"Ah não mesmo, rapazinho." Madame Pomfrey disse - tão ferozmente que, apesar de seu estado de
confusão, Remus riu. Então ele estremeceu, instintivamente segurando o peito. A medibruxa
apontou a varinha para sua ferida aberta e costurou-a em questão de segundos, então ela sentiu seu
peito, onde ele havia tocado. "Costela quebrada," ela murmurou, "Pobrezinho", ela balançou a
varinha mais uma vez e Remus sentiu um estranho 'estalo' em seu torso - e de repente, não doia
tanto respirar.

Ele abriu os olhos e olhou para ela. Ela estava ocupada puxando um cobertor sobre seus ombros
para mantê-lo aquecido. "Aqui, pronto," ela sussurrou suavemente, embora eles estivessem
sozinhos, "O que você acha que está fazendo, me dando um susto desses, hein?" Sua voz era tão
calorosa e seus dedos tão suaves. Com muito cuidado, ela o puxou para um abraço, "Não podemos
perder você, Remus, não enquanto eu ainda estiver em Hogwarts."

"Dói," Remus sussurrou.


Ela o segurou com mais força e isso foi o suficiente. Pela primeira vez em muito tempo, Remus
começou a chorar. Não apenas algumas fungadas; enquanto a doce e gentil enfermeira o segurava,
ele envolveu seus próprios braços ao redor dela e chorou como um bebê.

***

Ele teve que passar dois dias inteiros na ala hospitalar. O ferimento em seu estômago não foi o
único que ele infligiu naquela noite, embora tenha sido o pior. O feitiço da Madame Pomfrey
parou o sangramento por tempo suficiente para tirá-lo da cabana, mas ele precisava descansar e
ficar quieto. Ela lhe dava poções para dormir regularmente, e ele bebia sem reclamar, preferindo
não estar acordado. Os marotos vieram para tentar vê-lo, mas a pedido de Remus, Madame
Pomfrey não os deixou.

Já era tarde na manhã de sexta-feira quando ela finalmente o deixou ir.

“Vou enviar uma nota aos seus professores, avisar que não devem esperar por você. Você deve ir
direto para o seu dormitório e se deitar, entendeu? "

Ele caminhou lentamente, tomando um caminho diferente do normal, pensando no mapa - ele
deveria começar a trabalhar nisso novamente, ele havia lido algo muito interessante sobre um
feitiço homunculus. Assim que chegou ao dormitório, Remus subiu em sua cama, fechou as
cortinas e se deitou. Feixes de luz atravessavam o tecido da cortina, formando uma galáxia de
partículas de poeira.

Ainda estava quente para setembro, e alguém havia deixado as janelas abertas, enchendo o quarto
com ar fresco. A brisa moveu as cortinas da cama de Remus e depois as empurrou para fora. Ele
assistiu encantado por um tempo – para dentro e para fora, era como estar dentro de um pulmão.

"Lupin!" Uma voz aguda quebrou sua calma. Sirius abriu as cortinas, inundando o pequeno espaço
com luz, queimando as retinas de Remus.

"Ugh, o quê?" Ele gemeu, protegendo os olhos.

"Desculpe," Sirius esfregou o braço nervosamente.

"O que é?"

"Remus, eu tenho que te contar uma coisa."

Eles ficaram em silêncio por alguns longos momentos. Remus se empurrou para trás, cansado
demais para se sentar. Ele suspirou,

"Então?"

“É o James!” Sirius disse, desesperadamente, "Ele ... ele quer falar com você."

"… O que?"
"É ... caramba, isso é difícil de dizer, Lupin ..."

"Do que você está falando?"

"Ele sabe! James sabe! E ele quer conversar com você.”

Remus se sentou abruptamente, seu estômago revirando.

“Ele ... ele o quê? Sabe o quê? "

“Sobre o seu... você sabe. Aonde você vai. Toda lua cheia.”

Remus olhou para Sirius. Ele não sabia o que fazer.

"…Você sabia."

"Eu sabia." Sirius confirmou.

"Há quanto tempo?"

“Desde o último Natal. Eu ... eu não queria dizer nada. Não queria tornar isso mais difícil para
você. "

Remus estava sem palavras. Sirius balançou a cabeça, impaciente, "Mas James descobriu também,
o idiota maldito, e agora ele decidiu que todos nós precisamos confrontar você sobre isso. Eu
realmente sinto muito, eu tentei o convencer que não, mas você sabe como ele é cabeça dura. "

"Sim." Remus resmungou, inclinando-se para frente repentinamente. Segurou a cabeça com as
mãos. Era isso. Estava prestes a perder tudo; tudo que significava alguma coisa para ele.

"Tá tudo bem ... acho que vai ficar tudo bem." Sirius disse.

"Como?" Remus ergueu a cabeça, quente de terror. "Poderia muito bem começar a fazer as malas
agora."

"Não! Não faz isso. Olha, ele quer falar com você sobre isso, ele não está indo direto para
Dumbledore ou algo do tipo, isso já não significa alguma coisa? "

Mas Remus já havia se levantado, aberto seu báu e começado a esvaziar as coisas nele. Ele poderia
ter que sair imediatamente; talvez nem mesmo lhe dessem tempo para fazer as malas. O deixariam
manter sua varinha? Ele gostava muito dela, e pertencera a seu pai, então era dele por direito.
Talvez se prometesse apenas fazer o feitiço de leitura com ela?

"Remus!" Sirius agarrou seus ombros. Ele se encolheu, mas apenas porque esperava que fosse
doer. Os olhos azuis escuros de Sirius se fixaram nele e ele tentou desviar o olhar. “Me escute,”
disse Black, muito suavemente, “Espere um pouco, ok? Apenas espere e veja o que James tem a
dizer - ele é seu amigo. Somos marotos, todos nós! "

"Isso é besteira," Remus o empurrou, "Isso é besteira. Vocês dois são os marotos, você e ele. Eu e
Peter somos apenas seus casos de caridade.” Ele pegou o pijama da ponta da cama e jogou-o no
baú. "Eu não tão idiota assim, Black. É melhor eu voltar para onde eu pertenço."

Foi a primeira vez que Sirius ficou sem palavras. Mas de qualquer forma, essa havia sido a
primeira vez que Remus disse tanto para ele. Sua boca se contraiu uma ou duas vezes, como se ele
quisesse falar, mas não conseguisse. Remus continuou fazendo as malas.
"Apenas espere," Sirius disse, rouco, saindo do quarto, "Apenas espere e veja o que ele diz."
Capítulo 24: Segundo ano: Poções, novamente
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
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Apesar de tudo que falou, Remus acabou esperando. Ele não tinha muitas outras opções de
qualquer forma, a não ser ir diretamente a Dumbledore e pedir para ser enviado de volta para St
Edmund's – e não fazia ideia de onde ficava o escritório de Dumbledore. Infelizmente não tinha ido
tão longe com o mapa. O mapa - seria melhor ele deixar isso para trás. Sirius e James poderiam
terminar.

Pelo menos não estava mais cansado. Se sentou em seu malão, remexendo-se pelo que pareceram
horas. Pensou em descer para almoçar - mas e se eles quisessem conversar ali mesmo, na frente de
todos? Decidiu ficar aonde estava. Não estava com fome de qualquer maneira. Até tentou ler, mas
não conseguiu se concentrar por tempo suficiente.

De vez em quando a mente de Remus vagava de volta para sua conversa - discussão - com Sirius.
Não tinha certeza de como estava se sentindo sobre isso. Por um lado, depois que o terror inicial
passou, ele pode ver que Sirius estava tentando ser gentil. Se realmente sabia desde o Natal
passado, então provavelmente não tinha intenção de contar a ninguém. E ele deu a Remus um aviso
com antecedência, pelo menos. Mas por outro lado, o que Remus disse era verdade. Só porque
James era o melhor amigo de Sirius, não significava que teria qualquer sentimento de proteção em
relação a Remus. Eles eram amigos, certamente, mas apenas porque dividiam o dormitório. Remus
não sabia jogar quadribol, não vinha de uma boa família e não tinha dinheiro. Além de tudo isso, a
reputação perfeita de Potter permitiria que ele se associasse a uma criatura das trevas?

Quanto a Sirius - ele nem ao menos conseguia perdoar seu próprio irmão por estar em uma casa
diferente. Se família não importava para ele, então por que a amizade importaria?

Logo depois que o sino das quatro horas tocou, Remus ouviu três pares de passos subindo as
escadas. Ele levantou, preparando-se. James entrou primeiro, parecendo muito sério e, de alguma
forma, mais velho do que todos eles. Sirius veio atrás, sua expressão inescrutável, nenhum traço da
emoção de antes. Peter foi o último, parecendo - como sempre - muito desconfortável e perdido.

"E aí, Remus," disse James, imediatamente. Todos ficaram um de frente para o outro, o quarto
parecia muito pequeno, mesmo com a janela aberta.

"Oi." Remus respondeu, tentando manter os olhos nos três ao mesmo tempo.

"Como você está se sentindo?"

"Bem."

"Olha cara, vou direto ao assunto, ok?" James correu os dedos pelo cabelo, engolindo em seco,
nervoso - Remus podia ver seu pomo de adão funcionando, "Nós notamos ... bem, não podíamos
não notar que você some muito, na ala hospitalar. Quase todo mês.”
Peter estava balançando a cabeça, de forma bajuladora atrás dele e Remus sentiu uma onda de raiva
surgir do nada. Ele a reprimiu, concentrando-se em encarar os olhos de James. Eles já pensavam
que ele era um animal selvagem. Melhor não dar mais motivos.

"Ok." Ele disse, mal-humorado.

"É" James acenou com a cabeça, como se eles estivessem tendo uma conversa perfeitamente
normal. “Todo mês ... perto da lua cheia.”

Ele deixou pairar no ar. E Remus ficou impaciente para acabar logo com isso.

"Fala logo, James."

"Você-é-um-lobisomem?" Despejou com pressa, e o olhar de James finalmente caiu, como se ele
estivesse com vergonha em ter perguntado.

Remus olhou para Sirius, que ainda o encarava com uma expressão determinada. Peter estava
mordendo o lábio inferior, seus olhos passando rapidamente entre Remus e James. Então ele
endireitou os ombros.

"Sim." Ele projetou o queixo para frente, como se desafiando James. Seja o que fosse; ele estava
pronto para isso.

James exalou.

"Certo."

"É isso?"

"Sim, quero dizer, não, quero dizer ... que inferno ..." James passou as mãos pelos cabelos
novamente, virando-se para os outros em busca de apoio, parecendo impotente.

"Tá tudo bem." Remus disse, sua voz dura, "Estou indo. Apenas me deixe ir e falar com a
McGonagall.”

"Indo?! Indo para onde?!”

"De volta para St. Edmund’s, eu acho." Como se houvesse outro lugar!

“Você não pode deixar Hogwarts!” James parecia ainda mais preocupado agora, seus óculos
escorregaram pelo nariz e ele nem percebeu.

"Não posso ficar se todo mundo souber." Remus explicou, o mais calmamente que pôde.

“Não vamos contar a ninguém!” Peter guinchou de repente. Remus olhou para ele surpreso, então
para Sirius, então para James. James estava assentindo agora.

"Não vamos." Ele confirmou.

Remus balançou a cabeça, não se permitindo alimentar tal ideia – nem mesmo criar esperança.
Esperança nunca o levou a lugar nenhum; se sabia de qualquer coisa, era isso. Era algo que estava
gravado em sua pele em grossas linhas prateadas.

“Isto não é um jogo. ‘Guarde o segredo’, ou o que for. Se outras pessoas descobrirem, terei que ir
embora. Poderia ser até pior, eles podem...” Remus achou melhor não dizer.
“Não vamos deixar isso acontecer.” Sirius finalmente falou, dando um passo hesitante para frente.
"Não é?" Ele se virou para Peter e James, um de cada lado dele. Os dois pareciam muito sérios e
muito assustados, mas ambos balançaram a cabeça com firmeza.

"Confie em nós." Disse James. "Por favor?"

***

Concordou em dar-lhes um mês. Ou eles concordaram em dar a ele um mês - não tinha certeza.
Não estava claro quem pensava quem era mais perigoso. O início foi agonizante, cada momento
cheio de constrangimento e um novo tipo de timidez que não existia antes. Eles pensam que eu sou
um monstro, uma voz na cabeça de Remus entoava, repetidamente, eles pensam que eu vou matá-
los enquanto dormem, eles pensam que eu sou mau.

E realmente, quando pensava sobre isso, percebeu que nada ainda provava o contrário. Estava
claro há algum tempo que sua aflição estava sujeita a mudanças à medida que ele chegava à
adolescência. Remus não tinha ideia do quão longe isso iria. Talvez um dia ele cruzasse essa linha;
talvez fosse simplesmente como as coisas eram.

Durante uma semana inteira, eles não falaram sobre isso. Nem uma palavra, nem mesmo um
sussurro. Remus tinha certeza de que todos iriam bombardeá-lo com perguntas; Sirius
especialmente, mas ele tinha sido tão severo com os outros quando o confronto aconteceu que
ninguém quis tocar no assunto novamente. Na frente de todos os outros, eles agiam da mesma
forma - James falava alto e era confiante, Sirius era sarcástico e arrogante, Peter os adorando
enquanto era inseguro. Mas quando estavam sozinhos, os quatro se calavam, perdidos em
pensamentos e agindo com uma educação distante. As reuniões noturnas de Sirius e James
tornaram-se ainda mais frequentes.

Inesperadamente, mas talvez sem surpresa alguma, foi Severus Snape quem acabou reunindo os
Marotos.

Aconteceu, claro, durante uma aula de Poções. Neste semestre, eles estavam aprendendo a fazer
poções de "sonho agradável", que levariam algumas semanas para serem preparadas.

"Vocês precisarão voltar regularmente à tarde para verificar o progresso da sua poção – eu darei
nota por persistência e atenção. Portanto, acho que é melhor que todos vocês formem pares para
que possam se revezar. " Slughorn anunciou.

Houve uma agitação geral e conversas quando os alunos começaram a escolher seus parceiros.
Remus se resignou a fazer o trabalho com Peter, como de costume. Mas acima da comoção,
Slughorn levantou a voz novamente.

"Não, não, eu aprendi minha lição", ele deu aos marotos um olhar severo, "Vocês não podem
escolher os mesmos parceiros que escolheram no ano passado."

Sirius e James olharam um para o outro, depois para Peter e Remus, medindo-os. Remus se
encolheu.
"Na verdade," Slughorn continuou, "Acho que eu vou escolher os pares..."

Felizmente Slughorn teve tato suficiente para não colocar nenhum deles com Snape, embora Peter
tenha acabado com Mulciber, que se elevava sobre ele, com o dobro de seu tamanho. O professor
separou Mary e Marlene, que eram tão grudadas quanto James e Sirius, colocando-as com os
meninos.

"Eu quero Sirius!" Mary gritou. Marlene a cutucou e elas se desfizeram em risadas. Sirius parecia
horrorizado, e James desconcertado - ele passou as mãos pelos cabelos e endireitou ligeiramente as
costas.

Remus fez par com Lily Evans, para seu desgosto. Ele realmente não gostava de nenhuma das
garotas, mas Lily era a última pessoa com quem ele gostaria de trabalhar. Ela era intrometida e se
esforçava demais para ser legal. Além disso, ela era a melhor amiga de Snape, que agora o
encarava do outro lado da sala.

Ela pareceu reconhecer sua antipatia e sorriu para ele nervosamente.

"Oi Remus, você está se sentindo melhor?" Ela falou, a voz muito fina. Ele grunhiu em resposta, de
cabeça baixa.

"É melhor ficar bem longe, Lily," Snape sibilou da mesa que estava dividindo com uma garota
Sonserina, "Loony Lupin pode ser contagioso."

"Cala a boca, Snivellus," Remus murmurou em resposta, tentando não deixar Slughorn ouvir.

“Sim, por favor, fique quieto, Sev,” disse Lily, afetadamente, dando a ele um olhar duro.

"Só estava tentando ajudar," o garoto de cabelo seboso respondeu, os lábios se curvando, "Nós não
queremos mais ninguém com a doença misteriosa de Lupin, queremos? Me avise se precisar de
alguma coisa, Lily."

"Remus e eu somos perfeitamente capazes de completar a tarefa sozinhos, obrigado." Ela retrucou,
jogando os cachos vermelhos para trás e abrindo seu livro com um floreio elaborado. Ela olhou
para Remus, “Precisamos de oito caudas de rato, cortadas bem finas. Você quer fazer isso, ou eu
que eu faça? "

“Erm. Eu faço,” Remus respondeu, surpreso.

"Ótimo. Vou começar a pesar as folhas de alecrim, então. "

Eles trabalharam em silêncio por um tempo, e poderia ter ficado tudo bem se estivessem em outra
mesa, mas Snape estava logo atrás deles, lançando olhares maldosos para Remus e falando um
pouco mais alto que em um murmúrio.

"Claro que, 'Loony Lupin' é bastante adequado", disse ele para a garota com quem estava
trabalhando, "Porque ele, de fato, é totalmente louco - eu o vi vagando pelo castelo sozinho,
espreitando em cantos escuros. Você deve se lembrar que ele realmente me atacou no ano passado.
Ele é claramente perigoso, não sei por que Dumbledore o permite aqui. "

Remus sentiu suas orelhas ficando vermelhas. Ele se virou, segurando sua varinha.

“Diga mais uma palavra.” Ele rosnou. Snape o olhou de cima a baixo, sorrindo maliciosamente.
Lilly agarrou o braço de Remus e o puxou de volta.
"Apenas ignore ele", ela sussurrou, embora parecesse muito irritada, "Ele está passando por
dificuldades em casa e culpa todos os outros, só isso."

"Ta bem." Remus disse, voltando para sua cauda de rato. O sangue manchando seus dedos.

Depois de preparar os ingredientes, chegou a hora de mexer. Remus estava começando a se dar
bem com Lily agora. Ela era paciente e não agia como se soubesse de tudo, como James e Sirius.
Ela era meio certinha demais, mas ele se lembrou de que estava tentando ser também, então era
bom que aprendesse.

“Eu mexo”, disse ele, heroicamente - ele nunca tinha se oferecido para fazer algo para uma garota
antes; nunca tinha sequer mantido uma porta aberta, seu contato com o sexo oposto tinha sido
extremamente limitado. Parecia algo muito adulto de se fazer, algo que James faria. Ele arregaçou
as mangas e agarrou a grande colher de pau.

“Eurgh! Olhem para ele!" A voz desagradável e enjoativa de Snape soou alto o suficiente para
metade da classe ouvir agora. Remus olhou para cima e descobriu que todos o olhavam. Seus
braços estavam descobertos. Ele rapidamente puxou suas vestes para baixo para cobrir as marcas,
mas todos já haviam visto. “Que tipo de doença faz isso?!”

"Cale a boca Severus!" Lily gritou: "Por que você tem que ser tão horrível?!"

"Lily, apenas olhe!"

"Cuide da sua vida!"

A mente de Remus estava zunindo. Queria que o chão o engolisse; queria se esconder de baixo da
mesa, queria saber aparatar, mais que tudo queria poder dar outro soco em Snape. Os marotos
também ouviram, Sirius e James levantaram as cabeças dos caldeirões.

"Ei, Snivellus, o que você está dizendo sobre o nosso amigo?"

"Oh, fique fora disso, Potter!" Lily grunhiu, "Você só vai piorar as coisas!"

"Silêncio por favor!" Slughorn explodiu, "Vocês não são mais do primeiro ano, acho que são
capazes de se concentrar na tarefa em suas mãos."

Todos ficaram quietos. Remus estava segurando a colher com todas as suas forças.

"Sinto muito, Remus," sussurrou Lily, parecendo genuinamente chateada, "Ele é tão ... ah, eu não
sei! Olha, eu tenho isso. " Estendeu a mão, disfarçadamente. Remus olhou para baixo. Ela
segurava duas coisas redondas acinzentadas que pareciam balas ou comprimidos.

"O que?" Ele perguntou, sem palavras.

"Ele estava me irritando na semana passada, exibindo como ele é bom em poções ... Eu sei que é
mesquinho da minha parte, mas eu queria lhe dar uma lição, então fiz isso. Mas aí ele teve um
problema com a mãe e eu senti pena, então não usei. Mas agora…"

"Evans," Remus disse, exasperado, "O que é isso?!"

"É algo com que tenho brincado no clube do Slug", Lily sorriu enigmaticamente. Remus percebeu
que ela incrivelmente vingativa. "Vão reagir com a poção dele. Vai ser muito bom.”

Ele olhou para ela, pasmo.


"Mas você é ..."

"A queridinha dos professores? Uma cdf? Certinha? " Ela sorriu mais amplamente, mostrando
todos os seus dentes brancos e bonitos, "Alguns de nós sabem como não ser pegos, Sr. Maroto."

“Aqui,” ela empurrou as pílulas em sua mão, “Você faz isso. Jogue quando ele não estiver
olhando. Ei, Potter!” Ela gritou para outro lado da sala. A cabeça de James se ergueu, seus óculos
embaçados com o vapor que emanava de seu caldeirão.

"Hã?"

Snape também olhou para cima e agora estava encarando James. Remus se moveu rapidamente,
fingindo bocejar e esticando os braços, sua mão direita alcançando o topo do caldeirão de Snape.
Ele jogou os comprimidos, como Lily disse.

A admiração dele cresceu ainda mais quando ela agarrou o braço de Remus, puxando-o para trás
bem na hora que o caldeirão de Snape explodiu atrás deles, uma massa magnífica de bolhas roxas
espumantes derramando-se sobre as roupas de Severus e de seu parceiro.

A classe inteira começou a rir, e Snape ficou branco de raiva, suas narinas dilatadas.

"Oh céus!" Slughorn se apressou, "Exagerou um pouco com as cascas de besouro, hein Severus?"

"Não fui eu!" Snape fumegou, bolhas roxas se instalando em seu cabelo, " Ele fez alguma coisa!"
Ele apontou para Remus, que estremeceu, "Deve ter feito!"

"Você viu o Sr. Lupin mexer na sua poição?"

"Não, mas…"

"Vamos, garoto," Slughorn riu, jogando-lhe um pano de prato verde, "Todos nós cometemos erros
- até você!"

Severus gaguejou incoerentemente, e Lily estava claramente lutando para manter uma cara séria,
eventualmente tendo que se virar, seus ombros tremendo em uma risada silenciosa.

Após a aula, os Marotos se jogaram em cima de Remus no corredor, gritando e aplaudindo.

"Foi você que fez, não foi?"

"Brilhante!"

"Como você fez isso? Você é péssimo em poções! "

Remus sorriu de volta para eles, sem confirmar nem negar. Por cima do ombro de James, ele viu
Lily lançar-lhe um sorriso rápido, antes de subir correndo as escadas.

"Eu não disse?!" Sirius proclamou brilhantemente, jogando um braço ao redor de James e outro ao
redor de Remus, "Ele ainda é um maroto!"
Capítulo 25: Segundo ano: As horas depois
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 6 de setembro de 1972

Depois que o gelo inicial foi quebrado, as perguntas vieram como uma enxurrada. Naquela noite,
depois do jantar, todos os quatro meninos se sentaram na cama de Remus,

"Quando isso aconteceu?"

"O Dumbledore sabe?!"

"Você já, sabe, atacou alguém?"

"Como que é?"

“Para onde você vai, quando acontece?!”

Remus mordeu o lábio inferior. Ele nunca tinha falado sobre sua condição antes, para ninguém -
exceto por sua conversa com Madame Pomfrey no ano passado. Nenhum dos trouxas com os quais
ele cresceu teria acreditado nele, e ele semepre fora levado a acreditar que os bruxos fugiriam dele.

“Er ...” ele tentou descobrir por onde começar, “Eu tinha cinco anos, quando aconteceu. Eu
realmente não me lembro muito antes disso. Sim, Dumbledore sabe. Acho que nunca machuquei
ninguém. Eu acho que provavelmente saberia, se eu tivesse. "

"Então, quando você transforma, consegue se lembrar como é?" Sirius perguntou, ansioso, "Ser um
lobo?"

"Hum ... não realmente?" Remus pensou muito, "Eu me lembro de sentir coisas, mas não acho que
tenho um cérebro humano enquanto sou assim. É mais como um sonho muito ruim.”

"Eu sempre pensei que os lobisomens fossem mais ..." Peter olhou para ele pensativamente, "Não
sei, assustadores?"

Remus encolheu os ombros.

"Então foi isso que aconteceu com seu pai?" Sirius perguntou abruptamente, "Ele foi morto pelo
lobisomem que mordeu você?"

Remus se encolheu. Não por causa de seu pai, mas porque ele não estava acostumado a ouvir tanto
aquela palavra com 'l'. Ele mesmo nunca a havia dito.
“Não,” ele respondeu, “Meu pai, ele ... uh ... bem, ele se matou. Depois que fui mordido, acho que
foi por minha causa. Minha mãe - você sabe, ela é uma trouxa, eu acho que provavelmente foi um
pouco demais para ela, então ela me mandou para St. Edmund's. "

Houve uma espécie de silêncio desconfortável.

"Você já conheceu-" Sirius começou, mas James deu a ele um olhar penetrante,

"Chega, Black, deixe ele em paz."

Eles finalmente se separaram para começar o dever de casa, e James saiu para uma corrida ao
redor do terreno antes de escurecer. As audições de quadribol estavam chegando e ele estava se
tornando mais obcecado com sua preparação física e resistência a cada dia. Tentou fazer Peter e
Sirius irem junto, mas eles recusaram.

“Aquele maldito tá tentando escravizar a gente,” Peter murmurou, ao sair. "Eu disse a ele que nem
mesmo estou tentando entrar no time."

"Acho que vou tentar", disse Sirius, casualmente, "Eles precisam de um batedor, de qualquer
maneira."

A lição de casa acabou sendo posta de lado para um jogo particularmente agressivo de snap
explosivo entre os três, com um disco girando na tocador de Sirius - The Beatles, porque Peter
implorou por uma pausa de Bowie.

Mais tarde, depois que as luzes se apagaram, Remus se sentou para ler um livro que Sirius havia
lhe emprestado. Era um trouxa - ficção científica. Ele tinha visto alguns filmes desse tipo no
cinema local em St Edmund's, mas não sabia que havia livros também. Estava finalmente ficando
emocionante quando ele ouviu o ranger revelador das tábuas do chão, o que significava que Sirius
estava fazendo uma visita a James. Ele ouviu o farfalhar das cortinas e sussurros baixos, antes de
um súbito vazio de som não natural, o que significava que alguém havia lançado um feitiço
silenciador.

Remus ignorou, se aconchegando em seu edredom e focando em seu livro. Passaram-se talvez
vinte minutos, quando ele ouviu o feitiço silenciador sendo retirado - era como se ele fosse surdo
de um ouvido e pudesse ouvir de repente novamente. Ele ouviu o farfalhar da cortina novamente,
enquanto Sirius descia e caminhava suavemente de volta para o outro lado do quarto.

Desta vez, no entanto, seus passos se aproximaram, e para a surpresa de Remus, as cortinas de sua
cama se abriram. O rosto longo e pálido de Sirius olhou para ele.

"E aí" ele sussurrou,

"Oi ..." Remus respondeu, "E aí?"

"Vi a luz da sua varinha", ele assentiu, "Posso entrar?"

"Erm ... ok?"

Sirius sorriu e deslizou para dentro facilmente, ajoelhando-se na cama em frente a Remus, que
puxou as pernas até o peito, colocando o livro de lado.

“Sonoro Quiescis,” Sirius sussurrou, lançando o feitiço à prova de som para que eles não
incomodassem os outros. “Como está o livro?” Ele olhou para o livro descansando no travesseiro
ao lado de Remus.
"Bom," Remus respondeu, evasivamente. "E aí?" Ele repetiu.

"Eu estava conversando com James." Ele disse, sentando-se de pernas cruzadas, "Ele acha que eu
te chateei, fazendo perguntas sobre o seu pai."

"Oh," Remus inclinou a cabeça, surpreso, "Não, estou bem. Isso não me chateia; estou
acostumado."

"Isso é o que eu disse a James."

“Certo."

Sirius não saiu, ele apenas continuou olhando para Remus. Isso o estava deixando desconfortável,
ele usava apenas uma regata fina para dormir, que exibia uma série de marcas vermelhas e
prateadas cruzando seus braços e ombros nus. Sirius encarou, abertamente.

"Como você conseguiu suas cicatrizes?" Ele perguntou baixinho. Remus franziu a testa, puxando
os lençóis até o pescoço.

“Como você conseguiu as suas?!” Retrucou. Ele imediatamente se arrependeu; Sirius parou de
olhar para sua pele e recuou, os olhos cheios de dor e surpresa.

“Eu... dos meus pais. A maldição lacero, é como eles nos disciplinam. " Ele disse, sua voz um
pouco robótica.

"Desculpe," Remus largou o edredom. Ele suspirou, estendendo os braços para que Sirius pudesse
ver melhor, "Eu faço isso comigo mesmo, quando estou ... quando eu me transformo, vê?" Ele
puxou para baixo um ombro de sua blusa e torceu ligeiramente para mostrar a ele quatro longas
marcas de garras brancas.

"Uau," Sirius respirou, de joelhos novamente, inclinando-se para frente com sua varinha acesa para
ver melhor. "Por que você faz isso?"

“Não sei, não sou exatamente eu mesmo. Madame Pomfrey acha que é frustração - porque é da
minha natureza atacar as pessoas e eu não tenho ninguém para atacar. "

"Onde eles colocam você?"

"Há uma casa velha ... McGonagall e Pomfrey me levam lá todo mês, há uma passagem sob o
Salgueiro Lutador."

“McGonagall assiste você ?!”

"Não! É muito perigoso. Acho que eles usam feitiços para me manter trancado.”

"Parece horrível."

Remus encolheu os ombros,

"Nah, não é tão ruim quanto em St. Eddy's, eles têm uma cela para mim lá, com uma porta de
prata. Quando cheguei lá - a Diretora acha que eu era muito pequeno para lembrar, mas me
colocaram em uma jaula.”

Sirius olhou para ele bruscamente.

"Isso é nojento!"
“Eu não sei,” Remus ficou surpreso com sua reação, “Era para manter todos os outros seguros. E
eu só podia ser do tamanho de um cachorrinho.”

"Filhote." Sirius disse, prontamente.

"Hã?"

“Um lobo bebê é um filhote. Cachorros são cachorrinhos.”

"Oh."

"Então, onde você foi mordido?" Sirius havia trocado preocupação por curiosidade mais uma vez.

"Oh, hum, aqui." Remus deu um tapinha em seu lado esquerdo, logo acima do quadril. Sirius olhou
para ele com expectativa. Remus suspirou novamente, "Você quer ver?"

Sirius acenou com a cabeça, ansioso, inclinando-se para frente novamente enquanto Remus
levantava a barra da camisa. Ele mal notava a marca de mordida, embora ela se destacasse tanto
quanto sempre. Era uma cicatriz enorme, evidência de uma mandíbula incrivelmente grande. Você
poderia contar cada dente, se quisesse; as covas profundas estragando a pele macia de Remus.
Sirius chegou muito perto agora, de modo que Remus teve que se inclinar totalmente para trás a
fim de impedir que suas cabeças batessem.

"Oh uau ..." ele respirou, perdido em sua observação como alguém que desenterrou um grande
tesouro arqueológico.

Remus sentiu os longos cabelos de Sirius roçarem sua pele, e o calor de sua respiração, e o
empurrou rapidamente.

"Deus, Black, você é tão estranho."

Sirius apenas sorriu aquele sorriso ladino de Sirius Black.

***

Sexta-feira, 13 de outubro de 1972

"Então, o que exatamente estamos fazendo aqui?" James sussurrou, soando entretido.

"E por que tivemos que trazer a capa estúpida?" Sirius disse, ligeiramente abafado sob o tecido,
"Faltam horas para o toque de recolher."

"Estou com calor", reclamou Peter.

"Cale a boca, todos vocês." Remus comandou: "Estou tentando me concentrar."


"Concentrar no q – ai!"

Remus chutou Sirius na canela.

"Eu falei pra ficar quieto."

"Chato do caramba," Sirius murmurou - mas ele ficou quieto depois disso.

Remus fungou. Definitivamente cheirava a chocolate. Todo o corredor - apenas um leve sopro,
conforme dobrava a esquina, e mais forte e doce quanto mais você caminha em direção a uma
estátua perto do meio. O cheiro estava deixando Remus louco por semanas - desde que ele o notou
no final do semestre passado. Tinha que ter algo a ver com a estátua - uma bruxa com as costas
arqueadas e um tapa-olho. Era um retrato horrível, ele esperava que o artista tivesse sido
particularmente cruel, e a pobre mulher não fosse realmente assim.

"Você nos trouxe aqui para conhecer sua nova namorada, Lupin?" James perguntou, sorrindo
maliciosamente enquanto Remus continuava a encarar a bruxa de um olho só.

"Por que você continua fungando assim?" Sirius lamentou, "Eu não quero estar tão perto se você
estiver pegando um resfriado."

"Nenhum de vocês tão sentindo esse cheiro?"

"Cheiro do quê?"

"…chocolate. Com certeza chocolate.”

"Chocolate? Onde?" Peter de repente se animou.

"Não sinto o cheiro de nada." Sirius disse.

"Nem eu", disse James.

"Está vindo da estátua," Remus continuou, imperturbável pelas provocações de seu amigo. Ele
estendeu a mão e tocou a pedra cuidadosamente através da capa.

"O que? Acha que a velha corcunda está cheia de doces ou algo assim? " Sirius estava começando
a soar entediado e irritado. Isso incomodava Remus um pouco, às vezes. Ele e Peter eram
arrastados em todos os tipos de "missões" estúpidas pelos outros dois, mas se ele e James não
estivessem no comando, Sirius ficava emburrado.

"Não." Remus disse: "Acho que é uma das passagens secretas daquele seu livro."

"Sério?!" Agora Sirius estava prestando atenção. “Você realmente pode sentir o cheiro de
chocolate? Isso é alguma coisa ... especial que você pode fazer? "

“Sim.”

"Essa não leva às cozinhas", disse Peter, com conhecimento, "Ela fica no andar térreo, um lufano
me disse."

“Como podemos entrar?”

"Senha?" James sugeriu: "Como a sala comunal."

"Scallywag!" Peter gritou para a bruxa, ansioso. Nada aconteceu.


"Não quis dizer que seria exatamente a mesma senha, Peter." Disse James. Ele estava sendo gentil,
mas Sirius e Remus já estavam tendo ataques de riso.

“E Alohomora?” Sirius sugeriu, se recuperando. Remus tentou, mas nada aconteceu.

"Isso é para fechaduras, de qualquer maneira", disse James, "não há outra coisa para revelar
entradas invisíveis?"

"Oh sim!" Sirius acenou com a cabeça, ficando animado, "Sim, há ... umm ... Dissendium!" Ele
bateu com a varinha na corcunda da bruxa.

Imediatamente, a corcunda se abriu, deslizando para longe, deixando um espaço grande o


suficiente para eles entrarem, um de cada vez. O cheiro de chocolate ficou ainda mais forte, e agora
Remus também podia sentir o cheiro de terra, ar fresco e outras pessoas.

Assim que todos entraram, a corcunda se fechou atrás deles.

“Lumos!” todos disseram em uníssono, saindo de debaixo da capa. James a dobrou debaixo do
braço e imediatamente assumiu a liderança.

"Vamos então," ele disse, segurando sua varinha à frente deles, iluminando a passagem escura,
"Vamos lá!"

Todos o seguiram. Remus não se importou - ele havia feito sua parte.

Foi uma longa caminhada, descendo um lance de escadas de pedra fria, através de um túnel que era
terroso e úmido. Mas o cheiro ficou mais forte, e quando eles finalmente chegaram ao fim, havia
outra escada, levando a um alçapão de madeira. Eles se entreolharam e silenciosamente
concordaram que James deveria ir primeiro. Eles o viram subir, abrir a porta e enfiar a cabeça.
Remus sentiu que todos estavam prendendo a respiração, observando o torso de James desaparecer
no desconhecido.

“Eu não acredito!” Ele riu acima deles, "Vocês tem que ver!" Ele se ergueu, desaparecendo por
completo. Sirius correu atrás dele, não querendo perder nada. Remus foi o próximo, mas Peter
hesitou atrás deles.

"Onde estamos?" Sirius estava perguntando, olhando para o quartinho escuro. Eles estavam
cercados por caixas e cestos cuidadosamente empilhados. O cheiro de confeitaria agora era
insuportável.

“Acho que estamos em Hogsmeade!” James disse, animado: "Este é o depósito da Dedos de mel!"

“A loja de doces?” Remus perguntou, achando que estava sendo bastante redundante a este ponto.
Sirius havia rasgado uma caixa que parecia conter pelo menos quinhentas caixas de sapos de
chocolate.

Remus tinha ouvido tudo sobre Hogsmeade pelos outros garotos - todos eles já tinham visitado em
férias em família antes; era um dos únicos vilarejos inteiramente mágicos da Grã-Bretanha. Os
alunos mais velhos podiam ir nos fins de semana e muitas vezes traziam sacos de papel cheios de
doces da Dedos de mel. Parado no porão naquele momento, Remus não poderia ter ficado mais
feliz com o resultado dessa missão.

Eles finalmente persuadiram Peter e passaram uma boa hora explorando a loja, maravilhados com
sua própria sorte. Eles escolheram um pouco de tudo, com Remus os dirigindo, como o único com
algum tipo de experiência em furto. James pensou que Remus não o vira tirar um saco de sicles e
galeões de suas vestes e deixá-lo no balcão quando eles estavam saindo.

Os marotos voltaram para a sala comunal da Grifinória com os bolsos pesados e sorrisos enormes
no rosto. Um monitor tirou pontos de todos eles por terem perdido o toque de recolher, mas eles
não se importaram. Quando todos se deitaram na cama horas depois, fingindo não ter dores de
estômago, Sirius bradou.

“Isso definitivamente vai para o mapa.”


Capítulo 26: Segundo ano: Quadribol
Chapter Summary

Remus trabalha questões emocionais.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Eu já tive o suficiente." Peter disse, severamente. Remus suspirou, ao lado dele. Ele conhecia a
sensação, mas não havia muito sentido reclamar disso agora. "Realmente tive!" Peter reiterou, sua
voz ligeiramente alta enquanto olhava para Remus para validação.

"Eu sei que sim." Remus respondeu, esperando acalmá-lo.

“Eles nos arrastam para todo tipo de coisa, nos colocam em detenções - e eu nunca reclamei.”

"Bem. Você reclama às vezes.” Remus ergueu uma sobrancelha. Peter acenou com a cabeça,

“Ok, às vezes, mas sempre fiz o que James e Sirius dizem, mesmo ele sendo horrível comigo."

"Sirius é horrível com todos." Remus disse, ficando entediado agora.

"Bem, desta vez eu definitivamente tive o suficiente." Peter continuou. “Eles foram longe demais.”

"Estamos apenas apoiando eles" Remus bocejou, inclinando-se para a frente nas arquibancadas de
madeira, "Achei que você gostava de dar apoio."

"Não-" Peter fez uma careta, "Às cinco horas da manhã."

Remus estava inclinado a concordar, embora ele não fosse choramingar sobre. Pelo menos Peter
realmente gostava de quadribol. Eles olharam para o campo silencioso, a grama espessa e verde
sob um véu transparente de névoa matinal. James e Sirius provavelmente ainda estavam nos
vestiários com o resto dos candidatos ao time de quadribol da Grifinória. Remus e Peter estavam
amontoados nas arquibancadas, enrolados em cachecóis e gorros, esperando o início dos testes.

Eles já estavam lá há pelo menos uma hora - muito cedo até para o café da manhã, porque James
queria praticar antes. Eles poderiam ter dito não e, em vez disso, dormido, deixando os outros dois
irem mais cedo se quisessem. Mas Peter estava certo; eles sempre faziam o que James dizia, ele era
muito bom em convencê-los. Remus bocejou novamente.

"Oh, olá, Remus," Lily Evans subiu as escadas, sorrindo para eles, cansada, "Oi Peter."

"Bom dia." Remus acenou de volta.


"'Bom dia, Lily," Peter bocejou.

"Frio, não está? Estão aqui para assistir aos testes de quadribol?”

"Uhum."

"Deveria saber que James iria tentar." Lily disse. O fanatismo de James pelo quadribol não se
restringia ao dormitório dos marotos; todos que o conheceram sabiam como ele era obcecado.

"Sirius também." Disse Remus.

"Bem, nunca um sem o outro." Lily respondeu afetadamente.

"Quem você está assistindo?" Peter perguntou.

"Marlene," Lily apontou para o outro lado do campo, onde o time de quadribol da Grifinória e os
novos candidatos estavam se reunindo perto das traves. Remus conseguiu distinguir o rabo de
cavalo louro claro de Marlene McKinnon. "Ela está tentando para batedora."

"Essa é a posição que Siri-" Peter começou, mas Remus o chutou rapidamente na perna.

Lily olhou para eles, confusa, e optou por mudar de assunto.

"Remus, você pode verificar a poção de 'sonho agradável' esta noite? Estou muito atrasado em
astrologia e queria falar com o Professor Aster.”

"Não posso," Remus respondeu, inclinando-se sobre os cotovelos, "Temos detenção."

“Oh. Pelo que?"

“Levitar todas as mesas e cadeiras na sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.” Peter
respondeu.

"Mesmo?" Lily pareceu surpresa, "Eu não ouvi sobre isso."

"Ainda não o fizemos", disse Remus, "vamos fazer isso mais tarde, enquanto todos estiverem
almoçando. Mas imagino que eles saibam que fomos nós e nos deêm detenção de qualquer
maneira. "

Lily estalou a língua.

"O que eu disse sobre ser pego, Lupin?" Ela sorriu travessamente.

Remus deu de ombros, dando a ela um pequeno sorriso de volta. Lily realmente não era tão ruim.
Ela tinha o dom, assim como todas as garotas, de fazer você parecer estúpido, mas pelo menos
tinha senso de humor a respeito disso. Era particularmente agradável vê-la sem Snape, que
geralmente a assombrava por perto como um morcego vampiro, exalando tristeza e desaprovação.

Finalmente houve movimento no campo de quadribol quando todos os aspirantes foram colocados
à prova. James não poderia deixar de impressionar; ele estava em sua melhor forma naquele dia.
Ele mergulhou, rodou e girou no ar como se não fosse nada demais - como se estivesse nadando,
não voando. Remus ouviu Lily inspirar profundamente enquanto James tentava uma curva
particularmente fechada.

"Ele tem que se exibir assim?" Ela disse, nervosa: "Ele vai se matar."
"Ele não vai", disse Peter, "Eu o conheço desde que tínhamos cinco anos e ele nunca caiu da
vassoura. Nem uma vez.”

"Não é à toa que ele pensa que é intocável." Lily murmurou.

O resto dos aspirantes a artilheiros se revezaram, mas era óbvio que James era a melhor escolha.
Em seguida, foram os batedores - Sirius, Marlene e um corpulento do quinto ano se equiparam de
seus bastões e voaram para o céu junto com seis balaços. Foi horrível de assistir; os nervos de
Remus estavam à flor da pele quando as brutais balas de canhão dispararam em direção à cabeça e
ao corpo de seu amigo. Sirius habilmente evitou os balaços e jogou alguns para fora do caminho,
mas Marlene era extraordinária. Ela voou em círculos ao redor de seus adversários, balançando seu
bastão com a precisão de uma máquina e enviando os balaços para o outro lado do campo todas as
vezes.

"Caramba!" Peter exclamou: "Não sabia que McKinnon era tão boa assim."

"O irmão dela joga pelos Cannons," explicou Lily, parecendo presunçosa em nome de Marlene.
"Ela tem treinado com ele durante todo o verão."

"Sirius tem treinado também," Peter disse, defendendo seu amigo e se esquecendo de todos os
desprezos anteriores, "Ele e James treinavam constantemente, não é, Remus?"

Remus não respondeu, nem mesmo para lembrar Peter que ele não havia passado o verão com
eles. Ele estava muito ocupado se envergonhando por Sirius, e desejando que Marlene McKinnon
não fosse tão boa em golpear balaços - ou pelo menos desejando que houvesse duas posições
abertas para batedor. Ele não tinha certeza do por que se importava tanto - ele odiava quadribol, e
se Sirius e James estivessem no time, isso significava que ele teria que passar muito mais tempo
tremendo de frio nas arquibancadas. E ele estava secretamente esperando que Sirius falhasse em
algo por anos, esperando por uma prova de que Sirius Black não era totalmente perfeito em todos
os sentidos.

Mas agora que o momento havia chegado, Remus se sentia culpado por pensar isso. Sirius com
certeza ficaria arrasado.

"Lá vem eles!" Lily saltou e desceu correndo as escadas para encontrar sua amiga. Remus e Peter a
seguiram lentamente.

"Eu entrei!" Marlene estava sorrindo, seu rosto corado. Ela e Lily se abraçaram.

James parecia incrivelmente satisfeito consigo mesmo, seu cabelo selvagemente despenteado pelo
vento, seus óculos levemente tortos. Ainda assim, ele não estava sorrindo tanto quanto Marlene,
obviamente tentando diminuir sua animação pelo bem de Sirius. Sirius tinha o rosto contorcido em
pura raiva - e Peter realmente deu um passo para trás apenas ao vê-lo.

"Éh, parabéns, McKinnon." Sirius disse, rispidamente, olhando para o chão.

"Obrigada ... er ... você foi muito bom também, Sirius." Ela disse, nervosa. Ele grunhiu, ainda sem
olhar para cima.

James olhou para ele de lado e fez uma cara de desculpas para as meninas. Ele estendeu a mão
para Marlene,

"Vejo você na próxima semana para o primeiro treino?"

"Sim, ótimo!" Ela sorriu brilhantemente para ele, "Até lá, Potter!"
As duas garotas voltaram para o castelo, de braços dados, conversando animadamente.

"Sirius, cara, não é o fim do mundo." James se virou para o amigo, parecendo preocupado.

"Eu sei." Sirius chutou um tufo de grama.

"Você poderia estar no time reserva se quisesse, Singh ofereceu."

"Eu sei. Eu não quero ficar no banco.”

"Vamos tomar o café da manhã?" James finalmente suspirou, olhando para os outros dois em busca
de apoio. Peter assentiu com entusiasmo.

Remus não pôde deixar de se sentir um pouco irritado. Isso era tudo que Potter falava desde que
entraram em Hogwarts, e Sirius nem mesmo teve a decência de ficar feliz por seu melhor amigo.

"Muito bem, James," Remus disse, bastante incisivamente, olhando para Sirius enquanto dizia isso,
"Você foi incrível, parabéns."

"Valeu, Lupin," James sorriu. Seus olhos enrugaram ligeiramente quando ele sorriu e seu rosto se
iluminou - como se esse fosse o estado natural de seu rosto.

"É!", disse Peter, dando um soco no braço dele, "Boa, Potter."

"Obrigado!"

Eles voltaram para o castelo juntos em silêncio. Sirius ainda não estava falando, e andava alguns
passos à frente do resto deles. James correu para acompanhar,

“Você pode tentar de novo no ano que vem, Ardal já terá ido embora, ele me disse que estava
desistindo para se concentrar nos NIEMs.”

"Eu não me importo, tá tudo bem." Sirius respondeu, encolhendo os ombros. Ele caminhou ainda
mais rápido, afastando-se rapidamente deles, a vassoura ainda debaixo do braço. James foi
alcançá-lo, mas Remus agarrou seu braço,

"Deixa ele." Ele disse, com raiva: "Se ele quer ser um idiota mal humorado à respeito é problema
dele."

Sirius não se juntou a eles para o café da manhã, nem estavaa na sala comunal depois. James foi
emboscado pela maioria dos outros grifinórios, que agora tinham ouvido do time que ele era o
novo artilheiro. Uma gangue de meninos do quarto ano o puxou para falar sobre estratégia, e Peter
foi também, desfrutando da glória de seu amigo. Isso nunca importou para James; ele sempre teve
muito brilho para compartilhar.

Remus não era fã de holofotes e aproveitou a oportunidade para procurar por Sirius. Ele não estava
no dormitório, mas isso era esperado - claramente Black queria ficar deprimido em algum lugar
privado. Mas Remus sabia tudo sobre esconderijos, e não demorou muito para o encontrar,
enrolado em um enclave escondido atrás de uma tapeçaria retratando uma caça a unicórnios.

"Vá embora, Lupin." Sirius fez uma careta, virando-se, os braços em volta dos joelhos. Sua voz
estava grossa, como se ele tivesse chorado, embora seu rosto estivesse seco. "Você não pode me
animar, ok."

Remus revirou os olhos, escalando o enclave com ele, forçando-o a se mover.


"Se levanta", disse ele com firmeza, "não estou aqui para te animar, seu idiota."

"O que?"

“Por que você está sentado aqui se lamentando? Seu melhor amigo acabou de realizar todos os
sonhos dele de uma vez, vai lá e seja legal com ele.”

Sirius fez um barulho indignado, ainda tentando se afastar de Remus, embora não houvesse muito
espaço agora.

"Você não entenderia." Ele fungou.

“Imagino que não,” Remus confirmou, calmamente, “Mas eu entendo que James realmente,
realmente queria ser um artilheiro, e ele trabalhou muito para isso, e ele conseguiu. E Marlene
realmente queria ser uma batedora, e ela trabalhou muito também - Evans nos contou. Então ela
entrou. Ela era simplesmente melhor do que você. "

"Vai se ferrar!" Sirius deu um empurrão nele, mas Remus estava acostumado a ser empurrado, e
quer Sirius gostasse ou não, Remus era mais forte.

"Você nem se importava tanto de qualquer maneira!" Ele continuou, empurrando de volta, “Não
tanto quanto Potter. Você só fez o teste porque ele fez, mas você nem sempre precisa fazer o
mesmo. Você ainda o venceu em Transfiguração. Você ainda tem as melhores notas do ano. Todo
mundo gosta de você. Bem, exceto os Sonserinos e hum ... talvez sua família, mas quem se
importa. A família de Peter também não gosta dele. "

Sirius soltou uma risada fraca, apesar de si mesmo.

“Então pare de agir como uma criança e vá dizer parabéns.”

"Tá bom."

“Ótimo."

Os dois pularam da saliência, empurrando a tapeçaria para fora do caminho. Os minúsculos


cavaleiros bordados sacudiram os punhos para os meninos por atrapalhar sua perseguição ao
unicórnio de prata, que relinchou e galopou em um denso bosque de árvores entrelaçadas.

Eles voltaram para a sala comunal. Sirius enfiou as mãos nos bolsos.

"Vocês todos tomaram café da manhã?" Ele perguntou, amuado.

"Sim." Remus respondeu. "James guardou torrada para você."

"Ele é um bom amigo." Sirius sorriu.

"Sim," Remus retrucou, "Ele é."

Eles ficaram em silêncio por mais um tempo. Pouco antes de chegarem ao retrato da mulher gorda,
Sirius olhou para Remus. Seus olhos ainda estavam ligeiramente rosados, mas fora isso ele parecia
ele mesmo novamente.

“Eu não tento copiar James.”

"Não foi isso que eu disse." Disse Remus. "Você compete, no entanto."
Sirius parecia reconhecer isso. Ele ergueu os olhos novamente.

“E eu não me importo com o que minha família pensa.” Ele disse isso com tanta veemência que
seus olhos brilharam, reluzindo ligeiramente, e Remus ficou preocupado dele começar a chorar de
novo. Ele estendeu a mão e tocou o ombro de Sirius, cautelosamente, como se tentasse acalmar um
cachorro rosnando.

"Eu sei, cara." Ele disse suavemente. "Eu sei disso."


Capítulo 27: Segundo ano: Um Noivado de Aniversário
Chapter Summary

Sirius faz treze anos.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Sexta-feira, 3 de novembro de 1972

O décimo terceiro aniversário de Sirius não caiu na lua cheia, como seu décimo segundo. Ele
nunca contou aos outros sobre a conversa que teve de Remus – pelo que Remus podia perceber, de
qualquer maneira - mas ele começou a agir de forma um pouco diferente com seus amigos.
Considerando que antes, ele às vezes tratava Remus como um projeto de estimação; se espantando
sempre que Lupin exibia pensamento independente; Sirius pelo menos pareceu desenvolver alguma
sensibilidade em relação aos dois marotos secundários.

O assunto respeito do quadribol ainda era algo delicado, então, na manhã de seu segundo
aniversário em Hogwarts, James teve tato o suficiente para não sugerir uma sessão de vôo na hora
do almoço.

O café da manhã começou com uma rodada de "feliz aniversário" com o volume de suas vozes nas
alturas, como já era tradição para os marotos. Os Potter enviaram a Sirius uma enorme cesta de
chocolates, enquanto James encomendou metade do catálogo de Zonko como presente de
aniversário. Remus ficou um pouco envergonhado de entregar seus próprios presentes - algumas
cópias antigas da revista Melody Maker e NME que ele pegou durante o verão - mas Sirius ficou
impressionado; uma delas tinha uma entrevista com Marc Bolan. Eles passaram a maior parte do
café da manhã virando as páginas; os três bruxos puro-sangue rindo das fotos estáticas de trouxas.

Remus ficou lançando olhares furtivos para Sirius, tentando ver se ele parecia diferente agora que
era um adolescente. Remus sempre quis ter treze anos; parecia-lhe uma idade muito madura e
grandiosa. Ele sabia que era bobagem pensar que você poderia se tornar imbuído de algum tipo de
nova sabedoria da noite para o dia, mas certamente era um marco importante. Sirius estava
definitivamente se comportando de uma maneira ligeiramente diferente; Remus tinha certeza.

Infelizmente, a manhã despreocupada acabou aí. Quando eles terminaram a refeição e se


preparavam para se levantar para a primeira aula (História da Magia), sua passagem para fora do
salão foi bloqueada.
"Sirius." Uma voz severa disse.

Narcissa Black estava diante deles. Aos quinze anos, ela era mais alta do que todos os quatro
marotos. Ela era uma garota até que bonita, Remus pensou; tirando a careta do rosto. Ela não tinha
a aparência maluca de sua irmã mais velha, e tinha tingido e alisado seu cabelo comprido para que
ficasse pendurado em um lindo lençol platinado, que brilhava na luz.

Ela parou diante deles com os braços cruzados, Regulus se escondendo ao lado dela.

"Cissy." Sirius acenou com a cabeça em saudação. Ela se encolheu, mas não o castigou.

"É seu aniversário." Ela disse.

"Bem, eu percebi."

Ela revirou os olhos. Parecia que ela não tinha o temperamento da irmã também, o que fazia Remus
se sentir agradecido.

"Você vai comer conosco esta noite."

"Venha e sente à mesa da Grifinória se for absolutamente necessário."

"Não." Ela estreitou os olhos cinzentos, “Sua mãe deu instruções estritas. Vamos comer em
particular, na sala comunal da Sonserina, como no ano passado. "

"Não!" Sirius perdeu sua maturidade recém-adquirida e de repente parecia uma criança,
praticamente batendo o pé, "Eu quero comer com meus amigos."

"Você pode comer com eles quando quiser." Narcissa retrucou, as mãos nos quadris agora.
“Aniversários são ocasiões de família.”

Regulus olhou para seus pés, ainda parado atrás de sua prima. Sirius ainda estava irritado, mas
finalmente acenou com a cabeça. James colocou a mão em seu ombro; um gesto inofensivo, mas
Regulus olhou para cima e olhou fixamente, como se eles estivessem fazendo algo sujo.

Assim que foi definido um horário para o jantar, os dois sonserinos da família Black partiram e os
Marotos ficaram olhando para eles. James desviou os olhos para Sirius,

"Que droga", ele lamentou, "Quer cabular as aulas?"

"Nah," Sirius balançou a cabeça, "Vou só levar algumas bombas de bosta para o jantar."

“Podemos ver se o feitiço da bomba-relógio funciona!”

"Perfeito."

***
Sirius ficou fora por um longo tempo depois do jantar. James caminhou pelo dormitório, checando
o relógio a cada poucos minutos e se perguntando em voz alta se deveria ir até masmorras e gritar.

“Precisamos começar a trabalhar em seu mapa novamente, Lupin,” ele disse, passando as mãos
pelo (já catastrófico) cabelo. “Catalogar todo mundo, para que saibamos onde eles estão o tempo
todo.”

"Estamos muito longe disso," Remus respondeu de sua cama, onde estava lendo um livro. “Ainda
não mapeei nenhuma parte da ala leste. Posso fazer um pouco no Natal.”

"Não," James parou ainda no meio da sala, "Você e Black vem para a minha casa no Natal."

Remus olhou para ele e engoliu, sem jeito.

"James, eu não posso, você sabe que não posso."

James acenou com a mão, retomando seu ritmo.

“Vou resolver tudo com o pai, não se preocupe. A lua cheia é no dia vinte, eu verifiquei. Todos nós
podemos ficar aqui até lá e partir no dia vinte e um.”

Remus estava sem palavras, mas não importava. James decidiu rapidamente colocar sua capa e sair
à procura de Sirius. Peter, previsivelmente, o seguiu, mas Remus estava gostando de seu livro e os
deixou ir. Ele se recostou na cama e pensou em colocar um disco. James e Peter colocaram uma
proibição de Bowie até o final do ano, mas se eles não estivessem na sala...

No início do ano, Remus ficou tão impressionado com a empolgação de Sirius que não contou a ele
que sabia tudo sobre Ziggy Stardust - na verdade, todo mundo no mundo trouxa, praticamente,
falava sobre o disco durante todo o verão .

Em algum momento em meados de julho, Remus sentou-se na sala de recreação depois do chá com
alguns dos meninos mais velhos para assistir o Top of the Pops. A TV deles ainda era em preto e
branco, mas Remus sentiu como se tivesse visto a performance em cores. David Bowie era como
ninguém que ele já tinha visto antes. Todos eles ficaram sentados olhando com as bocas bem
abertas enquanto o homem esguio e de aparência estranha passeava pelo palco com uma malha de
patchwork. Ele era pálido como a neve, seu cabelo era comprido na parte de trás, e espetado
descontroladamente no topo, seus olhos eram impressionantes; uma pupila maior que a outra - e ele
usava maquiagem. Remus queria imediatamente conhecer ele e ser ele. Quando David passou o
braço em volta do guitarrista alto e louro, o estômago de Remus deu uma cambalhota estranha e,
enquanto os dois homens cantavam no mesmo microfone, com as bochechas coladas uma na outra,
um dos assistentes de St Edmund's tinha marchado e desligado a televisão. Viados nojentos, dissera
ele, absurdo colocar esse tipo de coisa na televisão onde as crianças podem ver.

Remus pensava na performance mais do que gostaria.

Quando os outros dois garotos voltaram, foi com um Sirius de rosto extremamente pálido. Ele
parecia pior do que o normal depois de um encontro com sua família; fechado e totalmente sem
alegria. Até seus olhos pareciam um pouco menos brilhantes, mudando para o cinza.

"E aí?" Remus se levantou, preocupado.

"É terrível." Sirius disse. “Realmente, realmente terrível. Vil. O pior, mais impensável ... Horrível.”
Ele se jogou na cama, de bruços.

"Ele está assim desde que o encontramos nas masmorras", explicou James, "Nada além de
adjetivos."

"Adjetivos superlativos." Sirius corrigiu, ligeiramente abafado pelo travesseiro.

"Tá, tá, você está sendo dramático", suspirou James. Ele correu os dedos pelo cabelo novamente.
Ficaria careca antes de chegar aos trinta, Remus pensou. “Quer nos dizer por quê?!”

Sirius rolou de costas, olhando para o dossel de sua cama.

"Eu vou me casar."

"O que?!" James e Peter pareciam tão chocados quanto Remus, então pelo menos ele sabia que não
era uma coisa normal para bruxos.

"Narcissa me contou." Ele acenou com a cabeça, ainda olhando fixamente para cima,
"Normalmente, eles não fariam um arranjo até eu atingir a maior idade, como com Bellatrix, mas
Cissy disse que eles decidiram apertar as rédeas no meu caso."

“Fazer um arranjo?!” James parecia pasmo, "Os Blacks ainda não têm casamentos arranjados,
têm?"

"Claro que temos." Sirius soltou um suspiro, “A mais nobre e antiga, et cetera, et cetera ... Eles
querem realizar a cerimônia de noivado no próximo verão. Eu devo 'me animar em relação a isso' a
tempo para a ocasião. Então o casamento vai acontecer assim que eu terminar Hogwarts. Duvido
que vocês sejam convidados. "

“Isso é loucura! Isso é medieval! Isso é…"

"Minha mãe." Sirius terminou.

"Hum," Remus se sentiu rude interrompendo, mas sua curiosidade estava levando a melhor sobre
ele, "Com quem você vai se casar?"

Sirius se sentou.

"Essa é a torção na cauda do dragão, não é", disse ele, com raiva, "Essa é a pièce de résistance da
minha mãe", ele pronunciou o francês lindamente, com um sotaque perfeito. Mesmo em sua fúria
mais sombria, Sirius Black podia anunciar.

"Quem?!"

"Cissy."

"O que?!"

“Narcissa ?!”

"Sua prima?!"

“Narcissa Black ?!”

Sirius concordou. Seu ombro caiu. O olhar fechado voltou ao seu rosto e ele se deitou.

"Aparentemente, eles estão tentando controlá-la também. Andromeda - sua irmã sabem, a única
normal - ela está grávida, de acordo com Cissy. Eles estão fechando as aberturas, tentando evitar
que mais sangue sujo entre. "
"Mas deve haver outras garotas de sangue puro por aí," James raciocinou, "E eu pensei que ela e
aquele maluco Malfoy estavam namorando?"

"Eles estão," Sirius acenou com a cabeça, "Ela está tão irritada com isso quanto eu, acredite em
mim.”

"E quanto a Regulus?" James estava perguntando. Sua mente parecia estar trabalhando a mil por
hora.

"O que tem ele?" Sirius disse, amargamente, "Acha que ele gosta dela?"

"Ela é bem bonita", disse Peter, humildemente. Sirius deu a ele um olhar que poderia cortar vidro.

"Ela é minha prima, seu idiota."

"Tudo bem", James ergueu uma mão autoritária, "Não há necessidade de xingamentos, estamos
apenas tentando ajudar." Remus não conseguia ver exatamente como Peter estava ajudando, mas
ele mordeu a língua e deixou James continuar. “Eu quis dizer, Regulus disse alguma coisa? Ele
estava lá, não estava? "

"Nem. Uma. Palavra." Sirius franziu o cenho e ninguém mencionou seu irmão novamente.

"Bem, então." James empurrou os óculos para cima do nariz, "Temos até o próximo verão. E temos
Narcissa do nosso lado, acredite ou não. Então, eu diria que não é impossível.”

"Você não sabe o que é impossível até conhecer minha mãe." Sirius disse.

"E ela não sabe o que é um maroto." James disse com firmeza. "Senhores", ele olhou para cada um,
por sua vez. Remus podia ver exatamente o que estava por vir. “Temos uma nova missão.”

Chapter End Notes

O Top of The Pops que o Remus está se referindo: https://www.youtube.com/watch?


v=4MrP83SqT9E

melody maker - Melody Maker, publicado no Reino Unido, foi o mais antigo jornal
sobre música já existente. Nos anos 50, começou aos poucos a cobrir o mundo do rock,
aumentando sua circulação até ameaçar a liderança do New Musical Express (NME).
A publicação continuou a tratar apenas de rock e música indie, sacrificando a
cobertura de outros temas como a dance music, e incluía críticas de equipamentos
musicais e fitas-demo enviadas pelos leitores, duas coisas que a diferenciavam do
NME. As vendas começaram a decair, e no final dos anos 90 a MM foi relançada no
formato revista.

NME - New Musical Express (também conhecida como NME) é uma revista britânica
de música publicada semanalmente desde Março de 1952. Foi o primeiro jornal
britânico que incluia o top de singles que apareceu na edição de 14 de Novembro de
1952. A sua popularidade veio a crescer e nos anos 70 tornou-se na revista de música
mais vendida do Reino Unido.
Capítulo 28: Segundo ano: Suposições
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Como diabos você poderia se livrar de um noivado? Remus se perguntou, enquanto descia para as
masmorras na noite de domingo. Ele estava sozinho; Lily pediu a ele para verificar a poção em que
estavam trabalhando mais uma vez antes de entregá-la no dia seguinte. Ele pessoalmente achou que
era um exagero, mas também estava culpadamente ciente de que Evans havia feito a maior - e mais
exaustiva - parte do trabalho até agora.

O problema de Sirius havia se alojado no fundo de sua mente o dia inteiro. James os encarregou de
encontrar uma solução até o Natal, mas Remus não conseguia ver o que poderia ser feito. Ele
nunca havia pensado em noivado, casamento ou honra familiar antes. Estas eram todas coisas de
adulto. Garotos de treze anos certamente não deveriam se preocupar com esse tipo de coisa. Mas
então, ele supôs, virando a curva final da escada, nem os meninos de doze deveriam se preocupar
em se transformar em monstros uma vez por mês.

Ele suspirou pesadamente, empurrando a porta da sala de aula de Poções. Para seu desgosto,
Severus Snape já estava lá, mexendo sua própria poção. Seus olhos se encontraram e Remus
congelou por um momento, antes de endireitar os ombros, levantar o queixo e caminhar direto para
seu próprio caldeirão, optando por ignorar o outro garoto.

Mas ele não pôde deixar de notar que sua poção era de uma cor ligeiramente diferente da de Snape,
o que não poderia ser um bom sinal. A deles era de um negrito, azul marinho, muito mais escuro do
que deveria ser. Snape obviamente notou também.

“Você precisa adicionar mais lavanda.” Ele disse, nasalmente, sem tirar os olhos de sua agitação.
"Pelo menos outra colher de chá."

"Uhum, sei." Remus franziu a testa, "Como se eu fosse aceitar seu conselho."

"Eu dificilmente vou estragar a poção de Lily, vou?!" Snape retrucou de volta.

Remus considerou isso. Era verdade que, apesar do comportamento geralmente desagradável de
Severus, a única outra coisa que os Marotos sabiam sobre ele era que ele faria quase qualquer coisa
por Lily Evans. Era estranho, mas quem era Remus para julgar.

Ele colocou um pouco mais de lavanda na colher e mexeu. Imediatamente, a poção assumiu uma
tonalidade azul-celeste mais pálida, e um adorável aroma sonhador subiu dela. Snape estalou a
língua de forma presunçosa e fechou a tampa de seu caldeirão, se preparando para sair.

“E aí Sev!” uma voz veio da porta, "Oh, Remus ..."

Era Lily. Ela parecia um pouco envergonhada. Remus franziu a testa.


"Achei que tínhamos combinado que eu verificaria hoje à noite?"

"Hum, sim, nós combinamos ... Eu só estava ... dando mais uma olhada." As bochechas de Lily,
geralmente pálidas, estavam vermelhas.

"Não pensou que eu viria?"

Snape bufou ironicamente, ao sair. Remus lutou contra a vontade de jogar uma colher na parte de
trás de sua cabeça gordurosa. Lily não percebeu, ela já havia atravessado a sala e estava olhando
para o caldeirão.

"Bem, você recebe muitas detenções", disse ela, diplomaticamente. Severus saiu da sala. “Oh, uau,
parece muito melhor do que esta manhã. Você fez alguma coisa?”

“Adicionei mais lavanda.”

"Mesmo? Boa ideia, agora parece certo.”

“Bem ...” ele esfregou a nuca, olhando para a porta. Snape estava fora do alcance da voz. "Sim, eu
só pensei que precisava de um pouco, suponho."

“Nada mais a fazer, então. Você está voltando para a sala comunal? "

"Sim."

Eles caminharam juntos. Lily estava de bom humor,

“Trabalhamos muito bem juntos, não é?” Ela sorriu para ele. "É uma boa mudança de Sev, de
qualquer maneira, você é muito mais tranquilo."

Remus nunca se considerou tranquilo. Foi uma coisa legal dela dizer, mas então, comparado a
Snape, qualquer um pode parecer relaxado.

"Por que você anda com ele de qualquer maneira?" Ele perguntou.

"Ele é meu melhor amigo." Lily respondeu prontamente, como se ela tivesse que justificar isso o
tempo todo. “Nós nos conhecemos desde sempre.”

"Oh, certo."

"Ele não é tão ruim quanto você pensa ", disse ela, olhando para ele de lado, "Ele pode ser muito
gentil. E engraçado."

"Por que ele anda por aí com Mulciber e a panelinha puro-sangue, então?"

"Bem, se vamos julgar as pessoas com base em seus amigos" Lily olhou para ele de forma incisiva.

“O que há de errado com meus amigos?!” Remus ficou chocado. Todos amavam James e Sirius.
Lily revirou os olhos.

"Eles são todos herdeiros de casas de sangue puro, não são?" Ela jogou seus cachos ruivos para
trás, "Além disso, eles são tão exibidos. Potter pensa que é um presente de Deus e Black é ... bem,
ele é um Black, não é? Até eu sei sobre eles, e sou nascida trouxa. Suponho que Peter é ok, mas é
triste como ele os segue por toda parte. "

"Eu também os sigo."


"Sim, você segue.” Ela olhou para ele novamente, de forma descarada.

"Você está errada sobre eles." Remus disse: "Quero dizer ... ok, você está certa sobre eles se
exibirem, mas eles não são só ... há mais sobre eles que isso."

"Bem, então você apenas terá que aceitar que há mais coisas em Severus também, não?"

Era bem mais difícil discutir com ela do que com Sirius. Remus encolheu os ombros,
evasivamente. Ocorreu a ele que Lily poderia ser capaz de ajudar com o enigma atual. Afinal,
casamentos e noivados eram coisas de garotas, não eram? Pelo menos ela poderia oferecer outra
perspectiva.

"Evans?" ele disse, pensativo: "Você até que é bem esperta ...”

“Oh, uau muito obrigada.”

"Desculpa. Quero dizer - você é mais inteligente do que eu. "

"Ahh muito melhor."

Ele riu, esfregando a nuca.

“O que você faria se sua família estivesse te forçando a casar com alguém que você não queria?”

Ela franziu a testa, como se isso não fosse o que ela esperava.

“Como um casamento arranjado? Achei que você morasse em um lar adotivo?"

“Um lar para crianças”, corrigiu. “Eles são diferentes. De qualquer forma, não sou eu, é ... outra
pessoa."

"Hum ..." Ela parecia perplexa, o que não dava a Remus muita esperança. “Puxa, quero dizer, não é
algo que meus pais fariam. Mas se eles fizessem ... eu ficaria muito brava, obviamente. E
magoada.”

"Magoada?" Ele perguntou, confuso.

"Mas é claro. Seus pais tem que te amar e querer o que é melhor para você ... tomar uma decisão
como essa sem a pessoa ter escolha, é o completo oposto. "

"Certo", ele acenou com a cabeça, embora ele realmente não entendesse, "Bem, essa pessoa er ...
realmente não se dá bem com os pais de qualquer maneira."

"Mesmo assim," Lily deu de ombros, "Isso não significa que ela não fica magoada por isso. Você
deve ser capaz de confiar nas pessoas que o criaram.”

"Ah, ok." Remus não sabia o que dizer sobre isso. Ele teve uma sensação horrível de seu estômago
estar se revirando - a mesma sensação que costumava sentir quando era chamado para ler em voz
alta. Lily não tinha notado. Eles estavam quase na sala comunal agora.

“Eu ainda não sei o que faria”, ela suspirou, “É como se a única opção fosse desafiar eles – os pais.
Mas isso vai causar todos os tipos de problemas ... De quem se trata? Vamos lá, me conta!”

Remus balançou a cabeça,

“Não posso. Desculpa."


Lily assentiu, compreensiva. Remus sorriu para ela. Ela tinha uma presença extremamente
reconfortante.

"Flibbertigibbet", disse Lily para o retrato, que se abriu para eles entrarem.

James havia retornado há pouco tempo do treino de quadribol e ainda estava com suas vestes
vermelhas de vôo. Ele estava sentado em um dos sofás jogando feijões explosivos do Zonko’s na
lareira, onde explodiram em uma profusão de cores como fogos de artifício em miniatura. Sirius
estava deitado no tapete abaixo dele lendo um livro sobre azarações que trouxe de casa.

"Tudo bem, Lupin?" James sorriu. Remus acenou com a cabeça para Lily e foi até seus amigos. A
ruiva subiu direto as escadas para o dormitório feminino. "Nos trocou por Evans, foi?" James
perguntou, sorrindo.

"Poções." Remus respondeu.

"Certo. Você é amigo dela agora? "

"Mais ou menos," Remus deu de ombros, "Ela é legal. Odeia vocês dois.”

“Mas todo mundo gosta da gente!” Sirius disse: "Somos patifes amáveis!"

"Ela acha que vocês são exibidos."

James arfou, dramaticamente.

"Como ela ousa! Teremos que conquistá-la. "

"Por que se preocupar," Sirius se virou, voltando ao livro, "Ela é amiga de Snivellus, ela
claramente não tem bom gosto."

"Ela realmente disse isso?" James estava perguntando a Remus. Ele assentiu.

"Ela disse que você acha que é um presente de Deus."

"O que isso signi-"

"É uma expressão trouxa," Remus explicou, "Significa que ela pensa que você é cheio de si."

"Ela acha isso?"

"Bem," Remus olhou para ele, "Você meio que é, para ser honesto."

James riu. Remus se sentou ao lado dele, pegando um punhado de feijões Zonko para si mesmo e
os jogando no fogo, um por um. Ele e James logo fizeram um jogo, vendo quem poderia criar as
maiores explosões acertando as brasas da maneira certa.

"Esqueci de dizer", disse James, uma vez que o saco de feijão estava vazio, "Recebi uma coruja do
meu pai hoje - ele falou com McGonagall e a gente tem permissão para te trazer no Natal.”

"O que? Sério?!" Remus estava fascinado. Por que um adulto que nunca o conheceu antes iria
querer intervir a seu respeito? Ele fez uma nota mental para nunca subestimar o poder da força de
vontade de James novamente.

"Sim, mas não acho que podemos te receber no verão. Desculpa."


Remus balançou a cabeça, sem palavras. Ele queria agradecer, mas mal sabia como.

“Só estou esperando por você agora, cara,” James cutucou Sirius com o pé, “Você já resolveu isso
com sua mãe? Diga que você vai ao Pettigrew de novo.”

"Não vou me incomodar," Sirius respondeu, ainda lendo, "Só vou com você sem dizer nada."

"Minha mãe não vai gostar," James mordeu o lábio.

"Não diga a ela, então." Sirius virou sua página.

James e Remus trocaram um olhar. Eles tinham que fazer algo sobre o noivado em breve; a ideia
de Sirius ficar com esse humor por mais cinco anos era uma ideia incrivelmente sombria.
Capítulo 29: Segundo ano: Lua de dezembro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O Expresso de Hogwarts deixava a estação de Hogsmeade para o Natal no sábado, 16 de dezembro


daquele ano, o que significa que assim que a lua cheia passasse, James, Sirius e Remus teriam que
encontrar outros meios de chegar à casa dos Potter.

McGonagall, depois de dar um sermão em Remus sobre não deixar nenhum outro aluno saber de
seu segredo, foi compreensiva com os desejos dos marotos e permitiu que eles usassem a conexão
de flu em seu escritório "só desta vez". Remus não se importou tanto com o sermão, mas ele estava
com medo de usar a rede de flu pela primeira vez. Ele tinha ouvido todos os tipos de histórias de
terror de outros estudantes, e o fato de que ele geralmente ficava nauseado por alguns dias após a
lua cheia não ajudava de qualquer maneira.

Sirius recebeu um berrador todas as manhãs após o dia dezesseis exigindo que ele voltasse para
casa imediatamente, mas ele simplesmente jogara os envelopes vermelhos na lareira, onde os gritos
de Walburga Black ecoaram nas chaminés. James estava claramente aborrecido com esse
comportamento, mas não disse nada. Sirius sempre estava pronto para uma briga ultimamente, e
era melhor se manter distante. Infelizmente, conforme a lua cheia se aproximava, Remus também
ficava com um pavio curto. Os dois garotos discutiam sobre tudo e qualquer coisa, e o pobre James
teve que se colocar entre os dois mais de uma vez.

"Só escreva para ela de volta, pelo amor de Deus." Remus gemeu na manhã do dia vinte, jogando
um travesseiro em Sirius de sua cama. Ele foi acordado cedo pela terceira manhã seguida por um
berrador.

“SE VOCÊ ACHA QUE PODE ESCAPAR DO SEU DEVER DE NASCENÇA DESTA
MANEIRA COVARDE VOCÊ ESTÁ MUITO ENGANADO!” Berrava, ecoando pela torre da
Grifinória como uma banshee.

"Fique fora disso, Lupin," Sirius jogou o travesseiro de volta nele.

“Como vou ficar fora disso quando está no nosso maldito quarto todas as manhãs?!” Remus
rosnou, levantando-se agora.

“Eu sinto tanto por te incomodar!” Sirius respondeu, escorrendo sarcasmo. Sua aparência era
terrível, como se não tivesse dormido direito, mas Remus estava de muito mau humor para se
importar, e sua transformação estava a apenas algumas horas de distância.

“Que tal não agir como uma criança mimada por cinco minutos ?!” Ele retrucou: "Você é tão
egoísta."

“Não estou pedindo que ela os envie! Pelo menos eu realmente recebo correio, pelo menos as
pessoas se importam o suficiente comigo para ...”
Remus se jogou em cima de Sirius e começou a bater nele o mais forte que podia, fervendo em
raiva.

"CALA A BOCA." Ele grunhiu, acertando um soco decente bem na bochecha esquerda de Sirius.
Sirius, embora extremamente adepto a insultos verbais, não era muito bom de luta. Ele engasgou e
tentou empurrar Remus para longe, eventualmente agarrando sua varinha,

“Mordeo!” Ele sibilou, mirando no rosto de Remus. Imediatamente, Remus o soltou, caindo de
costas na cama, segurando a testa. Uma sensação horrível de ardência irradiou do local que Sirius
amaldiçoou,

"Filho da mãe!" Ele gritou, sentindo seu rosto se contrair e inchar.

"Você mereceu isso!"

"Sirius!" James saiu da cama tarde demais. “Você o amaldiçoou?!''

Sirius parecia menos seguro de si agora,

"Ele começou!"

"Ele nem mesmo estava com a varinha nele!"

Remus havia descido da cama e estava se olhando no espelho do guarda-roupa. Ele parecia ter
rolado em um arbusto de urtiga. Sua pele estava vermelha e brilhante, esticada e inchando em um
ritmo preocupante.

"Está doendo?" James perguntou, hesitante.

Remus balançou a cabeça, embora estivesse - muito.

"Estou indo para a ala hospitalar." Ele disse. "Não venha comigo." Ele retrucou, ao ver James
colocando seu robe. Enquanto marchava para fora da sala ainda de pijama, ouviu James murmurar.

"Atacar alguém que está desarmado é baixo para caralho, Black."

***

Madame Pomfrey o curou rapidamente usando o contra-feitiço, mas ela estava muito irritada com o
acontecimento.

"Quem fez isso?" Ela perguntou a ele, "Se foi Potter ou Black, então eu quero saber - eu disse a
Minerva que era uma má ideia deixá-lo ir no Natal."

“Por que eu não deveria ir?” Remus perguntou, escandalizado, "Sirius está indo!"

“O Sr. Black não tem suas limitações.”


"Mas não vamos até amanhã, é logo depois da lua cheia, que é o mais seguro-"

"Estou pensando na sua saúde, Remus! Você é muito frágil— ”

“Eu não sou frágil!” Remus ferveu.

"Claro que não, querido", disse ela, sem realmente ouvi-lo. “Agora sente-se um pouco em silêncio,
ok? Você já tomou café da manhã?"

Madame Pomfrey o fez ficar na ala hospitalar o dia todo de pijama. A medibruxa estava
trabalhando em uma nova poção que esperava poder tornar sua transformação mais suaves. Ela o
deixou pegar emprestado alguns de seus livros, então não foi tão ruim, mas ele se sentia como um
inválido do mesmo jeito. Seu rosto ainda estava formigando um pouco por causa da maldição de
Sirius, embora o inchaço tivesse diminuído substancialmente. Ele fez uma nota mental para se
lembrar de perguntar a Sirius exatamente como ele fez isso, era um bom feitiço para usar em
Severus.

Por volta da uma hora, logo após o almoço, James e Sirius vieram vê-lo. Madame Pomfrey deu a
eles um sermão de repreensão primeiro.

“Amaldiçoando seu companheiro de casa! Amaldiçoando seu colega de dormitório, pelo amor de
Deus! Na minha época, você teria sido açoitado! E a Professora McGonagall me informou que
você sabe sobre as circunstâncias especiais dele! Deveria ter mais bom senso!”

James pediu muitas desculpas, e Sirius, que mal se encolhia com os xingamentos obscenos de sua
mãe, abaixou a cabeça parecendo totalmente envergonhado. Eventualmente, Remus adivinhou que
isso deve ter sido o suficiente para satisfazer a enfermeira da escola, que permitiu que eles o
vissem. Eles ficaram parados na beira da cama como pessoas em luto, mal encontrando seus olhos.

"Sentimos muito, Remus," começou James. Remus estalou a língua.

"Você nunca fez nada."

James chutou Sirius, que olhou para cima também,

"Eu realmente sinto muito, Remus." Ele tinha um hematoma escuro e pesado no alto da bochecha
esquerda e seus olhos pareciam um pouco mais brilhantes, Remus se perguntou se Sirius havia
chorado por causa do que aconteceu. O pensamento o fez se sentir engraçado. Ele balançou a
cabeça, a raiva diminuindo.

“Eu comecei. Desculpa ter batido em você.”

"Desculpa pelo berrador."

"Desculpa que sua mãe é um pesadelo."

"Desculpa que você é um lobisomem."

Os dois riram e tudo foi perdoado.

"Ela vai deixar você sair agora?" James perguntou: "Algumas horas ainda até a lua."

Remus balançou a cabeça,

"Nah, ela quer experimentar uma poção nova."


“Eu não sabia que havia cura!”

"Não há," Remus disse, rapidamente, "Isso é apenas ... acho que é para tornar a transformação, sabe
... mais fácil."

Os dois olharam para ele, perplexos. Ele se mexeu desconfortavelmente,

“Como um analgésico, eu acho. Os trouxas não funcionam. ”

"Dói, então?" Sirius perguntou, inclinando a cabeça. Agora que a tempestade havia passado, ele
estava de volta a ver Remus como um espécime interessante.

"Bem, sim." Remus franziu a testa. Ele tinha assumido que eles sabiam muito mais do que ele,
tendo crescido no mundo bruxo, então ficou surpreso que eles não sabiam sobre a dor. Por muito
tempo, a dor foi a única coisa que ele conheceu.

Para sua surpresa e deleite, James e Sirius optaram por ficar na ala hospitalar com Remus pelo resto
da tarde. Eles jogaram alguns jogos tumultuados de snap explosivo, antes que Madame Pomfrey
dissesse severamente para eles abaixarem o volume, então eles mudaram para gobstones. À
medida que a noite avançava, eles não desceram para jantar, mas comeram a mesma comida de
hospital que Remus.

Isso não era grande coisa para eles - James e Sirius trataram isso como qualquer outra tarde; a
cama do hospital como apenas uma extensão do dormitório. Mas para Remus, era tudo - era um
tempo que, de outra forma, seria gasto estando ansioso e sozinho. Era a coisa mais próxima de uma
família que ele poderia imaginar.

McGonagall veio e os expulsou, eventualmente, pronta para levar Remus para a cabana. Ele foi
pacificamente, com um sorriso suave nos lábios e risadas ainda ecoando em seus ouvidos. A poção
analgésica da Madame Pomfrey não teve efeito - mas Remus achou a transformação um pouco
mais tolerável mesmo assim.

***

James e Sirius chegaram logo na manhã seguinte. Remus estava cochilando em sua cama, tendo
sido trazido de volta ao castelo ao amanhecer. Seu rosto doía, e ele sabia que não era mais por
causa da maldição. Madame Pomfrey havia deixado um espelho de mão na mesinha de cabeceira,
com o vidro virado para baixo, mas ele estava cansado demais para olhar ainda. Ele foi acordado
por um arquejo ofegante que veio de James ou Sirius, ele não tinha certeza de quem. Quando ele
abriu os olhos, os dois reorganizaram suas expressões em uma alegria estóica.

"Tudo bem cara?" James disse, com um meio sorriso, como você faria ao se referir a uma criança.

"Tudo bem." Remus resmungou, se erguendo. Devia ser ruim. Ele ergueu o espelho pesado e o
virou na direção de seu rosto. Ah.

O corte já parecia meio curado, graças aos cuidados de Pomfrey, mas ainda era um choque. A
casca era dura e negra, com bordas de pele vermelha e macia. Estendia-se do canto interno de um
olho, passando pela ponte do nariz diagonalmente para baixo em direção ao centro da bochecha
oposta. Ele não conseguia se lembrar de muito, mas parecia que ele quase havia partido seu rosto
em dois.

"Meu lindo rosto", disse ele, fracamente, numa tentativa de sarcasmo, mas se sentindo terrível.
Agora todos saberiam. Até agora, ele tinha sido capaz de esconder as piores cicatrizes sob suas
vestes, mas sabia que era apenas uma questão de tempo até que sua sorte se esgotasse a esse
respeito.

"Não é tão ruim", disse James, rapidamente, "Vai curar muito rápido, aposto ..."

"Como ..." Sirius começou, mas foi interrompido pela Madame Pomfrey, que veio brigando.

"Vocês dois novamente!" Eles recuaram, bruscamente, como se tivessem medo dela, mostrando o
respeito que nunca tiveram por McGonagall. A enfermeira puxou a cortina ao redor da cama de
Remus, fechando-a na cara deles. "Ah, você deu uma olhada, não é?" Ela se dirigiu a Remus agora,
em um tom muito mais suave, "Eu sei que parece ruim, mas ficará pálida como as outras. Deve
ficar quase imperceptível no ano novo.”

Remus de alguma forma não acreditou nela - até mesmo suas cicatrizes mais desbotadas ainda
eram muito visíveis. Ela deu uma olhada mais de perto, depois passou uma pomada transparente
sobre o corte,

“Leve isso com você”, ela instruiu, entregando-lhe o frasco, “Aplique todas as manhãs e noites.
Ainda dói? "

Ele balançou sua cabeça. Ela estalou a língua com ceticismo, “Bem, mesmo assim. Pode coçar um
pouco durante a cura. Talvez possamos tentar cortar suas unhas no próximo mês? Embora eu
suponho que as garras cresçam de qualquer maneira. " Ela suspirou, parecendo frustrada, "Seu
rosto ainda deve ter ficado irritado, mesmo depois de diminuir o inchaço."

"Tá tudo bem," Remus deu de ombros. Ele estava bem ciente de seus amigos do outro lado da
cortina e queria que ela fosse embora. "Posso ir agora? Eu me sinto bem."

"Você não prefere dormir um pouco mais?"

"Não." Ele balançou a cabeça com veemência, "Estou com fome - quero descer para o café da
manhã." Ele sabia que isso funcionaria; ela estava sempre tentando fazer com que ele comesse
mais.

“Bem ... ok. Se vista e pode ir.”

Sirius ficou muito quieto durante o café da manhã, deixando a conversa para James e Remus - algo
que nenhum dos dois tinha muita prática por conta própria. Depois de alimentados, eles subiram
para fazer as malas porque Sirius e Remus haviam deixado para o último minuto. James, frustrado
com a falta de preparação deles, marchou até o escritório de McGonagall para ver se tudo estava
pronto para sua jornada.

Remus guardou algumas coisas - ele não tinha nenhum presente para os outros, e fez todos eles
prometerem não lhe dar nada também. Não era justo. A Diretora havia enviado um pequeno
pacote, e era isso. Ele jogou algumas roupas - os outros provavelmente usavam robes em casa, mas
os únicos robes que Remus possuía eram o uniforme escolar (e ele não tinha certeza se realmente o
possuía, ou se era apenas emprestado), então ele apenas pegou roupas trouxas.
Empacotado, Remus se virou para encontrar Sirius parado bem atrás dele, parecendo ainda pior do
que no dia anterior.

"O que foi?" Remus perguntou, assustado.

"É minha culpa." Sirius respondeu, sua voz estranhamente monótona, "Eu ouvi Pomfrey dizer."

"Ãhn?"

"Seu rosto ... eu amaldiçoei, então quando você se trasformou você o arranhou ..."

"Oh." Remus levou os dedos ao rosto, constrangido. Sirius desviou o olhar. "Não é realmente sua
culpa", disse Remus, sem jeito, "Quer dizer, eu arranho todos os outros lugares também. Estava
prestes a acontecer eventualmente.”

"Por que você faz isso?"

Sirius tinha perguntado isso antes, ao olhar para suas velhas cicatrizes. Desta vez, Remus percebeu
que ele realmente entendia o que estava perguntando. Mas Remus ainda não tinha uma resposta.

"Não sei. Não me lembro.”

"Você não se lembra de nada?"

“Na verdade, não. Eu sei que estou sempre com fome – como se estivesse faminto a vida toda. E
com raiva.”

"Do que?"

Remus balançou a cabeça,

"De tudo, não sei, é só raiva."

"Eu sinto muito, Remus." Sirius parecia triste novamente. Remus não aguentou,

"Oh, cale a boca." Ele disse, meio brincando: "Você não pensaria duas vezes antes de amaldiçoar
James ou Peter."

"Sim, mas você é ..."

"Não diga isso." Ele temia que isso fosse acontecer, "Por favor, não me trate como se eu fosse
doente, ou diferente, ou o que seja. É uma noite por mês. Se eu te socar, você tem todo o direito de
me amaldiçoar, ok? "

Sirius parecia querer rir.

"Você está dizendo que está planeja me socar de novo?"

Remus jogou uma meia nele.

"Se você não resolver esses malditos berradores, talvez."

***
Viajar de pó de flu não era nada comparado a sentir sua própria coluna esticar a cada mês, e Remus
não entendia o motivo de tanta preocupação. Ele foi o segundo a sair da lareira na sala dos Potter,
depois de James. Limpando a fuligem de seus ombros, ele rapidamente pulou do tapete da lareira
para dar lugar a Sirius, e observou James ser puxado para um abraço caloroso por seus pais.

O Sr. e a Sra. Potter eram um pouco mais velhos do que Remus havia imaginado, mas ambos
tinham rostos gentis e alegres que compartilhavam características familiares com o filho. O cabelo
do Sr. Potter era branco como a neve, mas espetado em todos os ângulos exatamente como o de
James. A Sra. Potter tinha seu sorriso cativante e olhos castanhos calorosos. Os dois abraçaram
Sirius também, enquanto Remus se encolheu, sentindo-se terrivelmente deslocado.

Finalmente, a Sra. Potter voltou seu sorriso ensolarado para ele. Felizmente ela não fez menção de
abraçá-lo também, talvez percebendo que ele estava desconfortável. Ela simplesmente acenou com
a cabeça para ele suavemente,

"Olá, Remus, nós ouvimos muito sobre você, estou tão feliz que você está passando o Natal com a
gente."

Remus sorriu timidamente, mas não conseguiu falar. Não importava; por que James e Sirius
estavam falando por seis pessoas com Sr. Potter, que também parecia um colega da escola, com os
olhos brilhando de diversão e travessura.

A sala de estar - Remus supôs que fosse uma sala de estar, já que haviam três sofás nela - era a
maior em que ele já havia estado, com janelas largas e altas que deixavam entrar a suave luz do sol
de inverno que se acumulava no piso de madeira polida. Uma gigantesca árvore de Natal estava em
um canto, brilhando com pó de prata e rodeada por uma montanha de presentes embrulhados em
cores vivas.

Correntes de papel e serpentinas estavam penduradas no teto, e até mesmo os retratos mágicos
estavam decorado com molduras com pisca-piscas. Enquanto eles eram conduzidos pela casa
(“Pelo amor de Deus, Fleamont, deixe os meninos guardarem suas coisas antes de começar a
planejar seja lá o que for que eu sei que você está planejando”), Remus descobriu que todos os
cômodos, até mesmo os corredores, eram decorados com luzes, serpentinas, ouropel e centenas e
centenas de cartões festivos. Os Potter devem ser bruxos muito populares, de fato. Eles certamente
eram ricos - a ampla escadaria de mogno continuava por mais três lances de escada.

O quarto de James era grande o suficiente para todos os três - maior do que o dormitório em
Hogwarts, com uma cama king-size com dossel, mas Remus ficou surpreso ao descobrir que havia
quatro quartos igualmente grandes que estavam desocupados. Sirius já havia reivindicado o que
estava ao lado de James, então Remus colocou sua bolsa no terceiro cômodo, imaginando como
seria dormir sozinho pela primeira vez.

"Vamos, rapazes!" O Sr. Potter gritou escada acima com uma voz estrondosa: "Nevou a tarde toda
e eu os trénos estão prontos!"
Capítulo 30: Segundo ano: Natal com os Potters
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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!Neste capítulo há interações que podem ser consideradas abusivas entre Sirius e sua
mãe!

Remus achava que nada poderia ser melhor do que o Natal em Hogwarts, o que era (bem
literalmente) mágico. O Natal na casa dos Potter, no entanto, foi uma experiência totalmente
diferente que parecia ficar cada vez ficar melhor.

Primeiro, desceram de tréno pelas encostas nevadas do jardim dos fundos - embora com mais de
quinhentos acres, ninguém pudesse realmente chamar aquilo de jardim. Peter, que morava mais
abaixo na aldeia principal, veio se juntar a eles assim que soube que haviam chegado, e eles
tiveram uma tarde extremamente barulhenta e violenta descendo pelas encostas e tendo guerras
complexas com bola de neve como munição. Até o Sr. Potter se juntou; jovial para sua idade e com
a vantagem considerável de poder usar magia.

A Sra. Potter chamou todos para o almoço e fez com que trocassem as roupas gélidas e molhadas.
Eles se sentaram perto da lareira, comendo bolos quentes e pão tostados com uma manteiga
amarela abastada. À tarde, eles queriam sair novamente, mas o Sr. Potter tinha ido se deitar e a Sra.
Potter não queria que eles saíssem tão perto do anoitecer. Em vez disso, eles a ajudaram a decorar
um enorme bolo de Natal com glacê branco e pequenas estatuetas mágicas, depois embrulharam
presentes para os vizinhos e os elfos domésticos.

"Nós nunca damos nada para o elfo doméstico," Sirius disse com naturalidade, seus dedos
irremediavelmente presos em algum feitiço-fita, "Veja bem, Kreacher é um mal humorado; Duvido
que ele queira alguma coisa.”

"Eles aceitam presentes, desde que seja algo comestível, eu acho," a Sra. Potter respondeu,
sorrindo, "Nade de roupas, é claro, isso só os chateia."

"Diga à mamãe o que sua família faz com os elfos domésticos, Sirius," James sorriu, prendendo
ainda mais as mãos do amigo. Sirius riu, levemente,

"Empalha suas cabeças." Ele disse: “Assim que eles estiverem mortos. Pelo menos, eu acho que
esperamos até que eles morram ... Kreacher é o único elfo doméstico de que me lembro. "

"Meu Deus", disse a Sra. Potter, "eu pensei que a essa tradição havia morrido."

"Não com os Blacks," Sirius suspirou. Remus percebeu que ele estava pensando no noivado
novamente.

"Você está fazendo um ótimo trabalho, Remus," observou a Sra. Potter, olhando para o livro que
ele estava embrulhando para a Sra. Pettigrew. “Ao contrário de alguns meninos travessos que eu
poderia mencionar ...” ela lançou um olhar severo para seu filho e seu melhor amigo, agora
tentando prender suas mãos no tampo da mesa.

Remus sorriu para ela, educadamente, sentindo o corte recente em seu rosto puxar sua pele. Ele
ainda não tinha realmente dito nada para nenhum dos pais de James. Sempre foi dito para ser visto
e não ouvido perto de pessoas mais velhas - e ele nunca tinha estado na casa de um amigo antes.
Sirius, ao contrário, estava completamente à vontade, Remus nunca o tinha visto tão feliz. Ele
adorava a Sra. Potter como se ela fosse sua própria mãe - se ele gostasse de sua própria mãe, é
claro.

Remus bocejou, mais amplamente do que pretendia, tentando esconder a boca atrás das mãos,
abaixando a cabeça envergonhado. Ele havia dormido apenas algumas horas naquela manhã após a
lua, e uma tarde de manobras de bola de neve o deixou exausto.

"É melhor você ir para a cama, querido", disse a Sra. Potter, ignorando o fato de que eram apenas
três horas da tarde. Remus se perguntou se James havia contado a seus pais sobre ele - eles
deveriam saber, McGonagall não teria o deixado vir de outra forma.

"Oh, você está bem, não é, Lupin?" Sirius persuadiu: "Peter vai voltar daqui a pouco, podemos sair
de novo."

Remus piscou para ele, então olhou para James pedindo ajuda.

“Deixe ele, Sirius,” a Sra. Potter repreendeu, “O pobre garoto não está se aguentando em pé.
Vamos, querido, pode ir. "

Grato, Remus se levantou da mesa da cozinha e foi para a cama. Enquanto ele vestia seu pijama,
não pode deixar de dar mais uma olhada no espelho, agora que ele estava devidamente sozinho.
Talvez fosse por causa do frio, mas a cicatriz parecia pior do que naquela manhã, o contraste mais
forte com sua pele pálida. Seu rosto sempre o surpreenderia, agora? Sempre que tivesse um
vislumbre de si mesmo em algum espelho ou superfície brilhante, pularia? As outras pessoas
teriam medo dele?

Houve uma leve batida na porta, assim que Remus estava prestes a colocar a pomada que Madame
Pomfrey havia dado a ele. Era Sirius, Remus sentiu seu cheiro antes mesmo dele bater.

"Tudo bem?" O garoto moreno se esgueirou para dentro, falando baixinho. Ele segurava uma taça
de estanho na mão. "A mãe de James enviou isso para você. É uma poção curativa, eu acho."

"Oh, obrigado." Remus acenou com a cabeça cansado. Sirius a colocou na mesa de cabeceira.

"Você está bem?"

"Sim. Só cansado, cara. "

"Nós fomos ... sabe, muito intensos ou algo assim?"

"Não!" Remus disse, com muita firmeza, provavelmente soando mais irritado do que pretendia.
"Não tem nada a ver com vocês dois, é apenas o fato de que eu fiquei acordado a noite toda
uivando para a maldita lua e tentando arrancar meu próprio rosto. Estou cansado."

Remus teve que se sentar, o esforço da explosão o deixou tonto.

"Desculpa." Sirius disse, ainda mais baixinho. Foi a segunda vez que ele se desculpou naquele dia,
e Remus odiava ouvir isso. "Vou te deixar sozinho." Ele fechou a porta.
Remus não podia se dar o luxo de se preocupar com ferir os sentimentos de Sirius no momento. Ele
espalhou um pouco da pomada e cheirou a taça que a Sra. Potter havia lhe dado. Ele reconheceu
como algo que já tomara em Hogwarts, que provocaria um sono instantâneo. Indo para a cama, ele
o bebeu rapidamente e fechou os olhos.

***

Os dias restantes antes do Natal passaram rapidamente, e Remus experienciou uma vida em família
pela primeira vez. O Sr. e a Sra. Potter tinham que ser os pais perfeitos - eles eram gentis e seguros,
sempre sorridentes e divertidos. Remus não sabia que os adultos podiam ser assim. Ele não sabia
que as pessoas podiam crescer assim. Estava mais claro do que nunca porque James era do jeito
que era - tão cheio de amor e uma confiança inquestionável, enquanto Remus era cheio de raiva.
Era óbvio também porque Sirius se sentia tão atraído pela família. Ele tinha uma sede insaciável de
amor e os Potter tinham um suprimento infinito.

Os quatro garotos vagaram na neve por todo o campo ao redor da propriedade, embrulhados em
seus cachecóis, gorros e luvas da Grifinória. À noite, eles jogavam cartas, ajudavam a Sra. Potter a
preparar o jantar e ouviam o Sr. Potter contar histórias de fantasmas ao redor da lareira. Eles
fizeram tortas de carne picada e correntes de papel, construíram bruxos de neve e iglus, e dormiam
tão profundamente em suas camas à noite que nem mesmo um berrador poderia tê-los acordado.

Infelizmente, não durou muito. Embora os Black tenham parado de enviar berradores, eles não
haviam esquecido seu filho rebelde e tentaram uma nova tática na véspera de Natal, com
consequências devastadoras para os marotos.

Eles estavam bebendo cerveja amanteigada quente e sentados no tapete da lareira. James e Sirius
estavam jogando gobstones, muito alto, e o Sr. Potter estava ensinando Remus a jogar xadrez. O
senhor ficou horrorizado ao descobrir que o menino não sabia como, e Remus ficou surpreso ao
descobrir que estava realmente gostando do jogo. A sala inteira estava confortável e segura, as
cortinas pesadas bloqueando o frio e a escuridão da rua, as luzes das árvores cintilando suavemente
e o fogo estalando e crepitando ao lado. O relógio tinha acabado de bater nove horas, e a Sra. Potter
fez questão de mandá-los todos para a cama, quando houve um * CRACK * alto do lado de fora da
janela.

O Sr. e a Sra. Potter trocaram um olhar rápido e as orelhas de Remus se eriçaram como as de um
cachorro. O cheiro de magia permeava o ar, como torrada queimada. Algo escuro e desagradável.
Houve uma batida firme e oca na porta.

O Sr. e a Sra. Potter trocaram um olhar rápido e as orelhas de Remus se eriçaram como as de um
cachorro. O cheiro de magia gasta permeava o ar, como torrada queimada. Era algo sombrio e
desagradável. Escutou-se uma batida firme e oca na porta.

"Não estávamos esperando ninguém, estávamos Effie?" O Sr. Potter franziu a testa ligeiramente
para sua esposa. Ela sacudiu a cabeça, e os dois ouviram.

O elfo doméstico dos Potter’s, Gully, saiu correndo em direção à porta da frente para atender.
Vozes empoladas soaram do corredor, e Gully entrou apressado.

"Oh, Sr. Potter, Sr. Potter, ela veio buscar o jovem mestre Black, ela está me dizendo que é a mãe
dele! Eu lhe disse para esperar lá por você." O elfo estava torcendo as mãos ansiosamente,
claramente muito confuso com a virada dos acontecimentos.

Sirius e James se entreolharam. O rosto de Sirius estava branco - parecia que ele iria vomitar.

"Ela não iria ..." Ele sussurrou.

O Sr. Potter já estava de pé e fora da porta. Havia vozes altas no corredor agora - Remus
reconheceu dos berradores o tom cortante da Sra. Black.

"Sirius," a Sra. Potter disse gentilmente, "Seus pais lhe deram permissão para nos visitar, querido?"
Ele olhou para o chão. Ela estalou a língua. "Oh, querido." Ela disse, soando muito triste.

"Não o faça ir, mãe!" James se levantou, "Ele os odeia!"

"Eles são os pais dele, James."

"Sirius!" O Sr. Potter chamou do corredor.

Sirius se levantou, James também. Remus não queria, ele queria ficar perto do fogo, onde todos
estavam tão felizes momentos antes. Mas a Sra. Potter também se levantou, e esta foi uma das
vezes em que os marotos deveriam se apresentar como uma frente unida, não importava o quão
assustadora a mãe de Sirius fosse.

Todos eles saíram para o corredor. Remus tinha visto a Sra. Black uma vez antes, a primeira vez
que ele embarcou no Expresso de Hogwarts. Naquela época, ele simplesmente pensou que ela
parecia muito severa e que se parecia com o Sirius. Ela ainda parecia severa - seu cabelo estava
penteado para trás e puxado para cima em um coque alto que se enrolava como uma serpente no
topo de sua cabeça, preso com um alfinete de esmeralda. Seus olhos eram escuros, não tão azuis
quanto os de Sirius, mas ela tinha a mesma estrutura óssea da família Black e aparência superior.
Ela era mais baixa do que o Sr. Potter, mas ainda conseguia encará-lo como se ele fosse sujeira em
sua bota. Seu olhar se aguçou quando James e Remus aparecerem.

"Sirius." Ela disse, friamente, estreitando os olhos para o filho mais velho. "Você virá comigo
imediatamente. Kreacher!" Ela estalou os dedos e um velho elfo doméstico de aparência enrugada
emergiu de trás de suas vestes. "Suba e busque as coisas do mestre Black." O elfo doméstico
curvou-se profundamente, beijando as pontas prateadas das botas pontudas da Sra. Black e
correndo escada acima.

"Boa noite, Walburga", disse a Sra. Potter, agradavelmente, como se não houvesse tensão alguma,
"Posso te oferecer uma bebida? Estávamos prestes a comer as tortas de carne moída, não é,
meninos?"

A Sra. Black a ignorou, olhando diretamente para Sirius,

"Coloque sua capa. Estamos saindo agora."

"Mas mãe, eu-"

"Não se atreva a falar comigo." Ela sibilou, os olhos brilhando.

Remus queria fugir; ela era mil vezes pior do que a Diretora. Ela era pior do que Bellatrix e Snape
e todas as pessoas desagradáveis que ele conheceu. A ideia de deixar Sirius ir com ela fez seu
estômago se revirar. O Sr. e a Sra. Potter pareciam estar sofrendo da mesma coisa,

"Walburga, por que não deixá-lo ficar?" A Sra. Potter tentou, "Eu sei que ele tem sido um pouco
levado, mas não houve mal nenhum. Podemos ficar com ele para o almoço e mandá-lo de volta
antes do jantar amanhã. Todos estão se divertindo muito juntos."

A Sra. Black soltou uma risada curta e crepitante, como se a diversão do filho fosse a menor de
suas preocupações. Ela virou-se para James, seu olhar passando por sua bagunça de cabelo, então
para Remus, olhando fixamente sua nova cicatriz. Remus olhou para seus pés, apavorado. Ela
saberia. Ela saberia imediatamente.

Kreacher desceu correndo as escadas, seguido por Gully que parecia muito ofendida. O malão de
Sirius pairou atrás de ambos, aparentemente embalado e pronto para ir. Walburga virou,

"Venha, Sirius."

"Não." Ele disse baixinho, mas com muita firmeza. Remus queria lhe mandar para calar a boca, ele
não conseguia ver em quantos problemas estava?! Mas Sirius estava cerrando os punhos, olhando
para sua mãe, "Eu quero ficar aqui, com os Potter. Você não pode me obri-"

"SILENCIO!" Walpurga se virou, apontando sua varinha para Sirius. Ele parou de falar
imediatamente - embora não voluntariamente. Abriu e fechou a boca algumas vezes, e nada saiu.
Ela havia roubado sua voz.

"Walburga, sinceramente!" O Sr. Potter engasgou, enquanto a Sra. Potter soltou um pequeno grito e
se ajoelhou ao lado de Sirius, envolvendo os braços em volta dele protetoramente. "Ele é apenas
um menino!"

"Ele é meu filho." Walburga ronronou, olhando ferozmente para a Sra. Potter, "E ele é o herdeiro
da mais nobre família da Grã-Bretanha. Ele aprenderá seu lugar. Venha, Sirius."

Sirius parecia completamente derrotado, sua boca uma linha reta de resignação. Ele abraçou a Sra.
Potter de volta, então se afastou. Ele deu a James e Remus um pequeno aceno, antes de seguir sua
mãe para fora da porta.

Os quatro ficaram em silêncio depois que a porta da frente bateu. Remus se perguntou se James se
sentia tão envergonhado quanto ele - deveriam ter defendido o amigo de alguma forma? O que
aconteceria com ele agora? O Sr. Potter parecia furioso.

"Usando um feitiço silenciador em seu próprio filho! Em um bruxo menor de idade! É moralmente
repreensível!"

"Ela faz pior do que isso." James disse baixinho. Remus acenou com a cabeça, concordando,
sentindo como se alguém tivesse tomado seu próprio poder de fala.

"Teremos que tornar a casa impossível de localizar, Fleamont", disse a Sra. Potter, de repente,
"Fazer com que não possamos ser encontrados - você disse que estava considerando isso, após a
última eleição. Eu não quero aquela mulher na minha casa nunca mais. "

O Sr. Potter assentiu sombriamente.

"Vou cuidar disso no ano novo. Alastor Moody me deve um favor."

"Hora de dormir, meninos." Sra. Potter disse, sua voz trêmula. "Tentem não se preocupar muito."
Ela abraçou James com força, beijando-o em cada bochecha. Remus tentou se esquivar dela, mas
ela o agarrou também, puxando-o para um abraço apertado. Ela cheirava a laranja e cravo.

***

"Psst. Remus."

Remus tinha acabado de escovar os dentes e estava caminhando pelo corredor para seu quarto,
quando James colocou a cabeça para fora e o conduziu para seu próprio quarto. Eles se ajoelharam
na cama juntos. James retirou uma nota do bolso do pijama, "Regulus enviou isto,"

"O que está dizendo?" Remus perguntou rapidamente, antes que James pudesse dar a ele para ler.

"Oh, um, diz 'Sirius está em casa, não tente entrar em contato.'"

"Isso é tudo?"

"Isso é tudo." James acenou com a cabeça, severamente.

"Legal da parte de Regulus," Remus comentou, olhando para a nota que foi obviamente rabiscada
com muita pressa. "Achei que eles se odiavam."

"Sim, bem, mas eles ainda são irmãos, não são?" James respondeu, encolhendo os ombros, "Laços
de família e tudo mais."

"Você acha que ele vai ficar bem?"

"Eu não sei." James mordeu o lábio. "Eu nem cheguei a dar meu presente. Ele me disse que nunca
ganha nada de natal dos pais, apenas relíquias de família e essas coisas."

"Eu fui grosso com ele esses dias." Remus suspirou tristemente, "Sobre ... sabe, meu probleminha
peludo."

James riu,

"Não se preocupe com isso. Vocês dois estão sempre discutindo sobre alguma coisa. É apenas
algo da personalidade de vocês."

"Oh. Você acha?" Remus ficou um pouco irritado com aquela observação - Sirius se irritava com
Peter com muito mais frequência, definitivamente. James sorriu,

"Eu te disse, não se preocupe com isso. Black adora uma discussão."

A manhã de Natal foi contida, embora os Potter estivessem ansiosos para torná-la alegre, mesmo
que apenas para Remus. Ele ficou constrangido ao encontrar uma meia protuberante ao pé da cama
quando acordou e resolveu corrigir isso no próximo ano de alguma forma.

Havia as meias e cuecas habituais da Diretora, além de uma lata de biscoitos amanteigados. Alguns
sapos de chocolate de Peter e um grande livro de encantos avançados de Sirius. James também
comprou um livro para ele - Cartografia de Conjuradores: um guia para a cartografia mágica. O
Sr. e a Sra. Potter, entretanto, foram ao infinito e além. Debaixo da árvore ele encontrou mais
doces, logros, um lindo conjunto de penas - que ele tentou devolver ("nós demos o mesmo para
James e Sirius, querido, não seja bobo") e pijamas novos em folha.

A família estendida dos Potter começou a chegar para o almoço de Natal por volta do meio-dia,
assim como os Pettigrew, que trouxeram com eles a irmã mais velha de Peter, Philomena, e seu
namorado trouxa que ela conhecera na universidade. Remus foi apresentado a todos como um
amigo de James, e geralmente ignorado, exceto por um bruxo baixo e ancião que já estava alegre e
com o nariz vermelho de todas as bebidas que Gully estava oferecendo.

"Lupin, você disse? Não é o filho de Lyall Lupin?"

Remus ficou boquiaberto, incapaz de responder. Ele só tinha ouvido o nome de seu pai em voz alta
uma ou duas vezes.

"Hum ... sim." Ele disse, finalmente, corando muito.

"Ele está aqui?!" O bruxo sorriu, olhando em volta, "Excelente homem, não o vejo há anos."

"Er ... ele está morto." Remus respondeu, com um encolher de ombros apologético.

"Que pena!" O bruxo gritou, derramando um pouco de sua bebida, "Ótimo duelista; me ensinou
tudo que sei sobre demônios. Seu temperamento tendia a colocá-lo em apuros - eu disse a ele para
não mexer com aquele sujeito Greyback - lobisomens malditos, deveriam exterminar o tipo deles! "

Remus piscou. James olhou para ele com curiosidade. Felizmente, o Sr. Potter interveio,

"Darius? Tome aqui outra bebida, deixe os jovens com seus jogos, hein?"

Remus engoliu em seco e voltou para o torneio de gobstones como se nada tivesse acontecido.
Capítulo 31: Segundo ano: Sirius retorna
Chapter Summary

Esse capítulo é meio baixo astral, então se estiver se tendo um dia ruim, leia em outro
momento :)

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 6 de janeiro de 1973

Peter, James e Remus chegaram prontamente a King’s Cross para retornar a Hogwarts no sábado
antes do início do período letivo. Todos eles olharam ao redor em busca do quarto maroto, mas
Sirius não estava lá - e nem Regulus. Quando o trem saiu da plataforma, James foi em busca de
alguém para perguntar. Ele voltou com as mãos sobre o nariz, onde um grande furúnculo estava
começando a se formar.

"Narcissa disse que não é da minha conta." Ele explicou, sentando-se dramaticamente.

"Talvez eles estejam usando a rede de flu", supôs Peter, "talvez a mãe dele não confiasse nele para
pegar o trem conosco."

"Talvez." James olhou pela janela, esfregando o nariz dolorido. Remus nunca o tinha visto tão
infeliz. James sentia a falta de Sirius mais do que qualquer um deles, e estava muito animado com a
perspectiva de vê-lo assim que chegassem a Londres. Remus e Peter tentaram ao máximo animá-lo,
mas era como se ele tivesse perdido o braço direito.

Antes de partir, o Sr. e a Sra. Potter disseram que veriam o que poderiam fazer para que Remus
ficasse com eles durante o verão também, e ele os agradeceu profundamente. Mas sabia que não
era provável, então não alimentou muitas esperanças. Em vez disso, ele apenas tentou ser grato por
voltar à escola por mais alguns meses com seus amigos. Com a maioria deles, pelo menos.

Sirius não estava no jantar naquela noite, nem apareceu quando eles estavam se preparando para
dormir. James e Remus trouxeram seus presentes de Natal para ele, e os empilharam em cima de
seu travesseiro, ainda embrulhados em papel brilhante e fita. Três dos pacotes eram de Andromeda,
e Remus sabia que eram álbuns. Sirius pediu tudo e qualquer coisa de David Bowie.

Domingo, 7 de janeiro de 1973


Na manhã de domingo, a cama ainda estava vazia e os três marotos sentaram-se tentando se distrair
com o dever de casa. Remus havia terminado o seu e aproveitou a oportunidade para começar os
seus livros de Natal, agora que ele poderia invocar seu feitiço de leitura mais uma vez. James
começou a andar pela sala, e foi perguntar a McGonagall onde Sirius estava (ela não sabia) e até
tentou Narcissa uma segunda vez (ela o amaldiçoou novamente). Finalmente, ele saiu para dar
algumas voltas no campo de quadribol com sua vassoura.

Peter foi também, com uma caixa de biscoitos para mordiscar enquanto observava. Remus ficou
dentro da torre onde estava quente; lendo, ou pelo menos fingindo. Agora que estava finalmente
sozinho, começou a pensar sobre as coisas que o amigo do Sr. Potter, Darius, disse sobre seu pai,
revirando a nova informação em sua mente como uma moeda. Seu pai era bom em duelar - ele já
tinha ouvido isso antes. Lyall Lupin obviamente tinha um temperamento também - essa era uma
nova descoberta, e uma coisa estranha de se saber, depois de tanto tempo sem realmente saber de
nada. Pela primeira vez, Remus considerou que seus ataques de raiva podem não ter nada a ver
com sua condição. E quem era Greyback? O nome sozinho o fez se sentir quente e desconfortável.
Ele desejava mais do que tudo que James e Peter não estivessem estado lá para ouvir tudo.

"O que diabos ele está fazendo?!" Uma voz guinchou por cima do ombro de Remus. Era Lily
Evans. Ela estava bebendo uma xícara de chá, assistindo da janela James em sua vassoura.

“Liberando energia nervosa,” Remus deu de ombros, sem se virar para olhar para ela. A luz do dia
deixaria seu rosto em nítido e sua cicatriz - embora não mais vermelha e aparente - ainda era muito
perceptível.

“James Potter, nervoso?!” Lily zombou: "Eu não tinha ideia que ele era capaz de emoções tão
complexas."

"Ei" Remus objetou, ainda olhando pela janela, "Não foi um natal bom para ele, ok?"

"Ok, ok, desculpe, eu sei que ele é seu amigo." Ela sempre dizia isso logo depois de insultar um dos
marotos. "Como foi seu natal?"

“Ótimo, obrigado. E o seu?"

"Brilhante", ele podia ouvir o sorriso em sua voz, "mamãe e papai finalmente me deixaram ter uma
coruja."

“Ah legal!”

“E você?”

“Ganhei alguns livros.”

"Do seu ... hum, das pessoas com quem você vive?"

Ele finalmente olhou para ela, ainda mais irritado. Por que ela simplesmente não se perdia por aí?

"Não, dos meus amigos."

"Oh ... claro, sim." Lily estava conscientemente olhando para longe, para o espaço logo à esquerda
da cabeça de Remus. Ele suspirou pesadamente, todos iriam ver de qualquer maneira. Pelo menos
Lily era educada o suficiente para não fazer perguntas rudes.

Remus subiu as escadas de volta para o dormitório, fechou as cortinas da cama e se acomodou com
Cartografia do Conjurador. Os outros eventualmente subiram também, falando baixo, pensando
que ele estava dormindo. O exercício não fez nada para acalmar James, Remus podia ouvir seu
batimento cardíaco acelerado e sentir o cheiro enjoativo de ansiedade.

Cerca de uma hora após as luzes terem se apagado a porta se abriu novamente.

Sirius havia retornado - não havia como confundir seus passos familiares. Remus sentiu uma onda
de alívio passar por ele, um nó em seu estômago que ele não percebeu que estava lá havia
começado a se desenrolar. James e Peter continuaram dormindo enquanto Sirius tentava manter
seus movimentos quietos, entrando no quarto e indo até sua cama, subindo rapidamente e fechando
as cortinas. Remus ficou parado, ouvindo Sirius deitado imóvel também. Havia algo diferente em
sua respiração. Eventualmente, a curiosidade levou a melhor sobre ele e ele saiu da cama.

Não querendo se intrometer, Remus caminhou tão perto das cortinas de Sirius quanto ousou e
sussurrou,

"Sirius?"

"James?" Ele respondeu, ansiosamente.

"Remus."

"Ah ..." houve um momento de silêncio constrangedor. “… Eu só quero dormir, Lupin. A gente
fala amanhã, ok?”

"Ok." Remus voltou para sua cama e fechou os olhos, não se sentindo menos preocupado.

***

Segunda-feira, 8 de janeiro de 1973

Na manhã seguinte, Sirius já havia partido antes que qualquer um deles acordasse. Seus presentes,
ainda fechados, foram empurrados para o final da cama. Seu báu havia chegado em algum
momento e sua vassoura estava de volta na prateleira. James reservou um lugar para ele no café da
manhã, mas ele nunca apareceu, e eles não o viram até a primeira aula.

"Ele não perderia McGonagall", disse James com confiança, enquanto se dirigiam para a sala de
aula, "Ele adora Transfiguração."

Quando eles entraram na sala, no entanto, todos ficaram em choque. Havia outro garoto sentado no
lugar de Sirius. Ele era pequeno e curvado, pálido, com traços afiados e grandes olhos azuis. Seu
cabelo estava cortado perto do couro cabeludo da mesma forma que a Diretora raspava a cabeça de
Remus todo verão. Mas parecia mais escuro que o de Remus.

"Quem é aquele?!" Peter sussurrou, um pouco alto demais. O menino se virou para olhar para eles.

"Sirius!" James ficou boquiaberto.


Sirius corou ligeiramente e olhou para frente como se nunca os tivesse visto. James deslizou para o
assento ao lado dele,

"O que aconteceu? Onde você esteve? O que ela fez com você?!”

Sirius balançou a cabeça,

“Mais tarde,” ele murmurou.

A sala de aula estava cheia agora, e todos pareciam estar cochichando nas costas deles. Remus não
podia culpá-los - ele também não conseguia parar de olhar. Não era apenas a falta de cabelo -
embora isso fosse incrivelmente desconcertante; Sirius simplesmente não era Sirius sem o cabelo -
ele também tinha sombras escuras sob os olhos e não havia um traço de humor em seus lábios.

"Tudo bem, acalme-se, por favor!" McGonagall entrou na sala. Ela olhou para Sirius. Seus olhos se
arregalaram por um milissegundo quando ela o reconheceu, mas ela não disse nada, se dirigindo à
classe; “Seus exames de fim de ano começam em três meses, vamos ver quem está prestando
atenção...”

McGonagall não chamou Sirius nenhuma vez para responder a uma pergunta, embora geralmente
essa fosse a única maneira de fazê-lo prestar atenção. Nem incomodou nenhum dos outros marotos,
que passaram a aula inteira lançando olhares preocupados para o amigo. Quando a aula de
Transfiguração terminou, eles empacotaram suas coisas e seguiram Sirius apressadamente para
fora da porta.

"O que aconteceu?!" James perguntou, tentando acompanhar o passo rápido de Black.

"Eu disse mais tarde," Sirius respondeu, "Espere até o intervalo, ok?"

"Mas você - o que ela ...?"

"Estou bem."

A próxima lição, História da Magia, foi uma agonia. James estava fora de si e até recorreu a passar
bilhetes para Sirius - que os ignorou firmemente. Ele sentou-se rígido, as costas eretas, os olhos na
lousa. Pela primeira vez em dois anos, Remus o viu realmente lendo seu texto de história na aula.
Algo estava muito errado, de fato.

Eles não conseguiam sair da aula de História rápido o suficiente - James agarrou o braço de Sirius e
praticamente marchou com ele para fora em direção do pátio mais próximo, onde eles expulsaram
um grupo de garotas do primeiro ano que estavam fazendo bananeiras contra a parede, saias
enfiadas em suas calcinhas. Estava muito frio, embora ainda não houvesse nevado, o céu estava
branco como o papel e uma tempestade se aproximava. Uma vez que a barra estava limpa, James
olhou para Sirius, olhos cheios de sentimento, rugas profundas em sua testa.

"O que aconteceu?!"

Sirius suspirou pesadamente.

"O que parece?" Ele gesticulou para sua cabeça. Remus teve a sensação peculiar de que nenhum
deles se importava que ele e Peter estivessem ali - que isso era entre os dois, como suas conversas
noturnas.

“Sua mãe fez isso?”


"Bem, eu não fiz isso sozinho, fiz ?!" Ele retrucou, com raiva. James não reagiu, apenas continuou
olhando para o amigo. Esse era o segredo de James, Remus percebeu, de repente, ele sempre era
paciente e nunca levava nada para o lado pessoal. De que outra forma você poderia ser o melhor
amigo de alguém como Sirius Black? Sirius agora estava remexendo em sua bolsa e tirou seu
chapéu vermelho da Grifinória, que até então nunca tinha sido usado. Ele apertou sobre a cabeça
raspada, "Frio maldito." Ele murmurou: "Não sei como você lida com isso, Lupin."

Remus deu de ombros e sorriu, satisfeito por ser reconhecido. Sirius se apoiou pesadamente na
parede, olhando para os pés.

"Eles me deixaram voltar", disse ele, baixinho, "Quase não deixaram - um movimento errado e eles
prometeram me mandar para Durmstrang."

James e Peter engasgaram, Remus fez uma nota mental para perguntar sobre isso mais tarde. Sirius
continuou.

"Não recuperei minha voz até a ceia de Natal. Tive que fazer meu papel de herdeiro; todos estavam
lá, todos os vinte e oito sagrados - exceto os Weasley, obviamente. Lucius Malfoy realmente me
odeia agora, mas ele teve que ser muito legal comigo e com Reg - panaca nojento. Acabei usando
minha gravata da Grifinória até que mamãe percebeu e sumiu com ela. Então eu ... eu hum ... posso
ter detonado algumas bombas de bosta durante o quarto prato...”

Peter, Remus e James estremeceram, todos juntos.

"É por isso ... o cabelo ...?" James perguntou novamente, hesitante. Sirius olhou para cima.

"Ela disse que vendo que as punições usuais não estavam surtindo efeito, ela tentaria algo diferente
... Tentei fazer com que Pomfrey crescesse de volta para mim, mas a velha cadela disse que ali não
era um salão de beleza. Pensou que eu mesmo tivesse feito isso por acidente ou algo assim. "

“Você poderia dizer a ela –“Remus começou, sentindo a necessidade de defender a enfermeira.
Sirius balançou a cabeça,

"Não vale a pena."

"Regulus?" James perguntou de repente: “Ele também voltou? Ele nos enviou uma mensagem para
avisar que você chegou em casa, mas depois não ouvimos mais nada. ”

Sirius acenou com a cabeça,

"Éh, ele está de volta. Ainda com seu cabelo, obviamente. Papai montou uma chave de portal para
Hogsmeade. Ele ainda é ... sabe, um chato e tudo, mas ... ele também não escolheu ser um Black.
Ele simplesmente joga o jogo deles melhor do que eu.” Ele olhou para além de todos eles, seus
olhos arregalados e desesperados. Remus sentiu uma dor terrível no peito. "Eu só queria..." disse
Sirius. Mas não deu tempo. O sinal tocou e eles tiveram que voltar às suas aulas.
Capítulo 32: Segundo ano: Grifinória vs. Sonserina
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Todos na escola sabiam sobre o novo visual dramático de Sirius ao final do primeiro dia. James e
Peter começaram a andar um de cada lado dele pelos corredores, como guarda-costas, lançando
olhares para qualquer um que ousasse rir ou sussurrar enquanto passavam.

"Não tá tão ruim," James o assegurou, observando Sirius se encarar no espelho. Eles estavam se
escondendo no banheiro feminino vazio do segundo andar durante o almoço para evitar mais
olhares.

James estava mentindo, Remus pensou consigo mesmo, e Sirius provavelmente sabia disso. Estava
bem ruim - ele parecia muito menor. Sem o cabelo escuro emoldurando seu rosto, seus olhos se
destacavam mais do que nunca, fazendo-o parecer mais jovem e ansioso. As maçãs do rosto
salientes e as sobrancelhas pontiagudas se destacavam demais, dando a ele uma aparência meio
esquelética. Não era de se admirar que todos estivessem olhando - na verdade, quase ninguém
olhou para o rosto recém-cicatrizado de Remus por causa da distração. Mesmo assim, Remus
pensou, taciturno – cabelo cresce.

Sirius esfregou a cabeça, ainda observando seu reflexo. Peter riu nervosamente,

"Você se parece com o Lupin."

James acenou com a cabeça, os olhos disparando entre os dois.

"É, você parece um pouco."

Sirius olhou para Remus e, pela primeira vez desde a véspera de Natal, Remus o viu sorrir. Aquele
sorriso típico de Sirius Black - nada poderia estragar isso.

"Ah sim, acho que estou vendo," disse Sirius, ainda esfregando a cabeça. Ele estendeu a mão e
puxou Remus para a moldura do espelho, de modo que eles ficassem lado a lado, olhando um para
o outro. "Nós poderíamos ser irmãos."

Remus riu também, apesar de tudo.

O irmão verdadeiro de Sirius estava esperando do lado de fora da sala comunal da Grifinória mais
tarde naquela noite. Ele estava sentado no chão com os joelhos dobrados, olhando para o nada. Seu
cabelo ainda era longo o suficiente para tocar seus ombros. Seu amigo, Barty Crouch, estava
encostado na parede oposta, parecendo entediado. Ele havia feito um avião de papel e o levitava
preguiçosamente para cima e para baixo no corredor com sua varinha. Crouch e Regulus eram tão
inseparáveis quanto James e Sirius; Barty tinha cabelos louros e era magricela, mais maldoso que
Snape - Remus já o reconhecia apenas por sua risada cruel.
Regulus levantou-se suavemente enquanto os marotos se aproximavam. Remus procurou sua
varinha dentro do bolso, apenas para garantir.

"Aí está você." O menino mais novo disse, um tremor de nervosismo em seu tom geralmente
arrogante. Seus olhos continuavam se voltando para James. O avião de papel de Barty começou a
circundar todos eles.

"O que você quer?" Sirius perguntou.

“Só quis ver se você... como você está.”

"Igual a noite passada." Sirius encolheu os ombros.

"Eu não te vi no jantar."

"Não estava no jantar." Sirius respondeu, sem ajuda-lo. Eles haviam enviado Peter à cozinha para
pegar alguns sanduíches e sentaram em uma das alcovas escondidas de Remus para comer. Remus
estava gostando bastante deste jogo - evitar o resto dos alunos, até mesmo os da Grifinória.
Normalmente James e Sirius fariam tudo em seu alcance para serem notados, já Remus preferia
ficar nas sombras.

"Posso falar com você?" Regulus se dirigiu a seu irmão mais velho.

Sirius abriu os braços, como se estivesse dando a palavra a Regulus. Regulus revirou os olhos,
irritado. Ele não tinha exatamente a mesma boca de Sirius, Remus notou. Ele tinha uma mandíbula
mais fraca, lábios menores. “Quero dizer, sozinho,” ele disse, lançando olhares para James, Peter e
Remus.

"Não." Sirius disse simplesmente. Regulus suspirou. Ele claramente conhecia Sirius muito bem
para tentar argumentar.

O avião de papel de Barty Crouch começou a girar mais rápido sobre suas cabeças. Peter estava
observando o progresso nervosamente.

"Certo." Regulus disse, cruzando os braços. "Eu só queria que você soubesse que a mãe e o pai
pediram a mim e a Narcissa para te observar. E informar a eles."

Sirius fez um barulho de nojo. Regulus continuou, sem desviar o olhar, "E não vamos. Nós dois
vamos ficar fora disso, ok?"

"Muito nobre da sua parte." Sirius respondeu. James sorriu. Regulus revirou os olhos novamente.

"O que eu quero dizer é que não sou seu inimigo , idiota. Nem Narcissa. Você pode fazer o que
quiser, isso é entre você e nossos pais."

“Ótimo.”

“Ótimo.”

Os dois irmãos continuaram se encarando. Se fosse James, ele teria aberto um sorriso, dado um
tapa no ombro de Sirius e tudo seria esquecido. Mas Regulus era claramente tão teimoso e cabeça
dura quanto Sirius, e não sabia quando terminar uma briga.

"Ow!" Peter soltou um grito como um cachorrinho machucado, agachando-se de repente. Barty
Crouch obviamente ficou entediado com o drama familiar e decidiu atacar o menor dos marotos
com seu avião de papel. Crouch ria maldosamente enquanto o avião recuava e se preparava para
seu segundo ataque. James puxou sua própria varinha,

"Incendio." Ele disse preguiçosamente, sacudindo o pulso na direção de Crouch. O avião, com as
asas agora acesas com o fogo, voou na direção do garoto do primeiro ano com uma velocidade
assustadora. Crouch soltou um grito de angústia, cobrindo o rosto com os braços enquanto o
projétil em chamas voava direto para ele - apenas para sumir no ar, desintegrando-se em uma pilha
de cinzas a centímetros do nariz de Crouch.

"Vamos embora." Regulus murmurou para seu amigo, que estava pálido e olhava para James com
cautela. Os dois se dirigiram às masmorras. "Narcissa disse para te desejar boa sorte no sábado,
Potter." Regulus falou por cima do ombro quando eles dobraram uma esquina.

James o ignorou, seguindo Sirius pelo buraco do retrato. Uma vez que todos estavam na sala
comunal Remus perguntou,

“O que há sábado?”

“Jogo de quadribol. Grifinória versus Sonserina.” James respondeu prontamente.

Ah. Remus não era bom em acompanhar o calendário de quadribol - ele só ia aos jogos da
Grifinória, e o último caíra no dia seguinte à lua cheia, então ele tinha perdido este de qualquer
maneira. Ele tendia a se desligar quando os outros começavam a falar sobre táticas e tabelas de
classificação, enterrando o nariz mais fundo em seu livro.

"Espero que você acabe com eles, cara." Sirius rosnou, jogando-se na poltrona mais próxima.

"Esse é o plano." James disse, jovialmente, sentando-se no braço da cadeira. "Desde que Narcissa
não pegue o pomo muito cedo - e Marlene é a melhor batedora que já tivemos em anos, então--"

James parou, percebendo o que disse. Ele olhou para Sirius. Sirius gemeu e se levantou.

"Estou indo para a cama." Ele disse.

***

Sábado, 13 de janeiro de 1973

Tinha nevado a noite toda. Se Hogwarts fosse uma escola normal, Remus pensou consigo mesmo,
mal-humorado, eles teriam cancelado a partida idiota. Mas não; em vez disso, a sala comunal da
Grifinória zumbia em excitação, com conversas sobre como essas eram 'condições perfeitas de
vôo'. Peter e Remus passaram metade da manhã tentando lançar feitiços de aquecimento
duradouros no uniforme de James. Sirius havia realizado um de seus atos de desaparecimento
matinal e não estava em lugar algum.

Adil Deshmakh, o capitão do time da Grifinória, fez o time comer junto no café da manhã, ao invés
de com seus amigos. Todos ficaram sentados lá, pálidos e cansados, comendo tigelas de mingau e
frutas (por ordem de Deshmakh). James era o único de bom humor - embora eles não tivessem
feito o feitiço de aquecimento funcionar.

"Onde está Sirius?" Lily bocejou, enquanto se sentava ao lado de Remus, mordendo uma fatia de
torrada com muita manteiga.

"Não sei," Remus bocejou de volta, segurando sua xícara de chá quente como se sua vida
dependesse disso.

"Emburrado em algum lugar, provavelmente." Peter disse, amargamente. Remus deu a ele um
olhar penetrante. "O que?!" O garoto loiro franziu a testa, indignado. "Ele me chama de chorão o
tempo todo."

"Ele vai vir." Remus disse, ignorando Peter. "Ele quer ver a gente destruir os Sonserinos."

Até Lily sorriu com isso - apesar de seus apelos habituais para a união entre as casas, hoje ela
estava vestida de vermelho e dourado da cabeça aos pés, assim como todo mundo. Depois do café
da manhã, eles saíram juntos para o campo de quadribol. A parte da Grifinória no campo estava
enfeitada com bandeiras e fitas vermelhas e douradas, além de quatro grandes faixas exibindo o
leão dourado da casa. Felizmente, alguém havia limpado a neve dos bancos.

Lily e Peter queriam os melhores lugares no topo das arquibancadas, e Remus já estava tremendo,
apesar de usar dois suéteres sob a capa.

"Com frio, Remus?" Lily olhou para ele, enquanto ele tentava soprar ar quente nas mãos
enluvadas.

"Só um pouco." Ele respondeu, sarcasticamente, muito mal-humorado para pensar em ser educado.

"Aqui," Lily puxou a varinha e agarrou os pulsos dele, apontando para as palmas das mãos;
"Calidum Vestimenta."

Imediatamente, um calor delicioso se espalhou por suas mãos, até as pontas dos dedos congelados.

"Como você fez isso?!" Ele perguntou: "Temos tentado a manhã toda!"

"Acho a chave está na anunciação." Lily encolheu os ombros. Ela rapidamente aplicou o mesmo
feitiço na capa de Remus e depois na de Peter.

Após isso ter sido feito, as duas equipes de quadribol já estavam se reunindo no campo, que fora
limpo o suficiente para que eles pudessem fazer o caminho de seus vestiários, pelo menos. Eles
estavam em duas fileiras organizadas - uma escarlate, uma esmeralda. Remus conseguiu distinguir
claramente alguns dos jogadores - o inconfundível cabelo preto de James, o rabo de cavalo louro-
claro de Marlene. Ele também viu Narcissa Black, no time adversário; alta e esguia, seu cabelo
platinado entrelaçado em duas tranças elegantes que desciam por suas costas.

Ainda nada de Sirius.

"Obviamente," Peter estava tagarelando para Lily, "Não precisamos vencer este jogo na verdade,
só precisamos manter nossos pontos altos - contanto que terminemos com pelo menos seis gols,
então permaneceremos no topo da liga. Black é uma apanhadora brilhante, mas os Sonserinos em
geral são bem ruins. Especialmente quando você olha para James, ele é como ter três artilheiros em
um. "
Lily estava balançando a cabeça educadamente - as pessoas raramente ouviam Peter quando se
tratava de esportes. Remus certamente não ouvia. Ele havia tentado ler o exemplar amarrotado de
Quadribol através dos Séculos de Sirius, mas nada nele poderia ajudá-lo a entender o ridículo
sistema de pontos.

Madame Hooch soprou seu apito abaixo deles, e os jogadores montaram em suas vassouras,
agachando-se prontos para o pontapé inicial.

Ainda nada de Sirius.

Remus esticou o pescoço, olhando ao redor das arquibancadas - mas mesmo com sua excelente
visão, ele não conseguiu localizar seu amigo em lugar nenhum. Certamente Peter não estava certo -
ele não poderia estar emburrado em algum canto? Pensara que ele havia superado sua rejeição do
time de quadribol - ele esteve em todas as partidas daquele ano para torcer por James. Só porque
essa partida em particular era contra a Sonserina ...

Madame Hooch soprou seu apito novamente e soltou o pomo. Os jogadores dispararam para o alto
como balas de canhão vermelhas e verdes.

Ainda sem Sirius.

Peter e Lily estavam de pé torcendo com todos os outros, então Remus se levantou também e
tentou parecer envolvido no jogo. James tomou posse da goles segundos após estar no ar, e
conseguiu atravessa-la no aro em menos de um minuto. A multidão vermelha explodiu em triunfo,
mas foram rapidamente ofuscadas por um barulho ensurdecedor, como um trovão.

"Rrrrrroooooaaaaar!"

"O que é que foi isso?!" Lily olhou em volta com os olhos arregalados, junto com todos os outros.
Até os jogadores em campo pareciam assustados. Remus olhou para cima e viu que os leões nos
estandartes da Grifinória acima deles pareciam ter ganhado vida, e agora estavam rondando para
frente e para trás pelo material vermelho, rosnando e balançando a cabeça inquietamente.

"Isso é normal?" Ele perguntou, apontando. Lily e Peter balançaram a cabeça, sem palavras,
enquanto os enormes leões rugiam acima deles.

Remus sorriu de repente. Ele reconhecia aquela magia; brincalhona e um pouco assustadora.
"Veja!" Ele apontou novamente.

Na parte inferior das arquibancadas, mais próximo do solo, um jovem grifinório em vestes
vermelhas brilhantes também estava andando para frente e para trás, acenando sua varinha como a
batuta de um condutor. Sem dúvida, era Sirius - quem mais tinha aquele andar confiante até
demais? - mas ele não estava mais careca e, em vez disso, usava uma enorme peruca dourada,
como a juba de um leão. Remus achou que podia até ver um rabo de ouro arrastando-se atrás de
suas vestes.

Assim que todos o viram, a multidão riu - até mesmo a Corvinal e a Lufa-Lufa. Mas Sonserina não
o fez - a porção verde da multidão meramente observou a demonstração extravagante do orgulho
da casa.

James claramente não estava distraído pelos novos mascotes, mas sim encorajado por eles - o que
deve ter sido a intenção de Sirius. Ele marcou pelo menos mais três gols - resultando em mais três
rugidos ensurdecedores - enquanto os sonserinos lutavam para se recuperar da surpresa.

"Nós somos Grifinória!" Sirius estava cantando, sua voz magicamente amplificada,
"Poderosa, Poderosa Grifinória!" A multidão gritou de volta.

Depois que se acostumou com todo o barulho, Remus começou a se divertir com um jogo de
quadribol pela primeira vez. James era como um borrão vermelho no campo, disparando de um
lado para o outro; os outros artilheiros também eram muito bons, acompanhando suas formações e
passes complicados. Marlene, com o bastão na mão, estava fazendo um trabalho incrível não
apenas protegendo os artilheiros e o apanhador, mas mirando os balaços no outro time - em
Narcissa, particularmente.

Narcissa Black, no entanto, estava em sua própria liga. Ela tinha um estilo de voo elegante e suave
que Remus reconheceu das tentativas de Sirius ensiná-lo a voar formalmente. Ela era rápida e
estava em constante movimento, como a água. O apanhador da Grifinória estava seguindo seus
movimentos, esperando que ela o levasse até o pomo, mas ela continuou se esquivando e fazendo
curvas falsas para confundi-lo; duas vezes o enviando diretamente para o caminho de um balaço.
Ela não era vistosa como James - era eficiente e implacável.

A Grifinória tinha cem pontos de vantagem quando Narcissa finalmente viu o pomo - Remus
percebeu o momento em que ela o avistou. Sua postura mudou; ela não desviou o olhar nem uma
vez. Ela pairou por alguns momentos, olhando para trás para ver onde o apanhador da Grifinória
estava. Ele hesitou, sem saber o que ela estava planejando.

Naquele exato momento, Maisy Jackson, um dos artilheiros da Grifinória, marcou outro gol,
elevando o placar da Grifinória para 130 contra 20 da Sonserina. Os Grifinórios enlouqueceram, e
Sirius acenou com sua varinha ainda mais entusiasmado. Os leões não apenas rugiram desta vez,
mas saltaram através dos estandartes, para o ar do inverno, onde se tornaram estranhas sombras
douradas caminhando através do campo. O apanhador da Grifinória mergulhou para se esquivar
deles, claramente apavorado, embora eles tenham desaparecido logo acima de sua cabeça.

"Não, seu idiota!" A voz de Sirius ecoou sobre os aplausos.

Era tarde demais - Narcissa aproveitou a distração de seu oponente e pegou o pomo. Ela voou
acima da multidão, segurando-o no ar triunfantemente. A multidão da Sonserina finalmente
explodiu em aplausos, enviando faíscas verdes e prateadas, comemorando;

"Black, Black, Black!"

Claro, isso foi muito confuso, já que os grifinórios também cantavam.

"Black, Black, Black!" Enquanto Sirius fazia suas reverências diante da multidão. James desceu
para pousar ao lado dele e bagunçou a juba ridícula de seu amigo, enquanto a multidão agora
gritava, "Pot-ter! Pot-ter! Pot-ter!"

"Ah, bem," Peter sorriu para Remus, "Nós perdemos, mas ainda estamos empatados com a
Corvinal na tabela de classificação - ainda estamos indo para a final!"

Remus não poderia se importar menos.

Em seguida, eles entraram em campo para parabenizar sua equipe - Remus e Peter deram um soco
em Sirius de brincadeira.

"Você nunca nos contou!"

"Nós poderíamos ter ajudado!"

Sirius apenas sorriu e jogou seu glorioso cabelo dourado.


"Sirius!" Uma voz fina e fria rompeu a multidão. Todos eles se viraram. Narcissa estava
caminhando em direção a eles, ainda em suas vestes esmeraldas esvoaçantes, uma medalha de
prata brilhante pendurada em seu pescoço que fez Remus se encolher atrás de Peter. Sirius se
levantou para encará-la. Ela deu a ele um sorriso inesperado, "Tire essa peruca obscena." Ela disse
bruscamente.

Ele obedeceu, esfregando a cabeça nua, constrangido. Narcissa puxou sua varinha com um
movimento rápido e bateu em sua cabeça, "Crescere."

Os marotos e a multidão da Grifinória ao redor deles engasgaram. O cabelo de Sirius começou a


crescer, como água negra caindo de sua cabeça, até que estava de volta ao comprimento normal.

"Mas que-?!" Sirius agarrou sua cabeça. Narcissa sorriu, mostrando fileiras de dentes perolados,

"Isso é por sua ajuda em garantir a vitória da Sonserina." Com isso, ela se virou, as tranças
prateadas girando e disparou em direção ao seu próprio time.

James puxou as madeixas recém-restauradas de Sirius.

"Eu nunca vou entender sua família maluca, cara."


Capítulo 33: Segundo ano: Descobertas
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Após do jogo Grifinória x Sonserina, parecia que o tempo estava se acelerando para Remus. Parte
disso foi devido ao equilíbrio ter sido restaurado no dormitório. James era mais uma vez o herói, a
rebeldia de Sirius estava de volta em plena forma, Peter não estava mais pisando em ovos em torno
de nenhum deles e Remus não tinha paz ou silêncio - embora dificilmente pudesse reclamar disso.

Como se estivessem tentando recuperar o tempo perdido, James e Sirius passaram as últimas
semanas de inverno com um entusiasmo renovado para travessuras e brincadeiras. Ficavam metade
do tempo sob a capa da invisibilidade, lançando feitiços em alunos desavisados nos corredores,
invadindo a cozinha e causando transtornos no Salão Principal. Pelo menos três ou quatro noites
por semana, eles saíram com o mapa de Remus para mapear o castelo - embora na maioria das
vezes eles apenas voltavam com os braços cheios de doces da Dedos de mel. Peter sempre tentava
ir junto, mas Remus precisava de todo o sono que pudesse conseguir.

As luas cheias de janeiro e fevereiro não foram boas. Não foram tão ruins quanto a lua de
dezembro, que o deixara obviamente assustado, mas também não seriam nada agradáveis. Madame
Pomfrey foi implacável em sua busca para encontrar uma solução - em janeiro ela tentou remover
as unhas dele ('apenas temporariamente, você entende, você as terá de volta pela manhã'), mas
isso não impediu que suas garras crescessem uma vez que a transformação tomou conta dele.
Remus ficou um pouco aliviado com isso, já que ela tinha planos de remover seus dentes em
seguida.

Em fevereiro, ela tentou prender seus braços e pernas com algemas mágicas para impedi-lo de se
machucar. Ela se desculpou intensamente por essas medidas – pedindo perdão ainda mais quando
voltou pela manhã e descobriu que ele havia deslocado os dois ombros, se libertando das algemas.
Ele estava cansado demais para se importar muito.

Apesar de se envolver em menos pegadinhas do que no ano anterior, Remus escolheu se lançar aos
estudos. Secretamente, Remus esperava tirar vantagem da determinação de Sirius e James de não se
concentrar nos trabalhos escolares. Ele queria chegar em primeiro em História da Magia
novamente e sabia que tinha uma boa chance - não apenas isso; suas notas estavam ficando cada
vez melhores em Transfiguração, Herbologia e Astrologia também, e ele pelo menos tinha a
chance de estar entre os três primeiros.

Feitiços e Poções ainda pertenciam a Lily Evans, mas ele queria diminuir a distância entre eles o
máximo possível. Como tal, ele finalmente superou seu medo da biblioteca e passou quase todas as
horas livres que tinha lá, completando tarefas e revisando a matéria. Sua leitura havia melhorado
um pouco - ele ainda era lento se não usasse o feitiço, mas descobriu que sua prática constante o
ajudava a reconhecer as letras muito mais rápido do que antes.
Lily também estava frequentemente na biblioteca, e depois de alguns dias acenando educadamente
um para o outro das mesas, Lily juntou suas coisas e veio se sentar ao lado dele. Eles se davam
muito bem juntos, lendo baixinho ou questionando-se sobre vários assuntos.

Inevitavelmente, Lily foi a segunda pessoa depois de Sirius a descobrir o segredo de Remus.

"Porque você faz isso?" Ela perguntou, olhando para ele com curiosidade.

"Fazer o que?"

“Cada vez que você abre um novo livro, você coloca a mão nele e coça a cabeça com a varinha.”

"Não, não faço isso." Remus abaixou sua varinha, culpado.

"Sim, você faz." Lily disse, calmamente, um pequeno sorriso brincando em seus lábios, “Você
murmurou algo também. Foi um feitiço? "

"Hum."

“Ah, vá em frente, me diga - tem algo a ver com os livros? É assim que você descobre tudo mais
rápido do que eu?!”

Remus ficou tão satisfeito com o elogio que baixou a guarda pela primeira vez.

"Promete que não vai contar a ninguém?"

"Prometo."

“É para me ajudar a ler. Eu não sei ... eu não posso ... hum ... bem, eu acho mais difícil do que todo
mundo. Ler da maneira normal.”

"Uau! Como funciona?!" Seus olhos se arregalaram, como sempre acontecia quando ela estava
animada com alguma coisa. Remus ficou surpreso - ela não parecia nem um pouco interessada em
saber que ele não conseguia ler normalmente.

“Assim,” ele mostrou a ela. Ela o copiou, mas parecia desapontada.

“Não funcionou.”

“É muito difícil de fazer.” Ele explicou: “Levei séculos para acertar”.

“Onde você descobriu sobre isso? Isso é muito, muito avançado!”

"Não fui eu – foi Sirius. Eu não acho que tem escrito em qualquer lugar, é como se ele tivesse
misturado alguns feitiços diferentes. Provavelmente esse é o motivo dele ainda ser um pouco
imperfeito. "

"Mesmo?!" Se os olhos de Lily se arregalassem mais, eles correm o risco de cair da cabeça dela.
“Eu sabia que ele era mais esperto do que finge ser nas aulas! Ah, aquele idiota! Mostre-me de
novo!"

Assim como com Lily, Remus acabou se juntando as amigas dela também, Mary e Marlene. No
começo ele não tinha certeza sobre esse arranjo - geralmente tentava evitar as outras garotas em seu
ano puramente por instinto. Além disso, Mary e Marlene geralmente eram encontrados rindo no
fundo da classe ou suspirando sobre alguma celebridade bruxa na sala comunal. No entanto, ele
ficou agradavelmente surpreso ao descobrir que as duas garotas levavam seus estudos tão a sério
quanto ele - e, na verdade, seu interesse por estrelas pop bruxos não era muito diferente da
obsessão de Sirius e James por seus times favoritos de quadribol.

Mary era particularmente alguém agradável de se conversar - ela era nascida trouxa e morava no
sul de Londres; o sotaque dela fez Remus se sentir estranhamente em casa. Ela era despretensiosa,
tinha um sorriso largo e uma risada alta e contagiante. Marlene era um pouco mais quieta, mas
histericamente engraçada e capaz de imitar quase qualquer pessoa na escola - incluindo os
professores. Sua imitação de McGonagall era espetacular; Remus realmente chorou de tanto rir.

As três garotas foram excepcionalmente gentis com Remus, e ele sabia que isso era principalmente
porque pensavam que ele estava doente. Ele não se importou, porque estava aprendendo muitas
coisas interessantes com elas. Por exemplo o fato que, Mary sabia um feitiço capaz de encobrir
manchas na pele - o que não fazia suas cicatrizes desaparecerem completamente, mas as reduzia
visivelmente. Ele nunca tinha pensado em procurar uma solução em uma revista de beleza.

Elas o apresentaram a várias outras coisas femininas - Mary tinha uma queda por Sirius e Marlene
por James. Remus achou que elas estavam completamente loucas e se perguntou se continuariam se
sentindo da mesma maneira se elas tivessem que dividir o banheiro com Potter e Black.

Em troca, Remus as ajudou com História da Magia, já que ele era aparentemente o único aluno em
toda a escola que realmente achava o Professor Binns interessante. Marlene era excelente em
Astronomia e mostrou a ele como traçar suas constelações usando alguns inteligentes dispositivos
mnemônicos.

"Você é tão legal, Remus," Mary disse uma noite, em seu jeito brusco de sempre, enquanto
voltavam para a sala comunal juntos, "Marlene e Lily tinham medo de você no primeiro ano."

"O que?!" Remus quase deixou seus livros caírem de surpresa.

"Mary, não seja tão rude!" Marlene sibilou.

"Você era muito agressivo", explicou Lily, "E James começou a dizer a todos que você era
realmente forte e que fazia parte de uma gangue."

Remus quase roncou de tanto rir.

Quando eles entraram na sala comunal, ele rapidamente avistou Sirius, James e Peter amontoados
em um canto, esparramados sobre um livro muito grande e grosso. Marlene e Mary explodiram em
gargalhadas quando eles as viram e correram escada acima. Lily compartilhou um olhar de
cumplicidade com Remus antes de segui-las.

Os marotos ergueram os olhos quando o amigo se aproximou, e Peter cobriu - de maneira nada
sutil - o livro que estavam lendo com algumas folhas de pergaminho.

"Tudo bem, rapazes?" Remus disse, esticando o pescoço, "O que estão fazendo?"

"Nada!" James disse, com entusiasmo "Onde você esteve?"

"Na biblioteca," Sirius afirmou, antes que Remus pudesse abrir a boca, "Com seu fã-clube."

Remus sorriu.

"Cai fora, Black, eu sei quando você está com ciúmes." Ele optou por não contar aos amigos que
Marlene e Mary gostavam deles. Seus egos podiam não ser capazes de lidar com muito mais
inflação. De qualquer forma, ele não queria mudar de assunto, "Sério, o que vocês estão
escondendo aí?"

Todos os três se entreolharam com culpa e Remus sentiu uma pontada de dor. Todos eles estavam
tramando algo sem ele - ele deveria saber. Ele supôs que era justo - ele se recusou a participar de
qualquer pegadinha por tanto tempo, que agora eles não iriam querer incluí-lo em mais nada.

"Seu aniversário!" Peter explodiu de repente. "Está chegando."

"Sim," Remus coçou a cabeça e disse: "Na próxima semana."

“Estamos planejando uma surpresa!” Peter disse, sorrindo amplamente, claramente muito satisfeito
consigo mesmo. Remus não perdeu o olhar de aborrecimento de James e soube imediatamente que
Peter estava mentindo. Tudo bem. Se eles não quisessem contar a ele, não precisavam.

"Ah, certo", ele engoliu em seco, forçando um sorriso, "Bem, é melhor vocês não estarem
planejando me envergonhar como no ano passado."

"Ah não, nunca!" Sirius sorriu, levantando-se, juntando o livro contra o peito, título ainda
escondido, "Somos o tipo de amigos que gostariam de envergonhar você, Lupin?"

"Sim, vocês são." Remus acenou com a cabeça, lentamente, estreitando os olhos, “Sem cantar. Sem
grandes festas. Nada que vá— “

"Te colocar em problemas, nós sabemos", concluiu James, levantando-se também. “Ei, por que não
convidamos suas novas amigas, hein? É bom nos misturarmos com o sexo oposto, você não acha?"

"Certo," Sirius sacudiu o cabelo dele, "É mais como se você quisesse uma chance de ficar a sós
com Evans."

"Como você ousa." James respondeu, as bochechas ligeiramente mais rosadas do que o normal.

***

“Então, se você não faz parte de uma gangue”, refletiu Mary, alguns dias depois. Eles estavam
verificando os deveres de Herbologia um do outro e Mary era a leitora mais rápida, então ela já
havia terminado. "Onde você conseguiu todos os cortes e hematomas?"

"Coelho de estimação," Remus respondeu, ainda lendo o ensaio de Marlene, "ele tem um
temperamento horrível."

Lily sorriu para ele.

"Ah é? Achei que você morasse em um abrigo?”

"Eu moro." Ele disse, friamente: "Somos permitidos animais de estimação." Isso até que era
verdade - tiveram peixes dourados por um tempo, até que o tanque foi derrubado por um dos
meninos mais velhos em um ataque de fúria.

"Ah, em uma casa de crianças?" Mary olhou para cima, "Você também é nascido trouxa?"

"Não", disse Marlene prontamente, "'Lupin' é um nome bruxo - seu pai?" Ela olhou para ele
esperando sua confirmação. Ele acenou com a cabeça, inquieto.
"Sim, como você sabia?"

“Eu vi o nome em um troféu.”

"Um ... troféu?"

"Sim. Não consigo me lembrar do que era, acho que foi fora da sala comunal da Corvinal. "

"Ah, certo." Ele nunca tinha sequer olhado para qualquer um dos troféus, exceto para os da Copa
de Quadribol, que James parava para deslumbrar pelo menos uma vez por semana. Ele foi
repentinamente tomado por uma vontade irreprimível de correr até o corredor da Corvinal e largar
a redação que estava lendo.

Lily estava olhando para ele.

“Vá, Remus,” ela disse suavemente, pegando o pergaminho dele. As outras duas garotas também
estavam olhando para ele, com certa pena. Elas concordaram. Ele praticamente saltou.

Ele não tinha certeza o que exatamente esperava. Ele mal conseguiu ler por alguns momentos;
estava tão sem fôlego por subir correndo três lances de escada. A prateleira era de mogno e vidro,
regularmente polida por Filch - ou pelos elfos domésticos, ele supôs. Estava repleta de troféus e
prêmios por uma centena de realizações diferentes. Feiticeiro Campeão de Xadrez, Vencedor do
Torneio Tribruxo, Finalista do Jogo de Fazer a Melhor Bola Chiclete de Droobles.

E ali estava. Uma enorme estatueta dourada retratando um mago levantando sua varinha em uma
postura de aparência meio boba, como se estivesse sacando uma bola de tênis. Lyall Lupin,
campeão de duelos de Hogwarts, 1946.

Ele ficou olhando para por um longo tempo, lendo e relendo. Ele tentou pensar logicamente. Isso
apenas confirmou coisas que ele já sabia. Seu pai era da Corvinal - McGonagall havia dito isso a
ele em seu primeiro ano. Ele era bom em duelos - excepcionalmente bom, aparentemente. Tanto
Slughorn quanto o bêbado Darius haviam lhe contado isso. Realmente, tudo o que isso fez foi
confirmar que seu pai tinha estudado em Hogwarts - ele havia pertencido a Hogwarts.
Provavelmente tocou naquele mesmo troféu. Remus pressionou os dedos contra o vidro como se
pudesse quebrá-lo e agarrá-lo.

Chapter End Notes

Um dispositivo mnemônico é uma frase, rima ou imagem que pode ser usada como
ferramenta de memória. Esses dispositivos podem ser usados por alunos de todas as
idades e todos os níveis de estudo.
Capitulo 34: Segundo ano: Treze
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 10 de março de 1973

Os marotos não poderiam ter ficado mais felizes ao descobrir que o aniversário de Remus cairia em
um sábado naquele ano. Isso, de acordo com a opinião deles, aumentaria as possibilidades para
todo tipo de emoção que simplesmente não seria possível em um dia de semana.

À medida que o dia se aproximava, Remus tentou ignorar as provocações e dicas descaradas sobre
o que o esperava. Ele não se preocupava com o que eles fariam, confiava neles o suficiente - os
meninos podiam ser considerados idiotas, mas até agora nunca haviam feito dele o alvo da piada.
James tinha recebido pacotes estranhos e amassados, embalados em papel pardo na semana passada
e Remus apenas esperava que eles não fossem presentes - ele nunca seria capaz de retribuir o favor.

Remus pensava muito sobre ter treze anos - especificamente sobre ser um bruxo de treze anos com
um probleminha peludo como o dele. A descoberta do armário de troféus da Corvinal havia
causado coisas muito estranhas no diálogo interno de Remus. Ele sempre achou que tinha uma boa
ideia de quem era - um garoto criado em uma casa de apoio, pobre, um pouco magricela, irritado,
cheio de cicatrizes, burro quando se tratava de coisas escolares, mas inteligente o suficiente quando
importava. A vinda para Hogwarts trouxe algumas mudanças, é claro - talvez ele tão fosse tão
burro, mesmo que ainda tivesse certeza de todo o resto.

Seu pai era muito inteligente. Afinal, ele fora da Corvinal. O chapéu seletor também havia
considerado colocar Remus lá, mas mudou de ideia. Isso não significou muito para ele na época,
mas agora ele se perguntava e pensava sobre isso a todo momento. E se ele tivesse sido
selecionado para a corvinal? Ele saberia mais sobre seu pai a essa altura? Saberia mais sobre quem
ele era?

E se seu pai não tivesse se matado? E se ele nunca tivesse sido mordido? ‘E se’ era um jogo
perigoso.

Ao adormecer na noite anterior ao seu aniversário, Remus se viu em um sonho que não tinha há
muito tempo.

Ele está deitado em uma cama em um pequeno quarto azul claro. É verão e a janela está aberta;
as cortinas ondulando. A janela é enorme - grande o suficiente para um homem adulto passar.
Remus é muito pequeno e está muito assustado.

Há alguém no quarto e ele vai machucá-lo. É um monstro - sua mãe prometeu que eles não eram
reais, mas ah! Ah, ela é uma mentirosa, uma mentirosa horrível, porque há um monstro, e ele está
cruzando a sala agora; está vindo em sua direção e vai comê-lo!
"Quem tem medo do lobo mau?"

Ele fecha os olhos e se esconde sob as cobertas e treme e soluça.

Então ... então não há nada - nada sólido, nada real. Ele está com dor, há tanto sangue e tantas
lágrimas e muito barulho. Ele só quer dormir. Outro homem paira sobre ele, alto, magro e
preocupado.

"Papai."

“LUMOS MAXIMA!”

Remus acordou com um sobressalto, quase gritando. O quarto do dormitório se encheu de luz
brilhante e não natural, que ultrapassava as cortinas de sua cama, fazendo-o apertar os olhos. Ele só
teve tempo de enxugar as lágrimas do rosto antes de Sirius e James abrirem as cortinas pesadas,
entoando.

“Feliz aniversário, Lupin!”

"Ainda está escuro, seus idiotas." Ele apertou os olhos, os esfregou e sentou-se. Tentou fazer seu
coração parar de bater tão forte.

"É precisamente meia-noite e um" disse Sirius, "e, portanto, oficialmente seu décimo terceiro
aniversário."

“Onde está o Pete?” Remus saiu da cama, colocando os pés no chão no quarto. Os meninos o
haviam decorado aleatoriamente com fitas - que ele tinha certeza que geralmente enfeitavam o
campo de quadribol nos dias de jogos - e cortinas de luzes que sobraram do Natal.

“Em uma missão.” James disse, os olhos brilhando. "Vamos, levanta e se veste."

"Onde estamos indo?"

"Lugar nenhum," Sirius respondeu, despreocupado, "Mas você vai querer estar adequadamente
vestido para quando seus convidados chegarem."

"Meus convidados?!"

"Claro," Sirius sorriu, "Nós tentamos manter a comemoração apenas para os marotos, mas muitas
pessoas queriam celebrar com você, sabe."

Remus não sabia dizer se Sirius estava sendo sarcástico, então ele optou por não responder. Em vez
disso, vestiu uma calça jeans e uma camiseta de manga comprida que parecia limpa o suficiente.
Quando terminou, houve uma batida forte na porta.

"Entre!" James gritou, alegremente. Sirius viu o choque de Remus e explicou.

"Está tudo bem, colocamos um feitiço silenciador no quarto."

Remus franziu a testa.

"Então ... quem está do outro lado da porta não pode exatamente nos ouvir?"

James colocou a mão na testa.

Peter estava do lado de fora, parecendo muito satisfeito e muito rosado, rodeado por Lily, Marlene
e Mary. Remus ficou boquiaberto quando eles entraram no quarto, todas sorrindo avidamente e
claramente animadas por terem o surpreendido. Elas estavam todas segurando cartas e pequenos
pacotes também.

"Eu não pensei que garotas fossem permitidas aqui."

“A adorável Mary testou para nós na semana passada - nada de ruim parece acontecer”, explicou
James.

“Um dia vocês lerão Hogwarts: Uma História e eu vou poder finalmente descansar.” Sirius
suspirou, balançando a cabeça tragicamente.

James começou a puxar pacotes de debaixo da cama, rasgando-os. Parecia que eles tinham
invadido a Dedos de mel novamente - montanhas de doces foram abertos; Feijões de todos os
sabores da Bertie Bott, sapos de chocolate, Fizzing Whizzbees, Droobles Best Blowing Chiclete,
sorvete de limão, bolos de caldeirão - sem mencionar os produtos que Peter trouxe da cozinha;
sanduíches de presunto, maionese, ovo, frango, queijo e picles, pacotes de batatas fritas com os
sabores favoritos de Remus - sal e vinagre - ovos escoceses, rolos de salsicha, tortas de porco,
queijo e palitos de abacaxi, além de algumas frutas.

Sirius, enquanto isso, estava colocando cobertores sobre o chão de madeira e espalhando algumas
almofadas de veludo felpudo.

"Lupin", disse ele com um sorriso largo, "Bem-vindo ao seu banquete da meia-noite!"

“Feliz aniversário, Remus!” As meninas entonaram, juntas.

Todos eles se sentaram juntos, e Sirius colocou um disco em seu tocador - ele finalmente havia
aberto os seus presentes de Andromeda - conforme solicitado, ele ganhara dois álbuns de Bowie:
Hunky Dory e The Man Who Sold the World.

"Sente-se perto de mim, Sirius," disse Mary, rapidamente, ganhando um olhar de reprovação de
Marlene. Sirius deu de ombros e se inclinou para entregar um pacote a Remus.

“Abra este primeiro!”

Era longo e cilíndrico, muito leve e mal embrulhado.

"Você não precisava me dar nada." Remus murmurou, destorcendo as pontas.

"Um poster?" Lily franziu a testa, observando enquanto Remus desenrolava o grosso papel
brilhante. Era uma imensa impressão A2 de David Bowie em preto e branco, vestindo um traje
prateado brilhante e dando um chute alto ligeiramente espasmódico.

"Pedi a Andrômeda que me enviasse no Natal," Sirius sorriu, incapaz de se conter, "Mas eu mesmo
o encantei para se mover!"

"Uau!" Remus sorriu de volta, sincero, “Obrigado! É incrível."

Todas as meninas deram a ele pacotes de doces e bolos - e Lily deu a ele um livro sobre Poções.
Ele olhou para ela com ceticismo, a fazendo sorrir.

"Não pode continuar dando a Severus uma razão para se vangloriar para você."

"Por favor, não mencione o nome de Snivellus nesta ocasião sagrada." James disse com horror
fingido. Lily revirou os olhos e voltou para sua torta de geleia, visivelmente o ignorando. James
mal pareceu notar, apenas pigarreou e olhou para Remus, seus olhos escuros cheios de travessura,
"Meu presente está chegando mais tarde ... assim que todos nós nos empanturrarmos."

"Por Merlin, Potter," Marlene deu uma risadinha, "O que você planejou?"

Ele não diria.

Remus teve que admitir que estava se divertindo - ele esperava que James e Sirius respeitassem
seus desejos e guardassem as comemorações apenas para os marotos, mas convidar as garotas não
fora ruim. Ele as conhecia muito bem agora, e na verdade gostava muito da companhia delas. Mary
faziar Sirius comer poeira quando o assunto era ser cara de pau e, como Remus previra, as
imitações de Marlene dos professores fizeram os marotos chorar de rir - Peter até teve que ir e
trocar de camisa depois de cuspir suco de abóbora nele mesmo.

"Estou começando a ver por que Remus está nos abandonando por causa de vocês." James disse
por volta de uma e meia da manhã, enxugando as lágrimas de riso do canto dos olhos.

"Sim, vocês não são tão ruins, para as meninas," Sirius piscou para Mary, que zombou e lhe deu
um empurrão brincalhão.

"Sim, não tem nada a ver com o fato de eu querer fazer meu dever de casa." Remus respondeu
secamente, imaginando se conseguiria comer outro sapo de chocolate.

"Ah, como os tempos mudaram," disse Sirius, com altivez.

"Vocês todos vão se arrepender quando Remus se sair melhor que vocês nas provas." Lily brincou.

"Há!" James se levantou, alongando-se elaboradamente como se estivesse prestes a realizar uma
grande façanha, “Exames! Nós, marotos, temos preocupações maiores. Meu caro Sr. Black, Sr.
Pettigrew ", ele fez um gesto amplo em direção à janela do dormitório," Vamos? "

"Por George!" Sirius se levantou abruptamente, "Está na hora ?!"

James fechou os olhos solenemente e acenou com a cabeça,

"Sim, de fato."

"Então se apresse!" Peter gritou, levantando-se também.

As garotas lançaram olhares nervosos umas para as outras e depois para Remus, que só deu de
ombros para mostrar que não fazia ideia. Sirius, Peter e James foram até a janela, abrindo-a. Eles
estavam inquietos de excitação, falta de sono e muito açúcar, e continuavam rindo como crianças
travessas.

"Venham!" Peter acenou para os outros, apressadamente: "Vocês vão querer ver!"

James havia produzido uma coleção de objetos vermelhos brilhantes que pareciam um cruzamento
entre foguetes espaciais e dinamite. Seus braços estavam cheios, assim como os de Sirius.

"Esses são ..." Marlene torceu o nariz, "Isso não é Dr. Filibust?!"

James apenas deu um sorriso maníaco.

"Ah não!" Lily disse: "Não podemos! Você vai acordar o castelo inteiro! "
"Cai fora se você não tá afim, Evans," Sirius retrucou, entregando alguns foguetes para Peter,
"Você prometeu não estragar nada."

"Remus," Lily se virou para ele, "Diga a eles, eles vão ouvir você!"

"Não, eles não vão," Remus respondeu, "De qualquer forma, eu quero ver! Nunca vi fogos de
artifício mágicos antes. "

"Você vai gostar!" Sirius piscou.

"Quantos você precisa?!" Mary ficou olhando, parecendo impressionada.

"Treze, obviamente."

"Vocês todos vão se meter em encrenca ..."

"Ah, pare de ser tão certinha, Lil!" Marlene jogou o braço em volta da ruiva.

"Não vamos deixar nenhuma de vocês se meter em problemas." James disse, sincero, seus óculos
escorregando pelo nariz enquanto ele lutava para manter o controle de sua carga. "Não se
preocupe."

"Eu não estou preocupada." Lily cruzou os braços em desafio. "Eu só acho que vocês estão sendo
..."

“Opa!”

* BANG *

"Peter!"

Todos eles se inclinaram para fora da janela para ver o foguete que Peter havia jogado caindo em
direção ao solo em uma torrente de fagulhas verdes e douradas.

“Desculpe ...” Peter parecia envergonhado. Sirius riu.

"Não não, ótimo trabalho - agora que começamos, devemos continuar, né?" e ele começou a lançar
seus próprios fogos de artifício pela janela, claros no ar noturno. James e Peter rapidamente
seguiram o exemplo, e logo, até mesmo Lily esqueceu de ficar irritada, pois todos eles olhavam
maravilhados para a exibição espetacular iluminando o céu estrelado.

Os fogos de artifício duravam muito mais que os trouxas, alguns explodindo dez ou doze vezes
antes de se extinguirem. As cores mudavam do vermelho para o verde, do o roxo para o laranja,
torcendo-se e enrolando-se em várias formas, eventualmente soletrando 'FELIZ TERCEIRO
ANIVERSÁRIO REMU'.

Sirius suspirou, irritado com aquilo.

"Sabia que eram letras demais."

Além da exibição de luz deslumbrante, os fogos de artifício eram satisfatoriamente barulhentos,


tanto que Remus já podia ouvir os outros Grifinórios na torre abrindo suas janelas para ver se o
castelo estava sendo atacado. Ele tinha certeza de ter ouvido quem estava no quarto acima deles
murmurar.

"Aqueles malditos marotos estão aprontando de novo."


Inevitavelmente, alguém começou a bater em sua porta, e a voz estridente de McGonagall pôde ser
ouvida do outro lado.

"Potter! Black! Não pensem que eu não sei que vocês estão por trás disso, ABRA ESTA PORTA!”

"Ah merda!" James fez uma careta, "Melhor ir para debaixo da cama, senhoritas ..."

Depois que todos foram completamente repreendidos, dois meses de detenção prometidos e cartas
para todos os seus pais, McGonagall (que era um espetáculo em sua camisola tartan vermelha) os
deixou e Marlene, Lily e Mary relutantemente voltaram para seu dormitório. Já eram duas horas da
manhã e os meninos decidiram que finalmente era hora de dormir.

“Feliz aniversário, Remus,” Peter disse, seguido por um bocejo alto.

Remus sorriu para si mesmo no escuro, suas bochechas quase doendo.

"Éh," Sirius bocejou de volta, "Feliz aniversário, Remu."


Capítulo 35: Segundo ano: O que há em um nome?
Chapter Notes

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mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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Segunda-feira, 19 de março de 1973

"Eu tenho boas notícias," Madame Pomfrey sorriu calorosamente, "Eu não queria mencionar isso
caso não conseguisse resolver as coisas a tempo - mas você me verá no verão."

Por um momento, Remus ousou ter esperanças de que isso significasse que ele não voltaria para St.
Edmund's, mas a medibruxa continuou: "Sra. Orwell, sua diretora do orfanato, gentilmente me
permitiu aparatar no terreno ao amanhecer após as duas luas cheias neste verão. ” Ela sorriu
amplamente.

Ah, bem. Era melhor do que nada. Ele sorriu de volta fracamente.

"Ótimo!" Disse. Seus braços e pernas pareciam pesados como chumbo, ele mal conseguia levantar
a cabeça para beber a poção que ela estava lhe oferecendo.

Era cerca de quatro horas da tarde e Remus havia perdido as aulas - ele havia dormido a maior
parte do dia. O sono ainda era o único remédio que parecia realmente funcionar.

"Eu disse a Dumbledore que faria isso com ou sem a permissão dele - eu não poderia viver comigo
mesma se você chegasse aqui em setembro no mesmo estado que chegou no ano passado."

"Eu poderia ficar na casa de um bruxo neste verão, seria ainda mais seguro," Remus tentou, "Meu
amigo James-"

“Me desculpe, querido,” Madame Pomfrey balançou a cabeça, “Não é seguro o suficiente. Os
Potter entraram em contato, mas precisamos preservar seu anonimato o máximo que pudermos - eu
sei que não é muito divertido para você, mas é melhor você ficar com os trouxas. "

Remus fechou os olhos e respirou fundo. Seriam apenas dois meses, e o verão ainda estava muito
longe. Fique positivo, continue positivo.

Um barulho repentino no final da enfermaria tirou Remus de seu estado meditativo. Madame
Pomfrey franziu a testa e se virou para olhar ao redor da cortina da cama de Remus.

"Sr. Pettigrew!" Ela gritou: “O que você pensa que está fazendo?!”

"D-desculpe Madame Pomfrey - nós estávamos apenas ..."

“Pegue esses penicos agora mesmo e coloque-as de volta no armário! E você pode tirar esse
sorrisinho do rosto, Sr. Black, ajude ele."

"Ei, Remu," James espiou pela cortina, "Desculpe por todo o barulho."

Remus sorriu, tentando se sentar.

"Tudo bem."

"Deite-se!" Madame Pomfey repreendeu: "Você teve três ossos quebrados, seu arteiro."

“Estou me sentindo muito melhor!”

*CRASH*

“SR. PETTIGREW, O QUE EU DISSE?!” Madame Pomfrey desapareceu, parecendo muito


zangada.

James afundou na cadeira ao lado da cama de Remus.

"Pronto para ir?" Ele perguntou, casualmente. Remus sempre poderia contar com James para não o
tratar como um inválido.

"Se ela deixar," Remus acenou com a cabeça para a cortina que Pomfrey havia desaparecido atrás.
"Como foi a partida?"

"Acabei com eles" James assentiu com entusiasmo, jogando o pomo no colo de Remus. Ele passou
os dedos pelos cabelos como se quisesse recuperar a sensação de ter acabado de marcar um gol.
“Fiz um dos batedores da Corvinal chorar.”

"Que bom."

"Como foi ... sabe, sua noite?"

"Bem." Remus respondeu secamente, torcendo a boca. Eles raramente falavam sobre as luas cheias
- e ele estava muito feliz com isso. Não gostava da ideia deles sabendo muito. Dor era algo pessoal.

"Três ossos quebrados, ela disse?"

"Sim. Tudo consertado agora com apenas um feitiço, ela é incrível. Os trouxas precisam usar
moldes de gesso por várias semanas.”

"Que esquisito!"

“REMU!” Sirius puxou a cortina, "Você está VIVO!" Ele caiu dramaticamente ao pé da cama, "Eu
estava convencido que ela estava tentando encobrir algo, a velha morcega não nos deixou vir."

"Não a chame assim," Remus respondeu, irritado, "E não me chame assim!"

"Mas você queria um apelido," Sirius disse, parecendo ofendido enquanto se levantava. Peter
apareceu, carrancudo e com as mãos nos bolsos.

"Não, não queria." Remus franziu a testa, "Quando foi que eu disse que-"

"Ano passado." Sirius disse rapidamente, "Quase exatamente um ano atrás, você disse que não se
importaria de ser chamado de qualquer coisa, desde que não fosse Loony Lupin."
"Deus, você tem uma memória de elefante." Remus revirou os olhos. “De qualquer forma,” ele
abaixou a voz, no caso de Madame Pomfrey estar espreitando por perto, “O objetivo de ter um
apelido era para que ninguém soubesse quem escreveu o mapa. Eu acho que 'Remu' não vai
enganar ninguém.”

"Hum, você tem um bom ponto." James disse, sabiamente: "Por mais divertido que tenha sido."

"Ok, até que faz sentido," Sirius suspirou, "mas podemos te chamar Remu até pensarmos em um
apelido melhor?

"Não."

"Chato." Sirius procurou algo mais para dizer, visivelmente evitando olhar para as bandagens de
Remus. "Então, vamos sair daqui ou devo me acomodar para um jogo estimulante de snap?"

"Ele não vai a lugar nenhum," Madame Pomfrey entrou apressada, "Estou mantendo o Sr. Lupin
em observação durante a noite."

"Não!" Remus protestou, "Estou me sentindo muito melhor!" Ele sempre dizia isso - geralmente
não era verdade, mas ele sabia que iria se sentir melhor eventualmente, e não importava muito se
ele estivesse na ala hospitalar ou não.

"Não estou sendo deliberadamente rude, Remus," a enfermeira suspirou, "Isso é pela sua saúde."

"Vou direto para a cama!"

"Vamos cuidar dele!" James disse, sinceramente, levantando-se. Remus esperou para ver se
funcionava. James era bom com adultos, especialmente bruxas. Ele até era conhecido por ter
suavizado McGonagall uma ou duas vezes (embora isso pudesse ter mais a ver com suas
habilidades de quadribol).

Madame Pomfrey não se comoveu.

"Sinto muito, Sr. Potter, mas não."

"Bem." Peter disse, com uma firmeza incomum. "Vamos ficar aqui então."

"Sim." Sirius e James disseram, juntos.

"Mas vocês vão perder o jantar!" Disse Remus.

“Tenho certeza de que podemos arranjar algo só desta vez.” Madame Pomfrey disse, tentando não
sorrir. "Tudo bem, meninos - mas vocês devem ficar quietos. E façam sua lição de casa, não vou
permitir que usem o Sr. Lupin aqui como uma desculpa para não entregar nada. "

Com um aceno de sua varinha, mais três cadeiras apareceram do nada, junto com uma longa mesa
de pinho, com tinteiros para suas penas. Remus abriu a boca para falar, mas Madame Pomfrey era
aparentemente vidente - “E não, Remus, sem lição de casa para você. Apenas descanse.”

Remus fechou a boca e se deitou. Como ele se manteria à frente de Sirius e James se a mulher não
o deixasse estudar?

“Posso ler meu livro?” Ele perguntou, humildemente.

"Contanto que não force sua vista."


Ela saiu, e os outros três meninos obedientemente puxaram o dever de casa e começaram a
rabiscar. Remus esticou o pescoço para tentar ver no que eles estavam trabalhando - ele estava em
dia com o dele, mas estava fazendo algumas leituras extras em Feitiços na tentativa de se sair
melhor que Lily em seus próximos exames.

"Ah ah ah," James cobriu seu trabalho com a manga, "Sem olhar, Remu, apenas descanse."

"Ugh, me chame de Loony!" Remus gemeu, "Qualquer coisa, menos Remu!"

"Mas combina com você!" Sirius disse, por cima da pena, "Reeeeemuuuuuu."

"Pare com isso ou vou morder você."

"Reeeeemuuuu."

“Reeeemuuu!” Peter se juntou a eles, todos os três garotos rindo histericamente, mas tentando não
serem ouvidos.

"Eu odeio meu nome." Remus cobriu o rosto com o livro que estava lendo. Não era justo - James
Potter era tão tranquilizadoramente comum; Peter Pettigrew era perfeitamente respeitável e,
maldito Sirius Black era o nome mais legal de todos os tempos, de qualquer maneira que visse.
"Vocês podem muito bem me chamar de qualquer, não sei o que poderia ser pior."

"Loony Remu?" James sugeriu, prestativamente. "Remoony?"

Sirius mal conseguia respirar de tanto rir agora.

“REMOONY!” Ele bufou, desabando sobre a mesa, os ombros tremendo.

“Moony é na verdade muito bom.” Peter disse de repente, sobriamente.

"Hã?"

“Moony. Como um apelido.”

Remus o encarou, não acostumado a prestar muita atenção em qualquer coisa que Peter dissesse.
Ele pensou sobre isso, rolando o nome em sua cabeça. Parecia maluco, mas não era nem de perto
tão horrível.

"Eu não odeio." Ele disse, finalmente.

"Eu amei." James disse: “Moony. Combina com você."

"As pessoas não vão ... sabe, entender?" Ele se preocupou, mordendo o lábio.

"Nah," Sirius acenou com a mão, "Vamos dizer a eles que é por causa daquele trouxa no The
Who."

“Eles são todos trouxas em The Who.” Remus respondeu: "Mas eu não toco bateria."

"Você gosta de bater nas coisas." Sirius encolheu os ombros.

"Obrigado."

"Sem problemas, Remoony."


***

Algumas horas depois, depois que Madame Pomfrey trouxe o jantar para todos, James saiu para o
treino de quadribol e Peter para uma detenção. Sirius havia desistido de sua lição de casa há muito
tempo e estava tentando aperfeiçoar uma azaração de braços de tentáculos em si mesmo.

Remus estava totalmente ignorando esse comportamento - ele sabia que Sirius estava pronunciando
o encantamento totalmente errado, com a ênfase no lugar errado - mas ele não iria dizer a ele,
porque ele não tinha certeza exatamente por que Sirius queria tanto um braço de tentáculo, e não
poderia ser por um bom motivo.

Eventualmente, entediado, Sirius recostou-se na cadeira, os pés apoiados na cama de Remus.

"O que você está lendo, afinal?"

“Epopéia de Gilgamesh.” Remus respondeu, virando a página. Ele estava quase no fim, e seu
feitiço de leitura estava diminuindo - se Sirius o deixasse sozinho por mais cinco minutos ...

"É sobre o que?"

"É seu!" Ele disse, surpreso: "Tirei da sua prateleira!"

“Ah, um dos trouxas? Não li muitos deles, para ser honesto. Eles eram do meu tio Alphard. "

"Entendi."

"Então?"

"Então o que, Black?!"

"É sobre o que?"

"Um homem chamado Gilgamesh."

"Ok, você tem que concordar que esse é um nome pior do que Remus Lupin."

Remus riu.

"Sim, tudo bem. Sempre poderia ser pior."

"Então me fale sobre esse cara Goulash."

“Gilgamesh. Ele era um rei. A muito tempo atrás."

“Olha, agora você tem minha atenção, é assim que todas as boas histórias começam.” Sirius apoiou
a cabeça em ambas as mãos, olhando para Remus como se ele fosse um professor ensinando a
matéria favorita dele.

"Não, você está apenas adiando sua redação de Astrologia."

"Pfft, vou copiar a do James." Sirius acenou com a mão casualmente, “Conte-me mais, oh guardião
do conhecimento. Eu li para você várias vezes.”
Remus suspirou, colocando o livro de lado. Não havia como escapar quando Sirius estava com
esse humor.

“Gilgamesh era um rei.”

"Sim, há muito tempo, você já disse isso."

"Olha, cala a boca ou dá o fora."

“Ok, ok!” Sirius ergueu as mãos em sinal de rendição, "Continue."

“Então ele era um rei, mas não um bom rei. Ele não era totalmente humano - ele era dois terços
Deus, então ele era mais forte do que todos e seu povo estava com medo dele. Ele era perigoso.
Então, seu povo rezou - hum ... é quando você pede ajuda aos deuses - e os deuses enviaram outro
homem para ajudar a controlar Gilgamesh. ”

"Ele era ainda mais forte?"

"Não, mas ele era parte animal",

"Então este homem-fera matou Gilgamesh?"

"Não. Eles lutaram por muito tempo, mas Gilgamesh ainda venceu. Mas ele não matou Enkidu, -
ele ... ele meio que reconheceu que eles eram iguais. E eles se tornam amigos - melhores amigos.
Eles vivem todas essas aventuras juntos, lutando contra outros monstros e outras coisas. É legal."

"Eu quero saber mais sobre o homem-fera."

“Enkidu. Ele era o mestre dos animais e era feliz vivendo na selva, mas depois de ser enviado para
controlar Gilgamesh, ele nunca mais poderia voltar para a natureza. Então realmente, ele nunca
pertence a nenhum lugar.”

"Mas ele tinha um amigo, certo?"

"Sim, mas ... bem, não quero estragar o final para você."

"Tudo bem, eu quase nunca leio coisas trouxas."

"Você está perdendo tanto!" Remus exclamou, “Bem, ok então. Enkidu morre."

"O que?!"

“Sim, é meio triste, ele era meu personagem favorito também.”

"Mas por que?"

“Para ensinar Gilgamesh sobre a morte, eu acho. Antes de Enkidu, ele era arrogante demais para
acreditar que algo poderia machucá-lo. Mas depois que ele o perde, ele percebe que não é o mestre
de tudo. Ninguém pode controlar a morte.”

"Esse é um pensamento muito deprimente, Moony."

Remus encolheu os ombros. Tudo parecia muito simples para ele.

Chapter End Notes


Uma das lendas mais fantásticas dos povos sumérios e que mostram a riqueza de sua
literatura foi a Epopeia de Gilgamesh. Possivelmente a obra literária mais antiga já
produzida pelos seres humanos, ela é composta por doze cantos com cerca de 300
versos cada um. A Epopeia de Gilgamesh, livro citado no capítulo, está disponível o
PDF na internet ou por meio deste link.

http://files.alvarofpinheiro.eti.br/200000529-6d72f6e6d3/AEpopeiadeGilgamesh.pdf
Capítulo 36: Segundo Ano: Amor e Casamento
Chapter Summary

Atenção para gíria homofóbica neste capítulo.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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Sexta, 20 de abril de 1972

And my time was running wild


A million dead end streets - and
Every time I thought I’d got it made
It seemed the taste was not so sweet
So I turned myself to face me
But I’ve never caught a glimpse
Of how the others must see the faker
I’m much too fast to take that test.

-’Changes’, David Bowie

Remus amava Hunky Dory mais do que tudo. Era brilhante e feliz - depois escuro e introspectivo.
Ele sentia que David Bowie devia ter algum conhecimento sobre-humano da sua alma. Mesmo que
ele nem sempre entendesse totalmente as letras, sentia que de alguma forma elas faziam sentido.

Estava cantarolando a melodia de Changes baixinho enquanto caminhava em frente as prateleiras


escuras da biblioteca, sua varinha acesa para ver melhor. Ele realmente deveria estar estudando
poções - mas Lily se ofereceu para ajudá-lo no fim de semana e ele já havia revisado transfiguração
o dia todo. Tinha demorado o dia todo para transformar uma cartola velha em um coelho e vice-
versa.

Remus finalmente encontrou a prateleira que procurava – Leis nupciais dos bruxos ingleses 1700 -
1950. Ele esperava que fosse recente o suficiente. Era enorme, e ele teve que subir em uma escada
para alcançá-lo. Se espreguiçando, Remus estava quase acertando a capa de couro velha e
empoeirada, e estava prestes a puxá-la para baixo em sua direção, quando outra mão agarrou seu
pulso.
Com um barulho assustado, Remus puxou sua mão para trás e quase caiu do banco, ficando cara a
cara com Narcissa Black.

"Ugh, é você." Ela disse, com desagrado. Ela era uma cabeça mais alta do que ele, então eles
ficavam nivelados desde que ele mantivesse o equilíbrio. Ela não soltou sua mão, "Me dê isso."

"Não, eu peguei primeiro." Ele respondeu, ainda tentando se afastar. A menina tinha um punho de
ferro.

“Vá embora, garotinho. Para que você poderia querer isso? " Narcissa deu-lhe um forte empurrão e
ele tombou para trás, caindo dolorosamente de costas.

Narcissa sorriu para ele, vitoriosa, segurando o pesado livro. Ele fez uma careta.

"Para que você quer isso?"

"Isso não é da sua conta," ela disse, tirando o cabelo claro dos olhos de uma maneira estranhamente
parecida com a de Sirius. Ela se virou e começou a se afastar, entre as pilhas sombrias. Remus
ficou de pé.

"Espere", disse ele, tentando manter a voz baixa para que Madame Pince não o expulsasse de novo,
"Ei, Narcissa, espere!" Ele puxou suas vestes.

Ela se virou com olhos furiosos, sua varinha erguida. Remus instintivamente agarrou sua própria
varinha bem na hora. Os dois ficaram parados como estátuas por alguns momentos. Ele sabia que
ela havia amaldiçoado James e Sirius em várias ocasiões, e que toda a família Black conhecia
todos os tipos de magia negra. Mas, ao mesmo tempo, Remus nunca havia amaldiçoado uma
garota antes, e parecia errado.

"Eu só queria saber," ele disse, cuidadosamente, escolhendo as palavras, "Se tinha alguma coisa a
ver com você e Sirius ... o noivado."

Ela abaixou a varinha, lentamente, olhando para ele com interesse suspeito.

"Então ele lhe contou tudo sobre isso, não é?" Ela levantou uma sobrancelha - que ainda era tão
preta quanto a cor natural de seu cabelo. "Sim, garotinho, é exatamente para isso que preciso. Você
não acha que eu quero me casar com aquele pequeno traidor de sangue chorão, acha? "

Remus apenas deu de ombros. A verdade era que não havia realmente ocorrido a ele como
Narcissa se sentia sobre nada disso. Ele estava tão focado em ajudar Sirius que não havia
considerado se mais alguém poderia estar trabalhando exatamente no mesmo problema. Narcissa
suspirou impaciente.

"Bem, eu não quero. E não espero que meu primo pirralho venha a encontrar uma solução tão
cedo, então aqui estou. "

Ela não parecia mais com raiva, apenas amarga. Agora que ele estava mais perto dela, Remus
podia ver que ela tinha olheiras.

“Quero encontrar uma solução.” Ele disse, erguendo o queixo para encontrar o olhar dela,
desejando não ser mais baixo do que ela. "Estou tentando, de qualquer maneira."

"Ha." Narcissa riu sem humor, “Uma criança do segundo ano?! E o que você descobriu, hm?” Ela
bateu seu salto preto envernizado nas tábuas escuras do assoalho.
"Bem ..." Remus engoliu em seco, "Nada ainda - nada bom o suficiente ainda. A não ser que ...
bem, a não ser que você já fosse casada."

"Já pensei nisso." Narcissa retrucou: "Eu ainda não sou maior de idade, não posso. Eu teria fugido
com Lucius no momento em que eles propuseram esse noivado ridículo, mas não tenho dezessete
até outubro."

"Certo," Remus acenou com a cabeça, surpreso ao ouvir isso, "E ... não pode esperar, por causa da
cerimônia de noivado neste verão, certo?"

"Correto." Ela estava olhando para ele com um pouco menos de veneno agora, como se achasse a
conversa divertida ao invés de irritante.

"Mas, eu estava pensando - o que realmente é a cerimônia?" Ele perguntou, sentindo-se mais
corajoso, "O que você e Sirius têm que fazer?"

"Ah, a besteira de sempre da família Black," ela respondeu, "Um banquete, mapas astrológicos,
provavelmente um retrato comemorativo de nós dois. Mamãe ainda está com o da Bella pendurado
na sala de jantar."

A ideia de um retrato retratando o Sirius de treze anos com sua prima de dezesseis era repulsiva
para Remus. Narcissa também não parecia estar gostando da ideia. "Isso é tudo culpa dele, você
sabe." Ela disse: "Agindo como se fosse um caso especial. Se ele simplesmente tivesse seguido a
tradição como o resto de nós, ficado na linha até ter idade suficiente para sair..." Ela parou, seus
olhos brilhando com lágrimas de raiva, que ela limpou rapidamente "De qualquer forma, não
importa. Vou me casar com Lucius e isso é tudo. Graças a deus ele me apoiou em tudo isso,
qualquer outra pessoa teria ido embora."

Remus não comentou. O que ele sabia sobre relacionamentos? Ele nunca tinha visto um de perto.
Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, enquanto Narcissa se recompunha. Assim que o fez,
ela fungou e olhou para Remus novamente, "Eu não vou te amaldiçoar." Ela disse, magnânima:
"Mas estou avisando - já estou farta de pessoas se intrometendo no meu futuro. Portanto, mantenha
o nariz fora de agora em diante."

Com isso, ela se virou e saiu, deixando Remus com muito a se pensar.

***

Segunda-feira, 30 de abril de 1973

"Moony, para que servem todos esses livros?" James perguntou, enquanto tropeçava em uma pilha
que Remus tinha cuidadosamente empilhado perto da entrada do dormitório - eles eram inúteis e
ele estava planejando levá-los de volta naquela tarde.

"Apenas algumas pesquisas." Ele respondeu, sem tirar os olhos de seu livro atual, "Onde você
esteve?"

"Maroteando." Sirius o seguiu, passando por cima dos livros espalhados que seu amigo estava
tentando limpar. Remus ergueu uma sobrancelha.
"Maroteando? Mapa ou brincadeira?"

"Um pouco dos dois," Sirius sorriu, jogando-se na cama de Remus. Ele pegou um livro.

"Rituais de casamento de bruxos?!" Ele riu, "Com quem você vai se casar, Moony? Não com a
Evans, James terá que desafiá-lo para um duelo."

"Eu NÃO gosto da Evans." James respondeu, de onde ele se agachou no chão. "Casamentos
mágicos." Ele leu, pegando o último livro e colocando-o no topo da pilha, "Sério, Remus, sobre o
que se trata tudo isso?"

Remus suspirou, largando o livro e esfregando os olhos.

"Estou tentando te ajudar," ele chutou Sirius gentilmente com o pé. "Alguém tem que tirar você
deste noivado estúpido."

"Ei!" Sirius fez uma careta, "Estou fazendo tudo que posso."

"O que você está fazendo?"

"Não tive mais detenções do que qualquer outra pessoa este ano? Devo estar recebendo um
berrador por semana. E os meus leões, não se esqueça dos meus leões na partida de quadribol."

Remus olhou para ele, pasmo.

"Como isso pode ajudar?"

"Estou provando que não sou do tipo que é para casar."

"Sem ofensa, cara," James interrompeu, vindo se sentar na cama com eles, "Mas eu não acho que
sua família realmente se importe que você não seja do tipo para casar."

"Exatamente," Remus assentiu, "Você é o herdeiro. Você tem que se casar com outro puro-sangue.
E a família Black tem uma longa história de casamentos entre si, até seus pais são primos."

"Er ... como você sabe?" Sirius parecia desconfortável.

"Estive lendo." Remus gesticulou para todos os livros. "Há um monte de coisas na biblioteca sobre
sua família. Uma das casas bruxas mais antigas da Grã-Bretanha, voltando à Idade Média, onde a
residência da família era em Inverness, na Escócia..."

"Eu sei de tudo isso." Sirius acenou com a mão.

"Sim, mas você sabia que não é o primeiro Black a querer sair de um casamento?"

"Bem, obviamente Andrômeda - embora fosse mais porque ela queria se casar, só que Ted era do
tipo errado..."

"Não apenas ela - Lyra Black desafiou os desejos da família em 1901 de se casar com alguém da
família Crabbe, e Delphinus Black deveria se casar com sua sobrinha em 1750, mas a deixou no
altar e se casou com Fidelia Bulstrode. E seu tio Alphard também nunca se casou, embora não haja
nenhuma explicação - "

"Éh, não devemos falar sobre ele," Sirius respondeu, irritado, "Eu ouvi minha mãe reclamando dele
e tenho quase certeza de que ele era uma bicha."
Houve um silêncio constrangedor.

"Meu pai conhecia Alphard," James disse, "Disse que ele era um cara legal."

"Ele sempre foi legal comigo," Sirius deu de ombros, "Me deixou seu dinheiro e tudo, certificou-se
de que ninguém mais pudesse tocá-lo até que eu fosse maior de idade. Isso deixou meus pais
furiosos, sabe, por ele não ter devolvido todo o dinheiro para o cofre da família, então eu tenho que
dar crédito a ele por isso, mesmo que ele fosse ... bem, tanto faz. "

A garganta de Remus estava muito seca e ele pigarreou, querendo seguir adiante.

"De qualquer forma, isso só mostra que você pode sair desse tipo de coisa. O único problema é que
não consigo encontrar nenhum detalhe bom sobre como todos eles escaparam."

"Não se preocupe," Sirius disse, sombrio, "Mesmo que você descobrisse - nenhum deles tinha
minha mãe como inimigo. Você sabe como ela é. Ela provavelmente vai nos obrigar a fazer o voto
perpétuo."

"Ela não faria isso!" James disse, horrorizado.

"Ela faria qualquer coisa." Sirius concordou.

Remus mordeu o lábio, pensativo. Ele não sabia o que era o voto perpétuo - parecia magia negra.
Pelo que já havia lido sobre a Casa dos Black, ele sabia que a seção restrita da biblioteca
provavelmente teria que ser sua próxima parada. Ele teria que pegar emprestada a capa de James
para isso, e sair à noite. Não importa. Ele se recusava a desisitir. Ele devia isso a Sirius.

Remus uma vez não havia dito a Sirius que seu próprio problema era impossível, inevitável? E
Sirius não havia trabalhado incansavelmente, aprendido a fazer uma mágica complicada de padrão
NIEM, apenas para ajudá-lo? Isso não era diferente. Ele só tinha que se esforçar mais. Saber que
Narcissa também estava trabalhando no problema era estranhamente reconfortante. Remus sabia
pelas maldições dela que ela devia ser uma bruxa muito talentosa e inteligente, e não havia dúvida
em sua mente que ela geralmente conseguia o que queria.

Vou me casar com Lucius e isso é tudo. Tinha de haver alguma solução. Ele se lembrou de Flitwick
dizendo a eles que o amor - amor natural, cotidiano, humano - era um dos tipos mais poderosos de
magia. Embora Remus pessoalmente não sentisse que nada sobre o namoro de Lucius e Narcissa
fosse natural, exatamente, ele sabia que era muito mais poderoso do que a honra à família. Tinha de
ser.

Chapter End Notes

Sirius se refere ao tio Alphard como uma ''bicha'', porém na tradução original ele usa o
termo ''queer'' que era normalmente usado antigamente para se referir a pessoas
LGBTQ. Devido ao contexto ao qual ele disse isso, resolvemos colocar desta forma,
mas nos próximos capítulos passaremos a usar o ''queer''.

''Queer (em português 'excêntrico', 'insólito') é uma palavra proveniente do inglês


usada para designar pessoas que, seja por sexo biológico, orientação sexual, orientação
romântica, identidade de género ou expressão de género, não correspondem a um
padrão cis-heteronormativo. O termo é usado para representar homossexuais,
bissexuais, pansexuais, polissexuais, assexuais e, frequentemente, também as pessoas
transgénero, ou seja, todos os que não se identificam como heterossexuais ou
cisgénero, de forma análoga à sigla LGBT.

Seu significado inicial pode ser compreendido através da história da criação do termo,
inicialmente uma gíria inglesa, que literalmente significa "estranho", "ridículo",
"excêntrico", "raro" ou "extraordinário".''
Capitulo 37: Segundo ano: Exames
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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Maio de 1973

A semana de provas começou no pior momento possível para Remus, por volta de meados de
maio, próximo a lua cheia. Esta, cairia em uma sexta-feira, o que significava que ele poderia
comparecer à prova de Poções naquela manhã - mas perderia o fim de semana inteiro dormindo,
enquanto, o que realmente queria, era revisar a matéria. Mais do que isso, a lua havia
desestabilizado sua magia completamente.

Ele achava que isso estava acontecendo menos durante o segundo ano, mas conforme os exames se
aproximavam – fosse o nervosismo ou o alongamento dos dias - Remus percebera que sua magia
estava ficando mais forte, mais selvagem e mais difícil de controlar. O menor movimento da
varinha causava os resultados mais fantásticos, e às vezes, ele mal terminava de pronunciar o
encantamento antes que luz explodisse da ponta, fazendo seus dedos formigarem com o choque.

James começou a dizer 'se acalme, Moony!' pelo menos três ou quatro vezes por dia, enquanto
Remus tentava praticar vários feitiços e transfigurações básicas que, inevitavelmente, iam longe
demais. Ele pensou que fazer apenas encantamentos simples poderia ajudá-lo a ganhar algum
controle, mas aparentemente esse não era o caso, pois ele quebrou a janela do quarto pela terceira
vez tentando levitar seu conjunto de gobstones.

"Reparo." Sirius murmurou, tirando os olhos de seu resumo de Astronomia. A janela se consertou
imediatamente. Remus suspirou.

"Você realmente precisa relaxar, cara," James sorriu, "Não temos exames práticos até a semana que
vem, de qualquer maneira."

"Mas eu estou tão atrasado!" Remus resmungou, recolhendo suas gobstones e colocando-as de
volta na caixa.

"Se você está para atrás, aonde eu estou?!" Peter gemeu do chão, cinco pergaminhos se
espalhavam à sua frente, cada um sobre um assunto diferentes. "Eu sei que vou ser reprovado em
Transfiguração, meu coelho não mudou nada este ano, e eu sei que ela vai nos obrigar a fazer algo
realmente difícil."

"Pelo menos você é bom em Poções." Remus atirou de volta. "E Herbologia, não consigo me
lembrar quais folhas significam o que ..."

"Você me venceu em nosso último teste de Herbologia," James o lembrou, "E você tem ganha de
todos nós quando se trata de História da Magia, eu tenho copiado seu dever de casa o ano inteiro."
"Mas você é o melhor em Transfigur-" Remus começou, mas foi interrompido por um baque alto
quando Sirius jogou seu livro de Astronomia no chão.

"Vocês podem calar a boca?! Estou tentando revisar!" Ele gritou, levantando-se. "Parecem um
bando de velhas fofocando. Estou indo para a biblioteca." Ele puxou sua bolsa para cima do ombro
e saiu furioso do quarto.

Eles ficaram sentados em silêncio por um tempo. Peter, mordendo o lábio, parecia à beira das
lágrimas. James suspirou.

"Ignorem ele, só está de mau humor porque tem que ir para casa logo. Não que eu o culpe." Ele
acrescentou, rapidamente. "Com pais daqueles, e tudo mais."

"Verdade," Remus deu de ombros, embora realmente não achasse que fosse uma desculpa boa o
suficiente. Não era como se ele mesmo estivesse ansioso pelas férias de verão. Tudo bem que ele
não precisaria se casar com sua prima ou comparecer a banquetes estranhos e exagerados - mas
Sirius também não precisaria ser trancado em uma cela uma vez por mês, ou se esconder de
garotos muito mais velhos e fortes, cujo maior prazer era empurrar sua cabeça na lama.

"Ele não vai ficar com você de novo, James?" Peter perguntou, nervoso - provavelmente ansioso
por um verão livre de Sirius, pois isso significava que teria James só para ele.

"Nah," James respondeu, parecendo muito menos animado com a perspectiva, "Ele está convidado,
obviamente - todos vocês estão," ele olhou para Remus, "Mas não achamos que isso vai acontecer
depois do fiasco do Natal. Ele acha que ficará completamente trancado até a cerimônia de
noivado."

Remus sentiu uma pontada de culpa em seu peito. Ainda não tinha descoberto uma solução para
isso, e entre as revisões e a lua cheia, não havia pensado direito sobre o problema durante duas
semanas. A julgar pelo comportamento de Narcissa nos corredores - azarando qualquer um que
sequer lhe olhasse pelo canto dos olhos - ela não estava se saindo muito melhor.

"Bem, se ele continuar agindo dessa maneira, vai perder mais do que o cabelo da próxima vez",
disse Peter, afetadamente, remexendo em suas anotações.

"O que você quer dizer?" James franziu a testa, sentando-se, "Está dizendo que é tudo culpa dele?!"

"Não!" Peter pareceu alarmado com o tom de James, "Não, eu só quero dizer ... bem, você sabe,
outro dia ele guardou todas aquelas faixas da grifinória na mala. Ele quer pendurar elas em seu
quarto para irritar os pais. Esse tipo de coisa é exatamente o que o coloca em apuros. "

"Não há nada de errado com um pouco de orgulho grifinório." James respondeu defensivamente,
embora tenha lançado um olhar nervoso para o malão de Sirius.

Remus não se envolveu. Pessoalmente, ele concordava com Peter e Narcissa - Sirius era seu pior
inimigo, na maior parte do tempo. Para alguém tão inteligente e magicamente talentoso, ele carecia
de sutileza, ou até mesmo de premeditação. Se ele não tivesse que retrucar em todas as
oportunidades, talvez não tivesse ficado noivo aos treze anos. Remus sabia melhor do que ninguém
a importância de se manter discreto, especialmente quando você era diferente de todos ao seu
redor.

James, que era mais parecido com Sirius do que Peter ou Remus, discordava com todo o coração.
Em sua mente, o mais importante era sempre revidar. Mas se tudo era uma batalha, então
inevitavelmente alguém tinha que perder. E até a maioridade, este seria Sirius. O tempo todo.
***

"Excelente, Sr. Potter!" McGonagall comemorou de forma incomum, enquanto James transformava
seus coelhos em um par perfeito de pantufas de veludo vermelho com acabamento em pele.

Remus respirou fundo, se concentrando para sua própria tentativa. Fazia uma semana e meia desde
a lua cheia e ele finalmente estava de volta ao controle, embora seus nervos ainda ganhassem dele
às vezes. O menino observou Sirius acenar sua varinha preguiçosamente sobre seus próprios
coelhos, que também se transfiguraram em um lindo par de botinhas de lã preta.

As pantufas de Peter ainda tinham orelhas e cauda mesmo depois de três tentativas, e deixaram
fezes na mesa. Quando chegou a vez de Remus, ele fechou os olhos primeiro, sentindo-se calmo e
concentrado, antes de finalmente pronunciar o encantamento.

As pantufas não eram tão bonitas quanto as de James e Sirius, mas podiam ser usadas, e pelo
menos não tinham mais nenhuma característica leporina, mesmo que continuassem com uma cor
marrom opaca. Pelo menos ele sabia que tinha feito o seu melhor no trabalho teórico - na verdade,
em todos os seus trabalhos teóricos. Estava satisfeito por ter se lembrado de tudo que precisava
lembrar quando se tratava de suas melhores matérias, e por não ter sido horrível em Poções,
Herbologia ou Astronomia.

No final do exame de Transfiguração, McGonagall transformou todos os chinelos em coelhos


novamente e os mandou de volta para sua gaiola no fundo da sala, para esperarem o próximo
exame. Ela então começou a distribuir folhas de pergaminho que pareciam tabelas de horários em
branco.

"Vocês devem estar cientes", disse ela, muito formalmente, "que no terceiro ano, podem escolher
um mínimo de duas disciplinas adicionais para acrescentar em seus NOMs. Aqui estão suas fichas
de inscrição. Por favor, pensem com muito cuidado, revisando os méritos de cada assunto,
preencha o formulário e devolva-o ao meu escritório, no máximo até último dia do semestre. "

A classe começou a murmurar animadamente, e Remus olhou para seu formulário e para as
matérias listadas ali, com grande apreensão.

Enquanto todos eles saíam da sala, Peter imediatamente começou a atormentar James para
descobrir quais assuntos ele estaria cursando - para que ele pudesse selecionar exatamente os
mesmos.

"Estudos dos trouxas." Sirius disse, enquanto saíam para o sol de verão, "Definitivamente vou
fazer Estudos dos Trouxas."

Remus revirou os olhos. Não havia surpresa nisso - se alguma matéria ganharia a desaprovação
geral da família Black, então este seria o que Sirius faria.

"Você acha que Evans vai escolher essa?" James coçou o queixo. Sirius sorriu,

"Duvido, cara, ela é nascida trouxa. Você poderia impressioná-la com seu conhecimento, no
entanto."

"Sim ... sim, talvez ..." James olhou para baixo, pensativo.
"Você vai se inscrever nessa, então, James?" Peter perguntou, ansioso, "Você acha que vai ser
difícil? Acho que podemos pedir ajuda a Remus ... você vai se inscrever nessa, Moony?"

"Nah," Remus balançou a cabeça, "Qual é o objetivo? Façam vocês, então talvez possam parar de
me perguntar coisas."

Ele secretamente desejava que houvesse uma matéria de 'Estudos Bruxos' que pudesse cursar,
então não precisava se sentir tão perdido o tempo todo. Mas, ele supôs, isso fazia parte da
arrogância dos bruxos.

"Adivinhação ... isso é como descobrir o futuro, certo?" James se sentou na grama, tirando a capa
pesada e a jogando no chão. Sirius o seguiu, arregaçando as mangas da camisa.

"Acho que sim. Bolas de cristal e folhas de chá."

"Boa pra dormir. Vamos fazer essa."

Todos os três rabiscaram em seus papéis. Remus não. Ele não gostava da ideia de saber o futuro - o
que quer que fosse, ele tinha certeza de que não poderia ser bom. Ele bateu em sua têmpora com a
varinha rapidamente e sussurrou,

"Lectiuncula Magna", começando a ler suas opções. "Aritmancia", ele murmurou, "Isso é como
aritmética?"

"Números, de qualquer maneira," Sirius respondeu, "É para ser muito difícil."

"Trato das Criaturas Mágicas ... não sei sobre isso," James bufou, "Você viu o professor? Ele tem
mais cicatrizes do que Moony."

"Ei" Remus chutou seu tornozelo. Trato das Criaturas Mágicas tinha realmente soado muito
interessante para ele. Afinal, ele próprio era uma espécie de criatura mágica.

"Acho que vou fazer Aritmancia, se você for," Sirius disse, ainda lendo o formulário.

"Será realmente difícil?" Peter estava preocupado.

"Nós vamos ajudá-lo, Pete, não se preocupe." James se acalmou. "De qualquer forma, há coisas
melhores no terceiro ano do que dever de casa extra - Hogsmeade!"

"Você já vai à Dedos de mel três vezes por semana." Remus respondeu, refletindo sobre a
possibilidade de Runas Antigas.

"Sim, mas Zonko's!"

Remus sorriu para ele. Estava realmente muito animado com os passeios para Hogsmeade - nunca
tinha estado em nenhuma das áreas bruxas protegidas além de Hogwarts, e estava cansado de ouvir
sobre como o Beco Diagonal era incrível. Ele suspirou e se recostou, olhando para as nuvens.
Pensaria sobre seus assuntos do terceiro ano mais tarde, não havia pressa. Por enquanto, ele queria
aproveitar o final dos exames e se deleitar com a ideia de que ainda tinham quase um mês inteiro
antes do fim das aulas.

"Oi oi, Evans!" James sentou-se repentinamente.

Remus suspirou internamente. James estava agindo cada vez mais como um idiota no que diz
respeito a Lily.
"Eu não sou um cachorro, Potter," sua voz ecoou pelo terreno, "Não grite comigo como se fosse
um."

"Olá Sirius," era a voz de Mary agora. Remus se sentou, piscando.

Marlene deu um aceno tímido, que ele devolveu.

"E aí, MacDonald," Sirius acenou com a cabeça, casualmente colocando o cabelo atrás da orelha.
Ele começou a fazer isso sempre que havia garotas por perto. Remus odiava.

Todas as três garotas tomavam sorvete, o que parecia uma excelente ideia considerando o tempo
excepcionalmente quente. Lily tinha até encantado um leque chinês para segui-la, criando uma
brisa fresca onde quer que as três meninas fossem.

"Me dá uma lambida, então," James piscou para ela, obscenamente. Marlene ficou vermelha como
uma beterraba e se desfez em risadas, mas Lily permaneceu calma, arqueando uma sobrancelha
vermelha.

"Você realmente parece que precisa de um refresco. Aguamente!"

Com isso, ela apontou sua varinha para os marotos e encharcou todos eles com água gelada.
Remus saltou para fora do caminho, mas ela não estava tentando acerta-lo de qualquer maneira.
James e Sirius levaram a pior e gritaram consternados quando seus cabelos e camisas ficaram
encharcadas. Mary, Marlene e Lily gargalharam de alegria.

"Por que você fez isso?" Sirius rosnou, empurrando seu cabelo ensopado para olhar para elas,
parecendo um rato afogado.

"Pensei que você gostasse de pegadinhas?" Lily piscou para ele, antes de se virar e caminhar em
direção ao lago.

"É um pesadelo completo, aquela menina." Sirius gemeu, tentando um feitiço de ar quente em seu
cabelo.

"Você está falando da minha futura esposa," James respondeu, sonhador, observando-a ir embora.
Seus óculos se embaçaram comicamente. "Ah, pare de ser tão dramático, você vai estar seco em
meia hora com este calor."

"Onde você acha que elas conseguiram o sorvete?" Peter perguntou, alheio.

Remus sorriu, recostando-se novamente. Não se importando com idas para casa, ou noivados ou
novas matérias. Por enquanto, tudo estava como deveria ser.

+ Notas

O jogo de bexigas (Gobstones em inglês) é relativamente popular entre as crianças bruxas. Lembra
bastante o jogo de bolinhas de gude, com a diferença de que quando o jogador perde um ponto, a
bexiga vencedora espirra nele um líquido pútrido e muito fedorento.

As bexigas não têm uma reputação muito boa em Hogwarts por causa disso. Os bexigueiros (ou
bexiguentos, segundo os haters) são constantemente ridicularizados e menosprezados,
principalmente pelos amantes de quadribol. Muitos acham que bexiga é coisa pra bebês e alguns
fãs da bexiga geralmente migram de esporte conforme a idade.

Os Níveis Ordinários de Magia (frequentemente abreviado NOM, OWL em inglês) é um teste


específico realizado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts pelos alunos do quinto ano,
administrado pelo Autoridade dos Exames Bruxos. A pontuação feita por um estudante em um
NOM especial determina se ele ou ela vai ou não ser autorizado a continuar a cursar uma disciplina
em anos letivos posteriores.
Capítulo 38: Segundo ano: O Longo Último Dia (Parte 1)
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Sexta-feira, 29 de junho de 1973

Remus estava atrasado e ainda havia muito a se fazer. Como de costume, ele havia dormido até
mais tarde do que o resto dos marotos e, quando acordou, Peter era o único que restava, correndo
porta afora com um rápido, “Bom dia Lupin! Boa sorte!"

Verificando o relógio, Remus saltou da cama e correu para o chuveiro em estado de pânico.
Enquanto penteava o cabelo no espelho - pensando sombriamente que esta poderia ser a última
vez, já que a Diretora certamente o deixaria careca assim que ele voltasse ao St. Edmund's amanhã
- ele repassou a lista em sua cabeça.

Café da manhã primeiro, é claro - não podia faltar. Se ele se apressasse, poderia alcançar James e
Peter antes que partissem em suas próprias missões. Provavelmente seria sua única chance de vê-
los, porque hoje, no último dia do semestre, os marotos - geralmente unidos - estariam
visivelmente separados até o jantar.

Depois do café da manhã, ele teria que correr de volta o dormitório para fazer as malas - Remus
tinha certeza de que eles ganhariam uma detenção naquela noite, e ele poderia não ter tempo
suficiente na manhã seguinte antes de pegarem o trem. Depois de fazer as malas, ele precisava
devolver os livros da biblioteca. Isso o encheu de um sentimento de culpa - ainda não tinha
encontrado nada para ajudar Sirius, apesar de semanas de pesquisa. Sua única esperança agora era
que Narcissa Black fosse capazes de encontrar uma maneira de escapar do noivado, mesmo que
fosse depois que a cerimônia de noivado acontecesse.

Em seu caminho para a biblioteca, poderia deixar seu formulário de inscrição de disciplinas no
escritório de McGonagall - ele já havia adiado isso por muito tempo. Então, com os livros
devolvidos e o formulário entregue, Remus achava que teria tempo de sobra até as onze horas,
horário em que deveria encontrar Peter em frente as estufas, onde ele pegaria a capa da
invisibilidade.

Contanto que tudo funcionasse de forma cronometrada, Remus deveria ser capaz de pegar os
guarda-chuvas que precisava no galpão do guarda-caça e trazê-los de volta ao dormitório. Então,
seria quase hora do almoço - ele esperava ter um momento para terminar de ler seu livro em paz –
havia pego emprestado de Sirius e só faltava um capítulo, e ele realmente queria terminar antes que
precisassem ir para casa. Especialmente porque duvidava que McGonagall permitiria que lesse
durante sua inevitável detenção naquela noite.

Logo após o almoço, então, entraria em vigor a primeira etapa do plano de fim de ano dos marotos.
Ele evitaria o caos e verificaria se ele empacotou tudo - possivelmente arrumando algumas das
coisas de Sirius também, porque o outro garoto ainda não tinha feito às malas e Remus suspeitava
que estava deixando para o último minuto. Então, os preparativos para o banquete começariam -
tudo o que ele precisava fazer era aparecer cedo o suficiente para ajudar James e Sirius com os
encantamentos finais. Isso, é claro, se nenhum deles fosse pego antes disso.

Houve uma batida repentina na porta do banheiro, assim que Remus estava puxando sua calça
jeans.

"Trouxe torradas para você, Moony" a voz de Sirius continuou, "Pensei em trazer para que não
perdesse tempo descendo."

"Ah, ótimo, obrigado!" Remus gritou de volta, colocando sua camisa rapidamente, como se Sirius
pudesse vê-lo através da madeira.

"Boa sorte! Vejo você à tarde!”

"Éh - você também!"

Remus ouviu os passos de Sirius recuarem e desaparecerem escada abaixo. Bem. Pelo menos o
café da manhã havia sido resolvido. Ele saiu do banheiro cheio de vapor e viu o prato de torradas
em cima de seu malão. Quatro fatias - Sirius não fora mesquinho - e cada uma generosamente
revestida com um ingrediente diferente. Remus sorriu e renovou sua promessa de ajudar Sirius a
fazer as malas mais tarde.

Ele passou uma hora apenas mastigando as torradas e recolhendo vários pertences que se
espalhavam por toda parte, desde sua cama até as prateleiras de seus amigos e a sala comunal.
Aproveitou a oportunidade para ouvir Hunky Dory uma última vez, despedindo-se afetuosamente
da vitrola por alguns meses.

O poster de David Bowie que Sirius lhe dera de aniversário não se movia mais - o que Remus ficou
um pouco feliz, porque pelo menos isso significava que ele poderia levá-lo de volta para St.
Edmund sem levantar suspeitas. Sua mala não parecia se fechar tão facilmente como no final do
verão passado, quando ele estava a caminho de Hogwarts, e ele teve que reorganizar os itens várias
vezes antes que tudo se esmagasse lá dentro e ele conseguisse fecha-la.

Remus escovou os dentes e foi juntar seus livros da biblioteca, colocando-os em sua bolsa puída.
Ele se perguntou se a Diretora o deixaria ter uma nova mochila escolar - veja bem, da última vez
que ele pediu uma, ela aproveitou a oportunidade para ensiná-lo a costurar. ‘Uma habilidade para a
vida’, ela disse. O garoto não se incomodou em dizer a ela que o feitiço reparador era muito
melhor – mas, nem mesmo ele estava sendo muito útil com a bolsa neste estado.

Com sua lista de matérias escolhidas em mãos, ele desceu para a sala comunal, onde todos os
outros grifinórios pareciam estar fazendo suas malas de última hora também. O espaço geralmente
aconchegante estava um caos, com gritos implorando pela devolução de livros e jogos sumidos,
alunos rastejando sob as mesas e levantando sofás a procura de itens perdidos, grupos de meninas
do sétimo ano choravam, abraçando-se em despedida, corujas voavam de um lado para o outro.

"Remus!" Mary o interrompeu quando estava saindo, "Você está sozinho?"

"Sim." Ele acenou com a cabeça, com um sorriso travesso. Ela sorriu de volta.

“Oooh, o que vocês estão planejando? Eu e Marlene estávamos conversando como vocês estavam
quietos nas últimas semanas ... "
"Não me faça perguntas e eu não te contarei mentiras." Ele respondeu. “Desculpe, mas tenho que
devolver meus livros—”

"Lily está procurando por você", ela disse rapidamente.

"Ah, um ... estarei no Salão Principal para o almoço. Vou estar pouco ocupado até lá, peça
desculpas a ela!"

Com isso, ele correu pela porta do retrato e saiu para o corredor, que estava igualmente cheio com
os alunos correndo de um lado para o outro, se despedindo de última hora. Pirraça, levado pela
empolgação, obviamente descobriu onde Filch guardava o papel higiênico e estava jogando
chumaços de papel molhado em qualquer um que chegasse perto o suficiente.

Com os braços acima da cabeça, Remus alcançou o escritório de McGonagall no momento em que
Pirraça arremessou papel na porta. Remus se abaixou bem a tempo, e Pirraça começou a rir
loucamente quando McGonagall - tendo ouvido o "SPLAT" muito alto - abriu a porta do escritório.
Ela olhou para Remus, ainda agachado e cobrindo a cabeça.

"Sr. Lupin."

“Foi Pirraça!” Ele se levantou, rapidamente, "De verdade, professora!"

"Eu acredito em você." Ela deu um pequeno sorriso, “Os espíritos estão sempre bem ativos no
último dia do semestre. Você tem algo para mim? " A velha professora olhou para o pergaminho
que estava segurando.

"Ah sim!" Ele estendeu a mão.

"Excelente, entre, Lupin."

"Er ..."

Mas você dificilmente poderia dizer 'não' para McGonagall, ou perguntar a ela se isso poderia
esperar até mais tarde. Ele se perguntou o que diabos ela queria - certamente Sirius e James já não
haviam sido pegos, ou haviam? Seria bastante óbvio assim que a fase um do plano fosse iniciada,
mas ele não tinha ouvido nada...

“Sente-se, Sr. Lupin. Chá?"

"Hum ... sim, ok." Ele se sentou, inquieto. McGonagall acenou com sua varinha, e o pequeno bule
de tartan em sua mesa começou a derramar seu conteúdo em duas xícaras iguais.

"Sirva-se de leite", disse a professora distraidamente, enquanto examinava o pedaço de pergaminho


que ele lhe dera. "Adivinhação", disse ela, "Estudos dos trouxas e Aritmancia."

Ele não disse nada. Ela ergueu os olhos finalmente, examinando-o por cima dos óculos quadrados.
“Essas são as mesmas matérias que o Sr. Potter e o Sr. Black escolheram, se não me engano? Sr.
Pettigrew também, hm? "

Remus apenas assentiu. Na verdade, Peter estava apenas fazendo Adivinhação e Estudos dos
Trouxas - ele descobriu que você só precisava selecionar um mínimo de duas novas disciplinas e
decidiu não se esforçar mais do que o necessário. E Remus preferia morrer do que ter uma matéria
a menos que James ou Sirius.

“Estou interessado em saber o que o levou a selecionar Estudos dos trouxas, em particular?
Considerando um futuro no escritório de comunicação trouxa, talvez? "

"Er ..." Remus gaguejou. Ele não tinha ideia do que era o escritório de comunicação trouxa, mas
não parecia muito interessante.

"Achei que você tivesse conhecimento suficiente sobre o mundo trouxa, depois de passar tanto
tempo de sua vida nele."

"Sim, mas ... bem ..."

"Não há necessidade de você estudar disciplinas simplesmente porque seus amigos o fazem, Sr.
Lupin." A professora McGonagall disse, mais gentilmente do que esperava. "Vocês ainda terão as
mesmas matérias básicas, afinal."

Remus encolheu os ombros. Ele não sabia mais o que fazer. Sério, todas as matérias o interessavam
- ok, talvez não Estudos dos Trouxas, ela estava certa - mas no final, ele não gostava muito da ideia
de não fazer aulas com os outros marotos.

“Uma das coisas mais maravilhosas sobre a escola, Sr. Lupin,” McGonagall começou, com muito
tato, “São os amigos que fazemos - conexões e relacionamentos que duram a vida toda. Eu sei que
você fez alguns amigos muito queridos em Hogwarts.”

Remus lutou contra uma careta. Ela tinha que fazer isso soar tão feminino?! Ela limpou a garganta,
claramente divertida com a reação dele, “Alguns amigos muito queridos. Mas a escola também é o
lugar para nos desafiarmos, para testar nossa capacidade. Você entende?"

Ele acenou com a cabeça, inexpressivamente. Ela suspirou, bebendo seu chá.

“Seus resultados nos exames foram excelentes este ano, Remus.”

O menino se endireitou um pouco na cadeira ao ouvir isso. Ele próprio ficou muito satisfeito com
os resultados. Não tinha vencido James em Transfiguração, ou Snape e Lily em Poções, mas teve
algumas das notas mais altas do ano em todo o resto.

“Como tal,” McGonagall continuou, “Não tenho nenhuma preocupação em permitir que você
estude Aritmancia - que, devo dizer a você, é um dos cursos mais desafiadores que oferecemos em
Hogwarts. Mas eu questionaria se os Estudos dos Trouxas são um uso adequado do seu tempo no
futuro. Você pode achar muito tedioso, infelizmente. Você considerou, por exemplo, Runas
Antigas?”

Remus torceu as mãos no colo. Tinha soado bastante interessante. Mas ele passou tanto tempo
lutando para ler em inglês, e lutando para alcançar o resto dos alunos, que a ideia de aprender outro
idioma era petrificante. McGonagall parecia entender suas preocupações - pelo menos em parte.

“Você não acharia tão difícil quanto pensa, sabe. Você é um aluno imensamente talentoso, e
extremamente esforçado. E também, suas colegas de casa senhoritas MacDonald e McKinnon
estarão na mesma aula.”

Isso não parecia tão ruim, na verdade. Ele gostava muito das M's agora, e seria divertido passar um
pouco mais de tempo com elas. Seria bom ter uma aula em que não houvesse Sirius se exibindo,
nenhum Peter tentando copiar suas anotações e nenhum James agindo como um idiota para chamar
a atenção de Lily.

"Ok." Ele disse. "Vou tentar."


"Excelente." McGonagall sorriu amplamente, parecendo genuinamente satisfeita. Ela acenou com a
varinha sobre o formulário dele para alterá-lo.

"Hum ... Professora?" Ele perguntou, de repente, ligeiramente nervoso novamente.

"Sim, Lupin?"

“Eu ... bem, eu estava pensando em outro matéria também. Talvez ... talvez em vez de
Adivinhação?"

O sorriso de McGonagall se tornou irônico.

"Bem, não posso fingir que vejo muita utilidade em Adivinhação ... a menos que a bruxa ou mago
em questão seja genuinamente dotado com a visão."

Remus assentiu, presumindo que isso significava que ele não era tão talentoso.

"Eu pensei, talvez ... quer dizer, provavelmente é bobo ..." James disse que era bobo. Uma matéria
de menina. "Hum ... Trato das Criaturas Mágicas." Ele disse, tudo com pressa.

McGonagall parecia genuinamente surpresa.

“Isso é algo que te interessa?”

"Hum ... sim, acho que sim. Não apenas porque eu sou ... você sabe. Mas. Sim, suponho que seja
principalmente por causa disso. "

“Bem, é um assunto muito interessante,” McGonagall tomou um gole de chá novamente. “Devo
dizer que se você está mais interessado nisso do que em Adivinhação, então deveria faze-lo.”

"Ótimo, ok, pode mudar." Ele acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco envergonhado, mas
também bastante satisfeito consigo mesmo. McGonagall acenou sua varinha mais uma vez.

"Seu pai era bastante talentoso quando se tratava de criaturas mágicas, você sabe." Ela disse.
Remus ergueu as sobrancelhas.

"Eu não sabia."

“Oh sim,” ela acenou com a cabeça, como se ela estivesse apenas passando o tempo. “Um
especialista em sua área.”

"Sua... área?"

“Aparições espirituais não humanas. Bichos-papões e fantasmas, você sabe - dementadores


também. Todas criaturas das Trevas, receio. Trato de Criaturas Mágicas se concentra
principalmente em criaturas corpóreas - ou seja, criaturas mortais, mas você pode muito bem
compartilhar seus talentos.”

"Ah, certo. Obrigado, professora.” Remus se levantou rapidamente. Ele não tinha tempo para
pensar em seu pai agora. Tinha muito que fazer. "Eu tenho que ir para a biblioteca." Ele indicou
sua bolsa pesada, rasgando-se nas costuras.

“Sim, sim, certamente.” McGonagall assentiu. “Obrigado, Remus. Vejo você no banquete esta
noite."

"Sim, tchau!"
Quando ele finalmente saiu do escritório de McGonagall, Remus olhou para o relógio. Eram dez
para as onze. Droga. Não havia tempo para a biblioteca agora, ele tinha que encontrar Peter lá fora,
e normalmente levava pelo menos quinze minutos para sair do castelo, desde que nenhuma das
escadas o obrigasse a se desviar. Levantando sua mochila excessivamente pesada, Remus suspirou
e partiu.

Quando chegou às estufas, suando e com muito calor sob o sol forte, Peter obviamente estava
esperando há algum tempo e estava torcendo as mãos.

"Aí está você!" Ele engasgou, "Eu pensei que algo tinha acontecido."

“Desculpe,” Remus ofegou, enxugando a testa com a manga, “McGonagall queria bater um papo.
Está tudo bem?”

“Sim,” Peter acenou com a cabeça, os olhos correndo ao redor, “Assim como James disse. Você os
viu?”

"Não."

“Tudo deve estar bem, então. Aqui." Peter entregou a Remus a capa da invisibilidade.

"Ótimo. Ei, você vai voltar para o dormitório?”

"Sim, eu ainda preciso fazer as malas ..."

“Ótimo, se importa em levar meus livros de volta? Eu queria devolvê-los à biblioteca, mas
McGonagall...”

“Ok,” Peter pegou a sacola. "Puta merda, Moony!" Ele gemeu, cedendo ao peso da bolsa.

"Te vejo na hora do almoço?"

"Provavelmente. Boa sorte!" Peter saiu correndo de volta para o castelo, deixando Remus sozinho
novamente.

Olhando ao redor para se certificar de que a área estava vazia, Remus não perdeu tempo em se
aproximar do galpão de equipamentos. Ele já havia estado ali uma vez para uma detenção em seu
primeiro ano - era muito maior por dentro do que parecia, e cheio de ferramentas para manter os
cuidados nos amplos terrenos de Hogwarts. A fechadura não respondeu ao feitiço Alohomora, mas
absolutamente respondeu a algumas torções rápidas com um dos grampos de cabelo de Lily Evans.
Ela o havia dado o objeto na noite anterior, com um olhar interrogativo, mas não perguntou por
que ele precisava.

Uma vez lá dentro, Remus agiu rapidamente, encontrando o grande baú preto de guarda-chuvas.
Ele não tinha certeza de por que os bruxos ainda usavam guarda-chuvas - certamente haviam
feitiços para se proteger da chuva? Mas, mesmo assim, eles não queriam que ninguém os
convocasse e arruinasse a diversão. Remus cobriu o baú com a capa da invisibilidade e lançou um
feitiço de leveza sobre ele, antes de levitar tudo para fora do galpão.

Ele caminhou de volta para a escola de uma maneira vagarosa, tentando não parecer que estava
tramando alguma coisa, escondendo sua varinha sob as vestes para que ninguém pudesse ver que
estava guiando o baú invisível. Demorou uma boa meia hora para andar sozinho pelo castelo com
o baú sem ser notado e sem esbarrar em nenhum outro aluno. Várias vezes ele teve que levitar a
coisa sobre sua própria cabeça, o que exigiu muito esforço e concentração.
Ainda assim, ele o fez, chegando ao seu destino com um enorme sentimento de realização. Remus
deixou o baú no dormitório e fez um feitiço para colar a fechadura. Se alguém tentasse invocá-lo,
não seriam capazes de abri-lo a tempo de se salvar. Ele dobrou a capa cuidadosamente e a deixou
no travesseiro de James.

Peter havia deixado a mochila de Remus ao pé de sua cama, e o menino suspirou para si mesmo,
percebendo que teria que devolver os livros antes de poder ir almoçar. Colocando-o nas costas, ele
desceu mais uma vez a escada para a sala comunal da Grifinória.

Mais uma vez, ele foi surpreendido, desta vez por Lily, que parecia extremamente nervosa e
extremamente satisfeita em vê-lo

"Aí está você!" Ela gritou, agarrando seus ombros, "Estive procurando por você em todos os
lugares!"

“Oi, Lily,” ele sorriu, educadamente, “Desculpe, isso pode esperar? Eu tenho que ir a ...”

"Absolutamente não!" Ela balançou a cabeça com veemência, “Podemos subir para o seu quarto?
Os outros não estão lá, estão? "

“Não,” ele suspirou. Poderia ir para a biblioteca mais tarde, se deixasse de tentar terminar seu livro,
ou se sua visita a Madame Pomfrey não demorasse muito. Ele seguiu Lily de volta escada acima.

“Eu iria querer saber o que é isso?” Ela disse, olhando para o grande baú preto.

"É um baú cheio de guarda-chuvas." Ele disse, prontamente. Ela ergueu uma sobrancelha, mas não
o questionou mais.

"Eu tenho uma coisa para você." Ela colocou sua bolsa em cima do baú, vasculhando-a. Ela retirou
um item muito estranho. Parecia uma folha de plástico transparente. Remus franziu a testa, quando
ela entregou a ele. Ele o virou.

"Erm ... Lily ...?"

“Lamento ter demorado tanto - tive que esperar séculos pelo acetato. Minha mãe comprou de uma
amiga dela que é professora. Eles os usam como retroprojetores em escolas trouxas. Bem, você
sabe disso, obviamente.”

Remus acenou com a cabeça, inexpressivamente. Havia um projetor em St Edmund's, mas sua
lâmpada precisava ser substituída há cerca de três anos e, pelo que ele sabia, ninguém ainda havia
feito isso.

“Tem um livro?” Lily acenou com a cabeça para a bolsa dele. "Pegue um, vou te mostrar."

Ele obedeceu, curioso para ver onde isso estava indo. Ela abriu em uma página aleatória, colocou-o
em cima do baú e colocou a folha de acetato sobre ele. "Veja." Ela disse.

Remus olhou, prestes a retirar sua varinha, caso ela quisesse que ele lesse algo. Ela balançou a
cabeça, afastando a mão dele. "Apenas olhe." Ela disse.

Ele olhou novamente, esfregando o pescoço.

‘Existem três elementos-chave para cumprir um voto inquebrável de sucesso. Na primeira


instância…'
"O que?!" Remus exclamou, pegando o livro e olhando.

"Funcionou?!" Lily olhou para ele, ansiosa, "Você conseguiu ler isso?"

"Eu ... sim ... eu ... caramba, Evans!" Ele virou a página novamente, movendo o acetato.
Funcionou. Era muito menos complicado do que o feitiço de Sirius.

"Deve funcionar fora de Hogwarts também." Ela disse, com os olhos verdes brilhando, "Eu mexi
um pouco no encantamento e houve um trabalho de poção envolvido, mas deve durar um bom
tempo."

"Você é incrível!" Remus disse, ainda lendo. "Muito obrigado!"

Do nada, Lily saltou sobre Remus, jogando os braços em volta do pescoço dele e abraçando-o.
Pego de surpresa, Remus se sentiu corar. Ele nunca tinha sido abraçado com frequência antes -
muito menos por uma garota. Ela era macia e seu cabelo era cheiroso, como maçãs.

“Eu queria fazer isso a tempo para o seu aniversário,” ela disse, dando um passo para trás, ainda
sorrindo, “Mas eu continuei estragando tudo. Graças a Deus funcionou! Você teria pensado que eu
era louca se não tivesse! "

"Sim", ele riu, nervoso, ainda se recuperando do abraço surpresa. "Obrigado, Lily, isso é ... é uma
coisa incrível."

"Você merece, Remus," ela disse, séria, "Honestamente, você trabalha tão duro e está sempre
ultrapassando Potter e Black."

Remus encolheu os ombros. Houve um silêncio um pouco constrangedor.

"Olha, vou deixar você continuar o seu dia." Lily disse, finalmente: “Desculpe por ter te
emboscado desse jeito. Vejo você no banquete? "

"Sim ... sim, claro." Remus olhou de volta para o livro. "Ah merda, espere - Evans, você tem um
guarda-chuva?"

“Er ... eu acho? Ele já deve estar guardado.”

"Pegue ele de volta", disse com firmeza. "E leve para o jantar, ok?"

"… Ok?"

Assim que ela saiu, Remus se permitiu um momento para se sentar. Ele não conseguia acreditar
que ela tinha feito isso. Ele não conseguia acreditar que não tinha pensado nisso! Era tão simples,
tão elegante. Seria capaz de ler durante todo o verão! Virou a página.

‘É importante notar que o voto perpétuo, uma vez feito, não pode ser substituído por qualquer
outro tipo de voto, juramento ou promessa feita posteriormente, independentemente de quaisquer
preocupações legais ou morais em torno de manter tal voto. Portanto, é fundamental que— ‘

"Oh!" Remus engasgou, de repente. Foi como se houvesse um 'clique' em seu cérebro e tudo
tivesse se encaixado. "OH!" Ele saltou.

A biblioteca teria que ser adiada mais uma vez.


***

Eram em momentos assim, Remus pensou, enquanto andava para cima e para baixo no corredor
escuro, que ele realmente apreciaria ter o mapa do maroto pronto em suas mãos. Infelizmente, eles
só conseguiram mapear três quartos do castelo e ainda estavam muito longe de rotular todos os
alunos.

Remus estava esperando do lado de fora da sala comunal da Sonserina por vinte minutos agora,
sem sorte alguma. Os alunos de uniforme verde que passavam por ele ignoraram seus pedidos de
ajuda, e até mesmo o Barão Sangrento continuou seu caminho depois de uma fungada desdenhosa.
Estava ficando sem esperança. Perderia o almoço nesse ritmo. Ele olhou para o relógio mais
próximo. Era meio-dia e meia. A primeira fase do plano iria começar.

Quando a parede da sala comunal se abriu mais uma vez, seu coração afundou ainda mais.

"Ora, ora, ora." Snape sorriu, "Eles disseram que havia um Grifinório louco à solta, mas não achei
que fosse você, Loony Lupin."

Remus suspirou.

"Cai fora, Snivellus."

"Não seja tão rude," Snape ergueu a varinha, "Eu deveria lavar sua boca com sabão."

"Achei que você não sabia como lavar." Remus respondeu secamente.

"Por que, você-"

"Podemos deixar isso para depois?" Remus disse, irritado, "É o último dia do semestre, e há muitas
coisas que eu preferiria estar fazendo. Você pode apenas ... sei lá, me deixar entrar ou algo do
tipo?"

"Deixar você entrar?!" Os olhos negros de Snape brilharam com diversão, "Por que diabos eu
deixaria você entrar?!"

“Eu preciso falar com—”

"Saia do caminho, Snape, seu idiota nojento." Uma voz veio da parede atrás de Severus. Barty
Crouch Jr. saiu, seguido por Regulus. Remus sentiu um pequeno alívio.

“Regulus! Você pode chamar Narcissa para m—”

“Mordeo!” Sem aviso, Crouch lançou uma maldição para Remus, que se esquivou bem a tempo,
puxando sua própria varinha.

"Expelli-" Ele começou, mas era tarde demais, Crouch o amaldiçoou uma segunda vez e a dor
disparou pelo crânio de Remus, sua cabeça zumbindo. Foi horrível, mas ele não vacilou. Só doeu
por um tempo, mas a dor já era uma velha amiga. Se eles pensavam que algo tão comum quanto
isso iria impedi-lo, eles tinham outra coisa em mente.

"O que você quer, meio-sangue?" Crouch perguntou, sorrindo loucamente, "Ou você é apenas
burro, andando por aqui sozinho?"

"Ele é burro", Severus disse, "como uma porta."


"Cale a boca, Snape," Crouch diz, virando sua varinha para Severus, agora. Remus estreitou os
olhos, prestando atenção. Aparentemente, Snape era ruim em fazer amigos onde quer que fosse.

“Calem a boca vocês dois,” Regulus finalmente falou, parecendo entediado. Ele estava observando
o rosto de Remus o tempo todo, "O que você quer, Lupin? Melhor me dizer antes que Barty
comece a praticar uma das imperdoáveis em você. "

"Eu preciso falar com Narcissa." Remus disse, muito claramente e tão calmamente quanto pôde. "É
urgente. É sobre ... você sabe, coisas da família Black. "

Regulus o observou por mais alguns momentos, sem falar. Ele era tão parecido com Sirius - só que
sem nenhuma alegria ou humor. Se Remus não soubesse, teria dito que Regulus era o irmão mais
velho.

"Snape, vá buscar minha prima." Ele disse bruscamente, sem nem mesmo mover a cabeça.

Snape parecia furioso, mas obedeceu. Todo mundo fazia o que os Blacks mandavam? James
costumava provocar Sirius por agir como se fosse da realeza, mas talvez ele só estivesse
desempenhando o papel para o qual foi criado.

Crouch logo ficou entediado e foi embora, deixando Regulus e Remus ainda se encarando em um
silêncio sólido. Remus estava realmente feliz em ver o rosto azedo de Narcissa, quando ela
finalmente atravessou a parede.

"Ah Merlin," ela suspirou, olhando para Remus, "O que é agora?"

“Eu descobri!” Ele disse rapidamente: “O ... o problema. Eu tenho uma solução.”

"Ah tem?" Ela cruzou os braços, parecendo não estar convencida.

"Um voto perpétuo", ele se apressou, ansioso para resolver tudo e ir. "Não pode ser quebrado,
nunca."

Ela bufou.

"Sim, isso certamente está implícito."

Remus revirou os olhos impacientemente.

“Quero dizer,” ele disse, mais lentamente, sua bravura crescendo, “que se você fez um voto
perpétuo, então você não pode fazer nenhuma outra promessa que vá contra ele. Você não pode
nem mesmo ser forçado a fazer outras promessas. Ou votos.” Ele enfatizou a última palavra,
significativamente.

A luz se acendeu nos olhos de Narcissa quase imediatamente. Por um segundo, seus lindos lábios
rosados formaram o mesmo 'oh' que Remus havia feito apenas uma hora antes, quando percebeu
isso. Ela não teve tempo de falar, porém, porque no mesmo momento, um grito de algum lugar foi
ouvido, fazendo com que todos se virassem. Uma garota da Sonserina saiu correndo do banheiro
no final do corredor e chorando.

"Todos eles simplesmente ... explodiram!" Ela disse, parecendo completamente perturbada. Com
certeza, eles podiam ver, pela porta de vaivém do banheiro atrás dela, que ondas de espuma rosa
estavam saindo das pias e vasos sanitários. Era realmente magnífico - grandes e lindas gotas de
bolhas de sabão caíam de cada torneira e ralo.
"Eu... hm ... eu tenho que ir!" Remus sorriu, piscando para Narcissa, então começou a correr.

Chapter End Notes

OHP – Em ingles, OHP é a abreviação para Overhead Projector, que significa


retroprojetor. Retroprojetor era o objeto usado antes dos anos 90 para realizar
projeções. O funcionamento de um retroprojetor é basicamente o mesmo de um
projetor de slides e de um projetor de cinema. Um objeto – no caso uma película
transparente com uma imagem – é colocada entre uma fonte intensa de luz e uma lente
convergente (ou um sistema óptico contendo pelo menos uma lente convergente). A
posição do objeto e a distância focal da lente devem ser tais que a imagem resultante
seja uma imagem real, que é a única que pode ser projetada.

Retroprojetores são formados pelas folhas de acetato. Porém, o que isso tem a ver com
dislexia?

Um estudo publicado por brasileiros e franceses mostrou que voluntários de 9 e 10


anos com dislexia que usaram filtros verdes apresentaram aumento da velocidade de
leitura. O mesmo filtro não fez nenhum efeito em crianças sem o distúrbio. Esses
filtros coloridos foram patenteados em 1983 e já foram indicados não só para crianças
com dislexia como para portadores de autismo e transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH). O trabalho foi publicado pela revista científica Research in
Developmental Disabilities.

Podem ler a matéria completa no link a seguir.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-09/filtro-colorido-aumenta-
velocidade-de-leitura-de-criancas-com-dislexia
Capítulo 39: Segundo ano: O Longo Último Dia (Parte 2)
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O resto da tarde foi nada menos que caótico - e Remus sabia que Sirius e James, onde quer que
estivessem, deveriam estar se divertindo muito. Todos os banheiros do castelo foram
misteriosamente afetados pela enchente de espuma, e ninguém parecia ser capaz de impedi-los por
muito tempo. Enormes montes de bolhas obstruíam os corredores como neve rosa, e os alunos que
não queriam brincar com ela, não pareciam se importar em serem forçados a sair para descansar na
grama e passar seu último dia ao sol.

Remus, que já havia sacrificado sua hora do almoço, ainda precisava ir à biblioteca e devolver seus
livros, ajudar Sirius a empacotar (embora, na verdade, ele disse a si mesmo, enquanto subia as
escadas para a torre da Grifinória, ele tinha feito o suficiente para ajudar Sirius por um dia) e ver
Madame Pomfrey para um check-up de final de ano. Ele também precisava chegar ao Salão
Principal cedo para ajudar James e Sirius com a fase final do plano. Não era uma magia complexa,
mas era forte e, idealmente, precisava do máximo de varinhas possível.

Biblioteca primeiro, ele pensou consigo mesmo, propositalmente enquanto entrava na - agora vazia
- sala comunal. Pelo menos, não havia ninguém para impedi-lo agora. Um dos outros obviamente
estivera no dormitório desde a última vez que Remus o deixou, porque estava ainda mais
bagunçado do que antes e a capa da invisibilidade agora tinha sumido.

James, que provavelmente era o mais arrumado de todos os quatro, havia embalado todas as suas
coisas na noite anterior e feito a cama com cuidado. O espaço de Remus estava arrumado apenas
porque estava totalmente vazio agora, exceto por seu pijama e o livro ao lado da mesa de cabeceira.
Peter aparentemente tentou fazer as malas em algum momento, mas foi chamado no meio do
processo - seu malão estava aberto, várias peças de roupa penduradas para fora, uma pilha de livros
em sua cama e sua gravata vermelha pendurada na cabeceira. A cama de Sirius era de longe a pior.
Ele deve ter procurado alguma coisa em algum momento, porque cada gaveta de sua cômoda
estava aberta, seus lençóis estavam abarrotados e seu baú, completamente vazio.

Remus agarrou sua mochila e saiu imediatamente - ele pensaria nisso mais tarde. Gostaria de ainda
ter a capa da invisibilidade enquanto se esquivava de Pirraça mais uma vez. O poltergeist estava se
divertindo, mergulhando nas pilhas de espuma e então explodindo para fora delas, assustando
alunos e professores desavisados. Remus se lembrou brevemente do que McGonagall havia dito
naquela manhã sobre seu pai 'bicho-papão, poltergeists ...' ele se perguntou o que seu pai - seu
campeão de duelo, pai da Corvinal que tinha um temperamento forte – devia pensar de Pirraça.

“Boa tarde, Madame Pince,” disse Remus, quieto e respeitosamente, enquanto entrava na
biblioteca. Estava quase totalmente vazia, e a velha bibliotecária de rosto cansado estava separando
uma pilha enorme de livros devolvidos recentemente com sua varinha, colocando-os de volta às
estantes com grande prazer.
"Lupin." Ela disse, nem mesmo virando a cabeça para cumprimentá-lo.

Ele colocou seus livros cuidadosamente no balcão mais distante dela.

Embora a biblioteca não o assustasse mais – não exatamente - Remus ainda ficava muito nervoso
perto de Madame Pince, que claramente preferia que nenhum aluno pudesse tocar em seus
preciosos livros. "Estes são todos?" Ela disse bruscamente: "Eu saberei, se estiverem faltando
algum."

"Definitivamente todos estão aqui." Ele disse, se afastando lentamente.

"O Sr. Pettigrew não devolveu o Plantas venenosas das Ilhas Britânicas, e o Sr. Black mais velho
tem três livros de transfiguração vencidos."

"Oh, ok ... hum ... vou avisar quando os vir."

“Estarei escrevendo para os pais deles, se não os receber às cinco horas.”

"Eu direi a eles." Ele repetiu, quase fora da porta. Suspirando de alívio, ele caminhou até a ala
hospitalar em um ritmo vagaroso, lutando contra o desejo de se jogar em uma luta de bolas de neve
que os lufanos estavam travando contra os sonserinos com a espuma.

Parecia que o feitiço ainda estava forte - ainda mais bolhas emanavam dos banheiros pelos quais
ele passou, e se ele não estivesse muito enganado, elas estavam ficando maiores. Ele não tinha
ideia de onde Sirius, James e Peter estavam naquele momento, mas sabia que eles deveriam estar se
divertindo muito.

"Remus, querido!" Madame Pomfrey sorriu quando ele entrou na ala hospitalar. "Obrigado por
passar aqui - eu sei que você preferiria se divertir com seus amigos hoje."

Ele encolheu os ombros com um pequeno sorriso.

"Eu não me importo."

"Apenas algumas coisas antes do início do verão, podemos ir ao meu escritório?"

Ele a seguiu e aceitou com gratidão o prato de biscoitos que ela lhe ofereceu - seu estômago
roncava por ter perdido o almoço.

“Agora,” Madame Pomfrey se sentou, evocando suas anotações do nada, “Eu tentei entrar em
contato com a Diretora do St. Edmund's algumas vezes ... parece que ela não sabe como as corujas
funcionam. Fica tentando me fazer falar com ela em alguma engenhoca trouxa. Eu disse a ela que
não temos um terebone em Hogwarts, mas não acho que ela acredita em mim ... "

"Não," Remus sufocou uma risada, "ela não acreditaria."

"De qualquer forma, entre nós, conseguimos organizar que estarei presente antes e depois do seu
confinamento nas duas luas cheias. Eu expliquei a ela que sua condição se tornou... mais difícil
durante o ano passado, mas que não deve haver perigo para ninguém na escola.”

"Certo." Remus concordou. Agora que ele estava acostumado com a ideia, estava muito feliz por
Pomfrey estar lá, mesmo que brevemente, durante as férias. Isso tornaria as luas cheias um pouco
menos sombrias, de qualquer maneira.

“Eu quero ter certeza que você vai cuidar de si enquanto isso. Faça refeições completas e tenha um
bom equilíbrio entre descanso e exercícios.”

Remus não teve coragem de dizer a Madame Pomfrey que ele tinha muito pouco controle sobre as
permissões para descansos; e que não conseguia se lembrar se em algum momento havia se
exercitado enquanto morava em St. Edmunds. Ninguém em Hogwarts parecia entender que tipo de
instituição era.

Depois disso, ela verificou alguns de seus ferimentos da lua anterior para se certificar de que
estavam curando corretamente, então realizou alguns feitiços de diagnóstico. Eram quase quatro da
tarde quando voltou para a torre da Grifinória, pelo que parecia ser a centésima vez naquele dia.

Filch ainda não tinha tido sucesso em acabar com a espuma, mas pelo menos ela parou de jorrar de
cada torneira e ralo do castelo. Os outros devem ter ficado entediados e ido fazer outra coisa.
Enquanto Remus subia a torre, ele viu alguns alunos voando pelas janelas em suas vassouras.
Estava um dia lindo lá fora, os outros marotos provavelmente também estavam aproveitando ao
máximo.

Ele levou um choque ao chegar ao dormitório.

"Oie, Moony," James sorriu para ele. O menino estava sozinho, em pé do lado do quarto que
pertencia a Sirius. Ele estava fazendo as malas dele. "Bom trabalho conseguindo os guarda-
chuvas."

“Obrigada, vocês também com a espuma. Filch está furioso.” Ele esfregou a nuca, sentindo-se
constrangido, "Onde está Sirius?"

“Fazendo algo maluco em sua vassoura, eu acho. Pensei em resolver isso para ele. "

"Você quer ajuda?"

"Nah, não se preocupe. Você não queria ler um livro ou algo assim?”

Remus encolheu os ombros. Ele se sentiu um pouco envergonhado agora. Afinal, parecia certo que
James fizesse isso - James era o melhor melhor amigo de Sirius.

"Tudo bem, eu vou te ajudar." Ele disse, casualmente, como se isso não importasse muito de
qualquer maneira. "Você sabe que eu odeio voar."

"Legal da sua parte," James sorriu facilmente, juntando um pouco da bagunça de Sirius e
arrumando-a rapidamente. Remus começou a arrumar os discos, empilhando-os em ordem
alfabética, porque Sirius gostava desse jeito. “Coloque isso no meu baú,” disse James, apontando
para a caixa de discos, “Os livros trouxas também. Disse que cuidaria deles para ele. Você sabe
como as coisas são com a mãe e o pai dele. "

Remus acenou com a cabeça, levando-os para a cama de James.

"Vai ser um verão horrível, sem vocês dois", comentou James, parecendo genuinamente triste.

"Sim." Remus respondeu, sem saber o que mais dizer.

"Sirius acha ... ele acha que pode não voltar em setembro."

"O que?!" Remus ergueu os olhos, de repente, alarmado. James franziu a testa.

“Sim, ele acha que com essa coisa de noivado ... eles podem mandá-lo para Durmstrang. Para
mantenha-lo longe de problemas até que possam casá-lo. Muito drástico, eu acho, mas não
impossível. "

"A cerimônia de noivado pode não acontecer, sabe," Remus disse, rapidamente, "Tenho um
pressentimento ... Só sinto que Narcissa não vai deixar isso acontecer." Ele não queria contar nada
a James ainda - porque James contaria a Sirius, e Sirius poderia ficar irritado por Remus falar pelas
suas costas com sua família. E se não funcionasse? Ele não queria criar esperanças em ninguém.

"Narcissa?" James olhou para ele com curiosidade, "Do que você está falando?"

"Só sei que ela não quer se casar com Sirius mais do que ele quer se casar com ela, só isso." Remus
balançou a cabeça. "Devo colocar as revistas trouxas dele no seu porta-malas também?"

***

"Que ano maravilhoso tem sido", Dumbledore sorriu para o Salão Principal enquanto os restos
finais do banquete de fim de ano desapareciam de seus pratos. Remus sentiria falta da comida mais
do que tudo, e comeu três porções de sobremesa. A corvinal havia ganhado a taça da casa naquele
ano, e o salão estava decorado com estandartes de seda azul royal e bronze. Cada vez que a mesa
da corvinal festejava durante a refeição, Remus sentia um puxão atrás do umbigo e pensava em seu
pai.

O discurso de Dumbledore continuou, "Estou imensamente orgulhoso de todos vocês, é claro.


Agora que estamos todos bem alimentados, tenho algumas palavras que gostaria de dizer...”

"Prontos, rapazes," Sirius sussurrou baixinho, tão baixo que apenas os marotos podiam ouvir.
Dumbledore continuou

“… Parabéns mais uma vez a Corvinal …”

"Agora!"

“… por ter ganhado a taça das casas deste ano ---“

Houve um grito vindo do outro lado do corredor, e todos se viraram para observar cada taça na
mesa da corvinal de repente jorrar bolhas vermelhas e douradas. Elas dispararam para cima em
grandes gêiseres, atingindo o teto e explodindo em uma chuva de gotas brilhantes, que caíram
como chuva sobre os alunos abaixo, manchando suas vestes com listras vermelhas da grifinória.

"Continue!" Sirius sussurrou, sua voz alta de excitação, enquanto os marotos agitavam suas
varinhas usando cada grama de concentração. Imediatamente, os cálices em todas as outras mesas
explodiram também, causando o mesmo efeito quando os alunos gritaram e começaram a se
abaixar para proteger seus cabelos, pele e roupas que se manchavam de vermelho e dourado
vibrantes.

Nem mesmo a mesa da grifinória havia escapado - não querendo perder a diversão, James havia
insistido nisso. Lily Evans trouxera seu guarda-chuva, e sorriu maliciosamente para Remus
enquanto Mary e Marlene lutavam para se enfiar debaixo dele. No canto mais distante do corredor,
Remus avistou uma Narcissa furiosa escondida debaixo da mesa, seu longo cabelo branco tingido
com mechas vermelhas e douradas, que contrastavam terrivelmente com sua pele de porcelana.
Ela estava encarando seu primo rebelde com tanto ódio que Remus se perguntou como Sirius não
caiu morto ali mesmo. Mas ele se consolou com o pensamento de que esse incidente só pode ter
cimentado ainda mais a ideia em sua mente de que ela deveria escapar do casamento com Sirius a
todo custo.

"Omnistratum!" Dumbledore disse, calmamente, apontando sua varinha para o teto.

Imediatamente, as bolhas estouraram e evaporaram, se transformando em nada, como se um grande


campo de força tivesse aparecido repentinamente sobre suas cabeças. “Scourgify!” O diretor sorriu
agradavelmente, agora acenando com a varinha por todo o salão. Instantaneamente, a tinta
vermelha e dourada havia desaparecido das mesas, do chão e dos alunos. A ordem foi restaurada.

“Aw.” James suspirou, parecendo desapontado.

"Uma excelente maneira de comemorar a vitória da grifinória no campo de quadribol este ano",
Dumbledore pigarreou, enquanto os alunos subiam de volta em seus assentos, olhando seus cálices
nervosamente. “E embora eu admire e incentive as demonstrações de orgulho das casas, gostaria
que todos se lembrassem de que o verdadeiro espírito esportivo reside na capacidade de ceder a
vitória com elegância. Junte-se a mim para levantar suas taças para a Corvinal, ganhadora da taça
das casas de Hogwarts em 1973.”

Remus teve a sensação desconfortável de que, embora Dumbledore não olhasse na direção dos
marotos, eles eram absolutamente o público-alvo para essa advertência. Ele se sentiu um pouco
envergonhado - mas apenas um pouco. Era difícil sentir arrependido quando nenhum mal havia
sido feito e enquanto ele estava tão cheio de uma comida excelente.

James e Sirius já estavam planejando o final do próximo ano, Peter sorrindo e balançando a cabeça
como um simplório. Lily piscou para Remus enquanto eles erguiam suas taças, e ele esperou que
nada nunca mudasse.
Capítulo 40: Verão de 1973
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 30 de Junho de 1973

Caro Remus,

Só voltei para a casa dos meus pais faz meia hora e já me disseram que estou envergonhando
minha família cinco vezes. Cinco. Três dessas vezes nem foram de pessoas vivas - os retratos de
nossos ancestrais decidiram gritar também.

Acho que vou começar a pendurar minhas coisas da Grifinória na parede agora.

Espero que você tenha chegado bem em casa.

Sirius O. Black

***

Caro Sirius,

Sua coruja chegou antes mesmo de eu voltar - tivemos que pegar dois metros e um ônibus,
demorou muito.

Sinto muito pelas coisas sobre sua família. Tome cuidado. Queria que todos nós estivéssemos de
volta à escola.

Remus.

***
Sexta-feira, 13 de julho de 1973

Caro Moony,

Venha nos visitar em breve, eu e Peter vamos morrer de tédio!

Não mande nenhuma coruja para Sirius - a mãe dele interceptou a minha e devolveu todas as cartas
com maldições anexadas! Felizmente, papai percebeu antes que tivéssemos qualquer problema,
mas que inferno! Posso tentar entrar em contato com a prima dele, Andrômeda, para ver como ela
manda o correio. Eu acho que é do jeito trouxa, mas - por Godrick! - como devemos entender isso?
- eu nem abri meus livros de estudos trouxas ainda.

Me avise se você puder vir e visitar. Lembre-se de que mamãe disse que pode vir a qualquer hora.
Podemos falar com sua Diretora e Madame Pomfrey - ou Ministro da Magia, se for preciso!

James.

***

Caro James,

Eu sei como o correio funciona, mas eu teria que roubar alguns selos. E eu não sei qual é o
endereço de Sirius.

Eu perguntei a Pomfrey depois da última lua - ela disse que não. Ela disse que o mundo mágico é
muito perigoso para mim. Eu não sei se ela quis dizer que eu sou o perigo.

Desculpe, cara.

Moony.

***

Domingo, 5 de agosto de 1973

Caro Moony,

Então. Você não vai acreditar no que aconteceu. Sério. A cerimônia estava pronta para começar -
eu estava com meus horríveis robes verdes (com punhos de renda preta - RENDA, Moony. Tenta
imaginar isso. Você teria pensado que eu estava parecendo um completo idiota). Regulus estava lá,
minha mãe, meu pai e metade da família.

Então entra Narcissa, vestindo algo que parecia pertencer à minha avó. E ela não parecia feliz,
então pensei - bem, é justo, não estou exatamente emocionado. Mas então ela se levanta, na frente
de todo mundo e diz “Temos que parar imediatamente”.

Então, todo mundo para, e minha mãe parece que está prestes a começar a cuspir maldições, e meu
tio está perguntando a Narcissa "o que você acha que isso é uma brincadeira?!" e Regulus está
sorrindo para mim e Bellatrix está sorrindo também, só que ela parece um um pouco mais louca do
que Reg. Então Narcissa sussurra algo para seus pais e minha tia LITERALMENTE DESMAIOU.
Sem zoeira. E todo mundo está murmurando e sussurrando, e a minha mãe não aguenta mais e
exige saber o que está acontecendo, então Narcissa se levanta, OLHA NOS OLHOS DA MINHA
MÃE e fala.

Ela fez um voto perpétuo de se casar com Lucius Malfoy assim que terminasse seu NIEM.

Não me lembro se disse a você o que é um voto perpétuo, mas basicamente ela não pode não se
casar com Malfoy agora - ou os dois caem mortos. Não sei se deveria ficar um pouco ofendido
sobre isso, para ser honesto. Quero dizer, o que pensar quando uma garota prefere morrer a se
casar com você, mesmo que ela seja sua prima?

De qualquer forma, como você provavelmente pode imaginar, toda a família Black está em guerra,
ninguém está se falando porque algumas maldições acabaram sendo lançadas entre meu pai e meu
tio. Eu não posso acreditar em Narcissa. Sério, eu cheguei perto de gostar dela por um segundo
antes de me lembrar que ela ainda é uma Black, e uma sonserina, e ela quer se casar com o Lucius
nojento Malfoy, de todas as pessoas.

Mas parece que me safei dessa. Não sobrou nenhum outro primo para casar comigo agora. Todo
mundo está furioso, obviamente, mas pela primeira vez ninguém está furioso comigo. Acho que
provavelmente voltarei para Hogwarts em setembro - em vez disso, ouvi minha mãe falar sobre
fazer de Reg o herdeiro. Eu não poderia me importar menos em herdar esta casa estúpida ou aquela
fortuna estúpida. Quem sabe eles não me deixam em paz e me ignorem para sempre.

Espero que suas férias estejam indo tão bem quanto as minhas (embora eu não consiga ver como
isso poderia acontecer, porque - honestamente, que resultado do caramba, hein Moony??)

Te vejo em algumas semanas,

Sirius O. Black

***

Segunda-feira, 6 de agosto de 1973


Caro Moony,

Aposto que Sirius já te contou a novidade, mas caso ele não tenha – O NOIVADO FOI
CANCELADO! Você estava certo, no final das contas tudo se resumia a Narcissa. Que habilidade
misteriosa que você tem aí, Remu velho amigo, não tá afim de me dar umas dicas no próximo
bolão na copa mundial de quadribol no ano que vem, não?

Meu verão aqui completamente sozinho está sendo bem chato. A família de Peter foi pra França
visitar alguns parentes, então não tem ninguém para me ajudar a praticar meus lances. Espero que
o seu não esteja tão ruim. Eu pensei que talvez você pudesse pedir a Madame Pomfrey te trazer ao
Beco Diagonal em agosto. Ou talvez a gente te busque e depois te leve de volta? Mamãe fica
perguntando por você, ela adoraria te ver de novo.

Entre em contato se você puder.

Seu amigo em tédio eterno,

James.

***

Segunda-feira, 13 de agosto de 1973

[Cartão postal com a Torre Eiffel na primavera]

Caro Remus,

Bonjour e tudo mais de Paris!

Espero que suas férias sejam boas. Queria que vocês estivessem aqui.

Peter.

***

Remus respondeu a cada uma dessas cartas com vigor, muito mais do que no ano anterior. Os
marotos tinham visto o suficiente de sua caligrafia para saber como era garranchuda, e ele não
achou que se importariam com alguns erros de escrita. Disse a James que sentia muito, mas que
não poderia ir ao Beco Diagonal (Madame Pomfrey disse que também não era seguro, mas não o
explicou por quê) e parabenizou Sirius por sua solteirice conquistada, mas não contou que ele,
Remus, tinha algo a ver com isso. Seria como se gabar, e não queria que Sirius sentisse que lhe
devia alguma coisa.

O verão de Remus foi talvez tão chato quanto o de James e Sirius, mas com mais propósitos do
que qualquer verão anterior. Madame Pomfrey foi fiel à sua palavra e chegou na noite anterior e na
manhã após cada lua cheia. Dessa forma, ele passou menos tempo coberto de bandagens e teve
mais tempo para ler e planejar o ano que viria.

Quando seus livros e os itens de segunda mão de Hogwarts chegaram, cortesia de Dumbledore,
Remus ficou ansioso em poder começar sua leitura. Aritmancia era muito difícil, mas o desafio era
empolgante - e Trato das Criaturas Mágicas era totalmente cativante, mesmo que só por causa das
fantásticas ilustrações coloridas.

Até mesmo a Diretora comentou – com certa desconfiança - que Remus havia mudado muito
depois de dois anos na escola.

“É bom ver que você está se mantendo fora de problemas.” Ela disse uma manhã, quando o
encontrou sentado no fundo do jardim lendo um livro pesado usando sua folha mágica de acetato.
Na hora, Remus simplesmente olhou para ela e sorriu benignamente. É claro que ela não tinha
ideia de que antes do fim do verão ele cometeria seu primeiro crime grave.

Desde seu Natal com os Potters, Remus tinha sido atormentado por um problema em particular e
não tinha certeza da melhor forma de superá-lo. Dinheiro. Ele não tinha nenhum - trouxa ou bruxo,
Remus era tão pobre quanto se poderia ser. Isso nunca importou muito - afinal, St. Edmund's supria
suas necessidades básicas e Hogwarts dava a ele todo o resto.

Mas. Mas. Ele gostaria, no mínimo, de retribuir a generosidade que seus amigos lhe mostraram.
Eles o compraram incontáveis doces e presentes; Sirius deu a ele a habilidade de ler, pelo amor de
Deus, e Lily sozinha salvou seu verão. Há algum tempo, Remus havia resolvido ir atrás da
oportunidade mais rápida que pudesse resultar em algum pagamento.

Felizmente para Remus, esta oportunidade se apresentou em uma tarde quente de junho. Ele estava
lendo novamente, é claro, sentado em um banco sob a sombra de um velho guarda-sol de bar que
deve ter sido doado em algum momento desde seu primeiro ano. Agora ele tinha treze anos, e
embora Remus não estivesse entre os meninos mais velhos de St. Edmund's, ele não estava mais na
base da pirâmide e geralmente podia escapar de ser perturbado.

Uma sombra caiu sobre seu livro e ele olhou para cima. Craig Newman, um skinhead de dezesseis
anos, olhou para ele. A gangue de Craig estava no topo da hierarquia no St Eddy's. Todos ouviam
reggae, usavam coturnos de combate e jeans colados presos por suspensórios. Alguns deles tinham
tatuagens e todos tinham hematomas.

"E aí, Lupin." Craig grunhiu para ele. Remus piscou, fechando lentamente seu livro e pensou se
este seria útil como uma arma. Era pesado, de qualquer maneira.

"E aí, Newman." Ele acenou com a cabeça, tentando não parecer pequeno e assustado. Ele deslizou
naturalmente de volta a seu antigo sotaque durante o verão, arrastando as palavras e comendo
consoantes. Era o mais seguro.

“Que se tá lendo?” Craig semicerrou os olhos para o livro, parecendo desconfiado. Remus se
perguntou se Craig sabia ler. Ele deu de ombros, indiferente,
"Só uma coisa pr'escola."

“Éh,” Craig assentiu. Remus não moveu um músculo. Ele não conseguia entender o que estava
acontecendo - Craig realmente queria só bater um papo? "Tu é espertinho, né?" O menino mais
velho disse, de repente.

Remus não sabia qual resposta faria com que ele apanhasse, então não respondeu nada. De
qualquer forma, Craig não parecia se importar. Ele apenas coçou o queixo e puxou um maço de
cigarros da manga da camisa. “Éh, tu é inteligente. Sempre lendo e tudo mais. " Ele acendeu o
cigarro com um fósforo de sua bota e ofereceu o maço a Remus.

Remus estendeu a mão e pegou um. Ele nunca tinha fumado antes, mas a maioria dos meninos em
St Edmund's sim. Craig acendeu para ele e Remus inalou. Seus olhos se encheram de lágrimas
imediatamente, e ele tentou desesperadamente não tossir e engasgar. Foi nojento.

Craig olhou para ele divertido e continuou. “É pequeno também, magrelo.”

"Acho que sim." Remus respondeu, tossindo, observando Craig inalar e então tentando imitá-lo.

"Quer ajudar num trampo?"

"Trampo?"

Craig acenou com a cabeça, seus pequenos olhos fixos em Remus.

"Éh, tu vai ser bom. Vai ser num mercadinho lá na cidade. Amanhã de noite. Sem segurança. Não
tem nada, só um cachorro. Vamo pegar dinheiro e bebida. A gente divide. 'Se só precisa passar
pela janela no fundo.”

"Certo," Remus assentiu, como se a perspectiva não o assustasse totalmente. Tragou o cigarro
novamente, desta vez por hábito. Já conseguia ver o atrativo, uma vez que superasse o gosto.
Considerou a sugestão de Craig.

Por um lado, era muito perigoso. A gangue de Newman não era conhecida por sua delicadeza e
alguns deles estavam em liberdade condicional. Por outro lado, não parecia ter muita escolha.
Quando Craig Newman queria que você fizesse algo, você meio que simplesmente tinha que fazer.
Além disso, ele definitivamente poderia se beneficiar. O dinheiro trouxa era quase inútil para ele, é
claro, mas poderia haver uma maneira ...

Remus olhou Craig Newman com seus olhinhos de porco.

"Eu só quero cigarros."

Craig sorriu e acenou com a cabeça. E assim, Remus começou sua curta carreira como delinquente.
Capítulo 41: Terceiro ano: Em Casa Novamente
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

In the corner of the morning in the past


I would sit and blame the master first and last
All the roads were straight and narrow
And the prayers were small and yellow
And the rumour spread that I was aging fast
Then I ran across a monster who was sleeping
By a tree
And I looked and frowned and the monster was me

The Width of a Circle - David Bowie

Sábado, 1 de setembro de 1973

Depois do primeiro trabalho, Craig e sua gangue ficaram tão satisfeitos com Remus que o levaram
junto em mais quatro, em casas e pequenos negócios nas cidades vizinhas. Mesmo sem uma capa
de invisibilidade, Remus descobriu que tinha um dom natural para entrar em lugares que não
deveria. Isso é o que Craig dizia de qualquer maneira; "Porra, esse garoto nasceu pra isso."

A natureza era uma coisa engraçada, Remus se pegou pensando, a caminho de King's Cross. Ele se
lembrou de James deixando um saco de moedas para trás sempre que eles invadiam a Dedos de
mel. Não era da natureza de James roubar, aparentemente. Mas Remus não achava que essa fosse
uma avaliação particularmente justa, já que James nunca precisou roubar. Ele era o herdeiro de
uma enorme fortuna, assim como Sirius. E a verdade é que você nunca sabe do que é capaz até
tentar. Deve ser muito fácil ser bom quando você não tem razões para não ser.

Ainda assim, Remus decidiu nunca contar aos outros marotos o que ele fez naquele verão, e passou
o resto do verão sonhando acordado com todos os presentes de Natal e aniversário que ele
finalmente poderia comprar para seus amigos.

O malão de Remus deste ano estava cheio de maços de cigarros e saquinhos de tabaco. O suficiente
para colocar um pequeno negócio em funcionamento - se ele fosse esperto o suficiente, poderia se
livrar da maior parte antes do Natal. Eles tinham autorização para ir a Hogsmeade este ano, e a
Diretora assinou sua permissão sem problemas - até mesmo Madame Pomfrey pensava que
provavelmente era seguro o suficiente para ele ir.

A Diretora, ao que parecia, havia aprendido a lição. Ela acompanhou Remus até King's Cross e o
deixou lá, com um breve adeus. Com o coração batendo tão forte quanto há dois anos, Remus
atravessou a barreira e exalou apenas quando chegou em segurança do outro lado. Ele estava em
casa novamente.

Não demorou muito localizar para Sirius, que estava encostado em uma coluna da estação ao lado
de sua família. A Sra. Black estava arrumando Regulus, que parecia mais pálido que o normal e
com as costas muito eretas, enquanto Walburga penteava seu cabelo e sibilava em seu ouvido. Ela
estava obviamente ignorando seu filho mais velho, cujo cabelo parecia deliberadamente bagunçado
e cujas vestes estavam artisticamente amarrotadas e fora do lugar. Remus achou melhor não se
aproximar.

“Ei, Moony,” ele recebeu um tapinha nas costas e se virou para ver James e Peter sorrindo para ele.
James havia crescido alguns centímetros e seu rosto parecia um pouco mais fino, mas ele tinha os
mesmos olhos castanhos brilhantes e a mesma cabeleira negra. Peter estava igual, embora
parecesse estar se recuperando de uma queimadura de sol bastante dolorosa.

"Oi," Remus sorriu de volta para eles, seu coração pulando de excitação. Tudo estava exatamente
como deveria ser.

O apito soou e eles subiram no trem para encontrar um compartimento vazio e esperar por Sirius.
Ele finalmente teve permissão para se juntar a eles no que parecia ser o último minuto, e entrou no
vagão murmurando sombriamente para si mesmo.

"Manter as aparências uma ova."

"Nenhuma mudança sobre isso, então," James piscou para Remus. Sirius olhou para todos eles e
seu rosto se abriu em um sorriso. Aquele sorriso Sirius Black.

"Achei que nunca mais veria vocês de novo!"

"Por Godrick, você sempre tem que ser tão dramático." James deu um soco no ombro dele, quando
todos se levantaram para cumprimentá-lo.

"Você não sabe como ela é," Sirius lamentou, segurando a mão de James em um caloroso aperto
fraternal. Então ele viu Remus e sorriu endiabrado, “É você, Moony?!” Ele deliberadamente
esticou o pescoço, levantando a mão como se para proteger os olhos e olhando para cima,
"Consegue me ouvir daí??"

"Ha ha." Remus respondeu, se mexendo desconfortavelmente. "Tenho a mesma altura que James."

"Não, não mais" James rebateu, ficando ao lado de Remus para que pudesse ver que ele era, de
fato, uns bons centímetros mais altos que o garoto de cabelos escuros.

"Viu, como é que acabei amigo de dois postes, hein?" Sirius sorriu, dando um tapa nas costas de
Remus de brincadeira, "Sorte que tenho você, hein Petey?"

"Hm?" Peter ergueu os olhos de sua empanada, confuso. Peter Pettigrew não parecia mais alto do
que quando todos tinham onze anos, embora parecesse consideravelmente mais largo.

Sirius parecia estar crescendo graciosamente e em perfeita proporção, o que era típico. Ele estava
um pouco mais alto, mas não comprido como James, esguio, mas não magrelo como Remus. Sua
mandíbula se alargou durante o verão também, a sombra da masculinidade surgindo em suas
feições.

"Certo", James esfregou as mãos enquanto todos se sentavam, "Agora que tudo isso está fora do
caminho - eu digo para seguirmos com os negócios. Planos para o ano?”
“Temos que terminar o mapa,” disse Remus, rapidamente. Isso estava em sua mente há algum
tempo. “Não falta muito, e aposto que podemos descobrir o feitiço homúnculus se realmente nos
esforçarmos”.

“Definitivamente”, disse James, “o mapa é basicamente nosso legado, certo? Vamos trabalhar
nisso, eu prometo.”

"E aquela outra coisa," Sirius disse de repente, muito bruscamente. James e Peter trocaram olhares
e Remus sentiu um nó apertar seu estômago.

“Que ‘outra’ coisa?” Ele perguntou, franzindo a testa.

James o olhou nos olhos, parecendo muito sério.

“Apenas algo sobre o qual estávamos conversando no ano passado. Vamos hum ... vamos deixar
você saber se decidirmos ir em frente.”

"Não queremos te causar problemas, Moony," Peter riu, nervoso, "Quanto menos você souber
melhor, hum?"

Remus se ofendeu com isso. Ele não tinha participado de quase todas as pegadinhas ano passado e
foi o que menos teve detenções? E não foi ele o único que tentou falar com Narcissa sobre os
problemas familiares de Sirius? Claro, os outros não sabiam disso - se eles tinham um segredo, ele
também poderia ter. Ele olhou pela janela, irritado, ignorando o resto da conversa.

Finalmente, Peter suspirou profundamente,

"Onde está a bruxa do carrinho? Eu estou com fome."

"Acabei de ver você terminar um salgado." James respondeu, levemente irritado porque estava no
meio da explicação do seu plano para enfeitiçar todas as vassouras do time de quadribol da
Sonserina durante o próximo treino.

"Sim, mas quero algo doce." Peter fez um beicinho, esvaziando os bolsos e vendo que haviam
apenas embalagens vazias.

Remus viu sua chance e finalmente se animou um pouco.

"Eu tenho a solução para isso, Pete", ele enfiou a mão em sua bolsa e tirou um punhado de barras
de chocolate, jogando-as no assento vazio ao lado dele. Os outros três meninos olharam para a
pilha.

"O que é isso?" Sirius pegou uma barra de chocolate Mars, parecendo desconfiado.

“Chocolate trouxa,” Remus disse, “Eles são bons! Vá em frente, eles não mordem.”

Peter já havia desembrulhado e mordido um Milky Way e estava sorrindo encorajadoramente para
os outros. Remus escolheu um pacote de Maltesers para si, recostando-se com satisfação ao
perceber que, pela primeira vez, fora ele quem havia trago os lanches para o trem.

***
Remus percebeu que eles estavam sentados mais longe da mesa dos professores quando tomaram
seus lugares para o banquete. Com os alunos do primeiro e segundo anos agora a frente deles, os
marotos não se encontravam mais entre os alunos mais jovens, o que lhes dava um sentimento
desnecessário de orgulho e realização.

"Você está fazendo Runas, não é Remus?" Lily perguntou, sentando-se ao lado dele. Ela havia
cortado o cabelo durante o verão e tinha uma franjinha fina que a fazia se parecer um pouco com
Jane Asher.

"Uhum", ele acenou com a cabeça.

"Moony está nos abandonando!" Sirius lamentou, comicamente, fingindo cair no ombro de James,
soluçando inconsolavelmente.

"Calma, calma," James deu um tapinha nas costas do amigo, solenemente, "Espero que você esteja
feliz, Remus," ele repreendeu, "Tudo bem, você está indo na direção de coisas maiores e melhores,
mas pense em nós, pessoas inferiores, que você está deixando para trás."

"Eu não vou deixar ninguém para trás," Remus murmurou, suas orelhas ficando vermelhas, "Só
não estava a fim de fazer adivinhação."

"Ignore eles," disse Lily, certeira, lançando um olhar de desaprovação para Sirius e James, que
agora estavam abraçados, ainda fingindo chorar histericamente como se seus corações estivessem
irreparavelmente partidos. Lily resmungou, vendo que não teve efeito, e se virou para Remus,
"Vocês não precisam estar presos um ao outro o tempo todo. De qualquer forma, estou fazendo
Runas também, você fez a pré-leitura? "

Remus assentiu com entusiasmo,

“Sim, parece muito interessante.”

"Aha!" Sirius olhou para cima, astutamente, "Agora eu entendo."

"O que?" Remus perguntou, nervoso. Sirius tinha aquele olhar perverso e imprevisível.

"Eu não acho que tenha nada a ver com o avanço de sua carreira acadêmica", ele coçou o queixo,
sabiamente, "Eu acho que nosso querido Remoony foi atraído para longe da nossa aula favorita
pelo sexo oposto!”

“Cala a boca,” Remus corou ainda mais, tentando não olhar para Lily. Sirius sempre sabia
exatamente a coisa mais embaraçosa a dizer.

“Sim, cale a boca, Black,” Lily suspirou, “Honestamente, vocês não conseguem nem mesmo ser
legais um com o outro. Só porque nenhuma garota chegaria perto de vocês nem pintados de ou –”

"Pois você devia saber que estive noivo recentemente," Sirius respondeu, com um movimento de
seu cabelo escuro. James abafou uma risada, seus ombros tremendo.

"O que mais você está fazendo, Remus?" Lily perguntou, intencionalmente ignorando os outros
marotos.
“Trato das Criaturas Mágicas,” Remus suspirou. Ele já tinha ouvido piadas o suficiente sobre isso
de James e Sirius.

"Oooh!" Marlene se virou de repente, "Eu e Mary estamos fazendo também!"

“A-HA!” Sirius disse novamente, ainda mais alto, e James desmoronou completamente.

Felizmente, a seleção começou e o salão ficou em silêncio. A cerimônia era extremamente


monótona, a menos que você estivesse envolvido nela, Remus percebeu, e ele lutou para conter um
bocejo enquanto a fila de primeiros anos assustados gradualmente diminuía e os espaços no topo da
mesa da Grifinória se enchiam de novos alunos. Sua atenção vagou e ele olhou para a mesa da
Sonserina, onde Narcissa estava sentada na outra extremidade, régia como uma rainha e parecendo
muito mais alegre do que quando a vira pela última vez.

Regulus, agora no segundo ano, sentava-se do outro lado de sua prima, parecendo tão entediado
quanto Remus se sentia. Então havia Snape, entre os Sonserinos do terceiro ano, encarando Lily,
como sempre. Ele encontrou o olhar da menina uma ou duas vezes e Remus a viu sorrir em seu
jeito amigável de sempre, mas isso não pareceu melhorar o humor de Severus nem um pouco.
Apenas Lily poderia permanecer amiga de alguém tão miserável, Remus pensou consigo mesmo.

O banquete, quando apareceu, foi delicioso como sempre. Remus teve suas duas porções habituais
de tudo, incluindo sobremesa e assim que a refeição terminou, Dumbledore fez seu discurso
habitual. Nos últimos dois anos, Remus havia se desligado nesta parte da noite - estando muito
cheio de boa comida e muito sonolento por causa do longo dia para prestar muita atenção. Mas
algo sobre o tom sério da voz, geralmente brincalhona, do diretor o fez ouvir.

Ele viu que não era o único. Houve um murmúrio baixo e agourento da mesa da Sonserina,
particularmente daqueles nos anos superiores. Os grifinórios ao redor de Remus pareceram se
endireitar um pouco mais também.

"Sobre o que era tudo aquilo?" Remus perguntou, enquanto eles deixavam o corredor para seus
dormitórios, os avisos confusos de Dumbledore soando em seus ouvidos, "'Unidade em face da
escuridão' e tudo mais?"

"Ah, certo, você não sabe ..." disse James, baixinho. Ele olhou para Sirius, que estava arrastando os
pés, as mãos nos bolsos. "Te conto quando estivermos sozinhos, ok?"

Eles esperaram para obter a senha daquele ano (‘Codswallop’) e subiram as escadas para o seu
familiar dormitório. Todas as camas estavam feitas, as malas colocadas ao lado, e Remus sentiu
uma onda de felicidade ao entrar. Sirius começou a desempacotar imediatamente, puxando seus
amados vinis e livros trouxas do báu de James. James apenas desempacotou sua vassoura e
começou a lustrá-la com cuidado, sentando-se de pernas cruzadas em sua cama.

"Então?" Remus perguntou, impaciente, "O discurso estranho?"

"Ah , sim," James engoliu em seco. Ele olhou para Sirius novamente, que parecia estar os
ignorando. James suspirou, passando as mãos pelos cabelos. “É tudo política, na verdade.”

"Política?" Remus gemeu por dentro. Ele não sabia muito sobre política trouxa, muito menos o que
acontecia no mundo mágico - além do estatuto do sigilo, que eles haviam aprendido no primeiro
ano de História. Estava acontecendo um referendo sobre a adesão da Grã-Bretanha à Comunidade
Europeia - mas isso não aconteceria em alguns anos, se Remus tivesse entendido os discursos do
primeiro-ministro corretamente, e não via como isso podia afetar os bruxos.
"Bem, você sabe que existem ... hum ... bem, bruxos das trevas?"

"Sim ..." Remus tentou parecer conhecedor. Ele se lembrou de ter lido algo brevemente sobre
Grindelwald, mas eles não estariam o estudando até seus NOMs.

“Tem havido uma onda de magia negra ultimamente, só isso. E meu pai me disse ... há algumas
coisas acontecendo no ministério. Chefes de departamento pressionando reformas mais rígidas
contra bruxos nascidos trouxas e ... pessoas que são diferentes. Papai disse que não havia nada com
que se preocupar, apenas o velho preconceito de sempre. Mas suponho que Dumbledore pense que
precisamos ficar de olho. "

“Mãmãe e Papai convocaram uma reunião.” Sirius disse, de repente. Ambos se viraram para olha-
lo. Ele parecia atormentado, envergonhado e desviava o olhar. "Eles não me deixaram entrar,
obviamente, mas Reg foi. Eles continuam falando sobre esse Lorde das Trevas - não sei, talvez um
político que eles queiram apoiar na próxima eleição. Tudo o que sei é que se os Black’s estão
apoiando, então ele não pode ser bom.”

Até mesmo James não tinha nada de positivo a dizer sobre este anúncio. Todos ficaram quietos, até
que Peter falou.

“Estamos em Hogwarts.” Ele disse: “Minha mãe sempre diz que Hogwarts é o lugar mais seguro
da Grã-Bretanha. E nós temos Dumbledore. " Ele disse com firmeza, resolvendo o assunto.
"Vamos lá, Black, aposto que você tem outro disco trouxa horrível para fazer nossos ouvidos
explodirem.”

Todos olharam para Peter com uma leve surpresa. Sirius sorriu,

"Na verdade", disse ele, tirando a poeira de seu toca-discos, "eu tenho."
Capítulo 42: Terceiro ano: Animais Fantásticos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 7 de setembro de 1973

Ao final de sua primeira semana do terceiro ano, Remus sentiu que precisava de mais dois meses
apenas para se recuperar - e nem havia passado por uma lua cheia ainda. Ele se sentiu um tolo por
não considerar que adicionar três matérias extras ao seu horário também aumentaria sua carga de
estudos. Mas é claro que aumentaria, e quando a sexta-feira chegou, já estava se sentindo
sobrecarregado com a quantidade de dever de casa a ser feito no fim de semana.

“Não é justo,” Peter lamentou, “Este ano era para ser divertido, com Hogsmeade e tudo.”

"Ainda vamos para Hogsmeade, Peter," James murmurou sobre um mapa estelar de aparência
complicada.

"Estou com Pete," Sirius resmungou, bagunçando seu diário de sonhos para Adivinhação, "Vamos
largar isso e usar o campo de quadribol enquanto ainda está claro."

James olhou para cima, ansioso,

"Sim, vamos lá, então."

Todos os três se levantaram.

"Não, obrigado," disse Remus, distraidamente. Na verdade, ele estava gostando muito do dever de
Transfiguração – uma redação sobre transformações corporais. Ele era muito bom em
modificações básicas agora, para encobrir as cicatrizes, e era capaz de responder às perguntas
longamente.

"Não tá afim de revisar meu dever de estudos trouxas, não é, Moony?" Sirius perguntou
amistosamente. Remus ergueu as sobrancelhas.

"Se eu tiver tempo. James, Pete, querem que eu olhe a de vocês também? "

"Obrigado, Remus!" Peter sorriu, amarrando os cadarços.

"Nah," James recusou, "Pensei em pedir a Evans um pouco de ajuda nisso mais tarde."

"Batalha perdida, cara," Sirius aconselhou. "Não sei por que você está tão obcecado com ela."

James apenas deu de ombros, não parecendo nem um pouco desanimado.


Remus passou uma ou duas horas satisfatoriamentesozinho, completando o resto de suas lições da
semana. Ele começou a estudar Poções, mas achou melhor deixar para mais tarde - Peter poderia
ajudá-lo em troca do dever de estudos trouxas. Eles tinham dobradinha de Poções às segundas-
feiras agora, a primeira do dia - mas, felizmente, não mais com os Sonserinos. Na verdade, a única
aula que eles dividiam com a Sonserina agora era Aritmancia, e essa não era uma matéria prática,
então havia muito menos espaço para a guerra entre casas.

Aritmancia foi uma verdadeira surpresa para Remus - ele esperava ficar atrás de Sirius e James,
pelo menos no início. Mas parecia que o assunto era lógica, ao invés de habilidade mágica, e
Remus achou que sua primeira aula havia sido surpreendentemente direta. O dever de casa, que ele
sabia que Sirius e James ainda não haviam tentado, era calcular seus próprios corações e números
de batimentos usando o método de Agripa. Isso ele realmente achou muito reconfortante, embora
soubesse que nunca iria admitir isso para ninguém.

Herbologia avançou em seu ritmo normal - Remus não podia fingir estar interessado, mas pelo
menos não era difícil. Astronomia também não era seu assunto mais forte, mas, felizmente, Peter
geralmente ficava tão animado por ser o único que sabia de algo que dava a Remus a maioria das
respostas de graça.

Depois, havia sua nova matéria favorita; Trato das Criaturas Mágicas, às quartas e quintas-feiras.
Ele não iria contar aos outros sobre isso também - eles já o provocavam por gostar tanto de História
e por fazer Runas. Todas brincadeiras bobas, é claro - ele zombava deles por fazerem Adivinhação,
que parecia ser bastante entediante.

Ele havia lido seu exemplar de Animais Fantásticos e Onde Habitam duas vezes no verão - era sua
leitura favorita na hora de dormir. As fotos e descrições eram tão vivas que enchiam seus sonhos
com as mais espetaculares imagens. Não havia nada no texto sobre lobisomens - Remus fez
questão verificar isso. Felizmente, eles não estavam na mesma categoria de ‘criaturas mágicas’, e
parecia que não estudariam ‘meio-humanos’ até o próximo ano em Defesa Contra as Artes das
Trevas.

“Espero que a gente aprenda sobre unicórnios”, suspirou Marlene, encostando-se na parede
enquanto faziam fila do lado de fora da sala de aula para a primeira aula. “Algo bem legal.”

Mary levantou uma sobrancelha.

“Eu prefiro dragões. Algo emocionante!”

“Estou feliz por não termos aula com o Kettleburn.” Marlene respondeu. Isso fez Remus prestar
atenção.

“Não é? Quem temos, então? "

"Você não prestou atenção em Dumbledore no banquete?" Marlene olhou para ele com
desaprovação. “Kettleburn está na Romênia ou na Bulgária ou algo assim, fazendo algum trabalho
para o ministério. Eu não sei o quão útil ele é, no entanto, ele não está exatamente inteiro ...”

"Então, quem nós temos?"

"Quem quer que seja, não estava no jantar", Marlene deu de ombros, "mas meu calendário diz
‘Professor L. Ferox’.”

Quando ela disse isso, a porta da sala de aula se abriu e os alunos do quinto ano à frente deles
saíram, conversando animadamente. O terceiro ano da Grifinória entrou e Remus ocupou uma
mesa perto da janela, ao lado de Marlene. Quando o professor saiu de seu escritório, Mary e
Marlene - e, na verdade, todas as outras garotas da classe - sentaram-se um pouco mais eretas.

Ele era bem mais jovem do que Kettleburn, que era um pouco grisalho mesmo na meia-idade.
Remus teria adivinhado que esse professor estava com trinta e poucos anos. Ele ainda tinha todos
os seus membros, o que era definitivamente uma vantagem. Seu cabelo era espesso e da cor da
areia, longo o suficiente para alcançar o meio das suas costas. Ele não estava vestindo túnicas como
a maioria dos outros professores, mas sim com roupas práticas de ar livre e pesadas botas de couro
marrom. Seu rosto era ligeiramente castigado pelo tempo, o que servia para dar às suas feições
fortes uma espécie de apelo áspero. Seus olhos eram de um azul cintilante e brilhavam enquanto
ele sorria calorosamente para a classe.

"Boa tarde!" Ele trovejou, em um sotaque de Liverpool. Ele bateu palmas com suas grandes mãos
calejadas, “Sejam bem-vindos ao seu primeiro ano de Trato das Criaturas Mágicas. Eu sou o
Professor Ferox. Todos vocês têm o livro do Scamander, espero?”

A classe imediatamente puxou seus exemplares de Animais Fantásticos, junto com pergaminhos e
penas, então olhou para ele com atenção. O professor Ferox continuou a sorrir para todos eles.

"Excelente!" Ele continuou: "Uma leitura incrível, como tenho certeza de que alguns de vocês já
descobriram. Fornece um guia bom e abrangente para identificar e encontrar a maioria das criaturas
mágicas conhecidas - mas o que ele não pode lhe dar - e o que vocês precisam para se destacar
nesta aula é pensamento rápido, cabeça fria e autocontrole."

Algumas das garotas riram disso, e Remus sentiu uma onda de animação. Viu James, ele pensou,
não é uma matéria de garotas. Não tinha certeza sobre as especificações, no entanto. Sabia que
tinha autocontrole, talvez - tinha que ter, depois do último verão - mas cabeça fria dificilmente era
um de seus traços marcantes.

O professor agora estava levantando uma grande cesta de vime, colocando-a suavemente em sua
mesa. Ele a abriu e uma criatura grande e peluda saiu. Era o maior gato que Remus já vira - com
pêlo prateado espesso com manchas escuras, orelhas pontudas e uma estranha cauda de leão. Miou,
bastante mal-humorado, depois pulou para se sentar em cima da cesta de modo que ficou quase na
altura de Ferox. Ele olhou imperiosamente para a classe, sacudindo o rabo para frente e para trás.

O professor Ferox acariciou as costas do animal com um longo dedo, o que ele pareceu tolerar,
piscando lentamente.

"Alguém pode me dizer que tipo de criatura Aquiles é?"

"É um gato." Mary disse, abruptamente, sem levantar a mão.

Ferox riu alegremente,

"Um erro comum, senhorita ...?"

“Macdonald. Mary Macdonald.”

“Senhorita Macdonald. Não, Aquiles não é um gato - embora eles sejam freqüentemente cruzados.”

"Ooh!" Um menino da Corvinal no fundo da sala levantou a mão.

"Sim, senhor ...?"

“Stan Brooks, senhor. É um kneazle, senhor? "


“Cinco pontos para a Corvinal!” Ferox assentiu com entusiasmo, "Aquiles é um kneazle."

Remus suspirou internamente. Ele sabia disso - ele deveria saber, de qualquer maneira, ele se
lembrava de ter lido sobre a cauda. Mentalmente, ele eliminou o "pensamento rápido" da lista de
requisitos de Ferox. Na esperança de mostrar ao professor que ele estava pelo menos ansioso para
aprender, Remus começou a fazer anotações enquanto Ferox falava, ainda acariciando Aquiles
distraidamente.

“Você sempre pode identificar um kneazle por sua aparência de gato, alto nível de inteligência,
pelo salpicado e cauda emplumada”, disse o professor, indicando essas características com amor,
“Eles são classificados como XXX pelo ministério da magia - alguém pode me dizer o que isso
significa?"

A mão de Remus disparou, desta vez, mas a de Marlene também. Ferox a escolheu, perguntando
seu nome enquanto o fazia.

“Marlene McKinnon,” ela sorriu para ele, “Senhor. Criaturas classificadas XXX não são
recomendadas para domesticação, mas não devem ser difíceis para um bruxo qualificado lidar.”

"Excelente. Cinco pontos para a Grifinória.” Ferox inclinou a cabeça.

Remus fumegou, silenciosamente. Ela leu isso direto do livro. Ferox continuou, “Estaremos nos
concentrando em criaturas classificadas XXX pelo resto do ano. Agora, embora seja verdade que
kneazles não são recomendados como animais de estimação - não é porque eles sejam perigosos.
Na verdade, qualquer pessoa que diga que eles são perigosos provavelmente se encontra do lado
errado e não deve ser confiável. Alguém pode me dizer o porquê?"

A mão de Remus voou novamente - tudo estava voltando para ele agora. Mas Ferox escolheu outro
Corvino, desta vez.

“Porque eles podem detectar pessoas suspeitas.” Davy Kirk saltou, ganhando outros cinco pontos
para Corvinal.

"Absolutamente." O professor sorriu, “Kneazles são excelentes juízes de caráter e irão reagir
ferozmente a qualquer um que não seja confiável. Como tal, o ministério exige que os proprietários
de kneazle possuam a licença adequada e tenham passado por certos testes de proficiência. Mas,
como você pode ver,” ele acariciou Aquiles mais uma vez. O gato prateado mal moveu um
músculo, exceto para examinar a classe: “Eles são animais de estimação maravilhosos, desde que
lhes seja demonstrado o devido respeito e cuidado”.

"Ele é seu então, professor?" Mary perguntou, batendo os cílios sedutoramente, "Ele é adorável."

"Ele é mesmo", Ferox respondeu, "Se todos vocês forem cuidadosos e não o pressionarem, Aquiles
provavelmente deixará você acariciá-lo. Façam uma fila, classe.”

Houve um murmúrio geral e o arrastar de cadeiras enquanto todos se levantavam e formavam uma
fila. Remus certificou-se de que estava bem atrás, para que talvez a aula acabasse antes que ele
chegasse à frente. Aquiles com certeza o odiaria - lobisomens eram a própria definição de indignos
de confiança.

“Aproxime-se dele devagar e não evite o contato visual. Se ele tentar ir atrás de você, ele usará
suas garras, então fique alerta ... lá vamos nós, ele vai deixar você acariciá-lo agora, gentil e
suavemente ... "

À medida que a fila diminuía, o professor continuava falando, encorajando-os e dando


curiosidades, entrelaçadas com suas próprias anedotas. Remus não sabia o que Ferox tinha feito
antes de se tornar um professor, mas ele certamente teve algumas aventuras - viajou para todos os
lugares, pelo que parecia.

Finalmente, Remus estava na frente da fila. Ele se sentiu congelado no local, olhando
nervosamente para o animal de olhos amarelos,

"Pode ir em frente – Qual é o seu nome?" O professor Ferox acenou para que ele avançasse. Remus
não se moveu.

“Remus Lupin. Eu não sou ... hum ... gatos tendem a não gostar de mim. " Ele murmurou.

“Aquiles não é um gato.” O professor disse, ainda sorrindo. "Vamos, Lupin, pode vir."

Remus suspirou pesadamente e se aproximou. Ele não queria que alguém tão legal quanto Ferox
pensasse que ele era um covarde. Aquiles observou-o avançar. Parecia muito inteligente, havia
algo sobre seus olhos, embora tivesse um nariz arrebitado muito feio. Ele estendeu a mão,
permitindo que o kneazle o cheirasse. Suas garras não estavam fora, mas Remus estava disposto a
apostar que eram muito longas e afiadas. Ele já tinha sido arranhado por gatos antes e nunca gostou
deles. "Muito bem", o professor Ferox estava dizendo, "Agora, um pouco mais perto e dê um
afago, vá em frente."

Engolindo em seco, Remus obedeceu, pronto para pular para trás se fosse preciso. Mas Aquiles
não parecia se importar que era um lobisomem. Em vez disso, ele começou a ronronar enquanto
Remus o esfregava timidamente atrás da orelha, fechando os olhos e parecendo completamente
dócil. "Aí está!" Professor Ferox aplaudiu, encantado, “Excelentes juízes de caráter, kneazles.
Agora, não temos muito tempo de sobra, então se vocês apenas tomarem nota da lição de casa ... "

Remus acariciou Aquiles um pouco mais. A criatura parecia estar gostando tanto que ele se sentiu
mal por parar.

"A aula foi boa, não foi?" Marlene conversou, ao saírem da primeira aula: “Espero que ele sempre
traga coisas para vermos”.

“Não vai ser muito prático quando chegarmos às criaturas XXXXX.” Disse Remus.

"Talvez ele traga Aquiles de novo," respondeu Marlene, esperançosa.

“Quem se importa com o gato dele!” Mary a cutucou: "Ele é lindo pra caramba."

"Sim," Marlene deu uma risadinha, "Será que ele é solteiro?"

Remus suspirou e começou a andar atrás das meninas. Elas viravam um pesadelo quando
começavam a falar sobre garotos, e era melhor ficar fora do caminho antes de começarem a cantar
liricamente sobre James e Sirius. Ele começou a sonhar acordado enquanto serpenteavam na
direção do grande salão para o almoço.

Fora uma aula melhor do que ele esperava, e mesmo que Ferox não tenha lhe dado nenhum ponto,
ele basicamente disse que Remus era confiável e tinha caráter. Ninguém nunca tinha dito nada
parecido antes, e isso o fez se sentir estranhamente satisfeito consigo mesmo, uma sensação de paz
que permaneceu durante o almoço, em sua aula de Poções mais tarde naquele dia, e ainda estava
forte naquela noite quando ele adormeceu. Remus sonhou com leões.
Capítulo 43: Terceiro ano: O Mercado Negro de Hogwarts
Chapter Summary

Remus começa sua carreira como um contrabandista de cigarro de treze anos.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Quarta-feira, 12 de setembro de 1973

"Ugh, volte para a cama, Lupin!" Sirius jogou um sapato nele de sua cama.

"Desculpa!" Remus se encolheu, culpado, enquanto fechava rapidamente as cortinas, retornando o


quarto de volta a escuridão. Era 5 da manhã e ele estava acordado. Mais acordado do que ele já
estivera em sua vida.

Ele desceu as escadas, sem querer incomodar ninguém, segurando uma caixa de sapatos debaixo
do braço. Com um livro novo para ler, Remus montou acampamento na poltrona mais confortável
da deserta sala comunal. Ele costumava descer cedo, em manhãs como esta, quando seu corpo
simplesmente se recusava a dormir e ele tinha tanta energia que pensava que poderia correr ao
redor do castelo sem nem ao menos suar. Remus nunca havia realmente tentado isso, mas ele
tentou empurrar o estranho desejo para longe, trancá-lo e se concentrar.

Ainda assim, ele lutou para focar em seu livro. Pensou em caminhar, mas eles não eram realmente
permitidos fora do castelo até o café da manhã começar às seis. Ugh, ele tinha que tentar não
pensar no café da manhã, ou seu estômago começaria a roncar. Não importava que ele tenha
comido três porções de purê de batata com ensopado de carne na noite anterior. Até Peter pareceu
impressionado.

Mesmo que fosse hora do café da manhã, ele havia dito que ficaria na sala comunal por uma hora a
partir das seis e meia. Esta era a hora ideal, ele decidiu - ninguém esperava que você fosse fazer
algo nefasto tão cedo pela manhã, e os outros marotos normalmente não se levantavam antes das
sete e meia, mesmo nos dias de semana. Sirius ficaria na cama pelo máximo de tempo possível.
James às vezes se levantava para praticar vôo de manhã cedo, mas geralmente não antes das sete.

Remus olhou para a caixa de sapatos em seu colo. Ele poderia lançar um feitiço de realocação
rápido se James descesse mais cedo do que o esperado, isso não seria muito difícil. Porém, no
estado que sua magia se encontrava no momento, era melhor ele não fazer isso enquanto a caixa
estava em seu colo - ou ele corria o risco de sumir com algo muito mais vital. Já havia estado na
Madame Pomfrey uma vez neste semestre, ao tentar fazer seu cabelo crescer em Transfiguração.
Ele precisou que Peter e James ajudassem a carregar seus cachos - que cresciam rapidamente - para
a ala hospitalar - Sirius estivera rindo demais para ser útil.

Remus experimentou levitar seu livro, mas este disparou até o teto, batendo com força antes de cair
no chão. Ele suspirou. Não podia fazer nada a não ser ficar parado e esperar, parecia. Ele gostaria
de poder ligar o toca-discos- Sirius o havia deixado na sala comunal junto com seus mais novos
álbuns presenteados por de Andromeda - Aladdin Sane e Led Zeppelin IV. E ele estivera ouvindo
‘Black Dog’ repetidamente há semanas.

Remus abriu a caixa de sapatos e fez um inventário rápido, embora fosse desnecessário; esta seria
sua primeira venda. Isso se alguém viesse. Ele conversou com alguns alunos do quinto ano que vira
fumando no ano anterior, e os deixou interessados. Eles pareciam ter a impressão de que 'cigarros
trouxas' eram de alguma forma mais potentes, ou talvez apenas mais exóticos do que os bruxos. Ele
não fez nada para desencorajar a ideia e disse-lhes para espalhar a notícia.

Sirius certa vez obteve uma lista exaustiva de todas as regras de Hogwarts, sugerindo que eles
tentariam quebrar todas antes de chegar ao sétimo ano. Remus leu e não encontrou nada que
mencionasse tráfico de tabaco. Não se você interpretasse a linguagem literalmente, de qualquer
maneira. Além disso, não seria para sempre - só tinha o que trouxera com ele.

Remus havia planejado pensar um pouco mais sobre isso, esperar até depois da lua cheia, mas
então ele descobriu que seu primeiro fim de semana em Hogsmeade estava chegando no dia 15 e
ele decidiu que precisava seguir em frente.

Sirius e James já haviam planejado a viagem por completo, sem consultar Peter ou Remus, que
estavam felizes em segui-los, como de costume. Dedos de mel, obviamente, e depois Zonko para
estocar bombas de bosta. Em seguida, a Casa dos Gritos, porque o pai de James acreditava que
fosse assombrada, o que significa que James também, e Sirius queria provar que os dois estavam
errados. E eles estavam muito ansiosos para que Remus experimentasse algo chamado cerveja
amanteigada.

Remus tinha seus próprios planos. Ele ia contar a eles que uma tia distante havia morrido e deixara
para ele uma pequena quantia em dinheiro. Esperançosamente, isso seria uma explicação suficiente
para satisfazer James, que certamente perguntaria onde Remus havia adquirido sua nova fortuna.
Remus tinha certeza de que pequenos crimes, mesmo no mundo trouxa, não seriam algo que James
entenderia tranquilamente. Sirius poderia dar de ombros, tendo pouca consideração pelas regras de
qualquer forma - mas ele provavelmente também tentaria emprestar a Remus um pouco de seu
próprio dinheiro, o que ia contra toda a intenção original.

"Lupin? É você?”

Um aluno do sexto ano desceu as escadas do dormitório masculino, ainda com os olhos turvos,
segurando um livro preparatório para o NIEM.

"Sim," Remus se endireitou na poltrona, acordado de seu devaneio.

"Ótimo, hum ... você disse cinco sicles por um pacote de vinte?"

"Isso mesmo." Remus abriu sua caixa, rapidamente, mostrando para o menino.

Eles fizeram a troca e o garoto saiu pelo do buraco do retrato, provavelmente para fumar um
cigarro matinal antes de ir para a biblioteca. As pequenas moedas de prata chacoalharam
pesadamente na mão de Remus e ele sorriu para si mesmo. Ele estava vendendo tudo pelo dobro da
taxa de mercado, mas se as pessoas estivessem dispostas a pagar...
Ele fez mais duas vendas para alguns do quinto ano e para uma garota do sétimo ano que comprou
um pacote de tabaco e perguntou se ele tinha algo "mais divertido" para vender. Remus ficou um
pouco confuso com o que ela quis dizer. E apenas repetiu que ele só tinha pré-bolado e solto. Ela
encolheu os ombros.

"Vou perguntar a Martha Ebhurst na Lufa-Lufa, ela geralmente tem coisas boas."

Remus assentiu, ainda sem ter certeza do que ela queria dizer. De qualquer forma, parecia que ele
não era o único aluno na escola com uma mente empreendedora.

Às sete e quinze, a caixa de sapatos de Remus estava meio vazia e seus bolsos tilintando.
Profundamente satisfeito, ele guardou tudo enquanto a sala comunal se enchia de alunos
começando seus dias.

"E aí Remu," James desceu as escadas, vassoura na mão, assim que Remus estava subindo, "Você
acordou cedo."

"Éh, não conseguia dormir." Remus respondeu evasivamente. Felizmente, James estava ansioso
para ir para o campo de quadribol e não prestou atenção à caixa de sapatos ou ao estranho som de
tilintar das vestes de Remus.

"Vejo você no almoço?" Ele chamou, já no corredor do outro lado da sala,

"Sim." Remus acenou com a cabeça, apressando-se em seu caminho de volta para cima.

No dormitório, Peter estava no banho e Sirius ainda estava dormindo, com as cobertas jogadas
sobre a cabeça, a única parte visível dele era seu cabelo preto esparramado no travesseiro branco.
Remus rastejou silenciosamente até sua cama e guardou seu dinheiro e seus bens, antes de juntar
seus livros para o dia.

James obviamente abriu as cortinas antes de sair, e - Remus pensou com certo aborrecimento - não
havia recebido a mesma repreensão de Sirius que ele. Havia luz suficiente para ele separar
ordenadamente seu dever de casa e guardá-lo cuidadosamente em sua bolsa. Ele fez toda a lição
que deveria ser feita para os próximos dias, sem saber quanto tempo Madame Pomfrey o faria ficar
longe das aulas. Ele esperava que não fosse muito tempo - pediu a James para anotar a lição de
casa nas aulas que compartilhavam, mas ele perderia matérias em Trato das Criaturas Mágicas e
Runas também. Não poderia muito bem pedir a qualquer uma das garotas que pegasse as anotações
para ele, não sem que elas perguntassem onde ele estaria.

Seu estômago roncou novamente. Ele se perguntou se James estava tomando café da manhã agora.
Potter costumava comer em qualquer lugar, sempre correndo para um lugar ou outro. A porta do
banheiro se abriu e Peter olhou ao redor, o cabelo ainda molhado e as bochechas rosadas do banho.
Ele acenou e murmurou 'bom dia, Moony'. Remus levantou a mão em resposta.

Peter olhou para Sirius - que ainda era apenas um releve sob o edredom - ansiosamente, antes de ir
na ponta dos pés com cuidado até sua própria cama para pegar a gravata. Remus observou
divertido enquanto Peter tentava juntar suas coisas sem fazer nenhum som. Havia uma linha tênue,
Remus pensou, entre mostrar respeito pelos hábitos de sono de seus companheiros de dormitório e
apenas ser um completo e absoluto covarde.

Foi maldade da parte dele, mas Remus estava se sentindo particularmente malvado naquela manhã.
Culpe a lua. Ele puxou devagar a varinha do bolso e acenou levemente, sussurrando baixinho.

Em um instante, a mochila de Peter deslizou para fora de sua cama, caindo com um baque pesado
que reverberou nas paredes de pedra do quarto, sacudindo os vidros da janela. Com os olhos
arregalados, Peter congelou, ficando pálido. Ele lançou um olhar para Sirius, que estava se
mexendo, e praticamente fugiu da sala, deixando a gravata para trás.

Remus ofegou de tanto rir, tendo que se sentar em sua própria cama, segurando o estômago.
Quando ele abriu os olhos, ainda recuperando o fôlego, Sirius estava acordado, ainda deitado na
cama, apoiado em um cotovelo, olhando para Remus como se ele estivesse louco.

"Você fez isso de propósito, não foi?"

Remus deu de ombros e acenou com a cabeça, levantando-se novamente e voltando para sua pilha
de dever de casa. Sirius jogou um travesseiro nele.

"Idiota."

"O que? Pete parecia um tolo andando na ponta dos pés perto de você, não pude evitar. "

"Não é muito elegante de sua parte, perturbar os fracos, Moony," Sirius bocejou e se espreguiçou.

"Ele está bem," Remus acenou com a mão indiferente, "Vou levar a gravata dele. Enfim, alguém
tinha que te acordar, vamos lá, é café da manhã. "

Sirius bocejou novamente.

"Traz algo pra mim."

"Não."

"James traria," Sirius lamentou.

"James não está aqui."

"Peter traria."

"Como estabelecemos," disse Remus, colocando sua mochila no ombro, "Peter é um covarde."

Sirius gemeu e se recostou.

"Tudo bem, eu vou levantar. Espere por mim?"

"Eu estou com fome." Remus reclamou.

“Não vou demorar! Apenas trate como penitência por ter me acordado.”

"Você jogou um sapato em mim esta manhã."

"Eu acertei você?"

"Não."

"Bem, então." Sirius saiu da cama, pegando seu uniforme. "Bem feito para você de qualquer
maneira, levantando em uma hora rídicula da manhã."

"Não consegui dormir." Remus disse: "Acho que é a lua."

Sirius parou do lado de fora da porta do banheiro. Ele olhou para Remus com algo parecido com
pena - se Sirius Black ainda pudesse sentir pena de alguém além de si mesmo. Remus se
arrependeu de ter dito qualquer coisa - ele não queria piedade, ele raramente mencionava a lua
cheia exatamente por esse motivo.

"Desculpe, Lupin." Sirius disse, "É ... quero dizer, você fica preocupado com isso?"

"Não, não é assim", disse Remus, apressadamente, "Eu só fico agitado. Com fome também, então
se apresse.” Ele riu, levemente, para mostrar que estava tudo bem. Sirius sorriu, desaparecendo no
banheiro.

"Você deveria estar grato, Moony," ele gritou de dentro, ligando o chuveiro, "Poucos Grifinórios
seriam capazes de se deitar quando sabem que estão dividindo o quarto com um lobisomem
agitado."

“Vai se ferrar.” Remus retrucou de volta.

***

Quinta-feira 13 de setembro de 1973

Ele acordou no andar de cima, o que era incomum. Havia ratos na casa, ele sabia disso porque os
via com frequência antes de se transformar. Talvez quando estava, ele os perseguia, mas achava
que nunca chegou a pegar um. Três de seus dedos estavam quebrados, mas pelo menos seus
ombros não haviam se deslocado - isso já havia acontecido duas vezes este ano.

Antes de se mover, Remus fez uma série de check-ups mentais da cabeça aos pés. O que estava
machucado? Quanto doia? Ele estava dormente em algum lugar? Todos os seus membros se
moviam quando ele queria? Não, tudo parecia certo. Alguns arranhões, nenhum muito profundo.
Ele havia saído dessa facilmente. Talvez o lobo também estivesse feliz por estar de volta a
Hogwarts.

Ele se levantou do chão e foi mancando até a janela. Às vezes, seus joelhos ficavam um pouco
desarticulados, mas esta manhã eles estavam apenas doloridos. Ele tentou apertar os olhos pelas
fendas das tábuas, mas não adiantou. A casa fora totalmente lacrada.

"Remus, querido?" A voz da Madame Pomfrey subiu as escadas,

"Estou indo", ele resmungou de volta, roucamente. Suas roupas estavam lá embaixo, então ele
arrancou um cobertor velho da cama com a mão boa e se enrolou nele. Cheirava a mofo e coisas
mortas.
***

“O que eu disse a vocês, meninos? Ele não pode receber visitas no primeiro dia!” A repreensão da
Madame Pomfrey interrompeu seus sonhos. Remus piscou, bocejando. O hospital estava mal
iluminado, as cortinas fechadas. Já devia ser noite. Seu estômago roncou. Ele se perguntou se já
tinha comido alguma coisa ou se a enfermeira o tinha deixado dormir em vez disso. Ele perdia
tanto tempo, depois de uma transformação - como seus ossos, nada parecia se encaixar
perfeitamente.

"Já faz quase um dia", era a voz de Peter agora. "Trouxemos chocolate para ele."

"Bem, isso é muito legal da sua parte, querido," a voz da Madame Pomfrey suavizou um pouco. Ela
não era uma disciplinadora natural. "Mas o Sr. Lupin está dormindo –"

"Eu adoraria um pouco de chocolate", ele falou, esperando que eles pudessem ouvi-lo. Sua
garganta parecia em carne viva.

A cortina se abriu para revelar Peter, James e Sirius parados ali, parecendo triunfantes.

“Ei, Moony!” James e Sirius falaram em coro, jogando-se na ponta da cama, um de cada lado de
seus tornozelos.

“Aqui está,” Peter deixou cair três sapos de chocolate em seu colo.

"Valeu!"

"Bem, se você está acordado de qualquer maneira," Madame Pomfrey suspirou, "Eu irei buscar
uma comida adequada para você. Meia hora, rapazes, só isso. "

"Aqui está sua lição de casa, seu esquisito." James puxou um pergaminho de sua bolsa, entregando-
o,

"Obrigado James, você é um salva-vidas." Remus colocou em sua mesa de cabeceira para mais
tarde.

"E aqui está o resto," Sirius entregou-lhe mais alguns. "Eu tive que esperar fora da sua aula de
Trato das Criaturas Mágicas pela metade do almoço, então é melhor você tirar as melhores notas
nisso."

"Você esperou?!" Remus olhou para Sirius, surpreso. Sirius acenou com a cabeça, imperiosamente,

"Sim. Tenho que admitir também, estou com um pouco de inveja de você. Parece uma matéria
muito interessante, gostaria de não estar preso a Adivinhação. "

“Mas e eu?!” James disse, ofegando dramaticamente.

"Eu vejo muito de você." Sirius respondeu, dando-lhe um empurrão.

"Um coração tão inconstante." James suspirou, fazendo um rosto apaixonado para Sirius, de modo
que Peter começou a rir incontrolavelmente. Sirius empurrou James de novo, e James saltou sobre
ele, puxando-o para uma chave de braço e bagunçando o cabelo de Sirius.
"Ei, Moony", disse Peter, de repente, "Arbella Fenchurch me deu isso para você", ele largou um
punhado de sicles. "Ela disse que você sabia para que era?"

"Er... sim, valeu Pete." Remus rapidamente tentou juntar as moedas e escondê-las debaixo do
travesseiro. “Eu, hum ... eu tinha um cartão de sapo de chocolate que ela realmente queria.
Aglaonike da Tessália.”

"Oh, eu queria aquele!" Peter parecia magoado. Remus encolheu os ombros,

"Desculpe, cara. O dinheiro fala mais alto."


Capítulo 44: Terceiro ano: Hogsmeade
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 15 de setembro de 1972

"Leva sua capa, James."

"Por quê?"

"Nunca se sabe, não é?"

"Tudo bem, mas eu duvido que vamos precisar."

"Não se esqueça que você me deve um galeão naquela aposta que fizemos."

"Não esqueci," James respondeu, pacientemente, "Apenas relaxe por um minuto, ok?"

"Nunca." Sirius sorriu de volta, "Você percebe que esta é a maior emoção que tive em meses? Eu
nem mesmo tive permissão para ir ao Beco Diagonal neste verão.”

“Você tinha mais coisas acontecendo do que eu,” James respondeu, ressentido, “Você pelo menos
teve todo aquele drama de noivado. Minha família é tão chata.”

"Cale a boca, Potter, sua família é incrível e você sabe disso. Eu definitivamente tive o pior verão.”

“Eu me diverti muito na França.” Peter ressaltou, mas ninguém prestou muita atenção nele.

"E você, Moony?" James perguntou, enquanto desciam as escadas para a sala comunal. Um grupo
de terceiranistas empolgados esperava, pronta para sua primeira visita à aldeia. Eles eram vigiados
com uma espécie de nostalgia afetuosa pelos alunos mais velhos.

"O que tem eu?" Remus perguntou, afastando flashbacks do verão, a memória de se esgueirar por
uma janela minúscula do banheiro e cair de joelhos no ladrilho abaixo.

"Como foi seu verão? Você não nos contou nada. "

"Nada a dizer." Disse Remus. “Mais chato do que o de vocês - sem mágica. Eu só li."

"Bem, vocês todos estão vindo para a minha casa no Natal." James disse, alegremente. Eles
começaram a sair da sala comunal e seguir em direção à entrada principal. “Igual ao ano passado,
certo? A lua é no dia 10 de dezembro, então nem precisamos nos preocupar com isso.”

Remus ficou boquiaberto,


"Como você sabe quando é?" Ele nem tinha olhado tão longe ainda.

"Eu te disse, estávamos entediados no verão," Sirius deu uma cotovelada nele, "Nós pesquisamos,
pelos próximos anos."

"Mas ... por que?!" Remus estava dividido entre se sentir muito tocado e um tanto violado. Não era
para eles se preocuparem. Era seu problema particular, e sempre fora.

"É como quadribol." James disse - sempre que algo era importante para ele, ele comparava com o
quadribol - "Você tem que conhecer os pontos fracos do seu time para trabalhar seus pontos
fortes."

"Se você diz." Remus respondeu, taciturno, não querendo falar muito mais sobre isso. Ele esperava
que, uma vez que soubessem sobre sua condição, não haveria mais pesquisas sobre isso pelas
costas. Que todos continuariam com as coisas da maneira que ele preferisse - que era ignorar o
problema completamente.

O problema era que nada era privado quando se tratava de James e Sirius - sua vida inteira estava à
disposição. Remus ainda não estava acostumado com isso - por mais que tentasse acompanhar,
haveriam algumas coisas que ele nunca iria querer compartilhar. Era tudo mais fácil se você fosse
James e tivesse pais abertos que falassem com você e o ouvissem em troca. Ou Sirius, que era tão
extrovertido e quase totalmente sem vergonha.

"Olha quem é," Sirius cutucou James, apontando para uma figura escura esperando na entrada em
arco. Lily passou pelos Marotos e foi ao seu encontro. Snape.

“Por que eles são amigos?!” James passou as mãos pelos cabelos distraidamente.

“Eles cresceram na mesma cidade,” disse Remus, enquanto continuavam, observando o casal à
frente, conversando animadamente; uma cabeça ruiva e uma preta.

"Como você sabe?" James se virou para ele, parecendo afrontado.

"Ela me disse."

"Você gosta dela, então?" James perguntou, claramente lutando para saber como reagir. Remus
revirou os olhos.

"Não. Nós apenas conversamos.” disse ele, com firmeza. "E se você gosta dela, então você talvez
queira tentar."

Ele tinha notado esse assunto se infiltrando em suas conversas recentemente. Às vezes, ele tinha
que verificar se estava falando com os marotos e não com Marlene e Mary - "ele tem uma queda
por ela", "ela gosta de fulano de tal" - e assim por diante. Para piorar as coisas, Avni Chaudhry,
uma grifinória do terceiro ano, estava saindo com Matthew Studt, um corvino do quarto ano, e
ninguém falava de outra coisa por dias; todos pareciam ter uma opinião sobre isso. Era uma coisa
extremamente entediante para Remus, para quem (a parte de algumas exceções) as garotas ainda
eram incompreensíveis.

"Mas ela gosta de você." Disse James. "Vocês fizeram todas as suas revisões juntos no semestre
passado."

"Só porque vocês não se incomodavam em estudar," Remus respondeu defensivamente. Eles
estavam se aproximando da cidade agora, um aglomerado de belos edifícios de pedra estava logo
abaixo deles. "E não é como se estivéssemos sozinhos, Mary e Marlene estavam lá também."
“Todos nós precisamos nos inspirar em Moony,” Sirius brincou, “Brotos te seguem para todos os
lugares. Como você faz isso, Lupin? São esses seus grandes olhos castanhos? "

James e Peter deram risadinhas, mas Remus os ignorou, andando um pouco à frente, as mãos nos
bolsos, ainda mancando um pouco por causa de sua última transformação. Essa fora uma sugestão
totalmente ridícula, especialmente quando era óbvio para qualquer pessoa com olhos que Sirius era
o garoto mais bonito do ano.

Estava mais claro do que nunca, agora que todos estavam crescendo, passando da infância para a
adolescência. James tinha um certo charme; isso vinha com a riqueza e a habilidade no campo de
quadribol, mas Sirius sempre estaria em outra categoria. Remus não tinha decidido se ficaria com
inveja ou não, e tentava não pensar muito sobre isso.

Quando eles finalmente chegaram a Hogsmeade, Remus não poderia estar mais aliviado. A vila
parecia o tipo de lugar que Remus pensava que só existia nos livros infantis. As ruas de
paralelepípedos cintilavam ao sol amarelo de meados de setembro, e as fileiras desordenadas de
chalés estilo Tudor com vigas pretas, pareciam ser feitas de pão de mel e açúcar de confeiteiro.

“Dedos de mel?”

“Dedos de mel.”

Remus nunca tinha entrado na loja de doces pela porta da frente antes, nem tinha estado no piso da
loja. Estava cheio até as vigas com caixas, potes e sacos de todo tipo de doces imaginável. Grandes
árvores de pirulitos de cores vivas, grandes como cataventos, barras de chocolate do tamanho de
pedras de pavimentação; pilhas e mais pilhas de ratinhos de açúcar.

A loja também estava lotada de alunos de Hogwarts, e os marotos tinham que empurrar e se apertar
para chegar perto das mercadorias. Eles encheram sua cesta com doces suficientes para durar pelo
menos até o Natal, antes de fazerem fila para o caixa, na qual um bruxo de aparência muito
atormentada com cabelos brancos, estava. Remus percebeu que provavelmente era o Sr. Dedos de
mel e se perguntou se o lojista sabia que havia um túnel secreto em seu porão.

Depois disso, a próxima parada foi a Zonko's, a loja de brincadeiras, que estava tão movimentada
quanto a Honeyduke, e fora um dos lugares mais barulhentos que Remus já estivera. A cada
poucos segundos, alguma coisa parecia explodir, estalar ou começar a assobiar em algum lugar da
loja, acompanhada pelas risadas encantadas ou gritos horrorizados dos alunos. James e Sirius eram
claramente experientes em compras e fizeram uma varredura eficiente nas instalações, avaliando os
benefícios e as desvantagens de cada engenhoca como um par de banqueiros na bolsa de valores.
Meia hora depois, eles finalmente estavam saindo, carregados de sacos cheios de bombas de bosta,
varinhas artificiais, tinteiros explosíveis, balas de soluço e barras de sabão de rã.

Remus pensou que eles talvez tivessem sido um pouco precipitados de fazer todas as compras
primeiro, porque em seguida James e Sirius queriam visitar a Casa dos Gritos, o que significava
deixar a rua principal e enfrentar uma subida íngreme, carregando todas as mercadorias.

"Então, que lugar é esse, de novo?" Remus bufou enquanto lutava para subir a colina, seu joelho e
quadril ainda o incomodando.

"Casa mal assombrada," James respondeu, pegando duas das sacolas de compras mais pesadas de
Remus sem dizer uma palavra. “O lugar mais assombrado da Grã-Bretanha, papai diz.”

“Não é assombrado!” Sirius gritou lá de cima, "Vocês, Potters, são supersticiosos."


“Eu ouvi dizer que os fantasmas de lá são realmente horríveis,” Peter disse, ansioso, lutando quase
tanto quanto Remus estava com a inclinação íngreme. “Piores que Pirraça.”

"Eles são poltergeists, então?" Remus perguntou, curioso - ele estava planejando fazer algumas
leituras sobre aparições espirituais quando tivesse a chance, depois de saber que essa tinha sido a
principal área de estudo de seu pai.

"Acho que sim", disse James, "os moradores locais dizem que ouvem gritos vindos da casa
algumas noites."

“Só por alguns anos, no entanto,” Sirius rebateu, “Poltergeists não se mudam a qualquer momento.
Teria que haver décadas e décadas de perturbação e acumulação de energia negativa para ...”

"Ah meu Deus."

Lupin parou e quase deixou cair as sacolas que ainda segurava. Ele olhou para a casa pela primeira
vez, e um calafrio atingiu seu estômago.

"O que foi, Moony? Quer que eu leve suas outras sacolas?” James estava perguntando.

Remus balançou a cabeça, sem palavras, ele não conseguia desviar os olhos. Ele nunca tinha visto
pelo lado de fora antes; eles sempre vinham pelo túnel. Mas ele reconhecia o tom da madeira, sabia
como eram as janelas com tábuas.

"Caramba, se for assombrado, então eu acho que Moony está possuído." Sirius disse, soando como
se ele estivesse meio brincando. “ei, Lupin. Você está estranho, pare com isso."

"Essa é..." Remus lutou para encontrar as palavras. Ele fechou os olhos e tentou respirar algumas
vezes. “Essa é a casa. Onde eles me colocam.”

James pareceu entender imediatamente, e colocou a mão no ombro de Remus de uma forma
fraternal.

"Ok, vamos, é hora de ir." Ele disse.

Ninguém disse nada enquanto eles desciam a colina, em direção à cidade. Remus olhou para o
chão à frente o tempo todo, concentrando-se em colocar um pé na frente do outro e ficar o mais
longe possível da cabana. A Casa dos Gritos. Gritos. Ele sentiu vontade de vomitar. James os
conduziu na direção de um pub de aparência pitoresca. Lá dentro havia muitas mesas e cadeiras
confortáveis, não muito diferente da sala comunal da Grifinória. Eles encontraram assentos em um
canto silencioso, e Remus sentou-se, agradecido, suas juntas muito doloridas agora. James foi para
o bar, e Sirius e Peter sentaram-se em silêncio, um de cada lado de Remus.

"Então ... na lua cheia, é para lá que você vai?" Peter perguntou. Remus acenou com a cabeça,
brincando com um porta-copos úmido na mesa. "Não é assombrado, então?" Peter continuou.

"Não. Apenas eu."

"Então, espere, os gritos são ..."

"Eu."

"Mas por que-"

"Cale a boca, Pettigrew." Sirius rosnou, de repente. Remus olhou para ele, surpreso.
James voltou com quatro garrafas de líquido âmbar e as colocou na mesa, tomando seu próprio
assento.

"Cerveja amanteigada!" Ele disse, brilhantemente, empurrando um para Remus, "Experimente,


Moony, você vai adorar."

Remus levou o copo aos lábios. Ele ainda estava se sentindo um pouco enjoado, e a mistura na
garrafa cheirava a xarope - mas ele descobriu que coisas doces geralmente ajudavam se ele tivesse
um choque. Ele tomou um gole e se sentiu instantaneamente aquecido pelo delicioso líquido. Ele
sorriu para James, esperando que eles não fizessem mais perguntas.

Eles não fizeram. Em vez disso, passaram uma tarde muito agradável bebendo cerveja amanteigada
e planejando a melhor forma de utilizar seu novo arsenal de brincadeiras práticas. Peter teve a ideia
extraordinariamente brilhante de lançar um feitiço temporizador remoto nas bombas de bosta, para
que pudessem ser acionadas a qualquer momento de qualquer lugar do castelo.

“Excelente tática de distração”, James exclamou, animado, “Pense no que poderíamos fazer se
Filch estivesse perseguindo bombas de bosta no lado oposto do prédio!”

“Também nos dá tempo para trabalhar um pouco mais no mapa.” Remus acrescentou.

“Você não está vendo todas as possibilidades.” Sirius cruzou os braços, recostando-se na cadeira.
“Nós poderíamos definir todos eles para dispararem ao mesmo tempo. Imagine! Provavelmente
temos o suficiente aqui para esconder um em cada sala de aula - caos total!” Sirius parecia tão
extasiado quando disse isso, que os outros três foram completamente absorvidos, assentindo
furiosamente.

"Ah, não vamos sentar aqui, Lily, não parece muito limpo." Uma voz desagradável e amarga os
interrompeu: "Eles permitem todos os tipos, claramente."

Sirius saltou para frente em sua cadeira, olhando para Snape, que estava pairando ao lado de uma
mesa próxima.

"Não seja bobo, Sev, está tudo bem." Lily balançou a cabeça, puxando uma cadeira.

"Tudo bem, Evans?" James acenou para ela, compulsivamente, ficando com aquele olhar estúpido
no rosto.

"Nos deixe em paz, Potter?" Lily jogou o cabelo, "Oi, Remus."

“Oi,” ele acenou para ela, sorrindo. Ele não podia deixar de gostar da maneira como ela tratava os
marotos, ela era a única que não os bajulava.

“Eurgh,” Sirius disse, segurando o nariz, olhando para Snape, “Que cheiro é esse? Potter, você
pisou em alguma coisa no caminho? "

James deu uma risadinha,

"Cheira mais como uma bomba de bosta que explodiu."

"Nojento," Sirius sorriu, "Talvez devêssemos abrir uma janela."

Snape ficou branco de raiva. Lily colocou a mão em seu braço,

"Apenas ignore-os, Sev, eles são idiotas."


Mas Severus não permitiria que Sirius tivesse a última palavra.

“Como está a família, Black?” Ele perguntou, sua voz lisonjeira, insidiosa. A boca de Sirius formou
uma linha dura. Snape continuou, “Regulus estava dizendo a todos que você teve um verão
bastante emocionante. Tão empolgante, na verdade, que você não é mais bem-vindo de volta,
hein?"

"Você não sabe do que está falando, Snivellus." Sirius cuspiu. Remus sabia que agora era tarde
demais - Sirius havia se envolvido e não haveria mais volta.

"Não sei?" Snape ergueu uma sobrancelha, claramente emocionado com a reação que ele
provocou. “Recebeu algum correio da mamãe esse ano, Black? Ouviu qualquer coisa de algum de
seus parentes?"

Sirius tinha uma expressão muito estranha no rosto. Remus teve a impressão de que estava
percebendo algo pela primeira vez e tentando não deixar Severus perceber. James parecia
preocupado, não mais rindo.

"Ignora ele, cara", disse ele, baixo, "Ele é um idiota, só ignora."

"Estou certo, então," os lábios finos de Severus se curvaram em um sorriso desagradável, "Não é à
toa que você segue Potter por aí como uma garota apaixonada, quando sua própria família não quer
nada com você. Quando você é renegado dessa forma, suponho que tudo o que resta é se associar
com a escória da sociedade ...” Ele lançou seus olhos negros sobre Peter e Remus.

Sirius se levantou, jogando sua cadeira para trás. Sua varinha estava em sua mão; ele deve ter
estendido a mão para pegá-la enquanto Snape falava. Remus se levantou também, seus ossos
doloridos esquecidos quando ele cerrou os punhos, pronto para bater Severus até deixá-lo sem
sentido, se Sirius desse a ordem.

"Sirius, não!" James foi tirar sua varinha - eles não tinham permissão para fazer mágica em
Hogsmeade.

"Vamos, Severus, vamos," Lily também se levantou e puxou a manga do amigo. Ela parecia
furiosa com ele, o que foi um pequeno conforto para Remus.

"Não." Sirius disse, sua voz irritantemente firme e autoritária. “Estamos indo embora. Vamos,
rapazes, não aguento mais esse fedor. "

Eles obedeceram às ordens, até mesmo James, que lançou apenas um olhar ansioso para Lily ao
sair.

"Isso foi ... muito maduro", disse Potter, coçando a cabeça enquanto saíam do pub para a luz quente
da noite. Sirius bufou, voltando para Hogwarts.

"Não acabou." Ele disse, ferozmente, os outros correndo para alcançá-lo com seus passos
decididos. “Vou mostrar a ele. Eu vou destruir ele! "

Os marotos estavam em guerra.


Capítulo 45: Terceiro ano: Nobre e Mais Antiga
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Cold fire, you've got everything but cold fire


You will be my rest and peace, child
I moved up to take a place
Near you

So tired, it's the sky that makes you feel tried


It's a trick to make you see wide
It can all but break your heart.

-‘Prettiest Star’, David Bowie

Sábado, 15 de setembro de 1973

*Toc Toc*

"Sirius."

Nada.

*TOC TOC TOC*

"Sirius?"

"Oh, pelo amor de ... Sirius Orion Black Terceiro, eu sei que você está aí!" James bateu na porta.

"Cai fora, Potter."

James se afastou da porta do banheiro e sentou-se na cama, parecendo abatido. Sirius não tinha se
juntado a eles para jantar, e estava trancado no banheiro por duas horas, sem fazer barulho.

“Deixa ele em paz,” disse Remus, virando a página de seu livro. Ele deitou de barriga para baixo
em sua própria cama, fingindo que não estava nada preocupado. "Ele vai sair quando estiver
pronto."
Isso era algo que ele sempre ouvia a Diretora dizer. Pelo menos uma vez por semana, um dos
meninos de St Edmund - geralmente um garoto novo - tinha um acesso de raiva e se trancava em
um quartinho ou se arrastava para algum espaço pequeno onde ninguém pudesse alcançá-lo. A
resposta dos funcionários era sempre a mesma; ignore até que ele perceba que ninguém se importa;
até que perceba que nada que ele fizer fará diferença. Sempre funcionava, Remus sabia disso em
primeira mão.

"Não é típico dele," disse James, obviamente desconsiderando a tática rigorosa de Remus. “Eu
poderia matar Snape, sabe. Por dizer essas coisas.”

Remus encolheu os ombros.

“Black já odeia sua família, no entanto. Não sei por que ele deixa Snivellus incomodá-lo com isso.
"

James olhou para Remus, pasmo, como se tivesse acabado de dizer algo inimaginavelmente cruel.

"Eles ainda são sua família, Moony."

"Eles são horríveis com ele."

“Não significa que ele não se importe com o que eles pensam.” James suspirou. "Olha, Lupin,
talvez seja melhor você ir antes que ele saia. Vá e encontre Pete na biblioteca ou algo assim. ”

“Eu também sou amigo de Sirius!” Remus se sentou, indignado.

"Sim, sim, claro que você é", James acenou com a mão, "Mas bem ... se ele estiver chorando, acho
que prefere que ninguém mais veja."

“Eu não me importo se ele estiver chorando. Eu quero ajudar."

Isso era em parte mentira. Remus sempre se sentia desconfortável perto de pessoas chorando - ele
nunca sabia o que fazer consigo mesmo. Mas ele realmente queria ajudar também. Ele não sempre
tentava ajudar?

Mais do que nunca, Remus queria confessar sobre ter dado a Narcissa a ideia do voto perpétuo, só
para ver o rosto de James. Mas ele se acalmou. Não era uma competição e, mesmo que fosse, não
era uma que ele ganharia.

“Ok,” disse James, “mas você tem que ser compreensivo sobre isso. Você não pode começar uma
briga.”

"Do que você está falando?" Remus ficou mortalmente ofendido. Ele nunca começava brigas.

"Vocês dois! Vocês estão sempre discutindo, eu juro. "

"Nós não discutimos." Remus explodiu. James apenas ergueu as sobrancelhas, o que era irritante.

O garoto de cabelos escuros pulou da cama mais uma vez e voltou para a porta do banheiro.

"Sirius?" Ele bateu: "Por favor, saia e fale com a gente?"

"Cai fora, Potter, me deixe em paz."

James suspirou novamente. Remus, irritado com James agora tanto quanto estava irritado com
Sirius, levantou-se também e foi até a porta. Indicando para James se mover, ele próprio bateu
forte na madeira.

"Eu disse cai f-"

"Sirius, sou eu." Remus disse, sua voz dura e fria, como a da Diretora. "Olha, se você vai ficar
chorando como uma garotinha, pelo menos nos deixe entrar para que possamos começar a planejar
nossa vingança?"

Silêncio.

Remus resmungou, “Tudo bem, se deprima aí. Mas você está sendo um idiota egoísta. Você sabe,
você não é o único que tem uma família te odeia. "

"Remus!" James exclamou, escandalizado. Remus encolheu os ombros. Valeu a tentativa.

Houve um barulho abafado dentro do banheiro. Remus pressionou o ouvido contra a porta, então
recuou quando ela abriu. O rosto sombrio de Sirius apareceu.

"Finalmente," disse James, aliviado, "Olhe, saia e ..."

"Moony pode entrar." Sirius disse, abrindo a porta apenas o suficiente para Remus se espremer
para dentro, então a bateu de volta e trancou a fechadura.

Estava escuro lá dentro.

"Lumos," Remus murmurou. A ponta da varinha dele se iluminou, lançando um brilho pálido sobre
o pequeno ambiente branco e o rosto pálido de Sirius. Ele estava chorando, seus olhos estavam
escuros e vermelhos. Remus desviou o olhar rapidamente, olhando para as luminárias. As
lâmpadas foram quebradas. Ele resmungou: "Você e seu temperamento, hein?" Ele disse:
“Reparo”.

As luzes se consertaram e piscaram novamente. Remus apagou a luz de sua varinha.

"Não fiz de propósito," Sirius fungou, limpando o nariz com as costas da mão. Foi um gesto
taciturno e infantil, de alguma forma impróprio para Sirius que era, mesmo aos treze anos,
geralmente o epítome de graça e equilíbrio. “Eu ainda destruo coisas às vezes, quando estou com
raiva. Minha magia sai do controle.”

"Ah, certo," Remus assentiu, embora nunca tivesse ouvido falar disso antes.

"Então, vingança?" Sirius perguntou, sentando-se na tampa do vaso sanitário e olhando para Remus
com expectativa.

"Vingança." Remus concordou: "O que você quer fazer com ele?"

"Não apenas ele." Sirius franziu o cenho, “Todos eles. Todos os Sonserinos da escola.”

Remus assentiu com entusiasmo - isso soava um pouco maluco, mas era um começo. Haveria
tempo para acalmá-lo mais tarde, quando ele estivesse agindo menos estranhamente e não corresse
o risco de explodir mais lâmpadas.

"Sim, vamos pegar todos eles, Black. Agora vamos lá, vamos lá e—”

"Eu não vou sair ainda." Sirius disse, amuado, cruzando os braços. Remus suspirou. Ele se sentou
no chão, encostado na porta.
“Ok, tudo bem. Gostaria de falar sobre isso? Porque James é provavelmente a melhor pessoa para
–”

"Você realmente quis dizer o que acabou de falar?" Sirius o interrompeu novamente, "Você acha
que minha família me odeia?"

“Ah Deus, eu não sei, não é? Não sou exatamente uma autoridade em famílias.” Remus esfregou a
nuca. "Eu só estava tentando fazer você abrir a porta, para ser honesto."

Ele quis dizer isso como uma piada, mas Sirius não sorriu. Ele olhou para Remus através de uma
cortina de cabelo escuro.

"Você disse que sua família te odeia."

"Bem, eu acho que sim," explicou Remus. "Caso contrário, eles não ... bem, eu não teria sido
enviado para St Edmund's, teria?"

"Não significa que eles odiavam você."

"Não." Remus refletiu, "Mas eu não acho que eles possam ter gostado muito de mim, mesmo
assim."

"Você não fica ... quero dizer, isso não te incomoda?"

Remus encolheu os ombros,

“Às vezes, obviamente. Mas, você sabe. Ninguém nasce merecendobws uma vida feliz.” A
Diretora havia dito isso muitas vezes. Pela primeira vez, falando isso em voz alta, Remus se
perguntou se ela estava totalmente certa.

"Caramba, Lupin, você é deprimente, sabia disso?"

"Você me deixou entrar." Remus chutou Sirius levemente na canela com a ponta do seu tênis. "Se
você quiser se animar, então vou buscar o Potter."

"Nah," Sirius deu de ombros, sorrindo fracamente. "Você é ok."

Remus riu,

"James não queria que eu entrasse. Disse que a gente só briga."

"Ele o quê?!" Sirius balançou a cabeça. "Nós não brigamos."

"Foi o que eu disse." Remus o assegurou.

"Minha família ..." Sirius disse, de repente, "Eu não acho que eles me odeiam. Acho que eles
querem gostar de mim, de verdade. Mas eu continuo decepcionando todo mundo. É engraçado na
maioria das vezes, mas ... bem, não é hoje.”

Remus não sabia o que dizer sobre isso, então ele ficou quieto. Ele pensou em Narcissa, jurando
enfrentar a morte se não pudesse se casar com Lucius. Ele pensou em Regulus, que muitas vezes
olhava para o irmão mais velho do outro lado do salão, olhos verdes de ciúme. Famílias eram um
negócio complicado. Talvez ele devesse ser grato a Lyall Lupin por terminar tudo de uma só vez,
para que Remus nunca tivesse que saber se ele deixaria seu pai orgulhoso ou não, ou se ele teria
sido uma decepção afinal.
***

Sexta-feira, 5 de outubro de 1973

"Eu consegui. Eu realmente consegui desta vez. "

"Isso é bom, Pete." Remus respondeu alegremente, lendo seu livro de Aritmancia.

"Devíamos tingir seus robes de rosa."

“Eles apenas tingiriam de volta, é muito simples. E de onde conseguiríamos os robes? " Remus
virou a página e retomou sua leitura.

“Ai! Que diabos, há algo errado com aquele balaço! " Sirius gritou, levantando-se. "Vamos,
McKinnon, mova sua maldita bunda!"

"Você se importa em deixar a bunda dela fora disso?" Mary retrucou, de algumas fileiras acima.

Eles estavam assistindo ao treino de quadribol da Grifinória. Bem, Sirius, Peter e Mary estavam.
Remus só queria continuar com sua leitura.

"Com ciúmes, MacDonald?" Sirius respondeu, atrevidamente.

"Pinte o cabelo de rosa, então," Peter persistiu, sacudindo o braço de Remus para chamar a
atenção, "Eu aprendi feitiços de mudança de cor agora, eu posso fazer isso."

"Eles também podem." Remus disse, puxando o braço para trás e procurando por seu lugar na
página.

"Sabe, Moony, você poderia mostrar um pouco mais de interesse." Sirius disse.

“No quadribol? Ou em derrubar seu arqui-inimigo? "

"Ambos. Qualquer um."

"Estou aqui, não estou?" Remus virou outra página.

"Quem é seu arqui-inimigo?" Mary perguntou, se levantando e se sentando ao lado de Sirius.

"Se eu te contasse, teria que te matar." Sirius disse, secamente. Mary revirou os olhos,

"É o Snape?"

Todos os três meninos olharam para Mary com surpresa. Ela riu: "Qual é, não é exatamente um
segredo – vocês têm algo desde o primeiro ano. Além disso, Lily é uma das minhas melhores
amigas.”

"Não fale comigo sobre Evans." Sirius resmungou, "Já ouço o suficiente."

"Eu acho que ela é uma idiota, andando por aí com aquele esquisito." Mary disse, esfregando os
braços como se apenas o pensamento de Severus fizesse sua pele arrepiar. “Você sabe que ele fez
Marlene chorar outro dia? Chamou o pai dela de algo realmente desagradável. Não faz sentido
também, porque Lily diz que ele é mestiço, Severus ... de qualquer maneira, alguém precisa lhe dar
uma lição. "

"Ha!" Sirius latiu, "Ele é mestiço?! Brilhante."

"Sim." Mary disse friamente. "O Remus também. E eu sou nascida trouxa. E daí?"

Remus finalmente ergueu os olhos de seu livro para sorrir maliciosamente para Sirius, levantando
uma sobrancelha para ele. Sirius olhou para baixo e de volta para o quadribol.

"Nada", ele murmurou, "eu não sou assim."

"Ótimo." Mary disse, afetadamente. "Eu já escuto o suficiente dessa merda dos Sonserinos."

Remus estava inclinado a concordar com Mary, que tinha mais coragem do que ele, colocando
Sirius em seu lugar daquele jeito. Os insultos dos Sonserinos definitivamente aumentaram neste
período, embora só pudessem ser perceptíveis para estudantes de sangue não puro. Remus
começou a se preocupar em andar sozinho entre as aulas, embora raramente precisasse. Ele teve
alguns quase acidentes de qualquer maneira, e foi chamado de sangue-ruim duas vezes. Ele não
disse isso a James ou Sirius, parecia um pouco como um choramingo. Além disso, no que diz
respeito aos insultos, já havia sido chamado de coisas piores que ‘sangue-ruim’.

Ele não gostou da ideia de que isso fez Marlene chorar, no entanto. Estava tudo bem que Remus
fosse incomodado por Snape e Mulciber, ou mesmo pelo pequeno e sádico Bartô Crouch, mas
fazer garotas chorar era outra coisa. Remus sentiu uma onda de proteção e cavalheirismo em
relação a amiga. Ele cerrou os punhos e depois os abriu.

O problema era que Snape não era o tipo de atacar com feitiços e grandes pegadinhas. Ele podia
fazer ambas as coisas, ele era tão capaz quanto os marotos. Mas Snape usava palavras para ferir as
pessoas - e elas eram muito mais difíceis de rebater.

A menos que você mudasse as palavras.

"Oh." Remus largou o livro de repente. Ele agarrou o braço de Sirius, "Oh!"

"O que?" Sirius franziu a testa para ele. Ele estava absorto em assistir o treinamento enquanto a
mente de Remus vagava. Houve outra oportunidade para Sirius se juntar ao time de quadribol este
ano, mas ele recusou. Talvez porque ele mudou de ideia. Talvez porque estava com vergonha de
tentar novamente.

“Nós mudamos as palavras!” Remus balbuciou: "Mudamos o que ele diz."

"O que você está falando?" Sirius estalou a língua. "Snivellus?"

"Sim! Existem feitiços que você pode fazer para impedir alguém de falar, certo?"

Sirius corou ligeiramente, olhando para Remus.


“Sim ...” ele disse, cautelosamente.

“Ok, então quão mais difícil pode ser para ... tipo, distorcer suas palavras? Poderíamos definir uma
palavra-gatilho – ou algumas – sangue-ruim, ou traidor do sangue, ou mestiço, ralé, baba ovo de
trouxa ou ... qualquer coisa. E, em vez disso, fazemos com que ele diga algo realmente bom. Ou
algo estúpido. O que quisermos.”

"Moony, onde você ouviu tudo isso-"

James marcou um gol e Peter saltou, batendo palmas freneticamente. Potter deu algumas voltas em
sua vassoura, se exibindo. Sirius sorriu para seu amigo. O joelho de Mary estava tocando o de
Sirius, Remus notou. Eles estavam sentados muito perto, na verdade.

"Então?" Remus agarrou o ombro de Sirius novamente, tentando fazê-lo se concentrar. "O que você
acha?"

"Eu adorei." Sirius disse simplesmente. "Devíamos fazê-lo dizer algo realmente ridículo, como ...
sei lá, 'coelhinhos fofinhos’ ou algo assim. Vamos para a biblioteca depois disso, certo? "

"Eu posso ir?" Mary perguntou. Sirius encolheu os ombros,

“Se você quiser, acho que sim. É um negócio sério de maroto.”

Mary deu uma risadinha. Remus se perguntou se Sirius achou isso tão irritante quanto ele. Ele
pegou seu livro e voltou para a Aritmancia.

Vinte minutos depois, a sessão de treinamento acabou e os marotos estavam caminhando em


direção ao castelo, Mary e Marlene a reboque, Sirius e Remus balbuciando animadamente para
James sobre o plano brilhante deles (de alguma forma se tornou o plano 'deles', na mente de
Sirius).

"Você deveria estar fora do campo às cinco horas." Alguém grunhiu na frente deles.

Remus ergueu os olhos para ver o time de quadribol da Sonserina caminhando em direção a eles,
vassouras nas mãos e kits pendurados nos ombros.

"Estamos saindo agora, Bulstrode, que inferno." James disse, irritado.

O capitão da Sonserina com cara de pug apenas fez uma careta e passou por ele, deliberadamente
batendo em James com o ombro enquanto o fazia.

“Ei!” Sirius puxou sua varinha. James o segurou.

"O que é, Black?" Bulstrode zombou: "Se esse ainda é o seu nome." Todos os sonserinos riram.
Incluindo seu menor e mais novo membro, que estava atrás dos outros.

Regulus Black.

Foi preciso James e Remus para puxar Sirius, enquanto os sonserinos riam e sussurravam.

“Lembre-se do plano,” sussurrou Remus. Sirius relaxou, então assentiu.

“Prometa que vamos pegar todos eles.” Ele rosnou.


Capítulo 46: Terceiro ano: O Clube do Slug
Chapter Summary

A pegadinha está em progresso, primeiro encontro do clube do Slug e um confronto.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Segunda-feira, 8 de outubro de 1973

"Sirius, é melhor você pensar sobre as palavras que a gente vai substituir, você é o mais ... er ..."

"Eloquente?" Sirius forneceu, bocejando. "Verboso? Magníloquo?"

“Exatamente,” Remus sorriu. "Vou procurar qual feitiço precisamos, e James, você pode descobrir
como realmente conseguiremos lançá-lo em toda a casa ... isso vai ser muito difícil, eu acho -
Peter, é melhor você ajudar com esta parte."

"Olha o Moony!" James riu, passando manteiga em sua torrada, "Dando as ordens agora."

“Os marotos são uma utopia socialista”, Sirius bocejou novamente, “Não temos líderes”.

"Gostando de estudos dos trouxas, não é?" Remus ergueu uma sobrancelha. Sirius deitou a cabeça
na mesa de jantar, fechando os olhos e mostrando dois dedos para Remus.

Uma coruja pousou na mesa do café da manhã - era a de James. A coruja de Sirius foi confiscada
por seus pais tantas vezes que ele podia muito bem não ter nenhuma. Peter normalmente usava as
corujas da escola e Remus nunca recebia correspondência de qualquer maneira.

"Que diabos?" James abriu a carta oferecida pelo pássaro com uma carranca. "O ... Club do Slug?!"

“Ah sim,” Sirius abriu um olho sonolento, “Eu também recebi uma. Aparentemente, o velho
preguiçoso gosta de alunos que têm uma certa qualidade de estrela. Então, eu, obviamente. E
suponho que você também. "

Nem Peter nem Remus receberam um convite; mas isso não foi uma grande surpresa. Peter era
muito bom em Poções, mas quase não tinha aptidão para qualquer outra coisa. Quanto a Remus, ele
tentava voar sob o radar do Professor Slughorn.
"Nós não iremos então." James disse, dobrando sua carta com decisão. “Nós marotos somos um
por todos e todos por um.”

"Eu não me importo," Remus deu de ombros, "Vá se quiser. Aposto que a Lily vai. "

"Você acha!? Verdade, ela é realmente boa em Poções, não é? " James disse, ficando com aquele
olhar engraçado no rosto novamente, "Ela é muito boa em tudo, provavelmente a mais inteligente
do ano-"

“Ei!” Remus e Sirius disseram, em uníssono. James ergueu uma sobrancelha,

"Garota mais inteligente, então."

Sirius fechou os olhos mais uma vez, satisfeito e tentou cochilar durante o resto do café da manhã.

***

Quinta-feira, 11 de outubro de 1973

A festa foi realizada no final da semana. James, ainda preocupado com a exclusão dos dois outros
marotos, tentou convencer Peter e Remus a vestirem a capa da invisibilidade e vir assim mesmo.
Sirius achou que isso seria bem engraçado, mas Remus não tinha vontade nenhuma. Ele não
desejava estar entre os poucos escolhidos. No final, Peter recusou também, embora estivesse
claramente a ponto de concordar com o plano ridículo.

De qualquer forma, as quintas-feiras eram o dia favorito de Remus na semana. Especificamente, às


quintas-feiras, das 14h às 16h - esse intervalo em seu cronograma era ocupado por Trato das
Criaturas Mágicas. As aulas de quarta-feira eram sempre baseadas em teoria, e Remus gostava
delas também; ele nunca tinha ouvido ninguém falar sobre biologia como o professor Ferox. Mas
as quintas eram dedicadas às aulas práticas, e a classe saía para o terreno aberto, ou então
chegavam à sala de aula para encontrar uma nova criatura esperando por eles e um Ferox radiante
de entusiasmo para mostrá-los.

Depois dos kneazles, eles viram fadas mordentes e crupes. Esta semana foi murtiscos. Mary e
Marlene gritaram para as criaturas que Ferox apresentou em uma grande gaiola no fundo da sala de
aula. Remus não podia culpá-las - murstiscos eram extremamente desagradáveis. Eles eram
criaturas parecidas com ratos, com massas de tentáculos brotando de suas costas como vermes.

“Não podemos ver crupes e kneazles todas as semanas”, Ferox sorriu, gesticulando para que todos
se reunissem ao redor, “Nem todas as criaturas mágicas sobre as quais aprendemos serão fofas.
Mas a diversidade é o que torna a vida especial, não?”

"Espero que não tenhamos que tocá-los", sussurrou Marlene, estremecendo.

Remus não se importava - eles eram nojentos, mas ele não se importava com coisas nojentas. Ele
tinha um estômago bem forte; Professor Ferox já havia dito isso a ele na semana passada, quando
eles estavam assistindo a eclosão dos ovos de fada mordente. Remus sorriu com orgulho o dia todo.
Ferox estava olhando para Remus agora.

"Sr. Lupin, tenho certeza de que posso contar com você para me dizer as propriedades benéficas
dos tentáculos de murtiscos."

Remus tentou não sorrir muito abertamente, ou parecer muito nerd.

“Eles são realmente bons para curar cortes e machucados superficiais”, disse ele, prontamente, “E
se você os comer, eles o tornam imune à maioria das maldições comuns.”

"Excelente, cinco pontos para a Grifinória."

Remus não pôde deixar de sorrir um pouco. Quem se importava com o estúpido Clube do Slug.
Slughorn estava longe de ser tão legal quanto Ferox; Ferox era inteligente, despretensioso e
engraçado, e fazia coisas perigosas. Remus nunca havia pensado muito em ter uma carreira, mas
por algumas semanas ele vinha acalentando a ideia de que o que quer que fizesse ao crescer,
gostaria de ser igual ao Professor Ferox.

Veja bem, ele teria que começar a comer mais, ou a fazer musculação ou algo assim, porque se
Ferox era alguma coisa, era grande. E Remus, embora fosse centímetros mais alto que os outros
marotos, permanecia enternamente esquelético.

“É o seu metabolismo.” Madame Pomfrey disse a ele, quando ele perguntou uma manhã depois da
lua. "Você poderia comer mais ou descansar mais, mas pode ser apenas uma dessas coisas sem
jeito, eu temo. Mas não se preocupe querido, você é tão saudável quanto se poderia esperar. "

Isso não parecia muito reconfortante, mas ele aceitou. Seu pai também era magro, ele tinha certeza.
Pelo menos ele não era rechonchudo, como Peter, que ainda parecia um garotinho em comparação
com o resto deles.

Esse fato ficou ainda mais claro naquela noite, quando Sirius e James estavam totalmente vestidos
em seus robes formais, parecendo em cada centímetro como jovens lordes donos de mansões, e
Peter sentou-se olhando para eles com inveja de sua cama, já de pijama.

"Você acha que vai ter dança?" Sirius perguntou, ansioso, endireitando a gravata.

"Nah," James respondeu, tentando desesperadamente pentear o cabelo, "Eles teriam nos avisado
para trazer um par ou coisa do tipo.”

Sirius se jogou na cama.

“Eu odeio esse tipo de coisa. Moony, vá por mim, aposto que o Sluggy nem vai notar. "

“Até parece,” Remus bufou atrás de sua cópia de Ataque Verbal: Trava-Línguas Defensivos
"Slughorn nem consegue lembrar meu nome na maior parte do tempo. E acho que ele não vai
gostar muito quando estiver esperando um puro-sangue Black e conseguir o garoto mestiço que ele
vive chamando de Linchpin. "

“Ugh. Ele é um velho palerma nojento. Como uma lesma de verdade*.” Sirius sorriu para si
mesmo e cutucou Remus com o cotovelo, "Heh, uma lesma de verdade, Moony."

Remus sorriu de volta, erguendo os olhos de seu livro.

"Você está pronto, então?" James suspirou, jogando fora seu pente, aparentemente aceitando que
sua tentativa era inútil.
"Suponho que sim." Sirius resmungou, levantando-se laboriosamente.

"Eu vou descer com vocês," Remus disse, "Aproveito e já passo na biblioteca. Quer vir, Pete? "

Peter olhou para ele como se ele fosse louco e balançou a cabeça.

James, Sirius e Remus desceram para a sala comunal, onde - para a alegria de James - Lily estava
esperando por eles em um vestido turquesa muito bonito. Infelizmente para James, no entanto,
conforme os três marotos se aproximavam, ficava claro que não era ele que ela estava esperando.

"Remus!" Ela disse, levantando-se.

"Você está bonita, Evans," disse James, esperançoso. Sirius suspirou alto.

"Eu queria falar com Remus," disse Lily, ignorando James. "Você me acompanha até a festa?"

"Não estou indo," Remus deu de ombros, "Não fui convidado."

"Oh ..." Lily corou um pouco, parecendo envergonhada, "Desculpe, eu só achei ..."

"Sobre o que você quer falar?" Remus perguntou, impaciente. Seu livro estava pesado, e a lua cheia
era sexta-feira, deixando-o mais agitado do que de costume.

Lily olhou para James e Sirius, claramente não querendo dizer nada na frente deles. Remus
suspirou, "Estou indo para a biblioteca. Se você quiser andar assim comigo, tudo bem. ” Isso tiraria
Lily do caminho, mas Remus decidiu que não se importava. Ele empurrou o buraco do retrato e a
ouviu correr atrás dele, seus sapatos de festa pretos estalando nas lajes.

“Para que é esse livro?” Lily ofegou, lutando para acompanhar os passos compridos de Remus.

"Nada." Ele disse, deliberadamente cobrindo o título com o braço: "Apenas algumas pesquisas".

"Não é algo ruim, é?" Lily perguntou, desaprovando, "Não é outra coisa horrível para fazer com
Severus?"

"Eu sabia que era sobre isso que você queria falar," Remus revirou os olhos, ainda andando.

"Bem, você tem que admitir, Sirius começou naquela vez em Hogsmeade, quero dizer, ele chamou
Sev-"

"Eu não me importo, Lily." Remus retrucou, virando uma esquina, "Ele não precisava ser tão
baixo, Sirius e James estavam apenas rindo, e Snape teve que ir e tornar pessoal."

"Oh!" Lily bateu o pé, "Vocês todos são tão ruins!"

"Você sabe que ele odeia pessoas como você também, não é?" Remus rebateu, parando agora que
eles estavam fora da biblioteca. Ele se virou para ela: "Você sabe que o tipo dele odeia o nosso."

"'Nosso tipo'," Lily resmungou, "Honestamente, essa coisa de pureza de sangue inteira está ficando
ridícula, e isso não desculpa-"

“Ele fez Marlene chorar,” Remus persistiu, “Mary nos contou. O que você acha que ele diz pelas
suas costas? "

As bochechas de Lily estavam rosadas novamente,


“Sev nunca diria algo assim sobre mim! Ele é meu melhor amigo!"

"Ah ótimo para você, mas o resto de nós não tem tanta sorte." Remus rebateu. Lily olhou para ele,
piscando por alguns momentos, atordoada em silêncio. Ela parecia prestes a chorar, e Remus sentiu
uma pontada de culpa. Quando ela falou novamente, sua voz era mansa e baixa.

"O que você vai fazer com ele?"

Remus suspirou. Ela podia muito bem saber também.

“Não só ele. Todos eles." Ele disse, baixando a voz e curvando-se um pouco para o caso de serem
ouvidos: “E não é nada ruim. Se ele parar de xingar as pessoas, então nada vai ser feito.”

Ela olhou para ele com ceticismo. Ele se endireitou. “É tudo que direi. Você vai se atrasar para a
sua festa. "

***

Mais tarde naquela noite, Remus pensou que tinha quase decifrado. Ele estava sentado na sala
comunal e havia feito suas anotações finais. Agora tudo que ele precisava era a lista de palavras de
substituição de Sirius e eles poderiam começar a trabalhar na pegadinha. Eram quase onze horas
quando o buraco do retrato se abriu e Lily Evans entrou com uma expressão de raiva pura. Havia
estranhas marcas prateadas em seu vestido que refletiram a luz quando ela entrou.

"E aí, Evans?" Remus perguntou, hesitante, ainda sentindo um pouco de pena por ser tão rude com
ela fora da biblioteca.

"Pergunte a eles." Ela sibilou, furiosa, "Eu vou tomar um banho."

Ele não se perguntou a quem ela estava se referindo, mas se tivesse, teria sido respondido em
instantes, quando Sirius e James entraram pelo buraco do retrato em seguida, rindo histericamente.
Remus não pode deixar de sorrir também - a alegria deles era contagiante.

"O que vocês fizeram?"

"Foi tudo Sirius, cara," James deu um tapinha nas costas do amigo, então se curvou para ele
elaboradamente, agitando sua mão. Sirius fez o mesmo de volta,

"Não poderia ter feito isso sem você, meu caro."

"Feito o que?" Remus perguntou, tentando conter sua irritação que surgiu do nada.

"Lesmas." James disse, “Lesmas, malditas lesmas por toda parte. Comecei com esses pequenos
doces de lesma de geléia que foram colocados para comer,”

"Feitiço de transfiguração bastante simples," Sirius deu de ombros com falsa modéstia, jogando-se
em uma poltrona e colocando a perna sobre o apoio de braço.
"Mas então," James sentou ao lado de Remus, com os olhos brilhantes, "Então elas começaram a se
multiplicar ..."

"E é por isso que Evans está chateada com você?"

“Bem ... você viu os pedaços pegajosos no vestido dela? E um ... um pouco no cabelo também, eu
acho. As lesmas se moviam muito rápido, elas meio que se espalharam em todo lugar ...”

"Aquela lá não tem senso de humor." Sirius bocejou. "Ela deveria estar nos agradecendo por
animar um pouco as coisas."

"A ousadia de algumas pessoas," disse Remus, secamente.

"Viu, você entende, Moony," Sirius sorriu, "Você nos deixaria te sujar com lesmas, não é?"

Remus achou melhor ignorar isso, e se dirigiu a James em vez disso,

"Então Slughorn descobriu que foi vocês, não é?"

“Sim, estava bastante óbvio. Éramos os únicos que não estavam gritando.”

“Detenção?”

"Três semanas. Esfregar caldeirões. Tudo bem, ajuda a fortalecer meus músculos.” James
flexionou os braços, que, tinha que ser dito, não pareciam particularmente musculosos.

"Boas notícias, no entanto," Sirius disse, "Chega de festas para nós - estamos fora do Clube do
Slug."

“E entramos para os livros de história!” James gritou, fazendo com que os três se dissolvessem em
ataques de riso.

Chapter End Notes

Sobre a piada do Sirius, slug em inglês é lesma, e o nome do professor é um


trocadilho: Slughorn.
Capitulo 47: Terceiro ano: James Potter e o Estrume Colossal de Elefante
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Terça-feira, 30 de outubro de 1973

Com o Halloween e o banquete tradicional de Hogwarts se aproximando, Remus estava ansioso


aperfeiçoar o feitiço de troca de palavras a tempo e ter alcance máximo.

"Está tudo bem, Moony, todos nós sabemos o que estamos fazendo." James disse, voltando do
treino de quadribol encharcado e coberto de lama. As noites estavam ficando cada vez mais escuras
e Remus raramente ia assistir ao treino do time, embora Sirius e Peter geralmente o fizessem. Mary
sempre ia também, para assistir Marlene. Ela vinha os seguindo em todos os lugares nos últimos
dias.

"Eu só acho que deveriamos testar," Remus mordeu o lábio, observando Sirius lançar um feitiço de
secagem em James.

"Ah não." Peter disse, cruzando os braços: "Não serei sua cobaia desta vez. Da última vez, não
consegui me livrar daquele pedaço de cabelo roxo por semanas!”

"Eu tinha esquecido disso", disse Sirius, sonhador, "Funcionou muito bem, uma vez que
descobrimos como lança-lo."

"Teste nele." Peter apontou para Sirius, "É a vez dele."

"Não reclame, Pete," Sirius gemeu. Ele se jogou na cama. "Faça em mim, Moony, não sou um
covarde."

“Ok, tudo bem,” Remus retirou sua varinha. Sirius saltou.

“Espere, você quer fazer agora?!”

"Bem, quanto mais cedo melhor ..."

“E quanto ao contra feitiço?!”

"Eu tenho quase certeza que ele funciona," Remus deixou um sorriso surgir em seu rosto. Ele tinha
certeza que o contra feitiço funcionava, mas era muito divertido assistir Sirius se contorcer em
medo.

"Ah, pelo amor de Deus." James suspirou, tirando sua roupa de quadribol, "Faça em mim, Lupin,
eu não me importo. Só não quero dizer nenhuma palavra dessa sua lista horrível. Você pode fazer
com outra?”
“Se você quiser,” Remus respondeu.

"Hm, sobre esta lista, Moony ..." Sirius disse, pegando-a da mesa de cabeceira,

"O que?"

"Bem ... é muito longa."

"Sim," Remus ergueu uma sobrancelha, "Qual é o seu ponto? São todos insultos contra não-puro-
sangue, não são? "

"Sim," Sirius disse, coçando o queixo, "Sim, eles são, mas, hum ... bem, eu só não sabia que
houvesse tantos. Nunca os vi escritos assim. E de qualquer maneira, onde você ouviu tudo isso?!”

"Onde você acha?" Remus encontrou os olhos de Sirius, deliberadamente. Ele estava esperando por
algo assim. "Não haja como uma menininha sobre isso, Black, eu não ligo para essas coisas. Certo,
James, que palavra você quer trocar? "

"Evans." Sirius disse, de repente, "Estou cansado de ouvir isso sair da boca dele."

"Ok," Remus sorriu, "Então mudo para o quê?"

"Não me digam!" James disse: “Faremos um teste cego para sabermos que definitivamente
funciona. Escolha algo que Black ainda não inventou.”

Remus acenou com a cabeça, rabiscou algo em um pedaço de pergaminho, então ergueu sua
varinha, se concentrando. Ele a movimentou bruscamente na direção de James e pronunciou o
encantamento.

Todos os quatro ficaram em silêncio, observando.

"Er ..." Remus disse, "Você sentiu alguma coisa?"

"Não." James olhou para si mesmo, como se esperasse ver algo diferente.

"Bem, diga então!" Sirius pediu.

“O nome completo dela,” Remus acrescentou.

James pigarreou teatralmente, endireitando os ombros. Ele estendeu um braço e colocou a mão no
peito como se estivesse prestes a fazer um grande anúncio,

“ESTRUME COLOSSAL DE ELEFANTE.” Ele proclamou.

Peter teve um ataque de riso tão forte que quase caiu da cama. Sirius deu uma gargalhada, e James
ficou vermelho,

"Eu não sabia que você escolheria algo assim!" Ele disse: "Ela é minha futura esposa!"

"Quem é sua futura esposa?" Sirius perguntou, rapidamente,

"Estrume de elefante." James respondeu, então levou as mãos à boca. "Lupin!"

"Você disse que não se importava," Remus respondeu, como um profissional, "Agora, tente dizer
'Evans' novamente, mas realmente tente quebrar meu feitiço, ok?"
"Estrume de elefante." James disse, prontamente. Então, com mais força, "Estrume de elefante".
Ele apertou os olhos, “Es-tru-me ... de ...ele-. Estrume de elefante colossal.” Ele baixou a cabeça,
cabisbaixo.

Peter mal conseguia respirar de tanto rir agora, e Sirius teve que se apoiar na cabeceira da cama.

"Excelente." Remus sorriu. Ele baixou sua lista. "Ei, são seis horas. Vamos jantar?”

"Sim, apenas faça o contra feitiço primeiro." Disse James.

"Oh, não," Remus balançou a cabeça solenemente, "Desculpe Potter, mas eu quero testar o feitiço
por completo - precisamos ter certeza de que não vai passar muito rápido. Vou desfaze-lo amanhã
de manhã. "

"O que?!" James rugiu,

"Ai sim!" Sirius engasgou, enxugando as lágrimas de seus olhos.

"Desculpe," Remus disse de novo, nem um pouco culpado, "Fique feliz por não termos escolhido
uma palavra comum."

"M-mas, e se eu topar com estrume de elefante?"

"Oh, eu não acho que você vai," Remus deu um pequeno sorriso, "Quase não há elefantes na
Escócia."

James fez uma careta,

"Você sabe o que eu quero dizer! Colossal! Estrume colossal de elefante?! ”

Remus encolheu os ombros,

“Não grite o nome dela? Vamos, estou morrendo de fome! "

***

"James! Olha quem é!”

"Cale. a. Boca." James cerrou os dentes e olhou duramente para seu prato. Sirius balançou a cabeça
em desaprovação, o rosto contorcido em piedade.

"Isso não é maneira de cumprimentar ... qual é o nome dela?"

"Eu não vou cair nessa, você sabe. Eu sou mais forte do que isso.” Disse James, cortando seu bife e
sua torta com força.

"Ela está bem ali, cara," Sirius disse, tentando controlar seu sorriso, "Como ela vai notar você se
você não chamar ela?"

"Ei, Evans," Remus disse, de repente, acenando para a ruiva, "Quer se sentar com a gente?"

Ela parou e olhou para eles, com cautela,


"Por quê?"

"Você é uma Grifinória, nós somos Grifinórios ..." Sirius disse, levantando-se para dar a ela seu
lugar ao lado de James, "Nós devemos sentar juntos. Além disso, vai realmente irritar Potter. "

"Bem, nesse caso." Lily se sentou. Sirius empurrou Remus para abrir espaço ao lado dele. Lily
olhou para James com curiosidade, que tinha ficado vermelho como uma beterraba. "Por que eu te
irrito, Potter?"

"Você não me irrita!" Ele disse, rapidamente: "Eles estão apenas sendo babacas."

“Olhe a boca, Potter!” Sirius disse, severamente, derramando molho sobre seu purê de batata e
ervilhas. "Isso não é jeito de falar na frente de uma senhorita."

"O que está acontecendo?" Lily olhou para Remus com desconfiança, "Vocês estão tirando sarro de
mim?"

“Estamos tirando sarro de James.” Peter guinchou, soando como se estivesse tendo dificuldade em
conter sua empolgação. Pela primeira vez, ele não era o alvo da piada, e era claramente uma ideia
estonteante para si.

"Estou testando um feitiço nele." Remus disse simplesmente. Os olhos de Lily brilharam enquanto
ela analisava a situação.

"E qual é o feitiço?"

“Mutatio Verbi.”

Suas sobrancelhas se ergueram,

"Essa é ... oh meu Deus, Remus, qual palavra?!"

"Hum ..."

“Estrume colossal de elefante.” James disse, taciturno. Peter cuspiu seu suco de abóbora e deixou
seu garfo cair da mesa. Lily deu uma risadinha, nervosa.

"O que você disse, Potter?"

"E... Estrume" James se esforçou para lutar contra o feitiço, "Estrume de elefante... colossal...
estrume colossal de elefante"

"Colossal...?! Oh, pelo amor de Deus! " Lily olhou feio para Sirius, "É meu nome, não é?"

"Não olhe para mim!" Sirius sorriu, erguendo as mãos, "Foi ideia do Moony!"

Lily se virou para Remus, sua carranca desaparecendo.

"Sério, Remus?"

"Err ... sim, mas não era para ser ofensivo ou qualquer coisa-"

“Isso é incrível!” Ela disse: "Magia muito inteligente!"

"Espere até amanhã!" Peter disse, se recuperando de sua histeria. Sirius o chutou por baixo da
mesa.
"Sinto muito, estrume de elefante." James disse, parecendo genuinamente desamparado. Desta vez,
até Lily riu.

***

Quarta-feira 31 de outubro de 1973

"Nada está acontecendo."

"Bem, eles não vão começar a se insultar, vão?"

“Temos que força-los a isso. Pete, vá e— ”

"Ei, eu sou sangue puro!"

“Ah sim, faz sentido. Hum ... Moony, vá e tropeça em um deles ou algo assim. Faça isso com o
Snivellus. Ou minha prima, sim, vá em Cissy! "

"Não." Remus disse, baixinho. Ignorando o fato de que ele realmente não tinha nenhum problema
com Narcissa, ele não queria ser tão óbvio. “Vamos apenas esperar. Paciência, Black, paciência. ”

"Mas pode levar dias."

"Não vai." Mary disse, friamente. "Vocês três devem ser cegos se não viram o que está
acontecendo por aqui." Isso os calou.

Mary estava sentada ao lado de Sirius pela segunda vez naquela semana. Remus não se importava -
ele gostava de Mary, ela era engraçada, descarada e teimosa, mas infalivelmente gentil e cheia de
compaixão. Ela era sua amiga. Mas. Bem, ela não era um maroto, era?! Sua presença parecia
intrusiva, de alguma forma; não combinava bem com o vai e vem de costume. E ela sempre se
sentava ao lado de Sirius, o que significava que ninguém podia falar com ele sem que ela ouvisse e
lhe piscasse os cílios. Claro, Remus sabia que ela gostava dele e tudo mais, mas ele não tinha
certeza se Sirius sabia disso ainda - ou talvez fosse assim que você deveria agir quando alguém
gostava de você.

"O que está acontecendo, então?" James perguntou, muito sério. "Você anda sendo xingada,
MacDonald?"

Ela deu de ombros, tomando seu suco de abóbora.

“Tem sido pior este ano. Você deve saber, Remus? "

Remus assentiu vagamente, desviando o olhar, como se estivesse mais interessado em assistir os
sonserinos. Era a festa de Halloween e todos estavam animados. O professor Flitwick tinha
encantado morcegos pretos brilhantes para voar sobre suas cabeças, finas teias de aranha prateadas
brilhavam nas vigas, e o Grande Salão cheirava a outono, abóbora assada, fumaça de lenha e maçãs
assadas.

"Então ..." James continuou, lentamente, "Todos os nascidos trouxas estão sofrendo esse tipo de
coisa, então? Até ... até mesmo esterco de elefante - oh, pelo amor de Deus, Remus! Por favor,
conserte isso! ”
“Se você fizer meu dever de Poções.” Remus respondeu, rápido como um dardo.

"Está bem! Qualquer coisa! Eu vou te dar minha maldita vassoura se você..."

"Finite." Remus apontou sua varinha para James. James olhou para ele, parecendo atordoado. Ele
limpou a garganta.

"Lily Evans." Ele disse, muito claramente, então sorriu.

"O que é agora, Potter?!" Lily se virou, sua conversa com Marlene interrompida.

"Quer sair comigo?"

"Não." Ela se virou novamente.

“Obrigada, Moony.”

"Estou à disposição."

"Espera" Sirius disse, “Espere só um minuto. O contra feitiço é Finite Incantatum ?!”

"Sim."

"Mas esse é apenas o contra feitiço padrão!"

Remus encolheu os ombros.

“Eu nunca disse que era difícil. Vocês, puros sangues, não têm um pingo de senso comum entre
vocês."

Mary guinchou de tanto rir, James engasgou com sua batata assada e Sirius deu um tapa nas costas
de Remus.

“Eu juro, Moony. Quando se trata de esquemas malignos, nenhum de nós ganha de você.’’

Remus enrubesceu de orgulho e o dispensou, voltando para seu jantar.

"Veja!" Peter gritou, de repente, apontando um dedo gordinho na direção da mesa da Sonserina.
Um lufano do segundo ano havia se aproximado demais de Mulciber, que se levantou e estava
rondando-o.

"Sim," Sirius sussurrou, "Vá em frente, seu grande troll ..."

O lufano estava tremendo tanto que derramou sua bebida, derramando a maior parte em suas
próprias vestes, mas também borrifando levemente as pontas dos enormes sapatos pretos de
Mulciber. O sonserino de nariz arrebitado agarrou o outro pela gravata - o resto da mesa da
sonserina se virou para assistir, ansiosos.

"Limpe isso, seu docinho angelical."

Silêncio mortal. O lufano parecia confuso e soltou uma risada nervosa. Mulciber parecia mais
estúpido do que o normal.

"O que você disse, Mulciber?" Snape perguntou, olhando para ele.

"Docinho angelical!" Mulciber rugiu, com o rosto vermelho. "Não! Eu quis dizer – tortinha de
maçã! Não! Fofura maravilhosa!”

O salão inteiro explodiu em gargalhadas.

"Puta merda" Sirius disse, baixinho, "Mulciber realmente sabe xingar, hein? Não achei que eles
usariam metade da minha lista. "

"Sente-se, seu idiota." Snape disse ao valentão, que havia soltado a gravata do lufano e continuava
dizendo várias palavras fofas.

"Isso foi brilhante, Sirius!" Mary o abraçou. Remus de repente perdeu o apetite. Sirius apenas
jogou o cabelo galantemente.

"Apenas espere", disse ele, "esse foi apenas o começo."


Capítulo 48: Terceiro Ano: Sirius Faz Quatorze anos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 2 de novembro de 1973

Remus espiou pela porta do dormitório silenciosamente e - encontrando tudo certo - entrou
sorrateiramente. Ele cuidadosamente abriu seu malão e empurrou o pacote dentro, cobrindo-o com
um velho par de jeans.

"Oie, Moony," uma voz atrás dele o assustou tanto que ele deixou cair a tampa do porta-malas com
um * THUNK * pesado e se virou. James estava saindo do banheiro, seu cabelo escuro molhado e
seus óculos embaçados.

"Oi." Ele disse, esperando que não parecesse estar tramando algo.

"Você está tramando alguma coisa?" James semicerrou os olhos para ele.

"Não."

"O que você está fazendo?"

"Nada!"

"É o presente de aniversário do Sirius?"

Os ombros de Remus cederam, ele suspirou.

"Sim."

"Você não precisa esconder isso de mim, Moony," James riu, facilmente, jogando a toalha na cama
e começando a se vestir. "Eu não vou contar a ele."

Remus apenas deu de ombros sem jeito. Ele realmente só queria esconder o fato de que tinha
passado as últimas duas horas no banheiro feminino do quarto andar tentando embrulhar o estúpido
presente, com a Murta Que Geme cacarejando no alto, sem dar nenhum conselho útil.

Ele também estava tentando evitar perguntas embaraçosas sobre onde ele havia conseguido o
dinheiro. Seu estoque de cigarros roubados estava quase totalmente esgotado agora, e ele tinha
dinheiro suficiente para comprar presentes de Natal para seus amigos e - se ele fosse prudente -
algo para si mesmo. Ele não queria nada, mas Remus gostava da ideia de que ele poderia
simplesmente ir e comprar algo se quisesse.

"Sorte que caiu em um sábado este ano", disse ele a James, relaxando um pouco, "Você sabe o que
vamos fazer?"

"Bem, obviamente, teremos que cantar 'feliz aniversário' no café da manhã", disse James, muito
sério.

"Obviamente." Remus concordou.

“E almoço e jantar. Tenho treino de quadribol pela manhã, mas pedi a Hooch que me deixasse ficar
meia hora extra no campo antes que os corvinos entrem, para que possamos voar um pouco. "

"Ah, legal," disse Remus, com um pouco menos de entusiasmo. Sua ideia de diversão não era
sentar-se na arquibancada de quadribol sozinho em uma fria manhã de novembro - mas era o
aniversário de Sirius, afinal. Talvez ele pudesse levar um livro.

"Então eu suponho que ele terá que fazer aquele chá da tarde com Regulus e Narcissa. Então,
teremos que descobrir quando isso acaba antes de podermos organizar uma festa adequada. Você
acha que os outros se importarão se usarmos a sala comunal? "

“Nah,” Remus balançou a cabeça, com confiança. Ninguém poderia negar nada a James e Sirius -
especialmente uma festa de aniversário muito barulhenta. Isso era verdade em qualquer época do
ano, mas especialmente nesta semana, quando a popularidade dos marotos parecia estar no auge.

Desde quarta-feira, Remus mal conseguia andar por um corredor sem ouvir comemorações ou
receber um tapinha nas costas de outros grifinórios, corvinos ou lufanos. Os sonserinos, ainda
carrancudos, lhe fuzilavam com olhares se passasse por eles - mas não podiam dizer nada. Alguns
tentaram, é claro. Durante os primeiros dois dias após o Halloween, os ocasionais "docinho
angelical" ou "meu pãozinho de mel" podiam ser ouvidos - e recebidos com risos estridentes.
Snape até perdeu completamente a paciência durante a aula de Feitiços de Sexta-feira e chamou
James de "gatinho fofuxo", o que quase matou Sirius de tanto rir e deixou Lily mortificada.

A melhor parte dessa brincadeira, que Remus nem havia considerado ao planejar, era que nenhum
dos sonserinos poderia reclamar com os professores sobre o feitiço - porque isso significaria
explicar quais palavras foram substituídas. Então, foi um processo lento e imensamente agradável
de assistir enquanto os alunos da Sonserina tentavam descobrir o contra feitiço por si mesmos.

"Bem feito para eles", Marlene deu uma risadinha, no início da manhã, "Se eles fossem da Lufa-
Lufa, já teriam se livrado do feitiço."

Da noite para o dia, os marotos deixaram de ser os palhaços de classe – queridos, mas tolerados - a
heróis da guerra entre casas que vinha fermentando durante todo o ano. Remus tentou não pensar
sobre os efeitos a longo prazo que isso poderia ter, e se concentrou no aniversário de Sirius. De
alguma forma, quatorze parecia ainda mais maduro do que treze - você definitivamente era um
adolescente aos quatorze.

Mary sentou-se com eles no jantar naquela noite, mais uma vez. Uma ou duas vezes, Remus
pensou em perguntar a James como ele se sentia sobre esse novo arranjo, mas se conteve. Afinal,
James parecia não se importar nem um pouco e continuou como de costume. E Mary não estava
fazendo nada de errado ao sentar-se na mesa de sua própria casa.

Sinceramente, Remus ainda não tinha conseguido entender por que a presença dela o incomodava
tanto, exceto que ela sempre se sentava ao lado de Sirius, o que ele achava que era uma exibição
um tanto óbvia. O contínuo silencio de Sirius sobre todo o assunto era igualmente irritante. Remus
não gostava que outras pessoas guardassem segredos.
"A que horas você estará livre amanhã, Black?" James perguntou, enquanto comiam bacalhau
empanado crocante e batatas assadas.

"O que você quer dizer?" Sirius perguntou, colocando vinagre generosamente sobre seu prato,
antes de passar a garrafa para Remus. Mary, que estava tentando alcançar o vinagre, lançou a
Remus um olhar engraçado.

“Sabe, que horas você acha que o chá da família Black vai terminar? Para o seu aniversário?"

"Oooh, é seu aniversário, Sirius?" Maria sorriu: “Você nunca disse! Eu teria comprado algo para
você! "

"Você teria?" Sirius olhou para ela, ligeiramente confuso. Ele se virou para James, "Eu não acho
que o chá vai acontecer este ano. Não me mandaram nada.’’

"Sério?" James ergueu as sobrancelhas, o que sempre dava a ele uma expressão como a de uma
coruja, "Você ... quero dizer, está tudo bem?"

Sirius bufou, olhando para sua comida.

“Por que não estaria? Como se eu me importasse. ”

"Bem ... ótimo, então." James sorriu, lançando um olhar para Peter e Remus que só eles
entenderiam, "Podemos começar a planejar a festa mais maneira que a torre da Grifinória já teve."

"Sim!" Peter acrescentou, para completar.

“Estou convidada?” Mary perguntou, endireitando-se.

"Obviamente." Remus disse, sua voz mais sarcástica do que ele pretendia, "Todos estão
convidados."

"Olha, talvez seja melhor não fazer nada grande." Sirius disse, brincando com suas ervilhas, "Não
estou muito animado."

"Ah por que não?" Mary guinchou “Vai ser divertido! Vai ser tão bom quanto o aniversário de
Remus no ano passado - ainda melhor! "

Sirius não disse nada, e James lançou outro olhar para Peter e Remus. Eles comeram o resto da
refeição em um silêncio quase total.

***

Sábado, 3 de novembro de 1973

Remus acordou sozinho na manhã do aniversário de Sirius, encontrando um bilhete pregado na


porta do banheiro, escrito em uma bela letra.

Fomos para o treino de quadribol - sabia que não gostaria de vir, então o deixei dormir. Vejo você
mais tarde. S.
Remus tomou banho e decidiu que era melhor ir para a biblioteca. Ele havia terminado sua redação
sobre as criaturas mágicas da classe XXX e queria obter uma vantagem inicial nas criaturas da
classe XXXX. (Ele soube recentemente que ele, o Remus Lupin esquelético de treze anos, era
classificado como XXXXX, junto com mantícoras e dragões.)

Eles estavam indo adiante com a festa com ou sem o consentimento de Sirius - uma decisão
tomada por James e apoiada por Remus. Mesmo quando estava para baixo, Sirius não resistia em
ser o centro das atenções e fazer o máximo de barulho possível. Peter foi encarregado da decoração
e - com a ajuda de Mary e Marlene tudo deu certo –com um baú cheio de serpentinas e balões
escondido no dormitório feminino do terceiro ano. James lidou com os convites - que, pelo que
Remus tinha percebido, envolvia gritar para vários alunos dizendo a eles que seria melhor eles
estarem lá. Remus era responsável pela comida - algo que era bastante simples quando você tinha
acesso ao mapa e à capa da invisibilidade.

Ele tomou um café da manhã tranquilo sozinho com seu livro. A hora das refeições estavam muito
mais pacífica, já que os sonserinos haviam sido temporariamente amordaçados. Mesmo aqueles
que conseguiram quebrar o feitiço ficaram de boca fechada, pelo menos por um tempo.

O livro que Remus estava lendo era tão interessante que ele não conseguia largá-lo e, em vez disso,
continuou a ler enquanto vagava lentamente em direção à biblioteca, ocasionalmente esticando a
mão para evitar bater em qualquer pilar ou porta. Então, foi completamente culpa sua quando ele
bateu de cabeça em Regulus Black, jogando o garoto mais novo no chão.

"Oh, desculpe!" Remus disse, largando seu livro e automaticamente oferecendo uma mão para
ajudá-lo a se levantar. Regulus olhou para ele e estreitou os olhos para as cicatrizes que cruzavam
os pulsos de Remus. Ele ficou de pé sem ajuda, limpando-se, olhando Remus de cima a baixo com
sua compostura herdada dos Black.

"Olhe para onde você anda." Ele disse, friamente.

"Eu pedi desculpas." Remus respondeu, um pouco irritado. Ele não queria começar nada, só queria
chegar à biblioteca em paz.

"O que você está fazendo vagando sozinho, afinal," Regulus perguntou, desconfiado, "Planejando
algum outro ataque hilário à nossa liberdade de expressão?"

Remus zombou.

“Eu poderia te perguntar a mesma coisa. Onde está aquele esquisito do Crouch? De qualquer
forma, você não pode provar que fizemos nada.”

"Não," os lábios de Regulus se curvaram, "Mas eu sei que meu irmão estava envolvido."

"Ah, é?"

"Sim. Eu não recebi as mesmas palavras que todo mundo.”

"Hmm?" Remus tentou parecer despreocupado com isso - mas ele não tinha ideia de que Sirius
havia amaldiçoado seu irmão de forma diferente.

"Toda vez que tento dizer o nome da minha casa, sai ..." Regulus olhou furtivamente ao redor,
como se estivesse com medo de ser ouvido, "Vai, Grifinória, vai!"

Remus começou a rir, sob o olhar imperioso de Regulus.


"Desculpe," Remus disse, pela terceira vez, "É ... bem, é muito engraçado."

"Claro que você acha isso engraçado." O menino mais novo fungou. Ele era mais baixo do que
Remus, mas de alguma forma ainda conseguiu olhar para ele de cima, "Você ... seu tipo não
consegue entender o que meu irmão está colocando em jogo. Eu fiz o meu melhor para esconder o
pior de nossos pais, mas ele tem que continuar pressionando ... "

"Então é por isso que ele não foi convidado para o seu chá estúpido de garotinhas?" Remus
perguntou, irritado em nome de seu amigo.

"Narcissa não achou que valia a pena este ano", o olhar frio de Regulus vacilou e ele desviou.
Remus teve a impressão de que Regulus gostaria muito de uma chance de ver seu irmão. “E esta
última brincadeira dele acaba de provar isso. Ele nunca vai ... voltar. "

Regulus se livrou desses pensamentos e se virou na direção das masmorras. Remus sentiu uma
onda de simpatia e, contra sua vontade, o chamou de volta,

“Reg, espere!”

Regulus se virou, parecendo horrorizado com a familiaridade de Remus. Mas Regulus era um
nome tão feio. Muito pior do que Remus. "Olha," ele se apressou, "vamos dar uma festa para Sirius
na sala comunal esta noite, você pode vir se ..."

"Não faça isso." Regulus disse, bruscamente, parecendo ansioso, "Não me convide, ok? Apenas ...
deixe pra lá. Diga a ele feliz aniversário por mim.” E então saiu correndo.

***

Com ou sem Regulus, a festa foi um sucesso estrondoso. Literalmente, todos os leões da sala
comunal (e haviam muitos) foram encantados para rugir cada vez que alguém dizia as palavras
‘aniversário’ ou ‘Sirius’.

Toda a casa da Grifinória se envolveu, e Remus tinha certeza de que alguns dos alunos mais velhos
estavam distribuindo frascos com algo um pouco mais forte do que a cerveja amanteigada que
todos os outros estavam bebendo. A vitrola de Sirius estava girando loucamente em tempo integral
e muitas garotas se levantaram para dançar. Mary tentou puxar Sirius para dançar quando John, I'm
Only Dancing tocou, mas ele balançou a cabeça com fervor e ficou no sofá com Remus e Peter.

"Eu só sei dançar valsa", ele confidenciou a eles em um sussurro, "E vai ser um inferno se eu tiver
que dançar aquela merda de novo."

James se levantou e tentou sacudir o quadril o mais próximo possível de Lily, mas rapidamente
tropeçou em uma fenda no tapete e quase caiu de cabeça na lareira. Sirius riu muito disso e Remus
ficou satisfeito em ver que, pelo menos hoje, ele não havia deixado os problemas de sua família
lhe encherem a cabeça. Decidiu não contar a Sirius sobre seu encontro com Regulus ainda - isso
não o deixaria mais feliz, então qual era o ponto?

"Você é Lupin, não é?" Uma garota se inclinou sobre o encosto do sofá, seu longo cabelo preto
roçando o ombro de Remus. Ele a tinha visto antes; ela era do sexto ano.

“Hum, sim,” ele acenou com a cabeça, pulando.


“Minha amiga, Fariahah, diz que você está vendendo ...”

"Err, venha aqui!" Ele saltou sacudindo a cabeça freneticamente. Ele até agora conseguiu conduzir
seus negócios de forma privada e sem que os outros marotos soubessem. "O que você quer?" Ele
perguntou, uma vez que eles estavam no canto mais distante de Sirius e Peter.

"Dois pacotes de tudo o que você tiver." Ela disse.

"Um galeão."

"O que?!" Ela exclamou: "Mas Fariahah disse que eram cinco sicles por maço!"

"Meu estoque está acabando", disse Remus, desinteressado, "oferta e demanda."

"Ugh, tudo bem." Ela cruzou os braços e balançou a cabeça: "Um galeão."

“Não posso pegar eles agora. Encontre-me aqui às sete amanhã. Sete da manhã."

"Em um domingo?!"

“Tenho muitos clientes, sabe.”

"Tudo bem, tudo bem…"

"O que está acontecendo aí, Moony?" Sirius olhou para ele enquanto Remus voltava para o sofá.
Seu olhar suspeito era idêntico ao de seu irmão. "Não é outra namorada?"

"Cale a boca" Remus o chutou.

"Quem é sua namorada, Remus?" Mary se sentou, parecendo interessada. Deus, Remus pensou, de
onde ela veio?

"Eu não tenho namorada, Black está apenas sendo um idiota."

"Bom," Mary se acalmou, sorrindo presunçosamente, "Porque se você tivesse," Ela enrolou o
cabelo em espiral em um dedo, "Eu conheço alguém que ficaria muito desapontada ..."

“Ah. Está bem." Ele respondeu, tentando não mostrar a ela o quão irritado estava.

"Quem gosta de Moony?" Sirius perguntou, cutucando Mary.

"Eu não poderia dizer a você." Mary respondeu, fazendo a mímica de um zíper passando por seus
lábios. Remus queria que ela fizesse isso de verdade, para sempre.

"Garotas." Sirius disse, exasperado, "São um pesadelos, todas vocês."

Mary fez beicinho, mas não disse mais nada. Sirius balançou a cabeça para ela, mas estava
sorrindo. Finalmente, ele voltou para Remus, “Então o que você está vendendo? Aquela garota
disse que você estava vendendo alguma coisa.”

"Não é nada." Remus disse, inocentemente. "Ela perguntou a pessoa errada."

"Eu vou descobrir, você sabe." Sirius disse, um olhar de alegria em seus profundos olhos azuis.
"Não que eu não esteja grato pelo presente de aniversário verdadeiramente excelente", ele acenou
com a cabeça para o chão onde seu kit de brincadeiras práticas deluxe da Zonko recentemente
desembrulhado estava aberto com orgulho; 'Para completar a coleção de qualquer mestre
piadista'. “Mas eu vou descobrir como você pagou por isso, eventualmente. Eu não acredito nessas
coisas sobre uma tia morta deixando dinheiro para você. "

"Seu tio morto deixou dinheiro para você," Remus rebateu.

“Mas não posso tocar até atingir a maioridade, posso?” Sirius disse, astutamente, "Não, você está
tramando alguma coisa, Lupin, eu te conheço - você não é Moony se não tiver um segredo."

"Me deixe quieto com o meu segredo, então" Remus virou a cabeça misteriosamente.
Capítulo 49: Terceiro ano: Conheça a si mesmo
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Domingo, 11 de novembro de 1973

Remus acordou, gaguejando e tremendo. A sala estava escura e sua respiração explodia em plumas
brancas acima de sua cabeça. Tudo doía. Ele ergueu as mãos na frente do rosto e encontrou as
pontas dos dedos azuis e ensanguentadas. Havia lascas sob suas unhas e mais sangue em outro
lugar - ele podia sentir o cheiro, mas não conseguia ver muito bem no escuro e não tinha energia
para levantar a cabeça. Seus ossos pareciam feitos de giz. Ele estava tão cansado.

Ainda assim, se havia tanto sangue quanto ele pensava, provavelmente não era uma boa ideia
dormir. Ele deveria ficar acordado pelo menos até que Madame Pomfrey pudesse chegar - o que
não deveria demorar muito. Remus ficou imóvel e concentrado em sua respiração. Havia um jogo
da Grifinória hoje também, outra coisa que perderia. Não só isso, mas seus amigos estariam
ocupados demais para visitá-lo.

Ele virou a cabeça e levantou. Ele esperava não vomitar, era tão constrangedor vomitar. Ele não
tinha sua varinha com ele, então não poderia limpar.

"Bom dia, Remus," Madame Pomfrey finalmente entrou na sala. "Oh querido, um pouco de
bagunça, hein?"

Ele levantou a cabeça e prontamente vomitou.

***

"Não tenho certeza se gosto de toda essa leitura que você faz." Madame Pomfrey resmungou
enquanto trazia uma poção curativa para ele. "Eu sei que seus estudos são importantes para você,
mas você precisa descansar."

"Eu dormi a manhã toda." Ele respondeu: “E eu fico tão entediado, se não ler. Você sabe como foi
a partida de quadribol? "

"Receio que não", sorriu a medibruxa. "Tenho certeza que o Sr. Potter estará aqui para lhe dizer
assim que puder."

Isso não era muito provável, se eles tivessem vencido - haveria uma festa para comemorar a
vitória, e Remus tinha feito James prometer não a perder por sua causa. Ele aceitou a poção que lhe
foi dada e engoliu tudo sem reclamar. Era amarga, mas ele já havia se acostumado a essa altura.
Ele precisava ler, porque se não o fizesse, não teria nada para fazer, exceto pensar em suas
cicatrizes recentes. Este mês, o lobo havia rasgado seu torso, o que era melhor do que seus braços
ou rosto - pelo menos ele poderia esconder as marcas mais facilmente.

Remus raramente se despia na frente de alguém; mesmo depois que os marotos descobriram sobre
seu pequeno problema peludo. Ninguém, exceto Madame Pomfrey, tinha visto a verdadeira
extensão do dano (bem, Sirius tinha, uma vez, no início do segundo ano, mas nenhum deles havia
reconhecido aquele estranho encontro desde então). Ainda assim, Remus não era ingênuo, e ele
sabia que um dia, por mais longe que estivesse, alguém esperaria que ele tirasse a blusa - no
mínimo. Ele não aguentava pensar sobre isso. Talvez ele apenas tivesse que evitar as meninas para
sempre.

"Sr. Lupin!" Uma voz alegre ecoou pelo chão do hospital, fazendo Remus pular. Era o Professor
Ferox, segurando dois grandes potes de um líquido claro em seus braços.

"Oh, olá," Remus deu um pequeno aceno.

‘’Essência de Murtisco, como prometido, Poppy’’ o professor largou os potes. Não venha aqui,
não venha aqui, Remus pensou freneticamente enquanto o Professor Ferox caminhava pela
enfermaria em direção a sua cama. “Lutou numa guerras, filho?” Ele perguntou, gentilmente.

"Hum ..." Remus queria se encolher e se esconder debaixo dos lençóis. Ele odiava a ideia do forte e
enérgico Ferox vê-lo em seu estado de fraqueza. "Estou bem."

Ferox se sentou ao lado da cama de Remus. Ele se resignou ao seu destino.

"É a segunda vez aqui neste ano, hein?" O professor disse, parecendo preocupado. Remus assentiu,
embora fosse sua terceira lua neste semestre. Se Ferox não tivesse notado uma ausência, então
talvez ele não ligasse os pontos. “Sabe, se precisar de mais tempo para fazer o dever de casa, é só
pedir.”

“Eu nunca entreguei nada atrasado!” Remus protestou.

"Não", os olhos de Ferox brilharam, "Certamente que não." Seus olhos se moveram para as
bandagens saindo do colete do pijama de Remus, cobrindo um novo corte que serpenteava por sua
clavícula. Algo foi registrado nos olhos do homem mais velho, e Remus soube quase
instintivamente que Ferox sabia.

“Eu consigo fazer tanto quanto qualquer outra pessoa.” Remus disse, olhando seu professor nos
olhos.

"Eu posso ver isso." Ferox agora olhou para a pilha de livros na mesinha de cabeceira. "Isso é tudo
para a escola?"

"Alguns." Remus respondeu, “Outros são por diversão. Gosto de descobrir coisas novas. Gosto de
saber coisas.”

"Sim, posso perceber isso dos seus deveres" Ferox estava sorrindo de novo, o que fez Remus
relaxar um pouco. “Você gostaria de uma carreira cuidando de criaturas mágicas? Ou talvez algo
mais parecido com seu pai? "

"Er ... eu não tinha pensado nisso." Mentiu.

Ferox riu. Ele bateu no livro no topo da pilha. Fora emprestado de Sirius - um livro de filosofia
trouxa.
"Conhece-te a ti mesmo, Remus." Ferox disse.

“Platão.” Remus disse rapidamente.

Ferox riu de novo, levantando-se.

"Exatamente." Ele bagunçou seu cabelo antes de se virar para sair, "Espero que você se sinta
melhor logo, Lupin. Te vejo na quarta-feira."

Era tudo muito enigmático, Remus pensou, percebendo que estava prendendo a respiração por
quase um minuto quando Ferox saiu da sala. Ele ainda não tinha começado Platão, apenas o
folheou - não era o tipo de coisa que ele era normalmente se interessaria, mas estava disposto a
tentar um pouco de tudo.

Secretamente, ele queria ser capaz de mostrar a Sirius que havia lido mais livros. Sirius
dificilmente gastava mais tempo lendo - sua missão obstinada de cumprir o papel de ovelha negra
da família Black significava que ele tinha pouco tempo para outra coisa senão causar problemas.
Ele se arrependeria, um dia, na opinião de Remus. Tinha visto muitos garotos em St. Edmund's
tentando forçar seus limites assim - o problema era que alguns limites não eram cercas. Às vezes
eles eram precípicios; sem nada do outro lado.

***

Ele se curou muito bem, apesar da cicatriz brutal, e Madame Pomfrey o mandou de volta para a
torre da Grifinória naquela noite, contando que não fizesse nada além de descansar. Ele caminhou
devagar, como prometido. Quando finalmente alcançou a sala comunal, ele não encontrou a festa
da vitória que esperava, mas uma atmosfera bastante moderada, e os marotos não estavam em lugar
nenhum.

Remus franziu a testa e subiu as escadas para encontrar o quarto também vazio. Perplexo, ele
desceu as escadas. Marlene e Mary estavam jogando snap junto à lareira.

“Oie,” ele disse e foi até elas.

“Tudo bem, Remus? Onde você esteve?” Mary perguntou, sem tirar os olhos de suas cartas.

"Estava doente. Ruim do estômago. Como foi o jogo?"

"Nós perdemos," Marlene suspirou, "James foi brilhante como sempre, e eu devo ter bloqueado
pelo menos vinte balaços, mas Ramsay pegou o pomo exatamente na hora errada."

"Ah, desculpe McKinnon." Remus esfregou a nuca. Isso era estranho - se eles haviam perdido e
não houve festa, então por que os outros não vieram vê-lo? Ele tentou ignorar a pontada em seu
estômago. “Você viu James desde então? Ou Sirius ou qualquer um? "

"Não." As meninas disseram em uníssono. Marlene bateu com uma carta e estremeceu quando ela
explodiu. Ela olhou para cima.

"Quer jogar?"

“Er ... não. Ainda me sinto um pouco mal. Vou deitar. Mas, obrigado.”
Ele voltou a subir as escadas, sentindo uma mistura desconfortável de ansiedade e raiva. Ele disse
que não deveriam adiar a comemoração só para ele, mas isso não significava que ele não queria vê-
los. Eles não precisavam deixá-lo sozinho assim, sem ao menos verificar se ele estava bem. Pelo
que eles sabiam, ele poderia estar na enfermaria ainda, às portas da morte e sem ninguém além da
Madame Pomfrey como companhia. Eles estavam entediados com a coisa toda? Estava mais chato
agora? Ele estava mais chato?

Remus deitou em sua cama em cima das cobertas. Ele se sentia como se estivesse tirado o pijama
há apenas uma hora, ele vestir de novo, não importava o quão cansado ele estivesse. Pensou em
ler, mas não tinha energia. Poderia ouvir um disco, mas isso significaria se levantar. No final, ele
ficou parado, deitado no escuro com as cortinas fechadas.

Em St Edmund's, antes que pudesse ler, antes de ter magia ou amigos, Remus se acostumou ao
tédio. Ele inventava histórias em sua cabeça, repassava as letras das músicas que havia
memorizado ou tentava pensar nas palavras mais longas que já tinha ouvido. Agora, enquanto
esperava o sono chegar, Remus ponderou sobre o que Ferox havia dito a ele antes.

Conhece-te a ti mesmo. Ele não conseguia se lembrar do contexto para Platão ter dito isso - tinha
que significar "saber quem você é".

Remus sabia tudo sobre seus amigos. Ele sabia que James era um líder natural, um deus do
quadribol e que faria qualquer coisa por qualquer um. Remus sabia que, embora todos eles
zombassem de James por estar apaixonado por Lily, James tinha uma compreensão mais clara do
amor do que qualquer pessoa, e se ele dissesse que se casaria com ela um dia, provavelmente o
faria. Remus sabia que Peter tinha vergonha de sua família, especialmente de sua irmã mais velha,
cuja ele uma vez admirou, e que se encaixar significava mais para ele do que qualquer outra coisa
no mundo. Remus sabia que os pais de Mary nasceram na Jamaica e que ela era a única bruxa em
uma família de sete, e que ela nunca, nunca chorava, mesmo quando estava furiosa. Ele sabia que
Lily chorava toda vez que recebia uma carta de casa, e que ela escrevia para a irmã todas as
semanas e nunca havia recebido uma resposta. Ele sabia que Marlene não se dava muito bem com
o pai, que era trouxa e bebia muito às vezes.

Então havia Sirius - mas não era preciso nada de especial para conhecer Sirius. Ele se achava todo
indiferente e misterioso, mas a verdade é que Black vestia seu coração na manga e não guardava
nada. Ele sentia tudo tão fortemente, e sua felicidade era tão caótica quanto sua miséria. Às vezes
você tinha que dar um passo para trás, para não ser arrastado em sua confusão.

Quem era Remus, então? Órfão - mas não exatamente. Bruxo, mas apenas um meio-sangue. Um
monstro, mas não todos os dias. O que mais havia? Não havia necessidade de desenvolver muito os
personagens secundários.

*CREAK*

"Moony?" O sussurro encheu o quarto tão alto quanto uma buzina. Remus não respondeu. Ele
estava muito mal-humorado.

A porta se abriu e três pares de passos entraram. Mesmo com as cortinas da cama fechadas, Remus
sabia que foi James quem se aproximou primeiro. “Psiu, Moony? Você está dormindo, cara? "

Ele suspirou, rolando.

"Não."

As cortinas foram abertas. Remus se sentou para abrir espaço para James, então Sirius, então Peter
se arrastou para dentro para se sentar com ele.

"Fomos para a ala hospitalar, mas ela disse que você já tinha ido." James explicou.

“Vim depois do jantar. Onde vocês estavam?"

"Biblioteca."

"Como foi?" Sirius perguntou, "A lua cheia e tudo?"

"Ok." Ele deu a mesma resposta de todos os meses.

"Não foi ... quero dizer, você não se machucou demais?" Peter perguntou, torcendo as mãos.

"Um pouco." Remus acenou com a cabeça, “Nada muito ruim. O que estavam fazendo na
biblioteca?”

"É sobre isso que queríamos falar com você!" Sirius explodiu. Obviamente, ele estava morrendo de
vontade de dizer algo, e Remus sentiu o resto de sua irritação derreter quando sua curiosidade
atingiu o pico.

"Sirius." James disse, na voz que ele usava para acalmar seus amigos. Ele olhou para Remus,
"Estávamos fazendo algumas pesquisas e é mais ou menos sobre você."

"Mais ou menos!" Sirius zombou, "É tudo sobre você, Moony, eu queria te contar desde o semestre
passado, mas James não ..."

“Eu só queria ter certeza de que poderíamos fazer isso.” James deu uma cotovelada em Sirius,
“Pare de me interromper, inferno. Remus. A questão é que, desde que descobrimos sobre ... hum ...
seu pequeno problema peludo, queríamos fazer algo para ajudar. "

“Não há cura.” Remus respondeu rapidamente. Ele não gostou de como isso estava soando. Se
sentiu terrivelmente constrangido enquanto todos o encaravam com o mesmo olhar louco.

"Não, não, nós sabemos disso", James acenou com a mão, "mas pensamos que deveria haver algo
que poderíamos fazer - para fazer você parar de se machucar, você sabe."

"Nós descobrimos que lobisomens normais não fazem isso", disse Peter, ansioso para ter sua
própria opinião, "Então, lo--"

"Normais?!" Remus disse, alarmado.

“Não normais,” Sirius chutou Peter, “Outros. Outros como você. Que não ficam presos durante a
lua."

"Okay…"

“Então você provavelmente está fazendo isso a si mesmo porque está preso e frustrado.”

"Bem ... sim, eu sabia disso." Remus puxou os joelhos até o peito e recuou um pouco. Ele desejou
que eles não estivessem em sua cama, estavam todos muito perto. Podia sentir o cheiro de seu
sangue; podia ouvi-lo correndo em suas veias.

“Mas pensamos que se você tivesse companhia ...”

"Obviamente, não uma companhia humana", explicou James, apressadamente, "Tudo o que lemos
diz que se você chegar perto de um humano, seria um caso perdido",

"Mas animais!" Sirius explodiu, "Outros animais provavelmente ficariam bem!" Seus olhos
brilharam de excitação, e Remus desejou poder retribuir, mas ele estava muito distraído para
conseguir acompanhar o que eles estavam dizendo.

"E daí? Eu preciso de um animal de estimação?”

James riu,

"Mais ou menos. Mas pensamos ... nós poderíamos ser os animais.”

Remus olhou para ele. Ele olhou para cada um de seus amigos por vez. Estavam todos loucos.

“Vocês vão ser animais.” Ele disse, sem rodeios.

“Como McGonagall!” Peter guinchou.

"Como.. mas ela é um animagus! Você tem que estudar, treinar e se registrar, e não podem nem
começar antes dos dezessete anos— ”

"Moony, Moony, Moony," Sirius balançou a cabeça, irritantemente, "Nós somos marotos. Não
precisamos nos preocupar com tudo isso. ”

“Mesmo se quisessem infringir a lei,” Remus olhou nos olhos de James ao dizer, para confirmar
que era definitivamente sobre isso que eles estavam falando, “Isso não é uma brincadeira. É
mágica séria - uma das coisas mais difíceis de se fazer!”

"É por isso que estamos te falando sobre isso", disse Sirius, "Eu queria que tudo fosse uma
surpresa, mas James nos lembrou que ... bem, é realmente muito difícil, então quanto mais ajuda
conseguirmos, melhor."

"Vocês realmente acham que podem fazer isso, não é?" Remus franziu a testa.

“Se você nos ajudar.” James acenou com a cabeça, "Nós somos os melhores alunos do ano, exceto
por Evans. Não vejo por que não devemos tentar.”

“E se der errado ?!” Remus mordeu o lábio, "E se eu ainda ... depois de me transformar, e se eu
puder sentir que vocês não são realmente animais? E se eu for atrás de vocês mesmo assim?”

“Vamos testar. Vamos testar várias vezes até sabermos que é seguro.” Sirius disse.

“É tão arriscado ...”

"Eu sei!" Os olhos de Black estavam praticamente brilhando em seu rosto agora, e Remus sabia
que não adiantava tentar ser razoável. Ele respirou fundo.

"Me deixem pensar sobre isso, por favor?" Ele apelou para James. “Não faça nada ainda. Apenas
... me dê alguns dias.”

"Está bem." James acenou com a cabeça, "Isso é justo."

"Apenas pense, Moony!" Sirius sorriu, como se não os tivesse ouvido, "Depois de fazer isso, não
há nada que não possamos fazer. Seremos imparáveis! ”
Capítulo 50: Terceiro ano: Philomena Pettigrew
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 21 de dezembro de 1973

Depois que ele finalmente teve espaço para pensar sobre isso, Remus se perguntou por que ele
havia pedido mais tempo. Claro que diria sim. Ele achava que nunca diria não para seus amigos,
mesmo que o deixasse nervoso. E isso definitivamente o deixou nervoso.

Talvez fosse a empolgação que o preocupava - ou o excesso de confiança deles. Ele sabia que parte
de sua ansiedade tinha a ver com o plano ser incrivelmente ilegal, perigoso e imprudente. Mas eles
também estavam fazendo isso por ele. Ele não tinha certeza de como se sentir sobre isso ainda.
Seria melhor não pensar nisso.

Ele chamou James em particular um dia, não muito depois de terem proposto a ideia, e pediu todas
as pesquisas que tinham feito até agora. Prontamente, foi apresentado a ele como um enorme
pergaminho; parágrafos e parágrafos de notas e diagramas escritos em uma escrita cursiva bem
familiar. Dizer que tinham sido meticulosos seria um eufemismo. Se Sirius prestasse tanta atenção
em escrever suas redações dessa forma, Remus nunca teria a esperança de vencê-lo e ser o melhor
da classe.

Eles não deixaram nada passar. Os garotos mapearam as luas cheias até próxima década, no
mínimo. Praticamente reescreveram por completo a história da licantropia na Europa, junto com
hábitos alimentares, padrões de migração, comportamento da matilha e sinais de comunicação
canina. Eles listaram todos os ingredientes de que precisariam, seu custo e disponibilidade. Cada
ritual foi cuidadosamente transcrito, passo a passo e os encantamentos soletrados foneticamente.
Haviam cronogramas, locais sugeridos para certos aspectos do extenso processo - tudo
minuciosamente detalhado.

"Cristo." Remus disse, quando terminou de ler. “Vocês fizaram tudo isso ...”

"Principalmente Sirius." James sorriu, “Na verdade, basicamente tudo isso foi Sirius. Ele fez a
maior parte durante as férias de verão, enquanto estava entediado. Um verdadeiro trabalho de
amor.”

O estômago de Remus deu uma volta. Ele não sabia o que dizer - como poderia recusar depois de
tudo isso? De repente, vender cigarros roubados para bruxos menores de idade parecia algo muito
inofensivo.

Ficou combinado que o trabalho começaria para valer nas férias de Natal, quando todos estariam
longe de Hogwarts. Remus havia conseguido a permissão da Diretora, McGonagall e Madame
Pomfrey para passar o recesso com os Potters e, como sempre, Peter estaria na vizinhança. Sirius
começou a ficar de mau humor à medida que o fim do ano se aproximava - até que ele recebeu uma
nota extremamenete curta durante o café da manhã:

Para Mestre S. O. Black III,

Você não será solicitado a permanecer na casa da família neste feriado de inverno. Faça o que
quiser.

Assinado,

Orion Black.

"Sim!" James aplaudiu, quase derrubando seu mingau, "Podemos até passar o verão juntos, nesse
ritmo!"

"E quanto a Regulus?" Remus perguntou, hesitante, baixinho, caso Sirius quisesse fingir que não
tinha ouvido.

"Ah, o pequeno Príncipe Reg vai passar o Natal em casa," Sirius respondeu, colocando o bilhete no
bolso. “Só eu que eles desconvidaram. Bom. Perfeito. Excelente. Eles não se importam; eu não me
importo. "

Ele não se animou adequadamente até que estivessem fazendo as malas. Sirius secretamente
mostrou a Remus os presentes que ele comprou para o Sr. e a Sra. Potter - uma linda corrente de
relógio de ouro e um broche brilhante.

"Você acha que eles são legais?" Ele perguntou, nervoso, "Minha família é uma merda em dar
presentes, então eu nunca sei realmente ..."

"Black ... Sirius, eles são ... quero dizer, eles são perfeitos. Não se preocupe." Remus sentiu uma
sensação de desânimo ao pensar na caixa um pouco surrada de biscoitos medianos que comprou
para seus anfitriões. Não havia jeito agora, mas ele havia feito o seu melhor.

Na verdade, Remus estava ansioso pelo Natal deste ano, pelo que pode ter sido a primeira vez. Ele
ainda estava um pouco tímido em passar o recesso na casa de outra pessoa, mas agora que sabia
como os Potter eram, relaxou com a ideia. Havia vendido o último de seus cigarros ilícitos a um
preço absurdo e comprou presentes para todos - até mesmo Lily, Mary e Marlene. Era
verdadeiramente um prazer dar presentes às pessoas, percebeu. Talvez até melhor do que ganhar.

Além disso, apesar de algumas preocupações, Remus estava animado com o início do processo de
transformação em animagus. Seria uma das magias mais complexas que já haviam feito – ele havia
perguntado a McGonagall sobre isso, o mais sutilmente possível. Ela o elogiou por se interessar,
mas disse que estava bem acima do padrão do terceiro ano, e até mesmo do sétimo ano. Remus se
saboreou com a ideia de provar que ela estava errada.

Havia outra coisa que ele esperava ganhar durante o recesso. Algo que ele não mencionou aos
outros, porque era particular. Ano passado, na festa de Natal do Potter, Remus foi abordado por um
velho que sabia muito sobre Lyall Lupin. Na época, Remus ficou mudo com a revelação e o
choque disso - mas agora, um ano mais velho e sentindo-se bastante maduro na grande velhice dos
treze anos, Remus esperava poder aprender um pouco mais.
***

Sábado, 22 de dezembro de 1973

A lua cheia havia caído no início do mês deste ano, então todos os quatro marotos puderam ir para
casa no sábado, a bordo do Expresso de Hogwarts, como de costume. Porém, havia uma mudança
em sua viagem habitual de trem, Marlene e Mary se juntaram aos meninos no compartimento.
Remus suspeitava que Lily estava em algum lugar sozinha com Severus, provavelmente ouvindo
ele reclamar sobre como ninguém gostava dele.

"Você pegou o resultado da sua redação com Ferox?" Marlene perguntou a Remus, um vinco de
preocupação na testa, "Eu mal consegui receber um 'Aceitável', e minha mãe vai ficar louca se eu
não conseguir melhores resultados este ano."

"Sim, eu fui bem ..." Remus respondeu, envergonhado por seu terceiro ‘Excelente’ naquele
semestre.

“Vamos voltar com o grupo de estudos depois do Natal, certo?” Mary acrescentou: "Lily vai
participar. Não se preocupe, Marls, você ficará bem. ”

"Parece bom." Remus concordou.

"Moony se juntou a um clube sem nós!" Sirius lamentou, fingindo chorar no ombro de James.

"Ele é um menino crescido, agora", James deu um tapinha no amigo, solenemente, "Eles crescem
tão rápido."

"Vai a merda." Remus sorriu, "Hogwarts têm clube do Slughorn para gente esnobe como você."

“Você pode estudar conosco se quiser, Sirius,” Mary praticamente ronronou.

Sirius parecia alarmado - ele usava a biblioteca exclusivamente como um recurso para pesquisar
azarações e brincadeiras, não para fazer algo tão mundano como dever de casa. Mary não conhecia
Sirius. Não de verdade.

Quando eles pararam em King's Cross, Remus sentiu uma certa emoção ao ver que o Sr. e a Sra.
Potter estavam lá para pegar todos eles. Normalmente ele tinha que cruzar a barreira e ir procurar a
Diretora no café ou na banca de jornal. No entanto, ele ficou em choque quando soube que estava
prestes a aparatar pela primeira vez.

"Segure meu braço, querido," a Sra. Potter sorriu gentilmente para ele, "Feche os olhos, tudo vai
acabar em um momento."

Remus obedeceu, fechando os olhos com força.

Era muito pior do que pó de flu. Pior do que voar. Ele quase arrastou a Sra. Potter com ele quando
pousaram, no momento em que perdeu o equilíbrio e caiu com força na calçada em frente à casa
dos Potter.

"Ops ops, querido!" A Sra. Potter riu gentilmente, levantando-o. "Você está bem agora." Ela
limpou seus joelhos e ombros. "Agora, vou voltar para pegar o Sirius, Monty vai chegar com
James em dois segundos."

E com um CRACK, ela desapareceu. Remus mal teve tempo de se apoiar na cerca da frente e
recuperar o fôlego antes que houvesse outro CRACK, e o Sr. Potter apareceu com James, que não
parecia, nem de longe, tão mal quanto Remus se sentia.

Quando todos estavam lá, a Sra. Potter conduziu todos para dentro, fazendo com que seus malões
voassem escada acima para seus respectivos quartos, colocando uma chaleira para ferver e
cortando um bolo caseiro no que pareceram alguns segundos. Enquanto Remus estava sentado à
grande mesa de madeira da cozinha dos Potter, comendo bolo e tomando uma enorme caneca de
chá, ouvindo James e Sirius falando pelos cotovelos, não resistiu a suspirar contente para si. Seriam
duas semanas inteiras disso.

Infelizmente, ao contrário do ano anterior, ainda não havia neve neste inverno, apenas chuva. Na
verdade, com o cair da noite, o aguaceiro foi ficando cada vez mais forte, até que um trovão estalou
no céu lá fora e granizo começou a atingir os vidros das janelas. Em vez de sair, os meninos se
sentaram na sala de estar sob a árvore de Natal, jogando e comendo bolo de frente para a lareira.
Remus começou a ler um livro sobre transfiguração humana, e a Sra. Potter revisava suas listas
para as próximas celebrações.

"Temos mais algumas pessoas vindo este ano", explicou ela, enquanto as longas tiras finas de
pergaminho pairavam diante de seu rosto, uma pena azul royal trabalhando rapidamente na
superfície, marcando vários itens. "Alguns amigos de velhos tempos e alguns que conhecemos
recentemente", enquanto dizia isso, ela olhou furtivamente para Sirius, que não estava prestando
atenção, imerso no jogo. "Mas saibam que sempre terá espaço suficiente para todos vocês!" Ela
continuou, com aquele sorriso feliz que era igual ao de seu filho.

Só então, houve uma batida na porta. Sirius sentou-se ereto, como se tivesse sido acertado por um
raio. Ele se virou para a Sra. Potter com os olhos arregalados. Não era a mãe dele, Remus sabia
disso - mas não disse, porque como diabos isso soaria? Não se preocupe, Sirius, eu conheço o
cheiro da sua mãe. - Assustador para caralho.

A Sra. Potter se levantou, deixando as listas pairando no ar, e foi atender a porta. Uma brisa fria
soprou e os três meninos ouviram atentamente. Era uma mulher, mas sua voz era mais alta e mais
jovem do que a de Walburga Black. Ela parecia estar chorando, e a Sra. Potter falou em tons
suaves.

"Rapazes!" Ela chamou do corredor. Eles se levantaram e foram ao seu encontro. Euphemia estava
parada perto da porta da cozinha. Atrás dela, uma jovem com longos cabelos loiros estava sentada
à mesa, a cabeça entre as mãos.

"O que houve, mãe?" James perguntou, esticando o pescoço.

“Está ficando tarde - é melhor vocês todos irem para a cama. Philly vai passar a noite aqui, e acho
que não temos quartos sobrando - Sirius, você se importaria de dividir com James esta noite,
querido? "

"Todos nós podemos compartilhar", disse James, generosamente, "Todo mundo vai chegar amanhã
de qualquer maneira, podemos muito bem dormir juntos."

A Sra. Potter acenou com a cabeça e chamou o elfo doméstico.

O quarto de James era absolutamente perfeito em todos os sentidos. Enorme e espaçoso, as paredes
estavam cobertas com faixas da Grifinória e pôsteres de quadribol. Cada vassoura que ele já teve
estavam penduradas na parede, e suas prateleiras estavam cheias de livros infantis bruxos e
brinquedos antigos que ele claramente não estava pronto para dar ainda. O principal deles era uma
pequena estatueta de cavaleiro, aparentemente o próprio Godric Gryffindor, marchando para frente
e para trás ao longo da borda da estante.

A cama era enorme, com cortinas de veludo vermelho penduradas, igual ao quarto do dormitório, e
embora fosse grande o suficiente para os três, o elfo doméstico havia preparado duas camas de
solteiro que ficavam ao pé dela.

"Quem era aquela?" Remus perguntou, enquanto todos se sentavam na grande cama, já com seus
pijamas.

"Philomena", disse James, "irmã de Pete."

"O que ela está fazendo aqui?"

"Acho que ela brigou com os pais de Pete - eles não gostam que ela frequente a universidade
trouxa, e," ele abaixou a voz, "papai disse que ela tem um namorado trouxa."

"Mesmo?!" Os olhos de Sirius se arregalaram de admiração. Remus não disse nada - ele não sabia
que sair com trouxas era particularmente um tabu.

"Sim, e você sabe como é a mamãe," James cutucou Sirius, "Adora acolher quem precisa."

***

Véspera de Natal de 1973

Philomena estava presente no café da manhã na manhã seguinte e permaneceu lá durante todo o
Natal. No início, ela não falava muito, mas encarava o vazio com seu rosto pálido e olhos
vermelhos. Pelo que Remus descobriu, sair com um trouxa não era apenas um tabu, mas uma
ofensa digna de renegar seu próprio filho. Além dos Potters, Remus não podia deixar de pensar que
bruxos não eram pais muito bons, com base em sua experiência.

A irmã de Peter era cerca de sete anos mais velha do que ele, e você poderia não saber que eles
eram parentes, a não ser pelo cabelo cor de palha. Enquanto Pete era atarracado e rechonchudo,
Philomena era esguia e de feições delicadas. Ela tinha olhos castanhos chocolate e um punhado
delicado de sardas castanhas claras sobre seu pequeno nariz. Seu cabelo estava penteado no mesmo
estilo de muitas garotas trouxas que Remus tinha visto; longo e reto com uma franja espessa
repartida, como Marianne Faithfull.

James, que a conhecia melhor, não poderia fazer o suficiente pela bela visitante. Ele ofereceu chá a
ela, afastava a cadeira para ela se sentar e basicamente se tornou seu servo, até mesmo Sirius se
cansar dele.

"Caramba, Potter, ela é apenas uma garota."

"Estou sendo legal." James franziu a testa. "Nada de errado em ser legal com a irmã do meu
amigo."

Eles não tinham visto Peter. Assim que a Sra. Pettigrew soube onde sua filha estava hospedada, ele
foi confinado em casa. Enviavam corujas, que iam e viam cruzando a rua, o que provavelmente era
mais divertido para James e Sirius do que para Peter.

"O que a Evans diria?" Sirius provocou James, que ficou excessivamente vermelho.

"Ela ficaria feliz por alguém ter tirado ela da sua cabeça," Remus sugeriu de onde estava
descansando em sua cama.

"Quem é você para falar, Black." James empurrou seu amigo, "O que está acontecendo entre você e
Mary?"

“Macdonald?” Sirius perguntou, inocentemente, "Não sei do que você está falando."

“Ah, qual é,” James gemeu, “Diga! Você ficou com ela ou o quê? "

Remus largou seu livro. Ficou?! Desde quando beijos estava na mesa?! Sirius deu um olhar tímido.

"Não. Mas beijei a bochecha dela. "

"Ahhh, que escandaloso, Black!" James jogou um travesseiro nele. Sirius jogou de volta e de
repente eles estavam lutando.

Remus normalmente apenas revirava os olhos e deixava que eles continuassem. Mas agora ele
usava a distração para organizar seus pensamentos - ele se sentia muito infantil e bobo, não tendo
percebido que Sirius gostava de Mary. Que haviam beijos envolvidos agora, mesmo que fosse
apenas um beijinho na bochecha. Remus vasculhou seu cérebro, tentando se colocar na posição de
Sirius. Se uma garota gostava de você, você tinha que beijá-la, não era? Era horrível se nenhuma
garota gostasse de você? Se Sirius agora gostava de Mary e James gostava de Lily, ele deveria
escolher uma garota também? Marlene era ok. Um pouco tímida, como ele. Talvez Marlene, então.

O pensamento o manteve acordado naquela noite, muito depois de James e Sirius terem
adormecido. Os dois dormiram na cama de James - Sirius simplesmente subiu no início da noite e
James não disse uma palavra. Remus ficou sozinho em seu colchão. Ele tentou mudar a linha de
seus pensamentos, pensar no Natal e nas meias e biscoitos - mas foi tudo em vão. Tudo o que ele
conseguia pensar era em Sirius beijando a bochecha de Mary. Onde eles fizeram isso? Quando
aconteceu? Qual foi a sensação?

Por fim, inquieto e exausto, ele se levantou para pegar um pouco de água. Saiu da sala para o
banheiro do outro lado do corredor e abriu a torneira, bebendo um pouco da água morna e se olhou
no espelho. Na penumbra, ele não conseguia ver suas cicatrizes. Será que uma garota gostaria dele,
se ele fosse do jeito que era? Ele nunca seria tão bonito quanto Sirius, ou James, mas talvez ele
fosse um pouco mais que Peter? Como diabos ele saberia?

De repente, as luzes se acenderam, queimando suas retinas, de modo que ele quase deixou o copo
cair.

"Oh, desculpe!" Philomena estava parada na porta com uma longa camisola cor de pêssego. Ela
parecia chocada, "O que você está fazendo vagando no escuro?!"

"Hum ... eu tenho uma visão muito boa." Ele murmurou, afastando-se da pia. "Eu não conseguia
dormir."
“Nem eu,” ela suspirou. Assim que a surpresa desapareceu de seu rosto, ela parecia triste
novamente. Remus esperava que ela não chorasse. Ele era inútil quando alguém chorava - ah Deus,
se ele tivesse uma namorada, ele teria que lidar com o choro?! Ele não teve tempo de engolir o
pânico, antes de Philomena começar a falar novamente: "É horrível ficar longe da família no Natal,
não é?"

"Er ... eu cresci em um lar infantil, na verdade."

"Sério?" Ela pareceu interessada por um momento, "Você é um dos amiguinhos de Peter, não é? Eu
não sabia que ele conhecia nenhum nascido trouxa. Aparentemente ele manteu isso em segredo da
mamãe. "

"Meu pai era um bruxo," disse Remus, com alguma confiança, "Mas ele morreu."

"Meio-sangue." Ela murmurou. “Mas mesmo assim ...” Ela parou, desanimada. Remus se mexeu
desconfortavelmente; seus pés descalços estavam começando a ficar frios no piso do banheiro, e
ele só estava de cueca e blusa para dormir, o que era bastante constrangedor. Ela não parecia se
importar, "Você tem sorte", disse ela, "não ter que crescer com toda essa merda."

"Você quer dizer magia?" Remus franziu a testa. Ele nunca tinha ouvido uma bruxa ou feiticeiro -
sangue puro ou nascido trouxa - falar assim.

"Sim, magia", ela fungou, "O que há de tão bom na magia, hein? O que nos faz tão especiais? Quer
saber um segredo? "

Ele não queria, mas achou melhor não dizer isso. Ela continuou de qualquer maneira, sussurrando
agora, "Eu gostaria de ser uma trouxa, às vezes," ela disse, um vislumbre de loucura em seus
olhos, "Se eu pudesse fazer isso, eu fugiria para sempre e nunca seria encontrada. E eu teria um
bom trabalho normal, e uma boa vida normal, e me apaixonaria por quem eu quisesse. " Com esta
última afirmação, ela começou a chorar.

"Você poderia fazer isso de qualquer maneira, se quisesse." Remus disse, rapidamente, sem saber
exatamente por que estava dizendo o que estava dizendo. Ela olhou para ele com desconfiança,

"O que você quer dizer?"

"Bem, o que está impedindo você?" Ele perguntou. “Você é maior de idade. Você pode fazer o que
quiser. Vá e seja uma garçonete, ou fuja para a América e seja uma estrela de cinema. Case com o
Príncipe Charles, se quiser. Quer dizer ... você pode precisar usar um pouco de magia para
começar, mas poderia simplesmente não usar mais magia. Ninguém diz que você é obrigada a
usar.”

Ela olhou para ele de cima a baixo.

"Ninguém nunca me disse isso antes."

Remus encolheu os ombros.

"Qual é o seu nome mesmo?"

“Remus. Remus Lupin. ”

"Oh!" Ela começou a rir: "Coitadinho, é quase tão ruim quanto Philomena!"
Capítulo 51: Terceiro ano: O Homem Que Gritou “Lobo”
Chapter Summary

Sumário: O resto do natal de 1973.

!Aviso! Assunto muito sombrio, incluindo Remus ouvindo algumas coisas bem
desagradáveis. Menção de suicídio.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Dia de natal de 1973

A estranha conversa de Remus tarde da noite com Philomena o fez reavaliar suas ansiedades sobre
namoradas. Sua capacidade de confortá-la não havia despertado nenhum sentimento particular de
cavalheirismo ou afeto - apenas uma leve sensação de alívio por ele tê-la feito parar de chorar. Ele
definitivamente não tinha nenhum desejo de chegar tão perto de qualquer outra garota.

Remus pensou em Narcissa pela primeira vez em muito tempo. Ele tinha pensado secretamente que
Narcissa era a garota mais bonita que ele conhecia - até ela pintar o cabelo pelo menos. A menina
possuía uma postura régia que o atraía minimamente. Mas, até ela, se tornou tola por causa do
amor - até mesmo, arriscando sua própria vida.

A visão de Philomena soluçando em sua camisola apenas cimentou na mente de Remus a revelação
de que o amor e os relacionamentos não valiam a pena. Ele já tinha dor suficiente em sua vida.
Deixe Sirius e James sozinhos com isso, mas por agora, Remus apenas se sentiu muito inteligente
por ter chegado a essa conclusão tão cedo na vida. Ele provavelmente se salvou de muito estresse
desnecessário.

A manhã de Natal foi tão maravilhosa quanto no ano anterior - até mesmo Philomena se animou ao
ver os presentes debaixo da árvore com seu nome neles. Remus foi capaz de desfrutar da imensa
satisfação de distribuir seus próprios presentes, e Sirius e os Potters ficaram devidamente satisfeitos
e o agradeceram profundamente. Ele próprio ganhou um jogo de xadrez dos Potters, que talvez
fosse a coisa mais cara que Remus já teve – algo comprado especialmente para ele, não de segunda
mão. Junto com os doces de sempre e os kits de pegadinhas dos marotos.

Sirius parecia um pouco aéreo no café da manhã, enquanto todos os outros devoravam seu salmão
defumado e ovos mexidos.
"Que a com‘cê?" James perguntou, a boca cheia. Sirius encolheu os ombros.

"Nada de Andromeda", disse ele, baixinho, "Eu não pensei que ganharia presentes ou qualquer
coisa, agora ela tem um bebê, mas pensei que talvez um cartão ... Enviei um para ela."

James engoliu em seco e deu um tapinha no ombro do amigo.

“A coruja pode estar atrasada - você sabe como elas ficam atarefadas nesta época do ano.”

James tinha ganhado uma vassoura nova em folha no Natal, e assim que o café da manhã terminou,
os três garotos foram direto para fora para testá-la. Sirius estava com sua própria vassoura, e o Sr.
Potter sugeriu, com uma sobrancelha arqueada, que Remus pegasse a velha de James.

"Sim, fique com ela se quiser, Moony!" James assentiu com entusiasmo, "Para sempre!"

"Obrigado ..." Remus aceitou, incapaz de dizer não na frente dos pais de James. O que ele deveria
fazer com uma vassoura durante o verão em St, Edmunds? Como explicar um presente desses para
a Diretora?

James e Sirius passaram o resto da manhã se exibindo, e Remus o passou pairando; apenas tocando
o chão com os dedos dos pés, tentando ler seu livro e parecer que estava gostando da vassoura. Ele
esperava que Peter tivesse recebido seus presentes e não estivesse tendo um tempo muito difícil
com sua própria família.

Os meninos foram chamados pelo elfo doméstico do Potter, Gully, que estava vestido com uma
toalha de chá festiva e tinha um ramo de azevinho enfiado atrás da orelha. Era quase hora do
almoço e a casa cheirava deliciosamente a rosbife com todos os acompanhamentos.

"Vão lá para cima, tomem banho e se arrumem, todos vocês." A Sra. Potter balançou a colher de
pau para eles " Gully já arrumou suas coisas."

Eles se lavaram e se vestiram rapidamente, estômagos roncando enquanto os cheiros maravilhosos


da cozinha subiam as escadas. Assim que eles começaram a descer, ouviu-se o CRACK da
aparatação do lado de fora da porta da frente. Sirius ficou tenso novamente, e Remus, um passo
atrás dele na escada, segurou em seu ombro de uma forma que esperou ser reconfortante.

Ele se virou e olhou Remus nos olhos, dando a ele um sorriso gentil de agradecimento. Não era
nada parecido com os sorrisos de Sirius, mas foi uma sensação boa.

A campainha tocou e os dois continuaram descendo, James correndo para abrir a porta. Um casal
jovem estava parado na entrada – um homem e uma mulher segurando um cobertor nos braços. Ele
possuia um punhado de cabelo louro e encaracolado, e era um pouco atarracado, ela era mais alta e
esguia. Quando eles pisaram na luz do corredor, Remus prendeu a respiração - ela era a cara da
prima de Sirius, Bellatrix.

"Não!" Sirius engasgou, começando a correr, um sorriso explodindo em seu rosto.

"Sirius!" A jovem sorriu de volta, e Remus relaxou, vendo que não era Bellatrix. Essa mulher tinha
o mesmo cabelo encaracolado selvagem de sua irmã, embora fosse de um tom de castanho muito
mais claro - tinha que ser Andrômeda.

Ela passou o bebê em seus braços para o homem ao lado dela - presumivelmente seu marido, Ted -
e estendeu os braços para puxar Sirius para um grande abraço. Remus assistiu com um inveja
feroz, e nem um pouco de culpa - ele nunca tinha visto Sirius ser abraçado por ninguém, muito
menos por um membro de sua família. Remus desceu lentamente as escadas, enquanto a Sra. Potter
entrava no corredor agora, sorrindo amplamente, parecendo muito satisfeita consigo mesma.

"Uma boa surpresa, então?" Ela perguntou, enquanto Sirius apertava a mão de Ted e dava um
tapinha hesitante na cabeça do bebê.

"Você fez isso?!" Sirius olhou para a mãe de James, maravilhado.

“Effie teve a gentileza de nos convidar,” Ted sorriu, seus olhos brilhando. “Prazer em conhecê-lo,
Sirius. É bom conhecer alguém da família de Dromeda. ”

"Entrem, entrem!" A Sra. Potter conduziu a multidão para o corredor. Todos eles a seguiram em
direção à sala de jantar, Remus por último.

***

Andromeda era o oposto do resto da família Black - ou pelo menos aqueles que Remus conheceu
até agora. Embora ela fosse tão incrivelmente bela quanto o resto deles, com os mesmos olhos
penetrantes e sagacidade mordaz, ela era cheia de risos e alegria. Ted claramente a adorava
também e dificilmente parecia se importar que ela o deixasse com a bebê a maior parte do tempo.

'Dora' era a criança mais estranha que Remus já tinha visto - embora, ele admitisse, não tivesse
conhecido muitos bebês. Ela era tão alegre quanto sua mãe, com um sorriso cheio de gengivas.
Seus fios de cabelo mudavam de roxo para verde para azul a cada momento, o que todos os outros
pareciam achar fofo, ao invés de bizarro.

Antes de se sentar para comer, eles se juntaram a vários outros convidados - velhos amigos da
família dos Potters, incluindo, para a empolgação de Remus, o velho Darius Barebones.

"Um brinde", o Sr. Potter ergueu a taça, parecendo meio embriagado, ao final da refeição, "Aos
amigos, antigos e novos!"

“Aos Potters!” Andromeda ergueu seu próprio copo, "Protetores dos excluídos e defensores das
ovelhas negras de todos os lugares."

Todos riram e tilintaram os copos.

"Acho que devo ser o mais excluído", disse Sirius, feliz, "afinal, sou da grifinória."

"Para a Grifinória!" O Sr. Potter declarou outro brinde, do outro lado da mesa. Apenas os
Grifinórios brindaram, Andrômeda estreitou os olhos para Sirius.

“Se acha o mais excluído, priminho? Tente se casar com alguém que não seja seu parente.’’

"Eu terei que casar com alguém de fora" Sirius respondeu, enquanto Gully tirava os pratos e a Sra.
Potter pegava a sobremesa de Natal, "Depois do casamento de Cissy, não sobrou nenhuma mulher
da família Black."

"Tem a Dora."

"Com licença", disse Ted, cobrindo protetoramente as orelhas de sua filha. "Podemos, por favor,
levá-la ao primeiro Natal antes de arranjar um noivado?"
"Estou brincando", Andromeda se inclinou para beijar os dois, "Dora pode se casar com quem ela
quiser quando tiver idade suficiente, e posso dizer com absoluta certeza que não será ninguém
nesta mesa."

Todos riram novamente. Remus olhou para Darius, furtivamente - ele estava tão feliz quanto o Sr.
Potter, seu rosto brilhando vermelho por causa do uísque de fogo que ele estava bebendo.

Depois que a sobremesa foi devorada, servida e comida, os biscoitos foram pegos e as piadas
terríveis lidas, a festa se moveu para a sala de estar. A Sra. Potter, Philomena e Andromeda
subiram para colocar seus vestidos de festa, o Sr. Potter fumou seu cachimbo e Ted acomodou
Dora para tirar uma soneca. Os meninos começaram um jogo de azar, antes de Darius e o Sr. Potter
envolverem todos em uma rodada de charadas. Remus nunca havia jogado charadas antes, muito
menos charadas mágicas, que envolviam um monte de faíscas vermelhas e douradas - embora isso
parecesse apenas ser um detalhe para torna-lo mais divertido.

À noite, mais convidados começaram a chegar e a casa logo se encheu de música, risos e conversas
agradáveis. Andromeda e Sirius se nomearam DJs, vasculhando suas coleções de discos
combinadando e alternando as melodias de Merry Xmas Everybody de Slade e I Wish It Could be
Christmas Everyday de Wizzard.

When the snowman brings the snow


Well he just might like to know
He's put a great big smile on somebody's face…

"Eles são realmente chamados de Wizzard," Sirius continuou dizendo a todos, sinceramente,
"Apenas ouçam..."

Até Philomena esqueceu sua melancolia por algumas horas, levantando-se e movendo-se com a
música junto com James, que era quase da mesma altura que ela e não tinha ideia de como dançar,
mas ficou muito feliz quando ela pegou sua mão e mostrou-lhe como.

Com a certeza de que não sentiriam sua falta, Remus deslizou entre a multidão de pessoas em busca
de Darius. Devia haver uma centena de bruxas e bruxas presentes - alguns deles professores de
Hogwarts, que Remus fez de tudo para evitar. Ele ouviu pelo menos três pessoas murmurando que
Dumbledore estava lá, em algum lugar.

"Ambos são Black, você sabe," ele ouviu uma bruxa sussurrando para sua amiga, enquanto
observavam Andrômeda e Sirius rindo histericamente perto do toca-discos, "Ela fugiu e teve um
bebê com aquele tal de Tonks, e o menino - bem, ele era o herdeiro, mas ouvi que Orion está
planejando deserda-lo assim que seu filho mais novo atingir a maioridade. Ele é bastante rebelde,
pelo que ouvi. "

“Ele não pode ser pior do que Orion, fui para a escola com ele. Garoto desagradável e cruel. Sirius
é um raio de sol comparado a Orion - e não me fale sobre aquela vadia do Walburga. ”

"Shh." A primeira bruxa disse, nervosa: "Você nunca sabe quem está ouvindo hoje em dia, mesmo
nos Potter."

"Bem, o que ele está fazendo aqui, gostaria de saber."

“Ele é amigo do menino Potter. Você sabe como Effie e Monty são - eles acolheram a mais velha
dos Pettigrew também, ela está aí. "
"Sim, ouvi falar disso."

"Bem, não é nenhum segredo por que ela está aqui - os Pettigrews e os Potters são sangue puro,
afinal, apesar dos rumores. Veja bem, Effie pode querer agir rapidamente - se Philomena vê sua
chance de se aliar ao herdeiro Black, então o pobre James não vai ter chance de manter o sangue
puro na família, vai? Quero dizer, todo mundo sabe o que está acontecendo; todos nós precisamos
escolher um lado. Os Potter escolheram o deles há muito tempo, infelizmente. "

Remus sentiu seu sangue ferver. Era horrível ouvir alguém falando sobre seus amigos falando
dessa forma - e os Potter, os quais Remus tinha certeza absoluta que não tinham segundas intenções
quando se tratava de seu filho, ou da companhia que ele mantinha. Afinal, eles deixaram James ser
amigo dele, sabendo exatamente o que ele era.

Ele cerrou os punhos, desejando que ele pudesse fazer algo - fazer qualquer coisa para calar
aquelas vadias velhas. Sirius e Andrômeda estavam gritando a plenos pulmões, acompanhados por
James e Philomena.

Weeeell I wish it could be Christmas every daaaa-aaay!


When the kids start singing and the band begins to plaa-aay
Oooooh I wish it could be Christmas everyday
So let the BELLS ring OUT for CHRISTmaaaas!”

Remus sorriu e, no mesmo momento, finalmente avistou Darius. O velho estava bêbado demais
agora, apoiando-se pesadamente no corrimão do corredor e conversando com uma velha que
parecia que gostaria muito de ficar longe dele.

Remus endireitou as costas e conscientemente alisou suas feições. Ele havia pego emprestado um
conjunto de robes elegantes de James para a ocasião, e Philomena gentilmente fez um feitiço
cosmético em suas cicatrizes. Assim, ele esperava conseguir, pelo menos, parecer ser filho de um
bruxo famoso, ao invés de um pirralho trouxa de um lar infantil.

"Boa noite, Sr. Barebones", disse ele, imitando o sotaque pomposo aprendido depois três anos
ouvindo a pronúncia de James e Sirius. Ele estendeu a mão para o velho, que a apertou, olhando
para ele, intrigado, "Remus Lupin - você se lembra que nos conhecemos no ano passado?"

"Ah sim! O menino Lupin! "

"Isso mesmo," Remus assentiu, sorrindo serenamente, mantendo a expressão controlada. Ele
entregou a Darius outro uísque, enquanto a bruxa com quem o velho estava conversando escapuliu.
"Eu acredito que você conheceu meu pai?"

“Lyall Lupin! Melhor duelista que já conheci! Casou-se com uma trouxa em algum lugar do País
de Gales, não foi? "

"Isso mesmo," Remus disse, firmemente, "Minha mãe." Ele respirou cuidadosamente enquanto
Darius bebia mais uísque, então pigarreou. "Você conhecia Lyall bem?" Ele descobriu que 'Lyall'
era muito mais fácil de dizer do que 'meu pai'.

“Ah, muito bem, muito bem,” Darius assentiu com entusiasmo, emocionado por ter alguém com
quem conversar, “Trabalhei com ele no ministério, antes de todo o problema começar. Nunca
conheci ninguém melhor com bichos papão - ou dementadores, por falar nisso. O escritório
administrativo de Azkaban sentiu sua falta, posso te dizer isso. "

"O problema?" Remus perguntou, pegando outro copo de uísque de Gully, que passou correndo
com uma bandeja, e entregou ao velho.

“Obrigado, menino. Sim, o problema. Negócio desagradável. Desagradável."

"Você está falando sobre ... os eventos que levaram ao suicídio de Lyall?" Ele não conseguia dizer.
Darius teria que falar por ele.

"Estou falando sobre os malditos lobisomens!" Darius bateu seu copo de uísque vazio em um
aparador próximo. “Perdão,” ele murmurou.

"Nem um pouco," Remus respondeu, sem piscar. “Vá em frente. Eu conheço a história, é claro.
Mas eu gostaria de ... ouvir sobre isso de alguém que o conheceu. "

Darius o observou, cuidadosamente, através de sua névoa confusa de uísque. Ele pareceu vacilar,
ligeiramente, antes de começar sua história.

"Não poderíamos saber, você entende, nenhum de nós ... bem ... Lyall era um grande bruxo - um
grande bruxo, está me ouvindo?" Ele perguntou. Remus concordou. “Mas ...” o velho olhou para
cima, com os olhos vidrados, “Bem, ele tinha uma tendência a ficar obcecado com as coisas. E
aquele temperamento! Ficava furioso no trabalho - até mesmo durante as audiências do comitê”.

“Audiências do Comitê?” Remus quase quebrou o personagem.

"Sua mãe não te contou?" Darius olhou para ele, surpreso, "Malditos trouxas, não servem para
criar nossos filhos, eu digo isso há anos ..." Ele suspirou, "Seu pai estava em vários comitês no
ministério para a regulamentação e controle de criaturas mágicas.”

Remus estava feliz por estar fazendo a aula de Trato das criaturas mágicas, caso contrário, ele
poderia não saber nada sobre isso. Como estava, ele foi capaz de acenar com a cabeça,
conscientemente. Darius continuou.

“Só a área dele, é claro, ele era um gigante no campo. Mas ele gostava das coisas do seu próprio
jeito e era visto como um pouco extremista naquela época. Queria uma reformulação do Registro
de Lobisomens, uma melhor identificação e medidas de rastreamento. Simplesmente não tínhamos
mão de obra para isso, e os recursos eram mais bem gastos em outro lugar. E Lupin ... ele tem
trabalhado com criaturas das trevas por tantos anos, ele achava que via lobisomens em todos os
lugares - sempre via perigo onde claramente não havia nenhum. Honestamente, todos nós
pensamos que ele era um excêntrico, não poderíamos saber ... quando eles trouxeram Greyback, eu
estava lá. Eu o vi, e não me importo de dizer a você, nenhum de nós pensou que ele era uma
ameaça. Estava claramente bêbado. Confuso. Um vagabundo, foi o que pensamos. E então Lupin
começou a dar um de seus discursos sobre lobisomens, bem.... nós não pensamos duas vezes.’’

"Vocês deixaram Greyback ir." Remus disse, friamente. Darius parecia muito triste agora, quase
chorando. Ele assentiu.

“Nós o deixamos ir. Claro agora, agora sabemos ... se apenas tivéssemos ouvido. Lyall se matou
logo depois disso, nem quis ouvir o pedido de desculpas do comitê. " Ele suspirou e olhou para
Remus novamente, "Eu sempre me perguntei o que o levou a isso, você sabe. Alguns dizem que foi
a culpa - não ser capaz de impedir Greyback. Eu não teria pensado que ele era do tipo ... e
abandonar sua família assim, quero dizer, você não poderia ter sido muito mais que um bebê? "

"Cinco." Remus disse: "Eu tinha cinco anos."

"Sim, bem." Darius se mexeu, desconfortável, olhando taciturnamente para seu copo vazio, “Eu
tenho minha própria pequena teoria sobre o que aconteceu ... e se Greyback tivesse ido atrás dele,
hein? Nós sabemos o quão perigoso ele é, agora. Sabemos que ele odeia bruxos mais do que
qualquer outra coisa, e seu pai havia dito algumas coisas muito desagradáveis. Então, o que me
pergunto é ... Greyback voltou para buscá-lo? Ele o mordeu? Se foi isso que aconteceu, então ...
devo dizer, não culpo Lyall de forma alguma. Uma besta boa, é uma besta morta. "

"Hm." Remus respondeu, sentindo muito calor e um pouco tonto. "E Greyback?"

"Pela última vez que ouvi, ele está aliado a você-sabe-quem." Darius balançou a cabeça, “E a
maldita ironia de tudo isso é que precisamos do seu pai mais do que nunca. Ainda assim,” ele
sorriu para Remus, gentilmente, “Não pense que ele morreu em vão, garoto. Acabamos
implementando muitas de suas reformas, particularmente no que diz respeito aos transformados.
Não é possível escapar do registro agora, não senhor! " Ele bateu com o punho velho e enrugado.

"Com licença." Remus se virou rapidamente. Ele tinha ouvido o suficiente. "Ouvi a Sra. Potter
chamar."

Ele deslizou de volta para a multidão animada, a música ainda tocando enquanto Sirius e
Andrômeda lideravam todos em coro:

“So here it iiiiiiiis, Merry Christmas,


Everybody's having fuuuuun!
Loo-ook to the future now,
It's only just begun!”

Chapter End Notes

Explicação sobre o nome do capítulo.


''gritar lobo'' é uma expressão em inglês que pode significar alguém que deu o alarme
falso, como naquele conto infantil, no qual o menino mente que existe um lobo, até as
pessoas pararem de acreditar nele. Dessa forma, o título é tanto uma referência a esse
conto, quanto a expressão que vem dele.

Explicação da piada do Sirius sobre o nome da banda Wizzard


'Wizzard' em inglês significa 'bruxo', por isso ele menciona o nome da banda, meio
que falando que eles podem ser bruxos.
Capítulo 52: Terceiro ano: Confiança
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 5 de janeiro de 1974

Gotas de chuva batiam contra o Expresso de Hogwarts como uma rajada de flechas inimigas,
cobrindo as encostas geralmente verdes em um véu transparente de névoa e garoa, escurecendo o
céu.

"É uma pena voltar para a escola, não é?" Sirius disse amuado, olhando para fora da janela.

Remus olhou para Peter, que estava encarando Sirius incrédulo. Sirius não percebeu. Remus
suspirou,

"Como foi seu Natal, Pete?" Ele perguntou educadamente.

"Foi bem." Peter respondeu sem interesse: "Obrigado pelos doces."

"Viu minha vassoura?" James perguntou, puxando de baixo do bagageiro. Peter se levantou para
olhar, animando-se um pouco. Remus revirou os olhos e voltou ao livro.

Ele não estava realmente lendo. Não tinha sido capaz de se concentrar adequadamente em um livro
desde a festa de Natal dos Potter’s. Na verdade, ele não fora capaz de se concentrar em nada. Seja
voar, jogar, conversar, ou o planejamento animago de James e Sirius. Então, ele fingiu ler,
esperando que o deixassem sozinho. Em St Edmund's, ele poderia ter apenas escapulido sozinho
para a cidade, mas essa não parecia uma boa maneira de mostrar gratidão aos pais de James, que
com certeza se preocupariam.

Era como se houvesse uma lista de perguntas em sua cabeça que ele não tinha como obter as
respostas, então elas apenas se repetiam, sem parar. Onde estava Greyback agora? Quem era ‘você
sabe quem’? Lyall Lupin odiava tanto assim seu filho?

Remus já sabia que seu pai se matara porque ele havia sido mordido. Sempre presumiu que Lyall
fora motivado pela culpa. Mas agora ... bem, e se Remus estivesse errado? E se o verdadeiro
motivo fosse ódio - ou pior ainda - vergonha?

Nos últimos três anos, Remus tinha trabalhado duro na escola, usando a varinha de seu pai e
estudando as matérias que seu pai poderia ter estudado. Ele não pensava em Lyall o tempo todo,
mas no fundo de sua mente, isso ainda significava algo. Desde a festa de Natal, ele não tinha mais
tanta certeza. Ferox disse 'conhece a ti mesmo', mas Remus estava falhando em ver a sabedoria
disso agora. Ele estivera muito mais feliz quando não sabia sobre nada.
Esses pensamentos sombrios foram interrompidos por uma batida suave na porta da carruagem. A
cabeça de Marlene apareceu.

"E aí, McKinnon," James sorriu, "Evans está com você?"

"Hum ... não." Ela respondeu, mexendo nervosamente no cabelo, "Sirius, posso falar com você?"

"Eu?" Sirius se sentou, parecendo confuso, "Er ... o que é?"

"Mary, hum ... Mary me pediu para dizer uma coisa."

"Dizer o quê?"

"Ela ... eu acho melhor não dizer na frente de todo mundo."

"Er ... ok ..." Sirius se levantou e a seguiu para fora do corredor. Os outros três trocaram olhares
divertidos enquanto esperavam. Ugh, Remus pensou, ele se enganou sobre a coisa da Mary e do
Sirius?! Era Sirius e Marlene agora?

Momentos depois, um Sirius atordoado voltou sozinho ao compartimento.

"Tudo bem?" Perguntou James.

"Mary tem um namorado, aparentemente." Sirius disse, confuso.

"Você quer dizer ... você levou um pé na bunda?"

"Não sei." Ele se sentou, coçando a cabeça, "Eu estava saindo com ela?"

"Bem, aparentemente ela pensou que você estivesse."

“Por que as meninas simplesmente não dizem o que querem dizer?!” Sirius passou a mão pelo
cabelo em uma boa imitação de James, que acenou com a cabeça de forma simpática.

“Meninas são um pesadelo.” Ele concordou.

Remus comemorou internamente. Graças a Deus, tudo isso havia ficado para trás.

***

Domingo, 6 de janeiro de 1974

Mais tarde, ele soube que Mary começou a sair com um garoto trouxa que ela conhecia de casa.

“Nós crescemos no mesmo prédio”, ela confidenciou a ele, animada, “O apartamento dele fica em
frente ao meu. Eu realmente gostava de Sirius, e ele é legal e tudo, mas ... bem, ele é um pouco
esnobe. Acho que ele nem sabe o que é um apartamento municipal. "
Remus teve que concordar com isso.

Quanto a si mesmo, ele não estava mais irritado com Mary, e nem mesmo se importou dela falando
sem parar sobre seu novo namorado, e como ele a levou ao salão de dança local, e as fotos, e como
sua mãe o amava, e seu pai achava que ele era um 'bom rapaz'. Marlene, no entanto, parecia
mortalmente entediada enquanto eles se sentavam perto da lareira, fazendo as últimas lições de
casa juntos.

Isso não escapou da atenção de Mary.

"Não fique com inveja, Marls."

"Eu não estou." Marlene franziu a testa. "Só acho que você está sendo horrível com Sirius."

"O que?!"

“Terminando com ele assim! Você ... você feriu os sentimentos dele! " As bochechas de Marlene
ficaram com um tom incomum de rosa.

"Não, ela não feriu" Remus bufou.

As duas garotas olharam para ele, como se ele tivesse entendido completamente errado.

"Oh meu Deus!" Mary olhou para sua amiga, "Marlene, você gosta de Sirius?!"

"Não!" Marlene se levantou, ainda mais vermelha agora, "Ah, você é uma vadia, Mary!" Ela correu
para o dormitório feminino. Lily suspirou, olhando para cima,

"Isso não foi muito legal." Ela disse, em tom de censura.

"Problema dela, não meu." Mary encolheu os ombros. "Ela gosta do Sirius?!"

"Isso importa?"

"Eu vou subir." Remus se levantou, tentando não suspirar.

"Ah não, não vá, Remus!" Mary disse: "Vamos parar de falar sobre meninos, eu prometo."

“Estou cansado”, ele mentiu, “E terminei a minha lição já. Vejo vocês amanhã."

Enquanto ele se afastava, ele ouviu Mary sussurrar, muito alto,

"Ah meu Deus, talvez ele goste de Marls!"

Remus lembrou a si mesmo que estava tentando gostar de Mary de novo e não reagiu. Ele subiu as
escadas e foi sentar-se sozinho no dormitório. James, Peter e Sirius estavam todos na detenção por
uma pegadinha que pregaram antes do Natal.

Remus não estava nem um pouco cansado. Faltavam duas noites para a lua cheia e ele estava
começando a sentir a habitual inquietação em seus membros, a familiar aceleração de seus
batimentos cardíacos. Deixado por conta própria, Remus voltou aos pensamentos perturbadores
que o incomodavam há semanas. Novamente, eles pareciam apenas girar em seu cérebro em uma
grande espiral confusa, sem começo ou fim.

Todos os bruxos se sentiam da mesma forma que Darius? Que Lyall Lupin? As ações de seu pai
foram realmente justificáveis? Remus não podia ignorar o fato de que sua mãe também o havia
abandonado - o que tinha que significar alguma coisa. Seus amigos certamente não o trataram
diferente depois de descobrir ... mas então como alguém poderia realmente saber o que seus
amigos pensavam dele? Os marotos gostavam de tudo que fosse perigoso; talvez dividir um quarto
com Remus fosse simplesmente outro risco emocionante.

O que ele realmente precisava, era falar com alguém imparcial. James tinha muita sorte, tendo dois
pais sempre dispostos a ouvir. Sirius tinha sorte de ter James. Remus não tinha certeza se Peter
tinha problemas ou não. Provavelmente sim. Provavelmente contava para James também.

Havia McGonagall, Remus sabia que eles deveriam ir até ela com seus problemas. Mas ela era tão
severa e difícil, e gostava mais de James de qualquer maneira. Madame Pomfrey, é claro; ela tinha
o apoiado antes. Mas ela não deixaria você sentir pena de si mesmo; apenas tentaria chegar a uma
solução com bom senso ou então diria a ele para não se preocupar tanto. Então Dumbledore - mas
Remus não tinha ideia de como falar com ele, e nem tinha certeza se queria.

No que diz respeito às pessoas que conheciam as complexidades do problema de Remus, havia
também o Professor Ferox - Remus tinha noventa e cinco por cento de certeza que ele sabia, de
qualquer maneira. Ponderou isso como uma opção.

Remus sentiu uma espécie de parentesco não identificável com seu professor de Trato das Criaturas
Mágicas. Ele tinha uma presença muito reconfortante, e Remus achou que se sentiria melhor se
pudesse falar com ele, de alguma forma, certo de que Ferox o ouviria com simpatia. Seu estômago
deu uma volta engraçada, como ansiedade, e Remus achou que era um bom sinal. Ele olhou para o
relógio no canto. Eram apenas cinco horas, os outros meninos não estariam fora da detenção antes
das seis e o toque de recolher não seria até as oito.

Remus puxou o mapa do Maroto de debaixo do travesseiro. O esboço básico do castelo estava
completo, agora; eles só precisavam finalizar o terreno, animar as escadas e adicionar os lugares
secretos que só eles conheciam. Então, a ideia de marcação de Sirius poderia vir a seguir, embora
não tivessem muita certeza de como fazer isso. Remus descobriu um feitiço que localizaria uma
única pessoa, mas nada com magnitude necessária.

Ainda assim, ele lançou seu feitiço localizador agora, e descobriu que o Professor Ferox estava
caminhando do Salão Principal para a sala dos professores. Remus se levantou, apressado - se ele
fosse rápido, poderia fazer com que parecesse um encontro casual. Ele agarrou a capa de James
antes de sair, apenas no caso de Mary e Lily ainda estarem na sala comunal.

Estava alcançando a maçaneta da porta quando teve um súbito lampejo de bom senso.

O que diabos ele estava fazendo? Indo ver o professor Ferox - e depois o quê? Choramingar para
ele sobre seu pai morto? Reclamar para ele sobre como ninguém jamais iria entendê-lo, porque ele
era uma criatura assassina das trevas com um sotaque de classe média? Sobre como seus amigos
estavam ficando loucos por garotas, e ele se sentia deixado para trás?

Remus voltou para o quarto.

O que diabos Ferox pensaria dele? Que ele era um grande covarde, só isso. Você não podia
simplesmente ir chorando para os professores sempre que algo o incomodava; você não podia
simplesmente esperar que todos sentissem pena de você. Ninguém lhe deve uma vida feliz , a
Diretora sempre dizia.

Ele se deitou na cama e olhou para o dossel. Se sentia pior agora. Não sabia o que tinha acontecido
- normalmente nunca foi do tipo que agia por impulso - não mais, desde seu primeiro ano. Ele tinha
uma forte sensação de que deveria ver seu professor. Ah! Lá estava ela novamente, aquela
cambalhota em sua barriga. Não era emoção de forma alguma - era ... bem, ele ainda não tinha
certeza do que era. Ele se sentia quente, corado e estranhamente pinicante. Era algo ... animal.

Ah Deus. Remus soltou um gemido. Deve ser a transformação. O lobo estava acordando mais cedo
do que o normal, talvez. Provavelmente gostou do cheiro de Ferox, ou sentiu o cheiro de seu
kneazle. Os lobos comiam gatos?

Uma besta boa é uma besta morta. Isso é o que Darius disse a ele. Na época, Remus achou que era
um pouco injusto ... afinal, ele nunca machucou ninguém. Dumbledore não deixaria isso acontecer.
Ele definitivamente não queria machucar ninguém, exceto ocasionalmente Snape, e isso era
normal, não era?

Talvez Remus fosse mais perigoso do que ele pensava. Ele aprendeu a controlar seu temperamento
na maior parte do tempo agora, aprendeu a controlar sua magia. Ele apenas tinha que aprender a
controlar o que quer que isso fosse também.

Quando James, Sirius e Peter voltaram, Remus havia se decidido.

“Eu estava pensando,” ele começou,

"Não é à toa que você precisou se deitar," Sirius sorriu. Remus jogou um travesseiro nele.

"Vai se ferrar, estou sendo sério."

“Não, eu sou Siri-”

James deu um tapa na cabeça dele,

"Cale a boca, Black."

"Obrigado." Remus sorriu. "Er ... toda a coisa de animago."

"Sim?" Sirius parecia ansioso agora, ainda esfregando a cabeça, “Teve uma ideia? Eu amo as ideias
do Moony!”

"Hum ... não exatamente," Remus se sentiu estranho agora. Ainda assim, tinha que ser feito. Ele
tomou uma decisão. "Eu ... eu não quero que vocês façam isso."

"Fazer o que?" Peter parecia confuso.

“Ele não quer que nos tornemos animagos.” James disse, olhando para Remus com aqueles olhos
claros e honestos. "Está certo disso?"

Remus assentiu, sentindo-se terrivelmente culpado.

“Estou muito grato, estou. Eu só ... eu não acho que nenhum de vocês realmente entende o quão
perigoso seria. Eu poderia machucar vocês. Eu poderia ... eu poderia matar vocês. Eu não tenho
controle sobre isso.”

“Mas vai funcionar!” Sirius protestou, "Eu fiz toda a pesquisa, James, você mostrou a ele?"

"Deixa isso, cara," James disse, "A decisão é do Lupin."

"Obrigado." Remus sorriu para James. Ele se sentiu péssimo por tê-los decepcionado - mas era para
o bem deles, e ele tinha que ser maduro.
Sirius parecia querer dizer outra coisa, mas James deu a ele um olhar severo que era tão parecido
com a Sra. Potter que silenciou o garoto mais baixo de uma vez. Eles não falaram muito pelo resto
da noite, e Remus teve que fingir que estava lendo seu livro novamente.

Mais tarde naquela noite, depois que as luzes se apagaram, Remus ouviu Sirius se arrastar até a
cama de James e lançar o feitiço silenciador pela primeira vez em muito tempo. Ele gostaria que o
convidassem, apenas uma vez. Ele gostaria de não ser sempre o único deixado de fora, gostaria de
saber como é ter um amigo tão próximo quanto James. Mais do que nunca, ele queria alguém com
quem conversar.

Subitamente sobrecarregado, Remus rapidamente lançou seu próprio feitiço, para que os outros não
o ouvissem chorar.
Capítulo 53: Terceiro ano: Davey Gudgeon
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O inverno se tornou primavera e, como de costume, o aniversário de Remus foi celebrado com o
vigor criativo dos marotos - a cantoria habitual em todas as refeições, o bolo, os presentes.
Infelizmente, McGonagall foi sábia este ano e colocou um monitor vigiando os dormitórios dos
meninos para evitar mais fogos de artifício à meia-noite.

Felizmente, o décimo quarto aniversário de Remus caiu em um fim de semana de Hogsmeade, e ele
se sentiu muito crescido passando a tarde no Três Vassouras com seus amigos. Logo ficou claro
que James e Sirius tinham de alguma forma subornado todos os seus colegas de classe para irem no
pub também, enquanto um fluxo constante de alunos se aproximava de sua mesa querendo comprar
uma cerveja amanteigada para Remus ou brindar sua saúde. Quando a tarde acabou, todos no bar
sabiam o nome de Remus, e ele foi ovacionado ruidosamente ao sair. Completamente vergonhoso,
é claro.

Com seu aniversário fora do caminho, Remus se lançou em uma revisão em preparação para os
próximos exames - ele tinha um desejo particular de se sair bem em suas novas disciplinas,
principalmente em Trato de Criaturas Mágicas. Voltando seu foco para os estudos e trabalhos
escolares, Remus lentamente começou a deixar as palavras cruéis de Darius Barebones para trás.
Sim, ele era perigoso, e sim, uma vez que todos descobrissem o que Remus era, ele provavelmente
seria evitado. Mas até então, ele tinha uma oportunidade de aprender - e ele não iria desperdiçá-la.

***

Domingo, 7 de abril de 1974

Remus nunca conheceu Davey Gudgeon antes - pelo que ele sabia, nem qualquer um dos outros.
Ele nunca descobriu como o garoto era. Mas ele se lembraria desse nome até o dia em que
morresse.

O salgueiro lutador havia sido transformado em um jogo durante o verão de 1973 por um grupo de
alunos do primeiro ano entediados, e embora fosse odiado por Filch e desaprovado pelos chefes
das casas, ninguém realmente fez nada a respeito. Tente ver o quão perto você consegue chegar do
tronco antes que os galhos o acertem. Remus certamente não tinha nenhuma vontade de jogar. Ele
odiava aquela árvore.

Dessa forma, Remus nem estava lá quando aconteceu. Era um dia após a lua cheia e ele estava na
ala hospitalar, como de costume. Peter estava sentado no chão, separando seus cartões de sapo de
chocolate, murmurando para si mesmo feliz. James estava marcando o dever de adivinhação de
Sirius, e Sirius estava secretamente sacudindo sua varinha para James nas costas, mudando as cores
de seu cabelo para a diversão de Remus. Azul, rosa, verde, amarelo - estava funcionando também;
Remus achou isso histericamente engraçado, porque James parecia tão sério, e quando ele estava se
concentrando, sua língua aparecia entre os dentes como um gato.

Foi uma tarde perfeitamente agradável, e Remus quase podia ignorar o quanto seus ossos e dentes
doíam enquanto estes voltavam ao lugar para mais um ciclo.

Mas então, aconteceu. A porta do hospital se abriu com estrondo e um aluno entrou gritando;

“Madame Pomfrey! Madame Pomfrey! Socorro!"

Curiosos como eram, Sirius e James pularam da cama para espiar pelas cortinas verdes claras.
Remus suspirou, recostando-se no travesseiro. Ele estava acostumado agora com o vai e vem da ala
hospitalar; vozes elevadas como aquela geralmente significavam que um feitiço deu errado. Ele
tentou ignorar - ele se ressentia de qualquer coisa que o lembrasse que ele estava em um hospital, e
não apenas aproveitando uma tarde preguiçosa com seus amigos.

Mas James e Sirius permaneceram fora de vista, observando qualquer que fosse a cena se
desenrolando, e quando voltaram para a cama, seus rostos estavam pálidos e sérios. A comoção
tinha ficado mais alta, Remus estava vagamente ciente de alguém chorando.

"O que aconteceu?" Ele perguntou, mais irritado do que pretendia.

A boca de Sirius se torceu e James balançou a cabeça, mudo, empurrando os óculos no nariz. Peter
finalmente ergueu os olhos de suas cartas,

"O que?"

"Um acidente ... algum garoto." James murmurou.

"Todo mundo fora!" A voz da Madame Pomfrey ecoou pela câmara, estranhamente alta e clara. A
cortina em volta da cama de Remus se abriu e ela enfiou a cabeça por dentro, parecendo distraída,
"Remus, querido, se você está se sentindo bem o suficiente, é melhor você passar o resto da tarde
em sua própria cama. Potter, você poderia ir buscar a Professora Sprout? Diga a ela que um de seus
alunos foi ferido.”

James acenou com a cabeça e saiu imediatamente, sem ao menos olhar para seus amigos ou seu
dever de casa. Você sempre podia contar com James.

Os olhos de Sirius encontraram o de Remus, que assentiu com a cabeça, saindo da cama. Ele ainda
estava de pijama, e Sirius ergueu Peter pelo cotovelo para lhe dar um pouco de privacidade. Remus
se vestiu o mais rápido que pôde, enfiou os livros na bolsa, pegou o trabalho de James e se juntou a
seus amigos do outro lado da cortina. Ele podia sentir o cheiro de sangue.

As cortinas foram fechadas em volta da cama mais próxima da porta, e os três meninos passaram
correndo por ela, querendo nada mais do que escapar da atmosfera desagradável e ir o mais longe
possível. Eles foram direto para a sala comunal, Remus mancando um pouco, Sirius e Peter
diminuindo a velocidade para acompanhar seu ritmo.

"O que era?" Remus sussurrou, "Havia sangue."

"Sim," Sirius respondeu, parecendo abalado, "Não sei o que aconteceu, mas ... era o rosto dele."

Peter parecia ligeiramente doente.

Eles chegaram à sala comunal e Remus desabou em uma poltrona, exausto.

"Você está bem?" Sirius perguntou, ansiosamente, colocando a mão no ombro de Remus. Remus
acenou com a cabeça, fechando os olhos e respirando profundamente,

"Tô, tô." Ele deu de ombros para Sirius, envergonhado, desejando que ele pudesse ser normal pelo
menos uma vez.

"Tudo bem, rapazes," Mary entrou na sala, Marlene a reboque, "Ouviram o que aconteceu com
aquele garoto Gudgeon?"

"Não," Sirius respondeu, astutamente, "O quê?"

"Atingido na cara por aquela árvore maluca." Ela disse, sacudindo a capa, "Eles estavam tentando
tocar no tronco."

"O salgueiro lutador?"

“Sim,” Marlene saltou, “Não deveria ser permitido! É tão perigoso!”

“Você viu o que aconteceu ?!” Remus perguntou, tentando manter o pânico longe de sua voz.

"Não," Mary deu de ombros, jogando-se no sofá ao lado de Sirius, "Ouvi de uma das garotas do
segundo ano."

“Eles terão que se livrar dele!” Marlene disse, estridente. “Dumbledore não pode deixar isso aí
agora. Alguém pode ser morto.”

"Ele deveria ter ficado longe." Sirius disse, franzindo a testa, "É um jogo estúpido. Todo mundo
sabe como é aquela árvore.”

"Estou ficando louca?" Mary riu, "Sirius Black, a voz da razão?!"

"Cai fora, MacDonald," Sirius fez uma careta.

Remus estava começando a ficar com dor de cabeça. Ele esfregou a têmpora e fechou os olhos
novamente, encolhendo-se na poltrona. A culpa rastejou por sua espinha, pontadas de calor e frio.
A árvore o acertou na cara?! Esse menino Gudgeon ficaria bem? Certamente Madame Pomfrey
seria capaz de consertar, fosse o que fosse. Ela poderia consertar qualquer coisa.

***
Fofocas sobre Davey Gudgeon inundaram a escola em questão de horas, até que ninguém pudesse
escapar. Sarah Saunders, da Corvinal, disse a todos que vira os pais do menino chegarem e depois
marcharem direto para o escritório de Dumbledore, parecendo furiosos. Os amigos de Gudgeon da
lufa-lufa contaram a história repetidamente para qualquer um que quisesse ouvir - parecia que
Davey realmente alcançou o tronco desta vez, mas então o salgueiro atacou no último minuto. Eles
ouviram vários relatos sobre os danos - que a árvore havia rachado seu crânio em dois, que ele
havia perdido os dois olhos, ou mesmo que ele realmente havia morrido e a escola estava
encobrindo isso.

Marlene, que parecia mais angustiada do que qualquer outra pessoa com a coisa toda, pediu a ajuda
de Lily e Mary para redigir uma petição para que o salgueiro lutador fosse removido das
instalações da escola. Remus assinou - ele não conseguia pensar em uma razão boa o suficiente
para não fazer.

Sirius recusou.

“Essa árvore tem tanto direito de estar aqui quanto qualquer um.” Ele disse, com firmeza, enquanto
Marlene o perseguia com uma pena.

"Mas Sirius," ela implorou, "é perigoso."

"Balaços também!" Ele voltou, esquivando-se dela, "Você vai deixar o time de Quadribol?"

“Isso dificilmente é a mesma coisa!”

"Ugh, apenas assine, Black," Lily gemeu, tentando terminar seu dever de Runas, "O que tem com
você?"

“Princípios!” Ele cruzou os braços com firmeza. Lily revirou seus enormes olhos verdes.

"Idiota." Ela murmurou baixinho, "Ele não consegue ver o quão chateada Marls está?"

"Por que ela está tão chateada?" Remus perguntou, em um sussurro, quando Marlene estava fora
do alcance da voz. "Ela conhecia Davey?"

"Acho que não", Lily suspirou, "acho que ela só quer um projeto para tirar sua mente das coisas em
casa. Família, sabe.”

Remus pensou sobre isso. Ele não conhecia Marlene tão bem quanto conhecia Lily e Mary. Mary
era tão extrovertida e conversava com qualquer pessoa. (Na verdade, ela compartilhava até demais.
Remus sabia mais do que gostaria sobre suas preferências de amassos, para o gosto dele.) Marlene
sempre foi a mais quieta, mais tímida - menos segura de si mesma, mesmo nas áreas em que se
destacava. Ele não sabia muito sobre a família dela simplesmente porque nunca lhe ocorreu de
perguntar sobre as famílias das pessoas.

Remus não achava que a petição iria realmente a lugar algum. Dumbledore havia feito um discurso
proibindo qualquer um de se aproximar do salgueiro novamente, e isso foi tudo que foi dito sobre o
assunto. Os funcionários estavam claramente inquietos e Remus estava apenas tentando manter a
cabeça baixa.

Os outros marotos não haviam dito nada a ele sobre isso e mudavam de assunto sempre que surgia.
Normalmente Remus preferia não discutir nada relacionado ao seu ‘probleminha peludo’, mas
agora ele estava começando a se perguntar se eles secretamente o culpavam por tudo. James nunca
diria isso em voz alta, é claro - Peter talvez diria. Sirius poderia dizer e então retirar imediatamente.
De qualquer forma, nenhum deles disse uma palavra, deixando a imaginação de Remus correr
solta.

Uma semana após o incidente, a Professora Sprout confirmou o boato; Davey Gudgeon agora
estava cego e não voltaria para Hogwarts por um bom tempo. Remus estava tentando evitar Sprout
desde que isso aconteceu - como professora de Herbologia, ele tinha certeza de que ela sabia
exatamente o que o salgueiro estava fazendo no terreno em primeiro lugar.

“Seus pais o estão levando para a América, onde estão sendo feitos avanços nas poções de cura
ocular.” A professora atarracada explicou no café da manhã. "Tenho certeza de que Davy e sua
família são muito gratos por todas seus desejos de boa sorte."

Remus sentiu uma sensação horrível na boca do estômago. Quando Marlene, Lily, Mary e alguns
outros alunos se levantaram para apresentar sua petição - que tinha mais de quatrocentas
assinaturas, agora - Remus foi com eles.

A Professora Sprout aceitou a petição e prometeu discutir o assunto com Dumbledore. Ela até deu
a Marlene dez pontos da casa por seus esforços.

"Eles não vão se livrar dele, no entanto", disse Sirius, mais tarde naquela noite, quando os marotos
estavam sozinhos em seu quarto.

"Não, eu duvido," Remus chutou uma meia perdida debaixo da cama, as mãos nos bolsos.

"Então, por que você foi junto?"

Remus encolheu os ombros,

“Parecia a coisa certa a fazer. Quero dizer. Marlene está certa - a árvore é perigosa. Não deveria
estar em uma escola.”

“Mas ...” Peter começou.

"Eu sei." Remus explodiu. "Eu sei, ok?"

"Você não deveria se sentir culpado, cara", disse James, gentilmente, "Gudgeon não deveria ter
brincado com aquilo ... não é sua culpa-"

"Se for culpa de alguém," Remus disse sombriamente, "Então é minha."

"Isso é estúpido." Sirius disse, sem rodeios, balançando a cabeça, "Você não plantou aquilo, não é?
Não sei se escapou da atenção de todos, mas esta escola não é exatamente preocupada com a
segurança. É construída ao lado de uma maldita floresta cheia de criaturas mais perigosas do que
uma bendita árvore, e supostamente há um monstro literalmente adormecido em algum lugar
abaixo de nós e – sem ser engraçado - mas você já viu Hagrid?!”

"Qual é o seu ponto, Black?" Remus suspirou pesadamente, sentando-se. Seu quadril doía se ele
ficasse em pé por muito tempo. Estava parecendo uma idosa.

"Não sei," Sirius deu de ombros, "Merdas acontecem? Não se culpe? Parede se lamentar? "

"Lamentar ?!" Remus rosnou, sua temperatura subindo, “Vai se foder. Tem uma criança que não
consegue enxergar porque sou muito perigoso para estar na escola! Tente dizer a Marlene o que eu
sou, aposto que ela conseguiria muito mais assinaturas NAQUELA petição.”
“Você não é perigoso!”

"Você não sabe o que eu sou." Remus sibilou.

"Você é nosso amigo." James disse, de repente. Remus olhou para ele. Foi uma coisa estúpida,
piegas e dramática de se dizer. Mas isso era metade do problema com James - ele personificava
tanto os valores irreais de lealdade, justiça e honra, que obrigava você a acreditar neles também.
Ele se sentou ao lado de Remus na cama. “Você é nosso amigo, e isso é o mais importante, ok?”

Ele encontrou o olhar de Remus e olhou de volta, sorrindo. "Ok?" Ele disse.

Remus continuou a olhar feio, e James se aproximou mais, de modo que seus joelhos bateram
juntos, "Ok?!" Ele disse, inclinando-se para frente agora, seu nariz a centímetros do de Remus.
Remus conhecia essa tática - James fazia a mesma coisa às vezes para animar Sirius. Ele nunca
piscava - era altamente enervante e, finalmente, Remus riu, se afastando,

"Ok! Ok!"

James riu também e jogou os braços em volta de Remus,

"Graças a Deus! Não podíamos perder você, Moony! " Ele falou. De repente, Sirius e Peter
seguiram o exemplo, se empilhado em Remus, que se viu no fundo de uma confusão muito risonha.

Rindo, apesar de si mesmo, Remus tentou sair debaixo deles,

"Sai de cima de mim, bando de menininhas!"

"Ahh, você realmente nos ama" Sirius deu um tapinha em sua cabeça.
Capítulo 54: Terceiro ano: Marlene
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Então, sobre o verão?" James perguntou, tomando cerveja amanteigada no Três Vassouras no
último fim de semana de Hogsmeade antes dos exames.

Sirius e Remus grunhiram em uníssono.

"Você sabe que eu não posso –" Remus começou,

"Eles nunca vão me deixar." Sirius terminou.

"Eu não vejo por que, no entanto," James respondeu, inocentemente. "Vocês dois vieram para o
Natal."

"Sim, mas há alguma regra sobre eu ficar em St. Edmund's durante todo o verão," Remus deu de
ombros. “Enquanto estou lá, tenho que seguir a lei trouxa. Você não pode visitar ninguém quando
está sob o cuidado deles, a menos que sejam parentes.”

"E você sabe como minha família é." Sirius suspirou pesadamente. “Mesmo depois do Natal - e
acho que foi apenas para me manter fora do caminho, para ser honesto. Reg já me disse que sou
esperado.”

"Quando você falou com Regulus?" James ergueu os olhos, surpreso. Sirius se mexeu ligeiramente
em seu banquinho, parecendo constrangido,

“Er ... outro dia. Não valeu a pena mencionar, só o vi por um minuto. "

"Eu estarei lá durante todo o verão, James", disse Peter em voz alta.

Sirius revirou os olhos obviamente, mas James sorriu e deu um tapinha no joelho de Peter,

"Sim, ótimo, cara - pelo menos eu terei você, não é?"

"Talvez eu consiga fazer uma viagem ao Beco Diagonal", disse Sirius, animando-se um pouco, "Já
pensei sobre isso, e se você levar a capa da invisibilidade, talvez possamos pensar algo ..."

Os três começaram a conversar animadamente sobre o plano - Remus os deixou. Desde que ele
colocou um fim ao plano dos animagus, os marotos estavam um pouco perdidos. Eles precisavam
de algo para usar sua energia criativa, e geralmente tinha que ser pelo menos um pouco ilegal.

"Moony," James disse de repente, "Onde fica St. Edmund's, exatamente?"

“Bosque de Epping,” Remus forneceu, prontamente, “Por quê?”


“A gente poderia ir te visitar ...”

"Não." Remus disse isso com tanta força que as cabeças de Sirius e Peter se ergueram, alarmadas.
Remus engoliu em seco, "Não faça isso, ok? É uma má idéia."

Suas entranhas se agitaram - a humilhação que sentiria se seus amigos vissem como ele vivia; de
onde ele veio. Seria demais para suportar. O que eles diriam quando vissem suas roupas trouxas
cinza sem graça, ou os rostos ásperos e os nós dos dedos roxos dos outros meninos? Os blocos de
concreto e as construções portáteis da vizinhança e o pedaço grama amarelada na frente. Eles
teriam pena dele.

“Vou escrever”, disse ele, apressadamente, na esperança de acalmá-los, “E vocês podem me dizer
tudo o que fizerem. Espero poder ir a sua casa no Natal, Potter. "

"Talvez você não vá," Sirius disse, de repente, "Lua cheia é no dia 29 de dezembro."

Remus olhou para ele estranhamente. Ele se orgulhava de ter uma excelente memória, mas Sirius
levava a melhor quando se tratava dos ciclos lunares.

James riu,

“Como é que você memorizou cada maldita lua cheia dos próximos cinquenta anos, mas você não
consegue receber mais que um ‘Aceitável ’em Astronomia?!”

"Algumas coisas são importantes a lembrar, outras não," Sirius deu de ombros, esvaziando sua
caneca, "E não saber as constelações é algo que realmente irrita meus pais. Então."

***

Meados de maio de 1974

Remus bocejou e fechou seu livro. Ele havia estudado muito. Mais do que suficiente. Estudado
demais, se você perguntar a Sirius. Mas então, tudo era muito mais fácil se você tivesse a sorte de
ter a fortuna de parentes ricos e mortos. Alguém com as perspectivas de Remus não podia se dar ao
luxo de relaxar.

A biblioteca ficava aberta por horas estendidas durante o período de exames, mas mesmo assim,
estava quase fechando, com apenas alguns alunos muito mais velhos deixados para trás, piscando
sonolentos para seus textos. Lily, Mary e Marlene foram para a cama há pelo menos uma hora - ou
Remus achava que sim, pelo menos. Os dias se tornavam muito repetitivos no início do período
letivo, e o tempo não parecia mais verdadeiramente linear - havia dias que ele não ia do lado de
fora.

Exausto, se levantou, esfregou os olhos e carregou uma pilha de livros de volta para as estantes de
Estudo das Criaturas Mágicas. Descobriu que poderia deixar madame Pince de bom humor se ele
próprio arrumasse os livros, e não precisava de muito esforço.

Ele gostava de ficar na biblioteca até tarde - era quieto e tranquilo. Crescer numa lar de crianças e
dividir um quarto com os marotos deu a Remus poucas e preciosas oportunidades de paz e sossego.

Ao chegar na última fileira de prateleiras, ele avistou uma pequena figura curvada, profundamente
adormecida sobre uma pequena mesa. Levantando nas ponta dos pés, ele reconheceu o cabelo loiro
espalhado sobre as páginas de um livro aberto.

“Marlene,” ele sussurrou, enquanto se aproximava. "Marlene!" Ele tocou em seu ombro
suavemente.

Ela saltou violentamente, rápida o suficiente para dar um susto em Remus, então olhou ao redor
com olhos confusos e turvos.

"Remus?"

"Você dormiu", explicou ele, mantendo a voz baixa, "A biblioteca está fechando em breve."

"Ah não!" Ela parecia perturbada, olhando para seu pergaminho, que estava em branco. Ela
espalhou um pouco de tinta na parte superior, mas nada mais. "Ah não." Ela disse novamente,
desamparada.

"Está tudo bem," Remus tentou animá-la, "Você obviamente precisava de um descanso, hum?
Ainda tem algum tempo antes do início dos exames.”

“Tenho tantas revisões para fazer! Não consigo me lembrar de nada sobre crupes, e você? "

"Vamos," Remus se esquivou da pergunta, "É melhor irmos, ou a Pince vai brigar com a gente."

Marlene acenou com a cabeça atordoada e se levantou, deixando que ele a conduzisse através do
labirinto de estantes. Quando saíram, ela começou a murmurar para si mesma,

"Crupes têm caudas bifurcadas, são cautelosos com trouxas e se parecem um pouco com cocker
spaniels."

"Jack Russell's." Remus corrigiu, sem pensar.

"O que? Mesmo?! Você tem certeza??" A garota agarrou seu braço, em pânico irracional com essa
informação.

"Er ... sim," disse Remus, recuando, incapaz de se livrar do aperto de Marlene.

“Claro que você tem certeza!” Ela disse, tristemente, finalmente o deixando ir, "Você é o melhor
da classe."

"Você também é muito boa ..." Remus começou, mas parou. O rosto de Marlene se contraiu e ela
começou a chorar.

“Eu não consigo! Vou reprovar em tudo!” Ela lamentou alto.

Um grupo de sonserinos que passava riu dela, antes que Remus apontasse sua varinha
ameaçadoramente para eles. Marlene, ainda chorando, se jogou em Remus, os braços em volta do
pescoço dele enquanto soluçava em seu ombro. Pego de surpresa, Remus tentou acariciá-la,
gentilmente, enquanto o corpo minúsculo dela tremia contra o dele. Ele nunca tinha sido abraçado
por uma garota antes - exceto a mãe de James, e isso dificilmente era a mesma coisa. Ele não
gostou. Seu ombro estava ficando molhado.

Marlene estava completamente alheia à sua estranheza, no entanto, "Eu sou uma porcaria!" Ela
fungou: "Eu estraguei tudo, nunca vou ser tão boa quanto Danny, ou mamãe, ou você, ou Lily ..."

"Er ... você é melhor do que Mary em-"

“Mas Mary tem um namorado e todo mundo gosta dela e ninguém gosta de mim!” Ela chorou
ainda mais.

Neste ponto, Remus decidiu que ele estava definitivamente perdido. Deu um tapinha nas costas
dela, sem jeito mais uma vez, e disse:

"Eu vou hum ... ir buscar Lily, okay?"

"Não, não está tudo bem ..." Marlene se afastou, ainda fungando. Seu rosto normalmente pálido
agora estava vermelho e manchado, seus olhos cinzas ainda brilhantes. "Vou apenas lavar meu
rosto", ela gesticulou em direção ao banheiro feminino mais próximo, "Você espera por mim?"

"Hum ... ok."

Ela desapareceu e Remus caiu pesadamente contra a parede. Ele agora estava carregando ambas as
bolsas de livros e seus ombros doíam com o peso. O que os outros fariam, nesta situação? James
seria cavalheiresco, obviamente. Ele provavelmente saberia exatamente o que dizer para impedi-la
de chorar. Peter nunca se colocaria nessa situação em primeiro lugar. Sirius ... bem, Remus achava
que Sirius provavelmente seria tão ruim quanto ele, na verdade. Ele também não era bom com
emoções; mal conseguia lidar com as próprias.

Ainda assim, Remus sabia que a coisa certa era esperar e levá-la de volta para a sala comunal,
então o fez. Não que Remus não sentisse simpatia por Marlene - a pressão sobre todos era enorme,
era difícil de ignorar. Era mais sua aversão geral por choros. E é claro que ele nunca gostou de
estar perto de pessoas chorando; o deixava nervoso.

Marlene parecia muito melhor quando saiu do banheiro. Um pouco corada, mas pelo menos ela
estava calma.

"Desculpa", ela sorriu para ele, timidamente, "Eu me sinto boba."

"Tá tudo bem." Remus encolheu os ombros. Se perguntou se poderia devolver a bolsa dela agora.
Seus braços doíam muito e seu joelho ruim estava dolorido – além de seu quadril. Não,
provavelmente não. Não era uma coisa muito James a se fazer, deixar uma garota carregar suas
próprias coisas. Ela também não se ofereceu para pegar de volta sua bolsa. Felizmente, eles não
estavam muito longe da torre da Grifinória.

“Estou sendo boba”, disse ela, enquanto caminhavam, “eu sei que estou - meu padrasto odeia
quando eu fico desse jeito. Diz que isso o deixa louco. Então mamãe fica com o pior. Danny diz
que preciso ficar mais forte e parar de agir como um bebê, mas ...”

“Quem é Danny?” Remus perguntou, um pouco perdido.

"Meu irmão", ela parecia surpresa, "tenho certeza de que o mencionei. Ele é um batedor para os
Canhões de Chudley. "

"Ah, certo, sim, eu sabia disso." Remus acenou com a cabeça, "Deve ser por isso que você é tão
boa."

"Eu não sou tão boa quanto Danny."

"Bem." Remus tentou encolher os ombros sob o peso dos livros, "Você tem apenas quatorze anos.
Aposto que seu irmão não era tão bom aos quatorze anos. Você venceu Sirius, e ele é muito bom. "

"Você acha mesmo?"

"Sim," Remus respondeu, casualmente. "Obviamente. A Grifinória ganhou a copa novamente este
ano, não foi? "

"Por causa de James."

"É , bem, mas James é louco, você não quer ser como James."

"Você não vai contar a Mary o que eu disse, vai?"

"Não." Ele já havia esquecido o que ela disse sobre Mary, para ser honesto.

"Ela é minha melhor amiga," Marlene fungou, "E eu não tenho inveja dela nem nada, ela só ...
bem, ela gosta de se exibir, sabe. Ela é tão engraçada e tagarela e tudo mais, às vezes eu me sinto
um pouco ... quero dizer, ela já saiu com Sirius e agora ela tem aquele namorado trouxa, e eu acho
que o Professor Ferox gosta dela mais do que de mim. "

"Ele é um professor." Remus disse, “Ele gosta de todos igualmente. Enfim, você é engraçada.
James está sempre falando sobre como você faz todo mundo rir nos treinos de quadribol. "

"Mesmo?!" Ela pareceu corar novamente com a notícia. "E quanto a ... hum ... e quanto a Sirius,
ele acha que eu sou engraçada?"

“Sim, óbvio,” Remus acenou com a cabeça, satisfeito por ela finalmente estar sorrindo de novo,
“Todos nós achamos. Sua imitação da McGonagall é a melhor.”

Isso pareceu satisfazê-la, e quando eles chegaram à sala comunal, Marlene parecia positivamente
alegre. "Eu vou te ajudar com crupes, se quiser." Remus disse, enquanto eles subiam pelo buraco
do retrato. "Podemos fazer isso amanhã na hora do almoço."

"Obrigado Remus." Marlene colocou os braços em volta dele novamente em um abraço rápido. Ela
pegou seus livros e subiu as escadas para seu dormitório. Remus deixou escapar outro suspiro,
cedendo levemente de alívio. Por que isso sempre acontecia com ele? Talvez ele precisasse
começar a ser mais malvado.

Atrás dele, alguém assobiou, alto. Ele nem precisou se virar para saber quem fora.

“Lá vem ele! Cuidado, senhoras, o galã número um da Grifinória, passando! " Sirius gritou quando
Remus foi se juntar a seus amigos perto da lareira. James estava imerso em um livro, mas olhou
para cima e deu uma piscadela para Remus. "Você vai ter que nos contar seu segredo, Moony,"
Sirius continuou, "Você parece conseguir todas as garotas."

“Ela é apenas uma amiga e você sabe disso. Onde está Pete?”

"No banho", respondeu James, "Pirraça o atacou com uma jarra de creme de leite do jantar de
ontem."

“Eurgh.”
"Sim, foi esse mesmo som que ele fez", James sorriu, voltando ao livro.

"Graças a Merlin, você voltou," Sirius se dirigiu a Remus, "James está tão chato hoje."

“Estou revisando.” James disse, calmamente, virando uma página: "Você também deveria estar."

“Pfft.”

"Eu cansei de revisar por hoje," Remus sorriu, "Quer um jogo de snap?"

"Eu já te disse recentemente o quanto eu te amo?"

"Cale a boca e pegue as cartas."


Capítulo 55: Terceiro ano: Greyback
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

You're too old to lose it, too young to choose it

And the clock waits so patiently on your song

You walk past a café, but you don't eat when you've lived too long

Oh, no, no, no, you're a rock 'n' roll suicide.

Sexta-feira, 28 de junho de 1974

Sem surpresa, Sirius atingiu notas obscenamente altas em tudo, exceto em Astronomia, sem nem
mesmo levantar um dedo para estudar. Nesse ponto, Remus não tinha certeza se Sirius realmente
tinha algum estranho dom puro-sangue, ou se ele era apenas um gênio não reconhecido. Remus não
se importava de nenhuma maneira - ele próprio ficou em primeiro lugar em Trato das Criaturas
Mágicas, Runas e História da Magia – e em segundo lugar em Aritmancia, depois de Sirius.

"Muito bem, garoto!" Ferox deu um tapa nas costas dele no café da manhã, na manhã seguinte a
que os resultados saíram. “Meu melhor aluno.”

"Obrigado, professor," Remus sorriu, sentindo-se tonto de prazer.

“Eu tenho alguns livros se quiser emprestado durante o verão - apareça no meu escritório antes de
ir, hein?”

"Olha quem é o favorito do professor!" Sirius brincou, enquanto o homem alto e jovial se afastava,
assobiando uma melodia alegre. Remus não respondeu - ele estava muito satisfeito consigo
mesmo.

“Não posso acreditar que é 'até o quarto ano agora.” James disse, limpando os óculos em suas
vestes.

"Você tem que continuar me lembrando?" Sirius gemeu, largando o garfo e a faca.

"Tenho muito o que fazer durante o verão", James respondeu, "Vai passar voando."
"O que vocês vão fazer no verão?" Remus perguntou, desconfiado.

“Planejar as pegadinhas do próximo ano, obviamente,” Sirius disse, um pouco rápido demais.
"Temos que ficar à frente, Remu, meu rapaz, temos uma reputação a manter."

Era o último dia oficial do semestre, então Remus decidiu ignorar o fato de que isso era claramente
uma mentira. Ele teria todo o verão para ficar paranóico sobre os outros três o deixando de fora;
não havia necessidade de se preocupar com isso ainda.

Depois do café da manhã, ele queria ir direto ver o Professor Ferox, mas achou que isso poderia
parecer um pouco ansioso demais - além disso, os outros três certamente iriam querer ir com ele, e
Remus não suportava a ideia de Ferox conhecer Sirius e James. Ele, sem dúvida, ficaria encantado
com o carisma natural deles e se perguntaria por que achava que Remus era especial.

O quarteto subiu as escadas e fez as malas - isto é, James, Remus e Peter fizeram as malas. Sirius
andava pelo quarto tentando distraí-los, jogando livros e roupas pelos ares, ligando e desligando
seu toca-discos.

"Vai ter que ser feito, quer você goste ou não", James repreendeu, com as mãos nos quadris em
uma imitação muito boa de sua mãe.

"Você faz pra mim, como no ano passado," Sirius respondeu, de pé em sua cama e tentando fazer
flexões penduradas na estrutura da cama. As vigas de madeira antigas rangeram.

Remus fechou seu próprio malão. Seu canto da sala parecia muito vazio, sem o caos usual de
livros, papéis, penas e roupas espalhadas sobre ele. Ele foi até a vitrola para dar uma última carícia
afetuosa nas capas de seus álbuns favoritos. Os verões eram tão quietos, sem a música de Sirius. A
Diretora só ligava o rádio uma vez por semana - na Radio 3 Choral Evensong.

"Moony," James disse, de repente, "Você não tem que ir ver a Madame Pomfrey?"

“Er ... sim, mas não agora ...” Remus ergueu os olhos, surpreso.

"Bem, quero dizer, se você terminou de fazer as malas, pode ir, certo? Quando eu terminar as
coisas de Sirius, iria sugerir que todos nós saíssemos para dar uma volta em nossas vassouras, e
você odeia voar, então ... "

"Ah sério? Ok então." Remus assentiu, sentindo-se inexplicavelmente magoado. Não era típico de
James expulsar você do quarto.

"Veremos você no jantar, certo Moony?" Sirius perguntou, balançando para frente e caindo de pé
com a agilidade de um ginasta.

"É, acho que sim ..." Remus saiu da sala, sentindo-se como se estivesse sendo escoltado de uma
festa para a qual não foi convidado. É justo, ele não gostava muito de voar. Mas isso geralmente
não importava - muitas vezes ele se sentava nas arquibancadas e lia seu livro enquanto os outros se
divertiam no ar. Ele não teria se importado em fazer isso desta vez.

Ele tinha que ver a Madame Pomfrey, de qualquer maneira, então ele foi para a ala hospitalar,
lutando para se livrar da sensação desagradável de exílio.
***

"Você está muito quieto, querido," a medibruxa comentou enquanto completava suas verificações
de fim de ano. “Não está ansioso para suas férias?”

"Não, não muito", respondeu ele.

"Você vai sentir falta dos seus amigos", ela estalou a língua com simpatia. “É uma pena, eu sei.
Ainda assim, imagino que você tenha muitos amigos trouxas com quem brincar. "

Remus não se incomodou em responder. Madame Pomfrey era muito gentil e não tinha um único
traço ruim em si, mas ela - como a maioria dos adultos - podia ser incrivelmente densa. Em
particular, Remus esperava que o verão que se aproximava fosse tão lucrativo quanto o anterior - se
Craig ainda estivesse por perto, talvez pudesse ganhar algum dinheiro. Ele provou ser capaz,
poderia até pedir mais do que apenas cigarros.

Ela lhe deu as mesmas instruções do ano anterior - coma bem, faça exercícios e descanse.

"Vejo você no início de julho", ela sorriu serenamente, e ele se sentiu consolado com a ideia de que
pelo menos não estaria completamente isolado da comunidade bruxa.

Tendo resolvido isso, Remus considerou voltar para o dormitório. Talvez todos eles tivessem
acabado de falar sobre ele, ou seja lá o que for que eles precisavam fazer quando ele estava fora do
caminho. Talvez eles já tenham voado. Ele não os invejava por isso; James achava que, se Sirius
estivesse irritado ou muito nervoso, uma boa hora de exercício era a melhor coisa (e geralmente
era). Além disso, era uma das poucas vezes que Peter não ficava de fora. Apesar de sua falta de
jeito em terra, Pettigrew era surpreendentemente bom com a vassoura. Sem dúvida, um resultado
do treinamento implacável de James.

Era realmente o momento perfeito para ir ver o Professor Ferox, é claro, mas Remus demorou. Se
sentiu repentinamente muito tímido, nunca tendo ido ver um professor sozinho antes - a menos se
tivesse tomando bronca, é claro. Caminhando lentamente, eventualmente teve que fazer uma
escolha direcional em um determinado corredor e decidiu que era melhor acabar logo com isso.

Remus bateu timidamente na porta do escritório de Ferox, embora estivesse ligeiramente


entreaberta. Seu coração batia forte no peito e ele se viu meio que torcendo para que seu professor
não estivesse lá, afinal. Remus não pôde deixar de se lembrar, com certo embaraço, de como
apenas algumas semanas atrás ele quase veio correndo para Ferox em um momento de pânico,
apenas para reconhecer que era uma ideia terrível no último minuto.

"Entre!" A voz alegre de Ferox ecoou de dentro da sala. Remus endireitou os ombros e entrou. "Sr.
Lupin!"

Ele não estava sentado em sua mesa - Remus achava que nunca tinha visto Ferox sentado, exceto
na hora das refeições, ele estava sempre se movendo. Agora mesmo, o homem estava embalando
um pequeno baú, equanto Aquiles, o kneazle, observava em silêncio do parapeito da janela.
Mesmo depois de um ano de aulas com Ferox, Remus ainda estava um tanto surpreso com seu
professor. Sua presença gigantesca não havia diminuído, sua juba de cachos cor de areia ainda era
gloriosa, seu rosto, ainda heróico, com os traços decididamente esculpidos.

"Olá, senhor," Remus sorriu ao entrar, fechando a porta atrás de si. "Você pediu para me ver?"
"De fato, eu pedi", Ferox sorriu amplamente, acenando para uma pilha de cinco livros em sua
mesa, "Esses são para você, se você tiver espaço em seu baú. O livro definido para o próximo ano e
algumas outras coisas que achei que poderiam interessar a você.”

Remus se aproximou da mesa e dedilhou os tomos encadernados em couro com cuidado,

"Obrigado, professor", disse ele, calmamente. Ele nunca tinha recebido um presente tão grande
antes. Ferox acenou com a cabeça, sentando-se, finalmente, gesticulando para que Remus fizesse o
mesmo.

"Cerveja amanteigada?" Ele retirou algumas garrafas da gaveta inferior de sua mesa.

"Obrigado, professor," Remus repetiu, aceitando a garrafa e sentando-se.

Aquiles, no parapeito da janela, espreguiçou-se, bocejou e depois se enrolou para dormir


pacificamente. Remus sentiu que deveria dizer mais alguma coisa. "Dumbledore normalmente me
envia meus livros e outras coisas." Ele ofereceu: "Você não precisava."

"Bem, eu sei que você fica um pouco fora de alcance durante as férias, então achei que você
gostaria de começar." Ferox continuou a sorrir seu grande sorriso fácil.

Remus sentiu um estranho tipo de calor percorrendo seu abdômen. O que era estranho, porque ele
ainda não tinha bebido sua cerveja amanteigada.

"Gentil da sua parte." Ele disse, olhando para os livros novamente, desconfortável com muito
contato visual.

"Não é caridade, Remus, eu prometo," Ferox disse, tranquilizador, "Eu sei como é, veja bem. Vim
para Hogwarts com quase tão pouco quanto você. Nascido trouxa - criado pela minha Vó. Claro,
ela nunca entendeu nada do que eu fiz aqui. Abençoe seu coração. "

Remus piscou. Era uma notícia interessante - ele presumira que a maioria dos professores de
Hogwarts - na verdade, a maioria dos adultos que ele respeitava - fossem todos puro-sangue. Foi
um imenso alívio saber que não era esse o caso.

"Nós, crianças perdidas, temos que ficar juntas, não?" Ferox piscou para ele.

“Sim,” Remus continuou a concordar, enfaticamente. “Então, você nunca teve problemas em
conseguir um emprego ou coisas assim? Depois da escola?"

"Bem, sempre haverá pessoas que não conseguirão ver além do seu status sanguíneo, não importa
quem você seja", disse Ferox, com um sorriso irônico em sua voz, "Mas você aprende muito rápido
como provar que estão errados. Bem, eu não preciso te dizer como. "

"Não." Remus concordou. Ele tomou um gole de sua cerveja amanteigada. "Então ... você também
é órfão, professor?"

"Eu sou. Criado na sarjeta, também, você não acreditaria o quanto eu fui zoado pelo meu sotaque
naquela época. "

"Mary e Marlene acham que você soa como Paul McCartney." Disse Remus. Ferox riu, uma risada
grande, alegre e ofegante.

“Terei que me lembrar disso na próxima vez que estiver na ativa.”


Remus se sentiu corar ao ouvir Ferox falar assim.

“Só serve para mostrar”, disse Ferox, “você nunca sabe o que as outras pessoas vão pensar de você.
Portanto, nunca assuma nada, hein? "

Remus olhou para ele, curiosamente, mas deu um pequeno aceno de compreensão. A expressão do
professor se suavizou. "Remus," Ferox disse, tão gentilmente que era enervante, "Eu ... há outra
coisa que eu gostaria de falar com você."

Remus estremeceu - ele pensou que sabia o que estava por vir. Estava esperando por isso desde
antes do Natal. “Tudo bem se você não quiser falar sobre isso”, disse o professor.

"É sobre ... meu problema?"

“É uma maneira de falar,” Ferox disse, em um tom medido. "Não sei se você sabe disso, mas
conheci seu pai, Lyall, muito bem."

Remus quase engasgou com sua cerveja amanteigada. Ele não esperava por isso. Ferox continuou:
"Nosso trabalho muitas vezes se sobrepunha, você vê - eu era jovem, havia começado no
departamento de Controle de Criaturas Mágicas. Eu o conhecia de reputação, é claro, então tentei
aprender o que pude, embora nunca tenha dominado bichos-papão como ele.”

"Ok." Remus não sabia mais o que dizer.

"Você sabe muito sobre ele?"

"Eu ..." Remus desviou o olhar, para fora da janela. Ele não achava que poderia falar e olhar para
Ferox ao mesmo tempo. “Ele era da Corvinal”, ele começou, como se estivesse marcando itens em
uma lista, “Ele era bom em duelar. Ele era bom com bichos-papões, dementadores e poltergeists, e
odiava lobisomens, queria todos eles mortos e ele...” - Remus engasgou, querendo se levantar e sair
da sala.

"Onde você ouviu tudo isso?" Ferox parecia chocado. Remus olhou para ele, embora tudo estivesse
borrado em lágrimas agora. Parecia que todos os pensamentos desagradáveis e rancorosos que ele
vinha tendo desde dezembro, haviam vazado como veneno.

"Darius Barebones." Ele disse, esfregando os olhos com força nas mangas de suas vestes,
forçando-se a se controlar. "Conheci ele na festa de Natal do Potter."

"Aquele velho bêbado." Ferox retrucou, rispidamente. Ele parecia irritado, mas não com Remus.
"Eu sinto muito, Lupin, que coisa a se ouvir. Não é verdade, você sabe. "

"Ele não odiava ... eles?"

“Bem,” Ferox inclinou a cabeça, como se estivesse tentando ser diplomático, “Ele estava
preocupado com o perigo que os lobisomens representam para a sociedade. Mas ele era um homem
sensato, muito sensato para o ódio. Você é muito parecido com ele. "

Remus bufou amargamente com isso.

"É verdade." Ferox disse, com firmeza. “Ele era um bom homem. Ele faria qualquer coisa por
qualquer pessoa. "

"Darius disse que achava que Lyall foi mordido por Greyback, é por isso que ele se matou."
"Você sabe sobre Greyback, então?"

Remus concordou. Ferox parecia muito sério. “Eu ouvi esse boato. Não ficaria surpreso se
Dumbledore começou isso para proteger você, para ser honesto. Pessoalmente, nunca acreditei.
Então eu conheci você, é claro, e tudo ficou claro.”

"É tão óbvio?" Remus perguntou, levantando os dedos até a cicatriz em seu rosto, com mais de um
ano agora, mas ainda dura e vermelha.

"Não," Ferox balançou a cabeça, "A maioria dos bruxos não reconheceria um lobisomem se ..."

"Saltasse e mordesse eles?"

Ferox riu, abafando o mau humor que se instalara no pequeno escritório iluminado.

"O senso de humor do seu pai também."

Remus sorriu, fracamente.

"Professor?"

"Sim?"

"O que aconteceu com Greyback?"

Ferox instantaneamente ficou sério novamente.

“Receio que não tenhamos certeza. Ele ainda está vivo, e no que diz respeito ao ministério, ainda é
procurado por seus crimes. Não sei se eles vão pegá-lo, para ser honesto, o homem é um maníaco,
pelo que sei. "

"Ele poderia ... me encontrar?"

"Talvez."

Remus ficou surpreso com a honestidade de Ferox. Ele não parecia tão preocupado quanto a
maioria dos adultos em protegê-lo das verdades mais duras. "Isso te assusta?" O professor
perguntou.

Remus encolheu os ombros.

"Eu acho ... que sempre soube. Que vou encontrá-lo novamente. "

“Você não deve sair procurando ...”

"Eu não vou." Remus sabia que era mentira, mas também sabia que não havia nada que Ferox
pudesse fazer para detê-lo.

"Se você tiver mais perguntas, quero que se sinta confortável para me perguntar." Ferox disse, "Há
alguns recortes de jornal antigos dentro do livro de cima," ele acenou com a cabeça para a pilha
que ele presenteou Remus, "Eu pensei que você deveria ficar com eles. Coisas assim não devem
ser escondidas das pessoas, e você já tem idade suficiente.”

"Obrigado professor."

"Eu não te chateei?"


"Não, professor."

"Bom rapaz." Ferox se levantou, se inclinou sobre a mesa e apertou o ombro de Remus de uma
forma amigável. “Tente ter um bom verão, hein? Vejo você em setembro.”

Remus acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco tonto com os eventos da última meia hora.
Mesmo assim, ele ficou muito grato por ser dispensado, e silenciosamente foi embora, carregando
a pesada pilha de livros de volta para a sala comunal.

Estava muito quieto na torre da Grifinória agora. A maioria dos alunos havia terminado de fazer as
malas e, sem dúvida, estava lá fora aproveitando o ar livro. Os pensamentos de Remus se voltaram
para Davy Gudgeon, e ele os reprimiu. Uma crise emocional de cada vez.

Os marotos também se foram, as coisas de Sirius agora cuidadosamente guardadas em seu báu de
serpente. O quarto estava abafado e quente, Remus sacudiu sua varinha para abrir as janelas, então
foi se sentar em sua cama e abrir o primeiro livro.

Certamente, pressionados como folhas mortas entre a capa interna e a primeira página, três recortes
de jornal amarelados:

O Profeta Diário, abril de 1964

ATAQUES DE LOBISOMEN CRESCEM - seus filhos poderiam ser os próximos?

O Ministério da Magia confirmou hoje que a recente onda de assassinatos nas comunidades trouxa
e bruxa é obra de criaturas das trevas - nomeadas lobisomens. Os funcionários do ministério estão
particularmente preocupados com o fato de, em muitos casos, as vítimas dos ataques serem
crianças com menos de dez anos.

Um oficial, o respeitado especialista em criaturas das trevas Lyall Lupin, falou e criticou o
ministério por “medidas de segurança relaxadas e deliberadamente negligentes”. Lupin afirma que
o atual registro de lobisomem do ministério é mal administrado e mantido, permitindo que certas
facções anti-ministério usem essas brechas em seu benefício.

O número atual de vítimas é suspeito de ser dezessete, mas deve aumentar à medida que a
investigação continua e os perpetradores continuam a aludir à captura. Uma declaração do
escritório dos Aurores é esperada ainda hoje.

-
O Profeta Diário, obituários, janeiro de 1965

Lyall Lupin, que morreu aos 36 anos, será lembrado como um especialista de renome mundial em
aparições espirituais não humanas, por seu extenso trabalho com bichos-papões e poltergeists,
dementadores e, mais recentemente, seus esforços para reformar o registro nacional de lobisomens.

Lupin deixa sua esposa, a trouxa Hope Lupin, com quem se casou em Cardiff em 1959. O casal
tem um filho pequeno, Remus John Lupin, nascido em 1960. A família pediu privacidade durante o
período de luto.

O Profeta Diário, fevereiro de 1965

AURORES À PROCURA DE GREYBACK

O Gabinete Auror está apelando para o público mágico por qualquer informação relativa ao
paradeiro de Fenrir Greyback, lobisomem e suspeito de assassinato de crianças.

Greyback é descrito como um homem de 1,90 metros de altura, muito forte e sujo, com a aparência
de um mendigo. Bruxos e bruxas são avisados para não se aproximarem dele e considerarem
Greyback extremamente perigoso, mesmo na forma humana. O Auror Alastor Moody hoje fez uma
declaração indicando que o ministério acredita que Greyback está viajando com uma matilha de
lobisomens, tornando-o ainda mais perigoso. Greyback é conhecido por ter uma preferência por
crianças pequenas, mas Moody se recusou a comentar sobre as especulações de que os lobisomens
planejam formar um exército.

O ministério também se recusou a responder às alegações de que eles tinham Greyback sob sua
custódia na primavera passada, e falharam em reconhecer a ameaça.

Desde a morte de Lyall Lupin, um defensor de sanções mais severas aos lobisomens, tem havido
numerosos esforços para melhorar o reconhecimento e registro de criaturas das trevas.

A primeira vez que os leu, Remus nem mesmo usou seu auxilio de leitura. Na segunda, terceira e
quarta vezes, ele o usou. Repetidamente, como se houvesse algo mais neles, como se pudesse
sugar a verdade para fora. Não tinha mais respostas do que antes, e uma bola de fúria quente e
raivosa começou a crescer dentro de seu peito, queimando mais fortemente cada vez que ele relia e
relia.

As horas se passaram, a sala escureceu e, no fim, ele nunca desceu para o banquete.

Chapter End Notes

Choral Evensong é o programa de transmissão externa mais antigo da BBC. O


programa é uma transmissão do culto anglicano do Choral Evensong ao vivo de
catedrais, capelas de faculdades e igrejas em todo o Reino Unido.

A música do início é Rock n roll Suicide do David Bowie (ninguém perguntou, mas é
uma das minhas músicas preferidas do Bowie).
Capítulo 56: Verão, 1974
Chapter Summary

Remus atinge o limite.

!Avisos!
Menção de violência, pequenos crimes, consumo de álcool por menores. Alguns
palavrões.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Moony,

Espero que esteja tudo bem com você neste verão.

As coisas estão estranhas aqui - meus pais nem estão mais interessados em me disciplinar, eles
simplesmente continuam participando de todas essas reuniões. Às vezes elas são na nossa casa, às
vezes eles saem - eu acho que eles vão para a casa de Bellatrix, talvez. Ou dos Malfoy. Regulus
não quer me dizer o que está acontecendo - eu acho que eles provavelmente colocaram um feitiço
de lábios travados nele ou algo assim, porque normalmente ele não conseguia resistir se vangloriar
de algo assim para mim.

Eu sinto que algo ruim vai acontecer. Eu sei que parece estúpido, mas algo definitivamente não
está certo nesta casa. Às vezes, fico feliz que você, James e Peter estejam tão longe.

Vou tentar pedir para ficar com James novamente. Eu sei que é maluquice, mas honestamente, se
eles vão me ignorar de qualquer maneira, qual é o ponto? Nem mesmo fui convidado para ser o
padrinho no casamento de Cissy (melhor ainda, para ser honesto), então sempre há a possibilidade
de que eles tenham me deserdado e simplesmente esquecido de mencionar isso.

Mal posso esperar até que tenhamos dezessete anos, então podemos simplesmente morar juntos o
tempo todo, como em Hogwarts. Eu quero morar na Carnaby Street, como no Melody Maker. Você
vai ter que me mostrar a cidade - eu sei como o dinheiro trouxa funciona agora, graças aos estudos
dos trouxas.

Desejo o melhor,

Sirius O. Black.
***

Sirius,

Está tudo bem aqui, não se preocupe comigo.

Eu realmente não sei o que você quer dizer com "algo ruim". Você acha que eles vão tentar
machucar você de novo? Se sim, então definitivamente tente ir para os Potters. Talvez eles possam
contar a Dumbledore ou a alguém.

Desculpe desapontá-lo, mas nunca fui à Carnaby Street. St Edmund's fica em Essex e só vamos a
Londres uma vez por ano, geralmente para os museus. Você provavelmente gostaria do Museu da
Ciência, cheio de invenções trouxas.

Tome cuidado, ok?

Remus.

***

Caro Moony,

Só para você saber, Sirius está vindo para ficar conosco neste verão. Ele deve chegar esta tarde,
então envie seu correio aqui. Espero que seu verão esteja indo bem? Você parecia um pouco
estranho no final do semestre.

Eu sei que você vai dizer não, mas mamãe e papai ainda dizem que você está convidado para ficar
quando quiser. E poderíamos sempre ir até você, apenas para visitar. Não quero que você fique
sozinho aí, cara, especialmente hoje em dia.

James.

***
James,

O que você quer dizer com 'hoje em dia'? Era disso que Sirius estava falando sobre as reuniões de
família? Você sabe como os Black’s são, eles adoram segredos. Provavelmente não é nada. Eles
provavelmente estão planejando o noivado de Regulus ou algo parecido e querem Sirius fora do
caminho.

Enfim, como eu disse a Sirius, não se preocupe comigo. Dumbledore e Madame Pomfrey acham
que é aqui que estou mais seguro, e eles são os responsáveis por mim, certo? Obviamente, eu
preferia passar o verão na sua casa, mas não vai acontecer, então, por favor, deixe isso de lado?

Não venha aqui também, apenas confie em mim.

R.

***

Caro Remus,

Desculpe se eu chateei você, cara, eu não queria. Vou parar de perguntar sobre isso, se quiser.

Espero que você esteja tendo um bom verão de qualquer maneira, todos nós gostaríamos que você
estivesse aqui. Você está certo, se Dumbledore diz que você está seguro aí, você está seguro aí.
Papai disse que Dumbledore pode ser o único em quem podemos confiar, em breve.

Se cuida,

James.

***

Oi Moony,

Quatro marotos é definitivamente melhor do que três. É ótimo ter Sirius aqui e tudo, mas é como se
sempre tivéssemos que fazer o que ele quer

Tenho muita sorte que mamãe me ainda me deixe vê-los depois que Phil saiu de casa. Recebi um
cartão-postal dela outro dia, ela está na América, você pode acreditar nisso? Ela disse para te dizer
olá, então ‘olá’ de Phil.
Peter.

***

Moony,

Por que você se chateou James? Ele acha que não foi sua intenção de soar assim, mas eu sei como
você é, seu velhote rabugento. E aí?

Sirius O. Black

P.S. Como é que Philomena disse 'olá' para você, e não para qualquer um de nós? Você é um
maldito mulherengo.

***

Remus,

Eu sei que você recebeu minha última carta, a coruja voltou e as corujas dos Potter são ainda mais
confiáveis do que as da minha família.

Por que você não está respondendo?

Sirius O. Black

***

Remus? Por favor, só nos diga se você está bem?

James.
***

Moony?

***

Craig foi preso em algum momento durante o ano letivo e Remus voltou para descobrir que o
companheiro de Craig, Ste, agora estava encarregado das atividades criminosas de St. Edmund's.
Ste era muito mais feio e estúpido do que Craig.

"Agora 'cê ta meio alto p'roubar, não ta não?" Ste apertou os olhos para Remus.

"Ainda sou magro." Remus respondeu, tentando acalmar seu temperamento.

"Onde é que 'cê arranjô essas cicatriz aí?"

"Brigando."

Ste riu maldosamente.

"É, sei. Um mimado magrelo que nem 'cê. "

"Vai se foder," Remus deu um passo mais perto, "Eu não sou nenhum mimado não." Ele era tão
alto quanto o garoto de dezesseis anos - talvez até alguns centímetros a mais. Sim, ele era
magricela, mas estava mantendo seu temperamento e Ste estava começando a parecer muito menos
seguro de si.

"Ok, ok." O garoto mais velho disse, inclinando a cabeça para trás, longe de Remus. “Se acalma aí
maluco, 'cê tá dentro.”

Remus sorriu cruelmente, se virou e foi embora, satisfeito.

Até agora, nada havia lhe dado satisfação alguma. Se sentia mais isolado do que nunca - e com
mais raiva do que jamais sentiu.

Remus quase odiou Ferox por dar a ele aquelas informações no último dia do semestre - ele não
conseguia entender, ou fazer qualquer coisa a respeito. Não havia ninguém para conversar; ele era
proibido de mencionar Hogwarts para qualquer pessoa em St Edmund's, e ele nem sabia por onde
começar com os outros marotos.

As cartas deles o enfureciam, e ele amassou cada uma delas com seus punhos e então as jogou
fora. Não conseguia ler ou assistir TV, ou mesmo encostar em sua lição de casa. Se sentia como se
tivesse energia infinita acumulada, como um animal espreitando por toda a extensão de sua jaula.
Isso crescia dentro dele, fervendo até que estivesse quase explodindo com o desejo de atacar e
espancar a próxima pessoa que cruzasse seu caminho.

Felizmente, a maioria dos meninos de St Edmund parecia perceber isso. Embora Remus mal falasse
uma palavra com ninguém, os outros garotos o evitavam como uma praga.

Então, ele procurou Ste.

Seu primeiro trabalho foi fácil; ele nem precisava ser pequeno para isso. Eles roubaram um carro e
tudo o que ele precisou fazer foi entrar com o resto deles. Eles dirigiram por aí na maior parte da
noite, fumando e bebendo de uma garrafa de vodka que surrupiaram de uma loja de esquina.

Remus decidiu que gostava de fumar. O fazia parecer mais durão e mantinha suas mãos ocupadas;
ele gostava de bolar cigarros e de como eles queimavam, a centímetros de seus lábios. Ele gostava
de respirar nuvens de fumaça e pensava em Ferox perseguindo dragões na Romênia.

Os outros meninos começaram a gostar dele, depois que se acostumaram com sua quietude e seu
jeito estranho. Ele ainda era o mais jovem do grupo, e eles começaram a tratá-lo como um irmão
mais novo, enchendo-o de cigarros e bebida. Remus ficou devidamente bêbado pela primeira vez
naquele verão, e todos eles riram enquanto ele cambaleava pelo parque, e se solidarizaram quando
ele vomitou suas tripas na manhã seguinte.

Quando ficavam bêbados, gostavam de brigar também, o que convinha a Remus. No escuro, eles se
jogavam por aí, berrando canções do The Who, ou The Jam, ou mesmo cantigas de futebol se
estivessem se sentindo particularmente estúpidos. Nenhum deles parecia se importar que Remus era
muito jovem ou muito magro, e nenhum deles o tratava como se ele fosse um inválido por causa de
suas cicatrizes. Às vezes, você só precisava levar uma surra e, no final da noite, todos eles
cambaleavam de volta para o abrigo como amigos.

As semanas quentes de verão passaram em um borrão caótico - Remus passava a maior parte de
suas noites com Ste e sua gangue, e seus dias dormindo após ressacas, tentando ficar fora do
caminho da Diretora. Ele não pensava em Hogwarts. Ele não pensava em nada para ser exato.

"Precisa botar umas roupa direita, Lupin," Ste gaguejou, uma noite, "Não posso deixar 'cê
parecendo um cafetão o verão todo."

Remus olhou para seu jeans padrão de St Edmund's e sua camiseta cinza. Havia vômito em seu
tênis. Ele tinha feito isso? Não conseguia se lembrar.

"Num tenho dinheiro, tenho?" Ele respondeu, procurando o cigarro que enfiara atrás da orelha
apenas alguns minutos atrás - ou pelo menos pensava que tinha.

"E?" Aggie, um menino baixo e rechonchudo que lembrava Remus de Peter, deu de ombros,
"Tenho um amigo que trabalha lá num depósito em Southend, a gente te arranja uns bagulho
daora.”

E eles realmente arranjaram. Pela primeira vez, Remus parecia com todos os outros garotos de sua
idade - não em roupas de segunda mão, mas novas em folha. Calça jeans azul brilhante, uma
camisa de botão (imitação de Ben Sherman, mas tão boa quanto a verdadeira), suspensórios
brancos e botas pretas de couro. Eles rasparam seu cabelo, ainda mais curto do que a Diretora
fazia.

" 'Cê tá a cara do trabalho." Ste o segurou pelo braço, esfregando sua cabeça com os nós dos dedos
ásperos.

Quando a lua apareceu e Madame Pomfrey o viu, ela franziu os lábios.

"Não direi nada sobre a roupa", disse ela, afetadamente, "mas não gosto da aparência de todos
esses hematomas - você deve me dizer se os outros meninos estiverem machucando você."

Ele apenas balançou a cabeça e esperou que ela fechasse a porta - já podia sentir seu sangue
fervendo enquanto a mudança começava.

No dia seguinte, ele estava fraco demais para se mover. Madame Pomfrey insistiu em ficar o dia
todo para vigiá-lo, até mesmo providenciou para que uma cama fosse colocada em sua pequena
cela. A ressaca não era nada comparado as transformações, Remus pensou consigo mesmo. Ele
teria matado por um cigarro, no entanto.

Entediado e cansado demais para ficar com raiva, ele finalmente pegou um livro. Os três pedaços
de jornal caíram novamente e ele rapidamente fechou a capa antes que Madame Pomfrey pudesse
ver.

Greyback.

Era por isso que ele estava com tanta raiva, percebeu, no primeiro momento de clareza que teve
durante todo o verão. Na verdade, Greyback era basicamente a razão por trás de tudo que havia
dado errado na vida de Remus. Onde ele poderia estar? Era possível caçar um lobisomem? Havia
muitos livros sobre isso na biblioteca de Hogwarts, mas Remus sempre os evitou antes, com medo
do que poderiam dizer.

Bem, difícil. Ele teria que parar de ser sensível com coisas assim. Teria que parar de se esconder de
si mesmo; parar de deixar todo mundo pisar nele, se ele algum dia ainda fosse ... sim.

Ele iria matar Greyback. Caçá-lo e depois acabar com ele, exatamente como seu pai queria. Lyall
Lupin não teria morrido em vão. Uma onda de adrenalina percorreu Remus enquanto ele pensava
nisso. Era muito melhor do que raiva.

Poderia levar anos antes que ele estivessse pronto, ele sabia disso. E ele precisaria de dinheiro.
Assim que Remus se recuperou, ele se aproximou de Ste mais uma vez.

"E aí Lupin, meu parça?" O menino mais velho sorriu com dentes amarelos através de uma névoa
de fumaça doce e cheirosa. "Puta que pariu, que é que te aconteceu?" Ele franziu a testa para os
cortes recentes de Remus.

"Esqueça isso." Remus rosnou, não enfatizando mais seu antigo sotaque, “No verão passado, Craig
roubou tantos pubs e mercadinhos que eu tinha um baú cheio de de cigarros. Este ano não tenho
porra nenhuma. Você não é tão bom quanto Craig, ou coisa assim?”

"Ei", Ste sentou-se, enganchando os polegares atrás do suspensorio, "Cuidado."

"Não, você toma cuidado." Remus rosnou, mostrando os dentes, "Eu só tenho mais duas semanas e
preciso estocar. Você tá dentro ou não?”
Capítulo 57: Quarto ano: Uma Tempestade Se Formando
Chapter Summary

Atenção!

Neste capítulo há um pouco de violência.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Domingo, 1 de setembro de 1974

Enquanto Remus se aproximava da estação King's Cross pela quarta vez em sua infância, ele se
sentia totalmente invencível. Ele havia crescido ainda mais durante o verão, e seu rosto também
mudara - não mais infantil e redondo; sua mandíbula estava rígida e seus olhos maldosos. Com
suas pesadas botas pretas (polidas até brilhar naquela manhã) e suas roupas novas e elegantes,
Remus sentiu um senso de identidade mais forte do que nunca. Ste queria muito fazer uma
tatuagem nele antes de voltar para a escola, mas Remus se recusou a fazer isso - ele já tinha marcas
suficientes.

"Todos vão pensar que você se juntou a uma gangue", resmungou a Diretora, mal escondendo seu
desdém quando o deixou do lado de fora da estação, "Você parece um delinquente."

"Cai fora", ele murmurou, "Porque você se importa?"

Ela deu-lhe um golpe certeiro atrás de sua orelha e ele estremeceu. Hoje em dia, ela tinha que
estender a mão para fazer isso, mas ela ainda sabia exatamente onde doía mais.

"Você estará na escola antes de escurecer, não é?" Ela disse, como um negócio. Ele acenou com a
cabeça, taciturno. Era lua cheia naquela noite. "Ótimo." Ela assentiu. "Até o próximo verão,
então."

Ele entrou na estação sozinho e caminhou por entre a multidão com um andar masculino treinado -
pernas abertas, mãos fechadas em punhos. As pessoas saíram rapidamente de seu caminho quando
ele se aproximava, e um guarda da estação o olhou com desconfiança. Remus ignorou todos eles e
avançou, propositalmente, diretamente através da barreira de tickets, entrando na Plataforma 9 ¾
sem nem mesmo pestanejar.

Ele estava atrasado, e a plataforma já estava quase vazia, com apenas os últimos pais lacrimosos
dos alunos do primeiro ano demorando-se para acenar adeus. Um olhar superficial disse a Remus
que os outros três marotos já estavam no trem, então ele subiu a bordo e foi direto para o
compartimento de costume, empurrando rudemente os outros alunos - muitos dos quais pareciam
muito pequenos para ele agora - enquanto ele atravessava com esforço com sua maltratada mala
velha.

Estavam lá; todos os três sentados espremidos no mesmo lado do compartimento, amontoados atrás
da edição matinal do Profeta Diário.

"Tudo bem?" Remus disse ao entrar.

James, que estava sentado no meio, segurando o papel, abaixou-o e três pares de olhos olharam
para Remus. Peter parecia pálido e nervoso, o que era bastante normal, e começou a mastigar o
lábio inferior, olhando para James em busca de uma resposta apropriada.

James sorriu, tentando ser amigável, mas seus olhos castanhos vagaram por Remus, desde suas
botas de combate com solado de aço até sua cabeça raspada. Sirius era o mais difícil de ler; seus
olhos se arregalaram ligeiramente, mas sua expressão permaneceu neutra. Remus se jogou no
assento oposto como se não tivesse notado. "Bom verão?"

"Nada mal", disse James, com cautela, "O de sempre, você sabe ... como foi o seu?"

"É, foi bom." Remus retirou uma pequena caixa de lata do bolso de trás e abriu para revelar cinco
cigarros pré-enrolados. Ele colocou um entre os lábios e acendeu-o com um fósforo quando o trem
começou a se afastar da estação.

Peter agora estava olhando para Remus com a boca ligeiramente aberta, como se não o
reconhecesse. James parecia preocupado, uma pequena ruga se formou entre suas sobrancelhas,

"Ficamos preocupados quando não ouvimos de você."

"Desculpa. Ocupado." Remus deu de ombros, exalando fumaça.

"Fazendo o que?" Sirius perguntou, sem rodeios. James se levantou para abrir a janela e expulsar a
fumaça, mas não disse nada sobre isso.

"Apenas ocupado." Disse Remus. Afinal, eles mantinham segredos dele. Não precisava contar tudo
a eles.

"Você está bem, Remus?" James perguntou finalmente. "Aconteceu alguma coisa?"

"Não."

"Você parece diferente."

"Suas roupas!" Peter guinchou de repente.

"Já vi trouxas vestidos assim," Sirius finalmente falou, "É legal, certo, Remus?"

Remus deu de ombros novamente, sentindo-se satisfeito, mas esperando que ele parecesse
indiferente.

"Meus amigos conseguiram para mim, só isso." Ele disse.

"Ah, bem, se for uma coisa trouxa ..." disse James, incerto. "Tem certeza que está bem?"

"Não enche, Potter," Remus suspirou, revirando os olhos. Ele não queria mais falar sobre isso.
Embora ele esperasse - até quisesse - uma reação, ele não gostou da maneira como todos estavam
olhando para ele. Típicos puro-sangue, eles podiam andar por aí em túnicas centenárias e chapéus
pontiagudos estúpidos e ninguém dizia uma palavra - mas jeans e doc martens eram aparentemente
iam longe demais.

"O que você está lendo, então?" Ele perguntou, apontando para o jornal, na esperança de distraí-
los.

James olhou gravemente para o jornal em seu colo.

"A guerra." Ele disse, entregando o Profeta a Remus.

"Guerra?!" Isso o fez sentar-se direito. "Que guerra?" Ele olhou para a manchete, que dizia ‘Jenkins
crítica ao passo que as medidas de segurança no ministério se tornam mais rígidas’.

"Você não sabia?" James parecia incrédulo, "O mundo mágico está oficialmente em guerra desde
1970."

Sirius e Peter assentiram, solenemente.

“Nós nem estávamos em Hogwarts em 1970,” Remus disse, defensivamente, “Eu mal sabia sobre
bruxos naquela época. O que ... quero dizer, contra quem estamos lutando? "

"Esse é o problema", disse James, bruscamente, "É muito difícil saber, mas este 'Lorde das Trevas'
tem reunido muitos aliados - quase todos puro-sangue."

"Acho que essas são as reuniões a que minha família vai," disse Sirius, em voz baixa, embora
estivessem sozinhos. "O pai de James concorda comigo."

"É por isso que foi um prazer estar por perto dos sonserinos no ano passado?" Remus perguntou,
ligando os pontos agora.

"Sim," disse Sirius. "E será pior este ano, pode apostar."

"Houve alguns ... ataques neste verão." James disse, nervoso. "À trouxas e algumas famílias de
sangue misto."

"Eles acham que o Lorde das Trevas está usando criaturas perigosas", disse Peter, com a voz
trêmula de medo, "Vampiros e gigantes e ... e ..."

Remus olhou para ele e apertou a mandíbula,

"E lobisomens?"

“Moony ...” James começou.

"Eu preciso ir ao banheiro." Remus se levantou, rapidamente, saindo do compartimento.

Ele andou pelo trem como um furacão, os alunos mais jovens saltando para fora de seu caminho
quando ele passou por eles, apavorados. Não precisava do banheiro, obviamente, mas não havia
exatamente outro lugar para ir, então ele se trancou dentro de um cubículo na extremidade do
vagão. Era muito mais elegante do que os banheiros em trens trouxas - com cortinas de veludo
vermelho de verdade nas janelas e luminárias douradas cintilantes. O espelho tinha até uma
moldura dourada. Ele se encarou por alguns minutos, encarando seus próprios olhos, cerrando os
punhos nos lados da pia até que os nós dos dedos ficassem brancos.
Ele pensou que seria mais forte depois deste verão - pensou que nada poderia tocá-lo agora. Mas
tudo já estava desmoronando, mais rápido do que esperava, e ele havia perdido a cabeça na
primeira menção de lobisomens. Como faria o que precisava ser feito se não pudesse ficar calmo?
Greyback o comeria no café da manhã.

Incapaz de olhar para si mesmo por mais tempo, Remus sentou no assento do vaso sanitário e
considerou socar o apoiador de sabonete. Isso provavelmente não proporcionaria a satisfação de
que ele precisava, e apenas acabaria coberto de limo rosa com perfume floral. Em vez disso, ele
chutou a pia com a bota, deixando uma longa mancha de borracha preta na porcelana branca.

"Porra." Ele murmurou. Isso foi bom. "PORRA." Ele gritou, chutando a bacia novamente.

“Quem está aí?” Uma batida forte veio na porta.

"Cai fora, está ocupado." Ele gritou ferozmente.

"Este é um vagão da Sonserina, você sabe." A voz disse friamente.

"Ah vai se fuder, intrometido estúpido." Remus respondeu, batendo a porta com o cotovelo.

Se ele estivesse em um estado mais razoável, poderia ter explicado calmamente que os vagões não
eram divididos em casas e, na verdade, qualquer um poderia sentar-se onde quisesse, mesmo que
fosse em um cubículo fechado em cima de um vaso sanitário.

"Vou chamar um monitor!"

"Ah meu Deus," Remus se levantou, retirando sua varinha, "Você está procurando uma briga ou
algo assim?!" Ele abriu a porta, encontrando-se cara a cara com um Severus Snape muito chocado.

Severus pode tê-lo assustado quando os dois tinham onze anos, mas aos quatorze Remus se elevava
sobre Snape agora, e com sua varinha apontada e seu rosto contorcido em irritação, ele deve ter
sido uma visão assustadora.

"Você." Ambos assobiaram. Snape jogou seu cabelo preto oleoso e zombou,

"O que você estava fazendo aí?"

"Não é da sua conta. Sai do meu caminho."

"O que você está vestindo?" Snape fez uma careta, olhando-o de cima a baixo com nojo. "Essas
são roupas trouxas?"

"E daí se eles forem?" Remus deu um passo à frente, agora tão perto do garoto Sonserino que
estava praticamente respirando nele. “Tem algo a dizer? Você não é tão durão sem seus
amiguinhos assustadores por perto, não é, Snivellus? " Ele lhe deu um empurrão forte, jogando
Snape no chão.

Snape olhou para ele, levantando-se rapidamente e tirando a poeira de seus robes pretos surrados.
Ele estreitou os olhos,

"Você vai descobrir tudo sobre meus ‘amigos’ este ano, Loony Lupin, eu prometo." Ele disse,
muito friamente.

"Não está exatamente em posição de fazer ameaças, está?" Remus respondeu, quase
coloquialmente. "Eu ouvi dizer que aquele tipo prefere os sangue-puro ... e Lily me contou tudo
sobre você, Snape ..."

Os olhos de Snape brilharam e um olhar de puro ódio cruzou seu rosto. Ele pegou sua varinha, mas
- seja graças à proximidade da lua cheia, ou apenas pura adrenalina - Remus foi mais rápido. Ele
agarrou o pulso de Severus e o jogou contra a parede da carruagem, fazendo o sonserino gritar e
largar sua varinha. Então, pensando em nada além de causar o máximo de dor possível, Remus
jogou a cabeça para frente e deu uma cabeçada em Severus, derrubando-o uma segunda vez.

Snape estava olhando para ele, seus olhos negros brilhando de medo e raiva, ele agarrou o manto
contra o nariz, que agora jorrava sangue. Remus, não se sentindo melhor com nada disso, cuspiu no
chão e passou por cima de Snape.

"Este é o seu aviso para o resto do ano", ele rosnou, "Fique fora do meu caminho."

Snape não disse nada, mas não tentou se levantar. Remus se afastou, confiante de que o outro
garoto não tentaria nada agora. Ele retrocedeu pelo caminho de onde veio, tentando fugir do cheiro
forte e inebriante de sangue, e se trancou no primeiro compartimento vazio que encontrou.

Lá ele se sentou, respirando profundamente por alguns minutos, tentando trazer o batimento
cardíaco de volta sob controle, e ignorar o desejo que estava ecoando em algum lugar dentro dele,
onde a razão humana não podia tocá-lo. Por fim, com as mãos trêmulas, ele puxou outro cigarro e
fumou-o taciturnamente, olhando pela janela.

Ele não ficou sozinho por muito tempo.

"Moony?" A porta se abriu e a cabeça de Sirius apareceu na porta. Remus olhou feio para ele, mas
Sirius entrou mesmo assim e sentou-se do lado oposto. "E aí, o que tá acontecendo?"

"Nada." Remus cruzou os braços e deslizou para baixo no assento, olhando para suas botas. Os
cadarços não combinavam, vermelho à esquerda, amarelo à direita. Ele achou que parecia muito
legal em julho, mas agora parecia um pouco bobo.

“Tem alguma coisa. Você tá diferente. "

"Como você saberia." Remus cuspiu em resposta. "Talvez seja quem eu realmente sou."

"Eu só sei," Sirius respondeu, estranhamente calmo. Aparentemente, passar tanto tempo no Potter's
fez maravilhas com sua paciência. "É normal ficar com raiva às vezes, Remus. Não significa nada,
exceto que você é normal.”

Remus olhou para ele, surpreso. Sirius sorriu, compreensivo, então um lado de sua boca se repuxou
para cima, "E se quiser saber, eu realmente acho que você tá foda pra caralho."

"Sério?"

"É. Meio perigoso.”

Remus bufou com a ironia.

"Obrigado."

"Então ... verão ruim, foi?"

Remus encolheu os ombros,

“Foi ok. Eu estava ... fiz muitas coisas. Eu não quero que James saiba sobre isso.”
"Está bem." Sirius concordou, então inclinou a cabeça alegremente, "Posso experimentar um
cigarro?"

Ele pronunciou a palavra como se fosse nova para ele, com um sotaque ligeiramente francês, o que
era estranhamente cativante. Remus sentiu uma onda de afeto por seu amigo, o que fez seu coração
disparar novamente. Ele pescou um cigarro de sua caixa e jogou-o junto com os fósforos. Observou
Sirius franzir os lábios cuidadosamente ao redor do cilindro de papel branco, riscando um fósforo e
colocando as mãos perto do rosto. Ele não tossiu, o que era bastante impressionante por si só, mas
apenas respirou fundo antes de expirar e fez uma careta.

"Você se acostuma." Remus sorriu.

"Ok." Sirius tentou novamente, inalando mais desta vez.

Foi estranhamente hipnótico observar Sirius fumar. A névoa cinza azulada fez a carruagem parecer
mais íntima e privada. Remus começou a relaxar pela primeira vez em meses, como se algo dentro
dele estivesse se desenrolando, lentamente. Ele olhou para Sirius e pensou - por que não?

“Eu descobri algumas coisas, final do semestre passado.” Ele disse baixinho, olhando para as botas
novamente.

Ele enfiou a mão no bolso da camisa e retirou os três recortes de jornal que Ferox lhe dera no ano
anterior. Os entregou a Sirius, que estendeu a mão através da fumaça com longos dedos brancos
para recebê-los. "Não quero falar sobre isso ainda." Remus disse, rapidamente, "Mas leia se
quiser."

"Ok," Sirius acenou com a cabeça, gentilmente, "Obrigado, Remus."


Capítulo 58: Quarto Ano: Competição
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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O começo - já ruim - do ano de Remus não melhorou quando o trem chegou à estação. Eles
chegaram a Hogsmeade faltando apenas vinte minutos até o pôr do sol, e Remus encontrou
Madame Pomfrey esperando-lhe, parecendo ansiosa.

"Boa sorte, Moony," Sirius disse baixinho enquanto eles se separavam em meio à multidão de
alunos animados vestidos com robes pretos. Remus acenou com a cabeça severamente, e Sirius
esbarrou gentilmente em seu ombro com o dele; uma demonstração de solidariedade adolescente.

Remus só teve tempo de olhar melancolicamente para trás enquanto os três marotos subiam em
uma das carruagens sem cavalos, uma cabeça loira, duas morenas - antes de Madame Pomfrey
agarrar Remus pelo cotovelo e, sem aviso, aparatar para a cabana.

Havia um prato azul e branco sobre a lareira empoeirada com um grosso sanduíche de frango por
cima.

“Caso você esteja com fome”, explicou a enfermeira, “você ainda tem um pouco de tempo”.

Ele estava morrendo de fome, mas não conseguia comer. Em vez disso, ele apenas se sentou em
sua cama e esperou ser trancado, desejando que houvesse pelo menos um pouco de luz no quarto
sombrio. Remus pensou sobre o banquete - sem dúvida sua parte favorita da primeira noite, além
de dormir em sua cama grande e confortável. Nenhum dos dois estaria acontecendo esta noite.

Ele podia sentir o cheiro de um coelho lá fora, farejando a grama, e seu estômago roncou
ferozmente. Ele olhou para o sanduíche novamente e considerou-o, mas quando dor explodiu em
seus ombros, ele percebeu que tinha esperado muito; o lobo estava a caminho.

***

Segunda-feira, 2 de setembro de 1974

Pode-se presumir que um lobisomem faminto gostaria muito de um sanduíche de frango, mas
aparentemente apenas carne crua servia, e Remus acordou para descobrir que a pequena refeição
permanecia intacta, enquanto seus braços e pernas estavam em pedaços. Ele suspirou
profundamente, pôs-se de pé e foi sentar-se novamente na cama. Seu quadril estava estranho pela
terceira vez, e ele mancava ainda mais enquanto ele cambaleava pela sala. Seu ombro esquerdo
parecia deslocado - graças a Deus não era o direito, porque ele tinha muito dever de casa para pôr
em dia.

Fechando os olhos, Remus encostou-se na parede para esperar Madame Pomfrey. Era madrugada e
os marotos provavelmente não acordariam por mais algumas horas, a menos que James decidisse
que precisava fazer um pouco de vôo antes das aulas. Remus sabia que era o último ano de
Harpreet Singh em Hogwarts, o que significava que a posição de capitão de quadribol seria aberta
no próximo ano, e James não estava para brincadeira.

"Accio sanduíche," Remus murmurou, encontrando sua varinha embaixo da cama. O prato inteiro
veio voando em sua direção com tanta velocidade que atingiu a parede e se estilhaçou a apenas
alguns centímetros de seu rosto. Gemendo, Remus limpou os cacos de porcelana e começou a
morder avidamente o pão velho.

Madame Pomfrey logo chegou e começou a consertá-lo antes de acompanhá-lo de volta ao castelo.
Ele insistiu em andar, em vez de fazer com que ela conjurasse uma maca.

"Eu realmente não estou tão mal.", ele persuadiu, "Você fez um ótimo trabalho no meu ombro ...
Acho que estou bem para ir às aulas."

"Não gosto do jeito que você está mancando", respondeu ela, "primeiro a ala hospitalar, vamos ver
como você estará na hora do almoço."

"Mas é meu primeiro dia ..." ele sabia que estava choramingando, mas tinha que tentar.

"Sinto muito, Remus. De qualquer forma, olhe para você, você está caindo de sono. Algumas horas
dormindo e você se sentirá muito melhor.”

Para o desespero da Madame Pomfrey, James, Peter e Sirius estavam esperando do lado de fora das
portas do hospital por Remus - o que significa que o sono teria que ser adiado um pouco mais.

"Como James conseguiu acordar vocês dois tão cedo?" Remus sorriu para eles.

"Não foi fácil," James sorriu de volta, Sirius abafando um bocejo atrás dele. “Tive de recorrer a
ameaças de violência”.

"E violência real", disse Peter, esfregando o braço, que parecia muito vermelho.

"Você está bem, Moony?" Sirius perguntou, piscando muito para tentar se manter alerta.

"Sim, valeu," Remus assentiu, enquanto Pomfrey o conduzia para dentro da sala.

Os marotos esperaram pacientemente enquanto Remus se despia atrás de uma tela e subia em sua
cama habitual no outro lado da enfermaria.

"Cinco minutos!" Madame Pomfrey retrucou, carregando uma poção para dormir, "Ele precisa
descansar, meninos."

“Não podemos ficar muito tempo de qualquer maneira”, disse James, “Aulas e tudo mais.
Trouxemos para você seu novo horário, Moony.” Ele entregou a folha.
Remus o estudou cuidadosamente. As aulas de Ferox eram no final da semana, então pelo menos
ele não as perderia. Mas ele tinha McGonagall e Runas, e História hoje,

"Vocês podem-" ele começou,

"Vamos pegar sua lição de casa, Moony, não se preocupe," disse Sirius, entretido. "É bom ver você
de volta ao normal."

"É," Remus ergueu uma sobrancelha, esticando um braço nu para exibir suas novas marcas de
garras, "Não dá pra ficar mais normal que isso."

***

Ele se sentiu muito melhor depois de dormir pela manhã inteira. A raiva que o havia dilacerado nos
últimos meses ainda estava muito presente - mas de alguma forma ela havia mudado e ele era
capaz de pensar em outras coisas. Em Hogwarts, ele se sentia melhor equipado para controlar seu
temperamento, se sentia mais equilibrado e mais são. Por mais que não gostasse de admitir para si
mesmo, Remus estava começando a se sentir mais em casa no mundo bruxo do que no mundo
trouxa.

Além disso, ele se sentia surpreendentemente bem por ter dado a Sirius os recortes de jornal. Eles
estavam queimando um buraco em seu bolso durante todo o verão, e estava feliz por se livrar deles;
por deixar outra pessoa saber o segredo.

Pomfrey permitiu que ele saísse para jantar, e ele tentou entrar no Salão Principal sem muito
barulho. Este plano foi frustrado, no entanto, quando ele foi abordado por três garotas muito
emotivas,

"Reeee-mus!" Todas elas gritaram, capturando-o em um abraço apertado.

"Oi!" Ele engasgou, tentando não estremecer quando Marlene apertou suas costelas recém-
remendadas.

“Não vimos você no trem!” Mary disse,

"E você não estava em Runas!" Lily adicionou,

"Você teve um bom verão?" Marlene perguntou, sua voz ligeiramente abafada sob o braço de
Mary.

"Sim, foi ótimo, obrigado!" Remus endireitou suas roupas quando eles finalmente o soltaram,
recuando e sorrindo para ele. “Eu não estava me sentindo bem, mas estou bem agora. Como foram
seus verões?”

"Ótimo!" Mary o puxou para a mesa da Grifinória, onde os marotos estavam assistindo com uma
mistura de diversão e inveja. Ele deu de ombros para eles, impotente, enquanto era empurrado para
uma cadeira. "Espere até ouvir o que eu e Darren fizemos-"
"Não no jantar!" Lily disse, parecendo exasperada, "Remus não quer ouvir o que você fez com seu
namorado!"

Os olhos de Remus se arregalaram - ele certamente não queria ouvir - e lançou um olhar
agradecido para Lily, que sorriu de volta.

Todas as garotas pareciam um pouco diferentes. Remus estava tão alto agora que mal notou as
outras pessoas crescendo também, mas Mary, Marlene e Lily definitivamente tinham. Elas se
pareciam menos com as crianças de que se lembrava do primeiro ano, e agora o lembravam das
garotas para as quais Ste e sua gangue assobiavam quando estavam na cidade. Mary,
particularmente, havia desenvolvido curvas perceptíveis em algum momento, e Remus não podia
ignorar o fato de que metade dos garotos na mesa da Grifinória estavam olhando para a maneira
como sua camisa escolar branca repuxava sobre seu peito.

"Oi, garotas," Sirius chamou de mais longe na mesa, "Podemos ter Moony de volta, por favor?"

"Não." Mary respondeu, mostrando a língua. Ela se virou para Remus, “Eu realmente gosto do seu
cabelo! Avni disse que viu você no trem e você estava vestido como um skinhead - você não se
juntou a uma gangue agora, não é? "

Remus encolheu os ombros. Felizmente, a comida apareceu naquele momento, proporcionando


uma distração decente o suficiente. Infelizmente, as meninas não eram como os meninos quando se
tratava de comer - enquanto os marotos simplesmente teriam se alimentado, de cabeça baixa até
que terminassem, Lily e Marlene beliscaram a comida lentamente, conversando sobre a escola e
quem estava saindo com quem, e seus novos atores favoritos.

"Marlene gosta de um sonserino", disse Mary maliciosamente.

"Eu não gosto." Marlene ficou vermelha.

"Temos Poções com os sonserinos de novo, então?" Remus perguntou, seu estômago afundando.

"Sim", disse Lily, brilhantemente. “Acho que é melhor, não é? Slughorn sempre dá muito mais
detalhes quando sua própria casa está na sala de aula.”

"Ah é, eu me esqueci," Mary ergueu uma sobrancelha, "Lily tem uma queda por um sonserino há
anos."

"Severus é meu amigo." Lily respondeu, fulminante. "Você que é louca por garotos."

“Eu não posso evitar se eu sou mais experiente do que vocês,” Mary ergueu o queixo de uma
forma muito digna e madura. Marlene tapou os ouvidos dramaticamente,

"Se você vai começar a falar sobre Darren fazendo ... aquilo de novo, então eu vou embora!"

“Tudo bem, tudo bem,” Mary riu levemente. "Eu vou calar a boca."

Ela não o fez, no entanto. Ela e Marlene entraram em um debate muito intenso sobre quem era
mais atraente - David Essex ou Donny Osmond. Remus aproveitou a oportunidade para sussurrar
para Lily.

"Você viu Sniv-Severus hoje, então?"

"Sim, por quê?"


"Erm ... ele disse alguma coisa sobre ... me ver no trem?"

“Não,” Lily parecia surpresa, “Por quê? O que aconteceu?"

"Nada!" Remus disse rapidamente, “Apenas o de costume, você sabe. Ele sendo um idiota. "

"Mhm." Lily respondeu, olhando para sua comida e brincando com o garfo. Ela parecia
estranhamente nervosa. "Ele pode ser um pouco idiota às vezes." Ela olhou para cima novamente,
para Remus, e baixou a voz ainda mais, de modo que ele teve que se aproximar para ouvi-la em
meio ao barulho do Salão Principal,

“Foi apenas uma aula de teoria hoje, em Poções,” ela sussurrou, “Nós não tínhamos que formar
uma dupla. Então ... se você quiser trabalhar juntos novamente este ano?”

"Oh, você não quer fazer com Snape?"

Lily parecia muito rosa e balançou a cabeça,

"Não, eu acho ... bem, você é muito menos mandão e nós estudamos muito juntos de qualquer
maneira, eu apenas pensei."

"Sim, parece bom para mim," Remus deu de ombros, voltando para sua comida. Ele realmente
estava morrendo de fome. Isso também o agradou - James e Sirius sempre formavam pares, assim
como Marlene e Mary.

Havia Peter, é claro, mas ele tinha muitos amigos na Sonserina e costumava cometer erros quando
estava ansioso, o que irritava Remus, que era um perfeccionista. Lily era um tipo de garota legal e
sensata, com senso de humor, e ela sempre poderia explicar as coisas para ele para que parecessem
fáceis. Além disso, James ficaria maluco.

O incidente com Snape ainda o incomodava um pouco. Ele meio que esperava que McGonagall
estivesse esperando para lhe dar uma bronca assim que ele tivesse alta da ala hospitalar - Severus
quase sempre corria para um professor, se conseguisse escapar impune. E Remus estava
absolutamente, 100% errado desta vez, ele sabia disso - Snape não havia sequer colocado a mão
nele, Remus apenas o humilhara porque queria.

E Snape não gostava de ser humilhado. Remus não sabia muito sobre o garoto problemático da
sonserina além de detalhes aqui e ali que Lily tinha confidenciado, mas ele sabia que Severus
Snape guardava rancor como ninguém. Ele teria sua vingança, e se não fosse colocando Remus em
problemas com os professores, então seria algo muito mais desagradável.

***

"Então, do que as meninas estavam falando?" James perguntou, uma vez que todos estavam em seu
dormitório à noite. Ele estava tentando soar casual, mas Remus percebeu.

"Ah, nada de interessante", respondeu ele, desempacotando seu malão, "Meninos, principalmente e
amassos."

"Amasso?!" Sirius se sentou em sua cama.

"É, eu sei," Remus franziu o rosto para mostrar seu desgosto pelo assunto, "É tudo que elas estão
interessadas, atualmente. Mary e seu namorado trouxa fizeram algo durante o verão.”

"O que eles fizeram??" Sirius parecia muito interessado agora - nem um pouco enojado, Remus
percebeu.

"Er ..." ele hesitou, "Bem, eu realmente não sei. Lily não deixou ela falar sobre isso enquanto
estávamos comendo. "

"Ah," James acenou com a cabeça, com orgulho, "Ela é muito inteligente para todo esse absurdo, a
Lily."

"Como você saberia que isso é um absurdo?" Sirius perguntou. "Não é como se você beijasse."

"Ah, e você beija por acaso?!" James franziu a testa.

"Poderia se eu quisesse," Sirius disse, deitando-se novamente, os braços atrás da cabeça, "Muitas
garotas gostam de mim."

"Se você quisesse," James sorriu, "Então, o quê, você tem garotas fazendo fila para te dar uns
amassos e você simplesmente ... não está interessado?"

Um olhar quase imperceptível de pânico cruzou o rosto de Sirius, apenas por um breve momento,
antes de retornar à sua face travessa de sempre.

"Com inveja, Potter?"

"Eugh, de você?!" James brincou de volta,

"Aposto que Lily gosta de mim ..." disse Sirius.

"Retire isso!" James rugiu, lançando-se sobre seu amigo, lutando contra uma chave de braço.

Peter suspirou pesadamente e olhou para Remus,

“Eles estavam assim durante todo o verão.” Ele disse, taciturno: "Tudo é uma competição".

***

Algumas horas depois, Remus estava quase adormecendo quando seus ouvidos aguçaram, e ele
ouviu aqueles passos familiares cruzando o quarto. Em pouco tempo, a cortina de sua cama se
abriu e Sirius sussurrou,

“Moony? Tá acordado?"
"Sim…"

Sirius engatinhou para dentro. Remus se sentou, nervoso. Sirius só o visitou uma vez antes -
normalmente ele procurava James se queria falar sobre ... bem, Remus não sabia sobre o que eles
conversavam, mas ele presumia que era sobre os dramas da família Black. A única vez que Sirius
procurou Remus foi no início do segundo ano, logo depois que os marotos descobriram que ele era
um lobisomem. Remus pensava naquela noite, ocasionalmente, e a memória estava guardada em
uma parte segura e calma de sua mente. Ele se lembra de ter levantado sua camisa para que Sirius
pudesse inspecionar suas cicatrizes - longos cabelos escuros roçando sua pele.

"Muffliato," Sirius sussurrou, lançando o feitiço silenciador.

"E aí?" Remus perguntou, esfregando os olhos enquanto Sirius acendia sua varinha.

“Os artigos,” disse Sirius, puxando os recortes do bolso do pijama. "Eu li eles."

"Ah." Remus sentiu uma onda de vergonha correr por sua espinha. "Certo."

"Eu sei que você disse que não queria falar sobre isso." Sirius disse, rapidamente, "Mas eu só ...
bem, eu queria que você soubesse que eu li eles, acho."

“Ok, obrigado.” Remus concordou.

"E ... eu entendo por que você está com raiva."

"Mm?"

"Qualquer um ficaria," Sirius disse, fervorosamente, seus olhos enormes na escuridão, chamas
gêmeas azuis, "É ... é ... é uma muita merda com que se lidar, Moony."

Remus não sabia o que dizer sobre isso. Ele dificilmente poderia discordar.

"Eu não vou contar para James ou Pete," Sirius disse, "Não, a menos que você queira."

"Não, por favor, não." Remus disse: "Eu não estou ... não estou envergonhado, é apenas ...
particular, sabe?"

Sirius assentiu, franzindo os lábios.

"Está seguro comigo."

Remus, ainda se sentindo um pouco trêmulo, deu um sorriso fraco,

"Deus, você é tão dramático."

Sirius riu também,

"A mãe de James diz que eu ando com meu coração nas mãos." Ele cutucou Remus com o dedo do
pé, "Nem todos podemos ser mestres guardiões de segredos como você, Moony."

"Eu pensei que eu não era 'eu' sem segredos?"

"Sim, mas se você tem que ter eles, eu preferiria saber.”

Remus bufou e disse, cínico.


“Porque você é tão especial, Black.”

“Porque, se você não me contar, eu vou descobrir de qualquer maneira. Como a sua pequena
empresa de cigarros.”

A boca de Remus caiu aberta,

“Você olhou no meu baú! Filho da mãe! "

"Como você ousa!" Sirius respondeu, com altivez, “Eu nunca iria tão baixo. Um dos rapazes do
sexto ano veio 'perguntar por você, queria saber se você ainda estava vendendo este ano.”

Remus gemeu, batendo na testa,

“Foi Dirk Creswell? Aquele idiota. "

"O quanto você ganhou?"

"O suficiente. Por favor, não diga a James, você sabe como ele em relação a roubo ...”

“Você roubou eles?!”

"Merda." Remus gemeu novamente com sua própria estupidez.

"Eu não sei como você faz isso, Moony," Sirius disse, maravilhado, "Mas você me surpreende
todas as vezes."

Chapter End Notes

- Skinhead (traduzido do inglês, "cabeça-raspada") é uma subcultura originária dos


jovens da classe operária no Reino Unido no final dos anos 1960 e, mais tarde,
espalhada para o resto do mundo.
Capítulo 59: Quarto ano: Setembro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus nunca descobriu exatamente o que Mary fez, ou o que fizeram a ela nas férias de verão.
Seja o que fosse, tinha dado a ela uma certa quantidade de status entre as outras garotas de seu
grupo anual que era difícil de ignorar.

Na quinta-feira, a primeira aula do novo semestre com o Professor Ferox, Remus chegou à sala de
aula e encontrou um grupo de garotas sussurrando perto de sua mesa. Ele abriu caminho com os
cotovelos, mal-humorado, reivindicando seu espaço ao lado de Mary. As meninas riram e voltaram
a sussurrar. Mary, é claro, estava no centro do grupo, uma rainha entre suas aias e - pelo que
parecia - se divertindo totalmente. Marlene, sentada ao lado, observava com um olhar de inveja e
respeito.

"E não doeu ...?" Uma garota da Corvinal perguntou, em tom baixo,

"Nah, está tudo bem se você relaxar," Mary respondeu, com uma bravata que lembrou Remus de
James.

"Você acha que vai ... você sabe ... com Darren ...?" Outra garota perguntou, sua voz praticamente
trêmula de emoção,

"Bem, eu ..." Mary começou, mas naquele momento o Professor Ferox saiu de seu escritório,
anunciando sua presença com uma saudação alegre,

“Bem-vinda de volta, classe! Em seus lugares, por favor!”

Todas as garotas correram para seus lugares, algumas parecendo muito vermelhas e outras
incapazes de parar de rir. Remus franziu a testa, tentando ignorá-las, e sentou-se voltado para a
frente, com as costas retas. Ferox deu a ele um sorriso amigável e acenou com a cabeça, e Remus
acenou de volta, sorrindo incontrolavelmente.

Ferox claramente teve um verão fantástico - seu cabelo louro estava um pouco mais claro, sem
dúvida descolorido pelo sol. Estava mais comprido e agora ele o usava torcido para trás em uma
cauda longa e cheia de nós. Seu rosto estava ainda mais castigado pelo tempo, e seu nariz um tanto
vermelho e ligeiramente descascado pela queimadura de sol. Ele arregaçou as mangas, como de
costume, revelando braços bronzeados e uma estranha marca de queimadura.

"Bom verão?" Ele perguntou à classe, que assentiu e murmurou afirmativamente. Ele sorriu e bateu
palmas, “Excelente! Espero que todos tenham tido um bom descanso e que estejam prontos para
começar a trabalhar em criaturas com classificação XXXX neste semestre! Primeiro, vamos fazer
uma rápida recapitulação do trabalho do último semestre, depois ver quem fez a leitura de verão
...”
O próprio Remus tinha acabado de terminar a leitura naquela manhã - e nem tinha começado os
textos extras que Ferox lhe emprestara. Ele lamentou profundamente ter perdido todo o verão
sendo imprudente agora, e já tivera que implorar à professora McGonagall uma semana extra para
entregar suas anotações de Transfiguração. Ele suspeitou que ela só cedeu depois de uma conversa
com Madame Pomfrey, o que o fez se sentir ainda mais culpado, já que ele sabia que era capaz de
vencer a maior parte da classe mesmo depois de suas piores transformações.

"Você está sendo muito duro consigo mesmo," Sirius disse a ele, enquanto eles eram expulsos da
sala comunal na noite anterior por monitores que os mandavam ir para a cama. "É o início do ano -
se você vai fuder tudo, é muito melhor se você fuder tudo agora."

Remus tinha acabado de olhar para ele,

"Fácil para você falar! Alguns de nós realmente tem que estudar para tirar notas boas! Além disso,
são os NOMs no próximo ano! Não posso abaixar meu nível agora.”

"Argh, por favor, não mencione os NOMs", disse James, colocando-se entre eles rapidamente em
uma tentativa nada sutil de evitar uma discussão, "McGonagall e Flitwick já colocaram medo em
mim. E por que decidimos fazer Adivinhação?!”

“Eu gosto bastante de Adivinhação,” Peter disse, pensativo, jogando sua pilha de livros, “Profecias
e coisas assim. É emocionante.”

“É tudo besteira.” Sirius deu ao menor maroto um olhar fulminante. "Você só gosta porque é bom
em Astronomia."

"Não é só isso", disse James, astutamente, colocando o pijama, "Notou que Pete tem uma dupla
nova este ano?"

"Ohhh sim!" Sirius sorriu, "A divina Desdemona Lewis, da Corvinal!"

Remus ergueu os olhos para Peter com surpresa e o observou ficar em um tom chocante de
escarlate da gola do pijama azul até a raiz do cabelo amarelo.

"Cala a boca.” Ele murmurou, subindo na cama, "Ela é só uma amiga."

"James," Sirius disse, em uma voz muito solene, "O que diabos vamos fazer se o pequeno Petey
aqui der um amasso adequado antes de qualquer um de nós?"

"Bem, sua reputação estaria em frangalhos, para começar." James respondeu, da mesma maneira
séria.

“O que eu tenho, senão minha reputação?” Sirius sorriu de volta, indo para a cama.

Remus bufou em desaprovação e puxou com força as cortinas da cama, voltando ao livro e
esperando que todos entendessem a mensagem. Se entenderam, não importou.

"Claro, que se eu beijar antes de você, não doeria." James disse: "Eu estou no time de quadribol."

"Você não tem meu magnetismo animal." Sirius respondeu.

Houve um *tump* alto e um 'ei!', E Remus presumiu que o travesseiro de James havia cruzado a
sala e feito contato com a cabeça de Sirius.

"Eu aposto que -" James começou,


"Oh não ..." Peter gemeu, "Por favor, não ..."

“... aposto com vocês DEZ GALEÕES que posso conseguir uma garota para me beijar dentro de
um mês.”

"Dez?!" Peter engasgou.

"Feito!" Sirius respondeu. "Você vai ver, Potter."

Remus, que havia perdido toda a capacidade de se concentrar em seu livro, bufou alto novamente e
decidiu dormir. Patético. Não eram mais apenas as meninas, agora até mesmo os marotos estavam
obcecados por beijos. Provavelmente seria Sirius quem ganharia a aposta - embora James tivesse
um bom argumento sobre o time de quadribol.

Ele sentiu pena de Peter, que tinha ficado muito quieto. Remus tentou não pensar no fato de que
nenhum de seus amigos fez qualquer comentário sobre sua probabilidade de dar um beijo. Ele
deveria estar em uma classificação ainda mais baixa do que pensava.

Remus ficou incomodado com isso a semana toda, até sua aula de Trato das Criaturas Mágicas,
com a qual ele agora estava sonhando acordado.

Quando a palestra de Ferox chegou ao fim, Remus percebeu que não havia feito nenhuma
anotação. Ele olhou para baixo, em pânico, e viu um pedaço de pergaminho dobrado com cuidado.
Quem colocou isso lá? Ele olhou ao redor, furtivamente, e então abriu.

Por favor, diga a Sirius que acho ele lindo. Effie Scunthorpe x

Calor subiu por seu pescoço quando Remus enrolou a nota em uma bola e a enfiou no bolso. Era
exatamente isso. Todo mundo tinha perdido a cabeça.

***

Além de lutar contra os hormônios em fúria que agora pareciam infectar cada um dos círculos
sociais de Remus, houve outra mudança notável na atmosfera de Hogwarts. Mesmo que James não
tivesse explicado a ele que o mundo bruxo estava em guerra, Remus achava que teria percebido por
si mesmo este ano.

Os sonserinos - que sempre se consideraram um nível acima das outras casas e, portanto,
mantinham uma certa distância - tinham se retraído ainda mais para dentro de si mesmos agora.
Eles se reuniam em grupos nas salas de aula, permaneciam em sua sala comunal e se moviam pelos
corredores em bandos ameaçadores. Estudantes nascidos trouxas também estavam andando juntos,
Remus havia notado, e os professores pareciam estar mais presentes que nos anos anteriores.

Isso não impediu que certos incidentes ocorressem, no entanto. Qualquer um que não fosse um
puro-sangue rapidamente se tornou adepto de feitiços defensivos, e até mesmo os marotos trocaram
travessuras por proteção.
“Onde estão os malditos monitores quando você precisa deles?!” James reclamou, tendo acabado
de lançar alguns feitiços engorgio bem posicionados em um grupo de Sonserinos do sexto ano que
estavam atormentando um lufano do primeiro. Os adolescentes de manto verde estavam fugindo,
agora, segurando suas várias extremidades que inchavam rapidamente.

"Acho que até os monitores estão com medo," Sirius respondeu, encostando-se na parede,
parecendo entediado enquanto James ajudava o lufano a se levantar. "Covardes."

“Tudo o que eles podem fazer é distribuir detenções e tirar pontos da casa,” Remus acrescentou, “E
eu não acho que os sonserinos se importam mais com isso. Eu ouvi Mulciber na semana passada
dizendo que todos eles deveriam tolerar ‘punições triviais pela promessa de uma recompensa
maior’”.

"Mulciber disse isso?" Sirius arqueou uma sobrancelha, "Caramba, ele é mais eloquente do que eu
pensava."

"É, ou ele está repetindo o que disseram a ele", James rebateu, observando o menino menor correr
em direção à cozinha.

"Qual vocês acham que é a recompensa?" Pete perguntou, arranhando o dedo do pé nas lajes.

"Dinheiro? Poder? Vida eterna? " Sirius suspirou, rolando para longe da parede e cambaleando
pelo corredor. “Godric sabe. Eles não vão conseguir, no entanto. "

"Por que não?"

"Porque, Petey, nós vamos vencer."

***

No final de setembro, Snape ainda não havia feito seu ataque. O que deixou Remus um pouco
nervoso - e ele se perguntou se essa era a intenção. Suas únicas matérias compartilhadas neste ano
eram Poções e Aritmancia. Felizmente, Aritmancia era uma aula relativamente tranquila, que
envolvia principalmente tomar notas e descobrir equações. Poções, sendo mais práticas, davam a
Snape (e aos sonserinos como um todo) espaço para uma interferência muito maior.

Como haviam combinado no primeiro dia do semestre, Lily e Remus se tornaram parceiros,
compartilhando um caldeirão e dividindo notas e instruções. Isso claramente enfureceu Snape, que
mal tirou os olhos deles o tempo todo. No entanto, Remus teve que admitir que isso parecia ter
muito menos a ver com ele do que com a própria Lily.

"Vocês se afastaram ou algo assim?" Remus perguntou, uma tarde enquanto Severus abria caminho
para deixar as masmorras. Lily suspirou, cansada,

"Não, não exatamente." Ela disse. “Ele ficou irritado quando a Mary e Marlene vieram me visitar
no verão, só isso. Acha que eles não são do ‘tipo’ certo. Eu tenho que lembrar a ele que também
sou nascida trouxa. "
“Por que você aguenta isso?”

"Eu não aguento, de verdade", respondeu ela, parecendo triste, "Eu sempre brigo com ele quando
ele fala esses absurdos puro-sangue, e às vezes acho que ele me escuta. Mas ... bem, não é fácil
para ele, sabe. "

James não estava tornando as coisas mais fáceis; qualquer um poderia ver isso. Ele e Sirius
convenientemente montaram seu próprio caldeirão ao lado do de Remus e Lily, e desde que
fizeram sua aposta, a perseguição de James por Lily havia aumentado.

Bem, James Potter era uma verdadeira estrela no campo de quadribol - isso não podia ser negado.
Ele era elegante e gracioso; ele pensava taticamente e se movia com sutileza simples.

Quando se tratava de Lily, ele não era nenhuma dessas coisas.

"Me dê um beijo, Evans!" Ele tentou, durante a primeira aula.

Lily ficou tão chocada que balançou a varinha ferozmente no ar, virando o conteúdo do caldeirão
de James. Ele e Sirius ficaram manchados de azul brilhante por uma semana inteira.

Na semana seguinte, destemido, James tentou novamente. Desta vez, ele consultou seu pai, que
sugeriu que ele tentasse elogiar o alvo de seus afetos.

“Eu gosto muito do seu cabelo”, disse ele, confiante, assim que ela se aproximou da bancada de
trabalho.

"Mm." Ela respondeu, sem olhar para cima.

"Sim, é tão ... hum ... ruivo."

Remus viu a mandíbula de Lily trincar. Ela odiava ser chamada de ruiva - ela disse a ele uma vez
que tinha sido provocada por seu cabelo na escola primária. Remus deu um passo para trás, vendo
Lily pegar sua varinha enquanto se virava para James com um sorriso falso.

"Gosta tanto assim, não é?" Ela perguntou. Sirius, que estava observando Remus, deu um passo
para trás também. O pobre James estava muito animado por finalmente ter a atenção dela e acenou
com a cabeça vigorosamente.

"Ah sim, eu acho que é-"

“Rufusio!” Lily sussurrou, apontando a varinha para ele.

Sirius gargalhou tão alto que metade da classe se virou para olhar, e Remus teve que cobrir a boca
para esconder sua própria risada. A confusão de James tornou tudo ainda mais engraçado, até que
Marlene entregou a ele seu espelho compacto para que ele pudesse ver seu cabelo ruivo recém-
brilhante.

Demorou 48 horas para passar, mas não adiantou de nada. Mesmo depois de dois dias inteiros
sendo chamado de 'raposinha' e 'cabeça de cenoura' (entre alguns apelidos um pouco mais rudes)
onde quer que fosse, James permaneceu completamente inabalável em sua adoração.

"Só tenho que ser paciente", disse ele, sonhador, passando a mão pelos cabelos castanhos
avermelhados bagunçados, "Tudo que valhe a pena, exige esforço."

“É impressionante.” Sirius sussurrou em voz alta para os outros, "Eu meio que não quero ganhar a
aposta, porque ele facilitou muito.”

"Ah sim," James bufou. "É por isso."

"Ah, cala a boca, botão de cobre."


Capítulo 60: Quarto ano: Outubro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Quando os beijos de Lily não aconteceram, James exigiu que eles estendessem a aposta para o ano
inteiro. Sirius, por sua vez, disse que nesse caso deveria valer o dobro dos galeões, o que deixou
Peter pálido. Remus mais uma vez registrou sua desaprovação de tudo, e exigiu que o excluíssem
da aposta.

Ele tinha coisas muito melhores para gastar seu tempo - e não gastaria mais dinheiro do que o
necessário. Os outros teriam que ficar felizes com um sapo de chocolate cada no Natal, porque ele
simplesmente não tinha dinheiro suficiente. Remus sabia que precisaria guardar até o último nuque
até o momento em que fizesse dezessete anos, para começar sua missão de encontrar Greyback.

Sua investigação até agora havia sido infrutífera. Ele havia reuniu o maior número possível de
edições antigas do Profeta Diário, na biblioteca e largadas na sala comunal. Algumas das edições
mais recentes tinham artigos que mencionavam bandos de lobisomem - mas quase não havia
nenhum detalhe ou nenhum nome mencionado. No final, Remus foi forçado a concluir que
ninguém realmente sabia nada de sólido. Ele imaginou que lobisomens eram difíceis de encontrar,
especialmente se fossem bruxos comuns na maior parte do tempo.

Perguntar a Ferox parecia o próximo passo mais sensato. O professor de Trato das Criaturas
Mágicas sugeriu que sabia mais do que inicialmente revelara a Remus no semestre passado – mas
Remus ainda não havia conjurado a força de vontade para ir perguntar, ainda estava se recuperando
da notícia de que Ferox havia trabalhado com Lyall. No entando, ele precisava criar coragem antes
de voltar, e planejar suas perguntas com cuidado o suficiente para que Ferox não suspeitasse de
nada.

Outubro começou e terminou com lua cheia naquele ano, o que parecia muito injusto,
especialmente porque significava que Remus perderia o banquete de Halloween. Ainda assim, o
clima estava excepcionalmente quente, e os marotos passavam a maior parte de seu tempo livre
aproveitando o lado de fora sob um céu azul claro, cercado pelos vermelhos e marrons dourados do
outono mais lindo que Remus conseguia se lembrar.

Nos fins de semana, ele se acomodava nas arquibancadas de quadribol com vários livros,
pergaminho e uma pena, e completava seu dever de casa e leituras antecipadas, ocasionalmente
levantando os olhos para assistir a um dos truques de James, ou torcer para o pobre Peter, que
muitas vezes ficava preso como o goleiro. Às vezes, Marlene praticava com eles, o que tornava as
tardes ainda mais agradáveis, pois Lily e Mary inevitavelmente apareciam por lá.

Sirius não conseguia ficar parado durante esses treinos. Ele alternava entre tentar se concentrar em
seu dever de casa, pular em sua vassoura para voar com James e rabiscar táticas complexas que
achava que o time da Grifinória deveria usar em seu primeiro jogo, marcado para novembro.
"Temos que vencer a Sonserina este ano." Ele continuou resmungando. “Tenho que mostrar para
eles.”

A Sonserina havia ganhado a taça de Quadribol no ano anterior, e era um ponto extremamente
doloroso para os Grifinórios - particularmente Sirius, já que Narcissa e Regulus estavam no time
vencedor. Este ano foi era apenas Regulus, que substituiu sua prima mais velha como apanhador.
Remus só soube disso por James; Sirius não mencionou nada.

“Você precisa se inclinar mais na vassoura, quando dá um golpe,” Sirius estava dizendo a Marlene,
que acabara de se sentar para descansar. Ela estava com o rosto vermelho, cabelo loiro colado nas
têmporas úmidas e não estava com humor para os comentários de Sirius.

“Eu acertei nove de dez balaços.” Ela respondeu, ofegante: “Acerto dez nos meus melhores jogos.
Nem mesmo Mulciber não consegue fazer isso."

"Não tente ser melhor do que a concorrência," Sirius lhe censurou, piedosamente, "Você só tem a
si mesmo para vencer."

"Olha, Black, se você acha que pode fazer melhor, tem testes para batedores na terça-feira."

"Nah." Ele acenou com a mão, desviando o olhar. "Você me venceu, de forma justa."

"Dois anos atrás."

Ele não respondeu, e Marlene apenas deu de ombros, então se levantou cambaleando e voltou para
o campo, onde James estava chamando por ela.

Remus estava lendo seu livro durante essa conversa e não queria interferir. Ele lançou um olhar
para Sirius, que estava inclinado para frente na arquibancada, o queixo apoiado nos braços
enquanto observava o treino. Peter fez uma defesa decente e os olhos de Sirius brilharam. Remus
mordeu o lábio e pensou bastante, antes de dizer baixinho,

"Tem dois batedores em um time de quadribol, sabe."

"Caramba, Moony," Sirius respondeu sarcasticamente, sem tirar os olhos do campo, "Quatro anos e
você finalmente aprendeu algo sobre o jogo."

Remus ignorou isso, e só murmurou um resmungo.

"Sabe qual é o seu problema?"

"Me diga."

"Você é orgulhoso."

Sirius riu.

"E você não é?"

"Talvez. Mas eu daria um batedor de merda, não é? "

Sirius ficou quieto novamente. Remus suspirou pesadamente, fechando seu livro, guardando-o em
sua bolsa, "Olha, você vai se odiar mais tarde se não se der a chance. Você vai ficar aqui sentado
torcendo por James por mais três anos? " Ele se levantou, "Estou congelando, vou indo para a
biblioteca. Vejo você no jantar? "
"Aham, até lá, Moony."

Naquela terça-feira, Remus foi assistir aos testes do time da Grifinória e não disse nada quando viu
Sirius chegar, vassoura na mão. Ele nem mesmo sorriu presunçosamente, embora quisesse muito.
Duas horas depois, Grifinória tinha seu novo batedor, e Remus percebeu que agora tinha que
dividir seu dormitório com dois James.

- Exceto por uma diferença muito importante - enquanto Sirius era sem dúvida cheio de paixão
pelo esporte, ele parecia não ter a disciplina de James. Particularmente nas manhãs.

"Acorda-acorda!" James gritou, animadamente, ao sair do banheiro, o cabelo brilhando e molhado -


a única vez que ele ficava controlado em sua cabeça. Ele colocou os óculos e balançou a varinha na
direção da cama de Sirius, abrindo as cortinas.

Passou-se uma semana após os testes, e essa cena estava se tornando comum. Remus já estava
acordado, quase vestido para o café da manhã, planejando ler uma hora antes das aulas
começarem. Ele estava amarrando os cadarços enquanto observava James e Sirius começarem sua
nova rotina matinal.

Sirius, que era pouco mais do que um pedaço disforme sob o edredom, gemeu como um troll
descontente.

“Cai fora, Potter,” ele sibilou, enterrando a cabeça sob o travesseiro.

"Você queria estar no time, Sirius, meu velho amigo. Vamos lá, levanta ... Leviocorpus! "

Com isso, o corpo de Sirius voou no ar, aparentemente puxado por alguma força invisível,
deixando-o pendurado de cabeça para baixo no ar enquanto James ria histericamente.

“Não acredito que funcionou! Estou tentado fazer isso desde o Natal passado.”

"Me solta seu idiota!"

"Seja educado!"

"Me solta!"

"Finite."

Sirius caiu no chão com um baque, e saltou imediatamente, esfregando o braço em que pousou.

"Puta merda!" Ele sorriu para James, “Isso foi incrível! Agora, me deixe tentar.”

"Ok!"

***

A levitação corporal não se tornou uma característica regular do dormitório masculino do quarto
ano, mas tentar arrastar Sirius para fora da cama, sim.

"Só um dia de folga por semana, Potter, estou te implorando!" Ele gemeu na mesa do café, numa
manhã de domingo. Ele mal abria os olhos, a cabeça pendurada apoiada no cotovelo.

"É você quem quer destruir a Sonserina." James respondeu, alegremente, passando manteiga em
algumas torradas e passando-as para o amigo. Sirius olhou para a oferta com desdém e desviou o
olhar, fechando os olhos novamente. James suspirou, “Não só você também. A escola inteira quer
ver eles acabados. Pense nisso como fazer a sua parte pelo esforço de guerra.”

"Achei que você estivesse fazendo a sua parte azarando eles nos corredores." Disse Remus,
comendo uma fatia da torrada de Sirius.

"Exatamente." Sirius grunhiu, os olhos ainda fechados. “E isso pode ser feito em uma hora
razoável.”

“Este é o único momento em que podemos encaixado os treinos”, disse James, começando a soar
um pouco irritado agora, “Não adianta ir depois de escurecer, o campo fica lotado à noite e as aulas
começam às nove.”

"Mesmo se eles começassem meio-dia, você teria problemas para levantar Sirius." Peter disse, a
boca cheia de mingau.

“Podíamos arranjar um vira-tempo.” Sirius bocejou, sem um traço de humor, "Os alunos que
precisam de seu sono de beleza deveriam receber eles."

“O que é um vira-tempo?” Remus perguntou, pegando a segunda fatia de torrada de Sirius.

"Volta no tempo, obviamente," Sirius disse, mordaz.

“Eles são ilegais.” James disse rapidamente: “Sem a permissão do ministério. E muito, muito
perigosos.”

"Eu sou perigoso se não dormir o suficiente," Sirius resmungou.

“A Diretora costumava fazer todos nós levantarmos às seis nos fins de semana,” disse Remus,
pensativo, engolindo o resto de sua torrada. “Ela achou que era saudável, ou coisa do tipo. Um dos
meninos mais velhos entrou em seu quarto uma vez e mexeu com o despertador, e nós escapamos
com duas horas extras na cama todos os dias durante uma semana até ela perceber.”

"Os trouxas são engenhosos." James riu. “Mas fique longe do meu despertador.”

"Mmm." Remus murmurou, perdido em pensamentos. Ele podia sentir o início de uma ideia
surgindo.

"Oh não, nós o perdemos." Sirius disse, observando Remus. “Provavelmente sonhando acordado
com rabicurtos e pelúcios de novo - eu juro que Trato das Criaturas Mágicas é o único assunto que
ele se preocupa esses dias.”

"Deixe Moony em paz e coma o seu café da manhã." James castigou. "Quero você no campo em
cinco minutos."

“Tudo bem ...” Sirius suspirou pesadamente, e olhou para seu prato, “Ei! Onde está meu café da
manhã??”
“Tenho que ir,” Remus disse, levantando-se de repente, “Biblioteca. Vejo vocês em poções.”

As madrugadas eram os momentos favoritos de Remus na biblioteca - tudo era tão limpo e
arrumado, e ele geralmente tinha o lugar só para ele. Poucos alunos estavam com vontade de
estudar de primeira, mas Remus descobrira que durante certas fases da lua ele mal dormia cinco
horas por noite, então ele era um visitante regular.

A ideia demorou um pouco para se formar adequadamente, mas ele queria que fosse clara e
completa antes de apresentá-la aos outros marotos. Então, pelo menos, seria totalmente sua
pegadinha. Remus sentiu a necessidade de deixar sua marca em algo este ano. Todo mundo parecia
estar focado em outras coisas - a guerra, ou quadribol, ou "a grande corrida de amassos", como
Sirius tão eloquentemente apelidou. Eles nem mesmo tentaram se esgueirar para a Dedosdemel
nenhuma vez. Remus sentia intensamente que os marotos precisavam de uma pegadinha - e uma
grande.

Ele perdeu meia hora pesquisando feitiços de tempo complexos e complicados; encantamentos para
parar o tempo, acelerá-lo, desacelerá-lo ou até mesmo dobrá-lo. (Ele não tinha certeza de como o
dobra de tempo funcionava, mas não parecia agradável, ou dentro do seu escopo de habilidade).
Eventualmente, ele chegou à conclusão de que estava pensando demais, como sempre. Este não era
um problema mágico - era mecânico.

Quando o dia letivo estava prestes a começar, Remus localizou a passagem de que precisava em
Hogwarts: Uma História, e estava satisfeito por ter um plano para o final da semana. Ele saiu para
Poções de muito bom humor - um que foi rapidamente destruído quando ele percebeu que estava
sendo seguido.

A sensação de estar sendo observado o incomodou enquanto ele estava na biblioteca, mas como
geralmente era um lugar quieto e solitário, ele atribuiu isso a uma imaginação hiperativa. E sempre
havia a possibilidade de que Madame Pince estivesse espreitando atrás dele, montando guarda
sobre seus preciosos livros. Por volta das 8h45, os corredores estavam lotados de alunos correndo
para suas aulas, conversando e rindo, tomando café da manhã às pressas em qualquer lugar ou
rabiscando dever de casa de última hora. Embora a política deste ano de Remus tenha sido de
nunca viajar sozinho, o corredor estava bem lotado e havia grifinórios o suficiente ao redor caso
algo acontecesse.

No entanto, quando ele começou a descer o primeiro lance de escadas que conduzia à masmorra, a
sensação de formigamento voltou mais uma vez. Como regra, Remus tentava ignorar instintos
como esse - eles pertenciam ao lobo, e ele se ressentia da intrusão. Mas não conseguiu se livrar e
pegou sua varinha, segurando-a com força.

Finalmente, a apenas um corredor de distância da sala de aula de Poções, ele fez uma curva errada
deliberadamente e correu para trás de uma tapeçaria. Ele esperou. Com certeza, apenas alguns
segundos depois, Severus Snape espiou pela esquina, parecendo confuso. Irritação ferveu na
garganta de Remus, e antes que ele pudesse pensar sobre isso razoavelmente, ele apontou sua
varinha para o sonserino e ecoou,

“Petrificus Totalus!”

Snape ficou rígido, um olhar de surpresa em seu rosto que teria sido cômico, se Remus não
estivesse tão zangado. O garoto de cabelos pretos caiu no chão, braços e pernas retos como uma
tábua, completamente paralisado. Seus olhos pretos redondos olharam ao redor, freneticamente,
enquanto Remus saía de seu esconderijo. Ele deu um chute - não muito forte, apenas na canela - e
sorriu para Severus.
"Pare de me seguir, seu esquisito." Ele disse. "Não te avisei?"

Snape olhou impotente para ele, e Remus riu antes de ir para Poções com um passo rápido.

Chapter End Notes

Nuque: Os bruxos da Grã-Bretanha utilizam uma moeda própria, cujos valores são
divididos entre galeões, sicles e nuques.É importante lembrar que a própria J.K.
Rowling já revelou em uma entrevista, em 2001, que um galeão equivalia a
aproximadamente 7 libras esterlinas na época.

493 nuques = 1 galeão.

29 nuques = 1 sicle.

17 sicles = 1 galeão.
Capitulo 61: Quarto Ano: Novembro (Parte 1)
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

“Não se esqueçam, preciso daquela redação de três páginas sobre as semelhanças e diferenças entre
thunderbirds e fênixs até sexta-feira, no máximo.” Professor Ferox gritou. "Sem desculpas."

Mary e Marlene gemeram enquanto guardavam suas coisas.

"Eu me esqueci completamente disso", sussurrou Marlene, "E eu tenho treinos quase todas as
noites esta semana - temos a partida contra a Corvinal no domingo."

"Vou te emprestar minhas anotações." Remus respondeu, guardando cuidadosamente o papel. “É


bem fácil.”

“Domingo é o aniversário do Sirius também, não é?” Mary perguntou, pensativa.

"Sim, como você sabia?"

"Bem, nós meio que saímos ano passado." Mary disse, arrogantemente, resmungando para Remus.
"E vocês sempre fazem tantas comemorações nos aniversários que é muito difícil se esquecer.
Deus, espero que Grifinória vença para que ele esteja de bom humor. "

"Sim." Remus concordou. Ele não tinha pensado nisso. Havia planejado revelar seu grande plano
para uma pegadinha no aniversário de Sirius, em vez de um presente adequado. Agora ele se
perguntava se deveria comprar algo - embora eles não fossem para Hogsmeade por mais algumas
semanas. Ele sempre poderia dar a Sirius um maço de cigarros, mas parecia um pouco barato,
especialmente porque Sirius sabia que eles eram roubados.

Andromeda já havia enviado alguns presentes antecipadamente, por meio dos Potters, e James os
tinha escondido embaixo da cama. Mais discos, é claro - Remus esperava muito que um deles fosse
o novo LP do Bowie, Diamond Dogs.

"Estou indo para o corujal, preciso enviar algo para Darren", disse Mary, quando eles deixaram a
sala de aula. "Você vem, Marls?"

Marlene parecia um pouco chateada, então Remus disse rapidamente,

“Vou para a biblioteca, se você quiser pegar essas anotações?”

"Sim, obrigada Remus!"

Eles se despediram de Mary e começaram a caminhar juntos na direção oposta. Remus gostava
muito de Marlene - ela era bem alta para uma menina e ele não precisava torcer o pescoço para
falar com ela o tempo todo. A não ser pela sua explosão emocional no final do terceiro ano, ela era
uma pessoa muito objetiva, o que Remus achava muito tranquilizante em comparação a Mary, que
sempre fora uma pessoa muito divertida, mas às vezes, era um pouco demais.

"Obrigada", Marlene sorriu para ele, "Sabe, eu amo ela, mas há um limite para a quantidade de
vezes que eu posso revisar suas cartas indecentes para Darren."

“Cartas indecentes ?!” Remus ficou boquiaberto. Marlene riu,

"Sim, é horrível. Ei, Remus, posso te perguntar uma coisa? "

"O que?"

"Hum ... Sirius gosta de mim?"

Remus lutou contra sua reação inicial, que foi de desespero. Parecia que ele ainda não havia
passado uma semana do novo ano sem ter que ouvir os problemas românticos de alguém. Por que
todos achavam que ele era a melhor pessoa para conversar? Quando ele deu a impressão de estar
interessado no assunto, mesmo que remotamente?

"Não sei." Ele disse, esperando não soar muito irritado. "Você teria que perguntar a ele."

“Eu não acho que ele me daria uma resposta direta,” Marlene riu. "Desculpe, é só que ele está
agindo muito estranho perto de mim durante o treino de quadribol."

"Esquisito?"

“Sim, apenas comentários e outras coisas. É um pouco chato, para falar a verdade, eu realmente
não gosto dele tanto quanto antes - você sabe, ele está sempre querendo chamar atenção, ele
sempre foi mais o tipo de Mary. "

“Que comentários?”

"Coisas sobre eu dar um beijo nele para dar sorte, ou algo ... Talvez seja a ideia dele de flertar, ou
talvez seja uma piada - você nunca sabe com James e Sirius, não é?"

De repente, Remus percebeu o que estava acontecendo, e ficou meio zangado e envergonhado por
Sirius.

"O que?" Marlene disse, parando do lado de fora da biblioteca, "Que cara é essa?"

"Ugh, Marlene, olha, eu realmente sinto muito por isso, mas ..." e ele explicou a ela tudo sobre a
aposta.

Ok, sim, ela provavelmente contaria a Mary, e Mary provavelmente contaria a todo mundo do ano -
mas os meninos mereciam isso, na opinião de Remus. Havia um prazer distinto em arruinar as
chances de Sirius de ganhar a aposta estúpida. Felizmente, Marlene era uma garota muito sensata e,
no final da explicação de Remus, ela estava rindo.

"Faz muito sentido!" Ela disse, ofegante, “James ficava tentando impedir Sirius de falar comigo e
tudo mais. Aqueles meninos! Eles são completamente ridículos. "

"Sim." Remus sorriu, aliviado por mais alguém compartilhar essa opinião.

“Ah, ótimo, agora eu posso me divertir um pouco com isso,” Marlene sorriu, quando entraram na
biblioteca, abaixando suas vozes. Ela então acrescentou, um pouco melancólica: "É uma pena que
James não tenha tentado. Ele poderia ter uma chance.”
Remus ergueu as sobrancelhas.

"Bem, ele só tem olhos para a Lily, então..."

Marlene suspirou,

“Essa é uma batalha perdida. Ainda assim, não importa.”

Eles se acomodaram em sua mesa favorita, que ficava perto da maior janela e fornecia uma boa luz
natural. Remus puxou suas anotações e mostrou a Marlene como ele havia listado todas as
qualidades dos thunderbird, depois as fênix, e começou a comparar as duas. Grata por sua ajuda,
Marlene ofereceu suas anotações de Astronomia, e os dois passaram horas consideráveis
escrevendo. Até que, eventualmente, perceberam que era a hora do jantar.

"Remus," Marlene disse, baixinho, enquanto eles terminavam, "Todos os marotos estão nessa
aposta, ou só James e Sirius?’’

"Er ... eu acho que Peter está também. Ele pode estar um pouco arrependido agora, no entanto."

"Então você, não?"

"Não!" Ele respondeu, um pouco mais alto do que pretendia.

"Que pena", respondeu ela, com os olhos brilhando, "porque aposto que você poderia vencer."

Ele bufou,

"Até parece."

"As garotas gostam de você! Você é muito legal, gentil e inteligente.”

"Claro que não."

"Eu ficaria com você."

"Ah meu Deus, Marlene ..." Remus começou a andar um pouco mais rápido, sentindo as orelhas
muito quentes, "Você é minha amiga!"

“Sim, mas só para você ganhar a aposta.” Ela sorriu, acompanhando seu ritmo. Ele havia se
esquecido de como ela era atlética, ao contrário dele, que ainda tinha um quadril ruim. "Não há
ninguém que você goste?"

"Não. Vamos, estou com fome.”

Não era uma mentira, Remus pensou consigo mesmo. No entanto, parecia uma.

***

“VAI VAI GRIFINÓRIA VAI VAI!” Remus cantou junto com todos os outros. Ter Peter girando
freneticamente o cachecol de lã sobre a cabeça como um lunático, ajudava a mitigar qualquer
constrangimento que Remus pudesse sentir por si mesmo.
Ele estava nervoso, no entanto; mais nervoso do que estivera no primeiro jogo de James e Marlene;
porque Sirius - embora fosse muito bom em voar - nem sempre tomava as melhores decisões sob
pressão. E quadribol era um esporte perigoso, se você fosse imprudente.

Metade da multidão estava vestida de azul, a outra metade de escarlate, e uma cacofonia
ensurdecedora de vaias e gritos explodiu quando os dois times entraram em campo. James estava
visível como sempre com seu cabelo bagunçado, e de longe os dois batedores da Grifinória eram
da mesma altura, distinguíveis apenas por seus rabos de cavalo de cores diferentes aparecendo sob
seus capacetes - um loiro, um preto.

Remus sentiu seu coração na boca quando os jogadores montaram em suas vassouras, agacharam-
se ligeiramente e se lançaram no ar com o apito. Era difícil saber quem seguir, já que James subia e
descia o campo como um relâmpago em busca da goles, enquanto Marlene e Sirius se separavam,
cobrindo diferentes lados do campo, com os bastões girando no ar.

Os dois batedores tinham estilos muito diferentes - Marlene era focada e tendia a seguir os
jogadores em vez dos balaços para proteger melhor seus companheiros de equipe. Sirius preferia
uma tática diferente - ir diretamente atrás das bolas agressoras, não importando onde elas
estivessem, e jogando-as o mais longe possível do jogo.

“Este é o primeiro jogo de Black e ele está obviamente dando tudo de si”, a voz do comentarista
ecoou na multidão, “Sem dúvida, ele recebeu bastante treinamento de Potter - que acabou de
marcar o primeiro gol! Essa é a Grifinória na liderança com dez pontos!”

Remus estava muito nervoso para poder comemorar junto com todos os outros, estando tonto após
tentar seguir seus três amigos no ar.

“Como eu estava dizendo”, o comentarista, uma lufana do sétimo ano, continuou, “Temos muito
talento do lado da Grifinória este ano - Potter, é claro, e McKinnon, que é uma das melhores
batedoras que os grifinórios já tiveram em anos, e agora Sirius Black, a ovelha negra de uma
genuína dinastia de quadribol - você se lembrará de sua prima, Narcissa Black da Sonserina, uma
das melhores apanhadoras que Hogwarts já teve, e é claro, o irmão Black mais novo, Regulus, que
assumiu o lugar de Narcissa depois de uma temporada como artilheiro. Há rumores de que há
brigas entre os Black, então você pode apostar que a partida Grifinória vs Sonserina no próximo
semestre será ...”

“Se concentre no jogo em andamento, Srta. Darcy!” McGonagall disparou no megafone.

“Desculpe, professora! Então é Dunelm da Ravenclaw com a posse da goles, ela atira, ela --- oooh,
e ela erra... "

O jogo continuou, e Remus esperava que Sirius não tivesse ouvido os comentários - trazer à tona a
família Black era uma maneira infalível de quebrar sua concentração. Mas não, tudo parecia bem -
ele estava batendo nos balaços com um pouco mais de vigor, mas isso poderia facilmente ser por
culpa da adrenalina.

No final do jogo, tornou-se evidente que as preocupações de Remus foram desnecessárias. Sirius
poderia agir como se não levasse o quadribol a sério fora do campo, mas claramente ter uma
plateia aplaudindo fazia maravilhas com sua concentração.

Assim que o apanhador da Grifinória pegou o pomo - terminando a partida em 300-110 em favor
da Grifinória, os dois batedores voaram para o chão. Remus viu Sirius lançar um braço galante em
volta dos ombros de Marlene e se inclinar - apenas para ser desviado habilmente quando ela
ofereceu sua bochecha para ele beijar.
***

A Sala Comunal estava uma confusão de vermelho, dourado e rock naquela noite. Toda a casa veio
para comemorar a vitória da Grifinória e o aniversário de Sirius. Remus, pelo menos, havia
vendido mais cigarros do que durante todo o ano até agora - ele tinha vindo preparado, presumindo
corretamente que os alunos mais velhos estariam bebendo, tornando-os mais inclinados a pagar por
uma dose de nicotina. Ele mesmo evitou qualquer bebida que parecesse suspeita, lembrando-se de
suas ressacas infernais do verão.

Sirius e James estavam em seus melhores humores, é claro, gargalhando e se deleitando com os
parabéns de seus colegas. Peter ficava perto o suficiente para aproveitar os holofotes, mas não tão
perto a ponto de atrapalhar.

Remus ficou feliz em assistir à distância, conversando com Lily e Mary e saboreando os lanches
trazidos da cozinha. Ele sabia que não teria a chance de divulgar seu plano até muito mais tarde,
mas estava tudo bem. Melhor todos se divertirem, ainda havia muito tempo.

Em algum ponto, Sirius finalmente conseguiu abrir seus presentes - um kit de conserto de vassouras
de James, muito chocolate de Peter e de Andromeda nada menos que três novos álbuns; Dark Side
of the Moon, Country Life (que tinha uma capa tão incrivelmente explícita que todos os garotos
quiseram segurar enquanto riam, o que fez Remus querer morrer de vergonha) e Diamond Dogs.

"Ohh!" Remus disse, incapaz de conter sua empolgação enquanto segurava o tão esperado disco
em suas mãos, acariciando a bizarra e assustadora obra de arte. “Coloca este primeiro? Por favor?"

Sirius sorriu,

"Qualquer coisa por você, Moony!" E colocou o disco no lugar na plataforma giratória que era o
toca-disco.

Owww ooooooohhhhh ...

O toca-discos uivou, enviando um arrepio de choque pela espinha de Remus - o grito de um lobo.
Ele olhou para James e Sirius em alarme. Eles pareciam tão surpresos quanto ele, embora Sirius
abriu um sorriso quando a voz de David Bowie encheu a sala, como se estivesse recitando um
feitiço.

And in the death...

As the last few corpses lay rotting on the slimy thoroughfare,

The shutters lifted in inches in Temperance Building,

High on Poacher's Hill,

And red, mutant eyes gaze down on Hunger City…

Toda a sala comunal estava desconfortavelmente quieta enquanto esse poema horrível e sombrio
era recitado, sem saber ao certo para onde olhar enquanto os cães uivavam e ganiam ao fundo. Isso
fez Remus se sentir escuro e sujo - mas ele achou que tinha gostado; como se Bowie estivesse
falando diretamente com ele. Especialmente quando as linhas finais foram gritadas:
"This ain't Rock'n'Roll!

This is genocide!"

***

"Um mês inteiro?!" Sirius sussurrou alto.

"Trinta dias, sim." James respondeu, no mesmo sussurro estrondoso, "Se fizermos isso durante o
verão ..."

"Vocês se esqueceram do feitiço silenciador, idiotas." Remus gritou.

"Droga." Mais farfalhar.

Já passava da meia-noite do dia do aniversário de Sirius, e a festa há muito havia sido interrompida
pelos monitores. Os marotos subiram as escadas para dormir sonolentos e cansados, mas
aparentemente James e Sirius tinham mais energia sobrando e agora estavam em uma conferência
privada na cama de James. Remus tinha uma boa ideia do que eles estavam falando, mas decidiu
deixá-los assim por enquanto. Ver até onde eles iriam. Ainda assim, ele sabia que eles perceberiam
que haviam esquecido o feitiço eventualmente, e decidiu que era melhor ser honesto.

Remus e Sirius colocaram suas cabeças para fora de suas respectivas cortinas ao mesmo tempo.

"Desculpe, Moony." Sirius sorriu, "Nós acordamos você?"

"Nah," Remus deu de ombros, "Eu estava ... na verdade, eu estava pensando numa pegadinha..."

"Pegadinha?!" A cabeça de James juntou-se à de Sirius no espaço entre as cortinas, "Quem disse
pegadinha?!"

Remus sorriu, timidamente. Ele pensou que teria que esperar até o próximo fim de semana para
contar a eles, mas James magnanimamente abriu as cortinas da cama ainda mais, "Por favor, Sr.
Moony", disse ele, "Entre em nosso escritório ..."

Ansiosamente, Remus saiu de seu emaranhado de lençóis e caminhou descalço pelo chão frio do
quarto até a cama de James. Sentiu como se tivesse esperado quatro anos por um convite.

"Bem?" James perguntou, sério, apontando a luz de sua varinha para Remus como um microfone.
"Nos diga!"

“Só um segundo,” Remus revirou os olhos, retirando sua própria varinha, “Muffliato! ”

"Ele é muito inteligente para nós." Sirius disse, secamente.

"De fato." James concordou.

Remus os ignorou; eles estavam agitados e tolos pela falta de sono, ele teria que pelo menos dar a
eles a essência de seu plano antes que eles finalmente caíssem no sono.

"Lembra quando eu estava contando sobre o despertador da Diretora?" Ele perguntou a eles,
rapidamente. Os meninos assentiram obedientemente como cocker spaniels. "E como
costumávamos mexer nele para não ter que acordar mais cedo?" Mais concordâncias, “Bem, eu
estava pensando sobre como isso poderia ser aplicado a Hogwarts. Eu fiz algumas pesquisas e -
você sabia que todos os relógios desta escola são controlados por um relógio mestre? O grande que
fica fora do Salão Principal.”

"Oh, MOONY!" Sirius gritou, de repente se jogando em Remus, jogando os braços em volta dele
com tanta força que os dois tombaram para trás na cama. Assustado, Remus tentou afastá-lo, mas
Sirius segurou firme, fingindo soluçar em seu ombro de alegria, "Você LEU Hogwarts: Uma
História! Um de vocês finalmente leu! Você agora é meu maroto favorito! "

"Sai de cima, idiota!" Remus falou, finalmente forçando-o a se afastar e se esquivando ainda mais
longe na cama, James rindo dos dois.

"Ninguém jamais imaginaria que você é o mais velho, Black", James sorriu. “Moony, por favor,
continue. O grande relógio ...?”

"Certo, sim," Remus ajeitou sua camisa de dormir, sentindo-se muito quente e corado com o
ataque repentinamente, "Err ... então ... hum ... eu tive essa ideia ... eu ..." Isso não era bom, ele
havia perdido completamente a linha de raciocínio, agora tudo o que ele conseguia pensar era o
quão idiota e irritante Sirius era.

“O grande relógio controla todos os outros,” Sirius completou, rapidamente, notavelmente lúcido
agora, “É um feitiço que garante que todos os relógios do castelo estejam perfeitamente
sincronizados. Mesmo os que trazemos de casa são reassentados - até mesmo relógios trouxas. É
uma boa dose de magia. "

“Sim,” Remus acenou com a cabeça, voltando ao plano, “Sim, exatamente. Então, estou pensando;
se o relógio estiver errado ou se mover cinco minutos, o mesmo ocorre com todos os outros. E isso
afetaria os horários das aulas, refeições e ... bem, praticamente todo o funcionamento do castelo. E
se começássemos bem devagar - digamos, avançando cinco minutos por noite - ninguém notaria
por anos, não é? Quero dizer, como alguém poderia notar, se todos os relógios são iguais? "

Ele terminou, recostando-se e olhando para James, porque ele ainda estava irritado com Sirius por
perturbá-lo e quase estragar tudo. O cérebro de James estava trabalhando em alta velocidade -
Remus sabia disso porque ele empurrou os óculos para trás no nariz. Finalmente, ele olhou para
Sirius e sorriu.

"Nosso Moony conseguiu de novo!"

Chapter End Notes

Thunderbird (na tradução literal para o portugues chama-se aves-trovão) é uma grande
ave mágica, mais comumente achada no Arizona no sudoeste dos Estados Unidos. É
parente da Fênix. Os thunderbirds podem criar tempestades enquanto voam e são
muito sensíveis ao perigo. Há uma casa na escola de magia e bruxaria de IIvermorny
nomeada em homenagem a essa criatura.

O thunderbird é um passáro mítico que traz tempestades na crença dos índios norte
americanos.

Eu sou muito fã do Bowie e acho que esse pode ser um dos motivos de ter me
apaixonado por essa fic e decidido traduzir ela junto com a Paula, vou deixar aqui o
link para quem quiser procurar o poema sombrio interpretado pelo Bowie no início do
LP de Diamond dogs. Se não conseguirem acessar pelo link, só pesquisem no youtube
David Bowie Diamond Dogs Side One.

https://www.youtube.com/watch?v=uyjD318r1bs

Cocker Spaniel é uma raça inglesa de cachorros que são brincalhões, dóceis e
companheiros.
Capítulo 62: Quarto ano: Novembro (Parte 2)
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Segunda-feira, 4 de novembro de 1974

"Não sei não." Peter disse, torcendo as mãos novamente. "A professora McGonagall diz que não
devemos mexer com o tempo."

"Não vamos" Sirius resmungou, já tendo explicado o plano duas vezes. "Esta é uma brincadeira
trouxa, Peter, enfie isso na sua cabeça dura!"

"Não." Remus franziu a testa, sentindo pena de Peter, que ficou de mau humor o dia todo porque
havia sido deixado de fora do planejamento noturno. "Não estamos mexendo com o tempo, Pete,"
Remus explicou gentilmente, "Estamos apenas mexendo com os relógios."

Peter olhou para Remus, então para James buscando confirmação.

"Está bem." Ele disse, devagar. "Acho que entendi."

Eles concordaram em fazer isso o mais rápido possível e lutaram para terminar as aulas naquele dia
com a crescente expectativa para seu plano diabólico. Remus teve que calar James e Sirius mais de
uma vez quando a empolgação deles levou a melhor - eles não eram muito sutis na maior parte do
tempo.

“Não vai funcionar se alguém mais souber disso.” Remus sibilou na hora do almoço quando Mary
perguntou sobre o que eles estavam cochichando. "Então calem a boca! Eu sei que vocês sabem
manter um segredo se realmente tentarem.”

Eles mal podiam esperar que a noite caísse e o castelo ficasse vazio e quieto. Já fazia muito tempo
que não ficavam juntos depois de escurecer e, embora fosse uma tarefa muito simples, todos
queriam ir.

Havia um problema. Agora, era muito mais difícil colocar os quatro sob a capa do que há três anos.

"Peter, você fica aqui." Sirius disse, após a terceira tentativa.

"Por que eu?" Pedro protestou: “Por que sou sempre o único deixado de fora?!”

"Não estamos deixando você de fora, idiota, isso é puramente uma preocupação logística." Sirius
revirou os olhos.

"James!"
"Eu vou ficar," Remus ofereceu. “Eu sou o mais alto, é minha culpa.”

"Mas foi ideia sua," Sirius lamentou, "Você não pode perder!"

Remus encolheu os ombros,

“Iremos muitas vezes. Vamos fazer isso mais de uma vez.”

"Mesmo com três é um aperto." Disse James. "Black, Pettigrew, fiquem de fora."

"Por que eu?!" Sirius e Peter reclamaram ao mesmo tempo.

"Porque." James disse, os lábios se curvando, "A ideia é do Moony e a capa é minha capa."

Foi preciso um pouco mais de discussões, massagens no ego e muitas promessas de que todas as
noites eles se revezariam, só para ser justo, antes que os dois marotos rejeitados concordassem.
Logo depois, Remus e James estavam se esgueirando pela sala comunal da Grifinória sob a capa,
andando na ponta dos pés ao passarem por alguns alunos do sétimo ano dormindo inconscientes em
cima de seus livros para os NIEM.

"Espero que os dois parem de brigar se dermos a eles uma hora a sós." James sussurrou, quando
eles deixaram o buraco do retrato e entraram no corredor escuro e vazio.

"Por que Sirius está sendo um idiota com Peter, afinal?" Remus perguntou o mais baixo possível.
Eles não queriam incomodar Pirraça - ou pior ainda, Sra. Norris.

"Todas as garotas sabem sobre a Grande Competição do Amasso," James respondeu, movendo-se
lentamente para que Remus pudesse acompanhar, "Sirius acha que Pete contou a elas.”

"Por que ele pensaria isso?"

“Você conhece Black,” James disse com um sorriso na voz, “Adora tirar conclusões precipitadas.
Normalmente conclusões erradas.”

"Você não acha que foi Peter, então?" Remus perguntou, inocentemente.

"Moony." James bufou: "Eu sei que foi você."

"Ah."

"Não me incomodou", James riu baixinho, "No mínimo, melhorou minhas chances de ganhar a
aposta."

"Marlene se ofereceu para me beijar," disse Remus, de repente, "Mas eu disse a ela que não estava
na aposta."

Ele não tinha certeza do por que resolveu contar a James - ou por que escolheu um momento tão
inoportuno para fazê-lo. Supôs que só queria que alguém soubesse. Talvez fosse uma coisa de
ostentação - foram eles que não o incluíram na competição em primeiro lugar.

"Ha," James riu, "Não diga a Sirius, ele nunca vai superar isso."

"Ela te beijaria." Remus acrescentou, caridosamente, "Ela me disse que faria."

"Infelizmente, não é para ser", respondeu James, casualmente. Remus ficou pensativo por um
tempo, mas eles haviam chegado ao relógio agora, na parte inferior da grande escadaria.
Era muito grande e muito bonito, com uma vasta moldura de mogno entalhada com várias criaturas
- com os rostos e mãos moldados em ouro cintilante - e plantas mágicas.

Remus puxou sua varinha e se concentrou cuidadosamente em desarmar os feitiços de proteção


colocados ali por um grande mago há muito tempo. Levou um longo tempo; eram complexos e
intrincados, entrelaçados como renda fina. Mas lento e cuidadosamente, um por um, ele sentiu a
magia se soltar com um leve estalo em algum lugar na sua barriga. Ele sorriu para James.

"Aqui vamos nós."

James acenou com sua própria varinha para o relógio, e o ponteiro mais longo rolou cinco minutos
para trás. Ele olhou para seu próprio relógio e ambos viram a sincronização acontecer. James riu
baixinho.

“Olha Moony, eu sabia que tinha que ser você. Vamos, é melhor voltar. "

Eles voltaram a subir as escadas, mais rápido agora, tontos de triunfo. No topo, Remus teve que
parar para respirar por um momento. Ele apoiou a mão no ombro de James para se equilibrar, e o
outro garoto esperou pacientemente.

"Ei, James?"

"Sim?"

"Você realmente vai perder a aposta para o Sirius só pela Lily?"

As costas de James enrijeceram um pouco, mas ele não parecia irritado.

"Talvez eu não perca."

"Mas Lily nunca vai ..."

"Sou eu quem estou fazendo as aulas de Adivinhação, Lupin, não você."

"Sim, mas ela te odeia."

"Ela não me odeia." James riu. "Lily Evans não tem um pingo de ódio em seu corpo."

Remus não disse nada sobre isso, sabendo que era verdade. James continuou: "Só não é hora ainda,
isso é tudo. Mas eu não me importo. "

"Ah." Disse Remus. Pela primeira vez, ele percebeu que James não simplesmente gostava de Lily.
Era algo completamente diferente. Remus queria fazer mais perguntas, mas ele não sabia como -
ele não era Sirius, não poderia ser tão descarado.

Quando eles voltaram para o quarto, Sirius estava andando de um lado para o outro, e as cortinas
estavam fechadas ao redor da cama de Peter. Pode-se presumir que eles não usaram o tempo para
resolver suas diferenças.

"E?" Sirius praticamente latiu, ansioso, enquanto James e Remus tiravam o relógio.

"Feito." James disse, simplesmente, bocejando e se dirigindo para sua própria cama. Ele deu um
tapinha no ombro de Sirius ao passar por ele, "Aproveite seus cinco minutos a mais de sono"
***

E assim a pegadinha continuou. Todas as noites naquela semana, dois marotos desciam as escadas
sob a capa da invisibilidade e executavam o feitiço para mover o ponteiro dos minutos cinco graus
para trás, de modo que no sábado de manhã, todos os relógios de Hogwarts estavam atrasados vinte
e cinco minutos. Até agora, ninguém parecia ter notado, e James e Sirius estavam ficando
inquietos.

"A questão é," Sirius bocejou durante o café da manhã, em seu uniforme de quadribol amarrotado
com os olhos sonolentos. “Não estamos realmente dormindo meia hora extra, não é? Não estamos
indo para a cama mais cedo. "

"Não, bem, essa não era realmente a intenção ..." disse Remus, tentando fazer um sanduíche com
torrada, marmelada, geléia de morango e outra torrada.

“Ainda assim, acho que deveríamos ter algum benefício disso tudo.”

“A satisfação de um trabalho bem feito?” Remus respondeu, secamente, antes de morder sua
criação. Geleia de fruta doce caiu por entre as torradas, escorrendo por seus dedos. Sirius fez uma
careta - ele tinha aversão a coisas pegajosas.

O brilho de uma genialidade anônima aparentemente não era suficiente para Sirius. Na manhã
seguinte, Remus acordou muito antes de seu despertador tocar, e quando ele checou seu relógio de
cabeceira, viu que aparentemente ainda eram 7h. Ele se aproximou e sacudiu Sirius.

"O que você fez ontem à noite?" Remus perguntou, assim que Sirius finalmente acordou, "Você e
James voltaram o relógio, não é?"

"Só queria dormir mais, só isso ..."

"O quanto você voltou?"

"Não sei, uma hora ou duas?"

"O que?!"

"O que??" Sirius parecia genuinamente surpreso. "Não é esse o objetivo da pegadinha?"

"Bem ..." Remus suspirou. Qual era o objetivo? Não poderia durar para sempre, de qualquer
maneira. “Isso ainda sim é demais. Vou ver se consigo adiantar um pouco esta noite. "

Sirius deu de ombros, rolou e voltou a dormir.

Algumas pessoas comentaram como era estranho acordar em plena luz do dia no inverno às sete
horas da manhã, mas como era domingo de qualquer maneira, Remus achou que eles tinham se
safado. Naquela noite, Remus e Peter desceram as escadas como de costume, e Remus tentou
corrigir a imprudência de Sirius.

“Podemos colocar para que acordemos mais cedo no próximo sábado?” Peter perguntou, incerto -
Remus ainda não tinha certeza se Peter havia entendido completamente o que eles estavam
fazendo.

"Não vejo por que não," Remus deu de ombros. "Por que você quer acordar cedo?"
"É um fim de semana em Hogsmeade e eu ia me encontrar ... hum ... não, nada."

"Quem??"

"Por favor, não diga a James ou Sirius!"

"Quem, Pete?"

“Desdemona Lewis.”

"Oh ... Não, não vou contar a ninguém."

Remus foi para a cama com o coração pesado naquela noite. Ele sentia que havia perdido todos os
seus amigos agora - o único que não queria falar constantemente sobre suas relações com o sexo
oposto era Lily. E ele se sentia um pouco culpado perto de Lily, por ter arruinado indiretamente o
projeto de Poções deles.

Para ser justo, todos na classe foram arruinados;

"Minha nossa," Professor Slughorn coçou a cabeça, completamente confuso com as poções inúteis
que todos haviam produzido. “Todos deixaram fermentar pelo tempo correto? Deve ser exatamente
vinte e quatro horas...”

Todo mundo tinha, é claro. Ou pensaram que sim. Foi realmente culpa de Sirius, Remus disse a si
mesmo.

Sirius, é claro, achou todo o episódio imensamente divertido, e isso apenas o inspirou a correr
riscos ainda maiores. O problema era que Remus não conseguiria impedi-lo. Cada vez que Sirius
tinha que descer e mudar o relógio, ele se certificava de que iria com Peter ou James. E sempre que
Remus se oferecia para ir, Sirius desistia.

"Eu sei o que você está fazendo." Remus disse a ele, quando eles acordaram em uma 'manhã' com
o sol já em seu ponto mais alto no céu.

"E eu sei o que você está fazendo," Sirius respondeu com um sorriso, "Senhor certinho."

Era verdade - Remus estava descendo a cada duas noites e tentando consertar qualquer destruição
que Sirius havia causado, de modo que na terceira semana de novembro os relógios estavam todos
girando descontroladamente para um lado e para outro, às vezes alterados em até quatro horas. O
principal problema era que Sirius não dizia a ele o quanto ele estava mudando, então Remus estava
tendo que adivinhar suas correções.

"O que diabos está acontecendo?!" Mary disse, certa manhã no café da manhã, depois de talvez
apenas quatro horas de sono - Remus se arrependia disso, mas foi a única maneira de recuperar
terreno no ridículo cabo de guerra com Sirius.

O café da manhã havia se tornado um evento muito estranho - parecia que os elfos domésticos na
cozinha estavam mais confusos do que qualquer outra pessoa sobre as horas do dia, e estavam em
desacordo sobre qual refeição deveriam servir. Como tal, ovos mexidos estavam sendo servidos
junto com purê de batata e molho; pernas de cordeiro acompanhadas de flocos de milho, e uma ou
duas vezes todos haviam chegado para jantar e nada havia aparecido. Sirius e James estavam
adorando cada minuto disso, é claro.

"O que você quer dizer?" James perguntou, indiferente. Sirius não estava falando naquela manhã,
apenas bocejando e ocasionalmente lançando olhares raivosos para Remus.
“Alguém mais está dormindo muito mal?” Mary perguntou, desesperadamente. Ela estava
começando a parecer muito cansada - seu cabelo escuro estava saindo de suas tranças em espirais
grossas, e seus olhos estavam ligeiramente vermelhos. "E o que está acontecendo com o tempo?"

"Sim, estava muito escuro ontem", Marlene bocejou, "Mas hoje começou a clarear às seis ou algo
assim."

“Hogwarts é um lugar muito misterioso e mágico.” Disse James. “Quem somos nós para questionar
seu funcionamento interno?”

Enquanto isso, Remus estava muito preocupado com a lua cheia que se aproximava. Ele achava
que era em breve, mas de qualquer maneira, não havia como ter certeza. Se Sirius não diminuísse
as mudanças, ele poderia perder completamente o controle do tempo e apenas se trancaria na Casa
dos Gritos por uma semana. Não sabia como explicar isso para Madame Pomfrey - mas se ele não
fizesse algo a respeito, então correria o risco de se transformar em algum lugar do castelo.

***

Quarta-feira, 27 de novembro de 1974

Na quarta semana, Remus achava que nenhum dos marotos tinha a mais vaga ideia de que horas
deveria ser. Ele desistiu de tentar corrigir Sirius e, em vez disso, achou melhor deixar as coisas
acontecerem. Tudo finalmente chegou a um ponto crítico quando, enquanto bocejava durante uma
aula de Transfiguração, Peter de repente olhou pela janela e arfou.

"O que foi, Pettigrew?" McGonagall retrucou - ela estava muito mais irritada do que o normal. Na
verdade, todo mundo estava, e Remus resolveu nunca mais bagunçar o padrão de sono de ninguém
novamente.

"N-nada, professora." Peter baixou os olhos apressadamente.

Mas era tarde demais; toda a classe, incluindo McGonagall, agora estava olhando pela janela
também - e assistindo ao nascer do sol às onze horas da manhã.

"Oh, pelo amor de Deus!" McGonagall disse. “Classe, eu quero todos vocês no Salão Principal de
uma vez. Estou chamando o Diretor. "

Menos de uma hora depois, Remus estava se sentindo extremamente nervoso cercado pelo resto da
escola enquanto esperavam que Dumbledore falasse com eles. Ele não tinha visto muito o diretor
naquele ano; o velho costumava faltar às refeições agora, e McGonagall disse que ele estava
simplesmente viajando a negócios para o ministério. Ainda assim, ele estava aqui agora, e Remus
não conseguiu evitar a sensação de enjoo na boca do estômago, quando o bruxo de cabelo branco
se aproximou do púlpito.

"O que você acha que está acontecendo?" Lily perguntou a Remus. Mary estava cochilando em seu
ombro.

"Não faço ideia", respondeu ele, esperando que soasse convincente.


"Parece," Dumbledore começou. Ele falava muito suavemente para um professor, Remus sempre
pensara - mas de alguma forma todos ficaram quietos. “Que temos alguns piadistas entre nós.”

Imediatamente, todos no salão se viraram para olhar para Remus, Sirius, James e Peter. Remus
continuou olhando para frente, ignorando-os; Peter começou a sacudir o joelho ansiosamente,
olhando para James, que sorriu de volta para o público de maneira afável. Remus não conseguia
ver o que Sirius estava fazendo, mas com certeza seria algo ridículo e altamente desrespeitoso.
Ainda assim, Dumbledore não fez acusações, apenas sorriu agradavelmente e continuou, “Fiquem
tranquilos, pois os relógios estão sendo corrigidos e as medidas tomadas para garantir que isso não
aconteça novamente. Nesse ínterim, acho que todos nós poderíamos descansar um pouco - estou
cancelando o resto das aulas de hoje, para serem retomadas em nosso horário normal - e correto -
amanhã de manhã.”

Houve um murmúrio coletivo de apreciação por esta notícia.

"Sim!" Sirius sibilou, "Benefícios!"

"Agora," Dumbledore ergueu os braços, "Podem ir, usem este tempo com sabedoria!"

Todos no Salão se levantaram e começaram a caminhar cansados em direção às portas. Os marotos


estavam prestes a fazer o mesmo, quando McGonagall apareceu atrás deles, colocando a mão nos
ombros de Sirius e James.

"Esperem." Ela disse. "Vocês quatro."

Remus engoliu em seco, enquanto o resto da escola desocupava a salão, até que fossem apenas os
quatro deles, Dumbledore e McGonagall.

“Então,” Dumbledore sorriu gentilmente, “Qual de vocês teve a ideia, hein? Ou foi um esforço
coletivo?”

Os quatro meninos se entreolharam, depois encararam o chão. Dumbledore riu, "Admirável." Ele
disse com aprovação: “Então teremos que tratá-los todos igualmente, hein? Acho que dez pontos
serão tirados de cada um, você concorda, Professora McGonagall?”

"No mínimo!" Ela acenou com a cabeça, "E detenções!"

“Vou deixar isso em suas capazes mãos, então. Só uma coisa, rapazes.”

Todos olharam para cima, estremecendo enquanto se preparavam para a repreensão.

"Todos vocês são claramente bruxos muito talentosos," Dumbledore continuou a sorrir. Peter fez
um barulho estranho. “Isso é muito claro. Era um feitiço simples, sim, mas altamente eficaz. Esse
tipo de pensamento os levará longe. Mas talvez um pouco mais de premeditação e planejamento da
próxima vez? Assim poderiam não ter sido descobertos tão rapidamente.”

“Três semanas não é nada ruim!” Sirius deixou escapar. James o chutou, mas Dumbledore riu.
McGonagall ficou vermelha de raiva.

"Então, serão três semanas de detenção, Black!"

Sirius baixou rapidamente a cabeça e James murmurou baixinho,

"Idiota."
Capítulo 63: Quarto ano: Dezembro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

I'm torn between the light and dark

Where others see their targets, divine symmetry

Should I kiss the viper's fang?

Or herald loud the death of man

I'm sinking in the quicksand of my thoughts

And I ain't got the power anymore

Quicksand by David Bowie

Quarta-feira, 4 de dezembro de 1974

Todos receberam três semanas de detenção com McGonagall - o que significava escrever a mesma
frase repetidas vezes em um papel e lição de casa extra - e foram banidos de Hogsmeade até o ano
novo, para horror de Peter. A pobre Srta. Lewis teria que esperar.

Isso também significava que Remus não poderia comprar nenhum presente de Natal para seus
amigos, mas ele estava grato por essa desculpa. Até agora, Lupin possuía uma pequena fortuna
(aos seus olhos, pelo menos) de dez galeões e doze sicles. Não estava nem perto da herança de
James, é claro, ou mesmo da de Sirius, herdada de seu tio - mas era mais do que Remus jamais
tivera, mesmo em dinheiro trouxa.

Ele já havia começado a fazer planos para o momento em que completasse dezessete anos.
Aprender como aparatar era o principal - ele tinha que ter certeza que conseguiria. Então,
compraria suprimentos suficientes e começaria sua busca. E ele achava que sabia por onde
começar.

Nesse semestre, desde que voltou para Hogwarts, Remus estava lendo O Profeta Diário do início
ao fim. Pegava emprestado a cópia de James e fazia anotações em particular - geralmente na
biblioteca, onde os outros marotos não o incomodariam. Estava procurando por qualquer coisa;
ataques, avistamentos, rumores. Qualquer coisa relacionada a lobisomens ou "criaturas das trevas
não identificadas". Havia muito pouco ali - James afirmou que isso acontecia porque o ministério
não queria assustar ninguém.

Mas ainda havia pistas. Às vezes, havia histórias sobre aurores interrompendo ‘reuniões ilegais’ -
sempre em lugares distantes; nas Hébridas exteriores, ou em Brecon Beacons. E sempre
aconteciam na noite anterior à lua cheia. Isso era uma evidência sólida, no que dizia respeito a
Remus - Greyback estava reunindo seguidores, e ninguém mais parecia se importar; até mesmo os
aurores estavam sendo casuais sobre isso. Exatamente como aconteceu com Lyall.

No início de dezembro, Remus estava preocupado o suficiente para consultar Ferox.

O curso de estudos de Trato das Criaturas Mágicas deste ano provou ser tão fascinante quanto do
ano anterior, e a dedicação de Ferox ao ensino não diminuiu. Ele até insinuou trazer um seminviso
real como um presente de Natal, embora Remus não tivesse ideia de onde conseguiria uma.

O professor levou todos eles até o lago para uma aula, onde Ferox teve uma longa e aguda
conversa com um dos sereianos que moravam lá. Ninguém tinha a menor idéia do que eles estavam
falando, mas tinha sido interessante mesmo assim, e Remus tinha feito alguns diagramas muito
úteis.

Foi segurando esses diagramas, e a redação, que Remus se aproximou do escritório de Ferox em
uma tarde sombria de dezembro. Já que Sirius e James estavam agora no time de quadribol, era
muito mais fácil para Remus fugir e conduzir seus próprios negócios pessoais - ultimamente sendo
caçador de lobisomens ou o principal fornecedor de tabaco de Hogwarts. Lily perguntou se ele
queria ir à biblioteca - ele achava que ela devia estar se sentindo um pouco solitária neste semestre,
já que ela costumava perguntar se ele queria ir para lá ou para cá com ela. Ele não havia notado se
ela estava passando menos tempo com Mary e Marlene, mas quem sabia com as meninas?

De qualquer forma, tendo se livrado de todas as outras responsabilidades, Remus bateu na porta do
escritório de Ferox.

“Entre,” a familiar voz cantante com sotaque de Liverpool chamou. Remus sorriu e entrou.

"Oi, professor", disse ele, segurando seus papéis.

"Lupin! Sente-se, sente-se,” - Ferox sorriu para ele por trás de sua mesa. Ele parecia estar fazendo
reparos em uma gaiola dourada muito grande; sua mesa coberta com ferramentas, fios e outras
bugigangas que não pareciam pertencer ao escritório de um professor.

"Eu estou com minha redação sobre os sereianos aqui", ele a colocou no único pedaço livre da
superfície.

"Caramba, Remus, você é ansioso!" O professor Ferox sorriu, guardando suas ferramentas em uma
bolsa de couro. “Isso não era para ser entregue até o último dia do semestre.”

Remus deu de ombros, secretamente emocionado.

"Eu já tinha terminado, então achei melhor entregar agora."

"Muito bom. Quer um chá? "

"Sim por favor."

Ferox empurrou a grande gaiola para o lado e acenou com a varinha, casualmente. A varinha de
Ferox era mais curta do que a de Remus e mais grossa, feita de algum tipo de madeira nodosa,
como se tivesse sido arrancada diretamente de um galho de árvore. Um bule apareceu do nada,
seguido por duas xícaras e pires que caíram ruidosamente sobre a mesa. Eram muito velhos e
lascados em alguns lugares.

“Opa,” Ferox sorriu, envergonhado, “Nunca tive muita sutileza com encantamentos. Esse é o
antigo conjunto da minha vózinha."
Remus sorriu educadamente e usou sua própria varinha para servir o chá. Ele achava levitação
muito fácil e Ferox parecia impressionado. "Minha avó costumava beber no pires e tudo," ele
murmurou, nostalgicamente, levando a xícara aos lábios, "Achava que era elegante, bendita seja."

Remus nunca sabia o que dizer quando as pessoas começavam a falar sobre seus parentes. Levou
quatro anos para aprender que as pessoas que tinham famílias, não queriam realmente ouvir sobre
as experiências de pessoas que não tinham. Isso as deixava desconfortáveis. Ferox pareceu notar a
reticente educação de Remus e mudou de assunto "A este ponto, ela ofereceria um biscoito e um
cigarro, mas acho que os dois acabaram."

Remus ergueu a sobrancelha e procurou dentro do bolso.

"Aqui, senhor", disse ele, oferecendo uma caixa de marlboro.

“Ah, então os rumores são verdadeiros, hein? Nosso contrabandista residente.”

Remus deu de ombros novamente, cuidadosamente tentando mascarar sua empolgação enquanto
Ferox realmente aceitava um cigarro e o acendia cuidadosamente com a ponta da varinha.

“Como você fez isso?!” Ele perguntou, tentando com sua própria varinha, sem sucesso. Ferox riu,

"Vem cá", e Remus se inclinou sobre a mesa para permitir que Ferox acendesse seu cigarro. "É
melhor eu não te ensinar", o professor deu uma piscadela, "É um hábito terrível."

Remus sorriu através da nuvem de fumaça, dando uma longa tragada.

"Então," Ferox disse, recostando-se na cadeira, "presumo que essa seja mais do que apenas uma
visita social, jovem Lupin?"

"Erm ... sim, mais ou menos," Remus acenou com a cabeça, limpando a garganta, "Eu só tinha mais
algumas perguntas sobre ... bem, eu não sabia a quem perguntar, e você disse ano passado que eu
sempre poderia vir até você."

"Claro. É sobre o seu pai? "

"Ah não," Remus balançou a cabeça veementemente, "Ele não."

Ele pode ter soado um pouco mais enérgico do que pretendia - mas estava farto de Lyall Lupin e do
sentimento terrível, vazio e de culpa que sentia quando pensava no homem. Ele não queria saber
mais sobre o passado - isto era sobre o futuro.

Remus deu outra tragada, deixando seus nervos se acalmarem. "É sobre Greyback."

“Remus ...”

“Eu mereço saber.” Ele disse sombriamente, perdendo o sorriso. "Essa é a minha vida."

Ferox olhou para ele por um longo tempo, antes de suspirar.

“Igualzinho a seu pai. Ok, o que você quer saber? Não que haja muito que eu possa te dizer. Pelo
que todos sabem, ele ainda é um fugitivo procurado. "

“Pelos artigos que você me deu, um deles disse que o ministério pensava que ele estava tentando
formar um exército, é por isso que ele gosta de ... crianças.”

"Isso é apenas um boato." Ferox disse, as sobrancelhas franzidas, "Não há evidências."


"Eu sou evidência." Remus disse, inconscientemente pressionando a mão ao lado do corpo, onde a
pior cicatriz de todas estava escondida sob seu uniforme.

"Ainda não quer dizer ... bem, se ele tivesse tentado fazer isso nos anos 60, nós já teríamos
escutado sobre isso nessa altura, hein?"

Essa era uma linha de raciocínio errada, na opinião de Remus, ele acenou com a mão,

“Houve ataques, se você for ler os jornais com atenção. O Lorde das Trevas, ele é a pessoa perfeita
para encorajar Greyback, pelo que ouvi. Algo precisa ser feito para impedir que as pessoas se
juntem a eles. Para impedir ... que pessoas como eu se juntem a ele.”

"Eu não sei o que você sabe sobre esse tal 'Lorde das Trevas'," Ferox respondeu, rigidamente, "Mas
ele só está interessado em pureza do sangue. Ele consideraria alguém como Greyback um mestiço.
Abaixo dele.”

Remus pensou em Snape e nos outros sonserinos, e imediatamente descartou essa teoria também.

"Ele pode não o respeitar, mas contanto que Greyback faça o trabalho - e se ele conseguir
seguidores suficientes -"

“Você está superestimando o poder deles dois. O Lorde das Trevas é apenas um arrivista político,
alimentando-se de alguma opressão percebida; ninguém o leva a sério. Ninguém que importa. E
Greyback - bem, ele é praticamente um abandonado, um lunático delirante. Nenhum deles tem
nada substancial a oferecer aos seus seguidores.”

Remus bufou,

“Sim, bem, o ministério não tem exatamente muito a me oferecer também, exceto por uma coleira
e uma jaula.”

"Remus, isso não é verdade," Ferox parecia angustiado. Remus não se importou.

"É sim! Tenho quase quinze anos, não sou mais um menino. Minhas oportunidades de emprego são
um pouco menos merda como trouxa do que como bruxo. Não posso deixar de notar que eu sou o
único em Hogwarts, que não posso contar a ninguém - ah, espere, até eu ter dezessete anos, então
eu tenho que contar a TODOS, certo? Então todo mundo sabe que deve me evitar, caso eu fique
com um pouco de fome. Greyback pode não ter muito oferecer a nós, mestiços, mas quando você
não tem nada mais a seu favor ... "

"Remus, você tem ..."

"Não! Eu LI as leis, os estatutos e a porra do registro de merda!”

Ele apagou o cigarro na borra da xícara de chá, furiosamente. A lua cheia estava a semanas de
distância, mas sua temperatura estava subindo, seu coração batia forte enquanto olhava para Ferox,
desafiando-o a responder. O próprio Ferox parecia bastante abalado, mudo. Isso por si só esfriou o
temperamento de Remus - ele pretendia ter uma discussão racional, queria aprender coisas; não
gritar com seu professor favorito. Pegou outro cigarro e acendeu-o com a caixa de fósforos que
carregava, depois empurrou a caixa sobre a mesa para Ferox.

"Fique." Ele disse baixinho, inalando: "Sinto muito. Eu não queria gritar.”

"Não há problema em gritar, Remus," Ferox sorriu fracamente, "Especialmente quando alguém não
está ouvindo e você precisa ser ouvido."
Remus olhou para ele com curiosidade. Ferox relaxou um pouco, "Eu acho que você vê a raiva
como uma fraqueza, mas não é. É bom ficar com raiva - e você tem uma boa razão para estar.
Você está certo. Todos nós precisamos nos preocupar com Voldemort, Greyback e o resto da
multidão de sangues puro. Se o ministério está tratando bruxos bons, inteligentes e perspicazes
como você desse jeito, então pessoas como o Lorde das Trevas sempre terão seguidores.’’

Remus o encarou, atordoado.

"Mas." Ferox disse: “Sempre haverá pessoas trabalhando contra eles também. E enquanto nós
continuarmos com raiva, eles não vão ganhar.”

“Eles não vão ganhar.” Remus repetiu. Ele normalmente se sentia envergonhado depois de uma
explosão como aquela, mas agora ele realmente se sentia mais calmo - até aliviado.

"E não pense por um minuto que tem você tem oportunidades de merda." Ferox ergueu uma
sobrancelha, "Se você pensa que Dumbledore moveu céus e terras para te dar uma educação só
para ver você acabar menos pior do que um aborto, então você não conhece Dumbledore, meu
garoto."

***

Sexta-feira, 20 de dezembro de 1974

Conforme dezembro avançava e as noites ficavam mais longas, o castelo foi ficando repleto de
luzes e de um pesado manto de neve. Todos pareciam mais animados do que o normal e mais
ansiosos que nunca para comemorar o Natal. Corujas voavam pelos corredores na velocidade da
luz, entregando pacotes e cartões com envelopes coloridos; a professora de Herbologia tinha
encantado azevinho e hera para se entrelaçar em cada lustre e corrimão; O Professor Flitwick podia
ser visto quase todas as noites ensinando os retratos a cantar canções de natal, e Sirius Black
terminou o semestre vestido da cabeça aos pés em ouropel.

Isso não tinha sido realmente ideia de Sirius - James tinha começado usando um feitiço de cola
permanente para fixar as decorações nos colarinhos e punhos dos robes de Sirius enquanto ele
dormia. Se ele pensou que isso poderia deixar Sirius com vergonha, ele estava redondamente
enganado - Black adorava seu novo visual e o exibia com orgulho. Na verdade, no último dia do
semestre, pelo menos quinze outros garotos o haviam copiado, assim como um grupo de garotas
que recentemente começaram a seguir Sirius.

Parecia que todas as garotas da escola descobriram sobre a Grande Competição do Amasso - e o
efeito não foi o que Remus esperava. Embora Marlene tenha agido sensatamente ao rejeitar os
avanços de Black, haviam muitas garotas em seu ano - e até mesmo no ano acima - que esperavam
ajudar Sirius a ganhar a aposta. Ele achou isso muito divertido no início, mas depois de quase um
mês sendo seguido por um bando de adolescentes rindo, recebendo bilhetes de amor cheirosos e
sendo encurralado em quase todas as esquinas, ele convocou Mary como guarda-costas.

Mary era perfeita para isso – temperamento curta, sempre pronta para falar o que pensava, e nem
um pouco interessada em Sirius.

"Você é um covarde", ela suspirou, na última noite do semestre, enquanto todos se sentavam ao
redor da lareira juntos. James estava brincando com um pomo de ouro que roubou do depósito de
jogos, tentando impressionar Lily, que estava de cabeça baixa e terminava freneticamente seus
cartões de Natal.

Peter não estava em lugar nenhum, Marlene estava jogando xadrez com Remus e Sirius acabara de
chamar Mary para se sentar mais perto dele, observando com cautela um grupo de garotas que o
observava de um canto.

"Eu não sou um covarde", respondeu ele, secamente, afrouxando a gravata, "Eu só gosto da minha
privacidade."

"Você sempre poderia beijar uma delas," Mary respondeu, se espreguiçando no sofá e colocando as
pernas no colo de Sirius. Ele deixou. "Não era esse o objetivo da aposta?"

"Bem, sim," Sirius respondeu, em um tom medido, "Mas elas não deveriam saber disso, eu deveria
conquistá-las com meu charme e beleza malandra."

"Você não está com medo, está?" Mary ronronou.

"Eu seria um louco se não tivesse medo de meninas." Sirius riu, "Vocês são todas malucas."

"Mary, qual é o sobrenome de Darren?" Lily perguntou, olhando por cima de sua pilha de cartas.

"Harvey." Mary disse: “Deus, você não está enviando um cartão para ele, está? Você só o
encontrou uma vez! "

“É bom receber cartões no Natal.” Lily sorriu, voltando a escrever.

"Tudo bem, mas não mande por coruja, ele é trouxa."

"Como você tem escrito para ele o ano todo?" Remus perguntou, genuinamente interessado.

“Eu mando as cartas para minha mãe, e ela as enfia na caixa de correio dele. Ele mora só do outro
lado do corredor. E há uma cabine telefônica perto de Hogsmeade, então já nos falamos uma ou
duas vezes.”

“Eu não sabia que havia uma cabine telefônica!”

“Sim, é um pouco antiga - um dos corvinos me disse que foi uma chave de portal uma vez durante
a guerra, mas ainda funciona.” Ela se espreguiçou novamente, "Eu mal posso esperar para ver ele",
ela suspirou. Sirius afastou as pernas dela, fingindo se inclinar e assistir ao jogo de xadrez.

"Onde você passará o Natal, Remus?" Lily perguntou, lambendo seu último envelope. "Não vai
ficar aqui, imagino?"

"Lupin e Black vão para minha casa de novo", disse James, ansiosamente. Lily deu a ele um olhar
fulminante.

"Ah, claro."

Remus estava realmente ansioso pelos Potters este ano. Ficaria apenas uma semana, pois a lua
cheia caía no dia vinte e nove, mas era mais que perfeito para ele - mal podia esperar pelos
presentes, a decoração e a comida da Sra. Potter.

"Estou morrendo de fome." Sirius bocejou preguiçosamente, "Onde está Pete? Podemos mandá-lo
para a cozinha para nós? "
“Não faço ideia de onde ele está.” James disse: "Não o vejo desde o jantar."

"Ele está fazendo as malas?" Sugeriu Lily.

"Eu vou verificar," Remus se levantou, se espreguiçando. "Também estou com fome, acho que há
alguns bolos de caldeirão no meu báu..."

"Você não diz ..." Sirius se levantou também, seguindo-o. Remus suspirou. Sirius passava metade
do tempo implorando por doces para o resto deles. Não que ele não fosse generoso com os seus -
ele apenas muito raramente parecia ter algum.

Peter não estava no dormitório, mas os bolos de caldeirão estavam.

"Queria saber o que aconteceu com ele." Remus esfregou a nuca.

"Verifique o mapa," Sirius disse, espalhando migalhas por toda parte, a boca cheia de bolo. Remus
ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada, e pegou o mapa de sua mesinha de cabeceira.

Ele lançou o feitiço localizador, e o mapa rapidamente destacou uma pequena bandeira com o
nome ‘Peter Pettigrew’. Parecia que ele estava em um armário de vassouras perto da sala de
Feitiços.

"O que ‘cê tá vend?" Sirius balbuciou, enfiando outro bolo na boca. Remus resmungou dessa vez,
dobrando o mapa.

"Não sei. Você não acha que os sonserinos o pegaram? "

"Talvez?" Sirius engoliu em seco, "Se eles colocassem um feitiço de amarração nele, ele poderia
ficar preso lá a noite toda. Vamos buscar ele, então. "

"Devo chamar James?"

"Err ..." Sirius olhou para a porta, e Remus soube na hora que ele estava com medo de passar pelo
grupo de garotas esperando lá embaixo. "Nah, vamos pegar a capa e nos esgueirar - não vai
demorar muito, e apenas dois de nós cabem, de qualquer maneira."

Remus deu de ombros, concordando. Se não demorassem muito para resgatar Peter, então talvez
eles pudessem ir para a cozinha depois. Sirius havia terminado com seus bolos. Eles se
amontoaram sob a capa juntos e correram silenciosamente escada abaixo, passando por James e as
garotas, saindo pelo buraco do retrato.

"Típico de Peter," Sirius bufou, baixinho, "Quatro anos como um maroto e ainda é uma merda em
feitiços defensivos."

"Talvez eles tenham atacado por trás," Remus sugeriu, "Ou talvez houvesse muitos deles."

Ele não sabia por quê, mas adorava contradizer Sirius. James chamava de discussão, mas Sirius
nunca deu nenhum sinal de que isso o incomodava. Eles seguiram, através dos corredores de pedra
sombrios, em direção ao corredor de Feitiços.

"Aqui, é esse?" Sirius sussurrou, quando chegaram a uma porta.

"Sim," Remus respondeu, "Ele está aí." Ele podia sentir o cheiro dele.

"Ok, varinha pronta? ... Um, dois, TRÊS!"


Sirius abriu a porta rapidamente, para grande surpresa de Peter - que não corria perigo - e
Desdemona Lewis, que gritou.

"Quem está aí?!" Ela olhou em volta, pálida e com os olhos arregalados, o cabelo despenteado e os
lábios muito rosados e molhados. Pete também olhou em volta, um pouco mais desconfiado, mas
igualmente amarrotado.

"Provavelmente apenas Pirraça."

Sirius começou a estremecer de tanto rir, e Remus rapidamente tapou a boca dele com a mão,
tentando puxá-lo para longe do armário. Pobre Peter.

"Vou voltar para a minha sala comunal, vou ter muitos problemas se for pega fora dos limites de
novo", Desdemona estava dizendo, endireitando a blusa. Ela beijou Peter delicadamente no nariz,
“Vejo você amanhã, Petey? No trem?"

“Sim ... ok ...” Peter respondeu, muito distraído, ainda olhando em volta, procurando por seu
agressor invisível. Remus agradeceu a qualquer deus que existisse por sua força superior, enquanto
Sirius lutava loucamente para se libertar e causar ainda mais danos.

Remus não o libertou até que Desdemona tivesse desaparecido na esquina. Peter já sabia da
situação, de qualquer maneira.

“Tudo bem, aparecam!” Ele puxou sua varinha assim que Remus soltou Sirius e os dois saíram de
baixo da capa da invisibilidade.

"EU SABIA!" Peter gritou,

“SEU SAFADO!” Sirius gritou, rindo tanto que estava segurando o estômago, "Há quanto tempo
isso está acontecendo?!"

"Uma semana", respondeu Peter, ficando vermelho, "Como vocês me encontraram?"

"UMA SEMANA?! Merlin, Pettigrew! O que você está pensando mentindo para nós por uma
semana inteira?!”

"Você teria zombado de mim!"

"Nós zombamos de você de qualquer maneira."

"Podemos, por favor, ir para a cozinha agora?" Remus suspirou.

"Espere até James ficar sabendo disso!" Sirius disse, soando pasmo, "Eu não consigo acreditar.
Realmente não consigo. Peter Pettigrew: Um garanhão.”

"Oh, cale a boca." Peter ficou amuado, enfiando as mãos nos bolsos. "Vou para a sala comunal,
não estou com fome."

"Bem, a maneira como você estava comendo a cara da Lewis ..."

"Cala a boca!" Peter desapareceu no próximo corredor.

Sirius riu todo o caminho até a cozinha, e ainda estava um pouco histérico no caminho de volta,
mesmo carregado com guloseimas dos elfos domésticos.

"Pelo menos isso significa que a competição estúpida de beijos acabou." Remus disse, contente,
enquanto eles se aproximavam do retrato da mulher gorda. Sirius parou no meio do caminho,
fazendo com que Remus trombasse com ele, quase derrubando sua garrafa de cerveja amanteigada.

"Ugh, eu não pensei nisso!"

"Bem, você não precisa mais pensar sobre isso agora," Remus retrucou, esfregando o cotovelo
onde havia batido, "Pete ganhou."

"Você está certo, Moony. Ugggh! Isso significa que se eu não conseguir um beijo até o final deste
ano, serei mais perdedor do que Pettigrew!”

Remus suspirou pesadamente.

Chapter End Notes

Hébridas: As Hébridas Exteriores, também conhecidas como Ilhas Ocidentais (em


inglês: Outer Hebrides ou Western Isles; oficialmente designadas pelo nome em
gaélico escocês, Na h-Eileanan Siar), são uma Área de conselho (ou Council Area),
uma das 32 novas subdivisões administrativas da Escócia, criadas em 1996.

Brecon Beacons: Brecon (em galês: Aberhonddu) é uma comunidade e cidade


mercado a sul de Powys, na zona central do País de Gales. A sua população é de 7.901
habitantes [1] Foi a principal cidade do condado de Brecknockshire e, embora tenha
deixado de o ser com a criação de Powys, permanece um centro comercial importante.
É a terceira maior cidade em Powys.

Seminviso: (em inglês Demiguise) é uma criatura herbívora pacífica que pode se
tornar invisível e dizer o futuro, o que torna muito difícil de pegar. Ele é encontrado no
Extremo Oriente, mas apenas bruxos e bruxas treinados em sua captura podem vê-los.
Assemelha-se a um macaco com grandes olhos negros e longos pelos sedosos.
Capítulo 64: Quarto ano: Natal
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Segunda-feira, 23 de dezembro de 1974

Embora Hogwarts fosse tão fascinante quanto um cartão de Natal, sob seu manto de neve, os
marotos desceram do trem em Londres e encontraram uma garoa cinzenta vinda do sul. O clima
continuou da mesma maneira durante a maior parte do feriado de Natal, o que significava que
andar de trenó estava fora de questão este ano, para grande decepção de Remus.

Os primeiros dias antes do Natal foram muito chatos, e eles compensaram fazendo idas regulares
para a vila, debaixo do enorme guarda-chuva preto do Sr. Potter, e passaram longas tardes no
cinema trouxa de lá.

Remus os convenceu a ir - ele não tinha ido assistir um filme desde que começou em Hogwarts, e a
gangue de Ste tinha falado sobre Desejo de Matar durante todo o verão, então ele estava morrendo
de vontade de ir assisitir. Foi tão emocionante quanto ele esperava; cheio de vingança e sangue - e
Charles Bronson o lembrava um pouco do Professor Ferox. James e Sirius estavam mais
interessados em descobrir como o projetor funcionava - o que estava tudo bem para Remus, porque
significava que eles concordaram em ir com ele duas vezes.

No entanto, o tédio logo levou a melhor e, na terceira visita ao cinema, uma distração se apresentou
na forma de um grupo de garotas na fila da bilheteria. Imediatamente, James e Sirius pararam de
discutir os meandros da percepção visual versus taxas de frames por segundo e começaram a agir
de forma muito estranha. James fez mais esforço para alisar o cabelo do que nunca, enquanto Sirius
começou a se encostar casualmente na parede como se fosse James Dean.

As garotas obviamente perceberam e ficaram olhando para trás e dando risadinhas. Elas devem
estar congelando, usando minissaias em dezembro, Remus pensou consigo mesmo. Finalmente, as
meninas terminaram de comprar seus ingressos e foram para a segunda sala.

"Moony," Sirius disse, sem tirar os olhos do grupo de pernas compridas que acabara de passar,
"Que tal vermos algo diferente hoje?"

"Sim," James assentiu, sem expressão.

Remus olhou para o pôster acima da porta. O Grande Gatsby. Ele torceu o rosto,

"Ugh, é um romance, porque vocês querem ver isso?" Ele protestou. Mas era tarde demais, eles já
estavam entrando na sala.

Remus se acomodou na primeira fila e se resignou ao seu destino. Talvez não fosse tão ruim - ele
gostava de Robert Redford em Dois Homens e um Destino - ele não era tão legal quanto Charles
Bronson, mas talvez ele atirasse em alguém, no mínimo.

Meia hora depois e - por mais que ele não quisesse admitir - Remus estava completamente imerso
no filme, com todos os tons pastéis e fantasias bobas. Não tinha havido nenhum tiroteio até agora,
mas ele ainda tinha esperanças e, nesse meio tempo, torcia para que Daisy criasse bom senso e
largasse seu marido horrível.

Em algum momento, Remus olhou para a esquerda, para ver se Sirius e James estavam gostando do
filme também - e descobriu que havia sido abandonado. Virando-se em seu assento, ele olhou para
a escuridão atrás dele e quase conseguiu distinguir as formas escuras de seus dois amigos sentados
na última fileira - ambos envolvidos em algum tipo de luta adolescente horrenda com duas das
garotas de mais cedo.

Mortificado, Remus se virou imediatamente, se abaixando no assento de veludo vermelho. Não


conseguiria se concentrar no filme agora - e ele estava certo, de qualquer maneira; era um romance
estúpido, chato e feminino, e Robert Redford claramente não atiraria em ninguém tão cedo. Em
uma fração de segundo, tomou uma decisão e saiu rapidamente do cinema.

Era tarde demais para conseguir um ingresso para Desejo de Matar, e o atendente atrás da
bilheteria estava lhe dando um olhar muito penetrante, então ele enfiou as mãos no fundo dos
bolsos e saiu, sentindo-se amargo e péssimo. A cidade em que os pais de James viviam era muito
mais luxuosa do que a que Remus havia crescido - era toda chalés de tijolos vermelhos bonitos e
árvores carvalho. Havia um grande parque no centro, e Remus podia imaginar o jogo de críquete
que acontecia lá no verão. Mas estava chovendo agora, e James estava com o guarda-chuva, então
Remus não teve escolha a não ser se esconder embaixo da cobertura da parada de ônibus mais
próxima.

Havia uma lojinha bem em frente, e ele a observou por um tempo, verificando os pontos de entrada
mais simples. Não que ele fosse invadir. Ele definitivamente poderia; parecia muito fácil - mas e se
o Sr. e a Sra. Potter descobrissem? Eles nunca o receberiam no Natal novamente. Pensou em voltar
para a casa, mas não queria explicar por que havia deixado Sirius e James na sala de cinema
daquele jeito. Idiotas. Ele chutou a lateral da parada com suas botas pesadas. Uma mulher idosa,
passando com seu cachorrinho escocês, fez uma careta em sua direção e, como resposta, ele xingou
em voz alta, erguendo o dedo médio.

Até James o havia decepcionado agora. James! Cuja adoração pura e honesta por Lily Evans foi a
única coisa que convenceu Remus de que beijar pode não ser tão nojento, afinal. Ele esperava algo
assim de Sirius, que nunca teve qualquer tipo de controle sobre seus impulsos de qualquer maneira,
mas James?!

"Ei, Moony!" Como por mágica, James e Sirius apareceram do outro lado da rua, sob o grande
guarda-chuva preto. Ele tentou ignorá-los, mas era um pouco estúpido, visto que eram as únicas
três pessoas ali.

"Para onde você vai?" Sirius sorriu, enquanto eles cruzavam a rua para se juntar a ele sob o abrigo
de ônibus.

"Só estou sentado aqui." Remus encolheu os ombros.

"Por que você saiu?"

"Poderia te perguntar a mesma coisa!"


"Nós só escapamos por um minuto ..."

"Ugh, não quero ouvir sobre isso." Remus tapou os ouvidos. Ele olhou para James, “E quanto a
Lily? E toda aquela história de ‘ainda não está na hora, mas não me importo’?” Remus repetiu as
palavras que James havia falado em novembro.

James pareceu chocado por um momento, mas Sirius riu com vontade e deu um tapa no ombro de
Remus,

“Ah, pare com isso. Evans não vai se importar se Potter tiver ficado com alguma garota trouxa
quando tinha quatorze anos. Se acalma, Moony.”

Isso foi o suficiente. Se havia algo capaz de deixá-lo mais furioso, era alguém pedindo para que ‘se
acalmasse’.

"Não!" Ele rosnou, "Você me fez assistir aquele filme estúpido de garotas só para poder passar a
mão em uns brotos trouxas na última fileira!"

Sirius jogou seu cabelo escuro e revirou os olhos.

“Merlin, Lupin - podemos ir ver seu amado Charles Bronson amanhã, se você quer tanto. Quer
dizer, me desculpe se queremos agir como adolescentes normais por cinco minutos.”

Algo sobre esse insulto atingiu Remus tão fortemente, que se ele tivesse sua varinha, teria
amaldiçoado Sirius ali mesmo. Do jeito que estava, ele só tinha os punhos - felizmente ele era
muito bom com eles, e socar costumava ser muito mais satisfatório do que amaldiçoar. No
momento em que James os separou e se colocou entre eles, o nariz de Sirius estava extremamente
sangrento e Remus podia sentir o início de um olho roxo se formando.

"Qual é o problema de vocês dois?!" James bufou, arrastando os dois pela chuva de volta para a
casa de seus pais.

"Ele é um babaca!" Remus cuspiu, tentando manter a garoa longe de seu olho dolorido.

"Ele é um idiota!" Sirius retrucou, com a voz abafada, segurando seu suéter molhado contra o
nariz.

"Vocês são dois imbecis", disse James, com firmeza, quando chegaram ao portão da frente.

***

A Sra. Potter consertou os dois muito rapidamente - ela era tão rápida em feitiços de cura quanto
Madame Pomfrey - então lhes deu uma boa repreensão, com o Sr. Potter parado atrás dela,
tentando não sorrir e dizendo "Meninos serão meninos, Effie querida…”

Depois, Remus foi direto para o quarto de hóspedes e sentou-se na cama pelo resto do dia fazendo
o dever de casa passado para o recesso. Ele sabia que era bobo e infantil ficar de mau humor, mas
se tivesse que ver Sirius novamente, não tinha certeza de que não voaria para cima dele. Pensou em
Ferox dizendo ‘É bom ficar com raiva’ - mas de alguma forma não achou que era isso que o
professor queria dizer.
Ele estava com inveja? Com inveja porque todos os seus amigos tinham ficado com garotas e ele
não? Talvez fosse isso. Remus não podia realmente ignorar o fato de que era o único de seus
amigos que não era completamente guiado por seus hormônios - como um adolescente normal,
como Sirius tão gentilmente disse. Ouch; ali estava aquela dor novamente. Remus encolheu os
joelhos sob o queixo, encolhendo se o máximo possível. Se ele ganhasse um galeão por cada
aspecto em que ele não era normal...

Remus desceu para jantar, mas não falou com James ou Sirius, limitando-se apenas a conversas
educadas com o Sr. e a Sra. Potter. Depois que foram dispensados da mesa, ele voltou direto para
cima e se enrolou sob o edredom com um livro até adormecer.

Sonhou que estava de volta ao cinema, tentando assistir a uma estranha combinação de O Grande
Gatsby e Desejo de Matar - em que o professor Ferox realmente era Charles Bronson, bigode preto
e tudo, apontando sua pistola para as reluzentes socialites de West Egg. Algo continuava cutucando
o cotovelo de Remus, distraindo-o do filme - ele se virou e viu que eram Peter e Desdêmona, se
contorcendo no assento ao lado dele, lábios colados.

Irritado, Remus se levantou e se sentou na fileira atrás, voltando ao filme. Logo, outra coisa o
incomodou - eram Mary e Darren. É claro que Remus nunca conheceu Darren, e o garoto no sonho
parecia com Mulciber, por algum motivo. Eles estavam se agarrando também. Enojado, Remus
tentou se levantar mais uma vez, mas tropeçou em Lily e James, que estavam deitados no corredor.

"Pelo amor de Deus!" Ele gritou. Lily ergueu os olhos para ele e riu - Mary também, e agora Peter
e James as imitaram.

Sirius apareceu bem no fundo do teatro, sua silhueta recortada pelo projetor atrás de si,

"Ignorem ele", ele riu junto com os outros, "Ele não é normal como nós."

Remus se virou bem a tempo de ver Ferox atirar em Robert Redford, então acordou com um pulo.

Ele estava quente e suado sob o edredom pesado e teve que lutar para se libertar. Sentindo-se muito
bobo por ter tido um pesadelo na sua idade, ele saltou da grande cama de dossel e se dirigiu ao
banheiro mais próximo. O relógio marcava meia-noite, então ele não acendeu nenhuma luz, e pôde
ver um leve brilho amarelado saindo de debaixo da porta de James.

Remus usou o banheiro, então lavou as mãos e o rosto, tomando alguns goles da torneira fria antes
de se enxugar nas mangas do seu pijama. Sentindo-se muito melhor, ele voltou para seu quarto,
assim que a porta de James se abriu.

"Caramba, é você, Moony!" James sussurrou, parecendo aliviado, "O que você está fazendo
andando no escuro?!"

Remus encolheu os ombros e sussurrou de volta,

“Eu consigo ver no escuro. Não queria acordar ninguém.”

James acenou com a cabeça e abriu a porta um pouco mais,

‘’Achei que você fosse Gully, nos espionando para mamãe ou algo assim. Quer entrar? Vamos
todos ser amigos de novo.”

Não demorou muito para que Remus concordasse. Brigar consumia muita energia, especialmente
quando todos viviam juntos. Ele ainda não queria falar com Sirius, mas entrou pelo bem de James.
Sirius estava sentado de pernas cruzadas na cama de James e franziu a testa quando viu Remus.
James suspirou,

“Vamos lá, somos todos amigos, ok? É Natal."

Sirius acenou com a cabeça, solenemente. Remus acenou de volta. Se juntou a eles na cama, onde
ficou surpreso ao ver que haviam livros de feitiços esparramados.

"Dever de casa?" Ele perguntou.

"Pegadinha." James respondeu. "Mas ainda não resolvi os detalhes."

"Ah ok." Remus concordou. E então, porque ele não queria que fosse mais estranho, perguntou;
"Como está seu nariz, Black?"

"Tá ok," Sirius sorriu para ele, relaxando e mudando de humor, "Você está perdendo o jeito."

Remus sorriu,

"Ah é? Pergunte a Snape. Dei uma cabeçada nele no trem em setembro.”

"Você está brincando!"

"Não."

"Caramba," James riu, "E ele não se vingou desde então?"

"Ainda não." Remus disse, tentando não soar muito nervoso com isso, “Provavelmente está
planejando algo. Qual é a pegadinha?”

“Vamos hm ... te contar quando soubermos como fazer. Pode não dar certo.” James disse,
rapidamente, fechando o livro mais próximo dele. Remus ergueu uma sobrancelha e não disse nada
- isso apenas confirmou uma suspeita que tinha há algum tempo. Ele não queria entrar em nada
disso agora, esperaria para ver se algo aconteceria.

"Desculpe, eu mencionei Lily." Ele disse a James: "Eu não quis dizer isso, Sirius está certo, ela não
vai se importar - se ela for estúpida o suficiente para sair com você, claro."

James o empurrou de brincadeira,

"Vai a merda."

"Pelo menos essa competição estúpida acabou agora, certo?" Remus perguntou, esperançoso,
olhando para Sirius.

"Sim, eu acho," Sirius deu de ombros, "Pagamos as dívidas com Pete, de qualquer maneira. Mas
que decepção - beijos, quero dizer. Não sei por que tanta comoção sobre isso.”

Remus não disse nada, embora estivesse secretamente satisfeito. Aparentemente, ele não estava
perdendo nada, afinal.

"Foi bom", disse James, diplomaticamente. “Provavelmente requer prática. Deve melhorar com o
tempo.”

"É bom que melhore." Sirius disse, muito sério.


James e Remus começaram a rir.

***

Dia de natal de 1974

A manhã de Natal estava tão escura e sombria quanto a semana anterior, e Remus foi acordado
pelo barulho da chuva batendo contra a janela de seu quarto. Ainda assim, a casa dos Potter estava
tão festiva como sempre, e os cinco se acomodaram para um farto café da manhã com sorrisos nos
rostos.

O café da manhã foi rapidamente seguido de presentes - a costumeira feira de doces, chocolates,
penas novas dos Potter, livros e meias. Remus ficou muito surpreso ao receber uma echarpe
tricotada à mão de Lily, em vermelho da Grifinória com franjas douradas. Ele se sentiu um pouco
mal - não tinha comprado nada para nenhum dos marotos este ano, muito menos para as meninas.
Ela nunca tinha dado a ele um presente antes, exceto o auxiliar de leitura - que, ele tinha que
admitir, tinha sido um bom presente. Ele resolveu comprar algo para ela na próxima vez que
fossem a Hogsmeade.

Estavam terminando com os presentes, a Sra. Potter juntando os papéis de embrulho amassados
com um movimento de sua varinha - quando uma música alta e triste soou no corredor. Era uma
melodia aguda e assustadora - completamente antinatural e linda. Todos se viraram ao mesmo
tempo, o Sr. e a Sra. Potter retirando suas varinhas em uma postura de duelo, e um estranho
pássaro prateado e etéreo voou para dentro da sala, circulando suas cabeças. Remus o reconheceu
imediatamente, uma fênix - ou algo parecido com o fantasma de uma.

"Dumbledore", disse o Sr. Potter, baixinho, enquanto a fênix prateada se acomodava


magistralmente na lareira. Para a surpresa de Remus, o pássaro abriu o bico e falou com a voz do
diretor.

“Houve um ataque. Estarei com vocês em breve - não permita a entrada de mais ninguém.”

E com isso, a fênix desapareceu no ar. Todos ficaram em silêncio por um tempo, antes que a Sra.
Potter falasse, colocando a mão no ombro de James, como se ela só precisasse tocar seu filho.

"Ah Monty, um ataque!"

“Não vamos entrar em pânico,” o Sr. Potter disse calmamente, “Albus estará aqui em breve.
Rapazes, terminem de limpar aqui, hein? Eu estarei em meu escritório.”

Eles organizaram em silêncio, todos esperando para ver o que aconteceria a seguir. Um ataque - o
que isso poderia significar? A mente de Remus foi direto para Greyback - mas não era lua cheia,
então improvável que fossem lobisomens. Poderia ser Voldemort? Ou haviam outros bruxos das
trevas lá fora? Culpadamente, ele olhou para Sirius, que estava olhando pela janela para a chuva,
parecendo pálido e chocado. Sua família era majoritariamente formada por bruxos das trevas. Ele
sabia alguma coisa sobre isso? Certamente não, Remus rapidamente descartou a ideia, sentindo-se
ainda pior; Sirius não tinha voltado para casa desde o verão, e era de conhecimento geral que sua
família o odiava.
Finalmente, depois do que pareceu uma década, mas poderiam ter sido apenas vinte minutos,
houve um estalo de aparatação do lado de fora, e o Sr. Potter foi até a porta da frente. A Sra. Potter
se juntou a ele, e James, Sirius e Remus ficaram no corredor, assistindo.

A porta se abriu e Dumbledore ficou parado parecendo muito sério, completamente seco, apesar da
chuva caindo aos montes.

"Fleamont, Euphemia", ele assentiu educadamente.

O Sr. Potter ergueu sua varinha,

“Qual foi a última coisa que conversamos?”

"Seu filho quebrou o recorde de número de detenções neste período." Dumbledore sorriu, olhando
para James, que ficou vermelho. Isso aparentemente satisfez o Sr. Potter, que recuou para permitir
a entrada de Dumbledore.

"Entre, Dumbledore, gostaria de um pouco de chá?" A Sra. Potter perguntou, pegando sua capa de
viagem e conduzindo-o para a sala de estar.

"Lá em cima, meninos." Sr. Potter disse, severamente. James parecia prestes a discutir, mas
Dumbledore interveio em seu lugar.

"Se você não se importasse, Fleamont, acho melhor que os meninos ouçam isso. Estará em todos os
jornais amanhã de qualquer maneira.”

O Sr. Potter olhou para a esposa e assentiu. O pequeno grupo sentou-se na grande sala de estar,
esperando Gully entrar com o chá. Foi uma cena muito estranha; Cartões de Natal ainda nas
paredes, ouropel brilhando ao longo das molduras dos quadros, presentes abertos empilhados
debaixo da árvore - e Dumbledore, ainda parecendo estranhamente sério em robes de veludo azul.
Sirius, James e Remus sentaram-se espremidos em um sofá, enquanto o Sr. Potter permaneceu de
pé, andando pela sala.

"Um ataque, então?" Ele finalmente disse, impaciente.

"Temo que sim. A família Fraser, em Newcastle.”

“Fraser? Nunca ouvi falar deles."

"Não. O Sr. e a Sra. Fraser eram nascidos trouxas. Eles tinham dois filhos que ainda não tinham
idade suficiente para Hogwarts, mas até onde sabemos, mostravam sinais de habilidade mágica.”

Remus estremeceu com a sentença dita no passado. O Sr. Potter também havia notado isso
claramente, pois parecia muito pálido e cansado de repente.

"Todos os quatro?"

"Sim."

A Sra. Potter parecia prestes a chorar,

"Crianças!" Ela engasgou. "Crianças!"

"E nós sabemos com certeza?" O Sr. Potter continuou, ansioso, "Nós sabemos que foi ... ele?"

“Voldemort, sim. Ele deixou uma marca.”


"Uma marca?"

“Vai sair nos jornais amanhã, eu imagino. O Profeta Diário estava lá antes de eu ser alertado.”

"Mas o que isso significa? Quem eram os Frasers?”

“O Sr. Fraser trabalhava para o St Mungus,” Dumbledore explicou, “Ele recentemente levantou
uma petição com o ministério sugerindo que curandeiros recebessem treinamento em técnicas de
cura trouxa - primeiros socorros, creio que ele havia chamado assim. Isso não foi visto com bons
olhos por certas facções, tenho certeza que você pode imaginar. "

"Eu acho que me lembro de Darius dizendo algo," Sr. Potter acenou com a cabeça, inclinando a
mão sobre a lareira pensativamente, "Mas matar!"

“Não foi a primeira vez,” Dumbledore disse, sombriamente, “Mas é a primeira vez que eles
assinaram. Esta marca que ficou para trás - foi vista em outro lugar. Algumas das antigas famílias a
adotaram; uma espécie de sinal secreto de sua lealdade a Voldemort. Só que não é mais tão
secreto.”

“Quais famílias?” Sirius disse, de repente, olhando para Dumbledore. Ele estava todo tenso, Remus
podia sentir. Dumbledore olhou para ele com gentileza.

“Não há até agora nada que ligue os Black a este ataque.”

"Até agora." Sirius repetiu. "Mas você sabe que eles ... eles são ..."

“Não adianta ninguém tirar conclusões precipitadas”, Dumbledore ergueu a mão, “A situação é
grave, sim, mas não devemos perder a cabeça ou permitir que a emoção atrapalhe nosso
julgamento. Tempos difíceis estão por vir, e todos precisaremos estar vigilantes.”

Ele disse isso diretamente para Sirius, e parecia estar falando com James e Remus também. Remus
sentiu uma torção desconfortável em seu abdômen - ele não havia entendido tudo, mas sabia que
uma grande responsabilidade havia pousado em seus ombros. Uma que ele não tinha certeza se
poderia cumprir.

"Eu não estou tentando assustar ninguém," Dumbledore continuou, como se tivesse lido a mente de
Remus, "Mas também não quero desvalorizar a seriedade dos eventos de hoje. Estou trabalhando
rapidamente para reunir apoio, uma linha de defesa contra Voldemort. Já falei com vários
associados de confiança dentro do ministério - Fleamont, posso contar com você?”

"Claro." O Sr. Potter disse imediatamente, “Você falou com os Weasleys? Os Prewetts? Os
Bones's?"

Dumbledore acenou com a cabeça, sorrindo,

“Todos na minha lista, é claro.”

"Nós podemos ajudar!" James falou. A Sra. Potter prendeu a respiração, os olhos ainda muito
rosados.

"Sim!" Sirius disse, ansioso para se mostrar igual a James. "Você pode contar conosco, senhor."

Remus não disse nada, mas acenou com a cabeça, esperando que Dumbledore soubesse que ele
também havia escolhido seu lado.
"Espero que não chegue a esse ponto." Dumbledore estava sorrindo, seus olhos azuis cintilando de
emoção. "Mas obrigado, meninos."

"Não!" A Sra. Potter disse: "Eles são crianças, Dumbledore."

“Eu vou me tornar maior de idade em dois anos!” Sirius disse, endireitando-se, afirmando sua
posição como o maroto mais velho. “E nós somos os melhores do ano em feitiços defensivos!”

"E azarações", James acrescentou, depois calou-se rapidamente, vendo o olhar que sua mãe lhe
lançou.

Dumbledore riu suavemente.

"De fato." Ele disse: “Sua mãe está certa, entretanto. Tudo o que peço é que vocês estejam em
guarda e cuidem uns dos outros. Agora, devo ir, tenho outras visitas a fazer. Fleamont,”
Dumbledore se levantou e apertou a mão do Sr. Potter, “Entrarei em contato. Eufêmia,” ele se
virou para a Sra. Potter se desculpando, “Feliz Natal. Receio não comparecer à sua festa, esta noite.
"

"Devemos cancelar", Sra. Potter esfregou os braços, como se a sala tivesse esfriado, "Parece
desrespeitoso."

"Aproveitem as férias, meninos - Remus, Madame Pomfrey vai encontrar vocês na rede de flu do
Três Vassouras no domingo de manhã."

Remus acenou com a cabeça, obedientemente, e com isso, Dumbledore desapareceu com um alto
*CRACK *.
Capítulo 65 : Quarto ano: janeiro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Quarta-feira, 8 de janeiro de 1975

Dumbledore estava certo - o assassinato da família Fraser foi notícia de primeira página no boxing
day, seguido por uma série de reportagens e artigos sobre a crescente guerra, o que dominou o
resto do feriado de Natal.

Foi a primeira vez que Remus - ou qualquer um deles - viu a marca negra, e eles não tinham ideia
de que era um símbolo que temeriam pelo resto de suas vidas. Uma grande caveira negra com a
boca aberta e uma longa serpente dobrada se contorcendo. Era nitidamente uma marca sonserina, e
assim que eles voltaram para Hogwarts, Sirius queimou todos as marcas de cobras de suas coisas,
incluindo seu malão.

"Cuidado, cara," James disse, enquanto a fumaça do feitiço de Sirius enchia a sala, "Você pode
estar arruinando uma herança de família aí."

"Eu não dou a mínima." Sirius respondeu, disparando sua varinha contra a madeira enegrecida mais
uma vez, para garantir, "É meu, e não quero que nada meu tenha essa marca maldita."

Era inútil tentar argumentar com ele. Desde a visita de Dumbledore aos Potter, o ódio de Sirius por
qualquer coisa remotamente sonserina havia aumentado dez vezes mais. Ele vinha usando feitiços
para defender os alunos mais jovens da Sonserina o ano todo, mas agora parecia estar ativamente
procurando por confrontos.

“A guerra não está acontecendo aqui.” Remus tentou dizer a ele uma vez, após sua terceira
detenção em alguns dias, "Dumbledore nos disse para ficarmos vigilantes, não começar brigas."

“A guerra está em toda parte.” Sirius respondeu, e James concordou com a cabeça. "De qualquer
forma, quem é você para falar, e você e Snape?"

"Aquilo," Remus respondeu, piamente, "Foi pessoal."

Era verdade; ele não odiava Snape porque ele era um bruxo das trevas, ou um sonserino, ou
qualquer coisa assim. Remus não gostava Snape, porque ele era um filho da puta intrometido - isso,
e ninguém realmente gostava de Snape, exceto Lily.

Na verdade, Remus pensou consigo mesmo, enquanto olhava para Lily do outro lado da sala
comunal, sentada ao lado de Marlene trabalhando em algum tipo de feitiço de transfiguração em
um par de sapatos, até mesmo Lily não estava andando muito com Severus ultimamente. Talvez
eles tenham se desentendido. A ruiva olhou para cima e encontrou seus olhos, sorrindo
brilhantemente. Ele sorriu de volta. James, sentado ao lado dele, acenou, e Lily revirou os olhos e
voltou ao feitiço em que estava trabalhando.

"Ela não sabe o quanto eu amadureci?" James suspirou pesadamente, folheando as páginas de seu
livro com força.

“Não sei se beijar uma trouxa no fundo do cinema realmente conta como amadurecimento.” Remus
respondeu, resgatando o livro maltratado e alisando os cantos que James havia dobrado.

“Eu não quis dizer isso,” James sorriu, “Quis dizer ... em geral. Eu não entendo, eu me dou bem
com a Marlene.”

"Você está no time de quadribol com a Marlene", disse Peter, "Você tem coisas em comum com
ela."

(Peter ficou muito sábio, desde que começou a namorar.)

"Então, o quê," James disse, lentamente, "Você acha que eu deveria tentar colocar Lily no time de
Quadribol?"

Peter resmungou, lamentavelmente,

“Por que você não descobre algo que vocês dois têm em comum? Tipo, como eu e Desdêmona
gostamos de xadrez e sanduíches de queijo e...”

"Não temos nada em comum", respondeu James, sonhador, "É por isso que gosto dela."

"Nunca vai acontecer, então." Peter fungou, com ar de finalidade. James parecia desanimado.

“Não dê ouvidos a ele,” disse Remus, com pena, “As pessoas não saem com outras pessoas porque
são iguais, isso seria chato. Os opostos se atraem e tudo mais.”

"Sim, você está certo, Moony!" James se animou. "Talvez eu deva descobrir de que tipo de coisas
ela gosta ..."

"Er ... sim, pode ser um começo." Remus balançou a cabeça, voltando ao seu dever de Feitiços. Ele
tinha feito as pazes com aquela obsessão por garotas agora; era mais fácil apenas acenar com a
cabeça e fingir ser solidário.

Felizmente, a maior parte da atenção de James e Sirius estava voltada para o treinamento para a
partida de quadribol contra a Sonserina, marcada para o início de fevereiro. Com a guerra pairando
sobre todos, a competição entre as duas casas assumiu um novo e importante significado, e Sirius e
James trataram suas posições no time como ocupações em tempo integral.

Como consequência, Remus viu muito pouco deles no início do semestre - ele passava muito do
seu tempo na biblioteca, como sempre, e quando os outros dois não estavam em campo praticando
(com Peter assistindo, é claro), eles estavam em detenção por uma coisa ou outra. Mal havia tempo
para trabalhar no mapa ou mesmo planejar uma nova pegadinha; os marotos se cruzavam
ocasionalmente na hora de ir dormir.

A situação ficou tão extrema que quando o primeiro fim de semana de Hogsmeade chegou na
metade de janeiro, Remus se viu sem ninguém com quem ir. Ele quase considerou não ir, até que
Lily tocou no assunto depois de Poções, uma tarde, sugerindo que ele fosse com ela e (ele
presumiu) Mary e Marlene. Parecia uma maneira legal de passar o sábado, e ele se lembrou de que
ainda devia um presente de Natal a Lily.

Conforme combinado, Remus a encontrou na sala comunal na manhã de sábado, e eles começaram
a descer em direção à entrada principal de Hogwarts.

"O que aconteceu com a Mary e Marlene?" Remus perguntou, surpreso ao descobrir que eles
estavam sozinhos. Lily corou, mas pode ter sido apenas o ar frio.

"Achei que poderíamos ser apenas nós dois, desta vez."

"Justo." Ele sorriu. Ele gostava muito da companhia de Lily - quase tanto quanto dos marotos.

"Então, por que todos eles estão na detenção?" Ela perguntou, enquanto caminhavam pela neve até
o vilarejo.

"Várias coisas," Remus acenou com a mão, "Peter foi pego fora dos limites depois de escurecer,
James foi culpado por mudar as palavras nos troféus da Sonserina ... e acho que Sirius azarou um
aluno segundo ano."

“Típico,” Lily resmungou.

"Sim," Remus sorriu, enquanto caminhavam pela neve, seguindo a trilha de alunos de mantos
escuros à frente deles. “A coisa do troféu foi brilhante, porém, você tem que admitir. O feitiço
durou sete dias!”

“Não foi uma coisa muito legal de se fazer.” Lily franziu a testa. Remus suspirou. Por que as
meninas sempre querem ser boazinhas?!

Assim que chegaram à aldeia, pararam na papelaria, porque os dois precisavam de penas novas.
Remus comprou uma para Sirius e outra para Peter também, porque eles pediram, contando a Lily
como Peter pressionava muito em seu pergaminho e quebrava duas penas por semana, deixando
manchas em todos os lugares - e como Sirius só usava a marca mais cara, porque ele era vaidoso
quanto à sua caligrafia.

Depois disso, foram para o correio, onde Remus mandou um pacote para os Potter em nome de
James - era o aniversário da Sra. Potter, ele explicou a Lily; e James odiava perder qualquer
ocasião para dar um presente. A essa altura, já muito frio, eles decidiram que a próxima parada
seria uma cerveja amanteigada e optaram pelo Três Vassouras.

Ambos encontraram uma pequena mesa perto da lareira e sentaram-se, conversando sobre suas
aulas e seus natais. Lily teve uma grande briga com sua irmã, da qual ela falou longamente. Remus
contou a ela sobre ir ver Desejo de Matar, mas não mencionou a visita de Dumbledore.

"Você vai ao Potter's todo ano, então?" Perguntou Lily.

“Sim,” Remus acenou com a cabeça, fervorosamente, “Eles são incríveis. Eu e Sirius sempre
vamos. E a casa de Pete é apenas à frente de James, então isso é legal.”

"Vocês quatro estão sempre juntos?" Lily parecia entretida. Isso incomodou Remus da maneira
errada.

"Eles são meus amigos. Meus melhores amigos.”

"Eu sei disso", respondeu ela, soando um pouco ríspida, "Mas você falou sobre eles a tarde toda."
"Não falei." Remus grunhiu, defensivamente, olhando para sua cerveja amanteigada,
envergonhado. “... E daí se eu tiver?”

"Bem, eu meio que queria conhecer você um pouco melhor, não seus amigos." Lily tinha duas
manchas vermelhas em suas bochechas agora, como uma boneca holandesa. Remus não conseguia
entender por que ela estava tão irritada.

“Você me conhece, no entanto. Você me conhece há quatro anos!”

Lily olhou para ele, sem acreditar. Então sua expressão mudou. Ela passou a mão pelo cabelo e riu,
sem humor.

"Ah, Remus." Ela suspirou.

"O quê?"

Ela balançou a cabeça,

“Eu sou uma idiota. Você realmente não tem ideia do por que eu queria passar o fim de semana
com você, não é? "

Ele encolheu os ombros. Ela sorriu, dando a ele aquele olhar de pena que as garotas eram tão boas
em fazer. "Não importa", disse ela, "Não se preocupe com isso."

Depois disso, o tom da tarde pareceu mudar. Lily pareceu relaxar em seu eu de sempre e começou
a brincar com ele. Ela até reclamou um pouco sobre Snape, que disse algo extremamente rude para
Mary recentemente. Remus nunca entendeu por que ela ficou tão mal-humorada em primeiro lugar,
mas ele achou que poderia ter sido apenas por mencionar seus amigos - ela sempre foi clara sobre
os achar irritantes. E, como presente, ela só aceitaria dele o preço de uma cerveja amanteigada e
garantiu-lhe que não precisava sentir que lhe devia algo.

Foi só no dia seguinte, quando Remus, James, Sirius e Peter estavam sentados no café da manhã,
que tudo ficou claro. James e Sirius estavam com suas vestes de quadribol prontos para o treino,
discutindo táticas furtivamente, enquanto Peter ouvia com profundo interesse, balançando a cabeça
e murmurando, "Sim, exatamente" de vez em quando. Remus estava checando sua lista de livros -
ele tinha vários para devolver e alguns mais que ele ainda precisava usar para completar sua
redação de Transfiguração.

Marlene se acomodou ao lado deles, em suas próprias vestes vermelhas, e pegou o chá.

"Então," ela se dirigiu a Remus, "como foi ontem?"

"Hm?" ele perguntou, levantando os olhos do pergaminho, "Ontem?"

"Você e Lily, em Hogsmeade!" Ela estava dando a ele um sorriso muito conhecedor. "Ela não quer
nos contar o que aconteceu, então deve ter sido bom."

"Do que você está falando?!"

"É," Sirius olhou para cima, curioso, "Do que você está falando, McKinnon?"

"Ele não te contou?" Ela mexeu com açúcar no chá, inocentemente, "Remus e Lily tiveram um
encontro ontem."

"O que?!" James, Sirius e Remus exclamaram ao mesmo tempo. Sirius começou a rir,
"Moony em um encontro?!"

“Com a Evans ?!” James parecia horrorizado.

"Puta merda!" Disse Peter.

“Não foi um encontro!” Remus disse, batendo sua pena. Ao dizer essas palavras, ele sentiu uma
sensação horrível no estômago - teria sido um encontro? Como ele deveria saber, se as pessoas
simplesmente te emboscavam assim?! Ele olhou para James, desesperadamente, "Mas eu não gosto
de Lily, ela é apenas uma amiga!"

"Sim ... eu sei, cara." James disse, embora Remus não achasse que ele parecia muito convencido.
"Está bem. Eu ... te vejo depois do treino. "

Com isso, James se levantou e saiu da mesa. Sirius ficou olhando para ele por um momento, então
olhou para Remus, depois de volta para James, antes de encolher os ombros impotente e se levantar
para seguir seu amigo para fora do corredor. Peter o seguiu logo depois, e Remus deitou a cabeça
na mesa, gemendo.

“Uau, desculpe Remus,” Marlene disse, muito baixinho, “Eu não tinha ideia. Hum ... James
realmente gosta dela, então? "

Remus gemeu novamente, antes de se levantar e pegar seus livros.

"Estou indo para a biblioteca." Ele disse, sem olhar para ela.

***

Ele não foi à biblioteca, no entanto, no caso de Marlene ir procurá-lo lá ou - pior ainda - contar a
Lily e Mary onde ele estava. Pela primeira vez desde seu segundo ano, Remus se escondeu.

O problema com isso, é claro, era o quanto ele havia crescido desde seu segundo ano. Muitos de
seus cantos habituais eram simplesmente pequenos demais agora. No final, ele se acomodou atrás
da estátua da bruxa corcunda, bem dentro da passagem para a Dedos de mel. Estava escuro, mas
ele acendeu sua varinha para iluminar, e o leve cheiro de chocolate era muito reconfortante.

Ele tentou ler, mas seu cérebro não o deixou se concentrar - parecia querer apenas continuar
repetindo sua visita a Hogsmeade outra vez. Lily disse algo que ele perdeu? Teria sido sua
linguagem corporal, talvez; ela deu dicas? James as teria entendido? Sirius teria? Era muito injusto,
Remus pensou consigo mesmo, lamentavelmente. Lily era uma ótima amiga, por que ela iria querer
bagunçar tudo com sentimentos e dar as mãos e beijar?!

Ele realmente esperava não ter que falar com ela sobre isso agora. Talvez ela estivesse tão
envergonhada quanto ele. Pior de tudo, e se James nunca mais falasse com ele? Ele não sabia como
explicar que não via Lily dessa maneira - não quando todos os outros grifinórios em seu ano
pareciam decididos a formar pares.
Talvez ele devesse ter beijado Marlene quando ela ofereceu, em novembro. Ele se perguntou se
todos eles o deixariam em paz quando ele acabasse com isso. Você tem que começar a beijar
garotas algum dia, ele disse a si mesmo. Todo mundo beija - é normal. Mas não Lily - ele não
poderia fazer isso com James. Na verdade, Remus decidiu, essa era provavelmente a razão pela
qual ele não estava interessado nela - porque ela era extremamente bonita, engraçada, gentil,
inteligente - e melhor do que ele em Feitiços. Lily era exatamente o tipo de garota que ele gostaria,
Remus sabia com certeza, mas a amizade dele com James era muito mais importante.

Sentindo-se muito iluminado e abnegado, Remus saiu de seu esconderijo. Ele desceu a escada mais
próxima, planejando ir para o campo de quadribol e pegar os últimos minutos de prática. Depois
disso, ele faria algo bom para James - oferecer-se para ler sua redação de História ou algo assim.
Sim, então tudo ficaria bem novamente.

Mas, como Remus tinha ouvido uma vez; os melhores planos geralmente dão errado. Ele estava
quase chegando ao fim da grande escadaria - subindo três degraus de cada vez só porque podia, e
sem realmente olhar para onde estava indo - ele bateu de cabeça em outro aluno subindo.

"Cuidado, sangue-ruim." Severus Snape rosnou, levantando-se com dificuldade, encarando Remus.
Remus resmungou,

"Cai fora, Snivellus, eu sou tão mestiço quanto você."

"Você e eu não temos nada em comum, eu garanto." Snape respondeu com altivez, limpando suas
vestes.

“Suponho que quando se trata de higiene -”

"Cuidado, Loony Lupin," Snape estreitou seus olhos redondos, "Não diga algo que você vai se
arrepender."

"Ah, vai embora," Remus respondeu, impaciente, dando um passo à frente, "Não tenho tempo para
isso, amaldiçõe agora ou saia do meu caminho."

Snape deu um passo para o lado imediatamente, dando um floreio com a mão para mostrar a
Remus que ele estava livre para ir. Era inquietante, mas Remus não podia se preocupar com isso
agora, e continuou seu caminho.

Chapter End Notes

Boxing day Boxing Day é o termo utilizado em numerosos países anglófonos para
designar um feriado secular comemorado no dia seguinte ao dia de Natal, ou seja, em
26 de dezembro. No Reino Unido, o Boxing Day, além de ser um feriado bancário e
religioso (sendo este o dia de Santo Estevão, santo muito popular entre os católicos), é
também uma data comemorativa em relação ao futebol, sendo que ocorre uma rodada
completa de todas as divisões do futebol britânico neste dia.
Capítulo 66: Quarto ano: Fevereiro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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James Potter era uma pessoa muito mais complexa do que parecia à primeira vista.

Externamente, ele era feliz, confiante, gentil (embora às vezes fosse um pouco arrogante) e
geralmente popular com todos. Recebia muitas detenções? Sim, mas no final sempre acabava
tirando notas boas, e a maioria dos professores ainda gostavam muito dele. Ele aproveitava ao
máximo o fato de estar no time de quadribol - bagunçando o cabelo deliberadamente, fazendo
parecer que tinha acabado de voar e usando seu uniforme vermelho em todas as oportunidades.
Mas ninguém poderia dizer que ele não merecia o direito de agir assim - bastava vê-lo jogar para
saber o porquê de seu ego gigante.

Acima de tudo, James Potter era amado. Seus pais o mimaram e lhe incutiram a noção de que não
havia nada que ele não pudesse fazer; que nenhuma porta jamais estaria fechada para ele. Sirius,
Peter e Remus o admiravam, nomeando-o líder em quase todas as aventuras, e no geral, ele era
admirado na escola pelas pessoas que importavam, e invejado por todo o resto.

Exceto por Lily Evans, é claro. Ela era o fio fora do lugar que parecia desandar tudo na vida de
James. Tendo crescido cercado de amor – entregue livremente e aceito imprudentemente – James
ficara muito perturbado com a ideia de que alguém que ele gostasse poderia não gostar dele. Essa
era a razão pela qual ele agia como um idiota sempre que Lily estava presente, e a razão pela qual
ele parou de falar com Remus por uma semana inteira durante o início da primavera de 1975.

Ele não estava sendo maldoso, ou fazendo isso de propósito - Remus conhecia James bem o
suficiente para compreender isso. Só aconteceu de seus sentimentos terem sido feridos – e como
alguém que raramente experienciou ter seus sentimentos feridos – ele não sabia como lidar com a
dor. Pelo menos Sirius explodia com você se o irritasse, para que pudesse ser resolvido
rapidamente. Peter ficaria emburrado. Remus provavelmente tentaria dar um soco. Mas James
apenas ficava quieto.

"Ele não está bravo com você," explicou Sirius, quando James foi para a cama uma noite assim que
Remus chegou na sala comunal. "Ele está apenas sentindo pena de si mesmo."

"Ele acredita em mim, não acredita?" Remus perguntou, ansioso, "Eu realmente não sabia que era
um encontro, eu não gosto da Lily desse jeito!"

“Bem ... não acho que ele pense que você está mentindo, exatamente, mas ... você é muito próximo
da Evans, não é? Sempre andando juntos.”

"Ela é minha amiga." Remus disse, exasperado, "Eu também ando com a Marlene e a Mary,
ninguém pensa que vou sair com elas!"
"Na verdade," Sirius sorriu, "Tinha um boato no semestre passado ..."

"Ah, pelo amor de Deus!"

Era impossível.

Quanto a Lily, ela estava sendo muito madura sobre a coisa toda. Remus presumiu que Marlene a
tivesse informado sobre a situação, mas ela não pressionou, e eles puderam continuar como
parceiros de Poções normalmente. James e Sirius, no entanto, mudaram sua mesa de trabalho para
o fundo da sala.

Na sexta-feira, hora do jantar, Remus estava realmente infeliz. Ao contrário de James, ele não
cresceu cercado de amor e descobriu que sua amizade com os marotos havia se tornado tão
importante que sentia que, caso a perdesse, sofreria profundamente. Remus ainda se sentava com
eles nas refeições, mas havia um silêncio desconfortável em vez de suas brincadeiras barulhentas
de costume. Sirius continuou tentando mudar a conversa para a próxima partida Grifinória x
Sonserina, mas isso só parecia piorar o clima.

Para piorar as coisas mais ainda, Lily, Mary e Marlene sentaram-se perto de Remus - elas estavam
com pena dele e, sendo meninas, estavam tentando animá-lo fazendo exatamente a coisa errada.

"Estou ansiosa para a partida," Mary sorriu, animada, "Todos os lufanos e corvinos com quem
conversei estão apoiando a Grifinória também."

Lily suspirou pesadamente,

“Por que sempre tem que ser tão preto e branco? Ninguém é todo bom ou ruim, nem mesmo os
sonserinos. "

"Você não pode nos culpar, Lily," Marlene respondeu, "Mesmo que não sejam todos eles, a maioria
dos Sonserinos foram totalmente baixos este ano."

“Falando no diabo ...” Mary abaixou a voz, de repente, lançando um olhar sujo por cima do ombro
de Lily.

Lily e Remus se viraram para ver Severus Snape parado ali, com um sorriso estranho no rosto que
era tudo menos alegre.

“Olá, Lily,” ele disse suavemente.

"Oi Sev," Lily respondeu, com um tipo de educação forçada, "O que foi?"

“Só passei para ver se você precisava de alguma ajuda extra com a tarefa de Poções. É muito
complicada,”

"Eu sei." Ela respondeu, irritada: "Mas tenho certeza de que vou conseguir ..."

* BANG *

Todos na mesa pularam e se viraram para olhar para o final do corredor, onde Mulciber havia
acabado de soltar um foguete no final da mesa da Sonserina. Ele estava rindo muito enquanto a
escola inteira observava, apavorada.

“Cinco pontos da Sonserina!” McGonagall gritou, marchando pelo corredor entre as mesas, "E
você vai limpar essa bagunça de uma vez ..."
O jantar voltou ao normal. Snape ainda estava parado ali. Lily olhou para ele,

"Como eu disse, Remus e eu vamos dar um jeito." Ela disse: "Eu não sou burra, você sabe,
Severus."

"Eu nunca disse que você era ..." Snape parecia genuinamente chateado com isso, "Eu só ... ah,
deixa pra lá." Com isso, ele lançou um olhar desagradável para Remus, então foi embora, de volta
para sua própria mesa.

"Esquisito." Mary murmurou.

"Deixa ele em paz." Lily retrucou. Ela parecia tão feroz que Mary nem mesmo teve uma resposta.

"Er ... algum de vocês teve alguma sorte com aquela redação sobre hinkypunk?" Marlene
perguntou rapidamente, tentando manter a paz. "A minha tá uma merda."

"Eu posso te emprestar minhas anotações, se quiser," Remus ofereceu, tomando um gole de suco de
abóbora. "Assim que Sirius devolver ..."

Sirius olhou para cima, na menção de seu nome,

"Ah sim, desculpe, Moony, pera aí, elas estão na minha bolsa ..." Ele começou a vasculhar o ferro-
velho que era sua mochila, retirando bolas de pergaminho amassadas, bombas de bosta, doces e
penas quebradas.

"Como você consegue encontrar alguma coisa aí?" Remus suspirou, bebendo mais um pouco de
suco de abóbora, "Você é a pessoa mais bagunceira que eu já vi."

Sirius deu de ombros e piscou para ele, retirando as notas e entregando-as a Marlene.

"Oooh, Remus," disse Mary, "Eu te contei que recebi outra carta de Darren esta semana?"

Remus grunhiu,

"Sim." Ele choramingou: "E foi tão entediante quanto as últimas quinhentas cartas que você me fez
ler."

Sirius arquejou. Marlene largou o garfo. Mary parecia horrorizada e abriu e fechou a boca algumas
vezes. Remus franziu a testa - por que diabos ele disse isso? Claro, era verdade, mas fora
terrivelmente impensado e cruel.

“Desculpe,” ele disse, olhando para baixo. Ele se sentiu estranho. Talvez a coisa do James o
estivesse afetando ainda mais do que ele pensava.

"Não, eu que peço desculpas." Mary disse, levantando-se, seu lábio inferior tremendo: "Não vou
mais te entediar, então!" Ela se virou rapidamente e saiu do salão, seu prato comido pela metade.

"Mary!" Marlene se levantou, correndo para segui-la. Lily olhou para Remus,

"Você quis dizer isso?"

"Sim." Ele disse prontamente: "Na verdade, acho todas essas coisas de namorado e namorada
muito chatas, queria que todos vocês todos me deixassem em paz." Assim que parou de falar, ele
piscou, surpreso consigo mesmo. Por que ele estava dizendo essas coisas?!

"Remus!" Lily disse, parecendo chocada – embora, mais forte que Mary, ela não foi embora, "Não
há nada de errado em Mary querer falar sobre seu namorado ou ... hum ... ou adolescentes tendo
paixões, é normal, não é?"

"Eu não me importo se é normal." Ele encolheu os ombros, “Eu acho que vocês estão agindo como
idiotas. Até você - por que diabos você iria querer sair comigo, se o garoto mais popular da escola
está perdidamente apaixonado por você? Ele é dez vezes mais legal do que eu também, você que é
muito arrogante para ver isso.”

"Remus!" Lily disse novamente, ficando vermelha.

"Bem, é verdade!" Ele disse, impotente.

"Moony," Sirius disse finalmente, "Você está bem?"

“Estou bem, mas ainda estou com um pouco de fome. Acha que Mary se importará se eu terminar
suas batatas?”

"Sério, Remus," James saltou, inesperadamente, "Isso não é nada típico de você."

"Só estou sendo honesto."

"Sim, brutalmente hone- oh Merlin!" Sirius deu um tapa na testa, "Evans, Snape colocou alguma
coisa na bebida dele? Quando os fogos de artifício explodiram, talvez? "

“Ele nunca faria algo assim, é ilegal!”

“Pffft.” Remus bufou, a boca cheia de purê de batata, “Como se Snivellus ligasse para isso! Ele
está tentando se vingar de mim desde que eu acabei com ele no trem.”

"Você o que?!" Lily olhou para ele,

"É," Remus engoliu em seco, "Dei uma cabeçada nele, foi ótimo." Ele sabia que definitivamente
havia algo errado agora, mas não conseguia evitar. A verdade simplesmente saiu dele.

"Hum certo," Sirius se levantou, "Para de falar, Moony, antes de dizer algo que você vai se
arrepender."

Essas palavras desbloquearam uma memória na mente de Remus,

"Sabe," ele sorriu, "Isso é exatamente o que Snape disse na escada outro dia ..."

“SEVERUS!” Lily gritou, no topo de sua voz. Ela se levantou e foi até a mesa da Sonserina, com
Sirius, James, Remus e Peter a reboque. “O que você fez com Remus?!” Ela exigiu, batendo o pé
com raiva no chão de pedra.

"Por que a pergunta?" Severus sorriu, cruelmente,

"Me diga agora como consertar isso!"

"Não há nada de errado com ele," Severus respondeu calmamente, "Há, Remus?"

"Acho que não," Remus deu de ombros, "Se bem que eu continuo dizendo coisas que não deveria,
tipo ..."

"CALA A BOCA." Sirius o chutou com força na canela, distraindo Remus de derramar todos os
seus segredos em Snape. Sirius agora se virou para o garoto Sonserino, “Seu bastardo, é
veritaserum, não é?! Poção da verdade! "

"Só tem uma maneira de descobrir," o sorriso de Severus se alargou, "Qual é o seu segredo mais
profundo e sombrio, Lupin?"

Oh Deus, por onde começar? Remus pensou consigo mesmo. Ele sabia que não deveria dizer nada.
Não deveria dizer nada. Ele estaria em um perigo terrível se alguém descobrisse ..., mas ele queria,
ele queria muito - ele tinha tantos segredos, e todos eles estavam nadando para a superfície de sua
mente, como bóias salva-vidas.

Eu sou um lobisomem. Estou planejando caçar e matar Fenrir Greyback. Passei o verão inteiro
roubando, bebendo e lutando. Não consigo ler direito sem ajuda. Eu secretamente administro um
comércio ilegal de cigarros trouxas. Eu não gosto de garotas de jeito nenhum, nenhuma delas. Eu
acho que nunca vou. Ele abriu a boca,

“Bem, eu sou ---”

“SILENCIO!” Sirius gritou, de repente, apontando sua varinha para Remus, enquanto James o
derrubou no chão, tapando sua boca com a mão.

Todos na mesa da Sonserina começaram a rir enquanto James e Remus lutavam juntos no chão,
Lily observava, completamente perplexa. A boca de Remus continuou se movendo, desesperado
para compartilhar cada um de seus segredos, até que ele estivesse completamente livre deles - mas
nenhum som escapou de seus lábios. Sirius era excelente em feitiços silenciadores.

Juntos, Peter, Sirius e James colocaram Remus de pé e o arrastaram do refeitório, em meio a uma
enxurrada de risos e zombarias dos Sonserinos. Apenas quando eles estavam lá em cima e fechados
dentro do dormitório, Sirius retirou o feitiço, permitindo que Remus falasse. A essa altura,
felizmente, a vontade de contar tudo a todos havia passado.

"Desculpe, Remus," Sirius disse, "Mas eu tinha que fazer isso, você ia ..."

"Eu sei." Remus baixou a cabeça, sentado em sua cama, ``Snape, aquele canalha! Quanto tempo
leva para passar?”

"Depende de quanto você tomou, eu acho." James disse, folheando seu livro de poções, “Godric,
como ele fez isso?! Isso é coisa de nível NEWT, soro da verdade!”

"Ele é o melhor do ano em Poções," Remus disse, a contragosto, "Lily disse que ele já está fazendo
as redações do sétimo ano, apenas por diversão."

"Que velho chato." Sirius bufou, juntando-se a James na busca pelo livro, "Tente não dizer nada,
Moony, ok?"

"Não consigo evitar." Remus disse, sem querer.

"Ok, certo, diz aqui que você deve estar limpo em vinte e quatro horas, então ... na hora do jantar
amanhã, no máximo."

“E as aulas?!”

“A gente diz que você está doente. Você não pode arriscar, Moony! Eu poderia matar Snape,
aquele imundo, sujo, dissimulado ... "

"Não vou perder nenhuma aula por causa dele." Remus cruzou os braços, "Deve haver um
antídoto."

"Podemos ir e perguntar ao Slughorn?" James disse, finalmente.

"Sim, boa ideia, acho que ele ainda está no Salão Principal," Sirius assentiu. Ele se virou para
Remus e falou muito claro e lentamente, como se estivesse falando com uma criança, “Remus.
Fique. Aqui."

“Cai fora,” Remus se virou, fazendo beicinho como um garotinho.

"Eu vou ficar com ele." Disse James. "Vocês dois vão."

Sirius não precisou de mais que isso, e logo estava descendo as escadas, gritando de lá,

“Aguente firme, Moony! Se eu vir algum sonserino descendo, eu vou ...”

Mas eles não puderam ouvir o resto; Sirius tinha ido, e Peter com ele. Houve um silêncio longo e
constrangedor. Remus não confiava em si mesmo para falar. Finalmente, James o fez.

"Desculpa por ter sido um idiota, ultimamente."

Remus ficou surpreso e balançou a cabeça ferozmente,

“Você não foi! Eu só queria poder provar a você que eu ... espere! Me pergunte!"

"Ahn?"

“Pode me perguntar agora, enquanto estou sob o soro da verdade; pergunte o que sinto por Lily.
Você saberá que é a verdade.”

"Remus, eu não quero," James franziu a testa. Isso não combinava com sua ideia de bom espírito
esportivo.

"Pode ir," Remus encorajou, "Eu realmente não me importo - é entre eu e você, certo?" Ele se
levantou e agarrou James pelos ombros, encontrando seus olhos com confiança, "Me pergunte."

“Er ... ok então. Remus, você gosta de Lily Evans? "

"Não. Absolutamente não." Remus nem mesmo piscou.

"Ok, bom ... E a Marlene?"

"Não. Nunca, nunca irei. Elas são minhas amigas, como vocês.”

James olhou para ele muito intensamente, então seu rosto se abriu em um sorriso genuíno. Ele deu
um tapa nas costas de Remus.

"Obrigado, Moony, você é um amigo de verdade."

Remus riu,

"Sempre que você precisar."


***

Felizmente para Remus, Slughorn foi capaz de fornecer um antídoto quase imediatamente - embora
o código de honra dos marotos os tenha impedido de dizer quem havia colocado a poção na bebida
de Remus em primeiro lugar.

“É melhor assim,” Remus assegurou-lhes, “Ele vai ficar muito nervoso se ele não entrar em apuros
imediatamente - vai ficar se perguntando como vamos nós vingar.”

“Como é que vamos nos vingar?” Sirius perguntou, ansioso, durante o café da manhã no jogo
Sonserina x Grifinória, "Ele quase te dedurou, Moony, a gente tem que ensinar uma lição a ele!"

"Deixe que eu penso nisso." Remus respondeu. "Apenas derrote a Sonserina no quadribol por mim,
em primeiro lugar."

"Fácil," Sirius deu uma piscadela. Remus sorriu em retorno. Era difícil não sorrir para Sirius
quando ele estava de tão bom humor - resplandecente em suas vestes de quadribol douradas e
vermelhas, cabelo puxado para fora do rosto, olhos afiados e cheios de determinação. Era a melhor
versão de Sirius, e o coração de Remus bateu forte com orgulho e adrenalina.

A tensão era palpável nas arquibancadas de quadribol antes mesmo que os jogadores aparecessem
em campo. Dois quartos do estádio estavam cobertos de vermelho, zombando e vaiando da seção
verde. O Quadribol havia se tornado uma forma dos alunos de Hogwarts mostrarem suas
verdadeiras emoções sobre a guerra - e era extremamente feio.

“As tensões estão altas na semifinal deste ano”, a comentarista, Tracey Darcy, falou por meio de
seu megafone mágico, “Esta partida irá, é claro, determinar qual time vai para a final contra a
corvinal, e pela aparência dos jogadores, vai ser acirrado ... Na Grifinória temos Potter, é claro,
uma lenda por si só, com mais de duzentos gols já em seu currículo ... Marlene McKinnon, uma
batedora formidável - e deveria ser, seu irmão Danny McKinnon, é claro, joga profissionalmente
pelos Chudley Cannons ... e há Sirius Black, o segundo batedor da Grifinória, em seu segundo jogo
do ano ... Black já se mostrou tão competente quanto McKinnon, e tenho certeza que todas as
senhoritas concordarão, ele não fica nada mal em seu uniforme ... ”

"Aham." A tosse de desaprovação de McGonagall podia ser ouvida no megafone. Remus percebeu
que quase todas as garotas na multidão estavam rindo ou gritando o nome de Sirius.

"Desculpe, professora ..." Tracey continuou, "... e aí vem a Sonserina," (vaias ensurdecedoras da
multidão com a apresentação), "Eles têm seu próprio Black no time, é claro, o irmão mais novo de
Sirius, Regulus - apanhador ... e Mulciber, como batedor nesse semestre ...”

As vaias ficaram tão altas agora que Remus mal conseguia ouvir Darcy por causa do barulho. Peter
não estava ajudando e não parava de pular na cadeira. Remus se manteu sentado o máximo que
pôde - seu quadril estava causando dores de novo, e ele não queria piorar a situação. 'Limpy Lupin'
era pior do que 'Loony Lupin', de alguma forma.

Finalmente o jogo começou e as duas equipes se lançaram para o ar com uma força incrível. Se a
multidão fora má, os jogadores foram ainda piores - com o peso de suas casas nos ombros, parecia
uma questão de vida ou morte. Remus nunca tinha visto James jogar tão ferozmente; disparando
para cima e para baixo no campo como uma bala vermelha, pegando e jogando a goles mais rápido
do que o goleiro da Sonserina conseguia acompanhar.

Sirius e Marlene eram igualmente temíveis, ambos trabalhando como uma equipe muito mais do
que da última vez, comunicando-se claramente e dando cobertura a seus companheiros de equipe.
E eles realmente precisavam - Sonserina estava jogando sujo. Duas vezes Sirius teve que se
defender de um balaço que havia 'acidentalmente' voado direto para o caminho de James, enquanto
Marlene se tornava a sombra do apanhador da Grifinória, protegendo-o de alguns quase-acidentes
muito desagradáveis.

Remus estava tão ocupado observando seus três amigos - estremecendo quando eles chegaram
perto do perigo; aplaudindo suas vitórias - que ele havia esquecido completamente o objetivo do
jogo. Assim como todo mundo pelo que parecia, exceto Regulus Black, que voava bem acima do
campo e pelos arredores, exibindo aquela infame astúcia sonserina enquanto procurava o pomo.

Ninguém estava prestando atenção enquanto Regulus Black, o menor membro do time da
Sonserina, avistou a pequena bola dourada e começou a voar em direção a ela de sua incrível
altura. Ninguém estava vendo Regulus Black, porque todos eles estavam vendo Sirius balançar seu
bastão em direção a um balaço que o teria derrubado facilmente de sua vassoura. Ele rebateu com
tanta força que foi direto para o rosto de Mulciber. Mulciber, embora estúpido, não foi lento e
mergulhou imediatamente, esquivando-se do caminho – na mesma hora que Regulus passou atrás
dele.

Agora Remus o viu - agora todo mundo viu, os gritos se elevaram quando o balaço acertou a cabeça
de Regulus e o derrubou de sua vassoura.

Eles assistiram com tal horror que todos os preconceitos da casa foram esquecidos, enquanto o
corpo inerte de Regulus Black despencava no chão.

Chapter End Notes

Limpy Lupin é um trocadilho que o Remus fez. Limpy significa alguém que manca.
Na tradução literal, ficaria ''Lupin que manca''.
Capítulo 67 : Quarto ano: fevereiro (Parte Dois)
Chapter Summary

Aviso para interação tóxica entre pais, ou melhor, entre Walburga e Sirius.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus quase perdeu o que aconteceu, porque todos na multidão imediatamente se levantaram,
atropelando-se para ver o desastre se desenrolar - felizmente, quando Remus se levantou, percebeu
que era bem mais alto que a maioria ao seu redor.

Sirius tentou - ninguém poderia negar isso. No momento em que viu o balaço acertar Regulus, ele
se abaixou na vassoura e disparou para frente como se o diabo estivesse em seus calcanhares, mais
rápido do que Remus jamais vira alguém - até mesmo James - voar. Na verdade, Sirius ganhou
tamanha velocidade, e em um ângulo vertical tão assustador, que Remus teve certeza de que iria
cair no chão também, e seu estômago embrulhou de medo. Sirius chegou tarde demais, mas
Madame Hooch não.

Ela ficou na grama, com a varinha erguida, e conseguiu desacelerar a descida de Regulus, de modo
que seu corpo parecia estar caindo na água, não no ar. No momento em que Sirius atingiu o chão,
largando sua vassoura e se lançando em direção a seu irmão, Regulus estava deitado tão
pacificamente que poderia estar dormindo.

Sirius estava de joelhos, o resto do time estava pousando ao redor dele, McGonagall gritava algo
no megafone e uma multidão rapidamente cercou os dois irmãos Black, para que ninguém pudesse
ver nada. Remus começou a mancar descendo os degraus de madeira tão rápido quanto seu quadril
vacilante permitia. Peter correu atrás dele,

"Onde você vai?" Ele ofegou,

"Sirius." Foi tudo o que Remus conseguiu pensar em dizer.

Mas assim que alcançaram o nível do solo, não puderam entrar em campo; os chefes das casas
estavam conduzindo os alunos de volta ao castelo e não os deixavam passar.

"Eles devem ter levado Regulus para a ala hospitalar," Peter disse, "Talvez Sirius esteja nos
vestiários?"

"Não," Remus balançou a cabeça, "Não, ele gostaria de ir com Reg ... ele provavelmente pensa que
é tudo culpa dele."
"Bem," Peter olhou para ele, "Ele acertou o balaço, não foi?"

Remus cerrou os punhos e lutou contra a vontade de bater em Peter.

"Vou para a ala hospitalar, então." Ele se virou e começou a caminhar desajeitadamente em direção
ao castelo, tentando ficar à frente de todos os outros.

"E quanto a James?" Peter teve que correr para acompanhar.

"Ele estará lá também." Remus respondeu.

E é claro que ele estava. Quando Peter e Remus chegaram do lado de fora da ala hospitalar, tendo
lutado para abrir caminho através da multidão de alunos fofoqueiros, eles encontraram James
sentado no chão do lado de fora, os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando para o nada. Ele ainda
estava com suas vestes de quadribol, suas bochechas ainda estavam coradas de voar e seu cabelo
estava uma bagunça.

"Ele está bem?!" Remus perguntou imediatamente – e não tinha certeza a quem estava se referindo.

“Sim, acho que sim,” James olhou para eles com uma surpresa atordoada, “Mas ele tá apagado.
Pomfrey não me deixa entrar."

"Sirius?"

“Sim, ele está lá. Achei melhor esperar ... Slughorn está contatando os pais deles, então...” Ele
encolheu os ombros. "Achei melhor eu estar aqui."

"Estamos todos aqui." Remus disse, com firmeza, sentando-se ao lado de James com alguma
dificuldade. Seu quadril estava realmente dolorido agora; a dor descia da pélvis até o tornozelo.
Peter finalmente se agachou também e eles esperaram.

"Você viu o que aconteceu?" James perguntou, finalmente. “Eu estava do outro lado do campo,
não ...”

"Um balaço," Remus disse, "Mulciber acertou um direto em Sirius, deve ter sido uma falta. Sirius
bateu de volta nele, mas Mulciber saiu do caminho, e Regulus estava bem atrás dele. Sirius não
poderia ter visto ele, foi um acidente. Foi ... foi horrível.”

"Merda." Disse James.

Eles ficaram em silêncio por mais um tempo. Estava começando a escurecer e as velas nas
arandelas ao longo da parede oposta começaram a se acender. Remus se perguntou o que James e
Peter estavam pensando. Eles estavam mais preocupados com Sirius do que Regulus, como ele
estava? Ele se sentiu um pouco culpado - mas Madame Pomfrey cuidava dele desde que tinha onze
anos, e ele não achava que um balaço na cabeça estava além de suas habilidades. O que mais o
preocupava era o estado em que Sirius estaria. Ele havia lançado feitiços em Regulus uma centena
de vezes, mas nunca, jamais, machucou seu irmão mais novo intencionalmente. Isso também não
tinha sido intencional, mas Remus sabia que, no fundo, Sirius não veria dessa forma.

Eles foram perturbados de seus pensamentos pelo barulho rápido de saltos alto batendo no chão de
pedra, e a voz preocupada da Professora McGonagall virando a esquina,

"Por favor, Walburga, ele não poderia estar em mãos mais seguras que com Madame Pomfrey - é
realmente melhor que ele não seja movido -"
"Acho que eu vou tomar as decisões aqui, Minerva." Aquela voz baixa e fria respondeu.

James e Peter pularam, nervosos, e James se abaixou para ajudar Remus a se levantar. Nenhum
deles tinha visto a mãe de Sirius desde aquele terrível Natal, dois anos atrás, e o terror que sentiam
dela ainda era recente. McGonagall e a Sra. Black vieram marchando na esquina; Walburga com
sua grossa capa de viagem preta e botas de salto alto. Ela tinha aquele mesmo olhar de
superioridade cruel de que Remus se lembrava, mas sua testa estava enrugada também, e seu
cabelo não estava tão arrumado como de costume.

Ela estava acompanhada por um pequeno bruxo idoso com uma longa barba, carregando uma
pesada maleta de pele de dragão. Walburga olhou para os três meninos esperando do lado de fora
da ala hospitalar e Remus prendeu a respiração - mas ela não pareceu pensar que valia a pena, e
passou, empurrando as portas de madeira com as duas mãos e marchando para dentro.

Remus, James e Peter espiaram do corredor para ver a cena se desenrolar. McGonagall e o bruxo
barbudo correram atrás da Sra. Black.

Regulus estava deitado em uma cama e, pelo que eles podiam ver, ainda estava inconsciente - ou
talvez apenas dormindo. Com os olhos fechados e à distância, ele se parecia muito com Sirius, o
que fez o estômago de Remus revirar novamente. Mas Sirius estava sentado ao lado dele, bem
acordado em suas vestes vermelhas da Grifinória, um pé apoiado em um banquinho. Ele parecia
muito pálido e muito menor do que o normal; seus olhos estavam vermelhos. Ele pareceu se
encolher ainda mais quando sua mãe se aproximou, movendo-se rapidamente sobre seus filhos
como um terrível morcego vampiro.

Madame Pomfrey interveio a tempo,

"Ele está bem, foi apenas uma batida forte", disse ela, de modo tranquilizador, "eu já lhe dei uma
poção curativa e consertei as fraturas."

"Fraturas?" Walburga disse, bruscamente. Ela parou ao pé da cama de Regulus, olhando para ele.
Ela não tentou alcançá-lo, ou Sirius, mas ficou parada como uma estátua.

“Bem menores, e completamente curadas agora.” Madame Pomfrey disse, “Ele estará de pé
amanhã de manhã. Agora, Sirius tem -”

“Este é o nosso médico de família”, Walburga interrompeu, estendendo a mão para apresentar o
velho enrugado ao lado dela. “Ele estará assumindo os cuidados do meu filho. Vou levá-lo para
casa assim que for examinado minuciosamente.”

"Estou lhe dizendo, tudo o que poderia ser feito já foi feito." Madame Pomfrey disse, parecendo
bastante zangada agora.

Walburga olhou para ela imperiosamente,

“Dentro de sua competência, tenho certeza. Mas ele é meu filho e eu cuidarei dele como achar
melhor.”

Madame Pomfrey ficou com o rosto vermelho e parecia estar sem palavras, então McGonagall teve
que se inclinar e sussurrar algo em seu ouvido para acalmá-la. O velho mago barbudo colocou sua
maleta na mesa de cabeceira e a abriu, antes de se curvar silenciosamente sobre Regulus.

Enquanto isso, Walburga voltou sua atenção para seu filho mais velho. Ela não se moveu do final
da cama, mas seu olhar feroz foi o suficiente para segurar Sirius no lugar.
"Você." Ela disse. "E o que você está fazendo aqui?"

Sirius disse algo, mas saiu pouco mais que um sussurro. Walburga franziu a testa,

"O que?" Ela gritou: "Fale alto, garoto!"

"Ele é meu irmão." Sirius disse, mais alto agora, embora sua voz estivesse rouca e ligeiramente
falha. A Sra. Black estalou a língua.

“Pelo amor de Deus, você andou chorando?! Tente mostrar pelo menos um pouco de decoro.
Toujours Pur, Sirius! Tente se lembrar de seu dever.”

Sirius não respondeu, mas abaixou a cabeça, o cabelo caindo na frente de seu rosto. Remus
esperava que ele não ter começasse a chorar de novo. Walburga continuou, “Você pode ir, Sirius.
Seu pai e eu lhe veremos junho.”

Com isso, ela se voltou para Regulus e ignorou Sirius novamente. James começou a avançar,
incapaz de assistir por mais tempo, mas Remus se conteve junto a Peter. Não parecia seu lugar, de
alguma forma; ele não tinha o direito. E embora Remus desejasse mais do que qualquer coisa saber
o que fazer, James sempre foi muito melhor com Sirius.

McGonagall aparentemente viu James e agiu rapidamente, colocando a mão no ombro de Sirius e
gentilmente o guiando para fora de sua cadeira e em direção à porta. Ele estava mancando um
pouco. Madame Pomfrey juntou-se a eles no meio do caminho e entregou a Sirius um frasco
também.

“Vá direto para a cama e beba cada gota, está me ouvindo? A dor provavelmente já terá passado,
mas vai ser desconfortável esta noite. "

Sirius acenou com a cabeça, cansado, sem falar. James deu um tapinha em seu ombro e o apertou,
então acenou com a cabeça para McGonagall. Ela parecia querer muito dizer algo, mas segurou a
língua, apenas olhando para Regulus e a Sra. Black. Ela ficaria de olho na situação, Remus tinha
certeza. Ela deixaria Sirius saber se algo acontecesse.

Os quatro marotos caminharam a maior parte do caminho para a torre da Grifinória juntos em um
silêncio mortal até que chegaram a uma escada dupla, e Peter de repente disse:

"Nós perdemos o jantar."

James e Remus olharam para ele, e de repente o menor parecia muito magoado. “O que eu quis
dizer”, ele guinchou com raiva, “foi que vou descer até a cozinha agora e pegar algo para nós. Se
estiver tudo bem para vocês dois?!”

"Boa, Pete." James disse, se desculpando.

Remus apenas abaixou a cabeça, desviando o olhar. Peter deu meia-volta e desceu as escadas,
enquanto os outros três continuaram subindo. Foi um progresso lento, considerando que dois deles
mancavam acentuadamente.

“Que bela cena devemos estar.” Sirius murmurou, sem humor, enquanto eles pararam em uma das
escadas para respirar.

"O que há de errado com você, afinal?" Remus finalmente perguntou, esfregando seu quadril
dolorido.
"Quebrei meu tornozelo," Sirius disse, "Cai com força demais."

James estremeceu. Sirius encolheu os ombros, "Não consigo sentir, só tá meio vacilante."

Quando eles finalmente chegaram ao quarto, Sirius se trancou dentro do banheiro para tomar banho
e se trocar. Peter reapareceu brevemente, carregado de sanduíches, frutas, chocolate, bolos e tudo o
mais que pudesse carregar.

"Um monte de garotas lá embaixo quer ver Sirius," ele bufou, jogando tudo em sua cama, "Há uma
gangue de segundos anos fazendo cartões de melhoras – mandei elas caírem fora."

"Obrigado, Pete", disse James, "você é um bom amigo."

Peter sorriu, finalmente. Ele acenou com a cabeça para a porta fechada do banheiro.

"Ele está bem?"

"Ele vai ficar." James suspirou, tirando suas vestes de quadribol, deixando-as em uma pilha no
chão. Apenas com sua regata e cueca, ele pegou um sanduíche de frango da cama de Peter e o
mordeu faminto. Remus e Peter interpretaram isso como permissão e seguiram o exemplo.

Sirius ficou no banheiro por um longo tempo, e eles acharam melhor deixá-lo sozinho. James
trocou de roupa e começou a arrumar a cama eternamente bagunçada de Sirius. Remus ajudou,
recolhendo os livros espalhados e as redações pela metade. Ele iria terminá-las, Remus decidiu, ele
faria todo o dever de casa de Sirius durante a semana inteira, se isso ajudasse alguma coisa.

"Eu odeio a porra da família dele." James disse, de repente, enquanto sacudia um dos travesseiros
de Sirius.

“A mãe dele é ainda pior do que a minha,” Peter fungou. Remus começou a examinar as anotações
de Sirius, alisando os pergaminhos e tentando entender o que era para quando.

A porta do banheiro clicou e Sirius apareceu de pijama, o cabelo molhado e penteado para trás.

"Você está com fome, cara?" Peter perguntou, nervoso, oferecendo um prato de sanduíches. Sirius
balançou a cabeça e caminhou em direção a sua cama.

"Só vou dormir." Ele murmurou, puxando as cortinas.

"Sirius!" Remus explodiu, antes dele desaparecer completamente de vista. Sirius parou, olhando
para ele pela abertura da cortina. Remus mordeu o lábio, "Não foi sua culpa." Ele disse. "Eu estava
vendo; foi um acidente. Vocês dois estavam focados no jogo, só isso.”

Sirius olhou para ele, seu rosto suave após o banho, seus olhos cansados e sombrios. Ele sorriu
gentilmente e encolheu os ombros.

"Ainda sim, fui eu que fiz." Então fechou bem as cortinas.

***
O jogo de quadribol foi declarado incompleto, e os dois times concordaram em uma nova partida
assim que os Sonserinos encontrassem outro apanhador. Na manhã seguinte, no café da manhã, o
capitão da Sonserina recebeu um berrador de Walburga Black, acusando-o de colocar seu filho em
perigo. Regulus não estava presente, e rumores corriam soltos, mas McGonagall disse em
particular a Sirius que tudo estava bem - a Sra. Black simplesmente desejava manter Regulus em
casa por mais uma semana como precaução.

Sirius continuou com seu dia, mas a luz nele havia diminuído. Ele não azarou ninguém, fez piadas,
ou mesmo falou fora de hora em suas aulas. Ele simplesmente empurrava seus dias, como se
estivesse sonâmbulo. Remus estava começando a se perguntar se ainda era o choque do acidente ou
a ansiedade de ter que enfrentar sua mãe dentro de Hogwarts.

Aquela noite era lua cheia, então Remus seria de pouca ajuda a Sirius. Na verdade, ele estava um
pouco feliz por ter uma desculpa para sair do dormitório, que havia se tornado um lugar sombrio e
silencioso enquanto Sirius estava naquele humor. Remus não foi o único - Peter continuava
escapulindo para visitar Desdêmona.

Talvez fosse todo o silêncio, todas as coisas não ditas e a tensão não resolvida, mas a lua de
fevereiro fora ruim. Remus acordou com a garganta em carne viva de tanto uivar, farpas de
madeira sob as unhas e hematomas por toda parte.

Ultimamente, ele notou que quanto mais velho ficava, mais era capaz de se lembrar depois das
transformações. Ainda não estava totalmente claro; era como lembrar de um sonho; imagens e
sentimentos entrando e saindo de vista, mas desta vez Remus pensou que talvez o lobo quisesse
algo - talvez quisesse sair mais do que o normal.

Ele estava deitado na cama do hospital tentando se lembrar, febril e com dor de cabeça, muito
desconfortável para dormir, os lençóis enrolados em seus tornozelos como algemas.

"Bom dia, Moony," Uma voz suave e triste falou com ele. Ele teve que esfregar os olhos e piscar
algumas vezes antes mesmo de perceber que era Sirius.

"Bo-bom dia," ele balbuciou, grogue de qualquer analgésico que tinha tomado. Que sempre fazia
seu sotaque escorregar, o que ele odiava. "Que ‘cê tá fazendo'qui?"

Sirius sentou na ponta da cama e esticou o pé,

“Vim checar meu tornozelo. Está tudo bem agora.”

"Ah, que bom." Remus assentiu, tentando se sentar e falhando miseravelmente.

"Como foi?" Sirius perguntou, gesticulando amplamente para o corpo de Remus.

“Bem,” Remus respondeu, “Normal. James tá aqui também? "

"Nah," Sirius olhou para seus sapatos, "to dando a ele uma folga de mim."

“Eu não acho que ele se importa ...”

"Mas eu sim."

Remus concordou. Ele também não gostava de incomodar os outros também.


"Moony?"

"Sim?"

"Sabe como você disse que não foi minha culpa?"

"Não foi sua culpa." Remus disse, com firmeza. Com um pouco de firmeza demais, ele sentiu os
músculos da garganta se tensionarem e se contraírem e começou a tossir. Sirius pulou da cama e
pegou o copo d'água da mesinha de cabeceira, entregando-o a Remus. Remus engoliu,
envergonhado, derramando um pouco.

"Eu não atingi ele de propósito, você tem razão," Sirius disse, olhando pela janela sobre a cabeça
de Remus, semicerrando os olhos levemente como se estivesse procurando por algo lá fora. "Mas
... quando o vi cair daquele jeito, pensei ... pensei - não o deixe morrer."

"Bem, é claro," Remus franziu a testa. Ele gostaria que Sirius encontrasse seus olhos. "Ele é seu
irmão, é claro que você não queria que ele ..."

"Mas eu não estava pensando nele." Sirius disse, “Eu estava pensando em mim. Eu estava
pensando ... se ele morrer, eu serei o único que resta, e meus pais ... eu não teria nenhuma saída. Eu
preciso de Regulus para permanecer vivo. Eu preciso que ele seja o filho perfeito, então não vai
importar se eu for o pior filho. Era isso o que eu estava pensando. Eu sou um covarde."

Remus não sabia o que dizer, mas ele tinha que dizer algo.

“Você ainda teria ficado triste se ele morresse, porém. E não só por causa disso.”

"Sim, mas meu primeiro pensamento -"

“As pessoas não pensam direito quando estão com medo. Acredite em mim." Remus disse,
esperando que soasse autoritário. “Eu vi você, você arriscou sua vida para tentar salvar ele - isso
não é covardia. Você quebrou seu tornozelo estúpido como o grifinório teimoso e idiota que você é.
"

Sirius exalou, uma risadinha tensa. Ele olhou para seus pés novamente, então para Remus. Remus
sorriu para ele, encorajando-o, embora sua mandíbula doesse.

"Reg vai ficar bem?"

“Sim, tá tudo bem. Ele me mandou uma coruja esta manhã - sendo servido tudo na cama, pelo que
parece. Minha mãe também tentou me expulsar do time, mas ele a impediu.

"Aí está, então." Remus sorriu, "Você ainda é o pior filho."

Sirius riu.
Capítulo 68 : Quarto ano: março
Chapter Summary

Aviso para menores consumindo bebidas e cigarro.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Didn’t know what time it was

the lights were low-oh-oh

I leaned back on my radio-oh-oh

Some cat was laying down some rock n roll, lotta soul he said

Then the loud sound did seem to fade (ah ade),

Came back like a slow voice on a wave of phase (ah aze);

That weren’t no DJ, that was hazy cosmic jive...

-‘Starman’, David Bowie

Sábado, 8 de março de 1975

Considerando os eventos do semestre da primavera, Remus não esperava muitas comemoração em


seu décimo quinto aniversário, que se aproximava. Claro, os marotos ficaram tão satisfeitos como
nunca em provar que ele estava errado.

Como de costume, tudo foi planejado com extremo sigilo, e Remus ficou completamente de fora
até o último momento. Era sábado antes de seu aniversário, e ele estava descansando em sua cama
lendo, com um dos discos de Sirius tocando baixo ao fundo. Ele tinha o costume de pegar
emprestado o toca-discos e deixa-lo em sua cama ultimamente - Sirius nunca parecia se importar.

Era apenas cerca de nove horas, mas ele estava sozinho e pensando em dormir cedo. Assim que ele
decidiu colocar o pijama, Sirius irrompeu no quarto com um sorriso malicioso no rosto que só
poderia significar uma coisa - seria uma longa noite.
"Pronto?!" Ele disse, saltando pelo chão, trazendo o cheiro de lenha da lareira da sala comunal.

"Para quê?" Remus perguntou calmamente, marcando a página e colocando seu livro de lado.

"Para sua surpresa de aniversário, obviamente," Sirius suspirou, como se Remus estivesse sendo
muito lento. "Vamos, levanta, sapatos, por favor - use aquelas botas trouxas malucas que você tem,
com os cadarços malucos."

"Er ... para onde estamos indo?"

"Para fora." Sirius começou a vasculhar seu báu. Ele retirou uma calça jeans trouxa e uma camiseta
preta lisa.

“Ah, você quer dizer para fora, fora?” Remus ergueu uma sobrancelha quando Sirius começou a se
despir.

"Sim, pegue sua capa."

Sirius ficava bem em roupas trouxas, Remus pensou consigo mesmo. Realmente, a maioria das
pessoas ficava bem melhor em uma camiseta e jeans do que no uniforme escolar ou em robes do
século dezessete - mas Sirius ficava bem em tudo. Remus não fez mais perguntas enquanto
amarrava suas botas. Estava claro que Sirius estava gostando da surpresa, e ele não via motivo para
estragá-la.

Remus foi conduzido escada abaixo, sentindo-se muito estranho em jeans e uma capa de viagem,
mas ainda sem reclamar - Sirius provavelmente estava pensando que eles pareciam o auge da moda
trouxa. Na sala comunal, eles foram recebidos por James e Peter, também sorrindo cheios de
travessura.

"Você sabe que meu aniversário ainda é daqui a dois dias." Remus disse, um pequeno sorriso dele
brincando em seus lábios.

“Os eventos desta noite são insensíveis ao tempo.” Sirius respondeu, rapidamente. Ele estava
tentando manter um ar indiferente de mistério, mas estava claramente quase explodindo para contar
tudo a Remus.

"E não se preocupe", disse James, os olhos brilhando enquanto segurava a porta do retrato para sair
da sala comunal; “Não vamos esquecer de cantar parabéns na segunda-feira no café da manhã.”

"E o almoço", acrescentou Peter,

"E o jantar." Sirius terminou, agora eles estavam descendo as escadas da Torre da Grifinória.

"Aqui vamos nós, rapazes." James disse, jogando a pesada capa de invisibilidade sobre os quatro.
Contanto que todos eles ficassem muito próximos, e Remus encurvado, eles quase cabiam. Mas a
capa não aguentaria outro estirão de crescimento de qualquer um deles.

Felizmente, eles não tiveram que andar muito - como Remus esperava, eles se dirigiram para a
estátua da bruxa corcunda e deslizaram atrás dela, para dentro do túnel que levava à Dedos de mel.

"Então, quinze anos!" Sirius disse alegremente enquanto eles caminhavam, batendo no ombro de
Remus de uma maneira que ele deve ter considerado muito viril. "Animado?"

Remus deu de ombros,


“Eu realmente nunca pensei a respeito. Você me diz, você é o mais velho.”

"Bem, obviamente sou muito mais sábio e maduro do que o resto de vocês ..."

James bufou, caminhando à frente com sua varinha acesa. Sirius o ignorou, “Eu preferiria ter
dezessete anos. Então poderíamos aparatar, pelo menos. "

"Ah, não comece," Peter bufou, ficando atrás, "Ele realmente queria tentar aprender a aparatar,
Remus, apenas para o seu aniversário, para que pudéssemos entrar em Hogsmeade mais
facilmente."

"Não se pode aparatar dentro de Hogwarts." Disse Remus.

“Dez pontos para Moony.” Sirius sorriu, “Nós poderíamos ter aparatado para fora do porão, no
entanto. Nos poupar de tentar passar pela velha Dedos de mel.”

"Aparatar é muito difícil, não é?" Perguntou Remus. Ele secretamente não tinha certeza se seria
capaz de fazer isso - até mesmo pegar carona com o Sr. Potter aquela vez havia sido exaustivo e o
deixara enjoado.

“Sim, mas nós seriamos capaz de fazer.” Sirius respondeu, confiante.

“Seria pouca coisa comparado a tudo que tivemos que fazer neste semestre,”, disse Peter.

Sirius deu ao menino menor um olhar muito irritado, e o queixo de Peter caiu, como se ele tivesse
dito algo muito errado.

"Você quer dizer com os exames chegando?" Remus perguntou, inocentemente, para salvar Peter.
Ele estava surpreso que Pettigrew tivesse conseguido ficar quieto por tanto tempo - embora não
fosse como se James e Sirius fossem tão discretos quanto pensavam que eram.

"Sim, exatamente." Peter parecia aliviado, “Exames. Definitivamente vou reprovar em História da
Magia este ano. Definitivamente. Eu nunca vou conseguir um NOMs nisso.”

Eles conversaram sobre os NOMs do próximo ano um pouco mais, lamentando seu próprio
despreparo neste ou naquele assunto - embora Remus estivesse realmente ansioso por eles,
especialmente os exames práticos. Finalmente, eles alcançaram o porão da Dedos de mel. E foi aí
que o plano desmoronou.

"Droga." James disse, enquanto tentava abrir a porta trancada. “O velho geralmente ainda está
fazendo as contas ou algo assim. Deve ter ido para a cama cedo.”

“Ou ele pode estar fora,” Remus sugeriu. "É uma noite de sábado."

"O que nós vamos fazer??" Peter perguntou: “Alohomora? Ah, mas não podemos fazer magia...”

“Deixa eu ver,” Remus deu um passo à frente, remexendo em seu bolso de trás o grampo que ele
usava desde o verão. "Fácil", disse ele, inspecionando a fechadura. Ele se abaixou e inseriu o
grampo, acariciando-o lentamente para cima e ouvindo com atenção. O clique satisfatório lhe disse
que tinha funcionado e ele deu um passo para trás, abrindo a porta com um floreio. "Ta-da!"

"Seu lindo!" James aplaudiu: "Vamos, vamos!"

Uma vez dentro da loja, foi ainda mais fácil, pois a fechadura funcionava por dentro. Então, de
repente, eles estavam lá fora, na rua principal de Hogsmeade, no ar frio da noite. Era
deliciosamente emocionante estar em um lugar onde eles não deveriam - Remus nem se importava
se eles fossem pegos ou não. Ele seguiu Sirius e James pela rua de paralelepípedos, passando pelo
Três Vassouras, as lojas fechadas e os correios.

Os dois garotos animados pararam abruptamente em frente a outro pub; um Remus não tinha
estado nesse antes. A placa pendurada acima da entrada dizia The Hogs Head, com uma imagem
apropriadamente sangrenta embaixo. Havia um quadro negro na calçada do lado de fora que dizia:
Música ao vivo hoje à noite! Microfone aberto, atos de tributo aos trouxas!

"Ah meu Deus!!" Remus exclamou - essa era absolutamente a última coisa que ele esperava. Agora
ele sabia por que Sirius estava sorrindo tão abertamente que suas bochechas deviam estar doendo.

“O que você acha??” O garoto moreno perguntou, ansioso.

"Sirius nos prometeu que você amaria," James disse, parecendo menos seguro. Remus apenas
olhou para o quadro-negro, depois para Sirius,

"Eu amei." Ele confirmou.

Lá dentro, não estava nem muito movimentado nem muito silencioso, e parecia que a primeira
apresentação estava apenas começando. Não era tão arrumado quanto o Três Vassouras; o chão era
de feno ao invés de um tapete, e cheirava levemente a um curral, mas Remus podia ver que eles
definitivamente não iriam esbarrar em ninguém que conhecessem - e ninguém iria jogá-los de volta
na escola.

"Vou pegar a primeira rodada," disse Sirius, alegre, a travessura ainda brilhando em seus olhos.

"Sirius ..." James disse, severamente, "Cervejas amanteigadas, certo?"

“Mmm…”

"Então," Remus disse, enquanto eles se acomodavam em torno de uma mesa pequena e frágil que
estava perto o suficiente da banda, mas também em um canto escuro, apenas por precaução, "Atos
de tributo trouxa? Isso é uma coisa normal para os bruxos ouvirem?"

"Nah," James balançou a cabeça, parecendo tão perplexo quanto. “Tem havido uma tendência a
isso ultimamente. Desafiar o Lorde das Trevas e toda sua merda de sangue puro, esse tipo de coisa.
"

“Eles vão tocar David Bowie?” Peter perguntou. O pobre Peter teve a impressão de que a música
trouxa começava e terminava com David Bowie, graças a Sirius e Remus.

A banda se anunciou como Banshee Blues assim que Sirius voltou com uma bandeja de bebidas.
Cerca de quinze delas.

"Sirius!" James ergueu as sobrancelhas,

"O que?!" Sirius piscou para ele, "Eu trouxe sua cerveja amanteigada!"

“Eu quis dizer apenas cerveja amanteigada, para todos nós. Como é que você foi servido? Isso é
Whisky de fogo?”

"E hidromel." Sirius concordou. “Não beba se você não quiser. Aqui,” ele pegou um copo com
cerca de cinco centímetros de um líquido de cor marrom dourado nele, erguendo-o, “ Para nosso
amado Moony - inventor do mapa dos marotos, arquiteto de nossas maiores pegadinhas, fazedor do
nosso dever de casa atrasado ... ”

"Para Moony," os outros dois sorriram. Remus olhou para a banda, envergonhado demais para
responder.

Ele nunca tinha visto música ao vivo antes, muito menos música ao vivo executada por bruxos.
Suas roupas eram previsivelmente estranhas - uma mistura de robes tradicionais e vestimentas
trouxas variadas - o vocalista usava um chapéu de caubói branco, por algum motivo, combinado
com um boá de penas rosa. Os instrumentos pareciam trouxas o suficiente, mas não tinham
amplificadores - aparentemente a magia cuidava do volume.

Eles tocaram algumas músicas dos Beatles, depois alguns Rolling Stones e Remus achou que eram
muito bons. Até mesmo James estava batendo o pé no final, embora isso pudesse ser devido ao fato
de Sirius ter colocado um pouco de Whisky de fogo em sua cerveja amanteigada. Whisky de fogo
era muito ruim, Remus pensou, mas não era pior do que a vodka barata que bebeu no verão
passado. Ele orgulhosamente engoliu seu primeiro copo de uma vez, sem estremecer, e Sirius olhou
para ele com admiração.

Peter insistiu no hidromel e continuou perguntando: “Já estou bêbado? Estou bêbado?” após cada
gole. Depois de duas canecas, ele provavelmente estava.

"Talvez devêssemos ficar só na cerveja amanteigada agora ..." Remus disse, olhando para Peter
com preocupação. Ele estava balançando ligeiramente em seu banquinho, com as bochechas
rosadas e sorrindo. As Banshee Blues estavam guardando seus instrumentos, e uma jovem de rosto
pálido com uma franja pingando se aproximou do pedestal do microfone.

"É você, Lupin?" Um jovem bruxo se aproximou deles do bar. Remus o reconheceu vagamente,
mas não tinha certeza de onde.

"Er ... oi." Ele disse, nervoso.

“Arnold Doyle! Eu estive em Hogwarts ano passado, lembra? " Ele era alto e magro, mas metade
dos meninos da escola também. “Seus cigarros me ajudaram a aguentar meus NIEM!”

“Oh! Certo, sim, Oi Arnold, desculpa.” Ele ainda não tinha certeza se lembrava dele, mas o uísque
o fez se sentir amigável e caloroso com todos. "O que você está fazendo aqui?"

“Minha namorada está tocando,” ele acenou com a cabeça para o palco, onde a garota de aparência
suada estava afinando seu violão. "E você? Pensei que ainda estava na escola?”

"É meu aniversário," Remus sorriu, "Saí escondido."

Arnold riu,

"Entendi. Bem, eu não vou te dedurar. Posso te pagar uma bebida? Agradecer pelos cigarros?”

"Você é o nosso tipo de homem, Arnold," Sirius gritou, mais alto do que o necessário em um pub
tão pequeno, mas ele tinha bebido tanto quando Remus.

Arnold apenas riu e voltou para o bar. A namorada dele começou a tocar - uma música de Bob
Dylan, parecia, mas Remus não estava familiarizado com folk. Ele ainda não conseguia se lembrar
de alguma vez ter vendido algo a Arnold, mas Arnold claramente sentia que havia uma dívida,
porque ele comprou para Remus uma garrafa inteira de Whisky de fogo e a colocou na mesa.

"Feliz Aniversário! Você já é maior de idade, não é? "


"Na verdade-" Peter começou, então parou quando Sirius o chutou com força por baixo da mesa.

"Sim," Remus respondeu suavemente, "Valeu!"

Depois disso, as coisas ficaram um pouco trêmulas, mas ele definitivamente decidiu que fumar era
uma boa ideia - e Sirius, ansioso para não ficar para trás, concordou.

"Essas coisas fedem, Moony." James reclamou, fazendo uma careta. “E o que ele quis dizer com
‘seus cigarros’ o ajudaram nos NIEMs?”

“Ele deve ter me confundido com alguém,” Remus deu de ombros. Sirius explodiu em risadinhas
histéricas.

A próxima banda, na opinião de Remus, era a melhor - eles se chamavam Dragonhide e tocavam
muito Slade, Status Quo e Black Sabbath. Isso fez Remus querer se levantar e dançar, mas ele não
estava tão bêbado quanto Sirius ou Peter, e não tinha perdido completamente suas inibições. Ele
não pôde deixar de cantar junto no final, entretanto - como quase todo mundo no pub estava, a essa
altura. De alguma forma, parecia uma ideia tão boa subir em sua cadeira, e balançar o copo acima
da cabeça enquanto todo o pub rugia;

“So cum on feel the noize!

Girls grab ya boys!

We get wild, wild, wild!

We get wild, wild, wild!”

Sirius, é claro, achou que isso tudo era muito divertido, e depois de duas tentativas de subir em seu
próprio banquinho (rapidamente capturado por James, que estava com melhor controle de seus
sentidos), acabou com os braços em volta de Peter e James, balançando para lá e para cá, cantando
no topo de sua voz;

“So you think we have a lazy time, well you should know better...

And I don't know whyyyyy

I just don't know whyyyyy

And you say I got a dirty mind, well I'm a mean go getter!

And I don't know whyyyy

And I don't know whyyyyyyy

Anymore! Oh no--ooooh!”

Na verdade, os marotos estavam todos tão absortos nesse clima que ainda estavam cantando o mais
alto que podiam enquanto cambaleavam de volta por Hogsmeade para a rua principal, de braços
dados, tropeçando e rindo enquanto caminhavam. Lá fora, no ar frio, Remus se sentiu um pouco
mais sóbrio e um pouco culpado ao perceber o estado em que Sirius e Peter estavam.

Quando chegaram à Dedos de mel, já devia ter passado da meia-noite. Eles entraram o mais
silenciosamente possível e se dirigiram para o porão - James e Remus tentando desesperadamente
afastar Sirius e Peter de todos os doces em exibição. A caminhada de volta através do túnel para
Hogwarts foi bem terrível. Peter mal conseguia manter os olhos abertos e cambaleava contra
James, reclamando que estava com dor de cabeça. Sirius saltava de parede a parede, aparentemente
se mantendo em pé apenas por seu próprio impulso para a frente, ocasionalmente lembrando
fragmentos da música.

No final do túnel, James e Remus estavam muito sóbrios, Peter mal estava consciente e Sirius
parecia preocupantemente verde.

"Merlin, como vamos levá-los de volta para a cama sem acordar todo o castelo?!" James bufou,
ainda apoiando Peter. Sirius prontamente se inclinou e vomitou.

"Cristo," Remus agarrou seus ombros, pois estava em perigo de cair na piscina de náuseas. Ele
puxou o cabelo de Sirius para trás, rapidamente, e deu um tapinha nas costas do amigo. “Errr…”
ele olhou para James, “Por que você não leva Peter com a capa, será mais fácil. Vou esperar um
pouco mais com ele,” ele sacudiu a cabeça para Sirius, “Aí eu convoco a capa em meia hora mais
ou menos? Mais fácil com dois, de qualquer maneira.”

"Bom plano." James disse, agradecido. "Tem certeza que não quer que eu cuide dele?"

Sirius sentou-se no chão, de repente, a cabeça entre as mãos e gemendo.

"Nah, eu já cuidei de bêbados antes," Remus sorriu. "Você vai. Valeu pelo aniversário, James, foi
brilhante pra cacete.”

James sorriu para ele antes de desaparecer sob a capa da invisibilidade com Peter ainda se
agarrando a ele como se sua vida dependesse disso. Remus suspirou e se sentou ao lado de Sirius.
Ele apontou a varinha para a bagunça oposta,

“Scourgify.” E estava limpo.

Sirius gemeu de novo e apoiou a cabeça no ombro de Remus. Remus riu baixinho, "Tudo bem aí,
cara?"

"Urgh."

“É, parece que está tudo bem. Ei, não vomite em mim, ok? "

"Mmmph."

"Com sede?"

“Uhum.”

Remus bebeu o resto de sua garrafa de firewhisky, então tocou a varinha na abertura,

“Aguamente!” e se encheu de água fria cristalina. Ele entregou a Sirius, "Não beba muito rápido, ou
você vai vomitar."

"Mmm." Sirius bebeu um pouco, os olhos ainda fechados. Seu rosto estava um pouco pálido e
úmido, mas ele parecia dez vezes melhor do que Remus provavelmente estava. "Você é tão bom
nas coisas, Moony." Ele balbuciou, apoiando-se pesadamente no ombro de Remus.

"Sim," Remus grunhiu, "Arrombar fechaduras e segurar minha bebida."

"E mágico." Sirius murmurou, sonolento.

"Sim, somos bruxos, idiota."


"Eu sou bom em magia," Sirius suspirou, "Mas você, tipo ... é magia, sabe?"

"Você está bêbado e falando besteira." Remus riu. "Ei, não durma, tenho que te levar de volta."

"Cal’oca." Sirius respondeu, cochilando.

Remus suspirou e se perguntou se alguém notaria se eles simplesmente ficassem parados por lá.
Capítulo 69 : Quarto ano: abril
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 26 de abril de 1975

"Remus Lupin, abaixe esse livro imediatamente!" A voz estridente e cansada da Madame Pomfrey
ecoou pela enfermaria. Remus largou o livro pesado, olhando para cima, assustado.

“Você consegue ver através da tela?!” Ele falou de volta. Tinha pensado que estava praticamente
sozinho.

"Não", respondeu ela, "eu só te conheço muito bem." Ela apareceu, abrindo as telas verdes claras
de hospital. O dia estava mais claro, além deles - Pomfrey lançou um feitiço que criava uma
cápsula de escuridão ao redor da cama de Remus. Para que ele pudesse dormir um pouco, disse ela.

Ela agarrou o livro, agora, dando a ele um olhar severo. "Eu esperava que você estivesse
descansando os olhos, não forçando-os."

“Eu consigo ver no escuro,” ele encolheu os ombros. Era verdade - não importava quanta punição
seu corpo recebesse, seus olhos permaneciam perfeitos, mais que perfeitos, até.

"Sem desculpas." Madame Pomfrey resmungou. "Agora que você está acordado, suponho que
esteja pronto para receber visitas?"

"Sim, claro!" Ele se sentou ansioso, endireitando sua camisa de noite.

"Podem entrar, então," ela chamou James, Sirius e Peter, que apareceram em fila única atrás da
tela. “Sem muito barulho e sem livros!”

"Por que você não pode ter livros?" James perguntou, inclinando-se sobre a cabeceira da cama.

"Porque é o Moony," disse Sirius, atirando-se na pequena cama de solteiro, bem sobre as pernas de
Remus. “Ele não entende de moderação.”

“Eu só quero revisar,” Remus suspirou, esfregando a parte de trás de sua cabeça, “Quer dizer, eu
estou na escola, é o que eu tenho que fazer.” Ele aceitou um sapo de chocolate de Peter, que os
estava distribuindo.

"Mas você não quer ter um colapso," Sirius disse, com a boca cheia de chocolate, "Você está
quilômetros à frente do resto da classe, e os exames não são daqui um bom tempo."

"Eles são daqui duas semanas", disse James, mordiscando seu próprio pedaço de chocolate,
surpreendentemente delicado. "Acho que você deveria se preparar mais, Black."
"Ah, me desculpe," Sirius revirou os olhos azuis dramaticamente, e deitou-se de costas. Remus
estremeceu. "Eu esqueci que você se juntou ao clube dos nerds também."

“Uma tarde na biblioteca não me torna um nerd!” James franziu a testa, claramente ofendido.

“Não dê ouvidos a ele, James,” Remus sorriu, “Eu estou orgulhoso de você. Obrigado pelos sapos,
Pete.”

"Oh, eles não são de mim", disse Peter, acomodando-se na poltrona ao lado da cama, "Dezzie diz
que espera que você fique bom logo."

Remus, Peter e James viraram suas cabeças ao mesmo tempo.

"Dezzie." Sirius disse, sentando-se. "Você quer dizer Desdêmona?"

"Er ... sim?" Peter parou de mastigar seu chocolate e começou a parecer nervoso. “Ela me
perguntou por que eu não poderia ver ela hoje, então eu disse que tinha que ver o Moony. O que?!"
Ele olhou de James para Sirius, "Eu não falei nada do por que ele estava doente, só falei-"

"Seu idiota!" Sirius saltou da cama.

"Sirius!" Remus sibilou - se eles falassem muito alto, Madame Pomfrey os expulsaria, “Tá tudo
bem. Mesmo."

“Não está bem!” Sirius ferveu, ele estava em pé perto de Peter agora, “Você não pode contar a
qualquer um que Remus está na ala hospitalar! Nem todo mundo é tão lerdo quanto você! A
palavra 'segredo' não significa nada para você?!”

"Você sabe que significa", disse Peter, projetando o queixo, o lábio inferior tremendo, "Eu guardei
todos os tipos de ..." ele olhou furtivamente para Remus, então mudou de assunto, "De qualquer
forma, Dezzie não é qualquer um, ela é minha namorada.”

"E daí?!" Sirius se enfureceu, "Você vai contar para qualquer puta que deixa você enfiar sua língua
gosmenta na garganta dela?!"

Os olhos de Peter se encheram de lágrimas de raiva. Ele fungou forte e esfregou o nariz,
levantando-se.

“Só porque eu tenho uma namorada! Só porque ... porque alguns de nós realmente gostam de
passar tempo com garotas!”

O rosto de Sirius pareceu se transformar em um tipo novo e terrível tipo de raiva que Remus nunca
tinha visto antes. Seu coração estava batendo a mil por hora, Remus podia ouvir claramente como
um trovão.

"O que você está tentando dizer, Pettigrew?"

“Que eu prefiro estar com Dezzie do que com vocês, agora. Desculpe, Remus. " Peter disse, muito
rapidamente, antes de partir, saindo da enfermaria com um novo passo confiante.

Houve um silêncio acerado, e Remus descobriu que não conseguia olhar para Sirius - qualquer
emoção que ele estivesse lidando no momento parecia ser algo completamente privado. Ele olhou
para James, ainda de pé ao fim da cama, mordendo o lábio. Ele encontrou os olhos de Remus e
deu-lhe um sorriso tranquilizador.
"Uns velhos rabugentos esses dois, hein?" Ele quebrou a tensão, “De qualquer forma, como você
está se sentindo? A lua foi boa? "

"Sim, nenhuma cicatriz," Remus acenou com a cabeça, lentamente, ciente do coração de Sirius
ainda batendo forte dentro de seu peito. “Não quebrei nada, também. Talvez eu esteja finalmente
ficando bom em ser um lobisomem. "

"O que ele quis dizer?" Sirius disse, de repente, virando-se para olhar para James.

“Não sei, cara,” Potter deu de ombros, “Não dê ouvidos a ele, ele só terminou o que você
começou; você tá irritado porque ele finalmente se defendeu. "

"Ele quis dizer alguma coisa." Sirius murmurou.

"Como vai o quadribol?" Remus perguntou, rapidamente, "Pronto para a final?"

A sobrancelha de James se suavizou instantaneamente e ele se endireitou, ansioso para contar a


Remus tudo sobre seus grandes planos para o próximo jogo da Corvinal. A revanche Sonserina
versus Grifinória ocorreu no final de março e, para a surpresa de todos, Regulus Black havia
retomado seu papel de apanhador. James disse baixinho a Remus depois, que Regulus havia
ameaçado metade dos sonserinos com feitiços de desfiguração dolorosos se Walburga soubesse
que ele estava de volta ao time.

A Grifinória havia ganhado por apenas cinco pontos, o que era uma sorte, porque Remus não
conseguia imaginar Sirius com um humor pior do que já estava. As coisas não estiveram boas.

Na sua parte, Remus estava tentando ser o mais gentil possível com Sirius desde fevereiro. Embora
Remus sempre soubesse que os Blacks estavam longe de ser uma unidade familiar ideal e
protetora, ele sempre achou que não poderia ser tão ruim. Afinal, em sua experiência, os adultos
estavam lá para manter a ordem, instruir e punir. James já estava acostumado com esse tipo de
situação, pelo que Remus sabia, então fazia sentido que ele fosse simpático a Sirius.

Talvez fosse a maturidade, ou talvez fosse ter visto o brilhante e vivaz Sirius ser derrubado por sua
própria mãe, mas Remus estava finalmente começando a entender que os acontecimentos da Nobre
e Antiga Casa Black não eram normais. Na verdade, eram totalmente inaceitáveis. O fato de Sirius
ter sobrevivido sob tal opressão por tanto tempo sem se transformar em Snape ou apenas ter
quebrado sob o peso de tudo isso era admirável. Remus sabia como era difícil ir contra as
expectativas das outras pessoas - contra sua própria natureza, às vezes.

Mas agora, isso estava começando a aparecer. Talvez desde o aniversário de Remus – quando
Sirius se embebedou tão terrivelmente e ambos terem se escondido naquele túnel frio. Porém, isso
pode ter sido apenas quando Remus notou pela primeira vez - pode muito bem ter começado
depois da queda de Regulus. Mas houve definitivamente uma mudança. Sirius estava cansado -
esgotado, como Remus se sentia depois da lua. Parte da luta havia o abandonado; isso estava claro.
Ele ainda ficava com raiva, mas ela vinha em rajadas curtas, e ele rapidamente mergulhava
novamente em um humor sombrio e silencioso.

As conversas noturnas com James também foram retomadas. Remus não fora convidado. Ele não
esperava exatamente ser, mas tinha pensado que estavam um pouco mais próximos naquele ano, e
que talvez Sirius escolheria confiar em ambos. Mas a única coisa que Sirius parecia querer de
Remus esses dias eram cigarros - se Remus tivesse coragem de cobrar dele, ele poderia ter feito
uma fortuna; Sirius raramente ficava sem um cigarro atrás da orelha ou entre os lábios.

“Mudanças de humor da adolescência.” Lily disse, decisivamente, quando Marlene mencionou que
Sirius parecia fora de si, "Honestamente," a ruiva suspirou, jogando o cabelo, "Ele age como se
tudo o que acontece com ele fosse um grande drama, mas ele não é diferente do resto do nos.
Hormônios.”

“Bem,” Mary franziu a testa, “a família dele é um pesadelo ... bruxos das trevas e tal. Não pode ser
fácil, com tudo o que está acontecendo nos jornais.”

"Sirius não é um bruxo das trevas." Remus disse, imediatamente,

"Eu sei disso." Mary retrucou: "Só quis dizer que ele pode estar se sentindo um pouco divido, só
isso." Ela tinha se irritado muito com Remus, desde a 'pegadinha' de Veritaserum de Snape. Mesmo
que Remus tenha se desculpado profusamente, muitas vezes, ele não podia negar que as coisas que
dissera eram verdade.

“Desculpa,” ele disse novamente, abaixando a cabeça. "Você está certa. Não tem sido fácil.”

"Você, entre todas as pessoas, não deveria ter pena dele, Remus." Lily bufou, colocando uma pilha
inteiramente nova de livros para revisão.

"O que isso quer dizer?!"

“Ele teve todas as vantagens sobre você e ainda não consegue ser uma pessoa legal”, disse ela,
dividindo os livros entre os quatro. "Ele é ridiculamente rico, puro-sangue, vem de magia antiga,
recebeu educação particular, tem ambos os pais - ugh, ele e Potter são tão--"

"James e Sirius não são assim tão parecidos." Foi a única resposta que Remus teve.

Parecia que todos estavam de mau humor.

Na ala hospitalar, James finalmente ficou sem mais o que dizer sobre a partida da Corvinal,
marcada para o início de maio, pouco antes do início dos exames. Ele parecia ter notado que
Remus havia se dispersado e ficado em silêncio. Sirius também estava entediado e começou a
tentar transfigurar vários itens ao redor da cama - um abajur, uma comadre não usada, o vaso na
mesinha de cabeceira.

“Desculpa,” Remus disse, “É um pouco chato para vocês dois aqui. Vocês não tem que ficar.”

“Bobagem,” James acenou com a mão, descuidadamente, “Nada mais para fazer por aqui - a
Corvinal reservou o campo para o resto do dia. E Sirius não quer vir à biblioteca comigo, então ...”

Potter começou a colocar um esforço extra em seus estudos naquele ano pela primeira vez, para a
decepção de Sirius. No início, Remus pensou que era outra manobra para se aproximar de Lily,
mas James nunca pediu para se envolver no grupo de estudo deles, e na verdade parecia preferir
trabalhar sozinho. Ele lhes disse que seus pais haviam ameaçado tirar sua vassoura no verão se
seus resultados não fossem melhores do que no ano passado - mas Sirius sussurrou para Remus
depois que, na verdade, McGonagall o avisou que se ele não tomasse jeito ele não teria a chance de
ser capitão de quadribol.

"Você pode me fazer perguntas, se quiser." Remus disse, animando-se um pouco. "Me pergunte
coisas sobre Poções, aí eu te pergunto a matéria que você quiser."

"História," James suspirou, "Eu sou um péssimo em História ..."

"Ugh, bem, se vocês vão fazer isso, eu vou embora." Sirius disse, se levantando. "Eu sou uma
merda em tudo isso."
"Não, você não é, não seja estúpido-"

"Nah, estou indo," Sirius balançou a cabeça, distraído. “Talvez eu vá e encontrar algumas garotas
para passar o tempo, já que isso é tão importante para todo mundo.”

“Desde quando você se importa com que o Peter fala ?!” Remus franziu a testa. Mas era tarde
demais, Sirius já estava indo embora.

Remus olhou para James. James passou a mão pelo cabelo.

“Desculpe, Moony, apenas ignore. Não é você - ou Peter, inclusive, é ... ele recebeu uma coruja de
casa esta manhã.”

"Ah, certo ..." Remus olhou para baixo. Ele deveria ter percebido.

“Éh, eles disseram que ele tem que ir para casa durante todo o verão este ano - aprender seus
deveres familiares de uma vez por todas, ou alguma besteira assim. Ele diz que vai ficar muito
entediado, mas ... sei lá, acho que ele está com medo, para ser honesto. Todo mundo fala que eles
estão bem próximos de você sabe quem”

"Ele vai ficar bem, não vai?" Remus brincou com a ponta do lençol ansiosamente, "Eles não
podem forçar ele a se casar com ninguém de novo, e ele ainda não é maior de idade, então não
pode se juntar a eles, ou algo assim."

James encolheu os ombros. Ele também parecia muito cansado.

“Não sei, cara,” ele disse suavemente. “Eu não sei o que eles querem. De qualquer forma, não vou
a lugar nenhum. Vamos começar com Poções? "
Capítulo 70 : Quarto ano: Despedidas
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Quinta-feira, 29 de maio de 1975

A época de exames pareceu voar naquele ano. Remus realmente se sentiu como se tivesse entrado
no ritmo das coisas pela primeira vez e - embora ele não gostasse de se gabar - estava relativamente
confiante de ter alcançado notas decentes em todas as matérias. Até Poções havia sido menos
estressante do que o normal, graças à orientação cuidadosa de Lily e ao seu treinamento paciente ao
longo do ano.

Na verdade, na terceira semana de maio, Remus se viu meio perdido. Ele havia completado todos
os seus exames, mas nenhum de seus amigos tinha - entre os Estudos dos Trouxas e Adivinhação,
os marotos e as meninas ainda estavam enclausurados estudando ou na sala de provas. Mas ele
estava longe de estar solitário. Remus passava seu tempo livre dando passeios vagarosos pelo
terreno, lendo o que queria e quando queria, e dando os toques finais em sua maior realização; o
mapa do maroto.

Foram quase quatro anos inteiros fazendo, mas o mapa originalmente rudimentar de Remus, se
expandiu e se desenvolveu até apresentar uma visão abrangente de todo o castelo - entradas
secretas, túneis e câmaras ocultas incluídas. Com a ajuda dos marotos, ele agora se movia e
mudava em tempo integral no ritmo da própria construção, localizava e identificava todos os seres
presentes no castelo, e funcionava perfeitamente. Remus nunca sentiu tanto orgulho de nada em sua
vida - na verdade, ele nunca havia criado nada de que valesse a pena se orgulhar.

Ainda precisava de algum tipo de feitiço de bloqueio - no momento ele era capaz de fazer a tinta
desaparecer e reaparecer com um rápido feitiço de desilusão, mas isso não era suficiente, não se
fosse para deixar o dormitório. Isso seria algo para pesquisar durante o verão; ele já havia falado
com Madame Pince sobre o empréstimo de alguns livros, com o entendimento de que a
reembolsaria por qualquer dano, caso ocorresse.

Remus estava pouco ansioso pelo verão, talvez ainda menos do que o normal. Agora que ele estava
totalmente ciente do clima político no mundo mágico, achava a ideia de sair dele por dois meses
muito desconcertante. Quem sabia o que poderia acontecer nesse meio tempo – sem dizer no
perigo em que seus amigos poderiam se encontrar. No primeiro verão desde 1972, os marotos
estariam completamente separados. Sirius havia sido proibido de ver os Potter, Remus estaria em
St. Edmund's como de costume 'para sua própria segurança' e os Pettigrews estariam indo para a
América para visitar Philomena - Peter suspeitava que era para tentar trazê-la para casa.

A situação de Sirius era a mais preocupante. James tentou de tudo; até mesmo escrever para
Dumbledore, mas ninguém estava disposto ou era capaz de ignorar os desejos da família Black. Até
mesmo Sirius havia se resignado um pouco com seu destino.

"Eu vou ficar com Reg," ele suspirou pesadamente, "Talvez se ele não estiver cercado por
sonserinos o tempo todo, ele vai ouvir um pouco de razão - ele tem idade suficiente, agora."

Remus prometeu escrever; todos os dias se Sirius quisesse. Até Mary se ofereceu para tentar uma
visita, visto que ela também morava em Londres. Claro, ela era nascida trouxa e isso estava
totalmente fora de questão.

James realmente tinha um plano de fuga pronto para executar no momento em que Sirius desse a
palavra - envolvia uma complexa cadeia de comunicação, sua vassoura, e quebrar pelo menos dez
leis bruxas, mas todos eles estavam prontos para fazê-lo. Até mesmo Peter, que perdoou Sirius por
sua explosão em abril e fora perdoado em retorno.

Remus havia pensado em como passar seu próprio verão e já havia decidido que não repetiria os
eventos do ano anterior. Não que ele recusasse a chance de 'ganhar' um pouco de dinheiro caso ela
aparecesse em seu caminho - seus planos para caçar Greyback não haviam mudado e ainda
precisaria de financiamento - mas ele também precisava manter o foco. Ficar fora a noite toda
bebendo e brigando não era produtivo, nem resolveria nenhum de seus problemas. Ele também
sabia que precisava se manter discreto o máximo possível, e ser preso por pequenos crimes não era
uma jogada inteligente.

Tendo passado umas boas horas do lado de dentro completando o mapa, e o tempo não sendo nem
muito quente nem muito frio para maio, Remus decidiu se aventurar no terreno para ler. Ele
finalmente havia lido todos os livros trouxas que Sirius trouxera para Hogwarts no primeiro ano, e
agora estava pegando emprestado de Lily. Ela era uma grande fã de Jane Austen - o que era uma
pena, porque Remus não era, mas ele estava se contentando com Emma do mesmo jeito.

Ele se sentou sob a sombra manchada de uma grande faia, à beira do lago, de costas para o
salgueiro. Como ele temia, Remus logo ficou entediado com a tagarelice terrível da Srta.
Woodhouse - acabou que o livro idiota era sobre namoro e ele já tinha tido muito disso esse ano,
obrigado. Ele largou o livro e encostou-se no tronco, olhando para as folhas verdes brilhantes, as
pálpebras fechando-se lentamente.

Ele teve um sonho muito estranho. (Embora, Remus pensara consigo mesmo muito mais tarde,
todos os sonhos eram bem estranhos, não eram?) Ele não conseguia se lembrar exatamente o que
estava acontecendo no sonho, ou onde ele estava ou quem estava com ele. Mas parecia haver outra
pessoa - outro corpo, pelo menos, muito próximo ao seu. Foi uma sensação intensamente física,
semelhante às suas lembranças de ser o lobo, mas sem dúvida mais agradável. A maneira como
este outro corpo se ajustava ao seu era profundamente calmante, quente e satisfatório de uma forma
que ele nunca havia sentido antes.

Remus não tinha certeza de quanto tempo ele dormiu, mas quando ele acordou havia conversas ao
seu redor. Um dos exames obviamente tinha terminado e os alunos estavam se espalhando pelo
terreno, exaltados em sua liberdade conquistada com dificuldade. Remus piscou contra a forte luz
do sol de verão e se endireitou, um pouco envergonhado por ter cochilado - sem mencionar a
reação física que o sonho estranho havia causado. Ele rapidamente reorganizou suas vestes,
procurando verificar se ninguém havia notado.

Suas costas estavam rígidas e doloridas agora, de tanto encostar no tronco. Sua boca estava seca e
seu pé esquerdo estava dormente. Ele se espreguiçou e sacudiu, estremecendo quando
formigamento espalhou pela sua perna.

"Bom dia, Remus!" Um áspero sotaque liverpudiano veio de trás dele, "Não estava dormindo,
estava?"

"Não!" Ele disse imediatamente, assim que Ferox apareceu.

Remus agarrou Emma e tentou fingir que só o havia largado por um momento. Ferox sorriu para
ele com reconhecimento, mas não fez graça. Ele largou um balde pesado com algo viscoso que
cheirava mal.

"Vim dizer adeus à lula." Ele acenou com a cabeça para o lago, que estava parado como um lago
de moinho.

"Você vai passar o verão fora, professor?" Remus perguntou, levemente interessado enquanto
esfregava a perna para fazer o sangue fluir novamente.

"Mhmm." Ferox acenou com a cabeça, semicerrando os olhos para o lago, “O verão e ... talvez
mais. Eu temo que não vou te ver em setembro. "

"O que?!" Remus piscou, assustado, "Mas ... quem vai nos ensinar Trato das Criaturas Mágicas?"

“O professor Kettleburn estará de volta. Eu estava apenas substituindo para ele.”

"Oh." Remus sabia disso o tempo todo, mas mesmo assim foi um choque. Ele se sentiu
terrivelmente triste, ele nunca teve que dizer adeus a ninguém que ele sabia que sentiria falta antes.
Ele teve um forte desejo de contar isso a Ferox; para dizer o quanto ele gostaria de ficar, mas as
palavras não saíram. "Que pena." Foi tudo o que ele conseguiu reunir.

Ele se levantou, trêmulo, as pernas ainda doloridas. Ferox mergulhou a mão no balde de coisas
prateadas e viscosas e retirou algo longo e torto. Ele o jogou no lago e dois tentáculos romperam a
superfície da água para pegá-lo. Ferox sorriu.

"Eu não vou mentir, vou sentir falta deste lugar." Ele disse, pegando outro. Squelch. Ele olhou para
Remus, "E minha melhor turma, é claro."

“É ... é minha aula favorita!” Remus disse, com pressa.

"Eu imaginei que sim!" Ferox sorriu, jogando outra coisa escorregadia. Splash. “Eu não deveria te
contar seus resultados até agosto, mas ... bem, estou muito orgulhoso de você, Lupin. Só notas
altas, as melhores do ano. Melhor do que muitos dos meus alunos de NOM.”

"Você é um bom professor," disse Remus, tristemente.

"Kettleburn também." Ferox o tranquilizou, ainda alimentando as lulas. Squelch. Splash.

"Para onde você vai? De volta ao ministério?”

"Ah não." A expressão de Ferox mudou. Ele não franziu a testa, exatamente, mas seus traços
escureceram, o sorriso desapareceu. “Eu tenho alguns negócios para Dumbledore. Não tenho
certeza se o ministério iria ... de qualquer maneira, não é para você se preocupar.” Ele balançou a
cabeça e sorriu novamente, olhando para Remus. “Estarei no exterior por um tempo.”

Squelch. Splash.

Remus se perguntou se algum dia veria o Professor Ferox novamente. Ele ainda não tinha certeza
de quão grande a comunidade bruxa realmente era, mas ele não achava que poderia ser muito
grande, não se houvesse apenas uma escola na Grã-Bretanha. Poderia escrever para Ferox? Ou isso
seria inapropriado? Ele não escreveria para alguém como McGonagall, por exemplo, ou Professor
Slughorn.

"Vou pedir atualizações a Kettleburn, sabe." Ferox disse, lendo sua mente: “Então não pense que
você pode começar a relaxar. Nós, crianças perdidas, temos que mostrar ao resto dos mauricinhos
esnobes como se faz, hein? Agora mais do que nunca."

"Eu não vou relaxar," Remus disse, ferozmente, "Eu prometo."

Ferox riu e cutucou Remus com o cotovelo,

"Bom rapaz. Seu pai ficaria orgulhoso.”

***

Sexta-feira, 27 de junho de 1975

Era a última sexta-feira do semestre, todos os exames e aulas terminados por mais um ano, e
Remus tinha feito uma lista mental de tudo que precisava arrumar na mala. Este ano, ele e James
conspiraram juntos para garantir que tudo de Sirius fosse arrumado a tempo - James estava
gradualmente se acostumando com a ideia de deixar Remus ajudar quando se tratava do bem-estar
de Sirius. Eles planejaram que no sábado de manhã James e Peter o levariam para um vôo de
algumas horas, enquanto Remus arrumasse tudo. Ele prometeu que não se importava; faria
qualquer coisa para ajudar.

Estavam todos sentados no jantar - nada de especial, só torta de peixe, o banquete só seria no
domingo à noite - quando as corujas começaram a voar com o último correio.

"Ugh." Sirius gemeu quando uma grande coruja-águia marrom pousou na frente dele. Uma das
corujas da família Black.

"Eu faço isso." James saltou rapidamente, puxando o pequeno pergaminho enrolado na perna
escamosa do pássaro. Ele empurrou os óculos redondos para trás no nariz, e seus olhos dispararam
rapidamente pelo papel. Então ele encolheu os ombros e o amassou, jogando-o por cima do ombro.
"Era apenas para confirmar que você tem que encontrar eles em King's Cross, estão esperando que
você e Regulus estejam juntos."

"Estão preocupados que eu vou fazer outro ato de desaparecimento." Sirius sorriu.

"Er ... você vai?" Peter perguntou, nervoso.

"Não vale a pena." Sirius suspirou, “Aposto que eles vão chegar cedo só para encher meu saco.
Vou ter que pensar em outras formas de irritar eles.”
"Ou você poderia apenas tentar manter a cabeça baixa e sobreviver ao verão." Remus sugeriu,
levemente, terminando seu sorvete.

Sirius apenas ergueu uma sobrancelha para ele. Remus colocou a língua para fora. Ambos sabiam
que isso era praticamente impossível, mesmo que Sirius tentasse o seu melhor.

Eles não tiveram muito tempo para sentir pena de Sirius, entretanto - Mary, que também havia
recebido alguma postagem, soltou um grito e depois caiu em prantos. A coruja na frente dela pulou
para trás, alarmada, então deu um 'pio' ofendido e voou para longe para o corujal.

"Mary!" Lily e Marlene disseram ao mesmo tempo: "O que aconteceu?"

Mary balançou a cabeça, aparentemente sem fala, depois cobriu a boca e fugiu do refeitório. Lily e
Marlene se entreolharam e pularam imediatamente para segui-la.

"O que você acha vocês acham que foi?" Peter perguntou.

Remus encolheu os ombros.

"Coisas de garotas."

Eles só descobriram mais tarde naquela noite. Mary não estava na sala comunal, mas Lily desceu
procurando um cardigã perdido que ela havia deixado em algum lugar.

"Darren terminou com ela," ela disse gravemente para Remus, "Ela está um desastre completo,
pobrezinha."

“Bem antes das férias?” Remus disse, chocado, "Que babaca!"

“Sim,” Lily respondeu, tristemente, “Disse que não queria ficar esperando por ela o ano todo
enquanto ela estava na escola - quer uma namorada mais perto de casa. Acho que está bem melhor
assim, ele parece ser horrível.”

"Mas aposto que Marlene está feliz," Remus sorriu, "Não vai precisar ouvir mais nada sobre isso."

"Não aposte nisso," o rosto de Lily estava sombrio, "Ela ainda não calou a boca sobre o quanto o
amava ..."

"Coitada." Remus vasculhou o bolso e retirou seu último doce, "Dê isso a ela, diga que eu espero
que ela se sinta melhor, hein?"

“Ahh, você é tão fofo, Remus,” Lily o beijou na bochecha, então subiu as escadas novamente.

"Ela não ficou tão chateada quando terminou comigo," Sirius murmurou indignado, movendo uma
peça de xadrez.

“Bem,” Remus deu de ombros, voltando ao jogo, “Ela deu um fora em você, não foi? Imagino que
seja diferente quando é você que leva o fora.”

"Eu não estava tão chateado."

"Eu não achei que você e Mary fossem tão sérios," James bocejou, jogando snap explosivo no
tapete com Peter. "Vocês tinham apenas treze anos."

"Quatorze." Sirius corrigiu. “Mas eu aceito seu ponto. Não demos uma chance de verdade, não é? "
"Você não foi muito maduro a respeito", murmurou Peter, folheando suas cartas.

"Não, bem, mas ninguém nunca nos pegou se agarrando em armários de vassouras, você está
certo," Sirius retrucou.

"Inveja não combina com você, Black", respondeu Peter, secamente.

'' Ei, todos vocês me prometeram que o negócio de amassos tinha acabado." Remus disse,
incisivamente, dando a todos eles um olhar sombrio.

"Não critique antes de tentar, Moony," Peter sorriu.


Capítulo 71: Quarto ano: Junho
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 28 de junho de 1975

"Oi, Remus!" Lily o assustou quando ele estava saindo da ala hospitalar. Ele tinha acabado de fazer
sua verificação final com Madame Pomfrey antes do fim das aulas.

"Olá." Ele disse, nervoso: "O que você está fazendo aqui?"

“Vim deixar isso para o Professor Slughorn,” ela levantou um grande frasco de algo que parecia
uma prole de rã roxa, “Nós temos feito poções de cura no Clube do Slug neste semestre. Espere
aqui, eu vou voltar com você.”

Ela desapareceu dentro da enfermaria e ele esperou, tentando não parecer muito desconfiado. Ele
odiava ser visto perto do hospital. Lily finalmente saiu com um sorriso alegre,

"Obrigada! O que você estava fazendo lá? "

"Oh, nada, eu hum ... um feitiço que deu errado."

"Oh Deus, o que aconteceu?"

"Er ... prefiro não dizer." Ele ergueu uma sobrancelha sugestivamente, esperando que ela
entendesse. Felizmente, sua mente foi para outro lugar,

“Foi o Potter de novo? Ugh, ele azarou Sev semana passada com algo que fez seu pescoço inchar
um monte!”

“Huh, sim, James é bom em feitiços de engurgitamento,” Remus sorriu.

"Bem, eu não teria pensado que ele azararia as pessoas que supostamente são seus amigos," Lily
respondeu, afetadamente.

"Não foi ele!" Remus respondeu, irritado. Ele fazia questão de não falar mal de James na frente de
Lily, depois da confusão em janeiro.

"Black, então." Lily encolheu os ombros, “Ele é tão mau. Não tenho ideia por que todo mundo
gosta dele.”

"Mm."

"Então ... Grandes planos para o verão?" Lily mudou de assunto, talvez percebendo que Remus não
gostava particularmente de suas tiradas sobre os outros Marotos.

“Nah,” Remus balançou a cabeça, “Coisas normais, provavelmente. Dever de casa. E você?"

“Vou visitar Marlene em julho, estamos tentando fazer com que Mary venha.”

"Como ela está?"

Mary tinha faltado a todas as refeições desde o grande termino, e mal tinha saído do dormitório
feminino, pelo que Remus sabia.

“Melhor,” Lily concordou, tristemente, “Ela consegue passar algumas horas sem chorar, de
qualquer maneira. Mas continua tocando álbuns deprimentes do Dusty Springfield.”

Eles alcançaram o retrato da mulher gorda e esbarraram em Peter - e Desdemona Lewis, é claro.
Eles estavam em um abraço apertado, os braços em volta um do outro, murmurando entre beijos;

"Vou sentir sua falta!" Ela suspirou,

"Vou sentir mais ainda!" Disse Peter.

“Você vai escrever?”

"Todo dia!"

Remus fez barulhos de vômito, o que fez Lily rir, mas ganhou uma carranca furiosa de Peter. Eles
rapidamente escalaram o retrato e deixaram os pombinhos em paz.

A torre da Grifinória estava em completo caos quando eles a alcançaram - como era normal no
último dia do semestre. Os alunos se arrastavam para baixo das mesas em busca de coisas perdidas,
corriam por aí recolhendo cartas e peças do jogo, gritando 'accio tênis direito!’ ou 'accio relógio de
pulso!' , enquanto todos lutavam para fazer as malas no último minuto. Remus não pôde deixar de
se perguntar se todas as salas comunais estavam passando pelo mesmo pandemônio - certamente os
corvinos estavam em um estado muito melhor.

Sirius e James não estavam fazendo muito para ajudar no processo - eles estavam secretamente
levitando vários itens para trás de uma das grandes poltronas, rindo um para o outro alegremente.
Remus sorriu, pensando novamente no quanto sentiria falta de tudo isso.

"Vocês dois!" Lily os repreendeu, marchando, segurando sua própria varinha.

Sirius riu e se escondeu atrás de James,

"Qual é, Evans, só um pouco de bom humor no último dia!"

“Por que você não pode simplesmente deixar as pessoas em paz, Black ?!”

"Por que você não pode nos deixar em paz", ele retrucou, disparando faíscas verdes no teto por trás
das costas de James, "Você ainda não é monitora, sabe!"

"Oooh, espere até eu ser!" Ela disse, tentando lançar um feitiço em Sirius. Em vez disso, atingiu
James, e nabos imediatamente saltaram de suas orelhas, a expressão de choque em seu rosto foi tão
cômica que Remus caiu na risada.

"Bem, isso não foi muito certinho," Sirius riu, transfigurando uma lâmpada próxima em um bando
de pássaros que voaram gritando pela sala, aumentando o caos.
O próximo movimento de Lily foi lançar um feitiço de pernas de gelatina em James, fazendo-o cair
no chão, ainda segurando as orelhas de nabo. Com ele fora do caminho e Sirius exposto, Lily o
desabilitou com um feitiço de amarração, então se virou para Remus.

"Me ajuda a resolver tudo isso, sim?"

"Ahh ... ok, tudo bem," Remus suspirou, ainda enxugando as lágrimas de riso de seus olhos. Juntos,
eles conseguiram restaurar a ordem na sala comunal, re-transfigurar a lâmpada, consertar as marcas
de queimado no teto e acalmar um primeiranista chorando que havia perdido seu gato. Lily deixou
que Remus cuidasse de James e Sirius, que estavam em um verdadeiro estado agora.

"Ela não é maravilhosa," James sorriu estupidamente, enquanto Remus tentava ajudá-lo a se sentar
em uma cadeira próxima, com as pernas ainda instáveis, dobrando-se embaixo dele.

"Sim, um verdadeiro encanto," Sirius resmungou, lutando para se livrar de seu corpo amarrado.

“Vocês dois têm sorte que ela só usa seu poder para o bem,” Remus os repreendeu, “Vocês não
seriam páreo para ela se ela decidisse começar a realmente quebrar as regras. Finite.” Ele apontou
sua varinha para Sirius, que finalmente foi solto. Ele esfregou os braços com força,

"Não acredito que você ajudou ela, Moony!"

"Claro que eu ajudei," Remus deu de ombros, "Morro de medo dela."

***

Domingo, 29 de junho de 1975

“Ei vocês dois! Vamos perder o trem!” Remus bufou, subindo as escadas para o dormitório pelo
que parecia ser a centésima vez naquela manhã.

Seus malões já haviam sido transportados para a estação de Hogsmeade por algum mecanismo
mágico, e McGonagall deu o aviso de dez minutos, mas James e Sirius desapareceram novamente.

Ele os encontrou sentados na cama de James, que estava vazia, cabeças inclinadas sobre algo
pequeno que Sirius estava segurando cuidadosamente em suas mãos. A sala parecia terrivelmente
oca sem todas as coisas dos marotos nela. Os dois garotos de cabelo preto se viraram para ele
quando ele entrou, e Remus sentiu que havia interrompido algo muito particular. Ele ficou para trás
um momento, sem jeito.

"Desculpe, Moony," James sorriu, saindo da cama, "Estamos prontos, vamos Black?"

"Sim, claro," Sirius se levantou também. Ele tinha uma expressão confusa e distraída que fez
Remus doer por dentro. "Olha o que James me deu," Sirius disse, enquanto cruzava a sala. Ele
estendeu algo redondo e prateado. Remus pegou. Estava quente das mãos de Sirius. Era um espelho
compacto, lindamente gravado com um design ornamentado em estilo filigrana.
"Er ..." Remus o virou, abrindo-o, "Muito hum ... bonito?"

James riu,

“É mágico - pertenceu ao meu avô. Olha,” ele abriu seu próprio espelho idêntico e olhou para ele.
Remus olhou para o espelho de Sirius e ficou surpreso ao ver o rosto de óculos de James sorrindo
para ele. “Para que possamos manter contato durante o verão.”

"Meu Deus!" Remus exclamou: "Isso é incrível!"

"Eu sei", James acenou com a cabeça, fechando o seu e deslizando-o no bolso de trás. “Gostaria de
ter comprado para todos nós, mas eles são heranças de família antigas e só há dois ...”

"Oh, claro," Remus devolveu a caixa correspondente para Sirius. Houve um silêncio constrangedor
de alguns segundos, antes de Remus limpar a garganta, "Vamos, McGonagall vai nos azarar até a
próxima semana se perdermos as carruagens."

Eles chegaram a tempo nas carruagens e no trem, e se amontoaram em seu vagão de sempre.

Remus ficou mais desconcertado ao descobrir que este ano o pequeno espaço da carruagem deles
estava lotado de pessoas. Não apenas os quatro marotos, mas é claro que Desdêmona foi convidada
a se juntar a eles - Remus ainda não a ouvira dizer mais do que duas palavras, possivelmente
porque seus lábios estavam sempre ocupados.

Mary se juntou a eles também, a pedido de Sirius. Ele tinha estado prestando muita atenção a ela
nos últimos dias, e era óbvio que ela estava gostando, tendo recentemente levado uma forte
pancada em sua autoestima. Com Mary, como sempre, estava Marlene e, finalmente, Lily, que teria
sido forçada a se sentar sozinha, caso contrário.

Como tal, foi uma viagem incrivelmente barulhenta de volta a Londres. Entre Sirius tentando
impressionar Mary cantando todas as músicas dos Beatles que conhecia, James alternando entre
tentar atrair a atenção de Lily e conversar sobre táticas de quadribol com Marlene e os desajeitados
e febris beijos de Peter e Desdemona, Remus simplesmente se recostou na janela e aproveitou a
companhia de seus amigos pelo que poderia ser a última vez em muito tempo.

Ele tentou não pensar na guerra ou em quem poderia desaparecer durante o verão. Ele tentou não
pensar em Sirius, sozinho e sofrendo em uma mansão fria de Londres. Ele tentou não pensar em
Ferox, fora em missões perigosas para Dumbledore. Ele apenas observou seus amigos, seus rostos
brilhantes e animados, cheios de entusiasmo e emoção.

Ele esfregou a nuca, sonolento. Seu corte skinhead crescera e agora ele tinha uma pilha de cachos
castanhos claro. Talvez ele não cortasse novamente. Ele não deixaria a Diretora fazer isso, decidiu;
ele gostava mais dele longo e macio. Ele não queria mais parecer duro e malvado, ele não sentia
que precisava. Sorrindo para si mesmo, Remus caiu no sono.

***
Quarto ano, epílogo: algumas horas depois ...

Remus arrastou seu malão do ônibus e desceu a longa estrada até St. Edmund's sozinho. Era o
primeiro ano em que a Diretora não o encontrou em King’s Cross - ela havia enviado a passagem
de ônibus com antecedência e disse que ele já tinha idade suficiente para fazer a viagem sozinho.
Talvez ela esperasse que ele não voltasse. Mas para onde mais ele iria?

Ele entrou no prédio cinzento com um sentimento de resignação, registrou-se na recepção e foi
para seu dormitório. O dia estava claro e quente, e ele podia ouvir a maioria dos outros meninos
gritando do lado de fora. Remus estava suado e com calor, e esperava poder tomar um banho e ter
algumas horas de silêncio para que pudesse desfazer a mala e começar a leitura de verão. Mas, ao
entrar no dormitório, descobriu que não estava totalmente sozinho.

Havia um menino sentado na cama ao lado da dele. Ele devia ser novo; Remus não o reconheceu
do ano passado. Parecia ter quinze ou dezesseis anos e usava uma regata azul clara com
acabamentos em laranja e jeans boca de sino. Suas meias não combinavam. Seu cabelo era loiro e
encaracolado, seu rosto ensolarado e o nariz arrebitado. Ele tinha um ar casual e amigável.

"Oh, olá." Remus disse baixinho, arrastando seu malão até a cama.

"E aí?" O outro garoto o cumprimentou. Ele tinha um dente da frente lascado e um sorriso torto que
fez Remus querer sorrir de volta para ele. Seu cabelo era meio comprido e caía em seus olhos.
"‘Cê que é o riquin' que vai pr'escola chique o ano todo, é? Sou Grant.”

Remus acenou com a cabeça, educadamente,

“Remus. Prazer em conhecê-lo."

“Caramba,” Grant deu um sorriso ainda maior, “Não é que falaram que ‘cê era chique! Devo me
curvar, milorde?”

Remus devolveu um sorriso suave, incapaz de se conter. O outro garoto não estava sendo rude ou
desagradável. Ele esqueceu o quanto seu sotaque havia mudado, após quatro anos em Hogwarts.

"Gosta de le, é?" Grant acenou com a cabeça para os livros que Remus estava desempacotando.

“Eu tenho muito dever de casa.” Respondeu. Então ele decidiu relaxar um pouco, "E sim, eu gosto
de ler."

"Legal." Grant respondeu. Ele deitou-se na cama, os braços atrás da cabeça, seu longo corpo
esticado, a camisa subindo o suficiente para mostrar a faixa de pele logo acima de seu quadril.
Remus olhou para ele de lado enquanto desfazia as malas, tentando fazer parecer que não estava
encarando muito. "Então," Grant estava dizendo, "Que tipo de música ‘cê curte?"
Capítulo 72: Verão de 1975
Chapter Summary

Pequena menção de homofobia.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Cartas entre os marotos selecionadas:

Caro Moony,

Tenho quase certeza que agora posso me safar escrevendo algumas cartas por enquanto. Eu
imagino que elas estão sendo lidas, mas EU ESTOU POUCO ME FUDENDO, TÁ ME
ENTENDENDO REGULUS?

O verão está sendo terrível até agora. Parece que minha mãe tentou tirar minhas coisas da
Grifinória enquanto eu estava fora, mas eu usei feitiços de cola permanentes. Vou ver se há mais
alguma coisa que eu possa colocar para irritar ela.

Haverá uma grande reunião familiar na próxima semana, jantar chique, roupas elegantes, melhor
comportamento, etc. etc. James acha que eu devo manter minha cabeça baixa e apenas anotar quem
comparece e o que é dito, caso seja útil mais tarde. Mas eu não sei. Estava pensando em detonar
algumas bombas de bosta em vez disso. O que você faria?

Sirius.

***

Sirius,

Se dando bem com o Reg, então? Pegue leve com ele, você não tem mais ninguém do seu lado.
Por favor tome cuidado. Não sei o que eu faria, nunca fui a um jantar chique. Provavelmente faria
papel de idiota. Não faça nada estúpido, ok? James geralmente está certo.

Remus.

***

Caro Remus,

Não acredito que tenho que passar o verão inteiro sem nenhum de vocês. Às vezes eu realmente
odeio ser filho único. Aposto que você nunca está sozinho, em St Edmund's.

Sirius parece estar ok, ele me chama com frequência, acho que está entediado. Se tédio for o pior
de tudo, é uma coisa boa, certo? Eu continuo tentando convencê-lo a não fazer nenhuma merda -
não sabemos em que tipo de coisa os Blacks estão envolvidos. Pode não ser nada.

Espero que o seu verão tenha começado bem. Você já deu uma olhada na lição de casa? Aquela
redação de Feitiços parece ser um pé no saco.

James.

***

James,

Ele ficaria bem se pudesse se controlar, mas eu duvido. Continue falando com ele, lembre-o de que
precisa voltar para Hogwarts inteiro.

O verão está sendo bom. Você está certo, eu nunca fico sozinho. Eu gostaria de um pouco de
privacidade na maioria das vezes, mas este verão tem sido bom. Não se preocupe comigo.

Aquela redação de Feitiços é moleza e você sabe disso. Você simplesmente não gosta de trabalho
duro, Potter.

Remus.

***
Moony,

Saudações de São Francisco! Achei que ia estar calor aqui, mas está muito frio e chove na maior
parte do tempo. Merlin sabe por que Philomena iria querer morar aqui, não é nada diferente da boa
e velha Inglaterra.

Pete.

***

Caro Moony,

Causei um certo tumultuo, foi brilhante. Encontrei um monte de pôsteres antigos de trouxas numa
beira de estrada - fotos de garotas, você sabe o tipo. Elas nem se movem, é hilário. De qualquer
forma, pendurei nas paredes com meu feitiço colante patenteado, e mamãe ESTÁ FURIOSA.

Eu acho que ela provavelmente só está irritada porque são garotas trouxas, ela não dá a mínima que
elas estão com os peitos de fora. De qualquer forma, agora não posso sair sem supervisão. Mas
valeu a pena.

Sirius.

***

Sirius,

Você é um idiota e sabe disso. Pôsters??? Você não se sente estranho com todos eles olhando para
você?

Remus.

***
Caro Remus,

Estou realmente preocupado com Sirius. Eu não sei se você ficou sabendo da proeza dos pôsteres,
mas ele é um idiota por fazer isso. Não acredite se ele diz que está bem, ele definitivamente estava
chorando quando nos falamos pela última vez com o espelho (não diga a ele que eu te disse isso,
obviamente).

Esteja pronto caso precisemos acionar a missão de resgate.

James.

***

James,

Pronto quando você estiver.

Remus.

***

Moony,

Não dê ouvidos a Potter, ele é uma senhora velha. Está tudo bem, nada que eu não seja capaz de
lidar. Espero que você esteja tendo um bom verão. Mal posso esperar por setembro.

Sirius.

***
Sexta-feira, 22 de agosto de 1975

Remus cambaleou fracamente para dentro do dormitório. Tinha sido um dos ruins. Madame
Pomfrey achava que era por causa da mudança de cenário. Agora ele tinha uma longa e espessa
cicatriz no peito. – Fazia muito tempo que não recebia outra cicatriz.

Grant se sentou abruptamente, parecendo magoado.

"Onde ‘cê tava?" Ele perguntou: “Tava achando que ‘cê foi preso ou vai lá saber”.

“Tava doente,” Remus respondeu.

"Doente de que?"

Remus suspirou, jogando-se na cama. Foi uma noite difícil e ele só queria dormir. Ele fechou os
olhos. Não estava afim de dar desculpas hoje.

"Bem, era lua cheia na noite passada, sabe." Ele disse, calmamente: “Quando eu tinha cinco anos,
fui mordido por um lobisomem e agora sou um. Eu me transformo todo mês, e a Diretora me tranca
para que eu não machuque mais ninguém.”

"Ah há há." Grant respondeu, subindo na cama de Remus, montando nele. Os dois eram tão
magros que se encaixavam facilmente no beliche estreito. “Muito bom, seu engraçadinho. Tudo
bem, não precisa me contar. "

Ele se inclinou e beijou Remus.

Remus abriu os olhos, congelando por um momento. "Tá tudo bem", garantiu Grant, acariciando
sua bochecha, "Tá todo mundo lá fora, eu chequei."

Remus o beijou de volta.

Foi um verão estranho, mas um dos mais agradáveis que Remus já tivera. Ele não tinha se sentido
sozinho, pela primeira vez; não tinha contado os dias até primeiro de setembro.

No início, ele e Grant conversavam sobre David Bowie, T-Rex e Neil Young - até Deep Purple,
por quem Grant era louco por eles e Remus achou que Sirius provavelmente gostaria. Os dois
odiavam futebol - e os outros meninos - então eles andavam juntos pela cidade ou se sentavam
atrás prédios abandonados fumando maços roubados de cigarros.

Eles estavam sentados lá no chão quente um dia em meados de julho, jogando pedrinhas e
debatendo as melhores partes de Eletric Warrior, quando de repente a mão de Grant estava no
joelho de Remus, depois em sua cintura, puxando-o para mais perto.

"O que você -!?"

"Tá tudo bem," Grant sussurrou, desespero tomando sua voz, pressionando sua testa contra a
bochecha quente de Remus, "Ninguém vai descobrir." Ele tinha gosto de cigarro e queimadura de
sol.

Depois disso, sempre que estavam sozinhos, estavam se beijando.

Foi uma surpresa, mas na maior parte não. Remus rapidamente percebeu que ele sempre quis isso -
isso ou algo parecido. Era como se uma névoa se dissipasse. Considerando todas as coisas, ele
estava grato a Grant por ter tomado a iniciativa.

Não era o que você poderia chamar de romântico ou afetuoso. Era mais como uma coisa
necessária. Algo que Remus sabia que precisava empurrar o máximo que pudesse, para que
pudesse identificar todos os cantos e limites. Estava mapeando seus próprios desejos e usando
Grant como uma bússola.

Seu nome completo era Grant Chapman. Ele tinha acabado de fazer dezesseis anos e estava em St.
Edmund's desde maio, embora não fosse de forma alguma seu primeiro lar. Ambos os pais de Grant
estavam vivos, e ele até tinha alguns parentes - avós, tias, tios e primos adultos. Mas nenhum deles
parecia querer mantê-lo por muito tempo,

“Eu dou muito trabalho.”, Grant disse sorrindo, descaradamente. “Todo mundo fica enjoado de
mim no final.”

Como a maioria dos meninos de St. Edmund's, ele não se dava bem na escola e teve problemas
com a polícia algumas vezes por delitos menores, embora nunca tivesse sido oficialmente preso.
Ele não era violento, mas tinha uma boca suja e tendência a retrucar. Não havia um osso
ameaçador em seu corpo, ele era claramente bom da cabeça aos pés.

Ele tinha um sorriso espetacular; que enrugava todo seu rosto e te fazia gostar dele de uma vez. Um
de seus caninos era meio torto e isso lhe dava um charme diferente. Remus não conseguia ver por
que ninguém o queria por perto. Ele era um pouco bobo às vezes; um pouco imaturo, mas isso não
importava - Remus sabia que ele próprio podia ser muito sério na maior parte do tempo. Algo
sobre a natureza alegre e relaxada de Grant deixava Remus mais confiante - confortável. E Grant
simplesmente gostava de Remus. Realmente gostava dele.

"’Cê é o cara mais engraçado que já conheci." Grant riu, quando Remus nem havia dito nada tão
engraçado. "Sabe, nunca fiquei com ninguém de escola particular antes."

"Eu não sou muito diferente de você," Remus respondeu, “Um pirralho de orfanato.”

"Até parece," Grant empurrou-o, brincando, "’Cê tem futuro, qualquer um pode vê isso."

Remus não tinha uma resposta para isso, mas deu um sorriso. Grant sempre o fazia sorrir.

Além de todas essas coisas, Grant beijava muito, muito bem. Pelo menos, Remus presumiu isso,
considerando que Grant era a única pessoa que ele já tinha beijado. Na primeira vez, ele sentiu um
arrepio selvagem percorrer seu corpo ao pensar consigo mesmo; então é por isso o fuzuê todo!!

Ele poderia beijar Grant o dia todo, sem precisar parar para recuperar o folêgo. Às vezes, ele se
pegava franzindo os lábios compulsivamente durante a noite, quente com dores de abstinência.
Remus achava que beijar seria assustador e estranho, mas - como com tantas outras coisas - Grant
apenas o deixou à vontade. Ele tornava tudo divertido, desde o início; sem confusão, sem
perguntas.

"Se tá aqui só pro verão, então a gente pode muito bem aproveitar, não?" Ele dizia, alegremente:
"Fica tranquilo, não é como se eu fosse te pedir em casamento, não importa o quão fofo ‘cê é.”

"Fofo!" Remus zombou.

"Fofo," Grant piscou, "E bom demais para mim."

Remus odiava esse tipo de conversa, e o calou com outro beijo.


Eles tinham que se esconder na maior parte do tempo, é claro. Dos outros meninos e dos
funcionários. Remus não conseguia imaginar o que aconteceria se fossem descobertos - eles seriam
separados, definitivamente, isso se não recebessem uma surra. A Diretora contaria a Dumbledore?
Eles poderiam expulsar você, por ser um ... bem, por beijar outros meninos? Felizmente, Grant
tinha alguma experiência em operações secretas e eles nunca nem chegaram perto de serem
perturbados.

"Quantas vezes você já fez esse tipo de coisa?" Remus teve coragem de perguntar, um dia. Eles
estavam atrás de alguns galpões de bicicletas abandonados na escola secundária local.

“Umas vezes,” Grant deu de ombros, “Não o suficiente. E ’cê?"

"Nunca!" Remus respondeu, chocado. "Eu nem mesmo ..."

"Oh, Deus te abençoe," Grant riu levemente, puxando um dos cachos de Remus, "’Cê não sabia."

Remus balançou a cabeça, suas orelhas ficando quentes. Grant resmungou: “’Cê num lembra de
nunca ter olhado pra outro garoto por muito tempo? Nunca sentiu uma borboletinha olhando um
professo’ ou um ator?”

"…Ah meu Deus!" Remus engasgou, imagens de Ferox caindo sobre ele. Grant riu novamente.

"E eu pensei que 'cês eram assim, garotos de internato.”

Remus apenas balançou a cabeça novamente em descrença, se perguntando se havia mais alguma
coisa que ele não sabia sobre si mesmo.

Conforme setembro se aproximava, Remus se viu tentando ignorar isso. Ele se sentia culpado por
não ter passado o verão se preocupando com a guerra, por ter se distraido com seus próprios
impulsos egoístas, principalmente em um momento como este. Mas, ao mesmo tempo, sentiu que
nunca poderia ter essa oportunidade novamente.

Os outros marotos mandavam cartas, como faziam todo verão - Remus respondia diligentemente,
não querendo que eles se preocupassem. Ele não disse nada sobre Grant. Ele não sabia o que dizer,
certo de que se colocasse a caneta no papel, iria acabar contando tudo, e os outros meninos nunca
mais falariam com ele. Ou pior; tentariam entender, sem ao menos olhar nos olhos dele.

Esse era um dos motivos. O outro era que Remus gostou da ideia de guardar para si mesmo. Os
marotos não precisavam saber tudo sobre ele, e ele tinha permissão para ter outros amigos, não
tinha?
Capítulo 73 : Quinto ano: Prata
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Segunda-feira 1 de setembro de 1975

Hey, hey mama said the way you move -

Gon' make you sweat, gon' make you groove.

Ah ah child way ya shake that thing -

Gon' make you burn, gon' make you sting.

Hey, hey baby when you walk that way -

Watch your honey drip, I can't keep away…

Black Dog by Led Zeppelin.

Remus se mexeu desconfortavelmente enquanto esperava por um momento calmo para atravessar a
barreira. Estava grato que a Diretora não tinha vindo junto este ano. Grato por ter tido um tempo
sozinho para se preparar. Grant queria vir, mas ela não permitiu e não quis dar uma passagem de
qualquer maneira.

Eles conseguiram dar um adeus rápido trancados dentro de um banheiro em St. Edmund's - um de
seus muitos esconderijos. Nenhum deles disse nada do que gostariam de dizer - na verdade, eles
quase não falaram - mas, com alguns minutos restantes, Remus prometeu que tentaria escrever.

"Eu sou péssimo escrevendo," Grant reclamou, "’Cê não pode me dar um número de telefone?"

“Er ... é uma escola bem antiquada. Não usamos muito o telefone.” Remus engasgou. Ele pensou
que poderia haver uma cabine telefônica em Hogsmeade, ou talvez no próximo vilarejo, o que não
era bruxo. Ele poderia tentar.

Agora, enquanto encarava a barreira e atravessava, ele teve a sensação usual de deixar o mundo
trouxa - e todos nele - para trás por mais um ano. Grant não existia deste lado da plataforma. Grant
nunca havia acontecido, e Remus era o mesmo Remus de sempre.

Nada mudou, disse a si mesmo. Nada está diferente. A Diretora não tinha insistido que cortasse o
cabelo desta vez, então ele não estava começando o semestre parecendo um delinquente. Estava
mais alto - às vezes se perguntava se algum dia pararia de crescer - mas além dessas coisas tolas e
superficiais, tudo estava como antes. Como deveria ser.

Ninguém iria notar, porque não havia nada para notar, Remus disse a si mesmo, com firmeza. Nada
mesmo. Ele esfregou a nuca, distraidamente, então - lembrando-se dos dedos de Grant ter estado ali
apenas algumas horas antes, limpou os lábios sem graça. Merda.

"Tudo bem, idiota?!" James deu um tapa nas costas dele do nada.

"James, sério!" A Sra. Potter castigou seu filho, de pé ao lado dele. Ela sorriu para Remus, “Olhe só
para você! Você cresceu tanto!” Ela o puxou para um abraço, "Ainda está muito magro para o meu
gosto!" Ela começou a endireitar suas roupas, enchendo-o de perguntas - tinha algo para comer
durante a viagem? Veio sozinho? Queria ajuda para colocar suas coisas a bordo?

Ao final desse ataque maternal, Remus estava sorrindo de orelha a orelha, relaxado sabendo que
tudo estava, de fato, bem. Nada estava diferente. Ele alegremente embarcou no trem com James e
Peter, conversando sobre seus verões e suas animações para o ano que viria. James tinha um
alfinete de prata em seu peito, estampado com um grande 'C' (Remus sentiu o cheiro no segundo
que James se aproximou, uma ardência irritante em seu nariz), ele havia realizado seu maior desejo
e agora era o capitão do time de quadribol.

Eles se sentaram em seu compartimento de costume e Remus puxou um livro de sua bolsa, se
acomodando com um suspiro de satisfação.

Então Sirius entrou, e o estômago de Remus caiu no chão.

Ele era quase o mesmo de sempre - em altura, ele quase alcançava James agora, e seu ombro estava
mais largo. O maxilar mais quadrado, e talvez seu nariz tivesse se alongado - mas ele tinha o
mesmo cabelo preto brilhante, os mesmos olhos impressionantes e as maçãs do rosto salientes.

Ele ainda era Sirius, mas de alguma forma ... outro. Como se Remus o estivesse vendo com novos
olhos. O calor do desejo explodiu em seu peito do nada, estabelecendo-se em suas bochechas como
um forte rubor. Ele desviou o olhar, rapidamente, antes que alguém percebesse.

"Senhores," Sirius os cumprimentou graciosamente, entrando na cabine como um príncipe.

"Tudo bem?" Os outros dois sorriram e Remus balbuciou alguma coisa.

Sirius sentou-se diretamente em frente a Remus, seu cabelo e uniforme propositadamente


desarrumados - sem dúvida para a loucura de Walburga Black - e esticou as pernas, como se não
esperasse que fossem tão longas quanto eram. Seu tornozelo bateu no de Remus, e Remus se
levantou de repente, sentando-se ereto e dobrando suas próprias pernas desengonçadas
cuidadosamente sob o assento. Sirius deu a ele um olhar engraçado, então um sorriso malicioso que
causou um forte puxão atrás do umbigo de Remus.

Oh Deus , ele pensou, não não não!

"Estava achando que você não ia aparecer", disse James, aliviado.

"O herdeiro da casa Black não poderia faltar no primeiro dia de aula.” Sirius revirou os olhos azuis
escuros, levantando uma sobrancelha astuta, "Não poderíamos ter todo o mundo bruxo sabendo que
há conflitos na minha nobre família."

"Como você está?" James perguntou, sinceramente: "Eles fizeram... como você está?"
“Estou bem,” Sirius assentiu, um pouco tenso, “Não quero falar sobre isso agora. Podemos apenas
fingir que é um primeiro dia normal? "

"Sim, tudo bem, cara," James acenou com a cabeça, não convencido. “Pete estava nos contando
sobre a Califórnia”,

“Não conseguimos encontrar Phil”, disse Peter, “Em todos os lugares que procuramos, os colegas
dela diziam que ela havia se mudado, mamãe ficou ... bem, ela ficou realmente chateada, foi uma
merda. "

Remus sentiu uma pontada de culpa. Já fazia muito tempo, mas uma vez ele disse a Philomena que
ela poderia fugir se quisesse - 'ninguém disse que você precisa usar magia'. Depois de seu próprio
simples verão, feliz e sem magia, Remus estava começando a invejar a irmã de Peter.

O trem havia saído da estação e os prédios cinzentos de Londres passavam ruidosamente, logo
dando lugar aos exuberantes campos verdes dos condados domésticos.

"Como foi seu verão, Moony?" James perguntou de repente, e Remus percebeu que Peter havia
parado de falar há algum tempo.

"Foi bom," Remus havia praticado isso em sua cabeça no caminho para King's Cross. Mas ele não
contava com a aparência de Sirius... era difícil manter o foco. ‘’Normal. Nada de
emocionante. Hum. Futebol, lição de casa. Er ... éh, foi tudo bem. Não foi ótimo. Mas ... bem, tudo
bem, nada mal."

Felizmente, a porta da cabine se abriu, interrompendo sua tagarelice. Lily Evans estava parada na
porta, sorrindo de alegria, seu cabelo como uma auréola de fogo.

"Evans!" James explodiu ansiosamente: "Você me encontrou!"

“Como se fosse difícil, Potter,” Lily revirou os olhos, “Vocês estão sempre no mesmo vagão. De
qualquer forma, não estou aqui por você, estou aqui por você!” Ela apontou para Remus, ainda
sorrindo,

"Eu?!" Remus franziu a testa, confuso por um momento, então se deu conta. Ele suspirou
pesadamente, querendo afundar na cadeira e desaparecer. Os outros três Marotos e Lily estavam
todos olhando para ele com expressões variadas, todos em expectativa.

"Você recebeu, não é?" Lily disse, impaciente: "Vamos, temos que ir para uma reunião no..."

"Merlin!" Sirius exclamou de repente, dando um tapa na testa comicamente. “Como nos
esquecemos?! Moony, você é um...”

“Um monitor!” James gritou. Remus abaixou a cabeça.

"Sim…"

"E você não nos contou imediatamente para que pudéssemos te zoar?!" O rosto de Sirius se
iluminou, e um pouco daquele antigo maroto, amante de travessuras, apareceu.

"Você só está com inveja," disse Lily com altivez, "Vamos Remus, onde está seu distintivo?"

“O distintivo!” Sirius começou a rir, “Eu esqueci do distintivo! Oh, por favor, Moony, nos mostre o
distintivo!”
Os ombros de Peter e James também tremiam e Remus balançou a cabeça, tentando parecer
desaprovador.

"Está na minha mochila."

"Bem, coloque!" Lily disse: "Vamos, temos nossa própria cabine e tudo."

"Ei, Evans, sou capitão do time de quadribol, sabe,"

"Sim, Marlene contou." Lily disse, sem sequer olhar na direção de James, “Vamos lá, Remus!”

“Ugh, ok. Mas o distintivo está bem no fundo eu o coloco amanhã.” Remus disse, levantando-se.

"Ah, não, podemos procurar, se quiser?"

"Não, não precisa se incomodar com isso." Remus deu de ombros, sem olhar para ela.

"Ah, qual é," Sirius adulou, levantando-se e estendendo a mão para a mochila de Remus,
"Queremos ver você com seu lindo e brilhante distintivo ..."

"Não!" Remus retrucou, olhando feio para Sirius - graças a Deus, ainda era fácil ficar irritado com
ele - ele ergueu as sobrancelhas, para que Lily não pudesse ver, e disse muito incisivamente, "Prata
não combina comigo."

Os olhos de Sirius se arregalaram imediatamente em realização. Remus ergueu as sobrancelhas e


seguiu Lily para fora. Ele olhou para trás pela porta de vidro a tempo de ver James removendo
rapidamente o seu distintivo.

***

Ser monitor era tão ruim quanto Remus esperava. A carta foi uma surpresa tanto para ele quanto
para todos os outros - o distintivo havia caído de sua lista de leitura usual de Hogwarts em seu colo
em uma manhã de verão. Ele sibilou de dor quando a prata queimou seus dedos e a deixou cair no
chão. Grant pegou,

"O que diabos é isso?!"

"Sou monitor." Remus disse, não acreditando em si mesmo.

“Um… um o quê?! Jesus, às vezes acho que te inventei dentro da minha cabeça.”

"Você não sabe nem da metade," Remus resmungou, "Meus amigos nunca vão me deixar em
paz..."

“Ha! Bem feito!" Grant mostrou sua língua rosa.

Remus apenas balançou a cabeça novamente e resolveu escrever uma carta para Dumbledore sobre
isso, exigindo que outra pessoa recebesse o posto. James seria bom. Até Peter seria melhor do que
Remus. Dumbledore não respondeu. Ele tentou McGonagall, que respondeu, simplesmente dizendo
que esta era decisão final. Remus decidiu tentar novamente quando o período letivo começou.

No trem, Lily e Remus tiveram que comparecer a uma reunião extremamente entediante com todos
os outros monitores, liderada pelo monitor e monitora chefe incrivelmente chatos. Depois disso,
eles deveriam 'patrulhar' os corredores, impedindo qualquer pessoa de se divertir. Infelizmente, Lily
levou esse dever muito a sério, e Remus teve a sensação de que seria um ano muito longo. Ainda
assim, ele preferiria sentar-se em um espaço confinado com Sirius - mas teria que fazer o possível
para se manter afastado por um tempo, até que tivesse pensado direito sobre essa última revelação.

O banquete foi normal. Parecia menos festivo e alegre do que nos anos anteriores - Remus não
sabia se era sua própria confusão ou a palidez da guerra. Haviam menos alunos do que o
normal; assim como alunos recém chegados. Ninguém estava mencionando isso.

Depois do jantar, Lily fez Remus patrulhar novamente, e ele realmente não se importou. Esperava
que, se pudesse ficar longe por tempo suficiente, os outros já estariam na cama; então ele não teria
que vê-los até as aulas da manhã seguinte - se James e Sirius saíssem cedo para o treino de
quadribol.

"Você ainda não está usando seu distintivo", disse Lily, enquanto caminhavam por todo o corredor
do quarto andar.

"Sim, desculpe," Remus bocejou, "Eu vou encontrar amanhã, prometo."

"Então, como foi o verão?"

"Ah, ótimo!" Remus sorriu mais largo do que pretendia. Lily sorriu de volta para ele, parecendo
genuinamente satisfeita.

“Oh, isso é muito bom! O que você fez?"

“Hm ... Ah nada. Muita lição de casa.”

"Esquisito." Lily deu uma cotovelada nele, rindo, “Até eu não gosto tanto assim de lição de casa."

***

Ele estava certo, quando voltou para a sala comunal, todos já tinham ido para a cama, e o quarto
dos marotos estava escuro e silencioso. Remus caminhou silenciosamente para o banheiro, escovou
os dentes e vestiu o pijama, então se arrastou até a cama, fechando bem as cortinas. Parecia que ele
tinha acabado de relaxar apropriadamente, quando ouviu Sirius sair da cama. Ele conhecia cada um
de seus companheiros de quarto por seus passos agora. Gostava de saber – mas agora parecia um
tipo peculiar de tortura, conforme Sirius se aproximava e sibilava;

“Moony? Psst ... ei, mesmo você não adormece assim tão facilmente! "

Remus gemeu, rastejou até a beira da cama e abriu as cortinas.


"O que??"

“Ah, vamos lá, por que você está nos evitando? É sobre a coisa de ser monitor? Você sabe que
estávamos apenas brincando, relaxe! Aqui, tenho algo para você.” Ele abriu a mão. No escuro,
Remus se inclinou e viu seu distintivo de monitor vermelho e prata. Ele franziu a testa,

"Isso é uma piada?"

“Não, pegue! Confie em mim, Remus." Sirius olhou em seus olhos, e a mente de Remus ficou
completamente em branco. Ele aceitou o distintivo, esperou e sentiu ... nada. Ele piscou e olhou
para baixo,

"O que?!"

"Transfigurado," Sirius sorriu, parecendo animado. Seus dentes brilharam no escuro. “É latão,
agora. Fiz o mesmo com o de James. Acho que posso fazer com que Mary roube o de Evans
também, e aí eu transfiguro. Você vai passar muito tempo com ela, então é melhor assim... "

"Obrigado…"

"Não seja bobo," Sirius balançou a cabeça, ainda sorrindo, os olhos suaves. “Qualquer coisa pelo
nosso Moony. Boa noite." Ele se virou e voltou para sua cama.

Remus caiu de costas em seus travesseiros, exalando pesadamente, ainda segurando o distintivo
com tanta força que machucou sua palma. Ele jogou as cobertas sobre a cabeça e desejou que seu
coração parasse de bater. Oh Deus, ele pensou, sombriamente. Eu gosto de Sirius Black.
Capítulo 74 : Quinto ano: Dor
Chapter Summary

Aviso!!

Temas sombrios e abuso doméstico.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus dormiu demais na manhã seguinte e teria perdido o café da manhã se Peter não tivesse
gritado seu nome cerca de cem vezes antes de sair. Quando a porta bateu, Remus rolou de costas e
olhou para um raio de luz que entrava por suas cortinas. Ele tinha dormido mal, e se resignou a
dormir mal todas as noites até tirar essa coisa ridícula sobre Sirius de seu sistema.

A primeira coisa a fazer era parar de pensar nisso, disse a si mesmo severamente, pulando da
cama e indo direto para o chuveiro. O mais frio que ele pudesse suportar. James e Sirius devem ter
saído mais cedo para o quadribol. Uma memória de Sirius em seu uniforme escarlate veio à
tona; cabelo puxado para trás, rosto brilhando, aquele brilho energético e competitivo em seus
olhos. Remus grunhiu, e girou o registro do chuveiro de morno a gelado.

Se forçou a pensar em outra coisa - Feitiços, ou Aritmancia, ou História ... sim, ele descobriu que
listar os nomes dos generais envolvidos em cada lado da Grande Revolta Goblin de 1642 parecia
acalmá-lo um pouco. Dava a ele algo para se concentrar de qualquer maneira. Você não poderia ter
pensamentos lascivos com nomes como 'Krebshunk' e 'Frip o Desmembrador' passando pela sua
cabeça.

Ele se vestiu e desceu para o café da manhã. A primeira aula deles era Transfiguração, e você não
podia se atrasar com McGonagall. No Salão Principal, Peter estava sentado à mesa da Corvinal
com Desdêmona, e eles estavam claramente se reencontrando depois de um longo verão
separados. Remus suspirou, lembrando-se da sensação. Era ainda pior ver outros casais se
agarrando quando você sabia o que estava perdendo.

Sirius e James estavam na mesa da Grifinória, ambos vestidos com o uniforme escolar, mas
decididamente amarrotados pelo treino. Sua linguagem corporal era muito estranha; Sirius estava
de costas para James, o nariz empinado, James parecia furtivo e nervoso - se Remus não os
conhecesse bem, pensaria que eles estavam no meio de uma discussão.

Ao se sentar em frente a seus dois amigos, ele descobriu que sua primeira impressão estava
correta. Ambos estavam sentados em um silêncio impassível, e estava claro que Sirius estava sendo
muito teimoso sobre alguma coisa.
"Bom dia." Remus disse, hesitante, pegando um pouco de torrada e geleia.

"Bom dia, vossa monitoresa," Sirius respondeu, com um meio sorriso. Ele estava despejando
colher após colher de açúcar mascavo em seu mingau.

"Oi, Moony," disse James, olhando para ele brevemente antes de se voltar para Sirius. Ele parecia
exausto, estressado. Não combinava com ele. "Sirius." Ele disse, muito sério.

Sirius o ignorou. " Sirius." James repetiu, mais alto.

“Agora não, Potter. Estou ocupado."

"Você está brincando com o seu café da manhã." James franziu o nariz, "E, por favor, não coma
isso, meus dentes doem só de olhar."

Remus achou que parecia bom, na verdade. Ele gostava de coisas muito doces, principalmente
quando estava de mau humor. Mas manteve essa opinião para si mesmo. Melhor não se envolver na
discussão dos dois se pareciam tão preocupados.

Sirius terminou de despejar sua última colher de açúcar, mexeu vigorosamente, até que a mistura
adquirisse textura e cor de areia. Ele pegou uma colher cheia, então - fazendo contato visual com
James o tempo todo - enfiou na boca e mastigou. Remus podia ouvir os grãos de açúcar sendo
quebrados entre os dentes. James balançou a cabeça,

“Você não precisa ser assim, eu não sou Regulus.” Ele disse, mal-humorado.

Sirius fez uma careta para ele, então se levantou.

"Tenho que ir à biblioteca." Ele disse, a boca ainda cheia de mingau doce demais. “Vejo você em
Transfiguração.”

James suspirou pesadamente, observando-o sair. Remus deu um pequeno suspiro de alívio, mas se
sentiu imediatamente culpado por isso. Obviamente havia algo de errado com seu amigo, e ele
deveria estar tão preocupado quanto James.

"O que aconteceu?" Ele perguntou, esperando que soasse calmo e atencioso.

"Consegue ver ele mancando?" James disse, ainda observando Sirius sair do corredor. Remus
olhou. Ele tinha a mesma arrogância de sempre, o cabelo balançando e seus ombros para trás - mas
... sim, Remus viu que James estava certo. Ele estava andando um pouco estranho.

“Algo aconteceu no treino?” Remus franziu a testa.

"Não." James balançou a cabeça, "Ele está assim desde ontem."

Remus pensou, examinando suas memórias - Sirius estava sentado a maior parte do tempo que
Remus o vira e, mesmo assim, não estivera exatamente prestando atenção nos detalhes. Na
verdade, ele estava tentando fazer exatamente o oposto. Sua culpa ganhou uma nova dimensão.

"Você acha que a mãe dele fez alguma coisa?" Ele perguntou, seu estômago revirando.

"Eu sei que ela fez." James respondeu, ferozmente, olhando para a mesa da Sonserina agora. "Ele
tentou se esconder nos vestiários, mas eu consegui ver nos chuveiro e ... Merlin, Moony, se você
visse ..."

"O que?"
James balançou a cabeça, como se desejasse poder sacudir a imagem.

"Ela o massacrou."

Um arrepio percorreu Remus, o que foi dez vezes mais eficaz do que um banho frio. De repente,
ele tinha onze anos de novo e estava de volta ao vestiário de quadribol depois que ele e Sirius
caíram de suas vassouras. Um Sirius de onze anos sussurrando 'Eu tenho cicatrizes ...' e levantando
a bainha da calça para mostrar as marcas prateadas longas e retas. Na época, Remus só pensou em
como elas eram diferentes de suas próprias cicatrizes - como eram limpas e uniformes, como se
tivessem sido feitas com uma lâmina de barbear. Mais tarde, Sirius descreveu as cicatrizes como
uma técnica disciplinar, mas eles nunca mais discutiram isso.

"Ele está bem?" Remus perguntou, trêmulo, não querendo mais sua torrada.

"Ele diz que está." James respondeu, “Mas ele não ... ele não quer falar sobre isso, ou qualquer
coisa. Ugh, eu não deveria ter mencionado Regulus assim. Ele é tão teimoso.”

"O que podemos fazer?" Remus se preocupou, “Ele não pode voltar lá, não está certo. Sua família
pode fazer alguma coisa?”

“Eles tentaram, no verão passado”, disse James, tristemente, “mas não deu em nada. Se eu
conseguir fazer com que ele fale alguém; Dumbledore, ou mesmo Madame Pomfrey, se eles
pudessem ver o que aquela filha da puta faz ... talvez possamos tirá-lo de lá.

"Ele não vai, no entanto." Remus suspirou. Sirius nunca mostraria uma fraqueza assim.

"Você pode tentar, Moony?" James perguntou, desesperado: "Ele não fala comigo, mas às vezes
você consegue por um pouco de sentido na cabeça dele.”

"Eu?!"

“Sim, sabe, eu acho que ele ouve você, às vezes. Ele sempre está tentando te impressionar.”

Ah, por que James tinha que dizer uma coisa dessas?

Eles foram para Transfiguração e encontraram Sirius já lá, deliberadamente os ignorando. Foi a
mesma história pelo resto do dia, até mesmo na hora do almoço, Sirius começou a conversar com
Mary e Marlene, antes que James ou Remus pudessem falar qualquer coisa. Ele as manteve
entretidas com imitações bobas de Peter e Desdêmona, de modo que elas ficaram histéricas com
risos. James sentou-se, o rosto sombrio, sua expressão não se alterando nenhuma vez. Eles não
foram capazes de encontrar Sirius sozinho até bem depois do jantar. Peter estava mais uma vez
visivelmente ausente, e Remus descobriu que ele e Lily estavam fora da rota de patrulha naquela
noite.

Ambos pegaram Sirius saindo do banheiro, e James parou na frente da porta, para que ele não
pudesse escapar para a sala comunal. Remus decidiu ir para a abordagem direta.

"Ouvi que seu verão foi uma merda." Ele disse, olhando nos olhos de Sirius. Era mais fácil, se você
estivesse pronto para isso. Sirius bufou,

"O que James andou dizendo?"

"Que você está machucado, mas você é um idiota arrogante demais para admitir."

"Não estou machucado." Sirius rosnou, enojado. "Está curando."


"Esta manhã você estava sangrando!" James disse, com raiva, claramente perdendo o juízo.

"O que?!" Remus disse, alarmado, "Deus, Sirius, você tem que ir até a Madame Pomfrey!"

“E ter a escola inteira sabendo como minha mãe gosta de se entreter?! Não, obrigado."

"Sim, porque Madame Pomfrey conta tudo para a escola ..." Remus disse, levantando uma
sobrancelha sarcástica. "Me deixe ver."

"Não! Godric, você é pior do que Potter! "

"Vamos, eu mostrei as minhas." Remus alcançou seu olhar de novo e o sustentou.

Ele viu Sirius pensando, calculando os benefícios, então lentamente cedeu.

"Eu não quero que James veja." Ele disse, olhando para baixo, envergonhado.

Remus se virou e olhou para James, cujos ombros caíram um pouco com decepção. Ainda assim,
estoico como sempre, ele acenou com a cabeça e prontamente saiu da sala. Remus se sentia muito
vulnerável, agora, sozinho com Sirius. Ele colocou todos os pensamentos egoístas de lado e tentou
se concentrar em ajudar seu melhor amigo.

"Vamos então," ele acenou para Sirius, "Vamos ver, de uma vítima para outra." Ele quis dizer isso
como uma piada sombria, mas percebeu imediatamente que tinha sido a coisa errada a dizer. Ele se
amaldiçoou e resolveu calar a boca, a menos que tivesse algo útil a dizer.

Sirius sentou-se na cama mais próxima, que por acaso era de Remus, e puxou a perna da calça para
cima. Remus teve que conter um suspiro de horror. James tinha usado exatamente a palavra certa -
massacrado. Essas marcas não eram claras e ordenadas, como as cicatrizes anteriores. Eles eram
cruéis, cruzadas, variando em profundidade e severidade. As costas inteiras das panturrilhas
pareciam ter sido cortadas com um bisturi.

“Lacero?” Remus perguntou, tentando manter seu rosto impassível. Sirius estremeceu ligeiramente
com a palavra, mas acenou com a cabeça. "Vadia." Disse Remus. Sirius riu.

“Sobe por toda minha perna.” Ele disse.

"Porra." Remus respirou. Ele recuou e foi até a mesinha de cabeceira: "Tenho algo para parar de
doer."

"Não está--"

"Não minta," Remus comandou, puxando seu pote de essência de murtisco, "Eu conheço dor."

Sirius aceitou isso. Remus voltou e entregou-lhe o frasco. Sirius olhou para o objeto, então para
Remus, com expectativa.

"Você coloca." Disse Remus. ele balançou a jarra, impaciente, "Vamos, não vou fazer isso para
você, não sou seu elfo doméstico."

Ele achava que estava indo muito bem, mas tudo iria desmoronar se ele tivesse que tocar em Sirius,
mesmo em algum lugar tão inocente quanto suas panturrilhas. Sirius sorriu e alcançou a essência
de murtisco. Pegou uma porção generosa com os dedos longos e espalhou um pouco na
perna. Remus viu pelo olhar em seu rosto que funcionou imediatamente; suas feições relaxaram,
parte da intensidade deixando seus olhos. Devia estar sentindo muita dor.
"Caramba, você é incrível, Moony!" Sirius disse, animando-se enquanto continuava a aplicar a
essência. Remus corou e encolheu os ombros,

“É apenas magia, não é como se eu tivesse descoberto a coisa.”

"Sim, mas ainda assim ..." Sirius se levantou agora e começou a desabotoar as calças para passar
no resto dos cortes. Remus praticamente saltou para trás e correu em direção à porta, balbuciando,

“Eu vou hum ... vou te dar um pouco de privacidade ... tenho que ir de qualquer maneira ... lição de
casa ...” sua voz estava muito mais alta do que ele queria.

Ele praticamente desceu as escadas correndo e esbarrou em James.

"Ele está ok?!"

“Sim, sim ... Eu dei a ele algo para ele passar. Dê a ele um minuto, acho que ele vai descer.”

"Brilhante, obrigado Remus."

“Eu não falei com ele sobre ir a um professor ou qualquer pessoa ...”

“Sim, mas ele está falando com a gente, agora,” James sorriu. “Sério, obrigado, Moony, você é
uma lenda! Vamos te recompensar ... Não devo dizer nada sobre isso ainda, mas ... bem,
eu prometo que vamos! "

Com isso, James deu um tapinha no ombro dele, então correu escada acima para ver Sirius. Remus
afundou em uma poltrona próxima e decidiu reavaliar algumas coisas. Tinha que sair, caso
voltassem. Ele deixou a sala comunal e foi para a biblioteca, onde passou o resto da noite
estudando meticulosamente as rebeliões goblins. Afinal de contas, eles tinham NOMs este ano, e
ele não podia permitir que sua libido destruísse tudo pelo que vinha trabalhando.

Era quase a hora do toque de recolher quando ele sentiu pronto para voltar. Seus olhos coçavam e
suas costas doíam, e ele estava de mau humor - mas pelo menos não estava mais pensando em
Sirius. Bem. Na verdade, estava.

Saiu da biblioteca e caminhou rapidamente pelos corredores escuros em direção a Torre da


Grifinória. Ele estava pelo menos na metade do caminho quando ouviu um tipo estranho de barulho
- como um gemido - no final do corredor de Feitiços. Suspirando para si mesmo, ele foi
investigar. Lily o teria matado se ele não o fizesse. Era como ele suspeitava. Dois sonserinos
haviam encurralado um aluno da corvinal do primeiro ano e o atormentavam, prendendo o menor
no lugar com um feitiço - Remus já estivera naquela posição várias vezes.

“Expelliarmus ,” ele gritou, e as duas varinhas voaram para suas mãos. Eles se viraram, um de
cabelos escuros, o outro louro. Bartô Crouch e Regulus Black. "Ah, vocês dois ..." Remus bocejou,
encostando-se casualmente na parede.

O corvino saiu correndo, gritando um rápido 'obrigado!' para Remus.

"Loony Lupin!" Barty sorriu. Ele tinha um sorriso horrível, como se nunca tivesse conhecido
alegria ou felicidade.

“Cuidado com a língua, Crouch,” Remus sibilou, então lançou uma maldição nele.

Imediatamente, a língua de Barty começou a inchar, ficando roxa. O menino agarrou-se a ela,
desesperadamente, mas era um dos feitiços de ingurgitamento de James, e não podia ser
interrompido. “Melhor ir para a ala hospitalar,” Remus sorriu agradavelmente. "Vou mandar suas
varinhas para o monitor chefe da casa, informá-lo de que estavam fora dos limites ..."

"Como você ousa!" Regulus ferveu, marchando até Remus. Ele era muito mais baixo - quase da
mesma altura que Sirius, mas isso não o impediu de se aproximar. O verão claramente tinha feito
mal a Regulus também - ele estava mais pálido do que nunca, seus olhos escuros e vazios. “Escória
imunda meio-sangue! Você pode ser um monitor, mas ainda é apenas um covarde, sujo --- “

“Covarde, eu?!” Remus viu tudo em vermelho e largou as duas varinhas, em vez disso usando as
mãos para empurrar Regulus contra a parede segurando-o pelo pescoço.

A cabeça do garoto bateu na parede de tijolos e ele piscou, terror genuíno aparecendo em seu
rosto. Remus não se importou; na verdade, foi perfeito. "Eu posso ser um meio-sangue," Remus
sibilou, ameaçadoramente, "Mas pelo menos eu não fico parado vendo minha família ser cortada
em pedaços!"

Os olhos de Regulus se arregalaram e um olhar terrível e assombrado o dominou.

"Eu disse a ele para parar de pressioná-la, mas ele não quis ouvir!" ele sussurrou, "Eu não consegui
impedir ..."

Enojado, Remus o soltou. Barty ainda estava sufocando, mais adiante no corredor.

"Você é um covarde, Regulus Black." Remus disse, muito baixinho, "Nunca se esqueça disso."

Ele cuspiu nos pés de Regulus e foi embora.


Capitulo 75: Quinto ano: A surpresa
Chapter Summary

Aviso!
- Cigarro e uso de drogas por menores de idade.
- Remus trabalhando sua sexualidade.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

So inviting - so enticing to play the part

I could play the wild mutation

as a rock ‘n’ roll star

I could do with the money (y’know that I could...)

I'm so wiped out with things as they are (y’know that I should…)

I'd send my photograph to my honey

- and I'd come on like a regular superstar.

Star- David Bowie

Sábado, 20 de setembro de 1975

Durante as três semanas seguintes, Remus conseguiu cair em uma rotina um pouco mais
confortável enquanto aprendia a navegar por seus novos sentimentos. A um tempo atrás ele
simplesmente teria tentado evitar Sirius; afastar e se esconder na biblioteca ou em um de seus
esconderijos. Mas ele aprendeu que isso nunca funcionava no final, especialmente quando você
compartilha um quarto. E, de qualquer forma, ele estava grande demais para a maioria de seus
antigos e minúsculos refúgios.

Então, Remus tentou lidar com isso e, ao tentar, descobriu que era capaz. Não que fosse
exatamente fácil - mas ele tinha muito mais com que se preocupar. Além dos deveres como
monitor, que já o mantinham subindo e descendo o castelo para patrulhas e reuniões, também era
um ano importante para seus estudos.
Com os NOMs chegando, os professores estavam sobrecarregando todos com mais deveres do que
nunca - e houve uma mudança notável no currículo. Em Transfiguração, eles estavam aprendendo
disfarces; em Feitiços, eles praticavam o desarmamento; Poções era amplamente focado em
identificar e neutralizar venenos; e Defesa Contra as Artes das Trevas parecia não ser nada além de
exercício após exercício de feitiços de ataque e defesa. Eles estavam treinando para a guerra e
todos sabiam disso.

Trato das Criaturas Mágicas era um caso decepcionante. O professor Kettleburn era um velho mal-
humorado que gritava, e tinha metade dos membros faltando e um tapa-olho. Ele não trazia nada
para eles verem, ou contava histórias de seus encontros com bestas fantásticas - preferia contar
como tinha ganhado todos os seus vários ferimentos, que eram sempre de formas horríveis.

Remus tentou ver isso pelo lado positivo - pelo menos sem Ferox havia uma distração a menos. De
jeito nenhum ele desenvolveria uma queda pelo rabugento e velho Kettleburn. Sirius já era o
bastante para lidar.

Embora ele conseguisse simplesmente sorrir através de seus sentimentos na maioria das vezes, eles
pareciam vir à tona nos momentos mais inoportunos. Ele estaria lendo um livro e ali estava. Ou
estaria completamente sozinho na biblioteca, e uma lembrança surgiria, agitando suas entranhas.
Isso o deixava frequentemente abalado, com muito calor e confuso. Se fosse assim que James,
Mary, Marlene, Peter e todos os envolvidos na troca de beijos estúpidos, se sentiram nos últimos
dois anos, então Remus simplesmente não sabia como qualquer um dele era capaz de fazer
qualquer coisa. Parecia que sua mente e corpo estavam constantemente em guerra.

Ele não era estúpido; sabia que estivera atrasado para esse tipo de coisa. No verão depois que ele
completou treze anos, a Diretora o chamou em seu escritório e perguntou nos termos mais vagos
possíveis o quanto ele sabia sobre "relações conjugais". Ele não tinha certeza do quanto deveria
saber e não queria parecer idiota, então apenas disse que sabia 'tudo'. A mulher acenou com a
cabeça e disse-lhe para perguntar a um membro da equipe do sexo masculino se ele tivesse alguma
dúvida. Claro, ele nunca teve. Eles também conversaram uma vez com o vigário local sobre a
santidade do casamento e a natureza pecaminosa de "ceder aos desejos da carne" - mas Remus
ficou tão mortificado que bloqueou a maior parte daquilo.

'Desejos'. Isso não era algo que você deveria conversar seriamente - pelo menos não com outros
meninos, ele sabia disso. Fazer piadas eram ok; pelo menos vocês estavam em território seguro se
apenas provocassem um ao outro. Mas você certamente não poderia fazer perguntas.

Os outros marotos estavam à frente dele; em algumas noites perto da lua cheia, ele havia sentido o
cheiro de sua luxúria, ouvira seus momentos de frustração e vergonha enquanto procuravam por
baixo dos lençóis no escuro. Isso apenas o envergonhou. Claro, Remus fazia, claro que ele já
tinha..., mas aquilo era mais como manutenção, tão casual quanto escovar os dentes.

Porém, desde o verão passado, as coisas nesse departamento mudaram. Tornando-se mais urgentes.
Como se beijar Grant o tivesse ativado de alguma forma; desencadeado uma grande inundação de
... sentimentos. Remus raramente pensava em outra coisa, ele estava constantemente no limite. Pela
primeira vez, ele estava grato pelas vestes negras esvoaçantes que eram obrigados a usar em
Hogwarts, mas mesmo assim, frequentemente se via tendo que ficar sentado mais tempo do que
todos os outros, tentando ter pensamentos neutros. Uma vez ele teve que cobrir seu colo com um
livro particularmente pesado, simplesmente porque McGonagall disse 'trabalho com a varinha'
muitas vezes.

Ele se sentiu mudado por dentro; essa mudança presente em todos os momentos - sozinho ou em
companhia. E Sirius. Por que tinha que ser Sirius?
Ok, ele sabia por quê. Era a maneira como sua camisa branca e fina da escola repuxava em suas
costas, a maneira como seu cabelo caía em seus olhos, fazendo com que ele tivesse de puxá-lo para
trás, embora nunca, nunca o colocasse atrás da orelha. As mãos dele. A porra dos olhos dele ...

Foram três semanas muito difíceis.

Remus estava grato por essa primeira lua cheia do semestre ter caído em um fim de semana. Isso
significava que ele poderia dormir e relaxar pacificamente enquanto esperava o anoitecer, em vez
de ficar sentado durante horas de aulas, com os ossos doendo em assentos desconfortáveis de
madeira. Sábado também era dia de treino de quadribol (na verdade, desde que James se tornou
capitão, todos os dias eram dias de treino), deixando Remus completamente, e felizmente
imperturbado.

Ele havia dormido a maior parte da manhã, então desceu as escadas para almoçar, antes de retornar
ao silêncio do quarto vazio. Tentou ler por um tempo, mas com dores de cabeça e a inquietação,
logo desistiu. Ele desejou que a lua se apressasse e viesse, para que ele pudesse acabar logo com
isso. Esperar era a pior parte. Ele fechou os olhos, espreguiçando-se, mas decidiu que estava
cansado de ficar deitado. Desceu da cama e foi se sentar no parapeito da janela com um maço de
cigarros. O último que ele tinha do verão, dado a ele por Grant como um presente de despedida.

Grant. Se Grant estivesse aqui, em Hogwarts, Remus sentiria o mesmo por Sirius? Provavelmente
sim, ele suspirou para si mesmo. E Grant era tão astuto nesse tipo de coisa que entenderia
imediatamente. Talvez ele tivesse algum conselho. Se ao menos tivesse como ligar para ele, ou até
mesmo escrever uma carta - mas ele só tinha permissão para enviar corujas para a Diretora, e se ela
lesse?! Remus gostaria de ter os espelhos compactos que James e Sirius tinham. Embora como
diabos os explicaria para Grant, não fazia ideia.

Remus terminou seu primeiro cigarro e começou outro. Era calmante. Maconha era melhor; ele
tinha experimentado depois de sua última lua cheia, mas não tinha visto ninguém em Hogwarts
fumando. Ele estava por fora das informações de qualquer forma, já que não estava mais
fornecendo cigarros. As distrações do verão passado já haviam lhe custado mais que dinheiro.

A noite se aproximava e o estômago de Remus começou a roncar. Ele tentava comer pouco antes
das luas cheias, sabendo que a dor muitas vezes o faria vomitar. Nos dias seguintes, estaria faminto
e poderia facilmente repetir três ou quatro pratos por refeição. Estava prestes a se levantar e descer
quando a porta se abriu.

Peter, James e Sirius entraram, com olhares curiosos em seus rostos. James parecia muito sério e
bastante cauteloso, como se tivesse que dar alguma notícia e não tivesse certeza de como Remus
reagiria. Remus sabia que não podia ser uma má notícia, porque Sirius estava sorrindo de orelha a
orelha, mostrando cada um de seus dentes perfeitos e brancos como pérolas. Peter estava torcendo
as mãos, como sempre, mas ele também tinha um sorriso pequeno e malicioso - o olhar que ele
tinha quando eles estavam no meio de uma pegadinha particularmente diabólica.

“Ah Deus,” Remus disse, antes que James pudesse falar, “O que é agora? Por que vocês não estão
no quadribol? "

"Sem quadribol hoje!" Sirius disse, ainda sorrindo como um maníaco. A energia que emanava dele
era elétrica, ardente - ele estava claramente extremamente animado com alguma coisa.

"Onde vocês estavam, então?" Remus perguntou, escolhendo olhar para James, para manter sua
voz controlada.

“Estavamos praticado outra coisa!” Peter explodiu, mordendo o lábio inferior.


Remus se recostou no parapeito da janela e olhou para James novamente, levantando uma
sobrancelha questionadora. James engoliu em seco, seu pomo de adão balançando, então pigarreou,

"Moony", disse ele, "você deve se lembrar que tivemos uma ideia, no terceiro ano ..."

"Você tem ideias o tempo todo, Potter, seja específico," disse Remus, irritado, acendendo seu
terceiro cigarro. Seus ombros e pescoço doíam. Ele não estava com disposição para brincadeiras
durante lua cheia, eles já deveriam saber disso.

"A ... para te ajudar com as ... eu sei que você disse para não fazermos, hum ..." James passou a
mão pelo cabelo, "Mas já fomos tão longe com tudo, e ... hum ... olha, eu sinto muito, desculpe ...,
mas ...”

"Fala de uma vez!" Remus suspirou, exalando fumaça. James parecia em pânico. Ele olhou para
Sirius, então olhou para seus pés e murmurou,

“Nósnostornamosanimagus ...”

"O que?!"

"Ah, pelo amor de Merlin!" Sirius disse, dando um passo à frente, "Olha, Remus!"

E com isso, Sirius prontamente se transformou em um cachorro preto muito grande, e Remus
escorregou do parapeito da janela, em choque.
Capítulo 76: Quinto ano: Moony & Cia
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O cachorro - Sirius, o cachorro - latiu duas vezes e balançou o rabo entusiasmado, enquanto Remus
se levantava do chão. Ele olhou para James e Peter, que estavam sorrindo timidamente. Olhou para
o cachorro novamente, e ele se transformou novamente em Sirius, parado diante dele com o
mesmo sorriso louco.

"Vocês realmente fizeram isso." Remus disse, sem emoção, "Não posso acreditar que vocês
fizeram isso." Ele sentou-se novamente, sentindo-se um pouco vacilante.

"Você está bravo?" James perguntou, seus olhos enormes e sérios.

"Todos vocês conseguem se transformar?"

Peter e James se entreolharam e então assentiram. Remus respirou fundo, com o peito apertado.
"Vá em frente", ele sussurrou, "Me mostrem."

Imediatamente, James e Peter se transformaram em um enorme veado régio e um gordo rato


marrom. Os chifres de James arranharam o teto baixo do quarto, de modo que ele teve que abaixar
ligeiramente a cabeça. Sirius riu,

“Não podíamos escolher no que nos transformamos”, explicou ele. "Caso contrário, Peter
provavelmente teria escolhido outra coisa ..."

“Ei!” Peter disse, voltando a se transformar: "Ratos são criaturas altamente inteligentes, eu
pesquisei."

"Pena que você não é." Sirius respondeu.

"Nem todo mundo quer ser um grande vira-lata babão," James também se transformou e deu um
soco no ombro de Sirius.

"Tudo bem, Bambi, se acalme," Sirius sorriu, despenteando o cabelo de Peter, "Só estamos
brincando, não é, cara?"

Peter sorriu de volta. Ele parecia muito feliz. Todos eles haviam conseguido. Remus ainda estava
sem palavras. Ele os observava como se fossem estranhos. Será que realmente fizeram isso -
algumas das mágicas mais difíceis, que exigia habilidade, concentração e - acima de tudo -
paciência, só para ele?

"Remus?" James perguntou, parecendo sério novamente, "Você está com raiva, não é?"

"Eu ..." Remus franziu a testa, então balançou a cabeça, "Não, não, não estou com raiva ... Eu só
..." Ele esfregou a nuca, fechando os olhos, "Eu sabia que fariam de qualquer maneira, eu sabia que
iam tentar, pelo menos. Vocês nunca me ouvem."

"Desculpe." James disse, desamparado. Até Sirius havia parado de pular.

"Não, não se desculpe!" Remus disse, rapidamente, abrindo os olhos, "O que vocês fizeram é
incrível ... vocês são incríveis. Eu só ... não sei o que dizer. "

Ele se amaldiçoou por não ser capaz de agradecê-los adequadamente - por sentir tudo tão
profundamente, mas não ser capaz de colocar nada em palavras. Qual era o sentido de toda aquela
leitura, se não lhe dava as palavras quando precisava delas?

Ele olhou para cima novamente, e encontrou Sirius o observando - seu sorriso estava mais calmo
agora, e a luz da compreensão brilhava em seus olhos. O coração de Remus deu um pulo.

"Obrigado." Ele disse, baixinho, apenas para Sirius.

“Qualquer coisa pelo nosso Moony!” Sirius sorriu novamente, e de repente tudo voltou ao normal,
e o dormitório era apenas o dormitório deles, e essas pessoas incríveis eram apenas seus amigos.
"Vamos," Sirius disse, animado, dirigindo-se a todos eles, "Vamos descer para jantar. Temos uma
longa noite pela frente! "

"Esta noite?!" Remus disse, surpreso, "Querem tentar hoje à noite?!"

É claro, ele pensou, é por isso que eles escolheram o último momento para se revelar.

"Não há hora melhor que o presente", sorriu James.

"Você não pode querer passar mais uma noite sozinho naquela casa horrível, sendo que você não
precisa, Remus?" Peter disse, sinceramente.

Remus pensou sobre isso enquanto seguia os outros pelas muitas escadas e corredores até o Salão
Principal. Ele não gostava de ficar sozinho, antes da lua ou logo depois dela. Presumiu que o lobo
também não gostava de ficar sozinho, a julgar pela dor que isso lhe causava. Mas ele sempre fez
isso sozinho. Nunca havia sido uma questão antes.

Ele não falou nada durante o jantar, mexendo no prato com indiferença. Sirius o cutucava de vez
em quando, e Remus sorria para ele, mas voltava a brincar com suas batatas assadas.

"Remus, você não está comendo", disse Marlene, preocupada, "Isso realmente não é típico de
você."

"Mm", respondeu ele, baixando o garfo, "não me sinto bem. Acho que vou para a ala hospitalar. "

"Ah não, de novo?" Marlene inclinou a cabeça em simpatia, "Coitadinho."

Remus encolheu os ombros e se levantou para sair. Os marotos também se levantaram e o


seguiram para fora.

"Como vocês vão fazer isso?" Ele perguntou enquanto caminhava, sem ousar olhar para nenhum
deles.

"Pete é pequeno, ele pode nos colocar para dentro", disse James, ansiosamente, "Então, vamos usar
a capa - é mais fácil caber por baixo agora que podemos mudar."

"Ok," Remus acenou com a cabeça, resolvendo, "Ok, se puderem entrar sorrateiramente atrás de
Pomfrey ... ela coloca um feitiço de trava na porta."
"Ótimo," Peter acenou com a cabeça, entusiasticamente, "Nós vamos fazer isso, Remus, vamos!"

Fora da ala hospitalar, se virou e olhou para todos eles. Ajudava ser alto, em momentos como este.

"Vocês sabem que eu posso matar todos vocês."

Eles olharam para ele sem hesitar. Sirius endireitou as costas,

"Você não vai."

Remus suspirou.

"Está bem. Vejo você em mais ou menos uma hora, então.” E com isso ele entrou na enfermaria,
sem olhar para trás. Seu coração martelava no peito - parte excitação, parte terror.

Era perigoso; era tão, tão perigoso que sua cabeça doía. Mas ele havia dito "não" uma vez antes, e
esse foi o resultado. Só podia esperar que eles fossem rápidos e inteligentes o suficiente para
escapar, se as coisas dessem errado. E se eles não pudessem escapar ... ele esperava que pelo
menos um deles fosse corajoso o suficiente para fazer o que fosse necessário para garantir que os
três sobrevivessem, mesmo se significasse que ele não fosse.

***

"Você vai ficar bem, querido?" Madame Pomfrey perguntou, examinando-o com olhos
preocupados. “Eu sei que a primeira noite é ruim ...”

"Está tudo bem, sério." Remus disse, sentando-se em sua pequena cama, como sempre. "Não se
preocupe comigo, vejo você de manhã."

“Estarei aqui junto com o primeiro raio de sol,” a medibruxa prometeu. Ela deu-lhe um beijo
rápido na testa antes de sair apressada do quarto. Remus respirou fundo e olhou em volta.

"Estão aí?" Ele respirou na sala vazia.

James apareceu de repente, puxando a capa. Sirius e Peter rapidamente o seguiram, voltando de
suas formas de animagos.

“Acho que nunca vou me acostumar com isso,” Remus piscou. ele mordeu o lábio nervosamente e
tentou sorrir, gesticulando para a sala suja, "Bem vindos à Casa dos Gritos ..."

"Moony", disse James, parecendo profundamente perturbado ao observar os arredores, "É


horrível."

"É ok. É melhor do que uma cela.”

"É uma cela" disse Sirius, soando feroz.

“Quando vai acontecer?” Peter perguntou, de repente, parado atrás dos outros dois.
Remus girou os ombros com cuidado para ver como a dor estava passando.

"Não falta muito", disse ele, categoricamente, "quinze minutos, talvez."

Houve silêncio por um tempo. Quando Remus pôde sentir seu sangue começar a ferver, e aquele
formigamento revelador em seus músculos, ele de repente entrou em pânico, "Ninguém nunca viu
isso acontecer antes." Ele disse, olhando para todos desamparadamente, "Eu não acho ... é muito,
muito feio."

"Está tudo bem, Remus," disse James, suavemente, "Nós sabemos o que esperar."

"Eu posso gritar ... eu vou gritar."

"Está bem." Sirius prometeu.

"Vocês estão com suas varinhas?"

“Sim,” todos eles as retiraram para mostrar a ele.

"Bom", ele acenou com a cabeça, olhando para as tábuas do assoalho. Suas costas doíam, ele podia
sentir cada vértebra empurrando contra a pele. "Se eu atacar ... se não puderem me controlar ...
vocês vão ter que ..." ele hesitou. Estava começando. "Se transformem", ele gritou, caindo na
cama, se retorcendo em si de frente para a parede, "rápido!"

Suas terminações nervosas pegaram fogo e a transformação começou. Dói, sua mente balbuciava,
como uma criança chorosa, dói, dói, dói ... ele começou a perder a cabeça na agonia, ciente de que
alguém estava gritando, até que ele não era mais Remus, e os gritos viraram longos e sombrios
uivos de angústia.

Ele finalmente se rolou, seu novo corpo, forte e poderoso ... ele farejou. Já conhecia este lugar - sua
prisão. Ele queria ser livre, queria sair e correr e caçar e matar ... estava com tanta fome, com tanta
energia. Estava prestes a uivar novamente, correr para as janelas ou arranhar a porta. Farejou o ar.
Não estava sozinho.

O lobo voltou seus olhos para os três animais presos com ele. Rosnou e saltou da cama. Ele estalou
as mandíbulas e se impôs, erguendo a cauda para mostrar domínio. O animal preto rosnou,
farejando o lobo. Ele deu um passo à frente e o lobo rosnou, ainda incerto. O preto deitou-se aos
pés do lobo, rolou e mostrou sua barriga. Amigo. O lobo, sabendo ser o líder agora, parou de
rosnar. Ele reconheceu o cheiro deles; sabia que não tinham intenção de fazer mal.

Esta era sua alcateia - e ele não estava mais sozinho.

***

Remus acordou engasgado e gaguejando enquanto voltava para seu corpo. Estava escuro e
empoeirado, como sempre, e seus ossos ainda estavam doloridos e cansados, e sua cabeça ainda
latejava. Mas não havia sangue; pelo menos ele não conseguia sentir o cheiro - não conseguia
sentir o gosto - e a dor estava passando rapidamente, como água escorrendo por um ralo.

"Moony?" A voz de Sirius irrompeu, familiar e reconfortante. "Aqui,"

Remus se sentiu quente de vergonha quando Sirius lhe entregou um cobertor para se cobrir.

"Obrigado", ele resmungou, envolvendo-se. Apertou os olhos quando sua visão ficou turva, as
formas de seus três amigos entrando em foco lentamente em vista, "Todo mundo está bem?"

“Tudo bem,” Sirius sorriu, “Melhor do que bem! Funcionou, Moony! ”

"Aqui, vem cá" James se abaixou e ajudou Remus a se levantar, então o apoiou de volta na
pequena cama. Remus ainda se sentia fraco, como sempre, mas isso era tudo. Sem cortes, sem
arranhões - ele não havia se machucado de forma alguma.

Ele puxou o cobertor para mais perto do corpo e olhou para seus três melhores amigos - as pessoas
mais queridas do mundo. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele olhou para baixo, rapidamente,
envergonhado.

"Você está bem?" Sirius perguntou, parecendo preocupado, "Ainda dói?"

"Não," Remus balançou a cabeça, sorrindo, "Estou apenas sendo bobo." Ele enxugou os olhos e
olhou para eles novamente. James parecia tão nobre e orgulhoso como sempre, seus óculos
ligeiramente tortos, anéis escuros sob os olhos, mas sorrindo mesmo assim. Peter estava rosa,
vermelho de entusiasmo e Sirius estava totalmente perfeito, reluzindo como se tivesse acabado de
receber a taça de quadribol. Remus se sentia muito frágil e patético, tão magro e nu na cama ao
lado desses heróis. "Foi ruim?" Ele perguntou, nervoso, "A transformação?"

"Foi horrível." James disse, honestamente. Os outros concordaram.

"Você é tão corajoso, Remus." Peter explodiu.

"Mas depois," Sirius disse, ansioso para lembrar, "Depois foi incrível - você não tinha certeza no
começo, mas eu ..."

"Você se submeteu a mim." Remus disse: "Eu me lembro."

"Achei que você não conseguia se lembrar do que acontecia?" James perguntou, inclinando a
cabeça.

"Eu não consigo, normalmente," Remus franziu a testa, "Mas a noite passada foi diferente ... Eu me
lembro de tudo. Eu não era exatamente eu, mas também era eu. Isso faz sentido?"

"Não," Sirius riu. Remus riu também.

“É melhor vocês entrarem embaixo da capa. Madame Pomfrey está a caminho. Poderiam, er ...
alguém me passar minhas roupas? "

Sirius foi o último a se esconder sob a capa, ele estava vivo em euforia, e ficava se transformando
de volta ao cachorro a todo momento, incapaz de ficar parado. Quando eles absolutamente tinham
que ir, Sirius apertou o ombro de Remus suavemente, uma última vez.

"Eu não te disse, Moony? Eu não te disse ?!” Ele sussurrou, febrilmente.

"Você disse" Remus sorriu fracamente. Ele abaixou a voz, para que ninguém mais pudesse ouvi-lo,
e olhou para Sirius com cuidado, “Foi assustador? Eu era assustador?" Ele não tinha ideia de como
ele se parecia em forma de lobo.

A expressão de Sirius não vacilou.

"Não." Ele disse, com firmeza. "Você era lindo."


Capítulo 77 : Quinto ano: Lindo
Chapter Summary

Aviso!!

Breve menção de violência homofóbica.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Claro, Madame Pomfrey estava completamente confusa com a noite milagrosa sem machucados de
Remus.

"Incrível!" Ela ficava repetindo: "Completamente incrível ..."

Remus a enganou com alguma teoria maluca de que ele estava 'amadurecendo', e deveria ser
isso. Ela não parecia convencida, mas a doce enfermeira ficou tão satisfeita em encontrá-lo ileso
que não fez mais nenhuma pergunta. Ela o manteve na enfermaria para dormir durante o domingo,
mas ao meio-dia ele se sentia tão alerta e cheio de energia quanto quando a lua estava minguando.

"Não tenho motivos para mantê-lo aqui," Madame Pomfrey sorriu, ainda sem acreditar muito. “Eu
não acredito em entupir minha enfermaria com pacientes saudáveis.”

Remus praticamente correu de volta para a torre da Grifinória, subindo as escadas dois degraus de
cada vez. Ele não ficou surpreso ao encontrar os marotos ainda na cama, embora James e Peter
estivessem mostrando sinais de vida.

"Tudo bem, Moony?" James sorriu sonolento, puxando as cortinas da cama ao som da porta do
dormitório.

"Tudo bem," sussurrou de volta, não querendo acordar Sirius. Ele odiava quando interrompiam seu
sono, e hoje Remus ealmente sentiu ele que merecia dormir até mais tarde. Além disso, 'você era
lindo' estava soando em seus ouvidos dia todo, e ele não ainda tinha certeza se seria capaz de falar
com Sirius.

"Pomfrey disse alguma coisa?"

“Nah, ela não consegue descobrir o que ela fez de diferente. Nós escapamos impunes.”

"Ótimo!" James bocejou: "Vamos ter que comprar alguns comprimidos 'energéticos' ou coisa do
tipo para a próxima vez – vai cair numa segunda feira."
“Vocês não têm que fazer isso todos os meses ...”

"Cal’boca, Moony," Peter resmungou, meio grogue, "Faremos o que quisermos."

Remus sorriu para si mesmo, recolheu seus livros e desceu para a sala comunal para não os
perturbar mais.

"Remus!" Marlene gritou: "Graças a Deus, eu estou presa nessa questão estúpida de História ..."

"Qual você escolheu?" Remus se acomodou em uma mesa com as meninas. "Rebelião Goblin?"

“Revolta Troll.” Marlene suspirou tristemente. “Achei que seria mais fácil.”

"Mmm," Remus respondeu, vasculhando suas anotações para ver o que ele tinha sobre a revolta
dos trolls. Ele achava trolls muito chatos, mas obedientemente anotou tudo o que o professor Binns
dissera. Mesmo que Sirius tenha passado pela sua cabeça durante toda a aula.

Lindo. Lindo. O que isso significava? Era uma coisa boa, obviamente. Uma palavra que só poderia
ser positiva. Mas fora Sirius quem dissera. Pior, ele dissera isso sobre a forma de lobo de
Remus. Então, poderia significar uma série de coisas - Remus criou uma pequena lista das opções
em sua cabeça.

Por exemplo, 'você era lindo' poderia significar:

1."Você era lindo noite passada, como um lobo, mas você não é lindo esta manhã como um
humano."

2."Você era lindo noite passada porque eu era um cachorro, e cães estão em uma boa posição para
julgar a beleza canina."

3."Estou dizendo que você era lindo, embora não seja verdade, porque não quero ferir seus
sentimentos."

4.“Eu acho que você é lindo o tempo todo e gostaria muito de te beijar.”

Remus estava disposto a admitir que a opção 4 era a menos provável. Ele finalmente encontrou as
anotações e as passou para Marlene.

“Dê uma olhada e me diga se você não entender algo. Algumas coisas são um pouco confusas, mas
tenho alguns bons truques para lembrar as datas principais.”

"Você é um salva-vidas, Remus!" Marlene emocionou-se, parecendo aliviada.

“Pelo menos você terminou sua redação de Transfiguração,” Mary franziu a testa, parecendo tão
esgotada quanto Marlene. "Estou tão atrasada que vou ficar acordada a noite toda."

"Você precisa de uma mão?" Remus perguntou, pegando seu próprio dever de Transfiguração, que
só precisava de uma rápida revisão antes de estar pronto para ser entregue.

“Oh, não, obrigada ...” Mary corou, olhando para baixo, “Hmm ... Sirius prometeu me ajudar, na
verdade. Você sabe, porque ele é muito bom em Transfiguração.”

Marlene deu uma risadinha,

“E ele a convidou para ir a Hogsmeade com ele..."


"Ah, ele convidou?" Remus perguntou, sua boca de repente muito seca.

“Sim,” Mary sorriu, parecendo muito satisfeita consigo mesma. Remus não podia culpá-la. Vaca
sortuda. “Eu sei que terminei com ele antes”, disse Mary, em um tom veloz “Mas éramos apenas
crianças naquela época. E ele é muito mais maduro agora.”

Lily bufou sarcasticamente, mas não tirou os olhos de seu trabalho. Remus apenas sorriu e acenou
com a cabeça, olhando para seu livro de Feitiços. Ele não estava mais com muito humor para o
dever de casa agora. Marlene e Mary continuaram a rir e sussurrar sobre Sirius.

Remus deu uma bronca em si mesmo. Não era justo se sentir assim - não era justo com Mary e não
era justo com Sirius. Na verdade, era incrivelmente egoísta. Sirius não o rejeitou ou tentou
machucá-lo deliberadamente. Muito pelo contrário - Sirius tinha saído de seu caminho para fazer
Remus se sentir seguro e confortável em sua própria pele. Era terrivelmente ingrato da parte de
Remus ficar chateado com uma coisa estúpida como essa.

Realmente, não era da conta dele com quem Sirius ia para Hogsmeade. O próprio Remus nunca
teve nenhum interesse em Mary Macdonald, então a sensação de reviravolta em seu estômago
estava completamente fora do lugar. E seus amigos podiam ter namoradas, se quisessem. Era
normal. Sirius merecia um pouco de normalidade, depois do verão que teve.

Ele pensou sobre isso a noite toda e no dia seguinte. Sobre Mary, Sirius e 'você era lindo' ... Sirius
diria a Mary que ela era linda? Ela era linda, seria uma declaração justa - não apenas suas curvas
suaves e olhos castanhos chocolate, mas as sardas em seu nariz, sua pele quente e morena - que
nunca tinha sido marcada, e era como a de qualquer outro adolescente em seu ano, mas brilhava
como mogno. Sua risada, seu humor, seu raciocínio rápido. Ela combinaria com Sirius.

A questão era, Remus decidiu, se um garoto dissesse a uma garota que ela era bonita, não haveria
dúvidas sobre quais eram suas intenções. Garotos dizendo a outros garotos que eram lindos ficava
um pouco mais confuso - especialmente quando nenhuma das partes tinha todas as informações.

Afinal, Remus repetidamente disse a si mesmo, Sirius não tinha ideia do que ele tinha feito durante
todo o verão. Até onde Sirius sabia - até onde qualquer um em Hogwarts sabia, Remus estava tão
interessado em garotas quanto qualquer outro garoto de sua idade. Portanto, poderia ser facilmente
lido como um elogio completamente platônico e inócuo. Por outro lado, uma pequena e lisonjeira
voz sussurrava, Sirius sempre conheceu Remus melhor do que Remus se conhecia. Ele sempre foi
capaz de desvendá-lo - o problema de leitura, a licantropia - por que não isso também? Era tão
terrível assim ter esperança?

***

Sábado, 4 de outubro de 1975

Depois de uma semana de noites agitadas, Remus estava desesperado por alguém com quem
conversar. E desta vez não havia realmente ninguém com quem ele pudesse falar. Todos conheciam
lados ligeiramente diferentes de Remus, com base nos segredos que conheciam. Os marotos sabiam
que ele era um lobisomem - mas apenas Sirius sabia sobre sua dificuldade com a leitura. Lily sabia
sobre a leitura, mas não sobre o problema do lobisomem. Mary e Marlene eram as que menos
sabiam, e ele gostava assim.

Havia apenas uma pessoa em todo o mundo que sabia sobre seu mais novo segredo - e era quase
impossível entrar em contato com essa pessoa. No entanto, Remus era mais do que apenas um
lobisomem com problemas de leitura e uma queda gigantesca por seu melhor amigo. Acima de
tudo, ele era um maroto; e nada era impossível para um maroto.

Ano passado, Mary disse a ele que havia uma velha cabina telefônica trouxa nos arredores de
Hogsmeade que ainda estava em serviço. Tudo o que ele precisava fazer era chegar lá sem que
ninguém perguntasse para onde ele estava indo e certificar-se de que Grant estaria esperando do
outro lado, em Essex.

A primeira parte foi fácil - Sirius e Peter estariam ambos ocupados no próximo fim de semana em
Hogsmeade em seus respectivos encontros. James, embora já tivesse convidado a Lily para sair
várias vezes neste semestre, estaria livre, mas ele era muito menos intrometido do que
Sirius. Remus achou que poderia fugir dele sem muito esforço.

Mandar uma mensagem para o St. Edmund's era muito mais difícil e, no final, Remus decidiu
mandar uma coruja para a Diretora. Ele escreveu a ela uma nota rápida explicando que não voltaria
para o Natal - isso era completamente redundante, já que até então ele não passava um Natal em
St. Edmund desde os onze anos, mas serviu aos seus propósitos. Ele incluiu um segundo envelope,
endereçado a Grant Chapman, com uma nota ainda mais breve dentro:

'Sábado, 4 de outubro, cabine telefônica na Station Approach. 12h. '

Depois disso, Remus só teve que torcer que desse certo.

O fim de semana de Hogsmeade chegou e Remus tinha se esquecido de que, como monitor, ele
tinha certos deveres a cumprir, o que o atrasaria muito. Ele e Lily tiveram que verificar todos os
nomes do terceiro ano de sua lista de alunos que tinham as permissões assinadas e, em seguida,
conduzi-los até a aldeia.

Felizmente, James logo se cansou de seguir Remus, trazendo a retaguarda de uma longa fila de
garotos ansiosos de treze anos, e desapareceu para olhar os recém lançados artigos de
quadribol. No final, Remus não conseguiu chegar a Hogsmeade até meio-dia e meia, então, quando
Lily finalmente ficou satisfeita por eles terem pastoreado cada terceiranista, ele teve que correr o
mais rápido que pôde até os limites da cidade, rezando para que ninguém o notasse.

Hogsmeade era a única aldeia por quilômetros e quilômetros, e havia apenas um caminho que
conduzia de e para lá. Remus suspeitou que essa estrada raramente era usada, já que os bruxos
tinham muitos outros meios de transporte. A alta cabine telefônica vermelha parecia muito
estranha, sozinha ali, cercada por colinas escocesas verdejantes. Remus agradeceu sua sorte por
estar desocupada - estava preocupado em chegar e encontrar algum aluno nascido trouxa lá,
segurando a linha. Mas não, ele estava sozinho. Abriu a porta e entrou, digitando o número o mais
rápido possível.

Tocou apenas duas vezes, antes de uma voz estridente responder do outro lado da linha.

“Hjhfrd…” parecia dizer.

"Oi ... oi, você pode me ouvir?" Remus disse em voz alta no receptor.

"E aí, Remus," a voz de Grant retornou, ligeiramente metálica, mas muito mais clara, e tão atrevida
e alegre como sempre. Remus se sentiu à vontade pela primeira vez em semanas. "Caramba, tô
esperando faz uma hora nessa caixa maldita."

“Desculpe,” Remus disse, “Foi mais difícil do que eu pensava escapar. Você recebeu minha
mensagem, então? "

"Recebi. Fiquei muito lisonjeado, devo dizer. Sentindo minha falta, é? "

"Claro." Remus disse, rapidamente - e ele percebeu que estava falando sério. Sirius tinha sido uma
distração de proporções épicas, mas ele tinha que admitir que se sentia um pouco solitário sem
Grant por perto. "Como você está?"

"O mesmo de sempre. Como tá a escola?"

"Bem bem…"

"E aí?"

"Hum ... eu queria te perguntar uma coisa."

"Vá em frente."

"Bem ... você sabe aquele dia em que estávamos ... hum, no início do verão, quando estávamos
sentados do lado de fora, e você ... você-"

"Te dei um beijão daqueles?"

Remus sentiu-se corar fortemente contra o receptor de plástico frio.

"Sim. Er ... bem, eu queria perguntar. Hum. Como você ... sabia? "

"Oh Deus," Grant suspirou pesadamente, "Quem é?"

"O que você que--"

“’Cê gosta de alguém, é? Um garoto chique da escola? E quer que eu te diga quais sinais pra
procurar, pra ver se ele te gosta de volta. "

Remus piscou. Isso era exatamente o que ele queria. “Bem,” Grant disse, “Desculpa decepcionar,
cara, mas eu num tenho é nada pra você. Nove em cada dez vezes eles não gostam de volta, então
não é bom alimentar esperanças. Oito em cada dez vezes, eles vão te espancar, se você tentar
alguma coisa. Espero que ele não esteja no time de rúgbi, ou sei lá o que vocês jogam aí.’’

"Não. E eu não acho que ele iria ... ele não iria ... ele é meu amigo. " Remus terminou, sem jeito.

"Ele fez alguma coisa pra te fazê pensar que é um de nós?"

Um de nós.

"Erm ... não exatamente."

“Têm namorada? Ou a escola é toda de meninos? Sempre quis ir pra uma assim. "

“Tem garotas aqui,” Remus suspirou. "E sim, ele hum ... bem, na verdade ele saiu com uma garota
hoje."
“Ah, bem, não parece que cê tá com sorte, cara. Quer dizer, ele pode ir para os dois lados, mas num
acho muito provável não, pra falar a verdade.’’

"É," Remus suspirou. Ele me chamou de lindo, ele queria dizer. Certamente ele não poderia ser tão
cruel a ponto de dizer uma coisa dessas e não estar falando sério?

Através do silêncio que se seguiu, Grant riu baixinho do outro lado da linha,

“Ah Remus, amor. É merda, né não? "

"Eu não sei o que fazer." Remus respondeu, fechando os olhos e se encostando desesperadamente
na cabine.

“Cê não pode fazer nada. Fica tranquilo, não dura pra sempre. Cê vai superar – só cuida de si
mesmo.”

"Obrigado."

"Magina. Cê volta no próximo verão, certo? "

"Sim."

"Natal?"

"Provavelmente não."

"Pena. É uma merda ficar aqui sozinho. Tive que jogar futebol ontem.”

"Achei que você odiasse futebol."

"Nah, só disse isso pra você gostar de mim."

Remus riu.

Embora o telefonema não tivesse ensinado nada a Remus que já não soubesse, ele se sentiu muito
melhor com tudo. Ele voltou para Hogsmeade com passos acelerados, ansioso para uma visita à
Dedos de mel antes de encontrar seus amigos no Três Vassouras. Grant estava certo - é claro
que Sirius não era uma opção. Eventualmente, os sentimentos de Remus por ele esfriariam.

Essa nova perspectiva positiva não durou muito. Remus mal havia colocado os pés de volta em
Hogsmeade, quando Severus Snape apareceu, escapulindo de um beco entre dois chalés.

"Lupin." Ele disse friamente. Ele parecia preocupantemente calmo e controlado, seus olhos negros
redondos fixos em Remus.

Aos quinze, Snape parecia ainda mais esquisito do que aos onze. A adolescência não for gentil com
ele; seus membros haviam ficado desengonçados, seu nariz ainda mais torto, e ele tinha um terrível
caso de acne, o que fez Remus se lembrar da brincadeira de pó de coceira no primeiro ano.

"Tudo bem, Snivellus?" Remus bufou, passando, "Vasculhando as lixeiras de outras pessoas, é?"

Severus caminhava ao lado dele, sorrindo.

"O que você estava fazendo, saindo de Hogsmeade?"

"Não é da sua conta, esquisito."


"Você saiu por quase uma hora."

“Você me seguiu?!”

"Você está tramando alguma coisa."

"Vá embora, ou eu vou te dar uma detenção."

"É uma piada completa você ter sido nomeado monitor." Severus disse, do nada. Snape não tinha
sido nomeado monitor da Sonserina. "Embora eu suponha que você seja o melhor dos quatro.”

"Olha, você não vai conseguir me irritar." Remus disse, com os dentes cerrados. Ele andaria mais
rápido se pudesse, mas seu quadril ruim estava doendo novamente. "Eu até diria para você voltar
para seus amigos, mas eu sei que você não tem nenhum."

"Eu sei sobre você," Snape sibilou, "Pirralho de orfanato."

“Esse pirralho de orfanato venceu você em Aritmancia ano passado. E História.”

"Vou descobrir o que você está fazendo."

"Bem, boa sorte." Remus sabia que tinha feito um bom trabalho cobrindo seus rastros - mesmo que
Severus descobrisse que ele havia feito uma ligação, porque isso seria importante? “Eu realmente
não sei o que te deixou tão nervoso, Snivellus. Não há alunos do primeiro ano o suficiente para
você amaldiçoar ou algo assim?"

"Há algo de errado com você." Snape disse, recuando agora que uma gangue de sextanistas se
aproximava, “Lily não acredita em mim, mas vou descobrir. Portanto, tome cuidado, Loony Lupin."

Remus o xingou e marchou em direção à Dedos de mel, esperando que ele parecesse menos
perturbado do que se sentia.
Capítulo 78 : Quinto ano: Desejando e Esperando
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

"Ele quer uma festa, obviamente." James disse, caminhando entre as aulas uma tarde.

"Em nosso dormitório?" Remus perguntou, em dificuldade com sua mochila ridiculamente pesada.

“Na sala comunal, eu acho. Ele quer todo mundo envolvido.”

"Claro," Remus sorriu com ternura e mudou sua bolsa de posição novamente.

“Quer que eu levite isso para você? Levitei Pete até a divinação, ontem.”

"Foi assim que ele conseguiu aquele hematoma?" Remus ergueu uma sobrancelha.

“Não é minha culpa, Sirius fechou o alçapão cedo demais. Enfim, essa festa de aniversário - acho
que ele quer que seja como a sua no ano passado.”

"Oh, não," Remus balançou a cabeça, "Não vou carregá-lo de volta de Hogsmeade naquele estado
de novo."

“Não, ainda será na sala comunal. Só quero dizer que ele quer álcool. Ele está fazendo dezesseis...”

"Bem, eu também não vou segurar o cabelo dele quando ele começar a vomitar." Remus disse com
firmeza.

James bagunçou seu cabelo quando um grupo de garotas passou, todas olhando para ele. Às vezes
Remus ficava feliz por não ter interesse no sexo oposto, porque senão andar por aí com o capitão
de quadribol seria insuportável. Não era de se estranhar que Peter gostasse tanto de exibir
Desdêmona.

A saga de Sirius e Mary estava atualmente em níveis toleráveis. Nada acontecera durante a visita a
Hogsmeade, pelo que Remus sabia - e Mary certamente teria contado a ele se algo tivesse
acontecido. Aparentemente, ela queria que ele 'provasse' que podia ser um cavalheiro antes que ela
consentisse em ser sua namorada.

"Um cavalheiro!" Sirius zombou, quando os marotos estavam sozinhos, “Eu falo cinco línguas! Eu
tenho um lema de família! Eu sei dançar a porra de valsa! Eu tenho doze robes formais! O que mais
ela quer??”

"Agora você conhece minha dor." James suspirou em resposta.

“Ela quer que você a respeite”, Peter tentou explicar.


"Eu a respeito!" Sirius disse, piedosamente, “Ela tem os melhores peitos do ano. Isso é muito
respeitável.”

Remus enterrou a cabeça nas mãos para esconder o fato de que estava sorrindo -
porque certamente Sirius nunca conseguiria uma namorada com essa atitude.

“Então,” James disse, agora que as garotas haviam passado e eles estavam quase no Salão
Principal, “O que acha da ideia? Uma festa grande, muito barulho, muita bebida, muitas garotas?”

“Ah, sim, parece ótimo!” Remus respondeu, sem entusiasmo.

“Aww, eu sei que você é tímido, Moony, mas eu juro, um monte de garotas gosta de você. Você só
precisa saber como falar com elas.”

Remus achou isso um pouco engraçado, vindo de James 'ei, Evans!' Potter, mas ele não disse
nada. "De qualquer forma," James continuou sorrindo quando eles entraram no salão. “Você pode
ser o JD, você conhece todas as músicas.”

“O DJ,” Remus corrigiu.

"Tanto faz. Tudo bem, Wormtail? " James deu uma cotovelada em Peter, que estava sentado com
sua namorada na mesa da Corvinal. Ela franziu a testa para James,

“Por que você começou a chamá-lo assim?? É um apelido terrível!”

"Nah," Remus sorriu, "Combina com ele da cabeça aos pés."

Peter mostrou os dois dedos para os dois e voltou para seu almoço. Todos estavam brincando com
apelidos, em parte porque queriam terminar o mapa até o Natal e precisavam dos apelidos, em
parte porque James e Sirius simplesmente gostaram da ideia de ter codinomes. Eles fizeram um
jogo de nunca se chamarem pelo nome duas vezes, mas depois que 'Squeaker', 'Bigodes', 'Perebas'
e ‘Queijadinho’ foram testados, 'Wormtail' acabou colando para Peter.

Remus estava amando cada minuto - agora eles sabiam como ele se sentia. Embora tivesse que
admitir, havia se tornado particularmente apegado a Moony.

Eles se sentaram à mesa da Grifinória. Sirius e Mary já estavam lá, conversando animadamente.

"Fido," James acenou com a cabeça, enquanto se sentava.

"Rudolph." Sirius respondeu, com um aceno idêntico.

"Onde vocês dois estavam?" Mary perguntou: "Vocês não tinham um horário livre?"

"Biblioteca." Remus disse, pegando a concha de sopa, levantando-se para abrir a tampa da terrina
fumegante entre eles. Tomate - sua favorita. “Vocês dois estão agindo como se não tivéssemos
NOMs chegando.”

“Vou fazer minha revisão no Natal,” Mary deu de ombros, “Eu não estou tão preocupada. Estou
mais nervosa com as entrevistas de carreira.”

“Entrevistas de carreira?” Remus se sentou, alarmado.

“Lily estava me dizendo,” Mary explicou, “Depois dos NOMs, temos que ir e ter uma reunião com
McGonagall sobre o que fazer depois que as aulas acabarem. Não tenho ideia do que vou dizer - se
essa guerra continuar, eu nem vou conseguir um emprego como nascida trouxa.”
"Você vai," James disse ferozmente, "Nós vamos vencer."

“Bem, mesmo assim,” Mary deu de ombros, “eu não sei o que quero fazer quando sairmos daqui. O
único trabalho bruxo que conheço é o de professor, e definitivamente não quero fazer isso.”

Uma coruja apareceu de algum lugar acima deles, pousando ao lado do prato de Sirius. Ele revirou
os olhos - era uma coruja da família Black.

"Pelo menos não é um berrador." James disse, alegremente, passando manteiga em seu
pãozinho. Sirius rasgou o envelope branco e Remus observou seus olhos azuis piscarem ao ler o
texto. Ele se levantou, olhando para a mesa da Sonserina. Mary, Remus e James se viraram para
olhar também. Regulus estava observando seu irmão. Sirius fez contato visual com ele, ergueu a
carta e sua varinha e disse:

“Incendio. ”

Mary gritou quando o pedaço de pergaminho explodiu em chamas entre os dedos de Sirius. Sirius
se sentou novamente, satisfeito.

"Más notícias, então?" James perguntou, voltando para seu almoço.

"Uma convocação para passar meu aniversário com meu querido irmão."

"Bem. Isso é tão ruim? " Perguntou James.

"Sim." Remus disse, severamente. Ele não tinha esquecido os cortes violentos na parte de trás das
pernas de Sirius.

"Porque você fez isso?" Uma voz atrás deles falou. Regulus havia realmente deixado a mesa da
Sonserina para confrontar seu irmão. Sirius o ignorou, ao invés disso continuou a comer sua
comida. "Sirius." Regulus disse, mais alto desta vez: "Por que você queimou aquela carta?"

"Vamos, Mary," Sirius disse, levantando-se novamente, evitando cuidadosamente o contato visual,
"Vamos embora, temos Feitiços, não é?"

"Não era da mamãe", disse Regulus, com os olhos muito brilhantes e as bochechas ficando
anormalmente rosadas, "Eu mesmo escrevi, queria ver você."

Mas Sirius não estava aceitando nada disso e já havia se afastado da mesa, Mary em seu braço.

"Posso falar com ele se quiser?" James se virou para Regulus.

O Black mais novo piscou algumas vezes, então olhou para James. Remus podia ver seus longos
cílios brilhando com lágrimas de raiva.

“Cai fora, Potter, ninguém perguntou a você. Se ele está feliz com aquela namorada sangue-ruim,
tudo bem. Eu não me importo!” E com isso, Regulus deu meia volta, indo para seus amigos do
outro lado do salão.

James suspirou pesadamente, brincando com sua sopa.

“Eles tem verdadeiro talento para o drama, esses Black’s.”


***

Quinta-feira, 30 de outubro de 1975

O aniversário de Sirius infelizmente caiu em uma segunda-feira naquele ano, então eles decidiram
fazer a festa no sábado que a precedia. Isso não era muito depois da segunda lua cheia que os
marotos passaram juntos na Casa dos Gritos, que fora tão bem-sucedida quanto a última, se não
mais, porque todos estavam muito mais preparados.

Remus conseguiu duas garrafas de Whiskey de fogo de um sétimo ano que uma vez comprou
cigarros dele - James pagou, é claro. O resto dos grifinórios estava bastante acostumado com as
festas dos marotos agora, e aqueles que não estavam interessados estavam armados com feitiços
silenciadores em seus dormitórios. Lily não achou isso razoável.

"Sério, Remus, não podemos atrapalhar a casa inteira só porque é aniversário de Sirius!"

"Por que não?" Remus bocejou. Já era tarde e eles patrulhavam o quarto andar
novamente. “Fizemos no ano passado. E no ano anterior.”

“O ano passado coincidiu com uma vitória no quadribol.” Lily disse: "Foi uma celebração da
casa."

"Bem, isso também é."

"Não, esta é uma celebração de Sirius."

"É. Todo mundo ama Sirius.”

"Hmph."

Era verdade - Lily era potencialmente a única Grifinória que não achava James e Sirius pelo menos
um pouco engraçados. Todo mundo adorava a ideia de uma festa. "Você deve pôr um fim
nisso." ela disse.

"Por que eu?!"

“Porque você é monitor, Remus. Por que você acha que eles lhe deram aquele distintivo? "

"Acredite em mim, não faço ideia." Ele bocejou novamente. Seus olhos coçavam de cansaço, "Já
patrulhamos o suficiente?" Ele resmungou: "Não vejo nenhum aluno há muito tempo".

“Ah, acho que você esteja certo,” disse Lily, pegando seu bocejo. "Vou só checar o banheiro das
meninas aqui, então vamos voltar."

"Mm." Remus se encostou na parede e esperou enquanto Lily entrava para investigar. Ela era
muito meticulosa. Claramente amava ser monitora tanto quanto James amava ser capitão de
quadribol.

Remus definitivamente não estava gostando da responsabilidade. Como se ele não tivesse o
suficiente para fazer, com NOMs se aproximando, sem mencionar luas cheias, uma guerra e se
manter atento para vários ataques dos sonserinos. Falando nisso.
"Vadiando do lado de fora do banheiro feminino?" Uma voz deslizou por trás dele. Remus se virou
para ver Snape virando a esquina. "Está esperando que a Murta que Geme saia com você se você
pedir com educação?"

Remus gemeu e revirou os olhos,

“Ah, se manda daqui. Eu realmente vou te dar uma detenção desta vez; você está fora após o
horário.”

"Tente." Severus estreitou os olhos.

"Volte para o seu dormitório."

"Me obrigue."

Remus estava fazendo o possível para manter seu temperamento sob controle este ano - e ele estava
indo muito bem, exceto aquela pequena altercação com Regulus. Mas Snape parecia muito
interessado em se tornar uma exceção. Desde o encontro deles em Hogsmeade, Remus notou o
aluno sonserino observando-o; aparecendo por trás de cantos ou seguindo-o nas salas de aula. Esta
foi a última de uma série de emboscadas recentes, e a paciência de Remus estava se esgotando.

Felizmente para Severus, naquele exato momento Lily completou sua inspeção e saiu do banheiro.

“Sev!” Ela disse, parecendo meio surpresa, meio preocupada. Seus olhos dispararam entre Snape e
Remus, "O que está acontecendo?"

"Eu estava dizendo a Snivellus que ele está prestes a receber uma detenção por estar fora depois
dos limites ..." disse Remus, presunçosamente. Ele sabia que Lily era uma das únicas pessoas com
quem Snape se importava, e que a última coisa que ele queria era perder o prestígio na frente dela.

"Não o chame assim!" Ela franziu o cenho. “Você realmente deveria estar na sua sala comunal a
esta hora da noite,” disse Lily a Severus, em tom de censura.

"Eu só queria ter certeza de que você estava bem", Severus disse, suavemente, "Não é seguro vagar
pelo castelo com delinquentes."

"Cuidado, Snape," Remus retirou sua varinha.

"Cuidado com o que, amante de trouxa?"

"Seu nojento, imundo ..."

"Parem com isso, vocês dois!" Lily gritou, puxando sua própria varinha, "Ou eu irei transformar
vocês dois em ratos e podem tentar a sorte com a Sra. Norris!"

Ambos olharam para ela, estupefatos. "Muito bem", disse ela, endireitando-se. “Agora, Severus,
volte para as masmorras. Remus, cale a boca e venha comigo. "

Com isso, ela saiu furiosa, as tranças saltando atrás dela como dois chicotes de cobre.

Remus teve que andar muito rápido para alcançá-la e estava ofegante quando chegaram ao topo da
segunda escada.

"Não fui eu que comecei, você sabe", disse ele, "Ei, 'Snivellus tem me seguido o ano todo, aquele
esquisito."
“Eu não quero ouvir sobre isso!” Ela retrucou: "Eu nem me importo mais com quem começou isso,
você ou ele, acho que todos vocês são bullies horríveis."

"Lily!"

"Estou falando sério, Remus, vou te azarar!"

Garotas. Remus pensou, irritado, enquanto a deixava ir em frente, esfregando seu pobre
quadril. Loucas. Todas elas.

***

Sábado, 1 de novembro de 1975

Well you can bump and grind

If it’s good for your mind

You can twist and shout

Let it all hang out

But you won’t fool the children of the revolution...

Children of the Revolution - T-Rex

Os Sonserinos podem ter carreiras de alto nível pela frente. Os Corvinos provavelmente
mantinham a cabeça fria em uma emergência. E se você quisesse algo bem feito, poderia contar
com um lufano. Mas a Torre da Grifinória dava festas fodas pra cacete.

A notícia se espalhou, e um fluxo constante de alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal estavam se


esgueirando pelo buraco do retrato - que deveria ser operado por Peter, que ficou bêbado muito
rapidamente e parecia extremamente hospitaleiro após alguns Whiskys de fogo. Por volta das dez
horas, a sala comunal estava lotada, coberta em vermelho e dourado deslumbrantes, cheia de
conversa, risos e música.

Remus começou como responsável pelo toca-discos, e implementou um sistema, baseado no


sistema de uma jukebox trouxa, usando uma combinação simples de feitiço de
levitação/locomoção. No entanto, as coisas rapidamente saíram do controle e, no final, ele
abandonou seu posto para se divertir. Sirius, que estava em seu terceiro ou quarto uísque agora,
estava se divertindo muito; sendo centro das atenções e rodeado por meninas.

As garotas da Grifinória estavam derretendo sobre um exemplar de Marie Claire a tarde toda, e
Remus notou que todas estavam vestidas de maneira muito diferente para a festa deste ano - as
saias estavam mais curtas, as cores menos conservadoras e as maquiagens eram de outro mundo.

Mary havia feito um feitiço em seus cílios que os tornaram longos e grossos, como asas de
morcego. Ela estava absolutamente deslumbrante em uma minissaia azul escura e blusa branca
com mangas compridas de sino, decotada para acentuar o que Sirius chamou de 'os melhores peitos
do ano'. Marlene também estava impressionante, seu cabelo louro penteado para baixo pela
primeira vez, ao invés do seu costumeiro rabo de cavalo prático, em calças boca de sino branca e
um top levinho com uma estampa hippie. E mesmo depois da explosão de Lily na outra noite, ela
estava sorrindo e conversando com todo mundo, usando um vestido de crochê verde esmeralda.

"Eu acho que esta noite pode ser a noite, sabe," James balbuciou, desabando no sofá ao lado de
Remus como um saco de batatas.

"Ah mesmo?" Remus refletiu, "E o que te faz pensar isso, Prancer?" (Ele estava ficando sem renas
do Papai Noel; eles teriam que escolher uma eventualmente).

"Olha para ela!" James disse: "Ela está obviamente tentando chamar minha atenção."

"Como?"

"Olhe para ela!"

“Ah sim,” Remus deu um tapinha no joelho de seu amigo indulgentemente, “Sim, eu
definitivamente estou vendo. Ela está louca por você, cara. "

"Eu só preciso descobrir como impressioná-la ..." James bebeu o resto de seu whisky. Remus não
sabia quantos isso somava - mas não era seu trabalho ser babá de ninguém.

"Você poderia tentar conversar com ela sobre Feitiços," Remus sugeriu, "Você estava tendo
dificuldades naquele encantamento de banimento na semana passada, e ela acertou em cheio na
primeira tentativa."

James olhou para ele como se ele fosse louco.

“Não, eu vou inventar algo. Algo para realmente laçar ela.”

Ele levantou e se afastou antes que Remus pudesse tentar dizer a ele que Lily Evans provavelmente
não queria ser ‘laçada’. E de qualquer forma, ele foi distraído naquele momento por Sirius, que
começou a dançar com Mary até os compassos finais da música estridente do T.Rex. Sirius
costumava brincar que o único tipo de dança que ele conhecia era dança de salão - mas ali estavam
as evidências de que isso era mentira. Remus desviou o olhar rapidamente, corando.

"Bebida, Remus?" Marlene pousou ao lado dele, ocupando o lugar de James. Ela agarrou uma
garrafa de algo esverdeado.

"Que porra é essa?"

“Cerveja da Bruxa,” ela sorriu, se servindo. Ele tomou um gole do líquido verde fluorescente - era
muito doce, com um leve sabor de maçã. Definitivamente alcoólico.

"Isso vai com certeza me deixar de ressaca", ele sorriu.

"Ugh, olhe para ele," Marlene suspirou, observando Sirius dançar, "Aqueles jeans poderiam ser
mais apertados?!"
Remus resmungou algo em seu copo, tomando outro gole. “Ela definitivamente vai sair com ele de
novo”, disse Marlene, “Mary sempre consegue o que quer”.

"Eu pensei que você gostasse de James?"

“Mm, bem, ambos são lindos, para ser honesta. Eu balanço entre os dois. Mas Potter é tão louco
por Lily que dificilmente parece valer a pena. Além disso, estou no time de quadribol, não
estou? Imagine o que falariam se eu fosse atrás do capitão.”

“Tem outros meninos,” disse Remus.

"Não como Sirius." Ela deitou a cabeça em seu ombro, meio grogue.

Ele terminou sua bebida de uma vez e permitiu que ela lhe servisse um pouco mais. Ele estava
pegando o gosto, o que é que fosse - Remus sempre gostou de coisas doces. A música do T.Rex
finalmente terminou, e o próximo álbum saiu da capa e voou para o toca-discos.

Wishin' and hopin' and thinkin' and prayin'

Plannin' and dreamin' each night of his charms...

That won't get you into his arms…

"Oh Deus," Remus gemeu, "Quem colocou Dusty Springfield na pilha?!"

"Eu amo essa música!" Marlene se sentou, sorrindo.

Com certeza, o disco pop vibrante teve um efeito incrível em todas as outras garotas da festa,
quando todas começaram a dançar junto com a melodia, cantando alto. Remus considerou
aproveitar aquele momento para subir as escadas para um cigarro rápido, mas Marlene o colocou
de pé,

"Vamos, querido, vamos dançar," ela jogou os braços em volta do pescoço dele, "Vou fingir que
você é um estranho alto e bonitão, e você pode fingir que sou Rachel Welch ou algo assim."

Show him that you care just for him

Do the things he likes to do

Wear your hair just for him, 'cause

You won't get him

Thinkin' and a-prayin', wishin' and a-hopin'...

Remus estava cambaleante na melhor das hipóteses, mas depois de misturar bebidas a noite toda, e
com Marlene pendurada nele, rindo e balançando-o, tudo que podia fazer era se agarrar para salvar
sua vida.

"Sim, Moony!" Sirius gritou, enquanto ele e Mary se aproximavam deles, "Eu nunca soube que
você sabia dançar!"

"Ah sim, eu sou o próximo Fred Astaire," Remus ergueu uma sobrancelha irônica, segurando a
mão de Marlene sobre a cabeça dela enquanto ela girava, então lutou para recuperar o equilíbrio.

"Vocês são um casal tão lindo," disse Mary, inclinando-se para Sirius. Remus balançou a cabeça,
bufando de tanto rir.

So if you're thinkin' of how great true love is

All you gotta do is hold him and kiss him and squeeze him and love him…

"Ei, Evans!" James havia ressurgido, aparentemente pronto para colocar em prática seu plano. A
sala inteira se virou para olhar para ele, de pé em cima de uma das mesas de estudo com sua
vassoura erguida.

"Ah não ..." Remus respirou.

"AH SIM!" Sirius aplaudiu.

"POTTER!" Lily Evans gritou: "Desça daí AGORA, você vai se machucar!"

"Olha isso!" James gritou, alegremente, emocionado com a atenção. Ele saltou em sua vassoura e
voou para cima em uma velocidade surpreendente.

“Ele nunca caiu antes,” disse Marlene, incerta, enquanto James iniciava a primeira de uma série de
loopings e mergulhos, cada um mais instável que o anterior.

"Mas ele já voou bêbado antes?" Mary rebateu.

"Ele está bem!" Sirius riu. Todos eles observaram enquanto James voava ao redor das vigas, cada
vez mais rápido, até que o pescoço de Remus doeu e ele correu o risco de um torcicolo.

Evidentemente, Lily teve o suficiente também.

“Petrificus Totalus!” Ela comandou, apontando sua varinha para James. Ele parou imediatamente,
congelando no ar, mas Lily era incrivelmente hábil e mudou perfeitamente para um feitiço de
levitação, baixando-o lentamente para o chão. Ela o colocou no tapete e ficou em pé sobre ele, com
as mãos na cintura.

Ele piscou para ela, incapaz de falar, mas cheio de pura adoração.

"Seu idiota." Ela disse. “Dez pontos da Grifinória e uma semana de detenção!” E com isso, ela o
deixou no tapete e voltou para as amigas.

Remus des-petrificou James e ajudou-o a se levantar, entregando a ele outro whisky. A música
tinha diminuído agora, parecia Fairport Convention.

“Que azar, cara,” ele disse, tentando soar solidário.

"O que você quer dizer?" James sorriu de volta, ligeiramente atordoado, mas não pior, "Você não
viu como ela olhou para mim?"

"Er ... sim ..."

"Apaixonada." Ele murmurou, cambaleando ligeiramente para trás, até Remus guiá-lo até uma
poltrona. "Totalmente apaixonada."

"Beba sua bebida, James."

“Saúde, Moony, você é o melhor.”


"Mmm," Remus respondeu, observando Mary envolver o pescoço de Sirius com os braços e
encostar a cabeça no peito dele enquanto dançavam lentamente. "Eu sou o melhor."

Chapter End Notes

-James chama Sirius de Fido, pois antigamente era um nome comumente usado tanto
por ser o nome do cachorro de Abraham Lincon, como por – em latim – significar ‘'eu
confio’’.

-Sirius chama James de Rudolph pois é uma rena fictícia que possui um nariz
vermelho incandescente, popularmente conhecida como a "Nona Rena do Pai Natal".
A maioria das pessoas pensa que ela é a líder das renas que puxam o trenó do Pai
Natal, mas na verdade o líder é o Fogoso. A luminosidade do seu nariz é tão grande
que ilumina o caminho da equipa através das tempestades de inverno.

-Remus chama James de Prancer, que é outra rena do Papai Noel.

-Rachel Welch nome artístico de Jo Raquel Tejada é uma atriz estadunidense lembrada
por seus papéis nas décadas de 60 e 70, como em Viagem Fantástica e Os Três
Mosqueteiros. Sex symbol na década de 1960, quando estrelou o filme Mil Séculos
Antes de Cristo (1966) usando apenas um biquíni.

-Fred Astaire nascido Frederick Austerlitz; Omaha, 10 de maio de 1899 — Los


Angeles, 22 de junho de 1987, foi um dançarino, cantor, ator, coreógrafo e
apresentador de televisão estadunidense, considerado o dançarino mais influente na
história do cinema.
Capítulo 79 : Quinto ano: Lua Ciumenta
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Quinta-feira, 18 de dezembro de 1975

"Eu gostaria dessa redação para... sim, Sr. Pettigrew, além daquela sobre as armadilhas
da maldição Gemino." McGonagall deu um sorriso fino que não era nada simpático.

Peter ficou com uma aparência infeliz, mas toda a classe se sentia da mesma forma. A carga de
trabalho deles havia aumentado tanto nas semanas próximas ao Natal que Sirius teve que fazer
feitiços de encolhimento em seus livros, anotações e lições apenas para caber tudo debaixo da
cama. Remus sentiu que essa era uma solução a curto prazo - se Sirius realmente pegasse tudo e
organizasse de uma vez, ele não teria nenhum problema em encaixar organizadamente em suas
prateleiras. Remus, que nunca teve coisas suficientes para que virassem uma bagunça, odiava
desordem. Algumas noites ele pensava que o estado da cama de Sirius causava ainda mais
distrações do que o menino dormindo nela.

Marlene estava particularmente angustiada quando eles saíram da sala de aula para poções.

“Eu simplesmente não consigo resolver a parte da duplicação, é tão confuso!”

“Existe uma maneira fácil de acertar a pronúncia,” disse Remus, tendo problemas com sua mochila
pesada novamente. Seus ombros ficavam muito doloridos na semana da lua cheia. "Posso mostrar a
você antes de irmos embora para o Natal, se quiser."

"Ah sim, por favor!" Marlene assentiu com gratidão, “Você torna tudo mais fácil de entender. Esta
noite?"

"Não, não posso hoje à noite", disse ele, suavemente, "sexta-feira?"

“Ah, ok ... eu tenho que terminar todas as minhas malas esta noite. Ainda tenho presentes para
embrulhar para mamãe e Danny.”

Este ano, Remus embrulhou cuidadosamente cada um de seus presentes de Natal no momento em
que os comprou, muito ansioso para esperar. Agora estava animado para as duas semanas
ininterruptas na casa dos Potter com Peter e James.

Sirius foi chamado para casa com um berrador no início do semestre. Remus estava em conflito
com isso; é claro que ele estava profundamente preocupado com seu amigo, que com certeza
passaria por momentos terríveis. Mas, por outro lado, duas semanas sem Sirius ocupar todo o ar da
sala seria um alívio bem-vindo para Remus, cuja força de vontade estava começando a falhar.
Por exemplo, agora mesmo, enquanto ele estava do lado de fora das masmorras conversando com
Marlene, estava usando cada grama de sua energia para não olhar diretamente por cima do ombro
dela, onde Mary e Sirius estavam presos em um abraço muito apaixonado, que beirava o obsceno.

Eles estavam assim desde o aniversário de Sirius; cada momento na companhia um do outro parecia
ser gasto com lutas entre suas línguas - para desgosto de James.

"Evans, você não pode impedir isso?" Ele perguntou, encostado na parede do lado de fora. "Eu
quero meu amigo de volta."

"Não há nada nas regras sobre demonstrações de afeto, Potter," disse Lily, fazendo uma careta,
"Você não acha que eu verifiquei?"

Felizmente, naquele momento, Slughorn abriu a porta de sua sala de aula e Remus entrou
correndo. Ele e Lily dividiam uma mesa na frente da sala, então pelo menos ele não precisava ver
Sirius e Mary se encarando durante toda a aula. A única graça salvadora era que, pelo menos,
Sirius não falava sobre ela quando estavam só os marotos - como Peter fazia sobre Desdêmona ou
James com Lily. Remus começou a ansiar pelas madrugadas no dormitório, quando ele poderia
fingir que nada havia mudado.

Poções era enfadonho, como sempre. Remus tinha planos de largar a matéria assim que os NOMs
terminassem - ele passaria de raspão, se conseguisse, e apenas graças a Lily.

Slughorn deu-lhes mais uma tarefa para janeiro.

“Nesse ritmo, estarei escrevendo redações durante a ceia de Natal,” Lily suspirou enquanto
empacotavam suas coisas. "Eu mal posso esperar a hora que os NOMs acabem, você pode?"

“Suponho que teremos que começar a trabalhar nos NIEMs assim que terminarem,” Remus
respondeu pessimista. “E Dirk Cresswell me disse que não receberemos nossos resultados dos
NOMs até o final do verão.”

"O que?! Ah não, isso vai estragar minhas férias. Papai quer levar todos nós para a Cornualha e eu
estava realmente ansiosa por isso.”

Remus acenou com a cabeça. Embora ainda não fosse Natal, ele também estava ansioso pelas
férias de verão. Dois meses longos, quentes e simples com Grant pareciam uma felicidade
absoluta. Ele havia escrito um cartão de Natal para Grant, mas não tinha se decidido se deveria ou
não enviá-lo. Não havia nada de interessante dentro - apenas uma saudação festiva padrão - mas
ele se sentia tímido. Grant poderia pensar que era bobo. Remus estava carregando em sua mochila
por uma semana.

"Então, o que você vai fazer esta noite?" Lily perguntou, enquanto eles saíam da sala de aula a
caminho do almoço.

"Hmm? Nada."

"Eu ouvi você dizer a Marlene que você estaria ocupado, e não estamos na rota de patrulha esta
noite ..."

“Oh, er ... é outra coisa. Detenção."

“Remus, você nunca mais recebeu uma detenção,” Lily riu, “Qual é, o que é? Uma pegadinha? Um
caso secreto?"
Remus deu um sorriso misterioso, que ele esperava que fosse algo como o de Sirius e James -

"Não faça me perguntas e não lhe direi mentiras."

“Apenas tente não quebrar nenhuma lei,” ela sorriu de volta, lhe dando uma cotovelada
suavemente.

Remus resmungou, como se nunca fosse considerar tal coisa. Na verdade, James, Sirius e Peter
eram os que estavam infringindo a lei. Ele era apenas um espectador lobisomem inocente.

"Evans, Moony." James se juntou a eles quando chegaram ao Salão Principal. "Posso almoçar com
vocês, já que são as únicas duas pessoas na minha vida que não estão se agarrando?"

"Ei, o que eu sou, nada?" Marlene o cutucou enquanto eles se sentavam.

“Minhas desculpas, McKinnon,” James curvou-se graciosamente, “Agradeço por manter seu
decoro. Ao contrário de alguns que eu poderia mencionar.” Ele enrolou o guardanapo e jogou na
cabeça de Sirius. “Pombinhos! Arranjem um maldito quarto, estamos tentando comer! "

Não teve efeito.

"É muito corajoso da parte dela, agarrar ele por todo o castelo assim." Marlene pensou: “Ou
corajoso da parte dele, não tenho certeza. De qualquer forma, um sangue puro e uma nascida
trouxa, exibindo o relacionamento - "

"O que isso deveria significar?" Lily disse, eriçada como um gato bravo, “Mary é tão atraente
quanto Sirius Black. O status do sangue não tem nada a ver com isso.”

"Bem, obviamente eu sei disso." Marlene disse, na defensiva: "Mas ... bem, veja por si mesma." Ela
olhou para a mesa da Sonserina.

Vários sonserinos, Regulus entre eles, observavam a excessiva demonstração de afeto ocorrendo na
mesa da Grifinória. Como nascida trouxa, Mary tinha sido um alvo durante a maior parte de sua
carreira escolar, mas estava claro que a desaprovação aumentou desde que ela começou a sair com
o herdeiro de uma das famílias puro-sangue mais antigas da Grã-Bretanha.

Era profundamente enervante, a maneira como todos estavam olhando assim; olhos estreitos e
punhos cerrados. Todos eles, exceto Snape - que estava observando Remus.

"Puta que pariu." James murmurou. "Bando de esquisitos."

"Estou preocupada com ela." Marlene mordeu o lábio. "Se ela for encurralada nos corredores e
Sirius não estiver lá ..."

"Nós cuidaremos dela." James disse, galantemente. Ele olhou para Remus e Lily, "Certo?"

"Claro," Remus assentiu imediatamente.

“Er ... sim,” disse Lily, mais lentamente. Ela tinha uma expressão engraçada em seu rosto, quando
James chamou sua atenção. Como se ela tivesse visto algo que a surpreendeu. "Obviamente. Todos
nós nos preocupamos com Mary, não vamos deixar nada acontecer.”

***
"Ele está atrasado." Remus resmungou, envolvendo os braços ao redor de si e andando. “Ele está
agarrando MacDonald, ele não vem.”

"Ele estará aqui, Moony, dê a ele um minuto."

“Eu não tenho um minuto!” Remus explodiu. Seus nervos estavam em frangalhos, não tinha
paciência para ser educado. "Eu preciso ir ver a Madame Pomfrey agora."

“Ok, então vá, nós te seguiremos”, disse James, “Se Black não aparecer, então eu e Pete iremos
sozinhos. Ainda funciona, sou grande o suficiente para controlar você.”

Remus não gostou da ideia, mas estava de muito mau humor. Ele estava prestes a sair da sala
quando a porta se abriu, quase o acertando no rosto,

“Ops, desculpe o atraso!” Sirius disse. Seu cabelo estava fora do lugar e suas bochechas estavam
rosadas. Remus o encarou com aversão,

"Eu tenho que ir." Ele disse, com os dentes cerrados.

"Sim, eu sei, sinto muito, Moony." Sirius tentou um sorriso encantador. “Eu estava apenas com
Mary, e -”

“Não tenho tempo para isso!” Remus saiu imediatamente, marchando propositalmente escada
abaixo. A qualquer momento do mês - qualquer hora, exceto na lua cheia - Remus seria capaz de
manter tudo sobre controle; seu desejo por Sirius, seu ciúme de Mary, sua solidão e falta de alguém
com quem conversar. Mas agora era demais.

Ele mal falou com Madame Pomfrey durante todo o caminho até a Casa, e quando eles estavam na
metade do caminho ele percebeu que podia sentir o cheiro de seus amigos - os três - seguindo-os
sob a capa da invisibilidade. Esforçando-se para controlar seu temperamento e parecer calmo, ele
re-focalizou seus pensamentos para o Natal com os Potter; o cheiro de cravo e laranja, as groselhas
suculentas no bolo de frutas da Sra. Potter, glacê branco aveludado, o calor da lareira. Já se sentia
muito melhor até o momento em que Madame Pomfrey o trancou.

"Eu realmente sinto muito, Moony," uma voz disse, momentos antes de Sirius, James e Peter
aparecerem do nada. Sirius deu um passo à frente culpado, "Não vou fazer isso de novo."

“Está tudo bem,” Remus deu de ombros, ouvindo o clique em suas juntas enquanto o fazia. “Você
chegou a tempo. Está tudo bem."

"Vou te dizer uma coisa," Sirius sorriu para todos eles, "Beijar é realmente melhor, uma vez que
você pega o jeito."

James e Peter riram. Remus sorriu o mais educadamente que pôde. Ele desejou desesperadamente
poder contar a eles toda a verdade - que ele não era o menino inexperiente e pedante que eles
pensavam que era; que na verdade ele sabia exatamente o quão divertido era ser beijado por horas -
a impossível intimidade de ter alguém a quem se segurar. Mais do que isso, que sabia a sensação de
quando tudo acabava.

"Onde ela pensa que você está agora?" James perguntou a Sirius,
“Detenção, obviamente. Tenho que manter minha personalidade de bad boy.”

"Claro que sim, Snuffles."

"Ah, cai fora, Buckeroo."

Remus fechou os olhos quando a dor percorreu seu corpo. Ele mordeu o lábio e rolou na cama,

"Melhor se transformarem", disse ele aos amigos, "vejo vocês em breve."

***

Sexta-feira, 19 de dezembro de 1975

"Caramba, Moony, não sou muito fã disso." Sirius estava dizendo baixinho, guiando Remus de
volta para sua cama.

"Mm, também não é minha parte favorita." Remus respondeu, estremecendo contra a luz da
manhã. "Desculpe, deve ser uma merda de assistir."

Ele deslocou um ombro novamente. O que aconteceria quando ele terminasse a escola e Madame
Pomfrey não pudesse mais consertá-lo? Ele teria que ir para um hospital? Haviam hospitais
bruxos?

"Foi uma ba noite, porém," James estava dizendo, em algum outro lugar da sala, "Você está
confiando em nós cada vez mais."

"Sim," Sirius concordou, "Acho que no ano novo podemos tentar sair daquele lugar ..."

"O que?"

“Começar a explorar - há hectares e hectares de floresta para explorar, Moony. Você merece isso."

"Hmm." Remus não conseguia pensar direito, estava muito cansado, muito dolorido.

"Vejo você mais tarde," James sussurrou, assim que Remus adormeceu.

Quando ele acordou, já estava em uma cama de hospital, seu braço estava curado e ele se sentia
em forma. Além do mais, era o último dia do semestre e no dia seguinte ele embarcaria no
Expresso de Hogwarts de volta a Londres, depois partiria para os Potters. Sorriu para si
mesmo. Ele não conseguia se lembrar de ter sido tão feliz há muito tempo. Quando ele havia
acordado da lua cheia sem uma nova cicatriz? Quando ele havia tido um Natal pelo qual ansiar
com uma família amorosa? Ele poderia até tentar dar uma volta na velha vassoura de James, se
alguém o subornasse com um pouco de chocolate.

"Boa tarde, Sr. Lupin," Madame Pomfrey chamou. Ela deve ter algum tipo de sexto sentido; ela
sempre sabia quando ele estava acordado.
“Boa tarde”, ele respondeu, com a voz um pouco rouca. Ele e Sirius haviam uivado juntos, ele se
lembrou. Foi uma coisa adorável - como cantar.

“Outra noite muito boa!” A medibruxa se aproximou de sua cama: “Vou buscar um almoço para
você, mas então você está livre para ir. Feliz Natal, meu querido.”

"Feliz Natal", ele sorriu para ela. Ele iria deixar o presente dela em cima na cama - era muito
tímido para entregá-lo pessoalmente.

Chapter End Notes

-James chama Sirius de Snuffles - ‘’sniff’ em inglês é cheirar, farejar. Snuffles seria
um apelido carinhoso para algum animal farejador, mais comumente, o cachorro.

-Sirius chama James de Buckeroo, que significa um cowboy que controla feras
selvagens, como cavalos.
Capítulo 80 : Quinto ano: Era a Noite Antes do Natal
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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Sábado, 20 de dezembro de 1975

"Eu vou literalmente amaldiçoar vocês dois com um feitiço de bloqueio labial se vocês planejarem
fazer isso até chegarmos em Londres." Lily disse, erguendo sua varinha para Sirius e Mary. Sua
expressão inexpressiva era muito difícil de ler, e o casal rapidamente se desvencilhou. Mary
mostrou a língua, atrevidamente.

"Você também, Wormy!" James ergueu sua própria varinha, sorrindo para Lily como um lunático.

Peter e Desdemona se separaram também, sorrindo timidamente.

A carruagem estava extremamente apertada. Remus estava espremido contra a janela ao lado de
James, com Sirius e Mary perto da porta. Na fileira oposta de assentos, Lily e Marlene estavam
espremidas ao lado de Peter e Desdêmona.

"Estamos apenas nos despedindo," Mary sorriu, deitando a cabeça no ombro de Sirius.

“São apenas duas semanas e vocês podem escrever um para o outro.” Lily respondeu,
espertamente.

"Er ... na verdade, melhor se nenhum de vocês escrever para mim." Sirius disse. "Não é provável
que eu receba as cartas, e a menos que queiram que minha querida mãe as leia ..."

"Você tem o espelho?" James disse, sério: "Você ainda pode entrar em contato conosco se
precisar?"

"Sim, claro." Sirius sorriu para ele, de forma tranquilizadora, dando um tapinha no bolso da
jaqueta.

Remus olhou para fora da janela, pressionando a testa no vidro frio. O trem desceu lentamente para
Londres. Eles passaram pela cabine que ele usara para ligar para Grant e sentiu uma pontada de
culpa por não ter telefonado novamente desde então. Ele tinha estado tão ocupado com todo o resto
que, no final, nem havia enviado o cartão de Natal. Grant deveria estar estudando na escola
secundária moderna local, mas aos dezesseis anos ele poderia sair quando quisesse. Remus tentou
convencê-lo durante o verão a terminar seu CSE, talvez até mesmo fazer um GCE se pudesse, mas
Grant apenas riu dele, como se educação fosse uma das excentricidades peculiares de Remus.

A Diretora geralmente conseguia trabalhos para os meninos de St. Edmund, nas áreas em que eles
demostravam aptidão para o trabalho manual, mas Remus não conseguia se lembrar de Grant
jamais mencionando as coisas em que era bom - apenas as que era ruim, como matemática e
inglês. E Remus não poderia exatamente contar a Grant nenhuma de suas melhores matérias, não
é? Os meninos que não conseguiam trabalhos tinham que encontrar seu próprio caminho, assim que
completavam dezoito anos. Remus não tinha certeza -

"Ei, Moony, acorda, acorda!" Sirius praticamente latiu, arrancando Remus de seu devaneio, "O
carrinho está aqui, não quer perder o seu almoço, quer?"

"Ah, valeu," Remus voltou sua atenção para a carruagem barulhenta e quente, onde James estava
comprando pelo menos doze doces de padaria além de todos as balas e chocolates que
conseguiriam segurar.

“Nós nunca vamos comer tudo isso!” Lily repreendeu, sorrindo ligeiramente.

"Você claramente nunca viu Moony comer," James deu uma piscadela.

"Oooh, eu gostaria de ter seu metabolismo, Remus!" Desdêmona disse. “Minha mãe está sempre
me dizendo que eu deveria começar a fazer dieta”.

"Não há nada de errado em ter curvas", disse Mary, dando uma grande mordida em seu próprio
doce. “Dá a eles algo em que segurar!”

Todas as meninas riram, até mesmo Lily, que estava corando muito. Remus desejou que a viagem
terminasse logo.

Claro, quando o trem parou em King's Cross, ele sentiu uma torção horrível em suas entranhas
quando Sirius ficou quieto, seu rosto contraído e pálido. As meninas e Peter correram para recolher
suas coisas, ansiosos para encontrar suas famílias na plataforma. Remus e James foram
deliberadamente lentos, esperando até que Mary finalmente tivesse saído do vagão, então ajudando
Sirius com suas próprias malas.

“Vamos nos falar todas as noites, certo?” James agarrou o ombro de seu melhor amigo, "Se eu não
ouvir de você, vou enviar ajuda."

Sirius sorriu agradecido.

"Eu vou ficar bem. Nada que eu não tenha feito antes.”

"Por favor, seja cuidadoso!" Remus explodiu, "Mantenha sua cabeça baixa, não seja tão ... tão
... você!"

Sirius riu.

"Bom conselho, Moony."

Remus baixou o olhar, sorrindo timidamente. Ele queria abraçá-lo, mas era tarde demais. Regulus
estava parado na porta aberta, de braços cruzados.

"Pronto?"

Sirius assentiu e não se virou. James e Remus observaram os irmãos partirem. Eles estavam quase
da mesma altura agora. Regulus era mais esguio, talvez, mas de costas eles poderiam ser gêmeos.

"Ele vai ficar bem." James disse, e Remus instintivamente soube que ele estava se tranquilizando,
mais do que qualquer outra coisa. Depois de um momento, James estava de volta ao normal. Ele
agarrou a alça de sua mala (e a de Remus também, sem dizer uma palavra) e exalou, "Vamos
então, Moony - vamos para o Natal!"

***

Quarta-feira, 24 de dezembro de 1975

Também não nevou no Natal de 1975 - felizmente, nem choveu, o que significava (para James,
pelo menos) que as condições eram perfeitas para muitos e muitos treinos de quadribol. Remus
cedeu e fez o que foi instruído. Tirando a mente de ambos de Sirius. Remus nunca teria grande
paixão por voar, mas depois dos primeiros três dias no ar, ele pelo menos não tinha mais medo de
cair. Ele até conseguiu fazer uma goles passar por Peter uma vez.

Entre os exercícios, os meninos desfrutaram de todos os rituais festivos que Remus esperava de um
típico Natal Potter; enfeites, luzinhas, papel de embrulho, madrugadas comendo biscoitos
amanteigados, jantares saudáveis e manhãs ensolaradas. O Sr. e a Sra. Potter eram encantadores
como sempre - embora fosse evidente que seu envolvimento contínuo no movimento de resistência
de Dumbledore estava cobrando seu preço.

O Sr. Potter não se juntou a eles tanto do lado de fora, mas se trancou em seu escritório. Quando
ele emergiu, se movia rigidamente, as costas dobradas; não era mais o criador de travessuras que
fora apenas três anos atrás. A Sra. Potter, que ainda era tudo que uma mãe deveria ser, com mais
fios grisalhos do que Remus se lembrava, e olheiras. Mas ela ainda sempre tinha um sorriso para
seus meninos, quando eles voltavam do frio.

“James, vá buscar seu pai, é hora do jantar - você falou com Sirius hoje? Envie-lhe o nosso amor,
está bem? Remus! Você está congelado, vá e fique perto do fogo um pouco e se aqueça ... Eu
coloquei uma costeleta extra para você, então certifique-se de comer. Não sei como vocês
continuam crescendo desse jeito ... Olá, Peter, amor, vai ficar para o chá? Certifique-se de que sua
mãe saiba ...”

Eles estavam falando com Sirius tanto quanto possível. Todas as noites Remus e James se
ajoelhavam na cama de James com o espelho aberto entre eles e esperavam o amigo aparecer. Era
sempre um imenso alívio quando o fazia - aqueles olhos azuis perversos e sorriso atrevido,
prometendo que ele estava bem.

"Reg está sendo um completo idiota, como sempre, e a mamãe é um deleite eterno, mas nada fora
do comum."

O problema era, Remus pensou, franzindo os lábios, nem ele nem James realmente entendiam o
que 'comum' significava na casa dos Black. Então, não havia como saber quanto perigo Sirius
estava correndo.

“Não posso dizer muito,” Sirius sussurrava, após suas breves atualizações, “Alguém pode estar
ouvindo. As malditas pinturas são espiãs aqui.” Ele parecia cansado.

“Gostaria de poder ir te buscar.” James dizia, desesperadamente.


"Eu também." Remus acenou com a cabeça. Todas as noites era o mesmo.

A última noite que souberam de Sirius foi na véspera de Natal (sequer era véspera da véspera de
Natal? Remus se pegou pensando infantilmente. Algo que Grant poderia dizer para fazer Remus
rir.) A ironia de tudo, era noite, 23 de dezembro de 1975, Sirius estava muito animado. Na verdade,
Remus pode chegar a dizer que ele soava positivo. Otimista.

“Eles estão sendo ok hoje, na verdade,” ele sorriu através do espelho compacto, “Na verdade meio
... legais. Amigáveis. Papai sorriu para mim. Não sei se papai já sorriu para mim. Eles continuam
falando sobre superar nossos problemas como família ...”

"Isso é bom", James sorriu de volta, encorajando-os, "Talvez a guerra tenha lhes dado algum
sentido."

“Vai haver um jantar tradicional de véspera de Natal amanhã à noite,” Sirius disse, “Todos os
Blacks em um só lugar – que alegria. Eu acho que consigo escapar no nosso horário de sempre,
apenas não riam dos meus robes estúpidos, ok? "

James e Remus sorriram e prometeram não rir. Eles foram para a cama naquela noite sentindo-se
tranquilos; ansiosos por seus próprios planos para a véspera de Natal.

Esses planos, é claro, envolviam mais prática de quadribol - mas felizmente apenas uma hora
disso. Depois disso, a Sra. Potter os chamou e pediu que pegassem a bela porcelana do sótão, junto
com a grande toalha de mesa de Natal,

“Com tudo que está acontecendo, estou tão atrasada este ano ...” ela murmurou, mexendo uma
tigela de picadinho pronto para tortas. Remus percebeu que as unhas dela estavam roídas até o
sabugo.

“Temos muitas pessoas vindo este ano, mãe?” James perguntou, enquanto ele cuidadosamente
descarregava a caixa de pratos e tigelas de porcelana, entregando-os a Remus para um rápido
enxágue na torneira.

"Mm ... bem, Darius, é claro, ele sempre aparecerá para um jantar quente se houver uma oferta."

Remus fez uma careta, mas não disse nada. A Sra. Potter continuou, “Eu convidei os Bones e os
Tonks ..., mas todo mundo parece querer ficar sozinho este ano. Os Pettigrews virão,
imagino. Talvez algumas pessoas do ministério, amigos de seu pai ...”

"Dumbledore?"

"Não, querido, ele estará ocupado."

Remus estava feliz com isso. Dumbledore estava tão sério ultimamente, e seu nome sempre parecia
ser falado com uma sensação de pavor. Ele sempre trazia más notícias. Os Potters eram pessoas tão
legais, por que eles não poderiam convidar bons professores, como o Professor Flitwick, ou mesmo
o Professor Ferox? Embora, Remus meditou, enquanto limpava uma travessa grande, ele
provavelmente era o velho Sr. Ferox agora. Ou Leo - esse era seu nome de batismo, de acordo com
Mary. Leo Ferox. Sirius Black. Talvez Remus tivesse uma coisa por nomes legais.

Depois do jantar, James e Remus se reuniram na cama de James mais uma vez, no horário habitual
para o encontro com Sirius. Mas quando James abriu o espelho, ninguém apareceu - apenas seus
próprios reflexos.

“Ele tinha aquele jantar,” disse Remus, embora não parecesse certo. "Ele pode estar atrasado."
Então eles esperaram. Depois de meia hora, a maior parte do qual eles passaram em um silêncio
ansioso, James tentou falar suavemente no espelho.

"Sirius?" Ele perguntou: "Você está aí?"

Nada.

"Eu não estou gostando disso." Disse James. Remus não sabia o que dizer. "Vamos," James se
levantou, "Vou avisar o papai."

O Sr. Potter franziu a testa quando ouviu, mas não ajudou muito.

“Não podemos tirar conclusões precipitadas, James. Você disse que estava tudo bem ontem.”

“Sim, mas…"

“Já estive em banquetes da família Black antes”, disse Potter, pensativo, “Eles enrolam -
especialmente se Orion estiver presidindo. O homem gosta de se ouvir falar. Não muito diferente
de Sirius.”

“Vamos esperar um pouco mais”, disse a Sra. Potter, alisando o cabelo do filho com amor, “Vamos
tomar um chá, hein? Venha e se sente perto do fogo.”

Eles fizeram isso. Gully, o elfo doméstico, entrou com a bandeja de chá, carregada com o bule
fumegante e um prato de biscoitos também, mas nem James nem Remus estavam com vontade de
comer. Estava ficando cada vez mais tarde - os Potters tinham um relógio de pêndulo no corredor, e
Remus podia ouvi-lo tiquetaqueando impiedosamente. O espelho compacto estava aberto no colo
de James, refletindo apenas o laranja tremeluzente da lareira.

Até os pais de James pareciam nervosos agora. O Sr. Potter se levantou algumas vezes e começou a
andar. A Sra. Potter não parava de movimentar-se pela sala; endireitando os enfeites na cornija da
lareira ou reorganizando os presentes embalados com cores brilhantes sob a árvore.

Às onze horas, uma coruja veio gritando da noite escura, em direção à janela da sala de estar, e foi
apenas o pensamento rápido da Sra. Potter e o rápido trabalho da varinha que a impediram de
quebrar o vidro. Era uma coruja-águia imensa e imponente - o mesmo tipo que os Black’s
usavam. Ela gemia, agitada e claramente exausta de sua jornada. James arrancou o bilhete da perna
dela e o abriu. Seus olhos se arregalaram e ele deixou escapar um ruído estranho e
estrangulado. Remus saltou para ler por cima do ombro.

Ele está com problemas. Por favor ajude. RAB

"Effie, chame Dumbledore imediatamente." Disse o Sr. Potter, juntando-se a Remus ao lado de
James.

Remus começou a tremer. Ele nunca tinha conhecido terror como esse. Ele queria gritar, chorar -
bater em alguma coisa. James estava igual, ele poderia dizer - ficou branco como uma folha, lendo
a nota repetidamente.

"Precisamos ir", disse James, com a voz embargada, "precisamos ir buscá-lo agora."

"Nós vamos", disse o Sr. Potter, "apenas fique calmo."

Remus riu. Foi extremamente inapropriado, mas ninguém pareceu notar. Ficar calmo.
Não havia tempo para mais nada. A lareira estalou ruidosamente, depois brilhou em um verde
esmeralda brilhante. O Sr. Potter colocou os braços em volta dos dois meninos e os puxou para trás
com força. Um caos de barulho e gritos ecoou pela chaminé de outra lareira, em outra casa. E o
corpo de Sirius Black saiu das chamas e caiu no tapete aos pés deles.

Chapter End Notes

-Da autora: 'Secondary Modern' - o sistema escolar do Reino Unido costumava ser
ainda mais classista do que é agora. Aos 11 anos, os alunos eram divididos em dois
grupos, supostamente com base na capacidade, e a escola secundária para a qual eles
frequentavam seria uma 'Escola secundária' (para crianças com inclinações
acadêmicas) ou um `Secundário 'Moderno ', que supostamente ensina habilidades mais
'práticas'. Crianças que frequentavam o Ensino Médio Moderno tinham mais
probabilidade de entrar em fábricas ou empregos braçais e prestavam menos exames
acadêmicos.

CSE - Certificado de Ensino Médio. Os exames finais feitos no ensino médio aos 16
anos.
GCE - Certificado Geral de Educação, também conhecido como 'O-Levels' ou 'níveis
normais' eram mais exames acadêmicos feitos aos 16 anos. Se você obtivesse o
suficiente, poderia passar para 'A -Levels '(avançado).

A idade de abandono escolar aumentou para 16 anos no Reino Unido em 1971.


Capítulo 81 : Quinto ano: Imperdoável
Chapter Summary

Aviso!!!

Temas relacionados a abuso doméstico.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus, James e o Sr. Potter correram para frente imediatamente. Remus caiu de joelhos,
alcançando Sirius primeiro. Ele estava deitado de bruços, o cabelo preto escorrendo como sangue
no tapete vermelho. Remus nem pensou, apenas o rolou. Seu rosto estava pálido, seus olhos
estavam fechados, mas ele estava vivo. Sim, Remus podia ouvir o coração de Sirius, batendo forte
atrás de suas costelas. Ele podia sentir o cheiro do medo, misturado com adrenalina.

"Sirius?!" James estava lá também, pressionando sua cabeça no peito de Sirius para ouvir,

"Ele está vivo." Remus disse, sua voz soando estranha. Estava segurando os ombros de Sirius
ainda, onde ele o havia virado, ele não podia soltar, suas mãos agarrando as finas vestes de veludo.

"Effie!" O Sr. Potter estava gritando: "Rápido!" Ele se curvou sobre Sirius, "Afaste-se, meninos,
deem um pouco de ar para ele ..."

"Mmm." Sirius se mexeu, ligeiramente, seus cílios tremeram, mas nada mais.

"O que há de errado com ele?" Remus perguntou, desesperado. O Sr. Potter o estava guiando para
longe, o obrigando a deixá-lo ir. Ele rastejou para trás, como um caranguejo quando a Sra. Potter
entrou correndo. Ele sabia que suas pernas não o sustentariam se ele tentasse ficar de pé, não ainda.

Euphemia Potter estava no tapete em segundos, puxando a cabeça de Sirius para o colo dela. Ele
deve ter feito outro barulho, porque ela começou a sussurrar para ele, coisas doces, pequenas;

"Shhh agora, amor, estou aqui, você está seguro, shhh ..."

Remus sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, colocou as pernas sob o queixo e as envolveu
com os braços. O que estava acontecendo? Ele olhou para James, sentado em frente a ele no chão
da sala, tão chocado, tão assustado. Houve um * CRACK * distante do lado de fora, e o Sr. Potter
saiu da sala, voltando momentos depois com Dumbledore. Ele parecia trazer o frio com ele; Remus
sentiu um arrepio invadir seus ossos, apesar do fogo que continuava a arder.

“Moody está lá fora”, disse o velho ao pai de James, “Com os feitiços de proteção, tudo em seu
arsenal. Ninguém mais virá aqui esta noite.”

Bom. Remus pensou. Bom. Tranque todos nós aqui, nunca deixe ninguém se aproximar dele
novamente.

"Como ele está, Effie?" Dumbledore estava parado perto da Sra. Potter, que ainda estava
acalentando Sirius. Ela estava realizando algum tipo de magia, seus olhos fechados, varinha
passando pelo corpo do garoto inconsciente, seus lábios se movendo depressa, sem fazer
barulho. Ela finalmente ergueu os olhos, mais abalada do que Remus jamais a vira, uma raiva feroz
em seus olhos.

"Ele vai viver." Ela disse. "Ele precisa de descanso."

"Foi …?" O Sr. Potter parecia nervoso. A Sra. Potter fechou os olhos novamente e assentiu.

“Cruciatus.”

James cobriu o rosto com as mãos. Remus apenas se sentiu vazio - como se tudo que já fez algum
sentido para ele tivesse sido espremido para fora. A maldição da tortura.

"Rapazes." O Sr. Potter disse repentinamente, bruscamente, olhando para James e depois para
Remus, “Eu sei que vocês querem ficar, mas precisamos que vão para a cama agora. Não há nada
que possam fazer por Sirius no momento.”

"Mas pai!" James começou, levantando-se trêmulo. Também havia lágrimas em seus olhos.

"James!" Sra. Potter disse, do chão. "Não. Cama."

Ela não gritou, mas todos os homens na sala pareceram se encolher ligeiramente. Não havia dúvida
quanto a desobedecê-la.

Remus não tinha certeza de como havia se levantado, se Dumbledore o ajudou, ou se fez isso
sozinho. Ele também não tinha certeza de como saiu da sala em que Sirius estava. Parecia que
horas haviam se passado até estar no segundo piso, com James. Gully estava acendendo velas por
toda a casa, movendo-se silenciosamente. Os retratos ao longo das escadas dormiam. James abriu a
porta e Remus entrou sem dizer uma palavra.

Eles deitaram na cama, lado a lado, sobre as cobertas, ainda com suas roupas. Estiveram sentados
na mesma cama apenas duas ou três horas antes, esperando Sirius dizer se estava bem. No escuro,
James e Remus se recompuseram, dando um ao outro o tempo de que precisavam.

James quebrou o silêncio, é claro.

"Ele está aqui agora." Ele disse, sem emoção. "Ele está aqui agora e mamãe nunca vai deixá-lo
voltar, eu sei disso."

Remus assentiu, porque não haviam palavras. Não sabia se James tinha visto; ambos estavam
olhando para cima. Sua mente estava correndo, e ele disse a primeira coisa que pareceu um
pensamento coerente,

“É isso que acontece? Com essa maldição? "

"Eu não sei. Eu nunca vi isso."

"Não, claro que não."


“Mamãe costumava ser uma curandeira. Se há alguém que pode ajudá-lo ...”

"E Dumbledore está aqui."

"Sim, exatamente."

"Se ele..." A voz de Remus falhou e ele parou de falar.

"Eu sei, cara." James sussurrou.

Eles não falaram novamente até de manhã.

***

Dia de Natal de 1975

Remus não conseguia acreditar que tinha adormecido. Ele se amaldiçoou por ser tão descuidado,
tão egoísta. Você não tem direito a ele, disse a si mesmo com raiva enquanto se sentava, descendo
da enorme e confortável cama de dossel de James, você não tem o direito de se chamar de amigo
dele, se você não consegue nem ficar acordado quando ele ... ele não sabia como Sirius estava.

Deixou James ainda dormindo e foi ao banheiro. Era de manhã; as cortinas foram abertas,
provavelmente por Gully, e a aguada luz do dia de inverno enchia a escada. A casa estava muito
quieta, ninguém mais havia acordado ainda. Não havia cheiro de café da manhã cozinhando ou chá
fervendo no fogão. Depois de ir ao banheiro e tomar um banho rápido, Remus ficou parado sem
jeito no corredor.

Ele não queria voltar para o quarto de James; isso parecia um pouco estranho, especialmente
quando ele tinha suas próprias coisas arrumadas em um dos quartos de hóspedes. Sirius estava no
quarto no final do corredor, Remus podia sentir o cheiro dele. A Sra. Potter estava lá também. Ele
não sabia onde o Sr. Potter estava.

“Mestre Lupin,” uma voz estridente o sobressaltou da escada. Era Gully, seus grandes olhos
castanhos cheios de preocupação inocente, "Você quer café da manhã, Mestre Lupin?"

Remus balançou a cabeça,

"Não, obrigado."

“É uma coisa terrível. Coisa terrível e ruim.” A criaturinha enrugada balançou a cabeça tristemente,
as orelhas murchando como as de um cachorrinho lamentável.

"Sim. Terrível." Remus sentou na escada, feliz por ter alguém com quem conversar.

“Estou dizendo a minha senhora, e meu mestre, nós tem que ter cuidado; nós tem que proteger os
nossos. Gully está pensando que nós tem que se esconder, Gully conhece muitas famílias que está
se escondendo agora.” A sobrancelha de Gully franziu, como se estivesse tentando se lembrar de
algo certo. “Mas, minha senhora, está me dizendo: 'Gully, nós é responsáveis. Nós é uma família
boa e sortuda e nós tem muitas coisas boa. ' A senhora me diz que precisamos cuidar de todos que
puder. Ela diz que se nós não fizer, nós não é digno de ser protegido.’’

"Não fizeram um bom trabalho protegendo Sirius." Remus arrastou o tapete com raiva com o dedo
do pé.

"Não", Gully balançou a cabeça redonda novamente, "Sempre, na guerra, as pessoas se machuca"

Remus mordeu o lábio. Atrás deles, uma porta se abriu,

"Gully?" A voz fraca da Sra. Potter veio, "Você pode vir e sentar-se com Sirius enquanto eu - oh,
olá, Remus, querido."

Ela tinha ficado acordada a noite toda, isso estava claro, mas ela ainda tinha um sorriso para ele.

"Ele está bem?" Remus se levantou.

“Nenhum dano duradouro,” ela resmungou, seu sorriso diminuindo ligeiramente, “Não por fora, de
qualquer maneira. Ele ainda está dormindo, apenas com uma leve dose de poção. Você gostaria de
sentar com ele? Preciso deitar um pouco antes de Monty chegar em casa.”

“Sim, sim, claro,” Remus começou a avançar, ansioso para ajudar de qualquer maneira que
pudesse. Ele cruzou o patamar rapidamente e entrou no quarto.

‘’Mande Gully me acordar assim que ele abrir os olhos’’ disse Euphemia, batendo levemente em
seu ombro. ‘’Dumbledore vai querer falar com ele. Ele queria ontem à noite, mas eu não
deixei. Pobre cordeirinho.”

“Ele estava consciente, então? Noite passada?"

"Sim. Por algum tempo”, Euphemia suspirou profundamente, oca de exaustão, “mas ele não estava
em condições de ser interrogado”.

Remus acenou com a cabeça, estupidamente.

A mulher fechou a porta atrás dela. O quarto estava escuro, mas tudo bem. Remus podia
enxergar; muitas vezes ele preferia dessa forma.

A figura deitada na cama não poderia ser seu amigo, Sirius Black. Porque Sirius Black nunca
dormia assim; virado para cima, com as mãos ao lado do corpo, as cobertas cuidadosamente
dobradas sobre o peito. Sirius dormia como um cachorro; todos os lençóis bagunçados e pernas
dobradas, de bruços, braços jogados.

Remus se aproximou com cautela. Seria assim, ele se perguntou, a manhã seguinte à lua cheia? Era
assim a sensação de ver seu amigo despedaçado? Era insuportável. Ele se sentou na cadeira ao lado
da cama, uma poltrona roxa fofa com um livro aberto em um braço. Imperdoável: Cuidando das
Vítimas de Maldições e Feitiços. Remus fechou o livro, imaginando se a Sra. Potter precisara
consultá-lo muitas vezes antes. Havia um lenço embaixo dele, úmido de lágrimas - Remus podia
sentir o cheiro de sal. Deve ter sido difícil para ela - como curandeira e como mãe. Ela tinha olhado
para aquele garoto de cabelo preto e visto James? Ela havia se perguntado que tipo de pais fariam
tal coisa?

Ele ficou sentado em silêncio, ouvindo a respiração de Sirius. Estupidamente, ele pensou em Grant,
que não poderia ajudar em nada, exceto que ele provavelmente teria abraçado Remus, e Remus
sentiu que um abraço era a única coisa que ele queria no mundo, naquele momento. Os sinos da
igreja ecoaram na colina da aldeia. Era dia de Natal.

***

James entrou e se juntou a ele, depois de uma hora ou mais. Ele trouxe chá e Remus aceitou
agradecido. James ergueu as sobrancelhas escuras para Remus, questionando, e Remus balançou a
cabeça, não. James se sentou no braço da cadeira e eles não falaram.

Demorou mais uma hora antes que Sirius se mexesse. Uma agitação silenciosa, então um lampejo
em suas feições, antes que seus olhos se abrissem, pesados de sono. Ele levou um momento para
focar, e a sala ainda estava muito sombria. Quando ele finalmente percebeu as formas de James e
Remus, sua testa franziu, então ele abriu um sorriso,

"Puta que pariu", disse ele, com voz rouca, "Quem morreu?"

James riu,

“Idiota.”

“Babaca.” Sirius atirou de volta.

"Bundão."

"Ei," Sirius se apoiou nos cotovelos, "Seja bonzinho, eu sou um inválido, você sabe."

"Vou te dizer uma coisa", James sorriu, "Você realmente sabe como fazer uma entrada."

"Está em meu nobre sangue." Sirius sorriu, então vacilou, seus olhos repentinamente
sombrios. Todos ficaram quietos novamente. “Desculpe,” ele murmurou, olhando para baixo.

"Chá?"

"Por favor."

"Gully!" James convocou o elfo doméstico, que ficou muito satisfeito em servir.

"Então," Sirius perguntou, a cor lentamente voltando às suas bochechas, "Vocês dois fizeram
vigília ao lado da cama por mim?"

"Na verdade, foi a mamãe quem ficou acordada a noite toda."

"Oh sim ..." O rosto de Sirius ficou distante, fechado. “Eu vou agradecer a ela,
obviamente. Desculpe por aparecer assim ...”

“Não seja estúpido,” James balançou a cabeça, “Ela faria qualquer coisa por você. Ela te ama."

Os olhos de Sirius se encheram de lágrimas e ele desviou o olhar. Felizmente, Gully reapareceu
naquele momento com uma bandeja de chá carregada de xícaras, pires, torradas, muffins, linguiças,
ovos (mexidos, fritos e cozidos), salmão defumado, arenque defumado e até cereais.

Nenhum deles comeu muito. Remus estava com fome - morrendo de fome, na verdade, mas tudo
tinha gosto de plástico, então no final ele apenas engoliu xícara após xícara de chá escaldante - sem
leite, sem açúcar. Ele não estava com raiva ainda - raiva era sua resposta usual ao se sentir
desamparado, ou triste, ou com dor, mas ele sentia que poderia vir mais tarde. Agora mesmo, ele
queria ser qualquer coisa que Sirius precisasse.

"Ah," ele disse, de repente, "eu deveria chamar sua mãe, James - assim que Sirius acordasse."

""Deixe-a dormir," Sirius disse, recostando-se nos travesseiros.

"Não, ela queria que eu avisasse, para que ela pudesse chamar Dumbledore."

"Para que?" James perguntou, perplexo. "Está tudo bem agora."

“Ele queria fazer algumas perguntas-”

"Não!" Sirius disse.

James e Remus se viraram para olhar para Sirius, que havia empalidecido novamente, seus olhos
grandes e assustados. “Por favor”, disse ele, “ainda não, apenas ... me deixe ter o Natal, ok? Eu não
quero falar sobre isso."

"Ok cara, está tudo bem ..." disse James, suavemente, inclinando-se para dar um tapinha no ombro
de Sirius. “Não vamos acordá-la. Você pode fingir que está dormindo, se quiser. O que você
quiser.”

"Obrigado." Sirius relaxou novamente. "Desculpe."

“Pfft.” James soprou o cabelo da testa. "É Natal, não é?"


Capítulo 82 : Quinto ano: Consequências
Chapter Summary

Aviso!!!

Violência e abuso parental.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Ninguém ficou bravo por eles terem tentado proteger Sirius. A Sra. Potter se levantou da própria
cama quando o Sr. Potter voltou de onde quer que ele estivera, e os dois concordaram que
Dumbledore certamente chegaria por conta própria, eventualmente, e qualquer coisa que ele
quisesse perguntar a Sirius poderia esperar.

Eles salvaram o resto da manhã da melhor maneira que puderam. O Sr. Potter se ofereceu
alegremente para aparatar todos os presentes até o quarto de Sirius, mas ele não quis.

“Minhas pernas funcionam bem!” Ele insistiu: “Quero descer e ver a árvore!”

Então, todos se recompuseram, se vestiram ou trocaram de roupa, e se reuniram meia hora depois
na sala de estar. Remus não pôde deixar de encarar o pedaço do tapete onde vira o corpo de Sirius
cair menos de doze horas antes. A dor era aguda e assustadora. Precisava olhar para o Sirius
consciente e real; embrulhado em cobertores com uma caneca de chá nas mãos e outra no sofá em
frente a ele, apenas para se sentir normal novamente.

Abrir os presentes ainda foi tão alegre e natural como sempre. Em caos, sem ordem certa, eles
simplesmente rasgaram o papel de embrulho até estarem cercados por ele, tiras de cores vivas. Não
importava o que alguém ganhasse, apenas a lembrança de ter recebido algo bom naquela manhã
horrível. Os Potter, é claro, tinham comprado algo para Sirius e Remus, e prometeram ao mais
velho que ainda mais por vir -

“Vamos comprar alguns posters legais, para iluminar o seu quarto”, disse a Sra. Potter, “Qual time
de quadribol você torce, querido? Ou talvez uma daquelas estrelas do rock de que vocês gostam?”

Sirius olhou para ela como se tivesse acabado de receber o presente mais maravilhoso de sua
vida. Talvez ele tivesse.

“A maioria das minhas coisas está em Hogwarts,” ele disse. “São apenas roupas em casa ...” Ele
parecia um pouco envergonhado, e Remus sabia que ele também estava pensando nos pôsteres
grosseiros que ele havia afixado permanentemente nas paredes de seu quarto. Você pode ter certeza
de que ele não faria isso em seu novo quarto no Potter's.
“Bem, você pode pegar emprestado algumas das coisas de James por um tempo. Talvez façamos
compras no ano novo.”

Eles se sentaram para um tranquilo almoço de Natal. Evidentemente, alguém havia desconvidado
os convidados planejados - o que para Remus foi uma bênção. Ele já estava desgastado de tanta
preocupação e sono insuficiente; não precisava que Darius Barebones fosse adicionado na
mistura. Ele pensou nos Pettigrews e se perguntou se Peter estava preocupado ou se sentindo
excluído.

Gully estava prestes a acender o pudim de Natal flambado quando o * CRACK * da aparição soou
do lado de fora do portão da frente. Dumbledore. Sirius se sobressaltou e parecia que queria se
levantar da mesa, mas ficou parado. O Sr. Potter sorriu para todos eles de maneira tranquilizadora e
foi até a porta.

Todos ouviram atentamente.

“Albus! Feliz Natal,"

“Fleamont. Presumo que Sirius já descansou? "

"Sim, estávamos prestes a te..."

"Eu pedi que você me contatasse assim que ele acordasse."

“Entre, Dumbledore. Junte-se a nós para comer sobremesa.”

Dumbledore entrou na sala. Ele estava vestindo túnicas sombrias em um marrom terroso profundo,
como sangue seco. Aparentemente sua noite havia sido tão longa quanto a deles. Ele foi seguido
por um homem atarracado que parecia um buldogue grisalho. Tinha uma massa de cabelos ruivos
acinzentados e olhos negros malvados que disparavam furtivamente ao redor da sala, como se
estivessem procurando por problemas.

"Albus, Alastor," a Sra. Potter se levantou, acenando com a varinha. Mais duas cadeiras
apareceram na mesa de jantar, assim como pequenos pratos, garfos, guardanapos e taças. "Não vão
se juntar a nós para comer um pudim?"

"Agora não, Effie," O homem atarracado - Alastor - grunhiu, "Em serviço."

Euphemia deu a ele um olhar, não muito diferente do olhar que ela deu a James na noite anterior. O
homem pigarreou e sentou-se rapidamente. Remus sorriu. Ele tinha que descobrir exatamente como
ela fazia isso. As mães tinham sua própria magia, parecia. Dumbledore assumiu seu lugar com mais
decoro. Sua expressão, como sempre, ainda calma como um lago e impossível de ler. Ele olhava
para Sirius.

Lá estava, Remus sentiu tudo se firmar ao seu redor, sendo recebida como uma velha
amiga. Raiva. O desejo de pular sobre a mesa e sacudir Dumbledore até deixá-lo sem sentido era
tão forte e tão tangível que ele se pegou agarrando o assento de sua cadeira.

O estranho - Alastor - se virou para olhá-lo. Remus se sentiu sendo examinado por aqueles olhos
escuros e perceptivos. Oh. Ele sabia que Remus era um lobisomem - Remus não tinha certeza de
como ele sabia que Alastor sabia, mas ele sabia. Não havia dúvida. Ele ergueu o queixo e o encarou
de volta. Alastor sorriu levemente, como se isso tivesse confirmado algo que ele esperava, então se
virou para Dumbledore.

"Sirius," o diretor disse baixinho, "Como vai você?"


"Bem." Sirius assentiu, olhando para o grande pudim escuro no centro da mesa. Gully estalou os
dedos e este pegou fogo, a chama azul tremeluzindo como um estranho vapor mágico.

"Eu gostaria de discutir os eventos de ontem à noite com você," Dumbledore pressionou, "Eu sei
que não foram agradáveis, e você pode querer esquecer, mas qualquer coisa que você me disser
pode ser útil, entende?"

"Sim. Ok." Sirius acenou com a cabeça, a expressão inalterada.

A chama morreu e Gully estalou os dedos novamente. O pudim se dividiu ordenadamente em oito
porções. Era saboroso, úmido e enjoativo, a fruta e o conhaque ficaram presos em sua
garganta. Eles comeram em silêncio por um momento, antes que o Sr. Potter sentisse que precisava
falar.

"Não está vendo sua família hoje, Moody?"

Alastor balançou a cabeça.

“O trabalho vem primeiro. Estarei aqui enquanto precisarem de mim.”

“Estamos muito gratos.” A Sra. Potter disse, a gentileza voltando ao seu tom.

“Alastor é um auror,” o Sr. Potter explicou aos meninos. Remus viu a luz de reconhecimento nos
olhos de James e Sirius, e fez uma nota mental para perguntar mais tarde. Se ele tivesse que
adivinhar, ele assumiria que significava algum tipo de guarda-costas bruxo. Ele pensou em Charles
Bronson em Desejo de Matar, e imaginou Alastor Moody com uma arma.

Depois que a sobremesa foi comida, todos voltaram para a sala. Sirius se sentou no sofá, com
James e Remus de cada lado. Haviam se sentado na mesma formação do Natal passado, quando
Dumbledore chegou para anunciar a morte dos Frasers. Remus não tinha pensado nos Frasers desde
então, não de verdade – só pensara como fora parte do cenário cada vez mais escuro de uma guerra
com a qual ele preferia não se preocupar. Haviam tantas coisas para distraí-lo.

Uma dessas distrações estava sentada ao lado dele, agora. Seus joelhos batiam juntos
ocasionalmente; Sirius não parava quieto. Remus tentou não recuar, caso fosse mal interpretado.

“Espero que não demore muito.” Dumbledore sorriu agradavelmente, como se isso não fosse nada
além de uma conversa amigável. "Sirius, só precisamos saber qualquer coisa que você possa se
lembrar sobre os eventos que o levaram a chegar aqui às onze e quinze da noite passada."

"Essa era a hora?" Sirius piscou, "Eu pensei que fosse mais tarde."

Dumbledore cruzou as mãos no colo e sorriu.

"No seu tempo, por favor."

"Er ..." Sirius pigarreou e olhou para James, que sorriu para ele de uma forma fraternal. Sirius
olhou para Dumbledore novamente, “Eu pensei que ficaria bem. Eu nunca me dei muito bem com
minha família ... já que estou na Grifinória, sabe. Mas eles estavam ... eu pensei que ficaria
bem. Temos um jantar em família todos os anos na véspera de Natal - toda a família.”

"Quem estava lá?" Moody perguntou. Ele estava fazendo anotações, uma pena pairando bem na
altura do peito, rabiscando rapidamente em um pedaço de pergaminho flutuante.

“Todos os Blacks,” Sirius olhou para ele, “E os Lestranges. Os Malfoys - Narcissa e seu marido,
pelo menos. Não Andromeda, obviamente. Os ... os Goyle chegaram mais tarde. E os Notts. Os
Crabbes. Bartô Crouch estava visitando, ele é amigo do meu irmão.”

“Crouch?!” Moody pareceu surpreso. Dumbledore sorriu novamente, inclinando a cabeça,

"Esse seria Bartimus Junior, é claro."

"Sim," Sirius assentiu. "Pirralho idiota."

"Reunião grande, hein, Alvo?" Moody murmurou.

"Bastante. Por favor, Sirius, continue. "

“Então ... sim, tudo estava normal, de verdade. Normal para nós. Jantar, dançar. Coisas
esnobes. Eles…." Ele fez uma pausa, parecendo envergonhado, “Eles brindaram a Voldemort. Mas
eu não, professor, eu juro! Foi meio que uma brincadeira, nem sei o quão sério eles estavam
sendo. Papai estava um pouco bêbado.”

A expressão de Dumbledore não mudou. Sirius estava olhando para os próprios pés agora, e
continuou falando, cada vez mais rápido.

“Eu deveria falar com James às oito, então tentei escapar. Mas minha prima - Bellatrix - ela me
achou e me encurralou na biblioteca. Ela disse que eu estava quase na idade, era hora de começar a
levar mais a sério meu papel de herdeiro, deixar meus amigos para trás e crescer. Eu disse a ela
para ... bem, não foi muito legal. Ela chamou meus pais, Reg entrou também. E Crouch.

“Eu não estava preocupado, porque ... bem, todo mundo sabe que Bella é um pouco maluca, então
eu pensei que eles apenas diriam a ela para ficar fora disso. Mas eles não fizeram; eles ficaram do
lado dela. Papai disse ... ele disse que queria que eu o deixasse orgulhoso pela primeira vez. Eu
disse a ele que estava tentando, mas. Mas... "

Sirius parou para respirar. O silêncio foi uma agonia. Ele continuou.

"De qualquer forma. Eles queriam que eu jurasse lealdade a Voldemort. Eu pensei que eles estavam
brincando. Eles estavam falando todas essas coisas malucas, sobre nascidos trouxas e traidores de
sangue, e ... então Bellatrix me mostrou seu braço - ela tem uma tatuagem,” ele olhou para cima,
como se percebesse que essa informação era útil, “É a marca negra, senhor, o crânio e a cobra. Ela
disse que escolheu um lado e que era hora de eu escolher o meu. Eu disse não. Eu disse que não
tantas vezes.” Ele fechou os olhos, olhando para baixo novamente.

"E eles machucaram você, por isso?" Dumbledore perguntou: "Eles tentaram persuadir você?"

"Sim."

“Bellatrix fez isso?”

"Não."

"Sua mãe? Seu pai?"

A respiração de Sirius estava muito superficial, mas ele continuou. E assentiu.

"Eles se revezaram."

A Sra. Potter se levantou repentinamente e saiu da sala. Remus não a culpou. Seu desejo de quebrar
algo estava atingindo níveis críticos.
"Mas você conseguiu escapar?" Dumbledore perguntou, gentilmente.

Sirius acenou com a cabeça novamente,

“Depois de um tempo, devo ter parado de negar, porque ... bem, doía demais, eu não conseguia
dizer nada. Eles devem ter precisado que eu concordasse, porque me deixaram lá, me trancaram na
biblioteca. Mas há uma lareira lá, e pó de flu. Não sei, talvez eles quisessem que eu fosse
embora.” Ele parecia muito cansado agora. Mas a história foi contada e havia um ar de alívio.

"Obrigado, Sirius." Dumbledore disse, muito suavemente. “Foi de grande ajuda. Não vou atrapalhar
mais o seu Natal.” Ele se levantou, suavemente, e olhou para o Sr. Potter, "Sua oferta para abrigar
Sirius até ele atingir a maioridade ainda está de pé, eu suponho?"

"Tanto quanto quando ele tinha doze anos." Disse o Sr. Potter, endireitando as costas. Ele era uma
cabeça mais baixo que Dumbledore, mas naquele momento, Fleamont Potter era o homem mais
alto da sala.

"Excelente." Dumbledore acenou com a cabeça. "Verei vocês, meninos, em janeiro, então."

"Espere!" Sirius pulou, "Professor - e meu irmão?"

"Você acredita que Regulus está em perigo?"

“Er ... eu não acho que eles vão machucá-lo. Ele é bom em fazer o que mandam, ele só quer
agradar nossos pais. Mas eles vão fazer com que ele se junte a Voldemort, ele será marcado - ele
faz dezesseis no próximo ano, e-”

"Regulus quer ir embora?"

"Eu... não. Não como eu.”

“Então não podemos forçá-lo. Ele não está em perigo imediato. Sinto muito, Sirius.”

Sirius baixou a cabeça e voltou a sentar-se. Dumbledore saiu, silenciosamente, apertando a mão do
Sr. Potter. Moody saiu também, voltando para sua guarda do lado de fora do portão de entrada do
Potter. Remus o observou pela janela. Que homem muito estranho.

“Sr. Potter,” Sirius disse, educado de forma não natural, “Por favor, posso pegar um pergaminho
emprestado? Eu gostaria de escrever para Andromeda.”

"Claro, meu garoto." O Sr. Potter acenou com a cabeça. Ele conduziu Sirius e James para seu
escritório.

Remus ficou parado, sentindo que ele não era realmente necessário agora. Os Potters estavam lá
para apoiar Sirius; eles fariam o que fosse necessário. Ele, Remus, só era realmente útil quando
Sirius precisava de algum bom senso colocado nele (verbalmente, é claro), ou quando uma
pegadinha precisava ser resolvida. E haveria muito tempo para essas coisas, uma vez que essa
tempestade em particular passasse.

Mais uma vez, Remus desejou poder falar com Grant. Definitivamente havia uma cabine telefônica
na cidade; se ele quisesse, Remus poderia ligar para St. Edmund's, e a Diretora provavelmente
entregaria o telefone; ela não era uma carcereira. Mas Moody era, e Remus não gostava muito da
ideia de explicar por que ele queria fazer uma viagem para a vila no dia de Natal.

Ele fechou os olhos e tentou imaginar o que Grant poderia dizer. Puta merda! Provavelmente.
***

Eles foram para a cama cedo naquela noite. Não havia mais nada a fazer - James nem mesmo
sugeriu prática de vôo. Eles jogaram algumas partidas de xadrez indiferentes, mas todos estavam
bocejando tanto que no final foi ridículo tentar ficar acordado. Os meninos se amontoaram na cama
de James, até mesmo Remus. Ele tentou manobrar para que James acabasse no meio, mas Sirius
rastejou por cima deles e se jogou entre seus dois amigos.

"Abre espaço, Moony," ele sorriu, com uma cotovelada forte nas costelas.

Remus se manteve o mais próximo possível da borda. Tocar Sirius sob as cobertas, mesmo com o
dedo do pé, era totalmente impensável. Isso é estranho, ele pensou. Amigos não compartilham uma
cama. Mesmo melhores amigos. Isso é tão estranho ...

Ele tentou dormir. James começou a roncar e a respiração de Sirius se estabilizou. Remus
relaxou. Ele definitivamente podia imaginar o que Grant diria sobre isso. - Eu sabia que cês, garotos
de internato eram tudo viado! Remus não pôde deixar de rir um pouco, baixinho. Sirius rolou para
encará-lo, olhos abertos, bem acordado.

"Do que você está rindo, Moony?"

"Nada!" Remus sussurrou de volta, envergonhado. "Só não estou acostumado a compartilhar a
cama."

"Sim, o James ronca demais."

E é estranho, né?! Remus queria dizer, você não acha que somos estranhos??

"Mm." Foi tudo o que ele disse.

"Não consigo dormir." Sirius suspirou.

“Eu poderia chamar a mãe de James? Ela pode ter mais um pouco de poção. "

"Não quero mais poção." Sirius soava cansado e emburrado, como uma criança. Remus estava
feliz. Isso o tornava mais fácil de lidar.

"Bem. Então feche os olhos. " Ele instruiu.

“Eu fico pensando sobre o que aconteceu.”

“Oh. Desculpe."

"Não, não é assim, só quero dizer ... é estranho, mas enquanto eles estavam fazendo - antes de eu
meio que parar de pensar - eu estava pensando em você."

"Em mim?!"
"Sim. Eu estava pensando ... pelo menos agora eu sei como Moony se sente. Quando estávamos
pesquisando tudo aquilo para te ajudar na lua cheia, havia uma descrição em um dos registros,
escrita por uma bruxa que tinha licantropia. Ela disse que a dor da transformação era semelhante
à maldição cruciatus.”

“Ah. Eu nunca ouvi isso. Não acho que possa ser, acho que Cruciatus deve ser muito pior.”

"Talvez." Sirius concordou. “Mas ajudou um pouco. Eu pensei - se Moony pode fazer isso, eu
também posso”.

Remus não teve uma resposta adequada.

"Vá dormir, Sirius."

"Ok. Boa noite."

"Boa noite."

Ele esperou que Sirius adormecesse - apropriadamente, desta vez - então cuidadosamente se
levantou e voltou para sua cama.
Capítulo 83: Quinto Ano: Janeiro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Throw me a line, I'm sinking fast Jogue-me uma linha, estou afundando rápido

Clutching at straws - can't make it Agarrando-se a palhas - não consigo fazer isso

Havana sound we're trying Som de Havana, estamos tentando,

hard edge, the hipster jiving hard edge, o hipster jiving

Last picture shows down the drive-in A última imagem mostra o drive-in

You're so sheer - you're so chic; Você é tão puro - você é tão chique;

Teenage rebel of the week Adolescente rebelde da semana

-Virginia Plain, Roxy Music

Domingo, 4 de janeiro de 1976

O resto do feriado de Natal passou num borrão preto e branco. Os Potter organizaram uma pequena
reunião na véspera de Ano Novo, mas poucas pessoas compareceram. Muitos de seu círculo
próximo agora estavam trabalhando para Dumbledore, explicou a Sra. Potter, e ocupados com o
esforço da guerra. Fosse o que fosse. Seus amigos mais distantes ou tinham virado as costas para os
Potters (“nós somos traidores de sangue”, James orgulhosamente declarou) ou simplesmente
estavam com muito medo de se associarem.

Moody estava impassível sobre a Sra. Potter querer levar Sirius ao Beco Diagonal, mas ele
precisava de sapatos para começar o novo período letivo, então todos eles desceram para a aldeia
uma tarde. Lá, Sirius havia se apaixonado perdidamente por um par de Doc Martens pretos novos,
com cadarços amarelos brilhantes. Remus estava com muita inveja; seu próprio par havia sido
apenas uma imitação e se desfizera há muito tempo.

No caminho de volta da cidade, eles passaram por alguns punks - uma visão muito estranha nesta
pequena vila do interior, mas Remus supôs que haviam adolescentes por toda parte. Um deles tinha
uma fileira piercings prata na cartilagem de uma das orelhas. O outro tinha cabelos verdes.

A Sra. Potter havia proibido qualquer tintura de cabelo, mas na noite anterior ao início das aulas,
Remus cedeu depois de horas de súplicas de Sirius, e o ajudou a furar um de seus lóbulos da orelha
usando o alfineto do seu distintivo de monitor e uma batata. Sangrou - muito, mas Sirius estava em
êxtase.
Assim, ele se apresentou a Remus na manhã em que estavam partindo para Londres - havia
bagunçado o cabelo para aumentar o volume, jogou-o sobre um ombro para mostrar seu novo
brinco de ouro, ficou com as pernas separadas como um guitarrista, as mãos nos bolsos, grandes
botas pretas de couro.

"Perspectiva trouxa," ele sorriu para Remus, colocando um cigarro entre os dentes, "Como estou?"

"Como um idiota." Disse James.

“Como uma estrela do rock.” Remus disse, gemendo por dentro. Ele estava condenado.

Lupin havia pensado (na verdade esperava) que a experiência traumática de Sirius pudesse ter
esfriado seu ardor considerável por seu melhor amigo. Que pudesse fazê-lo perceber que – como
sua amizade era tudo o que teria – ele deveria concentrar suas energias em ser apenas um bom
amigo. Mas não. Sirius era um semideus, e Remus não podia fazer nada além de adorá-lo. Seu
pequeno idiota apaixonado, disse a si mesmo.

De qualquer forma, Remus estava feliz por estar voltando para Hogwarts, onde as linhas estavam
claramente traçadas e haviam exames nos quais se concentrar.

Sirius atraía olhares de todos em King's Cross. Não dos trouxas, mas dos bruxos - ou, mais
precisamente, das bruxas. Mary aproximou-se dele, seu par de botas de camurça turquesa com salto
estalando no chão e a deixando na altura dele.

"Olá, lindo!" Ela gorjeou e o abraçou com força, e Remus pôde ver a expressão em seu rosto por
cima do ombro dela. Ele parecia satisfeito.

Deve ser bom, depois de um momento difícil, segurar alguém assim em seus braços. Especialmente
alguém tão aberta emocionalmente quanto Mary. Remus permitiu que sua própria dor atingisse o
auge, depois diminuísse, lentamente, enquanto concentrava-se em sorrir e ouvir Marlene contar a
ele sobre o Natal dela.

A bordo do trem, eles entraram em seu vagão usual, e Remus ficaria eternamente grato a Lily, que
sugeriu que ele se juntasse a ela para patrulhar toda a extensão do trem algumas vezes.

“Você parecia estar precisando de um pouco de ar”, ela sorriu para ele.

“Sim, valeu. Muito cheio lá dentro.”

"De saco cheio depois do natal com os marotos, então?"

"Pode se dizer que sim."

"Pobre Remus." Ela ligou o braço ao dele, inclinando-se ligeiramente contra o menino. Era bom,
como um mini abraço. Ela tinha um corpo pequeno e macio. Talvez essa fosse a atração de todos
para com as meninas.

"Eu ouvi sobre Sirius," ela disse, muito baixinho. "Ele está bem?"

“Sim,” Remus assentiu, “Acho que sim. Como você descobriu?"

“Er ... Sev me disse, na verdade. Eu não acreditei nele, mas com base no novo visual de Sirius ...”

"Porra. Como ele sabia?”

Lily encolheu os ombros.


"Todo mundo sabe?"

“Só que ele foi expulso. E deserdado. Ninguém sabe o por quê.” Ela estava olhando para ele, e
Remus percebeu que ela queria que ele lhe contasse o porquê.

"É complicado." Ele disse: “Não acho que ele gostaria que todos soubessem”.

"Você é um bom amigo." Ela deu um tapinha no braço dele.

Sim, ele pensou, amargamente. Eu sou um ótimo amigo. Eu só penso em Sirius. A segurança de
Sirius. A felicidade de Sirius. As mãos de Sirius, o pescoço de Sirius, a boca de Sirius, Sirius me
jogando na cama e --- Pare. Não. Não é a hora. Puta merda.

“Ei!” Lily estava gritando, de repente, apontando para o longo corredor do trem em movimento,
"Se for você, Crouch, você vai se ver comigo ..."

Barty Crouch. O estômago de Remus revirou. Ele havia estado lá, na véspera de Natal. Moleque
nojento desagradável. O loiro de quatorze anos estava atormentando algumas garotas do primeiro
ano, levitando suas mochilas sobre suas cabeças. Lily, sempre destemida, marchou, o ameaçando
com detenção, perda de pontos, até mesmo algumas azarações. Ele zombou dela, mas deixou cair
as malas.

"Barty, o que você - oh." A porta do compartimento mais próximo se abriu e Regulus Black
apareceu. Seus olhos se estreitaram para Lily, "O que você quer, Evans?"

"Não há necessidade de ser tão rude", ela resmungou. Lily ergueu uma sobrancelha para Crouch,
“Fique longe de problemas, ou eu falarei com Slughorn. Você já está sob gelo fino e sabe
disso. Vamos, Remus’’ - ela olhou para Lupin, que ainda estava um pouco atrás, na esperança de
evitar cumprir seu dever de monitor.

A cabeça de Regulus girou com rapidez, ele olhou para Remus e toda sua arrogância
desapareceu. Ele parecia muito mais jovem.

"Lupin." Ele disse, rigidamente.

Remus apenas assentiu. Regulus abriu a boca uma ou duas vezes. Ele obviamente queria
perguntar. Remus queria bater nele. Mas não na frente de Lily. Se lembrou da preocupação
desesperada de Sirius com seu irmão e viu isso refletido nos olhos de Regulus.

"Ele está bem." Remus deixou escapar.

Regulus piscou, acenou com a cabeça, então voltou para seu vagão, batendo a porta. Barty coçou a
cabeça em choque, parecendo muito confuso.

***

Quinta-feira, 15 de janeiro de 1976


Quando o segundo semestre começou, Remus percebeu que não precisava se preocupar tanto. Ele
nem mesmo teve que tentar evitar Sirius. Os NOMs estavam chegando agora, seu início
programado para maio, e se os alunos do quinto ano pensassem que sua carga de trabalho havia
sido pesada durante o primeiro semestre, o pior com certeza ainda estava por vir.

Remus combateu esse estresse adicional gastando todas as horas livres que podia na biblioteca ou
na sala comunal aperfeiçoando seus feitiços práticos. Na terceira semana, ele descobriu que havia
se tornado o líder não eleito de uma espécie de clube de revisão e lição de casa - um grupo de
alunos do quinto ano, e até mesmo alguns alunos mais jovens, começaram a procurá-lo para obter
dicas ou conselhos sobre seus próprios deveres..

"Lupin! Como são os movimentos que você faz para feitiços de locomotiva? Eu continuo
errando...”

“Remus, Remus, é 'Apar-E-cium' ou 'A-PAR-ecium’?”

“Ei, Lupin, você pode me mostrar como você fez essa linha do tempo, de novo? Eu continuo
esquecendo…"

Remus fingiu que achava a coisa toda uma obrigação enorme, mas estava secretamente
emocionado. Ele era bom em alguma coisa. Os marotos - quando viram o grupo - acharam hilário e
começaram a chamá-lo de 'professor'.

Um aluno em particular havia começado a se juntar a ele para sessões regulares de estudo - um
grifinório do quarto ano chamado Christopher Barley. Ele era quieto e estudioso, com olhos
escuros sérios e dedos longos e finos. Era tímido, mas quando Remus disse oi a ele, o menino deu
um sorriso incrível, que iluminou todo seu rosto.

Remus percebeu, depois da terceira ou quarta vez que esbarrou em Christopher em algum lugar do
castelo 'por coincidência', que o garoto mais novo tinha uma queda por ele. Estou ficando melhor
nisso, pensou ele, culpado. O sentimento, infelizmente, não era mútuo. Remus ficou lisonjeado, é
claro - era difícil não ficar - mas ele não conseguia reunir nenhum sentimento além de simpatia por
Christopher. Nenhum deles era corajoso o suficiente para dizer qualquer coisa, o que era bom.

Além disso, Remus tinha seus deveres como monitor, que pareciam se multiplicar a cada
semana. Depois que um monitor da Lufa-Lufa (e nascido trouxa) foi enfeitiçado antes do Natal
durante uma patrulha noturna, e não foi encontrado até de manhã, os chefes de cada casa exigiram
que os monitores patrulhassem em pares o tempo todo.

Essas patrulhas tinham se tornado uma farsa noturna para Remus, já que ele passava a maior parte
do tempo tentando direcionar Lily para longe de onde os outros três marotos estivessem
trabalhando em algum plano nefasto. Isso havia funcionado na maioria das vezes.

O problema era que, desde o Natal, James e Sirius se tornaram mais ousados do que
nunca. Armados com o mapa do maroto e a capa da invisibilidade, eles navegavam pelo castelo
como dois piratas, pilhando e devastando. Várias vezes, Remus voltava da patrulha e não os
encontrava em suas camas - apenas para ver os dois garotos voltarem uma hora depois, rindo e
cheios de bravatas, contando a ele como quase foram pegos dessa vez, quase.

O Quadribol também os mantinha ocupados e separados de Remus. A partida contra a Sonserina


havia sido a primeira do ano e resultou em um empate, o que significava que ambas as casas
estavam competindo implacavelmente pela taça. Com James agora no comando, o time da
Grifinória estava treinando duas vezes mais por semana, e Potter arrancava Sirius da cama para
correr todas as manhãs.
Na verdade, entre o desejo de Remus de estudar, seu grupo de discípulos e seus deveres como
monitor, seu escasso tempo livre quase nunca parecia coincidir com o de seus amigos. Ele mal os
via na hora das refeições, ou antes de dormir - exceto por Peter, cuja única atividade
extracurricular era sua namorada.

Então, foi uma surpresa quando em uma noite em meados de janeiro Remus esbarrou em
Sirius. Era uma patrulha de rotina, a última da semana de Remus e Lily. A lua cheia chegaria em
dois dias, e Remus astuciosamente manipulou as rotas para evitar essas noites. Ele se ofereceu para
assumir o controle e planejamento de quais monitores fariam o que - e o resto deles haviam ficado
obviamente aliviados. Todos eram bons em seus trabalhos, é claro, com um forte senso de justiça e
imparcialidade, combinado com a coragem de fazer a coisa certa - mas poucos Grifinórios queriam
lidar com a parte administrativa. Remus aproveitou essa oportunidade, e até agora ela o serviu
bem.

"Vamos lá", disse Lily, enquanto desciam o lance de escadas da torre de Astronomia - geralmente
um ponto de encontro para atividades após o toque de recolher, esta noite estava deserto - "Os
principais ingredientes de uma poção calmante, liste eles."

"Err ..." Remus bufou, enquanto seu quadril estalava no último degrau. Ele estava feliz por ter
muita energia pouco antes da lua, "Moscas de outono, orvalho de um campo de trevo, água do mar
e ... hum ..."

"Ah, qual é, Remus!" Lily suspirou, exasperada, "Isso é coisa do quarto ano!"

"Eu sei, mas eu nunca consigo me - espere, você ouviu isso?"

"O que?"

"Sh!"

Tinha certeza que havia ouvido um suspiro, ou um arquejo, e agora, no silêncio perfeito, ele estava
ciente de que podia ouvir mais dois batimentos cardíacos próximos, batendo forte. E o cheiro de
outra coisa, algo excitante e inebriante. Ele puxou a tapeçaria mais próxima, levantando sua
varinha.

“Lumos!”

"Merda!"

"Mary!" Lily engasgou.

"Moony!" Sirius disse.

"O que vocês dois estão fazendo?!" Lily disse, imediatamente adotando sua voz autoritária, que
Remus pensou ser assustadoramente parecida com a de McGonagall.

"Não consegue adivinhar, Evans?" Sirius piscou para ela. Seus braços ainda estavam protetores em
volta da cintura de Mary, seu cabelo estava caído para a frente desordenadamente e sua boca estava
mais vermelha do que o normal. A blusa de Maria estava desabotoada quase até o umbigo e ela
tentava se cobrir às pressas.

"Devíamos dar a vocês dois detenção," Lily ergueu uma sobrancelha para sua amiga,

"Oh, seja legal, Lily," Mary adulou, com um sorriso suave nos lábios, "Todo mundo faz isso, só um
pouco de diversão."
"Bem ... como esta é a primeira vez," Lily cedeu, "Vamos, estamos voltando para a Torre agora de
qualquer maneira."

"Mais cinco minutos?" Sirius perguntou, atrevido, para o horror de Lily. Mary riu e deu um tapa de
brincadeira nele.

"Travesso!" Ela riu, abotoando a camisa. "Vamos lá, não é como se nada mais fosse acontecer esta
noite."

Os quatro voltaram para a sala comunal da Grifinória juntos, as garotas rindo e sussurrando juntas,
ocasionalmente lançando olhares furtivos para Sirius, antes de explodirem em risadas
novamente. Sirius adorava isso, caminhando com uma arrogância exagerada, colocando seu cabelo
comprido atrás da orelha e piscando para elas quando olhavam. Ele tentou chamar a atenção de
Remus algumas vezes, como se quisesse contar uma piada, mas Remus continuou olhando para
frente e não disse nada.

"Tudo bem, Moony?" Sirius perguntou, quando eles estavam todos em suas camas e ainda não
haviam se falado. Ele parecia um pouco preocupado agora. Ótimo, pensou Remus.

"Sim." Remus respondeu, rolando e fechando os olhos.


Capítulo 84: Quinto Ano: Sentimentos Feridos
Chapter Summary

Aviso!!!
Menção de homofobia

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
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Segunda-feira, 18 de janeiro de 1976

Remus Lupin não tinha absolutamente nenhum interesse na Floresta Proibida em qualquer outra
época do mês. As aulas de Trato das Criaturas Mágicas tinham lhe dado um respeito saudável pelos
animais que viviam lá, e ele estava inclinado a não se aproximar deles.

O lobo claramente sentia o contrário. James e Sirius - ou melhor, Prongs e Padfoot como eram
agora conhecidos - tiveram poucos problemas em conduzir o lobisomem da Casa para a escuridão
de veludo verde da floresta. As memórias de Remus das luas cheias estavam melhores do que
nunca - mas ainda não exatamente humanas e, portanto, menos completas. Ele se lembrava de
cheiros, formas, ruídos e até sabores, às vezes.

“Não podemos impedir você de perseguir coelhos se quiser perseguir coelhos,” James deu de
ombros, quando Remus acordou naquela manhã angustiado com o sangue em sua língua. "Você
parecia muito feliz com isso na hora."

"Foi muito divertido," Sirius disse, lambendo os próprios lábios.

"Você estava me encorajando!" Remus acusou, puxando a calça por baixo do cobertor. “Você
deveria ser mais racional, já que tem autocontrole!”

“Sim,” Sirius deu de ombros, “Mas quando sou um cachorro, sou um cachorro. É o que fazemos.”

Sirius era assim. Todo diversão e nenhuma responsabilidade.

“Não se preocupe, Moony,” James bocejou, “Nós nunca deixaríamos você machucar uma
pessoa. E você se divertiu, eu juro.”

Ele não precisava que James lhe dissesse isso. Por mais que o Remus humano preferisse
permanecer indiferente, e se separar daqueles instintos básicos que o lobo representava, ele não
podia esperar pela próxima lua.
"É melhor vocês irem", ele bocejou de volta, "Veja se conseguem dormir um pouco antes do café
da manhã."

"Sim, tudo bem," James acenou com a cabeça sonolento, "Até mais, Moony."

"Tchau Prongs."

'Prongs' fora uma ideia de gênio tida em uma tarde, quando Peter esqueceu a palavra para
'chifres'. Todos eles riram tanto que o nome pegou. Remus não tinha certeza de onde 'Padfoot' tinha
vindo. Provavelmente uma piada interna entre James e Sirius. De qualquer forma, fazia sentido, e
eles haviam se acostumado com seus novos nomes confortavelmente, selando-os no mapa do
maroto.

Madame Pomfrey deu uma olhada nele quando ele chegou, então apenas o mandou embora.

“Eu nem preciso mais da maca”, ela se maravilhou, “e você está uma boa cor nas
bochechas. Descanse esta manhã, mas se você estiver com vontade, pode também assistir às aulas
da tarde.”

Ele se sentiu péssimo por mentir para ela sobre o motivo de sua recuperação milagrosa, mas não
havia como evitar.

Remus conseguiu dormir o resto da manhã e acordou um pouco cedo para o almoço. Ele desceu
para a sala comunal para se sentar perto de uma janela aberta e fumar enquanto repassava suas
notas de história para a tarde. Considerando todas as coisas, ele pensou consigo mesmo, além do
problema de Sirius, a vida estava indo muito bem.

Sirius havia lhe pedido desculpas sobre o incidente na Torre de Astronomia - Remus suspeitava
que isso era resultado de uma conferência com James.

"Desculpe, Moony, eu deveria ter checado com você, ou usado o mapa ou algo assim, eu sei
que você odeia toda aquela coisa de garotas, e sei que você fez muito para nos manter longe de
problemas este ano ..."

Remus fez uma grande encenação sobre estar ponderando sobre seu pedido de desculpas, então
perdoou seu amigo, porque qualquer outra coisa seria altamente suspeita. Ele ficou mortificado
quando até mesmo Mary veio oferecer suas próprias desculpas e ele resmungou que não havia se
importado nem um pouco.

Ele gostava de Mary. Não queria se sentir assim sobre ela; nada disso era culpa da menina,
exatamente. E, como James costumava dizer, Sirius merecia um pouco de diversão, considerando o
ano que estava tendo.

"Oi, Remus!" Uma pequena voz interrompeu seus pensamentos. Ele percebeu que não tinha sequer
dado uma olhada em suas anotações ainda, e seu cigarro tinha queimado até o fim, sem ter fumado.

"Oi, Christopher," Remus assentiu, franzindo a testa enquanto limpava a cinza da manga. "Tudo
bem?"

“Sim,” o menino mais novo sorriu e pulou para se juntar a ele no assento da janela. Ele era menor
do que Remus - mas todo mundo era. "O que você está fazendo?"

"Revisando história." Remus disse, entre dentes enquanto acendia outro cigarro.

"Legal!" Christopher sorriu. Remus ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. "Eu não vou
incomodar você, então." Christopher disse, esperançoso. "Se você estiver ocupado."

"E você?" Remus perguntou, não querendo ferir seus sentimentos. Havia mágoas suficientes no
mundo e ele se recusava a ser responsável pelas de mais alguém, exceto as suas.

“Hum, bem, nada realmente. Fim de semana vamos para Hogsmeade, no próximo.”

"Sim, eu sei," Remus se mexeu desconfortavelmente onde estava sentado. Certamente Christopher
não seria tão descuidado a ponto de convidá-lo para sair?! Ele teria que cortar pela raiz de uma vez,
"Eu, er ... eu vou com meus amigos, sabe."

"Oh, certo. Er ... James Potter e Sirius Black e aquele outro ...”

"Mm."

Ele poderia dizer que Christopher - como a maioria dos Grifinórios mais jovens - oscilava entre a
admiração e o medo no que diz respeito aos Marotos. Eles eram simplesmente tão ousados
e tão bem-sucedidos que era intimidante.

"Bem, eu só estava pensando, só isso." Christopher pigarreou, "Você sabe como estávamos falando
sobre aquele novo livro de Aritmancia, pensei que poderíamos ver se algum lugar já estava
estocando."

"Desculpe, Christopher," Remus disse, o mais gentilmente possível, "Eu realmente estou ocupado
... er ... talvez outra hora?"

"Ok. Sim claro…"

Christopher parecia desanimado. Remus se sentiu mal, mas o que mais ele poderia fazer? E
realmente tinha planos - não com os marotos, na verdade; ele tinha outro telefonema planejado
com Grant. Após o incidente com Sirius e Mary, Remus rabiscou apressadamente um pedido para
falar com Grant e o enviou para a Diretora na manhã seguinte. Agora se arrependia um pouco,
depois de ter se acalmado um pouco - mas ainda estava ansioso para falar com Grant, se pudesse.

“Olá, Moony!” Sirius veio saltando pela sala comunal depois de passar pelo buraco do retrato. Ele
se encostou na parede ao lado de Remus e Christopher, sorrindo aquele sorriso de Sirius Black.

"Oi Padfoot," Remus sorriu de volta - ele esperava não estar olhando para Sirius como Christopher
o olhava. Isso seria constrangedor.

"Então, fiz uma aposta para mim e para o Prongs," Sirius começou, ignorando completamente
Christopher, que se levantou e murmurou um adeus, antes de sair apressado. Sirius não perdeu
tempo antes de ocupar o espaço vazio no assento da janela, "Quantos pelúcios precisaríamos para
encontrar o diadema perdido de Rowena Ravenclaw?"

"Que porra é um diadema?" Remus sorriu.

"É como uma coroa." Sirius roubou o cigarro recém-aceso de Remus e o levou aos lábios. Remus
teve que lutar para não gemer com a visão. Ele simplesmente pegou um terceiro cigarro.

"Por que", disse ele, inspirando profundamente, "Você e James querem uma coroa?"

“Não sei,” Sirius deu de ombros, “Encontrar um tesouro parece uma caça ao estilo dos marotos. Ei,
o que aquele garoto queria? "
"Christopher."

"Ah, ele está no seu fã-clube?"

"Grupo de Estudos."

“Pfft. O que ele queria?"

"Ele estava me chamando para sair," Remus respondeu secamente. Olhando pela
janela. Aparentemente não foi seco o suficiente - quando ele olhou de volta para Sirius, sua boca
estava aberta. Oh Deus, a boca de Sirius. "Piada, Padfoot," Remus disse, com um sorriso de
lado. Ele finalmente tinha aperfeiçoado seus sorrisos sarcásticos.

Sirius bufou.

“Boa, Moony. Achei que você estava sendo sério.”

Remus considerou dizer 'não, você é Sirius', mas aquela piada já se esgotara desde o primeiro ano e
só ganharia um soco no braço. Ele se contentou com um encolher de ombros e mais uma tragada no
cigarro.

“Mas se você quer sair com alguém,” Sirius disse, astutamente, “Com quem iria? Lily ou
Marlene?"

"Cala a boca." Remus revirou os olhos.

"Você está certo," Sirius continuou, coloquialmente, "Lily está comprometida - quero dizer, ela não
sabe que está comprometida, é claro ... então Marlene será! Hogsmeade no sábado?”

"Você está me chamando para sair em nome de Marlene?"

"Talvez."

"Não."

"Posso fazer com que ela mesma convide você para sair, se quiser, só pensei que você diria sim
para mim."

Eu diria sim para você. Remus pensou, pateticamente.

"Marlene não está interessada em mim." Ele disse. Ele havia decidido que isso era melhor do que
dizer ' Não estou interessado nela ' - porque é claro que isso apenas provocaria a pergunta 'por que
não?'

“Claro que ela está, vocês são amigos, não são? De qualquer forma, você tem que vir, estamos
fazendo isso para apoiar James.”

"Agora James está envolvido." Remus apagou o cigarro e se levantou, colocando suas anotações de
história na bolsa. Elas obviamente não seriam mais lidas agora. "Almoço?" Ele disse.

"Sim." Sirius assentiu, jogou seu próprio cigarro pela janela e se levantou. Eles se dirigiram para o
buraco do retrato. "Sim, James está envolvido," continuou Sirius, enquanto caminhavam para o
Salão Principal. “Todos nós precisamos estar presentes - e idealmente unidos - para que ele possa
convidar Evans para sair.”

"James convida Lily para sair uma vez por semana."


"Verdade," Sirius acenou com a cabeça, "Mas desta vez ele tem um plano."

"Oh?"

“Ele tem uma música e tudo.”

“James escreve músicas?!” A máscara de Remus caiu por um momento em surpresa genuína.

"Bem," Sirius lambeu os lábios, "posso ter dado uma mão a ele ... de qualquer maneira, todos nós
precisamos ter encontros, para plantar a ideia na mente dela. Como aquela coisa de psicologia
trouxa. "

"Por mais que eu adorasse ver James fazendo papel de idiota em nome do amor verdadeiro,"
Remus riu, "Estou ocupado no sábado."

"Fazendo o que?"

"Não é da sua conta,"

"Olha, Moony," Sirius suspirou, "É por isso que as garotas não se cansam de você, tão misterioso."

Remus não tinha certeza se Sirius estava fazendo uma piada cruel, então ele deixou pra lá. Eles
caminharam em silêncio por um tempo. "Ei, Moony?" Sirius começou novamente.

"Sim?"

"Você gosta de Mary?"

"O que?!"

Eles pararam do lado de fora do refeitório, e Remus se virou para encarar Sirius em estado de
choque. Sirius parecia envergonhado, brincando com seu brinco,

“Bem, você tem estado um pouco ... afastado desde que começamos a sair. E eu quase não vi você
desde o, er ... o fiasco da tapeçaria.”

Remus bufou.

"Não. Eu não gosto de Mary.”

"Ok, bom," Sirius sorriu para ele. "Então você vai ser o par de Marlene?"

"Ainda ocupado, desculpe."

***

Sábado, 31 de janeiro de 1976


Lembrando que a última vez que ele tentou fazer uma ligação particular, ele foi seguido, Remus
pediu emprestada a capa de James para a viagem para Hogsmeade. Bom e velho James - você pode
contar com ele para não fazer um monte de perguntas. Especialmente quando ele está distraído por
seus nervos ao convidar Lily para sair.

“Sim, 'claro, Moony', claro ...” ele murmurou, olhando para si mesmo no espelho, “Está embaixo
da cama. Ei, você acha que meu cabelo precisa de um corte? Parece um pouco desarrumado? "

“Está desarrumado,” disse Remus, de debaixo da cama, “Mas um corte não vai ajudar. Não se
preocupe, as meninas acham que é encantador.”

"Sim? Sim você está certo…"

"Você já a convidou para sair antes," Remus disse, emergindo com a capa e tirando a poeira de
suas vestes, "Por que você está nervoso?"

"Porque estou muito louco por ela." James respondeu, sem perder o ritmo. "Você sabe quando você
simplesmente não consegue tirar ela da sua mente, e na sua cabeça tudo é ótimo, e tudo está indo
do jeito que você quer - mas então lá está ela, na sua frente, e ... bem, tudo vai para a merda,
porque ela é muito mais espetacular na vida real, sabe? "

"Sim." Remus resmungou, mexendo no tecido da capa da invisibilidade enquanto Sirius saía do
banheiro.

No vilarejo, Remus desejou boa sorte a James antes de desaparecer no toalete do Três Vassouras,
jogando a capa e saindo novamente. Desta vez, ele foi capaz de chegar à velha cabine telefônica
trouxa exatamente na hora certa e digitou o número com entusiasmo.

“Oi oi, feliz ano novo e tudo mais,” a voz de Grant sacudiu o fio. Remus sorriu,

"Feliz Ano Novo! Eu tinha um cartão para você, mas nunca o enviei. Desculpe."

"Cê só tem que lembrar do meu aniversário."

“Oh! Er, ok, quando é? "

Grant latiu de tanto rir,

“Estou brincando, bobinho. Eu nunca te mandei nenhum cartão também.”

"Oh!"

"Cê ainda tá muito sério, então."

“Sim,” Remus riu, “Acho que sim. Como você está?"

"Uma merda." Grant respondeu, sua voz ficando ligeiramente alta enquanto ele inspirava - Remus
adivinhou que ele estava fumando. “Terrível, na verdade. Mas num’é pra se preocupa’. Meu
problema."

“Não, me diga, continue. Posso ajudar.”

“Só a Diretora. Num se preocupa’. Ei, como tão as coisa com o seu amante mauricinho? Já
superô?"

"Não." Remus suspirou, "Está pior."


"Sim, achei que fosse piora’ mesmo."

"Você disse que não iria durar!"

"Menti para cê si’ sentir melhor."

Remus não pôde deixar de rir. Graças a Deus ele tinha Grant.

"Sinto que estou enlouquecendo." Ele disse, sussurrando ao telefone os segredos que não era capaz
de dizer em voz alta. “Eu sinto que vou fazer uma loucura. Ele é tão…"

"Seja cuidadoso." Grant avisou: "Lembra o que eu disse."

"Sim," Remus suspirou novamente. "Então, como foi seu Natal?"

"Porcaria. Tinha que ir pra casa da minha avó, mas vovô cancelou no último minuto. Não queria
que seu neto bichinha fizesse vergonha na frente dos vizinho. Da próxima vez que eu ver ele, vou
usar um vestido.”

"Desculpe, Grant." Remus disse baixinho, sentindo-se ainda pior por não ter enviado o cartão.

“Aww cala boca,” Grant respondeu, e Remus pôde perceber que ele estava sorrindo, “Como eu
disse, é meu problema. Ei, talvez eu não fique aqui por mais tempo. Eu tô er ... provavelmente vô
cê mudado de luga’. Não tenho exatamente ido à escola...”

"Para onde você vai?!"

"Num sei. Acho que cansei de abrigos. Talvez vô para Londres, tenho uns amigos lá.”

"Como vou encontrar você?"

"Puta merda." Grant disse: “Esqueci como cê era doce. Me dá teu endereço e vô me esforçá para
escrever?”

"Eu ... não posso." Remus sentiu um rasgo horrível por dentro. “Eu realmente sinto muito, eu
gostaria de poder, eu realmente quero ... minha escola não é realmente um tipo de escola normal e
... bem, não é possível.”

"Bem. É isso então.” Grant respondeu.

***

Remus marchou de volta para a vila com o coração pesado. Toda aquela obsessão por Sirius havia
dado em nada, e agora ele corria o risco de perder alguém tão importante quanto. Alguém que
realmente gostava dele também. Aparentemente Remus apenas ficava interessado em pessoas que
não poderia ter. Ele iria procurar feitiços localizadores, o mais rápido possível, decidiu. Não iria
perder Grant assim.
Ficou levemente animado ao entrar no Três Vassouras ao ver Snape sentado em um canto, sozinho,
olhando ao redor. Remus voltou direto ao toalete, removeu a capa e saiu, tendo a certeza de que
chamaria a atenção de Severus. O garoto sonserino quase caiu do banco do bar de surpresa. Remus
sorriu maliciosamente enquanto caminhava para se juntar aos amigos.

Eles estavam todos lá - Peter e Desdemona, Sirius e Mary, Marlene, James e Lily. Lily parecia
muito rosada, mas muito presunçosa, e James estava olhando para o fundo de seu copo vazio. Ele
estava ensopado e tinha um cheiro adocicado. Evidentemente, a serenata não tinha ido bem.

"Moony!" Sirius explodiu, convidativamente, "Você perdeu toda a diversão!"

“Sim, desculpe,” Remus sorriu para todos educadamente, puxando sua própria cadeira. Sirius
acenou para a garçonete bonita pedindo outra cerveja amanteigada. "Er ..." Remus olhou para
James e depois para Lily. "Como estão todos?"

Peter soltou uma risadinha estranha e aguda, então tapou a boca com a mão. Sirius ergueu uma
sobrancelha.

"Oh, muito bem, Moony, muito bem ... Eu só estava dizendo, já faz um tempo que os marotos não
pregam uma peça de verdade."

"Você colocou bombas de fedor debaixo do tapete na sala comunal da Sonserina na semana
passada." Disse Lily.

"E ontem você inverteu as lentes de todos os telescópios da Torre de Astronomia." Marlene disse.

"E você disse que amanhã você estava planejando-" Mary começou, mas Sirius revirou os olhos,

"Sim, sim, mas essas coisas são brincadeira de criança." Ele disse, decididamente. “Além disso,
éramos só eu e James brincando. Uma brincadeira de maroto adequada precisa de nós quatro.”

“Remus não quer se juntar às suas brincadeiras idiotas,” disse Lily.

"Sim eu quero." Remus respondeu - em parte porque ele estava de mau humor e se sentia a fim de
contrariar, em parte por solidariedade ao pobre James, que tinha cerveja amanteigada pingando da
ponta do nariz.
Capítulo 85: Quinto Ano: Bombas de Bosta e Armários de Vassoura
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

She's like a live bombshell,

Like a flash out of hell!

And when she's shaking her - ooh!

Everyone fell

at her feet

And that's neat

and she took me complete-ly

By surprise with her ultrasonic eyes

That were flashing like hysterical danger signs!

That said ‘beware where you tread’,

Or you'll go out of your head!

Look out!

She's a hell raiser, star chaser, trailblazer

Natural born raver, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah

She's a hell raiser, star chaser, trailblazer

Natural born raver, yeah, yeah, yeah

Look out!

- Hellraiser, The Sweet

Segunda-feira, 23 de fevereiro de 1976

Para começar, era uma pegadinha simples - bombas de bosta à moda antiga. Mas o bom humor de
Sirius com a perspectiva de todos os quatro marotos trabalhando juntos novamente, significava que
a ideia continuou crescendo e se expandindo, até que, de alguma forma, se tornaram quatrocentas
bombas de bosta, um feitiço de atraso temporal e todos os quatro fora da cama após o toque de
recolher.

Eles já haviam adiado por tempo suficiente. Mesmo que Remus concordasse em deixar de fazer o
dever de casa por uma noite, eles teriam que reunir os materiais (ele não perguntou de onde eles
conseguiram quatrocentas bombas de bosta. Melhor não saber), e então encaixar entre o plano
entre os treinos de quadribol e as patrulhas como monitor. Então veio a lua cheia. Ao todo, a
primeira noite em que todos estiveram disponíveis acabou sendo no final de fevereiro.

"Faz tempo!" James sorriu enquanto desaparecia sob a capa.

A habilidade de Peter de se transformar em um rato era incrivelmente útil, especialmente quando


ele podia encolher e descansar no ombro de James sob a capa da invisibilidade. Infelizmente, por
mais altos que fossem agora, três ainda era muito para caber corretamente.

"Vocês dois usem a capa," Remus suspirou, puxando-a depois de tentar se agachar o suficiente para
que não mostrasse seus tornozelos, "Vou mostrar meu distintivo de monitor se alguém perguntar o
que estou fazendo."

“Mas acaba com toda a diversão.” Sirius reclamou, ligeiramente abafado sob o tecido.

“Tenho certeza de que você ainda encontrará uma maneira de se divertir,” disse Remus. "Vamos
lá.”

Eles deixaram o dormitório e desceram as escadas para deixar a Torre da Grifinória. Remus teve
que andar devagar para que os outros pudessem acompanhá-lo, mas ele estava ansioso para acabar
logo com isso. Foi uma boa ideia e tudo mais - mas ia levar a maior parte da noite se eles
quisessem todas as suas bases cobertas, e ele acordaria cedo na terça-feira.

"Oi, Remus!"

Assim que dobraram uma esquina, eles esbarraram em Christopher. Isso estava ficando
ridículo. Para onde quer que ele se virasse, se Snape não estava olhando para ele, então Christopher
estava. Remus se recompôs e sorriu amplamente, profundamente consciente de que os três marotos
estavam atrás dele, invisíveis.

"Olá, Christopher, como vai?"

"Bem!" O menino respondeu, encantado: "Eu estava indo para a sala comunal, quer de jogar
xadrez?"

"Er ... desculpe, estou em patrulha." Remus bateu em seu distintivo de metal.

"Oh, certo. Onde está Lily, então? "

"No banheiro." Ele disse, rapidamente. "Estou apenas esperando por ela."

"Vou esperar com você!" Christopher sorriu. Remus lutou contra a vontade de dar um tapa na testa
em descrença.

"Oh, não", ele riu, tentando manter seu tom amigável, "Não, vá para a sala comunal ... é quase
toque de recolher, eu não quero ter que lhe dar uma detenção!"

"Oh, ok então." Christopher assentiu. Remus sempre o desapontava. “Vejo você mais tarde,
talvez? Esqueci de dizer que estou tão animado com a sua festa!”
"Minha o quê?!"

Houve um gemido baixo de aborrecimento logo atrás de Remus. Felizmente, Christopher não
pareceu ouvir.

“Sua festa de aniversário! Mal posso esperar, não pude ir à festa de Sirius Black em novembro,
tinha uma redação de Poções para entregar, mas este ano vou me certificar de tirar tudo do
caminho!”

"Ótimo," Remus respondeu, levantando o polegar. Vá embora, pelo amor de Deus! "Vejo você lá,
então."

Christopher saltitou, bastante feliz. Remus sorriu e se virou para os garotos invisíveis por cima do
ombro.

"Minha festa, hein?"

“Era para ser uma surpresa!” James sussurrou.

“Quem é aquele idiota, afinal?!” Sirius perguntou.

"Deixa ele em paz," Remus resmungou, "Ele só é amigável."

"Um professor tão benevolente." James riu. "O próximo passo é ele começar a trazer maçãs para
você."

"Bem, um de vocês deveria dizer a ele que eu prefiro chocolate, então," Remus respondeu,
despreocupado, enquanto eles avançavam pelo corredor

Eles distribuíram as bombas de bosta o mais rápido que puderam, e Remus executou o
encantamento de atraso temporal - algo com que ele vinha brincando há algum tempo. O truque era
garantir que as bombas de bosta estivessem espalhadas igualmente por todo o castelo, a fim de
causar o máximo de caos.

“Eu espacei os tempos em intervalos de uma hora,” Remus explicou calmamente, “Eu acho que
Filch deve levar cerca de uma hora para limpar a primeira parte, então assim que ele terminar a
segunda irá explodir ... então a terceira.”

"Nunca mais vamos tirar sarro de você, Moony," Sirius prometeu. "Você é uma lenda do caralho."

"Sim, contanto que ninguém saiba que fui eu." Ele riu: “Tenho que manter minha reputação”.

"Ooh sim, não podemos deixar o pequeno Christopher descobrir que seu herói é um menino mau,
podemos?"

Remus deu-lhe uma cotovelada forte na lateral.

"Se apressem", disse Peter - agora humano -, torcendo as mãos, "prometi que tentaria dizer boa
noite a Dezzie antes do toque de recolher ... podemos colocar no andar da Corvinal a seguir?"

"Ah, o amor jovem," James riu, "Dando um beijo de boa noite em sua namorada enquanto seus
amigos fazem armadilhas bem onde ela vai sair..."

“Ela acha engraçado,” Peter deu de ombros, levemente rosado.

"Ei, Pete, até onde você chegou com Desdêmona, afinal?" Sirius perguntou bruscamente.
Peter piscou descontroladamente algumas vezes. Ele não estava acostumado a ser abordado por
Sirius - que ultimamente vinha fazendo todo tipo de pergunta desde o início de seu relacionamento
com Mary. Remus teve a impressão de que Sirius via tudo como uma extensão da competição de
amassos.

"Err ... o que você quer dizer?"

"Sabe," Sirius continuou, fazendo malabarismos com algumas bombas de bosta descuidadamente,
"Por cima ou por baixo das roupas, acima da cintura ou abaixo do..."

"Nada disso!" Peter estava vermelho brilhante agora. "E ... não é da sua conta, de qualquer
maneira."

"Ah, qual é, vou te dizer o quão longe eu cheguei com MacDonald."

“Eu não quero saber -”

"Ela me deixou tocar-"

“Ok, terminei!” Remus disse alto. “Próxima parada, Corvinal!”

Demorou quase mais uma hora e já havia passado do toque de recolher quando terminaram tudo.

"Em retrospecto," James bocejou, "deveríamos ter começado colocando mais longe da sala
comunal e fazendo nosso caminho de volta."

Remus acenou com a cabeça sonolento.

“Mas nós conseguimos!” Sirius aplaudiu. "Os marotos estão de volta!"

“Nós nunca fomos a lugar nenhum,” Peter murmurou. Ele ainda estava aborrecido por ter sido
colocado no holofote mais cedo.

Eles estavam na metade do caminho quando Remus sentiu o cheiro da Sra. Norris. Ele silenciou os
outros, e Peter rapidamente se transformou em um rato, mais por nervosismo do que qualquer outra
coisa. James estava levantando a capa para cobrir todos eles, quando o gato apareceu, miando
desdenhosamente para eles. Sirius, ainda cheio de energia, piscou para James,

"Olha isso!" e se transformou em um cachorro. Ele latiu três vezes, e a Sra. Norris deu meia-volta e
saiu correndo. Sirius voltou, rindo histericamente.

"Quem está aí?!" A voz de Filch ecoou na mesma esquina.

"Você atraiu ele agora!" Remus gemeu, "Seu idiota!"

"Corram!" James disse, e partiu a toda velocidade em direção à sala comunal, Peter guinchando
atrás dele. Remus tentou acompanhar, mas seu quadril não permitiu, e ele logo ficou sem
fôlego. Sirius ficou para trás com ele, para seu aborrecimento,

"Vai!" Ele ofegou, acenando com a mão para Sirius, "Eu posso me safar de algum problema,
mas você não vai, não fique para trás ..."

"Bobagem, Moony," disse Sirius, olhando em volta rapidamente. Seu rosto se iluminou:
"Aqui!" Sirius agarrou Remus pelo pulso e o puxou para um armário de vassouras próximo,
fechando a porta o mais silenciosamente possível.
"Perfeito." Remus sibilou, irritado, puxando sua mão de volta, "Agora, se formos pegos,
eles saberão que estávamos tramando alguma coisa."

"Ah, relaxa, hein?" Sirius retrucou, “O pior que vamos conseguir é uma detenção. Você costumava
receber um monte de detenções, você costumava ser divertido.”

“Bem, sinto muito se minha ideia de diversão não envolve passar a noite toda presa em um armário
com você!” Remus sussurrou de volta, calorosamente. Estava escuro e ele sabia que Sirius não
podia vê-lo tão bem quanto Remus podia ver Sirius.

“Lumos!” Sirius sussurrou, acendendo a ponta da varinha e remexendo no bolso. Não havia muito
espaço, e ele continuou empurrando no quadril de Remus.

"O que você está fazendo agora!?" Remus retrucou, tentando se afastar o máximo possível. Por que
ele não podia ter acabado preso com James? Ou Peter? Peter teria sido perfeito.

"Acalme as tetas" Sirius resmungou, "Eu tenho o mapa ... espere ... aha!" Ele retirou o pergaminho
em branco do bolso de trás e bateu nele com a varinha, "Eu juro solenemente não fazer nada de
bom ..."

Nada.

Sirius pigarreou, “Aham. Eu juro solenemente não fazer nada de bom... Moony, está quebrado.”

“Ou isso é apenas um pedaço de pergaminho velho e outra pessoa está com o mapa.” Remus
sugeriu.

"Potter! Porra, eu vou matar ele. "

"Não, é bom." Remus disse, pensando rápido, “Se James estiver com ele, então ele pode nos
encontrar. Ou pelo menos ele pode saber onde estamos.”

“Oh, sim, suponho que você esteja certo. Acha que devemos esperar, então? "

"Bem, já que você nos encurralou, não acho que temos escolha."

Sirius suspirou pesadamente. Remus sentiu a respiração contra sua clavícula. Ele tentou se afastar
de novo, sentindo um aperto alarmante nas calças.

"Godric," Sirius bufou, "Qual é o seu problema?!"

"O que?!" Remus reagiu surpreso.

"Você tem tentando impedir essa pegadinha há muito tempo, evitando a mim e a James desde o
Natal..."

“Estive estudando e você tem o quadribol! Não temos mais 12 anos, não podemos passar todo o
tempo juntos.”

“Parece que você passa muito tempo com Evans.”

"Somos monitores juntos, ela me ajuda com poções."

"E o humor?"

"Que humor?"
"O seu! Você esteve rabugento o ano todo.”

Remus ficou bastante irritado por ser chamado de 'mal-humorado' pela rainha do drama da Torre da
Grifinória, mas ele segurou a língua. Não adiantava de nada entrar em uma briga, não quando se
estava tão perto que seus joelhos estavam batendo um no outro.

"Não é nada. Estresse por causa dos exames.”

"Eu não acredito em você." Sirius disse, desafiadoramente. Sua varinha havia apagado, mas ele
estava olhando diretamente para Remus. Talvez ele pudesse ver no escuro. Os cães podiam, não
é? Seus olhos queimaram. "Algo está errado, Moony, me diga."

"Nada está errado. Deixe isso pra lá, ok? "

"Ok." Sirius respondeu, sua voz mais suave agora, menos agressiva. “Ok, mas eu gostaria que você
me contasse. Você costumava me contar seus segredos.”

"Olha, este não é o momento." Remus sussurrou, fechando os olhos e virando a cabeça. “Estamos
prestes a ser pegos fora da cama e provavelmente pegaremos um mês de detenções. Precisamos
ficar quietos.”

Ele sentiu Sirius acenar com a cabeça, e eles não disseram mais nada.

Poderia inventar uma desculpa, Remus pensou, para seu humor. Se o estresse sobre as provas não
funcionou, talvez pudesse mencionar a guerra. Os marotos não haviam discutido isso em detalhes,
e isso estava na mente de Remus, então ele esperava que fosse mais crível. Mas ele não queria
relembrar Sirius, depois de tudo que ele já havia passado. Ele havia considerado mencionar toda a
perseguição de Snape - mas estava igualmente preocupado com a reação de Sirius a isso. Ele estava
se metendo em problemas o suficiente, ultimamente, e Remus não queria que ninguém fosse atrás
de Severus por causa dele. Ele lidaria com isso sozinho.

Algumas noites, quando não conseguia dormir, Remus até cogitava sobre a possibilidade de dizer
que que tinha uma queda por Mary. Ele tinha certeza de que Sirius seria compreensivo, e parecia
uma saída fácil. Ou então ele poderia fingir que Grant era uma menina e contar a eles tudo sobre
isso. Mas decidiu não fazer isso e sentiu-se culpado por ter tido a ideia. Era desonesto, na melhor
das hipóteses, e desrespeitoso na pior, mesmo que Grant nunca descobrisse.

Não havia nada a fazer a não ser esperar que passasse.

Deus, estava quente, espremido em um armário como aquele. Remus fez de tudo para manter as
costas pressionadas com força contra a parede. Quase não havia espaço; se Sirius desse um passo à
frente, eles estariam se tocando, e se - horror dos horrores - eles entrassem em contato em qualquer
lugar abaixo da cintura, ele descobriria que Remus estava rígido como uma vara.

Era uma tortura.

"Moony?" Sirius sussurrou, tão baixinho que Remus pensou que ele poderia ter imaginado. Mas ele
estava olhando para ele, um olhar estranho em seu rosto, "Você está-"

De repente, felizmente, a porta se abriu, revelando James sorrindo para eles, Wormtail em seu
ombro.

"Estão se divertindo, rapazes?"

Remus poderia tê-lo beijado.


“Nosso herói,” ele sorriu fracamente.
Capítulo 86: Quinto Ano: Doce Dezesseis
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Terça-feira, 9 de março de 1976

Foi um milagre de proporções épicas que nenhum deles foi pego - e ainda mais milagroso que sua
pegadinha ocorreu sem problemas no dia seguinte, resultando em uma manhã de folga enquanto
Filch lidava com o fedor terrível. O resto das aulas ocorreram ao ar livre, sob o sol do início da
primavera, o que, para os marotos, foi uma vitória.

Além disso, Sirius mal conseguiu conter sua alegria quando todos voltaram para suas salas
comunais naquela noite para encontrar um aviso fixado no quadro de cortiça lembrando aos alunos
que cães não estavam na lista de animais de estimação aceitos em Hogwarts. Isso causou uma
grande confusão entre o resto dos estudantes, é claro,

“Eu nunca vi um cachorro! Quem tem cachorro?”

"Se um dos sonserinos trouxer um cachorro, quero trazer meu coelho de casa!"

"Acho que vi um no terreno, na verdade - talvez seja um vira-lata?"

Desnecessário dizer que Sirius e James estavam com o melhor dos humores.

"Vou farejar ele pra fora!" Sirius anunciou,

"Aposto que ele está bem debaixo de nossos narizes!" James riu.

“Pode estar mais perto do que pensamos!”

Remus riu também, tentando mascarar seu desconforto. Sirius até agora não disse nada sobre a
meia hora naquele armário de vassouras. Remus só podia presumir que:

a) Sirius não viu nada fora do comum e, na verdade, Remus estava mais uma vez pensando
demais nas coisas (provavelmente), ou;

b) Sirius agora sabia tudo sobre Remus, seus desejos mais sombrios e segredos mais profundos
- e preferia não falar sobre isso porque a coisa toda era muito embaraçosa (menos provável, mas
mais assustadora).

De qualquer forma, Remus se dedicou a seus deveres escolares, a suas obrigações como monitor e,
no geral, a ser um aluno modelo. Isso pelo menos garantia que ele estivesse fora do caminho de
Sirius - Sirius evidentemente decidiu fazer o oposto.
Ele nunca foi exatamente o melhor em seguir regras, é claro. Mas até James admitiu que neste ano
Sirius parecia estar tentando quebrar algum tipo de recorde. Black estava em detenção quase todas
as noites, raramente concluía seu dever de casa (embora pudesse fazê-lo com um braço amarrado
nas costas, se quisesse) e dividia o resto de seu tempo entre fazer travessuras e ver até onde poderia
enfiar sua língua na garganta de Mary MacDonald. Não que Mary parecesse se importar muito.

Estava tudo bem. Tudo do jeito que deveria ser.

Mas não era fácil. Assim como era um alívio em estar longe da única pessoa com quem ele não
conseguia ser sensato – também era muito angustiante ficar longe da única pessoa com quem ele
não conseguia ser racional. Marlene e Lily eram adoráveis - gentis, engraçadas, inteligentes e
generosas. Mas não eram um substituto para os marotos.

Ele até tentou passar um pouco mais de tempo conversando com Christopher - fazendo-lhe
perguntas sobre sua casa ou sobre as músicas de que gostava. Foi pior do que ele
esperava. Christopher era um bruxo puro-sangue, que não conhecia nenhuma música trouxa e não
parecia interessado em ouvir nenhuma. Além disso, ele havia percebido seu erro em estragar a
surpresa de aniversário de Remus, e não parava de se desculpar, o que era incrivelmente irritante.

Remus já havia prometido a James que ficaria surpreso quando a festa fosse revelada em sua
homenagem. Ele tentou dissuadi-los, é claro - mas ele vinha implorando por moderação desde o
primeiro ano e sabia que provavelmente não conseguiria.

“Não façam um alvoroço por minha causa!” Ele disse, no jantar do dia anterior, "Lily vai
enlouquecer..."

"Errado", disse James, presunçosamente, "Lily enviou metade dos convites!"

“Convites?!”

“Sim, tivemos muitos interessados. Consideramos cobrar a entrada, na verdade.” Sirius explicou,
os olhos brilhando sobre a mesa.

Remus olhou para sua comida, rapidamente. Havia decidido não fazer contato visual com Sirius
nunca mais. Não seria fácil, mas era o único jeito; disso ele estava convencido.

"Sua pequena gangue da biblioteca queria vir," James continuou, "E eles não são todos grifinórios,
então tivemos que abrir para outras casas ... então há esse grupo estranho do sétimo ano que disse
que você é uma ‘lenda total', não tenho ideia do que se trata, você tem uma vida dupla secreta ou
algo assim, Moony?

Remus encolheu os ombros. Ele ainda tinha alguns alunos pedindo cigarros, embora ele não os
vendesse mais. Normalmente não se importava em emprestar cigarros, desde que eventualmente
reembolsado.

"Bem, de qualquer maneira," James empurrou os óculos para cima do nariz, "Você simplesmente
tem fãs demais, Moony, e não podemos decepcioná-los, podemos?"

"Ok. Mas sem bebida.” Remus suspirou. "É uma noite no meio da semana."

***
Quarta-feira, 10 de março de 1976

Choveu na manhã do aniversário de Remus, mas ele não se importou. Ele acordou com uma pilha
de presentes dos Potters - todos os tipos de coisas adoráveis como doces e um bolo de aniversário
feito em casa, além de um caderno com capa de couro e uma pena que combinavam. Haviam
cartões de todos - incluindo um do Professor Ferox, o que fez Remus corar dos pés à cabeça.

No café da manhã, os marotos conduziram quase toda a escola em uma versão de 'feliz
aniversário', que acabou chegando a cinco bis antes de Remus tentar rastejar para debaixo da mesa
para escapar. Os sonserinos franziram o cenho, o rosto de pedra impassível, e em um surto de joie
de vivre de aniversário, Remus realmente mostrou a língua para Snape.

Os marotos, então, empilharam seu prato com uma fatia de torrada para cada cobertura disponível
e entregaram seus próprios presentes. Sirius e James estavam em suas vestes de quadribol, prontos
para um treino matinal antes das aulas.

“Realmente temos que ir, Potter?” Marlene choramingou, olhando para o teto encantado que estava
cinza e garoava.

"Sim, se quisermos aquela taça." James afirmou, servindo a ela outra caneca de café. "E
relembrando, depois do último sinal, temos a ... você sabe o quê." Ele piscou para Marlene tão
elaboradamente que Remus quase caiu na gargalhada.

"Bem discreto, Potter." Marlene ergueu uma sobrancelha.

"Certo, eu tenho que ir para a biblioteca," Mary disse alegremente, saindo do colo de Sirius,
"Tenho que devolver aquele livro de Adivinhação antes que Pince mandem me pendurarem e
esquartejarem."

"Vejo você depois do quadribol?" Sirius perguntou, ainda segurando Mary pelos quadris.

"Nah," ela balançou a cabeça, os cachos saltando, "Estou muito atrasada em História, pensei em
aparecer em uma das aulas de Remus."

“Sessões de estudo.” Remus corrigiu, rapidamente, com cuidado para não olhar para o casal por
muito tempo.

"Como quiser, Professor Lupin," ela sorriu para ele descaradamente.

"Ei," Sirius puxou-a para chamar a atenção dela, "Achei que você fosse se sentar nas arquibancadas
de quadribol e fazer sua lição de casa?"

"Bem, eu disse que poderia," Mary se contorceu, "mas está congelando hoje e Remus é muito bom
em explicar..."

"Ta bem." Sirius disse, com raiva, jogando o cabelo para fora e cruzando os braços. "Faça o que
quiser, não me importo."

‘’Ei, não comece com isso Sr. Black." Mary franziu a testa, "Você vai perder, isso eu prometo."

Sirius não ergueu os olhos. Mary colocou a mão no quadril, "Me dê um beijo de despedida, então?"
Sirius não se moveu. O rosto de Mary ficou sombrio. "Ok." Ela respondeu, com uma pequena
batida de pé. "Eu vou te ver quando eu bem quiser então." E saiu marchando.

Todos os outros na mesa olharam ao redor sem jeito, e agora Remus não era o único evitando o
olhar de Sirius. Felizmente, Sirius estava, pela primeira vez, em sintonia com os sentimentos dos
outros e se levantou.

"Vejo você no campo." Ele murmurou para James enquanto saía do salão, robes vermelhos
balançando atrás dele.

"Bem." Marlene disse: “Mal posso esperar para ouvir sobre isso nas próximas duas
semanas. Espero que eles façam as pazes em breve.”

Todos na mesa concordaram.

***

“A questão é,” Mary disse a Remus mais tarde naquela noite, enquanto pintava as unhas em um
tom escuro e perverso de vermelho, “Sirius e eu simplesmente temos personalidades de fogo,
sabe? Na Witch Weekly, isso significa que nosso relacionamento tem muita paixão.”

"Mm." Remus respondeu, tentando se desligar, enquanto propositalmente começava a desenhar


linhas em seu mapa astronômico.

“E obviamente, paixão é muito bom, em um relacionamento,” ela continuou, assoprando as


unhas. "Quer dizer ... é muito bom, esse lado das coisas." Ela sorriu para si mesma,
daquele jeito horrível, presunçoso, satisfeito e feliz que ela sempre fazia quando falava sobre
Sirius. “Mas ele precisa aprender que eu tenho minha própria vida, sabe? Quero dizer, estamos nos
anos setenta!”

"É, ótimo." Remus acenou com a cabeça, sem olhar para cima.

"Remus?" Christopher apareceu ao seu lado, “Você está fazendo um mapa astronômico? Posso
assistir?”

"Eu realmente não sou muito bom em Astronomia, Chris," Remus respondeu, tentando se
concentrar em suas falas, "É melhor se você apenas ler o livro -"

"Ah não, aposto que você é ótimo!"

"Eu sou realmente n-"

"Remus?" Mary disse, inclinando-se sobre a mesa, sacudindo seu pincel e espalhando uma
minúscula gota de esmalte vermelho em seu pergaminho: “Você está me ouvindo? Eu perguntei se
você sabe por que Sirius- "

"Lupin, Lupin!" Um terceiranista saiu correndo do buraco do retrato, "Perdi suas anotações sobre
unicórnios, realmente sinto muito, mas-"
"Olá, Lupin, posso pegar um cigarro?" Um sextanista apareceu.

Remus franziu o rosto. Uma dor começou atrás de seus olhos.

“Só - todos podem ficar quietos?!” Ele disse, muito mais bruscamente do que pretendia. Ele olhou
para cima e viu todos olhando para ele, olhos ligeiramente arregalados. "Er ... estou com dor de
cabeça, vou deitar." Ele levantou.

"Oooh!" Mary disse, levantando-se também: “Você não pode! Desculpe, Remus, mas os rapazes
estão lá planejando ... er ... quero dizer, fazer ... er ... quero dizer ... - ela mordeu o lábio. "Eu
deveria te manter aqui ..."

Remus respirou fundo.

"Está bem. Eu vou para a ala hospitalar, então.”

Recusou todas as ofertas para acompanharem ele, apressando-se o mais rápido possível, o crânio
latejando intesamente a cada passo. Não adiantava, ele teria que começar a ser rude com as pessoas
- pelo bem de sua própria sanidade, se nada mais. Desde quando ele se tornou o melhor amigo de
todos, afinal? Ele não era apenas o mesmo pirralho magricela e mal-humorado que sempre fora?

O silêncio frio da enfermaria era tão reconfortante que Remus poderia começar a chorar. Por mais
que ele normalmente se sentisse em casa no brilho vermelho e quente da sala comunal da
Grifinória, era nos tons de cinza suaves da ala hospitalar que Remus se sentiu pela primeira vez
verdadeiramente em paz em Hogwarts. Ele ficou lá curtindo por um momento, os olhos
fechados. Se pudesse, ficaria aqui a noite toda.

"Olá, Remus querido," Madame Pomfrey sorriu, saindo de seu escritório, "Está tudo bem?"

"Eu er ..."

Ah não. Ele realmente iria chorar. Ele engoliu em seco, desamparado, e levou o punho à testa.

"Remus?" A enfermeira veio um pouco mais rápido, sua testa franzida de preocupação. Ela ainda
era um pouco mais alta do que ele, mas eles estavam cara a cara, praticamente.

"Desculpe," ele engasgou, sua voz tensa e estranha enquanto lutava contra as lágrimas, "Eu ... estou
com dor de cabeça."

"Sente-se," Madame Pomfrey disse gentilmente, apontando para a poltrona mais próxima, ao lado
de uma cama desocupada. "Eu tenho a coisa certa."

Ela convocou um pequeno frasco de estanho de seu escritório. Ele voou para a palma de sua mão e
ela o desarrolhou e deu a ele. “Tome dois bons goles disso - não se preocupe, é bom e doce.” Seus
olhos brilharam um pouco.

Remus engoliu a poção e sentiu toda a tensão e dor deixar seu pescoço e cabeça de uma vez, como
água lavando.

“Obrigado,” ele abaixou a cabeça, sua voz ainda estava grossa. "Desculpe. Exagerei um pouco.”

“Querido,” Madame Pomfrey cacarejou, “Eu te conheço há cinco anos, e nenhuma vez você
exagerou. Tem certeza de que está bem?”

"Sim, melhor agora, obrigado."


"Quero dizer ... no geral?" Ela pressionou: "Ouvi dizer que você tem acendido a vela pelas duas
pontas - passando muitas horas na biblioteca - e tem seus deveres como monitor e sua ... bem, sua
saúde."

“Estou bem,” Remus esfregou os olhos ferozmente. "De verdade. Apenas ... talvez apenas
cansado. Vou para a cama agora.”

“Feliz aniversário, Remus,” a medibruxa disse, enquanto se levantava para sair.

"Obrigado." Ele acenou com a cabeça, educadamente. Mas então ela fez algo muito estranho. Ela
estendeu a mão e o abraçou. Com muita força e não por muito tempo. Foi lindo.

"Se cuide." Ela disse, quando ele saiu.

Ele voltou devagar e desejou ter uma capa de invisibilidade própria. Ajudaria muito se não tivesse
que lidar com Severus o seguindo, ou ter que terminar uma partida de azarações entre dois
primeiranistas ineptos. Quando ele finalmente alcançou o buraco do retrato na Torre da Grifinória,
ele realmente queria dormir cedo. Mas, claro, os marotos tinham outros planos.

“FELIZ ANIVERSÁRIO REMUS!” A sala comunal inteira explodiu, assim que ele apareceu.

Eles haviam feito um trabalho incrível. Haviam fitas penduradas em cada viga, retrato e decorações
- e confetes generosamente espalhados sobre todo o resto. Alunos e amigos de Remus de todas as
casas e anos sorriram de volta para ele, um bando de fadas de verdade flutuando sobre suas
cabeças. As mesas estavam repletas de sanduíches, bolos, pastéis e salgadinhos, além de uma
enorme tigela de ponche de aparência muito suspeita.

Ele sorriu o mais amplamente que pôde ao entrar na sala,

"Meu Deus!" Ele disse, esperando estar fazendo uma boa cara de 'surpresa', "Vocês são loucos!"

Eles riram e ansiosamente o conduziram para a sala, onde ele se viu cercado por aplausos e
tapinhas nas costas e votos de aniversário. O toca-discos começou a tocar, e a festa de dezesseis
anos de Remus começou para valer.

"Acho que está maior do que a festa de Sirius," disse James, entregando a Remus um copo do
ponche de aparência arroxeada, "Mas não diga a ele que eu disse isso."

“Não sei por que todas essas pessoas estão aqui ...” Remus respondeu, olhando ao redor
surpreso. Todos de cada uma de suas classes; seu grupo de estudo - algumas pessoas com quem ele
havia falado apenas algumas vezes antes.

“Porque você é Moony, obviamente. O rosto aceitável dos marotos.” James o cutucou. "Uau, olhe
para Evans ..."

Lily estava linda, em uma minissaia marrom e sandálias de cunha alta. Ela estava dançando com
Marlene e Mary em um pequeno grupo de três, rindo e levantando as mãos acima da cabeça.

"Por favor, me diga que alguém confiscou sua vassoura esta noite." Remus disse para James, que
riu bem-humorado.

“Não se preocupe, não estou planejando ficar bêbado de novo tão cedo. Vou tentar me fazer de
difícil esta noite.”

"Ela vai gostar disso." Remus respondeu.


Ele examinou a sala em busca de Sirius, que parecia estar desaparecido. Lá estava Peter, aninhado
em uma poltrona com Desdêmona. Lá estava Christopher, tendo uma conversa muito séria com
uma garota do terceiro ano da Corvinal, ocasionalmente erguendo os olhos para sorrir para
Remus. O resto do time de quadribol da Grifinória estava amontoado em torno do ponche,
desafiando um ao outro a beber shots cada vez mais fortes. Nada de Sirius.

James deve ter visto ele olhando.

"Ele está deprimido em algum lugar, por causa de Mary." Ele explicou: “Eu disse que se ele não
fosse se animar, era melhor não descer e acabar com a animação de todo mundo. Eu levei alguns
drinques para ele, mas não está funcionando.”

"Oh, certo. Ainda não fizeram as pazes, então?” Remus observou Mary, ainda dançando, chamando
a atenção de quase todos os garotos no salão.

“Parece que não. Achei que se eu fosse mais firme talvez ajudasse, mas não sou tão bom nisso
quanto você. Então ele está emburrado. Mas não ligue para ele, Moony, aproveite sua festa! "

Ele tentou. O bolo que a Sra. Potter mandou era glorioso - chocolate saboroso com glacê branco e
granulado colorido. As velas foram encantadas para queimar a noite toda sem pingar cera, e só se
apagaram por alguns instantes depois que Remus as soprou. Ele não dançou, embora Marlene e
Lily tenham tentado arrastá-lo algumas vezes, mas ele se misturou, agradecendo as pessoas por
terem vindo e tendo uma boa conversa com os alunos do sétimo ano sobre quais NIEMs fazer.

“Você deveria ser professor.” Um deles disse, o que Remus achou muito gentil, mas
completamente insano.

Devia ser quase meia-noite quando ele deu um tapinha no bolso de trás em busca do maço de
cigarros e descobriu que haviam sumido. Suspirando, ele pensou em deixar pra lá - mas ele tinha
bebido o suficiente agora, e realmente queria fumar mais do que qualquer coisa. Ainda havia uma
caixa no fundo de seu baú, se Sirius não os tivesse roubado. Ele decidiu ir e olhar.

No meio da escada, ele esbarrou em James novamente.

"Desculpe, Moony," o garoto de cabelo preto disse, parecendo um pouco bêbado e um pouco
irritado. "Ele está descendo, agora."

Remus olhou por cima do ombro de James para ver um Sirius carrancudo seguindo-o escada
abaixo.

"Não vai para a cama, vai?" Perguntou James.

"Não," Remus balançou a cabeça, quase ficando mudo, "Cigarros."

"Péssimo hábito." James disse com um sorriso torto. Ele olhou por cima do ombro, "Vamos então,
Black."

"Só um segundo," Sirius disse, olhando para Remus, "Eu só quero dizer feliz aniversário para
Moony."

"Tudo bem, mas se apresse." James disse, balbuciando, "Remus, diga a ele para engolir seu
orgulho estúpido e maldito, descer lá e beijar Mary, hein?"

“Ok, Prongs.”
James empurrou a porta e, por alguns segundos, luz e ruído invadiram a escada, antes de silenciar
novamente quando ele a fechou atrás de si. Sirius e Remus estavam sozinhos.

"Feliz aniversário, Moony." Sirius disse, descendo alguns degraus para ficar no mesmo nível de
Remus.

"Valeu," Remus sorriu, tão casualmente quanto pôde. "Você er ... você está bem?"

"Sim, tá tudo bem." Sirius disse, embora fosse claramente uma mentira. Ele estava brincando com
um copo vazio. "Desculpe se eu estraguei sua festa."

"Você não estragou. Está ótima.”

"Que bom."

Silêncio. Sirius olhou para baixo e depois para Remus novamente. "James acha que preciso ir e
fazer as pazes com Mary."

"É provavelmente uma boa ideia."

"Você acha?"

"Bem, sim?" Remus estava confuso. “Você ... hum. Você gosta da Mary, eu pensei.”

Sirius deu de ombros, olhando para Remus novamente, os olhos azuis escuros, salpicados de prata
gélida e afiada. Seus lábios estavam brilhantes e vermelhos de tanto beber, e ele tinha aquele olhar
ligeiramente petulante que tinha quando não estava sorrindo. Remus quase quis desviar o olhar, ele
era tão lindo. Não poderia estar certo, olhando um para o outro assim. Não poderia terminar bem.

"Eu gosto da Mary." Sirius disse, inclinando-se levemente para frente. Remus podia sentir sua
respiração em sua pele.

“Então vai lá e beija ela, seu idiota.” Remus disse, apressado, tentando dar um passo para trás, mas
batendo contra a parede atrás dele. Realmente era uma escada estupidamente estreita – era uma
situação muito parecida com o armário de vassouras.

"Eu vou," Sirius disse, mordendo o lábio levemente. Oh Deus, Remus pensou. "Eu vou em um
minuto."

Remus engoliu em seco.

"Você já beijou alguém, Remus?"

"Não, você sabe que não." A mentira veio facilmente agora.

Sirius acenou com a cabeça, olhando para ele novamente, aquele olhar avançado e conhecedor.

"Não é tão assustador quanto você pensa." Sirius disse.

Remus não aguentou.

Ele pode nunca saber o que aconteceu com ele naquele momento. Era tudo demais e ele agarrou a
nuca do outro garoto e o puxou para frente, pressionando seus lábios com força contra os de
Sirius. Foi assustador - e incrível. Ainda mais quando Sirius começou a beijá-lo de volta, abrindo os
lábios e permitindo que Remus deslizasse sua língua dentro. Foi tudo ao mesmo tempo
surpreendente, incrível e familiar. Ele não conseguia pensar – era como se todos os
neurotransmissores em seu cérebro tivessem entrado em curto-circuito ao mesmo tempo, estalando
e chiando; enviando faíscas. Sim, foi o único pensamento coerente que ele teve; sim sim sim sim.

Eles voltaram a si ao mesmo tempo, ambos se afastando. Remus puxou sua mão de volta, Sirius
olhou para ele com os olhos arregalados. Remus desviou o olhar primeiro.

"É melhor eu-" Sirius começou a voltar para a sala comunal,

“Sim, eu só estava ...” Remus recuou, subindo as escadas.

Sirius desapareceu de volta para a festa e Remus exalou profundamente, sentindo que poderia
afundar no chão. Ele passou os dedos pelos cabelos e limpou a boca. Ele esfregou os olhos e lutou
contra a vontade de socar a parede. Ele estava de brincadeira?! Sirius pensaria que estava
completamente louco - ou pior. Nunca havia feito nada parecido antes. Talvez ele estivesse louco.

Tinha que pedir desculpas. Tinha que consertar, antes que Sirius contasse a James - antes que
todos soubessem.

Remus ajeitou a camisa e desceu as escadas, na esperança de alcançar Sirius para se desculpar -
explicar de alguma forma. Ele voltou a entrar na sala comunal, ainda vibrante com luz e música, e
viu algo que o fez parar. Ele se encolheu, incapaz de desviar o olhar.

Sirius estava beijando Mary.

Ele a empurrou contra a lareira de mármore, e parecia que ela estava empurrando contra ele com
igual ferocidade, seus corpos pressionados juntos, cabeças balançando. Os braços dela estavam
pendurados ao redor do pescoço dele, os dedos finos e escuros enrolando em seu cabelo. Todos
aplaudiram e gritaram alegremente.

Remus girou nos calcanhares e marchou direto de volta para a torre. Ele ignorou James e Peter, que
planejavam ir para a cozinha em busca de mais suprimentos. Apenas balançou a cabeça, mudo, e
continuou subindo as escadas para o quarto. Ele fechou as cortinas em volta da cama e se deitou,
sentindo-se estranho.

Ele cobriu o rosto com os braços e pensou nos dois juntos. Ele pensou nos olhos de Sirius e na
curva dos quadris de Mary até cair em um sono profundo.

Chapter End Notes

Nota

Pessoal, eu e a Paula estamos organizando e traduzindo todos os extras da autora e


vamos postar junto com a fanfic na ordem cronológica certinha. Depois desse capítulo,
haverá um desses extras que é o ponto de vista do Sirius dos eventos desse capítulo 86.
Espero que todos estejam bem e aproveitando essa obra incrível tanto quanto a gente.
Quero sempre lembrar a vocês o quanto essa fanfic é política e o quanto ela se estende
por questões muito mais complexas do que vemos nos livros escritos pela JKR que, na
minha opinião devem sempre lidos com um olhar analítico por explicitarem vários
tipos de preconceitos e achismos da autora. Lembrando sempre que nós montamos um
grupo no whatsapp para ficarmos mais próximas de vocês, lá atualizamos quando cada
capítulo será postado. Também estamos no tiktok, para quem quiser nos procurar lá.
Nossos users são @deadgaywizardbitch e @wolfuckingstar. Bjs.

A expressão joie de vivre significa alegria de viver, quando se está sendo levado pela
excitação de uma festa e fica animado e excitado, por exemplo.

Acendendo a vela pelas duas pontas é uma expressão que significa estar muito
estressado, atarefado, quando programamos muita coisa no mesmo dia e nos
sobrecarregamos.
Capítulo 86.2: Sirius, 1976
Chapter Summary

Extra do ponto de vista do Sirius sobre os eventos do capítulo anterior.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Qual é, cara, é o aniversário do Moony. É só descer e pedir desculpas pra ela, aí todo mundo fica
de boa e a gente aproveita a festa." Disse James. "De qualquer jeito, é uma briga boba."

"Sim, eu sei." Sirius resmungou. James era sempre tão legal, mesmo quando Sirius estava sendo
infantil. Mary nunca deixava que saísse impune quando agia desse jeito, o que o irritava ainda
mais. Ele sabia que estava errado, de qualquer maneira.

"Então você vai descer?" James disse, levantando-se da cama e indo em direção à porta.

"Acho que vou ..." Sirius odiava perder uma festa, mas estava se sentindo bem estúpido por ter
exagerado na briga. Ele nem esteve lá para a "surpresa”, que era sua parte favorita, e tinha sido ele
quem dera a ideia em primeiro lugar. Melhor compensar Moony de alguma maneira.

"Vamos, Pads," James o persuadiu a sair da porta, "Eu não vou trazer mais nenhuma bebida aqui."

"Tá," Sirius se levantou também.

"Bom garoto", James deu um tapinha nas costas dele, então se dirigiu para as escadas.

No meio da passagem escura, eles encontraram Remus. James foi em frente, mas Sirius aproveitou
a oportunidade para se desculpar em particular. Era tão difícil encontrar Moony sozinho
ultimamente; ele havia se tornado tão popular.

Sirius sentia um pouco de falta dele. Costumava sentir como se Remus pertencesse a ele, de certa
forma – não de um jeito possessivo e esquisito – mas ele sentia que tinha a confiança de Remus,
pelo menos. Este ano, Moony havia se afastado um pouco e Sirius não tinha certeza se tinha feito
alguma coisa.

"Feliz aniversário, Moony." Ele disse, tentando soar alegre.

Ele desceu um pouco as escadas, para que eles ficassem cara a cara, e Remus pudesse ver que
Sirius realmente lamentava o que aconteceu.

"Valeu," Remus sorriu para ele. Sirius se perguntou o quão bêbado ele estava - Moony conseguia
virar copos como se fossem água, enquanto o próprio Sirius era meio fraco para bebida. "Você er...
você está bem?"

Só ele mesmo para ser gentil, e pensar primeiro nos outros. Mesmo que fosse seu maldito
aniversário. O sentimento de culpa ameaçou dominar Sirius.

"Sim, tá tudo bem." Ele disse, sinceramente. "Desculpe se eu estraguei sua festa."

"Você não estragou. Está ótima.”

"Que bom."

A frase pairou no ar por um tempo. Sirius olhou para baixo e depois para Remus novamente. Por
que as coisas estavam tão estranhas entre os dois ultimamente? Os dois costumavam se dar tão bem
quanto ele e James, mas algo mudou, e Sirius ainda não conseguia entender o que era.

Remus colocara uma distância estranha entre eles, tão silenciosa e tão imóvel que parecia
praticamente física. Isso o deixava inquieto e agitado, como se estivesse perdendo algo que queria.
Embora, talvez, fosse apenas a briga com Mary.

"James acha que preciso ir e fazer as pazes com Mary."

"É provavelmente uma boa ideia." Remus sempre dizia a coisa certa; você podia confiar em
Moony. Ele nem sempre seria gentil sobre, como James, mas, de alguma forma, Sirius não se
importava em tomar um sermão de Moony – ele parecia saber muito mais sobre o mundo.

"Você acha?"

"Bem...sim? “Você ... hum. Você gosta da Mary, eu pensei.”

Exato - Moony era tão bom em resumir um problema aos seus componentes mais simples. Se você
gosta de alguém, você se desculpa quando a chateia. Obviamente.

Remus o estava observando cuidadosamente - ele estava sempre prestando atenção, observando
tudo. Provavelmente por isso era tão inteligente. Sirius encontrou seus olhos. Fora o mais próximo
que estiveram desde aquela noite no armário. Moony ainda estava bravo com isso? Sirius achou
que era engraçado na hora, algo pelo qual daria boa risada - mas Moony estava tão sensível
ultimamente, quem saberia o que ele estava pensando? James achava que era tudo por causa de
garotas; Moony nunca foi de falar sobre coisas pessoais, e James achava que ele gostava de uma
das garotas e era tímido demais para dizer qualquer coisa.

Se fosse esse o caso, Sirius gostaria que Remus confiasse nele - ele sabia uma coisa ou duas sobre
garotas, afinal. Ele poderia ajudar. Um arrepio de excitação percorreu seu corpo ao pensar nisso -
ser o único que pudesse ajudar Moony.

"Eu gosto da Mary." Ele disse, inclinando-se ansiosamente. Remus tinha bebido um pouco, talvez
ele relaxasse e se abrisse se Sirius apenas dissesse as coisas certas.

“Então vai lá e beije ela, seu idiota.” Remus respondeu. Sempre com óbvia simplicidade.

Sirius não tinha ideia do por que Remus era tímido com garotas, todo seu maldito jeito era tão
charmoso.

"Eu vou," Sirius disse, "Eu vou em um minuto." Decidiu ir em frente - resolver isso de uma vez por
todas. "Você já beijou alguém, Remus?" Ele perguntou, casualmente.
"Não, você sabe que não." Remus revirou os olhos.

Ah há, Sirius pensou, ele estava tentando agir como se estivesse desinteressado, mas claramente
havia algo acontecendo.

"Não é tão assustador quanto você pensa." Sirius disse, tentando ser encorajador.

De repente, Remus o olhava de forma estranha, com uma intensidade magnética - como se ele
estivesse prestes a dizer algo incrível; algo revelador, e era apenas para ele, apenas para Sirius.

O ar ficou mais espesso e Remus o agarrou, puxando seus corpos juntos, e ah porra, eles estavam
se beijando! Moony o estava beijando, e ... parecia fazer sentido. Como se estivesse destinado a
acontecer. Era como se ele estivesse esperando por isso; mas simplesmente não sabia ainda.

Estava tudo tão bom, e Sirius se inclinou ansiosamente, sem poder para resistir. Ele colocou as
mãos nos quadris de Remus, porque era isso que sempre fazia quando estava beijando Mary, e
então ... "Toujours pur, Sirius!" um grito terrível soou dentro de sua cabeça, e ele se afastou
imediatamente, horrorizado.

Remus piscou para ele, parecendo tão chocado quanto, e foi isso, o feitiço havia sido quebrado.
Ambos resmungaram algo sem sentido um para o outro e partiram em direções opostas. Sirius
desceu para a festa, sentindo-se quente, confuso e envergonhado.

Black tropeçou na sala comunal, o coração disparado. Só tinha bebido alguns drinques, mas estava
com a cabeça leve agora, e o barulho não ajudava. Ele piscou, procurando por James - sempre
procurava por James quando algo grande acontecia, e isso era grande pra caralho - Mary apareceu
do nada,

"Aí está você!" Ela disse, com as mãos na cintura. Merlin, ela era deslumbrante. Uma visão em
lantejoulas douradas e turquesa, o vestido tão justo que exibia todas as belas curvas.

“Aqui estou eu,” ele murmurou em resposta, momentaneamente encantado.

"Potter disse que você tinha algo para me falar?" Ela ergueu as sobrancelhas em expectativa.

"Desculpa!" Ele deixou escapar.

Os lábios dela se curvaram em um sorriso e alívio o inundou. Ela jogou os braços em volta do
pescoço dele, e ele a agarrou com força pelas costas, grato por ter alguém em seus braços. Bom.
Isso era normal.

"Esse é meu garoto ", ela sussurrou timidamente, puxando-o para um beijo, acariciando seu cabelo
suavemente.

Ele a beijou de volta, com força, e forçou todo o resto para o fundo de sua mente.
Capítulo 87 : Quinto ano: Manhã Seguinte
Chapter Summary

Aviso!!!
Uso de drogas - maconha.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Quinta-feira 11 de março 1976

Olá, Grant.

E aí, Remus.

Como vai você?

Como eu vou? Como vai você, bobinho; é você quem está tendo uma conversa imaginária comigo.

Sim, desculpe por isso.

Tudo bem, não estou ocupado. Eu nem sou real.

Você é real, eu só não consigo falar com você na vida real. Eu nem sei onde você está.

Não posso fazer nada sobre isso. E aí?

Eu beijei Sirius.

Puta merda.

O que devo fazer?

Como eu deveria saber? Eu não disse para você não fazer isso?

Sim, mas. Ele me beijou de volta. Por um minuto, pelo menos.

Tem certeza que apenas não imaginou isso?

Sim...
Remus desistiu naquele momento. Mesmo acordado, continuou deitado na cama desde – pelo
menos - cinco da manhã, alternando entre entrar em pânico e explodir de alegria. Ele tinha que
estar louco. Maluco. Sem juízo. Completamente perdido. Ele pensou que falar com outra pessoa
poderia ajudar - mas com quem ele poderia falar tão cedo? Especialmente quando se tratava de um
segredo que poderia muito bem fazer com que fosse expulso, pelo que Remus sabia.

Incapaz de encontrar uma solução conversando com uma pessoa imaginária (ou pelo menos uma
versão imaginária de uma pessoa real), ele voltou à sua diversão anterior, que era um pouco menos
construtiva - tentando reviver os três minutos da noite anterior, quando estava na escada com
Sirius, sem reviver a parte em que os dois fugiram um do outro.

Estava arrependido? Era muito cedo para saber. Por um lado, Remus podia muito bem ter arruinado
a melhor amizade que tinha – ou teve. Por outro lado, foi um beijo bom pra cacete.

Na experiência limitada de Remus, fazia sentido pensar que, mesmo se você gostasse insanamente
de alguém, isso não significava que, quando finalmente se beijassem, seria tão bom quanto
imaginava. E Remus sabia que, às vezes, tinha uma imaginação muito vívida - mas Sirius
era Sirius. Não havia nada decepcionante sobre isso. Na verdade, tinha sido perfeito.

Contanto que fingisse que a última parte não aconteceu.

Sufocando um gemido, ele se repreendeu e tentou pensar racionalmente. Pense como uma
redação. Exponha todos os fatos e apresente seu argumento.

Então, os fatos:

a. Remus Lupin tinha beijado Sirius Black nos lábios.

b. Sirius Black não lhe deu soco imediatamente.

c. Sirius Black tinha beijado Remus Lupin de volta (apesar do que Grant imaginário tinha a
dizer)

d. Sirius Black também beijou Mary MacDonald imediatamente depois, e com considerável
vigor.

e. Sirius Black não tinha voltado para a cama.

Merda! Merda, bosta, merda!

Remus saiu da cama, não adiantava ficar deitado, virando de um lado para o outro. Ele tinha que
sair da torre. A cama de Sirius estava vazia à sua esquerda. Se ele não estava lá, provavelmente
estava na sala comunal. Por precaução, Remus pegou a capa de James.

Ele era bom em ficar quieto e se mover sem fazer barulho, mas não precisava se preocupar. Sirius
estava morto para o mundo - deitado no sofá, a cabeça jogada para trás, a linha perfeita de sua
mandíbula exposta. Mary estava enrolada contra seu peito, uma colcha de retalhos jogada sobre os
dois. Remus passou correndo, querendo ir para o mais longe possível.

O banheiro dos monitores era provavelmente uma das partes mais estranhas do castelo. Remus
pensou que os alunos mais velhos estavam zoando com a cara dele quando, no trem em setembro,
lhe deram a senha. Ele fora uma vez, apenas uma vez, no primeiro semestre, mas não havia
conseguido nem ao menos pensar em realmente remover todas as suas roupas em uma sala tão
grande e aberta. E se alguém entrasse?

No entanto, naquela manhã em particular, era o único lugar em que ele tinha certeza de que não
seria encontrado - mesmo que os marotos decidissem usar o mapa; eles não poderiam vir e
encontrá-lo sem a senha.

Ele chegou ao quarto andar e sussurrou “completamente limpo” na entrada antes de entrar.
Ninguém estava lá; era muito cedo. Ele sempre se perguntava se havia algum tipo de mecanismo
para impedir que alguém entrasse enquanto você estava no banho - ele não tinha visto nenhuma
evidência disso e optar pela opção mais segura.

Tirando a roupa e ficando apenas de boxer e regata, Remus abriu a torneira e bombeou um monte
de bolhas na banheira do tamanho de uma piscina olímpica antes de deslizar para dentro, ainda de
cueca. O banheiro era um dos cômodos mais bonitos do castelo, Remus reconheceu. Tudo era
mármore branco limpo e torneiras douradas cintilantes. Os vitrais retratavam uma série de lindas
criaturas marinhas cintilantes. Um cheiro adorável de tangerina estava subindo dos grandes montes
de espuma branca, e Remus finalmente começou a relaxar.

Ele nunca aprendera a nadar - os meninos de St. Edmund tinham aulas gratuitas nas piscinas locais,
mas a Diretora não o deixava ir. Ele não se importou - não queria que os outros meninos vissem
suas cicatrizes. Mas agora que estava mais velho, pensou que gostaria de aprender. Sirius uma vez
havia falado sobre férias em família no sul da França, onde o mar era quente o suficiente para se
banhar. Remus não conseguia imaginar isso. O único mar que ele já havia visto foi em Southend -
e uma vez em Margate. Era muito frio, de uma cor verde-acinzentada suja. Não o azul cristal que
Sirius havia descrito.

Ainda assim, Remus sabia flutuar. Ele se deitou de costas e olhou para o teto abobado.

Se divertindo?

Na verdade, não.

Então, se ele retribuiu o beijo e depois saiu correndo e beijou Mary, onde isso deixa as coisas?

Eu não sei, não é?! É por isso que você deveria me ajudar a descobrir!

Tudo bem, tudo bem, acalme suas tetas.

Você não diz isso. Sirius diz isso.

Olha, estou fazendo o meu melhor. Já te falei, nem sou real.

Talvez eu beije muito mal.

Talvez.

O Grant real é muito mais legal do que você, sabe.

Sim, de quem é a culpa? É você quem está falando sozinho, seu maluco. Encontre alguém real
para conversar.

Remus suspirou, carrancudo. Você poderia beijar mal e não saber disso? Provavelmente. Ele não
tinha experiência suficiente para saber. Não parecia que tinha sido ruim – pareceu que eles se
encaixaram.
Ele me beijou de volta.

Remus sabia, no fundo, que não tinha nada a ver com como ele fez. E sim, o fato de ele ter feito.

Ele sabia - mas não estava pronto para lidar com isso ainda. Nem mesmo com uma pessoa
imaginária. Se fosse ser totalmente sincero, Remus sabia que Sirius tinha todo o direito de fugir -
ficar chocado, confuso ou até assustado. E havia um tipo louco de lógica Sirius Black, por trás de
beijar a primeira garota que ele conseguiu encontrar, logo depois de algo assim.

Mais uma vez, Remus foi confrontado com a imagem de Sirius pressionando Mary contra a lareira,
aquelas mãos na cintura dela que estiveram na cintura dele apenas momentos antes ... e,
involuntariamente, esqueceu-se de se manter flutuando.

Gaguejando e sufocando enquanto afundava, Remus voltou à superfície e voltou a tossir, a espuma
laranja espalhando-se por toda parte.

"Remus, é você?!" A voz de uma garota ecoou pelo chão do banheiro.

Ele lutou para tirar o cabelo do rosto, piscando, e identificou o contorno borrado de Lily Evans em
um roupão acolchoado rosa. Remus esfregou os olhos com força, seus pés encontrando o chão, e
desengasgou,

"Oi, Lily."

“Cristo, você está bem? Achei que teria que mergulhar e te salvar!”

“Perdi o equilíbrio.”

“Eu não posso acreditar que você me ganhou no banho, pensei que seria a primeira a acordar. Estou
com uma dor de cabeça terrível.” Lily esfregou a testa com uma expressão de dor.

"Sim, a ressaca tá forte," Remus respondeu, embora se sentisse bem. "Eu já estava saindo ... er ...
você se importa em se virar?"

"Oh está bem, desculpa!" Lily sorriu, virando as costas.

Remus se moveu para o lado e se levantou da água quente com alguma relutância. Se sentiu bobo e
infantil, pedindo a ela para não olhar - James ou Sirius provavelmente não se importariam. Pegando
uma toalha, a enrolou em torno de si mesmo, sobre os ombros, ao invés de em volta da
cintura. Isso não era exatamente viril, mas ele não precisava de Evans lhe questionando sobre suas
cicatrizes além de todo o resto.

"Ok." Ele disse, correndo para um cubículo de troca.

Ele ouviu Lily abrir as torneiras novamente, e um cheiro doce de lavanda encheu a sala enquanto
ele se secava e colocava o uniforme.

"Então, para onde você foi na noite passada?" Lily chamou, acima do barulho da água corrente, “A
festa deve ter ido até, pelo menos, umas duas da mnhã. Potter estava tão bêbado."

"Devo ter ficado um pouco bêbado," Remus respondeu, "Fui para a cama à meia-noite."

“Fraco!” Lily brincou. Ele ouviu as torneiras sendo fechadas e um leve respingo quando ela entrou
no banho. "Mesmo assim," ela continuou, "pelo menos Sirius e Mary se reconciliaram, hein?"

"Sim, sorte a nossa." Ele respondeu, uniformemente, saindo de sua baia.


Lily estava balançando na outra extremidade da piscina, seu cabelo ruivo preso no topo de sua
cabeça, rodeada por um mar de espuma roxa. Ela sorriu para ele.

"Biblioteca." Ele disse, sentindo-se estranho, totalmente vestido no banheiro quente e úmido.

“Claro,” ela riu e brincou, “Onde mais iria? Oh, você viu aquele aviso na sala comunal? "

"Não", ele balançou a cabeça. Ele não tinha olhado para nada além de Sirius na sala comunal.

‘’A data das reuniões sobre carreiras com McGonagall - meados de abril.”

"Ah, ótimo," Remus sentiu seus membros ficarem pesados, "Obrigado."

Foi um alívio sair do banheiro quente e, em vez da biblioteca, Remus decidiu sair um pouco. Para
as estufas e ao redor, talvez. Às vezes haviam alguns lufanos por lá vendendo maconha e, embora
fosse dia de semana e ainda não tivesse tomado café da manhã, parecia uma ideia muito boa.

Isso é tudo culpa sua, você sabe.

Como assim?

Se você não tivesse me beijado no verão passado, eu ainda seria ...

Perdido? Confuso?

Normal.

Isso é uma maldita duma’ mentira e você sabe disso. Querer transar é a única coisa normal em
você.

Justo.

Você está feliz por eu ter te beijado. Você amou cada minuto.

...Sim.

Você só está irritado porque Sirius não reagiu da maneira que você reagiu.

...Sim…

A questão é - por que diabos você esperaria que Sirius agisse como você?

Por que, de fato.

Esse foi o primeiro conselho útil que o Grant imaginário deu, e Remus se agarrou a ele. Sirius faria
o que Sirius precisava fazer. Não cabia a Remus decidir. Se parabenizou por ser muito maduro em
relação a tudo isso. Afinal, ele pensou, pelo menos está feito agora. Pelo menos sabia como
era. Seria possível sobreviver para sempre, ele se perguntou, com um beijo?

Felizmente, haviam, de fato, três lufanos sentados na grama atrás das estufas, duas meninas e um
menino. Sorriam para ele daquele jeito amistoso e estúpido que dizia que haviam começado cedo.
Com palavras lentas e gentis, o parabenizaram pela excelente festa. Ele se sentou com eles até que
não pudesse mais ignorar suas pontadas de fome, e cambaleou de volta ao castelo tonto para o café
da manhã.

"Aqui está ele!" James gritou, enquanto Remus tomava seu lugar à mesa.
Peter, que tinha a cabeça entre as mãos e parecia um pouco verde, gemeu,

"Não tão alto, Prongs, estou te implorando."

"Ah, coma seus ovos, você se sentirá melhor." James sorriu. Remus empilhou seu próprio prato
com dois ovos fritos, duas salsichas, uma pilha de feijão cozido, três fatias de torrada, duas fatias
de tomate frito e três fatias de bacon. Se sentia muito calmo e confortável agora. Poderia dizer a si
mesmo que tinha sido o banho. Mas obviamente não fora.

"Não sei dizer se você está de ressaca ou se é apenas aquele seu metabolismo incrível." Marlene
fez uma careta para o prato dele.

"Um pouco de ambos." Remus encolheu os ombros, acomodando-se.

“E mais alguma coisa,” James balançou o dedo, “Já esteve nas estufas, Moony? É assim que você
deseja entrar no seu décimo sexto ano?”

"Sim." Remus disse, de boca cheia.

Sirius estava lá, é claro, mas ele não havia dito nada ainda. Ele estava apoiando a cabeça
sonolentamente em um cotovelo, segurando uma grande caneca de chá com leite. Remus o encarou
intensamente, desejando que ele olhasse para cima, mas ele não o fez. Mary não estava em lugar
nenhum.

"McDonald está sendo uma covarde", explicou Marlene, "fingindo que está doente, embora todo
mundo viu ela tomando uma garrafa inteira de Cerveja da Bruxa sozinha."

"Ela tomou?" Remus disse, "Uau, impressionante, ela provavelmente merece uma folga então." Ele
disse, sinceramente.

"Estamos todos nos sentindo mal, no entanto," disse Marlene, "Evans vomitou por, pelo menos,
uma hora antes de dormir."

"Ela está bem?!" James perguntou, escandalizado.

"Sim, eu a vi esta manhã no banheiro dos monitores." Remus disse, engolindo seu bocado. "Ela está
bem."

"No banheiro, hein?" James ergueu uma sobrancelha. "Você tem que parar com seus modos
mulherengos, Remus, dê uma chance ao resto de nós."

"Ah sim, esse sou eu," Remus bufou, "O Casanova da Torre da Grifinória ..."

Ele só disse isso para fazer James rir, mas a cabeça de Sirius finalmente se ergueu, seus olhos
pousaram nele. Havia uma carranca quase imperceptível, franzindo sua testa. Ele olhou para Remus
como se ele fosse um encantamento que ainda não sabia como pronunciar. Remus olhou de volta,
firmemente, permitindo seu julgamento - ele permitiria qualquer coisa a Sirius. Mais um momento
e tudo acabou. Sirius desviou o olhar, sem dizer nada.

Chapter End Notes

+ Notas
-Casanova foi um escritor italiano conhecido por ser um mulherengo: Uma aura
mágica envolve toda a sua vida de debochado, libertino, coleccionador de mulheres,
escroque e conquistador empedernido que percorria os bordéis de Londres todas as
noites para ter relações com mais de 60 meretrizes, aquele homem que conseguiu fugir
das masmorras do Palácio Ducal de Veneza, com uma fuga rocambolesca pelos
telhados do palácio, depois de estar prisioneiro durante 16 meses.
Capítulo 88: Impasse
Chapter Summary

Aviso!!
Uso de drogas.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

So messed up, I want you here Tão confuso, eu quero você aqui
In my room, I want you here No meu quarto, eu quero você aqui
Now we're gonna be face-to-face Agora vamos ficar cara a cara
And I'll lay right down in my favourite place E eu vou deitar no meu lugar favorito

And now I want to be your dog E agora eu quero ser seu cachorro
Now I want to be your dog Agora eu quero ser seu cachorro
Now I want to be your dog Agora eu quero ser seu cachorro
Well, come on… Bem, vamos lá ...

I wanna be your dog, The Stooges

Terça-feira, 16 de março de 1976

No momento em que a próxima lua cheia chegou, ficou claro que Remus e Sirius haviam
chegado a um impasse. Remus tentou ser indireto – alcançar o olhar do outro durante as
refeições, ou nas raras noites em que estavam todos juntos. Tentou ficar para trás no
dormitório para ver se Sirius ficaria para trás também. Mas sem sorte. Os olhos de Sirius
nunca encontravam os dele, e ele era sempre o primeiro a sair de uma sala em que Remus
estava dentro.

Sem realmente emboscar Sirius em algum lugar (o que ele se recusava a fazer), Remus estava
ficando sem opções. O pedido de outro telefonema para Grant foi devolvido, com uma nota
na letra da Diretora, pura e brutalmente clara, no envelope. ' Destinatário não é mais
conhecido neste endereço '. Ele estava completamente sozinho.

Uma vez, Remus achou que estava perto de alcançar Sirius. Eles estavam saindo de Feitiços, e
James parou para falar com o Professor Flitwick, e Peter foi ao banheiro, então Remus e
Sirius se encontraram esperando sozinhos em um corredor movimentado. Ele aproveitou a
chance, dizendo baixinho,

"Olha, sobre a outra noite -"

"Sim, estávamos todos tão bêbados, né?!" Sirius riu alto - alto o suficiente para as pessoas se
virarem e olharem. "Loucos. Mal consigo me lembrar da metade!”

"Er ... sim, certo." Remus recuou.

Era uma completa mentira, ambos sabiam disso. Mas era um daqueles terríveis casos em que
nenhum dos dois deveria reconhecer a mentira; apenas continuar caminhando sobre ela. Você
não pode empurrar Sirius mais longe do que ele estava disposto a ir. E ele claramente não
estava disposto a ir ... lá.

Então, é claro, havia Mary. Se Sirius quissese Remus da mesma forma Remus queria Sirius,
então certamente a coisa com Mary teria terminado. Mas não, Remus teria que aceitar o fato
de que não era 'a coisa com Mary'; era o relacionamento de seu melhor amigo, e não iria a
lugar nenhum tão cedo. Ela estava em todo lugar que ele estava e, mais frequentemente que
nunca, em seu colo.

Durante esse tempo, Remus flertou brevemente com a ideia de legilimência. Ser capaz de ler
a mente de Sirius ajudaria muito. Ele logo desistiu, achando muito mais difícil do que
qualquer outra coisa que já tivesse tentado. Além disso, com seu cronograma de revisão agora
em pleno andamento, ele tinha muito pouco espaço em sua cabeça para novos feitiços.

Agora, na noite de lua cheia, Remus estava sentado sozinho na Casa dos Gritos, esperando
seus amigos chegarem e não tendo certeza se seriam dois ou três. Estava ficando um pouco
paranoico, na verdade, mas não era culpa de Sirius. Em uma tentativa de escapismo, Remus
estava passando mais e mais tempo nas estufas, espairecendo e se enchendo de fumaça
verde. Não era o ideal. Mas era melhor do que beber, ele supôs. Melhor do que conseguir
detenções por pegadinhas estúpidas.

Naquele dia em particular, ele havia fumado com o intuito de acalmar seus nervos em torno
da lua - e para ver se isso tinha algum efeito nas dores da transformação. Embora só Deus
soubesse como seria um lobisomem chapado.

Uma dor aguda queimou suas omoplatas e ele engasgou de surpresa. Bem, esse experimentou
já estava desaprovado então.

“Boa noite, Moony,” a porta se abriu e James colocou a cabeça para dentro.

"Está começando," Remus cerrou a mandíbula, "Depressa, entre."

James se transformou rapidamente e foi seguido para dentro do quarto por um grande rato
marrom e um cachorro preto. Remus fechou os olhos, aliviado.

A noite de lua cheia não foi diferente de qualquer outra que eles tiveram até agora. Como
animais, eles eram menos conscientes, ou talvez apenas menos preocupados com seus
problemas mais humanos. O lobo só queria correr e caçar, rolar na vegetação rasteira,
perseguir o preto e lutar contra o grande.

Na manhã seguinte, ele se sentiu renovado, revigorado – ou, pelo menos, se sentiria, se não
fosse pela agonia esmagadora de ossos retornando aos seus devidos lugares, enquanto voltava
à forma humana. Algumas coisas nunca mudam. Os marotos saíram sorrateiramente, apenas
vinte minutos ou mais antes de Madame Pomfrey aparecer para levar Remus de volta à
escola. Na ala hospitalar, ela lhe deu sua poção para sono profundo de costume e ele só abriu
os olhos bem depois do meio-dia. Isso sempre seria um problema, ele percebeu
recentemente. Não importava o quanto suas transformações tenham melhorado, ele ainda
perdia muito tempo.

Ele já havia verificado e descobriu que a lua cheia de maio não coincidia com nenhum
exame. Isso parecia muito estranho para ele, até que percebeu que devia ter sido orquestrado
dessa forma, por Dumbledore ou McGonagall. O que achou um pouco embaraçoso. Eles não
sabiam que ele já tinha assistido às aulas com o sangue fervendo e os músculos doendo? Que
ele havia terminado as redações depois de ficar acordado por dois dias, com a cabeça
latejando e tão cansado que só a adrenalina o mantinha em pé? E ele, ainda sim, havia
ultrapassado metade da classe. Remus podia fazer isso. Eles apenas tinham que deixá-
lo. Como ele conseguiria um emprego depois da escola, se não conseguisse acompanhar?

Quando Remus abriu os olhos por volta das quatro horas, ficou muito surpreso ao ver Sirius
ali. sozinho.

"Bom dia", ele sorriu, suavemente, um traço de ansiedade ainda presente em suas
feições. Isso pode não ser por causa de Remus - Sirius costumava estar ansioso,
ultimamente. Se Snape era a sombra malévola de Remus, então Regulus era de
Sirius. Parecia que, mesmo que deixasse tudo sobre a Família Black para trás - menos no
nome - ele nunca estaria realmente livre do senso de obrigação. Ou da culpa. Esse poderia ser
o caso com todas as famílias, Remus refletiu. Ele não saberia dizer.

"Bom dia", ele acenou de volta, puxando-se para cima. "A noite foi boa, não foi?"

"Sim, ótima," Sirius concordou, ansioso por estarem em território familiar. “Não posso
acreditar que encontramos aquela cachoeira, Prongs acha que há uma caverna atrás dela. Eu
falei que se realmente houvesse uma, então provavelmente um troll moraria lá. Eles gostam
de cavernas, não gostam? "

"Eles gostam."

Não foi exatamente constrangedor. Eles conversavam assim o tempo todo. Mas, geralmente,
não lutavam para manter uma conversa. Muito pelo contrário, na verdade. Sirius estava
olhando para o teto, quando disse, do nada.

"Estamos bem, não estamos, Moony?" Sua voz era baixa.

"Claro." Remus disse, apressado.

“Porque você - Você, James, Pete. Vocês são meus melhores amigos.”

"Sim. Você é meu melhor amigo. Vocês todos são."


"Tudo bem." Sirius parecia aliviado e Remus estava feliz por ter dito a coisa certa. Mas seu
rosto parecia ter ficado preocupado novamente. "Tem ... tem a Mary agora, também."

"Mary." Remus repetiu.

“Sim, eu disse que iria encontrá-la. Pete vai chegar em breve.”

"Não, tudo bem. Assim que a Madame Pomfrey voltar, ela provavelmente vai me deixar
sair. Eu vou ... te ver esta noite? "

"Sim, claro," Sirius sorriu, parecendo mais confortável do que havia estado nas últimas
semanas. Nós nos entendemos agora. "Vejo você no jantar, cara." Ele disse essa última
palavra com uma masculinidade excessivamente brincalhona, que não era nada habitual
dele. Remus ficou surpreso por não ter recebido um soco no braço ou ter seu cabelo
bagunçado.

***

Quarta-feira, 14 de abril de 1976

O mês seguinte passou em um borrão de penas, livros e pergaminhos. Remus não tinha
certeza se ele e Sirius ainda estavam em desacordo, porque, simplesmente, não tinha tempo
para se preocupar com isso. Quando se viam - nas aulas, nos corredores, ou bocejando boa
noite um para o outro antes de dormir - tudo parecia perfeitamente bem.

O grupo de estudo de Remus dobrou de tamanho, até que ele teve que separá-los por
assuntos diferentes para cada dia da semana. A maioria das sessões consistia em examinar
provas escritas de anos anteriores, compartilhar suas respostas e apontar trechos
importantes de seus vários livros didáticos. Remus sentiu que estava aprendendo tanto
quanto ensinava - e estava gostando muito.

"Por que você não está na Corvinal?" Christopher perguntou um dia, enquanto ajudava
Remus a arrumar a sala de aula disponível, na qual eles praticavam levitação. Estava uma
bagunça.

“Meu pai foi da corvinal, na verdade,” Remus sorriu suavemente. Isso não doia tanto quanto
antes. Haviam coisas mais importantes. "E o chapéu mencionou isso na minha seleção, mas ...
não era para ser."

"Parece que você teria se dado melhor lá." Christopher disse, consertando um tinteiro
quebrado e limpando a poça negra embaixo.

"Talvez," Remus deu de ombros, "Se você me conhecesse, não pensaria assim."
Eles terminaram o trabalho e Remus olhou para o relógio. "Merda, eu tenho que ir ...
desculpe, Chris, você ficará bem voltando para a Torre?"

“Privilégio puro-sangue,” Christopher disse, fazendo uma careta, “Eu não sou
incomodado. Aonde você vai?”

“Er ... é particular. Desculpe. Obrigado pela ajuda!"

Ele teve que correr para chegar a tempo à ala hospitalar. Madame Pomfrey o repreendeu
levemente,

“Nenhum exercício físico em luas cheias!” Ela disse, fechando sua capa "Você vai ficar
agitado, e tivemos um ano tão bom."

“Eu vou ficar bem,” ele acenou com a mão, um pouco casualmente demais. Talvez devesse
pedir a Prongs para arranhá-lo um pouco, para que ela não suspeitasse. De jeito nenhum
Prongs faria isso, no entanto.

Eles começaram a caminhar juntos para o terreno, uma viagem tão familiar que, agora,
podia faze-la enquanto dormia. “Eu poderia fazer isso sozinho, agora”, disse ele, em tom de
conversa, “Eu sei como tudo funciona bem o suficiente. Você só precisaria me pegar de
manhã. "

“Desculpe, querido,” ela balançou a cabeça, “Ordens de Dumbledore. Devo ter certeza de
que você está fora do terreno em segurança no horário. "

“Oh. Claro." Ele tentou não parecer ingrato. Claro, isso era uma preocupação - que ele
pudesse esquecer ou se atrasar. Então o que? Seria muito pior do que isso, ele pensou,
quando fizesse dezessete anos e tivesse que se registrar no ministério.

Dentro da Casa, Madame Pomfrey gritou,

"O que aconteceu?!" Remus retirou sua varinha.

“Oh, nada,” ela colocou a mão peito, “Eu ... eu vi um rato. Coisas horríveis. Desculpe,
querido, gostaria que pudéssemos encontrar um lugar melhor para você ...”

"Oh, está tudo bem ... vejo você pela manhã."

Quando a porta se fechou, ele se virou, “Pete? Aquele era você?"

"... Desculpe, Moony," a voz de Peter veio de cima. "Eu deveria estar vigiando ..."

Ele desceu a escada, seguido por Sirius e James, que estavam bocejando, e parecia que
haviam acabado de acordar.

“O que vocês dois estão fazendo aqui?!” Remus perguntou, surpreso, “E a partida?!”

"Estamos dormindo desde a última aula", explicou James, "Então, dormiremos mais uma ou
duas horas pela manhã ... e na hora do almoço, se pudermos."

"Loucos." Remus balançou a cabeça, "Vocês dois." Ele olhou para Sirius, para verificar se
eles ainda estavam jogando o jogo do contato visual.

"Qualquer coisa pelo nosso Moony." Sirius disse, segurando seu olhar por alguns segundos
antes de deixá-lo cair, desviando e esfregando o braço. Isso satisfez Remus, embora ele
soubesse que deveria se sentir culpado. Não sabia por que sentia tanto prazer em assistir
Sirius envergonhado.

"Chegamos cedo," Peter disse, sentando na pequena cama de Remus, "Não chegamos,
Remus?"

"Sim, acho que sim", ele se espreguiçou um pouco, para ter uma ideia de suas várias dores e
pontadas, "Sim, ainda falta um tempo."

"Oh, bom, posso voltar a dormir?" Sirius bocejou. Ele e James estavam acomodados no chão,
e Sirius estava descansando a cabeça no ombro de James. Vai se foder, James, Remus pensou,
antes de se conter. Ele se encostou na parede, constrangido.

"Ei, quando é a sua entrevista com McGonagall?" James perguntou, encolhendo os ombros
para afastar Sirius.

“Err ... Primeiro horário na próxima sexta, eu acho. Por quê?"

"O que você vai dizer?"

"Dizer?"

“Sobre as carreiras, idiota.”

"Oh, certo," Sirius reprimiu outro bocejo, seus olhos lacrimejando de cansaço. “Ugh, eu não
sei. Não gosto muito da ideia de um emprego. Papai queria que eu entrasse pra política, então
acho... que não vai ser isso.’’

“Minha mãe diz que é uma hora ruim para entrar no ministério”, disse Peter,
pensativo. “Mas Dezzie acha que é o melhor momento - quando a guerra acabar, estaremos lá
para reconstruir em primeira mão.”

"Bem, essa é uma maneira de ver as coisas." Sirius ergueu uma sobrancelha. Ele cutucou
James: "Vá em frente, nos conte quais são seus planos."

"Hm?" James olhou para ele inocentemente.

“Ah, qual é Potter, não me diga que você já não tem tudo planejado. Puddlemere? Holyhead?
The Cannons? Quem mostrou mais interesse até agora?”

“Na verdade,” James ergueu a cabeça de uma forma muito digna, “Se você quer
saber, todos eles perguntaram sobre mim, de acordo com McGonagall. Mas estou recusando -
por enquanto, pelo menos.”

"Oh sim? Vai ter um ano sabático e viver de seus zilhões de galeões?”

“Não, seu idiota. Eu vou lutar.”


Houve uma pausa estranha. Sirius parecia profundamente perturbado. Remus o quebrou.

"Você o quê, cara?"

“Bem,” James parecia estranhamente nervoso com isso, “A guerra não vai acabar a menos
que as pessoas a lutem. Mamãe e papai estão trabalhando tanto e ... bem, que tipo de filho eu
seria se não ajudasse? Dumbledore precisa de tantas pessoas quanto puder. Além disso,” ele
riu, trêmulo, “Se Wormy quer um emprego no ministério, é melhor ter certeza de que o
ministério ainda estará de pé, não é?”

"Então ... quando você falar com McGonagall, você dirá ..."

“Que o quadribol pode esperar? Que eu quero fazer tudo que puder para ter certeza de que
o mundo mágico seja seguro para todos, não apenas para os puro-sangue? Sim, exatamente
isso.” James terminou, simplesmente, olhando para suas mãos.

Silêncio novamente. Finalmente, Sirius murmurou,

"Então é isso que direi também."

“Cara, você não precisa ...”

“O que mais eu vou fazer? Me aposentar com a herança do meu tio e deixar você ter toda a
diversão? Até parece."

"Eu também!" Peter disse de repente, ansioso para ser incluído, "Eu posso ajudar!"

"Claro que você pode", James sorriu, "Você é um maroto, essa é basicamente a melhor
qualificação que você pode ter."

"E você, Moony?" Peter tagarelou, animado e de olhos brilhantes.

“Eu vou ... mmph” Tarde demais, aí vem, “Merda - se transformem! Rápido!"

Todos eles se levantaram, prontos para assumir suas formas animais.

A última coisa que Remus viu claramente foram seus três amigos, parados juntos, pensando
sobre o futuro deles.
Capítulo 89 : Quinto ano: A Semana Anterior
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 23 de abril de 1976

“Boa tarde, Sr. Lupin,” a Professora McGonagall sorriu quando ele entrou em seu escritório.

"Boa tarde, professora." Ele respondeu educadamente, sentando-se na cadeira em frente à mesa
dela.

“Tudo pronto para seus exames?”

"Er ... acho que sim."

“Eu tenho muita fé em você,” ela sorriu - McGonagall apenas abria um sorriso quando sentia que a
situação merecia. Por esse motivo, Remus sorriu de volta.

A bruxa de meia-idade olhou para uma pilha de pergaminhos estendidos diante dela. Notas de seus
outros professores, talvez. Ela limpou a garganta, olhou para cima e sorriu novamente, "Você
recebeu resultados consistentemente altos durante seu tempo em Hogwarts."

“Não o tempo todo,” ele murmurou, pensando naqueles meses perdidos no primeiro ano.

“Você é um monitor,” McGonagall continuou, “Um jovem geralmente bem-comportado e


atencioso. Parece se destacar em Feitiços e História, e ouvi dizer que, até mesmo, reuniu alguns
alunos para ensina-los? "

“Eu só não me importo em ajudar”, explicou ele, envergonhado. “Se as pessoas tiverem
dificuldades.”

“Uma qualidade admirável, Sr. Lupin.”

"Er ... obrigado."

"Então", disse ela, rapidamente, "com todas essas coisas boas em mente, você já pensou em uma
carreira para seguir depois de concluir sua educação?"

Ele estava nervoso, percebeu. Mais nervoso do que esperava. Esfregou as palmas das mãos úmidas
na calça e tentou fazer contato visual.

“Vou ter que me registrar. No ministério.”

Ele a viu apertar os lábios, mas ela não interrompeu.


"E ... quero dizer, não sei muito sobre isso, não tanto quanto deveria, talvez, mas ... a guerra ..."

"O que tem a guerra, Lupin?" Ela retrucou.

“Bem ... pessoas - bruxos - eles não querem empregar alguém como eu, com meus problemas,
então eu pensei -”

“Não podemos nos submeter a baixas expectativas dos outros sobre nós, Lupin. Você fez grandes
coisas em Hogwarts e não tenho dúvidas de que é capaz de coisas ainda maiores.”

"Talvez", ele deu de ombros, "mas não terei a chance a menos que ... a menos que eu me envolva,
suponho."

"Se envolver." Qualquer traço de gentileza ou encorajamento havia deixado seu rosto.

"Sim."

"Sr. Lupin." A sobrancelha de McGonagall franziu. Ela parecia cansada, como se tivesse
trabalhado em um problema difícil o dia todo, "Você sabe que já falei com o Sr. Black sobre seus
próprios planos."

"Sim." Remus não tinha certeza do que isso tinha a ver com qualquer coisa.

"E tenho certeza de que você pode imaginar exatamente quais são os planos do Sr. Black."

"Er ... eu poderia adivinhar ..."

Ele não precisava adivinhar. Todos eles haviam discutido isso na noite anterior, todos os quatro
sentados na cama de James.

James sempre foi o chefe do grupo - o líder. Sua bondade inata, sua confiança e sua personalidade
fácil garantiram isso desde seu primeiro encontro no Expresso de Hogwarts. Mas agora, para
Remus, pelo menos, ele parecia ter assumido uma nova dimensão de heroísmo sábio em sua
decisão de se juntar a Dumbledore e se colocar contra Voldemort.

Se James estava fazendo isso, então todos tinham certeza de que era a coisa certa a se fazer. Sirius
havia falado longamente, e com alguma emoção, sobre seu próprio desejo de vencê-los. Remus
teve a impressão de que Sirius não via a guerra como política, e sim como algo extremamente
pessoal. Voldemort poderia muito bem ser sua mãe ou seu pai. Peter sempre ficava animado para
começar um novo projeto, e Remus tinha que admitir que estava impressionado - Wormtail era
geralmente o primeiro a apontar os riscos de tal plano. Mas James fazia tudo parecer tão fácil; tão
simples.

Quanto a Remus, nunca houve qualquer dúvida. Ele não tinha outras opções, pelo que podia ver, e
era o que tinha menos a perder dentre os quatro. Os três meninos com quem dividia o quarto foram
sua principal preocupação nos últimos cinco anos, e não via razão para isso mudar quando
deixassem a escola. E ele não podia negar, nem para si mesmo, que ficar perto de Dumbledore
parecia o caminho mais provável para se chegar a Greyback.

Ele não disse nada disso para McGonagall, é claro.

A professora tirou os óculos, esfregou os olhos e cobriu o rosto com as mãos. Ela suspirou, e o som
atingiu Remus de uma forma dolorosa, na boca do estômago - ele a havia desapontado.

“Sr. Lupin, eu tenho entrevistas com o Sr. Potter e o Sr. Pettigrew esta tarde. Devo presumir que
ouvirei as mesmas coisas deles? Nenhum de vocês tem ambições de carreira além desta guerra
terrível?”

Remus deu de ombros e olhou para os pés. Ela não mudaria de ideia.

"Haverá tempo para isso." Ele murmurou: "Depois."

Ela abaixou as mãos, recolocou os óculos e olhou para ele. Seus olhos estavam vermelhos,
ligeiramente inchados. Ela não estava lhe dando seu famoso 'olhar', tentando enervá-lo para dar a
resposta certa. A expressão que ela usava era algo completamente diferente - uma que não
combinava com ela de jeito nenhum. Ele não gostou.

“Não me tornei professora para isso.” Ela disse, muito baixinho, com a voz tensa.

Ele não sabia o que dizer sobre isso. Sentiu pena - mas não queria dizer isso, para o caso de ela
aproveitar isso como uma forma de dissuadi-lo.

“Acho que Peter quer fazer algo no ministério”, ele ofereceu, “depois”.

“Bem, isso é um começo, pelo menos,” McGonagall sorriu tensamente, e reorganizou seus
papéis. “Agora, Sr. Lupin, vamos falar sobre os NIEMs, certo?”

***

Quinta-feira, 14 de maio de 1976

Trêmulo, Remus alcançou o topo das arquibancadas de quadribol. Ele encontrou seus amigos, Lily,
Mary, Peter e Desdemona, esperando animadamente enquanto a multidão começava a aplaudir. Se
sentou ao lado de Desdêmona, que estava usando o cachecol vermelho e dourado de Peter,

"Oi Dezzie," Remus sorriu e deu um pequeno aceno. "Er ... você está com frio?"

"Estou tentando me misturar", ela riu, "Petey achou que eles não deixariam um corvino se sentar
aqui."

“Oh…”

"Você deveria estar aqui, Moony?" Peter perguntou, observando os jogadores entrarem em campo
com um par de binóculos, "Está se sentindo bem?"

"Oh não, você ficou doente de novo, Remus?" Desdêmona perguntou com simpatia.

"Ah, er, Remus estava apenas, er ..." Peter gaguejou, percebendo seu erro,

“Nas estufas.” Remus disse suavemente. "Estou completamente chapado."


Estava completamente sóbrio, mas Desdêmona era um tipo de garota inocente.

“Er ... ok ...” Ela sorriu educadamente, mas se afastou ligeiramente dele.

Ele escapuliu enquanto a Madame Pomfrey estava em seu escritório. Estava se sentindo mal por
isso e se desculparia mais tarde, mas precisava ver seus amigos jogarem. Eles fariam o mesmo por
ele. Hoje era Grifinória vs. Lufa-Lufa, e a multidão que gritava do lado oposto estava vestida com
um glorioso amarelo sol. Chovera durante a noite (Remus sabia disso porque acordou com o cabelo
e os pés molhados) e o céu estava de um azul claro de primavera. Sabendo que James veria isso
como um bom presságio, Remus sorriu para si mesmo e aplaudiu junto com seus amigos.

Foi um bom jogo - ótimo para Sirius, que, particularmente, estava em boa forma. Ele não errou um
balaço, e a certa altura do jogo, deu um golpe impressionante bem na hora de salvar o terceiro
artilheiro da Grifinória, inclinando-se tanto que Remus teve certeza que ele cairia no chão.

“Não vai haver outra festa se ganharmos, não é?” Lily disse entre os aplausos quando James
marcou seu quinto gol, "Não acho que podemos lidar com outra tão perto dos exames."

"Não se James tiver algo a ver com isso," Remus disse, "Ele não vai querer jogar fora as horas que
tem passado na biblioteca."

"Biblioteca?!"

“Sim, ele está ficando lá todos os dias, quase,” Peter completou, “Revisando até seus dedos
caírem. Está sendo ainda mais nerd do que Moony atualmente.”

"Eu não acredito em você." Lily ergueu uma sobrancelha.

"Acredite." Remus riu, “Ele até mesmo impôs regras no dormitório para que pudesse dormir o
suficiente entre os exames. Temos que ficar completamente em silêncio depois das oito horas.”

Outra comemoração rugiu - o sexto gol de James, o décimo segundo para a Grifinória, no total.

"Ha!" Peter gritou: "Eles nunca vão alcançar agora!"

A grifinória venceu, é claro - Remus não tinha certeza se James já havia perdido um jogo se
quer. Assim que o apito final soou, todos os alunos da casa correram para o campo para
parabenizar seu time. Mary estava à frente, depois de correr alguns minutos antes de todos os
outros. Remus, como sempre, estava atrás.

Normalmente, ele não se importava, mas com a lua tão perto, ainda estava muito dolorido e
mancava mais evidentemente do que o normal. Provavelmente seria melhor se esperasse que todos
os outros descessem, ele pensou, menos pessoas notando sua dificuldade. Madame Pomfrey
sugeriu uma ou duas vezes uma bengala, para quando seu quadril estivesse muito ruim, mas ele
nem quis saber disso.

Remus estava quase no fim dos degraus de madeira frágil, podia ver James e Sirius no centro de
uma multidão vestida de vermelho no campo de quadribol. James ergueu os olhos e acenou para
ele, e Sirius percebeu, acenando também. Lupin sorriu amplamente, torcendo para que eles
pudessem ver, e levantou o polegar como forma de parabéns.

Ao fazer isso, algo muito afiado e quente picou seu tornozelo, assim que ele o ergueu para descer
mais um degrau. Com um grito de surpresa e dor, Remus caiu para frente, perdendo por completo o
equilíbrio e caindo ruidosamente pelo resto da escada, batendo com força no chão. Ai, ele pensou.
"Porra." Ele disse, olhando para as mãos doloridas e lascadas, enquanto tentava, ao menos, ficar de
joelhos. O problema de ser tão alto, ele pensou, era que havia mais de você para se machucar.

Atordoado, confuso e grato pela maior parte da multidão estar de costas para si - ele deve ter caído,
pelo menos, oito degraus -, Remus ouviu um riso abafado. Se virando, sentindo a dor subindo por
seu lado esquerdo ao fazê-lo, viu três rostos escondidos sob o andaime de madeira. Mulciber, Barty
Crouch e Snape.

“Oopsie!” Crouch gargalhou, mostrando fileiras de dentes brancos e afiados, um pouco pequenos
demais para sua boca. "Pobre Lupinzinho!" Ele brincava com algo pequeno e metálico.

"Babacas." Remus murmurou, se endireitando, obrigando seu corpo a ficar de pé o mais rápido
possível. Procurou a varinha no bolso da calça, rezando para que ela não tivesse sido
quebrada. Não, estava bem. Ele a retirou e apontou-a entre as lacunas dos degraus. Seu tornozelo
ainda latejava, uma coceira latejante e incômoda. "O que vocês fizeram?"

"Não nos culpe por sua falta de jeito, Loony Lupin." Snape disse friamente, recuando nas
sombras. "E tire essa varinha da minha cara, antes que eu denuncie você por intimidar alunos
desarmados."

"Desarmados é o caralho!" Remus rosnou, ainda apontando sua varinha, " Expelliamus!"

Mas nada aconteceu. Eles realmente estavam desarmados.

"O que eu disse a vocês, senhores?" Snape zombou de seus companheiros, “Loony Lupin é
perigosamente louco. Com muita ênfase no ‘perigoso’ ...”

Crouch estava fora de si agora, rindo loucamente enquanto jogava a pequena ficha de metal entre
as mãos, como um malabarismo estranho. Era uma moeda? Não, Remus podia sentir o cheiro
agora, mesmo enquanto eles se afastavam. Deve ser um distintivo de monitor. Um de prata.

“Ei!” Ele gritou de repente, mas os garotos apenas riram e continuaram andando.

No momento em que James e Sirius - que tinham visto Remus tropeçar, mas não muito mais - o
alcançaram, os três sonserinos já haviam partido.

"Puta merda, você está bem Moony?" James perguntou, ajudando-o a se endireitar, oferecendo um
braço.

“Tudo bem, sim ... devo ter tropeçado. Pernas longas estúpidas, hein? " Remus tentou sorrir. Sirius
estava lá e se recusava a mencionar qualquer tipo de ataque sonserino com ele por perto. Black
andava muito mais instável e imprudente hoje em dia. A coceira quente e raivosa em seu tornozelo
o estava deixando louco.

Ele esperava que a essência de murtisco ajudasse nisso também. Maldito Snape. Para que ele havia
feito isso? Nenhum dos três sonserinos eram monitores, então onde eles conseguiram o
distintivo? E mais especificamente, por que o maldito distintivo?!

As garotas haviam chegado ao local agora e causavam um tumulto, dizendo a Remus para se sentar
e respirar fundo, perguntando se isso ou aquilo doía. Não adiantava dizer que nada doía, depois de
cair de cabeça por vários lances de escadas, e não adiantava dizer que tudo doía, mas que já havia
sentido coisa muito pior. E o tempo todo sua mente voltava para a dor em seu tornozelo e para a
palavra que Severus havia usado - perigoso. O que ele sabia? Ou o que ele achava que sabia?

“Remus, você realmente está terrivelmente pálido,” Lily estava dizendo.


Marlene colocou a mão na testa dele e ele a empurrou irritado,

"Estou bem." Respondeu.

"Tudo bem, deem a ele um pouco de ar, pelo amor de Merlin!" Sirius, que, até agora, não tinha dito
nada, de repente explodiu, empurrando todos para fora do caminho.

Remus olhou para cima, apertando os olhos através de algumas mechas de cabelo soltas, para ver o
rosto determinado de Sirius. Ele colocou as mãos nos quadris, em uma imitação muito boa de
James delegando atividades para uma pegadinha: “Vocês vão para os vestiários, ou para o salão
principal ou onde quer que devam ir. Moony, vamos, vamos voltar para o castelo, vamos dar uma
passada na ala hospitalar. Prongs, você lega minha vassoura de volta. "

Remus quase abriu a boca para protestar - ele não poderia ir para a ala hospitalar, da qual ele havia
escapado há apenas algumas horas. Madame Pomfrey nunca o deixaria sair novamente, uma vez
que visse a confusão em que ele se meteu contra suas ordens. Mas Sirius lhe oferecia uma saída,
então concordou.

Ele aceitou a ajuda do braço de Sirius e se levantou, teso. Ai, pensou novamente. Havia machucado
gravemente um dos joelhos e seu quadril parecia pior do que nunca. Ele cambaleou um pouco, mas
o outro permitiu que se apoiasse nele. Black ainda estava em suas vestes de quadribol carmesim,
adornadas em dourado, havia tirado o capacete e seu cabelo estava solto do rabo de
cavalo. Cheirava levemente a suor, ar fresco e grama.

"Eu vou também!" Mary gorjeou, levantando-se. Ela estava levando sua posição como primeira
dama da Grifinória muito a sério.

"Não, está tudo bem," Sirius disse, com firmeza, mas gentilmente, "Nós não precisamos fazer um
alvoroço, precisamos, Moony? Vamos lá."

Ele deu um beijo rápido na bochecha de Mary antes de levar Remus pelos últimos degraus, para
fora do campo de quadribol e de volta ao castelo.

Remus se afastou, assim que pensou que poderia andar sem ajuda, e Sirius o deixou, mas manteve
um ritmo constante ao seu lado, de modo que demorariam muito para chegar.

"Não temos que ir ver Pomfrey se você acha que está bem." Ele disse, rapidamente: “Achei que
você gostaria de sair daquela confusão”.

"Sim ... valeu," Remus assentiu, cauteloso.

"Eu sei que você odeia que as pessoas se preocupem com você."

"Sim."

“Moony? Como você realmente caiu? Você nunca cai, mesmo depois da lua. "

“Ah, eu não sei. Não estava olhando para onde estava indo.”

Sirius pareceu aceitar isso por enquanto, e ambos continuaram andando. Devem ter levado quase
meia hora para percorrerem todo o caminho até a Torre da Grifinória. Às vezes Remus desejava ser
um lufano, para fins de acessibilidade. Finalmente lá, Remus desabou em sua cama, todo dolorido e
completamente exausto. Ele odiava ficar assim na frente de Sirius. Não queria mostrar nenhum
sinal de fraqueza.
"Eu só vou tomar um banho, tudo bem?" Sirius disse, baixinho. Remus assentiu, fechando os olhos.

Assim que a porta do banheiro se fechou, ele procurou na mesinha de cabeceira a essência de
murtisco. Precisaria de mais após a próxima lua, embora este frasco tivesse durado mais do que
qualquer outro que ele teve, graças aos marotos. Levantou a perna da calça e encontrou a picada de
alfinete. Bastardos. Estava vermelha e ligeiramente inchada, como uma picada de mosquito. A pele
ao redor do profundo hematoma, se tornava roxa. A essência murtisco não ajudou em nada. Era
definitivamente prata, então.

Remus se deitou e tentou ignorar a dor, permitindo que seus músculos relaxassem e o sono
assumisse o controle. Ainda estava deitado naquele estado sonolento e ligeiramente febril quando
Sirius saiu do banheiro, um sopro de vapor abafado se arrastou pelo quarto junto com o cheiro
fraco de loção pós-barba.

"Está dormindo?" Ele sussurrou, suavemente.

"Quase," Remus murmurou, abrindo um pouco os olhos.

Sirius fechou as cortinas, diminuindo a luz do quarto. Ele ficou parado ao lado da cama de Remus
e pegou o frasco de essência de murtisco.

“Para que é isso? Se cortou?"

"Não…"

“Moony, por favor me diga o que aconteceu? Obviamente não foi um acidente.” Sirius franziu a
testa, "Você não confia em mim?"

“Claro que eu confio em você,” Remus franziu a testa, “Eu só ... olha, não preciso que você saia
por aí procurando vingança, ok? É estúpido, e só vai ser pior.”

"Quem?"

“Três sonserinos. Eles me fizeram tropeçar - puxaram meu pé pela escada, só isso. Idiotas
covardes.” Seria melhor não mencionar a prata.

"Quais sonserinos?" A voz de Sirius estava dura.

"Não Regulus." Remus respondeu, apressado, “Snape, obviamente. Mulciber e Crouch. Sirius,” ele
disse, tão severamente quanto ele pôde, “Eu estou bem, ok? Por favor, não torne isso pior.”

"Eu não vou." Sirius disse, embora parecesse incerto. Ambos ficaram em silêncio por um
tempo. Remus fechou os olhos novamente, as pálpebras pesadas. "Devo deixar você
dormir?" Sirius perguntou, sua voz gentil novamente.

“Sim, valeu,” Remus murmurou, relaxando novamente.

“Eu também estou exausto,” Sirius disse, levemente, com uma meia risada, “Depois daquela
partida. Estou com inveja de você por ter uma desculpa. Quase queria poder apenas deitar aqui com
você e não me levantar de novo até amanhã. "

Remus abriu os olhos novamente, para verificar o rosto de Sirius, mas ele estava olhando para o
outro lado. “Mas é melhor descer para o banquete. Não posso perder o discurso de vitória de
James.”
"Não chegue perto dos sonserinos," Remus disse, "Promete?"

"Prometo." Sirius concordou.

Ele saiu do quarto logo depois disso, e Remus adormeceu se sentindo satisfeito, pois não importava
o quanto Sirius odiasse a sonserina, ele nunca faria algo tão imprudente que Remus não pudesse
perdoá-lo.
Capítulo 90: Quinto ano: NOMs
Chapter Summary

Notas da autora no capítulo original: “Este capítulo faz referência à cena de flashback
em 'Harry Potter e a Ordem da Fênix', Capítulo 28: A Pior Memória de Snape. Sinta-se
à vontade para voltar e ler isso de antemão, porque eu não recriei aquela cena de forma
alguma - JK Rowling a escreveu muito bem da primeira vez, e no contexto desta fic
acontece exatamente como descrito por ela.”

Logo após a postagem desse capítulo eu postarei o flashback em ordem da fênix para
vocês lerem o que aconteceu.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

When I see you walking down the street. Quando eu vejo você andando pela rua.

I step on your hands and I mangle your feet. Eu piso nas suas mãos e destroço seus pés.

You’re not the kinda person that I even wanna meet. Você não é o tipo de pessoa que eu gostaria
de encontrar.

Oh baby, you’re so vicious! Oh, querida, você é tão cruel!

- 'Vicious', Lou Reed.

Quinta-feira, 3 de junho de 1976

Os NOMs eram tão assustadores e satisfatórios quanto Remus previra. Ele tentou fingir que não
eram diferentes dos exames habituais de fim de ano, mas isso era quase impossível quando todo
mundo parecia ter perdido a cabeça. James se tornara um verdadeiro recluso, enfurnado na
biblioteca ou atrás das cortinas da cama, memorizando obsessivamente fatos e datas que passara o
resto do ano ignorando. Peter ocasionalmente ficava muito pálido e encarava, trêmulo, o nada.
Marlene começou a emboscar Remus em vários intervalos ao longo do dia, exigindo que ele a
questionasse sobre isso ou aquilo.

Apenas Sirius parecia calmo, o que era típico. Quando até mesmo James o ignorou, ele se
entretinha distraindo Mary. O que tinha o benefício adicional de distrair Remus, o que era horrível,
mas tolerável.

“Vão encontrar um armário de vassouras como todo mundo!” Marlene gritou, à beira da histeria,
jogando uma pantufa no casal. Eles estavam emaranhados juntos no sofá em frente à lareira.

"Mas não há para onde ir, sabe" Mary desabafou para Remus na biblioteca, um dia antes do início
dos NOMs. "Sirius não me deixa entrar no dormitório, e os meninos não podem entrar no nosso ...
e não me atrevo a ser pega em armário algum, não nesse castelo cheio de aspirantes a Comensais
da Morte."

"O que?" Remus finalmente prestou atenção, "Alguém tentou machucar você, Mary?"

"Ah, o tempo todo", ela deu de ombros, com um sorriso cansado, "Já estou acostumada. Pelo
menos ser a única criança negra na minha escola primária me preparou para alguma coisa.”

"Isso é horrível, Mary, sinto muito." Remus deu um aperto na mão dela, sentindo-se genuinamente
terrível. Mary era uma garota muito forte, ele sabia - você conseguia se safar de falar quase
qualquer coisa perto dela, talvez ficasse emburrada por um tempo, mas te perdoaria logo em
seguida. Mas ainda assim; aquilo era algo totalmente diferente e, obviamente, a estava afetando.

"Você é tão doce, Remus," ela sorriu gentilmente, apertando sua mão de volta. "Mas não se
preocupe comigo. Eu tenho Sirius.”

"Mhm." Remus soltou a mão da menina, voltando aos deveres antes de perguntar casualmente: "O
que ele diz sobre isso?"

“Ah, você sabe, que ele vai me defender até a morte, que nada que eles façam vai ficar entre nós,
esse tipo de coisa... para ser honesta, eu acho que ele tem um complexo de cavalheiro, quer ser o
príncipe que vai me resgatar.”

"Bem." Remus fechou seu livro e olhou para ela, "Você não é nenhuma donzela em perigo."

O rosto de Mary se abriu em um sorriso adorável. Ela realmente era muito bonita.

"Valeu, Remus, sabia que poderia contar com você para apoiar o argumento da liberdade das
mulheres. Certo, podemos revisar a prova de Defesa Contra as Artes das Trevas novamente? O
Professor Droskie deu a entender que teria algo ver com lobisomens ou vampiros ... "

Remus nunca soube se fora o aumento dos ataques a nascidos trouxas - e, portanto, a Mary - que
causou o incidente ocorrido após o exame escrito de Defesa contra a Arte das Trevas. Ele se
deleitou, uma ou duas vezes, na possibilidade de que tivera algo a ver com a perseguição
incansável de Severus por Remus, mesmo que Sirius tivesse prometido não retaliar. Gostava de
imaginar que, James e Sirius agiram numa espécie de indignação justa, na tentativa de provar que
haviam escolhido um lado.

Na realidade, provavelmente foi uma mistura de motivos; nenhum deles nobre - a ansiedade
elevada para os NOMs, combinada com o alívio de terem acabado de terminar uma prova. As
tensões crescentes que vinham fervilhando durante o ano - na verdade, por vários anos - entre a
Grifinória e a Sonserina. O fato de Severus Snape simplesmente ser um idiota irritante, James
querendo impressionar Lily, e a agressão impiedosa de Sirius contra qualquer um que sugerisse
lealdade a ‘o outro lado’.

Em suma, ninguém estava agindo habitualmente naqueles dias e estava muito quente – apenas
esses dois fatores em si, poderiam ter sido suficientes para trazer a situação à tona. Sirius estar
bancando o aristocrata entediado e James estando ansioso para agradá-lo não era novidade – e,
mais tarde, até poderia, potencialmente, ser explicado como um comportamento típico de
adolescentes irritantes. Além disso, aqueles que conheciam Sirius, e o que ele havia sofrido,
tendiam a tentar mima-lo; permitiam que se exibisse - e James era particularmente complacente.

O nível de crueldade era certamente novo e não podia ser explicado tão facilmente.

Infelizmente, com o passar dos anos, Remus veria mais e mais dessa crueldade - nem sempre por
parte de seus amigos, mas certamente de pessoas que ele pensava serem ‘boas’. Para Remus, este
fora o dia em que a guerra realmente começou, no que diz respeito aos Marotos.

Lupin não se considerava inocente, é claro. Ele poderia ter interferido. Até chegou a largar o livro
de Transfiguração quando Lily se envolveu – mas ele assumiu que ela acabaria com tudo, daria
uma bronca em James e seguiria em frente. Ele certamente não esperava que Snape dissesse o que
disse, ou que James fizesse o que fez a seguir.

Uma parte dele também tinha gostado. Parte dele gostou de ver Snape ser humilhado e
atormentado, sem Mulciber por perto para protege-lo. Foi horrível ver Lily tão insultada, é claro, e
quando James começou a pegar mais pesado, Remus teve que morder o lábio para não gritar e rir
junto com todos os outros. Ele sabia que deveria ter feito algo para impedir. Deveria ter enfrentado
seus amigos, assumido o controle e sido uma pessoa melhor sobre toda a situação. Mas
simplesmente não estava a fim.

Se sua intervenção teria melhorado ou piorado a situação - ou os eventos que se seguiram - Remus
talvez nunca soubesse. Mas ele gostaria de ter tentado.

***

“Você destruiu qualquer chance que tinha de sair com ela agora, cara.” Sirius riu, enquanto Lily
marchava furiosa para fora do salão de jantar ao ver James na mesa.

“Ótimo.” James disse com raiva, “Quer saber, eu cansei de perder meu maldito tempo correndo
atrás dela, e se é assim que ela se sente—”

"Não é assim que ela sempre se sentiu?" Peter perguntou, derramando molho em seu prato
melancolicamente. Outra vítima da briga com Snape - Peter e Desdemona aparentemente tiveram
uma discussão calorosa por causa disso. Ela achou que era bullying; ela não conseguia ver o que
Snape tinha feito de errado.

"Cala a boca, Pettigrew." Sirius revirou os olhos. Então se dirigiu a James: "Esqueça ela, Prongs,
ela sempre se achou melhor que todo mundo."

"Ei," Mary deu um tapa de leve em sua coxa, "Lily é minha amiga, se você não se importa. Mas
acho melhor você deixar ela um pouco sozinha, James. Ela está realmente chateada. "

"Mesmo?" Remus perguntou, se sentindo culpado. Deveria ter impedido.


"Claro que sim!" Mary respondeu, cortando com cuidado suas batatas assadas: "Não me pergunte
por quê, mas Snivellus é o melhor amigo dela desde que eram crianças. Eu já tentei fazer ela
enxergar o quão babaca ele é, mas ela não entende. Acho que ela tem pena dele e ele é
perdidamente apaixonado por ela, obviamente.”

"Eca, ela não gosta dele, não é?!" James parecia escandalizado.

“Não,” Mary deu de ombros, “Mas eles são amigos do mesmo jeito. Ou pelo menos eram. Ela não
está falando com ele agora. "

Remus fez uma nota mental para verificar se ela estava bem - isto é, se Lily ainda estivesse falando
com ele. Sua explosão final definitivamente parecia um ataque a todos os Marotos, não apenas a
James.

***

Sexta-feira, 12 de junho de 1976

A prova escrita de Transfiguração era na semana seguinte, e Remus estava mais que preparado.
Havia um desejo ardente de superar James se, pelo menos, conseguisse ultrapassar Sirius. Pensou
que provavelmente poderia contar vantagem na escrita, se não pudesse na parte prática. A prova
duraria três horas e exigia muita concentração.

Remus apenas ergueu os olhos do papel duas vezes, ambas para verificar Sirius. Na primeira, ele
estava escrevendo sua redação, a pena movendo-se suavemente, como se patinasse sobre o
pergaminho, em contraste com o movimento apressado de James ou Peter. Na segunda vez, ele
estava recostado na cadeira, tentando chamar a atenção de James. Remus suspirou. Era muito mais
difícil se concentrar tão perto da lua cheia. Se sentia mais animal do que o normal.

Estava realmente ansioso pela lua que se aproximava, por mais que soubesse que era uma tolice.
Seria a último do ano letivo, e todos os quatro estavam planejando discretamente na semana
anterior. Com os exames terminados seriam praticamente invencíveis, com a sensação de ter
mundo inteiro a seus pés. James jurou que viu um unicórnio na floresta da última vez, e todos
estavam lendo sobre como rastreá-los. Remus não tinha certeza do que o lobo poderia fazer ao se
deparar com um unicórnio, mas não havia evidências de que ele atacaria. Centauros eram algo
completamente diferente - centauros aterrorizavam o lobo.

Quando o exame terminou, os alunos foram instruídos a recuar contra as paredes do Salão
Principal enquanto McGonagall magicamente coletava todos os papéis em ordem alfabética (no
uso mais elegante de accio que Remus já havia visto) e reinstaurava as mesas das casas, prontas
para o jantar. Do outro lado do salão, Snape encarava James furiosamente.

"Não sei o que mais ele quer", James resmungou, "Já ganhamos detenção, não?"

"Algum professor viu vocês?" Mary perguntou, enquanto se dirigiam para seus lugares habituais
para o jantar.
"Nah, maldita Evans." Sirius gemeu.

"Minha querida amiga Lily." Mary disse, com firmeza.

"Tanto faz." Sirius grunhiu. "É melhor ela não arrastar isso até amanhã à noite."

"Por quê?" Mary perguntou, sorrindo quando o jantar apareceu nos pratos vazios diante deles.
Espaguete à bolonhesa. "Me levando a algum lugar legal, finalmente?"

"Eu acho o banheiro feminino do sexto andar legal." Sirius respondeu sarcasticamente. “De
qualquer forma, não. Tenho outra coisa. Negócio de Maroto.”

"Oh, sim, é claro", suspirou Mary, como se estivesse terrivelmente abalada, "esqueci que tenho que
compartilhar meu namorado com os namorados dele."

James e Peter sufocaram uma risada, mas Sirius se eriçou como um gato.

"Porra, pelo amor de Deus", ele cuspiu, olhando furiosamente para ela do outro lado da mesa, "Por
que você tem que dizer merdas assim?”

"Puro-sangue esnobe." Ela retrucou, docemente, girando espaguete no garfo.

“Por favor,” disse Remus, lutando contra uma dor de cabeça, “Peter e Desdêmona estão discutindo
esta semana. Vocês terão sua vez na semana que vem.”

Isso fez todos rirem e a atmosfera se acalmou. Remus estava satisfeito consigo mesmo. Talvez
estivesse realmente pegando o jeito de todo essa coisa de relacionamentos, sem nunca ter que
realmente ter estado em um.

Quando o jantar acabou, tudo estava bem de novo, e quando James se levantou para ir para a
detenção, Sirius disse que o encontraria mais tarde.

“Eu quero ter certeza de que Mary volte para a torre segura,” ele explicou.

"Você não precisa," ela disse, "Eu não vou sozinha, Remus está vindo também, não é, Remus?"

"Sim," ele acenou com a cabeça, colocando sua mochila no ombro, "Eu finalmente vou ler algo
com um enredo, agora que os exames acabaram."

"Que vida emocionante você tem, Moony," Sirius sorriu. Ele pegou a mão de Mary, "Mesmo
assim, prefiro ir com você. Pra eu não me preocupar.”

"Como você pode ser tão idiota em um minuto e tão fofo no próximo?" Mary suspirou, beijando-o.

Remus desviou o olhar, educadamente. Essa era a grande questão com Sirius, pensou. Era
exatamente nisso que você se metia estando com ele.

"Tudo bem, mas não demore muito", disse James, "A detenção é com Filch. Evans é uma sádica,
eu juro.”

"Não vai levar nem quinze minutos." Sirius o assegurou, e eles partiram, os três, Remus andando
um pouco atrás o caminho todo.

"Oh, pelo amor de Deus." Mary disse em voz alta, quando eles alcançaram o buraco do retrato, e
Remus olhou em volta para ver o que estava acontecendo. Ah. Claro. Snape novamente. Em
reflexo, pegou sua varinha. "Olha, ela não quer falar com você, então cai fora!" Mary retrucou,
ainda segurando a mão de Sirius.

"Black," Severus falou lentamente, "Diga à sua vadia trouxa para calar a boca."

"Do que você me chamou?!" Mary gritou, enquanto Sirius sacava sua própria varinha e a erguia.

Esta é a hora, Remus pensou consigo mesmo, esta é a hora de ser um bom monitor. Este é o
momento de ser corajoso. Sirius tinha acabado de abrir a boca quando Remus deu um passo à
frente, parando entre os dois garotos de cabelos escuros.

"Parem com isso agora!" Ele disse, sua voz mais perigosa, "Snape, volte para seu dormitório, ou eu
vou te dar uma detenção. Black só... fica calmo, ok?

Sirius estava com o rosto vermelho e não abaixou a varinha. Snape ergueu uma sobrancelha,

"Escute ele, Black, até mesmo Loony Lupin sabe que você não me venceria em um duelo."

"Não foi isso que eu disse," Remus sibilou, "Cale a boca e se manda."

"Devo chamar alguém?" Mary perguntou, nervosamente, observando o rosto de Sirius.

"Não, está tudo bem ... apenas entre." Remus disse, observando-a rastejar pelo buraco do retrato.
Ele se virou para Sirius, "Vamos, você tem detenção agora, vamos ..."

"Sua aparência não tá muito boa, Loony Lupin." Severus disse, de repente. Remus se virou,
confuso. Que caralho?! "Tá chegando aquele seu período do mês, não é?"

A implicação era clara. Remus estava sem palavras, chocado. Ele ficou boquiaberto, procurando
sua voz,

"Você ... você não sabe do que está falando!"

“Vocês todos sabem, é claro. Você, Potter e aquele pequeno roedor, Pettigrew? Vocês sabem o que
ele é? Eu sempre me perguntei por que três puro-sangue perderiam tempo com uma escória imunda
como ele, mas agora eu vejo - ele é seu projetinho de estimação, não é, Black? "

“Confringo!”

“Expelliarmus!”

Remus e Sirius gritaram seus encantamentos ao mesmo tempo, mas Remus fora mais rápido, e
tinha a varinha de Sirius na mão antes que qualquer dano pudesse ser feito. Ele se voltou para
Snape agora.

“Eu não sei o que você acha que sabe,” ele disse, bem baixo, de pé em frente ao menino Sonserino,
apontando duas varinhas diretamente para seu rosto, “Mas seja o que for, você está errado. Agora
volte para as masmorras antes que eu convoque McGonagall.”

Snape, que empalideceu ligeiramente, deu um aceno minúsculo antes de contornar os dois
Grifinórios e se esgueirar pelo corredor. Remus não desviou as varinhas dele até que ele tivesse
definitivamente ido embora, e não devolveu a de Sirius até o último momento. Black a agarrou e o
encarou com raiva,

"Por que você fez isso?!"

"Sirius! Você queria outra detenção?!”


“Você não ouviu as coisas que ele disse sobre Mary?! As coisas que ele disse sobre você ?!”

"Claro que ouvi." Remus cruzou os braços, friamente. "E ele é um idiota completo. Um idiota
completo que você humilhou ontem, e que você me prometeu que não iria atrás. "

“Sim, mas –"

"Você prometeu, Sirius." Remus o encarou. Ele viu a expressão nos olhos de Sirius – acabara de
perceber que estavam completamente sozinhos e parados muito perto um do outro. Ele recuou,
ligeiramente,

"Eu sei o que eu disse", respondeu, com a voz ainda rouca de raiva, "mas não vou permitir que ele
espalhe boatos sobre você! Ele merece provar do maldito remédio dele.”

“Sirius,” Remus gemeu, “Por favor, apenas ... vá para a sua detenção e se acalme, ok? Vejo você
mais tarde."

Anos depois, Remus olharia de volta para essa conversa, com o benefício da percepção tardia, e se
repreenderia por ter abandonado a discussão e deixado as coisas daquela maneira. Mas eles ainda
não eram os homens que iriam se tornar, e por mais que Remus gostasse de pensar que era maduro
e intuitivo - estava prestes a aprender que ainda não sabia nada sobre Sirius.

Além disso, ele não tinha a paciência. A lua estava se aproximando.

Chapter End Notes

-Meus comentários sobre a situação: eu gostei muito que a autora deu um contexto
sobre a situação em Hogwarts, a tensão acirrada entre Grifinória e Sonserina, e óbvio a
guerra, os comensais da morte e toda a pressão de escolher um lado. A gente é
presentado com um motivo para a arrogância do Sirius na situação (ele fugiu de casa,
os comensais da morte, a família, etc), por que ele e o James fizeram o que fizeram, e
que Remus não reagiu. Eu gosto que a autora não o pinta preto no branco, não é nada
simples como “Ah o James era um bully e Remus um covarde”, eu acho mais crível a
situação desse jeito, o Snape é um merda e recebeu o que merecia. Ah, não podemos
esquecer que ele chamou a Lilly de sangue ruim. Sem contar que o flashback a gente
viu na versão do Snape, então é de imaginar que seria tendencioso.

- “O nível de crueldade era certamente novo e não podia ser explicado tão facilmente”.
Eu acho essa frase aqui importante para explicar o comportamento do Sirius, essa
crueldade vinda do nada. Eu imagino que ele sofreu muito antes de fugir de casa, mais
do que ele podia suportar, talvez ele tivesse sofrido punições fisícas e estava querendo
descontar isso nos outros, ou pior, o que eu acho que aconteceu, as punições foram
mentais. Acho que os pais deles (A Walburga especificamente) mexeu com a cabeça
do Sirius.

-Bom, queria avisar vocês que “The Prank” está chegando, ou a pegadinha. Será no
próximo capítulo, após o flashback. Caso você seja não esteja inteirado no fandom dos
marotos, A Pegadinha foi mencionada uma vez em Prisioneiro de Azkaban – e é um
dos marcos e eventos importantes dessa época, sempre mencionado nas fanfics –
quando eles se reencontram. (A pegadinha que Sirius achou que seria divertido
convidar o Snape para o Salgueiro lutador – foi assim que a JK escreveu, mas nessa fic
será um pouco diferente.) Não quero dar muitos spoilers, vou falar melhor sobre tudo
isso nas notas do capítulo seguinte. Só avisando que vamos ter um pouquinho de angst
a partir de agora.
Capítulo 90.2: A pior memória de Snape
Chapter Summary

Reescrevemos o capítulo de Harry Potter e a Ordem da Fênix, porém na fanfic original


em inglês, a autora apenas pede para relerem. Não há alteração alguma do livro.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Encontrou-se parado no meio do Salão Principal, mas as mesas das quatro Casas haviam
desaparecido. Em seu lugar, havia mais de cem mesinhas, todas dispostas da mesma maneira, e a
cada uma delas se sentava um estudante, de cabeça baixa, escrevendo em um rolo de pergaminho.
O único som era o arranhar das penas e o rumorejar ocasional de alguém ajeitando o
pergaminho. Era visivelmente um dia de prova.

O sol entrava pelas janelas altas e incidia sobre as cabeças inclinadas, refletindo tons castanhos,
acobreados e dourados na luz ambiente. Harry olhou atentamente a toda volta. Snape devia estar
por ali em algum lugar... era a lembrança dele...

E lá estava ele, a uma mesa bem atrás de Harry. O garoto se admirou. Snape adolescente tinha
um ar pálido e estiolado, como uma planta mantida no escuro. Seus cabelos eram moles e oleosos
e pendiam sobre a mesa, seu nariz aquilino a menos de cinco centímetros do pergaminho enquanto
ele escrevia.
Harry se deslocou para as costas de Snape e leu o cabeçalho da prova: DEFESA CONTRA AS
ARTES DAS TREVAS – NÍVEL ORDINÁRIO EM MAGIA.

Portanto Snape devia ter uns quinze ou dezesseis anos, aproximadamente a idade de Harry. Sua
mão voava sobre o pergaminho; já escrevera pelo menos mais trinta centímetros do que os
vizinhos mais próximos, e sua caligrafia era minúscula e apertada.

“Mais cinco minutos!

A voz sobressaltou Harry. Virando-se, ele viu o cocuruto do Prof. Flitwick movendo-se entre as
mesas a uma pequena distância. O professor passava agora por um garoto com cabelos negros e
despenteados... muito despenteados...

Harry se movia tão depressa que, se fosse sólido, teria atirado as mesas pelo ar. Em vez disso,
parecia deslizar, como em sonho, atravessar dois corredores e entrar em um terceiro. A nuca do
garoto de cabelos negros se aproximou cada vez mais... e ele ia se endireitando agora,
descansando a pena, puxando o rolo de pergaminho para perto para poder ler o que escrevera...

Harry parou diante da carteira e contemplou o seu pai com quinze anos.
A excitação explodiu no fundo do seu estômago: era como se estivesse olhando para si mesmo,
mas com erros intencionais. Os olhos de James eram castanho-esverdeados, seu nariz era mais
comprido do que o de Harry e não havia cicatriz em sua testa, mas ambos tinham o mesmo rosto
magro, a mesma boca, as mesmas sobrancelhas; os cabelos de James levantavam atrás
exatamente como os do filho, suas mãos poderiam ser as dele e Harry não saberia a diferença;
quando o pai se levantasse, os dois teriam quase a mesma altura.

James deu um enorme bocejo e bagunçou os cabelos, deixando-os mais despenteados do que
antes. Então, olhando para o Prof. Flitwick, virou-se e sorriu para outro menino sentado quatro
mesas atrás.

Com um novo choque de excitação, Harry viu Sirius erguer o polegar para James. Sirius sentava-
se descontraído na cadeira, inclinando-a sobre as pernas traseiras. Era muito bonito; seus
cabelos negros caíam sobre os olhos com uma espécie de elegância displicente que nem James
nem Harry jamais poderiam ter tido, e uma garota sentada atrás dele o mirava esperançosa,
embora ele não parecesse ter notado. E duas mesas para o lado - o estômago de Harry se virou de
uma forma boa - encontrava-se Remus Lupin. Parecia muito pálido e doente (a lua cheia estaria se
aproximando?), e absorto no exame: ao reler suas respostas, coçara o queixo com a ponta da
pena, franzindo ligeiramente a testa.

Isto significava que Wormtail devia estar por ali também... e, sem erro, Harry localizou-o em
segundos: um garoto franzino, os cabelos cor de pêlo de rato e um nariz arrebitado. Wormtail
parecia ansioso: roía as unhas, olhava fixamente para a prova, arranhando o chão com os dedos
dos pés. De vez em quando espiava esperançoso para a prova do vizinho. Harry observou
Wormtail por um momento, depois o próprio pai, que agora brincava com um pedacinho de
pergaminho. Desenhara um pomo e agora acrescentava as letras "L.E.". O que significariam?

“Descansem as penas, por favor! “esganiçou-se o Prof. Flitwick. “Você também, Stebbins! Por
favor, continuem sentados enquanto recolho os pergaminhos. Accio!

Mais de cem rolos de pergaminho voaram para os braços estendidos do Prof. Flitwick,
derrubando-o para trás. Várias pessoas riram. Uns dois estudantes nas primeiras mesas se
levantaram, seguraram o professor pelos cotovelos e o levantaram.

“Obrigado... obrigado “ofegou ele. “Muito bem, todos podem sair!

Harry olhou para o pai, que riscou depressa as letras "L.E.” que estava desenhando, levantou-se
de um salto e enfiou a pena e as perguntas do exame na mochila, atirou-a sobre as costas, e ficou
parado esperando Sirius.

Harry olhou para os lados e viu de relance, a uma pequena distância, Snape, que caminhava entre
as mesas em direção à porta para o Saguão de Entrada, ainda absorto no próprio exame. De
ombros curvos, mas angulosos, andava de um jeito retorcido, que lembrava uma aranha, e seus
cabelos oleosos sacudiam pelo rosto.

Uma turma de garotas separou Snape de James, Sirius e Lupin e, plantando-se entre elas, Harry
conseguiu ficar de olho em Snape enquanto apurava os ouvidos para captar as vozes de James e
seus amigos.

“Você gostou da décima pergunta, Moony? “perguntou Sirius quando saíram no saguão.

“Adorei.” respondeu Lupin imediatamente. "Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem.
Uma excelente pergunta.”
“Você acha que conseguiu citar todos os sinais?” perguntou James, caçoando com fingida
preocupação.

“Acho que sim” respondeu Lupin sério, quando se reuniram aos alunos aglomerados às portas de
entrada para chegar ao jardim ensolarado. “Primeiro: ele está sentado na minha cadeira. Dois:
ele está usando minhas roupas. Três: o nome dele é Remus Lupin.”

Wormtail foi o único que não riu.

“Eu citei a forma do focinho, as pupilas dos olhos e o rabo peludo” disse ansioso “, mas não
consegui pensar em mais nada...”

“Como pode ser tão burro, Wormy? “exclamou James impaciente. “Você anda com um lobisomem
uma vez por mês...

“Fale baixo.” implorou Lupin.

Harry tornou a olhar para trás ansioso. Snape continuava próximo, ainda absorto nas perguntas
do exame - mas esta era a lembrança de Snape, e Harry tinha certeza de que se Snape decidisse
sair andando em outra direção quando chegasse lá fora, ele, Harry, não poderia continuar a
seguir o pai. Para seu profundo alívio, porém, quando James e os três amigos começaram a descer
os gramados na direção do lago, Snape os seguiu, ainda verificando as questões da prova e
aparentemente sem ideia fixa aonde ia. Mantendo-se um pouco à frente, Harry conseguia vigiar
James e os outros.

“Bom, achei que o exame foi moleza.” ouviu Sirius comentar. “Vai ser uma surpresa se eu não
tirar no mínimo um "Excepcional".

“Eu também.” disse James. Enfiou a mão no bolso e tirou um pomo de ouro que se debatia.

“Onde você conseguiu isso?

“Afanei.” disse James displicente. E começou a brincar com o pomo, deixando-o voar uns trinta
centímetros e recapturando-o em seguida; seus reflexos eram excelentes. Wormtail o observava
admirado.

Os amigos pararam à sombra da mesmíssima faia à beira do lago, onde Harry, Rony e Hermione
haviam passado um domingo terminando os deveres, e se atiraram na grama. Harry tornou a
espiar por cima do ombro e viu, para sua alegria, que Snape se acomodara na grama à sombra
densa de um grupo de arbustos. Estava profundamente absorto em seu exame como antes, o que
deixou Harry livre para se sentar na grama entre a faia e os arbustos, e observar os quatro sob a
árvore. O sol ofuscava na superfície lisa do lago, à margem do qual o grupo de garotas risonhas
que acabara de deixar o Salão Principal se sentara, sem sapatos nem meias, refrescando os pés na
água.

Lupin apanhara um livro e estava lendo. Sirius passava os olhos pelos estudantes que andavam
pelo gramado, parecendo um tanto arrogante e entediado, mas ainda assim bonitão. James
continuava a brincar com o pomo, deixando-o voar cada vez mais longe, quase fugir, mas sempre
recapturando-o no último segundo. Wormtail o observava boquiaberto. Todas as vezes que James
fazia uma captura particularmente difícil, Wormtail exclamava e aplaudia. Passados cinco
minutos de repetições desta cena, Harry se perguntou por que o pai não mandava Wormtail se
controlar, mas James parecia estar gostando da atenção. Harry reparou que o pai tinha o hábito
de assanhar os cabelos, como se quisesse impedi-los de ficar muito arrumados, e que também não
parava de olhar para as garotas junto à água.
“Quer guardar isso?” disse Sirius finalmente, quando James fez uma boa captura e Wormtail
deixou escapar um viva “, antes que Wormtail molhe as calças de excitação?”

Wormtail corou ligeiramente, mas James riu.

“Se estou incomodando.” retrucou e guardou o pomo no bolso. Harry teve a nítida impressão de
que Sirius era o único para quem James teria parado de se exibir.

“Estou entediado. Gostaria que já fosse lua cheia.”

“Só você gostaria “ disse Lupin sombrio por trás do livro que lia. “Ainda temos Transfiguração,
se está entediado poderia me testar. Pegue aqui... “E estendeu o livro.

Mas Sirius deu uma risada abafada.

“Não preciso olhar para essas bobagens, já sei tudo.”

“Isso vai animar você um pouco, Padfoot “comentou James em voz baixa. “Olhem quem é que...
Sirius virou a cabeça. Ficou muito quieto, como um cão que farejou um coelho.

“Excelente “disse baixinho. “Snivellus.”

Harry se virou para ver o que Sirius estava olhando.

Snape estava novamente em pé, e guardava as perguntas do exame na mochila. Quando deixou a
sombra dos arbustos e começou a atravessar o gramado, Sirius e James se levantaram.

Lupin e Wormtail continuaram sentados: Lupin lendo o livro, embora seus olhos não estivessem se
movendo e uma ligeira ruga tivesse aparecido entre suas sobrancelhas; Wormtail olhava de Sirius
e James para Snape, com uma expressão de ávida de expectativa no rosto.

“Tudo certo, Snivellus?“ falou James em voz alta.

Snape reagiu tão rápido que parecia estar esperando um ataque: deixou cair a mochila, meteu a
mão dentro das vestes e sua varinha já estava metade para fora quando James gritou:

“Expelliarmus!

A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno baque no
gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada.

“Impedimenta!” disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao mergulhar
para recuperar a varinha caída.

Os estudantes ao redor se viraram para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se


aproximando. Outros pareciam apreensivos, ainda outros, divertidos.

Snape estava no chão, ofegante. James e Sirius avançaram empunhando as varinhas, James, ao
mesmo tempo espiando por cima do ombro as garotas à beira do lago. Wormtail se levantara
assistindo à cena avidamente, contornando Lupin para ter uma perspectiva melhor.

“Como foi o exame, Snivellus? “perguntou James.

“Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho.” disse Sirius maldosamente. “Vai
ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nem uma palavra.
Várias pessoas que acompanhavam a cena riram; Snape era claramente impopular. Wormtail
soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda o imobilizava; ele
lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis.

“Espere... para ver.” arquejava, encarando James com uma expressão de mais pura aversão “,
espere... para ver!

“Espere para ver o quê?“ retrucou Sirius insensível. “Que é que você vai fazer, Snivellus, limpar
o seu nariz em nós?

Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros de distância
nada aconteceu.

“Lave essa boca suja“ disse James friamente. “Scourgify!”

Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Snape na hora; a espuma cobriu seus lábios,
fazendo-o engasgar, sufocar...

“Deixem ele em PAZ!”

James e Sirius se viraram. James levou a mão livre imediatamente aos cabelos.

Era uma das garotas à beira do lago. Tinha cabelos espessos e ruivos que lhe caíam pelos ombros
e olhos amendoados incrivelmente verdes, os olhos de Harry.

A mãe de Harry.

“Tudo bem, Evans? “disse James, e o seu tom de voz se tornou imediatamente agradável, mais
grave e mais maduro.

“Deixem ele em paz“ repetiu Lilly. Ela olhava para James com intenso desagrado. “Que foi que
ele lhe fez?

“Bom “explicou James, parecendo pesar a pergunta “, é mais pelo fato de existir, se você me
entende...

Muitos estudantes que os rodeavam riram, Sirius e Wormtail inclusive, mas Lupin, ainda
aparentemente absorto em seu livro, não riu, nem Lilly tampouco.

“Você se acha engraçado “disse ela com frieza. “Mas você não passa de um cafajeste arrogante,
Potter. Deixe ele em paz.``

“Deixo se você sair comigo, Evans “respondeu James depressa. “Vamos... sai comigo e eu nunca
mais encostarei uma varinha no Snivellus”.

Às costas dele, a Azaração de Impedimento ia perdendo efeito. Snape estava começando a se


arrastar pouco a pouco em direção à sua varinha caída, cuspindo espuma enquanto se deslocava.

“Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante “replicou Lilly.

“Sem sorte dessa vez, Prongs “disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. “OI!

Mas tarde demais; Snape tinha apontado a varinha diretamente para James; houve um lampejo e
um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue. James girou: em um piscar de
olhos depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelando
pernas muito magras e brancas e cuecas encardidas.
Muita gente na pequena aglomeração aplaudiu: Sirius, James e Wormtail davam gargalhadas.
Lilly, cuja expressão se alterara por um instante como se fosse sorrir, disse:

“Ponha ele no chão!``

“Prontamente “e James acenou com a varinha para o alto; Snape caiu embolado no chão.
Desvencilhou-se das vestes e se levantou depressa, com a varinha na mão, mas Sirius disse:

"Petrificus Totalus", e Snape despencou outra vez, duro como uma tábua.

“DEIXE ELE EM PAZ! “berrou Lilly. Puxara a própria varinha agora. James e Sirius a olharam
preocupados.

“Ah, Evans, não me obrigue a azarar você “pediu James sério.

“Então desfaça o feitiço nele!”

James suspirou profundamente, então se virou para Snape e murmurou um contra-feitiço.

“Pronto. “disse, enquanto Snape procurava se levantar. “Você tem sorte de que Evans esteja aqui,
Snivellus...”

“Não preciso da ajuda de sangue ruins imundos como ela! “

Lilly piscou.

“Ótimo “respondeu com frieza. “No futuro, não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse
você, Snivellus”.

“Peça desculpa a Evans! “berrou James para Snape, apontando-lhe a varinha ameaçadoramente.

“Não quero que você o obrigue a se desculpar “gritou Lilly, voltando-se contra James. “Você é
tão ruim quanto ele``.

“Quê? Eu NUNCA chamaria você de... você sabe o quê!

“Bagunçando o cabelo só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura,
se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando qualquer um que o
aborreça só porque é capaz... me surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso
do seu ego. Você me dá NOJO.”

E, virando as costas, ela se afastou depressa.

“ Evans! “gritou James. “Ei, EVANS!

Mas Lilly não olhou para trás.

“Qual é o problema dela? “perguntou James, tentando, mas não conseguindo fazer parecer que
fosse apenas uma pergunta sem real importância para ele.

“Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara “disse Sirius.

“Certo “respondeu James, que parecia furioso agora “, certo...

Houve outro lampejo, e Snape, mais uma vez, ficou pendurado no ar de cabeça para baixo.
“Quem quer ver eu tirar as cuecas do Snivellus?``

Mas se James realmente as tirou, Harry nunca chegou a saber.


Capítulo 91: Quinto Ano: A Semana Seguinte
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Capítulo 91: Quinto Ano: A Semana Seguinte

Anyone who ever had a heart Qualquer pessoa que já teve um coração

Wouldn’t turn around and break it Não iria se virar e quebrá-lo

And anyone who ever played a part qualquer um que já desempenhou um papel

Wouldn’t turn around and hate it Não iria se virar e odiar.

- Sweet Jane, The Velvet Underground.

Domingo, 13 de junho de 1976

Tudo dói, foi o primeiro pensamento de Remus ao acordar. O próximo pensamento foi - onde
estão eles? Ninguém tinha vindo. Estava quente, quente demais para junho, e seu coração não
parava de bater com os resquícios da frustração do lobo. Ele se levantou com dificuldade e
cambaleou até a cama, pingando sangue.

Era para ter essa noite sido a última aventura, ele pensou, miseravelmente. Eles deveriam perseguir
unicórnios. O que tinha acontecido?

Imediatamente ele começou a se preocupar - algo terrível deve ter acontecido, algo realmente
terrível, para que nenhum dos marotos aparecesse. Qualquer um deles por conta própria poderia ter
sido capaz de se sentar com ele, pelo menos, apenas para lhe fazer companhia. Até mesmo
Wormtail.

"Bom dia, querido," Madame Pomfrey entrou no cômodo rapidamente. Ela estava mais nervosa do
que de costume, ele podia sentir o cheiro nela. Algo aconteceu. Só que ele não podia perguntar o
que, não é? "Oh, coitadinho, deve ter sido uma noite difícil, hein?" Ela começou a curar suas
feridas mais urgentes.

“O que você quer dizer com ‘noite difícil’?” Ele perguntou, tentando não soar muito ansioso.

"Oh ... nada, querido, nada com que se preocupar."

Na ala hospitalar, ele teria tentado ficar acordado, mas Madame Pomfrey ficou ao lado dele para
ter certeza de que havia tomado sua poção para dormir, e ele apagou.

“Remus? ... psst ... você está acordado? "

Remus abriu os olhos, turvos e irritados, para ver a imagem borrada de James flutuando à
vista. Apenas a cabeça de James.

"Prongs?" Ele resmungou,

"Shh," James murmurou, mal movendo os lábios, "Pomfrey não vai deixar ninguém entrar para ver
você, tive que me esgueirar por baixo da capa. Você está bem?"

“Na verdade, não,” ele já podia sentir as novas cicatrizes, sem se mover. "O que aconteceu? Vocês
não vieram.”

Seu amigo tinha uma expressão nada familiar. Não familiar para as feições de James, pelo
menos. Seria vergonha?

"Eu realmente sinto muito, Moony."

"Por quê?! O que aconteceu?" Remus perguntou novamente, sua voz endurecendo. "Não consigo
me lembrar de nada."

"Foi ... Godric, não sei como te dizer."

"Tente."

Onde estava Sirius? Por que ele não estava aqui?! Remus queria gritar.

“Olha, por favor, não fique muito bravo com ele, ok? Ele é um idiota, um idiota estúpido, mas eu
não acho que ele percebeu, não acho que foi a intenção dele ... "

Ah. Isso veio à mente de Remus muito rapidamente.

"James. O que Sirius fez? "

James nunca fora desonesto desde que Remus o conheceu. E ainda assim, conforme a história
vazava dele, estava temperada com pequenas mentiras - se elas eram para proteger Remus ou
Sirius, não estava claro. Sirius não estivera pensando direito; ele havia sido imprudente; ele não
tinha intenção de fazer mal.

Mas ele havia causado muitos danos, quisesse ou não - e podia ter sido responsável por muito
mais.

"Ele ... contou ao Snape." Remus disse, tentando entender a situação, sentindo uma sensação
horrível, enjoativa e espinhosa começando em seu estômago e rastejando, subindo.

"Não ... não exatamente," James piscou, umedecendo os lábios, "Ele contou como o salgueiro
funcionava, e Snape ... você sabe como é o Snape."

"Eu sei como Sirius é."

James acenou com a cabeça, como se aceitando que isso era justo.

“Ninguém se machucou. Sirius despejou tudo no último minuto e me disse, eu consegui impedir
Sniv - Snape - de chegar muito perto, mas ...”
"Ele me viu." Remus achou que poderia vomitar. Havia um rugido terrível dentro de seus ouvidos,
como se ele estivesse caindo em um poço escuro, um desfiladeiro desesperado. Ele fechou os
olhos. "Você pode ir embora, por favor, James?"

"E teríamos ido, eu e Pete, teríamos, mas Snape foi até Dumbledore, e você estava tão arisco..."

"James! Eu quero que você vá." Ele sibilou, fechando os olhos.

"Mas Moony ..."

"Por favor."

"...Ok cara. Está bem. Mas eu vou voltar.”

Remus não disse nada, nem mesmo abriu os olhos novamente até ouvir a cortina farfalhar e saber
que estava sozinho. Eventualmente, Madame Pomfrey enfiou a cabeça para dentro.

"Olá, querido," ela disse suavemente, "Eu tenho outra poção para dormir aqui ... agora eu sei que
você não quer, mas-"

“Me dê’’ ele estendeu um braço dolorido de uma vez. Qualquer coisa para fazer tudo
desaparecer. Qualquer coisa que significasse que ele não teria que pensar mais.

Ele deveria ter visto que algo assim estava chegando, mesmo que James não tivesse. Sirius estava
em queda livre desde o Natal, era apenas uma questão de quem ele esmagaria quando finalmente
acertasse o chão.

***

Segunda-feira, 14 de junho de 1976

Remus Lupin nunca, jamais perdoaria Sirius Black.

Foi uma decisão que tomou quase no mesmo instante em que acordou pela segunda vez depois
daquela noite terrível. O peso de tudo desabou sobre ele, e sentiu uma raiva tão pura que queimava
como uma febre. Essa era a sensação de ser traído.

Ele não sentia raiva dessa forma há muito tempo. No final do quarto ano, Remus silenciosamente
fez uma escolha de baixar suas defesas, de suavizar e relaxar - pelo menos perto de seus
amigos. Manter todos à distância - manter todos com um pouco de medo de você - provou ser
muito cansativo para aguentar por muito tempo.

Mas agora. Agora, Remus achou muito fácil. Ele mal falava com Madame Pomfrey, exceto para
exigir que lhe permitisse algumas noites extras na ala hospitalar.

“Sério, Remus, descansar é importante, mas ficar na cama o dia todo não é saudável. Você precisa
de exercício.”
"Não me sinto bem." Ele repetia, debaixo das cobertas. Era infantil, mas ela o deixou ser
infantil. Ela sabia o que tinha acontecido. Sentia pena dele. A enfermeira resmungou e o inscreveu
para outra noite.

Dumbledore foi o pior. O portador de más notícias, como sempre, ele havia chegado na noite após
o ocorrido, para oferecer sua própria perspectiva inútil sobre a situação. Remus se sentou na cama,
os braços cruzados, inabalável e imóvel.

"O Sr. Snape se acalmou consideravelmente, você pode gostar de saber." Dumbledore disse: “Ele
certamente teve um susto, mas foi persuadido a agir no melhor interesse da escola e de seus
colegas alunos”.

Remus bufou com isso. Dumbledore não reagiu.

“Então, nenhum dano foi feito. Seu amigo, Sr. Black ...”

"Não é meu amigo." Remus disse, sem olhar para Dumbledore. Ele encarava o nada.

“Remus ...”

"Ele foi expulso?"

"Não." Dumbledore disse, baixinho, “O que Sirius fez foi incrivelmente tolo, incrivelmente
perigoso. Mas foi um erro. Não tenho dúvidas de que está verdadeiramente arrependido. Ele
aprendeu uma lição valiosa, aqui.”

"Oh, brilhante." Remus bufou de novo, apertando os braços como se fossem tudo o que o
mantivesse inteiro, “Contanto que o herdeiro Black tenha aprendido uma boa lição de
moral. Contanto que tenha beneficiado seu desenvolvimento pessoal,”

“Remus ...”

“Contanto que todos possamos olhar para trás e pensar, ah que parábola excelente! Graças a Deus
todos nós sabemos agora exatamente o que acontece quando você envia seu inimigo atrás de um
monstro mortal! "

"Remus!"

Ele parou, seu rosto estava quente, e finalmente olhou para Dumbledore. Olhos azuis frios e
marcantes o encaravam de volta. Remus se lembrou de seu primeiro encontro. Também havia sido
rude e estivera com raiva. “Você tem todo o direito de sentir o que está sentindo.” Dumbledore
disse, calmo como sempre. "E fique tranquilo, Sirius será punido."

Remus queria resmungar algo sarcástico sobre a eficácia das detenções quando se tratava de Sirius
Black. Não fez isso. Dumbledore continuou. “Vou adverti-lo agora, como fiz uma vez antes,
quando uma brincadeira infantil saiu do controle. A raiva é uma qualidade importante, mas todos
devemos aprender a exercer o controle.”

"Um pouco tarde para isso."

“Você foi terrivelmente desapontado por alguém próximo a você, e eu sinto muito. Mas você não
pode deixar este incidente -”

"Pessoas próximas a mim me decepcionam desde que eu tinha cinco anos." Remus disse,
amargamente, “Estou acostumado com isso. De qualquer forma,” ele se encolheu na cama,
desejando que Dumbledore fosse embora e o deixasse em paz, “Nós não éramos tão próximos”.

"É uma pena." Dumbledore respondeu. Então se levantou-se. “Porque todos nós precisaremos uns
dos outros mais do que nunca, em breve. Perdoe e esqueça, Remus.”

Remus não disse adeus, apenas rolou e tentou dormir.

***

Madame Pomfrey não o deixaria ficar três noites seguidas. Ele foi direto para a Professora
McGonagall ao invés. Bateu duas vezes na porta e entrou direto.

“Remus! Você está bem?”

"Me envie de volta."

"Perdão?" A chefe da casa dele se levantou de onde estava sentada atrás de sua mesa.

"Me envie de volta." Ele repetiu, com os punhos cerrados, “Para St. Edmund's. Os exames
acabaram, não preciso mais ficar aqui.”

“Remus, o semestre não acabou. A menos que você não esteja bem, não posso mandá-lo para lugar
nenhum.”

"Então, eu sou um prisioneiro?"

“Claro que não, seu garoto bobo. Sente-se."

Ele pensou em recusar, ou até mesmo sair correndo de novo. Mas ela era tão implacável, e algo
induzido nele desde cedo o forçava a obedecer às vozes elevadas de mulheres mais velhas. A
professora também se sentou, a cor de seu rosto se esvaindo. Ela balançou a varinha e uma chaleira
apareceu, junto com duas xícaras e pires, "Chá, Sr. Lupin?"

"Não, obrigado."

“Tome,” ela resmungou, servindo-lhe uma xícara de qualquer maneira, “eu acho que as conversas
mais desagradáveis podem ser facilitadas com os refrescos certos. Sirva-se de um biscoito.” Ela
acenou com a cabeça para um prato que não estava lá um momento antes.

"Estou bem. Eu só quero ir.” Ele disse, sua voz tão nivelada quanto poderia mantê-la.

"Sim, isso ficou claro." Ela tomou um gole de chá: "Mas não vou mandá-la de volta ao St.
Edmund's".

"Diga à Madame Pomfrey para me deixar dormir na ala hospitalar, então."

“Eu não farei tal coisa. Você tem uma cama perfeitamente boa na Torre da Grifinória.”
"Eu não posso ir para lá."

"Grifinórios não fogem de nossos problemas, Sr. Lupin."

"Sim, mas os Sonserinos fogem de lobisomens." Ele retrucou e olhou para ela, fixando-a com um
olhar que pensava que quase havia aperfeiçoado, agora, “Eu teria sido preso. Enviado para
Azkaban, ou, ou ... ou abatido! Eu nem saberia que fiz algo - e é tudo culpa dele! "

Oh não, ele tinha que parar por aí. Corria um sério risco de cair no choro, e isso não poderia
acontecer. Sob nenhuma circunstância Remus choraria por causa disso.

McGonagall foi gentil e esperou que se recompusesse. Ele respirou fundo algumas vezes, deixando
seus cachos caírem na frente de seu rosto antes de finalmente poder olhar nos olhos dela
novamente. “Não posso dormir em um quarto com a pessoa que fez isso.”

"Isso é perfeitamente razoável." Ela disse, gentilmente.

Ele piscou.

"O que?"

“Eu não sou completamente sem coração, Sr. Lupin,” ela sorriu, “Acredite em mim, eu sei como
você deve se sentir - eu posso imaginar, pelo menos. E eu posso te dizer, eu mesmo conversei
seriamente com o Sr. Black - ele está fora do time de quadribol, detenção pelo resto do ano, cem
pontos perdidos ..., mas não podemos fazer nenhuma mudança drástica em seus arranjos de
dormir, não sem ninguém perguntando por quê.”

Aquilo clicou. Nos últimos dias, Remus havia colocado sua dor no centro do universo. Havia se
esquecido que ninguém mais na escola sabia de nada.

"Ah." Foi tudo o que ele conseguiu reunir.

"Sinto muito, Remus," disse McGonagall. “É uma crueldade horrenda. Mas deve ser suportado.”

"Isto me lembra." Ele procurou no bolso o distintivo de prefeito. Havia quebrado o feitiço de
transfiguração nele e o embrulhado em papel de seda, mas ainda estava quente em sua mão. O
colocou na mesa. “Pegue isso de volta. Dê para ... Não sei, dê para James. Eu não posso mais fazer
isso.”

“Remus,” McGonagall parecia triste agora, implorando, “Não deixe isso te atrapalhar. Fale com
seus amigos."

Ele encolheu os ombros,

"Posso ir?"

***
Ele foi à biblioteca. Onde mais iria? Seria muito simples para os marotos encontrá-lo se quisessem,
eles tinham o mapa. Não havia nenhum lugar para se esconder, exceto talvez a Casa dos Gritos, e
Remus faria qualquer coisa, menos passar mais tempo do que o absolutamente necessário lá dentro.

Felizmente, todos os outros pareciam estar do lado de fora, aproveitando o sol do início do verão,
deixando a biblioteca praticamente vazia. Ele leu - ou tentou, de qualquer maneira. Não era fácil se
concentrar quando seu próprio cérebro o interrompia continuamente.

Você nunca devia tê’ agarrado ele.

Olha, cai fora, não estou no clima.

Oh que graça! É cê’ quem fica tentando bater um papo.

Quero falar com Grant, não com você. Você é um substituto de merda.

Bem, cê’ tem que perguntar o que isso diz sobre tu, num tem? Encontre alguém real para
conversar, se qué’ tanto.

... O que isso tem a ver com o beijo?

Ooooh, é um 'beijo' agora, não é? Amassos é bom o suficiente para Grant, mas para o grande e
glorioso Sirius Black é 'beijar' lah-dee-dah!

Seja útil ou me deixe em paz.

Eu disse - ou o verdadeiro Grant disse - para não beijar ele. Cê’ pensou que escaparia fácil
quando decidiu ignorar, mas agora cê’ está pagando.

Você está dizendo que eu fiz isso.

É o que parece.

Isso não é muito gentil.

Eu devia ser?

Eu sinto falta de Grant.

Baita azar.

Eventualmente, começou a escurecer. Ele perdeu o jantar - não achou que conseguiria comer na
frente dos marotos, de qualquer maneira. E apenas esperou. Faltavam apenas duas semanas para o
fim do semestre. Poderia evitá-los por um longo tempo; já tinha feito isso antes. Fique na biblioteca,
levante cedo, vá dormir tarde. Mamão com açúcar.

Remus foi expulso da biblioteca às nove horas e - morrendo de fome agora - fez um desvio para a
cozinha. Os elfos domésticos ficaram muito felizes em servir, construindo um prato de sanduíches,
batatas fritas e doces, o suficiente para alimentar uma classe inteira. Remus comeu tudo e poderia
ter comido mais. Mas era hora de enfrentar a realidade.

Ele caminhou lentamente, como se isso pudesse ajudar, e foi surpreendido por Lily, em patrulha de
monitor.

"Oi," ela sorriu, "Está se sentindo melhor?"

"Sim, muito." Ele assentiu. "Como você está?"

Ela olhou para baixo, mexendo no cabelo.

“Oh, você sabe. Bem. Sev parou de espreitar fora da sala comunal agora, pelo menos. "

“Desculpe por tudo isso ...”

"Não foi sua culpa", ela acenou com a mão, "Eu realmente pensei que ... ah, é estúpido, mas pensei
que talvez um dia ele fosse mudar de ideia sobre todas aquelas bobagens de puro sangue, e quando
o fizesse, eu ainda estaria lá. Como se tudo que eu tivesse que fazer fosse continuar sendo amiga
dele, e tudo daria certo. Estúpida." Ela balançou a cabeça.

"Não é estupido." Ele respondeu, porque parecia uma coisa boa de se dizer.

“Sim, bem. Poderia ter evitado muita dor de cabeça,” ela deu de ombros, estoicamente. “O que
você está fazendo vagando por aí, afinal? Vá para a cama, você não está bem!”

Ele sorriu para ela - ele não sorria há anos. Estava prestes a se virar e seguir em frente, quando algo
o fez mudar de ideia. Ele se abaixou e passou os braços em volta de Lily, apertando-a. Ela retribuiu
o abraço, o que só o fez apertar com mais força, até que ele a ergueu do chão, e ela gritou, rindo,

"Deus, você é mais forte do que parece, Lupin!"

"Desculpe." Corou, colocando-a no chão.

"Não, foi bom", ela sorriu para ele, dando um tapinha em seu ombro, "Você está bem?"

"Sim."

Ele não se sentia bem ao entrar na sala comunal. Felizmente, estava muito quieto. Alguns alunos
ainda tinham provas, outros estavam apagados após um longo dia no sol quente. Os marotos não
estavam lá, mas estiveram recentemente.

Remus sabia exatamente o que iria fazer. Tudo faz sentido na biblioteca, enquanto ele meditava
sobre o primeiro confronto, como uma peça que precisava ensaiar.

Ele subiu as escadas. Era bobagem, sabia, mas desde seu aniversário, ele se demorara - só por um
segundo - naquele degrau da escada, toda vez que subia para a cama ou descia para tomar café da
manhã. Este castelo guardava memórias - o mapa do maroto havia lhe ensinado muito. E aquele
degrau guardou a memória mais doce de todas. Ele o saltou agora, decidido.

Empurrou a porta com alguma força, assustando os três garotos lá dentro, que estavam sentados em
suas camas. Peter estava de pijama, parecendo taciturno - Remus só podia presumir que isso não
significava nenhuma mudança com relação a Desdêmona. James estava meio despido, mexendo
em seu armário de cabeceira por alguma coisa. Sirius estava reclinado, claramente prestes a fazer
um comentário sarcástico. Quando Remus entrou, ele se endireitou.

Remus foi direto para sua cama e pegou o pijama. Ele não falou, mas foi direto para o banheiro,
trancou, então lançou um feitiço silenciador. Não queria ouvi-los. Ele não tinha certeza de como
reagiria a isso.
Tomou banho. Escovou os dentes. Vestiu seu pijama. Remus estava mais do que ciente de que
havia perdido parte de sua autoridade ao vestir uma calça de pijama folgada azul e branca e uma
regata cinza, mas ele tinha algumas cicatrizes novas e não queria se trocar na frente deles. Respirou
fundo. Saiu, cruzando rapidamente quarto em direção a sua cama.

“Moony, eu ...” Sirius começou.

Remus o ignorou e se virou para James,

"Obrigado por parar Severus, James." Ele disse, sem emoção. "Você salvou nossas vidas."

“Er ...” James começou, mas Remus subiu na cama e fechou as cortinas com um movimento
rápido.

Bem. Ele pensou para si mesmo. É isso então.

Chapter End Notes

Acho que a partir de agora, mas, mais para o sétimo ano, vão ter várias frases e
pensamentos do Remus que fazem referência ao que eles vão enfrentar no futuro. Para
mim essa é uma das partes que mais me doem na fic, porque, mesmo ainda estejamos
lendo as épocas felizes da vida dos marotos, há um teor muito melancólico que, pelo
menos, pra mim, não me permitia sentir felicidade genuína sobre o que eles viveram
antes e encarar a guerra. Essa era a sensação de ser traído. É uma dessas frases.
Capítulo 92 : Quinto ano: Encerramento
Chapter Summary

Aviso!!!
Remus tem pensamentos bem violentos nesse capítulo.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Terça-feira, 30 de junho de 1976

"Sinto muito," disse Sirius Black, com olhos grandes e ansiosos, atrás de Remus enquanto ele
escovava os dentes.

"Desculpa," murmurou Sirius Black, baixo, na mesa do café da manhã, antes que Mary chegasse.

"Eu sinto muito, Moony!" Suplicou Sirius Black, enquanto Remus se afastava novamente.

"Me desculpa ..." sussurrou Sirius Black, enquanto Remus fechava as cortinas da cama todas as
noites.

Que ele sofra, disse a parte mais cruel de Remus, a parte que mais se machucou. Ele virava a
cabeça, se afastava, trancava portas e fechava os olhos. Desculpas e sinto muito não são bons o
suficiente, expressava, com cada ação sua. Eu não sei o que é suficiente.

James e Peter assistiam, com cautela, pelo canto dos olhos. Eles sabiam que não deveriam se
envolver - embora James, sem dúvida, suportasse o peso da angústia de Sirius; as reuniões noturnas
voltaram com força total.

As garotas perceberam que algo estava errado, mas não tinham certeza do quê - Lily achou que
estava nervoso em voltar para St. Edmund's, Marlene achou que estava preocupado com os
resultados dos NOMs. Remus concordou com as duas noções com gratidão. Afinal, ele estava
fazendo tudo que podia para agir de forma mais normal possível. Se juntava aos marotos para as
refeições, sentava-se em seu lugar de costume, lia seus livros, jogava xadrez com Peter, gobstones
com James. À noite, ele subia as escadas para a cama.

Mas ele não falou com Sirius. Pelas duas semanas restantes de junho, Remus não disse nada em sua
direção. Nem mesmo olhava para ele, se pudesse evitar.
Ele tinha a sensação, depois da primeira semana, que talvez James não aprovasse isso
completamente. Potter estava furioso por Remus, é claro - pelo menos em relação aos fatos - mas
James poderia ser muito cego quando se tratava das falhas menos desculpáveis de Sirius. James o
teria perdoado após o primeiro pedido de desculpas.

Talvez Remus fosse um homem mais fraco. Mas não seria mais. Precisava voltar a ser quem
ele realmente era. Todos nós podemos aprender uma lição. Remus tentou ser gentil e aberto, como
todos os seus amigos ricos e bem-educados - onde isso o havia levado? Ele se apaixonou por seu
melhor amigo e quase foi morto. Estava com vergonha de si mesmo - sonhando com Sirius daquela
forma. Moony está sonhando*. Sirius acharia isso hilário.

Então começou a evitar James e Peter também.

Parou de ir às aulas – esse foi o primeiro passo. Não haviam muitas para ir, é claro, com os últimos
exames ocorrendo e toda a escola entrando em modo de férias de verão. Ainda assim, ele tinha
aulas introdutórias para os NIEMs em seu cronograma para quase todas as matérias, exceto Poções
- ele mal podia esperar para se livrar das Poções.

As estufas eram um bom lugar para se esconder. Remus descobriu, no final do ano, que havia gasto
quase todo o seu dinheiro cuidadosamente economizado em cigarros e maconha. E disse a si
mesmo que estava tudo bem. Disse a si mesmo que não precisaria de dinheiro para encontrar e
destruir Greyback, apenas o cheiro certo e uma lua cheia. Não que ele pensasse muito em
Greyback. Ele tentou não pensar em nada por muito tempo; a raiva deu lugar a um entorpecimento
com o qual parecia mais fácil conviver.

Quando não podia ir para o lado de fora, ia à biblioteca e fingia ler. Os alunos de seu grupo de
estudos o paravam ocasionalmente, mas ele sempre encontrava um motivo para sair o mais rápido
possível.

"Oi, Remus!" Christopher apareceu entre as pilhas uma tarde: “Que bom que achei você! Você
pode recomendar alguma leitura de verão? Eu estarei fazendo meus NOMs no próximo ano!”

"O que?" Remus franziu a testa, meio grogue. Estivera apenas cochilando e ficou irritado por ter
sido acordado. Andava dormindo muito ultimamente, mas nunca parecia se sentir revigorado. “Ah,
Deus, eu não sei. Eles enviam a você uma lista de livros.”

"Sim, mas achei que você poderia ter algumas boas dicas!" Christopher continuou,
implacavelmente alegre. "Especialmente em História, sobre o que você fez sua redação final?"

"Hum ... A Revolta dos Goblins." Se moveu, tentando se acomodar sobre os cotovelos.

"Legal! Ei, talvez eu pudesse escrever para você, durante o verão? Podemos trocar notas e -”

"Olha, Christopher, não me leve a mal, mas você poderia, por favor, dar o fora?"

Ele se sentiria culpado por isso mais tarde, mas pelo menos o aborrecimento foi embora.

Os marotos nunca tentavam encontrá-lo, pelo que sabia - ele havia pegado o mapa na primeira
chance que teve e o mantinha no bolso o tempo todo. Isso teve o benefício adicional de ajudá-lo a
se manter longe do Snape. A única coisa que Remus queria evitar mais do que sua raiva por Sirius,
era seu terror absoluto ao pensar em topar com Severus.

Snape odiava Remus antes de tudo isso - ele era muito próximo de Lily, ele era amigo de James,
ele era o responsável por, pelo menos, metade das pegadinhas na Sonserina. Desde o incidente,
essa obsessão parecia ter se aprofundado. O menino ainda sussurrava na hora das refeições,
olhando para Remus o tempo todo, com um novo tipo de ódio, um ódio que não cessaria. Se Sirius
tinha aprendido uma lição naquela noite horrível, então Remus tinha certeza de que Snape não o
fizera.

Sirius estava muito ansioso. Se desculpava, de novo e de novo - nunca tentando se explicar, o que
era bom, porque se ele tivesse; se ele tivesse tentado dar uma justificativa, Remus não achava que
conseguiria se controlar. Já era preciso toda a sua força para não pular sobre a mesa, ou no quarto,
ou na sala comunal, sacudir, socar e gritar com Sirius - seu bastardo, seu bastardo, seu bastardo.

As desculpas ele poderia lidar. Eram barulho de fundo. E não morderia a isca. Não que ele não
tivesse o que dizer - não que ele não repetisse o monólogo indefinidamente, editando e o
aperfeiçoando até que fosse uma grande torrente de derrota miserável, circulando sua cabeça,
alimentando seu humor.

‘’Desculpa’’ não é bom o suficiente. Sua culpa não é boa o suficiente. Eu preciso que você sinta
isso também. Eu confiei em você. Eu confiei em você até o último segredo, eu ofereci a você cada
pedaço de mim. O que mais eu tenho agora? Eu poderia te matar. Eu poderia esmagar seus dentes
para que você os engasgasse, poderia envolver minhas mãos em volta da sua garganta e te
sufocar, eu poderia rasgá-lo em pedaços, poderia, poderia, poderia beijar você, seu bastardo de
merda.

Em seus sonhos, Remus dizia essas coisas e muito mais. E sempre, em seus sonhos, Sirius o
encarava com calma contrição, enquanto ele tirava as roupas e puxava Remus para si. Parecia que a
traição não era suficiente para matar o desejo, embora tornasse mais fácil escondê-lo. Quando
aquele miserável semestre de verão acabou, a única pessoa que Remus desprezava mais do que
Sirius era a si mesmo, por continuar a amá-lo da mesma forma.

***

"Olá", disse Lily, gentilmente, enfiando a cabeça pela porta do vagão. "Gostaria de saber onde você
foi."

Remus grunhiu, um pequeno ruído que não era nem amigável nem rude. Lily entrou. "O que você
está fazendo aqui, sozinho?"

Remus deu de ombros, sugando seu cigarro como se isso o mantivesse vivo. Ele se enrolou no
banco enquanto ela ocupava o lugar oposto.

"Muito lotado, lá." Ele disse, a título de explicação.

"Eu sei como você se sente." Ela respondeu. “… McGonagall me disse que você desistiu de ser
monitor.”

"Sim." Terminou seu cigarro. Acendeu outro.

"Que pena. Você era bom nisso.”


"Mentirosa", ele sorriu. Seu rosto se iluminou também,

“Sim, ok, você era um lixo. Mas vou sentir sua falta nas minhas rondas.”

Ela deixou isso pairar no ar por um momento, antes de franzir a testa novamente. “Remus? O que
quer que esteja acontecendo com você e os outros meninos, espero que melhore. Você parece tão
infeliz.”

"Estou bem."

"Black está fora do time de quadribol."

"Mesmo?"

"O que ele fez?"

"Deixe isso, Evans, apenas vá embora."

"Sabe, você pode falar comigo, eu sei como é ser decepcionado por um amigo ..."

"Como o Snivellus está?" Remus rosnou. Ele gostaria de poder dizer a ela que não era sua culpa,
que ele não podia deixar de agir como um idiota - que se não agisse dessa maneira, então ele não
saberia como agir.

“Ele está ... bem, ainda não estou falando com ele, como sabe. Ele continua tentando, no
entanto. Ele ... hum ... ele tinha algumas histórias bem malucas, na verdade ... sobre você ... "

Remus olhou para ela, finalmente. Ela parecia nervosa, com as mãos torcendo no colo. Ela parecia
um pouco assustada, na verdade. “Eu não acredito nelas!” Ela disse, de repente.

"Não?" Ele ergueu uma sobrancelha. Deveria saber que esse momento chegaria.

“Quero dizer, só porque você é ... bem, você tem um monte de cicatrizes - desculpe - e você fica
doente muitas vezes, mas isso não significa que ... Eu realmente não tinha pensado sobre isso,
talvez seja apenas uma coincidência estranha, Sev sempre foi um pouco paranóico ... e ...”

Ele poderia ter visto ela se contorcer daquele jeito por muito tempo, enrolando-se em desculpas e
perguntas não feitas. Mas por que se preocupar. Ele também podia ser imprudente.

"Lily." Ele disse, gentilmente, apagando seu último cigarro. "Você não pode contar a ninguém."

Ela parou de tagarelar e olhou para ele. Remus viu seus grandes olhos verdes se arregalarem ainda
mais, o olhar de surpresa em seu rosto fora tão cômico que ele poderia chorar. Sua respiração
engatou, então ela balançou a cabeça, decidida e bastante séria.

"Eu não vou." Ela disse. "Prometo."

Chapter End Notes

*Moony is mooning: mooning e quando você está apaixonadinho numa pessoa, etc.
Substituímos pela palavra ‘’sonhar’’. Vamos por um asterisco quando for uma
daquelas piadas em inglês.
Capítulo 93: Verão 1976: Parte Um (Londres)
Chapter Summary

Aviso!!!
Homofobia, violência e menção de brutalidade policial.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Just a perfect day Apenas um dia perfeito

Problems all left alone Problemas deixados sozinhos

Weekenders, on our own; Weekenders, por nossa conta;

It’s such fun. É muito divertido.

Just a perfect day Apenas um dia perfeito

You made me forget myself Você me fez esquecer de mim mesmo

I thought I was someone else Eu pensei que era outra pessoa

Someone good. Alguém bom.

- Perfect Day, Lou Reed

Quarta-feira, 11 de agosto de 1976

St. Edmund's estava ainda menos suportável do que o normal naquele verão. Remus estava com
raiva quase o tempo todo. Estava muito quente e ele sentia falta de Hogwarts e seus amigos e,
acima de tudo, sentia falta de Sirius, mas também o odiava. Era tudo uma grande bagunça. Sentia
falta de Grant também; Grant, que poderia ter tornado tudo um pouco mais organizado ou, pelo
menos, oferecido algum escapismo.

Mas, como uma conversa insatisfatória com outro garoto de St. Eddy, chamado Mike, havia lhe
contado, Grant deixara St. Edmund's logo após o Natal. Ele estava morando em um apartamento
em Mile End, aparentemente, embora Remus não tivesse mais informações do que isso. ... e
ele tinha dito que Remus poderia ir a qualquer momento.

Pelo menos não estou roubando mercearias ou ficando bêbado no parque desta vez, ele pensou,
enquanto planejava sua fuga. Em relação a rebeliões de verão, esta talvez fosse a mais saudável.

Ele esperou até que a segunda lua cheia do verão tivesse passado - no dia dez de agosto. No dia 11,
esperou que Madame Pomfrey viesse e lhe curasse, e então simplesmente saiu. Ele estava dolorido
e extremamente cansado, mas na hora não sentia que havia outra opção. Fez uma pequena mala,
sem levar livros ou dever de casa ou sua varinha ou qualquer coisa que o lembrasse de
Hogwarts. Seria um trouxa por alguns dias; por que não?

Tudo que Remus tinha que fazer era sair pelo jardim e rastejar pela cerca nos fundos, assim como
ele vinha fazendo há anos para chegar à cidade. De lá, ele simplesmente caminhou até o metrô
mais próximo.

A estação subterrânea de Theydon Bois ficava a cerca de oito quilômetros de distância, mas ele fez
o caminho facilmente em menos de duas horas, mesmo com o quadril ruim. Não podia pagar uma
passagem, mas não foi difícil ultrapassar as catracas atrás de um grupo de trabalhadores de terno a
caminho do trabalho.

Se sentou no trem e fingiu estar dormindo - para que o inspetor de passagens não o incomodasse -
enquanto ouvia o barulho estrondoso de seu vagão zunindo ao longo dos trilhos, como uma grande
minhoca abrindo caminho para o centro Londres.

A animação pulsou no peito de Remus quando ele alcançou Mile End, onde correu para fora do
trem para a estação mal iluminada de azulejos verdes e brancos.

Mile End fora atingida por uma bomba alemã durante a guerra e ainda não havia se recuperado do
choque. Era uma rua suja e extensa, cheia de entulho e jornais, crianças brincando na rua, barulho
por toda parte. O anonimato sombrio convinha a Remus. Quem viria procurá-lo aqui? Quem o
encontraria?

Ele vagou um pouco, sem saber o que fazer a seguir. A informação que ele recebeu era apenas o
nome de um prédio, sem endereço. Mas depois de perguntar numa banca de jornal e, literalmente,
seguir seu nariz, ele o encontrou.

Descobriu que Grant não chegou a ter um apartamento - não no sentido de ser o dono, ou mesmo de
o alugar. Pelo que Remus podia ver, era compartilhado com vários outros rapazes e moças. E ele
não estivera, exatamente, o esperando também.

"Puta merda!" Ele exclamou, quando uma das garotas finalmente o trouxe até a porta, "O
que cê tá fazendo aqui?!"

Remus se sentiu muito tolo. Ele não tinha certeza que tipo de boas-vindas esperava, mas não era
isso.

"Você disse que eu poderia visitar ..."

"Sim, desculpa," Grant agarrou seu ombro e puxou-o para dentro, "Desculpa, só tô meio de ressaca
ainda.”

Ele levou Remus para o que parecia ser uma cozinha. Cheirava vagamente a curry e
umidade. Haviam bolhas no papel de parede e buracos no piso de linóleo amarelo. Grant ligou uma
chaleira elétrica: “Uma das garotas fez um gato com um gerador”, ele explicou, “Ela é mecânica ou
coisa assim. Chá?"
Remus concordou. Chá geralmente ajudava.

Grant parecia diferente. Apenas um ano mais velho do que a última vez que Remus o vira, estava
mais magro no rosto. Havia perdido um pouco do brilho em seus olhos e seu cabelo loiro estava
ainda mais comprido; ainda cacheado, mas precisando urgentemente ser lavado. Parecia ter
quebrado um dente em algum ponto também, e um hematoma da cor de mel velho marcava sua
bochecha esquerda. Mesmo assim, ele ainda tinha o mesmo sorriso amigável. Entregou a Remus
uma caneca fumegante e sorriu para ele.

"Cê’ tá ... bem, uma merda", disse ele, bebendo de sua própria caneca. "Tem dormido mal?"

"Ah, não," Remus balançou a cabeça, "Acabei de sair do mêtro de St. Edmund's."

“Ah sim, como tá a Diretora? Te expulsô’, num é? Me expulsou, a vagabunda.”

“Nada disso,” Remus disse, “Eu só ... pensei em visitar. Ver como você estava.”

"Mike te contou onde eu estava?"

"Sim ... então quem é Mike?" Remus sorriu timidamente para ele por trás de sua xícara de chá.

“Ah, cê sabe,” Grant sorriu, “Apenas uma companhia. Num podia ficar chorando por você o ano
todo, num é, garoto chique? "

"Ele é muito burro."

"Ele é?" Grant parecia ligeiramente divertido, “Eu nunca percebi. A gente num falava muito.”

Remus riu com isso, e foi bom. Grant o fazia se sentir tão normal; ele nunca poderia brincar
confortavelmente sobre esse tipo de coisa com os marotos, mesmo quando todos estavam se
falando.

O apartamento era mais limpo do que parecia, mas ainda em péssimo estado. Haviam seis deles
morando lá, entre dois quartos e uma sala - que era visível através de uma porta de contas do outro
lado do corredor. Aparentemente, um dos meninos até dormia no banheiro porque nenhum
encanamento estava conectado de qualquer maneira; a única torneira que funcionava estava na
cozinha.

"Tem um banheiro no pátio", explicou Grant, "às vezes a gente entra para usar os chuveiros do
clube de boxe ao lado."

“Oi oi”, outro jovem havia acordado de seu lugar no sofá, “Faz uma xícara de chá pra nós, Grant,
querido. Quem é esse?" Ele estava sem camisa, tinha a pele escura e era lindo. Possuía o mesmo
olhar distante que Grant tinha agora.

"Amigo meu do abrigo", disse Grant, "Remus Lupin."

"De jeito nenhum que esse é seu nome." O estranho ficou boquiaberto.

“Pois é,” Grant respondeu em nome de Remus, “Vai pr’uma escola chique e tudo mais, né
não. Remus, esse é o Adz.”

"Caramba," Adz olhou para Remus, então de volta para Grant, "É um de nós?"

Grant entregou a Adz uma terceira caneca de chá, e examinou Remus, olhando-o de cima a baixo,
avaliando. Ele acenou com a cabeça, muito ligeiramente. Remus não tinha certeza do que isso
significava, mas tinha uma ideia. Reprimiu um bocejo. Grant cacarejou com simpatia,

"Cê tá parecendo um morto." Ele disse. “Teve uma daquelas suas noites, né? Pode deitar se quiser,
eu expulso eles do quarto, ninguém vai te incomodá’. "

Remus acenou com a cabeça agradecido e foi conduzido para um quarto escuro e sujo.

“Ei, seus preguiçosos, levantem aí. Tenho um amigo aqui que precisa dormir. "

Remus murmurou um pedido de desculpas envergonhado para os quatro jovens que se levantaram
e saíram do quarto. As camas pareciam ser usadas rotativamente e ninguém parecia incomodado
com essa intrusão. Um dos meninos até deu uma piscada para Remus.

Três tristes colchões de solteiro estavam no chão, cobertos por cobertores e travesseiros
velhos. Cheirava vagamente a mofo e fortemente a corpos sujos. Papelão foi usado para tapar as
janelas quebradas. Remus estava feliz por ser verão; poderia estar muito frio, caso contrário. Apesar
de tudo, ele dormiu facilmente, sentindo que finalmente havia assumido algum controle sobre sua
situação.

Grant o acordou algumas horas depois. Ele parecia um pouco melhor - como se tivesse feito uma
boa refeição, pelo menos. O estômago de Remus roncou.

"Wakey wakey", Grant cantarolou, segurando outra caneca de chá. Remus se sentou, esfregando os
olhos. Um pouco da dor que sobrou da lua cheia ainda estava lá, mas se sentia melhor. Devia ser
meio-dia, a julgar pelos raios de luz ardentes que passavam pelas fendas do papelão.

"Obrigado", murmurou, bebericando o chá, movendo-se para que Grant pudesse se sentar ao lado
dele.

Eles ficaram sentados em um silêncio amigável por um tempo, as costas contra a parede e as
pernas abertas à frente deles.

"Então," Grant disse finalmente, uma vez que julgou Remus suficientemente acordado, e metade do
chá bebido. "Quer me dizer por que cê tá aqui?"

Remus encolheu os ombros,

"Só visitando. Cansei daquele lugar.”

"Sim, bem, eu conheço essa sensação." Grant suspirou: "Cê não tem que voltar para a escola em
umas semanas?"

"Sim. Talvez." Ele sabia que precisava. Não havia outro lugar para ir.

"Cansou daquele lugar também, hein?" Grant o cutucou, provocando suavemente. “Vai em frente,
me conta o que aconteceu. Tá de coração partido? "

Remus olhou para ele, assustado. Grant riu, “Hum, achei que fosse isso. Quem é, então? "

“Não é ...” Remus gaguejou, “Não é isso, é complicado. Meu amigo apenas ... me decepcionaram.”

"É, sempre fazem isso", Grant assentiu sabiamente. “Aposto que são os piores nisso, esses
mauricinhos, hein? 'Especialmente conosco, camponeses.”

“Não foi nada disso!”


"Sei, sei." Ele acenou com a mão desdenhosa, “Fale pra si mesmo que é diferente, se isso
ajuda. Mas se quiser meu conselho, fica longe dos mauricinhos, a gente é só diversão pra eles. Fica
com seu próprio tipo.”

"Isso não é sobre classe." Remus disse, com raiva. Grant olhou para ele com simpatia, como se
fosse muito mais velho e mais sábio.

“Da uma olhada ao redor Remus,” ele disse, apontando para o quarto úmido em que estavam, “A
gente é britânico. Tudo é uma questão de classe.”

Remus olhou para sua caneca lascada de chá acinzentado. Grant provavelmente estava certo. O que
mais era essa guerra estúpida? Ele sentiu que deveria dizer outra coisa - algo espirituoso ou
inteligente. Mas apenas olhou para o chá e se sentiu triste. Ele poderia perder o controle, se falasse
qualquer coisa. Grant colocou sua própria caneca no chão de madeira e tocou a mão de Remus.

“Cê vai ficar bem. Vai parar de doer depois de um tempo.”

"Eu…"

Não, não era bom, Remus tinha perdido. Ele fungou algumas vezes, tentando com mais força do
que nunca não chorar, mas as lágrimas vieram e ele estava muito cansado. Grant colocou um braço
em volta dele e Remus se apoiou em seu ombro, chorando baixinho, soluçando de vez em quando,
como uma criança. Grant beijou sua cabeça, suavemente, e sussurrou em seu cabelo: “Não tenha
vergonha de chorar”, o que só o fez chorar ainda mais.

Foi uma coisa boa, talvez. Depois de finalmente se acalmar, sentiu como se tivesse dormido um
bom e longo sono. Ele enxugou o nariz na manga e se endireitou, procurando outra coisa para
conversar.

"Todo mundo aqui é... hum ... você sabe ...?" Ele perguntou, timidamente.

“Queer? Sim, a maioria de nós. Não tem nenhum outro lugar para ir. Os policiais nos deixam em
paz se a gente deixar eles em paz.”

"Polícia? Mas não é um crime!”

"É para alguém da sua idade." Grant ergueu uma sobrancelha. “A idade de consentimento é vinte e
um para nós, desviantes.”

"Ah, certo, sim. Mas eu não ... quero dizer, eu não ia ..."

Grant riu e bagunçou o cabelo de Remus,

"Você vai passar a noite? Pessoal aqui vai pra um pub em Soho. É seguro o suficiente."

"Posso ficar, então? Só um pouco?"

"Não vejo por que não. Vamos, vamos te alimentar um pouco." Ele se pôs de pé, parecendo mais
magro do que nunca em seus jeans finos e compridos. Ofereceu a mão a Remus e o puxou também.

O almoço foi feijão cozido com torrada - o pão estava um pouco mofado, mas os pedaços mais
verdes foram raspados. Depois, eles se sentaram na sala de estar com alguns dos colegas de casa de
Grant e fumaram maconha com Bob Dylan tocando ao fundo. Tudo parecia distintamente trouxa, e
Remus estava feliz com isso. Era tão simples - ninguém o conhecia, exceto Grant, que mal o
conhecia direito. Poderia ser muito fácil desaparecer, se quisesse, Remus pensou consigo mesmo.
Depois de algumas tragadas profundas no baseado, Remus se viu deitado no carpete bege
levemente úmido, olhando para o teto manchado de tabaco. Grant gentilmente colocou uma
almofada sob sua cabeça. Ele estava sendo tão gentil, como um irmão mais velho - embora eles
tivessem praticamente a mesma idade e apenas um ano antes estivessem se agarrando. Se Remus
fosse totalmente honesto consigo mesmo, ele tinha vindo preparado mais daquilo, mas estava
eternamente grato por Grant não ter insinuado nessa direção.

"Porra de um cachorro continua latindo," alguém disse ao fundo, tirando Remus lentamente de seu
estado de sonho.

"É um vira lata?" Alguém perguntou.

"Não sei. Mas é muito grande. Uma coisa preta horrível."

"Você disse que tem um cachorro preto lá fora?" Remus sentou-se, lentamente, uma sensação de
afundamento em seu estômago. Certamente não poderia ser.

"Sim," Adz respondeu, de pé na janela.

Remus se levantou e foi se juntar a ele. Certamente, lá estava. Ele recuou rapidamente para trás da
cortina, para que Sirius não o visse. Até onde cães podiam ver?

"Eu hum ... eu preciso ir ao banheiro, só um minuto." Remus murmurou, saindo do apartamento
rapidamente. Ele desceu correndo as escadas e saiu pela porta que dava para o pátio, onde ficou
parado na soleira, observando o enorme cachorro preto ainda latindo para a janela.

"Olá, Sirius." Ele disse baixinho. O cachorro se virou e ficou quieto imediatamente. "James está
com você?"

"Oi, Moony," James saiu de trás de algumas latas, "Belo lugar você tem aqui."

"Olha, eu não estou no clima." Remus cruzou os braços. Ele se sentia um pouco grogue por causa
da maconha. "O que você quer?"

Sirius não se transformou de volta, mas ficou sentado ali, observando. Bom. Isso tornava mais fácil
para Remus ignorá-lo. Em vez disso, ele se dirigiu a James.

"O que você quis dizer com 'o que nós queremos'?" James ergueu uma sobrancelha, "Estávamos
preocupados com você! Sua Diretora ligou para a polícia trouxa e disse que você fugiu. De alguma
forma, Dumbledore descobriu e entrou em contato com meus pais - acho que eles pensaram que
você viria para a nossa casa. Sirius tinha certeza de que você tinha ido para Londres, ele seguiu seu
cheiro praticamente todo o caminho desde o abrigo. "

"Você esteve em St. Edmund's?"

"Sim."

Remus se encolheu, envergonhado. Nunca quis que seus amigos soubessem como era o lugar onde
ele morava. Ele suspirou e estendeu os braços, como se se apresentasse para uma inspeção.

"Bem, você me encontrou." Ele disse. "Como você pode ver, estou perfeitamente bem. Agora pode
ir embora. E diga ao seu cachorro para parar de latir." Ele não pôde evitar deslizar uma farpa
desagradável para Sirius. Seu desejo de machucá-lo não tinha ido embora, aparentemente. Padfoot
ganiu ligeiramente e abaixou a cabeça. James ignorou, focando em Remus,
"Você não está perfeitamente bem. Sem contar o fato que você tá ficando em um apartamento
trouxa, ou o fato de que a polícia trouxa está te procurando. Temos que trazê-lo de volta, agora.
Dumbledore só pode evitar dizer ao ministério que você fugiu por vinte e quatro horas, ele disse.
Então eles vão colocar os aurores em cima de você. "

"O que? Por que??" Mas de repente Remus percebeu o porquê. Ele não era apenas um adolescente
fugitivo, como Grant e seus amigos. Ele era uma criatura perigosa à solta. De repente, se sentiu
muito, muito cansado. "Puta merda." Ele murmurou, olhando para baixo.

"Venha para casa conosco, Remus." James estendeu a mão, "Papai disse que você pode ficar pelo
resto do verão."

"Eu não o perdoei." Remus disse, ferozmente, olhando para James porque ele não conseguia olhar
para Sirius. James parecia tão cansado quanto Remus se sentia.

“Eu sei, cara. Está tudo bem, ele entende.”

Isso o deixou mais furioso ainda, ele não queria que Sirius 'entendesse'. Ele queria ... bem, ele não
sabia o que queria – que ele implorasse de joelhos? Padfoot estava fazendo um bom trabalho
naquele momento.

Ele suspirou.

"Olha, eu tenho um amigo aqui, me deixa ir e dizer a ele que estou indo."

No andar de cima, ele chamou Grant do corredor. Ele não gostava de dizer um grande adeus na
frente de todos.

"Você está bem, Remus?" Grant disse do topo da escada, olhando para James e o cachorro Sirius
esperando no corredor.

“Sim, tudo bem. Olha, eu estou indo ... eu tenho que ir.”

"Ele é um amigo?" Grant olhou para James com desconfiança. "Você vai ficar seguro?"

“Sim, ele é um amigo da escola. Está bem. Posso ligar para você, talvez? " Ele não tinha ideia de
como entrar em contato com um apartamento trouxa de uma casa bruxa.

"Cê pode voltar a qualquer momento."

"Obrigado. Sério, Grant, obrigado por tudo. Você é ... você é incrível.”

“Eu fico vermelho assim,” Grant passou os braços ao redor de seu corpo magro, olhando para seus
pés. "Nada que você não faria por mim."

"Certo." Remus concordou. Grant olhou para baixo das escadas novamente,

“Aquele cachorro é dele ou algo assim? Deveria ficar numa coleira.”

"Sim, provavelmente," Remus assentiu, esperando que Sirius pudesse ouvir.

“Não é perigoso, é? Odeio cachorros. "

“Ele é muito manso, não se preocupe. Entrarei em contato, ok?” Remus mordeu o lábio, olhando de
volta pela porta aberta para o ambiente lotado, "Você ficará bem ... aqui?"
Grant encolheu os ombros e sorriu,

“Não se preocupa comigo, querido. Eu sempre caio de pé.”

Remus deu um passo à frente, colocando a mão no ombro de Grant para empurrá-lo suavemente
para trás, na sombra da escada, de forma que eles não pudessem ser vistos por James e Sirius, ou
através da porta. Ele o abraçou com força. Grant o abraçou de volta, tão lindamente. Eles se
afastaram e compartilharam um beijo breve e amigável, antes de ambos sorrirem timidamente e se
separarem.

"O que há com você, hein?" Grant bagunçou o cabelo de Remus, "Não fique longe por muito
tempo."

"Até logo." Remus concordou.

Chapter End Notes

-O Sexual Offenses Act 1967 descriminalizou a 'homossexualidade masculina' no


Reino Unido (apenas dez anos antes dos anos passados nesta fic), mas a idade de
consentimento permaneceu 21 até 1994, quando foi reduzida para 18. Não foi alinhada
com a idade de consentimento para sexo heterossexual (16) até 2000.
Capítulo 94: Verão 1976: Parte Dois (Os Potter’s)
Chapter Summary

Aviso!!!
Xingamento homofóbico e homofobia internalizada.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Eles pegaram o nôitibus de volta para a casa dos Potter’s. Foi a primeira experiência de Remus
com esse bizarro transporte bruxo, mas ele estava tão confuso por causa da falta de sono e do resto
da maconha, que se pegou cochilando na confortável poltrona roxa. Sirius permaneceu como um
cachorro até o fim, mas Remus se recusou a lhe dar qualquer ponto extra por isso.

James o acordou quando chegaram - já era fim de tarde. Lupin parou do lado de fora do portão da
frente e o olhou nervosamente,

"Dumbledore está aí?"

"Acho que ele já foi", disse James, tranquilizador, "Er ... Moody pode estar aí ainda ..."

"Por mim?"

“Er ... ele está falando com o papai ... olha, eu não queria dizer nada no ônibus, mas tem sido um
verão ruim, sabe, para a guerra. Estamos perdendo.”

“Perdendo?!”

"Sim ... vamos conversar sobre isso lá dentro - Padfoot." James estalou os dedos para o cachorro
preto. Instantaneamente, Sirius se transformou de volta em si mesmo. Remus desviou o olhar
imediatamente. Ainda era lindo, então. Seu bastardo, seu bastardo.

Lá dentro, a Sra. Potter veio correndo,

"Remus!" Ela estendeu os braços para puxá-lo para um abraço,

“Euphemia!” Uma voz gritou da sala de estar.

"Oh ... pelo amor de Deus." A Sra. Potter murmurou. Ela deu um passo para trás e olhou nos olhos
de Remus, "O que Monty e eu demos a você no Natal de 1973?"

“Um tabuleiro de xadrez,” Remus respondeu rapidamente, olhando para a porta da qual a voz de
Moody havia vindo.
"É ele!" Effie gritou de volta, esticando os braços mais uma vez e o abraçando tão firmemente
quanto sua diferença de altura permitia. "Estávamos todos tão preocupados com você, querido!"

"Estou bem." Remus disse, envergonhado.

“Nós pensamos que você estava ... bem, não vale a pena pensar nisso. Pessoas estão desaparecendo
... marcas negras ... eu realmente não ...” ela parecia muito pálida e desbotada, como se tivesse
recebido um monte de más notícias ultimamente. Remus se sentiu péssimo por aumentar os
problemas dela. “Não importa”, a mulher continuou rapidamente, sorrindo de novo, “Algo para
comer? Ou você gostaria de um banho, primeiro? Albus enviou suas coisas, elas estão em seu
quarto de costume. "

“Minhas ... minhas coisas ?!”

“Da casa, querido. Dumbledore as enviou a primeira coisa esta manhã ... "

Tudo aconteceu tão rápido. Aquilo era mesmo necessário? Moody apareceu da sala de estar. Olhou
Remus de cima a baixo com um olho - o outro, parecia ter se machucado recentemente; estava
coberto por tapa-olho de couro. O efeito o fez parecer ainda mais grisalho e assustador do que
nunca.

"Lupin." Ele acenou com a cabeça, "Precisamos conversar."

“Não, Alastor,” a Sra. Potter surpreendeu a todos, quando se virou e se colocou entre Remus e
Moody, “Ele acabou de chegar, e olhe para ele - está claramente exausto. Isso pode esperar até
amanhã.”

"Effie, isso é uma questão de ministério -"

“Ah, eu não dou a mínima,” ela resmungou, calando-o com um aceno de dedo, “Ele tem apenas
dezesseis anos, não é maior de idade e está sob meus cuidados. Remus,” ela se virou, sua voz gentil
de novo, “Você pode ir lá pra cima, hein? Vou pedir a Gully que mande um pouco de comida, mas
não desça até estar pronto.’’

Remus piscou surpreso. Um adulto realmente queria deixá-lo sozinho? Essa seria a primeira
vez. Ele adquiriu um novo respeito por Euphemia Potter.

"Obrigado," ele murmurou, evitando o olhar feroz de Moody e passando por eles, ignorando James
e Sirius, indo direto para as escadas, subindo tão rápido quanto seu quadril desajeitado permitia.

Todas as suas coisas foram cuidadosamente arrumadas em gavetas e armários em seu quarto; como
se vivesse lá. Ele se perguntou como seria ter um lugar como este para chamar de lar - um lugar
com um quarto próprio, um elfo doméstico e uma mãe. Ele tirou a varinha do baú e a segurou por
um tempo, apenas para senti-la.

Que dia. Remus se sentiu péssimo por deixar Grant, depois dele ter sido tão hospitaleiro com o
pouco que tinha. Haviam três quartos vazios na casa do Potter. E Grant estaria compartilhando um
colchão no chão esta noite.

Ele se sentou na cama e desejou que não fosse tão confortável. Poderia facilmente dormir de novo,
mas também estava com fome e não queria perder a visita de Gully. Como por mágica, houve uma
batida suave na porta.

"Entre,"
James colocou a cabeça para dentro,

"Oi ... Eu me ofereci para trazer a bandeja, espero que você não se importe?"

Remus fez um gesto impotente. James parecia constrangido, "Posso entrar?"

"Sim."

"Pa... Padfoot pode?"

"Não."

"Está bem."

James desapareceu e Remus o ouviu sussurrar, ' Dê a ele um pouco de tempo, hein?’ antes de
reaparecer e entrar no quarto com uma bandeja com o que parecia ser sanduíches de presunto.

"Mamãe sugeriu sopa", explicou ele, sentando-se na cama, "mas eu disse que você gostaria de algo
com carne."

“Valeu,” Remus assentiu, pegando um dos pãezinhos e enfiando na boca. Pelo menos assim ele não
precisaria falar.

"Como você está se sentindo?" James perguntou, seus olhos cheios de preocupação.

Remus acenou com a cabeça, boca cheia, para indicar que se sentia perfeitamente bem. James
acenou de volta. É assim que vai ser, Remus pensou, taciturno, sem Sirius para traduzir entre nós.

James e Remus eram bons amigos - melhores amigos. Tinham estado sozinhos antes; tiveram
conversas privadas e confidências compartilhadas. Mas de alguma forma não era o mesmo. Sirius
sempre fora o denominador comum, que entendia os dois - preenchendo a lacuna, de certa forma.

"Olha", disse James, "me diga para ir embora, se quiser, e eu vou deixar você descansar, mas ... eu
preciso te dizer uma coisa, é importante."

"É sobre o Moody?" Remus perguntou, engolindo.

"Sim." James disse: "Sim ... ele vai querer te contar, mas papai e eu achamos que deveria vir de um
amigo primeiro."

"Ele está aqui a negócios do ministério, parece," Remus disse, cuidadosamente, querendo entender
tudo para que James não precisasse explicar, "Ele é um auror, então ... houve um ataque?"

"Sim," James parecia estar lutando para manter o contato visual, mas ele era corajoso e fez o que
precisava ser feito. “Na verdade, houveram alguns, neste verão. E algumas pessoas desaparecidas -
pessoas do nosso lado. Então ... houve outro ataque, ontem à noite, Remus.” Ele colocou ênfase
nisso. Noite passada. A lua cheia.

"Um lobisomem." Remus respirou.

James acenou com a cabeça, sua boca em uma linha reta e sombria. Remus largou o sanduíche. Seu
estômago roncou em protesto, mas era apenas o lobo, querendo mais do que merecia, como de
costume. Teria que ficar com fome.

"Eu estava em St. Edmund," Remus disse, desesperado, "O tempo todo, trancado - Madame
Pomfrey me viu, não posso ter saído, olhe -" Ele ergueu a camisa apressadamente, para mostrar a
James a longa ferida cortes nas costelas.

James estremeceu e desviou o olhar. Remus lembrou que James raramente tinha visto suas
cicatrizes. Era Sirius, quem sempre fora tão fascinado.

“Eu sei,” James disse, uma vez que Remus recolocou sua camisa, “E mamãe e papai sabem -
Dumbledore explicou tudo, ele disse a Moody que não havia nenhuma maneira de você ter algo a
ver com qualquer coisa. Mas ele vai querer falar com você, de qualquer maneira.”

"Será que ... o ataque, alguém se machucou?"

"Sim. Algumas mortes. Alguns trouxas e uma família de bruxos.”

"Merda."

"Você está bem?"

"Eu honestamente não tenho uma resposta para você, Prongs."

"Certo. Desculpe."

"Como foi seu verão?" Remus perguntou, desesperado para adiar mais más notícias. "Bom?"

“Sim, nada mal. Bem, a guerra está sendo ..., mas você sabe, muitos voos. Mary também esteve
aqui um pouco, para ver Sirius -” James parou abruptamente, “Desculpe.”

"Como está Mary?"

“Ah, bem. Você conhece Mary. Ele hum ... ele a mandou para casa esta manhã, depois que
soubemos que você estava desaparecido. Foi ideia dele ir atrás de você, ele fez quase tudo - até
gritou com Dumbledore, eu não pude acreditar.”

"Ok." Remus disse, friamente. James franziu a testa,

“Moony, ele sente tanto.”

"Eu ouvi."

“Ele estava uma bagunça, quando soube que você tinha desaparecido, e sobre os ataques - ele
pensou em todo tipo de coisas malucas - que você tinha sido sequestrado, ou fora alvo ou algo
assim. Você não pode ... você não pode pelo menos falar com ele? Ele está péssimo..”

"Eu não me importo como ele se sente." Remus mentiu. "Eu não quero falar com ele."

“Ele é um idiota,” James disse, “Eu sou o primeiro a admitir isso. Ele não pensa direito, apenas faz
o que quer que vem em sua cabeça. Mas ... bem, você tem que se lembrar, a família dele - a
maneira como o trataram, as coisas no Natal ...”

“Eu sei o que aconteceu no Natal.” Remus explodiu. "Eu também estava lá, James."

"Sim, eu sei, mas-"

“E eu senti pena dele, eu realmente senti. Tive pena dele quando éramos crianças e todas as vezes
que o machucaram e quando o expulsaram; eu passei muito tempo me sentindo tão triste por
ele. Mas isso ... isso. " Ele parou. As lágrimas estragariam tudo. Nada de lágrimas.
James estava muito quieto.

"Vou deixar você descansar." Ele disse finalmente, levantando-se para sair.

***

Quinta-feira, 12 de agosto de 1976

Remus não saiu do quarto pelo resto da tarde, exceto uma vez para usar o banheiro. Não era
melhor do que St. Edmund's, pensou ele, com pena de si mesmo. Comida melhor, obviamente,
magia, e tranquilidade, mas ... bem, ele ainda passava o tempo todo tentando evitar todo mundo,
não é?

Moody ainda estava na casa, ele podia sentir o cheiro dele. O homem tinha um cheiro estranho,
uma combinação de magia muito forte e poderosa, pesada e metálica como ferro, além de outra
coisa - brasas de carvão ou madeira carbonizada. Ele não iria embora até falar com Remus, então
Remus permaneceu aonde estava.

O cheiro de Sirius era muito familiar - mais forte na casa que agora ele chamava de lar, permeando
todos os cômodos. Ele não ficou se deprimindo sozinho durante todo o verão - não importava o que
James dissesse, Sirius tinha os Potter, e Mary, e seu melhor amigo e todos dizendo a ele o
quão maravilhoso e sofrido ele era. Pobre garotinho rico. Provavelmente nem havia sentido falta
de Remus.

Exceto ... James tinha dito ...

Não. Remus endureceu sua determinação. Sirius tinha que pagar, mesmo que fosse apenas com seu
silêncio.

No dia seguinte, ele desceu para o café da manhã, mais por educação para com os anfitriões do que
por qualquer outra coisa. Tentou ao máximo sorrir para a mãe de James e agradecer enquanto ela
servia uma tigela de mingau para ele, mas fez uma careta quando Sirius lhe empurrou o pote de
mel. Lupin o ignorou e, pela primeira vez na vida, comeu seu mingau sem açúcar. Tinha gosto de
merda.

“Nós iremos para o Beco Diagonal hoje, eu acho”, disse a Sra. Potter, enquanto a chaleira
fervia. “Suas cartas chegaram esta manhã. Remus ... Sinto muito, mas você terá que ficar aqui,
querido. Vou comprar seus livros.”

“Eu recebo meus livros de segunda mão,” Remus disse, corando, “Do estoque de Hogwarts. Não
tenho dinheiro.”

“Ah. Bem, eu não me importo, já estou comprando os de James e Sirius. "

"Eu vou te pagar de volta!" Sirius interrompeu, ansioso, "Assim que eu tiver dezessete anos, eu
prometo."
"Eu sei, querido," a Sra. Potter deu um tapinha carinhoso no braço de Sirius.

"Eu não posso te pagar de volta." Remus disse, falando com a Sra. Potter, mas encarando Sirius,
cerrando os dentes. “Mesmo quando eu tiver dezessete. Eu não tenho uma herança.”

Sirius baixou os olhos, cabisbaixo.

"Por que Remus não pode vir, mãe?" James saltou, rapidamente. "Ele nunca esteve lá antes."

"Receio que não seja muito seguro, amor," a Sra. Potter suspirou, "Dumbledore e Moody
concordaram que... depois do ataque."

Remus deixou sua cabeça cair entre as mãos. Viu sua vida se desfazendo diante de seus olhos -
sempre seria assim. Lugares que não poderia ir, coisas que não poderia pagar, amigos com quem
não poderia falar. Quando a guerra acabar, você ainda será um lobisomem queer com um monte
de desvantagens. Aquela voz desagradável voltou.

"Espere", disse James, de repente, "Nossas cartas chegaram?!"

Remus ergueu os olhos, confuso. A Sra. Potter estava sorrindo maliciosamente, seus olhos
brilhando,

"Meu Deus", disse ela, puxando três envelopes grossos de seu avental, "Se você demorou tanto
tempo para ligar os pontos, estou muito preocupada com seus resultados nos NOMs..." Ela
entregou a cada um dos meninos suas cartas, e eles as rasgaram.

Remus olhou para a lista de letras no pergaminho. Estranhamente, a coisa que mais o surpreendeu
foi o seu 'Aceitável' para Poções. Isso definitivamente era graças a Lily Evans. História da
Magia; Excelente, Cuidado de Criaturas Mágicas; Excelente, Feitiços; Excelente ... e o
resto; Excede Expectativas. Uma vibração de excitação começou em seu diafragma. Esses foram
resultados muito bons.

"Sim, Moony, seu lindo!" James comemorou, lendo por cima do seu ombro.

"C-como você foi?" Remus perguntou, timidamente. James entregou seu papel - ele obteve quase
inteiramente Excede as Expectativas e dois Excepcionais - um em Defesa Contra as Artes das
Trevas e o outro em Transfiguração.

"Vá e mostre seu pai!" Sra. Potter disse, depois de beijar seu filho alegremente. O Sr. Potter ainda
não havia deixado seu escritório, pelo que Remus sabia. James pegou um prato de torradas para ele
também.

Sirius estava olhando para Remus do outro lado da mesa, mordendo o lábio.

"Você foi bem, então?" Ele perguntou, hesitante. Remus acenou com a cabeça secamente,

"Sim, estou feliz com as notas." Ele queria desesperadamente saber como Sirius tinha se saído -
principalmente para descobrir se fora melhor que ele em História da Magia. Felizmente, ele não
precisava perguntar. Sirius deslizou seu pergaminho pela mesa. Remus esticou o pescoço para
olhar.

Eles haviam alcançado exatamente o mesmo número de NOMs, em diferentes disciplinas. As notas
'excelentes' de Sirius foram em Transfiguração, Defesa Contra as Artes das Trevas e -
incrivelmente - Estudos dos Trouxas. Remus tentou não sorrir com isso. Em vez disso, ele olhou
para Sirius friamente e disse.
"Te venci em História."

***

A Sra. Potter e os meninos saíram logo após o café da manhã, e Remus ficou sozinho. Ele saiu, foi
para o jardim e sentou-se na beira do muro baixo, olhando para os acres de terreno aberto e
verde. Puxou seus cigarros. Restaram apenas três. Ele poderia ir para a cidade mais tarde e comprar
alguns - tinha uns trocados no bolso de trás. Estava muito alto para roubar, atualmente.

“Lupin."

Remus esperava que seus ombros não tivessem enrijecido muito visivelmente ao som daquela voz
rouca. Ele se virou, lentamente,

"Tudo bem, Moody?" Ele estava feliz por fumar o cigarro. Algo para se esconder atrás.

"Posso me juntar a você?"

Remus encolheu os ombros. Moody se encostou na parede ao lado dele. "Dia lindo."

"Sim, ótimo..."

"Sem dúvida o garoto Potter já falou dos ataques lobisomem?"

Remus assentiu, apreciando a franqueza de Alastor. Vamos acabar logo com isso.

"Sim." Ele exalou, lentamente, fazendo um anel de fumaça. “O que você quer me perguntar? Você
sabe que eu estava preso. "

"Eu falei com Albus e Poppy, ambos confirmaram seu paradeiro."

"Yippee." Remus disse sarcasticamente. Moody lançou-lhe um olhar severo com seu olho ainda
funcionando.

“Nós temos suspeitos, entretanto. Um em particular, alguém de quem você já deve ter ouvido
falar.”

Remus ficou frio, suas mãos começaram a tremer. Ele fingiu que estava apenas sacudindo as
cinzas.

"Greyback?" Ele perguntou, sua voz sem cor.

"Greyback." Moody confirmou. Remus apagou o cigarro e agarrou a parede com as duas mãos,
como se fosse cair.

“Eu não sabia que ele estava ... eu não tinha ouvido falar dele atacando ninguém há muito
tempo. Achei que estivesse no exterior, em algum lugar.”
"Tem feito sua pesquisa, não é?" Moody disse, com uma nota de desafio em sua voz: “Não posso
dizer que te culpo, rapaz. Eu gostaria de saber tudo o que pudesse. Ele não tentou entrar em contato
com você, então? "

"Não!" Remus ficou chocado. Que diabos?!

"Se você tem feito sua pesquisa corretamente - e Dumbledore diz que você é inteligente - então
você deve saber que Greyback tem uma inclinação particular por crianças?"

"Mm." Remus teve que se impedir de tocar a antiga cicatriz no lado de seu corpo, aquelas marcas
de dentes de onze anos.

"Nunca se perguntou por quê?"

"Ele é um monstro." Remus disse, com firmeza. Ele se atrapalhou com seu maço de cigarros -
precisava de outro, para se manter firme. O que ele não daria por um baseado.

“Ele é,” Moody concordou, “Mas ele tem um motivo, por mais louco que pareça. Temos razões
para acreditar que ele gosta de transformar as crianças pequenas, para que possa aparecer quando
elas tiverem idade suficiente - e fortes o suficiente - para se juntar a ele.”

“Juntar-se a ele ?!”

"Na mente dele, ele é seu pai." Moody disse, como se não fosse nada: "Ele vai querer que você ...
assuma o negócio da família, por assim dizer."

"Isso é nojento." Remus se levantou, praticamente gritando.

"É." Moody respondeu, imperturbado. “Mas você precisa estar ciente. Greyback não foi visto na
Grã-Bretanha desde a última pessoa que ele transformou.” Aqui, ele deu a Remus um olhar muito
penetrante. “Mas uma família de bruxos foi morta ontem à noite - todos exceto seu filho mais novo,
que foi mordido, mas sobreviveu. Uma marca negra foi lançada acima da casa.”

Ele estava definitivamente trabalhando com Voldemort, então. Simplesmente brilhante.

"É por isso que não posso ir ao Beco Diagonal?"

“É melhor se você ficar longe de áreas povoadas por bruxos por um tempo. Até o pegarmos.”

"Hogwarts?"

“Hogwarts é segura,” Moody disse, “Mas não Hogsmeade. Estou pedindo a Dumbledore para
mantê-lo longe. "

“Ah. Ok."

"E sem fugir mais."

"Isso não foi ... foi sobre outra coisa." Remus suspirou. Então ele pensou em algo. “O que
aconteceu com a criança? A que foi mordida? " Ele levou o cigarro aos lábios e tragou - mas
percebeu que não o havia acendido. Moody estalou os dedos, e ele acendeu imediatamente.

"Em St. Mungus." O auror disse. "Sendo tratada. Vai ficar bem.”

"Ah, ela vai?" Remus poderia ter rido. E olhou para os campos novamente. O dia realmente estava
lindo. "Até a próxima lua, suponho."
“As pessoas certas chegaram a tempo. Faremos o que pudermos.”

As pessoas certas. Remus se perguntou se as 'pessoas certas' teriam sido responsáveis por ele ser
levado para St. Edmund's. “Temos um amigo em comum.” Moody disse, do nada.

"Hm?" Remus franziu a testa para ele.

“Leo Ferox. Bom homem."

"Ah, certo - como você o conhece?"

“Nós estudamos juntos. Cruzamos caminhos no trabalho, algumas vezes - e é claro trabalhando
com Dumbledore. Ouvi dizer que você e seus amigos estão planejando se juntar, certo? "

Remus teve a impressão de que Moody sabia a resposta para isso, e só queria confirmar por si
mesmo.

"Sim." Ele assentiu. "Eu sei que não sou James, ou ..., mas não sou ruim em duelos, e se eu puder
ajudar, eu quero."

"Se você for qualquer coisa como seu pai, será mais do que uma ajuda."

Remus acenou com a cabeça, taciturno. Como poderia saber se ele era parecido com seu pai? Que
coisa estupida a se dizer.

"Não sei sobre isso." Ele disse, amargamente: "Tenho algumas limitações que meu pai não tinha."

“Pode ver dessa forma,” Moody inclinou a cabeça. “Mas pode ser visto de outra. Quantos
lobisomens você acha que temos do nosso lado? "

Remus franziu a testa, como se Moody o tivesse xingado. É por isso que Dumbledore o manteve
tão perto? É por isso que ele não alertou o ministério assim que Remus foi dado como
desaparecido? Não sabia se isso era melhor ou pior. Pelo menos alguém achava que ele era útil.
Capítulo 95: Verão 1976: Parte Três: Paz Reina
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok . Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das
fics wolfstar que mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir,
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Não foi fácil para Remus manter Sirius à distância enquanto estava com os Potter. A casa era
grande o suficiente, mas isso não importava muito em uma casa de família; algo que Remus estava
apenas começando a aprender. A Sra. Potter deu espaço a Remus durante os primeiros dias, mas
depois de um tempo, ficou claro que ela não tinha ideia da briga entre os marotos e esperava que os
três passassem todo o tempo juntos, como de costume.

Por mais que se sentissem desconfortáveis com esse arranjo, por suas próprias razões, nenhum
deles queria decepcionar ou preocupar Euphemia. Então, uma trégua incômoda foi firmada, e
Remus passou a maior parte do tempo lendo seu livro, sentando-se perto o suficiente de James e
Sirius para não parecer suspeito.

Grant disse que não doeria para sempre - e embora ele não soubesse todos os fatos sobre a situação,
Remus estava começando a acreditar nele. Ainda se sentia muito zangado com Sirius - mas doía
menos, já que as últimas semanas do verão se esvaíram em uma inundação de sol e céu azul. Pelo
menos, estava sendo capaz de ser civilizado, e Sirius parecia grato. De qualquer forma, ele parou de
tentar encurralar Remus em uma conversa a cada cinco minutos.

Além disso, depois de sua conversa com Moody, Remus tinha outras coisas ocupando sua
mente. Há anos, vinha supondo que Greyback não o conhecia, que teria o elemento surpresa a seu
favor. Mas agora, parecia que Greyback também poderia estar procurando por ele. Não diria isso
aos marotos, não até que soubesse mais. Não adiantaria nada deixá-los preocupados; se Moody
disse que Hogwarts era segura, então Remus estava inclinado a acreditar nele, por enquanto. Os
Potter claramente confiavam nele, e isso teria que bastar. Além disso; ele conhecia Ferox.

Ferox também estava na mente de Remus também. Mais uma vez, seu antigo professor parecia a
opção mais segura quando se tratava de fazer perguntas. Ele havia entendido a necessidade de
Remus de saber mais - mesmo que não soubesse o porquê, exatamente. E ele não queria incomodar
o Sr. Potter, não quando o senhor parecia já ter o peso do mundo sobre seus ombros. Ele enviaria
uma coruja para Ferox assim que voltasse para a escola - e assim que a poeira baixasse com essa
revelação recente.

Nesse ínterim, Peter os visitava todos os dias, e eles saíam em suas vassouras, ou então se
deitavam no gramado, fumando, ouvindo o toca-discos de Sirius e tomando sol. Remus ficou muito
bronzeado, o que o fez parecer mais saudável do que nunca, e seu cabelo se tornar um tom mais
claro.
No penúltimo dia das férias, faziam exatamente isso - estava quente demais para se mover, e os
quatro estavam deitados de costas, assando ao sol. Remus se posicionou um pouco mais longe dos
outros, apenas para mostrar a Sirius que ele não estava fora de perigo. (Também porque Sirius
tinha o hábito irritante de tirar a camisa e Remus estava tentando não notar.)

“Então me diga de novo,” Peter bocejou para o sol, os braços atrás da cabeça, “Como era o
Nôitibus? Sempre quis andar nele.”

“Sonhe grande, Petey.” Sirius falou lentamente.

"Não foi tão bom", James respondeu, "Mal posso esperar até que possamos aparatar - as aulas
começam em janeiro."

"Eu vou ser um lixo nisso." Peter disse, desamparado "Dezzie tem lido os livros teóricos, mas eu
não consigo entender".

"Bem, é melhor do que depender daquele ônibus idiota." James tirou os óculos e esfregou os olhos,
"É bom para locais mágicos, mas o motorista ficava se perdendo no caminho para St. Edmund."

O estômago de Remus embrulhou. Ele realmente odiava a ideia de que James e Sirius estiveram
lá. Sentiu como se eles tivessem visto alguma parte privada dele, uma parte que preferia que
manter escondida. Como a primeira vez em que se transformou na frente deles.

“Não acredito que perdi isso também.” Peter suspirou. “Havia um monte de trouxas? Como foi?”

"Qual é, Pete," disse James, "É da casa de Moony que você está falando."

"Tudo bem." Disse Remus.

“Aposto que é ótimo morar com outras pessoas da sua idade”, disse James, encorajando-o. A maior
tristeza de James é que havia crescido como filho único.

"É ..." Remus procurou a palavra certa. "É barulhento. Você entrou? "

"Padfoot entrou, rastejou sob um buraco na cerca dos fundos."

"Não entrei no prédio, no entanto." Sirius disse, rolando para a frente. Os músculos de suas costas
se moviam suavemente sob sua pele e Remus teve que lutar para não morder o lábio. "Uma vadia
começou a atirar pedras em mim."

"A Diretora." Remus confirmou.

"Deve ter sido." Sirius acenou com a cabeça, obviamente satisfeito com a atenção, "Se ela trata as
pessoas do jeito que trata os cachorros, então não te culpo por fugir."

"Não foi realmente sobre ela." Remus disse, incisivamente.

"Foi sorte que Prongs e Padfoot encontraram você, né Moony?" Peter sorriu, felizmente ignorante,
"Caso contrário, você estaria perdido na Londres trouxa!"

"Eu não estava perdido." Remus disse, friamente, abaixando seu livro finalmente. “Eu estava com
um amigo.”

"Mas James disse ..."

“Eu disse que ele estava num apê, Pete, não sozinho. Ele estava com esse cara trouxa - desculpe
Remus, esqueci o nome dele ...? "

"Ele não nos disse seu nome." Sirius disse, do nada. Remus se sentou e semicerrou os olhos para
ele. Sirius o estava olhando de um jeito estranho, mas isso só fez com que ficasse irritado.

"Não." Ele respondeu: "Eu não disse." Ele se levantou. "Vou entrar, está muito quente."

James, que parecia ter percebido que a conversa havia tomado um rumo desagradável, se levantou
também.

“Sim, você está certo, Moony. Vamos todos entrar um pouco? Beber alguma coisa e lavar a louça
que a mamãe queria. Ela estará de volta em breve.”

A Sra. Potter havia saído à tarde para algum compromisso e o Sr. Potter estava trabalhando. Gully
estava em algum lugar da casa, é claro, mas nunca fazia sua presença conhecida a menos que fosse
convocado. Os meninos estavam praticamente sozinhos.

"Eu vou para casa se vocês forem limpar as coisas ", resmungou Peter, lutando para se levantar,
"Limpeza eu já sou obrigado a fazer na minha casa."

"Se anima, Wormy", James deu um tapa em seu ombro suado, "Tem tortinha de geleia na cozinha,
você pode comer uma de marmelada, se quiser."

Os quatro caminharam de volta pelo gramado até a casa, parando no galpão para que Sirius e
James pudessem guardar suas vassouras primeiro. Pete foi direto para sua torta, e Remus ficou para
trás no pátio, entre eles, sentindo-se muito desconcertado e agitado. Ele se sentou no muro de
tijolos novamente e ouviu as brincadeiras alegres de Sirius e James de dentro do galpão.

"Eu preciso polir o cabo de novo antes de guardar na mala ..."

"Porra Prongs, você já faz isso duas vezes por dia."

"Se chama cuidar do seu equipamento, Black."

“Eu chamo isso de frustração sexual.”

"Vai se ferrar!"

Houve uma briga, e Remus podia ouvir a risada alegre de Sirius enquanto os dois garotos
lutavam. "Espera só até que estejamos de volta à escola e eu possa amaldiçoar suas bolas
fora!" James riu,

“Não se atreva - alguns de nós usam nossas bolas!”

“Seu idiota! Eu vou - ah merda, cuidado ...”

"Ah!" Sirius gritou, “Droga! Isso doeu."

Os dois cambalearam de volta para a luz do dia, Sirius segurando sua mão.

"O que você fez?" James perguntou, espiando. Ele empalideceu ao ver a mão de Sirius e recuou,
"Desculpe, cara, você sabe como eu sou com sangue ..."

"Eurgh, está sangrando muito..."

“Ei, sai de perto de mim!”


"O que eu faço? Espero até sua mãe chegar em casa? "

“Não tem outra opção - não sei nenhum feitiço de cura ...”

"Ai, dói pra caralho ..."

"Ah, pelo amor de Deus," Remus se levantou, apertando os olhos. "Deixa eu ver."

Sirius e James se viraram para olhar para ele. Os olhos de Sirius piscaram para James, então de
volta para Remus, antes de se aproximar, a mão estendida. O corte foi muito profundo, e o sangue
estava escorrendo em filetes pelos longos pulsos brancos de Sirius.

Remus engoliu em seco, "Você precisa limpar isso, vai infeccionar ... espera, tenho algumas coisas
na minha mala."

Ele conduziu Sirius pela cozinha, escada acima até o banheiro do primeiro andar e abriu a torneira
fria. Ele tinha um pouco de antisséptico em seu malão, sobras de St. Edmund, onde,
frequentemente, tinha que cuidar de seus próprios machucados quando Madame Pomfrey não
estava por perto. Remus o trouxe, junto com algumas bolas de algodão e gaze.

"Vem aqui." Disse, sentando-se na borda da banheira e gesticulando para que Sirius sentasse no
assento do vaso sanitário fechado. Ele obedeceu, ainda segurando a mão com cautela.

Era muito mais fresco no banheiro, tranquilizadoramente estéril, como a ala hospitalar. Remus
achou isso muito calmante. Sirius estava sereno e dócil, confiando completamente nele com seus
olhos vigilantes, como um animal de estimação.

"O que é isso?" Ele perguntou enquanto Remus despejava um pouco de desinfetante no algodão.

“Antisséptico.” Ele disse: “Vai limpar a ferida”.

"É coisa trouxa?"

“Tenho certeza de que vai funcionar da mesma forma,” Remus ergueu uma sobrancelha. Ele pegou
o pulso de Sirius, segurando-o com mais força do que realmente precisava. Sua pele estava quente
do sol. Remus podia sentir seu pulso. "Vai doer." Ele disse, enquanto pressionava. Sirius
estremeceu, e Remus se lembrou do dia após o Natal em que passaram no banheiro dos Potters,
furando a orelha de Sirius.

"Vai doer??" Sirius entrou em pânico no último minuto, enquanto Remus estava pronto para
segurar o alfinete.

"Bem, nós o anestesiamos um pouco, mas sim, provavelmente." Remus disse, com
naturalidade. "Não seja uma garota."

"Seja gentil comigo, Moony!"

Os dois riram, e Remus o sacudiu com ternura;

"Fique parado, seu fracote."

Ele terminou de limpar o ferimento e, em seguida, enrolou-o em gaze, enfaixando-o


cuidadosamente.

"Provavelmente vai latejar um pouco." Ele explicou. “É pra ser apertado. Estanca o sangramento.”
"Obrigado, Moony."

"Quando precisar." Remus foi se levantar, colocando as duas mãos na porcelana fria da
banheira. Sirius de repente estendeu a mão e tocou seu braço.

"Eu sinto muito."

"Eu sei." Remus respondeu. "Você disse."

"O que eu fiz ..." Sirius lambeu os lábios nervosamente, ainda segurando o braço de Remus como
se isso fosse a única coisa o mantendo no lugar.

"Não." Remus franziu a testa, sua determinação enfraquecendo.

"Mas temos que conversar -"

"Não podemos." Remus disse simplesmente. “Eu não posso, de qualquer maneira. Não há palavras
para o que você fez comigo.”

"Não." Sirius abaixou a cabeça. "Você está certo." Ele soltou, mas Remus não se afastou, embora
soubesse que deveria. Sirius passou a mão ilesa pelo cabelo em frustração. "Eu sou um idiota." Ele
disse.

Remus não refutou isso. Sirius continuou. “Foi um ano muito bom, não foi, o quinto ano? Passar as
luas juntos e as festas ... então eu fui e estraguei tudo. "

"Bem." Remus cedeu. “Eu também errei. Eu tornei as coisas ... as coisas ficaram diferentes, depois
do meu aniversário.”

"O que? Moony, não! " Os olhos de Sirius se arregalaram. Ele parecia tão sério e sincero que
Remus quis perdoar tudo em um instante. “Eu sei que eu não ... você não fez nada de
errado.Aquilo, o que aconteceu no seu aniversário, foi ... "

Remus prendeu a respiração enquanto Sirius procurava a palavra. “... foi muito corajoso.” Sirius
terminou.

Remus piscou. Corajoso?! O que diabos isso queria dizer? Sirius viu sua reação e tentou cobrir seus
rastros,

“Só quero dizer que você não deve se preocupar com isso. Não ... aquilo não mudou nada, ok? "

"Ok." Remus olhou para baixo, então, sentindo-se mais corajoso, ergueu os olhos novamente. “Nós
nunca conversamos sobre isso.”

"Você é meu melhor amigo, Remus."

"Sirius, por favor ..."

“E eu sei o que eu fiz. Não tem palavras, não, então vou calar a boca e vou ... vou mostrar em
ações, ok? Vou provar que sinto muito, todos os dias. Eu juro, nunca mais vou fazer outra coisa
estúpida sem pensar novamente.”

Remus deu a ele um pequeno sorriso,

"Qual é."
Sirius sorriu também, parecendo aliviado.

“Tá, ok, talvez isso seja um pouco ambicioso demais. Eu nunca vou fazer nada para machucar
nenhum dos meus amigos, nunca mais, que tal? "

Remus respirou profundamente. O perdão seria um alívio abençoado.

"É um começo."
Capítulo 96: Sexto Ano: Setembro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Quarta-feira, 1 de setembro de 1976

“Este é o ano, rapazes. Este é o ano em que finalmente acontece. Seis anos de espera e tudo será
compensado.”

“Você não pode estar falando sobre o que eu acho que está falando,” Remus ergueu uma
sobrancelha por cima de seu livro.

“Ah sim,” James estava radiante como um bêbado, “Lily Evans definitivamente vai perceber que
ela é louca por mim. Eu posso sentir isso."

"Mas você tem certeza?" Sirius sorriu, "Você já teve essa sensação antes."

"Sim," James acenou com a cabeça, respeitosamente, "Você está certo, Padfoot. Mas algo está
diferente desta vez. Eu posso praticamente sentir o gosto. O amor com certeza está no ar.”

"Ou luxúria," Remus murmurou, virando sua página, "Você provavelmente está apenas captando
os hormônios que vêm desses idiotas." Ele acenou com a cabeça para Sirius e Peter, que estavam
olhando para fora da janela do trem, procurando por suas respectivas namoradas.

"Quem você está chamando de idiota, Moony?" Sirius respondeu, "Não posso evitar se eu deixo as
mulheres loucas de desejo."

“SIRIUS BLACK, EU VOU MATAR VOCÊ!” O grito furioso de Mary poderia ter quebrado
vidro. Sirius praticamente saltou meio metro de seu assento.

Remus deu um aceno satisfeito.

"Loucas com alguma coisa, isso eu não nego."

James gargalhou, quase engasgando com os feijõezinhos de todos os sabores que estivera
mastigando.

Ninguém estava mais feliz com a reconciliação de Remus e Sirius do que James. Ele não disse nada
diretamente, mas assim que reconheceu que seus dois melhores amigos não estavam mais se
mantendo à distância, ficou sorrindo de orelha a orelha, de volta ao seu jeito travesso de sempre. E,
portanto, voltando a suspirar por Lily Evans.

Lily entrou no compartimento neste momento, logo atrás de Mary, que entrou como um
redemoinho. Lily sorriu para Remus, que sorriu de volta enquanto a menina se sentava ao seu lado,
ambos se acomodando para assistir ao show.

"O que eu fiz?!" Sirius perguntou, afrontado.

“Você realmente não sabe, não é?!” Mary ficou parada com as mãos nos quadris, uma expressão de
nojo no rosto. Ela parecia espetacular quando estava com raiva, seus brincos de argola de ouro
tilintavam, seus olhos contornados de delineador kohl estavam arregalados e ferozes. "Beco
Diagonal?!" Ela bateu o pé.

Os olhos de Sirius se arregalaram.

"Droga."

"Vai se foder, Black!" Mary se virou e saiu correndo. Sirius levantou para segui-la pelo corredor,
assim que o trem começou a se mover,

“Ei, Mary, espere! Eu sinto muito...!"

Remus se virou para Lily,

"O que ele fez?"

"Esqueceu o aniversário dela," Lily sorriu, "Aparentemente, eles tinham um plano de se encontrar
no Beco Diagonal e ela esperou por duas horas ..."

"Oh merda," James deu um tapa na testa, "Eu tinha que lembrar ele ..."

“É um pior que o outro,” Lily bufou. "Godric salve as garotas estúpidas o suficiente para se casar
com qualquer um de vocês."

"Alguém viu Desdêmona?" Peter perguntou, distraidamente. Lily balançou a cabeça e os meninos
deram de ombros. Peter se levantou, “Vejo vocês mais tarde ...” e saiu.

"Puta merda." James disse: "O que aconteceu com os marotos?"

“Ei, eu estou aqui,” disse Remus, voltando ao livro.

“Meu único amigo verdadeiro!” James sorriu, "Você nunca vai me deixar por uma garota, vai,
Moony?"

“Sem chance,” Remus respondeu, virando a página novamente.

"Espere," Lily gritou, agarrando o ombro de Remus, " É por isso que eles chamam você de
Moony?!"

Remus deu a ela um sorriso de lado e assentiu levemente. Lily parecia surpresa,

“Não acredito que não descobri antes!”

“Espera aí,” James franziu a testa, “Descobriu o quê? É só uma piada, certo, Remus? Uma coisa
estúpida que inventamos quando crianças, nenhum grande segredo ou coisa assim...”

“Prongs,” Remus balançou a cabeça, rindo, “Está tudo bem, ela sabe."

Os olhos castanhos de James se arregalaram e ele olhou para os dois. Lily riu, seus olhos se
tornando provocativos, e Remus de repente viu exatamente porque ela deixava James tão louco.
“Você é um idiota, Potter. Mas pelo menos você consegue manter um segredo.”

"Bem, é claro," James endireitou as costas e estufou o peito, "Todos nós faríamos qualquer coisa
pelo Moony."

Remus ficou realmente comovido com isso e teve que erguer o livro para esconder o rosto. Ele
esperava que Lily soubesse que James estava sendo muito honesto, e não apenas se exibindo para a
aprovação dela. A porta do compartimento se abriu e Marlene entrou. Ela havia cortado o cabelo
em um bob elegante durante o verão, como Mia Farrow. Combinou muito com ela. A menina
sorriu e acenou com a cabeça para os amigos, sentando-se ao lado de James.

"Sirius e Mary estão tendo um belo show de gritos lá fora, uma maluquice." Ela olhou para Lily,
então James, então Remus, "O que eu perdi?"

***

Mary perdoou Sirius quando chegaram a Hogwarts, com a promessa de que ele a levaria para um
dia em Hogsmeade em compensação. Remus havia ficado satisfeito - ele poderia dizer isso de
forma honesta, verdadeira, sem amargura. Sentiu que Sirius havia traçado uma linha sob o beijo
deles, no banheiro dos Potters e, cabia a ele, honrar e respeitar esse limite.

Sirius gostava de Mary. Remus teria que superar isso, simples assim. E sim, tudo bem que, as
vezes, fantasiava sobre beijar a clavícula de Sirius, sobre tocar seus lábios por toda a extensão
desde da garganta até seu umbigo - e daí?! Isso era um problema puro e inteiramente de Remus. Ele
teria que concentrar sua atenção em outro lugar. Talvez Christopher tivesse se tornado
incrivelmente atraente durante o verão.

O banquete e a seleção foram tão magníficos e tranquilizadoramente previsíveis como sempre. Os


amigos conversaram sobre seus novos horários (Lily ficou extremamente desapontada ao descobrir
que Remus havia decidido abandonar Poções, mas ele prometeu continuar dando a ela uma corrida
acirrada em Feitiços), seus verões (evitando cuidadosamente o aniversário de Mary) e a iminente
pressão dos NEWTs. Tudo perfeitamente normal, Remus pensou consigo mesmo enquanto
terminavam as sobremesas e se levantavam, bocejando, prontos para dormir.

“Estou exausto,” disse James, espreguiçando-se. “Dormir cedo hoje, hein, Marlene? Teremos
treino no primeiro -”

"Oh, não, não, Potter, você vem comigo." Lily disse, severamente. Ele piscou, como se não pudesse
acreditar na sua sorte. Ela franziu a testa, "Temos que levar os alunos do primeiro ano para a cama
- você já esqueceu que é um monitor?!"

"Ah, merda, sim - quero dizer, droga - quero dizer ... ops."

Lily resmungou, levantando-se,

“Vamos trabalhar no seu vocabulário também. Vamos." Ela olhou para os outros, "'coração de leão'
da senha."
Eles agradeceram e seguiram em frente, deixando James para trás, parecendo confuso, mas
agradecido.

Sirius se jogou no maior e mais confortável sofá da sala comunal, ocupando espaço suficiente para
três pessoas. Mary se juntou a ele com um sorriso indulgente, colocando os pezinhos sobre as
pernas dele. Peter e Marlene começaram uma partida de xadrez no tapete em frente à lareira, e
Remus pegou seu livro. Tudo como deveria ser, ele sorriu pacificamente.

Um capítulo depois, Sirius evidentemente ficou entediado.

"Quando vai ser nossa primeira festa, então?" Ele perguntou à sala em geral.

“Nossa primeira partida é em novembro,” disse Marlene do chão, com os olhos no jogo. Você não
podia desviar o olhar por um momento quando estava jogando com Peter - ninguém sabia como ele
fazia isso. "Você pode organizar a festa da vitória se quiser, Black."

"Isso está longe." Mary ronronou “Halloween? É perto do seu aniversário. Podemos fazer depois do
banquete.”

O estômago de Remus roncou com a menção de um banquete. Ele largou o livro,

“Será que dá tempo de descer para a cozinha ...”

"Você não pode estar com fome," Sirius arqueou uma sobrancelha, "Você comeu três porções de
sobremesa!"

"Você provavelmente está certo." Remus suspirou e se acomodou na poltrona. Se moveu para o
lado, balançando as longas pernas, tirando os tênis sujos e voltando ao livro. Era Dickens – Papéis
de Pickwick - era engraçado, mas seco, de modo que você tinha que realmente se concentrar para
encontrar as partes engraçadas. Infelizmente, o estômago cheio, um longo dia e uma lareira quente
não ajudavam na concentração, e Remus logo cochilou.

Deve ter se passado apenas meia hora, quando Remus acordou com o som de uma risada rouca.

"Fique parado Potter!"

"Estou tentando!"

Remus piscou algumas vezes, confuso e grogue. Ele olhou ao redor para encontrar Peter e Marlene
rolando no tapete da lareira rindo, Mary parada ao lado de Lily perto do buraco do retrato, onde
James parecia estar executando uma dança irlandesa muito complicada e vigorosa. Remus sorriu
sonolento e se endireitou, com as costas doloridas devido a posição toda dobrada em que havia
cochilado. Ele virou para a esquerda, apenas para estralar o pescoço, e pegou Sirius o observando
com um sorriso suave e inconsciente. Remus ergueu uma sobrancelha, o que pareceu quebrar o
feitiço, e Sirius piscou, então desviou o olhar rapidamente.

"O que aconteceu?" Mary estava perguntando, com as mãos nos quadris,

“O idiota estava se exibindo, como de costume. Seu feitiço atingiu uma armadura e saiu pela
culatra." Lily estava meio rindo, meio tentando encurralar James por tempo suficiente para
executar o contrafeitiço.

"Quem você estava tentando enfeitiçar?!" Sirius se levantou agora, cruzando a sala.

"Maldito Mulciber", disse James, uma carranca cômica em seu rosto enquanto suas pernas voavam
energicamente sob ele,

“Petrificus Totalus,” Sirius disse, com um bocejo. James congelou e caiu no chão duro como uma
tábua.

"Black!" Lily suspirou

"O que?!" Sirius sorriu, "Eu só estava tentando ajudar!"

Remus riu, ainda se espreguiçando. Provavelmente era hora de dormir. Ele se levantou devagar,
enquanto Sirius, Mary e Lily ficavam ao lado de James, discutindo sobre qual feitiço quebrar
primeiro - o que dançava ou o petrificante - com Sirius a favor de simplesmente levitá-lo até a
cama como ele estava.

Assim que Remus estava indo em direção ao dormitório masculino, ele avistou Christopher. O
garoto quintanista estava descendo as escadas, com um distintivo de monitor de prata brilhante
preso orgulhosamente em seu peito. Infelizmente, Christopher não tinha se tornado incrivelmente
bonito durante o verão - na verdade, muito pelo contrário. Ele obviamente estivera em algum lugar
muito quente e ensolarado durante o verão, e sua pálida pele inglesa estava chamuscada de um
vermelho vivo e descascando grotescamente em seu nariz.

Eles se encararam por um momento, antes que Christopher olhasse para seus pés e depois se
afastasse sem dizer uma palavra. Remus sentiu uma pontada de culpa. Ele teria que se desculpar,
em algum momento.

***

Quarta-feira 8 de setembro 1976

“Com seus NOMs agora para trás e seus NIEMs a frente em um ano, não caia na armadilha de
acreditar que este será um ano fácil. Seu sexto ano estabelece a base para seus exames avançados, e
o trabalho que fará será fundamental para determinar as oportunidades disponíveis para você
quando sair da escola ...”

Remus lutou para não bocejar. Ele poderia ter se sentido nervoso, preocupado e estimulado a agir -
e estivera. Na primeira vez que ouviu esse discurso. Eles estavam na metade da primeira semana do
sexto ano, e até agora todos os professores haviam feito alguma variação dele. Esta manhã, a
palestra estava sendo ministrada pelo professor Flitwick e, portanto, tornou-se ligeiramente mais
interessante por causa de sua vozinha estridente.

Remus olhou pela janela. Esta noite era lua cheia e ele estava inquieto. Havia uma sensação
horrível sobre isso, assim como as pontadas e surtos de adrenalina habituais. Seria a primeira lua
cheia que ele passaria com os marotos desde aquela noite terrível de junho. Era a primeira lua cheia
depois do ataque do lobisomem em agosto - desde que ele fugiu de St. Edmund's.

Os assassinatos pesavam em sua mente. A família se chamava Munday - ambos os pais nasceram
trouxas. Havia saído nos jornais e Remus tinha lido tudo o que podia enquanto estava nos
Potter. Procurou de cima a baixo por menções a Greyback, por uma foto, uma descrição - qualquer
coisa. Se este ... homem estava atrás dele, então ele precisava estar armado com informações. Mas
não havia nada. A imprensa não estava publicando nada além do que Moody já havia dito a ele.

A carta para Ferox já estava escrita há quase uma semana. Estava queimando em um buraco no
bolso de trás de Remus. Ele estava esperando uma chance de esgueirar-se para o corujal sozinho.

Caro Professor Ferox,

[Ele sabia que Ferox não era mais um professor, mas não sabia mais como chamá-lo e não
conseguia se referir a ele como algo tão familiar quanto 'Leo'.]

Espero que não haja problema em escrever para você. Eu tinha algumas perguntas e não
conseguia pensar em mais ninguém que pudesse saber. Falei com Alastor Moody enquanto estava
com os Potter’s neste verão, e ele disse que você está bem. Espero que você não esteja em nenhum
lugar muito perigoso.

Moody me disse que a família Munday foi assassinada por Greyback. Ele disse que Greyback
poderia tentar me encontrar e fazer com que eu me juntasse a ele. Espero que saiba que nunca me
juntaria a esse lado. Eu quero estar preparada se ele vier atrás de mim, no entanto. Você pode me
dizer algo útil? Eu nem sei como ele é.

Lamento incomodá-lo com isso, mas você é a única pessoa a quem posso perguntar, porque
conheceu meu pai e me conhece.

Obrigado,

Remus J. Lupin.

Ele sabia que você deveria encerrar as cartas com 'sinceramente' ou 'atenciosamente', ou algo
assim, mas parecia tão bobo e formal. Ele temia que Ferox pudesse pensar que ele estava se
esforçando demais para parecer adulto.

“Moony? Acorda acorda!" Sirius balançou seu ombro.

"O que?!" Remus olhou para cima, piscando e atordoado. Sirius estava de pé sobre ele, e todos os
outros estavam guardando suas coisas,

“A aula acabou, idiota. Sua cabeça estava aonde? "

“Só me distraí,” Remus respondeu. Ele se levantou e colocou seu próprio sortimento de penas e
pergaminhos na bolsa.

O rosto de Sirius se suavizou. Ele se inclinou e disse muito baixo,

“É por causa de hoje à noite? Você está nervoso?"

Remus deu uma espécie de encolhida de ombros e um meio sorriso tranquilizador,

"Não mais do que o normal."

“Nós temos um período livre agora,” Sirius disse, alegremente - ele estava gostando muito de seu
horário de estudos para os NIEM, tendo abandonado quatro matérias. “Quer dar uma passada nas
estufas?”

“Nah,” Remus sorriu, “Tô ok. Na verdade ... tenho que ir ao corujal. Tenho uma carta para enviar.”

"Ah é? Eu vou com você, James tem outra reunião de monitores. Eu juro que você nunca foi a
tantas reuniões,”

"É, eu meio que deixava tudo para a Evans, para ser honesto," Remus sorriu, "Claro, eu não estava
tentando impressioná-la."

Sirius riu,

“Certo - pelo menos você sabe onde estão suas prioridades, Moony. Para quem é a carta?”

"Er ... você se importa em não perguntar?" Remus olhou para baixo enquanto eles deixavam a sala
de aula, caminhando com um passo um pouco mais longo do que o normal para que Sirius tivesse
que andar mais rápido para acompanhar. Era um truque barato, mas devia haver alguns benefícios
em ser alto.

"Ah, claro, cara." Sirius acenou com a cabeça respeitosamente, "Não se preocupe comigo, só estou
entediado, sabe."

Ele estava sendo extremamente flexível ultimamente, ansioso para fornecer a Remus qualquer
coisa que ele solicitasse. Remus pensou que provavelmente conseguiria fugir de vê-lo agarrar a
Mary na mesa de jantar do jeito que as coisas estavam.

Os dois caminharam até o corujal rapidamente - com a lua crescendo, os níveis de energia de
Remus estavam no teto - e então subiram pela última escada em espiral.

O corujal era um lugar lindo, para os padrões de qualquer pessoa (desde que você ignorasse o
cheiro de bosta de pássaro), com a melhor vista de qualquer outro lugar do castelo. Era um espaço
luminoso e arejado com vigas altas, repleto de sons suaves de corujas empoleiradas. Sirius
obedientemente recuou uma distância respeitável enquanto Remus selecionava a coruja de
aparência mais resistente (ele não tinha ideia de onde Ferox estava, ou a que distância, e queria um
pássaro que estivesse à altura do trabalho), anexou sua carta e a soltou, através da enorme janela
panorâmica.

Sirius estava se inclinando para fora da janela do lado oposto, olhando para a floresta proibida.

"Até onde você acha que chegamos, no ano passado?" Ele perguntou: "Alguns quilômetros, pelo
menos ..."

“Pelo menos,” Remus concordou, juntando-se a ele no parapeito da janela.

“Acha que poderíamos alcançar aquelas montanhas? Devem haver cavernas, aposto. Eu costumava
querer morar em uma caverna, quando era pequeno. Eu e Reggie íamos fugir de casa e virar
homens das cavernas.”

“Esquisito,” Remus balançou a cabeça. "Seria congelante."

"Sim, bem, você não pensa nessas coisas quando tem sete anos, não é?"

“Imagino que não. Na verdade, nunca pensei em fugir, para ser honesto. Muitos meninos realmente
faziam isso, mas a polícia normalmente os trazia de volta. A Diretora costumava dizer que se um de
nós desaparecesse não era problema dela - ela ainda receberia o salário, no final da semana.”

"Moony, isso é ..."

Remus riu e se afastou,

"Vamos, vamos sair daqui, estou com fome."

Eles começaram uma descida um pouco mais lenta pela escada em espiral, mas tiveram que parar
no meio do caminho quando ouviram passos subindo. O estômago de Remus afundou quando viu
que era Christopher. Ele havia se recuperado um pouco da queimadura de sol, mas ainda tinha um
brilho quente ao redor de suas bochechas e nariz. O menino congelou quando viu Sirius, com
Remus logo atrás dele.

Os dois garotos se achataram contra a parede o melhor que puderam para deixá-lo passar.

“Oi, Chris,” Remus sorriu educadamente.

"Oi." Christopher respondeu, sem fazer contato visual. Ah. Ele definitivamente ainda estava
irritado com a maneira como Remus tinha falado com ele no final do último semestre. Estava
preocupado com isso - mas supôs que ele merecia um pouco de frieza. O alfinete de prata brilhou
nas vestes de Chris, e Remus tentou não estremecer. Podia sentir em seus dentes, uma sensação
vertiginosa e doente.

“Parabéns por virar monitor,” disse, tentando soar amigável e encorajador.

"Sim ... obrigado." Christopher assentiu. Ele ainda não olhou para cima, exatamente, mas meio que
olhou para o espaço acima do ombro esquerdo de Remus, e deu um sorriso fraco ao passar.

A proximidade com a prata era extremamente desagradável, e a cabeça de Remus girou, deixando-
o tonto. Enquanto Christopher passava pelos dois, Remus cambaleou para frente e teve que segurar
o ombro de Sirius para se manter equilibrado. Teve que se concentrar em sua respiração para evitar
desmaiar completamente até que Christopher alcançasse o corujal, e mal percebeu que Sirius havia
colocado um braço forte em volta de suas costas para apoiá-lo.

Quando ele abriu os olhos, e a tontura havia passado, Remus pensou que só deveriam ter se
passado alguns segundos em que estavam assim, agarrados um ao outro na escada escura. (Eu
preciso parar de ficar preso em espaços confinados com ele, a parte lógica do cérebro de Remus o
repreendeu.) Percebeu que estava segurando o ombro do outro com bastante força e se soltou
rapidamente, afastando-se e ajustando suas vestes.

"Desculpe", disse ele, "me pegou de surpresa",

"Tudo bem," Sirius sorriu, virando-se e descendo as escadas novamente, "Outra razão para odiar
monitores, hein?"
Capítulo 97: Sexto Ano: Outubro
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sábado, 9 de outubro de 1976

"Ugh," Remus cambaleou quando a transformação se completou e seu corpo voltou à forma
humana.

"Essa não pareceu tão ruim?" James disse, acabando de se transformar.

“Depende do que você entende por ruim,” Remus fez uma careta, colocando as calças rapidamente.

James desviou o olhar, educadamente para preservar sua modéstia, e Sirius, ainda um cachorro,
aproximou-se com a camisa de Remus na boca, oferecendo-a com a cabeça inclinada. "Valeu,
Padfoot," Remus sorriu. Ele queria afagar a cabeça do cachorro e tinha que ficar se lembrando de
que era Sirius.

"Graças a Merlin, é sábado," James bocejou, sentando-se no sofá surrado. Este afundou
tristemente, as molas chiando.

"Sim, se a Madame Pomfrey me deixar sair da ala hospitalar, provavelmente vou direto para a
cama," Remus respondeu, sufocando seu próprio bocejo e deitando em sua cama.

“Você tem sorte,” Peter disse, aparecendo do nada em um canto distante da sala, “Eu tenho que
levar Dezzie para Hogsmeade às onze. Prongs, você não tem que levar os terceiranistas para
baixo?”

“Nah,” James bocejou de novo, ruidosamente, “Agora que Evans sabe sobre o probleminha peludo
de Remus, ela está realmente me dando uma folga. Aquele garoto do quinto ano com queimaduras
de sol vai fazer.”

"Evans não sabe de mais nada, sabe?" Sirius finalmente reapareceu, juntando-se a James no sofá.

James balançou a cabeça, recostando-se no sofá e fechando os olhos. "Ei," Sirius cutucou-o,
"Temos que ir logo, não durma."

“Vocês podem ir,” Remus murmurou, “Descansem um pouco. Obrigado por virem e tudo mais...”

“Vai para Hogsmeade, Moony?” Sirius perguntou, colocando James de pé, "Três vassouras?"

“Não posso,” Remus balançou a cabeça, “Eu não te disse? Minha permissão foi revogada. Depois
dos ataques...”
"O que?!" Sirius parecia indignado, "Eles não podem punir VOCÊ por algo que aquele bastardo
fez!"

"Shhh!" Remus balançou a mão, franzindo a testa. Madame Pomfrey poderia estar descendo o túnel
- e, além disso, ele estava com dor de cabeça, “Não é para me punir, é para minha
segurança. Agora vão embora, todos vocês.”

Eles foram embora bem na hora, Madame Pomfrey entrou na Casa poucos minutos depois. Ela o
examinou rapidamente e, satisfeita, acompanhou Remus de volta ao castelo. Ela lhe prescreveu
algumas horas de sono na ala hospitalar, o que ele ficou mais do que feliz em aceitar. Com todos os
seus amigos em Hogsmeade, não havia muito o que perder.

Acordou mais ou menos na hora do almoço, com o estômago roncando como de costume. Madame
Pomfrey havia evidentemente antecipado isso; havia um prato de frios e pães na mesinha de
cabeceira, junto com uma tigela de frutas e uma grande taça de suco de abóbora, que ele esvaziou
primeiro.

Remus estava tão faminto, na verdade, que não percebeu a carta apoiada na fruteira entre duas
maçãs até estar bem adiantado na construção de seu segundo sanduíche. Quando ele viu que era
endereçado a ele numa letra familiar depois de diversas redações de Trato das Criaturas Mágicas
devolvidas, ele quase derrubou o prato da cama em sua ânsia de abri-la.

Caro Remus,

É um prazer ouvir você, não incomoda nem um pouco.

Não posso divulgar minha localização no momento, mas tenha certeza de que estou tão seguro
quanto possível. Fico feliz em saber que você está bem - Dumbledore me contou sobre seus
resultados NOMs. Estou incrivelmente orgulhoso de você, Remus, sei que você deve ter trabalhado
muito. Continue assim e eu prometo que nada pode te parar.

É perfeitamente natural que você queira saber mais sobre Greyback. Eu só gostaria de ter mais
para lhe contar. Receio nunca ter trabalhado em nenhum caso relacionado a lobisomens para o
ministério - e se você quer minha opinião, ninguém fez nenhuma pesquisa útil sobre licantropia
desde seu pai - e como você sabe, ele estava terrivelmente errado sobre um número das coisas.

Eu sei que Greyback era um bruxo perigoso antes de ser mordido, e é um dos homens mais cruéis
que eu já ouvi - exceto pelo próprio Voldemort. O conselho que o libertou contra a vontade de seu
pai acreditava que ele era um mendigo trouxa - eu diria que ele se veste mal e é um manipulador
habilidoso.

Desculpe, não posso te dizer mais do que isso. Quero enfatizar, entretanto, que a coisa mais
importante que sabemos sobre Greyback é que ele é perigoso. Se você tiver a menor suspeita de
que ele sabe onde você está, deve contatar Dumbledore imediatamente. Apenas Dumbledore é
confiável.

Boa sorte com seus NEWTs.

Ferox.

Remus leu duas vezes, então leu o primeiro parágrafo mais uma vez, apenas pela emoção. ' Estou
incrivelmente orgulhoso de você, Remus'. Que coisa maravilhosa. Não havia nenhuma informação
sólida ali, é claro. Nada que Remus já não tivesse considerado - é claro que Greyback deve parecer
um sem-teto; essa era a melhor maneira de evitar chamar atenção para si mesmo. E Remus era a
última pessoa que precisava ouvir sobre como esse homem era perigoso. A carta parecia preciosa,
do mesmo jeito. Apenas os marotos haviam escrito para ele antes.

"Boa tarde, querido," Madame Pomfrey emergiu de trás da tela. Ela tinha um sexto sentido para
saber quando ele estava acordado.

"Olá", ele sorriu para ela, as palavras de incentivo de Ferox ainda em sua mente.

“Você está de bom humor”, ela sorriu de volta, “embora eu não te culpe - quase uma noite
perfeita! Você está livre para ir assim que quiser.”

"Obrigado," ele colocou as pernas para fora da cama imediatamente, então olhou para cima,
rapidamente, "Er ... Madame Pomfrey? Posso te perguntar uma coisa?"

“Claro, Remus,” ela respondeu, ocupando-se em desarrumar a cama dele agora que ele a havia
deixado. Ela fez isso com um movimento de sua varinha, era uma das magias mais elegantes e
perfeitas que Remus já havia visto.

“Eu gostaria de aprender sobre feitiços de cura. Apenas coisas básicas - eu não sou bom em Poções
- na verdade, eu larguei a matéria.”

"Mm, lamento ouvir isso", respondeu ela, arrumando sua cabeceira agora, "fazer poções é uma
habilidade útil."

"Certo, mas eu só quero ser capaz de me recuperar depois da lua cheia - assim que as aulas
acabarem, você sabe ..."

Madame Pomfrey parou o que estava fazendo e se sentou na cama para olha-lo. Quando ele era
pequeno, ficavam cara a cara quando a mulher se sentava. Agora, ela tinha que olhar para cima
enquanto ele se elevava sobre ela, e percebeu, pela primeira vez, o quão pequena era. Remus nunca
se esqueceria a manhã em que ela o embalou em seus braços, e como ela o fez se sentir seguro
desde então. Ele provavelmente poderia levanta-la agora, se quisesse, e de alguma forma, a médica
ainda lhe dava a mesma sensação de segurança.

“Tudo bem, Remus,” ela disse, após examiná-lo, “Eu ensino a uma pequena seleção de alunos os
fundamentos da cura nas terças à noite. Você é bem-vindo para entrar, se desejar, embora não haja
uma qualificação nisso.”

"Eu não sabia que você fazia isso!"

Ela sorriu com ternura, levantando-se novamente e retomando o trabalho,

“É para preparar os alunos que desejam começar seu treinamento como curandeiros assim que
deixarem Hogwarts. Só posso presumir que a cura não foi sua carreira escolhida quando você falou
com a Professora McGonagall no ano passado,”

“Oh sim, certo ...” Ele esfregou a nuca, ligeiramente envergonhado. Ele nunca tinha pensado em
cura - principalmente porque ele achava que provavelmente envolvia um monte de poções, mas
também, porque tinha certeza de que ninguém iria querer contratar um lobisomem para cuidar de
pessoas vulneráveis.

A sala comunal estava quase vazia, era um belo dia ensolarado de outono e um fim de semana de
passeios em Hogsmeade. Remus entrou no dormitório ruidosamente, permitindo que a porta
batesse. James se sentou na cama, assustado,

"Puta merda!"

"Oh, desculpe!" Remus se encolheu, "Achei que estariam em Hogsmeade!"

"Estávamos indo," Sirius rolou em sua própria cama, bocejando, "Mas nossas camas pareciam tão
confortáveis ..."

"Droga, eu não queria dormir tanto." James se levantou, se espreguiçando. "Eu ia dar a Rosmerta
um pouco de dinheiro pelo Whisky de fogo do Halloween também."

"Não se preocupe, pedi a Peter para fazer isso." Sirius respondeu, deitado de costas, sem dar
nenhum sinal de que planejava se levantar. "É hora do almoço?"

"Sim," Remus sorriu, satisfeito por ter seus amigos numa tarde que ele esperava ser muito
monótona e solitária. "Vamos descer?"

"Só vou tomar um banho primeiro," James assentiu, caminhando sonolento em direção ao
banheiro. "Ugh, e eu realmente preciso começar aquela redação de Defesa Contra as Artes das
Trevas sobre patronos - algum de vocês fez isso?"

"Só o rascunho," Remus disse, folheando sua própria pilha de dever de casa, "Você pode dar uma
olhada se quiser, mas aposto que você sabe melhor do que eu de qualquer maneira."

"Quase não tive tempo para a leitura", gritou James de dentro do banheiro. Ele nunca fechava a
porta e tratava todos os lugares como um vestiário de quadribol, "Com o jogo chegando e essas
patrulhas de monitores - não que eu esteja reclamando... patronos parecem muito legais, eu queria
ser o primeiro a fazer isto."

Remus não respondeu a isso, mas ele pensou que James provavelmente seria o primeiro a lançar
um patrono. Não apenas porque ele foi o melhor do ano em DCAT, mas - de acordo com os livros
que Remus havia lido até agora, pelo menos - parecia que você precisava ser capaz de evocar um
pensamento feliz em um prazo extremamente curto. James parecia ser o mais capaz de fazer
isso. Ele achou que provavelmente conseguiria também - mas talvez não muito rapidamente. Fez
uma nota mental para pensar um pouco mais antes da aula prática.

"Então, a bebida está resolvida," Sirius estava dizendo - alto, para que James pudesse ouvi-los por
cima da água correndo, "Comida é fácil - e vai ser logo após o banquete, de qualquer maneira,
ninguém vai estar com fome, exceto Moony.”

"Vai se ferrar." Remus disse, alegremente, acomodando-se em sua própria cama, ainda tentando ter
pensamentos felizes.

“Decorações ...” Sirius continuou, sorrindo, “Bem, eu pedi a Avni da Lufa-Lufa para fazer algo
criativo com abóboras, então veremos como fica ... então tudo que precisamos é música. Você vai
fazer isso de novo, não vai, Moony? "

Remus encolheu os ombros,

“Eu poderia, mas da última vez todo mundo simplesmente colocou o que queria, de qualquer
maneira.” Ele não queria admitir que não estava particularmente ansioso para a festa de
Halloween. Não que não gostasse de se afogar em Whisky de fogo e ver James se fazendo de bobo
na pista de dança. Mas não conseguia se livrar da memória da última festa na sala comunal da
Grifinória, e como aquilo havia terminado para ele.

“Tudo bem,” Sirius estava o tranquilizando, “Só comece com as primeiras músicas. Er ... algo que
dê para dançar, desta vez? "

Remus sorriu e ergueu uma sobrancelha,

“Dá para dançar Pink Floyd, se você realmente tentar.”

"Eu sei que você tem seus padrões, mas er ... Mary perguntou se você poderia tocar um pouco do
ABBA, talvez?" Sirius perguntou isso com um leve estremecimento, como se isso lhe causasse dor
física.

"Ah, Jesus," Remus se jogou de volta na cama, dramaticamente, jogando o braço sobre o rosto,
"Me poupe."

Sirius riu, o que fez até ABBA valer a pena.

"Merda! Mary!" James gritou do banheiro.

Sirius franziu a testa,

"O que?" Ele gritou de volta.

James saiu correndo do banheiro, encharcado e pingando nas tábuas do chão, uma toalha em volta
da cintura.

" Mary!" Ele disse, novamente, "Você deveria passar o dia com ela em Hogsmeade, para
compensar o aniversário!"

"Oh, merda." Sirius deu um tapa na cabeça, irritado, "Como eu continuo esquecendo ?!"

"Não é sua culpa, cara", disse James pegando outra toalha para secar o cabelo, deixando-o ainda
mais bagunçado no processo. "Você esteve ocupado."

Remus achava que isso era extremamente caridoso da parte de James, e uma bela de uma
mentira. Sirius era o menos ocupado dos marotos - ele mal se importava com o dever de casa, não
estava no time de quadribol, não fazia nada extracurricular e estava estudando menos disciplinas do
que Peter. Além de detenções e um compromisso dedicado com pegadinhas, Mary era a única
outra preocupação real de Sirius.

"Ah, tudo bem, ela vai me perdoar." Sirius suspirou, "Vou levá-la para sair na próxima vez, e
realmente farei algo louco no dia dos namorados."

"Falta meses para isso," Remus o lembrou.

Sirius encolheu os ombros. James balançou a cabeça, colocando os óculos e procurando por roupas
em sua cômoda,

"Seu funeral, cara", disse ele, "Você vai perder aquela garota se não tomar cuidado."

O coração de Remus deu um pulo.


Capítulo 98: Sexto Ano: Halloween
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Terça-feira, 26 de outubro de 1976

Embarcar no Expresso de Hogwarts em setembro.

Ouvir David Bowie.

Ouvir T-Rex.

Natal com os Potters.

Vencer uma partida de xadrez.

Começar um livro novo.

Terminar um livro.

A voz de Grant ao telefone.

Uma pegadinha perfeitamente executada.

Derrotar Sirius em História.

Derrotar Sirius em qualquer coisa.

Correr pela floresta a toda velocidade com Padfoot.

O sorriso de Sirius Black.

Beijar Sirius...

“Ugh, concentre-se!” Remus murmurou com raiva para si mesmo enquanto caminhava pelos
corredores em direção à ala hospitalar. Um grupo de Sonserinos do primeiro ano que, por acaso,
estava passando, pulou com sua explosão e saiu correndo, sussurrando. Ah, ótimo, Remus pensou,
aposto que Snape já contou a eles tudo sobre Loony Lupin. Falar sozinho vai realmente ajudar...

Estava a caminho de sua primeira sessão de estudos com Madame Pomfrey e com os outros alunos
que se preparavam para o treinamento de curandeiro, e usava o tempo livre para listar todas as suas
memórias mais felizes. Apenas uma memória em particular continuava interrompendo. Se meu
patrono for um cachorro preto, disse a si mesmo, terei que deixar Hogwarts para sempre e nunca
mais mostrar meu rosto.
“Olá, Remus! O que você está fazendo aqui?"

Havia chegado à ala hospitalar e encontrou Marlene esperando do lado de fora, sorrindo para ele,
segurando um grande livro contra o peito.

"Oi," Ele sorriu de volta, "Estou aqui para as aulas de cura."

“Ah, uau! Eu não tinha ideia de que você queria ser um curandeiro! " Ela sorriu.

"Er ... bem, quero dizer, eu só estava interessado ... e você?"

“Ah, sim, é tudo o que sempre quis ser!” Ela disse, orgulhosa.

Remus tentou não parecer muito surpreso. Parecia o tipo de coisa que ele deveria saber sobre seus
amigos - mas, então, Marlene sempre foi um pouco mais reservada do que Lily ou Mary.

Secretamente, Remus sempre sentiu um carinho especial por Marlene. Ela era quieta e tímida,
como ele, menos abrasiva do que Mary e menos mandona do que Lily. Se lembrou de uma vez, em
um momento de confusão aos treze anos, ter decidido gostar dela. Isso o embaraçava agora, mas
tinha a sensação de que, se contasse, ela veria graça nisso. Na verdade, agora que ele pensava
sobre isso, Marlene tinha a boa natureza inerente e a atitude sensata que provavelmente convinha a
um curandeiro.

Além disso, durante a aula da Madame Pomfrey, Marlene era claramente a aluna que se
destacava. Ela parecia já saber metade dos feitiços, e a medibruxa disse-lhe com aprovação que a
menina tinha um dom natural. Marlene corou de orgulho com isso, e Remus percebeu que era a
primeira vez que a via tão confiante. Ela sempre aparentava estar insegura antes.

"Caramba, eu deveria começar a ter aulas com você!" Ele disse, quando eles deixaram a enfermaria
mais tarde naquela noite.

"Ah, cale a boca", ela sorriu, timidamente, "Tenho certeza que você vai me vencer assim que tiver
a chance de me alcançar."

"Duvido", ele a cutucou. "Não quer ser uma batedora profissional, então?"

"Ha, sem chance!" Ela riu: “Você deveria ver o estado em que meu irmão está, e ele é profissional
há apenas alguns anos. No entanto, eu gostaria de ser curandeira para os Cannons. Ou qualquer
time que o Potter acabe – assim, eu ainda posso ver vocês quando a escola terminar. "

"Vamos nos ver de qualquer maneira!" Remus disse: "Você não pode se livrar de nós tão
facilmente."

“Você é um amor, Remus,” ela deu uma cotovelada nele. “Ei, estou realmente ansiosa por esta
festa - os rumores são verdadeiros?!”

"Er ..."

***
O Halloween de 1976 cairia em um domingo, e devido à natureza da noite, os alunos de Hogwarts
receberam um dia de folga na segunda-feira. Isso, na mente de Sirius, não poderia ser mais
perfeito.

Os marotos haviam se tornado lendários em status, e circulavam rumores por todo o castelo
especulando sobre o que exatamente os quatro meninos poderiam ter planejado. Houve menção de
grandes quantidades de álcool, fogos de artifício em potencial - Remus ouviu um lufano jurando
cegamente que eles haviam contrabandeado uma banda de verdade, com instrumentos e tudo.

“O que eles estão achando?” James riu, “Que eu estou escondendo uma banda debaixo da minha
cama? ... er ... mas eles podem estar certos sobre os fogos de artifício...”

"James!" Remus gemeu, "Você é um monitor!"

"Exatamente", ele sorriu, estufando o peito, "E eu tenho autoridade para sancionar qualquer
comemoração que achar conveniente."

Remus tentou incitar Lily nessa declaração - não querendo colocar James em problemas, mas
igualmente não querendo vê-la humilhada também.

"Olha, Remus, depois de seis anos eu estou aprendendo a seguir o fluxo no que diz respeito a
vocês," ela disse, sem tirar os olhos de seus gráficos de Aritmancia, "Se Potter e Black quiserem
uma festa, eles vão dar um jeito - vou apenas revisar os feitiços de extinção de fogo e garantir que
ninguém se machuque. Além disso,” - e ela olhou para cima, agora - “acho que todo mundo precisa
de um pouco de animação. Com a guerra, sabe ...”

Então foi isso. Se Lily Evans concordava com uma festa, Remus supôs que ele também estava de
acordo. Além disso, era em parte para comemorar o aniversário de Sirius também, que cairia na
quarta-feira seguinte. E você tinha que ser capaz de uma crueldade sobre-humana para privar Sirius
Black de uma festa de aniversário.

Este era um ponto sensível para Mary, que havia sido esquecida duas vezes agora e estava
perdendo rapidamente a paciência com seu namorado volúvel e extremamente distraído. O
problema era que ela parecia pensar que Remus era a melhor pessoa para desabafar sobre isso.

"Eu não sou uma idiota," ela suspirou, alguns dias depois de perdoar Sirius pelo último evento (não
depois de ter encantado todas as taças na mesa de jantar da Grifinória para, de repente, jogar
bebida no rosto dele), "Eu sabia como ele era antes de começarmos a namorar, e minha tia sempre
diz 'você não pode mudar um homem’...’”

"Mm." Remus respondeu, esperando que isso soasse carinhoso e solidário. Evidentemente soou,
porque ela continuou falando,

“E, sabe, gosto do fato de ele não seguir as regras e não se importar com o que as pessoas
pensam. Eu meio que gostaria que ele se importasse com o que eu penso ... "

"Tenho certeza que ele se importa." Remus murmurou.

"Mas ele não demonstra isso... e, na verdade, ele não é o único garoto bonito em Hogwarts." Ela
disse isso com uma expressão irônica no rosto, enquanto um corvino alto do sétimo ano passava
por eles. Roman Rotherhide - Remus havia ouvido muitas garotas cochichando sobre ele. O menino
tinha cabelo louro e cacheado tão comprido quanto o de Sirius e olhos castanhos escuros.
Mary lambeu os lábios, seus próprios olhos seguindo o corvino mais velho enquanto ele saia da
biblioteca. Remus fechou o livro com força,

"Vamos?"

***

Domingo, 31 de outubro de 1976

Na tarde da festa, Remus estava deitado em sua cama com as cortinas fechadas, ouvindo Diamond
Dogs pela centésima vez, tentando evitar todas as bobagens acontecendo lá embaixo. As garotas
pareciam ter unido forças e transformado a, geralmente confortável, sala comunal da Grifinória em
um cruzamento entre uma liquidação desordenada e o balcão de cosméticos de uma
perfumaria. Ele praticamente podia sentir o cheiro do perfume de sua cama, e isso fazia seu nariz
coçar.

Elas estavam 'se arrumando', Mary e Marlene disseram a ele, embora Remus não pudesse entender
o que isso significava exatamente - exceto que parecia envolver muitos espelhos, muitas risadas e
uma quantidade horrível de spray de cabelo.

James estava coordenando o teste para novos batedores para o time de quadribol e Remus presumiu
que Sirius estivesse com ele. Peter estava ajudando Dezzie a 'escolher um vestido' para a festa
(embora Remus suspeitasse que fosse apenas uma mentira; uma olhada no mapa do maroto disse a
ele que Peter Pettigrew e Desdemona Lewis estavam sozinhos no banheiro dos monitores).

Sozinho e exilado da sala comunal, Remus considerou a biblioteca - mas Christopher estava lá, e
parecia que ele estava sentado perto da entrada (um erro de principiante - a luz era muito melhor no
fundo, perto das janelas), o que significava que Remus teria que dizer oi, e Christopher daria
alguma resposta fria e encolhida de ombros, e eventualmente teria que resolver tudo isso, mas
agora ele não estava no clima, ok?!

Sentindo muita pena de si mesmo, ele se reclinou na cama e ergueu sua varinha, preguiçosamente
levitando o disco para fora da capa e para debaixo da agulha. Ele puxou o toca-discos de seu lugar
habitual na prateleira de Sirius e o colocou na ponta da cama, esperando que, com as cortinas
fechadas, ele pudesse tocá-lo alto o suficiente para abafar a tagarelice aguda que subia as escadas.

‘In the year of the scavenger, the season of the bitch

Sashay on the boardwalk, scurry to the ditch

Just another future song for lonely little kids…’

"Oh, olá." Sirius enfiou a cabeça pelas cortinas. Remus se sentou.

"Oi", respondeu ele, inquieto, ligeiramente envergonhado, como se tivesse sido pego fazendo algo
que não deveria, "Você quer seu toca-discos de volta?"

"Nah," Sirius acenou com a mão. Ele abriu mais as cortinas, e para o horror de Remus, entrou,
engatinhando na cama. O menino se acomodou de costas ao seu lado e ouviu a música com ele.

Eles ficaram em silêncio por um longo tempo, ambos olhando para o dossel vermelho acima
deles. Remus continuou dizendo a si mesmo que Sirius estava se comportando perfeitamente
normal. Ele ficava deitado na cama de James o tempo todo; não significava nada.

Finalmente, para seu alívio, Sirius falou.

“Terminei com Mary.”

Ah. Então era só isso. Remus ergueu as sobrancelhas,

"Mesmo? Lamento, cara.”

Ele sentiu Sirius encolher os ombros ao seu lado,

“Nah, está tudo bem. Não é como se eu estivesse apaixonado por ela ou algo assim.”

"Tem muito mais peixe no mar."

"É" Sirius riu. Ambos ficaram quietos novamente. A voz fina e aguda de Bowie estremeceu entre
eles. A primeira música terminou e a onda estrondosa de Sweet Thing começou. “Adoro esta
música.” Sirius comentou. Remus murmurou em concordância.

‘If you want it, boys, get it here thing,

Cuz hope, boys, is a cheap thing, cheap thing’

"Nós fizemos." Sirius disse, de repente. “Eu e Mary.”

“Vocês fizeram ... oh. Quando?"

"Durante o verão. Uma ou duas vezes desde que voltamos a Hogwarts.

"Certo. Isso é ... quero dizer, por isso que ela terminou com você? "

"Não!" Sirius fez uma careta para ele, “Obrigado pelo voto de confiança, mas eu não acho que
fui tão terrível. Só terminamos, só isso.”

"…Como foi?"

"O término?"

"Não! … Como foi… aquilo?!”

Sirius sorriu enigmaticamente,

“Ah sim ... foi bom. Ótimo. Não como eu imaginei, mas ... sim, bom.”

"Bem ... que bom, então."

“Ela é realmente linda. Mary."

"Sim, ela é."


‘Then let it be; it's all I ever wanted
It's a street with a deal, and a taste
It's got claws, it's got me, it's got you…’

“Lembra quando éramos crianças e estávamos convencidos de que Bowie era um bruxo?” Sirius
disse.

Remus sorriu carinhosamente com a memória,

"Sim, acho que ainda acredito um pouco que ele é."

“Um dia, quando todos nós morarmos em Londres, vamos procurar ele e então poderemos
perguntar.”

Remus começou a rir.

"O que?!" Sirius sorriu de volta para ele.

“Você não pode simplesmente encontrar alguém como Bowie!”

“Não vejo porque não. Podemos ir a um de seus shows, ou descobrir onde ele mora. Tenha um
pouco de imaginação, Lupin - quando formos maiores de idade, poderemos fazer qualquer coisa.”

Rebel Rebel começou a seguir. Era praticamente a música tema de Sirius agora.

"Qualquer coisa." Remus sorriu. "Você já acha que pode fazer qualquer coisa."

"Você está me chamando de arrogante?" Sirius estreitou os olhos, sentando-se. Ele estava
sorrindo. Remus sorriu de volta,

"Vai negar?" Ele respondeu: "Seu ego é tão grande que tem órbita própria."

"Ai!"

"Seu ego é tão grande," Remus continuou, maliciosamente, "Quando você estava fazendo com
Mary, você provavelmente fechou os olhos e se imaginou!"

"Você me magoa assim, Lupin!" Sirius pegou um travesseiro e começou a bater nele. Remus deu
uma joelhada na canela dele, rolando para tentar impedir seu ataque, mas Sirius foi mais
rápido. Rindo, ele subiu em cima de Remus, forçando-o a se abaixar, segurando seus pulsos sobre a
cabeça. "Ha!" Ele comemorou, triunfante. "Peça desculpas!"

"Não." Remus ergueu uma sobrancelha e lutou para se libertar. Sirius estava montado nele agora, e
se preparou contra os movimentos de Remus, empurrando de volta para baixo.

"Você não pode escapar!" Sirius disse: "Peguei você, Moony!"

Seus olhos se encontraram e tudo ficou diferente. Remus percebeu a falta de espaço entre eles, cada
forma e ângulo do corpo de Sirius que tocava o seu. Ele tentou se levantar, deliberadamente,
testando, e Sirius empurrou de volta.

"Sirius," Remus sussurrou, hesitante, ouvindo a tensão em sua própria voz. "O que estamos
fazendo?"

"Sh," Sirius balançou a cabeça. "Shh," Sirius disse novamente, inclinando-se para frente agora,
soltando os pulsos de Remus, "Só... só ..." Seu rosto estava enterrado no travesseiro ao lado deles,
Remus podia ouvir sua respiração acelerada com o refrão inicial de Rock ' n 'Roll with Me.

‘You always were the one that knew…’

“Ok,” sussurrou Remus. Faremos isso.

Se era isso que Sirius queria, Remus não faria mais perguntas - ele achava que não tinha sangue
suficiente em seu cérebro para formular um pensamento, de qualquer maneira; estava dolorido,
tenso de desejo, e Sirius o pressionava, acertando as partes de Remus que mais queriam
contato. Empurrou a mão entre eles, atrapalhando-se com os botões de seus jeans. Sirius enrijeceu
um pouco, mas permitiu, deixando Remus fazer tudo. Deixando Remus tocá- lo.

Ele ficou momentaneamente tímido com seu corpo - como deveria ser ossudo aos olhos dele; como
suas mãos eram estranhas. Mas logo não havia espaço para timidez, Sirius continuou se movendo,
e Remus estava perdido, completamente perdido na estranha familiaridade de outra pessoa e no
cheiro maravilhoso do cabelo de Sirius.

Tudo acabou quase tão rapidamente quanto começou. Bastou o ângulo certo contra o quadril de
Sirius e Remus engasgou, se contorcendo, vendo estrelas, e um segundo depois Sirius soltou um
gemido abafado nos lençóis.

Nos momentos de silêncio que se seguiram, ambos ficaram sem fôlego e tensos. Então Sirius se
apoiou e saiu de cima, rolando de costas. Não disseram nada enquanto levantavam as calças e
endireitavam as roupas. Remus se recusava a ser o primeiro a falar.

"Me deixei levar." Sirius disse, limpando a garganta.

Remus piscou.

"Certo ..." Ele engoliu em seco.

"Desculpe."

"O que? Não, está bem."

Sirius parecia estranho - Remus nunca o vira tão perdido antes.

"Eu vou tomar um banho. Não falta muito para a festa.”

"Certo." Remus acenou com a cabeça novamente, observando Sirius cuidadosamente sair da cama
e passar pelas cortinas. Ele parou e voltou rapidamente, parecendo um pouco em pânico,

"Você não vai contar a ninguém?"

Remus bufou e balançou a cabeça.

"Como se eu fosse."

Sirius assentiu e fechou a cortina atrás dele.

Remus caiu de costas na cama, sua mente ainda se recuperando. Se ele não estivesse tão confuso,
ficaria furioso.

Chapter End Notes


Está doendo muito revisar esses capítulos porque daqui para frente, mesmo não sendo
triste, o teor melancólico e de pré guerra é quase pior do que a guerra em si, na minha
opinião. Nesse capítulo tem um dos diálogos que eu mais amo entre o Sirius e o
Remus e há uma frase nele que eu pretendo tatuar, “Lembra quando éramos crianças e
estávamos convencidos de que Bowie era um bruxo?” tanto pelo claro elogio a David
Bowie que é um dos meus músicos preferidos, quanto por wolfstar.
Capítulo 99: Sexto Ano: Festas e Pústulas
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

He's in love with rock'n'roll, woah

He's in love with gettin' stoned, woah

He's in love with Janie Jones, woah

He don't like his boring job, no

And he knows what he like to do

He knows he's gonna have fun with you

You lucky lady!

Janie Jones by The clash

Domingo, 31 de outubro de 1976

O banquete de Halloween de Hogwarts de 1976 foi tão terrível que a primeira coisa que Remus fez
imediatamente depois foi ficar o mais bêbado humanamente possível.

Não foi terrível de nenhuma maneira exterior, é claro. A comida estava deliciosa, como de costume
- um glorioso porco dourado assado com pedaços de maçã coberto de creme doce. Foi terrível para
Remus. Sirius não fora rude ou frio - ele nem estava tentando evitar Remus. Era exatamente sua
dedicação à normalidade que o tornou tão desagradável. Ele sorria. Ele ria. Ele brincava. Ele
chamava Remus de ' Moony' sem nenhum traço de vergonha. Remus não teve escolha a não ser
seguir seu exemplo - afinal, ele prometeu não contar.

Além de que, ele não fazia idéia de como contar a alguém uma coisa dessas.

"Oi, James, o Sirius já meio que foi para a sua cama e vocês meio que acabaram se tocando um
pouco?"

Oh Deus, e se ele tivesse?! Também havia Lily, é claro, a pessoa mais empática que Remus
conhecia depois de James - embora a ideia de falar com uma garota sobre esse tipo de coisa fosse
mortificante. Mary era a pessoa mais sexualmente experiente que Remus conhecia - e ele
absolutamente, cem por cento, não podia falar com ela sobre Sirius.
Não que ela parecesse magoada. Quando a festa começou a todo vapor (Remus bebeu três doses de
whisky assim que a oportunidade apareceu), Mary desceu do dormitório feminino usando um
vestido de matar, vermelho e muito justo, o que fez até Remus ficar encarando por alguns
segundos. Roman Rotherhide, da Corvinal, foi o primeiro a oferecer-lhe uma bebida, e os dois
passaram o resto da noite totalmente absortos um no outro, de uma forma ou de outra.

Remus se prostrou ao lado do toca-discos um pouco, deliberadamente colocando os discos mais


abrasivos e menos dançantes que conseguiu encontrar. We Will Fall, do The Stooges, seguido
rapidamente por Sister Ray e depois Captain Beefheart para completar. Eventualmente, ele foi
expulso por um grupo de meninas do quarto ano, que se uniram contra ele segurando os LPs de
David Cassidy e Bay City Rollers. Depois disso, ele se dedicou à tigela de ponche.

Sirius estava se divertindo, obviamente. Ele e James eram anfitriões gregários, como sempre,
circulando como os bons herdeiros de sangue puro que eram. A sala comunal continuou enchendo
enquanto os alunos vinham de todo o castelo, e ficou tão quente que Remus acabou pegando uma
garrafa de Cerveja da Bruxa que ele encheu com whisky, e sentou-se sozinho perto da janela
aberta, fumando.

Marlene se aproximou em algum momento, para ver se ele estava bem, e para perguntar se Sirius
estava saindo com mais alguém, agora que ele e Mary haviam terminado. Remus fez uma careta ao
ver o olhar esperançoso dela e disse que não dava a mínima. Ela franziu a testa, mas o deixou
sozinho depois disso.

Por volta das nove horas, as coisas ficaram realmente nebulosas. A última coisa de que se lembrava
foi a performance perfeita de Peter e Desdemona em Paradise by the Dashboard Light (só Peter
para gostar de Meatloaf, de todas as músicas trouxa do mundo). Remus se lembrava vagamente de
sorrir estupidamente enquanto os dois se jogavam pela sala, vermelhos e suando, mas se divertindo
muito, cantando o dueto com toda a força dos pulmões.

You gotta do what you can

And let mother nature do the rest

Ain't no doubt about it

We were doubly blessed

'Cause we were barely seventeen

And we were barely dressed...

A próxima coisa que Remus percebeu foi que estava no banheiro do dormitório, curvado sobre o
vaso sanitário, vomitando suas tripas fora. Ele deve ter chegado um pouco tarde, porque sua camisa
e calça estavam molhadas e fedendo. O banheiro girou e balançou, e ele se deitou nos ladrilhos
suaves e frios, enquanto os acordes de fechamento de Rebel Rebel ecoavam pelas escadas.

“Oi, Moony! Acorda acorda, cara”a voz de James explodiu em sua cabeça latejante algumas horas
depois.

"Gnuuughh."

“Puta merda,” James suspirou, “Scourgify! Vamos lá, levanta, é a vez de Padfoot vomitar... "

Remus piscou com a luz forte e tentou se levantar. Para começar, o banheiro era pequeno, havia
espaço apenas para uma pia, vaso sanitário e banheira. Não havia realmente espaço para três
garotos compridos de dezesseis anos de idade, dos quais dois estavam tão bêbados que mal
conseguiam se manter de pé. Remus recuou para a pia enquanto Sirius se jogava sobre o vaso
sanitário, vomitando ruidosamente. Felizmente, seu cabelo estava preso para trás.

Remus piscou novamente, olhando estupidamente para ele por um tempo, antes de James
gentilmente puxá-lo pelo cotovelo,

"Vamos, Moony, meu velho amigo, hora de dormir, hein?"

"Mm." Ele murmurou, sentindo-se infantil e indefeso. Permitiu que James o levasse para fora do
banheiro e em direção a sua cama. Ugh Os lençóis ainda estavam amarrotados e a vitrola de Sirius
ainda estava precariamente empoleirada aos pés. James arrumou isso enquanto Remus subia sob as
cobertas, ainda de jeans e meias.

"Pfft, você deveria ser o responsável," James bufou, brincando, enquanto fechava as cortinas da
cama. "Boa noite, Moony."

"Jaaaaames ..." Sirius choramingou do banheiro. James resmungou e Remus fechou os olhos.

A ressaca do dia seguinte foi tão horrível que Remus pensou que provavelmente nunca mais
beberia.

***

Quarta-feira, 10 de novembro de 1976

Na semana seguinte, Remus se tornava completamente nervoso sempre que Sirius estava por
perto. Eles nunca ficavam juntos sozinhos - e era difícil dizer isso estava sendo planejado ou não
por Sirius, ou se era apenas uma consequência de se viver num internato. Certamente, Remus não
fez nenhum esforço para encontra-lo sozinho - quem sabia o que poderia acontecer?!

As explicações eram inúmeras, disso ele tinha certeza. Apenas precisava pensar sobre isso. Talvez
Sirius só estivesse com vontade - os dois eram adolescentes, afinal. Remus estava prontamente
disponível e não havia apresentado nenhuma resistência. Talvez esse fosse o tipo de coisa que os
meninos ricos faziam em internatos. Qualquer lugar disponível se tornava um alvo. Podia até ser
um pouco do lado canino de Sirius aparecendo.

A pior parte era que Remus realmente não se importava com o motivo. Ele só queria que
acontecesse novamente. Tão culpado quanto sabia que deveria se sentir, ele passava todas as noites
deitado em sua cama desejando e desejando que Sirius viesse rastejando. Ou que ele, Remus,
tivesse a coragem de se levantar e ir pessoalmente até o outro. Mas a coragem nunca veio, e depois
de uma semana (que incluía o aniversário de Sirius, um fim de semana em Hogsmeade, Bonfire
Night e uma lua cheia) Remus simplesmente teve que tentar desistir disso.

Como de costume, ao enfrentar uma crise, Remus compôs uma lista confiável para ajudar a
equilibrar seu pensamento. Este era intitulado: Razões para esquecer a situação de Sirius.
Sirius claramente queria fingir que isso nunca aconteceu. Um bom amigo deve respeitar seus
desejos.

Remus queria ser um bom amigo, porque, afinal, perder um amigo era potencialmente muito pior
do que nunca tocar em Sirius novamente. Não era?

Sirius não estava escondendo sua atração profunda e permanente por garotas. Todas e cada uma
delas.

Este último era o ponto mais relevante. Um fator que havia contribuido para a bebedeira de Remus
na festa de Halloween foram as tentativas obstinadas de Sirius em flertar com todas as garotas
maiores de quinze anos. Tentativas extremamente bem-sucedidas, diga-se de passagem. Tão bem
sucedidas que, quando o próximo fim de semana chegou, era de conhecimento geral que Sirius
agora estava casualmente saindo com Avni Chaudry, a lufana que havia encantado as abóboras
para brilharem no escuro.

Esta era uma situação familiar a esse ponto, e Remus, pelo menos, estava feliz por não ser mais um
monitor, e não correr o risco de tropeçar em Sirius e Avni se agarrando na torre de Astronomia. Ele
começou a evitar as estufas, no entanto.

A vida avançava lentamente. O grupo de estudo de Remus voltou a se reunir lentamente,


aproximando-se dele um a um na sala comunal, ou na biblioteca, para perguntar educadamente se o
assento ao lado dele estava ocupado, e então - depois que ele confirmava sua disponibilidade –
instalavam-se e perguntavam se não se importaria de verificar algo para eles, ou de dar sua opinião
sobre um ponto ou outro. Remus não se importava. Era uma boa distração e muito mais saudável do
que ficar chapado, pelo menos. Christopher não participou, mas Remus supôs que ele poderia estar
ocupado com seus NOMs.

A terceira lua cheia do ano foi tão bem quanto as duas anteriores - James jurou que havia avistado
um unicórnio, realmente, desta vez. E as aulas com a Madame Pomfrey se tornaram um prazer
inesperado, a ponto de, agora, Remus ser competente em curar pequenas cortes e hematomas. Sem
uso de antisséptico a partir de agora.

Então, ele dizia a si mesmo repetidamente que, ele, Remus John Lupin, não tinha nenhuma razão
para estar infeliz. Tudo estava como deveria ser - até mesmo James e Lily estavam se dando bem
sem nenhum feitiço ou maldição sendo lançados. O vazio estava apenas dentro dele – pois, sua
vida exterior estava mais cheia do que nunca.

Diante de tudo isso, ficou bastante surpreso ao, em uma tarde tranquila na biblioteca, receber uma
carta. Na verdade, 'receber uma carta' parecia um exagero. Um avião de papel o havia atacado na
nuca, enquanto tentava se concentrar em converter uma equação aritmética de Agripa para a forma
Caldéia. Ele sibilou de dor e agarrou-o, olhando ao redor. Estava sozinho, mas sabia exatamente
quem era o culpado. Os feitiços locomotores de James eram lendários. Remus o desdobrou, alisou
e começou a ler.

‘Marotos se reúnam! Ficamos adormecidos por muito tempo.

Esta noite. Meia-noite. Tapeçaria do jardim. Travessura.’

Ele não pôde deixar de sorrir. Eles não faziam uma brincadeira adequada há anos.
***

Quinta-feira, 11 de novembro de 1976 (meia-noite)

"Quem é?"

"Sou eu."

“Ah, oi, Moony, você encontrou a capa então. Sirius está com você? "

"Achei que ele estava com você!"

"Nah, eu tinha patrulha."

"E Wormtail?"

“Ele está aqui, no meu ombro. Nós não nos encaixamos de outra forma.”

"Vocês dois estão fazendo muito barulho."

"Padfoot!"

"Prongs."

"Como você chegou aqui sem a capa?"

"Eu andei, seu covarde."

"Sorte que Filch não viu você."

“Eu nasci com sorte.”

A 'tapeçaria do jardim' ficava no andar térreo, a apenas alguns metros da entrada das masmorras. A
partir disto, Remus presumiu que a pegadinha seria dirigida a Sonserina. Não estava errado. James
tinha uma grande caixa de madeira com ele, que ele estava levitando graças a seu encanto de
locomoção patenteado.

“Algumas plantas de bubotúberas acidentalmente cruzaram com uns cogumelos explosivos,” ele
sussurrou, enquanto desciam as escadas para as masmorras. "A Professora Sprout me pediu para
jogá-los na pilha de compostagem, mas achei que seria um desperdício ..."

“Onde vamos colocá-los?” Sirius sussurrou de volta, animado.

"Bem, eu não sei a senha da Sonserina deste ano - algum de vocês sabe?"

Todos eles balançaram a cabeça, exceto Peter, que - ainda empoleirado no ombro de James - deu
um guincho negativo. James suspirou, apenas ligeiramente desapontado, "Então eu pensei que
provavelmente poderíamos espalhar eles por aí - eles estão quase prontos para estourar, eu acho..."

Assim que alcançaram os níveis mais baixos, sombrios e cavernosos do castelo, Peter se
transformou de volta em si mesmo, e James largou sua caixa. Ele ergueu a tampa para apresentar
uma recompensa de, pelo menos, cem cogumelos grandes, amarelados e de leve pulsação.
"Eugh." Disse Peter.

"Sim," James sorriu, tirando um cuidadosamente da caixa. Era mais ou menos do tamanho de uma
bola de tênis, “Não aperte, eles estão cheios de pus e prontos para explodir”.

“Isso vai ser excelente.” Sirius sorriu, alcançando e pegando dois.

Eles rápida e eficientemente começaram a espalhar o fungo estranho e espinhento - atrás de


arandelas, sobre portas, sob tapetes e dentro de armaduras. A criação híbrida latejava de forma
desagradável em suas mãos, e Remus achou que James estava certo; estavam prontos para explodir
a qualquer minuto, deixando as masmorras cobertas de pus amarelo fedorento.

Eles talvez tivessem na metade da caixa, quando as orelhas de Remus se aguçaram - teve a estranha
sensação de estar sendo observado. Virando-se, ele avistou os olhos amarelos brilhantes da Sra.
Norris, espiando pela esquina com aquele olhar presunçoso e rancoroso em seu rosto achatado.

"Merda", ele sussurrou, "Rápido, olhem!"

"Ah, droga!" James disse: "Vocês três peguem a capa e se escondam, eu vou ..."

"Quem está aí?" A voz de Filch surgiu.

"Rápido!" James sibilou e começou a correr na direção oposta.

Peter, Sirius e Remus se entreolharam, antes de decidirem telepaticamente entrar na porta aberta
mais próxima - que por acaso era o banheiro das garotas.

"Aquela porra de gato maldito está atrás de mim," Sirius murmurou, "Desde que me tornei um
animago."

"Você pode falar!" Peter respondeu irritado, torcendo as mãos. Remus arrastou a caixa de
cogumelos atrás deles e estava procurando desesperadamente um lugar para escondê-la.

“Empurre para a frente da porta!” Sirius disse.

“Eu não acho que vai ...”

“Locomoto!”

"Não!"

Sirius não era tão bom nesse feitiço quanto James. Ele sempre colocava um pouco de força demais
por trás. Tudo o que Remus pôde fazer foi abaixar-se e cobrir a cabeça, quando a caixa de delicadas
bolinhas de pus se chocou contra a porta do banheiro, disparando até a última pústula com um
ruído nauseante.

Peter desapareceu completamente, encolhendo-se até o tamanho de um rato no último momento e


correndo pelo ralo mais próximo em busca de refúgio. Sirius, sempre confiante em suas
habilidades, simplesmente ficou lá, parado, parecendo estúpido enquanto galões mais galões de
pus explodiam em seu rosto, cobrindo todo o banheiro no processo.

Às vezes, era muito fácil não idolatrar Sirius Black.

Chapter End Notes


Bonfire Night/Noite de Guy Fawkes/ Noite de Fogos de artifício: é uma festa
tradicional do Reino Unido. A rima que todo aluno inglês aprende na escola diz:
“Remember, remember, the fifth of November” (“Lembre-se, lembre-se do 5 de
novembro”), o que significa os livros que, nesta data, comemora-se o fracasso do
chamado Gunpowder Plot, um golpe para matar o Rei James I em 1605, orquestrado
por um grupo de ativistas católicos.

Bruna: Eu amo esse capítulo por 1. Remus Lupin vomitando e desmaiando no


banheiro. 2. Sirius Black vomitando com o cabelo preso em um rabo de cavalo feito,
provavelmente, pelo James. 3. James Potter é a pessoa que nunca está de ressaca e isso
faz todo e completo sentido na minha cabeça. Normalmente, eu sou o James do rolê
(sem ressaca e com carteira de motorista de bônus) e é mais divertido do que todos
imaginam, porque eu posso ver todo mundo na merda. Eu adoro o início da festa em
que o Moony fica colocando músicas completamente nada a ver, recomendo ouvirem
pelo menos We will fall do The Stooges para perceberem a vibe do menino. Spoiler: a
música tem 10 minutos e quase nenhum instrumento musical ou letra.
Capítulo 100: Sexto Ano: Limites
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

I can’t help from crying

Oh no, boy, you ain’t done nothing wrong

You just make me feel so good it hurts me

Cuz I’ve been without you so long

And now I got a good kinda hurt

I got a good kinda hurt

Oh boy, you make me, you really make me come alive

-Good Kinda of Hurt, Pleasure Seekers

Sexta-feira, 12 de novembro de 1976

Eles foram pegos, é claro - apenas Sirius e Remus. O raciocínio rápido de Peter o livrou, e James
correu rápido o suficiente a tempo. Ele queria dizer a McGonagall que tudo havia sido ideia dele,
mas Sirius não permitiu.

A chefe da casa deu a eles um dos piores castigos que tiveram em anos - piorou ainda mais pelo
fato de que ela estava vestida com sua camisola de tartan e roupão, o que não foi nem um pouco
engraçado, mas extremamente assustador. Eles ficaram em seu escritório, cabeças abaixadas,
pingando pus até que ela os mandou para a cama. Vinte pontos da casa perdidos e detenção até o
Natal.

“Vocês dois têm uma hora livre antes do almoço amanhã,” ela disse, como uma farpa de
despedida, “Eu espero que se apresentem nas masmorras para limpar sua bagunça. Sem magia.”

Sirius estava furioso e, depois de se lavar, foi para a cama sem dizer uma palavra. Pete sentou-se na
ponta do colchão, com o rosto pálido e preocupado.

"Eu realmente sinto muito!" Ele sussurrou para Remus, desesperadamente, "Eu entrei em pânico, às
vezes eu simplesmente perco o controle quando estou com medo ..."

"Ok," Remus respondeu, cansado, "É só detenção."


"De qualquer forma," James saltou de sua cama, "Eles não encontraram nenhuma das bolinhas que
escondemos, ainda ..."

James estava certo e, em uma reviravolta sublime do destino, as bolinhas de bubotúbera


explodiram cedo na manhã seguinte, quando a maioria dos alunos sonserinos estavam indo das
masmorras para o Salão Principal para o café da manhã. Portanto, pelo menos a noite não foi uma
completa perda de tempo.

"Foram vocês dois?!" Lily olhou para Remus espantada, quando ele disse a ela por que não poderia
encontrá-la na biblioteca antes do almoço, "Não Black e Potter, Black e você?!"

"Não precisa parecer tão surpresa", ele franziu a testa, "sou capaz de ser um idiota tanto quanto
qualquer outra pessoa."

"Não, mas pensei que você e Sirius estivessem brigados."

"Porque você pensaria isso?!"

"Ah, algo que Mary disse..."

"O que Mary disse?" Remus sentiu uma onda de calor subir por seu pescoço - Sirius disse algo a
Mary? Algum lapso estúpido enquanto eles estavam se beijando?

“Eu não sei,” Lily pareceu levemente surpresa, “Pergunte a ela, eu realmente não consigo me
lembrar, eu só pensei que ela disse algo sobre vocês dois não estarem se falando. De qualquer
forma, você poderia tentar não destruir mais banheiros este ano? A Grifinória já tem a menor
quantidade de pontos entre as casas, e nem é Natal.”

Os ataques surpresa no corredor tinham perdido mais vinte pontos para Grifinória, e uma noite
extra de detenção para Remus e Sirius. James se sentia terrivelmente culpado, mas o senso de
cavalheirismo e honra de Sirius não o deixou confessar.

Claro, foi uma história muito diferente mais tarde naquele mesmo dia, quando ele e Remus
estavam do lado de fora do banheiro isolado, esperando Filch chegar com baldes e esfregões.

"Maldito Wormtail, isso é tudo culpa dele."

"Não é não." Remus bocejou, encostado na parede. Não havia dormido o suficiente.

“O idiota fugiu como o verme que é!”

"Ei, seja legal," Remus franziu a testa, "Ele só fez isso porque alguém ficou muito animado e
explodiu todos aqueles cogumelos."

"Eu estava pensando rápido." Sirius ergueu o queixo, em desafio.

"Você não estava pensando."

"Bem, você não estava fazendo nada!"

“Eu estava tentando esconder a caixa! Se tivéssemos escondido a tempo e ficado embaixo da capa,
nada disso teria acontecido!”

"Bem, você não disse isso na hora!" Sirius disparou.

"Você não me deu uma chance!"


"Ainda sim ele não precisava ter fugido." Sirius cruzou os braços, encostado na parede oposta.

Cansado e mal-humorado, Remus retrucou de volta,

“James fugiu também. Não vejo você xingando ele. "

Sirius olhou para ele, furiosamente. Como alguém ousava falar algo contra James Potter na
presença de Sirius Black. Remus revirou os olhos e encarou o teto até Filch chegar.

Argus Filch era um dos adultos mais desagradáveis que Remus já conhecera. A Diretora teria
gostado dele. Um homem amargo, rancoroso e asqueroso de meia-idade, Filch era um zelador e um
bisbilhoteiro, que parecia odiar os alunos mais do que qualquer um que trabalhava em uma escola
deveria odiar. Isso era mais evidente do que nunca quando ele tinha permissão para administrar
detenções.

O homem deixou cair dois grandes baldes de madeira aos pés deles com um sorriso malicioso no
rosto e empurrou a porta. Durante a noite, o pus parecia ter secado e deixado uma crosta espessa
amarelada sobre a maioria das superfícies que havia atingido. Remus torceu o nariz. Filch entregou
a eles esfregões e escovas.

"Voltarei para ver como estão em duas horas." Ele disse: “Vocês devem terminar até lá. Sem
varinhas e sem brincadeirinhas.” Ele zombou enquanto os deixava.

Remus olhou para Sirius, que obviamente ainda estava irritado com ele. E endireitou as costas,

"Vou começar por ali", o mais velho acenou com a cabeça para o outro lado do banheiro, "Você
vai lá." e então indicou o lado oposto.

"Ok." Remus deu de ombros, levantando seu balde e enchendo-o na pia. Sim, na verdade, assim era
perfeito. Eles ficariam cada um no seu lado e simplesmente acabariam logo com essa estupidez.

Sirius ainda não estava falando com ele e virou as costas, trabalhando em silêncio. Remus fez o
mesmo. Dois poderiam jogar esse jogo. Sirius estava tornando tudo muito mais fácil.

Remus nunca iria admitir, mas não se importava em limpar e, na verdade, achava isso bem
tranquilizador. Por mais nojento que parecesse o pus, ele saía do ladrilho branco facilmente com
um pouco de água e sabão, de modo que, o trabalho não era fisicamente cansativo, até o momento
de limpar as paredes. Isso era mais difícil apenas por causa de todos os estiramentos e
alongamentos, que o cansavam e faziam seus ombros doerem.

Além disso, o pus de bubotúbera não era realmente pus de acordo com o livro de Herbologia que
Remus folheou com pressa antes de vir - no sentido de que não era sujo ou tóxico. Na verdade, ele
possuía várias propriedades curativas – e, embora essa gosma fosse de uma linhagem cruzada
acidental, provavelmente não poderia fazer mais mal do que suco de abóbora.

O pequeno banheiro estava assustadoramente silencioso, com os dois meninos trabalhando em


silêncio e apenas o som ocasional deles enchendo os baldes ou esfregando o chão. Remus também
não se importava com a atmosfera fria - isso o ajudava a se concentrar. Há um tempo, ele já sabia
que seus sentimentos por Sirius raramente atrapalhavam sua habilidade de ficar irritado com Sirius.

Quando a primeira hora acabou, eles haviam conseguido remover todos os vestígios da bagunça e
tudo o que faltava era fazer um enxágue final. Remus lavou o balde mais algumas vezes e
aproveitou a oportunidade para lavar as mãos e o rosto, que haviam ficado quentes com o
esforço. Sirius se juntou a ele na pia, mas ambos não falaram.
“Está quase acabado,” Remus tentou, hesitante.

Sirius bufou, irritado,

“Não graças ao Wormt-”

"Cale a boca sobre o Wormtail, ok?!" Remus disse, exasperado, "Vê se cresce!"

Sirius franziu a testa, mas não disse nada. O moreno lavou as mãos e o rosto também. Remus
tentou não assistir. Então, se voltou para sua própria parede e começou a jogar a água limpa nela,
tirando o que restava da espuma de sabão.

Uma sombra apareceu em seu ombro e ele se preparou para mais brigas.

"Falta um pedaço." Sirius bufou, mal-humorado, empurrando Remus para fora do caminho e
esfregando ele mesmo. Afrontado, Remus fechou a cara para ele,

“Pensei que ficaríamos em nossos próprios lados.”

"Sim, pensei que você faria um trabalho decente."

"Se você não ficasse respirando no meu pescoço o tempo todo!"

"Você é tão sensível," Sirius retrucou.

"Não, você só está agindo como um idiota." Remus deu uma cotovelada nele, mais forte do que ele
realmente pretendia.

Sirius o empurrou contra a parede e Remus escorregou, agarrando o moreano para se


firmar. Furioso, ele o empurrou de volta. “Idiota.” Ele disse.

Sirius o beijou.

Sirius o beijou como ninguém; lânguido, firme e sem pressa. Remus respondeu instantaneamente,
as mãos agarrando o tecido da camisa dele, querendo correr os dedos pelo cabelo do outro
garoto. Mas Sirius se afastou antes que pudesse retribuir direito, recuando, parecendo horrorizado
consigo mesmo. Seus lábios estavam rosados e brilhantes, ligeiramente separados. Remus teve que
desviar o olhar.

“Remus, eu ... merda, desculpe. Não sei por que isso continua acontecendo comigo.”

"Tudo bem." Remus disse, sem olhar em seus olhos.

"Você sabe que eu não sou - "

“Sim,” Remus disse, “Sim, claro. Nem eu." Ele disse isso rapidamente e sem pensar. Disse isso
para impedir Sirius de dizer a palavra.

Ficaram em silêncio um pouco mais. O coração de Remus estava acelerado, mal conseguia pensar
direito. Ele estendeu a mão, pegando o fino tecido branco da camisa de Sirius entre os dedos e
puxando-o levemente, finalmente encontrando os olhos de Sirius.

"Ninguém vai descobrir," Remus disse, baixinho, ecoando algo que já ouvira uma vez.

Sirius olhou de volta para ele, seus olhos queimando.


"Você não vai dizer nada?"

Remus balançou a cabeça enquanto Sirius se aproximava um pouco mais. Remus continuou, se
sentindo mais corajoso agora,

“Não. Nós ... nós não temos que parar. A não ser que você quei-"

Sirius o beijou na boca novamente. Ambos sabiam que haviam cruzado uma linha, mas não havia
como evitar agora, e era tão, tão bom, e seus corpos estavam duros um contra o outro, as mãos se
atrapalhando com as fivelas dos cintos, como se soubessem que era o plano o tempo todo.

Quando acabou, eles se agarraram um ao outro por longos e exaustos segundos. Então Sirius se
retirou com cuidado, dando um passo para trás. Remus ansiava por puxá-lo para perto novamente,
para nunca mais parar. Tocou o cabelo de Sirius uma última vez, fingindo colocá-lo de volta no
lugar. Eles se olharam nos olhos, ousados e sem nenhuma vergonha, por alguns segundos.

"Você é adorável." Sirius disse, tão suavemente.

Remus só pôde sorrir gentilmente de volta, não sabia o que dizer. O banheiro esfriou. "Vamos,"
Sirius começou a abotoar as calças, desviando o olhar, finalmente, "É melhor terminarmos esta
limpeza."

Lupin acenou com a cabeça, ainda mudo, incapaz de fazer algo mais do que se encostar na parede
enquanto observava Sirius lavar as mãos novamente e pegar o esfregão. A visão dele indo embora
era muito familiar, e Remus explodiu,

"Você não -- não fuja, desta vez."

Sirius olhou para trás, um pouco surpreso, e algo mais.

"Eu não vou a lugar nenhum, Moony." Ele falou gentilmente.

"Ah, ok. Bom."

“Eu me senti mal com isso. Da última vez. Desculpe." Ele estava do outro lado do banheiro agora,
e talvez isso tornasse mais fácil falar. “Mas eu pensei que você estava com raiva ou algo
assim. Não sei."

"Não, eu não estava."

"Ainda somos amigos, não somos?"

"Claro! Sempre seremos amigos, Padfoot.”

Remus estava fazendo uma promessa, embora seu cérebro estivesse muito nebuloso para realmente
reconhecê-la no momento.

Sirius reconheceu, embora timidamente que, o que quer que continuasse acontecendo,
provavelmente aconteceria novamente. Ele havia assumido o papel de sempre - impulsivo,
expectante e irresponsável. Por sua vez, Remus assumiu seu próprio papel - aquele que seria
o responsável. Ele guardaria os segredos; ele aceitaria o que lhe foi dado; ele seria o responsável. Se
isso é o que Sirius precisa, Remus pensou, então é isso que eu darei a ele. Não era nada demais.

Corajoso, Sirius o chamou uma vez, em outro banheiro, não muito tempo atrás. Remus não sabia
então se ele era ou não realmente, mas ele havia gostado de como isso soou na época, e gostou
ainda mais agora. Agora, com o gosto de Sirius ainda em seus lábios, e os ecos de prazer ainda se
instalando em seu corpo.

Enquanto observava Sirius terminar de limpar a parede oposta, encorajando a água a descer pelo
ralo com seu esfregão, e erguendo os olhos para sorrir de vez em quando, Remus percebeu que, o
que estivera esperando todo esse tempo era para que Sirius fosse corajoso. Porém, o que havia
percebido agora, com a clareza de um raio é que ele, Remus, poderia ser corajoso pelos dois.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Alguém comentou no meu tiktok que eu não durmo e vocês
não poderiam estar mais certos. Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu.
Capítulo 101: Sexto Ano: Novo Normal
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Oh shadow love was quick and clean, life's a well-thumbed machine

I saw you watching from the stairs, you're everyone that ever cared

Oh lordy, oh lordy, you know I need some loving

I’m movin’, touch me!

John, I'm only dancing

She turns me on, but I'm only dancing

She turns me on, don't get me wrong

I'm only dancing...

John I`m only dancing by David Bowie

Meados de dezembro de 1976

Depois disso, aconteceu com frequência. Remus nunca iniciava; ele não precisava. Sirius vinha até
ele. Remus se veria puxado para uma sala de aula vazia ou para o banheiro compartilhado - uma ou
duas vezes, Sirius até se esgueirou silenciosamente para sua cama, lançando um feitiço silenciador
antes de forçar seus ombros para baixo e passar as mãos sobre seu corpo, tremendo de desejo. Mas,
nunca sob as cobertas - isso seria queer. Então, ele sairia correndo assim que tudo acabasse.

Quase sempre acontecia de forma apressada. Remus sabia que isso era, em parte, culpa da
vergonha. E também, pelo fato de que ambos precisavam tanto disso - quando estavam juntos, seus
corpos zumbiam de vontade um pelo outro.

Não haviam duas vezes iguais. Às vezes, eles podiam ser confiantes e ousados, outras vezes eram
tímidos e um precisava do incentivo do outro. Às vezes, não era nem sobre se satisfazer
completamente, e eles se limitavam a apenas beijar - ou pelo menos a ideia de beijar de Sirius, que
era brutal, violenta e sem piedade. Os lábios de Remus ficavam chamuscados, queimados em carne
viva, por dias e dias.

Depois, eles não conversavam sobre o que acontecia, mas - se o tempo permitisse – se sentavam do
ao lado um do outro e compartilhavam um cigarro em silêncio até que estivessem prontos para cair
lentamente de volta em suas brincadeiras de costume. Naqueles momentos, Remus sentia que
Sirius provavelmente teria preferido estar com outra pessoa. Uma namorada ou - pior ainda -
James.

Não sou eu quem ele quer, Remus dizia a si mesmo, lamentavelmente, só sou aquele que está
aqui. A pior parte é que ele sabia que isso era o suficiente. Se Sirius só viesse até ele na escuridão e
no silêncio, então que assim fosse. Era melhor do que nada. Como se alguém como eu pudesse ter
alguém como ele.

Lupin tinha que compartilhar, é claro. Quer fosse devido ao desejo de Sirius de esconder o que
estava acontecendo, ou se ele simplesmente não conseguia se comprometer com uma pessoa,
depois de Avni houveram outras. Uma coleção de garotas bonitas, brilhantes e alegres; Florence e
Daisy e Tessa e Eunice. Remus não achava que nenhum desses encontros fosse sério e, pelo menos
no começo, ele não invejava que Sirius se divertisse. Nunca pedi por nada mais, dizia a si mesmo.

E Remus gostava de ser secreto. Ele nunca tinha sido alguém que gostava de atenção e pensou que,
mesmo se fosse um fato que o que estavam fazendo não era diferente do que Sirius fazia com
qualquer uma das garotas por quem se apegava, Remus ainda preferiria que James e Peter não
soubessem. Talvez ele pudesse contar a eles sobre Grant, um dia, eventualmente - mas não sobre
Sirius. Era muito complicado.

Ele gostava de saber que ele e Sirius poderiam estar em uma sala cheia de pessoas, e ninguém tinha
ideia do que andavam fazendo apenas na noite anterior ou, até mesmo, duas horas antes. Gostava
de escapar impune. Gostava de ver Sirius com uma garota, e pensar que não importa, mais tarde
ele pertence a mim.

Afinal, ele tinha permissão para ser feliz. Tinha permissão para ter algo só para si - especialmente
porque, em outras áreas da vida de Remus, portas se fechavam e coisas eram tomadas de si.

Houve outro ataque de lobisomem durante a lua de dezembro, que caiu no início do mês naquele
ano. Testemunhas descreveram mais de uma criatura - estavam trabalhando em bando. O ministério
foi colocado em alerta máximo, e toda a escola estava falando sobre isso. Os marotos não tocavam
no assunto - nem mesmo Sirius. Ele não podia culpá-los; teria arrancado a cabeça deles se tivessem
tentado ser simpáticos ou ser gentis a respeito.

Ainda assim, ele teve que aturar todo o resto; todos os outros alunos da escola que começaram a
usar joias de prata ou a falar sobre a melhor maneira de se defender de um ataque de lobo.

“Deveriam cercar todos eles!” Ouviu um aluno do quinto ano contando para qualquer um que
quisesse ouvir no Salão Principal uma noite. “Manter eles trancados, longe das pessoas normais!”

“Por que não podem marcá-los?” Avni sussurrou, na tarde seguinte, quando ela, Sirius, Remus,
Peter e Lily estavam assistindo o treino do time de quadribol da Grifinória. “Quer dizer, já existe
um registro e eles podem rastrear bruxos menores de idade - por que não rastrear animais
perigosos?! Não faz sentido.”

"Eles não são animais," Lily sibilou por entre os dentes cerrados, "Eles são pessoas."

Remus manteve os olhos no campo. Sirius também.

“Diga isso aos Mundays!” Avni respondeu, endireitando a saia e dando a Lily um olhar superior,
"Diga isso para esta última família atacada." Ela se aproximou de Sirius no banco, abraçando seu
braço,
"Sirius, querido, estou com frio ..."

"Entre, então." Ele grunhiu, se sacudindo para que ela o soltasse, os olhos ainda em James,
gritando algo para seu goleiro.

"Com licença?" Avni franziu a testa.

"Você me ouviu." Sirius respondeu, irritado, "Cai fora."

Nenhum deles viu Avni depois disso.

Mas isso não impediu outras pessoas de falar. Remus teve que dissolver seu grupo de estudo mais
cedo porque todos queriam saber se ele poderia recomendar algum bom livro sobre 'espécies
híbridas' e defesa contra criaturas das trevas. No final, tudo o que pôde fazer foi dizer para
procurarem o professor de Defesa contra Arte das Trevas, e se eles não quisessem ajuda com o
trabalho escolar, então deveriam deixá-lo em paz.

Lily encontrou Remus estudando até tarde naquela noite na sala comunal, tentando recuperar o
atraso no trabalho que ele perdeu enquanto estava na ala hospitalar depois da lua. Estava exausto,
dolorido e extremamente irritadiço, mas ela se aproximou e sentou-se ao lado dele, apoiando a
cabeça em seu ombro e um braço em volta de suas costas. A menina cheirava bem e deu-lhe um
aperto suave, suspirando suavemente contra sua clavícula. Ela não falou, mas Remus sempre ficaria
grato por isso.

Em meados de dezembro, as coisas pioraram. Remus recebeu duas cartas.

Caro Remus,

Espero que seu sexto ano esteja indo bem. Odeio ser o portador de más notícias, mas como você já
deve saber, houve um ataque durante a lua cheia da noite passada.

[Remus revirou os olhos com isso. Por que os adultos sempre achavam que os adolescentes não
liam as notícias? Especialmente quando eles estavam no meio de uma guerra, que os afetava
diretamente?!]

Não tenho dúvidas de que a Professora McGonagall falará com você em breve, mas pensei em
entrar em contato. Tenho conversado com Alastor Moody, que se preocupa com sua
segurança. Ele me disse que você fica com os Potter todos os anos no Natal. Os Potter são pessoas
excelentes, e eu sei que James é um amigo próximo, mas, Remus, não se pode confiar que eles irão
protegê-lo. Eles fariam tudo o que pudessem - disso eu não tenho dúvidas, mas minha sensação é
que, se Greyback tentasse rastreá-lo, o único lugar em que ele não poderia te encontrar seria
Hogwarts.

Não estou dizendo a você o que fazer, é claro. Mas eu imploro que considere sua própria
segurança e a segurança daqueles ao seu redor.

Muitas felicidades,

L. Ferox

Bem, Ferox estava claramente dizendo a ele o que fazer, mesmo que estivesse apenas repassando
instruções de Moody. O coração de Remus afundou quando terminou de ler esta carta, mas o pior
estava por vir:

Sr. Lupin,

Fomos informados de que, após seu décimo sétimo aniversário no ano que vem, você terá a
maioridade legal conforme definido por sua sociedade.

Embora a lei do Reino Unido declare que você ainda é uma criança, fomos informados de que
suas circunstâncias anulam essa legislação.

A partir de 10 de março de 1977, você não estará mais sob os cuidados do Reformatório St
Edmund's Para Meninos. Quaisquer itens ou ativos financeiros mantidos em confiança serão
devolvidos a você no prazo máximo de trinta dias úteis após esta data. Não deve haver necessidade
de retornar às instalações.

Desejamos a você o melhor em seus empreendimentos futuros.

Atenciosamente,

Sra. J. Orwell.

Porra. Remus leu esta carta apenas uma vez, então a enfiou no fundo de seu baú. Ele não podia
pensar nisso agora.

Contou aos marotos sobre a primeira carta - omitindo os detalhes sobre Greyback, é claro. Ele
precisava omitir; não havia outra maneira de explicar por que não poderia ir a Londres para o
Natal. Mais tempo para o dever de casa, disse a si mesmo. Ele seria o único aluno a ficar; os alunos
do sétimo ano, com os NIEMs chegando, provavelmente ficariam para tirar vantagem em uma sala
comum vazia. Ele poderia desfrutar de um Natal bastante agradável na biblioteca, se
quisesse. Além disso, um jantar de Natal em Hogwarts não era, em nenhum aspecto, algo
desagradável.

"Não é justo." James vociferou, quando ouviu: "Você não representa perigo para ninguém, a lua
cheia não é até o ano novo!"

"É a coisa do bando, no entanto," Remus respondeu, afrouxando a gravata e se jogando na


cama. Tinha sido um longo dia de aulas e ele tinha pelo menos três horas de lição de casa pela
frente. “Eles estão preocupados que eu seja capturado ou me junte ou algo assim.”

"Eu pensei que Ferox gostasse de você," Sirius franziu a testa, deixando cair sua mochila de livros
descuidadamente no meio do quarto, "Ele deveria saber que você nunca se juntaria a eles."

"Ele sabe," Remus disse, "Mas ele acha que eles podem me forçar ou ... bem, nenhum de nós
realmente sabe o que pode acontecer se eu encontrar outro ..."

James, Peter e Sirius trocaram um olhar desconfortável. Remus tirou seu suéter escolar que coçava,
para dar a eles um momento para pensar sobre isso. Quando reapareceu, seu cabelo estava
despenteado com a estática, ele deu a eles seu maior sorriso,

“Está tudo bem, de qualquer maneira, eu realmente não me importo. Será ótimo ter um pouco de
paz e sossego; estou ansioso para umas férias de vocês.”

James riu e balançou a cabeça. Ele pegou sua mochila marrom de quadribol,

“Nenhum de nós acredita em você, Moony. Certo, tenho treino, depois uma hora de dever de casa e
depois patrulha com Evans.” Qualquer outra pessoa poderia ter desenrolado essa lista de
obrigações com um ar cansado de martírio. Mas James parecia estar tendo o melhor dia de sua
vida. "Quer ir, Black?"

"Não, tá ok, Prongs," Sirius balançou a cabeça. Ele não tinha parado de olhar para Remus desde
que desabotoara a camisa da escola. "Pode ir, vou começar aquela lição de Feitiços ..."

“Sei,” James sorriu, “Quem é esta noite, Florence de novo? Até logo." Ele desceu as escadas,
assobiando uma melodia alegre.

Sirius se virou para Peter.

"Você vai assistir ele, Pete, se estiver a fim?"

“Nah,” Peter balançou a cabeça. Ele parecia preocupantemente confortável sentado em sua cama,
encostado na cabeceira com suas anotações de Feitiços espalhadas diante dele.

"Ah, certo, você provavelmente vai ver Dezzie?"

“Não,” ele balançou a cabeça, lambendo a ponta da pena, “Ela tem patrulha esta noite. E ela diz
que precisamos levar a sério nossos estudos, agora que somos alunos NIEM ... Posso fazer meu
dever de casa com vocês dois?”

Remus e Sirius se entreolharam. Sirius ergueu uma sobrancelha. Remus encolheu os ombros. Sirius
se levantou.

“Vou te dizer uma coisa - esqueci de devolver o livro à biblioteca. Melhor ir e - oh, Moony, já que
estou nisso, não tinha um livro que você falou que precisava ...”

"Oh, certo, sim!" Remus pulou também, lutando para vestir um suéter de lã limpo, "Er ... é um
título complicado, é melhor eu te ajudar a encontrar."

"Oh, vocês querem ir para a biblioteca, então?" Peter perguntou, finalmente tirando os olhos de
suas anotações.

"Não precisa" disse Sirius, enquanto os dois corriam para a porta, "Não vamos demorar ..."

“Não vai demorar?!” Remus murmurou, na escada.

"Eu tinha que dizer alguma coisa!"

Eles conseguiram passar pela sala comunal sem interferência, mas uma vez que estavam fora nos
corredores, ficaram um pouco perdidos.

"E quanto ao banheiro feminino do quarto andar -" Sirius começou,

"Não." Remus explodiu.

"Bem. Er… A sala de Feitiços está livre, eu acho? Às sextas-feiras, o Flitwick termina mais cedo e
não há clubes.”
"Como você sabe disso?!"

"Ah, cale a boca e me siga," Sirius sorriu.

Eles colocaram um feitiço de alarme básico na porta e empurraram uma mesa na frente dela por
precaução - mas as tardes de sexta-feira eram normalmente muito seguras; todos queriam fingir que
as salas de aula não existiam.

Depois de tudo, eles se vestiram, alisaram os cabelos e sentaram na mesa de Flitwick, fumando.

"Vamos realmente ter que ir à biblioteca agora." Remus disse, soprando uma corrente de anéis.

"Nah," Sirius balançou a cabeça, "É só dizer que eles não tinham o livro."

"Bem, isso seria bom, exceto que eu realmente estava planejando fazer minha redação de Feitiços
esta noite ..."

Sirius revirou seus lindos olhos e jogou seu lindo cabelo. Remus lutou contra a vontade de suspirar.

A sala de aula ficava do mesmo lado do castelo que o campo de quadribol. Eles podiam ouvir o
som fraco, mas estridente, do apito de James em algum lugar abaixo deles. Sirius exalou fumaça,
melancolicamente. Remus se perguntou o quanto ele sentia falta de jogar quadribol. Se perguntou
se deveria perguntar, ou se isso seria demais.

"Moony, você definitivamente não vem no Natal?"

"Sim. Tenho que confiar em Ferox. Ele me conhece, ele conhecia meu pai.”

“Ele conhecia seu pai? Você nunca nos contou.”

“Eu não tenho que te contar tudo,” Remus deu um estremecimento irritado, tragando seu cigarro
com força. “Eles trabalharam juntos, tivemos algumas conversas sobre, só isso.”

"Bem, se você confia nele, então."

"Eu confio." Remus estava ciente de seu tom, mas não fez nada para moderá-lo.

"Está bem! Eu só ia dizer ...” Sirius engoliu em seco, “Bem, quero dizer, eu poderia ficar
também. No Natal. Aqui em Hogwarts. Se estiver tudo bem para você.”

"Oh." Remus franziu a testa, pego de surpresa e se virou para olhar para Sirius. "Você quer?"

"Você não deveria ter que ficar preso aqui sozinho, James tem sua família - e Pete, se ele ficar
realmente desesperado."

“Sim, mas eles não esperam por você? Os pais de James? Eles são loucos por você."

Ele percebeu o sorriso de Sirius ao ouvir isso - um flash brilhante de euforia, que fez o coração de
Remus bater mais rápido.

“Eles podem ter um Natal em família, pelo menos uma vez, sem eu me enfiando lá. Vamos,
Moony, não quer dividir a sala comunal comigo? Vou ficar quieto e deixar você estudar se é isso
que você realmente quer.”

Ele deu um sorriso tímido e Remus apagou o cigarro, se inclinou e o beijou com força. Ele ainda
não tinha se acostumado a ser capaz de fazer isso.
"Até parece." Ele disse, se afastando, deleitando-se com o rubor quente nas bochechas de Sirius.
Capítulo 102: Sexto Ano: Torta de Mince
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Quarta-feira, 15 de dezembro de 1976

“Ok, então provavelmente não terei tempo para outro encontro até o próximo semestre,” Remus
disse ao seu grupo de estudo, olhando para o relógio de pêndulo próximo. Eram quase nove horas
da noite. Encarou os rostos ansiosos e teve que olhar para seus papéis novamente - era enervante,
comandar tanta atenção assim, "Mas eu estou aqui quase todas as noites de qualquer maneira, então
se vocês tiverem algumas perguntas rápidas ..."

“Obrigado, Lupin,” o grupo disse em coro enquanto começavam a se arrumar e se separar.

"Feliz Natal", ele acenou com a cabeça, enquanto eles se dispersavam para seus próprios cantos da
sala comunal, ou então para a cama.

Ele próprio desejava dormir cedo. Era a última semana do semestre e, praticamente, já havia
concluído todos os trabalhos, a menos que seus professores estivessem se sentindo cruéis o
suficiente para designar mais tarefas nos últimos dias antes do Natal. Remus bocejou e
espreguiçou-se, recostando-se na cadeira com os olhos fechados.

"Aham." Alguém ainda sentado à mesa pigarreou sem jeito. Remus abriu os olhos, envergonhado,
e saltou para frente em sua cadeira.

"Oh, desculpe - pensei que todos tinham ido."

"Desculpe", respondeu Christopher, segurando um livro, "Eu só queria dizer ... Feliz Natal."

Remus sentiu uma estranha sensação de alívio e culpa em seu estômago. Pobre Christopher.

“Obrigado - Feliz Natal para você também. Grandes planos?”

O menino mais novo encolheu os ombros,

“Só família. E você?"

"Vou ficar aqui."

“Oh. Não sozinho? "

"Hum ... Sirius Black também vai ficar."

"Claro. Eu ouvi sobre as coisas com a família dele.”


"Mm." Remus não queria falar sobre Sirius com Christopher, muito menos sobre a família
Black. Christopher era puro sangue também, e provavelmente sabia mais do que Sirius se sentia
confortável.

"Bem," Christopher fez menção de se levantar, "Vejo você em janeiro, acho."

"Espere!" Remus disse rapidamente, estendendo a mão, mas sem tocá-lo. Christopher se levantou,
mas olhou para Remus, seus olhos esperançosos, o mais velho então olhou para baixo, “Me
desculpe pelo jeito que falei com você antes do verão. Eu fui um idiota.”

Christopher não contestou isso. Mas ele sorriu,

"Está tudo bem. Espero que não tenha sido algo que eu ... fiz? "

"Não!" Remus balançou a cabeça com veemência. Ele desejou que Christopher se sentasse. “Não,
eu prometo, era apenas eu sendo um idiota mal-humorado. Haviam outras coisas acontecendo, eu
não deveria ter descontado em você. "

"Está bem. Bem ... obrigado por dizer isso.”

Remus sorriu, se sentindo um pouco melhor. Christopher mordeu o lábio e disse: “Então ... você
gostaria de uma visita a Hogsmeade no ano novo? A livraria está em liquidação em janeiro, ou
podemos apenas comprar uma cerveja amanteigada.”

"Desculpe, Chris, não posso." Remus se sentiu péssimo e viu a expressão no rosto de Christopher
murchar.

"Certo. Você provavelmente vai com Potter e Black e ... qual é o outro. "

"Peter. Mas não vou - na verdade, não posso ir para Hogsmeade, estou banido.”

“Oh. Mesmo?"

"Sim," Remus acenou com a cabeça sinceramente, grato por não ter que mentir.

"Tem a ver com o porquê de você não ser mais monitor?"

"...Sim." Ok, era uma mentira, mas quem poderia machucar?

"Uau, ok." Christopher ergueu as sobrancelhas e Remus não tinha certeza se ele estava
impressionado ou levemente preocupado.

"Moonyyyyy!" A voz de Sirius ecoou, descendo as escadas do dormitório dos meninos, "James está
jogando bolas de neve em mim, faz ele paraaaaar!"

Remus riu e começou a se levantar.

"Bolas de neve?" Christopher disse ironicamente: "Dentro do quarto?"

“Eles abrem a janela e a raspam do telhado.”

“Nos ajude, Moony!” Peter gritou: "Precisamos de reforços!"

"Não acredito que você é amigo desse grupo", disse Christopher, com uma pontada de indignação,
"Eles são tão imaturos."
"Eu também," Remus deu de ombros, arregaçando as mangas e se levantando, "Estou indo,
rapazes!" Ele gritou o mais alto que conseguia, marchando em direção à escada.

***

Domingo, 19 de dezembro de 1976

Foi um inverno extremamente frio naquele ano e a neve começou a cair cedo sobre o castelo. Os
marotos usaram isso a seu favor, e James aperfeiçoou um feitiço que permitia às armaduras - que se
alinhavam na maioria dos corredores das salas de aula - cuspir bolas de neve de suas viseiras em
vários intervalos de tempo. Remus gostava do frio - ou talvez ele apenas gostasse de se agasalhar e
se sentar perto do fogo. Pelo menos, no inverno ninguém perguntava por que usava mangas
compridas o tempo todo.

E ele estava animado - talvez mais animado do que nunca para um feriado de Natal. Amava rever
os Potters, amava a casa deles e a vila vizinha, e ser testemunha do que era uma família de
verdade, pela primeira vez. Porém, ficar sozinho com Sirius por uma semana inteira; isso era algo
que ele nunca poderia ter imaginado que aconteceria, mesmo dois meses antes.

Eles levaram James e Peter até a fronteira do terreno - o mais longe que Remus podia ir.

"Você tem certeza?" James perguntou, uma última vez: "Ferox nunca disse que você não era
permitido, e mamãe e papai honestamente não se importariam ..."

“Ano que vem eu vou, espero,” Remus deu de ombros, “Tudo pode ter acabado até lá. E eu não
poderia viver comigo mesmo se alguma coisa acontecesse com sua família por minha causa.”

"Black? Você realmente vai dizer não para as tortas de mince da mamãe? "

"Ah, mas eu não vou, meu querido Prongs," Sirius sorriu por trás de seu cachecol vermelho e
dourado, "Ela mandou algumas, a primeira coisa que fez esta manhã. Eu tenho um prato cheio.’’

"Mimado, de novo," James sorriu. Ele abraçou Sirius, e então Remus, que ficou surpreso com
isso. Não conseguia se lembrar se eles já haviam se abraçado antes.

"Vão lá, entrem no trem, hein?" Sirius deu um soco no ombro dele, "Você terá Evans só para
você..."

James deu uma piscada para ele, então saiu correndo, Pete atrás dele, acenando para Remus e
Sirius. Os dois meninos que ficaram para trás, permaneceram ali por um tempo, observando os
alunos de mantos pretos marcharem pela neve branca, todos conversando alegremente sobre seus
planos para o feriado, os presentes que aguardavam e sua ansiedade para ver suas famílias.

"Até mais, Remus!" Christopher sorriu para ele, com as bochechas rosadas enquanto passava,
"Tenha um bom natal!"

"Você também," Remus assentiu, sorrindo de volta. Se sentia muito melhor, agora que tudo estava
resolvido.

"Aquele garoto de novo." Sirius murmurou, "Quem é ele?!"

“Eu já te disse, ele é do quinto ano. Está no meu grupo de estudo.”

"Certo. Ele parece um puxa saco completo.”

"Ele é ok." Remus sorriu para si mesmo, esperando que Sirius não percebesse.

Uma voz desagradável veio atrás deles.

"O que há de errado, os Potters expulsaram você também?"

Remus alcançou sua varinha enquanto eles se viravam, e meio que esperava ver Snape. Ficou
surpreso ao descobrir que era Regulus Black parado ali na neve, o rosto contraído pelo frio.

"Não." Sirius respondeu, calorosamente, "Só vou ficar aqui este ano."

"Por quê?" Regulus perguntou, sem rodeios. Ele estreitou os olhos para o irmão, como se
esperasse pela piada.

“Não é da sua conta. Agora vá, pequeno Reggie, tenho certeza de que a mamãe está esperando. "

Regulus resmungou e ergueu uma sobrancelha, como se para mostrar que não iria morder a isca de
Sirius. Remus odiou isso e cerrou os punhos. Se Regulus viu ou sentiu, ele não sabia, mas o menino
lhe deu um olhar penetrante, e Lupin sabia que ele estava se lembrando da última briga deles em
janeiro. O garoto mais jovem visivelmente endureceu, então falou diretamente para ele,

“Não é mais um monitor, Loony Lupin? Eu gostaria de saber porque? Algo a ver com meu irmão
delinquente, talvez? Certamente aquele mestiço gorduroso do Severus não estava dizendo a
verdade ...? "

Remus poderia ter avançado para cima dele, se não estivesse ocupado impedindo Sirius de fazer o
mesmo. Ambos na neve, Sirius rosnando,

"Retire isso, seu pequeno filho da -"

Felizmente, Remus era mais forte. Regulus foi embora, gargalhando, em direção a Hogsmeade e o
trem.

"Eu consigo amaldiçoar ele daqui." Sirius rosnou, assim que Remus o soltou.

"Eu prefiro que você não faça isso," Remus respondeu. Ele se voltou para o castelo coberto de
neve, "Olha", ele encorajou, "Temos o castelo praticamente só para nós."

"Sim," Sirius disse, distraído, ainda encarando os passos de seu irmão, "Vamos então, vamos
entrar. Minhas bolas estão congelando."

Seu mau humor durou até a hora do almoço, quando desceram ao Salão Principal.

"Caramba." Sirius disse, quando entraram no salão. Estava quase completamente vazio, com
apenas três alunos - um sonserino do sétimo ano e dois corvinos do sexto ano - sentados na mesma
mesa, na cabeceira da sala.

“Eu acho que é a guerra,” Remus sussurrou, enquanto eles se aproximavam da mesa, “Os pais
querem seus filhos em casa neste Natal.”

"Só você e eu então, Moony," Sirius sorriu, "Os órfãos da torre da Grifinória."

Apesar da pequena quantidade de alunos, o salão foi decorado com prata e ouro, fitas brilhantes
estavam penduradas como cabelos de anjo em cada viga, uma árvore deslumbrante que parecia
brilhar em algum lugar entre seus galhos e um bando de tordos de peito vermelho alegres foram
encantados para circular pelo salão, assobiando melodias natalinas familiares. Remus achou que
Flitwick realmente havia se superado este ano.

Sirius sentou ao lado dele, ao invés de em frente a ele, como de costume. Eles não conversaram
muito com o resto do grupo; os dois corvinos estavam obsessivamente questionando um ao outro
sobre Aritmancia, e o sonserino estava em uma conversa profunda com o Professor Slughorn.

“Lembra do primeiro ano?” Sirius disse, quando a comida apareceu – os elfos domésticos
claramente não estavam de folga para o Natal, "Éramos só você e eu no Natal, também."

“Sim,” Remus sorriu para sua torta de escondidinho, aquecido pela memória. Ele havia passado
todo Natal com Sirius desde os onze anos. “Eletric Warrior.”

"Teremos que ouvir mais tarde."

Eles ouviram. Se deitaram no tapete em frente à lareira e deitaram de costas, escutando o álbum no
volume máximo. Sirius tocou Monolith duas vezes porque sabia que era o favorito de Remus, e
Remus tolerou três replays de Jeepster pelo bem de Sirius.

You slide so good,

With bones so fair,

You’ve got the universe reclining in your hair,

Cuz you’re my babe…

Cheio, aquecido e contente, Remus silenciosamente adormeceu ao som da bela voz de Marc Bolan
e sua guitarra vibrante. Acordou um pouco mais tarde, com dores nas costas. Ele virou a cabeça e
descobriu que estava sozinho no tapete, e o disco havia parado de tocar. Sentando-se tenso, Remus
procurou por Sirius, que estava sentado um pouco longe, enrolado em uma poltrona, sussurrando
em seu espelho compacto.

Remus relaxou, apoiando-se nos cotovelos e observando-o suavemente por um tempo, a luz do
fogo aquecendo as feições de Sirius com um brilho fino, suavizando seus ângulos mais agudos e o
transformando em mármore grego. Ele era tão dolorosamente lindo. Obviamente, todo mundo sabia
disso. A beleza de Sirius não era apenas para Remus, mas às vezes parecia que sim. Não tinha nada
a ver com desejo por Sirius, era algo muito maior. Isso deixava Remus louco.

Eventualmente, o moreno sussurrou um adeus para o espelho e o fechou. Sorriu para Remus, e
lentamente se desdobrou, esticando seus longos membros nas laterais da poltrona. Remus assistiu,
imóvel,

"Como James está?"

"Tudo bem," Sirius respondeu, aquele olhar crescendo em seus olhos que Remus passou a
reconhecer como um sinal de que algo maravilhoso estava para acontecer. Ele se levantou da
cadeira e caminhou até Remus. "Sentindo minha falta, obviamente."

"Obviamente," disse Remus, repetindo sem se escutar, apenas o observando vir em sua direção. Ele
se elevava sobre si, a luz do fogo agora o iluminando como um clarão, faixas de ouro cintilando
em suas pupilas. Black caiu de joelhos montado no corpo ainda caído de Remus e se inclinou para
frente – apenas um pouco; de forma que Lupin precisasse se esticar um pouco para fechar aquele
espaço extra entre eles. Ele não se importava. O esforço sempre valia a pena.

Estavam acostumados um com o outro agora - Remus achava que tinha sido bom no começo, na
primeira vez - mas depois de um mês de exploração secreta, eles desenvolveram um conhecimento
íntimo que Remus não sabia que você poderia ter com outra pessoa. Se sentia tão sintonizado com
os vários movimentos e reações do corpo de Sirius quanto com o seu próprio. Conhecia a
linguagem por trás de cada suspiro, aperto, o código em seus beijos, ou as formas que Sirius
traçava em sua própria pele cicatrizada.

Isso tornava o momento em que se separavam ainda mais difícil. Sirius ficaria quieto no início, e
Remus apenas ouviria sua respiração, o aperto em seu peito, os suspiros da calma esmagadora. E
ele esperaria o momento se quebrar.

A risada, o sorriso atrevido, o tapa na coxa que dizia a Remus que estava tudo acabado, e eles
voltavam ao normal.

“Quer uma tortinha de mince? Estou morrendo de fome!"

Lá estava. Sirius levantou, agarrando sua calça jeans e enfiando-se nelas, antes de acenar com sua
varinha,

“Accio caixa de biscoito.” a grande lata azul marinho desceu voando as escadas e atingiu Sirius
com tanta força que quase o derrubou. "Ops."

“Seu manejo da varinha é muito brusco,” disse Remus, abotoando suas próprias calças e vestindo
uma camiseta. Estava muito quente para um suéter.

Sirius jogou para ele uma tortinha mince, sentando na poltrona, então esfregou o joelho,
estremecendo.

"Queimadura de tapete."

"Você deveria ver minhas costas." Remus respondeu, como se estivessem discutindo o tempo. Ele
se acomodou no sofá em frente a Sirius.

Ambos comeram suas tortas em silêncio. Quando terminou, Sirius lambeu a fruta pegajosa de seus
dedos e limpou as migalhas de seu torso.

"Você não vai colocar sua camisa de volta?" Remus perguntou, dobrando a lata de sua torta em
porções triangulares organizadas.

“Nah. Ninguém está aqui.”


"Sim, mas ainda ..." Remus fez um gesto infrutífero. Sirius sorriu.

"Puritano."

Remus riu, sacudindo a lata dobrada para ele.

"Idiota."
Capítulo 103: Sexto Ano: Doze Noites
Chapter Summary

Avsio para uso de drogas, bebida, cigarro e insinuação de sexo.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

I sing with impertinence, shading impermanent chords with my words

I borrowed your time, and I’m sorry I called, but the thought just occurred

That we’re nobody's children at all.

After all. Afinal.

-After All, David Bowie

Quinta-feira, 20 de dezembro, 1976

Sirius estava cantando no chuveiro. Remus não tinha certeza se isso era uma coisa nova, ou se ele
fazia isso há anos e simplesmente não havia notado - normalmente, costumava evitar os horários de
banho de Sirius. De qualquer forma, enquanto Remus se vestia, escutava e sorria. Ele não tinha
uma voz ruim, de verdade - nada especial, mas era afinada. Black estava obcecado por The Doors
no momento e havia aperfeiçoado uma imitação do grito americano profundo de Jim Morrison,

"C’mon, c’mon, c’mon now TOUCH ME BAAABE", berrou sobre o assobio das torneiras. O que
poderia ter sido cativante, até mesmo atraente, se ele não o estragasse ao cantar os trompetes
também, "BA-DAH Ba-daah ...!"

Sirius saiu do banheiro em uma névoa de vapor, sua pele corada e a camisa úmida devido ao seu
cabelo. "O que?" ele ergueu uma sobrancelha para Remus, "Sem aplausos?"

Remus revirou os olhos, abrindo a porta do dormitório,

"Depressa, estou morrendo de fome ..."

Era estranho sair do isolamento da torre da Grifinória, onde já se sentiam em casa, e entrar no resto
do castelo, onde tudo era igual. Os dois chegaram cedo para o café da manhã, e os dois corvinos,
uma menina e um menino, sentaram-se mais perto deles desta vez.
“Não é ridículo que sirvam tanta comida quando há apenas cinco alunos?” A menina, que tinha
grandes óculos de gatinho e um punhado de sardas, comentou: "Parece um desperdício ..."

Os pratos à sua frente estavam cheios de ovos fritos, bacon, salsichas, pudim, feijão, tomate frito e
torradas - sem contar os cereais, mingaus e sucos de frutas.

"Nah," Sirius respondeu, observando Remus empilhar seu prato, "Você claramente nunca viu o
Moony aqui comendo."

"Cala a boca." Remus respondeu, sua boca já cheia.

Ainda assim, os corvinos assistiram, fascinados, até Lupin ficar com vergonha de comer
mais. Felizmente, naquele momento, uma distração chegou na forma das corujas com o correio
matinal. Uma pousou na frente de Remus. Três na frente de Sirius.

"Você é popular." O menino da corvinal se inclinou. Ele era magro e pequeno, com um nariz
adunco.

"Não o encoraje." Disse Remus. Seu próprio pacote era macio e embrulhado em papel cor de
lavanda. Era de Lily, ele não tinha dúvidas. Sirius tinha cinco ou seis envelopes em cores vivas -
nenhum vermelho, Lupin notou com alívio. Nenhum berrador de Walburga este ano.

“Nós vamos patinar no gelo antes do almoço,” a garota da Corvinal sorriu, brilhantemente, “O lago
está congelado. Querem vir?"

"Parece bom," Sirius acenou com a cabeça, colocando suas cartas, ainda fechadas, de lado. Remus
recolheu todas antes que deixassem a mesa do café da manhã e as levou para o quarto com eles.

“Esses são todos cartões de Natal?!” Perguntou, folheando.

"Ah sim, acho que sim." Sirius deu de ombros, abrindo seu guarda-roupa e vasculhando o fundo,
puxando gavetas e sapatos velhos que não usava mais.

“De quem são?”

"Sei lá."

Remus franziu a testa, então avistou algo na mesa de cabeceira de Sirius. Outra pilha de cartões não
abertos. Ele começou a abri-los. Sirius claramente não estava interessado.

'Caro Sirius, tenha um Natal maravilhoso, muitos beijos, Imelda.'

Hm.

'Ao menino que possui meu coração, Feliz Natal e todo o meu amor, S.'

'Querido Sirius, por favor, me encontre em Hogsmeade sob o visco para um beijo ... e talvez algo
mais? Emmeline. '

'Meu príncipe de cabelos negros, eu não posso descansar até estar em seus braços ...'

"SIrius."

"O que?" Veio sua resposta abafada. Ele estava meio enterrado no fundo do guarda-roupa agora, de
joelhos.

“Todas essas são de meninas ...”

"Aha!" Ele finalmente reapareceu, sentando-se nos tornozelos, segurando um par de patins de gelo
no alto, "Eu sabia que tinha trago um par durante o primeiro ano."

"Você está me dizendo que seus pés não crescem desde os onze anos?"

“Eles têm um feitiço de crescimento neles,” Sirius explicou, sacudindo-os, “Ficam maiores para
caber em mim. Só o melhor para os Blacks!”

"Inteligente. Esses cartões, no entanto ...”

“Ah, esses? Para que os abriu? Você quer ter cuidado. Um deles esguichou perfume em mim.
Perfume.” Ele fez uma careta.

"Essas são todas garotas que você ...?"

“Sério, Moony, estou lisonjeado. Tão lendário quanto tenho certeza de que minha estamina
é, não. Elas são só garotas. Me enviam essas bobagens o tempo todo.”

"O tempo todo?"

"Ah, qual é, você está com ciúmes?" Sirius bagunçou o cabelo de Remus, "São só cartas."

"Se você diz…"

"Agora, vamos pegar alguns patins ..."

"Eu não quero, vou quebrar meu pescoço."

"Você vai ficar bem, vou te mostrar como fazer."

Remus pegou a pilha novamente e folheou-a.

"Devem haver vinte aqui, ao todo ..."

“Olha, Remus, por que não te encontramos uma namorada, então assim você não fica tão
interessado na minha vida amorosa.”

"O que?!" Remus olhou para Sirius. Ele estava sendo bastante genuíno, uma expressão leve de
preocupação em seu rosto. Seu coração afundou. Mesmo?

“Sim, acho que aquela sardenta da corvinal gosta de você. Ou Marlene! E a Marlene? Ela é bonita,
legal. Gosta de você."

“Ela se ofereceu para me beijar uma vez,” disse Remus, mas balançou a cabeça, “Mas foi uma
piada - Marlene não está interessada em mim. Eu não preciso de uma namorada.”

"Não critique antes de tentar," Sirius piscou, "Certo, vamos ver o que podemos fazer com esses
patins ..."

Patinar no gelo era ligeiramente melhor do que pilotar uma vassoura, mas não muito. O lago estava
completamente congelado, mas Remus não conseguia se livrar da ideia de que poderia rachar a
qualquer momento, e continuou batendo no bolso para verificar se conseguia alcançar sua
varinha. Sirius, obviamente, possuía um dom natural. O garoto da corvinal também - Arnold - e os
dois logo estavam correndo um contra o outro para cima e para baixo ao longo do gelo. Remus os
observou, nervoso, tentando não cair.

“Aqui,” a garota com sardas - Tina - deslizou até ele, sorrindo gentilmente, “Coloque suas mãos
nos meus ombros se quiser, e observe meus pés,”

Ele o fez, agradecido, de pé atrás dela enquanto ela o arrastava firmemente em um pequeno
círculo. Achava que estava pegando o jeito.

“Eu me pergunto se a lula está bem…” ele disse, depois de ficarem um pouco quietos por um
tempo.

“Ugh, eu nunca pensei sobre isso. Você acha que ela hiberna?” Tina olhou para o gelo com algum
interesse “Acho que nunca li nada sobre lulas”.

"Nem eu." Remus respondeu, soltando os ombros dela e tentando patinar alguns metros sem
ajuda. "O professor Ferox gostava dela acho, eu o vi alimentando ela uma vez."

"Mesmo?" Ela o olhou, séria e curiosa, "O que ele deu de comer?"

Lupin encolheu os ombros,

"Não faço ideia. Mas parecia ser meio nojento. "

“Eu sinto falta de Ferox,” ela suspirou, “Ele realmente trazia vida para as aulas. Acabei
abandonando Trato das Criaturas Mágicas. Comecei a fazer um curso extra em Finanças Goblin, ao
invés disso.”

"Oh, isso parece ... er ... interessante."

"É sim," ela acenou com a cabeça, sem um traço de ironia, "posso te emprestar um livro, se
quiser?"

"Er ... obrigado ..."

Depois do almoço, Remus e Sirius voltaram para a torre. Ele percebeu que a pilha de cartas havia
desaparecido, mas não comentou. Lupin acendeu o pequeno fogo do quarto e procurou um suéter
mais grosso para vestir,

"Ainda com frio?" Black perguntou, bocejando.

"Congelando." Remus respondeu, colocando um segundo par de meias e erguendo as mãos para o
fogo.

“Você deveria ter se movido um pouco mais, faz o sangue esquentar. Mesmo assim,” seu tom
mudou; tornou-se astuto e provocador "Você teve uma boa conversa com a de sardas?"

“Tina. Ela está interessada em Finanças Goblin.”

"Excelente, você pode se casar com alguém rico."

Remus jogou uma pantufa nele.

“Ei!” Sirius reagiu, rindo "Só estou tentando te ajudar a sair um pouco, Moony, você deveria ter
outros interesses além daquele maldito grupo de estudos."
“Acho que, no mínimo, eu estudaria ainda mais se começasse a sair com a Tina. O que eu não vou
fazer.” Remus soprou em suas mãos fechadas em concha, então as ergueu contra o fogo
novamente. O frio parecia entrar e se estabelecer ali.

Se virou para olhar para Sirius, que estava encostado na cabeceira da cama, o encarando. Os lábios
dele se curvaram em um sorriso malicioso.

“A cama está quente…”

***

Sexta-feira, 21 de dezembro, 1976

"Maldito Regulus."

"Foi há dois dias, supere isso."

"Ele é um idiota."

"Eu sei. Um pouco pra esquerda!”

“Não consigo ir pra esquerda, não tem espaço.”

"Cuidado! Aí não…"

“Oops. De qualquer forma, você deveria ter me deixado bater nele.”

“Você não ia bater nele, você ia acabar quebrando um dedo. Você não sabe socar.”

"Eu sei sim!"

“Não, você não sabe. Olha, você pode se concentrar? Você continua errando.”

“Eu dei socos em várias pessoas - oops, desculpe ...”

“Você brinca de lutinha com James. Não é a mesma coisa.”

"Ah, e você sabe dar um soco, não é Moony?"

“Sim, na verdade - aha, eu ganhei!”

"Não é justo. Não podemos chegar mais perto?”

"Não, é trapaça."

"Tudo bem, esqueci que você era um defensor das regras, monitor Lupin ..."

Remus cruzou os braços e deixou Sirius reclamar. Ele havia vencido de forma justa. Estavam
jogando esse novo jogo por cerca de duas horas agora, e Remus era, de longe, o melhor. Nunca
havia derrotado Sirius em nada na primeira tentativa. Era uma sensação excelente e ele, com
certeza, se vangloriaria sobre.

O jogo envolvia levitar vários itens que encontrassem na sala comunal -bolinhas de gude, sapos de
chocolate, penas, pantufas - e dispará-los rapidamente através dos "gols", formados por vários
buracos nos lençóis de Peter e James, que eles tinham esticado em toda a sala, dividindo-
a. (Remus fora contra cortar os lençóis de seus amigos por conta do tédio, mas Sirius havia
argumentado que eles não podiam fazer buracos em seus próprios lençóis, que estavam em uso.)

A melhor parte é que eles não precisaram arrumar. Depois de terem jogado tudo disponível através
dos gols, tudo o que precisavam fazer era passar pelos os lençóis e começar do outro lado. Eles
faziam isso agora, indo para a metade da sala em que a lareira estava. Era aconchegante.

“Eu me pergunto se é assim que é acampar,” Remus disse, pensativo.

"Nunca acampei." Sirius respondeu. "James acha engraçado que minha família nunca fez isso."

“Eu sempre quis.” Remus pensou alto, começando a levitar uma bola de cristal que alguém tinha
deixado rolar descuidadamente para baixo do sofá. “Mas eu sempre gostei da ideia de estar em
qualquer lugar que não fosse St. Edmund's.”

Ele franziu a testa ligeiramente, tendo se surpreendido. Por que ele mencionou St.
Edmund's? Nunca havia falado sobre isso na frente de ninguém em Hogwarts. Sirius não parecia
perturbado.

"Sim, eu não culpo você." Disse então, olhando para a bola de cristal flutuante: "Você vai quebrar
isso."

"Não, não vou, estou levando para o sofá grande." Remus demonstrou, puxando sua varinha para
trás e depois sacudindo-a, mandando a bola de cristal zunindo pelo buraco menor, que caiu com
um 'baque' silencioso do outro lado. Então sorriu para Sirius, que balançou a cabeça em descrença.

“É assustador como você é bom nisso. Se estivesse em uma vassoura, daria um bom artilheiro."

"Não, obrigado. Sua vez.”

Sirius selecionou uma gobstone. Elas eram mais fáceis de levitar, mas muito mais difíceis de
mirar. Black era péssimo em entender seus próprios limites.

"Você jogava aquele jogo trouxa em St. Edmund's?" Sirius perguntou casualmente, disparando a
gobstone com muita força e errando o lençol completamente, jogando-a por cima.

"Errou." Remus disse, "Que jogo trouxa?"

“Com toda a correria e chutes. Nós os vimos jogando quando ... er, durante o verão.”

“Ah. Futebol. Não, nunca gostei. Já tinha muitos hematomas.”

“Sim, desculpe, eu não pensei. Claro." Sirius ficou um pouco quieto depois disso. Remus o
conhecia bem o suficiente para reconhecer que ele estava construindo algo - uma pergunta ou uma
declaração. Nesse ínterim, Lupin começou a atirar penas como dardos por cada buraco nos
lençóis. Finalmente, Sirius reuniu toda a coragem de que precisava, ou preparou as palavras que
usaria. “É realmente horrível morar lá?”

Remus abaixou sua varinha. Ele nunca reclamou de St. Edmund's - não na frente dos marotos, ou
qualquer pessoa, exceto Grant, porque Grant sabia. Estava prestes a dizer 'Nah, era tudo bem,
sério', e então encolher os ombros - mas algo o deteve. Seria uma mentira, e não havia necessidade
de mentir agora.

“Não é ... horrível, mas é ... barulhento. Você sempre tem que estar alerta, e ninguém se preocupa
muito com você. Eles têm que se certificar de que você não morra, ou vá preso, ou passe fome ou
sei lá, mas eles realmente não se importam.”

Não estava mais com vontade de jogar, então enfiou a mão no bolso de trás e tirou seus cigarros,
acendendo um com a ponta da varinha, em seguida, jogando a caixa para Sirius. Sirius apenas
segurou, passando o polegar sobre um pedaço solto de papel laminado saindo da junta da
dobradiça.

“Eu sei como é isso,” ele murmurou. Isso foi tudo que disse, e foi o suficiente na hora. Sirius olhou
rapidamente para cima e sorriu: "Olha o que eu sei fazer!"

Ele tirou um cigarro da embalagem e o colocou entre os lábios. Um olhar de concentração brilhou
em seus olhos por um momento, então Black estalou os dedos e o cigarro se acendeu. Seu sorriso
se alargou ao redor do cigarro, e ele olhou para Remus em busca de elogios.

"Caramba," Remus sorriu, "Inteligente."

***

Sábado, 22 de dezembro, 1976

"O que você está fazendo?"

"O que parece?" Remus respondeu severamente, por cima de seu livro. Ele passou algumas horas
tranquilas sozinho na cama, até que Sirius entrou marchando, cheirando a neve e chocolate
quente. Ele tinha ido patinar no gelo novamente, e Remus implorou para não ir dessa vez,
procurando um pouco de sossego.

“Você não está estudando no Natal, né?!” Sirius se jogou ao lado dele na cama, parecendo
escandalizado.

“Não é Natal, não é nem véspera de Natal, é apenas um dia normal. E eu gosto de ler, para a sua
informação.” Lupin se afastou dele, rolando para trás e erguendo o livro sobre a cabeça para ler.

“Como os tempos mudaram, hein Moony?” O moreno gargalhou, tirando as meias e o suéter grosso
de lã.

Era um dos que os Potter haviam comprado para ele - neste ano, suas roupas eram muito mais
práticas e confortáveis do que antes - quase nada especialmente feito sob medida ou de alta
costura. Black ainda era obviamente um aristocrata, nascido e criado - isso estava claro em sua
postura e em cada frase que pronunciava. Mas estava mais feliz, e sua aparência refletia isso. “Eu
me lembro de um menino que odiava ler e fazer lição de casa e ...”
"Mm, e eu me lembro de alguém que amava e se destacava em todas as matérias ..." Remus se
virou para ele, finalmente. “O que aconteceu, não gostou da competição?”

“Pfft. Eu poderia ser muito melhor que todos vocês, se eu quisesse." Isso não era uma
ostentação. Sirius sempre fora excepcional quando se tratava de magia intuitiva e intensamente
diligente em pesquisas - quando convinha.

"Então, por que não é?"

"Prefiro focar em outras coisas", ele encolheu os ombros.

A conversa havia chegado a um beco sem saída - isso quase nunca acontecia com Sirius, a menos
que você mencionasse a família dele. E isso certamente tinha algo a ver com os Blacks - ou pelo
menos Sirius achava que tinha. Eles queriam que fosse da Sonserina, então ele acabou na
Grifinória. Eles queriam que fosse um bom herdeiro puro-sangue, então ele se tornou amigo dos
Potters e fugiu. Eles queriam que obtivesse as melhores notas em seus exames para provar que os
puro-sangue eram melhores do que qualquer outra pessoa - então ele usava seus talentos,
exclusivamente, para os irritar.

Remus voltou ao seu livro. Duas linhas depois, Sirius deu um longo suspiro.

"Estou entediado."

“Vá e jogue xadrez com a dupla dinâmica.” Remus respondeu, relendo a segunda linha.

“Ugh, não tão entediado. Passei a manhã toda com eles. Eles são legais, mas Merlin, tudo é
tão literal.”

"Fale com James então."

“Ele tem uns parentes visitando, ou algo assim. Vamos nos falar depois do jantar. De qualquer
forma, não estou com humor para conversar.”

Remus largou seu livro.

"Oh?"

"Eu não quero te atrapalhar, no entanto." Sirius disse inocentemente, chegando mais perto.

"O livro pode esperar."

***

Domingo, 23 de dezembro, 1976

"Me ensina a dar um soco, então?"

"Sério?!" Remus suspirou,


"Mortalmente sério." O outro garoto balançou as sobrancelhas. Remus gemeu. “Ah, qual é,” Sirius
riu da cara dele, “Me mostra! Me ensine alguma coisa, Professor Lupin.”

Estavam descansando em seus pijamas, na sala comunal. A torre da Grifinória ainda estava sendo
limpa todas as noites pelos elfos domésticos, mas as criaturinhas engraçadas tiveram o bom senso
de deixar os lençóis 'gol', mesmo que tivessem arrumado todos os projéteis. O efeito era o de uma
tela estranha bloqueando as janelas do outro lado, exceto por cinco poças de luz do sol de inverno
que entravam pelos orifícios cortados.

"Ok, mas você precisa de algo para bater e não se machucar."

Eles acabaram encontrando um pedaço de parede vazia e realizando um feitiço de suavização


nele. Sirius ficou lá, ansioso, esperando instruções. "Faça um punho." Disse Remus. “Não, ok, não
desse jeito ... sim, coloque seu polegar ali, a menos que queira quebrá-lo. Ok, agora você quer na
altura dos ombros ... sim, então ... er ...”

Remus eventualmente recorreu a demonstrar algumas vezes na parede, antes de reposicionar


fisicamente os braços de Sirius para obter o ângulo certo, "Pernas separadas, não se incline tanto
para frente ... ok, tente agora ..."

Demorou cerca de vinte minutos, mas no final Remus considerou Sirius pelo menos competente o
suficiente para causar um olho roxo.

"Onde você aprendeu isso?" Sirius ofegou, exultante com seu sucesso.

“St. Edmund's.”

“Oh, sim ...” Ele abaixou a cabeça.

"Não, não desse jeito," Remus balançou a cabeça rapidamente, percebendo que Sirius
provavelmente o estava imaginando enfrentando um grupo de trouxas enormes e fortes. “Alguns
dos meninos mais velhos me ensinaram, alguns verões atrás. Eles eram um pouco rudes, gostavam
de brigar, mas foram legais comigo.”

"Ah," os olhos de Sirius brilharam com a luz da compreensão, "Este foi o ano em que você
começou sua incursão no crime organizado?"

"Meu o quê?! Ah, sim, os cigarros. Sim, naquele verão.”

"Nunca vou esquecer você entrando no trem com aquelas botas."

“Ugh, não,” Remus cobriu os olhos com as mãos. Ele se encolhia cada vez que se lembrava de
como havia agido, "Eu era tão ridículo."

“Eu não acho. De qualquer forma, você tinha um bom motivo.” Sirius esfregou os nós dos dedos,
que pareciam vermelhos de bater na parede tantas vezes, e Remus lutou contra o desejo de pegar
sua mão e beijar cada dedo. "Você, er ... já aprendeu mais sobre Greyback?" Black perguntou,
hesitante, tirando-o de seu torpor.

"Sim, algumas coisas." Ele não queria se calar, mas o fez mesmo assim, sentando-se novamente e
pegando um jornal, só para ter algo para segurar.

“Moony, eu sei que você odeia falar sobre ele. Sobre isto."

"Não, tudo bem." Ele não estava enganando ninguém.


“Você não acha ... os ataques nos últimos meses ...”

Remus olhou para o moreno, apenas para verificar sua expressão. Ele parecia ansioso, mas não
assustado. Não com medo dele, pelo menos.

“Sim,” confirmou com um breve aceno de cabeça, “Foi ele. Moody me contou.”

"Merda."

"É. Merda."

"Você não acha que ele viria atrás de você?"

"Não vejo por que ele faria isso." A mentira descarada deveria tê-lo chocado ou, pelo menos,
causado uma pontada de culpa. Mas isso era justificável, Remus disse a si mesmo, era para
proteger seus amigos. Ele tocou a cicatriz em seu lado por cima do pijama. O tecido era fino e, se
pressionasse levemente, sentiria as covas e rugas causadas por aqueles dentes horríveis em sua
carne. “Não é como se ele pudesse fazer qualquer outra coisa comigo agora. O pior já aconteceu.”

"Moony."

Não era uma pergunta ou um pedido, e os dois deixaram a palavra pairar no ar.

***

Segunda-feira, 24 de dezembro, 1976

"Nós temos alguma maconha?" Sirius perguntou enquanto voltavam do café da manhã na véspera
de Natal. Eles se esquivaram de outro torneio de xadrez com os corvinos. Remus realmente não
achava uma ideia tão ruim, mas Sirius decidiu que eles eram extremamente chatos e não deveriam
ser tolerados.

"Quando você diz 'nós'," Lupin respondeu, secamente, "Você quer dizer eu?"

"Tudo bem, você tem alguma maconha?"

"Não."

"Mas você sabe onde tem."

"Talvez."

“Esse é o meu pequeno delinquente. Vamos então, me mostre.”

Remus suspirou,

“Teríamos que ir para fora, para as estufas - e provavelmente fumar lá também, não quero que os
elfos domésticos sintam o cheiro. Está muito frio, prefiro não ir.”
“Vamos, Moony. Você não sai há anos! "

"Eu sei, isso foi deliberado."

"Vamos." Sirius estava puxando-o pela manga agora, e porque não havia muito mais o que fazer, e
ele gostava da ideia um baseado, Remus permitiu. Eles convocaram suas capas e deixaram o
castelo, correndo pela fina camada de neve até as estufas. A frente deles, enterrado em uma caixa
de lata, Lupin desenterrou os baseados, embrulhados em rolos de papel pardo. Teria que pagar de
volta a quem pertencia - se descobrissem, é claro.

As próprias estufas não tinham neve nos telhados; e estavam quentes o suficiente por dentro.

"Podemos entrar lá?" Sirius sugeriu, tremendo.

"Você tá maluco? Sprout vem aqui duas vezes por dia para verificar as mandrágoras. Tem que ser
em outro lugar.”

"A Casa?"

"Nem fodendo." Remus rosnou, sem pensar. Sirius olhou para ele surpreso. Fazendo com que
balançasse a cabeça em resposta, se desculpando, “Eu odeio lá. Por favor, em outro lugar?”

"Ok, desculpe ... er ... ooh, eu sei!" Black o agarrou pelo pulso desta vez, sua mão sem luva ainda
milagrosamente quente.

Remus descobriu para onde estavam indo antes de chegarem lá - e era realmente brilhante. Eles
estavam se aproximando da estátua da bruxa caolha e corcunda, quando o aluno do sétimo ano da
Sonserina dobrou uma esquina do outro lado do corredor. Ambos pararam, provavelmente
parecendo extremamente culpados.

"O que vocês dois estão fazendo?" Ele perguntou, inclinando a cabeça, os medindo.

"Só vamos dar um passeio." Sirius respondeu, altivamente, "É um castelo livre para todos."

"Tanto faz." O sonserino revirou os olhos, entediado. Então continuou andando, passando por eles,
seus robes se arrastando no chão. Remus puxou o mapa, assim que saiu de vista, e observou o
pontinho com seu nome seguir em direção à biblioteca. Perseus Flint.

"Bleugh," Sirius fez uma careta quando viu, "acho que ele é um parente ..."

Os dois entraram na passagem secreta, lançaram um feitiço iluminador e enrolaram suas capas para
que pudessem sentar-se confortavelmente no chão de pedra.

"Deveríamos ter trazido a vitrola", disse Sirius, "Poderíamos ficar bem confortáveis aqui, não sei
por que nunca pensei nisso antes."

“Você e suas fantasias de morar em cavernas,” Remus brincou, expondo toda sua parafernália. Ele
gostava de bolar, era um processo agradável. “Nós não vamos passar o resto de Natal aqui.”

Os dois passaram as próximas horas lá, entretanto, com as mentes vagando, murmurando piadas
estúpidas um para o outro ou cantarolando canções meio esquecidas. Na hora do almoço, estavam
famintos e caminharam riram até o Salão Principal. Sirius estava com os olhos vermelhos, pálido,
com um sorriso vazio, e Remus sabia que não estava muito melhor. Estava grato por Dumbledore
não estar lá; ele veria através deles em um instante.
Foram envolvidos em uma partida de xadrez depois do almoço, uma vez que a mesa foi limpa, e
Sirius realmente se tornou muito competitivo em sua tentativa de derrotar Tina, que deve ter sido a
campeã da Corvinal. Remus estava achando difícil se concentrar e, eventualmente, deitou sua
cabeça na mesa e caiu em um sono profundo.

Ele foi acordado cerca de uma hora depois.

"Você está roncando, Moony." Sirius riu.

"Você está bem?" Tina perguntou, seu rosto curioso olhando através do tabuleiro de
xadrez. Aparentemente, ela havia vencido.

"Hmm? Ah, sim ...” ele tentou sentar-se ereto, sentindo uma pontada nas costas ao fazê-
lo. "Desculpe, não devo ter dormido o suficiente na noite passada."

“Você parece muito pálido,” ela continuou. Seus olhos o percorreram analiticamente: “Talvez você
deva ir para a cama um pouco? Sirius disse que você esteve ocupado a manhã toda com
Herbologia, então não fico surpresa se você estiver cansado. "

Sirius começou a rir, compulsivamente, e Remus deu-lhe uma cotovelada forte nas costelas.

"Sim, vou deitar, valeu."

Voltou para a torre lentamente, caso Sirius decidisse segui-lo, e depois porque seu quadril doía por
ter dormido em uma posição estúpida. Sua cabeça estava mais clara e ele decidiu tomar um banho
quente na banheira, para ver se isso ajudaria em alguma coisa. Levou seu livro de Aritmancia para
o banheiro com ele, esperando que isso o impedisse de cair no sono novamente.

Remus só estava na água por dez minutos quando a voz de Sirius invadiu o dormitório,

"Moony?"

"Estou no banho." Ele falou de volta. A porta se abriu, Remus resmungou, "Não disse que você
podia entrar ..."

"Nada que eu já não tenha visto." Sirius respondeu maliciosamente. Remus piscou - Black estava
realmente comentando sobre a recente virada que o relacionamento deles havia tomado, ou era
apenas mais um comentário casual? Talvez ele conversasse com James no banho. Não ficaria
surpreso se esse fosse o caso. Sirius encostou-se casualmente na pia, "James me deu a senha do
banheiro dos monitores, se você preferir ir lá?"

"Estou bem aqui, obrigado."

"Ok. Eu tive uma ideia.”

“Ela envolve fumar maconha em um túnel?”

"Sim."

"Brilhante."

"Não apenas isso - eu estou afim de sair."

"É?" Remus sorriu, fechando os olhos e se inclinando para trás. Aqui vamos nós...

“O que você acha do Cabeça do Javali?”


Remus abriu os olhos.

"Parece uma loucura completa."

"Excelente!" Sirius sorriu, "Nós iremos depois do jantar, então."

Remus fez tentativas indiferentes de mudar sua ideia, mas quando um plano era elaborado,
geralmente ficava praticamente gravado em pedra. Principalmente se envolvesse quebrar as regras
da escola.

“Não tenho permissão para entrar em Hogsmeade ...”

"Moony, é véspera de Natal."

Então eles foram. Depois de dividirem um longo baseado no túnel (próximo a Dedos de mel,
obviamente - Remus não queria ficar chapado durante a longa caminhada pela passagem), eles se
arrastaram até a loja de doces (pegando alguns sapos de chocolate no caminho), então para a rua
escura e vazia.

O Três Vassouras era o único lugar que parecia acolhedor - mas Sirius calculou que Rosmerta
poderia entregá-los para McGonagall se os visse lá.

"O que seria uma besteira total", ele bufou, "Tenho dezessete anos, deveria ter permissão para fazer
o que eu quero."

O Cabeça de Javali não era tão convidativo quanto as Três Vassouras, mas ainda tinha uma certa
atmosfera. A clientela era privada, amontoada em grupos conversando entre si, e o barman
ranzinza os serviu sem questionar, e eles conseguiram encontrar uma mesa sem muitos
problemas. Havia um cheiro estranho pairando sobre o lugar - algo que Remus gostava muito, mas
não conseguia identificar. Isso despertou nele uma espécie de desejo estranho, que ele tentou
afogar com o whisky.

Eles beberam muito, e rapidamente, pegos na empolgação um do outro.

"Não bebo nada desde o Halloween." Remus disse, ousadamente.

"Ugh, eu estava tão louco naquela noite," Sirius riu, "Eu nem me lembro da metade."

"Eu lembro." Lupin se irritou. Sirius percebeu seu olhar e o sorriso sumiu de seu rosto. Suas
sobrancelhas franziram e ele olhou para seu copo meio vazio,

"Claro que me lembro dessa parte, Remus."

Ele se sentiu um pouco culpado depois disso. Uma pequena parte dele ainda queria punir Sirius
pela dor que ele lhe havia causado, mesmo que, no geral, quisesse esquecer tudo e apenas ser
feliz. O álcool, felizmente, é a solução ideal para esse problema específico. Pelo menos, Remus
achava isso. Então sorriu amplamente,

“A primeira vez que fiquei bêbado”, ele esvaziou o copo, “foi naquele verão que comprei as botas
e tudo mais - fiquei tão louco que pensei que fosse morrer.”

"Fiquei meio bêbado em um banquete de família quando tinha treze anos," Sirius disse, pedindo
mais dois copos com um estalar de dedos, "Mas não tão bêbado como no seu aniversário aquele
ano ... ainda assim, tudo é o mesmo para minha mãe, a varinha saiu...”
Ele fez um movimento amplo e cortante com a própria mão da varinha, e imitou a voz afiada e
precisa de sua mãe, “Um herdeiro Black mostra comportamento adequado em todos os
momentos,” slash, slash.

Remus estremeceu, pensando nas panturrilhas de Sirius. Black olhou para ele de lado, "Desculpe,"
disse, cruzando os braços enquanto os uísques chegavam, "Não é engraçado, não sei por que ajo
desse jeito.”

"Você está fora, agora," Remus disse, sério, "Você nunca mais precisa voltar."

“Sim,” Sirius balbuciou, curvando-se em sua cadeira, “É tudo problema de Reg agora. Pequeno
filho da mãe - sabe quantas vezes eu levei a culpa por ele? Quantas vezes eu fiquei no meio ... ele
costumava chorar por tudo, mas mamãe odeia choro, ela diz que isso torna os homens maricas, diz
que chorar os torna... - bem, tanto faz, mas de qualquer maneira, Reg chorava, e eu faria algo pior
para distraí-la, e então ela faria o que sempre fez” slash, slash. Seus olhos estavam brilhantes e
suas bochechas rosadas, "Sabe, se algum de nós tivesse aprendido a não ficar triste, então talvez ...,
mas suponho que Reg aprendeu, no final, aquele filho da mãe com coração de gelo fudido."

Ele deu um grande gole. “Desculpe, eu não deveria ficar choramingando. - Principalmente para
você. Você sabe tudo sobre a minha maldita falta de autocontrole. "

Demorou um ou dois minutos para Remus perceber que Sirius estava falando sobre o incidente
com Snape. Ele não queria falar sobre isso, a conversa já estava melancólica o suficiente, e ele
sabia o que acontecia quando você se deixava abater pela bebida.

“Tudo bem,” ele murmurou, “É provavelmente uma coisa boa, de qualquer maneira. Eu quase
nunca choro, acho que perdi a habilidade em algum momento. Talvez eu seja como Reg.”

"Você não é como Reg." Sirius disse, com veemência, apertando seu joelho. Remus sorriu para ele,
entorpecido, e Black retirou sua mão rapidamente, olhando em volta furtivamente para o caso de o
gesto ter sido notado.

"Você consegue sentir esse cheiro?" Remus perguntou, se sentindo muito bêbado agora. Ele se
espreguiçou como um gato. Era tão familiar, tão profundo e fascinante - como uma presa, ou ...
não, estava apenas fora de alcance.

"Cerveja velha? Mijo?” Sirius sugeriu, fazendo-se rir.

"Não, é um animal ou algo assim ..."

"Desculpe, cara," ele deu de ombros, "Eu poderia me transformar em um cachorro e cheirar, mas
acho que estou bêbado demais para lembrar como se volta ..."

Ambos deixaram o pub, logo depois. O cheiro infectou Remus, inabalável e irresistivelmente
desejável, o fez se sentir mais do que bêbado - quase como um lobo. Ele transferiu esse sentimento
para Sirius e o empurrou contra a parede na escuridão de um beco, o beijando com força,
pressionando seus quadris contra ele. Eventualmente, Sirius teve que afastá-lo, usando mais força
do que o normal,

"Ei," ele sussurrou, "Não aqui, alguém vai ver ..."

Os dois se arrastaram de volta a Dedos de mel, através da porta e para o porão - ao qual Remus
teria ficado mais do que feliz, mas Sirius não iria tocá-lo novamente até que estivessem dentro do
túnel escuro e úmido. Eles não haviam ficado juntos assim antes, depois de beberem, - e nenhum
deles teve a presença de espírito o suficiente para acender suas varinhas, então estava escuro como
breu, mas Remus estava com quente como whiky, e Sirius estava tão ansioso quanto ele agora que
estavam sozinhos, e era como antes, só que melhor, mais urgente, fluido e confuso, e Remus sentiu
uma onda de coragem, antes de se afastar e cair de joelhos, segurando Black no lugar, e isso foi
arrasador, mas Deus , valeu a pena ouvir aquele suspiro de surpresa,

"O que você...? - oh!”

***

Dia de natal de 1976

Como era de se esperar, os dois meninos acordaram no dia de Natal com uma forte ressaca.

"Me diga que há uma cura, Moony," Sirius lamentou de sua cama, "É você quem está fazendo
aulas de cura..."

"É você que está fazendo Poções," Remus resmungou debaixo do travesseiro. “Dor é coisa de
poção, eu lido com cortes e escoriações.”

"Inútil."

"Cala a boca."

Mas não adiantava, ele estava acordado agora e não havia nada que qualquer um deles pudesse
fazer a respeito. Ele desceu dos lençóis, com a cabeça latejando duas vezes mais rápido enquanto
mancava pelo quarto até o banheiro. “Banho gelado,” ele murmurou próximo a cama de Sirius,
“Então café da manhã. Ovos fritos, confie em mim.”

Não conseguiriam abrir os presentes, então deixaram para lá e, ao invés disso, caminharam
tropeçando em direção ao Salão Principal para comer, sem pentear o cabelo ou fazer muito esforço
para parecerem elegantes. Dumbledore estava lá, e sorriu benevolentemente para eles enquanto se
sentavam à mesa,

“Feliz Natal para todos!” Ele explodiu, alegre, aparentemente alheio ao estremecimento de Sirius e
Remus.

O café da manhã melhorou as coisas, de alguma forma - pelo menos acalmou seus estômagos, e
eles voltaram ansiosos para a torre para abrir os presentes. Remus recebeu o sortimento usual de
penas, chocolates, livros e suéters como de costume, e ficou muito satisfeito em recebê-los. Nada
da Diretora este ano - ele supôs que ela decidira cortar os laços mais cedo, visto que depois de seu
décimo sétimo aniversário ele não deveria voltar para St. Edmund. Lupin afastou esse pensamento
com um cigarro.

James entrou em contato logo depois, através do espelho, e os dois lhe desejaram um Feliz Natal,

"Vocês estão bem?" Ele franziu a testa através do vidro, "Vocês parecem um pouco mal."

"Ressaca," Sirius resmungou.


"Que inveja." James respondeu.

"Esquisito." Disse Remus.

Depois, ele tirou uma soneca, ainda exausto da noite anterior, e acordou na hora do almoço - e, na
opinião de Remus, foi basicamente um dia de Natal perfeito.

***

Boxing Day 1976

"Por que é chamado de dia de boxe, afinal?"

“Ninguém sabe,” Remus bocejou sobre seu mingau, “É um dos grandes mistérios da vida.”

“Deve ser uma coisa trouxa. Vou perguntar ao meu professor de estudos trouxas.”

"Você faz estudos trouxas?" O sonserino, Flint, estava virado para trás, olhando para mesa deles e
encarando Sirius.

Black jogou dois dedos para cima, então virou as costas, ignorando-o. Remus continuou comendo,
o açúcar mascavo derretendo em sua língua. Seus joelhos estavam batendo embaixo da mesa e era
delicioso.

De repente, as corujas chegaram, gritando no corredor com uma urgência incomum. Haviam mais
do que o normal também. Lupin percebeu que Dumbledore e McGonagall não estavam no café da
manhã. Tina, sentada do lado oposto, recebeu sua postagem primeiro e a abriu.

“É da mamãe ...” seus olhos se arregalaram e ela se levantou da mesa imediatamente, correndo
para fora do corredor. Flint fez o mesmo, depois Arnold.

"O que está acontecendo?" Remus perguntou, enquanto Flitwick suspirava pesadamente,
balançando a cabeça. Ele entregou aos dois garotos restantes um exemplar do Profeta
Diário. Ambos se inclinaram juntos para ler.

'TROUXAS ATACADOS EM CRISE DE NATAL' berrava a manchete.

“Ontem à noite, enquanto milhares dormiam em segurança em suas camas na noite de Natal, mais
de cem trouxas por toda a Grã-Bretanha foram atacados em suas casas. O escritório dos Aurores
confirmou esta manhã que os ataques eram de natureza mágica e tinham a intenção de causar
danos.

Estes, aconteceram em vários locais, aparentemente visando famílias com laços com o mundo
mágico - aqueles com parentes bruxos ou uma história de relações trouxas-mágicas. As ofensas
variam de azarações menores a - em alguns casos - o uso de maldições imperdoáveis. Não há
suspeitos no momento. O ministro da Magia deve fazer uma declaração ainda hoje.”

A professora McGonagall chegou enquanto estavam lendo, com Flint, Tina e Arnold atrás. Tina
parecia estar chorando. Flint possuía uma carranca miserável.

"Todos vocês ouviram as notícias." A professora disse, sua voz mais fina do que o normal; tensa e
cansada. “Se seus pais solicitaram que voltem para casa, então tomaremos providências
imediatamente para garantir que vocês cheguem em segurança.”

"Há algo que possamos fazer, professora?" Sirius se levantou. Flint revirou os olhos.

“Não, Sr. Black, obrigado. Simplesmente fique calmo e continue agindo normalmente.”

“Por favor, Professor Flitwick,” Tina soluçou, “Eu preciso ir para casa agora, é minha tia ...”
Arnold colocou o braço em volta do ombro dela e sussurrou algo reconfortante.

"Vamos, Moony," Sirius murmurou, "Vamos ver se James sabe de alguma coisa ..."

“Eu não sei de nada!” James disse, assim que abriu o espelho para responder ao chamado
deles. “Papai foi para o ministério com Moody, eles me deixaram ler o jornal, mas não há mais
nada. Todo mundo sabe quem fez isso - comensais da morte.”

Sirius acenou com a cabeça, gravemente.

"Voldemort?" Remus perguntou, “Ele tem tantos seguidores? Mais de cem, dizia o jornal, em todo
o país, em uma noite ...”

"Deve ser mais do que qualquer um pensava." Disse James.

"Bem," Sirius se sentou, sua boca uma linha sombria, "Minha família sozinha seria responsável por
pelo menos vinte."

"Eles não são sua família", disse James, ferozmente. Ele e Black se encararam por um tempo, e
Remus se afastou ligeiramente, sentindo-se intrusivo. Os nervos de Sirius estavam se deteriorando,
Remus não precisava de sentidos aprimorados para perceber isso.

"Se Reg for um deles, eu vou ..."

"Black!" James sibilou, “Ninguém sabe se foi qualquer um deles. Calma, ok? Moony, você está aí?"

“Sim,” Remus voltou para a visão do espelho. James olhou para ele,

"Não deixe ele ser um idiota sobre isso, ok?"

“O que você quer que eu faça ?!” Lupin perguntou, perplexo. As crises familiares de Sirius
geralmente eram trabalho de James. O papel de Remus era diferente.

"Tente distrair ele!"

Remus pessoalmente não achou que essa fosse a melhor ideia. Isso não resolveria o problema - e
James, definitivamente, não aprovaria as técnicas de distração de Remus. Sirius conversou com
Potter um pouco mais, e ele os deixou sozinhos. Pensou, ansiosamente, sobre seu último baseado,
pousado em sua mesinha de cabeceira no andar de cima. Provavelmente não era um momento
apropriado.
***

Quinta-feira, 27 de dezembro, 1976

Arnold, Tina e Flint foram para casa no Boxing Day, então depois disso eram apenas os dois (e os
professores, é claro, mas estes pareciam estar em uma conferência sem fim, o rosto de McGonagall
ficando mais e mais cansado a cada vez Remus a via).

Sirius amuou. Ele não queria sair, não queria ficar no quarto. Não queria fumar, nem beber, nem
comer, nem jogar. Só queria mofar. Remus teria ficado muito contente em deixá-lo lá, se, pelo
menos, não afetasse tanto toda a atmosfera do castelo.

Ele tentou a ideia de distração de James.

“Quer jogar aquele jogo?”

"Nah, eu sou péssimo nele."

"Sim, mas não sou."

"Você joga, então." Ele se agachou na cadeira, os braços cruzados. Remus suspirou,

“Quer ir voar? Eu vou com você e tudo mais.”

"Não tenho a minha vassoura aqui."

“Podemos pegar emprestado no galpão. Hooch não vai se importar.”

"Nah, não gosto de usar vassouras de outras pessoas."

"Esnobe."

Sem resposta.

"Xadrez?"

"Chato."

"Dever de casa?"

Isso foi apenas recebido com um olhar sombrio.

"Quer um boquete?"

"Puta merda, Moony!"

"O que?! Estou ficando sem opções, Jesus. Só estou tentando te animar.”

"Eu não quero me animar."

"Sim, isso está claro." Ele brincou com um fio solto em sua manga, "Você quer ir para os Potter?"

Sirius olhou para cima,


"O que?"

“Eu não me importo,” Lupin disse, honestamente. “Se você precisar vê-los. Se você ... precisa de
James. "

Por um momento, não teve certeza do que Sirius faria. Ele pareceu considerar a ideia, e Remus
desejou não ter sugerido isso. Mas, então, balançou a cabeça.

"Nah." Ele disse: "Que tipo de amigo eu seria se deixasse você aqui sozinho?"

Isso fez com que Remus se recuperasse. Ele puxou o fio da manga, partindo-o,

“Bem, você não está sendo muito amigável agora, para ser honesto. Eu sei que você está de mau
humor, mas - "

"Não estou de mau humor." Sirius cuspiu, com raiva, “Eu estou puto. Olha, você não sabe como é
ter uma família fazendo Merlin sabe o que - pessoas de quem sou parente, Moony.”

"Ah Deus, troca a porra da fita, hum?" Remus gemeu, levantando-se para acender o fogo, desculpe
James, ele pensou, eu não sou você. "Pobre Sirius Black, o menino rico e mimado com a família
perversa."

"Ei, cuidado."

“Bem, sinto muito, mas já aturamos seis anos disso. Não, eu não sei como é, porque não tenho
família, muito menos uma família do mal. Você sabe o que eu tenho? Uma matilha de lobisomens
sangrentos, esperando eu atingir a maioridade para que eu possa finalmente ir e me juntar a todos
os outros monstros. "

“Moony…”

“Eu tenho um assassino de crianças lá fora esperando por mim. E nada, para ser honesto. Eu não
tenho os Potters, ou um tio - eu nem mesmo tenho um futuro promissor. Então, se você não se
importa, prefiro não ficar aqui sentado ouvindo você reclamar do quão difícil sua vida é.”

Havia decidido, apenas da sua fala, que iria sair dali, mas esperava que não parecesse assim. Ele
não se deixava ficar com tanta raiva há muito tempo - e, como sempre, fora Sirius quem trouxera
isso à tona. Foi para a biblioteca porque não havia outro lugar para ir, e porque seria o primeiro
lugar que Sirius o procuraria. Era estranho andar pelos corredores e escadas vazios. Podia ouvir os
retratos sussurrando enquanto ele passava, e não gostou.

Quando chegou à biblioteca, percebeu que não tinha um próximo passo planejado. Ele tinha
deixado todos os seus deveres de casa no dormitório, então não podia checar suas
anotações. Poderia convocá-los, ele supôs - mas isso, de alguma forma, derrotava o ponto de uma
saída dramática.

Remus apenas foi até a prateleira mais próxima e puxou um livro aleatório, sentando na cadeira
mais confortável que pôde encontrar. Era de poções. Que sorte a dele. Pela primeira vez em alguns
anos, Remus usou Letiuncula Magna para ler. Era mais fácil, e sua cabeça estava bagunçada demais
para se concentrar muito. Ainda assim, isso o acalmou.

"Remus."

Ele fechou os olhos e inspirou, antes de olhar para cima.


"Desculpa por ter gritado, Padfoot."

"Desculpe por ficar reclamando." Sirius encolheu os ombros.

“Bem, tudo bem ficar com raiva às vezes. É normal." Remus sorriu, colocando o livro de lado. Ele
se levantou e foi até a entrada da biblioteca, onde Sirius estava parado, com as mãos nos bolsos,
como uma criança arrependida. "Eu fui um idiota, de qualquer forma, não deveria ter dito aquelas
coisas."

“Ah, elas eram verdades. Eu sou um pirralho rico e mimado.”

"Você é," Remus sorriu, despenteando seu cabelo perfeito, "Mas eu não me importo."

“Podemos fazer uma daquelas coisas que você sugeriu. Se você ainda quiser ...?”

"Qual? Xadrez?"

"Ah sim," Sirius ergueu uma sobrancelha, "Definitivamente xadrez."

***

Sexta-feira, 28 de dezembro, 1976

"Você quer conversar sobre aquilo?" Sirius perguntou, no final da tarde. Ele finalmente havia
permitido que Remus continuasse com seu dever de casa e estava jogando paciência com um
baralho que havia encontrado. Lupin nunca tinha visto Sirius ocupado com uma atividade tão
silenciosa antes, e ficava lançando olhares furtivos.

"Hm?" Ele ergueu os olhos de seu livro de Herbologia, fingindo que estava completamente absorto
na identificação das pétalas.

"Você quer falar sobre aquilo?" Sirius repetiu, ainda olhando para suas cartas, ‘’Greyback?"

"Ah, isso." A garganta de Remus ficou seca. “Não, eu não quero. Mas, obrigado.”

"Se você diz ..." respondeu, levantando uma carta e colocando-a em outra pilha. “Você falou que
não achava que ele estava atras de você, mas ontem...”

"Sim, eu sei." sentiu seu pulso acelerar, “É só ... eu não quero pensar sobre isso agora. Ok?"

"Ok então." Sirius ergueu os olhos e sorriu.

Remus sorriu de volta e sentiu uma onda de amor tão forte por Sirius Black que o deixou tonto.

***
Sábado, 29 de dezembro, 1976

"Falta!" Remus comemorou, alegremente, enquanto os tênis de Peter passavam por cima da linha
do gol.

"Merda." Sirius suspirou. “Sabia que estava sendo muito ambicioso.”

"Devíamos deixar isso assim," disse Remus, reajustando os lençóis pendurados, "Imagine jogar
isso com mais pessoas."

"Evans faria a gente tirar tudo."

"Só depois de ela tentar, aposto."

"Você gosta dela, não é?"

Remus deu a ele um olhar penetrante,

“Isso de novo…”

"O que?!" Sirius sorriu, levitando uma maçã da fruteira que os elfos haviam deixado.

"Você está obcecado em me encontrar uma namorada."

"Eu não estou. Só não quero que você perca nada dessas coisas.” Sirius enfiou a maçã no buraco
maior e deu um soco no ar, "Sim!"

“Cinco pontos.” Remus respondeu, secamente, "Você ainda está perdendo por 20 pontos." Ele
limpou a garganta, "E eu não estou perdendo nada."

"Eu sei que você não acha que está, Moony, mas só estou dizendo ..."

"Bem, não diga."

"Não fique bravo comigo."

"Eu não estou." Remus disparou um tinteiro nos lençóis com tanta força que errou, e respingou no
tecido branco uma mancha azul brilhante.

"Você parece muito irritado." Black abaixou sua própria varinha, virando-se para ele. Remus não
olhou.

“Eu não quero uma namorada, quantas vezes preciso repetir?”

"Eu sei que você diz isso, mas ... não posso deixar de pensar que deve haver uma razão por trás
disso ... acho que sei por quê." Sirius se mexeu, sem jeito, e Remus olhou para ele, de lado, o
coração batendo forte no peito. Deveria ter esperado isso, eventualmente. "É por causa da coisa do
lobisomem, não é?" O moreno perguntou.

Remus abriu a boca, então fechou novamente. Sério? Sério?! Ele se sentou com a cabeça apoiada
nas mãos e tentou não rir. Sirius confundiu isso com outra coisa e disse, gentilmente, “Você está
preocupado se uma garota descobrir, certo? Mas, quero dizer, Evans sabe, e ela não se importa,
então não vejo por que você não encontraria outra pessoa ... e suas cicatrizes não são tão ruins
quanto você pensa que são.’’

"Sério?" Remus bufou.

“Sim,” Sirius assentiu, encorajando-o, “Elas são legais. E você ... quero dizer, sabe, você é bem
bonito. Você é alto e você é ... “

Lupin olhou para ele, curioso. Sirius Black estava corando.

Jesus Cristo, Remus pensou, onde é que nos metemos?

***

Domingo, 30 de dezembro, 1976

"Até onde você acha que Pete e Desdêmona foram?"

"Ugh, por que você está pensando nisso?" Remus torceu o nariz no escuro.

"Não sei," Sirius respondeu, "Não consigo dormir."

Lupin rolou para o lado e olhou através do quarto, para onde Sirius estava deitado em sua
cama. Ele podia ver claramente seu contorno pálido, deitado de costas, olhando para o dossel, os
braços atrás da cabeça.

"Não está cansado?" Perguntou. Ambos haviam estado em sua cama, apenas uma hora antes. Ele
sentia a ausência intensamente, mas não havia nada que pudesse ser feito a respeito.

“Acho que não. Continuo pensando em amanhã.”

"Amanhã?"

"Último dia do ano."

"Ah, sim." Seria o último dia sozinho deles também. Todo mundo voltaria no dia primeiro de
janeiro, e a bolha em que viveram nos últimos onze dias iria estourar. "Fazendo
resoluções?" Remus perguntou, bocejando.

“Na verdade, não. Só as coisas de sempre.” Ele parecia triste. "Coisas que eu deveria parar de
fazer."

"Bem." pensou rapidamente: "Por que você não pensa nas coisas que quer fazer?"

"Tipo o quê?"

“Ah, eu não sei,” Remus abafou outro bocejo, “Tipo, como você está sempre falando sobre ir para
Londres? Londres trouxa. Bem, quero dizer, não apenas um apê duvidoso em Mile End.”
"Ah sim!" Sirius disse, animado, “Devíamos fazer isso, no verão. Podemos ir para a Carnaby
Street?”

"Não vejo porque não."

“Eu quero aprender a tocar guitarra.”

"Claro que você quer…"

“E ir acampar.”

"Mmm."

"E ir em um show do Bowie."

Remus sorriu, suavemente, ouvindo os sonhos de Sirius enquanto adormecia.

***

Segunda-feira, 31 de dezembro, 1976

"Você conhece algum feitiço de costura?" Remus perguntou, pensativo, bebendo uma xícara de chá
de sua poltrona favorita e olhando para os lençóis que teriam que tirar hoje.

“Por que eu saberia feitiços de costura?” Sirius perguntou, do chão. Ele estava sentado sobre um
caldeirão com um livro ao lado, tentando criar seus próprios fogos de artifício para celebrar a
véspera de Ano Novo.

"Eu estava pensando nos lençóis ..."

"Pfft," Sirius acenou com a mão, "Eles nem vão notar."

"Temos que consertar aquela bola de cristal que quebramos também."

"Nah’’

“E provavelmente deveríamos procurar aquelas peças de xadrez que – er – sumiram...” Dois dias
atrás, eles haviam disparado acidentalmente um conjunto inteiro pela janela. Eles convocaram a
maioria das peças de volta, mas a rainha e dois cavaleiros ainda estavam nos arbustos em algum
lugar abaixo.

"Olha, todos sabiam que seríamos apenas nós dois aqui para o Natal," Sirius respondeu, acenando
sua varinha cuidadosamente sobre o caldeirão, "Era responsabilidade deles trancar qualquer coisa
que eles não quisessem atiradas pela janela."

"E a cama de Peter?"

"Ela parou de fazer aquele barulho estranho, agora."


"Sim, mas ainda dá risadas quando você se senta nela."

“Ele vai descobrir como consertar, ou pedir a Desdêmona para ajudá-lo. Você se preocupa muito."

BANG

O conteúdo do caldeirão explodiu no rosto de Sirius, jogando-o para trás e enchendo a sala com
uma nuvem de fumaça verde-limão. Remus correu para a janela, tossindo, tentando não rir da
expressão assustada do outro, o rosto preto de fuligem.

"Eu disse que deveríamos apenas perguntar a Flitwick."

A poeira baixou e agora toda a sala estava coberta com uma fina película verde. Remus ergueu
uma sobrancelha. Sirius sorriu,

“Deixe isso para os elfos domésticos? Vou tomar banho.”

Ele foi para Flitwick, no final, e o minúsculo professor de Feitiços ficou muito satisfeito em dar
alguns conselhos sobre como criar fogos de artifício perfeitos - sem nenhuma poção ou caldeirões
bagunçados. "Ele me fez prometer que não contaria a McGonagall que me ensinou, no entanto,"
Sirius riu, "Ele realmente subiu na minha classificação, o velho Flitters."

“Não posso acreditar que você foi sem mim. Eu sou o melhor em Feitiços.” Remus murmurou,
enquanto escalava a janela do quarto para se sentar na borda ao lado de Sirius.

"Você estava dormindo!" Sirius o cutucou jovialmente.

"Mesmo assim." Remus resmungou, cruzando os braços contra o frio. Suas pernas balançavam
precariamente sobre a borda, mas ele não tinha tanto medo de altura quanto antes. Agora, possuía o
treinamento implacável de James e precisava agradece-lo por isso. Havia tirado uma soneca antes
para garantir que seria capaz de ficar acordado até meia-noite – agora, faltavam apenas alguns
minutos.

Estava muito quieto do lado de fora e, exceto pelo barulho ocasional de um animal vindo da
Floresta Proibida, ou o pio suave das corujas no corujal, eles poderiam estar completamente
sozinhos no mundo. Ambos se contentaram em ficar sentados neste silêncio, enquanto os últimos
momentos de 1976 se dissipavam sob um céu congelado de inverno. Remus sentiu uma profunda
sensação de satisfação e contentamento. Era agridoce. Estava ansioso para ver James, Peter e as
meninas novamente. Estava ansioso pelo semestre da primavera. Mas, assim que o Expresso de
Hogwarts chegasse à estação na tarde seguinte, tudo o que ele e Sirius haviam compartilhado nas
últimas doze noites teria que ser arrumado e trancado até que fosse seguro voltar à superfície.

Sirius ergueu seu relógio de bolso - um que ele havia recebido dos Potter em seu décimo sétimo
aniversário. Ele o ergueu para que Remus pudesse ver também. Faltavam cinco segundos. Sirius
sorriu para ele e apertou seu joelho.

"Pronto?" Ele ergueu sua varinha.

Remus sorriu de volta e acenou com a cabeça.

"Pronto."
Capítulo 104: Sexto Ano: Má Lua Crescente
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Gather 'round all you people

Watch me while you can

Been trawling too long, I've been losing out strong

For the strength of another ma

I've been hasty, wasty standing on the backstep

Waiting for the phone to ring

But this semi-acoustic love affair

Is driving me to the brink

I'm just looking for a friend

I'm just looking for a friend

You don't have to be a big wheel, you don't have to be the end

I'm just looking for, looking for a friend

- ‘Looking for a Friend’, David Bowie

Terça-feira, 1 de janeiro de 1977

"Lá vem eles!" Sirius estava praticamente pulando ao lado de Remus enquanto observavam as
carruagens sem cavalos se aproximando dos portões do castelo.

"Graças a Deus." Remus brincou, "Finalmente vou ter conversas inteligentes."

"Ah, cale a boca, você me ama." Sirius o chutou na canela.

Eu amo, Remus pensou lamentavelmente, eu realmente amo caralho. Mas é claro, não foi isso que
Sirius quis dizer.
James desembarcou das carruagens misteriosas como um soldado voltando da guerra. Potter e
Black sorriram tão abertamente um para o outro, que Remus pensou que eles quem deveriam estar
agarrando, não Sirius e ele. Lily e Peter desceram da carruagem de trás, e Remus a abraçou e
acenou para o menino.

"Bom Natal?" Lily perguntou: "Obrigada pelos chocolates!"

"Obrigado pelas luvas", respondeu e acenou para que ela pudesse vê-las, "Muito quentinhas."

"Sim, obrigada pelas luvas, Evans," James acenou com as mãos cobertas de lã.

Lily corou profundamente e murmurou algo sobre não querer deixar ninguém de fora.

Mais cedo, Remus e Sirius haviam caminhado sozinhos por um castelo de corredores vazios
repletos de ecos, sussurros dos retratos e dos fantasmas assustadores à deriva. Mas quando todos
estavam juntos novamente, foi como se a escola tivesse se transformado em um instante. As pedras
sacudiam com as conversas de amigos se reunindo, cada arco e coluna eram invadidas por alunos
vestidos de preto. Remus sentiu que estava acordando de um sonho estranho e silencioso.

A rapidez com que tudo voltou ao normal foi incrível - Peter e Desdêmona começaram uma briga
quase imediatamente, Lily azarou James no meio do jantar, Mary tinha contos de seu mais novo
namorado, para o qual Marlene estava revirando os olhos. Sirius tinha olhos apenas para James, é
claro, mas Remus estava bem ciente dos olhares que ele estava recebendo - todos os cartões de
Natal sem respostas teriam consequências.

"Então, o que vocês dois fizeram?" James perguntou, a boca cheia de rosbife, "Vocês não contaram
muito quando conversamos ..."

Sirius e Remus olharam um para o outro apenas por um segundo, tempo suficiente para o mais
novo notar a faísca de pânico surgir no olho de Black e sorrir para James,

"Passei a maior parte tentando manter Padfoot longe de problemas, obviamente."

James e Peter riram, isso era tudo que precisavam. Sirius se recostou, ombros se encolhendo e
Remus o observou por baixo de seus cílios. Isso não ia funcionar. Era tudo muito impossível.

Na noite anterior, pouco antes de cair no sono, Lupin havia tomado uma decisão. Tinha que
conversar com Sirius. A ironia não passou despercebida, a ironia de que depois de dias e dias sem
fazerem nada além de conversar, a solução parecia ser conversar mais. Mas desta vez, faria Sirius
ouvir.

Ele só precisava de uma oportunidade, o que sabia que não seria fácil. Oportunidade e
um pouco mais de tempo. Remus não tinha coragem o suficiente ainda. Agora mesmo, cada música
que ouvia o lembrava de Sirius; cada frase sentimental de cada romance. Talvez não estivesse
pronto para desistir de tudo.

Sirius certamente não estava. Lupin tentou questioná-lo, depois que todos já estavam de volta a
alguns dias, depois do outro ter aceitado um convite de Emmeline Vance para Hogsmeade.

“Você não acha que devemos parar? Não é um pouco confuso para você? "

“Por que seria confuso? Não é a mesma coisa.” Black ergueu as sobrancelhas em surpresa genuína.

"Ah." Remus disse, baixinho. Ficou feliz por estarem em um armário de vassouras e por estar
escuro, "Ah, não é?"
"Bem, não. Ela é uma garota. Você é Moony.”

“O que isso significa?”

“Significa apenas ... você sabe. Você e eu ... não somos ... e ela ... erm ... ah, pelo amor de Deus,” o
moreno ficou irritado e desistiu, “Eu simplesmente não consigo ver nenhuma razão para pararmos,
ok? É divertido, não é?”

"Sim." Remus suspirou.

"Olha, se alguém te convidasse para sair, estaria tudo bem, obviamente."

"Certo." Remus acenou com a cabeça, "Isso é legal da sua parte."

"Ah, vamos, não seja assim ..." Sirius começou a beijar seu pescoço, e Remus não estava em
posição de discutir depois disso.

Lupin tivera muitas oportunidades, na realidade. Porém, ele era tão fraco quanto Sirius quando
todas as cartas eram colocadas na mesa.

Além disso, era apenas um segredo - como o moreno havia dito uma vez, muito antes de tudo ficar
complicado; 'você não é Moony se não tiver um segredo'. Ele podia lidar
com segredos. Exceto. Estava ficando mais difícil - especialmente por volta da lua cheia, quando
seus nervos estavam mais instáveis e cada emoção queimava logo abaixo da superfície. Então, ele
veria Sirius com uma garota ou outra, observaria enquanto ela tirava fiapos de seu suéter escolar ou
endireitava sua gravata ou envolvia seus braços em volta de sua cintura e sentiria uma vontade de
despedaçá-la.

Às vezes ele pensava que deveria ser tão óbvio, com certeza todos conseguiam ver - com
certeza James conseguia ver? Remus estaria sentado, ou caminhando ao lado deles, ou tomando
café da manhã e seus olhos capturariam os de Sirius, e como ninguém mais conseguia sentir isso?

Isso o fazia se sentir culpado. Lupin se perguntava se estava mentindo para Sirius ainda mais do
que Sirius estava mentindo para si mesmo. Sabia que estava sendo desonesto sobre o que queria,
sobre o quanto tudo aquilo significava para ele e, no final, podia ver que o estava confundindo
ainda mais. O melhor seria expor tudo e depois lidar com as consequências.

Ainda não, entretanto. Talvez depois da lua cheia.

***

Quinta-feira, 6 de janeiro de 1977

Remus acordou do lado de fora. Algo estava muito errado. O céu estava azul e rachado com as
nuvens. Haviam árvores, galhos pretos e tortos. A brisa estava fria em sua pele e a camada de
folhas macia e fofa embaixo dele também. Não estava certo, mas estava mais agradável do que o
normal. Ele piscou contra a luz da manhã e olhou em volta, para ver seus três amigos o olhando
com cautela. Sirius tirou sua capa rapidamente, e entregou a Remus,

"Aqui, está frio ..."

"O que aconteceu? Por que não estamos de volta a Casa?” Remus franziu a testa, puxando a capa ao
redor de si. Percebeu que James estava ofegante e segurando seu braço de uma forma estranha, "Eu
machuquei você, Prongs?"

“Não de propósito,” James balançou a cabeça, obviamente ansioso para manter Remus calmo,
“Você estava ... você ficava tentando se afastar de nós, só isso. Não conseguimos fazer você nos
seguir como normalmente fazíamos, nem mesmo Padfoot. "

"Eu me lembro ..." Remus franziu a testa e se levantou, "Estávamos caçando?"

"Você estava." Sirius disse, olhando para ele de forma estranha, “Havia algo que você realmente
queria. Em Hogsmeade.”

“Em Hogsmeade ...?” Tudo voltou, o inundando como em um pesadelo. Aquele cheiro. Ele o havia
sentido pela primeira vez na véspera de Natal no Cabeça do Javali e, mesmo naquele dia, soube o
que era. Como pôde ser tão estúpido? "Tem certeza de que não está ferido?" Remus perguntou,
novamente, olhando para James.

Potter acenou com a cabeça fervorosamente, seu cabelo bagunçado balançando com a brisa da
manhã.

"Vamos lá," ele balançou a cabeça, "Temos que levar você de volta a casa antes que Madame
Pomfrey chegue lá..."

Ele os seguiu, pisando cautelosamente no chão pedregoso da floresta com os pés descalços.

"Não estamos muito longe," Sirius disse, caminhando lentamente ao lado dele, "Conseguimos meio
que ... te guiar na direção certa ..., mas você continuou tentando nos enganar."

"Vocês têm que voltar para o castelo," Remus disse, incapaz de encontrar seus olhos, "Eu acho ...
Acho que algo pode ter acontecido na noite passada."

"Nada aconteceu, Moony", disse Peter, "honestamente, não o perdemos de vista nenhuma vez."

"Isso é bom," Remus assentiu. A cabana estava à vista agora, “Mas vocês ainda devem ir. Confiem
em mim."

Felizmente, eles foram; todos ainda abalados pelo que quer que tenha acontecido pouco antes dele
retornar ao seu corpo humano. Lupin entrou na Casa, se vestiu e sentou-se silenciosamente na cama
para esperar a Madame Pomfrey. Ela não veio. Em vez disso, foi McGonagall quem abriu o
alçapão, quase uma hora após o amanhecer.

“Sr. Lupin,” ela disse daquela maneira brusca que usava quando uma detenção estava próxima.

"Onde está Madame Pomfrey?" perguntou, sentindo muito frio de repente.

“Ela está lidando com outra situação esta manhã, em Hogsmeade,” a professora disse, seu rosto
enrugado com preocupação, “Ela me pediu para atender você. Você está ferido?"

"Não, eu estou bem. O que aconteceu em Hogsmeade?”

"Venha, Lupin," disse, voltando rapidamente para o túnel, "Se você estiver bem, então devemos
voltar para o castelo o mais rápido possível."

"Por favor," o menino teve que andar rapidamente para acompanhá-la, o que não foi fácil quando
seus ossos ainda estavam se acomodando em suas posições habituais, "Por favor, professora, o que
aconteceu em Hogsmeade?"

"Receio que não posso..."

“Foi um lobisomem, não foi? Um ataque?"

"Remus." A mulher se virou e o olhou. Os dois possuíam a mesma altura atualmente, ele a olhava
nos olhos e ainda estava crescendo. "Como você sabe?" Ela perguntou bruscamente.

“Eu pude sentir o cheiro - do outro. Eu sabia que eles estavam por perto. Não fui eu! Eu juro."

"Não, saberíamos se você tivesse escapado." Ela parecia muito certa disso, então não se opôs.

"Foi ruim?"

"...Sim."

"Alguém está morto?"

"Temo que sim. Agora eu realmente não posso falar sobre isso, então vamos apenas levá-lo de
volta ao castelo, certo? Eu sei que Poppy geralmente mantém você na enfermaria por um dia ou
mais para descansar, mas você acha que poderia ir às aulas como de costume hoje? Acho que seria
melhor evitar qualquer suspeita.”

"Claro."

"Você pode vir até mim se não se sentir bem a qualquer momento."

"Eu vou ficar bem." Sua voz estava baixa e vazia. Nunca havia conhecido outro como ele. Agora
sabia que havia um por perto.

“Remus,” McGonagall disse, lhe dando um olhar severo, “Isso não foi sua culpa. Isso não foi culpa
de ninguém. Você entende?"

"Sim, professora." Era melhor apenas dizer aos adultos o que eles queriam ouvir, na maioria das
vezes. Talvez pudesse escrever para Ferox, ou até mesmo para Moody. Remus queria
desesperadamente falar com Sirius sobre isso em particular, mas supôs que teria que esperar um
pouco.

Lupin sabia de tudo agora. Havia outro lobo em Hogsmeade durante o Natal, e ele estivera
esperando a lua cheia. Eles tinham que estar do lado de Voldemort - do lado de Greyback - porque,
na opinião de Remus, pelo menos, você teria que ser louco ou mal - ou os dois - para se colocar
perto de outras pessoas durante a lua cheia. Deveria ter contado a alguém que reconheceu o cheiro
na véspera de Natal? Ele poderia ter salvado uma vida? Não tinha certeza antes, e não queria ter
problemas por ter saído sem permissão.

O salão do café da manhã fervilhava com as notícias; as corujas voavam de um lado a outro. Lily
sentou-se deliberadamente ao lado de Remus e apertou sua mão por baixo da mesa. Ele apertou de
volta, agradecido e pensou como seria fácil se apaixonar por ela se ele fosse esse tipo de homem.

“É horrível”, disse Marlene, chorando, lendo o jornal por cima do ombro de Mary. "Aquela pobre
mulher, assassinada em sua cama ..."

Fora um jovem casal que havia se mudado para Hogsmeade em novembro. Ambos bruxos, mas ela
era nascida trouxa. A mulher estava morta, seu marido – mordido - aparentemente estava em St.
Mungus. A foto do casamento deles estava na primeira página do Profeta e deixou Remus
nauseado.

"Ainda está solto?" Lupin perguntou, mantendo a mão que não segurava a de Lily na mesa, para
que ninguém pudesse vê-lo tremendo.

“Parece que sim”, confirmou Mary, ainda absorta no artigo, “ninguém conseguiu capturar. Esta
noite não é lua cheia, então estamos todos seguros por pelo menos mais um mês, eu suponho ...
esse é o problema com os lobisomens, se você não os pega na lua, então como você pode pegá-
los?"

"Deve haver um teste, ou algo assim," Marlene franziu a testa, "Um feitiço revelador."

"Sim", respondeu Mary, pensativa, "Talvez ..., mas então você pode acabar encontrando o
errado..."

"Bem, parece que todos eles estão do lado de você-sabe-quem de qualquer maneira, então eu não
acho que isso importe-"

“Vamos conversar sobre outra coisa.” Lily disse em voz alta.

"Sim," James acenou com a cabeça, "A próxima aula é de Defesa Contra as Artes das Trevas -
alguém já teve alguma sorte com seu patrono?"

Apenas James tinha tido, até agora. Meia hora depois, a classe ficou boquiaberta e assistiu James
produzir um espetacular veado prateado, que galopou fantasmagoricamente ao redor da sala. O
professor aplaudiu e convidou todos os demais a tentar - com vários níveis de sucesso. Lily
conseguiu um fragmento de algo, mas ainda não estava claro o que era. Peter não teve sorte e (para
surpresa de ninguém) Sirius lançou algo distintamente em forma de cachorro, mas sem o brilho
sólido da criação de James.

Remus nem mesmo sentiu sua varinha estremecer. Não devia ter ficado surpreso - em uma manhã
como aquela seria impossível fixar um pensamento feliz por muito tempo, além de que estava
exausto de lua cheia.

"Você vai conseguir, Moony," Sirius o encorajou, dando um tapinha desajeitado nas suas costas
enquanto saíam da sala de aula. "Você sempre consegue."

Remus assentiu, imaginando qual teria sido o pensamento feliz de Sirius. Lupin estivera usando
várias memórias do Natal deles juntos, embora estivesse tendo resultados ruins.

"Minha mente está em outro lugar, para ser honesto," disse baixinho, para que apenas Sirius
pudesse ouvi-lo.

"Claro," Sirius respondeu, tão baixo quanto, "Isso era esperado."

"Eu sabia sobre." Remus sussurrou, rapidamente, enquanto os últimos alunos saíam da sala. Sirius
parou, o olhando com aquele olhar horrível que ele tinha tido naquela manhã. Remus agarrou seu
braço, "Quer dizer, não exatamente, eu não sabia que isso iria acontecer, mas ..."

Sirius fechou a porta atrás do último aluno e sussurrou um feitiço silenciador.


"Mas o que?"

“Lembra-se de quando fomos ao Cabeça do Javali?” Remus disse rapidamente, ainda sussurrando
porque não conseguia levantar a voz. Black acenou com a cabeça, "Eu farejei alguma coisa."

"Eu pensei que você só estava bêbado..."

“Sim,” Remus acenou com a cabeça, “Eu pensei que fosse isso também - ou pensei que era ... hum
... bem, você, porque eu queria ...” ele limpou a garganta, “De qualquer forma, era definitivamente
outro. Um lobisomem. Acho que era uma mulher.”

"Não o Greyback, então." Sirius disse, com um olhar de imenso alívio.

"Não."

"Bem, graças a Godric por isso." O menino agarrou o ombro de Remus. Seu rosto voltou a ficar
preocupado, com a mesma rapidez, "Mas Moony, se você pode sentir o cheiro deles, você acha que
eles poderiam..."

"Eu não sei. Acho que sim."

"Está bem. Ok, bem, eles não vieram atrás de você, então ... Tudo vai ficar bem.” Ele ainda estava
segurando-o pelo ombro, o mantendo no lugar, como uma âncora. Era desesperadamente
necessário, Remus pensou. Cada instinto nele dizia para correr.

Lupin pensou, por um momento, que Sirius poderia beijá-lo, mas eles tinham outra aula e o
professor de Defesa Contra a Arte das Trevas havia voltado, batendo na porta de sua própria sala de
aula em confusão. Black pareceu desapontado (ou pelo menos, Remus achou – poderia apenas
estar querendo ver algo que não estava realmente ali) e deu um aperto final antes de se separarem.

"Não diga a James!" disse, apressadamente, enquanto destrancavam a porta, "Por favor, não conte
a ninguém."

"Ok, Moony," Sirius balançou a cabeça lentamente, "O que você quiser."
Capítulos 105: Sexto Ano: Revelando Segredos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Sexta-feira, 14 de janeiro de 1977

Remus se revirou sob os lençóis, incapaz de se acomodar. Sua cama em Hogwarts era uma das
mais confortáveis em que ele já havia dormido – competindo apenas com a que ele usava nos
Potter, de qualquer maneira. Raramente tinha problemas para dormir nela. Mas havia passado as
últimas noites quase inteiramente em claro.

Não conseguia parar de pensar no lobo em Hogsmeade, na pobre mulher morta e no homem que
acordaria em St. Mungus para descobrir que toda sua vida havia sido destruída. Remus era um
lobisomem desde que conseguia se lembrar - o pensamento desse homem sendo forçado a se
transformar pela primeira vez - provavelmente sozinho, provavelmente ainda em luto. Era
insuportável. Ele sentiu uma sensação de culpa horrível e inabalável.

Então Remus não dormiu. Ele passou a maior parte da noite lendo, até não conseguir mais manter
os olhos abertos. Hoje à noite, não foi capaz nem de se concentrar em um livro.

Rolou para ficar de barriga para baixo, pensando se isso ajudaria. Não, seu rosto ficava todo
espremido contra o travesseiro assim. Rolou de lado, mas isso fez seu quadril doer. O outro lado
deixava sua orelha muito quente. Ele gemeu em frustração, baixinho.

"Ei, Moony," Sirius sussurrou, enquanto as cortinas se abriam, "O que há de errado?" Ele rastejou
para dentro silenciosamente, com um rápido lumos e um feitiço silenciador. O moreno se ajoelhou
no final da cama, o olhando.

"Desculpe, eu acordei você?" Remus semicerrou os olhos com o brilho desnecessário.

"Sim, mas está tudo bem." Sirius moveu, sentando-se ao seu lado.

"Ah," Remus torceu a boca, envergonhado, "Olha, eu realmente não estou no clima para ..."

“Ah, não, eu também não! Quer dizer ... bem, na verdade, agora que você mencionou ..., mas não,
não é por isso eu vim. "

"Certo."

"Então, o que está acontecendo?"

"Não consigo dormir."


“Eu percebi. Quer um cigarro? "

"Acabou."

“Está tudo bem, eu tenho uns de Emmeline. Vamos lá, vamos descer? É tarde, ninguém vai estar lá
e Prongs vai ficar puto se fumarmos aqui.”

"Está bem." Remus fingiu ir com relutância. Secretamente, ele estava emocionado por que:

1.Sirius estava preocupado com ele, e;

2.Sirius queria passar um tempo sozinho com ele sem acordar James.

O fato de que os cigarros oferecidos tinham vindo da atual namorada de Sirius era um algo que
Remus estava disposto a ignorar por enquanto. Lá embaixo, os dois se acomodaram perto da janela,
no pequeno sofá. Ambos dobraram os joelhos e sentaram-se de frente um para o outro, de modo
que se Remus esticasse um pouco, seus dedos dos pés se tocariam.

"Então," Sirius tragou, acendendo um cigarro com um feitiço não-verbal e passando para Remus,
antes de acender o seu. Provavelmente era algo que impressionava as meninas. Isso o impressionou
também, mas ele não iria demonstrar. "Qual é o plano?"

"Plano?" Remus franziu a testa.

“Você ficou acordado a noite toda nas últimas três noites e não tem um plano?! Tem certeza que
você é Moony??”

“Eu quero voltar para O Cabeça do Javali.” Lupin disse, prontamente.

Black deixou seus olhos piscarem, mas assimilou a notícia lentamente. Ele exalou a fumaça,
olhando pela janela escura para a lua minguante acima deles antes de voltar para falar.

"Certo. Ok, acho que posso entender por quê.” Ele deu uma longa tragada no cigarro, "Invisível?"

"Não." Remus balançou a cabeça, dando tragadas curtas e nervosas em seu cigarro, "Não, se eles
estiverem lá - se ela estiver lá, então eu quero conhecê-la."

“Remus. Não."

"Por que não?" atirou de volta, calorosamente. Ele estaria pronto para uma briga, se Sirius
quisesse. Isso seria bom; isso seria algo.

“Porque é perigoso?! Porque você nunca os conheceu antes e você não sabe como eles são, e
eles assassinaram uma mulher na outra noite?! Porque você ainda não tem dezessete anos e se tiver
que se defender com magia, pode ser expulso da escola??”

O moreno o olhava enquanto dizia tudo isso, incrédulo. Remus piscou em choque. Ele apagou o
cigarro e se levantou, usando sua altura contra Sirius,

“Você não pode me dizer o que fazer. Só não fique no meu caminho.”

“Não seja assim! Olha, eu entendo como você se sente...”

"Ha."

"Ok, eu não entendo," Sirius balançou a cabeça impacientemente, "mas eu quero que você fique
seguro!"

"Eu ficarei - são séculos até a próxima lua cheia, ela não terá nenhuma vantagem sobre mim -"

"Você não acha que isso é exatamente o que Greyback quer?!"

"O que você está dizendo?" Remus rosnou. "Que estou sendo estúpido?"

"Não, não é estúpido, apenas ... imprudente."

“Sirius Black, me dando um sermão sobre imprudência? Muito engraçado isso.”

“Ei.” Sirius se levantou agora, com raiva.

Isso, vamos lá, algo dentro dele disse, vá em frente, experimente.

"Bem, é muito interessante você me dizer para eu não me colocar em perigo." Remus continuou,
sabendo que estava sendo cruel, "Você não estava tão preocupado com minha segurança essa
época no ano passado!"

O rosto de Sirius se desfez, ele olhou para o tapete e Lupin viu o que tinha feito.

"Isso ... isso não é justo, Moony." Sirius disse, baixo.

A vida não é justa, Remus queria dizer - mas sabia como isso soaria infantil e petulante. Esta era
uma discussão que nenhum dos dois iria ganhar, e ele estava cansado, tão exausto de se preocupar
e pensar e imaginar e não dormir.

"Eu tenho que conhecê-los." Ele disse, finalmente. “Eu acho que vou enlouquecer se não fizer
isso. Acho que já estou ficando louco.”

"Está bem." O moreno se recuperou e passou a mão pelo cabelo. "Ok, e quanto a Ferox, você
tentou falar com ele?"

"Pensei sobre isso. Ele vai tentar me impedir. Moody também. É ideia deles não me deixarem ir
para Hogsmeade em primeiro lugar.”

“Tudo bem ... tudo bem, nós vamos, ok? Juntos. Contaremos a James e ...”

"Não quero que mais ninguém saiba." Remus disse, ferozmente, "É particular."

"Merlin, Moony, você não está tornando isso fácil -"

“Não é fácil! É difícil pra caralho, ok, mas eu tenho que fazer isso!”

"Está bem!" Sirius ergueu as duas mãos em um gesto pacificador.

Estamos discutindo, Remus pensou, estamos discutindo e é ele quem


está tentando me acalmar. Isso o deixou um pouco tonto e ele se sentou no sofá mais próximo. O
menino se inclinou para frente, a cabeça entre as mãos.

"Sinto muito", disse em voz baixa, "Eu sei que estou sendo ... é que tudo é tão ..."

"Eu entendo, Moony." Black sentou ao lado dele. "Estou tentando ajudar."

"Você não pode ajudar," disse, "Eu tenho que fazer isso sozinho, não posso arriscar mais ninguém,
tem que ser eu, eu tenho que ..." Remus começou a falar, e tudo saiu em uma confusão de
murmúrios privados de sono. “Se eu puder conhecê-la, então talvez ... Eu tenho que encontrar
Greyback um dia. Eu só sei que preciso. E eu quero - não me juntar a ele, ou qualquer coisa assim,
apenas para - para conhecê-lo. E para entender. Por que ele fez o que fez e por que ... por que ele
fez de mim quem eu sou.”

Lágrimas surgiram do nada e ele cobriu o rosto, envergonhado. Sirius estava quieto ao lado dele.

"Moony..." ele colocou uma mão fria e hesitante em seu ombro, levemente, como se Remus
pudesse girar e atacá-lo como um animal selvagem, "Ele não fez de você quem você é."

"Ele fez de mim o que sou." Oh Deus, ele estava chorando agora. Desejou não ter começado toda
essa conversa, desejou apenas ter mandado Sirius de volta para a cama.

A última vez que ele chorou foi em uma situação semelhante - estava sentado ao lado de um garoto
que amava, dizendo algo que doía dizer. Grant o segurou e o fez sentir que tudo ficaria
bem. Remus sabia que não tinha o direito de esperar o mesmo de Sirius.

Quando os ombros de Remus começaram a tremer com a emoção, Black se moveu levemente, mas
não foi a lugar nenhum. O mais novo o ouviu dar um pequeno ruído estranho - que pode ter sido
simpático, ou apenas confuso, mas ele se aproximou e deslizou sua mão na de Remus e apertou
seus dedos. Pateticamente, ele apertou de volta enquanto chorava de raiva por Greyback, e pela
pobre mulher assassinada e pela terrível injustiça de tudo.

***

Sábado, 15 de janeiro de 1977

Remus acordou de madrugada, ainda enrolado no sofá, coberto por um cobertor de lã que era
mantido na cômoda no canto da sala comunal. Ele franziu a testa contra a luz do sol, piscando e
confuso enquanto lentamente se lembrava de onde estava. Sirius ainda estava lá, na outra
extremidade, sentado com a cabeça pendurada para trás no sono, a boca aberta. Claro que Sirius
não roncava.

Gostaria de poder observá-lo por um pouco mais de tempo na luz fraca do início da manhã, mas ele
tinha ficado encolhido a noite toda e precisava desesperadamente se alongar. Remus se moveu com
cuidado, seus membros rígidos rangendo como os galhos de um teixo antigo. Sirius se mexeu,
tossiu levemente e abriu os olhos.

"Bom dia", ele grunhiu, endireitando-se. "Que horas são?"

“Quase sete.” Remus respondeu, após uma rápida olhada no relógio de pêndulo.

"James estará de pé para o quadribol em um minuto."

"Sim."

"Você está bem?"

Remus colocou os pés descalços no tapete e esfregou sua perna esquerda adormecida.
"Eu dormi, pelo menos." Ele respondeu. "Desculpe pela noite passada."

“Pff.” Black acenou com a mão, bocejando, “Não foi nada. Eu tive colapsos muito piores.”

"O que vocês dois idiotas estão fazendo aqui a esta hora?" James desceu as escadas correndo,
vassoura na mão. Ele olhou para os dois, observou seus pijamas e o cobertor de
Remus. "Vocês dormiram aqui?"

"Fomos obrigados" O moreno respondeu, se espreguiçando, "Qualquer coisa para fugir do seu
ronco."

James sorriu, balançando a cabeça.

“Esquisitos. Não quer vir comigo e dar uma volta rápida pelo campo antes do treino, Padfoot? "

“Nah,” Sirius bocejou de novo, “Vou voltar para a cama. É sábado, Potter, seu lunático. "

“Temos saída para Hogsmeade mais tarde, não durma demais.” James avisou "Desculpe,
Moony." Ele lhe deu um olhar de desculpas.

“Tudo bem,” Lupin respondeu, “Vocês vão e se divirtam. Eu tenho lição de casa. Obviamente. A
sala comunal ficará agradável e silenciosa.”

"Vejo vocês dois no café da manhã, então?" James perguntou, já na metade do caminho para fora
da sala, ansioso para ser o primeiro a entrar em campo.

A sala comunal começaria a encher logo - o time de quadribol da Grifinória primeiro, então alguns
dos alunos mais interessados em tirar seu dever de casa do caminho antes do passeio para a vila de
mais tarde. Remus olhou para Sirius,

"Você realmente vai voltar para a cama?"

Sirius ergueu uma sobrancelha.

"Sim. Quer vir?"

Pela primeira vez em dias, Remus riu.

***

"Oi Remus, posso sentar aqui?"

O menino olhou para cima com uma pequena carranca que tinha mais a ver com um mapa
astronômico complexo do que com ser interrompido. Ele sorriu assim que viu quem era e acenou
com a cabeça,

"Claro, Chris, faça sua escolha." Ele apontou para as cinco cadeiras vazias na mesa que estava
usando. Christopher sentou-se a apenas uma cadeira de distância. "Não estava a fim de ir para
Hogsmeade?"

"Ah, bem, eu sabia que você não poderia ir, e estou atrasado em algumas coisas, então ..."
Christopher parecia ligeiramente nervoso. Ele estava com seus cadernos e pergaminhos agarrados
em seu colo, olhando o mais velho com cautela.

"Er ... você quer terminar suas lições?" Remus perguntou, vagamente divertido.

"Sim! Desculpe ...” Christopher rapidamente começou a espalhar suas anotações, sem jeito,
corando ferozmente.

"Você está bem, Chris?"

"Mm hmm, sim ..."

"Está bem. Bem, estou em Astronomia e fazendo uma bagunça com tudo isso. Você é muito bom
com estrelas e outras coisas, não é? "

"Sim. Quero dizer, não brilhante. Mas ok, sim, er ... quer que eu olhe? "

“Obrigado,” Remus deslizou seu mapa.

“Certo, posso ver onde você errou, está alguns graus fora ...” Christopher puxou sua bússola e
começou a traçar uma nova trajetória para Vênus. Remus ficou muito feliz em deixá-lo continuar
com isso e começou a folhear seu planejamento. Ele tinha História para fazer, mas havia planejado
perversamente deixá-la para o final, como uma sobremesa. Provavelmente poderia dizer isso a
Christopher para aliviar o clima; era o tipo de coisa que Chris fazia também. Sirius apenas
balançaria a cabeça em perplexidade e o chamaria de nerd.

Estava prestes a dizer algo quando Christopher se adiantou.

“Comecei a ler alguns livros trouxas.” Ele disse, apressado, como se já estivesse ensaiando para
isso há um tempo. “No Natal.”

"Você leu?” Remus sorriu educadamente. Há anos vinha dizendo a Christopher que ele estava se
limitando ao não ler livros de autores não bruxos "Como foi?"

"Sim! Tem sido ótimo. Eu gosto mais de poesia ...” foi uma declaração bastante inócua, mas Chris
parecia estar revelando seu segredo mais obscuro. Suas bochechas estavam vermelhas agora, e ele
não o olhava quando falou. "Eu er ... eu gosto muito de Oscar Wilde."

"Ah?" Remus respondeu, firmemente, imaginando para onde isso estava indo.

Ele achava que tinha uma boa ideia do que Christopher queria dizer, na verdade, mas precisava
ganhar tempo enquanto pensava em como reagir. Certamente eles não falariam sobre
isso aqui e agora, às três horas de um sábado em uma sala comunal apenas meio vazia? Haviam
alunos do primeiro ano jogando gobstones no tapete, pelo amor de Deus!

"Sim, e ... e Christopher Isherwood." Chris continuou, valentemente. Ele era corajoso, Remus
decidiu. Essa era talvez a coisa mais corajosa que já havia testemunhado.

“Certo, sim ...” Ele limpou a garganta, desejando saber a maneira certa de responder. "Você talvez
goste de Truman Capote, também."

Christopher olhou para ele, meio ansioso, meio com medo.


"Eles são ... são o seu tipo de escritores também, então?" Christopher estava mordendo o lábio com
força agora, Remus estava preocupado que ele talvez fosse arrancar um pedaço de sua boca.

"Um, sim."

Ele não sabia como se sentia sobre isso realmente. Já fazia algum tempo que tinha uma ideia - mais
do que uma ideia - sobre Christopher. Mas não esperava isso nem em um milhão de
anos. Christopher parecia incrivelmente aliviado e se inclinou,

"Há quanto tempo você sabe?" Ele sussurrou.

Remus se inclinou para trás, em pânico sobre quem poderia estar ouvindo. Ele olhou em volta
rapidamente e esfregou a nuca.

"Cristo." Ele respirou “Eu realmente preciso de um cigarro. Quer dar uma volta?”

Este foi talvez o pior momento possível para falar sobre isso. Mas isso não era culpa de
Christopher. Ele não sabia sobre a situação peluda, ou Greyback, ou a atitude absurda de Sirius
com relação à sua sexualidade, ou mesmo que os marotos estavam planejando ir para a guerra em
apenas um ano. Christopher só sabia uma coisa, e Remus sabia que ele precisava de um amigo.

Os dois foram para a Torre de Astronomia, sabendo que provavelmente estaria vazia - todos os
casais estavam em Hogsmeade hoje. Eles se sentaram do lado de fora, com as costas apoiadas no
parapeito, Remus fumava e Christopher torcia as mãos no colo.

"Há quanto tempo você sabe?" Ele perguntou novamente.

"Desde que eu tinha quinze anos." Remus respondeu. “Antes do último verão. Você?"

“Hum ... eu acho que meio que sempre tive uma ideia. Mas. É, talvez apenas a alguns meses.”

"Vai ficar tudo bem, você sabe." O mais velho disse, esperando que soasse verossímil. Não
era exatamente uma mentira - mas ele não tinha certeza.

“Os outros marotos sabem? Sobre você?"

Remus estremeceu, lembrando-se do calor da pele de Sirius contra a sua mais cedo naquela
manhã. Como ele havia segurado sua mão enquanto chorava. Como ele havia saído mais cedo do
café da manhã para encontrar Emmeline. Então apenas balançou sua cabeça,

“Nah. Ainda não."

“Nenhum dos meus amigos sabe. Você é a única pessoa para quem eu contei.”

Remus não sabia o que dizer sobre isso. Nem todo mundo tinha um Grant, supôs. Ele meio riu,
meio suspirou.

“Desculpe, Chris. Gostaria de ter um conselho ou algo assim, mas também estou tentando
descobrir como lidar com isso.”

"Tudo bem. É bom saber que há mais alguém ... é assim com os trouxas? "

“Hm? Ah, bem ... Quero dizer, há trouxas que são queer, sim. Obviamente, Oscar Wilde e tal. Eles
costumavam poder te mandar você para a prisão, mas é ok agora. Bem. Não é ok. Não é ... quero
dizer, ainda é melhor não ser homossexual, eu suponho. E com os bruxos?”
"O mesmo", respondeu Christopher, taciturno, "Melhor não ser."

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Remus acendeu outro cigarro. Estava se tornando um
hábito terrível; ele lutava para subir as escadas sem ofegar.

"Remus?" Christopher chamou.

"Sim?"

"Estou feliz ... er, estou feliz que se alguém tivesse de...saber ... então estou feliz que seja você."

Deus. Remus pensou, por que você tem que ser tão doce?

***

No geral, havia sido um sábado muito agitado. E ainda nem havia acabado, Remus disse a si
mesmo enquanto permanecia deitado no escuro, o mais imóvel possível, esperando a respiração de
seus amigos se estabilizar, para saber que todos estavam dormindo. Estava parado e quieto para
tentar enganar Sirius - não podia se permitir uma interrupção esta noite. Haviam lugares nos quais
ele precisava estar.

Sim, ok; ele disse a Sirius que não iria para o Cabeça de Javali. Ou, pelo menos, que ele não iria
sem ele. Mas, Remus justificou para si mesmo, isso era muito importante, e ele tinha que ir
sozinho. Não poderia ser responsável por colocar mais pessoas em perigo do que já havia
colocado. E, na verdade, pensou, mal-humorado, enquanto começava a rastejar para fora do quarto,
a capa de James enfiada sob suas vestes, quem era Sirius para exigir alguma coisa de Remus? O
fato de que eles se pegavam de vez em quando claramente não significava que possuía qualquer
direito sobre o outro. Sirius não poderia ter tudo do seu jeito.

Lupin se cobriu com a capa da invisibilidade na escuridão da escada, e então se esgueirou


silenciosamente pela sala comunal meio vazia e para fora do buraco do retrato. Ele tinha o mapa e
sua varinha, e nada mais.

Mais cedo do que esperava, Remus se viu do lado de fora da estátua da bruxa corcunda, e então
estava no túnel, caminhando a uma velocidade que raramente conseguia. Não precisava acender
sua varinha, como sempre fazia quando os outros estavam com ele. Ele apenas avançou no ar frio,
o cheiro de chocolate que ficava mais forte a cada minuto nunca fora menos apetitoso.

Na Dedos de mel, ele foi capaz de passar pela frente da loja com poucos problemas, embora
tivesse um grampo de cabelo que pegou de Mary só por precaução. E de repente, ele estava
lá; sozinho em Hogsmeade. Remus continuou, era a única opção. Já podia sentir o cheiro dela, ela
ainda estava lá, ou estivera recentemente. Seu coração começou a bater mais forte. Estava mais
assustado do que jamais esteve em sua vida - mais assustado do que no ano anterior, acordando
para descobrir o que Sirius havia feito.

Fora do Cabeça de Javali, ele finalmente parou para respirar. O cheiro estava muito forte agora. A
luz brilhava pelas janelas sujas do pub, e Remus podia ver que não havia muito movimento lá
dentro, embora houvesse clientes. Ele puxou a capa, respirando o ar frio de janeiro.

Houve um movimento atrás dele; um ruído, como um suspiro de prazer.

"Aí está você! Quem é um menino bonito, então? "

Chapter End Notes

Oscar Wilde, Christopher Isherwood e Truman Capote são poetas que eram
conhecidos por contestarem a moral sexual vigente, ou seja, eles se relacionavam com
homens.

Bruna (wolfuckingstar) - Algo que gostaria que notassem nesse capítulo é essa
homofobia internalizada do Remus sobre a própria sexualidade. Apesar de ter
reconhecido, acho que até aqui ele ainda realmente desenvolveu nenhum senso de
pertencimento ou orgulho sobre isso, assim como toda a questão de ele ser um
lobisomem. Outro ponto que acho perfeitamente bem retratado na fic é o quanto o
senso de identidade dele vai mudando conforme os anos vão passando e, a partir de
agora, vejo muito que a sexualidade dele também traça um paralelo muito grande com
o fato de ele ser lobisomem, pois as duas coisas são mal vistas pela sociedade e dignas
de repressão. É incrível ver a evolução dele quanto a abraçar a própria identidade, ao
mesmo tempo em que entende o lado político disso.
Capítulo 106: Sexto Ano: A Longa Noite
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Ela não era o que ele esperava. Bem, Remus não sabia o que esperar - mas certamente não era
isso. Ela era pequena, mas tinha o porte de alguém muito mais alto. Suas feições angulares e agudas
se tornavam mais severas por sua cabeça raspada e seus enormes olhos cinzentos que se focavam
nele com o brilho de um predador. A mulher tinha uma boca larga e seu lábio havia sido cortado
em algum momento e estava mal cicatrizado. Ela também tinha cicatrizes; tantas quanto ele, mas
quase invisíveis sob um complexo rendado de pequenas tatuagens circulares, espiralando em sua
pele castigada pelo tempo em sequências indetectáveis.

“Remus Lupin,” ela disse, em uma voz baixa e rouca. Havia um sorriso horrível e ameaçador que
mostrava todos os dentes – dentes em mau estado, descoloridos e desiguais. "Eu estive esperando
por você, meu querido."

Ele puxou sua varinha imediatamente, adotando uma postura de duelo.

"Larga isso!" Ela rosnou, levantando a mão - suas unhas eram longas, amarelas e com garras,
imundas de sujeira.

Sua varinha caiu no chão e ele engasgou. Remus estava congelado no lugar. A mulher estava a
apenas alguns metros de distância e sua varinha poderia ser alcançada, mas ele não conseguia
mover um músculo. Ela riu, sua respiração pura e branca no ar do inverno, “Eu vi você aqui na
véspera de Natal,” ela disse, apontando para o beco escuro, “Eu vi você lá, com o humano. Eu
segui vocês dois.’’

"O que você quer?" Lupin perguntou, firmemente, olhando para ela. A mulher era repulsiva, suja -
sua capa era grossa e emaranhada de pele de animal, cheia de piolhos e outros vermes. Ela fedia a
floresta, podridão e sangue. Apesar disso, algo o atraia - algo familiar, seguro e acolhedor. Bando,
o lobo disse a ele, um rosnado baixo de algum lugar lá dentro. Alcateia.

"Nós queremos você, irmão." Ela disse, dando um passo à frente.

A loba abaixou a mão, e ele sentiu uma espécie de estalo nos músculos e deu um passo para trás,
automaticamente.

"Nós?" Ele perguntou, encontrando coragem agora que podia se mover novamente. Remus agarrou
sua varinha e ela permitiu.

"Nós. A gente." Ela disse, avançando novamente. A mulher caminhava com um pé na frente do
outro, como um animal. Seus pés estavam descalços nas pedras, pretos de sujeira.

“Quem são 'eles'?” Lupin perguntou, olhando para trás rapidamente. Ele estava quase na porta. Se
recuasse o suficiente, estaria visível por dentro das janelas do pub.
"Sua família, Remus Lupin."

"Ah, ok?" Ele perguntou, ainda distraído com seu progresso em direção ao pub. Precisava se
aproximar de pessoas. "Bem", tentou sorrir, "se somos uma família, é melhor eu pagar uma bebida
para você..."

"Você cheira a terror humano, Remus Lupin." Ela disse, inclinando a cabeça para o lado.

"Desculpe", respondeu com um encolher de ombros. "Você quer uma bebida ou não?"

"Se isso te agrada."

"Ótimo ..." ele abriu a porta com algum alívio e entrou no pub encardido. Nunca havia se sentido
realmente "seguro" no Cabeça de Javali, mas nunca tinha ficado tão feliz por estar cercado por
outros bruxos; das trevas ou não. Haviam talvez cinco ou seis deles, incluindo o velho barman de
barba branca. Alguns fregueses ergueram os olhos por debaixo dos capuzes quando os dois
lobisomens entraram - mas se eles possuíam alguma pista sobre a situação, não deram sinal disso.

A loba se sentou a uma mesa, sem tirar os olhos de Remus por um momento sequer. Ele não pediu
bebidas, apenas se sentou em frente a ela e colocou as duas mãos sobre a mesa, sentindo que essa
era a opção mais segura; esperando que ela visse que não estava planejando atacar.

"Então. Você sabe meu nome. Qual é seu?" Ele não sabia de onde vinha essa atitude arrogante - se
era uma loucura momentânea ou apenas o resultado de sua própria estupidez, mas era o que o
mantinha seguro por enquanto.

“Livia.”

“Livia...?”

“Não precisamos de outros nomes. Pertencemos ao bando.”

"Certo, ok. Então ... você foi enviada pelo bando? "

"Fui enviado por meu pai."

"Greyback."

Ela não respondeu, apenas o encarou com seus olhos estranhos e violentos. Livia não pertencia a
ambientes fechados entre quatro paredes, ele sentiu. A cauda de sua capa estava coberta de lama e
sujeira manchava as partes visíveis de sua pele. De perto, Remus podia ver que suas tatuagens não
eram simplesmente círculos - eram fases da lua. "Greyback é realmente seu pai?" perguntou,
mantendo a voz baixa.

"Ele é nosso pai." A loba respondeu.

“Peça ou saia.” O barman alto e velho apareceu ao lado deles. Remus o olhou, desejando saber
como transmitir pensamentos.

"Er ... cerveja amanteigada, por favor."

Livia não disse nada, e o barman não a questionou, apenas estalou os dedos e a garrafa
apareceu. Ele se afastou arrastando os pés, de volta ao bar. Remus enxugou a borda da garrafa com
cuidado e tomou um gole. Estava muito doce e não gelada o suficiente. “Ok,” ele disse para Livia
novamente, “Você está no bando de Greyback. Isso er ... deve ser bom? Você -"
"Eu chamei por você, Remus Lupin." Livia interrompeu, recostando-se na cadeira. Remus estava
convencido de que ainda não a tinha visto piscar. "Eu ouvi você me chamando, você cantou tão
lindamente."

"Você quer dizer na lua..."

“Eu esperei o máximo que pude, mas a caça estava boa demais e eu estava com fome ...” seus
olhos brilharam intensamente, como se a memória ainda estivesse muito fresca, “Por que você não
veio até mim? Eles não o trancaram; segui seu cheiro por dias depois. "

"Eu não sou um assassino." Ele disse. "Eu não caço."

Ela riu,

"Loucura. O que eles fizeram com você, meu pobre irmão? Meu pai me disse que você tinha
sofrido nas mãos dos humanos, mas eu não sabia quanto.’’

"Eu não sofro." Remus respondeu, indignado. “Tive sorte. Eles cuidam de mim.”

“Pobre menino,” Livia falou tristemente, “Você não sabe. Mas é claro que não é sua culpa. ‘Como
eles poderiam ver mais do que sombras se nunca foram autorizados a mover suas cabeças?’”

"Platão?" Lupin sentou-se, curioso "Greyback permite que você estude filosofia trouxa?"

“Meu pai não impõe limitações a mim. Meu pai deseja que eu seja livre, forte e sábia.”

"E uma assassina."

“Lobos não assassinam. Você sabe disso, Remus Lupin. "

"Mas não somos lobos, somos?" sussurrou. "Nem sempre."

"Nós somos o que somos." A mulher respondeu. Ela estava gostando disso, percebeu. "Você pode
usar esse uniforme e agitar seu galho idiota, mas você sabe que tem mais em comum comigo do
que com qualquer pessoa naquele castelo." A loba lambeu os lábios, "Eu vim trazer você para casa,
Remus Lupin."

"Porque agora?"

“É a hora certa”, ela inclinou a cabeça, “o pai prefere esperar até a nossa maioridade - para que
possamos ir a ele com uma verdadeira compreensão do nosso lugar no mundo; o lugar que a sujeira
humana nos impôs. Mas o tempo é curto para todos nós, esses dias.”

"Eu não vou com você." Ele disse. "Eu pertenço a este lugar. Eu sou um bruxo."

A loba riu de novo, uma risada gutural e profunda que estremeceu em seu peito e o contou sobre
longos invernos frios em lugares difíceis e implacáveis.

“Um bruxo,” ela cuspiu a palavra, tristemente. “Pensar que uma besta magnífica como você
aspiraria ser tal criatura! Você não sabe metade do poder que possui, Remus Lupin. Nem
Dumbledore.”

"Ainda não vou a lugar nenhum."

“Meu pai suspeitou que você seria difícil. Ele está muito ansioso para conhecê-lo.”
Isso enviou um arrepio para a espinha de Remus. Ela sorriu novamente, lendo-o como um
livro. Ele engoliu, secamente, ignorando a cerveja amanteigada agora,

"Eu quero encontrar ele." Respondeu, rigidamente.

"No tempo certo" A mulher acenou com a cabeça, "Uma vez que você entender seu lugar."

"Como ele é?" Remus mal murmurou a pergunta. Os olhos de Lívia brilharam e ele teve a
impressão de que ela não o via; ela estava imaginando algo maravilhoso.

“Ele é magnífico.”

"Você acha isso…?!" Lupin mal conseguia esconder a emoção de sua voz, "Você o chama de pai
depois do que ele fez com você?"

"Ele me elevou." Seus olhos focalizaram novamente, as sobrancelhas franzidas em uma carranca,
“Ele me deu o maior presente. E ele deu a você, Remus Lupin. Seu pai está chamando você para
casa.”

"E é para isso que você está aqui, não é?" Ele a olhou de cima a baixo. Livia deu de ombros
minimamente.

“Meu pai esperava que eu fosse a pessoa certa para persuadi-lo. Eu aprendi na véspera de Natal que
ele estava errado - não sabíamos que seus desejos estavam em outro lugar.” Ela lambeu os lábios
novamente, seus olhos o percorrendo, “Deve saber que isso não será um problema. O bando não
discrimina. Você encontrará alguém que lhe agrade.”

"Eu não estou indo a lugar nenhum." Repetiu. “Você pode dizer isso a ele. E eu quero que você vá
embora antes da próxima lua. "

“Não se iluda, meu querido irmão,” ela arqueou uma sobrancelha, “Eu estou aqui a pedido de meu
pai. Vim falar com você e nada mais.”

"Você assassinou uma mulher!"

“Lobos não podem assassinar, Remus Lupin. Eu esperei por você. Quando você não veio, eu segui
minha natureza. Não é fácil, eu sei. Aprender que o mundo não é o que parece é muito
doloroso. Mas você aprenderá. E você virá até nós.”

Ela batucou um ritmo na mesa encharcada de cerveja com suas unhas nojentas, e mais uma vez
Remus se viu congelado no lugar. Livia sorriu e correu uma garra enegrecida pelo braço dele,
lentamente. Era horrível, vil, revoltante, lhe causava arrepios em sua carne, mas ele não conseguia
escapar.

“Eles vão te prender, exatamente assim,” ela sussurrou, “Eles vão te prender, acorrentar e amarrar
até que você esteja meio louco de fome. Você será espancado e traído. Você ficará sozinho e viverá
com medo. Isso é uma promessa, Remus Lupin. "

Seu coração batia forte contra sua caixa torácica, ele estava tonto de terror, mas ainda não
conseguia se mover, falar ou reagir. A loba cravou as unhas em seu braço, e Remus não conseguiu
gritar, mas lágrimas de dor brotaram de seus olhos enquanto gotas de sangue escuro borbulhavam
por sua pele ferida. “E você virá até nós, rastejando, derrotado, e seu pai irá recebê-lo de braços
abertos e com o amor do bando. Você nunca ficará sozinho novamente.”

* CRACK *
Alguém aparatou no bar, chamando a atenção de Livia. Remus não conseguia virar a cabeça para
ver, mas ela o fez, ainda segurando seu braço com toda a força, o rosto da mulher se tornou azedo
e irritado.

“Argentum creo!” Uma voz rouca gritou, e Livia guinchou, se soltando de Remus e cobrindo o
rosto enquanto correntes de prata saíam do encantamento, enrolando-se em seu pescoço e
braços. Gemendo de dor, ela sibilou para ele,

"Eu te verei em breve, irmão!" Antes de aparatar, com um * CRACK * empolado.

As correntes de prata caíram no chão coberto de poeira como uma cobra brilhante, e Remus caiu
para frente, finalmente livre. Ele se afastou de seu salvador e vomitou, seu braço latejava e a prata
fazia sua cabeça girar.

“Finite.” A mesma voz rouca disse, fazendo as correntes (e o vômito) desaparecerem em um


instante, “Desculpe por isso, Remus.”

Leo Ferox sentou-se no assento oposto, onde Livia estivera segundos antes. Lupin piscou para ele
com os olhos marejados e balançou a cabeça, limpando a boca rapidamente,

"Tudo bem ..." murmurou, sentindo-se fraco e abalado até o âmago. "Obrigado."

"Você está bem?" Ferox perguntou, seus olhos azuis cheios de preocupação paternal.

"Acho que sim, é apenas a prata ..." Remus assentiu, segurando o braço e tomando um gole rápido
de cerveja amanteigada para limpar o gosto amargo em sua boca. "Sim." Então acenou com a
cabeça novamente.

"Bom." O rosto de Ferox ficou sério. Ele estendeu o braço sobre a mesa e deu um tapa na nuca de
Remus. O garoto resmungou e se abaixou, mais por choque do que por dor. Olhou para seu antigo
professor, ferido. O homem lhe encarou de volta "Então, você pode me dizer o que diabos você
pensa que está fazendo!?"

"Eu estava ... ela era ..."

“Eu sei exatamente o que ela era. Nós estamos rastreando ela há semanas.”

"Nós?"

“Eu e o Moody” disse Ferox, impaciente, como se esse não fosse o ponto. “Eu não te disse o quão
perigoso Greyback era? Não fui claro!?”

"Você foi claro." Remus fez uma careta. “Mas eu posso fazer minhas próprias escolhas.”

"Obviamente." O homem rosnou.

O barman alto e de barba branca apareceu no ombro de Ferox, com um copo de Whisky de
fogo. Ele aceitou e engoliu de uma vez. “Obrigado, Aberforth,” acenou com a cabeça para o
barman, que fez o mesmo e se afastou novamente. Ferox balançou a cabeça, ainda zangado. “Você
tem sorte por ele ter visto você. Você tem sorte de ele saber o suficiente para entrar em contato
com Moody antes de contatar qualquer outra pessoa!”

"Por que, quem é ele?" Remus se virou para olhar.

"Não importa." Ferox retrucou, chamando sua atenção de volta. "Mas você tem sorte para caralho."
“Ok, ok!” Remus olhou para suas mãos. Seu braço havia parado de sangrar, mas estava doendo de
forma muito desagradável. Quem sabia que tipo de sujeira ela tinha sob as unhas. "Eu sinto muito."

"Não é bom o suficiente, Remus!" O homem suspirou profundamente. “Você foi estúpido e
descuidado, e poderia ter morrido! Você sabe o que eles querem? Você sabe por que ela estava
esperando por você?!”

"Sim." Ele respondeu, grosseiramente, cruzando os braços com cuidado para não bater naquele que
estava doendo "Ela me contou."

Ferox bufou, furiosamente,

“Eles querem fazer de você um deles!”

“Já sou um deles!” Remus gritou, levantando-se tão rápido que seu banquinho voou para trás,
batendo no chão sujo do pub e atraindo a atenção de todos. Ele não se importou e começou a andar
para a porta. Ferox o seguiu para fora. E Lupin andou mais rápido, indo para a Dedos de mel,
“Você não é meu pai. Você nem é mais meu professor, então dê o fora e me deixe em paz!”

Seu terror havia se transformado em raiva tão rapidamente, sua cabeça ainda latejava pela prata e
por ter levado um tapa (assim como a porra Diretora, os adultos malditos são todos iguais), seu
braço doía e coçava mais do que nunca. E Remus não era rápido nem nos seus melhores
momentos. Ferox o alcançou facilmente e agarrou seu ombro,

“Ei! Olha, talvez eu tenha sido um pouco duro, mas ... Jesus Cristo, Lupin! Você deu um susto em
todos nós"

Remus parou ao ouvir isso,

"Todos?"

O homem suspirou novamente.

"Vamos. É melhor eu te levar de volta ao castelo. Há algumas pessoas esperando por você.”

Antes de começarem a caminhar de volta, Ferox lançou um patrono, um pássaro enorme e de


pernas longas, para enviar uma mensagem a Hogwarts de que os dois estavam seguros.

"Dumbledore sabe, então." Remus suspirou.

"Receio que sim."

"E McGonagall, suponho."

"Você estará enfrentando muitas detenções, Remus, não vou mentir para você."

Lupin bufou e olhou para Ferox apropriadamente pela primeira vez. Na verdade - ele não precisou
olhar para cima. Nos dois anos desde que se conheceram pela última vez, o garoto havia alcançado
sua altura. Estavam cara a cara. O antigo professor ainda tinha cabelos dourados, ainda Era
asperamente bonito e castigado pelo tempo, mas não era mais o herói que Remus adorara aos treze
anos. Ele era apenas um homem - um soldado em uma guerra, como todos eles.

"Eu realmente sinto muito." Lupin disse, "Eu sabia que era estúpido, não consigo nem me
explicar."

"Ah, você não precisa, rapaz", Ferox bateu com a mão em seu ombro, "É natural, sabendo o que
você sabe sobre ele."

"Eu nunca conheci outro ... lobisomem ... antes." Falou. "Eles são todos assim?"

Ferox olhou para ele de lado,

"O que você acha?"

Remus pensou sobre isso enquanto caminhavam e, eventualmente, balançou a cabeça.

"Não, suponho que não podem ser." Ele suspirou: “Existem pessoas boas e más. Bruxos bons e
maus. Por que os monstros deveriam ser diferentes?”

"Remus, meu velho amigo, se você pudesse fazer todo mundo entender isso, então não acho que
haveria uma guerra."

***

Ele foi levado direto ao escritório de Dumbledore. Remus nunca havia estado dentro dele antes, e
era quase tão indutor de ansiedade quanto encontrar Livia. Era uma sala arejada de teto alto com
retratos cobrindo as paredes e armários cheios de curiosidades estranhas. Terrivelmente,
Dumbledore estava sozinho, sentado em sua mesa, escrevendo em um longo pedaço de
pergaminho. Lupin ficou em silêncio por, pelo menos, cinco minutos.

"Sr. Lupin." O diretor disse, finalmente. “Parece que sempre nos encontramos nas condições mais
desagradáveis.”

"Sim. Exatamente." Remus concordou. Havia tido uma noite muito ruim para se preocupar muito
com o que Dumbledore tinha a dizer. Eu disse que lutaria pela sua maldita causa, velho, o que
mais você quer?

O diretor observou sua indiferença cuidadosamente.

"Você fez uma coisa muito perigosa esta noite."

"Sim", ele ergueu o braço enfaixado.

"Você sabe que não é a isso que me refiro."

"Eu sei." Remus respondeu, abaixando a cabeça, tentando parecer arrependido. Se ele não tivesse
tido a chance de se acalmar com Ferox, então teria muito mais a dizer. Eu sei, professor, você não
está se referindo a nenhum dano corporal que eu possa ter sofrido. Essa é claramente a menor de
suas preocupações, considerando que eu estive me destroçando por oito anos antes que alguém
decidisse intervir.

Dumbledore, é claro, não sabia sobre o segredo dos marotos. Ele pode muito bem saber sobre os
esforços de Madame Pomfrey para ajudar Remus, mas se soubesse, não demonstrou interesse.
Então Lupin calou a boca e recebeu sua punição, esperando que, eventualmente, Dumbledore o
liberasse e ele pudesse simplesmente voltar para a cama. Houve uma palestra sobre
responsabilidade e maturidade. Um lembrete severo de que a guerra é maior do que ele e que seus
próprios motivos pessoais não importavam. “Todos nós temos que fazer sacrifícios ...” (sim, Remus
zombou, interiormente, alguns mais do que outros, provavelmente.)

"Você entende, Remus?"

"Sim, diretor."

Depois disso, ele teve que dar a Dumbledore um relatório detalhado de tudo que ele e Livia
discutiram. Não foi muito - Remus não pôde deixar de se sentir um pouco decepcionado com o
quão pouco ele havia aprendido sozinho. O velho parecia satisfeito, entretanto - tanto quanto
Dumbledore parecia estar uma coisa ou outra. Vários dos relógios em um dos armários de vidro
começaram a soar e Lupin percebeu que eram três horas da manhã e reprimiu um bocejo.

“Sim,” Dumbledore acenou com a cabeça, como se Remus tivesse acabado de fazer um ponto
muito interessante, “Talvez isso seja o suficiente por esta noite. Você pode ir para a cama, Sr.
Lupin. "

Remus balançou a cabeça sonolentamente e se levantou, esfregando o quadril, que estava rígido por
ficar sentado em assentos de madeira duros a noite toda.

"Professor?" Ele chamou antes de sair. Dumbledore havia voltado a escrever cartas, e não deu
nenhum sinal de que havia ouvido o garoto, então Remus apenas continuou de qualquer maneira,
“Livia disse que eu não sabia metade do poder que tinha. E ela podia fazer magia sem uma varinha,
e magia sem palavras, e-”

“Os talentos dela não eram nada fora do comum, Sr. Lupin,” O diretor respondeu, sem olhar para
cima, “Ela claramente estudou as artes das trevas, e pode ser particularmente talentosa. Não pense
muito sobre isso.”

"OK então." Remus respondeu, ainda mais desapontado. "Er ... o professor Ferox ainda está aqui?"

“O Sr. Ferox vai ficar em Hogsmeade por mais alguns dias. Boa noite, Remus. "

"Hum ... boa noite, diretor."

A Professora McGonagall estava esperando por ele fora do escritório. Ela parecia furiosa, mas não
disse nada.

"Tenho certeza de que você já recebeu bronca o suficiente por uma noite." A professora disse,
rigidamente.

"Ah," Remus suspirou, "Posso aguentar um pouco mais, se isso fizer você sentir melhor."

Ela ergueu uma sobrancelha para ele, resmungou, mas continuou andando. Quando chegaram ao
buraco do retrato, a mulher parou e disse:

“Dois meses de detenção, todas as noites, exceto na lua cheia. E diga a esses meninos para irem
para a cama imediatamente.”

Ele rastejou até a sala comunal e encontrou James, Sirius e Peter lá, esperando em seus
pijamas. James estava andando de um lado para o outro perto da lareira, Peter estava tentando não
dormir, apoiando-se no cotovelo, e Sirius, que estava sentado ereto em uma poltrona, levantou-se
em um salto no momento em que o viu.

“Você acha que isso é uma brincadeira?!” Ele gritou, atravessando a sala, "Fugindo por conta
própria!"

"Por favor, não, Padfoot, estou exausto ..." Remus suspirou, estremecendo. Estava ficando com dor
de cabeça. Ele só queria dormir - chega de conversa esta noite.

"Você tem alguma ideia de como foi descobrir que você sumiu?!" Sirius gritou. Remus ergueu uma
sobrancelha para ele.

O moreno piscou e deu um passo para trás ligeiramente, olhando para baixo. "Para todos nós,
quero dizer."

"Eu posso imaginar." Lupin disse, “E me desculpe, mas, por favor, posso ir para a cama? Você
pode brigar comigo de manhã. "

"Sim, relaxa, Black." James se aproximou e colocou a mão no ombro de Sirius. O moreno encolheu
os ombros, agitado. Potter suspirou, tirando os óculos. “É tarde, estamos todos cansados. Tem
certeza que está bem, Moony? "

"Tenho." Remus acenou com a cabeça, muito, muito grato a James Potter.
Capítulo 107 : Sexto Ano: Negociações
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Domingo, 15 de janeiro, 1977

Ele acordou o mais tarde possível na manhã seguinte para adiar novos confrontos. Não poderia
falar com eles, ainda não, não até que sua cabeça estivesse em ordem. Eles teriam tantas perguntas
- algumas não conseguiria responder, outras, não queria. Lupin tomou banho por mais tempo do
que o normal - algo de Livia parecia se agarrar a ele, então aumentou a pressão da água, tentando
afogá-la. As marcas de garras que a mulher havia deixado já estavam sarando, mas ainda coçavam
sob seu suéter de lã áspero.

Lavado e vestido, Remus foi até seu baú e procurou um pedaço de pergaminho antes de rabiscar
uma nota desordenada:

Se você ainda estiver na aldeia, gostaria de falar com você novamente.

Dobrou-a às pressas, enfiou no bolso e se dirigiu ao corujal. Os marotos estavam todos no salão
comunal, quase no mesmo estado em que estiveram na noite anterior. Remus os olhou em pânico,
então abaixou a cabeça e continuou andando.

“Moony, espere ...” os meninos o seguiram, todos os três, pelo buraco do retrato. Não importava,
não podiam discutir isso abertamente, ele sabia disso e eles sabiam também.

"Vou ao corujal." disse, marchando a frente.

"Você não quer café da manhã?" Peter perguntou.

"Depois."

"Moony, podemos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite?" James perguntou, ainda
parecendo muito cansado. Remus supôs que ele estava suportando o impacto da frustração de
Sirius. Bom; deixe outra pessoa fazer isso um pouco.

"Aqui não."

Infelizmente, todos o seguiram até o corujal – que, por acaso, estava completamente vazio - exceto
por corujas, é claro, a maioria das quais estavam dormindo.

"Para quem você está escrevendo?" Sirius perguntou imediatamente. Remus fechou os olhos,
suspirou e voltou a amarrar seu bilhete na coruja mais próxima.
“Ferox. Meu antigo professor.”

"Por quê?!"

Lupin largou o barbante que estava usando e resmungou quando teve que se curvar para pegá-
lo. Então, continuou a explicar, calmamente.

“Ele está em Hogsmeade. Eu o vi ontem à noite, mas quero vê-lo novamente.”

"O que ele estava fazendo em--"

Lupin resmungou novamente, se atrapalhado em sua terceira tentativa de amarrar o bilhete na


perna agitada da coruja. Sirius estava parado perto demais, inclinado sobre ele, exigindo respostas
e Remus mal conseguia se concentrar.

“Ele está trabalhando com Moody e foi convocado para me trazer de volta...”

“Convocado por quem?”

"Puta que pariu, me dê um minuto, ok?!" Explodiu.

Black deu um passo para trás, parecendo que gostaria muito de dizer algo, mas estava mordendo a
língua. James tocou seu ombro novamente. Remus ignorou os dois e amarrou a carta ao pássaro -
talvez um pouco apertado demais, porque a coruja o bicou com raiva antes de voar em direção à
aldeia. Ele poderia ficar lá esperando, talvez não demorasse muito. Mas seu estômago roncou,
então se virou para olhar para seus amigos.

"Está bem. Café da manhã?"

“Você vai nos contar...”

“Sim, Padfoot, sim. Vamos hum ... pegar uma torrada e dar uma volta ou algo assim, ok? "

Então foi isso que fizeram. Remus passou manteiga em, pelo menos, cinco fatias de torrada no
Salão Principal, embrulhou-as em guardanapos e enfiou todas nos bolsos de suas vestes. Os outros
três marotos o seguiram, observando com cautela, como se ainda não tivessem certeza do que fazer
com ele.

"Certo." Disse, uma vez que estavam do lado de fora: “Vocês todos precisam calar a boca e me
deixar contar, ok? Sem interrupções.”

Todos assentiram solenemente enquanto caminhavam. Ele viu Sirius apertar os lábios. Difícil,
Remus pensou, maldosamente. Você vai me ouvir, pelo menos uma vez . Então, falou.

Havia achado muito mais fácil do que contar a Dumbledore - pelo menos sabia que, com certeza,
os marotos estavam ao seu lado. Ele tentou explicar tudo com o mínimo de contexto emocional
possível. Sabia que havia um lobisomem por perto. Foi procurá-los, conheceu Livia, Ferox acabou
intervindo.

“Moody falou comigo no verão passado”, explicou, finalmente, “Ele disse algo para mim, e isso
me fez ... apenas me fez pensar sobre o quão útil posso ser, só isso. Eu tenho que parar de olhar
para o meu problema como ... bem, como um problema. Se vamos guerrear com criaturas das
trevas, então, como uma criatura das trevas, eu quero ser ...”

"Você não é uma criatura das trevas." James disse, de repente, "Você é nosso Moony."
Remus encolheu os ombros. Não teria apostado que James fosse ser o primeiro a interromper, mas
agora estava muito feliz por ele ter feito isso. Então, deixou a pausa no ar; não havia mais nada a
dizer. James ainda estava olhando para ele, com uma pequena ruga entre as sobrancelhas. O
menino empurrou os óculos para cima do nariz, claramente pensando muito profundamente. Peter,
é claro, parecia ansioso. Ele estava olhando para os próprios pés, esfregando as mãos. Remus não
olhou para Sirius. Em vez disso, procurou seus cigarros.

“Então,” Potter disse, depois de engolir em seco, “Ela se foi agora, não é? A lobisomem?"

"Livia," Remus o corrigiu, o cigarro entre os dentes, "Sim, acho que Ferox a assustou."

“Certo,” James acenou com a cabeça, muito mais confortável falando sobre ações sólidas, “E
aposto que com Moody no caso, ela não volta tão cedo, hein? Então, você está com muitos
problemas? Com Dumbledore? "

"Acho que não." Lupin suspirou, esfregando o quadril dolorido, "Eu acho que Dumbledore estava
mais preocupado comigo estragando seu plano de espionagem, do que por eu ter quebrado
qualquer regra."

“Ele não gostaria de te ver machucado. Ou qualquer um de nós.” James disse, sinceramente. Ele
observou a postura desajeitada de Remus, "Vamos, tem um banco aqui perto, você pode terminar
sua torrada lá."

Todos caminharam lentamente em direção à beira do lago, onde havia alguns bancos de
pedra. Estava muito frio para qualquer outra pessoa sair neste horário de domingo, e Remus
observou a névoa do fim da manhã se espalhar pela superfície escura da água, enquanto mastigava
os restos de suas torradas. Sirius não havia falado desde o corujal, e Remus estava tentando não
notar. Black se sentia traído - ele sabia disso, tanto quanto sabia seu próprio nome. Se sentia traído
mesmo que, realmente, não tivesse o direito de se sentir assim. Isso não é sobre você. Lupin queria
sibilar para o Sirius triste e silencioso.

“Não posso acreditar que todos nós dormimos durante a noite mais emocionante do ano,
hein.” James o cutucou, tentando trazer um pouco de suavidade para a atmosfera sombria.

“Não foi tão emocionante,” Remus sorriu de volta, dando a ele o que queria, “Eu fui um merda. Se
Ferox não tivesse aparecido... não sei.’’

"Você acha que ela poderia ter aparatado com você?" Peter perguntou, ainda torcendo suas
mãozinhas rechonchudas.

"Não sei." respondeu, “Eu acho ... eu tive a impressão de que, de certa forma, ela precisava que eu
concordasse. Como se tivesse que ser eu quem tomaria a decisão - caso contrário, suponho que
todos eles poderiam simplesmente se unir e me sequestrar.”

"Bem então!" Potter disse, batendo em sua coxa, de forma triunfante, “Não há nenhum problema,
então, não é? Bem, quero dizer, não há dúvida.”

"Não, claro que não." Remus disse, rapidamente, "Eu nunca me juntaria a Greyback."

"Bem, então." James repetiu, satisfeito.

Lupin olhou para as mãos, ainda oleosas por conta torrada. Ele as enxugou nas pernas da
calça. Claro que não. Claro que ele nunca faria. Exceto. "Moony?" Potter chamou, sentindo um
estranho silêncio.
"Eu nunca me juntaria a ele." Remus disse, com cuidado. "E Livia era ... ela era horrível, mas." Ele
respirou, "Nem tudo que ela disse estava errado."

"O que isso deveria significar?" Sirius explodiu. Lupin ainda não o olhou, seu corpo ficando
quente.

"Só que - bem, os bruxos nos tratam injustamente e ... e ... ugh, vocês não entenderiam."

Black deu um pulo, como se tivesse sido ferido, a ponto de quebrar. Ele olhou para Remus como se
fosse começar a gritar. Então se afastou, em um ritmo impossivel de ser seguido.

"Black!" James se levantou, "Ei!"

“Tudo bem." Remus acenou com a mão, "Desculpe, eu não deveria ter dito nada, não posso
explicar direito."

"Ele tem sido um idiota mal-humorado ultimamente." Potter bufou, ainda observando o outro
garoto ir embora.

"Vá atrás dele, se quiser," Lupin disse. “Honestamente, você é o melhor em acalmá-lo quando ele
está assim. Eu e o Wormy vamos encontrar você mais tarde, certo? "

"Ok ..." James disse, já se movendo, "Obrigado, Moony!"

"Aqueles dois são tão estranhos às vezes." Peter resmungou, observando James correr. “Eu juro que
nunca mais sei o que se passa com as pessoas. É tudo guerra isso e guerra aquilo ...”

"Sim, é um pouco chato, não é." Remus respondeu. Ele quis dizer isso sarcasticamente, mas o
pobre Peter nunca foi muito rápido para entender.

“Sim, você sabe o que quero dizer, não é, Moony? Eu só acho ... temos apenas dezesseis anos, não
podemos pensar em outra coisa senão fazer a 'coisa certa' o tempo todo? Costumávamos
nos divertir.”

Lupin estava apenas ouvindo pela metade. Ele se espreguiçou, esfregando o quadril novamente
para ver se ele se moveria.

“Acho que preciso voltar para a cama, Pete. Ou a biblioteca. Por que você não vai ver Dezzie?”

"O que? Você não sabia?!” Peter o encarou incrédulo, enquanto ajudava Remus a se levantar.

"Sabia o que?" perguntou, arqueando as costas novamente para ter certeza que estava tudo no
lugar.

"Ela me deu um fora."

"Ah, merda." Lupin piscou, “Desculpe, cara! Foi ontem à noite também? "

“Semana passada.” Peter disse, com uma frieza incomum em sua voz.

"Desculpe!" Remus respondeu, envergonhado. Ele não achava que tinha realmente falado com
Peter sobre qualquer coisa nas últimas semanas - estivera tão envolvido com Sirius, e a alcateia, e
Sirius e Christopher ... ele decidiu que focaria mais em seus amigos. Afinal, assim que fizesse
dezessete anos, eles seriam tudo o que tinha. "Eu realmente sinto muito, Wormtail." Disse,
gentilmente: "Quer jogar xadrez?"
***

Segunda-feira, 16 de janeiro, 1977

Remus ficou genuinamente triste ao ouvir sobre Peter e Dezzie. Ela nunca fez parte do grupo deles,
mas era uma garota legal e deixava Peter feliz - ela havia dado a ele algo que James e Sirius não
haviam, e isso era especial por si só. O rompimento foi ostensivamente devido a uma mudança de
atitude. Eles namoravam desde os quatorze anos, e aos dezesseis, parecia que Desdêmona queria
abrir um pouco as asas.

"Ela poderia mudar de ideia?" Remus sugeriu a um Peter carrancudo no terceiro jogo de xadrez.

"Duvido," Pettigrew bufou. “Acho que ela tem uma queda por aquele tal de Roman
Rotherhide. Babaca. Cavalo para F3.”

"Eu pensei que Mary estava saindo com ele?"

“Mary sai com todo mundo,” Peter riu, maldosamente. "Ela é como a versão feminina de Padfoot."

A resposta de Ferox chegou mais tarde naquele domingo à noite.

Remus,

Infelizmente, não posso convidá-lo para Hogsmeade, mas posso encontrá-lo para jantar na
segunda-feira à noite no castelo. Encontro você fora do Salão Principal às 18h.

Isso foi ok. Bom o suficiente - ele poderia perguntar o que precisava perguntar em qualquer
lugar. Como de costume, Remus foi para as aulas na segunda-feira e contou aos marotos na hora do
almoço. Sirius voltou a falar com ele, mas não adequadamente. Para cada pequeno passo à frente,
ele e Remus pareciam dar três passos enormes para trás.

“Vou tomar chá com Ferox esta noite”, explicou. "Então, não vou ver vocês mais tarde."

Ele sabia que James tinha treino de quadribol, e Peter o estaria assistindo, agora que ele não tinha
namorada. Sirius se endireitou.

"Devemos ir também?"

"Por quê?" Remus perguntou, fixando-o com um olhar frio. Black deu de ombros e olhou de volta
para sua sopa.

Quando o relógio marcou seis horas, Lupin estava praticamente marchando pelos corredores. Ele
não queria parecer muito ansioso, então esperou no piso acima antes de descer a escada principal,
apenas um minuto depois da hora marcada. O que acabou sendo um engano. Quando chegou lá,
Mary havia encontrado Ferox e puxava conversa.
"Remus!" Ela sorriu enquanto ele descia, "Olha quem está aqui!"

"É o Sr. Lupin quem estou aqui para ver," Ferox sorriu facilmente, apertando a mão de
Remus. Tudo parecia muito adulto.

"Estou tentando convencê-lo a voltar e nos ensinar de novo," Mary explicou alegremente,
"Sentimos falta dele, não é, Remus?"

"Er ... sim, claro." Lupin concordou. Mary sorriu e tocou seu antebraço, inclinando-se para ele de
uma forma muito familiar. Ele não conseguia se lembrar se ela já havia feito isso antes.

"Você pode esperar aqui?" Ela perguntou a Ferox, ainda tocando Remus, "Marlene descerá em um
minuto, ela adoraria ver você ..."

“Temo que precisamos ir”, Ferox disse, gentilmente, “Talvez outra hora, Srta. MacDonald. Remus,
vamos? "

Remus seguiu Ferox escada acima, ao invés de irem em direção ao corredor, deixando Mary lá
embaixo. "Achei que poderíamos ter um pouco de privacidade", o ex professor murmurou, "O
professor Kettleburn gentilmente me emprestou meu antigo escritório."

Remus só esteve no escritório de Trato das Criaturas Mágicas uma vez desde que Ferox saiu - para
solicitar uma extensão de uma redação depois da lua cheia. Kettleburn era um tipo de homem
espartano, que optou por não decorar a sala, mas haviam pilhas de papeladas espalhadas por todo o
lugar. Ferox arrumou isso cuidadosamente com um assobio de sua varinha, antes de convocar
bebidas e dois pratos para o jantar. A comida apareceu exatamente como no Salão Principal -
presunto, ovo e batatas fritas desta noite.

"Meu favorito," Ferox sorriu, apontando para Remus começar a comer. Os dois ficaram quietos por
alguns minutos, e o aluno gostou da novidade de compartilhar um jantar com um amigo, ao invés
de com centenas de pessoas.

"Então." Ele disse, comendo o resto de sua gema de ovo com uma batata frita, "Eu queria falar
sobre Livia."

"Olhe para você", O professor acenou para ele, "Dois anos atrás, eu mal conseguia faze-lo me dizer
duas palavras sobre você."

Remus encolheu os ombros,

“Não há mais tempo para ser tímido, suponho. Há uma guerra acontecendo.”

"Eu sei muito bem disso, não sei?" Ferox suspirou. "Tudo bem, vá em frente, rapaz,"

"Está bem." Remus respirou fundo. “Eu não quero me juntar a ela - eles - Greyback. Eu não quero
fazer parte de seu ... seu bando, ou algo assim. "

O mais velho assentiu, mas não disse nada. Remus, encorajado, continuou, “Mas ... eu acho que
poderia encontrá-los facilmente. Eu acho que eles poderiam me encontrar. E eles ainda me
querem. É isso que Dumbledore quer, não é? Um atalho para os lobisomens. Eu posso fazer
isso. Sei que o que fiz foi estúpido - e não vou fazer de novo, não enquanto estiver em Hogwarts,
não até ter, pelo menos, a maioridade. Mas ... agora eu a conheço, agora eu sei como eles são, não
tenho medo. Eu posso fazer isso."

"Eu vejo. Dumbledore disse ...”


"Não, mas não sou estúpido." Remus disse, com desdém, “Ele não me pediu para fazer nada,
porque ele nunca pede. Ele apenas garante que você saiba o que ele quer. Mas há coisas que eu
também quero.”

"E o que é isso?"

“Não vou me registrar, no meu aniversário.” Lupin disse, firmemente. “Não vou me expor ao
ministério. Eu investiguei - se eu fizer isso, terei que me apresentar a eles por três dias, todos os
meses. Eles vão me prender – eu acho, não ficou muito claro com as informações que eles
divulgam. Não consigo manter um emprego assim. Se Dumbledore precisa de um espião, então ele
precisa que eu não seja rastreável também. "

"Entendo", disse Ferox novamente, "mas ..."

"Eu não terminei." Remus o cortou. "No futuro. Se vencermos. Eu quero anistia para os
lobisomens. Até para o bando de Greyback. Não Greyback, obviamente, mas seus seguidores.”

"Remus, isso é completamente-"

"Não, não é." Lupin cruzou os braços. “Você não sabe. Livia pode ser uma idiota, mas ela não está
errada. A escolha entre liberdade sob Greyback ou prisão sob o ministério é fácil de fazer.”

Ferox o olhou por um longo tempo. Remus bebeu seu suco de abóbora, com a garganta muito
seca. Seu coração batia tão rápido que ele pensou que o professor poderia ouvir.

"Essas não são necessariamente coisas que Dumbledore pode fazer", ele disse, lentamente.

"Besteira." Remus largou sua taça na mesa, um pouco forte demais.

"Eu posso levar para ele." O ex professor suspirou, parecendo derrotado, "Mas eu não posso fazer
promessas."

“Bem,” Lupin respondeu friamente, “Eu faço dezessete em dois meses. Portanto, esse é o prazo.”

"Caramba." Ferox coçou a cabeça. Ele parecia impressionado, em vez de zangado “Você me faz
lembrar do Lyall agora. O que aconteceu com o garoto de cabeça quente que estava sempre se
metendo em encrencas? "

"Eu ainda tenho a cabeça quente." Remus disse simplesmente, “Acho que Lyall provavelmente
também tinha. Não é que eu ache que Dumbledore pode resolver todos os meus problemas. Mas eu
queria colocar todas as minhas cartas na mesa.”

"Justo." O homem acenou com a cabeça. "Tudo é justo no amor e na guerra, hein?"

"Eu não saberia sobre isso." Respondeu.

Seus pratos desapareceram de repente, e então reapareceram, trazendo duas grandes fatias de bolo
de chocolate coberto com frutas. Eles comeram em silêncio, ambos imersos em pensamentos,
ocasionalmente trocando olhares.

"Como vai com o Moody?" Remus perguntou, casualmente. "Suponho que você provavelmente
não pode me dizer nada."

“Você provavelmente está certo.” Ferox assentiu. “Mas Moody está bem. Completamente maluco,
mas estou feliz por ele estar do nosso lado.”
"E Achilles?"

"Achilles está bem." O mais velho sorriu. “Ficando com um amigo meu. Falando nisso - há quanto
tempo o romance está acontecendo, hein, Lupin? "

"O quê?!" Remus o encarou com olhos arregalados. Ferox riu,

“Com a senhorita MacDonald, lá embaixo? Eu teria pensado que você combina melhor com
Marlene, mas suponho que o coração quer o que quer, hein?’’

"Ah!" Relaxou, "Não, Mary é apenas uma amiga."

"Hm", O homem resmungou, obviamente não acreditando muito nele. "O que causou essa
mudança de personalidade, então?"

“Por que tem que ser sobre uma garota? Dois anos é muito tempo.” Remus disse, irritado. “Não é
como se eu tivesse mudado de repente. Olha, a primeira vez que disse que ajudaria Dumbledore a
lutar, foi quando eu tinha quatorze anos.” Ele tentou explicar. "E então, no ano passado, James
Potter disse que planejava se juntar também, assim que saísse da escola, e
todos nós dissemos que também iríamos, e eu ... É obvio que eu iria, você sabe, mas só porque
James e Sirius queriam. Eu mesmo nunca tive um motivo, na verdade.”

“Todos vão sofrer, se você-sabe-quem ganha.” Ferox disse.

"Sim, suponho." Remus assentiu diplomaticamente. "Eu sei. Mas eu quis dizer ... bem, eu nunca
tive muito interesse nisso antes. Agora que conheci Livia, não acho que nada vai ser tão bom para
mim depois que a escola acabar, não importa quem esteja no poder. Eu quero uma chance. Se eu
viver.”

“Você não deve se comparar a eles, Remus. Ao bando"

“Eu realmente não posso evitar, posso? Todo mundo vai fazer isso por mim. Você conhece meu
amigo, Sirius Black?”

“Não muito bem.” O homem respondeu. “Os Potters o acolheram, não foi? Achei um pouco
estranho, conhecendo a família dele.”

"Exatamente!" Remus disse, triunfante, “Sirius é meu melhor amigo, e um Grifinório, e os Potter o
amam – mas, para todos os outros, ele ainda é um Black. Ele vai passar o resto da vida tentando
não ser, não importa quantas coisas boas faça. Porque as pessoas nunca esquecem coisas assim -
elas pensam que o que você é, faz de você quem você é. É o mesmo para mim."

Lupin estava lutando para continuar explicando. Ferox parecia completamente perdido. Ele
suspirou pesadamente, “Sinto muito que tenha que passar por você. Você é a única pessoa que
conheço e confio que tem alguma importância para Dumbledore. A única pessoa que confia
em mim.”

Ferox o observou novamente, com uma expressão firme.

“Eu vou tentar, Remus. Você está pedindo muito.”

Lupin franziu a testa. Ele pensou em Livia - seus pés descalços, suas roupas esfarrapadas; sua tosse
terrível e o olhar vazio em seus olhos. Não era jeito de se viver.

Poderia estar pedindo muito. Porém, Remus nunca havia pedido nada antes em toda sua vida. Ele
esperava que Dumbledore se lembrasse disso.

Chapter End Notes

Uma coisa que eu queria que prestassem atenção sobre esse capítulo é o preconceito
velado de todos (mas, explicitamente do James) ao afirmar que o Lupin não é uma
criatura das trevas (como se, ser uma criatura das trevas fosse algo essencialmente
ruim) e também por não dizer o nome de Livia e só chama-la de ‘lobisomem‘. Esse
capítulo traz muito dessa problemática identitária, a essa altura o Remus começa a se
reconhecer pelo que ele é e é incrível. Ele começa a reconhecer que ser uma criatura
das trevas (e ser homossexual) só é negativo e ruim se você fizer disso algo negativo
ou ruim.
Capítulo 108: Sexto Ano: Mary Mary
Chapter Summary

Atenção para sexo hétero.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Mary, Mary, where you goin' to?

Mary, Mary, can I go too?

This one thing I will vow ya,

I'd rather die than to live without ya,

Mary, Mary, where you goin' to?

- ‘Mary’, The Monkees

Sexta-feira, 5 de fevereiro de 1977

O resto de janeiro pareceu passar rapidamente em um borrão, e Remus apenas tentou voltar ao
normal. A lua cheia caiu no início do mês e ele ameaçou trancar os marotos fora da Casa se eles
não prometessem ficar do lado de dentro desta vez. Eventualmente, sabia que iria fraquejar e
permitir que começassem a deixá-lo sair novamente - mas ele sentiu que deveriam ter cuidado, pelo
menos por um tempo.

A distância repentina entre Remus e Sirius era dolorosa, e tornou-se ainda mais difícil pelo fato de
que o relacionamento deles (se poderia ser chamado dessa forma) sempre fora um segredo. Lupin
recorreu à sua tática usual, enterrando-se em seus estudos, enquanto Sirius se absorvia em
Emmeline. Ele estava de mau humor, Remus sabia. E pela primeira vez, não o culpou. Toda a
situação complicada só provou para si que eles deveriam que parar com isso o mais rápido
possível. Estava se tornando impossível permanecerem como amigos, e eles precisavam ser amigos
antes de qualquer coisa.

O problema era que Black não havia vindo até ele desde aquela noite em que dormiram na sala
comunal. Remus estava apavorado que isso significasse que já havia acabado - que Sirius havia
chegado à essa conclusão por conta própria, e simplesmente decidiu parar. E Remus não permitiria
isso. Não poderia simplesmente acabar, sem nenhum dos dois dizer nada a respeito. Poderia?
Você segurou minha mão. Ele queria dizer. Você me viu chorar.

No dia seguinte à lua cheia de fevereiro, Lupin estava deitado em sua cama de hospital de costume,
pensando nessas coisas. Ele tinha um corte no braço, no qual Madame Pomfrey lhe disse para
praticar seus feitiços de cura. Era muito básico, mas estava tão cansado após sua transformação,

“Você tem que tentar, querido,” a medibruxa disse, sem compaixão, “Você queria ser capaz de
cuidar de si mesmo depois das luas, então você apenas terá que aprender a encontrar a força.”

Ele cutucou o corte, que já se curava sozinho de qualquer maneira, fazendo outra tentativa
indiferente de consertá-lo. Nada. As marcas que Livia havia deixado estavam desbotadas, quase
rosadas, pálidas agora, e Madame Pomfrey pensou que provavelmente iriam desaparecer com o
tempo, já que não eram feridas inerentemente mágicas.

"Você está liberado para sair", a mulher falou alto, de seu escritório. "Se você vai ficar sentado aí
lamentando ... Vá ver seus amigos."

Remus não se incomodou em dizer a ela que eram seus amigos - ou melhor, um amigo em
particular - que ele estava lamentando sobre. Mas nem pensou duas vezes quando ela lhe deu
permissão para ir. Levantou, se vestiu rapidamente e saiu apressado da ala hospitalar,

“Vejo você na terça!” Ele gritou, ao sair.

Era depois do almoço, e havia apenas uma aula naquele dia na parte da tarde - Trato das Criaturas
Mágicas - para a qual Remus não estava muito no humor. Estava à frente do resto da classe de
qualquer maneira, e ninguém sentiria falta dele. O menino desceu pelos corredores sem rumo por
um tempo, ainda pensando em Sirius e Emmeline, e como que ele poderia... espere um minuto.

Ele parou e franziu a testa, olhando para o retrato mais próximo. Algo estava muito estranho. A
pintura retratava um bruxo idoso com cabelo ralo e um cavanhaque bem cuidado espiando por um
grande telescópio dourado. Por alguma razão, o bruxo estava usando uma enorme peruca
encaracolada vermelha brilhante. Não parecia incomodá-lo - ele apenas ajustava a visão em sua
engenhoca, murmurando baixinho para si mesmo. Remus bufou e olhou para o próximo quadro.

Este continha um grupo de jovens pastoras bonitas e rechonchudas cuidando de seu rebanho -
e todas elas usavam perucas vermelhas brilhantes também. O mesmo com o próximo quadro - uma
bruxa carregando uma cesta de frutas transbordando, cachos escarlates caindo de sua cabeça. E o
próximo - um monge de aparência sinistra, cuja peruca vermelha, na verdade, ficava em cima do
capuz. Nenhuma das pessoas nas pinturas pareciam perturbadas, enquanto Remus seguia o rastro
de bizarros enfeites de cabeça até o mezanino do terceiro andar.

"Padfoot!" Remus engasgou quando encontrou o culpado.

Sirius estava à vontade, as mãos nos bolsos, conversando casualmente com uma pintura de uma
ninfa do mar risonha em uma grande moldura dourada. Quando ela viu Lupin, ela deu um grito e
mergulhou nas ondas abaixo.

"Aw, Moony, por que você a assustou?" Black resmungou, "Eu estava prestes a lançar o feitiço."

"Isto é brilhante!" Remus sorriu, gesticulando para todas as pinturas pelas quais passou, “Como é
que você nunca me disse que estava fazendo isso? James está metido nisso? "

"Sim, ele está cuidando da ala leste," Sirius acenou com a cabeça, passando para a próxima
pintura. “Nós acabamos de ter a ideia, voltando para a cama esta manhã. Desculpe, pensei que você
ainda estaria dormindo.”
"Madame Pomfrey me deixou ir ..."

"Ah, certo. Você provavelmente vai querer ir à biblioteca ou algo assim? Estou quase terminando
aqui, não há necessidade de você ficar. "

“Não, eu -”

"Ah merda!"

O grande relógio de pêndulo do salão havia começado a soar - todas as portas das salas de aula
estavam prestes a se abrir e os alunos sairiam correndo para a próxima aula. “Eles vão saber que
fomos nós!” Sirius disse, "Rápido!" Ele puxou a capa de invisibilidade de James de suas vestes e a
ergueu como uma tenda.

Remus correu para ficar embaixo dela, agachando-se levemente para compensar a diferença de
altura. Ambos recuaram contra a parede e esperaram. As portas começaram a se abrir uma de cada
vez, e torrentes de alunos encheu o espaço, antes silencioso. Invisível e preso, Lupin percebeu que
esta era a melhor chance que ele teve em dias.

"Ei," ele sussurrou, diretamente no ouvido de Sirius. Sentiu o outro garoto ficar tenso. "Você ainda
está bravo comigo?"

"Como ass--"

"Você está me evitando."

"Não, eu não estou." Black o empurrou, de repente, quando uma garota do terceiro ano chegou
perto demais. Ele recuou direto no peito de Remus, de modo que, praticamente, todo seu corpo o
tocava. "James disse para lhe dar espaço." Ele murmurou: " E você me deixou de fora da missão
Cabeça de Javali, mesmo depois que dissemos que iríamos juntos."

“Não era uma missão!” Lupin sussurrou, lutando para manter a voz baixa. As pessoas estavam
notando os retratos vandalizados agora, apontando e rindo ao redor deles. “E eu nunca concordei
em irmos juntos!”

“Bem, isso passou a mensagem de que você queria espaço!” Sirius atirou de volta. Ele se virou para
poder sussurrar no ouvido de Remus também. Eles ainda estavam se tocando em alguns lugares,
tentando não o fazer em outros.

"Eu sinto muito, ok?" O mais novo respondeu "Não achei que você fosse levar isso tão a sério!"

"Eu não estou levando isso a sério!" Sirius balbuciou, mortalmente ofendido, "Você faz parecer
como se..."

"Como o quê?" Remus desafiou.

Podia sentir Black começando a se afastar, então o beijou. Foda-se. Felizmente, Sirius o beijou de
volta e, conforme os corredores se esvaziavam mais uma vez, o barulho lentamente diminuindo, os
dois garotos escondidos sob a capa permaneciam completamente alheios.

Finalmente, Sirius se afastou e Remus permitiu.

"Então, agora você gosta de mim de novo." Sirius resmungou. "Não consigo te entender, porra."

"Do que você está falando? Você estava me evitando! "


"Eu pensei que você queria que eu fizesse isso!"

"Bem ... sim, ok, eu queria, mas não até que tivéssemos pelo menos conversado."

"Eu realmente não vejo o que há para falar," Black jogou a capa para longe. Seu cabelo caiu
suavemente de volta ao lugar, enquanto Remus, que estava bagunçado graças a estática, teve de
alisar o seu com as mãos. "Ou estamos fazendo... você sabe, ou não estamos."

Deus, eu adoro discutir com você, Remus pensou, sentindo o calor subir por seu pescoço, o desejo
por Sirius quase queimando-o, eu poderia discutir com você para sempre.

"Então?!" Black perguntou, se afastando, tirando-o de sua névoa luxuriosa. "Qual vai ser?"

"Bem, é um pouco injusto me perguntar isso agora ..."

Sirius mordeu o lábio inferior e ergueu uma sobrancelha. Remus Lupin meio que quase morreu ali
mesmo.

"Vamos, então." Black sacudiu a cabeça, movendo-se em direção à escada mais próxima, "Vou
faltar Adivinhação, e o dormitório está vazio ..."

***

Quinta-feira, 10 de fevereiro de 1977

Que bagunça. No final da semana seguinte, eles estavam basicamente de volta ao início
novamente. Sem falar, apenas tocar. Sirius saia publicamente com Emmeline, e à noite ele se
esgueirava para a cama de Remus - desde que a barra estivesse limpa, é claro. Black era nada se
não discreto, neste caso pelo menos. Por outro lado, Lupin estava achando essa parte mais difícil
do que nunca.

Alguns meses atrás teria estado bem - ele havia estado bem. Apenas mais um segredo para
adicionar à lista, outra parte de si mesmo que não deveria deixar que os outros vissem. Mas muita
coisa aconteceu desde então. Lily sabia que ele era um lobisomem, por exemplo - isso fora um
alívio surpreendente. Compartilhar o segredo com ela havia sido uma coisa boa; tinha
certeza. Então havia Christopher, tão corajoso em abrir sua alma, e tudo que Remus podia lhe
oferecer em troca eram meias verdades.

No final das contas, Lupin poderia enfrentar um assassino cruel em um beco escuro; poderia fazer
exigências ao próprio Dumbledore. Mas ele não conseguia dizer não a Sirius. Uma verdadeira
maldita bagunça.

Em um momento de fraqueza absoluta, Remus se viu quase confessando tudo para James. Eles
estavam na biblioteca, procurando algum livro obscuro de Defesa Contra as Artes das Trevas,
quando Potter mencionou o Dia dos Namorados, que estava se aproximando.

“Vou convidar Evans para ir a Hogsmeade neste fim de semana, obviamente,” ele disse
alegremente, “Ela vai dizer não, por tradição, mas estou conquistando ela, posso sentir.”

"Mm." Lupin suspirou, passando o dedo pelas lombadas de couro flexível dos textos antigos. Não
que ele quisesse comemorar o Dia dos Namorados - era um dia estúpido e feminino com o qual ele
não queria ter nada a ver - mas se ressentia de todo mundo querer fazer coisas nele.

“E Wormtail realmente chamou Dorcas Meadowes." Potter riu, agachando-se para verificar uma
prateleira inferior, “Você pode acreditar nisso? Às vezes acho que ele tem mais coragem do que
qualquer um de nós.”

"Quem é Dorcas Meadowes?"

“Você a conheceu, não é? Uma lufana de nosso ano.”

Remus deu de ombros.

"Suponho que Sirius vai levar Emmeline para Hogsmeade.’’ Disse.

"Sim, acho que sim." James respondeu, puxando um livro e abrindo-o para verificar o índice. "Ou
outra de suas adoráveis fãs, se ela o deixar antes disso."

"Hmph."

"O que?"

"Nada." Remus balançou a cabeça, pegando um livro ao acaso e fingindo ler.

"Não está julgando um pouquinho aí, está, Moony?" James adulou, sorrindo.

"Não, claro que não!" Lupin lutou para manter o rosto sério, "Padfoot pode fazer o que quiser. Mas
... você não acha que ele ... sei lá, seja um pouco demais, todas essas garotas. Como se ele estivesse
se exibindo."

"Não são muitas garotas, ele está com Emmeline desde dezembro, não é?"

"Janeiro." Remus respondeu maliciosamente. “Ele ficou solteiro no Natal.”

"Bem então. Isso é bom. O resto está apenas flertando. Ele sempre gostou de atenção. "

"Sim, mas..."

"Olha, você só precisa deixar Sirius ser Sirius. Ele é meio babaca às vezes, mas ele passou por
maus bocados. Deixe-o se divertir um pouco se ele quer." Potter se levantou e o olhoude lado,
avaliando. "Sabe, Moony, também não te mataria ter um pouco de diversão."

"Ha." Remus bufou.

"Ah, cara!" James se inclinou por cima do ombro para ler o livro que Remus tinha aberto, "Muito
bem, você encontrou!"

Ter um pouco de diversão. Então, talvez Remus pudesse culpar James - pelo que aconteceu a
seguir, de qualquer maneira.
***

Sábado, 12 de fevereiro de 1977

Ela estava flertando com ele há anos - Remus sabia muito bem o que era flertar, agora. No jeito que
ela sorria, a cabeça inclinada para baixo. A maneira como ela começou a passar a mão em seu peito
quando ele a fazia rir (o que definitivamente parecia acontecer mais do que o normal
também). Aquela remexida fofa que as garotas fazem quando estão arrumando a meia-
calça. Eventualmente, eles se encontraram sozinhos na sala comunal naquele fim de semana de
Hogsmeade, pouco antes do Dia dos Namorados, com o dever de casa terminado, sentados no sofá
- e ela apenas perguntou. O que era muito mais do que Sirius já havia feito.

Remus e Mary sempre foram bons amigos; ele gostava muito dela. Sua natureza alegre e
despreocupada sempre apelou para o lado sombrio dele; e sua confiança para sua introversão. O
menino havia ignorado o flerte completamente, achando-o levemente lisonjeiro, mas de outra
forma, desinteressante, até que ela decidiu ficar no castelo com ele ao invés de ir para Hogsmeade.

"Por que você não está em um encontro, afinal?" Lupin perguntou, enquanto eles terminavam as
últimas anotações para suas redações de História.

“Eu queria passar mais tempo com você,” ela sorriu para ele, acomodando-se no sofá, sua coxa
tocando a dele. "Não posso deixar você aqui completamente sozinho."

“Não sou tão divertido quanto Roman Rotherhide, aposto,” Remus riu, ainda sem acreditar na
direção que isso estava tomando. A mão dela estava em seu joelho. Ela ia deixar lá? Ah, caramba,
não, ela não ia...

"Bem, eu não sei sobre isso", ela disse, com a voz baixa, inclinando-se para ele agora, enquanto
seus longos dedos se moviam lentamente para cima, "Eu gostaria de julgar por mim mesma ..." ela
piscou lentamente e se inclinou, beijando-o suavemente nos lábios. Ele estava congelado no
lugar. A menina sorriu descaradamente, “Bem? Você gosta disso? "

Mary era muito bonita. Ele não era tão próximo dela quanto de Lily, então ele raciocinou - onde
estava o mal? O que quer que estivesse acontecendo com Sirius, claramente não significa que
nenhum dos dois poderia procurar em outro lugar. E se Sirius podia fazer isso, então ele também
podia. Era mais que justo.

Ele a conduziu escada acima.

“Você é adorável,” ela sussurrou, deitada em sua cama, olhos escuros. Remus passou a mão por
sua coxa macia. Entre as pernas, ela estava escorregadia como óleo quente.

Depois, ele não sabia o que fazer com isso. Certamente não havia nada do que reclamar - ela era
linda, e o calor do sangue dela ao redor dele era definitivamente muito excitante. Mas não era o
mesmo que aquelas noites escuras furtivas com Sirius; não havia nada da rica complexidade, do
entendimento seguro. Os seios macios de gelatina de Mary não substituíam o aperto firme de
Sirius. Seus doces suspiros ofegantes não o despertaram da mesma forma que os quentes e ásperos
gemidos de Black.

Após todas as coisas serem ditas e feitas, embora Remus certamente estivesse feliz por ter tido a
experiência, não achava que fosse algo que estivesse muito interessado em repetir.
***

Domingo, 13 de fevereiro de 1977

Apenas um dia após o experimento Mary, Sirius estava de volta. Era meio da tarde, mas James e
Peter estavam na biblioteca estudando para o próximo exame de Estudos Trouxas. Tudo começou
como sempre, em silêncio e em uma necessidade quieta e desesperada. Sirius estava agarrando e
puxando as roupas de Remus - então ele rolou e pareceu parar. Então cheirou o travesseiro.

"Isso é…? Tem o cheiro...” ele inalou novamente. "O perfume de Mary?"

"Sim," Lupin respondeu, inquieto. Ele havia acabado de tirar a camisa e já estava se sentindo
exposto, não tendo certeza se eles estavam parando completamente ou apenas tendo uma conversa
casual. "Ela esteve aqui. Ontem."

“Ah. Certo. Você e ela?"

“Bem ... foi apenas uma coisa de um dia. Isso é ... ok? "

"Sim," os olhos de Sirius turvaram um pouco, como se sua mente estivesse trabalhando muito
rápido. "Sim claro. Bom pra você, cara!”

"Eu sei que vocês dois estavam ..., mas foi há muito tempo agora, e você está com Emmeline,
então..."

"Claro! Estou feliz por você, honestamente, Mary é ótima!”

"Sim, ela é."

Houve alguns momentos de silêncio e Remus considerou colocar a camisa de volta. Mas então
Sirius se inclinou, sua expressão mudando, como uma tempestade passando. Ele tocou a cicatriz
que começava em sua clavícula, arrastou o dedo ao longo do caminho irregular até seu
umbigo. Remus estremeceu.

"Então, como foi?"

"O- o quê?" Lupin só queria fechar os olhos, relaxar sob os dedos longos de Sirius.

"Sexo." Black disse.

Seus olhos se abriram, confusos. Ele queria saber?!

"Foi bom. Ela é, hum ... tão macia, sabe. Quer dizer, você sabe ...”

"Sim," Sirius respirou em seu pescoço, praticamente em cima dele agora, sua mão trabalhando no
cinto do outro.

Depois, eles se sentaram lado a lado e tudo que Remus queria fazer era colocar sua cabeça no peito
em chamas de Sirius, fechar os olhos e apenas ficar. Mas não fez isso. Ele olhou para o amigo, que
já estava acendendo um cigarro, a pele ainda rosada e brilhante, e pensou consigo mesmo, com
tristeza - isso nunca será suficiente.
Capítulo 109: Sexto Ano: Heniokhos
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Sexta-feira 4 março 1977

"Eu vou enlouquecer." Marlene disse uma noite, quando a biblioteca estava fechando. Ela
pressionou os dedos nos olhos, exausta. De tanto passar as mãos nele, seu cabelo estava bagunçado,
como um dente-de-leão. “Achei que os NOMs eram difíceis...”

“Isso rima”, Mary cantou alegremente, enrolando ordenadamente seu pergaminho.

“Útil, obrigado, MacDonald.” Marlene revirou os olhos.

"Foi você quem decidiu continuar em Poções." Mary deu um tapinha de leve na cabeça da amiga
com sua redação enrolada.

“É um requisito para a faculdade de treinamento de curandeiros.” Marlene suspirou. "Eu gostaria


de não ter que fazer isso."

"Eu não sei por que vocês odeiam tanto," Lily bocejou, colocando a bolsa no ombro, "Poções é
divertido, é lógico."

"Ah, cale a boca, Evans." Mary e Marlene disseram em uníssono.

Remus riu e colocou um braço carinhoso em volta da ruiva,

"Pobre Lily", disse ele, fingindo simpatia, "tão incompreendida em sua busca por conhecimento."

Ela riu também, e todos saíram da biblioteca juntos. Eles estavam lá todas as noites da semana -
exceto quando Lily tinha deveres como monitora ou quando Marlene tinha quadribol; então eram
apenas Remus e Mary. O que era surpreendentemente bom - Mary havia feito algumas piadas
provocativas sobre o breve caso deles, mas não mencionou que queria fazer isso de novo, e parecia
estar saindo com Roman Rotherhide mais uma vez. Remus ficou aliviado. Apenas um caso secreto
era o bastante.

Faltava muito para os NIEMs, mas os quatro decidiram reunir novamente seu grupo de estudo este
ano, a fim de revisar a primeira parte do exame. Ainda faltavam mais de um ano para os exames
finais, mas na opinião de Remus e Lily, não existia algo como excesso de preparação,
principalmente com os exames anuais em junho.

“Estou acabada”, disse Mary, quando se aproximaram do retrato da senhora gorda (sua peruca
havia sido removida pelo professor Flitwick apenas alguns dias antes - ela aparentemente havia
gostado muito dela). "Dia livre amanhã?"

"Se você quiser," Remus respondeu, pegando o bocejo dela, "eu disse que faria um grande grupo
de estudos no domingo, então um descanso cairia bem."

“Eu não sei como você faz isso, Lupin,” Mary balançou a cabeça em descrença. "Mas isso é
perfeito, deixa a noite de sábado livre."

"Você tem outro encontro com Roman, não é?" Marlene perguntou, parecendo um pouco irritada.

"Sim, Marlene," Mary revirou os olhos, "Apesar de sua aparente desaprovação ..."

"Eu só acho que você deveria ir mais devagar, só isso!" A loira retrucou, passando os dedos pelos
cabelos novamente.

"Bem, como já discutimos antes, não é da sua conta com quem eu saio, não é?!" Mary disse,
arqueando uma sobrancelha para a amiga. Marlene adquiriu um tom incomum de rosa choque e
olhava para o chão. Remus encarou as duas garotas, surpreso. Ele nunca havia visto elas falarem
assim uma com a outra antes – geralmente, eram melhores amigas.

“Vamos, estamos todos cansados” disse Lily, avançando. “Blatherskite” ela se dirigiu à senhora
gorda, que se afastou para que todos pudessem entrar.

"Evans!" O grito de James os alcançou antes mesmo que estivessem na metade do caminho.

"Sim, sim, boa noite, Potter," A ruiva suspirou, balançando a cabeça. Remus percebeu seu pequeno
sorriso, embora ela tentasse disfarçá-lo por trás de seus longos cabelos.

"E Moony!" James continuous "Onde você esteve?"

“Fazendo amor furiosamente com todas nós, obviamente,” Mary disse, impassível, empurrando
Sirius para o lado para se sentar mais perto da lareira.

"É verdade," Lily sorriu, sentando-se no tapete da lareira, "Ele é um garanhão."

‘’Foi preciso nós três para satisfazê-lo!” Marlene saltou, parecendo um pouco mais feliz.

"Ah meu Deus, por favor, calem a boca..." Remus gemeu, sentando-se em sua poltrona de
costume. "Estávamos na biblioteca, como se você não soubesse."

"Ah, claro," James piscou para ele. "Não diga mais nada, Casanova."

"Brr." Mary ergueu as mãos para o fogo, "Este castelo está congelando."

“A Escócia está congelando.” Sirius respondeu, monótono. Ele levitava um avião de papel
preguiçosamente pela sala, afundado na cadeira.

“É apenas março,” disse Lily, animadamente, “Vai começar a esquentar em breve. Mal posso
esperar pelo verão.”

“Nah, aí vai ser muito quente,” Mary suspirou, “Nosso apartamento é ridículo, mesmo se você
abrir todas as janelas. Mas acho que eu vou receber permissão para usar magia esse ano - eu posso
fazer isso se minha família for trouxa? "

"Ah, eu faço”, a ruiva confessou, mordendo o lábio, "A gente não pode?"
"Por que você não vem e fica comigo, Mary?" Marlene disse “Há mais espaço em nossa casa, é
mais fresco”.

“Bem, eu gostaria de viajar,” Mary pensou, ainda esfregando as mãos. “Não fazemos isso desde
que papai perdeu o emprego. Costumávamos ir à praia todos os anos. Margate ou Skegness.”

"Ooh, eu fui para a Cornualha no ano passado", disse Lily, "Era lindo, acampamos bem perto da
praia."

“Conversas sobre campar novamente.” Sirius resmungou. "Não faça Potter começar ..."

"Evans, eu já te disse o quanto eu amo acampar?" James disse, sorrindo loucamente de sua posição
na lareira. Ele estava brincando com seu pomo de ouro, jogando-o de palma em palma, "É um dos
meus maiores prazeres na vida."

"Estou falando sobre acampamento trouxa, Potter," Lily resmungou, alisando a saia sobre os
joelhos, constrangida, "Em tendas trouxas - sem encantamentos de extensão extravagantes ..."

"Não pode ser tão diferente," James respondeu, sem se intimidar, "Esses dois nunca nem mesmo
acamparam," ele acenou para Remus e Sirius.

"Nós meio que acampamos, no Natal," Remus disse, lançando um olhar ousado para Sirius, que deu
a ele um sorriso lento e conspiratório.

"Ei!" James disse, de repente, jogando o pomo bem alto no ar, em seguida, estendendo a mão para
pegá-lo de volta, "Devíamos todos ir acampar!"

"O que?" Sirius disse, sentando-se.

"Este verão!" Potter acenou com a cabeça, animado, "É nosso último verão antes de todos nós
termos que ser adultos - e todos nós seremos maiores de idade, temos que fazer isso!”

"Todos nós?" Marlene perguntou, olhando para Mary.

"Todos nós", James confirmou. "O que você acha, Evans?"

"Bem ..." Lily olhou para ele, "Barracas separadas para meninos e meninas, certo?"

"Pfft, você não é divertida." Mary sorriu. Lily a chutou do chão e continuou,

“Ok, Potter - com uma condição ...”

"Qualquer coisa!"

"Barracas trouxas."

"Oh."

***
Sábado, 5 de março, 1977

Se você tem dezessete anos de idade, ou fará dezessete em ou antes de 31 de agosto de 1977, você
é elegível para um curso de doze semanas de Aulas de Aparatação com um Instrutor do Ministério
da Magia, começando na segunda-feira, 4 de abril de 1977.

Por favor, assine abaixo se você gostaria de participar.

Custo: 12 galeões.

Remus olhou para o papel fixado no quadro de avisos da Grifinória e suspirou.

"Eu te empresto o dinheiro." Sirius disse, em seu ombro.

"Eu prefiro que você não faça isso."

"Remus, sou ridiculamente rico."

"Estou bem ciente disso." Ele retrucou, irritado e olhou para o quadro novamente. Remus queria
aprender como aparatar por quase todo o seu tempo em Hogwarts. "Está bem." Ele acenou com a
cabeça, “Mas eu vou te pagar de volta. Eu realmente vou.”

"Eu sei," Sirius o cutucou com o quadril, de brincadeira. "Você vai ganhar mais dinheiro do que
qualquer um de nós um dia, seu grande nerd."

"Ha." Remus bufou. "Não é provável, a menos que Dumbledore tome jeito."

"Dumbledore? O que ele tem a ver com isso? "

Lupin olhou em volta, furtivamente. A sala comunal não estava cheia, mas também não estava
vazia.

"Eu não posso te dizer aqui." Ele disse "Lá em cima?"

Sirius inclinou a cabeça, com uma expressão fingida de inocente que fez Remus cair na gargalhada,

“Não para isso. Tire sua mente da sarjeta, Black.”

Os dois subiram para o quarto. Era agradável e tranquilo lá - Peter estava cumprindo uma detenção
em algum lugar com Filch e James estava patrulhando.

"Então?" Sirius foi direto para a cama de Remus, sentando-se de pernas cruzadas e alerta, "O que
está acontecendo com Dumbledore?"

Remus se sentou em frente a ele, não muito perto.

“Eu ... lembra que jantei com Ferox? Depois que conheci Livia.”

"...sim claro." Sirius ficou sóbrio imediatamente. Eles não haviam discutido isso, desde que fizeram
as pazes.

“Ok, bem, não fique bravo comigo, mas… eu meio que fiz algumas exigências. A Dumbledore.”

Sirius olhou para ele, sem expressão. Remus continuou, engolindo em seco, “Eu disse a ele que se
ele quer que eu os ajude, se ele quer que eu seja algum tipo de emissário para os lobisomens, ou o
que seja, então eu quero algo em troca. Proteção, para os outros do bando de Greyback, em
primeiro lugar"

Sirius abriu a boca, então - aparentemente pensando melhor – fechou-a novamente e


esperou. Remus continuou, observando-o cuidadosamente em busca de qualquer sinal de raiva ou
desaprovação, "E eu pedi para não ser forçado a assinar o registro, no meu aniversário."

"Bem, isso é razoável, pelo menos," Sirius respirou. "Mas, Moony ... a outra coisa ..."

“Eu sei,” Remus concordou, “Eles são assassinos, alguns deles. Eu sei que são. Mas eles são ... eu
não acho que eles conheçam outro caminho. Acho que se quisermos mostrar a eles que existem
outras escolhas, maneiras melhores de viver, então ... isso tem que começar com gentileza.”

"Gentileza." Sirius repetiu.

“Não perdão,” Disse, rapidamente, “Eu não estou dizendo que eles vão sair
completamente impunes, mas ... quero dizer, você tem que admitir, o ministério lidou muito mal
com a licantropia, até agora. Quando vencermos esta guerra, haverá uma chance de tornar as coisas
melhores. Para todos os bruxos. Até mesmo mestiços.”

Sirius estava olhando para ele, sua testa ligeiramente franzida. Seus profundos olhos azuis
focalizaram intensamente, como se estivesse procurando por algo no rosto de Lupin. Então ele deu
um leve aceno de cabeça.

"Isso é muito importante para você, não é?"

"Sim." Remus disse, sem perder o ritmo.

“Você vai ter que convencer muitas pessoas.”

Remus concordou.

"Eu sei."

"Mas, nós vamos te ajudar." Sirius disse, sem quebrar o contato visual. "Eu, Peter e James - Evans
também, provavelmente, aquela garota ama você."

“Eu não poderia pedir a -”

"Você não precisa," Sirius balançou a cabeça. Ele se inclinou e beijou Remus tão, tão gentilmente
nos lábios, quase como um sussurro. " Qualquer coisa pelo nosso Moony."

Mais tarde naquele dia, Lupin estava a caminho da sala de aula de Flitwick - o gentil professor de
Feitiços havia permitido que ele a usasse em suas aulas de reforço, desde que tudo fosse arrumado
depois. Ele tinha um mapa da costa sul na bolsa e esperava chegar cedo o suficiente para ter a
chance de estudá-lo. Se todos fossem fazer uma viajem naquele verão, alguém teria que organizá-
la.

A primeira lua cheia do verão cairia no dia primeiro de julho, e Remus esperava ficar mais uma
noite em Hogwarts para isso. Ele já havia perguntado a James se poderia ficar com os Potter na
semana seguinte, e James, é claro, concordou ansiosamente. Depois disso, todos sairiam em
viagem para acampar, e então ... Remus não tinha ideia de qual seria seu próximo passo. Voltar
para Mile End, talvez; se Grant ainda estivessse lá. Ele não podia simplesmente ficar na casa dos
Potter para sempre; não sabia o que aconteceria quando tivesse dezessete anos.
“Oi Remus!” Christopher acenou, já esperando do lado de fora da sala de aula. O coração de
Remus afundou ligeiramente. Claro que Christopher chegou cedo. Ele nunca perdia a chance de
encontra-lo sozinho.

“Bom dia, Chris,” ele sorriu, educadamente. "Vamos entrar?"

Os dois enfeitiçaram as carteiras fazendo com que ficassem em formato de uma ferradura, para
que houvesse espaço suficiente para demonstrações práticas, depois se acomodaram e pegaram
seus livros.

"O que você vai fazer depois?" Christopher perguntou, ansioso.

"Jantar." Remus disse, suavemente, alisando seu mapa e localizando a Cornualha. “Então detenção,
eu temo, até tarde.” Era lua cheia - embora ele estivesse em detenção mesmo quando não
era. McGonagall nunca voltava atrás em uma punição.

"É uma pena", suspirou Christopher, "Você está sempre em detenção esses dias."

"Sim," Remus riu, "Eu ainda sou meio delinquente."

Christopher riu, sem jeito. Ele tinha boas intenções, mas Lupin tinha a impressão de que o garoto,
raramente, se sentia confortável com o humor do estilo maroto. Demorava para se acostumar.

"Você já leu isso?" Christopher empurrou um livro pela mesa, cobrindo a praia no mapa que
Remus estivera inspecionando. Ele suspirou e olhou para ele. O Auriga.

"Não," Remus balançou a cabeça, pegando-o e lendo a sinopse.

Após uma lesão em Dunkirk, Laurie Odell é enviado para um hospital de veteranos para
convalescença. Lá, ele faz amizade com Andrew, um objetor de consciência que serve na
ordenaça. Mas quando Ralph, um mentor dos tempos de escola, reaparece em sua vida, Laurie é
forçado a escolher entre os doces ideais da inocência e os distintos prazeres da experiência.

Oh, Remus pensou. É esse tipo de livro.

“É um livro trouxa.” Christopher explicou, animado “É muito bom. Você pode pegá-lo emprestado,
adoraria saber o que você acha!”

"Sim, vou tentar, valeu." Lupin acenou com a cabeça, escondendo-o rapidamente no fundo de sua
bolsa antes que alguém entrasse.

Naquele momento, houve uma batida na porta. Os dois meninos se viraram para ver Emmeline
Vance enfiar a cabeça para dentro. Ela era uma garota imensamente bonita, com cachos dourados e
grandes olhos verde-maçã. Outra corvina, ela também era do sétimo ano e já havia saído com o
próprio Roman Rotherhide. A menina sorriu, entrando,

“Olá, Remus,” ela disse, em sua voz suave e feminina. Ele tentou ser educado, mas sabia que soava
frio.

“Olá Emmeline. Eu não esperava você. "

“Ah, não, eu não estou aqui para o seu grupinho de estudos,” ela sorriu novamente, franzindo o
nariz de uma forma que poderia parecer fofa ou cativante para qualquer pessoa exceto Remus e
Christopher. "Eu esperava que Sirius estivesse aqui."
"Ele não está."

"Sim, estou vendo!" Ela riu, guturalmente, jogando o cabelo sobre o ombro. "Mas ele disse que me
encontraria na torre da Astronomia meia hora atrás ..."

Remus apenas deu de ombros para ela, o rosto em branco. Emmeline resmungou. "Bem, se você o
vir, pode dizer a ele para me encontrar esta noite, após o toque de recolher?"

"Ele está ocupado esta noite."

"Fazendo o que?! Ugh, ele não está saindo com aquela garota MacDonald de novo, está? "

"Nunca dá para saber, com Sirius," Remus disse cruelmente, tentando não sorrir.

"Bem. Diga a ele que, se não tomar cuidado, ele vai me perder!”

"Oh, eu definitivamente irei."

Ela fechou a porta e Lupin bufou, balançando a cabeça.

"Você realmente sabe onde ele está?" Christopher perguntou, com uma pequena carranca.

“Nah,” Remus respondeu, “Mas eu poderia adivinhar. Ele provavelmente está com James em
algum lugar. "

"Aqueles dois." Christopher suspirou, “Eles são engraçados, às vezes, mas eles causam tantos
problemas. Como diabos Potter conseguiu acabar como um monitor, eu não tenho ideia. E Black,
ele é apenas...”

"Ele é apenas o quê ?!" Lupin perguntou, bruscamente.

Christopher piscou, assustado.

“Eu sei que ele é seu amigo! Desculpe, eu só quis dizer ... ele é um idiota arrogante às vezes. "

"Sim," Remus acenou com a cabeça, se soltando. Ele pensou na promessa de Sirius, feita há pouco
mais de uma hora em sua cama. Se outras pessoas não podiam ver aquele Sirius, então eram elas
quem estavam perdendo. Quem eram Emmeline e Christopher no grande esquema das coisas?

Não eram marotos; não eram importantes.

"Você não está errado." Remus deu de ombros. "Certo, por onde você quer começar?"

Chapter End Notes

No início, Mary diz que a fala de Marlene rima, pois em ingles fica ‘’I’m going to go
mad, I thought the OWLS were bad...’’ que traduzido fica ‘’Eu vou enlouquecer, achei
que os NOMs eram difíceis...’’

Um objetor de consciência é alguém que se abstém de seu dever com o exército


conscientemente.

Convalescença é o período de transição depois de uma enfermidade, no qual se


processa a recuperação gradativa das forças e da saúde.

Bruna (wolfuckingstar) Espero não ver nada de misoginia internalizada sobre a


Emmeline nos comentários. Sei que a gente tende a antagonizar as mulheres que
performam a feminilidade dessa forma e que a narração do Remus não ajuda, mas
queria lembrar de novo o quanto essa fic é política e ressaltar que só diminuímos e
objetificamos a feminilidade por conta do patriarcado.
Capítulo 110 : Sexto ano: Dezessete
Chapter Summary

Atenção para alto consumo de bebidas, discussão e vômitos.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Quinta-feira, 10 de março de 1977

“FELIZ ANIVERSÁRIO, REMU!”

Três adolescentes desajeitados, barulhentos e muito animados pularam na cama de Remus ao


amanhecer. Não era a mesma coisa de quando tinham onze anos. Por um lado, as pernas de Lupin
eram muito mais longas; por outro, eles eram todos muito mais pesados.

" Saidecima, seus idiotas," Remus resmungou, "Que horas são?"

"O tempo é imaterial", disse James, usando um chapéu de festa pontudo e colorido, "É
seu aniversário."

"Seu décimo sétimo aniversário!" Sirius acrescentou, usando um chapéu de festa de bolinhas em
um ângulo estranho na cabeça.

"Você é maior de idade!" Peter disse, lançando-se sobre o aniversariante com um quarto chapéu,
puxando o elástico sob seu queixo.

Remus olhou para todos eles, com o rosto impassível.

"Vocês vão me fazer usar isso o dia todo, não é?"

Eles acenaram com a cabeça, todos os três, em perfeita sincronia, as fitas em seus chapéus cônicos
balançando e piscando na luz opaca da manhã.

"É a prova d’água," Sirius explicou alegremente, "Então você pode até tomar banho com ele." O
moreno deu uma piscada e Remus esperava que não estivesse corando. Black estivera em sua cama
apenas algumas horas antes, por um motivo muito diferente, e Remus estava achando as mudanças
rápidas de humor cada vez mais difíceis de lidar.

Apenas meia hora depois, e Lupin havia tomado banho (o chapéu ainda estava firme em sua
cabeça), aberto cerca de cinquenta cartões de aniversário desejando-lhe muitas felicidades (“Eu não
sabia que conhecia cinquenta pessoas!”) E comeu uma generosa fatia do bolo de chocolate da Sra.
Potter.

"E você receberá seu presente de verdade mais tarde", disse James, enigmaticamente, "Na festa."

"Vocês são loucos", Lupin respondeu, enquanto desciam para a sala comunal, "Vocês não deveriam
ter tido todo esse trabalho."

"Cale a boca, Moony." Peter disse, bem-humorado.

“Feliz aniversário, Remus!” As meninas gritaram no salão de jantar. Todas usavam chapéus de
festa também, aparentemente graças à persuasão de Lily.

"Boa, Evans," James piscou para ela, cutucando-a de leve com o cotovelo, "Sabia que você não iria
decepcionar."

"Ah, nem vem, Potter," ela o empurrou de volta, parecendo muito satisfeita e um pouco corada.

Os três rounds usuais de 'Feliz Aniversário' acompanharam seu café da manhã de aniversário, e ele
estava tão acostumado a isso que até se levantou e fez uma reverência tímida quando finalmente
terminaram. Então as corujas chegaram.

Havia um cartão de Ferox, o que foi inesperado - Remus não tinha certeza se eles ainda estavam se
falando depois do último encontro. Havia também uma nota de Dumbledore.

Ele rachou o selo vermelho cereja rapidamente sob a mesa e leu o mais rápido possível.

Sr. Lupin,

Muitas felicitações pelo o dia.

Eu entendo que temos algumas coisas para discutir. Por favor, apresente-se no escritório do
diretor às 16h desta tarde.

Atenciosamente,

Albus Dumbledore.

"Lá vamos nós." Ele suspirou baixinho. Sirius, que possuía o hábito irritante de ler por cima do seu
ombro, se inclinou,

"Você quer que alguém vá com você?"

Remus balançou a cabeça, mas sorriu para Black, tentando ser gentil,

“Nah. Obrigado por oferecer, mas acho melhor se eu fizer isso sozinho.”

Sirius acenou com a cabeça, parecendo perturbado do mesmo jeito.

O dia passou lentamente, o encontro com Dumbledore se espreitando como uma aranha malévola
enquanto as horas passavam. Remus tentou imaginar o cenário em sua cabeça - elaborando um
roteiro, ou pelo menos algo coerente para dizer em defesa de suas demandas selvagens. Nada lhe
ocorreu, e às 15h45 daquela tarde ele se viu caminhando muito devagar até a sala do diretor.

Em primeiro lugar, ele havia ficado louco por sugerir isso. Ninguém mais precisava de uma razão
para ajudar no esforço de guerra - James nunca faria isso. Mas então, Remus supôs, não havia nada
que James quisesse que Dumbledore pudesse dar a ele. A menos que o diretor possuísse a chave do
amor eterno de Lily Evans.

Ele encontrou a escada já aberta e subiu com a mesma lentidão, lembrando-se, apenas no último
minuto, de arrancar o chapéu de festa de sua cabeça.

“Boa tarde, Sr. Lupin. Feliz Aniversário."

Dumbledore estava sentado em sua mesa, como sempre. Desta vez, não estava escrevendo cartas;
ele esperava pacientemente, com um sorriso benigno no rosto.

"Obrigado," Remus respondeu, cautelosamente, sentando-se na cadeira em frente. Ele pensou por
um momento antes de dizer, "Você se importa em me chamar de Remus?"

"Como quiser," Dumbledore assentiu. Ele parecia estar de bom humor. “Como se sente, chegando à
maioridade?”

"É ok."

"Eu tenho algumas coisas para você, enviadas para mim pela Sra. Orwell."

"A Diretora?!"

"De fato." Dumbledore apontou para uma caixa de sapatos, que parecia ter aparecido de repente em
cima da grande mesa de mogno. "Eu acredito que há alguns itens lá que pertençam a você, que
foram mantidos em custódia em St. Edmund's."

“Ah, uau ...” Remus tocou a tampa da caixa hesitantemente, mas não a abriu. Queria estar sozinho
para isso.

"Há também a questão da sua herança."

"Minha o quê?!"

“Seu pai deixou um testamento. Ele deixou algumas provisões para sua mãe e o resto para
você. Ele não era um homem rico, devo dizer, mas mesmo assim, o cofre em Gringott's agora
pertence a você.” Dumbledore tirou uma chave do bolso e passou-a pela mesa.

Remus a segurou na mão e pensou em Lyall – algo que não fazia há alguns meses.

"Obrigado." Ele disse, lembrando-se de seus modos.

"E há outras questões jurídicas, você sabe." Dumbledore cruzou as mãos na frente dele, dedos
longos e finos entrelaçados. Ele esperava uma resposta.

"O registro." Disse Remus.

"O registro." O diretor concordou, puxando um pedaço de pergaminho e o empurrando sobre a


mesa. Era um formulário.

Ministério da Magia: Declaração de Infecção Licantrópica.


Remus se sentiu enjoado. Havia uma linha pontilhada na parte inferior, aguardando sua
assinatura. Ele a segurou em suas mãos e olhou para Dumbledore.

"O que você quer que eu faça com isso?"

"Leo Ferox me fez acreditar que você já tinha uma ideia muito boa do que fazer com isso,
Remus." O velho respondeu, seus olhos sérios. "Você é um adulto, eu deixo isso em suas mãos."

O menino pegou o pergaminho imediatamente, ergueu-o até o nível dos olhos e rasgou-o em
dois. Dumbledore sorriu novamente. "Admiravelmente resolvido."

"Ferox disse outra coisa também, eu imagino." Remus disse, tentando manter contato visual, mas
achando extremamente difícil. Dumbledore era exatamente como as outras pessoas - ele cheirava
tão fortemente a magia quanto qualquer outra bruxa ou bruxo, mas nada mais. Ele não tinha
nenhum diferencial.

"Ele disse. Acho que talvez você possa antecipar minha resposta.”

Remus sentiu algo murchar dentro dele, abrindo espaço para a raiva que se aproximava.

"É um não." Ele disse, sem rodeios.

Dumbledore inclinou a cabeça, gentilmente,

“Não inteiramente. Um pedido de paciência, talvez.”

"Com todo respeito," Remus percebeu a dureza em sua própria voz, e isso o surpreendeu, mas o
tornou mais corajoso, "Não há tempo para ter paciência."

“Nunca há, quando se é jovem.” Dumbledore respondeu suavemente. "Remus, eu sei como as
coisas devem parecer para você, acredite em mim."

“Você não a viu. Eles estão sofrendo. Agora mesmo."

“Muitas pessoas estão sofrendo, Remus. Você teve muito pouco tempo no mundo mágico - “

"De quem é a culpa?!" O rapaz murmurou ferozmente. Dumbledore deu a ele um olhar silencioso,

“Mas, depois que você fizer isso, verá, entenderá por que as atitudes estão muito longe de
mudar. O que você está pedindo –”

"E o que VOCÊ está pedindo?!" Remus gritou, incandescente, "A Ferox, e Moody e aos Potters e
–"

“Estou pedindo um enorme voto de confiança!” Dumbledore disse muito alto - ele não gritou; você
não poderia chamar aquilo de gritar, mas não era mais gentil. “De muitas pessoas. E
vou continuar pedindo até que a guerra seja vencida. Esse deve ser o nosso foco, por enquanto.”

“Eu quero vencer a guerra,” Remus disse, ainda tentando controlar seu volume, “Tanto quanto
qualquer um. Mas também quero algo que valha a pena ganhar”.

"Com tempo. Quando tivermos os recursos. Quando tivermos força para lutar outra batalha.”

"Eu quero uma promessa."

"Eu estou ciente disso." Dumbledore disse, sua voz mudando quase imperceptivelmente, uma
carranca profunda revestindo sua testa. "Eu não posso te dar uma."

"Bem." Remus se levantou. “Então eu estou prometendo a você. Eu não vou desistir."

Ele estava furioso e o diretor teve a ousadia de sorrir para ele.

"Eu não esperaria menos do filho de Lyall Lupin."

Remus queria gritar vai se foder, mas decidiu que, como já havia sido expulso de uma instituição
hoje, provavelmente era melhor evitar qualquer risco. Ele agarrou a caixa de sapatos, se virou e
marchou para fora.

Estava praticamente cego de raiva enquanto descia correndo a escada em espiral do escritório de
Dumbledore, a caixa de sapatos debaixo do braço e sua cabeça baixa, de forma que não percebeu
até já ter esbarrado em Sirius, que o esperava.

"Uau!" Black disse, empurrando ambas as mãos contra o peito de Remus em uma tentativa de
desacelerá-lo, "O que foi, Moony?"

"O que você está fazendo aqui?" Praticamente rosnou.

"Só esperando por você - eu sei você não queria companhia, eu só pensei -"

"Você nunca me escuta, porra!" Remus vociferou, passando por ele. Sirius agarrou seu braço e não
soltou, permitindo que o arrastasse pelo corredor,

“Eu sei, eu sou terrível,” ele estava dizendo, correndo um pouco para acompanhar os passos mais
longos de Remus, “Nunca faço o que me mandam, faço? Continue gritando comigo, eu mereço - ei,
quer me bater?”

Lupin parou e o olhou, o sorriso mercurial em seu rosto. Aquele típico sorriso de Sirius Black.

"Não. Eu não quero bater em você.”

“Ah bom. Quer socar uma parede?”

"Não." Remus continuou andando, um pouco mais devagar.

"Quer ficar chapado?"

"Não."

"Bêbado?"

"...Talvez."

"Perfeito!" Black disse. eles agora caminhavam em um ritmo regular em direção ao refeitório
“Porque acho que é isso que metade da escola tem em mente depois do jantar. O que está na
caixa?"

"É..." Remus a segurou com as duas mãos, agora. Não era muito pesada, não podia ter muito. Podia
sentir folhas de papel deslizando por dentro. “Só algumas coisas, acho que meu pai deixou para
mim. Só vou abrir mais tarde.”

Sirius deu de ombros, facilmente,


"Justo."

***

A alegria geral de Sirius continuou durante o jantar - salsichas e purê com molho de cebola - até a
sobremesa, quando Emmeline apareceu. Remus estava quase de bom humor quando a menina
apareceu na mesa deles e se espremeu no colo de Sirius. Ela o beijou, na boca, por muito tempo.

“Feliz aniversário, Remus,” e então sorriu educadamente, assim que terminaram.

Ele acenou com a cabeça em resposta e pousou a colher. Ela não pareceu notar. "Estou tão animada
para a festa." Emmeline disse para a mesa.

"Vai ser boa", respondeu James, jovialmente, "os aniversários de Moony sempre são."

"Por que todo mundo chama você de Moony, afinal?" Ela perguntou, olhando para Remus, que fez
uma careta em sua direção,

"Nem todo mundo. Só meus amigos.”

Ela piscou e franziu a testa, as rugas em sua testa estragando sua beleza apenas
momentaneamente. Sirius apertou a cintura dela,

“Ei, Em, por que não encontro você mais tarde? Temos que fazer algumas coisas antes da festa.”

“Ok,” ela sorriu novamente, “Lembre-se de sua promessa ...” então a menina o agarrou novamente.

"Promessa?" Remus perguntou, quinze minutos depois, quando estavam no dormitório. James e
Peter estavam supervisionando a decoração da sala comunal, e Sirius tinha inventado alguma
desculpa para não ajudar. "O que você prometeu a ela?"

"Ah, só que eu a levaria de volta para o Salão Comunal da corvinal depois da festa."

Remus ergueu uma sobrancelha,

“Via Torre de Astronomia?”

Black riu, desabotoando a camisa para se trocar,

"Talvez. Por quê?"

"Nada." Lupin sentou em sua cama. A caixa de sapatos ainda estava fechada, na mesinha de
cabeceira. Ele não iria olhar hoje. Talvez nem amanhã.

"E você e Mary?" Sirius perguntou, selecionando uma camisa preta limpa de sua cômoda
bagunçada, "Essa coisa de vocês acabou, ou o quê?"

"Sim." Assentiu, observando-o. É isso, ele pensou, é agora que você conta a ele. “Foi apenas uma
experiência, mais ou menos… Você sabe o que eu quero dizer?"

"Hm?" Black murmurou, mais focado em abotoar sua camisa. "O quê, não foi bom?"

“Foi ok. Não tão bom quanto ...” ele engoliu em seco e disse rápido, “Não tão bom quanto quando
somos só você e eu.”

O moreno ergueu os olhos dos botões, encarando Remus do outro lado do quarto. Lupin estava
grato pela distância. A expressão de Sirius era difícil de ler, então continuou. "É assim para você?"

Black voltou para sua cômoda, procurando por jeans agora. Suas costas se viraram, ele disse
calmamente.

"Sim."

"Perdão?" Remus disse, levantando a voz.

Sirius suspirou, mas não se virou. Ele fechou a gaveta, aparentemente decidindo que o jeans que
estava usando serviria.

“Eu disse sim. É melhor com você.”

"Certo." Remus ficou tão surpreso com essa resposta que não conseguiu pensar em mais nada para
dizer. Infelizmente, isso deu a Sirius a oportunidade de falar em vez disso. Ele se virou, jogando o
cabelo comprido para trás, casualmente.

“Suponho que seja porque nos conhecemos tão bem, não? Certo, é melhor eu descer lá e ajudar
antes que Prongs venha atrás de mim com uma maldição de pernas de gelatina! A gente manda
Peter para te buscar quando estiver tudo pronto.”

Com isso, ele desapareceu escada abaixo.

***

Quatro horas depois, Remus estava muito bêbado. Não só bêbado, acabado. Doidão.
Completamente embriagado. A beira de um pt. Ele não conseguia se lembrar do quanto havia
bebido, e não se importava. Iria se divertir mesmo se isso o matasse. Foda-se Dumbledore. Foda-se
Greyback, Ferox, Livia, Emmeline e a porra de Sirius Black. A festa estava no auge, todos agora
usavam chapeuzinhos de aniversário pontudos e brilhantes, cantando juntos com a música
estridente. Remus nem se importou em controlar os discos.

Ele cambaleou até sua poltrona e afundou-se nela com outra garrafa de algo deliciosamente doce e
forte. Estava se sentindo muito aquecido e com muito sono. Preguiçosamente, ele permitiu que seu
olhar vagasse até Sirius, tagarelando perto do toca-discos, quadris jogados para a frente só um
pouco, na medida certa. Remus se permitiu encarar um pouco. Ele tinha esse direito. O primeiro
beijo deles foi há exatamente um ano. Era uma pequena memória boba, considerando tudo o que
aconteceu no meio, mas sentiu um pequeno ronronar de satisfação do mesmo jeito. Filho da puta.
"Ele e Emmeline estão juntos há um tempo agora." Lily disse para Remus, vindo se sentar no braço
da cadeira. Seus olhos estavam arregalados e desfocados, ela tinha um sorriso fácil. Lupin
cuidadosamente assumiu o controle de suas características faciais e sorriu de volta, como se não se
importasse com o mundo.

"Você parece surpresa."

“Bem, eu tô um pouco. Eu não o via como o tipo de cara que quer uma garota normal.”

Remus deu de ombros, porque não conseguiria falar sem falar muito. Lily continuou mesmo
assim. "E - eu sei que parece horrível, e eu sei que ele é seu amigo, então pode me mandar calar a
boca, mas eu meio que pensei ... você sabe, que ele só ia sair com ela para irritar a família."

"O que você quer dizer?" Remus perguntou, dando um longo gole em seu Whisky de fogo.

“Ahh, sabe,” Lily balbuciou, talvez até mais bêbada do que ele, “Todo mundo sabe que Black tá
numa guerra estranha com a mãe ... ele nunca fica com garotas puro-sangue. Teve a Mary ...” ela
começou a contar as conquistas de Sirius em seus dedos, “ela é nascida trouxa ... Evangelina,
Florence, Avni ... agora Emmeline.”

"Pode ser apenas uma coincidência." Remus estava preocupado em não conseguir controlar sua
voz por muito mais tempo; estava ficando terrivelmente alta e nervosa.

“Pfff.” Lily riu, derramando um pouco de sua própria bebida. “Sssssrus Black nunca faz nada por
coincidência. Issss tudo é calculado com ele. " Ela riu para si mesma, levando sua taça aos lábios,
"Ele transaria com um vampiro se tivesse um em Hog’arts."

O garoto se levantou de repente, os nós dos dedos estalando. Lily quase caiu do braço do sofá de
susto,

"Quee’qui foi?" Ela perguntou confusa, olhando turva para ele.

"Eu ... vou ficar vomitar." Remus disse, percebendo que realmente estava enjoado. Ele fugiu e
subiu as escadas o mais rápido que pôde e tropeçou no banheiro a tempo, vomitando no vaso
sanitário.

Ele se equilibrou nos tornozelos, suando e com frio. Havia bebido muito, agora só queria deitar,
dormir e não pensar em nada. Remus escovou os dentes e lavou o rosto com água fria. Se sentiu
menos enjoado, mas não menos sóbrio. Ele vestiu a calça do pijama e abriu a porta.

Sirius estava parado do outro lado, encostado na coluna da cama, com as mãos nos bolsos. Ele
parecia tão ele mesmo. Seus olhos se encontraram e se fixaram. Black quebrou o contato primeiro.

"Vim verificar se você está bem."

Remus fechou a porta atrás de si, dando um passo à frente.

“Estou bem,” respondeu, cautelosamente, “Só um pouco bêbado, isso é tudo. Vou dormir.”

"Olha, sobre as coisas que eu disse," Sirius começou. Remus se preparou, sem saber o que estava
por vir. "Eu realmente sinto muito." sua voz estava impotente. "Eu nem sei por que, mas ... eu
só sinto muito, ok?"

Ele colocou a mão no ombro de Remus, aparentemente em um gesto de desculpas. Ela estava
quente em sua pele nua, mas ele não encolheu os ombros. Só esperou que se separassem logo, para
que pudesse ir para a cama. Sirius voltaria para baixo, para a festa. Mas em vez disso, o moreno o
beijou. Sentindo-se um idiota, Remus o beijou de volta avidamente, sentindo o gosto de pasta de
dente e uísque.

Black o empurrou para frente, tropeçando um pouco, e se apoiou pesadamente nele, agarrando seus
ombros agora. Remus se afastou, de repente se lembrando do que estava errado.

"Você está bêbado." Ele disse.

"Sim," Sirius murmurou, sorrindo, "Você também."

"Sim," Concordou e se afastou, deixando Sirius se equilibrar sozinho. Ele esfregou a nuca. "Não
acho que devemos ... acho que você vai se arrepender."

"Desde quando você se importa?" Sirius ronronou, inclinando-se novamente. Remus deu um passo
para trás bruscamente, pressionando a mão no peito dele para mantê-lo afastado.

“Não, Sirius. E Emmeline?”

Black balançou a cabeça vertiginosamente, franzindo a testa.

"Foda-se a Emmeline!" Ele grunhiu. Remus revirou os olhos,

“Mas você já fode, não é, Black? Esse é o problema."

"Então ..." Sirius falou lentamente, a mente nublada com a bebida, "Temos que parar nossa ...
coisa, só por causa dela?"

"Nossa coisa!? Deus, Sirius, você é inacreditável. "

"O que?!"

"Siiiiiiiriuuuuuuuus ..." A voz embriagada de Emmeline ecoou escada acima, "Cade vocêeeeeee?"

Ambos se viraram, olhando para as sombras.

"É melhor você ir." Remus disse, caminhando até sua cama. Sirius o seguiu como um cachorrinho
perdido, puxando o cós da calça de seu pijama com necessidade.

"Vamos lá, só ..."

"Não!"

“Siiiiriuuuuuuus…. Estou indo te pegar!"

Remus o empurrou uma última vez,

"Vá, eu não quero ela aqui!"

Sirius o encarou mais um pouco, a bebida ainda confundindo suas reações, tornando-o lento e
estúpido.

“Ok, mas eu vou voltar… podemos conversar…”

"Não." Remus disse, novamente. “Nós já conversamos. Acabou. Boa noite, Sirius.”
Capítulo 111 : Sexto Ano: Separação
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus acordou na manhã seguinte de ressaca e com uma enorme sensação de alívio. Ele teve que
estar bêbado para fazer aquilo, mas estava feito. Sem mais ciúmes, sem mais preocupação, sem
mais perguntas ansiosas. A chave agora, ele decidiu, era manter distância e construir barreiras.

No momento em que ele terminou seu banho na manhã após seu aniversário de dezessete anos,
Remus tinha um plano de ação. Ele fecharia a porta para qualquer que fosse seu relacionamento
com Sirius – estava tudo bem em ver como uma lembrança afetuosa, ou se sentir um pouco mais
solitário, um pouco menos completo - mas isso era totalmente necessário, tanto para sua saúde
quanto sua sanidade.

Sirius não era o mundo inteiro, por mais que parecesse às vezes.

Remus demonstrou isso quase imediatamente. Ao sair do banheiro, ele trombou com James - que
parecia não ter tocado em uma gota de bebida alcoólica na noite anterior, apesar de ter bebido
tanto quanto todos os outros. Aquela boa sorte irritante de Potter aparentemente se aplicava a
ressacas também.

"Bom dia, Moony!" Ele sorriu, as bochechas rosadas em suas vestes de quadribol. Hoje não era um
dia de treino, mas por que isso deveria impedir James? Ele ergueu a vassoura, "Quer dar uma volta
no campo?" Essa era uma velha piada - ele sempre perguntava, e Lupin sempre fazia uma careta.

Remus olhou para as duas camas feitas, e para as duas com as cortinas ainda fechadas, onde
(presumivelmente) Peter e Sirius ainda estavam dormindo.

"Sim." Disse Remus. "Vamos, então."

"Eh?!" James parou no meio do caminho.

Remus acenou com a cabeça, casualmente,

"Eu vou com você. Preciso melhorar no voo, pode ser útil quando terminarmos a escola. Eu tenho
sua velha vassoura em algum lugar, deixa eu procurar...”

Ponto para James. Após sua surpresa inicial, ele foi totalmente a favor da ideia, e até segurou a
língua quando viu o estado da sua vassoura empoeirada e abandonada. Ele simplesmente se
ofereceu para polir, então levou Remus até o campo de quadribol tagarelando sobre exercícios
básicos e simples para 'aumentar sua confiança'.

E não foi horrível. James era um professor muito paciente e Remus se sentia em mãos seguras - o
garoto de óculos nem mesmo riu depois da terceira vez que caiu. Depois, Lupin sentiu que entendia
Potter um pouco melhor. Era uma sensação muito saudável voltar para o café da manhã, faminto,
dolorido e cheio de energia. O primeiro experimento havia sido tão bom, na verdade, que decidiu
que diria sim a qualquer coisa que seus amigos pedissem dele de agora em diante. Dessa forma, ele
se manteria ocupado até que Sirius voltasse a ser o que havia sido antes.

No café da manhã, eles foram recebidos por uma fileira de grifinórios de olhos vermelhos e rosto
doentio, todos se apoiando sonolentos nos cotovelos, Mary e Marlene sentadas de costas, apoiando-
se uma na outra.

“Cristo,” Mary semicerrou os olhos para James e Remus, “Vocês estavam se exercitado?! Malditos
lunáticos.”

"Você foi, Moony ?!" Sirius olhou para cima, estremecendo e esfregando o pescoço aparentemente
dolorido.

Remus apenas deu de ombros, então desviou o olhar. Black não tentou falar com ele novamente.

Estavam no meio da refeição - Remus, como sempre, comendo metade de seu peso em pão torrado,
ovos, feijão cozido e bacon; todos os outros mexendo em seus próprios pratos com expressões
levemente enjoadas ou então segurando uma grande caneca de café preto - quando Lily se
endireitou, os olhos se arregalando de repente, como se tivesse sido eletrificada.

"Ah merda!" ela disse, então chutou James por baixo da mesa, "Potter!" Ela sibilou, "Nós não
demos o presente a Remus!"

James sorriu para ela e Lupin ergueu uma sobrancelha,

“Você e James me deram um presente? Juntos?"

“Todos nós contribuímos,” Potter riu, “E não há necessidade de me bater, Evans, está bem aqui,”
ele retirou uma caixa de couro marrom de suas vestes. Era mais ou menos do tamanho de sua mão,
liso e de aparência cara, com uma borda dourada em relevo. Parecia o tipo de coisa na qual as
garotas mantinham suas joias mais caras.

"Vocês todos…?" Remus aceitou a caixa, curiosamente. "Espero que não tenham gastado muito,
vocês sabem que não posso..."

"Oh, cale a boca, Moony," Peter bocejou, cutucando seu mingau atordoado, "Nós fizemos uma
vaquinha - quase todos da Grifinória queriam contribuir."

"Não apenas Grifinória também," Marlene sorriu, "Quase todo mundo a quem perguntamos, até
mesmo alguns professores!"

Remus estava apenas olhando para a caixa agora, porque sabia que provavelmente havia ficado
vermelho. Alguma bolha quente e doentia de emoção queimava sua garganta, então ele engoliu em
seco, o que não ajudou.

"Abra, Remus!" Ele ouviu a voz de Lily. Ele levantou a parte de cima e a caixa se abriu em um
movimento agradavelmente limpo. O interior era de veludo azul meia-noite, e aninhado entre as
dobras estava o mais belo pedaço de tesouro que Remus já havia visto.

Era um relógio de bolso dourado, com uma corrente longa e fina, polido em um brilho profundo de
forma que praticamente brilhava. A caixa era decorada com padrões de espirais intricadas,
semelhantes a videiras, em torno de um escudo no centro no qual havia sido gravado, em uma
caligrafia elaborada, suas iniciais: R.J.L
Ele o abriu com o mais leve toque e viu que o mostrador do relógio era em madrepérola e brilhava
maravilhosamente sob os ponteiros dourados que tiquetaqueavam de forma reconfortante. A outra
metade parecia conter uma bússola.

"Eu não achei que eles funcionassem em Hogwarts?" Ele murmurou,

"É especial!" Mary disse, ansiosa “Não aponta para o norte, ou para onde quer que as bússolas
normais apontem. Se você disser o nome de alguém que você ama, aponta na direção da pessoa!”

"Experimente, Moony!" James encorajou.

Remus olhou para seus amigos, nervoso, então rapidamente levou o relógio à boca e sussurrou,

"Lily Evans."

Imediatamente, a agulha girou no lugar, apontando diretamente para o outro lado da mesa. Lily
sorriu timidamente. James o chutou por baixo da mesa,

"Seu mulherengo maldito."

"Vocês todos são incríveis." Remus disse, esperando não parecer muito emocionado. “Muito
incríveis.”

Durante a primeira semana, o novo regime de Remus pareceu bastante eficaz. Certamente o
manteve ocupado. Ele disse sim a tudo; alegremente abandonando tudo o que estava fazendo em
um minuto para ajudar um aluno mais jovem com seu dever de casa, ou convocar uma sessão de
estudo em grupo quando a turma dos NIEMs de Trato das Criaturas Mágicas entrava em pânico
sobre esfinges. Ele acompanhava Lily em patrulhas, discutia literatura com Chris, falava de táticas
de quadribol com Marlene e jogava partidas sem fim de xadrez com Peter (e perdia todas as
vezes). Ele era o anjo da torre da Grifinória.

Porque Sirius não era a única coisa que Remus estava ignorando.

A velha caixa de sapatos que Dumbledore lhe havia dado ainda estava embaixo de sua cama,
juntando poeira e fechada, como provavelmente estivera por muitos anos - talvez em alguma
prateleira no escritório da Diretora. Por que era uma caixa de sapatos? Remus se perguntou,
enquanto se revirava na cama todas as noites. Algo tão mundano, tão casual. Isso fazia com que
tudo o que estava dentro parecesse ainda mais assustador. Se quisesse que algo fosse feito com
uma praticidade quase cruel, confie na diretora para fazer um excelente trabalho. A caixa não era
nem de uma boa sapataria, como a Clarks ou a Johnson's. Era uma marca econômica, como tudo o
mais que ele já havia recebido em St. Edmund's.

A caixa poderia conter inúmeras coisas; e não era que Remus não estivesse curioso. Não era como
se ele não tentasse imaginar o que havia ali. A escritura de uma casa na qual ele poderia morar
seria muito brilhante. Talvez algum dinheiro antigo. Fotografias. Uma carta de seu pai, uma
explicação - poderia conter respostas para perguntas que nem havia feito.

Mas ele não abriu. Sabia que assim que abrisse a caixa, todo o mistério desapareceria e ele ficaria
com algo decepcionante. Porque não poderia haver nada dentro que pudesse realmente satisfazê-lo.

Então, manter-se ocupado ajudou; certificando-se de ficar exausto a cada dia, para que caísse direto
no sono todas as noites, mesmo quando os outros meninos ficavam conversando, tramando
travessuras. Mas o próprio Sirius ajudou também. Por alguma incrível reviravolta do destino, ele
parecia estar dando espaço a Remus.
Se Black se lembrava de suas palavras duras na noite da festa, ele não mencionou. Mas não tentou
ficar sozinho ou tratá-lo com qualquer tipo de ressentimento ou desdém. Remus presumiu que
Sirius:

estivera muito bêbado para absorver qualquer coisa, ou;

acreditara na palavra de Remus e decidiu recuar em silêncio.

Para Remus, com exames no horizonte, a opção 2 era de longe a mais preferível, então ele decidiu
acreditar.

A separação deles foi tão tranquila e completa que, logo, até mesmo Remus, teve dificuldade em
acreditar que eles algum dia tinham sido próximos. Certamente, para todos os outros, deveria
parecer que nada havia mudado. Sirius ainda era Sirius - extrovertido, amante de garotas, atrevido,
rebelde, devastador. E Remus era apenas Remus - um maroto secundário, quieto, privado, estudioso
e sofrido.

À medida que março se aproximava do fim, a festa de aniversário semanas atrás deles, houve
apenas um momento em que a situação quase chegou ao auge, mas foi rapidamente esvaziada, com
a ajuda de um fator inesperado.

Era o final da tarde de uma sexta-feira e Remus estava apresentando um workshop introdutório de
duelo. Christopher estava lá - Christopher nunca estava longe, atualmente - mas a maioria da classe
era formada por iniciantes e alunos muito mais jovem. Eles estavam aprendendo alguns feitiços
diversivos e básicos de desarmamento, quando a porta da sala de Feitiços se abriu, mas ninguém
entrou. Todos se viraram para olhar e murmuraram 'Pirraça', antes de retornar às suas posições de
ataque. Mas Remus sabia.

Ele seguiu o cheiro pela sala e observou a porta aberta do escritório de Flitwick se mover apenas
levemente, como se alguém houvesse esbarrado na maçaneta ao entrar. Flitwick confiou em
Remus, e deixou seu escritório aberto para o caso de precisarem de algum equipamento - ele
mantinha vários colchões grandes que eram bons para duelar, bem como um kit de cura de
emergência. Remus pigarreou,

"Isso é bom! Continue praticando, lembre-se de pronunciar bem e alto... Eu já volto.”

Ele deslizou pelas bordas da sala ao dizer isso, então entrou no escritório.

"Sirius," Remus sibilou, "Saia, isso não é ..."

“Estou apenas me escondendo de Filch! Tenha coração, Moony! " Sirius puxou a capa da
invisibilidade, um sorriso familiar no rosto. O tipo de sorriso que, geralmente, o fazia conseguir o
que queria. Remus se irritou.

“Você está com a capa, esconda-se em outro lugar! Estou quase terminando aqui, de qualquer
maneira, eles estarão saindo em um minuto.”

“Bem, então não é grande coisa, é? Eu vou ficar até que todos eles saiam. Posso até aprender
alguma coisa!”

“Remus? Você está bem aí?” Uma batida na porta. Christopher.

"Sim, desculpa!" Remus deu a Sirius um último olhar furioso, antes de sair. Black sorriu e
desapareceu sob a capa novamente. Havia deixado a porta aberta, ele sabia que Sirius se entediaria
e sairia do escritório. Lupin o imaginou encostado casualmente na parede, observando com um
sorriso irônico.

Remus continuou ensinando da melhor forma possível, tentando ignorar a distração. Se sentia
terrivelmente exposto, sendo observado assim, sabendo que Sirius estava tão perto. Quando a aula
finalmente terminou, Remus conduziu todos para fora, dizendo que a sala era necessária para outra
coisa. Todos foram embora, conversando animadamente sobre o fim de semana que viria. Todos,
exceto Christopher.

“Eu vou te ajudar a arrumar,” ele disse ansioso, enquanto os últimos alunos saíam, gritando suas
despedidas.

Christopher e Remus fizeram o trabalho de reorganizar a sala de Feitiços, restaurando-a em sua


ordem normal. Ele podia sentir Black os observando o tempo todo, os cabelos de sua nuca se
arrepiando.

"Você leu aquele livro?" Christopher perguntou: " O Auriga?"

Remus estremeceu, mas acenou com a cabeça,

"Sim, foi bom."

Foi bom. Difícil de ler, em alguns pontos, preocupantemente identificável a sua própria vida. Mas
também foi um alívio.

"Ah, estou tão feliz que você gostou!" Christopher disse. Remus podia imaginar Sirius fazendo
uma careta para Chris, por ele estar tão animado com um livro. "E quanto ao final?"

“Ah, sim, foi bom. Eu gostei."

"Mesmo?" Christopher torceu o nariz, “Eu não. Gostaria que Laurie tivesse escolhido Andrew,
você não?”

Claro que Christopher se identificou com Andrew - doce, estudioso e casto.

"Eu gostei de Ralph." Remus deu de ombros, “Mesmo se ele não fosse perfeito, ele era mais ... sei
lá. Emocionante?"

Remus achou que Ralph parecia realmente sexy pra caralho, na verdade - mas ele imaginou Black o
tempo todo, o que pode ter tido muito a ver com isso. Esperava, sinceramente, que se Sirius
estivesse bisbilhotando - e é claro que estava, ele era Sirius, afinal – e que não estivesse
entendendo uma palavra do que Christopher estava dizendo.

"Achei que você gostaria mais dele", o mais novo respondeu, com uma nota de tristeza. Ele estava
parado ao lado de Remus agora, sua mochila sobre um ombro, pronto para ir. Apenas vá, Remus
implorou, interiormente. "Ele me lembrou um pouco do seu amigo, Sirius Black."

“Ah?!” Isso chamou sua atenção. E a de Sirius também, Remus praticamente pode senti-lo se
endireitar.

"Sim," Chris sorriu timidamente, "Desculpe, mas é bastante óbvio que você tem uma queda por
ele."

Remus apenas piscou, mudo. Christopher riu suavemente, “É uma perda de tempo, Remus, você
não consegue ver isso? Sim, ele é ... lindo e tudo mais, mas ele é claramente louco por
garotas. Você deveria ... quero dizer, você merece alguém que se preocupa com você tanto quanto
você se preocupa com ele. "

"Christopher, eu não-"

Chris o interrompeu com um beijo - ele apenas ficou na ponta dos pés e beijou Remus, como se
fosse assim tão fácil. Seu primeiro instinto foi afastá-lo; isso não era nada parecido com o que ele
queria. Felizmente, foi apenas um breve roçar dos lábios.

"Oh, Chris ..." Remus respirou, "Eu ... você é um amigo tão bom, e ..."

Ah merda. Ele não deveria ter dito 'amigo'. Amigo era a pior palavra possível. Ele praticamente
podia ver o coração de Christopher se partindo. Mas durou apenas um momento, antes que aquela
pose de puro-sangue, com o lábio superior rígido, assumisse o controle. O garoto balançou a cabeça
e deu um passo para trás.

"Tudo bem. De verdade. Prefiro ser amigo do que não ser nada, se isso é tudo que podemos ser.”

Remus se sentiu doer.

"Vamos," Chris sorriu, como se nada tivesse acontecido. "Hoje terá torta de bife e rim, sua
favorita."

Eles deixaram a sala de aula - apenas os dois - e Remus fechou a porta silenciosamente atrás de si,
para evitar suspeitas.
Capítulo 112 : Sexto Ano: Aparatação
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sirius não apareceu para o jantar. Emmeline se aproximou e perguntou a James onde ele estava,
mas Potter apenas deu de ombros,

“Desculpe”, disse ele, “estávamos em uma missão mais cedo, mas eu o perdi de vista. Espero que
Filch não o tenha achado ...”

"E por que Filch estaria procurando por Sirius?" Lily perguntou, abaixando sua faca e dando a
James um olhar muito direto.

"Er ... tenho certeza que não sei." James disse rapidamente, olhando para seu purê de batata como
se fosse a coisa mais fascinante do mundo. Vinte minutos depois, os monitores foram convocados
para uma reunião de emergência para discutir um problema no quinto andar - todas as armaduras
aparentemente haviam começado a cantar ópera.

Todos os alunos foram mandados para suas salas comunais pelo resto da noite, e quando Peter,
Remus, Marlene e Mary chegaram à torre, eles encontraram Black lá, sentado em frente à lareira,
fumando. Onde ele conseguiu os cigarros? Remus se perguntou. Ele geralmente me pede. Sirius
Black não era do tipo que compra seus próprios cigarros; ele era um pedidor profissional.

"Tudo bem, Black?" Mary perguntou, alegremente.

"Sim, tudo bem." Sirius grunhiu, ainda olhando para o fogo.

"Não estava com fome?" Ela perguntou.

"Não." Ele inalou e bufou, como um dragão inquieto.

"Ah," Mary ergueu uma sobrancelha conhecedora, e olhou para os outros, "Está em um de seus
humores, aparentemente."

Ele não respondeu a isso. Remus frequentemente esquecia o quão bem Mary conhecia Sirius. Ele
admirava a maneira alegre e objetiva com que ela lidava com ele; seu próprio instinto costumava
ser mimar e ceder. Ele devia dar seguir o exemplo de Mary, pensou.

Quando Christopher voltou da reunião de monitores, Remus grudou nele como cola pelo maior
tempo possível. Em parte, porque sabia que o havia machucado e queria mostrar a ele que nada
havia mudado. Em parte, porque sabia que Sirius não chegaria nem perto deles enquanto
estivessem juntos. Os dois se sentaram no assento da janela no fundo da sala, mais longe da
lareira. Era o mesmo lugar que Sirius havia se sentado com Remus apenas alguns meses atrás, o
lugar no qual haviam brigado e depois se reconciliaram. Mas ele não estava pensando nisso. Ele
estava ouvindo o resumo de Christopher sobre as instruções dos monitores,
“... e todo mundo sabe que Potter provavelmente teve algo a ver com isso, mas obviamente não há
nenhuma prova porque ele é basicamente um vândalo profissional, e todos o amam, então ele se
safa. Até mesmo Lily Evans desistiu, ela nunca briga com ele como costumava fazer.’’

"Ah, sério?" Remus fingiu interesse, observando as costas da poltrona de Sirius.

“Sim,” Chris concordou, “Ela amoleceu com ele. Eu até perguntei o que ela achava que deveria ser
feito para punir quem havia causado a confusão, e ela deu uma risadinha! Ela disse que na verdade
era muito engraçado, e como não fez mal a ninguém era pra eu ser mais leve! Eu costumava
realmente admirá-la, você sabe. "

“Talvez você devesse relaxar,” O mais velho suspirou, “Parece que foi engraçado. Todos nós
estávamos precisando de umas boas risadas.”

“Os monitores devem cumprir todas as regras,” Christopher respondeu, com um eco de
McGonagall em sua voz, “Não apenas as chatas. De qualquer forma, se é assim que você se sente,
não sei por que me preocupo.”

Ele começou a se levantar,

“Chris,” Remus olhou para ele, “Vamos, não seja assim. Eu te questiono sobre Runas, se quiser. "

"Não estou com vontade." Chris respondeu, rispidamente: "Vou para a cama." Ele saiu em direção
aos dormitórios. Lupin suspirou novamente e esfregou os olhos. Ele esperaria alguns minutos e
então subiria sozinho. Havia sido um dia difícil.

Mas é claro que não. Assim que Remus escovou os dentes e vestiu o pijama, Sirius aproveitou a
oportunidade. Ele estava parado no meio do dormitório com o rosto como um trovão, braços
cruzados. Lupin se sentiu um pouco em desvantagem, em suas roupas noturnas e pés descalços,
mas tentou permanecer estoico e assentiu.

“Olá, Sirius. Estou indo para a cama.” Ele tentou caminhar em direção ao seu lado do quarto, mas
Black o bloqueou.

"Você realmente me irritou, sabia disso?" Ele disse, furiosamente.

"Desculpe?" Remus recuou, carrancudo. Sirius continuou, praticamente esbravejando.

"Se você estava tentando me deixar com ciúmes, então eu acho que é baixo pra caralho da sua
parte, Remus."

Lupin revirou os olhos, o que ele sabia que irriaria Sirius ainda mais.

"Oh, claro." Ele disse, sarcasticamente “Tudo gira em torno de você, não é? Pelo amor de Deus,
você nem deveria estar lá! Por que você simplesmente não saiu com o resto do grupo?!”

“Achei que você gostaria de descer para jantar comigo! Como eu ia saber que você tem tido
encontros secretos com aquele... aquele... "

"Eu não tenho tido 'encontros secretos' com ninguém além de você, seu idiota." Remus retrucou, “E
você já fez eu me arrepender disso. Christopher é meu amigo e, de qualquer forma, não é da sua
conta, então mantenha o nariz fora! "

"Ok!" Sirius gritou, "Se é isso que você quer!"


"Eu disse isso, não disse?!"

Remus estava furioso, com tanta raiva que sabia que se ficasse muito mais tempo ali diria algo do
que se arrependeria. Ambos gostavam de ter da última palavra em uma discussão, era uma das
únicas coisas em que eram semelhantes. Como não tinha para onde ir, ele passou por Sirius, foi até
a cama e fechou as cortinas com tanta força que quase arrancou os anéis da madeira.

Alguns momentos depois, ele ouviu os passos raivosos de Sirius descendo as escadas. Bem, Remus
pensou. Se ele não recebeu a mensagem antes, ele a recebeu agora.

***

Segunda-feira, 4 de abril de 1977

Inconvenientemente, a primeira aula de aparatação do ano aconteceu na lua cheia de abril. Remus
já estava extremamente nervoso - daquele jeito trêmulo e suado - com essas aulas; acrescente a isso
o desafio que normalmente tinha para manter sua magia sob controle nos dias anteriores à lua, e ele
tinha certeza de que era uma receita para o desastre.

“Posso acabar do outro lado do país!” Ele disse em voz baixa para Lily enquanto faziam fila do
lado de fora do Salão Principal.

“Você não pode,” ela o assegurou. “Eu perguntei à Professora McGonagall, eles apenas
suspenderam as proteções anti-aparição no Salão, então eu não acho que você possa sair dele.”

"Mesmo? Ok, assim é melhor." Ele acenou com a cabeça, tentando se acalmar. Foi infinitamente
útil deixar Lily ciente do probleminha peludo. Ela tinha muito mais bom senso do que James ou
Sirius.

“De qualquer forma,” a ruiva sussurrou, “Você deveria parar de agir como se fosse um coisa ruim,
ser extra forte às vezes. Eu teria pensado que seria uma vantagem, especialmente para alguém tão
inteligente quanto você.”

Isso o impressionou de uma forma engraçada. Ninguém nunca havia sugerido que ele tentasse ser
positivo sobre seu problema antes. Bem, exceto por Livia. Você não sabe metade do poder que
possui, Remus Lupin.

Dentro do Salão, a Professora McGonagall apresentou os ansiosos alunos do sexto e do sétimo ano
ao alto e magro oficial do ministério que estava lá para ensiná-los a aparatar. Remus, é claro, tinha
lido bastante sobre o assunto e já sabia sobre os 'três d's', mas esperava que houvesse mais do que
isso.

Depois de muita pouca instrução, na opinião de Remus, os alunos receberam aros de madeira e
foram convidados a simplesmente 'tentar'. Ele encontrou o olhar Mary, enquanto eles carregavam
seus aros para um espaço livre. Ela fez uma careta com os olhos esbugalhados e ele riu, o que o fez
ganhar um olhar severo do instrutor. Não querendo causar uma má impressão, Remus voltou a
concentrar sua atenção no aro.
Era muito difícil se concentrar, quando todos ao seu redor estavam girando, tropeçando e caindo,
como cachorrinhos sendo treinados para rolar. Ainda assim, Remus fechou os olhos e tentou.

Deliberação. Melhor não ir muito rápido; como pilotar uma vassoura. Devagar e sempre é o que
ganha a corrida.

Determinação. Ele realmente queria vencer Sirius.

Destino. O arco não estava nem tão longe. Ele o colocou mais para o lado, como daquela vez com
o Sr. Potter.

Remus tentou se lembrar de como se sentiu. A magia, puxando-o para frente - não, mais como ...
mais como seguir um canal, como água rodando até ralo de uma banheira; se você pressionasse as
pontas dos dedos contra os buracos, dava para sentir o vácuo sugando ... era um pouco assim.

“CARAMBA!” Um grito surgiu, causando um lapso na concentração de Remus. Ele abriu os olhos
a tempo de ver James e Sirius sentados no chão, confusos, olhando um para o outro, esfregando as
cabeças. Ah não, Remus pensou, eles já conseguiram?

“Idiotas.” Mary riu. Todo mundo estava rindo também, e Sirius parecia extremamente aborrecido,
enquanto se levantava e limpava o pó de suas vestes com uma fungada digna.

"O que aconteceu?" Perguntou Remus.

“Os dois pularam ao mesmo tempo e se bateram.” Ela bufou. “Idiotas. Não estou sentindo nada,
você está? "

Remus balançou a cabeça. Ele fechou os olhos novamente e se concentrou o máximo que pôde,
sentindo o que quer que fosse que o puxaria da maneira certa. Pensou que havia conseguido, tentou
girar, mas não chegou a lugar nenhum. Pelo menos ele não caiu.

Algo não estava certo. Isso era como a coisa estúpida do patrono de novo (ele ainda não havia
conseguido produzir um; era um dos únicos. Até Peter havia produzido um pequeno pedaço de
prata). Só que o truque para isso era ter um pensamento feliz - e Remus aceitou que pensamentos
felizes não eram seu forte. Isto, no entanto, isto requeria determinação. E ele não era determinado?

Nesse momento, o instrutor de aparatação passou por perto e Remus sentiu o sopro de sua
magia. Era peculiar e forte - zumbia. Isso o lembrou de como a velha TV na sala de recreação de St.
Edmund's acumulava uma nuvem de estática na tela. Quando criança, Remus costumava erguer as
mãos maravilhado, e acariciar a energia bizarra e sobrenatural, como se pudesse absorvê-la

Houve um estalo na mente de Remus, como gelo se quebrando. Era isso! Remus relaxou seu
corpo. Ele não precisava procurar o canal certo ou tentar senti-lo - ele já podia sentir. O salão todo
estava cheio de magia espessa, como ferro e quente-fria contra seus dentes. Ele sempre pôde sentir
a magia, apenas aprendeu a ignorar ao longo dos anos. Isso era mais difícil de fazer na lua cheia,
mas neste cenário, isso poderia não ser uma desvantagem, como Lily havia dito...

Ele fechou os olhos, inspirou e se moveu - parecia apenas um leve estremecimento, um movimento
de varinha ou o arquear de uma sobrancelha. Remus deixou a magia fazer todo o trabalho, e
quando abriu os olhos com um suspiro, ele estava dentro do arco.

"Bravo!" O instrutor batia palmas delicadamente, sem fazer barulho.

"Boa, Moony!" James gritou do outro lado da sala, um grande hematoma em forma de ovo
crescendo em sua testa.
“Muito bem, Remus!” As meninas aplaudiram.

Remus olhou para os próprios pés, envergonhado, mas emocionado.

***

Sexta-feira, 15 de abril de 1977

Em meados de abril, parecia não haver limites para a confiança recém-adquirida de Remus. Ele foi
cauteloso com isso, é claro - não disse a ninguém (nem pensar!) para o caso de o considerassem
arrogante ou, pior ainda, perigoso. Mas ele sabia que algo havia mudado. Por muitos anos, Remus
considerou sua licantropia, as emoções e sentidos incontroláveis que surgiram por consequência
dela, como uma limitação de sua magia. Se as últimas semanas haviam lhe ensinado algo fora que
isso estava incorreto.

Talvez esse mal-entendido fosse simplesmente devido ao fato de que muito pouco estudo havia
sido feito sobre lobisomens no mundo mágico. Ou talvez Livia estivesse certa - Remus tinha sido
instruído pelas pessoas erradas o tempo todo.

Agora, em particular, ele realizava vários experimentos, desde feitiços simples e básicos até
transfiguração e transmutação muito mais complexas. Tudo isso vinha muito mais fácil quando ele
relaxava, quando aproveitava qualquer magia que já estivesse no espaço ao seu redor. Antes, lançar
um feitiço era como tirar água de um poço dentro dele, um balde pesado em uma corda. Após a
descoberta da aparatação, ele se sentiu como se estivesse em um lago o tempo todo - e tudo o que
ele precisava fazer era beber. Até começou a dar passos em direção à magia não-verbal.

Nesse meio tempo, ele tinha exames para se preparar, e embora sua força recém-descoberta
certamente fosse útil em seus exames práticos, Remus ainda precisava completar vários testes
escritos. Nessa tarde em particular, ele convenceu James (e, por extensão, Peter) a revisar com
ele. Era um belo dia de primavera, e os últimos arrepios do inverno haviam durado o suficiente
para que todos concordassem que seria bom se sentar do lado de fora, para variar.

Eles se esparramam na grama, os livros abertos, James lendo com a língua entre os dentes e uma
pena atrás da orelha, Peter fazendo anotações sobre hinkypunks sem entusiasmo.

“Não é justo”, ele reclamou, “Não é NIEM ou NOM este ano, por que temos que fazer exames
afinal?”

“É para a gente não perder o ritmo, Wormy’’ Potter respondeu, ainda concentrado em seu
livro. “Pense nisso como uma prática para os NIEMs.”

"Melhor não." Peter fez uma careta. "Moony, você tem as anotações para ..."

“Terças, quintas e domingos.” Remus disse, prontamente, sem tirar os olhos de sua redação de
Defesa Contra a Arte das Trevas.

"O que?" Peter coçou a cabeça.


“Terças, quintas e domingos.” Remus repetiu. “Esses são os dias que eu tenho o grupo de estudo,
e esses são os dias eu ajudar outras pessoas com os seus trabalhos. Preciso do resto do tempo para
pôr em dia minhas próprias coisas.”

"Ah, mas eu sou seu melhor amigo," Peter gemeu, "Por favor, Moony?"

“Menos tempo agarrando Dorcas, mais tempo organizando suas anotações.” Remus sorriu. Era
muito fácil ser estúpido quando você não tinha permissão para beijar as pessoas que queria
beijar. Falando nisso.

"Tudo bem, rapazes?" Sirius veio passeando pelo gramado em direção a eles, Emmeline trotando
atrás dele. James olhou para cima e sorriu, Peter se moveu para abrir espaço.

"Onde você esteve?" James perguntou: "Eu nunca mais te vejo esses dias".

"Não é minha culpa que você se tornou um deles, monitor Potter." Sirius respondeu friamente, "Eu
estava na detenção."

"Você está em detenção com mais frequência do que eu fazendo coisas de monitor", James rebateu,
não mais lendo seu livro, agora de volta ao modo maroto. Ele acenou com a cabeça para Emmeline,
que se sentou afetadamente ao lado de Sirius, alisando sua saia, "Tudo bem, Em?"

“Oi James,” ela sorriu de volta para ele, “Peter, Remus. Vocês estão revisando?”

"Infelizmente," Peter gemeu. "Moony não está me ajudando, no entanto."

"Ah, se vire, pelo menos uma vez," Remus retrucou, não mais provocando levemente.

“Eu acho que é uma boa ideia,” Emmeline disse, encorajando, “Tirar isso do caminho antes de
Hogsmeade neste fim de semana. Acho que é a coisa responsável a se fazer, não é, Sirius? "

"Deve ser."

“Falando nisso,” ela continuou, ignorando sua rejeição, “O que você gostaria de fazer em
Hogsmeade? Eu te encontro lá, ou você me busca fora da minha sala comunal? "

“Ugh, eu não sei. Por que tem que ser uma grande coisa?”

Peter, apesar de seu desespero anterior, de repente ficou fascinado por suas anotações, com a
cabeça inclinada sobre o pergaminho.

“Outros meninos não se importam em fazer planos para sair com suas namoradas,” Emmeline
disse, sua voz quase estridente. Este era claramente um terreno antigo para eles.

Peter, James e Remus começaram a se concentrar em seus livros e anotações como se suas vidas
dependessem disso. Sirius e Emmeline continuaram brigando de qualquer maneira.

"Não sou como os outros meninos," Sirius rosnou, "Achei que você gostasse disso."

"Eu também." Ela atirou de volta.

"E daí? Sou um péssimo namorado porque não quero ficar atrás de você como um idiota
sentimental? "

"Não é isso que estou perguntando e você sabe disso!"


"Pare de reclamar então."

"Eu não estou recla ..."

“Parece que sim. Reclama, reclama, reclama. "

Emmeline abriu e fechou a boca algumas vezes, claramente querendo dizer algo em troca, mas não
querendo que soasse como mais uma reclamação. Finalmente, ela se sentou em silêncio, olhando
para o chão. Os olhos dela pareciam um pouco mais brilhantes do que o normal, e Remus
finalmente sentiu-se amolecer em relação a ela. Coitada.

"Ah Merlin, não fique de mau humor." Sirius reclamou do silêncio da menina. "Se você está com
raiva, então vamos brigar, se você estiver bem, me beije - mas, por favor, não fique assim."

"Ugh, e essas são as duas únicas opções com você, não são, Sirius?!" Emmeline retrucou, ficando
de pé e cruzando os braços sobre o peito.

"Sim." Ele respondeu, sorrindo aquele sorriso de Sirius Black.

"Ah!" Ela jogou as mãos para cima e saiu disparada, de volta ao castelo.

Depois que ela se foi, restou apenas um silêncio desconfortável. James pigarreou.

"Não foi muito legal, Pads." Ele disse sobre seu livro. "Ela está chateada agora."

"Ela está sempre chateada," Sirius lamentou, "E os meus sentimentos?"

"Não tenho certeza de que você tenha algum." Potter disse, sem perder o ritmo. "O que você acha,
Moony?"

Remus ergueu os olhos de seu próprio livro, esperando que parecesse incomodado e desinteressado
- como se não estivesse prestando muita atenção.

"Hm?"

"Padfoot tem sentimentos?"

Sirius alcançou seu olhar. Remus endireitou as costas e desviou.

"Definitivamente não."

Black se levantou sem dizer uma palavra e saiu.

"Sirius? Ei!” James se levantou, mas Sirius não olhou para trás. Potter então coçou a cabeça,
sentando-se inquieto. Ele ficou pensativo por um momento antes de olhar para Remus. "Moony ...
está acontecendo algo entre vocês dois?"

Remus olhou feio para ele.

"Pergunte a ele!"

"Eu perguntei. Ele não quer dizer nada.”

"…mesmo?" Remus estava genuinamente surpreso. Ele tinha quase certeza de que Sirius o havia
contado todos os mínimos detalhes. Ou então, realmente estava envergonhado.
"Mesmo." James estava olhando para ele muito intensamente agora, "O que está acontecendo?"

"Eu ... eu dormi com Mary." Pelo menos era verdade. Peter soltou um suspiro estranho ao lado
dele, mas Remus o ignorou. "Ele descobriu, só isso."

"Você o que?!" As sobrancelhas de Potter se ergueram em surpresa desmascarada. Ele rapidamente


reorganizou suas feições, limpando a garganta, “Ah, bom para você, cara. Eu não tinha ideia de
você e ela ... "

"Foi só uma vez." Remus disse, rapidamente.

"Está bem. Certo, bom. Por que Sirius está de mau humor com isso? Ele e Mary se separaram há
muito tempo.”

"Não sei." Remus respondeu, taciturno. Então suspirou “Ah, vá em frente, Pete, pegue minhas
anotações emprestadas. Qual parte você não está entendendo? "
Capítulo 113 : Sexto Ano: A Caixa
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

As arquibancadas do campo de quadribol em um domingo eram um dos únicos lugares nos quais
havia garantia de paz e sossego em Hogwarts. Remus estava indo lá todas as semanas desde seu
aniversário, assistindo o final das sessões de treinamento espartano de James, e tendo aulas de voo
depois.

Esta manhã, porém, ao entrar mancando nas arquibancadas, ele descobriu que não estava sozinho.

"Oi, Lily," Remus sorriu, surpreso, "O que você está fazendo aqui?"

Lily se virou e piscou, sua boca rosada aberta em um pequeno 'O', como se não esperasse que mais
ninguém aparecesse. Seus olhos dispararam para o campo, depois de volta para Remus
nervosamente, e ela deu um sorriso tímido,

"Oi! Er ... apenas assistindo Marls praticar. Apoio moral e tudo mais.”

"Ah, certo. Se importa se eu me juntar a você? "

Ela sorriu e mudou sua bolsa de lugar, como se para abrir espaço para ele, embora as
arquibancadas estivessem completamente vazias. Os dois se sentaram em silêncio e assistiram ao
treino por um tempo. James estava treinando os artilheiros e o goleiro, então apenas metade da
equipe estava lá hoje. Remus se lembrava vagamente da iniciativa de James de realizar 'sessões
focalizadas’, o que havia sido um alívio para o resto do time da Grifinória, pois significava que eles
não tinham realmente que treinar todos os dias, mesmo que James o fizesse.

"Er ... Lily?" Remus disse depois de um tempo, "Você sabe que Marlene não está treinando hoje?"

Ela olhou para os próprios joelhos, o cabelo caindo como folhas de cobre na frente de seu rosto.

"Sim." A menina sussurrou.

"Então você está aqui para assistir...?"

"Não me faça dizer isso, Remus," ela parecia derrotada. E então levantou a cabeça, empurrando o
cabelo atrás da orelha, "Vá em frente, deixe essa passar."

"O que?!" O garoto estava entretido. Monitora Lily Evans, completamente derrotada. Sirius
adoraria isso.

"Me provoque, tire sarro de mim, diga que sou uma completa idiota ..." ela suspirou, olhando para
o campo, "Eu já sei disso tudo."
"Eu não acho que você seja uma idiota apenas por estar gostando de James." Remus riu, cutucando-
a jovialmente, "Mas ... quero dizer, é um pouco engraçado, depois de todo esse tempo."

"Ugh, eu sei." Ela gemeu, "Eu não posso acreditar nisso."

"Ele sabe?"

"Não!" A ruiva o olhou, sem acreditar, "Eu absolutamente morreria!"

"Por quê?!" Remus riu de novo, “Honestamente, você não pode achar que ele vai te rejeitar,
né? Ele está esperando exatamente por isso há cinco anos!”

"Por isso mesmo!" Ela respondeu, gesticulando freneticamente com as mãos, abrindo seus dedos
em uma demonstração de exasperação. “Ele quer isso desde sempre, e eu só quero isso por ... er ...
bem, talvez faça um tempinho, pra falar a verdade ..., mas nem de longe por tanto tempo quanto
ele. Se eu ceder agora, tenho medo de quebrar seu coração. Ele é tão intenso.”

Ela mordeu o lábio, ainda o observando voar, soprando o apito e apontando enfaticamente para os
anéis de gol.

"Talvez você quebre." Remus concordou, "Mas acho que James Potter consideraria uma honra ter
seu coração quebrado por você."

A menina bufou,

“Remus, honestamente, você soa tão ruim quanto ele. Eu não sou essa ... não sei, 'garota dos
sonhos' perfeita que vai entrar na vida dele e tornar tudo maravilhoso. Não é um conto de
fadas. Eu não sou um conto de fadas. Eu sou muito irritante. Sou uma bagunça completa de manhã -
pergunte a Mary - e odeio perder discussões, grito quando estou com raiva e meu nariz escorre
quando choro. Eu não sei nada sobre quadribol e eu realmente não quero aprender também.”

"E?" Remus sorriu. “Tenho certeza de que ele já sabe a maior parte disso. E se ele não souber, não
acho que vai doer caso descubra. De qualquer forma, não é como se James fosse perfeito. Eu já
cheirei suas meias.”

Lily riu.

"Obrigada, Remus."

"Vai contar a ele?"

Ela franziu seu nariz sardento.

“Nah. Quero pensar um pouco mais primeiro.”

"Só vai ficar assistindo James voar em sua vassoura por horas a fio?"

Lily o empurrou, rindo,

"Se eu quiser! Ele é agradável de se ver, o que posso dizer? " Ela colocou a língua para fora e
voltou a ficar boquiaberta. Remus sorriu e trouxe à tona o único conselho verdadeiro que tinha.

“Não demore muito. Fica mais difícil, quanto mais você espera.”

A menina o olhou, curiosa, e Lupin imediatamente se arrependeu de ter dito qualquer coisa.
"Ah, é?" Ela disse "Você parece muito sábio sobre os caminhos do amor, de repente."

"Nah." O menino riu e esperou que tivesse sido convincente "Eu só leio muito."

***

“I could have given you all of my heart,

But there’s someone who’s torn it apart.

And he’s taken nearly all that I have got,

But if you want I’ll try to love again…”

"Black, da próxima vez que você decidir partir o coração de alguém, você pode fazer isso fora da
época de exames?" Lily gemeu quando Sirius entrou na sala comunal e todos os rádios, toca-discos
e gramofones em um raio de vinte metros começaram a tocar a voz trágica de PP Arnold.

“Baby I’ll try to love again, but I know…

The first cut is the deepest…”

“O que você quer que eu faça a respeito?!” Sirius se enfureceu, invadindo a sala, tentando silenciar
todos os alto-falantes à vista.

Fora um melodrama doloroso e prolongado, mas Emmeline e Sirius finalmente se separaram. E


aparentemente ninguém tratava Emmeline Vance assim, então, em retaliação, ela lançou um feitiço
muito avançado nele, o que significava que toda vez que entrasse em uma sala, canções de término
começavam a tocar. Isso geralmente se limitava a vitrolas, mas ocasionalmente, quando não havia
mais nada ao redor, os retratos também começavam a cantar.

"Apenas peça desculpas a ela e peça para ela retirar o maldito feitiço!" Lily respondeu.

“Cuz when it comes to being lucky, he’s cursed,

when it comes to lovin’ me, he’s worst…”

“Não tenho nada pelo que me desculpar!” Ele cuspiu de volta, com força “Silencio! Silencio
silencio, SILENCIO!”

A música finalmente parou. Quem sabe por quanto tempo. Remus não se envolveu, ele só poderia
piorar as coisas, e Sirius esteve de péssimo humor a semana toda.

“Tenho que dar crédito a garota,” Mary pensou “Ela é criativa.” Ela estava sentada no colo de
Marlene, que estava de bruços no tapete, Mary trançando seus longos cabelos loiros. Cada vez que
chegava ao fim, ela desfazia tudo, penteava com cuidado e começava de novo. Às vezes, Remus
achava que nunca entenderia garotas. Ainda assim, Marlene, que normalmente odiava ser
importunada, parecia estar gostando bastante, ela parecia muito em paz.

“Ah sim, vá em frente, fique do lado dela, vocês. Malditas mulheres.” Sirius se jogou na poltrona
em frente a Lily e se acomodou nela, olhando para o fogo. "Alguém tem um cigarro?"
Remus tinha, mas não disse nada.

“Não estou surpreso por ela ter largado você,” Mary sorriu, “Você está sendo um idiota miserável
esses dias. Que bom que me livrei de você. " Ela deu a ele uma piscadela de brincadeira, e sua
carranca diminuiu.

"Eu sei que você me ama", ele murmurou.

“Vamos conversar sobre outra coisa.” Marlene disse, do chão. “Nada sobre exames ou
relacionamentos. Potter, como está indo com a viagem de acampamento? "

"Tudo resolvido - vocês só precisam aparecer", James sorriu, "Com suas barracas, obviamente."

"Papai disse que posso pegar emprestado as da família, desde que eu cuide delas", disse Lily, "São
duas, cabem duas pessoas em cada.”

"Confortável." Sirius disse, sarcasticamente, "Com sete de nós indo."

"Oito," Peter ressaltou, "James disse que eu poderia levar Dorcas."

Remus gemeu interiormente com isso. Não que ele não gostasse de Dorcas; Dorcas era legal. Mas
ele estava ansioso por passar as férias de verão com todos os seus amigos mais próximos, não com
as namoradas dos seus amigos. Graças a Deus, Mary não iria levar seu namorado mais
recente. Porém, com Mary, a rotatividade era muito rápida para fazer qualquer tipo de plano a
longo prazo.

"Bem, eu esperava que vocês, meninos, trouxessem sua própria barraca, na verdade." Lily
respondeu, dando a Sirius um olhar gelado.

“Mamãe disse em sua última carta que há uma loja de suprimentos para acampamentos trouxas no
nosso vilarejo,” James disse, rapidamente, sempre o pacificador, “Então todos nós iremos comprar
os nossos assim que estivermos em casa. Você definitivamente está vindo para ficar neste verão,
certo Moony? "

"Se ainda estiver ok?" Remus perguntou, ansioso. Ele ainda não tinha um plano b. Talvez James o
deixasse ficar com uma das barracas depois. Ugh, que pensamento deprimente.

"Claro", James sorriu magnanimamente, esfregando as mãos, "Este verão vai ser ótimo."

“Como vamos chegar à Cornualha?” Marlene perguntou. "Aparatando?"

"Se todos nós passarmos na prova, sim."

Eles olharam para Peter, com culpa. Pettigrew ainda não tinha conseguido chegar a lugar nenhum
sem se estrunchar, ainda.

“Estou realmente tentando”, disse ele, envergonhado. "Eu poderia pegar o nôitibus?"

"Vai ficar tudo bem", disse James, alegremente. "Eu prometo. Melhor verão de todos."

***
Mother

You had me

But I never had you

I wanted you

You didn’t want me.

Sexta-feira, 24 de junho de 1977

E realmente, Remus pensou consigo mesmo, ao deixar seu último exame do ano - Trato das
Criaturas Mágicas, discursivo - graças a Deus pelo eterno otimismo de James. Era uma das únicas
coisas que os motivavam a continuar, atualmente.

Os exames continuaram como sempre - mais fáceis, talvez, pelo menos quando se tratava de magia
prática. Felizmente, ninguém esperava um patrono este ano. No entanto, havia algo reconfortante
em relação a um calendário, prazos e exercícios cronometrados. Tudo fazia sentido e não
encorajava muito pensamento independente. Remus sempre ficava grato pela oportunidade de
desligar seu cérebro. Especialmente porque ele havia estabelecido um prazo muito pessoal para si
mesmo.

Assim que seu exame final terminasse (e hoje era o dia), ele abriria a caixa de sapato. Já fazia
quase três meses que estava embaixo da cama. Ele, nem ao menos, olhava para ela. O que quer que
estivesse lá seria perturbador, ele sabia disso. Mesmo que não fossem nada mais do que algumas
notas chatas da Diretora, trabalhos da velha escola ou algo assim, ele sabia que só de pensar sobre
todo o problema de St. Edmund, seria colocado para baixo eventualmente. Remus disse a si mesmo
que era muito sensato e maduro; ele precisava de uma cabeça limpa para os exames.

Mas já era final de junho e não havia mais nada a ser feito. Claro, sempre havia algo a fazer - os
NIEMs começariam no ano que vem; ele devia ter uma vantagem inicial. Falava-se sobre uma festa
de fim de ano e poderia começar a se preparar para isso. Ele realmente deveria pôr em dia suas
leituras para as aulas de cura da Madame Pomfrey também; estava terrivelmente atrasado em
contusões.

Remus almoçou primeiro. As experiências desagradáveis geralmente eram melhor enfrentadas com
o estômago cheio. Haviam exames de Estudos dos Trouxas e Adivinhação marcados para aquela
tarde - James e Sirius estariam fazendo ambos.

“Moony, para que servem os balões de ar quente? Eu ainda não entendi ...” James implorou,
parecendo muito exausto.

"Você vai se sair bem," disse Lily, servindo-se de um pouco de suco de abóbora, "Estudos dos
trouxas deve ser fácil para você, após a Transfiguração avançada."

"Uau, obrigado Evans," James sorriu. Todos olharam para Lily, que corou e voltou para sua
comida.
“Eu ainda nunca vi nada em uma bola de cristal.” Peter suspirou profundamente.

"Diga a ela que você vê um sinistro," Sirius disse, alegremente, "É isso que estou fazendo."

"Por que um sinistro?"

"Tenho a sensação de que ela pode realmente verá um amanhã à tarde, por volta das duas
horas." Sirius sorriu. James e Peter começaram a rir, para confusão das meninas.

Remus ficou do lado de fora do Salão Principal o máximo que pôde com seus amigos, até que
todos tivessem que fazer o exame. Adiar alguns minutos não vai doer ...

Mas, eventualmente, era hora de enfrentar a verdade. Afinal, quanto mais cedo o fizesse, mais
tempo teria sozinho para realmente processar tudo. Mesmo se não fosse nada; mesmo se apenas
tivesse que lidar com outra decepção. Ele tinha um bom livro em mãos e acesso total à coleção de
discos de Sirius, então a tarde não precisava ser completamente desagradável.

Remus fechou as cortinas em volta da cama, mesmo estando sozinho no dormitório. Ele soprou a
poeira da tampa de papelão e isso o fez tossir.

“Scourgify,” engasgou, apontando sua varinha para seus lençóis para livrá-los da desagradável
massa cinzenta. Não há volta agora. Tão rapidamente quanto se estivesse arrancando um band-aid,
ele levantou a tampa.

No início, tudo parecia completamente inofensivo. Tudo lá dentro era plano - papéis,
presumivelmente, organizados em envelopes marrons de vários tamanhos e idades.

Documentos de admissão em St Edmund's - Remus John Lupin, 5 anos 3 meses, data de chegada
07/12/1965. Relatórios escritos por suas professoras primárias - todas as notas eram
'ruins'. 'Mostra muita pouca aptidão para a academia’, dizia-se, 'Incapaz de aprender. Pode ser
adequado para trabalho não qualificado.’ Vadias desgraçadas.

Sua certidão de nascimento. Era trouxa - ele supôs que sua mãe não fora admitida em St.
Mungus. Remus descobriu que nascera em casa, em Bristol, entre todos os lugares. O nome de sua
mãe era Hope e seu pai estava listado como 'Desempregado'. Passou por tudo isso com impassível
paciência, como um arquivista vasculhando documentos relacionados a alguma história antiga, não
sua própria vida. Mas então vieram as fotos.

Eram em preto e branco. Trouxas; imóveis. Uma de um bebê gordinho vestido com uma roupa de
malha branca, com botões em forma de coelho. Remus supôs que fosse ele, não havia nada escrito
no verso, apenas o selo de onde a foto fora revelada. Havia outra, que devia ter sido tirada quando
ele chegou a St. Edmund's. Nela, foi capaz de reconhecer algumas características - o olhar sombrio
e cauteloso, a boca definida em uma careta determinada. Ele estava olhando para cima - para quem
estava tirando a foto, provavelmente - e parecia assustado.

A última foto foi a pior. Era de uma família da qual ele não se lembrava.

Lá estava Lyall, alto, magro e desajeitado, cabelos desgrenhados e pequenos óculos de armação
metálica. Ele estava sorrindo - Remus nunca o imaginou sorrindo. Sentada em uma poltrona floral
ao lado dele estava uma mulher pequena, de aparência muito jovem. Ela tinha o cabelo loiro
platinado imaculado em uma colmeia adequada dos anos 60, e estava usando uma blusa elegante
que exibia seu belo porte. Seu nariz era um pouco comprido e pontudo, mas ela tinha um rosto
bonito. Em seu colo estava um garotinho, rindo, o rosto todo enrugado de alegria. A mulher estava
olhando para ele, sua boca estava aberta - o que ela estava dizendo?
Remus largou a foto, sentindo-se tonto. Percebeu que estivera prendendo a respiração por um longo
tempo e exalou. Restava um envelope. A caligrafia não era da Diretora. Não havia selo, entretanto,
então talvez ela tivesse lido antes. Talvez seja por isso que ela não havia dado a ele. Preparando-se
mais uma vez, Remus puxou uma carta, dobrada ordenadamente três vezes. Estava escrito em um
lindo papel timbrado com um desenho floral nas bordas. A caligrafia também era bonita.

Meu querido menino,

Sei que não tenho o direito de deixar esta carta para você. Pode levar alguns anos antes que a
receba - se é que você a receberá. Espero que sim e espero que, quando o fizer, tenha idade
suficiente. Ainda assim, não espero perdão.

Não consigo pensar no que te dizer. Como eu posso explicar? Você foi meu lindo e precioso
menino desde o momento em que nasceu. Não - a partir do momento em que senti você se mover
dentro de mim. Seu pai e eu te amávamos muito e ter você triplicou nossa felicidade mil
vezes. Você era amado, meu pequeno Remus, rezo para que não tenha se esquecido. Mas você é
muito jovem, e eles me dizem que às vezes é mais gentil se esquecer.

Quando o acidente aconteceu, prometi a você que faria tudo o que pudesse para consertar as
coisas novamente. Eu tive a ideia estúpida de que apenas te amar seria o suficiente.

Então, quando Lyall nos deixou, eu tentei ser forte por você. Eu juro que tentei. Mas eu nunca fui
uma garota muito inteligente, e nunca tão forte ou prática quanto seu pai. Você precisava de tanto
e eu tinha tão pouco. Não tive família depois que me casei com ele, sabe, eles me disseram para
fazer uma escolha. Meus pais não aprovaram e, mesmo depois que ele foi embora, eu sabia que
eles não aprovariam você.

Eu não posso dizer o quanto eu sinto muito por deixar você ir. No meu coração, sei que é a coisa
mais segura e o melhor para você, no final das contas. Sei que nunca vou te esquecer e sei que
sempre terei muito desejo de vê-lo novamente. Oro para que, quando chegar a hora, não seja
difícil para você me encontrar.

Todo meu amor,

Hope Jenkins.

Remus colocou a carta de volta no envelope e fechou a caixa. Ele a jogou a caixa debaixo da cama,
subiu por baixo das cobertas pesadas e se encolheu, como costumava fazer em St.
Edmund's. Sentiu como se um buraco tivesse se aberto dentro dele, um grande vazio. Lágrimas
escorreram de seus olhos e, porque estava sozinho, ele as deixou vir.

***

Sábado, 2 de julho de 1977

Ele nunca havia pensado muito em sua mãe. Pelo menos, não desde que chegou a Hogwarts, que
parecia tão cheia de Lyall e todas as suas realizações e erros. Obviamente, teria sido melhor ter
uma mãe do que não, mas ele não tinha certeza do que estivera perdendo todo aquele tempo. A
Diretora não havia sido muito maternal, mas ela não era paga para amar os meninos de quem
cuidava.

Esta janela para a vida de Hope - para sua própria vida - era aterrorizante para Remus, e ele
desejou nunca ter lido a estúpida carta. Ainda assim, a leu mais de uma vez. Ele a leu todas as
noites, pelo resto do semestre, como se ler a palavra 'amado' pudesse fazê-lo se sentir assim. Não
poderia.

Os marotos ficaram mais duas noites em Hogwarts, por Remus. A primeira lua cheia do verão caiu
no dia 1º de julho, e seria mais conveniente (sem mencionar que seria mais seguro para os Potter)
se a passasse na Casa dos Gritos. Bem, ele deveria estar na Casa dos Gritos, mas é claro que
Wormtail, Padfoot e Prongs tinham outras ideias. Livres de exames e animados com o verão, eles
tiveram uma das melhores noites de lua cheia em anos.

Ainda assim, Madame Pomfrey insistiu no curso normal de cuidados posteriores, e nocauteou
Remus com uma forte poção para dormir para garantir que descansasse na manhã seguinte,

“Viajar de pó de flu pode deixar você enjoado na melhor das hipóteses”, ela avisou, “Melhor
prevenir do que remediar”.

Eles deveriam viajar naquela noite, usando a lareira no escritório de McGonagall. Remus acordou
logo após o almoço e descobriu que não estava sozinho.

"Oi, Moony," Sirius disse suavemente, sentado na cadeira ao lado da cama. Seus olhos estavam
escuros, parecia que estivera cochilando também.

"Oi," Remus repetiu, sentando e espreguiçando-se, "Devia estar na cama, você parece acabado."

"Cale a boca, estou maravilhoso," Sirius respondeu, bocejando. “De qualquer forma, James está
destruindo o quarto tentando fazer as malas, eu não conseguiria dormir. Com fome?"

"Sempre."

“Bom, tenho que garantir que você coma,” ele apontou para um prato na mesa de cabeceira,
carregado com frutas e sanduíches. Remus pegou uma maçã e a mordeu, faminto.

Nenhum deles disse nada por um tempo, mas Sirius comeu algumas uvas. Desde março, eles
haviam se aperfeiçoado na arte de conversar sobre amenidades com o mínimo de detalhes ou
contato visual possível. Você poderia chamar isso de amizade, se não soubesse o que acontecera
antes.

"Eu me sinto um pouco mal." Sirius disse, do nada, olhando para os cadarços.

"Hm?"

“Eu me sinto um pouco mal pela maneira como falei com você, um tempo atrás. Sobre seu amigo,
hã ... Christopher? "

"Sim." Remus terminou sua maçã, até o caroço, que ele largou, pegando um sanduíche em
seguida. Queijo e picles. “Você foi um pouco rude, mas está tudo bem. Não pensei muito sobre
isso.”

"Ah, isso é bom." Sirius concordou. Ele olhou para Remus, então rapidamente desviou seu olhar
para fora da janela. "Eu pensei que talvez ... eu pensei que ele poderia ser a razão pela qual você
decidiu parar."

Remus não precisou perguntar o que ele quis dizer. Black estava sendo muito claro.

"Não." Respondeu, escolhendo suas palavras com cuidado. “Não tinha nada a ver com ele. Eu te
disse, ele é meu amigo, só isso.”

Sirius assentiu, bravamente.

“Sim, eu acredito em você. De verdade."

Ele ainda não entende, Remus percebeu, tristemente. Sirius ainda não sabia por que eles não
podiam simplesmente continuar do jeito que eram. Menino tão estúpido, lindo e impossível.

“Olha, Sirius,” ele disse, ainda cauteloso, “Eu só ... eu tive um ano de merda, para ser
honesto. Talvez eu esteja tendo uma vida de merda, não sei. Há tantas coisas estão acontecendo no
momento que não consigo controlar. Então, do jeito que eu vejo ... se algo está me deixando infeliz
que eu possa controlar, então ... "

"Ah, certo. Eu entendo."

"Entende?"

"Eu nunca iria querer te fazer infeliz, Moony."

Isso não foi o que eu quis dizer. Remus pensou, não era isso que eu queria dizer. Mas ele não tinha
energia para mais. Não tinha recursos. Teria que servir, pelo menos até que tudo parasse de ser tão
cru.

"São vozes que ouço?" Madame Pomfrey veio correndo pela cortina do hospital, alegre e com as
bochechas rosadas, “Bem! Você está muito melhor. Ansiosos para o verão, meninos?”

Chapter End Notes

A música que a Emmeline fez tocar em todos os lugares que Sirius entra é The first
cut is the deepest e a versão indicada pela autora é a da cantora PP Arnold de 1967.
Link abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=y1-g5VG2pWg

Bruna (wolfuckingstar). Espero que todos tenham entendido uma referência na


conversa do Remus e da Lily nas arquibancadas de quadribol rs.
Capítulo 114 : Verão de 1977: Parte 1
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Television man is crazy, saying we’re juvenile delinquent wrecks,

Oh man! I need TV, when I got T.Rex!

-All the Young Dudes, David Bowie, Mott The People.

Remus se sentia estranhamente livre, chegando à casa dos Potter com todas as suas posses,
movendo-as para um quarto temporário. Ele teria que contar a alguém o que havia acontecido - e
logo. Se pudesse conversar com o Sr. Potter sozinho, talvez ..., mas os pais de James estavam mais
ocupados do que nunca este ano, entrando e saindo de casa em tarefas, ou realizando reuniões
secretas às quais os meninos não tinham permissão para comparecer.

"Mas todos nós somos maiores de idade", protestou James.

“Mas você ainda é meu bebezinho”, a Sra. Potter beijou a cabeça dele em um ar materno, enquanto
tirava os pratos do café da manhã.

James parecia altamente insultado por esse amimar, mas os olhos de Remus se encheram de
lágrimas e ele teve que sair de perto.

Eles tiveram uma semana para se preparar para o acampamento e, no primeiro dia, partiram para a
aldeia para comprar uma barraca. Remus nunca havia acampado em sua vida, mas ainda se
encontrava melhor equipado do que James, Sirius ou Peter, que por sua vez estavam distraídos,
apavorados e fascinados com cada item da loja. Coube a Remus conversar com o lojista sobre
coisas chatas como lençóis, pinos e cordames. No final, se contentou com duas tendas marrons e
laranja para dois, ignorando a súplica de Sirius para que ele considerasse uma tenta psicodélica
azul e verde.

No dia seguinte, Remus teve que verificar se todos eles tinham roupas trouxas apropriadas, visto
que estariam em uma área trouxa para acampamento, então fizeram um curso intensivo de
culinária com Gully, o elfo doméstico.

"As meninas não podem cozinhar?" James resmungou, enquanto o cheiro fétido de ovos queimados
enchia o ar. A Sra. Potter, que estava assistindo com diversão, aproximou-se e deu um tapa de leve
na cabeça dele.

"Que tipo de homem que criei aqui", ela fungou, "Se você não pode cozinhar o café da manhã para
uma senhorita, não espere que ela passe a noite."
"Urgh, mãe!" James fez uma careta, com repulsa, enquanto Sirius e Remus se dobravam de rir.

Os meninos ocuparam o resto do tempo planejando todas as coisas que fariam com sua liberdade
nas férias, e o resto do tempo indo na matinê no cinema local (havia um filme de
Bond passando e Airport '77, que era o favorito de Remus) e, claro, voando em suas
vassouras. Sirius havia ficado muito impressionado com sua recente melhora, e eles conseguiram
organizar um jogo de quadribol em pequena escala (sem o pomo, Peter como goleiro).

Não havia sinal de Moody neste verão. O Sr. Potter explicou durante o jantar uma noite que as
medidas de segurança na casa deles haviam sido aumentadas e Moody estava de volta ao escritório
dos Aurores, administrando as coisas lá. Remus ficou aliviado - ele havia juntado Moody a Ferox
em sua mente, associando todos eles ao encontro com Livia e a obstinação cruel de
Dumbledore. No final das contas, depois do ano que teve, o garoto estava ansioso para ficar
algumas semanas longe de qualquer pessoa que fosse mais velha que ele.

Foi decidido que todos iriam aparatar para a Cornualha, exceto Peter, que havia falhado no teste. A
Sra. Potter gentilmente se ofereceu para acompanhá-lo, antes de desaparatar de volta para casa,
mas Peter insistiu em pegar o noitebus. Dessa forma,decidiu, poderia pegar Dorcas no meio do
caminho.

Na noite anterior a partida, James, Sirius e Remus se espremeram na cabine telefônica vermelha no
final da rua dos Potter para coordenar o que Sirius estava chamando de 'o contingente feminino'.

“Posso apertar os botões, Moony?” James perguntou, passando os dedos pelo teclado prateado.

"Qual a parte do telefone que você tem que falar?" Sirius perguntou, segurando o receptor perto dos
olhos para inspeção.

“Ah, pelo amor de Deus, vocês dois, se acalmem...” Remus discou o número da casa de Lily,
pegando o receptor de plástico preto de volta. Tocou um pouco. Ele esperava que Lily atendesse o
telefone, e não um de seus pais.

"Boa noite, é da casa da família Evans." Uma jovem atendeu.

"Lily?"

"Quem está falando, por favor?"

"Er ... Remus Lupin."

Houve uma risada bufada muito rude, então a pessoa do outro lado gritou longe do receptor;

"LILY! É para VOCÊ!”

Remus esperou, mudando de um pé para o outro, Sirius e James o observando ansiosamente.

"Obrigada, Pet," a voz de Lily disse do outro lado da linha.

"Não demore muito, estou esperando a ligação de Vernon."

"Olá?" A voz de Lily ficou mais alta, diretamente no telefone.

"Oi Lily, é o Remus."

“Oi, Remus! Desculpe, era minha irmã. Vocês já estão prontos?”


“Sim, eu acho que sim. Pete já saiu, eu acho. E vocês?"

“Mary e Marlene chegaram aqui pouco antes do chá. Combinamos uma hora da tarde, não é? "

“Sim, uma hora, fora da área de acampamento. Eu fiz James comprar um mapa.”

“Ah bom. Acho que mamãe está me deixando pegar emprestado um de A à Z.”

"Legal."

James estava puxando a manga de Remus. Ele suspirou, “Er, Lily? James e Sirius nunca usaram um
telefone antes, você pode falar com eles por um minuto para que me deixem em paz? "

Lily riu,

"Vá em frente, isso vai irritar Pet."

Remus encostou-se nas vidraças e observou James e Sirius brigarem pelo telefone, revezando-se
para gritar algo para Lily e então pressionar o fone nos ouvidos e ouvir sua resposta,
maravilhados. A noite começou a cair ao redor deles, e se alguém passasse, veria três meninos da
aldeia brincando em uma cabine telefônica, sem nenhuma preocupação com o mundo.

***

Sábado, 9 de julho de 1977

A primeira vez de Remus aparatando fora de Hogwarts poderia ter ido um pouco melhor, mas pelo
menos ele não acabou em cima de uma árvore, como James. Ele havia aparatado para, de fato,
cerca de meia milha ao sul do acampamento, na praia.

Remus Já havia estado no litoral antes, nas viagens de verão de St Edmund's - três vezes para
Margate, uma para Southend. Não podia dizer que gostava especialmente dessas praias – ou, pelo
menos, não gostava mais delas do que teria gostado de se sentar no jardim dos fundos de St.
Edmund's. Eram lugares movimentados e barulhentos, cheios de crianças chorando, cães latindo,
cheiros estranhos de açúcar e brinquedos de parques infantis em cores vivas.

Esta praia estava quase deserta, exceto por algumas crianças - que eram como pontos no horizonte,
na verdade - empinando uma pipa rosa e azul. O dia estava quente o suficiente, o céu era azul e a
areia macia e amarela. Ele sabia que deveria começar a caminhar em direção ao acampamento, para
encontrar os outros, mas, em vez disso, sentou-se por alguns minutos, apenas para olhar. O mar
não era verde ou azul brilhante, como nos livros ilustrados - era mais um tipo concreto de
cinza. Ainda bonito, brilhando sob o sol do meio-dia. À distância, Remus quase conseguiu
distinguir uma forma longa e escura no horizonte. Era a França? Poderia ser. Poderia fingir que era.

Remus não tinha conseguido relaxar nos Potters. Se sentia como um visitante lá; alguém que não
pertencia. Ele não sabia onde pertencia. Agora que tinha dezessete anos, poderia ir para qualquer
lugar que quisesse. Seria bom morar aqui, na Cornualha? Ele descobrira recentemente que nascera
em Bristol e se perguntou como seria lá; se era perto do mar também. Remus nunca pensou que
moraria em outro lugar que não fosse Londres. Uma vez, pensou que seria provável que nunca
fosse deixar Essex.

Eventualmente, ele se sentiu muito culpado e teve que ir procurar os outros. A caminhada foi
estimulante, e depois de um ano confinado em Hogwarts, era uma emoção poder ir a algum lugar
sozinho. O próprio acampamento ficava na metade da praia, em um longo trecho de grama bem
aparada. Algumas famílias já haviam armado suas tendas, e as mães e pais estavam sentados do
lado de fora em espreguiçadeiras, absorvendo o raro sol do verão inglês com xícaras de chá e
jornais à sua disposição.

Mary, Marlene, James e Sirius estavam sentados em um banco de piquenique fora do escritório
local, que era pouco mais do que uma cabaninha de tijolos. Mary e Marlene pularam quando o
viram,

"Achamos que tínhamos perdido você!"

"Fui longe demais", explicou ele, "pousei na praia - não na água, felizmente."

“Todos nós nos embaraçamos, um pouco,” Mary riu, e cada um deles contou os lugares estranhos
nos quais haviam aparatado. Exceto por Lily, que havia chegado exatamente no lugar que
pretendia. Ela estava dentro do escritório, reservando lugares para eles.

Feito isso, o grupo começou a procurar o lugar perfeito para armar suas tendas. James e Sirius
decidiram que isso precisava ser o mais próximo possível da praia. Então havia a questão de
realmente erguer as tendas, o que era infinitamente fascinante para os dois meninos sangues puros.

Lily assumiu o comando, canalizando sua personalidade de monitora, lendo instruções e gritando
ordens.

“Não, não aquele gancho, eu disse aquele no canto... droga, Black, use o martelo giratório, não a
sua bota! Vamos, vamos, vamos, não temos o dia todo ...”

“Caramba, Evans,” James sorriu, ficando de pé com os braços para cima, segurando uma das varas
no lugar enquanto Mary e Marlene tentavam colocar a tela por cima, “Você já pensou em ser
instrutora de quadribol? Você seria incrível.”

“Por favor, não,” Marlene gritou, sua voz abafada sob o tecido pesado. "Vou largar o time se tiver
que aturar vocês dois soprando apitos para mim."

Demorou quase duas horas, mas foi muito divertido, e todos ficaram muito satisfeitos consigo
mesmos, uma vez que as quatro tendas estavam alinhadas, de frente para o mar.

“Muito bem, rapazes,” Lily sorriu, sentando-se de pernas cruzadas na grama, esperando a chaleira
ferver, “E nenhuma mágica. Vocês dariam ótimos trouxas. "

Peter e Dorcas chegaram pouco depois, parecendo muito amarrotados e cansados da longa viagem
no ônibus.

“Ele parou em Guernsey duas vezes antes mesmo de partirmos para o sul ...” Dorcas explicou,
parecendo vagamente perturbada. Peter aceitou uma xícara de chá e ficou sentado em silêncio,
bocejando.

Assim que todos despertaram um pouco, Mary decidiu que era hora de ir para a praia. Era cerca de
três horas, mas ainda estava muito quente, e eles tinham horas de luz do dia restantes. As meninas
desapareceram em suas tendas para vestir roupas de banho. Sirius e James estavam tão animados
com a perspectiva de sungas trouxas que as usaram o dia todo, e Remus - ainda de jeans e mangas
compridas - não planejava tirar a roupa sob nenhuma circunstância.

Ele tirou os tênis e as meias, quando chegaram à areia, mas ignorou os apelos do outro para se
juntar a eles no mar. Estava feliz o suficiente se sentando na margem, curtindo o sol quente em
suas costas e ouvindo os gritos das gaivotas lá em cima. As meninas gritaram também, enquanto
mergulhavam os pés na água gelada, e brincavam de correr para a frente e para trás com a maré,
desafiando-se a entrar. James foi derrubado por uma onda quando não estava olhando - muito
ocupado encarando as longas pernas nuas de Lily. Bem, Remus a pegou lançando alguns olhares
ansiosos para ele também. Aqueles músculos eram muito difíceis de ignorar.

Sirius, como de costume, era um espetáculo à parte. Ele caminhou em direção as ondas como se
estivesse tão quente quanto a água do chuveiro, assim que chegou à cintura, mergulhou, elegante e
gracioso como um peixe. O moreno nadou com braçadas longas e lânguidas e voltou parecendo
mais feliz do que Remus o via há muito tempo.

Depois, embrulhadas em toalhas, as garotas mostraram aos meninos como construir um castelo de
areia sem nenhuma magia, e James e Peter investiram muito na criação de um complicado sistema
de irrigação para garantir que o fosso do castelo fosse abastecido adequadamente em todos os
momentos.

De volta às barracas, eles prepararam o jantar – felizmente, Marlene e Dorcas se ofereceram para
supervisionar isso, fritando bacon em um pequeno fogão a gás emprestado pelo pai de Lily. James
e Lily foram para a loja - aparentemente para comprar leite - e voltaram com uma caixa de cidra.

"Bebidas trouxas também?!" Sirius exclamou.

“Estamos tendo uma experiência completa, aparentemente,” Potter riu, e Lily fez o mesmo, então
corou e desviou o olhar.

Remus já podia ver para onde a noite estava indo, e se sentou o mais longe possível de Black. Eles
já haviam concordado que Sirius e James compartilhariam uma barraca, Peter e Remus na outra,
então, pelo menos, não haveria constrangimento ali. Apenas precisaria tomar cuidado com a
bebida.

Mary acendeu uma fogueira usando magia enquanto Lily estava fora ("ninguém diga ela, certo?
Não vou sentar aqui com minha bunda congelando enquanto Potter e Black tentam esfregar
gravetos."), e Marlene trouxera um rádio sem fio, então, depois que as latas de cidra foram
passadas, se tornou uma cena muito aconchegante.

"Há quanto tempo vocês dois estão namorando?" Dorcas perguntou a James e Lily. Eles se
separaram, olhando um para o outro com culpa.

"Não estamos!" Lily gritou, movendo-se para se sentar ao lado de Remus, como se para provar
isso. Mary e Marlene trocaram um olhar, e Sirius encarou James com Confusão.

"Oh, desculpe!" Dorcas sorriu, alheia, "Eu só pensei ..., mas Sirius e Mary, vocês costumavam sair,
certo?"

“Um dos meus pecados,” Mary gritou, rindo. Black mostrou a língua para ela.

Marlene, que estava lendo um guia que comprou no centro de informações para visitantes,
pigarreou alto,
"Há uma ruína de castelo não muito longe daqui, podemos ir amanhã?" O que mudou rapidamente
o assunto para os planos para o resto da semana. Férias em acampamento pareciam envolver muita
caminhada, Remus percebeu. Ele esperava que seu quadril estivesse à altura.

Depois de algumas latas, todos ficaram com um humor muito bobo. A bebida era plana e clara, o
que Lupin sabia ser um sinal perigoso quando se tratava de cidra. Todos eles teriam dores de
cabeça de partir o crânio pela manhã se não fossem cuidadosos. Ele não tocou no assunto - todo
mundo estava tão feliz, por que estragar tudo se preocupando com as consequências?

Dorcas estava recostada no peito de Peter, usando-o como poltrona, cantarolando baixinho com a
música. Ele estava tentando colocar a mão sob a blusa dela e achou que estava sendo
discreto. Mary e Marlene estavam sussurrando uma para a outra, explodindo em risadas de vez em
quando. James e Sirius jogavam pedras no fogo - era obviamente uma espécie de competição, mas
Remus não conseguia descobrir quais deveriam ser as regras.

Uma melodia familiar começou a tocar no rádio - Mott the Hoople. Lançara a alguns anos, mas era
um dos favoritos nas festas da Grifinória,

“Billy rapped all night about his suicide,

How he’d kick it in the head when he was twenty-five,

Speed jive, don’t wanna stay alive, when you’re twenty five…”

“Aumente o volume!” Mary cutucou Marlene, que acenou com a varinha para rádio,
preguiçosamente, e então abriu outra lata. Todos eles se calaram para ouvir, balançando a cabeça e
batendo os pés suavemente na grama. Quando o refrão veio, todas as garotas cantaram junto
daquela maneira suave e sussurrada em que as garotas eram tão boas em fazer,

“All the young dudes, carry the news…”

Quando a música terminou, eles gritaram bêbados, rindo entre si.

"Eu amo muito vocês," Marlene disse, "Vocês são meus melhores amigos",

"O mesmo para você, McKinnon," Sirius sorriu através das chamas, erguendo sua lata.

"Shhh!" Ela balançou um dedo bêbado para ele, estupidamente, “Eu conheço seu jogo, Black. Para
sua informação, você não é meu tipo. "

Todo mundo riu disso, até Sirius.

"Quando vamos encontrar uma garota legal para você, hm Remus?" Lily perguntou, pensativa,
apertando-se contra ele para se aquecer e deitando a cabeça em seu ombro.

Ele sorriu fracamente, colocando um braço afetuoso ao redor dela.

"Sim, você merece um pouco de diversão, Moony," James piscou para ele.

Remus evitou o olhar repentino de Sirius, tomando outro gole de sua lata.

"Eu me divirto muito com vocês." Ele disse.

"Você já teve namorada, Remus?" Dorcas perguntou. Ela não quis dizer nada com isso; ela não os
conhecia muito bem. Mas houve um silêncio estranho do mesmo jeito. Ou talvez Remus tenha sido
o único que percebeu. Ele olhou para Mary timidamente e sorriu.
“Nah,” respondeu.

"Aww," Dorcas murmurou, muito embriagada, "Por que?"

De repente, ocorreu a Remus. Marlene estava certa - ele amava essas pessoas, cada uma delas. Qual
era o objetivo manter segredos deles? Isso não dependia de Sirius, isso não dependia de ninguém
além dele. O garoto inspirou e olhou para o fogo novamente.

"Eu sou gay." Ele disse.

Peter engasgou com sua bebida. Com o canto do olho, Remus viu James passar as mãos pelo
cabelo e se endireitar. Ele viu a boca de Mary se abrir e ouviu Marlene soltar um soluço
surpreso. Não ousou olhar para Sirius. Seu estômago se revirou e ele se preparou para se levantar, ir
embora e aparatar em algum lugar. Qualquer lugar.

Mas então Lily levantou a cabeça. Ela beijou sua bochecha e o abraçou com mais força, antes de se
acomodar novamente em seu ombro.

"Você ainda merece um pouco de diversão." Ela disse, decisivamente.

Chapter End Notes

A à Z é um mapa de ruas popular no Reino Unido.

Bruna (wolfuckingstar) "As meninas não podem cozinhar?" Queria ressaltar que na
primeira vez que eu li eu senti ânsia de vômito, na segunda eu tive que fechar os olhos
e respirar por uns minutos e revisando o capítulo eu fiz uma cara de desgosto tão
intensa que meu maxilar estalou.

Um comentário que queria fazer sobre esse capítulo é que é a primeira vez em toda a
fic que a palavra ‘gay’ é dita, e acho isso bastante significativo, já que é quando o
Remus se abre sobre a sexualidade dele para seus amigos.
Capítulo 115 : Verão de 1977: Parte 2
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Sweet handsome friend, I can tell you truly

that I've never been without desire

since it pleased you that I have you as my lover;

nor did a time ever arrive, sweet handsome friend,

when I didn't want to see you often;

nor did I ever feel regret,

nor did it ever come to pass, if you went off angry,

that I felt joy until you had come back;

nor [ever].

- Tibors de Sarenom

Duas horas depois...

Peter e Dorcas estavam se agarrando, rolando de costas na grama. Todos estavam bêbados, mas os
dois provavelmente eram os mais bêbados.

“Vão para a sua tenda, se vocês vão fazer isso!” James jogou uma lata de cidra vazia neles.

"Você se importa, Moony?" Peter perguntou, com o rosto vermelho e os olhos turvos, “Se formos
para a nossa tenta? Você pode dormir com Prongs e Padfoot, não pode? "

"Ah, não se preocupe," Remus acenou com a mão, "Vou encontrar um lugar." Sirius ainda não
havia olhado para ele e tinha a sensação de que, depois das revelações da noite, ele não seria
particularmente bem-vindo.

Peter e Dorcas desapareceram, houveram risos abafados de dentro da tenda, então o silêncio
fantasmagórico e oco de um feitiço silenciador.

"Você pode dividir com a gente se quiser, Remus?" Mary disse, levantando-se para ir para sua
tenda. Lily acenou com a cabeça,
“Sim, nossa barraca é muito maior – fica com a gente.”

“Obrigado meninas,” ele sorriu - realmente estava grato. “Podem ir - ainda não estou
cansado. Acho que vou dar uma volta.”

Ele se levantou, seus membros rígidos e doloridos, e se dirigiu para o mar. Estava totalmente
escuro agora, longe do fogo, mas Remus sempre foi capaz de ver no escuro. A maré estava
barulhenta e mais alta do que nunca. Uma brisa fria soprou e ele procurou um cigarro no bolso de
trás. O acendeu e respirou fundo, fechando os olhos, sentindo que agora podia realmente pensar.

Ele estava feliz por ter dito, não importa qual fosse a reação, mas ainda considerava ir embora. Ok,
então eles não estavam dispostos a chutar sua cabeça, mas quem saberia como agiriam na luz fria
da manhã, austeros e sóbrios. Era melhor ou pior do que ser um lobisomem?

Ainda poderia aparatar, se quisesse; ir procurar Grant, talvez. Remus sentiu uma onda de culpa. Ele
não pensava em Grant há algum tempo - talvez não durante todo o ano. O outro garoto havia sido
tão bom com ele; acolhedor e disposto a hospedá-lo indefinidamente. Ele deu a Remus um conselho
excelente também, deveria tê-lo seguido. Fique longe de garotos ricos.

"Tudo bem, Moony?" James se aproximou dele. Lupin se virou. Sirius estava com ele, parecendo
envergonhado. Parecia que Potter o havia arrastado contra sua vontade. Remus não ficou surpreso.

"Tudo bem", ele acenou com a cabeça. Ele ofereceu um cigarro a James, que balançou a cabeça,
não.

"Só ... queria ver se você estava bem."

"Estou bem, obrigado."

"Que bom."

"Desculpe eu deixei as coisas estranhas."

"Você não fez isso!" Potter disse, um pouco ansioso demais, como se estivesse esperando que
tocasse no assunto primeiro. Sirius estremeceu, mas apenas Remus percebeu. "Honestamente, cara,
estamos felizes que você nos disse, de verdade."

Lupin apenas acenou com a cabeça e olhou para o mar, dando outra tragada no cigarro. Atrás dele,
ele ouviu James cutucando Black, obviamente tentando fazer com que dissesse algo reconfortante
e amigável, mas sem sucesso.

Potter então falou novamente, "Não fuja, ok, Moony?"

Remus se virou, erguendo uma sobrancelha. James estava sorrindo, “É, nós sabemos como você
é. Fica com a gente, ok? Está tudo bem. Nem Pete se incomodou.”

"Pete," Lupin bufou, "Ele está muito ocupado tentando se dar bem."

"Não posso culpá-lo." Potter riu e tocou em seu ombro, "Quer falar sobre isso?"

Remus balançou a cabeça, olhando para baixo. Ele apagou o cigarro e imediatamente acendeu
outro. Sirius queria um, ele podia perceber. Porém, estava se sentindo mesquinho, e a menos que
Black perguntasse, como um ser humano normal, ele não conseguiria um.

"Obrigado, James." Remus disse, incisivamente, exalando fumaça, "Você é um amigo de verdade."
"Sempre um maroto." Potter sorriu, cansado, então bocejou "Acho que vou entrar. Vem?"

"Vou fumar outro depois desse." Levantou seu segundo cigarro.

"Vou querer um também." Sirius disse, rispidamente. James acenou com a cabeça, sufocando outro
bocejo, e se virou.

"Não voltem fedendo a cinza de cigarro, vocês dois." Ele falou por cima do ombro, enquanto
caminhava de volta para a fogueira na grama.

Remus voltou seu olhar para o mar, mas entregou a caixa a Sirius. Ele o ouviu retirar um cigarro,
acender, tragar. E esperou.

“... Por que você disse aquilo?” Sirius disse.

Remus fechou os olhos e sorriu suavemente. Ele não queria brigar, mas estaria pronto para uma
discussão - sempre esteve.

"Por que eu quis. Eu só precisava saber o que eles pensariam, de uma forma ou de outra.”

"É como se você tivesse ido e mudado tudo ao meu redor." Ele não soava acusatório. Parecia
magoado.

"Não foi minha intenção." respondeu.

"Você estava esperando que eu dissesse algo também?"

"Não, eu não esperava nada." Remus explodiu. "Não tinha nada a ver com você, na verdade."

“Ok, ok.” Sirius ergueu as mãos em sinal de rendição, ainda parecendo desconfortável. “Só... só
pensei que você poderia ter me contado primeiro, só isso. Dada a... situação.”

Isso pegou Remus totalmente desprevenido, e ele finalmente olhou para Sirius,

“Quer dizer que você ainda não sabia!? Como você poderia não saber?!”

"Você disse que não era." Sirius encolheu os ombros. “Como eu disse que não era. Achei que
estávamos na mesma página, só isso.”

Remus percebeu que sua raiva estava voltando. Típico de Sirius, nunca pensando em nada além de
sua própria gratificação pessoal, nunca considerando que a outra pessoa possuía sentimentos ou
pensamentos.

"Obviamente não estávamos." Ele disse friamente. “De qualquer forma, não vejo como isso
importa agora. Se é só isso que o preocupa, não precisa. Você está seguro." Lupin disse, rude. “Não
vou contar a ninguém sobre nós, e duvido que alguém suspeite de você, levando em conta
sua considerável história com garotas. Não vejo por que você se importa tanto com o que eu digo às
pessoas.”

“Eu me importo.” Sirius protestou.

Remus fechou os olhos. Alguns meses atrás, isso teria soado maravilhoso. Mas Deus, ele estava tão
cansado.

“Remus?!” Sirius parecia meio irritado, meio assustado, "Eu posso me importar com você e não ...
você sabe, gritar aos quatro ventos."
“Querer transar comigo não é o mesmo que se importar.”

“Remus! Puta que pariu, só porque eu não… ainda não cheguei onde você chegou. Isso não
significa que eu não sinta o mesmo ... ugh, puta merda. " Sirius amaldiçoou sua própria falta de
articulação.

"E todas as meninas?" Remus resmungou.

"Isso ... isso é diferente."

"Ok." Suspirou, sua voz vazia. Ele estava disposto a deixar por isso mesmo. Black não.

"Você não entende."

Remus não disse nada. Ele não viu que precisava entender. Ele apenas tinha que ser o mais forte
aqui.

Sirius continuou, uma mão no braço de Remus. “Quando penso em mim com elas, eu consigo ...
ver, sabe? Eu sei como vai acabar. Eu sei o que devo fazer. Quando penso em mim e em você ...
você sabe, o verdadeiro eu e você. É só que ... não consigo ver como vai acabar. Só tentei não
pensar muito nisso. Então, eu sei que fui meio filho da puta, eu poderia ter lidado melhor com as
coisas, mas eu juro, eu não queria que acabasse assim.” Sua respiração estava fraca agora, Lupin
podia ouvir sua frequência cardíaca aumentando a cada segundo, "Eu não queria que isso acabasse,
para ser honesto."

Remus concordou. Ele empurrou a mão de Sirius, gentilmente, encarando o mar. Sabia que Sirius
estava olhando para ele, mas continuou olhando para frente.

“Olha, Sirius, eu não quero ser cruel, eu entendo tudo isso.” Ele realmente entendia - ele não havia
lidado com tudo isso, em sua própria cabeça? "Eu sei que não é fácil para você."

Black fez um barulho de alívio com isso, e pareceu relaxar um pouco. Talvez eles estivessem
chegando a algum lugar pela primeira vez.

Remus continuou, “Mas ... é fácil para mim. Sou queer, ok? Sei que quando começamos eu disse
que não era e ... bem, não deveria ter dito isso, porque eu sou. E não estou dizendo que você
também é queer, ou tem que ser, nem nada, mas eu não poderia continuar do jeito que éramos sem
que você ... só, sei lá, reconhecesse isso.’’

Sirius o estava observando muito de perto enquanto dizia isso, pensativo. Remus sabia como ele
ficava quando estava pensando; quando ele estava resolvendo um problema. Não era travesso, ou
atrevido ou sarcástico, era profundamente solene e sério. Era muito sexy, na verdade, mas Lupin
tentou ignorar essa parte.

Finalmente, parando de pensar, Sirius deu um aceno curto.

"Ok então." Ele disse simplesmente.

"O que?!" Remus franziu a testa.

“Reconhecido para caralho. Mensagem recebida." Sirius apagou o cigarro na areia molhada.

"Então... o que?" Ficou boquiaberto, "Nós apenas deixamos as coisas como estão?"

Black coçou atrás da orelha, olhando para baixo, um gesto estranho e tímido.
"Eu prefiro que não."

"Você prefere que não." Remus repetiu, pasmo.

"Não. Quer dizer, se você quer que eu saia por aí dizendo a todos que conheço, desculpe, mas não
sou tão corajoso quanto você. Eu preciso de mais tempo. Mas ... eu poderia tentar.”

"Você poderia tentar." Este não era o resultado que esperava quando a conversa começou. “O que
você q—”

Sirius o interrompeu, colocando a palma da mão na bochecha de Remus para virá-la em sua
direção e beijando-o suavemente nos lábios.

"Quer dizer que eu vou tentar." Ele disse, enquanto se afastava. "Estou com saudades, Moony."

Ah, então você vem e diz algo assim ... Remus o agarrou, o puxando de volta. Era como água
depois de uma seca, abrigo em uma tempestade - eles eram o ponto de parada do mundo girando e
todos os outros clichês desleixados que você pudesse imaginar. Eles se beijaram por um longo
tempo e, quando se separaram, estavam praticamente ofegando de alívio.

"Sem mais garotas?" Remus perguntou, ainda segurando Sirius no lugar, como se ele fosse fugir.

"Sem mais garotas." Sirius concordou. “Vamos ver como isso se desenrola primeiro.”

"Oh, encantador." Lupin o soltou, satisfeito.

"Cala’boca," Black cutucou-o com o ombro, as mãos enfiadas nos bolsos. “Vamos, vamos voltar
para a barraca, hein? Estou congelando."

Os dois caminharam em direção às tendas e ao fogo moribundo, de costas para o vento.

“Acho que estou bêbado,” Remus disse, trêmulo. Ele se sentia todo agitado. “Eu tomo decisões
ruins quando estou bêbado.”

Sirius riu e apertou seu ombro rapidamente,

"Eu sei. Eu prometo que essa não é uma delas.”

"Está bem." Estou confiando em você ...

Infelizmente, eles descobriram que nenhuma das tendas estava mais disponível. A tenda que
Remus estava dividindo com Pete estava bem e verdadeiramente ocupada, pelos sons. Black fez
uma careta e lançou um novo feitiço silenciador sobre ela.

“Amadores.” Ele murmurou.

Havia um feitiço silenciador lançado sobre a tenda de James e Sirius também. Mary colocou a
cabeça para fora da próxima barraca, rindo,

"São James e Lily!"

"Você está falando sério?!" Sirius ficou boquiaberto. "Puta merda. Quer dizer ... uau, eu meio que
quero entrar e apertar a mão dele. "

“Tenho a sensação de que as mãos dele estão ocupadas,” Remus ergueu uma sobrancelha.
"Quer entrar aqui comigo, Remus?" Mary perguntou, ainda embriagada.

"E quanto a Sirius?"

“Oh, certo ... ugh tudo bem, eu fico com Marls. Boa noite, rapazes.” Ela rastejou pela grama até a
tenda de Marlene.

Sirius e Remus se olharam por alguns momentos, antes de Black entrar primeiro. A barraca das
meninas era muito mais confortável do que a deles, cheia de cobertores e travesseiros e um colchão
inflável fofo.

"Sabia que deveríamos ter chamado as nascidas trouxas para ajudar." Sirius resmungou, enquanto
se acomodava. O colchão era velho e afundava um pouco no meio, fazendo-os ficar juntos de uma
forma quase cômica. No final, a única maneira de ficar confortável era se enrolar em conchinha.

"Isso está bem?" Remus perguntou, enquanto colocava um braço em volta da cintura de Sirius.

"Claro." Respondeu.

"Nós poderíamos apenas dormir ..."

“Sonoro Quiescis.”

"Ah ok…"

Bem. Já fazia um tempo.

Depois disso, Remus se sentiu mais acordado do que nunca. Seu cérebro zumbia com perguntas,
declarações, pensamentos, palavras. Parecia que havia saído do esconderijo, como retirar um
disfarce que estava usava a muito tempo. Ele queria entregar cada pedacinho de si mesmo a
Sirius; ele queria que Sirius o visse,

"Sirius?"

"Mmhh?"

"Há outra coisa que eu preciso te dizer."

"Ah Merlin," Black gemeu, rolando de costas, sonolento, "O que é agora?"

"Estou hum ... bem, eu sou um sem-teto."

"O quê?!" Sirius abriu os olhos e se virou imediatamente, "O quê??"

“Desde que fiz dezessete anos. Sabe, eu sou maior de idade agora, então ... "

"Então eles simplesmente expulsaram você?"

Remus acenou com a cabeça, feliz em compartilhar o problema.

"Sim, então, quando Hogwarts terminar no próximo verão, não tenho para onde ir..."

"Bastardos." Black disse com raiva e olhou para Remus muito seriamente, “Você pode ficar
comigo e com James, nos Potter. Eles não se importarão, eu sei que não. Então, quando a escola
terminar, vamos encontrar nosso próprio lugar.”
"Vamos?!" O garoto ergueu as sobrancelhas.

"Sim!" Sirius respondeu feliz, cruzando os braços atrás da cabeça, "Vai ser como na escola - você,
eu, James e Pete, todos juntos."

"Ah," Remus percebeu o que ele quis dizer. “Sim, parece ótimo. Tenho um pouco de dinheiro que
Lyall me deixou.”

“Pfft.” Sirius respondeu "Tenho dinheiro suficiente para todos nós, não se preocupe com isso."

“Ok,” Disse "Eu não vou me preocupar."

"Vá dormir," Black continuou, "Ou você estará exausto amanhã."

“Ok,” Remus repetiu, fechando os olhos.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar) Eu poderia escrever um texto imenso sobre como esse verão
deles é importante para mim, e sobre como eu entendo que vai se tornar importante
para cada um daqueles que estão lendo pela primeira vez. A simplicidade do Sirius a
partir do momento em que ele se deixa entender tudo o que aconteceu; a complexidade
e coragem do Remus em assumir quem ele é para quem ama; o entendimento de que o
processo de se assumir é diferente para todos e que tudo bem. Tudo bem gritar aos
quatro canto e tudo bem apagar o histórico do computador e as fotos do celular. Tudo
bem só se ver casado ou em um relacionamento com alguém do sexo oposto porque
essa foi a única opção dada a você. Poderia falar muito mais, mas já são cinco da
manhã e a corvina aqui tem que dormir em algum momento.
Capítulo 116 : Verão de 1977: Parte 3
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus acordou e se espreguiçou sob uma lona brilhante, Sirius respirando levemente ao lado
dele. Estava um pouco quente e pegajoso, mas ele não se moveria por nada. Deitado pacificamente
sob os cobertores, ele ainda podia sentir o gosto do sal na pele de Sirius, sentir seu batimento
cardíaco. No fundo do saco de dormir, seus pés estavam emaranhados.

Sirius se mexeu, franzindo o rosto antes de abrir os olhos.

"Bom dia."

"Bom dia."

"Porra, minha boca está seca."

"Sim, a minha também," Remus concordou, passando a língua pelos dentes. Toda aquela cidra. "Eu
posso ir buscar água na bomba?"

“Sim, nós dois iremos. Acha que mais alguém está acordado?"

Remus ouviu com atenção, então balançou a cabeça. Ele esperava que Sirius não estivesse
preocupado em ser pego - certamente ninguém poderia questionar que eles compartilhavam uma
barraca? O que mais eles poderiam ter feito? Provavelmente era um pouco cedo para começar a
interrogar Sirius, então Remus segurou a língua enquanto eles se vestiam silenciosa e rapidamente,
pescando na parte inferior da cama por suas roupas, que pareciam ter se espalhado durante a noite.

Saindo e piscando com força contra a forte luz do dia, Remus pensou que tudo parecia diferente. O
mesmo; mas não exatamente como ele se lembrava antes. Mais realista; sólido e ancorado.

Eles caminharam na direção da bomba d'água com seus cantis, e enquanto caminhavam, eles
acertaram o passo, e Remus sentiu como se seu coração fosse explodir de alegria. Estúpido,
realmente, uma coisa tão pequena. O acampamento era adorável e pacífico, pardais disparando
entre as árvores no alto e um ou outro campista colocando a cabeça para fora e desejando um
educado 'bom dia' aos meninos quando eles passavam.

A bomba d'água ficava perto do chuveiro, e os dois se abaixaram para lavar o rosto rapidamente,
antes de encher os cantis, assim como os outros que haviam trazido.

"A loja vende doces de padaria," Sirius disse, pensativo, acenando com a cabeça na direção de uma
pequena cabana de madeira com um toldo listrado de azul e branco, "Devemos comprar alguns
para o café da manhã, e voltar para o acampamento como heróis?"

“Boa ideia,” Remus sorriu, timidamente.


Eles compraram muitos pastéis da Cornualha, mas eles estavam recém saídos do forno, escamosos,
amanteigados e quentes, e Sirius não tinha controle de impulso.

De volta às tendas, ninguém havia se mexido ainda, aparentemente, então Remus e Sirius
decidiram que tomariam seu café da manhã na praia. Eles se sentaram em uma duna de areia, lado
a lado, mastigando pacificamente e depois lambendo a gordura dos dedos.

"Eu poderia me acostumar com isso," Sirius disse com um sorriso, esfregando as mãos na calça
jeans, suspirando feliz com a vista. A areia foi lavada durante a noite pela maré. Tudo estava
perfeito e imaculado. “Nunca tive um feriado adequado antes.”

"Nem eu."

Remus enxugou as próprias mãos nas calças de veludo cotelê e remexeu na grama inquieto.

"Oi," Sirius disse, "O que foi, Moony? A gente disse sem preocupação.”

"Desculpe."

"O que foi?"

“Eu estava pensando em algo. É estúpido, não se preocupe.”

Eles ficaram quietos novamente. Remus se mexeu um pouco mais. Ele suspirou. "Por que eu?" Ele
perguntou baixinho.

"Hm?"

“… Por que eu, em primeiro lugar? Por que não James, ou ... literalmente qualquer outra pessoa? É
só porque ... é porque eu deixei? Caminho de menor resistência?”

"Óbvio que não." Sirius zombou, franzindo a testa. “O que você quer dizer com por que não
James? Eu não gosto de James.”

"Você ... oh."

"Acho que podemos pelo menos admitir que gostamos um do outro." Sirius ergueu uma
sobrancelha, passando o dedo pelo quadril de Remus através do tecido fino de sua camiseta. Remus
acenou com a cabeça,

"Sim. Eu apenas pensei. Não sei."

"A gente nunca se tocou, muito."

"O que?"

"Antes de toda a transa." Sirius disse, com naturalidade. “Eu costumava lutar com James o tempo
todo, e costumávamos dividir a cama às vezes e tudo mais. Você não. Você se mantinha
separado. Nada de toque."

"Eu era tímido."

“Isso me deixou curioso, suponho. Num Natal, lembra quando Andromeda foi para os Potter? Eu
estava muito nervoso, convencido de que minha mãe viria me buscar a cada cinco minutos, eu
pulava sempre que batinham na porta.”
"Eu lembro." Remus disse, suavemente. "Terceiro ano."

“Bem, a porta bateu e eu estava apavorado, estávamos na escada, eu acho. Você meio que apertou
meu ombro e ... bem, foi muito bom. Significou mais, porque era você. Eu senti que você ... sei lá,
me escolheu ou algo assim. Não consegui tirar você da minha cabeça por semanas. "

“Tínhamos quatorze anos!”

"E?"

"Você e Mary começaram a namorar pouco depois disso."

"Sim, olhe como isso acabou." Sirius bufou uma risada. Remus riu também, apesar de si
mesmo. "Então, no seu aniversário," Sirius disse, sua voz vacilando um pouco, como se fosse uma
coisa difícil para ele falar. "Você ... você me beijou."

"Eu beijei." Remus respondeu, firmemente. "Desculpe."

“Eu não imaginava, foi tão inesperado. Eu estive pensando em você, antes disso, mas eu realmente
não sabia ... Eu não sabia que estava pensando nisso. Então eu pensei ... talvez fosse minha culpa,
como se eu tivesse dado alguma mensagem, como se eu tivesse enganado você ou algo assim. "

"O que?! Não! Acredite em mim, eu queria muito beijar você.”

“Oh. Bom. Porque eu me senti tão mal com isso, sabe - foi o seu primeiro beijo, e eu fui e estraguei
tudo. "

"Er ..." Remus suspirou, "Olha, enquanto estamos sendo honestos, você também deve saber - não
foi meu primeiro beijo."

"O que?!"

“Sim ... no verão anterior, eu meio que conheci alguém. Eu nunca disse a nenhum de vocês. Eu não
... eu não queria que você soubesse que eu era gay. "

"Aquele menino." Sirius disse, de repente, "No apê trouxa, em Mile End."

"O nome dele é Grant." Remus explicou.

"Bem, eu odeio ele."

Remus riu.

"Tudo bem, ele é tão legal que nem vai se importar."

"Eu odeio ele ainda mais."

“Eu deveria tentar vê-lo neste verão. Ele tem sido tão bom para mim, você nem sabe da metade.”

"Eu vou com você, se você quiser."

"... obrigado, isso é gentil."

"Moony," Sirius disse baixinho.

"Mm?"
"Eu realmente sinto muito por tudo."

"Tá tudo bem."

"Não tá."

"Tá sim."

“Não t—”

"Sirius! Pelo amor de Deus, você não pode nem se desculpar sem começar uma briga. Estou te
dizendo - está tudo bem. Eu estava sendo injusto. Acho ... acho que estava te pedindo algo que nem
mesmo entendo direito. Lealdade ou amor ou qualquer outra coisa.”

“Eu amo você, Moony. Eu amo todos vocês; você, James, Peter.”

"Sim," Remus suspirou. Ele fechou os olhos, como se fosse reiniciar a conversa. Quando ele os
abriu novamente, Sirius parecia ansioso. Remus sorriu de forma tranquilizadora, "Ansioso pelo
sétimo ano?"

"Não sei. Um pouco assustador, não é? "

"Você quer dizer a guerra?"

"A guerra." Sirius concordou, “Outras coisas também. Último ano, antes de termos que crescer.”

Remus riu, suavemente,

"Eu não acho que você vai crescer, Padfoot."

"Tenho sido tão egoísta." Sirius ficou melancólico novamente.

"Eu disse que está tudo bem."

“Não está, no entanto,” sua testa franziu levemente, enquanto ele procurava pelas palavras que
precisava. Remus prendeu a respiração, sem saber o que estava por vir, mas de alguma forma
sabendo que precisava ouvir. "Você tem tantos segredos, e deve ser uma merda, esconder as
coisas," Sirius começou, ganhando impulso quanto mais falava, "E eu tornei tudo pior, só te dei
mais coisas para esconder ..."

Eu adorei guardar seu segredo, Remus queria dizer, eu guardaria mais mil, por você. Ele sabia que
essa linha de pensamento só poderia piorar as coisas, então não disse nada. Sirius arriscou estender
a mão, agarrando a mão de Remus e segurando-a. Remus apertou de volta.

“Não é que eu tenha vergonha de você, ou disso, é ... um milhão de outras coisas. Eu gostaria de
poder contar a todos, eu gostaria de estar pronto. Eu estarei, Moony, eu prometo. "

Sirius olhou para ele, implorando. Remus o perdoou de todo o coração. Não era mais difícil
encontrar seus olhos.

"James parecia ... muito bem comigo sendo queer." Remus perguntou baixinho. Ele se sentiu um
pouco dissimulado, mencionando James - James pertencia a Sirius, não era da conta de Remus
interferir.

"Claro que ele sim, o lindo bastardo," Sirius bufou, "Porra de príncipe entre os homens, não é? Eu
sei. Eu sei que ele provavelmente ficaria bem com isso,” ele agarrou os dedos de Remus, “Mas ...
Ele é meu melhor amigo, e eu só não quero que isso mude ainda. Eu não gostaria de ficar sozinho
com ele e tê-lo pensando ... Mesmo que ele não estivesse pensando sobre isso, eu estaria.”

“Ok,” disse Remus. Ele estava concordando com tudo, ele sabia que era estúpido. Mas era tão fácil
agora.

"Bom dia, rapazes!" Mary gritou do acampamento, Sirius puxou sua mão para trás, rapidamente,
dando a Remus um olhar de desculpas, "Obrigada pelos pastéis!"

Os dois se viraram e acenaram para ela. Sirius se levantou, estendendo um braço para ajudar
Remus a se levantar.

"Vamos lá", disse ele, com os olhos brilhando, "mal posso esperar para arrancar a merda do Prongs
por finalmente passar por cima da perna."

"Não na frente de Lily!" Remus avisou, "Ela vai azarar suas bolas."

"Bem, isso não pode acontecer, sou muito apegado a minhas bolas."

"Sirius?"

"Remus?"

“Isto não é apenas para o verão, é?”

Sirius olhou para ele e sorriu.

"Eu espero que não."

Felizmente, ninguém estava muito interessado no que quer que Sirius e Remus tinham feito na
noite anterior, porque a noite de todos os outros tinha sido tão agitada. Peter deu a ele um olhar um
pouco cauteloso, mas isso pode ter sido a ressaca. Mary estava sorrindo para todos como um gato
que pegou o rato, beliscando seu pastel e tentando chamar a atenção de Lily.

Marlene estava enrolada em cobertores, parecendo muito verde nas bochecas e soltando um
gemido ocasional.

"Tudo bem, Marls?" Remus perguntou, gentilmente.

"Mmmmph."

“Pobre amor,” Mary resmungou, acariciando a cabeça loira de sua amiga gentilmente, “Exagerou
com a Velha Rosie, não foi? Ainda assim, poderia ser pior. Dorcas ainda não voltou do banheiro.”

James e Lily estavam sentados um ao lado do outro, mas não muito próximos. Lily havia puxado o
cabelo para trás em um rabo de cavalo, e estava conscientemente olhando para o chão, comendo
seu pastel com uma espécie de resignação silenciosa. James parecia absolutamente encantado, mas
tentava não demonstrar muito.

"Então ..." Mary sorriu amplamente, olhando para todos, "Vamos ficar com os novos arranjos de
dormir pelo resto da semana, vamos?"

"Me serve." Sirius disse, casualmente.

“A mim também,” Peter acenou com a cabeça, a boca cheia de carne picada.
Marlene ergueu os polegares em silêncio e nauseada. James e Lily olharam um para o outro, então
desviaram o olhar.

Assim que todos terminaram de comer, as meninas organizaram uma expedição aos chuveiros. Os
meninos o seguiram, com toalhas debaixo dos braços e Sirius provocou James sem piedade.

"Não, vá embora, não vou te contar nada." James riu.

"Isso é puramente para fins acadêmicos," Sirius repreendeu, "Será uma questão de interesse
histórico, as gerações futuras precisarão saber quais feitos milagrosos você teve que realizar para
finalmente convencer Evans a ..."

“Nós só conversamos!”

"Oh, então o feitiço silenciador era para ...?"

James ficou vermelho e desapareceu dentro de um box de chuveiro. Sirius riu triunfante.

"Ninguém quer saber sobre mim e Dorcas?" Peter perguntou, inocentemente.

***

As ruínas do castelo ficavam a cerca de cinco milhas a pé, o que ninguém parecia pensar que era
muito longe. Marlene se animou um pouco depois de tomar banho e comer, e todos decidiram que
ar fresco era provavelmente o melhor remédio para uma ressaca. Eles fecharam o zíper de suas
barracas, enfiaram objetos de valor nas mochilas - junto com algumas sobras de pastéis e garrafas
de água - e partiram por volta das onze.

Eles seguiram uma trilha ao longo da costa, que se curvava e gradualmente se tornava um
penhasco. A vista no topo era de tirar o fôlego, mas Remus estava lutando para apreciá-la muito -
seus olhos lacrimejavam e suas pernas queimavam com o esforço de escalar colina acima. Sirius,
Marlene e Mary correram para o topo; Marlene vindo primeiro, apesar de seu enjôo. James
surpreendeu Remus diminuindo a velocidade para acompanhar seu próprio rastejar trôpego.

"Tudo bem aí, Moony?" Ele perguntou, alegremente,

"Brilhante," Remus ofegou, sem ter certeza se estava puxando para sarcasmo ou apenas parecia
como um péssimo mentiroso.

“Não estamos com pressa, vá com calma.”

"Hmmph."

“Padfoot não foi muito chato ontem à noite, certo? Sobre tudo ... er ... sobre as coisas que você nos
contou?"

Remus balançou a cabeça, concentrando-se na respiração, e o horrível ruído de rangido e clique que
começou a acontecer em seu quadril toda vez que ele avançava.

“Ótimo” concordou James, aliviado. “Só me preocupei que ele pudesse ser, você sabe como era
sua família com relação a esse tipo de coisa. Para ser honesto, estava dividido em deixá-lo sozinho
com você, mas achei que você saberia lidar se ele saísse de ordem."
"Está tudo bem," Remus ofegou, "Não se preocupe."

"Ótimo." James disse novamente e parou, porque Remus havia parado. Apenas por um momento.

Os outros seis haviam subido a colina agora e estavam desaparecendo pelo outro lado. Eles
estavam caminhando há apenas vinte minutos, Remus pensou severamente. Ele se perguntou se
poderia aparatar à frente - mas a parte da 'deliberação' seria difícil, sem um mapa ou sem ter visto o
lugar antes. Ele estava envergonhado por James ficar com ele, mas pelo menos não era uma das
garotas.

"Desculpe", disse ele, enxugando o suor da testa, "Normalmente eu não fico ruim tão longe da
lua."

"Tudo bem," James deu de ombros, "Estamos de férias, não em uma marcha de rota."

“Você não quer alcançar Lily? Eu vou ficar bem."

“Estou dando a ela um pouco de espaço. Acho que ela está envergonhada.”

"Ela realmente gosta de você," disse Remus, encorajando-o, "Ela me contou."

"Eu sei", James sorriu, recebendo aquele olhar estúpido e sonhador enquanto olhava para o topo do
penhasco, "Não posso acreditar na minha maldita sorte." Ele pigarreou, “Mas era só conversa,
certo? Não diga nada para Black.”

Remus riu, endireitando-se,

"Eu não vou." Eles começaram a andar novamente, com firmeza. O sol estava atingindo seu ponto
mais alto, brilhando acima deles de modo que eles tiveram que apertar os olhos ou olhar para os
pés.

"Nós conversamos sobre você, na verdade", disse James. “Bem, Lily fez. Eu escutei."

"Oh?"

“Sim - nada ruim, eu prometo! Acho que provavelmente era apenas a cidra e nós dois estávamos
divagando sobre como você era um bom amigo, e então ela disse algo sobre ser corajoso e revelar
seus sentimentos e viver honestamente, ou ... ah, não sei, eu estava muito ocupado encatado por ela
estar falando comigo.”

Remus sorriu para James e queria abraçá-lo em nome de Lily.

Eles chegaram ao castelo duas horas depois, uma boa meia hora atrás do resto do grupo, que os
esperava.

"Desculpe," Sirius disse, uma vez que eles estavam fora do alcance da voz dos outros, "Eu não
pensei."

"Estou bem," Remus sorriu, tentando esconder seu cansaço, "Eu tinha o Prongs."

"Há um ônibus local que passa pelo acampamento, eu verifiquei," disse Sirius, galantemente,
"Podemos pegá-lo de volta, se você quiser?"

"Estou bem."

O castelo era uma ruína, de uma linda pedra cinza ao sol de verão, projetada contra o mar
cintilante, centenas de metros abaixo. Remus mal podia acreditar que alguém realmente havia
morado lá - as estreitas escadas em espiral haviam desmoronado e não levavam a lugar nenhum,
grama alta e dentes-de-leão amarelos brilhantes invadiram o que poderia ter sido um grande salão
de festas. Havia fendas de flechas nas paredes restantes e pichações gravadas nos parapeitos, onde
sem dúvida algum soldado entediado esperou uma vez, mil anos atrás. Talvez ele não fora muito
mais velho do que eles. Guerra nunca mudava.

James, Peter e Sirius começaram uma luta de espadas muito entusiasmada com alguns gravetos
perdidas que encontraram, enquanto Remus sentava-se enrolando cigarros em uma pilha de pedras,
observando-os.

“Você se sentiria muito mais em forma se não enchesse os pulmões com essa merda,” Marlene
resmungou.

“Estou aqui para um bom tempo, não um longo tempo, Marls”, respondeu ele, secamente,
lambendo a fita adesiva do papel e colando-a com cuidado.

Ele fez quatro ou cinco, só para passar o tempo, enfiando-os ordenadamente em uma velha caixa
de fósforos que guardara para esse propósito. Ele observou Sirius, brincando de cavaleiro contra o
dragão de Peter, e riu quando James capturou Lily - aparentemente agora uma princesa - erguendo-
a sem esforço por cima do ombro e correndo para os portões do castelo. Ela riu e bateu nas costas
dele de brincadeira, e quando ele a colocou no chão, ela parecia tão feliz em seus braços.

Eventualmente, alguns dos outros turistas começaram a ficar um pouco irritados com a bagunça
dos oito adolescentes, então eles decidiram que era hora de voltar para a praia e passar o resto da
tarde se refrescando no mar.

Lily e James lideraram o grupo desta vez, de mãos dadas, conversando alegremente como se
tivessem sido tão íntimos por anos. Uma pontada de inveja percorreu Remus. Não que ele quisesse
segurar a mão de Sirius. Por um lado, estava quente demais, por outro, você não conseguia manter
Sirius parado por tempo suficiente.

"Vocês vão em frente," Sirius gritou, "Eu e Moony vamos dar uma pausa para fumar."

Marlene resmungou mais uma vez, mas correu para alcançar os outros.

Remus e Sirius sentaram em uma parede de pedra por um tempo, fumando.

"Há um pub lá embaixo," Sirius acenou com a cabeça mais adiante na pista. “Vi na subida, tem um
jardim. Quer ir e matar um tempo?”

"Sim," disse Remus, surpreso. Isso parecia ideal. "Mas você não quer alcançar James?"

"James não me ama mais," Sirius suspirou dramaticamente, segurando o pulso contra a testa como
uma velha prestes a desmaiar, "Seu coração foi reivindicado por outra."

Remus riu, então se atreveu a dizer,

"Ah bem. Você me tem."

"Eu tenho você," Sirius acenou com a cabeça com um sorriso, pulando da parede. “Vamos,
então. Vamos tomar uma cerveja.”

O pub era uma pequena cabana caiada com venezianas amarelo-mostarda, telhado de telhas
vermelhas e uma fileira de gerânios vermelhos plantados em vasos do lado de fora. Por dentro
estava escuro, mofado e cavernoso; Remus teve que se abaixar sob o teto baixo. Todos os
trabalhadores rudes que sustentavam o bar se viraram para olhar quando eles entraram, e por um
momento Remus se perguntou se não tinha sido uma má ideia, afinal.

Ainda assim, Sirius pediu duas canecas de cerveja, e eles as levaram para fora para o jardim,
sentando em uma mesa debaixo de uma faia para fazer sombra. Enquanto eles saíam, o barman
ranzinza e os locais hostis voltaram para suas próprias bebidas, obviamente decidindo ignorar os
dois meninos. Remus tinha certeza de ter ouvido um deles murmurar 'mauricinhos', o que ele
interpretou como um desprezo pessoal, embora, é claro, pudesse ser muito pior. Mesmo assim, eles
estavam sozinhos no jardim e tinham a privacidade que procuravam.

Sirius era imune às atitudes dos outros - talvez ele não tivesse percebido; talvez ele simplesmente
não achasse que valia a pena se preocupar com os trouxas.

"É ótimo aqui", disse ele, engolindo sua cerveja quente e nevoenta, "Você acha que poderíamos
viver aqui, quando tudo acabar?"

"Eu gosto de Londres," Remus respondeu, "É a isso que estou acostumado."

“Lembra que você prometeu que poderíamos ir para Carnaby Street,” Sirius disse, brincando com a
caixa de fósforos de Remus, “Neste verão. Vou cobrar isso. "

"Quando eu disse isso?"

"No natal."

"Oh, certo. Ok, podemos ir.”

"Não acredito que você esqueceu."

"Bem, você também passou metade do Natal tentando me convencer a arrumar uma namorada,
então ..."

“Uggh,” Sirius gemeu, aparentemente envergonhado, “Desculpe. Achei que isso pudesse me ajudar
a ... me sentir menos apegado a você. Parece um pouco maluco agora, penso sobre isso ...”

“Agora parece maluco,” Remus o chutou suavemente por baixo da mesa.

"Processos de pensamento lógicos não são meu forte, Sr. Moony," Sirius riu, com uma virada
aristocrática de cabeça, "Você deveria fazer as pazes com isso se vamos ... hum ... se vamos ..."

“Comece a sair ...” Remus pediu, gentilmente. Sirius deu a ele um sorriso apologético,

"Sair, sim." Ele concordou. "Desculpe."

"Você vai chegar lá," disse Remus, casualmente, engolindo sua cerveja.

E com isso, o gelo foi quebrado e eles começaram a conversar. E conversar e conversar. Foi tão
fácil; depois de meses sem comunicação, parecia que os portões haviam se escancarado. Eles
descobriram que, depois de terem começado, não podiam parar. Remus relataria alguma suposição
que ele havia feito; alguma crença que ele tinha sobre uma interação há muito tempo, e o que ele
pensava que isso significava na época. E Sirius balançava a cabeça com olhos arregalados e sérios
e dizia;

“Mas Moony, não foi assim de jeito nenhum.”


Ao estabelecer os fatos, Remus descobriu que grande parte de sua miséria foi causada por si
mesmo; que na maior parte do tempo Sirius nunca quis fazer o mal, e muitas vezes nem sabia que
estava causando dor a Remus - era apenas sua própria ideia confusa do que estava
acontecendo. Eles até falaram sobre Mary.

“Eu realmente gostava dela”, disse ele, “acho que foi isso que me confundiu, no começo. Sabe, não
era como se as meninas não estivessem fazendo pra mim, nesse departamento ... e ela era tão
confiante.”

"Achei que você só estava com ela porque não queria ficar comigo."

"Não." Sirius disse, com firmeza, “Esse é um pensamento horrível. Era por ela, não por você. " Ele
olhou para Remus, "Desculpe."

“Ha, não sinta. Isso me faz sentir melhor, na verdade.”

"De qualquer forma," Sirius sorriu, "E você e Mary?"

“Oh Deus,” Remus enterrou o rosto nas mãos, “Não. Eu estou tão envergonhado."

"Tudo bem. Eu gostei." Sirius ergueu uma sobrancelha, dando a Remus um olhar tão depravado
que provavelmente o faria ser preso em algumas partes do país.

"Eu percebi." Ele corou, "Não te ajudou a se sentir menos apegado, então?"

"Aparentemente não."

“Eu não podia acreditar que você não se importava com isso. E ainda, quando você descobriu sobre
Chris ...”

Sirius se endireitou, parecendo irritado,

"Ele." Ele resmungou.

“Não há nada entre nós. Nós somos apenas amigos."

“E ... esse outro cara ... Grant? Ele estava ...” Sirius se mexeu, obviamente desconfortável enquanto
lutava para dizer a palavra, “Seu namorado? ”

“Na verdade, não,” Remus respondeu facilmente, “É difícil de explicar. Ele é ... um amigo. Eu me
importo com ele tanto quanto com você, e com James, e com Peter e com as meninas.”

"Mais segredos, Remus." Sirius passou as mãos pelos cabelos, frustrado, “Não consigo
acompanhar, não sei como você faz isso. Você pode parar de esconder coisas? De mim, pelo
menos?”

"Eu não sei." Remus disse, baixinho, "Vai ser difícil."

"Mas você pode tentar." Sirius sorriu. Remus riu e assentiu.

Eles terminaram suas bebidas e decidiram voltar para o acampamento.

"Eu vou te ensinar a nadar." Sirius ofereceu.

"Nem fodendo que você vai." Remus bufou.


"Há mais alguma coisa que você tem mantido em segredo, hein, Remu?" Sirius o cutucou,
enquanto eles desciam lentamente a colina. Era muito mais fácil, o caminho de volta, mas eles
estavam indo muito devagar de qualquer maneira.

"Não," Remus riu. Ele se sentia leve como o ar - era como estar alto; não tendo nada a esconder,
“Gay, analfabeto, sem-teto, lobisomem ...” ele contou nos dedos, “Eu acho que é isso. Ah, e minha
mãe.”

"Sua mãe?!"

“Recebi uma carta naquela caixa de coisas deprimentes de Dumbledore. Fotos e uma carta - um
pedido de desculpas.”

“Oh, caramba, ok. O que ela d -”

“Não, eu não quero falar sobre isso ainda. Desculpe."

"Tudo bem," Sirius deu de ombros, "Podemos conversar sobre qualquer coisa, exceto nossas
mães."

"Perfeito." Remus concordou.


Capítulo 117 : Verão de 1977: Parte 4
Chapter Summary

Temas como homofobia serão abordados nesse capítulo.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O resto da semana na Cornualha passou em completa felicidade, no que dizia respeito a Remus e
Sirius. Os dois passaram longos dias quentes na praia e nas encostas, vagando por vilarejos
pitorescos, explorando cavernas e ficando embriagados nos jardins dos pubs. Eles jantavam
exclusivamente pastéis, peixe com batatas fritas e sorvete, e à noite - ah, as noites eram as melhores
de todas.

Durante o dia, se os outros estivessem por perto, eles jogariam bola na areia, ou Remus consentiria
em entrar um pouco no mar – os jeans enrolados e a camisa de manga comprida ainda firmemente
em seu corpo. Se fossem apenas os dois, então ele poderia enrolar as mangas até os cotovelos,
expondo velhas cicatrizes, e Sirius se tornaria Padfoot e perseguiria gravetos ou seu próprio rabo. E
muitas vezes ficavam sozinhos, porque todo mundo parecia querer continuar fugindo.

Lily e James eram os piores - quando não estavam brigando, ficavam se agarrando; gratuitamente e
por muito tempo.

"Vocês deveriam ser os monitores!" Mary gritou com eles, após a terceira noite, encontrando-os
praticamente deitados em frente à fogueira.

"Ah, como se eu não tivesse encontrado você mais de cem vezes nas minhas rondas!" Lily riu,
levantando-se e endireitando as roupas mesmo assim. " E você, Black, pare de nos olhar desse
jeito."

"O que?" Sirius piscou inocentemente.

O moreno estava carregando de volta a bacia com louças que havia levado para lavar nos
chuveiros. Remus ficou bastante surpreso com isso - Sirius se oferecera para lavar a louça todas as
noites até agora ("Eu gosto de fazer isso, do jeito trouxa," ele confidenciou, secretamente, "Mamãe
costumava nos obrigar a fazer o trabalho do elfo doméstico como uma punição às vezes, mas eu só
achava relaxante, para ser honesto.”)

“Não me puxe para as suas sórdidas escapadas” Black dizia, pudicamente, pondo a bacia no
chão. “Tenho sido um perfeito cavalheiro durante toda a viagem.”

"Não estou convencida de que você não tenha se esgueirado com alguma garota trouxa da
vila." Marlene disse. Ela estava deitada sobre uma toalha, apenas de calcinha e sutiã, tomando
banho de sol. Seu corpo era muito comprido e pálido.

"Como você ousa," Sirius a bateu com o pano de prato úmido, fazendo-a gritar e se mover, "Estou
na cama cedo todas as noites, não é, Moony?"

Remus engasgou com os biscoitos que estivera mordiscando e teve que levar um tapa nas costas de
James algumas vezes antes de se recuperar. Você vai pagar por isso mais tarde, Black, ele encarou
Sirius, os olhos lacrimejando.

Depois que James se acalmou sobre ‘O evento Lily Evans' (como Black estava chamando, pelas
costas) o suficiente para pensar direito, ele ficou surpreso que Sirius e Remus estavam
compartilhando uma barraca, e suspeitando, por razões completamente erradas.

“Vocês não vão começar a brigar de novo, não é? Vocês sabem que sempre costumam deixar um
ao outro maluco quando estão próximos...”

"Você está certo, Prongs," Sirius disse, animado, "Você fica com o Moony e eu compartilho com
Evans."

Isso pôs fim a essa linha de questionamento, mas não à súbita superproteção de James por
Remus. Era bom - certamente nada para reclamar – mas, um pouco desconfortável. Lupin nunca
teve qualquer tipo de figura de irmão mais velho - a menos que você contasse Ste ou Craig, que o
ensinaram a roubar, beber e dar um soco apropriado – mas, James agora parecia determinado a dar
o melhor de si, com todo seu jeito bondoso e desajeitado. No meio da semana, Remus ficou um
pouco surpreso por ninguém ter sequer mencionado a confissão que havia feito na primeira
noite. Não que ele quisesse que alguém fizesse um estardalhaço, ou dissesse algo dissimulado ou
indireto, mas ... mesmo assim. Nada mesmo? Ele tocou no assunto com Sirius em um momento de
silêncio, e o moreno riu,

"Bem, se Prongs deu a todos eles aquele seu maldito discurso, não estou surpreso."

"Discurso?"

“Sim, ele me puxou de lado e me disse que se eu começasse a te tratar de forma diferente, ele me
bateria. Provavelmente ele não disse isso para as meninas - talvez Lily tenha feito.” Sirius se
espreguiçou, de forma canina, deitado de bruços.

Os dois estavam descansando na praia, sozinhos, em um trecho tranquilo de areia que, até agora,
ninguém havia descoberto. Sirius estava em sua bermuda de banho e Remus aproveitava a
oportunidade para encará-lo tanto e tão descaradamente como queria. De vez em quando, ele
juntava um punhado de areia amarela e sedosa e derramava sobre a pele de Black, apenas para ver
os grãos deslizarem como água sobre os músculos de suas costas.

"Você está me zoando." Remus disse, preguiçosamente, não acreditando.

“Gostaria de estar. Eu juro, foi tão difícil não rir na cara dele e apenas contar tudo.” Ele rolou,
afastando a areia descuidadamente, "Vou ter que ir e me lavar em um minuto, se você continuar
fazendo isso."

"Essa é a ideia," Lupin sorriu. Sirius no mar era sua nova coisa favorita de se olhar.

Remus ainda não havia acreditado realmente nele, até o último dia da viajem. Todos estavam
tentando empacotar as barracas - que não pareciam querer caber nas malas em que foram trazidas -
e ele acabou assumindo a liderança, porque Peter, Sirius e James não pareciam entender o conceito
de instruções. As meninas haviam desarmado seu próprio acampamento em menos de uma hora, e
isso estava ficando um pouco vergonhoso.

“Certo, aquele pino precisa sair primeiro, e há uma espécie de lençol de cima que precisamos
remover, caso contrário, tudo fica emaranhado ...” disse, coçando a cabeça. James e Sirius fizeram
isso com sucesso e começaram a dobrar a barraca marrom.

"O que faríamos sem você, Moony," James riu.

"Sim", disse Peter do chão, onde estava coletando pinos, "Quem diria que você seria bom nessas
coisas."

"Bem, eu sempre fui o sensato," Remus murmurou, sem prestar muita atenção, passando para os
próximos passos no folheto. Então ele percebeu que tudo havia ficado silencioso, e James estava
parado perto de Peter.

“O que você quer dizer com 'essas coisas'?”

Peter olhou para cima, confuso, e esfregou as mãos,

“Sabe, coisas ao ar livre - coisas de homem. Eu não quis dizer...”

“Pete. Uma palavrinha." James disse, sua voz estranhamente dura e plana; canalizando o jeito
Euphemia Potter com um tom severo. Ele marchou em direção à praia, Peter o seguindo
nervosamente, ainda torcendo as mãos.

"Coisas de homem." Sirius murmurou, embora parecesse ansioso e pálido também.

"Sobre o que foi isso?!" Perguntou, indo pegar os ganchos que Peter havia colocado no chão.

Black balançou a cabeça e não falou novamente até que Peter e James voltaram, Pettigrew
parecendo muito abalado. Remus desejou poder ter dito algo, mas sentiu que só pioraria o
problema.

Quando chegou a hora de se despedir, ninguém quis ir embora. Lupin se viu olhando taciturno para
os quatro quadrados amarelos de grama onde antes estavam suas barracas, enquanto James e Lily
se agarraram um ao outro, se despedindo.

"Você vai voltar para Essex, Remus?" Mary perguntou, alegremente.

“Vou ficar um tempo com os Potters.” Respondeu, tentando se animar.

"Que sorte!" Mary disse: “Tenho que voltar para Croydon - Marlene me convidou para ficar, mas
mamãe diz que não me vê o suficiente.”

"Isso é bom," Remus sorriu, "É bom ter alguém que sente sua falta."

Peter e Dorcas saíram primeiro, subindo para a estrada principal para encontrar um local isolado
para pegar o nôitebus. Remus acenou para eles, e tudo parecia bem, mas isso pode ter sido apenas a
presença de James. As garotas aparataram - assim que Lily finalmente soltou James, que prometeu
visitá-la antes que o verão acabasse, prometendo escrever e fazendo James prometer telefonar. Ela
abraçou Lupin e então - talvez apenas em um momento de felicidade cega, Sirius também.

James, Remus e Sirius aparataram de volta para a casa dos Potter com um pouco mais de sucesso
do que da primeira vez. Lupin acabou no jardim dos fundos, de alguma forma. Black, em algum
lugar da vila, mas a Sra. Potter ficou emocionada em vê-los todos do mesmo jeito, e decidiu que
todos precisavam de uma comida adequada, de uma vez por todas.

"Devemos entrar em contato com o abrigo para você, Remus?" O Sr. Potter perguntou,
casualmente durante o jantar, “Você não está fazendo outro ato de desaparecimento, está? Não
posso ter a polícia trouxa ligando novamente. "

"Oh - er, não, eu ... hum ..." O garoto gaguejou sobre suas batatas cozidas - o que ele poderia dizer,
para impedi-los de perguntar? O que compraria um pouco mais de tempo? Sirius o chutou por
baixo da mesa e o olhou. Vá em frente, Moony, dizia; diga a verdade. Remus olhou para o Sr.
Potter, "Na verdade, agora que tenho dezessete anos, não há um lugar para mim em St. Edmund's."

"Ah, bom", a Sra. Potter sorriu benignamente, "Teremos você durante todo o verão, maravilhoso!"

Tão fácil quanto isso.

"Eu te disse," Sirius sussurrou, enquanto deslizava para sua cama, depois da meia-noite. “Os Potter
adoram receber animais perdidos.”

"Você deveria estar aqui?" Remus sussurrou de volta, ansioso, "E quanto a James?"

"Roncando, eu consigo ouvir ele através da parede."

Não pressionou mais - afinal, ele queria Sirius ali. Era engraçado ficar deitado sozinho em uma
grande cama de casal depois de passar uma semana espremido em uma barraca. Ter outro corpo
por perto era reconfortante. Ter o corpo de Sirius por perto era ainda melhor.

"Foi bom ter dito a eles." O moreno disse baixinho, segurando sua mão sob as cobertas. Ele fazia
isso com frequência, e apenas na cama, no escuro. Remus não se importava.

“Sim, só estou contando tudo para todo mundo, esta semana,” Riu.

“Nada há de errado em pedir ajuda, Moony. As pessoas gostam de ajudar seus amigos.”

"Eu sei." Remus beijou o topo da cabeça de Sirius - um dos muitos privilégios agora permitidos a
ele. Black gostava de dormir escondido sob as cobertas, como uma criatura hibernando. Isso o fazia
parecer menor do que era e fazia Remus se sentir protetor. Outra coisa que era normal sentir
agora. "Sirius?"

"Mm?"

"Aquilo que o Wormtail disse, realmente te chateou?"

Ele sentiu o moreno ficar tenso contra si, e imediatamente desejou não ter tocado no assunto. E
tentou encobrir seus rastros, “Só... você conhece Pete, ele é um pouco idiota às vezes, mas ele é
apenas estúpido, não rancoroso. Ele vai se acostumar com isso. Se acostumar comigo. Da próxima
vez que precisar de ajuda para fazer o dever de casa, não vai importar.”

"Já ouvi coisas assim antes, só isso." Sirius disse bem baixo, de modo que Remus, que
normalmente possuía uma audição perfeita – mais do que perfeita -, teve que ouvir com
atenção. “Sobre ser um homem. Você sabe o tipo de coisa."

"Da sua mãe?"

O moreno não falou, mas sua cabeça se moveu levemente e Remus entendeu como um aceno.
Não estamos falando sobre mães. Lupin teve que se lembrar, e apenas apertou a mão de Sirius e
disse a única coisa que conseguiu pensar.

"Bem, então você sabe que era tudo besteira."

***

Sábado, 30 de julho de 1977

James Potter não era tão inteligente quanto Remus acreditava. Eles haviam voltado da Cornualha
havia quinze dias. E Potter havia telefonado para Lily do telefone público no final da estrada
exatamente catorze vezes. E exatamente catorze vezes, Remus teve que acompanha-lo até lá,
colocar as moedas na abertura, discar o número e mostrar a ele como desligar, no final.

As ligações duravam cerca de uma hora, normalmente, deixando Sirius e ele sentados do lado de
fora na parede de tijolos, fumando. Ocasionalmente, eles caminhavam para cima e para baixo na
rua principal, mas, principalmente, apenas esperavam James terminar.

"Maldito idiota." Lupin suspirou ao sair da cabine pela décima quarta vez. “É difícil lembrar alguns
passos simples? Ele fez estudos trouxas, eles não explicam essas coisas? "

"Aww, ele fica muito animado para se lembrar de qualquer coisa." O moreno riu, "Tenha alguma
simpatia pelo bobo apaixonado."

"Não. Vou ser triste e infeliz para sempre.” Remus resmungou, atrapalhando-se com o isqueiro.

"Ah, bom, eu amo quando você fica todo emburrado e de mal humor."

"Vai se foder."

"Mm, oooh sim, agora me chame de idiota estúpido, isso realmente me deixa louco ..." Sirius
brincou, cigarro entre os dentes, brasas brilhando em seus olhos. Lupin o empurrou tanto que ele
caiu da parede, rindo.

"Você está sendo um idiota estúpido."

"Só para você." O moreno apagou o cigarro. Houve um estrondo baixo e escuro ao longe, e todo
seu rosto se iluminou. Ele agarrou o braço de Remus, “Olha! Aí vem, na hora certa!”

Lupin revirou os olhos. Black possuía outro motivo para ser indulgente com James. Todas as
noites, enquanto esperavam que os pombinhos terminassem o telefonema, uma coisa milagrosa
acontecia - aos olhos de Sirius, pelo menos. Uma motocicleta passava pelo vilarejo -
provavelmente algum hippie idoso voltando de seu trabalho chato de escritório para casa, Remus
pensou, petulantemente.

Era um Triumph Bonneville T120 (Lupin odiava saber disso, mas depois que viram a primeira vez,
Sirius os arrastou para a banca de jornal para comprar todas as revistas de motociclistas que
pudessem encontrar, até que eles identificassem o modelo), com um tanque vermelho cereja, cada
centímetro de cromo polido até uma prata reluzente. Sirius estava loucamente apaixonado e Remus
estava loucamente ciumento.

Assim que a moto passou, Black deu um suspiro de satisfação, então subiu na parede e observou
Remus por um tempo. Ele fazia muito isso agora. E Lupin teve que aprender a não se importar
muito; não se importar em ser examinado. O moreno inclinou a cabeça, “É a lua? Deixando você
mal-humorado? "

"Provavelmente." Respondeu encolheu os ombros. "Normalmente me deixa com energia."

"Sim, eu percebi, ontem à noite." Sirius piscou.

"Ah meu Deus, cale a boca, idiota irritante."

Black sorriu e mostrou sua afiada língua rosa.

Remus estava nervoso com a lua. Seria a primeira lua cheia que não passaria em Hogwarts ou em
St. Edmund's. (Embora presumivelmente tenha havido outra lua cheia, uma vez, muito tempo atrás,
com sua mãe.) O Sr. Potter o chamou de lado, depois que foi combinado que Remus ficaria pelo
resto do verão, e explicou o plano de ação.

Não que isso importasse muito para ele; uma sala trancada era uma sala trancada. Desta vez era o
sótão, e Moody se ofereceu para ficar de guarda do lado de fora, garantindo que a família estaria
segura. O Sr. e a Sra. Potter (para não mencionar James e Sirius) repetidamente garantiram a
Remus que não estavam nem um pouco preocupados, e que ele também não deveria se
preocupar. Mas é claro que iria, de qualquer maneira.

Sirius queria ir com ele - James também, mas James, pelo menos, tinha bom senso o suficiente
para perceber que não seria possível. Ninguém iria conseguir passar por Moody - que tinha um olho
novo e assustador, azul elétrico e terrivelmente encantado.

"Já enfrentei lobisomens antes," ele disse, rispidamente, enquanto Remus era conduzido escada
acima para o sótão, "Sempre tive um bom resultado, com o mínimo de casualidades."

Isso não o fez se sentir melhor, mas não tinha certeza se esse era objetivo.

Foi uma noite ruim. Talvez fosse a presença de Moody. Talvez o lobo não gostasse da
altura. Talvez pudesse sentir o cheiro de seus companheiros habituais, Prongs e Padfoot, e se sentia
solitário. Talvez o lobo simplesmente odiasse Remus, quem sabe. De qualquer forma, quando ele
acordou, descobriu que havia destruído o quarto; rasgado as cortinas e arranhado o assoalho. No
final, o lobo mastigou as próprias patas de frustração.

Com as mãos sangrando, a pele toda arrancada, ele permaneceu deitado no escuro, o coração
batendo forte, esperando que a dor diminuísse ou que alguém viesse ajudá-lo; o que viesse
primeiro.

A Sra. Potter o remendou e fez um bom trabalho, mas ele ainda teve problemas para segurar a
varinha por alguns dias, enquanto a pele crescia novamente. Também não havia conseguido
segurar o cabo de vassoura, então teve apenas que observar enquanto Peter, Sirius e James
praticavam, como nos velhos tempos.

Remus encontrou outras maneiras de se ocupar. Ele conseguiu uma cópia da lista telefônica e
passou mais tempo do que provavelmente seria considerado saudável procurando cada "Jenkins"
em Bristol. Havia muitos deles, mas nenhuma Hope. Sem esperança. Não importava, ele tentou
dizer a si mesmo. Havia se dado bem por doze anos sem ela.
"Me conte um segredo," Sirius sussurrava, tarde da noite - todas as noites ele vinha até Remus,
"Algo que ninguém mais sabe."

E então, ele o contaria - porque isso o deixaria feliz, e isso era o que varia a pena - na verdade,
Remus estava percebendo, fazer Sirius feliz poderia ser a única coisa que valesse a pena pelo resto
de sua vida.

“Fui eu quem disse a Philomena Pettigrew para ir para a América.”

“Mentira!"

"Verdade, no banheiro na véspera de Natal."

“Seu bastardo astuto. Como você fazia todas as garotas ficarem se matando para falar com você,
hein? Qual é o seu segredo?"

“Talvez elas confiem em mim porque sabem que não estou tentando transar com elas.”

“Um pensamento intrigante. Me conte outro segredo.”

"Hum ... eu não sei, eu te contei tudo." Tudo que não te machucaria, acrescentou ele,
silenciosamente.

"Você não contou," Black disse, seus lábios agora contra os dele, enquanto rastejava em cima de
Remus, as mãos deslizando por baixo da camisa de seu pijama. Ele passou a língua pelo seu lábio
inferior, "Eu vou descobrir tudo sobre você um dia, eu prometo."

Remus o beijou profundamente, acreditando em cada palavra.


Capítulo 118 : Verão de 1977: Parte 5
Chapter Summary

Este capítulo contém linguagem e atitudes homofóbicas dos anos 70.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

1977 and we are going mad

It's 1977 and we've seen too many ads

1977 and we're gonna show them all

Apathy's a drag.

-Paper Bag, Fionna Apple

Segunda-feira, 29 de agosto de 1977

Remus acordou de sua segunda lua cheia ligeiramente melhor que a última, mas incapaz de se
mover. Moody o amarrou à cama (mantida no sótão especificamente para esse propósito) usando
algum tipo de magia avançada. Não doeu, mas fora muito humilhante, ter que ficar ali deitado e
esperar ser solto, sem nenhuma roupa. Sirius foi veementemente contra a ideia, mas não doeu e era
melhor do que a alternativa. E Lupin não se importava sobre como o lobo se sentia a respeito.

"Fez muito barulho", disse Moody, ao soltá-lo, "mas isso era de se esperar."

“O que os outros fazem?” Perguntou, vestindo a calça jeans rapidamente, desejando que o auror
fosse embora, ou pelo menos virasse as costas, "Os lobisomens registrados no ministério?”

“Lidam com isso em casa desse jeito - com um auror checando antes e depois - ou ficam nas celas
do ministério. Vou pegar um folheto para você, se quiser.”

"Não, obrigado."

Remus teve a nítida impressão de que Moody não aprovava sua decisão de não se registrar.

No andar de baixo, em seu quarto normal, a Sra. Potter havia colocado um conjunto de robes na
cama para ele - não uniformes, mas roupas usuais, de uso diário. O tipo que James e Sirius usavam
fora da escola. Ele esperava que fossem de segunda mão; não saberia como os retribuiria se
começassem a comprar roupas para ele.

"As roupas são para sair" explicou James, quando Remus perguntou sobre isso, "Vamos para o
Beco Diagonal hoje!"

Com o primeiro dia de aula não muito longe, foi combinado que os meninos ficariam no Beco
Diagonal nos últimos dias das férias de verão. O Sr. e a Sra. Potter partiriam por algumas semanas -
a negócios para Dumbledore, aparentemente, embora eles não tenham confirmado nem negado
isso. Até mesmo Moody não poderia discutir sobre Remusestar indo para o Beco Diagonal desta
vez.

"Rastejando com Aurores, hoje em dia - disfarçados, você nem saberia."

"E eu tenho dezessete anos," Lupin respondeu, secamente, "Então, estou livre para ir aonde eu
quiser."

"Exato", disse Euphemia, cansada.

Suas cartas de Hogwarts haviam chegado a apenas uma semana e, para a surpresa de todos, James
fora nomeado monitor-chefe, como evidenciava o broche dourado novo em folha dentro de seu
envelope.

"Puta merda!" James engasgou,

"Que porra é essa?!" Sirius franziu a testa.

"Olhem a língua!" A Sra. Potter repreendeu os dois.

Ela estava muito orgulhosa, é claro, mas James estava apenas interessado em contar a Lily, e
correu para mandar uma coruja para ela imediatamente - em menos de meia hora, eles descobriram
que ela havia sido nomeada monitora-chefe.

"É o destino!" James declarou: "Destino!"

Usaram o Pó de Flu para chegar ao Caldeirão Furado, um pub bruxo antiquado e caseiro que se
transformava em uma pousada, ponto de encontro e centro comunitário geral, pelo que Remus
sabia. James reservou dois quartos duplos e, depois de ser saudado por um taberneiro corcunda de
aparência estranha, os quatro marotos arrastaram seus baús escolares escada acima para se
instalarem. Remus estava dividindo com Peter, porque nem ele nem Sirius poderiam inventar uma
desculpa boa o suficiente para compartilhar juntos. Os quartos eram adjacentes, o que era um
pequeno conforto, mas não muito.

O Beco Diagonal não era como Hogsmeade, como pensara que seria; era mais lotado, agitado,
barulhento - o equivalente mágico de cosmopolitan. As ruas estavam ocupadas com multidões de
estudantes e todas as lojas estavam lotadas até o teto.

Gringotes era o primeiro ponto de parada para todos, e Remus seguiu James e Sirius ao redor da
margem palaciana, emudecido pela completa estranheza de tudo. O menino nunca havia estado em
um banco trouxa antes, mas nada poderia tê-lo preparado para o Gringotes; goblins e passagens
secretas e montanhas e montanhas de ouro. Potter e Black se portavam como membros VIP – e,
veja bem, provavelmente o eram. Os goblins rastejaram aos pés deles, o que Remus achou
extremamente desagradável, mas não conseguiu dizer nada sobre. Ele gostaria que Lily estivesse
lá, ou Marlene e Mary - alguém um pouco mais pé no chão.
Lupin descobriu que havia sido deixado com pouco menos de quatrocentos galeões no cofre que
pertencera a Lyall Lupin. Isso soou como uma quantidade enorme para ele - até que viu a
expressão de pena no rosto de Sirius. Silenciosamente, retirou o suficiente para seus livros e
algumas roupas novas, bem como um pouco para converter em dinheiro trouxa.

Remus havia ficado tão arrasado depois da lua cheia, da viagem com pó de flu e da visita ao banco,
que assim que retirou seu dinheiro, teve que voltar para o Caldeirão Furado para descansar. Os
outros prometeram a ele que deixariam as compras para o dia seguinte e passariam o resto da tarde
olhando vassouras e suprimentos de quadribol. Se sentia cansado demais para se importar e
desabou em sua pequena cama de solteiro, morto para o mundo por, pelo menos, quinze horas. Ele
nem mesmo acordou quando os outros chegaram de forma barulhenta à meia-noite, cheirando
fortemente a uísque, silenciando-se ruidosamente e rindo.

No dia seguinte, Lily chegou e as compras para a escola começaram para valer. Ela e Remus
tinham mentes igualmente metódicas quando se tratava de completar tarefas, e discutiam em
particular um plano de ação, antes de dar ordens aos outros três meninos pelo resto da manhã. Ele
gostaria de ter mais tempo na Floreios e Borrões, mas como haviam decidido comprar os livros por
último (sendo os itens mais pesados da lista), James, Sirius e Peter já estavam seriamente
emburrados a essa altura, e à beira de um motim se não comessem um pouco de sorvete.

Assim; de volta ao Caldeirão Furado para despejar suas mercadorias e almoçar, ("Pelo amor de
Deus, James, você não pode tomar sorvete antes de comer alguma comida de verdade, isso é
ridículo!"), e então ao Florean Fortescue, onde Sirius tentou comprar para ele um sorvete de cada
sabor (“Vamos, Moony, é bem justo, você nunca experimentou antes; como você vai saber qual é o
seu favorito?!”)

Depois que tudo isso foi concluído, Remus descobriu que sua energia estava quase completamente
esgotada mais uma vez, e eram apenas duas da tarde. Ele considerou tirar uma soneca rápida, mas
era sua última noite em Londres, e havia algo que realmente precisava fazer antes de partir.

Demorou um pouco para conseguir um momento calmo para si mesmo, mas no banheiro do
Florean Fortescue, Lupin aproveitou a oportunidade para pegar seu relógio de bolso. Ele o abriu - o
mecanismo tão satisfatório quanto da primeira vez em que o usou - e sussurrou “Grant Chapman” à
bússola.

Ele esperava que a flecha começasse a apontar para o leste, mas para sua surpresa, ela começou a
girar incontrolavelmente, cada vez mais rápido. A bússola não veio com instruções, mas Remus
teve a sensação de que algo que sempre soube estava finalmente sendo confirmado. Grant não
estava seguro. Grant precisava de ajuda.

***

I live off you!

And you live off me!

And the whole world lives off of everybody


See we gotta be exploited!

See we gotta be exploited!

By somebody by somebody by somebody…

I Live Off You – X-ray Spex

Remus correu de volta para a mesinha do lado de fora da loja, onde seus quatro amigos estavam
sentados, fazendo muito barulho por causa de algo que Peter acabara de fazer com seu milkshake.

"E aí, Moony," Sirius sorriu enquanto se aproximava, "Eles querem ir fazer algumas coisas
turísticas, mas parece chato, quer ir para a Carnaby Street, finalmente?"

"Sim, ótimo!" Remus respondeu, forçando um sorriso. Ele arregalou os olhos para o moreno,
esperando que tenha entendido a mensagem. Felizmente, Sirius era muito hábil em seguir sinais
secretos e veio imediatamente.

"O que foi?" Ele sussurrou "Você parece apavorado."

"Eu tenho que ir e encontrar Grant." O garoto disse, agitado. "Veja!" Ele mostrou a Sirius o giro
louco da bússola.

"Agora?" Black franziu a testa, "Mas nós íamos ..."

"Agora." Disse Remus. “Não posso explicar, só preciso, sei que preciso. Você poderia dizer algo a
James e Peter? Eu não sei o quê - só se eles perguntarem.”

"O que? Não, eu vou com você!”

"Sirius…"

"Remus." Black zombou de seu tom sério e ergueu uma sobrancelha.

Remus suspirou. Essa era provavelmente uma das coisas em que deveria inclui-lo. Então, engoliu
seu temperamento e cedeu.

"Ok, tudo bem."

"Devemos apenas dizer aos outros para onde estamos indo?"

"Não. Não discuta comigo sobre isso.” Não queria que ninguém soubesse sobre Grant.

Sirius, aparentemente reconhecendo que Remus só cederia até certo ponto, assentiu e não abusou
da sorte. Disseram aos outros que iam à Carnaby Street para ver as lojas, pagaram e saíram
apressados, sem olhar para trás.

Os dois tiveram de ir e vestir roupas trouxas primeiro e, assim que saíram do Beco Diagonal, se
dirigiram para a estação Charing Cross e pegaram dois metrôs para o apartamento em Mile End, o
qual Remus pensou ser o melhor ponto de partida. Quando chegaram lá, eram quase quatro da
tarde.
Lupin não tinha certeza se foi um ano de abandono ou apenas uma retrospectiva que fez o prédio
degradado de cortiços parecer muito menos acolhedor do que no verão passado. O cheiro de
umidade era mais forte, parte do linóleo parecia ter sido arrancado, expondo o ladrilho creme sujo
e rachado. Era um dia quente, mas ainda estava frio por dentro. Adz, o homem que conheceu no
ano anterior, era o único do pessoal original que ainda morava lá.

"Grant?" Ele coçou a cabeça, parecendo atordoado, “É, acho que’le foi pro’este, quando ficou
muito difícil aqui. Hammersmiff, talvez. Tão derrubando esse lugar na próxima semana, tô indo pra
Brixton.”

“Hammersmith?!” Remus disse "Isso é do outro lado da cidade!"

“É, fez alguns amigos lá, acho. Grant sempre é bom em fazer amigos, quando convém.”

O homem pronunciou a frase de forma incisiva, Remus não gostou, e automaticamente se fez mais
alto, endireitando os ombros. Adz olhou para ele de cima a baixo com irritação e respondeu "Olha,
se ele não quiser ser encontrado, não vai ser."

Então, de volta à linha Central, e para o outro lado da cidade eles foram. Quando passaram pela
Tottenham Court Road, Remus se sentiu culpado por arruinar o dia de Sirius na Londres trouxa e,
secretamente, prometeu compensá-lo quando tivessem outra chance. Ainda assim, Sirius,
surpreendentemente, parecia estar se divertindo; encantado com as escadas rolantes e catracas da
mesma forma que Remus ficara com Gringotes.

Os dois saíram em Notting Hill, depois caminharam, porque Lupin não fazia a menor ideia para
onde estava indo, exceto pelo seu nariz e a bússola, que estava girando menos erraticamente agora
e parecia estar tentando conduzir em uma direção vaga.

“É incrível,” Sirius disse, olhando para as casas enquanto andavam, observando as vitrines das
lojas e parando para ver os ônibus de dois andares passando. “Eu vivi em Londres a maior parte de
minha vida, e eu nunca a vi dessa forma.”

“Que bom que você está gostando,” O outro respondeu distraído. Estavam em Shepherd's Bush
agora, ele tinha certeza. Já passava das seis da tarde e percebia que caminhava mais
lentamente. Seu quadril doía de tanto chacoalhar no subsolo; suas canelas ardiam de tanto caminhar
e suas costas latejavam por causa do terrível feitiço de amarração de Moody.

"Vamos nos sentar um pouco?" Sirius perguntou, com um olhar de profunda preocupação. "Olha,
tem um parque ali."

Era Shepherd's Bush Green - pelo menos Remus sabia onde eles estavam. Então concordou em
descansar apenas por um breve momento - estava mais preocupado que, uma vez que se sentasse,
seria impossível se levantar novamente.

"Então eu te carrego." Sirius disse.

"Não enche." Remus bufou, apoiando os cotovelos nos joelhos e se inclinando para frente. Ele
puxou a bússola para verificar mais uma vez. "Ugh, está ficando louca de novo!" Gemeu "Achei
que estava chegando a algum lugar..."

“Pode ser porque você está agitado.” Black sugeriu delicadamente. “Er... você sabe, porque isso se
alimenta da sua emoção em relação à pessoa que você está procurando. Então, talvez se você ...”

"Você está me dizendo para me acalmar?" Remus franziu a testa.


"Isso pode ajudar." O moreno respondeu uniformemente. “Que tal você me dizer algo sobre
Grant? Algo bom?"

"Se você acha que vai ajudar ..." Eles não tinham tempo para isso, Grant precisava dele agora...,
mas a este ponto, Remus estava disposto a tentar qualquer coisa. Mesmo que fosse apenas uma
manobra de Sirius para obter mais informações. “Er ... o nome dele é Grant Chapman. Eu o conheci
em St. Edmund's em 1975. Ele gostava das mesmas músicas que eu, ele é amigável, e...”

"Como ele é?"

"Você o viu."

“Não propriamente, eu era um cachorro. De qualquer forma, o objetivo é fazer você pensar sobre
ele.”

"Não estou fazendo nada além de pensar nele." Lupin explodiu. Ele fechou os olhos e respirou
fundo. “Cabelo louro. Cacheado. Er… eu acho que olhos azuis? Sim, azuis. Ele tem um dente da
frente torto. A última vez que o vi, ele estava mais magro...” uma onda de ansiedade subiu por sua
garganta. “Er ...” ele gaguejou.

“Continue,” Sirius encorajou, “Vocês gostam das mesmas músicas? Bowie? T.Rex. ”

"Sim, e ele gosta, hum ... Deep Purple."

"Legal, ok, então foi assim que vocês se tornaram amigos?"

"Sim," Remus acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco melhor, focando no positivo, "Ele era o
único em St. Eddy que não era um maníaco completo ou um criminoso - quero dizer, ele tinha
algumas acusações, mas não como … não era sério. Então um dia ele er ... bem, ele apenas me
beijou, e foi assim que eu soube ...” Ele olhou para Sirius rapidamente para verificar se estava tudo
bem continuar. O sorriso do moreno se estreitou um pouco, mas ele acenou com a cabeça
novamente. “Ele tem sido um bom amigo, fora isso,” Remus explicou, “Ele nunca fez eu me sentir
mal comigo mesmo. Ele nunca fez eu me sentir estranho ou diferente.”

"Ele parece um ótimo amigo." Black disse, educadamente.

"Sim. E ele faria qualquer coisa por mim. É por isso que preciso ...” Ele olhou para a bússola e viu
que agora estava apontando para o oeste - um pouco trêmula, mas clara o suficiente.

Eles se levantaram e seguiram. Já passava das sete, eles não tinham comido desde o almoço e o sol
estava começando a se pôr. Lily, James e Peter sem dúvida estariam se perguntando onde
estavam. Sirius não reclamou, apenas ficou quieto e seguiu enquanto Remus murmurava para si
mesmo, seguindo a pequena flecha dourada em sua palma e cheirando o ar denso de Londres.

Shepherd's Bush não era muito melhor do que Mile End e parecia ter uma vida noturna agitada. Ao
seu redor, pubs e clubes lotavam com adolescentes e jovens de todas as subculturas; os fãs das
discotecas em cetim brilhante e lantejoulas, skinheads sujos com suspensórios e botas, roqueiros
old school com cabelo desgrenhado e punks com jaquetas cravejadas e rostos cheios de
metal. Finalmente, quando estavam subindo pela Latimer Road, Remus parou.

"Ali." Ele disse, apontando para o outro lado da rua escura para um prédio com janelas escurecidas
e degraus que levavam a um porão. A música alta chegava à rua – qualquer que fosse a banda,
claramente possuíam pouca consideração por seus instrumentos, e menos ainda pelos tímpanos do
público. "Ele está ali." Disse com firmeza. A bússola confirmou isso, apontando para frente.
O porão - parecia um pouco mais energético do que Remus se sentia confortável. Além da 'música',
gritos altos e berros vinham de dentro, sotaques do leste, fúria adolescente. Punks magros e de
dentes amarelos estavam do lado de fora em grupos, cabelos verdes espetados e pesadas correntes
de metal. Lupin se sentia terrivelmente vulnerável em sua calça de veludo cotelê marrom surrada e
seu suéter grande, mas Sirius estava ainda mais deslocado, com seu cabelo longo de hippie e
postura inconfundivelmente bem-educada.

"Devemos entrar?" Sirius perguntou, sem um traço de nervosismo.

"Hum.’’ Ele estava prestes a sugerir que fosse sozinho, quando o destino interveio.

"Vaza, seu viadinho filho da puta", gritava o segurança para um jovem, que cambaleava para a rua,
cabeça baixa e mãos nos bolsos. Seu cabelo loiro sujo estava uma completa bagunça e ele possuía
um cheiro que Remus reconheceria em qualquer lugar da terra.

"Grant!" Lupin disparou em direção a ele, correndo pela rua sem nem olhar.

Grant não ouviu e continuou descendo, caminhando lentamente, curvado. Havia algo de errado
com a maneira como ele estava andando; seu porte torcido e enviesado. Ele cheirava a gim barato,
mesmo estando a metros de distância. Os punks estavam olhando maliciosamente para ele, gritando
obscenidades vis para afugentá-lo. Grant se virou e respondeu com desprezo, erguendo dois dedos
e gorjeando de maneira incoerente.

"Grant!" Remus chamou de novo, alcançando-o sob um poste de luz amarelo. Grant finalmente
parou e se virou, semicerrando os olhos. A parede atrás estava pichada com vários slogans
díspares:

'MATEM OS RICOS',

'CRIANÇAS DE CABELO RASPADO E A GAROTA VIZINHA/ NÃO QUERMOS


PARTICIPAR DA SUA GUERRA FRIA',

'FODA-SE O SERVIÇO NACIONAL.’’

"Jesus Cristo. O que cê tá fazendo aqui? " Grant balançou e cambaleou, bêbado, encostando-se na
parede e agarrando o lado do seu corpo, como se algo ali estivesse machucado.

"Procurando você!" Remus caminhou até ele, tentando ver seu rosto, obscurecido pela sombra.

"Certo, obviamente ... porra, como você consegue isso todas as vezes?!" Grant balançou a cabeça.

Ele não parecia bem. Ele parecia horrível. Estava magro; mais magro do que deveria estar, mais
magro do que realmente era saudável. Seu cabelo estava escorrido e parecia que não era lavado há
algum tempo, e ele tinha uma colcha de retalhos de hematomas em um lado do rosto,
desaparecendo sob a camiseta, roxos e feios.

"O que aconteceu com você?"

"Um punk fodido aconteceu, não foi?" Grant riu, um som horrível de engasgo, depois cambaleou
novamente e se sentou na calçada. "Desculpa cara, tô pouco tonto." Ele tentou vomitar algumas
vezes, mas nada saiu, então ele cuspiu.

Remus se agachou ao lado dele, as mãos tremendo.

"Quem fez isto? Foi lá na casa?!” Ele se inclinou, tentando dar uma boa olhada no pobre rosto
machucado de Grant.

Definitivamente era Grant, mas ele era quase irreconhecível. O jeans azul brilhante e o sorriso
atrevido que Remus se lembrava se foram. Substituído por jeans apertados pretos rasgados, olhos
pálidos e assombrados, piercings de aparência desagradável no nariz, sobrancelha e lábio que
estavam definitivamente inflamados.

"Se manda", Grant se balançou, selvagem, bêbado. Ele não teria acertado Remus, e não teria doído
se tivesse, mas Sirius saltou para frente em um instante,

“Ei, se afasta, cara,”

Grant piscou e olhou para Sirius, levantando a mão para proteger os olhos do brilho das lâmpadas
da rua. Ele franziu a testa, então zombou,

“E quem é você porra!? Cai fora, tô falando com meu amigo." Ele se virou para Remus, "Quer uma
cerveja?" E tentou se colocar de pé. Lupin o ajudou, segurando-o firmemente sob o cotovelo.

"Eu não acho que você precisa beber mais ... que tal um jantar?"

Um lampejo de sobriedade voltou às feições de Grant,

“Tem grana?”

"Sim, claro," Remus acenou com a cabeça, tentando guiá-lo para longe da rua horrível em que eles
estavam, "Vamos, vou te pagar um jantar, o que você gostaria?"

“Ah, se me conhece, eu sou fácil,” Grant gargalhou, inclinando-se pesadamente contra ele mas,
pelo menos, se permitindo ser conduzido.

Sirius os seguiu, parecendo muito desconfortável. Grant nem percebeu até que chegaram a um
café, um pouco mais adiante na estrada. Ficando um pouco mais sóbrio então, o garoto ainda estava
apoiado em Remus, e ele podia ouvir uma estranha dificuldade em sua respiração, que lhe disse
que Grant estava com dor.

"Aqui?" Remus se virou para Sirius, questionando. Black olhou para a janela iluminada e para as
cadeiras de plástico baratas lá dentro com um leve olhar de desdém, mas deu de ombros,

“Provavelmente o melhor que encontraremos por aqui.”

"Você de novo!" Grant resmungou: "Eu já te disse pra cair fora."

"Grant," Lupin disse gentilmente, "Este é Sirius, meu amigo da escola."

Grant olhou duas vezes, estreitando os olhos (ou um olho, pelo menos, apenas um deles abria
direito),

"Ah, porra." Ele murmurou, ainda balançando, "Que gato."

Sirius parecia envergonhado, então Remus conduziu Grant até o café para se sentar, pedindo três
xícaras de chá e uma torta com batatas fritas. Frango e cogumelo.

"Eu não quero problemas com você." O homem corpulento atrás do balcão disse, enquanto
colocava as canecas de chá acinzentado na mesa. "Eu conheço seu tipo."

"Cai fora seu velho sujo," Grant falou arrastado, "Aposto que cê pagaria se pudesse."
"O que foi que disse?!"

“Olha,” Remus se levantou rapidamente, “Ele está ficando sóbrio, vou mantê-lo quieto, juro. Vou
pagar adiantado, ele vai ficar bem depois de comer...”

O homem grande o encarou, avaliando, seus olhos passando rapidamente para Sirius, ainda
sentado, então Grant, então de volta para Remus,

"O que vocês são, algum tipo de missionários cristãos?"

"Tipo isso." Remus assentiu, tentando parecer religioso. Seja lá qual for a aparência religiosa. De
qualquer forma, isso satisfez o dono do café, que se arrastou para trás do balcão, provavelmente
para esquentar a comida.

"Meu Deus," Grant riu com seu chá, "Cê fica mais chique a cada maldito ano, Remus, meu velho
amigo."

"Por favor, pare de tentar brigar com todo mundo por cinco minutos, ok?"

Grant soprou uma framboesa e depois deu uma risadinha.

Quando a comida chegou, Grant devorou como se não comesse há semanas. Remus esperava que
não fosse verdade, mas a julgar pelo estado de sua estrutura ossuda, as coisas não pareciam boas. A
torta e as batatas fritas foram engolidas em minutos, e Remus pediu uma torta bakewell para a
sobremesa, bem como um pouco mais de chá.

"Onde você está morando?" Ele perguntou, esperando que soasse gentil, e não acusatório. "O que
você estava fazendo naquele clube?"

"Ficando bêbado." Grant murmurou. Ele estava mais calmo agora que havia comido, mais lento e
mais maleável.

“Bem, você conseguiu isso. Esses hematomas ...”

Grant ergueu os olhos, de repente, direto para Remus. Ele estava completamente sóbrio, seus olhos
afiados e arregalados, como se o rosto de Remus fosse um espelho e ele estivesse se vendo pela
primeira vez. O menino tocou com os dedos sujos no lado marcado de sua bochecha.

"Arranjei uma briga uns dias atrás." Ele disse: “Mas foda-se, vou embora amanhã, descendo
Brighton. Cansei de Londres. Porra de Londres maldita. Todo mundo quer te foder, te pegar de
qualquer jeito que eles conseguirem. Sabe o que eu quero dizer? "

"Sim," Lupin respirou. Ele se sentia tão impotente. Ele queria olhar para Sirius em busca de
reafirmação, mas parecia, de alguma forma, desrespeitoso com Grant.

“Como que tá a escola, seu mauricinho?” Grant perguntou, sorvendo seu chá.

“Ah... ok, você sabe. Bem. O que há em Brighton? Um lugar pra morar? Um trabalho? Como você
vai chegar lá?”

"Tenho uns amigos", Grant deu de ombros, então estremeceu. Ele havia quebrado uma costela,
Remus percebeu, e se repreendeu por não ter notado antes.

“Você precisa ir para um hospital? Há quanto tempo você está assim?”

“Nada de hospitais,” Grant resmungou, se enrolando em seu assento protetoramente, “Eles vão
achar que eu sou um viciado. Provavelmente pareço um, né? "

“Eu fui para Mile End, eu vi Adz.”

“Aquela filho da puta. Ele pode ir se fuder e tudo mais. Olha, só me empresta uma grana, ok? Eu tô
bem pra isso, me dá seu endereço que eu te pago de volta. "

"Não se você vai usar pra beber mais."

“Ei, Sr.Todo poderoso! Para que saiba, eu mereço uma boa bebida. Eu tô de coração partido. Você
se lembra como é isso.”

Ele deu a Sirius um olhar que era tudo, menos sutil. Black, para seu alívio, não reagiu, mas olhou
para o açucareiro. Alguém havia apagado o cigarro nele.

"Eu realmente sinto muito, Grant." Remus disse, sinceramente, "Olha ... onde você está
dormindo?"

"Subindo a rua,"

"É seguro lá?"

“Perdi minha chave.”

Bem, Remus pensou consigo mesmo. Pelo menos há uma fechadura. Ele estava formulando um
pensamento, decidindo contrabandear Grant de volta para o Beco Diagonal e apenas enfrentar as
consequências quando fossem pegos.

Eles pediram mais chá e Grant comeu mais um pouco. Depois de terminar, ele ficou
agradavelmente pacífico e sonolento; bêbado com o estômago cheio. Sirius e Remus o ajudaram a
voltar para seu quarto, em um antigo terraço que parecia ter sido abandonado há anos. Mesmo
assim, o interior estava mais movimentado e mais aconchegante do que o condenado edifício em
Mile End. Uma jovem espiou do próximo cômodo, rosto sardento e parecido com rato, contrastava
com seu moicano verde.

"Grant? Deus, cê bebeu de novo? Eu te disse que vodka não é a porra de um analgésico, vá a um
maldito médico! Ela olhou para Remus, "Quem é você?"

“Um amigo, só estou tentando ter certeza de que ele está bem ...”

"Ele vai ficar bem, ele fica assim."

Sirius executou um feitiço de desbloqueio silencioso na porta de Grant e Lupin meio que o
carregou Grant para dentro, colocando-o tão cuidadosamente quanto pôde no colchão de solteiro
no chão. Era um quarto pequeno, com uma minúscula janela redonda. Sem mobília, havia uma
pilha de revistas em um canto com um abajur no topo, uma mochila cheia de roupas, um espelho
de bordas enferrujadas e o que parecia ser uma pequena pia - uma barra de sabão, escova de dentes
e uma tigela vazia.

Grant se enrolou no colchão e começou a roncar baixinho. Remus se ajoelhou ao lado dele,
franzindo a testa. A garota punk estava parada na porta, braços cruzados, olhando Sirius de cima a
baixo.

"Ele disse que estava indo para Brighton amanhã," Lupin disse a ela, "Isso é verdade?"
“Se ele conseguir o dinheiro para a passagem de trem”, ela deu de ombros, “disse que foi roubado
na semana passada. Ele estava saindo com um cara bem rude. Tratava ele como merda,
pobrezinho.”

"Ele terá o dinheiro." Remus disse, com firmeza. “Você garante que ele vá? Que seja seguro?”

"Eu não sou babá dele", ela deu de ombros, recuando, "Já tenho problemas suficientes."

"Encantadora." Sirius disse com uma sobrancelha levantada enquanto ela desaparecia de volta para
seu quarto.

"Feche a porta," Remus pediu, puxando sua varinha. Ele queria consertar o máximo que pudesse
enquanto Grant ainda estava dormindo. Repassou sua lista de feitiços de cura - ele só os tinha feito
em si mesmo, até agora, mas nada tinha dado muito errado ...

"Que diabos está fazendo?!" Sirius se aproximou, enquanto apontava sua varinha para o peito de
Grant. “E o Estatuto de Sigilo?!”

"Que se dane," Remus grunhiu, "Não posso simplesmente deixar ele assim."

Sirius deu um passo para trás e o observou fazer o possível para curar as costelas de Grant, depois
limpar os hematomas e o olho roxo. Depois, se recostou, a mente acelerada. Ele se virou para
Sirius, "Certo, acho que preciso ficar aqui esta noite." Ele disse “Eu poderia deixar algum dinheiro
para ele, mas ... acho que é melhor se eu garantir que ele chegue a Brighton amanhã, se ainda for o
que ele quer fazer, quando estiver sóbrio”.

"Certo," Black acenou com a cabeça, "Mas temos que ir para King's Cross ..."

“Sim, eu vou chegar na hora. Eu posso aparatar de Victoria.”

"Ok." Sirius acenou com a cabeça novamente. Ele se sentou, encostado na parede oposta, tirou o
casaco e dobrou-o por baixo de si.

"O que você está fazendo?" Remus perguntou, "Você precisa voltar para o Beco Diagonal."

"Não, não preciso." Sirius encolheu os ombros. "Eu posso ficar."

"Mas James ..."

"Ah, certo, sim, espere ..." O moreno enfiou a mão no bolso e puxou o espelho compacto. Remus
olhou para ele com inveja. Ele gostaria de ter um desses. Ele daria a Grant e nunca mais o
perderia. “Oi, Potter, você está aí? Prongs?” Sirius chamava em frente ao espelho, “Oi… olha, eu e
o Moony vamos ir num show aqui, chegaremos tarde… não conte a ninguém, ok? Te vejo amanhã
... sim ... sim ... não, eu prometo. Está bem. Valeu." Ele o fechou e olhou para o outro "Pronto."

“Você não tinha que fazer isso. Se você está preocupado em me deixar aqui com ele, realmente só
estou apenas garantindo que ele esteja bem.”

"E eu estou garantindo de que você esteja bem, Remus." Sirius respondeu friamente. “Eu não vou
deixar você passar a noite toda sozinho neste lugar. Vamos, vamos ficar confortáveis. Há muito
chão à nossa volta...”

A culpa dentro de Remus aumentou ainda mais, quando Sirius deu a ele um sorriso brilhante e
estendeu o braço em sua direção. Sua última noite antes da escola, passada no chão de alguma
pensão trouxa, e ele nem estava reclamando disso. Remus também se sentou e se acomodou nos
braços de Sirius. Pelo menos, eles estavam juntos agora. O moreno beijou sua cabeça, e os dois
observaram Grant, dormindo como uma criança.

"Eu sinto muito." Disse, exausto, “Ele não é ... eu não quero que você pense que ele geralmente age
assim. Ele obviamente passou por umas coisas ruins.”

"O que aconteceu com ele?" Sirius perguntou, muito baixinho, "O que aconteceu para ele acabar
aqui, desse jeito?"

“Ele foi expulso de St. Edmund's, dois anos atrás,” Remus bocejou, seus olhos ficando
pesados. “Não tinha para onde ir… não conseguia arrumar um emprego porque não fez os exames
na escola. E estou supondo que ele não tem um endereço fixo.”

"Remus?"

"Mm?"

“Isso não aconteceria com você, certo? Porque você nos tem.”

“Sim,” ele murmurou sonolento, apenas meio prestando atenção, “Eu tenho você, Padfoot. Não se
preocupe comigo.”

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar) Queria ressaltar o quanto as frases pichadas no muro na parte


que o Remus segue o Grant pela rua, e toda a homofobia dos punks da festa,
demonstram várias questões do contexto político e econômico dos anos 70-80. O
movimento punk era muito famoso na época (e vários movimentos de subculturas, no
geral) e muitas pessoas aderiram a ele sem entenderem o real significado político que
possuía - e possui até hoje. Bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash surgiram
durante um momento de crítica as instituições vigentes, como, por exemplo, o
governo. Muitos dos que aderiram ao movimento punk se esqueceram da bandeira anti
reacionária que ele carrega e que, fundamentalmente, seus criadores foram aqueles
marginalizados pela sociedade, como usuários de drogas, poetas de rua, transsexuais e
LGBTs, no geral.

O movimento punk era influenciado, principalmente na Inglaterra, pelo movimento


situacionista e por ideais anarquistas e socialistas (trabalhadores do mundo, uni-
vos!!!). A maioria das bandas era formada por gente pobre, que não via futuro com as
ações do governo. Com sua política acolhedora, o estilo abriu espaço para as
mulheres. Elas passaram a integrar e até liderar bandas – como Patti Smith, Debbie
Harry e as The Slits. Mas, como mostrado no capítulo, nem todos os adeptos eram tão
inclusivos e nem todas as bandas com meninas tinham discurso feminista. Ou seja, o
movimento acabou perdendo força política por causa dos que não entenderam
realmente o objetivo dele.

Os estilos que tomaram o lugar do punk que surgiram anos depois, como o grunge
(Kurt Cobain afirmava que sua banda, Nirvana, era punk). Também foram a base dos
movimentos riot- grrrl e queercore, defensoras da inclusão de mulheres e gays na
música.
Enfim, desculpem pela nota imensa, mas acho importante todos saberem o quão
ignorante é alguém do movimento punk xingar o Grant por ele ser gay.
Capítulo 118.2: Grant, 1977
Chapter Summary

Capítulo extra do ponto de vista do Grant dos acontecimentos do capítulo anterior

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

I can't write and I can't sing, I can't do anything

I can't read and I can't spell, I can't even get to hell

I can't love and I can't hate, I can't even hesitate

I can't dance and I can't walk, I can't even try to talk

Freddie tried to strangle me with my plastic popper beads.

But I hit him back

With my pet rat

Yeah I hit him back

With my pet rat

-X-ray, Spex

“Sandra? Oi, Sandra?”

"É Nancy, porra, eu te disse," Sandra veio até a porta, abrindo apenas uma fresta para fazer uma
carranca para Grant com seus olhos de gato.

"Desculpe", pediu Grant, segurando as costelas, "Nancy."

Ela havia sido Sandra durante as últimas duas semanas, então quem sabe o que tinha acontecido no
meio tempo. Alguém a alcançou, talvez. Ou alguém novo estava no pé dela. Ele não podia
perguntar coisas assim às pessoas, para seu próprio bem. Grant já tinha merda suficiente para
lidar. E é claro que ela queria ser Nancy, tudo que as garotas punks queriam, desde que Sid Vicious
começou a transar com aquela prostituta americana.

"O que cê quer?" Ela perguntou, o olhando.

"Tem alguma coisa pra beber?"

Ela revirou os olhos. Vadia arrogante. Ele enfiou a ponta da bota na porta dela, “Você tá me
devendo, lembra. Eu te ajudei quando você chegou pra morar aqui."

"Eu pensei que você tava sendo legal." A garota zombou.

"Eu tava." Grant respondeu e agarrou o batente da porta, sentindo-se tonto de dor. "Agora é sua vez
de ser legal."

"Babaca." A punk murmurou e tentou fechar a porta, mas ele manteve o pé lá. Graças a Deus eram
botas com solado de aço, poderia continuar sem mais danos.

Sandra - Nancy - resmungou e se afastou da porta. Ele podia ouvi-la cavando, procurando em seu
quarto. Ela costumava convidá-lo para entrar, mas não fazia isso há semanas. Era mais agradável
do que o quarto dele, havia uma cama adequada e uma escrivaninha. Ela lhe disse que estava
escrevendo um romance e estava apenas 'experimentando um estilo de vida alternativo para
capturar adequadamente o espírito cultural'. Isso o interessou no início - gostava de pessoas
inteligentes, mas, agora, começava a se perguntar se ela não era apenas mais uma punk sem-teto
fugitiva. A garota parecia ter quatorze anos quando estava sem maquiagem.

Nancy voltou para a porta com uma garrafa. Meio frasco de vodka barata. Ele agarrou e a menina
resmungou novamente.

"Você tá uma merda." disse.

"Valeu." Grant desatarraxou a tampa e bebeu o quanto pôde sem engasgar. Era uma
vodka muito barata. Talvez isso fosse bom? Talvez significasse que funcionaria mais rápido, ou
melhor?

"Onde está Nick, afinal?" Ela olhou para cima e para baixo no corredor atrás dele, "Por que ele não
tá te dando bebida, é culpa dele que você tá neste estado."

Grant a olhou.

"Ele não vai voltar."

"Que bom." Respondeu. "Cansei de ouvir ele quicando você nas paredes."

Grant bebeu novamente. Ele precisava se sentar. Finalmente, tirou seu pé da porta e voltou para seu
próprio quarto, mantendo um braço contra a parede para se apoiar.

"Valeu, Nance." Murmurou.

"Isso não é remédio, sabe", ela gritou, "Vá para a porra de um hospital!"

Ele bateu sua porta e trancou-a com força. Vadia. Por que todo mundo tem que ser assim? Você
nunca pode baixar a guarda, não sem alguém lhe dar um bom chute.

O garoto rastejou até o colchão de joelhos, tomando cuidado para não se apoiar em nada que
doesse muito. Suas costelas ainda estavam doloridas, dois dias depois, e ele realmente esperava
que não estivessem quebradas, porque essa era a última coisa da qual precisava. Contanto que
mantivesse sua respiração superficial, não era tão ruim, de qualquer maneira.

Ele inclinou a cabeça para trás e bebeu um pouco mais de vodca, olhando para o pequeno espelho
apoiado na parede oposta. Ugh. Fez uma careta. Ele realmente estava uma merda. Os hematomas
mal pareciam estar diminuindo; precisava pegar um pouco de gelo ou algo assim. Grant nunca
pensou que sentiria falta de estar em um Abrigo, mas, pelo menos, lá você recebia os primeiros
socorros se precisasse.

Ele levou os dedos à bochecha, observando seu reflexo. Que bastardo, lhe acertando no rosto
assim. Grant não possuía um respeito enorme por Nick para começar, mas isso fora longe
demais. Sorte a dele que havia mantido os dentes.

Passou a língua no dente lascado que tinha há anos. Era um incisivo e estava muito afiado quando
foi quebrado pela primeira vez, mas, agora, estava gasto o suficiente que mal dava para notar. Ele
jurou que seria a última vez que levaria um soco no queixo, mas não se pode fazer promessas
assim, nem para si mesmo.

Ironicamente, ele teve o dente lascado porque esteve brigando. Da última vez, estivera morando em
casa, que fora - o quê? Quatro anos atrás? A essa altura, já havia parado de ir à escola, porque não
aguentava mais os professores, ou as outras crianças. Cabular aula significava que não precisaria
lidar com os professores - mas as outras crianças não se esqueciam dele.

Grant havia mancado para casa, os nós dos dedos latejando, um nariz sangrando e um olho roxo - o
primeiro, se estava se lembrando bem - e se sentindo estranhamente orgulhoso de si mesmo,
porque, pelo menos, os rapazes que o haviam atacado ficaram pior. Vovô o encontrou na porta,
fumando seu cachimbo.

"O que aconteceu, garoto?"

"Eu os acertei de volta." Grant fungou, enxugando o nariz e ficando com uma mancha vermelho-
escura na manga. "Como você me disse."

“Foi os jamaicanos?” Seu avô perguntou, tirando o cachimbo da boca, cruzando os braços
musculosos. Ele era um homem pequeno, mas denso e duro, sem uma partícula de gentileza.

"Não." Grant respondeu. "Irlandeses."

Deveria apenas ter mentido. Mas algo em Grant sempre o fazia dizer a coisa errada. O rosto de seu
avô se virou, sua boca uma longa linha dura de desgosto. O rei da estrada de Kilburn tinha uma
reputação a manter; não precisava que as crianças da vizinhança batessem em seu neto.

Grant olhou por cima do ombro de seu avô, para ver se sua mãe estava por perto. Não que ela
normalmente ajudasse muito, mas, geralmente, era melhor ter uma testemunha. Não conseguiu vê-
la.

"Olhe para mim, garoto." Vovô gritou, curvando-se, para que Grant pudesse sentir o cheiro acre do
tabaco em seu hálito, contar cada cerda prateada em seu queixo com a barba por fazer. Ele se
preparou e olhou seu avô nos olhos. "Por que você tá brigando com meninos irlandeses?"

“Eles não gostam de mim. Eu já te disse."

Seu vô estendeu os dedos duros e ossudos e beliscou a orelha de Grant, torcendo-a com força para
que o menino gritasse e se contorcesse, tentando fugir.
“Controla a língua e para de procurar sua mãe.” gritou vovô, bem na cara dele, agora tão perto que
gotas de saliva pousaram na bochecha de Grant. "Não pense que eu não ouvi o que tão falando
sobre você, então é melhor calar a porra da boca antes que eu quebre seu rosto e você possa ver a
sua nuca de seu bastardo!"

“Me solta—” BAM.

Grant se lembrava de pouco depois disso. Sentado no banheiro, choramingando, enquanto sua mãe
enxugava seu rosto inchado com uma flanela molhada. Cortando a língua na ponta afiada de seu
dente quebrado.

"Honestamente," sua mãe suspirou cansada, "eu não sei por que você continua entrando no
caminho dele."

Mulher estúpida. Ela mesma sabia que, mesmo ficando quieta e fazendo tudo o que o velho
quisesse, ainda acabaria maltratada de alguma forma, e ainda seria tudo sua culpa.

Então, Grant foi embora assim que viu uma oportunidade, e jurou nunca mais deixar alguém
colocar a mão nele novamente. E então Nick aconteceu, e agora cá estava, olhando para seu
próprio reflexo e engolindo vodka como um viciado.

Nick nem era bonito. E, nem mesmo, havia sido legal. Era apenas mais velho do que Grant, e mais
forte e maior. Ele possuía algo meio sombrio, algo perigoso que era atraente no início. Até você
perceber qual era o perigo real. Grant fora um pouco lento na compreensão disso; ele era homem o
suficiente para admitir. Era sua própria culpa beber demais, tomar muitos comprimidos e não pegar
luz do sol o suficiente.

Na primeira vez que aconteceu, bolou um plano - economize seu dinheiro, saia, vá para o mais
longe possível. Mas ele precisava ganhar dinheiro de alguma forma e haviam poucas opções para
aqueles que não possuíam endereço fixo. Cobrou todos aqueles para quem já havia feito algum
favor, e sobreviveu bem de esmolas por um tempo - embora as pessoas estivessem ficando
cansadas disso; fazia alguns dias que não comia direito.

Conseguir bebida nunca fora difícil. Contanto que parecesse limpo e jovem o suficiente, Grant
apenas precisava que aparecer no tipo certo de bar e ter sua conta paga a noite toda. E se alguém
quisesse algo a mais, e estava disposto a pagar, então não se importava. Cinco minutos no banheiro
e um gosto residual desagradável não eram problema, e ele sempre estabelecia limites.

Então Nick descobriu, e longe de ficar com raiva, ele encorajou isso. Decidiu que merecia uma
parte também, até que Grant não estava mais ganhando dinheiro para si mesmo. E dois dias atrás,
Nick havia sumido para sempre, deixando-o com duas costelas quebradas e um rosto cheio de
hematomas como presente de despedida.

Ele terminou a vodka e lambeu o interior da tampa, só para ter certeza.

Cansado de sentir pena de si mesmo, Grant se sentou, saindo da vista do espelho. Seu torso ainda
estava sensível, mas a dor havia diminuído. A bebida havia funcionado. Tinha de conseguir
mais. Teve de levantar, se vestir e sair; precisava de dinheiro. Esqueça a passagem de trem para a
qual estava economizando; ele precisava comer algo, logo.

Havia uma camiseta em sua bolsa que não estava tão suja quanto as outras, mas descobriu que não
conseguiria vesti-la. Na verdade, era mais porque ele não conseguia tirar o que estava
vestindo; doía muito levantar os braços. Então, o garoto desistiu. Demorou um pouco para amarrar
suas botas também, ele teve que parar para respirar. Lágrimas pinicaram seus olhos e Grant
esfregou o rosto violentamente. Era apenas a dor, nada a mais. Não podia deixar ser algo a
mais. Ficaria tudo bem. Tudo ficaria bem. Apenas precisava passar por isso.

Seu rosto ainda era um problema. Seria difícil ser charmoso quando parecia que havia acabado de
sair dez rounds contra Muhammad Ali. Sandra - Nancy - podia lhe emprestar um pouco de base,
mas ele rapidamente descartou essa ideia. Seria dez vezes pior se fosse pego sozinho em algum
lugar usando maquiagem.

Grant decidiu ir para o peep show cinema mais próximo. Eles eram bons e sombrios, e os filmes
geralmente faziam metade do trabalho para ele. Havia um a apenas algumas ruas de distância, o
que o garoto demorou uns bons vinte minutos para chegar. Mesmo assim, teve que encontrar uma
maneira de entrar sorrateiramente, porque, de jeito nenhum, ele iria gastar dinheiro com isso.

A escuridão fora um alívio depois das ruas movimentadas do oeste de Londres. Estava quieto
também, exceto pelo filme, que devia ter acabado de começar porque a maioria dos atores ainda
estavam vestidos. Grant sentou-se no fundo por um tempo, para se recuperar da viagem e observar
a clientela.

Eram todos os tipos usuais. Homens no fim de seus 50 anos vestindo sobretudos. Alguns ficando
calvos. Um mal-estar familiar cresceu em Grant enquanto se preparava para o
desafio. Honestamente, as pessoas ainda tinham a pachorra de chamar ele de pervertido.

A primeira atriz mostrou os peitos e Grant olhou ao redor. Houve um farfalhar, alguns deles
atrapalhando-se em seus colos. O garoto se levantou e caminhou pelo corredor, casualmente,
tossindo um pouco para que soubessem que ele estava ali. A maioria deles o ignorou, olhando
fixamente para a mulher na tela. Alguns deles o encararam por mais tempo do que sabiam que
deveriam. Ele escolheu um e foi sentar-se a apenas alguns lugares de distância dele.

Era um jogo, como pescar - embora, para ser honesto, Grant nunca tivesse pescado. Você tinha que
fingir que não estava planejando nada, porque senão eles ficavam muito nervosos e recuavam. O
garoto assistiu um pouco ao filme, esticando-se o máximo que seus vários ferimentos permitiam,
deixando seu cabelo claro refletir a luz do projetor. A garota na tela também era loira, o que
poderia funcionar a seu favor. Ela estava com um batom horrível, rosa-alaranjado e berrante,
formando um 'O' largo e feio enquanto ela gemia e choramingava.

O homem que o estava observando se moveu, agora sentando-se bem ao seu lado. Ele cheirava a
tabaco de cachimbo e Grant quase vomitou.

"Quanto?"

Grant virou a cabeça e sorriu timidamente.

***

Ele precisava ficar muito bêbado. Ah, Jesus Cristo, precisava ficar tão chapado que não seria capaz
de ver claramente por dias. Foda-se a passagem do trem, foda-se Brighton, foda-se o coração
partido. Grant saiu cambaleando pelas portas dos fundos do cinema sentindo-se pior do que nunca.
Quando se está no fundo do poço, ninguém consegue ouve você gritando. Isso era algo que Nick
gostava de dizer. Justificou tudo o que fez, de alguma forma, ser 'marginalizado'.

Grant teve vontade de dizer 'Posso te ouvir, porra'. Mas não adiantava tentar ser espertinho.

Ele encontrou uma mercearia e comprou uma garrafa de gim e um pacote de cigarros, depois se
sentou na calçada para tentar se recompor. Sua mente vagou, ele se perguntou como as coisas
estavam indo na velha ocupação em Mile End. Aquele lugar havia perdido seu encanto com o
inverno - eles lutaram para se aquecer, muitos deles foram embora, e então Charlie F, que havia
sumido há alguns dias, apareceu morto no canal de Bethnal Green. Isso realmente atrapalhou as
coisas. Lizzie, que estava saindo com Charlie, cortou os pulsos - ela não morreu, mas nada foi igual
depois disso.

Adz começou a usar drogas e essa foi a gota d'água para Grant. Ele nunca pensou que voltaria para
o oeste de Londres. Uma ou duas vezes pensou ter visto seu avô, e isso o mandou para o
subterrâneo por dias.

Grant balançou a cabeça, o que fez seu olho latejar, depois tomou um gole de gim. Precisava parar
de pensar no vovô. Em Nick. E Adz. E naquele homem no cinema. Deus, toda merda de homem
que conhecera havia arruinado alguma parte dele.

Exceto Remus.

Grant piscou, encarando o asfalto. Aquilo foi estranho; por que ele pensaria em Remus? Ele passou
meio ano tentando esquecer Remus, e Grant era campeão em esquecer coisas dolorosas.

Talvez este tenha sido o problema. Remus não fora dolorido. Remus era suave e doce e gentil e
tímido. Ele nem mesmo quebrou o coração de Grant.

Mas não adiantava pensar assim. Remus estava a um milhão de milhas de distância; seguro em sua
escola chique para nerds adoráveis.

Gostava de pensar assim; que Remus estava seguro. Eles nunca haviam realmente falado sobre isso,
mas Grant tinha a sensação de que o outro havia sofrido tanto quanto ele. Era bom saber que, pelo
menos, um deles estava se dando bem; sendo cuidado por alguém.

Grant não precisava ser cuidado, mas ele definitivamente podia ver os benefícios.

Um policial na área veio caminhando pela estrada e o garoto se ergueu o mais rápido que pôde,
enfiando a garrafa de gim no bolso de trás. Ele havia passado noites em celas antes, e nunca era
muito divertido. Acendeu um cigarro e começou a andar - eles te prenderiam pela menor coisa, até
mesmo por vadiar, então era melhor apenas continuar andando.

Pensou em voltar para seu quarto e dormir. Agora, possuía um pouco de dinheiro e bebida
suficiente para apagar. Nem estava mais com fome. Ele enfiou a mão no bolso da calça jeans
instintivamente para pegar as chaves.

Porra.

Elas não estavam lá. Grant mordeu o lábio com força para não gritar. Provavelmente, as havia
deixado cair no chão do cinema – e, dificilmente, poderia voltar agora. Porra.

O garoto continuou andando, cerrando os punhos furiosamente, louco o suficiente para


cuspir. Apenas um dia. Apenas um maldito dia sem um desastre era tudo que queria.
Poderia dormir na rua - havia feito isso algumas vezes e, pelo menos, estava quente. Poderia voltar
e ver se Sandra / Nancy o deixaria ficar com ela. Provavelmente não, depois de ter sido tão grosso,
mas ela poderia ter pena.

A questão era que agora ele estava bêbado e puto. Se voltasse para o apartamento, ficaria agitado,
agressivo e começaria uma briga ou tentaria transar com alguém.

Não, ele decidiu, a coisa certa a se fazer era continuar andando. Havia um bar não muito longe, no
qual teve um pouco de sorte antes – roubando carteiras, principalmente. De qualquer forma, a
música era alta e ele poderia pegar outra bebida. Estava escurecendo agora, então devia ser depois
das oito horas.

Grant demorou muito para chegar lá; talvez tenha se perdido algumas vezes. As ruas pareciam
iguais e ele estava perdendo a noção do tempo; como se estivesse sonâmbulo. Na verdade, nem
percebeu que estava do lado de fora do maldito lugar até que alguém gritou com ele.

Um grupo de caras estava do lado de fora, tentando parecer ameaçadores. O que havia
funcionado. Todos eles se pareciam um pouco com Nick - corpulentos e carecas.

Grant tentou passar por eles rapidamente, mas era muito óbvio.

"Tudo bem Lola?" Um dos homens maiores perguntou. Todos riram como um bando de velhinhas
lavando roupa. Grant zombou. Não era nem mesmo uma porra de piada original, havia sido
chamado de Lola por vários idiotas desde aquela maldita música do Kinks.

Well I'm not the world's most masculine man/But I know what I am and I'm glad I'm a man/And so
is Lola...

Engraçado pra caralho. E nem mesmo fazia sentido, porque Grant nunca havia se montado de
drag; ele gostava de ser um cara. (Ok, ele experimentou um vestido uma vez, para dar uma risada,
mas isso não contava) supôs que poderia ser chamado de coisas piores.

Ele abaixou a cabeça e começou a descer as escadas. Lá dentro, fedia a cigarros, cerveja e
suor. Punks fodidos. Ainda assim, estava escuro e anônimo e ninguém o olhou.

A banda era estrondosa, feia e horrível. Todos pareciam ter dezesseis anos, em calças rasgadas e
jaquetas jeans cobertas de remendos e alfinetes. Quando os cantores de rock deixaram de ser sexy?

As coisas ficaram muito instáveis depois disso. Definitivamente bebeu cerveja, mas só Deus sabia
de onde havia vindo. Ele pode ter dançado um pouco, pode ter falado com alguém. De repente,
estava apertando os olhos sob a luz do banheiro, sendo puxado pelo cotovelo e arrastado pelo
segurança através do bar.

O garoto tropeçou e cambaleou escada acima, torcendo o tornozelo, mas o homem que o arrastava
não se importou. Ele lhe deu um empurrão final, uma vez que estavam no nível da rua.

"Vaza, seu viadinho filho da puta!"

Bem. Ele não tinha ideia do que havia feito, mas sabia quando abusava da hospitalidade. O garoto
abaixou a cabeça novamente, as mãos nos bolsos, e se afastou rapidamente. Cristo, ele estava muito
bêbado; o asfalto se deformava e balançava na frente dele. Grant se sentia nauseado, havia um
gosto enjoativo na boca, mas não existia nada dentro dele para vomitar.
"Grant!" Alguém gritou seu nome.

Seu primeiro instinto foi continuar caminhando; ignorar. Porque não poderia ser uma coisa
boa; alguém por aqui sabendo o nome dele. Não era como se tivesse amigos. Mas os passos atrás
dele ficaram mais altos e a ameaça chegou mais perto e ele estava muito irritado e machucado para
correr. Grant se virou - poderia muito bem dar uma boa olhada antes que fizessem o que queriam.

Quem quer que fosse, eram maiores - altos, mas não fortes. Havia um poste de luz atrás deles,
então levou um momento para os olhos de Grant se ajustarem, a visão turvando-se
loucamente. Esses cachos. Esse olhar de preocupação ansiosa. Aqueles lindos lábios rosados. Era a
porra de Remus Lupin.

***

Grant raramente pensava em sentimentos. Pelo menos, não sobre os sentimentos que ele tinha.
Havia passado grande parte de sua vida ignorando tudo que os outros sentiam sobre ele, que
raramente se incomodou com introspecção.

Mas ele estava com vergonha da maneira como agiu naquela noite. O fato era; Remus era a última
pessoa no mundo que esperava ver. E assim que Grant colocou os olhos nele sob a luz amarela
dourada da rua, se sentiu tão incrivelmente aliviado que o chocou. Grant não era uma pessoa
religiosa - foda-se essa merda - mas nas profundezas de seu estado confuso, Remus Lupin parecia a
porra de um anjo.

E então, muito rapidamente, o alívio de Grant foi substituído por uma vergonha absoluta. Aqui
estava aquele menino gentil e sensível, que sempre o admirou. E como ele estava? Mal conseguia
ficar em pé direito.

Oh Jesus, e Sirius (honestamente, que tipo de nome hippie louco era aquele?!) espreitando atrás de
Remus o tempo todo, lindo como uma estrela de cinema e exalando dinheiro e privilégio. Talvez
estivesse tudo bem se fosse apenas Remus, mas Grant não pôde deixar de se ver como Sirius o
veria; completamente patético.

Então ele foi rude. Não conseguia se lembrar de tudo que disse, mas se lembrava de ser um pé no
saco. E Remus simplesmente o guiou e o alimentou porque Remus era simplesmente adorável
assim.

De alguma forma, os dois o levaram de volta para seu quarto, e talvez eles tenham arrombado a
fechadura ou ele tenha esquecido de trancá-la em primeiro lugar, mas quando Grant acordou,
estava seguro e confortável em seu colchão. Ele franziu a testa e piscou, o quarto parecia mais
quente do que o normal. Apesar das memórias da noite anterior voltarem rapidamente como um
trailer de filme de desastre horrível, se sentia estranhamente melhor. Seu rosto não estava quente e
tenso, e não doeu respirar. Não estava com fome. Se sentia relaxado pela primeira vez em semanas.

Virando a cabeça, avistou Remus e Sirius, dormindo no canto oposto. Deus. Ambos eram tão
lindos, como um par de estátuas gregas. Pacíficos, jovens e apaixonados. Grant sentiu uma pontada
de dor terrível. Suas costelas pararam de doer, mas seu coração ainda era uma bolha no peito.
Remus começou a se mexer, lentamente. Grant o observou, sentindo o zumbido de excitação em
sua espinha que sempre sentia quando estava prestes a falar com o outro.

O nariz de Remus enrugou, então ele abriu os olhos, que caíram sobre Grant quase imediatamente,
e Grant sorriu.

"Bom dia." Ele murmurou.

Chapter End Notes

Esse capítulo não está na fanfic original, é um dos extras que estaremos postando na
ordem cronológica junto com a tradução da fanfic.

Peep show cinema são cabines individuais nas quais são exibidos filmes pornôs.

Explicação da história de Nancy e Sid Vicious para quem quer ficar por dentro das
fofocas dos artistas dos anos 70.

Quase 25 anos depois de provocar a revolução punk e mudar para sempre a história do
rock and roll, os Sex Pistols voltam a ser manchete das mais explosivas, graças ao
lançamento de um estupendo documentário e da notícia-bomba sobre a causa da morte
de um de seus ilustres componentes, o baixista Sid Vicious.

O respeitoso semanário inglês "New Musical Express" traz uma entrevista com o
diretor, produtor e ator Julien Temple, em que o cineasta afirma que Vicious não teria
morrido de uma "acidental" overdose de heroína, como é sabido. O baixista teria
cometido suicídio. Amigo e seguidor dos Sex Pistols desde o início da banda, Temple
deu a entrevista à "NME" por conta do lançamento do documentário "The Filth and
the Fury" (A Sujeira e a Fúria). Temple, o diretor do filme, é o mesmo que dirigiu o
histórico "The Great Rock'n'Roll Swindle" (A Grande Farsa do Rock'n'Roll), em 1980.
À "NME", o cineasta revelou ter visto um bilhete que alega ter sido escrito por Sid
Vicious no qual o ex-pistol afirma que iria se matar e que não teria sido ele quem
matou a namorada, Nancy Spungen.

Nancy foi encontrada morta em outubro de 1978 em um quarto do Chelsea Hotel, na


cidade de Nova York, com uma faca enterrada na barriga. Acusado de ser o assassino,
Vicious começou a ser julgado em janeiro de 1979. Mas foi encontrado morto no
apartamento de sua mãe antes de o julgamento ter fim, vítima do que foi considerada
uma acidental overdose de heroína. Embora tenha confessado o crime, o que passou à
história é que as evidências que envolvem a cena do crime dão a entender que Nancy
Spungen forçou Vicious a matá-la.

O trágico romance de Sid Vicious e Nancy Spungen já foi imortalizado nas telas, pelas
mãos de Alex Cox, com "Sid e Nancy" (1986). A cena do Chelsea Hotel, segundo
reproduziu Alex Cox, mostra a briga do casal punk. Nancy, de tão drogada, percebe só
mais tarde que está seriamente ferida, enquanto Vicious está inerte. O ator Gary
Oldman interpretou Sid Vicious.

O bilhete de suicídio visto por Julien Temple, segundo o cineasta, foi encontrado anos
depois pela mãe do ex-punk, Anne Beverly, no bolso de trás da calça que Vicious
vestia quando seu corpo foi achado. A nota foi parar nas mãos de "uma pessoa", não
revelada por Temple, a qual teria recebido da mãe do baixista pouco antes de ela
morrer.
Capítulo 119 : Sétimo ano: Volta às Aulas
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Por um momento horrível, assim que acordou, Remus se esqueceu de onde estava. Ele inspirou o ar
abafado, o leve cheiro de jornal podre, odor corporal e urina. Olhou para o chão duro, que havia
piorado suas várias dores durante a noite. Então abriu os olhos e viu Grant, deitado no colchão em
sua frente, o olhando. Ele parecia um pouco melhor.

"Bom dia." Grant murmurou.

"Bom dia," Remus respondeu, movendo-se contra Sirius, que ainda estava profundamente
adormecido, sua cabeça encostada na parede. Se afastou com cuidado e sussurrou para Grant “Não
se preocupe, ele dorme como um morto. Vou acordá-lo daqui a pouco.”

"Não consigo me lembrar de muita coisa." Grant sussurrou, deitado de lado, a cabeça apoiada em
um travesseiro que parecia sujo e manchado. “Desculpe se eu fui um idiota. Acho que estou sendo
um idiota esses dias.”

"Você não foi," Remus balançou a cabeça, "Só um pouco ... triste, talvez."

Grant parecia chocado, então Lupin se mexeu para se levantar.

"Banheiro?" Ele perguntou.

"Andar de baixo. Eu vou te mostrar." Grant se levantou, cautelosamente, então pareceu surpreso,
“Caramba,” disse, dando um tapinha em seu lado, “Deve ter sido apenas um machucado,
afinal. Sabia que não precisava de nenhum médico.”

Remus franziu os lábios e o seguiu para fora. O andar de baixo já estava cheio de vida, apesar de
ser cedo. A casa parecia uma espécie de comuna, cheia de diferentes tipos de pessoas. Havia uma
casinha no jardim dos fundos (mais parecido com um quintal transformado em loteamento) e um
chuveiro externo, a qual imaginou que não fosse muito divertido de se usar no inverno.

Ainda assim, as pessoas foram amigáveis e todos disseram olá para os dois garotos quando
passaram - o que Remus notou.

"Todo mundo parece ser legal?"

“Eles são ok,” Grant respondeu de dentro do banheiro, “Só tô aqui a uns dias. Vou embora assim
que conseguir.”

“Para Brighton? Você mencionou ontem à noite...”

“Oh, mencionei? Sim, esse era o plano ...” O rapaz loiro saiu do banheiro, parecendo
envergonhado, “Mas, talvez no próximo mês.”
“O que há lá? Amigos?"

Grant acenou com a cabeça,

“Sim - um dos rapazes mais legais lá de Mile End. Tenho uma prima lá também - a última
Chapman que não me odeia. Ela é dona de um pub, disse que me contrataria se eu pudesse juntar
minhas coisas e pagar a passagem de trem.” Ele suspirou pesadamente, lavando as mãos, depois o
rosto, usando um balde de água tirado de uma grande fonte de cor verde próxima da porta dos
fundos. “Eu preciso ‘provar meu valor’.”

"Isso não parece muito ..." O que Remus queria dizer? Familiar? Gentil? Grant claramente
experimentou muito pouco de qualquer um dos dois.

"Nah, ela é justa," Grant respondeu, apalpando os bolsos e voltando de mãos vazias. Remus
entregou sua própria lata cigarros e o isqueiro. O loiro acenou com a cabeça em agradecimento e
continuou explicando enquanto acendia “Eu já decepcionei ela algumas vezes
antes. Principalmente quando meu vô estava envolvido - você sabe que não suporto ele.”

Remus acenou com a cabeça, tentando ser compreensivo. Grant tinha uma grande família - católica
irlandesa, dissera uma vez - mas as relações entre eles eram muitas vezes tensas, especialmente no
que dizia respeito a seu avô patriarcal.

“Não me entenda mal,” Grant continuou, “Eu realmente ia desta vez, eu estava ..., mas acabou
dando errado de novo. Muitas coisas deram errado, para ser honesto.”

Remus queria abraçá-lo, mas ele parecia tão, tão magro e frágil que o deixou com medo.

"Quanto custa?" Perguntou, cavando em seus bolsos, "Eu tenho um pouco do dinheiro que meu pai
deixou, você pode comprar uma passagem, vou te levar a estação hoje."

"Eu não posso fazer isso", Ele ergueu as mãos.

“Não estou te dando, obviamente,” Remus consertou rapidamente, “Você fica me devendo. Olha,
eu tenho mais um ano de escola, depois eu vou te procurar – até lá você vai estar trabalhando no
pub da sua prima, certo? Então você pode me pagar – quanto é? Dez?”

"Quatro libras." Grant suspirou. “Eu tinha quatro libras na semana passada, mas... perdi. Eu não
usei em bebida, prometo.”

“Quatro libras?! Eu posso te emprestar isso. Não tem problema."

"Você está falando sério?!" O loiro o encarou, piscando.

“Claro,” Remus acenou com a cabeça, franzindo levemente a testa, “Por que não? Você faria o
mesmo por mim.”

"Eu..." Grant balançou a cabeça, então pressionou a palma da mão em um olho, como se tivesse
sido dominado pela emoção. “Obrigado, Remus. Você é um bom amigo. "

“Você faria o mesmo por mim,” Repetiu.

Pela primeira vez, ocorreu-lhe que ele e Grant tinham, na verdade, a mesma idade. Grant sempre
parecera tão sábio, tão esperto e protetor, que Remus o considerou mais velho; mais maduro.
Porém, ele tinha apenas dezessete anos, e a vida havia sido tão cruel tanto com Grant quanto com
ele. Talvez ainda mais cruel, porque afinal, Remus sabia em seu coração que nunca seria um sem-
teto; ele nunca poderia ficar sozinho enquanto os marotos estivessem lá. Precisava aprender a parar
de colocar as pessoas em pedestais; parar de esperar tanto de todos.

Ele deu um passo à frente e abraçou o outro garoto, cuidando para não se queimar no cigarro.

"Quando você ficou tão alto, afinal?" Sua risada soou abafada sob o braço de Remus.

"Não começa," Riu, se afastando, "Sirius me provoca o tempo todo."

"Sirius." Grant balançou a cabeça, surpreso, “Sirius e Remus. Puta merda. É ele? O rapaz chique
que partiu seu coração? "

“Er... sim. Mas está tudo bem agora.”

"Eu espero que sim, Remus, meu amigo."

***

Havia tempo para Grant empacotar seus pouquíssimos pertences e para Sirius e Remus levá-lo para
tomar café da manhã em um pequeno estabelecimento na estação Victoria.

“Você vai me deixar gordo,” ele disse a Lupin, enquanto comia de seu segundo pedaço de bacon.

"Sem chance," Respondeu, cutucando-o nas costelas.

Sirius havia ficado quieto durante toda a manhã - mas ele realmente nunca funcionou bem depois
de uma noite de sono ruim. Black parecia apenas ligeiramente amarrotado, seu cabelo um pouco
menos lustroso do que o normal, seus olhos um pouco turvos. Remus percebeu que ele ainda
estava fascinado pelas paisagens e sons da Londres trouxa - mas é claro que não poderia explicar
isso a Grant.

Grant observava Sirius com uma semelhante cautela. Ele se desculpou por seu comportamento na
noite anterior e tentou explicar que o pegaram em uma 'noite ruim'. O loiro parecia mais manso na
frente de Sirius, menos atrevido - talvez o percebendo como socialmente superior e, portanto,
ligeiramente perigoso. Remus se lembrava bem de como Potter e Black já foram como alienígenas
para si a tempos atrás.

"Vocês dois têm seu próprio trem para pegar, hein?" O loiro disse, os olhos se voltando para Sirius,
depois para Remus, e então de volta.

"Sim, mas temos tempo." Lupin respondeu. “Aqui, eu quero te dar isso...” ele entregou a Grant um
pedaço de papel que continha o endereço dos Potter, “É onde eu moro quando não estou na
escola. Você vai me enviar uma carta quando estiver resolvido? Um cartão postal? Prometa."

"Sim, ok," O garoto assentiu, guardando-o, "Já vou avisando que a minha letra é uma merda e não
consigo escrever direito."

“Eu não me importo com isso. Só quero saber onde você estará. Você precisa de selos? Eu deveria
ter comprado selos...”

“Eu posso conseguir selos,” Grant tocou seu braço, “Você já fez o suficiente. De verdade."

Eles se abraçaram novamente na plataforma. Grant apertou a mão de Sirius, o que foi estranho,
mas educado da parte dele.

“Eu vou te visitar, talvez no Natal, ou no próximo verão,” disse Remus.

"Eu acredito pra caralho - não consigo me livrar de você, não é?" Grant sorriu. Seu primeiro sorriso
genuíno até agora – o que fez Remus se sentir um pouco mais leve. “Como ímãs, você e eu,
hein? Sempre nos encontrando novamente.”

Isso o atingiu de tal forma que ele teve que abraçar Grant novamente, até que o outro garoto riu e o
empurrou, "Tudo bem, tudo bem - eu tenho um trem para pegar, sabe ..."

E, claro, Remus e Sirius também. Assim que o loiro desapareceu pelas portas do trem, eles
correram em direção ao banheiro dos homens para aparatar em King's Cross. Dentro do cubículo,
Sirius finalmente falou. Ele tocou seu braço, no mesmo local que Grant havia tocado a apenas
alguns minutos.

"Você parece exausto. Deixa que eu faço isso, você pode acompanhar.”

"Mesmo?" Poderia ter dito que não estava mais cansado do que Sirius, que aguentou tanto quanto
ele - mas isso seria uma mentira. Ele realmente estava cansado demais, até mesmo para discutir.

"Mesmo." Sirius acenou com a cabeça, pegando seu braço.

“Obrigado por ficar comigo. Obrigado por ajudá-lo.”

"Não seja bobo." Black deu a ele um pequeno sorriso. "Ele obviamente... ele te ama."

"Ele-" Mas Remus não teve chance de terminar seu pensamento; estava girando pelo espaço,
ruídos e cores se misturando enquanto deixaram Victoria e pousaram - com bastante graça - perto
de King's Cross.

Não tiveram escolha a não ser correr para a plataforma - e encontraram James pendurado na porta
do trem acenando freneticamente,

“Puta que pariu! Onde vocês dois estavam?!”

"Olha a boca!" O rosto de Lily apareceu na janela seguinte, "Você é monitor-chefe agora, deveria
dar o exemplo!"

“Eu estou dando a porra de um exemplo, brigando com esses dois idiotas!” James retrucou
enquanto subiam no trem assim que o apito do guarda soou.

"Olha a boca!" Lily disse novamente "Honestamente, James, você realmente precisa começar a
amadurecer este ano, você é maior de idade, precisa começar a agir..."

“Ela não é brilhante?!” James sorriu para Remus, que agora estava sentado no chão do
compartimento, recuperando o fôlego. Sirius estava curvado, as mãos nos joelhos de um jeito
completamente não-Sirius; rosto vermelho, cabelo por toda parte. Potter olhou para os dois,
cruzando os braços, os distintivos dourados de Monitor-Chefe e Capitão de Quadribol brilhando
em suas vestes escuras. "Então, onde vocês estavam?"
"Eu te disse. Um show.” Sirius bufou.

"Qual banda?"

“Você não conhece. Uma banda trouxa.”

“Por que vocês não voltaram ontem à noite? Onde vocês dormiram?!”

Sirius lançou um olhar nervoso para Remus, e ele pôde ver que o moreno estava prestes a contar
tudo. Então se levantou rapidamente,

“Nós não dormimos. Durou a noite toda. Tomamos café da manhã e viemos direto para cá.”

Sirius o olhou com espanto antes de acenar, concordando. James balançou a cabeça.

"Loucos. E perigoso. Sério, rapazes, não façam isso de novo.”

"Não vamos." Black murmurou, olhando para seus pés.

Lily apareceu no corredor, com as mãos na cintura, parecendo linda e assustadora.

"Potter." Ela chamou “Precisamos liderar a reunião”.

"Você está certa!" James sorriu, esquecendo tudo sobre seus dois amigos sem fôlego, seguindo a
ruiva em direção ao compartimento dos monitores. "Vejo vocês mais tarde, rapazes!" Ele disse,
distraidamente.

"Você mente muito bem," Sirius disse a Remus. Talvez fosse a falta de sono ou a dor no quadril,
mas essa declaração o irritou.

"O que isso deveria significar?!" Perdeu a cabeça.

"Nada." O moreno olhou para baixo novamente. "Vamos, vamos encontrar Pete."

Peter estava sentado com Mary, Marlene e Dorcas na cabine da qual Lily acabara de sair. Ele
parecia um pouco em desvantagem, enquanto as garotas trocavam dicas de feitiços para fortalecer
as unhas.

“Achamos que vocês perderiam o trem!” Marlene exclamou quando entraram.

"Você me conhece, McKinnon," Sirius deu seu sorriso mais charmoso, "Gosto de fazer uma
entrada."

"E agora você está arrastando o pobre Remus com você," Mary riu, "Vem e senta aqui, Lupin, vou
te proteger desse delinquente." Ela se moveu no banco para abrir um espaço perto da janela. Remus
pegou sentou, grato.

"Onde vocês estavam?" Peter perguntou “Você me deixou sozinho com Lily e James. Eu poderia
muito bem ser um fantasma.”

“Em um show. Ficamos fora até tarde. Não dormi.” Black acenou com a mão, bocejando. Ele se
sentou em frente a Remus e cruzou os braços, recostando-se na janela.

O trem começou a se mover e Lupin fechou os olhos - porque estava exausto, mas também porque
não queria responder mais perguntas. As meninas começaram a falar mais baixinho e ele acabou
caindo no sono.
Quando acordou, já estavam na Escócia, as escuras colinas ondulantes passando, a chuva batendo
nas janelas.

Sirius estava enrolado no assento em frente, completamente escondido sob as capas de todos os
outros. Remus podia ouvi-lo respirando uniformemente; num sono profundo.

Mary estava abrindo a porta e, enquanto se espreguiçava, acenou para ela, sonolento. A menina
sorriu e acenou de volta, mas parecia séria. Marlene franziu a testa,

"O que foi?"

"Eu acabei de ver Lily," Mary sussurrou, "Algo aconteceu no vagão dos monitores," ela olhou para
Sirius, apenas um amontoado debaixo das capas, e abaixou a voz ainda mais para que Remus e
Marlene tivessem que se inclinar para ouvir, " James e Regulus entraram em uma briga. Os dois
estão bem, mas foi bem desagradável, pelo que parece ... Regulus estava dizendo algumas coisas
realmente malucas, Lily está realmente abalada.”

"Ele é um deles", sussurrou Marlene, parecendo ansiosa, "A família Black são os maiores
apoiadores de você-sabe-quem, todo mundo sabe disso."

“Sh.” Lupin murmurou, rapidamente, “Não sabemos do que se tratava. Pode ser qualquer coisa.”

As garotas ficaram quietas depois disso, mas trocaram olhares preocupados e Remus percebeu que
elas o consideravam ingênuo.

Ele se inclinou para trás e olhou pela janela por um tempo, ouvindo os batimentos cardíacos
relaxados de Sirius e se preocupando com Grant e desejando, mais do que qualquer coisa, que o
pior já tivesse passado.
Capítulo 120: Sétimo Ano: Trovão
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Nem Remus, nem Peter - que também estavam no compartimento - disseram nada a Sirius sobre as
informações de Mary. Peter provavelmente ficou quieto porque não tinha certeza do que aquilo
significava. Remus calou a boca porque era um covarde e, se houvesse más notícias, ele preferia
que James as entregasse.

Na plataforma, Potter os encontrou com um olho muito vermelho e o uniforme escolar amarrotado.

"O que aconteceu com você?" Sirius bocejou, alheio.

"Te conto mais tarde." O rapaz murmurou, antes de correr para se juntar a Lily, conduzindo os
alunos do primeiro ano na direção certa.

Ainda estava chovendo levemente e já escurecia - Remus estava muito feliz por não terem de
cruzar o lago. Mesmo assim, era agridoce a sensação de subir nas carruagens sem cavalos uma
última vez com Sirius, Mary e Marlene (Peter decidira seguir o mel e ir com Dorcas e seus
amigos). Quando entraram no pátio do castelo, Remus olhou imponente para as torres de pedra e se
perguntou se essa seria sua memória final de chegar a Hogwarts. Talvez todos eles voltassem para
uma festa de reunião em dez anos. Era um pensamento agradável, embora 1987 parecesse
completamente impossível naquele momento.

Lupin tentou prestar atenção na cerimônia de seleção, a fila dos minúsculos alunos nervosos do
primeiro ano, o chapéu velho e surrado, o semblante severo, mas carinhoso de McGonagall. Tentou
gravar cada momento em sua memória - mas não era fácil; haviam tantas distrações.

Primeiro, havia o olho de James, que ele ainda não havia explicado. Então havia Regulus, que
estava visivelmente ausente. Snape continuava carrancudo como sempre, seus olhos nunca
deixando a nuca de Lily Evans. Christopher, que continuava tentando chamar a atenção de Remus,
e Black, que estava completamente alheio a tudo, permanecia simplesmente emocionado por estar
de volta a Hogwarts, sua verdadeira casa. Lupin tentava aproveitar o bom humor de Sirius sem
parecer muito que estava encarando-o. Era uma verdadeira arte.

Assim que Dumbledore anunciou que o jantar estava servido, as portas no fundo do corredor se
abriram. Todas as cabeças se viraram - exceto a de Remus, que só precisava ver o sorriso morrer no
rosto do moreno para saber quem era.

Regulus não se apressou para se sentar, como provavelmente Remus teria feito, com vergonha por
estar chamando a atenção. Não, Regulus era total e completamente um Black, e caminhava com
sua postura régia de costume, devagar e com determinação, a cabeça erguida. Não havia nenhuma
evidência de que James o havia causado algum dano, mas achava que Reg estava ainda mais pálido
do que o normal, o entorno de seus olhos mais escuros, como se não estivesse dormindo direito
ultimamente. Os sonserinos do sexto ano fizeram um grande show ao abrir espaço para ele na
mesa, como se Black fosse um convidado de honra, ao invés de seu colega de escola. Até a atenção
de Snape fora momentaneamente desviada, quando ele se inclinou para apertar a mão de Regulus.

Tudo isso levou apenas alguns momentos, mas deixou uma marca indelével nos alunos do sétimo
ano da Grifinória, enquanto todos olhavam Sirius com cautela.

“Cara,” James sussurrou, “Eu preciso te dizer uma coisa, mais tarde. Em particular." Ele olhou para
Remus e Peter ao dizer isso, para que soubessem que estavam incluídos.

Sirius apenas acenou e manteve a cabeça baixa pelo resto da refeição, apenas beliscando sua
comida. O coração de Lupin doeu, mas não havia nada que pudesse fazer. A sensação de distância
entre ele e Sirius era inadvertidamente exacerbada por Lily e James, que continuavam apertando as
mãos um do outro por baixo da mesa. Não sabia quando ele e Sirius teriam a próxima chance de
ficarem sozinhos.

Depois do jantar, houve uma espera pelos monitores-chefe da grifinória quase insuportável,
enquanto terminavam seus afazeres. Remus estava se balançando em sua poltrona, falhando em se
concentrar em seu texto do NIEM de Trato das Criaturas Mágicas, as pálpebras ficando cada vez
mais pesadas.

"Psst, Moony," James o acordou finalmente, com uma sacudida suave, "Vamos, estamos todos
subindo."

Lupin piscou, olhando para si mesmo surpreso - a sala comunal estava quase vazia.

Lá em cima em seu quarto, todos os malões haviam chegado, as camas feitas e os pijamas
arrumados. A chuva ainda estava batendo nas vidraças, e Remus podia sentir o cheiro de uma
tempestade a caminho - eletricidade e pressão fazendo o ar parecer denso e muito próximo.

Sirius estava andando de um lado para o outro e, embora uma janela estivesse aberta, a sala fedia a
cigarro e era possível ver a fumaça. Ele havia tomado banho em algum momento, e seu cabelo
ainda estava úmido nas pontas, pingando na camiseta marrom que ele usava para dormir. Peter
acabara de sair do banheiro, já de pijama e com um leve cheiro de pasta de dente.

"Você não me acordou." Remus disse neutro para Sirius, que encolheu os ombros,
descuidadamente, sentando-se em sua cama,

“Você parecia confortável. Achei que provavelmente aproveitaria o descanso.” Ele se virou para
James. "E então?"

"É sobre Regulus", disse James, sem rodeios.

"Ele fez isso em você?" Sirius acenou com a cabeça para o olho, agora roxo, muito inchado de
James.

"Sim." Acenou com a cabeça. Ele parecia zangado - uma emoção estranha em James. "Sim,
trocamos algumas palavras na cabine dos monitores.’’

"Palavras."

"Sim," a mandíbula de Potter estava tensa e a sua nuca, vermelha. Ele flexionou os punhos, "Parece
que Regulus e alguns de seus amigos têm um problema com Evans sendo monitora-chefe."

"Ah, não", disse Peter, percebendo o que tinha acontecido, "James, ele não..."
"Ele falou muito.’'

"Mas você não’’ Sirius respondeu, ainda sentado na cama, com os ombros caídos.

"Prongs!" Remus suspirou, impaciente, "Você o atacou primeiro?! Você sabe que é exatamente
isso que todos querem da nossa parte. Você deveria apenas tê-lo ignorado. "

“Ele não tornou as coisas muito fáceis.” James rebateu, ainda nervoso. "De qualquer forma, não se
preocupe, eu ouvi tudo isso de Lily."

Remus se perguntou o que ela tinha a dizer - ele não conseguia imaginar que ela havia sido muito
gentil sobre James bancar o cavaleiro branco. Mas então, Mary havia dito que ela havia ficado
muito abalada. "Eu não o machuquei, de qualquer maneira", Potter continuou. Ele começou a andar
pelo quarto, agora que Sirius havia parado. “Só queria calá-lo, ia usar o feitiço silencio, ou talvez
scourgify em sua boca, sabe - mas ele se esquivou e tentou me pegar de volta, então usei o pernas
de gelatina. Foi quando Mulciber se lançou em mim e Evans petrificou nós três. Só por alguns
minutos. Ainda assim, eu peguei Regulus, então ele teve que ir para a ala hospitalar e tudo foi
registrado.”

"Você está em apuros?" Peter perguntou, roendo as unhas.

"Nah," James acenou com a mão, "Várias testemunhas disseram que Reg estava pedindo por isso, e
no final foi grifinória contra sonserina, então McGonagall e Slughorn concordaram em nos dar
outra chance ‘de sermos civilizados’." Ele fez uma careta.

"Mas Reg está bem?" Sirius perguntou baixinho.

"Sim, tudo bem." Potter acenou com a cabeça. Ele parou de se mover e coçou a cabeça, sem jeito,
"Há outra coisa..."

Black ergueu os olhos. Seus braços estavam cruzados sobre o corpo, mas não de uma forma
desafiadora - mais como se estivesse se protegendo.

"O que?"

“Regulus, quando Lily o petrificou, ele caiu e tivemos que colocá-lo em um assento. Ele arregaçou
as mangas para o duelo, e quando eu o estava movendo, eu vi... eu vi... em seu braço... "

"Prongs?" Sirius estava encarando seu amigo com tanto ardor nos olhos que suas pupilas se
transformaram chamas gêmeas - ele parecia desesperado, como se desejasse que James não
contasse a ele.

"Ele tem a marca."

Peter fez um barulho e sentou-se com força na cama. Remus mordeu o lábio e ficou parado, porque
ele não conseguia pensar em mais nada para fazer que não parecesse suspeito.

Sirius engoliu em seco – Lupin pôde ver seu pomo de adão se movendo - então olhou para baixo, e
então de volta para James. Agora ele parecia desafiador. O moreno deu de ombros novamente, o
que provavelmente era para ser casual, exceto que ele ainda estava se abraçando, então apenas
parecia petulante, e jogou seu cabelo.

"Bem." Disse "Suponho que saibamos como minha família passou o verão, então. Ótimo. Isso é
bom. Ele escolheu seu lado. Eu escolhi o meu. " E acenou com a cabeça, como se concordasse
consigo mesmo. "Ótimo." Repetiu.
"Padfoot," James estendeu a mão para o amigo, "Estou com raiva de Reg, ok? Eu não... não tem
nada a ver com você, todo mundo sabe que você não é um deles. "

"Eu sei." Sirius respondeu, quase violentamente. "Está bem." Ele apertou as mãos com mais força
sobre os braços e Remus se sentiu tonto com a vontade de correr e envolver seus próprios braços
ao redor dele. "Evans está bem?"

"Sim, ela está." James disse "Quer dizer, acho que ela se machucou, mas ... bem, ela é mais durona
do que eu. Age melhor sob pressão. ”

“Quer que eu dê uma palavrinha? Com Reg, no caso? "

"Eu deixaria isso pra lá, cara," Potter balançou a cabeça. "McGonagall e Slughorn sabem de tudo
agora, você só vai piorar as coisas."

"Tudo?" Sirius ergueu os olhos novamente. As bordas de seus olhos estavam vermelhas - mas isso
poderia ser apenas cansaço.

"Nem tudo," James admitiu, "Não sobre a marca, eu queria deixar isso para você decidir..."

"...Ok." Black olhou para baixo novamente. Eles ficaram todos em silêncio por um longo tempo,
antes de James tentar de novo, heroicamente.

"Você quer falar sobre isso?"

"Não." Sirius respondeu. "Eu só quero ir para a cama."

"Sim, boa ideia." Potter disse, passando os dedos pelos cabelos.

James estava fazendo o que costumava fazer – assumir a liderança, avaliar e gerenciar a situação de
Sirius - mas aquilo estava fora de seu controle. Ele não tinha certeza do que fazer. Remus gostaria
de poder contar a ele, telepaticamente; sabia exatamente a coisa certa a se fazer. Mas era uma má
ideia. Não havia necessidade de adicionar seus próprios absurdos à pilha de problemas.
Simplesmente teria que esperar.

Todos se prepararam para dormir em silêncio, desempacotando algumas coisas, recuperando seus
respectivos espaços na bancada do banheiro, acomodando-se no quarto confortável e familiar ao
qual haviam compartilhado uma infância inteira. Remus tomou um banho rápido para lavar
Londres de cima de si, então escovou os dentes e se vestiu para dormir.

Quando abriu a porta novamente, encontrou as cortinas fechadas ao redor de todas as camas,
exceto a sua. Um ronco leve vinha de Peter, mas James e Sirius ainda estavam acordados. Se
Remus se concentrasse muito, ele poderia até sentir como estavam deitados (James de costas,
jogando seu pomo de ouro da sorte para cima e para baixo, Sirius enrolado de lado), e como
estavam relaxados (nem um pouco). No entanto, isso parecia uma invasão de privacidade, então ele
apenas tentou se esgueirar o mais silenciosamente possível para sua cama de dossel, ansioso por
um descanso adequado, finalmente.

Não teve essa sorte.

"Remus." A cabeça de Black apareceu por trás das cortinas.

"Sirius." Ele sussurrou de volta.

O moreno puxou a cortina e - após uma rápida olhada nas outras camas - Remus subiu o mais
ordenadamente que pôde. Lá dentro estava escuro como breu, mas ainda podia ver o contorno
quente de Sirius, ajoelhado diante dele. Ele mexeu sua varinha.

“Sonoro Quiescis.”

"James não está dormindo ainda," Avisou, "Você tem certeza que me quer--"

"Sim," Sirius respondeu, "Por favor, fique, só um pouco." Ele estendeu a mão e agarrou a mão de
Lupin, apertando-a. Remus cedeu e finalmente colocou os braços em volta do moreno, puxando-o
para mais perto. Foi um alívio imenso.

"Eu sinto muito sobre o Reg."

"Ele nem tem idade!"

"Eu sei."

Eles se separaram e se sentaram de pernas cruzadas, um de frente para o outro. A cabeça de Sirius
estava abaixada, o cabelo cobrindo seu rosto. Ele provavelmente se lembrava de como Remus
conseguia enxergar bem no escuro.

"Eu não posso acreditar... eu sei que é estúpido, eu deveria ter sabido o tempo todo que ele iria,
mas... eu não sei, acho que só esperava que ele..."

"Não é estúpido." Disse Remus. “E não sabemos se ele se juntou voluntariamente. Lembre-se do
que eles fizeram com você, quando queriam que se juntasse a ele.”

Sirius se encolheu, mas não se afastou.

"Sim." Murmurou. “Eu duvido que tenha ido tão longe com Reg. Ele sempre foi ... ele sempre quis
isso mais do que eu. Todo o circo; a aprovação de nossos pais, o respeito que você recebe dos
puro-sangue apenas por ser um Blak. Gostamos de ser populares e poderosos. Só isso que faz
sentido. É por isso que somos todos da sonserina. "

"Você não é um sonserino."

"Não, eu não sou." Sirius exalou, trêmulo, "Eu costumava pensar .."

"O que?"

“Eu costumava pensar... talvez não fui classificado na Grifinória porque sou corajoso, ou
cavalheiro, como James. Talvez eu simplesmente não tenha sido bem-vindo na Sonserina porque
não tenho a ambição. "

"Ambição?!" O encarou, "Sirius, o que Reg está fazendo, não é ... não é nada para se orgulhar. É
covardia; ele está fazendo exatamente o que foi criado para fazer, sem pensar, sem questionar. "

"Sim, mas…"

"E você é a pessoa mais corajosa que conheço."

“Moony…”

"Mesmo." Remus disse isso com tanta seriedade que fez Sirius parar.

"Obrigado." Black sorriu. Ele estendeu a mão novamente, puxando o tecido da calça do pijama de
Remus e respirando ruidosamente. “Achei que ficar quieto sobre você e eu seria a coisa mais difícil
deste ano”, disse, “esqueci a estúpida guerra”.

"É." Remus não tinha certeza de como responder. Ele gostaria de poder esquecer a guerra também.
Sirius o olhou, sentindo sua inquietação,

“Ainda é difícil.” Ele disse, "Manter isso quieto", seus dedos continuaram brincando com o limite
da calça de Lupin. “Eu sinto que estamos tão distantes, quando os outros estão por perto.”

"Estamos muito perto agora," Ofereceu, na esperança de animá-lo um pouco. Funcionou. Sirius
interpretou isso como um convite e finalmente encontrou seu olhar, sorrindo. Ele se inclinou e
quando seus lábios se encontraram, Remus se forçou a esquecer de todo o resto, só por um
momento.

Depois, os dois se viram rastejando sob as cobertas em busca de calor, sonolentos e afetuosos.

"Eu não deveria ficar muito confortável," Remus bocejou, "É melhor eu voltar para a minha cama."

"Ainda não," Black sussurrou, timidamente.

"Ok." No entanto, seus olhos estavam muito pesados. Estava em perigo real de adormecer.

"Remus?"

"Hm."

"Me conte um segredo." Os dedos de Sirius se enroscaram nos dele.

“Hum. Eu não sei."

"Conta. Algo bom. Feliz."

“Er ...” Talvez agora fosse o momento certo. Ele não gostava de trazer à tona a família Black, mas,
afinal, não se tratava de Regulus ou Walburga. "Eu poderia te contar sobre algo que fiz no meu
segundo ano, se você não ficar com raiva..."

"O que você fez?"

“Prometa que não vai ficar com raiva. É um pouco ... bem, lembre-se que eu tinha treze anos e só
queria ajudar.”

"Merlin, Moony, me conte!"

“Narcissa,” ele disse, “eu hum ... Eu dei a ela a ideia de usar o voto perpétuo. Você sabe, para sair
do noivado.”

O noivado, não o seu noivado, porque aquilo ainda era muito doloroso.

Sirius estava quieto. Remus mordeu o lábio e virou a cabeça no travesseiro para dar uma olhada em
seu rosto. "Eu realmente sinto muito por interferir..., mas você me deu aquele feitiço de leitura, e
você era tão... Eu só pensei que você era tão incrível, inteligente e corajoso que queria fazer algo
para ajudá-lo uma vez."

"Mas você não queria me contar sobre isso?"

"Eu, er ... não, não queria. No começo, eu não queria me gabar disso. Então, tanto tempo havia
passado que simplesmente não parecia valer a pena. "

"Moony!" Sirius exalou novamente - exasperado desta vez. "Honestamente, você e seus segredos!"

"Eu sinto muito!"

"Não se desculpe," O moreno riu, bocejando novamente e se mexendo um pouco para ficar
confortável, "Eu que perguntei. E ... isso é impressionante para caralho. Eu não poderia ter pensado
nisso aos treze anos. "

"Bem, você não pensou." Remus sorriu.

"Então você realmente foi e conversou com a minha prima?"

"Sim. Ela era assustadora.”

"Ainda é." Sirius bufou. "Todos eles são assustadores para cacete."

"Não pense nisso agora," Remus o repreendeu, "ou terei que animá-lo de novo e não consigo
pensar em mais segredos esta noite."

"Existem outras maneiras..." O moreno respondeu, maliciosamente. Lupin riu, esperando que o
feitiço silenciador ainda fosse seguro.

"Safado."
Capítulo 121: Sétimo ano: Comprando penas
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Sexta-feira, 9 de setembro de 1977

"Sete anos. Sete anos nesta escola. E eu não aprendi nada.” Remus disse, enquanto procurava
freneticamente pela passagem certa em seus livros de História.

Haviam doze deles abertos, atualmente, e ele não conseguia se lembrar qual deles possuía o melhor
contra-argumento para o Ato de Realocação das Pixies de 1382. Sete dos livros estavam abertos na
mesa à sua frente, ocupando quase todo o espaço. Mais cinco pairaram no ar, ao nível dos olhos
para que pudesse verificar as referências enquanto seguia.

"Se você não aprendeu nada, que chance o resto de nós tem?" Christopher sorriu pacificamente de
seu lugar no chão. Ele estava sentado de pernas cruzadas, os livros no tapete à sua frente.

“Não aprendi nada de útil.” Remus respondeu, impaciente, ainda procurando.

“Como estamos definindo o que é útil?”

“Qualquer coisa que me ajude a passar nos meus NIEMs’’

"Ah, porque você foi realmente mal nos seus NOMs ..." Christopher resmungou sarcasticamente.

“Os NIEMs são completamente diferentes.” Rebateu, finalmente localizando a passagem de que
precisava, mas agora, perdendo sua pena. "Níveis incrivelmente exaustivos de magia..." Ele
encontrou sua pena (atrás da orelha, embaraçosamente o suficiente), mas agora ... "Merda."

"O que?" Christopher ergueu os olhos.

“Perdi meu tinteiro...”

“Você devia comprar uma daquelas penas autotintadas. Podemos dar uma olhada em Hogsmeade,
no próximo fim de semana, se você quiser. ”

"Sim, por que não ..." Remus continuou levantando livros.

"Aqui, eu tenho um lápis, se for apenas para tomar notas ..." Christopher rastejou para debaixo da
mesa agora para encontrar sua mochila. Então, o mais velho se sentiu um pouco culpado por
ocupar todo o espaço.

"Desculpe." Disse, se afastando da loucura por um momento, "Está tudo bem. Tudo ficará bem
assim que colocarmos o grupo de estudo em funcionamento novamente...”

"Falando sozinho, Moony?" James e Sirius apareceram em vestes de quadribol (Sirius ainda estava
oficialmente fora do time, mas nada o impedia de usar o campo nos dias de folga e, pelo menos, o
mantinha distraído).

"Pelas bolas enrugadas de Merlin." Sirius disse, olhando para sua mesa. “Você não pode ter tanto
dever de casa depois da primeira semana?!”

“Estou lendo sobre assuntos.” Remus respondeu irritado, novamente.

“Aqui está, Remus,” Christopher reapareceu de debaixo da mesa, brandindo um lápis.

"Obrigada!" Remus o pegou e começou a rabiscar em seu pergaminho.

"Ah, olá Black," Christopher acenou educadamente, abaixando a cabeça.

Lupin olhou para cima enquanto escrevia. Sirius estava olhando para Christopher com uma espécie
de desdém entediado.

"Olá." Ele acenou e olhou para Remus, "Grupo de estudos, não é?"

"Não, apenas um estudo normal hoje" Explicou. “Mas eu estava dizendo que deveríamos marcar
uma reunião em breve - se as pessoas ainda quiserem.”

“Claro que querem!” Christopher disse, ansioso "Você conseguiu fazer metade de nós passar pelos
nossos NOMs no ano passado."

"Sim," Sirius disse, do nada. Ele parecia pensativo, o que era perigoso. “Sim, talvez eu entre este
ano. O que você acha, Prongs? "

Jamus ergueu os olhos do sofá, onde estava polindo sua vassoura.

"Cara, já estou ocupado o suficiente! --Desculpe, Remus. ”

Lupin encolheu os ombros e olhou para Sirius,

“Você odiaria estar em um grupo de estudos.”

"Bem, eu nunca saberei a menos que tente, não é? E você está sempre dizendo que é um ano tão
importante.’’

"Hm, venho dizendo isso nos últimos três anos, na verdade..."

"E finalmente entrou na minha cabeça!" Sirius sorriu. Aquele sorriso de Sirius Black. Mesmo com
tudo entre eles agora, era completamente desarmante. "Além disso," Continuou, olhando para
Christopher agora, "posso ser capaz de transmitir um pouco da minha sabedoria."

Remus não discutiu mais. Já havia aprendido a lição - você não poderia dizer nada a Black; só tinha
que deixá-lo resolver por si mesmo. E sim, ele provavelmente queria se juntar ao grupo de estudo
porque Christopher estava nele. Mas afinal; Sirius escolheu manter o relacionamento deles em
segredo; Sirius estava optando por fingir que realmente queria fazer o dever de casa. Remus
simplesmente concordaria com isso.

Nesse meio tempo, Lupin se sentia como se estivesse carregando todo o peso do semestre nas
costas, enquanto mancava. Ele não havia ficado tão sobrecarregado com o currículo desde seu
primeiro ano. Tudo parecia dez vezes mais envolvente do que no ano anterior, e os requisitos para
a redação eram, pelo menos, 25 centímetros mais longos. De repente, se sentiu muito culpado por
ter passado o verão inteiro relaxando e agradando a si mesmo, enquanto o tempo passava.
Mesmo tendo abandonado Poções, Astronomia e Herbologia, ainda havia Aritmancia, História,
Feitiços, Transfiguração, Defesa Contra as Artes das Trevas e Trato de Criaturas Mágicas; tudo
isso parecia ter atingido novos patamares de complexidade à medida que o último ano entrava em
pleno andamento. Sem mencionar as aulas extras que estava tendo com Madame Pomfrey.

Não pela primeira vez, Remus estava extremamente feliz por não ser mais um monitor, já que
passava quase todo o seu tempo se esquivando nas entranhas da biblioteca, apertando os olhos para
ler textos antigos com poeira nos cabelos. Ele ficava lá durante as aulas livres, metade do intervalo
para o almoço e, na maioria das vezes, ainda estava lá até que Madame Pince o expulsasse.

Dessa maneira, ficou animado ao se encontrar com seu grupo de estudos novamente, apenas por ter
um pouco de companhia humana.

"Aí está você!" Christopher o encontrou do lado de fora da classe de Feitiços depois das aulas de
uma quinta-feira. O professor Flitwick teve a gentileza de lhe oferecer sua sala por mais um ano.

(“Não tenho dúvidas de que um dia você terá sua própria sala de aula, jovem Lupin!” O pequeno
professor guinchou alegremente. Remus corou e não fez comentários. Um dia seu segredo seria
revelado; todos saberiam o porquê de não ser apto para ensinar ou, até mesmo, de não poder
frequentar uma escola, e então?)

"Aqui estou," Remus respondeu a Chris com um sorriso, "Você estava procurando por mim?"

"Não particularmente, só não vi muito de você na semana passada. Nem mesmo na sala comunal. ”

"Eu estive lá lendo por uma hora por noite", disse, "..., mas apenas depois da biblioteca fechar." E
antes que Sirius descesse bocejando a uma da manhã, dizendo para ele ir para a cama.

"Dedicação admirável", Christopher acenou com a cabeça quando entraram na sala e começaram a
reorganizá-la a seu gosto. “Mas não exagere, ok? Tente aproveitar seu último ano um pouco! ”

"Eu gosto de estudar." Remus disse, com firmeza, desempacotando seus livros. Isso não era
exatamente uma mentira, mas sabia que parecia estar na defensiva.

A verdade era; ele sabia que estava trabalhando mais do que o necessário e por mais horas. Porém,
era melhor do que ficar acordado a noite toda se preocupando com os vários outros problemas que
o atormentavam. Ele ainda não tinha ouvido falar de Grant - embora isso pudesse ser apenas os
caprichos do correio trouxa. Não havia pensado direito em sua mãe ainda, embora soubesse que
realmente deveria. Houve três relatos de ataques de lobisomem durante o verão, e uma prisão feita.
No final das contas, os NIEMs eram a única coisa que Remus achava que poderia realmente
enfrentar no momento.

E ele não achava que alguém realmente estivesse sentido sua falta, exatamente - afinal, os outros
estavam muito ocupados também. Lily e James possuíam uma série de novas responsabilidades,
além de seus NIEMs. Lily estava estudando Poções Avançadas, James tinha o quadribol. Peter e
Dorcas estavam terminando e voltando, terminando e voltando, o que parecia mantê-lo bastante
ocupado, e Marlene estava trabalhando mais duro do que nunca na preparação para seus exames de
admissão na academia de curandeiros. Mary, é claro, tinha um novo namorado, o que a mantinha
ocupada.

"Você precisa de uma pausa." Christopher dizia, sentando-se ao seu lado, como o segundo em
comando. "Isso é tudo que estou dizendo."

“Ok,” Remus acenou com a cabeça, como se estivesse realmente absorvendo.


Estava tudo bem para Christopher; ele era um sangue puro. Mesmo que não se esforçasse tanto,
provavelmente havia um trabalho ministerial confortável o esperando quando terminasse a escola.
Se Remus estudasse por todas as horas do dia e tirasse um O em cada NIEM, ele ainda não via
muito futuro além de trabalhos de meio período e depender da ajuda de seus amigos. Isso se
Greyback não o pegasse primeiro, ou se o ministério não o prendesse.

Os outros alunos começaram a chegar, então puderam parar de falar sobre isso. Era um grupo
menor do que no ano passado, mas ainda assim uma boa dúzia. Você não poderia esperar que
todos aparecessem na primeira semana. Sirius veio, para a surpresa de Remus e o deleite das
garotas.

"Sente-se aqui, Sirius!" Martha Eriksson, uma lufana do quinto ano, acenou para ele.

Sirius sorriu educadamente e aquiesceu, colocando-se diretamente em frente a Remus no círculo de


cadeiras. Lupin acenou com a cabeça e tentou não manter contato visual por muito tempo antes de
limpar a garganta gentilmente e se dirigir à sala.

“Olá a todos,” ele sorriu, olhando em volta, “É bom ter vocês de volta. Er. Devemos começar
escolhendo uma matéria? Alguém está tendo problemas com alguma coisa? "

Os alunos do quinto ano estavam passando por maus bocados com Astronomia, e Christopher se
ofereceu para guiá-los pelas teorias de Eudoxus sobre os movimentos planetários. Três do sexto
ano ficaram presos em um ensaio de História e os do segundo queriam ajuda com Transfiguração.

"Ok," Remus disse para os do sexto ano, "Se vocês puderem esperar um pouco, vou explicar
Transfiguração para esses dois primeiro ..."

"Eu posso fazer isso," disse Sirius, de repente.

"Mesmo?" Remus piscou, levantando uma sobrancelha cética.

"Mesmo." Sirius respondeu friamente, "Eu sou melhor em Transfiguração do que você, de qualquer
maneira."

"Ah, ok então ..."

Os dois alunos do segundo ano pareciam muito satisfeitos por ter Sirius Black, cuja reputação de
rebelde da escola e galã o perseguia, prestando atenção neles, embora Martha Eriksson parecesse
um pouco irritada.

A sessão, marcada para durar duas horas, correu muito bem, na opinião de Remus. Ele tentou não
pairar muito sobre Sirius, embora houvessem muitas risadas e barulho vindo daquele canto da sala.
No final, todos pareciam ter alcançado o que queriam, e o moreno até ficou para ajudar a arrumar a
sala.

"Você vai ficar bem aqui?" Christopher o perguntou "Eu deveria estar patrulhando com Lily."

"Nós ficaremos bem." Sirius disse, com o que provavelmente pensou ser um sorriso muito doce,
mas estava beirando a loucura.

"Ok, bom." Christopher deu a ele um olhar arrogante, antes de retornar para Remus, "Vejo você no
sábado para comprar artigos de papelaria?"

"Ótimo, sim, encontro você na sala comunal depois do café da manhã." Lupin acenou com a
cabeça, ajudando Black a colocar uma mesa de volta no lugar.
"Até mais!"

Assim que a porta se fechou, Sirius parou o que estava fazendo e colocou as mãos nos quadris,
carrancudo.

"Você vai para Hogsmeade com ele?!"

"Eu disse que iria." Franziu a testa, surpreso, “Eu preciso de uma pena nova. Qual é o problema?
Eu posso encontrar vocês depois de comprarmos penas, não posso? "

"Mas eu pensei que você e eu iríamos... Eu mal vi você esta semana."

“Não estaríamos sozinhos, James e Peter estariam lá. Não é como se eu estivesse tirando algo de
você. "

“Lily e James vão sair sozinhos. E Peter e Dorcas, provavelmente, também.” O moreno estava em
perigo real de fazer um beicinho agora. Remus sabia que deveria tentar evitar o mau humor, se
pudesse.

"Você pode se juntar a mim e a Christopher, se quiser." Respondeu. Sirius fez uma careta.

“Para comprar de artigos de papelaria.”

“Você precisa de penas também. A única razão pela qual eu continuo ficando sem é porque você
rouba todas as minhas. "

"Mas Moony..."

"Você não está com ciúmes, está?"

"Claro que não." Sirius balançou a cabeça e voltou para as mesas, usando sua varinha para colocar
tudo em ordem. Ele suspirou profundamente, "Eu irei comprar artigos de papelaria, então."

Lupin sentiu uma pontada de culpa.

“Vou ver se consigo me livrar de Chris depois. Ou podemos encontrar os outros e ir beber alguma
coisa? ”

"Eu não vou ao Madame Puddifoot's." Sirius disse sombriamente, uma pitada de humor voltando
ao seu rosto. Remus sorriu e deu um tapa no ombro dele.

"Bom. Ou eu teria que parar de gostar de você. "

"Como se pudesse." Black pegou seu pulso e o puxou para mais perto, beijando-o com força nos
lábios.

Oh, Remus pensou, não fazemos isso há um tempo. Então, se sentiu realmente culpado. Talvez
Sirius estivesse certo - ele estivera tão atarefado que negligenciou a única coisa que poderia ter
tornado tudo um pouco mais suportável.

Eles se separaram e Sirius olhou para a porta, lambendo os lábios.

"Você tem que correr para a biblioteca ou para algum lugar?"

Remus balançou a cabeça. O moreno sorriu. "Bom. Colloportus. ”


A fechadura da porta se trancou.

***

Sábado, 17 de setembro de 1977

"Você enfeitiçou suas malditas cortinas para permanecerem fechadas, seu lunático?!" A voz de
James acordou Remus e Sirius no sábado da viagem a Hogsmeade.

Lupin se endireitou, os olhos arregalados. Ele olhou para as cortinas, que tremiam enquanto James
tentava entrar. Sirius fez uma abordagem mais casual, rolando lentamente e gemendo,

"Cai fora, Potter."

"Você vai perder o café da manhã!"

"Vou descer daqui a pouco."

“Hogsmeade hoje, lembre-se! Sala comunal às dez em ponto. "

"Cai fora, Prongs!"

"Encantador." James murmurou, mas as cortinas pararam de tremer, e alguns segundos depois.
seus passos puderam ser ouvidos recuando, desaparecendo escada abaixo.

Remus exalou. Ele apertou a mão contra o peito, sentindo o coração batendo forte, e desejou que se
acalmasse.

"Cristo." Respirou.

"Um pouco nervoso aí, Moony?" Sirius sorriu, rolando de costas e esticando os braços sobre a
cabeça.

"Eu realmente preciso parar de adormecer aqui."

"Está tudo bem. O feitiço aguentou, não é? "

"Você e James têm problemas de limites." Remus tirou o edredom pesado de cima de si.

"Provavelmente. Ei, não vá! " O moreno pegou seu braço.

"Café da manhã!" Remus insistiu, procurando por sua cueca.

Os dois tomaram banho, se vestiram e correram para o Salão Principal, bem a tempo para as
últimas migalhas de torrada e algumas colheradas de mingau.

"Eu esperava isso de Black, mas não é típico de você perder uma refeição, Remus," comentou Lily,
folheando seu exemplar do Profeta Diário.

"Fiquei lendo até tarde." Disse Remus. “Eu posso dormir até mais tarde em um sábado, se eu
quiser...”
"Não estava dizendo que você não podia." Ela resmungou, como se ele estivesse sendo
excessivamente sensível. Então, a menina abaixou o jornal “Eu estava patrulhando com
Christopher Barley ontem à noite. Ele mencionou que vocês iriam para Hogsmeade juntos hoje... ”

"Mmph?" Remus olhou para ela sem mastigar, a boca cheia de torradas e mel.

Que porra é essa? Todos estavam olhando-o de repente, com vários graus de curiosidade divertida.
Ele engoliu em seco. "Sim. Só para o Scrivenshaft, preciso de uma nova pena. ”

"Vocês se dão muito bem, não é?" Lily perguntou, inocentemente.

“Fazemos o grupo de estudo juntos ...”

"Ele te chamou para sair, Remus?" Mary se juntou.

“O que isso tem a ver com alguma coisa?”

“Ah, vamos lá,” ela sorriu, “Chris é definitivamente ... você sabe, ‘daquele jeito'. Ele é tão
excêntrico."

"Ele é?" Remus perguntou, desconfortável. “Eu não tinha percebido. Estamos apenas comprando
penas, nada mais. ”

"Mas se ele gosta de você -"

"Merlin, deixe-o em paz, sim?!" Sirius disse, calorosamente, olhando para as duas garotas, "Só
porque Christopher é... tanto faz, não significa que Moony automaticamente terá que sair com ele.
Ele não está tão desesperado. "

"Ei," Remus disse, aliviado pela interrupção, "Quem disse que estou desesperado?!"

"Exatamente." Black acenou com a cabeça, “Vê? Ele não está interessado.”

"Ah, mas Chris é muito legal", disse Lily, "pensei que vocês seriam um bom casal. Interesses
semelhantes e outras coisas.”

“Talvez Moony não queira sair com alguém parecido.” Sirius interrompeu, largando sua caneca de
café com um pouco mais de força do que o necessário.

Remus, disfarçadamente, colocou a mão no joelho dele sob a mesa, esperando acalmá-lo. Sirius o
olhou, então encarou seu prato. Felizmente, ele entendeu a mensagem.

“Você não pode deixar coisas assim te incomodarem.” Remus sussurrou no caminho de volta para
a sala comunal, assim que os outros estavam fora do alcance de sua voz.

"Isso deveria incomodar você." Sirius respondeu, ainda nervoso.

"Sim, mas você precisa aprender a ser mais sutil se quisermos ..."

"Ah, estamos de volta a isso, então." O moreno suspirou pesadamente, "Me desculpe, eu não sou
tão bom em todas essas besteiras de mentiras que nem você."

"O que?!" Remus o encarou. Sirius enfiou as mãos nos bolsos e murmurou,

"Nada." Ele acelerou o passo, alcançando James e deixando-o andar sozinho.


"Tudo ok?" Lily diminuiu a velocidade, quando James e Sirius começaram a tagarelar
animadamente à frente deles.

"Sim." Respondeu.

Estava de mau humor agora. Quem Sirius pensava que era, reclamando sobre como era difícil
manter segredos, quando fora tudo ideia dele manter o relacionamento em segredo?! Deveria
simplesmente sair com Chris e ignorar Sirius pelo resto do dia - isso serviria para ele.

"O que ele disse?" Lily estava perguntando.

"Hm?"

“Sirius,” Lily acenou com a cabeça para os dois garotos de cabelo preto na frente, “Ele está sendo
um idiota? Porque eu darei permissão a James para esbofeteá-lo, se ele estiver agindo de forma
estranha sobre você ser... "

“Ah, não, nada disso,” Remus acenou com a mão e forçou um sorriso, “Foi outra coisa. Coisas
estúpidas, não se preocupe. "

Christopher estava esperando na sala comunal, um sorriso tímido no rosto. Remus sorriu de volta, o
alcançando. "Pronto?" Ele perguntou, entusiasmado.

“Sim,” Chris acenou com a cabeça, animado, “Eu tenho uma lista de livros que gostaria de
procurar também - se estiver tudo bem por você? Quero dizer, se você tiver tempo, antes de ter que
encontrar seus amigos... ”

"Você também é meu amigo, Chris." Remus disse, esperando que Sirius estivesse ouvido.

Era um dia agradável, ensolarado para o final de setembro, com apenas um leve frio no ar, o que
significa que, até o momento em que os alunos chegassem à aldeia, a maioria deles estaria com
calor o suficiente para remover suas capas pesadas. Remus manteve o sua, porque raramente tirava
qualquer roupa, mas Chris tirou os casacos quando chegaram à primeira fileira de lojas,

"Ooooh, olhe para ele!" Um assobio soou atrás deles. Os dois se viraram para ver Bartô Crouch e
Regulus Black não muito longe, ambos rindo maldosamente.

"Ignore-os." Chris murmurou, "Eles estão na minha aula de Poções, são idiotas."

"Vamos lá," disse Remus, "Vamos ver sua lista ..."

Eles passaram algumas horas agradáveis juntos, sem serem incomodados por ninguém. Remus
comprou uma das penas auto-entintadas elegantes, bem como uma comum como reserva. Em
seguida, foram à livraria e Christopher comprou tantos livros que teve de fazer um feitiço de peso
na bolsa para conseguir carregar tudo de volta.

"Meu baú já está quase cheio," ele riu, "Com todos os livros trouxas que trouxe comigo. Você leu
Other Voices, Other Rooms? ”

"Não, eu não li muito neste verão ..."

Tudo estava indo muito bem, até que eles decidiram ir para o Três Vassouras como parada final.
Remus estava quase com vontade de perdoar Sirius agora, tendo se acalmado, embora estivesse um
pouco apreensivo por ver os outros com Christopher.
"Lily disse que você contou a ela sobre nossa vinda para Hogsmeade..." ele disse, casualmente.
Christopher franziu a testa,

"Sim, acho que só surgiu na conversa."

"Você sabe que ela é uma das minhas melhores amigas", disse Remus, esperando não soar muito
como se estivesse acusando Chris de qualquer coisa, "Então ... ela sabe que eu sou gay ..."

"Mm, ela sabe sobre mim também." Christopher disse. “Ou eu suponho que ela percebeu. A
maioria das pessoas descobriu antes de mim, eu acho. Lily é uma garota muito legal, no entanto. "

"Sim, certo," Assentiu. "O problema é que eu acho que ela pensou que isso era ... hum ... sabe,
como se estivéssemos indo para Hogsmeade juntos. Então ... apenas, se virmos meus amigos, eles
podem parecer um pouco engraçados. ”

“Oh,” Chris disse, parecendo confuso, “Er ... ok? Você prefere não ir ao pub, caso eles estejam lá?

"Não!" Remus disse, rapidamente - ele sabia que estava causando um estardalhaço desnecessário
ao se explicar, "Eu só quis dizer ..."

"Lá vem eles!" Aquela voz maldosa os interrompeu novamente. Haviam acabado de dobrar uma
esquina e encontraram seu caminho bloqueado pelos dois sonserinos do sexto ano.

"Ah, vai a merda, ta?" Remus suspirou, impaciente. "Vá e encontre outra pessoa para irritar."

"Cuidado, Loony Lupin," Regulus gargalhou, "Viadinho!"

Chris ficou vermelho e olhou para os pés. Em um acesso de raiva, Remus retirou sua varinha e
adotou uma postura de duelo.

"Cai fora, Black!" Ele gritou "Ou direi à mamãe que você ainda joga quadribol!"

Regulus fez uma careta e puxou sua própria varinha.

"Sim", outra voz surgiu, "E vou contar a todos os seus amigos assustadores como você molhou a
cama até os dez anos!" Sirius apareceu no ombro de Remus, o fazendo rir.

"Isso é verdade?"

"Sim."

"Cale a boca!" Regulus explodiu, com raiva. Ele não ficava vermelho quando estava
envergonhado, mas ficou um pouco mais pálido. “Flagrante! ”

“Protego!” Sirius gritou, desviando da maldição bem a tempo.

"Apenas espere!" Regulus rosnou, recuando.

"O que você vai fazer, me dar detenção?" Sirius riu, "Estou tremendo nas minhas botas. Corra,
irmãozinho. ”

Regulus cerrou os punhos.

"Você não é meu irmão!" Ele cuspiu enquanto virava e se afastava, Barty o seguindo, parecendo
irritado por não ter se divertido.
"Me serve bem." Sirius disse baixinho, entre respirações. Ele se virou para Remus e Chris, "Três
vassouras?"
Capítulo 122: Sétimo ano: O cérebro do crime
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

Não poderia ser uma coincidência que Sirius tivesse aparecido exatamente no momento certo, mas
Remus esteve tão aliviado no momento, que decidiu não tocar no assunto. Black estava sendo tão
amigável com Chris, e Remus não queria começar nenhum tipo de discussão. O que quer que tenha
acontecido naquela manhã fora claramente ao acaso; estava tudo bem, todos estavam felizes.

“Eu não posso acreditar que ele ainda tenha permissão para ser um monitor.” Lily disse,
ferozmente, quando soube o que havia acontecido com Regulus. "Ele está pior do que nunca este
ano - e não me fale sobre o garoto Crouch, ele me dá arrepios." Ela estremeceu visivelmente, e
James colocou um braço galante em volta dela.

Christopher encolheu os ombros, nervosamente,

"Está tudo bem, eu posso lidar com esses dois idiotas."

Eles não mencionaram o que Regulus realmente disse durante a discussão, a pedido de Chris.
Ainda assim, ele parecia um pouco sobrecarregado, sentado com todos os quatro marotos e a
monitora-chefe no Três vassouras. O próprio círculo social de Christopher era muito pequeno e
geralmente muito mais silencioso.

"Devia lhes ensinar uma lição," disse Sirius, sinalizando para Rosmerta trazer outra rodada de
cerveja amanteigada.

"Outra lição" Remus suspirou, baixinho.

"O que você está pensando, Pads?" James se inclinou, animado.

“Eu preciso pensar muito.” Sirius respondeu, acariciando o queixo pensativamente, como um velho
professor.

"Não fazemos uma pegadinha há anos," Peter acrescentou, os olhos brilhando, "Não desde ... er ..."

“Das bubotúberas de pus.” Remus forneceu, bebericando sua bebida.

"É melhor se você apenas cobrir seus ouvidos, Christopher," Lily aconselhou ironicamente, "Não
há como pará-los uma vez que estejam no modo de planejamento."

Remus mostrou a língua para a ruiva. Era verdade; ele já estava começando a sentir aquele
friozinho na barriga que sempre sentia quando os marotos embarcavam em uma nova missão.

"Vocês não machucariam ninguém ... machucariam?" Chris olhou ansiosamente para Sirius e
James, que estavam fazendo sua comunicação telepática, sorrindo um para o outro como loucos e
balançando as sobrancelhas.

“Porque está preocupado com a gente?!” Black piscou, "Moony é o perigoso."

"Como você ousa." Respondeu, sorrindo, “Todo mundo sabe que vocês três me que levaram para o
mal caminho. De qualquer forma, é o sétimo ano e já fizemos tudo o que havia para ser feito.”

“Tenha um pouco de imaginação!” James disse "Não acredito que estou ouvindo isso do garoto que
literalmente mudou o tempo apenas para dar uma risada."

"Foi você?!" Chris exclamou, parecendo afrontado. Lupin resmungou,

“Eu não fiz nada ‘literalmente’. Nós só mexemos com os relógios.”

"Quando você tinha onze anos," Sirius disse, "Você organizou sozinho um ataque de pó de coceira
em escala máxima aos meninos da Sonserina."

“Eram sementes de Rosa Mosqueta.” Remus corrigido.

"E!" Peter acrescentou, saltando de entusiasmo ‘’Foi você quem aperfeiçoou o feitiço de expansão
do sabão quando explodimos todos os vasos sanitários no segundo ano."

“Ok, sim, eu ajudei com isso ..., mas foi um esforço de equipe!”

"Remus, não foi você quem inventou aquele feitiço de troca de palavras para impedir os sonserinos
de usar insultos?" Lily perguntou, sorrindo docemente em sua direção, a língua entre os dentes.

"Ah, gostei desse!" Chris animou-se um pouco.

“Não fui eu que inventei.” Remus disse, "Eu só ... er ... fiz a pesquisa."

"Viu." James disse a Christopher. “Moony é o nosso cérebro do crime. Sem ele, não seríamos as
lendas que somos hoje.”

Christopher o olhou, evidentemente o enxergando sob uma perspectiva completamente nova.


Remus suspirou pesadamente.

"Eu odeio todos vocês."

“Isso significa que você vai nos ajudar com outra pegadinha?”

"...Sim."

“Eu também vou ajudar!” Chris disse, de repente, parecendo mais feliz do que antes.

"Ah, pelo amor de Deus." Lily gemeu. “Suponho que seja melhor alguém monitorar vocês, mesmo
que seja apenas por questões de saúde e segurança ... Estou dentro.”

"Excelente." James sorriu.

Remus sorriu de volta para todos eles, tentando ignorar a sensação de ansiedade crescendo em seu
peito.
***

Segunda-feira, 3 de outubro de 1977

Caro Remus,

Desculpa não ter respondido antes, ‘tava muito ocupado. Também sinto muito pela minha escrita
ruim. Estou no pub da minha tia Val em Hove e é muito bom. Ela está me deixando trabalhar aqui
e ficar em seu quarto de hóspedes, mas vou me mudar quando tiver algum dinheiro guardado.
Espero que você venha me ver quando puder. Você pode me ligar no número no final da página, se
quiser.

Espero que a escola esteja ok. Espero que Syri Sirus Siry, seu amigo de cabelo comprido, esteja
cuidando de você tão bem quanto você cuidou de mim.

Muito amor de Grant Chapman.

P.S. Você viu que Marc Bolan morreu? Foi um acidente de carro. Pensei em você quando ouvi e
esperava que não tivesse muito triste.

Remus segurou a carta, escrita em um pedaço de papel pautado rasgado de um caderno de


exercícios, e suspirou de alívio. Ele o dobrou com cuidado e o colocou no bolso, sorrindo para si
mesmo. Grant estava seguro. Grant estava seguro.

"De quem era isso?" James perguntou, percebendo o sorriso dele.

"Um amigo de St Edmund's," Respondeu facilmente. Sirius ergueu os olhos e Remus deu a ele um
leve aceno de cabeça. O moreno sorriu também. Remus pigarreou e voltou ao seu café da manhã,
"Marc Bolan morreu."

"Ah não!" Mary, Lily e Sirius disseram em uníssono.

"Quem é-" James começou,

“O cantor do T.Rex.”

"Ah sim! Não era aquela banda trouxa pela qual vocês dois foram obcecados no primeiro ano? "

Mary resmungou, revirando os olhos,

"Puros sangue de merda."

“Ei.” Sirius disse, cutucando-a com o cotovelo. “Mas, essa é uma notícia realmente péssima. Ei, eu
sei o que deveríamos d- "
"Não." Lily disse, de repente, "Eu conheço esse olhar, Black!"

"O que?" Ele falsificou sua expressão mais inocente. Lily não se deixou enganar.

"Sem festas."

"Ah, vamos, Evans, é para ..."

"Eu vou te dizer o que eu disse a James." Ela balançou a cabeça, "Fazer festas de aniversários está
tudo bem, mas não durante os exames e não tão no início do ano!"

“Prongs?!” Sirius olhou feio para o amigo. Potter parecia estranho,

"Desculpe, cara, eu concordei com isso ... você sabe monitor-chefe e tudo ..."

"Traição!" Sirius apontou para ele dramaticamente, “Desonestidade! Felonia!"

"Tudo bem, acalme-se ..." Lily se levantou. "Estou deixando você comemorar o seu aniversário,
não é? Deixe James em paz.”

"Você vai embora?" James olhou para ela.

"Poções." Ela respondeu "Quero chegar cedo para perguntar algo a Slughorn."

"Vou acompanhá-la." Potter se levantou também, ansioso. Sirius franziu a testa, mas James não
percebeu. Ele pegou a mão de Lily e disse, sem desviar o olhar dela, "Vejo você depois, Pads? E
até o almoço, Moony... ”

"Até mais," Remus acenou com a cabeça, pegando mais torradas.

Sirius ficou olhando para o casal enquanto eles saíam do salão, as cabeças inclinadas perto
enquanto conversavam alegremente.

"Você pode acreditar nisso?"

"O que?" Remus passou manteiga em sua torrada e refletiu sobre os méritos de mel versus geleia.

“Prongs não quer uma festa!”

“Bem, ainda estamos bem no início do ano...”

“Essa hora, no ano passado, ele teria sido totalmente a favor. É ela."

"Nossa," Mary riu, "Eu sei o que há de errado com você, Sr. Black."

“Não há nada de errado comigo, eu sou o mesmo que sempre fui, é ...”

"Exatamente!" Ela arqueou a sobrancelha para ele, “Você nunca muda. Você está com ciúmes."

“Pfft.” Sirius cruzou os braços e se ajeitou na cadeira. Suas pernas se esticaram sob a mesa e
bateram nas de Remus. "Como se eu tivesse ciúme dele."

"Não de James," Mary revirou os olhos, "Você está com ciúmes de Lily. Ela levou seu melhor
amigo embora e agora você está se sentindo negligenciado, certo? "

Black ficou muito quieto. Ele olhou para baixo e depois para Mary.
“Não.” Ele disse, muito ferozmente, levantando-se. "Eu estou indo para Poções." Ele murmurou,
afastando-se da mesa do café da manhã. Mary suspirou profundamente, do jeito que as meninas
faziam quando achavam que os garotos estavam sendo particularmente estúpidos.

"Honestamente." Ela resmungou. "Você concorda comigo, não é, Remus?"

Remus encolheu os ombros. Ele só queria tomar seu café da manhã em paz. Mary resmungou para
ele também. " Rapazes." Ela disse, exasperada “Aleijados emocionais, todos vocês. Certo, eu tenho
uma folga esta manhã, indo para a biblioteca. Vocês querem?"

"Sim, mas eu tenho de fazer outra coisa."

“Como quiser,” ela sorriu, levantando-se e saindo também.

Finalmente sozinho, a mente de Remus começou a funcionar, o início de uma ideia se formando.
Ele não discordava exatamente de Lily - as festas eram uma grande distração e não eram realmente
justas com todos os outros. Mas, ao mesmo tempo, ele odiava ver a empolgação de Sirius sumir;
particularmente por causa de James, que sempre fora uma força totalmente positiva em sua vida.

Não pode deixar de sentir que ele, Remus, deveria ser capaz de fazer algo para animar Sirius.
Afinal, ele havia feito coisas mais loucas antes. Mas o que fazer...

Para se distrair, ele releu a carta de Grant enquanto terminava de comer e, em seguida, escreveu
uma resposta rápida.

Caro Grant,

Obrigado pela sua carta. Estou tão feliz que tudo está indo bem com sua tia.

Eu adoraria ir vê-lo no Natal, se não então, talvez durante o verão. Tentarei ligar assim que puder
- espero que no primeiro fim de semana de novembro.

Que notícia ruim sobre Bolan! Obrigado por me dizer, não recebemos essas notícias aqui.

Me responda logo,

Remus

Enviaria para os Potters primeiro. Porém, isso não resolvia o problema de Sirius. Estava com uma
sensação tão forte de que precisava fazer algo - um gesto. Não exatamente romântico, mas ...
dramático. Ele queria fazer algo sozinho, algo que deixasse Sirius orgulhoso dele. Isso não era
segredo, Remus disse a si mesmo; não no sentido usual. Seria uma surpresa. Um presente. Mas o
que?!

Assim que Remus estava se levantando para deixar o corredor, Emmeline Vance passou flutuando
em uma névoa de perfume doce e cabelos loiros. Algo clicou no cérebro de Lupin e ele correu para
alcançá-la,

"Ei! Ei, Emmeline! Posso te pedir um favor…?"


***

Sexta-feira, 7 de outubro de 1977

Levou toda a semana entre as aulas e os deveres de casa, mas Remus finalmente o resolveu a
tempo para a manhã de sexta-feira. Era um pouco louco - razão pela qual não havia contado a
ninguém sobre isso. Eles poderiam achar que seria um pouco estranho ir tão longe só para animar
Black. Porém, valia tanto a pena, fazer Sirius feliz.

As instruções de Emmeline foram relativamente claras, mas Remus fez alguns de seus próprios
ajustes para garantir. Ele a pagou com o resto de seus cigarros e jurou manter segredo, embora ela
tivesse dito que não contaria de qualquer maneira, porque gostou muito da ideia - ela amava Marc
Bolan também. Os próximos dias se passaram com o trabalho preliminar na biblioteca, escondido
em sua escrivaninha favorita perto de uma das janelas dos fundos, onde a luz era boa.

Sexta de manhã, acordou cedo - até mesmo mais cedo do que James - pegou emprestada a capa da
invisibilidade e se certificou de que tudo estava no lugar. Ele fez uma anotação mental para
melhorar a configuração de seus feitiços de tempo enquanto bocejava pelos corredores, tocando em
cada retrato, estátua e armadura com sua varinha.

Quando todos estavam começando a acordar, Remus havia terminado e estava cochilando em uma
poltrona na sala comunal.

"Bom dia, Moony!" James o acordou alegremente, vestindo o kit completo de quadribol e vassoura
na mão.

"Mm bom dia..."

“Vejo você em Feitiços!” Ele disse enquanto saia pelo buraco do retrato. Remus endireitou-se e
ouviu atentamente.

Silêncio ... passos ... James assobiando ... então ... sim! A mulher gorda começou a cantar em um
falsete agudo.

“ Ride it on out like a bird in the sky ways

Ride it on out like you were a bird

Fly it all out like an eagle in a sunbeam

Ride it on out like you were a bird…”

"Que porra é essa ?!" James exclamou.

Remus sorriu e deu um soco no ar. Funcionou.


O resto da manhã foi um delicioso caos. Cada retrato no castelo começou a cantar ‘Ride a White
Swan’, repetidamente - e não apenas os retratos. Cada rádio, gramofone, toca-discos, estátua -
qualquer coisa que pudesse fazer barulho agora estava tocando o maior sucesso de Marc Bolan.

A melhor parte é que a maioria dos alunos nascidos trouxas cantavam junto, já que era uma música
cativante.

No final, o barulho estava tão ruim, que McGonagall anunciou que as aulas seriam canceladas
durante o dia, enquanto os professores decidiam como parar a cantoria - Remus havia adicionado
uma medida de segurança que significava que ‘Silencio’ apenas resultaria em um aumento de
volume.

Sirius estava emocionado, é claro.

"Quem você acha que fez isso?" Peter perguntou, animado à mesa do café da manhã.

No fundo, algumas garotas do sexto ano cantavam junto com o barítono metálico das armaduras.

“ Wear a tall hat like a druid in the old days

Wear a tall hat and a tattooed gown

Ride a white swan like the people of the Beltane

Wear your hair long, babe you can't go wrong...”

"Eu não preciso pensar, eu sei." Sirius disse, presunçosamente.

Remus sorriu. Mary se inclinou ansiosamente,

"Quem?!"

"Prongs, obviamente!" Black respondeu, "Provavelmente tentando me compensar, sobre a festa."

O estômago de Lupin afundou. O idiota.

“Caramba”, disse Mary, “James? Sozinho?" Ela parecia cética. A boa e velha Mary.

“Incrível, certo?” Sirius continuou dizendo "Eu nem pensei que Prongs conhecesse alguma música
do T-Rex!"

"Hm." Remus murmurou, irritado, "Engraçado, isso."

"O que se passa com você?" Mary o cutucou "Achei que você gostasse de T-rex!"

"Eu gosto." Respondeu, com os lábios apertados e levantou-se. “Se as aulas foram canceladas, acho
que vou colocar alguns deveres de casa em dia.”

Sirius ergueu os olhos, confuso.

“Achei que íamos - er - jogar xadrez?” Remus encolheu os ombros,

"Não estou no humor." E saiu rapidamente, antes que seu aborrecimento se tornasse muito óbvio.

Ele foi à biblioteca, é claro (era o único lugar silencioso do castelo), mas não conseguia se
concentrar em nada - além disso, alguém ousara se sentar em seu assento favorito. Eram apenas
dois alunos do segundo ano, da Grifinória também - se ele quisesse jogar a carta de ser um Maroto,
poderia facilmente fazê-los sair. Porém, estava com vontade de sofrer em silêncio, então escolheu
uma mesa menor.

Alguém havia esculpido algo na madeira - quem sabe há quanto tempo, tudo neste castelo maldito
era tão antigo. Era um poema - algumas linhas de um doggerel adolescente.

Nunca beije seu amante no portão do jardim

O amor é cego - mas seus vizinhos não!

Remus bufou. Estúpido. Nem rimava corretamente.

"Tudo bem, Moody?"

Ergueu os olhos para ver Sirius caminhando em sua direção, movendo-se suavemente entre as
grandes mesas de estudo. Um grupo de garotas sentadas atrás de si deu uma risadinha ruidosa.
Remus se afundou ainda mais em sua cadeira, cruzando os braços.

"Estou ocupado." Ele grunhiu, abrindo o livro mais próximo em uma página aleatória.

"Mm, você parece." Black agarrou uma cadeira, girou-a e sentou, cruzando os braços nas costas do
assento e apoiando o queixo, olhando para Remus daquele jeito irritante, com aquele sorriso
irritante.

"Vá embora." Lupin disse, olhando para seu livro.

"Moony." Sirius sorriu, "Foi você, não foi?"

Remus encolheu os ombros e Sirius bufou, "Seu idiota, por que você simplesmente não disse?!"

"Não estava com vontade."

"Ok…"

"Eu não sei."

"Será que você é completamente louco, além de ser um idiota mal-humorado?"

"Cai fora." Remus estava começando a sorrir. Ele odiava que Sirius sempre pudesse fazer isso. O
moreno deu um pequeno suspiro.

"Sabe, Moony, se você insiste em ser tão reservado o tempo todo, alguns mal-entendidos vão
acontecer..."

"Eu sei." Remus se sentiu desconfortável. Não estava acostumado com Sirius sendo o mais lógico.
"Desculpe." Seus ombros afundaram e ele olhou para baixo nervosamente. "Você gostou?"

"Claro que sim, seu idiota!" Sirius exclamou, batendo a mão na mesa. "É incrível, Remus.
Obrigada. Eu...” Sirius se tornou levemente rosa, “Eu realmente amei. ”
"Você amou?" Remus o olhou.

"Sim. Sempre amei sua magia. É tão ... você. ”

"Cala a boca" Se sentiu corar. Estava ainda mais difícil não sorrir, todos os músculos de seu rosto
conspiravam contra ele.

Ele chutou o pé de Sirius por baixo da mesa. O moreno o chutou de volta.

Chapter End Notes

Doggerel é um verso cômico de ritmo irregular.

Quando Sirius chega na biblioteca, ele chama o Remus de moody porque é uma
palavra em inglês para alguém de mal humor, ele fez um trocadilho moony-moody.
Capítulo 123: Sétimo ano: Escuridão incide
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Sexta-feira, 4 de novembro de 1977 – 2 da manhã na Torre da Grifinória

“Acho que há algo interessante na ideia da mudança de cor.” James balbuciou, usando sua taça
para gesticular descontroladamente. Felizmente, estava vazia e nada havia sido derramado.

"Nah, é muito óbvio," Sirius balançou a cabeça, tão bêbado quanto Potter, mas se comportando
muito bem, pela primeira vez.

"Além disso," Lily bocejou, de onde estava sentada no chão, a cabeça contra o joelho de James. “O
que mudaríamos? Suas vestes? "

"O dormitório inteiro deles!" Mary sugeriu, a única que ainda estava dançando, mexendo os braços
lentamente sobre a cabeça e girando os quadris ao som de uma música sensual de Nina Simone.
“Uma reforma completa! Rosa brilhante!"

"Mas por que rosa?" Sirius disse, "Algumas pessoas podem gostar de rosa."

"Ha, diga por você, Black!" Marlene fez uma careta para o moreno. Ela estava sentada de cabeça
para baixo em uma poltrona, as pernas balançando nas costas da cadeira, os longos cabelos loiros
tocando o chão. Seus olhos estavam fixos em Mary se movendo em frente à lareira.

Eles eram os últimos sobreviventes após a festa de aniversário de 18 anos de Sirius, que havia sido
tão barulhenta e exagerada como de costume. O único aluno restante que não era do sétimo ano era
Christopher, que parecia estar lutando para manter os olhos abertos, mas resistia bravamente,
fazendo anotações para a pegadinha da Sonserina que estavam discutindo no momento.

"Mas como poderíamos conseguir suas vestes?" Peter perguntou, brincando com o rótulo de sua
garrafa de cerveja: “Tivemos o mesmo problema no primeiro ano, lembra? Com o pó para coceira.”

"Ah, sim," James assentiu, "Isso mesmo - era mais fácil entrar furtivamente na sala comunal do que
descobrir como os elfos domésticos organizam a lavanderia...’’

"Como vocês entraram escondidos?" Marlene perguntou, franzindo a testa, "Não poderiam ter
aperfeiçoado um feitiço de invisibilidade aos onze anos ..."

"Não nos faça perguntas e não contaremos mentiras, McKinnon." Sirius piscou para ela. O moreno
também estava observando Mary dançar, seus olhos brilhando por conta da embriaguez. “De
qualquer forma, decidimos não fazer isso.”
"Você decidiu." James corrigiu.

"É meu aniversário!"

"Não, não é mais", Peter jogou uma almofada nele. Black jogou uma de volta, então James lançou
outra, e logo todos estavam bêbados jogando almofadas para frente e para trás, rindo
estupidamente.

"Certo," Marlene riu, depois de desviar de uma almofada grande e redonda de veludo, "Estou indo
para a cama." Ela colocou as mãos no tapete e jogou-se para frente, levantando de forma
equilibrada. A loira bateu em seus jeans, um pouco vacilante em seus pés, então se dirigiu para o
dormitório feminino.

"Nãooo," Mary agarrou-a pela cintura, "Não vá, Marls, dance comigo!"

Marlene riu levemente, mas Remus captou um estranho lampejo de aborrecimento no rosto,
normalmente sereno, da loira enquanto ela gentilmente se desvencilhava de Mary e se afastava.

"Tenho certeza de que um dos meninos dançará com você." Respondeu brevemente, "Boa noite,
todos!"

"Boa noite!" Eles responderam em coro. Remus vagamente se perguntou o que estava acontecendo
entre as duas melhores amigas, mas estava bêbado e com sono demais para pensar nisso por muito
tempo.

"Acho que vou subir também." Christopher já estava de pé, como se estivesse esperando que outra
pessoa admitisse a derrota para que não fosse o primeiro. “Mas não decidam nada sem mim!”

“Eu realmente não acho que alguém vá conseguir formular um plano esta noite.” Lily bocejou
novamente. "Vejo você amanhã, Chris."

"Boa noite." O menino mais novo acenou para todos com seu jeito desajeitado e alegre.

"Se ninguém quiser dançar comigo", suspirou Mary, movendo-se para desligar o toca-discos,
"acho que é melhor dormir um pouco de sono de beleza também."

“Também vou” Peter se levantou, jogando fora o resto de sua bebida.

"E eu-" Lily estava se levantando, quando James a puxou para seu colo, abraçando-a.

“Não vá ainda ...”

“Mmm ...” Ela se enrolou nele, sonolenta, e os dois se tornaram uma unidade, encasulados na
grande poltrona de couro. Remus piscou com os olhos turvos e maravilhou-se mais uma vez por
eles terem caçoado James por anos sobre sua certeza de que ele e Lily foram feitos um para o
outro. Engraçado como as coisas funcionavam.

“Absolutamente obsceno.” Sirius resmungou, fazendo uma careta para o casal. "Bem, se é assim
que a festa está, vou seguir o exemplo de Wormtail ... vem, Moony?"

"Sim." Remus se levantou do sofá que estavam compartilhando (mantendo uma distância educada e
discreta, como fizeram a noite toda).

Os dois seguiram Peter e descobriram que ele estava trancado no banheiro, escovando os dentes
ruidosamente e gargarejando. Remus se sentia exausto e sentou-se na ponta da cama para esperar,
bocejando e esfregando os olhos.

"Bom aniversário?" Ele perguntou a Sirius.

"Brilhante." O moreno sorriu de volta.

"Bom."

“... Se esperarmos até que Pete adormeça -”

"Má ideia, Padfoot, especialmente se James ainda não voltou. De qualquer forma, estou exausto. "
Ele bocejou novamente, como se para provar seu ponto, "Outra hora." Isso era uma pequena
mentira. Depois de muitos quase acidentes, Remus estava tentando limitar a quantidade de tempo
que passava na cama de Sirius. Parecia tão sorrateiro e desonesto.

"Outra hora." Sirius suspirou. "Só ... é meu aniversário, e eu mal vi você."

“Eu estive aqui o dia todo!” Isso era verdade, é claro - mas também era uma verdade para todos os
marotos e para Lily.

"Você sabe o que eu quero dizer." Black balançou a cabeça, impaciente.

Remus sabia, mas não possuía uma resposta que agradaria a Sirius. Esse mesmo problema
continuava surgindo e, francamente, estava ficando cansado disso. Especialmente porque não havia
maneira de resolve-lo até que o outro finalmente se decidisse. Cansado e ficando mais irritado a
cada segundo, Remus se levantou e começou a vestir o pijama rapidamente.

Sirius ficou de pé e se aproximou dele, cruzando o feixe de luz da lua que marcava o piso antigo.
"Você não está me evitando, está?" Perguntou.

"Não!" Remus murmurou, "Estou apenas ocupado. Eu tenho um monte de coisas para fazer”. Se
havia dito isso uma vez, poderia dizer mais mil vezes.

"Ok." O moreno disse, lentamente. "Apenas, você sabe. Lily e James também estão ocupados, mas
ainda parecem encontrar tempo para... ”

“Mas não somos Lily e James, somos ?!” Lupin ergueu a sobrancelha. Honestamente.

Sirius parecia magoado.

"Não mas,"

"Essa foi sua decisão." Disse enquanto abotoava sua camisola. “O que foi que você disse? Que não
queria ‘gritar aos quatro ventos’. Achei que você queria assim.”

"Eu ..." Black parecia perdido.

Remus revirou os olhos, exasperado.

“Você disse que precisava de tempo. Eu estou dando a você. Mas você não pode continuar
reclamando disso. "

Sirius recuou. Então soube que havia vencido, mas não havia alegria na vitória.

Felizmente, Peter escolheu aquele momento para sair do banheiro. Ele foi direto para sua cama, de
cabeça baixa, acenando uma mão preguiçosa para eles,
"Boa noite, rapazes ..."

"Boa noite, Pete!" Ambos responderam alegremente.

***

Sábado, 26 de novembro de 1977

Naqueles dias, eles superavam pequenas brigas como aquela - eles podiam acordar na manhã
seguinte e estarem prontos para esquecer sobre o que quer que tenha acontecido. Pelo menos, até a
próxima briga. No final, o desejo de um pelo outro, seu afeto - e acima de tudo sua amizade -
pareciam fortes o suficiente para vencer quaisquer outros problemas. Era um estado que, mais
tarde, Remus descobriria que não haviam dado o devido valor.

Além disso, havia uma guerra, o que pode ter explicado um pouco. Todo mundo estava
ligeiramente melodramático e com os nervos à flor da pele. As manchetes não ajudavam:

MINISTÉRIO REVISTA TRÊS CASAS EM BUSCA DE ARTEFATOS PROIBIDOS

TERCEIRO ATAQUE DE VAMPIROS EM DUAS SEMANAS

O MINISTRO JENKINS RECUA NO ACORDO SOBRE OS DESAPARECIMENTOS

REVELAÇÃO DOS INSIDERS DO MINISTÉRIO SOBRE O REGISTRO DOS LOBISOMENS SER


"PERIGOSAMENTE MAL ADMINISTRADO"

Era tudo o que havia nos jornais. Algo estava acontecendo com os Sonserinos também - mais do
que as bobagens classistas usuais. Durante o verão - ou talvez antes disso - uma nova hierarquia
parecia ter se formado, criando divisões óbvias na casa mais controversa de Hogwarts.

Regulus Black sempre carregou uma certa influência, é claro. O herdeiro da família puro-sangue
mais nobre, exclusiva e rica, era popular entre seu ambicioso grupo de colegas desde seu primeiro
dia de escola. O garoto se cercou de uma facção de alunos puro-sangue que pareciam ficar mais
desagradáveis a cada ano. Exceto Barty Crouch Jr, talvez, que fora incrivelmente desagradável
desde criança.

Agora em seu sexto ano, Regulus não fazia nada para dissipar os rumores de que não era um
simples Comensal da Morte, mas que estava em comunicação regular com o próprio Lord
Voldemort. Na verdade, Regulus parecia gostar do fato de seus poderes terem aumentado. De
acordo com Christopher, que tinha várias aulas com ele, até mesmo alguns dos professores
estavam observando o mais jovem da família Black. Ele se comportava de maneira diferente.,
caminhava com as costas retas, o queixo erguido, um sorriso afetado permanente em seu rosto
pálido. Remus mal conseguia reconhecer o garoto nervoso e perturbado que Sirius costumava
chamar de 'Reggie'.

Regulus não era estúpido. Ele nunca recebeu uma detenção em todo o seu tempo na escola, e era
tão brilhante nas aulas quanto o irmão mais velho. Ainda assim, coisas desagradáveis pareciam
acontecer a todos ao seu redor. Um lufano do quarto ano que (rumores diziam) derrubou um
tinteiro na mesa de Regulus, enquanto ele estava estudando na biblioteca, foi encontrado dois dias
depois trancado em um armário de vassouras nas masmorras, branco como um lençol e
completamente mudao. Ele foi enviado para casa para se recuperar e não foi visto desde então.

Uma tarde, houve uma confusão com o cronograma de treinos, causada pelo time de quadribol da
Corvinal, que ultrapassou em meia hora o horário combinado, fazendo com que o time da
Sonserina tivesse de ser realocado para o dia seguinte. No treino seguinte da corvinal, todos
tiveram que cancelar, assim como adiar a próxima partida com a Grifinória, porque ninguém fora
capaz de tocar em suas vassouras sem receber centenas de pequenos estilhaços, que só
conseguiram ser removidos por Madame Pomfrey.

E as palavras 'sangue-ruim saiam!' Haviam sido esculpidas magicamente no quadro-negro da sala


de estudos dos trouxas, de modo que as aulas tiveram que ser movidas para outro local enquanto os
professores investigavam.

Claro, ninguém jamais questionou Regulus e, como não havia testemunhas de nenhum desses
crimes, nada poderia ser feito. Porém, todo mundo sabia, todos com alguma participação na guerra
sabiam. A crescente crueldade e prevalência de tais ataques lançaram uma sombra sobre o castelo
que todos os alunos sentiam agora, se é que não sentiram nos anos anteriores.

Este pode ter sido o motivo de tantas pessoas quererem ajudar os marotos a planejar sua próxima
pegadinha. Embora isso também tivesse muito a ver com Christopher.

“Você contou a todos?!” Remus suspirou, exasperado, quando um aluno do terceiro ano saiu
correndo da sala de estudos, corado e sorrindo depois de oferecer seus serviços à causa ('Eu
explodo coisas o tempo todo em poções!', Ele explicou, sem o menor traço de ironia. Remus
garantiu a ele que James e Sirius ficariam emocionados em ouvir isso.)

"Só mencionei isso a um amigo ..." Christopher respondeu timidamente. "Sabe, muitas pessoas
estão cansadas da Sonserina, e é sempre uma boa ideia obter uma ampla gama de experiências ..."

“Os marotos não terceirizam suas pegadinhas.” Remus fungou com altivez enquanto voltavam
para a torre.

“Não é terceirização,” Christopher rebateu, “É ... er ... colaboração.”

“Nós também não colaboramos!”

"Por que não? Não é por isso que devemos lutar? Por inclusão?"

“Inclusão, sim. Igualdade, sim. Cooperativas de planejamento de pegadinhas? Não."

Christopher caiu no riso. Remus sorriu. O mais novo deu uma risada estranha e estridente, como
um burro. O que foi muito glorioso de se testemunhar.

“Então,” Christopher ofegou, recuperando o fôlego e enxugando os olhos, “Quais são seus planos
para o Natal? Ficar aqui de novo?"
"Mm, talvez ... ou ir para o Potter. Tudo depende se James vai ou não passar com a família de Lily.
"

“Ah, Merlin, não,” Chris fez uma careta, “Eu acho que preferia quando eles se odiavam. As
reuniões de monitores são tão chatas agora que eles passam o tempo todo conversando. O
suficiente para te dar dor de dente. ”

"Eu acho que é legal," Respondeu. "James é louco por Lily desde o segundo ano, se ele finalmente
puder dizer a ela como ela é incrível em vez de nos contar, então ainda melhor."

"Sim, suponho que você esteja certo. Todos nós deveríamos ter tanta sorte.” O menor suspirou.

Eles ficaram em silêncio por um tempo depois disso, apenas caminhando juntos. Quando viraram a
próxima esquina, Remus percebeu que eles não cruzavam com ninguém há algum tempo. Tudo
bem que era um sábado, mas não era um fim de semana em Hogsmeade, e o tempo estava muito
ruim para alguém estar do lado de fora.

Finalmente, um aluno do primeiro ano veio correndo em direção a eles através de um arco que
levava à ala leste. Seus olhos estavam grandes e assustados, ela olhou para os dois meninos mais
velhos,

"Ooh", a menininha guinchou, "Não desça aí, é horrível!" e passou correndo por eles,
provavelmente de volta à sua casa.

Chris e Remus se entreolharam. O monitor lambeu os lábios, depois endireitou os ombros


ligeiramente, fechando a boca.

"Eu sou um monitor ... então é melhor ..."

"Eu irei com você." Remus deu um tapinha em seu ombro. Christopher acenou com a cabeça,
parecendo muito aliviado. Lupin desejou que James estivesse lá - ou Sirius.

Eles caminharam lado a lado pela arcada e se viram envolvidos na escuridão total. Era meio da
tarde, e maior sabia que normalmente haviam janelas neste corredor e, mesmo à noite, nunca ficava
tão escuro. Algo estava muito errado.

“Lumus”, os dois sussurraram, acendendo as pontas das varinhas e erguendo-as, lançando raios de
luz branca nas lajes cinzentas, nas tapeçarias vermelho-sangue, nas armaduras brilhantes. Parecia
vazio. Christopher deu um passo corajoso à frente, limpando a garganta,

"Olá? Tem alguém aqui?” Ele chamou.

Sem resposta, silêncio absoluto. O monitor se virou para olhar para Remus, apertando os olhos e
erguendo um braço contra o brilho da luz da varinha, "Talvez você deva procurar um professor?"

"Volte comigo, então," disse Remus.

"Eu…"

Houve um barulho. Um barulho nojento, rastejante e viscoso, logo à frente de Christopher. Os dois
se viraram e apontaram suas luzes, mas encontraram apenas um canto vazio. O coração de
Christopher batia forte, ele cheirava a adrenalina e terror. "Há algo aqui..." ele sussurrou, temeroso.

"Vamos," Remus insistiu, "Vamos buscar ajuda ..."


"Eu acho que está ali ..." Chris caminhou para frente novamente, e Remus o perdeu de vista e teve
que segui-lo pelo cheiro. O que era particularmente desconcertante - Lupin nunca havia conhecido
uma escuridão tão negra que não pudesse ver através dela.

"Chris ...?" Ele estendeu a mão, lançando sua luz ao redor.

"Eu encontrei ... é ... não! Oh Merlin, não! Não!" Christopher começou a gritar, em algum lugar
mais adiante no corredor.

Sem pensar, Remus disparou para frente, seguindo os lamentos terríveis,

“Chris!”

Ele quase tropeçou no outro. Christopher estava enrolado no chão, as mãos cobrindo a cabeça,
balançando e soluçando. "O que…?" Remus perguntou, tremendo agora, quando o mais novo
apontou. Usou sua varinha para seguir o braço trêmulo de seu amigo, finalmente lançando luz
sobre seu algoz e quase gritou também.

Um cadáver - um cadáver horrível, podre e cambaleante, andava na direção deles através da


escuridão aveludada. Ele caiu para frente com uma inclinação pesada, alcançando Christopher. Os
olhos estavam intactos, amarelos e vermelhos - vagos e famintos. O corpo ainda possuía a maior
parte de sua pele; uma paleta grotesca de cinza mosqueado e roxo profundo com hematomas. O
morto gemeu, um som horrível e chacoalhante através dos dentes amarelos tortos.

Remus ergueu sua varinha e ficou na frente de Chris. Ele estava prestes a disparar um feitiço contra
ele - a única coisa que conseguia pensar em curto prazo - quando fixou seus olhos nos olhos
famintos dele. Em um segundo, desapareceu.

Remus piscou, ofegante e, de repente, o corredor foi preenchido com uma luz pálida e leitosa, uma
lua cheia surgiu diante dele. O grito morreu em sua garganta e ele foi tomado pelo horror - como
era possível?! A lua só chegaria em uma semana! Ele precisava que correr, precisava se afastar de
Christopher, mas ... espere um minuto.

"Eu sei o que você é!" Seu terror se transformou em euforia, quando ele ergueu a varinha mais uma
vez e gritou com confiança “Riddikulus!”

A lua começou a expandir e se transformar mais uma vez - desta vez em uma enorme bola de praia
branca, que começou a quicar e saltar pelas paredes, antes de explodir em uma nuvem de bolhas de
sabão. Remus riu, o mais alto que pôde nas circunstâncias, e o bicho papão recuou. Ele aproveitou
a chance e agarrou Christopher - ainda enrolado, olhos fechados com força - por baixo do braço,
arrastando-o de volta para o arco o mais rápido que pôde.

Eles saíram do outro lado ofegando e piscando com força sob a luz. Chris estava segurando as
vestes de Lupin com força, sua respiração pesada, o rosto pálido.

"Porra." Remus murmurou, se sentindo muito trêmulo também.

"A-aquele era um bicho papão!?" O mais novo gaguejou.

"Sim, sim, foi ... Eu nunca vi um antes, você já?"

Chris negou com a cabeça. Remus deu um tapinha em suas mãos, desejando que ele o soltasse.

"Ei, está tudo bem. Não era real, lembra? Vamos, temos que contar a alguém, antes que outra
pessoa se depare com isso ... "
"Eu vou." Chris disse, recuperando um pouco de sua coragem "Eu vou agora ... você está bem para
esperar aqui? Caso alguém venha?”

"É claro." Remus acenou com a cabeça, "Ninguém passará por mim." Ele sorriu, tentando amenizar
a situação, mas Christopher ainda estava muito abalado. Ele acenou com a cabeça severamente e
partiu, ainda segurando sua varinha.

Sozinho, ele enfiou a mão nos bolsos do manto profundo e puxou o mapa do Maroto. Estava com
ele há um tempo, devido a preocupação de que James pudesse dar uma olhada um dia e se
perguntar porque ele e Sirius estavam compartilhando o banheiro com tanta frequência. “Eu juro
solenemente não fazer nada de bom,” sussurrou, batendo no pergaminho.

O mapa imediatamente ganhou vida, a tinta espalhando-se como vinhas pela página. Remus o
ergueu até os olhos e procurou freneticamente pelo bicho papão. Lá estava ele, ‘Remus Lupin’,
claramente marcado em uma extremidade.

Ele acompanhou o comprimento com o dedo, o corredor estava completamente vazio;


aparentemente o bicho papão não apareceria no mapa, talvez não houvesse substância material o
suficiente. Ele chegou ao fim, havia um segundo arco do outro lado, lembrou-se, coberto por uma
tapeçaria. Três pessoas estavam esperando lá, completamente imóveis. Bartô Crouch Jr, Garrick
Mulciber e ... O estômago de Remus afundou, embora não estivesse tão surpreso. Aqui estava, a
prova em preto e branco. Regulus Black.

Chapter End Notes

Bruna: Oi, amores só vim avisar que vi alguns de vocês nos seguindo no twitter e no
tiktok, então só deixar aqui embaixo os nomes das nossas redes sociais certinhas e
também agradecer pelo amorzinho que estamos recebendo de todos! Traduzir é sobre
acessibilidade e é super importante que esta obra esteja se expandindo e afetando a
todos positivamente! Estamos nos esforçando bastante para fazer um excelente
trabalho mesmo que, diretamente, não sendo pagas para isso, receber o carinho de
vocês é incrivelmente recompensador! Sintam-se à vontade para nos chamar nas redes
sociais abaixo.

Meu user wolfuckingstar é tanto para o twitter quanto para o tiktok. E o user
paulak165 da Paula é o mesmo para os dois também.

Aliás, eu estou começando a fazer lives semanais no tiktok para falar de atyd e dos
marotos, talvez começarei a fazer todo sábado à noite, pois amo conversar e saber o
que estão pensando, além de amar falar sobre a política da fanfic. O que acham?
Entrariam lá para dar atenção para essa universitária fodida da corvinal que não dorme
durante a noite?
Capítulo 123.2: Compilados de Natal
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Peter - O Guardião

My perfect cousin

What I like to do he doesn’t.

He’s his family’s pride and joy,

His mother’s little golden boy.

- ‘My perfect cousin’, The Undertones

James voava, seu robe vermelho esvoaçando, sua vassoura reta como uma flecha - como em um
pôster de quadribol. Isso deu a Peter o usual sobressalto de animação, combinado a uma pontada
doentia de inveja. Já era o sétimo ano escolar, e se ele não estivesse no time agora, provavelmente
nunca estaria. Pettigrew havia feito o teste para entrar quase todos os anos - exceto quando Sirius
tentou para batedor, fora bem melhor ficar fora disso, não precisava de mais provocações.

Ele estremeceu dentro de sua capa. Só faltavam dois dias para as férias de Natal. Parte dele não
podia esperar - nenhuma aula por duas semanas inteiras. Presentes. Peru. As tortas de mince da Sra.
Potter. Mas então, ele nem tinha certeza iriam para casa ainda; a lua cheia caia na noite de Natal e,
por algum motivo, ninguém quis discutir isso.

Remus nunca falava sobre luas cheias, nunca, o que parecia estranho para Peter, mas
Remus sempre foi estranho. James normalmente era o mais prático, mas ultimamente todo o seu
tempo estava ocupado com Lily, então ele não iria lhes dizer o que fazer. Sirius era Sirius, e você
nunca poderia falar com ele sobre qualquer coisa que tivesse a ver com Moony, a menos que
quisesse sua cabeça arrancada. Talvez esse fosse apenas o problema de Peter; ele estava sempre
dizendo a coisa errada.

James tinha a posse da goles agora, soprou seu apito e jogou para a outra artilheira; Emelia
Eriksson. Ela pegou e mirou no arco, mas errou. Peter estalou a língua,
agitado. Ela sempre errava. No último jogo, a menina havia deixado a maldita bola cair – que foi
salva por James, ao pegá-la no ar e impedir que os Corvinos a alcançassem. Se Peter pudesse
mudar alguma coisa, Eriksson estaria fora do time.

James estava convencido de que Emilia iria melhorar e não dava ouvidos aos conselhos de Peter. O
que era bastante justo. Não que Peter fosse melhor de qualquer forma.
O problema era que a única posição em que Peter já fora bom era a de goleiro. Ele havia
desempenhado esse papel quase exclusivamente durante a infância, quando eram apenas ele e
James todas as tardes. Sentia muita falta daqueles dias; dos dias que tinha James só para si. Peter
idolatrava Potter desde que conseguia se lembrar. Porém, o tempo que você se dedica não contava
muito - ele sabia disso. Como a posição do goleiro. Peter era bom, mas não bom o suficiente. James
sempre foi muito gentil a respeito, mas James sempre era gentil.

Nunca bom o suficiente. Uma crítica comum, e, novamente; justa, Peter supôs. Havia ouvido isso
de sua mãe desde muito jovem - e de seu pai, (que partiu pouco depois que completou seis anos e,
desde então, ocasionalmente aparecia como convidado na vida do filho). Não era quieto o
suficiente, ou então, era quieto demais; lento demais ou desajeitado demais. Não lia o
suficiente. Não praticava o suficiente. A maior vergonha de Peter fora não ter mostrado nenhum
sinal de magia até quase onze anos, enquanto James ("o garoto dos Potter", como era conhecido na
casa dos Pettigrew) conseguia levitar vários itens domésticos desde os dois anos.

Em Hogwarts as coisas eram praticamente iguais - Peter raramente se destacava nas aulas, exceto
em Astronomia, pois ele tinha uma boa memória. Ainda assim, havia menos pressão na escola do
que em casa; quando seus melhores amigos eram os três bruxos mais talentosos do ano, ninguém
realmente notava se você não estava indo muito bem. Se fosse um puro-sangue, então melhor ainda
- especialmente hoje em dia. Ainda. Peter sabia que se alguém olhasse de perto, seria capaz de
perceber. Ele não era bom o suficiente.

Dezzie havia visto isso.

Peter mordeu o interior da bochecha para se distrair. Fazia isso com frequência, especialmente
quando Desdemona Lewis entrava em sua mente. Ela havia sido uma anomalia completa em sua
vida; a exceção que confirmava a regra. Incomumente bonita, inteligente (uma maldita Corvina!),
gentil, engraçada. E interessada nele; o entediante, mediano e gordinho Peter Pettigrew. Sentia falta
dela todos os dias. Pensou que talvez estivesse apaixonado. Mas seria impossível, no final. Mesmo
se ela não o tivesse largado, Desdemona era uma mestiça. Sua mãe não aceitaria.

No entanto, ele sentiu sua ausência. Nunca tivera um nome para esse sentimento antes, mas agora
sabia que era solidão. Estava ali há muito tempo, talvez desde sempre. Peter lembrou-se das
primeiras pontadas quando Philomena foi embora para a faculdade e depois quando ela foi embora
de verdade. Ele se lembrava de sentir isso no momento em que James e Sirius apertaram as mãos
pela primeira vez.

Isso importou menos quando Dezzie estava por perto. Peter frequentemente se perguntava se
aqueles foram seus anos de glória - quem poderia imaginar que seria o primeiro dos marotos a
conseguir uma namorada? O primeiro a dar um amasso, o primeiro pego beijando dentre de um
armário. Até mesmo McGonagall ficou chocada, quando ela lhes deu sua primeira detenção por
'comportamento inapropriado nos corredores'.

Havia o clube de xadrez, é claro. No segundo ano, implorou James para se juntar com ele, mas é
claro que Potter era muito descolado para esse tipo de coisa, e Sirius - que era irritantemente bom
em xadrez - riu na cara de Peter com o mero pensamento dos marotos fazendo parte qualquer coisa
tão certinha quanto clubes de xadrez. (Mas ninguém zombava do grupo de estudos de Moony,
como isso era justo?!) De qualquer forma, no quarto ano, Dezzie o convencera de que ele deveria
apenas entrar, se gostava tanto de xadrez. Então ele entrou.

Peter descobriu que poderia ser o maroto menos descolado, mas era o garoto mais legal do clube
de xadrez de Hogwarts. Eles eram ok - não o tipo de pessoa que James e Sirius gostariam, eram
principalmente puros-sangues, e muitos deles Sonserinos também. Snape até aparecia
ocasionalmente e (embora Peter nunca ousasse mencionar isso a James) eles conseguiam colocar
suas diferenças de lado na maior parte do tempo e jogar algumas partidas muito boas. Bem, antes
daquele desastre no quinto ano - e isso nem havia sido culpa de Peter, culpe Sirius se você quer
culpar alguém. Culpe Moony.

James soprou seu apito e os jogadores ainda no ar, começaram a descer. Peter também se levantou
e começou a descer os degraus de madeira até o chão. Poderia ter alguns minutos para conversar
sobre táticas com James antes que Lily aparecesse. Ele resmungou para si mesmo quando alcançou
os últimos degraus. Maldita Lily, ela era pior do que Sirius. Potter praticamente desapareceu, desde
que eles começaram a sair.

Como seria quando terminassem a escola? Peter teria que voltar e morar com sua mãe, e ela
esperava que ele trabalhasse no ministério; seu padrasto poderia conseguir um estágio em
administração ou algo parecido. Não achava que seria muito ruim no trabalho
administrativo. Alguns de seus amigos no clube de xadrez mencionaram que também poderiam
ajudá-lo. Muitos deles possuíam conexões realmente boas. Disseram que alguém tão bom em
táticas quanto ele não teria problemas para se encaixar.

Ah, lá vem Lily agora. Mary também. Peter suspirou, recuando. Elas não o tinham
visto. Considerou se transformar e apenas fazer uma fuga fácil. Poderia ir e encontrar Dorcas. Ela
era um pouco irritante, mas pelo menos o deixava apalpá-la às vezes.

Ou ele poderia ir e procurar Remus, que com certeza estaria na biblioteca - ainda tinha que
começar sua redação de Feitiços e havia se esquecido de fazer anotações. O bom e velho Moony
era geralmente bastante prestativo, se você o subornasse com bastante chocolate.

Lily acenou para ele perto dos vestiários. Ele levantou o braço e acenou de volta. Enterrou as mãos
nos bolsos, estampou um sorriso jovial e se dirigiu para ela. Bata um papo rápido, diga tchau para
James e depois encontre outra coisa para fazer. Talvez alguém esteja a fim de um jogo de xadrez.

*goleiro de quadribol em inglês é keeper, e keeper é também guardião, então Peter cresceu sendo o
keeper do James(quadribol) e eventualmente o secret keeper (guardião do segredo). Só um jogo de
palavras interessante no capítulo.

***

Mary - A Leoa

See me pon the road I hear you call out to me,


True you see mi inna pants and ting,
See mi in a 'alter back
Sey mi gi' you heart attack
Gimme likkle bass, make me wine up me waist
Uptown Top Ranking

- ‘Uptown Top Ranking’, Althea & Donna

Mary folheou um exemplar velho do Witch Weekly, entediada. Ela olhou para o relógio na mesa de
cabeceira de Lily - o treino de quadribol estava quase acabando, poderia descer e encontrar Marlene
em um minuto.
Odiava ficar sozinha e odiava se sentir perdida. Consequências de crescer em um pequeno
apartamento com uma grande família, talvez. A ideia de ficar sentada em seu quarto em casa lendo
uma revista em total silêncio era cômica. Sempre havia um irmão pulando na cama, ou batendo na
porta, ou se escondendo no armário brincando um, já abandonado, jogo de esconde-esconde.

E então sua mãe entraria, resplandecente com um bebê no colo, colher de pau na mão, cabelo
enrolado em um lenço amarelo brilhante como uma coroa.

“O que cê pensa que tá fazendo garota? Levanta e ajuda com o jantar! "

Ela sorriu para si mesma com a memória. Mary sempre se sentia tonta de saudade de casa na época
do Natal - ela ansiava pelo barulho e pelas cores do lar. Grandiosa como Hogwarts era, o castelo
nunca parecia realmente confortável.

A menina deslizou para fora da cama preguiçosamente e se espreguiçou, depois foi até o espelho
de corpo inteiro para se olhsar. Ficou o mais alta que pôde, erguendo o queixo e esticando as
panturrilhas, depois se virou de um lado para o outro, se retorcendo para verificar se a saia caía
bem sobre os quadris, se o peito não estava marcando muito obviamente.

Sorriu. Estava bonita. Usando sua minissaia de camurça marrom favorita (Lily havia ficado
boquiaberta ao ver; "Mas e quando você se sentar?!"), uma blusa de gola alta amarelo mostarda e
um colete marrom bordado numa estampa paisley, que havia comprado em um mercado em
Southall no ano passado. Mary gostava de chamar atenção - ela sabia que não teria esse corpo para
sempre; por que não o exibir?

McGonagall ficaria chocada se a visse, mas era um dia livre de uniforme, então a velha morcega
não podia dar detenção, apenas olhares de desaprovação, e Mary estava acostumada com estes; ela
os recebera de velhas brancas durante toda sua vida. Em seguida, foi até a cômoda e vasculhou a
gaveta de cima em busca de um batom adequado.

Vermelho. Vermelho da Grifinória; então sua roupa a faria esbanjar orgulho da casa. Isso poderia
fazer Marlene sorrir, pelo menos - mesmo que Marls não entendesse a devoção de Mary à moda,
ela pelo menos apreciava o esforço. McGonagall gostava de Marlene, é claro, porque ela não era
muito feminina e jogava quadribol. Mary gostava de Marlene porque, em sua primeira noite em
Hogwarts, quando pensou que morreria de sofrimento por sentir falta de sua família, a loira fez
mais hilária imitação, personificando a aparência severa da Professora Minerva e o sotaque
escocês, fazendo com que não pudesse respirar de tanto rir.

Marlene sempre sabia como fazer você se sentir melhor; ela seria uma curandeira realmente boa,
um dia. Mary não tinha certeza do que queria fazer depois da escola. Elas sempre disseram que
conseguiriam um apartamento legal juntas em Londres, e fariam festas todo fim de semana –
embora, agora com Lily e Potter namorando, provavelmente seriam apenas Marlene e
Mary. Talvez Remus também - Mary tinha a impressão de que ele era tão sem objetivo quanto ela,
em termos de carreira.

O problema era - e Mary não admitiria isso para ninguém - ela simplesmente não queria um
trabalho no mundo mágico. Não conseguia ver o que havia de especial para ela. Ninguém em sua
família poderia usar sicles ou nuques ou qualquer outro de seu dinheiro de bruxo estúpido, então
qual era o ponto? Mas é claro que ela não possuía nenhuma qualificação trouxa, então era um beco
sem saída de qualquer maneira. Sua prima havia feito um curso de datilografia no verão passado, e
a mãe de Mary insistiu para que se inscrevesse em um assim que Hogwarts terminasse. Muitas
vezes ela fantasiava em conseguir um emprego de moda em uma revista ou gravadora, enfeitiçar
uma máquina de escrever para trabalhar sem supervisão e passar seu tempo flertando com modelos
masculinos e estrelas pop.
Ela terminou os lábios, depois lambeu o dedo indicador e alisou as sobrancelhas, antes de endireitar
a saia mais uma vez e sair do dormitório. A morena pulou vários degraus no caminho para baixo,
mesmo com suas botas de saltos altos - Lily brincava com ela, dizendo que seu patrono era
provavelmente uma gazela. Bem, até o final do ano passado, na aula de Defesa Contra a Arte das
Trevas, Mary finalmente produziu o seu - uma leoa.

"Olá, Mary!" Connor Fitzpatrick, um sextanista ruivo muito sardento, se aproximou. Mary tentou
não revirar os olhos, embora fosse difícil. Ele a emboscava assim há semanas, estava ficando
ridículo.

"Olá, Connor." Ela sorriu, continuando seu caminho. O menino a seguiu.

"Você está linda!"

"Obrigado."

Ugh. Mary às vezes se perguntava se ela havia se acostumado mal, saindo com Sirius Black e
Roman Rotherhide em rápida sucessão, no sexto ano. O problema de ter os dois garotos mais
bonitos da escola como seus primeiros namorados sérios era que, uma vez que esses
relacionamentos acabaram, as opções ficavam um pouco limitadas. Ela não era superficial (embora
Marlene a tivesse acusado disso em algumas ocasiões), mas também não era facilmente
conquistada - apesar de alguns rumores muito desagradáveis.

A questão era: os meninos ficavam chatos depois de um tempo. O lado físico das coisas sempre
fora a melhor parte, ela nunca teve nenhum escrúpulo a respeito; um bom momento era um bom
momento; mas sempre havia a parte emocional. O que nunca pareceu se alinhar muito bem com
nenhum deles. Os rapazes eram ou muito distantes, como Sirius, ou muito grudentos, como Roman
- esperando que você os rondasse o tempo todo. "O que você quer?" Marlene suspirava "Que eles te
venerem?"

Mary respondia "Não, claro que não!" Mas era uma grande mentira. Por que ela não deveria querer
ser venerada pela pessoa com quem estava transando? Para que mais serviam os homens?! Marlene
não entendia, então passou a aceitar isso.

"O que você vai fazer, mais tarde?" Connor estava perguntando agora.

“Ah, estou muito ocupada hoje. Até o Natal, na verdade.” Ela balançou a cabeça, andando mais
rápido.

Eles haviam passado pelo buraco do retrato agora, e estavam se movendo rapidamente ao longo
dos corredores de pedra em direção à saída mais próxima ao terreno aberto. O garoto seguia atrás
dela como um pequeno cachorrinho tagarela, e sua paciência estava se esgotando. Mesmo que
Connor fosse dez vezes mais bonito, ele era do sexto ano e Mary tinha critérios.

"Talvez no ano novo, então?" Ele estava acompanhando-a. Saltos altos estúpidos.

“Erm ... olha, eu acho que não. Desculpe, Connor.”

"Ah, qual é, seja legal, você saiu com Eric Leith, ele contou!"

Isso a irritou. Eles haviam chegado a uma escada agora, e - para sua sorte – ela decidiu começar a
se mover assim que chegaram na metade do caminho, o que significava que teriam que parar e
esperar até que pousasse. Ela cruzou os braços e se virou para olhá-lo nos olhos.

"Não sei do que você está falando."


“Sim, você sabe, ele nos disse. Você e ele, na parte de trás do Cabeça de Javali, ele disse que você o
deixou colocar...”

Mary sacou sua varinha, furiosa agora, e a segurou contra o queixo sardento e idiota de Connor.

“Escuta aqui, seu nojento! Eric Leith é um idiota mentiroso. Fui tomar uma bebida com ele duas
vezes, e ele se esqueceu de trazer dinheiro nas duas - e ele ainda me deve por isso. Ele te disse
isso?" Connor balançou a cabeça, dando um passo para trás e quase tropeçando nos degraus de
mármore, ela continuou, avançando sobre ele. Sou a porra de leoa, seu pervertido. “Eu não deixaria
Eric Leith me tocar nem com uma vara de três metros, muito menos com aquelas mãozinhas
sujas. Só fui com ele porque senti pena dele - ele é patético, e você também, então dê o fora.”

A escada se reconectou com um ruído pedregoso naquele momento, e Connor cambaleou para trás,
recuando para a torre. Mais corajoso à distância, seu rosto contorcido de vergonha, ele zombou
dela,

“Sua puta suja! Como se eu fosse gostar de você! Só tentei porque todos dizem que você é fácil."

“Suas palavras não me machucam.” Ela resmungou, guardando a varinha e descendo as escadas,
com as bochechas quentes e a garganta apertada. Mary manteve a cabeça erguida. Você nunca
podia deixá-los ver como a faziam se sentir. Nunca poderia deixá-los saber que funcionou. "Corra,
seu pirralho!"

"Sangue ruim!" Ele cuspiu do topo da escada antes de dar meia-volta e sair correndo.

Sua respiração ficou presa em seu peito com isso. Ela segurou o corrimão e apertou os
lábios. Bruxos do caralho.

***

Lily - A Irmã

Would you believe in a love at first sight?

Yes I'm certain that it happens all the time.

What do you see when you turn out the light?

I can't tell you, but I know it's mine.

Oh I get by with a little help from my friends.

- ‘With a little help from my friends’, The Beatles

Querida Lily,

Mamãe e papai disseram que em sua última carta você perguntou se poderia trazer seu
'namorado' para casa no Natal este ano. Queria escrever e dizer que acho que você está sendo
incrivelmente egoísta. Você sabe que este é meu primeiro Natal de verdade com Vernon, e sabe o
quanto eu esperava que ele conhecesse a família de maneira adequada.

Estou acostumada com você tentando roubar meu holofote em todas as ocasiões possíveis, e tenho
sido extremamente gentil com isso há sete anos, mas esta é absolutamente a gota d'água. Não
posso acreditar que você tenha sido tão imprudente a ponto de convidar um pequeno romance de
verão, quando Vernon e eu estamos nos vendo há dois anos. Você sabe o que ele significa para
mim e sabe como ele se sente a respeito de elementos prejudiciais.

Se você se atrever a estragar meu Natal, NUNCA vou falar com você DE NOVO.

Sua irmã,

Petúnia Ann Evans.

Lily lutou contra as lágrimas ao terminar de ler a carta. Ela ficou tão animada quando o envelope
chegou na mesa do café da manhã, reconhecendo a caligrafia de Petúnia. Fora tola o suficiente para
guardá-lo para depois, quando pudesse ler em particular.

E agora aqui estava ela, em seu lugar favorito perto da janela da sala comunal da Grifinória, as
mãos tremendo e quase chorando. Dobrou a carta e colocou-a no bolso. Ela balançou a cabeça
ferozmente e olhou pela janela, respirando profundamente e desejando que o nó em sua garganta se
desfizesse,

Não vale a pena chorar por aquela vaca idiota! Palavras de Severus - Lily não conseguia deixar de
ouvi-las sempre que Petúnia a machucava. Mesmo depois de tudo que Sev tinha feito, ainda era um
conforto. Você vale dez dela!

Melhor não pensar em Sev por muito tempo, ou então ela nunca pararia de chorar.

A ruiva assoou o nariz no lenço do bolso e ergueu os olhos. Mary uma vez lhe disse que se fosse
chorar, olhar para cima ajudava. "Não desperdice seu rímel", disse sorrindo. Lily sorriu também,
pensando nisso e se sentiu melhor.

Ugh, bem, isso resolvia tudo. James definitivamente não poderia ir no Natal. Ela realmente o
queria lá. Cada vez mais, Lily se sentia uma estranha ao visitar sua casa. Quase não possuía amigos
em Cokeworth agora; todos iam para a escola de Petúnia, a Grammar local, e fizeram Niveis-O ou
Níveis-A, ou então foram para a faculdade de datilografia. Alguns deles até tinham empregos, ou
namorados fixos prestes a pedi-las em casamento. Lily não podia contar a nenhum deles quais
eram seus planos, ou qualquer coisa sobre Hogwarts, a qual achavam que era uma escola particular
ultra chique, como a de Cheltenham Ladies. Sabia que todos pensavam que ela era um pouco
esnobe agora, e suspeitava que isso pudesse ter algo a ver com Petúnia.

Claro, não havia dúvida que Lily passaria o Natal na casa dos Potter, por mais que ela gostasse da
ideia. Os natais da família de Evans eram extremamente importantes para os pais dela,
principalmente para o seu pai, que sempre ficava feliz ao ter Lily de volta na casa após o período
escolar.

Apenas teria que explicar para James - felizmente, sabia que ele entenderia. Fora uma revelação e
tanto, talvez a mais surpreendente de todas, descobrir o quão compreensivo e atencioso James
poderia ser. A maneira como ele cuidava de Remus provou isso para ela.

Provavelmente era hora de ir encontrar James agora, na verdade; o treino terminaria em um ou dois
minutos. A ruiva enxugou rapidamente os olhos apenas para ter certeza, e olhou para seu reflexo
fantasmagórico no vidro da janela para verificar seu rosto. Lily corou com sua própria
futilidade. Ela nunca havia dado a mínima para sua aparência antes.
Saiu do corredor das pinturas em direção ao terreno. Potter estaria de bom humor logo após o
treino, mesmo que tivesse sido ruim. Estaria mais receptivo a más notícias. Lily ensaiou em sua
cabeça exatamente o que planejava dizer - melhor não mencionar a carta de Petúnia, melhor
enquadrá-la como sua própria ideia. Não queria que James soubesse como sua irmã se sentia sobre
magia, ou bruxos, ou qualquer coisa. Já era ruim o suficiente que ele fosse um puro-sangue e ela
tivesse que explicar todas as outras coisas trouxas para ele.

Isso era injusto, Lily se repreendeu. Pelo menos, James se importava o suficiente para perguntar -
pelo menos, ele estava genuinamente interessado. Ela se lembrou do olhar de desgosto de Snape
quando fazia qualquer coisa que o lembrava de sua condição de nascida trouxa. E ele era mestiço.

"Com licença!" Connor Fitzpatrick, um garoto da Grifinória mais jovem, passou correndo por ela,
batendo em seu ombro com força.

“Ei!” Lily gritou, enquanto ele continuava marchando de volta para a sala comunal. Ela tomaria
nota disso. Por que os meninos tinham que ser tão rudes?

Ela reajustou o vestido, rapidamente. Era uma jardineira azul marinho sobre um suéter creme com
gola pólo. Um pouco mais curto do que ela gostaria, mas estava usando uma boa meia-calça
grossa, e Mary sempre dizia a ela que suas pernas eram sua melhor característica. Potter havia
concordado, e ela o bateu, embora secretamente pensasse nisso o tempo todo.

A ruiva desceu os degraus lentamente, sentindo o cheiro de pinho, laranja e cravo. Natal em
Hogwarts era maravilhoso, e pensar que esse seria o último! Se lembrou do primeiro dia, cruzando
o lago no pequeno barco a remo com Severus, sentada no Salão Principal e apenas olhando para
tudo. Magia nunca parou de surpreendê-la. Se pudesse, ela nunca iria embora.

Lily teve algumas conversas com McGonagall, no início daquele ano, sobre o que era necessário
para se tornar uma professora em Hogwarts. Minerva havia sido gentil, mas sugeriu que tentasse
um emprego fora da escola primeiro para obter alguma 'experiência de vida'. Muito justo, supôs
Lily. Ela sabia muito pouco sobre o mundo mágico, na verdade. Além disso, a única coisa que acha
que fosse boa o suficiente para ensinar, seria Poções, e Slughorn não parecia estar pronto para se
aposentar tão cedo. Talvez um emprego em um boticário. Seu gentil professor de Poções
mencionou que possuía vários contatos nessa área, se ela estivesse interessada.

Fez uma anotação para falar com James sobre isso, algum dia. Ela valorizava a opinião dele, nesse
tipo de coisa - e afinal, seu avô havia sido um famoso mestre de poções.

"Oh, oi, Lily!" Mary estava saindo de um dos banheiros das meninas pela grande entrada. A
morena parecia uma modelo saída da revista Jackie. Mary amava os dias sem uniformes.

"Oi!" Lily sorriu, “Devemos ter saído da Torre quase na mesma hora. Vai encontrar a Marlene?”

“Sim, pensei em ir já que estava no caminho. Vai encontrar Potter? "

"Yep."

Elas caminharam juntos, de braços dados, aconchegando-se uma na outra enquanto saíam no ar frio
do inverno. Mary cheirava a mulher adulta com perfume que um menino comprara para ela no
último dia dos namorados. Lily gostaria de ter tanta confiança.

“Como está o Potter? Até onde vocês já foram? Strip total?”

"Ah meu Deus, Mary ..."


"O que?!" Ela deu uma risadinha, brincalhona, “Eu só estou curiosa. Nunca estive com James. Nem
mesmo um beijo.”

"Que bom." Lily revirou os olhos.

“Dois de quatro não é ruim. Nunca quis ficar com Peter, pobrezinho.”

"Mm, ainda não tenho certeza se acredito em você e Remus..."

"Pergunte a ele." Ela deu de ombros, confiante. “O que vocês dois vão fazer, depois disso? Ficar
aninhadinhos no sofá de sempre?”

“Eu preciso contar que ele não poderá vir para casa comigo no Natal,” Lily mordeu o lábio,
franzindo a testa. Elas haviam chegado ao campo agora, e os jogadores estavam pousando, pelo que
parecia. Acenaram para Peter, sentado na arquibancada. “Tuney não quer - o namorado dela vai
passar conosco, então suponho que não seja justo ...”

"Ugh, maldita Petúnia." Mary resmungou: “Aquele namorado pescoçudo dela pode ser grande,
mas ele não ocupa muito espaço. Você deveria ver o nosso apartamento no dia de Natal - quinze de
nós em volta da mesa, isso que é um jantar tranquilo.”

“Sim, mas eu não quero chatear ela ...” Lily estava distraída agora, observando a descida de
James. Deus, ele era fantástico na vassoura. Ela sentiu um rubor quente começar em seu pescoço,
subindo em direção às suas bochechas. Na noite anterior, eles foram um pouco mais longe do que o
normal, e ele havia colocado sua mão por baixo do elástico do sutiã. Ela suspirou, e ele também,
enquanto murmurava contra seus lábios - ah Lily, ah, tão linda ... a ruiva praticamente se dissolveu
em uma poça.

“De qualquer forma”, Mary estava dizendo, “Você está completamente maluca pelo garoto. Tudo é
justo no amor e na guerra, não é? "

"Mm..." Lily murmurou, sem realmente ouvir.

***

Marlene - A Vadia

Some people think little girls should be seen and not heard
But I say...
Oh Bondage! Up yours!
Bind me, tie me Prenda-me, amarre-me
Chain me to the wall Acorrente-me na parede,
I wanna be a slave to you all eu quero ser uma escrava a todos vocês
Oh bondage, up yours! Ah sujeição! Vá se foder!
Oh bondage, no more! Ah sujeição! Não mais!
Oh bondage, up yours! Ah sujeição! Vá se foder!
Oh bondage, no more! Ah sujeição! Não mais!

- ‘Oh Bondage! Up Yours', X ray Spec


Marlene deu uma volta rápida ao redor do campo de quadribol enquanto James treinava a nova
artilheira, Eriksson. Ela era um lixo, mas o melhor que haviam conseguido em um curto período de
tempo. Ah, bem, Marlene pensou consigo mesma, eles ganharam a taça todos os anos desde que ela
entrara no time, não importava se perdessem este ano.

Voou o mais rápido que conseguia, sentindo o vento em seu rosto, assobiando em seus ouvidos,
vendo as arquibancadas abaixo. A loira agarrou seu bastão e fez alguns movimentos de prática. Ela
sentiria muita falta de bater nas coisas, uma vez que as aulas terminassem.

Estava nervosa; era só energia, ela disse a si mesma. Assim que Marlene pensou nisso, o coração
começou a bater forte, seu estômago embrulhou e teve que diminuir a velocidade e voar mais baixo
para parar de balançar. Ufa. Não se sentia assim há algum tempo. A menina sorria e se permitia ser
feliz. Se permitia sentir a felicidade, desinibida e sem vergonha ou constrangimento.

James apitou e ela pousou rapidamente, ansiosa para um banho. Podia ver Lily e Mary esperando
por ela - bem, Lily provavelmente estava esperando por James – e ela queria evita-las por mais um
pouco.

"Tudo bem, McKinnon?" Yaz gritou para ela perto dos vestiários "Se divertindo aí em cima?"

Marlene revirou os olhos e fingiu ignorá-la. Ela estava com calor devido ao exercício, então seu
rosto já estava vermelho - uma camuflagem útil. A loira correu para um cubículo de chuveiro
rapidamente, querendo pegar aquele que havia o melhor controle de temperatura na outra
extremidade.

"Ooh sua vadia!" Yaz falou do próximo cubículo enquanto Marlene se despia. "Deveria estar na
Sonserina!"

“Demorou, perdeu, Patel!” Marlene gritou de volta, sorrindo para si mesma. Ela girou o registro até
a temperatura perfeita - não muito quente, mas boa o suficiente para fazer nuvens de vapor subirem
ao redor do chuveiro. Então entrou debaixo da água, "Aah!" ela comemorou, para irritar Yaz ainda
mais, "Exatamente como eu gosto!"

Houve silêncio por um momento, e então, baixo - de modo que apenas as duas pudessem ouvir -

"Atrevida, Marlene."

McKinnon inclinou a cabeça para trás para encharcar o cabelo e mordeu o lábio. Esse havia sido o
sinal mais claro até agora. As borboletas voltaram ao seu estômago.

Yaz havia se juntado ao time de quadribol neste semestre - ela era uma Grifinória do sexto ano
com quem Marlene havia falado apenas uma ou duas vezes antes. Porém, desde setembro, quando
a outra se tornou a nova artilheira, as duas se encontravam bastate. Yaz era brilhante, atlética e
tática, a combinação perfeita, equilibrada e em forma. No início, Marlene havia apreciado sua
habilidade. Então, depois de ter o coração partido durante o verão, Yaz se tornou uma distração
agradável.

Mary nunca iria acontecer. Marlene havia aceitado isso há muito tempo. Ou ela pensara que
havia. Depois da revelação surpreendente de Remus naquela primeira noite na Cornualha, a tensão
se tornou quase insuportável para Marlene, e ela contou tudo para sua melhor amiga em uma
torrente de lágrimas e beijos ansiosos. Assim que se acalmou, Mary a abraçou com força e
acariciou seus cabelos como uma mãe, enquanto gentilmente a largava. Não é o que sinto por
você. Eu te amo. Mas não assim. Depois de quatro anos adorando sua amiga, sua vivaz, linda e
irritante amiga, Marlene lidou a rejeição pior do que esperava.
Ela tentou não descontar em Mary, que nunca a havia enganado, nunca fizera nada que não deveria,
nada de propósito. Mesmo assim, foi difícil. McKinnon se sentiu péssima; que tipo de pessoa
horrível ela seria se ficasse com raiva de sua melhor amiga por algo que nenhuma das duas
poderiam controlar? Que tipo de vadia sem coração ela seria?

Então, quando Yaz flertou pela primeira vez - sim, Marlene tinha certeza de que estava flertando
agora - ela ficou relutante em responder. Cometer o mesmo erro terrível duas vezes seria mais do
que poderia suportar. Então ela esperou e foi amigável, mas não muito amigável. Cada piscadela da
outra garota era recebida com um sorriso brilhante. Cada comentário tímido com uma risadinha
inocente. Mas agora ela tinha certeza.

As borboletas bateram as asas novamente e foi bom. Emocionante. Começar algo novo. Depois do
verão, pensou que nunca poderia ter aquela sensação novamente - as chances pareciam tão
impossivelmente empilhadas contra ela. Enquanto Marlene lavava o cabelo, por algum motivo, ela
pensou em Remus. Algumas vezes, ultimamente, havia pensado em falar com ele. Se sentiu
culpada; Remus sempre foi uma figura problemática, tão corajoso e forte e, ainda assim, por algum
motivo, tão reprimido e bloqueado. Explodindo com emoções, mas aparentemente incapaz de
expressar qualquer uma delas. E agora todos eles sabiam por quê, sentia tanta pena dele. Queria
dizer algo no caminho de volta das aulas de cura, que era a única vez que eles ficavam
sozinhos. Ela esperaria por um corredor vazio, viraria para ele, e diria bem baixo “Eu também,
Remus. Você não está sozinho.”

Mas não o fez, e o tempo estava se esgotando. Em breve, nada disso importaria mais; a escola
acabaria e eles começariam suas vidas, as coisas infantis seriam deixadas de lado. Marlene lia os
jornais. Sabia o que estava por vir e que não haveria mais tempo para problemas egoístas.

“Ei, McKinnon,” a voz suave e cantante de Yaz chamou por cima dos chuveiros sibilantes. “Eu
estou com um machucado, você pode dar uma olhada? Ouvi dizer que você é a aprendiz estrela de
Pomfrey .."

“Hum ... ok, posso olhar, só um minuto—” Marlene desligou o chuveiro rapidamente e torceu o
cabelo. Ela era péssima em usar feitiços para secar, então teria que enfia-lo sob seu gorro de lã.

Houve uma batida na porta de seu cubículo. McKinnon se enrolou em uma toalha com pressa e
destrancou a porta, as mãos tremendo um pouco. Yaz também estava de toalha, seus longos cabelos
escuros como uma corda de veludo preto sobre um ombro, olhos negros brilhando como galáxias
gêmeas, cheios de provocação e travessura. Marlene teve que lutar para não morder o lábio
novamente.

"Mm." Yaz sorriu, entrando e fechando a porta atrás de si, "Está bom e quente aqui."

"Onde está o ... o ... machucado?" Marlene respirou fundo, observando o vapor se assentar nos
ombros marrons e quentes de Yaz e rolar em riachos, encharcando a toalha fina.

"O que você vai fazer depois?" A outra perguntou, ainda sorrindo "Quer dar uma volta?"

"Er ... minha amiga Mary está lá fora ..."

Yaz encolheu os ombros,

“Você a vê o tempo todo. Venha dar uma volta comigo.”

“Hum. sim. Ok." Oh uau. Agora que estava acontecendo, ela não tinha ideia do que fazer. "O...
machucado?"
"Ah, sim", Yaz riu, jogando a cabeça para trás e tocando um dedo na mandíbula, "Bem aqui ..."

Marlene se inclinou para frente para ver, e Yaz virou a cabeça suavemente, pegando-a em um
beijo, bem nos lábios.

Borboletas.

***

Sirius - O Quebra-cabeça

When the day is done

And the sun goes down

And the moonlight’s shining through

Then like a sinner before the gates of heaven

I’ll come crawling home back to you.

- ‘Bat out of Hell’, Meat Loaf

Ele ia contar a James. Assim que soubesse o que dizer.

Puta que pariu, como foi tão fácil para Moony? Deve ser uma das grandes ironias da vida que o
misterioso Moony, indefinível e incompreensível tenha sido capaz de abrir sua alma de forma tão
simples e sem esforço. Porém, isso era o Remus da cabeça aos pés. Esse era empate. Quando
pensava que o havia entendido o suficiente para vê-lo claramente, outra parte se revelava e toda a
imagem se transformava diante de seus olhos. Camada após camada, até perceber que nunca o
conheceu de verdade. Era ao mesmo tempo fascinante e frustrante.

James era o oposto; o que você via era o que você tinha, e Sirius o amava ferozmente por
isso. Porque você sabia onde estava. Ele nunca o enganara ou deixara espaço para mal-
entendidos. Eles nunca haviam brigado, nem em sete anos de amizade e, no que dizia respeito a
Sirius Black, isso era nada menos que milagroso.

Eles 'tinham discussões', é claro. Não era estranho ouvir o tom de repreensão de James, ou mesmo -
muito pior - sua decepção. O quinto ano veio à mente - embora Sirius sempre tentasse esquecer
disso assim que se lembrava. A questão é que James Potter e Sirius Black quase sempre estavam
em perfeita harmonia, e tem sido assim desde que se conheceram no Expresso de Hogwarts. James
era sua outra metade. Sua melhor metade, pensando bem. O fato de que algo estava acontecendo na
vida de Sirius que James não estava ciente seria impensável dois anos atrás.

Mas era isso que Moony fazia. Ele simplesmente entrava e virava tudo de cabeça para baixo e
então desaparecia antes que você pudesse recuperar o fôlego. Sirius às vezes sentia como se tivesse
passado os últimos dois anos tentando descobrir qual era o caminho certo. Não que
estivesse reclamando, não que não fosse incrível pra cacete, mas ele seria o primeiro a admitir que
não era bom nesse tipo de coisa. Não era como se ele tivesse algo em que se basear.
Remus era capaz de colocar uma data nisso. Havia sido tão claro para ele; ele sabia o exato
momento em que tudo mudou. Mas Sirius não. Obviamente, deve ter tido um momento, um
segundo em que, de repente, havia se dado conta. Mas nada vinha a mente. Sempre não havia
pensado que Moony era um pouco especial? Não havia sempre querido se aproximar?

O moreno gemeu e enterrou a cabeça no travesseiro ao lado dele. Sim, ele definitivamente tinha
que contar a James.

Estar com Moony era fácil. Dizer a outras pessoas não era.

Ele se levantou e saiu da cama. Um movimento decisivo. Havia pensado nisso o suficiente por um
dia inteiro. Estava ficando muito complicado, era melhor encontrar outra coisa em que
pensar. Sabia por experiência própria que se passasse muito tempo sozinho, sua mente começava a
falar fora de seu controle. Dizendo-lhe coisas que não gostava de ouvir sobre si mesmo. Sobre o
que outras pessoas pensavam dele. Melhor interromper, deixar outra pessoa distraí-lo.

Onde estava Prongs? Quadribol. O que significava que Peter estaria assistindo. Sirius não suportava
sentar-se ao lado de Wormtail nas arquibancadas, observando Potter se divertindo e fingindo que
ambos não estavam loucos de inveja.

De qualquer forma, se o treino acabasse, isso significava que Evans estaria lá para encontrar
James. E Sirius não era tão patético ainda, não a ponto de seguir aqueles dois esperando por uma
migalha de atenção. Bem, isso realmente não lhe deixou outra escolha, com um sorriso malicioso,
decidiu para si mesmo. Moony. Ele foi até a mesa de cabeceira de Remus e puxou o mapa do
Maroto.

Sim, lá estava Prongs, zunindo para frente e para trás no campo oval. Peter na arquibancada,
Marlene contornando o perímetro - provavelmente entediada, pobre garota, os exercícios de James
podiam ser maçantes. Evans e MacDonald pareciam estar juntas, acabando de entrar no terreno
agora. Observou suas bandeirinhas, o progresso constante. A marcação foira ideia de Remus, mas
os delicados pergaminhos com os nomes foram Sirius. Era muito bem feito, produzindo um feito
espetacular de magia - mas a apresentação era tudo. Essa era a diferença entre ele e Remus – entre
a magia deles, pelo menos. Poder bruto versus sutileza espontânea.

Regulus estava nas masmorras. Sirius não pôde deixar de verificar. Era bom saber que ele estava
onde deveria estar. Talvez se estivesse cercado por Sonserinos, não estaria atormentando ninguém,
pela primeira vez. Black sabia que não era da sua conta - que precisava cortar os laços com seu
irmão, que ele era apenas mais um Comensal da Morte agora, apenas outro inimigo. Porém, era
mais difícil do que parecia. Às vezes, quando não tinha mais nada para fazer, espiaria
Regulus. Como aquele dia em Hogsmeade - e havia sido útil, não? Ele salvou Moony e aquele
garoto irritante do sexto ano, completamente por acidente.

Agora, onde estava Moony ...? Sirius examinou o mapa, todos os lugares habituais - a sala de
Feitiços (Sirius nunca conseguia se lembrar quando as sessões de estudo estavam programadas), a
biblioteca, as cozinhas ..., mas não, ele não estava em nenhum desses lugares. O moreno tentou não
ficar muito nervoso enquanto procurava rapidamente por seu amigo - não, em nenhum de seus
esconderijos habituais - e por que Remus estaria se escondendo? Havia algo errado que Sirius não
sabia? Isso sempre foi uma possibilidade. Havia ele deixado a escola novamente, como naquela
vez que foi enfrentar o lobisomem? Ah Merlin, o que diabos o idiota decidiu enfrentar agora?!

Ah. Não. Lá estava ele. Remus Lupin, dizia a bandeirinha, e Sirius teve que rir de si mesmo. Estava
apenas na maldita sala comunal. A poucos metros de distância. Colocou o mapa de volta e se
endireitou. Se olhou no espelho ao sair da sala e descer as escadas.
Eles podiam ficar uma ou duas horas sozinhos, antes do jantar, desde que ninguém aparecesse no
dormitório. Um jogo de gobstones, ou snap, ou apenas ouvir um disco, talvez. Há quanto tempo
eles não tinham espaço para relaxar juntos? Mas é claro, Remus parecia querer fazer qualquer
coisa, menos relaxar atualmente; era estudar, estudar e estudar.

Sirius alcançou o final da escada e olhou em volta, procurando por Remus. A sala comunal estava
quase vazia, apenas um pequeno grupo de alunos do primeiro ano trocando cartas de sapo de
chocolate em um canto, um quinto ano conectado em seus fones de ouvido, a cabeça balançando
descontroladamente no parapeito da janela. E Remus, afundado em sua poltrona favorita, a cabeça
apoiada em um cotovelo dobrado, um livro enorme no colo. Dormindo profundamente, roncando
muito suavemente.

Sirius parou perto dele, com as mãos na cintura, e sorriu. Estudar, estudar e estudar. Ele deveria
estar exausto. Sirius cedeu. Talvez Moony não precisasse de uma hora tentando distrair Sirius de
seus próprios pensamentos. Talvez ele só precisasse de um bom descanso. Black se afastou e
sentou-se no sofá em frente. Pegou um exemplar do Profeta Diário e começou a fazer as palavras
cruzadas, levantando os olhos sempre que possível.

Ele parecia tão diferente, adormecido. Sem seus olhos atentos e vigilantes abertos, o rosto de
Remus se suavizava, fazendo-o parecer mais jovem; mais frágil. Cicatrizes prateadas refletiram a
luz cinza do inverno, o único sinal externo de quão impossivelmente forte ele era. Quão resiliente e
resistente. Sirius lembrava de querer ser Remus, quando pequenos. Os astros do rock que Black
adotou como heróis durante aqueles anos pareciam muito mais com Moony, eles pertenciam
ao seu mundo. Ele era feroz e descolado, ligeiramente selvagem - não aceitava merda de ninguém,
muito menos de adultos. No Largo Grimmauld, nas férias, Sirius pensaria em seu amigo mestiço, se
perguntando o que ele diria quando Walburga o irritasse. Ele não teria medo. Ele não cederia.

E então - não, Sirius nunca poderia ter certeza de um momento específico ou de uma mudança
repentina. Porque talvez sempre pareceu inevitável para ele. Porque, a quem mais Moony poderia
pertencer? Quem mais além de Sirius poderia querê-lo tanto?

O buraco do retrato se abriu atrás dele e uma rajada de ar frio entrou, perturbando o calor da
lareira. Black suspirou, ouvindo os passos familiares de James, e a risada musical de Lily. Ele se
preparou para forçar um sorriso e lançou um último olhar para Remus, dormindo profundamente,
as bochechas rosadas.

"E aí!" James saltou sobre o encosto do sofá, jogando seu eu estúpido e desajeitado ao lado de
Sirius e batendo-o no braço. Sirius bateu de volta,

"Tudo bem? Bom treino?"

Remus acordou, espreguiçando-se, bocejando e sorrindo estupidamente para Lily, que deu um
tapinha na cabeça dele, encostado na cadeira.

"Desculpe, amor", disse ela, suavemente, "Não queria te acordar."

"Não era para eu ter dormido," Ele respondeu, erguendo o livro pesado no outro braço da cadeira e
esfregando as coxas como se estivessem doloridas. Olhou para Sirius e deu-lhe um sorriso rápido e
secreto. O moreno desviou o olhar, timidamente.

Mary e Peter entraram com eles e ficaram parados, um pouco sem jeito. Nada de Marlene. Sirius se
perguntou se elas estavam brigando de novo - Marlene tinha estado muito triste ultimamente, e
quase não estava por perto.
"Vim só deixar meu kit", disse James, acenando para sua grande mochila de quadribol, em uma
pilha no chão. “E depois vou descer para um chá da tarde. Vocês querem vir? "

"Sabe de uma coisa." Peter disse, de repente, olhando para seu jogo de xadrez, em uma prateleira
alta no canto mais distante da sala. “Acho que vou ficar aqui e ver se alguém quer um jogo.”

"Vou descer com você", disse Mary, "Ver se Roman está por perto."

"Eu pensei que vocês dois tivessem se separado?" Lily ergueu uma sobrancelha. Mary deu de
ombros, a mão no quadril. Sirius conhecia aquele olhar muito bem. Mary queria algo e ela iria
conseguir.

“Moony? Padfoot? " James olhou para seus dois amigos. Remus bocejou,

“Nah, desculpe cara. Muita leitura para fazer.”

Sirius ergueu suas palavras cruzadas,

"Estou bem interessado nisso, na verdade."

"Esquisitos." James bufou, antes de se erguer, tão rapidamente quanto se acomodou. "Tudo bem,
me dê cinco minutos, Evans." E caminhou em direção ao dormitório com sua bolsa, assobiando
alegremente.

Cinco minutos se passaram, e todos conversarvam ao redor deles, antes de seguirem em suas
diferentes direções, acenando adeus e finalmente deixando a cena tão pacífica quanto a haviam
encontrado. Sirius e Remus não se moveram, apenas fingiram olhar para o livro e palavras
cruzadas, dois amigos, contentes na companhia um do outro.

Sozinhos, ergueram os olhos. Os de Remus queimavam tanto, estavam tão cheios de cada segredo
sombrio, de cada momento privado. Sirius engoliu seco, emocionado e atônito. Remus sorriu, e a
força disso era o suficiente para nocautea-lo.

"Tudo bem?" Perguntou, suavemente.

"Sim." Sirius sussurrou de volta.


Capítulo 124: Sétimo ano: Natal Parte 1
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Em uma infeliz reviravolta do destino, a lua cheia de dezembro de 1977 caiu no dia de Natal.
Todos os marotos concordaram em ficar em Hogwarts até o fim, com um plano de viajar de volta
para os Potter no Boxing Day. Lily fez todos eles prometerem que se encontrariam o mais rápido
possível no Beco Diagonal.

"É o único lugar no qual meus pais me deixam ir sozinha," ela explicou a Remus, "Eu queria ir
para os Potter também, mas eles são protetores e ainda não conheceram James."

"Por que não convidar James para sua casa?" Remus sugeriu. Lily mordeu o lábio e encolheu os
ombros.

“É um pouco complicado. Talvez para as férias da Páscoa.”

Foi um Natal desanimado, na verdade. James estava com saudades de Lily. Peter obviamente
desejava estar em casa, não preso na escola. Sirius ficava ansioso e nervoso sempre que ele e
Remus estavam no mesmo quarto com outra pessoa, e o próprio Remus estava mal-humorado e
irritado, esperando a lua chegar.

Eles também não fizeram nada muito natalino, a não ser descer para almoçar com os outros alunos
que haviam ficado. Haviam prometido à Sra. Potter não trocar presentes até que estivessem todos
juntos.

"Eu me sinto horrível." Remus suspirou, enquanto enrolava o cachecol em volta do pescoço,
pronto para começar a se dirigir à Casa à frente de seus amigos. “Vocês deveriam estar em casa. Eu
poderia ter ficado sozinho - ou usado seu sótão novamente, Prongs. ”

"Não seja bobo", James balançou a cabeça corajosamente, "Eu sei o quão ruim é para você no
sótão, amarrado daquele jeito. A Casa é o melhor lugar - pelo menos podemos todos correr um
pouco.”

E ele estava certo, é claro. Todos precisavam de uma boa corrida e, pela manhã, Remus acordou e
olhou para os rostos rosados e sorridentes de seus amigos, e sabia que todos se sentiam muito
melhores.

Não poderiam sair imediatamente, é claro, Madame Pomfrey não permitiria. A Lupin foi prescrita
sua manhã normal de sono, e ele esperava que os outros marotos estivessem aproveitando a
oportunidade para fazer o mesmo.

Quando acordou na enfermaria, Sirius estava sentado na cadeira ao seu lado, sorrindo, com duas
malas a seus pés.
"Estarei pronto quando você estiver!" Ele disse alegre, e Remus sentiu uma pontada de culpa
novamente. Sirius precisava voltar para casa, para os Potter, tanto quanto James.

"Você fez as malas para mim?" Remus se sentou, piscando, "Caramba."

"Claro que não," Black bufou, "Prongs quem fez. Porém, eu me certifiquei de que ele guardasse o
livro da sua mesa de cabeceira. "

Lupin abriu a boca para falar, mas o moreno levantou a mão, “E aquele debaixo do seu travesseiro.
Não se preocupe, Moony, nada passa por mim. "

"Obrigada" Remus sorriu. "Deixe-me me vestir, então ..."

"Tem certeza que você vai ficar bem para usar o pó de flu?" Sirius perguntou, enquanto Remus
saía da cama, seus pés descalços pousando nas pedras frias. Ele se sentia um pouco fraco e tonto,
mas não pior do que o normal. Assentiu,

"Sim. Já aparatei uma vez depois da lua cheia, lembra? "

"Ok. Mas você deveria dizer, se não estiver se sentindo bem. "

"Eu irei. Passe minha calça jeans, por favor? "

Sirius obedeceu. Remus se vestiu lentamente, checando seu corpo a cada movimento, certificando-
se de que tudo estava funcionando como deveria. Ele estava morrendo de fome, mas disposto a
esperar pela comida da Sra. Potter. "Onde estão os outros?" Perguntou, agora curvando-se para
amarrar os cadarços.

"Sala comunal," O moreno respondeu e ergueu seu espelho compacto de prata, "Tenho que avisar
ao Prongs quando estivermos a caminho do escritório de McGonagall, eles nos encontrarão."

"Excelente." Remus acenou com a cabeça. Ele parou por um momento, tonto de novo, e fingiu estar
apenas se espreguiçando.

"Moony?"

"Mmm ...?" Remus começou a colocar seu segundo sapato, concentrando-se muito.

"Vou contar ao Prongs no Natal."

"O que?!" Ele se levantou tão de repente que teve que agarrar o braço de Sirius para parar de
cambalear. Sua cabeça girou e teve de piscar algumas vezes enquanto o equilíbrio se restaurava.
"Contar ao ... Prongs?"

"Sim." Sirius parecia muito pálido, seus olhos grandes, "Se estiver tudo bem para você? Acho que
seria melhor.”

"É claro. Sim. Quero dizer. Uau. Porque agora?"

Black encolheu os ombros,

"Alguém tem que ceder. E eu sou louco por você."

O rosto de Remus ficou quente e ele desviou o olhar, cutucando o dedo do pé de Sirius com o seu,

"Fique quieto."
"Nunca." Sirius colocou a língua para fora. "Então está tudo bem?"

"Sim. Claro que sim. Você vai me contar ... quando acontecer?"

"Com certeza. Eu quero escolher a hora certa.”

"Ok."

"Eu vou buscar Pomfrey agora, certo?"

"Obrigada." E com isso, Sirius ficou de pé e desapareceu atrás da cortina. Remus ficou parado por
alguns minutos, atordoado. Bem. As pessoas sempre poderiam te surpreender.

***

A tarde do Boxing Day nos Potters foi uma mudança de ritmo bem-vinda. Euphemia queria saber
tudo sobre Lily, e Fleamont queria saber como a nova formação de quadribol da Grifinória estava
funcionando. Isso levou a uma discussão muito longa e complexa entre Peter, Sirius, James e seu
pai, enquanto eles reclamaram do pobre novo apanhador - algo Eriksson - e se preocupavam se este
seria ou não o fim da sequência de seis anos de vitórias do time.

No final, Remus e Euphemia os deixaram e foram para a cozinha ajudar Gully a lavar a louça. A
Sra. Potter puxou uma cadeira para perto da pia e disse,

“Apenas sente aí, meu amor, e você pode secar. Não quero que fique em pé a noite toda, ou nunca
vai se levantar amanhã. E parece que os meninos planejaram muitas coisas.”

Eles trabalharam em um silêncio amigável por um tempo, Remus praticou vários feitiços de
secagem antes de desistir e apenas usar um pano de prato. Talvez nunca fosse ficar bom em
encantamentos domésticos.

"Vem com a prática", sorriu Euphemia. Seu rosto estava suave a luz e, embora parecesse cansada e
mais velha do que Remus se lembrava, ela parecia contente e relaxada. Exatamente como uma mãe
deveria parecer em sua mente.

"Sra. Potter?"

"Sim, querido?"

"Você conheceu meu pai, não é?"

“Lyall? Um pouco, mas não muito bem. Monty o conhecia melhor, eles se cruzaram no Ministério
uma ou duas vezes ... e eu acredito que ambos gostavam de algumas cervejas de sexta à noite no
Caldeirão Furado - ela estalou a língua indulgentemente.

"E quanto a Hope?"

Euphemia encostou o prato que estava prestes a entrega-lo e o olhou. O menino engoliu em seco,
“Hope Lupin? Minha mãe. Ela era uma trouxa. "

"Sim, eu sei, querido. Eu só a encontrei uma vez.”


"Mas você a conheceu." Ele olhou para a mãe de James, maravilhado. Por que isso nunca ocorreu a
ele antes? Ela tirou o avental amarelo brilhante e se sentou na cadeira ao seu lado.

“Fomos apenas apresentadas. Estávamos ambas grávidas na época, fora a única razão de que me
lembro. Ela era muito mais jovem do que eu, e - como disse - uma trouxa. Nós vivíamos em
círculos sociais diferentes, eu suponho. Lyall era um homem muito reservado.”

"Como ela era?!" Remus perguntou, desesperado, "Ela era ... legal?"

"Ah, Remus," Euphemia estendeu a mão e pegou a dele, que estava fria com a louça e parecia um
pouco familiar demais. Ele não queria aborrecê-la, então a deixou fazer isso. “Ela era muito
simpática, pelo que me lembro. Coisinha tímida, cabelo loiro e um sorriso adorável. Muito
pequena, lembro-me de ter pensado - embora, perto de Lyall, qualquer um parecesse pequeno. Não
me lembro qual foi a ocasião, mas ambas estávamos enormes - lembro-me dela me dizendo que
daria à luz em março. Eu disse a ela para entrar em contato se precisasse de alguma coisa, mas
temo que ela nunca o fez. Talvez não soubesse como. "

Remus olhou para baixo. Se ele tivesse saído de sua infância intocado, talvez, com o tempo, sua
mãe pudesse ter feito mais amigos. Talvez tivesse feito amizade com a Sra. Potter, e talvez todos
eles pudessem ter passado o Natal juntos.

"Recebi uma carta," disse lentamente. “Quando eu fiz dezessete. Ela, Hope, escreveu antes de me
entregar para o Lar. Ela disse... ela disse que eu poderia tentar encontrá-la. "

“É isso que você gostaria?”

"Não sei. Talvez ela tenha mudado de ideia depois de todo esse tempo. "

"Remus." Euphemia disse, muito ferozmente: "Posso prometer que ela não mudou de ideia. Se
você quiser procurar sua mãe, é só me dizer. Monty pode fazer isso em um instante. ”

Remus ergueu os olhos finalmente, e sorriu.

"Obrigado."

Ele foi para a cama cedo e foi acordado por Sirius, se esgueirando para debaixo de suas cobertas. A
casa estava silenciosa e estava muito escura.

"Desculpe," Black sussurrou, cheirando levemente a conhaque e com o corpo quente enquanto
passava os braços em volta de Remus, "Não queria te acordar."

"Sim, você queria." Murmurou, sonolento. "Ainda não disse ao Prongs, então?"

"Nah," Sirius balançou a cabeça contra seu braço, enterrando o rosto sob o edredom, "Eu pensei
amanhã. Depois do Beco Diagonal, antes do jantar.”

"OK." Remus suspirou, fechando os olhos e voltando a dormir. Pouco antes de adormecer, ele
sussurrou: “É melhor colocar um alarme ou alguma coisa então, para que você possa voltar para
sua própria cama, antes...” Mas não. Sirius já havia adormecido profundamente.

***
Terça-feira, 27 de dezembro de 1977

"VAMOS! VAMOS! SE APRESSE!" James estava gritando da escada enquanto Remus procurava
por seu gorro de lã.

"Acalme-se seu lunático, estamos quase prontos!" Sirius gritou de volta, de onde estava se
checando no espelho de corpo inteiro.

"Não gritem dentro de casa, meninos!" Euphemia gritou da cozinha.

“Não consegui encontrar. Você guardou? " Remus bufou, pendurado na moldura da porta.

“Eu te disse, eu deixei as malas para o Prongs fazer. EI, PRONGS! VOCÊ ESQUECEU O
GORRO DE MOONY, SEU BASTARDO! "

“EU PEDI PARA VOCÊ ME AJUDAR!” James gritou de volta "VOCÊ DISSE QUE EU TINHA
TUDO SOB CONTROLE!"

“EU ACHEI QUE VOCÊ TINHA!”

"DESCULPE, MOONY!"

“ESTÁ OK, PRONGS!” Remus se juntou, um pouco envergonhado. "Eu vou sem." disse "Não está
tão frio."

"Pegue o meu," Sirius deu de ombros, jogando a cabeça de novo, ainda se olhando no espelho, "Eu
não quero bagunçar meu cabelo, de qualquer maneira," Accio gorro. "

O gorro de lã vermelho de Sirius, com o brasão de um leão da Grifinória, saiu disparado da lixeira
que ele chamava de quarto, e Remus o agarrou no ar e o colocou em sua cabeça.

"Ok. Vamos!"

"Finalmente!" James os encontrou no final da escada, onde já estava esperando há meia hora.

“Onde está o Wormtail?”

“Mandou uma coruja, não estava a fim de ir, aparentemente. Mal-humorado idiota.”

"Sim, bem, pela primeira vez, não o culpo por não querer ir de flu para Londres em um dia de
inverno só para ver você e Evans se beijando." Sirius brincou.

“Isso não é tudo o que fazemos!” As orelhas de James ficaram vermelhas. "De qualquer forma, se
isso for verdade, por que você e Moony estão vindo?"

“Eu quero alguns livros novos e ele é um voyeur.” Remus encolheu os ombros. "Vamos andando?"

Lupin lembrou-se de manter os olhos e a boca fechados dessa vez, e gostou de pensar que chegou à
lareira do Caldeirão Furado com alguma dignidade, mesmo que tivesse tropeçado na grade de ferro
fundido. Felizmente, tropeçou direto nos braços de Lily, já que a ruiva os esperava ansiosamente.

“Ufa!” Ela disse, cambaleando, mas se mantendo em pé. "Oi, Remus!"

"Oi", ele riu, recuperando o equilíbrio, "Meu herói!"


"Tarde demais, Prongs," Sirius disse, limpando-se, enquanto passava habilmente sobre a grade,
"Você já a perdeu para um homem melhor."

“Era inevitável, suponho.” James sorriu, seguindo-o para fora. Lily largou Remus imediatamente e
se jogou em James, que parecia emocionado até os ossos.

Eles conseguiram encontrar uma mesa para se sentar no pub lotado e pediram quatro cervejas
amanteigadas.

"Está cheio, não?" Remus disse, levantando a voz por cima do barulho enquanto abria caminho
entre a multidão de clientes com as bebidas.

"São as vendas", disse Lily, casualmente, "Oxford Street está tão ruim quanto, eu estive lá com
mamãe esta manhã."

"Alguém aqui que conhecemos?" Sirius perguntou, levantando a cabeça para olhar para os rostos.

“Um ... acho que não ... Ooh, er, eu vi Frank, mais cedo - você se lembra de Frank Longbottom?
Ele foi monitor-chefe em nosso primeiro ano.” Lily disse, antes de abaixar a cabeça e se concentrar
em sua bebida - e na mão de James, que estava em seu quadril, serpenteando lentamente por baixo
de seu suéter de lã verde.

Assim que terminaram as bebidas, todos estavam ansiosos para sair do bar barulhento e
superaquecido, e tomar ar fresco. A rua, entretanto, estava igualmente lotada. Pareceu a Remus que
toda a população bruxa da Grã-Bretanha devia estar amontoada nessas pequenas ruas tortuosas,
todos envoltos em pesadas vestes de inverno, carregando sacolas, cestos e caixas, desejando
alegremente um ao outro feliz Natal, ou então rudemente os empurrando para chegar à loja que
queriam.

“Tentem ficar juntos!” James disse por cima do ombro para Sirius e Remus, antes de desaparecer
prontamente na multidão com Lily.

"Vamos apenas fazer nossas compras e encontrá-los mais tarde," Black bufou, irritado. "Você disse
que queria livros?"

"Sim," Remus assentiu, distraído. "Você consegue sentir esse cheiro?"

"Cheiro de quê?" O moreno perguntou, puxando o manto de Remus na direção da Floreios e


Borrões. Ele o seguiu, mas cheirou o ar novamente. O problema era que era tão difícil descrever
um cheiro - até mesmo para Sirius, cujos próprios atributos caninos às vezes apareciam mesmo
quando ele estava na forma humana.

"Eu não sei." Ele disse, sem muita convicção “Só cheira diferente da última vez. A mágica.
Provavelmente são todas essas pessoas.”

"Você pode sentir o cheiro de magia?!"

"Ah. Sim eu posso."

"Puta merda."

A livraria estava uma loucura, mas Remus não se importou. Ele teria se contentado em vagar pelas
prateleiras o dia todo, fileira por fileira, vasculhando, lendo sinopses e acariciando capas. Estava
tendo a melhor tarde que teve em anos, até que foi interrompido.
"Ora, ora. Olha quem é.” Lupin ergueu os olhos e viu Snape parado a apenas alguns metros de
distância. Ele cheirava a prata, então Remus ficou para trás.

"O que você quer, Snivellus?" Resmungou, fingindo não estar preocupado, voltando ao livro que
estava olhando.

“Você e seu pequeno bando de delinquentes podem pensar que são os donos da escola, Loony
Lupin,” Severus resmungou, “Mas você não tem nenhum direito sobre o Beco Diagonal. Posso
fazer compras onde quiser.”

"Bem, caia fora e vá fazer compras, então. " Remus deu de ombros, se virando. Estava começando
a se sentir mal, só queria que Snape e tudo o que ele estivesse escondendo sob suas vestes
desaparecessem.

"Você está no meu caminho." O sonserino estreitou seus olhos negros e frios. Ele começou a
avançar em sua direção, alcançando por cima de si, um livro sobre poções. As mãos de Remus
começaram a tremer, então ele largou o livro e se afastou, enfiando-as nos bolsos. Onde estava
Sirius?

"Está se sentindo bem, Loony?" Snape sorriu maliciosamente.

"O que você está fazendo com tanta prata em você, sua aberração?" Remus engasgou, recostando-
se na estante atrás dele, seus olhos lacrimejando.

“Não há tal coisa como ser cuidadoso demais.” Snape ronronou. "Há todos os tipos 'por aqui."

"Tudo bem aí, Snivellus?" A voz de Sirius veio logo atrás deles. Lupin suspirou de alívio quando
Snape recuou, parecendo ter sido pego roubando. Sirius saiu de trás da estante com os braços
cruzados, “Se perdeu no caminho para a Travessa do Tranco, não foi? Ou apenas está na cidade
para a sua lavagem anual de cabelo?”

"Vai se foder, Black."

"Ah, por favor, depois de você," Sirius fez uma reverência ampla, permitindo que Severus se
afastasse, resmungando sombriamente para si mesmo. Remus riu fracamente.

"Obrigado", disse ele.

"Você está bem?"

Hm. Melhor não o fazer se preocupar sobre a prata. Provavelmente era apenas Snape sendo
ridículo como sempre.

"Sim, tudo bem." Remus sorriu. "Vamos, vamos lá encontrar os outros, certo?"

“Você não quer comprar seus livros?”

“Nah,” Balançou a cabeça, “Eu só queria anotar os nomes, ver se Pince os encomenda para a
biblioteca da escola para mim. É grátis, assim.”

"Justo. Vamos então, está uma loucura aqui. "

Eles tiveram de empurrar várias pessoas pela maior parte do caminho para fora e, assim que
saíram, Remus precisou parar para respirar, tendo que se encostar na parede do beco ao lado da
loja.
“Tem certeza de que está bem?!” Sirius perguntou, puxando uma mecha de seu longo cabelo,
ansiosamente.

"Sim!" Remus respirou, assentindo novamente. A sensação doentia estava diminuindo agora, ele só
precisava de um minuto. “Apenas a lua, provavelmente. Ainda estou cansado."

"O que Snivellus queria?"

"Ah, a bobagem de sempre," Franziu o rosto, "Não acho que ele pretendia esbarrar em mim. O que
é a Travessa do Tranco? ”

"Lá," Sirius acenou com a cabeça para outro lado da rua na direção de outro beco, um pouco mais
largo do que aquele em que estavam, que claramente levava a mais lojas. “É onde os tipos mais
perversos se encontram. Bruxos das trevas, banshees disfarçados, vampiros. Esse tipo de coisas."

"Ah." E lobisomens. Remus soube disso instantaneamente. Havia um cheiro muito fraco, agora que
sabia aonde procurar. Alguém esteve lá recentemente. Não Livia.

“O pai de James estava me dizendo que eles estão planejando uma incursão em algumas das lojas
de lá no Ano Novo - acha que eles estão estocando suprimentos ilegais. Aposto qualquer coisa, é
para onde o Snivellus escapuliu. "

Remus olhou para a Travessa do Tranco por um tempo, enquanto recuperava o fôlego. Qualquer
que fosse o estranho cheiro, estava vindo de lá. Já havia cheirado algo parecido antes; em Moody.
Magia Negra - queimada nas bordas, carne carbonizada. Ele estremeceu.

“Vamos para a Artigos de qualidade para quadribol?” Sugeriu “Se James estiver em algum lugar,
ele estará lá”,

"Boa sugestão!" Sirius acenou com a cabeça, "Vamos então."

Eles deixaram o beco sombrio e saíram para o forte sol de inverno. Não havia nevado este ano,
mas ainda estava muito frio e o céu estava claro, tornando o ar fresco com energia. Enquanto
cruzavam a estrada, passando lentamente pelo bando de bruxas fazendo compras com seus filhos,
bruxos apenas passando o tempo e elfos domésticos fazendo tarefas para seus mestres, a energia
pareceu mudar, ligeiramente. O que fez os pelos do pescoço de Remus se arrepiarem, como a
chegada de um predador. Ele ficou tenso e olhou em volta. Avistou Lily e James olhando para a
última vassoura na janela da Artigos de Qualidade para Quadribol. Estava prestes a se virar e
chamar a atenção de Sirius, quando aconteceu.

BANG

A frente do Caldeirão Furado explodiu em uma nuvem de fumaça espessa, vermelho sangue,
tijolos, madeira e vidro voando para a rua. Houve apenas um microssegundo de silêncio atordoado
antes dos gritos começarem, lamentos de dor, terror e choque. O caos ao redor deles parecia
expandir e contrair, como uma onda se quebrando.

CRACK CRACK CRACK, as pessoas estavam aparatando ao redor - muitos estavam saindo, mas
alguns estavam chegando também. Esses eram os que faziam algo dentro de Remus querer
começar a rosnar.
BANG

Outra loja, mais adiante na rua explodiu também, depois outra, e ...

"Abaixe-se!" O corpo inteiro de Sirius derrubou Remus no chão, e os dois cobriram os rostos
enquanto a Artigos de Qualidade para Quadribol virava fumaça.
Capítulo 125: Sétimo ano: Natal Parte 2
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

O chão tremeu e Remus fechou os olhos com força, de barriga para baixo nos paralelepípedos.
Tudo depois daquele momento - vendo os rostos de Lily e James se virarem, antes do prédio na
frente deles explodir - tudo depois disso fez tão pouco sentido. Fora muito lento ou muito rápido, e
Remus descobriu que não reagiu da sua maneira normal - ele estava fraco, assustado e sua
compreensão confusa. Se sentiu atordoado.

Eles ergueram a cabeça - ele e Sirius - muito tempo depois de tudo ficar quieto, quando as pessoas
ao redor deles já estavam de pé e gritavam ou choravam. Definitivamente, alguém estava
chorando, uma mulher. Isso parecia o mais alto de tudo. E alguém ria também, uma gargalhada
fina e afiada à distância, pura alegria.

O Beco Diagonal parecia ser consequência dos destroços de uma bomba. As lojas destruídas eram
como dentes quebrados em uma boca aberta; estranhas manchas azuis de céu onde alguma outra
coisa deveria estar. Era difícil ver muito no nível do chão, mas eles semicerraram os olhos em meio
à poeira que se assentava na rua em direção a Gringotes, de onde a maior parte do barulho parecia
vir.

"Vocês dois!" Uma mulher sibilou, vindo em direção a eles por trás, mexendo nos escombros, sua
varinha erguida, “Para trás! Atrás de mim!" Ela seguiu em frente. Suas vestes eram castanho-
avermelhadas, o uniforme de um auror.

"James!" Sirius engasgou, sua voz estranha e estrangulada de terror. Ele se levantou com
dificuldade, as vestes empoeiradas e os cabelos cheios de fuligem. Ele meio correu, meio tropeçou,
em direção ao buraco no céu onde a loja de suprimentos para quadribol ficava, minutos antes.

"Sirius, não..." Remus tossiu, fraco, seguindo-o, sentindo-se estúpido e pesado.

"James!?" Sirius estava gritando, mas muitas pessoas estavam gritando.

"Sirius!" Remus tossiu de novo, se esforçando para acompanhar, mas havia machucado o quadril
quando atingiu o chão e seus ouvidos ainda zumbiam, seus olhos estavam começando a ficar
embaçados enquanto ele enxugava as lágrimas com os pulsos empoeirados. "Sirius-"

“FORA SANGUES RUINS!”

Remus caiu de joelhos, cobrindo as orelhas, e ele não era o único. A voz parecia estar bem atrás
dele - dentro de sua cabeça, estava em toda parte. A multidão ficou em silêncio finalmente,
enquanto todos olhavam em volta, piscando, procurando o dono daquela voz horrível e insidiosa.

O que quer que estivesse acontecendo, estava acontecendo mais longe - Remus podia sentir o
cheiro de magia agora, e ver raios de luz disparando através da nuvem de poeira ao redor de
Gringotes. Ele podia sentir o cheiro de Moody e ... Ferox? Talvez fosse ele. E os Comensais da
Morte. Alguns deles ele reconheceu, outros não - mas estavam lá, e havia muitos deles. Onde
estava Sirius? As ruínas da loja que estava diante deles ainda sangrava fumaça, e Sirius havia
entrado direto nela, o idiota.

Cerrando os dentes e sem um pouco de dor, Remus se levantou novamente. Tinha que encontrá-los.

Os gritos da batalha estavam ficando mais altos, mais desesperados; a mulher que ordenou que ele
e Sirius voltassem reapareceu, e a consciência de Remus lhe dizia que deveria ir e ajudar. Mas
James, Lily e Sirius ...

"Morsmorde!" A mesma voz falou, perto e longe.

A fumaça que enchia a rua parecia se contorcer e escurecer, expandindo-se e girando para cima
para formar uma cobra enorme enroscada com uma caveira negra de olhos vazios, que gritava.

"É ele!" Um homem perto de Remus gritou "É você-sabe-quem!"

“Silencio!” Alguém o amaldiçoou. Uma estranha quietude, mais flashes - azul, verde, amarelo,
vermelho e então ...

CRACK CRACK CRACK, eles estavam fugindo!

Pela primeira vez, Remus pensou em retirar sua varinha, tateando em suas vestes emprestadas por
ela. Ao fazer isso, seus dedos roçaram em outra coisa – algo liso e pesado. Sua mão se fechou em
torno de seu relógio de bolso e ele o puxou, abrindo-o rapidamente e dizendo em voz alta.

"Sirius Black."

A agulha nem balançou, mas apontou para frente imediatamente, e ele a seguiu em direção às
ruínas da loja. "Sirius?! Sirius?!"

"Moony!" Uma mão agarrou seu ombro e ele se virou desesperadamente.

"James!"

James o abraçou com força, e Remus nem pensou em como isso era incomum, ele estava tão, tão
grato e aliviado que o abraçou de volta. Lily apareceu em seu ombro, o rosto pálido, o cabelo
caindo do rabo de cavalo, as roupas manchadas de cinza. Havia um corte logo abaixo da linha do
cabelo, sangue escuro escorrendo pela sobrancelha esquerda. E Sirius, graças a Deus, graças a
Deus, graças a Deus.

"Eu te perdi." Remus disse, roucamente, assim que James o soltou. Uma das lentes de seus óculos
estava quebrada.

"Eu sinto muito." Sirius disse, soando igualmente horrível.

"É melhor irmos ajudar", disse James, sacudindo ambos os ombros, "A batalha ..."
"Está acabada." Disse Remus. “Eles fugiram. Desaparataram, a maioria deles. Como vocês dois
...’’ ele olhou para Lily e James, ainda sem acreditar nos próprios olhos.

"Frank." Lily disse, soando muito menor do que Remus jamais a ouvira. Potter passou um braço ao
redor dela. “Frank é um auror. Ele usou um contra-feitiço em nós, pouco antes da loja ser atingida,
então protego, eu acho. Eu não ... eu não sabia o que fazer. " Os olhos dela se encheram de
lágrimas e James passou o outro braço em volta da ruiva, envolvendo-a completamente.

"Eu também não." Remus disse, como se isso fosse ajudar. "Nem peguei minha varinha."

Sirius estava segurando a dele, no entanto. Ele parecia horrível; feroz como um demônio, olhos
cheios de ódio.

"Eu estou indo de qualquer maneira. Eles ainda podem precisar de ajuda.” Disse.

Remus o agarrou pelos ombros, surpreendendo até a si mesmo com sua força.

"Não. Ouse.” Ele rosnou, encontrando os olhos de Sirius. Algo distintamente canino passou entre
eles, então Remus quase pensou que eles iriam realmente brigar, e que seria uma espécie de alívio
se o fizessem. Mas é claro, James interveio.

"Moony está certo", disse ele, "devemos ..."

CRACK

"Rapazes!"

"Pai!"

Fleamont Potter havia aparecido bem ao lado de James. Ele agarrou seu filho, então Sirius, então
Remus - que havia se recuperado o suficiente agora para achar os abraços um pouco demais - e
então olhou com horror para o que restava do Beco Diagonal. Suas sobrancelhas grossas se uniram,
e ele se dirigiu ao filho.

“Vocês estão bem? Sua mãe quer que você volte para casa imediatamente, ela foi chamada para o
St. Mungus, caso contrário, ela estaria aqui. "

“Não deveríamos ficar e ajudar?” James perguntou, parecendo perturbado, ainda segurando Lily
com força contra seu peito. Que puta herói, Remus pensou. Ele ainda segurava Sirius pelos ombros
com força, porque não poderia abraçá-lo.

Fleamont olhou para James e pareceu crescer alguns centímetros por conta de seu orgulho. Ele
sorriu.

"Não, filho, está tudo sob controle - Moody está lá e Dumbledore está a caminho. Eu só quero
vocês todos em casa e seguros, antes de qualquer coisa”

“Ninguém deve ir embora!” Um homem estava gritando, cortando a multidão e os destroços com
passos autoritários. “Não até que tenham sido questionados por - oh, olá Monty. Não sabia que
você estava aqui. "

“Amos,” o Sr. Potter acenou com a cabeça para o oficial do ministério. “Cheguei aqui assim que
pude. Levando os meninos para casa, eles vieram fazer compras e foram pegos. ”

"É mesmo?" O oficial - Amos - veio dar uma olhada em todos eles. "Nomes?"

"Amos, isso é realmente nec-"

"Nomes?" Ele repetiu, em um tom mais duro.

"Bem, você conhece James, o conhece desde que ele tinha cinco anos, pelo amor de Deus ..."
Fleamont resmungou "E esta é a Srta. Evans, presumo?" Ele olhou para Lily, que havia parado de
chorar, mas ainda parecia muito assustada.

"Sim." Ela guinchou. "Lily Evans."

"Evans?" Amos parecia pensativo. Ele puxou um pergaminho do bolso, "Evans, Evans ... Nomes
dos pais?"

"Você não os conheceria." Ela disse, seus olhos disparando entre James e o oficial, "Eu sou nascida
trouxa."

Amos olhou para ela de novo, então olhou para James com um rude movimento de sobrancelha.

"Entendo. Muito bem. E vocês dois? Oh hoho! Eu conheço você! Você é o herdeiro dos Black! "

"Eu era." Sirius murmurou. Ele se livrou de Remus e enfiou as mãos nos bolsos, adotando uma
atitude carrancuda e irritada que sempre aparecia quando sua família era mencionada. Remus
gostaria de poder dizer a ele para não fazer isso. Não o fazia parecer menos culpado.

"Ele está voltando para casa conosco também." Fleamont disse, rapidamente. "Sirius vive conosco
há mais de um ano agora, e-"

“Vamos, Monty,” Amos resmungou, “O herdeiro dos Black? Eu não sou estúpido e nem você. Ele
terá que ser questionado. "

"Absolutamente não." Fleamont ergueu a voz. Remus nunca o havia ouvido gritar antes - era ainda
mais assustador do que uma marca negra. “Eles são alunos, pelo amor de Godric!”

“Muitos alunos estão do lado deles também, pelo que ouvi.” Amos disse "Muitos Black também."

“Não estou interessado nisso. Você pode falar com Dumbledore se precisar, mas eu sou
responsável por esses meninos e estou levando todos eles para casa agora. "

"E você?" Amos de repente se virou para Remus, que piscou. Às vezes, ele se esquecia de que os
Potter o incluíam em suas responsabilidades.

“R-Remus.” Ele disse, tentando ser corajoso, mas falhando miseravelmente. E se esse homem
souber de alguma coisa? E se ele souber que sou um lobisomem? "Lupin."

"Hmph." Amos fez uma anotação, mas não fez mais perguntas. "Todos vocês devem esperar aqui
enquanto eu falo com Dumbledore." Ele disse, pomposamente.

"O inferno que vamos." Fleamont bufou, "Se você quiser interromper Alvo Dumbledore enquanto
ele ajuda na investigação de um ataque terrorista para cuidar de alguns adolescentes assustados,
então-"

"Amos!" Alguém - era realmente Frank? - gritou à distância, "Onde diabos está você, precisamos
de você aqui - é o Leo!"

O oficial se virou bruscamente e, com um relutante olhar final para Sirius, correu em direção à voz.
O Sr. Potter entrou em ação, sem correr riscos.

“Rápido, meninos - vocês estão bem para aparatar? Srta. Evans, provavelmente é melhor você vir
conosco agora? "

Lily assentiu e James a beijou, antes que os dois desaparatassem juntos, de mãos dadas. Fleamont
acenou com a cabeça para Sirius e Remus, antes de desaparecer com um alto CRACK ele mesmo.
Remus olhou para Sirius. Sirius o olhou também, ainda com raiva, ainda cheio de um desejo
ardente de vingança.

"Ah não." Lupin disse, com firmeza, então, mal pensando sobre isso, agarrou o cotovelo de Sirius
com força, e se preparou para aparatar com ele.

Sirius lutou contra, no meio da viagem - o idiota poderia facilmente tê-los estrunchado, enquanto
lutava contra seu feitiço, querendo ficar apenas onde estava a luta. Porém, Remus era mais forte - o
ar estava cheio de efervescência, rugindo sobras de magia, e Remus bebia disso, dominando Black
com o peso de sua própria determinação.

Eles chegaram na varanda da frente do Potter com tanta força que suas cabeças bateram uma na
outra, e eles se separaram, ofegantes, sentindo-se queimados.

"Puta que pariu, Moony!" Sirius engasgou, esfregando o cotovelo onde o havia agarrado.

"Tive que ... parar você ... idiota ..." Remus se inclinou para frente, as mãos nos joelhos. Ele se
sentia completamente esgotado, zumbindo com magia; os nervos acesos com a estática.

James abriu a porta.

"Entrem", disse ele, "rápido."

Sirius passou por Lupin sem olha-lo.

Lily ficou por mais uma hora ou mais, bebendo xícara após xícara de chá, enquanto Gully corria de
um lado para outro da cozinha, torcendo as mãozinhas enrugadas e balançando a cabeça
tristemente. O Sr. Potter se desculpou profusamente com Lily, e esperava que se encontrassem
novamente em circunstâncias melhores - antes de se trancar em seu escritório. Depois disso, eles
ficaram sentados em silêncio a maior parte do tempo; com apenas uma explosão ocasional de
James ou Sirius.

"Snape!" Sirius vociferou, andando de um lado para o outro, "Nós o vimos na livraria, ele ameaçou
Moony - ele deve ter tido algo a ver com isso!"

"Você não sabe disso." Lily disse, trêmula, olhando para o padrão de sua xícara de chá.

“Mas alguém viu algum deles?!”

"Não." James balançou a cabeça. "Estava muito ocupado tentando se proteger."

"Não." Lily balançou a cabeça.

"Não..." disse Remus. Black o olhou.

“Moony. Você sentiu cheiro de algo. Você me disse, lembra? Você sabe quem-"
"Remus, você pode sentir o cheiro das pessoas?!" Lily olhou para cima, meio chocada, meio
curiosa. "Como um perfume?"

"Não é como ... é apenas uma ... coisa de lobo. Instinto. Mas eu não senti. Eu não...’' Remus
desejou que o chão o engolisse.

Poderia contar a eles. Porém, ele não queria contar a Sirius assim; não enquanto eles estivessem
furiosos um com o outro e assustados, e com Lily e James sentados bem ali.

"Moony." Black chamou, em uma voz muito baixa e sombria que nenhum deles jamais ouvira
antes. "Diga-me. Quem?"

Remus olhou para James, desesperado por ajuda, mas ele estava apenas o encarando, esperando.
Lily também, a boca ligeiramente aberta. Olhou para Sirius novamente, e tentou segurar seu olhar.

“Acho que Regulus estava lá. Mas muitas pessoas estavam—”

Sirius jogou as mãos para cima e saiu da sala em silêncio absoluto. Lily deu um suspiro muito
cansado.

“James”, disse ela, “acho melhor ir para casa. Mamãe e papai vão se perguntar. "

James insistiu em aparatar de volta com Lily, depois voltar sozinho. Remus desejou que não
fizesse. Ele não queria ser deixado sozinho. Sozinho, tudo voltaria à sua mente, tão vívido quanto
uma tela de cinema. O barulho, a fumaça, o terror absoluto. E a vergonha. Ele não agiu. Sua
primeira chance de se provar a Dumbledore, Moody e até Snivellus que estava do lado certo e
disposto a lutar por isso. Porém, ele nunca esperou que fosse assim. Nunca havia considerado que
quando chegasse a hora, que quando estivesse em um campo de batalha com as únicas pessoas que
amava no mundo - tudo que ele iria querer fazer era encontrá-los e fugir.

Quando James voltou, encontrou Remus andando de um lado para o outro, pisando no mesmo
tapete que Sirius estivera antes.

"Você está bem, Moony?" Ele perguntou, nervoso, dando passos lentos para frente, braços para
cima, como se Remus fosse uma besta indomada.

“Eu não fiz nada.” Murmurou, ainda andando. "Eu só ... eu não conseguia me mover. Eu não
conseguia pensar. "

"Remus ..." James continuou falando naquele tom firme e amigável. Era mais calmante do que
queria admitir. “Ninguém conseguia. Foi horrível, foi a coisa mais assustadora que já aconteceu.”

Remus parou completamente e o olhou. Potter deu um meio sorriso e encolheu os ombros,
"Nenhum de nós sabia o que fazer."

"Sirius sabia." Lupin o desafiou. “Foi ele quem se levantou. Ele queria ajudar ... ”

"Sirius nunca pensa, Moony, você sabe disso."

"Ei, vai a merda, Potter." Sirius apareceu de repente na porta, de braços cruzados. Seus olhos
estavam um pouco rosados, mas não parecia mais com raiva. Remus sorriu para ele,
esperançosamente, pelas costas de James. O moreno sorriu de volta, tranquilizador.

"Eu ia dizer," James riu, "Isso é o que o torna tão corajoso, seu idiota. Você só quer se apressar e
ajudar, mesmo que seja a pior ideia do mundo.”
"Sim, ok, não foi uma boa ideia." Sirius falou, sentando-se no sofá, ao lado de James.

"Pelo menos você fez alguma coisa." Remus disse "Pelo menos você se levantou."

"Você se levantou também, Remus." Black respondeu, suavemente.

"Depois de você!" Respondeu, "Eu fui patético, eu estava ... como vamos ganhar essa guerra se vai
ser assim?! Se estou com muito medo de...”

"Eu também estava com medo." Sirius disse, olhando para cima. “Eu não sou tão maluco. Eu ainda
estava bloqueando, quero dizer. Puta que pariu. "

"Não faça isso." Potter passou a mão pelo cabelo, ainda arenoso com os escombros. “Levei muito
tempo para descobrir o que aconteceu - e tudo que eu conseguia pensar era em levar Lily para
algum lugar seguro. Eu pensei que faria qualquer coisa para ter certeza de que ela estava segura. ”

"Aí está, então." Sirius disse, com firmeza. “É assim que ganhamos.”

***

A Sra. Potter não voltou do St. Mungus a noite toda, mas Fleamont saiu de seu escritório para dizer
aos meninos que havia falado com ela, e que ela estava bem, antes de pedir a Gully que fizesse um
sanduíche e fechar a porta novamente.

Peter veio, pálido e trêmulo - ele tinha ouvido a notícia, aparentemente possuía um primo que
trabalhava para o Profeta Diário. No entanto, não houve nenhuma informação útil. Nenhuma
contagem de mortes ainda, não havia sido finalizada. Peter ficou para o jantar, mas James foi o
único realmente capaz de manter uma conversa adequada e, eventualmente, Pettigrew foi embora.
Quando Remus anunciou que queria dormir cedo, os outros dois deram de ombros e concordaram
em subir também.

Depois de tomar banho e tirar a poeira e a fumaça do cabelo, ele escovou os dentes no banheiro frio
e silencioso e tentou não pensar em como era estranho estar fazendo coisas tão normais em um dia
tão anormal. Podia ouvir Sirius e James murmurando baixinho no quarto ao lado, tons solenes e
tensos. Decidiu deixá-los assim.

Horas depois, Remus estava se arrependendo seriamente dessa decisão. Ele não conseguia dormir.
Esperou e esperou que Sirius viesse, até perceber que ainda deveria estar com James, e que talvez
nem viesse. Então, deitou-se de costas e tentou evitar que seus pensamentos fiquem muito altos.
Isso é guerra, ele continuava pensando. Isso é o que você concordou em fazer. Você prometeu a
Dumbledore. Você prometeu a seus amigos.

Finalmente, na madrugada, quando estava enjoado devido ao cansaço e os primeiros raios rosados
do nascer do sol espreitavam por trás das cortinas, sua porta se abriu. Sirius rastejou pelo quarto
com a discrição de um gato.

"Remus?" Ele sussurrou ao pé da cama. Remus rolou.

"Estou aqui."

O moreno praticamente voou para ele, deslizando sob as cobertas e enterrando a cabeça sob o
edredom. Eles se agarraram um ao outro e tudo se firmou. Remus sentiu que finalmente estava
calmo. Em algum momento, Sirius se moveu ligeiramente e sussurrou,

"Me conta um segredo? Um segredo bom? "

Remus fez uma pausa. E beijou o cabelo de Sirius.

"Eu também sou louco por você."


Capítulo 126: Sétimo ano: Natal Parte 3
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Segunda-feira, 2 de janeiro de 1978

A próxima semana e meia foi uma das mais sombrias que Remus conseguia se lembrar. Quando a
Sra. Potter finalmente chegou em casa no dia seguinte ao ataque, ela estava pálida e abatida, e
abraçou sua família com força, como se tivesse pensado que nunca os veria novamente.

"Cerca de cinquenta mortos, pelo que ouvi." Disse, solenemente. “Eu fiquei encarregada
principalmente da triagem. Centenas de feridos”.

"Algum... algum dos nossos?" O Sr. Potter perguntou. Parecia que o homem não dormia há tempos
- e de fato, pelo que Remus sabia, ele nem ao menos havia ido para a cama.

Euphemia acenou com a cabeça, fechando os olhos.

"Mais tarde." Ela disse, lançando um olhar para os meninos. James parecia indignado.

“Podemos ouvir.” Ele disse. “Todos nós somos maiores de idade e estávamos lá quando
aconteceu!”

"Sim, eu sei que estavam!" Sra. Potter gritou, sua voz estridente. A boca de James se fechou e ele
olhou para baixo, envergonhado. A mulher se levantou. "Eu vou deitar."

Ela saiu da sala e os homens ficaram em silêncio.

"Desculpa, pai." James murmurou.

"Está tudo bem." Fleamont tirou os óculos e esfregou a ponte do nariz. “Estamos todos chateados.
Sua mãe e eu precisamos que vocês, rapazes, ouçam e façam o que mandarmos até a hora de voltar
para a escola, entenderam? "

Todos eles assentiram relutantemente, e Remus viu os músculos da mandíbula de Sirius se


contraírem. Era um sinal de seu respeito pelo Sr. Potter o fato de ele não protestar. “Agora,”
Fleamont continuou “Esta casa ficará muito cheia nos próximos dias, e vocês verão muitas pessoas
bastante importantes fazendo um trabalho muito significativo. Não façam muitas perguntas e não
os incomodem.”

“Não podemos ajudar?” James perguntou, seriamente.

"Sim." Fleamont acenou com a cabeça. "Sendo anfitriões graciosos e cuidando de sua mãe."

"Sim, pai." O rapaz suspirou, olhando para baixo novamente, obviamente desapontado.
"James ..." Fleamont começou, estendendo a mão para tocar o braço de seu filho.

Remus e Sirius interpretaram isso como uma deixa para limpar a mesa e esperaram na cozinha,
ajudando Gully a lavar a louça sem muito entusiasmo.

“Não vejo por que tanto alarde.” Sirius resmungou, o cotovelo afundado na espuma do sabão. “Se
eles soubessem metade das coisas de que somos capazes, poderíamos realmente ajudar.”

“Teremos nossa chance.” Remus respondeu, olhando pela janela enquanto secava os pratos. O
jardim estava muito escuro e uma névoa fria pairava no ar, tornando difícil ver muito além da
parede do pátio. Apenas podia ver os aros de quadribol de James no gramado, e a lua minguante
escura. Ele não gostava de não ser capaz de ver muito longe, ficava inquieto.

"É fácil para você dizer." Sirius ainda estava reclamando, "Você já provou seu valor."

"O que?!" Remus o olhou, confuso e momentaneamente distraído da janela.

“Com aquele lobisomem que você conheceu, ano passado. Você já enfrentou o inimigo e mostrou a
Dumbledore que ele pode confiar em você. "

"Acho que não expliquei direito, se é isso que você pensa ..." Lupin disse. "Lívia não era ... não era
sobre a guerra."

“Dumbledore acha que era. Moody também. Eles falam sobre os lobisomens o tempo todo - como
você será útil tentando convencer as criaturas das trevas a não se juntarem a você-sabe-quem. "

"Podemos falar sobre outra coisa?"

"Tudo bem."

Eles conversaram sobre nada. Lavaram a louça em completo silêncio. Remus olhava pela janela
para a escuridão do terreno dos Potter procurando... algo.

Finalmente, James entrou, assim que terminaram de guardar o resto da porcelana.

"Tudo bem, cara?" Sirius perguntou, alegre.

"Sim", James deu de ombros, parecendo de alguma forma mais sábio; Mais velho. "Apenas as
coisas do meu pai, sabe."

Sirius e Remus se entreolharam, e Lupin sabia que estavam sentindo a mesma inveja amarga. O que
significava ter um pai como Fleamont Potter? O que significava, ao menos, ter um pai?

"Eu disse que daria um anel para Lily, vocês dois querem fazer um passeio até a vila?"

"Por que não?" Black respondeu, deixando o pano de prato em cima da torneira.

"Ah, Moony, papai disse para te dar isso." James entregou um pequeno pedaço de papel. Remus
abriu rapidamente, olhando para o nome e endereço escritos lá. Potter inclinou a cabeça, curioso.

"O que é isso?"

"Ah, nada. Um livro sobre o qual eu estava perguntando.” Enfiou o papel no bolso. "Vamos lá. As
ligações são mais baratas depois das seis.”

James finalmente aprendera como usar a cabine telefônica sem ajuda, então não havia nada para
Remus fazer a não ser se encostar na cerca ao lado de Sirius, esperando. Ele bolava cigarros para
passar o tempo; em novembro, havia cortado os dedos de suas luvas especificamente com esse
propósito.

"Eu não quis dizer você." Sirius disse com a voz baixa. "Quando eu disse ‘criaturas das trevas’."

"Eu sei que não." Remus lambeu a seda e então a alisou. Ele entregou o cigarro pronto para Black,
que o pegou e colocou atrás da orelha. Lupin começou outro.

“Tenho que aprender como fazer isso um dia.” Sirius murmurou, olhando para ele com apreciação.
“Aposto que poderíamos descobrir um feitiço para fazê-lo instantaneamente.”

"Provavelmente," Suspirou, alinhando o tabaco. “Mas eu gosto de fazer assim.”

"Justo."

Os dois ficaram quietos novamente. Remus terminou o segundo e segurou-o entre o polegar e o
indicador, imaginando se deveria ou não fumar. A Sra. Potter não gostava do cheiro neles e ele
odiaria aumentar seus problemas. Porém, por outro lado, realmente precisava de algo para acalmar
seus nervos. Sirius também, se o bater constante de sua perna fosse alguma indicação disso. O
moreno estava roendo as unhas também.

Remus acendeu o cigarro com um estalar de dedos e inalou. Sirius seguiu o exemplo. Sua perna se
aquietando.

"Eu sou, no entanto." Remus disse, em uma expiração.

"O que?"

"Uma criatura das trevas, como você disse."

"Moony, não ..."

"Sim," Remus acenou com a cabeça, olhando para os campos diante deles e para a estrada atrás da
paisagem. “Então, quando você fala sobre querer provar a si mesmo, eu entendo o que você quer
dizer. As pessoas confiam nos lobisomens tanto quanto confiam em filhos renegados de bruxos das
trevas. "

"Eu sei. Eu não queria agir como ... "

"Como se você fosse o único com algum interesse nesta guerra?"

“Sim, não queria agir assim. Eu sinto muito. Não era a minha intenção. "

“Eu sei,” Remus sorriu, o olhando finalmente. "Sinto muito sobre Regulus."

"Bem." Sirius arrastou o pé no asfalto, “Eu praticamente já sabia. Claro que ele estaria lá.”

“Vou trabalhar muito nessa pegadinha da Sonserina quando voltarmos para a escola. Será meu
melhor trabalho.”

Sirius riu, um ruído honesto e abandonado, jogando a cabeça para trás.

"Godric, Moony." Ele sorriu amplamente "Quando você diz coisas assim, fico com vontade de
beijar todo seu rosto."
"Ha," Remus riu e lançou um olhar para James, dentro da cabine telefônica vermelha, tagarelando
com um enorme sorriso no rosto, "Talvez não agora..."

Black pareceu triste novamente.

"Eu vou contar a ele, mas não com todas essas coisas ruins acontecendo, sabe?"

"Eu sei." Acenou com a cabeça. Ele sabia. Ele não queria que Sirius soubesse, mas a ideia de James
finalmente descobrir sobre eles era muito mais assustadora do que havia se preparado. Por que
abalar todas as pessoas novamente?

“Remus? Se eu te perguntar uma coisa, você vai me dizer a verdade? "

"Ok." Seu estômago se contraiu involuntariamente, mas ele se preparou.

“O que era o bilhete do pai de James? Não era o título de um livro, era?”

"Não." Respondeu "Não era." Ele enfiou a mão no bolso e puxou-o, passando o polegar no
pergaminho macio e grosso por um momento antes de entregá-lo a Sirius.

O moreno o desdobrou rapidamente e olhou para baixo.

"Hope Jenkins?" Ele leu, uma ruga na testa: "O que isso significa?"

“É um nome.” Remus disse rapidamente, "O nome da minha mãe. E endereço. ”

"Ah!" Sirius respirou, relendo, ainda franzindo a testa. "Sua mãe." Ele pronunciou a palavra como
se nunca tivesse considerado a possibilidade de Remus ter tal coisa.

"Sim," Lupin pegou o pergaminho de volta, colocando-o no bolso. “Eu sei que dissemos que
falaríamos sobre qualquer coisa, menos mães, mas... Bem. Dumbledore me deu uma carta que ela
havia escrito para mim, depois que Lyall morreu. Ela disse que eu poderia tentar encontrá-la
quando tivesse idade, então ... o Sr. Potter a encontrou, suponho. "

"O que você vai fazer com isso? Escrever para ela?”

"Sim, acho que vou."

Sirius moveu a mão na cerca, sutilmente acariciando os dedos de Remus.

"Nós vamos. Espero que você a encontre.”

***

O Sr. Potter estivera certo - nos próximos dias, a casa esteve mais ocupada do que Remus vira
desde a festa de Natal de 73. Exceto, é claro, que houve muito pouca alegria. Essas eram as pessoas
mais próximas de Dumbledore - muitos deles trabalhavam para o ministério, mas todos eram leais
a ele antes de qualquer coisa. Eles eram a linha de frente da guerra.

Alguns deles possuíam rostos familiares - Moody, é claro, gastou um pouco de seu tempo para
lançar um aceno áspero para os três adolescentes, que agora passavam seus dias cuidando da
lareira para os recém-chegados. Então, havia o próprio Frank Longbottom, tão agradável e bem-
humorado quanto Remus se lembrava. Ele sempre estava na companhia de sua namorada, Alice, a
jovem que havia se colocado a frente de Sirius e Remus no dia do ataque.

Os gêmeos Prewett foram outra surpresa - James e Sirius estavam se atropelando para alcançá-los e
compartilhar todos os atos nefastos que haviam cometido em Hogwarts desde a partida dos
meninos mais velhos. Ambos tinham ficado muito bonitos, ombros largos e mais feições ásperas
devido a algumas aventuras - mas ainda possuíam o mesmo temperamento fácil e senso de humor
perverso. Frequentemente, eles traziam sua irmã e genro igualmente ruivos.

Todos esses convidados só pararam para conversar por alguns momentos com James, Remus e
Sirius, antes de desaparecerem para o escritório do Sr. Potter, ou então para o jardim para aparatar
(aparentemente Moody havia colocado um feitiço sobre a casa dos Potter tornando-a, não só
impossível de localizar, mas também de se traçar qualquer vestígio de aparatação). Como
consequência, a sala de estar e o hall de entrada começaram a parecer muito com a plataforma 9 ¾.

À noite, a Sra. Potter voltava para casa, parecendo cansada e determinada. Ela ainda teria um
sorriso para todos e estaria pronta para receber quem estivesse em casa para o jantar. Euphemia
não era nada se não espetacular.

Na noite anterior era esperado que os meninos voltassem para Hogwarts, Moody, Frank e Alice
estavam se juntando a eles para jantar - ensopado de carne com bolinhos. Eles estavam tendo uma
noite muito agradável, Frank e Remus discutiam muito intensamente sobre feitiços defensivos, e
Alice e os meninos (incluindo Fleamont) conversavam sobre qual time de quadribol iria ganhar a
liga.

À esquerda de Remus, Moody se inclinou para se dirigir à Sra. Potter e sussurrou.

"Ouvi dizer que Ferox vai sair amanhã?"

"Sair?!" Remus se virou, interrompendo o fluxo, "Saindo de onde?"

Moody ergueu uma sobrancelha, fazendo seu misterioso olho mágico se projetar grotescamente,

"Você tem uma audição muito boa, rapaz. Daria um bom auror. ”

Remus balançou a cabeça impacientemente,

"Professor Ferox?"

“Sim, querido,” Euphemia explicou calmamente, “Leo Ferox foi ferido no ataque ao Beco
Diagonal. Ele agora está estável e vai ficar com sua avó por um tempo para se recuperar
totalmente. Sinto muito, esqueci completamente que ele deu aulas em Hogwarts, você o conhecia
bem? "

"Mais ou menos. Ele era meu professor favorito, ”Remus disse, suas entranhas se agitando. “Ele
está... o que aconteceu? Ele estava em uma das lojas?”

"Ele estava no chão, na batalha conosco", disse Frank, "Ele estava no meio de tudo, ninguém
poderia duvidar de sua técnica, ele estava disparando feitiços melhor do que todos, mas todos nós
temos azar às vezes."

"Mas ele vai ficar bem?" Remus havia largado o garfo agora, ele não iria comer mais.

“Com descanso adequado.” A Sra. Potter assentiu, sorrindo fracamente.


Todo o terror que Remus vinha tentando ignorar nos últimos dias voltou com tudo. Ele agarrou o
assento de sua cadeira, olhou para seu prato e pensou em Ferox, deitado inconsciente nos
escombros. Um homem bom e forte como aquele, abatido. Remus sentiu uma punhalada de raiva
desafiadora em seu interior, aguçando seu foco. Ele seria melhor, não importava o que custasse. Ele
seria mais rápido; mais corajoso. Na próxima vez que a batalha viesse, estaria pronto.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Sei que já comentei disso antes (eu acho), mas queria que
prestassem atenção na conotação negativa existente em ‘’ser uma criatura das trevas’’.
Mesmo o Sirius já tendo reconhecido em capítulo anteriores que o Moony não é
nenhum monstro e que não há nada inerentemente mal nele, é engraçado ver que,
mesmo assim, ainda há uma ideia de que ser uma criatura das trevas é algo ruim e, já
que o Sirius acredita que o Remus é uma boa pessoa, ele não pode ser considerado
uma. Para os que já leram ATYD até o final, eu acredito que nunca houve um real
entendimento por parte do Sirius sobre os objetivos do Remus em lutar pela causa dos
lobisomens. Na minha cabeça, Sirius Black, apesar de ter suas complexidades, é
alguém que vê o mundo pintado em preto e branco, bem e mal, comensais da morte e a
ordem. No estopim da guerra é possível perceber que um dos principais motivos para a
desconfiança do Black, é que ele pensa que o Remus não está completamente entregue
a luta por estar, ao mesmo tempo, tentando conseguir alguma dignidade para os
lobisomens. Particularmente, eu não condeno a desconfiança dele porque, em meio a
uma guerra, em meio ao desespero de perder seus melhores amigos a qualquer
momento, estar com uma pessoa que possui mais de uma prioridade pode ser
complicado, e foi.
Capítulo 127: Sétimo ano: responsabilidades
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Segunda-feira, 9 de janeiro de 1978

Remus escreveu três cartas em sua última noite antes de ir para a escola depois daquele feriado de
Natal. Duas precisariam de um selo trouxa e seriam colocados na caixa de correio vermelha do
Royal Mail no final da estrada antes de partirem para King's Cross. O segundo poderia esperar até
chegar a Hogwarts e usar uma das corujas da escola.

A primeira era para Hope:

Cara Sra. Jenkins,

Meu nome é Remus Lupin. Meu pai era Lyall Lupin e acredito que sou seu filho.

Estou agora com dezessete anos. Recebi uma carta escrita por você em 1965. Espero que não se
importe que eu lhe escreva. Se você quiser escrever de volta, eu gostaria muito.

Com os melhores cumprimentos,

Remus John Lupin.

(Ele achou melhor assinar com seu nome completo, mas ficaria muito surpreso se houvesse outro
Remus Lupin morando na Grã-Bretanha. Também achou melhor ser breve e direto ao ponto. Ela
apreciaria isso, talvez, se escolhesse ignorar a carta.)

A segunda carta era para Grant.


Caro Grant,

Espero que você tenha tido um bom Natal. Eu gostaria de ter ido fazer uma visita, mas fiquei com
a família do meu amigo e é difícil sair de lá.

Espero que você esteja bem. Como está indo o trabalho? Você já economizou para comprar um
apartamento? Terei que começar a pensar nisso logo. É meu último semestre na escola, e em
junho estarei vivendo no mundo real. Espero poder te ver então.

Por favor, responda o mais rápido possível e diga-me como você está.

Seu,

Remus.

(Ele não queria colocar 'Sinceramente, seu', porque parecia bobo e formal demais. Não queria
colocar 'Com amor', porque parecia muito extremo. Então, no final, 'seu' parecia a maneira mais
simples e honesta.)

"Então falta apenas a carta do Ferox para postar?" Sirius perguntou, enquanto se sentavam em sua
cabine usual no Expresso de Hogwarts. Eles estavam completamente sozinhos - Peter fora em
busca de Dorcas, que aparentemente havia escrito uma carta muito intensa para ele durante as
férias de Natal, enquanto James e Lily seguiram direto para o compartimento dos monitores.

"Sim, só a de Ferox." Remus acenou com a cabeça, batendo em seu bolso. Black havia se sentado
no mesmo banco que ele, reclinando-se e esticando as pernas em cima de seu colo, os braços
cruzados atrás da cabeça. Remus bufou indulgentemente, "Sinta-se confortável, por que não?"

"Você não se importa de verdade." Sirius sorriu perversamente. "Então." Continuou "De qual carta
você está mais ansioso para receber uma resposta?"

"Qual é a resposta que estou mais ansioso para receber?" Remus ergueu uma sobrancelha
secamente, "Você quer dizer entre meu ex-professor ferido em batalha, meu ex-namorado infrator
ou a mãe que me abandonou?"

"Bem, quando você coloca dessa forma," O moreno resmungou. "Honestamente, a quantidade de
coisas que você guarda."

"Você prefere que eu fique choramingando o tempo todo?" Lupin suspirou, abrindo o livro que
trouxera para a viagem em cima das pernas de Sirius.

"Não," Respondeu pensativo, olhando para o teto da carruagem. "Mas, quero dizer, se você não
tivesse a mim para conversar sobre essas coisas, eu estaria preocupado que sua cabeça explodisse."

“Não iria explodir, muito obrigado,” Remus bateu levemente no joelho do outro com a capa
alaranjada padrão da Penguin. “Você é tão dramático. Lidei perfeitamente bem antes de você
decidir se envolver. ”

"Como?!"

"Bem" Remus mordeu o lábio, "Eu er ... você vai achar que é estúpido."

"O que?"

“Eu ... faço listas, na minha cabeça. Benefícios e perdas. E às vezes tenho conversas fingidas, você
sabe, para me ajudar a resolver um problema... ”

"Puta merda, Moony," O moreno se sentou, gaguejando. "Você é completamente maluco."

Remus riu,

"Sim, ok. Talvez um pouco maluco.”

Sirius deslizou os pés do colo de Remus e se aproximou dele no assento,

"Já teve uma conversa imaginária comigo?"

"Não!" Respondeu, fechando os olhos ao sentir a respiração de Sirius em seu pescoço. “Eu só
tenho conversas imaginárias com pessoas sensatas.”

"Bem, talvez seja aí que você esteja errando..." Black começou a beija-lo bem de leve, logo atrás
do lóbulo da orelha. Remus se contorceu, o livro caiu no chão do vagão.

De repente, a porta começou a se abrir e risadas começaram a ser ouvidas no corredor. Sirius e
Remus se separaram no momento em que Marlene e outra garota tropeçaram para dentro,

"Oh!" Os olhos de Marlene se arregalaram de surpresa, as bochechas ficando rosadas, "Pensei que
este compartimento estivesse vazio ..."

"Não," Sirius se recostou, parecendo divertido. Ele estava olhando para Marlene com um brilho
muito perverso nos olhos. Black piscou para a pessoa que vinha atrás dela, uma aluna alta e
morena do sexto ano que Remus pensou ter reconhecido vagamente. "Patel." Sirius acenou com a
cabeça.

Oh Deus, Remus pensou consigo mesmo, Sirius poderia ter conquistas antigas que eu nem mesmo
sei?!

"Remus, você conheceu Yasmin?" Marlene perguntou, sentando-se à sua frente, "Ela é a nova
apanhadora."

"Ah, certo, oi." Remus acenou com a cabeça em um movimento estranho.

"Sem Mary?" Sirius estava levantando uma sobrancelha para Marlene, como se soubesse de algo.
Lupin estava apenas confuso e um pouco perturbado.

"Sem Mary." Yasmin respondeu, com um sorriso malicioso semelhante.

"Ela está conversando com um dos monitores da Corvinal", disse Marlene, rapidamente, "Não é
como se a estivéssemos deliberadamente a evitando ou algo assim!" A loira parecia ... ela estava
corando?! Por que todo mundo estava agindo de forma tão estranha? Remus se mexeu no assento,
notando a atmosfera estranha.
"Hm." Sirius disse, ainda sorrindo para McKinnon presunçosamente, "O que vocês duas estavam
fazendo, então?"

Yasmin resmungou e olhou-o nos olhos com um sorriso irônico.

"Nada. O que vocês dois estavam fazendo? " Ela ergueu uma sobrancelha sugestiva e Remus quase
saltou em choque. Ela sabia?! Quem era essa Yasmin?

"Nada!" Black se endireitou.

"Bem, então." Marlene deu de ombros, seu rosto se iluminando enquanto ela se recostava,
parecendo ter acabado de ganhar um jogo de xadrez particularmente gratificante. "Vamos deixar
por isso mesmo, então, vamos?"

‘’Ótimo." Sirius se inclinou para trás também, cruzando os braços. Yasmin deu uma risadinha e
Remus apenas coçou a cabeça.

“O que vamos deixar por isso mesmo?” Ele perguntou a Sirius, mais tarde naquela noite. Os dois
estavam subindo lentamente até o corujal antes do toque de recolher. Ele havia comido muito no
jantar e estava um pouco arrependido agora.

"Moony, realmente." O moreno riu, "Alguém tão observador como você não tem notado nada
diferente em Marlene, ultimamente?"

"Não sei do que você está falando." Ele ofegou, se esforçando como sempre para subir a escada em
espiral.

Remus não queria admitir que, se fosse mesmo observador, era apenas Sirius a pessoa que
observava. Ele normalmente considerava as garotas um completo mistério e raramente possuía
qualquer ideia do que estava acontecendo com elas, a menos que explicitamente lhe contassem.
Lily e Mary faziam isso com mais frequência do que Marlene, que sempre fora tão reservada
quanto ele.

“Ah, vamos, Moony,” Sirius riu, “Marlene e Yaz? Não me diga que você não viu - elas estavam
uma sobre a outra antes de perceberem que o vagão não estava vazio. "

Remus parou - em parte porque precisava de um momento para recuperar o fôlego, em parte porque
não conseguia acreditar no que Sirius estava dizendo.

"Você quer dizer que Marlene é ...?"

"Sim."

"E Yasmin ..."

"Sim."

"Puta merda."

"Sim." Os olhos de Black estavam brilhando maliciosamente. “Não acredito que você ainda não
tinha percebido!”

"Bem." Remus bufou. Eles estavam quase no topo, agora. "Estou muito impressionado que você
tenha notado. Já que você, aparentemente, não tinha ideia sobre mim, depois de estarmos nos
beijando por um ano."
“Não foi um ano inteiro.” Sirius respondeu defensivamente, alcançando o topo e olhando em volta
furtivamente, antes de continuar para a sala vazia.

Remus veio atrás dele e procurou por uma coruja apropriada. Não seria uma longa jornada, ele
pensou. Parecia se lembrar de Ferox dizendo a ele que sua avó morava em Liverpool. Foi uma
carta difícil de escrever, mas necessária, considerando a forma que haviam se despedido da última
vez. Simplesmente esperava que Ferox estivesse bem e acrescentou alguns detalhes sobre sua
preparação para os NIEMs.

"Então, se Marlene sabe..." Remus disse pensativo, amarrando a carta na perna de sua coruja.

"Sim, eu sei. O próximo é James.” Sirius suspirou.

"Não é minha intenção continuar trazendo isso à tona ..." Se desculpou, deixando a coruja livre
para voar para fora da janela mais próxima enquanto assistia.

"Não, eu prometi que faria isso." Black ergueu as mãos. “De qualquer forma, este semestre vai ser
um pesadelo o suficiente com os NIEMs e a guerra ... prefiro não ter mais nada com que me
preocupar.”

"Você está nervoso?"

"Me cagando."

"Encantador." Remus revirou os olhos, "Posso ajudar?"

"Não, se você vai sugerir que eu tenha uma conversa imaginária com o Prongs ..."

"Não vejo por que não," Remus deu de ombros. “Prongs é fácil de fazer. Agradável e previsível.”

"Mm, ao contrário de alguns." Sirius murmurou. “De qualquer forma, não é com o que ele vai
dizer que estou preocupado. Eu sei o que ele vai dizer. Vai ser como foi quando você ... hum ... "

“... saiu do armário ...” Lupin forneceu, prestativo. O moreno acenou com a cabeça, timidamente.

"Eu sei que ele será justo como sempre. Estou mais preocupado com as coisas que ele não diz... ”

"Bem." Remus disse, afastando-se da janela, "Não há nada que você possa fazer sobre isso."

"Black?! Bla-aaack? Oi, Padfoot! ” O bolso de Sirius começou a gritar com ele. O moreno sorriu,
pescando seu espelho compacto e abrindo-o,

"Falando no diabo."

"Onde você está, idiota?" A voz de James explodiu no espelho.

“Corujal.”

"Moony com você?"

"Sim."

"Dumbledore o quer."

"Agora mesmo?!" Sirius olhou para Remus, cujo estômago afundou. Isso nunca era bom.
***

Uma hora depois.

Remus não ficou surpreso ao encontrar todos os três marotos (e Lily - que a esta altura poderia
muito bem ter seu próprio apelido e acesso ao mapa, de qualquer maneira) esperando por ele do
lado de fora do escritório de Dumbledore. Ele estava grato - estava em tal estado que, se tivesse
que caminhar de volta para a torre sozinho, provavelmente teria se perdido.

"Bem?" Sirius perguntou, ansioso como sempre para ser o primeiro a saber.

"Hum." Disse Remus.

"Vamos lá", Lily falou, pegando seu braço suavemente, "Você não precisa nos dizer, só queríamos
saber se você está bem."

"Claro que ele tem que nos dizer." Sirius franziu a testa. Lupin deu a ele um olhar de advertência.

“Podemos ir a algum lugar um pouco mais privado? Não a sala comunal... ”

"Dormitório?" Peter sugeriu.

"Sim." Remus acenou com a cabeça.

Não falaria com eles até que chegassem lá, e usaria o tempo para descobrir exatamente como
explicaria, sem ferir, pelo menos, os sentimentos de Sirius e o orgulho de James. Dumbledore não
disse que não poderia contar a ninguém. Apenas para ter cautela para quem contasse. Para sua
segurança e a deles, o velho advertiu ameaçadoramente. Remus ainda possuía sérias dúvidas sobre
se Dumbledore estava ou não preocupado com sua segurança, pessoalmente, mas manteve a boca
fechada. Em sua posição, deveria ter cuidado com o que dissesse.

Finalmente, todos eles se amontoaram no dormitório dos marotos - até mesmo Lily, o que era um
pouco estranho, especialmente quando ela se sentou na cama de James, como se já tivesse feito
isso uma centena de vezes antes. Remus sentou na tampa de seu malão. Ainda não tivera tempo de
desfazer as malas.

"Então?!" Sirius perguntou novamente, impaciente, encostado na cabeceira da cama, "O que
Dumbledore queria?"

"Ele me deu uma tarefa." Remus olhou para o tapete gasto enquanto dizia isso, sem encontrar os
olhos de ninguém. Ainda não conseguia acreditar.

"Ele o quê?!" James o surpreendeu ao falar primeiro. "Ele deu a você ... não a qualquer um de
nós?"

"James," disse Lily, bruscamente, tocando o braço do namorado, "Obviamente, é algo para o qual
Remus é mais adequado."

"Lobisomens." Sirius disse. Lupin ergueu a cabeça e encontrou seus olhos. Ele parecia chateado,
então Remus sorriu.
"Sim. Já fiz isso antes, não é? "

"Você já..." Lily começou, então balançou a cabeça, como tivesse pensado melhor. “O que ele
precisa de você? Porque agora?"

"Eles acham que há um em Hogsmeade," Remus explicou, lentamente, "Os centauros disseram a
ele, ou algo assim." (Ele estava confuso com esses detalhes, porque quando Dumbledore estava
explicando Remus estava se esforçando muito para não vomitar de nervosismo), "Dumbledore quer
que eu hum ... 'faça minha presença ser conhecida,' na próxima vez que eu estiver na cidade. Veja
se ele ... er ... morde a isca. ”

" Isca?!" Sirius praticamente gritou.

“... É apenas uma expressão.” Respondeu.

“Não uma expressão boa”, disse Peter, nervoso, roendo as unhas.

"Desculpe." Remus encolheu os ombros. “Não se preocupe comigo. Se houver um lobisomem e for
um dos Greyback, então não acho que corro perigo. Ele quer que eu me junte a ele, lembra? "

“Sim, lembro de ter recebido o meu próprio convite para me juntar a esse lado.” Sirius disse, com
um arrepio. Remus desejou não ter trazido à tona. A última imagem que ele precisava em sua
cabeça agora era o corpo inconsciente de Sirius caindo da lareira dos Potter naquela noite horrível.

“Não vai ser assim.” Ele disse, rigidamente. “Nada pode acontecer, eles podem nem aparecer para
mim. E eu me saí bem da última vez, não foi? "

“Só porque Ferox apareceu!” Sirius tinha esquecido que eles não estavam sozinhos, ele estava se
preparando para uma discussão adequada.

"Eu sei, mas já sou maior de idade ... saberei o que esperar." Remus tentou manter sua própria voz
plácida, esperando que isso fizesse Sirius lembrar de se controlar.

"É tão perigoso, Remus!" Lily começou.

"Eu também sei disso, mas não tive exatamente uma escolha!" Ele retrucou. A ruiva abaixou a
cabeça e franziu os lábios. Ele não pretendia levantar a voz para ela, mas teria que se sentir mal
com isso mais tarde. Agora era pedir muito.

"Quando?" Black perguntou, mais calmo do que antes.

“Próximo fim de semana de Hogsmeade.”

"Isso é em duas semanas." James disse: "Depois da próxima lua ..."

“Eles vão aumentar a segurança na aldeia, obviamente.” Explicou. “Depois da última vez.”

"Ok, vou precisar que algumas coisas sejam explicadas, aqui ..." disse Lily, uma ruga profunda na
testa.

"James, você faz isso?" Remus pediu "Acho que só quero ir para a cama ..."

"Sim, claro." James assentiu, entrando em ação imediatamente. “Podemos falar sobre isso amanhã,
quando todos tiverem algum tempo.”

"Obrigado." Lupin sorriu fracamente, levantando-se, pensando em ir escovar os dentes, ansioso


para ficar sozinho no banheiro por alguns minutos para se recompor.

"Moony?" Potter disse rapidamente, enquanto os outros se levantavam "Eu não quis dizer que você
não deveria receber uma tarefa, ou que não pode fazer isso, ou qualquer coisa ..."

“Eu sei,” Remus assentiu, dando um tapinha em seu ombro. "Acredite em mim, se você ou Sirius
pudessem fazer isso, eu não seria a primeira escolha de Dumbledore. Suponho que apenas tive
sorte, hein? "

Trancado dentro do banheiro, ele pressionou as costas contra a porta e tentou controlar a
respiração. Agora que seus amigos sabiam, tudo havia se tornado mais real. O pensamento que o
atormentava desde que Dumbledore descreveu a tarefa pela primeira vez finalmente o atingiu. Você
nunca pensou que ele fosse pedir isso. Remus se repreendeu, você nunca acreditou realmente que
seria útil. Cuidado com o que deseja, Loony Lupin.

Tonto e trêmulo, ele pressionou o ouvido contra a porta do banheiro. Todos eles haviam saído do
quarto. Todos menos um. Ele abriu a porta sem pensar duas vezes e ficou cara a cara com Sirius.

"Você está bem?" O moreno perguntou, seus frios olhos azuis cheios de preocupação. Remus
balançou a cabeça.

"Não."

Sirius estendeu a mão e Remus se agarrou a ele.

Chapter End Notes

Capa alaranjada padrão da penguin: Penguin Books é uma editora britânica fundada
em 1935 por Allen Lane (e seus irmãos Richard e John), que tinha a intenção de
fornecer literatura de qualidade a preços tão baratos quanto, na época, um maço de
cigarros, e que fossem vendidos não só em livrarias, mas também em estações
ferroviárias e em lojas em geral. Revolucionou publicação na década de 1930 por meio
de seus livros de bolso. Devido a grande quantidade de livros sobre assuntos
importantes a Penguin teve um impacto significativo sobre o debate público na Grã-
Bretanha, através de seus livros sobre política, artes e ciência.

Bruna (wolfuckingstar): queria expressar o meu descontentamento com o fato de a


editora Penguin ter sido criada para trazer acesso à informação para pessoas de baixa
renda, porém, atualmente, ao menos no Brasil, ser uma das editoras mais caras que
existem. Eu tenho alguns poucos livros da Penguin só por que as capas são realmente
super lindas, mas sei lá, meio controverso quando voltamos para o motivo de sua
criação.
Capítulo 128: Sétimo ano: Preparação
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Strange it is to be beside you, many years and tables turned

You'd probably not believe me if told you all I've learned

And it is very very weird, indeed

To hear words like "forever" plead

Those ships run through my mind I cannot cheat

It's like looking in the teacher's face complete

I can say nothing to you but repeat

what I heard;

That love is just a four letter word.

Love is just a Four Letter Word de Bob Dylan, mas performado por Joan Baez.

Terça-feira, 9 de janeiro de 1978

"Certo, Moony," James marchou para o Salão Principal na manhã seguinte carregando uma pilha
de livros pelos quais mal conseguia ver sobre. Ele jogou todos na mesa do café da manhã na frente
de Remus, derrubando o mingau que estivera pegando. Não era como se estivesse com muito
apetite de qualquer forma.

"O que são esses?" O rapaz estendeu a mão para pegar o livro mais próximo. Feitiços defensivos
avançados.

“Potter,” Lily endireitou as costas, olhando para a pilha com um olhar confuso, “Você esteve na
biblioteca?! De manhã?! Em vez de ir voar?!”

"Precisamos preparar o Moony, Lily!"

"Mas ... você disse que as manhãs eram sagradas para você!" Sirius disse.
"Você disse que tinha que prestar homenagem aos deuses do campo de quadribol!" Peter sorriu.

“Posso perder uma manhã.” James respondeu alheio.

"Prongs!" Remus agarrou sua mão e recitou dramaticamente, "Estou comovido."

"Me larda", Potter puxou a mão de volta, as orelhas ficando vermelhas. “Vocês podem parar de
zombar de mim. Eu sou o único que está levando isso a sério?! ”

"Ei!" Sirius sorriu. Remus e Peter gemeram em antecipação ao que estava por vir, “Eu estou
sempre Sirius.”

Peter e Remus cobriram os olhos de vergonha, mas deve ter sido a primeira vez que Lily ouviu
aquela piada, porque ela roncou de tanto rir o que fez com que o chá saísse disparado de seu nariz.
Fora a coisa mais engraçada que os marotos haviam presenciado em anos, e todos riram
histericamente por uns bons cinco minutos - cada vez que qualquer um deles conseguia parar, Lily
roncava de novo, ou James balançava as sobrancelhas e eles ficavam incapacitados de tanto rir
mais uma vez.

Quando finalmente se acalmaram, Remus abriu o primeiro livro trazido por James ansiosamente e
decidiu que comeria seu mingau, afinal.

Todos foram para as aulas com um novo propósito, e James sugeriu que se encontrassem na
biblioteca após o último sino para começar a preparar Remus para o que estava por vir. Eles
fizeram isso todos os dias durante uma semana inteira, confiscando um bloco de seis mesas atrás
de algumas estantes em um canto, onde poderiam ter total privacidade, juntaram todas e as
cobriram com livros sobre teoria de batalha, técnicas de duelo, encantamentos defensivos e feitiços.
Peter até fez uma placa ameaçadora que dizia Conselho de Guerra dos Marotos: Não Perturbe,
que funcionou como um encantamento (talvez porque havia sido literalmente encantado por Lily) o
que significava que eles poderiam deixar seu trabalho lá e voltar quando quisessem.

Remus abandonou seus grupos de estudo, pedindo a Christopher para assumir, James indicou
Marlene para assumir duas de suas sessões de quadribol, e até mesmo Lily parou de ir às reuniões
do Slug Club naquela semana. (Embora ela tenha tentado invadir o estúdio de Slughorn para
conseguir um pouco de Felix Felicis para Remus, mas não teve sorte e quase foi pega). Em suma,
todos os cinco passaram o máximo de tempo possível trabalhando pela mesma causa: preparar
Remus para sua missão.

Ele estivera provocando James antes, mas Remus realmente estava comovido - apenas não havia
tempo para pensar nisso, já que todos eles estavam se esforçando para estudar mais do que já
haviam em qualquer outro momento. Remus apenas agradeceu a sua estrela da sorte por James ser
tão bom em Defesa Contra a Artes das Trevas; nunca haviam tido um professor que permaneceu
mais de um ano naquela matéria, então seu próprio conhecimento era irregular. Os esforços
combinados de James e Lily o ajudaram a cobrir mais terreno em uma semana do que havia feito
para os NOMs.

"Você é bom em feitiços, e isso é metade da batalha." Potter disse, avaliador, enquanto estavam na
sala comunal vazia uma noite "O resto é realmente apenas pensamento rápido e determinação."

"E sabemos que você pode fazer isso." LIly encorajou, arrumando a bagunça que haviam feito
tentando congelar as almofadas do sofá no ar.

"Não vai ser como o Beco Diagonal," Sirius o tranquilizou, dando um tapa em suas costas, "Porque
você saberá o que está por vir. Você teve tempo para se preparar.”
"Fácil dizer..." Remus mordeu o lábio. "Estou bem com a maior parte disso, aqui, com vocês, mas
se eu estivesse realmente me defendendo ... e ainda não consigo fazer um patrono."

“Não se preocupe com isso agora, concentre-se apenas nas coisas mais simples.” James
aconselhou, esfregando o queixo, “O patrono virá - não é como se você não fosse forte o
suficiente; você aparata como se não fosse nada. "

"Isso é fácil." Remus suspirou. “Isso é só pensar. Patrono é sobre sentimento. ”

"Alguém poderia me descer agora?" Peter chamou de cima de suas cabeças, onde estava paralisado
no ar.

***

Caro Remus,

Obrigado por escrever para mim. Meu Natal foi bom. Eu nunca tinha comido peru antes, foi legal.

Nada de apartamento ainda mas estou tentando. Continuo com minha tia como você verá no
endereço, mas gosto daqui. Gosto do mar e talvez aprenda a nadar.

Tenho visto um rapaz aqui, mas ele não é tão inteligente quanto você. Mas tem um belo corpo.

Sinto muito sua falta.

Seu Grant. xxx

***

Caro Remus,

Obrigado por sua carta, fiquei muito feliz em ouvir de você.

Gostaria de começar lhe assegurando que estou muito bem após os eventos no Beco Diagonal
durante o Natal. Lamento saber que você e seus amigos também estavam lá - Tive esperanças que
a guerra já teria acabado quando você estivesse pronto para deixar a escola.

Vou ficar mais um pouco com minha avó. mas espero estar de volta ao trabalho o mais tardar na
Páscoa. Não tenho dúvidas de que irá entender por que não posso dizer mais do que isso.

Boa sorte com os NEWTs.

L. Ferox.

***

Domingo, 15 de janeiro de 1978

No fim de semana seguinte, eles definitivamente tinham acertado o passo, e Remus estava se
sentindo mais confiante do que nunca - contanto que não pensasse muito sobre a incrível habilidade
de Livia com magia sem varinha. Ele tentou se convencer de que estava mais do que preparado, no
mínimo. Tentou se convencer que Dumbledore apenas havia lhe feito um pedido de que aparecesse
em Hogsmeade, para ver se esse outro lobo (se é que havia outro lobo) o farejaria. Poderia, até
mesmo, nunca usar nada do que James o havia ensinado.

Sim, claro - aquela voz desagradável na parte de trás de sua cabeça falava, sempre tarde da noite,
quando todos estavam dormindo e ele estava mais sozinho - como se você já tivesse tido tanta
sorte.

Eles passaram o dia todo de sábado na biblioteca, todos os cinco, mas no domingo Lily foi
obrigada a mediar uma situação com os monitores e Peter teve uma detenção à tarde por ter usado
o uniforme de um jeito despojado, então, por uma boa parte do dia, eram apenas Remus, James e
Sirius trabalhando em seu pequeno e tranquilo recanto de estudo.

Sirius e James estavam na lista negra da seção restrita, então Remus entrou sozinho e voltou com o
maior livro sobre maldições que pôde encontrar.

“Há alguns alunos do segundo ano do outro lado do corredor apostando se estamos realmente
estudando para os NIEMs ou apenas planejando a pegadinha mais incrível que Hogwarts já viu.”
Ele disse, colocando o livro enorme em cima de mais três.

"Estou tão orgulhoso de nosso legado, você não, Sr. Prongs?" Sirius sorriu maliciosamente para o
livro do qual estava fazendo anotações.

"Deveras orgulhoso, Sr. Padfoot, exatamente." James respondeu, examinando um glossário. "Ah
ha!" Ele agarrou um livro triunfantemente e começou a virar as páginas.

Black ergueu os olhos.

“Encontrou algo bom?”


"Talvez ..." James murmurou, lendo rápido.

Remus começou a olhar o conteúdo do livro de maldições. Os títulos dos capítulos eram realmente
horríveis, e ele esperava nunca ter realmente que usar qualquer uma dessas coisas.

"Ok", disse James, "olhem só isso." Ele terminou de ler e virou o livro para mostrar a Remus e
Sirius, que estavam do outro lado da mesa. “Eu realmente acho que esse tipo de coisa combina
com seus pontos fortes, Moony. É tudo intuitivo com muito poder por trás, a maneira como você
faz as pegadinhas. ”

Sirius e Remus se levantaram para dar uma olhada sobre o livro, inclinando-se para frente na mesa.
Os ombros de Lupin ainda estavam doloridos da última lua - os dias sem dor entre as luas pareciam
estar ficando mais curtos à medida que envelhecia; seus tendões pareciam uma corda com nós
rígidos esfregando contra seus ossos. Ele se espreguiçou para aliviar um ponto particularmente
dolorido enquanto lia, pressionando com a ponta dos dedos e inspirando levemente com a dor.

Sirius se aproximou e - talvez sem pensar - estendeu a mão para acaricia-lo com seus próprios
dedos longos. Ele era muito melhor nisso do que Remus, que sentiu uma onda de alívio quando o
moreno traçou pequenos círculos suaves em seus músculos. Ele suspirou, cansado.

Remus foi o primeiro a terminar de ler e olhar para James. Porém, o jovem de óculos não estava
olhando para o texto. Ele estava olhando para eles, do outro lado da mesa. Especificamente no
ponto onde a mão de Sirius estava tocando seu pescoço. A boca de James estava ligeiramente
aberta e havia uma pergunta em seus olhos.

Remus se moveu para alertar Sirius, que finalmente olhou para o amigo. Vendo imediatamente o
que havia feito, ele apenas o encarou, imóvel por um momento. Lupin meio que esperava que ele
fosse se afastar, que fosse retirar a mão. Mas o moreno não fez isso. Em vez disso, Sirius passou o
braço em volta de seus ombros e o apertou, muito deliberadamente, segurando o olhar de James
todo o tempo.

Potter fechou a boca, olhou para os dois novamente e acenou com a cabeça, sem palavras. Remus
se endireitou, deixando o braço de Sirius cair.

Precisava deixá-los sozinhos, isso era óbvio. Ele limpou a garganta,

“Er. Tenho certeza de que há um livro mais profundo do que este. Acho que tenho uma cópia lá em
cima, vou ... vou só buscá-la ... vejo vocês em mais ou menos uma hora, talvez? "

Sirius e James assentiram, ainda se encarando. Remus saiu, rapidamente, feliz pela biblioteca estar
quase vazia. Ele sentia calor e frio por toda parte, um sentimento semelhante à culpa, embora
soubesse que não deveria sentir. No meio do caminho para a torre, ele esbarrou em Lily,

"Oi, Moony," ela sorriu, "Viu Potter?"

"Biblioteca," Respondeu, "Mas eu ... não iria para lá, se fosse você. Ele e Sirius estão
conversando.”

“Ah, eu posso interromper um bate-papo ...” ela começou. Remus tocou o braço da ruiva
rapidamente,

"Lily, não." Ele mordeu o lábio, “Desculpe, mas eu realmente acho que você deveria dar a eles um
pouco de tempo. Sirius realmente precisa, ok? "

"O que aconteceu?!" Lily parecia surpresa com sua seriedade.


Remus suspirou pesadamente. Bem, ela estava prestes a descobrir, de qualquer maneira, e era um
segredo tanto dele quanto de Sirius.

"Hum ... venha comigo, vamos lá fora?"

"Ok ..." Lily o seguiu, parecendo curiosa e preocupada ao mesmo tempo, uma pequena ruga se
formando em sua testa cheia de sardas.

Lá fora, sob o forte sol de inverno, tudo parecia um pouco mais alegre. Remus se preparou, seu
estômago embrulhando. Precisava ficar se lembrando de que queria isso; queria que todos
soubessem. Só agora, parecia totalmente aterrorizante. Eles vagaram em direção ao lago. Remus
olhou através da superfície, apertando os olhos contra os fragmentos refletidos de luz ofuscante.

"Remus?" Lily perguntou "Você está me deixando nervosa!"

"Desculpe!" Ele piscou, "Er ... é sobre mim e Sirius."

“Você e Sirius? Ah não, o que vocês fizeram? Só vocês dois poderiam ter problemas durante a
primeira semana de aulas.”

"Não, não é nada disso!" Remus riu, apesar de tudo. Ele esfregou a nuca, procurando as palavras
certas, "Olha, você sabe como você sempre diz que eu deveria ... encontrar alguém?"

"Sim ..." Lily franziu a testa novamente, procurando algo em seu rosto.

Remus ergueu as sobrancelhas, esperando que ela chegasse lá. Demorou mais do que ele esperava,
mas seus olhos se arregalaram de repente. "Oh meu Deus!"

Ela cobriu a boca com as mãos e sentou-se repentinamente no banco de pedra próximo. Remus se
sentou ao lado dela lentamente, com as juntas rígidas. "Sirius?!" A ruiva perguntou.

"Sirius." Ele assentiu.

"Oh meu Deus."

"Sim, me desculpe."

"Não, Remus, não se desculpe, eu só ... uau, ok, me dê um minuto."

Ele o fez, esperando pacientemente, olhando para o lago. Não olhou para ela, porque não
importava. Lily ficaria bem, Lily entenderia tudo em seu próprio ritmo.

“E ele se sente da mesma maneira? Você tem certeza, Remus? "

"Não poderia ter mais certeza." Remus sorriu - de repente, era muito fácil sorrir. Ele puxou a capa e
a gola do suéter disfarçadamente, para mostrar a ela o hematoma roxo-avermelhado que a boca de
Sirius havia deixado lá algumas noites antes.

"Oh meu Deus!" Ela repetiu. Ele encobriu, corando, mas ainda sorrindo. "James sabe?"

“Ele está descobrindo agora. É por isso que eu queria que você desse a eles um pouco de espaço.”

"Sim, não, claro." Ela balançou a cabeça, "Eu entendo."

"Eu queria te dizer há muito tempo."


“Há muito tempo? Há quanto tempo...?”

“Desde o verão. Bem. Ficou sério durante o verão. Mas ... nós estávamos ... bem, haviam coisas
acontecendo por um tempo antes disso. Desde que Sirius terminou com Mary.”

"Puta merda." Ela balançou a cabeça novamente. "E aí? Sirius é seu namorado? Você está
apaixonada por ele? "

“Uau” Remus piscou, afastando-se, “Quer dizer, se acalme! Vamos apenas hum ... agora tudo está
claro e isso é o bastante.”

Lily deu a ele um olhar muito longo e avaliador. Então acenou com a cabeça.

"Tudo bem então."

Remus ergueu as sobrancelhas.

"Tudo bem então?!"

"Mas você disse que é sério. Ele não está apenas ... hum ... não está apenas brincando? "

"Não. Definitivamente não. Eu sei que é inesperado... ”

Lily balançou a cabeça e olhou para ele com olhos grandes e sérios.

"Você está feliz?"

"Sim." Sem hesitação.

"Tudo bem, então." Ela disse, rapidamente, de volta ao seu estado sensato. A ruiva se inclinou e
beijou sua bochecha. "Olha, eu não fiz adivinhação, porque é besteira, mas tenho certeza de tempos
sombrios vão vir, muito em breve."

"Meu Deus, você soa mais como James a cada dia, é ridículo." Remus bufou. Ela lhe deu um tapa
no joelho de leve.

"Me escute! Vai ser difícil. E está acontecendo mais rápido do que pensei que aconteceria. Vai ser
assustador, o tempo todo, por muito tempo. Mas se pudermos continuar sendo felizes juntos, e
fazendo um ao outro feliz... então isso é bom. Brilhante. Se é Sirius para você e você para ele,
então brilhante.”

"Jesus, Evans." Remus enterrou o rosto no cabelo dela, puxando-a para um grande abraço.

***

Lily e Remus esperaram mais meia hora ou mais antes de voltar para a biblioteca, onde
descobriram que todos os livros haviam sido retirados e que James e Sirius haviam sumido. Remus
não estava com o mapa, mas felizmente Lily conhecia James, e eles foram direto para o campo de
quadribol.

Como previra, duas figuras familiares estavam correndo pelo ar entre as traves em suas vassouras.
James estava ganhando, mas não por muito - Remus poderia dizer pela postura de Sirius que ele
estava se esforçando ao máximo - não o havia visto tão concentrado em voar assim desde que fora
expulso do time.

Lily e Remus sentaram-se nas arquibancadas inferiores, e esperaram, ensaiando alguns feitiços
básicos de defesa.

"Então, da última vez que encontrei um lobisomem-" Remus estava dizendo.

"Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu ..." Lily balançou a cabeça, espantada.

“--Ferox apareceu e disparou algumas correntes de prata nela, então ela aparatou bem rápido. Eu
poderia tentar isso, mas só estou bem em transfiguração, e se a prata for um tiro pela culatra e me
afetar?"

"Pode haver uma poção que ajude com o seu problema com a prata." Lily mastigou a pena, "Vou
perguntar ao Slughorn. Mas, caso contrário, pode não valer a pena o risco.’’

"É, faz sentido…"

THUD, THUD. Dois pares de botas pesadas pousaram diante deles. James e Sirius ofegantes e
suando, ambos segurando suas vassouras. Lily enrolou o cabelo em volta do dedo e inclinou a
cabeça, e Remus lutou para não fazer o mesmo.

"Tudo bem, rapazes?" Ela quebrou o gelo. Eles acenaram com a cabeça.

"Precisávamos de uma pausa." Sirius explicou, se desculpando. "Mudança de cenário."

Remus olhou para Potter, nervoso.

"Tudo bem, Prongs?" Ele perguntou, se esforçando para esconder o tremor de sua voz.

James olhou para Sirius, depois para Remus. Ele balançou a cabeça, olhando para baixo, e
estendeu o braço, puxando Remus para ficar de pé.

"Venha aqui seu grande idiota", ele disparou, envolvendo-o em um abraço de urso.
Capítulo 128.2: Padfoot & Prongs, 1978
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

Remus saiu da biblioteca e, por alguns momentos, Sirius sentiu o pânico tomar conta de seu
interior. Espere, ele queria dizer, não me deixe fazer isso sozinho.

Porém, no fundo, ele sabia que era a melhor assim. James apreciaria mais. E, afinal, Remus já
havia feito sua parte.

“Muffliato,” Sirius disse rapidamente - eles estavam em uma parte relativamente privada da
biblioteca, mas era melhor prevenir do que remediar. Ele enfiou o cabelo atrás da orelha e riu
nervosamente.

James ainda estava o encarando. Sirius pigarreou, precisando quebrar o gelo,

"Er ... então sim... é exatamente o que você pensa que é."

“Você ...” disse James, franzindo as sobrancelhas, depois se suavizando, como se não tivesse
certeza de qual expressão se encaixava melhor na situação.

Sirius lambeu os lábios, procurando algo para dizer. Isso era tão frustrante - ele e
James sempre souberam falar um com o outro. Podiam compartilhar qualquer coisa - sempre foi
assim. Seja corajoso, disse a si mesmo, Moony seria corajoso. Moony não pensaria duas vezes. E,
de qualquer maneira, James não ficaria com raiva. Afinal, ele tinha sido tão gentil com
Remus. Porém, Potter ainda não havia dito nada.

"Eu queria te contar," Sirius disse cuidadosamente. “Eu só ... er. Estava esperando pela hora certa,
sabe?”

"Passamos todos os momentos do dia juntos, Padfoot." James disse, ainda parecendo sem fôlego
com a revelação.

Ah não, Black pensou, ansiosamente. Ele está irritado. Merda.

"Sim," Acenou com a cabeça, esfregando a nuca. Se sentia inquieto e com muito calor, então puxou
a gravata da escola. "Eu sei."

"Bem. Suponho que não seja todos os momentos, caso contrário, eu teria percebido.” James disse,
friamente.

"Nós estávamos escondendo isso." Sirius disse, rapidamente. Ele não queria que James pensasse
que ele era um amigo ruim, ou negligente, ou qualquer uma dessas merdas. Se alguém era o
culpado, era ele, Sirius. Talvez Moony também, um pouco, mas se alguém deveria levar um puxão
de orelha, então deveria ser Sirius.
"Padfoot ..." Potter estava dizendo agora, ainda carrancudo, "Eu não quero ser rude nem nada, mas
... que porra você pensa que está fazendo?"

"O que?" Sirius olhou para ele, surpreso. Ele esperava alguma reação diferente, mas não isso.

“Esse é o Moony. Nosso melhor amigo, Moony!”

"Eu sei!"

“Remus Lupin!”

“Eu sei o nome dele!” Black retrucou, ficando irritado. Não conseguia ver o que o outro garoto
queria dizer, e parecia muito injusto que James brigasse com ele dessa forma, quando estava
apenas tentando ser honesto.

“Passamos sete anos tentando fazer com que ele confiasse em nós!” James continuou, gesticulando
descontroladamente com as mãos como se estivessem discordando sobre um jogo de quadribol,
"Ele literalmente acabou de começar a nos contar algo sobre si mesmo, e você vai estragar tudo
porque não consegue se controlar!"

“Ei!” Sirius rosnou, cerrando os dentes e cerrando os punhos. "Não é isso!"

Potter zombou, revirando os olhos,

“Qual é, Sirius, eu sei como você é! Você mergulha de cabeça, até ficar entediado. Olha, eu nunca
disse nada quando era Mary - ela sabe se cuidar. Ou Emmeline, embora você realmente tenha sido
um filha da puta com ela. Ou Avni, ou Florence, ou qualquer outra pessoa que você tenha
procurado, mas isso é longe demais, mesmo para você, Black.”

“Se isso for porque nós dois ...”

“Eu não dou a mínima para isso,” James movimentou a mão com desdém, “Você sabe que eu não
me importo com esse tipo de coisa. O que me importa é você agir como se pudesse ter qualquer
pessoa, a qualquer hora, sem consequências!”

"Não tem sido tão fácil, acredite em mim." Sirius respondeu secamente.

“Eu não acredito em você! Se você pudesse apenas pensar com seu cérebro em vez de seu pau pela
primeira vez.”

"Cai fora, eu não preciso dessa merda." Retrucou, "Você obviamente não está interessado em
ouvir."

"É o Moony." James repetiu, como se Sirius fosse um aluno do primeiro ano particularmente
estúpido se esforçando para fazer um feitiço razoavelmente simples.

"Bem, eu pensei mesmo que ele parecia familiar." Sirius disse, exasperado. "Eu não posso acreditar
que você está sendo tão idiota sobre isso!"

“Estou tentando colocar algum juízo em você! Eu sei que você sempre foi um pouco ... bem, você
sabe. Você marcha no ritmo do seu próprio tambor, ou o que for, mas Remus não é assim ... ele não
é apenas alguém que você pode experimentar um pouco e ver se encaixa. Ele precisa de nós. Agora
mais do que nunca."

Ah, Sirius pensou, com um baque. Então é isso. Eles se encararam um pouco mais, olhos castanhos
quentes encontrando um azul gelado. Black cedeu primeiro, porque ele sempre cedia quando era
James.

“Prongs, eu sei o que parece, eu sei o que você deve estar pensando ..., mas eu juro que não é
assim. Simplesmente aconteceu ... e eu queria te dizer, eu disse, eu ia te contar no Natal - "

"Natal?!" As sobrancelhas de James se ergueram, “No maldito Natal?! Está acontecendo desde -”

"Verão passado." Sirius disse rapidamente, ansioso para contar a verdade agora que estava tudo
escancarado. "Quero dizer ... algumas coisas antes disso, mas praticamente." Ele esperava que não
estivesse corando. Ainda estava com vergonha da maneira como se comportou no ano passado.

Os olhos de James se arregalaram e o olhar de indignação moral não se dissipou. Ele balançou sua
cabeça,

“Eu não entendo você! Depois de tudo que ele passou - "

“Olha, ele tinha alguma escolha no assunto! Você está agindo como se ele não pudesse tomar
decisões por si mesmo, quando sabe muito bem que ninguém nunca obriga Moony a fazer nada, o
teimoso idiota."

James não respondeu a isso, mas Sirius pode ver em seu rosto que isso o fez parar. Vendo uma
oportunidade, ele seguiu em frente: “A culpa não é toda minha. Merlin, achei que você
entenderia. Ou pelo menos seria um pouco menos crítico - tive que ouvir você falando da Evans
pelos últimos cinco anos e não reclamei.”

Potter sorriu, apesar de tudo.

"Sim, você ouviu."

Sirius sorriu de volta, encolhendo os ombros.

“Sim, eu ouvi. Mas você não é o único que pode se apaixonar.”

“Espere,” James olhou para cima novamente, franzindo a testa, “Apaixonado? Você
está apaixonado pelo Moony?!”

"Isso foi apenas um exemplo," Sirius disse apressadamente, voltando atrás. Droga, como isso
escapou?! "Eu só quis dizer ... er ... nós não conversamos exatamente sobre isso ... de qualquer
forma, esse não é o meu ponto."

A boca de James caiu aberta novamente, mas pelo menos ele parou de franzir a testa.

"Olha," Black continuou, inclinando-se sobre a mesa, "Eu sei que você se preocupa com ele. Todos
nós nos preocupamos. Eu me preocupo. Não é como foi com todas aquelas garotas, é ... mais. É
melhor. Ele me faz melhor, ele me entende.”

"Merlin." Potter sentou-se abruptamente, olhando para o livro à sua frente. Ele balançou a cabeça,
ainda carrancudo. Porém, não parecia mais com raiva.

Sirius esperou, sem saber o que mais poderia dizer.

"Desculpe." Ele tentou novamente. “Eu não sei mais o que dizer a você. Mas não estou pedindo sua
permissão, estou apenas avisando. É assim que as coisas são."

James passou as mãos pelos cabelos, balançando a cabeça novamente. Ele suspirou profundamente.
“Toda essa leitura.” Ele disse. "Eu preciso de um tempo."

"Sim." Sirius assentiu, ansioso por uma mudança de assunto.

"Campo de quadribol?" James finalmente olhou em seus olhos. Black sorriu, aliviado.

"Sim, vamos."

Eles empacotaram suas coisas rapidamente e deixaram o castelo. Lá fora, as coisas pareciam um
pouco melhores. Sirius começou a relaxar. Ele se perguntou onde Moony estava. Ele mal podia
esperar para falar com ele; para comemorar a eliminação deste obstáculo final. Ele e James
trocaram de roupa para voar em um silêncio amigável. James não era como Remus; você não
precisava ficar insistindo e tentando adular para obter uma resposta, ou ele dizia o que pensava ou
você podia presumir que estava tudo bem.

Potter ficou pronto antes e esperou na porta do vestiário segurando as duas vassouras. Sirius veio
ao seu encontro. Era um dia perfeitamente claro, o céu estava azul e havia apenas o suficiente de
um frio no ar para manter seus sentidos aguçados.

Black aceitou sua vassoura e inalou o ar fresco. Ele olhou para James. Assim que estivessem no ar,
estaria acabado; todo esse desconforto, toda a estranheza. Só tinha mais uma coisa que ele
precisava dizer.

"Prongs?"

"Sim, Padfoot?"

"Todas aquelas coisas que você disse sobre Moony?" Sirius olhou para seu melhor amigo por trás
do cabelo, “Sobre como ele apenas começou a confiar em nós, e como ele precisa de nós? Isso
ainda é verdade. É por isso que eu realmente preciso que você se acostume com isso, ok,
Potter? Você precisa mostrar a ele que tudo está igual.”

James o olhou por um longo tempo, seus olhos castanhos escuros parados e infinitos. Ele assentiu.

"Sim, eu sei. Eu irei. Juro."


Capítulo 129: Sétimo ano: Instinto
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

"Você contou para ele!" Remus beijou Sirius assim que ficaram sozinhos.

"Bem, ele descobriu..." O moreno disse, rindo, enquanto era empurrado de volta para o quarto.
Lily e James tiveram que liderar uma reunião de monitores e Peter ainda estava na detenção.
Remus havia lhe arrastado escada acima o mais rápido que pôde, todas as suas dores sendo
esquecidas.

"Mas você contou para ele." Lupin insistiu, passando a língua por seu pescoço, da clavícula até o
lóbulo da orelha, fazendo-o estremecer enquanto a parte de trás dos joelhos batia na estrutura da
cama. Remus deu-lhe um empurrão meio urgente, meio brincalhão, e eles caíram juntos.

"Merlin," Sirius engasgou, enquanto o outro continuava seu ataque, subindo em cima dele, os
joelhos ao lado de seu quadril, "Se eu soubesse que seria assim que você reagiria, teria contado ao
Prongs há muito tempo -”

"Cale. A. Boca." Remus o beijou com força nos lábios, as mãos no cinto do moreno. Sirius
obedeceu.

Lupin também estava um pouco surpreso. Quem diria que uma confissão seria tão excitante? Se
não tomasse cuidado, contaria a todos que conhecesse.

“Então”, disse ele, meia hora depois, apenas com sua cueca box, sentando-se a janela enquanto
acendia um cigarro. Sirius permanecia deitado na cama, vagamente atordoado, o encarando.
"Ocorreu tudo bem?"

“Hm?!” Black piscou muito lentamente, como se suas pálpebras estivessem pesadas. Remus sorriu,
exalando fumaça, tentando mirar através da fresta da janela.

" James. O que ele disse?!"

“Acho que a primeira coisa foi ‘que porra você pensa que está fazendo?’, mas ficou melhor a partir
daí.” Sirius bufou.

“Ele fez muitas perguntas?”

"Mais ou menos. Nada que eu não esperava, eu acho. E quanto a Evans?”

"Ela disse 'Meu Deus' cerca de cem vezes, mas entendeu tudo razoavelmente rápido."

“Prongs também. Exceto que o idiota não vai contar ao Wormtail para nós, diz que temos que fazer
isso."
"Nós vamos. É justo." Remus tragou seu cigarro novamente, então soprou a fumaça no quarto,
observando-a preencher o espaço entre eles. “Que perguntas ele fez?”

Sirius fechou os olhos, inspirando.

“Nada escandaloso. Por quanto tempo, quando começou, por que eu não disse a ele ... esse tipo de
coisa."

"O que você disse?"

"Eu disse a verdade. Bola um cigarro para a gente? "

Remus já tinha feito. Ele o estendeu. Sirius rolou de bruços e estendeu o braço longo e pálido
através da fumaça para pegá-lo, colocou-o entre os lábios franzidos e estalou os dedos. Ele sugou,
então rolou para trás, exalando com um suspiro.

"Como se sente?" Lupin perguntou, incapaz de desviar os olhos. Ainda parecia algo milagroso,
algo além de tudo que pudesse imaginar. Sirius Black, nu, na porra da minha cama.

"Agora? Maravilhoso para caralho.’’ O moreno piscou perversamente. “Sobre Prongs? Ok. Foi
bom, eu acho." Ele se espreguiçou, a mão desaparecendo sob um dos travesseiros. "O que é isso?"

"Oh!" Remus corou, pulando da janela, “Recebi algumas cartas de volta. Ferox está bem. E, erm...

"Grant." Os lábios de Sirius se curvaram quando ele pegou o cartão-postal que Grant havia enviado
de Brighton. Possuía uma foto colorida de um cais na frente, o mar parecia azul e o sol brilhava.
Remus estava tão feliz por ele ter enviado. Era bom imagina-lo em um lugar luminoso e alegre
como aquele. Black continuou fumando enquanto lia. "Ele está saindo com alguém que tem um
corpo bonito, mas sente sua falta?!"

Remus pulou na cama e pegou a carta, levantando-a para que Sirius não pudesse alcançá-la.

“Ele está saindo com alguém com um corpo bonito e sente minha falta. Declarações separadas.”

"Bem." Sirius cruzou os braços, deitando-se novamente e bufando com força, "Espero que você
esteja escrevendo para ele sobre meu lindo corpo."

"É claro." Remus riu, deitando-se ao seu lado. Os dois olharam para as cortinas de veludo vermelho
da cama. "Você não está realmente com ciúmes, está?" Perguntou, hesitante.

"Pfft, não." O moreno o cutucou gentilmente com o cotovelo. “Curioso, talvez ...”

"Sobre...?"

"O que você acha? Você e ele! Você nunca me contou nenhum detalhe ... "

“Tínhamos quinze anos, não havia nenhum detalhe. Apenas beijos.” Remus resmungou,
"Honestamente, que coisa a se perguntar."

"James perguntou, sobre nós."

"Ele nunca faria isso!"

"Bem, ele não perguntou, mas eu sabia que ele queria."


"Não, ele não perguntou, você está apenas sendo vaidoso." Remus se inclinou para apagar o cigarro
na xícara de chá frio em sua mesa de cabeceira. Black o pegou pelo quadril e o puxou, fazendo-o
fechar os olhos e se deixar ser levado.

--- “Graças a Godric eu tinha o mapa, eu teria ido para a biblio – PELAS BOLAS DE MERLIN!”
A porta se abriu e Peter, boquiaberto, colocou as mãos na frente dos olhos.

Remus saltou da cama como se Sirius estivesse pegando fogo e começou a procurar por suas calças
no chão, gritando.

“Desculpe Pete, desculpe Pete! Merda! Merda! Merda!"

"Que porra é essa?!" Peter gritou de volta, ainda cobrindo os olhos.

Sirius puxou o edredom para cima, olhando para os dois, então caiu na gargalhada.

"Wormy, temos algo para lhe contar."

***

Sexta-feira, 20 de janeiro de 1978

Peter demorou um pouco para se acostumar, mas todos demoraram, até mesmo Remus e Sirius. Os
dois sempre se esqueciam de que os marotos sabiam. Haviam se acostumado a se evitar
inconscientemente, e se tornaram estranhamente tímidos sobre demonstrar qualquer tipo de afeto
na frente dos outros. Claro, Remus ficava lembrando a si mesmo que era melhor se manter discreto
de qualquer maneira; eles ainda tinham o resto da escola com que se preocupar.

"Você poderia contar a Christopher, no entanto." Sirius disse, enquanto deixavam a biblioteca pela
última vez antes da viagem a Hogsmeade. Era quase meia-noite e eles haviam sido perseguidos por
Madame Pince, que não os deixou ficar mais, mesmo quando Lily e James mostraram seus
distintivos de Monitora e Monitor chefe.

"Ah, agora você se lembra do nome dele," Remus bocejou, apertando os livros contra o peito - na
verdade, apenas para ter algo a que se agarrar.

"Só estou dizendo," Black também bocejou enquanto cobria a boca, mas continuou falando, "Ele já
sabe a metade, não há mal nenhum em contar a ele o resto. Não é realmente justo deixá-lo
continuar sofrendo por você quando não há uma chance de ... "

"Sirius Black, você está com ciúmes?!" Lily gargalhou, rindo devido cansaço excessivo.

"Não." Sirius fungou, o nariz empinado, "Eu só não quero nenhum mal-entendido."

"Bem, se eu sobreviver amanhã, então vou pensar sobre isso." Remus bocejou novamente.

Isso fez com que todos ficassem quietos e ele se arrependeu de ter dito. Todos voltaram para a sala
comunal em um silêncio solene. A torre da Grifinória estava pacífica e quase vazia - alguns alunos
do segundo ano permaneceram após o toque de recolher, mas, assim que viram James e Lily,
fugiram para seus dormitórios, e os marotos tomaram seus assentos de costume perto da lareira.
Remus se acomodou em sua poltrona e imediatamente voltou ao livro que estava lendo antes de
Pince o interromper tão rudemente.

Sirius acenou com a varinha para a chaleira pendurada sobre a lareira e Lily convocou algumas
xícaras de chá limpas do armário, mas ninguém falou até que a água fervesse e o chá esquentasse
em seu bule.

“Moony,” Black chamou suavemente, “Largue o livro, hm? Já estudamos muito.”

"Não parece o suficiente." Remus respondeu, sentindo-se espinhoso e irritado. "Eu sei que estou
esquecendo de alguma coisa."

Todos ficaram encarando, e agora Lupin não sabia se era porque estavam surpresos (ou enojados)
sobre toda a coisa com Sirius, ou se eles estavam convencidos de que ele estava prestes a fugir e se
juntar aos lobisomens.

“É muito.” James disse, agora servindo o chá e entregando a Remus um pires, “Honestamente,
agora você sabe o suficiente para fazer qualquer exame de Defesa Contra as Artes das Trevas. Pode
muito bem se ausentar pelo resto do ano.”

“Isso não é um exame.” Retrucou. A xícara e o pires tremeram em suas mãos, então ele as pousou
no braço da cadeira. Tinha a sensação de que Sirius havia notado isso, mas esperava que mais
ninguém houvesse.

"Mas Moony," Peter sorveu seu próprio chá ruidosamente, "Você já fez isso antes. Ano passado."

"Exatamente", James assentiu, encorajando-o.

Remus suspirou e não disse mais nada. Qual era o ponto; reclamar não o levaria a lugar nenhum.
Ele tomou um gole de chá, desejando que sua mão permanecesse firme. Esta era potencialmente a
pior época do mês para uma missão, não conseguia deixar de pensar. Apenas quatro noites longe
da lua cheia e sua magia parecia mais forte do que o normal, mas também, menos previsível.
Estava inquieto, sua pele formigando, seus sentidos nus e seu humor borbulhava. Sabia que estava
esquecendo de algo. Simplesmente sabia. Um sentimento sombrio de mau presságio dizia que nem
todas as maldições do mundo resolveriam o problema.

Ele se levantou bruscamente, derrubando a xícara de chá da poltrona. Sirius foi rápido, e a parou no
meio do ar com um aceno de sua varinha. Remus ignorou isso.

"Estou indo para a cama." Disse, estalando os nós dos dedos.

"Ok, Moony," James acenou, brilhantemente. Ele olhou para Lily, "Acho que vamos ficar aqui um
pouco."

Peter olhou para Sirius e depois para Remus com uma expressão de leve terror. Lupin resmungou.

"Está tudo bem, Wormtail, eu realmente vou dormir. Vejo vocês amanhã."

Ele não dormiu. Seu cérebro não deixou. Odiava Dumbledore, odiava Greyback, odiava a guerra e,
conforme as horas ficavam cada vez menores, odiava Peter também.

No entanto, ele não odiava o outro lobisomem; aquele que não era Greyback. Assim como não
odiava Lívia, embora ela o assustasse. Quanto mais Remus pensava sobre o que estava à sua frente,
menos certeza ele tinha sobre sua preparação.

Sim, agora conhecia mais maldições e feitiços do que Regulus e Severus combinados
(provavelmente), mas quanto mais pensava em seu encontro com Lívia, menos úteis essas coisas
pareciam. Ela mesma não havia dito? "Você pode usar esse uniforme e agitar seu galho idiota, mas
sabe que tem mais em comum comigo do que qualquer pessoa naquele castelo." Ele sabia que ela
era mais forte do que ele; Livia poderia machucá-lo se quisesse - mas não o fez, não realmente. Em
vez disso, ele se lembrou da pena que sentiu imediatamente após o encontro. Se lembrou do desejo
de ajudá-la e de suas conversas com Ferox e Dumbledore.

Ao amanhecer, Remus estava deitado bem acordado, com os pensamentos correndo a um milhão
de quilômetros por hora, seu coração batendo forte e seu estômago fervendo de expectativa. Se ele
tivesse que ir para a guerra, tudo bem. Porém, esta era sua batalha, e seria em seus termos.

***

It was an April morning when they told us we should go

As I turned to you, you smiled at me

How could we say no?

Oh, the fun to have

To live the dreams we always had

Oh, the songs to sing

When we at last return again

Slipping off a glancing kiss

To those who claim they know

Below the streets that steam and hiss

The devil's in his hole

'Achilles Last Stand' by Led Zeppelin.

Sábado, 21 de janeiro de 1978

O café da manhã foi desolador. Remus estava com uma fome voraz, mas ninguém mais parecia
estar comendo. Sirius estava tomando café preto, o que já o estava deixando agitado pela forma
como ele se balançava em seu assento. Mary e Marlene eram as únicas agindo normalmente,
porque nenhuma delas sabia sobre a tarefa.

"Três vassouras, mais tarde?" Mary perguntou, animada.


Lily e James assentiram, tentando sorrir, o que fez com que parecessem levemente perturbados. Os
dois estavam de mãos dadas sob a mesa novamente, e Remus tentava não pensar nisso, então pegou
o prato de bacon para outra porção.

"Posso levar Yaz?" Marlene estava perguntando a Mary, que levantou uma sobrancelha.

"Quer dizer, eu suponho que sim..."

"Excelente." Marls sorriu. A boca de Mary torceu, mas ela não disse nada.

A caminhada até Hogsmeade pareceu mais longa do que nunca. Felizmente, Lily e James tinham
deveres a cumprir, então, pelo menos, eles não estavam seguindo Remus, apenas esperando.
Infelizmente, Sirius possuía energia nervosa o suficiente para três pessoas, e Lupin podia senti-la
emanando dele em ondas.

"Onde nós devemos ir?" Ele murmurou, baixo o suficiente para que apenas Peter e Remus
pudessem ouvir.

"Em todos os lugares, suponho."

"Ajudaria se eu fosse Padfoot?"

"Se quiser.’’

"Devo mudar também?" Peter perguntou.

"Se quiser."

Remus não conseguia despertar muito interesse. Estava bastante ocupado tentando descobrir se
Hogsmeade possuía algum cheiro diferente, ou se era porque, geralmente, tentava ignorar os
cheiros como um humano.

Eles entraram em um beco ao lado de uma loja e Peter e Sirius se transformaram atrás de algumas
lixeiras. Wormtail rastejou na palma de sua mão, e ele o colocou sentado em seu ombro. O peso
era um pequeno conforto, mesmo que seus bigodes fizessem cócegas no pescoço de Remus. Era
bom ter Padfoot também, grande, preto e agitado, trotando ao lado como um companheiro leal.
Sim. Muito melhor quando seus amigos não eram humanos, em sua opinião. Pelo menos agora.

Eles andaram. Remus evitou deliberadamente a rua principal, ao invés disso, vagava pelas estradas
residenciais. Quantas pessoas viviam em Hogsmeade? Quantos estavam potencialmente em perigo,
mesmo sem saber? Ele tentou farejar o ar, e foi como exercitar um músculo que havia permitido
que atrofiasse.

Alguns cheiros eram mais fortes do que outros. Padfoot obviamente, e Wormtail. Resíduos
domésticos das lixeiras, quintais e magia - aquele forte sabor de ferro que se instalava em sua
língua como melaço quando ele estava tão perto da lua. Outros alunos, o aroma adocicado doentio
da Dedos de mel e o cheiro reconfortante de pergaminho emanando da Scrivenshaft.

A floresta. Podia sentir o cheiro da floresta, se realmente tentasse. Ele fechou os olhos brevemente
e inalou. Verde, exuberante, denso, repleto de vida ... e magia. A princípio pareceu um capricho
indulgente, apenas uma ideia de que havia gostado o bastante do cheiro para querer se aproximar.
Porém, quanto mais caminhavam, e quanto mais perto ficavam, mais importante parecia. Remus
teve a impressão de que algo o estava atraindo naquela direção há algum tempo.

A Floresta Proibida se erguia sobre a pequena vila, quilômetros e quilômetros de escuridão e perigo
contra um pano de fundo de montanhas cobertas de neve azul-acinzentada. Pela primeira vez (como
humano, pelo menos) Remus teve o desejo de entrar - de explorar.

Padfoot choramingou ao lado dele quando deixaram Hogsmeade e a estrada para trás. Se perguntou
se Sirius podia sentir o cheiro também, mas era impossível extrair qualquer expressão dele na
forma de cachorro. Remus tentou desligar sua mente racional por um momento - havia alguma
coisa lá, ou ele estava apenas pensando demais?

A magia na floresta não era a mesma de Hogwarts; não era humana, não possuía aquele cheiro
metálico de pólvora que Remus passou a associar à maioria das bruxas e bruxos que conhecia. Era
mais orgânica; menos precisa; um cheiro inebriante de terra e decomposição. Havia poder ali. Ele
soube disso instintivamente – poder estonteante, enorme, capaz de mover a Terra. Um dia, aquilo
teria sido assustador. Porém, quanto mais perto chegava, mais seguro se sentia - o poder seria dele,
se quisesse. Tudo o que precisava fazer era deixá-lo entrar. Outro cheiro se revelou; um animal;
sangue. Remus sentiu o lobo dentro de si se mover, e seu desejo de entrar na floresta tornou-se
quase impossível de resistir.

Padfoot latiu bruscamente e correu na sua frente. O grande cachorro preto se virou, eriçando o pelo
e emitindo um rosnado baixo. Remus piscou, voltando para si mesmo. Wormtail estava
guinchando e tremendo em seu ombro - talvez já estivesse assim há alguns minutos.

"Sirius." Remus franziu a testa. "Saia."

Padfoot continuou a rosnar. Wormtail deu outro guincho, antes de se enfiar nas vestes, dentro de
seu bolso esquerdo. Remus se sentiu quente e com raiva - como se algo tivesse sido arrancado
dele, algo que queria. Algo que precisava. Ele se moveu para frente, e Sirius se transformou de
volta em si mesmo.

"Onde você está indo?!" Ele disse, ainda bloqueando seu caminho. "Você não consegue sentir o
cheiro?!"

Remus parou de tentar passar e o olhou nos olhos.

"Você consegue?" Ele sussurrou, sem acreditar muito.

“Tem algo ruim aí. Deve ser o lobo.”

"É." Remus acenou com a cabeça, ansioso. Isso certamente não era óbvio?!

"Mas não tenho certeza." Sirius franziu a testa.

"Eu tenho." Respondeu. "Deixe-me passar."

Black se moveu novamente, bloqueando-o.

"Não." Ele disse. “Você fez o que disse que faria. Nós sabemos que está lá. Vamos voltar agora. "

"Eu ..." Lupin olhou por cima do ombro de Sirius, para as selvas escuras e invernais além. Queria
tanto isso. Mais do que ele jamais quis qualquer coisa; exceto - talvez - o menino parado diante
dele. "Eu tenho que ir." Terminou. Era uma explicação insuficiente, mas era tudo o que tinha.

“Aí estão vocês! Onde está o Pete?”

O impasse de Sirius e Remus foi interrompido pelo grito alegre de James. Os dois se viraram para
vê-lo vindo da aldeia em direção a eles, com Lily ao seu lado. “O que estão fazendo aqui? Pensei
que deveriam deixar seu cheiro por toda a cidade ou algo assim. "

"Sim, íamos voltando agora." Black respondeu - o que Remus achou muito atrevido, sem
mencionar, presunçoso.

"Vocês podem voltar." Disse Remus. "Eu não."

"Não o quê?" Lily perguntou, confusa. "Onde está Peter?"

Remus podia sentir o peso quente do corpinho peludo de Wormtail em seu bolso, mas não disse
nada. James estava agonizando por meses sobre quando falar sobre o lance de animago para sua
namorada, e agora definitivamente não era o momento certo

"Eu não vou voltar com você. Eu tenho que entrar lá.” Ele apontou para a floresta, ciente de como
parecia louco.

"Você o que?!" James parecia preocupado. Seus olhos se voltaram para Sirius automaticamente, o
que irritou Remus ainda mais. Sirius não era seu guardião, pelo amor de Deus.

"O lobo está lá." Black explicou "E Moony ficou completamente louco e decidiu que precisava
enfrentar isso agora mesmo."

A cabeça se virou com força na direção do moreno, sentindo-se indignado e traído.

"Eu não fiquei maluco, seu idiota!" Retrucou ferozmente. Como poderia explicar que isso era
exatamente o que tinha que acontecer? Que ele sabia, no fundo de sua alma, em seu próprio âmago.
“Voltem ou esperem aqui. Vocês não vão entender.”

"Ajude-nos a entender, Remus," Lily adiantou-se, gentilmente, "Isso não é algo que você faria,
correr para uma luta ..."

Remus quase riu na cara dela. Ninguém se lembrava de quem ele era? O que ele era?

"Eu não vou lutar com ninguém." Ele disse. “Eu só quero falar com eles. Isso é o que eu devo
fazer. "

Todos o encaravam, não convencidos. Sua raiva explodiu novamente, e ele teve um pensamento
muito desagradável - que poderia facilmente passar por eles, se quisesse. A magia na floresta era
mais do que suficiente; isso o fazia se sentir forte. Poderia forçar seus amigos a ficarem lá e isso
nem mesmo o cansaria, provavelmente nem precisaria de sua varinha. Esta noção o queimou tão
intensamente que o assustou.

Ele olhou para Lily novamente, recusando-se a olhar para Sirius ou James. “Estávamos errados -
isso não é uma batalha. E eu não sou uma arma contra os lobisomens ", ele tentou explicar," Eu
sou um ... sei lá, uma forma de entrar. Eles precisam saber que não quero fazer mal. "

"Mas Remus, se eles estão do lado de você-sabe-quem ..."

"Eles não estão!" Ele perdeu a cabeça. "Nem todos eles."

Lily parecia incerta, e Sirius estava praticamente queimando um buraco em sua nuca com sua
indignação. Remus passou as mãos pelos cabelos. Eles não iriam entender. Como poderiam? Ele
mal entendia. "Olha." Continuou "Isso é importante e preciso que todos confiem em mim."

Não foi um pedido e nem foi recebido como tal. James e Lily olharam um para o outro e depois
para Sirius. James acenou com a cabeça.

"Ok, Moony."

Black fez um barulho de protesto, mas Remus estava longe demais para se importar. Ele o
compensaria mais tarde, quando pudesse pensar com clareza; quando cada instinto nele não
estivesse lhe dizendo para correr para a floresta a todo vapor.

"Ok." Ele acenou. "Fiquem aqui." Houve um puxão em seu diafragma quando a magia assumiu o
controle - nunca teria certeza se havia feito isso de propósito ou não e, no momento, simplesmente
não se importava.

Ele se virou e começou a caminhar para a floresta rapidamente, suas longas pernas dando passos
largos, seus amigos atrás dele, imóveis, incapazes de segui-lo.
Capítulo 130: Sétimo ano: Castor
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Era mais fácil não pensar, pelo menos nos minutos seguintes. Remus não diminuiu a velocidade ou
se cansou tão rápido quanto de costume - até mesmo seu quadril havia parado de doer. Apesar da
lisonjeira culpa beirando a superfície, ele não se sentia tão bem em meses. O cheiro se tornava
mais forte conforme a floresta ficava mais densa, e uma penumbra de escuridão caiu, lançando
sombras estranhas que pareciam se mover pelos cantos de seus olhos.

Ele não pensou. Era tarde demais para pensar; estava muito longe.

Puta merda, uma voz em sua cabeça surgiu do nada, quando você vai em frente, você realmente se
joga de cabeça, não é, querido?

Grant. Remus não queria fazer isso agora. Cale a boca, disse para seu cérebro.

Oh, charmoso! A voz de Grant gargalhou, aqui estou, apenas tentando ajudar. Não tento sempre
ajudar?

Eu não preciso de ajuda.

Se você não precisasse, eu não estaria aqui. A voz de Grant rebateu. Eu poderia ser outra pessoa,
se preferir? Muitas pessoas sensatas para escolher. Eu tenho Ferox aqui, quer conversar com ele?
Ou Lily, embora ela seja um pouco reclamona, se quiser saber minha opinião... Dumbledore?
Nah, um idiota. Ooh, e quanto ao seu menino riquinho? Eh, ‘Moony’?

Cale a boca. Remus repetiu, andando mais rápido, respirando com mais força.

Sim, a voz de Grant concordou, maliciosamente, posso ver por que ‘cê não gostaria de falar com
ele, depois do que acabou de fazer.

Eu precisava. Insistiu. Nenhum de vocês entenderia.

Bem, agora que eles não vão, seu lunático.

Remus ignorou a voz. Não havia tempo para isso; ele apenas teria que lidar com as consequências
mais tarde. Sabia que não havia como voltar agora, não realmente.

Espero que você goste da floresta, Remus. Grant estava sussurrando agora, porque ninguém vai
querer você de volta à civilização depois dessa bagunça.

Cale a boca, cale a boca, cale a boca. Remus se enfureceu dentro de sua cabeça, como um louco;
como alguém perturbado. Talvez tenha sido um erro vir sozinho. Talvez ele realmente tivesse se
perdido e seus amigos estivessem apenas tentando mantê-lo seguro...
Não. Sentiu o cheiro novamente, e isso mexeu tanto com suas entranhas que era como se estivesse
sendo conduzido; arrastado para frente, incapaz de resistir. Era uma sensação que, antes, só havia
associado às transformações. Não estava mais sob controle, da mesma forma que o lobo não
interferia quando estava em sua forma humana. Era ele - o outro lobo, em algum lugar lá fora.
Remus tinha que encontrá-lo, ou então ... bem, não tinha certeza, mas nem valia a pena considerar.

Algo se moveu, bem à frente, e Remus congelou. Os diferentes cheiros da floresta começaram a se
acumular, teve de se concentrar para identificar e categorizar cada um. Havia magia. E havia um
tipo diferente ... não era o lobo; era uma fêmea - ou, pelo menos, um cheiro feminino, e
absolutamente nada lupino.

Ele caminhou em direção ao cheiro, confuso. Estava muito perto, mas não conseguia ver nada.
Remus se viu em um bosque de bétulas prateadas - árvores finas e fantasmagóricas com troncos
como casca de papel que brilhavam na escuridão da floresta. O cheiro era forte, mas ainda não
havia nada - e ele havia perdido o rastro do lobo.

Impaciente, Remus puxou sua varinha e lançou um feitiço revelador.

“Aparecium.’’ Sua varinha pareceu pular em sua mão, a força de sua magia estava muito forte.

Um lamento angustiado encheu o ar, e a árvore mais próxima de Remus não era mais uma árvore,
mas uma jovem. Uma dríade. Ela era linda - à sua maneira. Esbelta e alta como as árvores que ela
guardava, sua pele brilhava tão branca como casca de prata, e seu cabelo farfalhou de folhas
frágeis de inverno farfalhou. A dríade se virou, mostrando seus dentes amarelos e afiados, e ele
cambaleou para trás, chocado e pasmo.

"Vá embora, coisa detestável." Ela sibilou, estreitando os olhos que eram da cor das folhas novas
da primavera, estranhamente brilhantes e ferozes. "Eu já lidei com o outro, vou lidar com você
também."

"Qual outro?!"

"O outro metade-besta." Ela ficou carrancuda. A dríade era, pelo menos, uma cabeça mais alta e
avançava em um ritmo constante, as raízes se desenrolando nas solas dos pés e girando em sua
direção. Por mais terrível e assustadora que ela fosse, Remus tinha que ficar focado em seu
objetivo.

“Estou procurando por ele - o outro. Não quero fazer mal a você, ou a suas ... er ... árvores. "

"Bruxos não pertencem a este lugar." Ela continuou, severa “Mesmo bruxos metade-bestas. Saia."

“Eu irei, assim que eu ---”

"Criaturas desagradáveis, cruéis, perversas, sujas, antinaturais, não pertencem, muito perigosas ..."

"Não é lua cheia", ele insistiu, "Eu não vou me transformar, eu juro!"

"Não lobo." A dríade murmurou, muito perto dele agora, hera e urtigas serpenteando em sua
direção, cobrindo seus sapatos. "Mago. Lobo é bem-vindo. Lobo é natural.”

"Oh ..." Remus não tinha uma resposta para isso, e as vinhas estavam fazendo cócegas em seus
tornozelos agora, o picando enquanto apertavam. Ele ainda tinha sua varinha. Ainda tinha todas as
maldições que passou as últimas duas semanas praticando. Porém, agora que havia chegado hora
de usá-las, a consciência de Remus doeu.
A dríade estava apenas fazendo o que deveria fazer; proteger suas árvores.

"Por favor!" O garoto disse, erguendo as mãos, esperando que parecesse respeitoso, "Eu prometo
que não vou machucar você, ou ninguém - eu só preciso encontrar o outro ... o outro lobo. Então eu
irei, realmente irei! "

“Mentira falsa, suja ...”

"Juro!"

"E o pequeno?"

"O que!? Quem?!"

De perto, ele podia ver que o rosto dela não era liso, como pele humana, mas finamente enrugado
e rachado, como uma casca de árvore; carvão preto sob a fina camada externa do tecido. A dríade
deu outro gemido áspero e ergueu a mão. Remus se encolheu, mas ela não o tocou - em vez disso,
houve um tremor violento dentro do bolso de seu manto, e Wormtail saiu voando, caindo no chão
coberto de musgo com um suave 'pat'. Merda. Remus pensou. Maldito Peter!

A dríade ergueu o braço novamente e Peter se transformou de volta para sua forma humana,
tremendo e se encolhendo no chão.

"Por favor, não me machuque!" Ele choramingou, cobrindo o rosto. Lupin se colocou a frente dele,
rapidamente. De todas as pessoas para ter ao seu lado em uma situação como essa, ali estava Peter.

"Mentiroso!" A dríade sibilou de novo triunfante, o cabelo cheio de folhas eriçado, "Enganadores,
bruxos imundos ..."

Ela estava levantando os dois braços agora, e seus olhos escureceram para a cor de agulhas de
pinheiro. Agora, Remus tinha certeza de que ela queria causar muito mal a eles; cada um de seus
dentinhos pontiagudos estava à mostra. Ele não podia desarmá-la, ela não possuía uma varinha. Ele
não tinha certeza se os feitiços defensivos usuais funcionariam com ela. Remus havia acabado de
decidir que usaria a azaração Flipendo para ganhar algum tempo, quando -

“C-c-confringo!” Peter guinchou atrás dele, apontando sua varinha atarracada sobre o ombro de
Remus.

Oh Jesus Cristo... Remus pensou, enquanto se abaixava, reflexivamente. Felizmente, Peter estava
tão assustado, ou simplesmente inepto, que a maldição explosiva não teve seu efeito devastador de
costume. Ainda assim, foi o suficiente para causar sérios danos às árvores atrás da dríade,
incendiando algumas folhas. Ela gritou, um guincho doloroso de partir o coração, e se virou
imediatamente para cuidar dos galhos fumegantes. Peter e Remus aproveitaram a chance e
correram, as videiras se partindo enquanto arrancavam seus pés do chão.

Pettigrew o seguiu, mas nenhum dos dois corria especialmente rápido e, no momento em que
julgaram estarem seguros para parar, os dois estavam ofegantes.

"Maldição... inferno ... Pete ..." Remus ofegou, curvando-se para frente, um braço contra um
carvalho para se apoiar.

“Eu não sabia o que fazer!” Peter respondeu, com o rosto vermelho, o cabelo claro colado na testa.
"Vamos voltar, Remus, por favor ..." Ele olhou em volta, ansioso. Eles estavam ainda mais à fundo
na floresta agora e, além de suas próprias respirações, estava mortalmente silencioso.
Ainda assim, Lupin balançou a cabeça, endireitando-se.

"Não." Ele disse “Eu tenho que encontrá-los. Ela o machucou. "

"E daí?!" Peter respondeu, indignado "Não deveríamos estar aqui!"

"Olha, sinto muito que você tenha se envolvido nisso," Remus franziu a testa, impaciente. Agora
que eles não estavam em perigo imediato, seu desejo de achar o outro lobo havia retornado. Podia
sentir o cheiro de sangue; estava certo disso. "Mas eu tenho que continuar. Você pode voltar, se
quiser - vá e encontre os outros.”

Peter olhou para trás, depois de volta para Remus, seus olhos grandes e brilhantes.

"Voltar sozinho?" O tremor em sua voz era palpável, e Remus de repente queria que ele fosse
embora mais do que qualquer coisa no mundo, caso seu terror fosse contagioso.

"Vou te dar meu relógio, para que não se perca." Ofereceu.

"Não." Peter enrijeceu os lábios, "Eu irei com você."

O batimento cardíaco de Pete era quase ensurdecedor, e Remus estava começando a sentir pena
dele.

"Está tudo bem", ele sussurrou. “Se algo acontecer, você pode simplesmente se transformar de
volta e ir contar para os outros, não é? Você saberá o caminho melhor, como um rato. "

"Eu não vou te deixar, Remus," Peter sussurrou, trêmulo, "Eu posso ser corajoso, eu sei que
posso."

Lupin apertou seu ombro.

"Está bem. Por aqui. Fique o mais quieto que puder. ”

A dríade não havia vindo atrás deles, graças a Deus. Remus não conseguia se lembrar sobre tudo
em relação os guardiões das árvores, mas tinha quase certeza de que não podiam deixar seus
bosques. Ou talvez fossem náiades? Ele não conseguia se lembrar da diferença.

Porém, isso não importava agora, já estava conseguindo farejar corretamente. Um cheiro forte de
ferro que lhe dava água na boca e fazia seu estômago roncar vergonhosamente. Ainda faltavam
dias para a lua cheia, mas isso não parecia importar para o lobo dentro de Remus, que estava
escalando as paredes de sua prisão, uivando por liberdade.

"Está perto." Remus sussurrou para Peter, enquanto passavam por um matagal denso,
provavelmente anunciando sua chegada para todas as criaturas próximas.

Houve outro batimento cardíaco, não muito longe, e parecia assustado também. Mais alguns passos
e Remus pôde ouvir uma respiração fatigante; como alguém que já lutava há algum tempo e estava
começando a se cansar. Mais perto e pôde sentir o cheiro do suor - e da raiva – devido a esse
esforço. Era uma mistura tão forte de emoções e energia, que Remus ficou momentaneamente
perdido em sua névoa, oprimido demais para ver uma direção clara. Então mudou - parou, de
repente. Uma voz áspera soou, quebrando o silêncio da floresta, sacudindo os pássaros de seus
ninhos;

“Remus Lupin!”
Peter soltou um grito agudo de terror, antes de pular no ar, se transformar em rato e virar o rabo,
correndo. Não importava. Remus continuou de pé.

"Estou aqui." Ele sussurrou de volta.

"Venha até mim."

A sensação de estar sendo puxado voltou ao seu peito, e ele a seguiu, deixando-se ser levado para
frente, através de uma pequena clareira de árvores. No centro havia um teixo antigo, retorcido e
rangendo, e preso ao tronco, estava um jovem. A dríade o amarrou usando quilômetros de arbustos
cruéis e retorcidos. Os espinhos estavam cortando sua capa de couro gasta e perfurando a pele de
seu pescoço. Seus braços estavam ao lado do corpo e, apesar das óbvias tentativas de se libertar, os
cipós marrons e fortes se mantiveram firmes.

Ele não estava lutando agora, no entanto. Apenas olhava para Remus, a cabeça inclinada para
frente, olhos escuros e inescrutáveis. Sua cabeça estava raspada, como a de Lívia, e suas roupas
gastas pelo tempo e puídas, mas a semelhança terminava aí. Ele era alto; tão alto quanto Remus, e
talvez apenas alguns anos mais velho. Sua pele era escura como couro bronzeado, seus traços eram
bonitos e marcantes. Ele sorriu lentamente, mostrando fileiras de dentes retos e brancos.

“Remus Lupin. Me liberte."

"Quem é você?" Se conteve, segurando sua varinha dentro do bolso.

“Eu sou Castor. Me liberte. Eu sou seu irmão.”

Remus inclinou a cabeça. Este homem estava preso. Totalmente à mercê. Sentiu sua coragem
voltando.

“Meu irmão, não é? Greyback mandou você? "

"Sim."

"Bem." Remus se encostou na árvore mais próxima e cruzou os braços, "Você vai ter que me dar
uma razão decente para libertá-lo, não é?"

Castor rugiu furiosamente, lutando contra suas amarras mais uma vez, rasgando suas roupas e
cravando os espinhos mais fundo em seu pescoço. Ele era claramente muito forte, com uma
construção larga, bíceps grossos flexionando contra as trepadeiras.

"Ah, querido" Remus resmungou, coloquialmente, "Parece que você não vai a lugar nenhum sem
mim."

Mais tarde, ele se perguntaria de onde viera essa ridícula sensação de petulância. Afinal, a situação
em que Remus se encontrava agora era tão perigosa quanto o ataque ao Beco Diagonal, que virou
sua mente do avesso. Talvez fosse a floresta e o poder que ele sentia percorrendo seu corpo. Talvez
fosse a voz de Grant, ainda zumbindo em seus ouvidos. Talvez simplesmente fosse a familiaridade
da situação. Remus estava enfrentando valentões que pensavam que o tinham descoberto desde que
ele tinha seis anos de idade. "Então?" Continuou, sorrindo "Quer conversar?"

"Fui enviado para conversar."

"Mesmo? Apenas conversar?"

"Apenas conversar. Me liberte."


"Hm." Remus brincou com a ponta de sua varinha, pensativo, como se não se importasse com o
mundo. "Veja, eu tenho um pouco de dificuldade em acreditar em você, Castor, companheiro. A
última vez que Greyback enviou alguém para 'apenas conversar' comigo, uma mulher inocente
acabou morta. "

“Meu pai reconheceu seu erro ao enviar Livia.” O lobisomem disse, seriamente. Ele havia se
acalmado um pouco agora, e estava claramente observando Remus para ver onde isso estava indo.
"Então, desta vez, ele me enviou."

"Eu posso ver através disso também, você sabe," Pensou, "Ele achou que um cara bonito poderia ...
er ... despertar meu interesse, não é?"

Castor continuou encarando-o, estreitando os olhos. Remus deu de ombros e continuou, "Quer
dizer, estou lisonjeado, Castor, não me entenda mal, tenho certeza que você é adorável, mas ainda
não estou interessado. E devo dizer, até agora não estou muito impressionado. Não é tão bom em
magia quanto sua amiga Livia, então? Ela teria aparatado para fora disso imediatamente, sem
problemas. "

"Aquela vadia da árvore!" Castor rosnou, lutando novamente, "O que quer que ela tenha feito,
essas vinhas ... eu não posso usar magia ..."

"Ah, eu vejo isso!" Remus acenou com a cabeça, "Bem, devo lembrar de agradecê-la da próxima
vez que a vir."

"Livia me contou sobre você", disse Castor, "Ela disse que você é o cão de estimação de
Dumbledore, desdentado. Não faria mal a uma mosca, não perseguiria um coelho na lua cheia. "

"Eu não sou animal de estimação de ninguém." Respondeu, sua mandíbula apertando. “E nem
vocÊ deveria ser. O que há de tão bom em Greyback, hein? O que vocês acham que vai acontecer
com vocês quando derrotarmos Voldemort? "

“A mesma coisa que sempre acontece com nossa espécie.” Castor respondeu, dando a Remus um
olhar de pena, "Seremos caçados e oprimidos."

“Você não quer mudar isso?” Remus implorou, dando um passo à frente. “Você não tem família,
no mundo real? Você não quer uma família, um dia?"

“Nós somos um bando. Nós somos tudo.”

Remus suspirou.

“Você não entende. Ele está mentindo para você. Eu sei que existe uma maneira de melhorar as
coisas, de realmente mudar a forma como somos tratados, mas não pode ser assim, não percebe?’'

Castor zombou dele com desdém.

“Exatamente como Livia disse. Desdentado. Disse ao pai que você não estava pronto. Disse a ele
que era muito cedo. "

"Muito cedo para quê?"

"Para a grande noite, é claro," Castor estava sorrindo de novo, um sorriso sinistro que deixou
Remus enjoado. O lobisomem continuou, reconhecendo sua incerteza, "Na noite da próxima lua, a
alcateia estará à caça. Será uma caça como o mundo não viu desde a idade das trevas.”
"Por que você está me contando isso?" Havia um tremor na voz de Remus agora, por mais que ele
tentasse disfarçar, "Você sabe que estou indo direto para Dumbledore."

Castor riu, um som vazio e sem fôlego vindo do fundo de seu peito.

"Perfeito."

*CRACK*

Remus estremeceu quando o ar ao redor deles tremeluziu ligeiramente, e se afastou da figura que
apareceu entre eles na clareira. Ela sibilou baixinho, olhos de aço passando rapidamente de Remus
para Castor. Livia.

"Irmã!" Castor murmurou, lutando pela liberdade mais uma vez, "Liberte-me!"

"Você falhou com nosso pai." Ela respondeu. "A punição o aguarda."

"Não!" Ele protestou: "Foi a dríade, eu não poderia ..."

Livia levantou a mão e Castor foi silenciado, incapaz de se mover ou fazer barulho. As entranhas
de Remus congelaram quando ela se virou para ele.

"Olá, meu amor. Você está pronto?"

Remus puxou sua varinha e apontou para a mulher, assumindo uma posição de duelo e se
enraizando no chão. Ela não iria impedi-lo, desta vez. Desta vez ele sabia o que esperar.

"Eu não vou a lugar nenhum, Livia."

"Não há tempo para isso, a lua se aproxima." Ela resmungou, caminhando em sua direção, tão
esfarrapada, imunda e selvagem quanto ele se lembrava. "Largue esse galho idiota." Ela levantou a
mão e girou no ar, como se estivesse girando a maçaneta de uma porta. Remus sentiu a força disso,
separando seus dedos, sua varinha queimando em sua mão, mas desta vez, ele não a largou. Lupin
cerrou os dentes e reuniu cada grama de magia da floresta ao seu redor.

"Não."

"Remus Lupin." Ela rosnou "Você virá conosco."

Livia ergueu os dois braços agora, e estalou os dedos, de forma que eles se espalharam em suas
palmas. As árvores ao redor de Remus se tornaram luz em um instante, do tronco aos galhos,
colunas de fogo rugindo ao redor. Ele estava apavorado, mas não desistiria.

"Não." Ele repetiu, dando um passo para trás, lentamente. Ele correria, se fosse preciso, deixaria as
dríades lidarem com ela - deixaria os centauros fazerem isso. Você não poderia simplesmente
aparecer em uma floresta como esta e começar a incendiá-la.

Livia estalou os dedos então e, imediatamente, Castor foi libertado de suas amarras, ofegando e
rosnando. Ele se juntou a sua companheira de bando, e agora havia dois deles, seus olhos brilhando
como carvão em brasa, refletindo as chamas que os rodeavam.

“Chegou a hora, Remus Lupin,” eles disseram, em uníssono, enquanto a fumaça negra começava a
encher o ar, o cheiro de seiva e pinheiro faiscando ao redor.

"Não." Repetiu, embora não pudesse ver nenhuma saída agora. “Mordeo!” Ele gritou, apontando
sua varinha para os dois, enquanto se afastava. Castor recuou, rosnando, mas Livia riu
guturalmente e acenou com a mão novamente, descartando a maldição como se não fosse mais do
que uma teia de aranha.

Era isso. Eles iam levá-lo - sabe Deus aonde - e torná-lo um deles. Ele nunca mais veria seus
amigos, nunca mais veria Sirius. Havia sido um idiota, obrigando-os a ficar para trás. Agora não
havia mais ninguém para protegê-lo.

Há você. Remus não reconheceu essa voz. Não era Grant, ou qualquer pessoa com quem já havia
‘conversado’ antes. Talvez estivesse certa. Havia um feitiço que não havia considerado,
simplesmente porque ele nunca o dominou corretamente. Porém, ele estava em apuros agora e
tinha à sua disposição mais poder do que nunca.

Quando brasas brilhantes e folhas queimadas choveram sobre os três, Remus reuniu todos os seus
recursos; sua força, sua raiva e toda alegria em seu coração. Ele teria que estar pronto para correr,
assim que o encanto fosse falado. Se falhasse, não teria tempo de escapar.

Respirou fundo, com cuidado, e - pouco antes de lançar o feitiço - lembrou-se dos olhos de Sirius,
da boca de Sirius e do sorriso de Sirius. "Eu sou louco por você."

“Expecto Patronum!'' Remus praticamente gritou, estendendo o braço, direcionando a varinha


enquanto um enorme animal prateado irrompeu, saltando na direção de Livia e Castor, mandíbulas
enormes abertas, garras expostas. Na fração de segundo antes de começar a correr, Remus viu os
dois cobrirem os olhos e se virarem para correr na direção oposta quando a grande besta se lançou
contra eles.

Porém, não havia tempo para ficar e desfrutar de seu sucesso, então não o fez. Ele correu
novamente, para a orla da floresta; de volta a Hogsmeade, ao mundo bruxo e seus amigos. Remus
correu com tanta força que suas pernas queimavam, e a dor em seu quadril era como uma lança em
sua carne, mas ele não parou, os pulmões cheios de fumaça de lenha e os olhos lacrimejando,
apenas continuou, até as árvores começarem a ficar mais finas, até a luz ficou mais forte.

***

Peter e Sirius ainda estavam lá. Sirius estava andando erraticamente para frente e para trás na
trilha. Peter, sentado no chão com os joelhos dobrados, olhava para a floresta. Ele parecia estar
chorando.

Remus cambaleou para a luz do dia e se sentiu prestes a desmaiar ali mesmo. Peter se levantou,
enxugando os olhos em descrença, e Sirius correu em sua direção, e então parou, de repente, e foi
jogado para trás, como se tivesse batido em uma parede. Furioso, ele soltou um grunhido de raiva.
Remus permitiu que um dos nós dentro dele se desfizesse e a barreira foi levantada. Ele mancou
em direção a seus dois amigos, ofegante.

"Desculpe." Murmurou.

Para sua surpresa, Black jogou os braços em volta de seu pescoço e o segurou com força. Seu
coração vibrava contra o de Remus, e ele o abraçou de volta, exausto e grato.

“Não podíamos ir e ajudar.” Sirius disse, sua voz rouca e oca, "O que quer que você tenha feito ...
não podíamos segui-lo."
"Eu sinto muito." Remus repetiu.

"Sinto muito, Remus!" Peter explodiu de repente, seus olhos se enchendo de lágrimas novamente,
"Eu sinto muito!"

"Tudo bem." Lupin estendeu o braço para dar um tapinha em seu ombro, mas Sirius não o deixou
ir. Finalmente, Remus voltou aos seus sentidos, e gentilmente se desemaranhou, “Eu tenho que ver
Dumbledore agora. Onde estão os outros?"

“Eles tiveram que voltar,” Sirius explicou, “Toque de recolher. Disseram que contariam a
McGonagall. ”

"Bom." Acenou com a cabeça. "Vamos, temos que ir agora." Ele começou a mancar em direção à
aldeia.

"Moony, você está bem?" O moreno correu ao seu lado, um braço sob seu ombro para se apoiar.

“Só cansado,” disse Remus.

"Você está coberto de ... isso é fuligem?"

"Havia fogo…"

"Wormtail disse que algo estava chamando você."

"Eu não posso ... eu não posso explicar ainda, por favor, não me pergunte."

"Tudo bem." Havia um tom frio na voz dele que Remus não gostou, mas o moreno continuou o
apoiando, então teria que ser ignorado por enquanto. Uma coisa de cada vez.

McGonagall estava esperando por eles nos portões da escola, seus braços cruzados, linhas
profundas vincando sua testa.

"Professora!" Remus balbuciou, ainda tossindo fumaça, "Sinto muito por termos perdido o toque
de recolher, mas preciso ver o diretor agora ..."

"Sim, claro, Lupin, venha comigo." McGonagall acenou com a cabeça rapidamente, e tirou o braço
de Sirius. Minerva olhou para os outros dois. “Vocês dois voltem para a torre e não digam nada. Eu
não quero nenhuma discussão, estão me ouvindo? "

Os dois jovens ficaram tão surpresos com essas instruções afiadas que os assentiram e saíram
imediatamente, Sirius lançando um olhar para Remus.

Ele contou a Dumbledore quase tudo. Contou sobre o cheiro, a dríade e Castor. Sobre o incêndio e
os planos que Greyback tinha para seu bando e Livia. Ele não mencionou a barreira que, de alguma
forma, havia conjurado para manter seus amigos afastados. Nem explicou que sabia o quão
perigoso seria, ou que havia ignorado cada grama de seu bom senso para perseguir Castor.

No entanto, Dumbledore parecia muito satisfeito.

"Tudo o que você me contou foi imensamente útil, Remus." O velho disse, sorrindo do outro lado
da mesa com os olhos brilhando de orgulho, pela primeira vez que Remus conseguia se lembrar.
“Você foi muito corajoso e cumpriu sua tarefa admiravelmente.”

“Eu ... eu cumpri? Mesmo que eu tenha ido para a floresta proibida? "
“Você seguiu seu instinto. E não vejo que qualquer dano tenha acontecido. Você é claramente um
bruxo formidável, como seu pai. ”

Remus sentiu uma pontada muito pequena de prazer com isso, o que o deixou mais à vontade.

"Mas esse ataque ... a caçada que eles estão planejando ..."

“Deixe que a Ordem lide com isso.” Dumbledore balançou a cabeça, colocando as mãos na mesa e
se levantando. "Você já fez o suficiente - mais do que qualquer um poderia esperar de um bruxo de
dezessete anos."

“Sim, mas se eu puder ...”

"Lamento ter pedido isso a você, Remus." O diretor deu a volta em sua mesa e colocou uma mão
amiga em seu ombro. "Espero não ter que pedir de novo."

"Estou no seu lado." Remus respondeu, sentindo que deveria reiterar isso. “Eu farei o que tiver que
ser feito.”

Os olhos de Dumbledore brilharam de triunfo e ele apertou seu ombro com mais força.

***

O fogo foi apagado pelas náiades, de acordo com McGonagall, que o acompanhou do escritório de
Dumbledore até a enfermaria. Não havia nenhum vestígio de Lívia ou Castor, e presumiu-se que
eles haviam aparatado.

Madame Pomfrey resmungou, limpou a fuligem e administrou um analgésico. A essa altura, ele
estava respirando normalmente de novo e, de forma perversa, gostaria de um cigarro, embora não
tenha dito isso a ela. A comida foi trazida para ele lá, porque a essa altura já havia perdido o jantar
e ele comeu um prato agradável e tranquilo no pequeno escritório caseiro da Madame Pomfrey.

Felizmente, teve permissão para voltar para a torre da Grifinória sozinho. Seus amigos estavam
todos esperando - não em seu lugar usual perto do fogo, mas em um canto mais silencioso, perto de
uma das janelas distantes. Todos falavam em tom sério e abafado, e suas cabeças se viraram
imediatamente para encará-lo quando ele apareceu pelo buraco do retrato.

Remus se aproximou, um pouco tonto com a corrente de ar, e eles abriram espaço para que se
sentasse no assento da janela, espremido entre Lily e Sirius, que rapidamente apertou sua mão
antes de soltá-lo. Todos o olharam e esperaram que falasse, então ele falou.

Contou a eles o máximo que pôde - e algumas coisas que não havia dito a Dumbledore. Peter
felizmente já havia coberto a parte da dríade e, aparentemente, os marotos haviam passado grande
parte da noite explicando o segredo sobre serem animago para Lily. Ainda assim, ela cobriu a boca
de horror quando Remus falou sobre ter encontrado Castor e os poderes incríveis de Livia, e o fogo
... Sirius estava praticamente tremendo de raiva ao lado dele, mas segurou a língua o tempo todo e
o deixou terminar.

"Puta merda." James disse, uma vez que a história foi contada. "Muito bem com o patrono, cara."

"Obrigado," Remus corou levemente. Claro que James para encontraria algo louvável em tudo isso.
"Você viu o que era?"

"Não." ele disse, rapidamente "Aconteceu muito rápido."

Não muito depois, todos se arrastaram para a cama, um de cada vez, cada um com seus rostos
determinados. Remus percebeu que ele não fora o único que tivera um dia muito difícil. Ele tomou
um banho rápido, para tirar o resto da floresta de sua pele, e escovou os dentes sem se olhar no
espelho, com muito medo do que pudesse ver ali. Sirius ainda não tinha tentado falar com ele, ou
confrontá-lo sobre a terrível traição na orla da floresta, mas Remus tinha certeza de que isso ainda
estava por vir e, embora soubesse que seria difícil, ele ansiava por esclarecer as coisas.

Por horas, ele ficou deitado na cama, esperando e esperando. Sirius sempre vinha até ele em uma
noite como esta; se algo tivesse acontecido. Black sempre sabia quando Remus precisava
conversar; mesmo quando não queria, Sirius poderia arrancar tudo dele e fazer ficar certo de novo.
Lupin esperou muito tempo. Vamos, pensou consigo mesmo, preciso de você, onde está você?

Ele não é um leitor de mentes, querido. A voz alegre de Grant interrompeu mais uma vez.

Ele me conhece, no entanto.

Ah sim? Você já disse a ele?

Remus se recusou a responder, porque não era mais necessário. Trabalhar com os problemas em
sua cabeça usando uma interpretação imaginária era muito bom. Porém, era isso que fazia quando
se sentia incrivelmente sozinho, quando pensava que não possuía mais ninguém a quem recorrer.
Ele percebeu com uma sensação nauseante de vergonha o quão estúpido havia sido. Sem perder
mais um momento, ele deslizou para fora da cama e caminhou pelo chão. Remus abriu as cortinas
da cama de Sirius e sussurrou na escuridão.

"Sirius?"

"O que?" Black estava deitado de costas também, as mãos cruzadas sobre a cintura como uma
efígie de lápide. Sua frieza fez Remus estremecer, mas ele engoliu seu orgulho.

"Eu preciso de você."

Sirius virou a cabeça imediatamente, suspirou e puxou as cobertas.

"Vem."

Remus se enfiou por debaixo do lençol, ansiosamente. Eles deitaram um ao lado do outro, de lado,
se olhando.

"Você me odeia?" Perguntou.

"Não." O moreno respondeu, a voz ainda vazia.

"Eu realmente sinto muito. Eu queria proteger todos vocês.”

"Eu sei. Foi que James disse. " A voz de Sirius derreteu ligeiramente e agora estava mais petulante
do que zangada.

"Mas isso não é desculpa," continuou Remus. “Eu só ... eu não era eu mesmo. Você entende?"

Black deu de ombros, movendo os lençóis para que deslizassem de seu ombro, expondo sua
clavícula. Remus tentou não se distrair muito com isso, e lambeu os lábios, encontrando os olhos
dele novamente.

"Eu vou te contar tudo." Disse.

"Você nos contou." Sirius respondeu, irritado.

"Não tudo." Rebateu "Há coisas que não quero que todos saibam. Mas. Eu quero que você saiba. Se
tudo bem por você?"

Sirius o olhou como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo. Um pequeno sorriso apareceu
em seu rosto, e ele obviamente estava tentando suprimi-lo.

"Vá em frente, então."

Então, o fez. Contou a ele todos os sentimentos que tivera - a atração irresistível para a floresta, o
poder áspero da magia natural, a culpa terrível. No momento em que parou de falar, percebeu que
Sirius havia estendido a mão para ele e estava acariciando seu braço gentilmente, para frente e para
trás, na intenção de confortá-lo.

"O que te fez pensar em lançar um patrono?"

Remus bufou levemente,

"É estupido. Uma voz na minha cabeça.”

"Ah."

“Não como as vozes normais, no entanto. Normalmente é alguém que eu conheço. "

"Talvez desta vez fosse só você."

Remus pensou sobre isso, o que o fez se sentir engraçado. Black ainda estava olhando para ele,
ainda acariciando seu braço. Remus se lembrou de outra coisa.

“É um lobo. Meu patrono. Não queria que os outros soubessem, não quero que pensem... ”

"Eles nunca pensariam mal de você, Moony, eles o conhecem muito bem."

“Mas eles me conhecem? Depois de hoje... me sinto tão estúpido. Fiquei tão envolvido que não
sabia o que fazer. Eu continuei entrando cada vez mais fundo.”

"Mas você fez a coisa certa, no final." Sirius disse com firmeza, agarrando-o agora, "Isso é tudo
que importa." Ele se inclinou e beijou Remus gentilmente nos lábios, um gesto calmante. "Você
voltou para nós."

"E ..." Remus olhou para baixo, baixando a voz para quase um sussurro. Ele olhou para o moreno
novamente, encontrando aqueles perfeitos olhos azuis. "Eu voltei para você."

Sirius o beijou novamente com mais força, e não parou por um longo tempo.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Oi, pessoal, como estão? Vim aqui fazer umas considerações
sei que vocês não devem sentir tanto isso como leitores – eu, pelo menos, nem
presto atenção quando estou lendo – mas o tamanho dos capítulos vem aumentando
consideravelmente. Este, por exemplo, teve mais dez páginas. Isso não vai nos impedir
de postar claro, mas peço que tenham um pouco de paciência nessa ‘’reta final’’. Meu
período da faculdade recomeçou e a Paula tem a escola, vamos sempre tentar nos
organizar e ver quem está mais disponível para traduzir ou revisar, então nos deem
bastante amor, porque é um trabalho enorme que ocupa grande parte do dia. Amamos
todas as mensagens que recebemos no tiktok e no twitter, então muito obrigada, de
coração <3

Vim lembrar sobre o grupo do whatsapp também, comentem aqui caso queiram entrar
e ainda não estejam lá.

Agora sobre o capítulo: Acredito que a dríade da floresta, assim como Livia e a Lily,
são as primeiras pessoas que abrem essa porta na mente do Remus que o faz começar a
ver o ‘probleminha peludo’ dele como algo positivo. Ao ser xingado pela dríade, a
primeira coisa que ele pensou fora que ela estava com ódio por ele ser um lobisomem,
o que não era verdade. Esse é o primeiro momento que ele vê sua condição de
bruxo/humano como algo negativo e queria que notassem isso. Outra questão é o
reconhecimento do Remus de que a dríade estava simplesmente fazendo o que deveria
fazer, que era proteger a natureza e, sendo humano, ele é visto como uma criatura
cruel, não natural e perigosa. Acredito que aqui podemos comparar a existência da
dríade com a existência dos lobisomens afinal, eles não são cruéis, não naturais ou
perigosos, eles apenas são. Não podemos olhar para um leão matando uma zebra para
se alimentar e dizer que ele é ‘cruel’, crueldade é uma característica dada aos que tem
escolha e o leão não tem livre arbítrio e, portanto, não tem escolha. No primeiro
encontro com Livia, ela afirma que lobos não assassinam e podemos fazer um paralelo
com isso também. Claro que transformar o homem e matar a mulher que morava em
Hogsmead é algo moralmente errado, mas o que essa fanfic propõe é que, sendo quem
são e sendo colocados permanentemente a margem da sociedade, sendo vítimas de
preconceito, é difícil colocar algum juízo de valor nas ações de quem não tem escolha,
afinal, é muito fácil ser bom quando se tem todos os motivos do mundo para não ser
mau.
Capítulo 131 : Sétimo Ano: Interlúdio
Chapter Summary

Interlúdio: / ˈɪntəl (j) uːd /


Substantivo
1. Um período de tempo intermediário; um intervalo.
2. Uma diversão ou distração temporária que contrasta com o que vem antes ou
depois.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

See the end of the chapter for more notes

You look so self-possessed

I won't disturb your rest

It's lovely when you're sleeping

But wide awake is best.

Wake up and make love with me

Wake up and make love

Wake up and make love with me

I don't want to make you

I'll let the fancy take you

And you'll wake up and make love

-'Wake up and Make Love With Me' de Ian Dury & The Blockheads

Terça-feira, 24 de janeiro de 1978


7h50

James os acordou na terça de manhã, chamando pelas cortinas.

“Ei, Padfoot, levanta! São quase oito horas, seu preguiçoso. "

"Eu tenho o dia livre, idiota, dê o fora." Sirius gemeu em resposta, enterrando a cabeça sob o
travesseiro.

"Você vai perder o café da manhã!"

"Urrgh."

"Tudo bem, então morra de fome." James respondeu. Então, “Você viu o Moony? A cama dele está
vazia - não acho que ele deva ter saído sozinho, não é? "

"Err ..." Sirius tirou o travesseiro do rosto e olhou para Remus, levantando uma sobrancelha em
questionamento.

Remus olhou de volta em pânico. Ok, James sabia, mas até agora eles haviam conseguido evitar
que ele tivesse qualquer encontro real com o relacionamento deles. Lupin era muito reservado
sobre isso; não queria que as coisas ficassem estranhas. Queria provar que tudo estava igual a antes,
e isso significava que o que acontecia entre ele e Sirius em particular deveria ser mantido ... bem,
em particular. Havia sido meticuloso quanto a compartilhar a cama, certificando-se de acordar
cedo e voltar para sua própria, ou então bagunçar os lençóis e ir direto para o chuveiro. Porém, era
lua cheia e ele estava mais lento do que o normal.

"Provavelmente foi tomar café da manhã, cara." Sirius gritou de volta e encolheu os ombros para
Remus.

"Sim, talvez ..." James concordou, "... Ah, espere, vou verificar o mapa, ele o deixou na mesa de
cabeceira!"

Remus deu um tapa em sua cabeça, surpreso com sua própria estupidez.

"Estou aqui, James!" Ele gritou rapidamente, sentindo-se ficar vermelho de vergonha.

"Oh!" Eles ouviram James parar do lado de fora das cortinas da cama, “Oh ... er, certo, é
claro! Desculpe, eu ... er ... não pensei ... "Seus passos retrocederam rapidamente, em direção à
porta," Desculpe, rapazes ... er ... vejo vocês mais tarde, hein? " A porta se fechou.

Sirius bufou de tanto rir enquanto Remus se arrastava para debaixo dos lençóis como se pudesse
escapar do constrangimento.

"Ah, qual é," O moreno ria, tentando puxar os lençóis, "Não foi tão ruim ..."

"Foi horrível." Respondeu, enterrando-se ainda mais, "Eu nunca vou ser capaz de olhar nos olhos
dele de novo!"

Sirius rastejou sob os lençóis também, perseguindo-o.

"Não é como se estivéssemos fazendo alguma coisa - você ainda está de pijama!"

“Prongs não sabe disso!” Remus retrucou, sentando de pernas cruzadas de frente para Back. Era
como se estivessem sob sua própria cabana agora, o que o lembrou do acampamento. Era uma
lembrança tão boa que ele se sentiu um pouco mais calmo. Melhor ainda; Sirius sempre segurava
sua mão quando estavam escondidos assim, e ele a estendeu agora, brincando com os dedos longos
e cheios de cicatrizes de Remus como se fossem um tesouro precioso.

"Eu não vejo por que tanto medo" Sirius disse, entrelaçando seus dedos macios e brancos entre os
de Remus, em seguida, espalhando-os e balançando-os, como um jogo infantil. "Tenho certeza que
ele já assume ... algumas coisas."

"Viu! Você não consegue nem dizer!”

"Bem. Eu sou um cavalheiro." Sorriu, o olhando agora. Mesmo no escuro, podia sentir os olhos de
Sirius o queimando. Ele estava mordendo o lábio. Remus deu um pequeno suspiro e o moreno
ergueu uma sobrancelha. “Pelo menos sabemos que temos o quarto só para nós...” ele colocou as
mãos em cada um dos joelhos de Remus e se inclinou.

Lupin o beijou, mas depois o empurrou.

"De jeito nenhum, se não descermos agora, James definitivamente vai pensar que estamos..."

"Transando?"

“...que estamos sendo fisicamente íntimos.’’ Remus disse, piedosamente.

Sirius começou a rir novamente e rolou na cama.

“Ah, Moony! Você me mata. O que aconteceu com aquele garotinho rude que eu conhecia?"

"Um garoto chique o ensinou a ler." Respondeu secamente, jogando as cobertas para trás e
esfregando a estática de seus cachos. "Ok. Banho rápido, então vamos descer." Ele pulou da cama,
estremecendo um pouco com a forte luz do sol que preenchia o dormitório.

"Eu gosto de como isso soa!" Sirius comentou da cama enquanto Remus caminhava. Na porta do
banheiro, ele se virou e deu ao moreno seu olhar mais fulminante.

“Descer para o Salão. Pervertido."

***

8:30 da manhã

James não conseguia exatamente olha-los nos olhos, para a diversão de Sirius. Peter estava de
cabeça baixa também, silenciosamente colocando mingau em sua boca e, por um momento
horrível, Remus se perguntou se ele havia contado a James exatamente o que vira no quarto deles,
apenas alguns dias atrás. O que seria mais do que poderia suportar, Remus tinha certeza.

Ele se distraiu ouvindo Mary falar, o que sempre foi fácil de fazer. Ela estava saindo com um
garoto do time de quadribol da Lufa-Lufa atualmente, e estava simultaneamente exaltando suas
virtudes e lamentando o lado ruim de sair com um atleta. Remus não pôde deixar de pensar que
Mary estava fazendo tempestade em copo d’agua, já que, é claro, Lily (e, se Sirius estivesse certo)
e Marlene também estavam saindo com jogadores de quadribol.
“Quero dizer, obviamente ele é sarado. Tipo... nível Adonis.” Ela expôs, sonhadora, "E sobre
a estamina ..."

Marlene estava revirando os olhos, e James olhava fixamente para sua xícara de chá enquanto Lily
ria por trás de suas mãos. Mary estava gloriosamente alheia a tudo. "Mas então ele tem a ousadia
de reclamar sobre o atrito em sua coxa por causa de sua maldita vassoura!" Ela gargalhou.

As orelhas de Potter ficaram vermelhas e Sirius estava tentando alcançar seu olhar, um sorriso
maníaco em seu rosto.

Mary continuou "Eu disse que se ele acha isso desconfortável, ele deveria tentar sangrar por suas
partes cinco dias por mês."

Peter praticamente engasgou com seu mingau, Lily cobriu o rosto e Marlene bateu com a mão na
mesa.

“Puta que pariu, Mary! Você tem que falar isso?!"

"O quê?" Mary ficou ereta, piscando, fingindo inocência.

"Uhm, bem. Você está sendo um pouco gráfica, para a mesa do café...” disse Lily,
diplomaticamente.

“Somos todos adultos, não somos?” Mary arqueou uma sobrancelha, "Somos maduros o suficiente
para falar sobre sexo."

"Certo, é melhor eu ir andando!" James saltou, ficando de pé, estranhamente desajeitado, sacudindo
a mesa enquanto o fazia. Lily o olhou, surpresa.

"Onde você está indo?"

"Poções!"

"Ainda temos mais quinze minutos ... Ok, espere, eu irei com você." Ela se levantou, ainda
lançando um olhar estranho para o namorado, e os dois saíram juntos.

"Não sabia que James era tão puritano." Mary comentou.

"Ah, não foi você, MacDonald." Sirius explicou, esticando os braços sobre a cabeça e
despenteando seus longos cabelos, "Prongsie teve uma pequena surpresa esta manhã -- ow!"

Remus o chutou fortemente por baixo da mesa. Marlene observou os dois, tomando seu chá com
um olhar astuto. Felizmente, naquele momento, as aves do correio mergulharam no Salão Principal,
e uma grande coruja-das-torres deixou cair duas cartas na frente do prato de Remus. Ele as agarrou,
ansiosamente.

Uma era um cartão-postal de Grant – encaminhado pelos Potter- com um desenho obsceno na
frente, retratando um homem à beira-mar segurando um enorme pedaço de rocha vermelha de
Brighton contra sua virilha. A parte de trás apenas dizia 'Vi isso e pensei em você. Vou sair para
procurar apartamentos na próxima semana! Com amor. '

Remus sorriu e entregou a Sirius, que fez uma careta cômica. A segunda carta era do Professor
Ferox, com uma lista de recomendações de livros que havia pedido sobre a história do sistema de
classificação de criaturas mágicas. Eles vinham trocando correspondências desde o Natal; parecia
que Ferox estava entediado com sua recuperação, encontrando-se perdido.
Black observou Remus terminar de ler a carta.

"Alguma resposta da...?" Perguntou, lhe dando um olhar significativo. Remus balançou a
cabeça. Nada de sua mãe. Sirius tentou dar a ele um sorriso encorajador, "Ainda há tempo, sim?"

Lupin apenas deu de ombros.

“Estou indo para a biblioteca, ver se consigo encontrar algum desses antes de História da
Magia.” Ele ergueu a lista de Ferox. "Vejo vocês mais tarde, meninas." Ele acenou com a cabeça
para Mary e Marlene.

"Vejo você na ala hospitalar esta noite?" Marlene perguntou, esperançosa.

Ah, Remus lembrou, era terça-feira. Não havia frequentado as aulas de cura que a Madame
Pomfrey gentilmente o incluíra há algumas semanas - ocupado demais memorizando
maldições. Ele realmente não queria ir esta noite, sendo lua cheia, mas olhou para Marlene e se
sentiu culpado.

"É claro!" Assentiu. "Vejo você lá!"

Sirius saltitava feliz ao seu lado enquanto caminhavam para a biblioteca, com Remus mentalmente
repassando sua agenda para o dia. Felizmente, só haveriam três aulas, mas ele havia prometido
encontrar Christopher em algum momento, e ainda queria escrever de volta para Grant e Ferox, e
tinha uma redação de Aritmancia para entregar...

“Moooooony? Planeta Terra chamando Moony...!” Sirius interrompeu seus pensamentos.

"Hm?"

"Acabamos de passar pela biblioteca, se é para onde você está indo ..."

"Ah! Merda.” Remus virou 180 graus e começou a voltar, Sirius ainda o seguindo.

"O que foi?"

"Ah, nada. Só pensando."

“Não está se preocupando, eu espero? Sobre esta noite? "

"Mm um pouco." Os dois entraram na biblioteca e tiveram que ficar quietos ao passarem pela mesa
de Madame Pince.

Na verdade, ele estava tentando não pensar na lua que se aproximava - afinal, Dumbledore havia
dito para que não se preocupasse, que a Ordem estava lidando com isso, e Remus só podia esperar
que isso significasse que Alastor Moody estava no caso, o que o fazia se sentir um pouco
melhor. Ainda assim, o aviso de Castor vinha soando em seus ouvidos desde sábado e era
impossível esquecer.

"Não acho que devemos sair da Casa esta noite." Remus sussurrou. “Se alguma coisa acontecer…”

"Não vai, Dumbledore está cuidando disso." Sirius respondeu, encostando-se na estante mais
próxima casualmente, enquanto Remus procurava os livros que queria. Teve que se impedir de
resmungar. James e Sirius colocavam tanta fé em Dumbledore que, frequentemente, ele se
perguntava se havia deixado algo passar. No entanto, Remus confiava em pouquíssimas pessoas
com mais de dezoito anos, de qualquer forma; por um bom motivo.
"Eu sei." Ele disse, calmamente "Mas eu gostaria que você respeitasse meus desejos, se é tudo o
mesmo para você."

“Ei, não seja assim,” Black o repreendeu gentilmente, “Claro que vamos. Qualquer coisa pelo
nosso Moony.”

Remus encontrou três dos livros da lista de Ferox, o que o animou um pouco. Então, ele os levou
para Madame Pince, e começou a enfiá-los em sua bolsa.

"Eu levo," Sirius ofereceu, estendendo as mãos, "Você não quer carrega-los o dia todo, vou voltar
para o dormitório de qualquer maneira."

"Ah, valeu." Remus os entregou. "Você vai começar aquela redação de Aritmancia?"

"Não se eu puder evitar." Sirius fez uma careta. “Vejo você no almoço? Você está livre esta tarde,
não é? "

“Er ... sim, mas eu deveria ir encontrar Christopher ... então tem a redação que você não vai fazer e
a aula de cura. E eu realmente quero escrever de volta para Ferox hoje, se eu puder, acho que ele
gostaria de receber algum correio, já que não tem permissão para sair muito.”

"Merlin, Remus," O moreno estava balançando a cabeça, "Você tem que estar na Casa às seis!"

“Estou ciente,” Respondeu casualmente, ajustando sua mochila. Realmente precisava fazer outro
feitiço de conserto; a menos que a segurasse corretamente, as costuras começavam a se partir.

“E você está planejando comer?!” Sirius continuou.

“Quando é que esqueci uma refeição?” Remus colocou a língua para fora. “De qualquer forma, eu
tenho que correr - História. Te vejo na hora do almoço!”

***

13h50

Apesar de suas promessas, Remus estava extremamente atrasado para o almoço e havia chegado
depois de todos já terem ido embora, exceto Sirius, que esperava por ele.

"Desculpe!" Remus engasgou quando alcançou a mesa, um pouco sem fôlego de tanto correr. Ele
se sentou, “Fiquei atrás para falar com Kettleburn, aí eu lembrei que tinha esquecido minhas
anotações na sala do professor Binns. História foi uma perda de tempo também, já tinha lido sobre
tudo antes - oh, obrigado!”

Sirius empurrou um prato de salsicha com purê sobre a mesa em sua direção. Remus começou a
comer, falando o mais rápido que podia - eles só tinham dez minutos antes do almoço terminar e o
coral da escola iria querer usar o salão para suas sessões semanais de prática. "De qualquer forma,
deu certo no final, usei o tempo para escrever minha carta para Ferox e um bilhete para Grant,
então pelo menos isso está feito - o que é isso?"
Sirius deslizou uma pilha de pergaminhos pela mesa agora. Remus esvaziou seu copo de suco de
abóbora e o olhou. "Aritmancia?"

"Sua redação," O moreno respondeu casualmente, "Terminei a minha, como um bom menino,
então pensei em fazer a sua também."

"Você o quê?" O garoto perguntou, surpreso. Sirius era ridiculamente bom com uma pena e havia
imitado sua própria caligrafia perfeitamente. "Eu não acredito!"

“Quantas vezes você já fez isso para o Wormy? Ou James, por falar nisso - ele ainda está esquisito
por causa desta manhã, a propósito, não quer falar comigo sobre isso - de qualquer maneira, agora
isso está feito, e as cartas, você está livre durante a tarde!”

"Muito obrigado, Padfoot, honestamente, isso é brilhante ..., mas eu prometi ver Christopher, e-"

"Não." Sirius estava sorrindo como o gato que pegou o rato. “Acabei de ver ele. Disse que você não
estava bem, então não ia poder vê-lo. "

"Sirius!"

"Bem, você não está bem." Ele retrucou inocentemente. "Sendo lua cheia, você deveria estar
descansando."

"Vou ficar bem depois de comer." Remus respondeu brevemente, os olhos em sua comida,
pegando o resto do molho com seu purê de batata. Lamberia o prato se fosse desavergonhado o
suficiente; as luas cheias o deixavam faminto. Quando terminou, olhou para cima e encontrou
Sirius o encarando, seus olhos grandes como os de um filhote, cheios de remorso.

"Você tá bravo comigo?"

"Não." Remus limpou a boca com a manga e empurrou o prato a tempo de fazê-lo desaparecer e
voltar para a cozinha. “Mas você não pode reorganizar minha vida assim apenas para fazer do seu
jeito...”

"Não foi minha intenção!” Sirius se sentou, parecendo chocado, “Eu só... sempre há tantas coisas
acontecendo na sua vida, e é uma loucura. Quero dizer, é incrível, porque você é incrível e pode
lidar com isso, mas não precisa”.

"Ok..." Remus franziu a testa, levantando-se. Não tinha certeza do que Sirius estava dizendo, não
exatamente. Ele sempre tentou se manter ocupado. Gostava de estar ocupado e ser útil para as
pessoas.

“E você havia escrito tantas notas para aquela redação que ela, praticamente, já estava feita.” Sirius
continuou, quando eles deixaram o Salão Principal e começaram a se dirigir para a torre da
Grifinória. "E podemos ir e encontrar Christopher se você quiser, ele provavelmente está na
biblioteca ..."

"Sirius ..." Remus suspirou, carinhosamente.

"Pode ir, vou mandar as cartas para você, e vejo você no jantar mais cedo -"

“Sirius ...” Verificou se a barra estava limpa - todo mundo estava em aula, e Pirraça não estava por
perto. Um corredor vazio era uma coisa rara em Hogwarts.

"Ah, merda!" O moreno deu um tapa em Sua própria testa, “Eu não posso jantar mais cedo, eu
tenho aquela detenção com Filch. Só por uma hora, porém, sairei a tempo de ...”

"Sirius!"

"O que?!" Ele finalmente parou de falar a tempo de Remus pegá-lo desprevenido com um beijo
rápido nos lábios.

"Cale a boca, idiota." Sorriu, “Eu prefiro muito mais passar a tarde com você do que estudar com
Christopher.”

"Oh." Sirius corou, parecendo muito satisfeito.

***

14h15

Menos de vinte minutos depois, Remus estava completamente extasiado, deitado de costas com o
toca disco aos seus pés e a cabeça de Sirius apoiada no lado bom de seu quadril. Bowie estava
cantando e dedilhando suas oito cordas, e os dois garotos compartilhavam um baseado que Sirius
havia conseguido usando seus charmes com um corvino no início da semana.

"O lobo também fica chapado?" Sirius perguntou na sua vez de tragar. Remus balançou a cabeça,
inalando profundamente e passando o baseado.

"Com mais fome, provavelmente." Respondeu com a voz emgargada.

"Hmm." O moreno murmurou.

Remus exalou e fechou os olhos, acomodando-se na pilha de almofadas. Era como afundar em um
melaço quente. Ele deixou seus pensamentos vagarem.

"Posso te perguntar uma coisa?" Murmurou,

"Vá em frente, Moony."

"Sobre o que Mary estava falando esta manhã?"

“Sobre a estamina do goleiro da Lufa-Lufa? Acho que ela estava se gabando, para ser honesto com
você. "

"Não isso," Lupin riu, "A coisa de sangrar ... sangrando da ... hum ... O que ela quis dizer?"

Sirius girou a cabeça no colo de Remus para olha-lo com uma carranca confusa.

"Ela estava falando sobre ... você sabe, a 'época do mês' dela..." Ele ergueu as sobrancelhas, como
se o outro fosse entende-lo de alguma forma.

"O que é isso?" Franziu a testa, sem saber.

" Re-mus ... sério?!"

"O que??"

"Você sabe! As meninas são diferentes dos meninos ...”

"Bem, eu sei disso." Remus se irritou, ficando na defensiva agora.

“Ok, então garotas tem isso todo mês ...” Black começou a explicar. Remus ficou totalmente
horrorizado quando terminou.

"Essa é a coisa mais nojenta que já ouvi." Ele disse, sem rodeios.

"É natural." O moreno deu de ombros, “Vou pedir a Lily para explicar para você, eu
provavelmente disse algo errado. Puta merda, você tem quase dezoito anos, como não sabia?!"

“Ah, sim, tire sarro do garoto do orfanato.” Remus resmungou “Eu cresci em um reformatório para
meninos! Como vou saber alguma coisa sobre garotas?!”

“Isso explica muito.” Black disse, secamente e Lupin puxou sua orelha. "Ai!"

"Por que você tem detenção, afinal?" Perguntou, se acomodando novamente.

"Azarei o Crouch."

"Ah, certo."

"Ele e meu querido irmão estavam atormentando alguns alunos do segundo ano - mas
obviamente ele escapou porque ele é um monitor." Sirius murmurou sombriamente.

O moreno nunca mais havia dito o nome dele, apenas ' meu querido irmão ' , naquele sotaque cruel
e excessivamente chique, que Remus pensou ser – provavelmente - para zombar da elegância de
Regulus. Exceto (e nunca diria isso em voz alta), durante os primeiros anos que conheceu Sirius,
ele possuía exatamente o mesmo sotaque.

"Você precisar tentar ignorar eles, se puder." Remus aconselhou. “Eu sei que ele te incomoda, mas
é melhor apenas ficar fora do caminho. A escola vai acabar, em breve.”

"Eu sei." Sirius respondeu, segurando o baseado.

Lupin estendeu a mão para pegá-lo, agarrando seu pulso. Deus, ele amava os pulsos de Sirius. Os
ossos eram tão finos, as veias pareciam fitas azuis sob a pele translúcida. Seus próprios dedos o
envolviam facilmente. Ele o segurou agora e puxou a mão de Sirius até a boca, chupando a ponta
do baseado, e então o soltou.

Black apenas sorriu. O disco parou e ele teve de se levantar para virá-lo para o lado B.

"Eu acho que eu só não quero que ele machuque alguém." Suspirou, voltando a se sentar.

"Esse não é o seu trabalho." Remus franziu a testa.

"Sinto que é." Sirius murmurou, se espreguiçando. “Você não sabe como ele era quando éramos
crianças. Ele não era ... ele não é ... eu não sei. Só não quero que ele faça algo de que se
arrependerá depois.”

Remus pensou muito - o que não era algo fácil com os pulmões cheios de erva cultivada pelos
corvinos.

"Posso te dizer uma coisa?" Perguntou.

"Um segredo?" Sirius respondeu, ansioso, levantando-se para se sentar ao seu lado.

“Er ... mais ou menos? Mas é sobre Regulus. Você pode não querer ouvir.”

Black ficou um pouco quieto; um pouco mais rígido, mas acenou com a cabeça,

"Diga."

"Lembra do bicho papão que eu e Chris enfrentamos, antes do Natal?"

"Como eu poderia esquecer?" Sirius respondeu, com uma nota de ciúme em sua voz, "Queria ter
estado lá, nunca vi um bicho papão."

"Lobisomens não são o suficiente para você agora?" Remus ergueu as sobrancelhas. - De qualquer
forma, er ... verifiquei o mapa logo depois que Chris foi buscar alguém e ... bem, tenho quase
certeza de que foi Regulus quem colocou o bicho papão lá. Ele e Barty estavam por perto.”

Remus esticou o pescoço levemente, para que pudesse ver o rosto de Sirius e como ele estava
recebendo a notícia. Sua boca era uma linha reta. Ele parecia mais cansado do que com raiva. O
moreno balançou sua cabeça.

"Idiota estúpido." Murmurou. “É tudo ela, você sabe. Ele é um idiota por querer agradá-la,
obviamente, mas é tudo culpa dela, de qualquer maneira. "

"Sua mãe?"

Sirius assentiu. Remus não sabia o que dizer. Eles haviam concordado, há muito tempo - podiam
falar sobre qualquer coisa, exceto mães. E assim que estava sendo, em relação a Sirius, pelo
menos. Lupin também não queria entrar nisso agora. Tudo estava tão bom e agradável, e se
pudessem apenas aguentar um pouco mais, então esta seria uma boa memória, algo que ele teria
dentro de si para sempre.

Ele estendeu a mão e acariciou a bochecha de Sirius, aquele maxilar perfeito. Se sentou e se virou
para encará-lo.

"Vamos esquecer toda essa merda." Disse “É chato”.

Sirius o beijou.

***
16:00

Remus desceu sozinho para jantar às quatro, quando Sirius saiu para sua detenção. Estava tão cedo
que era o único ali, exceto por Marlene, que também teria a aula de cura da Madame Pomfrey.

“Estou feliz por você ir,” ela sorriu para ele. Marlene sorria muito ultimamente. "Não te vejo
direito desde o Natal!"

"Sim, desculpa!" Remus respondeu, começando sua segunda porção de lasanha, duas vezes maior
que a primeira, "Estive tão ocupado com as coisas dos NIEM ..."

“Eu realmente queria falar com você sobre o que aconteceu no trem ...”

"Oh! ... er ...” Lupin a encarou, o garfo a meio caminho da boca. Com todo o alvoroço sobre Castor
e a lua cheia, havia conseguido evitar falar sobre o estranho encontro com Yasmin e Marlene no
trem. E se sentiu culpado novamente. Obviamente, Marlene estava pensando muito nisso.

"Espera aí," Ela pediu enquanto pegava sua varinha, " Muffliato !" Murmurou.

O barulho no salão ao redor deles pareceu amortecer, ligeiramente.

"O que é que foi isso?" Ele perguntou, mantendo a voz baixa.

“Impede as pessoas de ouvir.” Marlene explicou “Lily nos ensinou. Mary usa para fofocar o tempo
todo em Feitiços.”

"Uau," Remus acenou com a cabeça, apreciativo.

“Então, de qualquer maneira,” Marlene se inclinou sobre os cotovelos, os olhos brilhantes, “Você e
Sirius! Alguém sabe?!"

"Oh!" Lupin finalmente largou o garfo e a faca, embora pudesse ter continuado felizmente. “Sim,
na verdade. James e Peter, Lily também.”

"Mesmo?!"

"Sim." Ele acenou com a cabeça, verificando se definitivamente não havia ninguém ouvindo. “Só
recentemente, no entanto. E você e Yaz?”

"Ninguém." Ela disse, com firmeza.

"Nem mesmo Mary?"

"Muito menos ela!" Marlene disse, com tristeza. Remus decidiu não perguntar mais. Ele teve
revelações suficientes sobre Mary por um dia.

“Está acontecendo há muito tempo? Vocês duas?" Perguntou. "Eu não fazia ideia…"

"Desculpe," Marlene corou, olhando para baixo, "Eu sabia que eu era ... diferente, suponho, há
muito tempo, e eu realmente queria dizer algo para você, especialmente depois do verão, mas ...
Não sei, como se traz isso à tona? "

"Nem me fale." Remus concordou ansiosamente.

“Yaz é minha namorada desde pouco antes do Natal. Ela é incrível.” McKinnon estava sorrindo
novamente, e Remus praticamente podia sentir a alegria irradiando dela. Ele tocou gentilmente sua
mão.

"Estou muito feliz por você."

"Obrigado." Ela apertou sua mão de volta. "Mas e você?! Indo direto ao ponto, e quanto a Sirius?! "

"O que tem ele?"

“Estou apenas pasma, realmente. Ele é totalmente gay ou mais AC-DC?”

“Hum ... você sabe, eu não perguntei. Nós realmente não falamos sobre esse tipo de coisa.”

"Vocês não falam?" Ela lhe deu um olhar estranho de soslaio. “Isso não te incomoda? A história
dele com garotas?”

"Não." Remus sentiu que ficava quente sob o colarinho. Esse era exatamente o tipo de coisa que ele
queria evitar discutir. Com qualquer um. “Não é relevante.”

“Ok,” Marlene deu de ombros, embora não parecesse convencida. "Se funciona pra você,
suponho."

Ele não respondeu e, eventualmente, o feitiço Muffliato passou e os dois terminaram de comer,
antes de seguirem para a aula de cura às 4h30.

Marlene estava planejando contar a Mary, havia dito, quando fosse a hora certa. Remus conhecia
esse argumento bem o suficiente e não achava que era realmente sua função dar conselhos. Era
bom saber que outra pessoa sabia como ele se sentia, pelo menos mesmo um pouco.

A aula de cura passou muito lentamente. Remus descobriu que ainda estava muito chapado, além
de bastante cheio, o que o deixou com sono. Ele tentou ouvir o sermão da Madame Pomfrey sobre
feitiços diagnósticos circulatórios, mas sua mente continuava vagando, voltando para a cama e para
Sirius. A gentil enfermeira presumiu que ele só estava sonolento porque a lua estava próxima e não
o castigou como costumava fazer - ele deveria ter se sentido mal com isso, mas estava muito feliz
sonhando acordado para se preocupar.

***

18h30

Remus ficou para trás na ala hospitalar e sentou-se silenciosamente no escritório da Madame
Pomfrey enquanto ela arrumava algumas coisas, antes que os dois fizessem sua jornada juntos para
a Casa. Haveria apenas mais quatro luas cheias em Hogwarts, depois dessa, percebeu. Sabia que
sentiria falta de Poppy Pomfrey mais do que poderia dizer a ela. A mulher sempre seria a primeira
pessoa que tentou deixá-lo confortável; a primeira pessoa que pensou que poderia ajudar.

A curandeira se despediu e prometeu voltar logo pela manhã, como sempre. Ele fez a mesma
expressão corajosa de quando tinha onze anos e acenou alegremente para ela da cama enquanto
fechava a porta. Sozinho, Remus olhou para o chão por um tempo, tentando se lembrar de sua
tarde, e suprimir o medo crescente na boca do estômago. Ele se levantou e caminhou um pouco,
procurando algo para fazer.

Com o tempo, a porta se abriu mais uma vez e James enfiou a cabeça pelo espaço. Ele olhou ao
redor da sala, antes de entrar, parecendo tão estranho quanto naquela manhã.

"Oi, Moony", disse, empurrando os óculos para cima do nariz nervosamente ao entrar, "Nada de
Wormtail ainda?"

“Acho que ele tinha detenção para fazer da McGonagall.” Remus disse, sentando na cama
novamente.

"Certo." James acenou com a cabeça e ficou encostado na parede.

Ambos ficaram completamente em silêncio por uns bons três minutos. Remus tentou não se
inquietar, mas o silêncio era bastante insuportável - ele e James nunca haviam tido momentos
constrangedores antes. Mesmo depois que Remus se assumiu, ele foi o primeiro a jurar que nada
havia mudado. Porém, claro, agora algo realmente tinha mudado; algo que havia distorcido a
dinâmica do grupo. Geralmente, James era bom em se adaptar a uma situação difícil, mas parecia
que ele tinha um ponto cego quando se tratava de Sirius Black.

"Lily quer ser um animagus, agora." James disse de repente, claramente tentando quebrar a tensão.

"Claro que quer," Sorriu carinhosamente, "Aposto que ela domina na metade do tempo que vocês
levaram."

"Você não está errado." Potter riu, apreciativamente.

Mas isso levou a um beco sem saída, e o silêncio invadiu o espaço entre eles mais uma vez. Remus
engoliu em seco e observou James, que estava olhando para seus pés. Ele tinha acabado de decidir
a falar - fazer alguma piada, ou perguntar sobre quadribol, quando Potter ergueu os olhos, de
repente, encontrando seu olhar.

" Olha-Moony-eu-sinto-muito-sobre-esta-manhã. " Ele disse, com pressa, como se estivesse


prendendo a respiração. Remus piscou.

" Você sente muito?!"

“Sim, eu deveria ter percebido... você sabe, vocês dois estão. Hum. Juntos. Saindo. Tanto faz - eu
não deveria ter ficado tão surpreso...”

"Está tudo bem, Prongs." Respondeu gentilmente, " Eu sinto muito - temos tentado não esfregar
muito na sua cara e juro que nada estava acontecendo esta manhã, eu só durmo lá às vezes."

“Veja, isso é o que eu quero dizer; você não deveria ter que se esgueirar! " James explodiu
“Realmente, não é um problema! Você deve dormir onde quiser. "

"Oh ... ok, obrigado." Remus acenou com a cabeça.

"Eu não quero que as coisas fiquem estranhas." James disse, impotente.

"Nem eu!" Remus insistiu. “Essa é a última coisa que eu quero - Sirius também. Eu só queria
manter a discrição porquê ... bem, ele é seu melhor amigo, e ele e eu nos vermos não significa...”

“Nunca pensei isso!” Potter falou apressadamente. Ele havia cruzado o quarto agora, sua natureza
inerente assumindo o controle quando ele se sentou ao lado de Remus na cama, "E você também
é meu melhor amigo, Remus."

Lupin olhou para suas mãos, timidamente.

"Cristo, Potter", ele sorriu, "Por que você sempre tem que ser tão perfeito?"

“Nasci assim.” James deu de ombros, refletindo o sorriso de Remus. "Venha aqui, idiota." Ele o
puxou para um abraço. Lupin relaxou, finalmente. Tudo estava bem.

Naquele momento, a porta se abriu mais uma vez, e Sirius entrou no quarto, seguido por Peter.

“Ei!” Black praticamente latiu, apontando para James, "Tire as mãos do meu homem."

Chapter End Notes

- AC-DC é uma gíria dos anos 70 para bissexualidade.

Bruna (wolfuckingstar): olá amores! Venho recebendo várias perguntas sobre a


possibilidade de imprimir a tradução em formato de livro. Eu disponibilizei na minha
linktree (que está tanto na minha bio aqui no wattpad, quando no tiktok, quanto no
twitter) o PDF e o EPUB do primeiro livro (que vai até o quarto ano) em português.
Caso queiram imprimir, o que precisam fazer é formatar esse PDF para o formato do
livro e entrar em contato com alguma gráfica, às vezes, a própria gráfica formata o
arquivo antes da impressão. Se alguém já está realizando essa formatação para livro,
entre em contato comigo para mandar o arquivo e eu poder disponibilizar para outras
pessoas.

Como já falei antes, eu faço lives todo sábado à noite para saber o que estão achando
da história, recomendar algumas fanfics e conversar com vocês, vi que esse final de
semana duas pessoas aqui do wattpad apareceram lá, queria agradecer e dizer que
amei muito a presença de todo mundo <3

Observação: esse, provavelmente, é meu capítulo preferido da fanfic.


Capítulo 132 : Sétimo ano: Vítimas
Chapter Summary

Manhã depois da lua cheia.

Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Uivando. Choramingando. Cheiros - animais, magia, mofo. Tinha que


sair. Caçar. Bando. Bando. O grande tentou detê-lo. O preto o segurou. Mas precisava sair. Estava
com tanta fome. Tão faminto...

“Remus?! Remus?? Acorde!"

Seus olhos se abriram quando Sirius o sacudiu rudemente pelos ombros.

"O quê??"

"Você está bem?"

Ele estava deitado de costas no chão empoeirado da cabana. E sangrava, mas não sabia de
onde. Sirius estava sangrando também. Remus tentou se sentar e estremeceu quando sua cabeça
girou e suas costas estralaram.

"O que aconteceu?" Engasgou, a garganta doendo de tanto uivar - ou gritar.

"Aqui," Black o ajudou a se levantar e ir para a cama. Ele puxou uma taça - não sabia de onde - e
sussurrou " Auguamenti." As mãos dele tremiam enquanto a água derramava de sua varinha, e ele a
entregou a Remus, que bebeu avidamente, derramando-a por seu peito. Sabia que algo estava
errado; podia sentir o cheiro do sangue, do medo e do nascer do sol, mas seus pensamentos
humanos demoraram a voltar à sua mente; era como acordar ainda bêbado com uma ressaca para
superar.

"O que aconteceu?" perguntou novamente, franzindo a testa, "Você está ferido?"

"Está tudo bem," Sirius balançou a cabeça. Ele estava muito pálido - sem sua aparência
aristocrática de costume, mas doentio, preocupado, amarelado de suor. "Você apenas me arranhou
algumas vezes - você continuava tentando sair."

"Eu... ?!" Remus o agarrou de repente, puxando sua camisa. Sirius o empurrou para baixo
gentilmente, pegando cobertores para cobri-lo. Ele balançou a cabeça,
“Não, nós mantivemos você aqui. Você nunca saiu, eu prometo.”

"Onde estão os outros?"

“Eles tinham que ir - Madame Pomfrey estará aqui em breve. Quando você se transformou de
volta, foi diferente - mais difícil do que o normal, eu acho. Você não estava acordando direito,
então James me deixou com a capa. Eu não queria deixar você aqui.”

Remus se deitou, sua mente acelerando. Tentava se lembrar, mas estava tudo embaralhado. Ele só
sabia de uma coisa com certeza.

“Algo muito ruim aconteceu.” Sussurrou. Sua própria voz tremia agora, e um pavor frio se instalou
em seu estômago como uma doença. Sirius não disse nada, apenas apertou sua mão.

Ele ficou debaixo da capa assim que Madame Pomfrey chegou, e ela entrou apressada, com um
terrível olhar cinzento em seu próprio rosto. Remus se sentou, todos os músculos gritando.

"Poppy!" Murmurou “O que aconteceu? Por favor, me diga!"

"Primeiro, como você está?" Ela perguntou, aproximando-se para sentir sua testa, "Você está muito
quente."

"Eu me sinto bem" mentiu, afastando a mão dela com impaciência, "Houve um ataque, não foi?"

A mulher acenou com a cabeça, sem palavras. Seu coração bateu forte, “Quem? Quantos?"

"Não sei." Disse, muito baixinho. Remus nunca tinha ouvido aquela voz nela antes. Por um
momento, Pomfrey nem mesmo encontrou seus olhos. Ela sempre o olhou nos olhos.

"Por favor." Ele pediu novamente. Ela balançou a cabeça levemente.

“Não há nada que eu possa dizer a você. Estará no noticiário de manhã.”

"Eu tenho que ver Dumbledore!"

"Ele não está aqui." Ela se levantou, “Agora, você pode andar? A professora McGonagall disse que
você deve ir às aulas normalmente se estiver bem o suficiente? Não queremos ninguém
perguntando onde você está. Vou te dar algo para a dor.”

Eles caminharam pelo túnel em silêncio, com Sirius atrás deles, ainda invisível. Madame Pomfrey
lidou com o pior de seus arranhões - majoritariamente feitos por Padfoot, embora - felizmente - ela
presumisse que ele mesmo os havia causado - e lhe disse para continuar com seu dia. Ele tomou a
poção que lhe foi dada, mas sua cabeça ainda latejava e seu corpo doía. Assim que ela virou uma
esquina, Sirius se revelou e passou o braço pelas costas de Remus.

"Por que você está fingindo que está bem?" Ele sibilou, apoiando-o enquanto subiam as escadas de
volta ao dormitório, "Você mal consegue andar!"

"Vou ficar bem em um minuto." Respondeu, cerrando os dentes, “Ela tem o suficiente com que se
preocupar. Ugh, porra de escadas. "

"James disse que mandaria uma coruja para seu pai imediatamente," Sirius continuou, enquanto
atravessavam lentamente a escada de mármore, "Se alguém souber o que aconteceu, serão os
Potter."

"Sim," Remus acenou com a cabeça, ofegando, "Bom..." Mas ele sabia que não era nada bom. O
que quer que tenha acontecido, aconteceu, e fora tão terrível quanto Castor prometeu. Seria o fim
de qualquer chance de civilidade para os lobisomens.

De volta ao dormitório, James ainda estava esperando por uma resposta de seus pais. Remus se
sentou em sua cama, pesadamente, o peito arfando, cada parte dele doendo, sua pele em chamas.

"Você poderia simplesmente faltar," Sirius disse, sem jeito, olhando para os outros, "Fazemos isso
o tempo todo."

Remus balançou a cabeça. Ele se ergueu, agarrando-se à estrutura da cama.

“Não posso arriscar. Primeiro temos Aritmancia, Snape está nessa - se os jornais estiverem cheios
de ataques de lobisomem e eu não estiver lá, ele vai ser o primeiro a começar a falar alguma
coisa. Vou tomar um banho, só um minuto.”

Ele podia ouvir os outros três marotos sussurrando alto pela porta do banheiro, mas não tinha
energia para se concentrar em nada, exceto em passar pelas próximas seis horas. Então, abriu as
torneiras e deixou que a água sibilante o afogasse.

***

ATAQUES DE LOBISOMENS - COMUNIDADE MÁGICA EXIGE AÇÃO!

Centenas foram afetadas por uma série de ataques brutais de lobisomem durante a lua cheia da
última noite, que deixou quinze bruxos mortos e pelo menos cinco desaparecidos - supostamente
sequestrados. Nenhuma das criaturas responsáveis foi identificada ainda, e o escritório do Auror
aconselhou todos a ficarem em alerta máximo e consultar as diretrizes do ministério - já
publicadas- sobre a identificação e abordagem de lobisomens, que são classificados como XXXXX
e considerados altamente perigosos.

O ministro interino da magia foi criticado por não manter o Registro de Lobisomem, estabelecido
por Newt Scamander em 1947. Falando pela oposição, Abraxas Malfoy divulgou um comunicado
na madrugada desta manhã:

"Os ataques de ontem à noite são mais uma prova de que o ministério está em extrema necessidade
de reforma e, em nome das famílias mágicas da Grã-Bretanha, antigas e respeitadoras da lei,
exigimos sanções mais rígidas para os meio-humanos e outros elementos indesejáveis e
potencialmente perigosos."

Esta declaração provocou indignação naquilo que estão descrevendo como um ministério cada vez
mais dividido...”

"Sem nomes." James murmurou sombriamente. "Isso não é bom."

“Protegendo as famílias das vítimas?” Sirius sugeriu.

“Desde quando o Profeta Diário se preocupa com isso?” Lily sibilou venenosamente. “Desde
quando o ministério se preocupa?!”

“Cuidado com o que você diz!” Peter sussurrou, com os olhos arregalados "Meu primo que
trabalha no Profeta disse que estão recebendo diretrizes muito rígidas sobre o que podem escrever -
sobre o ministério, a guerra, qualquer coisa - e há espiões em todos os lugares verificando-os,
certificando-se ninguém está sendo muito crítico.”

Isso fez com que todos ficassem quietos, e Lily olhou em volta nervosamente, verificando por
cima do ombro. Não importava; todos no Salão Principal pareciam estar falando sobre a mesma
coisa, amontoados em grupos sobre os jornais, sussurrando entre si.

“Não é como se estivéssemos discordando do que o jornal diz,” Marlene sussurrou, se inclinando
para frente, “Eu odeio a política de Malfoy tanto quanto os próprios mestiços, mas ele está certo
sobre as falhas no registro. Os lobisomens precisam ser contidos, ou coisas assim vão acontecer,
com lorde das trevas ou não! "

"Isso é ridículo!" Black zombou, "Um ataque organizado como este só acontece quando há alguém
por trás dele, isso nunca aconteceria sem Voldemort o incitando."

Todos estremeceram quando ele disse o nome. Remus notou isso acontecendo cada vez mais,
conforme a lista de desaparecidos crescia e as pessoas confiavam menos umas nas outras.

"Eles ainda são perigosos." Marlene respondeu. “Não vejo por que fingimos que não são - está dito
bem aqui”, ela apontou para a impressão em preto e branco, “Classificados XXXXX. Eu sei que é
uma pena para eles, eles poderiam ter sido perfeitamente normais de outra forma, mas fatos são
fatos.”

Ninguém disse nada sobre isso.

Remus fazia o seu melhor para ignorar a todos. Ele estava ocupado escrevendo uma carta para o
Professor Ferox, que era a única pessoa que conseguia pensar que poderia estar em potencial
perigo na noite anterior. Lívia o conhecia; ele a atacou uma vez, e Remus pensou que ela parecia o
tipo de pessoa que guardava rancor. Além disso, escrever deu-lhe algo para se distrair de quão
terrível se sentia; todo dolorido e cheio de calafrios. Sabia que também estava com uma aparência
péssima e achou melhor manter a cabeça baixa.

"Ela não sabe do que está falando." Lily sussurrou para ele, no caminho para fora do Salão. “Marls
vê tudo em preto e branco. Não leve para o lado pessoal,”

"Eu não levei." Remus respondeu, cansado, "Estou bem, não se preocupe comigo."

Ainda assim, ele temia Trato das Criaturas Mágicas mais tarde naquela manhã, quando teria que se
sentar ao lado de Marlene. Ele lançou um feitiço para encobrir suas cicatrizes mais recentes, e
estava bebendo em uma poção energética como se fosse mantê-lo vivo, mas não podia esconder o
fato de que estava completamente exausto. Sem mencionar a culpa esmagadora que sentia pelos
ataques. Ele sabia que eles iriam acontecer. Ele disse a Dumbledore, mas não foi o suficiente,
deveria ter feito mais.

Aritmancia não foi tão ruim; ele tinha Sirius, James e Lily, e eles formaram um amontoado protetor
ao redor dele, tomando seus assentos no fundo da classe. Os exercícios eram quase impossíveis de
fazer, Remus encontrou sua mente estranhamente fraturada; incapaz de segurar um pensamento por
muito tempo. James e Sirius caíram em suas travessuras e palhaçadas de sempre, criando uma
distração satisfatória sempre que o professor olhava para Lupin. Estava muito grato, especialmente
porque os dois também haviam passado a noite inteira acordados.
Depois, Sirius o acompanhou até Trato das Criaturas Mágicas, já que ele tinha uma hora livre, e
Remus não teve energia para recusar. Os corredores estavam muito ocupados para ele arriscar se
apoiar no outro garoto, então foram devagar.

"Só falte essa?" Sirius implorou, observando-o lutar para descer o terceiro lance de escada, "Você
já mostrou seu rosto, Snivellus viu você..."

Remus apenas balançou a cabeça, continuando obstinadamente. Quando chegou ao fim, alguns
meninos do terceiro ano passaram correndo, gritando um com o outro e rindo. Um deles esbarrou
nele com sua bolsa, o que não teria sido nada em um dia bom, mas naquele momento era
exatamente a coisa errada, o que jogou Remus de lado no corrimão. Ele mordeu o lábio quando o
lado esquerdo de seu corpo atingiu a pedra dura, mas não pôde evitar um suspiro de dor.

“Syrtis-corpius!’’ Sirius gritou, puxando sua varinha e atirando uma maldição em todos os três
garotos. Eles gritaram quando as escadas de mármore se transformaram em areia movediça abaixo
deles e começaram a engoli-los. Black só parou quando as pernas deles estavam penduradas no
fundo e os dois ficaram presos no meio do caminho. "Olha por onde você anda!" Ele disse
ameaçadoramente, antes de ajudar Remus a descer os últimos degraus.

Ninguém interveio - ninguém nunca fazia quando era Sirius - e Remus estava muito focado em
chegar à aula a tempo.

"Promete que você vai voltar e soltar eles?" Perguntou, enquanto se aproximavam da sala "Não
preciso que você consiga uma detenção além de tudo..."

"Se outra pessoa não os encontrou até agora," Sirius deu de ombros. “Eu só ensinei uma lição,
qualquer monitor teria feito o mesmo.”

Remus normalmente teria achado aquilo engraçado, mas sentiu como se ele estivesse afundando
em areia movediça também, seus membros pesados e lentos, tudo ao seu redor nebuloso e
turvo. "Certo," Sirius estava dizendo, "Eu estarei de volta aqui em uma hora para te buscar."

“Não preciso que você me busque, não sou uma criança.” Murmurou.

"Não," Sirius apertou sua mão, muito rapidamente, "Você é meu Moony."

Ele fez uma anotação mental para guardar isso para mais tarde, quando estivesse sozinho, e
poderia se deleitar com a ideia de ser qualquer coisa de Sirius. Agora, ele se odiava demais para
permitir que alguém fosse gentil.

Trato das Criaturas Mágicas foi pior do que ele poderia ter imaginado. Sua temperatura estava
subindo ainda mais com o esforço, e teve que enxugar o suor dos olhos, o cabelo grudando na
testa. Apesar de o café da manhã ter acontecido apenas uma hora antes, seu estômago parecia uma
caverna vazia, roncando de forma intermitente. Sua cabeça doía e sua visão turvava, mas ele se
sentou ereto, olhando fixamente para o quadro-negro.

Eles deveriam estar estudando dragões - identificando as várias espécies e suas propriedades
individuais. Kettleburn começou a lição como sempre fazia, com uma história aterrorizante e
geralmente angustiante de um encontro que ele teve com qualquer criatura que estavam
discutindo. Hoje não foi diferente, e o professor com cicatrizes de batalha estava com bastante
energia - ele havia perdido dois membros para os dragões.

Apesar desse conto animado, apenas metade da classe estava realmente prestando atenção (você
poderia dizer pela expressão de leve horror em seus rostos enquanto escreviam anotações). A outra
metade - Marlene e Mary incluídas - estava ocupada lendo o capítulo em seus livros que tratava de
lobisomens.

“Há algo um pouco sexy sobre toda essa coisa de homem-fera, no entanto,” Mary sussurrou para
Remus, que começou a se sentir tonto.

"Mary!" Marlene sibilou, com raiva "Isso é completamente insensível, pessoas morreram!"

"Só estou dizendo!"

“Você não pensaria isso, de qualquer maneira, se conhecesse um de verdade! Falei com Sian Bolsh
durante o verão; ela saiu no ano passado para o treinamento de curandeira, e ela está
acompanhando um curandeiro na ala de licantropia do St. Mungus. Eles têm uma higiene péssima,
a maioria deles, porque não podem viver perto de bruxos normais, e basicamente vivem de
esmolas e caridade...”

"Bem, então eu sinto muito por eles!" Mary retrucou "Isso parece horrível, os bruxos são tão sem
coração."

“Você está sendo deliberadamente estúpida! Eles são perigosos -”

“Com licença, Professora Kettleburn,” toda a classe se virou para ver McGonagall parada na
porta. O estômago de Remus afudou - ela tinha vindo atrás dele? O ministério finalmente veio atrás
dele?!

A chefe da casa da Grifinória parecia muito séria e segurava uma carta na mão, mas não olhou para
Remus. “Lamento interromper. Marlene McKinnon, posso falar com você?”

Marlene franziu a testa e se levantou, colocando a pena de volta no tinteiro. Ela lançou um olhar
confuso para Mary e Remus antes de seguir a Professora para fora da sala. A porta se fechou e
todos olharam para ela em silêncio.

"Ela não pode estar com problemas," Mary sussurrou para Remus, "Ela é certinha demais."

Remus resmungou algo, mas sua fome havia se transformado em enjoo e ele não queria abrir a
boca. Gostaria de poder tirar a capa, a sala estava tão abafada e quente; ele estava ficando
desconfortavelmente úmido sob as axilas e nas costas. "Você está bem, querido?" Mary perguntou,
seu rosto preocupado. "Parece que você vai vomitar, são as histórias horríveis de Kettleburn?"

"Mmmph." Remus acenou com a cabeça levemente, disparando dores primeiro em seu pescoço
enquanto o fazia. Ele apoiou a testa nas mãos, esperando apenas parecer que estava realmente
interessado em suas anotações.

No entanto, não havia mais espaço para Mary sondá-lo. Um grito horrível soou fora da sala de
aula, seguido por um gemido arrepiante de desespero absoluto. Mary ficou de pé imediatamente e
saiu correndo da sala para ver sua amiga. Remus teve apenas um vislumbre quando a porta se abriu
e fechou, Marlene de joelhos, soluçando, e McGonagall curvada sobre ela, dando tapinhas em seus
ombros.

Até Kettleburn ficou mudo por alguns minutos, antes de recuperar a compostura e limpar a
garganta.

"Estamos vivendo em tempos difíceis", disse ele, um tanto fora do personagem, "Peço a todos que
sejam gentis uns com os outros, especialmente ao se preparar para deixar Hogwarts."
A lição continuou depois disso, muito moderada, e Remus precisou de toda a concentração para
ficar consciente em sua cadeira, agora que ele estava sozinho em sua mesa. Cerca de quinze
minutos antes do final da aula, houve uma segunda batida na porta.

"Entre!" Kettleburn gritou. A porta se abriu e Lily entrou,

"Bom dia, professor, vim buscar as coisas de Marlene para ela."

Kettleburn acenou com a cabeça e gesticulou para a mesa de McKinnon, onde seu trabalho ainda
estava espalhado, a mochila pendurada nas costas da cadeira. Lily se aproximou e rapidamente
começou a juntar as coisas. Ela deu uma olhada em Remus e ergueu a cabeça, “Desculpe, professor
- posso pedir a Remus para vir comigo? Eu não percebi que Mary deixou as coisas dela também...”

“Claro, claro,” Kettleburn acenou com a cabeça, distraidamente, rotulando um diagrama do covil
de um dragão no quadro. "Capítulos 18 a 25 para a próxima lição, por favor, Sr. Lupin."

"Sim, senhor," Remus resmungou, pegando a bolsa de Mary. Graças a Deus não estava pesado. E
graças a Deus por Lily Evans.

Assim que eles estavam fora do corredor, Remus se apoiou pesadamente na parede e fechou os
olhos.

"Oh, Remus," disse Lily, ansiosa, levando a mão fria à testa dele, "Você está horrível!"

"Estou bem." Ele murmurou, inutilmente, os olhos ainda fechados, "Só me dê um segundo ...
Marlene está ...?"

"Ela foi para casa." Lily baixou a voz, embora estivessem sozinhos. “- O irmão dela, Danny, foi
atacado ontem à noite. St. Mungus começou a divulgar nomes.”

A cabeça dele girou; ele abriu os olhos apenas para ver manchas pretas, e fechou-os novamente,
caso desmaiasse.

"Ele…"

"Ele está vivo. Mas ... não parece muito bem.”

A culpa era avassaladora, rugindo nos ouvidos de Remus. Como ele iria olhar Marlene nos olhos
novamente? "Vamos," Lily pegou seu braço e colocou-o sobre os ombros. Ela se ajustou muito
bem, mas ele não se atreveu a se apoiar muito nela, “Estou levando você para a torre, você não está
em condições de ir a mais aulas. Vou dizer que está me ajudando a fazer as malas da Marlene.”

“Alguém deveria contar —” Ele estava prestes a dizer Yasmin, mas percebeu que ainda era um
segredo. "... Madame Pomfrey." Terminou, desajeitadamente, "Marlene vai perder as aulas de
cura."

"Tenho certeza que ela já sabe", respondeu Lily, vivamente, "Venha, agora."

Ela era muito mais difícil de recusar do que Sirius.

Chapter End Notes


Bruna (wolfuckingstar): Mais um episódio de análises políticas com Bruna. Queria
ressaltar o tom reacionário (conservador) do discurso de Abraxas Malfoy. Em tempos
de crise, é comum vermos algum político usando dos acontecimentos recentes (como
um ataque de lobisomens ou a corrupção, por exemplo) para revogar os direitos de
certos grupos periféricos da comunidade, colocando-os como principais culpados do
acontecimento. Claro que quem cometeu os crimes foram os lobisomens, nesse caso,
mas ninguém se pergunta o motivo por trás disso, não é? É muito simples exigir
medidas de contenção (e até de extermínio), quando não se tem capacidade empática
suficiente para olhar o todo, a sociedade, e perceber que o ambiente e a falta de
oportunidades tendem a impactar na vida de qualquer ser humano.

Outra questão muito comum em discursos políticos em épocas de crise é a ênfase na


existência dos ‘’cidadãos de bem’’ que, nesse caso, são os bruxos sangue puros.
“Cidadão de bem” é um termo antigo, ideologicamente consolidado para se estabelecer
diferenças entre pessoas. É a parcela de “cidadãos” que reivindica para si distinção e
superioridade contra aqueles que considera “impuros”, por isso não merecem direitos.
Vou colocar um trecho de uma notícia brasileira e vocês mesmos vejam as
semelhanças.

‘'Cada vez mais as estatísticas oficiais revelam a política de extermínio comandada


pelos governadores Wilson Witzel, do PSC, e João Doria, do PSDB. No Rio, as ações
da polícia deixaram 881 mortos no primeiro semestre de 2019, enquanto em São Paulo
foram 426 assassinados pelos agentes do Estado de São Paulo no mesmo período. As
mesmas estatísticas indicam uma queda nos índices de homicídios, roubos e policiais
assassinados.

O fato de criminosos matarem menos e o Estado matar mais dá o tom da política de


extermínio estabelecida com força neste 2019, com estímulo do governo de Jair
Bolsonaro. Defensores desta política homicida falam que tudo está sendo feito em
nome dos direitos dos “cidadãos de bem”. Dizem ainda lamentar os erros que vitimam
inocentes, mas o que importa é que algo está sendo feito.’’

Enfim, saindo um pouco do assunto sério eu postei uma fanfic de wolfstar criando
Harry aqui no meu wattpad e no meu ao3 (wolfuckingstar) chamada Paraíso feito à
mão, sei que AtYD é bem triste e pesada em muitos momentos, então escrevi algo
fofinho e relaxante para vocês.
Capítulo 133 : Sétimo Ano: Tarde de Domingo
Chapter Notes

Espero que gostem. Estarei voltando com mais traduções das fics wolfstar que
mais gosto. Se quiserem me recomendar alguma para traduzir, só me chamar no
twitter ou tiktok .

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Domingo, 29 de janeiro de 1978

"Moony?"

"Mmm?"

“Já passou do meio-dia...”

"E?"

"Achei que iria querer levantar...?"

"...não, obrigado."

"Posso entrar?"

"...não.”

“...Ok, então." Sirius começou a se afastar e o estômago de Remus embrulhou.

‘’Desculpa." Ele disse alto o suficiente para Black ouvir e parar. Remus finalmente saiu das
cobertas. "Eu quero você aqui, só não sei o que dizer."

Ele podia ouvir Sirius se remexendo, as mãos nos bolsos, e então os dedos passando pelo
cabelo. Finalmente,

"Não precisamos conversar?"

Remus suspirou. Ele estava uma bagunça; não tomava banho direito desde quarta-feira e só saíra da
cama para usar o banheiro. Os outros garotos o estavam alimentando passando comida pela fresta
de suas cortinas, e se não tivessem feito isso, Remus não tinha certeza se teria comido. Ele estava
no pior estado em que já esteve. Mas sentia falta de Sirius.

"...Ok então."

As cortinas se abriram e Remus fez uma careta contra a forte luz do dia, mas Sirius entrou
rapidamente, fechando-as novamente. Ele o olhou, mas não por muito tempo, logo se arrastando
para deitar ao seu lado e envolvê-lo em seus braços.

"Obrigado," ele respirou contra o cabelo de Remus, "por me deixar entrar."

"Acho que estou fedendo."


Sirius respirou fundo, fazendo cócegas em sua testa e fazendo-o se contorcer.

"Não, apenas cheira como Moony."

"Sai, seu cachorro." Remus se contorceu para longe dele.

“Sente que vai querer levantar logo? Todo mundo está preocupado. E eles estão vindo perguntar
a mim agora, como se eu soubesse o que fazer, porque todo mundo sabe sobre nós, o que é
estranho, e muita pressão, na verdade.”

Remus riu, e foi estranho, mas bom. Ainda assim, ele tinha um episódio melancólico para
sustentar.

"Ainda não estou com vontade de levantar.”

"Ok, então você precisa deixar eu me esconder aqui com você, porque eu não vou voltar para lá."

" Sirius ."

" Re mus ." Black franziu a testa para ele, exagerando as sobrancelhas para parecer estúpido.

"Pare com isso." Remus cruzou os braços, ciente de que estava começando a soar como uma
criança mal-humorada.

"Eu não vou." Sirius o cutucou nas costelas, "Vamos lá, eu sei que você está se sentindo na merda
sobre tudo, mas você já considerou que não é para você carregar toda essa miséria assim? Que
talvez se você conversar com seus amigos as coisas não pareçam tão ruins?”

Remus franziu a testa para ele, os braços ainda cruzados.

"Talvez isso funcione para você ..."

"Você está dizendo que isso está funcionando para você?"

Remus apertou os lábios. Eles se encararam por um minuto. Lupin chegou a pensar que gostaria de
brigar com Sirius agora, como eles faziam nas luas cheias; só porque era uma maneira divertida de
expelir energia. Então ele percebeu algo. E cheirou o ar.

“Você está sangrando? Eu posso sentir o cheiro de sangue.”

"Provavelmente é você, da lua."

"Não, eu já me curei, minhas feridas nunca ficam abertas por mais de um dia."

“Puta merda”, Black riu levemente, “Como é possível você ser ainda mais legal?!”

"E é o seu sangue, eu consigo sentir."

“Lá vai você de novo! Você é basicamente um super-herói.”

" Sirius !"

“Ok, ok,” ele se sentou, passando as mãos pelos cabelos. “Você me atacou algumas vezes na lua,
eu te disse isso, nós fizemos isso um com o outro. E você não pode me transformar quando eu sou
um cachorro, já testamos isso várias vezes.”
“Mas você ainda está sangrando?! Já faz quase uma semana! Você precisa ir até a Madame
Pomfrey! "

"Ah, sim, aí eu vou dizer que meu namorado lobisomem me arranhou enquanto eu estava em
forma de cachorro como um animago ilegal?!"

"Jesus." Remus gemeu, puxando-se para cima e para fora da cama, agarrando Sirius pelo pulso e
puxando-o consigo.

"Onde estamos indo?!"

“Eu preciso de uma luz melhor!”

Ele escancarou a porta do banheiro e fechou a tampa do vaso. "Sente." Instruiu. O moreno
obedeceu, meio sorrindo.

Remus abriu o pequeno armário com espelho acima da pia, pegando essência de murtisco,
desinfetante, gaze e bolas de algodão. (Ao longo de anos, havia descoberto, entre tentativa e erro,
que uma combinação de coisas mágicas e trouxas funcionava melhor. Como quase todo o resto.)
Ele puxou a varinha da calça do pijama e parou na frente de Sirius.

"Ok. Me mostre."

Sirius abaixou a cabeça, não gostando mais da motivação recém-descoberta de Remus. O moreno
suspirou pesadamente e levantou a camisa, dizendo.

“Não é tão ruim assim ...”

Não estava tão ruim quanto temia, mas ainda sim fez seu estômago apertar quando viu. Três listras
vermelho-escuras nas costelas de Sirius. Elas estavam começando a curar, mas Lupin sabia que
poderia acelerar o processo com bastante facilidade. Ele respirou fundo, encontrou os olhos de
Sirius e pegou o desinfetante. Então sua varinha. Remus era muito bom em curar cortes a essa
altura, e a crosta e a vermelhidão desapareceram em um instante. Agora eram listras brancas.

“Eu sinto muito,” disse com pesar. “É uma ferida mágica. Você vai ter uma cicatriz aí para o resto
da sua vida agora.”

Sirius olhou para a marca e depois para cima novamente.

"Tudo bem, Remus." O moreno respondeu silenciosamente.

***

Então, por incentivo de Sirius, Remus se juntou ao grupo, e todos foram gentis o suficiente para
fingir que ele simplesmente tivera um mal estar, e não que esteve os evitando. As notícias dos
últimos dias foram particularmente sombrias. Primeiro, o Profeta publicou uma lista dos mortos e
suas fotos. Em seguida, publicaram uma lista dos "supostos infectados", junto com suas fotos, o
que provocou protestos entre alguns dos comentaristas mais liberais e acendeu um debate sobre o
registro obrigatório para todos os lobisomens.

O nome de Greyback não havia sido mencionado, nem qualquer outro lobisomem que Remus
conhecesse. Era como se os crimes horríveis simplesmente tivessem acontecido uma noite e os
agressores tivessem desaparecido no ar. Ninguém tinha ouvido falar de Marlene também, embora
Danny McKinnon fosse um dos citados nos jornais.

Ele recebera dez centímetros de texto, em virtude de sua fama como batedor dos Chudley
Cannons. O gerente da equipe foi entrevistado e citado dizendo que, embora ainda não tivesse sido
informado sobre os detalhes da condição de Danny, os Cannons operavam uma política de
'tolerância zero' para 'mestiços e criaturas perigosas' e lidariam com qualquer alegação de infecção
adequadamente. James jurou que nunca veria um jogo do Chudley Cannons novamente, mas
Remus, principalmente, se sentia mal por Danny.

Todos tentaram colocar toda essa miséria para trás e desceram para o almoço de domingo (e graças
a Deus; geralmente era a refeição favorita de Remus da semana, e ele estaria ainda mais triste se a
tivesse perdido), então passou o resto da noite acomodado na sala comunal em frente ao
fogo. Remus até concordou em jogar xadrez com Peter, que ficou extasiado.

"Você sabe o que devemos começar a levar a sério?" Sirius pensou alto, remexendo em sua coleção
de discos.

“NIEMs?” Remus perguntou esperançoso, enquanto Peter capturava seu cavaleiro.

“Currículos de emprego?” Lily disse da poltrona, onde estava sentada no colo de James, lendo uma
revista.

"O campeonato de quadribol?" Sugeriu James.

"Pelo amor de Deus," Sirius disse, "Tenho vergonha de chamar vocês de marotos."

"O que?!" Todos os três franziram a testa, ofendidos. Peter riu.

“Ele está falando da grande pegadinha da Sonserina. Você sabe, começamos a planejar antes do
Natal.”

"Wormy querido, você é sem dúvida minha pessoa favorita." Sirius sorriu amplamente. Peter
bufou.

“Cai fora,” e prontamente capturou a rainha de Remus.

“Agh. Não sei por que me incomodo, não venço você desde que tínhamos treze anos.” Lupin
suspirou, deitando no tapete sobre os cotovelos. Ele olhou para Sirius, “Bem, então? Tem um
plano?”

"Talvez. O que quer que façamos, acho que devemos focar o ataque nas masmorras.”

“Não vamos usar palavras como 'ataque',” disse Lily, apressadamente, “Isso é apenas uma
brincadeira, certo? Espírito saudável de rivalidade inofensiva?”

"Se quiser" Sirius deu de ombros, meio ignorando a interjeição. “De qualquer forma, Moony,
pensei que seu grupo de estudos estava envolvido nisso. De que adianta você ter todos esses
minions se não pode fazê-los trabalhar para você? "

"Ah meu Deus, pela última vez, eles não são meus 'minions'!" Remus revirou os olhos. “De
qualquer forma, ainda não fizemos uma reunião direito neste semestre. Tenho estado um pouco
ocupado.”

“Bem, como nenhum de nós está programado para estar em perigo mortal pelo próximo mês ou
mais,” Sirius respondeu, “Acho que devemos começar. Todo mundo está precisando de uma risada,
hein? Reúna as tropas, nos agruparemos na próxima semana.”

“Contanto que não coincida com quadribol,” James bocejou, “Eu estarei lá. Certo, vou para a
cama, Transfiguração é a primeira aula amanhã.”

Todos os outros olharam para o relógio ou começaram a bocejar e concordaram em seguir o


exemplo. A sala comunal estava se esvaziando agora, de qualquer maneira, e eles foram um dos
últimos a sair.

Remus tinha acabado de colocar seu pijama e escovar os dentes, quando se lembrou de que havia
deixado seu livro no andar de baixo. Embora isso normalmente não importasse, este livro em
particular era Maurice, de EM Forster, e embora a capa fosse indefinida, estava um pouco
preocupado que se alguém o pegasse e lesse a sinopse, as sobrancelhas seriam levantadas.

Suspirando, ele saiu do banheiro e desceu correndo, murmurando "Vou buscar meu livro". para
Sirius, que era o próximo na fila.

Tinha acabado de pegar o livro e estava prestes a subir de volta quando ouviu o buraco do retrato se
abrir. Ele se virou para ver Mary entrar. Ela estava usando um vestido curto de prata brilhante e
tropeçou ao entrar, mas se conteve e deu uma risadinha.

"Tudo bem?" Ele a chamou.

Ela olhou para cima, apertando um pouco os olhos na luz fraca.

“Ei, sexy,” ela sorriu, vagando um pouco instável em seus pés. Poderia ser devido ao salto de dez
centímetros que ela estava usando. Ou poderia ser a Cerveja da Bruxa. Remus podia sentir o cheiro
flutuando dela.

"Oi, onde você esteve?" Ele voltou para os sofás, querendo ter certeza de que ela estava bem antes
de sair.

“Pfffff.” Ela acenou com a mão, desabando na poltrona mais próxima, espalhando as pernas. Seu
vestido curto subia por suas coxas, mas ela não parecia incomodada, "Apenas uns drinques na sala
comunal da Corvinal".

"Pensei que você estava saindo com um lufano?"

"Mm, ele estava lá." Ela exalou, sorrindo, inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos. Suas
pálpebras estavam pintadas de ouro, e delineadas com kohl. Ela parecia uma rainha egípcia em um
vestido de festa. "Mas muitas pessoas estavam lá, suponho."

Ela parecia triste. Remus se sentou na poltrona em frente a ela, segurando o livro no colo.

"Você está bem, Mary?"

"Oh. Sim." A menina abriu os olhos lentamente, e sorriu para ele. Ela não estava tão bêbada, ele
percebeu, mas parecia cansada e profundamente infeliz. “Apenas coisas em minha mente. Meninos
sendo idiotas. Pobre Marlene.”

"Você teve notícias dela?"

Mary balançou a cabeça e se sentou, piscando.

“Você não tem um cigarro, tem, querido? Eu normalmente não fumo, mas eu realmente quero um
agora.”

"Tenho," Remus enfiou a mão no bolso em busca da caixa de fósforos onde guardava os cigarros
que ele mesmo bolava. Então a abriu, "Normal ou divertido?"

"Oooh, divertido, por favor", ela ronronou, estendendo a mão, "Pode me ajudar a dormir."

“Hum, sobre Marlene,” Remus disse, acendendo o seu, “Eu acabei de pensar, er ... você conhece a
amiga dela, Yaz? Você a viu por aí? Eu não tenho certeza se alguém contou a ela - "

"Eu contei." Mary disse, exalando, observando-o através da fumaça sob suas pesadas pálpebras
douradas. "Eu contei a ela."

"Oh!" Remus piscou surpreso. "Isso é bom, então."

“Mmm, achei melhor ela saber,” Mary continuou, puxando uma mecha de seu cabelo e enrolando-
a timidamente em torno de seu dedo mínimo. "Não queria que ela pensasse que Marls tinha dado
um bolo nela.”

Remus deu uma tragada rápida e afiada no cigarro, franzindo a testa levemente.

"O que você quer dizer?"

Mary riu, arqueando-se para trás na cadeira, mostrando seus dentes brancos perolados. Ela deixou
a mecha de cabelo enrolar de volta ao seu lugar como um saca-rolhas.

“Ah, qual é, Remus,” a menina balançou a cabeça, “Eu sei.”

"Você ... ela te contou?"

“Não,” Mary concedeu, voltando a se sentar com um suspiro, “Mas eu não sou burra, apesar dos
rumores que dizem ao contrário. Pelo menos, eu sei como romance é. ” Ela arqueou a sobrancelha.
“Não sou tão estúpida quanto James, por exemplo. Quanto tempo ele demorou para descobrir? "

"Ele não sabe sobre Marlene," Remus respondeu, "Eles não devem conversar muito durante os
encontros para o quadribol."

“Eu não estou falando sobre Marlene agora. Eu estou falando de você."

"Eu?!"

"Ele beija bem, não é?" Ela piscou para ele. "Mas você também beija, eu me lembro."

"Como…?!"

“Mm, eu já suspeitava há algum tempo. Apenas pequenas coisas. Todo o tempo que vocês passam
juntos. Ele estar solteiro por mais de cinco minutos. Eu não tinha cem por cento de certeza, mas
você acabou de confirmar.”

"Droga."

Ela riu de novo, um som amigável e vibrante.

"Garoto bobo." Mary sorriu afetuosamente, brincando com seu cabelo novamente enquanto
fumava. Ela o olhou novamente, seus olhos mais focados. Quando falou, sua voz estava mais séria
do que o normal. “Está tudo bem se você quiser manter isso em segredo. Eu ia esperar, para ver se
você mesmo iria me contar - como estou fazendo com Marls. Mas... Eu só queria que você
soubesse ... Eu sei que tenho essa reputação de ser um pouco fofoqueira, mas eu posso guardar um
segredo, ok? Principalmente dos meus amigos. E se ...” Ela mordeu o lábio, “Se houver mais
alguma coisa que você esteja mantendo em segredo, Remus, então você pode confiar em mim,
ok? Isso não muda nada.”

Eram revelações demais para uma noite. Lupin deu uma tragada forte em seu cigarro, e meio que
desejou ter optado por um baseado também.

"O que você está dizendo?" Ele perguntou, com muito cuidado. "Você acha que sabe de mais
alguma... coisa?"

"Remus." Ela se sentou. "As cicatrizes? Ficar doente a cada lua cheia? Fazemos a mesma aula de
Trato das Criaturas Mágicas.”

"Você não pode contar a ninguém." Remus disse, sua voz muito baixa, embora eles estivessem
completamente sozinhos. “Por favor, Mary ... eu e Sirius, isso é uma coisa, mas isso ... eu poderia
ser expulso da escola. Eu poderia ser preso!”

"Ei!" Mary levantou-se rapidamente e veio sentar-se no braço da cadeira “Não vou contar! É isso
que estou tentando explicar.” Ela passou o braço em volta do ombro dele. "Não faz diferença para
mim, eu juro."

"Mesmo?"

"Mesmo." Ela beijou sua bochecha e deu-lhe um aperto. “Então não leve o que aconteceu com o
irmão de Marlene para o coração, hein? Não tem nada a ver com você.”

"Ela nunca me perdoaria, se soubesse ..." Remus disse, tristemente. Mary entregou-lhe o que
restava do baseado e ele deu uma tragada, agradecido.

“Não se preocupe com isso,” A menina disse, petulantemente, “A cabeça dela vai mudar. Ela sabe
quem você realmente é. E talvez você possa ajudar? Você poderia escrever para Danny, até -
aposto que um amigo ajudaria.”

"Isso é-" Remus estava prestes a dizer que embora fosse uma ideia muito boa, era quase
impossível, considerando o fato de que ele não era registrado, e seria uma má ideia chamar atenção
para si mesmo.

"Mooony, cadê você?" A voz queixosa de Sirius desceu ruidosamente as escadas, “Posso sentir o
cheiro da maconha daqui, você não está sendo sutil - oh! E aí MacDonald.”

"Black," Mary acenou com a cabeça, ainda empoleirada no braço da cadeira de Remus, "Desculpe,
estou tentando seduzir seu namorado."

"Oh sim, gostaria de ver você - espere, meu o quê?!"

Ela apenas mostrou a língua para ele. Sirius olhou para Remus, “Estamos apenas contando pra todo
mundo, agora?!”

“Ei!” Mary pulou do assento, “Eu não sou 'todo mundo'! Seu idiota arrogante. Não se esqueça que
eu tive vocês dois primeiro. "

Remus não pôde deixar de rir da expressão no rosto de Sirius, e levantou da poltrona,
envergonhado, ainda segurando Maurice.
"Desculpe, vou subir agora, estávamos apenas conversando." Ele olhou para Mary, "Você vai ficar
bem?"

“Sim,” ela acenou com a cabeça, sorrindo, “Eu estou indo para a cama também. Boa noite
rapazes!"

"Boa noite!"

De volta ao andar de cima, no brilho quente do dormitório, Peter já roncava baixinho atrás das
cortinas e James estava sentado de pernas cruzadas em sua cama, folheando seu caderno de
quadribol.

“Pensei que tínhamos perdido você, Moony,” ele sussurrou alegremente, quando os dois garotos
entraram.

"Encontrei Mary, ela foi a uma festa com os corvinos."

"Veja, isso é o que acontece quando você fica preso com o monitor-chefe e a monitora-chefe em
sua casa," Sirius suspirou, recostando-se na própria cama, "Toda a diversão acontece em outro
lugar."

“Oh, pare de reclamar,” James sorriu, fechando seu livro, “Teremos mais festas e você sabe
disso. Agora vá para a cama como um bom menino.”

"Tudo bem," Sirius bocejou, caindo dramaticamente para trás, então ele desapareceu através das
cortinas de veludo pesadas.

"Boa noite, então," Remus disse, indo para sua própria cama, mas a mão de Sirius disparou e
agarrou seu pulso.

“Moony ...” ele sussurrou suavemente, das sombras atrás do véu da cortina. Remus mordeu o lábio
e olhou para James, que desviou o olhar sem jeito, e começou a fechar as cortinas de sua cama. Ah,
bem. Foda-se.

"Mmm ... ok ..." Então deixou Sirius puxá-lo para dentro.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): As notas não são políticas dessa vez, é só uma apreciação a
Mary MacDonald e algo pessoal demais que eu não deveria estar compartilhando, mas
estou.

Sei que muitas vezes a gente sempre tende a se identificar com o que queremos ser, e
vejo muitas pessoas dizendo sobre como se identificam com o moony e cheguei até a
fazer um tiktok bobinho sobre como nem todos poderiam ser ele porque é algo
matematicamente impossível. De qualquer forma, se eu tivesse que responder à
pergunta que me fizeram lá no tiktok sobre qual personagem eu mais me identifico, eu
diria, sem sombra de dúvida, que seria a Mary dessa fanfic. Não sei se interessa a
alguém, mas enfim. Eu passei grande parte da adolescência me sexualizando, ficando
com pessoas que eu não tinha o menor interesse e sempre dei prioridade para relações
nas quais eu me sentiria ‘’usada’’ de certa forma (mesmo acreditando que em um
relacionamento todos estão se usando mutualmente, mas enfim). E, por agir dessa
forma, muitas das pessoas que conviviam comigo e sabiam disso sempre pareciam
achar que eu era burra ou não prestava atenção nas coisas. Sei que disse que a nota não
era política, mas foda-se, tudo é político. O que eu quero dizer é que é incrível a
capacidade do ser humano de presumir a inteligência de alguém apenas julgando a
forma como a pessoa se comporta em seu próprio corpo, principalmente quando esse
corpo é o corpo de uma mulher.
Capítulo 134: Sétimo ano: Dia dos namorados 1974
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

You think I'm a lame duck

But I don't give a blue fuck

So you leave me like crazy

Drive me to be lazy.

I love you, you big dummy!

I love you you big dummy!

'I Love You, You Big Dummy' by The Buzzcocks (originalmente escrita por Captain Beefheart &
His magic Band).

Segunda-feira, 13 de fevereiro de 1978

"Você sabe," Lily bocejou, "Outros namorados podem aproveitar a noite antes do dia dos
namorados para planejar algo legal para suas namoradas, em vez de atacar outros alunos."

"Achei que estávamos chamando de brincadeira, Evans," Sirius piscou. “De qualquer forma, como
você sabe o que os outros meninos estão fazendo? Nós somos os únicos garotos que você conhece,
e estamos fazendo isso.”

“Touchè.” Lily mostrou a língua para ele de onde estava sentada de pernas cruzadas na cama de
James.

"E," James disse, sentando-se no chão ao lado de Remus, dobrando os envelopes tão rápido quanto
Lupin conseguia enchê-los, "Como você sabe que eu já não planejei algo legal?!"

"Quando você tem tempo?" Ela deu de ombros, "Sempre que você não está comigo, você está
jogando quadribol."
“Eu posso fazer várias coisas ao mesmo tempo”, disse ele com altivez, um brilho malicioso nos
olhos.

Remus deu a James um olhar de soslaio. Não conseguia se lembrar dele tendo qualquer tempo
livre, mas era melhor nunca subestimar James Potter.

"E você, Pete?" Mary perguntou, sentando-se do outro lado de James, empilhando ordenadamente
os envelopes que ele a entregou e marcando os nomes da lista, "Grandes planos para amanhã?"

"Não." Peter respondeu, taciturno. Ele estava deitado de bruços em sua cama, completando
freneticamente seu dever de Feitiços para o dia seguinte. Havia jogado algumas insinuações para
Remus sobre querer copiar suas anotações, mas Lupin fingiu não entender e, eventualmente, o
pobre wormtail e apenas se resignou a fazer um trabalho ruim.

"E quanto a Dorcas?" Mary pressionou.

"Me largou."

"Ah, pobrezinho." Ela murmurou "Pelo menos eu não serei a única solteira."

"Mesmo?" Pete ergueu os olhos, esperançoso.

"Sim, larguei aquele lufano estúpido." Mary acenou com a cabeça, curvada sobre seu trabalho.

“Ah, bem, talvez você gostaria de sair para jantar, talvez ...” Peter começou. A menina balançou a
cabeça.

"Oh não, desculpe Pete, eu já marquei de sair com três pessoas; será um milagre se nenhum deles
se esbarrar. "

"Oh." Peter voltou ao dever de casa, parecendo ainda mais deprimido do que antes. Lily sufocou
uma risadinha, mas MacDonald parecia alheia.

"Anime-se, Pete, nós ainda te amamos." Remus ofereceu, enchendo seu último envelope e
entregando-o a James. "Eu e Padfoot vamos jantar com você."

“Então, basicamente, será exatamente o mesmo que todas as outras noites do ano.” Sirius brincou.

"Vocês dois não vão fazer nada, então?" Mary perguntou, casualmente. Mesmo assim, parecia uma
pergunta bem calculada, e Remus achava difícil ignorar os olhares que seus amigos agora lançavam
uns para os outros. Ele olhou para Sirius e disse, com muita firmeza.

"Nem pense nisso."

O rosto de Black se abriu em um sorriso.

“Acho que o Dia dos Namorados é a ideia do inferno de Moony.”

"Exatamente." Remus acenou com a cabeça solenemente. Deixe as meninas terem flores e
corações. Haviam muito mais coisas acontecendo na sua vida agora, muito obrigado.

"Aww, acho que é uma pena", disse Mary, riscando o último ano de sua lista e esticando as pernas
no tapete, apoiando-se nos cotovelos. “O Dia dos Namorados pode ser bom, se você fizer direito.”

Remus sorriu para ela. ‘Fazer direito’ para Mary significava receber ofertas votivas de seus vários
acólitos; viver uma fantasia em que ela era Afrodite, e todos iriam prestar homenagem.
"Não, não estou interessado." Ele disse, esticando as próprias pernas rígidas. "É apenas um dia
normal."

" Sirius gosta." A morena comentou maliciosamente "Ele sempre foi mortalmente romântico".

"Quando não estávamos brigando." Sirius interrompeu. Remus o olhou e percebeu que nunca havia
realmente considerado se o outro garoto estava ou não interessado em comemorar. Apenas havia
presumido que eles estavam na mesma página.

"De qualquer forma, isso era diferente." Peter pensou alto, chupando a ponta da pena e sujando o
lábio de tinta.

"O que era?" Mary perguntou.

"Quando Padfoot estava saindo com você." Pettigrew respondeu. "Obviamente, ele fez todas as
coisas sentimentais então."

"Obviamente?" Lily colocou. Remus se encolheu. Ele podia ver para onde isto estava indo. A ruiva
estava irritada; o que não acontecia com frequência, mas quando acontecia sempre terminava em
uma bronca. "O que você quer dizer, Peter?"

Peter também percebeu, mas Deus o abençoe, ele tentou se explicar.

"Eu não estava sendo desagradável", disse "é apenas ... bem, não é a mesma coisa, é?"

"Sim, é!" Mary franziu a testa.

James também estava claramente irritado. Remus suspirou internamente e olhou para Sirius, que
encolheu os ombros. Ele estendeu a mão e o outro pulou da cama para pegá-la, puxando Remus de
pé. Lupin pigarreou.

"Todos já terminaram de discutir nosso relacionamento entre vocês?"

Todos olharam para cima timidamente.

"Desculpe, Moony,

"Desculpe, Remus."

"Vamos continuar, vamos?" Remus ergueu uma sobrancelha e se encostou na cabeceira da cama
com as mãos nos bolsos. Ele acenou com a cabeça para a pilha de envelopes lacrados, “Precisamos
distribuí-los amanhã, assim que pudermos. Acho que provavelmente é melhor fazer isso no café da
manhã, para que fique misturado com a postagem normal e não pareça suspeito.”

Isso foi recebido com um murmúrio de concordância geral.

“Não se esqueça, a tinta só se torna legível quando a pessoa certa dá o nome dela.” Remus
continuou. Ele foi até a mesa de cabeceira para pegar sua caixa de fósforos de cigarros e puxou um
para fora.

"Essa foi uma ideia tão boa, não posso acreditar que você fez isso tão rapidamente." Disse Mary.
Ela não sabia que o feitiço que eles usaram era exatamente igual ao do Mapa do Maroto, e eles não
iriam contar a ela.

“Você está na presença da realeza, MacDonald.” Sirius disse, pegando o cigarro de Remus no
segundo em que ele o acendeu. Remus suspirou e puxou outro.
“Pelo menos abra uma janela se tiverem que fumar aqui,” James suspirou.

"Temos que fumar aqui," disse Sirius, sacudindo a varinha para as janelas para que se abrissem.
“Porque nosso monitor-chefe baniu o fumo na sala comunal.”

“Todos os monitores votaram por isso, na verdade.” Lily disse astutamente.

"Veja, Moony," Black cutucou-o com o quadril, "É por isso que você deveria ter continuado um
monitor, você poderia ter sido a voz da razão."

“Verdadeiramente trágico.” Remus exalou fumaça.

"Certo, estou indo para a cama, então." Mary disse, levantando-se e carregando a pilha de convites
e colocando-as no baú de James. “Estou ansiosa por isso, é bom ter outra coisa em que pensar.”

"Eu irei com você." Lily disse, levantando-se também.

"Devo caminhar de volta com você?" James se levantou de um salto. Ambas as meninas riram,
como se ele tivesse dito algo encantador, ao invés de ridículo.

"Vou mantê-la segura na árdua jornada pela sala comunal, Potter." Mary provocou.

Mesmo assim, Lily e James passaram os próximos cinco minutos se despedindo, o que envolveu
muitos amassos. Quando Mary finalmente conseguiu arrastar sua amiga para longe, Lily estava
rosa e sorrindo.

"Amo você!" Ela gritou enquanto descia as escadas.

"Amo você também!" James ligou de volta.

Sirius começou a fazer ruídos de vômito, o que fez Peter começar a rir, mas Remus apenas
observou a expressão estúpida de James. Ele nunca os tinha ouvido dizer 'eu te amo' antes. Não
achava que já havia ouvido alguém dizer isso, na verdade; não alguém com quem ele se
importasse, pelo menos. Havia visto isso escrito. Nos livros e na carta de Hope. Porém, nenhuma
dessas coisas parecia tão tangível quanto isso. Há quanto tempo eles estavam dizendo isso? Há
quanto tempo eles sentiam isso? Fora difícil dizer da primeira vez? Remus achou que devia ser.
Como lançar um patrono.

Ele terminou o cigarro em um estado de espírito contemplativo enquanto os outros se moviam ao


seu redor, terminando o dever de casa e se trocando para dormir. Supôs que poderia perguntar a
Sirius sobre toda a coisa de 'amor', mas não tinha certeza se queria abrir aquela caixa de pandora.
Eles estavam felizes desse jeito, não? Estava ficando confortável, agora que seus amigos sabiam.
Além disso, depois de dois anos rodando em círculos e quase um ano de sigilo, Remus queria
apenas aproveitar o que tinham, sem todo aquele material prescritivo pairando sobre eles.

Remus sabia por experiência própria que era melhor resistir à tentação de separar coisas assim.
Especialmente algo tão precioso e arduamente conquistado quanto o que ele e Sirius tinham. O
problema era: depois de começar, talvez você nunca mais se lembre de qual foi o primeiro passo.

Ainda pensando, ele escovou os dentes e vagou em direção à cama de Sirius para sentar e esperar
por ele.

"Finalizado!" Peter gritou, erguendo sua pena com um floreio. " Finalmente ."

"Muito bem, Pete." James bocejou, subindo na cama.


"Eu não consegui te ajudar muito, no entanto." Peter disse, olhando para a pilha de envelopes
melancolicamente.

"Tudo bem, este é apenas um trabalho preliminar." Remus ofereceu “O verdadeiro planejamento
começa na quarta-feira.”

"Exatamente." James acenou com a cabeça encorajadoramente, "De qualquer forma, não se sinta
mal, Padfoot também não ajudou."

“Ei!” Sirius saiu do banheiro naquele momento, “Eu escrevi essas malditas coisas! Onde vocês
estariam sem minha bela caligrafia? E também não me lembro da Sra. Prongs fazendo nada. "

Black havia começado a chamar Lily assim em particular (ele não ousaria dizer na frente dela)
sabendo que isso irritava James. O garoto de cabelo bagunçado apenas rolou na cama, sacudindo o
dedo médio na direção de Sirius. O moreno riu e foi para sua cama. Remus também entrou, ainda
perdido em pensamentos.

"Boa noite, rapazes!" Sirius chamou, fechando as cortinas.

"Noite!" Peter e James ecoaram de volta.

No escuro, Black segurou a mão de Remus, e eles sorriram um para o outro, sonolentos.

"Você está muito quieto." Sirius sussurrou. "Tudo ok?"

"Sim." Sussurrou de volta. "Só pensando. Coisas sobre a pegadinhas.”

"Bom."

"...Sirius?"

"Remus."

“Sabe o Dia dos Namorados?”

"Já ouvi falar."

“Você queria ... er. O que Mary disse ...”

“Eu sabia que isso iria te deixar nervoso. Eu praticamente pude ver seu cérebro começar a
superaquecer.”

"Vai a merda." Remus chutou sua canela. "Eu só estou perguntando ."

“Mary amava todas aquelas coisas - presentes e flores e cartões e outras coisas. Eu gostava de fazer
isso por ela, porque a deixava feliz. Você odiaria, então eu não farei. "

“É tão público,” disse.

"Eu sei. Não se preocupe com isso.”

"Ok."

“...”

“...”
"Remus."

"O que?"

" Pare de se preocupar! "

"Tudo bem, eu acredito em você!"

"De qualquer forma, não é nem mesmo uma coisa real." Sirius disse, pensativo. "Dia dos
Namorados. Eu pesquisei."

“É real para os trouxas, não é?” Remus franziu a testa. Não poderia dizer que havia pensado muito
nisso.

“Havia um cara chamado Valentine, mas não há nada especialmente romântico nisso. Mas descobri
outras coisas, sobre os romanos.”

“Por que você não pode aplicar essa sede de conhecimento ao seu trabalho escolar real?!”

"Ugh, não seja tão chato. De qualquer forma, você já ouviu falar da Lupercalia? ”

Remus sentiu um aperto no estômago e soltou a mão de Sirius.

"Eu não quero falar sobre coisas de lobo agora."

"Você já ouviu falar!" Sirius parecia satisfeito.

"Não. Só conheço a palavra lobo em latim porque é o meu maldito nome.”

"Ah, certo ... Não é o que você pensa, é um festival!"

"Ok."

“E é muito legal, há sacrifícios de sangue, e correr pelado, e -”

"Eu vou dormir."

"Mas você gosta de história."

"Cale a boca, Padfoot, ele quer dormir." James gritou do outro lado do quarto. "E eu também!

"Sim!" Peter ecoou.

"Cuidem das suas vidas." Sirius gritou de volta.

“ Sonoro Quiesces. ” Remus murmurou, criando uma bolha seca de silêncio dentro da cama.
Entretanto, continuou sussurrando porque era estranho falar em um volume normal no escuro. "Eu
disse que não queria falar sobre coisas de lobo, meu Deus."

“Eu só estava tentando fazer você se sentir melhor sobre o Dia dos Namorados.”

“Para começar, eu não me senti mal com isso!”

"Ok, desculpe, eu entendi mal." Sirius estava sussurrando também, mas alto, obviamente irritado.
“Você não falou nada sobre isso e eu queria animá-lo. Achei que você estava com inveja de Lily e
James. "
"Com inveja?!"

"Essa é a palavra errada. Você estava apenas ... Eu vi você os olhando, beijando e outras coisas, e
sendo todo piegas. E eu sei que você odeia demonstrações públicas de afeto, mas não sei. Não é
como se tivéssemos escolha de qualquer maneira ... ”

Remus piscou no escuro, rolando para trás para ver o rosto de Sirius.

"Isso te incomoda, não é?" Tinha que ser, porque nunca havia incomodado Lupin antes. De
repente, ele percebeu o que tinha acontecido.

"Um pouco, talvez." Black respondeu, honestamente. Remus procurou sua mão embaixo do
edredom novamente.

***

Terça-feira, 14 de fevereiro de 1978

Na manhã seguinte, James e Sirius não estavam em lugar nenhum - Remus presumiu que eles
haviam saído mais cedo para um treino de quadribol; era um dia claro e ensolarado, apesar do frio
no ar. Depois de alguns minutos de reflexão profunda, Remus vasculhou sua gaveta de cabeceira
em busca de seu último sapo de chocolate e o enfiou no bolso antes de descer as escadas.

O resto dos Grifinórios acordaram para descobrir que, durante a noite, os elfos domésticos haviam
decorado sua sala comunal com guirlandas de corações de papel vermelho e rosa - algo que parecia
dividir todos os alunos.

“Não é apropriado para uma escola .” Christopher resmungou, encontrando Remus e Mary no
caminho para fora do buraco do retrato.

"Aww, acho que é adorável." Mary suspirou alegremente. Ela estava sutilmente vestida para a
ocasião, usando uma fita vermelha no cabelo e brincos de esmalte vermelho em cada orelha.
Christopher balançou a cabeça, severamente para a menina.

“Se fosse um feriado adequado, como Natal, Páscoa ou algo assim ...”

"Mas por que os bruxos celebram essas coisas?" Remus interrompeu, pensativo, enquanto eles
avançavam em direção ao refeitório. Cada corredor também foi decorado com papel crepom rosa e
vermelho, e parecia haver música vindo de algum lugar, "Nenhum dos puros-sangues que conheci
é cristão, ou mesmo sabe algo sobre Jesus, ou o coelhinho da Páscoa, ou -”

“ O que da Páscoa?!” Christopher estava olhando para ele como se estivesse louco.

"Não se preocupe, Remus," Mary riu, "Lily e eu tentamos no primeiro ano. Não devemos
perguntar. "
O humor de Christopher não melhorou quando eles entraram no Salão Principal, que era banhado
por um brilho rosa por uma coleção de velas flutuando dentro de lanternas de vidro vermelho.
Flores frescas foram colocadas em vasos em cada mesa, e envelopes rosa voavam para frente e
para trás sobre as cabeças dos alunos - cartões de dia dos namorados procurando por seu
destinatário.

"Pelo amor de Deus." Chris murmurou, sentando-se e servindo-se de um café bem preto.

“É apenas um dia.” Remus disse, levantando o bule, que também era rosa.

Assim que se sentaram, uma pilha de envelopes rosa caiu no colo de Mary, fazendo-a gritar de
alegria. Remus sorriu também. Ele pegou seus próprios envelopes e sussurrou um encantamento,
jogando-os no ar para que se misturassem com os outros voando acima deles.

"Aqui está, Chris," Remus jogou um sobre a mesa, "Não é um dia dos namorados, prometo."

"Oh. Er ... o que é? " O menino segurou o envelope em branco com cautela.

"Um convite." Remus piscou. “Dê seu nome, mas não divulgue, ok?”

"Er ... ok ..."

"Bom dia!" Lily apareceu, parecendo alegre como sempre, segurando um livro sobre poções
avançadas. "Alguém viu o Potter?"

"Campo de quadribol?" Remus ergueu a cabeça.

"Não," Lily deu de ombros, "Eu também pensei nisso, mas a corvinal o reservou esta manhã."

"Ele e Padfoot tinham ido embora quando eu acordei." Disse Remus.

"Isso é exatamente o que eu temia ..." Lily respondeu, sentando-se.

Assim que ela adoçou seu mingau, um * pop * alto ecoou sobre suas cabeças, e todos olharam para
cima. Os alunos que não mergulharam imediatamente para se proteger sob suas mesas de café da
manhã, começaram a murmurar 'ooh' e 'ahh', quando uma exibição de fogos de artifício espetacular
começou sobre suas cabeças. As explosões de cores tomaram a forma de gigantescos corações de
amor brilhantes, e as brasas que choveram revelaram-se flores rosa e brancas.

“Lírios!” Mary disse alegremente, enquanto alguém se acomodava em sua pilha de cartas.

"Ah não!" Christopher lamentou, "Eu sou alérgico!" Ele espirrou, antes de apontar sua varinha para
cima e suspirar, " Protego! " para se defender das flores esvoaçantes.

"Eu não acredito nisso ..." Lily estava corando mais do que em qualquer outro momento. Remus
sorriu.

"Você estava pedindo por isso, infelizmente."

“Eu teria ficado feliz com um cartão!” Ela sibilou, quando os fogos de artifício finais morreram, e
o último dos lírios voou para o chão como grandes flocos de neve rosa, enchendo a sala com seu
cheiro adorável.

"Cale a boca, Evans," Mary resmungou, "É lindo demais da parte dele."

"Saúde, MacDonald," James apareceu no ombro de Lily, com Sirius.


"Seu idiota absoluto!" Evans se levantou e jogou os braços em volta do pescoço de James,
beijando-o. Remus não estava assistindo a essa exibição, no entanto; ele estava observando Sirius,
que sacudiu a varinha nas costas de James.

As flores que se juntaram na mesa (aquelas que Chris não tentou limpar, de qualquer maneira)
começaram a se mover novamente e se juntaram na frente do prato de Lily. Com outro pequeno *
pop * suave, a pilha se transformou em uma grande caixa, adornada com ainda mais lírios.

"O que é isso?" Lily se virou, inclinando-se para olhar mais de perto.

"Abra e veja!" James estava sorrindo de orelha a orelha, claramente radiante consigo mesmo.

Christopher espirrou novamente e assoou o nariz, mas foi totalmente ignorado quando Mary e
Remus se levantaram para ver melhor. Lily, ainda rosada e sorridente, levantou cuidadosamente a
tampa da caixa e todos se inclinaram para dentro. Sobre um travesseiro de veludo vermelho, com
um laço em volta do pescoço, estava um pequenino gatinho cinza-carvão com enormes olhos
amarelos.

"Ohhh!" Lily engasgou, estendendo a mão imediatamente para pegar a criatura miando e
aconchegá-la perto, “Sério, Potter?! Você me deu um gato?! Eu o amo! Ou ela?"

"Ele," James acenou com a cabeça, "Eu sei que o gato da sua família morreu no Natal passado, e
Hagrid me disse que uma ninhada nasceu na vila na semana passada, então ..."

"Oh, ele é tão fofo!" Mary estendeu a mão para acariciar a cabeça do gatinho.

"Ah, pelo amor de Merlin ..." Christopher se levantou, levando o lenço ao nariz. “Eu também sou
alérgico a gatos! Dia maldito estúpido ... ”com isso, ele se levantou e saiu furioso.

"Que vergonha." Sirius sorriu, sentando-se no lugar vazio. "Bom dia, Moony."

"Bom dia, Padfoot." Remus sorriu.

O resto do café da manhã foi gasto com todos os olhos sobre o novo gatinho de Lily enquanto
todos tentavam escolher um nome para ele. Remus manteve uma distância educada, apenas por
precaução. Tivera experiências ruins com gatos no passado e não gostava de nenhum arranhão
novo hoje, não importa o quão minúsculas suas garras fossem.

Logo, todos estavam se levantando para ir às suas várias aulas (enquanto discutiam sobre quem
deveria cuidar do gatinho naquela manhã), e Sirius acertou o passo com Remus.

“Posso te acompanhar para a aula de história?” Ele ofereceu.

"Ah, eu não preciso ir," Remus respondeu, astutamente, "É uma aula especial para os NIEMs."

"Mas você sempre vai às suas aulas," Sirius respondeu, "Mesmo as opcionais."

"Eu sei, mas você está sempre me dizendo para relaxar, então ..." Remus secretamente puxou sua
caixinha de fósforos do bolso do robe e bateu nela. Black ergueu uma sobrancelha.

“Por mais que eu realmente ame o Moony chapado - o que causou a rebeldia?”

“Tem que haver um motivo?” Remus encolheu os ombros. Ele olhou ao redor rapidamente para
verificar se ninguém estava ouvindo muito atentamente - mas todos estavam muito absortos em
seus vários cartões e presentes. Então, colocou o sapo de chocolate no bolso de Sirius. "Feliz Dia
dos Namorados, idiota."

Nunca tinha visto Sirius Black corar daquele jeito.


Capítulo 134.2: Sirius: Dia dos namorados 1978
Chapter Summary

Capítulo extra do dia dos namorados pelo ponto de vista do Sirius.

Chapter Notes

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Segunda-feira, 13 de fevereiro de 1978

"Obrigada por toda a ajuda", disse James, levantando e se espreguiçando. Eles estavam curvados
sobre os livros de feitiços há horas agora, e se Potter não fizesse alguma forma de exercício pelo
menos duas vezes por dia, então o mundo da forma que conheciam chegaria ao fim.
Provavelmente.

"Bem," Sirius respondeu, "Não seria bom deixar Evans desapontada, e sei que você não teria
conseguido sem mim.”

"Você é um amigo tão modesto e generoso."

"Se chama boa educação, Potter, pesquise."

James bufou de tanto rir, ainda se espreguiçando. Ele gemeu, "Campo de quadribol?"

“Sim, vamos, mas preciso estar de volta às cinco.”

"Moony?"

"Sim." Sirius apertou os lábios com isso. Algo dentro dele ainda estremecia quando o outro
mencionava Remus naquele contexto. Obviamente, era ótimo que Potter soubesse. Obviamente.
Porém, também era estranho e assustador. A pior parte é que ele sabia que James se sentia estranho
também, e era por isso que ele sempre tocava no assunto. O idiota estava tentando ser um bom
amigo.

"Er ... vocês dois vão fazer algo para o Dia dos Namorados?" Perguntou James.
Ele parecia desconfortável. Talvez porque fosse a primeira vez que havia parado para pensar no
assunto, depois de Sirius passar três horas ajudando-o a aperfeiçoar o feitiço de fogos de artifício
florais para Lily.

"Nah." Sirius balançou a cabeça. "Ele odeia esse tipo de coisa."

"Ele odeia?"

"Sim. Lembra da Grande Corrida de Amasso? Remus Lupin e romance não andam juntos.”

"Eu só presumi que sua aversão a beijos era porque ele era ... hum ..."

“Queer?”

"Hm. Essa é a palavra certa?"

Sirius deu de ombros e eles caminharam para o campo de quadribol em um silêncio confortável.

A verdade é que Sirius não tinha fazia ideia se era ou não a palavra certa - mas era a que Moony
usava, então ele supôs que estava tudo bem. Black já havia decidido não pensar muito sobre
palavras ou definições específicas, porque não gostava do jeito que se sentia sobre.

Provavelmente pelo mesmo motivo que se fechava sempre que James tentava falar com ele sobre
seu relacionamento com Remus. Sirius claramente se lembrava de ter contado a Potter todos os
mínimos detalhes sobre seus vários namoros com garotas - o que ia aonde, por quanto tempo, o
quão rígido, o quão rápido, quão bom, quão grande, quão pequeno. Não com Moony. Na verdade,
pelo que James sabia, eles mal se beijavam. Sirius sentiu uma onda de calor em sua barriga então,
pensando em beijar Remus.

Enfim, o que exatamente eles fariam no Dia dos Namorados? Não é como se eles pudessem fazer
uma grande exibição pública, como James costumava fazer. E cartas? Poesia?? De jeito nenhum -
Remus riria na cara dele ou morreria de vergonha.

Secretamente, Sirius pensava que o outro era legal demais para coisas de dia dos Namorados.
Remus não era flores e músicas românticas; ele era cigarros roubados e jeans rasgado, ele era
punk.

... embora, para ser justo, ele gostava de chocolate...

"Acorda, Black." James bateu em sua nuca com o cabo da vassoura.

“Ei!” Sirius esfregou o couro cabeludo, embora não tenha realmente doído. Ele amarrou o cabelo
para trás rapidamente e seguiu o amigo até o campo.

***

Mais tarde naquela noite, quando as garotas estavam em seu quarto, o assunto do dia dos
namorados foi abordado e Remus reagiu exatamente como Sirius esperava que ele fizesse. O que
era muito agradável; ele estava finalmente entendendo o jeito de Moony.

De qualquer forma, Remus estava bem no meio do planejamento de uma pegadinha gigante, e esta
era a versão favorita de Sirius dele. Ele era tão direto e autoritário; dando ordem a todos, cabeça
erguida, olhar intenso. E então ele começou a fumar e isso sempre pegou Sirius bem lá, por causa
de seus lábios perfeitos para caralho e seus dedos delicados e seus olhos...

Mal podia esperar para irem dormir e, felizmente, as meninas foram embora rapidamente depois
disso. Prongs e Evans deram um grande show, como sempre, se beijando e sussurrando e
continuando como se fossem ser separados por toda eternidade, não por apenas algumas horas de
sono. Sirius pegou Remus os observando e pela milionésima vez se perguntou o que Moony estava
pensando.

No momento em que Sirius estava pronto para dormir, Remus havia se aproximado, quieto e
pensativo, e Black não conseguia dizer se ele estava apenas cansado, concentrado na pegadinha ou
se era outra coisa.

Fosse o que fosse, Sirius só fez piorar. Ele entrou no assunto da coisa da Lupercalia, não sabia por
quê. Honestamente, às vezes era difícil acompanhar. Um dia, Remus era perfeitamente receptivo a
discutir sua condição de lobo. Em outros, era um tabu total, e ele se fechava à menor menção.

Já haviam meio que resolvido isso entre eles - estavam ficando um pouco melhores nessa coisa,
cutucando um ao outro até entenderem. De qualquer forma, descobriu que Remus estava realmente
preocupado com todas as bobagens do Dia dos Namorados - não porque ele queria música e dança,
mas porque ele achava que Black gostaria.

Isso era tão incrivelmente doce que Sirius não conseguia parar de sorrir e teve que começar a beijar
Remus para que ele não pudesse ver o sorriso bobo em seus lábios.

***

Terça-feira, 14 de fevereiro de 1978

Para ser sincero, Sirius não havia realmente pensado muito nisso. Demonstrações públicas de afeto,
no caso. Pelo menos, ele não havia pensado nisso além de quaisquer que fossem as necessidades e
preferências de Remus. Fora a mesma coisa com Mary - ela adorava se agarrar em público,
adorava ser pega e se exibir; então Sirius também adorou. Por outro lado, Remus sempre gostou de
esconder e guardar segredos, e Sirius estava aprendendo que isso poderia ser muito divertido por si
só.

Talvez, para Black, fosse apenas mais fácil de lidar com afeto. Ou talvez ele gostasse muito das
pessoas. Claro que se irritava um pouco, quando Lily e James passavam horas enrolados no colo
um do outro na sala comunal, ou caminhavam de mãos dadas entre as aulas, sorrindo, enquanto
outros alunos tinham que se esquivar para sair de seu caminho. Obviamente, ele e Moony nunca
seriam aquele tipo de casal, não em público, mas era muito cansativo ter que lembrar de manter as
coisas platônicas fora do dormitório. Afinal, Sirius gostava de se exibir. Ele gostaria de exibir
Moony.

Pensou sobre isso enquanto ele e James se esgueiravam para o Salão Principal para preparar o
presente de Lily, no início da manhã. Ele deixou Moony dormindo, lençóis enrolados em sua
cintura, um braço sobre a cabeça, cabeça inclinada para cima. Na luz da manhã, suas cicatrizes
eram como veias no mármore, e Sirius queria se abaixar e traçá-las com a língua. Não fez isso.
Havia feito uma promessa a James.

"Acha que vai haver espaço suficiente?" Potter perguntou, quando eles entraram no Salão Principal
vazio. "Não quero que ninguém se machuque."

"São fogos de artifício florais," Sirius bocejou, "Ninguém vai se machucar, a menos que seja
gravemente alérgico."

"Droga, eu nem tinha pensado em alergias!"

"Merlin, não me diga que você vai mudar de ideia agora, não depois de me arrastar para fora da
cama a esta hora infernal."

"Eu não vou, não vou... vamos lá, vamos fazer isso, então."

Eles começaram a se ocupar, plantando os grandes detonadores em forma de bulbo que haviam
cuidadosamente construído e configurando os feitiços de gatilho para que disparassem na hora
certa.

"O que você vai fazer o resto do dia?" Sirius perguntou, sentando em uma das mesas e balançando
as pernas enquanto observava James se agitar sobre os toques finais. "Ou você acha que aquele
gato é o suficiente?"

"Ela tem a maior parte do dia livre e eu providenciei para que o banheiro dos monitores seja
misteriosamente fechado para reparos", Potter sorriu, satisfeito consigo mesmo.

"Muito romântico." Sirius falou lentamente.

"Na verdade, é" James respondeu. "E você? Ainda fugindo de Moony? "

"Eh?"

"A briga, ontem à noite?"

"Aquilo não foi uma briga." Sirius sentiu suas bochechas esquentarem. Havia se esquecido que
Prongs tinha ouvido essa parte. “Nós nos reconciliamos, de qualquer maneira. Só usamos um
feitiço de silenciamento para que você parasse de espionar. "

"Oh, era para isso que servia...?" James ergueu uma sobrancelha arrogante, a língua tocando o
canto de sua boca.

"Cai fora," Black o empurrou, pulando da mesa. "Senhor Banheiro dos Monitores."

“Godric, Black, você está corando?! Você está realmente corando??” James riu, empurrando-o
para trás. "Uau, Moony deve ser de outro mundo."

“Não posso acreditar em você..." Sirius balançou a cabeça, começando a andar no corredor para
fora do Salão, desejando que seu rosto voltasse à cor normal. Que vergonha.

"Ah, vamos lá", James riu, correndo levemente para alcançá-lo, "Sabe, estou realmente aliviado.
Vocês dois agem como se a manteiga não derretesse, na maioria das vezes, eu nunca nem vi vocês
se beijando. "

Ele disse 'beijo' e não 'amasso', porque James Potter era um romântico por completo.
Provavelmente, chamava sexo de 'fazer amor'. Haha. Sirius fez uma anotação para lembrar disso
mais tarde.
"Você acha isso estranho?" Sirius perguntou, diminuindo a velocidade. Ele realmente gostaria de
alguns conselhos sensatos, e Prongs teria que servir se Lily não estivesse por perto. "Que você não
tenha. Er. Visto? Nós nos beijando, quero dizer. ”

James encolheu os ombros, “Não sei. Vocês se beijam, não é? "

"Obviamente," Sirius jogou o cabelo para trás.

"Bem, então. Eu simplesmente presumi que fosse Moony sendo ele mesmo, daquele jeito
estranho.”

"Sim, é. Mas você sabe ... não podemos ser tão públicos quanto você e Evans. ”

James ficou bastante tempo pensando. “Não,” ele disse, finalmente, “Isso faz sentido. Desculpe
amigo."

"Não é sua culpa." Sirius encolheu os ombros.

"No entanto, você deve se sentir confortável perto de nós." Potter afirmou. “Nós somos seus
amigos.”

"Sim, eu sei."

"Quero dizer, confortável dentro do razoável", disse James apressadamente, o sorriso voltando aos
seus traços, "Eu não sei se estou pronto para ver meus melhores amigos fazendo ... er ... bem, se
vocês ao menos... quero dizer ... o que quer que seja que vocês…"

"Potter, você está corando ?!"

***

Os fogos de artifício e o gatinho foram extremamente bem recebidos, é claro, mas Sirius teve sua
própria surpresa após o café da manhã. Remus Lupin realmente sugeriu matar aula e ficar chapado
em vez disso. Bem, talvez a parte de ficar chapado não fosse tão incomum, mas matar aula
definitivamente era. E um sapo de chocolate, para melhorar! Isso tinha que ser uma forma de
romance, Remus dando o último de seus doces.

"Prongs vai reclamar tanto comigo por fumar aqui," Sirius deu uma risadinha, na metade do
primeiro baseado.

"Nah," Remus respondeu, preguiçosamente, deitado de lado e acariciando a perna da calça de


Sirius. “Apenas agite uma toalha molhada e ela se livra do cheiro. Era o que os rapazes da St
Eddy's faziam.”

"Maneiro." Sirius respirou, maravilhado. Remus deu a ele um olhar engraçado que lhe dizia que ele
estava sendo estranho. Mas ele não se importou. Se achar que Moony era legal era estranho, então
Sirius era estranho. Riu novamente. O outro sorriu, balançando a cabeça e pegando o baseado.

“Fraco.”

“Tanto desdém. Tanta crueldade.” Black caiu de costas na cama e afrouxou a gravata.
"Você ama." Remus exalou fumaça, fazendo com que ela traçasse todo o corpo do moreno, como
névoa.

"Ei," Sirius olhou para baixo, franzindo a testa, "Não faça isso, meu uniforme vai feder."

"Tire, então." O outro ergueu uma sobrancelha. Sirius o olhou.

"Mesmo?"

Remus levou o baseado aos lábios novamente e sugou. Aqueles lábios. Aqueles dedos. Aqueles
olhos. Ele acenou com a cabeça, exalando, "A menos que você pense que vai para as aulas hoje?"

Sirius balançou a cabeça, sem palavras. Remus sentou-se de joelhos e estendeu os braços
compridos sobre Black para apagar o baseado na xícara de chá velha na mesinha de cabeceira. O
moreno fechou os olhos, já querendo senti-lo – sentir o peso, o calor dele.

Nunca havia sido assim com Mary ou Emmeline. Ninguém nunca o fez se sentir assim; como se
pudesse ser desmontado e remontado, novo e melhor do que antes. E daí se Moony não fosse
afetuoso em público? Contanto que ele fosse assim em particular.

"Vamos, então," Remus estava dizendo agora, um tom mais duro em sua voz, "Não tenho o dia
todo."

Sirius se moveu rápido - Remus não estava realmente com pressa, só que Black nunca recusou uma
ordem se ela fosse dada da maneira certa. Ele tirou a gravata e desabotoou a camisa rapidamente.
As calças, ele deixou para Moony, porque essa era a parte favorita de Moony, e Sirius gostava de
ver seus longos dedos trabalhando no fecho de seu cinto.

Remus estava em cima dele agora, montando em seu corpo e se inclinando para frente, beijando-o
com força, movendo seus quadris suavemente para frente e para trás, apenas o suficiente para ser
enfurecedor. "Moony ..." Sirius murmurou contra seus lábios, "Por favor ..."

Isso foi o suficiente - sempre era o suficiente. Remus rosnou e acelerou seus movimentos,
pressionando com mais força, praticamente mordendo os lábios de Black.

Sirius gemeu em êxtase - lá estava; essa necessidade, esse poder furioso. Ele não tinha vergonha de
admitir que a força de Remus, sua capacidade de desarmar e oprimir completamente, era uma de
suas atrações mais poderosas. Ser querido - necessário - por Remus era inebriante. Ele tentou
freneticamente acompanhar o novo ritmo, movendo seus próprios quadris com fervor.

"Mmph," Remus murmurou, se afastando de repente. Seus lábios e olhos estavam escuros e Sirius
estendeu a mão para ele, febril de desejo.

“Vem cá...”

"Porta-" Remus murmurou, olhando para o lado, "Cortinas - Prongs..."

"Ele vai ficar fora o dia todo," Sirius balançou a cabeça, desabotoando os botões da camisa de
Remus, puxando-o de volta para baixo "Eu prometo, ele me disse, está tudo bem..."

"Eu amo o dia dos namorados para caralho" Remus sorriu, voltando a beija-lo.

Eu te amo pra caralho , Sirius pensou, do nada.

Chapter End Notes


Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Como sabem, mas, só para relembrar, estamos traduzindo e


postando todos os extras em ordem cronológica, este é um deles.

Eu realmente tinha considerações a fazer sobre o capítulo a respeito do Sirius não


saber o que significa ser punk, mas chegou no final e eu só estava em êxtase, então a
minha consideração vai ser um pedido para usarem camisinha.

‘’Como se a manteiga não derretesse’’ é uma expressão inglesa para algo não sincero,
algo excessivamente tímido ou recatado. Por exemplo, ela parecia bastante inocente,
como se a manteiga não derretesse em sua boca, mas nós sabíamos a verdade. Vem de
um provérbio na coleção de John Heywood de 1546, essa expressão metafórica alega
que ninguém é tão frio a ponto de a manteiga dentro da boca não derreter.
Capítulo 135: Sétimo ano: Cooperação interna de planejamento da pegadinha
dos Marotos
Chapter Notes

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Quarta-feira, 15 de fevereiro de 1978

"Não acredito que você está guardando essa coisa aqui." Christopher disse, agitado, enquanto
Remus destrancava a sala de Feitiços.

“Melhor maneira de evitar a detecção. Flitwick sempre me deixa usar.” Remus respondeu.

"Exatamente! É tão descarado!” O menino o repreendeu quando eles entraram.

“Descarado é o nosso nome do meio!” James declarou animado, seguindo-os.

"Seu nome do meio é Fleamont, seu idiota." Sirius zombou. “E este lugar é genial, ninguém jamais
suspeitará de nada. Eu sabia que suas aulas de nerd seriam úteis um dia, Moony. ”

“Muitas pessoas acham o grupo de estudo de Remus muito útil, na verdade.” Christopher disse
afetadamente, cruzando os braços e se encostado na parede.

"Oh, Chris, ele está apenas brincando," Lupin riu, colocando sua mochila no chão. Ele deu uma
olhada em seu relógio de bolso. "Estamos todos bem e adiantados, James, você tem uma agenda?"

"Uma o quê?" James se virou do quadro-negro, onde estava direcionando o giz para desenhar um
leão gigante com ‘Grifinória Manda!’ embaixo dele.

"Deixa pra lá." Remus suspirou.

"Então, quem mais recebeu um convite?" Christopher perguntou, por cima de seu livro (que parecia
ter se materializado do nada - ele era a única pessoa que Remus conhecia que poderia ir de 0 a
leitura em menos de três segundos).

"Cerca de vinte ou trinta pessoas, talvez." Respondeu "Qualquer pessoa que demonstrou interesse
antes do Natal e que parecia confiável."

"Foi um processo de seleção extremamente rigoroso, na verdade", disse James, agora de pé na


mesa de Flitwick e tentando tocar o teto com a ponta dos dedos.
"Sim, quase não deixamos Wormtail participar." Sirius praticamente latiu de tanto rir da janela, de
onde estava meio inclinado para fora, fumando. Remus queria muito ir até lá e abraça-lo, roubar o
cigarro (que provavelmente era dele de qualquer forma, Black era um ladrão) e beijar seu pescoço.
Porém, os outros estariam chegando em breve, e essa era uma linha de pensamento completamente
insana.

"Por que todos vocês chamam Peter assim?" Christopher perguntou.

“Apenas um apelido.” Todos eles disseram em uníssono.

Peter chegou pouco depois disso, seguido por Mary, Lily e Yasmin. Em seguida vieram os alunos
do sexto e sétimo ano do grupo de estudo de Remus, e Dorcas - que ainda mantinha relações
amigáveis com Peter, aparentemente. O último ficante de Mary, um garoto da Corvinal chamado
Jonty Simmons, que parecia não acreditar na própria sorte. E, finalmente, para desgosto de Lupin,
Emmeline Vance entrou (dois minutos atrasada) com Roman Rotherhide.

A sala ficou muito lotada e barulhenta com o zumbido de excitação depois disso. A maior parte do
grupo tinha alguma ideia do motivo de estar ali, mas outros estavam curiosos e todos pareciam
fascinados com os marotos.

Sirius e James adoravam a atenção, é claro, e imediatamente tomaram o centro do palco.

"Bem, todos nós sabemos por que estamos aqui", James começou, usando sua voz de capitão do
time de quadribol.

Imediatamente, o braço de Emmeline Vance disparou para cima.

"Desculpe, mas eu não..."

Remus bufou impaciente e Christopher, sentado ao lado dele, lhe lançou um olhar estranho.

"Nem eu!" Dorcas também levantou a mão, junto com um ou dois sextanistas do grupo de estudos
de Remus.

“Por que todos vocês vieram, então?!” Sirius perguntou, as sobrancelhas levantadas. Um grupo de
meninas sentadas no fundo da sala deu uma risadinha. Lupin fez uma anotação mental. Ele havia
tentado ao máximo evitar convidar muitos membros do fã-clube de Sirius Black, mas era inevitável
quando isso se aplicava a metade da escola.

“Estamos aqui para planejar um ... um protesto organizado”, disse Christopher, corando um pouco,
porque não estava acostumado a falar na frente de muitas pessoas. "Contra Sonserina."

"Sim!" Outro aluno do sexto ano gritou "Ouvi dizer que vocês estavam planejando sua maior
pegadinha!"

"Ouvi dizer que um de vocês sabe como tirar o monstro da câmara secreta!"

"Ouvi dizer que vocês estavam planejando explodir as masmorras!" Um garoto da Lufa-Lufa
guinchou.

"Woah woah woah", James ergueu as mãos, "um pouco menos dramático do que isso ..."

"Bem, se é sobre nos vingar dos Sonserinos por todas as bobagens que eles fizeram, estou dentro."
Emmeline disse decisivamente, jogando seus luxuriantes cachos loiros. Remus resmungou alto, e
Chris lhe lançou outro olhar.
"É exatamente disso que se trata. E exatamente por isso que precisamos que todos vocês fiquem
calados sobre isso.” James disse, entrando no clima, agora. “Este é o nosso último ano e estamos
convidando todos vocês para nos ajudar a planejar nossa pegadinha final.”

"Isso nos torna marotos?" O garoto da Lufa-Lufa guinchou novamente. Houve um murmúrio
animado.

" Não." Peter respondeu indignado, embora ninguém realmente tenha prestado atenção.

“Gosto de pensar nisso mais como uma colaboração.” James disse, pensativo.

“Uma cooperação interna!” Sirius acrescentou.

Todos pareceram muito satisfeito com isso. Pelo menos, parecia impressionante e oficial o
suficiente.

"Certo." James bateu palmas e as esfregou, sorrindo para todos. “Agora que isto está fora do
caminho, quem tem algumas ideias?!”

Vinte mãos se levantaram.

"Err," Lily falou, "Eu acho que antes de entrarmos nisso pode ser bom ter algumas regras básicas?"

"Como o quê?" Sirius cruzou os braços, mal-humorado.

“Como não machucar ninguém? Isso é só brincadeira, ok? Não é uma vingança por tudo que a
sonserina já fez. " Ela estava usando sua voz de monitora-chefe agora, e algumas pessoas baixaram
as mãos.

"É justo," disse James, erguendo as mãos amigavelmente, colocando-se entre Sirius e Lily.
“Nenhum dano físico pretendido. E como eu disse antes, nada de falar sobre isso fora desta sala.
Sob pena de morte. Estou brincando, Evans!” Ele se abaixou quando ela deu um tapa em sua nuca.

Após esses problemas iniciais, todos pareceram entrar no espírito da coisa. Muitas pessoas tinham
ideias – desde o extremo (Lily vetou invocar uma banshee para assombrar as masmorras), a sutis
(Emmeline conhecia um feitiço que transfiguraria o sapato direito de todo mundo em um sapato
esquerdo - ela disse que tinha feito isso com ela irmã durante o verão e levou três dias para ela
perceber o que a estava incomodando).

Eventualmente, o tempo se esgotou, então James passou uma "lição de casa" para todos - pedindo
que voltassem na próxima semana com uma ideia.

“Então podemos decidir qual é o melhor.” Sirius declarou.

“Quem decide?” Mary estreitou os olhos.

"Eu, James, Pete e Moony, obviamente." Sirius ergueu o queixo.

“Não podemos votar?” Um aluno do sexto ano perguntou.

"Sim, isso parece mais justo." Mary acenou com a cabeça. "Se todos nós estivermos nos colocando
em risco de expulsão por vocês."

"Expulsão?!" Christopher mordeu o lábio, "Certamente não ... certamente não iremos tão longe
...?"
"Será que vamos ter problemas?" O garoto lufano ergueu a mão novamente. Todos olharam para
ele.

"Não muito." Sirius encolheu os ombros. “Um pouco de detenção nunca fez mal a ninguém.”

"Não, desculpe, não quero dizer detenção." O menino balançou a cabeça, nervoso. “Quero dizer
com ... você conhece os sonserinos. Eles não vão ... dizer aos Comensais da Morte para nos pegar,
vão? "

Sirius parecia prestes a rir, quando percebeu que a atmosfera na sala havia mudado. Algumas
pessoas ficaram desconfortáveis, algumas estavam cochichando entre si. Remus pôde até sentir um
cheiro de medo real adentrando a sala; todos pareciam ter ficado um pouco tensos.

Claro, Sirius e James não se preocupavam com esse tipo de coisa. Tudo isso fazia parte da cruzada
do caos que eles travavam desde os onze anos. Até mesmo Remus foi bem irreverente sobre a
magnitude da pegadinha. Porém, agora, viu que significava muito mais para aqueles reunidos na
sala. James, Sirius e Peter eram os únicos puro-sangue presentes. Sem contar com Christopher, que
tinha seus próprios assuntos a tratar com os sonserinos.

James se levantou novamente, empurrando a mesa de Flitwick e se erguendo em toda sua altura.

"Absolutamente não. Ninguém nesta sala irá se machucar por causa dessa pegadinha. "

Algumas pessoas relaxaram - afinal, James Potter, herdeiro de uma elegante fortuna, monitor-
chefe, capitão do time de quadribol e principal criador de travessuras, era alguém em quem a
maioria das pessoas confiava. Remus acreditava nele de todo o coração - mesmo que a questão não
tivesse sido levantada, seria uma questão de honra para James proteger qualquer pessoa que fosse
menor do que ele. Lily estava sorrindo para James e Sirius parecia muito satisfeito, como se aquela
fala tivesse resolvido tudo.

“Certo,” Lily bateu palmas agora, tomando a palavra novamente, “Vejo vocês novamente na
próxima semana, eu suponho. Acho melhor sairmos todos em pequenos grupos, não queremos
chamar atenção...”

Com isso, a sala lentamente voltou ao normal, grupos de alunos agora conversavam animadamente
sobre as ideias que tiveram ou maldições que gostariam de experimentar. Lily assumiu sua voz de
monitora-chefe e começou a direcionar as pessoas para fora da sala em grupos de três ou quatro,
em intervalos curtos. Os marotos se voltaram para si para uma pequena reunião.

"Puta merda." James murmurou, para que não fosse ouvido, "Isso foi intenso."

"O que você esperava?" Mary resmungou, içando-se sobre a mesa e balançando as pernas. “Isto
não é apenas uma brincadeira para a maioria dessas pessoas - algumas realmente querem
vingança.”

"Então é isso que vamos dar a eles." Sirius disse ferozmente. O moreno possuía aquele brilho em
seus olhos que dizia a Remus que ele ficaria totalmente insuportável nas próximas horas. Um plano
estava em andamento, e nada poderia derrubar Sirius desse tipo de empolgação.

"Acalme-se, Black," Mary provocou, "Vocês são garotos de escola, não generais."

"Por enquanto." Ele respondeu sombriamente.

“Ok, pessoal,” Lily voltou para a sala. Restavam apenas os sete. "Voltaremos em dois grupos,
porque ninguém vai acreditar que vocês quatro não estavam tramando algo ..."
Mary, James, Lily e Peter saíram primeiro, com instruções para Remus, Sirius e Christopher darem
a eles uma vantagem de dez minutos. Remus estava um pouco relutante sobre isso, mas não havia
como trazer à tona. Não podia deixar de lembrar o que aconteceu da última vez em que ele e Chris
estiveram sozinhos naquela sala de aula com Black. Embora, é claro, Christopher não soubesse que
Sirius estivesse lá na hora, e Lupin jamais diria a ele.

Os três arrumaram as mesas, limparam o quadro-negro, apagando o leão de James e ficaram


parados desconfortavelmente.

“Vamos jogar a verdade ou o desafio.” Sirius sorriu.

"Por que?" Remus suspirou, apoiando-se na mesa. Aqui vamos nós...

"Passar o tempo."

"Ou poderíamos apenas ter uma conversa normal ..."

"Christopher quer, não é, Christopher?"

"Errr…"

“Ótimo, você pode ir primeiro. Verdade ou desafio, o que você quer? "

"Hum." Os olhos de Chris alternaram entre Remus e Sirius nervosamente. "Eu não ... hum ...
verdade?"

"Excelente! Comece fácil, se for a primeira vez que joga,” Sirius acenou com a cabeça
encorajadoramente. “Hmmm, deixe-me ver ... ah! Ok, por que você quer se envolver com a
pegadinha?”

"O que?"

"Você sabe. Por que você veio hoje?”

"Chris está envolvido desde o início, Padfoot, você sabe disso." Remus resmungou.

"Certo, certo - então o que fez você se envolver em primeiro lugar?"

“Se você precisa saber.” Christopher disse, bastante friamente "Foi seu irmão."

Sirius, para seu crédito, não vacilou.

"Justo, ele é um idiota." O moreno assentiu. Ele lambeu os lábios e olhou para Remus, depois de
volta para Chris. "Tem certeza de que não havia outro motivo?"

"Não."

"Eu irei em seguida," disse Remus, rapidamente. "Chris, você pode me pedir para fazer um
desafio." Ele nunca escolhia 'verdade', seria muito perigoso.

"Umm ..." Christopher mordeu o lábio, ainda um pouco confuso com a coisa toda. "Ah, eu não sei,
eu sou péssimo nesse tipo de coisa."

“Eu tenho um bom!” Sirius disse imediatamente. Ele piscou para Remus, então se inclinou e
sussurrou no ouvido de Chris. Os olhos de Christopher se arregalaram e ele riu, cobrindo a boca.
“Ok, Remus,” Chris ainda estava corado, mas parecia estar se divertindo agora. “Ok, você tem que
escrever algo rude no quadro-negro e deixar aí.”

"Eu te dei detalhes." Sirius reclamou.

“Não vou dizer isso em voz alta!” O menino riu, ficando ainda mais vermelho. Remus poderia
facilmente adivinhar o tom da sugestão de Sirius. Ele ergueu uma sobrancelha ironicamente, como
se estivesse sob coação.

"Ok, tudo bem, eu farei..."

Ele foi até o quadro e pegou um pedaço de giz, então considerou por um momento, "Quão rude?"
Perguntou aos outros dois, casualmente.

"Muito." Christopher disse, sorrindo timidamente.

"Bem, são as regras do jogo, suponho ..." Remus começou a desenhar, apreciando as risadas por
cima do ombro enquanto habilmente traçava a primeira coisa rude que surgiu em sua cabeça.

Ele deu um passo para trás, um artista admirando seu trabalho. Os outros dois meninos estavam de
cada lado dele, sorrindo loucamente. "Bem?" Perguntou.

Sirius deu um tapa em suas costas.

"Moony, meu velho amigo, é o maior pênis que eu já vi."

"Bem, isso é um alívio." Remus sorriu de lado, se esquecendo que Christopher estava lá. Ele não
pareceu notar - ou então apenas presumiu que era uma piada interna dos marotos (o que de certa
forma era).

"Glorioso." O menino mais novo acenou com a cabeça, ainda muito rosado nas bochechas.

"Vamos, então," Remus largou o giz, "Já demos tempo suficiente, podemos ir agora. Sala
comunal?"

"Ei, ainda não tive minha vez!" Sirius cruzou os braços.

"Qual é o ponto?" Remus balançou a cabeça, "Você sempre escolhe desafio, e não há nada que eu
consiga pensar que o faria pensar duas vezes antes de fazer."

“Você está dizendo que eu sou o mais corajoso -”

"O mais estúpido, talvez," brincou, acotovelando-o nas costelas. "Venha, vamos."

Eles deixaram a sala de aula e seguiram pelos corredores silenciosos de volta à torre da Grifinória.
Já era bem tarde da noite e faltava apenas algumas horas para o toque de recolher, então estavam
sozinhos a maior parte do caminho, exceto pelos retratos, que estavam curtindo a paz e o sossego.

"Você terminou Maurice , Remus?" Perguntou Chris. Sempre de volta aos livros.

"Quase," Remus respondeu. “Falta apenas um ou dois capítulos. Você me promete que é um final
feliz? "

“Definitivamente,” Chris concordou. "Você vai amar. Eu estava pensando ... se você estiver livre
no sábado, poderíamos conversar sobre isso no Três Vassouras? Eu realmente gostaria de saber o
que você pensa.”
"Sim, talvez ..." Remus estava dividido entre seu desejo de não decepcionar Christopher (o que ele
sempre parecia estar fazendo) e sua aguda consciência do humor muito instável de Sirius. “Não
vejo porque não.”

"Esse é o livro trouxa que você andou lendo?" Sirius perguntou, "Ele é bom então?"

"Sim, muito bom." Acenou com a cabeça cautelosamente.

"Excelente. Talvez eu leia então. Posso terminar antes de sábado, leio mais rápido do que você.”

"Você não lê mais rápido que eu!" Remus fez uma careta, escandalizado.

"Bem, eu tenho mais tempo para ler, de qualquer maneira."

"Só porque você dificilmente vai à metade das aulas." Atirou de volta.

"Duvido que seja o seu tipo de coisa, Sirius." Christopher falou. Os dois olharam para ele, que deu
de ombros, "Bem, não é! Diga a ele do que se trata, Remus. "

"Er ..."

Mas era tarde demais, Sirius já estava remexendo na bolsa em seu quadril enquanto andavam e
imediatamente retirou o livro. Remus lutou contra o desejo de pegá-lo de volta, apenas porque ele
havia sublinhado algumas partes, só as que havia gostado muito e, agora, estava envergonhado por
ter feito isso.

(Eu acho que você é lindo, a única pessoa bonita que eu já vi. Eu amo sua voz e tudo o que tem a
ver com você, desde suas roupas ou o quarto em que você está sentado. Eu adoro você.)

Felizmente, Sirius não folheou as páginas, apenas olhou para a contracapa, franzindo a testa
ligeiramente.

"Este não é um dos livros do meu tio?" Perguntou.

"Sim, você disse que eu poderia pegá-lo emprestado ..." Remus esfregou a nuca.

"É sexual?"

"Não."

"Ah, bem. Vou ler de qualquer maneira. " Sirius colocou a língua para fora. "Esse pode ser meu
desafio."

"Muito valente." Remus pegou o livro de volta e o colocou em sua bolsa.

"Mas é sobre ..." Christopher franziu a testa. Eles estavam quase no buraco do retrato agora, e
Sirius parou, fazendo os três pararem também. Black olhou para Remus, levantando uma
sobrancelha, então acenou para Chris.

"Ele faz muitas suposições, este aqui."

Remus ficou surpreso ao descobrir que suas próprias bochechas também estavam esquentando. Ele
encolheu os ombros.

"Ele não te conhece muito bem."


"Ei, Christopher?" Sirius lançou a ele um olhar muito perverso. "Me desafia a beijar o Moony?"

"O qu-- eu-- ?!" Christopher parecia chocado, como se soubesse que havia uma piada em algum
lugar, mas não conseguia descobrir qual era.

Sirius não perdeu tempo. Ele pegou a cabeça de Remus rudemente e o puxou para um beijo. Remus
cedeu. Era meio cruel, mas ele dificilmente poderia recusar. Se fosse um teste de lealdade, ou
simplesmente algo que Black acharia engraçado, apenas o seguiria.

"Ah, pelo amor de Merlin!" Uma voz veio mais adiante no corredor, fazendo com que Sirius e
Remus se separassem. "Fico fora por uma semana e o castelo se transforma em uma orgia!"

Os três meninos se viraram para ver Marlene parada ali em sua capa de viagem, mochila nos
braços. Ela deu a eles um sorriso malicioso, "Que monte de bichas."

Chapter End Notes

O livro Maurice é de E.M Forster, caso queiram procurar para ler.

Bruna (wolfuckingstar): Eu estou sempre respondendo às perguntas que me fazem no


tiktok ou no twiter, mas vou falar aqui de novo caso ainda haja alguma dúvida. Na
minha linktree (link que está disponível na minha bio aqui no wattpad e também no
tiktok) nós disponibilizamos um drive com o arquivo do primeiro livro, que vai do
primeiro ao quarto ano dos marotos. Nós disponibilizamos este arquivo em três
formatos, PDF, EPUB e WORD. Para os que quiserem imprimir, já temos alguém que
está fazendo a formatação deste arquivo para ficar em formato de livro, e assim que
estiver pronto, estarei disponibilizando e avisando no meu tiktok. Então, caso queira
imprimir, é só entrar em contato com alguma gráfica próxima a você, escolher uma
capa e mandar este arquivo já formatado. Há várias capas diferentes no tiktok e é fácil
achá-las, várias contas já disponibilizaram, mas vou tentar colocar a capa mais usada
para impressão neste mesmo drive aonde os arquivos estão.

O segundo livro começa no quarto ano e vai até o sétimo. Assim que acabarmos de
traduzir o sétimo ano, vamos disponibilizar também o arquivo do segundo livro na
minha linktree e, assim que a Manu acabar de formatar, disponibilizaremos tudo
certinho lá também. Mesma coisa para o terceiro livro, que engloba toda a parte da
guerra.

Caso tenham qualquer dúvida, meu user wolfuckingstar é o mesmo para o tikok,
twitter e wattpad. Podem sempre me mandar mensagem quando quiserem.
Capítulo 136: Sétimo ano: Jogos da Mente
Chapter Summary

Remus tem pensamentos bastante negativos nesse capítulo, então não leia caso não
esteja se sentindo bem.

Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

See the end of the chapter for more notes

Todos ficaram emocionados ao ver Marlene, é claro. Sirius a conduziu através do retrato da
senhora gorda o mais rápido que pôde, e praticamente cantou a chegada dela para toda a sala
comunal, como se ele a tivesse conjurado do nada.

Lily e James correram, abraçando-a e pegando sua bolsa, capa e levando-a para o sofá perto da
lareira, onde Mary a abraçou com tanta força que Marlene quase gritou.

“Sentimos sua falta!” Mary exclamou, finalmente deixando sua amiga ir.

"Eu posso ver isso!" McKinnon engasgou, suas bochechas rosadas. "Vocês todos ficaram
entediados sem mim?"

Remus ficou um pouco para trás. Ele e Marlene não se abraçavam muito, de qualquer maneira,
então não achou que seria notado. Lupin a observou com cautela e escolheu sentar-se na poltrona
mais distante dela, tentando não chamar a atenção para si mesmo. Em algum momento,
Christopher também havia escapulido, talvez para seu dormitório. No fundo de sua mente, Remus
esperava que Chris não estivesse zangado com ele, mas guardaria isso para outra hora. Ele tinha
muito com que se preocupar com o retorno de Marlene.

“Como está Danny?” Mary estava perguntando agora, abaixando a voz.

"Ele está... se recuperando." Marlene acenou com a cabeça, os olhos sérios. "Ele está em casa
agora, mamãe o está deixando louco como de costume. Ele não... ele não vai voltar para os
Cannons. " Ela engoliu em seco e olhou para as próprias mãos.

"Isso é um puta absurdo." James bateu com o punho no braço do sofá, "Se eu fosse o empresário
deles, eu ..."

"Ele está gravemente ferido, de qualquer maneira." Marlene balançou a cabeça, enxugando
rapidamente sob os olhos, "Ele teria ficado fora pelo resto da temporada mesmo se estivesse no
time, levará meses até que volte para uma vassoura. Então. Tudo bem."

"Ainda é ridículo." James murmurou.

"Sim, bem." Marlene ergueu os olhos, um pouco chocada “Dificilmente posso culpá-los. Eu sei que
eu teria feito isso antes... de qualquer maneira. Não vale a pena pensar nisso.”

Remus se sentiu mal devido a tensão. Todos os outros sentados ali sabiam o que ele era - todos,
exceto Marlene. A culpa que estivera evitando - com sucesso - por uma semana, voltou sobre ele
como uma ducha fria. A responsabilidade de alertar a todos sobre o ataque fora sua. Ele havia
contado a Dumbledore, mas não foi o suficiente; havia falhado. E agora a evidência de seu fracasso
estava bem na frente dele, com seu rosto fino e os olhos sombrios de preocupação.

Marlene pigarreou e deu a todos um sorriso corajoso.

“Vou falar com a Madame Pomfrey assim que puder para ver se ela recomenda alguma coisa. Os
curandeiros do St. Mungus foram inúteis, mais preocupados em mantê-lo em quarentena do que
realmente ajudá-lo. Quase ninguém conseguia responder às perguntas que eu tinha sobre
transformações, ou cuidados posteriores, ou alívio da dor... era como se eles preferissem que eu
simplesmente parasse de falar sobre ele, como se quisessem fingir que ele não estava lá ... "

Sua voz estava ficando mais alta e mais fina enquanto ela falava, as lágrimas ameaçando sufocá-la.
McKinnon pigarreou novamente. “Quer dizer, eu sei o que ele é, não me entendam mal. Eu sei o
que ele vai se tornar. Mas ele ainda é meu irmão, pelo amor de Deus! "

"Claro que ele é." Mary disse, apertando sua mão. Ela olhou para Remus e ele olhou para os pés.
Não. De jeito nenhum. Claro que não.

Ninguém mais estava falando, mas todos possuíam a mesma expressão em seus rostos. Eles estão
pensando em mim? Remus se perguntou, enjoado. Eles me culpam? Eles estão se perguntando do
que eu sou capaz?

"De qualquer maneira." Marlene balançou a cabeça novamente. “Quais são as novidades por aqui?
Esse é o seu gato, Lily? "

"Presente de dia dos namorados," Lily sorriu, acariciando o pacote ronronante em seu colo. “O
nome dele é Hieronymus.”

"Cativante." A loira fungou, sorrindo. "Boa, Potter, seu grande molenga."

"Você ainda está no time, certo?" James perguntou, inclinando-se para a frente, "Minha melhor
batedora?!"

"Obviamente," ela revirou os olhos, "Estou assumindo que os horários de treinamento não
mudaram...?"

"No primeiro horário amanhã de manhã." Potter sorriu.

"E, estamos planejando essa imensa -" Peter começou, ansioso, mas foi interrompido,

"Ei, McKinnon."

Todos se viraram para ver Yasmin de pé atrás do sofá, com as mãos nos quadris e sorrindo
amplamente. Ela obviamente estivera se preparando para dormir, seu cabelo estava
desajeitadamente preso no alto de sua cabeça e ela vestia uma camiseta enorme da Holyhead
Harpies e uma calça larga de moletom masculino.

"Tudo bem aí, Patel?" Marlene respondeu. Remus não conseguia ver o rosto dela, mas sabia que
estava sorrindo. A loira se virou no sofá, ajoelhando e as duas meninas se abraçaram com força.

Era possível fazer isso, Remus percebeu, quando eram meninas. Ninguém achou estranho. Ele se
perguntou se Sirius estaria pensando a mesma coisa. Esperava que não.

Isso praticamente acabou com qualquer conversa sobre lobisomens, o que foi um alívio. Remus só
esperava poder evitar isso mais tarde, quando estivessem apenas ele e Sirius. Tinha certeza que
Black iria querer saber como ele estava se sentindo, quais eram seus pensamentos ... e, embora
sim, ok, Remus entendia que comunicação era importante e blá blá blá... mas isso significava que
eles tinham que discutir cada assunto doloroso nos mínimos detalhes?!

Pelo amor de Deus. Ele já estava ficando agitado sobre isso e nada havia acontecido ainda. Remus
estalou o pescoço e depois os ombros, desejando se soltar. Percebeu que ainda estava um pouco
nervoso por causa daquele beijo no corredor. Não tinha certeza se Sirius quis dizer algo com aquilo
ou se tudo fora apenas um show para Christopher, mas alguma coisa havia se esticado dentro de si,
e agora parecia... um assunto inacabado. Ele se mexeu um pouco na cadeira e tentou ignorar isso
também.

Mary, taticamente, havia se movido para a outra ponta do sofá, e agora estava casualmente lixando
as unhas e conversando com Lily, que estava brincando com Hieronymus com uma pena.

Yaz subiu no encosto do sofá para ocupar o lugar dela, e ela e Marlene estavam com as cabeças
juntas, falando muito rápido e baixo. Remus sentiu o cheiro abafado do feitiço muffliato, que era
mais estranho por fora do que por dentro - como se as palavras delas estivessem borradas de
alguma forma. As duas estavam sentadas tão próximas uma do outra que suas coxas se tocavam, o
braço de Yaz pendurado nas costas do sofá, logo atrás da cabeça de Marlene, de forma que teria
levantado sobrancelhas, mesmo se uma delas fosse um menino.

James e Sirius estavam em uma conversa profunda sobre a partida de quadribol contra corvinal,
Peter intervia ansiosamente de vez em quando com seus próprios insights táticos. Remus puxou
seu livro e tentou ler. O que não conseguiu. Não conseguiria se concentrar com tantas pessoas
conversando.

O último cartão-postal de Grant estava enfiado na sobrecapa de Maurice e ele o leu novamente.
Desta vez, a foto na frente era de três garotas de biquíni brincando no mar. Até Sirius havia achado
isso engraçado. Não havia muito escrito nas costas do cartão - Grant era um homem de poucas
palavras, quando se tratava de correspondência escrita.

Tô trabalhando muito e me divertindo. Espero que esteja bem.

Com amor.

Aquela palavra novamente. Obviamente, Grant conseguia dizer isso. Ou escrever. Ele não
conseguia escrever o sobrenome de Remus da mesma forma duas vezes, mas amor não era grande
coisa. Eca. Apenas meia hora atrás, estivera quase completamente livre de preocupações,
encasulado por seus amigos e Sirius, e a ideia idiota de que tudo ficaria bem se apenas pudessem
inventar uma pegadinha realmente boa.

Porém, a sombra havia caído sobre si agora, e não importava para onde olhasse, tudo que Remus
podia ver eram problemas e suas próprias falhas. Frustrado, ele fechou o livro no cartão-postal, um
pouco forte demais. Todo mundo ergueu os olhos.

"Tudo bem aí, Moony?" Lily perguntou gentilmente.

"Sim. Desculpe." Ele acenou com a cabeça, enfiando a mão no bolso para pegar um cigarro,
puxando sua caixa de fósforos rapidamente.

"Não na sala comunal, por favor!" Lily mudou para o modo monitora tão rápido quanto um flash.

“Certo, certo, desculpe ...” Remus se levantou desajeitadamente, o cigarro entre os lábios. "Eu vou
subir."

"Nós também vamos para a cama." Marlene disse, então corou e gaguejou rapidamente: “Quer
dizer, lá em cima. Dormir. Erm. Vocês sabem, se temos treino amanhã de manhã... ”

Yaz mal conseguiu manter o rosto sério enquanto acenava para todos eles, antes de subir correndo
as escadas atrás de sua namorada. Mary e Remus trocaram um olhar compreensivo, mas James e
Lily ainda pareciam felizmente ignorantes.

"Boa noite." Lupin acenou com a cabeça para todos, colocando sua bolsa no ombro e subindo o
lance oposto de escadas para o dormitório masculino.

Isso foi um erro. Sozinho, não havia nada para distraí-lo de seus próprios julgamentos - e eles eram
severos. E, na sua opinião, bem corretos também. Se a família McKinnon não conseguisse esquecer
as repercussões de sua omissão, então por que ele deveria ter qualquer alívio? E essas eram apenas
as pessoas que ele sabia que havia decepcionado – neste exato momento, em todo o país, haviam
famílias enfrentando a lua cheia pela primeira vez. Ainda bem que seu pai estava morto. Ainda
bem que sua mãe havia se livrado dele. Pelo menos não poderia causar mais dor a eles.

Ele se sentou no parapeito da janela, deixando o ar frio passar por seu corpo, fumando, pensando e
repreendendo-se até que pensou que poderia simplesmente se jogar para fora dela. Porém, isso foi
apenas uma fantasia passageira. Remus era covarde demais para fazer o que deveria ser feito; isso
ele sabia.

Ainda assim, ele sentiu um forte desejo de fazer algo. Algo drástico, algo violento. O lobo lá
dentro teria gostado de uma boa corrida, mas logo passaria do horário do toque de recolher. Havia
um pouco de droga em sua gaveta de meias, mas isso só o deixaria mais sombrio. Alguém estava
escondendo uma garrafa de whisky de fogo, podia sentir o cheiro, mas provavelmente era uma
preparação para seu próximo aniversário, e ele não poderia estragar isso para seus amigos. Talvez
colocasse um disco e se agitasse um pouco, mas nunca havia gostado muito de dançar e seu quadril
o estava incomodando.

Os passos de Sirius na escada interromperam seus pensamentos. Remus lambeu os lábios,


lembrando-se daquele beijo anterior. Ah. Sempre haveria isso. O ápice da distração.

Decisão tomada, ele apagou o cigarro e se levantou, caminhando decididamente pelo quarto.
Remus alcançou a porta no momento em que Sirius a abriu - melhor seria nem mesmo dar a ele
uma chance.

"Preste atenção, Moony, só vim ver se você..."


Ele o calou com um beijo feroz, apertando seus lábios, puxando-o pelos quadris para que ficassem
pressionados um contra o outro.

"Oh, ok..." Sirius engasgou, quando finalmente se soltou. Ele chutou a porta atrás de si enquanto
Remus o arrastava para a cama.

Era bom. Muito, muito bom. Sua urgência frustrada se fundia com a necessidade de
correspondência de Sirius, e eles se colidiam um contra o outro, fora de sincronia da melhor
maneira possível. Perder-se na bebida ou nas drogas não era nada comparado a se perder em Sirius
Black. Os dois já estavam nisso há tempo suficiente para conhecer as bordas dos limites um do
outro e o quão longe eles poderiam forçá-las.

"Porra." Sirius gemeu quando tudo acabou, quando as janelas estavam embaçadas e a lua crescente
já havia surgido do lado de fora. Remus pegou seus cigarros mais uma vez, ainda zumbindo, sua
pele quente vibrando. "Porra." Sirius repetiu, deitado de costas, olhando para cima. Uma bela
bagunça. "O que causou isso?"

"Só você." Respondeu, exalando fumaça. "Só queria."

"Não estou reclamando."

Remus se acomodou, fumando silenciosamente. Isso era bom. Isso era melhor, de qualquer
maneira, do que qualquer outra coisa que ele pudesse estar fazendo. No entanto, ainda estava
inquieto. Um pouco mais cansado, mas nervoso e agoniado. Poderia fazer novamente. Poderia
fazer durante toda a noite, se isso fosse impedir seu cérebro de funcionar. Isso o fez olhar para a
porta - eles não tinham fechado as cortinas e, por algum milagre, escaparam impunes.

"Onde estão os outros?"

"Hm?" Os olhos de Sirius já haviam se fechado, mas ele os abriu com certa determinação "Oh, er...
Pete está na terceira rodada de um jogo de xadrez com um aluno do segundo ano que obviamente é
algum tipo de super herói, Mary foi para a cama, e Prongs e sua patroa foram para o banheiro dos
monitores. Eles pensaram que estavam sendo sutis.” Ele riu levemente sob sua respiração.

"Eu vou escovar meus dentes." Remus disse, levantando-se. No banheiro, tudo voltou à tona, e ele
não conseguia encontrar seus próprios olhos no espelho.

Quando voltou, Sirius estava sentado na cama, parecendo mais acordado. Ele sorriu para Remus.

"Ei, eu só queria saber se você está bem sobre Marlene e tudo mais,"

"Tudo bem," Remus acenou com a cabeça casualmente, subindo de volta na cama, fechando as
cortinas enquanto o fazia. "É bom tê-la de volta."

"Mm, espero que você não esteja preocupado com..."

"Precisamos conversar sobre isso?" Ele rastejou em direção ao moreno, montando em seu colo.
Remus começou a beijar o pescoço de Sirius, se movendo sobre ele lentamente.

"Caramba, de novo?" Black parecia surpreso, mas não exatamente infeliz com isso.

"Mmm..." Respondeu, pegando seus pulsos e segurando-os com força. Aqueles pulsos tão, tão
encantadores.

"Mmm ... bem, ok, mas se você está preocupado -"


"Cale a boca, Black." Remus rosnou, se afastando e encontrando seu olhar. Sirius o fez, mordendo
o lábio. Lupin sorriu. "Muito melhor. Chega de falar esta noite.”

***

Era realmente um truque cruel, explorar a tendência peculiar de Sirius por seguir instruções diretas.
Mas funcionou, e, pelo menos naquela noite, Remus conseguiu sua paz. O dia seguinte foi mais
difícil, mas as aulas e o tempo na biblioteca tornaram-se uma barreira confortável entre eles mais
uma vez, sem mencionar a multidão de amigos que os acompanhavam em quase todos os lugares.

Um homem mais sábio e corajoso poderia ter usado o tempo para examinar a si mesmo, para lidar
com os sentimentos de culpa, vergonha e auto aversão, e talvez fazer algumas mudanças para
melhor.

Remus preferia fingir que estava tudo bem.

E, parecia que, por um curto período de tempo, parecia que Sirius o deixaria. Os dois ainda
estavam juntos quase o tempo todo, e não era como se estivessem discutindo. Se Sirius se
perguntava o porquê da libido de Remus disparar sempre que começavam a ter uma conversa
privada, ele não disse nada. No final, Black adotou uma medida diferente.

No fim de semana antes da lua cheia que se aproximava, eles estavam voltando para a escola de
Hogsmeade, e Remus teve que diminuir o ritmo por causa de seu quadril estúpido, mais uma vez.
Sirius e James conversavam e andavam mais a frente, mas Christopher diminuiu o passo para lhe
fazer companhia.

Eles já haviam estado no Três Vassouras, mas estando na companhia de um grupo tão grande,
Christopher sempre ficava muito tímido para falar muito nesse tipo de situação. Então ele estava se
arriscando agora.

"Estou feliz que você gostou do livro", o garoto disse, com as mãos nos bolsos enquanto
caminhava, "Não foi um bom final?"

"Sim, ótimo." Remus bufou, esfregando o quadril para tentar continuar andando.

“Maurice - o personagem - me lembrou um pouco de você.”

"O que? Nah. ” Ele estava começando a suar com o esforço, apesar do ar frio de fevereiro. Lupin
enxugou a testa, apertando os olhos colina acima. Sirius e James estavam avançando, rindo de
alguma coisa juntos. Christopher seguiu sua linha de visão e apertou os lábios.

"Você e ele ...?" Ele não conseguia encontrar as palavras, e Remus sabia como era, então apenas
deu uma resposta direta. Não havia necessidade de ser tímido.

"Sim. Estamos."

"Oh." Christopher parecia desanimado, como se ainda pensasse que era tudo uma piada às suas
custas. "Como é isso, então?"

"Eu não sei. Bom. Excelente."


“Eu gostaria...” ele parecia tão triste, e nunca terminou a frase. Depois de um longo tempo, e mais
esforço para acompanhar, Remus tocou seu ombro gentilmente.

“Há alguém para todos, Chris.”

"Talvez."

“Ei Moony! Vamos!" Sirius estava gritando. Eles estavam quase na escola agora, Black havia
parado sob o arco de pedra do portal para esperar.

"Te vejo mais tarde, ok Remus?" Christopher murmurou, apressando-se em uma pequena corrida
engraçada. Remus avançou, finalmente alcançando o portão da escola. Seu quadril praticamente
gritava agora, as juntas queimando, a dor subindo e descendo por sua perna. Ele acenou com a
cabeça para Sirius como forma de saudação, muito sem fôlego para falar e se encostou na pedra
com um braço, esperando que o moreno não se importasse de esperar um pouco mais enquanto ele
se recompunha.

"Desculpe." Ele ofegou, finalmente. "Odeio essa porra de subida."

"Você está bem?" Sirius perguntou, dando a ele um olhar engraçado. "Desculpe, não queria deixar
você para trás."

"Tudo bem." Remus respondeu "Você me conhece, só um pouco enferrujado." Ele se endireitou,
estremeceu e esfregou o lado do corpo novamente.

"É o seu quadril?" Sirius estava com as mãos nos quadris agora, e estava dando a ele uma espécie
de olhar de cima a baixo que era um pouco como Madame Pomfrey depois de uma lua cheia
especialmente ruim.

"Sim," Remus deu de ombros. "Sempre foi um pouco engraçado."

“Quando você diz 'um pouco engraçado', quer dizer que está com dor?”

“Só está dolorido. ” Respondeu indignado.

"Então, dor então." Sirius ergueu uma sobrancelha. Remus odiava aquele olhar superior. "Há
quanto tempo está doendo?"

“Ah, não sei,” Ergueu as mãos, exasperado - qual era o sentido disso?! "Desde que eu tenho treze
anos."

"Você está brincando?!"

“Às vezes dói, as vezes não.”

"O que a Madame Pomfrey diz?"

"Ah, pelo amor de Deus, eu não reclamo para ela sobre esse tipo de merda!" Remus estava ciente
de que sua voz estava ficando mais alta, alguns alunos do terceiro ano se viraram para olha-lo,
antes de sair correndo rindo.

"Você está sendo ridículo." Sirius cruzou os braços e sacudiu o cabelo, “Ela é uma enfermeira, ela
deveria fazer você se sentir melhor. O que você faria se eu dissesse que estou sentindo dor há cinco
anos?! ”

"Não é a mesma coisa!"


"Porque você está assim??"

"Você não é a porra de um lob---" Ele parou bem a tempo. Os dois olharam ao redor furtivamente,
verificando se ninguém estava ouvindo. Remus repreendeu a si mesmo. Já fazia muito tempo que
ele não deixava alguém descontrolar seu temperamento.

Sirius se inclinou para frente, o olhando.

"Você não merece sofrer, pelo amor de Deus." Ele murmurou.

Isso doeu. Não sabia por que, mas atingiu Remus com tanta força que o deixou sem fôlego, e seus
olhos arderam. Ele se endireitou, tomando cuidado para permanecer sem expressão dessa vez. Ele
ergueu o queixo para Sirius, encontrando seu olhar.

“Não vou mais falar sobre isso. Vamos, vamos perder o jantar. " E começou a avançar, guardando
para si a dor em seu lado.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckcingstar): Não sei muito bem como vai ser a reação de vocês sobre
essa discussão do Remus e do Sirius, mas queria passar o meu olhar sobre essa
situação.

Queria que pudéssemos encarar o fato de o Remus ser um lobisomem como um


adoecimento, uma patologia (aqui não vou entrar nas problemáticas inferiorizantes
sobre nomenclaturas, se não vou começar o trabalho da minha aula de normal e
patológico aqui mesmo) e primeiro eu vou explicar porque eu penso isso.
Relembrando que eu sou uma pessoa com nenhuma doença crônica, então estou
falando a partir de um ponto de vista privilegiado, mas sinto que, já que muitas
pessoas estão lendo a fanfic, é meu dever apresentar a vocês todas as questões que a
envolvem.

Todas as pesquisas que eu fiz foram com base nas visões de pessoas com alguma
patologia a respeito da licantropia do Remus ser uma alegoria para tal discussão, como
já foi colocado pela JKR a alguns anos atrás sobre esta ser uma metáfora para AIDS (o
que eu também não vou discutir aqui, já que há muitas outras problemáticas nesta
declaração).

A implicação sobre licantropia ser uma metáfora para pessoas com alguma doença
crônica em AtYD não diz respeito a lobisomens serem perigosos de maneira nenhuma.
Lobisomens são perigosos devido a forma pela qual o mundo mágico os trata. Este,
não permite o uso de métodos que os ajudaria a lidar com a licantropia e com as noites
de transformação como, por exemplo, estar na companhia de outros lobisomens, ter
um local adequado para tal, como uma floresta; também não há acessibilidade em
relação ao wolfsbane, nem pesquisas adequadas sobre o assunto. De maneira geral, o
mundo mágico não os consulta sobre suas próprias vivências e os bruxos sempre
encaram a licantropia como algo que deve ser ‘curado’ e não desestigmatizado. Por
isso, licantropia pode ser visto como uma patologia.

Nessas notas eu ia entrar no assunto sobre o preconceito do Sirius em relação a


licantropia do Remus e sobre todos os pontos que provam que ele, mesmo
participando ativamente de toda a trajetória do Lupin, não entendeu o que significa ser
marginalizado, nem sobre toda a luta política por trás da guerra. Porém, já que a nota
já está muito grande, vou deixar para falar sobre o Sirius mais para frente.

Vou começar a postar alguns vídeos no meu tiktok sobre as questões políticas dentro
de AtYD, então caso queiram dar uma olhada só irem lá (wolfuckingstar) bjs.
Capítulo 137: Sétimo ano: Remus, o Mártir
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
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responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
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I was born with a plastic spoon in my mouth

The north side of my town faced east, and the east was facing south

And now you dare to look me in the eye

Those crocodile tears are what you cry

It's a genuine problem, you won't try

To work it out at all you just pass it by, pass it by

Substitute me for him

Substitute my coke for gin

Substitute you for my mum

At least I'll get my washing done.

'Substitute' by The Who.

Quarta-feira, 22 de fevereiro de 1978

O impasse entre Remus e Sirius durou pelo resto do fim de semana. Domingo fora o jogo de
quadribol Grifinória x Corvinal, então eles escaparam sem precisarem conversar muito. Os dois se
sentaram juntos nas arquibancadas, torcendo quando era apropriado e vaiando a qualquer ponto
feito pela corvinal.

"Eeeeee outros dez pontos para a Grifinória!" O comentarista gritou pelo megafone “Uma
esmagadora marca de sessenta pontos agora marcados pelo capitão do time James Potter, nenhuma
surpresa aí - os fãs estão começando a se perguntar o que será dos poderosos leões no próximo ano
quando eles não tiverem seu menino de ouro para de- ufa, cuidado com esse balaço, Simms!...
Muito bem! Embora eu deva dizer, eu teria mandado para a esquerda, mas suponho que nem todo
mundo é escolhido por sua destreza, às vezes é apenas sobre dar uma chance a todos,
independentemente da habilidade... "

“Quem deixou Lockhart ser comentarista?” Sirius resmungou. "O idiota não sabe nada sobre
quadribol."

"Ele me disse que estava escalado para jogar pelo Puddlemere", disse Peter, "E a única razão pela
qual ele nunca jogou pela Corvinal foi que seu treinador disse que ele não deveria desperdiçar seu
dom em jogos escolares."

"Você é tão crédulo, Pete," Remus o cutucou, "Eu sei mais sobre quadribol do que aquele idiota."

"Sim, e Moony sabe tanto sobre quadribol quanto você sabe sobre julgar pessoas." Sirius
acrescentou, sua voz desnecessariamente afiada.

Remus corou. Tudo bem, se Sirius quisesse ser passivo-agressivo.

“Bem, Padfoot,” ele respondeu friamente, “Se você quer tanto fazer isso, vá e pergunte a
McGonagall. Acho que você seria perfeito para o trabalho.”

"Você-- o que?" Sirius ficou boquiaberto. Remus ergueu uma sobrancelha.

"Ah, sim, você é a única pessoa nesta escola que fala mais merda do que Lockhart."

Mary e Lily explodiram em risadas, cobrindo a boca. Black fez uma careta.

"Vai a merda." Ele murmurou.

O jogo terminou com 280 pontos para a Grifinória, mas Sirius não estava comemorando.

As partidas de quadribol geralmente tomavam a maior parte do dia, desde um café da manhã
ouvindo as conversas estimulantes de James, até a inevitável festa pós-jogo na sala comunal. Sirius
ficou acordado até tarde, então ninguém percebeu que eles não foram para a cama juntos.

Na segunda-feira, eles estavam em termos um pouco mais civilizados – ou, pelo menos, nenhum
dos dois queria que seus amigos soubessem que estiveram brigados. Remus mergulhou em sua
revisão para os NIEMs - se não estivesse sozinho na biblioteca, ele estendia suas sessões de estudo
em grupo para durar uma hora a mais do que o normal, todas as noites. Era a semana da lua cheia e
ele estava completamente exausto, mas pelo menos isso tornava o sono mais fácil.

E precisava evitar Marlene também, é claro. Ele deliberadamente faltava às aulas de cura da
Madame Pomfrey na terça à noite, apenas para o caso de o assunto sobre lobisomens surgir de
novo. Marlene era o tipo de garota que atrapalharia uma aula inteira se pensasse que uma injustiça
estava sendo cometida em algum lugar.

Para a surpresa de Remus, Gilderoy Lockhart, o bajulador comentarista da Corvinal, fez uma
aparição especial em seu grupo de revisão na quarta-feira. Lockhart estava no ano anterior, e não
havia cruzado muito o radar dos marotos até agora. Ele era um pouco exagerado e irritante,
propenso a rir muito alto durante o jantar no Salão Principal, mas isso era tudo que sabia sobre ele.

Ele se aproximou de Remus, seu cabelo em ridículos cachos loiros bufantes. Gilderoy também
fedia a loção pós-barba.

“Amei essa ideia”, disse ele, “Ajudar outros alunos a alcançar o sucesso, muito bom!”

"Er, sim, Yay." Remus acenou com a cabeça, "Eu preciso repassar uma legislação anti-gigante com
os alunos do terceiro ano hoje, mas você pode conversar com Chris," ele se afastou rapidamente,
deixando Christopher lidar com isso.

Quarta-feira também era o dia da segunda reunião oficial sobre o planejamento da pegadinha,
então Remus e Chris ficaram na sala de Feitiços após o grupo de estudo. Chris tinha uma expressão
vagamente atordoada enquanto eles se encostavam na mesa de Flitwick, esperando.

"Desculpe por isso," Remus ofereceu, acendendo um cigarro enquanto Lockhart saia. "Não sei
como lidar com ele."

"Ah, está tudo bem, ele está em metade das minhas aulas, então estou acostumado." Chris
respondeu, ainda parecendo um pouco perturbado.

"O que ele queria?"

"Demorou um pouco até eu descobrir," Christopher franziu a testa, "Ele ficava me dizendo como
ele é bom em tudo..., mas acho que ele queria ajuda com Feitiços."

Remus bufou com desdém.

A reunião de planejamento da pegadinha fora mais curta do que na semana anterior – era
perceptível que ninguém havia tido uma ideia decente ainda. Os corvinos do quarto ano haviam
descoberto algumas maldições realmente aterrorizantes, todos estavam ansiosos para compartilhar,
mas Lily interveio, reiterando a regra de que ninguém deveria se machucar.

Todos se separaram novamente para a jornada de volta às suas salas comunais, e Remus se deparou
com a escolha entre Marlene e Yaz ou Sirius e Mary. No final, decidiu que era melhor o diabo que
ele conhecia e escolheu se juntar a MacDonald e Black. A menina falou a maior parte do tempo, o
que fora um alívio, e o único momento embaraçoso veio quando os meninos estavam todos de volta
ao dormitório.

Remus foi para sua própria cama, puxando o edredom.

"Você vai dormir aí, então?" Sirius perguntou do nada. Lupin franziu a testa, virando-se para olha-
lo. Ele não tinha pensado que isso seria motivo de debate - eles mal estavam se falando, por que
diabos iriam dormir juntos? E por que diabos Sirius queria chamar atenção para isso na frente dos
outros?!

"Sim." Ele acenou com a cabeça, dando as costas, “Lua cheia amanhã. Achei que devíamos todos
dormir o máximo possível.”

"Sim, justo." Black respondeu. Remus entrou e fechou as cortinas, sem dizer mais nada.

"Tudo ok?" James sussurrou muito alto. Sirius grunhiu uma resposta, e só.

***
Quinta-feira, 23 de fevereiro de 1978

Remus estava mais nervoso do que o normal no dia da lua cheia. Havia dormido mal, pensando
sobre os McKinnons e Sirius e se perguntando como consertaria isso.

No café da manhã, parecia que Marlene também tinha tido uma noite difícil. Seus olhos estavam
avermelhados e seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal. Yaz e Mary sentaram-se uma
de cada lado, competindo para ver quem a confortaria mais.

"Eu simplesmente não consigo parar de pensar nele," Marlene balançou a cabeça, olhando para sua
tigela de sucrilhos. “Já li tantos livros e relatos, e todos dizem que dói muito ...”

Remus parou de comer seu próprio café da manhã e tomou um gole de chá, tentando esconder sua
angústia.

"Eu também já sobre", disse Sirius, "mas tenho certeza de que, se Danny pedir a ajuda de que
precisa, ele ficará bem."

Lupin tentou ignorar isso, fervendo em raiva silenciosamente.

"Mamãe teve que levá-lo para o ministério." Marlene continuou, infeliz, “Eles têm celas lá,
aparentemente. Perguntamos se haveria curandeiros presentes, mas ninguém consegue dizer nada.”

"Tenho certeza de que é o melhor lugar", Yaz apertou o braço dela, suavemente.

Ninguém concordava com ela. Mary franziu os lábios.

"Ele não merece isso!" Marlene começou a chorar, "Ele não merece ser trancado sozinho! Ele é
meu irmão, meu adorável irmão, não algum ... algum animal. "

A náusea da culpa ameaçou dominar Remus, e ele saiu assim que pôde. Mal conseguiu se
concentrar nas aulas pelo resto do dia. Por mais perverso que fosse, desde que os marotos se
tornaram animagos, ele meio que ansiava pelas luas cheias em Hogwarts. Já fazia um tempo desde
que havia se sentido tão mal sobre uma.

À noite, quando chegou ao escritório da Madame Pomfrey, a encontrou franzindo a testa para uma
pilha de cartas. Ele nunca a havia visto se envolvendo com papelada antes.

"Oh, olá, querido", ela sorriu para ele, cansada, "Vamos indo?"

Remus acenou com a cabeça e esperou pacientemente que ela colocasse a capa. Pomfrey o viu
olhando para as cartas. “São de ex-alunos, em sua maioria”, ela explicou, “Aqueles que foram
afetados pelos ataques. Alguns deles têm familiares enfrentando sua primeira lua cheia, eles
querem saber se eu sei algo de algo útil.”

"Oh."

“Consegui passar um pouco de conhecimento sobre os cuidados posteriores, mas você e eu


sabemos quão pouca informação real existe”, ela continuou, enquanto eles saíam. Remus
permaneceu mudo. "A pobre Srta. McKinnon vem aqui quase todos os dias. Ela é sua amiga, não
é?"

"Sim." A voz de Remus falhou ligeiramente. Madame Pomfrey deu um tapinha em seu braço,
suavemente.

"Deve ser muito difícil para você, meu querido."

"Está tudo bem."

"Você sabe que sempre pode falar comigo, se precisar."

"Obrigado." Ele podia ouvir a voz de Sirius na parte de trás de sua cabeça, provocando-o, eu disse
a você...

Mas Sirius estava errado. Dor física era o menor dos problemas de Remus, era algo que ele estava
disposto a suportar se fosse necessário. A dor o lembrava do que ele devia.

Apesar de sua apreensão, a lua cheia foi um alívio. Remus nem mesmo gritou com a
transformação, ele apenas deixou que o consumisse. Por mais envergonhado que isso o deixasse,
era bom se tornar outra pessoa por algumas horas, abrir mão do controle. O lobo ainda estava em
boas relações com Padfoot, pelo menos, e eles podiam brincar, correr e caçar sem nenhum
problema humano os atrapalhando.

Mas não iria durar.

***

Sexta-feira, 24 de fevereiro de 1978

A rotina era padrão agora. Remus se transformou de volta, os outros verificaram se estava bem,
então foram embora, Madame Pomfrey veio buscá-lo, ele passou a manhã dormindo após tomar
uma poção, acordou na hora do almoço, então voltou para sua própria cama à tarde.

Mais recentemente, Sirius vinha buscá-lo na enfermaria, se seu horário permitisse. (E, na verdade,
até mesmo quando seu horário não permitia - o moreno dava qualquer desculpa para cabular a
aula.) Claro, dada a maneira como Remus estava agindo, ele não esperava que Black viesse
naquele dia.

Porém, Sirius era sempre cheio de surpresas.

“Trouxe um sapo de chocolate para você,” ele disse, esperando pacientemente enquanto Remus
terminava de amarrar seus cadarços. O moreno lhe entregou uma caixa de sapo de chocolate. Seu
temperamento havia esfriado um pouco; talvez um bom e longo sono fosse tudo de que ele
precisava.

"Obrigado."

"Podemos ficar bem de novo?" Sirius perguntou, parecendo genuinamente arrependido. "Podemos
apenas admitir que dissemos algumas coisas estúpidas, mas que já acabou?"

Remus o olhou por um longo tempo, deixando-o cozinhar um pouco. Então sorriu,

"Okay, tudo bem, então."


Eles voltaram para a torre muito felizes, embora Remus estivesse se esforçando um pouco mais do
que o normal, tentando não mancar ou mostrar qualquer traço de desconforto.

"Marlene está bem?" Lupin perguntou enquanto se aproximavam da sala comunal.

"Sim, acho que sim," Sirius acenou com a cabeça, "Ela recebeu uma carta da mãe dela esta manhã,
dizendo que Danny está bem. Chorou um pouco, mas ela está menos comovida agora. "

"Bom. Isso é bom."

Eles passaram pelo buraco do retrato e caminharam pela sala comunal.

"Acho que vou direto para a cama um pouco", disse Remus, indo para o dormitório. "Se está ok?"

"Claro!" Sirius acenou com a cabeça, educado de uma forma quase exagerada, enquanto eles
subiam mais um lance de escadas. Remus estava se esforçando seriamente agora, mas faria o
impossível para evitar que o outro notasse.

"Você está cansado?" Perguntou.

“Nah,” Sirius disse, “Dormi a manhã toda. Peter também.”

"Ah, bom." Remus finalmente alcançou sua cama e se sentou. Sem nem mesmo pensar, sua mão
foi esfregar seu quadril. Ele parou assim que percebeu, mas os olhos de Sirius fixaram-se nele
imediatamente. Ele o encarou com ar de censura.

"Você falou com a Madame Pomfrey?"

“Tivemos uma conversa adorável, obrigado.” Remus enrijeceu, entrando na defensiva novamente,
“Conversamos sobre todos os pobres ex-alunos dela que tiveram que se transformar pela primeira
vez na noite passada. Foi muito alegre.”

Sirius resmungou.

"Mas você falou com ela sobre o seu quadril?!"

"Não." Remus bufou, deitando-se.

“Remus, pare de ser difícil! Você a vê toda semana! Basta mencionar para ela - quero dizer, eu
farei isso para você, se quiser. "

“Jesus Cristo, isso de novo não! Me deixe em paz!" Ele se sentou novamente.

"Não!" Black respondeu, com a mesma crueldade, "Eu não entendo por que você não conta a ela
sobre isso, tenho certeza que ela poderia ajudar."

"Ah meu Deus, por que você não pode simplesmente esquecer isso? Eu disse que não quero
incomodá-la com merdas como essa. Você está fazendo um alarde por nada! " Remus estava de pé
agora, o lobo dentro de si querendo estabelecer alguma vantagem; afirmando domínio.

“E você está evitando seus problemas de novo!” Sirius se enfureceu, "Você sempre faz isso e é tão
exaustivo! Você acha que está sendo tão maduro, não é? Mantendo tudo para si. É estupido! Você
está apenas se fazendo de mártir, é como se quisesse ser miserável. "

"Ah, vá se foder, Black!" Lupin gritou de volta. “Fácil para você falar, não é?! Por que a gente
sempre tem que falar sobre a minha vida de merda, hein?! Senhor ‘Me conta a porra de um
segredo’?!”

Sirius piscou, chocado, e Remus estava exultante; ele tinha algo agora. Ele tinha Sirius em suas
mandíbulas, e não iria deixá-lo ir até que provasse seu sangue. “E você, Sirius?! Como é que nunca
podemos falar sobre sua família fodida, ou o seu irmão comensal da morte e a sua prima louca?!
Por que não falamos sobre sua dor e suas cicatrizes por um tempo, para você ver como é.”

"Remus, pelo amor de Deus -"

"Não, eu sei! Por que não falamos sobre sua mãe? " Remus partiu para a matança, e foi mais eficaz
do que ele esperava. Sirius mudou completamente; sua expressão congelou, sua postura ficou
tensa, como se ele tivesse levado um soco no estômago.

Remus quase desejou ter dado um soco nele, porque então, pelo menos, Sirius poderia
simplesmente socá-lo de volta, e eles poderiam ter uma luta justa, e seria apenas isso. Porém, isso
não tinha sido justo, e ele não poderia voltar atrás.

Sirius deu a ele um olhar de total dor e choque, antes de se transformar rapidamente em raiva.

"Vá se foder, Lupin." Ele cuspiu, saindo pela porta como um furacão.

"É, caia fora, então!" Remus gritou quando a porta bateu.

Respirava com dificuldade e seu rosto estava muito quente. Ele gostaria que Black voltasse e
gritasse com ele um pouco mais, para que pudesse gritar de volta, mas se contentou em fumar um
cigarro atrás do outro e em ouvir The Sex Pistols. Foda-se todo mundo.

Sirius não voltou, e Remus não sabia onde estava o mapa, então não pôde procurar por ele.

Eventualmente, a porta do quarto do dormitório se abriu novamente, e Lily e James entraram,


muito próximos e sussurrando alegremente.

"Oh, oi, Moony!" James parou quando o viu pensativo perto da janela. Ele parecia um pouco
envergonhado, "Desculpe, pensamos que você ainda estaria na ala hospitalar."

"Não. Ela me deixa ir depois do almoço, normalmente.” Remus respondeu, monótono. Ele se
levantou: "Vou sair do caminho."

"Não, não, Remus, não!"! Lily disse, nervosa "Nós apenas viemos aqui para termos silêncio."

"Mesmo?" Remus ergueu uma sobrancelha sarcástica, e Lily e James coraram, desviando o olhar.

"Onde está Padfoot?" James foi se sentar em sua cama.

"Não sei."

"O que?"

“Não sei. Não me importo.” Remus tirou outro cigarro de sua caixa de fósforos e acendeu-o com a
ponta do último.

"Vocês estão... brigando?"

"Olha, fique fora disso, Potter." Remus rosnou.

James recuou e olhou para Lily, que deu de ombros para ele.
Naquele exato momento, como se tivesse sido convocado apenas para quebrar a tensão, uma
coruja voou pela janela aberta, surpreendendo os três. Era dos Potter, e James recuperou duas cartas
amarradas em sua perna. Ele olhou para uma e a estendeu para Lupin.

"Para você, Moony."

Estalando a língua irritado, ele se levantou do parapeito e foi arrancá-la da mão estendida de James.
A abriu, folheando o breve bilhete da Sra. Potter, que, tão gentilmente, o encaminhava toda a sua
correspondência.

Ele esperava por outro cartão-postal de Grant, mas era um envelope dobrado com cuidado. Remus
não reconheceu a caligrafia organizada em tinta azul, mas ela possuía um carimbo trouxa.

Ele olhou para o endereço do remetente, escrito em letras minúsculas no verso.

Se não for entregue, por favor, devolva para:

Sra. Hope Jenkins, Sparrow Ward, Hospital de Cardiff City, Cardiff.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Como disse no último capítulo, se observarmos a licantropia


do Lupin como uma metáfora para doenças e transtornos, é possível vermos que, a
todo momento, no relacionamento dele com o Sirius, as discussões se baseiam apenas
nas dores e sofrimentos do Remus (o que fica claro quando eles nem mesmo
comentam sobre nenhum dos problemas da família Black), o que acaba
supervalorizando sua condição, como se ele não fosse nada mais que a dor em seu
quadril, por exemplo. O que eu quero dizer é que, o Sirius pode ter as melhores
intenções e preocupações do mundo por amar ele, mas, ao meu ver, em nenhum
momento ele entende o que é ser parte de uma minoria, em nenhum momento ele
entende o que é ter sua dor sob um holofote. Apesar de tudo isso, não estou aqui
defendendo a forma como o Remus reagiu, ele não sabe dialogar sobre os próprios
sentimentos e, talvez, até mesmo devido a isso, o Sirius não tenha entendido o porquê
de ele ficar tão irritado. Comentem aqui para saber o que estão pensando
Capítulo 138: Sétimo ano: Hope
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


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They fuck you up, your mum and dad.

They may not mean to, but they do.

They fill you with the faults they had

And add some extra, just for you.

But they were fucked up in their turn

By fools in old-style hats and coats,

Who half the time were soppy-stern

And half at one another’s throats.

Man hands on misery to man.

It deepens like a coastal shelf.

Get out as early as you can,

And don’t have any kids yourself.

Poema This is the verse de Philip Larkin

Sra. Hope Jenkins

Remus engasgou com o cigarro, depois o deixou cair, queimando a calça. Gritando com a dor, ele
saltou, batendo freneticamente na mancha quente em sua coxa.

"Remus!" Lily o olhou, alarmada, "Você está bem?!"

“Sim, sim ...” Ele pegou o cigarro e o jogou pela janela. Depois, amassou o pequeno envelope
usando a outra mão e o enfiou no bolso. "Só... indo ao banheiro."

Lupin correu para o pequeno banheiro e fechou a porta com força, tentando regular um pouco a
respiração. Ok. Ok. Deveria ter esperado isso. Afinal, havia sido ele quem havia escrito para ela.

Remus puxou a carta do bolso e a alisou. Não poderia ter aberto na frente de Lily e James; poderia
conter algo importante, e ele estava tão despreparado. O garoto mordeu o lábio. Queria muito outro
cigarro, mas tinha acabado de jogar o último pela janela. Típico.

Ele abriu o envelope lentamente, tomando cuidado para não o rasgar, como se isso pudesse
significar alguma coisa. O papel era fino como seda e ele o desdobrou com cuidado. A caligrafia
estava mais reconhecível agora, parecida com a da carta original, escrita há tantos anos, só que
agora era mais espigada; visivelmente torta, como se a mão estivesse tremendo.

Caro Remus,

Lamento ter demorado tanto para lhe responder. Receio não ter estado bem e não estive em casa
para receber a correspondência.

Fiquei muito feliz em ouvir de você. Lamento não poder escrever mais, meu querido, mas adoraria
saber como você está. Por favor, me escreva de volta e mande para o endereço abaixo.

Com amor, mamãe.

As próprias mãos de Remus tremiam agora. Com amor, mamãe. O que diabos isso significava?!

Ele sentiu a raiva crescendo dentro de si, pronto para engoli-lo por inteiro. A briga com Sirius se
tornou insignificante; agora estava realmente furioso. Era uma raiva que permanecera adormecida
por muito tempo, mas sempre esteve lá, em seu âmago. Uma raiva que não possuía direção ou
propósito, além de enchê-lo com uma mania incandescente. Talvez Greyback a tivesse colocado lá.
Talvez o abandono de Hope tivesse. Agora ele não dava a mínima.

Incapaz de se controlar, ele chutou a porta do banheiro. Chutou com tanta força que estilhaçou a
madeira, quebrando-a.

"Porra." Ele murmurou. "Ai." Esperava não ter quebrado um dedo do pé.

"Ah meu Deus, Remus?!" A voz de Lily soou novamente.

"Desculpe." Ele disse, quase por instinto, enquanto arrancava o pé da porta e a destrancava.

James estava bem ali, seus olhos grandes e arregalados, Lily logo atrás dele, como se ele a
estivesse protegendo de Remus.

"O que diabos você pensa que está fazendo?!" James disse, sua voz dura. "Olha, se você está tendo
uma briga com Padfoot, então resolva isso entre vocês, não comece a destruir nosso quarto!"

"Desculpe." Lupin pediu de novo, se sentindo muito pequeno agora. Nunca havia sido repreendido
por James antes. Era mais assustador do que ele esperava.
"Remus?" Lily empurrou o namorado de lado, impaciente, "O que há de errado?"

Ele balançou a cabeça, olhando para a carta em suas mãos. Seus ombros caíram. Ainda estava
respirando com muita dificuldade para ser capaz de falar, então apenas entregou a ela.

Lily lhe deu um olhar interrogativo, mas pegou o papel. Enquanto ela lia, seus olhos ficaram
maiores e seu queixo caiu. James leu por cima de seu ombro, e logo as expressões deles
combinaram. Remus parecia não conseguir controlar sua respiração, não tinha certeza do que
estava acontecendo. Seu peito se apertava mais a cada segundo, como se todo o ar tivesse sido
sugado para fora do quarto. De repente, ele sentiu muito calor e ficou tonto, seus olhos refletindo
estrelas.

Ele tropeçou, agarrando-se ao batente da porta para se manter de pé.

“Remus?!” A voz de Lily veio a ele em um eco, como se estivesse no fundo de um poço profundo.
As mãos macias dela de repente estavam em seus ombros, e a menina o guiou para baixo em
direção ao chão - o que foi uma coisa boa, porque suas pernas haviam decidido desistir. Ela
começou a esfregar suas costas lentamente, enquanto falava muito calmamente, “Respire fundo,
Remus, você está me ouvindo? Inspire pela boca, depois expire pelo nariz, ok? Faça comigo, um...
dois... três…"

Remus não sabia que tipo de magia era, mas começou a funcionar e, após dez respirações
profundas, ele começou a se sentir normal novamente. Com sua visão clareando, ele olhou para
cima. Lily estava sentada ao seu lado no chão empoeirado do quarto. James permanecia parado
perto deles, parecendo preocupado. Ele estava com a carta.

"Obrigado," disse, ainda sem fôlego, "Desculpe, não sei o que aconteceu."

“Minha irmã tem rompantes estranhos como esse o tempo todo, quando fica ansiosa”, explicou
Lily. “Tem algo doce? Ela normalmente come um biscoito depois que o pior já passou.”

"Hm... sim." Remus procurou em seu bolso o sapo de chocolate que Sirius o havia dado mais cedo.
Ele desembrulhou e arrancou a cabeça com uma mordida, rapidamente. Sua boca se encheu da rica
doçura e ele realmente se sentiu muito melhor.

Então, tentou se levantar, e James imediatamente ofereceu um braço firme para ajudar.

"Desculpa por ter gritado, Moony", disse ele, ainda parecendo muito preocupado, "Eu fui um
idiota."

"Não, eu não deveria ter quebrado a porta ..." Remus respondeu, passando as mãos cuidadosamente
por sua calça e caminhando para a cama para se sentar.

"Ah, isso não é nada," Lily se levantou e retirou sua varinha, "Reparo. Viram?"

"Posso ter a carta de volta?" Perguntou, fracamente.

"Claro, desculpe!" James correu para devolvê-la. Remus leu novamente. Seu estômago se apertou,
mas ele não ficou tonto como antes. Com amor, mamãe. "Eu não sabia que você tinha enviado uma
carta para ela." Continuou. "Eu nem sabia que você sabia onde ela estava."

"Seus pais me ajudaram." Remus disse, ainda relendo. "Eu só contei a Sirius sobre isso."

"Ah, amor," Lily veio se sentar ao lado dele e apertou sua mão. "Você vai escrever de volta?"
Lupin olhou para cima, encarando em frente. Havia tomado uma decisão.

"Não. Eu vou vê-la. "

"Ah!" Lily guinchou, "Sim, claro ... er ... aposto que McGonagall ajudaria você a organizar isso
para o fim de semana, talvez..."

"Não." Balançou a cabeça, "Estou vou agora."

"O que?!" James perguntou.

"Já esperei o suficiente." Disse Remus. “Eu tenho o endereço. Estou indo."

“Remus, você não quer pensar...” Lily começou.

"Não." Lupin disse, puxando sua mão para longe da dela.

Sua mão roçou a queimadura de cigarro em sua perna. Droga. Onde conseguiria outro par? Seria
melhor tentar um feitiço de conserto quando se acalmasse um pouco. Ele se levantou e foi até seu
malão para encontrar uma calça limpa. Não poderia encontrar sua mãe com queimaduras de cigarro
nas roupas, poderia?

"Sem pensar." Disse a Lily. "Ela está em um hospital, só Deus sabe por quê, mas posso não ter
muito tempo."

Ele se despiu sem nem mesmo pensar. Lily desviou o olhar rapidamente, corando, mas ele não se
importou. "Prongs", chamou, "Posso pegar sua capa?"

"Claro." James acenou com a cabeça, sem hesitação.

"Obrigado. Vou tentar aparatar da Dedos de mel, acho. Não devo ficar fora a noite toda, posso
voltar antes do toque de recolher, acho. "

"Bom plano." Potter acenou com a cabeça.

“Como você vai chegar à Dedos de mel ?!” Lily perguntou, parecendo muito confusa. Remus
olhou para James, curiosamente. O outro garoto deu uma risada tímida e empurrou os óculos no
nariz.

"Er ... há uma espécie de passagem secreta ..."

Menos de meia hora depois, eles passavam pela estátua da bruxa corcunda e estavam prestes a
começar a jornada para Hogsmeade. Às pressas, os três haviam se vestido com roupas trouxas, algo
que Lily sugeriu quase no último minuto. James tinha sugerido contar a Sirius e Peter, mas Remus
recusou. Peter não conseguia aparatar de qualquer maneira, e não havia espaço para Sirius em sua
cabeça agora. Felizmente, James respeitou suas vontades.

“Mais quantos segredos vocês têm?!” Lily estava sussurrando, olhando em volta enquanto
avançavam ao longo do túnel escuro.

"Ela sabe sobre o mapa?" Remus perguntou inocentemente.

"Que mapa?! Potter! Qual mapa??"

Eles não estavam realmente brigando. Para Lily e James, fazia apenas parte da diversão, todas as
brigas. Os dois já haviam passado tantos anos fazendo isso que simplesmente não sabiam como
parar. Remus gostava. Isso manteve sua mente longe de todo o resto.

Já que havia se acalmado agora, os pensamentos racionais estavam começando a voltar. Para onde
você está indo? Por que você acha que ela quer ver você, depois de todos esses anos? Você será
pego fora dos limites e expulso, e arrastará Lily e James com você.

E Sirius. Ele queria mais do que tudo ter Sirius por perto, se eles não estivessem brigando. Talvez
ele mesmo tenha causado tudo isso, invocando a mãe de Black daquela forma. Oh Deus, e se Hope
fosse como Walburga?!

Mas ele continuou, porque já havia chegado tão longe agora. Logo estavam no porão da Dedos de
mel e todos memorizavam o endereço do hospital, preparando-se para aparatar.

Essa era a parte fácil. Remus estava tão cheio de emoções e adrenalina que mal teve que se mover
e já estava voando pelo espaço, seguindo a corrente de magia em direção a Cardiff. Lily e James
pousaram momentos depois, de mãos dadas.

"Este é o País de Gales, então", disse Lily, olhando em volta para a rua tranquila da cidade em que
se encontravam. "Nunca estive aqui antes."

"Nem eu." James e Remus responderam em uníssono.

"Vamos procurar o hospital, então", ela sorriu e largou a mão de James para segurar a de Remus,
meio que o levando para o fim da estrada.

Eles erraram o local exato por apenas uma ou duas ruas. O edifício principal era ornamentado,
com tijolos antigos e vermelhos, o resto era concreto cinza dos anos 60. O lugar possuía aquela
atmosfera institucional fria que lembrava muito a Remus de St. Edmund's.

"Certo!" Lily disse, brilhantemente, de frente para um grande mapa do prédio, abaixo de uma placa
que apontava para várias direções. "Era a ala do Pardal, não era ... então é ... ali."

A ruiva partiu novamente, e Remus estava tão, tão feliz por ela estar ali, porque tudo nele o dizia
para fugir e nunca olhar para trás. A ala pardal era em um dos blocos de concreto. Eles pararam do
lado de fora.

“Hum ... Lily? James?" Remus disse, fazendo-os parar. “Vocêm se importam em ... não vir
comigo? Eu só ... eu quero fazer isso sozinho. Desculpe."

"Claro." Lily respondeu, lhe dando um tapinha em seu ombro. "Vamos esperar bem aqui, certo
James?"

"Ok." James acenou com a cabeça com cuidado, "Moony, você tem certeza que não quer que eu
chame..."

"Ele não virá." Remus disse, com certeza absoluta. “Você estava certo, nós brigamos. Eu fui
horrível com ele, disse algumas coisas realmente horríveis. Ele está com raiva e tem o direito de
estar. "

"Sim, mas ainda ..."

"Está tudo bem, Prongs." Assegurou-lhe "Estou bem. Ok, vou entrar agora. ”

"Boa sorte!" Lily sorriu. Ele acenou com a cabeça, severamente, e se aproximou das portas
giratórias.
Dentro do hospital haviam placas apontando em todas as direções, e três vezes Remus teve que
voltar porque havia virado em um corredor ou entrado em um elevador errado. Era um lugar
horrível; cheirava a doença, urina e desinfetante mascarando sangue e morte. Seus nervos estavam
enfraquecendo a cada minuto.

Finalmente, ele passou por um conjunto de portas duplas com a palavra "Pardal" impressa
perfeitamente em azul e branco. O que o levou a um corredor mais silencioso, com um posto de
enfermagem no final e muitos quartos iluminados e abertos com filas organizadas de pessoas
deitadas em camas.

Remus se arrastou até o posto de enfermagem, tentando dar uma olhada nos nomes dos pacientes
listados na parede atrás.

"Quem você está procurando, querido?" Uma enfermeira gorducha perguntou a ele com um sorriso
agradável.

“Hum. Hope Jenkins ... ”Remus murmurou.

“Ah! Parente, não é? "

"Sim. Eu sou filho dela. "

"Ah, ela vai ficar tão satisfeita! Ela fala sobre os filhos o tempo todo, a Hope. Apenas me siga,
querido.”

Ele não teve tempo de ficar surpreso com a última revelação de que sua mãe possuía "filhos", no
plural. Mudo, Remus seguiu a enfermeira pelo corredor de linóleo verde e ressonante, até uma
enfermaria com seis ou oito camas. Ela o levou até a janela mais distante, onde a luz entrava.
"Hope, meu amor, você tem uma visita! Seu menino veio ver você, não é legal? "

A enfermeira o conduziu para dentro, e ele ficou parado ao pé da cama, impotente. A mulher
deitada parecia ter cochilado, embora estivesse apoiada em uma posição meio sentada. Ela estava
piscando agora, desorientada, e franziu a testa ligeiramente para a enfermeira.

"Quem?" Ela falou em uma voz baixa e rouca, ainda confusa até que seus olhos escuros pousaram
em Remus. Suas sobrancelhas pálidas se ergueram. "Oh." Ela disse.

"Olá." Ele acenou, sentindo-se estúpido.

"Vou dar a vocês dois um pouco de privacidade", a enfermeira estava dizendo agora, puxando as
cortinas claras do hospital ao redor da cama, "Posso pegar uma xícara de chá para alguém?"

"Não, obrigado." Ambos responderam, ainda olhando um para o outro.

Ela era muito pequena e muito frágil. Esquelética, até; seus ossos e tendões aparecendo através da
pele. Hope parecia muito mais velha do que Remus havia imaginado; mas talvez fosse apenas a
doença. Seu rosto estava encovado e tinha uma aparência mórbida de uma caveira. Ele se lembrou
de como ela estava linda em sua fotografia e de como ainda poderia ser bonita, se estivesse bem.

Mais alertas agora, seus olhos negros lacrimejantes o encaravam, com um brilho quase ganancioso;
como se ela estivesse absorvendo cada centímetro de seu corpo desengonçado. Ele ficou parado e
deixou.

“Oh,” ela sussurrou, roucamente. Seus olhos se encheram de lágrimas. "Oh, você se parece com
ele."
Então esta era sua mãe. Ele a olhou e não sentiu nada.

Remus limpou a garganta.

"Recebi sua carta." Ele não sabia mais o que dizer. E desejou não ter vindo.

"Você não precisava vir." Hope respondeu suavemente. "Não me atrevi a pedir isso. Mas eu queria
ver você. Eu queria ver você... há anos. " Ela fechou os olhos e as lágrimas correram pelo seu rosto
magro.

Ele mordeu a língua. Todos os tipos de coisas sujas e desagradáveis ferviam em sua garganta,
querendo ser faladas. Mas para que serviria? Ela estava claramente morrendo, ele podia sentir o
cheiro nela. Palavras raivosas não fariam diferença. A mulher falou novamente. "Você está em
Hogwarts?"

"Sim", ele acenou com a cabeça. "Último ano."

"Ele ficaria muito satisfeito. Lyall. Seu pai."

Silêncio novamente. Remus não queria olhar para ela por muito tempo. Hope parecia tão triste, tão
fraca e tão doente. "Há algo que você queira me perguntar?"

Remus encolheu os ombros. Isso era mais horrível do que ele poderia ter imaginado. Ela riu,
suavemente.

"Você não vai ferir meus sentimentos, sabe. Esta pode ser sua única chance.”

Ela engoliu em seco, quando ele ainda não falou. "Tudo bem então, vou apenas dizer a você. Sinto
muito pelo que fiz. Eu não estou orgulhosa. Eu amava seu pai mais do que ... bem, eu o amava
com todo o meu coração. Ele era tudo para mim, gostaria que você o tivesse conhecido. Quando
você se machucou e ele morreu ... Eu simplesmente não sabia o que fazer. Eu era tão jovem, estava
sozinha. Fazia anos que eu não via minha própria família e nem conhecia os vizinhos porque Lyall
disse que precisávamos manter as coisas em segredo. ”

Ela era galesa, Remus reconheceu o sotaque. A maneira como ela falou o nome de seu pai em duas
sílabas suaves - Ly-all. Ele se sentiu estúpido por não perceber, visto que eles estavam em Cardiff,
mas ainda assim. Ninguém nunca lhe disse que ela era galesa. Ele supôs que não era uma
informação pertinente para ninguém além dele.

"Olha", disse ele, "está tudo bem, você não precisa explicar."

"Eu pensei em você", Hope falou, desesperadamente, "Todos os dias. Meu menino, meu pobre
menino.”

"Não faça isso." Remus pediu, sentindo-se desconfortável - assustado, até. “Está tudo bem, por
favor, não...”

Ele se sentou na cadeira de hospital de encosto rígido ao lado dela. Não estendeu a mão para Hope,
parecia demais.

“Eu pensei que seria o melhor a se fazer”, ela chorou, as lágrimas escorrendo pelo travesseiro em
que ela estava deitada, “Eu não poderia ter cuidado de você, você era tão forte, mesmo quando era
tão pequeno. Eu tive que trancar você, você estava com tanto medo e estava chorando por mim e
eu não pude entrar... "
Ele sentiu como se um pesado bloco de gelo tivesse se acomodado na boca do estômago. Só queria
que ela parasse de falar, não queria ouvir isso.

"Você fez a coisa certa." Disse “Você fez. Você fez tudo que podia, eu nunca culpei você. "

Isso era verdade. Ele culpou seu pai uma ou outra vez em sua cabeça, o odiou ferozmente por anos.
Porém, de alguma forma, sentiu mais simpatia por sua mãe, uma trouxa que foi deixada para
morrer pela morte de Lyall tanto quanto ele.

"Ainda... acontece?" Ela perguntou, com os olhos arregalados. Eles eram do mesmo marrom
esverdeado que os seus. Ele assentiu.

“Não é tão ruim”, Mentiu, “Eu tenho ajuda. É mais seguro.”

Ela parecia aliviada, o que o deixou feliz.

“E a escola? Aposto que você é tão inteligente quanto seu pai! "

“Eu gosto da escola”, respondeu, “me saio muito bem”. Não tinha certeza do que mais poderia
dizer sobre isso, "Eu er ... eu tenho a varinha dele. Lyall. ”

Hope sorriu, sua pele, uma fina camada de papel branco se esticando sobre seu rosto oco, como
uma caveira.

“E você ... tem alguém? Em sua vida, cuidando de você?”

“Eu ...” Ele pensou em Lily e James, e em Peter e Grant, e em Madame Pomfrey, e em Mary e
Marlene, e até na Professora McGonagall. E Sirius. "Sim. Eu tenho amigos."

Remus olhou para a vitrola na mesinha de cabeceira e a pequena pilha de discos na cadeira. The
Beatles, Cliff Richard, The Kinks. "São seus?" Ele perguntou, genuinamente curioso pela primeira
vez.

“Ah sim,” ela acenou com a cabeça, “Eu amo um pouco de dança, eu amo. Lyall era um leitor, mas
estou mais feliz com uma boa música pop. Ele costumava me provocar. ”

Seu sotaque era adorável, doce, amigável por completo. Ele estava feliz por ela não ser chique,
esperava que não parecesse muito comum para ela.

"Eu também gosto de música." Disse suavemente. Não conseguia levantar a voz, mas ela não se
importou. "David Bowie, principalmente."

“Você deve ter herdado isso de mim”, Hope disse, sonolenta, ainda sorrindo. “Meu menino
saltitante. Eu costumava colocá-lo no tapete enquanto fazia o trabalho doméstico, tocava meus
discos e você pulava e se contorcia como se estivesse dançando. Love Me Do estava tocando no
rádio quando você deu seus primeiros passos.”

Ela começou a chorar enquanto dizia, seus olhos marejados.

“Acho que me lembro”, disse ele, rapidamente - era mentira, mas a deixaria feliz. Ele não queria
que ela ficasse tão triste, não por ele. Sem pensar, ele estendeu a mão para a dela, gentilmente,
como se Hope fosse se despedaçar. Era uma mão muito pequena - ela era uma mulher muito
pequena. “Eu amo os Beatles”, disse ele, “sempre amei”.

Ela sorriu. Mesmo com as bochechas encovadas e os olhos escuros de sua doença, ela tinha um
sorriso adorável. Hope apertou a mão de seu filho e sorriu para ele, e eles se sentiram confortáveis
assim por algum tempo. Remus sentiu a agitação de algo dentro de si - algo quente, antigo e
familiar.

Eventualmente, ele se ofereceu para colocar uma música.

"Ah, está quebrado." A mulher respondeu.

"Mesmo? Deixe-me ver...” Remus procurou sua varinha no bolso e deu uma batidinha na caixa
preta de madeira. Ele fez isso sem soltar a mão dela, e Hope fez um pequeno som de alegria e
orgulho ao vê-lo usar magia.

O disco começou a girar, e o som que saiu era claro e adorável. Foi um disco da Fairport
Convention; Remus nunca se preocupou muito com eles antes; muito hippie para seu gosto. Mas
ela sorriu quando a voz de cotovia de Sandy Denny começou a preencher a sala. Então ele escutou.

Across the evening sky, all the birds are leaving

But how can they know it's time for them to go?

Before the winter fire, I will still be dreaming.

I have no thought of time.

For who knows where the time goes?

Who knows where the time goes?

'Who knows where the time goes' by Sandy Denny.

Os dois ficaram sentados ouvindo a música em silêncio, e Remus viu que ele havia herdado um
pouco da timidez dela, talvez. Hope nunca mantinha contato visual por muito tempo e nunca o
obrigava a falar. Remus tinha a sensação de que eles podiam ficar sentados em um silêncio
satisfeito por horas e se entender tão bem como se não tivessem feito nada além de conversar.

Em pouco tempo, a enfermeira voltou. Já passava do horário de visitas, disse ela, e a


superintendente cuidaria de tudo a partir de agora. Remus não queria ir e Hope não queria que ele
fosse.

"Você vai voltar?" Ela implorou, ficando chorosa novamente.

"Eu vou." Prometeu. "Assim que puder, eu virei."

Ela levou a mão dele aos lábios. Ela estava muito fraca, mas ele deixou. Hope beijou suas
cicatrizes nos nós dos dedos.

"Eu te amo, meu querido."

Algo dentro dele quebrou quando percebeu que não poderia dizer de volta. Não sabia como dizer
isso com sinceridade.

"Vejo você em breve." Ele prometeu novamente, esperando que ela não se importasse muito.
Remus saiu do quarto atordoado e foi um milagre ter conseguido sair do hospital. Deve ter
demorado o dobro do tempo que ele levou para entrar.

Lá fora, havia escurecido. Lily estava sentada em um banco, com um grande cachorro preto ao seu
lado. Ela se levantou, a luz da rua atrás de si iluminando seu cabelo, parecendo incendiá-lo; uma
luz de halogênio.

"Tudo bem, Moony?" Ela perguntou, seus olhos sérios.

Ele encolheu os ombros, sem palavras. Instantaneamente, Lily deu um passo à frente e passou os
braços em volta de sua cintura, colocando a cabeça contra seu peito e apertando. Remus passou os
braços em volta dela, agradecido, e a abraçou de volta, curvando a cabeça para inalar o adorável
cheiro de casca de maçã. Ele estava chorando, e Sirius estava bem ali, mas não se importou, ele
apenas deixou Lily continuar apertando-o, sentindo como se ela estivesse mantendo todas as suas
partes juntas. Podia ouvir Padfoot se lamuriando e ofegando. Finalmente, Remus se afastou,
esfregando os olhos.

"Desculpe", disse ele, timidamente.

"Não seja estúpido", ela apertou o braço dele, seus próprios olhos verde-mar brilhando. “Quer ir
para casa?”

"Na verdade," Remus fungou, "Eu quero ficar muito, muito bêbado."

Padfoot latiu.
Capítulo 138.2: Hope
Chapter Summary

extra da Hope

Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

While I’m far away from you, my baby.

I know it’s hard for you, my baby.

Because it’s hard for me my baby.

And the darkest hour is just before dawn.

- ‘Dedicated to the one I love’, The Mamas and the Papas.

"Você nunca foi uma garota muito inteligente, Hope."

"Não, mãe." Hope olhou para sua xícara de chá. Sem leite, apenas uma fatia de limão, servido em
uma xícara de chá adequada com um pires que tinha um design de folha de rosa combinando. Ela
deveria ter recebido um conjunto de porcelana semelhante quando se casou, mas Lyall não queria
trouxas na recepção.

Sua mãe resmungou alto.

“Eu sempre disse que ele não era bom. Homens assim - sem família, sem igreja. E você nunca
explicou exatamente com o que ele trabalhava.”

“Ele trabalhava no governo local.” Hope respondeu. Ela colocou a xícara de chá na mesinha de
canto da sala de estar de sua mãe.

"Gabinete?" Sua mãe perguntou, animando-se um pouco, "Bem, isso é alguma coisa. Ele não
deixou nenhuma pensão? Nada mesmo?"

"Só um pouquinho. Mas eu quero guardar para Remus. "


Sua mãe resmungou novamente. Ela achava que era um nome bobo. Hope havia tentado se
comprometer, e deu ao filho o nome de seu pai também - mas Remus John soava ainda pior, de
acordo com sua mãe.

A Sra. Jenkins preferia fingir que o filho de Hope não existia, mesmo quando ele estava dormindo
no quarto do andar de cima. Hope queria ir ver como ele estava - dar-lhe um abraço - mas não se
atreveu a levantar-se; sua mãe diria que estava o mimando demais e Hope não queria discutir. Ele
estava dormindo muito – o que provavelmente era normal para crianças de cinco anos.

Porém, Remus não era um menino normal de cinco anos, não mais.

Uma dor atingiu Hope no fundo de seu peito; seu coração parecia estar sendo partido. Ela abaixou a
cabeça, deixando o cabelo cair para a frente, fechou os olhos e deixou as lágrimas correrem por
seus cílios. Fungou. Eu preciso de você, Lyall. Como você pôde fazer isto comigo?

“E o que você planeja fazer em relação a dinheiro? Eu não posso te bancar, não na minha idade.”

“Achei que poderia voltar para a Central.” Hope disse, quase um sussurro. “Gethin disse quando eu
saí que eu poderia voltar se quisesse. Eles sempre precisam de operadores.”

"Ele sempre teve um fraco por você, se me bem lembro." Disse sua mãe. Ela parecia pensativa; não
estava realmente falando com Hope agora, estava planejando. Hope estava bastante familiarizada
com o modo como a mente de sua mãe funcionava, sempre maquinando, organizando e suavizando
as coisas. Fazendo correções. Os últimos seis anos foram um erro - que logo seria corrigido.

Isso não era nada novo para Hope; outras pessoas tomaram decisões por ela durante toda a sua
vida. Primeiro sua mãe, que a aconselhou a deixar a escola mais cedo e conseguir um emprego na
Central Telefônica. Depois, Lyall, a quem havia decidido seguir para dentro de um mundo
completamente diferente. Agora ele se foi, e ela estava de volta à sua mãe. Você nunca foi uma
garota muito inteligente.

Ela nem mesmo foi questionada sobre o funeral. Tudo havia sido resolvido por seu povo -
homenzinhos estranhos em mantos que podiam arrumar qualquer coisa com um aceno de suas
varinhas. Eles foram muito gentis com Hope, mas a trataram como uma criança - uma
particularmente estúpida. Um deles pegou todas as coisas de Lyall - seus livros e sua varinha. Ela
foi autorizada a ficar com a casa, mas lhe aconselharam a pôr à venda.

“É realmente a casa de um bruxo, Sra. Lupin,” eles sorriram levemente, “Não é adequada para
habitação trouxa. Claro, você pode tentar...”

Mas não. Os feitiços que Lyall colocara não a deixavam mais entrar e, de qualquer maneira, ela
precisava do dinheiro. Os bruxos tinham um vago interesse em Remus, embora ela tivesse feito o
possível para mantê-lo escondido - Lyall colocara nela o medo de Deus em relação a isso. Se
alguém suspeitasse do que tinha acontecido com seu filho, eles o levariam embora e o trancariam.

"Ele mostrou alguma habilidade mágica?" Um homem alto e quieto perguntou. Ele tinha uma longa
barba branca e olhos azuis penetrantes, e Hope tinha pavor dele.

Ela acenou com a cabeça.

"Ele faz todos os pratos do jantar flutuarem, às vezes." Ela confirmou.

(Ela não mencionou mais nada que Remus tinha feito. Que a primeira vez que a transformação
ocorreu; a primeira vez que o pobre bebê dela foi virado do avesso por aquela maldição terrível, ele
ficou tão apavorado que fez a porta desaparecer, e Lyall teve de barricá-lo com a cristaleira da sala
de jantar no final. Talvez essa tenha sido a gota d'água, para Lyall.)

"Isso é muito bom," o velho sorriu, "Ele receberá sua carta de Hogwarts após seu décimo primeiro
aniversário."

Ela não sabia o que dizer sobre isso, mas tentou parecer satisfeita. Hope esperava que Remus fosse
como seu pai - melhor do que ser como ela, de qualquer maneira - mas não conseguia ver como ele
entraria em uma escola exclusiva como aquela, não mais.

"Hope, você está me ouvindo?" Sua mãe explodiu. Hope piscou e ergueu os olhos.

"Desculpe, mãe."

“Eu estava perguntando sobre o menino. Você disse que tinha feito arranjos? "

“Oh. Sim."

O velho que perguntou sobre Remus a ajudou com isso também. Ele foi gentil a respeito. Disse que
dependia inteiramente dela, mas que conhecia alguém, se ela precisasse de ajuda. Alguém que seria
discreto. Ele a colocou em contato com uma mulher chamada Sra. Orwell, que dirigia uma casa
para meninos. Era em Essex, mas talvez Remus se saísse melhor se crescesse na Inglaterra - não era
como se houvesse mais oportunidades no País de Gales. Hope sabia como era difícil se sentir como
um forasteiro, e Remus já teria o suficiente disso.

"Vou levar ele amanhã." Hope disse a sua mãe. "Vamos pegar o trem."

"Quer que eu vá com você, meu bem?" Sua mãe amoleceu. Ela sempre fazia isso, quando Hope
estava sendo obediente.

Hope abanou a cabeça. As lágrimas escorreram por suas bochechas, mas ela mal percebeu. Era
difícil acreditar que ainda não tinha murchado como uma passa, com todas as lágrimas derramadas
ultimamente. A mãe dela se levantou e veio se sentar no braço do sofá. Ela colocou um braço em
volta de Hope e apertou-a suavemente.

“Tudo bem, meu amor. É a coisa certa. A melhor coisa. Você ainda é jovem, vai se
recuperar. Espere um ano ou mais e será como se nada disso tivesse acontecido, eu prometo a você.
"

Hope enxugou os olhos e se levantou, afastando-se da mãe.

"Vou ver como ele está."

“Não sei se isso é uma boa ideia ...”

“Vou dar uma olhada no meu filho, mãe.”

Ela subiu as escadas estreitas lentamente. Tapete marrom, papel de parede marrom. Tudo parecia
tão mundano, depois de Lyall. Ela se sentia como Judy Garland no final do Mágico de Oz - o
furacão havia passado e o mundo voltou a ser preto e branco. Hope nunca tinha entendido por que
Dorothy estava tão feliz por estar em casa. Quem não escolheria a cor?

No topo do pequeno patamar escuro, Hope foi presenteada com três portas fechadas. O quarto dos
pais, o banheiro e seu quarto de infância. Seu quarto atual, na verdade, até que economizasse o
suficiente para se mudar. Ela pensou no dinheiro de Lyall novamente. Não. Isso não era dela.
Ela abriu a porta lentamente. Não rangeu, mas o carpete sempre ficava preso e fazia um barulho
desagradável quando você o empurrava. Lá dentro, as finas cortinas amarelas estavam fechadas,
mergulhando tudo em um brilho amanteigado caloroso.

Seu vestido preto do funeral estava pendurado na porta do guarda-roupa. Ela o comprou
especialmente para a ocasião, porque nunca teve nada preto antes, custou uma fortuna. Todos eles
usavam túnicas, os amigos de Lyall, e ela havia se sentido estranha.

Era tão estranho estar de volta a este quarto; tudo parecia tão pequeno e antigo, embora na verdade
só tivesse se passado seis anos desde a última vez que ela dormiu aqui. Tudo ainda estava no
lugar. Sua pequena penteadeira de vime pintada de branco, que provavelmente ainda tinha um
maço de cigarros escondido em uma das gavetas de baixo, junto com os batons e sombras pelos
quais ela e o pai haviam brigado quando ela tinha quinze anos. Um pôster dos The Monkees na
parede acima da cama, ao lado de uma impressão de Arthur Rackham.

O mais estranho de tudo era o menino aninhado na colcha lilás. Ainda dormindo, ele era todos
cachos dourados e bochechas rechonchudas e pequenos bracinhos gordos. Seu coração deu um
salto, como acontecia desde o primeiro momento em que ela o segurou em seus braços. Seu filho.

Ela sentou-se cuidadosamente na cama e deitou-se ao lado dele. Ele se mexeu um pouco, bocejou e
se espreguiçou. Ela roçou os dedos levemente contra sua bochecha; ela amava aquela pele de bebê
perfeita, tão macia e sem manchas. Exceto que estava manchada, agora. Um pequeno arranhão logo
abaixo da mandíbula – que poderia ser considerado apenas um arranhão casual. Crianças estavam
sempre esbarrando nas coisas, caindo. Mas não seu Remus. Ele era um menino tão
cuidadoso; observava a tudo.

Ela enrolou o corpo ao redor dele, virando as costas para o resto do quarto. Quando Remus nasceu,
ela não conseguiu sair da cama por dias, mas ele era um bebezinho tão pacífico, os dois ficaram
deitados assim, fazendo companhia um ao outro. Lyall chegaria do trabalho e viria se juntar a
eles. Ele envolveria seus próprios longos membros em torno de Hope, e ela envolveria Remus, e
fecharia os olhos e se sentiria tão segura e tão feliz.

Se ao menos Lyall estivesse aqui agora. Era o toque dele que ela mais sentia falta. Ele era tão alto,
mesmo quando Hope usava seus saltos mais compridos, ele conseguia descansar o queixo no topo
de sua cabeça. As lágrimas arderam em seus olhos e ela colocou a mão suavemente no peito de
Remus, sentindo o constante subir e descer.

Às vezes, nas tardes em que a pequena família ficava deitada na cama, Lyall cantava uma velha
canção de ninar para Remus. Hope nunca a tinha ouvido antes, mas adorava a maneira como ele a
cantava; era a única vez que você podia ouvir o sotaque escocês suave em sua voz. Ela cantarolou
alguns versos agora, perguntando se Remus lembraria que seu pai cantava para ele, e apenas para
ele.

Baloo, my boy, lie still and sleep

It grieves me sore to hear thee weep

If thou'lt be silent I'll be glad

Thy moaning makes my heart full sad.

Baloo, my boy, thy mother's joy

Thy father bred me great annoy


Baloo, baloo, baloo, baloo

Baloo, baloo, lu-li-li-lu.

- Lady Anne Bothwell’s Lament ou Baloo my boy

Oh, Lyall Lupin, seu bastardo. Era um fardo impossível odiar alguém que você não conseguia
deixar de amar. Como ele poderia colocá-la nesta posição? Ele deve ter sabido que ela não poderia
fazer isso sozinha. Ela não era mágica, como ele. Ela não era forte. E ela nunca foi uma garota
muito inteligente.

Ela estava chorando de novo, mas Hope aprendera a chorar sem fazer barulho. Talvez isso fosse
ser mãe, embora não se achasse merecedora desse título. Ela puxou o corpinho quente de seu filho
para perto do dela, sem se importar caso o acordasse. Podia sentir seu pequeno coração batendo
contra o dela.

Lembre-se disso, ela implorou silenciosamente. Eu te amo, eu te amo, eu te amo.


Capítulo 139: Sétimo ano: Bêbados
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


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responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

Better get yourself together darling

Join the human race

How in the world you gonna see

Laughing at fools like me

Who on earth d'you think you are

A superstar?

Well, right you are

Well we all shine on

Like the moon and the stars and the sun

Well we all shine on

Ev'ryone come on

'Instant Karma' by John Lennon.

"Certo. Para o pub, então?” Lily disse, como se estivesse em uma reunião de negócios. “Acho
melhor voltarmos para Hogsmeade, vocês não? Não imagino como nos sairíamos aparatando de
volta para a Escócia bêbados... "

"Sim, bom plano," Remus acenou com a cabeça, enxugando o nariz na manga, ainda fungando. "...
onde está James?"

“Bem, nós percebemos que ficaria muito suspeito se o monitor e a monitora-chefe tivessem
desaparecido,” A ruiva riu. “Então ele voltou para nos encobrir. Ele hum ... ele enviou Sirius. Nós
dois pensamos... ”

"Tudo bem." Remus acenou com a cabeça e finalmente se virou para se dirigir ao cachorro,
esperando pacientemente. "Sirius?"

Ele se transformou de volta imediatamente e ficou em pé, sem jeito, esfregando um braço com o
outro.

"Olá, Moony." Disse suavemente.

"Oi." Remus acenou de volta, de repente muito tímido.

"Ah, Remus, esqueci!" Lily quebrou a tensa atmosfera. Ela o entregou uma pequena caixa de
papelão quadrada. Um maço de cigarros Silk Cut. "Ideia de James" a ruiva encolheu os ombros.

“Me salvou, obrigado!” O garoto o aceitou com gratidão.

“É melhor eu entrar em contato com ele, na verdade,” Evans continuou, olhando para os dois,
“Black, me dê o espelho? Eu o direi onde nos encontrar. "

Sirius entregou a ela e Evans sorriu, se afastando um pouco logo em seguida – e então, ela estava
longe o suficiente para não conseguir ouvi-los.

Remus se sentou no banco, abrindo a caixa de cigarros com os dentes e puxando um para fora. Ele
o ergueu para Sirius.

“Acende para mim? Estou tão nervoso que provavelmente explodiria na minha cara se eu tentasse."

Sirius estalou os dedos e o cilindro acendeu. Remus tragou apreciativamente. Black se sentou ao
seu lado.

"Moony, eu sou..."

"Sirius--"

Os dois tentaram falar ao mesmo tempo, depois sorriram timidamente um para o outro.

"Sirius." Remus disse "Me desculpe. Eu fui um idiota.”

"Você foi." O moreno acenou com a cabeça, pegando um cigarro para si. "Mas você não estava
completamente errado."

"Nem você." Suspirou. "Não sei o que há de errado comigo."

"Não há nada de errado com você, Remus." Sirius tocou seu joelho gentilmente, olhando-o nos
olhos. Ele estava com roupas trouxas, o que era uma boa mudança, Remus pensou. Jeans pretos e
sua jaqueta de couro preta. Lupin sorriu.

"Você está muito bonito."

“Me conte algo novo.” Black mostrou a língua, mas tornou-se solene de novo, "Não pude acreditar
quando Prongs me contou sobre a carta. Eu me senti uma merda por ter gritado com você, só
queria ter certeza de que você estava bem, então ele disse que você tinha ido... "

"Desculpe," Remus respondeu. "Eu só tinha que vir aqui imediatamente, nem pensei."
"Eu também teria feito o mesmo." Sirius admitiu. "Embora, na verdade, eu não sei se eu iria
exatamente correr para o lado da cama da minha mãe."

Remus riu sem entusiasmo, e os dois ficaram em silêncio por um tempo, pensando em suas mães.

"Como ela é?" O moreno perguntou, finalmente.

Lupin considerou com cuidado antes de responder. Ele tentou se lembrar da voz dela, dos olhos
dela, da sensação da sua mão na dela.

"Ela é legal." Disse. "Eu acho que gosto dela."

"Tudo bem, vocês dois, prontos?" Lily voltou, obviamente após ter julgado que eles já haviam
feito as pazes apropriadamente.

"Sim", os dois responderam sorrindo.

***

Eles acabaram no Três Vassouras, todos os cinco - James trouxera Peter do castelo com ele. Com
três whiskies de fogo, Remus já se sentia agradavelmente aquecido e solto, sorrindo estupidamente
enquanto seus amigos faziam um barulho.

Ninguém lhe fez perguntas, o que foi perfeito; eles apenas beberam, riram e conversaram como
adolescentes de verdade pela primeira vez.

“Este mapa é uma das melhores magias que já vi.” Lily ficou maravilhada, depois de estuda-lo por
algum tempo. “E vocês só usam para pegadinhas?!”

“Para o que mais usaríamos?” Sirius ergueu uma sobrancelha.

"Vocês até colocaram as escadas que se movem!" Lily exclamou, claramente encantada.

"Essa parte foi ideia minha." Remus disse, ansioso.

"É tudo seu" Black disse, "A coisa toda foi ideia sua, Sr. Moony."

"Sim, mas vocês ajudaram muito..."

“O que vão fazer com isso no final do ano?” Perguntou Lily.

Os quatro meninos se entreolharam com uma nota de tristeza. O mapa não seria mais útil para eles,
se não estivessem em Hogwarts. Moony, Wormtail, Padfoot e Prongs não seriam mais os principais
criadores de travessuras de Hogwarts. James encolheu os ombros.

"Passar adiante, suponho? Talvez para alguém da cooperativa. ”

Remus odiou essa ideia e terminou sua quarta bebida.

“Rosmerta!” Sirius gritou, levantando a mão, "Outra rodada, querida?"


“Já levo aí, meu amor ...” ela gritou de volta.

"Flerte." Remus o cutucou por baixo da mesa.

"Estou tentando deixar você bêbado." O moreno respondeu piedosamente, "Conforme solicitado."

"Eu já estou bêbada," Lily balbuciou, piscando com força. “Não sei como vou voltar andando para
a escola...”

"Eu carrego você." James disse corajosamente, embora ele próprio estivesse claramente
começando a ficar um pouco vacilante.

"Eu não quero que isso acabe." Peter disse, taciturno.

"Calma Wormy, não vamos voltar ainda." Sirius falou quando Rosmerta apareceu com uma
bandeja de bebidas. Remus agarrou outro whisky de fogo e tomou tudo em um gole. Ele gostava da
queimação; parecia que estava funcionando.

"Eu não quis dizer esta noite." Peter disse, batendo desajeitadamente com o punho rechonchudo na
mesa "Quero dizer, escola, quero dizer tudo."

“A escola não é tudo.” Lily lhe deu um tapinha gentil.

"Não." Ele suspirou, "Mas tudo vai mudar, não é? Não nos veremos o tempo todo, todos teremos
empregos.”

“Fale por si mesmo,” Sirius riu, “Alguns de nós são independentemente ricos. De qualquer forma, é
claro que nos veremos todos os dias, idiota, vamos todos morar juntos! "

Lily e James se entreolharam, repentinamente sóbrios. Os olhos de Black se estreitaram, "O quê?"

“Cara,” James disse, sem jeito, “Er. Lily e eu temos conversado sobre... talvez conseguir um
apartamento juntos, depois do verão. "

"Sim," Sirius acenou com a cabeça, "Todos nós vamos e..."

"Padfoot," Remus tocou seu joelho, "Ele está se referindo apenas aos dois."

"O que? Por que?!"

“Não vamos falar sobre isso agora!” Lily disse apressadamente "Nada está decidido!"

Mas todos podiam ver que já estava.

"E quanto a essa pegadinha, então?" James perguntou, ainda olhando para Sirius, "O que vamos
fazer se ninguém tiver nenhuma ideia boa?"

"Nós vamos" Remus disse, "Ainda temos tempo. Sou só eu ou a ideia de uma levitação em massa
está começando a soar bem?”

"Ah bom, você está bêbado." Sirius sorriu, “Como diabos vamos levitar duzentos alunos? E por
que nós faríamos isso?”

"Seria engraçado." Lupin encolheu os ombros e deu uma risadinha. Naquele momento, tudo parecia
que seria engraçado.
"Há pessoas o suficiente", disse James, "Se todos se concentrassem, poderíamos facilmente levitar
todos eles."

“E fazer o que com eles?! Pegadinhas práticas precisam de um elemento prático!” Black insistiu.
Todos os outros começaram a rir dele, então o moreno apenas balançou a cabeça com desdém e
tomou um gole de sua cerveja amanteigada.

"Você não está bebendo?" Remus notou de repente.

"Er... não." Sirius olhou para baixo, constrangido. “Achei melhor alguém continuar responsável o
suficiente para fazer vocês voltarem para o castelo por inteiro.”

“Ahhh,” Lily sorriu estupidamente, “Você se importa, Black! Você é todo doce e sensível no
fundo, não é? "

“Só não quero que ninguém seja expulso antes que possamos fazer essa pegadinha decolar!”

"Decolar! Então você concorda com a ideia da levitação!” James gargalhou.

"Ah, pelo amor de Deus ..." Sirius revirou os olhos. "Eu estou indo ao banheiro." Ele se levantou e
os deixou rindo.

Remus aproveitou a oportunidade para sair e fumar um cigarro. Ele poderia ter fumado dentro do
pub, talvez Lily e James poderiam até deixá-lo, mas queria um minuto para si mesmo. Lá fora
estava bom e fresco, o ar parecia limpo. Ele acendeu o cigarro e começou a tragar, envolvendo os
braços ao redor do corpo para se proteger do frio. Remus estava muito bêbado. Ele precisou se
encostar na parede apenas para permanecer de pé. Foi agradável; não precisava se preocupar com
nada se estivesse bêbado. Ninguém esperava que ele o fizesse.

Ele inclinou a cabeça para trás contra a parede, avistando a lua crescente pálida brilhando através
das nuvens. Pensou em Livia, como sempre fazia quando via a lua. E Castor. Pensou sobre o aviso
deles, e como tudo havia sido em vão no final. Por que isso? Sua mente confusa devido ao whisky
atingiu algo - algo que ele não tinha pensado antes. Mas assim que apareceu, sumiu novamente.
Remus balançou a cabeça, confuso.

"Tudo bem?" Sirius saiu e se juntou a ele.

"Mmm." Acenou com a cabeça, sorrindo amplamente.

"Bêbado" O moreno sorriu.

“Ei!” Remus respondeu, brincando, “Eu posso segurar minha bebida, muuuito obrigada. Ao
contrário de alguns.”

"Ah, é?" Black brincou, encostando-se na parede também. Ele pegou a mão de Remus e entrelaçou
seus dedos.

“Sim” Lupin assentiu enfaticamente, “Lembra do meu aniversário de quinze anos? Você e Pete
ficaram tão fodidos, você vomitou no túnel.”

"Godric, como eu poderia esquecer," Sirius riu. "Horrível."

"Nahh," Remus suspirou feliz, apertando os dedos dele. "Foi bom. Você adormeceu no meu ombro
e me disse que eu era magia.”
"Eu disse?"

"Você disse."

“Isso soa bem. Eu devia estar muito bêbado.” Ele riu, "Não que eu não ache que você não seja
magia, Moony."

No entanto, a mente de Remus estava vagando. Seu cigarro havia apagado e ele o largou.

“Gostaria de poder dizer coisas assim.

"Como o quê?" Sirius franziu a testa.

"Coisas legais."

"Você diz muitas coisas legais, Moony."

Remus balançou a cabeça, franzindo a testa. Não seria nada bom.

"Preciso de outra bebida."

“Ok, vamos lá então...”

Lá dentro, Peter estava meio adormecido, apoiado em seu cotovelo, e Lily estava sentada no colo
de James. Ela parecia estar tentando localizar as amígdalas dele com a língua.

"Puta merda." Sirius reclamou, "Dá um tempo, vocês dois."

Remus deu uma risadinha, terminando o resto de seu uísque. Isso era melhor.

"Fale à vontade!" Lily mostrou sua língua rosa para ele. "Marlene me disse que pegou vocês dois
se agarrando no corredor outra noite!"

"E daí se ela nos pegou?" Siris respondeu afetadamente: "Era algo bastante privado até ela
aparecer."

"Christopher estava lá," Remus falou. Lily riu e apontou para Blak.

“Ha! Exibicionista!"

"Ela está certa." Lupin acenou com a cabeça, bêbado, “Você é. Lembra quando eu era monitor e
costumava achar você com Mary o tempo todo. ”

"Bem, aí era a Mary, você sabe como a Mary é..."

"Remus!" Lily disse, ainda rindo e com o rosto bem rosado agora "Você não vai acreditar no que
Mary me contou sobre você no ano passado!"

"O que?"

"Foi antes de você sair do armário, então pensei que ela tinha inventado, mas ela disse a mim e a
Marlene que você e ela... você sabe ..."

“Fizeram um doce amor heterossexual?” Sirius forneceu, mal sufocando sua própria risada agora.

"Ah!" Remus disse "Sim, na verdade, é verdade.”


"O que?!" Lily olhou para ele com a boca aberta.

"Foi há muito tempo atrás…"

"Ano passado, na verdade." Sirius corrigiu. "Está tudo bem, Lily, ele só fez isso para me deixar
com ciúmes."

"Idiota arrogante." Remus bufou.

Peter começou a roncar. James olhou para ele, então para seu relógio de bolso.

"Acha que é melhor voltarmos?"

***

Remus insistiu em terminar não apenas sua bebida, mas a de todos os outros antes de partirem. Ele
queria estar bem e bêbado, para que caísse direto no sono, sem nenhum dos pensamentos intrusivos
que o atormentava desde o retorno de Marlene. Além disso, embora não fosse contar a Sirius, seu
quadril não doía tanto com todo aquele alcoól em seu sangue.

James foi fiel à sua palavra e carregou Lily em suas costas durante todo o caminho até a Dedos de
mel. Remus olhou para Sirius com uma sobrancelha arqueada. O outro menino riu.

"Se quiser, eu te levito, mas não vou carregar você."

“Quem disse que o romance está morto?” Peter bocejou, esfregando os olhos e arrastando-se ao
lado deles.

No momento em que desciam os degraus para o porão da loja de doces, Remus estava se sentindo
muito menos animado com a coisa toda. Talvez os últimos uísques tenham sido uma má ideia. Sua
cabeça estava começando a latejar dolorosamente e sua visão estava se borrando. Seus membros
pareciam pesados e, à medida que afundavam na escuridão do túnel, ele quase quis se deitar para
dormir ali mesmo.

"Ninguém vai sentir nossa falta," ele murmurou enquanto Sirius o puxava gentilmente, "Amanhã é
final de semana."

"Eu realmente não acho que você ficará feliz acordando aqui, Moony," Sirius o repreendeu
gentilmente. "Confie em mim."

"Eu confio em você." Remus respondeu, sua boca cheia de saliva.

Tudo estava ótimo para Peter. Ele havia se transformado em um rato e se enrolou para dormir no
bolso de Lily.

“Ele é tão bom nisso,” Black se maravilhou, “Eu não consigo me transformar bêbado.”

"Eu consigo!" James disse entusiasmado, e prontamente o fez, para grande susto de Lily.

"Jesus Cristo." ela respirou, "Eu nunca vou me acostumar com isso."

Prongs abaixou sua cabeça com chifres e abaixou um joelho, permitindo que Lily subisse em suas
costas. Ela agarrou o pescoço dele, sorrindo, e gritou quando James começou a galopar pelo túnel.

Remus e Sirius ficaram olhando enquanto eles desapareciam na escuridão.

"Encantador." O moreno bufou.

“Por que você não é um animal mais útil?” Remus resmungou, apoiando-se pesadamente contra
ele.

“Não é como se tivéssemos escolha...”

"Urrgh." Remus gemeu, "Eu vou vomitar."

"Ugh, ali, então ..." Sirius o agarrou pelos ombros e o virou bem a tempo.

Felizmente, Remus não tinha comido muito naquele dia, mas ainda assim, ele se sentia horrível.
Seu estômago se contraiu dolorosamente e ele vomitou até seus olhos se arregalarem, fazendo-o
pensar que fosse engasgar. Seus olhos ardiam com as lágrimas quando ele finalmente se levantou
para respirar. Remus os esfregou rapidamente. Sirius entregou a ele uma taça de água fria.

"Onde você conseguiu isso?" Balbuciou, limpando a boca.

“Eu guardo comigo para as luas cheias,” Sirius deu de ombros, “Feitiço de ausência de peso. Devo
ter deixado no meu bolso. Ei, apenas tome um gole, ou você vai colocar tudo para fora de novo. "

Remus obedeceu, então lavou a boca e cuspiu.

"Desculpe." Ele disse, fracamente "Isso é nojento."

"É apenas vingança pelo seu aniversário de quinze anos" Sirius riu, "Vamos, vamos andando?"

Lupin acenou com a cabeça, uma mão no ombro de Sirius para se manter firme.

"Não devia ter ficado tão bêbado." Murmurou.

"Você merece." Sirius respondeu, despreocupado. “Depois do dia que você teve. Ou a semana que
você teve... ”

"Eu fui um idiota." Remus estava ficando melancólico agora, sentindo pena de si mesmo. Sirius
não iria aceitar nada daquilo.

"Chega disso agora, já conversamos sobre isso."

"Eu sou um idiota."

"Não. Você é adorável." Black insistiu.

"Eu não tenho nenhum sentimento." Remus continuou.

"Do que você está falando, é claro que você tem sentimentos. Olha, estamos quase chegando agora.
Ugh, aqueles bastardos continuaram sem nós. Ei, você acha que Prongs descobriu como se
transformar de volta?"

"Ela me disse que me ama." Remus disse, sua testa no ombro de Sirius, agora.

"O que? Quem? ... oh ... certo ...” Sirius parou para verificar se ele estava bem e tentou ser
reconfortante "Bem, isso é bom, não é? É bom ouvir isso.”

"Eu não disse de volta."

"Oh, Moony, isso era esperado. Não significa que você não tenha sentimentos! Eu sei que você
tem em seu coração que você é um monstro, mas lamento dizer que você não é. "

"Não consegui dizer." Remus insistiu, sua voz abafada. “Eu não acho que consigo dizer isso a
ninguém. Mesmo se eu quiser.”

Sirius ficou muito quieto e completamente imóvel por um tempo. Eles estavam na entrada do túnel
agora, em alguns momentos estariam de volta ao castelo. Black lhe deu um abraço rápido,
acariciando seu cabelo gentilmente. Ele se afastou e segurou sua mão com força.

"Tudo bem, Remus," ele sussurrou, embora estivessem sozinhos. "Tudo bem, porque não é algo
que você diz. É algo que você faz. Certo?"

"Certo." Lupin acenou com a cabeça, choroso e bêbado, mas perplexo de certa forma.

"Bom." Sirius sorriu novamente. "Agora, vamos te levar para a cama, hein?"

"Hm." Remus concordou. Assim que o moreno começou a empurrar a estátua da bruxa corcunda
para o lado, ele tocou seu braço, "Sirius?"

"Sim?"

"Você é magia."
Capítulo 140: Sétimo ano: Ideia brilhante
Chapter Notes

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Sábado, 25 de fevereiro de 1978

Remus achava que nunca havia odiado tanto whisky de fogo como agora. Quando acordou na
manhã seguinte, sua garganta estava em carne viva, seus membros doíam e sua cabeça latejava.
Entre passar por uma noite de lua cheia e ficar de ressaca, ele escolheria a lua cheia sem pensar
duas vezes. Pelo menos depois da lua cheia, todos eram compreensivos.

“Urrrgh.” Outra pessoa gemeu de uma das camas. Ouviu-se barulhos altos de passos quando quem
quer que fosse correu para o banheiro, bateu à porta e começou a vomitar ruidosamente.

"Adorável." Sirius murmurou do travesseiro ao lado de Remus.

"Tudo bem aí, Pete?" Gritou James. Ele foi respondido com um som gorgolejante alarmante de
dentro do banheiro. "Um pouco de café da manhã vai te ajudar", aconselhou.

Remus ouviu os pés de James pousando no chão. Ele começou a assobiar uma melodia alegre. O
maldito Potter perfeito e sua imunidade a ressacas.

O estômago de Remus roncou. Café da manhã parecia ser uma boa ideia, apesar da dor aguda por
trás de seus olhos. Sirius levantou a cabeça com o barulho e sorriu.

"Tudo bem, Moony?"

"Hm." Ele acenou com a cabeça fracamente, “Com sede. Com fome."

"Suponho que não vou conseguir passar o sábado deitado, então ..." O moreno suspirou
dramaticamente. Ele puxou o edredom e as cortinas para sair.

Remus se sentou lentamente.

"Sem pijamas?" Ele resmungou, tateando embaixo do travesseiro.

"Sim, você resistiu um pouco nessa questão," Sirius riu, se espreguiçando e bocejando. “Disse que
você estava muito quente. Você os jogou do outro lado do quarto e eu desisti. "

"Fraco." Respondeu, pulando da cama em sua boxer para procurá-los. Ele teria que usar o banheiro
compartilhado no corredor, não parecia que Peter sairia do deles tão cedo. Seus olhos arderam sob
o forte sol da manhã e ele se curvou, tateando o chão em busca da camisa e da calça do pijama
como um animal confuso.

"Bom dia, rapazes," disse Lily, da cama de James.

"Merda!" Remus saltou, surpreso, e cobriu a virilha com a revista de quadribol mais próxima, então
mergulhou de volta para trás da cortina da cama, "O que diabos você está fazendo aqui?!"

"Eu dormi aqui." Lily respondeu, com um sorriso em sua voz. "Eu não sabia que vocês dois
dividiam a cama."

"Eu não sabia que vocês dois dividiam a cama." Sirius respondeu, indignado. Ele jogou o pijama
para Remus, "Aí está, Moony, fique decente."

Remus iria matar James. O que ele achava que estava fazendo convidando meninas para seu
quarto? Certamente havia uma regra implícita sobre isso?! Nenhum lugar era imaculado?! Ele
vestiu o pijama o mais rápido que pôde por cima da cueca e saiu correndo do quarto.

“Eu não vi nada!” Lily gritou atrás dele, rindo.

Cristo.

***

Ainda bem que era sábado. Eles andaram lentamente para o café da manhã, no final, até Peter
desceu para comer, embora ainda estivesse muito pálido e quieto, apenas sentou-se para beber seu
chá.

Remus, entretanto, encheu seu prato até que não pudesse ver o padrão de porcelana. O café-da-
manhã dos finais de semana eram os melhores; ovos fritos, salsichas cumberland grossas,
cogumelos fritos, bacon, torradas douradas com manteiga, feijão cozido, tomate frito, pudim... ele
iria realmente sentir falta da comida de Hogwarts.

"Por que Remus está tomando o café da manhã da ressaca?" Mary perguntou, servindo-se de um
pouco de suco de laranja. “E onde vocês estavam ontem à tarde?!”

“Acho que você respondeu sua própria pergunta, MacDonald,” Sirius piscou.

"Vocês sempre ficam com toda a diversão." Ela resmungou.

"Não tem nada de diversão." Peter respondeu, com a cabeça entre as mãos “Péssimo. Horrível."

“Coma algo, Wormtail” Remus sugeriu, engolindo tudo que estava em sua boca. "Você se sentirá
melhor."

"Acho que ele está com medo de perder um braço..." Sirius sorriu, enquanto Remus pegava outra
porção de bacon.

"É, essa era a última fatia de torrada, Moony!" James reclamou.

"Ah, pelo amor de Deus, os pratos se reabastecem, não é?" Remus revirou os olhos.
“Sempre me perguntei como isso acontece”, refletiu Mary, observando enquanto o prato de torrada
era magicamente reabastecido.

“Não é tão complicado”, disse Sirius, “Feitiço básico de teletransporte - os elfos domésticos têm
mesas diretamente abaixo de nós nas cozinhas; eles enchem a mesa e, em seguida, transportam a
comida para os pratos correspondentes acima.”

"Mais ou menos como um elevador de mesa mágico." Remus acenou com a cabeça, agora
construindo para si um sanduíche muito complexo.

"Parece complicado para mim." Disse Mary. “Eu sou inútil em teletransporte, tive que refazer meu
teste de aparatação três vezes.”

“É mais fácil com objetos inanimados”, Lupin respondeu, servindo-se de ketchup, “e eles estão
apenas enviando diretamente para cima, então a parte do destino não exige tanto esforço”.

“Eu tentei limpar meu quarto uma vez usando isso” Sirius disse, “Acabei mandando toda a
bagunça para o quarto acima do meu. Exceto que eu não consegui recuperar nada depois, minha
mãe colocou uma fechadura impenetrável no sótão. E eu acidentalmente mandei minha cama, o
que causou um pouco de confusão... ”

James e Remus deram risadinhas. Peter ergueu a cabeça.

"Hm." Ele murmurou.

"O que?" Lily perguntou "Você não vai vomitar de novo, vai?"

"Não, só estava pensando..."

"Merlin!" Black brincou, "Melhor dar a ele uma poção analgésica ..."

Peter o ignorou diligentemente, os olhos focados nos pratos de comida.

“Podemos fazer isso em uma escala maior?” Ele perguntou "A coisa do transporte?"

"Você quer dizer como levar comida da cozinha para o nosso dormitório?" Remus perguntou,
"Acho que não, acho que apenas os elfos domésticos podem fazer isso. Seria ótimo, no entanto.”

"Não," Peter franziu a testa, balançando a cabeça, "Mais parecido com o que Sirius estava dizendo
- com camas, baús e móveis ..."

"Sim, provavelmente," Sirius deu de ombros, "Acho que é assim que tudo acaba indo parar no trem
no final do semestre. Porém, é uma magia um pouco poderosa - demorei meio dia para fazer no
meu quarto. Veja bem, eu tinha quatorze anos... ”

"Temos muitas pessoas, no entanto", disse Pettigrew, agora olhando para James, sorrindo. "Nós
poderíamos fazer isso."

"Peter", James estava começando a sorrir agora também. "Você acabou de ter sua melhor ideia em
sete anos de pegadinhas?"

Peter sorriu de volta para ele, parecendo mais feliz do que Remus o vira em anos.

“Reunião cooperativa de emergência!” James continuou, levantando-se, animado, "Espalhem a


notícia!"
***

O problema de planejar uma pegadinha entre trinta pessoas, em vez de quatro, era pura logística.
Entre os treinos de quadribol, clubes, revisão de NIEM e NOM e disponibilidade de salas,
convocar uma reunião de emergência era quase impossível. Acabou sendo adiada para o domingo,
depois para segunda - então, para a irritação de James - seu horário habitual de quarta-feira.

“Ainda há muito tempo,” Lily o acalmou, “E podemos sempre começar a pesquisar isso agora,
então teremos os feitiços certos prontos para mostrar ao grupo.”

"Acho que sim." James murmurou, arrastando os pés nas lajes enquanto eles voltavam para a sala
comunal.

"Eu tenho algumas bombas de bosta por aí, se você quiser explodir algo por aí hoje..." Sirius jogou
um braço em volta de James.

"Sim!"

"Não consigo ouvir isso ..." Lily cobriu os ouvidos e correu para alcançar Mary.

No corredor da senhora gorda, Remus fez uma pausa.

"Vá em frente, só vou demorar um minuto." Ele parou do lado de fora da porta do escritório da
Professora McGonagall.

Sirius olhou para trás e deu a ele um aceno de compreensão, antes de continuar com James e Peter,
discutindo em voz alta sobre o melhor lugar para plantar as bombas de bosta.

Remus bateu na porta timidamente.

“Entre,” veio uma voz de dentro.

Ele empurrou a porta e colocou a cabeça para dentro nervosamente antes de entrar.

"Olá, professora." Ele disse, se aproximando da mesa dela.

McGonagall estava corrigindo algumas redações, empilhadas ordenadamente a sua frente, uma
pena vermelha batendo suavemente no pergaminho enquanto ela lia. Ela olhou para cima e sorriu
agradavelmente para ele.

“Lupin, que bom ver você. Por favor sente-se."

Ele sentou-se com cuidado, estranhamente lembrando-se da primeira vez que esteve ali, e como ela
parecia alta e assustadora. Realmente havia pensado que iria odiá-la, ela parecia muito com a
Diretora. Agora ele era capaz de olhá-la nos olhos e sorrir de volta como se ela fosse uma amiga de
verdade. "Como posso ajudar?" A mulher perguntou, enquanto a pena vermelha pousava no
tinteiro ao lado dos papéis.

“Eu... eu queria pedir um favor,” disse cuidadosamente. Ele apalpou os bolsos e tirou a carta de sua
mãe e a colocou sobre a mesa, deslizando-a. “No Natal, os Potters me ajudaram a encontrar minha
mãe. Eu escrevi para ela e ela respondeu. Ela está em um hospital trouxa, no País de Gales. Eu
gostaria de ter permissão para ir vê-la. "
McGonagall apenas olhou para a carta brevemente, antes de olhar para ele novamente.

"Claro. Podemos fazer os arranjos assim que você quiser.”

"Mesmo?!" Ele ficou surpreso por ter sido tão fácil.

“Mesmo” ela respondeu, “Sr. Lupin, isto é uma escola, não uma prisão. Os alunos têm permissão
para visitar os membros da família.”

"Ah. Bem, ótimo. Eu pensei que talvez no próximo fim de semana de Hogsmeade? ”

"Certamente", ela abriu um caderno e anotou algo, "Venha me ver na manhã desse dia, e eu
escreverei sua permissão."

"Obrigada."

"Você gostaria que alguém fosse com você?"

"Er... não. Obrigado, mas não." Agora que já havia ido lá uma vez, percebeu que era algo que
precisava fazer sozinho. Não estava ansioso para contar isso para Sirius, mas não havia como
evitar.

"Estou muito feliz por você, Remus," disse McGonagall, sorrindo novamente. “Você sabe que
minha porta está sempre aberta, se você precisar de alguém para conversar. Embora eu saiba que
você não tem falta de amigos. "

“Obrigado,” ele olhou para baixo, envergonhado.

"Como está indo sua revisão, Sr. Lupin?"

"Bem, obrigado." Remus acenou com a cabeça, feliz por estarem falando de um assunto mais fácil.

“Melhor do que bem, pelo que ouvi”, ela continuou, sorrindo, “Todos os seus professores deram
excelentes relatórios sobre suas realizações. Na maioria das aulas, você está tendo um desempenho
bem acima de seus colegas, e ouvi dizer que você não só tem trabalhado duro para si mesmo, mas
para ajudar os outros também?”

“O grupo de estudos é algo colaborativo...” Ele respondeu sem jeito.

"Mesmo assim," Professora McGonagall balançou a cabeça, "Estou orgulhosa de tê-lo em minha
casa, Sr. Lupin."

Ele não sabia o que dizer sobre isso, então apenas olhou para as próprias mãos. "Sr. Lupin," a
chefe da grifinória continuou, "tenho um favor a pedir..."

"Um favor?" Remus ergueu os olhos, surpreso. Como assim!?

"Aham, sim..." McGonagall parecia um pouco envergonhada e se inclinou ligeiramente, "Como


tenho certeza que você sabe, a última partida de quadribol do ano acontecerá em abril, pouco antes
das provas"

"Sim, James colocou a programação em nosso quarto com uma contagem regressiva encantada em
segundos e tudo."

McGonagall sorriu com ternura.


“James tem sido um trunfo absoluto para o time, ele liderou a Grifinória em uma sequência de
vitórias recorde durante seu tempo aqui. A equipe que ele montou é de primeira classe, preparada
para ganhar sua sexta taça em poucos anos ... o que me traz ao meu problema.”

"Er ... você quer minha ajuda com um problema de quadribol?!"

"De fato. Agora, não posso entrar em muitos detalhes, mas lamento dizer que Alexander Gordon,
nosso batedor, estará voltando para casa pelo resto do semestre. Eu direi a Potter na segunda-feira,
é claro, um substituto deve ser encontrado o mais rápido possível, e é por isso que eu queria falar
com você primeiro... ”

"Professora, eu sou péssimo no quadribol!" Disse Remus, suando frio.

McGonagall o encarou com uma carranca por um momento, antes de começar uma risada
(altamente fora do personagem). Ela levou a mão à boca, desculpando-se.

“Meu Deus, Lupin! Não tive a intenção de sugerir... embora eu tenha certeza de que você é muito
capaz em uma vassoura, não era você que eu tinha em mente. "

"Oh!" Ele exalou, seus ombros relaxando. “Oh, bom. Er... então como posso ajudar? "

“Bem,” McGonagall ficou séria mais uma vez. “Nós já temos um bom batedor na Grifinória. Mas,
como você sabe, ele foi expulso da equipe há dois anos.”

"Sirius."

“Agora, eu não desejo tolerar seu comportamento, nem diminuir a enormidade do incidente que
ocorreu em seu quinto ano...”

"Não..." Remus engoliu, encontrando sua boca bastante seca. Ele não gostava de pensar naquilo,
nunca. Como o quadril, era uma dor que às vezes vinha à tona, mas que ele precisava ignorar para
continuar.

“E eu mantenho a punição que ele recebeu”, sua professora continuou, “mas... bem, ele só foi
eliminado da equipe, não foi colocado sob proibição permanente”.

"Certo," Remus acenou com a cabeça, sobriamente. "Então ele pode jogar de novo, se quiser."

"Remus, não vou permitir, a menos que você concorde." McGonagall disse, colocando a mão na
mesa entre eles. "Foi você que Sirius colocou em perigo, e se você sente..."

"Não." Respondeu "Quero dizer, sim, quero dizer... deixe-o voltar ao time."

"Tem certeza?" Ela olhou para ele por cima dos óculos, como se tentasse ler sua expressão.

"Absolutamente!" Remus forçou um sorriso. "Claro. Foi há dois anos.”

McGonagall o observou um pouco mais, então sorriu de volta, visivelmente aliviada. Ele fez a
coisa certa, então. A coisa que ela queria.

“Obrigada, Sr. Lupin,” ela acenou com a cabeça, recostando-se novamente. "Eu direi a Potter a
primeira coisa amanhã."

"Excelente." Remus acenou com a cabeça, levantando-se de seu assento. "Obrigado, professora, até
segunda-feira."
Capítulo 141: Sétimo ano: Star Star
Chapter Notes

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Se quisesse, ele poderia ter contado a James e Sirius imediatamente. Poderia ter bancado o herói,
aproveitado os holofotes e ser a causa da alegria deles. Mas não fez isso. Disse a si mesmo que era
para preservar a privacidade de Alexander Gordon ou respeitar a autoridade de McGonagall.
Porém, a verdade é que ele simplesmente não queria ter nada a ver com isso.

Obviamente queria que Sirius fosse feliz. Obviamente não queria ser um obstáculo para a
felicidade de Sirius. E obviamente ele queria que a grifinória vencesse a sonserina na partida final,
queria que James tivesse seu momento de glória. Não queria ver Sirius punido para sempre por um
erro que cometeu aos dezesseis anos. Não queria que a traição pairasse sobre eles daquele jeito, ou
trazer tudo à tona novamente. E, no entanto, lá estava.

Remus havia perdoado Sirius no banheiro dos Potter há dois anos atrás; havia absolvido um
menino com sangue nas mãos e olhos tristes verdadeiramente arrependido. Fora antes de se
entenderem, antes de tantas outras boas lembranças, de coisas boas que mudaram sua amizade.
Porém, Remus não tinha esquecido como se sentiu. Sirius poderia destruí-lo completamente,
mesmo sem querer. Na verdade, estava ainda mais vulnerável a isso agora do que esteve aos
dezesseis.

Não, Remus disse a si mesmo. Havia uma diferença entre reparação e vingança. Sirius merecia
isso.

Na manhã de segunda-feira, James recebeu uma carta de McGonagall, pedindo para vê-lo antes do
treino de quadribol. Ele saiu correndo sem nem mesmo terminar o café da manhã - nada era mais
importante do que a partida final. Marlene e Yaz começaram a especular sobre o que poderia ser,
Peter e Sirius inclinaram-se sobre a mesa ansiosos para se juntar a elas. Remus apenas esperou,
sentindo-se meio satisfeito e meio algo mais. Quando o café da manhã estava terminando, a voz
abafada de James começou a emanar do espelho bidirecional no bolso do uniforme de Sirius.

“Padfoot! Padfoot! Campo de quadribol! Agora!"

"O que você acha que ele quer?" Sirius coçou a cabeça quando eles se levantaram da mesa.

"Oh, acho que você vai gostar." Remus respondeu enigmaticamente. "Vá em frente, ele parece
animado."

"Você sabe o que é, não é?" Sirius olhou para ele com desconfiança.

"Talvez."
"Você não quer que eu te acompanhe até Trato das Criaturas Mágicas?"

"Eu me viro. Vai! Pressa!"

Remus viu James e Sirius novamente só no almoço, e os dois estavam sorrindo de orelha a orelha.
Potter tinha o cronograma de quadribol definido e estava marcando dias extras de treinamento para
que Black pudesse voltar ao ritmo.

"Você estava certo," Sirius sorriu, praticamente saltando no banco quando Remus chegou, "Eu
realmente gostei."

Remus apenas sorriu de volta. Bastava vê-lo feliz; e se amor era algo que você fazia, esperava que
isso fosse o suficiente.

"Por que você está tão feliz?" Marlene perguntou, sentando-se em frente aos meninos.

"Diga olá para o seu novo batedor," Sirius explodiu.

James riu, assentindo.

"Oh!" Marlene sorriu brilhantemente, “Excelente! Er ... o que aconteceu com Gordon?”

"Foi para casa." James respondeu "Não pude perguntar porque."

“Ah. Bem, de qualquer maneira ", A loira balançou a cabeça," Isso é fantástico, senti falta de ter
você na minha retaguarda. Então, como é que McGonagall deixou? Achei que você tivesse sido
expulso por ter feito algo que ninguém fala sobre...? "

"Ah, sim", acrescentou Mary, mexendo o queijo ralado em sua sopa de alho-poró e batata,
"também me lembro de algo assim, o que você fez?"

Sirius visivelmente hesitou com isso, seus olhos se arregalando.

Remus franziu a testa ligeiramente. Esta era a primeira vez que isso havia ocorrido a ele? Remus
esteve agonizando com as implicações de um evento do qual Sirius mal lembrava?! Porém, mesmo
assim, ele o resgatou.

"Ha, você não pode esperar que Sirius se lembre de cada façanha estúpida que ele faz e que o
coloca em apuros." Respondeu alegremente.

As meninas aceitaram e o almoço continuou, mas Remus podia sentir os olhos de Sirius nele o
tempo todo. Aparentemente, ele havia entendido a situação agora. Bem, pensou, pelo menos só
levou apenas algumas horas. Naquela época, no ano passado, teriam sido meses.

Durante o resto das aulas da tarde, o instinto de Remus era o de ser evasivo; fugir rapidamente após
sua última aula e ficar na biblioteca até o mais tarde que pudesse, então ir direto para a cama sem
falar.

Mas, sério, ele tentou raciocinar consigo mesmo, essa não seria apenas outra maneira de punir
Sirius? Certamente não demonstraria perdão. Não havia se esquecido da recente briga deles e como
o moreno o chamou de 'exaustivo', o que havia ferido bastante seus sentimentos, porque sabia que
era uma verdade dolorosa.

Então. Ele tentaria do jeito de Sirius.

"Quer dar um passeio depois do jantar?" Perguntou casualmente, batendo na caixa de fósforos onde
guardava seus cigarros e - às vezes - algo mais recreativo.

"Sim," Sirius sorriu, surpreso, "Parece bom."

Pudim apareceu na mesa na frente deles. James estava fazendo anotações sobre mecanismos de
teletransportes e continuou pegando os pratos assim que eles esvaziavam, para ver se voltariam a
encher no ar ou pousariam na própria mesa.

"Potter, se você deixar cair uma torta de melado, eu vou te arrebentar..." Lily ameaçou.

***

Foi fácil para eles fugirem naquela noite, e os dois vagaram em direção à torre de astronomia,
porque as noites estavam agradáveis agora que o inverno finalmente estava chegando ao fim e não
haveria ninguém lá para reclamar por estarem fumando.

Eles interromperam um casal do quinto ano desajeitadamente se agarrando nos parapeitos e usaram
o privilégio de serem do sétimo ano para mandá-los embora.

"Honestamente, quando tínhamos a idade deles, nós nunca..." Sirius resmungou em desaprovação.

"Tem certeza que quer terminar isso?" Remus ergueu uma sobrancelha irônico.

Os dois se acomodaram. Remus enrolou suas vestes para usá-las como almofada, e eles se
sentaram de costas para a parede, bolando seus baseados tranquilamente. "Estou muito feliz por
você." Remus começou, após sua primeira tragada. “Sobre o quadribol. Você merece isso."

"Obrigado," Sirius acenou com a cabeça, parecendo aliviado. “Eu realmente... hum. Eu perguntei a
James, e ele disse que McGonagall perguntou a você primeiro se estava tudo bem.”

"Ela perguntou." Concordou, mantendo a voz firme. “Obviamente eu disse que estava tudo bem.
Obviamente."

“Estou muito agradecido. Você não precisava, eu teria entendido."

"Mesmo?" Remus olhou para ele, finalmente.

“Claro,” Sirius disse, seriamente, “Eu mereci a minha punição. Eu merecia ser expulso pelo que
fiz. Ser trancado em Azkaban. Eu escapei fácil, e eu sei disso.”

"Eu nunca quis que você sofresse." Remus respondeu. “Eu te odiei por isso - eu não vou mentir.
Mas eu te perdoei, então não posso continuar guardando rancor. Você cumpriu a sua promessa,
como disse que faria. "

Ele se sentia um pouco atordoado enquanto dizia tudo isso. Não era muito, mas ele sabia que os
dois sentiam o peso das palavras. Sirius sempre tentou entendê-lo mais do que qualquer um.

"Mesmo assim," Black respondeu, colocando uma mão sobre a de Remus, "Se você ainda está com
raiva, tudo bem. Ainda me sinto culpado por isso. Foi a pior coisa que já fiz.”

"Não precisamos falar sobre isso..." Ele se mexeu desconfortavelmente. Realmente não queria falar
sobre isso.
“Eu só queria que você soubesse que ainda me sinto responsável. Eu não culpo ninguém além de
mim - nem mesmo Snivellus. Nem mesmo... nem mesmo ela. "

"Quem?" Remus franziu a testa, perdido.

Ele sentiu a perna de Sirius enrijecer ao lado dele, viu sua mão tremer apenas por um momento.

"Minha mãe." Ele respondeu baixinho. Sua respiração estava superficial, e o moreno falou tão
baixo que Remus teve que esforçar os ouvidos para entender tudo. “Você se lembra do que
aconteceu naquele Natal? Foi quando fui expulso... ”

Remus acenou com a cabeça. Como poderia esquecer? Fora uma das piores noites de sua vida, e
ele já havia tido muitas delas.

Sirius continuou, olhando para os joelhos, encolhendo-se ainda mais contra a parede de pedra.

"Ela já havia feito coisas antes - quero dizer, você sabe sobre isso, os cortes e o silenciamento e
daquela vez em que ela fez meu cabelo sumir. Mas - e eu sei que isso parece estranho - eu nunca
pensei que ela faria... aquilo. Ela ameaçava me expulsar o tempo todo, ameaçava fazer todo tipo de
coisa. Mas até o momento que eles começaram a se aprofundar em Voldemort, eu nunca realmente
acreditei nela.”

Ele fez uma pausa, aparentemente para respirar fundo algumas vezes, então continuou bravamente.
“Sempre foi a coisa mais importante, quando eu estava crescendo, a família. Lealdade à família. Eu
sei que eles baniram Andrômeda, mas minha mãe sabia que eles ainda mantinham contato, ela não
tentou impedir. Então pensei - bem, eles devem estar planejando perdoá-la um dia, traze-la de
volta, porque ela era família. E foi arrogante da minha parte, mas eu realmente nunca pensei que
isso fosse acontecer comigo.”

Ele olhou para Remus timidamente, como se tivesse dito algo idiota e esperasse ser provocado.
Remus não disse nada, apenas agarrou sua mão. Sirius suspirou.

“Mas então aconteceu - e eles já haviam me punido tantas vezes antes que eu pensei que sabia o
que esperar. Mas não naquele dia. Eu nunca tinha ficado tão... tão assustado. " Seus olhos estavam
brilhando agora, e ele estava olhando com raiva para a frente. “Eu odiava, odiava me sentir
daquele jeito e tudo que eu conseguia pensar, deitado na cama dos Potter, era como você ou James
teriam se saído melhor, sido mais corajosos, ou como teriam pensado em uma maneira de revidar.
Eu não revidei, porque... porque eles eram minha família. "

"Sirius ..." Remus tentou soar gentil, mas Sirius balançou a cabeça, enxugando os olhos
rapidamente.

"Não, está tudo bem, não estou dizendo isso para que você sinta pena de mim, não estou dando
desculpas. Não há desculpa. Eu só estou... sei lá, tentando explicar. De qualquer maneira, isso
aconteceu no Natal, e depois eu estava morando na casa dos Potters, então tudo bem para mim, não
estava? Tipo... eu estava seguro e não tinha do que temer. Mas eu ainda sentia que ela poderia me
pegar. Eu tive esses pesadelos, lembrando da maldição. Desculpe, eu sei que parece estúpido.”

“Não parece nada estúpido!”

"Ainda sim. Eu senti que tinha que fazer algo e não era como se eu sempre tivesse as melhores
ideias. Você sabe como eu era – todo arrogante, agindo como um idiota. Eu e James, nós dois
costumávamos incitar um ao outro, não é? E Snape era tão fácil de incomodar, porque ele já é tão
asqueroso e desagradável. Godric, tão desagradável. Ele tentou atacar Mary, e então ele e Reg
tentaram machucar você também, lembra? E ele simplesmente continuava, não importava o que
fizéssemos. E eu só... não é como se Snape fosse a minha mãe ou algo assim - acho que há pelo
menos seis graus de maldade entre eles - mas ele me fez sentir do jeito que ela me fazia sentir.
Como se eu não conseguisse controlar. Eu só queria deixá-lo com medo, fazê-lo sentir isso
também, para que talvez ele parasse. Isso não é uma desculpa e eu sinto muito, Moony. "

Remus não largou a mão de Sirius. Algo estranho estava acontecendo dentro dele. Algo que
raramente sentia fora da lua cheia. Um desejo feroz e irresistível de proteger o garoto sentado ao
seu lado. Um desejo de ter certeza de que ele nunca mais sentiria medo de novo. Ele puxou Sirius
para si, pegando seu baseado e pressionando seus lábios juntos.

"Está perdoado." Ele disse: "Estou falando sério".

Sirius não falou nada, apenas o olhou, grato e feliz, e Remus pensou que se pudesse engarrafar
aquele olhar, ele nunca mais teria problema em produzir um patrono novamente. "E você pode
culpar sua mãe por isso, se quiser." Disse, se afastando, "Ela certamente parece uma vagabunda."

Sirius bufou de tanto rir e enterrou o rosto no ombro dele.

"Seu incivilizado", ele riu, alegremente. "Eu realmente te..."

“Quem está aqui?!” Mary dobrou a esquina na ponta dos pés. "Oh." Ela suspirou ao vê-los. "Eu
esperava que fossem Marlene e Yaz, estou tentando pegá-las há muito tempo para finalmente
acabar com essa brincadeira de se esconder."

Sirius encostou-se na parede, enxugando os olhos rapidamente.

“Tudo bem, MacDonald,” ele sorriu, apertando os olhos para ela.

"Ohhh, é isso que eu acho que é?" Mary viu o baseado na mão de Remus, "Egoístas!"

***

Sexta-feira, 10 de março de 1978 - Pouco antes da meia-noite.

“Moony! Onde você foi? Eles vão fazer o seu bolo antes que James realmente fique bêbado...”
Sirius gritou escada acima.

Remus sorriu para si mesmo, embriagado. James já estava bêbado demais a essa altura, se
perguntassem a ele. Potter estava pulando em toda a mobília da sala comunal ao som de "Jean
Genie" a meia hora já.

"Sim, só mais um segundo!" Remus gritou de volta.

Ele estava procurando algo para usar como um vaso e finalmente decidiu transfigurar uma velha
bota Wellington que deve ter sido de Peter no primeiro ano. “Aguamente,” ele murmurou, sua
varinha fez um movimento um pouco desleixado por causa da cidra. Ele havia pensado que cidra
seria uma escolha mais inteligente do que uísque, mas parecia tê-lo tornado mais estúpido do que o
normal.
Ele mergulhou o buquê de tulipas no vaso que parecia muito borrachento e sorriu para si mesmo.

"O que você está fazendo?" Sirius entrou. Ele também estava bêbado. O moreno usava um chapéu
lilás de aba larga que havia conseguido em algum lugar e o estava usando em um ângulo elegante.
"Flores?" Ele parecia confuso.

“Er, sim. De um dos lufanos do meu grupo de estudo.”

“Quem está te dando flores?!”

“Miranda O’dell. Quarto ano."

"Mas por que?!"

"Eu pedi a ela," Remus sorriu, curtindo o jogo.

Sirius ergueu as mãos.

“Moony! Estou bêbado demais para seus quebra-cabeças!”

"São para Hope," Ele colocou a língua para fora. "Vou vê-la amanhã, lembra?"

"Oh sim!" Sirius sorriu de novo, olhos praticamente violetas sob a sombra de seu chapéu roxo
ridiculamente lisonjeiro. "Ansioso?"

"Sabe de uma coisa, eu meio que estou? Pelo menos eu não quero vomitar, como da última vez.”

"Progresso!" Black abriu os braços. O volume da música no andar de baixo aumentou alguns
decibéis, quando o som guitarra vibrante recomeçou, e a voz de James pôde ser ouvida
estrondosamente.

“A small Jean Genie snuck off to the city, strung out on lasers and slash-back blazers, ate all your
razors while pulling the waiters… ”

"James realmente gosta dessa música, hein?" Remus sorriu, as mãos nos bolsos, gostando de ficar
longe de tudo um pouco.

“Depois de anos de tentativas, Bowie finalmente conseguiu entrar nele.” Sirius voltou, dando
alguns passos tímidos em direção a Remus, encostando-se na cabeceira da cama daquele jeito
devastadoramente casual. "Você está gostando da sua festa?" Ele inclinou a cabeça para baixo
enquanto perguntava, os olhos grandes e sedutores como os de uma garota.

"Muito," Remus balançou a cabeça, retribuindo o sorriso.

"Alguém convidou Lockhart, o idiota."

"Ah é?"

"Sim, como é que ele é assim, afinal?!"

Remus apenas deu de ombros, os olhos fixos na maneira como Sirius movimentava os quadris
inconscientemente para frente e para trás no ritmo do baixo que reverberava nas tábuas do piso.
Quando saíssem da escola, Remus compraria para ele cem pares de jeans preto, e isso seria tudo o
que permitiria que ele vestisse.

"Quer seu presente?" Sirius perguntou de repente, chamando sua atenção.


"Você já me deu um presente!" Remus protestou. Havia ganhado suprimento de sapos de chocolate
para anos inteiros - embora tivesse certeza de que poderia acabar com eles assim que os exames
terminassem.

"Eu tenho permissão para te dar mais de uma coisa." Black disse, petulantemente.

Ele se afastou da cama, com as pernas abertas, e acenou com as mãos extravagantemente no ar
como um mágico trouxa. Então, com uma reverência dramática, ele tirou o chapéu da cabeça em
um movimento fluido, enfiou a mão dentro e retirou uma pequena coisa de metal.

Black o entregou a Remus, que sentiu o cheiro de ouro maciço. Era uma caixa retangular, apenas
maior que a palma da mão. Possuía o mesmo desenho de videira frondosa de seu relógio de bolso
de ouro, e parecia bom e pesado em sua mão. Ele a abriu para encontrar uma fileira de dezoito
cigarros bem enrolados aninhados dentro. A tampa interna também tinha um desenho,
delicadamente gravado para que as linhas finamente talhadas brilhassem quando refletissem a luz.
Era um céu noturno cintilante, com uma grande lua celestial em um canto e Canis Major destacado
em incrustações de madrepérola.

"Sirius." Remus disse baixinho, o olhando.

"Para que você possa se livrar daquela caixa de fósforos velha e nojenta."

"Obrigado... é lindo."

"Ei, vocês dois, se apressem ou Wormtail vai comer o bolo!" James gritou escada acima, ignorando
as tentativas de Lily de calá-lo.

Remus e Sirius sorriram um para o outro e desceram, de mãos dadas até o último degrau.

A sala comum estava em um estado incrível; quase irreconhecível. Luzes de fadas multicoloridas
penduradas em cada viga, balões flutuando para cima e para baixo como águas-vivas inchadas
esquisitas, as armaduras ocasionalmente soltavam fogos de artifício sem chamas, e havia pessoas
em cada extensão de carpete e garrafas em cada superfície.

“Jean Genie! Lives on his back! Jean Genie! Loves chimney stacks! He’s outrageous, he screams
and he bawls… ”

A maioria dos convidados agora estava pulando pela sala com toda a graça e dignidade de crianças
em pula-pula, liderados por James, Peter, Lily e Mary, que estavam pulando com mais vigor.
James parou ao ver Remus e ergueu os braços comemorando.

"Moonyyyyy!"

"Bolo!" Peter começou a entoar "Bolo, bolo, bolo!"

Todos se juntaram, e a multidão se separou para Christopher e Marlene, que carregavam entre eles
um enorme bolo retangular, do tamanho de uma fronha estofada. Quando o trouxeram para Remus,
ele viu, com uma onda de alegria, que estava decorado com cobertura de creme de manteiga de
chocolate para parecer um livro gigante encadernado em couro.

“Minhas duas coisas favoritas,” ele riu, ignorando a cotovelada de Sirius nas costelas.

Ele apagou as velas e cortou o bolo, fazendo o mesmo pedido nas duas vezes. Depois disso, James
começou a liderar todos em uma série de brindes; cada um mais complicado e elaborado do que o
anterior, encorajado por Sirius e Peter. O que significou pelo menos mais dois litros de cidra e
cerveja da bruxa de Mary quando ele acabou.

A última lembrança de Remus de sua festa de aniversário de dezoito anos foi de algum lunático
decidindo colocar Goats Head Soup - que devia ser seu álbum menos favorito dos Rolling Stones,
mas ele estava bêbado e não se importou. Os pulos e batidas continuaram, e a sala estava quente,
barulhenta e suada, e todos estavam com o rosto vermelho e sorrindo - e Remus nem se importou
quando Lily e James apontaram e riram dele quando a última faixa começou a tocar e todos
gritaram com toda a força de seus pulmões.

If I ever get back to New York, girl

Gonna make you scream all night

Yeah! You're a star fucker, star fucker, star fucker, star fucker, star!

Yeah, a star fucker, star fucker, star fucker, star fucker, star!

A star fucker, star fucker, star fucker, star fucker star!”


Capítulo 142: Sétimo Ano: Visita ao Hospital

Ela adorava tulipas. Ela adorava margaridas. Ela adorava não-me-esqueças e gerberas e rosas e
narcisos – ela amava cada flor que ele trazia. Ele sempre tentava trazer alguma coisa. As flores
eram de graça, desde que mantivesse Madame Sprout de bom humor, e Hope não tinha muito
apetite, então chocolate não era a melhor opção.

Eles se viram mais cinco vezes na primavera de 1978, e Remus marcaria cada um desses encontros
com as flores que trouxera para ela, com as conversas que tiveram também, é claro - mas as flores
pareciam fixar tudo; colorindo cada sessão com sua própria personalidade.

Tulipas presidiram o segundo encontro. Elas eram laranja, rosa e amarelo, com caules robustos e
verde escuro e pétalas de veludo suntuosas. Uma flor muito generosa, Remus pensou.

Ela estava pronta para ele, desta vez; havia lavado e penteado o cabelo, que brilhava em um loiro
platinado ensolarado contra os cobertores rosa do hospital. Havia colocado um pouco de
maquiagem também, embora Remus se sentisse mal por perceber isso, porque sentia que não
deveria se importar com a aparência dela.

“Pedi à minha irmã para desenterrar algumas fotos,” disse Hope ansiosamente, batendo em um
envelope de papel pardo ao lado da cama, enquanto Remus colocava o estranho vaso que havia
transfigurado enquanto estava bêbado.

“Do que são as fotos?” Perguntou com cautela, puxando uma cadeira para o lado dela. Ele não
queria ser pego de surpresa por nada muito doloroso.

"Algumas são suas, quando bebê", ela sorriu com lábios cor de coral brilhantes, "Algumas de mim
e de seu pai."

"Lyall." Remus disse, rapidamente.

"Eu e Lyall", ela se corrigiu por educação.

Hope sempre fazia o possível e o impossível para impedir Remus de sentir, até mesmo, o menor
desconforto; isso esteve claro desde o início. Ele achava isso perturbador; muito poucas pessoas
haviam se importado com seus sentimentos tão intensamente antes.

Ele pegou o envelope e o segurou por um momento.

“Você não tem que olhar. Podemos fazer isso em outro momento.” Disse Hope, com um tremor de
medo na voz. Ele não queria assustá-la. Queria dizer a ela para não se preocupar; que ele não iria
fugir ou desaparecer para sempre; que queria estar lá e queria conhecê-la. Mas isso era demais,
então apenas abriu o pacote e sorriu.

"Não, eu quero ver."

Felizmente, não haviam muitas - mas ele ficou surpreso ao descobrir que mais da metade das fotos
eram mágicas, e as imagens se moviam em suas mãos como rolos de filme.

“Tive de mantê-las escondidas”, confidenciou Hope, “Lyall nunca gostou do tipo normal de
fotografia; ele dizia que eram muito sem graça.”

"Quantos anos ele tinha nesta aqui?" Remus ergueu uma foto de seus pais, no quintal de
alguém. Lyall estava usando um terno trouxa e os dois estavam com os olhos semicerrados por
causa da luz do sol, mas sorrindo. Ele estava com o braço em volta da cintura de Hope.

"Oh, acho que só nos conhecemos algumas semanas antes de a foto ser tirada", disse Hope,
pegando-a para olhar mais de perto, "Ele teria... trinta anos, eu acho?"

Remus olhou novamente. Ele sabia que era parecido com Lyall, havia ouvido isso algumas vezes e,
até certo ponto, concordava. Ambos eram desengonçados, altos, magros e com má postura. Porém,
Lyall parecia mais à vontade do que Remus jamais se sentira em seu corpo comprido; seus
movimentos na fotografia eram confiantes e seguros.

Ela o deixou levar as fotos de volta à escola, e ele as mostrou aos amigos. Durante seus sete anos
em Hogwarts, ele viu muitas fotos de família. Peter e James mantinham as fotos em porta-retratos
ao lado da cama, ou então pregadas nas paredes sobre os armários. Lily tinha um álbum que
folheava quando estava com saudades de casa, e Mary possuía uma caixa de sapatos cheia de fotos
tiradas durante férias, natais, cartões postais e fotos de seus primos na Jamaica. Então foi uma
experiência surpreendentemente boa, Remus pensou, ser capaz de compartilhar sua própria coleção
modesta.

"São eles", disse timidamente, enquanto se sentavam ao redor da lareira, "Eles são meus pais."

"Remus, você se parece com o seu pai!" Lily disse, querendo ser gentil.

"Uau, olhe o cabelo da sua mãe!" Mary sorriu, "Que gatinha glamorosa!"

"Ahhh!" James pegou outra foto, acenando para todos, "Olhem para o bebezinho Moony!"

Era bobo, Remus sabia, mas até sentiu o início do orgulho por compartilhar sua família assim. Era
prova de que um dia já havia sido normal, assim como seus amigos. Esse é quem eu sou. É de onde
eu vim.

Uma tarde, ele até voltou ao corredor da corvinal para ver o troféu de duelo com o nome de Lyall
nele. Era o mesmo de sempre, mas não lhe dava mais aquela misteriosa dor como no segundo ano.

Christopher e Marlene passaram enquanto ele estava olhando.

"Oh, 'Lupin'!" Christopher disse surpreso, olhando para dentro da caixa para ver o troféu “É o seu
pai? Legal!"

"Obrigado," Remus colocou as mãos nos bolsos, de repente tímido. Marlene tocou seu ombro de
maneira amigável e reconfortante. Ele sorriu para ela, agradecido. "Eu conheci minha mãe
recentemente," explicou a Christopher, "E isso me fez pensar."

“Você conheceu sua mãe? Achei que seus pais estivessem mortos.” Christopher coçou a
cabeça. Honestamente, se não fosse sobre algo que estivesse escrito em um livro, ele poderia ser
incrivelmente estúpido sobre algumas coisas.

"Apenas Lyall." Remus respondeu calmamente, apontando para o troféu.

"Então, se sua mãe está bem, por que você morava em um abrigo?"

"Cale a boca, Chris." Marlene resmungou. Ela deslizou o braço pelo de Remus, se colando a ele,
"Vamos, amor, o jantar vai ser em breve." A menina começou a levá-lo embora.

"Eu não queria ser rude!" Christopher disse, correndo atrás deles.
"Tudo bem." Remus o tranquilizou, pensando rápido. “Minha mãe está no hospital, ela não esteve
bem o suficiente para cuidar de mim.” Era apenas uma meia mentira.

***

"Como ele era?" Remus perguntou a Hope, na próxima vez que a viu. Desta vez, levou um vaso de
gerânios vermelho vivo e berrante, com lindas folhas largas como leques chineses.

"Lyall?" Ela perguntou.

Ele acenou com a cabeça, se preparado para o impacto.

“Ele era o homem mais inteligente que já conheci.” Hope respondeu decisivamente. “Nunca
entendi metade das coisas que ele dizia, mas adorava ouvir - e ele adorava falar.”

"Parece um pouco ... arrogante?" Remus disse, desconfortável. Hope riu.

“Oh, ele era arrogante, sim! Ele também sabia disso. Sempre tinha que estar certo, sempre tinha
que dar a última palavra. Nós brigávamos como um cão e um gato por causa disso, às vezes.” Ela
viu o olhar de desânimo dele e se apressou em esclarecer, “Eu o amava por isso, no entanto. Eu
amava quanta certeza ele tinha, quanta confiança. Ele nunca me decepcionou.”

Sim, ele te decepcionou. Remus pensou, amargamente. Ela se esquecia de coisas assim - talvez
fosse sua doença ou apenas um efeito colateral de uma vida encurtada. Ela era implacavelmente
otimista, incapaz de encontrar defeitos nas pessoas que amava.

Ela contou a ele como eles se conheceram, como se fosse um conto de fadas.

“Certa tarde, eu estava voltando do trabalho para casa. Naquela época, eu era operadora de uma
central telefônica. Peguei um atalho, o mesmo de sempre, no principal ponto de ônibus da cidade,
por um trecho de um bosque. Então, do nada, esse homem veio e me atacou - um vagabundo,
pensei, ou um prisioneiro fugitivo. Gritei e foi Lyall quem me salvou. Bem, eu o amei no momento
em que ele me segurou em seus braços, ele era um herói. Claro, ele me disse mais tarde que tinha
sido apenas um bicho-papão, mas ainda assim era muito corajoso, não era? "

Remus acenou com a cabeça distraidamente.

“Eu conheci algumas pessoas que o conheciam”, disse ele, “eles me disseram que ele tinha um
temperamento ruim”.

"O que? Não." Ela franziu a testa, “Ele ficava irritado às vezes, mas todos nós ficamos também,
não? Mas ele sempre foi bom e sempre gentil conosco. Ele odiava violência.”

"Certo." Remus acenou com a cabeça. Ele nunca soube o que pensar sobre Lyall. Nada sobre ele
parecia real, porque nada que aprendesse poderia apagar o que ele havia feito.

As conversas com Hope nem sempre eram difíceis. Frequentemente, eram muito agradáveis. Eles
falavam sobre coisas pequenas e sem importância; gostos e desgostos, comidas favoritas, filmes ou
canções favoritas.

Ela amava os Beatles e Fairport Convention - e acima de tudo, gostava de Simon e Garfunkel. Ela
gosta de canções tristes. Hope cantarolava junto 'The Only Living Boy in New York', quando
tocava na vitrola, mas 'America' era sua favorita, porque a fazia chorar. I’m empty and aching and
I don’t know why.

Às vezes ela não estava bem e cochilava, perdendo e recuperando a consciência. Remus apenas se
sentava e lia seu livro até a hora de ir embora. Ela até pediu que ele lesse para ela, uma ou duas
vezes.

“Não me importo sobre o que seja, só gosto da sua voz”, ela sorria sob as pálpebras pesadas. Ele
gostava daqueles tempos, neles, Remus realmente sentia que eles pertenciam um ao outro.

"Você já perguntou a ela por quê?" Sirius perguntou a ele uma noite, quando voltou de um dia no
hospital.

"Perguntou a ela por que o quê?" Bocejou, se espreguiçando e colocando os pés no colo do
moreno. Ele pensou que eles poderiam se safar - não era algo muito íntimo, e a sala comunal estava
relativamente vazia.

"Você sabe. Por que ela nunca entrou em contato.”

Remus franziu a testa. Ele apoiou a cabeça no braço do sofá e olhou para o teto.

"Não." Ele disse “Não vejo sentido em perguntar”.

"Eu gostaria de saber." Sirius respondeu, brincando com os cadarços das botas de Remus.

"Bem.” Respondeu friamente, "Esse é você."

"Ok," Black disse, "Desculpe."

Remus sentiu uma pontada de culpa. Sirius estava sido extremamente sensível em relação à Hope,
deixando-o assumir a liderança quando se tratava de conversar sobre isso, então não era justo
rebater.

Na verdade, ele estava apavorado. Queria muito saber exatamente o que Hope vinha fazendo
consigo mesma por treze anos, mas sabia que nenhuma resposta o satisfaria. As outras crianças
mencionadas pela enfermeira em sua primeira visita nunca foram mencionadas e ela não usava
aliança. Não haviam outras fotos ao redor de sua cama de hospital e nenhum sinal de que alguém a
estivesse visitando.

E Remus era egoísta. Ele gostava de ter Hope só para ele. Gostava de fingir que não havia mais
ninguém no mundo. Era a única maneira de eles se comunicarem por enquanto, decidiu. A única
maneira era bloquear todo o barulho de outras pessoas, e apenas serem eles mesmos juntos.

“É um grande livro”, ela sorriu, acordando no meio de outra visita. Margaridas, naquela
visita; flores grandes, alegres e amigáveis. "É sobre o que?"

“Revisão de história.” Ele explicou, fechando-o com cuidado agora que ela estava acordada. "Meus
exames finais estão chegando."

“Menino inteligente,” ela murmurou, suas pálpebras tremulando. “Qual é a sua melhor matéria?”
"Hum... História, suponho." Ele respondeu “Mas eu sou bom em Feitiços e gosto muito de Trato de
Criaturas Mágicas”.

“Assim como seu pai,” ela sorriu, fechando os olhos. Naquele dia, seu rosto estava muito pálido e
ele não tentou corrigi-la, ela estava obviamente exausta. "Talvez você salve uma garota bonita de
um bicho papão, um dia." Ela riu baixinho.

"É, talvez." Respondeu. Então, porque ele se sentiu mal por mentir, adicionou "Eu gosto de
Transfiguração também, mas meu amigo Sirius é o melhor da classe - ele pode se transformar em
um cachorro e tudo mais."

Ela sorriu.

"Sirius é um bom nome."

"Sim. Sirius Black." Disse Remus. Ele estava feliz que os olhos dela estivessem fechados, isso
tornava as coisas mais fáceis. "Ele é meu melhor amigo. ... Quer dizer, eu tenho muitos amigos,
mas ele é o mais... provavelmente vamos morar juntos, depois que acabar a escola.”

"Isso vai ser bom..." ela adormeceu novamente. Remus se remexeu um pouco, sentindo-se ansioso,
então voltou para sua revisão. Ele a acordou um pouco antes de ter que sair, no entanto.

"Vejo você na próxima semana?" Ela apertou a mão dele com uma força surpreendente.

"Não, desculpe", ele balançou a cabeça, "Eu... próxima sexta-feira é lua cheia, então não poderei
viajar no sábado."

“Lua cheia...” ela murmurou, levando alguns segundos para entender. Quando a névoa se dissipou,
ela teve um olhar agudo de pânico que Remus não suportou.

“Mas talvez eu possa vir no domingo. Eu verei." Ele se abaixou e beijou sua bochecha, muito
levemente. Ela começou a chorar e ele teve que ir embora. Estava no meio da enfermaria quando a
ouviu murmurar, muito baixinho.

"Maldito seja, Lyall Lupin, seu bastardo."


Capítulo 143: Sétimo ano: Colapso
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

See the end of the chapter for more notes

If I seem a little jittery I can't restrain myself

I'm falling into fancy fragments

Can't contain myself

I gotta breakdown, breakdown, yeah

I gotta breakdown, breakdown, yeah

Breakdown by The Buzzcocks.

Sexta-feira, 24 de março de 1978

03:00 AM

Remus rolou novamente. Ele não conseguia dormir. Ficava com muito calor com o edredom e com
muito frio sem ele. Suas pernas se enroscavam nos lençóis, seu travesseiro tinha caroços e em
algum lugar da torre da Grifinória uma torneira pingava, o que o estava deixando louco. Além
disso, simplesmente não se sentia cansado.

Ele suspirou pesadamente e rolou novamente. Ao lado dele, Sirius gemeu.

"Moony, você é meu melhor amigo, e eu provavelmente entraria na frente de uma maldição por
você, mas se você me acordar mais uma vez, não posso ser responsabilizado por minhas ações."
Ele disse tudo isso sem abrir os olhos.

"Desculpe," Remus sussurrou, "Acho que é a lua, não consigo dormir."

"Mmmrgh."

"Desculpe."

Ele saiu da cama. Não adiantava fazer o outro permanecer acordado também.
Do lado de fora das cortinas da cama, na escuridão da manhã do quarto, Remus ficou parado na
janela por um tempo. Era uma noite clara e a lua estava quase cheia. Falta apenas um pedacinho.
Ele se perguntou se já havia visto uma lua cheia com seus próprios olhos humanos. Talvez fora
muito jovem para se lembrar.

A floresta sob a lua estava negra com as sombras, e parecia inacreditável para Remus que em
apenas algumas horas ele e seus amigos estariam correndo por entre aquelas árvores escuras e
misteriosas como se fosse seu playground pessoal. Agora, parecia assustador; um grande buraco
negro que poderia engoli-lo por inteiro.

Apenas mais quatro luas em Hogwarts. E depois?

Ele deixou esse pensamento de lado, para outra hora.

Remus olhou para sua própria cama vazia sem entusiasmo. As cortinas não eram fechadas há
semanas, porque ele nunca dormia lá, apenas usava para fazer o dever de casa. Como
consequência, estava coberta de livros, penas quebradas, embalagens de chocolate, bolas de papel
amassadas. Mesmo que estivesse arrumada, os lençóis pareciam de alguma forma frios e pouco
convidativos ao luar. Teria suspirado de novo, mas não queria fazer mais barulho.

Haviam alguns biscoitos na sala comunal. Uma lata de garibaldi da Sra. Potter. Se pegasse seu
livro e cigarros, poderia passar algumas horas agradáveis antes de finalmente adormecer ou chegar
a hora do café da manhã. Seu estômago roncou, e essa foi a decisão tomada. Ele calçou um par de
meias grossas (na verdade, eram de Peter, mas ele nunca se importou muito em emprestar coisas),
pegou sua varinha, seu livro e desceu para a sala comunal, tomando cuidado e pulando por cima do
degrau barulhento da escada.

Enquanto Remus abria a porta da sala comunal, percebeu - tarde demais - que não estava sozinho.
A lareira estava acesa e as lâmpadas ao redor dos sofás brilhavam calorosamente. Uma figura
estava enrolada no maior sofá de veludo vermelho, envolta em um grosso cobertor marrom, com
apenas uma longa trança preta saindo do topo. Na poltrona, segurando uma caneca oval quente e
olhando fixamente para o fogo, estava Marlene. Ela ergueu os olhos quando ele entrou, e Remus
não teve escolha a não ser sorrir afavelmente e se aproximar dela.

Enquanto se aproximava, ele podia ver que seus olhos estavam escuros e pesados, suas bochechas
vermelhas e manchadas de lágrimas.

“Oi”, ele sussurrou para não acordar Yaz.

Ela deu um sorriso pequeno e distante, desdobrando-se ligeiramente e enxugando o rosto.

"Oi."

"Você está bem?" Se prostrou, perto o suficiente. Ele não queria saber a resposta. Se arrependeu de
tudo e desejou com cada fibra de seu ser estar de volta na cama com Sirius, levando um chute na
canela toda vez que se movia.

Marlene balançou a cabeça tristemente, olhando para o fogo, seus olhos se enchendo de lágrimas.
Era uma visão familiar, nos dias de hoje, e não apenas Marlene. Más notícias eram tão comuns.
Membros da família no hospital, mortos ou - pior do que ambos - desaparecidos.

"Eu disse que ele poderia entrar em contato pela lareira se quisesse conversar esta noite." Ela
sussurrou, sua voz rouca como a de uma velha. “Danny. É lua cheia amanhã. Bem, esta noite, eu
suponho. " A menina olhou de relance para o relógio.
"Ah, é?" Remus assumiu um ar o mais casual possível.

Marlene acenou com a cabeça, ainda olhando para o fogo.

“Tem que ser esta noite, você vê. Ele vai para o ministério amanhã e eles vão trancá-lo nas celas de
lá. Eu queria ir para casa por isso, mas ele diz que não há nada que eu possa fazer.”

"Suponho que não." O estômago de Remus se apertou com tanta força que ele queria se dobrar. Já
estava tão nervoso e agitado. "Ele vai ficar bem..." tentou, esperando que soasse gentil.

"Ele vai sobreviver." Ela disse, amargamente. “Mas eu não acho que ele vai ficar bem. Isso tira um
pouco de você, todas às vezes. Eu os vi, no St Mungo's. E... ele me contou. Como se sente."

"Por que?!"

"Eu perguntei." Ela encolheu os ombros. “Madame Pomfrey disse que eu tenho uma mente curiosa,
é por isso que serei uma boa curadora. Queria saber para poder ajudar. Mas ele estava tão
deprimido depois do mês passado, tão fraco.”

“Tenho certeza de que apenas você estando lá já ajuda.” Remus tentou.

Marlene enxugou os olhos novamente com as mangas.

"Não parece o suficiente." Ela suspirou pesadamente e seu foco pareceu retornar um pouco. A
menina o olhou diretamente, pela primeira vez “Desculpe, amor, está tudo bem com você? O que
você está fazendo acordado?"

"Oh, simplesmente não conseguia dormir." Ele levantou seu livro para demonstrar.

"Nem eu. Eu sabia que Danny provavelmente não tentaria entrar em contato, mas não poderia ir
para a cama, caso ele precisasse. Pobre Yaz, tentou de verdade ficar acordada”, ela lançou um
olhar afetuoso para a garota que dormia no sofá. "Ela é boa demais para mim."

"Pessoalmente, não acho que ninguém seja bom o suficiente para você." Remus disse - embora não
fosse ele falando, não realmente - eram palavras de Sirius. Percebeu que se parecia mais e mais
com Black a cada dia, e descobriu que não se importava. De qualquer forma, isso fez Marlene
sorrir novamente.

"Menino adorável." Ela disse, suavemente. “Sente-se, hm? Você está me deixando nervosa
pairando assim. "

Ele se sentou desajeitadamente no sofá em frente a Yaz. Marlene sentou, espreguiçando-se, como
se suas costas doessem. Quando ela desdobrou as pernas, uma pena caiu no chão.

“Opa”, a menina se inclinou para pegá-la, “eu ia tentar escrever uma carta para ele. Mas não sei o
que dizer.” Ela puxou o pergaminho em branco da lateral da almofada da poltrona.

Remus sentou-se rigidamente com seu livro no colo.

“É realmente uma cela o luga em que o colocam? No ministério? " Perguntou, incapaz de conter
sua curiosidade. Ela se levantou para se esticar mais e concordou com a cabeça.

"Sim. Mamãe me disse. Ele não quis me contar sobre isso - o que significa que deve ser ruim.
Mamãe disse que é melhor eu não saber muito... "

"Mmm." Remus ficou de boca fechada, sem confiar em si mesmo. Marlene inclinou a cabeça com
simpatia.

"Eu sinto muito, Remus, eu nem pensei. Eu me sinto péssima reclamando disso levando em conta
a sua situação."

"O que?!" Ele olhou para ela, seu coração batendo forte.

“Com sua mãe no hospital,” Marlene respondeu, bocejando, colocando a pena e o pergaminho na
mesinha de centro entre eles. "Não me admira que você também não consiga dormir."

“Ah, sim ...” Ele se esforçou para se acalmar. "Sim. Está tudo bem, eu entendo. ”

“Posso sentar com você um pouco? Você pode ler seu livro, eu não vou incomodar.” Ela
perguntou, mordendo o lábio. “Eu só não quero ser a única acordada.”

"Sim claro."

Para sua surpresa, ela não se sentou novamente, mas veio se juntar a ele no sofá. Marlene se
acomodou, ficando confortável, puxando o cobertor até o queixo. Ele fingiu fazer o mesmo,
abrindo o livro e apoiando-se casualmente no braço da poltrona.

"Revisão?" Ela perguntou, apoiando a bochecha em seu ombro.

“O que mais”, respondeu. “Aritmancia Avançada.”

"Oh Remus," ela bocejou novamente, sua voz grossa, "Que fascinante." A menina relaxou um
pouco e pousou a mão no joelho dele. Ele deu um aperto rápido para conforto.

"Você me conhece", disse ele suavemente, juntando-se ao sarcasmo dela, "Eu vivo perigosamente."

Marlene deu uma risada baixa, fechando os olhos. Ele leu enquanto sentia o batimento cardíaco
dela se estabilizar, sua respiração regular, e, em apenas alguns minutos, ela estava profundamente
adormecida, um peso morto enrolado contra ele. Ele não se importou. Na verdade, era muito bom.

Remus parou de ler depois que Marlene adormeceu. Ele gentilmente fechou seu livro e apenas
ficou pensando por um tempo. Podia sentir o cheiro salgado das lágrimas secando na pele dela e a
ansiedade em seu sangue. Não conseguia tirar Danny da cabeça, em uma cela no Ministério da
Magia - provavelmente subterrânea, provavelmente vazia, escura e fria...

A dor seria um verdadeiro choque, se você nunca a tivesse experimentado antes, Remus pensou.
Podia muito bem imaginar que a segunda lua cheia seria ainda pior, porque você saberia o que
estava por vir. Não admira que Danny não quisesse falar sobre isso.

Se o que Marlene disse era verdade, então seu irmão não tinha mais ninguém para perguntar sobre
isso. Ninguém para dizer a ele que se você tentasse lutar contra a transformação, se você tentasse
se afastar isso, apenas doeria mais. Ninguém para dizer que a essência de murtlap era melhor para
os cortes iniciais, mas se você usasse também antisséptico trouxa, a pele se curaria de forma mais
limpa. E havia coisas que Remus não tinha certeza se alguém sabia - sobre o cheiro de magia, ou
como você poderia extrair dele. Como isso o tornava mais forte, contanto que você pudesse
canalizar direito. Como ser um lobisomem significava muitas coisas, e nem todas eram horríveis.

Não mais perto de dormir, Remus pegou o pedaço de pergaminho em branco e começou a escrever.
***

I feel my brain like porridge coming outta my ears

And I was anticipating reverie

Taken leave of my senses and I'm in arrears

My legs buckle over, I'm living on my knees

I gotta breakdown, yeah

You gimme breakdown, yeah

I'm gonna breakdown, yeah, uh-huh

Sexta-feira, 24 de março de 1978

17:30

"Você não tem que me levar," Remus retrucou irritado, "Eu sei onde fica a ala hospitalar."

"Eu sei," Sirius respondeu alegremente, levantando-se mesmo assim.

James, Peter e Lily encaravam a comida.

"Você ainda não terminou o jantar." Remus franziu a testa.

"Nem você."

"Isso é porque eu não quero vomitar em mim mesmo quando a agonia paralisante chegar."
Murmurou sombriamente.

Sirius olhou para os amigos deles, que encaravam com firmeza seus pratos vazios.

"Vamos, Moony, vamos ..." ele disse, um pouco mais gentilmente.

Remus enfiou as mãos nos bolsos das vestes e saiu rapidamente do Salão Principal, forçando Sirius
a correr um pouco para acompanhá-lo. "Ei!" O moreno correu atrás dele.

Não diminuiu a velocidade até que estivessem na metade do caminho para a ala hospitalar.

"Ok, entendi, você está de mau humor", Sirius bufou.

“Estou sempre de mau humor.” Remus resmungou. "Você deveria parar de fumar, como vamos
vencer a Sonserina se você está tão sem fôlego que não consegue me acompanhar?"
"Você pode falar," Sirius se endireitou. "Esta é a primeira vez que eu vejo você sem um cigarro na
boca há semanas. De qualquer maneira. O que há de errado?"

"Mesmo? Você tem que perguntar." Remus acelerou novamente.

“Ok, ok,” Black agarrou o braço dele para atrasá-lo, “Você não está dormindo e não pôde jantar,
embora tivesse pudim e shortbread de caramelo, que é o seu favorito ... Justo, eu também estaria
rabugento.”

“Eu não sou 'rabugento'.” Contra-argumentou.

“Sensível, então.”

"Vai se foder." Remus praticamente rosnou. "Me deixe em paz se você vai ficar agindo como um
idiota."

“Estou apenas tentando manter as coisas em perspectiva!”

"Você não entende."

"Me faça entender!"

Eles estavam quase chegando à ala hospitalar agora, e todos estavam jantando, então o corredor
estava vazio - o que era uma sorte, porque Remus não verificou antes de perder a cabeça
completamente.

“Fazer você entender?!” Ele gritou “Puta que pariu, ok, vá em frente então. Entenda que estou
escalando porras de paredes de preocupação e estresse e ... são os NIEMs e a merda da lua e a
porra da minha mãe chorando porque não posso vê-la amanhã porque a porra do meu pai não
conseguiu controlar a porra do seu temperamento e agora estou... e Marlene chorando por causa do
irmão, o que nem foi culpa minha, mas parece que sim, e a escola está quase acabando, e há uma
guerra, e uma partida de quadribol e uma grande pegadinha, e meu quadril dói, e estou cansado, e
queria muito, muito mesmo comer pudim!”

Ele se sentiu um tolo depois que acabou, mas um pouco melhor também. Como se houvesse um
balão inflando em seu peito todo esse tempo e finalmente tivesse estourado, dando-lhe espaço para
respirar novamente. Ele ficou lá, olhando para Sirius, esperando por uma reação.

" Minha nossa." O retrato em frente a eles disse. Era uma bruxa de aparência muito severa, sentada
em uma cadeira de madeira de encosto alto. “Nunca ouvi uma linguagem tão nojenta.”

"Ah, vai a merda sua velha idiota." Sirius retorquiu em uma imitação muito boa de Remus. Então,
o olhou para novamente, e seu rosto se abriu em um sorriso, “Você quer se sentar um pouco? Acho
que você nunca disse tantas coisas de uma só vez. "

Remus expirou e sorriu fracamente de volta.

"Desculpe."

"Pelo que? Vamos, Madame Pomfrey vai ter um treco se demorarmos...” Eles continuaram o
caminho, o ar estava limpo e nada parecia tão sombrio. Ainda assim, Remus odiava que Sirius
tivesse que ir sabendo que, da próxima vez que se encontrassem, nenhum dos dois seriam eles
mesmos.

"Então, do jeito que eu vejo," Black continuou, ainda alegre, depois de tudo aquilo "Se eu correr de
volta para o salão o mais rápido que puder, posso pegar o último pedaço de shortbread de caramelo
e embrulhar para você, para o café da manhã. Posso fazer mais alguma coisa para ajudar?”

"Você é um idiota às vezes."

"Yep."

“Na verdade, há algo...”

"Qualquer coisa."

"Er ... você poderia postar isso para mim?" Remus entregou a ele um envelope lacrado. Sirius
pegou, olhando para baixo com a testa franzida.

"Tem certeza?"

"Não. Mas é a coisa certa a fazer.”

"Ok. Eu vou fazer isso agora. "

"Obrigada."

“Qualquer coisa pelo nosso moon---”

Remus o calou com um beijo.

***

Whatever makes me tick

It takes away my concentration

Sets my hands trembling, gives me frustration

Breakdown, yeah. I’m gonna breakdown yeah.

I hear that two is company,

For me it's plenty trouble

Though my double thoughts are clearer

Now that I am seeing double

Breakdown, yeah

Sábado, 25 de março de 1978


A transformação não foi tão ruim quanto esperava - talvez porque nada podia ser tão ruim quando
você realmente espera o pior. E a própria noite fora maravilhosa; ele correu, correu e correu, até
que Prongs e Wormtail se perderam, quilômetros atrás deles, e então eram apenas o lobo e o
cachorro, mordendo e provocando um ao outro de brincadeira.

De manhã, depois que Remus se contorceu e se retorceu de volta ao seu corpo humano, ele sentiu
como se seus ossos fossem feitos de espaguete cozido de tão exausto. Ele tropeçou de volta para a
ala hospitalar com Madame Pomfrey, meio adormecido, e ficou grato ao desabar em sua cama
favorita perto da janela mais distante e dormir a manhã inteira. Era um milagre não estar
preocupado, não estar se contorcendo ou comprimindo a mandíbula ou procurando uma distração.

A tarde já estava no fim quando Marlene finalmente ouviu sobre a carta.

O barulho dela discutindo com Madame Pomfrey acordou Remus. Ele despertou de repente, o
coração batendo mais rápido ao som de vozes elevadas. A primeira coisa que viu foi Sirius,
dormindo profundamente na cadeira ao lado, os braços cruzados sobre o peito, a cabeça pendurada,
os pés apoiados na beira da cama do hospital. Havia um prato com pelo menos vinte shortbread de
caramelo na mesa de cabeceira.

Os olhos de Sirius se abriram alguns segundos depois de Remus e ele piscou surpreso, franzindo a
testa.

“É a McKinnon?!”

“DEIXE-ME VE-LO, POPPY!”

“SENHORITA MCKINNON, ABSOLUTAMENTE NÃO LIDAREI COM ESTE--”

“EU SEI QUE ELE ESTÁ AQUI!”

“VOU CHAMAR A PROFESSOR MCGONAGALL!”

“REMUS?! REMUS LUPIN!”

"Estou aqui, Marlene," Remus começou a se levantar da cama, pronto para enfrentar o inevitável.
Se tudo tivesse acabado, ele ainda sim teria sobrevivido por sete anos. Ainda tinha permissão legal
para fazer magia, mesmo que fosse exposto. "Está tudo bem, Madame Pomfrey," ele chamou,
enquanto Marlene caminhava com estrépito pela enfermaria, puxando a cortina que o escondia.

"É verdade?!" Seu cabelo voou sobre seu rosto enquanto ela entrava, seus olhos arregalados e
selvagens.

Ela o encarou, e Remus soube que ela o estava vendo de verdade, pela primeira vez, o analisando.
Uma curandeira nata, Marlene olhou para a cama, e para Sirius e para suas cicatrizes e sua
estrutura danificada, e ele sabia que ela estava se lembrando de cada vez que esteve cansado, faltou
uma aula ou adquiriu um novo arranhão. A luz da verdade iluminou seus olhos e ela começou a
chorar. "Seu bastardo de merda."

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Oi, amores! Estou oficialmente de férias (por enquanto)!


Então, vou tentar atualizar a cada dois ou três dias, tudo bem? Uma pessoa comentou
no último capítulo dizendo que não sabia inglês e estava lendo exclusivamente pela
tradução, esse comentário me fez apressar as coisas também. Não gostaria de deixa-
los esperando por muito tempo.

Gostaria de comentar algo sobre o capítulo. Sei que muitas pessoas tendem a ver o
relacionamento do Sirius e do Remus como algo muito tóxico nessa fanfic, e eu não
tiro a razão delas quanto a isso, mas esses comentários normalmente vem de pessoas
que tendem a gostar de fanfics justamente por estas não explicitarem a realidade ou por
terem um olhar muito romantizado, e até mesmo infantil, sobre o que é se relacionar
com alguém. Na minha concepção, nem tudo são flores e as vivências e dores de cada
um tem que ser trazidas a tona em algum momento, afinal, quando se está com alguém
também se está com toda a bagagem trazida por essa pessoa. Um relacionamento
perfeito é um relacionamento inexistente, na minha opinião. Por ter uma visão muito
realista (e talvez negativa) no que diz respeito a isso, a razão de eu gostar tanto de atyd
é a forma como as dores, expectativas e medos não os impedem de ficar juntos,
mesmo sendo difícil. Afinal, lidar, conversar e consolar alguém é algo difícil. Amar
alguém é algo difícil. Enfim.

Outra abertura que esse capítulo faz é sobre o Danny e ele é um paralelo muito
importante na história do Remus, e também na narrativa sobre o que é ser um
lobisomem no mundo bruxo. Percebem o quão longe chegamos a ponto do Remus
pensar "Como ser um lobisomem significava muitas coisas, e nem todas eram
horríveis."?

Meu trabalho final de uma das matérias do meu quarto período (Normal e Patológico)
teve como tema "Lobisomens no universo de Harry Potter: uma alegoria/metáfora
para patologias/doenças" e sei lá... gostei bastante do resultado <3 Caso alguém queira
ler ou só me seguir nas redes sociais o user wolfuckingstar é o mesmo para twitter,
wattpad e tiktok. Estarei atualizando a minha fanfic de wolfstar criando Harry (Paraíso
feito à mão) daqui a pouco também! Bjs!
Capítulo 144: Sétimo ano: Escolhas
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

See the end of the chapter for more notes

Her phobia is infection

She needs one to survive

It's her built-in protection

Without fear she'd give up and die

He's a germ free adolescent

Cleanliness is her obsession

Cleans her teeth ten times a day

Scrub away, scrub away, scrub away

The S.R. way.

Germ Free Adolescents by X-ray Spex

"Seu bastardo de merda!"

“Ei!” Sirius se levantou imediatamente.

"Está tudo bem," disse Remus - sem saber com quem estava falando; Sirius, que saltou para o
modo de defesa, ou Marlene, soluçando, com o rosto vermelho e zangado.

"Desgraçado!" Ela repetiu desafiadoramente, esfregando os olhos.

"Srta. McKinnon!" Madame Pomfrey apareceu, parecendo estranhamente nervosa, "Eu a terei
escoltada para fora se não puder ser civilizada."

"E você!" Marlene se virou para ela, “Você disse que não sabia de nada sobre isso! Você disse que
nunca tinha trabalhado com um antes! "
"Não a culpe, Marlene, por favor ..." Remus disse, sentando-se na cama novamente, sentindo-se um
pouco tonto, "Ela só estava tentando me proteger!"

"Quanto tempo?!" Marlene se virou e olhou para ele novamente.

"... desde que eu tinha cinco anos."

"Desgraçado!"

"Marlene, por favor ..."

Ela jogou um pedaço de pergaminho na cama. Era uma carta dobrada e um pouco amassada de
tanto ter sido mexida. Remus a alcançou com as mãos trêmulas. Marlene ficou lá, com o rosto
impassível, esperando que lesse.

Ele a desdobrou, olhou para baixo e tentou o seu melhor. Na maior parte do tempo, não tinha
problemas para ler. Porém, ainda estava muito cansado e tão nervoso que, de repente, se sentiu
com onze anos de novo, as letras pareciam se mover e mudar conforme ele tentava entendê-las.

"Desculpe," balançou a cabeça, "Desculpe, estou com dor de cabeça, o que ... er ...?"

Sirius pegou dele e, ao fazê-lo, colocou-se visivelmente entre Remus e Marlene. Ele pigarreou,
franzindo um pouco a testa.

"É de Danny McKinnon ... droga, Moony, o que você fez?"

"Por favor, apenas me diga o que está escrito" Remus balançou a cabeça, inclinando-se para frente
e segurando a testa nas mãos. Ele realmente estava ficando com dor de cabeça. Marlene estava
batendo o pé impacientemente, e Madame Pomfrey ainda estava pairando ao redor deles,
obviamente sem saber se deveria ou não interferir com toda essa situação.

Sirius examinou a página, estando muito mais confortável com toda a atenção.

“Ele disse ‘obrigado’.” Black falou.

"O que?!" Remus olhou para cima, apertando os olhos,

"Bem, esse é o ponto principal..." Sirius respondeu, ainda lendo, "... Ele recebeu uma carta quando
chegou em casa esta manhã de um dos amigos de Marlene, que 'afirma ser um lobisomem’.
Continha muitos conselhos úteis e ele gostaria de conhecê-lo. Ele diz que não vai contar a
ninguém, e ele não tem ideia de quem você é, de qualquer maneira. "

"Mas eu sim." Marlene disse. Ela havia parado de chorar agora, e sua voz estava um pouco mais
calma, mas Remus podia sentir o calor da emoção irradiando dela.

"Sim." Ele acenou com a cabeça, seu pescoço rígido, "Eu sabia que você entenderia."

"E você mandou a carta mesmo assim?" Ela vacilou por um momento.

“Eu queria ajudar.” Remus encolheu os ombros.

Houve uma longa pausa. Remus gostaria de se deitar, mas sentiu que não seria adequado.

“Dumbledore sabe? E McGonagall? ” Marlene falava muito mais baixo agora, como se mal
pudesse acreditar.
"Sim."

“É tão perigoso.” Ela sussurrou "Você poderia ter matado alguém."

"Não." Sirius disse, com as mãos nos quadris, "Está tudo perfeitamente seguro, desde o primeiro
ano, não é, Poppy? Remus nunca faria mal a ninguém. "

"Remus não faria." Marlene encontrou seus olhos, "Mas o lobo poderia."

"Nunca aconteceu nada, nunca." Remus sentiu a necessidade de confirmar. “Fizemos todo o
possível.”

“Você está registrado?” Ela retrucou.

"Er ... bem, quase tudo o que é possível." Ele cedeu.

“E você ... você só queria ajudar Danny? Você não estava tentando ... eu não sei, colocá-lo daquele
lado?"

“De que lado você está falando, McKinnon?!” Sirius deu um passo à frente, ameaçador, "Moony
está do nosso lado. Ele é seu amigo. "

"Eu pensei que ele era." A menina respondeu. Ela não tinha medo de Sirius. Marlene poderia
vencê-lo no campo de quadribol qualquer dia, e Madame Pomfrey estava bem ali.

"Eu tive que manter isso em segredo, Marlene," Remus implorou, a tensão se tornando muito
insuportável, "Eu tive que manter em segredo, caso contrário, eu nunca poderia ter vindo para
Hogwarts. Você sabe como é quando há algo... diferente em você. Você sabe como as pessoas
são.”

Ele encontrou os olhos dela ao dizer isso, e a viu ficar fria de medo quando percebeu exatamente a
que ele estava se referindo.

"Como você ousa." Marlene disse. "Como você ousa."

"Não, eu não quis dizer ..." Ele ergueu as mãos, mas era tarde demais.

“Fique longe da minha família!” Ela retrucou, antes de girar em seus calcanhares e sair
furiosamente, da mesma forma que havia chegado.

Remus exalou. Ele realmente não se sentia com medo, embora não tivesse ideia do que Marlene
planejava fazer a seguir. Se perguntou vagamente se poderia fazer seus exames de NIEMs por
correspondência - ou se os Potter o deixariam ficar na casa deles sem que James ou Sirius
estivessem lá. Porém, sua cabeça estava muito confusa para fazer um plano adequado, e ele pensou
que preferia apenas dormir um pouco enquanto podia.

Ele se deitou na cama, Madame Pomfrey e Sirius o observando.

"Estou bem." Disse “De verdade. Vou apenas descansar um pouco.”

"Vou falar com a Professora McGonagall imediatamente." Madame Pomfrey disse finalmente.

"Eu acho," Remus respondeu sonolento, fechando os olhos, "Seria melhor conversar com Marlene,
assim que ela se acalmar. Ela respeita sua opinião. Não a coloque em apuros, ela não fez nada de
errado.”
Madame Pomfrey deu a ele um olhar muito suave, então se aproximou para alisar um pouco seus
lençóis, tocando sua mão suavemente antes de sair.

“Não fez nada de errado.” Sirius murmurou, arrastando os pés contra o piso de laje. "Ela está sendo
uma vaca preconceituosa."

"Não é um ponto de vista incomum," Suspirou, "É melhor me acostumar com isso algum dia."

“Eu deveria ir e -”

"Não." O interrompeu bruscamente, "Deixe-a em paz."

"Mas ela vai..."

"Ela vai falar com seus amigos, primeiro." Remus disse com firmeza. “Lily e Mary. Eu preferia
que ela conversasse com as duas. Elas são as melhores pessoas para esta situação.” Ele bocejou.

"Puta merda, Moony." Sirius balançou a cabeça. “Como você pode estar tão calmo?!”

"Estou exausto." Remus respondeu. E foi a última coisa que ele disse por horas.

***

A questão era, de qualquer maneira, Remus não conseguia ver muito futuro para si em Hogwarts.
Obviamente estava grato por tudo que Dumbledore, McGonagall e Madame Pomfrey fizeram por
ele. Ele amou cada uma de suas matérias (exceto Poções, talvez) e, acima de tudo, possuía um
grupo de amigos que eram mais queridos do que qualquer família seria. Porém, as coisas boas
continuariam sendo boas, mesmo se tivesse que partir.

Talvez fosse ter mais tempo para ficar com Hope. Mais tempo para se dedicar a vencer essa guerra
terrível. Remus não estava mais aprendendo nada na escola que já não tivesse aprendido nos livros.
Ele ansiava por experiência prática, queria ser verdadeiramente testado. Você não precisava de
NIEMs para isso, apenas uma biblioteca bem abastecida e coragem suficiente. Agora, ele tinha
tudo que precisava para fazer o que queria fazer quase toda a sua vida.

Se Marlene o fizesse ser expulso da escola, então Remus estaria finalmente livre para procurar
Greyback.

A ideia estava ali desde que soubera o nome do lobisomem e, naquela noite em que ele escreveu
para Danny, tudo pareceu muito claro.

Foi para isso que havia nascido. Quase como se tivesse herdado a tarefa de Lyall.

O desajeitado, insignificante e pobre Remus Lupin nunca iria derrubar alguém tão insidiosamente
terrível e poderoso como Lord Voldemort. Porém, o lobo nele sabia que poderia ter uma chance
com Fenrir Greyback. Remus sabia que isso poderia matá-lo, mas, com certeza, faria algum estrago
antes de isso acontecer.
Ele não disse nada a Sirius sobre isso. Por mais que estivessem juntos, Remus estava
profundamente envergonhado de seu próprio desejo de vingança, de sua incapacidade de domar
aquela raiva imprudente. Sirius o procurava em busca de autocontrole, em busca de uma resposta
razoável e medida, e Remus não gostaria de quebrar essa ilusão e arriscar arruinar tudo que
funcionava nessa dinâmica.

De qualquer forma, tinha dezoito anos agora e, sendo trouxa ou bruxo, poderia fazer escolhas por
si, não importava o quão perigoso fosse. E se deixar Marlene infeliz era o que daria o pontapé
inicial, então pelo menos ele havia sido capaz de ajudar seu irmão de alguma forma. Então, um dos
bordões fatalistas da Diretora surgiu em sua cabeça: "nenhuma boa ação fica impune". Embora não
soubesse exatamente sobre quaisquer boas ações feitas por ela.

Quando acordou pela segunda vez naquele dia, era hora do jantar. Sirius não estava mais lá, mas o
mapa do Maroto estava debaixo do travesseiro de Remus. Ele o retirou e viu que os marotos
estavam todos na sala comunal com Mary e Lily por perto. Havia uma torta de frango em um prato
ao lado da cama, magicamente mantida quente de alguma forma - Remus ainda não havia
descoberto como, talvez um feitiço no prato?

Decidiu que comeria antes de qualquer coisa, e o fez em silêncio, pensando a uma milha por
minuto, como se seu cérebro estivesse compensando todo o tempo que havia perdido dormindo.
Ele examinou o mapa em busca de Marlene. Ela estava no dormitório feminino, com Yaz.

Ele não sabia se isso era bom ou ruim. Nenhuma multidão furiosa brandindo tridentes havia
aparecido ainda, o que provavelmente era um bom sinal. Madame Pomfrey veio quando ele estava
terminando sua segunda fatia de shortbread de caramelo. O doce espesso e viscoso era muito
reconfortante.

"Como você está se sentindo, querido?" Ela perguntou, rugas profundas em seu rosto.

"Bem!" Respondeu brilhantemente e estendeu o prato para ela, “Quer um? Eu nunca vou conseguir
comer todos eles. " Isso era uma mentira e os dois sabiam disso, mas Madame Pomfrey foi
educada o suficiente para aceitar.

"Bem ... como não há mais ninguém na ala hospitalar hoje", ela sorriu, sentando-se na cadeira ao
lado dele e aceitando um doce. Poppy conjurou dois pires, então despejou chá fumegante de sua
varinha, e foi tudo muito agradável, mas Remus podia sentir uma Grande Conversa chegando.

"Eu irei, depois disso", disse ele, "Parar de te incomodar."

"Você nunca é um problema, Remus," ela respondeu gentilmente, soprando o chá para esfriar.
"Mesmo quando você era um garotinho."

“Eu era um pirralho idiota no primeiro ano.” Remus rebateu. Ela sorriu e balançou a cabeça.

"De jeito nenhum. Era um diamante em bruto."

"Oh." Ele disse, sentindo-se aquecido. Se fosse qualquer outra pessoa ele teria dito ‘cale a boca' ou
'dá o fora', mas ele nunca, jamais diria uma palavra rude para Madame Pomfrey.

“Passou voando, os últimos anos,” ela suspirou, “eu me lembro daquele pequeno pedaço de gente
que você era, só olhos e cotovelos. Você se tornou um belo jovem. "

Ele desejou que ela parasse. Por mais bom, não sabia o que fazer com isso. "E você merece todo o
sucesso, Remus, está me ouvindo?" Ela continuou "Não vai ser fácil para você, depois da escola, e
eu sei que você sabe disso."
Ele assentiu.

"Eu vou ficar bem."

"Você vai." Ela sorriu, seus olhos brilhando com lágrimas, "E se você precisar de alguma coisa,
você sabe onde me encontrar."

"Claro."

"Eu conheci Danny McKinnon, você sabe," ela disse, pigarreando, aí vem, Remus pensou. Ela o
havia dominado astutamente com todas aquelas coisas boas, e agora ele só teria que cerrar os
dentes e ouvir.

"É?" Perguntou casualmente, pegando outra fatia de bolo.

“Sim, quando ele era um estudante aqui. Ele vinha aqui uma centena de vezes para remenda-lo -
era o Batedor da grifinória, como Marlene. Ele era um pouco mais extrovertido do que ela. ”

"Não sei," Remus respondeu, secamente, "Mas ela dificilmente pode ser vista como alguém
tímida."

Madame Pomfrey sorriu, apesar de si mesma.

“Sim, bastante. Ela tem aquela tenacidade McKinnon e um aguçado senso de certo e errado.”

"Sim." Suspirou. Ele sempre gostou disso em Marlene; sua franqueza, "E eu sei o que você vai
dizer - que nem tudo é tão simples, que há tons de cinza e que não importa o que as pessoas
pensam de você, importa o que você faz..."

"Bem, sim."

“Eu sei de tudo isso e está tudo bem. Eu sabia de tudo isso quando escrevi para Danny, até sabia
como Marlene reagiria. Mas no final, não importou. A única coisa que importava era ajudá-lo.”

"Estou orgulhosa de você, Remus."

Isso o deixou confuso. Sua garganta se apertou e ele quase engasgou tentando engolir o resto de
sua fatia, o açúcar se transformando em ácido no seu caminho para baixo. Ele gaguejou e tossiu,
pegando o chá para engoli-lo. Madame Pomfrey se levantou sorrindo e deu um tapinha em seu
ombro enquanto se recuperava.

"Eu vou deixar você ir."

Ele levou alguns minutos para se recompor antes de levantar. Tirou as migalhas dos lençóis e
arrumou a cama, embora soubesse que realmente não precisava. Embrulhou o resto dos doces em
um pergaminho e cuidadosamente colocou o pacote em sua bolsa. Ele pode precisar deles mais
tarde.

Remus quase ficou surpreso com a calma que sentia. Havia uma sensação de encerramento, de
chegar a um fim inevitável. Alguém sempre iria descobrir, disse a si mesmo. Ele teria sido um
idiota em pensar que todos eles poderiam esconder uma coisa tão grande para sempre. Haviam
feito um trabalho muito bom, mas tudo foi sorte, e eles correram tantos riscos. Pelo menos dessa
forma fora sua escolha; havia controlado tanto quanto podia. Dessa forma, os marotos também
estariam seguros. Ninguém saberia o que todos eles haviam feito em cada lua cheia.
Ele voltou lentamente para a Torre da Grifinória. Estava todo tenso por ter dormido o dia todo e
estava grato pela oportunidade de esticar as pernas com privacidade. Sirius não havia mencionado
o problema do quadril por um tempo, mas Remus o via apertar os lábios ou franzir a testa sempre
que o notava mancando ou esfregando o lado do corpo.

"Blatherskite", disse à senhora gorda, que mal ergueu os olhos de lixar as unhas para deixá-lo
passar.

Ele entrou na sala e sentiu seis pares de olhos o mirando ao mesmo tempo. Se recompondo e
colocando um sorriso despreocupado no rosto, Remus se aproximou de seus amigos, sentados em
seus lugares habituais, ocupando dois sofás e uma poltrona.

"Moony!" Sirius se levantou de onde estava esparramado para abrir espaço, "Eu ia subir e ver se
você estava acordado."

"Estou acordado", disse redundantemente, sentando-se.

"Sirius nos contou o que você fez." Peter atirou, como se não pudesse se conter. Ele estava
manuseando uma peça de xadrez - havia um jogo acontecendo, mas Remus não sabia dizer contra
quem ele estava jogando.

"Bom," Remus assentiu. "Er ... alguém falou com Marlene?"

“Gritaram com a gente,” suspirou Mary, indicando a si mesma e a Lily. "Acho que ela está mais
magoada por ter sido a última a descobrir."

"Hm."

“Ela não disse nada mais, no entanto. Está trancada com Yaz. ”

"Certo."

"Escute, Moony," James se inclinou, os olhos muito sérios, "Nós estivemos conversando e lembra
do quinto ano? Dumbledore impediu Snape de contar a todos. Ele pode parar Marlene também, se
for o caso.”

"Ele pode." Remus acenou com a cabeça, embora não tivesse tanta certeza. Ele poderia servir a
Dumbledore melhor fora da escola agora do que pôde aos dezesseis. Especialmente considerando
os contatos que já havia feito. "Mas deixe-o de fora por enquanto, ok?"

"Por que você fez isso?!" Peter perguntou, ainda segurando a peça de xadrez.

“Para ajudar Danny.” Remus respondeu, surpreso. Ele olhou para todos, "Ele estava sozinho,
ninguém o estava ajudando, a própria Marlene me disse isso."

“Mas Remus ...” Lily disse, “Você sabia como ela se sentiria sobre isso. Você sabia que ela não
entenderia. "

"Eu sabia. Mas era por Danny.” Repetiu com firmeza.

Todos prometeram dar um tempo e ver o que Marlene decidiria fazer a seguir. Lily e Mary juraram
que fariam tudo o que pudessem e, naquela noite em seu dormitório, elas explicariam, tentariam
convencê-la. Remus agradeceu, porque sabia o quanto as meninas se importavam com ele.

Eles tiveram uma noite tranquila. Remus jogou xadrez com Peter e perdeu, então Sirius assumiu e
eles empataram. James e Lily questionaram um ao outro sobre os ingredientes de poções e Mary
trabalhou nos formulários de emprego de forma nada entusiasmada.

"Metade são de serviços chatos de secretariado trouxa para agradar a mamãe e metade são de
serviços chatos do ministério de magia para agradar McGonagall," ela suspirou.

Eventualmente, eles foram para a cama um por um e, embora Remus mal tivesse permanecido
acordado por três horas naquele dia, ele subiu as escadas bocejando. Sirius havia sido muito
paciente. Não havia falado nenhuma palavra ainda, e Remus sabia o quão difícil isso devia ser para
ele. Então, quando eles finalmente estavam na cama, e tão sozinhos quanto poderiam estar em
Hogwarts, ele deitou-se silenciosamente de costas, olhou para as cortinas de veludo e deixou Sirius
falar.

"Eu não vou deixá-la fazer isso." Sirius sussurrou em seu ouvido, pegando sua mão, "Eu vou falar
com ela, Mary e Lily vão falar com ela, e nós a faremos entender. McGonagall e Madame Pomfrey
- elas vão querer te ajudar, ela vai ouvi-las mesmo que não nos ouça. Ou Dumbledore. James
poderia expulsá-la do time - qualquer coisa. Não vamos perder você, Moony, você trabalhou muito,
não vai ser expulso só por tentar ser legal com aquela ingrata, arrogante, intolerante... "

"Vai ficar tudo bem, Padfoot." Remus disse.

"Exatamente!" Sirius acenou com a cabeça, seu cabelo farfalhando contra o travesseiro,
"Exatamente, porque nós vamos impedi-la."

“Não, quero dizer, não importa o que aconteça, vai ficar bem. Se eu sair daqui a três meses ou tiver
que ir amanhã, tudo ainda vai ficar bem.”

“Mas seus NIEMs!”

"Bem, eu estava ansioso para destruí-lo completamente em História e Feitiços ..."

"E Aritmancia, tenho copiado de você o ano todo."

“E Aritmancia.” Remus riu. “Mas ... bem, os NIEM não significam muito. Ainda não poderei
entrar em nenhum dos programas de treinamento do ministério sem me registrar como lobisomem,
e não vou fazer isso, nunca. Não sei se realmente quero fazer esse tipo de trabalho. O que eu quero
é começar a mudar as coisas. É por isso que escrevi para Danny em primeiro lugar. ”

“... quer dizer que você quer ser expulso?!”

“Eu não acho que vai chegar a esse ponto. Eu não acho que Marlene faria, mesmo que ela esteja
com raiva. Mas ela pode me pedir para sair, e se for o que ela quer, então eu irei.”

"E então se juntar à guerra." Sirius terminou. Sua voz soou estranha. Nada ruim, mas Remus sabia
que ele entendia.

"Sim, suponho que você poderia colocar dessa forma." Acenou com a cabeça.

"Eu irei com você, então. Eu também não preciso de NIEMs, sou um Black. ”

"Eu não pediria a você para fazer isso."

"Eu sei. Mas eu vou. Nós sairemos juntos.”

Remus não queria admitir, mas estava silenciosamente emocionado. Talvez fosse a parte grifinório
dele, mas deixar a infância para trás e correr de cabeça para o desconhecido com seu melhor amigo
parecia tão gloriosamente tentador. Seria o nascimento deles; longe de Hogwarts e horários e todas
as rixas e rivalidades idiotas de lá. Eles tinham muito a oferecer, ele sabia disso. Eles não
triunfaram em tudo o que já haviam tentado? Não foram eles os heróis de todas as histórias até
agora? Não seria nada para eles. Eles poderiam acabar com esta guerra e realmente começar suas
vidas.

"Obrigada." Ele rolou para beijar Sirius. Beijou seus lábios e suas mãos deslizaram sob sua
camiseta e ele continuou beijando-o, seus lábios, seu pescoço, sua mandíbula, "Obrigado, obrigado
..."

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Eu sei que o capítulo é meio triste, mas essa é a gota d'água
que a Marlene precisava para entender (e acabar) com o próprio preconceito, mas claro
que o sofrimento do Remus não vale uma aprendizagem (como sugeriu o Dumbledore
depois da pegadinha do Sirius no quinto ano).

Outra coisa que eu gostaria de deixar claro é que em AtYD o Sirius não desconfia que
o Remus é o espião por ele ser um lobisomem, ele desconfia do Remus por nunca ter
entendido o objetivo dele em lutar nessa guerra e isso vai ficando cada vez mais
explícito a medida que vamos lendo. "O que eu quero é começar a mudar as coisas. É
por isso que escrevi para Danny em primeiro lugar. ”“... quer dizer que você quer ser
expulso?!”

Indico que ouçam a música citada no início do capítulo também. X-ray Spex é de uma
banda feminina de rock que nasceu em 1976 e possui uma das músicas clássicas do
movimento punk rock "oh bondage up yours!". Essa música pode ser vista como o
ínicio do movimento riot grrrrl, mas a cantora declarou que a ideia era para ser um
jingle anti-capitalista (precisam de mais razões para ouvir a banda?). O álbum
germfree adolescents também é um dos grandes álbuns do gênero. Infelizmente, a
vocalista morreu de câncer aos 53 anos, em 2011.
Capítulo 145: Sétimo ano: O que nos falta
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

See the end of the chapter for more notes

Eram promessas maravilhosas, mas não era para ser. Remus não teria a chance de fazer uma
saída misteriosa e digna de Hogwarts, e Sirius não teria a oportunidade de provar que seguiria
seu Moony em qualquer lugar.

Mais tarde - depois que a guerra e todo o resto acabaram - Remus se perguntaria se as coisas
poderiam ter sido diferentes se ele e Sirius tivessem deixado a escola. Talvez pudessem ter mantido
um ao outro mais perto ou ter mantido outras pessoas mais seguras.

De qualquer maneira, não aconteceu e não adiantava ficar pensando nisso.

Depois, por anos e anos, uma vez que a agonia de todos aqueles funerais e obituários e memoriais
e discursos tivesse desaparecido, Remus ficaria com memórias de seus últimos meses em
Hogwarts, quando eles foram estúpidos e ingênuos e indescritivelmente felizes sem nem mesmo
saberem.

Quarta-feira, 29 de março de 1978

O fim de semana passou silenciosamente; havia dever de casa para fazer, quadribol para treinar e
uma pegadinha extremamente complicada para planejar, e Marlene não deu um passo em nenhuma
direção.

Sirius e James relataram que ela participou do treino de quadribol e jogou tão bem como sempre,
mas não tinha falado com eles. Mary disse que ela ainda estava chateada, mas que ainda não havia
se decidido se contaria ou não.a

A semana seguinte já estava quase chegando quando Marlene finalmente decidiu se aproximar de
Remus novamente. Ela o pegou sozinho - o que era raro atualmente.

Ele estava arrumando a sala de aula de Feitiços após uma sessão de revisão, pouco antes da reunião
de quarta-feira da Cooperação entre Casas de Planejamento da Pegadinha. Normalmente Chris o
ajudava, mas ele estava com um resfriado e havia tirado a tarde de folga. Remus quase havia
desejado cancelar completamente o grupo de estudo. Tudo parecia tão fútil; aprender e aprender e
aprender - para quê? Para passar nos exames, tirar uma boa nota e depois? Se Greyback não o
matasse antes dos vinte anos, ele ainda seria um desempregado. Porém, todos pareciam gostar do
grupo de estudo e odiaria decepciona-los

Marlene entrou na sala cheirando a ervas da estufa - alecrim, sálvia e solo rico em terra. Ele se
virou e inconscientemente se afastou até encostar na parede.

"Olá." Disse.

Ela ficou parada por um tempo, o olhando em total silêncio antes de responder.

"Olá. Estou furiosa com você. "

"Eu sei." Ele acenou com a cabeça, tentando ser compreensivo, "Eu acho que é justo. Você... hum.
Você está pronta para falar sobre isso?”

"Não." Ela retrucou, cruzando os braços. Marlene o olhou e Remus desviou os olhos, como um
suplicante implorando perdão. Ele a ouviu se inquietar um pouco e suspirar impacientemente. "Mas
Danny disse que eu preciso."

Remus conscientemente evitou sorrir, mas não pôde ignorar a onda de alívio que sentiu com essas
palavras. Ele ergueu os olhos novamente, com cuidado.

"Você falou com ele direito, então?"

"Sim. Ele disse que experimentou a essência de murtlap combinada com antisséptico trouxa e está
se curando mais rápido. E você estava certo sobre tomar um sonífero.”

“É a melhor coisa que eu descobri. Para cura.” Remus respondeu cautelosamente, desviando os
olhos novamente. Ela o fazia se sentir tão envergonhado de si mesmo.

"Todo mundo sabia, exceto eu." Marlene disse. Ela estava encostada na parede oposta agora, uma
sala inteira de confusões de cadeiras e mesas entre eles. "Até Mary."

"Ela descobriu sozinha, eu não contei a ela."

"Eu sempre pensei que você era estranho porque você era queer."

Remus franziu um pouco a testa. Ele era estranho? Mesmo assim, não disse nada, ele não conseguia
pensar em nada que pudesse melhorar a situação.

"Você realmente magoou meus sentimentos, Remus." Marlene continuou “Você mentiu para mim
durante anos. Achei que éramos amigos, compartilhei coisas com você que não contei a mais
ninguém.”

"Nós somos amigos!" Remus protestou, "Eu sou seu amigo, de qualquer maneira."

Ele suspirou profundamente. Seria sempre assim quando as pessoas descobrissem? “Olha, eu não
podia te contar, haviam muitas pessoas envolvidas... Madame Pomfrey, e até mesmo Dumbledore.
Eu tive que manter isso em segredo por causa deles também. E... você deixou bem claro, no
passado, como se sentia em relação a pessoas como eu. ”

"Você deveria ter me contado."

"O que você teria feito?" Remus estava ficando irritado agora. “Reclamar? Dizer a todos? Me fazer
ser expulso?”

"Talvez não." Ela mordeu o lábio e desviou o olhar. Quanto menos certeza ela tinha, mais irritado
Remus ficava.

"Bem, eu não queria correr o risco!" Ele disse "Não tenho uma família ou uma casa de verdade
para onde ir, caso você tenha esquecido. Eu não tenho nada fora desta escola, então me perdoe por
fazer tudo que pude para ficar. ”

"Eu entendo isso," ela o olhou rapidamente, estendendo as mãos, "- e eu nunca iria querer causar
nenhum problema, mas Remus, você não vê o quão perigoso -"

“Eu tinha onze anos! Eu era apenas uma criança, e um velho aparece e me diz que estou indo para
a escola de magia - o que você teria feito?!”

“Não grite comigo!” Ela franziu a testa, encolhendo-se um pouco. "Eu não vim aqui para gritar."

"Desculpe." Ele murmurou. "Eu não tive minha chance naquele dia."

"Me desculpe por isso."

"Bom."

Eles ficaram quietos depois disso, ambos olhando para o chão, ambos mexendo nas mãos. Remus
podia ouvir o coração de Marlene batendo forte em um ritmo constante e ansioso.

"Olha." Ele disse, mantendo a voz baixa e firme, abrindo os punhos. “Se você quiser que eu saia de
Hogwarts, então eu irei. Contanto que você prometa não colocar ninguém em apuros, eu não vou
resistir. "

“Mas seus NIEMs ...”

"Eles não vão importar se você vai contar a todos o quão perigoso eu sou."

"Você fala como o Danny."

Silêncio novamente. Remus balançou a cabeça, cansado e exasperado. Então decidiu tentar uma
abordagem diferente.

"Como ele está agora? A carta dizia que ele queria me conhecer?”

"Ele está bem." Ela acenou com a cabeça, seus olhos um pouco brilhantes. "Acho que o animou,
saber que outra pessoa estava passando pela mesma coisa."

“Sim,” Remus concordou, “É algo que eu teria gostado. James, Sirius e Pete... eles sempre se
certificaram de que eu nunca me sentisse sozinho. Então, eu sei a diferença que isso faz.”

Marlene acenou com a cabeça e enxugou os olhos.

"Estou com raiva." Ela disse, cansada. "Mas não sei se estou com raiva de você. Você só ... foi um
choque tão grande, e não tenho certeza de quantos choques a mais posso aguentar hoje em dia. "

Ele riu e não sabia bem por quê.

Ela sorriu fracamente. “Eu não vou dizer nada. Eu não quero que você vá a lugar nenhum. Danny
diz ... ele diz que precisamos nos concentrar em nossas semelhanças, não em nossas diferenças.
Agora mais do que nunca. Lily e Mary disseram o mesmo. Eu sei que eles estão certos, é apenas
mais difícil do que eu esperava. "

"Eu não posso ter você me odiando." Remus respondeu cautelosamente.

"Eu não te odeio."

“Odiar o que sou é a mesma coisa.”

"Estou tentando, Remus." Ela piscou para afastar as lágrimas. "Eu juro, vou tentar."

"Obrigada." Ele assentiu.

Por uma fração de segundo ele ficou desapontado; estivera tão pronto para uma mudança. Saber
que teria que esperar um pouco mais doeu por um momento, mas o sentimento se dissipou
rapidamente, como uma porta se fechando. Ponto final. Ele terminaria a escola e tiraria a maior
nota de todas em História - Aritmancia também, provavelmente - e assistiria ao jogo final de
quadribol, e ficaria bêbado demais comemorando com seus amigos. Greyback esperaria.

"Posso te ajudar com isso?" Marlene apontou para a sala de aula bagunçada. "Potter e Black e sua
gangue de malfeitores estarão aqui em um minuto para planejar seu ataque à Sonserina..."

“É, ok,” Remus acenou com a cabeça, e os dois começaram a mover as carteiras. O confronto
parecia ter acabado e, por enquanto, os dois estavam satisfeitos. Ele estava feliz, havia sido horrível
não ter Marlene como amiga.

Remus e Chris geralmente usavam magia para mover os móveis da sala de aula para trás, mas
Marlene nunca foi boa em feitiços de locomoção, então ela apenas começou a levantar e empurrar
as coisas. Remus não queria se exibir agora que eles estavam conversando um com o outro, então
fez o seu melhor para se igualar a ela.

"Vou falar com a Mary." Marlene disse de repente, levantando uma cadeira e empurrando-a para
baixo de uma mesa. “Yaz quer que eu fale. Eu já contei a Danny.”

"Isso é bom." Remus sorriu, encorajadoramente. “Tenho certeza de que Mary ficará bem. Das
pessoas que conheço, ela é a que menos julga os outros. "

"Sim, você provavelmente está certo." Marlene o observou pensativa, enquanto ele colocava a
mesa final de volta no lugar. "Remus?"

"Hm?"

“Você está mancando por causa das transformações?”

"Estou mancando?" Remus ficou um pouco mais reto, constrangido.

"Às vezes mais, depende do dia", respondeu ela com naturalidade. “Eu sempre pensei ... com a sua
criação. Sempre pensei que alguém fazia isso com você.”

Ele balançou sua cabeça.

“Quando eu tinha treze anos ou mais, acho que algo se encaixou no lugar de forma um pouco
instável.” Ele encolheu os ombros. “Fica um pouco rígido de vez em quando. Quase não penso
nisso agora.”

"Mmm." Ela respondeu, parecendo pensativa


"-- Quantas vezes?!"

A porta se abriu e Lily entrou parecendo furiosa, James seguindo atrás dela, Peter e Sirius logo
atrás, ambos sorrindo maliciosamente. “Dissemos que não haveriam pegadinhas até o final do
semestre! Deveríamos ser discretos, você é o monitor-chefe! "

"Vamos, Evans," James disse, estendendo as mãos, "Aquilo não foi nada, quase nem foi uma
pegadinha, foi ... er ..." ele lançou um olhar suplicante para Sirius.

"Para animar os alunos!" Sirius forneceu.

"Para animar os alunos!" James acenou com a cabeça, sorrindo.

"Todos os espelhos do banheiro de repente refletindo os rostos dos trolls é algo para animar os
alunos?!" Lily se virou para os dois.

Não adiantou, os três meninos caíram na gargalhada.

Remus riu também; ele havia feito metade da pesquisa para aquela pegadinha. Na semana anterior,
passou horas procurando retratos em livros de histórias da dinastia troll para obter todas as
características certos. Esperava ter a chance de ver algumas das reações antes que Flitwick
conseguisse quebrar o feitiço que eles usaram.

"Seus malucos." Marlene sorriu timidamente.

"Marlene!" Lily se surpreendeu.

Todos se viraram para olhar para ela e depois para Remus, boquiabertos. Ele fez questão de sorrir
de volta para todos eles, relaxando os ombros e unindo suas mãos.

"Venham! Esta cooperativa não vai se conduzir sozinha...”

***

Sirius ainda possuía algumas opiniões sobre Marlene, é claro. Remus se recusou a ouvi-las. Ele
queria encerrar o assunto, queria seguir em frente. E queria conhecer Danny, o mais rápido que
pudesse. Pela primeira vez, para melhor ou para pior, Remus sentiu que tinha um aliado lá fora.
Alguém que era como ele, do lado deles. Ele escreveu outra carta, depois a descartou e tentou
novamente. Então, novamente e novamente. Havia tanto a dizer que Remus não sabia por onde
começar.

"Mas por que você quer falar com ele?" Sirius bocejou uma noite na cama, enquanto Remus
desistia de outra tentativa de se apresentar apropriadamente. "Você sabe mais sobre ser um
lobisomem do que ele, não é como se ele fosse te ajudar em algo."

“Não é realmente sobre isso.” Remus bocejou de volta, apagando a luz de sua varinha e se
deitando. Ele esfregou as juntas e dedos da mão direita. Alguns dias ele sentia como se nunca
tivesse largado a pena, estava sempre escrevendo ou revisando febrilmente suas anotações para os
NIEMs, ou então fazendo cálculos complexos para ajudar na grande pegadinha, ou escrevendo
para Grant, Ferox ou Danny.

"Espere até a escola terminar, então." Sirius aconselhou. "Mais seguro para vocês dois."

"Há três luas até lá." Remus respondeu, tentando ficar confortável. Os lençóis sempre acabavam
amarrotados na cama de Sirius, ele não tinha ideia de como o outro garoto conseguia.

"Eu sei disso," Sirius respondeu indignado. "Mas não há muito que você possa fazer, não é?"

"Suponho que não."

"E você não deve nada a ele."

"Não." Remus escolheu suas palavras com cuidado. "Mas devo a mim mesmo fazer a coisa certa,
não é?"

"É isso que está na sua cabeça?" Sirius estava emburrado, Remus sabia.

Uma vibração em sua barriga lhe dizia que eles estavam indo em direção a uma briga, e ele poderia
evitá-la agora apenas mudando de assunto.

“O que você quer dizer com 'o que está na minha cabeça' ?!” Remus rebateu.

“Quando você escreveu para Danny em primeiro lugar. Você tem que admitir que foi um pouco
imprudente. "

"Desculpe?!"

"Bem, para alguém que passou sete anos tentando manter cada aspecto de si mesmo
completamente privado, foi um pouco louco simplesmente enviar uma carta para um estranho -"

“- irmão da minha amiga -”

“- derramando todos os segredos sobre tudo -”

"Não tudo!"

“- mas se o objetivo era fazer a coisa certa, então eu suponho que está tudo bem.”

"Olha, se você está puto comigo, então é só dizer, essa merda sarcástica não combina com você,
Black." Remus rolou de lado.

"Não estou puto." Sirius disse.

"Que bom."

Remus sabia que aquele não era o fim. Ele esperou impacientemente.

“... Só estive pensando, só isso.” Sirius disse finalmente. Remus sorriu para si mesmo, antes de
rolar de volta, franzindo a testa.

"O que?"

"É como se você quisesse ir embora ou algo assim."

“Obviamente eu queria ir” Remus sibilou, entrando na briga “Eu te disse. É inútil, eu fazer os
NIEMs, me preocupando com exames idiotas, clubes e pegadinhas, quando as coisas estão
acontecendo lá fora, agora. Tive a chance de ajudar e aproveitei. E daí se eu não me importasse
com as consequências?! Me chamar de imprudente?! Achei que você entenderia! O que aconteceu
com querer se vingar de sua família? O que aconteceu com querer acabar com isso?”

"Eu quero ..." Sirius respondeu, parecendo menor.

“Bem, você não está agindo de acordo. Você parece mais preocupado com aquela partida de
quadribol idiota do que com a guerra. Talvez sejam a mesma coisa para você. "

"Merlin!" Black respondeu fracamente, "Você não para até sentir o gosto de sangue, não é?"

"Deve ser o lobo em mim." Remus concluiu brevemente.

Ele rolou novamente e fechou os olhos.

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): A partir de agora, alguns capítulos vão ter parágrafos


atemporais como o do início deste. Eles são terrivelmente tristes e eu quase desisti de
traduzir o capítulo por causa dele :) . Porém, neste capítulo, fica claro que o Remus vê
que o Sirius não entendeu exatamente o que é a guerra. Agora que ele está afastado da
família, é como se o propósito dele tivesse sumido e, por mais que Remus tenha
percebido isso, não vai ser uma ideia que vai amadurecer na cabeça dele,
simplesmente devido ao tempo. Afinal, durante a guerra não há tempo para muita
coisa. O único problema de wolfstar aqui é que nenhum dos dois teve tempo de
amadurecer e, na minha opinião, essa é a parte mais triste.

Sobre a Marlene: Claro que o ponto de vista dela tem toda a questão do preconceito
que já havíamos visto a muito tempo atrás e, por mais que eu ache errado a forma
como ela agiu, o turbilhão de sentimentos por seu irmão ter sido vítima de um ataque
lobisomem não pode ser deixado de lado. E, na minha opinião, os personagens que
tem o melhor desenvolvimento em toda a história são a Marlene e o próprio Remus,
ela ainda vai aprender muito e se tornar fundamental na guerra de diversas formas.

"Eu não odeio você."

"Odiar o que sou é a mesma coisa."

Falas como essa mostram o quanto o Remus aprendeu a se aceitar depois de todos
esses anos <3
Capítulo 146 : Sétimo ano: Superego
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


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responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

Oh mine eyes have seen the glory of the theories of Freud,

Oh, meus olhos viram a glória das teorias de Freud,

He has taught me all the evils that my ego must avoid.

Ele me ensinou todos os males que meu ego deve evitar.

Repression of the impulses results in paranoid

A repressão dos impulsos resulta em paranóia

As the id goes marching on.

Enquanto o id continua marchando.

Psychotherapy' by Melanie.

Sábado, 1 de abril de 1978

"E ai!"

"Olá."

“Deus, se anime um pouco, raio de sol! Depois de eu ter passado por todo esse esforço para marcar
uma maldita audiência com você!”

"Desculpe! Estou muito, muito feliz em falar com você.”

"Cristo, você fica mais mauricinho a cada dia."

Remus riu apesar de si mesmo. O som ecoou de volta pelo receptor e o fez pensar na voz de Grant
viajando por toda a linha telefônica, desde a Inglaterra até a Escócia. Os trouxas também eram
muito mágicos.
"Como você está?" Ele perguntou "Ainda curtindo a praia?"

"O inverno foi terrível pra caralho." Grant respondeu, se acomodando na conversa. Remus podia
ouvir o cigarro entre os dentes, o rangido de um isqueiro. Ele ansiava por ver o outro garoto, ver seu
rosto e observar suas expressões. "Chuva. Vento gelado - vem do mar, sacode as janelas mais do
que em St. Eddy's. Veja bem, os alunos compensaram.”

“Alunos?”

“Na Faculdade de Arte e em Brighton Poly. Tem vários como nós nas escolas de arte. Eu estava
saindo com um engenheiro, um poeta e um pintor”.

“São três pessoas diferentes ou uma pessoa muito inteligente?” Remus perguntou ironicamente.

“Engraçadinho. Quem é você para falar.” Grant deu uma risadinha. “E quanto a você, afinal? Como
está o namorado? "

Remus bufou zombeteiramente.

"Bem."

"Bem?"

"Bem."

Grant exalou ruidosamente.

“Senhor, não é outra briga, é? Vou te dizer uma coisa, querido, você precisa controlar esse seu
humor.”

“Que humor ?!” Remus franziu a testa. Grant riu.

“Você é o cara mais temperamental que eu conheço, pior do que uma garota naqueles dias quando
algo te irrita. E você não segura a língua. Já tive costelas quebradas que doeram menos do que
algumas coisas que você disse.”

"Você nunca disse..."

“Não, bem, eu deixei você se safar porque é mais fácil do que começar uma briga. Não é sua
culpa. Eu sou do mesmo jeito, não sou? Todos nós, crianças institucionalizadas, somos.”

“Institucionalizadas?!”

Era uma palavra enorme vinda de Grant, mas parecia rude dizê-lo. Deus, Remus pensou consigo
mesmo, quando eu me tornei tão esnobe?

“Sim, aparentemente é isso que somos. O poeta me disse - ele estava fazendo um curso de
psicologia. Disse que tenho medo de ficar com uma pessoa por muito tempo porque fui muito
abandonado quando era pequeno. Larguei ele depois disso, obviamente. "

"Estou com o Sirius há muito tempo." Remus respondeu defensivamente. "Sempre foi ele."

"Mas tem o mesmo problema.” Grant pensou, como se estivessem apenas passando o tempo,
"Quando foi a última vez que você deixou alguém ser legal com você sem dizer algo terrível de
volta?"
Remus apertou os lábios.

"Eu não faço isso." Ele disse, embora já soubesse que Grant estava certo. Desgraçado.

"Se você diz." Grant respondeu, casualmente. "Como está todo o resto, afinal?"

“Eu conheci minha mãe.”

"Caramba."

"Sim. Ela é ok."

"É isso que deixou você todo mal-humorado?"

"Não. Talvez."

“Não culparia você se fosse. Eu fico assim por semanas depois de ver a minha. Adora me dizer o
quanto ela me odeia.” Ele sempre parecia estar sorrindo, mesmo enquanto dizia isso. Isso tornava
tudo mais desagradável de alguma forma.

"Bem. A minha não disse isso.” Disse Remus. "Na verdade, ela disse que me ama."

"Isso é bom, então."

"Sim."

“Você não tem que dizer isso de volta, sabe. Ela largou você, a vaca insensível, ela não tem o
direito de esperar que você responda.”

Remus recuou um pouco com isso, chocado.

“Ela tinha motivos. De qualquer forma, não é como se eu não sentisse nada por ela. É difícil
dizer. Acho que seu amigo psicólogo pensaria que isso se deve ao fato de eu ser
'institucionalizado'.”

"Acho que sim."

“Mas você nunca teve um problema. Com, er ... afeto. "

Grant riu de novo, uma gargalhada alegre.

"Se você não acha que transar com todo rapaz que me olha de soslaio é um problema."

"Eu só quis dizer que você está mais aberto ..."

Remus não podia continuar, a risada de Grant estava abafando tudo.

"Desculpe!" Ele ofegou "Deus, esqueci o quão engraçado você era."

"Eu pensei que estava sendo mal-humorado."

“Você é um homem complicado, maldito Remus Lupin. É por isso que eu te amo.”

Remus resmungou. Grant riu novamente. "Não se preocupe, não é de um jeito queer."

Isso fez Remus rir, e por alguns minutos aquela risada foi tudo o que se passou entre eles, por
quilômetros e quilômetros de fio telefônico.
***

Remus voltou para Hogsmeade com o coração mais leve do que há uma hora atrás. Só em falar
com alguém de fora de Hogwarts, alguém de fora da guerra, foi um alívio maravilhoso.

(“Eu gostaria que houvesse um telefone na escola que eu pudesse usar”, ele disse, se desculpando,
“Eu ligaria para você o tempo todo”.

“Quando formos milionários excêntricos”, pensou Grant, “podemos pagar a alguém para nos seguir
com um telefone, aonde quer que formos. O engenheiro disse que serão capazes de fazer isso,
talvez por volta dos anos 80.”

"Não vejo como isso poderia funcionar," Remus franziu a testa, "Onde plugaríamos os fios do
telefone?"

“Me diga você, não sou eu que estou numa escola chique.”)

Ele havia prometido se encontrar com os outros no Os Três Vassouras depois do telefonema, que
levou semanas para ser planejado. Sirius não disse nada quando Remus se dirigiu para a cabine
telefônica fora da cidade - talvez algumas semanas atrás ele teria se oferecido para caminhar com
ele, mas eles ainda não estavam sendo legais um com o outro. Não sendo desagradáveis, mas não
estavam felizes. Era cansativo, mas ceder parecia um trabalho ainda mais difícil.

Remus parou por um momento antes de entrar no pub. Ele fumou, encostado na parede sob a
placa. Era um belo dia de primavera e o primeiro fim de semana em tempos que estava
livre. Observou a movimentada rua principal, estudantes felizes andando de um lado para outro
com seus amigos, sacolas de compras estufadas e rostos radiantes. Quão diferente era deles? Ele
era menos?

Não para seus amigos, pensou, com confiança. Não para Sirius.

De repente, ele sentiu um cheiro familiar no vento, e procurou na multidão rapidamente para
encontrar Chris, passando apressado.

“Ei! Ei, Christopher!” Remus chamou.

O menino tímido parou, viu quem estava gritando e se aproximou - com certa relutância.

“Olá, Remus,” Chris acenou com a cabeça, parecendo agitado. Ele não tinha sua bolsa usual de
livros e suas roupas estavam mais elegantes do que o normal. Ele cheirava um pouco diferente
também - um sabonete novo, ou... não poderia ser colônia?!

“Oi, não vejo você há um tempão” Remus sorriu para ele.

"Sim, estive tão ocupado ... então tive um resfriado, lembra?" Christopher não olhou bem em seus
olhos. Ele estava corando, mas Christopher estava sempre corando, então Remus não deu muita
importância a isso.
"Ah, sim, está se sentindo melhor?"

“Sim, obrigado.

“Entre, os outros estão lá dentro ...”

“Oh ... não, desculpe, Remus, hum. Estou com alguém...”

"Oh!" Remus o olhou de cima a baixo novamente. Bem, agora fez um pouco mais de
sentido. "Quem?"

“Erm. Ninguém que você conheça ... desculpe, mas ... você se importa? Vou me atrasar."

"Claro que não! Desculpe ...” disse Remus, um pouco irritado. Christopher nunca o rejeitou assim
antes. Ele o viu sair apressado pela rua e virar uma esquina.

Ok.

Remus apagou o cigarro no pote de gerânios vermelhos na soleira da porta do pub, então empurrou
a porta e entrou. James, Lily, Mary, Peter, Marlene e Yaz estavam sentados no canto mais distante,
a mesa cheia de copos vazios.

Ele sorriu caminhando até eles, abaixando a cabeça sob as vigas pretas do teto e levantando a mão
em saudação.

"Moony!" James sorriu, acenando de volta. Peter e Mary moveram-se no assento de veludo verde
para abrir espaço para ele.

“Como foi sua ligação?” Lily perguntou animadamente.

"Boa, obrigado." Remus acenou com a cabeça. "O que vocês têm feito?"

“Planejando a festa de fim de ano.” Mary sorriu ansiosamente.

“Meus pais disseram que pode ser lá em casa.” Disse James. “Vamos convidar todos do ano. A
maioria deles, de qualquer maneira ...”

"Parece bom." Remus sorriu de volta.

As coisas estavam estranhas entre todos eles, porque era dolorosamente óbvio que ele e Sirius
estavam brigando. Lily tentou ser prática e agir como se estivesse acima de tudo, mas James estava
perpetuamente preso entre eles e nunca sabia para onde olhar.

"Certo, venham e peguem...!" Sirius de repente apareceu por cima do ombro de James vindo do
bar, uma bandeja de canecas em seus braços. Ele olhou para cima e viu Remus, e o sorriso morreu
em seus lábios.

Todos desviaram o olhar, envergonhados, e Remus sentiu algo endurecer em seu peito. Uma
torrente de frases curtas brilhou em sua mente; coisas rancorosas e afiadas. Foi necessário um
enorme esforço para ignora-las. Ele não queria que fosse mais fácil ser cruel do que
gentil. Recusava ser esse tipo de pessoa. St. Edmund's não poderia ser tudo o que era.

“Oi,” ele sorriu, abaixando a cabeça para que seu cabelo caísse em seus olhos e ele tivesse que
empurrar os cachos para trás. Estava uma bagunça, precisava cortar.

"Oi." Sirius baixou a bandeja com um estrondo. "Eu vou voltar e pegar para você -"
"Remus pode ficar com o meu," disse Mary, saindo, "Samuel do meu grupo de Feitiços tem me
jogado olhares a tarde toda ... senta aí, Black." Ela o cutucou no assento, e Sirius cautelosamente
tomou seu lugar ao lado de Remus.

"Até logo!" Mary vibrou, desfilando pelo chão do pub em direção a um grupo de meninos da
Corvinal.

Marlene sorriu e balançou a cabeça para Yaz, que riu e apertou a mão dela em cima da mesa. O
coração de Remus saltou e ele olhou ao redor furtivamente.

Ninguém mais estava olhando - a pequena mesa ficava em um canto estranho da sala, longe das
janelas e mal iluminada por lâmpadas a gás. Sem dúvida, foi pela privacidade que eles escolheram,
Remus viu agora que todos os seus amigos estavam com as bochechas rosadas e os olhos vidrados
por causa da cerveja. Lily estava praticamente sentada no colo de James, e a mão direita dele havia
desaparecido na parte de trás do suéter dela.

“Como foi a ligação?” Sirius perguntou, neutro, olhando para sua cerveja.

"Boa." Remus respondeu baixinho, “Ele parecia muito bem. Feliz."

"Que bom."

Remus tomou um grande gole de cerveja para ganhar coragem. Peter estava conversando sobre
quadribol com Marlene e Yaz, James e Lily só tinham olhos um para o outro. Ele se virou para
Sirius, girando de lado no assento.

"Eu sou um idiota." Disse.

"Sim." Sirius bebeu também, ainda sem realmente olhar para Remus, embora o canto de seus
lábios tenha se erguido quando ele inclinou a cabeça para trás.

O lampejo de pele branca em seu pescoço enquanto ele engolia chamou a atenção de Remus, que
se mexeu no assento, mais perto de Sirius.

"Eu sinto muito." Ele sussurrou, de forma que apenas Sirius pudesse ouvi-lo.

"Eu não posso falar com você às vezes sem que você arranque minha cabeça fora." Black
resmungou. "Você fica com esse humor e eu não consigo alcançá-lo."

"Eu sei..." Remus disse, tentando não se distrair muito com a forma como o pomo-de-adão de
Sirius balançava, ou a forma como sua veia palpitava naquela depressão acima de sua clavícula, ou
seus adoráveis pulsos finos, ou como ele adoraria segurar eles rápido e...

Remus olhou em volta mais uma vez, só para garantir, antes de se inclinar ainda mais perto,
empurrando o cabelo de Sirius para trás com os dedos e beijando aquele lindo pescoço, movendo a
língua para cima, logo atrás do lóbulo da orelha. Ele ouviu a inspiração aguda de Sirius, e o sangue
correndo tão rápido em suas veias que parecia efervescente, e a temperatura de Remus começou a
subir.

“Eu realmente sinto muito”, disse ele novamente, “É minha culpa e eu vou melhorar”.

"Melhorar?" Sirius murmurou, sua cabeça baixa para que seu cabelo caísse sobre seu rosto.

"Sim, melhorar. Eu sinto muito. Eu perco a paciência quando as pessoas me dizem o que fazer, mas
vou tentar.”
A cabeça de Sirius se inclinou em direção a ele e Remus se afastou para que eles pudessem se olhar
nos olhos. Ele não estava mais com raiva, ou cauteloso, o que foi um alívio.

"Suponho que não seja realmente meu trabalho dizer a você o que fazer em primeiro lugar..." Sirius
disse, cedendo tão facilmente. Ele não conseguia guardar rancor, exceto talvez por sua família. Ele
era muito bom, por dentro e por fora. Remus sentiu outra pontada de culpa devido a isso, o que
fortaleceu sua determinação: faria de tudo para mudar, para merecer a lealdade cega de Sirius.

"Não, mas eu não tenho que ser tão idiota sobre isso," Remus rebateu, se afastando um pouco mais
e pegando sua bebida. "Eu vou te compensar, eu prometo."

"Ah é?" Black ergueu uma sobrancelha. Com todas as coisas perdoadas, sua mente havia
claramente retornado à sua preocupação usual.

"Mais tarde." Remus respondeu imperiosamente, dando-lhe um leve tapa na coxa.

"Então, o que Grant disse?" Sirius se acomodou confortavelmente no canto da mesa. Terminada a
parte desconfortável, sua postura relaxou e ele apoiou uma bota no banco livre mais próximo,
inclinando-se para a frente sobre o joelho.

“Ah, só conversamos,” Remus disse, engolindo sua cerveja levemente, “Ele ainda está trabalhando
em Brighton, tem seu próprio apartamento; quer comprar um carro para os fins de semana.”

“Nós poderíamos ir lá, depois que as aulas terminassem.” Sirius sugeriu, “Se você quisesse? Se
houver tempo para férias.”

"Talvez," Remus acenou com a cabeça, bebendo novamente. Na verdade, nenhum deles realmente
sabia o que aconteceria quando as aulas terminassem. Até mesmo James e Lily estavam confusos
com os detalhes.

“- então eu disse a ele que o azararia se ele me perguntasse mais uma vez.” Yaz estava apenas
dizendo, Marlene rindo e escondendo o rosto nas mãos,

"Você é horrível!"

“Bem, ele precisa aprender a lição!”

"Quem?" James e Sirius perguntaram, nenhum deles querendo ficar de fora de qualquer fofoca.

"Ugh, Lockhart," Yaz sacudiu a cabeça com altivez, balançando o rabo de cavalo.

"Ele está incomodando você de novo?" James franziu a testa, “Eu disse a ele para ficar longe do
meu time! Vou contar ao Flitwick...”

"Não se preocupe, ele entendeu a mensagem desta vez", Marlene riu, "Yaz é convincente."

"O que ele quer?" Sirius perguntou.

"Ele fica farejando, tentando descobrir o que estamos fazendo." James suspirou, balançando a
cabeça, “Acho que ele está sentindo que está sendo deixado de fora. Ele é como uma versão mais
higiênica do Snape no quinto ano.”

Lily deu uma cotovelada nas costelas dele, o que só fez James rir.

"Deixado de fora do quê?" Remus franziu a testa, "Ele nem mesmo joga e é um corvino - eles
perderam o último jogo."
"Moony!" Sirius exclamou, "Você acabou de demonstrar conhecimento de quadribol?!"

Todos riram dele e Remus fez cara feia, bebendo mais cerveja.

"É difícil evitar em nosso maldito dormitório." Ele retrucou.

"De qualquer forma, ele não está interessado no time de quadribol." James balançou a cabeça,
sorrindo, "É a outra coisa." Ele disse isso de forma muito ameaçadora, as sobrancelhas franzidas e
lançando olhares suspeitos ao redor do pub. Ah, Remus pensou: a pegadinha.

“Ele não me perguntou,” Remus disse, encolhendo os ombros.

“Isso é porque você engana todo mundo”, respondeu Marlene. "A escola inteira de alguma forma
pensa que você é o mais manso desse grupo."

Remus sorriu docemente para ela.

"Você está sugerindo que eu não sou?" Ele ergueu uma sobrancelha, ainda sorrindo para ela.

Ao lado dele, Sirius fez um pequeno ruído tenso no fundo da garganta. Seu pulso ainda não tinha
se estabilizado.

"Certo," Lily se levantou, esvaziando sua bebida e limpando os lábios na parte de trás da manga,
"Temos duas horas antes de começar a reunir os monitores de volta, e preciso ir à papelaria antes
que feche. Potter?"

"Sim, estou indo", James engoliu o resto de sua própria cerveja.

"Nós dois precisamos de polimento de vassoura, se você quiser vir, Pete?" Marlene disse,
gentilmente. Wormtail estava sendo deixado bastante de fora ultimamente; até Dorcas o estava
ignorando.

"Excelente!" Ele se levantou ansiosamente, seguindo James para fora.

"Black?" Marlene olhou para Sirius. "Você não queria luvas novas?"

"Vou encomendá-las da Quadribol Mensal." Ele respondeu, mal olhando para ela.

“Como quiser,” ela encolheu os ombros. Houve um pouco de comoção enquanto todos juntaram
suas coisas e acertaram a conta, mas finalmente Remus e Sirius foram deixados sozinhos. Remus se
virou para ele lentamente, tentando parecer inocente.

“O que você gostaria de fazer, então? Caminhar? Dedos de mel?”

“Quando é garantido que o dormitório ficará vazio por pelo menos duas horas?!” Sirius lambeu os
lábios.

“Provavelmente só uma hora e meia pelo tempo que levaremos até chegar lá ...”

"É melhor irmos logo, então."

"Ei," Remus sorriu, levantando-se, as mãos nos bolsos. "Pensei ter dito que não gosto que me
digam o que fazer."

Eles saíram da fila do pub e Remus segurou a porta aberta. Enquanto Sirius passava por ele,
arrastando-se para o seu lado, Black se inclinou sutilmente e sussurrou.
"Você apenas terá que me dizer o que fazer, então."

Remus sorriu.
Capítulo 147: Sétimo ano: Noite e dia
Chapter Notes

Espero que estejam aproveitando a tradução, amores! Caso queiram entrar em


contato comigo, me seguir em outras redes sociais, ler a tradução pelo wattpad ou
quiserem baixarem o PDF dos livros só clicarem aqui!. Obrigada por todas as
mensagens e comentários tanto aqui quanto no wattpad, estou sempre tentando
responder a todos e estar super acessível para qualquer dúvida que queiram tirar
sobre impressão do livro ou qualquer outra questão.

See the end of the chapter for more notes

God save the queen.

The fascist regime.

They made you a moron;

A potential H bomb.

God save the queen.

She ain’t no human being

And there’s no future

And England’s dreaming...

'God save the Queen' by The Sex Pistols

Sexta-feira, 28 de abril de 1978

“Remus ... Remus. Puta merda, acorda... "

"Cai fora." Remus resmungou, acordando. “Está de madrugada."

"Você está rangendo os dentes de novo." Sirius reclamou.

“Eu não posso evitar. Vá dormir."

“Entre o barulho dos seus dentes, o ronco do Prongs e o Wormtail levantando a cada cinco
minutos, como é possível?!”

“Ei!” Uma voz veio do outro lado do quarto "Estou com a bexiga nervosa!"
"Você não deveria beber tanto antes de dormir!" Sirius sibilou de volta.

"Desculpe, mãe." Peter respondeu, mal-humorado "Não sabia que você estava monitorando minha
biologia."

“Você tropeça na sua roupa suja toda vez que se levanta!”

"Na verdade, são os livros do Moony!"

"Não são meus!" Remus replicou "São para a pegadinha!"

"Todos vocês, calem a boca!" Gritou James.

Eles ficaram em silêncio por um minuto.

"Maldito Wormtail." Sirius murmurou em seu travesseiro, rolando.

"Ótimo, agora eu preciso ir ao banheiro..." Remus resmungou, saindo da cama, seus pés descalços
encostando no chão frio.

Ele não acendeu a luz na tentativa de ficar semi-adormecido, mas não adiantou. Quando se
levantou, cruzou o quarto, fez xixi e lavou as mãos, Remus já estava totalmente acordado. E sua
mandíbula doía, então Sirius devia estar certo sobre os rangidos. Era pelo mesmo motivo que Peter
ficava para cima e para baixo a noite toda, e provavelmente o mesmo motivo pelo qual Sirius não
conseguia dormir. Os NEWTs começariam na próxima semana.

Ao sair do pequeno banheiro, Peter correu para entrar novamente, alcançando o painel de
interruptores na parede enquanto o fazia, e apertando o errado. Remus estremeceu, sentindo como
se suas retinas tivessem explodido quando o brilho artificial surpreendente encheu o quarto.

"Wormtail, seu imbecil!" Sirius rosnou da cama. Remus tinha deixado as cortinas meio abertas, e a
luz atingiu seu rosto como um raio laser.

"Desculpe, desculpe!" Peter disse, pulando de um pé para o outro enquanto se atrapalhava com os
interruptores na parede, "Eu não queria apertar aquele..."

"Eu não posso esperar até que eu não tenha mais que dividir o quarto com você, seu pequeno
roedor," Sirius cuspiu, sentando-se, "Você nunca pensa em mais ninguém?!"

"Cale a boca, idiota," Peter respondeu, parecendo sonolento e chateado, "Acha que gosto de
compartilhar com você e Moony?!"

“E eu e o Moony?!” Sirius sentou-se bruscamente.

"Só vá ao banheiro, Peter," Remus suspirou, acendendo a luz do banheiro e depois apagando a do
quarto para que fossem lançados na escuridão mais uma vez. Peter bateu a porta depois a trancou.

"Pirralho imbecil..." Sirius resmungou para si mesmo.

"Sirius!" Remus retrucou, com aquela voz autoritária que sempre funcionava, "Pare de
choramingar."

Black apertou os lábios, ficando instantaneamente quieto, os olhos fixos em Remus.

"Bom garoto," Remus sorriu de lado. Ele esfregou a nuca, olhando para o relógio na mesa de
cabeceira de Peter. Três e meia. "Vou descer, não vou conseguir dormir agora. E você pode ter um
pouco de paz."

Eles andavam compartilhavam a cama de Remus nas últimas noites e, embora fosse grande, não
era para dois meninos adultos. Infelizmente, eles não tinham mais escolha, já que a própria cama
de Sirius havia desaparecido no início da semana. Os marotos estavam praticando para a pegadinha
e estavam tendo um pouco o problema com o encantamento principal. Sirius permanecia
alegremente otimista de que a cama apareceria de novo eventualmente, mas Remus tinha menos
certeza.

Ele desceu as escadas em silêncio, um livro debaixo do braço.

Remus amava a sala comunal quando estava vazia; estava cheia de algumas de suas memórias mais
felizes de Hogwarts.

Ele se aproximou e abriu a grande janela. Remus sempre se sentia muito quente, e sempre gritavam
com ele por abrir as janelas para deixar o ar frio entrar, mas ninguém estava por perto para
reclamar dessa vez. Remus inalou o cheiro da floresta e do castelo; o céu noturno e a neve das
montanhas; a água lisa aveludada do lago e cada folha de grama no campo de quadribol. Hogwarts.
Ele se perguntou se algum dia se sentiria tão em casa em qualquer lugar novamente.

Remus balançou a cabeça, percebendo o quão bobo e sentimental estava sendo. Ele deixou as
janelas abertas e voltou para a sala, acomodando-se no grande sofá de veludo e abrindo seu livro.
Ele acenou com a varinha para a chaleira pendurada sobre o fogo, e ela começou a esquentar
enquanto folheava seu livro, tentando encontrar aonde tinha parado.

Onde conseguiria seus livros depois de Hogwarts? Era fácil se filiar a uma biblioteca trouxa - mas
os bruxos também as tinham? Outra pergunta para Sirius - ou talvez Chris, quando Remus o visse
novamente. Christopher estava sendo muito esquivo desde que se encontraram em Hogsmeade.

Assim que a chaleira ferveu, os ouvidos de Remus se aguçaram ao som de passos familiares
descendo a escada do dormitório. Ele sorriu um sorriso secreto para si mesmo e, sem se virar,
simplesmente convocou uma segunda xícara de chá do armário, preparando-se para servir.

"Achei que você quisesse dormir." Disse suavemente, enquanto Sirius andava pelo carpete ainda
enrolado em seu cobertor e se sentava no lugar quente que Remus havia deixado no sofá.

"Prongs ainda está roncando." Sirius bocejou, puxando o cobertor para mais perto enquanto Remus
trazia o chá. "Puta merda, está congelando aqui."

“Vou fechar a janela -”

"Não, está bem. Vou me aquecer. "

Remus se sentou com seu chá, sussurrando “ Levio liber ” em seu livro, para que pudesse lê-lo com
o chá em uma das mãos e um braço em volta de Sirius, que se apoiava sonolento em seu ombro.
Será assim? Remus se perguntou, depois de Hogwarts? Noites no sofá sem ninguém nos
incomodando.

"O que você está lendo?" Sirius perguntou, observando o livro pesado levitando logo acima do colo
de Remus.

"Oh, algo que descobri sobre legilimência."

"É?" Sirius ergueu a cabeça, formando uma pequena carranca. "Por que?"
"Apenas fiquei interessado." Respondeu. “Queria ler algo fora dos meus textos centrais para os
NIEM, e pensei - leitura de mentes, legal. Quem não gostaria?”

“Eu acho que deveria ser ilegal.” Sirius disse, repentinamente espinhoso, embora Remus não
soubesse por quê. “É uma invasão de privacidade - praticamente magia negra.”

"Bem, só estou lendo sobre isso." Remus disse, com cuidado.

"Eu não quis dizer que você iria..." Sirius suspirou, voltando a se sentar. Vendo que isso o
aborreceu, Remus permitiu que o livro parasse de levitar e acariciou seu cabelo gentilmente, porque
ele sempre gostava, mesmo que fingisse que não. Ele sentiu Sirius relaxar contra si novamente,
antes de ouvi-lo dizer em uma voz estranha "Desculpe, eu não queria explodir. É que minha mãe
consegue fazer isso. Ela é uma legilimens. "

"Oh…"

“Para que ela pudesse descobrir o que estávamos fazendo - onde estava nossa 'lealdade'.”

"Sinto muito, Padfoot." Remus apertou seu braço. Aquela sensação protetora voltou, fria e doce
como adrenalina.

"Não sinta. Eu estou cheio dela, morcega velha louca. E eu meio que aprendi a desviar disso, no
final. O que a deixava com tanta raiva. ” Ele soltou uma risada vazia.

"Você aprendeu oclumência?" Remus ergueu as sobrancelhas, "Isso é incrível!"

"Não exatamente..." Sirius franziu a testa novamente, mas desta vez Remus sabia que era porque
ele estava pensando muito. Ele se sentou, afastando-se de Remus, e se inclinou para colocar seu chá
na mesa de centro.

“É mais como ... você aprende a não pensar nas coisas que ela quer que você pense. Piorou quando
éramos adolescentes, você sabe, ela estava preocupada com ‘pensamentos impuros’. Tojours pur.
Então, eu só ... a distraia pensando em outra coisa. "

"Para que ela não descobrisse sobre Mary?" Remus perguntou, "Ou as outras garotas nascidas
trouxas?"

"Hum." Sirius mexeu suas mãos, desviando o olhar, “Sim, isso. E ... bem, tanto faz, qualquer coisa
que eu não queria que ela soubesse. O problema é que você acaba se confundindo. É como amarrar
seus próprios pensamentos em nós. Difícil de solta-los... você meio que teve que encarar as
consequências ruins disso, um pouco.”

Então, ele encontrou seus olhos e parecia tão envergonhado e arrependido, que Remus percebeu
exatamente o que ele quis dizer. Foi por isso que tudo foi tão difícil, no começo? Por que Sirius
havia insistido tanto em fingir que nada estava acontecendo entre eles?

Remus largou seu próprio chá e abraçou Sirius com força. Ele a odiava. Ele odiava a guerra e
odiava a si mesmo por não ser capaz de dizer as palavras certas. Esta era uma daquelas ocasiões
em que isso poderia realmente fazer a diferença.

"Sirius ..." ele disse, o coração batendo forte quando eles finalmente se soltaram, "Eu sinto..."

“Está tudo bem, Moony. Acabou agora." Sirius sorriu para ele corajosamente.

"Eu sei, mas eu quero que você saiba, eu quero te dizer ... eu realmente ... de verdade... eu ..."
"Eu sei." Sirius o beijou gentilmente, envolvendo os braços ao redor dele mais uma vez e
apertando-o de volta. "Eu também."

***

Well we got no choice

All the girls and boys

Makin' all that noise

'Cause they found new toys

Well we can't salute ya can't find a flag

If that don't suit ya that's a drag.

'School's Out' by Alice Cooper

Sexta-feira, 5 de maio de 1978

"Eu falhei." Marlene sussurrou enquanto eles saíam da sala de exames, torcendo as mãos.

"Você não falhou." Mary colocou o braço em volta do ombro da amiga.

"Pelo menos acabou." Marlene suspirou.

"Não, você está me deixando toda emotiva." Mary riu. "E você, Lupin?" Ela estendeu a mão para
enlaçar seu braço com o dele enquanto os três caminhavam pelo corredor em direção ao terreno
aberto.

“Se estou emotivo?” Ele perguntou, levantando uma sobrancelha.

"Como você acha que foi?" Mary esclareceu “Eu sei que você é estoico”.

“Ok, eu acho. A pergunta sobre os basiliscos me confundiu um pouco, mas acho que consegui.”

“Estóico e modesto, meu homem dos sonhos.” Mary suspirou.

"Eu tenho que ir", disse Marlene, quando eles viraram uma esquina, "Desculpe, eu disse que me
encontraria ..."

"Yasmin." Mary terminou por ela, um pouco maliciosamente. Ela soltou Marlene debaixo do
braço. "Vá logo, então."

"Vaca mal-humorada", Marlene mostrou a língua, "Você sabe que eu te amo para sempre."
"O mesmo", Mary franziu o nariz. "Vejo você no jantar."

"Tchau, Marlene," disse Remus, educadamente. Eles eram amigos de novo, mas ainda parecia
estranho.

"Até mais tarde!"

Mary manteve seu aperto no braço de Remus e o olhou.

"Você não vai me abandonar por um jogador de quadribol de cabelos negros também, não é?" Ela
perguntou "Honestamente, é como um clube em que vocês estão completamente dentro."

“Ah, cale a boca,” ele riu, “E não. Ele tem seu exame de estudos trouxas. "

"Então você é meu?!"

"Todo seu." Ele assentiu. Ela sorriu e beijou sua bochecha. Eles continuaram andando em direção
ao sol.

“Eu acho que estraguei um pouco as cockatrices,” Mary pensou, “Eu nunca poderia levá-las a sério
o suficiente para estudar - quero dizer, pelo amor de Deus, meio dragão, meio galinha?! Bobagem
do caralho. Mesmo assim, acho que fui ok. ”

"Tenho certeza que sim," disse Remus, "Você se esforçou muito - todos nós nos esforçamos."

“Eu me esforçava mais quando Ferox estava ensinando,” Mary sorriu.

"Deus, eu também," Remus respondeu casualmente, fazendo Mary cair na risada. Ele gostava de
chocá-la; o que era difícil de fazer, na maioria das vezes. Veja bem, ela levava tudo com calma.
Assim que eles dobraram a última esquina, Mary parou no meio do caminho, um olhar de desgosto
cruzando seu rosto.

"Ugh, é Rotherhide."

Remus seguiu sua linha de visão. Eles estavam na última arcada que dava para o terreno aberto.
Era um dia ensolarado, embora um pouco frio, e depois de um início de ano chuvoso, todos os
alunos que não estavam nas aulas ou exames estavam aproveitando o clima. Roman Rotherhide, o
arrasador de corações da Corvinal do sétimo ano, estava vadiando com alguns de seus amigos à
alguns metros. Ele e Mary estavam entrando e saindo de um relacionamento há anos e, a julgar
pela expressão em seu rosto, eles estavam definitivamente "desligados" agora.

"O que ele fez?" Perguntou Remus.

"Nada, ele só me irrita." Ela disse. “Alguns dias todos eles me irritam.”

"Rapazes?"

“Bruxos.”

"Justo. Venha, vamos apenas continuar caminhando. "

"Me beije!" Mary se virou para ele: "Vá em frente, isso vai deixá-lo louco. Rápido, ele está
olhando!”

"Mary!" Remus riu, desviando-se dela, "Não!"


"Por favor!"

"Não!"

“Ugh, que grande amigo você é,” ela resmungou. "Venha, então…"

"Você é maluca." Remus balançou a cabeça, seguindo-a. Ele suspirou e colocou a mão na dela.
"Pronto, isso serve?"

“Meu herói,” ela sorriu para ele, apertando sua mão de volta, balançando-a para frente e para trás
para que Roman notasse.

Eles se acomodaram debaixo de uma grande árvore de faia perto do lago. Remus deitou-se de
costas com os braços atrás da cabeça, observando os galhos rangerem lentamente acima, enquanto
Mary começava a lixar e pintar as unhas.

Sirius fez Remus prometer não começar a revisar nada depois que seu exame de Trato das
Criaturas Mágicas fosse concluído e, pela primeira vez, Remus não discutiu. Estava no ponto ideal
entre as luas cheias, onde se sentia mais saudável e humano - além disso, as aulas haviam
terminado para sempre, o que significava que ele não teria dever de casa e todos estavam de bom
humor ultimamente - por que se trancar na biblioteca?

"Deus, mal posso esperar para que tudo acabe." Mary disse "Vou sentir saudades de todos vocês,
obviamente, mas estou de saco cheio da escola."

"Você sabe o que vai fazer depois?" Remus perguntou, fechando os olhos e encarando as veias
vermelhas brilhantes de suas pálpebras.

“Mamãe quer que eu faça um curso de datilografia, consiga um ‘emprego de verdade’.”

"Você poderia se quisesse," Remus ponderou, "Você poderia enfeitiçar uma máquina de escrever
fácil."

“Ha, eu deveria. Isso mostraria a mamãe que eu consigo. De qualquer forma, provavelmente vou
engravidar e ter que me casar quando tiver dezenove anos, como ela fez. Então a partir daí é
cozinhar, lavar roupa e ir à igreja para o resto da minha vida.”

"Que pensamento alegre." Remus bufou.

"Lily disse que vocês iam ajudar Dumbledore." Mary disse de repente.

Remus abriu os olhos e virou a cabeça, semicerrando os olhos para ela. Ela estava usando um par
de óculos de sol com armação branca tipo gatinho, então ele não podia ver seus olhos, mas sua
boca estava séria, não mais alegre.

"Isso mesmo." Disse.

"E aí? Vocês todos vão terminar a escola e salvar o mundo? "

"Bem." Remus respondeu firmemente, "Vamos começar vencendo a guerra, de qualquer maneira."

"Remus, por favor, não."

Ele se sentou, então, irritado.

"Por que você está trazendo isso à tona?"


"Porque Lily perdeu todo o senso de razão desde que ela está com Potter. Potter e Black pensam
que são intocáveis de qualquer maneira e Peter não consegue pensar por si mesmo. Você é o
sensato. "

"Não, eu não sou."

“Eu só ... eu penso sobre os ataques no Natal. O irmão de Marlene. A maneira como as pessoas
olham umas para as outras atualmente. Estou com medo. Vai piorar.”

"Sim, vai." Sua voz é dura. "A menos que alguém faça parar."

“Mas por que tem que ser você? Qualquer um de vocês?! Deixe Dumbledore lutar, se ele é tão
poderoso como todos dizem. Por que ele precisa de crianças para ajudá-lo?”

“Não somos crianças. Mary, isso não é sobre Dumbledore, ou mesmo Voldemort, é ... é sobre todo
o mundo mágico. A comunidade; é sobre tornar ela um lugar onde todos nós podemos - ”

"Remus, você nunca será um deles."

"Desculpe?"

"Veja. Você sabe por que minha família acabou no Reino Unido? Meu avô lutou na guerra. Ele
ganhou medalhas e toda aquela merda, "a gratidão do império". Eles disseram que não poderiam
ter derrotado Hitler sem os soldados da comunidade. Você quer saber o que aconteceu com aquela
gratidão quando a guerra acabou? Quando ele se mudou para cá para ter uma vida melhor? Você
sabe como o chamavam? " Ela balançou a cabeça com raiva. “As coisas não mudam por causa de
atos heroicos estúpidos. As pessoas não mudam. Mesmo se vencermos a guerra, mesmo se aquele
cara assustador Lorde das Trevas for preso, ou derrotado, ou o que seja. Potter e Black podem
conseguir os desfiles da vitória, mas ninguém vai ... você vai ser um excluído para sempre. Veja
como Danny está sendo tratado.”

"Mary." Remus disse, seu tom muito frio agora. Como eles entraram nisso? Eles nunca brigaram,
"Não vou discutir mais sobre isso."

"Não fique com raiva de mim." Ela disse "Estou apenas tentando ..."

"Eu sei. Mas eu não estou interessado.”

"... Remus, eu-"

“Por que não praticamos alguns feitiços? O exame é em dois dias.” Ele se levantou, puxando sua
varinha. Mary permaneceu sentada na grama. Ela olhou para ele, baixando os óculos escuros, seus
olhos castanhos em reprovação, franziu os lábios e deu de ombros.

"OK. Apenas deixe-me terminar minhas unhas.”

Chapter End Notes

Bruna (wolfuckingstar): Mary MacDonald foi a única que não se deixou levar pelas
'promessas' do Dumbledore e a única que foi para guerra apenas por que não tinha
coisa melhor para fazer. Mary é a mais subestimada de todos eles e ninguém me
convence do contrário. Enfim, esse capítulo é muito importante porque a gente
entende porque o Sirius era tão cego sobre a própria sexualidade e o ódio pela
Walburga só aumenta. Estão prontos para o fim do sétimo ano e o início da guerra?

Lembrando que vocês podem me seguir e me mandar mensagem no twitter, tiktok ou


aqui no wattpad, meu user é o mesmo em tudo > wolfuckingstar <
Capítulo 148: Sétimo ano: A final

Arseholes, bastards, fucking cunts and pricks

Aerosole the bricks

A lawless brat from a council flat, oh oh

A little bit of this, and a little bit of that, oh oh.

Dirty tricks.

From the Mile End Road

To the matchstick Becontree

Pulling strokes and taking liberties...

'Plaistow Patricia' by Ian Dury and the Blockheads.

Ah foda-se. Inferno de merda. Como diabos isso aconteceu?! Como havia deixado isso chegar tão
longe?! A boca de Remus estava seca, as palmas das mãos úmidas e quanto menos falasse sobre
suas entranhas, melhor. Ele gostaria de ter Sirius por perto, ou até mesmo James, para ajudá-lo a se
acalmar. Mas ninguém poderia ajudá-lo agora. Ele estava sozinho.

McGonagall se virou para ele.

"Pronto, Sr. Lupin?"

Ele engoliu em seco e acenou com a cabeça. Era hora de jogar a merda no ventilador.

Porra, pelo amor de Deus. Isso tudo era culpa de Christopher.

***

A bagunça toda começou quatro dias antes. Os marotos estavam na biblioteca estudando para seu
último exame, Aritmancia. Bem, Peter não fezia Aritmancia, mas ele estava lá de qualquer
maneira; ostensivamente para apoio moral, mas principalmente para fornecer alimento. Ele tinha
sido uma dádiva de Deus para Remus em particular, fazendo viagens de hora em hora até a
cozinha e voltando com bolos caldeirões, pastéis, bacon e tortas de geleia.

"São onze e meia," Sirius bocejou, "Vamos, não acho que meu cérebro possa absorver mais
conhecimento esta noite."

"Eu não acho que seu cérebro já absorveu qualquer --- ow!" James estremeceu quando Sirius o
chutou por baixo da mesa.

"Vamos," ele repetiu, "Vai ser toque de recolher em breve, de qualquer maneira."
"Estamos com o monitor-chefe, não acho que o toque de recolher seja importante." Remus
respondeu, escrevendo tão rápido quanto sua pena permitia.

Mas James pegou o bocejo de Sirius. Ele tirou os óculos e esfregou os olhos, afastando-se da mesa.

"Nah, Padfoot está certo - estamos aqui há horas. Vamos encerrar e fazer uma sessão de
recapitulação amanhã?”

Peter estava olhando para Remus com esperança, claramente extremamente entediado. Remus
franziu a testa para todos eles.

"Vocês vão, se quiserem, mas vou me odiar se perder tempo - é nosso último exame!"

"Você quase não está perdendo tempo", disse Sirius, "Você esteve tanto na biblioteca neste
semestre que estão considerando colocar uma placa em sua homenagem."

"É necessário." Remus disse, "Eu quero me sair melhor que Snape."

"E você vai." Sirius o acalmou, "Vamos, você está ficando com olheiras sob os olhos."

"Oh, não," Remus suspirou sarcasticamente, guardando seus papéis, "Minha aparência arruinada..."

"Cale a boca, seu idiota bonito." Sirius deu uma leve cotovelada nele.

Eles juntaram o resto de seus livros, limparam as migalhas de comida o melhor que puderam e se
dirigiram para a saída da biblioteca. Ainda havia muitos alunos estudando, todos em diferentes
estados de angústia.

"Mal posso esperar para que tudo acabe", sussurrou Peter, "Imaginem! Chega de dever de casa
para sempre! ”

Remus deve ter parecido chocado com isso, porque Sirius berrou de tanto rir e jogou um braço em
volta de seus ombros (era um gesto fraternal, Remus havia decidido, então permitiu que fizessem
em público).

"Você ainda terá prazos para cumprir," James pensou, bocejando novamente quando eles entraram
nos corredores mal iluminados do castelo. “Se você quiser trabalhar no ministério. Papai reclama
deles o tempo todo.”

"Duvido que algum dia serei tão importante quanto seu pai", respondeu Peter, enfiando as mãos
nos bolsos.

“Como vão as aplicações, afinal?” James perguntou a ele.

"Ah. Bem. Mamãe disse que meu padrasto pode ser capaz de me colocar em bons termos... você
sabe, caso eu não tenha uma resposta de qualquer lugar. "

“Não será sua culpa, Wormy”, disse James, “Eles estão fazendo cortes em todos os lugares - por
causa da guerra. As coisas estão difíceis.”

"Não para jogadores de quadribol." Peter murmurou.

Sirius balançou a cabeça em desaprovação, mas não disse nada.

"Eu não vou ser um jogador de quadribol", disse James levemente, "Não até que a guerra seja
vencida."
O que não estava sendo dito aqui, Remus pensou, era o fato de que James não precisava realmente
de um emprego, com guerra ou sem guerra, com talento ou não. O mesmo com Sirius, que era tão
rico que nunca falava sobre dinheiro. Embora ele não concordasse com sua amargura, Remus
simpatizava com Peter nesse quesito; os Pettigrew eram firmemente de classe média e, embora ele
sempre tivesse tido uma vida suficientemente confortável, esperava-se que ele começasse a ganhar
dinheiro o mais rápido possível. No que dizia a respeito de Remus, que mal era da classe
trabalhadora mesmo em um dia bom -

Ele foi interrompido de seus pensamentos por um ruído estranho à frente e parou no meio do
caminho. Os outros pararam também.

"O que há de errado?" Sirius perguntou "Esqueceu algo?"

Remus balançou a cabeça, ouvindo. E sussurrou para seus amigos,

“Tem alguém virando a esquina.” Ele podia ouvi-los respirando, mas não estavam se movendo -
nem indo nem vindo, o que era extremamente suspeito, dada a hora da noite.

"Filch?" James sussurrou.

Remus balançou a cabeça.

"Eu acho que é ..." ele avançou, virando a esquina, "Chris!"

"Oh, olá ... hum ... Remus?" Christopher sorriu para ele atordoado.

Ele não estava fazendo nada. Estava apenas parado ali, encostado na parede, olhando para o nada.

"Você está bem?"

“Ah sim,” o menino mais novo acenou com a cabeça novamente, enfaticamente, “Muito bem,
obrigado. Muito bem. Muito bem mesmo. ”

"Ele está... chapado?" Sirius já estava ao lado de Remus e examinava Chris com uma diversão mal
disfarçada.

"Acho que não ..." Remus franziu a testa. Ele estendeu a mão e tocou gentilmente o braço de Chris,
falando devagar, “Christopher? O que você está fazendo? É quase hora do toque de recolher, você
está patrulhando? "

"Patrulhando?" Christopher o encarou sem expressão, antes de piscar, então assentiu novamente,
sorrindo, “Sim! Sim, deve ser isso!"

"Ele está confuso." Disse James. “Christopher? Alguém lançou um feitiço em você esta noite? Ou
perto de você e saiu pela culatra? "

“Talvez ele tenha feito isso a si mesmo,” Wormtail sugeriu. "Eu fiz isso uma vez, lembra?"

"Não, Chris não tentaria confundir ninguém." Remus balançou a cabeça. "Chris, quem foi a última
pessoa que você viu?"

“Hm? Oh er ... foi ... você? "

“Não,” Remus colocou as mãos em seus ombros, encontrando seus olhos e tentando prender sua
atenção, “Não, eu não. Concentre-se. Antes de eu chegar aqui, o que você estava fazendo?”
"Eu estava patrulhando?"

"Não, quero dizer ... ah, vamos, vamos voltar para a torre, hein?" Remus manteve a mão no ombro
de Christopher e começou gentilmente, mas com firmeza, a conduzi-lo pelo corredor, lançando
olhares ansiosos para os outros.

"Devemos contar a alguém?" Sirius perguntou a James, "Ou ... não sei, leva-lo para a Madame
Pomfrey?"

"Eu não estou doente!" Christopher saltou, alegremente.

James passou as mãos pelos cabelos, encolhendo os ombros.

"Eu não sei. Vamos perguntar a Lily, ela saberá o que fazer. "

Lily não sabia o que fazer. Ela ficou com a mão no quadril e um olhar cético no rosto, e fez
algumas perguntas a ele, mas estava tão perplexa quanto os meninos. Ele se sentou diante dela em
uma poltrona, muito feliz enquanto sorria para a ruiva. Ele não pareceu se importar com o
interrogatório e, embora não pudesse dar-lhes nenhuma informação real, respondeu a tudo com
uma polidez alegre e vazia. Desistindo, Lily estalou a língua.

"Quero dizer, ele parece bem ... e não parece chateado ... Christopher? Você brigou com alguém?
Alguma discussão?"

"Acho que não." Christopher disse pensativo, sua voz grossa e sonhadora. Ele bocejou. "Acho que
vou para a cama, se estiver tudo bem para vocês."

Remus, James e Lily se entreolharam desamparadamente. Então Lily se virou para James.

“Leve-o para cima, sim? Apenas certifique-se de que ele não se perca no caminho.”

Potter acenou com a cabeça, feliz por poder agir, e deu um tapa nas costas de Christopher.

"Vamos então, cara, vamos levá-lo ao seu dormitório ..."

Lily, Remus, Sirius e Peter os assistiram desaparecer escada acima.

"Esquisito." Disse Lily. "E ninguém mais estava por perto?"

“Não que eu tenha visto,” disse Remus. "Mas Deus sabe quanto tempo ele ficou parado ali."

"Bem, ele estava na escala de patrulha esta noite", disse ela, puxando seu pequeno caderno de capa
de couro para verificar. “Eu sempre digo aos monitores para andarem em pares, então ele não
deveria estar sozinho. Chris geralmente é tão confiável. Vou falar com ele pela manhã, talvez
esteja um pouco mais esperto. "

"Não parece que ele sofreu algum dano", disse Peter casualmente, folheando um exemplar antigo
do Quadribol Semanal, "Talvez ele estivesse bêbado, ou drogado ou o que seja, e só esteja tentando
encobrir seus rastros."

Remus discordou - era totalmente fora do personagem. Mas então, ele não tinha visto muito Chris
ultimamente, os dois estavam tão ocupados. Ele se lembrava de ter se encontrado com o garoto
mais novo em Hogsmeade há um tempo - ele estivera agindo estranho também, mas Remus tinha
acabado de presumir que ele estivesse em um encontro e não queria que soubesse com quem. Se
alguém respeitava a privacidade das outras pessoas, era Remus.
James voltou, dizendo que Chris parecia bem uma vez que entrou em seu quarto, e eles não
conversaram muito sobre isso pelo resto da noite. Em uma escola cheia de adolescentes
aprendendo a usar magia, não era totalmente fora do comum que acidentes acontecessem.

A conversa logo se voltou para a próxima partida de quadribol da Grifinória x Sonserina, a última
partida do ano, e o jogo final das carreiras escolares de James e Sirius. Remus se desconcentrou um
pouco, deixando que os outros se preocuparem com isso. Secretamente, ele mal podia esperar para
tudo acabar - por mais que isso os deixasse felizes, e por mais que quisesse que a Grifinória
vencesse, era entediante ouvir sobre isso o tempo todo. Ele pegou seu livro de Aritmancia e voltou
para sua revisão, acomodando-se na poltrona mais confortável.

"Moony, vamos, hora de dormir." Sirius o acordou meia hora depois. Droga.

Remus piscou, sua visão turva, olhando para seu livro. Ele mal tinha passado do primeiro parágrafo
antes de adormecer, sua pena ainda equilibrada entre os dedos.

"Merda." Murmurou, fechando o livro e se espreguiçando.

Sirius riu.

"Eu disse que era o suficiente por um dia."

Remus apenas bocejou para ele, levantando-se. A sala comunal estava quase completamente vazia
agora, exceto por James e Lily, que estavam "se despedindo" no sofá. Isso geralmente demorava
um pouco, então os outros três marotos os deixaram por conta própria, subindo as escadas para a
cama.

***

Na manhã seguinte, Remus foi acordado por Sirius - ou melhor, pela ausência de Sirius. Ele estava
rastejando para fora da cama e tentando ser sorrateiro.

"Mmm, fique aqui..." Remus o alcançou sonolento, tentando puxá-lo de volta. Suas mãos correram
sobre a pele da parte superior do braço do moreno. Sirius possuía uma pele fantástica, era tão lisa e
imaculada em todos os lugares, exceto na parte de trás de suas pernas. Ele insistia em falar sobre
querer tatuagens, um pensamento que horrorizava Remus.

"Desculpe, Moony," Black sorriu, gentilmente se soltando, "Grande jogo em dois dias, tenho que
praticar."

"Que horas são?"

"Acabou de passar das cinco horas."

"Eca" Remus se jogou de volta na cama, colocando os cobertores sobre a cabeça, "Você está
louco."

"Sim." Sirius riu, "Volte a dormir, vejo você mais tarde."

Ele saiu com cuidado, fechando as cortinas atrás de si. Remus rolou para o vazio quente que o
corpo dele havia deixado para trás, inalou o cheiro em seu travesseiro e voltou a dormir.
Ele acordou bem a tempo de pegar o resto do café da manhã e voltou para a biblioteca, onde
encontrou Lily para mais estudos de Aritmancia.

“Estou tão cansada de números!” Lily gemeu esfregando os olhos. Os dois já estudavam a algumas
horas e logo seria o almoço.

"Vou sentir falta disso," Remus respondeu, "Gosto dos gráficos, eles são relaxantes."

"Bem, estou feliz por não haver nada assim nas poções."

"James disse que você estava procurando um emprego em um boticário?"

“Talvez,” Lily deu de ombros. “Eu gostaria de fazer algo assim. Talvez pesquisar para o St
Mungus. Slughorn se ofereceu para escrever recomendações para mim. Mas as coisas vão ficar
complicadas por um tempo, eu acho. James está otimista, mas...”

"Sim." Remus acenou com a cabeça. “Nós apenas teremos que esperar para ver.”

"Vamos descer para almoçar?" Ela fechou o livro, jogando o cabelo sobre um ombro, "Os meninos
terminarão logo, podemos encontra-los."

O estômago de Remus roncou e ele cedeu.

"Vamos, então."

Assim que eles estavam se levantando para sair, as portas da biblioteca se abriram e Madame Pince
gritou "Não corra!"

"Lily! Remus! Eu preciso de ajuda!" Christopher veio correndo na direção deles tão rápido que
suas pernas bateram na mesa, jogando todos os livros para frente.

"O que há de errado?!" Lily perguntou, seus olhos esmeralda arregalados.

“Eu não posso explicar, vocês precisam ver...”

"Ver o que?" Remus perguntou, reordenando sua pilha de livros.

“Eu ... eu fiz algo estúpido. Por favor, só venham? " Chris implorou. Seu rosto estava vermelho e
brilhante de tanto correr e, embora ele definitivamente parecesse mais alerta do que na noite
anterior, ele estava claramente chateado. Então eles foram.

Ele os levou para o corredor de Feitiços, e por todo o caminho até lá ficou tagarelando sobre como
havia sido um acidente e como não queria que tivesse acontecido. Lily continuava tentando fazê-lo
se acalmar dele, mas Chris nem ao menos lhes dava uma pista do que estava acontecendo.

Finalmente, ele parou diante da porta fechada da sala de Feitiços. O professor Flitwick realmente
deveria começar a tranca-la, Remus pensou consigo mesmo, enquanto Christopher os encarava,
pálido e trêmulo. Ele mexeu nas mangas de suas vestes, olhando para baixo.

"Ok ... por favor, não entrem em pânico... foi um acidente..."

"Christopher, apenas nos mostre, ok?!" Lily rebateu, batendo o pé no chão de pedra.

Christopher pulou com seu tom autoritário, normalmente reservado para alunos que estavam se
comportando mal, respirou fundo e empurrou a porta, conduzindo-os para dentro e batendo-a atrás
deles.
"O que diabos ..." Lily suspirou quando viram.

O que estava diante deles era uma geleia azul enorme, trêmula e brilhante. Era facilmente do
tamanho da mesa de Flitwick, e apenas estava ali no meio da sala de aula, translúcida e oscilante.
Remus sufocou uma risada. Em sete anos em Hogwarts, esta era definitivamente uma das coisas
mais ridículas que ele já viu.

Christopher abaixou a cabeça,

“Ele me atacou, foi em legítima defesa!”

Remus parou de rir e olhou novamente.

“Aquilo é uma pessoa?! Chris! Que porra é essa?!”

“Remus, olha a boca” Lily deu uma cotovelada nele. "Christopher, quem é esse?"

“É o Roy. Guilderoy. ”

“Lockhart??”

"Eu vou ter problemas?" Chris piscou para os dois, seus olhos castanhos enormes e assustados.

"O que você... como você fez isso?!" Lily estava boquiaberta.

“Foi um feitiço de pernas de gelatina. Eu apenas expandi um pouco - Remus me ensinou!”

Lily olhou feio para Remus, que ergueu as mãos.

“James me ensinou! E nunca teve esse resultado.”

"Mas por que você fez isso, Chris?" Lily perguntou, ainda encarando.

"Ele ia usar confundus em mim de novo!"

"Espere, o que? Foi Lockhart?

Christopher balançou a cabeça, encolhendo-se com o temperamento de Lily. Ele estava


envergonhado, Remus percebeu, e olhava para os próprios pés.

“Ele fez isso outro dia, mas saiu pela culatra, acho que tentei desviar. Talvez ele já tenha feito isso
antes, não sei.

"Mas por que?”

"Ele estava ... ele estava preocupado que eu contasse ..."

“Contasse o que?!"

"Ele estava ... nós ... ele ..."

"Christopher, pelo amor de Deus!" Lily cruzou os braços com raiva. Remus sentiu uma pontada de
simpatia quando as bochechas de Chris ficaram com um tom de vermelho mais profundo.

"Olha, Lily, isso não importa agora, importa?" Ele disse, virando-se para ela para tentar desviar o
foco de Christopher. "Devemos fazer com que Lockhart seja examinado, primeiro..."
Ele não tinha certeza de como conseguiu, mas no final convenceu Lily a ir buscar Madame
Pomfrey, enquanto ele e Christopher esperavam com o Lockhart gelificado.

Depois que ela saiu, Christopher pareceu ficar ainda mais ansioso.

“Eu vou ser expulso!”

"Não, você não vai," Remus se encostou na parede casualmente, puxando sua caixa de cigarros. Ele
ofereceu um a Chris, que balançou a cabeça, enquanto se remexia e enrolava os punhos das
mangas. "James e Sirius já fizeram coisa pior do que isso."

“Eu nunca recebi uma detenção antes!”

"Sério?!" Remus ergueu as sobrancelhas enquanto acendia o cigarro, “Bem, não é tão ruim assim.
Você vai sobreviver. Então... você quer me dizer o que está acontecendo? "

Christopher o olhou, suas bochechas escurecendo novamente.

“Foi apenas ... nós apenas ...”

"Suponho que seja essa a pessoa que você estava encontrando em Hogsmeade daquela vez?"
Remus perguntou, tentando tornar mais fácil.

Chris olhou para os pés novamente e acenou com a cabeça.

“Ok,” Remus exalou fumaça. Ele estava surpreso, obviamente, e mais do que intrigado, mas tinha
que tentar não demonstrar se quisesse ouvir mais alguma coisa de Chris. "Então, vocês se
encontraram algumas vezes?" Outro aceno de cabeça, “E então...” Remus tentou juntar as peças,
“Algo deu errado? Vocês brigaram? "

"Mais ou menos, eu ... hum ..."

Deus, isso era insuportável.

"Olha, Chris, eu não me importo, ok? Ele é um idiota que merecia isso de qualquer maneira, e se
você e ele ... bem, não importa, não é? "

"Eu não quero que você pense que eu sou estúpido, ou ... ou ingênuo ou algo assim. Eu nem
gostava tanto dele, eu juro, era só ... apenas beijar, e eu só ... você sabe, ele mostrou interesse, e eu
pensei - bem, esta pode ser minha única chance. "

"Oh..." O coração de Remus se apertou. Ele tocou seu ombro, segurando-o no que esperava ser um
gesto reconfortante. “Claro que não é sua única chance. As pessoas não têm apenas uma chance...”

"Bem, tanto faz." Chris disse, olhando para o espaço logo acima do ombro de Remus, mas
deliberadamente não para Remus. “Suponho que tenha muito a ver com sorte. De qualquer forma,
ele era um idiota. Acontece que tudo o que ele realmente queria era descobrir sobre a pegadinha.
Ele pensou que você e eu estávamos ... ele achou que eu poderia dar a ele informações
privilegiadas."

"Bem, você poderia," Remus respondeu, "Você fez metade dos estudos comigo, você sabe mais do
que Sirius."

"Eu não disse nada", Chris falou, "Eu não disse nada a ele."

"Bom. Sabia que você não faria. "


Chris sorriu com isso e encontrou os olhos de Remus adequadamente pela primeira vez.

“Eu disse a ele para parar de tentar descobrir. Ele ficou irritado e me chamou de algo horrível.
Então eu fiquei com raiva e disse a ele que contaria a todos o que estávamos fazendo, e ele deve ter
entrado em pânico. "

Chris suspirou profundamente. “Eu não teria dito nada, eu juro. Eu não seria tão horrível. Eu
estava com raiva, só isso.”

“Eu sei, cara,” Remus o tranquilizou. "Então ele tentou confundir você para que você não contasse
a ninguém?"

Chris acenou com a cabeça.

“Tudo o que consigo lembrar é que devo ter tentado m defender de alguma forma, o que
enfraqueceu o feitiço. Provavelmente por isso eu estava agindo de forma tão estranha ontem.”

"E isso ..." Remus gesticulou para a geleia Lockhart.

“Quando acordei esta manhã um pouco mais da minha memória tinha voltado. Eu percebi o que ele
tinha feito e vim confrontá-lo. Eu ... er ... perdi um pouco a paciência. "

"Bem." Remus apagou o cigarro, "Eu não vou ficar irritado com você por isso."

Lily, porém, já era outro assunto. Ela voltou com a Madame Pomfrey e a Professora McGonagall.
A essa altura, Remus já havia decidido o que fazer.

"Um de vocês, rapazes, pode explicar o que aconteceu aqui?" A chefe da casa da grifinória
perguntou, seus olhos prateados e afiados. Remus estava um pouco mais alto do que ela agora, mas
de alguma forma McGonagall sempre parecia maior do que a vida, especialmente quando ela
estava prestes a repreendê-lo.

"Nenhuma ideia." Remus disse prontamente, ignorando o olhar de horror de Lily por trás do ombro
de McGonagall. "Chris acabou de encontrá-lo assim, não é, Chris?"

Christopher olhou desesperadamente para Remus, então para McGonagall, sua boca abrindo e
fechando como um peixe. Finalmente, ele apenas acenou com a cabeça.

"Sério, Sr. Lupin?" McGonagall ergueu uma sobrancelha escura.

"Sim." Ele acenou com a cabeça, as mãos nos bolsos, tentando parecer casual.

"O Sr. Barley simplesmente encontrou o Sr. Lockhart já neste" ela gesticulou para a enorme geléia,
que Madame Pomfrey estava circulando lentamente, murmurando baixinho, "... estado alterado?"

"Sim." Remus acenou com a cabeça com firmeza. Ele teria gostado de outro cigarro, mas não era
assim tão descarado.

"Então, por favor, explique," os lábios de McGonagall se curvaram nos cantos, "Como o Sr. Barley
sabia que este era o Sr. Lockhart?"

"Hum." Remus olhou de volta para a grande geleia azul. "Bem. Se parece com ele, não é? "

"Isso não vai demorar muito, Minerva," Madame Pomfrey disse animada, "Nenhum dano de longo
prazo, mas ele ficará fora de ação por alguns dias." Ela começou a acenar sua varinha e murmurar
encantamentos.
“Considero ataques aos alunos algo muito a sério, no entanto,” respondeu McGonagall. “Uma
semana de detenção, Sr. Barley. E quanto a você, Sr. Lupin, como este é seu último mês na escola,
não vejo que a detenção seja muito eficaz.”

Isso não foi um alívio para Remus. Ela ainda estava sorrindo, o que significava que sabia
exatamente a melhor forma de puni-lo, e ele não iria gostar.

"Me dê uma detenção se quiser!" Ele disse rapidamente.

McGonagall riu, balançando a cabeça.

“Não, eu acho que tenho a coisa certa. Com o Sr. Lockhart fora de ação, acredito que temos uma
vaga para comentarista de quadribol.”

Remus praticamente sentiu a cor sumir de seu rosto. A mulher era claramente um gênio do mal.
Qualquer coisa menos isso. Por cima do ombro de McGonagall, Lily sorriu.

***

James e Sirius acharam a coisa toda hilária, é claro, depois que terminaram de xingar o nome de
Lockhart. Eles adoraram a ideia de Remus - que sabia tanto sobre quadribol quanto sabia sobre
futebol, ou física quântica - ter que comentar sua partida final.

"Eu simplesmente não vou fazer isso." Remus continuou dizendo. "Vou ficar sentado com a boca
fechada, não há nada que eles possam fazer.

“Não seja ridículo!” Sirius o cutucou, "Você precisa cantar nossos louvores!"

"Na verdade, trata-se apenas de seguir a goles", disse James, "Se você puder ficar de olho nisso,
você ficará bem."

“Ei, pensem nos batedores!” Marlene ligou.

“E o goleiro!” Yasmine acrescentou.

Peter foi o menos encorajador e passou o resto da noite emburrado no canto, emburrado sobre seu
tabuleiro de xadrez.

"Sinto muito, Pete," Remus tentou, após horas sendo ignorado, "Eu sei que você gostaria de fazer
isso, mas lembre-se de que isso é um castigo para mim."

"Eu seria muito bom nisso." Peter murmurou, os braços cruzados sobre o peito. “Eu sei tudo sobre
a equipe, você nem assistiu a nenhum dos treinos.”

"Eu sei, você teria sido incrível," Remus assegurou-lhe. "Você vai me ajudar?"

"Ajudar?" Peter olhou para cima, com cautela, "Ajudar como?"


"Ponha-me em dia," encorajou Remus, "Me dê suas anotações, pela primeira vez."

"Sim ... sim, acho que posso fazer isso."

"Vou até perguntar a McGonagall se você pode sentar comigo na cadeira do comentarista," Remus
disse, "Então, se eu errar, você pode me consertar de novo."

"Ok!" Peter acenou com a cabeça parecendo entusiasmado agora. "Sim, você precisa saber muito...
Vou começar agora, Moony, não vou decepcioná-lo!"

No final, Peter produziu mais anotações sobre a final da Grifinória vs. Sonserina de 1978 do que
ele já havia escrito para qualquer uma de suas aulas. Havia resmas e resmas de pergaminhos com
diagramas rotulados, listas de jogadores e seus números, formações de voo e uma explicação
detalhada do que parecia ser o equivalente em quadribol da regra do impedimento. Ele até escreveu
um pequeno script de frases que Remus poderia usar se ficasse confuso.

Então, mesmo depois do exame de aritmancia de Remus (ele estava bastante confiante de que havia
feito um trabalho perfeito nele, tinha sido moleza), ele ainda tinha outro teste para o qual estudar.

Ainda assim, nada poderia prepará-lo para como se sentia agora, sentado em uma torre bem acima
do campo, um mar de alunos com mantos vermelhos e verdes abaixo dele, esperando que falasse.

Ele se sentiu enjoado e desejou não ter comido um café da manhã tão farto. Também havia tomado
uma dose de firewhisky (cortesia de James) e meio baseado com Mary antes do jogo começar, na
esperança de que isso acalmasse seus nervos. Infelizmente, parecia ter tido o efeito oposto, e o
conselho extremamente inútil de Sirius de ‘imaginar todos de cueca’ ficou preso em sua cabeça,
então agora Remus não sabia para onde olhar.

"Sr. Lupin," McGonagall disse novamente, "Você está pronto?"

Remus olhou para as anotações de Peter, embaralhando-as. Ele engoliu em seco e acenou com a
cabeça.

Peter tinha uma caligrafia muito bonita e redonda, mas a cabeça de Remus estava um pouco
nebulosa agora - o uísque o deixara mais aguçado no início, mas isso combinado com o baseado
estava fazendo com que ele se sentisse um pouco tonto e quente. Ele beliscou a parte interna do
pulso para maior clareza.

“Sr. Lupin,” sussurrou McGonagall, empurrando o microfone em sua direção. “Os jogadores estão
em campo”.

"Oh! Desculpe!" Ele piscou, assustado, olhando para a grama abaixo e pigarreando. Ele leu
cuidadosamente o pergaminho à sua frente, "Olá ... er, quero dizer... bem-vindos, todos, à final da
Copa de Quadribol de Hogwarts, 1978..."

Sua voz soou estranha, ecoando pelo estádio oval, mas ele podia ouvir os aplausos enquanto
falava, o que lhe deu um pouco de coragem. Ele olhou para McGonagall, que sorriu e acenou com
a cabeça encorajadoramente. Remus voltou seu foco para o solo abaixo e tentou fazer alguns
comentários.

“Certo, um. Então, vamos lá ... as equipes estão em campo. É a Grifinória de vermelho - Capitão
James Potter e a Sonserina de verde - Capitã Kerensa Smythe. Hum ... quero dizer, não tenho de
muito a dizer, na verdade, até que todos estejam no ar... ”Ele olhou para as anotações de Peter
novamente ‘ apresente os jogadores e seus pontos fortes ’,“ Oh, ok, então os jogadores ... bem,
obviamente James. Ele é o artilheiro ... ele é muito bom, me disseram. Quero dizer, foi ele quem
me disse... "

Algumas risadas da multidão. Remus sorriu, engoliu em seco novamente e continuou.

“Hum. O goleiro da Grifinória, Yasmin Patel, também muito boa, suponho, quero dizer, pelo que
sei, não sou nenhum especialista... Sirius Black e Marlene McKinnon, batedores - bons batedores ...
Quer dizer, todo o time é muito bom, sabe."

Ele ouviu Peter gemer, sentado atrás dele, e uma gargalhada da multidão. McGonagall estava
dando a ele um olhar cínico, mas tudo o que ele podia fazer era encolher os ombros impotente e
listar os jogadores da Sonserina com igual inépcia.

(No entanto, teve grande prazer em anunciar ‘apanhador da sonserina, Reggie Black’ - ele tinha
certeza de que viu os ombros de Regulus se encolherem com isso.)

"Oh, ótimo, parece que eles estão prestes a começar," Remus continuou, acomodando-se, "Sim, lá
vai o apito e - sem surpresas aqui - Potter está com a goles. Caramba, ele é rápido, olhe para ele!
Eeeeee é um gol! Dez - zero para a Grifinória! Boa, Prongs! ”

A multidão aplaudiu e James disparou pelo campo, com os braços erguidos em vitória. Ele ergueu
um polegar para cima para Remus enquanto voou pela torre do comentarista, então cumprimentou
Sirius no ar, antes de voltar seu foco para o jogo.

Isso não era tão ruim, Remus pensou; tudo o que ele realmente precisava fazer era observar o que
acontecia e então apenas dizer em voz alta. Um idiota poderia fazer isso.

"Sonserina agora de posse da goles ... er ... acho que é Timothy Bulstrode ... sim, ok ... hm, não tão
rápido quanto James, não é? Não importa, ele está quase lá - argh! Não, bloqueado por um balaço
de McKinnon, muito bem Marlene, parece que doeu! "

"Sr. Lupin, um pouco menos de preconceito, por favor."

"Desculpe, professora ... ok, então, Potter de volta à posse, ele passa para Eriksson ... Eriksson está
realmente voando, ela está quase --- ah, merda. Sonserina de volta à posse. "

“Olha a boca, Sr. Lupin!”

"Desculpe! Bulstrode indo para as traves agora ... ah, vamos, até eu sou mais rápido do que isso ...
ele joga e --- BLOQUEADO pela goleira da Grifinória Patel! Vejam, eu disse que ela era boa! "

Vivas subiram de um lado da multidão, vaias de outro. Yaz fez um loop de vitória, radiante, e
Sirius passou voando pela caixa dos comentaristas, sorrindo para Remus enquanto o fazia. Remus
teve que admitir, quadribol era mais emocionante do que ele se lembrava.

"Eriksson de volta à posse da goles agora, passa para Potter, Potter está atacando - está vendo,
Bulstrode?! É assim que se voa, porra - desculpe professora - GOL! Vinte - zero para a Grifinória!

"Regulus!" Peter guinchou atrás de Remus, seu dedo apontando por cima de seu ombro para o
irmão Black mais novo de manto verde, que agora estava voando muito rápido, um olhar de
concentração em seu rosto enquanto ia em direção a um quadrado vazio do céu.

"Parece que o apanhador da sonserina Black pode ter visto o pomo," disse Remus apressadamente
no microfone, esperando que o apanhador da Grifinória estivesse ouvindo. "Sim, ele
definitivamente viu algo, ele está acelerando, ele está --- ah, que azar, bloqueado por um balaço do
batedor da Grifinória, Black."

Remus sorriu e poderia jurar que Sirius piscou para ele do outro lado do campo. Regulus, que teve
que frear e mergulhar de repente, parecia furioso, assim como o resto do time da Sonserina. As
coisas ficaram bastante desagradáveis depois disso - tanto no jogo quanto nos comentários de
Remus.

“Eriksson está com a goles de novo, ela vai passar para o Potter..? Não, parece que ela mesma vai
tentar um gol - VAMOS, ERIKSSON! OH POR - quero dizer, que chatisse! Isso foi desnecessário!
Eriksson atingida por um balaço de Avery - Sonserina, e Knott agora tem a posse. Eriksson parece
atordoada... ela está ... não, isso é um polegar para cima, boa menina! "

"Sr. Lupin, o jogo, por favor..."

"Certo, então Knott tem a goles ... ele atira ... dez pontos para a Sonserina - mas ainda é o jogo da
Grifinória! Potter tem a goles, ele está voando ... ele está quase lá, ele está - MERDA, CUIDADO,
JAMES! "

Kerensa Smythe, a batedora Sonserina estava voando a toda velocidade diretamente para o lado de
James, e foi jogada para fora do caminho nos últimos segundos por Marlene, que bateu com o
corpo inteiro direto na capitã.

"Puta merda!" Remus gritou, “Muito bem, McKinnon! Aquela garota é brutal - oh, vamos, Hooch,
isso tem que ser um pênalti para a Grifinória, apite a porcaria da partida! Uh oh, parece que o
pequeno Reggie Black está de olho no pomo de novo...”

"Sr. Lupin!" McGonagall disparou novamente, "Vou tirar o microfone."

"Manda ver!", ele ofereceu, sorrindo para ela. Ela balançou a cabeça, resmungando. Remus voltou
ao jogo, “Então, agora estamos - o que é? Ah, certo, sessenta - vinte para a Grifinória - só mostra
que trapacear não vai valer a pena - espero que você esteja ouvindo, Black - quero dizer, o Black
mais jovem, obviamente... ”

"Remus!" Peter sibilou atrás dele. "Se acalme! Você deveria estar dando um equilíbrio - Oh
Merlin! "

"Puta que pariu, essa foi perto!" Remus gritou, enquanto Regulus e o apanhador da Grifinória
alcançavam o pomo ao mesmo tempo, apenas para que ele se arremessasse tentadoramente para
fora do alcance, mandando os dois jogadores para as arquibancadas, Regulus se recuperou um
pouco mais rápido do que o apanhador da Grifinória, mas ambos permaneceram milagrosamente
em suas vassouras.

"Remus!" Peter sussurrou de novo, "Sonserina acabou de marcar ..."

“Eles o quê? eles - merda, desculpe, pessoal! Sonserina marcou de novo, devo ter perdido
aquele..."

Remus se desculpou com a multidão que gritava, metade rindo, a outra metade agora o vaiando.

“Não vai acontecer de novo!” Ele assegurou-lhes alegremente: "Certo, Potter de volta em busca da
goles, desvia de um balaço de Avery aí - Jesus, este jogo é violento - Black – o Black bom -
alcança o balaço e mira em... sim, Regulus Black mais uma vez tem que se esquivar. Sorte que ele
está tão acostumado a fugir de problemas... "

"Detenção, Lupin," McGonagall estava murmurando, "Você ficará detido pelo resto de sua carreira
escolar."

"PUTA MERDA!" Remus gritou no microfone, enquanto Sirius e Marlene atiravam balaços no
batedor sonserino que seguia Regulus, forçando-a a mergulhar tão baixo que ela quase atingiu o
chão.

“Completamente loucos!” Remus ficou boquiaberto, "Sério, não tenho ideia de por que alguém
joga isso - ah, mas jogo limpo, Regulus se distraiu o suficiente para ... espere ... Sim! SIM!
PORRA. SIM! É A GIFINÓRIA COM O POMO! NÓS GANHAMOS, CARALHO! AH MEU
DEUS PORRA, OBRIGADO POR ISSO, EU REALMENTE - ”

"É o bastante!" McGonagall arrancou o microfone dele finalmente.

Ele sorriu para ela novamente, muito entusiasmado com a vitória para se preocupar muito em ter se
metido em encrenca. Peter estava pulando para cima e para baixo atrás dele também, o que não
ajudou.

“Desculpe ...” ele começou.

“Estou absolutamente chocada,” disse McGonagall, severamente. “Esperava esse tipo de


comportamento de Black, mas não de um ex-monitor! Aguardarei uma carta de desculpas ao time
da Sonserina e à Madame Hooch. ”

"Sim, professora." Remus baixou a cabeça e tentou parecer arrependido, mas não conseguiu evitar
que seus lábios se contraíssem um pouco. Mal podia esperar para ver Sirius. Ele correria até os
vestiários se seu quadril (e inibições) permitissem.

Felizmente, se havia algo que McGonagall amava mais do que aplicar as regras da escola, era a
vitória da Grifinória no quadribol.

“Depois que as celebrações terminarem, é claro.” Ela disse.

“Obrigado, professora!” Remus ergueu os olhos, sorrindo novamente.

"Honestamente", ela riu, balançando a cabeça, "Você nunca me lembrou mais de Lyall."

Elogio ou insulto, Remus não se importou. Pela primeira vez, nem mesmo uma menção a seu pai
afetaria o bom humor de Remus.
Capítulo 149: Sétimo ano: Legado - parte um

And as we wind on down the road,

Our shadows taller than our souls...

'Stairway to Heaven', de Led Zeppelin.

"Você poderia roubá-lo, aposto que não seria difícil." Sirius disse, parado ao lado de Remus na
frente da estante de troféus. "Apenas faça o vidro desaparecer por um segundo."

"O professor Flitwick notaria." Remus ergueu uma sobrancelha, distraído agora pelo reflexo
fantasmagórico de Sirius no vidro. “Ou um dos corvinos.”

"Nah", o outro garoto chamou sua atenção e sorriu para ele, os dentes brancos perolados,
"Ninguém vai perceber isso."

“Eu acho que” Remus respondeu, lambendo os lábios e voltando seu olhar para a pequena figura
dourada em cima do troféu, “Lyall teria preferido que ele ficasse aqui. Assim, sempre haverá um
pedaço dele em Hogwarts. ”

"Ahh, você está todo sentimental porque é a última semana?" Sirius o provocou. Remus sorriu,
imperturbado.

"Sim um pouco."

Sirius riu e se inclinou em direção a ele confidencialmente.

"Eu também."

Remus fez uma careta para ele. “Vamos então, estou com fome. Almoço."

Os dois seguiram pelo corredor em direção ao Salão Principal. Além da sequência de detenções de
Remus após a final da partida de quadribol, todos eles tiveram uma semana muito relaxante, sem
nada para fazer a não ser planejar o futuro. O que, é claro, significava que eles não haviam feito
absolutamente nenhum planejamento para o futuro.

“Não vamos deixar nada para trás.” Remus disse pensativo, enquanto caminhavam.

"Que?" Sirius perguntou, distraído por um grupo de garotas que haviam passado rindo. Remus
bateu em sua orelha. "Ai!" O moreno se abaixou, "Elas estavam olhando para você, Remus “Nós
Ganhamos, Caralho” Lupin . O que você estava dizendo?"

"Não vamos deixar nada para trás, como o troféu de Lyall."

“James e eu estamos na taça de quadribol. E Prongs é monitor-chefe, isso não fica gravado em
algum lugar? E Peter ganhou aquele torneio de xadrez. ”

"Ah sim. Deve ser apenas eu, então. " Remus suspirou, desamparado.
"Er... Tem o salgueiro-lutador?" Sirius tentou.

Remus apenas fez uma careta para ele. Bem, ele supôs. Isso é o que você ganha por tentar não ser
notado. Ele permaneceu neste estado contemplativo durante todo o almoço - que era peixe com
batatas fritas, com ervilhas moles ou inteiras como acompanhamento (Remus experimentou uma
combinação de ambos).

"Tudo bem aí, Moony?" James perguntou, entre garfadas. "Você está muito quieto."

"Ele está preocupado com seu legado," Sirius anunciou. "Ele quer um troféu."

"Cale a boca, não, eu não quero." Remus corou.

“Se você me perguntar, aqueles comentários da partida mereciam uma medalha. Serviços especiais
para a escola ”, Mary riu. “É impossível ir a qualquer lugar no castelo sem ouvir alguém gritar
'Puta que pariu, essa foi perto!’ É brilhante."

Remus sorriu, se sentindo um pouco melhor. Ele estava desfrutando silenciosamente de seus quinze
minutos de fama. Havia recebido cigarros e chocolates suficientes para durar o verão inteiro. O que
era bom, ele supôs, porque em poucos meses ele teria que começar a se sustentar.

"Não se preocupe, Remu, você sabe o que vai acontecer na sexta-feira," James sussurrou,
inclinando-se, “Ninguém vai nos esquecer tão depressa."

"Achei que a questão era que ninguém fosse saber quem fez?" Remus ergueu uma sobrancelha.

"Ah, qual é." Lily zombou. E ela tinha razão.

Ainda assim, Remus não pode evitar ficar um pouco perturbado. Ele não queria que seu único
monumento fosse o salgueiro-lutador ou aquele barraco esquecido por Deus.

“Como os fantasmas acontecem?” Ele perguntou pensativo, vendo Nick-Quase-Sem-Cabeça passar


por ali, conversando com o Frei Gorducho.

“Merlin, Moony, anime-se,” Sirius gemeu, a boca cheia de batatas fritas, “Você teria que estar
morto para se tornar um fantasma. E suponho que você teria que morrer aqui também, no terreno
da escola. ”

Remus encolheu os ombros. Morrer em Hogwarts não parecia muito provável, a menos que algo
terrível acontecesse nos próximos dias.

"Um retrato, então." Ele disse. "...Na verdade, não. Eu não quero ser capaz de falar comigo mesmo,
isso é assustador. ”

“Eles também são muito caros”, disse James, “Nossa família nunca se importou com isso”.

"Típico dos Potter" disse Sirius, com altivez. Com o prato vazio, ele colocou a faca e o garfo
cuidadosamente no centro, que logo desapareceu. “É claro que os Black são todos preservados para
a posteridade na galeria da família.”

"Até você?" Remus olhou para ele.

"Eu não." Sirius balançou a cabeça com um pequeno sorriso, “Eu não estava lá quando atingi a
maioridade, mas acho que o de Reggie já tenha sido terminado a essa altura. Idiota. ”

"Remus!" Marlene veio correndo até a mesa de jantar. Ela parecia corada e animada.
"Sim?" Remus se endireitou, olhando-a com expectativa.

“Posso ter você por um minuto? Eu tenho uma coisa para você!" A menina estava pulando de um
pé para o outro, claramente muito ansiosa para lhe dizer algo.

"Er...ok..." Remus olhou ao redor nervosamente. Ele não gostava de surpresas, mas confiava em
Marlene por enquanto, e ela parecia muito feliz.

“Venha comigo,” ela agarrou sua mão e puxou-o para cima.

"Eu devo…?" Sirius começou, mas Marlene balançou a cabeça,

"É privado! Vamos, Remus! " Ela praticamente o arrastou para fora do Salão, aparentemente não
se importando que ele fosse perder o pudim.

"Ugh, vá devagar, tudo bem?" Ele ofegou, sentindo seu quadril estalar quando eles começaram a
atravessar o primeiro lance de escadas.

"Desculpe, estou tão animada para mostrar a você!"

"Mostrar o quê?!"

"É privado!"

Ele suspirou e apenas se concentrou em tentar acompanhá-la. Às vezes Remus sentia que havia
passado a vida inteira sendo arrastado pelo castelo por pessoas que eram mais atléticas do que ele.
Quando chegaram à sala comunal da Grifinória, Remus olhou para ela com expectativa, e a loira de
repente ficou tímida, roendo a unha do polegar.

"O que?" Ele disse: "Não é privado o suficiente?!" Ele gesticulou para a sala vazia - todos os outros
estavam jantando, provavelmente saboreando o pudim. Não serviam maçã crumble há anos, a sorte
de Remus seria grande se eles estivessem servindo esse prato hoje e ele tivesse perdido.

"Acho melhor subirmos para o seu dormitório." Marlene disse, partindo novamente. "Por
precaução."

"Jesus Cristo, Marls, o que está acontecendo?" Remus a seguiu escada acima.

“Ah, de repente eu decidi que gosto de caras, então eu te atraí até aqui para te seduzir,” ela
casualmente jogou o cabelo por cima do ombro.

"Você passa muito tempo com Mary." Ele respondeu secamente.

Uma vez que eles estavam no quarto, ela fechou a porta, e Remus foi se sentar em sua cama, com
as pernas doloridas. Marlene olhou em volta furtivamente,

"Por que há apenas três camas aqui?"

“O teste para a pegadinha deu um pouco errado.” Remus encolheu os ombros.

Marlene apenas balançou a cabeça como uma mãe excessivamente indulgente. Ela enfiou a mão no
bolso de suas vestes e puxou um pequeno frasco raso, e o estendeu para Remus.

"Tire as calças", disse ela.

"Desculpe?!"
“É para o seu quadril!” Ela abriu o jarro com entusiasmo, os olhos brilhantes e ansiosos, "Eu fiz
para você e Danny já testou e tudo!"

"O que ... o que isso faz?" Ele olhou para dentro do frasco com cautela. O que quer que estivesse
dentro parecia vaselina, semitransparente com uma consistência grossa e pegajosa.

“Eu pensei sobre o que você disse sobre como uma mistura de medicina trouxa e mágica funciona
melhor,” ela explicou, “Então eu fiz alguns experimentos. Experimentei valeriana, confrei e
açafrão ... descobri que o gengibre funciona melhor, quem diria? Em seguida, basta combiná-lo
com a quantidade certa de cataplasma antiinflamatório e um pouco de ditamno para dar força extra.
Vamos! Passe! "

“Er. Ok …” disse Remus, pegando o frasco, entrando no banheiro e trancando a porta atrás de si.
Ele o segurou nas mãos por um tempo, cheirando o conteúdo. Cheirava a gengibre, o que era
bastante agradável e não muito forte.

“Você não deve precisar de muito,” Marlene gritou do quarto, fazendo-o pular e caminhar para o
mais longe que pôde da porta. "Basta passar na pele sobre a área dolorida."

“Ok,” ele respondeu, rouco. Isso era estranho. Mas ele devia isso a Marlene, se isso fosse uma
oferta de paz, ele tinha que tentar.

Ele desabotoou a calça e puxou-as até a coxa, cueca e tudo. Em seguida, equilibrando o pote com
cuidado ao lado da banheira, ele tirou uma pequena porção da mistura - do tamanho de uma uva -
com os dedos e cuidadosamente esfregou na pele nua.

A princípio formigou e depois começou a esquentar - mas não de forma desagradável. Ele podia
sentir a pomada se infiltrando em sua pele, descendo para as juntas, cartilagens e ossos, aquecendo
e curando enquanto se impregnava. Era uma sensação que, há muito tempo, havia se esquecido.
Alívio.

"Marlene!" Ele gritou.

"O que?! Você está bem?!" Ela respondeu ansiosamente.

"Se você ainda quiser me seduzir, provavelmente faria qualquer coisa que você me pedisse agora."

Ele a ouviu rindo do outro lado da porta.

"Funciona, então?"

"É a porra de um milagre"

"É a porra da magia, seu idiota", respondeu ela. "Saia daí, então!"

Ele puxou apressadamente as calças de volta e as fechou, caminhando até a porta e abrindo-a. Nem
mesmo uma pontada de dor.

Seu quadril o incomodava há tanto tempo que ele mal conseguia se lembrar de como era andar sem
estar ciente de suas limitações. Ele sorriu para Marlene, agarrou-a pela cintura e a girou.

"Obrigado!" Ele disse, então repetiu mais algumas vezes.

Ela gritou.

"Lupin, seu lunático, me deixe ir!"


Ele a beijou na bochecha e a colocou no chão.

“Você é muito mais forte do que parece,” ela riu, corando, colocando o cabelo atrás da orelha,
“Ah, estou tão feliz que funcionou! Eu queria pedir a ajuda da Madame Pomfrey tantas vezes, mas
achei que você preferia que eu mantivesse isso para mim. "

"Obrigado", disse ele novamente. “Você é... você é incrível! Eu gostaria de ter algo para te dar em
troca! ”

“Você já me deu” ela balançou a cabeça, “Você ajudou Danny, embora nunca o tenha conhecido e
embora soubesse o quão perigoso era. E ... você me ajudou, no final, também. Eu sei o que quero
fazer agora. Vamos vencer esta guerra e, quando acabar, vou começar a fazer pesquisas adequadas
sobre a licantropia, sabe, montar clínicas de verdade para que as pessoas tenham a ajuda de que
precisam. Se todo mundo puder ver o que eu vejo em você e no meu irmão, então talvez ... eu não
sei, talvez as coisas possam ser melhores. ”

Ela estava olhando para os próprios pés timidamente enquanto dizia isso, mas Remus não
conseguia parar de sorrir, mudando de um pé para o outro apenas para provar a si mesmo que não
doía. Nada doía. Ele tinha que contar a Sirius.

“Você vai ser uma curandeira incrível, Marls,” ele a abraçou novamente. "Posso ficar com isso?"
Ele voltou ao banheiro para pegar o frasco, segurando-o.

"Claro que pode!" Ela balançou a cabeça vigorosamente, “Eu não sei quanto tempo os efeitos
duram ... se você não se importasse de anotar isso, cada vez que você reaplicar? Será útil saber... ”

"Sim, sim, qualquer coisa", respondeu ele, cuidadosamente recolocando a tampa.

“É melhor eu ir encontrar Yaz - ela não tem ideia de onde estive o dia todo, eu disse a ela que era
por causa da pegadinha, mas acho que ela não acredita em mim ...”

"Eles estão na sala comunal, todos eles, acabaram de voltar do jantar," Remus respondeu
casualmente, ainda olhando para o pote com admiração.

"Como você pode saber disso?"

"Er ..." ele olhou para cima, sem jeito ... "Bom olfato… tipo, realmente muito bom."

Seus olhos se arregalaram e ela balançou a cabeça solenemente.

“Eu tenho muito que aprender ...”

"Vamos lá", ele riu, dando tapinhas em seu ombro, "Uma coisa de cada vez ..."

***

Sirius foi um verdadeiro cavalheiro quando Remus contou a ele a boa notícia sobre a pomada de
Marlene, e não disse 'Eu te avisei' nem uma vez. Black estava apenas muito feliz ouvindo Remus
balbuciar sobre como ele se sentia muito melhor.
"Eu não sei o que eu já fiz." Remus suspirou depois que eles foram para a cama mais tarde naquela
noite.

"O que você quer dizer?" Sirius bocejou.

"Você sabe. Você aprendeu lenticular magna por mim, lá no primeiro ano. E Lily me fez aquele
auxiliar para leitura, e você, Peter e Prongs se tornaram animagos, só para poder passar um tempo
comigo. ”

"Onde você quer chegar?"

"Eu não sei o que eu fiz," Remus respondeu, encolhendo os ombros, "Para merecer isso."

"Moony," Sirius deu a ele um olhar engraçado. "Você está fazendo aquela coisa de novo."

"Hm?"

“Nós somos seus amigos! Amigos ajudam uns aos outros! Como se você não tivesse feito coisas
por Lily e Marlene, Wormtail, James e por mim ... Merlin, por mim mais do que qualquer um. ”

“Eu sei,” Remus respondeu, ainda sorrindo, “Eu sei. Acho que me sinto muito sortudo. ”

"Você está sentimental esses dias’" Sirius sorriu, cruzando os braços atrás da cabeça. “É assim que
vai ser morar com você? E eu sempre pensei que você fosse um cara resistente ”

"Ainda sou mais resistente do que você." Remus o olhou de lado.

Os olhos de Sirius estavam fechados, mas ele estava sorrindo. Agora parecia um momento tão bom
quanto qualquer outro.

"Você realmente quer morar comigo?" Perguntou Remus.

"Claro que sim," Sirius respondeu, os olhos ainda fechados.

“Quero dizer ... não apenas com os pais de James. Em nosso próprio lugar. ”

Sirius abriu os olhos,

"Obviamente. Esse é o plano, não é? "

"Eu ..." Remus procurou as palavras certas. Ele estava muito confortável perto de Sirius agora,
sentindo que poderia dizer quase qualquer coisa. Porém, às vezes era a mesma luta de sempre. “Eu
não tinha certeza. Você sabe que não tenho muito dinheiro... ”

"E você sabe que estou rolando em dinheiro," Sirius deu de ombros, fazendo os lençóis dobrarem.
"O que é meu é seu, não quero que você se preocupe com essas merdas chatas."

"Só é chato para você porque você nunca teve que pensar sobre isso."

“Bem, agora você não tem que pensar sobre isso também. Entendeu?"

"Ok." Remus acenou com a cabeça. Algo para revisitar mais tarde, talvez, quando não houvesse
uma guerra iminente e eles pudessem ter conversas sobre coisas normais do dia a dia. Por
enquanto, se eles não estivessem falando sobre a guerra, Sirius preferia falar sobre sonhos. Remus
se acomodou, "Onde devemos morar, então?"
"Londres." Sirius disse, com firmeza. "Londres trouxa."

"Em uma casa grande?"

"Não." Sirius balançou a cabeça, franzindo a testa um pouco, “Eu não gosto de casas grandes,
muitos quartos vazios. Se formos apenas dois de nós, não precisamos de todo esse espaço. ”

Essa foi uma consideração extremamente sensível, mas Remus não disse nada. Ele entendeu. Mas
já que estavam sendo sensíveis...

"Eu quero que você conheça Hope." Ele disse. Sirius abriu os olhos novamente,

"O que?"

“Ela está morrendo,” disse Remus, com naturalidade, “Câncer de pulmão - uma coisa que os
trouxas têm. De qualquer forma, não tem cura, e não acho que ela tenha mais de um ano. ”

"Moony, me desculpe ... eu não fazia ideia."

“Está tudo bem” Remus respondeu, “Eu sei disso desde a primeira vez que a conheci. Eu sabia que
não teria muito tempo. Ela não é perfeita, mas se preocupa comigo. Eu quero que ela veja que eu
tenho alguém. Que eu não estou sozinho. ”

“Moony…”

"Eu sei, eu sei," Remus riu, "Estou sendo sentimental ..."

"Não," Sirius esticou o braço e colocou a mão suavemente no peito de Remus. “Essa é uma das
coisas mais legais que já ouvi.”

Remus virou a cabeça também, e eles se olharam por um momento, ambos sorrindo na escuridão da
noite silenciosa. Quando seus olhos começaram a arder, Remus riu de novo, desviando o olhar.

"Cristo", disse ele, "olha isso, somos piores do que Potter e Evans."

"Não conte a ninguém!" Sirius riu, enxugando os olhos rapidamente. “Faltam apenas três dias para
acabarmos a escola, temos reputações a manter.”
Capítulo 150: Sétimo ano: Legado - parte 2

So here we are...

With freedom within our sweaty, greedy, grasps.

So remember this, boys and girls,

When your freedom comes along...

Don't

Pish

in the water supply,

Just because... school is out for the summer…

Alex Harvey Band de 'School's Out'

“Tivemos sorte com o tempo,” Remus comentou, olhando para o céu azul claro. "Teria sido um
pesadelo trazer todos eles para o lado de fora se estivesse chovendo."

Ele não iria sentir falta dos "verões" escoceses.

Ele e Christopher estavam sozinhos no corujal, esperando. Começaria a qualquer momento.

"Não tire sarro de mim, ok?" Christopher sussurrou, olhando para o terreno das janelas altas abertas
"Mas esta é a coisa mais emocionante que já fiz."

Remus sorriu para ele com ternura e apertou sua mão rapidamente.

“Aposto que isso é apenas o começo. Você vai fazer tantas coisas emocionantes, eu sei disso. ”

“Eu não sei, vai ficar tudo quieto com vocês indo embora,” Chris respondeu, olhando para o
gramado abaixo deles, “Eu aposto que eles vão fazer Regulus ser o monitor-chefe... ooh! Esse é o
sinal! ”

Uma fonte de faíscas douradas disparou de trás das estufas, e Remus pôde ouvir o coração de
Christopher começar a bater mais rápido com a excitação.

"Vamos fazer isso então!" Remus deu uma cotovelada nele.

Os dois se viraram para olhar para as corujas, centenas delas empoleiradas em fileiras ao longo das
paredes da torre até as vigas. Ao lado deles havia uma pilha de cartas - todas em branco, exceto
pelo endereço. E todas elas tinham o mesmo endereço.

Chris parecia que estava prestes a explodir de emoção com tudo isso, e Remus deu um passo para
trás, dando-lhe espaço.

"Você conhece o feitiço, faça você."


"Mesmo?!"

"Sim," Remus sorriu, "Haverão muitas travessuras para fazer depois disso..."

"Ok!" Ele arregaçou as mangas, lambendo os lábios. Ele pronunciou o encantamento e passou sua
varinha amplamente ao redor da torre. Um pio baixo, um arrepio de penas e então... caos absoluto
quando todas as quinhentas corujas de repente pularam de seus poleiros e se precipitaram em
direção aos dois meninos, que se abaixaram para se proteger.

Remus nunca havia visto nada tão magnífico; cada coruja em Hogwarts abriu suas asas e voou para
fora da janela, cada uma pegando uma carta em branco ao passar. Deve ter levado dois minutos
inteiros para que todas conseguissem fazê-lo e, quando acabou, Remus e Christopher correram em
direção a janela para vê-las desaparecer em direção ao pátio, através dos arcos até seu destino.

"Uau!" Chris ficava dizendo, como um cachorrinho barulhento "Uau, uau, uau!"

Remus apenas sorriu e pensou em James e Sirius em outros lugares do castelo, esperando por
aquele sinal. E Mary, Marlene e Yaz, preparadas e prontas para sua parte, e todos os outros no
castelo esperando, esperando pelo que estavam planejando desde o Natal.

"Vamos!" Remus disse, agarrando o braço de Chris, "Podemos alcançá-las e ver todas elas
voando."

Se quinhentas corujas de repente se aglomerando nas masmorras não fizesse todo mundo sair, então
Remus estava confiante de que os assentos de banheiro explodindo patenteados de James e Sirius
dariam conta do recado.

Eles desceram a escada em espiral juntos (Remus pulando os degraus de dois em dois, ainda
saboreando sua recém-descoberta mobilidade) e foram para o corredor principal, onde o
pandemônio reinava supremo.

Cada retrato estava cantando o mais alto que conseguiam - de canções populares trouxas a canções
infantis de bruxos, o que quer que o terceiro ano tenha imaginado quando lançou o feitiço, Remus
assumiu. As armaduras deixaram seus postos e começaram a seguir os alunos. Remus esperava que
isso não fosse muito ameaçador - elas não estavam fazendo nada, afinal, apenas imitando seus
movimentos. Havia sido ideia de James - rei dos feitiços de locomoção.

"Eu consegui, Remus, eu consegui!" Um corvino do quarto ano saiu correndo do banheiro mais
próximo, seguido por uma massa de bolhas cor-de-rosa, "Estourou tudo!"

"Muito bem!" Remus deu um tapinha nas costas dele, parabenizando-o.

“Mal posso esperar pelo grande final!”

"Melhor se apressar," Remus aconselhou, "Não vai demorar."

O aluno do quarto ano acenou com a cabeça e saiu em direção ao terreno aberto enquanto a
espuma rosa inundava o corredor.

“Você ensinou a tantas pessoas coisas que elas nunca teriam aprendido”, Christopher se
maravilhou enquanto caminhavam. O grande relógio do lado de fora do Salão Principal girava
loucamente, os ponteiros girando - assim como todos os outros relógios, se o feitiço do sexto ano
tivesse funcionado corretamente.

“Ah sim,” Remus bufou, “Explodir banheiros e levitar mesas. Muito útil."
"Não se esqueça de todos os feitiços defensivos", Christopher franziu a testa, "Eu teria ficado
confuso de novo se não fosse por você."

Eles seguiram o fluxo constante de alunos saindo do prédio. Remus só esperava que eles tivessem
causado confusão suficiente em áreas suficientes do castelo para levar todos para o gramado. Não
seria divertido se metade da escola perdesse o evento principal.

“Como está Lockhart?” Ele perguntou casualmente.

“Bem, eu acho. Não está me importunando, de qualquer maneira. "

"Bom. Suponho que você possa lidar com ele se ele o fizer. "

"Sim." Eles haviam chegado ao pátio agora e estavam à vista do terreno. Christopher apertou os
olhos sob o sol forte de verão e olhou para Remus, parando por um momento. "Eu realmente
sentirei sua falta, no entanto."

“Você só estará aqui por mais um ano,” Remus respondeu, “Estará muito ocupado com os NIEMs
para pensar em qualquer outra coisa. Confie em mim."

"Não, eu ainda vou sentir sua falta." Chris disse, com firmeza. “Vou manter o grupo de estudos em
andamento - mas não será o mesmo. Todo mundo gosta tanto de você, você é paciente com eles. ”

Remus não sabia como responder a isso, então ele não o fez. Havia um nó engraçado em sua
garganta, mesmo assim.

"Vamos," ele puxou o braço de Christopher, movendo-se em direção ao terreno. “Não quero
perder!”

Mais da metade da escola havia se reunido no gramado extenso de Hogwarts, todos conversando a
mil por hora sobre as várias interrupções e intrusões em suas manhãs.

"Você viu todas aquelas corujas?"

“O Grande Salão está inundado! Inundado! ”

"A aldrava da Corvinal está falando bobagem, aparentemente, não deixa ninguém entrar."

“A estátua do cavaleiro no quinto andar jogou balões de água em mim!”

"Marotos, você acha?"

"Definitivamente."

"Não! Eu vi Emmeline Vance lançando um feitiço nos retratos - e um grupo de alunos do sexto ano
plantando bombas de esterco. Não podem ser os Marotos. ”

"Bem, não pode ser todo mundo-- "

A conjectura foi interrompida quando os últimos dos sonserinos - Regulus, Barty Crouch,
Mulciber e Snape, para a satisfação de Remus - emergiram do castelo. Eles estavam todos cobertos
de lodo verde. As bombas surpresa de Lily haviam funcionado muito bem. Remus fez uma nota
mental para parabenizá-la mais tarde. Ela seria um maroto, em breve

"Vocês!" Snape veio correndo, gotas de gosma verde ervilha pingando de seu cabelo, da ponta de
seu nariz. Ele apontou um dedo longo para Remus, o rosto contorcido de raiva. "Você fez isso!
Você e seus amiguinhos imundos! ”

"Qual é o problema, Snivellus?" Remus perguntou friamente, mantendo-se firme, "Você não parece
diferente para mim."

"Vocês! Vocês!" Snape balbuciou, risadas explodindo ao seu redor enquanto os alunos mais jovens
se reuniam para ver.

“Scourgify,” Regulus lançou um feitiço de limpeza em si mesmo, restaurando suas roupas e


cabelos à sua impecável limpeza usual. Ele deu a Snape um olhar entediado, “Tenha um pouco de
decoro, Severus. Não morda a isca patética deles. ”

"Ei, Prongs, olhe, eles pegaram o Snivellus!" Sirius apareceu no meio da multidão sorrindo,
seguido por James e Peter, "Excelente!"

"É uma boa aparência, se você quer minha opinião," James sorriu, dando um tapinha no ombro de
Remus como forma de saudação.

Ao ver Sirius, Regulus revirou os olhos e foi embora, juntando-se a um grupo de sonserinos perto
da beira do lago que estavam amontoados e murmurando entre si como um bando de corvos.

"Quando Dumbledore descobrir que você está por trás disso, ele vai-" Snape se enfureceu.

"O que?" Sirius ergueu uma sobrancelha, apoiando-se no ombro de James casualmente, como se
eles estivessem apenas conversando, “Nos expulsar? No último dia de aula?! ”

"Você vai pagar!" Snape rosnou. Ele se virou e começou a voltar para a escola, suas vestes ainda
pingando.

“Vai com calma, Snivellus!” Peter gritou, mal conseguindo conter sua empolgação: "Você não
quer perder o grand finale!"

"Wormtail!" Sirius sibilou, chutando sua canela. "Shh!"

"Vamos, está quase na hora," disse Remus, tentando afastá-los de Snape. Ele estava obviamente
prestes a enlouquecer, e Remus não confiava nos outros para não empurrá-lo até o limite.

De forma preocupante, eles acabaram bem próximo de Regulus e sua gangue, perto do lago - mas
estava ficando lotado e não havia muitos lugares para ficar. Remus nunca foi de demonstrações
públicas de afeto, mas ele realmente gostaria de poder segurar a mão de Sirius naquele momento,
apenas para impedi-lo de fazer qualquer coisa estúpida.

Não teve essa sorte.

"Reggie," Sirius acenou com a cabeça para o irmão agradavelmente, os olhos brilhando com
travessura.

"Sirius." Regulus respondeu, olhando para frente, a cabeça erguida. Ele era como uma estátua de
alabastro, uma versão de mármore frio de seu irmão de sangue quente. "Eu esperava que você
tivesse aprendido a deixar esses jogos infantis para trás." Regulus falou lentamente, parecendo
entediado como sempre. “Travessuras e esquemas bobos não serão úteis para você uma vez que a
guerra for vencida. O Lorde das Trevas exige ordem. "

"Dane-se seu velho estúpido lorde das trevas," Sirius resmungou, cruzando os braços. Remus
percebeu que os dois irmãos estavam imitando a linguagem corporal um do outro.
Ao redor do lago, os alunos se reuniam; eles estavam a segundos de distância. Remus aproveitou a
oportunidade para dar uma olhada nos rostos mais familiares - lá estava Christopher, conversando
animadamente com alguns de seus amigos do sexto ano, repetindo o que havia feito no corujal.
Marlene, Mary e Yaz estavam rindo entre si, e um pouco mais adiante estava Emmeline Vance,
ainda uma donzela de gelo perfeita, flertando com o pobre Roman Rotherhide. Uns alunos mais
jovens do grupo de estudo praticavam o encantamento que estavam prestes a fazer, e ao lado de
Remus, Lily e James estavam de mãos dadas, varinhas em punho.

Com um grande estrondo, a torre do relógio de Hogwarts bateu meio-dia e James soltou um
assobio alto, chamando a atenção de todos. Era agora!

Pareceu a Remus que todos eles estavam prendendo a respiração por alguns instantes, e ele agarrou
sua própria varinha com mais força, jogando um sorriso rápido para Sirius, antes de voltar sua
atenção para o lago - e o que havia abaixo.

Todos trabalhando como um só, os membros da Cooperação interna de planejamento da pegadinha


dos Marotos ergueram suas varinhas e juntaram suas forças, gritando “ Attollo Magna!”

Os joelhos de Remus enfraqueceram. Eles haviam testado algumas vezes, apenas os quatro em seu
quarto (daí o desaparecimento da cama de Sirius), mas nunca com tantos outros - nunca tanta
magia ao mesmo tempo. Ele sentiu como se tivesse enfiado o braço da varinha em uma colmeia; a
magia começou a retumbar e vibrar através dele, enchendo sua boca e narinas como ácido de
bateria e acumulando-se profundamente. Poder. Estava tonto com isso; praticamente bêbado. Ele
balançou a cabeça obstinadamente, tentando manter o foco e aguentar - não fazia ideia do que
aconteceria se ele se soltasse.

Enquanto isso, algo estava acontecendo no lago. A superfície começou ondulava e tremulava; um
estranho som de gemido e rangido veio de uma milha abaixo, e então ... então ... * POP *. Com um
imediatismo quase cômico, o feitiço funcionou. Remus sentiu uma grande torção dentro de si - o
que não era desagradável, mas também não era ignorável, fazendo-o engasgar

Eles conseguiram. Os alunos começaram a rir e apontar, os sonserinos gritavam, um por um,
estúpidos de tanto choque. Até a boca de Regulus caiu aberta.

Lá, pairando a poucos metros acima das águas paradas, diretamente sobre as masmorras, pairava
cada cama e baú dos dormitórios da Sonserina. Era bonito. Absolutamente perfeito em todos os
sentidos. O layout de cada dormitório foi preservado; tudo o que precisaram fazer foi transportar
tudo cerca de um quilômetro para cima. O feitiço de barreira (ideia de coração mole da Lily) estava
funcionando bem também - o que significa que os pertences de ninguém corriam o risco de se
molhar. Eles apenas teriam que trabalhar no contra-feitiço, e tudo voltaria ao normal - desde que
todos os sonserinos trabalhassem juntos, é claro.

Essa foi uma ideia da Lufa-Lufa.

Os músculos de Remus ainda estavam contraídos de canalizar toda aquela magia. Ele era um fio
elétrico; a estática zumbia na ponta dos dedos. Felizmente, muito poucas pessoas notaram, estavam
muito ocupados torcendo ou gritando de consternação com a visão diante deles. Fogos de artifício
voavam por cima das camas agora, soletrando;

Tenha um ótimo verão, Sonserina! De: Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa!

"Você está bem, Moony?" Sirius olhou para ele, estendendo o braço.

"Não me toque!" Remus retrucou, dando um passo para trás e encolhendo os ombros,
apressadamente. Ele não sabia o que aconteceria; mas não se sentia seguro de estar por perto.

Sirius esfregou o próprio braço, parecendo magoado.

"Desculpe," Remus respirou, balançando a cabeça novamente, "Só me dê um minuto -"

"VOCÊS!" Ah não. Severus havia reaparecido e estava avançando em direção aos Marotos,
varinha erguida, rosto vermelho. Parecia que ele havia se livrado da maior parte do lodo.

"Ladrões!" Ele sibilou, olhando feio para James e Sirius, “Devolvam minhas coisas! Abaixe-as de
UMA VEZ! ”

Sirius e James estavam fora de si de tanto rir, o que não ajudava em nada, mas Snape realmente
tinha provocado isso. Ninguém mais estava reclamando e delirando como um lunático.

Lily tentou intervir, se separando de James.

"Severus, não é o que você pensa, é fácil o suficiente -

Mas era tarde demais. Snape já havia se virado para o lago e apontando sua varinha para qualquer
cama que fosse sua. Ele estava tentando um feitiço básico de levitação,mas não ia funcionar - os
Marotos haviam projetado o feitiço especificamente para proteger contra esse tipo de medida.

"Não, não!" Lily gritou, cobrindo os olhos.

Mas é claro que Snape nunca ouviu; não quando ele sentiu que foi injustiçado. Pareceu funcionar
por um momento; uma das camas estremeceu um pouco e balançou. Porém, apenas por um
microssegundo. A próxima coisa que viram foi que ela se soltou, despencando nas águas cintilantes
abaixo com um barulho alto.

Severus ficou olhando; sua boca malvada era uma linha reta e dura, o cabelo escuro e oleoso
caindo em seus olhos.

Ele se virou, a varinha erguida, e Remus sentiu um cheiro - um cheiro que ele havia reconhecido
apenas duas vezes antes; como carne carbonizada. Magia negra. Uma maldição. Outra torção em
seu intestino, desta vez bem menos agradável, e Remus sentiu uma mudança dentro dele.

“Sectumsempra! ” Snape gritou.

Remus nem mesmo precisava de sua varinha; ele tinha poder mais do que suficiente e, sem pensar,
deu um passo à frente de James, levantando a mão enquanto Severus lançava a maldição.

O mundo pareceu assumir um tom estranho tom, de vermelho, e o vento rugia nos ouvidos de
Remus, de modo que ele ouviu apenas o grito de Lily, e James e Sirius gritaram, "Moony!"

A maldição atingiu Remus - mas ele não sentiu nada. Pareceu simplesmente se dissipar assim que
tocou sua pele, deixando-o com nada pior do que uma leve sensação de queimadura de sol. Ainda
sim, ele estava mais fraco agora do que há dois minutos. Como se a força da barreira que ele criou
o tivesse minado de todas as suas outras magias.

Ele piscou e tudo voltou ao normal. Snape ainda estava de pé na frente dele, parecendo apavorado
e furioso na mesma medida. A mão de Sirius estava no braço de Remus, e James agora estava
avançando em direção a Snape.

Remus afundou lentamente na grama abaixo, exausto. Ele se sentou de pernas cruzadas no chão,
atordoado, Sirius agachado ao lado dele,

"Moony?!"

"Estou bem."

"Que porra foi essa?!" Sirius sussurrou com urgência. Ele parecia assustado.

"Eu... eu não sei." Remus sussurrou de volta, abaixando a cabeça.

“Foi apenas uma contra-azaração!” Lily gritou de repente, e Remus percebeu que ela estava se
dirigindo aos alunos que se reuniam ao redor, curiosos. Sempre rápida em seus pés, aquela garota,
“Snape tentou amaldiçoar Potter, todos vocês viram! Lupin pegou a tempo. "

"Você pode se levantar?" Sirius estava perguntando, puxando seu cotovelo. "Nós iremos para a
Madame Pomfrey-"

“Não,” Remus balançou a cabeça ferozmente, levantando-se, “Estou bem. Honestamente. Apenas
me surpreendi. Usei magia sem palavras ou algo assim, ainda não peguei o jeito. ”

"Ok..." Sirius estava olhando para ele com cautela. Lily estava no controle da multidão, e James
parecia ter afugentado Snape - ou então ele foi até Slughorn para reclamar formalmente sobre a
pegadinha.

O equilíbrio se restaurou. Remus deu a Sirius seu melhor sorriso e um aperto suave em seu braço
para mostrar que estava tudo bem agora. Sirius relaxou um pouco, assentindo.

Os sonserinos mais velhos um pouco mais adiante na margem do lago agora conversavam entre si.
Parecia que o infortúnio de Snape havia beneficiado seus companheiros de casa. Pelo menos agora
eles sabiam o que não funcionaria.

"Meio legal, não é?" Mary se aproximou, sorrindo amplamente e completamente alheia ao que
acabara de acontecer. “Vejam todos eles trabalhando em equipe. Podemos ter unidade na casa
ainda! ”

“Não conte com isso,” Marlene sorriu, logo atrás dela.

Os sonserinos começaram a discutir em voz alta.

Todos eles ficaram para ver o drama se desenrolar mais um pouco. Uma tentativa particularmente
hilária de restaurar a ordem resultou em mais uma cama sendo levantada alguns metros mais alto.
Outro feitiço fez com que todas se voltassem para o oeste, sem nenhuma razão perceptível. Depois
de uma hora, um grupo de corvinos se interessou e começou a trabalhar mais ideias com os
desesperados sonserinos.

A esse ponto, Remus estava se sentindo normal novamente, o que significava apenas uma coisa.

"Eu estou com fome." Ele anunciou.

“O banquete será em meia hora,” disse Lily, distraída pela lula, que estava brincando com uma das
mesinhas de cabeceira de um sonserino, tentando rebatê-la com seu tentáculo mais longo.

"Eu posso subir e me trocar então." Mary disse.

Todos concordaram. Deixe os sonserinos fazerem isso.


Enquanto eles voltavam para o castelo, sorrindo e rindo juntos, Remus estava ciente dos olhos de
Sirius ainda nele, mas ainda não conseguia oferecer nenhuma explicação. O que quer que tenha
acontecido, só aconteceu uma vez antes - naquela tarde na floresta com Castor e Livia. E essa não
era uma lembrança agradável para ele ou Sirius.

"Oi, Black", disse Marlene, aparecendo ao lado deles, "Você já conseguiu sua cama de volta?"

"Hm?" Sirius franziu a testa, “Ah, não, eu nunca tentei. Já se foi, suponho. Boa sorte, cama velha. ”
Ele suspirou melancolicamente.

Remus deu uma risadinha.

"Você não está preocupado que a escola vá cobrar de você por isso?" Marlene disse.

Ele encolheu os ombros. Marlene resmungou,

"Moleque mimado."

"Você ao menos tentou recuperá-lo?" Perguntou Lily.

"Bem, não sabemos para onde foi." James respondeu, rindo da memória.

"Nem mesmo um feitiço de convocação básico?"

“Não, nós nunca...”

" Cama Accio! " Sirius gritou com toda a força de seus pulmões, acenando com a varinha.

Um estrondo fraco e distante.

"Oh merda ..." Sirius murmurou.

O lago atrás deles começou a borbulhar, e todos se viraram a tempo de ver a cama de dossel de
Sirius surgindo da água como um grande submarino de mogno. Envolto em algas marinhas e
pesadas cortinas de veludo encharcado, ela se ergueu no ar e voou na direção deles de modo que
eles tiveram que se espalhar e mergulhar no chão, cobrindo as cabeças. A cama caiu no local para
o qual Sirius a convocou com um baque pesado e estridente, e prontamente se estilhaçou em vários
pedaços.

Silêncio por alguns segundos, enquanto Lily, Marlene, Mary, Yaz, James, Peter, Remus e Sirius
levantam suas cabeças mais uma vez, se levantando em espanto. Depois, risadas de todos os lados -
especialmente os sonserinos ainda se reuniam na beira do lago.

Sirius apenas ficou lá, coçando a cabeça.

"Hm." Ele disse. "No fundo do lago o tempo todo, hein?"

Ainda estava pingando. Os lençóis estavam verdes de algas, areia e grãos empilhados no colchão.

"Oi, seu idiota!" James disse, se aproximando da cama resgatada e pegando uma pilha retangular
de cobertura morta acinzentada, "Esta é a minha revista de quadribol?!"

"Er ... talvez ..." Sirius sorriu - então, percebendo o brilho assassino nos olhos de James, começou a
correr a toda velocidade de volta para o castelo, James o perseguindo.

“Suponho que agora seja um momento tão bom quanto qualquer outro,” Peter sussurrou para
Remus, “Mas, er ... Filch me pegou com o mapa mais cedo. Ele o confiscou. ”

"O que?!" Remus se virou para ele, com raiva. Esse mapa era dele! Sua ideia, sua magia!

"Não fique com raiva de mim, Moony!" Peter se encolheu, “Estava trancado e tudo, eu prometo!
Ninguém pode descobrir o que tem lá a menos que não façam nada de bom - e eles teriam que
invadir o escritório de Filch! ”

Remus parou com essas palavras. Ele estava certo sobre isso. Depois de tudo, qualquer um que
pudesse realizar essas duas façanhas certamente seria digno do mapa. E ele queria deixar algo para
trás; um verdadeiro legado. Dessa forma, talvez os Srs. Moony, Wormtail, Padfoot & Prongs
possam ser lembrados, um dia.

Ele apertou os olhos para ver os dois garotos de cabelos escuros perseguindo um ao outro e
gritando de tanto rir. Ele olhou para as quatro garotas, que estavam de braços dados e voltavam
alegremente para o castelo, com vozes leves e despreocupadas.

Por que Remus Lupin estava com raiva? Com o que ele deveria se preocupar? Seu coração inchou
e ele se lembrou de algo que Sirius havia lhe contado alguns meses atrás. O amor era algo que
você fazia , não algo que você dissesse; e cada uma dessas pessoas havia provado isso a ele.

“Tudo bem, Wormy,” Remus jogou o braço em volta dos ombros de Peter, sorrindo, “Você está
perdoado. Vamos lá, vamos conversar. "

------ FIM DO SÉTIMO ANO --------


Capítulo 151: A guerra: Julho de 1978
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

All our times have come

Here but now they're gone

Seasons don't fear the reaper

Nor do the wind, the sun or the rain,

(We can be like they are)

Come on baby, (don't fear the reaper)

Baby take my hand, (don't fear the reaper)

We'll be able to fly, (don't fear the reaper)

Baby I'm your man.

Don't Fear the Reaper, Blue Oyster Cult.

Domingo, 2 de julho de 1978

"Vamos logo, Potter!" Remus bateu no vidro da porta da cabine telefônica. "Outras pessoas
precisam fazer ligações, sabe!"

James virou as costas rudemente, encolhendo os ombros e falando furtivamente no telefone.

"Deixe-o em paz, Moony," Sirius murmurou, apoiando-se pesadamente na cerca. Ele estava usando
óculos escuros e parecia mais pálido do que o normal. "E pare de bater, sim?!"

"Tome outra poção para a dor," Remus resmungou, "Você está de ressaca, é sua culpa ter bebido
tanto."

"Eu era a vida e a alma da festa, só para você saber." Sirius respondeu, cruzando os braços quando
Remus veio se sentar ao lado dele.

Os Potters haviam cedido a casa para a festa de encerramento da escola na noite anterior, para
todos os que estavam deixando Hogwarts e seus amigos. Yaz e Chris tinham vindo, embora ambos
tivessem mais um ano pela frente. Alguns membros da Ordem da Fênix também estiveram lá - não
Dumbledore, mas Ferox, Moody, Frank Longbottom e sua linda namorada loira (agora noiva,
aparentemente). Moody chamou Remus algumas vezes, apenas para ser interceptado pela Sra.
Potter.

"É a festa de encerramento da escola, Alastor!" Ela sibilou depois da quarta vez. "Deixe-o se
divertir por cinco minutos antes de formar um conselho de guerra, caramba!"
Ela havia dito isso tão bruscamente que eles desistiram - Remus havia ficado um pouco chocado
também. Isso foi o mais perto que a Sra. Potter já havia chegado de xingar.

O resto da festa parecia exatamente como a sala comunal da Grifinória - enquanto, ao mesmo
tempo, não parecia nada com a sala comunal da Grifinória. Remus tentou não ficar tão triste.
Tentou imaginar que um dia iria encontrar outro lugar que se parecesse tanto com o seu lar quanto
Hogwarts.

Lily, Mary e Marlene tiveram que ir embora à meia-noite - elas prometeram aos pais que passariam
a noite na casa de Lily. Aparentemente, suas famílias achavam que, após sete anos de internato, ir
para casa à meia noite já era o suficiente.

O que trouxe Remus de volta ao presente, observando James através da porta da cabine telefônica,
conversando com sua namorada. A quem ele havia literalmente se despedido oito horas antes.

"Tão injusto, ele nos fazer correr até aqui, como se eu pudesse vencer James sem-ressaca-desde-
1973 Potter" Remus resmungou. " Isso é antidesportivo. Ele sabe que tenho uma desvantagem. "

"Achei que seu quadril estava melhor desde que você pegou aquele troço com Marls?" Sirius
franziu a testa, fazendo seus óculos escuros escorregarem pelo nariz.

"E melhorou." Remus respondeu. "Eu quis dizer o fumo."

Houve um estrondo baixo em algum lugar à distância. Sirius sentou-se repentinamente, arrancando
os óculos.

"Aquele é...?!"

Remus suspirou.

"Parece que sim..."

Em alguns momentos, a motocicleta do vizinho veio correndo pela aldeia, rosnando durante todo o
tempo. Sirius a encarava, admirado. Assim que ela se tornou nada além de um ponto cromado
brilhante à distância, ele se inclinou para trás, sorrindo para si mesmo.

"Ah, eu senti falta dela."

"Então é 'ela'." Remus murmurou, cruzando os braços.

"Potter!" Sirius agora se levantou para bater na porta da cabine telefônica, "Saia daqui agora!" Ele
se virou para Remus, "Você vai se animar depois de receber sua ligação?!"

"Sim." Remus disse petulantemente, olhando para seus pés.

Passaram-se mais cinco minutos de 'tchau' e 'nos falamos em breve' antes que Remus tivesse sua
chance. Ele discou o número ansiosamente e enrolou o cordão de plástico do telefone em volta dos
dedos enquanto o ouvia tocar.

"E aí?"

"É assim que você atende o telefone?!"

"Remus?"

"Oi!"
"Caramba! Não estava esperando por você, nós combinamos algo? "

"Não," Remus balançou a cabeça, sorrindo loucamente, "Eu terminei a escola, posso ligar quando
quiser agora!"

"Brilhante!"

Ele ouviu algum farfalhar do outro lado da linha e presumiu que Grant estava se acomodando. Isso
era bom. Sirius e James poderiam esperar muito tempo. "Então, quando você vem me ver, hein?"
Grant estava perguntando agora.

"Em breve!" Remus disse automaticamente. Ele poderia aparatar para Brighton em questão de
segundos, agora que o pensamento o atingiu. Porém, isso seria difícil de explicar. "Semana que
vem?"

Semana que vem seria o ponto ideal entre as luas cheias, pelo menos.

"Vou estar trabalhando no sábado", respondeu Grant. "Peguei o turno noturno no bar.. Estou
economizando para um feriado ... er... agosto? "

"Ah. Hum. Bem, ok," respondeu Remus, um pouco desapontado.

"Desculpe, estou esperando por umas férias de verão apropriadas a anos, vou até andar em um
avião e tudo mais..."

"Não, não, agosto está bom!"

"Bom, vou me lembrar de comprar um pouco de leite. Então, onde você está morando agora?"

"Na casa do meu amigo James. Os pais dele são muito legais. "

"Não foi morar com o namoradinho, então?"

"Ele também está aqui." Remus explicou, sabendo que parecia um pouco estranho. "Vamos
começar a procurar um lugar para morar em breve, no entanto. Londres, espero."

"Ele é rico, então?" Grant bufou ''Devia ter adivinhado. Ele parece bem abastado, não é?"

"Suponho que sim."

"Ele parece. Tem aquela boa postura. Ei, deixa eu te contar sobre esse cara que fiquei por aí na
outra noite... "disse Grant, e começou uma história muito longa e quase inacreditável sobre um
encontro que teve com um pescador (" um pescador genuíno e devoto à jesus, por pelo amor de
Deus. ") que havia feito algo muito estranho na banheira de Grant antes de sair apressado nas
primeiras horas da manhã. Ao final, Remus estava curvado na cabine telefônica, ofegante de tanto
rir, lágrimas escorrendo pelo rosto.

"O que é tão engraçado?!" James e Sirius estavam ansiosos para saber, quando ele finalmente saiu.

"Não conseguiria contar para vocês," Remus respondeu, soluçando, "Humor trouxa."

"Acha que devemos ver como Pete está?" James perguntou enquanto eles voltavam para a casa.

"Nah, você sabe como ele é com ressacas," Sirius respondeu, os óculos escuros ainda firmemente
colocados.
"Tudo bem, mas precisamos nos assegurar que não vamos deixá-lo de fora'", disse James, abrindo
o portão do jardim, "acho que ele está preocupado com isso..."

"Sim, sim." Sirius bocejou. "Ei, quadribol?"

"Sim!" James sorriu, "Apenas me deixe trocar de roupa..."

"Vou pegar um livro, então ..." Remus revirou os olhos, embora não se importasse muito. Eles
iriam considerar o fim de semana como um feriado, estava decidido. A vida real poderia começar
na segunda-feira.

Os três garotos subiram as escadas trovejando, James batendo a porta do quarto enquanto saía em
busca de um de seus muitos kits de quadribol.

Remus e Sirius estavam um pouco mais lentos.

"Brighton em agosto?" Remus perguntou baixinho, agora que estavam sozinhos. O rosto de Sirius
se iluminou e ele tirou os óculos.

"Você quer que eu vá, então? Isso! Legal!"

"Claro." Acenou com a cabeça, alcançando o topo da escada.

"Olá, meninos," disse a Sra. Potter, saindo do quarto de Remus. Ele ficou surpreso com isso - não
estava acostumado com adultos entrando em seu quarto sem serem convidados, mesmo que não
fosse realmente seu quarto, apenas um quarto de hóspedes.

"Olá, Sra. Potter", respondeu ele educadamente, na esperança de mascarar sua inquietação.

Ela carregava uma pilha de roupas que o pertenciam, o que era terrivelmente embaraçoso - em St.
Edmund's, ele lavava sua própria roupa desde os dez anos.

"Vejo que Sirius estava tão bêbado que acabou na sua cama, Remus," a Sra. Potter riu, dobrando a
calça jeans de Sirius sobre o braço. "Honestamente, querido, você deveria apenas tê-lo empurrado
para fora."

"Oh!" Remus sentiu suas orelhas ficarem vermelhas enquanto ele olhava boquiaberto para ela do
corredor.

"Na verdade," Sirius subiu as escadas atrás dele, "Remus e eu preferimos compartilhar. Se estiver...
er. Bem, nós apenas preferimos, ok? "

A Sra. Potter o olhou, depois para Remus, que ainda estava corando, mas conseguiu balbuciar.

"É!"

"Bem, se preferem assim" ela balançou a cabeça lentamente. "Suponho que a cama seja grande o
suficiente para dois. O que quer que façam vocês felizes, queridos." Ao passar por eles para descer
as escadas, ela deu um tapinha gentil no ombro de Remus e beijou a bochecha de Sirius.

E foi basicamente isso.

***
Quarta-feira, 5 de julho de 1978

Eles se permitiram ter férias mais longas do que o esperado - dois dias a mais, na verdade. Os
convites chegaram na noite de terça-feira; uma nota de Dumbledore para cada um, solicitando a
presença deles em um local secreto conhecido apenas pelo pai de James, acessível apenas por
chave de portal. As notas desapareceram assim que foram lidas, simplesmente dissolveram em suas
mãos.

Todos estavam esperando algo assim, mas Remus ficou surpreso com o quão nervoso ele ficou
repentinamente. E não foi o único. Ele e Sirius trocaram-se para dormir em silêncio, e assim que se
colocaram sob as cobertas, o moreno se agarrou a ele, o rosto enterrado sob o seu braço.

"Me conte algo." Ele murmurou roucamente, "Qualquer coisa."

"Estou com muito medo de amanhã." Remus sussurrou. "Parece tão real agora, mas acho que é
normal ficar com medo. Acho que qualquer um ficaria. "

Sirius apenas soltou uma espécie de grunhido descontente. Remus o apertou e tentou uma
abordagem diferente. "Mas você sabe o que mais me assusta?"

"Hm?"

"O fato de que estamos planejando morar juntos e nenhum de nós dois sabe cozinhar."

Sirius começou a rir e, eventualmente, os dois devem ter adormecido. Quando acordaram, ainda
estavam enrolados um no outro, o suor havia se acumulado onde suas peles nuas se comprimiam, e
Remus estava grandes manchas vermelhas por todo o corpo até tomar banho.

Foi uma pequena caminhada até a chave do portal, que acabou por ser um pato de borracha amarelo
brilhante, deixado no meio de um terreno de grama alta no final de um dos campos ao redor da
aldeia. Remus não se importava, ele gostava de esticar as pernas agora que elas não doíam tanto.

"Não posso acreditar que estamos a apenas alguns quilômetros de Londres", ele se maravilhou,
olhando para o céu de verão sem nuvens, as colinas verdes ondulantes.

"Jardim da Inglaterra", James sorriu.

Fleamont solenemente estendeu o pato para que todos colocassem as mãos.

"Todos têm suas varinhas?" Ele perguntou bruscamente e cada um deles assentiu, engolindo em
seco. Peter estava suando e parecia um pouco doente - Remus esperava que ele não vomitasse até
que chegassem aonde quer que estivessem indo.

Todos eles tocaram o pato e de repente se viram girando através do espaço tempo a uma velocidade
incrível. Era pior do que aparatar, mas melhor do que pó de flu, Remus decidiu.

Momentos depois, todos os cinco homens pousaram em uma sala de estar muito pequena e
elegante. O tapete era grosso, rosa suave, os sofás feios de couro sintético eram cor de creme
amarelado, e o papel de parede um desenho floral horrível com listras metálicas que refletiam a
luz.

"Fleamont?" Um homem alto, magro e de cabelos vermelhos entrou no momento em que se


levantavam.
Remus por pouco não caiu na mesa de centro de vidro, que estava adornada com uma tigela de
potpourri com cheiro de sabão.

"Arthur!" O pai de James respondeu alegremente, estendendo a mão para apertar a do homem.

"Desculpe, Monty," Arthur levantou um dedo, "Mas Moody nunca me perdoaria se eu não seguisse
o protocolo. Agora, deixe-me ver... sobre o que foi a última coruja que enviei a você? "

"Foi um cartão de agradecimento", o Sr. Potter respondeu prontamente, "Effie enviou a Molly
algumas das coisas antigas de James para Bill e Charlie."

"Perfeito." Arthur sorriu e finalmente retornou com o aperto de mão do Sr. Potter.

"Garotos, vocês se lembram de Arthur Weasley", disse Fleamont, conduzindo todos para frente
para apertar a mão do homem também. "Este é meu filho, James, Sirius, Peter Pettigrew e Remus
Lupin."

"Olá, o que é isso?" Arthur estava olhando para a chave de portal em formato de pato que Remus
ainda estava segurando.

"Er. Um pato de borracha. " Remus respondeu, olhando para baixo.

"Entendo, entendo, e para que serve?" Arthur avançou em sua direção, olhando para o brinquedo
de plástico amarelo com grande curiosidade.

"Er ... é apenas um pato de borracha," Remus deu de ombros. "Você quer?" Ele o estendeu. Arthur
sorriu, pegando-o.

"Melhor não contar a Molly! Ela acha que eu já estou louco."

Remus sorriu educadamente, pensando para si que Molly deveria estar certa.

"Como está Molly?" Fleamont perguntou "E os meninos? Gêmeos, eu ouvi falar? "

"Sim, agora com três meses," Arthur acenou alegremente, "Eu me perguntei se deveríamos parar
aos cinco filhos, mas Molly está focada em tentar ter uma menina, a pequena claramente estará em
menor número do jeito que as coisas estão. "

Enquanto falava, ele os conduziu para fora da sala hiperfeminina por um corredor estreito em
direção a uma pequena cozinha, que possuía uma estufa construída na parte de trás. Frank e Alice
estavam na cozinha, alinhando uma fila de canecas no balcão.

"Olá!" Alice sorriu, "Chá?"

Ela anotou os pedidos de todos, enquanto Frank distribuía folhas de chá em vários bules, e todos
foram instruídos a irem à estufa para a reunião.

"De quem é essa casa, pai?" Perguntou James.

"É melhor não sabermos muito", respondeu o Sr. Potter, "Vamos agora, todos eles estarão
esperando."

Depois da escuridão sombria da estreita cozinha dos anos 1930, a estufa estava incrivelmente clara
e extremamente quente. Tinha um piso de ladrilhos de terracota limpo, coberto com um tapete de
pano feito em casa. As janelas ao redor eram de vidro e exibiam um jardim imaculadamente
cuidado que possuía um balanço duplo e um escorregador; o telhado era de acrílico transparente e
salpicado de velhas folhas mortas que sobraram do inverno. Havia um forte cheiro de fertilizante e
gerânio, vasos de plantas espalhados pelo local nas prateleiras e mesinhas de canto.

Remus não percebeu nenhuma dessas coisas no início, porque a sala estava lotada de pessoas.
Deveria haver vinte ou trinta bruxas e bruxos, reunidos solenemente em torno de uma grande mesa
de madeira, ou então de pé, ou amontoados na mobília de vime do jardim no canto. Hagrid era o
maior - Remus nunca tinha visto Hagrid em lugar nenhum além de Hogwarts, que era tão grande
que meio que compensava as proporções gigantescas do guarda-caça. Nesta pequena sala de sol
quente, ele mal parecia real.

Haviam outros rostos reconhecíveis; os gêmeos Prewett, Olho-Tonto Moody, Professor Ferox, Ted
Tonks, Emmeline Vance e Dorcas Meadowes - não Dumbledore, mas para o deleite de Remus,
Lily, Mary e Marlene estavam amontoadas em um canto, parecendo terrivelmente jovens e tímidas
nesta multidão. Elas cumprimentaram os meninos com uma espécie de alívio ansioso. Mary se
agarrou ao pescoço de Remus com muita força.

"Você está aqui!" Ele disse surpreso.

"Eu nunca fui muito esperta" ela sorriu tristemente.

"Remus!" Marlene estendeu a mão para ele, "Este é Danny!"

Um homem alto estava logo atrás dela. Ele tinha o sorriso de Marlene; suas bochechas rosadas e
cabelos cor de palha.

"Oh, olá," Remus acenou com a cabeça, repentinamente tímido. Sirius deu um passo para o lado,
ficando mais perto, de modo que eles estavam ombro a ombro,

"Oi!" Danny disse sorrindo. Ele tinha uma cicatriz recente surgindo sob a gola de suas vestes, mas
nada no rosto; ainda não. Danny estendeu a mão para Remus, "Estive ansioso para conhecê-lo,
devo tanto a você..."

"Danny McKinnon!" James explodiu de repente. Tendo finalmente cumprimentado Lily o


suficiente, havia acabado de perceber este estranho encontro. Potter avançou, "Posso apenas dizer
que você é absolutamente, sem dúvida, o melhor Batedor que os Cannons já tiveram?!"

Danny riu amigavelmente,

"Obrigado. Ouvi dizer que você é um artilheiro muito bom - James Potter, não é? "

"Sim, e adoraria--"

"Odeio acabar com o clube social, senhores", Moody vociferou, "Mas temos alguns negócios para
resolver."

Isso calou a boca de todos, e eles se reuniram ao redor da mesa parecendo muito sérios.
Começaram com algumas apresentações, embora de uma forma ou de outra a maioria das pessoas
se conhecessem. Quando o nome de Sirius foi falado, houve alguns murmúrios abafados, mas ele
apenas olhou desafiadoramente para todos eles. Remus estava orgulhoso dele - deixe todos verem
que você nunca poderia julgar um livro pela capa, ou um homem pelo nome.

Depois disso, alguém leu a ata da última reunião - Remus não entendeu nada. Todos pareciam falar
em um código estranho e adulto, e ninguém parava para explicar as coisas como faziam na escola.
Muitos nomes foram mencionados; pessoas em diferentes cantos do país que eram aliadas - ou que
passaram para o outro lado. Várias políticas sendo empurradas através do Wizengamot, maneiras
de influenciar votos; como convencer as pessoas a aceitarem a maneira de pensar da Ordem.

Remus ousou olhar para Sirius, James e Peter, e ficou aliviado ao ver que estavam tão confusos
quanto ele. Em seguida, a lista de desaparecidos foi lida e todos seguiram tranquilos. Alice propôs
um minuto de silêncio que foi observado pelos jovens..

Houveram mais algumas atualizações - todos queriam saber o que Dumbledore estava fazendo, que
progresso ele havia feito. Progresso com o que exatamente Remus não fazia ideia. Tarefas também
foram distribuídas - Frank e Alice precisavam estar em Anglesey todas as noites da próxima
semana, exatamente às 18h. Um homem chamado Shacklebolt teve que se encontrar com 'nosso
amigo em comum' em 'você sabe onde' na sexta-feira. Os gêmeos Prewett estavam na rota para
guardar este ou aquele local. Todos acenaram com a cabeça enquanto Moody os selecionava.

Finalmente, Moody encerrou a discussão.

"Aqueles que têm de ir, vão", disse ele, rispidamente, "Mandarei recado pelos canais habituais em
nossa próxima reunião. Se alguém precisar falar comigo agora, terá que esperar um pouco. " Ele se
levantou com dificuldade, as mãos sobre a mesa.

De repente, a pequena estufa não estava mais silenciosa e solene, pois todos começaram a
conversar com a pessoa ao lado, concordando furtivamente, ou então apenas colocando os assuntos
em dia. Remus piscou. Era só isso?! Ele franziu a testa e olhou para o Sr. Potter, que estava abrindo
caminho ao redor da sala até eles,

"Venha comigo e Hagrid", disse ele ao grupo, "Vocês também, senhoritas, vamos colocar todas a
par, hein?"

Remus relaxou, finalmente. Graças a Deus por isso. Havia sido profundamente desagradável se
sentir tão por fora sobre tudo. Ele se sentia incrivelmente jovem e ingênuo.

"Você não, rapaz," Alastor Moody os alcançou também, e colocou a mão calejada e rachada no
ombro de Remus. "Ferox e eu precisamos dar uma palavra com você. E você, McKinnon - Daniel,
quero dizer. " Ele acrescentou, para responder à expressão surpresa de Marlene.

Os olhos de Remus se arregalaram e ele silenciosamente implorou a Sirius por ajuda, apenas para
Ferox se juntar a eles, rindo.

"Não fique tão nervoso, Lupin, eu prometo que não vamos torturar você."

Remus riu fracamente, aceitando seu destino. Ele e Danny seguiram Moody e Ferox para fora da
estufa de volta para a casa; através da pequena cozinha e ao longo do corredor, subindo a escada
com carpete marrom, que rangeu fortemente sob os pés.

Eles entraram em um pequeno quarto, evidentemente o quarto de uma criança. Havia uma pequena
cama no canto com um padrão de estrelas e naves espaciais no edredom. A mobília era pequena e
pintada de azul claro, e havia brilho nas estrelas escuras no teto.

"Sentem-se, rapazes", Ferox acenou com a cabeça para a pequena cama. Danny e Remus
obedeceram. Moody permaneceu de pé, elevando-se sobre os dois, seu globo ocular azul elétrico
zumbindo em sua órbita.

"Não há prêmios por adivinhar sobre o que queremos conversar." Ele disse.

Remus não disse nada, porque não achou que uma resposta fosse necessária, mas Danny sim.
"Lobisomens."

"Certo." Ferox disse, sentando em uma cadeira pequena, inclinando-se sobre os joelhos.

Ele estava mais bonito do que nunca na opinião de Remus. Ainda era um 'homem em ação' grande
e amigável. Sua juba de cabelo loiro dourado era tão lustrosa como quando Remus tinha quatorze
anos, apenas talvez com algumas mechas cinzas agora. Um calor antigo e confortável borbulhou na
boca de seu estômago - uma sensação que ele nunca havia reconhecido na época, que parecia tão
inocente agora. Ele sorriu, finalmente, sentindo-se um pouco mais à vontade.

"Não tenho certeza de como posso ajudar", Danny estava dizendo, "nunca conheci um até aquela
noite". Ele estremeceu ligeiramente.

"Mas Lupin aqui sim" Moody disse, fixando os dois olhos em Remus.

"Você conheceu?" Os olhos de Danny se voltaram para ele, pegando-o de surpresa.

Remus sabia o que Danny via, obviamente; era o que todo mundo via, um garoto magro e
desajeitado de dezoito anos com um pescoço muito longo e cachos loiros desgrenhados, joelhos
nodosos e muitas cicatrizes. Ele engoliu em seco, sentindo-se como um garoto estúpido em uma
sala cheia de homens.

"Sim, conheci." Disse, olhando para as próprias mãos. "Dois membros da matilha de Greyback,
Lívia e Castor."

"Greyback?!" Danny disse em admiração silenciosa. "Puta merda."

"Remus não é novo nesse tipo de operação." Ferox disse. Ele parecia orgulhoso, mas Remus o
olhou, implorando, porque sim ele era , ele era absolutamente novo em tudo isso - espionagem,
reuniões secretas e guerras. Ele não gostou dessa sensação. Todo mundo estava esperando muito
dele.

"Só conversei com eles" Disse. "Eles não me machucam porque Greyback disse a eles para não
machucar, eu acho. Eles fazem tudo o que ele diz, são leais. "

"Como um exército." Ferox disse balançando a cabeça, como se entendesse. Remus deu a ele um
longo olhar.

"Não." Respondeu "Como uma família".

"Eles são um culto perigoso." Moody disse bruscamente. "Eu não me importo com o que
chamamos. Precisamos ficar de olho neles. Entendido?"

"Então, o que você quer que façamos?" Remus perguntou, endireitando as costas. Ele se sentia mais
ele mesmo. Ferox ainda estava olhando-o, mas com verdadeiro respeito agora.

"Sim, o que podemos fazer?" Danny perguntou.

O rosto abatido e marcado de Moody se curvou em um sorriso malicioso.

"Já ouviram falar da Travessa do Tranco?"

Chapter End Notes


Sentiram a diferença de interpretação entre 'família' e 'exército'? Ouso dizer que eles
'perderam' a primeira guerra por terem subestimado muito as criaturas das trevas em
todos os aspectos. Como já disse antes, tudo é uma questão política. Se a população
periférica (lobisomens, por exemplo) tivesse sido incluída na comunidade bruxa, eles
não teriam visto necessidade em se unir a forças das trevas em primeiro lugar, o que se
encaixa para outras situações reais também, como o crime organizado.

Wizengamot é o parlamento britânico dos bruxos, a suprema côrte. Na primeira


descrição do Wizengamot, durante o julgamento dos Comensais da Morte, a principal
função do Wizengamot parece que era julgar e condenar os Comensais da Morte. Por
esse motivo e refletindo a personalidade de seu Presidente, Bartemius Crouch Sr., era
um Tribunal muito duro, praticamente uma organização militar.

Quando Harry foi julgado, o Wizengamot parecia estar num processo de se tornar um
porta voz do Ministério. Com Fudge como Presidente, seu propósito se tornou
alinhado às necessidades do Ministério, que como qualquer organização política
precisa de publicidade favorável. Portanto, os atos do Wizengamot parecem ter como
alvo fazer com que o Ministério fique "bem na fita", ao invés de fazer o que seria mais
justo.

Finalmente, entre esses dois casos, há o comentário de Albus Dumbledore ser o


Presidente do Wizengamot, um cargo que ele ocupou até ter sido, mais ou menos,
forçado a sair, pelo Ministério, no verão antes do quinto ano de Harry na escola; e ele
parece ter sido reinstalado no cargo no livro seis. O fato de ter sido removido do cargo
demonstra que o Ministério tem algum controle indireto sobre o formato do
Wizengamot, embora supostamente ele pareça ser independente.

Assim, podemos ver como a administração do Wizengamot pode influenciar a guerra.


Capítulo 152: A guerra: Infiltração
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Whatever happened to

All of the heroes?

All the Shakespeare-os?

They watched their Rome burn.

Whatever happened to the heroes?

Whatever happened to the heroes?

No more heroes any more

No more heroes any more

'No More Heroes', The Stranglers.

Segunda-feira, 17 de julho de 1978

Pela primeira vez, Remus viajou para o Beco Diagonal sozinho em um transporte trouxa. Bem, na
realidade, ele havia aparatado grande parte do caminho e pegado o metrô duas paradas antes
apenas para parecer convincente. Moody o proibiu de usar a redede flu dos Potters caso ele fosse
seguido, e Remus concordou.

Ele entrou no beco pela parede de tijolos do Caldeirão Furado e foi direto para o pub. Danny estava
lá esperando por ele, segurando um copo de whisky de fogo. Ele sorriu timidamente para Remus.

"Precisava de um pouco de coragem holandesa."

"Conheça o sentimento." Remus acenou com a cabeça severamente. Ele pediu o mesmo ao
estalajadeiro corcunda.

Eles se afastaram do bar e encontraram um canto tranquilo. Remus lançou muffliato por precaução.
Fizeram conversa fiada brevemente - Marlene havia começado a treinar no St. Mungus e estava
gostando, Danny não estava fazendo muita coisa.

"Tenho minhas economias, obviamente. Eu não estou exatamente duro, "ele suspirou," Os Cannons
pagavam muito bem, eu poderia me aposentar se quisesse. Só não esperava isso tão cedo. "

Remus não sabia o que dizer, porque a ideia de ter um emprego ainda parecia muito distante para
ele. Danny continuava lançando olhares para suas cicatrizes também. "Desculpe," ele disse,
quando foi pego olhando, "Eu só ... você sabe. Nunca vi..."
"Eu sei." Remus respondeu, tentando relaxar um pouco. Ele engoliu o resto do uísque e puxou a
cigarreira. "Tudo bem. Você tem...?"

"Apenas uma ou duas." Danny respondeu. "Acho que vou ter mais com o tempo. Ah, e a mordida,
obviamente. " Seus olhos correram ao redor quando disse isso, caso alguém estivesse ouvindo.

"Claro." Remus acenou com a cabeça, acendendo seu cigarro e inalando desesperadamente. "Você
sabe quem fez?"

"E isso importa?"

"Pode ser que importe" Remus deu de ombros, "Eu acho que é importante para eles, de qualquer
maneira. Eu acho que aquele que te transforma ...têm uma conexão com você, depois. Você pode
reconhecer seu cheiro. Eles podem reconhecer o seu."

Danny torceu o nariz em desgosto.

"Como você aprendeu tudo isso?"

"Parte disso é apenas experiência. Algumas delas de livros. Você já leu alguma coisa sobre? "

"Não." Danny desviou o olhar "Nunca gostei de ler. No St. Mungus eles disseram para não me
incomodar, de qualquer maneira. Não é como se houvesse uma cura."

"Não," Remus franziu a testa, de alguma forma incomodado com essa linha de raciocínio, "Não,
não há uma cura, mas ... bem, ainda há coisas para aprender. Não é apenas uma doença, você sabe,
é quem nós somos. "

"Não é quem eu sou." Danny disse ferozmente, seu punho cerrado na mesa.

Remus desviou o olhar, envergonhado. Danny não estava pronto para isso, percebeu. Ele ainda
estava em negação. McKinnon ergueu um braço, sinalizando para Tom, no bar, trazer outra bebida.
Remus se perguntou quantos copos ele já tinha bebido. Parecia rude perguntar; Danny era mais
velho do que ele, estava na Ordem há mais tempo.

"Então." Danny disse, como se fosse falar de negócios "Qual é o plano? Entrar, fazer perguntas?"

"Acho que não ..." Remus respondeu com cuidado. Deus, Danny definitivamente não estava
pronto. "Acho que precisamos ser mais... hm... sutis."

"Queremos que eles saibam quem somos."

"Eles saberão no segundo em que entrarmos. Nosso cheiro."

"Ugh." Danny torceu o nariz novamente e engoliu sua próxima bebida.

"Olha, por que você não fica aqui?" Remus tentou, "Honestamente, eu já fiz esse tipo de coisa
antes, vou ficar bem. Posso enviar-lhe um sinal, se tiver problemas. "

Danny balançou a cabeça.

"Prometi a Ferox e Moody que eu faria isso."

"Eles não saberão, eu não direi a eles." Remus pressionou, "Sério, está tudo bem, se você não está
confortável, eles não deveriam te obrigar ---"
"Eu disse que posso fazer isso!" Danny bateu com o punho na mesa.

Remus teve um desejo estranho de começar a rosnar. Seria muito mais fácil resolver isso como
lobos; ele poderia apenas se afirmar como o líder, e Danny teria que se submeter ou levar uma
patada na orelha. Ele se contentou em apenas encontrar seus olhos e encará-lo com firmeza, o que
teve o efeito desejado.

"Desculpe." O jogador de quadribol disse, suspirando, os ombros, antes tensos, agora caindo
cansados. "Estou acabado, com a lua chegando na quinta-feira."

"Eu entendo." Remus afirmou sério. "Mas você tem que se manter firme, ok?"

"Sim. Ok." Danny acenou com a cabeça. Ele fez uma pausa, dando a Remus um olhar avaliador,
"Marls disse que você era o garoto mais inteligente do ano."

Remus sentiu suas orelhas ficarem vermelhas.

"Dificilmente".

"Ela confia em você. Acho que seria melhor eu confiar também. " Danny havia se submetido.
Remus endireitou as costas, uma onda de orgulho animal passando por ele.

"Obrigado", ele acenou com a cabeça. "Ok, então eles vão nos reconhecer quando entrarmos. O
cheiro - eu sei que você não gosta, mas eu juro, é uma das habilidades mais úteis que você tem
agora, então não ignore, tudo bem? "

"Mas é tão confuso." Danny disse, parecendo frustrado "Metade das vezes não sei o que é que
consigo... cheirar."

"E eu?" Remus perguntou "Você poderia me identificar?"

Danny o olhou calmamente, concentrando-se. Suas narinas se contraíram ligeiramente. Ele


assentiu.

"Bom!" Remus disse, um pouco animado agora - ele nunca teve ninguém com quem conversar
sobre isso antes, "É como... como algo familiar, não é? Algo que você conhece muito bem. Você
conseguirá distinguir melhor os diferentes cheiros, contanto que pare de tentar ignorá-los. Quando
eu relaxo é muito mais fácil - quase não preciso fazer nenhum esforço, na verdade, vem
naturalmente depois de um tempo. " Então ele se lembrou de outra coisa que Danny deveria saber,
embora não tivesse certeza de como explicar. "Uhm ... Você pode notar que hum... as mulheres
têm um cheiro diferente também. Er. Mais atrativo."

"Certo." Danny acenou com a cabeça novamente, empalidecendo um pouco.

Remus olhou para baixo, pigarreou e retomou.

"E os que eu conheci, os da matilha de Greyback, eles são fortes. Eles têm uma magia muito
poderosa, eles nem precisam de varinhas na maior parte do tempo. Portanto, é melhor não fazer
nenhum movimento, porque não será como duelar - eles são difíceis de prever."

"Merlin." Danny respirou.

"Não se preocupe." Remus disse rapidamente, "Eles não vão tentar lutar contra nós. Eu não acho
que iriam, de qualquer maneira. Não faria sentido se querem nos recrutar. "
Danny bufou zombeteiramente.

"Pouco provável."

"Mas tente ser compreensivo." Remus disse "Ouça-os - queremos que pensem que estamos
interessados, certo?"

"Certo. Claro. Exceto que não estamos. " Danny o estava olhando estranho novamente.

"Claro que não." Remus explodiu. "Mas, ainda sim, estamos lá para fazer amigos. Estamos lá para
conversar, o que significa que primeiro temos que ouvir. "

"Não foi essa a impressão que tive de Moody." Danny disse "Isso é reconhecimento, não uma
missão de paz".

"Bem, Moody não sabe nada sobre isso." Remus disse, "Danny, me escute. Pare de pensar que eles
são seus inimigos, porque não são. Aquele que te mordeu - ele estava errado, ok? Ele deve ser
preso, deve ser punido, mas alguém o mordeu também . E por causa disso, toda a sua vida mudou,
e ninguém o olhou como se ele fosse a mesma pessoa. Você entende isso, não é? "

Danny estava olhando para o fundo de seu copo vazio. Ele não respondeu, mas Remus sabia que
estava prestando atenção.

"Eles são como nós." Remus afirmou com firmeza. "Exceto que eles não tiveram tanta sorte. Você
e eu, temos pessoas que se preocupam conosco, que querem nos manter seguros, que sabem que
somos mais do que apenas ... apenas monstros. Aqueles que estamos prestes a conhecer, talvez eles
nunca tenham tido isso. Talvez Greyback tenha sido a primeira pessoa que se importou. "

"Pessoa." Danny cuspiu "Como você pode falar assim? Como você pode dar a mínima para o que
acontece com eles? Como você pode estar tão calmo?!"

"Senti raiva por muito tempo." Remus respondeu friamente. "Agora estou pronto para fazer algo a
respeito".

Eles pediram mais uma bebida e depois foram embora.

Danny disse que nunca tinha estado na Travessa do Tranco antes e, claro, Remus podia ver apenas
olhando para ele - e sentindo seu cheiro. O odor de magia negra ainda estava lá; fumaça acre, leite
azedo. Era uma rua sombria de paralelepípedos com vielas tortuosas que serpenteavam em
diferentes direções. As vitrines das lojas estavam sujas e exibiam uma variedade diabólica de
artefatos perigosos de magia negra.

Foi fácil encontrar o pub. O Cabeça de Manticora possuía uma horrível placa oscilante pendurada
em um suporte externo que exibia a imagem da cabeça decepada e ensanguentada de uma
mantícora em uma bandeja. A criatura tinha cabeça de homem, mas uma espessa juba de leão.
Seus olhos rolaram para cima e sua boca se abriu em um gemido silencioso de miséria. Isso fez
Remus estremecer. Parecia Ferox.

Ele entrou primeiro, Danny mais feliz em seguir do que liderar. Ele empurrou a porta e no
momento em que cruzou a soleira sentiu o cheiro. O atingiu como uma parede, acendendo seus
sentidos, deixando todos os cabelos deliciosamente arrepiados.

Cinco lobisomens. Ele conheceu cada um antes mesmo de colocar os olhos neles. Três se reuniam
em torno de uma mesa no canto mais distante. Dois no bar. Havia outros lá também; criaturas das
quais Remus tinha ouvido falar, mas nunca havia visto. Um vampiro. Duas banshees. Uma gangue
inteira de goblins.

Danny estava tenso atrás dele, Remus desejou que ele se acalmasse; era tão óbvio. Porém, não
havia nada que eles pudessem fazer a não ser entrar. Remus ouviu a porta bater atrás deles.

Estava bastante escuro lá dentro; as janelas cobertas com cortinas de veludo puído. O painel de
mogno da parede e as bancadas estavam encardidos, cobertos por uma estranha poeira pegajosa que
brilhava em alguns lugares como purpurina. Atrás do bar havia enormes espelhos cobertos com
prateleiras e prateleiras de garrafas, cada uma de um tamanho, forma e cor diferentes, brilhando à
luz do fogo como uma parede de jóias. O fogo rugiu, mas estava estranhamente frio.

Remus se aproximou do bar, o mais casualmente que conseguiu. A figura atrás dele estava vestida
com uma túnica pesada, capuz puxado para baixo, para que Remus não pudesse ver seu rosto.

"Dois whiskies de fogo, por favor." Ele disse, se arrependendo instantaneamente da sua educação.
Havia passado muito tempo na maldita casa dos Potter.

O barman se virou e pegou uma garrafa. Remus procurou um troco em suas vestes. Danny se
juntou a ele, parando perto, olhando ao redor furtivamente.

Os dois lobisomens parados próximos ao bar estavam observando os dois. Isso era de se esperar, é
claro; era isso que eles queriam. Tudo parte do plano de Moody - Remus e Danny eram
inestimáveis para a Ordem, ele havia dito. Um menino que havia sido transformado pelo próprio
Greyback; em quem Greyback estava interessado e um homem que havia se transformado
recentemente, que os outros considerariam vulnerável.

Remus acenou com a cabeça para eles cuidadosamente. Danny não moveu um músculo, mas tudo
bem - estava claro que Remus era o líder. Os outros dois acenaram em retorno. Remus sentiu
curiosidade, mas não perigo. Ele se endireitou, mais confiante.

Eles eram machos, ambos quase da mesma altura, apenas alguns centímetros mais baixos do que
Remus. Um era atarracado, com cabelo loiro sujo, queixo quadrado, bastante bonito em quaisquer
outras circunstâncias. O outro era um de Greyback. Seu cabelo estava raspado perto do crânio, ele
tinha uma cicatriz grossa em uma bochecha e, claro, as tatuagens cobrindo seus braços e garganta,
fases da lua em espiral.

Olhando por cima dos ombros desses dois homens, Remus tentou fazer uma leitura dos três no
canto. Dois deles eram mulheres, um homem, todos de Greyback. Nada de Livia ou Castor, o que
foi um alívio.

Os uísques chegaram e Remus tomou em um só gole, mantendo contato visual com os dois
lobisomens no bar - ou pelo menos aquele que pertencia a Greyback. Danny fez o mesmo. O
homem de Greyback inclinou levemente a cabeça, pensando, e então estendeu a mão. Ele tinha
unhas compridas e grossas, pretas de sujeira. Remus apertou.

"Bem-vindos, irmãos." O homem disse, apertando a mão de Danny também. Danny ficou
visivelmente horrorizado com isso, mas Remus pensou que, por fora, provavelmente só parecia
estar nervoso. E quem poderia culpá-lo. "Eu sou Gaius. Venha e sente-se conosco. "

Remus olhou para Danny, que assentiu, e os dois seguiram Gaius até a mesa no canto. Os assentos
pareciam bancos de igreja antigos e eram igualmente desconfortáveis para se sentar. Remus tentou
sutilmente se colocar ao lado de Danny, mas Gaius deslizou entre eles, separando-os. Não havia
nada a ser feito; Remus só esperava que Danny soubesse quando aparatar.
O cheiro de todos eles reunidos era avassalador e excitante. Remus se sentia alerta, cheio de
energia - mas também muito seguro, quase confortável. Não era de se admirar que os lobisomens
fossem tão fáceis de recrutar, ele pensou. As pessoas passavam a vida inteira em busca de um
sentimento como esse; era uma sensação que ele conhecia bem. Ele a tinha desde que os Marotos
se tornaram animagos. Matilha. Família. Casa.

"Irmão, irmãs", Gaius estava dizendo, "Este é Jeremy", ele gesticulou para o homem bonito e louro
com quem ele estava conversando no bar. "E esses dois são..."

"Daniel." Danny respondeu rigidamente. Ele bebeu de seu copo, os olhos correndo ao redor.
McKinnon continuava olhando para as mulheres, e Remus sabia por quê. Gaius acenou com a
cabeça agradavelmente, então olhou para Remus com expectativa.

"Remus Lupin." Ele respondeu com firmeza.

A atmosfera mudou, as duas mulheres se inclinaram mais perto, os olhos brilhando, os dentes
arreganhados no que poderia ter passado por um sorriso.

"Remus Lupin." Disse Gaius. "O filhote que atacou nosso irmão Castor e nossa irmã Livia."

"Eu me defendi." Remus disse, erguendo o queixo. Qualquer sinal de fraqueza seria explorado.

"Ficamos com a impressão de que Remus Lupin havia feito sua escolha." Uma das mulheres disse,
sua voz baixa e rouca.

"Queria terminar meus estudos. Eu terminei a escola agora, "Remus disse, razoavelmente," Estou
explorando minhas opções. "

As duas mulheres continuaram a olhar, claramente não acreditando em uma palavra que ele disse.
Mas Gaius ergueu a mão.

"Nosso pai é misericordioso e generoso", disse ele, sorrindo, "Ele dá as boas-vindas a todos os seus
filhos".

"Irmão", disse uma das mulheres, "não se pode confiar nele! Ele é o cachorrinho de Dumbledore! "

"Ele foi elevado pelo próprio Greyback ." Gaius estalou bruscamente, virando a cabeça e
contraindo a mão esquerda, girando o pulso. A mulher que havia falado ficou rígida de repente, os
olhos arregalados, como se tivesse sido dominada por uma dor enorme. "Então cale. sua. boca."
Disse Gaius, virando o pulso novamente.

A mulher relaxou, respirando com dificuldade. Todos podiam ouvir seu coração batendo forte.
Remus se sentiu enjoado.

Gaius sorriu ao redor da mesa.

"Irmãos", ele disse aos três novos recrutas, "Nosso pai, Fenrir Greyback, lhes dá as boas-vindas em
seu bando. Fomos excluídos, como vocês, nos foi negado abrigo, amizade, proteção. Nosso pai
devolveria essas coisas para você - e muito mais. "

"Como?" Remus perguntou, esperando que sua voz soasse agradável e curiosa.

Gaius lhe lançou um olhar. Remus devolveu. Foi estranho. Ele sabia que a coisa a fazer - a coisa
certa a fazer pela missão, por sua segurança e pelos outros lobisomens, era abaixar a cabeça,
parecer subserviente, ficar quieto. Ele tinha que fazer com que eles confiassem nele.
Mas não conseguiu. Talvez fosse o nervosismo, ou a força daqueles cheiros e poderes tão perto
dele, ou talvez fosse apenas aquela velha beligerância de Lyall Lupin, mas Remus se viu fazendo
exatamente o oposto. Ele levantou o queixo um pouco mais, aproveitando o quão mais alto ele era
do que os outros, mesmo sentado. Fez contato visual claro e disse.

"Eu só queria saber como Greyback planeja nos fornecer abrigo, amizade e proteção."

"Você verá, com o tempo."

"Certo, bem, isso não é muito convincente." Remus deu de ombros, "Me parece um monte de
promessas, mas não um plano, o que vocês dois acham?" Ele olhou para Danny e Jeremy, o
homem loiro.

Danny apenas olhou para Remus, parecendo chocado. Jeremy, sem saber o que estava
acontecendo, encolheu os ombros.

"Eu não me importo como ele fará isso, contanto que faça. Não tenho para onde ir, meus pais me
expulsaram. "

"E se você tivesse um lugar para ir?" Remus perguntou rapidamente, "E se houvesse um lugar
seguro e você não tivesse que escolher nenhum lado na guerra...?"

"Remus Lupin, você está confuso." Disse Gaius, erguendo a voz. "Tal lugar não existe para nós. Os
humanos deixaram isso perfeitamente claro. "

"Os ... os humanos," Remus disse cuidadosamente, pensando rápido, "Eles estão errados, eu
concordo com você - O Ministério da Magia precisa ser reformado - mas a mudança só pode
acontecer se ..."

"Eles não estão interessados. Eles estão apenas preocupados em assassinar nossos irmãos e irmãs,
nos trancando, suprimindo o lobo. "

"E o que exatamente Greyback vai fazer sobre isso?" Remus persistiu.

Ele sabia por que o pulso de Danny estava acelerado; por que ele ficava erguendo as sobrancelhas
para Remus desesperadamente por cima do ombro de Gaius, mas Remus não conseguia pensar
nisso agora. Parecia loucura pressionar Gaius daquele jeito quando ele estava claramente emitindo
sinais de perigo, mas era quase como se Remus não conseguisse se conter.

"Quando você conhecer meu pai." Gaius rosnou: "Você vai entender."

"Eu gostaria de conhecê-lo." Remus respondeu intensamente.

Os lábios de Gaius se curvaram,

"Haverá tempo para isso. Quando você tiver se provado. " Ele olhou para os outros "Quando todos
vocês provarem a si mesmos, ganharão o direito de chamá-lo de pai."

"E como nós fazemos isso?" Remus perguntou, inclinando-se para frente, ansioso para manter a
atenção de Gaius nele. Ele sabia que Danny nunca se juntaria aos lobisomens, mas esse garoto
Jeremy - ele estava em perigo real.

Toda a postura de Gaius havia mudado; ele parecia maior, seus ombros mais largos, ele franziu a
testa para Remus.
"Três luas cheias passadas com a alcateia" ele disse, os olhos brilhando com intensidade.

"Ótimo," Remus assentiu, "Sim, ok, eu adoraria conhecê-lo, podemos fazer isso? Você pode me
dizer onde--"

A dor o atingiu, excruciante, queimando; seus ossos estavam derretendo, sua pele borbulhava, ele
queria gritar, mas sua mandíbula travou. Os olhos de Gaius perfuraram os de Remus, furioso, e de
repente Remus pôde ouvir a voz de Gaius dentro de sua cabeça.

Remus Lupin você é um idiota.

Ronronou.

Meu pai deseja que você viva, mas só você. Você será obediente ou matarei todos neste lugar.
Eu vou matar...

Remus sentiu uma sensação estranha e penetrante em sua mente e sabia o que Gaius estava
fazendo. Tentou resistir, mas a dor era uma distração tão grande que ele não tinha forças. Gaius
pousou em algo que havia encontrado, seus olhos brilharam maliciosamente.

Eu vou matar ... James Potter e Lily Evans ... e Peter, e Marlene e Mary e ... eu vou matar
Sirius Black ...

Uma onda de fúria cresceu em Remus e foi o suficiente - apenas o suficiente, apenas por pouco -
para se livrar do aperto feroz de Gaius em sua mente e corpo. Ele rugiu, atacando com os braços e
as pernas, porque seus pensamentos estavam confusos demais para fazer qualquer outra coisa.
Balançando a cabeça, como se para se livrar da voz perversa de Gaius, ele se lançou sobre o outro
lobisomem, forçando-o a recuar contra o banco, meio em cima dele, envolvendo as mãos em volta
da garganta e apertando.

Os outros três lobisomens - os lobisomens de Greyback - todos tentaram se mover, mas Remus
estava tão cheio de raiva e emoção violenta que mal precisava pensar e eles estavam presos no
lugar.

"É isso que você quer dizer com me provar, Gaius?" Ele sibilou, apertando com mais força, de
modo que o rosto do outro homem ficou vermelho, as veias salientes em suas têmporas. "Eu ganhei
a porra do seu respeito agora?!"

Gaius o agarrou desesperadamente, mas apenas quando ele estava começando a afrouxar e
desmaiar que Remus o soltou. Ele recuou rapidamente.

"Danny!" Ele chamou com urgência: "Temos que ir."

Tinham que sair primeiro; não poderiam ser expulsos, pareceria que eles estavam fugindo. Ah
merda, ele pensou, merda, por que eu fiz isso?! O que ele iria dizer a Ferox? Moody cortaria suas
bolas!

A última coisa que Remus viu antes que ele e Danny aparatarem foi o rosto horrorizado de Jeremy.

***
"Merlin!" Danny gritou, assim que eles estavam fora dali. "Que porra?!"

Eles estavam em um campo, milhas e milhas fora de Londres. Eles deveriam caminhar de lá até um
ponto de ônibus, onde Moody estaria esperando para um interrogatório.

"Sinto muito," Remus ofegou, balançando a cabeça, "Eu tenho - perdi a paciência."

"Eu vi né, porra!" Danny vociferou "Não teria deixado você tomar todo aquele whisky de fogo se
eu soubesse que você iria virar a cara e tentar enfrentar todo o exército de Greyback sozinho!"

"Aquele não era seu exército inteiro." Remus respondeu amargamente, enxugando o suor da testa.
Ele ainda estava zumbindo com a agonia que Gaius o fizera passar.

"E aquela não era a porra da missão, era?!" Danny respondeu "Sutil, você disse! Basta ouvi-los,
você disse! "

"Percebi que não ia funcionar," Remus tentou explicar, "Eles são uma alcateia; você tem que
dominar o líder, você precisa mostrar a eles - "

"Você soa como eles!" Danny disse de repente.

"O que?"

"Você! Todas as suas porcarias de 'habilidades especiais'. Você quer ser assim, não é? Não melhor
do que um animal de carga? A porra de um besta?!"

Remus o encarou. Ele não sabia o que dizer, se sentia muito tonto, seus pensamentos estavam uma
bagunça.

"Olha." Ele disse, tremendo "Vamos apenas encontrar o Moody."

"Certo." Danny concordou, ainda com o rosto vermelho "Quanto mais rápido o acharmos, mais
cedo poderei ficar longe de você ."

Remus não respondeu, apenas começou a andar. Sua cabeça doía muito, uma enxaqueca crescia
atrás de seus olhos, o sol forte do verão era como adagas após a escuridão do Cabeça de
Mantícora. Sua mente estava correndo a mil por hora. Como ele explicaria isso? Como alguém
poderia ouvir o que houve e confiar nele novamente? O que mais o preocupou foi que seu primeiro
instinto era mentir.

Danny estava andando mais rápido, mas ele não tinha tido sua mente dilacerada por um... oh porra.
Danny estava certo? Remus era exatamente como eles, no fundo?

Os dois chegaram ao ponto de ônibus há muito abandonado, coberto de pólen e rabiscado de


graffiti. Moody os estava esperando, pontual como sempre. Ele os olhou, seus olhos azuis os
rodeando selvagemente.

"O que deu errado?" Ele perguntou de uma vez.

Remus olhou para Danny. Danny olhou para Remus e então para seus próprios sapatos. Remus
engoliu em seco e resolveu puxar o curativo de uma vez.
"Eu errei." Disse. "Deixei meu temperamento levar a melhor."

Moody o olhou por um longo tempo. Ele era completamente impenetrável e, mesmo que Remus
soubesse que o auror não estava lendo sua mente - agora que sabia qual era a sensação, sentia
como se estivesse sendo perfurado da mesma forma.

"Conte-me tudo, rapaz." Moody disse, finalmente.

Remus fez o seu melhor. Ele não mencionou os uísques. Não mencionou a perda de controle que
sentiu, mesmo antes de Gaius tê-lo machucado. Definitivamente não repetiu nada que Gaius havia
sussurrado em seu cérebro. Ele contou apenas a história que Danny poderia ter contado. E
funcionou.

"Parece que você agiu em legítima defesa." Moody respondeu com ar profissional, como se
acontecesse esse tipo de coisa o tempo todo.

"Eu fui longe demais." Disse Remus. Era fácil ser submisso agora, ser educado e respeitoso com
outra pessoa. "Eu agi... me comportei mal. Coloquei Danny em perigo. "

"Não seja tão duro consigo mesmo, Lupin." Moody disse, soando quase gentil. "Você estava em
uma situação difícil. Vocês dois saíram disso. Você precisa ver um curandeiro? Você sabe que
maldição foi? "

"Foi magia sem palavras," Remus balançou a cabeça, "E eu estou bem. Não foi tão ruim quanto a
lua cheia. "

Isso era mentira. Ele ainda podia sentir os restos daquilo, sua cabeça latejava e seus nervos
estavam vibrando. Mas estava indo embora. A dor frequentemente o fazia, ou então você apenas
aprendia a superá-la.

Moody riu rispidamente.

"Bom camarada. Certo, McKinnon, mais alguma coisa? "

Danny balançou a cabeça. Ele não tinha falado muito enquanto Remus estava se explicando,
apenas interrompeu uma ou duas vezes para confirmar que era verdade. Ele ainda não o olhava, e
Remus não o culpou. Moody, se percebeu, não comentou sobre essa atmosfera estranha. Ele bateu
palmas. "Bem, então, devo dizer que estamos bem para aparatar agora. Lupin, vou com você,
tenho outra reunião. McKinnon, você ficará bem para voltar para algum lugar seguro?"

"Sim. Sem problemas." Danny respondeu com a voz vazia. "Te vejo por aí." E começou a se
afastar, de volta ao campo aberto.

Remus olhou para Moody.

"Ele está com raiva de mim. Não acho que devemos formar duplas assim novamente."

"Você não vai." Moody respondeu rapidamente.

O coração de Remus afundou. Então era isso. Moody não confiava mais nele. O auror começou a
andar na direção oposta à de Danny, atravessando a tranquila estrada rural. Remus se apressou para
acompanhar. O chão parecia estranho sob seus pés, como uma esponja.

Moody parou abruptamente, tendo aparentemente julgado o bosque sombrio de árvores onde eles
estavam agora em um lugar adequado para aparatar. Ele olhou para Remus.
"McKinnon não consegue aguentar, isso está claro. Vamos tê-lo nas comunicações ou guardando
uma casa segura. Você estará preparado para ir sozinho da próxima vez? "

"Eu...o quê?!"

"Hoje você mostrou a eles quem é." Moody disse, ambos os olhos focados em Remus. "Isso é bom.
Vão ouvir sobre você na alcateia. Vai movimenta-los. Queremos Greyback distraído. "

"Eu não tenho certeza se entendi." Remus franziu a testa.

"Não?" Moody ergueu uma sobrancelha espessa. "Acho que você é mais astuto do que deixa
transparecer, Lupin. Certo, vamos, tenho um encontro com Fleamont. "

E só. Sem mais perguntas. Em questão de segundos, eles estavam na porta dos fundos dos Potter,
respondendo às perguntas de identificação de Euphemia, e então tudo voltou ao normal. Eles
estavam de volta à realidade, rodeados pela familiaridade gentil e calorosa da cozinha. Era como
ser sacudido por um pesadelo, você só tinha que ficar se lembrando de que tudo estava bem agora.

Moody desapareceu em direção ao escritório do Sr. Potter, e James e Sirius vieram correndo pelo
corredor para encontrar Remus. Sirius parecia meio louco, e eles ficaram um em frente ao outro por
um momento, os olhos arregalados cheios de palavras. Finalmente Sirius veio em sua direção,
envolvendo-o em um abraço e enterrando a cabeça em seu pescoço.

"Você está bem." Ele sussurrou.

"Estou bem." Remus respondeu ferozmente, apertando-o de volta com força. E ele queria dizer
aquilo, ah Deus, ele realmente queria. Porém, não tinha mais energia, então ele apenas o beijou, e
James estava bem ali, e a Sra. Potter também, mas era a única coisa que Remus conhecia que
poderia dizer a Sirius o que ele precisava dizer.

Ele colocou a raiva, o terror, a culpa e a necessidade feroz de vingança de lado. Haveria tempo
para isso. Mas ainda não.

Chapter End Notes

O primeiro passo para a alienação e docilização é o conformismo. Digo isso por causa
do que o Danny é e sobre o que ele responde quando o Remus pergunta se ele nunca
leu um livro sobre lobisomens

"Nunca gostei de ler. No St. Mungus eles disseram para não me incomodar, de
qualquer maneira. Não é como se houvesse uma cura." É claro que já entendemos que
não há uma cura, mas conhecimento é a primeira coisa a ser queimado em um
governo autoritário por um motivo. Também não é uma coincidência que o St.
Mungus não encoraja a pesquisa, já que a própria instituição não a faz. Se não temos
conhecimento do que somos é mais fácil aceitarmos a forma que nos tratam. Se
conhecimento não é produzido sobre a população LGBT ou, nesse caso, sobre
lobisomens, não há como saber que estão sendo exterminados ou marginalizados ou
que não possuem moradia, como o Jeremy. Jeremy, sem saber o que estava
acontecendo, encolheu os ombros.

"Eu não me importo como ele fará isso, contanto que faça. Não tenho para onde ir,
meus pais me expulsaram. "

"E se você tivesse um lugar para ir?" Remus perguntou rapidamente, "E se houvesse
um lugar seguro e você não tivesse que escolher nenhum lado na guerra...?"

Esse capítulo é o mais importante no que diz respeito à preconceito e política para
mim.

O que quero dizer é que é mesmo que algo tenha sido forjado para parecer impossível
de ser derrubado, não significa que não se tenha nada para fazer a respeito. Depois que
entendi isso passei a perceber a importância de me chamar de anti-capitalista, por
exemplo.

Danny McKinnon é tudo que Remus Lupin poderia ter sido se não tivesse empatia.

"Pare de pensar que eles são seus inimigos, porque não são. Aquele que te mordeu -
ele estava errado, ok? Ele deve ser preso, deve ser punido, mas alguém o mordeu
também. E por causa disso, toda a sua vida mudou, e ninguém o olhou como se ele
fosse a mesma pessoa. Você entende isso, não é? Eles são como nós. Exceto que eles
não tiveram tanta sorte. Você e eu, temos pessoas que se preocupam conosco, que
querem nos manter seguros, que sabem que somos mais do que apenas ... apenas
monstros. Aqueles que estamos prestes a conhecer, talvez eles nunca tenham tido isso.
Talvez Greyback tenha sido a primeira pessoa que se importou."

Enfim, desculpa a nota tão grande, mas achei importante dar destaque a essas
questões.

PS.: O PDF do segundo livro já está disponível na minha linktree na minha bio do
wattpad, twitter e tiktok (user wolfuckingstar em todas as redes sociais).
Capítulo 153: A guerra: Home Front
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Final do verão de 1978

Ele rolou pela centésima vez, os lençóis grudando em sua pele quente. Não se sentia bem desde a
lua cheia. Talvez até antes disso. Dormia apenas algumas horas por noite e agora eram quase
quatro da manhã e ele ainda não havia adormecido.

"Não consegue dormir?" Sirius também se movimentou.

"Não." Remus suspirou, sentando-se. "Desculpe. Eu deveria ir para o outro quarto."

"Por favor, não." Sirius pediu, esfregando os olhos, "Está tudo bem, eu já estou acordado, vou te
fazer companhia."

"Não estou com vontade de conversar."

"Tudo bem. Eu posso falar, estou sempre com vontade de conversar. "

Remus sorriu, embora não quisesse. Maldito Black.

"Vá em frente, então." Murmurou, deitando-se lentamente. Suas costas doíam da última lua cheia, e
ele havia passado um pouco da pomada de Marlene antes de dormir, mas o efeito já estava
passando. Sirius rolou para o lado, esticando um braço sobre o corpo de Remus e falando sonolento
em seu ouvido.

"Mal posso esperar por amanhã", murmurou ele, "Mal posso esperar que você finalmente veja o
apartamento. Eu nunca tive um lugar que fosse só meu antes."

"Nem eu." Remus respondeu, fechando os olhos.

Sirius havia comprado o apartamento na semana anterior, enquanto Remus se recuperava da lua
cheia. Havia sido - é claro - uma compra por impulso, mas Remus achou que estava tudo bem, de
verdade - ele tinha muito em sua mente para ajudar, e era o dinheiro de Sirius, afinal.

Era em Londres, em um bairro trouxa. Após a surpresa inicial dos Potters com a decisão dos
meninos, Fleamont insistiu em garantir que todos os feitiços e alarmes de segurança padrão
estivessem no lugar antes que eles pudessem se mudar, então Remus ainda não o tinha visto ainda.

"Me diga como é." Remus disse, virando-se na direção de Sirius, o abraçando. Ele não se deixava
tornar-se pequeno com frequência - afinal, ele era maior do que Sirius, e parecia bobo. Porém,
agora, privado de sono e cheio de ansiedade, era bom enterrar o rosto no pijama de Black.

"É pequeno," Sirius disse, apoiando o queixo no topo da cabeça de Remus, "Apenas um quarto, um
banheiro, uma cozinha."

"Parece gigante." Remus respondeu. Estava sendo completamente verdadeiro. Nunca havia
imaginado que fosse viver em algum lugar assim, nem em um milhão de anos.

"Podemos ter o que quisermos, móveis, papel de parede, qualquer coisa. "
"Vou deixar o design interior para você."

"Tudo bem. Você pode construir as estantes de livros. "

"Estantes de livros?" Remus ergueu a cabeça. Ele não tinha pensado nisso.

"Sim, estantes," Sirius respondeu com um sorriso em sua voz, "Um espaço para a coleção de
discos também, obviamente. E há algumas garagens nas proximidades que posso alugar... "

"Vamos ter um carro?!" Remus ficou um pouco alarmado com isso; ele tinha acabado de concordar
em ficar com a velha vassoura de James para viagens a negócios relacionados à Ordem, ele
realmente não gostaria de aprender a dirigir também.

"Não um carro..." Sirius respondeu evasivamente, "Mas eu só estava pensando... Quero dizer, seria
muito útil ter outro meio de transporte."

"Tem o metrô." Remus disse, "Ônibus. Londres é realmente famosa por eles, sabe. "

"Sim..."

"Você já comprou?" Remus se afastou para ver o rosto de Sirius.

"Er..."

"Sirius!"

"O que?!" O moreno estava sorrindo maliciosamente, "É um presente de aniversário antecipado
para mim."

"Seu aniversário é apenas daqui a meses!"

"Um presente por ter comprado o apartamento, então. Vou comprar algo para você também! "

"Honestamente," Remus riu, envolvendo os braços em volta de Sirius novamente, "Você é uma
perda de tempo. Idiota mimado."

"Babaca caseiro." Sirius respondeu rindo, sua voz abafada pelo ombro de Remus.

Eles ficaram imóveis e quietos por um tempo, simplesmente existindo. Remus relaxou um pouco,
mas ainda não ia dormir. Logo estaria amanhecendo, com certeza. De vez em quando, ele pensava
estar ouvindo um pássaro cantando no jardim. Não ouviria isso em Londres. Seria apenas a van que
entregava o leite chacoalhando, caminhões de lixo e ônibus buzinando, e talvez um ruído de algum
pombo estranho. Ele não podia esperar.

Remus segurou Sirius com um pouco mais de força. Ultimamente, eles estavam se abraçando
muito. O contato parecia vital, lembrava a Remus que ele era humano.

"Tudo bem?" Sirius perguntou baixinho.

"Sim. Simplesmente não consigo dormir. "

"Ainda não está com vontade de falar sobre isso?"

"Não."

"Ok." O moreno suspirou um pouco. Então ele moveu sua cabeça contra o ombro de Remus,
virando-se para beijar a parte mais macia de seu pescoço. A mão de Sirius deslizou lentamente para
o seu quadril. "Está com vontade de fazer alguma outra coisa?"

***

Remus meio que esperou ver seu novo apartamento pela primeira vez sozinho com Sirius. Um
pensamento tolo; ele havia esquecido que, mesmo fora de Hogwarts, Sirius e James vinham como
um par. E onde quer que James fosse, Peter e Lily normalmente iam. Então, acabaram sendo os
cinco pegando o trem para Londres na manhã seguinte.

Sirius estava zumbindo de excitação, incapaz de ficar parado durante toda a viagem. Ele andava
pelo veículo, descia correndo as escadas rolantes em Waterloo e pulava de um pé para o outro na
plataforma subterrânea. Eles estavam todos com roupas trouxas, e o moreno vestia sua jaqueta de
couro, jeans preto e botas de combate. Remus gostava de se concentrar nesses detalhes, porque se
eles eram trouxas, não estavam em guerra hoje.

O apartamento ficava perto da Leicester Square, em Chinatown. Era em uma parte decadente da
cidade, mas isso não importava para Remus, nem parecia preocupar Sirius. Estava lotado e
barulhento, o cheiro de comida chinesa, cigarros e ralos abertos permeando o ar. As cabines
telefônicas estavam repletas de anúncios de acompanhantes e eles passaram por, pelo menos, dois
cinemas peep show.

"Eu amo Londres." Remus sorriu para si e Sirius fez o mesmo olhando em sua direção.

Eles entraram no prédio por uma porta no beco de uma rua não licenciada, entrando um por um,
com Peter comentando em voz alta como tudo parecia pequeno e como os trouxas eram estranhos.
Em seguida, após um pequeno lance de escadas, chegaram a um patamar de concreto com uma
porta de entrada amarela brilhante. Número 9.

"Lar!" Sirius disse enquanto colocava a chave na fechadura, sorrindo para todos eles.

Era pequeno. Era mundano, quase sem nenhuma mobília. Era básico. Era absolutamente perfeito.

Eles entraram diretamente na sala de estar, que era muito moderna, sem hall de entrada. Havia uma
porta à esquerda que dava para a cozinha, que era ensolarada e clara, uma janelinha sobre a pia de
metal reluzente. Lily foi direto para a geladeira e, muito docemente, trouxe uma garrafa de vinho
branco espumante para comemorar.

Remus voltou para a sala de estar e por um corredor onde havia duas portas - uma era o banheiro -
azulejos verdes dos anos sessenta com acessórios de porcelana rosa - a outra era um quarto. Duas
malas - as roupas que haviam empacotado e mandado anteriormente - estavam lado a lado ao lado
próximo ao guarda-roupa. A cama já estava lá, cuidadosamente arrumada com um cobertor
marrom e uma manta. Não é um dossel; nada de cortinas escuras secretas. Apenas uma cama
perfeitamente normal para dois.

"Bem?" Sirius perguntou ansioso, entrando no quarto atrás dele. "Eu sei que é realmente trouxa,
mas eu não queria exagerar no dinheiro... e assim é muito mais fácil de proteger, Monty até
chamou Moody para ajudar em alguns dos feitiços de escudo..."

"É... ótimo." Remus acenou com a cabeça. Ele estava tão feliz. Apenas sorria, olhando ao redor. "É
..." não havia palavras.
Felizmente, Sirius estava sorrindo também enquanto o olhava.

"Eu sempre sei que é bom quando você não tem algo sarcástico a dizer", ele piscou, "Vem, você
mal viu a sala de estar!"

Remus o seguiu. Lily estava servindo copos de vinho branco ("Devíamos ter dado a você taças de
vinho adequadas de presente!"), e todos brindaram, aplaudindo ruidosamente.

"Cara, você tem que me mostrar como funciona aquela coisa de forno eclético", disse James com
os olhos arregalados, "E o rádio a dor."

"Radiador ." Lily revirou os olhos, "Honestamente, como você conseguiu um Aceitável em
Estudos Trouxas?!"

Peter estava olhando para a pequena lareira de tijolos, que estava muito deslocada na sala de estar
contemporânea com seu carpete creme e venezianas de plástico.

"Vocês estão conectados a rede de flu, então?" ele perguntou.

"Sim," Sirius assentiu. "Para as coisas da Ordem, obviamente. E para vocês também. Moody
tornou impossível rastreá-la. Todo o apartamento também é impossível de localizar. "

Remus não pôde deixar de se sentir um pouco desconcertado pela lareira. Mesmo que fosse
essencial, ele não gostava da ideia de que os membros da ordem tivessem acesso ao seu
apartamento a qualquer hora do dia ou da noite. O pensamento da cabeça de Alastor Moody
aparecendo em sua sala de estar o fez estremecer. Sirius, ainda observando o rosto de Remus com
cuidado, deu-lhe uma cotovelada.

"Também coloquei outra coisa," ele apontou para o sofá.

Todos eles se viraram para olhar.

"Você tem um telly fone!" James gritou de repente, quase derramando sua bebida de empolgação
enquanto apontava para o dispositivo em uma mesinha ao lado do sofá.

"Se acalme!" Lily brigou.

"Um telefone!" Remus olhou para o moreno espantado. "Está conectado?"

"Sim," Black acenou com a cabeça, orgulhoso, "Basta pegar e discar - para que eu não tenha mais
que ficar do lado de fora das cabines telefônicas -"

Ele foi interrompido, porque Remus praticamente o derrubou, jogando seus braços em volta de
Sirius, e então - porque, afinal, eles estavam em sua própria casa agora, pegou sua cabeça em suas
mãos e o beijou longa e fortemente.

Lily e James aplaudiram novamente, Peter engoliu sua bebida e foi se servir mais.

***

"Estou bonito?" Sirius estava se olhando no espelho do banheiro. Ele abotoava e desabotoava a
camisa repetidas vezes. "Devo usar uma gravata?"

"Não," Remus riu, ficando atrás dele, vestindo uma camiseta cinza lisa sobre o cabelo úmido.
"Pare de se preocupar, você está ok."
"Só ok?!"

"Desculpe." Remus respondeu impassível, "Você está incrível."

"Obrigado." Sirius sorriu presunçosamente para ele através do espelho. "Só não quero decepcionar
você, nunca conheci a mãe de ninguém antes."

"E a Sra. Potter?"

"Os Potter's não contam, eles são como meus próprios pais, não preciso impressioná-los."

"Você estará ao meu lado," Remus deu de ombros, colocando um cardigã para cobrir os braços,
"Ela vai ficar impressionada."

"Não faça isso," Sirius resmungou, "Aposto que ela pensa que o sol brilha da sua bunda."

"Você está pronto?"

"Como sempre estarei."

Eles saíram do banheiro, fazendo o seu caminho para fora do apartamento. Haviam se mudado há
apenas uma semana e meia e ainda haviam caixas por toda parte, mas já parecia um lar para
Remus. Ele adorava o barulho de chaves em seu bolso; a sensação de fechar a porta da frente para
o mundo; ter um lugar para ser ele mesmo completamente. O apartamento apertado em SoHo não
era tão grandioso quanto Hogwarts, mas Remus já gostava mais dele do que qualquer outro lugar
que já viveu.

(Grant tinha colocado da melhor forma - Remus ligou para ele assim que teve a chance - "Um
endereço fixo, hein? Caralho, subimos mesmo de vida.")

Eles aparataram do patamar do lado de fora, o que havia se tornado um hábito; era isolado o
suficiente para que ninguém os visse. Em poucos instantes, eles se encontraram em uma rua
residencial tranquila em Cardiff, onde - é claro - estava começando a chover.

"Desculpe, deveria ter te avisado," Remus riu enquanto Sirius gritava e lutava para puxar sua
camisa para proteger seu cabelo, "Os verões galeses não são muito melhores do que os escoceses."

Eles fizeram uma curta caminhada até o hospital rapidamente, e Remus guiou Sirius para a
enfermaria Pardal com muito mais confiança do que na primeira vez que conheceu Hope. Ele sorriu
e deu um pequeno aceno para a enfermeira de plantão, antes de caminhar até o final da enfermaria
para ver sua mãe.

A cortina estava fechada na metade, então ele espiou ao redor primeiro, para verificar se ela estava
dormindo. Mas não, ela estava sentada na cama, folheando uma revista de moda. Ele limpou a
garganta e a mulher olhou para cima. Um enorme sorriso se espalhou por seu rosto magro,
mostrando cada dente perolado.

"Remus!"

"Oi", disse ele, abaixando a cabeça timidamente e caminhando para cumprimentá-la.

Ele a beijou de leve na bochecha. Havia feito isso três vezes agora, tendo avançado de beijar
apenas sua mão. O progresso era lento, mas cada marco parecia enorme.

"Eu esperava que você viesse hoje!" Ela sorriu, segurando a mão dele e o olhando enquanto ele se
acomodava na cadeira de plástico laranja ao lado da cama dela.

"Desculpe, faz tanto tempo," ele se desculpou, "eu terminei a escola, e então me mudei ... hum.
Trouxe alguém para conhecê-la"ele olhou para Sirius, ainda parado atrás da cortina, olhando para
Hope nervosamente. "Mãe," (segunda vez que havia dito isso para ela), "Este é Sirius Black."

Sirius deu a volta e parou no final da cama, as mãos na frente dele. Ele parecia estar se esforçando
muito para não ficar inquieto.

"Prazer em conhecê-la, Srta. Lupin," ele disse educadamente.

Ela não o corrigiu sobre o nome, apenas sorriu benignamente de volta.

"Olá, Sirius. Você é amigo do Remus da escola? "

"Isso mesmo", ele acenou com a cabeça.

"Sirius e eu moramos juntos, em Londres." Remus disse, testando. Ele observou o rosto dela, mas
ela era inescrutável. Ela poderia ser uma auror sem problema.

"Isso parece divertido", ela respondeu com os olhos vidrados, "Seu pai costumava me levar para
viagens a Londres, eu adorava andar nos ônibus de dois andares."

Ah. Ela estava no humor de falar sobre Lyall. Essas estavam longe de serem suas visitas favoritas,
mas ele a deixou falar, porque parecia deixá-la feliz. Hope começou com uma longa e desconexa
história sobre todas as vezes em que Lyall a levou a Londres, onde viram todos os pontos
turísticos, e depois vários outros lugares - Edimburgo, Blackpool e Aberystwyth. Remus tentou não
ouvir muito. Ele não queria começar a se perguntar se Lyall os teria levado a esses lugares se as
coisas tivessem sido diferentes.

Eventualmente, com Hope não mostrando nenhum sinal de parar, Remus gesticulou para Sirius se
sentar, e ele arrastou uma cadeira da cama ao lado, que estava vazia. Enquanto se acomodava,
Remus notou a mala ao pé da cama. Normalmente não estava lá. Ela finalmente tinha permissão
para ir para casa?

"... e eu comi meu primeiro curry em um pequeno restaurante em Wembley ..." ela estava dizendo
agora.

"Estamos em Chinatown," disse Remus.

"Amável." Ela sorriu, embora ela claramente não tivesse ideia de onde era. Hope estava ficando
cada vez mais infantil, ele pensou, devia ser o remédio que estava tomando. Deve ter sido irritante,
mas na verdade o ajudou a ter empatia por ela. "E você terá os resultados do seu exame em breve,
certo?"

"Nós já sabemos" Remus respondeu, "Passei em tudo."

"Ele foi o melhor da escola em três matérias," Sirius disse do nada. "História, Trato das criaturas
mágicas e aritmancia - e as melhores notas em tudo o mais!"

Remus corou. Isso não era estritamente verdade. Ok, ele havia marcado um 'Excelente' na maioria
das disciplinas, mas só obteve um 'Excede as expectativas' em Transfiguração.

"Esse é o meu menino inteligente", ela sorriu sonolentamente, "Assim como o pai dele."
"Você está indo para algum lugar, mãe?" Remus perguntou, ainda incomodado com a mala.

"Oh, sim", ela acenou, descansando a cabeça contra a pilha de travesseiros que a sustentavam,
"Sim, estou indo para o hospício amanhã."

As entranhas de Remus ficaram geladas. Sua garganta ficou seca. Não, ele pensou, não, preciso de
mais tempo .

"Amanhã?" Ele engasgou. Ela apertou sua mão novamente, seus olhos se aguçaram,

"Estou pronta, amor. Está na hora."

"Mas..." ele não sabia o que dizer. Ele pensou que fosse chorar, mas não queria deixá-la triste.

Sirius parecia confuso. Ele não sabia o que significava.

"Estou me certificando de que tudo está em ordem", disse Hope com naturalidade, de repente
parecendo muito mais madura do que o normal. "Se você me deixar seu endereço, vou garantir que
tudo chegue aonde deve. E, claro, o funeral - eu disse a Gethin que você deveria ser notificado o
mais rápido possível e que você se sentaria na frente. Não deixe que eles o coloquem atrás como
um parente qualquer. Você é meu filho e não tenho nenhuma vergonha, entendeu? "

"Mãe, por favor ..." Remus desviou o olhar, chocado com o quanto se sentia perturbado. "Eu não
estou... só não ainda, ok?"

Seu rosto se suavizou. Ela suspirou.

"Tudo bem, meu querido. Eu sinto muito."

Quem diabos é Gethin?! Ele queria gritar. Quantas surpresas estão esperando por mim depois que
você for embora? Ele sabia que isso estava por vir, mas ainda era a pior notícia de sua vida. Não
conseguia se livrar da sensação de traição. Eles tinham acabado de se encontrar.

Sirius ficou desconfortável com o silêncio que se seguiu. Ele não entendia a incapacidade
compartilhada de Hope e Remus em dizer coisas importantes; Sirius nunca conseguiria entender
porque alguém simplesmente não dizia o que sentia assim que sentiam. Mas ele respeitou a
privacidade deles e se levantou,

"Eu vou pegar uma xícara de chá, Remus," ele disse gentilmente, "Você gostaria de uma?"

Remus acenou com a cabeça,

"A cantina fica no final do corredor," ele explicou, olhando para o chão, ainda segurando a mão de
Hope. "Eu te encontro lá, em um minuto."

"Posso pegar alguma coisa, Srta. Lupin?"

Ela balançou a cabeça,

"Não, obrigado, querido. Foi um prazer conhecê-lo. "

Ele inclinou a cabeça galante, sorrindo educadamente - deus, ele podia ser charmoso até nas
situações mais desesperadoras - então saiu rapidamente.

Remus largou a mão de Hope e enterrou o rosto em suas palmas. Porra. Ele não poderia
simplesmente desfrutar de algo por cinco minutos sem uma tragédia?
"Ele é um jovem muito bom." Hope comentou com felicidade.

"Sim," Remus respondeu, bufando uma risada triste, esfregando a nuca nervosamente.

"Eu posso ver por que você gosta dele." Ela solicitou.

Ela queria que o desagrado acabasse, claramente. Talvez ela quisesse voltar a falar sobre Lyall.
Bem, ele não iria deixar. Hope não era a única que poderia lançar bombas.

Remus a olhou, tentando encontrar seus olhos.

"Olha, há algo que eu realmente sinto que devo explicar, er. Sobre Sirius. Sobre Sirius e eu. "

Hope fechou os olhos com um sorriso suave e balançou a cabeça gentilmente.

"Está tudo bem, cariad." ela pegou sua mão e deu um tapinha, "Eu soube no momento em que vi
vocês dois."

"Você... sério?" Remus a encarou. Nunca havia falado sobre isso com ninguém mais velho do que
ele antes.

"Eu tive um pressentimento por um tempo. Não vou fingir que não faz nenhuma diferença ",
respondeu ela, escolhendo as palavras com cuidado," Mas isso não muda quem você é, meu
querido menino".

Ela pegou sua mão novamente e ele a segurou. Hope gentilmente acariciou os nós dos seus dedos
com o polegar.

"Você o ama, não é?"

"Eu..." Remus sentiu o pânico familiar crescendo ao som daquela palavra, mas como eram apenas
os dois, ele sentiu que devia isso a ela, ser honesto, então concordou. "Sim."

"E ele te ama."

"Eu acho que sim. Sim, ele ama."

"Isso é tudo que eu preciso saber, então." Ela sorriu novamente e soltou um grande suspiro, "Amor.
É a única coisa que você pode levar com você, sabe. "

Chapter End Notes

'Cariad' significa 'amor' em galês.

O hospício antigamente também 'cuidava' de idosos, órfãos, abandonados, doentes


mentais e, principalmente, pessoas com doenças em estados terminais.

Não traduzi o título do capítulo, pois não consegui pensar em algo que susbtituisse
Home Front, que são as pessoas que não vão para a guerra como os soldados em
épocas de crise, mas são aquelas (como as mulheres) que passam a gerir toda a cidade
enquanto esses homens estão fora.
Capítulo 154: A guerra: Outono 1978
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Stop your messing around (ah-ah-ah)

Better think of your future (ah-ah-ah)

Time you straighten right out (ah-ah-ah)

Creating problems in town (ah-ah-ah)

'A message to you Rudy', The Specials

Remus espiou por cima do livro pela janela do café para ver se havia ocorrido alguma mudança na
rua à sua frente. Ele olhou para o relógio na parede gordurosa ao lado. Faltavam cinco minutos, se
Pete não se atrasasse.

Remus olhou para seu livro novamente. Ele não estava realmente lendo, estava muito distraído.
Hoje em dia, raramente se via com vontade de estudar entre as reuniões da Ordem, missões
estranhas e mal explicadas e visitar Hope no hospício - o que ele tentava fazer praticamente todos
os dias agora.

Além disso, Remus e Sirius estavam aprendendo a cuidar de si mesmos pela primeira vez. Depois
de uma semana consumindo apenas delivery, Remus admitiu a derrota e pediu emprestado um livro
de receitas da Sra. Potter. Os resultados foram mistos, até agora. Sirius, entretanto, parecia ter
atingido o limite sobre o estado do banheiro, e dedicou várias noites para finalmente aprender
alguns feitiços de limpeza.

Eles tiveram uma briga sobre se deveriam ou não comprar uma televisão (Sirius era estranhamente
desconfiado dessa tecnologia trouxa, ele não conseguia ver o motivo), e então outra sobre a
motocicleta (Remus odiava tudo sobre ela, mas, principalmente, a parte dos feitiços voadores
altamente perigosos que Sirius estava experimentando.)

Fora isso, as coisas estavam indo muito bem. Bem. Tão bem quanto qualquer um poderia esperar.

O relógio continuava correndo. Remus levou a caneca lascada contendo chá aos lábios, bebeu e fez
uma careta. Gelado. Ele estava lá há, pelo menos, uma hora, mas não era como se tivesse que estar
em qualquer outro lugar.

Desde a missão mal sucedida na Travessa do Tranco em julho, Remus notou uma clara mudança na
natureza de suas missões. Agora, costumava ser colocado com Peter e, geralmente, era enviado
apenas em atribuições "fáceis" - repassar mensagens, coletar chaves de portal mortas - uma ou duas
vezes havia ficado preso fazendo sanduíches para visitantes nos Potter.

Enquanto isso, a sorte de Sirius e James os havia levado em uma direção completamente diferente.
Ambos passavam muito tempo com Frank e Alice, ou com os gêmeos Prewett, fazendo todos os
tipos de coisas interessantes, como defesa avançada, deveres de guarda e até mesmo um ou dois
ataques noturnos.

Sirius estava se divertindo muito. Remus estava infeliz, mas não disse isso. Em outras palavras,
eram apenas negócios, como sempre.

Finalmente, Remus olhou para cima e viu movimento. Era o fim da jornada de trabalho do dia, e
homens em ternos elegantes e chapéus começaram a encher as calçadas. Se olhasse bem de perto,
veria que alguns desses homens e mulheres estavam vestidos de forma um pouco menos
conservadora do que os outros. Era o fim do trabalho no Ministério da Magia também.

Remus se levantou rapidamente, batendo as canelas na cadeira de plástico laranja ao lado dele.
Sibilando entre os dentes, ele mancou ligeiramente ao sair. Lá fora estava abafado - não
ensolarado, mas quente e pegajoso; tempo de dor de cabeça. Nuvens de tempestade espessas e
enjoativas pairavam acima dos prédios cinzentos, e um fedor forte subia das latas de lixo, comida
velha apodrecendo no calor não usual de setembro.

Remus ficou para trás por um momento, esperando e observando, não querendo ser visto. Um
jovem alto e bonito passou, vestindo túnicas pretas e um colete verde garrafa. Ele tinha maçãs do
rosto salientes e cabelo platinado, embora fosse muito jovem - Remus o reconheceu imediatamente
como Lucius Malfoy, o homem com quem Narcissa havia arriscado a vida para se casar. Remus o
observou caminhar pela rua enquanto, mentalmente, elogiava a prima de Sirius por seu gosto
excelente.

"Oh, olá Moony,"

Remus deu um pulo. De alguma forma, Peter ainda possuía a capacidade de pegá-lo de surpresa -
você quase nunca o via chegando.

"Cristo, Pete, você me assustou."

"Bem, se você não estivesse secando a bunda do Malfoy -"

"Cale a boca." Remus já estava de mau humor e muito sensível para ser provocado por Peter
Pettigrew, de todas as pessoas.

"Não esperava ver você", disse Peter, olhando para o relógio de bolso e enfiando-o de volta no
bolso da calça.

Ele estava vestindo uma jaqueta de tweed e um pequeno chapeu-coco idiota de cor de mostarda.
Ele parecia um duende genérico.

Remus se repreendeu internamente, envergonhado de si mesmo por ter inveja de seu amigo - que,
apesar de ter reprovado um punhado de NIEMs, conseguiu entrar em uma posição de nível básico
no ministério sem problemas.

"O que você quer dizer?" Remus franziu a testa, "Cheguei na hora, não cheguei?"

"Você não recebeu a mensagem de Arthur?" Peter o olhou inocentemente, "Foi cancelado. Eles
enviaram Caradoc. "

"Oh." Remus franziu os lábios.

"Então podemos ir para casa!" Peter disse alegremente "Graças a Godric também, estou exausto. O
trabalho foi um caos hoje, estou perdido. "
"Certo, é claro." Remus acenou com a cabeça, seus ombros caindo.

Ele não tinha saído da cama até o meio-dia. Então tudo que havia feito foi ler os jornais, fumar e
comer metade de um pão - que Sirius havia comprado na manhã anterior. Esta havia sido sua
conversa mais longa com outro ser humano durante todo o dia.

"Tem certeza de que eles não precisam de nós?" Perguntou esperançoso "Talvez se fôssemos de
qualquer maneira -"

"Melhor não," Peter balançou a cabeça, "Você sabe como o Moody é sobre o protocolo. De
qualquer forma, estou morrendo de fome, mal tive tempo de almoçar. "

"Mesmo? Quer ir comer algo no Caldeirão Furado? "

"Desculpe, prometi à mamãe que estaria em casa. Ela está preocupada, você sabe."

"Ah. É claro."

"Padfoot está no seu apartamento, não está?"

"Sim, ele já deve estar de volta."

"Vejo você na próxima reunião, Moony!"

"Sim, até mais."

Eles se separaram e caminharam em direções opostas, Peter indo para a rede de flu mais próxima
(ele ainda não havia aprendido como aparatar) e Remus para um beco silencioso no qual poderia se
esgueirar e desaparecer em paz.

Tentou se animar um pouco enquanto estava do lado de fora da porta de seu apartamento. Ele se
sacudiu, tentou limpar sua mente, forçou um sorriso e abriu a porta.

"Você voltou mais cedo!" A voz de Sirius comemorou da cozinha, e isso foi o suficiente para jogar
Remus de volta em seu mau humor. Parecia uma acusação.

"Hm." Ele grunhiu, fechando a porta e tirando o cardigã, os pelos dos seus braços coçavam e
formigavam com o calor. Isso fazia com que suas cicatrizes também se levantassem, como arame
farpado.

"E aí?" Sirius apareceu. Ele havia tomado banho recentemente, seu cabelo ainda brilhava. "Algo
aconteceu?"

Remus bufou, chutando os sapatos e jogando-os sob a mesa de centro.

"Nada aconteceu. Foi cancelado. Ou outra pessoa o fez. De qualquer forma, não importa, era
apenas uma tarefa para me deixar ocupado. "

"Não, não era." Sirius resmungou. "Por que Dumbledore te daria uma missão só para te deixar
ocupado?"

"Porque eles não podem mais confiar em mim para nada, mas eles ainda querem me manter do
lado deles para que eu não vire do mal de repente."

"Moony..." Sirius estava com as mãos na cintura agora.


Remus suspirou e acenou com a mão.

"Esqueça isso. Como foi seu dia?"

"Foi ...ocupado. E longo." Sirius respondeu com cuidado, obviamente não querendo provocá-lo
mais. "As coisas normais, você sabe."

"Não sei." Remus murmurou. "Você pode ficar na companhia dos aurores o dia todo. O melhor que
consigo é Wormtail. "

"Não seja assim." O moreno se sentou ao seu lado no sofá, "Você ainda está fazendo muitas coisas
úteis. E eles enviaram você naquela missão no início do verão, aquilo foi importante!"

Remus não disse nada. Ele tinha contado a Sirius o que aconteceu, como havia perdido o controle
de novo , e como Moody claramente não confiava mais nele, e Danny provavelmente o odiava.

Na pausa que se seguiu, Sirius se aborreceu.

"Olha, se você está de mau humor, prefiro sair do seu caminho. Também não tive um dia brilhante.
"

"Está bem." Remus respondeu bruscamente.

Não estava bem. Parte dele queria agarrar Sirius para um beijo, puxá-lo para o quarto e se
desculpar por ser um idiota. A outra parte queria uma briga completa, com muitos gritos e
palavrões. De qualquer forma, ele não queria que Sirius fosse a lugar nenhum.

O moreno suspirou e se levantou.

"Tudo bem então." Ele pegou as chaves ao sair. "Vou trabalhar na motocicleta", disse. "Vou
comprar pão na volta, já que acabou de novo ."

Remus grunhiu em resposta, olhando para um buraco em sua meia ao invés de encontrar os olhos
de Sirius. Eles se acertariam mais tarde, eles sempre se acertavam.

***

O problema em não estar mais em Hogwarts era que Remus nunca tinha ideia de onde alguém
estava. Ele sentiu muita falta do mapa do maroto e ficava ansioso sempre que imaginava Sirius,
James e Peter soltos no mundo, enfrentando sabe-se lá o quê.

Isso tipificava a maneira como se sentia sobre quase tudo, agora que as aulas haviam acabado. Em
Hogwarts, ele estava no controle; ele tinha um lugar, um certo status. No mundo real, ele não era
nada, não era ninguém; de volta ao fundo do poço.

Como um jovem maduro e educado, ele sabia que deveria enfrentar esses novos desafios com
firmeza; provar seu valor, como James e Sirius - e até mesmo Pete. Mas Remus não o fez. Ele se
amuou.
Após o cancelamento da missão com Peter, houve outra longa e confusa reunião com a Ordem, e
quase ninguém olhou em sua direção. Moody não estava lá, nem Ferox, então Remus não podia
nem ir perguntar a eles se havia algum acontecimento no que dizia respeito a Greyback.

Foi bom ver as meninas - Lily estava trabalhando como aprendiz no departamento de pesquisa de
poções no St. Mungos, e ela e Marlene haviam feito uma gangue inteira de novas amigas no
hospital. Mary estava na faculdade de secretariado trouxa e - como Remus - não havia
impressionado a Ordem em nenhuma das suas missões até agora.

"Suponho que eles não querem meu sangue sujo furando o disfarce de todos," ela revirou os olhos.
Ele deu uma risadinha. A boa e velha Mary.

Desde aquela reunião, Remus passou grande parte de seu tempo sozinho. Ele dormiu, ouviu o
rádio, desceu para a loja da esquina para comprar cigarros e fingiu ler. Disse a Sirius que estava
pesquisando magia defensiva, mas não conseguia ver sentido em estudar sem nenhum motivo.

Remus estava esparramado no sofá um dia fazendo palavras cruzadas em um jornal gratuito que
havia pego em algum lugar. Bem. Ele não estava realmente "fazendo palavras cruzadas", mas sim
tentando escrever os palavrões mais criativos que pudesse pensar nos espaços. Estava preso no
número 12, '_ _ _ E _ _ _ _ F', quando o telefone tocou.

O que o fez pular; o telefone nunca tocava.

"O-olá?" Disse rouco, percebendo que já passava de uma hora da tarde e era a primeira vez que
falava.

"E aí, querido."

"Grant?"

"Alguém mais anda te ligando, querido? Seu mulherengo. "

Remus riu, sorrindo de orelha a orelha.

"Babaca cínico. Onde você esteve?"

"Aqui e ali. Desculpe, eu tive um verão um pouco agitado ... er... você está em casa, então? "

"Sim."

"Brilhante, estou a cinco minutos daí."

"O que?!"

"Vejo você em breve!" A linha ficou muda.

Não sabendo o que deveria fazer - e ligeiramente atordoado - Remus foi ao banheiro rapidamente
para se olhar no espelho. Ele estava vestindo uma camiseta amassada e colocou um suéter, que
estava no chão, para cobrir seus antebraços com cicatrizes. Seu cabelo nunca parecia mudar, não
importava o que fizesse, então ele correu os dedos pelos cachos e os observou voltar ao lugar.
Desejou ter tomado banho quando acordou naquela manhã, mas era tarde demais agora.

Houve uma batida na porta e Remus correu para atender, apontando sua varinha para a chaleira ao
passar pela cozinha, ligando-a. Seu pulso acelerou e ele percebeu o quão animado estava por ver
alguém que não estivesse envolvido na guerra.
Ele abriu a porta com mais força do que o necessário, fazendo com que ela quase batesse na
parede.

"E aí" Grant estava parado na entrada, olhos arregalados, mas sorrindo, seu rosto redondo e
ensolarado estava como tinha sido aos quinze anos, dente lascado, roupas claras e tudo o mais que
fosse certo no mundo.

"Oi!" Remus respirou, recuando para permitir a entrada de Grant, "Estou tão feliz em ver você!"

"Caramba," Grant o cutucou com seu tênis quando entrou, "Se eu soubesse que seria bem-vindo
desse jeito, teria aparecido semanas atrás."

Ele ficou parado no meio da sala com as mãos nos quadris, olhando ao redor com admiração.
Então soltou um assobio baixo "Até que você 'ta indo bem, hein? Muito legal."

"Suponho que sim" Remus esfregou a nuca. Estava um pouco bagunçado, jornais velhos e canecas
de chá meio vazias por todo o lugar, sem falar nos cinzeiros transbordando. De repente, ele ficou
muito envergonhado.

"Por que você tem uma lareira?" Grant riu "Pensei que todos esses apartamentos modernos
tivessem aquecimento central?"

"Hm." Remus murmurou, "Xícara de chá?"

"Você é um campeão."

Remus foi até a cozinha e usou um pouco de magia silenciosa para se apressar, antes de levar as
canecas para a sala de estar, onde Grant estava inspecionando a estante de livros. Ele parecia tão
bem. Suas roupas eram limpas e elegantes - usava até uma camisa social, que tinha uma gola larga
e punhos florais.

Remus lhe serviu chá e arrumou um pouco rapidamente antes de se sentar.

"Eu não posso acreditar que você está aqui." Ele disse. Grant riu.

"Nem eu, para ser honesto. Faz muito tempo, hein? "

"Como foram suas férias?"

"Ah, er ..." Grant parecia estar corando. Suas orelhas ficaram vermelho-cereja. "Isso foi uma
mentira ... Eu só não queria azarar nada."

"Azarar o quê? O que você tem feito?"

"Eu hum. Olha, não ria de mim, certo? Tenho feito aulas noturnas. Sabe, para conseguir meu O-
levels". Ele olhou para baixo.

"Isso é brilhante!" Disse Remus. Grant ergueu os olhos para ele com cautela, como se esperasse a
piada.

"Antes tarde do que nunca, suponho. Fiz meu exame de matemática CSE hoje, na Russell Square.
Difícil para cacete, mas acho que fiz o suficiente para passar. O porra do Pitágoras era mesmo um
idiota, hein?"

Remus riu.
"Muito bem! O que te fez querer fazer tudo isso? "

"Querer trabalhar em outro lugar que não seja um pub um dia." Grant deu de ombros, "Transar com
aqueles alunos da faculdade abriu um pouco os meus olhos. Não quero ser um ignorante por toda a
minha vida. "

"Você não é ignorante." Remus afirmou, lhe dando um olhar severo.

"Bem, veremos," Grant acenou com a mão, tímido novamente. "Se eu me classificar em
matemática e inglês - e eu acho que fui bem em inglês também - você deveria ver minha ortografia,
está muito melhor - então estou optando por começar os A-Levels em janeiro. Eu quero cursar
psicologia, eu acho."

"Psicologia." Remus repetiu maravilhado.

"Sim," Grant riu, "Ricky - esse é um dos alunos que eu estava saindo - ele achou que eu me daria
melhor em Política, mas para ser honesto, estou cansado de Trotsky. Ele era comunista."

"Trotsky?"

"Ricky."

"Certo." Remus deu um gole em seu chá, pensativo. Todo mundo estava fazendo coisas. Todo
mundo tinha uma direção. E aqui estava ele, apenas sentado e observando, como de costume. O
ódio por si mesmo cresceu dentro dele.

"Então... como está Sirius?" Grant perguntou educadamente.

"Está bem. Ele está fora agora. Hum ... palestra da universidade. "

"Legal. E ... sua mãe? Como ela está? "

"Morrendo." Remus grunhiu.

"Merda."

Remus praticamente cuspiu seu chá, rindo. Grant sorriu.

"Ei, você ouviu sobre o St Eddy's?"

"O que aconteceu?" Remus franziu a testa.

"Fechou. Aparentemente, foi a última escola aprovada na Grã-Bretanha - agora são todos 'Lares da
Comunidade'. "

"O que aconteceu com todos os meninos?"

"Alguns deles foram enviados para Borstal. O resto foi realocado. Eles estão derrubando o prédio,
construindo apartamentos em vez disso. "

"Bom." Remus disse sombriamente.

"Eu beberei à isso", Grant bufou, erguendo sua caneca de chá. Eles conversaram um pouco mais.
Grant não estava saindo com ninguém sério e não sabia quanto tempo mais ficaria em Brighton.
Ele sentia falta de Londres, mas sabia que precisava economizar mais dinheiro se quisesse voltar de
forma definitiva. Estava tão diferente da última vez que Remus o vira.
"'Chega de falar sobre mim, e você? Também está na universidade? "

"Na verdade, não estou fazendo nada." Remus suspirou. "É difícil conseguir um emprego agora. Só
estou ficando aqui. "

"Sorte a sua ter isso aqui, hein?" Grant gesticulou ao redor, pegando a caixa de cigarros sobre a
mesinha de centro e sacudindo-a. Remus acenou com a cabeça e pegou um para si também.

"Sim, sorte." Respondeu taciturno, enquanto o acendia.

"Você precisa sair mais, querido." Grant disse, parecendo sério.

"O que?"

Grant resmungou, soltando fumaça e olhando Remus de cima a baixo.

"Olhe para você, seu idiota miserável. Eu não sou cego, sabe. Enfiado aqui sentindo pena de si
mesmo, não é? "

"Não, eu -"

"Remus," Grant suspirou, balançando a cabeça, "Eu não estou sendo horrível, só estou dizendo.
Sabe quando saí de St. Edmund's e morei naquela ocupação? "

"Sim...?" Remus gostaria de poder esquecer aquilo, mas estava gravado em sua memória. Os
colchões sujos, as tábuas nuas do chão, a umidade.

"Eu achei ótimo no início - sem escola, sem a Diretora me dizendo o que fazer, apenas eu cuidando
de mim mesmo." Ele balançou a cabeça, franzindo os lábios, "Eu gostava de fugir. Eu fazia isso o
tempo todo quando era criança. Fuji da minha mãe, do meu avô - aquele idiota - de qualquer lugar
que as pessoas tentavam me prender. E a questão é que eles sempre me deixavam ir. A Diretora
nunca chamou a polícia, mamãe nunca tentou me encontrar. Na verdade, você foi a única pessoa
que tentou e conseguiu. "

"Eu ..." Remus não sabia disso.

"Eu não sei como você fez isso," Grant riu, coçando o queixo, "Talvez você tenha uma varinha
mágica ou algo do tipo. Mas você me encontrou. Duas vezes. Pensei muito nisso ao longo do ano
passado. "

"Eu só queria ter certeza de que você estava bem."

"Eu sei que queria" Grant sorriu suavemente, "Isso é o que me deixa maravilhado. Aqui está esse
rapaz - um rapaz inteligente, engraçado e elegante - que se importa comigo, quando ninguém mais
se importava. Me fez sentir como alguém que valia a pena. Então achei melhor fazer algo que
valesse a pena. "

Remus não sabia o que dizer. Ele colocou o chá na mesa.

"É por isso que eu queria esperar até que meus exames terminassem antes de te ver," Grant
continuou, "Mesmo se eu reprovar, eu queria te dizer que fiz, que estou tentando ser melhor. "

"Você nunca precisou provar nada para mim," Remus respondeu seriamente.

"Eu sei," Grant acenou "Eu fiz isso por mim, realmente. Eu fiz isso porque, no final, fugir e evitar
todas as coisas que me faziam sentir como uma merda era inútil. Se você quer que as pessoas
pensem que você vale a pena, você precisa começar a agir como se quisesse algo. "

Remus riu sem humor.

"Parece que você já está estudando psicologia."

"Tenho lido muito", Grant piscou, "Você entende o que estou te dizendo, então?"

"Sim." Remus suspirou. Faça algo que valha a pena. Pare de se lamentar.

"Bom." Grant disse brilhantemente, "Porque se você não está feliz aqui, eu vou querer trocar de
lugar com você. Belo apartamento, muitos livros, um namorado lindo... "

Remus riu de novo e chutou a canela de Grant de brincadeira.

"Cala boca."

"Nunca. De qualquer forma, é melhor ir embora, tenho um trem para pegar - mas estarei de volta
em mais ou menos um mês, quando tiver os resultados de que preciso. "

"Você vai conseguir." Remus afirmou com segurança, "Eu sei que você vai."

"Obrigada. Me ligue logo, hein? "

Eles se abraçaram na porta, e Remus o observou ir, descendo os degraus de dois em dois,
assobiando uma música pop.

Remus se sentiu mais leve; suas bochechas doíam de tanto sorrir. Ele fechou a porta e olhou para a
sala bagunçada. Teve vontade de lavar a louça. Então, poderia ir à loja e comprar algo para o
jantar. Sirius ficou fora o dia todo; ele gostaria de voltar para casa e ter uma refeição adequada o
esperando.

Amanhã, Remus poderia recomeçar sua vida de forma adequada. Havia muito o que fazer.

Chapter End Notes

Como funciona o sistema educacional do Reino Unido:

Basicamente, os A-levels possuem um modelo similar aos GCSEs (certificados gerais


de ensino médio): os estudantes escolhem quais matérias cursar, prestam um exame
para cada uma delas no final do ano letivo e recebem um certificado com uma nota. Os
dois anos de A-levels, geralmente cursados entre os 16 e 18 anos e oferecidos por
escolas chamadas de sixth form colleges. O objetivo principal deste período dos
estudantes no Reino Unido é prepará-los para o ensino superior.

Os O-Levels (níveis ordinários) são os exames que os alunos, no que seria equivalente
ao ensino fundamental, fazem para comprovar o total de 11 anos estudando.
Resumindo, estudantes que acabam o 'ensino fundamental' fazem o O-Levels e os que
acabam o ensino médio fazem o A-Levels para comprovar o ensino médio e entrarem
em uma faculdade.

Escola aprovada é basicamente o que era St. Edmund's. Uma instituição residencial
para a qual os jovens podem ser enviados por um tribunal, geralmente por cometer
crimes, mas às vezes porque foram considerados fora do controle dos pais.

Borstal é uma prisão juvenil. Eles agora são chamados de 'instituições para jovens
infratores'.

Eu sou sempre culpada para falar sobre psicologia porque eu amo muito o que eu
curso e sinto que estou sempre aprendendo coisas fantásticas na minha graduação,
principalmente no que diz respeito ao social e à política. A primeira vez que li ATYD
e vi que o Grant queria cursar psicologia eu quase tive uma síncope, vocês não
conseguiriam imaginar!

Outra coisa que gostaria de pontuar é o fato do Peter ter sido reprovado em algumas
matérias e, mesmo assim, ter conseguido um emprego no ministério, o que,
claramente, mostra como contatos e dinheiro movem as coisas até mesmo no mundo
mágico.

Esse sentimento do Remus sobre todos estarem fazendo algo e vivendo a vida
enquanto ele está parado costuma ser muito comum nos 20 anos. Eu e, com certeza,
muitas outras pessoas estão se sentindo dessa forma agora, principalmente durante a
pandemia. Queria só dizer que ninguém precisa ser produtivo o tempo todo, o quanto
você trabalha, estuda ou produz não diz nada, não valida ou não a sua existência.

Para qualquer um que quiser conversar comigo meu user wolfuckingstar é o mesmo no
tiktok, twitter e wattpad :)
Capítulo 155: A guerra: Inverno 1978-1979
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Rows and flows of angel hair

And ice cream castles in the air

And feather canyons everywhere

I've looked at clouds that way

But now they only block the sun

They rain and snow on everyone

So many things I would have done

But clouds got in my way

'Both sides now', Joni Mitchell.

Sábado, 23 de dezembro de 1978

"Jesus Cristo." Remus resmungou, abrindo seus olhos pegajosos.

Ele tateou ao lado da cama em busca de seu copo d'água e o encontrou vazio. "Aguamenti",
murmurou, a mão da varinha tremendo.

O copo se encheu de água e ele a engoliu com avidez. Então rolou e deitou de costas, pressionando
a palma das mãos nos olhos, na esperança de mitigar a dor de cabeça que ameaçava começar a roer
seu cérebro. Se virou suavemente e se dirigiu ao relevo sob o edredom,

"Está acordado?"

Houve uma espécie de estremecimento e um grunhido. Remus resmungou. Estava muito quente no
quarto, até mesmo para dezembro. Ele se levantou e foi até a janela para abri-la, e então pressionou
a testa contra o vidro frio e deixou o ar lavar sua pele quente.

Eles tinham estado no Caldeirão Furado na noite anterior para tomar umas bebidas antes do Natal.
Os Marotos e Lily passariam a data nos Potter, mas todos os que estavam trabalhando já estavam
de férias, e Mary sugeriu liberar um pouco da pressão dos membros mais velhos da Ordem da
Fênix, pelo menos uma vez.

Como a maioria das ideias de Mary eram, foi extremamente divertido. Marlene apareceu e trouxe
Yaz, que estava visitando os McKinnon, porque sua família não comemorava o Natal de qualquer
maneira. Frank e Alice apareceram para dizer olá, e Sirius e James insistiram em pagar mais umas
rodadas.
Após os últimos pedidos, aqueles que ainda estavam de pé se amontoaram em um táxi de volta ao
apartamento de Remus e Sirius, o qual poderia não ter nenhum pão ou leite, mas o bar estava
sempre totalmente abastecido.

Depois disso, tudo ficou um pouco confuso. Remus teve uma sensação horrível de que ele e Lily
começaram a cantar canções de natal trouxas em algum momento.

Ele gemeu alto, "Por que você me deixou beber tanto?!"

"Ei, não me culpe!" Lily saiu debaixo do edredom, seu cabelo ruivo fofo despenteado como um
dente-de-leão.

Remus saltou, olhando ao redor enquanto passava os braços protetoramente em torno de si.

"Puta que pariu, Evans, o que você está fazendo aqui?!"

"Não consegui fazer James ir embora", ela bocejou, "E eu não ia dormir no sofá, eles começaram a
construir um forte."

"Esta é a segunda vez que você surge no meu quarto sem avisar, Evans, as pessoas vão comentar."
Remus procurou por uma camiseta.

"É a segunda vez que eu te pego sem calças também", ela riu, "Ah, volte para cá, you big jessy,
ainda é cedo."

Ele voltou, mas apenas porque o quarto estava frio agora, e ele não gostaria de descobrir o que
James e Sirius haviam feito na sala de estar. Com a camiseta colocada e debaixo do edredom, Lily
colocou os braços em volta de sua cintura, o cabelo comprido dela fazendo cócegas sob seu
queixo, como o de Sirius. Ele acariciou seu ombro. Ela era tão agradável e pequena.

"Você acha que se eu tivesse concordado em sair com você no quarto ano, nossa vida seria assim?"
Ele perguntou em tom de conversa.

"Ah Deus," ela gemeu, cobrindo os olhos com os dedos, "Você tem que me lembrar disso?!"

Ele riu.

"Eu não sei por que você está envergonhada, era eu quem estava alheio."

"Eu tinha uma queda por você!"

"Shh", ele riu, "James levou semanas para me perdoar, eu tive que jurar enquanto estava sob efeito
do soro da verdade e dizer não tinha intenções nefastas em relação a você."

"Aquele idiota. Eu amo ele."

"Hm."

"Estou tão feliz que é Natal", ela suspirou, "Todos nós precisamos de um descanso, não é?"

"Sim."

"Eu deveria estar fazendo as malas hoje, para então ir para a casa dos pais de James esta noite -
você estará lá?"

"Sirius provavelmente sim" Remus respondeu, "Vou visitar a minha mãe. Você sabe que ela é...
hum. Ela está no hospício, agora. "

"Ah, claro!" Lily lhe deu um aperto. "Desculpa, amor. Como ela está?"

"Eu não acho que eles esperavam que ela fosse durar até o Natal. Mas ela está aguentando. "

"Ah Remus." Lily suspirou tristemente.

"Está bem." Remus se afastou, decidindo que poderia muito bem se levantar depois de tudo. "Certo.
Preciso de uma xícara de chá e um cigarro." Disse enquanto saía da cama e vestia uma calça jeans.

"Ugh, vocês dois realmente precisam parar de fumar", Lily falou, sentando-se, "Este edredom
fede."

"Não me diga que você nunca fumou um cigarro pós-coito clichê, Evans?" Remus piscou, indo
para a porta.

"Pós c-? ... ah meu Deus, Remus !"

Ele ainda estava sorrindo para si quando entrou na sala de estar, que parecia ter sido atingida por
uma bomba. O sofá havia sido movido para o meio da sala por algum motivo, com as almofadas
removidas. James estava esparramado no que parecia ser um colchão de cor creme gigante no chão
e dormia profundamente. Sirius estava caído aos pés de James com um dos casacos de Remus
enrolado sob sua cabeça.

Remus caminhou até a cozinha, ligando a chaleira. Cada superfície estava pegajosa com algo doce
e alcoólico; haviam canecas e copos meio cheios, alguns com cigarros meio fumados flutuando
neles. Remus fez uma careta e sentiu seu estômago se contrair, então ele abriu uma janela para
respirar. Realmente não queria vomitar.

Mary havia escrito 'Feliz Natal, traidores do sangue!' na porta da geladeira em batom rosa alegre,
com três grandes beijos abaixo. Ela passaria o resto do Natal na Jamaica - a primeira vez que
visitava o país de origem dos avós. Remus estava feliz com isso. O Natal nunca tinha sido uma boa
época no que dizia respeito à guerra, e ter Mary o mais longe possível do perigo o fazia se sentir
um pouco melhor.

Ele não estava feliz pelo Natal ser nos Potter - embora se sentisse culpado só de pensar nisso.
Sirius nunca consideraria passar o feriado em outro lugar, então é claro que Remus concordaria -
não tinha nada a ver com o Sr. e a Sra. Potter, que tinham sido tão bons com ele quanto qualquer
família que ele tinha. Era a guerra, a Ordem e o maldito Moody, que com certeza estaria lá
também.

"Essa é a chaleira?" Sirius perguntou, como um lamento, da sala de estar.

"Sim." Remus gritou de volta "Coloquei dois sachês de chá."

"Você é um herói entre os homens, Moony," disse James quando Remus chegou na sala com uma
bandeja com xícaras de chá com leite.

"Ah, eu sei," Remus acenou com a cabeça, bebericando de sua xícara. Ele se sentou no braço do
sofá, "O que diabos vocês fizeram com a minha mobília?"

"Brilhante, não é?" Sirius, de pernas cruzadas em cima da almofada gigante, sorriu para ele: "Ideia
do Prongs - fizemos um feitiço de ingurgitamento."
"Podemos ajudar vocês dois a limpar?" Lily perguntou, saindo do quarto. Ela pegou uma xícara de
chá e se sentou ao lado de James, encostando-se em seu ombro, sonolenta.

"Café da manhã primeiro." Remus respondeu rapidamente. "Comer fora?"

Todos concordaram em uníssono.

Eles foram para a lanchonete gordurosa mais próxima e pediram um Full Englishes para todos, só
então todos se sentiram muito mais preparados para enfrentar o dia. Depois do café da manhã,
Sirius, Lily e James começaram a arrumar o apartamento, enquanto Remus (por insistência de
Sirius) se arrumava para ir visitar Hope.

Ele não colocou um terno; isso teria sido um exagero até mesmo para o Natal, mas fez um esforço
passando a camisa 'de avô' mais limpa que tinha e vestindo uma jaqueta de veludo cotelê marrom
que comprara no mercado de Portobello. Até mesmo engraxou os sapatos.

Sirius se ofereceu para acompanhá-lo, mas Remus preferiu ir sozinho. Seria mais fácil se ele
tivesse tempo para processar suas interações com Hope em particular, o que ele esperava que
Sirius entendesse. De qualquer forma. Ninguém queria ficar preso em um prédio cheio de pessoas
em estado terminal dois dias antes do Natal.

O próprio hospício ficava do outro lado de Cardiff. Não parecia muito diferente do hospital, exceto
que os quartos eram privados e decorados com um pouco mais de cuidado. Haviam flores frescas
ao lado dela todos os dias agora, o que era bom. Remus trouxe uma poinsétia, porque Lily lhe
disse que eram flores natalinas, e Hope não estava mais comendo comidas sólidas, então chocolates
estavam fora de questão.

Alguém havia enrolado enfeites de ouro e prata em volta da estrutura da cama e, com tachinhas
azuis, colado cartões de Natal nas paredes. Eram tantos que parecia que havia um papel de parede
festivo especial.

"Ela disse que se você viesse enquanto ela dormia, eu deveria acordá-la imediatamente", disse a
alegre enfermeira de plantão.

"Obrigado, vou acordá-la", ele sorriu.

Sua mãe estava cochilando suavemente em sua grande cama de hospital. Ele se perguntou o quão
alta ela era quando estava de pé. Muito pequena, imaginou - com base nas fotos que tinha dela com
Lyall, e em como as mãos dela eram minúsculas. Ele só a tinha visto deitada, e agora percebeu que
nunca poderia vê-la de outra maneira.

Ele tocou sua mão gentilmente, apertando-a com os dedos. Suas pálpebras tremeram e ela franziu a
testa, a dor evidente em seu rosto. A mulher virou a cabeça e o viu, e sua sobrancelha suavizou de
uma vez.

"Olá, meu querido", disse Hope com voz rouca, como se sua boca estivesse cheia de algodão.

"Feliz Natal, mãe." Ele disse, sentando-se.

" Nadolig llawen ", disse ela, em um galês elegante e terroso.

"Como você está?"

"Melhor por te ver," ela sorriu. "Estou tão feliz por você ter vindo."
"É claro que viria." Respondeu sinceramente. "É Natal."

Antes, os dois não haviam conversado sobre Remus visitá-la no dia do Natal. Os dois evitaram o
assunto e Remus presumiu que ela iria querer passar o tempo com sua família de verdade.

Ela perguntou agora, no entanto.

"Onde você estará amanhã? Em casa com o Sirius? " Era estranho ouvi-la dizer o nome dele com
seus suaves R's.

"Nos pais do nosso amigo", respondeu, "Os Potter's - você conheceu a Sra. Potter uma vez, ela me
contou. Euphemia. "

"Eu não me lembraria," ela balançou a cabeça. "Eu convidaria você para ficar aqui, mas não será
muito divertido, infelizmente."

"O que você quiser, mãe." Respondeu, esperando não parecer desapontado.

"Você ficará mais feliz com seus amigos." Ela disse, como se fosse para si mesma.

"O Sr. Potter conhecia o Lyall," Remus cutucou um pouco mais forte, querendo falar sobre algo
mais substancial. "Eles trabalharam juntos no ministério e iam ao pub às vezes, e James - o filho
deles - nasceu em março, assim como eu -"

"Eu não me lembro", disse Hope, desta vez com mais força. "Sinto muito, Remus, eu não lembro.
Lyall mantinha essas coisas separadas. Muitas vezes é melhor assim, você aprenderá. "

Ele pensou sobre isso. Pensou no quão pouco soube sobre seus pais durante a maior parte de sua
vida, e quão pouco soube sobre si mesmo como resultado. Ele pensou em Sirius, e como eles
sempre brigavam porque Remus não era aberto o suficiente. O quanto doía nas outras pessoas
esconder segredos, mesmo quando você estava tentando protegê-los.

"Eu não concordo." Falou simplesmente. "Não acho bom esconder as coisas o tempo todo."

"Bem." Hope respondeu. Ela desviou o olhar e retirou a mão da sua.

Remus percebeu que ela estava irritada com ele. Era uma sensação estranha e nova no
relacionamento deles. Ele não tinha certeza de como reagir. Se ele a tivesse conhecido por toda a
vida, saberia o que fazer; seria aquela coisa cotidiana, brigar com sua mãe. Sua paciência se
encurtava quanto mais ele pensava sobre isso - tudo isso era culpa dela, suas emoções atrofiadas
estúpidas, sua completa incapacidade de estar confortável com outras pessoas, e aqui estava ela,
evitando-o.

Ele queria sua atenção e só conhecia uma maneira de obtê-la.

"Sra. Potter - a mãe de James - ela é ótima." Disse "Ela faz as melhores tortas de carne moída de
todos os tempos, e um jantar de Natal completo, e sempre me dá um presente, embora eu não seja
filho dela".

Hope franziu os lábios, mas ainda não ergueu os olhos.

"Isso parece bom." Ela respondeu em uma voz baixa e firme.

Remus continuou.

"Sim, James é realmente sortudo. Eu nunca tive um Natal de verdade até ir para os Potter. "
"Sim, você teve!"

Hope o olhou de repente, e ele viu sua própria raiva refletida em seus olhos.

"Você teve!" Ela repetiu "Tínhamos Natais adoráveis quando você era pequeno!" Ela o olhava
como se ele estivesse louco, como se fosse ele quem estivesse doente, não ela.

"Você não se lembra da árvore com o anjo dourado e do presépio? Achei que você tivesse engolido
o menino Jesus quando tinha um ano, mas você o tinha colocado debaixo do travesseiro, porque eu
lhe contei sobre o velho malvado rei Herodes e você queria mantê-lo seguro - você foi tão doce. E
nós compramos para você aquele cavalinho de pau, e o conjunto de fazenda - você amava o
conjunto de fazenda, os pequenos leitões cor-de-rosa, eu estava sempre os encontrando no jardim.
E os fantoches de mão e o tanque do exército - lembra do seu tanque? Eu disse a Lyall que você era
muito jovem, que você era um menino sensível, eu não gostava que você brincasse de guerra, mas
você adorava, e seu pai costumava fazê-lo se mover com sua magia, e vocês conversavam por
horas... "

Ela parou, claramente chateada. Remus ficou boquiaberto.

"Não me lembro de nada disso, mãe." Ele disse, procurou pela mão dela novamente e a apertou.
"Eu gostaria de lembrar, no entanto. Parece bom."

"Eu penso em você todos os anos." Hope respondeu chorosa, com a voz trêmula: "Todas as noites
eu costumava acender a vela da igreja e pensar em você, Remus, e falava sobre você ... Eu contava
a Siân sobre você também."

Isso chamou sua atenção. Ela o olhava com cautela, como se temesse que ele pudesse atacar.
Ciente disso, Remus manteve sua voz calma.

"Você poderia me falar um pouco sobre Siân?"

Hope mordeu o lábio. Ela parecia tão exausta devido a dor, as drogas e a porra do câncer, que ele
estava começando a se sentir culpado. Mas eles estavam quase sem tempo.

"Ela tem oito anos", A mulher respondeu finalmente. "Ela vai fazer nove em fevereiro."

"E ela é sua filha com... com Gethin?" Remus perguntou, sentindo como se todo o ar tivesse saído
do quarto.

Hope assentiu, fechando os olhos. As lágrimas caíram de seus cílios, escorrendo por suas
bochechas.

"Eu nunca me casei novamente - não depois de Lyall. Mas eu me apaixonei. Eu tive minha Siân. "

"Apenas Siân?"

Ela acenou com a cabeça novamente. Remus franziu a testa.

"Quando vim ver você pela primeira vez, a enfermeira disse que você sempre falava de seus filhos -
pensei que você tivesse mais de um."

"Sim", Ela o olhou perplexa, piscando em meio às lágrimas, "Você e Siân."

"Oh." Ele se sentia péssimo. Todo esse tempo ele pensou que era um dos terríveis segredos de
Hope.
"Eu nunca tive vergonha." Ela disse, uma nota de desafio em sua voz. "Não do meu adorável
menino. Nunca."

"Mãe..." Remus sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. De repente, ele também
estava chorando e apertando a mão dela desesperadamente.

"Venha aqui", ela lhe estendeu a mão, e ele se levantou para se sentar com cuidado na beira da
cama, inclinando-se para que ela pudesse envolver os braços ao redor dele. Ele descansou a cabeça
em seu ombro, tentando não colocar muito peso em seu corpo frágil, mas Hope era mais forte do
que ele acreditava, e o segurou com força.

"Desculpe, mãe," ele disse, suas palavras abafadas pela camisola macia dela. Ela cheirava a talco,
lavanda e família. Hope acariciou seus cabelos.

"Você não tem nada para se desculpar, querido. Eu amo você."

"Eu também te amo," ele chorou.

I've looked at clouds from both sides now

Eu olhei para as nuvens de ambos os lados agora

From up and down, and still somehow

De cima para baixo, e ainda de alguma forma

It's cloud illusions I recall

São ilusões de nuvem que me lembro

I really don't know clouds at all

Eu realmente não conheço nuvens

***

Moons and Junes and Ferris wheels

Luas e junes e rodas-gigantes

The dizzy dancing way you feel

A maneira tonta de dançar que você sente

As every fairy tale comes real

Como cada conto de fadas se torna real


I've looked at love that way

Eu olhei para o amor dessa maneira

But now it's just another show

Mas agora é apenas mais um show

You leave 'em laughing when you go

Você os deixa rindo quando você vai

And if you care, don't let them know

E se você se importa, não deixe que eles saibam

Don't give yourself away

Não se entregue

Remus ficou no hospício por mais tempo do que o normal e, quando aparatou no portão da frente
do Potter, estava exausto. Se sentia como uma roupa suja que havia sido espremida e espalhada em
um varal, fraco, nu e vazio.

James teve de interrogá-lo na porta - o que era normal agora.

"Qual filme vimos no verão de 1974?"

"O Grande Gatsby." Ele respondeu severamente.

James viu a expressão em seu rosto e deu um passo para o lado imediatamente.

"Tudo bem, Moony?" ele perguntou, colocando a mão no ombro de Remus.

"Sim," Remus acenou com a cabeça, esperando que apenas parecesse cansado, "Eu não quero ser
rude, mas estaria tudo bem se eu apenas fosse para a cama? Hum. Diga a seus pais que eu
realmente sinto muito, eu só ... "

"Sim, claro, cara!" James respondeu ansiosamente: "Apenas suba, vou dizer a eles que você está
exausto."

"Obrigado." Remus sorriu. Ele subiu as escadas familiares para a cama. Realmente esperava que a
Sra. Potter não se importasse - estaria bem pela manhã, mas agora ele não tinha certeza se
aguentaria vê-la. Ela sempre o abraçava também, e ser abraçado por apenas uma mãe hoje era o
máximo que podia suportar.

Claro, não demorou muito para que Sirius enfiasse a cabeça pela porta do quarto.

"Vou deixar você em paz, se quiser", disse ele, carregando uma bandeja com queijo, picles,
presunto, biscoitos e, claro, as famosas tortas de carne moída da Sra. Potter. "Eu só pensei que
talvez você poderia estar com fome?"

"Estou morrendo de fome," Remus sorriu para ele, "Obrigado."

Parecendo muito satisfeito consigo mesmo, Sirius cruzou o quarto com mais confiança e colocou a
bandeja na cama entre eles. Os dois ficaram sentados em silêncio por um tempo, de pernas
cruzadas em cima do edredom, Remus comendo, Sirius fingindo não estar olhando para ele.
Quando terminou, o moreno tirou a bandeja e Remus se deitou, esticando os membros doloridos.

"Devo ir?" Sirius perguntou.

"Não." Remus respondeu. "Só... não espere muito, ok?"

"Ok." Ele se deitou ao lado de Remus, de costas.

"Como está a ressaca?" Remus perguntou, lembrando-se do estado em que todos estavam naquela
manhã.

"Bem" Sirius bufou, "Evans e suas poções."

"Ótimo."

Remus fechou os olhos, deixando os eventos do dia se estabelecerem em sua mente. Era bom ter
Sirius ali, decidiu. Ficar sozinho poderia ter sido horrível. Se ao menos houvesse uma maneira de
expressar isso sem que soasse errado.

"Eu tenho uma irmã." Ele disse finalmente. "Ela tem oito anos."

"Uau."

"Hm." Ele pegou a mão de Sirius e a segurou. "Ela levou meses para me dizer. Deus sabe o que
mais eu não sei. Eu gostaria que tivéssemos mais tempo juntos. "

Sirius apertou sua mão com simpatia. Remus lambeu os lábios, preparando-se para o que falaria em
seguida. "Eu gostaria que tivéssemos mais tempo, mas eu também... Eu também gostaria que ela
fosse mais aberta. Realmente dói saber que há partes dela que ela mantém privadas. "

"Oh?" Sirius estava fazendo um excelente trabalho em manter a calma. Se Remus não estivesse tão
triste, seria cômico.

"Sim." Respondeu e se virou para olhá-lo, assim como o moreno o fez. "Então, eu sinto muito,"
Remus disse, nervoso, "Se eu alguma vez fiz você se sentir assim."

"Moony--"

"- É só que eu fico preocupado," Remus continuou rapidamente, "Que você não vai... se você
soubesse de algumas coisas ..."

"Não há nada que você possa me dizer que mudaria o que sinto." Sirius disse.

Remus ficou sem palavras ao ouvir isso. Mas foi uma sensação boa. Uma sensação de felicidade,
até mesmo considerando as circunstâncias. Ele não conseguia mais olhar para Sirius, então rolou
para o lado. Felizmente, o moreno pareceu entender e fez o mesmo, passando o braço pelo corpo
de Remus, que respirou lentamente.

"Aquela missão que eu fui, no verão? Foi muito ruim. " Ele disse, já sentindo o peso começar a
diminuir.

"Eu pensei que algo tinha acontecido." Sirius respondeu. "Continue."

"Eu ... você se lembra de como eu fiquei, da última vez que haviam lobisomens por perto? Tipo...
muito agressivo e meio que não pensando? Isso aconteceu de novo. Ninguém se machucou, mas
tenho quase certeza de que Danny acha que estou perigosamente louco agora."

"Não aconteceu com ele?"

"Eu acho que ele deve ter sentido isso. Mas reagimos de maneira diferente. Eu meio que - assumi o
comando. Não de propósito, parecia natural na hora. "

"Isso faz sentido," Sirius disse, "Isso é o que você faz em luas cheias, temos que deixar você ser o
líder."

"Sim, eu não tinha pensado nisso dessa forma."

"Então... se ninguém se machucou, o que aconteceu?"

"Um dos lobisomens tentou me atacar, mas eu o dominei." Remus disse, "Era para eu conseguir
informações, mas tudo o que fiz foi irritá-los."

"O que Moody disse sobre isso?"

"Ele foi... enigmático. Eu não acho que ele estava com raiva. Ele me perguntou se eu me
importaria de ir sozinho da próxima vez - sem Danny. Mas ele não me enviou em nenhuma outra
missão, não em missões de verdade, e já faz meses... "

"Eles têm que estar te guardando para alguma coisa." Sirius respondeu. "Eu sei que sim - James
continua dizendo a Frank e Alice como você é bom em magia defensiva, e eles apenas dizem que
não podem fazer nada sem uma ordem de alguém acima deles."

"Pode ser." Remus suspirou.

"Ele realmente disse que você tinha que ir sozinho da próxima vez?"

"Ele não disse que eu tinha que ... apenas perguntou se eu me importava. E eu não acho que haja
outra maneira - Danny não vai trabalhar comigo de novo, ele estava com muito medo. Então eu
suponho ... sim, serei só eu da próxima vez."

Os braços de Sirius se apertaram ao redor de Remus.

"Eu odeio isso."

Remus não respondeu, e Sirius não parecia estar procurando por uma resposta, então eles ficaram
quietos assim por um tempo, até Remus adormecer.

***
Boxing Day 1978

Como Lily havia previsto, o Natal de 1978 foi uma pausa bem-vinda para os problemas de todos.
Na verdade - talvez porque tenha sido um ano particularmente difícil - Remus sempre se lembrou
daquele Natal como um dos mais agradáveis e felizes que tiveram juntos.

O Sr. e a Sra. Potter estavam diminuindo um pouco a velocidade - Euphemia disse que não estava
com vontade de dar uma grande festa como costumava fazer e, de qualquer forma, o Ministério
havia alertado contra grandes reuniões sociais. O Sr. Potter teve que ser trancado fora de seu
escritório - James e Sirius roubaram a chave - mas ele viu o lado engraçado da situação e se juntou
às festividades de todo o coração.

Remus percebeu que neste ano os anfitriões foram realmente James e Lily. Ela coordenou a maior
parte da cozinha, decoração e escrita dos cartões; enquanto James se certificava de que todos
sempre tinham seus copos cheios, que todos os jogos habituais de natal fossem feitos e de que a
casa estava cheia de alegria o tempo todo.

Quanto aos presentes, fora tudo normal - doces, nozes e frutas cristalizadas, meias e cuecas novas,
um pijama de Lily de brincadeira ("pare que eu pare de pegar você de cueca!"). E um novo par
brilhante de Doc Martens de Sirius.

Surpreendentemente, naquele ano, Remus também recebeu um presente de Grant e se sentiu


culpado por não lhe dar um em troca. Ele riu quando abriu - um organizador de filofax. Grant havia
escrito seu próprio endereço e número de telefone na primeira página e, no verso, onde as notas
tinham o título: "Resoluções de Ano Novo: 1. Pare e cheire as rosas."

Terminado o dia de Natal, James e Lily iriam para a casa dos Evans para o Boxing Day (James
estava absolutamente aterrorizado devido ao fato de ter encontrado a irmã de Lily duas vezes e não
tê-la impressionado em nenhuma). Então Sirius e Remus voltaram para sua própria casa para
descansarem e se prepararem para o ano novo. Sirius gostou da ideia de ser o anfitrião de sua
própria festa, e Remus estava preparado para ceder, contanto que eles convidassem apenas pessoas
que conheciam.

"Quantos você acha que podemos caber neste apartamento de qualquer maneira?" Remus
perguntou quando eles abriram a porta. "Não é como se tivéssemos um salão de baile, só há um
sofá!"

"Deveríamos quebrar a parede da cozinha, deixar tudo aberto," Sirius respondeu enquanto
entravam. O telefone estava tocando e ele foi atender. "Alô?" Ele franziu a testa e estendeu o
telefone para Remus, "Para você, eu acho?"

Remus pegou o telefone. É claro que era para ele - Sirius não conhecia ninguém que soubesse usar
o aparelho.

"Alô?"

"Alô? É Remus Lupin? " Era um homem com uma voz profunda e um amplo sotaque galês. As
entranhas de Remus gelaram e ele se sentou no braço do sofá, firmando-se.

"Sim, sou eu..."

"Ah, bom. Ah. Meu nome é Gethin Rees. "


Remus engoliu em seco e sentiu a garganta seca.

"Ela... ela se foi, não é?"

Houve um longo silêncio do outro lado da linha e Remus começou a chorar. Finalmente, Gethin
falou, sua própria voz soando muito áspera.

"Sinto muito, rapaz. O funeral é na próxima quarta-feira. "

I've looked at love from both sides now

Eu olhei para o amor de ambos os lados agora

From give and take, and still somehow

De dar e receber, e ainda de alguma forma

It's love's illusions I recall

São as ilusões do amor que me lembro

I really don't know love at all

Eu realmente não conheço o amor de jeito nenhum

***

Tears and fears and feeling proud

Lágrimas e medos e sentindo-se orgulhoso

To say "I love you" right out loud

Para dizer "eu te amo" em voz alta

Dreams and schemes and circus crowds

Sonhos e esquemas e multidões de circo

I've looked at life that way

Eu olhei para a vida dessa maneira

But now old friends are acting strange


Mas agora velhos amigos estão agindo de forma estranha

They shake their heads, they say I've changed

Eles balançam a cabeça, eles dizem que eu mudei

Well something's lost, but something's gained

Bem, algo se perdeu, mas algo se ganhou

In living every day.

Em viver todos os dias.

Quarta-feira, 3 de Janeiro de 1979

Remus suspirou, olhando pela janela do quarto e observando as gotas de chuva escorrendo pelo
vidro. Quando era pequeno e chovia, ele se sentava no maior parapeito da janela que conseguia
encontrar em St. Edmunds, escolhia duas gotas e fingia que elas estavam competindo até o fim do
vidro. Uma ideia que ele tirou de um poema; talvez um poema que Hope tivesse lido, um que ele
havia esquecido.

Em filmes, os funerais sempre aconteciam em dias chuvosos, o que era chamado de 'falácia
patética', Remus havia lido sobre isso em um antigo livro de inglês A-level. Claro, se você tivesse
um funeral no País de Gales em janeiro, as chances de chuva também eram extremamente altas.
Era uma coisa estranha para se alegrar, mas parecia adequado. Um dia ensolarado teria sido
intolerável.

"Pronto?" Sirius perguntou muito gentilmente, entrando no quarto.

Remus o olhou, sentindo-se entorpecido, e acenou com a cabeça. Sirius estava lindo em um terno
preto, seu cabelo amarrado para trás. Remus se sentia amarrotado, embora estivessem vestidos de
forma idêntica, Sirius sempre parecia mais elegante. Remus queria cortar o cabelo curto, na
intenção de parecer mais arrumado, mas foi convencido do contrário no final. Ainda assim, o
desejo de fazer algo drástico estava lá.

"Não tenha pressa," disse Sirius, "Temos mais ou menos uma hora."

Remus acenou novamente. O serviço deveria começar às onze, mas Gethin disse que se quisesse
vir mais cedo e cumprimentar os enlutados, ele seria bem-vindo. Remus ainda não tinha certeza.

Sirius fechou a porta do quarto e veio se sentar ao lado dele. Ele segurou sua mão e olhou pela
janela também.

"Você já foi a um funeral antes?" Remus perguntou, finalmente.

"Do tio Alphard," Sirius respondeu, "Eu era pequeno, no entanto. Nove ou dez. Não me lembro. Eu
nunca... perdi ninguém próximo. "

"Hm." Remus inclinou a cabeça, ainda observando as gotas de chuva contra o céu cinza, "Não sei
se conhecia Hope tão bem. Eu nem a conheci por um ano inteiro. "
"Eu não acho que isso importe."

"Nem eu." Remus abaixou a cabeça.

Ele não iria chorar de novo, não achava que conseguia. A princípio, foi uma sensação boa, uma
grande onda de emoção. Porém, desde então, nada. Apenas um vácuo e uma sensação de vazio que
ele nunca havia sentido antes.

Sirius agarrou sua mão novamente.

"Eu estarei com você o tempo todo."

Remus o olhou e sorriu fracamente.

"Obrigado. Ok, acho que estou pronto. " Ele se levantou, finalmente entrando em ação. "Ah,
merda!" Ele disse, batendo na testa "As flores! Padfoot, esqueci de pegar as malditas flores! "

Sirius colocou a mão em seu ombro.

"Eu pedi a Wormtail para fazer isso, ele está com elas. E Lily tem o endereço da igreja, para que a
gente não se perca - Prongs está com a comida para o velório, a Sra. Potter mandou algumas tortas
de porco e rolinhos de salsicha, e eu já separei os guarda-chuvas. Tudo que você precisa fazer é
aparatar, todo o resto está resolvido, certo? "

Repleto de emoção, Remus o pegou e o abraçou com força.

"Obrigado", disse.

Sirius o abraçou de volta.

"Qualquer coisa pelo nosso Moony, hein?"

Remus sorriu, respirando o cabelo de Sirius, seu cheiro, deixando-se ser ancorado. As palavras
surgiram em sua cabeça quase do nada e, finalmente, finalmente , foi fácil dizer.

"Sirius?" Ele sussurrou, ainda o segurando.

"Sim?"

"Amo você."

Sirius beijou sua bochecha, soltando uma risada suave, que soou como alívio.

"Amo você também."

Eles entraram na sala de mãos dadas. James e Peter também usavam ternos, e Lily estava em um
vestido preto simples, seu cabelo vibrante amarrado em um coque com capricho. Ela carregava um
enorme buquê de flores. Todos deram a Remus sorrisos cautelosos e simpáticos, aos quais ele
estava se acostumando agora. Ele acenou de volta para todos, agradecido.

"Certo." Sirius disse, assumindo o controle, "Vamos fazer isso."

Era uma pequena igreja de aldeia, perto da cidade natal de Hope - era onde ela havia sido batizada,
e se ela tivesse se casado com um trouxa, seria onde o casamento teria acontecido. Remus sabia por
suas breves conversas que Hope não era particularmente religiosa, mas que sua família pertencia à
Igreja no País de Gales, então ela a seguia pelo bem da tradição.
Era um espaço muito bonito - ou pelo menos teria sido, se não estivesse chovendo tanto. Granito
cinza suave, com campanário pontiagudo, vitrais simples, mas bonitos. Como uma igreja em um
livro ilustrado. O cemitério estava cheio de lápides antigas e cruzes de pedra, mas Hope seria
cremada, de acordo com seus desejos.

Os Marotos e Lily se aproximaram lentamente, subindo o caminho encharcado para se juntar ao


grupo de enlutados reunidos na porta. Remus avistou Gethin imediatamente, parado do lado de
dentro da varanda, apertando as mãos de cada convidado que entrava. Ele era um homem alto,
como Lyall, mas não tão esguio. Tinha cabelo escuro, sobrancelhas grossas e pretas e um queixo
bastante fraco. Ele parecia completamente quebrado, e Remus ficou instantaneamente menos
nervoso por conhecê-lo.

Lily, James e Peter ficaram para trás, procurando um lugar para colocar toda a comida que
trouxeram para o velório, que deveria ser no corredor da igreja nos fundos. Remus e Sirius
esperavam silenciosamente a vez de entrar.

"Olá," Gethin disse, mal erguendo os olhos quando Remus se aproximou, "Obrigado por ter
vindo..."

"Eu sou Remus." Disse, apertando a mão estendida. Gethin ergueu os olhos imediatamente,
piscando. Eles eram da mesma altura.

"Remus." Gethin apertou sua mão fracamente, seus olhos escuros o examinando. "Hope falava de
você o tempo todo. É uma pena que estejamos nos encontrando assim. "

"Sim." Remus acenou com a cabeça.

Eles ficaram parados sem jeito por um tempo, apenas olhando um para o outro, antes de Gethin
recobrar o juízo "Entre", disse ele gesticulando: "Sua mãe estava ansiosa por você se sentar na
primeira fila, mas depende de você..."

"Obrigado," Remus acenou com a cabeça novamente.

"Vejo você depois, hein?" Gethin deu um tapinha em seu ombro.

"Sim. Bom. "Remus disse, ciente de que estava respondendo monossílabo.

No final, Sirius teve de empurrá-lo para dentro da igreja, pois ele parecia ter se esquecido de como
se mover. Eles caminharam lentamente para a frente e se sentaram. Remus podia ouvir as pessoas
sussurrando sobre ele; alguns deles sabiam quem ele era, e a reação foi mista. Os ignorou. Estava
lá por Hope e mais ninguém.

O serviço em si foi um borrão, e ele mal ouviu. Apenas olhou para o púlpito em forma de águia e
tentou evocar uma memória decente de sua mãe.

Eles não cantaram nenhum hino religioso, mas tocaram uma música de Joni Mitchell. Hope nunca
mencionou Joni Mitchell para Remus, mas ele supôs que deveria ter significado algo para ela. Esse
foi um pensamento doloroso. Eles tiveram tão pouco tempo. Não era justo.

Siân estava lá, é claro. Remus a reconheceu imediatamente - ela era a única criança presente. Ela
estava vestida com um vestido creme com uma faixa de cetim preto, e mantinha a cabeça enterrada
no colo de uma velha que Remus não conhecia - ele presumiu que fosse a mãe de Gethin, avó de
Siân. Ela chorou o tempo todo e, por algum motivo, isso foi reconfortante para Remus. Hope deve
ter sido uma mãe maravilhosa.
Depois disso, as pernas de Remus pareciam chumbo. Ele estava enraizado no lugar. Não se
levantou com o resto da família para sair (não havia caixão para seguir - o corpo dela já estava no
crematório, aparentemente), mas esperou até que a igreja se esvaziasse. Sirius esperou com ele.

Quando a igreja estava quase vazia, Sirius sussurrou.

"Você está bem?"

Remus acenou com a cabeça.

O moreno tocou seu joelho levemente, mas não mais do que isso. "Foi muito triste. Tudo bem se
você estiver cansado e quiser ir para casa."

"Não, está bem." Remus balançou a cabeça, "Eu devo ir. Eu disse a Gethin que iria. Só. Mais cinco
minutos?"

Eles tiveram que sair eventualmente, o zelador queria arrumar as coisas..

O salão da igreja era muito pequeno e lotado de pessoas e de emoções de pessoas. Alguns deles
estavam rindo, relembrando. Outros ainda estavam sombrios e com os narizes vermelhos. Era um
espaço sem graça que precisava ser reformado; as tábuas do assoalho se estilhaçavam em alguns
lugares, haviam quadros de avisos dedicados aos desenhos das crianças que frequentavam a escola
dominical ali, e outro para o grupo de escoteiros local.

Três mesas de cavalete rangiam sob o peso da comida que as pessoas trouxeram - pilhas de
sanduíches, tortas de carne, batatas fritas, queijo e espetos de abacaxi, bolo de frutas, sobras de
curry de peru, fatias de presunto e outros frios. Era um funeral seco, e uma senhora idosa no canto
estava servindo xícaras fracas de chá com leite. Pela primeira vez na vida, Remus não estava com
fome.

Pior de tudo, havia uma mesa coberta de fotografias e álbuns emoldurados. A maioria deles era de
Hope, e além de uma ou duas fotos dela quando criança, nenhuma delas tinha sido tirada antes de
1965. Remus olhou para todas elas, tentou fixar a imagem em sua mente - uma mulher feliz e
saudável que sempre tentou fazer o melhor, mesmo quando outras pessoas a decepcionavam.

"Ela ficaria tão feliz por você ter vindo." Gethin apareceu ao lado dele, estendeu a mão e acariciou
o vidro em uma das molduras. O rosto preto e branco de Hope sorria para ele, estático e sem vida.

"Eu tinha que vir." Remus respondeu baixinho. Sirius estava ao lado do seu ombro, pronto para
qualquer coisa. Remus olhou para Gethin, "Eu gostaria de ter estado lá. Para... bem, para dizer
adeus. "

"Foi muito quieto, como ela era." O homem mais velho disse. "Ela acordou na manhã de Natal e
foi dormir depois do almoço. Não houve dor. "

Remus não havia pensado em Hope sentindo dor. Ele desejou que Gethin não tivesse colocado isso
em sua cabeça.

"Eu sei o que você está pensando", Gethin continuou, acenando com a cabeça para a exibição de
fotos, "Nenhuma foto sua. Não foi a intenção - ela colocou todas em uma caixa para eu enviar para
você, só que perdi o seu endereço de e-mail... "

"Eu não as quero." Remus balançou a cabeça.

"Remus," Sirius disse suavemente, "Não tome nenhuma decisão ainda."


Remus apenas deu de ombros.

"Existem algumas outras coisas," Gethin disse, olhando para Sirius com alguma confusão, então
olhando para Remus novamente, "Eu vou guarda-las pelo tempo que você quiser."

"Coisas?" Remus olhou para ele sem expressão.

"Coisas que ela queria que você tivesse", O homem respondeu. "Não é dinheiro, nem nada -"

"Não estou interessado em dinheiro!" Remus disse bruscamente.

Gethin franziu a testa, ele parecia magoado. Seus olhos estavam orlados de vermelho, com anéis
escuros sob eles, como manchas de pó de carvão. Remus franziu os lábios e deu um passo para
trás, balançando a cabeça.

"Eu sinto muito. Eu não posso continuar aqui. Eu sinto muito." E, com isso, se virou e saiu direto
do salão.

Já tinha parado de chover, mas a grama ainda estava molhada e o cheiro delicioso de terra subia
por toda parte. Havia um grupo de velhos sentados em alguns bancos do lado de fora. Eles haviam
afrouxado as gravatas e sentavam-se preguiçosos, fumando e passando um frasco ilícito com algo
de cheiro muito forte. Remus resmungou, enojado, e continuou andando, querendo ficar longe de
tudo.

"Remus!" Sirius veio correndo pelo caminho para alcançá-lo, Lily, James e Peter não estavam
muito atrás.

"Eu quero ir embora." Ele respondeu.

"Você pode voltar para a casa da minha mãe e do meu pai se quiser?" James sugeriu "Mamãe disse
que vai fazer o jantar para todos nós."

"Não," Remus balançou a cabeça, ele agarrou o braço de Sirius e o olhou, implorando, "Por favor,
podemos apenas voltar para o apartamento? Só você e eu? "

"Claro que podemos," Sirius colocou sua própria mão calma sobre a desesperada de Remus, e
Remus sentiu seu coração começar a se acalmar.

Então foi isso que fizeram, com Remus prometendo a si mesmo que se desculparia com os Potter e
seus amigos em outra ocasião.

Mas se ele estava esperando por uma trégua do resto do mundo, para se trancar com Sirius e fingir
que, por apenas um momento, nada mais importava, ele ficaria desapontado.

Quando eles entraram em casa, havia uma coruja pousada em cima da lareira, com um bilhete
amarrado na perna escamosa.

Remus.

Minhas condolências.

Por favor, me encontre no escritório dos aurores às 9h na segunda-feira.


A. Moody.

***

I've looked at life from both sides now

Eu olhei para a vida de ambos os lados agora

From win and lose and still somehow

De ganhar e perder e ainda de alguma forma

It's life's illusions I recall

São as ilusões da vida que me lembro

I really don't know life at all

Eu realmente não conheço a vida de jeito nenhum

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Todas as letras de músicas do capítulo foram tiradas da música 'both sides now' de
Joni Mitchell.

Full English é um café da manhã completo, que contém: ovos fritos, bacon, feijão,
tomate, cogumelo, torrada, pudim preto, espinafre, bolo de batata e Hash Browns
(Hash Browns são bolinhos de batata ralada e cozida.).

"Nadolig llawen" significa "Feliz Natal" em galês.

Doc Martens é uma marca que produz sapatos estilo coturnos

Filofax é um caderno estilo planner.

A expressão que a Lily usa ''You big Jessy" foi um jeito carinhoso de chamar o Remus
de viadinho, mas já que eu não achei nada correspondente decidi deixar em inglês.
Capítulo 156: A guerra: Quartel General dos Aurores
Chapter Notes

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Segunda-feira, 8 de janeiro de 1979

"Por favor, me deixe ir com você?" Foi a última coisa que Sirius disse enquanto Remus saía do
apartamento na manhã de segunda-feira.

"Eu vou ficar bem." Remus balançou a cabeça, tentando dar a Sirius um sorriso tranquilizador. Ele
não disse o que estava pensando, que era 'o que isso pareceria?!'. Já era ruim o suficiente ele ter
sido convocado para o escritório oficial de Moody no ministério; o que ele pensaria se Remus
trouxesse seu namorado junto para apoio moral?

Ainda assim, Remus teve que admitir que teve dificuldade em deixar seu apartamento pequeno e
aconchegante naquela manhã. Ele mal havia saído do quarto desde que voltaram do funeral, muito
menos se vestido ou saído de casa. Para ir para o ministério, teve de usar vestes completas pela
primeira vez desde a escola, o que ajudou um pouco - pelo menos ele seria capaz de se misturar.

A entrada de visitantes para o Ministério da Magia ficava a cerca de vinte minutos a pé do Soho, e
Remus achou o passeio matinal mais agradável do que esperava. Era um dia nítido e frio de janeiro,
e sua respiração ficava branca com o ar de inverno. Peter estava lá para encontrá-lo.

"Oi, Moony," Wormtail sorriu para ele, dando-lhe um tapinha estranho no braço, "Como você
está?"

"Ah, você sabe." Remus encolheu os ombros. Luto era uma coisa engraçada. Ele nunca sabia se
estava fazendo certo.

"Estou ansioso pelo sábado!"

"Sim, eu também."

A lua cheia estava prevista para o dia treze. Até agora, desde Hogwarts, os marotos tinham
conseguido se juntar, aparatando (Peter acompanhando um deles) para os lugares mais remotos
possíveis e se transformando lá. Já tinham estado em Brecon Beacons, Outer Hebrides, Dartmoor e
Forest of Dean. Ninguém na Ordem havia tocado no assunto ainda, embora Remus supusesse que
todos presumiam que ele fosse registrado.

Peter e Remus entraram no ministério por meio de uma cabine telefônica. Peter precisava estar lá,
porque depois que Remus declarou o que queria, um pequeno crachá de visitante de prata caiu da
abertura de depósito do telefone. Wormtail o pegou rapidamente e murmurou o encantamento para
transformá-lo em lata antes de dá-lo a Remus.

Eles desceram para o átrio do ministério, que fervilhava de atividade. Era um salão enorme, maior
do que Gringotes, com fileiras de lareiras revestindo as paredes. Luzes verdes piscavam
intermitentemente em cada uma delas enquanto bruxos e bruxas chegavam para trabalhar.

Peter conduziu Remus através do posto de segurança, onde sua varinha foi pesada por um bruxo de
barba longa com cara malvada. Remus estava incrivelmente grato por ter um amigo com ele, e
secretamente muito feliz por ser o calmo e genial Peter, ao invés de Sirius, que tinha uma tendência
a ser um pouco superprotetor consigo quando se tratava da comunidade bruxa.

Em seguida, os dois foram para outro corredor com um conjunto de elevadores e entraram no mais
próximo.

"Estamos no nível dois," Peter explicou alegremente, "Eu trabalho no escritório de Autoridade da
Rede de Flu no nível quatro. Você precisa que eu mostre onde fica o escritório dos Aurores? "

Remus achou que gostaria da ajuda de Peter, se pelo menos ele não estivesse gostando tanto de ser
aquele que estivesse no controle da situação.

"Não," ele sorriu, "Eu consigo. Obrigado, cara. "

Peter deu-lhe um sorriso amável ao sair do elevador. Remus acenou de volta, e a porta se fechou.

Logo o alto-falante anunciou "Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia; incluindo
o Escritório do uso impróprio de magia, Escritório dos Aurores e Serviços administrativos do
Wizengamot."

Remus arrastou-se para fora do elevador e para o corredor. As portas do elevador se fecharam atrás
dele com um 'ping' e ele ficou lá por alguns momentos, pego de surpresa. Era um corredor muito
movimentado, bruxos e bruxas andando para cima e para baixo, alguns conversando
profundamente, outros rabiscando rapidamente notas em pedaços de pergaminho - e alguns deles
murmurando para si mesmos. Sobre sua cabeça, aviões de papel roxo voavam para frente e para
trás, batendo nas portas do escritório que se alinhavam no corredor.

Agora, desejou não ter sido tão orgulhoso e pedido a Pete que o acompanhasse até o escritório
certo. Deveria haver uma placa em algum lugar...

"Lupin!" Uma voz alta e familiar explodiu. Remus se virou com algum alívio e sorriu, vendo Ferox
correndo em sua direção, a mão levantada em saudação.

"Oi," ele disse.

"Perdido? Venha comigo!"

Remus seguiu Ferox ao longo do corredor, passando por escritório após escritório até chegarem a
uma porta elaborada com moldura de madeira entalhada. Quartel General dos Aurores .

"Nervoso?" Ferox o olhou de lado. Remus olhou para trás.

"É tão óbvio?"

Ferox riu e deu um tapinha no ombro dele.

"Eu ficaria preocupado se não estivesse. Vamos, é apenas o Moody. " E ele empurrou a porta com
uma de suas grande mãos, a outra ainda no ombro de Remus, como se para impedi-lo de fugir.

Quando criança, Remus teve alguma experiência com a aplicação da lei trouxa. Sempre apenas
para coisas tolas como fugir do Lar ou ser pego 'causando uma perturbação' - o que geralmente
significava que ele estava apenas em algum lugar público e outras pessoas prefeririam que ele não
estivesse. A polícia era extremamente agressiva com você, uma vez que percebiam que era um
garoto de St. Edmund, te chamavam de coisas, te enfiavam no carro deles, ou então faziam
ameaças veladas de violência física se você não agisse como mandavam. Como resultado, Remus
nunca se sentiu tão confortável perto de figuras de autoridade, mesmo sendo um mauricinho
atualmente.

Ele não tinha certeza do quão parecidos os aurores eram em relação a polícia trouxa. Só havia
conhecido Moody, Frank e Alice até agora. Moody era completamente aterrorizante, mas Remus o
conhecia há bastante tempo agora que estava acostumado. Alice e Frank eram muito legais, pessoas
muito sinceras - mas eles não sabiam o que ele realmente era.

O interior do escritório estava muito movimentado, com fileiras de escrivaninhas divididas em


cubículos. Haviam pôsteres de criminosos, mapas magicamente encantados e listas impressas em
quadros de avisos em todas as paredes, e memorandos zunindo de um lado para outro. Porém, a
coisa mais impressionante para Remus foi o cheiro incrivelmente concentrado de magia forte - e
magia negra também.

Ferox, com a mão ainda no ombro de Remus, o conduziu em direção a uma mesa perto do canto de
trás, que tinha a melhor vista sobre o resto do escritório caótico.

A mesa de Moody e as prateleiras ao redor estavam entulhadas de dispositivos mágicos estranhos e


maravilhosos; telescópios que zumbiam, cristais brilhantes, orbes murmurantes. O próprio Moody
estava curvado sobre um mapa. Esquecendo seu nervosismo, Remus olhou por cima do ombro para
bisbilhotar - nunca havia superado seu interesse por cartografia - e Moody praticamente latiu.

"Nunca se meta nos assuntos de um Auror, Lupin."

Remus saltou para trás alarmado, e Moody se virou para encará-lo, sorrindo. Seu olho louco girou
doentiamente em sua órbita.

"Leo," Moody estendeu a mão e apertou a de Ferox, depois a de Remus. "Fico feliz em ver que
você é pontual. Sente-se."

Ele gesticulou para um longo assento coberto de veludo contra a parede de seu cubículo que não
estava lá um momento atrás. Remus e Ferox se sentaram enquanto Moody lançava um feitiço que
abafava o barulho ao redor deles, criando uma bolha de paz ao redor de sua mesa, não era diferente
dos feitiços silenciadores de James e Sirius.

Remus ficou aliviado com o silêncio, mas o feitiço de Moody não fez nada para mitigar o cheiro
avassalador de poder que enchia suas narinas, descia por sua garganta e preenchia seu peito com
uma gloriosa e rica infusão mágica. Ele tentou relaxar, deixar-se encontrar seu lugar nela em vez de
lutar, mas se sentia ligeiramente bêbado mesmo assim.

"Mais uma vez, Lupin," Moody disse rispidamente, sentando-se em sua cadeira de escritório que
parecia uma poltrona de couro com pêlos verde que girava em uma haste. "Lamento saber da sua
perda. Eu não conhecia Hope, mas ... "

"Está ok." Remus respondeu rapidamente, "Eu mal a conhecia também."

Ele faria questão de manter sua mãe fora de qualquer conversa que tivesse hoje. Não tinha forças
para duas coisas ao mesmo tempo, e se Moody tinha uma missão para ele, então essa teria que ser
sua principal preocupação.

Moody - que ou era um excelente em legilimens ou simplesmente extremamente astuto e empático


- balançou a cabeça virilmente e continuou.

"Direto ao trabalho, então." Ele disse "Bom garoto." Ele girou ligeiramente em sua cadeira para
pegar o mapa que estava olhando e entregou a Remus.
Remus o pegou ansiosamente e olhou. Era um mapa da Grã-Bretanha e da Irlanda, mas não como
os que tinha visto antes - não havia estradas marcadas, nem vilas ou cidades, apenas as áreas de
floresta, representadas em manchas verdes musgosas de tinta. Algumas dessas manchas pareciam
tremeluzir e piscar, como se houvesse estrelas se escondendo sob os galhos das árvores.

"Consegui isso do escritório de Controle de Criaturas Mágicas," Moody explicou, "Graças a Ferox
aqui. Sabe o que é, rapaz? "

"É ..." Remus arriscou, "São todas as florestas com magia? Ou criaturas mágicas?"

"Exatamente." Moody acenou com a cabeça, parecendo muito satisfeito com ele, "Nós notamos
que a maioria dos avistamentos de lobisomem nos últimos anos foi em uma floresta encantada,
florestas com uma população mais densa de criaturas mágicas. Agora, isso pode significar apenas
que estão mantendo seus ouvidos atentos por você-sabe-quem, ou que existem outras criaturas
trabalhando com eles... "

Ou porque o cheiro de toda aquela magia natural é bom demais para resistir, Remus pensou, seu
próprio sangue borbulhando como champanhe apenas por causa das poucas dezenas de bruxos
poderosos próximos. Ele não disse isso, claro, para seu próprio bem.

"... e nas últimas duas luas cheias tem havido muita atividade aqui," Moody apontou um dedo
atarracado e cheio de cicatrizes em um ponto do mapa, em algum lugar do interior.

"Por que você está me dizendo agora?" Remus perguntou "Se você os segue há meses?"

"Está na hora." Moody disse, fixando-o com um olhar duro, um olho azul, outro castanho.
"Greyback está no país pela primeira vez desde os anos 60, foi confirmado. "

"Oh." Remus franziu os lábios para reprimir a raiva dentro dele, erguendo-se como uma cobra,
mostrando os dentes. Onde ele está?! Leve-me até ele agora mesmo! "Certo."

"Da última vez que fez contato, você voltou com algumas boas informações," Moody continuou,
"Aqueles que querem se juntar a Greyback precisam se transformar com o bando três vezes,
certo?"

"Hm." Remus acenou com a cabeça. Ele queria se levantar e andar, se movimentar de algum jeito,
mas não podia permitir que Ferox ou Moody soubessem que havia algo errado.

"E a próxima lua cheia é no sábado?"

Remus acenou com a cabeça. Ele olhou para Ferox, então para Moody novamente.

"Você quer que eu vá já? Para começar ... para ... "

"Só para as luas", disse Ferox, com a voz calma, "Só até que eles confiem em você."

"Mas assim que eles confiarem em mim," Remus disse, olhando para suas mãos, "Então ... eu
preciso conhecê-lo, certo?"

"Vamos ver como as coisas vão ficar." Moody respondeu, escolhendo suas palavras com cuidado.
"Temos três meses para planejar isso."

"Ok."

Remus não sabia mais o que dizer. Sua cabeça estava cheia e seus nervos em carne viva, se sentia
quase pronto para explodir, mas por alguma razão estranha ele apenas ficou sentado lá como um
aluno educado, ouvindo Moody traçar o plano.

Recebeu muitas regras. Ele teria que ir sozinho. Ele poderia levar sua varinha, mas nada mais. Não
podia contar a ninguém, nem mesmo aos outros membros da ordem, nem mesmo aos seus
melhores amigos. Ferox começou a sugerir coisas que Remus poderia dizer ou fazer para que o
bando confiasse nele, mas Remus o ignorou. Ele sabia o que fazer.

"Vou acompanhá-lo até a saída, Lupin." Ferox disse finalmente, com uma nota de gentileza
paterna.

"Obrigado," Remus respondeu, levantando-se rapidamente.

"Você é um homem de poucas palavras, Lupin," Moody disse, levantando-se também, estendendo a
mão mais uma vez para Remus apertar, "Mas eu tenho muita fé em você. Enviarei as coordenadas
antes de sábado. Certifique-se de estar em casa para recebê-las. "

Remus acenou com a cabeça inexpressivamente, apertando a mão estendida. Assim como o guiou
para dentro, Ferox levou Remus de volta para fora do Quartel General dos Aurores.

"Tudo bem aí, garoto?" Ferox perguntou, uma vez que eles estavam longe das portas. O corredor
estava um pouco mais silencioso do que às nove horas.

"Sim. Tudo bem.

"Se houver alguma coisa que você acha que precisa, se quiser que eu peça ao Moody algo que vai
ajudar, você pode simplesmente..."

"Como isso vai ajudar?" Remus perguntou de repente, parando no meio do corredor. Ele contraiu o
polegar e lançou um muffliato, sem nenhum esforço. Ferox piscou, surpreso.

"Como o que vai ajudar?"

"Eu, encontrando Greyback? Eu conheci três membros de sua matilha até agora, e isso só piorou as
coisas toda vez. "

"Isso não é verdade. Você nos deu algumas informações extremamente valiosas. "

"Se eu estou fazendo isso", disse Remus, "então eu quero saber para o que vocês estão usando
isso."

"Para ganhar a guerra, Remus." Ferox balançou a cabeça.

"Quando eu conheci Castor no ano passado," Remus continuou com sua voz muito baixa, mas mais
por raiva do que por um desejo de ser discreto, "Ele me disse em termos inequívocos que eles
estavam planejando um ataque. Eu disse a Dumbledore, e o que aconteceu? Nada. O ataque
aconteceu. Então vou perguntar de novo. Se estou coletando informações para a Ordem, se estou
arriscando minha vida para fazer isso, então quero saber para quê. Obviamente, não é para salvar
vidas. "

"Remus, essa foi uma situação extremamente complicada -"

"Explique."

"Não podíamos interferir, não podíamos deixar os lobisomens saberem que você estava contando
alguma coisa para Dumbledore, tínhamos que preservar sua conexão com eles..."

"O que?!" Remus o encarou, "Pessoas morreram! Pessoas tiveram suas vidas arruinadas! Por
minha causa?!"

"Você não pode pensar dessa maneira."

"De que maneira você pensaria?! Eu confiei nele! Achei que estava fazendo a coisa certa! "

"Remus, acalme-se !"

Remus percebeu que não conseguia. Gostaria de poder aparatar ali mesmo, mas nada aconteceu
quando tentou, então ele marchou em direção ao elevador.

"Não me siga." Ele praticamente rosnou para Ferox, que segurava as portas abertas, impedindo-o
de sair.

"Você precisa colocar sua cabeça no lugar, garoto." Ferox respondeu muito sério. "Isso é uma
guerra. Não é nobre e nem sempre se trata de salvar vidas individuais. Você precisa se acostumar
com isso antes do próximo sábado. "

"Não se preocupe." Remus virou a cabeça, olhando para o painel de botões. As portas começaram a
se fechar, rangendo ruidosamente enquanto testava sua força mágica contra os músculos físicos de
Ferox. "Eu estarei pronto."

As portas se fecharam, Ferox tirou os dedos no último segundo, e Remus começou a se mover para
cima, de volta ao mundo real.

***

Remus mal havia saído da caixa telefônica da entrada para visitantes e já estava parado diante de
sua própria porta - ele havia armazenado toda aquela magia restante como uma bateria, e só
precisava do menor desejo para que a magia fizesse o resto. Ele se lembrou da maldição que Snape
jogou em James, a qual ele desviou no último dia de aula. Seria uma habilidade útil, se ao menos
pudesse contar com isso.

Não apenas ele estava cheio de magia, mas seu temperamento havia atingido o ponto de ebulição
agora que estava em casa. Era uma sensação peculiar - semelhante aos momentos antes da
transformação, logo antes da dor entorpecente começar. Um desejo animal uivante e avassalador.
Deus, ele precisava de... ele precisava...

"Sirius?!" Ele irrompeu pela porta, gritando. Sem sorte, o apartamento estava vazio. Remus rosnou
frustrado e chutou a parede, abrindo um buraco na placa de gesso. "Porra." Murmurou. Sirius
venha aqui.

Ele pressionou a palma da mão contra o topo da parede e forçou um pouco de magia para fora. O
buraco na base da parede se fechou imediatamente, graças a Deus. Não foi o suficiente. Ainda
tinha mais; ele precisava liberá-la, precisava de uma válvula de escape. Ele tirou as vestes e depois
o suéter, jogando-os no sofá, andando pela sala em sua camiseta fina e calças. Poderia sair para
correr. Poderia aparatar no Lake District por algumas horas e simplesmente correr como um louco.
Poderia transformar a parede em esponja e começar a socar até ficar sem energia. Poderia beber
até se esquecer de tudo. Contanto que ele fizesse algo .

"Moony?!"

A porta da frente se abriu e lá estava Sirius.

"Você está aqui!"

"Sim, aconteceu uma coisa super estranha," Sirius fechou a porta atrás dele. Ele cheirava a
gasolina, óleo de motor e couro, e Remus sentiu-se enrijecer instantaneamente. Ah. Isso
funcionaria . "Eu estava trabalhando na moto na estrada, e então ... eu não sei, eu poderia jurar que
ouvi sua voz. Mas se você acabou de voltar, então não pode ter sido... "

Remus não aguentava mais, ele cruzou a sala em dois passos e empurrou Sirius contra a porta,
beijando-o com força. Sirius o beijou de volta, ansioso para agradá-lo como sempre. Remus o
pressionou com mais força, pegando os adoráveis pulsos brancos de Sirius, untados com óleo,
segurando-os e empurrando um joelho entre suas pernas. Ele começou a beijar o pescoço do
moreno em seguida, mordendo a carne macia, e Sirius engasgou.

"Puta merda, você está bem?"

"Mmm." Remus gemeu, "Só quero..."

Sirius moveu o quadril levemente, pressionando o pau rígido de Remus - parecia eletricidade, e
Remus quase perdeu o controle completamente, apertando os pulsos dele, fechando os olhos com
força enquanto lutava para se segurar. Ele não foi o único que sentiu isso,

"Caralho" Sirius ofegou, impotente nas garras de Remus, "Foi você? Você sentiu... o que... o que
foi... "

"Magia," Remus conseguiu gaguejar, os olhos ainda fechados, rolando sua testa contra o ombro de
Sirius vertiginosamente, "Havia tanta... eu só... hum..."

E de repente era Sirius quem estava no controle, ele virou o jogo e agora estava empurrando
Remus para o quarto, e graças a Deus o apartamento era pequeno, e graças a Deus não havia mais
necessidade de feitiços de silenciamento ou segredos, porque esse simplesmente não era o
momento.

"Preciso de você," Sirius estava dizendo incoerentemente, tirando sua camisa e puxando as de
Remus, suas impressões digitais gordurosas do óleo sujando todos os lugares, "Preciso sentir você
em todos os lugares..."

"Sim," Remus respondeu embriagado, "Sim, sim, sim ..."

O que quer que estivesse sentindo, ele sabia que Sirius podia sentir também, enquanto empurrava a
magia para fora, enchendo o quarto com ela, acendendo cada toque.

Remus gemeu quando a pele nua deles finalmente se encontrou e Sirius fechou os olhos e
estremeceu. Dedos agarrados e dentes cerrados. Qualquer sentimento de preocupação ou vergonha
foi obliterado pelo calor que irrompeu entre eles. Remus cedeu e não pensou em mais nada
enquanto se arqueava egoisticamente e se empurrava contra Sirius, que ficava sussurrando
febrilmente, "Oh, Moony, Moony..." sem parar. Seu ritmo feroz aumentou quando eles começaram
a ficar tensos e a se contrair. Ofegantes enquanto o mundo explodia, por alguns segundos
milagrosos tudo ficou branco.

Não foi suficiente. Eles tiveram que fazer mais duas vezes antes que Sirius ficasse satisfeito, e
Remus ainda sentia que poderia correr uma maratona.

"Se você está planejando visitar o Escritório dos Aurores novamente," Sirius respirou roucamente,
"Vou precisar de algum aviso."

"Des-" Remus começou, mas Sirius colocou a mão sobre sua boca, sorrindo.

"Não ouse se desculpar. Quero dizer, puta que pariu. "

Remus riu, tirando sua mão. Ele acenou com a mão para a janela preguiçosamente, e ela se abriu,
deixando entrar o ar frio do inverno.

"Uau," Sirius ergueu as sobrancelhas, "Quanto tempo isso vai durar?"

"Está indo embora," Remus respondeu, fechando os olhos. Sim, estava; ele podia sentir seu
coração desacelerando, seus músculos relaxando. "Da última vez, a maldição de Snape a drenou,
então suponho que qualquer tipo de contra-magia funcione."

"Bem, eu prefiro isso do que amaldiçoar você..." Sirius rolou e acariciou o quadril nu de Remus.

"Hm." Remus murmurou em concordância, os olhos ainda fechados.

"Então..." Sirius disse, sua mão parada agora, sua voz mais solene, "Ou foi muito bem ou muito
mal no ministério...?"

"Ambos." Remus jogou os braços sobre o rosto. "Precisamos conversar sobre isso?"

"Sim, acho que sim."

Remus suspirou pesadamente. Ele se sentou, pegando seus cigarros.

"Greyback está na Inglaterra." Começou.

Sirius sentou-se imediatamente, franzindo a testa. Ele pegou um cigarro da caixa que Remus
estendeu, colocou-o entre os lábios, acendeu-o e olhou para Remus muito sério.

"Me conte tudo."

E Remus o fez.

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Acredito que há uma explicação do porque - na literatura - as crituras mais poderosas


são as que sofrem preconceito e vivem na periferia da dignidade. Não sei se já leram,
mas outras séries, como os livros da Cassandra Clare (dos quais eu sou muito fã desde
o meu ensino fundamental), apresentam o mesmo sistema de exclusão no que diz
respeito à lobisomens, vampiros, etc, assim como em Harry Potter. Nos livros escritos
pela JKR, Greyback é um dos poucos que consegue fazer magia não vocal, o que é
dito ser algo extremamente difícil e, ainda sim, não é nada explorado durante a série (e
é explorado em atyd, o que alimenta ainda mais a narrativa). Em minha opinião, a
superioridade que os bruxos pensam ter em relação às outras criaturas, é puramente um
medo que se perdeu, por isso nem eles mesmos o reconhecem mais.

Como já disse outras vezes, a literatura é um reflexo da sociedade e, eu posso estar


louca, mas consigo fazer um paralelo claro entre a subjugação dessas criaturas pelos
bruxos e das mulheres pelo sistema capitalista, por exemplo. Mulheres, sendo
detentoras do poder de criação da vida, ou seja, criação de mais força de trabalho,
viram propriedade no momento em que os homens entendem que, se o nosso corpo
pertencer a nós, eles não terão controle sobre a reprodução, então surge a instituição
do casamento, da criminalização do aborto, do controle dos corpos femininos, da
subjulgação, da misoginia, da invenção do conceito de virgindade. Enfim, sei que
estou indo longe demais, mas tenho certeza que entenderam o que quero dizer: o poder
de reprodução detido pelas mulheres causou medo e fez com que tudo isso se
desenvolvesse, assim como o medo do poder mágico dos lobisomens.

Porém,

"Entre 2003 e 2013, a taxa de homicídios entre negras no Brasil aumentou 54%,
enquanto a vinculada a mulheres brancas diminuiu 9,8%. Tratar as mulheres como um
grande grupo universal não nos permite compreender as diferenças e as desigualdades
vivenciadas entre diferentes raças e classes." Prefácio de Bianca Santana do livro
Mulheres e caça às bruxas de Silvia Federici.

Temos que ver quem são as que estão sendo mortas.


Capítulo 157: A guerra: O bando
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Once upon a sunshine,

Before the final bell,

I told my story to big boy,

With connections straight from Hell.

His fiddle was his sweetheart,

He was her favourite beau,

And hear me saying was all he playing

Them songs from long ago.

And then I told my story to the cannibal king

He said baby, baby, shake that thing.

'Shake that Thing', The Sensational Alexander Harvey Band

Sábado, 13 de janeiro de 1979

Primeira lua

"Eu odeio isso." Sirius disse, fumando um cigarro atrás do outro.

"Eu sei." Remus respondeu e esfregou as têmporas. Ele estava ficando com dor de cabeça, o que
não era incomum na lua cheia.

"Quero dizer, eu realmente odeio isso." Sirius bufou, olhando pela janela. Ele ficou lá, um braço
cruzado na cintura estreita, o outro dobrado no cotovelo para que pudesse levar o cigarro aos
lábios. Tinha que ficar se esticando na ponta dos pés para soprar a fumaça pela abertura na janela -
estava frio demais para abri-la completamente. Cada vez que se esticava, sua camiseta subia quase
até o umbigo, exibindo a pele macia e uma linha fina de pêlos escuros.

Remus estava deitado no sofá, uma flanela fria na testa, observando Sirius tragar, esticar-se, soprar.
Adorável, adorável criatura. Como Remus teve tanta sorte?

"É uma puta loucura mandar você por conta própria. Por que não posso ir? Eu poderia ir como
Padfoot. "

"Não." Remus suspirou, "Você ainda cheira como um humano. Eles iriam te rasgar ao meio."

"E se eles te rasgarem ao meio?" Sirius se virou bruscamente. Ele parecia perturbado, suas
bochechas estavam rosadas, o que era incrível para sua pele de porcelana.

"Eu?" Remus bufou, tentando parecer descuidado, "O filho pródigo de Greyback? Improvável."

"O que é um filho pródigo?"

"Ah, certo, er ... só significa que vou receber uma recepção calorosa. Gaius disse para não me
machucar. Lívia me chamou de irmão. "

"Posso ir com você e ficar apenas um pouco? Antes que mais alguém apareça? "

"Não é seguro, Padfoot." Remus respondeu gentilmente.

Sirius apagou o cigarro com raiva no parapeito da janela. Remus desejou que ele parasse de fazer
isso - eles precisariam repintar logo se ele continuasse - mas agora não era a hora de repreendê-lo.
"Por que você não vai para a casa dos Potter?" Sugeriu "Não passe a noite aqui sozinho".

"Não me importo onde vou passar a noite." Sirius se jogou na poltrona.

"Bem, eu me importo," Remus resmungou, "Eu preciso saber para onde ir depois que a lua se pôr."

"Merda, verdade," Sirius sentou-se, jogando o cabelo para trás, "Ok, eu irei para os Potter - então
se você precisar de qualquer ajuda, Euphemia estará disponível. Porra, e se você não puder
aparatar? E se você--"

"Então eu envio um patrono."

"Mas se não estiver forte o suficiente..."

"Eu vou estar." Remus respondeu simplesmente. Com base nas coordenadas que Moody havia
enviado, estaria indo para uma floresta encantada. Se houvesse metade da magia que havia na
Floresta Proibida, então Remus não teria nenhum problema para ir embora. A menos que alguém
com igual força tentasse impedi-lo, mas ele estava tentando não pensar nisso.

Um leve som de campainha ecoou pelas paredes. Eles não tinham conhecido seus vizinhos de
maneira adequada - apenas acenaram com um tímido 'olá' no corredor - mas sabiam que tinham um
relógio de pêndulo, porque tocava a cada hora e era tão alto que podiam ouvi-lo em sua sala de
estar. Eram quatro horas da tarde e estavam no rigor do inverno, o que significava que o pôr-do-sol
era iminente.

Remus se sentou lentamente, jogando de lado a flanela. Suas costas doíam, as primeiras pontadas
que lhe diziam que a lua estava a caminho.

"É melhor eu ir andando", disse.

Sirius o encarou, chocado. Remus resmungou, levantando-se. Ele se aproximou e beijou a testa de
Sirius. "Vá para a casa dos Potters. Eu vou ficar bem. Honestamente, você sai em missão o tempo
todo. "

"Assim não! Coisas defensivas, serviço de guarda, transporte de mensagens, não... "

"Alguém tem que fazer isso," Remus deu de ombros. "Prefiro que seja eu."

Ele pensou em Danny novamente e se encolheu, balançando a cabeça para se livrar da memória
negativa. Ela continua ressurgindo desde que Remus descobrira a verdade sobre por que Danny
fora transformado. Deus, os McKinnon 's tinham todos os motivos para odiar Remus.
Ele calçou os sapatos, amarrando os cadarços com cuidado, embora soubesse que teria que tirá-los
novamente em breve. Usava roupas trouxas - o que havia sido a sugestão de Ferox. Os lobisomens
não faziam ideia de onde Remus estava morando, ou como ele estava vivendo. Se Remus pudesse
convencê-los de que estava sendo evitado pelo mundo bruxo, melhor ainda.

Eles se abraçaram na porta, a pele de Remus já queimando, Sirius se agarrando a ele com tanta
força que Remus achou que teria que levá-lo afinal.

"Eu amo você." Sirius disse em seu ombro. Eles não tinham dito isso desde o funeral de Hope, mas
Remus não teve nenhum problema em responder instantaneamente.

"Eu também te amo. Eu vou ficar bem. Vejo você em breve, eu prometo. "

E então ele saiu, aparatou, e quando abriu os olhos, estava completamente sozinho.

***

Ele estava em algum lugar em Derbyshire. Pelo menos pensava que sim. Escurecia rapidamente, e
a densa copa da floresta a tornava ainda mais escuro. O ar da noite estava muito frio e limpo, mas
Remus já estava quente demais e começou a se despir imediatamente. Ele estava sozinho, afinal,
não havia necessidade de ser tímido. Exceto que ele não estava sozinho; não completamente. Esta
era definitivamente uma floresta mágica, ele podia sentir o gosto na brisa, ouvi-la no farfalhar dos
galhos das árvores no inverno.

A lua começou a subir e Remus sentiu seu corpo começar a mudar. Ele se apoiou em um carvalho,
arranhando a casca com as unhas, os dedos dos pés se curvando sob a folhagem mofada.

As árvores pareciam ter empatia. A terra se ergueu para encontrá-lo, o solo úmido esfriando sua
pele febril, corujas e raposas e morcegos e todas as criaturas noturnas da floresta gritando enquanto
ele gritava e sua pele se abriu e seus ossos racharam e seus dentes afiaram, até que ele não era mais
Remus, e ele uivou junto com eles.

O lobo rosnou, abanando o rabo. Não sabia onde estava, ou por que estava sozinho. Onde
estavam os outros? Onde estava o preto? Farejou o ar, sentindo algo próximo. Ele jogou a cabeça
para trás e uivou mais uma vez, cantando para a lua.

Pela primeira vez em sua vida, o lobo não cantou sozinho. Uma cacofonia de belas vozes se
juntou, respondendo, e ele correu em direção a eles a toda velocidade. A cada batida de seu
coração de lobo, ele ofegava; casa, casa, casa. Eu estou em casa.

***

Domingo, 14 de janeiro de 1979

Tossindo e cuspindo, Remus voltou a si. Ele voltou pouco a pouco, confuso, dolorido e exausto.
Abriu os olhos e os semicerrou para o sol frio e amarelo da manhã brilhando para ele através dos
galhos nus. Ao seu redor, os sons de outras pessoas acordando, alguns soluços quebrados, suspiros
ásperos e risos femininos. O cheiro era tão delicioso, tão seguro e tão reconfortante.

Remus se apoiou nos cotovelos, folhas mortas grudando em sua pele úmida. Ele tinha uma longa
marca de garra ao longo de sua coxa direita, três listras escorrendo sangue. Em torno dele, seis ou
sete outros estavam nus no chão da floresta, lentamente acordando.

"Irmão!" Uma gargalhada familiar soou.

Remus se virou para ver Livia rastejando até ele de quatro, os quadris balançando, um sorriso
louco no rosto. À luz do dia, suas tatuagens pareciam marcas de animais; elas cobriam cada
centímetro de seu corpo esquelético em grandes espirais, "Eu sabia que você viria!"

Ela se ajoelhou aos seus pés, e ele tentou puxar os joelhos para longe dela, mas ela estendeu a mão
e agarrou seu tornozelo. "Você estava lindo, Remus Lupin, lindo," ela ronronou, inclinando-se para
frente, sua mão subindo pela perna dele.

"Saia de cima de mim, Livia," ele rosnou, tentando chutá-la - mas ela o segurou rápido.

"Shhh", disse ela brincando, inclinando-se ainda mais, sua mão se movendo cada vez mais perto,
"Apenas relaxe meu amor, meu querido irmão..."

Ela estendeu a mão e passou três dedos abertos pelos cortes na perna dele. Parecia estranho. Todo
o seu corpo pareceu formigar e estremecer, se sentia quente e - preocupantemente - à beira da
excitação. Ele se afastou então, correndo para trás de quatro como um caranguejo. Livia riu dele,
erguendo as três pontas dos dedos ensanguentados, depois os sugando em sua boca um por um,
sorrindo e murmurando de prazer.

Perturbado, ele se levantou rapidamente, descobrindo que o que quer que Livia tenha feito, havia
curado a ferida. Estava apenas com uma cicatriz prateada.

Os outros também estavam de pé se aproximando dele, caminhando em direção a Remus por entre
as árvores, os olhos ardendo de curiosidade, farejando o ar. Alguns deles estavam cortados ou
arranhados, mas cada um curou o outro, apenas tocando e canalizando a magia natural que os
rodeava. Muitos deles tinham a cabeça raspada e o início das mesmas tatuagens de Lívia. Outros
talvez fossem iniciantes mais recentes e tinham cabelos mais longos e pele limpa.

Remus queria invocar suas roupas, e idealmente sua varinha também, mas parecia um pouco rude
quando todos os outros estavam pelados também. Além disso, ele não estava com frio, pelo menos
não ainda. Também não estava com medo, o que parecia estranho. Ele olhou para os outros rostos.
Aquela voz dentro dele ainda dizia: alcateia, alcateia, casa.

"Gaius," Livia disse, de repente, levantando-se. Gaius estava ao seu lado em um instante. Ele sorriu
para Remus, lambendo os lábios.

"Bem-vindo, irmão."

"Bem-vindo, irmão!" Os outros ecoaram, um após o outro, como uma cascata de sinos. Remus
sentiu uma onda de adrenalina, de uma conexão forte e inegável.

"Estamos muito felizes por você ter se juntado a nós", disse Gaius. Lívia se voltou para ele e
começou a lamber suas feridas, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Castor também estava lá, mas hesitou. Desde a última vez que Remus o conheceu, Castor havia
recebido um ferimento que cortou seu rosto, uma longa rachadura por cima de seu nariz. Foi
curado, mas arruinou seu rosto outrora belo.

Remus se lembrou de si mesmo e encontrou sua voz.

"Eu já tive o suficiente", disse ele, erguendo o queixo. "Já estou farto dos humanos, quero ver o
que mais existe."

O sorriso de Gaius se alargou e Livia ergueu os olhos também, sangue nos lábios e dentes.

"Nosso pai ficará muito satisfeito", disseram eles em uníssono.

"Tão satisfeito!" Repetiu o grupo.

"Eu quero conhecê-lo," Remus disse, "Você dirá isso a ele?"

"No tempo certo, Remus Lupin." Livia e Gaius disseram.

"No tempo certo..."

Porém, algo estava acontecendo, o bando estava recuando. Eles se afastavam, voltando para as
árvores e arbustos, desaparecendo na paisagem como os predadores que eram. Remus sentiu um
puxão no peito. Ele queria segui-los; não queria perder sua companhia ainda.

"Onde vocês estão indo?" Perguntou a Livia, quando ela também começou a se afastar.

"Nos veremos no próximo mês, Remus Lupin," ela disse, seu rosto suavizando um pouco - ela
parecia quase gentil, se você ignorasse o sangue secando nos cantos de sua boca, "Não é muito
tempo a se esperar."

"Mas eu..."

Os dois se viraram e não olharam para trás.

Agora Remus começou a sentir frio. O frio pareceu começar de dentro para fora. Ele sentiu uma
terrível solidão vazia que não existia em si antes. Aquele cheiro se fora, a familiaridade, a
segurança que representavam. Jesus Cristo, Moony , ele sibilou para si mesmo, resolva-se, você
não é realmente um deles!

Ele convocou suas roupas rapidamente e segurou sua varinha com força. Parecia algo estranho,
algo vestigial. Era muito mais fácil simplesmente invocar a força de seu próprio corpo, da ponta
dos dedos, sem necessidade de um graveto estúpido. Ele franziu a testa. Não se sentia como ele
mesmo. Seria melhor aparatar de volta para os Potter rapidamente, antes que se tornasse
completamente selvagem.

Ele aparatou para a porta dos fundos e bateu fracamente no vidro das janelas francesas. Se sentia
muito mais cansado agora; talvez pelo esforço da aparatação, ou apenas por estar longe da floresta
e de volta à mundanidade. A Sra. Potter já estava na cozinha e veio imediatamente, abrindo as
portas.

Ela sorriu para ele com olhos vincados e enrugados.

"Remus, querido," ela disse com sua voz muito baixa - os outros ainda deveriam estar dormindo.
"É melhor eu te perguntar algo... deixe-me ver... oh, eu não sou boa nisso... ah, onde você e os
meninos foram nas férias antes do seu sétimo ano?"
"Cornwall," Remus respondeu prontamente, grato por ser lembrado daquele verão maravilhoso,
"Perto de Truro."

"Adorável," ela abriu a porta. "Agora, você está bem? Sente alguma dor? "

"Não, estou bem", disse enquanto entrava na cozinha, estendendo os braços como se para provar
sua boa saúde para ela. Oh Deus, agora que estava dentro da casa, podia sentir o cheiro de Sirius, e
tudo nele queria alcançá-lo de uma vez.

"Adorável," a Sra. Potter sorriu, cansada. "Bem, então acho que vou voltar para a cama, faltam
horas para o café da manhã. Os meninos estão dormindo, Sirius está em seu quarto, mas se você
quiser um pouco de paz e sossego, arrumei a cama extra também."

"Obrigado, Sra. Potter" Remus respondeu, praticamente subindo correndo as escadas para o quarto
em que Sirius estava. Ele voltou a si pouco antes de apenas escancarar a porta e, em vez disso,
empurrou-a gentilmente, espiando para dentro.

Estava bastante escuro com as cortinas pesadas fechadas para o amanhecer. "Você está acordado?"
Sussurrou redundantemente, porque sabia que ele estava.

"Moony!" Sirius se sentou imediatamente.

Remus correu para a cama, recuando no último momento, porque não, ele não era um lobo agora;
ele era humano e tinha que agir de acordo.

"Você está bem?!"

"Sim," ele acenou enfaticamente, "Foi bom, não foi nada demais. Nós apenas caçamos."

"Caçaram?!" Os olhos de Sirius se arregalaram.

"Coelhos." Remus esclareceu. Ele ainda podia sentir o gosto da carne da caça entre os dentes. Seu
estômago se embrulhou e ele ficou quente mais uma vez, "Honestamente, foi bom. Fácil."

"Eu estava tão preocupado com você que nem dormi... você não quer entrar aqui?" Ele puxou as
cobertas.

"Er..." Remus se mexeu, ainda de pé, "Estou um pouco... no limite."

Sirius franziu a testa, confuso. Remus pigarreou.

"Você sabe. Como no outro dia? "

"Oh!" Sirius estendeu a mão e tocou o braço de Remus levemente. Ele mordeu o lábio,
estremecendo deliciosamente, sentindo o gosto da mesma sensação. "Então você.. hum... "

Ele estendeu a mão e as colocou nos quadris de Remus, enrolando os dedos sob o cós da calça
jeans, Sirius puxou-o em sua direção, "Tudo bem, posso dormir até mais tarde..."

Os dois realmente dormiram até mais tarde e, felizmente, James, Lily e os Potter os deixaram
imperturbáveis. Quando acordaram às cinco da tarde, Remus se sentia como o pior convidado do
mundo, embora, claro, Sirius estivesse perfeitamente em casa.

Remus tentou explicar os eventos da noite para Sirius, mas havia coisas que ele não conseguia
deixar de encobrir. Livia curando-o daquela maneira íntima. O desejo que ele teve de ficar, de
segui-los. Não estava mentindo, estava sendo tão honesto quanto pensava que era seguro.
Mais tarde, ele contou a Moody e Ferox uma versão ainda mais censurada. Para ser justo, eles não
pediam muitos detalhes e Remus não via porque deveria entregar tudo a eles. Estava ansioso para
manter a identidade dos outros lobisomens em sigilo pelo tempo máximo que pudesse
realisticamente e, por enquanto, eles só estavam interessados em Greyback.

Quanto a Remus, ele estava o mais próximo que já tinha estado do que sempre quis, desde que era
criança. Ele iria encontrar o homem que destruiu sua vida. E ele iria matá-lo.

***

Domingo, 11 de fevereiro de 1979

Segunda lua

No mês seguinte, Remus tentou manter uma aparência de normalidade. Ele comparecia às reuniões
e encontrava seus amigos - frequentemente ia ver as meninas no intervalo do almoço; Lily e
Marlene em St Mungo's, Mary a apenas uma curta viagem de ônibus de Kensington. Quando Sirius
não estava e se sentia sozinho, ele ligava para Grant. Ouvia discos e lia livros.

Mas não podia ignorar o quão diferente se sentia. Às vezes, isso o pegava desprevenido; uma
memória ou um cheiro vinham a ele, e seus dedos do pé se enrolavam e ele lambia os dentes. Seus
sonhos se tornaram quase exclusivamente sobre florestas, uivos e o luar suave e frio.

Ele estava mais bem preparado da segunda vez, mas ainda igualmente nervoso. Remus aparatou no
mesmo local de antes, caso viessem encontrá-lo - mas eles não o fizeram e ele se transformou
sozinho.

O lobo encontrou sua alcateia ainda mais rápido desta vez. Eles uivaram e latiram em saudação, a
cadela alfa mordiscou sua orelha e se esfregou contra ele, os lobos mais jovens abaixaram suas
cabeças em submissão. Então a caça começou. O lobo não conseguia se lembrar de alguma vez já
ter sentido uma alegria tão descomplicada antes, mesmo com seu outro grupo. A raiva, o medo e a
fome foram embora com o vento em seu pêlo, o cheiro das presas que eles perseguiam.

Quando finalmente alcançaram o veado, Remus, Gaius, Livia e Castor foram os primeiros a
atacar; eles derrubaram o cervo. Os outros seguiram o exemplo, aproximando-se da fera que
lutava. O lobo saltou e cravou suas garras, saboreando o batimento cardíaco em pânico de sua
presa. Ele afundou seus dentes e arrancou a carne, e o sangue rico e quente desceu por sua
garganta.

Quando Remus acordou, ele não estava com fome.

Ele permitiu que Livia lambesse suas feridas desta vez, muito tonto e satisfeito para pensar muito
sobre qualquer uma das implicações.

"Encontrarei Greyback no próximo mês?" Ele perguntou antes que Castor e Livia pudessem voltar
às sombras.
"Nosso pai está ansioso para conhecê-lo Remus Lupin," Livia disse, "Você deve ser um pouco
mais paciente, meu irmão."

"Eu já me provei a vocês?"

"Não cabe a nós decidir."

Ele ficou na floresta mais tempo do que o normal - talvez apenas por preguiça. Mesmo sozinho, ele
se sentia melhor lá do que em qualquer outro lugar. Gostaria de se enrolar e dormir sob as árvores.
Quando Remus finalmente apareceu do lado de fora da porta dos fundos dos Potter, eles estavam
no meio do café da manhã.

Lily, James e Sirius estavam lá, rostos ansiosos e tensos, segurando grandes xícaras de chá com
leite. A Sra. Potter estava parada na janela olhando para fora e pulou quando Remus chegou. Ela
abriu a porta.

"Aí está você!"

"Desculpe," ele murmurou, um pouco vacilante em seus pés.

"Ah meu Deus, Moony, você está bem?!" Lily estava na porta agora também e ela apontou para
ele, horrorizada. Ele olhou para baixo e viu o sangue - havia escorrido pelo queixo e pescoço,
acumulando-se na depressão acima da clavícula e secando ali sem que ele percebesse.

"Merda", ele esfregou a boca, constrangido, "Não é meu, não é..."

James veio até a porta em seguida, e Remus de repente se sentiu muito enjoado, coberto de sangue
de veado, tendo se banqueteado com um deles apenas algumas horas antes. Ele estendeu o braço
para se apoiar na parede, vertiginosamente.

"Vamos, Moony," Sirius se abaixou entre James e Lily e tocou a mão de Remus levemente,
"Vamos limpar você..."

Felizmente, Remus se permitiu ser levado escada acima para o banheiro. Sirius preparou um banho
quente e ficou encostado na pia enquanto Remus se ensopava, piscando atordoado para os
redemoinhos cor de ferrugem na água quente.

"Não é humano," ele disse, trêmulo.

"Eu sei," Sirius respondeu, "É um cervo, posso sentir o cheiro."

"Você pode?" Remus o olhou. Sirius torceu o nariz.

"Eu tenho que me concentrar, mas sim. Eu estava conversando com Prongs sobre isso, quanto mais
tempo somos animagos, mais coisas estranhas notamos. Espero não me tornar daltônico, hein? "

Remus tentou rir dessa tentativa de aliviar a tensão, mas ele estava muito abalado.

"Foi ruim?" Sirius perguntou gentilmente, baixando a voz como se Remus fosse um inválido.

Não, Remus pensou consigo mesmo. Foi maravilhoso. Eu estava feliz; Eu era normal. Ele estava
enojado de si mesmo. O que está acontecendo comigo?

Ele olhou para Sirius e acenou com a cabeça. "Sim. Foi ruim."
***

Terça-feira, 13 de março de 1979

Terceira lua

"Não quero voltar para a casa dos Potter desta vez." Remus disse, antes que tivesse que partir para
a terceira lua com o bando.

"O que?" Sirius saiu da cozinha, onde estava lavando a louça. Ele estava ficando cada vez mais
cuidadoso com o apartamento - ou talvez fosse apenas energia nervosa; a guerra estava pesando
para todos, não apenas para Remus.

Sirius estava usando um par de luvas amarelas reluzentes, que Remus havia comprado para ele de
brincadeira, mas ele amava tanto que usava todas as vezes. Elas estavam molhadas e brilhantes,
pingando espuma no tapete.

"Eu disse que não quero voltar para a casa dos Potter." Remus repetiu, "De manhã. Você pode ficar
lá, obviamente, mas eu... eu simplesmente não vou, ok? Não sei o quão seguro é, não quero que
ninguém me siga. "

"Nós temos estado bem até agora..."

Sirius tem feito muito isso ultimamente; dizendo 'nós' quando na verdade era apenas sobre Remus.

"Acho que estamos sendo descuidados." Remus encolheu os ombros. "Não vou colocá-los em
perigo novamente."

"Ok." Sirius acenou com a cabeça. Ele tirou as luvas lentamente, "Para onde você quer ir, então?"

"Não sei. Eu pensei que talvez Cornwall? Aquelas ruínas do castelo que visitamos, você se lembra?
"

"É claro que eu me lembro. Devo encontrar você lá? "

"Espere pelo meu sinal. Eu quero que seja seguro. " Remus mudou de um pé para o outro. Ele
queria andar; suas costas doíam de novo e ele precisava ir embora logo, mas ficou quieto, caso isso
preocupasse Sirius.

"Moony, se não for seguro, prefiro estar lá para poder ajudar. Eu sei que Prongs, Wormtail e Evans
também-- "

"Não." Remus ergueu a voz. "Não, por favor."

"Mas Moony---"

"Olha, eu tenho que ir." Ele praticamente voou para fora da porta, sem nem mesmo colocar o
casaco.

Ele não disse um adeus apropriado, nem mesmo disse 'eu te amo', o que estavam fazendo toda vez
que se separavam agora, só para garantir. Mas é claro que Remus pensou que voltaria. Ele não
poderia saber o que o bando havia planejado.

***

Desta vez foi um alívio abandonar sua forma humana e abrir mão da responsabilidade por
algumas horas. Eles correram e brincaram e lutaram e uivaram durante a noite, espantando fadas
da vegetação rasteira, seguindo os cheiros que sentiam.

Quando a lua começou a desaparecer, o lobo diminuiu a velocidade, começou a choramingar ao


sentir seu corpo encolher de volta à patética forma humana. Os outros também pararam e se
aproximaram.

Livia foi a primeira a atacar, e Remus, meio lobo, meio homem a essa altura, tentou lutar, mas ela o
segurou com força, suas patas se tornando mãos como garras. Castor e Gaius o pegaram também,
prendendo-o enquanto Remus gemia e cerrava os dentes com as dores da transformação.

E então ele era humano mais uma vez, pressionado no chão pelo bando, apoiado em seu
emaranhado de membros fortes e quentes. Ele levantou a cabeça, gritando.

"O que você está fazendo?! Me deixe ir!"

Livia riu, montada nele, jogando a cabeça para trás, e então aconteceu. Aquela sensação estranha
de sucção e aperto enquanto todos os quatro aparataram, com Remus incapaz de fazer qualquer
coisa além de se agarrar e rezar para que ele não se estrunchasse.

De repente, o chão embaixo dele era de pedra dura e fria, a rocha penetrando em suas costas nuas.
Os outros finalmente sairam de cima dele e ele se levantou com dificuldade, olhando ao redor com
ar selvagem. Eles estavam dentro de casa, em uma câmara de teto alto, como uma - seria uma
igreja?! Estava frio e cheirava a bando e magia antiga. Os outros ficaram em volta dele, sorrindo
loucamente.

"Aonde eu estou, porr-" Remus começou, mas parou quando Livia deu um passo para o lado e uma
figura alta e escura se aproximou. Remus conhecia aquele cheiro, conhecia aqueles olhos amarelos
ardentes. Ele congelou, paralisado de terror. Greyback deu um passo em sua direção, os dentes à
mostra em um sorriso cruel.

"Bem-vindo ao lar, filhote."

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Uma coisa que eu queria que notassem é que as dores da transformação do Remus
desapareceram conforme ele começou a aproveitar a experiência de ser um lobo e
realmente reconhecer todos os sentimentos positivos que isso poderia trazer a ele. Eu
tinha uma teoria que foi nesse momento que o Sirius começou a ter as primeiras
suspeitas sobre o Remus, porque eu não acho que o Remus tenha conseguido voltar a
agir normalmente entre as luas que ele passou com o bando, não acho que ele
conseguiu fingir que não se sentia melhor consigo mesmo ou que a experiência tenha
sido pavorosa. Não o culpo por não ter tentado explicar como estar com o bando o
fazia se sentir. Mesmo não sendo preconceituoso, seria díficil fazer o Sirius ou o James
(por exemplo) entender algo que não faz parte da natureza humana.

O que eu falei no capítulo anterior sobre a sociedade excluir aqueles que ameaçam o
poder vigente fica muito mais evidente nesses capítulos. Dá para ver o quão poderosos
os lobisomens podem ser por si mesmos, em bando e também com o uso da magia.

Em todos os livros da JKR o Greyback é descrito como um ser bestial, sem controle,
selvagem e eu adoro como ATYD quebra essa visão dele, que é a visão preconceituosa
que os bruxos tinham dos lobisomens. Prestem atenção em o quão diferente ele é em
relação ao canon.

Não quero deixar vocês nesse cliffhanger, então vou tentar postar mais um capítulo
hoje.

Lembrando que o PDF do primeiro e do segundo livro já está completamente


traduzido e disponível na minha linktree em todas as mihas redes sociais

Podem entrar em contato comigo no twitter ou no tiktok, o user é o mesmo aqui do


wattpad (wolfuckingstar).
Capítulo 158: A guerra: Cativo

As they pulled you out of the oxygen tent

You asked for the latest party.

With your silicone hump and your ten-inch stump

Dressed like a priest you was; Todd Browning freak you was.

Crawling down the alley on your hands and knees

I'm sure you're not protected for it's plain to see,

The diamond dogs are poachers and they hide behind trees.

Hunt you to the ground, they will,

Mannequins with kill appeal.

'Diamond Dogs', David Bowie

Quarta-feira, 14 de março de 1979

"Bem-vindo ao lar, filhote."

Remus não disse nada. Por enquanto, ele não tinha nada a dizer. Ele só queria dar uma boa olhada.

Fenrir Greyback. Remus esperava que fosse mais alto. Ele não era baixo de jeito algum, mas
quando ficou de pé e se endireitou, eles estavam no mesmo nível. Isso era bom. Isso lhe deu um ar
de coragem.

Ele poderia não ser mais alto do que Remus, mas Greyback certamente era maior em todos os
outros aspectos; ombros largos e fortes, pescoço grosso e atarracado, braços musculosos. Ele tinha
unhas compridas, grossas e amareladas, pelos escuros e crespos cobrindo seus antebraços e
surgindo sobre a gola de sua capa, encontrando uma barba escura que parecia mais pelo animal do
que cabelo. Seus olhos eram perigosos, desumanos.

A magia que irradiava dele não era como a de um bruxo; pelo menos nenhum que Remus havia
encontrado. Como uma lua cheia, ela irradiava. O cheiro, embora doentiamente familiar, não era
convidativo.

Remus havia se sentido em casa com o bando, sentiu que pertencia. Mas não com este homem. Ele
era o inimigo e sempre seria.

"Gosta do que vê?" O sorriso de Greyback se alargou, mostrando dentes afiados e predadores,
longos caninos amarelos.

Remus o encarou de volta impassível, a boca fechada.


Ele percebeu que Greyback não gostou disso. Greyback esperava que ele falasse - implorasse, se
enfurecesse ou até entrasse em pânico. E Remus sabia exatamente o que fazer com valentões que
queriam uma reação.

Ele inclinou a cabeça, fez uma careta indiferente e encolheu os ombros.

"É ok, eu suponho. Ei, posso pegar minhas roupas de volta?"

As pupilas de Greyback pareceram dilatar, ou talvez Remus apenas tenha imaginado. De qualquer
forma, ele se recuperou rapidamente, ainda sorrindo rigidamente.

"Onde estão minhas maneiras? Castor!" Ele estalou seus dedos parecidos com garras.

Castor apareceu ao lado de Greyback em um momento, com as costas retas e envolto em uma capa
de pele, carregando um pacote de roupas. Livia também estava lá, olhando com adoração para seu
pai. A velha igreja em que eles estavam não tinha teto, e na luz rosada do amanhecer, Remus pôde
ver claramente o rosto de Castor pela primeira vez. Haviam três longas cicatrizes rosadas de um
lado; marcas de garras, rosas e macias como pele queimada.

Greyback o viu encarando.

"É uma pena", disse ele, estendendo a mão e acariciando a bochecha de Castor com uma unha suja.
Castor não se moveu. "Odiava estragar algo tão agradável de se olhar, mas ele aprendeu a lição,
não é, filhote?"

Castor acenou com a cabeça, olhando para a frente como um soldado.

"Bom menino." Greyback acariciou sua bochecha marcada. "Mesmo assim ainda é lindo, hein
Remus?"

Remus não disse nada e desviou o olhar, enojado.

"E eu pensei que você fosse um conhecedor de beleza." Greyback resmungou fingindo decepção.
"É por isso que enviei a você meus filhos mais adoráveis."

Livia estremeceu de prazer com isso, sacudindo a cabeça com orgulho.

Castor estendeu as roupas de Remus, e ele as pegou, vestindo-se com cuidado. Ele procurou sua
varinha no bolso da calça jeans, mas ela não estava lá.

"Ah," Greyback rosnou, "Procurando por isso?"

Ele retirou a vara longa e fina de suas próprias vestes sujas de lama. Remus sentiu uma onda
horrível de desejo por ela. "Receio que não permitamos esses brinquedos humanos tolos."
Greyback sorriu de lado. Ele pegou a varinha de Remus com as duas mãos e a partiu em duas.

Remus teve que lutar para não gritar. Essa tinha sido a varinha de Lyall. Na verdade, foi a única
coisa que Lyall deu a Remus que não era completamente inútil. Ele mordeu o interior da bochecha
com força.

Greyback entregou os fragmentos da varinha para Livia, que os girou alegremente entre os dedos
como bastões. Remus ergueu o queixo em desafio.

"O que você quer de mim?"

"Eu quero o que sempre quis, filhote," Greyback se aproximou, para que Remus pudesse sentir seu
hálito azedo, seus narizes a apenas alguns centímetros de distância, "Eu quero cuidar de você."

Ele estendeu a mão para colocá-la em seu ombro, e Remus precisou de cada grama de vontade para
não recuar ou se esquivar. Os longos dedos de Greyback o apertaram de maneira paternal - mas um
pouco perto demais de sua garganta para ser confortável.

"Eu vim me juntar a você," Remus respirou, lutando para conter os nervos.

Greyback inclinou a cabeça para trás e riu. Foi uma risada rouca e ofegante do fundo de seu peito.

"Isso é o que meus filhos me dizem. Remus Lupin se juntou a nós, dizem, ele abandonou o mundo
humano... Mas eu me pergunto..." Ele lambeu os lábios, olhando Remus de cima a baixo
lascivamente," Eu me pergunto se Remus Lupin realmente mudou seus hábitos... "

"Estou aqui, não estou?" Remus protestou, "Passei três luas com... "

"E onde você estava entre as luas?" Greyback desafiou. Ele cheirou o ar entre eles. "Você cheira a
humanidade."

Com isso, ele soltou o ombro de Remus, empurrando-o para trás com força. Remus atingiu o chão
de pedra com um baque, e um suspiro de surpresa e dor deixou sua boca quando suas costas
bateram. Greyback andou para longe, seu bando se dividindo para deixá-lo passar.

"Castor, Livia," ele rosnou, "Cuide de nosso convidado. Veja se não podemos arrancar um pouco
dessa humanidade dele. "

Remus ficou de pé rigidamente e foi atrás de Greyback, mas Livia e Gaius o bloquearam com seus
corpos. Por cima dos ombros deles, ele observou Greyback deixar a igreja por um arco aberto e
desaparecer na folhagem verde brilhante.

Sozinho e sem varinha, Remus se afastou dos outros com cautela. Ele se perguntou se poderia
aparatar, mas não ousou - e afinal de contas, essa não era a missão? Ele havia alcançado o que
pretendia; estava no bando de Greyback. Deixando de lado qualquer pensamento sobre sua casa ou
seus amigos, Remus encarou seus captores. Agora era a hora de ser corajoso.

Livia se aproximou dele primeiro, jogando as partes estilhaçadas da varinha para longe e agarrando
seus braços, torcendo-os com força atrás das costas. Castor veio em seguida, a mesma expressão
estóica em seu rosto. Ele estava desenrolando um pedaço de corda, segurando-o.

"Ei!" Remus lutou contra Livia, "Cai fora, você não vai me amarrar!"

"Não é por muito tempo, irmão," Livia sibilou em seu ouvido. "É necessário." Então ela o lambeu -
ela correu sua longa língua da nuca dele quase até a linha do cabelo. Ele estremeceu de desgosto,
lutando com mais força, mas ela apenas riu - ela era tão forte.

Eles o amarraram com força, então o forçaram para frente, Castor liderando, puxando a corda em
volta dos braços e do corpo de Remus; Lívia empurrando por trás.

Ele cambaleou desajeitadamente pela igreja, ainda instável em seus pés, tendo acabado de se
transformar.

Foi empurrado para o que deveria ter sido o altar. Atrás dele havia um antigo ambulatório em arco
e, sob as sombras, um conjunto de degraus que conduziam a um porão que parecia um túnel de
sepulturas. Eles começaram a descer, o forte cheiro de terra úmida subindo.
"Onde estamos?" Remus tentou perguntar.

"Estamos em casa." Castor respondeu sem olhar para trás.

Livia deu-lhe um soco forte nas costas e ele não fez mais perguntas.

Eles chegaram ao final da escada, que se abriu em uma cripta, o teto abobadado apenas alto o
suficiente para Remus ficar em pé.

Não havia muito lá. Uma luz estranha e leitosa encheu a sala, mas parecia não ter uma fonte
natural. Haviam câmaras fechadas com grades de cada lado das paredes, antigamente deveriam
servir como tumbas, Remus presumiu, mas agora haviam sido esvaziadas. Elas foram substituídas
por cobertores, travesseiros velhos e manchados e peles de animais.

Remus piscou com força, seus olhos se ajustando à luz e, antes que pudesse se orientar, foi jogado
para dentro de uma das celas. Livia resmungou algum encantamento e as barras de ferro forjado se
fecharam, as pesadas correntes negras enrolando-se firmemente na fechadura.

"Ei!" Remus se jogou descontroladamente contra as barras, "Que porra é essa?!"

"Sente." Livia mandou. As pernas de Remus se dobraram sob ele e ele caiu. Ela sorriu em sua
direção. "Descanse, irmão. Paciência."

"Eu vim aqui para me juntar a você, não pode me tratar como -"

"Não me faça silenciá-lo." Ela sibilou.

Ele fechou a boca - voluntariamente. Talvez fosse melhor esperar para ver, por enquanto. Livia
lambeu os lábios. "Tente descansar."

Ela se afastou. Castor foi deixado para trás, olhando para Remus, o rosto inescrutável, o corpo
ainda rígido. Remus olhou de volta. Seu pobre rosto. Isso tinha sido por causa de Remus? Ele havia
sido punido pela última vez na Floresta Proibida? Seus olhos escuros fixaram-se em Remus por um
longo tempo, sem vacilar, até que Remus fez uma careta para ele;

"O que?!"

"Remus Lupin está realmente aqui para se juntar ao bando? Para se submeter ao nosso pai? "

"O que você acha?!" Remus projetou o queixo, embora soubesse que dificilmente parecia digno,
sentado no chão imundo com os braços amarrados ao corpo.

"Eu acho..." Castor inclinou a cabeça ligeiramente, como se ninguém nunca tivesse perguntado a
ele sobre seus próprios pensamentos antes. "... Acho que Remus Lupin ainda não sabe o que vai
fazer."

Remus não tinha uma resposta para isso. Obviamente, ele gostaria de pensar que isso não era
verdade, que sua vontade era de ferro, inquebrável. Mas agora, preso, desarmado e exausto, ele não
conseguia reunir muito orgulho.

Castor não pareceu se importar. Ele apenas acenou com a cabeça levemente e, em seguida, recuou
para a sala. "Descanse, Remus Lupin." Ele disse, antes de virar as costas.

A cripta estava enchendo agora, outros lobisomens estavam chegando, saturando a sala com seu
cheiro e sua energia. Remus recuou para um canto, joelhos contra o peito, e os observou das
sombras. As idades deles só variavam ligeiramente - Remus não achava que nenhum deles tinha
mais de trinta anos. Em vários estados de nudez, ele podia ver que todos eles eram magros e
marcados, e alguns tatuados. Nenhum deles estava particularmente limpo.

Ainda assim, quando todos se acomodaram, aparentemente para descansar dos eventos da lua
cheia, Remus não pôde evitar sentir um pouco de segurança e calor. Ele ainda estava se
acostumando a estar cercado por sua própria espécie, e o desejo de se acalmar e ficar confortável
como todos estavam fazendo era forte. Como se seus corações estivessem todos batendo como um;
todos faziam parte do mesmo corpo e agora era a hora de dormir.

Livia não estava em lugar nenhum, nem Greyback, e Remus se consolou com isso. A câmara
escura ficou quente, e enquanto o bando se acomodava silenciosamente, murmurando e
sussurrando entre si enquanto se deitavam, as pálpebras de Remus ficaram pesadas e seus membros
moles, e eventualmente a exaustão o atingiu e ele dormiu.

***

"Onde você está, sua besta imunda?!" A voz anasalada da Diretora gritou enquanto ela
caminhava para cima e para baixo nos corredores cheios de ecos, saltos altos estalando como um
predador. "Quando eu colocar minhas mãos em você, vou te bater até a próxima semana!"

Remus se encolheu ainda mais em seu esconderijo, cobrindo os ouvidos com as mãos e fechando
os olhos com força. Ela nunca o encontraria; ele era muito bom em se esconder e muito pequeno.

Ele estava debaixo de uma das camas dos meninos grandes. Sabia que não deveria estar em
naquele dormitório, seria espancado se um deles o encontrasse; mas ele sabia como ficar quieto.
Aprendera isso nos primeiros dias em St. Edmund's, e agora já estava lá há algum tempo,
dificilmente era incomodado, a menos que realmente atrapalhasse alguém.

Remus não se sentia muito bem. Seu corpo estava começando a doer e sua pele estava quente e
coçando.

Ele queria sua mamãe, mas não sabia mais onde ela estava. Talvez ela tivesse ido a algum lugar
com o papai, e eles viessem buscá-lo em breve. Talvez eles estivessem caçando o homem mau que
o machucou.

Remus se beliscou com força. Ele não queria pensar no homem assustador. Ele não conseguia se
lembrar muito disso, exceto quando estava realmente assustado. Beliscar ajudava, exceto que
agora a dor por toda parte estava ficando ainda pior. Os ossos de suas pernas doíam e ele queria
desesperadamente esticá-los, mas então alguém poderia vê-lo.

Finalmente foi demais, e outra onda de dor o forçou a se desenrolar, soltando um grito.

"Owww...."

"Ah ha!"

Ah não. Diretora. De repente, havia uma mão em torno de seu tornozelo, e ela o puxou com força,
tirando-o de debaixo da cama.
"Aí está você, seu monstrinho! Venha comigo, você sabe que tem que ir para o seu quarto. "

"Não ..." ele gemeu, enquanto ela o içava e o carregava sob um braço. Não o quarto. Ele odiava
seu quarto; era tão assustador. "Me solte!" Ele bateu os punhos contra ela, mas ela mal reagiu,
marchando pelo corredor, descendo as escadas e indo em direção a sua cela.

"Me solte!" Ele gritou, chorando agora, catarro e lágrimas escorrendo pelo rosto, "Eu quero
minha mamãe! Eu quero minha mamãe! "

"Ela não está aqui." A diretora estalou. Ela abriu a porta e o colocou lá dentro, batendo-a com
força na cara dele. Ele ouviu os ferrolhos dispararem e começou a chorar ainda mais.

Estava tão escuro.

Ele tinha medo do escuro desde o homem mau, e mamãe sempre deixava que ele acendesse a luz
do corredor, mas a Diretora não era como a mamãe; ela nunca fazia coisas boas, apenas coisas
horríveis, porque ele tinha sido muito mau. Ele estava aqui porque era mau? Era por isso que a
mamãe não o queria e papai foi embora?

Ele soluçou e gritou, mas ninguém apareceu. Era muito assustador e muito escuro, e doeu, doeu,
doeu ... Um rosnado horrível encheu sua cabeça, e de repente Remus se lembrou por que não se
sentia bem e por que tinha que ser trancado em seu quarto.

Remus acordou assustado. Seu rosto estava molhado de lágrimas e ele estava completamente
molhado com suor. Levou longos segundos para lembrar que tinha dezenove anos, não seis, e não
estava trancado em sua cela em St. Edmund's.

Ele não pensava no Abrigo há muito tempo - e ele tentava nunca relembrar essas memórias. Seu
coração batia forte em seus ouvidos, a adrenalina corria por ele e ele lutou para manter suas
emoções sob controle.

Ele estava sendo vigiado. Era Jeremy - o jovem que Gaius estava recrutando no Cabeça do
Manticore. Ele estava encostado nas barras, olhando para Remus.

"Pesadelo?" Ele perguntou, sua voz rouca, como se estivesse se curando de um forte resfriado. Ele
estava mais magro do que Remus se lembrava.

Remus se endireitou rapidamente, estendendo a mão para limpar o rosto com a parte de trás das
mangas, descobrindo que as cordas haviam desaparecido misteriosamente. Alguém entrou e o
desamarrou? Livia havia feito isso de alguma forma?

A cela ao lado de Jeremy estava vazia, agora eram apenas os dois.

"Está tudo bem", disse Jeremy em tom de conversa, "Eu também tive pesadelos quando cheguei
aqui. Todos nós tivemos. Eles nos dizem que são todas as coisas antigas vindo à tona; as memórias
de que não precisamos. Assim que elas forem embora, podemos começar nossas novas vidas com o
bando. "

"Vocês todos ficaram trancados assim?" Remus perguntou, sua garganta doendo. Ele estava com
sede, mas não queria parecer fraco.

"Não." Jeremy encolheu os ombros. "Só você. Eles estão preocupados com você depois do que fez
no bar. E existem outras histórias. Eles falam sobre você às vezes. "

"Quem fala? Livia? Castor? Greyback?? "


Jeremy deu de ombros novamente, apático.

"Sim. Muito. Eles estão no comando. Livia primeiro, porque ela foi transformada por Greyback.
Você consegue coisas melhores, se for um descendente direto."

Remus bufou. Ele se perguntou se Jeremy sabia que havia sido transformado por Greyback
também, e se ser amarrado e jogado em uma cela contava como 'coisa melhor' ou não.

Jeremy começou a tossir, um estalo profundo e forte, que sacudiu seu corpo e o dobrou. Ele puxou
sua capa de pele mais apertada em torno de seu corpo magro, e Remus finalmente sentiu algo além
do medo ou da raiva. Sentiu simpatia.

"Vocês todos moram aqui, neste lugar?" Ele perguntou baixinho, olhando para o porão úmido.
"Entre as luas?"

Jeremy acenou com a cabeça.

"Melhor do que onde eu estava antes." Ele disse. Então, como se entediado com a conversa, ele
simplesmente se afastou. "Estou com fome." falou suavemente. "Vou dizer a alguém que você está
acordado.Te vejo por aí."

E Remus estava sozinho novamente. Com cuidado, ele ficou de pé, verificando se nada estava
quebrado, torcido ou dolorido. Não, na verdade ele se sentia melhor do que normalmente depois da
lua - mesmo com os cuidados da Madame Pomfrey. Se ao menos não estivesse preso. Se eles não
tivessem destruído sua varinha. Ele enfiou a mão na calça jeans e descobriu que eles o deixaram
com seu relógio de bolso, pelo menos.

Remus segurou o objeto de metal pesado em sua mão, deixando-o aquecer contra sua pele. Ele
pensou em Sirius - embora soubesse que não deveria; não sabia quem estava ouvindo seus
pensamentos, e mesmo se ninguém estivesse, Sirius era uma fraqueza.

Estaria ele preocupado? Provável que sim, Remus disse a si mesmo. Isso é o que o amor era, com
certeza.

Ele havia ido para as ruínas do castelo em Cornwall, onde eles concordaram em se encontrar? Ele
esperou e esperou, se perguntando onde Remus estava, o que tinha acontecido com ele? Talvez ele
tenha sido o primeiro a dar o alarme, dito aos Potter's, depois a Moody, ou até mesmo a
Dumbledore. Remus não achava que qualquer um dos dois ajudaria muito. Para eles, Remus estaria
em uma das três situações:

Morto.

Completando sua missão de se infiltrar nos lobisomens.

Tornou-se agente duplo e realmente se juntou aos lobisomens.

E da perspectiva de Moody, qualquer que fosse, era melhor que Remus ficasse onde estava. Ele
esperava que ninguém tivesse dito isso a Sirius.

Já sentindo sua determinação começando a ir embora. Remus forçou Sirius a voltar para o fundo de
sua mente. Não havia nada que ele pudesse fazer a não ser tentar ao máximo cumprir a missão,
permanecer vivo e voltar para ele. Esse tinha que ser o seu foco.

Ele caminhou pela cela algumas vezes. Não era grande; talvez cinco passos de diâmetro, três de
profundidade. As peles de animais com as quais havia sido forrado eram de veado e urso, e outra
coisa que Remus não reconheceu. Não era lobo. Nada nativo da Grã-Bretanha. Ele tocou as barras,
elas pareciam estranhamente quentes e zumbiam contra sua pele. Magia.

Tendo uma súbita onda cerebral, Remus deu um passo para trás e fechou os olhos. Ele estava um
pouco rígido e ainda nebuloso de sono, mas a magia estava lá, por toda a sala. Sobras do bando e
dos feitiços de amarração de Livia. Ele tentou reunir um pouco para si mesmo. Era muito difícil
sem uma varinha e com os nervos tão abalados.

Ele puxava e puxava a atmosfera ao seu redor, mas era como tentar fumar um cigarro apagado.
Nada entrava e ele ficou sem fôlego. A magia parecia além de seu alcance.

"Esforços admiráveis, querido."

Remus abriu os olhos e deu um pulo, vendo Livia agora parada no meio da sala. Ela sorriu com o
desconforto dele e gesticulou para Jeremy, que descia as escadas atrás dela, segurando uma grande
jarra de estanho e um prato com um pouco de comida. Pão e carne - cheirava a coelho, e Remus
esperava que fosse. Ele começou a salivar quase imediatamente.

Livia estalou os dedos, e a jarra e o prato deixaram as mãos de Jeremy e apareceram no chão da
cela de Remus com um * pop *. Então, ele pensou. Você pode transportar coisas através das barras.
Isso significava que ele poderia sair delas se ele tentasse o suficiente.

"Coma, meu querido," Livia ronronou. "Pai deseja que sejamos fortes."

"Obrigada." Disse Remus. Ele fez contato visual com ela e tentou segurá-lo. Isso funcionou com
Gaius - e acidentalmente com Danny. Eles se submeteram a ele, eventualmente.

Livia retribuiu seu olhar e sorriu, parecendo muito satisfeita.

"Esse é o meu garoto."

"Onde está Greyback?"

"Mostre algum respeito." Os olhos dela brilharam e Remus sentiu uma pontada no crânio. Ele
engasgou, pressionando a palma da mão na testa, "Ele é nosso pai." Livia sibilou.

"Tudo bem!" Ele gritou "Onde está nosso... nosso pai?" Dizer isso o fez ter vontade de vomitar.

"Isso não é da sua conta."

"Eu quero falar com ele!"

"Em seu tempo. Depois de provar seu valor. "

"Como vou provar alguma coisa trancado aqui?!" Remus ficou furioso, frustrado. Livia apenas
sorriu de volta.

"Remus Lupin encontrará um jeito. Adeus, irmão. Lembre-se de comer alguma coisa. "

Ela se virou e saiu, estalando os dedos para Jeremy ao fazer isso. Ele correu para segui-la escada
acima, olhando para trás para Remus enquanto o fazia, e murmurando, 'Desculpe.'

Remus observou seus pés desaparecerem quando chegaram ao final da escada, e então ouviu um
barulho alto de algo rangendo quando uma coisa pesada se fechou sobre a escotilha. A estranha luz
que iluminou a sala por todo esse tempo se apagou, como um interruptor de luz, e Remus foi
deixado sozinho, trancado no escuro.
Capítulo 159: A guerra: Submissão

Oh! You silly thing

You've really gone and done it now

Oh! You silly thing

You really gone and done it now

'Silly Thing', The Sex Pistols.

Domingo, 25 de março de 1979

Remus estava ficando louco.

Essa era a única explicação.

O tempo passava lentamente, cada segundo se esgotando ao longo de semanas - e então as horas
voavam de uma só vez, como mísseis, deixando-o sem fôlego.

Eles traziam comida, e essa era a única maneira de Remus medir seus dias. Ninguém falou com
ele; talvez eles tivessem sido avisados para não fazer isso. Talvez fosse parte de sua prova. No
entanto, eles o olhavam. Eles o encaravam.

O bando voltava todas as noites para dormir - às vezes Livia, Gaius e Castor estavam lá. Outras
vezes, não. Nunca Greyback, embora às vezes Remus pensasse que podia sentir o cheiro dele - mas
isso pode ter sido a loucura. Depois de dois dias no escuro, ele não confiava em seus sentidos.

Depois de uma semana, ele não confiava em nada.

Ele nunca estava confortável, sempre inquieto e exausto; andando até seus pés ficarem
machucados. Dormia pouco, mas muito ao mesmo tempo; preso entre surtos espasmódicos de
inconsciência e insônia. Remus tinha sonhos terríveis. Cada memória ruim subia até a superfície de
sua mente. Principalmente as de St. Edmund's, mas também daquele verão após o quinto ano,
quando ele nunca esteve tão solitário e quando odiava Sirius.

Ele ficou paranóico, convencido de que eram os outros que estavam controlando sua mente de
alguma forma, forçando-o a ver coisas que não queria; coisas que não estavam lá.

Às vezes, ele sonhava que Sirius estava morto. Então, quando aquilo arrancava todo o terror dele,
ele sonhava com cada um de seus amigos morrendo, um por um. Seus fantasmas o visitavam,
chorando ou furiosos. Quando acordava, nunca sentia que eles tivessem realmente ido embora.

Outras vezes Remus se perguntava se de fato ele estava morto, e este era um inferno projetado de
forma extremamente específica.

No final da primeira semana, ele havia perdido todo o senso de vergonha. Ele chorava, uivava,
gemia, ria loucamente, ou então se aninhava no canto e sussurrava para si mesmo. Tentou ter
conversas em sua cabeça, mas não funcionou da mesma maneira que antes. A voz calma de Grant
se transformou na de Lívia, Sirius em Castor e Remus ficou sem nenhuma saída.

Em momentos de lucidez, ele tentava invocar mais magia, mas era muito difícil, e estava muito
fraco.

Às vezes ele pensava que poderia conseguir. Um dos outros usava um feitiço (sempre sem varinha;
nenhum deles jamais fazia magia do jeito dos bruxos) para invocar algo, ou iluminar a sala - e
Remus sentia aquela velha agitação de poder. Mas nunca durava o suficiente.

Finalmente, os pais de Remus apareceram para ele - em sua cabeça, mas também na cela. Hope
estava chorando - doente, mesmo na morte, seu rosto magro e abatido. Ela usava uma mortalha
branca e havia terra em seu cabelo louro - embora Remus soubesse que ela havia sido cremada.

Lyall foi o pior; talvez porque Remus não tivesse uma base sólida para ele, além de algumas fotos
espontâneas. O Lyall que sua imaginação febril sonhou era cruelmente sem coração, com um
sotaque requintado de classe alta e olhos azuis frios.

"Deixou aquele animal destruir minha varinha, não é?" O fantasma magro sussurrou em seu
ouvido "Eu deveria ter tirado você de sua miséria, todos aqueles anos atrás."

Enquanto os outros fantasmas o envergonhavam, o faziam se sentir pequeno e triste, Lyall só


deixava Remus com raiva. Ele berrou com seu pai como um louco e se atirou contra as paredes de
sua jaula.

"Paz, irmão." Castor apareceu nas barras, depois que Remus já fazia isso há algum tempo. "Este
não é o caminho."

"Foda-se!" Remus rosnou, segurando a cabeça entre as mãos enquanto tentava se firmar na
realidade.

Castor retirou-se. Remus continuou sofrendo. Ele se enrolou no chão e cobriu a cabeça como um
cachorro ferido. Isso o fez pensar em Sirius.

Pensamentos estúpidos ocorreram a ele, como - onde Sirius estava ficando? Na casa dos Potter? No
apartamento deles? Remus não gostou da ideia de Sirius sozinho. Ele estava comendo direito? Ele
estava fumando muito? Ele já tinha caído daquela motocicleta idiota e quebrado o pescoço?!

Alguém estava ao menos procurando por Remus?

Ele fechou os olhos e tentou fingir que estava em outro lugar. Em casa, em seu minúsculo
apartamento em Londres, lendo jornal. Ou em sua velha cama em Hogwarts, com as cortinas
fechadas.

À noite, na cripta, Remus podia ouvir o resto do bando respirando, roncando, rolando. Alguns
choravam, talvez quando pensavam que ninguém mais estava acordado. A maior parte tossia,
resultado das condições de umidade. Depois de uma semana, Remus também pegou a tosse e se
sentiu mais fraco do que nunca.

Ele nunca tinha sido exatamente corpulento- sempre foi decididamente magro, mesmo depois de
sete anos comendo em Hogwarts. Mas agora Remus mal reconhecia seu próprio corpo - os ossos de
seus quadris ficaram afiados, sua calça jeans escorregava pela cintura, suas costelas se projetaram
como galhos de uma árvore de inverno e sua pele ficou seca e em carne viva, rachando em alguns
lugares.

Essa fraqueza física só aumentou o desespero de Remus - quem ele pensava que era, juntando-se a
um exército rebelde idiota logo depois da escola? Nenhuma das centenas de livros que ele leu o
havia imbuído de bom senso?!

É claro que ele não poderia enfrentar Greyback - a ideia cômica. O que era engraçado, na verdade,
era que Greyback nem mesmo iria matá-lo. Remus não valia o esforço. Ele simplesmente iria
perder tudo nesta cela, e ninguém jamais saberia.

"Você não está tentando." Castor disse, voltando para vê-lo.

Talvez tenham se passado apenas algumas horas desde a primeira vez que ele tentou falar com
Remus. Talvez já tivesse se passado dias.

Devia ser de dia, porque não havia mais ninguém na cripta.

"Me deixe sair!" Remus balbuciou, agarrando-se às barras de sua jaula. "Por favor!"

"Deixe-se sair." Castor respondeu friamente.

"Eu não tenho minha varinha!"

Castor resmungou. Ele estendeu a palma da mão vazia e uma chama vermelha-sangue apareceu
nela. Isso emprestou um brilho suave e atraente às feições de Castor, borrando as bordas irregulares
de sua cicatriz e tornando-o bonito novamente.

"Não precisamos de varinhas, Remus, não pegamos magia emprestada como humanos comuns."

"Eu não tenho o suficiente." Remus gemeu, caindo para trás.

"Idiota." Castor disse, fechando a mão sobre a chama, queimando-a em um punho. "Você está
transbordando dela. Você ainda está pensando como um humano. Por que acha que ele o colocou
aqui? "

"Para me ver morrer."

"Idiota." Castor repetiu, balançando a cabeça com desdém.

"Por que , então?!" Remus rosnou.

Castor olhou em volta disfarçadamente para confirmar que estavam sozinhos. Ele se aproximou.
Seu cheiro ficou mais forte quando ele se posicionou contra as barras da cela, e Remus sentiu uma
atração involuntária por ele. Castor baixou a voz.

"Você está sendo testado, seu tolo. Você é apenas o quarto filho de Greyback a retornar para ele -
você sabe que posição isso lhe dá?! Que tipo de pode?! Você viu Lívia e Gaius, você sabe do que é
capaz. "

"Mas por que--"

"Você atacou Gaius. Verão passado. Greyback está preocupado com você agora - ele não vai dizer
isso, mas está. Ninguém desafia aqueles dois, ninguém. "

"Eu não queria desafiar ninguém, ele me atacou primeiro, e eu ..."

"Você agiu como um lobo." Castor disse triunfante, seus lábios macios se curvando nos cantos "E é
isso que você deve fazer agora."
"Por que você está me contando isso?" Remus o olhou com desconfiança. Porque fazia um estranho
tipo de sentido agora, como se Castor o tivesse sacudido para acordá-lo.

"Porque você não é bom para mim nesta gaiola." Castor respondeu, olhos escuros queimando com
intensidade. "Um ano atrás, Remus Lupin falou comigo sobre mudança. Sobre uma vida melhor.
Eu não esqueci."

"Parece que me lembro de você rindo na minha cara." Remus respondeu amargamente, "'O bando é
tudo', não foi isso que você disse?"

"O bando é tudo." Castor afirmou ferozmente. "Isso não mudou. Outras coisas sim. Você não está
sem aliados aqui. "

"Se você quer tanto minha ajuda, então me tire daqui." Disse Remus.

Castor ergueu uma sobrancelha, lhe dando um longo e duro olhar avaliativo.

"Será melhor para você se fizer isso sozinho. Os outros devem ver você tendo sucesso. "

Remus estava prestes a fazer outra pergunta, quando a atmosfera mudou - Livia estava chegando.
Castor recuou rapidamente e não disse mais nada. Remus o observou à distância, sua mente
finalmente começando a funcionar.

***

Ele precisava de magia. Precisava de poder e de uma emoção forte e boa para fazer tudo funcionar.
Felizmente, Remus sempre teve emoções fortes em abundância. Isso e paciência.

Estimulado pela proposição intrigante de Castor, Remus achou muito mais fácil se concentrar e
ficar calmo. Agora que sabia que não estava totalmente sozinho, as aparições fantasmagóricas
tornaram-se mais fáceis de ignorar.

E ele começou a notar coisas. Como como os outros lobisomens não eram tão homogêneos quanto
pareciam à primeira vista. Eles eram todos bastante jovens - claramente Greyback tinha um tipo
preferido; nenhum deles parecia ter mais de 25 anos. Eles estavam todos magros e com cicatrizes.

Porém, quanto mais Remus os observava, mais ele via suas diferenças. Amizades e alianças;
rancores e rixas, gostos e desgostos.

Quando ele prestava muita atenção, Remus podia até dizer há quanto tempo cada um deles era
lobisomem - isso ficava claro pela hierarquia. O conjunto mais jovem se separava em dois campos;
fanáticos que idolatravam Lívia e Gaius, e aqueles que não tinham tanta certeza, menos
confortáveis com esse estranho estilo de vida subterrâneo. Eles tendiam a ficar ao lado de Castor;
dormindo em um lado da cripta, conversando entre si.

Gaius em particular parecia incomodado com este grupo. Ele revistava o chão da cripta todas as
noites, exigindo silêncio, ordenando que eles se deitassem mais separados. Remus sabia, desde o
primeiro encontro na Cabeça do Manticore, que Gaius tinha um pavio curto, e assim que Remus se
agarrou a essa ideia, ele soube que tinha que encontrar uma maneira de explorá-la.

A ajuda finalmente veio de um lugar inesperado. Jeremy, um dos membros mais jovens do bando,
e até agora o único que tinha falado com Remus além de Castor e Lívia, ficava entediado
facilmente. Ele tinha um lado travesso que lembrava Remus de James e Sirius - ele sempre contava
piadas para fazer os outros rirem, e era um dos mais queixosos quando se tratava de condições de
vida.

Gaius o odiava, é claro, e nunca perdia a oportunidade de colocá-lo de volta em seu lugar.

Uma noite, quando todos estavam se preparando para dormir, Jeremy teve um ataque de tosse
particularmente violento. Na opinião de Remus, ele estava definitivamente exagerando, demorou
muito mais do que seria provavelmente necessário.

"Controle-se, irmão." Gaius sibilou, imediatamente de pé, cruzando a cripta para ficar ao lado de
Jeremy, os dentes à mostra.

"Des-culpa," Jeremy gaguejou, ficando carrancudo de maneira sarcástica "Eu não posso impedir, é
a umidade!"

"Seus irmãos e irmãs parecem se virar bem o suficiente." Gaius respondeu entediado.

Jeremy bufou. Gaius ergueu a mão, como se fosse lançar um feitiço.

"Talvez você precise ser lembrado de como se comportar."

Jeremy lambeu os lábios, nervoso e ficou quieto. Castor, que estava sentado nas proximidades,
levantou-se. Ele colocou a mão no ombro de Gaius.

"Eu vou falar com ele, irmão. Não se preocupe. "

"Nosso pai exige obediência." Gaius sibilou. Os olhos de Castor brilharam.

"Estou bem ciente das exigências de nosso pai."

Gaius claramente queria retrucar, mas vendo o fogo na expressão de Castor, pensou melhor e se
retirou, se esquivando, empurrando com raiva três jovens mulheres amontoadas que estavam
assistindo a tudo.

Castor se agachou e sussurrou para Jeremy.

"Não o provoque."

"Ele é um idiota! Ele não é Greyback, ele não pode nos dar ordens! "

"Você não pode provocá-lo." Castor repetiu, uma nota de advertência em sua voz. Não foi
atendido.

"Eu estava tossindo! Não pude evitar! Não é como se eu estivesse assobiando uma melodia alegre!
"

As mulheres mais próximas riram.

"Paz." Castor disse.


Todos pareceram se acalmar depois disso; a ordem e a quietude foram restauradas. Remus sentou-
se encostado na parede de trás de sua cela, os braços abraçando seus joelhos. Em uma das mãos,
ele segurava o relógio de bolso, que estava quente e escorregadio de tanto ficar em sua mão o
tempo todo.

De repente, houve um assobio longo e baixo. Os olhos de Remus se abriram, seu estômago se
revirando. Esse maníaco.

As garotas perto de Jeremy estavam rindo de novo quando ele começou a assobiar uma musiquinha
- Remus achou que soava como 'Mary had a Little Lamb', mas ele não era bom com rimas infantis.

Durou apenas alguns compassos - Gaius estava sobre ele em segundos, rosnando, as mãos em
volta da garganta de Jeremy. O corpo do jovem ficou rígido como uma tábua, e Remus pôde
instantaneamente sentir o cheiro de carvão da magia negra que Gaius estava usando para subjugá-
lo.

Foi como uma sensação de leve formigamento; todos os cabelos de seu braço se arrepiaram.
Remus fechou os olhos e inalou, bebendo a energia mágica como se estivesse sedento por ela. A
delícia foi intensificada pela terrível fúria de Gaius; por seu desejo flamejante de machucar.

Era isso. Era só isso! Remus estava tonto de empolgação quando as peças se encaixaram no lugar.

"Irmão," a voz de Lívia agora. Ela se esgueirou pelo chão na direção de Gaius, lânguida como um
gato. "Deixe o filhote. Ele está inquieto e animado, isso é tudo. "

Gaius soltou Jeremy, que caiu para trás, tossindo mais forte do que antes. Remus podia sentir o
cheiro de sal de suas lágrimas. Castor se ajoelhou ao lado do jovem, uma mão gentil em seu
ombro.

Remus começou a pensar rapidamente. Ele era péssimo em assobiar - sabia apenas fazer o assobio
de lobo (e Sirius amava a ironia disso), mas não conseguia manter o tom por muito tempo. O que
mais seria irritante? Ele precisava da atenção de Gaius - precisava de sua raiva .

Ele pigarreou, limpando sua garganta seca.

" Still dunno what I was waiting for... " Remus tentou, sua voz um pouco rouca e esganiçada por
falta de uso.

Houve uma vibração de movimento, uma sensação de orelhas em pé, como se estivessem
esperando para ver o que ele estava fazendo. Estava muito desafinado também, mas era a única
música da qual ele conseguia se lembrar de todas as palavras.

Remus engoliu em seco e ergueu a voz mais alto, levantando-se e se aproximando das barras.

" And my time was running wild, a million dead end streets, and... " Um pouco mais de movimento
agora, alguns dos mais jovens estavam sentados, o olhando " Every time I thought I'd got it made,
it seemed the taste was not so sweet... "

Algumas risadinhas. Alguém sussurrou: "Ele finalmente enlouqueceu."

" So I turned myself to face me... " Remus fechou os olhos e berrou, revirando a testa contra as
barras frias, " Though I'd never caught a glimpse, of how the others must see the faker-- "

"Silêncio!" A voz aguda de Gaius soou.


" I'm much too fast to take that test... "

"SILÊNCIO!"

Remus inclinou a cabeça para trás e respirou fundo.

" CH CH CHANGES! TURN AND FACE THE STRANGE CH CH CHA-ANGES! "

"Remus Lupin!" Gaius estava de pé, caminhando em sua direção, uma mão levantada. "Pare com
isso UMA VEZ!"

" DON'T WANNA BE A RICHER MAN... " Remus continuou, sentindo a feroz energia mágica de
Gaius preenchendo o espaço entre eles, como uma onda de ar quente correndo sobre si,
encharcando-o. Ele apertou o relógio de bolso com mais força e extraiu a magia dele também,
sugando-a até os ossos, até a medula.

Remus abriu os olhos e as barras de sua cela desapareceram como fumaça. Sorrindo, ele deu um
passo à frente, cruzando a soleira da cripta. Estava livre.

" Time may change me.. . " ele meio cantou, meio riu de Gaius, que estava diante dele,
boquiaberto.

"Volte! Livia! Castor! Me ajudem--"

"Cale a boca, Gaius." Remus ergueu a mão, mal pensando sobre isso, apenas deixando a magia
fazer o trabalho. Gaius foi silenciado. Sua boca abriu e fechou algumas vezes, os olhos arregalados
de terror. Remus sentiu uma onda de prazer com isso. Sim! Me tema. "Bom menino", ele sorriu.
"Agora, você..."

Ele se afastou e empurrou Gaius com força para dentro da cela, antes de estalar os dedos para que
as barras reaparecessem imediatamente. Gaius encontrou sua voz e rugiu, furioso.

"Me deixe sair!"

Remus riu. Ele estava prestes a se virar para se dirigir ao resto do bando - todos estavam
murmurando agora, vários graus de nervosismo e excitação. Ele sentiu uma mão em seu ombro.
Livia apareceu à sua esquerda, Castor à sua direita. Os dois sorriam, o orgulho brilhando em seus
olhos.

"Meu irmão," Livia sussurrou, "Finalmente! O Pai vai ficar muito orgulhoso. "
Capítulo 160: A guerra: Soldados da Infantaria
Chapter Notes

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I count the corpses on my left,

I find I'm not so tidy.

So I'd better get away, better make it today

I've cut twenty-three down since friday.

But I can't control it.

My face is drawn, my instinct still emotes it.

'Running Gun Blues', David Bowie.

A onda quente de poder no corpo de Remus não se dissipou tão rapidamente quanto antes - talvez
simplesmente porque sempre esteve lá - só que agora ele sabia como se sintoniza-lá. Ou talvez
fosse um mecanismo de defesa devido ao que o instinto lhe dizia que estava por vir.

Todos na cripta podiam sentir também. Alguns deles se levantaram, ansiosos. Livia fechou os
olhos e suspirou de prazer.

Passos pesados e rápidos ecoaram da igreja acima. A adrenalina inundou o corpo de Remus quando
a laje de concreto que cobria a entrada da cripta foi empurrada para o lado.

Greyback desceu. Ele parecia diferente de antes. Não estava na defensiva agora. Estava sorrindo,
sua postura e cheiro acolhedores. Amigável.

O coração de Remus deu um salto.

Greyback sorriu, seus olhos escuros e secretos como a floresta.

"Remus Lupin," ele disse. "Acho que é hora de conversarmos."

Remus concordou com um aceno de cabeça, pasmo.

Greyback também acenou, ainda sorrindo, depois se virou e começou a subir as escadas
novamente. Remus o seguiu sem nem olhar para trás. Finalmente, finalmente, esta era sua chance.
Para fazer o quê, ele ainda não sabia. Tudo o que Remus sabia naquele momento era que seu pai
tinha vindo até ele, e ele estava exultante.

O ar ficou mais fresco e mais limpo enquanto eles emergiam da igreja em ruínas, e Remus respirou
fundo, fechando os olhos. Era quase noite; estava fresco e silencioso. Sob as nuvens mal
iluminadas, a floresta ao redor deles estava se transformando do dia para a noite, as criaturas
noturnas bocejando, se espreguiçando e saindo de seus buracos e túneis.
Greyback conduziu Remus pelo corredor da igreja, até a saída em arco, e eles caminharam - não
por muito tempo - através das árvores jovens de faia, passando por robustos carvalhos ingleses, por
um estreito caminho escondido que levava a uma espécie de caverna na base de uma colina. Uma
toca.

Sem olhar para trás, Greyback entrou, abaixando-se ligeiramente na entrada antes de se endireitar
quando a entrada se abriu mais e mais alto do que Remus poderia ter previsto de fora. Ele o seguiu,
porque não havia mais nada a fazer.

Lá dentro cheirava a casa. Terra, floresta, carne e lobo.

Embora não houvesse nenhuma fonte de luz natural, assim que Greyback entrou, uma série de
tochas ao longo das paredes da toca se acenderam, criando um espaço aconchegante e acolhedor.
Havia até uma fogueira com um caldeirão de estanho pendurado, transbordando com algo que
cheirava espesso e saboroso. Uma mesa de madeira ao lado da lareira estava cheia de alimentos de
todos os tipos - caça recém-morta e esfolada, tigelas de nozes e frutas vermelhas, cogumelos,
urtigas e pão.

As paredes da caverna haviam sido esculpidas em prateleiras e buracos cheios de livros e


pergaminhos. Haviam alguns banquinhos de madeira espalhados e Greyback gesticulou para que
Remus se sentasse.

Remus se sentou, olhando ao redor. Mais para trás, escondido nas sombras, ele podia sentir o
cheiro de uma cama - ou pelo menos do lugar onde Greyback dormia.

Mais perturbador, porém, era o cheiro do ensopado. A maior parte de suas refeições na última
semana eram geladas e Remus as comia na penumbra. O cheiro delicioso de uma refeição quente
ameaçou dominá-lo.

Ele observou seu captor pegar uma tigela de porcelana de uma prateleira e colocar uma pequena
porção de guisado do caldeirão, depois pegar uma colher e levar para ele. Greyback entregou-lhe a
tigela e Remus a pegou, ainda incapaz de tirar os olhos de Greyback.

Sua forma preenchia a entrada, dura, musculosa e imóvel. Seu cabelo escuro e grosso estava preso
em um nó e seus olhos amarelos se voltaram para Remus, curiosos e desafiadores ao mesmo
tempo.

Apesar de seu comportamento ser maior do que a vida, também havia uma quietude sobre ele que
Remus só tinha visto em animais selvagens. Um silêncio que prometia algo mais sinistro, como
uma armadilha pronta para ação.

Greyback se sentou em frente a Remus, com as mãos nos joelhos, e acenou com a cabeça para a
tigela de ensopado que aquecia suas mãos.

"Coma." Disse.

Sem hesitar - Remus ainda não sabia se estava cumprindo ordens porque precisava, ou porque
queria - pegou um pouco de ensopado e colocou a colher na boca. Ele poderia ter chorado. Foi a
coisa mais deliciosa que ele já tinha provado, quente e cheia de sabor - algum tipo de carne escura
e cebola saborosa. Ele mastigou, conforme instruído, antes de engolir em seco.

Greyback lambeu os dentes pontiagudos, "Bom filhote."

Remus o ignorou e continuou a comer, de repente percebendo que estava morrendo de fome. Um
poema que ele leu uma vez surgiu em sua cabeça, como um aviso.
Though the goblins cuffed and caught her,

(Embora os goblins a algemaram e a capturaram,)

Coaxed and fought her,

(Persuadiram e brigaram,)

Bullied and besought her,

(Intimidaram e importunaram)

Scratched her, pinched her black as ink,

(Arranharam, beliscaram, deixando-a com marcas pretas como tinta,)

Kicked and knocked her,

(Chutaram e bateram,)

Mauled and mocked her,

(Maltrataram e zombaram,)

Lizzie uttered not a word;

(Lizzie não disse uma palavra;)

Would not open lip from lip

(Não abria lábio de lábio)

Lest they should cram a mouthful in.

(Para que não forçassem a colher em sua boca.)

Christina Rossetti - Goblin Market

Claro, eram goblins. Você não deveria aceitar comida dada por fadas ou goblins - não havia nada
que tivesse lido em relação a lobisomens. Mas então, o que ele havia realmente aprendido sobre
lobisomens?

Greyback o observou mais um pouco, como se estivessem sentados para jantar juntos; velhos
amigos. Ele esperou até Remus quase terminar de comer para falar.

"Acabou pegando no pé de Gaius, hein? Interessante isso. Eu pensei que fosse ser Castor. "

"Ele estava sendo cruel." Remus respondeu.

"Ele é um bom filhote. Um lobo lindo; poderoso. Mas ele tem algumas coisas a aprender sobre
liderança, então te parabenizo. O que você acha dos meus outros filhos, hein?"

Remus terminou de comer. Ele engoliu em seco e chupou a colher pensativamente, antes de colocá-
la de volta na tigela vazia, então olhou Greyback nos olhos.

"Sinto muito por eles."


"Sente muito?"

"Pela maneira como vivem. Não há dignidade nela."

Os olhos de Greyback brilharam.

"Dignidade. Que criatura adorável você é, Remus Lupin. Sim, dignidade. Essa é exatamente a
palavra. Exatamente." Greyback estava acariciando sua barba, pensativo. "É uma situação
temporária, claro. Quando esta guerra for vencida -"

"Quando esta guerra for vencida," Remus disse, firmemente, "Os lobisomens serão mais odiados e
temidos do que nunca. Por causa do que você fez. Por causa de seus crimes. "

Greyback jogou a cabeça para trás e riu, mostrando longos dentes amarelos.

"Verdadeiramente adorável, filhote. Eu me preocupei que tanto tempo naquela cela pudesse ter
suavizado você, mas ... "

Greyback ergueu uma de suas grossas sobrancelhas e Remus sentiu uma agitação desagradável
dentro de seu cérebro, como se alguém estivesse acariciando seus pensamentos com os dedos. Ele
contorceu o rosto e Greyback deu uma risada baixa no fundo da garganta, "Não. Ainda intacto.
Meu filhote, bom e forte. "

Remus o encarou. A sensação de contorção parou.

"Você quer dizer", ele respirou, "Você não queria me quebrar?"

"Claro que não." Greyback cuspiu com desdém "É isso que você pensa? Essas são as mentiras vis
espalhadas sobre mim? Por que um pai desejaria mal a seus filhos?"

Remus inclinou a cabeça.

"Me diz você. Por que você atacaria uma criança de cinco anos? Por que me trancou?"

"Jogos de perguntas," Greyback movimentou sua mão de longas unhas, descartando as questões
"Essas não são as perguntas para as quais você quer uma resposta, não finja."

"Como você sabe o que eu quero?!" Remus sentiu seu temperamento esquentar e lutou para mantê-
lo sob controle. Ele tentou agarrar-se à sensação de poder que tirou de Gaius, para absorver a magia
que podia sentir nas paredes de terra da toca.

"Eu sei tudo sobre você, Remus Lupin." Ele o olhou com olhos afiados como navalhas mais uma
vez, e Remus sentiu aquela agitação desagradável em seus pensamentos.

"Não, isso não é justo." Remus balançou a cabeça, tentando construir uma parede contra Greyback.
"Você está usando legilimência!"

"Ah. Um truque bruxo. Lobos não leem mentes. Lobos veem almas."

Parecia a mesma coisa para Remus. Os lábios de Greyback se curvaram em um sorriso malicioso
mais uma vez.

"Não, Remus Lupin. Não é a mesma coisa. Afinal, pode-se mudar de ideia. Remus Lupin pode
simpatizar com seus companheiros do bando em um dia e insultá-los no dia seguinte. Essa é a
mente. Mas a alma de Remus Lupin... "
Greyback fechou os olhos e inalou, como se Remus tivesse um cheiro particularmente delicioso.

"Pare com isso!"

"Me faça parar."

Remus tentou. Ele tentou muito, muito, forçando a magia dentro dele para fora, através de seus
olhos, através de seus pensamentos. Pareceu funcionar. Sua mente se acalmou e Greyback se
recostou, parecendo satisfeito. Remus estava tão confuso agora - ele não queria agradar Greyback,
nunca.

"É perfeitamente normal me odiar, você sabe." Greyback disse, esticando os braços, girando os
ombros como se estivesse se preparando para dormir - ou brigar "É natural ficar ressentido com o
pai."

Você não é meu pai. Remus pensou, na parte de seu cérebro onde ainda se sentia ele mesmo, eu
nunca tive um pai e nunca precisei de um.

"Responda às minhas perguntas." Remus disse o mais vigorosamente que conseguiu, "Se você se
preocupa tanto comigo... como um... como um pai, então por que me transformar?! Por que me
caçar por anos e me enfiar em uma jaula assim que eu apareço?! "

Greyback estava rindo dele de novo, fileiras e mais fileiras de dentes, língua comprida e vermelha.

"Você pode agradecer a Lyall Lupin por sua transformação."

"Certo." Remus fez uma careta, "Terrivelmente humano, não é?! Vingança?"

"Autopreservação." Greyback respondeu, coçando atrás da orelha divertidamente. "Lyall tinha


ideias sobre como minha família deveria ser tratada. Ideias ignorantes. Ele precisava aprender. "

"Então por que não atacar a ele -"

"Porque ele era fraco ." Greyback sibilou. " Pude sentir o cheiro nele. Sem coragem, um hipócrita.
E eu estava certo. Um homem melhor não teria abandonado seu filhote e sua cadela. Embora talvez
eu deva agradecê-lo. Ele se destruiu antes que qualquer uma de suas fraquezas pudesse se infiltrar
em você. " Ele lambeu os lábios, "Tornou-se meu objetivo. Pegue-os jovens, os faça crescer
fortes."

Remus sentiu vontade de vomitar. Ele odiava Greyback tão ferozmente que era como se suas
entranhas tivessem se transformado em bile.

"Se você acredita nisso", ele continuou estoicamente, a boca cheia de saliva tornando suas palavras
grossas e desleixadas, "então por que esperar tanto para me encontrar? Você poderia ter me
arrancado do Lar a qualquer momento."

"Eu considerei isso," Greyback acenou, inclinando a cabeça pensativamente, "Eu peguei Lívia
quando ela mal falava. Castor e Gaius quando eram pequenos. Mas você era um caso diferente.
Dumbledore colocou as patas em cima de você antes mesmo de Lyall cair no chão. Eu sabia o que
o velho idiota estava pensando - seu próprio lobisomem de estimação; sua própria besta
domesticada, toda treinada e com uma cabeça cheia de truques e mentiras dos bruxos. Um monstro
educado. " Ele lambeu os lábios lascivamente, "Eu sabia de tudo isso, e pensei... por que não?
Deixe o filhote vir até mim quando for a hora certa, deixe-o aprender tudo o que puder sobre o
mundo mágico, e veremos, então, qual lado vence. "
"Lado? Você quer dizer... você ou Dumbledore? "

"Natureza ou criação." Greyback deu uma risadinha. Remus recuou, enojado.

"Então eu sou um experimento?"

"De certa forma."

Remus finalmente desviou os olhos, incapaz de encará-lo por mais tempo. Seus olhos se fixaram na
estante de livros à sua direita. Eram todos clássicos. O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde, A
Ilha do Doutor Moreau, O Conde de Monte Cristo.

"E a jaula?" Ele perguntou, trêmulo, olhando para as letras douradas em cada livro com capa de
couro. "Isso foi parte do experimento?"

"Estava claro que você tinha se tornado muito dependente dos truques que Dumbledore lhe
ensinou." Greyback disse, como se tudo fosse perfeitamente razoável. " Você foi confinado apenas
pelo tempo necessário, para garantir que seus verdadeiros dons fossem fortes o suficiente para se
manifestarem. E eles são, filhote. Olhe para você agora, brilhando com poder. "

Remus finalmente o olhou, encontrando aqueles olhos amarelos de lobo mais uma vez. Tudo bem
então. Se ele era tão poderoso, poderia usá-lo. Queimando com ódio amargo e ácido, Remus se
esforçou mais uma vez, focando o mais nitidamente que podia no corpo de Greyback.

Faça-o fraco, faça-o sentir doer.

Greyback endireitou as costas no banco e fechou os olhos, sorrindo como se Remus o estivesse
acariciando, como se ele não estivesse usando toda sua força. Então o lobisomem levantou a mão -
e Remus viu que ela estava tremendo, muito levemente. Ainda assim, Greyback era incrivelmente
poderoso, e Remus podia sentir sua própria magia ser contrariada e bloqueada. Pelo menos havia
tentado.

"Muito bom, Remus Lupin," Greyback disse depois de um longo tempo, sua voz um pouco mais
rouca do que antes. "Muito bem, filhote ..." Ele suspirou. "O suficiente, por esta noite, talvez.
Voltaremos a nos falar. "

Remus se levantou rapidamente, sentindo como se todo esse tempo tivesse sido aprisionado na
cadeira por uma força invisível; e agora o peso se foi.

"Um momento..." Greyback também se levantou e passou por Remus em direção ao quarto de
dormir sombrio atrás. Ele voltou segundos depois com um grande pelo cinza e entregou a Remus.
"Um presente, filhote. Bem-vindo ao bando."

Remus o pegou e segurou-o sobre um braço com cautela. Era bonito; a pele macia, prateada e preta
sob seus dedos.

"Eu posso ir?" Ele perguntou, olhando para a boca da toca, agora desprotegida e aberta. Ficou
nervoso de repente.

"É claro. Você conhece o caminho de volta. Você não está no mundo dos bruxos agora; você é
livre. Vá para onde quiser. Volte para o bando. Ou então... se preferir dormir aqui? " Seu rosto
ficou faminto novamente, seu sorriso zombeteiro, enquanto ele se afastava e gesticulava em
direção à sua própria cama.

O estômago de Remus se revirou novamente e ele saiu da toca o mais rápido que pôde.
Ficou do lado de fora sozinho por um longo tempo. O pensamento de aparatar - de sair de lá o mais
rápido que pudesse, voltar para casa, para Sirius, Londres e seus amigos - ocorreu apenas
rapidamente.

A noite havia caído na floresta. Remus respirou o ar adorável e olhou para os pontos de luz no céu.
Corujas voavam acima em busca de presas. Raposas pulavam pela vegetação rasteira, toupeiras
cavavam o solo abaixo de seus pés. Se sentia tão parte deste lugar quanto eles. Uma criatura da
natureza ganhando vida.

Uma brisa fresca agitou as folhas acima dele e ele estremeceu. Sem pensar, Remus puxou a capa de
pele sobre os ombros, envolvendo-a com força. Era bom, como uma segunda pele. Ele respirou e
exalou mais uma vez, para saborear a paz e a tranquilidade de estar sozinho. Então, se afastou da
toca e voltou para seu bando.

***

As coisas mudaram depois daquilo, é claro. Quando Remus voltou para o bando naquela noite, ele
já tinha um novo lugar na hierarquia. Gaius havia sido libertado de sua prisão e não encontrou os
olhos de Remus; não o desafiou, apenas fugiu para o seu próprio canto. Livia deixou claro que
agora Remus estava acima de Gaius ao se aproximar primeiro e acariciar sua nova pele,
ronronando de alegria.

"Lindo", disse ela, "lindo".

E quando chegou a hora de se acomodar e dormir, Remus poderia escolher qualquer lugar da cripta
que quisesse. O que teve que ser uma decisão cuidadosamente pensada; dormir ao lado de Lívia, a
cadela alfa, e o que isso estaria insinuando? Certamente diria a Gaius exatamente onde ele estava.
Seria o que Moody sugeriria, se Moody tivesse alguma ideia de como se comportar em tal situação.

Ele também possuía reservas quanto à Castor. Por um lado, o instinto disse-lhe para ficar do lado
do belo jovem - e ele sabia que não era inteiramente a ver com o fato de que Castor o tinha
ajudado. Remus estava acostumado com o cheiro agora, mas isso não o deixava menos atraído. Por
outro lado, Castor era claramente um dissidente. Ficar ao lado dele poderia levantar suspeitas de
outros membros do bando.

Porém, ele estava cansado e com sono, e já havia tomado muitas decisões que alterariam sua vida.
Então escolheu Castor, que parecia seguro, pelo menos. Remus teria que implorar por perdão mais
tarde.

Nos dias que se seguiram, Remus conheceu o bando não apenas pelo cheiro e como outros párias -
mas como pessoas individualmente. Muitos deles, como Jeremy, eram recentes. Adolescentes
fugitivos, filhos rejeitados de famílias bruxas envergonhadas. Todos eles tinham histórias difíceis
de fome, sofrimento e abusos terríveis.

Pela primeira vez na vida, Remus sentiu que teve uma infância privilegiada. E daí que a Diretora
era uma vaca velha de coração de pedra que odiava crianças? Pelo menos ele tinha tido um teto
sobre sua cabeça.

Alguns deles eram gentis e engraçados, alguns eram bobos e imaturos. Alguns estavam tristes e
tímidos. A cada dia Remus ficava mais desesperado para ajudá-los a encontrar um lugar e uma
vida melhor para todos e cada um.

Mas é claro que nem todos tinham a mesma história. Alguns deles não estavam com Greyback para
proteção ou abrigo - alguns deles realmente estavam lá para se vingar. Eles acreditavam na
filosofia do pai de todo o coração; assassinato para eles não era um crime, apenas a natureza de um
predador. O mundo lhes devia sangue e eles iriam tomá-lo.

"Eu também acreditei." Castor disse na manhã seguinte. Ele havia se oferecido para mostrar a
Remus suas trilhas de caça na floresta. Os dois pegaram coelhos e outros animais usando o instinto
e a magia. "Eu acreditei em tudo o que ele falava por muito tempo. Ele é o único professor que já
tive."

"Mas você mudou de ideia?" Remus perguntou meio esperançoso, porque ele ainda não tinha
certeza sobre as motivações de Castor.

"Sim." Castor respondeu, não percebendo a apreensão de Remus. "Foi um processo lento."

"O que o desencadeou?" Remus estava arfando um pouco para acompanhar Castor, que era ágil e
musculoso, a epítome da boa saúde apesar de suas cicatrizes.

"Nada em particular" Respondeu enquanto parava, olhando em volta, como se tivesse sentido um
cheiro. Ele pareceu pensar melhor e continuou andando, cabeça erguida e olhos penetrantes. Ele
era tão natural e relaxado consigo mesmo. Remus achava que nunca poderia ser assim. Vagamente,
isso o fez pensar em Sirius - exceto que, claro, Castor falava muito menos. Você realmente tinha
que arrancar respostas dele.

"Nada em particular?" Remus ofegou, "Algo deve ter-"

"Livros." Castor disse, avançando, a caminho de alguma coisa.

"Livros?!"

"O Pai encoraja que nos eduquemos. Para desenvolver pensamentos independentes. E eu fiz. É o
jeito da natureza se rebelar contra o pai. "

Isso soou assustadoramente como Greyback. Castor costumava fazer isso - todos faziam. Eles
falavam com uma só voz, e era sempre a dele.

"Mas se ele encoraja isso, então por que mais dos outros não ..."

"Eu disse que somos encorajados, não forçados." Castor disse, um pequeno sorriso irônico
brincando em seus lábios.

"Oh." Remus respondeu. Ele se lembrou de Lívia citando Platão para ele. Ser educados não
significava que todos chegariam às mesmas conclusões.

"Eu também ouvi o que você disse." Castor disse finalmente. "Quando fui preso pela dríade, na
Escócia. Eu sabia que você era meu inimigo, mas não queria machucá-lo. E então percebi que não
queria prejudicar ninguém. Acho que podemos viver em paz, longe da humanidade, como outras
criaturas aprenderam. "

"É isso mesmo que você quer--?"

Castor estendeu a mão rapidamente e se agachou. Havia um coelho a menos de um metro de


distância. Remus prendeu a respiração e observou Castor rastejar para frente lentamente,
sussurrando um encantamento calmante. Quando ele alcançou a criatura, ela pulou sonolenta em
seu colo. Ele o acariciou suavemente por um momento, ainda sussurrando. Então quebrou seu
pescoço.

Remus queria ficar enojado, sentir pena do coelho, mas já podia sentir o cheiro de sangue e seu
estômago roncou. Castor sorriu para ele, olhos acinzentados brilhando. Ele estendeu o coelho, o
sangue escorrendo pelo pulso.

"Para você, Remus Lupin."

Remus ficou lisonjeado.

Jeremy mostrou a Remus algumas das técnicas de 'coleta' do bando, que basicamente equivaliam a
roubo. Haviam cidades nos arredores da floresta, e tudo que eles precisavam fazer era aparatar lá e
encontrar uma casa vazia, o que poderia ser feito usando o olfato.

Eles estavam no quarto de uma dessas casas quando Jeremy contou toda a verdade sobre o papel
do bando na guerra.

Se Remus não tivesse se incomodado com um coelho sendo abatido sem cerimônia em sua frente,
então roubar uma casa não seria nada demais. Na verdade, trouxe de volta algumas boas
lembranças de sua juventude criminosa. Ainda assim, ele não participou realmente. Apenas fuçou
as roupas do guarda-roupa enquanto Jeremy procurava por joias na cômoda.

"Do jeito que eu vejo" Jeremy disse alegremente "Greyback pode ser um pouco cheio de si, um
pouco alto e poderoso. Mas ele fez muito por mim e por muitos outros. Ele se preocupa mais do
que qualquer outra pessoa desde que recebi essa maldita mordida."

"Você já fez alguma dessas coisas de se educar e estudar?" Remus perguntou, casualmente.

"Não para mim." Jeremy disse "Nunca gostei muito de ler. Prefiro quadribol."

"Hm."

"Ugh, pérolas." Jeremy resmungou, tirando um nó deles de uma caixa de veludo verde. "Odeio a
maneira como eles se sentem nas mãos. Minha mãe sempre os usava - herança de família sangue
puro. "

"Você é um puro-sangue?" Renus se virou, ligeiramente surpreso.

"Nah, mamãe é. Papai é mestiço. Não importa mais. Eu sou pior para eles do que um sangue-ruim
agora. Bastardos. " Ele fechou a gaveta com raiva. "Essa é uma das coisas sobre as quais Greyback
está certo. Eles merecem o que estão recebendo. "

"Quem merece?"

"Os puro-sangue."

"O que você quer dizer?" Remus sabia que parecia estúpido, mas estava genuinamente confuso.
Sempre foi dito a ele que alguns dos maiores aliados de Voldemort eram as famílias puro-sangue -
que eram os mestiços e os nascidos trouxas que ele tinha como alvo.

Ele disse isso a Jeremy.

"Oh, sim," Jeremy concordou alegremente, "Nós fizemos isso uma ou duas vezes, mas, na maioria
das vezes, somos realmente uma tática assustadora para manter as famílias antigas na linha. "

Remus pressionou por mais informações e Jeremy - que estava ansioso para fazer qualquer coisa
por Remus desde o incidente com Gaius - ficou muito feliz em explicar. Voldemort estava usando
os lobisomens como pouco mais do que força tática. Se algum de seus influentes apoiadores ricos
começasse a questioná-lo um pouco demais, se começassem a ter dúvidas, então bastava uma visita
de Fenrir Greyback e alguns de seus acólitos loucos e ferozes para colocar todos de volta na
mesma página.

"Tenho visitado um monte de mansões ultimamente," Jeremy gargalhou. Ele percebeu o olhar que
Remus estava lhe dando. "Ah o que?! Eu te disse, eles merecem. Eles não deveriam ter ido para o
lado dele em primeiro lugar. "

"Espere, então você nem apoia Voldemort?!" Remus ficou boquiaberto.

"Claro que não, ele é um estranho. Me assusta pra caralho para ser honesto. Mas, você sabe. Não
escolhi este lado, é apenas a mão que recebi. "

"Mas se você tivesse escolha, se você..."

"Não há escolha, Remus Lupin!" Jeremy disse ferozmente, aquela voz saindo de sua boca que não
era a dele. "Lá está o bando. Não podemos confiar em mais ninguém. Você deve se acostumar com
isso se quiser ser um de nós. "

E isso foi o mais longe que ele conseguiu com qualquer um deles. Depois de um certo ponto, todos
eles voltavam ao mesmo velho script. Greyback era o líder e, mesmo que não concordassem com
ele em tudo, a maioria se sentia em dívida e confiava nele antes de qualquer coisa.

À luz do dia, Remus nunca tinha certeza se podia realmente confiar em Castor ou Jeremy - ou
qualquer um dos outros. Até mesmo Castor, que era quem estava interessado em ouvir o que
Remus tinha a dizer, e que estava determinado a convencer os outros a se retirarem da guerra.

"Não é uma coisa fácil." Castor tentou explicar "Perceber que nosso pai está errado, que não
devemos tomar parte nos assuntos dos bruxos, e muito menos na guerra. Isso significaria dividir o
bando. "

"Você pode fazer isso?" Remus perguntou, impressionado. Castor encolheu ligeiramente os
ombros.

"Talvez."

Útil.

Remus esperava ver Greyback novamente, agora ele tinha sido totalmente iniciado, mas o pai do
bando permanecia estranhamente remoto. Ele ocasionalmente convocava Lívia, que Remus soube
que estava com ele há mais tempo - quase durante todos os seus trinta anos. (Remus ficou chocado
ao saber a idade dela - ela parecia ao mesmo tempo muito jovem e muito velha.) Do contrário,
Remus foi deixado por sua própria conta.

Ele poderia sair quando quisesse, isso havia ficado claro, mas ele disse aos outros do bando que
não tinha nenhum outro lugar para ir, assim como eles. Ele precisava da confiança deles e, para
isso, eles precisavam ser capazes de se relacionar com ele. Então, Remus nunca tentou escapar
para enviar uma mensagem para a Ordem - nem tinha certeza se isso era possível, mas ele não
tentou. Sabia que talvez nunca mais tivesse essa chance - e afinal, foi para isso que Dumbledore o
havia criado.
No que diz respeito a Dumbledore, Moody, Ferox e todos os outros adultos que gostavam de
empurrar Remus pelo tabuleiro de xadrez, ele estava exatamente onde deveria estar. E ele não
estava infeliz. Estava sozinho, é claro; ansiava por Sirius como se um membro estivesse faltando, e
ele teria feito qualquer coisa por um banho, um cigarro e uma barra de chocolate. Porém, a floresta
começou a parecer um lugar ao qual ele pertencia - os outros lobos pareciam uma família. Sua
missão ficava mais clara a cada dia e ele sabia que não poderia partir. Então, ficou à vista o tempo
todo e não disse uma palavra sobre suas amizades e conexões em casa.

A amizade era diferente entre os lobisomens. A solidariedade do bando era tudo, e Remus também
sentia isso - às vezes ele pensava que morreria para protegê-los, até mesmo Gaius. A única
sensação que chegou perto disso foi quando os Marotos estavam em suas formas animais em
Hogwarts - e Remus supôs que fazia algum sentido.

Sexo era diferente entre eles também. No meio do mês, Remus notou alguns membros formando
pares, desaparecendo na floresta por uma hora ou mais, um de cada vez, retornando com aquele
cheiro familiar. Era óbvio o que estavam fazendo, mas ninguém parecia se importar ou prestar
muita atenção, era apenas mais um instinto que todos aceitavam e seguiam sem questionar.

"O desejo fica mais forte à medida que a lua se aproxima", explicou Castor, enquanto estavam
deitados na cripta uma noite tentando ignorar os gemidos ofegantes e as movimentações ao redor
deles.

"Eu nunca tinha notado antes." Remus mentiu, olhando para o teto.

"Se você escolher acasalar," Castor sussurrou, "Escolha sabiamente. Eles admiram você, eles
notarão favoritismo. "

"Não." Disse Remus. "Eu não... Eu já tenho alguém."

"Um humano?"

"Sim."

"Então você planeja voltar." Castor constatou. Ele parecia tão triste com isso. Remus queria virar e
se desculpar, confortá-lo de alguma forma, mas aquele era um território perigoso e ele sabia disso.
O ar já estava espesso com luxúria, e ele não sabia o que faria.

"Eu tenho que, eventualmente." Disse Remus. "Mas eu quero ter certeza de que vocês estarão todos
seguros primeiro."

"Nós vamos sobreviver sem você, Remus Lupin." Castor respondeu, sua voz não era mais o timbre
calmo e estável de costume. "Você ainda não é nosso líder."

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Explicação do título: soldado de infantaria são os que realizam um trabalho cansativo e


geralmente sem glamour, que fazem o traballho pesado. Aqui, são os lobisomens.

O que eu disse a uns capítulos atrás sobre a diferenciação da caracterização do


Greyback aqui é bem explícito nesse capítulo. Aqui, a crueldade dele não é menor, o
que muda é que ele pode ser cruel e ser culto, conhecer livros, citar Platão, o que é
completamente o contrário do que é narrado nos livros de Harry Potter pelos bruxos.
Na visão preconceituosa e subestimada deles, Greyback é apenas um animal selvagem,
enquanto aqui vemos tudo que ele pode ser como pessoa: alguém cruel, mas não
ignorante.

https://victorianweb.org/authors/crossetti/byecroft6.html Achei esse artigo interessante


sobre o poema citado pelo Remus, ele está em inglês mas acho que dá para entender
usando a tradução própria do google.
Capítulo 161: A guerra: Lua de Sangue
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Remus passou quase um mês inteiro no bando de Greyback antes de realmente receber um motivo
para partir. Certa manhã, acordou tarde e se viu quase sozinho. Confuso, ele se sentou e olhando ao
redor - se acostumou a ter Castor e Jeremy por perto, e se sentiu terrivelmente exposto sem o calor
do corpo deles.

"O Pai os convocou." Uma voz saiu da escuridão.

Remus ergueu a palma da mão para criar uma chama livre de calor para a luz, como Castor o
ensinou. Era mais fácil do que Lumos, embora não tão brilhante. Gaius saiu das sombras de uma
das câmaras. Ele olhou para Remus. "O Pai veio esta manhã. Convocou Castor e Livia. Só eles.
Suponho que Castor está perdoado, agora. "

"Eles estarão de volta em breve?" Remus perguntou cautelosamente, puxando sua capa ao redor de
seus ombros protetoramente.

"Eu acho que não." Gaius pensou. Ele estava mexendo em algo brilhante, ficava olhando para
baixo, "Eles foram ao encontro do Lorde das Trevas."

"O que?!"

"É quase lua. Ele terá planos para o bando. "

"... planos?" A realidade desceu com estrépito na cabeça de Remus, como vidro se espatifando,
como um acidente de carro.

"Sabe," Gaius disse, aparentemente desinteressado na crise de consciência de Remus, "Eu sempre
me perguntei por que meu pai transformou três homens. Achei que talvez ele desejasse que
aprendêssemos a liderar juntos, para compartilhar o fardo da responsabilidade. Mas agora eu
percebo. Ele quer que possamos competir. "

"O que você quer, Gaius?" Remus se levantou, endireitando os ombros para lembrar a Gaius que
ele era maior e mais forte quando queria. "Quer que eu cante outra música para você?"

Gaius sorriu desdenhosamente para ele, as bochechas vermelhas. Ele recuou.

"Você não vai triunfar." Ele disse e jogou o objeto brilhante aos pés de Remus antes de se virar
para sair, e fez um som forte de metal. Era o relógio de bolso de Remus.

"Ei!" Remus gritou, abaixando-se para pegá-lo. Mas Gaius havia partido.

Remus caiu contra a parede, passando os dedos pelos cabelos sujos. Seu coração disparou, sua
respiração acelerou e ele começou a entrar em pânico. Merda. Merda, merda, merda.

Claro que eles ainda estavam trabalhando com Voldemort - a guerra não havia simplesmente
parado porque Remus estava lá. Ele se sentiu estúpido, ingênuo e, pior de tudo, se sentiu culpado.
Deveria estar em missão, porra! Mas ele não estava pensando na Ordem, não realmente - esteve
mais preocupado em proteger o bando do que em voltar para seus amigos; sua verdadeira família.
Todo esse tempo, Remus pensou em si mesmo como uma vítima quando, na verdade, ele era o
pior tipo de traidor.

Ele tirou a capa de pele. Não queria se parecer com eles.

Queria muito ver Sirius - depois de semanas reprimindo-o, seu desejo explodiu como um gêiser, de
modo que ele não conseguiu segurá-lo e guardá-lo de volta. Sirius saberia o que fazer ou, ao
menos, faria Remus se sentir melhor sobre tudo.

Remus olhou para o relógio, a única conexão que ele ainda tinha com seus amigos. O ouro havia
perdido o brilho e ele o esfregou na perna suja da calça para ver se isso ajudava. Em seguida, o
abriu e fechou algumas vezes, passando as pontas dos polegares ao longo da gravura de folha de
videira lisa. Havia parado de funcionar no dia em que ele o usou para escapar de sua cela; havia
absorvido toda a magia dele como uma esponja. Outra traição.

Depois que finalmente acalmou sua respiração (Jesus Cristo, o que eu não faria por um cigarro),
Remus tentou pensar racionalmente. Seu primeiro instinto era ir embora imediatamente, apenas
entrar na floresta e desaparatar.

Mas e então? Explicar para Moody e Ferox que, embora ele tivesse passado algumas semanas
maravilhosas longe, as coisas ficaram um pouco assustadoras, então ele havia perdido o controle na
primeira oportunidade? Não. Se Greyback estava se encontrando com Voldemort, isso significava
que um ataque estava por vir. Remus não podia deixar isso acontecer.

Ele esperaria, pelo menos, para descobrir se Castor lhe contaria alguma coisa. Nesse ínterim,
Remus faria o possível para evocar uma memória feliz. Precisaria enviar um patrono o mais rápido
possível.

***

Irmãos! Irmãs! Aproximem-se.

A voz de Livia dentro de sua cabeça fora uma das experiências menos agradáveis que Remus teve
desde que se juntou ao bando. Funcionou, porém. Ele subiu as escadas da cripta até a igreja em
ruínas, onde os outros estavam se reunindo. Greyback estava no púlpito, Castor e Livia de cada
lado dele, costas retas e cabeça erguida.

"Meus filhos", Greyback se dirigiu a todos eles, erguendo os braços como um pregador
evangelista, "A lua se aproxima, nosso tempo está próximo."

Houve um murmúrio de excitação com isso. Para muitos, a lua cheia representava uma chance de
ser livre, de ser seu verdadeiro eu.

Greyback ergueu um dedo para silenciá-los. Ele sorriu paternalmente "Falei com nosso benfeitor.
Nesta lua, vamos nos alimentar de nossos inimigos. Foi nos dado uma presa como presente. "

Alguns dos membros do bando aplaudiram e gritaram, tagarelando com mais entusiasmo ainda.

Ah não, o estômago de Remus embrulhou, ah não, ah não...

"Livia e Castor irão guiá-lo." Greyback disse "Vocês irão trazer a menina para mim, porém podem
ficar com os pais para vocês".
Mais aplausos. Nem todos - Remus viu alguns dos mais jovens se olhando astutamente, e os olhos
arregalados de Jeremy estavam praticamente queimando as costas de Castor. Nem todos eles ,
Remus pensou, eles podem ser salvos, eles podem, eles podem...

Remus Lupin. Uma voz surgiu em sua cabeça. Ele piscou, atordoado - era Castor. Não é seguro
falar disso aqui. Você vai se juntar a mim na floresta.

Remus olhou para Castor, que estava olhando fixamente para a frente, como sempre, inescrutável.
Ele não tinha tentado se comunicar assim antes, mas o bando estava perto o suficiente e a magia da
floresta aflorava, então ele se concentrou bastante.

Sim. Eu entendo.

Castor não deu nenhum sinal de que havia ouvido, então Remus só teve de esperar que sim.
Greyback saiu logo depois, dando a Remus uma piscadela cruel ao passar.

"Sua hora de brilhar, filhote." Ele disse. Remus sabia que deveria acenar com a cabeça, ou algo
assim, mas ele estava muito tenso e apenas o encarou de volta rigidamente.

Castor anunciou que iria caçar, e Remus concordou rapidamente em se juntar a ele. Livia deu a
ambos um olhar avaliativo.

"Não se cansem, irmãos. Temos uma diversão planejada. "

Eles caminharam pela floresta em silêncio. Era fim de tarde e o clima estava bastante ameno para
abril, com o sol se pondo, mas ainda brilhante. Haviam tido muito pouca chuva até agora este ano,
mas isso não impediu que as árvores e plantas ao redor deles explodissem em vida. Tudo era
exuberante, verde e abundante, e quando se aproximaram de uma pequena clareira, Remus viu que
as bluebells tinham começado a desabrochar, e o chão da floresta à frente deles estava coberto por
uma gloriosa névoa de lilás suave.

"Você não vai sentir falta disso?" Castor perguntou com a voz baixa. Ele obviamente os julgou
longe o suficiente de Greyback.

"Sim." Remus respondeu. Estava dizendo a verdade. Havia odiado a natureza durante toda a sua
vida - até mesmo a floresta proibida. Ele amava Londres; o concreto e a poluição e o barulho.
Porém, o mês anterior o havia mudado e ele sabia o quanto sentiria falta da paz, sossego e de se
sentir tão perto da terra.

"Mas o seu tempo conosco está ficando curto." Castor disse. "Acho que talvez todo nosso tempo
seja curto agora." Ele suspirou pesadamente e olhou para Remus com olhos completamente
humanos; cinza e penitente, "Estou pronto para desafiar meu pai."

"Você quer dizer - você vai me ajudar?"

"Devemos ajudar uns aos outros. Para o bem do bando. Eu tenho um plano, mas Remus Lupin,
você deve me ouvir, e você deve me obedecer. Preciso saber que fará o que precisa ser feito. "

"Eu nunca vou matar por ele." Remus disse ferozmente.

"Mas você pode ter que matar." Castor respondeu levantando uma sobrancelha.

Não foi uma pergunta; foi uma declaração. E Remus não negou.
***

Quinta-feira, 12 de abril de 1979

Não houve despedidas, é claro. Remus nem sabia quem estava do lado deles - o dele e o de Castor.
Nenhum nome foi falado, apenas teve que ter fé.

Na manhã da lua cheia, Remus caminhou para o mais longe possível do bando para lançar seu
patrono. Ele esperava que os outros não percebessem o feitiço, que era poderoso e certamente
atrairia a atenção.

Nunca havia enviado uma mensagem via patrono antes, e mais uma vez se arrependeu do tamanho
e aspecto assustador da criatura. Com sorte, não seria muito assustador para Sirius ouvir a voz de
Remus vindo das mandíbulas do lobo prateado gigante. Ele só conseguiu pronunciar três palavras.
Castelo. Amanhã. Amanhecer.

Sua rota de fuga já havia sido resolvida, se ele sobrevivesse à noite. Castor prometeu - Remus o fez
jurar pelo sangue deles - que se Remus não vivesse, então ele enviaria uma mensagem para Sirius e
os Potter. Não havia outra maneira, havia decidido. Ele tinha que estar lá para o ataque; da última
vez que advertiu a Ordem sobre os lobisomens, nada havia sido feito. Então ele teria que fazer isso
sozinho, e danem-se as consequências.

Porém, obviamente, ele preferiria não morrer.

Mais ou menos uma hora antes do nascer da lua, o bando aparatou junto. Fora bom que Remus não
tivesse fugido para contar a Moody na primeira oportunidade - porque ele não tinha absolutamente
nenhuma ideia para onde eles estavam indo. Havia sido forçado a ficar do lado de Livia, e eles
pousaram juntos em um pedaço de grama macio e musgoso.

Remus puxou seu braço para longe dela e olhou ao redor em seu novo ambiente. Era um lugar tão
estranho - apenas uma planície de grama, algumas árvores, uma cerca - ah. Estupidamente,
percebeu que estavam em um parque. Algo feito pelo homem. Todo o lugar cheirava a humanos e
a trouxas. O resto do bando estava chegando ao redor deles, um por um com um * crack * e um
baque.

"Esse é o lugar", disse Castor, dirigindo-se a todos. Ele apontou por cima da cerca para uma fileira
de casas do outro lado da estrada. O parque ficava em uma pacata rua sem saída trouxa. "Com a
porta verde."

Remus caminhou para o mais perto da cerca que pôde e olhou para a casa. Seus pais já moraram
em uma casa semelhante alguma vez? Parecia o tipo de lugar que Hope pertencia.

Era uma casa pequena e independente. A porta da frente era de um tom alegre de verde, e a luz da
varanda brilhava em âmbar suave no crepúsculo. Remus pôde ver a silhueta de alguém se movendo
em uma das janelas do andar de cima - a persiana rosa claro estava abaixada, então ele só podia ver
sombras. Deveria ser o quarto da criança, pensou com uma terrível onda de náusea.

Não podia deixar isso acontecer. Ele não iria deixar isso acontecer. Mesmo se tivesse que matar
Livia. Mesmo se ele mesmo tivesse que morrer, ele não iria deixar - espere um minuto.

Uma rajada de vento soprou um perfume em sua direção. Um que ele reconheceu. Ele cheirou o ar
novamente. O que era isso? Alguém que conhecia? Cheirava quase a Sirius, quase, mas não
exatamente. Sangue antigo; magia antiga. Um parente? Não Regulus, ele nunca apareceria em uma
rua tão trouxa. Nem nenhum de seus pais. Era feminino também, era mais parecido com Narcissa,
ou... certamente não Andrômeda??

Ele não tinha certeza, só a conheceu uma vez, quando tinha treze anos. Mas ela tinha uma filha.
Uma filha que teria cerca de cinco ou seis anos agora. Com o coração batendo forte, Remus queria
desesperadamente se aproximar, descobrir mais.

Então, em um incrível golpe de sorte, a porta verde se abriu, deixando a luz sair para a rua. Um
homem saiu, carregando um saco de lixo preto brilhante. Ele caminhou até o fim do jardim, abriu a
tampa da lata de lixo, jogou o saco dentro e voltou para casa.

Era Ted Tonks.

Não, não não, Remus pensou consigo mesmo - se algo acontecesse com Andrômeda, com sua
filhinha... Sirius nunca o perdoaria. Remus não sabia se ele mesmo se perdoaria.

"Remus!" Castor sussurrou dos arbustos atrás dele "Está quase na hora."

Remus se virou e acenou com a cabeça. Ele esperava que isso funcionasse. Nunca esteve tão perto
de orar em sua vida. Uma pontada de dor percorreu suas costas. A lua estava nascendo.

Ele voltou para o parque, onde alguns dos outros haviam se enrolado no chão, preparando-se para a
agonia da transformação.

Remus olhou para Castor parado ao seu lado. Foi uma sensação peculiar - ele havia se
transformado na frente dos marotos antes, mas nunca com outros que estavam experimentando a
mesma coisa. Castor chamou sua atenção e, parecendo entender imediatamente, estendeu a mão.

Remus a pegou, agradecido, e apertou com força, cerrando os dentes enquanto a dor o varria.
Castor agarrou de volta, compartilhando seu sofrimento, mas também emprestando força. Os dois
caíram de joelhos ao mesmo tempo, e Remus não se lembrou de mais nada.

O lobo esticou seus membros e farejou o ar noturno. Bando. Presa. Magia.

Ele rolou na grama, satisfeito por estar livre, livre de preocupações humanas.

Seu companheiro do bando o cutucou, bufando suavemente, e ele se lembrou - ele tinha algo para
fazer. Esta não era uma noite para brincar ou caçar.

Tanto a loba quanto aquele que o odiava rosnaram para os outros, e os mais jovens abaixaram a
cabeça e as orelhas.

Mas ele não - ele não era um filhote; ele estava totalmente crescido. Ele era forte como eles.

O companheiro do bando que tinha o nariz cheio de cicatrizes cheirava bem, ele era forte também.
Ele rosnou para os outros, então o lobo também; estufando o corpo e mostrando todos os dentes
para que soubessem.

O com cicatrizes deu um latido então, e se virou, correndo para as árvores. Alguns dos outros o
seguiram, confusos.

O lobo escuro, o lobo que o odiava, rosnou e saltou sobre o com cicatrizes, em suas costas. Eles
lutaram, virando na grama, rosnando e mordendo.

A loba observou. Ela se sentou e bocejou. Ela não precisava se envolver.


O resto do bando assistia avidamente, ofegando e latindo enquanto o sangue era retirado.

Ele queria ajudar, pular e começar a morder - mas o com cicatrizes precisava vencer sozinho. Era
sua luta.

O cheiro do ar mudou, e a loba se levantou, orelhas levantadas, rabo balançando.

Um humano.

Eles foram ouvidos. Ela começou a caminhar em direção à cerca, caçando, enquanto o estúpido
humano gritava em sua estúpida linguagem humana.

Sem saber bem porquê, ele uivou, o mais longo e alto que pôde.

A loba se virou, rosnando ferozmente para ele, liderando a corrida, mas ele uivou novamente.

O humano recuou rápido. Eles sabiam agora. Eles trariam a ajuda de outros. Ele havia colocado
o bando em perigo.

A loba latiu para o escuro, mas ele já estava preso ao chão pelo da cicatriz. Vitória. Os jovens
lobos olharam para o da cicatriz agora, farejando-o e abaixando a cabeça.

O com cicatrizes latiu, depois saiu de cima do escuro. Ele se virou e começou a se afastar. Alguns
o seguiram. O bando se dividiu.

A loba correu atrás do com cicatrizes, para trazê-lo de volta, para restaurar a ordem. Mas ela não
os pegaria. Eles eram um novo bando agora; a menos que ela matasse ele, eles não seguiriam
mais ninguém.

Ele queria ir também. Ele queria correr com eles para sempre, ser seu líder e perseguir veados
nas noites escuras...

Mas não. Ele tinha que fazer isso primeiro. Ele tinha que proteger ... proteger ... o que? Era tão
difícil pensar quando o delicioso cheiro de carne humana estava tão perto, vindo de todos os
lados.

O escuro mancou de pé. Remus rosnou. O outro rosnou de volta para ele, mandíbulas espumando,
olhos malignos.

Ele se lembrou agora. Proteger o bando. Ele atacou, mandíbulas abertas e garras expostas.

***

Tudo o que ele sabia era dor, dor e sangue, enquanto o corpo de Remus voltava à sua forma
humana. Ele gritou, e o sangue de Gaius escorreu pela sua garganta, rico e quente. Estava em seus
dentes, sob sua língua, estava em toda parte, e o corpo de Gaius estava lá, mole e pálido, a garganta
escura e brilhante.

Não houve tempo para choque. A lua estava se pondo e as pessoas estavam chegando, e Remus
ainda não era totalmente humano, mas não havia tempo! Ele fechou os olhos com força, cerrou os
dentes e aparatou.
*CRACK*

Ele caiu de cara no chão com um grunhido duro. Seu tornozelo estalou de forma nauseante contra
uma rocha. Ele engasgou, se enrolando em uma bola, lágrimas brotando em seus olhos enquanto
ele jurava nunca aparatar logo após uma transformação novamente.

Todo o seu pé latejava, a dor subindo pela canela, fazendo-o se sentir tonto. Ele ainda estava
pegajoso de sangue, sem roupas e tudo o que podia fazer era se enrolar de dor na grama. Estava
mesmo em Cornwall?! Não sabia. Onde estava o castelo?!

"Porra!" Ele soluçou, exausto e derrotado.

"Moony?!" Um grito veio da encosta da colina.

Remus rolou de costas e fechou os olhos, tão aliviado que pensou que fosse desmaiar.

"Sirius!" Ele gritou de volta, enquanto os passos pesados batiam mais perto.

E então ele estava lá, e ah Deus, Remus quase desmoronou. Sirius jogou sua capa sobre ele, puxou-
o para perto e passou os braços em volta dele. Remus o agarrou de volta, tremendo, a dor em sua
perna agora ameaçando dominá-lo.

"Você voltou!" Sirius engasgou com a voz estridente, "Você voltou!"

"Claro que eu voltei..." disse Remus, meio tonto.

"Você está sangrando?!"

"Não é meu sangue..." e então tudo ficou escuro nas bordas de sua visão, e ele estava tão exausto
que fechou os olhos. E nada mais.

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Bluebells é uma espécie de planta que tem a aparência de um sino.

O moony reconhecendo a família da Andromeda como o bando dele é o ponto alto do


capítulo e ninguém pode me convencer do contrário! Eu lembro que a primeira vez
que eu li eu gritei tanto que nossa. Fato engraçado: o nome da minha gata é
Andrômeda por causa da galáxia e da personagem :)
Capítulo 162: A guerra: A história de Moony

Ele acordou em um pequeno quarto branco com um teto baixo listrado com vigas pretas. Havia
uma pequena janela quadrada, mas as cortinas estavam fechadas. Alguém havia lavado o sangue
dele, graças a Deus, mas ele ainda podia sentir o cheiro fracamente, e o gosto também. Estava
deitado em uma cama de solteiro e, além de uma mesinha de cabeceira com um abajur velho, não
havia muito mais no quarto.

A porta estava entreaberta e Remus podia ouvir vozes no corredor do lado de fora.

"Marlene está aqui," a voz de James veio claramente, "Devo deixá-la subir? Você fez alguma
pergunta a ele?! "

"Sim, mande-a subir. Ele não está acordado... "Sirius disse, sua voz soando estranha. "Mas é
definitivamente ele. Tem que ser. "

"Você tem certeza?!"

"A primeira coisa que ele disse quando pousou foi 'porra', tenho certeza." Sirius disparou.

"Justo." James respondeu sem humor e então abaixou a voz para um sussurro, "Padfoot... todo
aquele sangue. E com o ataque da noite passada - "

"Vamos apenas ver o que ele tem a dizer antes de tirarmos qualquer conclusão, certo?! Mande
Marlene subir. "

"Mas se não for seguro."

"Então eu vou ficar na porra do quarto. Podemos, por favor, pedir a alguém que o olhe, pelo amor
de Deus?! Ele nem mesmo tem uma varinha!"

"Ok, ok ..." James cedeu.

Deus, Remus pensou quando a vergonha caiu sobre ele como pó. Eles acham que não sou eu. Eles
pensam que sou um espião. O quão ruim a guerra havia se tornado no mês em que esteve fora? Ele
quebrou a cabeça rapidamente em busca de uma maneira de provar sua identidade. A ideia de
Sirius não confiar nele era muito dolorosa de suportar.

Houve uma confusão de passos no corredor do lado de fora e, finalmente, a porta se abriu. Remus
tentou se sentar imediatamente, apoiando seus braços quando Sirius entrou no quarto.

"Padfoot, eu juro que sou eu, sou o Moony! Eu ajudei você a fazer o mapa do maroto e colocamos
roseira brava na cama de Snivellus, e fomos patinar no lago no Natal e eu odiei, mas você era
muito bom, e ... e ... "

"Shh, Moony," Sirius o acalmou, sentando-se na cama com cuidado e colocando as mãos gentis em
seu ombro, "Deite-se, pelo amor de Deus, Godric sabe o que você quebrou aparatando assim, seu
idiota ..."

"Você sabe que sou eu?!" Remus agarrou os braços de Sirius, mas se permitiu ser colocado de volta
na cama.

"Claro que sei." Sirius se inclinou e beijou sua testa, "Eu te reconheceria em qualquer lugar. Olha,
desculpe pelo Prongs, ele só está no limite. As coisas estão um pouco... "

"Tudo bem, tudo bem, dê-lhe algum espaço!"

Sirius se virou enquanto Marlene entrava furiosamente na sala, as vestes verdes de curandeira se
esvoaçando e uma bolsa de couro nas mãos.

Ela empurrou Sirius para fora da cama e se inclinou sobre Remus, colocando uma mão fria em sua
testa e olhando em seus olhos, seu rosto sardento cheio de doce preocupação. Ela sorriu.

"Olá, querido," disse suavemente, "Onde esteve, hein? Você deixou todos nós muito preocupados.
"

"Oi Marlene," Remus sorriu de volta com ternura. "Você se qualificou como uma curandeira
enquanto eu estava fora?!"

"Dificilmente," ela riu, "Ainda sou novata. Mas eu sou o melhor que a Ordem pode fazer em curto
prazo, então... "Ela se endireitou, as mãos nos quadris, "Certo. Qual é o problema? "

"Machuquei meu tornozelo," Remus se abaixou para puxar o cobertor sobre o pé dolorido. Parecia
horrível à luz do dia, todo inchado e preto com hematomas. Sirius cobriu a boca, mas Marlene
apenas resmungou.

"É fácil." Ela o tocou com sua varinha e Remus sentiu uma sensação estranha de cócegas antes de
* pop * - e estava em perfeito estado. "Você ainda precisa descansar," advertiu Marlene.

"Você é uma lenda, Marls," Remus respondeu agradecido, e então começou a tossir, aquela tosse
áspera e rouca com a qual ele quase havia se acostumado agora. "Desculpe", balbuciou, os olhos
lacrimejando, "Estou com um pouco de tosse."

Sirius estava estremecendo e parecia mais angustiado do que nunca, a mão ainda cobrindo a boca.
Marlene puxou os lençóis para baixo e deitou a cabeça diretamente no peito nu de Remus, ouvindo.

"'Um pouco de tosse' minha bunda." Ela resmungou, voltando. "Você tem uma infecção torácica
estonteante, isso sim."

Marlene começou a esvaziar a bolsa, retirando pomadas e frascos de poções, "Eu terei que
perguntar a alguém no St. Mungus o que seria melhor para isso, eu não fiz a aula de infecções
ainda... agora ... Madame Pomfrey me pediu para ter certeza de que você tivesse isso, o remédio
para dormir que ela mesma preparou. Estou trabalhando em um por conta própria, mas o dela será
mais forte... "

"Não dê a ele ainda!" De repente, James estava na sala, começando a avançar com o braço
estendido. Todos se viraram para olhá-lo, e ele esfregou a nuca timidamente, "Er ... desculpe. É
que finalmente consegui falar com Olho-Tonto e ele está a caminho... "

"Está tudo bem," disse Remus para todos no quarto.

Marlene resmungou novamente. Ela colocou o frasco com a poção na mesa de cabeceira.

"Um de vocês certifique-se de que ele beba tudo o mais rápido possível, ok?" Ela deu a James e
Sirius um olhar severo, e ambos concordaram seriamente. "Eu tenho que ir trabalhar antes que
sintam falta". Marlene continuou, endireitando-se mais uma vez.

Ela apertou a mão de Remus. "Estou tão feliz por ter você de volta, querido."
Remus apertou de volta, sentindo-se um pouco melhor com tudo. Todos se preocupavam com ele.
Estava seguro com eles. Ele se recostou no travesseiro e tentou se concentrar nessa sensação.

James e Sirius ficaram sem jeito.

"Oi, Prongs," Remus tentou, um pouco cauteloso.

"E aí, Moony," James sorriu, seus olhos cansados e sombrios, "Você está bem?"

"Já estive pior."

James fez um som que não era bem uma risada.

"Onde estamos, afinal?" Remus perguntou, olhando em volta para o quartinho pequeno.

"Cornualha." Sirius disse. "Lembra-se do pub perto do castelo? Aluguei um quarto. Você estava...
quando chegou aqui, eu não queria movê-lo. Parecia o melhor lugar. Fora do caminho."

"Alguém mais sabe..."

"Não." Disse James. "Só nós, Marlene e Moody. Tem sido... as coisas estão difíceis, e com o
ataque da noite passada, pensamos ... "

"Ataque?!" Remus sentou-se novamente, enquanto os eventos da noite anterior voltavam em uma
profusão de sangue, dentes e cabelo. "Merda, o que aconteceu?! Alguém... foi alguém ... "

"Não do nosso lado." Sirius respondeu.

Isso não fez Remus se sentir melhor, mas tentou parecer feliz com isso. Não podia deixar seus
amigos saberem o quão borradas as linhas entre 'nosso lado' e 'lado deles' haviam se tornado para
ele.

"Moony," James começou. "Ontem à noite, você estava lá...?"

A porta se abriu mais uma vez, rangendo ruidosamente, e Alastor Moody entrou mancando na sala,
com uma expressão de determinação implacável no rosto. James e Sirius recuaram, enquanto Olho-
Tonto se aproximava da cama de Remus. O primeiro instinto de Remus foi se abaixar sob seus
cobertores e se esconder como uma criança.

"Lupin." Moody acenou com a cabeça, seu olho mágico azul elétrico zumbindo na órbita, dando-
lhe um olhar muito completo. "Você conseguiu voltar, então."

"É." Remus resmungou.

Moody ergueu sua varinha, apontando-a para o rosto de Remus.

"Ei!" Sirius começou, mas James estendeu o braço para detê-lo.

Moody encarou Remus com um olhar muito sério.

"Nome de solteira da sua mãe?"

"J-Jenkins!" Remus gaguejou, apavorado. Moody acenou com a cabeça e abaixou sua varinha.

"Sem ofensa," disse ele, olhando para Sirius, "Protocolo."


"Certo." Remus engoliu em seco, o coração batendo forte.

"Como você está? Já foi visto? "

"Marlene esteve aqui um minuto atrás", disse James. "Ela estará de volta mais tarde."

"Ninguém mais, está ouvindo?" Moody disse "Não até eu mandar. Precisamos limitar sua
exposição por enquanto, até que o furor diminua. " Ele acenou com a varinha e uma cadeira
apareceu do nada. Moody se sentou e olhou para Remus mais uma vez. "Potter, Black, vocês
podem ir."

"Não." Sirius pontuou, erguendo o queixo. Seu olhar desafiador não havia mudado desde que ele
tinha onze anos. "Eu não vou a lugar algum."

Moody deu-lhe outro olhar, sua língua brincando no canto da boca.

"Tudo bem." Ele grunhiu. "Mas mantenha sua boca fechada. Eu não quero ouvir um pio, entendeu?
"

"Eu... hum. É melhor eu ir." James falou, esfregando a nuca novamente, "Desculpe, Moony, eu
preciso ir para casa..."

"É claro." Remus disse, embora realmente não entendesse. James não confiava mais nele?

James disse algo a Sirius antes de sair, mas Remus não entendeu e não tentou escutar. Ele estava
muito ocupado reunindo sua coragem para encarar Moody.

Remus não estava pronto para uma discussão, não depois das últimas semanas. Agora que ele sabia
que o prédio em que estavam era trouxa, sentia a ausência de magia mais intensamente. Ele estava
acostumado com a floresta encantada, com sua piscina infinita de poder compartilhado. De volta ao
mundo real, tudo parecia tão mundano. Se sentia mais fraco do que nunca e começou a tossir
novamente.

James saiu e Sirius entregou a Remus um copo d'água.

"Isso não pode demorar muito." Sirius disse a Moody, "Ele deveria descansar, depois da lua cheia,
Marlene disse..."

"Nem um pio, Black." Moody retrucou, seu olho azul fixando em Sirius de forma dura, e o
castanho ainda observando Remus.

Sirius ficou quieto, apesar de claramente não estar feliz com isso. Ele cruzou os braços com
petulância e desviou o olhar. Remus sentiu uma onda de amor por ele, idiota mimado.

"Eu estava lá ontem à noite." Remus disse rapidamente, para fazer as coisas andarem. Ele pensou
que provavelmente era melhor ser o mais honesto possível desde o início. "Eu estava na casa de
Tonks, eu sei o que aconteceu - bem, a maior parte - alguém foi... alguém...?"

"Um corpo recuperado." Moody disse. "Um dos de Greyback."

"Gaius." Disse Remus. Ele não tinha certeza de como se sentia. Havia matado alguém.

"Não vamos começar por aí." Moody disse, observando seu rosto "Quero começar do início. Onde
você esteve no último mês? Não deixe nada de fora. "

Remus estava fraco, exausto e dolorido, mas não era idiota. Ele deixou muita coisa de fora, mas
também disse muito mais do que provavelmente era seguro. Não olhou para Sirius o tempo todo;
sabia que isso tornaria as coisas impossíveis.

Ele explicou como o bando o sequestrou e o trancou por uma semana e meia. Como ele finalmente
se encontrou com Greyback - ouviu Sirius respirar fundo com isso, mas a expressão de Moody não
se alterou nenhum pouco. Contou a maioria das coisas que Greyback havia dito, embora soubesse
que nada daquilo seria útil para ninguém, exceto para ele. Confirmou que o bando estava
trabalhando com Voldemort, mantendo as antigas famílias com medo o suficiente para
permanecerem leais.

"Você estava preso o tempo todo?" Moody perguntou.

"Eu... não." Remus torceu a boca, nervosamente. "Eles quebraram minha varinha, mas... eu poderia
ter saído a qualquer momento. Não o fiz porque pensei... bem, eu sabia que era apenas uma
questão de tempo antes que eles planejassem um ataque e queria aprender o máximo que pudesse. "

Ele manteve a voz firme o tempo todo e esperava que ainda fosse um mentiroso convincente.
Moody não fez comentários.

"E o ataque?"

"Certo, sim." Remus acenou com a cabeça. "Eu tive que ir com eles, porque Cas-- um dos outros
lobisomens, ele estava planejando se separar do bando. Ele queria ficar em paz, ficar longe de
Greyback. Ele era meu aliado. " Remus sentiu os olhos de Sirius nele e torceu para que estivesse
tudo em sua cabeça. "Então eu o ajudei e ele me ajudou. Ele levou os outros embora e eu fiquei
para trás para impedir que alguém tentasse atacar a casa. "

"Enquanto você era um lobo?"

"Sim. Consigo pensar melhor quando há outros lobos por perto. Tentei avisar o Sr. e a Sra. Tonks,
uivei para que soubessem que estavam em perigo."

"Ah. Então era você. " Moody acenou com a cabeça, "Ted disse algo sobre isso."

"Você os viu? Eles estão bem?!"

"Abalados, mas nenhum dano causado." Moody deu um breve aceno de cabeça. "Quantos
membros do bando de Greyback desertaram?"

"Não sei. Pelo menos metade? Talvez haja apenas quatro ou cinco que são leais".

"Bom saber. Você pode me dar nomes? "

"Eles não usaram nenhum nome." Outra mentira, mas ele simplesmente não conseguiria.

"Certo." Moody acenou com a cabeça. Ele observou Remus um pouco mais, então tossiu e se
levantou. "Fique quieto um pouco, hein? Entrarei em contato." Ele se virou para sair.

"Espere!" Remus estendeu a mão. Moody se virou com uma expressão curiosa no rosto. Remus
mordeu o lábio. "O corpo." Ele disse. "Gaius. Fui eu. Eu o matei."

Dizer em voz alta tornava o fato perturbadoramente real. Ele se sentiu enjoado e não achou que
seria capaz de olhar nos olhos de Sirius nunca mais. Moody continuou olhando-o, então inclinou a
cabeça.
"Enquanto você era um lobo?"

"Sim."

"E ele era um lobo? Tentando atacar uma jovem família? "

"Sim, mas--"

"Isso é uma guerra, Lupin. Descanse um pouco. Não pense nisso. "

E ele saiu, e foi isso. Tudo o que Remus passou por quase trinta dias resumiu-se a alguns pontos
táticos chave. Ele mexeu no cobertor. Era velho e mofado, e o lembrava dos cobertores rústicos de
estilo militar com os quais ele havia crescido. Sirius ainda estava parado, observando-o, mas
Remus não conseguia olhar para cima, simplesmente não conseguia.

Felizmente, Sirius quebrou o silêncio primeiro.

"Recebi seu patrono. Puta merda, onde você aprendeu a fazer aquilo?"

"Ah," Remus assentiu, ainda olhando para baixo, "É, não sei, eu já vi Ferox fazendo uma vez."

"Sem sua varinha?"

"Eu não preciso dela, nem sempre..."

"Oh."

Mais silêncio. E então - "Eu senti a sua falta para caralho!" Sirius explodiu com tanta força e
paixão que Remus finalmente o olhou. Seus olhos estavam arregalados e brilhando com lágrimas.
Ele parecia tão exausto quanto Remus se sentia, e Remus percebeu que ele também devia ter ficado
acordado a noite toda.

"Também senti sua falta!"

Sirius correu em direção a Remus, os braços abertos, mas deu um passo para trás no último
momento.

"Posso ... está tudo bem?"

Remus acenou com a cabeça, estendendo a mão para ele, Sirius se aproximou e o envolveu em um
abraço que durou longos e maravilhosos minutos. Remus sentiu como se finalmente tivesse
recebido permissão para expirar, fechou os olhos e sentiu o peso quente e reconfortante de Sirius
contra ele.

"Me desculpe," Remus sussurrou no cabelo de Sirius, "Me desculpe por ter demorado tanto."

Sirius finalmente se afastou, enxugando os olhos rapidamente.

"É melhor você tomar a poção." Ele pegou a garrafa e desarrolhou-a.

"Obrigado," disse Remus, cansado demais para discutir. Ele pegou a poção e a engoliu em alguns
segundos.

"Devo deixar você descansar?" Sirius perguntou ansioso. Remus balançou a cabeça com
veemência.
"Não, por favor, fique? Deite aqui comigo um pouco? "

"Não há muito espaço..."

"Me chamando de gordo?" Remus colocou a língua para fora, arrastando os pés para o lado para
abrir espaço. Sirius sorriu para ele e se deitou.

Ele colocou um braço gentilmente no ombro de Remus, e os dois deitaram de lado, um de frente
para o outro.

"James me odeia?" Remus perguntou finalmente.

"O que?" Sirius franziu a testa. Oh Deus, ele era tão lindo de perto, como Remus tinha esquecido?
"Não, claro que não. Ele só está com muita coisa na cabeça. Os pais dele não estão bem. "

"Ah não, o que há de errado?!"

"Eu acho que estão apenas velhos." Sirius respondeu tristemente. "A guerra... tem sido muito mais
difícil, ultimamente."

"Por favor, me conte."

"Você deveria dormir."

"Por favor?"

Sirius suspirou. Ele olhou para baixo, depois para cima, e seus olhos brilharam mais uma vez.

"Perdemos os Prewetts. Gid e Fab."

"Não!"

"Foi terrível. Cinco comensais da morte. Cinco. "

"Não posso acreditar. Molly está bem? "

"Eu não acho que nenhum de nós esteja."

"Ah Sirius." Remus o abraçou novamente. "Eu gostaria de ter estado com você..."

"Eu pensei ..." Sirius fechou os olhos, então balançou a cabeça, o cabelo farfalhando contra o
travesseiro. "Não, não importa, acabou agora. Você está aqui. Você está seguro."

"Estou aqui." Remus repetiu, sentindo a poção para dormir começar a fazer efeito. Sirius acariciou
seu cabelo gentilmente.

"Remus..."

"Mm," Remus se moveu, ficando mais confortável, "Por favor, me chame de Moony? Ninguém fez
isso por tanto tempo. "

"Moony." Sirius se inclinou e beijou sua bochecha muito gentilmente. "Eu amo Você."

"Eu também te amo." Remus sorriu, entrando em um sonho caloroso e feliz.


Capítulo 163: A guerra: Fim da Primavera de 1979

I would say I'm sorry

If I thought that it would change your mind

But I know that this time

I have said too much

Been too unkind

I try to laugh about it

Cover it all up with lies

I try and laugh about it

Hiding the tears in my eyes

Because boys don't cry

Boys don't cry

'Boys Don't Cry', The Cure

Eles permaneceram no quarto acima do pub por mais duas noites. Marlene voltou na primeira
noite, cumprindo sua palavra, e trouxe uma poção para a infecção no peito de Remus. Ela
prescreveu descanso, mas no dia seguinte Remus já estava enlouquecendo por estar preso, então
ele e Sirius pegaram o ônibus para a praia.

Estava frio demais para nadar, sendo abril, então eles apenas caminharam. Era muito calmo fora da
temporada turística, então não havia problema em ficar um pouco de mãos dadas.

Remus fechou os olhos e respirou o ar do mar, sorrindo. O céu estava cinza, ameaçando chuva,
mas o vento soprava fresco em seu rosto e ele se sentia melhor.

"Quando chegarmos em casa," Sirius disse alegremente, "Iremos ao Olivaras para comprar uma
nova varinha para você."

"Ótimo." Remus acenou com a cabeça. Ele não tinha feito nenhuma magia desde que voltou. Não
confiava em si mesmo.

"Isso se Mary adiar sua festa de boas-vindas," Sirius riu, "Ela estava ficando louca de preocupação.
Acho que ela ainda deve ter uma queda por você. "

"Há." Remus respondeu.

"E Lily, obviamente. Ela realmente quer contar algo a você, mas disse para esperar até que
estejamos todos reunidos. "
"Mm."

"Mal posso esperar para que tudo volte ao normal. De volta a sermos os Marotos, hein? "

"É."

"Você se lembra que tipo de varinha Lyall tinha? Talvez você possa pegar a mesmo novamente. "

"Não."

"Moony?"

"Mm?"

"Você está bem?"

"Sim."

Sirius ficou quieto depois disso, e Remus se sentiu culpado. Depois de sua conversa brusca com
Moody, Remus não estava com um humor muito falante. Estava muito ansioso para falar muito -
não sabia o que Sirius poderia pensar dele. E, além disso, Remus estava tendo mais problemas em
estar longe do bando do que pensava que teria. Ele estava radiante por estar junto de Sirius, é claro.
Mas, ao mesmo tempo, sentia que estava faltando alguma coisa.

Ele não queria que Sirius se preocupasse, então fez o possível para ser normal.

"Tão bom estar do lado de fora." Ele comentou enquanto caminhavam.

"Tem certeza que você é o Moony?!" Sirius brincou, fingindo estar ofendido, "Meu Moony odeia
sair de casa..."

"Bem, passe uma semana trancado em uma masmorra e me diga como você se sente sobre o ar
fresco." Remus murmurou.

Sirius parou e o olhou, sua boca ligeiramente aberta, a expressão magoada. "Desculpa." Remus
disse, culpado. Ele pegou a mão de Sirius novamente. "Eu não quis dizer isso."

Remus estava fazendo muito isso desde que voltou. Dando respostas grosseiras. A menor coisa
poderia irritá-lo, e Sirius estava suportando o impacto.

"Tudo bem." Sirius respondeu, trêmulo. "Eu não deveria fazer gracinhas com você. Depois de tudo.
"

"Não, eu não quero... você não deveria ter que me tratar como se eu fosse frágil, ou algo assim. Eu
só preciso superar isso, é minha culpa. "

Sirius não disse nada por um longo tempo. Remus lutou contra a vontade de tentar sondar sua
mente, como os lobisomens o ensinaram a fazer. Ele não sabia se funcionaria com não-lobisomens,
mas ele sabia que Sirius tinha sentimentos extremamente fortes sobre ter seus pensamentos
privados invadidos.

"Você não tem que 'superar'." Sirius continnuou, finalmente. "Mas conversar pode ajudar."

"Sobre o que?"

"O que aconteceu, no bando."


"Já falei sobre isso, já contei tudo ao Moody. Você estava lá."

"Remus." Sirius ergueu a voz ligeiramente. "Vamos lá. Você não contou tudo a ele. Eu conheço
você."

"Contei tudo que seria importante para ajudar na guerra." Remus disse com firmeza.

"Então nada mais aconteceu?!" Sirius largou a mão de Remus, passando a gesticulando
descontroladamente no ar. "Eles simplesmente o trancaram, então deixaram você ir e estava tudo
bem??"

"Obviamente não." Remus cruzou os braços, de repente sentindo o frio. "Mas ninguém quer ouvir
sobre coisas assim."

"Talvez eu queira ouvir."

"Aqui vamos nós." Remus revirou os olhos, "Bem, então? O que você quer ouvir?!"

"Por que você foi em primeiro lugar? Por que você não voltou para mim?"

"Eu sabia." Remus disse, apertando os braços ao redor do corpo, "Você está com raiva de mim!"

"Eu não estou, estou apenas ..."

"Foi isso que você quis dizer, não foi?! Na noite em que voltei! "

"O que você está falando?!"

"Você sabe! ' Você voltou' foi o que você disse! Você pensou que eu não ia voltar! Você pensou
que eu tinha ido embora para sempre! " Remus estava gritando de repente, e ele não tinha certeza
de como ficou tão bravo, mas agora o sentimento queimava-o.

"Claro que não!" Sirius gritou de volta, "Eu só... eu só não sabia o que pensar! Você sabe como foi
para mim?? Você simplesmente desapareceu e ninguém me deixava procurar por você, e a porra
do Ferox não me dizia nada, e James estava uma bagunça com seus pais ficando doentes, e a porra
dos Prewett... "

Sirius não gritava com frequência, pelo menos não tanto quanto Remus, e sua voz ficou muito alta
muito rapidamente, de repente soando incrivelmente metida e arrogante. Isso irritou Remus ainda
mais.

" Oh pobre Sirius Black! Jesus, achei que você já tivesse superado essa rotina de pirralho mimado!
Não temos mais doze anos, Black! "

O queixo de Sirius caiu , totalmente afrontado. Remus se sentia mais vivo do que há dias, mas ele
nunca iria admitir isso. Apenas continuou gritando, quebrando a paz da praia vazia, a voz ecoando
pela areia escura e úmida.

"Me desculpe se eu não sou como você, eu não quero reclamar de cada coisinha desagradável que
acontece comigo!"

"Como o que?!" Sirius gritou, com as bochechas vermelhas e os olhos brilhantes, de modo que por
um momento Remus questionou se Sirius estava gostando disso tanto quanto ele, "Vá em frente, se
eu sou tão egoísta e terrível, por favor, me ilumine sobre a verdadeira natureza do sofrimento
nobre, Remus, eu sei que essa é a sua especialidade! "
"Oh, vai se foder!"

"Bem? Por que você não voltou?!"

"Porque eles estavam fodendo com a minha cabeça!" Remus praticamente gritou isso, as ondas
pareciam quebrar mais alto e as gaivotas gritaram em resposta.

Ele estava em chamas, cheio de palavras que saíram dele assim que as pensou.

"Porque nunca me senti assim antes - eles eram minha família e éramos todos iguais, estávamos
todos em casa lá e era ... parecia o único lugar no mundo que eu deveria estar! Tudo isso, era tudo,
exceto ... " E agora as lágrimas estavam vindo, escaldantes, " Exceto que ele estava lá,
aquele...porra... aquele monstro. Ele era tão mau, tão ... e eu estava com medo, e queria voltar para
casa, para você, eu queria, mas não podia simplesmente deixá-los com um homem assim. E eles
conseguiam... eles conseguiam fazer coisas que eu não sabia que podia fazer, eles me ensinaram ...
E eu simplesmente não sabia mais quem eu era."

Ele enxugou o rosto, as lágrimas escorrendo de seu queixo. Ele olhou Sirius nos olhos. "Eu não sei
quem eu sou."

Eles se encararam enquanto os ecos diminuíram. Remus estava respirando pesadamente, suas
bochechas quentes, mas ele se sentia bem. Aliviado.

Finalmente, Sirius falou. Ele colocou as mãos nos bolsos, apertou os olhos ao redor, para longe e
sorriu.

"Por que é sempre esta praia, hein?"

"O que?" Remus piscou, pego de surpresa. Sirius o encarou, seus olhos brilhando.

"Por que esta é a praia onde temos todas as nossas grandes revelações?"

"Talvez sejamos apenas dramáticos."

"Como você se atreve!" Sirius estava sorrindo, e Remus riu, apesar de si mesmo. "Bem?" Sirius
disse "Se sente melhor?"

"Sim. Ei, espere um minuto, você apenas deliberadamente me irritou?? "

"Não..." Sirius desviou o olhar de novo, piedosamente, "Não no começo..."

"Idiota."

"Funcionou."

Remus não respondeu, porque ele realmente se sentia melhor e não queria brigar novamente. Eles
continuaram andando e finalmente alcançaram o local onde todos haviam acampado há dois anos.
O vento estava forte, varrendo as dunas de areia gramadas, e o local de acampamento estava vazio.
Não parecia o mesmo lugar.

"Acha que algum dia voltaremos aqui?" Remus perguntou, com as mãos enfiadas nos bolsos para
impedir que seu casaco balançasse com a brisa.

"Espero que sim." Sirius respondeu. "É o pensamento do meu patrono, este lugar."

"É sério?" Remus o olhou, surpreso.


"Ainda não tive verões melhores."

"Um bom ponto."

"Ei, olha!" Sirius vagueou em direção a um grupo de pedras, curvou-se e pegou uma grande vara
longa. Ele a balançou para Remus, sorrindo, "Quer brincar de de 'buscar'?"

Remus riu.

"Vá em frente, então."

Sirius olhou ao redor disfarçadamente para confirmar que eles estavam sozinhos, então se
transformou em Padfoot. Remus estava grato - ele já tinha falado o suficiente agora, e foi um alívio
apenas brincar com o Sirius canino por algumas horas. O grande cachorro preto corria para cima e
para baixo na praia, perseguia ondas, brincava de buscar e geralmente se divertia muito, e no
ônibus de volta ao pub os dois adormeceram.

Foi só muito mais tarde naquela noite, depois do jantar ( oh, como Remus tinha sentido falta de
comida de verdade! Purê de batata! Salsichas! Molho! ), quando eles estavam se preparando para
dormir, que Sirius tocou no assunto novamente.

Remus estava bocejando enquanto se enfiava sob as cobertas, e Sirius se deitou ao lado dele
silenciosamente, desligando a luminária de cabeceira. A cama era tão estreita que Remus teve que
se deitar de costas para a parede, um braço em volta da cintura de Sirius e um rosto cheio de
cabelos negros e sedosos, o que ele realmente não se importou.

"Eu sei quem você é." Sirius sussurrou no silêncio vazio do quarto escuro.

"Hm?" Remus perguntou, sonolento e confuso. Sirius puxou a mão de Remus até sua boca e beijou
seus dedos.

"Você disse que não sabe mais quem você é. Mas eu sim. Você é meu Moony. Sempre será. Ok?"

"Ok, Padfoot."

Por enquanto, era suficiente.

***

Moody avisou que eles poderiam voltar para o apartamento, desde que Remus ficasse discreto por
um tempo - ele não especificou por quanto tempo. Isso significava que não haveria reuniões da
Ordem ou missões - nem mesmo tinha permissão para visitar a casa dos Potter. Para todos os
efeitos, Remus Lupin havia desaparecido da face da terra um mês atrás e nunca mais voltou.

"Aposto que ele só quer esperar a próxima lua cheia para ficar de olho em tudo." Sirius sugeriu.
"De qualquer forma, você merece uma pausa."

Remus apenas deu de ombros.


"Servi ao meu propósito agora, suponho. Eles não sabem o que fazer comigo. "

"Não fale assim sobre você." Sirius retrucou irritado. Haviam ficado presos no mesmo quarto
minúsculo por muito tempo.

Eles aparataram de volta, e Remus começou a se sentir um pouco mais ele mesmo quando
realmente estava em casa. O apartamento estava imaculadamente arrumado - aparentemente Sirius
teve muita energia nervosa enquanto Remus esteve fora - mas, fora isso, tudo estava como deveria
ser.

Ninguém deveria saber que Remus havia voltado, mas é claro que James contou a Lily e Peter, e
Marlene disse a Mary, então, na primeira noite em que haviam voltado, todos vieram juntos.
Felizmente, Lily teve a presença de espírito de trazer comida, porque Sirius não tinha nada em
casa.

"Tenho comido no Potter's." Ele murmurou timidamente.

Remus e Lily foram para a cozinha para aprontar os rolos de salsicha, queijo, palitos de abacaxi e
sanduíches nos pratos. Lily colocou suas sacolas no balcão e se jogou sobre ele, os braços em volta
de sua cintura, a cabeça em seu ombro. Remus deu um tapinha gentil nela ao perceber que ela
estava chorando.

"Argh, Lily, por favor, não ..."

"Me desculpe!" Ela soluçou, sua voz grossa e abafada contra seu melhor suéter de lã, "Eu só... eu
pensei que não veria você de novo!"

"Deus, você está fazendo um alarde maior do que Padfoot."

"Improvável" ela riu, dando um passo para trás e enxugando o rosto, "Ele estava um completo
desastre enquanto você estava fora - você não o teria reconhecido. Acho que ele nem mesmo
penteava o cabelo. "

Remus sentiu uma terrível pontada de culpa. Ele não queria ficar triste na frente de Lily, então
apenas deu um sorriso alegre e disse:

"Então você tem algo para me contar?"

"Oh! Er ... quando todos estiverem aqui... "Lily estava corando e, de repente, se concentrou muito
em cortar cenouras para os molhos que havia trazido.

Não demorou muito para que Marlene e Peter chegassem, vindos direto do trabalho. Peter até tinha
uma maleta com suas iniciais agora. Aparentemente, ele estava indo bem no Ministério, e Remus
tentou não ficar muito amargo sobre isso.

Marlene insistiu em dar outra olhada em Remus no quarto, checando seu tornozelo, que estava
como novo, e seu peito, que estava muito melhor.

"Honestamente, não acredito que você ainda está fumando." Ela resmungou quando ele acendeu
um cigarro, abotoando sua camisa. "Você sabe que isso mata trouxas."

"Morra jovem e deixe um lindo cadáver," ele piscou para ela, tentando não pensar sobre o câncer
de pulmão de Hope. O fato é que fumar e beber eram as únicas coisas que ele tinha vontade de
fazer atualmente.
Mary começou a chorar assim que chegou e pulou nos braços de Remus.

"Seu completo bastardo!" Ela sussurrou em seu pescoço "Eu poderia te matar!"

"Senti sua falta também." Remus disse, apertando suas costas.

Uma vez que estavam todos juntos, James e Sirius assumiram seus papéis como anfitriões, o que
foi um alívio. Remus repentinamente se sentiu muito cansado e sentou-se no sofá como um
fantasma, observando seus amigos conversando, rindo e agindo como garotos de dezenove anos.
Ele apenas sorriu para todos. Sorriu e bebeu.

Eventualmente, a comida não era nada além de migalhas, e a bebida também estava acabando.
James, Sirius e Peter tiveram a ideia de invocar cervejas de apartamentos vizinhos pela janela, e as
garotas estavam tentando convencê-los a não fazer isso, quando Remus se lembrou do que Lily
havia dito na cozinha.

"Quais são as suas novidades?"

"Ah!" A cabeça de Lily se virou bruscamente para ele. Ela estava parada perto da janela, os braços
em volta dos ombros de James, tentando afastá-lo de suas tentativas como ladrão. James se virou
também e eles trocaram um olhar envergonhado.

"Todos," James pigarreou, "Hum. Lily e eu temos algo para... "

"Oh, Cristo!" Mary disse de repente, de onde ela estava recostada na poltrona em frente a Remus,
as pernas jogadas sobre o braço da cadeira. "Lily, eu pensei que você estava tomando pílula!"

"Mary!" Lily ficou ainda mais vermelha, " Isso não !"

"Ufa!" Mary riu, fechando os olhos "Porque ainda não temos vinte anos , somos muito jovens para
pensar em..."

"Nós vamos nos casar!" Lily gritou rapidamente, antes que Mary pudesse fazer qualquer
comentário adicional.

Você poderia ter ouvido uma pena cair.

Remus piscou algumas vezes, observando o rosto de James para verificar se não era tudo uma
grande piada. Porém, ele estava sorrindo para Lily com tanto amor e orgulho naqueles olhos
castanhos sentimentais dele, que Remus simplesmente sorriu para si mesmo. Sim, ele pensou.
Claro . O segundo pensamento de Remus foi Sirius, que estava meio inclinado para fora da janela
quando o anúncio foi feito. O moreno girou tão rápido que bateu com a cabeça na moldura.

"Você o que?!" Ele encarou James, uma estranha mistura de surpresa e desprazer em seu rosto.

"Sim," James sorriu, alheio, envolvendo os braços em volta de Lily. "Ela pediu - e quem sou eu
para recusar?"

" Você pediu?" Marlene cutucou Lily, "Puta herói feminista, Evans."

"Foi um pouco mais mútuo do que isso," Lily riu, "Estávamos apenas conversando e ..."

"Mas acabamos de sair da escola." Sirius disse, sua voz apática.

"Há um ano atrás," Peter o lembrou, endireitando as lapelas de seu blazer xadrez verde.
"Vocês nem moram juntos." Sirius cruzou os braços. Remus se sentiu preso - esses eram todos os
sinais de alerta de que Black estava se preparando para uma briga - exceto que, pela primeira vez,
não era com Remus.

"Eu vou morar com a família de James por um tempo" disse Lily, seu sorriso vacilando ao perceber
que Sirius não estava compartilhando sua alegria.

"Sim, você sabe o quanto eles amam tê-la por perto", disse James. A voz dele endureceu, e ele
manteve os braços ao redor de Lily como se a protegesse. "Ela tem sido incrível enquanto eles não
estão bem."

"Você realmente pensou sobre isso?!"

"Tenho certeza que sim, Black, relaxe." Mary disse, tentando aliviar o clima. Ela se levantou,
"Devo dar uma olhada e ver se podemos conseguir um pouco de espumante barato? Isso merece um
brinde! "

"Sim!" Marlene se levantou também. Ela abraçou Lily e beijou James na bochecha, "Parabéns,
vocês dois!"

"Parabéns!" Peter ergueu sua lata de cerveja bêbado.

"Vocês todos ficaram loucos?!" Sirius quase gritou. Remus percebeu a expressão de consternação
no rosto de Lily e decidiu que era o suficiente. Ele levantou-se.

"Padfoot." Disse com firmeza, usando aquela voz "Não."

Sirius o olhou agora. Sua boca se fechou abruptamente, e ele sacudiu a cabeça como um
adolescente mal-humorado, antes de passar por todos eles e marchar para fora da sala. A porta do
quarto bateu.

"Imbecil." Mary falou despreocupadamente. "Vou dar um pulo na loja - vem Marls?"

"É melhor eu..." Remus sacudiu a cabeça na direção do quarto e seguiu atrás de Sirius.

Ele não bateu, apenas entrou. Afinal, era seu apartamento também. Sirius estava pronto para
recebê-lo e começou assim que Remus fechou a porta atrás de si.

"Você não pode me dizer que acha que isso é uma boa ideia!" Ele vociferou, andando pelo quarto.
"Prongs está sendo ridículo! Somos muito jovens, há a porra de uma guerra acontecendo, a mãe e o
pai dele estão doentes, e ele quer fazer a porra de um casamento?! "

"Acho que todos esses parecem motivos bons o suficiente para ter uma porra de um casamento, na
verdade." Remus suspirou, sentando-se na cama.

"Você está brincando! Somos crianças! "

"Eles estão apaixonados." Remus tentou raciocinar. Sirius riu, uma risada maldosa e cruel.

"Ah, e você vai começar a falar liricamente sobre amor, não é Moony?!"

"Cuidado." Remus se levantou bruscamente, usando sua altura para se elevar sobre Sirius. "Eu não
sei por que você está sendo tão idiota com James e Lily, mas não vou sentar aqui e ouvir você
lançar pequenos comentários maldosos em mim."

Sirius estava prestes a responder, quando a porta se abriu novamente, e desta vez James entrou,
mais furioso do que Remus jamais o vira.

"Seu idiota!" Ele gritou. "Que porra você está fazendo?! Moony, não o defenda!"

"Eu não estou!" Remus disse, se afastando e cruzando os braços, "Eu estava dizendo o mesmo!"

"Bem?!" James se virou para Sirius novamente, "Quer se explicar?!"

"Não, eu quero que você se explique!" Sirius retrucou, "Que porra é essa?! Você vai se casar,
simples assim? Eu sei que você tem essa coisa louca por Evans desde os doze anos, mas que
inferno! Qual é a pressa?! "

"Não é uma 'coisa louca'!" James gritou. "Eu a amo! Estou apaixonado por ela desde sempre, como
você bem sabe! "

"E aí você tem que se casar de repente?!"

"Eu quero me casar, e não é de repente! Temos conversado sobre isso há muito tempo. "

"Foi a primeira vez que ouvi!"

"Sim, bem, eu não tenho que te contar tudo! Eu não queria dizer nada até que Moony voltasse. "

"E seus pais?! O que eles acham?? " Sirius estava perdendo o fôlego, mas obviamente não estava
disposto a parar de ficar com raiva ainda.

"Eles estão extasiados, na verdade! Eles amam Lily! E eu pensei que você também! Você é meu
melhor amigo, pensei que me apoiaria! "

"Oh!" Os olhos de Sirius brilharam, "Porque você sempre apoiou meus relacionamentos!"

Os olhos de James piscaram em direção a Remus, depois voltaram - foi apenas uma fração de
segundo, mas Remus definitivamente sentiu. Que diabos foi isso?

"Você sabe que não é..." disse James ferozmente, com a mandíbula cerrada.

Remus interpretou isso como sua deixa para sair. O que quer que estivesse acontecendo entre os
dois, não queria fazer parte disso. Ele foi direto para a cozinha e olhou embaixo da pia. Havia uma
garrafa de firewhisky que ele havia colocado lá depois da última festa para mantê-la segura. Remus
a destampou e tomou um longo gole.

"Remus?"

Ele quase engasgou quando Lily entrou na cozinha. Ela riu e estendeu a mão.

"Me dê um pouco, então? Mamãe sempre me disse para nunca beber sozinha. "

Ele riu, enxugando a boca com as costas da manga e entregando-lhe a garrafa. Ela bebeu
profundamente, e não estremeceu - Remus a observou com admiração e pensou que se tivesse que
se casar com uma garota, então seria melhor que ela fosse exatamente como Lily Evans.

"Desculpe, eu arruinei sua festa de boas-vindas." Ela falou desamparada.

"Você não arruinou," Remus balançou a cabeça, "Desculpe pelo Sirius."

"Ah, não seja bobo - você não é o guardião dele."


"Ele está sendo um idiota."

"Ele está com ciúme, eu sabia que ele ficaria." Ela riu percebendo o olhar de Remus, "Não desse
jeito, Moony, é óbvio que ele está loucamente apaixonado por você, quero dizer que ele está
preocupado em perder seu melhor amigo."

"Você provavelmente está certa."

"Normalmente estou." Ela ergueu uma sobrancelha para ele e ele riu novamente.

"Parabéns," ele disse sinceramente. "Eu acho que é brilhante."

"Obrigada, amor," ela sorriu suavemente. "É um pouco apressado, eu sei, meus pais falaram muito;
Pet se casou no ano passado e é três anos mais velha que eu. Mas... você sabe que Euphemia e
Monty não estão bem? "

"Sim, eu gostaria de poder ir vê-los, mas ... Ordens do Moody, sabe."

"Eles entendem." Ela tocou seu braço gentilmente, "De qualquer forma, eles são realmente... quero
dizer, eles não estão sofrendo nem nada, mas estão muito velhos. Eu sabia o quanto significava
para James - tê-los vendo ele comigo. Eles querem saber que ele ficará bem quando partirem."

Talvez ele tenha bebido muito, mas as lágrimas surgiram nos olhos de Remus inesperadamente. Ele
cobriu o rosto e gemeu.

"Jesus Cristo, Evans, posso ficar cinco minutos sem um colapso emocional?!"

Ela riu e o abraçou novamente.

"Garoto adorável."

"Nós voooltaaamos!" Mary e Marlene cantaram ao entrarem cambaleando no apartamento mais


uma vez, rindo alegremente.

"Esconda isso, rápido!" Lily devolveu a garrafa a Remus, e ele a guardou debaixo da pia atrás de
uma caixa de sabão em pó.

No momento em que Mary serviu a todos um copo (ou uma caneca) de babycham ("a coisa mais
próxima de champanhe que você pode conseguir em Soho depois da meia-noite"), James e Sirius
ressurgiram do quarto, ambos ainda com o rosto vermelho, mas aparentemente em melhores
condições. Sirius se juntou ao brinde pelo menos, e até deu um beijo educado na bochecha de Lily.

Mesmo assim, a atmosfera havia mudado e todos partiram na hora seguinte ou mais - Marlene
estava hospedada na casa de Mary em Croydon, Peter voltou com James e Lily. Quando a porta se
fechou pela última vez à uma da manhã, Remus teve vontade de se enrolar no sofá, cobrir a cabeça
e ficar lá por uma semana.

Sirius não disse muito, apenas fez uma arrumação superficial e foi para o banheiro. Remus ouviu o
clique da fechadura e aproveitou a oportunidade para tomar um último copo de uísque e acender
um cigarro antes de dormir. Ele se sentia sujo; seus dentes pareciam emborrachados, sua garganta
queimava e seus olhos coçavam, mas tudo aquilo combinava com seu humor.

Ele não tinha mais vontade de falar, especialmente se isso fosse levar a outra briga. Até considerou
apenas adormecer no sofá, mas então isso apenas poderia significar uma briga pela manhã, e ele já
sabia que estaria de ressaca.
Sirius abriu a porta e Remus o ouviu caminhando para o quarto. Talvez se Remus escovasse os
dentes com calma, Sirius dormiria antes de chegar lá - os dois haviam bebido muito. Ele se
levantou do sofá e foi para o banheiro.

Remus lavou o rosto e a nuca com água fria e se olhou no espelho do armário de remédios acima
da pia. Esteve evitando seu reflexo desde que voltou. Estava uma merda, ainda muito oco nas
bochechas, olhos mais escuros e mais largos de alguma forma, pálido de tanto beber e suas
cicatrizes se destacavam como fios de prata sob sua pele.

Ele tinha aquela mesma aparência assombrada que eles tinham; o bando? Havia absorvido aquele
brilho feroz, aquele sorriso esguio de lobo? Ou estava apenas vendo o garoto zangado e assustado
que sempre esteve lá?

Ele suspirou derrotado e apagou a luz, indo finalmente para a cama.

As luzes ainda estavam acesas e Sirius estava sob as cobertas, apenas seu cabelo preto sedoso
visível, jogado sobre o travesseiro. Ele sempre dormia assim, escondido. Com um lampejo de
clareza, Remus se lembrou da criança que Sirius havia sido; sozinho em uma grande casa repleta
com família que não conseguia entendê-lo, o peso da expectativa lhe pressionando de todos os
lados.

Remus trancou sua solidão dentro de si, como sempre. Porém, Sirius - ele empurrava sua solidão
para fora, e deixava que outras pessoas tirassem isso dele. Consequentemente, ficava um pouco
possessivo às vezes, um pouco em pânico - e daí? Ninguém era perfeito. Suavizando, Remus se
sentou ao lado dele e muito gentilmente acariciou seus cabelos..

"Tudo bem?" Ele sussurrou.

A cabeça de Sirius balançou em uma espécie de aceno sob o edredom, e ele estendeu os braços
para envolver a cintura de Remus. Remus suspirou, aliviado. Era tão bom estar de volta na sua
própria cama. Eles sempre poderiam simplesmente não brigar, ele pensou consigo mesmo. "Amo
você," murmurou, beijando o topo da cabeça de Sirius.

Os braços de Sirius ficaram mais apertados ao redor dele, e logo os dois adormeceram.
Capítulo 164: A guerra: Verão de 1979
Chapter Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

Tradução das notas da autora: As letras usadas neste capítulo são de uma canção
chamada 'Rex' s Blues', que foi escrita / tocada em 1977 por Townes Van Zandt.
Portanto, conta como uma música apropriada para a época dessa fic - MAS, a versão
que ouvi pela primeira vez, e que eu tinha em mente ao escrever este capítulo, é de
Jolie Holland.

Ride the blue wind, high and free

She'll lead you down through misery

Leave you low, come time to go

Alone and low, as low can be.

O casamento de Lily e James foi marcado para o final de setembro. Seria um evento relativamente
pequeno - convidaram apenas membros da ordem e amigos da escola - e seria realizado na
propriedade dos Potters. Eles esperavam que o tempo estivesse bom o suficiente para fazer nos
jardins, mas, mesmo que chovesse, havia espaço de sobra dentro de casa.

Depois de ter feito uma confusão na noite da festa de boas vindas de Remus, Sirius estava
claramente muito envergonhado por como havia agido, e compensou fazendo praticamente
qualquer coisa que James e Lily pediram dele. Ele encomendou as vestes para os meninos da loja
Madame Malkin, buscou os anéis no joalheiro e ofereceu toda a sua coleção de discos para uso na
recepção.

Remus, que nunca tinha ido a um casamento, tentou ficar bem para trás. Pelo que ele sabia, seu
dever como padrinho era aparecer, evitar que a cabeça de Sirius explodisse e garantir que nenhum
membro da família trouxa de Lily visse algo muito assustador.

O ato de penitência mais maluco de Sirius foi escrever à mão todos os convites. Seu talento para a
caligrafia ainda era um de seus segredos mais sombrios (e a coisa favorita de Remus para provocá-
lo), mas ele estava determinado a ser o padrinho perfeito, então ele se sentou curvado sobre a mesa
de jantar uma tarde e trabalhou nisso por quatro horas seguidas.

"Cinquenta e oito!" Sirius disse triunfante, terminando o último convite com um floreio de sua
pena.

"Muito bem," disse Remus, olhando por cima do jornal, "Ahh, olhe a sua linda caligrafia! Tão
delicada "

"Melhor do que o seu garrancho!" Sirius colocou a língua para fora.


"Só não conte a ninguém que você fez isso," Remus aconselhou, "Ou você vai começar a receber
pedidos."

"Você realmente acha que os convites estão tão bons?" Sirius perguntou, segurando um contra a
luz para inspecionar os delicados espirais de tinta preta.

"Estão lindos. Mesmo." Remus respondeu carinhosamente.

"Bem, esta é a única vez que farei isso." Sirius fungou, arrumando a pilha, "Este é o único
casamento que eu irei apoiar."

"E se Mary se casasse? Ou Pete? "

"Eu apareceria e ficaria bêbado, mas secretamente odiaria cada minuto."

"Bem razoável," Remus assentiu.

"Outra coisa pela qual você pode culpar a nobre e mais antiga casa de merda." Sirius disse, "Você
sabe quantos jantares de noivado e casamentos eu já estive? Ugh." Ele estremeceu visivelmente.
"Sinto muito, Moony, mas você nunca irá me tornar um homem comprometido."

"Oh, e eu estava prestes a propor," Remus respondeu secamente, levantando-se, "Chá?"

"Por favor." Sirius acenou com a cabeça, esfregando os nós dos dedos doloridos.

Remus entrou na cozinha, batendo na chaleira com sua varinha - eles a compraram no mesmo dia
que foram buscar as vestes sociais. Fazia Remus se lembrar um pouco de quando ia buscar os
sapatos da escola quando era menino; Olivaras o mediu, então cantarolou e murmurou para si
mesmo. Ele vasculhou o estoque e trouxe caixas e mais caixas de varinhas para Remus testar.
Eventualmente, eles se estabeleceram em uma de cipreste flexível, com um núcleo de pelo de
unicórnio.

Estava tentando se acostumar com ela. Não era como a varinha de Lyall, (que havia descoberto
que era feita de abrunheiro, com núcleo de pelo de kelpie) - parecia menos rígida, mais inclinada a
fazer o que Remus mandava. O que significava que Remus tinha que se lembrar de não colocar
muita força em sua magia, como havia se acostumado a fazer.

Ele observou o vapor subindo da chaleira pensativamente.

"Isso realmente os irritaria," Remus falou através da parede fina.

"O que? Quem?"

"Sua família." Remus disse, colocando dois saquinhos de chá em duas canecas, "Se você se casar
com um cara. Um meio-sangue, lobisomem, um cara. "

"Não se esqueça do 'pobre'!" Sirius riu. "Merlin, imagine mandar um convite para minha mãe!"

"Imagine enviar a qualquer um um convite para isso," Remus bufou, "Cristo, eu já posso ouvir
James fazendo trocadilhos terríveis sobre a lua de mel. "Ele carregou as canecas de chá de volta
para a sala, colocando-as na mesinha de centro.

"Já estive noivo uma vez, realmente não quero fazer isso de novo." Sirius disse, com um ar de
finalidade.

"Ah sim, você está certo." Remus piscou.


***

Well, if I had a nickel, I'd find a game

Bem, se eu tivesse um níquel, encontraria um jogo

If I won a dollar, I'd make it rain

Se eu ganhasse um dólar, faria chover

If it rained an ocean, I'd drink it dry

Se chovesse um oceano, eu beberia até secar

And lay me down dissatisfied.

E deite-me insatisfeito.

It's legs to walk and thoughts to fly

São pernas para andar e pensamentos para voar

Eyes to laugh and lips to cry

Olhos para rir e lábios para chorar

A restless tongue to classify

Uma língua inquieta para classificar

All born to grow and grown to die

Todos nasceram para crescer e cresceram para morrer

O planejamento do casamento foi na verdade uma distração muito bem-vinda já que o verão se
abria diante deles. Sirius, James, Peter e Lily eram frequentemente chamados com urgência para
missões da Ordem, e a lista de desaparecidos lida no início de cada reunião estava crescendo.

Benjy Fenwick, que trabalhava com Moody há anos, fora terrivelmente assassinado - não puderam
nem mesmo ter um caixão em seu funeral; não havia sobrado o suficiente dele. Darius Barebones -
de quem Remus nunca gostou, mas que mesmo assim era um agente dedicado - foi encontrado
esfolado vivo em seu próprio escritório no Ministério. Eram tempos miseráveis.

Remus finalmente foi autorizado a retornar oficialmente à Ordem depois que duas luas cheias
passaram sem incidentes. Ferox acreditava que a divisão que Castor havia instigado significava que
o bando de Greyback estava muito fraco para ser muito útil para Voldemort - e, de alguma forma,
todos pareciam ter entendido que Remus era o responsável por isso.

Dumbledore realmente apertou sua mão enquanto dizia, "Você nos deixou muito orgulhosos, Sr.
Lupin."

Danny McKinnon até se desculpou com ele - Remus pensou que, provavelmente, era obra de
Marlene.

Em julho, os números da Ordem haviam diminuído tanto que, até mesmo Remus, estava sendo
enviado em missões - frequentemente fazia par com Mary, o que tornava as coisas suportáveis.
Suas missões normalmente consistiam em apoiar os Aurores montando guarda, ou administrar a
vigilância de alguns dos Comensais da Morte mais conhecidos. Remus e Mary passavam muito
tempo sentados juntos em cafés ou se escondendo atrás de arbustos.

Uma dessas missões envolvia seguir um Comensal chamado Travers, que era conhecido por beber
em um pub de bruxos perto de Stoke Mandeville. Deveriam apenas ver para onde ele ia, como
passava um dia normal. Caradoc Dearborn, um herói da Ordem da Fênix, foi visto pela última vez
entrando no pub, mas ninguém ouviu falar dele desde então.

"Você voltou," sussurrou Mary, enquanto esperavam no banco de trás de um antigo Ford Cortina
estacionado do outro lado da estrada. "Então, talvez Caradoc também vá."

"Espero que sim." Remus respondeu.

"Eu simplesmente não suporto não saber." A perna de Mary tremia nervosamente, "Eu fico
imaginando... e o que eles fizeram com os Prewett!"

"Não pense nisso." Ele colocou a mão em seu joelho para mantê-la quieta e procurou por uma
distração, "Ei, Lily decidiu pôr flores no final?"

"Qualquer coisa, exceto lírios ou petúnias", disse Mary, com um sorriso agradecido, "Eu e Marls
usaremos lavanda, então as outras flores combinarão com isso."

"Parece bom." Remus assentiu, embora ele não conseguisse imaginar a cor lavanda - era roxo? Ou
azul?

"Estou tão feliz por você estar aqui comigo, Remus," disse Mary, "Eu só conseguia acertar meus
feitiços defensivos em seus grupos de estudo."

"Estamos aqui apenas para observar. Tudo ficará bem."

Eles esperaram por horas, e quando Travers finalmente saiu, cambaleando e cheirando a álcool, ele
não estava sozinho. Remus teve que cutucar Mary, que havia cochilado, recostada em seu ombro.

"Ah merda!" Ela sussurrou, sua voz rouca de terror, "Seis deles, Remus!"

Remus levou um dedo aos lábios, sinalizando para ela ficar quieta. Ele observou os Comensais da
Morte saírem do pub para a tranquila estrada rural. Reconheceu alguns deles das fotos que Moody
havia mostrado - Karkaroff, Dolohov e Alecto Carrow. Dois deles ele reconheceu pelo cheiro.
"Porra." Ele disse baixinho. "Mulciber e Snape."

"Não!" Mary agarrou seu braço, se esticando para olhar. "Oh meu Deus! Precisamos sair daqui! "

O problema era que o carro era apenas para exibição e, de qualquer forma, nenhum dos dois sabia
dirigir.

"Fique calma," disse Remus, "Vamos apenas esperar eles irem - aposto que vão apara -"

"Oooh, trouxas!" Alecto Carrow, uma jovem atarracada de rosto de cavalo apontou alegremente
para o Cortina, "Vamos brincar!"

"Porra." Remus disse novamente. Os seis bruxos de mantos escuros deslizaram em direção a eles,
sacando suas varinhas. Remus puxou a sua também, Mary seguindo o exemplo. "Rápido", disse
ele, "vamos sair, talvez possamos ..."

" APERIO! " Travers chicoteou sua varinha em direção ao carro, e as portas foram arrancadas de
suas dobradiças com um horrível som de metal sendo esmagado.

Mary gritou, mas manteve a varinha erguida. Remus a empurrou para trás, protegendo-a com seu
corpo e esperando que eles pudessem sair pelo outro lado. Ele se sentiria muito melhor com um
carro entre eles e os seis perigosos assassinos.

"Eles não são trouxas!" Um dos Comensais da Morte disse alegremente - era Mulciber? "São
sangue-ruins!"

"Ahh, ainda melhor!" Alecto gargalhou.

" Impedimenta !" Remus gritou, enquanto ele e Mary saíam do carro.

"Loony Lupin, é você?!" Snape quem falava agora, "Que sorte! Sectumsc - "

" LANGLOCK! " Mary gritou com tanta emoção que Remus ouviu o clique quando os dentes de
Snape se fecharam, e ele segurou o queixo com as duas mãos, incapaz de falar.

" Crucio !" Mulciber gritou, mirando em Mary, mas Remus saltou rapidamente com um feitiço de
escudo.

" Estupefaça !" Mary pegou Mulciber, mas os outros ainda estavam avançando, até Snape, embora
ele ainda estivesse incapacitado.

"Rápido, Mary!" Remus agarrou a mão dela e eles desaparataram, caindo de pé no meio do centro
da cidade de Cardiff. Felizmente era tão tarde que não haviam trouxas por perto - exceto por um
mendigo que parecia muito bêbado, e esfregou os olhos ao vê-los.

"Onde estamos?" Mary perguntou, trêmula, com os olhos arregalados.

"Não importa," Remus ofegou, "Precisamos aparatar de novo - seis vezes para estarmos seguros,
lembra?"

"Certo, sim, ok," ela acenou com a cabeça, claramente em estado de choque. Remus percebeu que
teria que ser ele a fazer novamente. Ele apertou a mão dela mais uma vez, e eles estavam em
Essex, a apenas um quilômetro e meio de St. Edmund's. A aterrissagem foi ainda mais difícil dessa
vez, e Remus teve que se inclinar para frente para fazer sua cabeça parar de girar.

"De novo." Ele grunhiu.


"Eu faço." Mary pegou sua mão e o arrastou, girando pelo espaço mais uma vez. Em seguida, eles
chegaram a uma propriedade industrial em algum lugar, caminhões e vans estacionadas do lado de
fora de grandes armazéns, brilhando sob as fracas lâmpadas amarelas das ruas. "Ugh," Mary
pressionou a mão na testa, estremecendo, "Ok, de novo."

Na quarta vez, eles tiveram que se agarrar um ao outro para não cair. Na quinta, eles caíram de
costas - felizmente em um gramado macio em algum lugar em Lake District. Remus se ergueu,
suas pernas praticamente gelatinosas, sua cabeça girando. Ele puxou Mary também, e ela tropeçou
nele, tonta.

"Eu vou vomitar." Ela disse, então prontamente se virou e o fez. Remus esfregou as costas dela
suavemente, piscando o suor dos olhos.

"Você está indo tão bem", ele engasgou, "Só mais uma vez ..."

Já era quase madrugada quando voltaram para Londres, exaustos e nauseados, com as cabeças
latejando. Mary ficou no apartamento deles, dizendo que não poderia ir para a casa de sua mãe
com uma aparência tão ruim. Sirius convocou Moody através da lareira, e ele chegou
imediatamente, interrogando Remus e Mary, que estavam tremendo, sentados no sofá, enrolados
em cobertores e tomando um chá fraco.

"Excelente trabalho, vocês dois", ele acenou com a cabeça para eles antes de sair, "Continuem
assim, e vocês dois sobreviverão."

Mary começou a chorar.

***

Tudo estava ruim. A fuga de Remus e Mary naquela noite não foi a última, nem foram os únicos a
se encontrarem em uma situação difícil. Remus frequentemente tinha que sair da sala enquanto
James e Sirius contavam suas próprias desventuras, e Peter havia desenvolvido um pouco de
gagueira sempre que alguém mencionava Comensais da Morte.

Ao todo, o casamento parecia o único ponto brilhante em um futuro cada vez mais curto. Eles
certamente já estavam fartos de funerais.

Então, no final de agosto, quando Remus e Sirius receberam uma visita inesperada de Lily, que
estava em estado de pânico, eles imediatamente presumiram o pior.

"Oh, graças a Deus você está aqui!" Ela disse, irrompendo em sua sala de estar. Seu cabelo estava
preso em um rabo de cavalo bagunçado, e ela parecia cansada e sobrecarregada.

"Qual é o problema?!" Remus se levantou rapidamente.

"Não você," ela o afasta com desdém, e então se vira para Sirius, "Eu preciso de você!"

"O que foi?" Sirius parecia tão confuso quanto Remus. Lily nunca precisou da ajuda dele. "É o
Prongs?"

"Sim, o bastardo."

A preocupação deixou o rosto de Sirius e ele sorriu.

"Olha, se isso é sobre a despedida de solteiro..."

"Oh, eu não me importo com o que vocês vão fazer", ela resmungou impacientemente, "Isso é
muito, muito mais importante."

"Vou colocar a chaleira no fogo, então..." Remus disse, desaparecendo na cozinha. Ele ainda podia
ouvi-los através da parede.

"O que é, então?" Sirius estava perguntando.

"Eu não sei dançar."

"O que?!" Ele zombou, "Eu vi você dançar."

"Sim, eu posso agitar meus quadris ao som de música pop, mas estou falando sobre uma dança
adequada. Com passos, e James liderando, e contando 'um, dois, três', a coisa toda! "

Sirius estava rindo agora.

"Vai ser esse tipo de casamento? Prongs praticamente me prometeu que haveria música moderna! "

"E vai ter!" Lily respondeu defensivamente, "Mas... bem, é tradição ter uma primeira dança, e eu
acho que a mãe dele gostaria de ver. Eu concordei em fazer isso há muito tempo. Pensei 'tudo bem,
vamos apenas tocar algo romântico e nos segurar um no outro por alguns minutos', mas aquele
idiota apenas mencionou casualmente o fato de que ele sabe dança de salão desde que aprendeu
andar! "

Sirius bufou,

"Sim, parece certo. Olha, Evans, você é a única maluca o suficiente para se casar com um sangue
puro, está colhendo o que plantou. "

"Mas você tem que me ajudar!"

"Ahhhh não..."

Remus voltou a entrar na sala com uma bandeja, equilibrando três canecas de chá.

"Vá em frente", disse maliciosamente, "Eu adoraria ver isso."

"Absolutamente não." Sirius cruzou os braços decisivamente. "Faça Pete fazer isso! Ele também é
um puro-sangue! "

"Ele é muito baixo," Lily balançou a cabeça, "E... bem, eu não quero ser má, mas ele é muito
desajeitado, e não quero que pise nos meus pés enquanto estou quebrando os sapatos do meu
casamento. Eles são de cetim branco. Por favor, Sirius? Eu aprendo rápido, eu juro, você só precisa
me fazer passar por uma dança. "

"Moony!" Sirius implorou, enquanto Remus se sentava ao lado dele, "Salve-me!"


"Eu acho que você deveria ajudar," Remus respondeu, tomando um gole de chá, "Por James."

"Sim!" Lily assentiu com entusiasmo, "Por James!"

"Ele não me merece." Sirius resmungou. "Tudo bem. Uma aula. Valsa é bem fácil. Moony, vá
embora. "

"Absolutamente não." Remus sentou-se no sofá, preparando-se para o show, "Eu nunca vi você
dançar valsa antes, e não vou perder isso."

Sirius ergueu o dedo médio, então balançou a cabeça e se virou para Lily.

"Certo", disse ele com altivez, "Me de suas mãos ..."

Por mais divertido que tenha parecido, aos quinze minutos de aula Remus estava completamente
extasiado.

Sirius trabalhava duro para esconder seu porte puro-sangue na maior parte do tempo. Desde que
eram crianças, Remus sabia que Sirius imitava seu sotaque, e às vezes até seus maneirismos em um
esforço para parecer menos privilegiado. Ele se curvava, xingava, usava jeans rasgados e jaquetas
de couro. Mas aqui estava a prova de que Sirius Orion Black, herdeiro da família bruxa mais
prestigiada e implacável da Grã-Bretanha, não havia esquecido completamente suas raízes.

Na época, Remus achava isso charmoso - assim como achava quase tudo em Sirius charmoso. Ele
manteve a cabeça erguida, mostrando seu pescoço longo e branco, o queixo rígido. O moreno
pegou Lily nos braços como um verdadeiro cavalheiro - como um príncipe cortês. Quando se
moveu, deslizou; nem um passo fora do lugar. Ele era a imagem da nobreza incorruptível. Isso
deixou Remus louco.

"Muito obrigada!" Lily disse, com as bochechas rosadas depois de duas horas de dança, "Eu tenho
que voltar, ou ele vai se perguntar onde estou, mas eu te devo uma, sério, Black."

"Oh, apenas o seu primeiro filho vai servir." Sirius acenou galantemente com a mão, sorrindo. Ele
parecia ter se divertido também.

Lily agarrou sua bolsa, beijou os dois na bochecha e saiu pela lareira. Sirius se virou para Remus,
que ainda o observava no sofá. Ele fez uma careta.

"Vá em frente, pode me zoar."

"Nunca," Remus sorriu, levantando-se e caminhando até ele, "Eu amo o quão sofisticado você é."

Ele passou os braços sobre os ombros de Sirius e se inclinou para um beijo, que durou muito
tempo; Sirius pressionando contra ele, afetuosamente no início, mas depois com mais ansiedade
conforme o beijo se aprofundava. Desde que Remus voltou do bando, as coisas estavam um pouco
secas naquele departamento - não que eles estivessem se comportando como monges, exatamente,
mas nas raras ocasiões em que nenhum deles estava exausto, o sexo tinha se tornado bastante
funcional.

Sirius sorriu contra os lábios de Remus, inclinando a cabeça para trás. As mãos de Remus estavam
na cintura do moreno, e seus polegares encontraram o caminho sob o cós da calça jeans, fazendo
círculos nos ossos do quadril que faziam Sirius se contorcer.

Remus sorriu também, se afastando.


"Quer dançar?"

***

So tell my baby, I said so long.

Então diga ao meu bebê, eu disse até logo.

Tell my mother, I did no wrong -

Diga a minha mãe, eu não fiz nada errado -

Tell my brother to watch his own

Diga ao meu irmão para cuidar do seu próprio

And tell my friends to mourn me none

E diga aos meus amigos para não chorarem por mim

Três dias depois da aula de dança, Sirius e Remus se encontraram com um domingo
milagrosamente livre. Não houve missões; não houve reuniões; não havia catástrofes de casamento
para resolver. E, pelo que Remus sabia, nenhum deles corria perigo mortal. Então, eles passaram
da melhor maneira que podiam imaginar - dormindo.

Fora a primeira vez que ficaram deitados por tanto tempo desde que saíram de Hogwarts, e deveria
ser quase meio-dia quando Sirius se levantou para deixar a coruja entrar com o correio - ela estava
bicando furiosamente a janela do quarto a quinze minutos.

A coruja piou indignada, circulou o quarto e largou o Profeta Diário nas pernas de Remus,
enquanto Sirius vasculhava a mesinha de cabeceira em busca de um nuque para dar. Remus rolou,
gemendo. Considerou cobrir a cabeça com o edredom e simplesmente voltar a dormir.

"Devo fazer o café da manhã?" Sirius perguntou, pegando o papel. "Café da manhã na cama?"

"Eu já te disse o quanto eu te amo?" Remus sorriu, os olhos semicerrados. Ele se espreguiçou um
pouco, bocejando, "Acho que acabaram os ovos, então..."

"Remus!" Sirius agarrou seu braço com tanta força que teria hematomas no dia seguinte. Ele
empurrou o jornal na cara dele, e Remus - assustado e meio acordado - piscou com a manchete.

HERDEIRO BLACK CONFIRMADO MORTO

"Eh?" Remus coçou a cabeça, confuso, "Isso é loucura, você não..."


Então ele percebeu. Ah. Se sentiu tão estúpido. Ele olhou para Sirius, que estava branco como um
lençol, olhos arregalados e doloridos.

"Ah" Remus disse, estendendo a mão impotente, "Ah não, Sirius ..."

I'm chained upon the face of time

Estou acorrentado na face do tempo

Feeling full of foolish rhyme

Sentindo-se cheio de rima tola

There ain't no dark till something shines

Não há escuridão até que algo brilhe

I'm bound to leave the dark behind

Estou fadado a deixar o escuro para trás


Capítulo 165: A guerra: Dulce et Decorum est
Chapter Notes

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Sirius não falou de novo. No começo, Remus tentou ser compreensivo e fez tudo o que pôde
pensar. Ele se levantou, fez chá e ofereceu uísque, mas Sirius balançou a cabeça.

Ele tentou falar com ele, mas Sirius apenas encarava o artigo.

"Há algo que você precisa? Eu pego qualquer coisa para você, basta dizer...?"

Nada. Sirius apenas piscou e começou a reler do início. Havia uma fotografia de uma casa alta com
terraço em uma parte chique de Londres, mas Remus não conseguia ver muito mais, e Sirius estava
segurando o jornal com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos.

Foi assustador. Remus ficou ao lado dele, estendeu a mão e tocou seu ombro, que estava rígido
como o de uma estátua. Sirius mal reagiu. Remus saiu do quarto.

Ele foi até a porta da frente, onde suas duas jaquetas estavam penduradas, uma macia e marrom, a
outra de couro preto cravejado de prata. Ele enfiou a mão no bolso da jaqueta de couro e puxou o
espelho compacto de prata de dentro. Ele abriu.

"Prongs?! Prongs! "

O rosto de James apareceu, olhos escuros e preocupados.

"Moony?"

"É Sirius - algo acon--"

"Eu sei", James o interrompeu, "Acabei de ver o jornal. Chego aí em dois minutos. "

Ele desapareceu, e o espelho apenas mostrou o rosto angustiado de Remus. Ainda sim, isso era um
alívio. James saberia exatamente o que fazer.

Remus se odiava por pensar isso, mas uma coisa continuava retumbando em sua mente como uma
buzina; foram lobisomens? Foi Greyback? Ele precisava ler o artigo, precisava descobrir o máximo
possível.

A lareira de repente brilhou em verde, e James entrou, olhando ao redor. Ele olhou para Remus.

"Quarto." Disse Remus. James acenou com a cabeça e entrou no cômodo sem dizer uma palavra.

Remus fechou os olhos, respirando profundamente. Ele poderia fazer mais chá. Realmente queria
uma bebida adequada, mas ainda era de manhã cedo, e se Sirius não queria, ficaria muito feio se
Remus começasse a beber gim sozinho. Merda. Sirius fora tão bom quando Hope morreu - como?!
Na época, Remus não deu o devido valor, e agora ele não conseguia pensar em uma única coisa
útil para falar ou fazer.

Regulus estava morto. O irmão de Sirius estava morto.

Remus voltou para o quarto. James estava sentado na cama, um braço em volta de Sirius, falando
em seu ouvido muito baixo. Sirius parecia estar apenas ouvindo metade enquanto olhava para o
nada. Por fim, o papel havia caído e estava no chão, meio embaixo da cama.

"Ele fez sua escolha há muito tempo", James estava dizendo, "Você não deve se culpar, não deve
deixar isso..."

"Não diz o que aconteceu." Sirius disse, finalmente falando, sua voz mais grave do que o normal,
"Alguém sabe? Seu pai ou Moody? Houve um ataque ontem à noite, ou...? "

James balançou a cabeça, o braço ainda em volta de Sirius.

"Não, nada que sugira... mas é claro, podemos ter perdido alguma coisa. Há evidências de que ele -
que Voldemort está matando Comensais da Morte. Para hm. Para mantê-los na linha. Alguns deles
estão com dúvidas, você sabe. "

Remus se lembrou do sinistro dever dos lobisomens. Talvez Greyback não tenha sido uma ameaça
o suficiente para algumas das antigas famílias. Voldemort teve que dar um exemplo. Isso fazia
algum sentido. Aparentemente, para Sirius também. Seus olhos focalizaram, estreitando-se. Ele
fungou, embora não tivesse derramado uma lágrima, e endireitou as costas, se soltando do braço de
James.

"Bem então." Ele disse bruscamente "Ele teve o que merecia, não é."

James olhou de volta para Remus, e eles trocaram um olhar preocupado.

"Cara", disse James, "ele era seu irmão, está tudo bem se..."

"Não." Sirius se levantou bruscamente, forçando James a se levantar também, cambaleando contra
o guarda-roupa, "Ele não era meu irmão. Eles não são minha família. Isso sempre foi deixado
muito claro. "

"Mas você--"

"Ele era meu inimigo. Ele teria matado cada um de nós sem pensar duas vezes. Estou feliz por ele
ter partido. Menos um Comensal da Morte. Bom. Brilhante." Ele olhou para James e Remus, como
se os desafiasse. Nenhum deles ousou. "Estou indo tomar um banho." Ele disse e saiu do quarto.

Remus mordeu o lábio. James soltou um suspiro pesado.

"Pelo menos ele está de pé, eu suponho. Ugh, Regulus, seu merdinha. É como se fosse um ato final
para bagunçar com a cabeça de Sirius. "

"Eu sei o que você quer dizer." Remus disse, tentando ver o lado engraçado. "Parece que sempre
que as coisas começam a voltar ao normal, outra catástrofe acontece".

"Moody diria 'isso é guerra, rapazes'." James respondeu, igualmente sem humor.

Eles ficaram em silêncio por um tempo e ouviram o barulho do registro no banheiro rangendo
enquanto Sirius ligava a água quente. James correu os dedos pelo cabelo, "Vai acabar de vez, um
dia. Eu sei que vai, Moony. Só temos que fazer o nosso melhor até lá. "

Remus acenou com a cabeça e se sentiu um pouco melhor. James tinha esse poder; ele poderia
trazer otimismo até mesmo para os momentos mais sombrios.

"Como estão seus pais?" Remus perguntou, ciente de que James havia deixado seus pais doentes
muito repentinamente.
"Eles estão bem. Mamãe está em pânico com os arranjos de flores. Pete e sua mãe estão visitando,
e Lily está lá, então eles não estão sozinhos. Não contei a eles sobre isso... não havia tempo, e não
quero colocar um fardo a mais. Se soubessem, iriam querer de vir e verificar como ele está. "

"Se ele decidiu ficar assim sobre isso," disse Remus, "então acho melhor não fazer um estardalhaço
sobre."

"Você tem razão." James acenou com a cabeça, cansado. Ele deu a Remus um sorriso suave, "Você
sempre teve razão quando se tratava dele, hein?"

Remus deu de ombros, porque achava que James estava sendo extremamente gentil - geralmente
Remus achava que estava fazendo um péssimo trabalho cuidando de Sirius.

"Eu tentei entrar em contato com o Moody," James continuou, voltando ao assunto, "Para ver se
ele sabe de alguma coisa - mas ele não está respondendo. Para ser honesto -" James abaixou a voz,
inclinando-se para confidenciar a Remus," Eu não acho que Regulus estivesse sendo uma
prioridade para alguém. É só porque ele é um Black que acabou no jornal."

"Mas você acha que foi Voldemort? Que o matou? "

"Parece provável. Ele está ficando desesperado, papai diz. Ninguém pensou que a guerra duraria
tanto - não é apenas o nosso lado que está enfraquecendo".

Eles foram para a sala de estar e Remus fez mais chá. Eles estavam quase sem chá, e ele rabiscou
uma nota para prender no quadro de avisos de cortiça que estava pendurado ao lado da geladeira.
Assim que eles se sentaram, Remus finalmente leu o artigo no jornal.

***

HERDEIRO BLACK CONFIRMADO MORTO

Regulus Arcturus Black II, filho único de Orion e Walburga Black, foi confirmado morto hoje em
um comunicado emitido pela casa da família Black em Islington. Nascido em 1961, o herdeiro da
casa e da fortuna Black tinha dezoito anos. Ele havia recentemente completado sua educação na
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde se destacou como um aluno impecável e um
talentoso jogador de quadribol.

Regulus deixa seus pais e seus primos, que comparecerão a um serviço memorial privado no final
da semana. A família solicitou privacidade.

***

Isso era tudo. Não havia muito mais a dizer sobre uma vida tão curta, Remus supôs, e o que foi
dito não era verdade, ou pelo menos uma versão borrada da verdade. Não havia nenhuma menção
de como ele havia morrido - mas Remus achou que provavelmente era uma coisa boa; pelo menos,
definitivamente não fora Greyback. O Profeta Diário não perderia a chance de entrar em ação
contra um lobisomem.

Sirius entrou na sala de estar, o cabelo pingando e a toalha na cintura.

"Acho que vou trabalhar na moto hoje." Ele disse para a sala, sem realmente olhar para James e
Remus, "Vá para casa, Potter, estou bem." E saiu de novo, provavelmente para se vestir.

James e Remus se entreolharam novamente.

"Você vai ficar bem?" James perguntou, "Se eu for?"

"Sim. claro."

"Ok." James levantou-se da poltrona e foi até a lareira. "Você tem o espelho, se precisar de mim.
Voltarei esta noite. "

"Nós ficaremos bem." Remus disse, levantando-se para se despedir. "Ele só precisa de um pouco de
espaço."

"Não dê a ele." James disse de repente, olhando Remus nos olhos, "Moony, preciso que você fique
de olho nele, ok? Não o deixe ir a lugar nenhum. Não o deixe... não o deixe tentar entrar em
contato com alguém da sua família. Exceto Andrômeda, suponho. "

Remus acenou com a cabeça. Isso não seria muito difícil - Sirius nunca falava com seus parentes.

"Sem problemas."

"Estou falando sério. Ele pode fazer algo estúpido e não podemos arriscar. Muitas pessoas ainda
pensam que Sirius é... você sabe, indigno de confiança, por causa de seu nome, e algo assim vai... "
James pressionou a ponte de seu nariz, como se estivesse com dor de cabeça. "Maldito Regulus."
Ele murmurou novamente.

"Eu vou cuidar dele." Remus respondeu com firmeza. "Não se preocupe."

"Obrigado, Moony," James agarrou seu braço, e era como se eles tivessem treze anos de novo,
fazendo malabarismos com a responsabilidade por seu melhor amigo rebelde.

James saiu e Sirius reapareceu imediatamente, como se estivesse esperando.

"Vocês estavam falando sobre mim?"

"Claro que estávamos," Remus ergueu o queixo, "Estamos preocupados com você."

"O que Prongs disse?"

"Que eu não devo deixá-lo fora da minha vista."

Sirius bufou, "Você terá que ir para a garagem, então."

"Tudo bem," Remus sorriu, despreocupado, "Mostre o caminho." Ele estava determinado a fazer o
que James havia instruído - apenas porque não tinha ideia de como ser útil de outra forma.

Remus só tinha estado na garagem compartilhada uma vez. Havia algumas coisas armazenadas lá -
principalmente o kit de quadribol de Sirius e várias coisas de infância que não cabiam no
apartamento. E a moto, é claro. Era uma Triumph Bonneville T120, a mesma por quem Sirius se
apaixonou anos atrás na casa dos Potter. Ele havia pintado um leão no tanque e fez algum tipo de
feitiço de ampliação no corpo.

Sirius puxou um pano e a poliu, embora já estivesse brilhando. Remus ficou parado em silêncio,
observando. Sirius cutucou com sua varinha em alguns lugares, passou óleo em outros.

"Quando você acha que vai acabar?" Remus perguntou finalmente. "Quando vai estar pronta para
andar?"

"Semana passada," Sirius respondeu, sem olhar para cima.

"O que?"

"Está pronta. O motor funciona, a função de voo funciona. Eu terminei. Acho que sim, de qualquer
maneira, ainda não a tirei daqui. "

"Por que não?"

Sirius apenas deu de ombros e retomou o polimento. Remus o observou um pouco mais.
Obviamente Sirius não queria conversar, e isso era justo - Remus entendia isso melhor do que a
maioria das pessoas. Porém, ele também entendia a necessidade de fazer algo quando você não
conseguia se expressar adequadamente.

"Vamos, então." Ele disse. Sirius, agachado na frente da moto, balançou nos calcanhares e olhou
para Remus.

"Que? Ir aonde?"

"Onde você quiser," Remus deu de ombros, "Vamos dar uma volta."

Sirius piscou.

"Mesmo? Você vem comigo? "

"Bem, dificilmente vou deixar você voar nessa armadilha mortal sozinho, não é?" Remus riu, "Que
tipo de namorado eu seria se não te seguisse para as mandíbulas de uma condenação certa?"

O fantasma de um sorriso cintilou no rosto de Sirius, e ele se levantou.

"Ok, então", ele acenou com a cabeça, "Vamos fazer isso."

Remus nunca gostou de voar. Atualmente, ele era competente em uma vassoura, mas nunca seria
seu meio de transporte escolhido. Simplesmente não gostava muito de alturas.

Ainda assim, ele faria quase qualquer coisa por Sirius, então subiu no banco de trás, passou os
braços em volta da cintura do moreno e respirou profundamente. Sirius realmente riu dele, o que
era um progresso.

"Moony, tem certeza que quer fazer isso? Eu posso sentir seu coração batendo!"

"Absolutamente." Remus acenou com a cabeça, fechando os olhos com força enquanto Sirius
segurava o guidão, "Tenho certeza que já enfrentei coisa pior do que você dirigindo."

"Bem, se tem certeza..." Sirius acelerou o motor e Remus se agarrou ainda mais forte quando o
assento começou a tremer.
No início, eles foram devagar, Sirius navegou cuidadosamente para fora da garagem, apontando
sua varinha para a porta de forma que ficasse fechada e trancada atrás deles, então rodou
lentamente ao longo da rua tranquila. Então, ele apertou um botão e pressionou o pé, e eles saíram
em disparada, Remus ainda tentando não olhar, seu estômago revirando.

"Aqui vamos nós!" Sirius gritou, e Remus enterrou a cabeça no ombro dele enquanto eles se
erguiam do chão, o motor rugindo conforme ganhavam altura. Remus sentiu-se deslizar para trás e
gritou quando seu cóccix bateu no encosto de metal de seu assento.

"Cristo..." ele choramingou. Ele realmente iria morrer. Sirius riu de novo.

"Conseguimos, Moony!" Ele gritou, "Abra os olhos, seu grande covarde!"

Remus o fez, e imediatamente se arrependeu. Já estavam algumas centenas de metros acima do


horizonte de Londres; ele podia ver os amplos telhados de concreto e as ruas bege abaixo. A
população parecia ser formada por girinos, os carros eram como besouros e era um longo caminho
até o chão.

"Oh meu Deus..." ele gemeu.

Sirius comemorou, feliz.

"Não é incrível!?" - ele estava voltado para a frente com os olhos no horizonte. O céu era azul até
onde a vista alcançava. O vento passou por seus ouvidos, frio e fresco, e Remus teve que apertar os
olhos contra o sol.

"Incrível", ele gritou de volta, sentindo-se bastante enjoado, mas satisfeito por Sirius estar feliz.

Eles voaram por toda Londres por quase uma hora - indo tão baixo quanto Sirius ousava ao longo
do sinuoso Tâmisa, fazendo curvas fechadas em torno de arranha-céus e quase batendo direto na
cúpula de St Paul. Finalmente, o motor começou a desacelerar e Remus percebeu que eles estavam
perdendo altura. Ele olhou para baixo bravamente e semicerrou os olhos para as ruas
desconhecidas abaixo.

"Onde estamos?"

"Islington."

"O que?! Sirius!"

Merda! Ele deveria mantê-lo longe dos Black's, e agora eles estavam indo direto para eles!

"Acalme-se," Sirius respondeu enquanto desciam ainda mais. Eles pareciam estar mirando em um
enorme espaço verde - um parque público com árvores, um lago e caminhos de cascalho em torno
de canteiros de flores coloridas.

A aterrissagem foi menos que perfeita. Eles atingiram a grama com tanta força que abriram
grandes trilhas lamacentas, e Remus foi finalmente lançado do banco (embora ele estivesse tão
aliviado por estar de volta em solo firme que poderia ter beijado a grama).

"Droga," Sirius disse, desligando o motor e saltando graciosamente, "Vou melhorar nessa parte.
Você está bem?" Ele estendeu a mão para ajudar Remus a se levantar.

"Tudo bem, eu acho," Remus bateu a mão em suas calças e nos braços. "Onde estamos?"
"Highbury Fields." Sirius lançou obfuscate na moto e então fez o seu melhor para consertar o
gramado em ruínas. "Eu costumava vir muito aqui antes de sair de casa."

"Oh, certo," Remus respondeu suavemente, "Com Reg?"

"Às vezes," Sirius fungou, "Nossa governanta nos trazia."

Remus decidiu guardar essa nova revelação de que Sirius havia tido uma governanta para depois.

"É legal", disse ele, olhando ao redor para o exuberante parque verde, "Bonito. Quer me mostrar
ao redor?"

Sirius sorriu para ele com gratidão, e eles deram uma caminhada tranquila durante a tarde de
domingo. Aqui e ali, Sirius parava e apontava algo - uma árvore que havia escalado uma vez ou
uma ponte sob a qual havia se escondido. Remus gostava de ouvir. Ele raramente ouvia memórias
felizes da infância de Sirius e, por um tempo, ele até se esqueceu do por que estavam ali.

Eles pararam em frente a um memorial de guerra. Era particularmente chique - Remus supôs que
isso se devia ao fato de que Islington era um bairro rico. No topo do pedestal branco estava a
estátua em tons verdes de uma jovem em vestes antigas, segurando uma coroa de louro. Uma
alegoria para vitória.

"Eu fiz minha primeira magia aqui." Sirius disse com um sorriso, "Quando eu tinha quatro anos."

"Mesmo? O que você fez?"

"Ateei fogo na cabeça dela", ele acenou com a cabeça para a estátua. "Sempre fui um rebelde."

"Incrível," Remus riu.

"Sim, Douceline - nossa governanta - enlouqueceu tentando apagar. Mas continuamos rindo, eu e
Reggie, e toda vez que ela apagava, eu simplesmente fazia de novo, porque isso o deixava muito
feliz. "

Sirius olhou para baixo. Ele ficou quieto por um tempo, e Remus apenas colocou a mão em seu
ombro, para mostrar que ele não precisava falar, se não quisesse.

Eles olharam para a placa no memorial. Como dormem os bravos que afundam para descansar,
Todo o país lhe dá suas bênçãos. Remus não pôde deixar de se perguntar sobre os nomes dos
homens listados abaixo. Quantos anos eles tinham? Robert Fenn, Peter Cross, Arthur Hill... Será
que todos eles pensaram que estavam fazendo a coisa certa? Todos eles foram corajosos em seus
últimos momentos? Teriam pensado em sua família, seus irmãos?

E quando essa guerra acabasse, haveria uma placa como esta no Beco Diagonal? Quais nomes
estariam gravados? Não o de Regulus.

"Vamos." Sirius disse finalmente. "Estou pronto para ir para casa agora."

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──
A frase 'Dulce et Decorum Est' que dá nome a esse capítulo vem de Horácio, que
significa 'é doce e adequado morrer pelo país'. E, claro, nos primeiros anos da Primeira
Guerra Mundial, havia muito entusiasmo sobre servir entre os soldados que ainda não
tinha testemunhado toda a extensão dos horrores.
Capítulo 166: A guerra: Outono 1979
Chapter Notes

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Well I take whatever I want

And baby I want you

You give me something I need

Now tell me I got something for you

Come on come on come on and do it

Come on and do what you do

I can't get enough of your love

I can't get enough of your love

I can't get enough of your love

Can't Get Enough, Bad Company.

Sexta-feira, 7 de setembro de 1979

"Uuurrgh, droga!" Remus gemeu, segurando seu ombro e mordendo o lábio.

Padfoot veio pulando, latiu, então se transformou de volta em Sirius.

"O que foi?"

"Deslocado." Remus fez uma careta, ainda segurando seu braço. "Você está com minha varinha?"

"Sim, espere..."

"Tudo bem, Moony?" James e Peter saíram vagarosamente do matagal. "Isso foi ótimo!"

"Sim, ótimo..." Remus aceitou sua varinha de Sirius e a apontou para seu braço dolorido. Ele
pensou em Lívia e Castor, como fazia em cada lua cheia desde que conheceu o bando. Esperava
que ambos estivessem seguros e meio que desejava tê-los por perto apenas pelos benefícios de
cura.

Braço consertado - ou o mais perto disso que conseguiu, ele lutou para se levantar e vestiu suas
roupas, escondido sob um arbusto próximo.

"Ok?" Sirius perguntou, observando-o com cautela, "Você parece um pouco abalado."
"Só dói um pouco," Remus disse, tendo que se controlar para não dar de ombros, "Posso aparatar
junto com você?"

"Claro. Ei, Prongs," Sirius cutucou James com o cotovelo, sorrindo,"Despedida de solteiro muito
boa, hein? Eh?? Despedida de solteiro?!"

"Sim, Padfoot, muito engraçado," James bufou, "Tão engraçado quanto nas últimas cem vezes."

"Estou perdido com vocês," Sirius suspirou.

"Faltam menos de vinte e quatro horas!" Peter disse "Como você está se sentindo?"

"Cansado." James respondeu com um bocejo, "Vamos?"

Eles aparataram de volta à casa dos Potter, que já estava cheia de atividade. Haviam contratado
quatro elfos domésticos extras em preparação para o casamento no dia seguinte, e as criaturinhas
corriam para frente e para trás pela cozinha preparando um banquete.

Lily e a Sra. Potter estavam sentadas à mesa da cozinha - a Sra. Potter em seu roupão e chinelos,
que ela nunca tirava ultimamente. Lily saltou para beijar James.

"Bom dia, querido - eu só fiquei o tempo suficiente para ver você, mas vou embora agora. Como
você está, Remus?"

Remus acenou com a cabeça, sem expressão e exausto.

Lily inclinou a cabeça e resmungou, "Vão para a cama, todos vocês, todos precisam de um sono de
beleza. James, deixei uma lista de coisas que você precisa resolver esta tarde - me ligue quando
terminar ou nunca vou conseguir dormir. Sirius, ele te deu os anéis? Ah, não, boba, eu que estou
com eles, aqui estão... Remus, você vai se certificar de que ele não os perca? Pete, sua mãe
apareceu e eu disse que você tinha saído com os meninos e estava dormindo devido a uma ressaca,
então é melhor não ir para casa. Pedi a Mary que viesse esta noite e trouxesse as flores de lapela
para todos vocês, e as gravatas, se Madame Malkin se apressar e terminar todas... oooh, todos
vocês têm sapatos?!"

"Merlin, Evans," Sirius bocejou, "Qualquer um pensaria que você vai se casar amanhã."

Ela mostrou a língua para ele, beijou James, abraçou Remus e saiu correndo porta afora.

"Vão para a cama, meninos!" Ela gritou ao sair. "Vejo você no altar, Potter!"

Remus olhou para a lista que Lily deixou para James - havia, pelo menos, quinze centímetros de
pergaminho, e Lily tinha uma caligrafia pequena. James ignorou.

"Tudo bem, mãe?" Ele perguntou, indo até a Sra. Potter. Ela tinha duas manchas escuras sob os
olhos e o cabelo estava pálido e pegajoso. Remus estava achando difícil olhar nos olhos dela
atualmente - Euphemia o fazia lembrar muito de sua última visita a Hope.

"Tudo bem, tudo bem", ela sorriu para ele, "Há muito o que fazer!"

"Deixe isso por enquanto", disse ele, um braço em volta dela, "Vamos todos para a cama..."

"Aquela Lily," a Sra. Potter disse enquanto todos eles subiam lentamente as escadas, "Ela é uma
força a ser reconhecida."

"Muito." Todos os meninos concordaram.


Remus desabou na cama sem nem mesmo tirar a roupa e poderia ter adormecido ali mesmo.

"Moony," Sirius bocejou novamente, tirando as botas, "Não desmaie até que você tenha tomado
sua poção, ordens de McKinnon."

"Mmmph." Remus gemeu, rolando e pegando o vidro na mesinha de cabeceira. Sirius caiu ao lado
dele quando terminou.

"De quem foi a ideia de fazer um casamento logo após a lua cheia?!" Ele reclamou, outro bocejo o
invadindo.

"Eu disse a todos para não se preocuparem com isso," Remus respondeu, fechando os olhos e
colocando o braço sob o rosto.

"E perder a chance de fazer trocadilhos 'despedida de solteiro' pelo resto da semana? Sem chance. "

Remus riu e adormeceu rapidamente.

***

Por nunca ter comparecido a um casamento na vida, Remus estava muito grato a Lily por ter
deixado uma lista. Isso significava que ele sempre saberia o que fazer. No entanto, aprendeu
rapidamente que muito pouco sobre casamentos fazia algum sentido. Por exemplo, depois que
todos eles acordaram por volta do meio-dia, sua primeira tarefa foi decorar os aros de quadribol no
jardim dos fundos.

"Por que estamos fazendo isso?" Remus perguntou, franzindo a testa para os gols, quando Peter
chegou levitando um caixote de flores brancas.

"Para que fiquem bonitos", respondeu James com a vassoura na mão. "É a única maneira de fazer
Lily se casar embaixo deles."

Remus o olhou.

"Você vai se casar embaixo dos seus aros velhos de quadribol?!"

"Eu sei!" Ele sorriu, "Brilhante, não é?!"

"Err..."

"Moony," Sirius disse rapidamente, "Você e Pete, trabalhem no feitiço de crescimento aqui, Prongs
e eu vamos voar para cima e fazer nos aros."

Assim que terminaram, os três aros de quadribol pareciam ter sido dominados por uma roseira
esguia e bizarra. Em seguida, eles tiveram que decorar as árvores próximas com as mesmas flores e
convocar todas as cadeiras do amplo sótão dos Potter e, em seguida, fazer com que se alinhassem
ordenadamente em fileiras de oito. Depois disso, a Sra. Potter pediu a Peter e Sirius para ajudá-la
com toda a louça da recepção e deu instruções a James e Sirius para 'arrumar o salão de baile'.
"Salão de baile?!" Remus olhou para James, confuso. Ele visitava os Potter há anos e sentia que
conhecia a casa muito bem - mas nunca havia visto um salão de baile.

"Sim, nós não o usamos muito", James respondeu casualmente, "Mantemos o no armazenamento."

"No... armazenamento?" Como diabos se 'armazenava' uma sala inteira, Remus não sabia.

"Sim, só preciso lembrar onde estão as instruções..."

Eles entraram no escritório do senhor Potter, e James localizou um mapa dentro de uma das
gavetas da mesa. Então, Remus ficou bastante interessado - sempre gostou muito de mapas. Este
era um projeto da mansão dos Potter, o que o tornava ainda mais fascinante. Havia todos os tipos
de pequenos feitiços e encantamentos especiais rotulados nele, mas eles tinham trabalho a fazer,
então ele não podia dar uma boa olhada.

O salão de baile estava escondido atrás do sofá da sala. James e Remus tiveram que se concentrar
muito e murmurar alguns encantamentos antigos para fazer as portas aparecerem. Então, é claro, o
sofá teve que ser movido e a porta destrancada, o que foi irritantemente complicado.

Quando James finalmente abriu as portas duplas com painéis de carvalho, o queixo de Remus caiu.
Era uma das salas mais bonitas que já vira; pilares de mármore art déco até onde a vista alcançava,
e um glorioso teto de vitral que projetava manchas de luz do sol coloridas como jóias no piso de
madeira escura.

"Puta merda." Ele engoliu em seco, sentindo-se muito pequeno. Se lembrava de ter visto Sirius e
Lily ensaiando passos de dança em sua minúscula sala de estar e, pela primeira vez em muito
tempo, Remus se sentia muito pobre e sujo ao lado de seus ricos amigos puro-sangue.

"Eu sei," James riu, "Estúpido, não é? Mas, sabe, pelo menos vamos ter espaço para todos. Acho
que já temos trinta e três Weasleys chegando. "

Sentindo-se um pouco melhor, Remus começou a ajudar James a verificar o salão, e então eles
conjuraram alguns esfregões para começar a limpar o chão. James fechou as portas enquanto
faziam isso, para que não fossem perturbados.

"Eu sei que não estamos realmente fazendo nada", disse ele com culpa, encostando-se em uma
coluna de mármore, "Mas eu só quero cinco minutos sem ninguém me dar uma ordem. Eu não me
importaria, mas Moody só está nos dando dois dias de folga para o casamento - ele espera que nos
apresentemos para o serviço no domingo. "

"Cristo," Remus balançou a cabeça, resmungando. Eles ficaram em silêncio por um tempo,
observando os esfregões deslizarem para frente e para trás como dançarinos de salão magros
engraçados. Remus também estava grato por uma pausa. O fim de semana havia começado com a
lua cheia e só ia ficar mais agitado à medida que avançava.

"Como está o Sirius?" James perguntou do nada.

"Ah? Bem. Por que?" Remus franziu a testa.

"Apenas checando."

"Você o vê quase tanto quanto eu." Remus o provocou. Era verdade - James gostava muito mais da
motocicleta voadora do que Remus, e eles saíam para passear juntos quase todas as noites.

"Eu sei," James assentiu, "mas ele não disse nada sobre Regulus desde... bem, desde que ele
morreu."

"É." Remus suspirou, "Não disse."

Não era como se Remus tivesse pressionado Sirius a falar sobre isso também - mas ele não achava
que James entenderia a política deles de nunca discutir coisas de família.

"Eu não gosto que ele engarrafe tudo dentro de si", disse James, "Eu sei que ele tinha um
relacionamento complicado com Reg, mas não pode ser normal apenas fingir que ele nunca
existiu."

"Quem pode dizer o que é normal?" Remus rebateu, "Todo mundo passa pelo luto de maneira
diferente."

"Mas ele está de luto?" James estava dando a Remus um olhar muito intenso, e isso o deixou
desconfortável. Não gostava que outras pessoas lhe perguntassem sobre as coisas pessoais de Sirius
- isso era entre eles.

"Sim, claro." Ele mentiu. Isso pareceu funcionar.

"Bem. Tenho me preocupado com ele, tem sido um ano de merda, hein? "

"Poderia dizer isso," Remus bufou. "No entanto, está prestes a ficar muito melhor. Algum
nervosismo pré-jogo? "

"Nah," James sorriu, a preocupação deixando seu rosto, "Sinto que já ganhei a taça."

"Oh meu Deus, Prongs, seu idiota sentimental. Isso é o que você ganha por ter amigas mulheres."

James caiu na gargalhada e, quando recuperou a compostura, os esfregões terminaram a tarefa e o


chão brilhava como se fosse novo.

***

Sábado, 8 de setembro de 1979

O primeiro casamento que Remus compareceu foi o mais lindo e o mais feliz - e não havia como
você convencê-lo do contrário. Tudo correu sem problemas (bem, ele teve que convencer um
Sirius superexcitado a não se transformar em Padfoot para entregar os anéis, mas felizmente foi
apenas uma ideia maníaca passageira), e haviam sorrisos por toda parte.

Os pais de James pareciam que iam explodir de orgulho, ambos parecendo mais saudáveis do que
Remus os via em anos, vestidos com vestes sociais vermelhas e douradas - as cores da Grifinória.
Marlene e Mary eram lindas damas de honra em vestidos simples cor de malva com aros de
gipsófila no cabelo e, claro, a própria Lily era uma visão em renda branca.
Pareceu a Remus que o dia voou em um borrão de tons pastéis. Sempre deveria estar em algum
lugar, ou fazendo algo; mal houve um momento para relaxar e pensar. Ele estava muito feliz por
nunca precisar se casar, porque ser apenas um padrinho já era exaustivo.

Assim que a cerimônia acabou e eles tiveram que começar a se misturar, Remus se sentiu muito
tímido. Ele não tinha estado perto de tantos bruxos e bruxas desde Hogwarts - a magia no ar era
palpável; abafada. Isso o incomodava menos agora. Seu tempo com o bando de Greyback o
ensinou a lidar com isso, e enquanto ele não precisasse fazer mágica, estava bem.

Ele conhecia muitas pessoas, é claro. Avistou os Weasley sem se esforçar muito; Arthur e Molly
estavam correndo por todo o lugar atrás de seus cinco filhos ruivos indisciplinados; os dois mais
velhos decidiram que queriam jogar quadribol com os aros decorados, agora que a parte chata do
dia havia acabado.

Então, é claro, Moody, Hagrid e Dumbledore, e muitas outras pessoas da Ordem. Foi bom vê-los
todos em um evento feliz, pela primeira vez; isso fez com que todos parecessem mais jovens.
Frank e Alice tinham acabado de voltar de sua lua de mel - o que Alice confidenciou a Remus que,
na verdade, havia envolvido muito trabalho; eles foram para a Eslovênia em uma missão de
transferência de conhecimento com os aurores locais.

E é claro que Ferox estava lá. Ele se aproximou para apertar a mão de Remus de forma muito
máscula.

"Parece muito inteligente, Lupin," ele acenou e Remus sentiu-se corar da cabeça aos pés - embora
soubesse que Sirius parecia um milhão de vezes melhor exatamente com as mesmas vestes. "E Sra.
McDonald," Ferox beijou sua mão, o que a fez corar também, "Muito bonita mesmo. Os sinos do
casamento tocarão para vocês dois agora? "

Remus piscou - ele não tinha saído do armário para muitas pessoas, justo, mas ele meio que achava
que a maioria delas já tivesse percebido a essa altura.

Mary riu.

"Como se Remus fosse se casar comigo! Eu o enlouqueceria!"

"Ah, bem" Ferox deu um tapinha no ombro dele. "Você ainda é jovem, ainda tem muito o que
viver. "

"Eu moro com Sirius," Remus disse, erguendo as sobrancelhas um pouco para ver se seu antigo
professor entenderia a dica. Mas aparentemente não. Por que os adultos são sempre tão densos?

"Solteiros livres e convictos, hein?" Ferox riu roucamente.

Mary parecia prestes a dizer algo, mas Remus chamou sua atenção e deu um leve aceno. Não valia
a pena.

"Isso mesmo", ele acenou com entusiasmo para Ferox.

Depois do jantar (a melhor parte do dia, na opinião de Remus), Lily e James cortaram o bolo - uma
enorme torre com treze camadas cobertas de creme de manteiga e rosas vermelhas - e então a
dança começou.

Lily deixou Sirius orgulhoso - Remus podia ouvi-lo contar baixinho enquanto os observava; "Um,
dois, três, um, dois, três... endireite as costas, Evans! Boa garota... "
Terminada a valsa, alguém lançou um feitiço amplificador no velho toca-discos dos Potter e a
música Bad Company começou a tocar, o que fez todos os jovens dançarem - incluindo Sirius.
Remus ficou grato ao entregá-lo a Andrômeda . Remus Lupin não dançava.

Estava feliz em se sentar com uma taça de champanhe apenas assistindo, como de costume.
Procurou Peter, que gostava de dançar, mas muitas vezes perdia o fôlego depois de algumas
canções, mas não conseguia vê-lo em lugar nenhum. Ele provavelmente encontrou alguns amigos
do trabalho e foi conversar. Yaz e Marlene estavam na pista de dança - as duas sendo horríveis em
dançar, Marene não estava acostumada com saltos altos - mas era muito fofo mesmo assim. Yaz
havia cortado o cabelo desde que deixou Hogwarts em junho, e a aparência de pixie realmente
combinava com ela.

Mary veio resgatar Remus, no final, como sempre. Ela mancou com uma expressão de dor no rosto
e se sentou ao lado dele.

"Caramba, essas calcinhas francesas em que ela nos colocou entram direto na sua bunda."

"Encantadora como sempre, MacDonald," Remus sorriu.

James e Lily passaram por eles, sorrindo um para o outro como maníacos.

"Olhe para eles", suspirou Mary. "Por que não consigo encontrar um cara que me ame tanto, hein?
Não é como se eu não estivesse procurando. "

"Você o encontrará," Remus respondeu ainda tão feliz.

"Eu saberei quando o vir, é o que minha mãe diz."

"Se você tiver sorte," Remus bufou. Ele estava um pouco mais bêbado do que pensara inicialmente
e sua língua estava solta. Mas era apenas Mary. "Eles dizem que 'o amor é cego' por uma razão."

"Para ser honesta, nunca tive dificuldade em reconhecê-lo." Mary confidenciou. "Deixar entrar,
essa é a parte difícil."

Remus concordou com a cabeça, embora não tivesse certeza se havia entendido. Ela continuou,
bebendo seu champanhe. "Como você fez, com Sirius."

"Ah sim, meu amigo solteirão convicto." Remus colocou a língua para fora, fazendo Mary rir.
Remus sorriu, feliz por fazê-la feliz. Ele apertou o joelho dela, "Você vai se apaixonar um dia,
como não poderia? Qualquer um teria sorte de ter você. "

"Talvez quando a guerra acabar." Ela disse abaixando a voz, ainda observando a dança. "Não tenho
certeza se conseguiria sobreviver ao me apaixonar agora, não com todo o resto como prioridade."

"Mm." Remus desviou o olhar.

"Oi," Marlene apareceu, bebida na mão, "Remus, seu namorado roubou minha parceira." Ela
acenou com a cabeça na pista de dança para Sirius e Yaz, que estavam rodando um ao outro
descontroladamente, aparentemente incapazes de decidir quem deveria liderar.

Remus riu e Mary franziu a testa, movendo-se desconfortavelmente na cadeira. Marlene deu a ela
um olhar simpático.

"Calcinhas francesas?"
Mary acenou com a cabeça, cansada. Marlene se inclinou e sussurrou: "Eu tirei a minha no
banheiro após a cerimônia."

Mary acenou com a cabeça, cansada. Marlene se inclinou e sussurrou: "Eu tirei o meu no banheiro
após a cerimônia."

"Oh meu Deus McKinnon, sua gênia." Mary sentou-se abruptamente e caminhou pelo salão em
direção às portas. Marlene riu, sentando-se.

Um dos garotos Weasley passou derrapando, deslizando de joelhos pelo piso polido do salão de
baile. Molly veio correndo atrás dele, ofegante.

"WILLIAM ARTHUR WEASLEY VOCÊ ARRUINARÁ ESSAS CALÇAS!"

Marlene deu uma risadinha, cobrindo a boca com a mão educadamente. Ela se inclinou e sussurrou
para Remus.

"Eu a ouvi dizer a Hattie Bones que ela está grávida de novo - e ela acabou de ter gêmeos no ano
passado!"

"Caramba." Disse Remus, desenvolvendo um respeito totalmente novo pelo quieto e reservado
Arthur Weasley.

"Acho que esses dois vão ter filhos o mais rápido possível." Marlene acenou com a cabeça para
James e Lily, "Não ficaria muito surpresa se não recebermos um anúncio antes do Natal."

"Urgh, sério?" Remus torceu o nariz. Casamentos eram uma coisa - duravam apenas um dia. Mas
bebês ?! Eles tinham que fazer bebês agora?!

"Não seja um idiota mal-humorado." Marlene deu-lhe uma cotovelada afiada nele, "Mudança faz
parte da vida. Vamos, dance comigo. Seria legal ter um parceiro que é mais alto do que eu." Ela se
levantou e puxou seu pulso.

"Oh..." Remus suspirou. "Ok, mas só porque eles ainda não serviram o bolo."

Chapter End Notes

Em inglês a expressão 'Stag do' significa 'despedida de solteiro' e aqui o Sirius fica
fazendo a piada de 'stag' que significa 'veado', que seria a tradução literal, porque a
forma de animago do James é um veado.
Capítulo 167: A guerra: Inverno de 1979
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

I wanna be straight! I wanna be straight!

I'm sick and tired of taking drugs and staying up late.

I wanna confirm. I wanna conform.

I wanna be snug and I wanna be safe and I wanna be warm.

I wanna be straight! I wanna be straight,

I wanna create a place of my own in the welfare state.

I'm gonna be good; I'm gonna be kind.

It might be a wrench but think of the stench I'm leaving behind...

I wanna be straight! I wanna be straight,

Come out of the cold and do what I'm told and don't deviate.

I wanna give, I wanna give, I wanna give my consent -

I'm learning to hate all the things that were great when I used to be... bent!

I Wanna Be Straight, Ian Drury & The Blockheads

Sexta-feira, 23 de novembro de 1979

Depois de toda a emoção do outono, o início do inverno parecia notavelmente normal. Remus
tentou ficar grato por isso. Pela primeira vez em sua vida, as coisas estavam quietas. Ele não foi
sequestrado por lobisomens e não havia funerais de pais ou irmãos mortos.

Tentou se tornar útil para a Ordem. Às vezes, eles queriam que algo fosse pesquisado para ajudar a
identificar as maldições que os Comensais da Morte estavam usando ou para criar novos feitiços
que poderiam ser usados contra eles. Ele ocasionalmente trabalhava com Alice nisso e isso fez
com que passasse a conhecer muito bem. Ela era incrivelmente inteligente, uma das duelistas mais
habilidosas que Remus já conhecera. Ele mesmo havia se tornado muito bom em feitiços
defensivos e passava muito tempo visitando vários esconderijos, criando barreiras e sistemas de
alerta precoce.

Remus trabalhou duro. Ele se jogou de cabeça nisso. Possuía um desejo muito forte de se envolver,
de se empenhar por algo bom. Talvez estivesse crescendo. Talvez estivesse cansado de não ter
controle sobre sua própria vida.

Marlene vinha algumas noites por semana depois do trabalho. Ela e Remus se sentariam à mesa da
cozinha, e ele a contaria tudo que pudesse sobre o que era ser um lobisomem - seu olfato, seu
metabolismo acelerado e como ele cuidava de si mesmo durante e depois da lua cheia. Tentou ser
o mais honesto que pôde sem colocar ninguém em apuros, e ela tomou notas dedicadamente, fez
perguntas e sugeriu melhorias.

Foi difícil para Remus, mas também necessário. A natureza sincera de Marlene e sua determinação
feroz em melhorar os padrões de vida dos lobisomens o fizeram se sentir um pouco melhor - como
se ele pudesse estar fazendo algo de bom afinal.

"Precisamos afastar o ministério dessa ideia de que celas e barras são o único remédio", ela dizia,
"Pelo que você me disse, a floresta é muito melhor para a saúde do indivíduo - e dificilmente
estamos em falta no que diz respeito à florestas, não é? Alguns feitiços de barreira de proteção
dariam conta... tudo o que precisamos é um pouco de pensamento criativo, um pouco de compaixão
..."

Remus sorriu para ela. Marlene o fez sentir como se a mudança realmente fosse acontecer um dia.
E era bom passar um tempo com um amigo - Sirius costumava sair à noite em missões ou reuniões.

"O que está achando, de viver com Sirius?" Marlene perguntou uma noite enquanto guardava suas
coisas. Ela olhou em volta para o apartamento escuro e vazio, "Mais silencioso que minha casa."

Marlene ainda estava morando com a mãe e o padrasto, e com Danny desde que ele foi mordido.
Mais recentemente, Yaz também havia se mudado. Remus não sabia de todos os detalhes, mas
parecia que os pais de Yaz não ficaram muito felizes quando descobriram sobre Marlene.

"É bom," Remus assentiu, a ajudando a juntar suas anotações. "Diferente da escola, obviamente."

"Aposto que é bom ter seu próprio espaço."

"Pode ser."

"Vocês... vocês dois brigam muito? Você sabe, com todo o estresse e as missões..." Marlene estava
mordendo o lábio agora, brincando com uma mecha de cabelo solta.

"Não." Remus respondeu reflexivamente, se fechando, como sempre fazia quando se tratava de sua
vida privada com Sirius.

"Oh," Marlene suspirou, baixando os olhos. "Talvez sejamos só nós então. Talvez porque minha
família esteja por perto o tempo todo."

Remus sentiu uma onda de simpatia por ela. Ele tocou seu braço, "Aposto que é normal com todas
as coisas que todos tem passado ultimamente. Emoções intensas e tudo isso. "

"Talvez." Marlene ainda parecia desamparada.

"Olha," disse Remus, abaixando a voz, embora eles estivessem sozinhos, "A única razão pela qual
Sirius e eu não discutimos é que quase nunca estamos no mesmo cômodo ultimamente, e quando
estamos, fazemos tudo o que pudermos para evitar falar sobre a guerra, apesar de ser a única coisa
que pensamos sobre."

Ele sentiu uma onda de adrenalina ao dizer isso - raramente falava tão abertamente sobre seus
sentimentos com alguém além de Sirius.

Marlene piscou, os olhos se enchendo de lágrimas.


"Mesmo? Vocês não falam sobre isso? "

"Não desde que Regulus morreu."

"Oh, claro," ela acenou com a cabeça suavemente, em seguida, enxugou os olhos com os pulsos,
"Às vezes eu sinto que é só sobre isso que conversamos, é exaustivo. Deus, eu não aguento todas
essas mortes, toda essa miséria . Você sabe o que Mary me disse outro dia? Ela está pensando em
desistir, desistir . "

"Da guerra?!" Remus a olhou, alarmado.

"Não," Marlene balançou a cabeça, " De tudo , do mundo bruxo. Ela disse que preferia apenas se
arriscar como uma trouxa sem diploma. Claro que sei que ela não quis dizer isso, mas entendo o
porquê. Temos lutado e lutado, fazemos tudo o que podemos e não é o suficiente, é? Eles estão
ganhando."

"Você não pode pensar assim." Disse Remus. Ele realmente não queria ouvir isso - era horrível
ouvir alguém que ele admirava sendo tão pessimista. Ela estava dizendo exatamente as coisas que
o mantinham acordado à noite.

"Eu sei, eu sei, temos que continuar tentando não importa o que aconteça." Marlene disse, ainda
chorando silenciosamente, "Mas está levando tudo o que tenho, Remus. Tudo o que eu faço, tudo o
que qualquer um de nós faz é trabalhar e lutar. E se... e se a guerra acabar e não sobrar nada em
mim? E se eu não conseguir me lembrar como ser feliz?"

"Isso é besteira," Remus balançou a cabeça veementemente, "Claro que vai saber como ser feliz!"

Ele se aproximou para dar um abraço nela. Marlene era quase tão alta quanto ele, e seus cabelos
louros faziam cócegas em sua bochecha.

"Estou sendo boba," ela fungou, por cima de seu ombro, "Só estou muito cansada. Não consigo
dormir à noite e isso me deixa melancólica. "

"Eu não acho que você está sendo boba," Remus disse enquanto se separavam, "E você sabe que
tem muitos amigos para conversar quando se sentir melancólica."

"Eu sei," ela sorriu com seu rosto inchado. "Obrigada, Remus."

"Quer uma xícara de chá?"

"Não, eu preciso ir para casa, Yaz ficará presa ouvindo histórias dos dias de glória de Danny com
os Cannons, caso contrário."

"Ha, vá resgatá-la então," Remus sorriu. Ele queria perguntar como Danny estava, mas não ousou.
Eles não se falavam direito havia um ano - outra coisa que teria que esperar até o fim da guerra.

Marlene se despediu e saiu pela lareira em um rompante de chamas verdes. Remus se arrumou um
pouco, então foi lavar a tinta de suas mãos, ela havia entrado por debaixo de suas unhas e as
tornado pretas, o que o fez pensar em Lívia novamente. Havia se tornado extremamente higiênico
desde que voltou do bando.

Ele olhou pela janela da sala, que estava embaçada com o frio do início do inverno. As lâmpadas
da rua estavam piscando, brilhando em amarelo no crepúsculo azul - exceto a da varanda deles, que
estava com defeito e permanecia vermelho-rosada a noite toda. Com a partida de Marlene, Remus
foi dominado por uma terrível e dolorosa solidão. Ele pegou seu cachecol e jaqueta e saiu pela
porta.

A porta da garagem estava aberta quando ele se aproximou do beco escuro, a luz se derramando no
pavimento irregular e rachado. Ao se aproximar, ele podia ouvir o rádio tocando suavemente uma
música do The Strangler; " And it sounds like an empty house, standing still..."

Sirius estava cantando junto baixinho, como se estivesse extremamente concentrado. Quando
Remus finalmente chegou à soleira, ele o encontrou de pernas cruzadas no chão na frente de sua
moto, varinha atrás da orelha, chave inglesa na mão. A garagem estava visivelmente quente para o
inverno, mas Remus não conseguia ver onde ele havia lançado o feitiço de calor. Talvez no próprio
chão.

"Olá", disse. Sirius ergueu os olhos, surpreso.

"Olá, o que você está fazendo aqui?"

"Marlene foi embora," Remus deu de ombros, "Pensei em apenas descer e ver o que você está
fazendo."

"O mesmo de sempre. Apenas mexendo. " Sirius disse.

"Ah, ok."

"...sente-se um pouco, se quiser. Estou quase terminando. " Sirius gesticulou para um banquinho no
canto da garagem.

"Só se eu não estiver atrapalhando."

"Não seja bobo," Sirius sorriu para ele e Remus se sentou.

Ele observou o moreno trabalhar por um tempo, fascinado. Remus não sabia nada sobre mecânica -
trouxa ou mágica - e isso o fez se sentir estranhamente orgulhoso sobre o fato de Sirius ser
claramente tão habilidoso. Ele gostou dessa sensação.

"Como você está?" Ele perguntou, pensando na conversa com Marlene.

"Ah? Bem." Sirius não ergueu os olhos, a varinha entre os dentes agora, enquanto brincava com o
motor.

"Não, quero dizer realmente." Remus pressionou, "Você está bem? No geral? Não sinto que estou
perguntando muito isso ultimamente. "

Sirius o olhou e abaixou sua varinha.

"Estou bem, Remus," ele respondeu, "Não se preocupe."

"Mas eu amo me preocupar," Remus colocou a língua para fora.

Sirius gargalhou e voltou ao trabalho, "Como você está?" Ele perguntou.

"Bem." Remus acenou com a cabeça, antes de repensar, "Bem, você sabe. Tão bem quanto é
possível agora. "

"Hm. Você quer pedir algo para jantar? Eu não quero cozinhar hoje. "

"Sim, ok." Remus concordou. Ele esperou em silêncio. Havia uma pilha de caixas à sua esquerda.
Todas as coisas de Sirius estavam embaladas em grandes baús de mogno com marcas de
queimadura onde ele havia queimado o brasão da família Black. Porém, as caixas ao lado de
Remus eram de papelão e presas com fita marrom trouxa.

"O que é isso?" Ele perguntou, mexendo na fita. Sirius olhou para cima, limpando as mãos em um
pano de prato velho.

"Oh... essas são as caixas de Gethin."

"O que?" Remus se levantou para ver melhor. Sirius mordeu o lábio, parecendo nervoso.

"Eu sei que você disse para me livrar das coisas que sua mãe deixou para você, mas... bem, você
não estava em condições de falar sobre isso depois do funeral, e eu não poderia suportar a ideia de
você se arrepender. Então, James e eu fomos buscá-las, e eu acabei de colocar tudo aqui. "

"Eu não posso acreditar em você," Remus disse, atordoado. Sirius se levantou rapidamente.

"Moony, me desculpe, não era para ser segredo nem nada, eu juro! É que depois que sua mãe
faleceu foi um desastre após o outro, então meio que me esqueci... e você ainda pode se livrar
delas, se quiser, eu não olhei! "

"Sirius," Remus balançou a cabeça, sorrindo, "Quer dizer, eu não posso acreditar nisso . Você é
incrível. Obrigado."

"Oh." Sirius sorriu também, coçando atrás da orelha timidamente, "Isso é bom. Você passou tão
pouco tempo com ela, pensei que gostaria de algo para se lembrar dela. Você quer dar uma olhada
agora? "

Remus pensou sobre isso, então balançou a cabeça.

"Ainda não. Talvez em um dia chuvoso. "

Ele ajudou Sirius a arrumar tudo, e eles andaram juntos de volta para o apartamento, parando em
um restaurante no caminho. Sirius gostava de frango com cogumelo, Remus preferia bife com
cebola. Ele carregou a sacola de papel para ser cavalheiro.

"Sério", disse enquanto subiam as escadas. "Muito obrigado pelas caixas. Eu teria me esquecido
completamente delas. "

"Tudo bem," Sirius deu de ombros, "Eu sei se eu tivesse alguma coisa de Reg..." ele parou
abruptamente.

Remus não sabia o que dizer, então ficou quieto enquanto Sirius destrancava a porta e entrava no
apartamento, acendendo as luzes e reclamando, "Caramba, Moony, está congelando aqui!"

"Desculpa!" Ele tendia a sentir muito calor, até mesmo no inverno, e não ligava o aquecimento se
fosse o único no apartamento. Se sentiu muito estúpido agora, lembrando que Marlene manteve
suas luvas durante todo o tempo em que esteve lá e nem mesmo lhe ocorreu perguntar o porquê.

Sirius acendeu a lareira e Remus foi buscar os pratos para o jantar. Eles se sentaram no sofá, ombro
a ombro e ouvindo o novo álbum do The Police, que Andrômeda mandara no aniversário de Sirius.

Quando terminaram de comer, Sirius apoiou a cabeça no ombro de Remus e fechou os olhos,
acomodando-se. Remus mandou os pratos para a cozinha e ergueu o braço para o moreno se fazer
caber embaixo deles. Aquecido, bem alimentado e relaxado, poderia ter adormecido ali mesmo.
"Como está Marls?" Sirius murmurou depois de um tempo.

"Bem, ela está bem. Um pouco para baixo."

"Para baixo?"

"Ela está apenas tendo dificuldades com a guerra." Remus sentiu um friozinho na barriga, mas
continuou bravamente, "Acho que todos nós estamos, não é?"

Sirius ficou quieto por um tempo, e Remus não conseguia ver seu rosto, apenas o topo de sua
cabeça, mas sabia que ele estava pensando. Finalmente, Black sussurrou.

"Sim, estamos."

***

Sexta-feira, 21 de dezembro de 1979

Não foi exatamente um avanço - eles ainda não conversavam sobre a guerra mais do que realmente
precisavam - mas pareceu bom o suficiente na época. E embora parecesse catártico admitir que os
dois estavam passando por dificuldades, não havia nada que pudesse ser feito para melhorar as
coisas. Pessoas ainda estavam morrendo, Comensais da Morte ainda estavam ganhando poder,
Sirius e James ainda eram super-heróis.

À medida que o Natal se aproximava, ninguém se sentia muito feliz. Eles não iriam passar o dia na
casa dos Potter este ano - no início de dezembro, os pais de James foram admitidos no St. Mungos.
Haviam contraído varíola de dragão, o que era tão contagioso que significava que apenas visitá-los
já era uma missão em si.

Quando Sirius ouviu o diagnóstico, ele se trancou no banheiro por duas horas. Remus pesquisou
um pouco e descobriu o porquê - idosos raramente sobreviviam à doença. Então isso se tornou
outra coisa sobre a qual eles não conversavam.

James praticamente morava no hospital quando não estava se encontrando com Moody ou
cumprindo uma missão em algum lugar. Lily disse a Remus que ele teve que se responsabilizar por
muitos dos trabalhos de Fleamont, e que James ficava acordado até a madrugada todas as noites
trabalhando no escritório de seu pai.

"Eu gostaria de poder ajudá-lo", disse ela tristemente, "Ele não está pronto para perdê-los ainda, é
muito cruel."

Remus concordou. Em que tipo de mundo pessoas como Voldemort e Greyback viveriam enquanto
o Sr. e a Sra. Potter morriam?

Remus não percebeu como as coisas estavam sombrias até o final de dezembro, quando recebeu
um telefonema inesperado.
Sirius estava fora - ele e James foram enviados para West Cork para acompanhar alguns relatos de
um ritual de magia negra acontecendo. Remus havia ficado sozinho o dia todo, tentando se distrair
a cada minuto que passava sem notícias. Sirius havia deixado seu espelho compacto para ele, caso
algo acontecesse, e Remus passou a última hora o encarando.

Quando o telefone tocou, ele praticamente deu um salto, então saltou para atender.

"Alô?!" Logicamente, ele sabia que não poderiam ser más notícias - os bruxos nunca usavam
telefones se pudessem evitar -, mas sua voz tremeu do mesmo jeito.

" 'lô!" Uma voz explodiu - era tão alegre que não poderia ser ninguém que Remus conhecesse.
Deveria ser um número errado.

"Alô?" Remus franziu a testa, "Sinto muito, acho que você ..."

"--Reeeeemus!" Grant cantou ao telefone. Ele parecia bêbado e havia muito barulho atrás dele,
"Venha para Sawyer's Arms!"

"Onde é isso?"

"Bloomsbury! Venha! Estamos todos comemorando! "

"Comemorando? O quê? Com quem?"

"Com meus amigos!"

Remus sentiu que estava afundando.

"...ok, me dê uma hora."

"Yeeeeeey!" Grant desligou abruptamente.

Remus se levantou para trocar de roupa.

Ele não queria ir. Não onde havia trouxas. Não onde havia pessoas, mas Grant estava
definitivamente bêbado, e da última vez que Remus o vira bêbado, ele precisava de ajuda. Ele
parecia animado o suficiente ao telefone, mas Remus queria ter certeza. Além do mais, precisava
de uma distração, não podia ficar sentado no apartamento a noite toda.

Ele enfiou o espelho no bolso da calça jeans, vestiu um suéter, depois o casaco e o cachecol e saiu
para as ruas geladas de Londres. Conseguiu pegar o metrô para Holborn; as ruas estavam muito
ocupadas com os foliões de Natal para aparatar com segurança, e ele queria levar um tempo
convincente para chegar.

O Sawyer's Arms era um pub adequado para velhos; carpete vermelho e amarelo espesso, janelas
de vidro jateado, lustres de latão encardidos. Estava nublado por dentro com fumaça de cigarro,
mas Remus conseguiu rastrear Grant sem muito incômodo - ele estava sentado em uma grande
mesa de canto, cercado por um grupo de jovens que pareciam ter sua idade. Ah, Remus percebeu -
eles eram estudantes.

"Reeee-musssss!" Grant aplaudiu, erguendo os braços em saudação quando Remus entrou no pub.
"Você veeeeeeeeio!"

"Desculpe, estou atrasado." Remus respondeu timidamente. As pessoas sentadas à mesa de Grant
pareciam amigáveis o suficiente, mais ainda sim eram estranhos.
"Rapazes," Grant falou em voz alta, dirigindo-se ao grupo de homens e mulheres, "Este é Remusss,
meu amigo mais antigo. Ele foi para uma escola particular chique e tudo mais. Muito inteligente. "

Remus acenou sem jeito para todos, então se virou para Grant, "Vejo que você está
comemorando."

"Acertou pra caralho! Ei, tenho uma cerveja para você. " Ele empurrou um copo sobre a mesa que
deslizou um pouco rápido demais devido a mesa escorregadia com cerveja derramada. Remus
correu para frente para pegar a bebida antes que ela voasse pela beirada.

"Obrigado," ele levantou o copo ligeiramente, então bebeu. Ah. Fazia um tempo que ele nãoia em
um pub. A cerveja desceu muito suavemente.

"Estamos celebrando!" Grant disse, sorrindo para ele. "Fim das provas!"

"Oh, parabéns," Remus sorriu, puxando um banquinho e se sentando na ponta da mesa. "O que
vocês todos estudam?"

Todos começaram a se apresentar - Remus nunca iria se lembrar do nome de todo mundo - Suzie
estava fazendo contabilidade - ela era uma menina pequena e tímida com enormes óculos redondos
e uma espinha na ponta do nariz. Rajesh queria estudar Engenharia na Kings, mas primeiro
precisava conseguir um resultado melhor em Matemática. Tim - um homem alto e moreno com
uma camisa de rúgbi - estava fazendo estudos sociais. Martine era namorada de Tim, estudava para
se formar em enfermagem. Eles estavam todos muito embriagados, mas Grant era o mais bêbado
de todos.

Remus se apresentou o melhor que pôde - disse a eles que estava estudando línguas antigas, porque
ele era muito bom em Runas e raramente tinha a oportunidade de se exibir sobre isso. Não
precisava se preocupar com Grant - esses novos amigos estavam muito longe de se parecerem com
os antigos.

As bebidas continuavam chegando também. Remus tentou ser educado e recusar cada rodada, mas
não adiantou - todos estavam em clima de Natal. Após três cervejas, Remus também. A música do
pub alternava entre Slade, Wizard, Cliff Richards e Shakin 'Stevens, havia enfeites pendurados nas
arandelas nas paredes e até os barmans usavam chapéus de festa. Remus tinha se esquecido da data,
não havia mais tempo para esse tipo de diversão.

Por volta das oito e meia ele ouviu uma voz em seu bolso e correu para o banheiro para verificar o
espelho. Era Sirius.

"Está tudo bem", disse ele, parecendo muito sujo, manchas pretas riscando seu rosto, "Mas ambos
acabamos cobertos de cinzas, não pergunte sobre, estamos indo nos lavar na casa do Prongs e
depois vamos comer alguma coisa, ainda vou demorar um pouco . "

"Contanto que vocês estejam bem!" Remus respondeu carinhosamente..

"Sim, estamos bem," Sirius assentiu gravemente, então franziu a testa, olhando para Remus pelo
espelho. "Onde você está? Em casa?"

"Bar." Remus disse, culpado.

"Com Mary?"

"Não, com... hum. Com Grant. Ele está comemorando o fim de suas provas. "
"Oh, comemorando." O rosto de Sirius ficou sério.

"Ele me chamou para sair, só isso." Remus respondeu. "Eu estava ficando louco sozinho no
apartamento."

"Ok, Moony," Sirius deu a ele um olhar estranho, "Divirta-se."

"Eu posso ir para a casa de Prongs se você quiser-" Remus começou, mas o rosto dele já havia
sumido.

Remus saiu do banheiro e pediu mais uma rodada para todos. Ele não tinha nenhum dinheiro,
então lançou um feitiço em um pedaço de papel que encontrou em seu bolso, e o barman achou que
era uma nota de vinte libras - até lhe deu o troco.

Se Sirius tinha permissão para ficar na casa de James, ter um ótimo jantar e levar um bom tempo
para chegar em casa, então Remus não viu porque não poderia ficar bêbado no pub com um bando
de trouxas.

Eles ficaram por mais algumas horas, falando sobre TV, música, roupas e filmes, e outras coisas
trouxas gloriosamente mundanas. Eventualmente, um por um, os outros se despediram e foram
embora.

Suzie foi a última a se levantar. Ela sussurrou para Remus, "Você fará com que ele chegue em casa
bem?" Acenando para Grant, que havia caído debaixo da mesa procurando seu passe de ônibus e
agora estava sentado no chão rindo sozinho.

"Sim, não se preocupe," Remus acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco risonho também.

"Feliz Natal, Remus, foi um prazer conhecê-lo," ela sorriu, vestindo o casaco.

"Sim, pra você também."

Assim que ela saiu, Remus bebeu o resto de sua cerveja e decidiu que seria isso. "Ei", ele deu um
chute suave em Grant por baixo da mesa, "Vamos, é hora de ir."

"Nah, vamos ficar!"

"O quanto você bebeu?" Remus perguntou com as mãos nos quadris. Ele estava se sentindo muito
tonto, mesmo que sua tolerância à bebida fosse maior do que a maioria.

"Um pouco", disse Grant, puxando-se para cima, sacudindo a mesa inteira. Remus colocou uma
mão sob seu cotovelo para firmá-lo e começou a guiá-lo em direção às portas.

"Onde você está morando atualmente?"

"Você sabe onde," Grant soluçou, "Brighton."

"Brighton?!"

"É, está tudo bem, apenas me coloque no último trem."

"Não," Remus respondeu, "Você será preso ou algo assim. Vamos, você pode dormir no meu sofá.
"

"Awww," Grant sorriu.


Eles cambalearam juntos no metrô e, em Leicester Square, a escada rolante estava desligada, então
tiveram que subir e estavam sem fôlego quando alcançaram o nível do solo.

"Eu preciso de um cigarro," Remus suspirou, procurando sua cigarreira nos bolsos.

Seus dedos roçaram no espelho compacto, e ele sentiu uma pontada de pavor enquanto se
perguntava se Sirius estaria em casa. Não que qualquer coisa desagradável estivesse acontecendo,
ele simplesmente não queria começar uma briga que nem havia sido propriamente formada ainda.

Desistindo do cigarro, ele conduziu Grant em direção a Chinatown. As ruas ainda estavam muito
movimentadas, luz e risos transbordando dos bares e cinemas sujos de Soho.

"O que você achou do Tim?" Grant balbuciou, apoiando-se pesadamente em Remus, "Acha que
tenho uma chance?"

"Eu pensei que ele estava saindo com Martine?"

"Pffft."

"Ele é... muito alto?"

"E forte," Grant constatou decisivamente, "Gosto de caras fortes. Por isso sabia que você e eu
nunca daríamos certo."

"Ei!" Remus se ofendeu, "Eu sou mais forte do que pareço!"

Grant zombou dele, rindo, e Remus estava bêbado o suficiente para considerar isso um desafio à
sua masculinidade. Ele não costumava exibir bravatas masculinas, mas talvez a cerveja estivesse
tendo alguma influência. Agindo rapidamente, e mal pensando, ele se abaixou e agarrou Grant
pelas pernas, levantando-o e puxando-o por cima do ombro.

Grant gritava e gaguejava de tanto rir enquanto Remus corria com ele por alguns metros.

"Me coloca no chão!" Ele gritou. "Você provou seu ponto, você é muito forte!"

"Isso é tudo que eu precisava ouvir," Remus sorriu, parando para colocar Grant no chão com
cuidado. Ainda instável em seus pés, Grant agarrou o ombro de Remus para se apoiar, sufocando
uma risada e sorrindo loucamente.

"Ooo-ooooh, o que é isso aqui?" Uma voz desagradável e sarcástica veio de trás deles.

Grant enrijeceu, endireitou as costas, olhou para frente e abaixou a cabeça, tentando ignorar o
perigo se formando, mas Remus estava um pouco puto e não pôde deixar de olhar para trás.

Três homens se aproximavam, seus rostos escondidos nas sombras devido aos postes de luz pouco
confiáveis e edifícios altos, mas sua linguagem corporal não podia ser mal interpretada; os ombros
arredondados, os punhos cerrados e o andar largo. Orgulho masculina.

"Ignore-os," Grant respirou, seus lábios mal se movendo, "Vamos, rápido."

Mas Remus nunca foi muito bom em fugir de uma ameaça.

"Posso ajudar?"

Os homens riram maliciosamente, ainda avançando. Um falava com o outro, como se Grant e
Remus fossem surdos - ou como se simplesmente não valessem a pena.
"Me parece um casal de viadinhos, de bichas sujas em busca de encrenca."

"Se eles estão procurando encrenca", disse outro, "eu sei onde eles podem conseguir". Ele bateu
com o punho na mão aberta, como se para demonstrar.

"Remus..." Grant assobiou, puxando seu casaco, "Vem!"

Remus o ignorou. Ele encarou os três homens e ergueu o queixo. Usando sua voz mais educada de
garoto-de-escola-chique-particular, disse:

"Continuem andando, cavalheiros, antes que eu faça algo de que se arrependam."

Os homens gargalharam e não continuaram andando. Remus ficou feliz. Seus lábios se curvaram,
ele mudou de posição, separou as pernas e olhou para baixo. Com um leve giro de seu pulso, eles
congelaram no local. Levaram um segundo para perceber o que havia acontecido, seus rostos
imbecis agora visíveis na luz vermelha de um letreiro de néon 'SEXXX' piscando na vitrine ao lado
deles.

Os homens se entreolharam, tentaram mover as pernas, mas permaneceram fixos no lugar, como se
tivessem pisado em concreto de secagem rápida.

"Que porra é essa?!" Um deles grunhiu com raiva.

"Não tenham medo, meninos," Remus sorriu, se divertindo, "Eu não mordo. Na maioria das vezes."

"Eu vou acabar com você, seu viadinho de merda!" Um dos homens gritou. "Vou fazer você se
mijar de tanta porrada!"

Isso deu a Remus uma excelente ideia. Ele estalou os dedos rapidamente e observou os rostos dos
homens. Um por um, um olhar de horror cruzou cada um deles, e Remus sentiu o cheiro momentos
antes de seus jeans começarem a escurecer visivelmente.

"Pobrezinhos," Remus riu. Até Grant parou de puxar sua manga e os encarou, incrédulo.

" Vocês se mijaram ?!"

Os três homens humilhados começaram a gritar insultos, cada um pior que o anterior, mas não
importava. Remus e Grant estavam praticamente histéricos de tanto rir.

"Vamos," Remus disse, passando um braço em volta do ombro de Grant.

Ele não o soltou até que estivessem a duas ruas de distância, trancados dentro do apartamento.

Era extremamente arriscado fazer magia em uma rua movimentada no centro de Londres na frente
de trouxas. Porém, Remus não conseguia se sentir culpado por isso, ele estava exultante. Não
parecia que Grant havia entendido o que tinha acontecido - ele estava muito bêbado, e
incrivelmente aliviado por estar seguro, então Remus pensou que havia escapado impune. De volta
ao apartamento, ele abriu o uísque para brindar seu próprio sucesso, o que foi recebido com a
aprovação estrondosa de Grant.

Sirius ainda não tinha voltado, e Remus decidiu não se importar com isso. O mais provável é que
ele tenha decidido passar a noite na casa dos Potter. Remus pegou alguns cobertores e travesseiros
para fazer uma cama no sofá para Grant, e então eles se acomodaram para mais algumas horas
bebendo, fumando e rindo. O tempo começou a se distorcer, esticando e se contraindo quanto mais
embriagado Remus ficava.
Deviam ser quase duas da manhã quando chegaram ao fundo da garrafa. Remus correu o dedo pelo
fundo do copo de vidro e o chupou.

"Ungh." Grant choramingou do sofá, "Tenho que desistir da bebida. Resolução de Ano Novo."

"Ha." Remus riu, curvando-se na poltrona, bolando um cigarro.

"Remusss?" Grant chamou, entorpecido, sua cabeça pendurada no braço do sofá, cachos loiros
caindo de seu rosto de cabeça para baixo.

"Sim?" Remus balbuciou em resposta.

"Posso te perguntar algo?"

"Sim."

"Você tem um plano?"

"Um plano?" Remus franziu a testa, confuso e turvo.

"Para o que você vai fazer com a sua vida, sabe."

"Oh." Remus coçou a cabeça, os braços lentos e pesados. "Eu não sei. Você?"

"Não sei." Grant suspirou. "Estive pensando. Talvez eu queira apenas encontrar uma garota ou algo
assim. Me casar."

" Se casar ?!" Remus engasgou. "Cristo, você mesmo bêbado."

"Pode não ser tão horrível!" Grant se defendeu. "Não me importo em passar o tempo com garotas.
Elas podem ser divertidas. "

"Sim, mas... sabe, se você se casar, é esperado que..." Remus gesticulou delicadamente. Grant
bufou.

"Ela pode não querer fazer muito isso. Enfim, posso não odiar. Nunca tentei, né?"

Remus colocou o cigarro entre os dentes, pensativo. "Eu sim, uma vez."

"Ah, é?" Grant sentou-se interessado, "E?"

"Foi ok." Ele encolheu os ombros, acendendo o cigarro. "Não há muito a dizer sobre realmente. Foi
principalmente embaraçoso. Mas ainda somos amigos e tal."

"Não pode ser tão ruim então." Grant suspirou, recostando-se mais uma vez. Ele parecia triste e
Remus desejou saber como animá-lo. Grant estendeu a mão para Remus, que suspirou e entregou-
lhe o cigarro recém-aceso. Ele começou a bolar outro.

Grant suspirou, rolando a cabeça para trás e soprando nuvens de fumaça para o teto. "Eles sempre
me decepcionam, só isso. Homens."

"Nem sempre," disse Remus, não gostando da virada melancólica que as coisas estavam tomando.

"Não," Grant respondeu melancolicamente, olhando para cima, encontrando os olhos de Remus,
"Não, acho que você nunca fez isso."
Remus sentiu uma onda de prazer caloroso com isso - embora talvez fosse porque ele estava tão
bêbado. Grant ainda o encarava intensamente e sorria um pouco agora. Algo se passou entre eles.
Uma coisa muito pequena, mas alguma coisa.

A porta se abriu e Sirius entrou, trazendo o frio do inverno com ele. Ele parou no meio do caminho
quando viu Grant, que lutou para se sentar direito.

"...Olá." Sirius disse, os olhos indo e voltando com cautela. Remus nunca recebia convidados,
muito menos trouxas.

"E aí, cara!" Grant se levantou rapidamente, estendendo a mão sobre a mesa de centro, a garrafa de
uísque vazia em cima. Sirius apertou, educadamente.

"Grant está comemorando o fim dos exames," Remus explicou, sentindo-se culpado, mas sem
saber o porquê.

"Oh, parabéns," Sirius acenou com a cabeça, sua expressão cautelosa.

"Obrigada!" Grant sorriu, "Quer beber alguma coisa? Oh caramba, nós já bebemos tudo... "

"Está bem." Sirius cruzou os braços sobre o peito e ergueu uma sobrancelha, assumindo sua aura
entediada de aristocrata. "Estou indo para a cama."

Ele não deu a Remus nem mesmo uma segunda olhada, apenas andou pela sala de estar até o
corredor e para o quarto.

"Eu te coloquei em apuros?" Grant sussurrou. Remus balançou a cabeça.

"Ele está apenas cansado. É melhor eu..."

"Oh sim, claro. Estou exausto, de qualquer forma, obrigado novamente por me deixar ficar. "

"Quando precisar." Remus sorriu, falando sério, "Obrigado por me convidar para sair. Eu
realmente precisava disso. " Ele deu um tapinha no ombro de Grant ao sair.

Sirius estava se despindo. Ele ignorou Remus, que fechou a porta silenciosamente atrás de si e se
sentou na ponta da cama.

"Como foi a missão?" Ele perguntou gentilmente, "James--"

"Um trouxa no apartamento, Remus?!" Sirius retrucou, "Você ao menos pensou no perigo?!"

"Que perigo?" Remus franziu a testa, confuso.

"Há uma guerra acontecendo! Este lugar deveria ser uma casa segura, deveria ser mais seguro do
que Gringotes! "

"Engraçado." Remus respondeu sem rodeios, "Eu pensei que era para ser a nossa casa."

Sirius não respondeu, apenas o olhou carrancudo, amarrando o cordão na calça do pijama. Remus
esfregou a nuca, suspirando, "Olha, ele mora em Brighton. Eu não poderia simplesmente tê-lo
abandonado em uma estação de trem, ele estava bêbado." Remus tentou explicar.

"Então a solução foi beber ainda mais?" Sirius atirou de volta.

" Sonoro Quiescis ." Remus lançou um feitiço silenciador no quarto - a primeira vez que eles
precisaram desde Hogwarts. "Se você quiser uma briga", disse ele, esticando os braços de forma
convidativa, "Vamos, estou mais do que feliz em obedecer."

"Eu não quero brigar, eu quero dormir." Sirius disse.

"Ok, tudo bem." Remus encolheu os ombros. Ele tirou o suéter, a camiseta, e começou a se trocar
para dormir também. Sirius entrou embaixo do edredom e o observou, ainda carrancudo. Ele
definitivamente queria brigar.

"Não posso acreditar que você saiu para ficar bêbado."

"É Natal." Remus murmurou, "Desculpe se eu queria ter um pouquinho da alegria da ocasião."

"Você mal podia esperar, não é? No segundo em que saí de casa, você tinha que..."

"Você está sempre saindo! Devo ficar sentado me preocupando como um louco a noite toda?! Eu
ainda existo quando você não está aqui, sabe, ainda preciso falar com pessoas às vezes. "

"Ha!" Sirius zombou, " Você quer alguém para abrir seu coração de repente? Isso é novo. "

"Vá se foder!" Remus gritou com toda a força.

"Vá e foda seu trouxa! É obviamente para isso que ele está aqui! " Sirius atirou de volta. Remus
cambaleou como se tivesse sido atingido. Ele olhou para Sirius e viu a dor em seus olhos. Isso tudo
era apenas um velho ciúme bobo e chato?

Remus se forçou a relaxar, abaixar os ombros e abrir a mandíbula. Ele fechou os olhos, inspirando.

"Grant está no sofá porque ele é meu amigo e eu não queria que nenhum mal acontecesse com ele."
Ele disse, muito firmemente. "E eu estou aqui com você, porque não há mais ninguém com quem
eu preferisse estar em um quarto. Mesmo quando você está sendo um idiota. "

Os lábios de Sirius franziram, então relaxaram. Ele parecia estar com muita vontade de continuar
discutindo, mas não tinha mais nada a dizer. No final, apenas caiu de volta na cama, os braços
cruzados, e disse para o teto.

" Você é um idiota."

Remus riu, terminou de se trocar e subiu na cama, rastejando em direção a Sirius.

"Eu sou seu idiota." Ele estendeu a mão para a ponta do edredom e puxou-o para baixo, retirando-o
do corpo de Sirius. O moreno permitiu, observando Remus, que começou a desemaranhar o nó da
calça do pijama de Sirius. Em seguida, ele puxou para baixo e lambeu os lábios. "Posso me
desculpar com você?"

Sirius mordeu o lábio, acenou com a cabeça, então arqueou as costas, e eles não falaram
novamente por horas.

De manhã, Grant havia partido.

Chapter End Notes


─ ★ ── Notas ── ★ ──

Este capítulo (e provavelmente os novos capítulos) é mais uma série de episódios para
dar uma forma à vida de Remus de 1979 em diante.

Há muita bebida na fic até agora, mas neste capítulo particularmente Remus começa a
mostrar sinais de dependência de álcool / alcoolismo. Isso é proposital, e parte de sua
caracterização - de 1980 em diante só vai piorar, então é só um alerta.

Apesar de no final do capítulo parecer que tenha sido só ciúmes por parte do Sirius,
esses acontecimentos influenciam muito a forma como eles passam a agir depois e que
leva a todo o desastre que já conhecemos, então não, não acredito que tenha sido só
ciúmes apesar de parecer que sim. Não sei muito bem como lidar com essa briga
deles, porque ao mesmo tempo que entendo o Remus querer tirar um pouco a cabeça
da guerra (apesar de ainda achar errado ele está usando do álcool para lidar com isso),
entendo o Sirius ficar irritado por ele está comemorando em um tempo que não tem
nada para se comemorar, sabem?

Peço que tenham paciência comigo quanto à postagem, estou em final de período pela
terceira vez esse ano e a quantidade de trabalhos está enorme, também estou
estagiando, fazendo outros processos seletivos e escrevendo uma nova fic com uma
ideia que tinha na minha cabeça a um tempo.

Outra coisa que gostaria de perguntar a vocês (pessoas que moram o Rio de Janeiro):
eu resgatei uma gatinha recém nascida da rua semana passada e estou cuidando dela,
caso conheçam alguém que esteja disposto a adotar e dar muito amor eu posso levar na
casa da pessoa. Entrem em contato comigo caso saibam de alguém :)
Capítulo 168: Primavera & Verão 1980
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

You know I'm born to lose,

and gambling's for fools.

But that's the way I like it baby

I don't wanna live forever

Ace of Spades, Motorhead

Em janeiro daquele ano, pouco mais de um ano após o funeral de sua mãe, Remus compareceu a
outro funeral, desta vez para Fleamont e Euphemia Potter.

Eles faleceram com poucas horas de diferença nos últimos dias sombrios de dezembro. Sua perda
foi sentida imensamente, e não apenas pelos membros da Ordem. A mansão Potter ficou cheia de
visitantes por semanas, pessoas em luto e velhos amigos, e cada um deles tinha uma história de
alguma bondade que os pais de James haviam feito.

"Euphemia sempre disse que eu poderia pedir qualquer coisa a ela quando a visse no St. Mungos."
Marlene soluçou, "Ela era uma curandeira tão brilhante, eu gostaria de tê-la conhecido por mais
tempo."

"Eles foram tão gentis conosco depois que fugimos", disse Andromeda, segurando a mão de Ted e
balançando a filha no quadril, "Sempre entrando em contato para saber se estávamos bem,
garantindo que nunca tivéssemos problema com nada... Eu simplesmente não posso acreditar que
eles se foram... "

"Se a nossa casa for tão acolhedora quanto a deles, ficarei orgulhoso." Arthur Weasley acrescentou
enquanto limpava seus óculos que estavam embaçados.

"Os melhores que tínhamos no mundo mágico," Dumbledore entoou no discurso que fez na
cerimônia. "Eram um farol de compreensão, tolerância, bom humor e senso de comunidade - todos
os valores que mais prezamos."

"É quase adequado para eles irem no Natal", disse uma velha enrugada no velório, "Sempre adorei
ir à festa de boxing day dos Potter".

"Vou sentir falta das tortas de carne da Effie!" Um velho acrescentou.

Remus manteve suas próprias memórias dos Potter para si, porque sentia que tinha menos direitos
sobre elas. Ainda assim, nunca esqueceria que foram eles que o acolheram quando ele se viu sem-
teto aos dezessete anos, e eles que o ajudaram a localizar sua mãe.

De certa forma, era diferente das mortes anteriores na Ordem, porque os Potter morreram em idade
avançada e não foram assassinados - então havia mais espaço para memórias felizes.
Ainda sim não parecia muito justo. O tempo era irrelevante quando se tratava das pessoas que se
ama, Remus refletiu. Onze meses não foram suficientes para Hope - e vinte anos provavelmente
não foram suficientes para James.

Sirius, Peter e Remus silenciosamente tomaram a decisão de se recomporem por James. Ele havia
sido a fonte da força dos marotos desde que eram crianças, havia os defendido abnegadamente,
apoiado generosamente cada um deles em um momento ou outro, e não havia dúvida de que eles
iriam retribuir o favor agora nesse momento tão sombrio.

Eles assumiram a tarefa de saudar o maior número possível de pessoas, mantendo-as longe de
James, que já tinha o suficiente para lidar. Por duas semanas inteiras, os três passaram os dias
aceitando buquês de flores e potes de comida caseira (o que foi útil, porque Gully, o elfo
doméstico, estava inconsolável e passava o tempo enrolado em sua própria roupa, soluçando e
bebendo cerveja amanteigada). Lily cuidava de tudo relativo ao financeiro - Remus não podia
deixar de admirar a rapidez com que ela entendeu a lei de propriedade dos bruxos - enquanto Alice
e Molly a ajudavam a administrar a casa e empacotar as coisas que precisavam ser embaladas.

Fora totalmente apropriado que 1980 começasse com morte. Anos depois, isso seria como uma
marca na guerra para Remus, como se a perda dos Potter's tivesse abalado os próprios alicerces da
realidade. Depois do funeral, menos e menos coisas começaram a fazer sentido. As coisas das
quais ele tinha certeza se tornaram incertas, e o - já pequeno - círculo de pessoas em quem ele
confiava e amava começou a encolher ainda mais.

Pelo resto de janeiro, Sirius e Remus se cruzaram como navios à noite - um permaneceria acordado
até tarde, o outro levantaria junto com o amanhecer para uma missão ou outra. Ambos estavam
determinados a compensar a ausência James, e isso os mantinha mais ocupados do que nunca.
Algum dos dois dormiria nos Potter uma noite, ou então ficaria com outra pessoa da ordem por
segurança.

Além de tudo, o luto por Fleamont e Euphemia significava que as curtas horas que passaram juntos
eram preenchidas com silêncio.

Sirius havia chorado no dia em que descobriu. Ambos tinham, mas a dor era mais crua para Sirius.

"Não é justo! Não é justo!" Ele repetiu várias vezes, os olhos selvagens e desesperados.

Remus cuidadosamente colocou sua própria dor de lado para ser o mais forte, e descobriu que as
coisas eram mais fáceis quando focava sua atenção em ajudar Sirius.

Foi um trabalho muito árduo e, por um tempo, parecia que não haveria nada pelo que se sentir feliz
novamente. A única boa notícia veio completamente do nada (como as boas notícias geralmente
acontecem) em um domingo no início de fevereiro.

Sirius estava fora com James - pela primeira vez, sem ser em uma missão. Quando meninos, James
e Sirius se enfiavam nas camas um do outro sempre que um deles estava infeliz. Como homens,
eles passavam longas tardes viajando pelo campo na motocicleta de Sirius. Remus não estava com
ciúmes, no mínimo, era um alívio que ele não precisasse ir.

Ele estava passando a tarde estudando contra-ataques para maldições, o que pelo menos o fazia
sentir que estava fazendo algo útil. Havia acabado de decidir fazer uma pausa rápida e preparar um
chá quando uma coruja bicou a janela da cozinha. Trazia uma nota de Lily. 'Você pode aparecer
antes das cinco? Vou fazer o jantar.' E é claro que ele se preparou para partir imediatamente. Era
uma coisa boa também, seus próprios planos para o jantar eram feijão com torrada, que ele já tinha
comido três vezes naquela semana.
Ainda estava muito frio, a geada durou semanas naquele fevereiro, e a primavera demorou uma
vida inteira para chegar. Remus estava grato por simplesmente poder entrar na lareira do
apartamento e aparecer instantaneamente na sala dos Potter sem ter que sair. Esperava que Sirius
estivesse bem agasalhado, o frio do vento não era brincadeira com a velocidade que ele dirigia.

"Estou aqui!" Remus chamou, limpando a fuligem e o pó de flu de suas vestes surradas.

Hieronymus, o gato, miou furiosamente para ele por tê-lo perturbado no ponto quente no tapete.

"Cozinha!" Lily gritou de volta.

Remus vagou. A casa parecia vazia há semanas, mas a cozinha estava tão quente e reconfortante
como antes. Lily estava sentada à ampla mesa de carvalho, lendo um livro de receitas, sua varinha
segurando seu cabelo em um coque bagunçado. Havia uma panela que se mexia no fogão e algo
com um cheiro delicioso no forno.

"Olá, lindo", ela sorriu quando o viu.

"Oi," ele acenou, "Posso ajudar em alguma coisa?"

"Facas e garfos seriam ótimos", ela acenou com a cabeça para a cômoda contra a parede. "Vamos
comer aqui, eu acho, é mais aconchegante."

"Apenas nós dois?" Ele perguntou indo pegar os talheres.

"Nós cinco," ela balançou a cabeça, "Peter chegará em um minuto, e os meninos não devem
demorar muito... bem, dependendo de Sirius."

"Eh?" Remus franziu a testa, a nota não mencionava Sirius. Lily estava corando.

"Er... então, eu te chamei aqui porque tenho algo para te dizer..."

As mãos de Remus começaram a tremer e ele largou a faca de manteiga que estava segurando.
Nenhuma notícia era boa ultimamente, e ele desenvolveu um pouco de paranóia quando se tratava
de anúncios.

"É uma boa notícia!" Lily disse rapidamente, vendo a expressão em seu rosto, "Eu prometo! É só
que, er... pensamos que seria melhor, James achou que seria melhor, se ele contasse a Sirius por
conta própria, você sabe, individualmente... depois do que aconteceu da última vez... "

"Última vez?" Remus franziu a testa. Eles não poderiam estar se casando novamente, com certeza.
"Vocês estão se separando?!"

"Remus, eu disse que seria uma coisa boa!" Lily riu levemente. "Honestamente, você sempre pensa
o pior..."

Ela se levantou, tirando os livros da mesa. Remus deu uma boa olhada nela. Ela estava um pouco
mais gorda nos quadris - não que fosse dizer tal coisa para um de seus melhores e mais antigos
amigos. E de qualquer maneira, combinava com ela, ela ainda era incomumente bonita, em sua
opinião. Porém, ela cheirava um pouco diferente também.

Ele piscou e balançou a cabeça, batendo a gaveta de talheres com tanta força que fez barulho, Lily
deu um pulo.

"Você está grávida!"


Ela corou ainda mais e acenou com a cabeça, o rosto esticado no sorriso mais amplo que Remus já
vira em alguém em meses. Sem palavras, ele correu ao redor da mesa para abraçá-la, "Incrível!"
Ele engasgou, de repente muito emocionado, "Brilhante! Ah meu Deus, Lily! "

"Eu sei!" Ela gritou. "É para julho! Você não tem ideia de como foi difícil guardar segredo!"

Remus deu um passo para trás para lhe dar espaço e enxugou os olhos.

"Por causa de Sirius?"

"Não apenas isso..." ela contou, "Queríamos um período de luto adequado... Euphemia e Fleamont
sabiam, é claro. Foi de partir o coração contar a eles, mas eu tenho que admitir, estou um
pouco preocupado sobre como Sirius vai reagir... "

"Se ele disser qualquer coisa que não seja parabéns, vou socar suas orelhas!" Remus disse
ferozmente. Lily riu,

"Você terá que entrar na fila atrás de mim e James."

Remus riu, ainda enxugando os olhos, e foi colocar a mesa. Assim que pousou o último prato, um
rugido estrondoso pôde ser ouvido à distância, se aproximando. Lily o olhou e mordeu o lábio. Ele
apenas sorriu para ela,

"Vai ficar tudo bem."

Sirius estava estacionando sua moto no pátio dos fundos. Remus sempre se perguntou o que
Euphemia pensaria disso, mas é claro que ela nunca negaria nada ao seu garoto de olhos azuis, e
teria perdoado as marcas de pneus enlameados em seu gramado com uma indulgência maternal.

As portas se abriram com estrépito e Sirius entrou, o cabelo ainda varrido pelo vento por ter voado,
nariz e bochechas rosadas de frio. Ele estava sorrindo, sorrindo tanto que o coração de Remus deu
um pulo, e ele sentiu aquela velha paixão de colegial ressurgir dentro dele.

"Sra. Prongs!" Sirius foi de braços abertos direto para Lily, e a envolveu, beijando o topo de sua
cabeça, "Incrivelmente brilhante!"

Remus suspirou de alívio e foi apertar a mão de James, que tinha entrado atrás de Sirius, cabelo e
cachecol esvoaçantes, rosto queimado pelo vento brilhando como um farol de alegria.

"Uma criança!" Foi tudo o que Remus conseguiu pensar para dizer, "Você vai ter a porra de uma
criança!"

James riu, segurando sua mão.

"Exatamente, Moony."

"Senta!" Sirius puxou uma cadeira para Lily, conduzindo-a até ela, "Merlin, Moony, que tipo de
cavalheiro você é, deixando Lily fazer todo o trabalho em sua condição?!"

"Ei," Remus fez uma careta, "Eu coloquei a mesa..."

"Honestamente, estou bem," Lily riu, "Mas se vocês meninos quiserem servir o jantar, fiquem à
vontade. O cordeiro está no forno, James, já deve estar pronto."

Então os três se movimentaram pela cozinha, fazendo um pouco mais de barulho e bagunça do que
provavelmente seria necessário. Sirius começou a assobiar 'Kooks', James abriu uma garrafa de
champanhe para brindar (cerveja amanteigada para Lily) e Remus apenas sorriu até suas bochechas
doerem, vendo seus amigos serem felizes juntos.

Então, Peter chegou e tudo começou de novo, a felicidade deles se multiplicou quando se sentaram
para um jantar perfeito em família. Era exatamente o que todos precisavam.

"Como isso aconteceu?!" Peter exclamou, limpando o resto do molho com seu último pudim de
yorkshire.

"Bem, Wormtail," Sirius sorriu, "Quando uma bruxa e um bruxo se amam muito..."

"Cala boca," Peter riu, chutando-o por baixo da mesa, "Você sabe o que eu quis dizer..."

"Apenas aconteceu", James deu de ombros, "Podíamos ter sido um pouco mais cuidadosos no
Halloween..."

"James!" Lily deu um tapa de leve no braço dele com as costas da mão, "Não há necessidade de
detalhes, tenho certeza que Moony não quer ouvir tudo isso."

"Por que eu?" Remus franziu a testa,

"Oh, bem... você sabe, eu só sei que você prefere ser discreto sobre... hum..." Lily se atrapalhou
com as palavras. Remus cruzou os braços, olhando para todos com indignação fingida.

"Vocês todos pensam que sou um puritano!"

Todos começaram a rir, e Sirius deu um tapinha afetuoso em seu ombro.

"Não se preocupe, Moony, eles simplesmente não te conhecem como eu te conheço."

"O que isso quer dizer -" Peter começou, mas Remus, vendo para onde a conversa estava indo,
rapidamente interveio.

"Vocês já tem alguma ideia para um nome?"

"Não, não realmente", disse Lily, ainda rindo, "Um nome de família seria bom, mas..."

"Façam o que fizer," Sirius respondeu, "Mas chamem o pobre garoto de algo normal. Sem
constelações, pelo amor de Godric. "

"Vou brindar a isso," Remus ergueu sua taça de vidro e a esvaziou. Era a terceira, mas ele achava
que ninguém havia notado e, além disso, eles estavam comemorando.

"Quando você saberá o que é?" Peter perguntou.

"Não vamos nos referir ao bebê como 'o que', Peter," James brincou.

"Eu vou ser o padrinho!" Sirius gritou.

"Você não pode se nomear padrinho, idiota!" Peter disse, indignado.

"Acabei de fazer," Sirius colocou a língua para fora.


***

E então, como de costume, foram James e Lily que conseguiram tirar todo mundo daquela tristeza
do inverno bem a tempo para a primavera. Os Marotos e seus amigos enfrentaram o resto do ano
com olhos e propósito renovados. Porque lutar em uma guerra era uma coisa, mas lutar pelo futuro
filho dos Potter fazia cada desafio parecer mais valioso.

Além do mais, eles não eram os únicos a festejar as boas novas. Arthur e Molly deram à luz a mais
um filho ruivo naquele mês de março, e Alice anunciou que ela e Frank também esperavam no
verão.

"Imagine isso!" Mary disse, tirando as xícaras de chá e canecas de café deixadas para trás após
uma reunião da Ordem, "Seus filhos vão crescer juntos e vão para Hogwarts juntos... é legal, não
é?"

Remus concordou. Ele teria dado qualquer coisa para ser criado por qualquer uma dessas pessoas,
para ter uma infância rodeada de magia, amor e risos.

Ele nunca havia pensado muito em crianças antes, sua própria infância tinha sido um desastre tão
grande que ele não achava que estava apto para ser pai. Porém, assistir James e Lily fazerem isso,
realmente soava muito bom.

Claro, o entusiasmo de Remus pelo 'bebê prongs' empalideceu em comparação com a empolgante
excitação de Sirius.

"Vai ser muito divertido, Moony!" Ele balbuciou, vindo em uma tarde de maio de outra viagem
impulsiva de compras, "Imagine todos eles em vassouras! O time de Quadribol da Ordem da
Fênix! "

"Er... quantos anos você precisa ter para andar em uma vassoura?" Remus perguntou, olhando os
pacotes nervosamente. Nenhum deles parecia ter a forma de vassoura, mas você nunca sabia
quando se tratava Sirius.

"A maioria são livros e roupas," Sirius o tranquilizou, rindo levemente, "E alguns brinquedos,
apenas pequenas coisas..."

"Essa criança vai ser tão mimada..." Remus resmungou.

"Bom," Sirius colocou a língua para fora. "Não faz bem a ninguém ser criado sem alegria, não é,
Moony?" Ele ergueu uma sobrancelha e Remus abaixou a cabeça envergonhado, e nunca mais o
criticou por isso novamente.

***
Em junho, depois da lua cheia, Remus foi convidado para outra reunião com Moody e Ferox. Um
ano mais velho e mais sábio, ele pediu para não encontrá-los no escritório do auror dessa vez. Já
que não tinham muita escolha, eles concordaram. Remus havia se tornado muito despreocupado em
seu papel não oficial como responsável pela conexão lobisomem, e isso provavelmente
transparecia. Pelo menos Moody não mais agia de forma tão autoritária com ele.

Eles se encontrariam em um pequeno bar de trabalhadores nos arredores de Derby. Remus chegou
primeiro e pediu uma cerveja, então sentou-se com um jornal que pegou na estação de trem. Ele
tirou a página com as palavras cruzadas e dobrou-a cuidadosamente no bolso do paletó. Sirius
gostava de fazer palavras cruzadas.

Escolheu uma mesa na parte de trás do pub, porque era silencioso, mas também porque o assento
era um banco de madeira com espaldar alto, o que era bom para suas costas. Ele ainda estava com
dores depois da última lua, ainda sim, tentou sentar-se ereto.

Ferox chegou alguns minutos depois.

"Tudo bem aí, Kev?" Ele acenou com a cabeça, sentando-se no banquinho de três pernas em frente
a Remus.

Todos receberam instruções para começar a usar nomes falsos quando estivessem em negócios da
Ordem, caso alguém estivesse os ouvindo. Remus não gostava muito de 'Kevin', mas tinha que
admitir que provavelmente era melhor do que seu próprio nome ridículo. Quando os marotos
ouviram falar dos codinomes, haviam querido usar Paul, John, George e Ringo, mas Moody disse
que era óbvio demais.

"Olá, Norman." Remus acenou com a cabeça para Ferox.

"Sr. Thompson não vai demorar."

"Bom. Quer uma bebida? "

"Nah, estou de plantão."

Remus deu de ombros e deu um gole em sua própria cerveja. Ferox o observou com uma expressão
neutra. "Então", perguntou seu antigo professor, "Como estão?"

"Ah, você sabe," Remus deu de ombros novamente, "Estamos todos apenas fazendo o possível."

"Ouvi dizer que você tem estado ocupado, tem um talento especial para segurança, hein?"

"Sim, eu tenho ajudado Alice, er... Steffi. Desculpa."

Ferox riu roucamente do erro de Remus,

"Não se preocupe com isso. É tudo besteira de qualquer maneira. Ainda assim, segurança é um
bom talento para se ter, hein? Algo que você gostaria de fazer para o ministério talvez? Depois que
tudo isso acabar? "

"Alarmes de segurança?" Remus franziu a testa. Ele realmente não tinha pensado nisso antes. "Não
sei, na verdade não... quero dizer, quero ajudar as pessoas obviamente, mas não tenho certeza se...
as pessoas querem alguém como eu em suas casas."

"Queixo para cima, rapaz", disse Ferox gentilmente, "Nem tudo é desgraça e tristeza."
Remus bebeu novamente. Ele estava quase terminando e se perguntou se teria tempo para uma
segunda cerveja. Provavelmente não. Não seria muito profissional. Porém,
era tecnicamente medicinal - suas costas doíam muito.

Moody - 'Sr. Thompson' - chegou alguns momentos depois e parecia mais abatido do que nunca. A
guerra parecia afetá-lo fisicamente, ele havia acumulado mais cicatrizes do que qualquer pessoa
que Remus conhecia (exceto ele mesmo talvez) e perdido mais partes do corpo. Se Moody não
fosse mais cuidadoso, Remus pensou, ele acabaria como o velho professor Kettleburn.

"Kevin, Norman," Moody acenou com a cabeça para os dois.

Ele estava vestindo roupas trouxas, ou pelo menos algo próximo disso. Uma camisa havaiana
vistosa combinada com uma calça boca de sino amarelo mostarda de aparência antiga. Remus teve
que se concentrar para manter o rosto sério.

"Vou direto ao assunto", disse ele, sentando-se no terceiro banquinho ao redor da mesa. "Ele foi
visto novamente. Nosso conhecimento mútuo. "

Isso significava Greyback. Remus engoliu em seco, balançando a cabeça,

"Onde?"

"Fora de Dublin. Achamos que ele está se mantendo discreto, lambendo suas feridas, mas ele ainda
está metido com você-sabe-quem. "

Remus acenou com a cabeça novamente. Ele sabia que Greyback não seria vencido tão facilmente;
ele sempre soube que eles se encontrariam novamente, eventualmente.

"A boa notícia é", disse Ferox, se inclinando, "ele não tem recrutado, todas as fontes parecem dizer
que a maior parte de seu bando o deixou."

"Fontes?" Remus o olhou severamente.

"Bem", Ferox sorriu, "eu fiz uma pequena viagem para a Ilha Esmeralda na semana passada."

"Você o que?!" Remus ficou abalado com a notícia. "Você poderia ter morrido!"

"Acalme-se, rapaz", disse Moody, colocando a palma da mão na mesa. "Norman aqui está neste
caso desde que você era um bebê. Ele sabe o que está fazendo".

"Ah, ele só está preocupado, hein Kev?" Ferox o cutucou.

Remus não respondeu. Como ele poderia dizer a esses dois homens - que eram mais velhos, mais
experientes, mais sábios e provavelmente mais poderosos do que ele - que eles estavam sendo
idiotas? Era completamente ridículo que, mesmo quinze anos após a morte de Lyall Lupin, o
ministério continuasse subestimando Greyback, recusando-se a aprender qualquer coisa com seus
erros.

"Você deveria ter me contado." Ele disse finalmente. "Eu poderia ter ajudado. Aconselhar você,
pelo menos. "

"Eu não fui sozinho, não se preocupe", Ferox sorriu, "Levei o jovem Daniel comigo, quero dizer,
er... não, droga, esqueci ..."

"Danny?!" Remus hesitou, ainda mais alarmado, "Mas..."


"Não foi nada pessoal," Moody disse, "Você sabe mais sobre eles do que ninguém, mas depois do
ano passado, você estava muito perto, muito reconhecível para o bando. Não podíamos arriscar. "

"Eu gostaria que tivesse me contado." Remus repetiu, embora soubesse que não estava levando a
lugar nenhum.

"Estamos lhe contando agora."

Remus franziu os lábios. Danny McKinnon! Greyback deveria estar rindo deles; eles simplesmente
não faziam ideia.

"Então, o quê agora?" Ele perguntou, sabendo que estava visivelmente irritado agora. "O que você
precisa de mim?"

"Bem, sabemos que ele está em movimento. Ele deixou Dublin após a última lua cheia sem deixar
vestígios. Ele e uma jovem."

"Livia," disse Remus.

"Você sabe quem ela é?"

"É muito provável que seja ela," Remus acenou com a cabeça, "Ela é a sua seguidora mais leal, ela
nunca vai deixá-lo."

"Você poderia nos dar uma descrição? Daniel sentiu um cheiro, mas não a vimos". Ferox pediu,
ansioso.

Remus acenou com a cabeça.

"Ok. Mas você precisa me contar da próxima vez ... "

"Tudo bem, tudo bem," Moody balançou a cabeça impacientemente, "Vamos mantê-lo
informado, sempre que possível e dentro do razoável. Agora, o que você pode nos dizer sobre essa
vadia da Livia? "

Remus disse a eles tudo que sabia. Ele sentiu que estava trilhando um antigo território, mas
ninguém nunca o escutava de qualquer maneira. Explicou como era a aparência de Lívia - isso era
fácil, ela dificilmente era uma bruxa de aparência comum.

"Vamos pegá-los, rapaz, não se preocupe," Ferox disse enquanto apertava a mão de Remus antes
de sair. Ele tinha perdido completamente o ponto.

Eles não haviam rastreado o bando de Castor - se é que ainda eram um bando. Moody achava que
eles tinham deixado o país, e Remus esperava que sim. Ele esperava que ninguém os encontrasse
novamente. No momento em que todos estavam prontos para ir, Remus precisava de um shot, não
mais outra cerveja - suas costas doíam a cada passo, ameaçando ter um espasmo total. E ele estava
de péssimo humor.

Aparatou de volta a Londres e empurrou a porta da frente com tanta força que a maçaneta bateu na
placa de gesso.

"Puta que pariu!" Sirius saltou de seu assento no sofá.

Remus piscou em sua direção, envergonhado.

"Desculpa. Não sabia que você estava aí. "


"O que aconteceu?"

"Maldito Moody! Maldito Ferox! " Remus estremeceu ao tirar a jaqueta.

"Suas costas ainda doem?" Sirius inclinou a cabeça compreensivamente. "Venha aqui." Ele se
arrastou de volta para o sofá, puxando os joelhos para que Remus pudesse sentar na frente dele.

Remus obedeceu e fechou os olhos, suspirando agradecido quando Sirius começou a esfregar seus
ombros com firmeza, torcendo a dor com seus dedos espertos.

"O que aconteceu?" Ele perguntou. "Eles não ... você não precisa ir de novo, não é?"

"Não," Remus disse, "Não, só... sei lá, você já sentiu que todo mundo esteja pensando que você é
apenas um garoto idiota que não sabe de nada?"

"Ninguém pensa isso." Sirius o acalmou.

"Eu sei que vocês não, mas ... ugh. Eles simplesmente não me ouvem. Eu sei mais sobre os
lobisomens do que qualquer pessoa na Ordem. Eu sou o filho pródigo de Greyback, pelo amor de
Deus! "

"Não diga isso." Sirius de repente envolveu seus braços em volta da cintura de Remus, puxando-o
para perto e com força, como se ele estivesse prestes a fugir. "Se Moody e Ferox te mantiverem
longe daquele monstro, então ótimo."

Remus se inclinou para Sirius e não disse mais nada.

***

Will you stay in our lovers' story?

Você vai ficar na história de nossos amantes?

If you stay, you won't be sorry,

Se você ficar, você não vai se arrepender,

'cuz we believe in you.

porque nós acreditamos em você.

Soon you'll grow, so take a chance

Logo você vai crescer, então dê uma chance

On a couple of kooks, hung up on romancing.

Em alguns malucos, desligou o romance.


Kooks, David Bowie

31 de julho de 1980

"Remus, acorda!" Sirius o sacudiu com força.

"Não enche." Remus grunhiu, cobrindo a cabeça com o edredom, "Está no meio da noite."

"Quem se importa?! Vamos, está na hora! Bebê Prongs está a caminho, ele está a caminho, ou ela...
o bebê está a caminho! "

"O que?!" Remus sentou-se ereto na cama, "Caralho!"

"Esse é o espírito!" Sirius aplaudiu, "Se troque!"

Remus pulou da cama e se vestiu tão rápido que tropeçou nas pernas da calça duas vezes, batendo a
cabeça na cômoda.

"Ai." Ele resmungou, esfregando a testa enquanto se juntava a Sirius na sala de estar.

"Seu idiota," Sirius disse carinhosamente, "Sorte que Marlene estará lá, hein?"

"Tenho a sensação de que ela estará ocupada..."

Sirius caminhou até a lareira, pegando um pouco de pó de flu. Quando estava prestes a jogá-lo no
chão, ele deu a Remus um olhar engraçado, inclinando a cabeça, "Moony, sua camisa está do
avesso. Mansão Potter. "

E com um clarão de chama verde, ele se foi. Remus olhou para sua camisa. Os botões estavam do
lado de dentro. Droga. Bem, ele estava com muito sono e muito nervoso para resolver isso agora,
então pegou um punhado de pó de flu e foi até a lareira em seguida.

Ele saiu para a sala de estar dos Potters, que atualmente parecia uma sala de espera de uma estação
de trem. Gully entrou correndo, com os braços carregados de cobertores, e Mary, Peter, Sirius e
Arthur Weasley estavam em pé, conversando.

"Remus!" Mary deu-lhe um abraço rápido. "Sua camisa está do avesso", disse ela, alisando a mão
sobre o peito.

"Alguma notícia?" Ele perguntou.

"James enviou um patrono para Marlene cerca de duas horas atrás, ela estava ficando na minha
casa para ficar mais perto de St. Mungus, então eu vim também. Eles estão lá em cima desde
então, perguntei se havia algo que eu pudesse fazer, mas você sabe como Marls é quando tem um
trabalho a fazer..."

"James está lá também?" Remus olhou para o teto nervosamente. Ele nunca diria isso, mas tinha
um horror absoluto de parto. Ele não tinha cem por cento de certeza do que envolvia, além de
muitos gritos e provavelmente sangue também.

"Você acha que eles precisam de alguma coisa?" Sirius perguntou, vagando em direção às escadas.
"A Sra. McKinnon terá tudo sob controle," Arthur disse alegremente, "James não fará nada mais
útil do que segurar a mão de Lily, eu prometo a você. Sentem-se, rapazes, infelizmente teremos
uma longa espera."

Todos eles se sentaram silenciosamente. Havia uma atmosfera engraçada - ninguém, exceto
Arthur, havia experimentado esse tipo de preocupação antes, e Remus estava muito feliz por ele
estar ali. Mary se levantou e fechou as cortinas. Era o pico do verão, e o sol já estava alto no céu,
pássaros cantando e o leiteiro trouxa assobiando enquanto fazia sua ronda.

"Chá, alguém?" Remus perguntou, sentindo a necessidade de fazer algo útil. Ele olhou para Peter,
que estava apoiado em seu cotovelo, a cabeça tombando, "Ou café, talvez?"

"Perfeito, Moony," Sirius acenou com a cabeça, "Eu vou ajudar."

Na cozinha, eles descobriram que Gully já havia aprontado as coisas para o chá e colocado um
pouco de água para ferver na grande chaleira de cobre no fogão, então Remus e Sirius só
precisaram se preocupar com o café. Eles o fizeram silenciosamente, embora Remus tenha
chamado a atenção de Sirius uma ou duas vezes e não pudesse deixar de sorrir com a empolgação
infantil que viu nele.

Quando estavam prestes a levar as bandejas para a sala de estar, uma porta do andar de cima se
abriu e passos puderam ser ouvidos no patamar.

"Padfoot?!" A voz de James.

"Prongs?!" Siris correu para o corredor, inclinando-se sobre o corrimão da escada e olhando para
cima. Remus correu para se juntar a ele, e Peter não estava muito atrás.

James olhou para eles, rosto vermelho, olhos enevoados e radiantes.

"É um menino!"

Harry. Esse foi o nome que eles escolheram de acordo com Marlene, que desceu para aceitar com
gratidão uma xícara de chá e afundou lentamente no sofá. Ela tinha olheiras, mas sorria para todos
mesmo assim.

"Nasceu rápido como um relâmpago", ela murmurou, tomando um gole da bebida com leite
lentamente, "Vinte minutos de trabalho de parto ativo!"

"Talvez ele vá ser um artilheiro, como James!" Peter disse ansioso.

"Lily está bem?" Mary perguntou.

Marlene acenou com a cabeça, "Claro que ela está. Nada segura Evans. "

"Eu vou embora, então," Arthur disse, levantando-se e fechando sua capa puída, "Já estive longe de
Molly e dos meninos por muito tempo, vou deixar Dumbledore saber das boas notícias, é claro."

Todos eles se despediram. Depois que ele saiu, Sirius foi para as escadas novamente para olhar
para cima.

"Sirius, amor," Marlene chamou bruscamente, "Dê a eles um pouco de tempo a sós, hein? Tempo
para a família."

"Ah, ok." O moreno assentiu, voltando para a sala e encostando-se no batente da porta. Ele olhou
para o nada por um tempo, e pela primeira vez Remus não conseguiu adivinhar o que ele estava
pensando. Sirius balançou a cabeça lentamente e sussurrou, "Harry Potter".

"É um nome bonito, eu acho." Mary comentou alegremente. Ela olhou para Marlene e abafou uma
risadinha, "Melhor do que Neville, hein?"

Marlene também riu, culpada, "Ah, não, eu mal consegui manter uma cara séria quando Frank me
contou."

Remus se levantou e foi ficar com Sirius. Ele entrelaçou seus dedos aos dele.

"Você é um padrinho," ele sussurrou. Sirius virou a cabeça para Remus, sorrindo.

"Sim," ele acenou com a cabeça, "... caramba, eu realmente espero não arruinar tudo."

Chapter End Notes

Aliás, essa semana aconteceu algo super legal!! Imprimiram os dois primeiros livros
de atyd em português! Eu fiquei tão feliz que achei que fosse morrer do coração!
Todas as informações sobre impressão estão no meu tiktok e os pdfs e capas estão
disponíveis na minha linktree que está na minha bio do tiktok, wattpad e twitter
(lembrando que meu user é o mesmo em todas essas redes sociais). Agora preciso ir
dormir um pouco, são quase cinco da matina :)
Capítulo 169: A guerra: Outono & Inverno 1980
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

You done too much, much too young

You're married with a kid when you could be having fun with me

You done too much, much too young

Now you're married with a son when you should be having fun with me

Don't wanna be rich, don't wanna be famous

Ain't he cute? No he ain't.

He's just another burden on the welfare state.

Too Much Too Young, The Specials

Quarta-feira, 3 de setembro de 1980

Whooosh - splash.

Remus caiu de pé - quase - bem em uma poça lamacenta no meio da rua.

"Droga." Ele murmurou, puxando sua capa para fora do caminho, suas botas não poderiam mais
ser salvas, as meias já estavam encharcadas. Não havia percebido que os buracos nela estavam tão
ruins, definitivamente era hora de um novo par, precisava checar suas economias.

Parecia que ia chover mais tarde também. Perfeito.

Remus estava de muito mau humor, e pés molhados eram o que menos importava. Ainda assim, ele
estava em Hogsmeade por um motivo, e sabia que só teria que ficar quieto e seguir em frente.
Gostaria de não estar sozinho, mas mesmo se alguém estivesse disponível para ir com ele (James
estava com o bebê, Lily e Sirius estavam em Broadstairs em uma missão de reconhecimento,
Marlene, Peter e Mary estavam todos trabalhando), ele foi avisado para ir sozinho. Como sempre.

Ele caminhou em direção ao Três Vassouras, pensando que pelo menos haveria uma boa e quente
lareira e talvez um gole de uísque esperando por ele. Precisava disso. Sempre que era convocado
para encontrar alguém sozinho, geralmente era assunto de lobisomem, e isso sempre exigia uma
bebida forte. Ele esperava que fossem notícias de Greyback em vez de Castor.

A chuva começou a cair quando ele avistou o pub, então correu um pouco para proteger o resto de
suas roupas da umidade. Era uma tarde tranquila na pequena vila escocesa - os alunos de Hogwarts
estariam em suas aulas, os bruxos que moravam na cidade estariam em suas ocupações. E
pouquíssimas pessoas saíam de casa hoje em dia se não fosse necessário.

O pub estava agradável e vazio. Remus sentiu uma pontada de nostalgia ao entrar, lembrando-se de
como há apenas dois anos ele e seus amigos haviam se sentado em uma das mesas, com olhos
brilhantes e ingênuos, ansiosos pelo futuro. Quem poderia imaginar que salvar o mundo seria um
trabalho árduo e monótono?

"Remus Lupin, quem é vivo sempre aparece!" Rosmerta gorjeou do bar, uma mão em seu quadril
redondo, seios transbordando como sempre. Ela olhou esperançosa por cima do ombro, "Black não
vai se juntar a você?"

Remus balançou a cabeça e foi se sentar perto da lareira para, pelo menos, tentar secar os sapatos.

"Hoje não, Rosmerta", disse ele, tentando aparentar bom humor, "Posso pedir um copo de..."

"Dois copos -- de cerveja amanteigada, por favor," uma voz familiar entoou. Remus se virou,
encontrando-se cara a cara com Dumbledore.

"Oh, o-olá, professor." Remus falou envergonhado.

"Remus," Dumbledore acenou com a cabeça educadamente. Ele nunca o chamou de 'Sr. Lupin', não
desde que Remus havia pedido que não o fizesse anos atrás. "Por favor, sente-se", ele gesticulou
grandiosamente, como um vigário prestes a dar um sermão.

Remus se sentou. Dumbledore sempre o fazia se sentir como se tivesse onze anos.

"Como você tem estado?" Seu antigo diretor perguntou gentilmente, acomodando-se graciosamente
na poltrona em frente. Ele colocou uma maleta de couro de aparência pesada no tapete entre eles.
Remus olhou com cautela, mas respondeu,

"Bem, obrigado. Você sabe."

"Esses são tempos difíceis" Dumbledore disse, Remus não respondeu a isso, porque ele não tinha
certeza se deveria.

Rosmerta se apressou com as cervejas amanteigadas, colocando-as na mesinha lateral redonda.


Quando ela saiu, Remus ergueu sua caneca e bebeu, apenas para se distrair. Ele poderia fingir que
era álcool, talvez isso ajudasse a estabilizá-lo. Queria desesperadamente um cigarro, mas por algum
motivo isso parecia errado na frente de Dumbledore, então apenas deu um gole na cerveja
amanteigada, sentindo a mistura enjoativa de xarope repousar em sua língua e deslizar para dentro
por sua garganta.

"Você deve estar se perguntando por que eu chamei você aqui", disse Dumbledore, observando-o.

"É ... é ... Greyback?" Remus sussurrou. Dumbledore sorriu,

"Você não precisa se preocupar com bisbilhoteiros, Remus, estamos bem seguros para falar
livremente aqui. Não, infelizmente não houve mais notícias de Greyback ou da jovem com quem
ele está viajando. "
"Oh." Remus piscou. Bem, então o quê?

"Este é um assunto mais urgente ou, pelo menos, será, se eu estiver correto."

"Certo..." Remus se mexeu desconfortavelmente. Ele geralmente não era o agente de referência
quando se tratava de 'assuntos urgentes'. Dumbledore pareceu ler sua mente.

"Preciso de alguém com um bom olho para os detalhes e muita paciência." Ele se inclinou para
frente e abriu uma fresta da maleta. Remus olhou para dentro.

"Livros!" Disse surpreso. Deveria haver uma centena deles dentro, algum tipo de feitiço de
extensão, talvez.

"De fato" Dumbledore sorriu, fechando-a novamente.

"Então... você precisa que eu faça alguma pesquisa?"

"Eu preciso, de fato. Diga-me, Remus, o quanto você sabe sobre profecias? "

"Er... bem, eu nunca fiz Adivinhação," ele coçou a cabeça. Estava intrigado agora. "Mas
obviamente isso surgiu um pouco em Runas... Eu li um pouco."

"Você vai precisar ler muito mais," Dumbledore respondeu gravemente, "E devo reafirmar a você
sobre a importância e sensibilidade desta tarefa. Tudo o que você aprender deve ser mantido em
total sigilo, entendeu? "

"Eu... é claro," Remus acenou com a cabeça, ligeiramente alarmado. "Mas o que você quer que eu
procure?"

"Por enquanto, estamos simplesmente buscando uma compreensão mais completa da natureza das
profecias. Muitos desses livros contém transcrições secretas, algumas das quais podem precisar de
tradução, declarações proféticas e oraculares conhecidas. Eu gostaria de saber se há alguma que
pareça estar relacionada a Voldemort, ou a este momento particular da história. "

"Então... você acha que alguém pode já ter feito uma profecia? Sobre como a guerra termina? "

"Pode ser." O professor respondeu simplesmente. "Mas não podemos nos dar ao luxo de tomar
decisões precipitadas. Enquanto ainda há tempo, eu gostaria de saber o máximo que pudermos. "

Dumbledore alternava entre 'eu' e 'nós' regularmente quando falava sobre a guerra, Remus notou.
Ainda assim, pensou que havia entendido muito bem.

"Ok." Ele diss.: "Como posso entrar em contato se eu encontrar alguma coisa?"

"Eu irei até você." Dumbledore respondeu enigmaticamente. "Mais uma vez, Remus, não posso
exagerar a importância desta tarefa. Você não deve contar a ninguém, entendeu? "

"Entendido."

Isso significava não contar a Sirius, ou James, ou qualquer um de seus amigos. Às vezes Remus se
perguntava se segredos eram simplesmente o seu destino na vida. Ele pensou por um momento,
"Professor?"

"Sim?"

"Devo ficar de olho nas profecias que foram evitadas - ou -" ele reformulou, porque sabia que era
impossível, "contornadas? Quer dizer, não sei muito sobre isso, mas sempre há brechas, não é? "

Os olhos de Dumbledore brilharam e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.

"Muito bom, Remus."

***

Sexta-feira, 24 de outubro de 1980

E foi assim que Remus passou grande parte do outono. Ele estudou até outubro. Não foi nada ruim,
na verdade, havia gostado. Sempre gostou de pesquisa, e embora sentisse falta das câmaras
arejadas e pacíficas da biblioteca de Hogwarts, estava muito contente escondido no pequeno
apartamento em Londres, com infindáveis bules de chá e um cinzeiro fumegante à mão.

Se Sirius entrasse, ele lançaria obfuscate sobre seus livros e anotações, e o moreno parecia feliz
com esse arranjo. Ele entendia o que precisava ser feito a serviço da guerra.

De qualquer forma, eles mal paravam no apartamento - Remus só o usava para trabalhar. Eles
passavam muito mais tempo na mansão dos Potter, onde o antigo quarto de James havia sido
transformado em um berçário, mas o antigo quarto de Sirius era o mesmo de sempre , apenas com
metade das coisas de Remus lá dentro também. Juntos, os Marotos e Lily haviam se tornado uma
pequena família engraçada, com o bebê Harry no centro.

Demorou mais ou menos um mês para Remus superar seu medo de bebês, apesar de ainda ficar um
pouco ansioso para realmente segurar Harry, mas Sirius tinha sido uma grande ajuda.

Sirius estava totalmente apaixonado por seu afilhado. A criança quase nunca saía de seus braços
quando eles estavam visitando (um alívio para Lily e James, que estavam no limite da pressão da
paternidade combinada com seus deveres para a Ordem).

"Diga Padfoot, Harry, vá em frente! Pah-d-foo-t ... "Sirius tentou em uma noite, enquanto
balançava a pequenina criatura de olhos verdes em seu colo.

"Eles não falam até que tenham pelo menos um ano," Remus sorriu, sentando-se cautelosamente no
braço do sofá, "Eu pesquisei."

"Crianças normais não," Sirius jogou o cabelo para trás, gentilmente segurando os pulsos
gordinhos de Harry, "Mas Harry Potter não é um bebê comum, ele é claramente muito avançado
para sua idade. Vamos, Harry, diga Pad-foot..."

"Não fique muito esperançoso," Lily riu, "a mãe de James me disse que ele não falou até dezoito
meses."
"Ei", gritou James do escritório do pai, "fui uma criança extremamente pensativa, só isso."

"Ah sim, o que mudou?" Sirius gritou de volta, sorrindo.

"Você está monopolizando ele, Padfoot!" Peter choramingou, estendendo os braços, "Vamos, eu
não dei um abraço ainda."

"Não é minha culpa que ele goste mais de mim," Sirius respondeu, mostrando a língua para Peter,
e depois para Harry, estufando as bochechas e arregalando os olhos para que o bebê risse e
babasse, extremamente contente.

"Eu te dou um abraço, Pete," Remus brincou.

"Lily, diga a ele!" Peter resmungou, cruzando os braços.

"Honestamente! Eu tenho um filho e isso é o bastante." Lily riu, levantando-se, "Sem brigas
enquanto mamãe e papai estão fora, ok meninos?" Ela deu a todos eles um olhar muito severo.

"Você tem passado muito tempo com Molly." Sirius disse.

"Certo, estou pronto", James voltou para a sala com sua capa de viagem. Lily já estava com a dela
e lhe deu um sorriso estoico,

"Vamos então."

Um silêncio frio entrou na sala, e Remus olhou para o chão, porque ele não conseguia olhar para
nenhum de seus amigos, especialmente o bebê.

Lily quebrou,

"Ah, parem de ser tão melodramáticos, meninos. É uma missão padrão, já fizemos centenas dessas.
" Ela foi até Sirius e se inclinou para beijar a cabeça de Harry, que já despontava uma mecha de
cabelo preto fino. "Tchau, Harry, mamãe e papai te amam muito. Nos vemos em breve. "

James não disse adeus, ele possuía uma expressão dura e muda que Remus estava vendo mais e
mais desde o funeral de seus pais.

"Tem certeza de que não pode nos dizer onde..." Pete começou.

"Desculpe, Wormy," James ergueu as mãos, "Ordens de Moody. Você sabe como é."

Peter acenou com a cabeça, os ombros caindo. Remus sabia como ele se sentia - era difícil o
suficiente saber que seus amigos estavam caminhando para o perigo, mas era ainda mais difícil não
saber exatamente o que eles enfrentariam, como se estivessem desaparecendo fora de alcance.

"Vamos," Lily apressou o marido, puxando-o da sala, "Voltaremos antes do amanhecer, espero!"
Ela gritou do corredor. E então a porta bateu e Harry começou a chorar.

"Oh merda," Sirius disse, acima dos gritos, "Er... pegue-o agora, se quiser, Pete?"

Levou horas para Harry finalmente acalmar. Ele gritava como se seu coração estivesse partido, e
não se acalmou até que fosse quase meia-noite.

"Definitivamente não conseguiria fazer isso em tempo integral," Sirius disse, a cabeça entre as
mãos enquanto desabava no chão do berçário.
"Jesus, eu juro que o garoto estava possuído." Remus sussurrou, esfregando as têmporas. Ele estava
com uma dor de cabeça terrível.

"Merda, você deveria ir para a cama," Sirius respondeu olhando para ele. Seu cabelo preto sedoso,
geralmente imaculado, estava em nós e, definitivamente, ainda havia algum vômito de leite preso
nele. Sem um traço de ironia, ele franziu a testa para Remus, "Você deve estar exausto,"

"Ah, estou bem," Remus deu de ombros - tentou não estremecer ao sentir cada tendão em suas
costas puxar. Ontem foi lua cheia. "Na verdade, eu não ia ficar... sabe, tenho aquele trabalho a
fazer."

"Ah, aquilo." Sirius acenou com a cabeça. Sua boca era uma linha reta. Ele ficou de pé, olhando
para o berço vermelho e dourado uma última vez. Harry estava dormindo, graças a Deus. Os dois
saíram silenciosamente do quarto, deixando apenas uma fresta da porta aberta.

No patamar, onde as luzes ainda estavam acesas, Sirius parecia ainda pior - ele tinha olheiras
avermelhadas abaixo dos olhos. Remus tocou seu braço suavemente.

" Você devia ir para a cama."

Sirius agarrou seu braço de repente, os olhos arregalados.

"Moony, não vá."

"Eh? Eu só vou para o apartamento... "

"Por favor?" Sirius agarrou-se a ele, meio louco de cansaço, "Só tire a noite de folga, fique aqui
comigo?"

"Pete está aqui..." Remus virou a cabeça ligeiramente. Ele podia ouvir Peter roncando no sofá lá
embaixo. Não era algo muito reconfortante, ele supôs.

"Mas eu quero você," Sirius respondeu desesperadamente.

Isso atingiu Remus de uma forma incomum. Para qualquer outra pessoa, poderia ter soado um
choramingo infantil, já que Sirius era um homem adulto e Remus tinha um trabalho importante a
fazer. Porém, de alguma forma, isso desalojou um sentimento que Remus não sentia por Sirius há
muito tempo - o desejo de protegê-lo, de segurá-lo perto e dizer-lhe que tudo ia ficar bem, e ser
forte e confiável para o homem que ele amava.

Espantado com a revelação, Remus fez exatamente isso, abraçou Sirius com força e beijou seu
cabelo imundo.

"Ok, então", ele sussurrou, "Eu vou ficar."

Afinal, ele pensou, enquanto Sirius se afastava para tomar um banho, alívio evidente em sua
postura; Sirius não faria o mesmo por ele?

***
Sexta-feira, 21 de novembro de 1980

Dessa vez, Lily e James voltaram, como sempre; cansados, um pouco mais duros, um pouco menos
brilhantes, mas por outro lado perfeitamente bem. Remus sempre sentia um enorme alívio quando
algum de seus amigos voltava são e salvo, e a cada vez jurava para si mesmo que daria valor a isso.
Mas o que isso significa quando se é jovem?

Houve mortes, mortes na Ordem, mortes de pessoas que ele conhecia, mas ninguém realmente
próximo. Ninguém que ele realmente amasse. Gostava dos Prewetts, havia conversado com Benjy
Fenwick uma ou duas vezes, mas eles não eram próximos, e suas perdas não o afetaram
severamente. Comparado com os outros, Remus estava sendo extremamente sortudo.

Claro, no momento, você nunca se sente com sorte. Muitas vezes, a sorte é algo que só pode ser
reconhecido em retrospecto.

Sirius fez vinte e um anos em novembro. Eles não deram uma festa, mas Hagrid fez um bolo um
tanto irregular - embora muito grande e muito delicioso - que todos comeram no esconderijo da
Ordem após a reunião. Alguém tirou algumas fotos, mas Remus se esqueceu de tentar ir atrás delas.

"É um grande negócio para trouxas, fazer vinte e um anos." Ele comentou enquanto deitavam na
cama naquela noite. "É quando eles atingem a maioridade."

"Por que? Trouxas não conseguem fazer magia." Sirius franziu a testa, bocejando.

"Não, eu sei, é apenas uma coisa antiquada," Remus tentou explicar. "Você pega a chave da porta
da frente ou algo assim."

"Trouxas malucos." Sirius resmungou, seus olhos já estavam fechando. "Eu me sinto velho."

"Bem, você não está," Remus se acomodou ao lado dele, "Eu é que estou ficando grisalho. Vinte e
um é jovem. Muito muito jovem. "

Sirius suspirou cansado.

"Não sinto isso."

Remus sabia exatamente o que ele queria dizer, mas não gostou. Eles estavam todos presos em um
lugar confuso entre a adolescência e a idade adulta - o bebê Harry só havia exacerbado isso. Havia
uma sensação de que o tempo estava se esgotando, de precisar realizar o máximo o mais rápido
possível. Peter estava engatinhando em seu trabalho ministerial, sempre buscando uma posição
melhor, James e Lily brincando de casinha e soldados ao mesmo tempo e Remus e sua bebida
estúpida.

Pelo menos ele tinha uma pesquisa a fazer. Isso parecia estar indo bem, de vez em quando
Dumbledore aparecia para ver como ele estava e Remus descarregaria o máximo de informações
que pudesse - com detalhes, porque ele sabia que Dumbledore gostava de detalhes. O velho
acenava com a cabeça sabiamente, acariciava a barba e ficava sentado quieto, ruminando. Se ele
chegava a alguma conclusão, não dizia.
Se sentia bem, no entanto. Remus até sentiu-se afetuoso para com Dumbledore pela primeira vez.
Gostava de ser útil. E então, pouco antes da lua cheia de novembro, Remus teve a chance de
ser realmente útil.

Como sempre, havia uma mensagem de Moody. Ele aparataria para algumas coordenadas muito
específicas na sexta-feira, 21 de novembro, e encontraria Ferox lá.

"Diga não a ele," Sirius disse irritado, "Maldito Moody, ele sabe que é a noite antes da lua cheia!
Você não deveria estar fora fazendo as missões dele quando não está bem. "

"Jesus, você me faz parecer um inválido," Remus revirou os olhos. "Tenho certeza de que há um
bom motivo para isso. Vou ficar bem, não se preocupe. "

"Vai me enviar um patrono se alguma coisa acontecer?" Sirius perguntou, solenemente. "Eu não
me importo com o protocolo, apenas diga que você vai me avisar?"

"Vai ficar tudo bem." Remus repetiu.

Ele realmente se sentia bem com tudo isso. Quando a lua estava nascendo, ele frequentemente se
sentia mais forte do que o normal e geralmente não tinha acessos de náusea até algumas horas antes
do pôr do sol.

Foi bom sair de Londres, longe do tráfego, do barulho e das multidões. Era bom ficar longe da casa
dos Potter, das fraldas, das conversas de bebê, do choro e do creme de espinafre. No horário
combinado, Remus aparatou seguindo as instruções que recebera e se viu no topo de um penhasco
com muito vento, em algum lugar muito frio e desolado.

O mar estalava e se enfurecia quilômetros abaixo, e a grama alta chicoteava em torno de seus
tornozelos. Remus respirou fundo, inalando o sal, a terra, o cheiro forte e frio das nuvens. O lobo
dentro dele lambeu os lábios, as orelhas em pé. Sim. Greyback esteve aqui.

"Olá!" Ferox estava bem longe, uma figura em forma de palito acenando para ele. Remus ergueu a
palma da mão em saudação, curvou-se contra o vento e caminhou para encontrá-lo.

"Oi", disse sem fôlego ao se aproximar, as mãos frias enfiadas nos bolsos, o nariz congelado.
"Onde estamos?"

"Galloway", respondeu Ferox alegremente. Ele usava uma capa de couro grossa com um capuz,
mas seu rosto ainda estava vermelho por causa do clima severo e uma névoa branca escapou de
seus lábios enquanto falava. "Bonito, hein?"

Remus não tinha certeza se estava sendo sarcástico ou não, então apenas deu um sorriso neutro. Em
particular, ele pensava que sim, a paisagem era linda, embora proibitiva.

"Greyback esteve aqui." Ele disse, querendo ir direto ao assunto.

"Você tem certeza?"

"Cem por cento." Remus acenou com a cabeça. Ferox acenou com a cabeça também.

"Excelente, estávamos certos, então. Houve um relatório para a polícia trouxa sobre um par de
vagabundos, um homem e uma mulher, parecendo esquivos. Acha que eles estiveram aqui, então?
"

Remus considerou, respirando novamente.


"Sim, mas o cheiro é antigo... talvez um dia ou mais."

"Certo. Vamos dar um passeio, então? Vê se fica um pouco mais forte? "

"Ok..." Remus não tinha certeza de como se sentia, sendo o cão de caça da Ordem. Porém, ele
queria encontrar Greyback tanto quanto qualquer pessoa, então fez o que lhe foi dito.

Eles caminharam, subindo e descendo o topo do penhasco por um tempo, até que Remus pudesse
ter certeza de qual caminho a trilha levava. Enquanto desciam a colina para longe do mar e
descendo em direção a uma pequena estrada rural, ele ficou confiante de que Livia e Greyback
tinham estado lá muito recentemente e começou a andar mais rápido. Ferox não teve problemas em
acompanhar, é claro, ele estava tão em forma e saudável como nunca.

"O que faremos se o encontrarmos?" Remus perguntou enquanto eles caminhavam. Ele teve o
cuidado de não envolver Livia nisso, porque - ok, embora ela fosse definitivamente uma assassina,
ele não podia deixar de sentir um pouco mais de simpatia por ela. Afinal, ela era sua irmã, de uma
forma meio distorcida.

"Moody acha que eles estão escondidos em algum lugar para a lua cheia", Ferox respondeu, "Com
base na minha pesquisa, os lobisomens são mais fracos logo após a lua, então vamos esperar até
lá."

"Sua pesquisa?" Remus deu a ele um olhar engraçado.

"Poucos livros que peguei, não há muito para ler, além de conteúdo nível NIEM."

"Você falou com a Madame Pomfrey? Ela cuidou de mim por sete anos, ela sabe muito, "disse
Remus, tentando não soar muito impaciente. "Ou Marlene McKinnon? Ela está construindo seus
próprios estudos de caso para ver se algum avanço pode ser feito no tratamento de licantropia. Ou,
você sabe. Você poderia me perguntar. Eu posso saber um pouco. "

Ferox riu bem humorado.

"Tudo bem rapaz, tudo bem, eu entendo o que você está dizendo. Só que nem sempre há tempo
para seguir inúmeras pistas sobre um idiota como Greyback. Tenho que me mover rápido. "

Remus não disse nada, porque teria saído errado. Ele realmente odiava criticar Ferox, era tão
estranho e constrangedor. Ele o considerou uma visão ideal da masculinidade, um dia, e ele não
gostaria de mudar muito com essa ilusão. Porém, honestamente, do jeito que ele falava, você
pensaria que Greyback era apenas um criminoso mesquinho, não uma criatura assassina e um líder
carismático de um culto.

O cheiro tinha ficado muito forte agora, e quando eles chegaram ao topo da próxima colina, Remus
pôde ver uma grande estrutura cinza-escura à distância. As ruínas de um antigo castelo - a Escócia
estava repleta delas, é claro. Esta era uma casa-torre e parecia uma grande prisão quadrada
agachada ameaçadoramente sobre os restos de um fosso pantanoso.

"Lá." Remus disse, parando bruscamente. "É onde ele estará."

Ferox deu um tapinha em seu ombro.

"Bom trabalho, rapaz."


***

Sábado, 22 de novembro

Ferox não queria Remus presente para o confronto com Greyback. Remus não deu a mínima. Ele
sabia para onde ir e quando, e nada mudaria sua mente.

"Eu também vou, então." Sirius disse com firmeza, depois de arrancar informações suficientes de
Remus.

"Não, você não vai, porra." Disse Remus.

"Vou sim. Desculpe, Moony, mas de jeito nenhum vou te perder para aquele monstro pela segunda
vez. "

"Você não me perdeu da última vez, sua grande rainha do drama, foi uma missão," Remus rebateu,
"De qualquer forma, não posso colocá-lo nesse tipo de perigo."

"Estou em perigo todos os dias," Sirius deu de ombros, "Se for logo depois da lua cheia, você vai
precisar da minha ajuda para aparatar."

"Eu já fiz isso antes," Remus dispensou, "É difícil, mas vou dar um jeito. De qualquer forma, esta
não é uma missão normal, você não seria apenas backup, você seria uma fraqueza minha. Ele sabe
quem você é. Ele sabe o que você significa para mim. "

"Ele forçou você a contar?!"

"Quase isso. Eu disse que eles podem ler mentes. "

"Aquele bastardo. Definitivamente vou com você. "

Remus havia esquecido os sentimentos fortes que Sirius possuía sobre a legilimência. Walburga
usara como punição e ele associaria leitura mental com magia negra para sempre. Remus não
mencionou o fato de que isso parecia ser uma característica de lobisomem e que, quando
pressionado, ele também poderia fazer. Provavelmente não era uma boa ideia mencionar isso
ainda, decidiu.

Então Sirius conseguiu o que queria, é claro, e Remus só esperava que ele fosse capaz de protegê-
lo.

Eles foram para Lake District para a lua cheia, um lugar que os Marotos já haviam se divertido
antes, um lugar com lembranças felizes. James e Peter não foram. James não se juntou a eles na lua
cheia desde que Harry nasceu, e Remus entendia que ele não queria ficar longe de sua família com
muita frequência. Peter disse algo vago sobre trabalhar até tarde e, honestamente, Remus estava
muito ocupado se preocupando com a próxima batalha com Greyback para questionar.
O lobo provavelmente se divertiu naquela noite, mas Remus não se lembrava muito dessa parte.
Tudo se perdeu na névoa vermelho-sangue da transformação, o sufocamento, as garras e os
gemidos enquanto voltava à sua forma humana.

"Urrrgh!"

"Estou aqui, Moony," Sirius o segurou pelos ombros, puxando uma capa sobre seu corpo. Remus
forçou os olhos a abrirem, sabendo que o tempo era curto.

"Varinha," murmurou, levantando-se. Sirius entregou a ele. "Temos que ir agora," disse Remus,
apoiando-se em Sirius enquanto colocava suas roupas, as mãos tremendo e desajeitadas com os
botões de sua camisa e calça.

"Estamos indo, apenas respire," Sirius disse, sua voz calma e firme. "Segure-se em mim, eu vou
nos aparatar..."

Sirius cumpriu sua palavra, ele não tentou dissuadir Remus de ir, ou tentou dizer a ele o que fazer,
simplesmente os levou onde precisavam estar.

Ferox já estava lá.

"Tudo bem, rapazes", ele balançou a cabeça, mantendo a voz baixa. Ainda estava bastante escuro
sob o céu cinza de Galloway, e as pastagens estavam envoltas em faixas de névoa transparente, as
ruínas do castelo erguendo-se pretas e agourentas. Estava quieto, sem canto de pássaros, nenhum
ruído. Como um lugar fora do tempo.

"Você viu alguma coisa?" Remus perguntou, desesperado. Ele podia senti-los, o cheiro era muito
forte.

"Ouvi um pouco de barulho, deve ter sido eles se transformando. " Ferox respondeu. Ele olhou
para Remus, "Você está bem, criança? Parece um pouco verde."

"Tudo bem," Remus engoliu em seco, "Tudo bem. Devemos ir agora. "

"Você está certo. Varinhas em mão." Ferox se endireitou e começou a avançar. "Pena que não
conseguimos pegá-los quando lobos, hein?" Ele disse, com um sorriso malicioso. "Essas peles
valem muito no mercado negro."

Remus se sentiu enjoado, o suor em suas costas esfriou. Sirius pegou sua mão no escuro e apertou,
então balançou a cabeça e respondeu bruscamente.

"Não diga merdas assim, é nojento."

Ferox o olhou chocado, depois para Remus, então franziu a testa.

"Desculpe, rapaz, não quis dizer nada com isso."

Eles não disseram outra palavra enquanto se aproximavam do castelo. Sirius e Ferox estavam
tentando ser silenciosos, mas Remus sabia que eles pareciam uma manada de elefantes se
aproximando de Livia e Greyback, cujos sentidos eram tão aguçados quanto os dele, mesmo depois
da lua cheia. Ainda assim, eles podem estar mais lentos, mais fracos.

Quando estavam contra a parede do castelo, Remus sentiu. Greyback estava esperando. O cheiro
mudou, e sua cabeça foi preenchida com aquela terrível voz rosnando.
Olá, filhote... trouxe o café da manhã, não foi?

"Ele sabe que estamos aqui." Remus sussurrou freneticamente, "Tenham cuidado!"

Ferox tocou a testa em uma espécie de saudação, para mostrar que entendia. Então ele dobrou a
esquina e entrou, Remus correndo atrás, e Sirius também. Ferox estava com a varinha erguida e, ao
passar por baixo da arcada quebrada das sombras da ruína, abriu a boca. Ele havia planejado usar o
feitiço de corrente de prata para amarrar os lobisomens e contê-los por tempo suficiente para os
Aurores chegarem, mas era tarde demais.

Remus estava apenas uma fração de segundo atrás de Ferox e viu a pedra cair. Ele enrijeceu, então
desabou no chão, sangue escorrendo de um corte no topo de sua cabeça.

"Não!" Remus gritou, acima da risada de Greyback quando a besta em forma de homem sobrepôs a
luz do amanhecer, seu rosto cheio de alegria. Livia saltou em seguida e se lançou contra Sirius,
agarrando sua varinha e jogando-o no chão.

"Oooooh, quem é este então, irmão? Lindo, lindo menino... "ela gritou, sentando-se montada nele,
segurando os dois pulsos de Sirius sobre sua cabeça enquanto ele se esforçava para se soltar. Ela
parecia mais magra, mas estava obviamente tão forte como sempre.

"Deixe ele ir!" Remus rosnou, erguendo sua varinha furioso. Então ele gritou de agonia. Greyback
agarrou o braço da varinha e torceu com tanta força que sentiu o osso estalar.

"Remus!" Sirius gritou.

Remus estava quase cego de dor e Greyback riu de novo, soltando-o.

"Bem-vindo de volta, filhote," ele ronronou. "Como senti sua falta..."

"Vai se foder." Remus gemeu, olhando ao redor em busca de sua varinha, que ele havia deixado
cair em algum lugar.

"Agora," Greyback riu, enquanto Remus se endireitava para encará-lo, segurando o braço quebrado
contra o peito. "Você deveria estar de joelhos depois do que fez comigo."

"Mate-o, pai!" Livia gargalhou, "Mate o traidor Remus Lupin, assim como ele matou meu irmão
Gaius! Então eu posso ficar com o bonito! "

Greyback sorriu carinhosamente para ela.

"Ela está cheia de ideias brilhantes, minha linda garota."

Remus aproveitou a oportunidade para olhar por cima do ombro de Greyback - Ferox estava se
movendo. Muito devagar; ele estava obviamente ferido, mas Remus viu seu punho apertar sua
varinha.

"Vá em frente então!" Remus disse a Greyback, cerrando os dentes por causa da dor, "Mate-me. E
depois?"

"Depois o que?!" Greyback zombou. "Então eu rasgo seu pequeno animal de estimação humano, é
isso o que acontece. Então eu o rasgo, membro por membro, mas não sem me divertir com ele
antes... "

"Você é nojento!" Remus atirou de volta, ganhando tempo quando os olhos de Ferox se abriram.
Poderia muito bem dizer a Greyback o que pensava dele, enquanto tinha a chance, "Você é um
lixo! Você não é nada! Você fala sobre liberdade, mas não tem a menor ideia do que seja! Você
não passa de um valentão! Cachorro de colo de Voldemort! "

"Mate ele!" Livia gritou.

O rosto de Greyback se tornou demoníaco com a raiva, olhos amarelos brilhando, e Remus
realmente pensou que seria o fim. Ele cerrou os olhos e se preparou.

"O que?! Argh! " Livia gritou novamente e Remus ouviu um cachorro latir.

Ele abriu os olhos para ver Livia sendo jogada para trás por Padfoot, que estava rosnando - Remus
nunca o vira rosnar antes - os dentes arreganhados, espumando pela boca.

"Pai!" Livia gritou. "Me ajude ---"

E com um flash de luz roxa, Livia ficou em silêncio. Seus olhos se arregalaram, um grande corte
preto em sua garganta. Ela agarrou o pescoço para conter o sangue jorrando, mas não adiantou, era
tarde demais.

Greyback deu um grande rugido de angústia, mas Ferox já estava de pé, varinha erguida, pronto
para lançar a mesma maldição novamente. Greyback foi encurralado.

"Você é um homem morto." Ele sibilou para Ferox, e então, com um grunhido final, ele aparatou.

"Droga!" Ferox grunhiu, cambaleando para frente, ainda forte o suficiente ara xingar.

Sirius era Sirius novamente, e ficou ao lado de Livia, olhando para ela. Remus também se
aproximou, sentindo uma mistura desconfortável de alívio e tristeza genuína. Sua capa de pele
cinza estava manchada de sangue, que parecia um roxo profundo na luz fraca. Era terrível, mas sua
primeira preocupação foi com Sirius.

"Ok?" Ele perguntou baixinho.

Sirius acenou com a cabeça, ainda olhando para baixo. "Você?"

"Acho que sim." Seu braço latejava, enviando uma dor aguda para o ombro, mas ele sabia que isso
poderia ser consertado. Lívia não poderia ser consertada. Ferox se juntou a eles, uma mão
pressionada na cabeça onde a pedra o havia atingido.

"Merlin, que bagunça." Ele murmurou. "Pelo menos pegamos a cadela."

"O nome dela é Livia." Remus disse com raiva.

De repente, ele viu a cena como um transeunte. Três homens de pé sobre seu pequeno corpo.

Ela poderia ter rasgado cada uma de suas gargantas na noite anterior sem parar para respirar. Ela
era uma força da natureza, uma rainha da Noite, ela era uma das pessoas mais fortes que ele já
havia conhecido. Ela era uma das únicas pessoas no mundo que realmente entendia o que
significava ser um lobo.

Seus olhos ainda estavam abertos, olhando cegamente para o amplo céu cinza. Remus se ajoelhou
ao lado dela e os fechou suavemente.
Chapter End Notes

"Eles estavam todos presos em um lugar confuso entre a adolescência e a idade adulta
(...) Havia uma sensação de que o tempo estava se esgotando, de precisar realizar o
máximo o mais rápido possível." Então, o Sirius fez 21 anos e meu aniversário de 21
anos é dia 16.10, no próximo sábado :) esse parágrafo resumiu bastante o meu
sentimento durante essa última semana e, mesmo que eu ainda me sinta insuficiente de
muitas formas, gostaria de pedir para que não se sentissem assim. Acho que
deveríamos medir mais o nosso tempo em porções da felicidade que proporcionamos a
nós e a outras pessoas.

Algo que queria ressaltar desse capítulo é o quanto a ordem (Ferox, Moody)
permanecem não só subestimando os lobisomens de todas as formas possíveis, mas
perpetuando preconceitos. Isso mostra o quanto as coisas não são divididas entre o
bem o mal, comensais da morte e a ordem, mas sim sobre estruturas sociais que
precisam ser mudadas, sabe?

Esperam que tenham percebido que a foto foi tirada.


Capítulo 170: A Guerra: Inverno de 1980 e Primavera de 1981
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Well I love you baby,

I'm telling you right here.

But please don't make me decide baby

Between you and a bottle of beer!

Baby come on over;

Come on over to my side.

Well I may not live past twenty-one

But WOO!

What a way to die!

What a Way to Die, The Pleasure Seekers.

Sirius fez Remus ir direto para a cama após o episódio em Galloway. Ferox chamou Moody para a
cena e os liberou. Remus queria perguntar sobre o corpo de Lívia - eles estavam planejando
enterrá-la pelo menos? Ele não sabia se Lívia possuía algum desejo em relação ao seu lugar de
descanso final, mas assumiu que ela preferiria estar em algum lugar na natureza, em algum lugar
onde o luar poderia alcançá-la.

Marlene apareceu no apartamento a caminho do trabalho para consertar seu braço quebrado.

"Obrigado, Marls", ele sorriu fracamente, "Eu posso consertar deslocamentos sem problema, mas
ossos quebrados..."

"Você realmente não deveria fazer feitiços em si mesmo, Remus," ela repreendeu, "Você sabe que
sempre pode entrar em contato comigo, se precisar."

"Eu sei."

Ela deixou um sonífero e um pouco mais de sua própria pomada para o alívio da dor e ordenou que
ele ficasse na cama e não fizesse nada de útil ou importante por pelo menos 48 horas.

Foi apenas no dia seguinte, quando Remus acordou depois das duas da tarde, que foi subitamente
tomado de terror ao lembrar das últimas palavras de Greyback.

"Ele vai matar Ferox!" Gritou, sentando-se na cama.


Sirius veio da sala de estar, os olhos arregalados de preocupação.

"O que?"

"Precisamos encontrar Greyback!" Remus disse enquanto saía da cama, seus membros rangendo,
"Ele disse que mataria Ferox!"

"Moony, está tudo resolvido," Sirius respondeu, colocando as mãos frias nos ombros de Remus,
alisando seus braços em um gesto reconfortante, "Ferox vai se mudar para um esconderijo, ele irá
aumentar sua segurança e ser extremamente vigilante, não se preocupe. "

"Não será o suficiente," Remus balançou a cabeça, afastando as tentativas de Sirius de acalmá-lo,
"Moody e Ferox, eles não tratam Greyback como uma real ameaça, veja o que aconteceu! Ele é
mais perigoso do que pensam, e agora está com raiva... "

"Tenho certeza de que Moody sabe, mesmo que Ferox seja um pouco arrogante sobre isso." Sirius
disse. Ele estava sendo tão diplomático, tão razoável, era enfurecedor. "Como você está se
sentindo? Vou colocar a chaleira no fogo, por que você não toma banho? Você se sentirá melhor..."

Remus tomou banho, porque seus músculos ainda doíam. Depois, ele passou um pouco da pomada,
o que pelo menos significava que poderia se manter de pé completamente. Ele se recusou a
descansar. Tudo o que queria fazer era entrar em contato com Ferox para certificar-se de que ele
estava com toda segurança necessária. Afinal, não era Remus quem fazia todo o trabalho pesado
com feitiços de proteção? Era parte de seus afazeres, com certeza.

No final, Sirius cedeu e convocou Moody através da lareira. A cabeça grisalha do auror pairou nas
chamas como um ovo de páscoa horrível.

"Tudo sob controle, Lupin," ele gritou, "Você pode ficar tranquilo."

"Mas Moody," Remus implorou, de joelhos em frente à lareira, "Greyback vai encontrá-lo, eu sei
que vai, ele será capaz de seguir o cheiro - se você me disser onde ele está, então eu posso--"

"Informação sigilosa." Moody explodiu. "Todas as precauções foram tomadas. Você pode confiar
que o escritório dos aurores pode lidar com um lobisomem solitário."

A paciência de Remus se esgotou e ele estava prestes a responder, mas Moody começou a se
despedir. "Não há tempo para isso, Lupin, foi uma semana ocupada. Descanse um pouco."

Remus gemeu furiosamente, batendo o punho no tapete.

"Viu?" Sirius disse, em pé atrás dele, "Moody já resolveu tudo."

"Mas eu preciso ter certeza," Remus respondeu enquanto se levantava, "Eles não entendem, não
realmente, não como..."

"Não é como você?"

"Exatamente!"

"Remus," a voz de Sirius endureceu de repente. "Você precisa ter cuidado com esse tipo de
conversa. Eu acho... eu acho que você deveria colocar um basta nas coisas de lobisomem, por um
tempo. "

"O que?" Remus se virou para olhá-lo, pego de surpresa. " 'Coisa de lobisomem'!? O que isso
deveria significar? Eu sou um lobisomem. "

"Eu sei," Sirius mordeu o lábio, "Mas você é um bruxo também, e está do nosso lado. Pode ser uma
boa ideia se concentrar em outra coisa, você não quer que ninguém na ordem fique pensando... "

Remus olhou boquiaberto para Sirius como se ele fosse um completo estranho.

"Fiquem pensando..?"

"Não estou tentando te aborrecer," Sirius respondeu, escolhendo as palavras com cuidado, "Só
estou te avisando, as coisas já estão ruins o suficiente, ninguém confia em ninguém. Frank me
disse que Dumbledore acha que há um espião na Ordem, e se você continuar falando sobre como
você é íntimo de criaturas das trevas, então... "

"Eu não sou 'íntimo' de criaturas das trevas!" Remus gritou. "Como você pode... a menos que você
esteja dizendo que eu sou uma criatura das trevas também?!"

"Claro que não!" Sirius respondeu, claramente ofendido, "É só que... você sabe quanto preconceito
existe, e não vai fazer nenhum favor a você divulgar essa ligação estranha que você tem com eles.
Eu vi Livia, eu vi Greyback, você não é nada como eles. Não deixe as pessoas pensarem que você
é."

"Alguém disse alguma coisa?" Remus perguntou, imaginando de onde isso estava vindo, "Foi
Danny, ou-"

"Não, não é... é ... bem, depois que você passou todo esse tempo com eles, as pessoas levantaram
questões, só isso. Você consegue entender isso, não?"

"Não, eu não consigo! Eu só estava com o bando porque Dumbledore ordenou! Assim como eu
sempre fiz tudo o que Dumbledore me mandou fazer!"

"Eu sei disso..." Sirius desviou o olhar como se estivesse envergonhado.

Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Remus conhecia aquele gesto. Sirius estava
nervoso. Ele apertou a mandíbula.

"Você confia em mim?" Perguntou, sabendo que sua linguagem corporal era agressiva, mas não
estava disposto a moderá-la.

Sirius o olhou com seus olhos azuis cheios de alarme.

"Claro que eu confio! É só que..." Seus olhos caíram de novo, outro movimento de cabelo, " Você
sempre foi bom em guardar segredos, Moony..."

O queixo de Remus caiu. Ele cerrou os punhos e depois os abriu.

"Tudo bem." Respondeu friamente. "Se é assim que você se sente."

Ele se virou e saiu do apartamento. Sirius não tentou impedi-lo.

Remus foi primeiro à loja da esquina mais próxima e comprou uma garrafa de gim extremamente
barata. Então o problema era onde beber. Ele não queria parecer um alcoólatra, bebendo álcool na
rua em plena luz do dia, mas realmente não tinha nenhum outro lugar para ir.

Ele considerou procurar Grant, mas não sabia se ele estaria trabalhando naquele dia. Grant havia se
mudado de volta para Londres no início da primavera, depois de ter perdido o último trem de volta
a Brighton vezes demais. Ele estava morando em uma quitinete em algum lugar ao norte - mas,
com base nas conversas telefônicas que tiveram, raramente dormia lá. Grant tinha uma série de
amantes, e se não estivesse assistindo uma aula, ele geralmente poderia ser encontrado pulando de
cama em cama - ou no trabalho, no pub Sawyer Arms.

"Variedade é o tempero da vida," ele provocou Remus, "E eu sou uma merda quando estou
sozinho. Não consigo ficar quieto. "

Remus sabia como era isso. Muitas vezes esse era o motivo pelo qual ele bebia. No final, decidiu
que estava irritado demais para ficar perto de outras pessoas e foi se esconder no parque como um
velho vagabundo de verdade. Ele deveria ir para a casa de Grant, pensou, uma vez que estivesse
devidamente bêbado; isso serviria bem a Sirius.

Remus estava em luto por Lívia também; e fez um brinde silencioso. Ela tinha sido cruel, sim, era
uma assassina. Mas nada disso tinha sido culpa dela realmente, não se você retrocedesse o
suficiente. Ela foi levada por Greyback antes de ter idade suficiente para falar, quando ela tinha a
idade de Harry, talvez. Lívia não teve escolha se não se tornar uma assassina, assim como Remus
não tinha escolha quanto à bebida.

Ele foi para casa eventualmente, quando ficou muito frio. Não tinha pensado em trazer um casaco
quando saiu furioso. Sirius estava sentado no sofá, esperando por ele, as mãos torcendo
ansiosamente em seu colo. Quando Remus entrou, Sirius deu uma olhada nele e - sem dúvida
sentindo o cheiro de gim - balançou a cabeça desapontado e se levantou para fazer um bule de chá
forte.

Eles não conversaram muito e nunca mais falaram sobre 'coisas de lobisomem' de novo.

***

Remus não celebrou o Natal de 1980.

Na verdade, ele não viu nenhum de seus amigos, ou Sirius, desde a lua cheia, que caiu em 21 de
dezembro, até janeiro. Ele o passou escondido no porão de Moody, com Danny McKinnon.

Ferox estava morto.

Não apenas morto, destruído, eviscerado. Rasgado em pedaços. De acordo com O Profeta Diário,
todas as paredes da casa de Ferox estavam salpicadas de sangue. Moody disse que o tapete estava
tão encharcado que ressoou sob seus pés - os Aurores que haviam entrado em cena.

Greyback cumpriu sua promessa, assim como Remus tentou avisá-los. Mas ele não conseguiu se
forçar a dizer 'eu avisei'. Ele estava com muita raiva. E ficou com mais raiva ainda quando Moody
lhe disse que precisava se esconder do Ministério.
O assassinato de Ferox estimulou o público bruxo a exigir uma repressão aos lobisomens. Haviam
muitos nomes não registrados; as leis precisavam ser mais severas; o registro deveria ser
publicado. Não era mais seguro - dois dias após a morte de Ferox chegar às manchetes, uma
lobisomem conhecida, Theodora Lupa, foi atacada em sua casa. Ela estava totalmente registrada e
passava as luas cheias trancada nas celas do Ministério, mas sua inocência não significava nada
para o povo em busca de vingança.

Além do mais, os Comensais da Morte pareciam estar usando a desculpa para incitar mais
preconceitos contra criaturas mágicas - ficou claro que o próprio Voldemort estava oferecendo uma
recompensa por informações sobre a localização de quaisquer 'mestiços'.

Então Remus foi forçado a se esconder.

"Vou perder o primeiro Natal de Harry." Ele disse estupidamente enquanto fazia a mala.

"James e Lily vão entender." Sirius respondeu. Ele estava observando Remus da cama, pálido de
terror. "Todos nós só queremos você seguro."

"Eu sei." Remus acenou com a cabeça. Não havia mais nada a dizer.

Eles deram um beijo casto de despedida. As coisas não eram as mesmas desde que Livia morreu, e
a notícia da morte infernal de Ferox deixou Remus completamente entorpecido.

Moody não era um bom anfitrião. Ele vendou Remus e avisou que iriam aparatar, então não tinha
ideia de onde estava. Não viu nada da casa - se ao menos era uma casa - mas todo o lugar cheirava
a magia negra, tão pesada e espessa que Remus achou que fosse sufocar.

No porão, sua venda foi removida e era uma visão lamentável. Danny estava sentado em uma
cama dobrável e havia outra encostada na parede oposta. Não havia janelas e as paredes eram
puramente de tijolos. Moody havia colocado de lado algumas provisões - ele explicou que haviam
tantos feitiços de proteção e camuflagem na porta do porão que levava horas para entrar ou sair,
então era melhor eles apenas ficarem esperando até que ele dissesse que tudo estava seguro.

Remus concordou, apenas porque sabia que poderia quebrar os encantos se quisesse.

Havia um pequeno banheiro nos fundos com uma pia e sem chuveiro, então eles teriam que fazer o
melhor com uma flanela e uma barra de sabão. A comida era seca e não precisava de muito preparo
e, além disso, não havia mais nada. Remus estava feliz por ter sido precavido a ponto de trazer
alguns livros. Sem mencionar a garrafa de firewhisky, apenas caso fosse necessário.

"Oi." Danny disse estupidamente.

"Olá." Remus acenou com a cabeça, enquanto Moody trancava a porta no topo da escada.

"Isso é uma merda, não é?"

"É." Remus se aproximou e colocou sua mala ao lado da cama, então sentou-se nela, que cedeu
fortemente e rangeu. Um leve cheiro de mofo subiu dela, o que o fez se lembrar da Casa dos
Gritos.

"Nunca passei um Natal longe da minha família." Danny disse. "Mesmo quando eu estava em
turnê."

Remus acenou com a cabeça, taciturno. Ele não tinha passado um Natal sem Sirius em quase dez
anos.
"Não pude acreditar quando ouvi sobre Leo Ferox. Ele era tão... sei lá, realmente pensei que ele
fosse sobreviver à guerra. Você er... o conhecia bem?"

"Ele foi meu professor de Trato das Criaturas Mágicas," Remus ofereceu. Ele não tinha certeza se a
ficha já tinha caído. Realmente não estava sentindo muitas coisas quando pensava em Ferox;
apenas um tipo embaçado de melancolia.

"Oh, uau", disse Danny, "Aposto que ele era bom nisso."

"Sim, ele era," Remus deu um pequeno sorriso, "Tinha um monte de boas histórias." De repente,
ele se lembrou de Aquiles, o kneazle de Ferox - o que havia acontecido com ele? Ele pensou em
Greyback, em plena forma de lobo, encontrando o animal prateado e lustroso, e pela primeira vez,
seus olhos se encheram de lágrimas.

Droga. Por que isso teve que acontecer agora? Ele pensou enquanto seus ombros começaram a
tremer, tentando se controlar. Por que eu não poderia ter ficado sentimental no apartamento,
quando era apenas Sirius? Sirius não se importaria se chorasse. Isso não era bom. Ele cobriu o
rosto com as mãos e apenas esperou que parasse.

"Desculpe, Remus," Danny disse sem jeito. "Eu não percebi... ele deve ter significado muito para
você."

Isso fez Remus chorar ainda mais, porque é claro que Ferox significava muito. Ele foi a primeira
paixão de Remus (sem contar David Bowie, talvez), mesmo que não tenha entendido muito bem na
época. Ele foi um dos primeiros adultos em que Remus confiou, o que o fez se sentir como uma
pessoa com valor. Talvez tenham entrado um pouco em conflito, pois Remus cresceu, mas
ninguém era perfeito.

"Sinto muito", ele tossiu, enxugando os olhos com a manga da camisa, "Tem sido um ano ruim."

"É, com certeza." Danny disse. "Ah, Marls disse oi. Você deveria ter visto ela quando Moody veio
atrás de mim, ela estava pronta para vir também. "

"Mesmo?" Remus sorriu, fungando, "Isso soa como algo que ela faria."

"Sim, ela disse para te dar um abraço e um beijo, então diga a ela que eu dei, ok?"

"Ok," Remus riu, se sentindo um pouco mais normal.

Eles vasculharam um pouco em seu pequeno espaço de convivência. Remus tentou não pensar na
cela em St. Edmund, ou na Casa dos Gritos, ou na cripta na floresta - cada jaula em que havia sido
trancado. Ele desempacotou suas roupas, então, sem encontrar onde colocá-las, colocou-as de volta
na mala e a deslizou para debaixo da cama, deixando apenas o pijama do lado de fora.

Eles tinham pouco para comer - apenas pedaços de pão e queijo. Remus não comia carne desde que
ouviu sobre Ferox.

"O que você ia fazer no Natal, se não estivesse preso aqui?" Danny perguntou durante o jantar.

"Ia ficar na casa dos Potter's." Remus respondeu, "Com o novo bebê."

"Ah sim, claro, vocês são todos muito amigos, não são?" Danny acenou com a cabeça. "Marlene
fala de todos vocês como se fossem celebridades."

"Ha." Remus grunhiu. "Talvez James e Lily. E Sirius. "


Danny pigarreou sem jeito.

"Marls disse que você e ele eram..."

Remus apenas o encarou, segurando seu olhar e permitindo que ele se sentisse desconfortável.
Danny finalmente desviou. "Tudo bem quanto a isso, obviamente. Estou bem com Marlene e Yaz,
não estou?"

Remus apenas deu de ombros.

"É um pouco como ser um lobisomem", disse ele, puxando a casca do pão, "Todo mundo está
perfeitamente 'bem' com isso, contanto que você nunca toque no assunto."

Remus tinha alguns cigarros que sobraram e teria gostado de um depois que terminou de comer,
mas, por um lado, ele não queria compartilhar e, por outro lado, não haviam janelas e parecia um
pouco rude preencher o quarto com fumaça. Deus, ele pensou, isso vai ser uma agonia.

As coisas ficaram ainda mais estranhas quando chegou a hora de dormir. Os dois estavam
bocejando e concordaram que já era tarde e que estavam cansados. Remus começou a tirar as meias
e se levantou para desabotoar a calça, quando percebeu que Danny não havia se mexido. Não
conseguiu entender por que ele era tão tímido, os jogadores de quadribol não se despiam na frente
um do outro o tempo todo? James fora um exibicionista doentio pelo tempo em que dividiram o
dormitório de Hogwarts. E certamente Danny não poderia ter vergonha de cicatrizes, Remus tinha
muito mais do que ele.

"Não vou olhar, cara" Remus comentou, esperando deixar Danny mais à vontade.

Danny torceu a boca, os olhos rapidamente escaneando Remus de cima a baixo

"Er... Só para você saber, não é como se eu tivesse um problema com isso... com você. Mas eu não
sou assim. " Danny o olhou com cautela.

Remus revirou os olhos.

"Oh, coitado de mim, o que vou fazer?" Ele falou lentamente, então deu as costas e vestiu o pijama.

Remus subiu na cama e rolou de lado, ficando de frente para a parede para provar que não estava
nem aí para o que Danny era ou deixava de ser. Você já viu meu namorado?! Ele queria
dizer. Como se eu fosse ter interesse em você, seu grande pedaço de merda.

Por fim, Danny se despiu, foi para a cama também e depois apagou a luz. Remus podia ouvir seu
coração batendo e percebeu que Danny provavelmente podia ouvir o seu também. Eles tinham
ainda menos privacidade do que pensavam.

"Desculpe, Remus." Danny sussurrou eventualmente. "Eu não quis dizer nada com isso."

Aquilo ecoou algo que Ferox havia dito e Remus sentiu a tristeza retornar. Ele rolou de costas e
falou para o teto.

"Tudo bem. Esquecido. "

Tudo ficou quieto por um tempo. Remus esperou, ouvindo a ansiedade de Danny que parecia
prestes a fazer uma pergunta.

"Ele sempre soube?" Danny sussurrou. "Sirius?"


"Hmm?" Remus semicerrou os olhos para ele.

"Você sabe. Ele sempre soube que você era um lobisomem? "

"Ah. Sim, ele sabe há muito tempo. Ele descobriu quando tínhamos doze anos ou algo assim. "

"E ele ainda ... quero dizer, vocês ainda estão juntos."

"É."

"Isso é bom." Danny disse, parecendo muito sério. "É bom pensar... pensar que alguém pode ser
capaz de deixar isso de lado, um dia, sabe?"

"Não deveria ser algo a ser deixado de lado para que possam te amar. " Remus respondeu
ferozmente, "É parte de quem você é."

Danny não respondeu.

As coisas ficaram um pouco mais fáceis entre eles depois da primeira noite, mas eles se
mantiveram à distância de qualquer maneira. Remus leu muito. Danny às vezes se exercitava,
fazendo flexões ou correndo sem sair do lugar. Era irritante, mas Remus não podia culpá-lo.

No dia de Natal, Remus não aguentou mais e pegou a garrafa de whisky de fogo. Os dois ficaram
extremamente bêbados e passaram todo o boxing day de ressaca. O quarto fedia.

No dia 27, eles já estavam escalando as paredes. Remus havia terminado seus livros - Danny até
tinha lido um deles, e eles tentaram ter uma conversa sobre isso, mas Danny sabia tão pouco sobre
trouxas que não tinha realmente entendido o enredo.

"Quanto tempo mais pode demorar?!" Danny perguntou exasperado. Era dia 31, último dia do ano.
"E se ainda estivermos aqui para a lua cheia?!"

"Ainda falta uma semana para isso." Remus respondeu. Ele estava deitado de costas na cama com
um braço pendurado sobre o rosto. Danny roncava, o que o manteve acordado a noite toda. "De
qualquer forma, estaríamos bem, seria o melhor lugar para nós."

"E se nós atacarmos um ao outro?"

"Bem, eu não vou te atacar se você não me atacar."

"Quer dizer que você consegue se controlar?!"

Remus suspirou.

"Sim. Você também consegue. Não perto de humanos, mas sim perto de outros animais. Com
outros lobos também não tem problema. Por que você acha que eles vivem em bandos? "

"Eu nunca pensei realmente sobre isso." Danny disse. "Como foi? Com o bando?"

Remus mordeu o lábio. Ele deveria mentir? Ou Danny merecia saber?

"Não foi tão ruim quanto pensei que seria." Respondeu. Essa era a primeira vez que havia
admitido. "Obviamente Greyback era... mas o resto deles. Aqueles que se separaram - eles eram
ok. Eram como uma família. "

"Bem." Danny disse. "Eu já tenho uma família."


Era assim que as coisas funcionavam com Danny. Ele queria saber, queria aprender com Remus,
mas se ouvisse algo que o deixasse desconfortável, tudo se voltava para sua auto-aversão.

Remus sentia tanto a falta de Sirius que jurou que podia sentir em seu estômago roncar como uma
fome. Ele queria tão desesperadamente ter alguém com quem realmente pudesse conversar, que
alívio seria passar um tempo com seu melhor amigo, apenas relaxando. Vou me
desculpar, prometeu a si mesmo, nunca mais vou ficar com raiva dele. Vou beijar seus pés,
rastejar sobre brasas e vidros quebrados se isso fizer com que as coisas voltem a ser como eram.

Ele não queria acabar como Danny.

Já havia se passado uma semana desde o ano novo quando Moody finalmente apareceu para buscá-
los. Ambos sentiram o cheiro dele imediatamente e se sentaram, olhando fixamente para a porta.
Estavam quase sem comida, e Remus rezou para que não fosse apenas uma entrega de
supermercado. Ele sentiu os feitiços sendo lentamente desfeitos, cada camada descascando.
Finalmente, a porta se abriu e puderam ouvir o barulho da perna de madeira de Moody no primeiro
degrau.

"Tudo bem, meninos?" Ele chamou. "Prontos para voltar ao trabalho?"

***

Sair daquele porão foi como respirar novamente. Remus sentiu como se todos os seus sentidos
tivessem sido silenciados por semanas, e agora tudo era uma profusão de cores, ruídos e cheiros.

Moody não estava brincando sobre voltar ao trabalho. Ele os levou direto para um novo
esconderijo, onde o restante da ordem estaria se reunindo. Remus podia sentir o cheiro de Sirius
assim que entrou pela porta, e isso o deixou tão tonto de empolgação que se tivesse um rabo, ele
estaria abanando. Ele passou os dedos rapidamente pelo cabelo oleoso e pensou em como devia
estar horrível.

Moody os conduziu por um corredor e, ao invés de ir direto para a cozinha, onde eles podiam ouvir
todos conversando, desviou para uma pequena despensa que tinha uma máquina de lavar trouxa
dentro e uma grande pilha de toalhas sujas em uma cesta.

"Vou levá-los em um minuto", explicou ele, "A senhorita McKinnon tem me assediado todos os
dias nas últimas duas semanas para tê-lo de volta, e Black me ameaçou com todas as maldições que
eu já ouvi", ele sorriu indulgentemente. "Então vocês estão livres agora, mas eu preciso que vocês
dois ouçam, certo?"

"Certo." Ambos assentiram, piscando.

"O perigo não passou. Vocês ainda estão sob ameaça. Não posso permitir que nenhum de vocês
saia de casa sem disfarce. Preferia que tivessem ficado aonde estavam. "

"Mas como podemos ajudar a Ordem se..."

"Há muita coisa que você pode fazer," Olho-Tonto ergueu a mão em advertência, fixando Remus
com um olhar severo, "Pesquisa, comunicações, feitiços de rastreamento, o que for. A menos que
queiram voltar a aproveitar suas pequenas férias no meu porão? "

Ambos balançaram a cabeça ferozmente. Não, nunca.

"Certo." Moody balançou a cabeça, voltado para os negócios. "Vamos lá, então," ele empurrou a
porta e eles saíram, seguindo-o até a cozinha. Estava lotado de pessoas, a maioria das quais Remus
conhecia, e todos se viraram assim que a porta se abriu, cinquenta pares de olhos, todos
arregalados em desconfiança e preocupação.

"DANNY!" Um borrão loiro passou por Moody e Remus e atingiu Danny com o corpo, deixando-o
sem fôlego. Ele riu e abraçou Marlene de volta.

"Tudo bem, mana?"

"Remus?" Sirius havia se levantado e estava atravessando a sala ansiosamente, subindo nas
cadeiras, se espremendo pelas pessoas que tinham que se curvar e se retorcer para sair do caminho
e protegerem suas canecas de chá quente. O moreno teve que olhar para baixo ao se aproximar,
para que não tropeçasse, e seu cabelo caiu na frente de seu rosto como faixas de seda preta.

Quando ele alcançou Remus, que ainda estava parado na metade do corredor, Sirius teve que
levantar o braço e puxar o cabelo para trás, e Remus jurou que a sala ficou completamente
silenciosa por um momento, e o único som era o batimento frenético de seu próprio coração . Ele
se esqueceu de respirar e engasgou.

"Oi."

Sirius sorriu um pouco e deu um passo à frente, uma mão no ombro de Remus para empurrá-lo
para fora da sala em direção ao corredor escuro. Longe de todos os outros, Sirius deslizou sua mão
pelo seu pescoço, para dentro de seu cabelo, e beijou-o nos lábios - tão lindamente.

***

Primavera de 1981

O período de lua de mel após a volta de Remus durou até fevereiro. Os dois se desculparam e
estavam muito gratos por estarem juntos novamente e por um tempo tudo foi maravilhoso - eles
pareciam adolescentes de novo. Especialmente porque Remus não deveria deixar o apartamento, o
que significava que não havia muito mais o que fazer.

Sirius saía para checar James, Lily e o bebê de vez em quando, e ele ainda tinha missões para
cumprir, mas sempre corria de volta para Remus assim que podia. Os dois passaram dias e noites
relaxando na cama, comendo feijão com torradas, fumando e ouvindo discos. Era como viver em
uma ilha particular já que até tiveram que cortar a conexão de flu por segurança.

Felizmente, Remus teve permissão para ficar com o telefone, seu bote salva-vidas, e os outros
visitavam quando podiam. Mary aparecia após o trabalho pelo menos duas vezes por semana, para
evitar sua família barulhenta.

"É uma benção aqui," ela sorriu, afundando no sofá e fechando os olhos. "Se você tivesse uma
televisão, eu nunca iria embora."

"Ha, estou trabalhando nisso, confie em mim." Remus respondeu. "É realmente ruim na sua casa?
Você quer ficar mais algumas noites? "

"Nah," ela abriu os olhos, "eu quero estar com minha família. Eles fazem eu me sentir normal. É
que... você sabe, eles não sabem nada sobre a guerra e eu não quero que eles saibam, mas... é tão
difícil."

"Desculpe, amor." Remus respondeu melancolicamente. "Quer uma bebida?"

Mary deu a ele um de seus olhares longos e gentis, inclinando a cabeça.

"Não, Remus," ela tocou seu joelho, "Nunca é uma boa ideia beber quando se sente assim. Isso não
torna as coisas melhores, não é? "

Remus apenas deu de ombros. Ele não via qual era o problema. Mary apenas sorriu de novo,
tomou um gole de chá e continuou como se nada tivesse acontecido.

"De qualquer forma, sempre posso ir ao Darren se precisar de uma folga das crianças."

"Darren? Aquele garoto com quem você estava saindo no quarto ano? "

"Bem lembrado," ela riu, "Sim, ele ainda mora do outro lado do corredor. Eu vou lá às vezes,
somos amigos. "

"Apenas amigos?" Remus ergueu uma sobrancelha. Mary olhou para baixo, repentinamente triste.

"Sim. Isso é tudo que pode ser agora. Ele é um trouxa e eu estou na Ordem... Já estou colocando
minha família em tanto risco, não poderia suportar se... "

Ela balançou a cabeça, o rosto decidido. "Desculpa! Eu deveria estar aqui fazendo companhia a
você, não te colocando para baixo! "

Mary ainda não queria beber depois disso, mas eles tiveram uma longa conversa de qualquer
maneira. Em retrospecto, Remus ficou feliz por Mary estar lá naquela noite e por ela impedi-lo de
ficar bêbado. Porque essa foi a noite em que James foi ferido.

Chapter End Notes


Sei que já falei isso em notas anteriores e em alguns vídeos no meu tiktok também,
mas uma das coisas que eu gosto muito em am atyd é a complexidade da relação de
wolfstar. De acordo com os livros da JKR, o Sirius começou a 'desconfiar' do Remus
por ele passar muito tempo em missões e pelo fato de eles não poderem compartilhar
muitas informações entre si. Em todo esse tempo lendo fanfics eu nunca havia achado
uma teoria que balanceasse as informações canon e a personalidade dos personagens,
pois, cá entre nós, não faz o menor sentido eles terem duvidado do Remus por
preconceito depois de terem virado animagos por ele. Neste capítulo duas coisas ficam
explícitas:

1. A conotação negativa em 'ser uma criatura das trevas' ainda é muito presente nas
conversas e até mesmo no diálogo do Remus quando ele questiona "Como você pode...
a menos que você esteja dizendo que eu sou uma criatura das trevas também?!" como
se ele não fosse uma criatura das trevas, e sim um lobisomem, como se um grupo fosse
essencialmente ruim.

2. O quanto o medo e 'suspeita' do Sirius não são pelo fato do Remus ser um
lobisomem, e sim por ele ter guardado segredos a vida toda e também por ele achar
que o Remus não está comprometido 100% com os deveres da ordem por também ter a
questão dos lobisomens na cabeça (acho que isso vai ficar mais evidente daqui para
frente também).
Capítulo 171: A Guerra: Triage

Police and thieves in the streets (oh yeah)

Scaring the nation with their guns and ammunition,

Police and thieves in the street (oh yeah)

Fighting the nation with their guns and ammunition.

From genesis to revelation,

The next generation will be, hear me

From genesis to revelation,

The next generation will be, hear me,

And all the crowd come in, day by day

And no one stops it in anyway

All the peacemaker, turn war officer

Hear what I say.

Police & Thieves, The Clash.

Enquanto Mary e Remus estavam sentados no sofá aconchegante do pequeno apartamento do


Soho, as cortinas fechadas em frente às janelas escuras e com a lareira crepitando, Sirius, Lily e
James corriam perigo mortal.

Naqueles dias, parecia uma noite normal de sexta-feira. A essa altura, todos haviam desenvolvido
uma atitude fatalista em relação à vida e uma espécie de humor negro. "Até mais tarde", Sirius
dizia enquanto saía de casa, "Se eu conseguir voltar."

"Te encontro em casa", James dizia a Lily, "Se ainda estiver lá!"

Na época, esse comportamento ajudou todos a seguir em frente - afinal, se você dissesse a pior
coisa em voz alta, não poderia doer tanto quando acontecesse, não é? Esse pensamento torturou
Remus por um longo tempo depois que a guerra acabou.

Eles deveriam estar apenas em uma patrulha de rotina no Beco Diagonal, o que havia feito Remus
se sentir melhor porque era bem perto dali. Haviam três deles, e eles se encontrariam com um
membro sênior da Ordem no início e no fim, então deveria ser os negócios de sempre. Na verdade,
Mary estava prestes a deixar Remus e ir para casa passar a noite quando houve uma colisão contra
a porta.

Os dois pularam e Mary soltou um estranho grito de terror. Então a porta começou a se abrir, e os
dois se levantaram, varinhas erguidas, Remus cobrindo o máximo de Mary que podia.

"Ajuda!" Uma voz abafada veio, e Sirius e Lily abriram caminho para dentro do apartamento, a
forma inerte do corpo de James pendurada entre eles, um braço sobre cada um dos ombros.

"Cristo!" Remus avançou para ajudar a colocarem ele no sofá. "O que aconteceu?!"

"Remus," Mary engasgou, sua varinha ainda erguida na mão trêmula, "As perguntas..."

"Certo, porra, ok, hum..." Sua mente estava correndo, ele não conseguia parar de olhar para o rosto
pálido e estático de James, brilhando de suor. Ele olhou para Lily, "O que... hum.. Quem...?"

"Lily, quem foi seu primeiro beijo?" Mary interviu rapidamente.

"Dirk Cresswell." Lily respondeu prontamente. Sirius e Remus olharam para ela de forma
engraçada, mas não havia tempo para perguntas.

"Sirius," disse Mary, redirecionando sua varinha, "Mesma pergunta."

"Eu não sei!" Sirius disse exasperado, puxando as vestes de James - não havia sangue, mas os olhos
de James estavam fechados, as pálpebras em um roxo profundas, "Um de vocês vá buscar
McKinnon!"

"O que você quer dizer 'com não sei'?!" Mary se virou para ele. "Responda a maldita pergunta,
Black!"

"Eu não posso, eu realmente não sei! Foi uma garota trouxa em um cinema! Moony, diga a ela! "

"Ele está falando a verdade," Remus disse, sua garganta seca, "É verdade, nós brigamos por isso.
Eu dei um soco nele. "

"Eu soquei você de volta," Sirius murmurou, examinando James com sua varinha. "Alguém chame
Marlene?! Por favor!"

"Vou chama-la", disse Mary, saindo da sala rapidamente. A porta bateu e eles ouviram um *
CRACK * quando ela aparatou no corredor.

Lily veio correndo do banheiro, segurando uma flanela úmida. Ela se ajoelhou ao lado de James e
pressionou contra sua testa.

"Não se atreva, Potter," ela sussurrou febrilmente em seu ouvido, "Merda, não se atreva..."

"O que aconteceu?" Remus agarrou o ombro de Sirius, "Um ataque?"

"Sim," Sirius acenou com a cabeça, suando e tremendo. Remus gostaria que ele se sentasse, mas
sabia que não adiantaria pedir, "Uma emboscada, seis Comensais da Morte. Alguém sabia que
estaríamos lá, alguém deve ter dito... "

"Sirius!" Lily gritou. "Olha!"

Ela havia afrouxado a camisa de James, e revelou longas listras verdes, como galhos de árvores se
estendendo sob sua pele. Sua respiração estava superficial.
"Ah porra," Sirius desmoronou, caindo de joelhos ao lado de Lily, "Você ouviu qual foi a
maldição?"

Lily balançou a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo rosto. A respiração de James ficava cada vez
mais fatigante, áspera em sua garganta, e ele estava mole como uma boneca de pano.

O coração de Remus começou a bater forte em seu peito, sua visão turvou e seus joelhos ficaram
fracos. Não James! Ele era o melhor deles. Ele era o único que precisava sobreviver, não importava
o que acontecesse. Como poderia haver um mundo sem James Potter? Um mundo sem James era
um mundo sem bondade, risos ou travessuras.

"Whisky de fogo." Remus disse, de repente, "Eu tenho uma garrafa em algum lugar."

"Agora não , Moony!" Sirius retrucou, seu rosto raivoso como o de um demônio. Remus recuou,
machucado.

"Eu quis dizer para Prongs! Pode ajudar no choque. "

"Tente!" Lily chorou, levantando a flanela fria da testa de James para sentir sua pele. A um metro
de distância, Remus podia perceber que ele estava com febre. "Tente qualquer coisa!"

Remus correu, e enquanto ele estava na cozinha procurando por uma colher de pau (ele ouviu dizer
que metal fazia mal para alguém em choque - ela poderia machucar os dentes. James não estava
tendo uma convulsão, mas era melhor ser precavido), Mary voltou com Marlene. Toda a atmosfera
mudou.

"Saiam do meu caminho, por favor!" A voz cristalina de Marlene soou, sua autoridade e bom senso
inerente restaurando a ordem de uma só vez.

Aliviado, Remus apareceu segurando o whisky. Lily estava chorando mais agora, recuando para
deixar Marlene trabalhar. Sirius estava com os braços ao redor dela, os olhos nunca deixando o
rosto de James, que estava começando a ficar em um tom mortal de cinza.

"Marls," Sirius pediu com urgência, "Por favor... por favor..."

"Estou fazendo o meu melhor, Black!" Marlene retrucou, virando-se para abrir sua bolsa. Remus
percebeu o rápido olhar de terror em seu rosto, o brilho de lágrimas em seus olhos. Isso era ruim.

Era como se todos estivessem prendendo a respiração. Mary ainda estava de casaco, pressionada
contra a porta.

"Há mais alguém que eu possa chamar?" Ela perguntou, sua voz rouca. "Diga-me, eu irei a
qualquer lugar."

"Eu não sei," Marlene disse tremendo. "Não há ninguém seguro em St. Mungus, e não sei se mais
alguém na Ordem está... Emmeline, talvez, mas ela está na Hungria ou em algum lugar..."

"Você consegue fazer isso, Marls?" Lily perguntou desesperadamente. "Você pode curá-lo?"

"Eu não sei, eu... Qual foi a maldição?"

"Não sabemos," disse Sirius, "Não pronunciaram palavras."

"Que tal um bezoar?" Mary perguntou.

"Isso é para veneno." Sirius atirou de volta. "Ele foi amaldiçoado."


"Sim, mas ainda assim, não vale a pena tentar?"

"Eu não tenho bezoar de qualquer maneira!" Marlene deixou escapar um soluço. Ela estava
realmente chorando agora, suas mãos pairando sobre o corpo de James tremiam.

A respiração de Potter estava ficando cada vez mais lenta, Remus ainda podia ouvir seu coração
batendo, mas ficando mais fraco, um longo 'thwump' úmido. Eles tinham que fazer algo.

"Você pode descrever a maldição?" Ele perguntou, o cérebro funcionando.

"Não haviam palavras!" Sirius repetiu impaciente.

"Não, mas você poderia descrever?" Remus persistiu com firmeza. "A luz? Cor? Um cheiro?"

"Eu não sou como você, Remus, eu não sou..." Sirius correu os dedos pelos cabelos, franzindo a
testa.

"Azul." Lily disse em meio a um soluço. "Havia uma luz azul, não era Sirius?"

"Sim!" Ele acenou com a cabeça, iluminando-se, "Era azul e meio... irregular? Curta, como um
dardo. "

"Sim," Lily enxugou os olhos, olhando para Remus como se ele fosse seu salvador, "Foi como
flechas sendo disparadas contra nós, flechas azuis. "

"Ok," Remus acenou com a cabeça, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. Ele nunca
tinha ouvido falar de uma maldição que fizesse isso. "Ok, então... azul... er..."

"Remus!" Mary gritou. "Azul, isso não é aquele feitiço explosivo?"

"Sim," ele pulou ansioso, então franziu a testa, "Mas ele não..." Ele olhou para James. Ele estava
completamente intacto - incrivelmente fraco.

"Talvez eles tenham combinado com alguma coisa?" Lily supôs, se endireitando, cruzando os
braços sobre o corpo e vestindo sua armadura de guerra. "Alquimia mágica, vocês meninos fazem
isso o tempo todo."

"Ou pode ter sido um erro," Sirius disse, inclinando-se, seus olhos finalmente focalizando
corretamente, "Isso acontece o tempo todo também."

"Sim!" Remus concordou, "O Comensal da Morte pode realmente ter tido a intenção de usar muita
força, e pode ter saído de forma explosiva às vezes... oh! Vocês estavam usando o feitiço de
proteção em escudo? "

"Sim," Lily assentiu, as linhas em sua testa se aprofundando, "Mas James, a dele tinha acabado de
cair, apenas por uma fração de segundo, ele estava tentando..." ela olhou para baixo.

"Ele estava tentando me proteger." Sirius respondeu em um sussurro. "A última coisa que ele fez
foi desarmar aquele filho da puta do Crouch, ele estava prestes a me pegar com uma imperdoável."

Remus piscou em choque, e então empurrou aquele sentimento para o fundo, para o mais longe
que podia, porque ele precisava lidar com James agora.

"Ok", ele engoliu em seco. "Ok, e se quem acertou James foi um pouco lento? Tentando passar
pelo feitiço do escudo no segundo em que ele caiu. "
"Isso faz sentido", disse Lily, com o rosto brilhando de lágrimas, suor e esperança, "Isso explica as
curtas rajadas!"

"Ok, ótimo!" Remus olhou para Marlene, que o encarava com olhos grandes como pires.

"O que eu faço, Remus?" Ela perguntou, sua voz muito baixa - como se eles estivessem de volta à
biblioteca de Hogwarts e ela não entendesse o princípio da transfiguração.

"Eu... como isso o afetaria?" Remus perguntou, agitado - ele não sabia o que fazer! Ela era quem
possuía dois anos de treinamento como curandeira! "O que isso faria?! Pense!"

"Estou tentando!" Marlene respondeu, ainda trêmula.

Remus queria segurá-la pelos ombros e realmente sacudi-la - ela tinha que se recompor! Este era
James! Ele tinha uma família e um bebê, e Sirius precisava dele, e Remus precisava dele, todos eles
precisavam dele! Marlene apenas continuou olhando para todos, congelada.

"Marls," Mary se aproximou rapidamente, agachando-se ao lado de sua amiga. Ela segurou
Marlene pelos ombros, mas não a sacudiu. Ela a abraçou e acariciou seus cabelos. "Querida," ela
sussurrou na sala silenciosa, "Você pode fazer isso. Você é a pessoa mais inteligente que conheço.
Se alguém sabe o que fazer, é você. Ok?"

Marlene fechou os olhos por um momento e respirou fundo. Ela os abriu e acenou com a cabeça.

"Certo." Ela disse, voltando-se para James. "Teria sido difícil, bem no peito... teria sido... sim!
Sim, faz sentido! "

Ela começou a murmurar para si mesma, então moveu sua varinha fazendo um brilho lilás suave e
quente emanar da ponta, acumulando-se sobre o corpo mole de James, afundando lentamente,
como espuma.

Todos prenderam a respiração mais uma vez, enquanto Marlene trabalhava. Sirius estava
segurando a mão de Lily, e Remus podia ver os nós dos dedos dela ficarem brancos quando ela o
agarrou de volta. Mary ficou ao lado de Marlene, ajoelhada no tapete ao lado do sofá, com a
cabeça baixa como se estivesse rezando.

Remus apenas agarrou sua garrafa de uísque e sentiu como se o mundo estivesse despencando em
baixo de seus pés. Não havia nada a fazer a não ser observar e esperar, ouvir os murmúrios
constantes de Marlene e tentar manter a calma.

A magia que ela estava usando tinha um cheiro doce e fresco, como grama cortada ou folhas
brotando. O cheiro da primavera, da regeneração. Esse era um bom sinal, Remus pensou. Ele
gostaria de ter aprendido mais com os lobisomens - suas técnicas de cura eram perfeitas. Mas
talvez isso só funcionasse com outros lobisomens?

A respiração de James estava ficando mais estável, sua frequência cardíaca um pouco mais
forte. Woosh - woosh - woosh - Remus já podia ouvir seu sangue sendo bombeado mais rápido.

"Está funcionando!" Ele disse enquanto chegava um pouco mais perto para ouvir melhor. "Você
está conseguindo, Marlene!"

"Oh, obrigada", disse Lily, cobrindo os olhos com as mãos, "Obrigada, obrigada..."

Marlene parou de murmurar e sentiu a pulsação de James. Ela suspirou de alívio e acenou com a
cabeça.
"Estável." Ela disse. Então, olhando para cima, "É melhor dar a ele um pouco daquele uísque,
Remus."

Depois que eles conseguiram fazê-lo engolir um pouco, Marlene deu a James uma poção
fortalecedora. Ele estava ficando um pouco corado e seu peito estava subindo e descendo
uniformemente. Estava fora de perigo. Ainda assim, Marlene não queria que ele se movesse, não
até que recuperasse a consciência.

"Ele pode ficar aqui," Remus disse, "Claro que pode. É seguro, não é, Padfoot? "

Sirius estava observando Remus do outro lado da sala. Remus percebeu que ele estava pensando
pela sua expressão. Por alguma razão, isso fez Remus ficar gelado. "Padfoot?"

"Sim..." Sirius respondeu lentamente, "Mas pensamos que o Beco Diagonal fosse seguro o
suficiente."

"Bem, ele está aqui agora", disse Lily, levantando-se do lado de James. "Ele vai ficar. Tenho que ir
para casa, Peter está cuidando de Harry, ele deve estar tão preocupado! Eu volto já..."

"Alguém deveria ir buscar Dumbledore." Sirius disse abruptamente.

"Para que?" Mary perguntou.

"Só... ele deveria saber que fomos atacados. Ele tem que saber que alguém disse aos Comensais da
Morte onde estaríamos."

"Sírius!" Mary o olhou com a boca aberta. "Você está dizendo... alguém da Ordem?!"

Sirius acenou com a cabeça. Ele não olhou para Remus novamente.

"Eu vou!" Remus ofereceu.

"Não!" Sirius disse. "Você não pode, você... você precisa ficar aqui. Não é seguro para lobisomens.
"

"Não parece ser seguro para ninguém!" Marlene retrucou, levantando-se e enxugando a testa. "Vá
você, Sirius, já que é tão importante. Remus, Mary e eu podemos ficar e cuidar de James. "

Sirius olhou para James, e então para Remus - não para seu rosto, porém, apenas em sua direção.

"Ok," ele disse. "Irei muito rápido." E saiu pela porta.

As três mulheres olharam para Remus sem jeito. Lily se aproximou para apertar seu ombro e disse
gentilmente.

"Ele só está chateado, amor. Ele se culpa pelo que aconteceu, James estava tentando salvá-lo
quando foi atingido. Não leve para o lado pessoal, hein? "

"Eu sei," Remus ergueu o queixo virilmente, esmagando todas as emoções amargas e podres, "Está
tudo bem. Estamos todos em choque. Está bem."

"Eu tenho que ir", disse Lily novamente, "Harry."

"Irei com você", disse Mary, "devemos ir a todos os lugares em pares. Isso é o que Moody diria."

As duas saíram e Remus tentou não pensar no fato de que Sirius havia desaparecido na noite
completamente sozinho.

A essa altura, Marlene já havia se recomposto, e estava empenhada em deixar James confortável.

"Eu deveria ter dito a Lily para trazer um pijama para ele... talvez ela traga de qualquer maneira,"
ela disse, "Pode pegar um travesseiro e cobertores para ele, Remus?"

"Sim, claro." Remus acenou com a cabeça, correndo para o quarto, voltando com cinco cobertores
e dois travesseiros (na verdade, estes eram os únicos travesseiros que tinham, havia os tirado da
cama).

Marlene estava checando o pulso de James novamente quando ele voltou.

"Ele esta ok?!"

"Sim," Marlene acenou com a cabeça, "Ainda firme. Eu só estava verificando... "

Eles fizeram uma cama no sofá ao redor dele. Remus tirou os sapatos, mas eles decidiram esperar
até que Lily voltasse para despi-lo. Ele parecia estar apenas dormindo. Remus sorriu.

"Eu nunca vi James ficar tão quieto por tanto tempo," ele comentou, esperando aliviar um pouco o
clima.

"Ha." Marlene disse, então começou a chorar novamente.

"Ei ei ei!" Remus a puxou para si, "Já acabou! Por favor, não chore ... "

"Eu - desculpe - estou - apenas - tão - com medo -" Marlene soluçou, engasgando com cada
respiração, "Eu estou - desapontando - todos!"

"Não, você não fez isso!" Remus se sentiu terrivelmente culpado por gritar com ela. "Você fez um
trabalho incrível!"

"Só - porque - vocês - ajudaram ..."

"Bem, obviamente", ele beijou o topo de sua cabeça, "É para isso que servem os amigos."

***

Lily e Mary voltaram primeiro. Lily embalando Harry em seus braços - que estava dormindo,
felizmente. Ela foi direto para o lado de James mais uma vez.

"Eu trouxe algumas das poções da Effie," ela disse, apressada, "Dê uma olhada, Marlene, pode
haver algo útil..."
"Eu não quero fazê-lo tomar muita coisa," Marlene respondeu cuidadosamente. "Descansar e
observar é o melhor a se fazer agora, eu prometo." Ela lavou o rosto, tomou um gole de uísque e
estava consideravelmente mais calma agora.

"Você viu o Wormtail?" Perguntou Remus.

"Sim", disse Mary, tirando Harry de Lily, para que ela pudesse se concentrar em James. "Ele
estava muito chateado, queria ir para casa e checar sua mãe. Não posso culpá-lo. "

"Claro que não." Remus concordou. Ele iria querer sua mãe também, se ele tivesse uma.

Ele aqueceu um bule de chá forte e todos pegaram uma xícara, mas ninguém bebeu. Marlene e Lily
ficavam pairando ao redor de James, despindo-o, colocando-o na cama e afofando seu travesseiro,
enquanto Mary gentilmente embalava Harry em seus braços. Remus observou as três - como
donzelas santas em um retábulo de igreja - e se sentiu completamente inútil.

"Podemos movê-lo para a cama?" Ele disse, irritado por ter pensado nisso só agora, "Então você
pode dormir ao lado dele, Lily."

"Melhor não por enquanto," aconselhou Marlene.

"Certo, então vou fazer uma cama para você aqui..." ele tentou se lembrar de alguns feitiços de
transfiguração - embora conjurar móveis fosse algo em que Sirius fosse melhor.

"Não se preocupe, Remus, eu não vou dormir." Lily sorriu cansada.

"Eu não acho que nenhum de nós vai." Mary disse. "Liguei para a mamãe. Tudo bem se eu ficar
aqui também, amor? "

"Claro." Ele assentiu. E é claro que Marlene não iria a lugar nenhum até ter certeza de que James
se recuperaria totalmente.

No final, eles concordaram que dormiriam em turnos e ficariam na cama de dois em dois. Nenhum
deles queria ir primeiro, é claro, e todos se acomodaram para uma longa noite. Remus se encostou
na varanda, ouvindo o coração de James batendo do outro lado da sala. Ele não parava de imaginar
seu amigo sentando-se repentinamente, sorrindo para todos eles; Tudo bem com vocês? Puta
merda, quem morreu?!

Finalmente, Sirius voltou com Dumbledore, e qualquer paz que eles conseguiram recuperar foi
destruída.

"Eu preciso saber tudo." O velho diretor disse, seu rosto severo, olhos queimando como o centro
azul de uma chama.

Sirius e Lily começaram a falar. Eles explicaram como tudo era para ser um procedimento de
rotina, padrão, chato, se alguma coisa. Eles fizeram uma varredura no Beco Diagonal, até mesmo
na Travessa do Tranco, e encontraram tudo perfeitamente seguro e protegido.

Em seguida, eles saíram, pela saída do Caldeirão Furado, e decidiram caminhar até o ponto de
encontro, pois era uma noite agradável e não muito longe. Eles deveriam encontrar Dorcas
Meadowes em um café trouxa na Tottenham Court Road, mas eles foram emboscados antes de
chegarem lá.

"Vocês não poderiam ter sido seguidos?" Dumbledore perguntou, olhando para os dois. Eles
balançaram a cabeça.
"Nós nos certificamos", disse Lily. "Eles não estavam atrás de nós, estavam à frente, eles
estavam esperando por nós".

"Merda, alguém deveria contar a Dorcas..." Sirius falou de repente, "Depois que James... nós
tivemos que sair rápido, não havia tempo."

"Não teria importância", Dumbledore acenou com a mão, "Dorcas Meadowes está morta."

A sala ficou em silêncio. Harry acordou e começou a chorar. Lily o tirou de Mary imediatamente,
segurando o filho contra o peito.

Sirius falou primeiro.

"Estou certo, não estou?" Ele olhou Dumbledore diretamente no rosto, "Há um espião na Ordem."
Capítulo 172: A Guerra: Verão 1981

Once I had a love and it was a gas,

Soon turned out; had a heart of glass.

Seemed like the real thing, only to find,

Much of mistrust, love's gone behind.

Once I had a love and it was divine,

Soon found out I was losin' my mind

It seemed like the real thing but I was so blind,

Much of mistrust, love's gone behind.

Heart of Glass, Blondie.

James se recuperou lentamente. Ele foi levado de volta para a casa dos Potter no dia seguinte
(quando acordou ainda grogue, incapaz de dizer muito e caindo rapidamente no sono), mas
Dumbledore declarou que esta era uma solução temporária. O professor disse a Lily para se
preparar para deixar a antiga casa de Euphemia e Fleamont a qualquer momento.

Depois de meses sendo considerados os membros mais jovens da Ordem, os marotos e seus amigos
de repente tinham todos os olhos sobre eles.

Na próxima reunião, que James insistiu em comparecer apesar de seu estado enfraquecido,
definitivamente houveram murmúrios.

Sete crianças - três deles herdeiros ricos de famílias de sangue puro, dois nascidos trouxas, um
lobisomem, uma curandeira novata - o que os tornava tão especiais? Eles eram confiáveis? Eles
haviam sobrevivido à guerra até agora contra todas as probabilidades. Tiveram apenas sorte ou
houve algo mais nisso? Quem eram essas crianças que escaparam de seis Comensais da Morte e, de
alguma forma, reverteram uma maldição quase incompreensível?

Eles se reuniram em um pequeno chalé em algum lugar de Peak District. Era uma sala de estar
com pouco espaço, mas, a essa altura da guerra, não haviam muitos integrantes na Ordem.

No final da reunião habitual - que realmente se tornou um memorial para as pessoas que foram
perdidas desde a última vez que haviam se encontrado - Dumbledore pediu a Lily e James para
ficarem enquanto todos os outros voltavam para casa. Por sua vez, James pediu a Remus, Sirius e
Peter para ficarem também.

"Tem certeza?" Sirius sussurrou com urgência, "Depois de tudo o que aconteceu...?"
"--Depois de tudo o que aconteceu quero meus melhores amigos por perto." James respondeu.
Remus sentiu uma onda de orgulho com isso. Para James, o bom espírito esportivo se estendia a
todos os elementos de sua vida, e desconfiar das pessoas que ama seria altamente desonroso.

Sirius cruzou os braços, mas não discutiu.

James estava sentado em uma poltrona de chintz, suas costas retas e o rosto sério. Ele parecia
perfeitamente saudável, a menos que você realmente o conhecesse. Suas bochechas estavam mais
encovadas, sua pele mais pálida e - embora todos fingissem não ter notado - seu cabelo preto
azeviche agora possuía alguns fios grisalhos. Lily trouxera um cobertor para colocar em seu colo,
mas ele continuou empurrando-o, irritado.

"Estou bem", ele murmurou baixinho. "Me deixe em paz!"

"Não precisa agir assim!" Lily rebateu. Ela estava muito mais pálida também, seu rosto cansado
vincado de preocupação. Remus nunca tinha visto Lily e James brigarem antes. Era horrível.

Harry estava agitado, balançando os braços e fazendo uma careta. Lily não estava se arriscando
agora - eles iam a todos os lugares como uma família, ou a lugar nenhum.

"Shh", ela balançou-o no quadril, "Quieto agora, mamãe e papai estão ocupados..."

"Dá aqui," Sirius estendeu os braços, "Vamos brincar um pouco, não vamos Harry?" Ele levantou o
menino e Harry se contorceu e deu uma risadinha alegre.

Ele não estava dizendo muitas palavras ainda - 'Da-da', 'Ma-ma', 'Não!' e, por algum motivo,
'moto!' era até onde ia. Mas ele conhecia seu padrinho. Remus se perguntou se era o cheiro de
couro velho. Suas próprias experiências com Harry eram complicadas. Eles se davam bem até o
garoto começar a chorar, e Remus não era bom em brincadeiras de faz de conta como Sirius.

Os dois se acomodaram no chão da sala, Sirius com as pernas abertas, Harry entre elas. Sirius
puxou um pequeno trem de brinquedo de um dos bolsos da jaqueta e Harry começou a empurrá-la
pelo tapete esburacado, babando e feliz consigo si mesmo. Sirius sorriu para ele. Ele era tão bom
com crianças. Remus sentiu uma estranha sensação de dissonância. Sirius queria ter filhos algum
dia? Eles nunca discutiram isso, e Remus nunca teve o menor interesse. Não se sentia qualificado
para ser pai e não tinha certeza se seria algum dia.

Talvez fosse isso, então. Talvez fosse por isso que Sirius estava agindo de forma tão estranha?

As preocupações particulares de Remus foram interrompidas por Dumbledore, que pigarreou,


chamando a atenção de todos.

"Temos motivos para acreditar", disse ele bastante calmamente, "que o foco de Voldemort mudou."

Todos ergueram os olhos, até mesmo Sirius.

"Recebemos algumas informações de que o Lord das Trevas tomou conhecimento de uma profecia
feita no início do ano passado que parece se referir diretamente a ele."

"Uma profecia?" Peter se inclinou para frente, "Que profecia? O que diz? "

"É melhor compartilharmos apenas os detalhes mais pertinentes", disse Dumbledore asperamente,
"Já que estamos em companhias diversas."

Todos olharam ao redor da sala. Remus se sentiu um pouco enjoado - ele não considerava as
pessoas reunidas como uma 'companhia diversa'. Aqueles eram seus amigos, seus companheiros,
as pessoas em a quem confiaria sua vida. Ele tentou chamar a atenção de Sirius, esperando por
algum conforto, mas o moreno rapidamente desviou o olhar.

"Então ele mudou de foco", disse James, quebrando o silêncio desconfortável, "O que ele quer
agora?"

"Resumindo, Sr. Potter," Dumbledore respondeu diretamente, "Ele quer você. Ou melhor, seu filho.
"

Lily soltou um suspiro horrível, sua mão voando para a boca. James agarrou os braços de sua
cadeira. Peter teve um estranho tipo de espasmo nervoso. Sirius pegou Harry e se levantou
imediatamente, " O quê?! "

"Sinto muito", disse Dumbledore com firmeza, "Mas eu tenho um bom informante..."

"Quem?" Lily perguntou, parecendo estar sendo estrangulada.

"Isso eu não posso dizer. Não vou colocar ninguém em perigo. "

"Há um espião, então", disse Peter, torcendo as mãos ansiosamente, "Do lado deles, quero dizer?"

"Eu não posso dizer." Dumbledore repetiu.

"Bem, é melhor você dizer algo útil!" James rebateu, quase gritando. "O que você quis dizer sobre
o meu filho?! Como pode Voldemort saber sobre Harry?! "

"Não podemos confiar em ninguém". Sirius disse baixinho.

James se virou para olha-lo em pura descrença. Interiormente Remus estava aliviado. James
confiava em seus amigos - é claro que confiava. Sirius estava sendo paranóico.

"Mas por que Harry?!" Lily perguntou estridente.

"Voldemort acredita que Harry um dia crescerá e irá derrotá-lo."

"É isso que a profecia diz?"

Dumbledore inclinou levemente a cabeça, como se estivesse considerando isso.

"É o que Voldemort acredita." Ele respondeu eventualmente. "E isso é a mesma coisa."

"Vocês terão que se esconder," Sirius disse, falando diretamente para James agora, "Vocês três.
Tem que haver mais feitiços, magia mais forte que ainda não experimentamos, vamos mandá-los
para o maldito Timbuktu se for preciso! "

"Padfoot", James levantou a mão, "Acalme-se."

"Não!" Sirius gritou, seu rosto vermelho. Por uma estranha fração de segundo, Remus não o
reconheceu.

Harry começou a chorar, estendendo a mão para sua mãe. Lily o pegou e o aninhou perto, beijando
seu cabelo preto e fino e sussurrando coisas sem sentido.

"Sirius está certo," Dumbledore disse, ainda irritantemente calmo, "Vocês terão que se esconder.
Os planos já estão em andamento ".
"Quando podemos ir?" Perguntou James. "Hoje?"

"Em breve." Disse Dumbledore. "Eu irei até vocês quando for a hora."

"Ok." James acenou com a cabeça. "Ok. Certo. Bom."

"Vocês todos permanecerão vigilantes, eu acredito," Dumbledore continuou, começando seu


discurso de encerramento. Ele olhou para cada um deles, como se quisesse impressionar a
gravidade da situação. Quando encontrou os olhos de Remus, Remus fez questão de encará-lo de
volta e tentou transmitir uma aura de confiabilidade e força. Dumbledore deu um breve aceno de
cabeça, antes de passar para Peter.

"E nenhum de vocês vai compartilhar essa informação com ninguém fora desta sala."

Todos eles concordaram. A mente de Remus estava girando - se Lily e James se escondessem o que
isso significaria? Eles ficariam presos no porão de Moody como havia ficado? Esperava
sinceramente que não, ele não desejaria isso a ninguém, muito menos a seus melhores amigos e seu
bebê.

Assim que Dumbledore saiu, eles deixaram o chalé para a densa luz do sol âmbar do entardecer, e
se entreolharam novamente. Harry havia adormecido agora, aninhado às vestes de Lily, uma mão
gordinha segurando sua longa trança vermelha.

"É melhor todos virem jantar", disse James com um sorriso tenso. "Apenas caso não tenhamos
outra chance."

Um nó se formou na garganta de Remus e se alojou lá pelo resto da noite.

Ainda assim, eles se divertiram. Gully, o elfo doméstico, preparou um banquete completo em
pouco tempo, um glorioso rosbife, batatas assadas douradas e pudim de yorkshire, dois tipos de
recheio, molho escuro de dar água na boca, cenouras, pastinacas, ervilhas, brócolis... Remus não
tinha comido nessa escala desde Hogwarts.

Antes de começarem, James ergueu o copo para brindar.

"Aos nossos amigos", disse ele, lançando um olhar ligeiramente aguçado para Sirius, "que sempre
estiveram aqui para nós apesar de tudo. Lily, Harry e eu amamos muito todos vocês."

Remus teve que se desculpar depois de esvaziar seu copo em um gole. Ele passou alguns minutos
se recompondo no banheiro do andar de baixo. Quando saiu e voltou para a mesa, Sirius o estava
observando novamente, seus olhos estreitos e sua boca uma linha reta inescrutável.

***
Quarta-feira, 10 de junho de 1981

Dois dias depois, Sirius desapareceu no meio da noite. Ele deve ter se esgueirado deliberadamente,
porque Remus não percebeu até ter acordado na manhã seguinte e rolado para o travesseiro vazio e
frio. Ele se sentou, confuso.

"Sirius?" Ele chamou para o resto do apartamento. Estava vazio.

Remus se levantou e foi até a sala de estar, checou a cozinha - às vezes eles deixavam bilhetes um
para o outro. Não havia nada. Mas os sapatos de Sirius haviam sumido junto com as chaves da
moto, então ele deve ter saído por vontade própria, pelo menos.

Remus sentou-se à mesa da cozinha e esperou, fumando um cigarro atrás do outro. Ele queria
entrar em contato com alguém, mas não havia ninguém em quem ele pudesse confiar - a teorização
conspiratória de Sirius estava começando a afetá-lo.

Finalmente, a porta da frente se abriu e os passos familiares de Sirius puderam ser ouvidos
entrando no apartamento. Remus quase se levantou e correu para encontrá-lo, mas ele vinha
tratando Sirius com extremo cuidado desde o ataque de James.

"Moony?"

"Aqui."

"Oh, olá," Sirius parou na porta da cozinha. Ele parecia corado, provavelmente devido a moto.
"Tudo bem?"

"Onde você esteve? Eu estava preocupado!"

"Desculpa." Ele fez uma careta e veio se sentar à mesa também. Remus o observou. O moreno
parecia feliz. Seu cabelo cheirava a campo, e ele estava suando um pouco pela camiseta preta - o
tempo estava mudando para o que seria um verão muito quente. Ele pegou o maço de cigarros,
tirou um com os dentes e estalou os dedos para acendê-lo.

Remus esperou pacientemente.

"Aconteceu," disse Sirius finalmente, seu rosto brilhando de uma forma estranha, perolado na luz
fraca da manhã. "Eles estão escondidos."

"Lily e James?" Remus semicerrou os olhos, coçando a cabeça, "Como?"

"Dumbledore resolveu tudo."

Por que você não me levou com você? Remus quis perguntar antes de se repreender por ter um
pensamento tão egoísta. Essa não era a parte importante. "É seguro? Eu dei a James um
pergaminho inteiro de feitiços de segurança para usar, ele... "

"Eles não vão precisar de nada disso," Sirius acenou com a mão. Ele parecia estranhamente
triunfante, como se tivesse acabado de derrotar Remus em uma partida de xadrez. "Dumbledore
pensou em algo melhor."

"O que?"

"O feitiço fidelius."


"O.." Remus franziu a testa. Ele se lembrava vagamente de ter lido sobre isso... algo a ver com
implantar um segredo em outra pessoa. Era uma coisa poderosa, sabia disso. Ninguém seria capaz
de quebrá-lo, exceto o próprio guardião do segredo. "Bem, isso vai bastar, eu suponho." Ele disse.
"Mas eles não precisariam de alguém para guardar o segredo? ...foi Dumbledore?"

"Ele se ofereceu", disse Sirius. "Mas, no final, pensamos que seria melhor se fosse um de nós."

"Um de nós..?" Ocorreu a Remus de repente, como se Sirius tivesse jogado um balde de gelo em
sua cabeça. "Não." Disse, balançando a cabeça.

Sirius o olhava intensamente, seus olhos azuis escuros mais sérios do que nunca. Remus queria
bater nele. Sacudi-lo. Torcer seu pescoço. Qualquer coisa para ter fazer algum sentido entrar sua
cabeça dura estúpida. "Não." Repetiu. "É muito perigoso!"

"Moony..." Sirius começou.

"Não me venha 'Moony'!" Remus disse bruscamente, levantando-se. Precisava andar, e se mover,
apenas para acompanhar seus pensamentos. "É estúpido! É a ideia mais estúpida que você já teve!
"

"Não foi minha ideia -"

"Não me diga que você não se ofereceu!" Remus se virou para ele, furioso, "Não me diga que você
não aproveitou a chance!"

"A chance de ajudar meus melhores amigos?! De ajudar Harry?! Claro que sim!" Sirius estava
gritando também, e era horrível.

"Encontre outra pessoa!" Remus implorou, "Qualquer um! Eu farei! "

"Você não pode." Sirius balançou a cabeça, "Tem que ser eu, você sabe que sim."

"Não!"

"Você não pode simplesmente continuar dizendo 'não'. Está feito. Está resolvido. "

Remus realmente pensou que iria bater em Sirius por um momento. Bater nele ou desatar a chorar
como uma criança. Ele não fez nenhum dos dois. Ele se sentou com força e cobriu o rosto com as
mãos.

"Seu desgraçado." Ele murmurou.

"Vai ficar tudo bem. Eu tenho certeza. " Sirius disse, estendendo a mão para ele. Remus bateu em
sua mão.

"Você simplesmente fez isso?! Sem nem me dizer? "

"Estou te dizendo agora!"

Remus o encarou. Ele ia dizer algo do qual se arrependeria em um minuto. Se não fosse embora,
ele diria algo que nunca poderia retirar. Então, engoliu a raiva, levantou-se e saiu do apartamento.
***

Sexta-feira, 24 de julho de 1981

Então foi feito. Depois dessa discussão, tudo aconteceu muito rápido. Não houve despedidas, Lily,
James e Harry simplesmente desapareceram sem deixar vestígios. Remus sabia que era melhor não
perguntar onde eles estavam - ele queria que eles ficassem seguros, afinal. E queria que Sirius
ficasse seguro.

A Ordem foi informada de que os Potters haviam se escondido; que Voldemort estava atrás deles
por causa do status de sangue de Lily e seu casamento com James.

"É horrível não confiar em ninguém, não é?" Peter disse quando saíram daquela reunião.

"Sim." Remus concordou taciturnamente.

"É necessário." Sirius disse. "E se eu soubesse quem é o espião, eu mesmo o mataria, nem
precisaria de magia. "

Peter e Remus o encararam, chocados.

"Sirius," Remus disse, colocando a mão em seu ombro, "Não podemos começar a agir como
Comensais da Morte, James não iria querer..."

"James não quer que seu filho seja assassinado por um lunático em uma alucinação de poder!"
Sirius vociferou, afastando-se do toque de Remus, "Você ficou mole, Moony."

Se eu fiquei mole, Remus pensou para si mesmo, foi por sua causa. Ninguém se apaixonava com
um coração duro, havia aprendido essa lição mais de uma vez.

Ainda assim, por mais terrível que Sirius estivesse agindo, Remus estava inclinado a fazer algumas
concessões. Foi uma época muito difícil - o ponto mais sombrio da guerra - e todos estavam
lidando com a pressão de forma diferente. Peter e Marlene se afundaram em trabalho, raramente
eram vistos sem estarem correndo para um lugar ou outro. Mary pareceu se retrair mais para o
mundo trouxa. Ela sempre estava por perto quando você precisava dela, mas sua mente
freqüentemente parecia estar em dois lugares. Remus tinha a bebida e sua autopiedade. Então, se
Sirius quisesse ficar com raiva por um tempo, tudo bem.

Mas ainda sim era uma guerra - a guerra não fazia concessões ou dá a ninguém tempo para
recuperar o fôlego. É implacável, imperdoável e inimaginavelmente cruel.

Faltava apenas uma semana para o primeiro aniversário de Harry. Sirius tinha acabado de chegar
do Beco Diagonal - ele havia saído em busca de algo apropriado para uma criança de um ano e, em
vez disso, voltou com uma vassoura de verdade.

"Sirius!"

"Ah, vamos, Moony!"


"Ele é um bebê!"

"Temos que treiná-lo jovem se ele um dia irá jogar pela Inglaterra!"

Remus riu indulgentemente e tomou um gole de chá enquanto observava Sirius embrulhar o
brinquedo. Ele não o via tão feliz há algum tempo, e era tão bom. Então aconteceu.

Primeiro, houve um cheiro estranho que apenas Remus sentiu. Familiar, amigável e mágico. Então,
em um flash de luz brilhante, um enorme patrono de prata irrompeu pela parede. Era uma leoa, e
rondava a sala, rosnando.

"Puta que pariu!" Sirius saltou, recuando.

O enorme gato olhou para os dois com olhos queixosos e abriu a boca. O grito que emanava dele
era de gelar os ossos e era familiar demais. Era Mary.

"Ajuda!" Ele lamentou, "Hollyhock House!"

E então desapareceu.

"Esse é o endereço do McKinnon." Remus disse, levantando-se para calçar os sapatos.

"Onde você está indo?" Sirius perguntou.

"Ajudar Mary!" Remus respondeu impaciente, amarrando os cadarços, "Vamos!"

"Moony, não", disse Sirius, "Não podemos, temos que seguir o protocolo, entrar em contato com
Moody, ou Arthur, ou Frank, ou..."

"Foda-se o protocolo!" Remus gritou, "É Mary! Ela pediu ajuda e eu vou. Fique aqui se quiser."

Claro que Sirius não ficou.

Eles chegaram do lado de fora da Hollyhock House talvez dez minutos depois de receber o patrono
de Mary. Nenhum deles havia estado na casa de Marlene antes, embora ela tivesse descrito como
era algumas vezes. Era uma adorável casa de campo em estilo tudor, localizada a alguns
quilômetros de um vilarejo em Sussex. Havia um longo caminho de jardim, com uma borda de
amores-perfeitos brilhantes e gerânios vermelhos, roxos, amarelos e rosa. A porta da frente era
pintada de um verde escuro e suave, e se você esticasse o pescoço, poderia ver o topo de três aros
de quadribol no jardim dos fundos.

Pode ter sido bonito em qualquer outro momento. Mas não hoje.

Mary estava parada no topo do caminho à beira da estrada, congelada, olhando fixamente para o
céu azul. A marca negra pairava sobre o telhado de palha amarela; uma enorme nuvem negra, as
formas inconfundíveis de crânio e cobra.

"Não!" Remus engasgou. Mary se virou para ele com lágrimas nos olhos.

"Eles estão todos mortos." Ela disse.

"Tem certeza?" Sirius perguntou enquanto dava alguns passos no caminho, varinha erguida.

"Sim." Ela disse. "Sim, eles estão todos alinhados um ao lado do outro".

"O que?" Ele a olhou, confuso.


"Alinhados... em uma fila..." ela repetiu. Mary cambaleou por um momento, e Remus colocou os
braços em volta dela, caso desmaiasse. Ela se apoiou nele, chorando silenciosamente.

"Fique com ela." Sirius disse, continuando pelo caminho do jardim. Remus começou a tremer. Era
como um pesadelo, como um filme de terror. Ele observou Sirius se aproximar da porta, empurrá-
la e chamar para dentro.

"Nós deveríamos ter nos encontrado para almoçar hoje, mas ela nunca apareceu," Mary sussurrou
contra o ombro de Remus, ainda agarrada a ele, "Eu pensei que ela estava apenas ocupada no
hospital... Eu tentei encontrá-la depois do trabalho, mas eles disseram que ela não tinha
aparecido... então eu vim aqui e eu... "

"Está tudo bem," disse Remus, porque o que mais você diria?

"A marca estava lá, e a porta estava aberta, e ... oh Deus, Remus! Todos eles! Sua mãe e seu
padrasto, e Yaz e Danny... apenas deitados lá! Ah meu Deus, seus olhos! " Ela começou a soluçar
de verdade, e Remus a abraçou com mais força, sentindo suas entranhas se transformarem em
água.

Sirius saiu da casa. Mesmo à distância, Remus podia ver a expressão de horror em seu rosto. Ele
caminhou rapidamente em direção a eles.

"Vou trazer Moody", disse ele. "Volto o mais rápido possível, ok?... Não entre lá."

E com isso, ele desapareceu com um *CRACK* alto.

"É isso." Mary chorou, histérica. "Já chega, eu não posso mais fazer isso!"
Capítulo 173: A Guerra: Outono 1981

I loved the words you wrote to me

But that was bloody yesterday.

I can't survive on what you send

Every time you need a friend.

I saw two shooting stars last night

I wished on them - but they were only satellites

Is it wrong to wish on space hardware?

I wish, I wish, I wish you'd care.

I don't want to change the world

I'm not looking for a new England

I'm just looking for another girl.

A New England, Billy Bragg.

Ninguém sabia quem ou porque haviam matado os McKinnons. Claro que existiam teorias; a mais
lógica é que com Danny e Marlene na Ordem, eles eram simplesmente um alvo óbvio. Algumas
pessoas se perguntaram se era por causa da conexão de Marlene com James e Lily, porque ela
havia curado James. Outros achavam que ela tinha feito muito barulho sobre os direitos dos
lobisomens no trabalho.

No final, nada disso importava, não para Remus. Por que tentar dar sentido a algo tão sem sentido?

Devido ao antigo status de celebridade de Danny, os assassinatos foram notícia de primeira página.
Havia uma grande foto dele no Profeta Diário, dos dias nos Cannons - rosto largo e ensolarado,
mantos esvoaçantes. Sem cicatrizes. Uma foto menor de Marlene que deve ter sido tirada no
trabalho, porque ela estava de uniforme. Jovem e promissora curandeira, Mylene McKinnon, de
acordo com a legenda escrita incorretamente.

Yasmin não foi mencionada de forma alguma, embora Sirius tenha dito a Remus que elas foram
encontradas deitadas uma ao lado do outra, e seus dedos ainda estavam se tocando.
"Lembra no terceiro ano," Sirius disse, nos dias que se seguiram, "Todos nós pensamos que vocês
dois gostavam um do outro."

"É." Remus respondeu monótono.

"Ela era uma batedora melhor do que eu. Gostaria de ter contado a ela."

"Ela sabia." Remus disse com um sorriso triste.

Mary não foi vista por um longo tempo. A morte de Marlene a atingiu com mais força do que
qualquer um, elas eram praticamente inseparáveis desde os onze anos. Remus se lembrava de como
costumava achar que elas eram irritantes antes de descobrir que garotas também eram pessoas.

Ele se lembrava de sua paciência silenciosa, suas explosões de paixão ardente. A petição para
remover o Salgueiro Lutador quando ela tinha apenas treze anos, porque alguém havia se ferido, e
Marlene nunca suportaria ver alguém ferido, não se houvesse algo que ela pudesse fazer a respeito.
Se algum deles tinha chance de mudar o mundo, era ela. Mas não mais.

***

Outro setembro chegou e, como sempre, Remus se lembrou de sua infância e de Hogwarts. O
cheiro de pergaminho, tinta nova, bolsas de couro e lacre. Uma sensação de novos começos, de
mudança. Como pode ter se passado uma década inteira desde que ele chegou pela primeira vez a
King's Cross, esquelético, zangado e negligenciado?

Muita coisa mudou desde então. Ele se tornou um homem. Ele aprendeu mais do que jamais
imaginou ser possível, conquistou coisas com as quais nunca sonhou - seus horizontes foram
expandidos continuamente, pela educação, pela magia, pela amizade e pelo amor. Ele não estava
completamente diferente, é claro. Remus não mentia para si mesmo, seu temperamento realmente
não tinha ido a lugar nenhum, nem sua tendência a reprimir sentimentos ruins ou a atacar quando as
coisas ficavam demais.

Mas ele achava que estava se saindo melhor, pelo menos com as pessoas que amava. Pelo menos
com Sirius. Ele se abriu e revelou mais de si mesmo para Sirius do que para qualquer outra pessoa.
Havia compartilhado sentimentos que todos os instintos lhe diziam para manter ocultos. Nem
sempre foi fácil - eles brigaram, gritaram, choraram. Mas valeu a pena.

Pelo menos, Remus pensava que sim.

Ele não tinha tanta certeza sobre Sirius. Talvez tenha sido o preço da guerra - muitas mortes,
muitos quase acidentes. Talvez tenha sido a separação de James. Talvez Remus tenha apenas
testado sua paciência muitas vezes. Não conseguia definir o que era. Tudo que Remus sabia era
que algo estava muito, muito errado.
Foi em meados de setembro que ele realmente percebeu que tinha acontecido. Sirius havia
escapulido dele. Eles ficavam separados com certa frequência - Remus passara a ver isso como um
fato da vida; suas habilidades eram tão diferentes, eles tinham trabalhos distintos a fazer. A serviço
da guerra, isso não era nada. Ambos estavam satisfeitos e orgulhosos em fazer isso.

Mas depois de algumas semanas, Remus percebeu que essa distância era outra coisa, mais do que
apenas o estresse normal. Sirius havia recuado.

"Estou com saudades." Remus disse uma noite. Levou o dia todo para criar coragem para
pronunciar essas três palavras estúpidas.

"Eu estou bem aqui." Sirius sorriu cansado, sentado do outro lado da mesa, mexendo no jantar com
o garfo.

Então, depois de um tempo, ele falou novamente. "Tudo vai acabar logo. Temos que confiar em
Dumbledore, só isso."

Remus poderia ter chorado.

"Mas você é o único em quem confio."

Sirius apenas o olhou tristemente. Remus não suportou aquele olhar, o fez se sentir estúpido por
estar apaixonado. Estúpido por se preocupar com qualquer outra coisa senão vencer a guerra.

Finalmente Sirius se levantou. Ele pegou seu prato e jogou o conteúdo na lixeira.

"Tenho que ir." Ele disse. "Moody quer que eu faça guarda. Volto tarde, não fique acordado
esperando."

Ele não lhe deu um beijo de despedida..

Remus estava perdido. Mais uma vez, ele se encontrou com um problema que era quase um
segredo. Ele não podia perguntar a James ou Lily - mesmo se soubesse como entrar em contato
com eles, ambos tinham muito com que se preocupar sozinhos. Peter nunca gostou muito de ouvir
sobre qualquer coisa relacionada ao relacionamento de Remus e Sirius, e embora ele fosse um bom
amigo - um dos melhores amigos de Remus - eles realmente não confidenciavam um com o outro
dessa forma. Marlene poderia ter ajudado, mas Remus não queria pensar nisso. E, claro, o luto de
Mary não deixava muito espaço para conselhos românticos.

No fundo, Remus sabia que deveria perguntar a Sirius abertamente. Exceto.

Exceto que ele estava apavorado com a resposta. Estava com medo de que não fosse sobre a
guerra, ou sobre James, ou sobre crescer. Estava com medo de que o problema fosse ele. E se
Sirius apenas tivesse se desapaixonado?

Essa ansiedade preocupava Remus conforme as noites caíam e os dias ficavam mais frios. Tudo
parecia fazer sentido de uma forma horrível; a distância, a falta de vontade de conversar, a falta de
afeto, a vida sexual inexistente. E esse olhar. O olhar que Sirius continuava lhe lançando - como se
Remus fosse um estranho.

Era insuportável. Remus não sabia se conseguiria lidar com outra perda.

Então, no início de outubro, quando Moody lhe deu uma missão, Remus ficou esperançoso. Olho-
tonto o chamou de lado no final de uma reunião da Ordem,
"Estamos de olho no bando." ele grunhiu.

"Greyback?"

"Acho que não. Os insurgentes, acreditamos. Eles estão se escondendo em uma floresta na
Alemanha. "

"Oh," disse Remus surpreso. Era Castor? "Eles atacaram alguém?"

"Não, tem mantido a cabeça baixa, pelo que parece."

"Isso é bom, não é?" Remus respondeu. "Devíamos simplesmente deixá-los quietos."

"Acredite em mim, rapaz, eu preferia isso.", Moody respondeu com um sorriso irônico, "Mas
tempos de desespero exigem medidas desesperadas. Enviaremos você. "

"Para fazer o que? Eles deixaram Greyback, eles deixaram Voldemort. Não era esse o plano? "

"Era. Dois anos atrás. Perdemos muitas pessoas boas desde então. Percebeu como essas reuniões
estão ficando aconchegantes?"

Era verdade. A primeira reunião da Ordem que Remus compareceu ele havia se sentiu
completamente sobrecarregado - a sala estava cheia de bruxas e bruxos prontos para lutar e
enfrentar os Comensais da Morte. Agora, haviam muitos rostos faltando - os McKinnons e os
Potters, os Prewetts, o velho Darius Barebones, Dorcas, Caradoc Dearborn, Benjy Fenwick,
Ferox...

"Então..." Remus pensou bastante, "Agora você quer recrutar os lobisomens?"

"Bingo."

"Depois de anos legislando contra eles? Depois de forçá-los a perder seus empregos? Suas casas?!
" Remus sabia que estava sendo rude - ninguém falava com Alastor Moody assim - mas ele estava
muito, muito cansado da batalha para se importar.

Moody não pareceu perturbado. Remus supôs que sofreu abusos muito piores de bruxos muito mais
assustadores.

"Nós sabemos que é um muito a se pedir, mas, como eu disse, tempos desesperadores. "

"E há algo que eu possa oferecer a eles em troca, sabe, por suas vidas?!"

"Voldemort é pior." Moody respondeu. "Quaisquer que sejam suas vidas agora, Voldemort só vai
piorá-las."

Remus suspirou pesadamente. "Tá bom."

Ele estava pronto para ir de qualquer maneira. Estava pronto para uma mudança, pronto para sair
de Londres, sair de sua vida miserável e voltar a ser útil. Ele até acalentou a ideia de que uma longa
ausência poderia ajudar na situação com Sirius. A ausência não tornava o coração mais afetuoso?

Poderia ser um alívio, um espaço para respirar, algum tempo para pensar. Ele testou essa teoria em
sua última conversa com Sirius.

"Você ficará feliz em ter algumas semanas de folga, não é?" Precisou de toda sua força para o
fazer, mas ele sorriu.
"Hm?" Sirius franziu a testa, erguendo os olhos de um planta arquitetônica que estava analisando.
Ele parecia irritado com a interrupção, e Remus sentiu um rasgo horrível dentro do peito. "O que
você disse?"

"Eu disse que você ficará feliz em se livrar de mim por um tempo." Remus repetiu bravamente.
"Me ter fora do caminho."

"Por que você diria isso assim?" Sirius o encarou sem expressão.

"Assim como? Eu só quis dizer... você sabe, você pode usar esse tempo para pensar. "

"Não há tempo para pensar, não até o fim da guerra." Sirius retrucou e voltou às suas plantas, "Vai
ser o mesmo você estando aqui ou não."

Isso foi tudo que Remus conseguiu aguentar. Ele pegou sua varinha, um maço de cigarros e partiu
para a Alemanha com apenas um breve adeus - como se fosse apenas dar um pulo no shopping. Ele
praticamente fumegou enquanto caminhava para o local da chave de portal. Esse idiota! Dê a ele
duas semanas sozinho, então ele perceberá o quão idiota estava sendo.

Remus voltaria novo e selvagem das florestas, e Sirius estaria tão arrependido, e tão afetuoso, e
haveria tempo para conversar e consertar, e se apaixonar novamente.

Isso era tudo que eles precisavam, um pouco mais de tempo.

***

Terça-feira, 13 de outubro de 1981

Remus estava certo. Pelo menos no que dizia respeito a si mesmo. Ele se sentiu muito melhor
depois de deixar o país. Era muito mais fácil não pensar em Sirius - ou em qualquer coisa do
mundo bruxo - enquanto estava escondido nas profundezas aveludadas da Floresta Negra.

Escolheu chegar na tarde antes da lua cheia, seria melhor abordar o bando como um lobo.

A transformação foi rápida - a floresta ao redor dele exalava vida e magia antiga, amplificando o
poder afiado da lua cheia. A noite em si era tão familiar e aterrorizante quanto sua pele de lobo. O
bando o encontrou perto do amanhecer. Eles o receberam em casa com alegria e se reuniram em
volta dele enquanto jogavam o pescoço para trás e uivavam lindamente para o céu noturno até que
as estrelas ressoassem com seu canto.
Quando todos voltaram à forma humana, Remus se contorceu de volta à vida entre uma confusão
de outros corpos, e as mãos de Castor sobre ele, já curando suas feridas.

"É bom ver você, Remus Lupin."

Todos eles caminharam lentamente por entre as árvores enquanto a luz amarela de outubro se
filtrava sobre a serapilheira.

Durante o tempo em que o bando morou lá, eles construíram uma pequena vila de cabanas de
vime. Todos se enrolavam para dormir em musgo seco e macio com o canto dos pássaros cantando
no alto.

Remus acordou sem nós nos ombros e sem a mandíbula cerrada. Ele estava relaxado pela primeira
vez em meses. Castor estava deitado ao lado dele, tão quente e tão pacífico, sua pele morena macia
pressionando contra a de Remus em alguns lugares. Lembrando-se de sua humanidade, Remus se
afastou ligeiramente. Os olhos de Castor se abriram e o encararam.

"Você está bem, Remus Lupin?"

"Sim, muito bem, obrigado." Ele esfregou os olhos. Castor continuou o olhando.

"Você está sofrendo." Ele disse. Uma declaração, não uma pergunta.

"Eu perdi algumas pessoas." Remus disse. "Estamos perdendo a guerra."

"Sim," Castor concordou. "E você veio pedir nossa ajuda, não é, Remus Lupin?"

"Eu sei que não é uma coisa pequena..."

"Nós vamos ficar aqui. Esta é a nossa casa."

"Você entende que eu não perguntaria a menos que a situação fosse desesperadora. Você entende...
Voldemort também não poupará lobisomens?"

"Nós entendemos." Castor respondeu simplesmente. "E nós estamos de acordo. Nós ficaremos
aqui. Vamos nos esconder, somos bons nisso. "

"Eu encontrei você."

"Sim, Remus Lupin. Você sempre será bem-vindo. "

Remus se sentou e alcançou a capa de pele de lobo a seus pés, cobrindo-se com ela.

"Bem, é isso então." Ele disse. "É melhor eu voltar."

Castor estendeu a mão e a colocou em seu braço.

"Fique um pouco, Remus Lupin. Temos muito para mostrar a você. Talvez então você verá. "

Então Remus ficou. Ele pensou que se passasse um pouco de tempo com eles, como antes, poderia
conversar, mudar a opinião de alguém. A maioria deles possuía família bruxa no Reino Unido, ele
tinha que ser capaz de apelar para eles, com certeza.

Não podia voltar para a Ordem sem tentar - todos os outros estavam se entregando totalmente à
luta, e esse era, afinal, seu propósito. Se ele não podia ser um emissário decente para os
lobisomens, então de que adiantava?
Ainda assim, não foi uma decisão difícil de tomar. Não foi um grande sacrifício. Ele não tinha nada
para voltar, exceto uma conversa muito difícil com Sirius.

E Remus conversou com eles. Durante as três semanas que passou com os lobisomens em outubro
de 1981, falou com cada um deles. Ele argumentou, fez sermões e discursou. Mas não adiantou
nada; todos estavam felizes. Não da maneira louca, iludida e pensando que tudo é perfeito, como
alguns dos seguidores de Greyback haviam sido, mas de uma forma prática e poderosa - eles viam
um futuro para si mesmos, viam uma maneira de viver uma vida livre de crueldade ou intervenção.
Não era para todos - definitivamente não era para Remus - mas ele não podia negar que eles
estavam fazendo funcionar.

Na verdade, com o passar do tempo, Remus perdeu a noção de quem estava persuadindo. Todos
estavam ansiosos para levá-lo para caçar, para mostrar a ele como tecer madeira ou lançar feitiços
de proteção que os tornavam quase invisíveis para os humanos. Ele nunca sentiu fome, frio ou
medo.

"Você vê agora?" Castor perguntou uma noite, quando o Halloween se aproximava.

"Sim, eu entendo." Remus respondeu olhando para o teto de palha. "Vocês todos preferem se
esconder, como covardes."

"Você não acredita nisso, Remus Lupin." Castor sorriu, se acomodando para dormir. Ele
ocasionalmente demonstrava emoções reais, agora que ele e Remus estavam tão próximos.

Remus decidiu continuar compartilhando uma cabana com ele. Ele não gostava de dormir sozinho
e não era como se algo estivesse acontecendo, apenas fazia sentido. Ele tinha que ficar perto do
líder, era o que qualquer um faria. E sim, era um relacionamento intenso, mas isso não
significava que tivesse algo a ver com sexo. Era assim que as coisas eram com os lobisomens, tudo
era motivado pelo cheiro, instinto e as fases da lua.

Ainda assim, Remus sabia como pareceria. Ele não se enganou achando que Sirius mudaria
repentinamente de idéia e correria desesperadamente para a Alemanha para encontrá-lo, mas
Remus sabia que era muito errado, mesmo sem a chance de ser pego. Era patético também. Se
repreendeu por isso durante as longas noites escuras; você não pode se considerar nem ao menos
um homem. Algumas semanas se sentindo ignorado e você está se aproximando do próximo cara
bonito que mostra algum interesse em você. E nem mesmo tem coragem de fazer nada a respeito.

No final, foi seu desejo por Castor que lhe disse que precisava ir embora. E seu amor por Sirius.
Remus havia feito algumas coisas muito drásticas e estúpidas em sua vida, mas ele não iria fugir
para viver em uma floresta apenas para escapar de conversar com o amor de sua vida. Ele iria para
casa e se obrigaria a enfrentá-lo. Ele faria tudo o que pudesse para manter Sirius, porque no fundo,
ele sabia que era a única coisa que realmente importava.

***
2 de novembro de 1981

A chave de portal havia se fechado e Remus não conseguiu entrar em contato com ninguém.
Precisou que voltar sozinho para a Grã-Bretanha, aparatando parte do caminho, pegando carona no
resto.

No momento em que Remus alcançou Londres, ele não tinha nem energia para aparatar. Em vez
disso, pegou um ônibus e adormeceu no meio do caminho para a Leicester Square. Desceu e parou
na loja de esquina de costume para comprar tabaco. Ele comprou duas barras Mars também - se
Sirius estivesse em casa, ele poderia querer uma. Se não, então azar, Remus comeria ambas.

Enquanto destrancava a porta da frente podia ouvir o telefone tocando. Demorou alguns instantes
para entrar, a moldura de madeira do batente da porta havia inchado com toda a chuva e a porta às
vezes ficava emperrada - mas, quando entrou, ainda estava tocando. Deve ser urgente, ele pensou
distraidamente.

Ele gritou "Padfoot? Está em casa? " ao cruzar a sala, ergueu o fone, "Alô?"

"Olá? Olá, Remus, é você? "

"Mary? Oi! Acabei de voltar, merda, onde estão todos?!"

Houve um estranho silêncio no outro lado da linha e um formigamento horrível de estática


percorreu sua espinha. "Mary?!"

"Você não soube..."

"Jesus Cristo, Mary, o quê?!"

"Remus... algo terrível aconteceu."

Ela começou a explicar, e Remus caiu de joelhos quando o mundo inteiro começou a desmoronar.
Capítulo 174: A Guerra: Armistício
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

He who endured my hardships with me

He now has gone to the fate that awaits mankind

Day and night, I have wept for him

I would not give him over for burial

For what if he had risen at my cries?

Six days and seven nights I waited

Until a worm crawled out of his nose

Since he has gone

There is no life left for me.

Juntos enfrentamos todos os tipos de dificuldade.

Por causa dele eu vim, pois caíu vítima do destino que assola os homens.

Chorei por ele noite e dia e me recusava a entregar seu corpo para o funeral.

Pensei que meu pranto fosse trazê-lo de volta.

Por seis dias e sete noites eu esperei.

Até um verme se arrastar para fora de seu nariz.

Desde sua partida minha vida deixou de ter sentido;

Livro A Epopéia de Gilgamesh

***
James morreu primeiro. Remus deveria ter esperado isso. Ele estaria esperando na porta da frente,
nunca passaria por sua mente se esconder ou fugir.

Então Lily, parada na frente de seu filho. Remus imaginou o rosto desafiador dela, as mãos
agarrando a lateral do berço e os olhos verdes brilhando. Ela teria encontrado a morte com os olhos
bem abertos, isso era certo.

E então Peter, o próximo. Ah Peter, o idiota - o idiota corajoso e ridículo. Ele deveria ter ouvido
falar do que aconteceu a James e Lily, deve ter sabido imediatamente quem era o culpado. Depois
de todos aqueles anos na sombra de James e Sirius, o primeiro instinto de Peter foi enfrentar Black
por conta própria.

Ele inadvertidamente levou os aurores direto para Sirius, então sua morte brutal não foi
completamente em vão.

Direto para Sirius.

E aí estava o bloqueio. Como uma cortina caindo sobre a cena, a mente de Remus não tocaria em
Sirius. Ele não conseguia chegar lá, não conseguia imaginar nada disso. Supôs que essa era a
maneira de seu cérebro protegê-lo. Doía o suficiente saber apenas os fatos básicos.

Mary apareceu assim que desligou o telefone. Ela era a única pessoa que ele poderia tolerar, de
qualquer maneira, e Deus; ela era tão forte. Ele deitou a cabeça no colo dela e ela acariciou seus
cabelos como uma mãe.

"Sirius," ele gritou repetidamente, agarrando-se à saia dela, "Sirius!"

"Eu sei", ela sussurrou de volta, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, pingando em seu cabelo.
"Eu sei, eu sei..."

Ela trouxe uma poção de dormir com ela, e Remus bebeu tudo avidamente, ansioso para escapar.
Enquanto dormia, Mary empacotou todas as coisas de Sirius. Todas as suas roupas, seus discos,
seus livros. Quando Remus se levantou, o apartamento parecia quase vazio.

“Pedi a Darren que os levasse para a garagem”, explicou ela. “Você não precisa tocar em nada até
estar pronto. A moto sumiu, não sei para onde.”

"Ele deve ter pego." Remus respondeu, sentindo-se entorpecido. Ele já estava se perguntando
quanto álcool havia no apartamento e se deveria ou não esperar que Mary saísse antes de começar a
trabalhar para resolver o problema.

"Remus... eu tenho que ir agora." Ela disse gentilmente, levantando-se e se abraçando. Ela parecia
pequena. Mary sempre foi um tipo de garota maior do que a própria vida, mas Remus percebeu que
ela mal podia ter 1,65.

"Sim, claro." Ele murmurou. Definitivamente havia um pouco de gim debaixo da pia da cozinha.

“Vou ficar fora por um tempo”, disse ela. “Eu vou.. Darren está me levando para a Jamaica, para
ficar com a família. Preciso de um tempo longe, não sei quando voltarei. ”

"Oh." Ele a olhou nos olhos corretamente. Ela não usava maquiagem - ele não via Mary sem
delineador e batom desde que ela tinha 12 anos.

“Há... alguém que possa vir aqui para ver você? Não me importo de fazer uma ligação para você. "
"Está tudo bem." Ele disse. “Não se preocupe comigo”.

"Mas eu vou." Ela respondeu sorrindo, mas sem entusiasmo. "Tem certeza que não posso entrar em
contato com ninguém?"

"Não há ninguém." Ele disse. Eu não tenho ninguém.

“Tente conversar com Moody? Ou Arthur? "

"Sim, boa ideia." Remus acenou com a cabeça. Ele não queria falar com ninguém, mas não queria
que ela se preocupasse. "Você sabe... O que devemos fazer agora?"

"Eu não sei."

"Você falou com Dumbledore?"

"Ha." Mary bufou. “Boa sorte em tentar encontrá-lo. Ele está muito ocupado sendo parabenizado
pelo ministério. Ele provavelmente estará no... funeral. "

Remus sentiu como se uma lâmina gelada estivesse se retorcendo dentro de si. Isso não podia ser
real.

"Por que nós." Ele disse enquanto a olhava, desesperado por respostas. “De todos. Por que eu e
você sobrevivemos, e não Lily e James? Quem decidiu isso?! É besteira! ”

"Eu sei, querido." Ela respondeu suavemente. "Eu sei."

Ele não podia esperar mais, foi até a cozinha e pegou a garrafa aberta mais próxima do armário.
Gin, sobras de uma festa ou outra. Ele não colocou no copo, apenas bebeu.

"Remus," disse Mary, mordendo o lábio, observando-o da sala de estar, "Eu realmente preciso ir...
você promete que entrará em contato com Arthur?"

"Sim." Ele assentiu. Só queria que ela fosse embora. Agora. "Até mais."

"Tchau, amor. Eu voltarei, eu prometo. ”

E ela foi embora. E Remus estava sozinho.

***

Chapter End Notes

─ ★ ── Notas ── ★ ──

A Epopeia de Gilgamesh já foi citada algumas vezes no decorrer da história, mas vou
deixar de novo a explicação do porque todos devem ler: é um antigo poema épico
mesopotâmico, escrito pelos em algum momento em torno de 2000 a.C. Essa história
narra os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, em sua procura pela imortalidade. Ela é
considerada a obra de literatura mais antiga da humanidade. A Epopeia de Gilgamesh
foi localizada por arqueólogos em doze tábuas de argila, cada qual contendo cerca de
300 versos.

Essas tábuas foram encontradas em uma escavação que ocorreu no século XIX, na
região onde ficava a antiga cidade assíria de Nínive. Essas escavações eram
conduzidas pelo arqueólogo britânico Austen Harry Layard, que, em 1849, localizou
uma série de itens pertencentes à Biblioteca de Nínive, dos quais as tábuas da Epopeia
de Gilgamesh faziam parte.

A tradução do poema do início do capítulo foi retirada do PDF que eu consegui do


próprio livro de forma gratuita na internet, quem quiser que eu lhe mande só me
mandem uma mensagem no twitter ou tikok (wolfuckingstar)! Aos que estão no grupo
do whatsapp de atyd, é só mandar mensagem para a ADM (eu) e eu envio também <3

Amanhã (dia 5.11) irei viajar e só voltarei na próxima semana, então só devo conseguir
atualizar mais capítulos traduzidos após o dia 12, mas já que não queria ficar
guardando este aqui até quando eu voltasse, decidi revisar e postar logo hoje :)

Lembrando de novo que estes capítulos pós guerra podem ser gatilho para muitas
pessoas, então respeitem a saúde mental de vocês e apenas leiam quando se sentirem
confortáveis.
Capítulo 175: 1982
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Times at a distance, times without touch,

Greed forms the habit of asking to much,

Followed at bedtime by builders and bells,

Wait 'til the doldrums which nothing dispels.

Idly, mentally, doubtful and dread -

Who runs with the beans shall go stale with the bread.

Let me lie fallow in dormant dismay

Tell me tomorrow, don't bother today.

Fucking ada! Fucking ada!

Fucking ada! Fucking ada!

Tried like a good 'un, did it all wrong

Thought that the hard way was taking to long

To late for regret or chemical change;

Yesterday's targets have gone out of range.

Failure enfolds me with clammy green arms,

Damn the excursions and blast the alarms,

For the rest of what's natural I'll lay on the ground;

Tell me tomorrow if I'm still around.

FUCKING ADA, FUCKING ADA!


Fucking Ada, Ian Dury and the Blockheads

Dia do ano novo de 1982

THUD-THUD-THUD-THUD-THUD-THUD

Alguém estava batendo na porta.

Já faziam isso há um certo tempo e não davam sinais de parar. Na verdade, estava piorando.

Remus abriu os olhos. Sua garganta estava seca e sua cabeça doía. Na verdade, tudo doía; ele
estava dormindo no sofá há semanas. Ou meses? Quem se importava. Era desconfortável, mas ele
não conseguia se forçar a entrar no quarto. De qualquer forma, na maioria das noites, ele estava
bêbado demais para se mover. Na verdade, ele estava bêbado demais na maioria dos dias. Remus
não tinha mais ressaca, apenas intervalos entre as garrafas. O garoto da porta ao lado não se
importava em correr até a loja de conveniência dia sim dia não, provavelmente estava ganhando
uma fortuna com os trocos.

As batidas continuaram.

"Remus?!" O som abafado veio pela porta, e quem estava do outro lado continuou martelando.

"Vai se foder," ele gritou, sua garganta áspera como uma lixa.

Ele pegou a garrafa mais próxima no chão abaixo dele e deu um gole. Quase engasgou com a
queimação do whisky, mas conseguiu engolir a maior parte, graças a Deus. Ele não podia se dar ao
luxo de perder uma gota de esquecimento.

"Remus? Me deixe entrar!"

Era Grant. Ele reconheceu a voz agora - talvez o cheiro também, mas seus sentidos estavam uma
bagunça desde... não, não, não...

Ele se enrolou, enterrando a cabeça nas almofadas do sofá. Não conseguia falar com ninguém. Não
conseguia ver ninguém. Ele só precisava ser abandonado, para beber e esquecer. Por favor.

"Vai se foder!" Ele soluçou, gritando para a porta. "Me deixe em paz!"

"Não!" Grant gritou de volta, e as batidas ficaram ainda mais altas, baques implacáveis e
retumbantes. Ele estava realmente tentando arrombar a porta, aquele idiota estúpido.

Remus meio que considerou lançar um feitiço silenciador, mas ele não tinha certeza de onde estava
sua varinha. Rolou novamente e se levantou.

Haviam garrafas e latas espalhadas pelo chão, tilintando e farfalhando enquanto vagava. Seus
braços e pernas pareciam chumbo. Que dia era? Estava frio. Ele esfregou os braços ao se
aproximar da porta, estremecendo com o frio. Havia deixado uma janela aberta em algum lugar do
apartamento e se esquecido de fechá-la. Bem.
As batidas na porta continuavam enquanto se aproximava, a madeira iria estilhaçar se ele não
tomasse cuidado.

"O que é?!" Ele a abriu.

Grant o encarou, o punho ainda erguido, os olhos arregalados. Suas bochechas estavam rosadas de
tanto gritar e ele respirava pesadamente. Ele olhou Remus de cima a baixo.

"Jesus Cristo." Disse, abrindo caminho e entrando rudemente. "O que aconteceu? Estou te ligando
há dias, o que há de errado com o telefone? "

"Fora do gancho." Remus respondeu, voltando lentamente para seu ninho no sofá, onde, pelo
menos, estava quente. Ele enrolou os pés frios sob o corpo e pegou a garrafa novamente.

"Que porra tá acontecendo aqui?" Grant olhou para a bagunça ao redor, e então para Remus
novamente, "...Deus, ele não deixou você, deixou?"

Remus o encarou e não conseguiu evitar. Ele começou a chorar. Se inclinou para a frente, ficando
de joelhos, deixando cair a cabeça entre as mãos e berrou como uma criança.

"Merda," Grant se apressou para se sentar ao lado dele, sem se importar com as latas vazias, as
almofadas e cobertores fedorentos, "Eu e minha boca grande! Eu sinto muito! Eu não quis dizer..."
Ele puxou Remus para perto de si sem pensar, e deve ter sido horrível, porque Remus sabia que
não tomava banho a séculos, tudo que fazia era beber e chorar por dias e dias, mas Grant o segurou
com força.

"Todos se foram." Remus disse quando conseguiu falar. "Estou sozinho."

"Besteira." Grant respondeu. "Você não está sozinho."

Remus chorou ainda mais.

***

Nem um único dia se passou - e, por muitos anos, nenhum dia se passaria - que ele não pensasse
em Sirius e sofresse. Era uma tortura abstrata e cruel, e Remus se resignou a uma vida de miséria
absoluta.

Para onde quer que olhasse, ele era assombrado por pensamentos e lembranças de seus amigos, das
coisas que eles nunca poderiam fazer e das coisas que não fizeram a tempo. Ele compareceu ao
funeral - um para Lily e James, seguido por um memorial para Peter. Remus sentou-se no fundo e
saiu antes de terminar, caso alguém tentasse falar com ele.

Morria de medo de que alguém pudesse lhe perguntar sobre Sirius, perguntar o que ele sabia. Ou
que lhe dissessem algo que não queria saber. Então Remus não ficou para relembrar, ou 'celebrar' a
vida de seus amigos (honestamente, que ideia desprezível). Ele foi para casa sozinho e ficou
bêbado. Ele ficou bêbado todos os dias durante semanas.
Ficou no apartamento em Soho - não tinha escolha, nem dinheiro, nem família. Nem amigos.

A Ordem se desfez e aqueles que ainda tinham vidas que valiam a pena serem vividas não queriam
conhecê-lo. Não conseguiu encontrar nenhum trabalho no mundo bruxo e, nunca tendo se sentido
pertencente de qualquer maneira, decidiu se isolar.

Depois de ler sobre o destino dos Longbottom's no Profeta Diário, ele parou de ler os jornais. Não
se reconectou à rede de flu, e não usava magia a menos que realmente precisasse. Nunca voltou ao
Beco Diagonal e, para todos os efeitos, viveu como um trouxa.

Mary mandava cartões postais da Jamaica, de Trinidad, de Santa Lúcia - parecia ter família em
todo o Caribe. Ela ficava pedindo desculpas. Remus não sabia porque; ambos perderam as mesmas
coisas. Pelo menos ela se importava o suficiente para entrar em contato.

Dumbledore realmente tentou contatá-lo algumas vezes, mas Remus deliberadamente tornou-se
difícil de alcançar. Ele estava furioso com o velho que, no que dizia respeito a Remus, nunca havia
levantado um dedo para ajudar; que os havia empurrado para a guerra por mais jovens e estúpidos
que fossem, que os viu morrer um por um, sem nem piscar. Até o bebê, Harry, foi rapidamente
escondido em algum canto anônimo de Surrey. Os marotos poderiam nunca ter existido. Seria
melhor se não tivessem.

Por um tempo, Remus se perguntou quando isso iria acabar.

Depois de um longo tempo, percebeu que nunca acabaria, então apenas tentou amenizar a dor.
Pode ter sido egoísta, mas o que mais restava senão ser egoísta? Ele havia sacrificado muito.

Quando a primeira lua cheia chegou em novembro após aquele terrível Halloween, Remus foi
forçado a deixar o apartamento. Ele aparatou de volta para a floresta em que tinha ficado com a
matilha de Greyback em 79. Era melhor do que uma cela. Não se permitiria ser preso. Então partiu,
ele se transformou e vagou pela floresta sozinho, uivando, caçando e rosnando. A primeira vez foi
um alívio, mas o lobo estava sozinho. Na segunda vez, ele foi para a Floresta Negra.

Não pretendia viver entre os lobisomens, apenas os usou como uma rota de fuga.

Eles sabiam pouco sobre a guerra, apenas que ela havia acabado. Na primeira vez, Castor sentiu a
dor de Remus imediatamente. Eles não falaram sobre isso - porque não havia necessidade.
Simplesmente se transformaram e lidaram com isso como lobos. Remus decidiu que o que quer
que acontecesse quando eles não eram humanos não contava, contanto que não machucassem
ninguém. Era libertador, e foi o único alívio que Remus conheceu naqueles meses mais sombrios
após sua perda.

Nas manhãs depois da lua, Remus ficava um pouco mais a cada vez, apenas para ficar perto deles.
Sem mais nada a perder, ele desistiu de qualquer pretensão de superioridade quando se tratava do
bando e, com o tempo, Castor finalmente conseguiu o que queria.

Remus não podia negar sua atração por Castor por muito mais tempo e, depois de tudo, a quem ele
devia sua lealdade? Deveria viver celibatário pelo resto de sua vida simplesmente porque seu
primeiro amor partiu seu coração? E não havia amor entre ele e Castor. Apenas a necessidade
animal, o acasalamento bestial. Era bom, mas era apenas outra maneira de se fazer esquecer. E
Remus sempre voltava para Londres, dolorido e ainda insatisfeito.

No mundo humano, Grant ainda voltava para visitas regulares depois daquela primeira vez. Ele
pegou a chave reserva e aparecia para checar Remus entre suas aulas e turnos no pub, o que era
tanto uma ajuda quanto um obstáculo, trazendo garrafas trouxas e outras substâncias - o que quer
que Remus pedisse.

Ele havia sido expulso de seu dormitório por insinuar que trocava favores por sexo (o que não era
verdade, ele insistiu - a senhora simplesmente queria que fosse) e agora Grant alternava entre
camas de namorados e sofás de amigos. Às vezes, ele até ficava com Remus por uma noite ou
duas, e estava tudo bem, Remus não se importava. Ele não se importava com muita coisa contanto
que tivesse muito para beber. Ele precisava estar bêbado. Antes do fim da guerra, era apenas uma
maneira de amenizar a situação, de mudar seu humor. Agora era o seu humor, o único que ele
poderia suportar.

Era Grant quem discutia com ele, o incomodava, o arrastava para fora da cama e o empurrava para
o chuveiro quando precisava. Ele até lavava a roupa e comprava comida com o fundo monetário
restante de Remus.

Remus, por sua vez, se comportava de forma abismal. Fazia comentários maldosos e lançava
insultos, mas Grant não prestava atenção e continuava voltando mesmo assim.

"Você só volta porque é basicamente um sem-teto." Remus atirou uma noite quando estava no sofá
enquanto Grant recolhia o lixo espalhado ao redor dele. Remus não aguentava o barulho que as
garrafas vazias faziam.

"Yep," Grant respondeu alegremente, continuando o que fazia, "É exatamente isso, Remus, meu
velho amigo. Não tem nada a ver com o fato de que eu amo sua bunda preguiçosa. "

Remus bufou com desdém. Grant não sabia do que estava falando. Amar! Remus sabia a verdade
agora. Ele sabia que amor era apenas algo que as pessoas diziam para enfraquecê-lo, para mantê-lo
flexível. Nunca mais. Nunca, nunca, nunca .

Milagrosamente, Grant nunca perguntou o que havia acontecido. Mesmo quando Remus começou
a dar sinais de melhora, quando começou a se levantar e se vestir sem horas de protestos, mesmo
quando começou a sair de casa. Grant nunca perguntou por quê .

Remus sabia que havia murmurado em seu estupor de bêbado, despejando miséria e raiva sobre
Sirius e James e Lily e o pobre, pobre Peter, e Sirius e Sirius e Sirius...

Se Grant entendeu metade do que disse ou se Remus falou demais, ele nunca soube. Mas, de
qualquer maneira, Grant continuou voltando.

"Eu continuarei vindo enquanto você precisar de mim." Ele dizia alegremente enquanto esvoaçava
de um lado para o outro. "Nós, garotos de abrigo, temos que ficar juntos."

Remus não acreditou nele. Grant estava sendo legal, mas isso não poderia durar muito tempo.
Ninguém ficava por perto para sempre.

Chapter End Notes

Nota da autora
Escrevi este capítulo imediatamente após o primeiro capítulo desta fic, então lamento
dizer que sempre estivemos indo nessa direção.

Fucking Ada é uma expressão para descrença, desespero, descontentamento.


Capítulo 176: 1983
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

These people 'round here

Wear beat down eyes sunk in smoke dried faces

They're resigned to what their fate is.

But not us, (no never) no not us (no never)

We are far too young and clever.

Come on Eileen, Dexys Midnight Runners.

6 de junho de 1983

"Às vezes me pergunto se você está me usando." Grant disse em uma tarde no verão de 1983.

"Todos nós usamos uns aos outros." Remus respondeu secamente. "Isso é o que pensamos que é o
amor."

"Cristo. Não consigo conversar com você quando você está assim. " Grant suspirou pesadamente,
pegando um maço de cigarros na mesa de cabeceira.

"Assim como?"

"Como um idiota sombrio."

Grant puxou um longo cilindro branco da caixa com os dentes, e Remus o acendeu com a ponta da
varinha. Grant sugou prazerosamente, acomodando-se contra o corpo de Remus, na curvatura de
seu braço. Remus acariciou preguiçosamente a clavícula de Grant até que chegou a sua vez de
tragar. Eles quase haviam desistido; compartilhar um fumo rápido pós-sexo era uma recompensa.

"Desculpa." Remus disse. "Não queria soar sombrio."

"Pfft." Grant respondeu alegremente. "Fique sombrio se quiser, estou apenas brincando com você.
"

Grant tornava tudo tão fácil. Remus mal conseguia se lembrar de quando o relacionamento deles
havia se tornado o que era agora.
...

Começou com as visitas regulares, após aquela primeira intervenção. Elas ficaram mais frequentes
e, eventualmente, Grant estava lá o tempo todo - primeiro, ele dormia no sofá, e então não mais, e
nunca conversaram sobre isso.

No meio do verão de 1982 ele trouxe todos os seus poucos pertences.

"Eu viajo com pouca bagagem", ele piscou, sacudindo uma mochila que continha alguns pares de
roupas íntimas limpas e algumas camisetas. E uma meia. Pelo amor de Deus.

"Vou te dar algum dinheiro." Remus disse monotonamente. "Você pode ir fazer compras." Ele
ainda tinha algumas centenas que Sirius havia convertido em dinheiro trouxa em caso de
emergência. Remus não se sentia culpado em gastá-lo, já que aquilo ficaria lá parado sem uso.

"Não estou aqui para roubar de você." Grant insistiu.

"Eu sei. Mas você precisa de roupas. "

"Sim, mãe. Vou pegar emprestado umas suas até eu me ajeitar financeiramente. "

"Tudo bem."

Então Remus foi sozinho para Debenhams uma tarde e comprou o máximo que pôde de roupas do
tamanho de Grant. Jeans, camisetas, roupas íntimas, meias, pulôveres, pijamas e até mesmo um par
de tênis baratos que estavam em oferta. Tudo em cores brilhantes, porque Grant era uma pessoa
brilhante, e Remus já tinha visto preto o suficiente por uma vida inteira. Ele dobrou e colocou tudo
na cômoda. A sensação de enchê-las era boa; elas haviam permanecido vazias por mais de um ano.

Grant usava as roupas, mas eles nunca falaram sobre isso.

No entanto, havia algumas coisas sobre as quais eles não podiam evitar falar.

Remus não tinha feito mágica nos primeiros meses - na verdade, ele descobriu que, na maior parte
do tempo, não conseguia mesmo quando tentava. Talvez fosse por causa do luto. Todos aqueles
funerais. Poderia ter a ver com a bebida, embora ele não pudesse ter certeza. Havia um bloqueio
ali, como se uma parede tivesse subido. Ele podia aparatar em luas cheias, mas apenas isso. Então,
um dia, simplesmente voltou, como se nunca o tivesse deixado.

Eles se esqueceram de pagar a conta e as luzes foram cortadas. Sem pensar, Remus acendeu sua
varinha.

"Lumos ."

"Que merda é essa, porra?!" Grant saltou para longe como se Remus tivesse se incendiado.

"Er..." Remus engoliu em seco, então se resignou a isso. "É uma varinha mágica."

"Você está chapado?"

Remus riu, um som rouco e estranho.


"Acho melhor explicar algumas coisas para você. A escola que frequentei era um pouco...
diferente... "

Ele começou a explicar. Ele sabia o quão estranho tudo devia soar, e teve que deixar um monte de
coisas de fora. Quase vinte minutos depois, Grant permanecia sentado o encarando, o rosto pálido
sob a luz fraca da varinha.

"Você está me pregando uma peça." Ele riu nervoso, "Que brincadeira é essa de inventar um monte
de besteiras?!"

"Grant... olhe..." Remus fez faíscas com sua varinha. Ele levitou a mesinha de centro e então - se
exibindo, porque fazia tanto tempo que não conseguia - transformou sua caneca em um sapo.

"Tudo bem!" Grant recuou, enquanto o sapo pulava no tapete, "Ok, eu acredito em você! Jesus
Cristo!"

"Oh, apenas 'Remus Lupin' basta." Remus mostrou a língua.

Então ele parou, percebendo o que estava fazendo.

Havia parado de sofrer por um momento e se castigou violentamente por isso. Seus amigos estão
mortos e você está fazendo truques de mágica para algum trouxa? Patético.

Foi procurar uma bebida nos armários.

"Ah não, não..." Grant disse, parecendo desapontado.

Remus voltou para o sofá com uma garrafa de vodka e dois copos. Ele gostava mais de vodca,
descia fácil.

"Eu não quero." Grant falou, ignorando o segundo copo. "Eu vou parar de comprar para você."

Remus deu de ombros e engoliu tudo que estava no copo.

Grant suspirou. "Então você é um bruxo, não é? Isso significa que... Sirius era um bruxo também? "

Remus quase engasgou com seu segundo gole, mas conseguiu engolir. Seus olhos lacrimejaram e
ele acenou com a cabeça.

"Sim. Todos eles são. Eram."

Ele bebeu mais e contou a Grant sobre a guerra. Deixou de fora alguns dos detalhes mais
dolorosos, mas Grant era astuto e adivinhou o resto.

"É para lá que você desaparece todo mês?" Grant perguntou. "Alguma coisa mágica?"

"Ah não. Há algo mais. "

"Puta merda, Remus, eu sei alguma coisa sobre você?!"

"Desculpa." Disse Remus. "Honestamente, eu realmente não valho o esforço... depois de saber
tudo, você vai entender."

"Tente." Grant disse.

Então eles tiveram a conversa sobre lobisomem. Remus explicou o que acontecia com ele nas luas
cheias, como ele era perigoso e para onde ia.

"Desde que você tinha cinco anos?!" Grant exclamou horrorizado.

"Sim." Remus acenou com a cabeça nervosamente.

"Coitadinho," Grant balançou a cabeça e acariciou sua mão. "Você teve uma vida difícil, não foi?"

Remus aceitou a simpatia e não falou muito sobre Castor, porque tinha vergonha de si mesmo.

Não que Grant fosse ter ciúme. Não como Sirius, não como... oh, oh não, não não não...

...

"Ei!"

De volta ao presente, Grant estalou os dedos. Ele ergueu o cigarro, fumado pela metade. "Sua vez,
lindo."

"Desculpa." Remus pegou e inalou profundamente. Ah. Eles ainda estavam na cama. Tudo estava
bem. Está tudo bem.

"Sua mente vagou daqui, de mim." Grant comentou, sem acusação.

"Desculpe," Remus pediu novamente.

"O que foi?"

"Ah nada. Só pensando." Ele apagou o cigarro. Puta que pariu, ele sentia falta de fumar.

"Bem." Grant rolou, meio deitado em cima de Remus, o rosto a centímetros de distância,
"Isso não é bom, não é? Eu estava tentando fazer você parar de pensar. "

"Você faz." Remus sorriu. Eles se beijaram, amigáveis no início, depois mais profundamente.
Remus deslizou as mãos pelo longo corpo de Grant. "Quer tentar de novo?"

Grant sorriu contra seus lábios, murmurando,

"Você só quer outro cigarro, não é?"

"Eu também quero você..."

"Bem, azar," Grant se afastou, empurrando-se de Remus, para fora da cama. "O último turno no
pub começa em quarenta minutos, já vou ter que correr."

"Você tem que ir?" Remus caiu de costas na cama, petulante.

"Oh, não reclame, princesa, é só mais uma noite. Ei, seja bonzinho e fique longe da bebida e eu
farei uma coisa bem legal quando voltar. "
"Eu estarei dormindo."

"Eu vou te acordar."

Remus sorriu. "Ok então."

Grant tornava tudo tão fácil.

Remus tentou evitar a bebida naquela noite, realmente tentou, mas ele precisava de algo, ou então
como iria dormir? E ele definitivamente não fumou, então isso já era muito bom. Ele queria ficar
bem para a última noite de Grant no pub.

Depois de obter três níveis A em Política Social, Política e Educação, e então estudar por meses
para os exames adicionais, Grant se qualificou como assistente social. Ele começaria um emprego
em um centro de detenção para menores infratores na semana seguinte. Remus não sabia de onde
Grant tirava coragem para isso.

"Será como estar em St Edmunds de novo!"

"Não, não vai", Grant sorriu, "vai ser diferente, porque vou fazer ser diferente."

***

Eles eram muito felizes juntos. De qualquer maneira, eles tinham seus momentos, mas sempre
eram amigos antes de amantes e nenhum deles era fiel.

Grant teve muitos outros namorados em sua busca incessante por variedade. Poderiam ser do tipo
artístico, com cabelo comprido e afetações, ou do tipo sério e político, em fardas cáqui folgadas e
macacões de malha grossos, fazendo campanha pelo desarmamento nuclear ou pelos direitos dos
gays e lésbicas, ou os mineiros ou algo assim. Remus os observou ir e vir com um interesse
distante. Ele não invejava Grant - sabia que dificilmente seria uma boa companhia para dar
algumas risadas.

O próprio Remus havia se tornado excelente em dividir sua vida em segmentos organizados de
arestas afiadas. Castor era um péssimo hábito e Grant era todo o resto. Então havia o espectro de
Sirius, pairando sobre a coisa toda, certificando-se de que ele nunca seria realmente feliz com
nenhum deles.

"Você poderia ficar, irmão", Castor dizia todas as vezes.

"Você pode não me chamar de 'irmão' logo depois de me foder?" Remus explodiu. Ele costumava
ser rude com Castor, e Castor era rude com ele de volta. Remus não tinha certeza se era uma coisa
de lobo ou uma coisa autopunitiva, mas tentava não analisar muito o arranjo.

"Remus Lupin, então." Castor respondeu.

"É apenas Remus." Ele grunhiu, levantando-se para se vestir. "E você sabe que eu não posso ficar.
Eu tenho uma vida na Inglaterra. "
"Você diz isso" Castor ergueu uma sobrancelha "Mas não vejo nenhuma evidência. Nós
cuidaríamos de você aqui. "

"Eu não confio em nenhum de vocês." Remus respondeu categoricamente, abotoando sua calça
jeans.

"E ainda assim você retorna todo mês..."

"Sim, bem, apenas para isso," Remus gesticulou para o corpo nu de Castor, reclinado em peles
cinza - ele era absolutamente perfeito em todos os sentidos, uma estátua grega, ágil, musculoso e
delicioso. "Não vamos começar a fingir que gostamos um do outro."

"Mas nós somos seu bando!" Castor protestou.

"Olha, eu vou parar de vir, se você não parar." Remus cerrou os dentes. Ele parou de ir por dois
meses depois disso, apenas para fazer Castor sofrer.

Remus não precisava de um bando e certamente não precisava de amigos.

Às vezes Mary tentava entrar em contato, às vezes ele deixava, mas era difícil, muito difícil. Ele
preferia Grant e sua modesta vida trouxa juntos.

E realmente, embora a vida deles fosse aquela que Remus jamais imaginou viver, dificilmente era
vazia. Remus estava em vários trabalhos ocasionais, de limpeza, principalmente; ou serviço de
correio, porque recebia dinheiro em mãos e ninguém se importava se ele parasse de aparecer.

Grant estudava para tirar sua licença e sempre tinha alunos por perto, debatendo na sala de estar,
preparando-se para outro protesto contra o Poll Tax ou pelo desarmamento nuclear. Eles
bagunçavam a sala de estar pintando faixas e fazendo cartazes, mas Remus não se importava com o
caos.

Ele gostava das meninas que Grant convidava mais do que dos meninos - todas eram tão vibrantes,
tão apaixonadas, com cabelos verdes punk e atitudes infantis e travessas. Ele não ligava muito para
as causas, mas a conversa era sempre animada. Às vezes, sentia que estava falando com Mary, ou
Marlene, ou Lily. Então ele desaceleraria, precisaria de uma bebida e ficaria quieto na cozinha até
que todos saíssem.

"Oh, Remus. Você não pode simplesmente vagar para longe e ficar chateado toda vez que estiver
triste. " Grant suspirou uma noite, quando encontrou Remus caído sobre a mesa da cozinha, horas
depois de todos terem saído.

"Eu sou triste." Remus soluçou.

"Eu sei que você é." Grant se abaixou e puxou o braço de Remus por cima do ombro, içando-o para
a cama. "E você tem direito de ficar triste. É com a bebida que temos um problema, hein? "

"Ninguém deve uma vida feliz a você." Remus repetiu tristemente o velho ditado da Diretora
enquanto eles tropeçavam juntos pelo corredor.

"Não," Grant bufou, colocando-o na cama. Ele olhou para Remus com pena, "Mas você se deve
uma, amor."
Chapter End Notes

Poll Tax e o governo de Margareth Thatcher

Poll Tax - Trazido por Margaret Thatcher e o governo conservador nos anos 80, esse
imposto pago pelo governo local (agora chamado de 'council tax'). Antes de 1979, esse
imposto era pago por cada família com base no valor de mercado do aluguel da
propriedade. O Poll Tax era uma taxa fixa por pessoa, o que significa que a maior
parte do pagamento passou dos proprietários ricos para os locatários pobres, o que era
extremamente injusto e resultou em protestos em todo o país.

Enquanto primeira-ministra, entre 1979 e 1990, Thatcher simbolizou o capitalismo em


seu estado bruto. Ela começou a destruir o poder dos sindicatos e saquear o Estado
através de privatizações, tudo em uma vã tentativa de restaurar a posição do
capitalismo britânico. Ela tentou remeter a classe trabalhadora aos tempos vitorianos,
atacando todos aqueles que resistiram, especialmente os mineiros, como "os inimigos
internos". Artigos inteiros de legislação anti-sindical foram introduzidos na
constituição. O direito de greve foi totalmente removido.

O credo do monetarismo (do thatcherismo) eleva ganância e egoísmo ao nível de um


princípio. Sua filosofia é a de que todos devem pegar o máximo que podem, apesar
das consequências. A burguesia deve subir a escada social às custas da maioria da
população. As mais ricas elites serão elevadas aos céus, enquanto os pobres serão
condenados como preguiçosos e indolentes. As massas representam pobres que devem
encontrar trabalho inexistente ou ser privado de seus benefícios. Esta é a lei da selva, a
lei do capitalismo, que Thatcher defendeu em toda a sua vida.

Ela negou a própria ideia de "sociedade" e promoveu o egoísmo individual, que


simboliza a visão da burguesia nesta época de declínio. O mercado tem os seus
sacerdotes, e Thatcher era um deles. Juntamente com Reagan, seu homólogo nos
Estados Unidos, ela liderou uma "contrarrevolução" contra pessoas que trabalham,
roubando-lhes os seus direitos e os ganhos conquistados no passado. Ela reflete o fato
de que o capitalismo em declínio já não podia pagar as reformas do passado.

Para os super-ricos, a busca irracional da riqueza e do culto da ganância são os


princípios essenciais. Esta é a sua moral, sua religião. Claro, tudo isso é escondido
atrás de uma tela de moralização da liberdade, patriotismo e empreendimento. Isto,
naturalmente, é a liberdade de explorar e enriquecer-se à custa dos outros. O sistema
capitalista é baseado nisso, sobre a busca de lucros máximos, e da extração de trabalho
não remunerado dos esforços da classe trabalhadora.

Thatcher representou o establishment – um establishment que está em crise e é cada


vez mais desacreditado: Parlamento, Governo, Imprensa, Polícia, a Igreja. Um
escândalo atrás do outro, envolvendo empresários, políticos, policiais e juízes-chefes,
revelou a fossa de corrupção que se estende até o topo. Sob a "democracia" de
Thatcher, os chefes de polícia foram fabricação de provas contra os mineiros em greve
em Orgreave e simpatizantes de Liverpool. Mas isso era perfeitamente dentro da
ordem. O fim justificava os meios.

E o que realizações foram essas? Ela fez os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.
Ela destruiu comunidades da classe trabalhadora em nome dos interesses dos
interesses do aluguel e do lucro.

Muitas feministas caíram nesta história que Thatcher como primeira-ministra


representou progresso para as mulheres. Era a linha do recente filme "A Dama de
Ferro", Thatcher, onde foi interpretada por Meryl Streep, e que mais uma vez tentou
justificar o seu papel. Essas pessoas apenas têm que solicitar às esposas dos antigos
mineiros para esclarecer o que ela realmente foi. Para a esmagadora maioria das
mulheres, especialmente nas áreas mineiras destruídas por seu governo, Thatcher não
era uma mulher admirável e muito menos um exemplo, mas uma pessoa a ser
desprezada.
Capítulo 177: 1985
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

I've been loving you a long time;

Down all the years, down all the days.

And I've cried for all your troubles,

Smiled at your funny little ways.

We watched our friends grow up together

And we saw them as they fell.

Some of them fell into heaven,

Some of them fell into hell.

A Rainy Night in Soho, The Pogues.

Remus gostava de muitas coisas em Grant. Seu sorriso, seus cachos loiros impetuosos, seu senso
de humor impetuoso e sem remorso. Grant era uma pessoa fácil de se gostar. Mas havia uma coisa
que Remus se recusava a tolerar.

Grant adorava futebol. Ele não era um fanático, mas definitivamente tinha mais interesse do que
Remus realmente achava necessário. Ele torcia para o Queens Park Rangers - e até havia comprado
para si uma camiseta original e um lenço listrado azul e branco. Nunca limitando-se a apenas
observar, Grant também jogava e, aos sábados, se juntava a um time de homens gays no sul de
Londres.

Foi assim que conheceu Neil Newman - um jogador de futebol alto e bonito, com cabelos
espetados e coxas capazes de quebrar nozes - e como Remus conheceu Anthea Luong, a namorada
de meio período de Neil.

"Meio período?!" Remus ergueu uma sobrancelha quando Grant explicou. Ele estava amarrando o
cadarço das chuteiras, pronto para o treino de sábado e Neil estava vindo buscá-lo.

"Não é tão incomum," Grant piscou para ele, Remus entendeu.

"Mas se Neil é queer--" Remus tentou. Grant levantou um dedo,

"Se atualize, raio de sol - queer é um termo ultrapassado. Somos homens gays e temos orgulho".
Remus revirou os olhos, "Tanto faz. Se Neil é um homem gay, como Anthea se encaixa nisso
tudo?"

"Acho que ele deve ser bicentenário."

"Você quer dizer bissexual." Remus o corrigiu.

"Não, ele tem duzentos anos," Grant mostrou a língua. "Sim, Sr. Literal, bissexual."

Remus realmente não podia culpar Neil por isso, já a havia conhecido. Anthea era uma garota
muito atraente. Ela era pequena e energética, com longos cabelos negros acetinados e olhos
brilhantes. Sua boca parecia um botão de rosa, tinha a pele mais linda que Remus já vira e se vestia
como Cindy Lauper, cheia de babados e dayglo.

"Muito prazer em conhecê-lo", ela sorriu, esticando-se na ponta dos pés para beijar o rosto de
Remus em saudação. Neil apenas acenou com a cabeça ligeiramente cauteloso - Remus estava
acostumado com isso vindo dos amantes de Grant.

"Chá, todo mundo?" Grant ofereceu.

"Nah, é melhor irmos." Neil disse bastante incisivamente, Remus percebeu. "Quero chegar cedo,
você não? Para aquecer."

"É assim que você chama?" Anthea mostrou a língua para ele. "Remus, posso ficar aqui com você?
Eu tenho muito o que falar com você. "

"Você tem?!" Ele a olhou alarmado. Ele nem sabia que Neil tinha uma namorada até dez minutos
atrás.

"Ah, sim, eu disse a Anth como você é bom em astrologia." Grant disse alegremente, vestindo sua
jaqueta jeans. Parecia bobo vestir shorts e meias longas, mas tudo relacionado ao futebol era
ridículo para Remus.

"Astronomia." Remus o corrigiu, "Coisas muito diferentes..."

"Tudo sobre as estrelas, não é?"

"Bem..." ele realmente não tinha um argumento.

"Vejo vocês mais tarde, rapazes! Divirtam-se!" Anthea acenou para os dois, empurrando-os para
fora da porta. De repente, Remus estava sozinho com uma jovem estranha, sem saber o por quê.
Ele realmente queria uma bebida.

"Você não tem uma TV." Ela disse sem rodeios.

"Não." Remus concordou.

"Ótimo apartamento, no entanto!" Ela dizia enquanto andava pela sala, olhando pela janela,
puxando livros da prateleira e examinando as capas. "Tão legal que você mora em Chinatown, você
fala chinês?"

"Er...não...?"

"Eu falo, três línguas, na verdade, chinês, vietnamita e inglês. Inglês é minha língua materna,
vietnamita é a língua materna da minha mãe, se você me entende." Ela piscou para ele,
"E Neil sempre diz que devo dizer que sei falar quatro línguas, porque falo muito merda." Ela riu
uma risada meio feia e estridente, como moedas caindo sobre uma folha de metal, mas ela riu com
tanta convicção que foi cativante de qualquer maneira.

"Certo." Remus acenou com a cabeça. "Er... desculpe, você queria saber algo sobre astronomia?"

"Talvez. Eu sou virginiana, e você?"

"Uhh... Peixes, eu acho?"

"Nossos signos se dão bem juntos?" Ela perguntou. Remus piscou.

"Não. Quer dizer, não sei. Quero dizer... como eu disse, isso na verdade é astrologia, não - "

"Neil é de capricórnio e eles não combinam com virgens, eu verifiquei. Eu sempre verifico, mas,
você sabe, o coração quer o que quer. Você sabe que eles estão transando? " ela perguntou do nada,
"Ele e Grant?"

"Imaginei..."

"Você se importa? Você está vivendo com Grant, não é? "

Remus acenou com a cabeça, embora a tenha corrigido internamente - Grant era quem vivia com
ele, não o contrário. "Somos bastante casuais, no entanto."

"Oh, isso é bom," ela acenou com a cabeça seriamente.

"Olha, hum... quanto tempo você vai ficar?" Remus coçou a cabeça sem jeito.

"Só até os meninos voltarem do futebol," ela sorriu, "Tudo bem, não é? Grant disse que gostaria de
ter companhia. Ooh, vou te dizer uma coisa, eu adoraria uma xícara de chá. "

"Hum. Ok ... "Ele foi colocar a chaleira no fogo, ainda confuso. O que Grant estava fazendo,
deixando-o como babá da namorada de seu ficante?! Como se Remus não tivesse nada melhor para
fazer em um sábado. Havia planejado ler o jornal. Talvez ouvir The Archers pelo rádio.

"Sem açúcar, sem leite!" Anthea gritou. "Oooh, posso colocar um disco?"

"Se quiser..."

Ela colocou um álbum do Queen. Remus suspirou para si mesmo. Ele realmente não era um fã, ao
contrário de Grant, que ouvia sem parar.

Quando ele trouxe o chá, Anthea estava sentada no sofá, inclinando-se sobre a mesa de centro e
bolando um baseado. Ela sorriu para ele, "Gosta?"

"Vá em frente," Remus concordou. Bem, isso era melhor do que nada.

Eles fumaram, beberam chá e ouviram Queen, e Anthea continuou perguntando sobre todos os
tipos de coisa.

"Grant diz que você é muito inteligente, com escola particular e tudo."

"É." Remus encolheu os ombros.

"E você sabe tudo sobre constelações e coisas assim. Ei, posso ler suas cartas no tarô se quiser?"
"Não, obrigado."

"Como é que você tem todas essas cicatrizes?"

Ele piscou, pego de surpresa. Ela ainda estava sorrindo lindamente e parecia genuinamente curiosa
sobre ele.

"Só tenho muitas cicatrizes." Respondeu, engolindo em seco. "Você gosta de um gim com tônica?"
Na verdade, ele não tinha tônica, mas podia fingir que tinha esquecido e apenas tomar gim puro.

"Sim, por que não", ela balançou a cabeça alegremente. Ele se levantou e Anthea o seguiu até a
cozinha, ainda falando. "Você não está doente nem nada, então?"

"Não." Disse Remus. "Eu ganhei essas cicatrizes lutando. Algumas delas eu mesmo fiz. "

"Oh, coitadinho." Ela disse, sua simpatia genuína. Ela se inclinou para frente e apertou seu braço
gentilmente. "Desculpe perguntar, amor, mas é que hoje em dia todo cuidado é pouco, sabe o que
quero dizer?"

"Hm." Ele derramou o gim em dois copos. Sabia exatamente o que ela queria dizer e não queria
falar sobre isso. Ou pensar nisso.

Ela não reclamou quando ele lhe entregou um copo de gim puro, apenas bateram os copos e sorriu,
"Saúde!" então tomou um bom gole.

Eles voltaram para o sofá. Remus pegou a garrafa.

"Você é muito alto, Remus. Quanto você tem, 1,91?"

"1,88."

"Eu amo homens altos." Ela ronronou.

"Eu também."

Anthea riu de novo com isso, seus brincos de plástico batendo uns nos outros e fazendo barulho.
Ela começou a falar ainda mais, contando-lhe coisas bobas e sem sentido sobre si mesma; onde ela
estudou, suas canções favoritas da rádio, todos os filmes que ela já tinha visto no cinema. "E eu
adoro dançar também, foi assim que conheci Neil, dançando em Vauxhall. Devo mostrar a você?
Ok, você tem que me imaginar neste vestido roxo brilhante, certo? E meu cabelo estava mais curto.
"

Ela se levantou e começou a dançar ao som da música do disco.

Ooh love,

Ooh loverboy

What're you doin' tonight, hey boy

Set my alarm, turn on my charm

That's because I'm a good old-fashioned lover boy


Remus não precisava imaginar o vestido brilhante; ela era uma dançarina muito boa. Ela balançou
e se contorceu com energia sensual, lançando olhares de flerte para ele e sacudindo os quadris.
Perplexo e relaxado, Remus descansou no sofá, observando-a. Ela parecia um sonho, bonita e
graciosa, mas também avassaladora e indignamente real. Remus se perguntou por que ele sempre
acabava preso a tagarelas e por que diabos ele gostava tanto disso.

A música terminou e ela ergueu os braços como uma ginasta que acabava de completar uma rotina
perfeita. Remus sorriu, apesar de si mesmo, e aplaudiu.

"Quer dançar?" Ela agitou os cílios de forma sedutora. Remus não conseguiu evitar, o que quer que
ela tivesse colocado naquele baseado era mais forte do que o que estava acostumado, e ele estava
encantado por ela.

"Vá em frente, então."

Ele não dançou de verdade, mas segurou as mãos dela enquanto ela fazia, girando-a nos lugares
certos e deixando-a cair em seus braços, rindo. Ela tinha os pulsos mais delicados, os ossos finos
como os de um pássaro.

Quando eles finalmente desabaram no sofá para fumar outro baseado, ela tirou os sapatos e
colocou as pernas sobre o colo dele. Grant fazia isso às vezes; eles só tinham um sofá, então era a
única maneira de se esticar.

"Você é muito bonito, Remus." Ela disse através da fumaça.

"Ha." Ele respondeu, bebendo o resto de seu gim. Não conseguiria se servir mais sem empurrar as
pernas dela, e ele não queria fazer isso, então se contentou com o baseado.

"Você é. Você é muito sexy. "

"Shh." Ele deu uma risadinha. "Quem você pensa que é? Aparecendo no meu apartamento sem
avisar e me interrogando. "

"Estou interrogando você?" Ela arregalou os olhos, "Você está sucumbindo às minhas técnicas?"

Remus riu, se dobrando, as mãos nas pernas dela - elas eram tão suaves e macias. Ela estava rindo
também, o olhando. Seus olhos eram tão escuros e tão cheios de vida. Ele a queria. Remus
percebeu isso de repente, como uma luz sendo acesa - a sala ficou mais clara, o rosto dela mais
claro. Puta merda.

Ele terminou o baseado. Ela se contorceu no sofá e fechou os olhos satisfeita. Ele deixou as mãos
nas pernas dela - apenas descansando ali, não queria agarrá-la ou qualquer coisa horrível do tipo.
Ele só queria... o quê? O que se fazia com uma garota? Mary foi há quase uma década, e não era
como se Remus realmente tivesse desempenhado um papel importante na época. Apenas havia se
sentido surpreso por ela tê-lo escolhido.

Remus se sentia assim agora também, quando Anthea abriu os olhos e sorriu para ele novamente.

"Desculpe, você queria deitar também?"

"O que?" As costas de Remus se arrepiaram, alarmadas. Eles realmente iriam...?! "Não! Quero
dizer... er..."
"Você é tão adorável", ela sorriu, mudando-se de lado e puxando-o para se deitar ao lado dela,
"Vamos apenas deitar juntos um pouco, é bom, não é?"

"Hm..."

Ela colocou o braço sobre ele. Seu cabelo preto macio fez cócegas sob seu nariz, e ele não pôde
evitar inalar seu perfume. Era quente e meio picante, como cravo ou canela. Ele gostou. Eles
continuaram deitados dessa forma por um tempo. O disco havia terminado e estava girando na
agulha, estalando.

"O que você acha que Neil e Grant estão fazendo agora?" Anthea sussurrou, sua mão de repente em
seu cinto, a palma espalmada contra sua virilha. "Provavelmente nos chuveiros, não acha?"

"Hum." Remus respondeu, sem palavras.

"Você devia ver Neil sem o equipamento, ele é um Adônis. Quer dizer, ele é um idiota, mas você
pode esquecer isso quando ele começar a... aposto que os dois estão suados e enlameados do
campo. "

Remus tentou regular sua respiração, mas ela continuou movendo a mão, e ele estava achando
difícil se concentrar em qualquer outra coisa. Por fim, ela ergueu os olhos para ele e beijou-lhe os
lábios com ternura. "Você gosta disso?"

"Sim," Remus respirou, "Vá em frente."

Duas horas depois, quando Anthea estava no banho, Grant e Neil entraram pela porta. Remus ainda
estava esparramado no sofá de cueca, corado e completamente atordoado.

Grant olhou duas vezes e depois caiu na gargalhada. Neil parecia chocado. Ele marchou para o
banheiro e exigiu que Anthea saísse imediatamente.

"Seu mulherengo!" Grant zombou Remus, dobrando-se de tanto rir.

"Tchau Grant, tchau Remus!" Anthea disse enquanto ela e Neil saíam correndo. Ele estava com a
cara fechada em uma carranca e a porta bateu com força atrás deles.

"Bem, então." Grant disse, se recompondo. "Espero que sua namorada não tenha usado toda a água
quente."

"Eu realmente não sei por que isso aconteceu." Remus falou, vestindo sua camiseta. "Estávamos
apenas ouvindo discos e ela estava falando e então..."

"E então foi a única maneira de calá-la?"

Remus o olhou timidamente, "Acredite ou não, isso não a calou."

Grant levou quase dez minutos inteiros para se recompor.

***
Eles compraram uma TV algumas semanas depois disso - Grant brincou que, se Remus estava tão
entediado que recorreu a transar com garotas, então seria melhor eles arranjarem algum
entretenimento para ele. Ele não viu Anthea de novo, o que foi uma pena porque, sendo honesto,
Remus não se importaria de fazer daquilo algo recorrente. Depois que você se acostumava com
toda a conversa, ela se tornava muito sexy. Ele não pensou muito sobre o que isso significava, e
Grant não insistiu.

A TV era de segunda mão - nenhum deles tinha renda suficiente para comprar uma nova. Haviam
conseguido de um amigo de Grant, com a condição de que eles mesmos a buscassem. A casa dele
ficava a apenas duas ruas, mas ainda assim representava um problema.

"Você não pode... levitar ela ou algo assim?" Grant perguntou, as mãos nos quadris enquanto eles
olhavam para a caixa grande e volumosa em cima da calçada. "Faça um feitiço."

"É contra a lei." Remus explicou. "Em público, de qualquer maneira. Ou na frente de um trou --
você. "

"Pfft." Grant ergueu a mão para tirar o cabelo do rosto suado. "Droga. Sabia que deveria ter
aprendido a dirigir. "

A porta do prédio se abriu e um homem saiu, parecendo corado e evasivo. Esse fora o terceiro
homem que Remus havia visto saindo dali com exatamente o mesmo olhar furtivo.

"Que lugar é esse, afinal?!" Ele perguntou enquanto olhava para o prédio. Parecia com todos os
outros - talvez um pouco gasto. Não havia sinalização externa.

"Sauna", disse Grant, agachando-se para ver se conseguia colocar os braços em volta da caixa. Ele
conseguia, mas não havia como erguer a coisa.

"Sauna?" Remus coçou a cabeça.

"Você sabe, uma casa de banho. Onde os homens podem ficar juntos sozinhos e suados. "

"Oh!" Remus ficou boquiaberto, envergonhado.

"Cristo Remus, nós moramos no Soho."

"Eu sei! Eu só... de qualquer maneira, não levante a TV desse jeito, você vai ficar com dor nas
costas. Vamos, pegue essa ponta, eu vou pegar essa... um, dois, três, levanta... "

Eles voltaram para o apartamento em cerca de trinta minutos, com apenas uma pausa. Remus foi
quem realmente esteve carregando a TV, mas não se importou já que haviam escolhido um dia
entre as luas e ele estava se sentindo muito saudável.

Felizmente, Grant era bom com coisas elétricas e conseguiu conectar tudo quando a TV chegou a
sala de estar. Parecia estranho; um grande cubo de plástico preto ocupando todo o espaço. Eles
acabaram colocando-a em cima de uma caixa em frente à lareira - que nunca usavam mesmo. A
antena não era adequada e precisava de um pouco de fita isolante para mantê-la em pé, mas assim
que ligaram e a imagem difusa apareceu, os dois ficaram presos a ela.
Remus, que não assistia televisão há anos, se tornou um viciado completo naquele verão. Ficou
obcecado nas novelas - EastEnders, Brookside e Coronation Street, mas ele assistia a qualquer
coisa; debates na câmara dos comuns, campeonatos de sinuca, comédia, documentários, top of the
tops e até uma série terrivelmente perturbadora chamada Threads sobre a ameaça de uma guerra
nuclear.

A TV era ligada de manhã bem cedo, enquanto ele vagava pelo apartamento se vestindo ou
escovando os dentes e, na maioria das vezes, ele adormecia na frente dela à noite. Grant começou a
chamar o aparelho de "o outro homem".

"Eu simplesmente gosto do barulho," Remus disse, "Me faz companhia."

"Você poderia tentar fazer alguns amigos de verdade..." Grant sugeriu. Remus dispensou isso. Ele
não precisava de amigos, tinha tudo que precisava.

Numa tarde de domingo, os dois estavam na sala de estar. Remus teve que sair para um trabalho de
limpeza que começou às 3 da manhã, então havia dormido a maior parte do dia. Grant estava lendo
o jornal e as pernas de Remus estavam em seu colo. Com a mão livre, Grant estava distraidamente
esfregando o arco do pé esquerdo de Remus, o que estava deixando Remus sonolento e tonto
novamente.

As notícias tinham acabado de terminar e eles aguardavam para saber a previsão do tempo quando,
de repente, uma música sinistra começou a tocar.

"Existe agora um perigo que se tornou uma ameaça para todos nós " , disse a televisão de forma
ameaçadora. "É uma doença mortal e não há cura conhecida..."

Grant e Remus ergueram os olhos para assistir ao anúncio assustador. Uma palavra gravada em
uma lápide enegrecida - AIDS.

"Não morra de ignorância!" A narração entoava.

Uma sensação familiar de vergonha e ansiedade percorreu Remus, uma mistura doentia de emoção
que não sentia desde a escola. Ele puxou os pés de Grant, puxando os joelhos até o peito. Se sentia
sujo, intocável.

"Cristo." Grant disse, sua voz vazia, sinalizando para Remus que ele estava se sentindo exatamente
da mesma maneira. "É o suficiente para nos fazer desistir de transar de vez, não é." Ele balançou
sua cabeça.

Remus mordeu o lábio.

"Você está se protegendo, não está?" Ele perguntou timidamente.

"Sim, obviamente." Grant assentiu bruscamente.

Remus o olhou, torcendo a boca. Ele odiava mencionar outros ficantes de Grant, e Grant sempre
era muito discreto sobre isso. Não culpado ou às escondidas, apenas discreto. Ainda assim, Remus
queria ter certeza.

"Bom. Quero dizer, você está usando..."

Grant se levantou, as mãos nos quadris, claramente irritado.

"Sim, Remus, quando eu fodo com outros homens, certifico-me de que há preservativos à mão."
"Desculpa." Remus corou, olhando para suas mãos. "Não é da minha conta."

"Certo. Não é." Grant respondeu agitado, e foi para a cozinha.

Remus o ouviu encher a chaleira e ligá-la, então sentiu o cheiro de fumaça de cigarro. Ele correu os
dedos pelos cabelos, perturbado, e gritou através da parede.

"Eu só... você sabe que eu não aguentaria, se eu não tivesse você."

Silêncio. Passos.

"E você?" Grant perguntou, reaparecendo.

"Eu?!" Remus piscou.

Grant cruzou os braços, inclinando-se no batente da porta.

"Não me trate como uma idiota, eu sei que não sou sua única pessoa. E não foi apenas Anth
também. Quem quer que seja que você vê quando sai todo mês. Quando você é... quando você não
é você mesmo. "

Remus o encarou com a boca seca. Ele piscou novamente e acenou com a cabeça.

"Eu vou me proteger."

"Não poderia ficar sem você também." Grant disse, despenteando o cabelo de Remus. "Idiota
insensível. Quer uma xícara de chá?"

Remus acenou com a cabeça, feliz por eles não estarem brigando, mas preocupado do mesmo jeito.
Grant estava certo, é claro. Remus nunca pensou duas vezes sobre proteção com Castor. Bruxos
poderiam se infectar? Se pudessem, então haveria uma cura mágica? Remus tinha visto fotos de
pessoas com AIDS na América, homens esqueléticos em camas de hospital. Ele estremeceu.

Grant voltou com duas xícaras de chá. Ele entregou uma a Remus, sentou-se ao lado dele, cruzou
as pernas e levou a caneca aos lábios, soprando nela. Ele deu um gole e ergueu os olhos, pensativo.
"Eu poderia parar."

"Que?" Remus piscou, perdido em seus próprios pensamentos.

"Eu poderia parar de ver outras pessoas." Grant repetiu pacientemente. "Se você quisesse, eu quero
dizer. Tudo que você precisa fazer é pedir. "

"Não quero dizer o que você pode e não pode..."

"Remus." Grant ergueu uma sobrancelha, "Eu moro aqui há quatro anos. Você é um idiota às
vezes, mas você me faz feliz. "

Remus estava encarando o tapete agora, tentando não entrar em pânico.

Grant largou seu chá e estendeu a mão para tocar a sua, "Eu não preciso de ninguém além de você."
Ele disse sinceramente.

"Grant, eu..."

"Eu sei, eu sei," Grant levantou a mão, "Eu não estou esperando que você diga nada de volta, está
tudo bem. Eu sei como você se sente, e isso é o suficiente. "
Remus respirou fundo e fechou os olhos. Ele exalou lentamente e desejou que seu coração se
acalmasse. Foi uma coisa adorável de se ouvir. Ele nunca, nem por um momento, pensou que fosse
se sentir assim de novo - ou que fosse ser tão diferente da última vez.

"Ok." Ele respirou.

"Ok?" Grant inclinou a cabeça.

"Ok," Remus acenou com a cabeça, "Prefiro que você não veja mais ninguém."

"Combinado."

Chapter End Notes

Analisando os dados do Ministério da Saúde, percebemos algumas características


marcantes. Ao avaliar a proporção de aids entre homens e mulheres, notamos um
aumento expressivo na população do sexo masculino (2,3 homens com aids para cada
mulher). Esses homens, em sua maioria, se declaram gays ou homens que fazem sexo
com homens (HSH). Além disso, numa análise de cor, aproximadamente 60% é pardo
ou negro. Esses dados nos mostram muita coisa: temos sim uma epidemia, mas ela
está concentrada. Trata-se de uma população bastante específica, que desde o início do
HIV/aids é bastante vulnerável: gays e HSH jovens, negros e pardos.

A doença, no imaginário de grande parte da população, era a doença do outro. A


doença do desvio de comportamento e das práticas nefastas para se conseguir dinheiro
(prostituição). Ou ainda daqueles que se drogavam de maneira irresponsável. O
moralismo instituído contra esses grupos os deixou, e até hoje os deixa, num grau
extremo de vulnerabilidade. E é por isso que ainda são, em grande parte, os maiores
atingidos pela AIDs.

A epidemia do HIV está concentrada em jovens gays e HSH negros e pardos. E como
acessar essa população? O maior desafio na luta contra o HIV/aids é atingir as
populações vulneráveis, que aqui estão representadas pelos gays negros e pardos, além
da população trans, invisível aos olhos do Ministério da Saúde. Algumas estatísticas
de estudos apontam para a prevalência da infecção pelo HIV em 33% nessa
população. Muitas dessas pessoas têm apenas o sexo como fonte de renda, além da já
terem sofrido transfobia.

Falar que o HIV é uma epidemia concentrada em gays e HSH já não é mais suficiente.
Pelo contrário, é incompleto. A epidemia de HIV/aids infelizmente cada vez mais
assume a cor negra. A exclusão social historicamente sofrida pelos negros e pardos no
Brasil é agora escancarada pela epidemia de HIV. Demonstra que, nesse grupo, assim
como a população trans, os direitos básicos muitas vezes não chegam e a informação
sobre educação em saúde também não.

Para combatermos a epidemia de HIV, o debate moralista que julga hábitos sexuais,
escolhas e existências precisa ser ultrapassado. É necessário, para além do
entendimento do acolhimento e não estigmatização, entender a epidemia como um
problema associado à desigualdade social e que depende da diminuição dessas
diferenças para terminar.

É necessária a manutenção do SUS, local onde as políticas de HIV/aids se


consolidaram e são exemplo mundial. Lutar pelo não sucateamento dos Serviços de
Atendimento Especializado e Centros de Referência.

Texto do site Carta Capital


Capítulo 178: 1986

Time up and time out for all the liberties you've taken

Time up and time out for all the friends that you've forsaken

And if you choose to waste away like death is back in fashion

You're an accident waiting to happen

My sins are so unoriginal.

I have all the self loathing of a wolf in sheep's clothing

In this carnival of carnivores, heaven help me.

Goodbye and good luck to all the promises you've broken

Goodbye and good luck to all the rubbish that you've spoken

Your life has lost its dignity, its beauty and its passion

You're an accident waiting to happen

'Accident Waiting to Happen' by Billy Bragg.

As coisas ficaram diferentes, é claro, depois que Remus e Grant concordaram em permanecer
monogâmicos. Eles ainda eram melhores amigos, ainda faziam um ao outro rir e se irritavam de
maneira inacreditável, mas um novo tipo de proximidade havia se desenvolvido também. Por um
tempo, Remus passou a beber menos - ele não parou completamente, e alguns dias eram muito
difíceis. Nesses dias, ele nem ao menos tomava banho, ou saía da cama, ou comia. Porém, os dias
difíceis não eram todos, e isso era progresso.

Castor não aceitou bem. Na verdade, ele ficou furioso. Remus até tentou explicar sobre o HIV, mas
não adiantou. Castor havia se afastado tanto da humanidade que estava até começando a parecer
um lobo. Seu cabelo estava mais espesso, mais escuro de alguma forma, e se estendia além da nuca,
rastejando ao longo de sua espinha. Seus dentes estavam se alongando, seus olhos mais aguçados,
as íris ficando amarelas.

"Você está dando as costas para sua família, Remus Lupin." Ele rosnou. "Até a sua magia está mais
fraca."

“Não estou dando as costas para nada.” Remus insistiu. "Estou tentando ter uma vida de verdade."

Claro que ele não entendeu; Remus manteve Castor e Grant tão separados que eles nem sabiam o
nome um do outro. Talvez sempre soube que teria que escolher um deles no final. E Castor nunca
pareceu algo certo.

Por fim, Remus foi banido do bando. Ele foi avisado que, se algum dia voltasse, seria tratado como
uma ameaça. Isso era extremo, mas ele supôs que era exatamente o que merecia por partir o
coração de um lobisomem.

Agora Remus tinha de passar as luas cheias na Grã-Bretanha. Ele voltou para alguns de seus
antigos refúgios, como o Lake District e Brecon Beacons. Tentou não ir a lugares nos quais
houvesse muitas memórias de Prongs e Wormtail. Ou o do outro. Para piorar, sem o bando para
ajudá-lo a se curar todo mês, Remus tinha de aparatar de volta para Londres e cuidar de seus
ferimentos da melhor maneira que conseguia.

"Cristo!" Grant exclamou. Na primeira vez fora muito ruim. Ele havia encontrado Remus no
banheiro, desinfetando seus cortes, sua varinha tremendo enquanto tentava segurá-la com os dedos
quebrados.

"Desculpe," Remus murmurou, apoiando-se contra a pia quando um feitiço que o deixou tonto
ameaçou dominá-lo. Não se sentia tão mal depois de uma transformação desde... desde... sua visão
turvou e ele se sentou na tampa do vaso sanitário, colocando a cabeça entre os joelhos para não
desmaiar.

"Cristo!" Grant disse novamente, entrando no banheiro e se ajoelhando na frente dele. Ele pegou a
bola de algodão ensanguentada que Remus estava usando e jogou no lixo, então se apoiou na
banheira e pegou a garrafa de antiséptico. "Venha aqui," Grant chamou suavemente, pegando a
mão de Remus com gentileza e limpando-a levemente com o desinfetante.

Remus ficou sentado lá, mudo, deixando-se ser cuidado, cansado demais para fazer qualquer outra
coisa.

"Pelo amor de Deus," Grant balançou a cabeça visivelmente chateado, "Não podemos ter você
nesse estado todos os meses, podemos, querido?"

"Está tudo bem." Remus murmurou, "Não está tão ruim."

"Minha bunda!" Grant respondeu, levantando-se para procurar os curativos no armário de


remédios. Ele os encontrou e se ajoelhou novamente, retomando seu trabalho nos arranhões de
Remus. "Vou te dizer uma coisa, se for uma escolha entre você voltar assim todo mês ou mamar o
filho da puta daquele lobisomem assanhado, então eu mesmo farei isso por você."

Remus riu, o que fez suas costelas doerem. “Não tenho certeza se funciona assim.”

"Bem, temos que fazer algo." Grant resmungou, enfaixando firmemente os dedos quebrados de
Remus com os curativos.

"Você é bom nisso," disse Remus surpreso, olhando para o trabalho bem feito que Grant havia
feito.

"Sim, bem, quando se é espancado tanto quanto eu fui, você aprende alguns truques", Grant ergueu
os olhos e piscou. “E não se esqueça que fiz aquele curso de primeiros socorros para o trabalho.
Venha, vamos te levar para a cama. Está com fome?"
"Mais ou menos." Ele estava morrendo de fome, mas sabia que não havia o que comer. Ambos
estavam à espera do dia do pagamento para irem às compras.

"Verei o que posso fazer." Grant disse, ajudando-o a ir para o quarto.

"Você não precisa, provavelmente vou apenas dormir."

"Deus, você está tão pálido," Grant sentiu a testa de Remus com as costas da mão. "Acho que você
precisa comer alguma coisa."

"Honestamente, eu pareço pior do que me sinto." Remus subiu na cama e seus ossos choraram de
alívio.

"Não acredito em você." Grant subiu na cama com ele e se sentou, acariciando o cabelo de Remus.
Era muito reconfortante. “Ele costumava... Sirius costumava cuidar de você? Depois das luas
cheias?”

Remus apertou os olhos e balançou a cabeça, "Por favor, não. Eu não consigo.”

"Oh, amor." Grant suspirou, retomando suas carícias gentis. "Sabe, minha amiga que é terapeuta
diz que pode marcar uma consulta para você. Basta você querer. Me ajudou muito, você não sabe o
quanto. ”

"Eu não consigo." Remus respondeu. Ele sempre repetia a mesma coisa. “Eu teria que contar
muitas mentiras.”

"Nah, estive pensando, não tem que ser sobre a guerra, ou mesmo sobre a coisa do lobo. Basta falar
com ela sobre James, Lily e Peter. Diga que foi um acidente de carro ou... ”

"Não."

"Remus, eu só quero que você fale..."

“Sabe, eu realmente não me sinto bem. Você pode me deixar em paz, por favor? "

"Está bem." Grant se levantou. Remus manteve os olhos fechados, mas podia ouvir cada
movimento. Pouco antes de sair do quarto, Grant voltou. “A propósito, encontrei aquela garrafa de
gim na sua gaveta de meias. Derramei tudo na pia.”

Ele bateu a porta.

***
* Ring ring * * Ring ring *

"Alô?"

"Mary?"

"Remus?" Houve um breve silêncio do outro lado da linha enquanto Mary se recompunha. Remus
conhecia esse sentimento. Às vezes, ele se lembraria de algo dos velhos tempos, e isso o deixaria
sem fôlego. "Oi!" Ela disse, sua voz carregando um sorriso largo. "Como você está, amor?"

"Ah, você sabe. Eu não estou incomodando você?" Ele sempre tentava dar a ela uma saída fácil se
ela quisesse.

"Claro que não... Acabei de tomar chá."

"Ah, legal, o que você comeu?"

"Frango e arroz. O favorito de Darren. ”

"Parece bom."

“Você deveria vir jantar qualquer noite. Ainda está em Londres, não é?”

"Sim... no mesmo apartamento."

"Ah, claro. Como…? Hum. Como é?"

"É ok." Remus respondeu enquanto olhava ao redor por sua sala de estar mal tratada. "Estou aqui
há tanto tempo que acho que parece que sempre foi só meu."

"Está se encontrando com alguém?"

"Quase isso."

"Trabalhando?"

"Com limpeza. Freelance. Quando consigo. Estive empilhando mantimentos em prateleiras por um
tempo, lá em Epping, mas dormi no meio do trabalho e eles me despediram. ”

"Seja gentil consigo mesmo, amor.”

"É." Ele deu um gole em sua garrafa de cerveja. "Como é seu trabalho?"

"Bom! Acontece que posso ter sido péssima em transfiguração, mas contabilidade não é grande
coisa. ”

Darren havia aberto uma garagem no final de 1985, e Mary também trabalhava lá, cuidando de
todas as reservas e faturas. Eles estavam economizando para se mudar de seu pequeno apartamento
e comprar uma casinha com um jardim. Mary só usava magia muito ocasionalmente, havia dito a
Remus, embora seu relacionamento com sua varinha nunca tivesse sido o mesmo desde que
encontrou os McKinnons.

“Remus? Você ainda está aí?"

“Desculpe, sim. Me distraí."


“Eu também faço isso...” Uma pausa. Remus teve aquela sensação de enjôo e aperto no estômago.
Ele poderia adivinhar o que viria a seguir. Mary levantou a voz levemente. “Você tem alguém com
quem conversar? Quem quer que você esteja 'meio' que se encontrando, a pessoa sabe o que
aconteceu?"

"Hm." Remus fez um barulho evasivo. “Algumas coisas aqui e lá.”

“Você precisa conversar sobre isso, Remus. Você não deveria ter que carregar tudo isso... Eu não
consigo imaginar como deve ser, a traição- "

"Não." Remus esbravejou, "Você não pode!" e ele bateu o telefone o mais forte que pôde, fazendo
com que ele caísse da mesa. Ele terminou sua cerveja antes de se mover para pegá-lo de volta.

Foda-se ela, então.

Todos queriam que ele conversasse, mas nenhum deles realmente sabia. Nenhum deles poderia
saber o quão estúpido ele se sentia, o quão usado. Lily, James, Peter e Marlene - perdê-los era uma
coisa. Sozinho, Remus havia aprendido a se concentrar nas melhores memórias, nos momentos
mais felizes.

Mas Sirius. Não houve um momento de seu tempo juntos que não foi contaminado, envenenado
pelas mentiras que Black esteve contando. Remus havia se feito aberto, vulnerável e amoroso, e
cada momento fora falso.

Ele tinha sido feito de bobo pela única pessoa que amou. Ele era patético , muito cego pela emoção
para ver a verdade, e agora não havia mais nada de si. Nunca seria capaz desse tipo de suavidade
novamente. O ódio de Remus por Sirius era tão opressor e massivo que às vezes o assustava.

Então, como ele deveria falar sobre isso? Como deveria dizer a Grant, ou a algum terapeuta, que
não estava apenas com raiva, não apenas em luto, mas sim que estava paralisado de raiva? Que, às
vezes, sonhava em ir à Azkaban de alguma forma e matá-lo com suas próprias mãos. Que, uma ou
duas vezes, nos primeiros meses após a guerra, havia ido tão longe a ponto de realmente se levantar
durante a noite, bêbado e furioso, agarrar sua varinha e planejar exatamente isso. A única coisa que
o impediu foi a ideia de estrunchar, ou ter que enfrentar todos aqueles dementadores.

Ele chutou a mesinha de centro furiosamente, batendo o dedão do pé.

“Droga!”

Grant enfiou a cabeça pelo canto da porta da sala de estar. "Não foi bem, então?"

“Não adianta tentar.” Remus bufou, esfregando o pé e pulando pela sala para ligar a TV. "Ela está
feliz. Ela tem a vida sob controle. Eu deveria apenas deixá-la em paz. " Ele desabou de volta no
sofá.

"Foi isso que ela disse?" Grant perguntou em tom de censura.

"Não. Mas é o que é justo. ” Remus manteve os olhos fixos na tela, se curvando ainda mais. Talvez
Grant entendesse a mensagem: eu não quero conversar!

"Por que você não a convida para vir aqui em um sábado?" Grant se sentou no braço do sofá. "Eu
gostaria de conhecê-la."

“Não adianta. Ela não viria. Aqui tem muitas memórias.”


"Podemos sair então, almoçar em algum lugar legal."

“Não podemos pagar por isso.”

Grant esfregou as têmporas, estremecendo como se estivesse com dor de cabeça, "Você está sendo
infantil." Ele disse.

"Vai à merda."

“Brilhante refutação, essa,” Grant bufou, “Qual é, o que aconteceu com o cara inteligente que eu
costumava ter uma queda tão grande que eu só pensava em tirar suas calças? Use suas palavras
complicadas.”

“Olha, você queria que eu ligasse para Mary e eu liguei. Terminou mal, como eu sabia que
terminaria e ponto final. Apenas me deixe em paz, ok?!”

"É, eu posso imaginar exatamente por que acabou mal, e eu não preciso ser um maldito mágico
para descobrir."

"Bruxo."

“Imbecil. Pelo que você me disse, ela é uma garota legal. E ela conhece você. Eu só pensei que ela
seria alguém com quem você poderia conversar - "

"Sim, bem, ela não quer falar sobre isso mais do que eu." Remus cuspiu. "Ela me disse para
conversar com você ."

"Ela disse?" Grant piscou. Remus se sentiu especialmente cruel.

"Bem. Obviamente ela não conhece você pelo nome. Apenas sabe que é alguém que eu estou
transando agora. "

"Certo." Grant fez um esforço óbvio para ignorar esse desprezo. "Bem, vamos lá então."

"O que?"

“É domingo, não tenho nada para fazer. Vamos conversar."

"Não."

“Remus. Eu não posso continuar assim. ” Grant disse. “Eu te amo, de verdade, mas isso é demais --
-”

Porra . Alarmes começaram a soar na cabeça de Remus.

Era como se alguém tivesse começado a acender e apagar as luzes, as paredes se fechavam, todo o
ar saía da sala e ele ficou tonto, se afogando, cego. Havia um gosto estranho em sua boca, e ele
pensou que poderia vomitar, exceto que não conseguia respirar o suficiente para tal, apenas
continuou ofegando, caindo para frente.

"Ei, ei ei!" A voz de Grant penetrou na névoa, ecoante e distante. “Remus? Remus, você pode
respirar fundo? Inspira em um, expire em dois, ok? Um…"

Remus sentiu o suor escorrer pelas costas, seu coração batendo forte, mas ele expirou o máximo
que pôde. “Dois...” Grant disse. Ele estava esfregando suas costas muito lentamente. Remus soltou
um longo suspiro trêmulo. "Isso, bom," Grant lhe encorajava, sua voz mais alta agora, "Está indo
bem, Remus, muito bem. De novo, um... dois... ”

Eles devem ter ficado sentados ali por quase dois minutos inteiros, apenas respirando juntos.
Eventualmente, Remus se sentiu meio normal novamente. Exceto que ele realmente, realmente
queria uma bebida.

“Olha,” Grant disse, usando a voz que Remus tinha certeza de que ele reservava para as crianças
problemáticas do lugar onde trabalhava, “É por isso que preciso que você converse comigo. Não
podemos ter isso acontecendo, não é?"

Remus balançou a cabeça, mas não confiava em si mesmo para falar.

“Desculpa ter dito o que disse”, continuou Grant, “não quis dizer aquilo. Não há 'mas', ok? Eu te
amo, e você está preso comigo."

Remus concordou novamente, a cabeça ainda nas mãos, os olhos bem fechados. Ele devia estar
pegando uma gripe ou algo assim, as pessoas não ficavam tontas por não falar, com certeza. Só
que… só que Grant dizendo ‘eu não posso continuar assim…’ havia acendido um pavor dentro
dele, um terror tão grande, talvez houvesse algo nisso.

"E se você me disser apenas uma coisa?" Grant tentou. "Só uma coisa para me ajudar a entender?"

"Como o que?" Remus engasgou.

"Bem..." Ele praticamente podia ouvir a mente de Grant zumbindo. Ele possuía uma lista de coisas
que queria arrancar de Remus, tudo guardado apenas para esta ocasião? Isso era alguma besteira
estúpida de psicanálise que Grant aprendeu em um curso de treinamento?

"Você nunca me contou o que aconteceu com Sirius. Eu sei que ele não está morto. Ele… ele foi
embora?"

"Sim, mais ou menos isso." Remus grunhiu. Deus, ouvir outra pessoa dizer aquele nome doía
muito. Ele se sentiu tonto de novo.

"O que você quer dizer?"

"Ele está na prisão." Disse Remus. Então ele inspirou novamente e forçou o resto. "Ele está na
prisão porque os assassinou e eu não estava aqui para impedir nada disso."

"Puta que pariu."

"Hm." Remus se preparou para mais perguntas. Mas nenhuma veio. Grant apenas deslizou o braço
por cima de seu ombro e deu-lhe um aperto.

"Não foi sua culpa."

"Você não sabe disso." Remus respondeu, olhando para baixo. "Você não sabe o quão estúpido eu
fui. Eu não vi nenhum dos sinais. Eu sabia que algo estava errado, mas pensei... pensei que era só
eu. Eu pensei que ele queria terminar. Eu fui tão egoísta, nunca pensei por um segundo que ele
iria... que ele poderia ...” Ele estava chorando agora. Grant estúpido .

"É culpa dele mesmo ele ter desapontado você, não sua culpa por confiar nele." Grant continuou o
abraçando. Remus permitiu com o intuito de fazê-lo se sentir melhor, para fazer isso parecer um
avanço.

Mas Grant poderia dizer tudo o que quisesse - Mary havia dito algo semelhante, uma ou duas vezes
ao longo dos anos. Simplesmente não parecia verdadeiro. Os mortos ainda estavam mortos, e
Remus não esteve lá para evitar isso. E mesmo se ele estivesse lá, naquela noite de Halloween, do
jeito que ele era naquela época, provavelmente teria deixado Sirius matá-lo também, ao invés de
tentar lutar contra ele.

Naquela época, morrer por amor parecia a única causa digna. Mas ele estava mais velho agora, e
sabia a verdade. Nunca mais. Nunca, nunca.
Capítulo 179: 1987

When I look back upon my life

It's always with a sense of shame

I've always been the one to blame

For everything I long to do

No matter when or where or who

Has one thing in common, too;

It's a, it's a, it's a, it's a sin

It's a sin

'It's a Sin' by The Petshop Boys

Na primavera de 1987, Remus teve um pouco de sorte. Um dos antigos amigos estudantes de Grant
agora trabalhava no Departamento Jurídico da UCL (Universidade College London) e conseguiu
um emprego como freelancer para Remus no qual ele faria algumas edições. O que foi uma
revelação; ele poderia fazer a maior parte de seu trabalho em casa, e então apenas levar para
Holborn assim que tivesse terminado. Realmente precisava arranjar um cartão de seguro nacional e
criar uma conta no banco trouxa, mas isso seria fácil com alguns feitiços de táticos nos atendentes.

Remus trapaceava apenas um pouco, usando magia para ajudá-lo a ler e corrigir a ortografia, mas
havia achado o trabalho surpreendentemente agradável, e até começou um pequeno negócio
corrigindo provas para algumas das escolas trouxas locais.

"Não sei como você consegue se concentrar por tanto tempo." Grant balançou a cabeça para a pilha
de papéis que Remus juntou em uma noite. "Eu enlouqueceria."

“É interessante,” Remus deu de ombros, “Eu nunca tive a chance de aprender nada disso. Você já
ouviu falar sobre equações quadráticas? ”

Grant riu dele com ternura e bagunçou seu cabelo, "Seu nerd."
O próprio Grant estava crescendo cada vez mais no trabalho. Ele amava o que fazia e dedicava
tempo extra nos fins de semana e à noite sempre que podia. Os meninos com quem Grant
trabalhava eram tão problemáticos quanto os meninos de St. Edmund, mas isso só parecia
estimular Grant ainda mais. Ele estava sempre contando a Remus sobre uma criança ou outra que
teve uma pequena vitória - uma nota boa o suficiente para passar de ano na escola, uma semana
sem briga ou alguma redução na sentença. De alguma forma, Grant sabia tudo sobre todos com sua
memória ilimitada e sua inacreditável capacidade de encorajar e se orgulhar.

“Tenho que cortar aquele artigo do Observer”, ele dizia em alguma noite , “Parece bem na rua de
Alfie”. Ou, "Vou ficar até tarde amanhã, prometi aos rapazes mais velhos que jogaríamos futebol
se nenhum deles fosse suspenso."

Às vezes, quando se sentia inseguro, Remus se perguntava se Grant só estava com ele porque ele
também era um menino problemático. Se perguntava se Grant estava apenas tentando salvá-lo da
mesma forma que tentava salvar a todos. Ele vivia por uma boa causa.

"Cale a boca", Grant sorria em sua direção quando ele levantava essas questões. "Eu queria entrar
em suas calças desde que éramos adolescentes, não tem nada a ver com seu passado tenebroso."

E então Remus se lembraria disso, afinal, Grant também havia sido um garoto institucionalizado.
Algo que era fácil de esquecer, porque ao contrário de Remus, ele suportava tudo levianamente,
dando de ombros de forma casual em aceitação. Pobreza, falta de estudos, maus-tratos - nada disso
pesava sobre Grant da mesma maneira. Pelo menos, não na superfície. Porém, Remus já havia se
enganado sobre pessoas antes.

Como resultado da dedicação de Grant ao seu trabalho e do próprio emprego de salário mínimo de
Remus, ele se viu em uma posição que nunca havia ocupado antes: tendo tempo livre e um pouco
de renda disponível.

Ele não precisava de muito - o apartamento estava pago, a mobília estava em condições razoáveis e
eles geralmente conseguiam pagar para manterem a eletricidade e água quente ligadas. Remus
comprava roupas de vez em quando, mas dificilmente fazia compras na Harrods. Havia a bebida,
mas ele havia raciocinado que, como não fumava mais, poderia investir o dinheiro do tabaco na
bebida.

O que Remus realmente gostava de fazer era sair para andar. Não passeios por áreas rurais - ele já
fazia muito isso durante as luas cheias -, mas sim vagar por Londres sozinho, curtindo as ruas, as
pessoas. Ele visitou todos os museus gratuitos de Londres, a National Gallery, a Portrait Gallery, o
V&A (Museu de Arte e Design), o British Museum. Para falar a verdade, havia se tornado bastante
culto. E se seu quadril doesse (o que frequentemente acontecia agora que estava quase deixando
para trás seus vinte anos), ele poderia facilmente entrar em um ônibus e voltar para casa.

Então, em um dia de verão, ele havia concluído todas as correções e não havia nada na TV. Ainda
demoraria horas para Grant chegar em casa, então ele vagou pelo Museu de Ciência por mais ou
menos uma hora. Curiosamente, isso o fez pensar em Arthur Weasley pela primeira vez em anos.
O velho idiota iria adorar todas as máquinas, os pistões e as lâmpadas. Conseguia imaginar o rosto
de Arthur observando a máquina de movimento perpétuo, o que fez Remus sorrir para si mesmo de
repente . Como Arthur estava? E sua esposa, a irmã dos Prewett, e sua ninhada de crianças ruivas?
A essa altura, muito tempo havia se passado para que entrasse em contato, Remus sabia, e mesmo
que o fizesse, não saberia o que dizer.

Ainda assim, pensar nos Weasleys não havia lhe causado dor, o que era o principal. Talvez pensar
sobre eles o tenha colocado em uma estrutura mental diferente durante aquela tarde, mais alerta
talvez, ou nostálgico. Não poderia ser uma coincidência que ele esbarrou em um velho amigo
apenas duas horas depois.

Remus estava quase em casa, apenas a uma rua ou mais de distância, arrastando-se anonimamente
pelos becos movimentados de Chinatown. Na verdade, estava prestes a passar pelo lugar onde
haviam conseguido a tv, a sauna da rua Old Compton. Remus sempre corava um pouco quando
passava por lá, e então se punia por ser tão puritano. Ele abaixou a cabeça ligeiramente ao se
aproximar e - horror dos horrores - assim que passou pela porta, alguém saiu por ela.

Remus teve que parar para não esbarrar na pessoa, que se virou e o encarou, nervoso.

Remus engasgou. "Christopher!"

O homem piscou, horrorizado. Ele tinha o rosto vermelho e seus olhos castanhos escuros estavam
pequenos e lacrimejantes. Estava um pouco mais gordinho do que na escola, e a linha de seu cabelo
estava recuando ligeiramente nas têmporas. Mas era definitivamente ele.

"Remus?"

"Oi! Não nos vemos desde…"

"Desde…"
"É. Como você está?" Remus estremeceu ao fazer essa pergunta. Christopher estava claramente
desconfortável - e por que não estaria? Ele não via Remus há quase dez anos e aqui estava ele,
pairando do lado de fora de uma sauna gay.

"Ah… você sabe." Christopher olhou para seus pés.

Ele estava usando roupas trouxas - uma camisa jeans com os botões desiguais, calça social e um
colete laranja queimado com bordado verde. Resumindo, ele parecia tão terrível quanto qualquer
bruxo puro-sangue que tentava se passar por trouxa. Como sempre, o ar geral de desesperança de
Christopher fazia dele alguém querido por Remus.

"Er..." Remus esfregou a nuca. “Você quer... hum. Tem tempo para um café? Ou uma bebida? Para
conversarmos um pouco? ”

"Ok, então ..." Christopher o olhou cautelosamente.

Remus assumiu o comando a partir daquele momento, porque estava claro que não havia outro
jeito. Ele conduziu Christopher rua acima, de volta à Tottenham Court Road. Havia um café na
Denmark Street que era barato e anônimo e, por algum motivo, Remus queria ficar o mais longe
possível de sua casa.

“Aqui estamos”, ele sorriu gentilmente, segurando a porta aberta e apontando para uma mesa
disponível. Christopher não disse nada e se sentou, um pouco inquieto. Remus se perguntou se tudo
isso era uma ideia terrível - talvez Chris não quisesse conversar com ele. Porém, ele havia
concordado e até mesmo se ofereceu para pagar quando Remus pediu os cafés.

"Você mora nas proximidades?" Christopher finalmente perguntou, ainda sem fazer contato visual
completo.

“Sim,” Remus acenou com a cabeça, “Não muito longe. Você?"

"Ah, não. Moro em Hampshire. Vim para a cidade a trabalho e... bem. ”

"Onde você trabalha agora?" Remus perguntou, desesperado para poupá-lo de mais
constrangimento.
“Gringotes.” Chris disse, olhando para a garçonete quando seus cafés chegaram. Ele colocou três
cubos de açúcar no seu, e o máximo de leite que pôde - Remus percebeu que nem mesmo havia
perguntado se Chris gostava de café.

"Impressionante," Remus sorriu, "Sempre soube que você se daria bem."

"Acho que sim."

"Ainda lê muito?"

“Quando há tempo ... o trabalho me mantém ocupado. E outras responsabilidades, você sabe como
é. Achei que éramos sobrecarregados durante os NIEM, mas Hogwarts era como férias em
comparação com a vida real. ”

Remus mordeu a parte interna da bochecha, porque era verdade, e ele não queria ficar chateado
com isso.

"E você?" Christopher perguntou, claramente tentando não fazer uma careta enquanto bebia seu
café. "O que você faz agora?"

"Isso e aquilo," Remus deu de ombros. “Não tenho exatamente uma carreira.”

"Oh, que vergonha."

Remus deu de ombros, "Está tudo bem, eu me viro."

Houve um silêncio constrangedor. Remus queria perguntar sobre a sauna, mas sabia que era
melhor ficar quieto. Grant provavelmente perguntaria, mas Grant possuía um jeito de deixar as
pessoas à vontade que Remus não tinha. Ele apenas bebeu seu café em silêncio e desejou ter
sugerido um pub em vez disso.

"Achei que você tivesse morrido." Christopher disse de repente. Remus quase engasgou. Ele largou
o café.

"Você…"

“Haviam tantos rumores naquela época - você se lembra como era. E havia todos esses nomes, e
quando eu vi o que tinha acontecido com Lily e seu amigo James, eu pensei... especialmente depois
que foi descoberto que Sirius Black foi o culpado, eu simplesmente presumi... ”

Remus inspirou profundamente e esperou que a dor diminuísse. Quando isso aconteceu, ele exalou
lentamente e disse, muito uniformemente.

"Não. Eu não estava lá naquela noite. Eu não fazia ideia do que Black estava tramando. Ninguém
sabia. ”

"Ele estava sempre tramando alguma coisa", disse Christopher sombriamente. "E com sua família...
eu suponho que não tenha sido realmente uma grande surpresa."

"É." Remus respondeu sem saber mais o que estava dizendo, apenas tentando ignorar o rugido em
sua cabeça, "Suponho que não."

“Eu fiquei tão chateado sobre o que houve com Lily, no entanto. Ela era gentil. Você sabe onde
Harry está agora? O menino que sobreviveu?"

Remus apenas balançou a cabeça. Ele bebeu mais café - provavelmente não era uma ideia brilhante
adicionar cafeína ao seu ritmo cardíaco já acelerado, mas ele estava tentando parecer o mais normal
possível.

"Se você não estivesse morto", continuou Christopher, "pensei que talvez você simplesmente não
quisesse falar comigo."

"Por que?"

“Eu sei que você e seus amigos estiveram todos envolvidos na guerra, ajudando Dumbledore e
tudo mais. Eu não... meus pais me mandaram para a Suécia depois que terminei meus NIEM. Eles
estavam preocupados comigo, eles me queriam fora do caminho. Você se lembra de como as coisas
estavam naquela época.”

Sim , Remus queria dizer, sim, eu me lembro. Às vezes eu acordo e parece que ainda está
acontecendo.

"E por sermos puro-sangue... acho que eles estavam preocupados que eu tivesse que escolher um
lado. Então eles me mandaram embora, nós temos família em Gotemburgo, e eu obtive minha
qualificação em Finanças Mágicas. ”

"Certo." Remus acenou com a cabeça. Ele realmente precisava falar sobre outra coisa. “Bom para
você, Chris. Então, hum... você vem a Soho com frequência? "

Christopher ficou vermelho de novo e olhou para sua caneca de café. “Só... só às vezes.
Honestamente, acabei de ouvir sobre aquele lugar e pensei em dar uma olhada, eu não... eu não
quero que você pense... "

"Você sabe que deve ter cuidado", disse Remus, baixando a voz para o caso de algum dos clientes
do café estar ouvindo, "Há uma doença que os trouxas estão pegando, não tenho certeza de quanto
vocês sabem sobre isso, mas é muito sério. ”

“Como eu disse,” Christopher respondeu, “eu quase não vou lá, realmente. Apenas curiosidade
estúpida. ”

Remus sentiu uma pontada de culpa por fazer Christopher se sentir mal. Se Grant havia lhe
ensinado alguma coisa, era que você nunca deveria aumentar a vergonha pessoal de ninguém. De
qualquer maneira, era um sentimento desperdiçado, não havia necessidade de torná-lo pior.

"Não há nada de errado em ser curioso," Remus disse gentilmente, "Muitas pessoas vão a esses
lugares."

"Você vai?" Christopher ergueu os olhos para ele.

"Não." Remus respondeu um pouco rápido demais. "Er... quero dizer, você sabe que nunca fui
muito sociável."
"Ah, claro. Posso imaginar, depois de tudo o que aconteceu... ”

Remus não queria entrar nisso, então mudou de assunto, "Está saindo com alguém?" Perguntou.
"Tem namorado?"

Christopher balançou a cabeça. "Não. É difícil, você sabe. O trabalho que tenho, minha família. As
coisas têm sido... bem, houve um bom número de tentativas e erros a esse respeito. ”

Remus queria apertar sua mão sobre a mesa, mas não era realmente o lugar ideal. Ele inclinou a
cabeça simpaticamente.

“Vai melhorar, Chris.”

Christopher o olhou com um sorriso resignado. “Mm, sim, eu lembro de você dizer algo assim
antes, na escola. Você disse que havia alguém para todos. ”

"Bem, existe." Remus acenou com a cabeça de forma encorajadora. “Mais de uma pessoa até.”

"Eu não sei." Chris suspirou. "Não sei se é saudável pensar assim. Existem tantos fatores a serem
considerados, e eu não... Eu não acho que funcione como nos livros. Não acho que todo mundo
tenha essa mesma experiência. ”

Isso foi uma coisa difícil de ouvir. Remus não sabia o que dizer, de verdade, e se sentia
estranhamente constrangido e ingênuo. Certamente, Remus não glamourizava mais o romance, se é
que alguma vez o fez. O amor havia lhe espancado em mais de uma ocasião. Mas também havia
sido a única coisa pela qual valia a pena viver. O amor o ergueu, o protegeu e o manteve humano.
De repente, teve o desejo de ver Grant e se perguntou se ele já estaria em casa.

"Não sinta pena de mim", disse Christopher rapidamente, verificando seu relógio de bolso, "Eu já
me diverti o suficiente. Gosto do meu trabalho, ganho muito dinheiro e, quando tenho uma noite
livre, ainda... sabe, posso me divertir de vez em quando. Eu apenas vejo isso como uma
recompensa ao invés de um estilo de vida. Na verdade,” Ele se inclinou um pouco, “Eu tenho um
apartamento em Kensington para quando eu trabalho até tarde e não quero aparatar todo o caminho
de volta para casa. É bom lá, se você quiser conhecer. ” Ele ergueu uma sobrancelha
sugestivamente.
A boca de Remus ficou seca e ele engoliu em seco, confuso.

“Hum. Legal da sua parte oferecer, realmente, mas é melhor eu ir para casa. Eu tenho alguém me
esperando. ”

"Oh." Christopher se endireitou. Seu rosto pareceu se fechar. "Você tem alguém."

"Sim, há alguns anos." Quase seis, percebeu. Por mais tempo do que ele teve Sirius - se ele
realmente tivesse tido Sirius.

"Bem. Bom para você, então. Olha, é melhor eu ir, Remus, foi muito bom vê-lo novamente. "
Christopher se levantou e estendeu a mão formalmente para Remus apertar. "Devemos marcar um
jantar apropriado algum um dia desses, me avise se aparecer no Beco Diagonal, talvez eu
providencie um almoço."

“Ok,” Remus acenou com a cabeça, apertando sua mão.

Ele sabia que nunca iria no Beco Diagonal, e como Christopher não deu a ele quaisquer detalhes de
contato, Remus presumiu que o convite era apenas por educação. Não sentia falta da hipocrisia
puro-sangue.

Remus voltou para casa rapidamente, ignorando a dor em seu quadril, e ficou mais aliviado do que
achou ser possível ao encontrar Grant na cozinha.

"E aí, nerd", ele sorriu, "como foi o museu?"

“Bom, obrigado. Interessante."

"Acho que devo levar alguns dos meninos lá, para um passeio, se conseguir passar por cima das
ordens do diretor." Ele ergueu duas latas, "Quer feijão ou argolas de espaguete na torrada?"

“O que você preferir,” Remus respondeu, observando-o. Grant olhou para as duas opções
alegremente.

“Espaguete então. Com muito molho worcestershire, hein? "

"Soa perfeito." Remus respirou.

"Perfeito", Grant riu, "Você deve estar com fome."

"Não, eu só... senti sua falta, só isso."

“Eu só fui no trabalho.”

"Eu sei…"

"Idiota." Grant balançou a cabeça, ainda sorrindo, virando as costas para abrir a gaveta de talheres
e encontrar o abridor de latas.

Remus cruzou o cômodo rapidamente e o abraçou, envolvendo os braços em volta da cintura de


Grant, puxando-o e inalando seu cheiro. Grant largou o abridor de lata com cuidado e abraçou
Remus de volta, esfregando seus braços. "Você está bem, querido?"

"Mmmhm." Remus respondeu em seu pescoço. "Só estou feliz que você está aqui."
Capítulo 180: 1989
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

Got on a lucky one

Came in eighteen to one

I've got a feeling

This year's for me and you

So happy Christmas

I love you baby!

I can see a better time

When all our dreams come true.

Fairytale of New York, The Pogues

Em 1989, Remus realmente foi para Oxford Street para fazer suas compras de Natal, por
insistência de Grant.

"Você nunca foi lá?!" Ele engasgou, seus olhos arregalados, "Você nem viu as luzes?!"

"Não achei que londrinos de verdade se envolvessem nesse grande absurdo." Remus respondeu
defensivamente.

"Londrinos de verdade saem de casa." Grant disse. "E compram presentes para seus amigos."

"Eu não tenho nenhum amigo." Remus disse, então se sentiu péssimo. Porque, claro, ele tinha
Grant.

"E aquela menina, Mary? Ela envia cartas para você o tempo todo."

"Ah sim. Eu poderia comprar algo para ela, talvez. "

"Esse é o espírito, Ebenezer."

Remus ignorou a provocação, porque sabia que Grant amava o Natal - ou qualquer oportunidade de
comemorar na verdade - e Grant teve um ano muito difícil.

Tendo trabalhado tão duro para obter seu certificado de conclusão da escola, se esforçando em cada
etapa do caminho para obter o A-Levels e várias outras qualificações, tudo para que pudesse ter o
emprego dos seus sonhos, para que pudesse ajudar outras pessoas, Grant finalmente encontrou um
oponente intransponível. O governo ou, mais especificamente, o Ato Governamental Local.
Em 1988, a Seção 28 foi aprovada e Grant não estava mais seguro em sua posição no trabalho. A
princípio, Remus não havia realmente entendido ou, pelo menos, não conseguia ver por que Grant
deveria se preocupar.

"Mas você não trabalha para o conselho," ele franziu a testa, folheando os folhetos que Grant e seus
amigos estavam imprimindo para aumentar a conscientização sobre o que estava acontecendo.

"Sim, eu trabalho," Grant respondeu, "A autoridade local inclui escolas e instituições para menores
infratores, e é disso que se trata. Eles não querem que nós transformemos as crianças em
pervertidos. "

"Isso é ridículo." Disse Remus.

"Eu sei."

Remus releu o texto.

Uma autoridade local não deve promover intencionalmente a homossexualidade, publicar material
com a intenção de promover a homossexualidade ou promover o ensino sobre aceitabilidade da
homossexualidade sob o preceito de uma falsa família em qualquer escola.

"Falsa?!" Remus balançou a cabeça.

"Eu sei." Grant suspirou.

"Mas o que isso significa? 'Promover' a homossexualidade? Como você a promove?"

"Bem, é aí que os filhos da puta têm sido espertos, não é." Grant bufou. "Não significa nada, não
realmente. Significa apenas que se alguém quiser argumentar contra isso, os malditos
conservadores podem acusá-los de querer 'promover' a existência queer ou alguma besteira. "

"Mas isso é..."

"Completamente doentio? Cruel? Imoral. Sim. Meu amigo, Gay Bob, ele já teve que fechar o
grupo de Apoio a Jovens Gays que havia sido inaugurado no ano passado. E o mesmo pode
acontecer comigo, o governador já está pedindo uma lista dos livros que usamos para verificar se
nenhum deles é queer demais."

"Mas eles não podem... eles despediriam você?"

"Eu não sei, amor. Já estou tentando manter minha cabeça baixa sobre essa coisa de AIDs. "

Remus se sentiu ainda pior com isso. Certo dia, todos os funcionários do centro em que Grant
trabalhava haviam sido convocados para uma reunião e comunicados que, sem nenhuma exceção,
se qualquer um deles contraísse o HIV, seriam demitidos sem aviso prévio - e a polícia seria
notificada. Isso já era aterrorizante o suficiente.

Nos últimos dezoito meses, Grant havia trabalhado incansavelmente com seus amigos e vários
grupos para apelar à Seção 28, e não estava indo nada bem. Ele quase foi preso em um protesto e
ficou com um olho roxo por causa de um homem conservador em outro.

"É uma guerra." Grant disse ferozmente quando voltou, e Remus o fez sentar e ficar quieto para
que pudesse cura-lo, "Somos nós e eles, é assim que eles querem, e é isso que eles vão ter."

Remus não sabia o que dizer. Ele não queria guerra, ele só queria ser deixado sozinho. Porém, ele
nunca disse isso, porque, no fundo, estava muito orgulhoso da recusa descarada de Grant em
desistir ou ceder ao menos um pouco. Remus sempre admirou sua bravura acima de tudo.

Então, no final de dezembro, Remus e Grant se agasalharam em gorros de lã, luvas e cachecóis, e
caminharam pela cidade cinzenta de inverno até Oxford Circus. Grant estava certo - o idiota - as
luzes eram lindas. Espalhadas pela rua larga como videiras na selva, grandes lâmpadas douradas
reluzentes iluminavam os alegres decks vermelhos, os táxis pretos reluzentes, as gloriosas vitrines
prateadas e verdes.

Era verdade, Remus esteve evitando o Natal e todas as suas armadilhas, assim como evitava seus
aniversários. Ele estava preocupado que essas datas fossem fazê-lo voltar - para Hogwarts, para a
mansão dos Potters, para todas as suas memórias mais agridoces. Era muito difícil ficar sem seus
amigos naquela época do ano.

Mas havia algo muito purificador no caos das compras na Oxford Street. O barulho, a agitação e os
cheiros garantiram que ele não pudesse ficar de mau humor por muito tempo, e o entusiasmo de
Grant fez todo o resto.

"Certo, vamos dar uma olhada e procurar o presente de Mary primeiro, vamos?" Ele sorriu para
Remus, pulando na ponta dos pés. "Casa de Fraser? Ou ela é uma garota de Selfridges? "

"O que estiver mais em alta, suponho," disse Remus. "O que você tinha em mente?"

"Deus, não tenho ideia."Coisas de banho?"

"Sim," Remus acenou com a cabeça, "Coisas de banho. Ou perfume? "

"Ooh, perfume, hein?" Grant o cutucou com o cotovelo, "Isso é íntimo. Eu deveria estar
preocupado?"

"Sobre Mary?" Remus bufou, "Chegou tarde demais."

Eles vagaram pelos departamentos de perfumes de três ou quatro grandes lojas. Remus lamentou
um pouco sua escolha, seu olfato hipersensível fez com que ele ficasse rapidamente com uma dor
de cabeça após a primeira parada.

Ele acabou optando por algo floral, em um frasco rosa e dourado, porque era bonito e estiloso, e
Mary era bonita e estilosa. Ele até o embrulhou para presente em papel dourado com um laço de
cetim vermelho. Cores da Grifinória, e sorriu para si mesmo.

"Certo, você pode comprar meu presente agora", Grant sorriu, puxando sua manga, "Eu quero
meias novas, todas as minhas têm buracos."

Remus tomou um grande golpe de ar frio e fresco quando eles saíram, o que o fez se sentir
aliviado. "Tenho que comprar algo melhor do que meias ", disse ele.

"Gostaria de ganhar algumas cuecas também". Grant piscou e Remus corou, olhando para baixo.
Mais tarde, quando Grant não estivesse por perto, ele compraria algo realmente bom. Não tinha
certeza do que ainda, e ele não tinha muito dinheiro - mas talvez um novo casaco que não fosse tão
caro. Grant precisava desesperadamente de um, sua jaqueta de segunda mão mal mantinha o frio
longe.

"O que você quer?" Grant perguntou, olhando para uma vitrine projetada para se parecer com o
pólo norte, com grandes almofadas empilhadas se assemelhando à iglus e pinguins de pelúcia
gigantescos.
"Chocolate." Remus encolheu os ombros.

"Isso é o que eu sempre te dou..."

"Isso é tudo que eu quero, agora que eu não fumo mais."

Grant balançou a cabeça, resmungando pela falta de senso de Remus.

De repente, Remus sentiu um sopro de magia. Por um momento, se perguntou se seus sentidos
apenas foram destruídos por todo o perfume, mas não, era muito claro. Ele olhou para cima e para
baixo na rua, curioso. Então ele o viu, parado do lado de fora da vitrine da Marks & Spencer.

"Christopher? É você?" Remus se aproximou lentamente.

"Remus!" Christopher se virou surpreso.

"Temos que parar de nos encontrar assim," Remus riu. Ele estava de bom humor e, pelo menos,
não tinha pego Chris em uma situação comprometedora desta vez.

"Sim, verdade," Christopher riu também, um pouco nervoso, pigarreando no final. Ele carregava
várias sacolas de compras volumosas com as duas mãos. "Como você está? Desculpe não ter
entrado em contato, estou muito ocupado no trabalho. "

"Tudo bem. Estou bem, "Remus concordou. Os olhos de Christopher se voltaram para Grant.
Remus se lembrou de ser educado, "Desculpe, er, este é Grant, ele é..."

"Sua alma gêmea." Grant terminou com um sorriso atrevido, estendendo a mão enluvada.
Christopher parecia não saber se ria também, mas mudou suas sacolas de compras para apertar a
mão de Grant.

"Christopher Barley", disse ele.

"Chris e eu estudamos juntos," explicou Remus.

"Oh, entendo," Grant acenou com a cabeça ansiosamente, seus olhos esbugalhados. Ele nunca
havia dito nada sobre isso, mas Remus sabia que Grant estava secretamente morrendo de vontade
de conhecer outro bruxo, só para comparar. "Mora em Londres, certo?"

"Er... não. Estou aqui apenas para fazer compras, você sabe. Natal."

"Nós também," disse Remus.

"Que bom." Chris disse muito formalmente. Estava começando a ficar um pouco estranho. Remus
se sentia como se eles estivessem em um coquetel de classe média ou algo assim, trocando falsas
gentilezas.

"Chris querido? Aí está você!" Uma mulher loira baixa veio trotando rua acima em saltos altos
pretos e um lindo casaco de arminho. Ela estava puxando um garotinho pela mão, ele parecia ter
cinco anos e tinha os olhos de Christopher. "Podemos ir logo? Há muitos trouxas por aí, é
sufocante. "

Christopher evitou o olhar de Remus e cumprimentou a mulher.

"Desculpe, querida, eu só estava... encontrei um velho amigo de Hogwarts." Ele gesticulou


vagamente.
"Que adorável!" Ela voltou seu sorriso de lábios vermelhos para Remus, então estendeu sua
pequena mão e ele a apertou sem jeito, sem saber se deveria beijá-la.

"Querida, este é Remus, e seu amigo Grant. Remus... esta é Åsa, "Christopher murmurou, "Minha
esposa. E Henrik, meu filho. "

"Prazer em conhecê-la," Remus assentiu. Grant acenou com a cabeça também, mas Remus
percebeu que ele estava desconfortável.

"É um prazer!" Åsa jorrou. "Devo dizer que não conheço tantos colegas de escola de Christopher.
Você tem que vir jantar uma noite e me contar tudo sobre as travessuras dele! "

"Ha, sim, definitivamente," Remus riu constrangido, esfregando a nuca. Ele nem sabia o que estava
dizendo. Christopher era casado?! Ele tinha um filho?!

"Bem, é melhor irmos." Christopher disse, seu rosto estranhamente branco. "Feliz Natal, Remus."

"Feliz Natal..." Remus deu um aceno estranho, enquanto a família se virava para ir embora em
direção ao Beco Diagonal.

"Sou só eu", disse Grant, enquanto eles saíam, "Ou isso foi estranho?"

"Muito." Remus respondeu. "Ele deve tê-la conhecido na Suécia... Ele disse que sua família o
mandou para lá..."

"Não foi ela que foi estranha." Grant disse.

"Não, quero dizer..." Remus mordeu o lábio, "Er... então, eu conheço Chris da escola, mas eu o
encontrei a pouco tempo, há um ano e meio, saindo daquela sauna no Soho. "

"Oh!" Grant disse. "Certo, eu entendo. Pobre rapaz. "

"Ele nunca disse nada então... ele... quantos anos a criança parecia, para você?"

"Mais de um ano e meio." Grant encolheu os ombros.

"Sim..."

Logo começou a chover aquela chuva gelada de dezembro, então eles correram para o próximo
ônibus e foram para casa. Depois disso, Remus passou a pensar em Christopher com frequência e
isso o perturbava. Não havia muito que ele pensasse que pudesse fazer a respeito, e realmente não
era da sua conta, mas ele não entendia. Christopher havia sido convencido ou coagido? Ele a
amava, ele estava feliz?

Quando ele e Grant conseguiram escapar da chuva, eles estavam congelados e encharcados, então
tomaram um banho quente para se aquecer e Remus acendeu o fogo na velha conexão de flu para
aquecer o apartamento.

"Como isso funciona se não temos uma chaminé?" Grant perguntou, trazendo o chá.

"Magia." Remus bocejou, enquanto Grant se acomodava ao lado dele.

"Eu sou como aquele cara em Bewitched casado com a loira sexy."

"Eu não mexo meu nariz, no entanto."


"Aww, agora eu vou te perturbar até que faça isso," Grant sorriu.

Remus deu a ele um olhar arrogante e apontou sua varinha para o rádio. Eles estavam tão
aconchegantes que parecia errado ligar a televisão.

"Obrigado por vir comigo hoje." Grant disse, envolvendo as mãos em torno de sua caneca de chá
para aquecê-las. "Eu sei que você odeia multidões."

"Eu não me importo, sério. Obrigado por me tirar de casa. E me mostrar as luzes."

"A qualquer hora," Grant bufou. "Sempre me alegra fazer as compras de Natal. Sabe, ninguém está
pensando em si mesmo, todos só querem fazer outras pessoas felizes, é bom."

"Achei que você fosse contra a comercialização do Natal." Remus comentou ironicamente. Grant
deu uma cotovelada nele.

"Eu sou, mas um pouco disso ainda é bom. De qualquer forma, achei que você gostaria de uma
pausa da política neste fim de semana."

Remus não respondeu, apenas beijou a bochecha de Grant e se acomodou para ouvir o rádio. Era o
final de uma música de Suzanne Vega que estava tocando. "Amo esta música," Grant murmurou,
encostando-se em seu ombro, "Amo a voz dela, toda clara e estranha, sabe?"

"É um mito grego," Remus respondeu sonolento, "Odisseu."

"Nah, é algo que começa com um C", respondeu Grant, tomando um gole de chá.

"Sim, Calipso, ela é uma siren, mas Odisseu é o personagem principal."

"Siren? Não é como uma sereia? "

"Um tipo. Elas atraem os homens com seu canto. "

"Elas são reais?" Grant perguntou. Ele sempre quis saber.

"Sim, sereias são. Não sei se Calypso era. "

"Então, o que ela fez? Eles se apaixonaram, ou o quê? "

"A história de Odisseu é chamada de Odisséia. É tudo sobre sua jornada de volta para casa após a
guerra de Tróia. " Remus franziu a testa, tentando se lembrar. Era Homero. Havia lido sobre isso
em seu segundo ano, antes ou depois da Epopéia de Gilgamesh, não conseguia se lembrar. Antes,
realmente não havia gostado da Odisséia, preferiu A Ilíada, porque tinha todas as coisas boas sobre
a guerra nela. Talvez hoje, fosse se sentir diferente sobre isso agora que era um adulto.

"Os troianos... são eles que tinham o cavalo de madeira?" Grant perguntou, ainda tentando seguir o
tópico.

"Sim, é isso. Odisseu se mete em todos os tipos de problemas ao tentar voltar para a casa, para sua
esposa, Penélope, mas o deus do mar fica zangado com ele por causa de alguma coisa - não me
lembro o quê, então ele destrói o navio de Odisseu e ele vira náufrago na ilha onde Calipso mora.
Ela se apaixona por ele e o mantém como refém por sete anos. "

"O que ela faz com ele?"

"Ah, eu não sei. Alimenta ele, cura suas feridas e outras coisas. Eu acho que ela dança muito
também. "

"Ela não parece tão ruim. Parece gentil. "

"Pode ser. Mas ela quer torná-lo imortal e Odisseu quer voltar para Penélope. Calypso não é seu
verdadeiro amor. "

"Meio triste." Grant bufou, parecendo chateado.

"É apenas uma história." Remus deu de ombros.

Chapter End Notes

Recomendo a todos que querem saber mais sobre a história relativa a essa lei e sobre
políticas em relação a comunidade LGBT no Reino Unido que entrem nesse site aqui.
Ele está em inglês, mas usando o tradutor direto da página acho que é possíven
entender bastante coisa. O site reúne tanto reportagens como podcasts explicando tudo
sobre esse movimento de retrocesso dos direitos humanos nos 80.

https://lgbtplushistorymonth.co.uk/section-28-resources/
Capítulo 181: 1990

And then she turns to me with her hand extended

Her palm is split with a flower with a flame

And she says "I've come to set a twisted thing straight."

And she says "l've come to lighten this dark heart."

And she takes my wrist, I feel her imprint of fear

And I say "I've never thought of finding you here."

Solitude Standing, Suzanne Vega.

Mary teve seu primeiro filho naquele ano - uma garotinha que ela chamou de Rachel, em
homenagem a sua mãe. Rachel Marlene.

"Não vou mentir," ela disse a Remus pelo telefone, "Estou rezando para que ela seja um aborto.
Não vou conseguir viver com toda essa bobagem. "

Ela o convidou para o batismo, e ele foi por obrigação. Passaram-se décadas desde que ele pôs os
pés em uma igreja, e esta era uma enorme igreja católica em Croydon. Grant não veio, disse que
tinha muito medo de explodir em chamas quando cruzasse a soleira.

"Isso é ridículo," Remus suspirou, cansado e sem humor, "Mary é literalmente uma bruxa. Se ela
está segura em uma igreja... "

"Meu avô era um entusiasta da Bíblia", Grant estremeceu, "Todos eles podem fazer um, pelo que
eu sei."

Grant raramente era tão teimoso, então Remus foi sozinho e tentou não pensar em funerais.

Após a cerimônia, houve uma pequena festa no salão ao lado, e Mary exibiu sua bebê. Ela era
linda, gordinha, com grandes olhos castanhos, enormes cachos morenos e um sorriso pegajoso que
certamente se tornaria tão deslumbrante quanto o de sua mãe um dia. Remus acenou nervosamente
para o querubim que ria, e acariciou a mão macia de bebê dela.

"Estou completamente obcecado por ela." Mary emocionou-se, segurando-a, "Quer abraçá-la?"
Mary sorriu, então deu aquela gargalhada de menina que o fez retroceder anos, "Estou brincando,
querido Remus. Aqui, vou entregá-la à mãe de Darren um pouco, vamos conversar um pouco, só eu
e você... "

Eles se sentaram em cadeiras vermelhas de plástico em um canto silencioso do salão da igreja,


segurando copos de papel com suco de laranja aguado. Era um espaço pequeno, cheio de barulho
da festa, de famílias e crianças brincando. A família de Mary era enorme, tão impetuosa e adorável
quanto ela. Remus se sentia muito deslocado, mas o sentimento não era novo.
"Você não vai se casar, então?" Remus perguntou, "Você e Darren?"

"Shh, mamãe vai ouvir", Mary deu uma risadinha. "Ela está furiosa, é claro, ela está fingindo que
tivemos uma pequena cerimônia na Jamaica antes de Rachel ser concebida. Nah, eu não gosto
disso, e nós mal temos tempo com a garagem e a nova casa... "

Remus acenou com a cabeça, sorrindo. Era tão bom estar sentado ao lado de Mary novamente, tê-la
tagarelando cheia de energia e alegria.

"E você, ainda mora em Soho?" Mary perguntou, dando a ele um olhar avaliador. Remus havia
vestido um terno que comprou no dia anterior em um brechó. Era ok. Um pouco anos setenta e
grande demais para ele, mas esse era o estilo hoje em dia, de qualquer maneira.

"Sim." Ele acenou com a cabeça. "Acho que nunca vou me mudar para ser honesto, o apartamento
está pago."

"Conseguiu um namorado?"

"Hm, mais ou menos..."

"Eu sei que você tem um, por que você está sendo tão misterioso? Ele é um trouxa? "

"Sim."

"Ah, eu gostaria que você viesse me ver com mais frequência, Remus. Me preocupo com você."

Ele sorriu para ela, "Você age como uma mãe."

Isso a fez rir. "Eu sou uma mãe!"

Ela ainda era bonita e, na mente de Remus, Mary parecia a mesma aos trinta do que aos dezoito.
Ela usava um terninho rosa choque com ombros de navalha afiados e um fascinador de ouro
brilhante empoleirado no topo de sua cabeça. Seu cabelo estava curto, o que fazia seu rosto parecer
mais angular, como um busto de Nefertiti.

"Mamãe continua me chamando de 'Grace Jones'," Mary tocou seu pescoço nu, constrangida, "Mas
eu gosto. Não posso perder tempo me arrumando em frente ao espelho quando tenho uma
macaquinha para me preocupar. Você está trabalhando em algum lugar? "

"Ah... aqui e ali," Remus deu de ombros evasivamente. "Você sabe como é."

"Você sabe que Dumbledore deu um emprego a Snape," Mary se inclinou e sussurrou. Remus não
sabia por que, já que ele era a única pessoa ali que sabia quem eram Dumbledore e Snape. "Ele é
um professor de Hogwarts agora. Você pode acreditar nisso?!"

Remus deu de ombros. Mary continuou, furiosa. Isso obviamente estava em sua mente há algum
tempo. "Quando penso em todo o sofrimento que aquele covarde causou! Quando penso em todos
os amigos que perdi... Lily e James, Peter... Marlene. "

"Snape não foi responsável por suas mortes."

"Como vamos saber? E daí, ele virou espião por duas semanas no final, porra, e isso lhe garante
um emprego confortável para o resto da vida, não é? O que ele estava fazendo enquanto estávamos
escondidos em porões como ratos? Onde ele estava quando estávamos desaparecendo na luz do
dia?!"
"Mary..."

"Eu simplesmente não consigo acreditar em Dumbledore. Ele te ofereceu alguma ajuda? Não
ofereceu a mim. Talvez não valemos o tempo dele, suponho. Todos eles permaneceram juntos no
final, as velhas famílias. "

"Eu não quero nada dele." Remus disse, "Estar em dívida com Dumbledore é muito perigoso. De
qualquer forma, Snape tem que viver com o que fez, assim como todos nós. "

Então, ela abaixou os olhos, e Remus sabia que os dois estavam pensando em Sirius.

"Vou te dizer uma coisa, Remus, meu amor," ela disse, finalmente, "Eu não me importo se ela tem
magia ou não, minha garotinha não será bucha de canhão para aquele velho bastardo. Da próxima
vez que todos quiserem uma guerra, você e eu seremos inteligentes o suficiente para ficarmos bem
fora dela, hein? "

"Exatamente." Remus respondeu. Pelo menos, poderiam concordar com isso. Preferia se juntar aos
lobisomens novamente do que se juntar à Ordem.

"Sabe, ter Rachel me faz pensar em Harry." Mary disse melancolicamente. "Agora que eu tenho
um filho, não sei como Lily e James fizeram isso. Lembra? Éramos todos apenas crianças,
brincando de mamãe e papai, não é?"

"Suponho que sim."

"Ele vai começar Hogwarts no próximo ano, Harry."

"O que?! Não, isso não está certo, ele só deve estar com... " Remus lutou para fazer as contas em
sua cabeça. "Merda." Ele disse. "Eu nem pensei nisso."

"Pobre amorzinho, indo para a escola sem pais para vê-lo partir."

"Hm..."

"Ah Deus, desculpe Remus! Eu não estava pensando... "

"Está tudo bem", ele riu, "Já superei o fato de ser órfão."

Ele ficou por cerca de mais uma hora antes de sair para pegar seu ônibus na escuridão fria de uma
noite de inverno. Se agarrava a duas fatias de bolo embrulhadas em guardanapos de papel rosa
- uma para você, uma para o seu 'mais ou menos' namorado, Mary piscou quando os entregou.

Ele beijou sua bochecha, e ela ficou na ponta dos pés para abraçá-lo. Mary tinha o mesmo cheiro, e
isso o fez querer chorar.

"Amo você, querido", ela sussurrou, "Estou tão feliz em ver você voltando a ser você mesmo."

Ele deu a ela um meio sorriso, felicitou-a novamente e saiu.

Mary estava certa. Ele estava voltando para si mesmo, ou se não, tornando-se outra pessoa, alguém
que estava conseguindo lidar com a vida. Ele recusava cigarros e bebidas, raramente passava as
tardes olhando para o teto do quarto sem conseguir se vestir. Às vezes, coisas estranhas o
deixavam ansioso, como o cheiro de óleo de motor ou quando tocavam velhas canções de Bowie
no rádio. Uma vez ele viu uma adolescente com cabelo ruivo descer de um ônibus em Finsbury
Park e quase a seguiu para casa. Mas ele estava melhor.
Às vezes, Remus até conseguia pensar em Sirius. Às vezes, ele podia falar sobre ele - apenas para
Grant, e apenas se ele perguntasse. Coisas engraçadas, como travessuras que eles fizeram na escola
ou piadas internas idiotas. Ele não pensava sobre eles juntos - sua mente havia transformado Sirius
em uma pessoa completamente diferente, apenas mais um personagem de seus tempos de escola.
Isso tornou as coisas muito mais fáceis.

Após o batismo, a caminho de casa, Remus pensou em Harry. Ele esperava que o garoto estivesse
feliz ou que, pelo menos, não estivesse com raiva. Remus tentou se imaginar aos 11 anos,
atravessando a barreira de King's Cross pela primeira vez. Havia sido estressante e estimulante, e
ele não sabia como agir ou como se relacionar com mais ninguém. E então ele conheceu James, o
primeiro rosto amigável no trem naquele dia. Era muito cruel que Harry nunca fosse conhecê-lo.

Remus corria o risco de ficar nostálgico e choroso, então ele desceu do ônibus para andar o resto
do caminho para casa. Ele estava cansado quando entrou e seu quadril doía, mas tudo bem, se
sentia bem por ter saído de casa.

"Tudo bem, raio de sol?" Grant perguntou da cozinha enquanto Remus fechava a porta da frente.

"Oi,"

"Como foi?"

"A parte da igreja foi entediante. Ver Mary foi bom. "

"Que bom," Grant veio se encostar no batente da porta. Ele estava secando um prato que usaram na
noite anterior.

"Deixe isso, eu faço." Remus disse, desabando no sofá.

"Nah, já terminei."

"Mary nos convidou para jantar, mas eles vivem em Hounslow, meio distante, mas se você quiser
ir..."

"Oh, ela sabe quem eu sou agora?" Grant sorriu.

"Mais ou menos." Remus corou. "Ela sabe que estou saindo com alguém, só..."

"Por quase nove anos, Remus..."

"Desculpe, é estranho porque... Mary me conhecia naquela época, você sabe."

"Ela te conheceu quando você estava com Sirius." Grant disse categoricamente, voltando-se para a
cozinha para guardar o prato.

"Não seja assim!" Remus disse, levantando-se rigidamente.

"Não estou sendo nada." O rosto de Grant estava escondido pela porta do armário.

"Eu te convidei para o batismo, você que não quis ir."

"Você sabe muito bem por quê."

"Você odeia igrejas, eu sei."

"Bem, então."
"Por que estamos brigando?!" Remus franziu a testa, confuso.

"Isso não é uma briga." Grant fechou a porta do armário, suspirando.

"Então o que é?"

"Foi há dez anos, só isso. Você ainda está agindo como se eu não importasse tanto quanto ele. "

"O que?! Não, isso é loucura, isso é - "

"Isso é tudo que eu queria dizer." Grant levantou a mão para detê-lo. "Como eu disse, isso não é
uma briga."

"Mas Grant, eu não... você está errado, eu juro! Eu quero que você conheça Mary, eu quero! "

"Vou dar uma volta, ok? Eu preciso de um pouco de ar." Grant passou por ele e foi até a porta. Ele
tirou o casaco do cabideiro, o casaco que Remus comprou para ele no Natal passado. "Estarei de
volta em uma hora ou algo assim. Tome um paracetamol para o seu quadril, está bem? Você está
mancando de novo."
Capítulo 182:1991
Chapter Notes

See the end of the chapter for notes

I'm sure that everybody knows

How much my body hates me.

It lets me down most every time

And makes me rash and hasty.

I feel a total jerk before your naked body of work...

Sexuality!

Young and warm and wild and free!

Sexuality

Your laws do not apply to me!

Sexuality

Don't threaten me with misery!

Sexuality

I demand equality!

Sexuality, Billy Bragg.

Sábado, 9 de março de 1991

"Você viu minha varinha?!"

"Nop."

"Droga!"

"Onde a viu pela última vez?"

"Se eu soubesse eu não estaria procurando, estaria?!"


"Tudo bem, tudo bem, não precisa se descabelar," Grant saiu do banheiro cheirando a pasta de
dente e pantene. Remus praticamente havia virado a sala de estar de cabeça para baixo em sua
busca. Ele estava parado no meio da bagunça, passando os dedos ansiosamente pelos cabelos.

"Eu tenho um milhão de folhas de exames para corrigir hoje, eu realmente preciso dela..."

"Basta fazer isso sem magia, como o resto de nós mortais," Grant deu de ombros, levantando as
almofadas do sofá para ajudá-lo a olhar.

"Eu não consigo, eu realmente preciso da minha varinha..." Remus bufou, olhando embaixo da
mesa da TV.

"É uma pena que não haja um feitiço para encontrá-la, hein," Grant riu. Então ele viu o rosto de
Remus e ficou sério, levantando a mão, "Ok, não se preocupe, vamos encontrar... certo, da última
vez que você usou... er... quando as luzes foram cortadas na noite passada, lembra?"

"Ah, sim!" Remus correu para o quarto. Há pelo menos um mês, duas vezes por semana, a energia
estava sendo cortada - Remus achava que isso pararia de acontecer agora que os mineiros estavam
de volta ao trabalho, mas aparentemente não.

Sua varinha havia rolado para debaixo da cama. Ele a agarrou, aliviado, e a segurou com força em
seu punho. "Graças a Merlin." Ele sussurrou para si mesmo.

"Achou?" Grant perguntou enquanto Remus voltava para a sala. Grant estava arrumando a bagunça
que Remus havia deixado. Remus sacudiu sua varinha triunfantemente, e a sala se reordenou. Grant
fez um barulho de surpresa e deleite. "Seu nerd." Ele sorriu.

Remus colocou a língua para fora e foi organizar sua pilha de papéis.

"Ainda não vejo por que você precisa da sua varinha, isso acelera as coisas ou algo assim?"

"Não, eu preciso para conseguir ler," Remus respondeu, sentando-se à pequena mesa de jantar para
trabalhar.

"Que?"

"Eu tenho um feitiço que me ajuda a ler," disse Remus, "Eu nunca aprendi como ler corretamente
em St. Edmund's."

"Você não consegue ler?!" Grant colocou as mãos nos quadris, olhando para Remus sem acreditar.

"Bem, eu consigo um pouco..." Remus disse, se sentindo na defensiva, "Só não muito bem, as
palavras ficam todas confusas, não sei por quê."

"Oh!" Grant disse, sentando ao lado dele. "Você é disléxico."

"Eu sou o que?" Remus franziu a testa para ele. Ele nunca tinha ouvido aquela palavra antes,
parecia um feitiço.

"Disléxico. Costumavam chamar de 'cego de palavras'. Não há nada de errado com o seu QI, é a
conexão entre seus olhos e seu cérebro ou algo assim... Eu li um pouco sobre isso quando estava
estudando Educação. Tentei fazer com que reconhecessem isso no trabalho, acho que alguns dos
meninos precisam de ajuda extra, mas o governador apenas acha que eles são estúpidos."

"Sim, foi o que me disseram." Remus franziu a testa. "... espere, então isso é uma coisa real?!"
"Claro que é," Grant deu de ombros. "Incrível que você tenha um feitiço para isso, me mostre!"

Remus mostrou, mas é claro que não havia muito para ver, e ele não poderia fazê-lo em Grant. Ele
fez uma nota mental para pesquisar sobre dislexia quando tivesse algum tempo livre - se pudesse
descobrir como soletrar essa palavra estúpida.

"Vou deixá-lo terminar então", disse Grant, "Lembre-se de nossos planos esta noite!"

"Oh... sim..." Remus suspirou. "Bem, se eu terminar a tempo, talvez..."

"Não," Grant balançou a cabeça com firmeza, "Nós vamos, Remus Lupin. Vou arrastar você para
os anos 90 mesmo que comece a chutar e gritar. "

Remus riu sem entusiasmo, tentando ignorar o medo que corria na boca do estômago.

Amanhã era seu trigésimo primeiro aniversário e Grant havia decidido que este seria o ano em que
Remus finalmente iria para seu primeiro bar gay. Conforme março se aproximava, Remus só queria
se esconder até o dia acabar, como sempre. Aniversários sempre o faziam lembrar dos marotos.

"Você precisa sair um pouco", Grant dizia, "Conhecer algumas pessoas".

"Eu odeio pessoas." Remus respondia acidamente, "As pessoas votaram em Thatcher e continuam
comprando os discos de Morrissey. Pessoas são idiotas."

Grant riu,

"As pessoas são ótimas. Arte, sexo, café, conversas, não dá para ter nada disso sem pessoas. As
pessoas são o que fazem tudo valer a pena e você sabe disso."

Ele estava certo. Grant geralmente estava certo sobre a humanidade.

E o mundo certamente havia mudado. Remus tinha sido deixado de lado, como sempre, seja por ter
estado imerso na guerra, ou trancado em sua própria dor. Grant voltava do mundo exterior como
um explorador com histórias fantásticas para lhe contar.

As coisas estavam diferentes agora para pessoas como eles - queers, ou, como se chamavam hoje
em dia, 'homens gays'. Há pouco mais de duas décadas, havia sido crime viver como eles viviam, e
houve muitos obstáculos no caminho desde então, mas ninguém conseguiria parar o progresso.

À medida que os anos oitenta chegavam ao fim, parecia que haviam gays por toda parte; Grant
fazia Londres soar como uma grande parada homoafetiva. Ele contou a Remus sobre uma vez ter
visto Freddie Mercury no Heaven, sobre The Pet Shop Boys tocando no rádio, Frankie Goes to
Hollywood era o número um de novo, sobre maquiagem de Boy George e, até mesmo, Elton
John era gay agora.

Então, Remus pensou, provavelmente era hora de ele, pelo menos, tentar se envolver.

Eles foram a um pequeno bar logo virando a esquina, "Eu não acho que você está pronto para o
Heaven ainda," Grant o provocou.

Remus desejou que ele não fizesse gracinhas. Estava mais nervoso do que esperava.

"Eu não vou me enturmar..." Ele disse, olhando seu rosto no pequeno espelho ao lado da porta da
frente. Parecia velho. Trinta e um. Jesus Cristo, ontem mesmo ele tinha dezessete anos.

"É um bar gay." Grant resmungou, parado atrás dele com uma expressão divertida. "Você é gay.
Você vai se enturmar. "

"Não sei se eu sou esse tipo de gay..." Remus respondeu, despenteando o cabelo grisalho para ver
se isso melhorava alguma coisa. Na verdade não, apenas o fazia parecer um pouco mais desleixado.
"Não serão todos... sei lá, mais jovens, mais divertidos?"

"Você é muito divertido." Grant disse. Remus encontrou seus olhos no espelho e ergueu uma
sobrancelha. Grant riu. "Bem, eu acho você divertido. Não vou fazer você dançar, não se preocupe.
"

"Vamos ficar em casa e comprar comida chinesa!" Remus implorou uma última vez.

"Não," Grant balançou a cabeça sorrindo, "Você me prometeu. Pelo menos por uma hora, vamos
lá. "

Então ele foi. Talvez a velhice estivesse amolecendo-o.

Remus estava certo - a multidão no pequeno bar era mais jovem e mais divertida. No entanto, havia
algumas pessoas mais velhas do que ele, o que o fez se sentir um pouco menos deslocado e, pelo
menos, todas aquelas luzes coloridas escondiam seu cabelo grisalho.

Quando Remus era um garotinho em St. Edmund's, o único programa de TV que todos
concordavam em assistir era o Top of the Pops nas noites de sexta-feira. Eles se reuniam em torno
da pequena tela difusa em preto e branco e, em meio à nevasca de estática, observavam os jovens
do momento dançando suas canções pop favoritas. Os rapazes do St Edmund's eram fãs
particulares de Babs Lord, a dançarina principal loira e saltitante do Pan's People, grupo de dança
do Top of the Pops.

Aquele estúdio parecia o lugar mais legal do mundo para o Remus de oito anos, e ele
imediatamente lembrou disso enquanto seguia Grant para dentro do 'Boyz'. Exceto que os devotos
da Babs peituda ficariam muito desapontados, porque a clientela aqui era decididamente masculina.

Ai meu Deus, Remus pensou consigo mesmo, enquanto caminhava pela movimentada pista de
dança até o bar, eles são todos gays?! Todos eles sabem que sou gay?! Meu Deus...

"Você quer se acalmar, raio de sol?" Grant o olhou enquanto eles se sentavam em dois bancos perto
da pista de dança iluminada.

"Estou bem!" Remus disse, sua voz talvez um pouco alta demais.

"Pare de encarar, seu esquisito! Vou pegar uma bebida para você. "

Mas Remus não conseguia parar de olhar. Todo mundo era tão descarado, jeans apertados,
camisas justas - ou nenhuma camisa, em alguns casos. Eles estavam dançando juntos, rindo e se
beijando, e estava tudo bem - ninguém estava falando sobre isso. A cabeça de Remus estava
girando.

Grant entregou a Remus uma bebida - uma coca de cereja, porque ele ainda não deveria beber nada
alcoólico. Remus deu um gole e tentou não parecer tão deslocado quanto se sentia. Ele também não
sabia nada sobre música, era tudo muito moderno para ele. Deus, ele estava velho.

"Não sei por que você disse que eu não precisava dançar", disse ele a Grant, "Parece que essa é a
única coisa a fazer."

"Você não tem que fazer nada que não queira," Grant sorriu, "Relaxe! Esse é o objetivo de estar
aqui! "

Remus tentou. Ele estava feliz por não ser uma noite agitada, ele não achava que seria capaz de
lidar com uma multidão. Ele sentou em seu banquinho, tomou um gole de sua coca, olhou em volta
sem encarar e, eventualmente, tudo pareceu um pouco menos assustador. Se sentiu um pouco
nervoso quando uma drag queen se aproximou dele - um metro e noventa com botas de plataforma
de PVC rosa e uma peruca Dolly Parton, mas ela balançou seus enormes cílios para ele e estendeu
um cigarro.

"Tem um isqueiro, lindo?"

Remus sentiu suas bochechas queimarem e balançou a cabeça timidamente, "Desculpe," ele
murmurou, "Não fumo."

"Ei, mas faça o seu truque," Grant deu uma cotovelada nele e então se dirigiu à drag queen,
"Remus sabe fazer esse truque de mágica maravilhoso".

"Bem, eu amo um pouco de magia," o estranho glamouroso ronronou. Remus mordeu o lábio, mas
acenou com a cabeça.

"Ok, hum..." ele pegou o cigarro e colocou-o entre os lábios, então estalou os dedos. A ponta
acendeu imediatamente, e Remus deu uma tragada rápida antes de devolvê-lo.

"Caramba!" A drag queen piscou, olhando para o cigarro aceso, "Realmente maravilhoso! Melhor
tomar cuidado com você, hein, mágico?"

Remus corou novamente, olhando para sua coca, "É apenas um truque bobo com as mãos."

"Vem aqui sempre, então?" Ela se encostou no bar, fumando, seu batom vermelho sangue
manchando o cigarro.

"Ah não!" Remus disse, talvez um pouco rápido demais.

Grant riu e colocou a mão em seu ombro, "É a primeira vez dele. Trouxe ele para comemorar seu
aniversário. "

"Oh, feliz aniversário!" Ela sorriu amplamente, "Teremos que tocar uma música para você mais
tarde, apenas vá e peça ao DJ, ok, querido?"

"Er, ok." Remus acenou com a cabeça, planejando não fazer tal coisa.

"Vejo vocês mais tarde, meninos", a drag queen piscou e saiu voando pela pista de dança.

"Não foi tão ruim, foi?" Grant disse. "Você estará pronto para marchar comigo na parada do
orgulho em julho."

"Eu não tenho certeza sobre isso..." Remus riu.

Ele olhou para a pista de dança um pouco mais. A drag queen o tratou como se ele pertencesse. Na
verdade, em vez de se sentir mais constrangido, ele se sentia um pouco mais feliz - todos eram
legais o suficiente, ninguém estava sendo desagradável ou rude. Remus observou um casal se
beijando no meio da pista de dança - eles estavam realmente se beijando, pegando na bunda um do
outro - e as pessoas estavam realmente torcendo.

Ele se lembrou de seus amigos aplaudindo quando Mary e Sirius se beijaram na sala comunal da
Grifinória tantos anos atrás - aquele foi o aniversário de Remus também, e a data do primeiro beijo
de Remus e Sirius, do beijo que aconteceu nas sombras. Quase todos os seus beijos haviam sido
enquanto estavam escondidos, porque no fundo ambos sabiam que ninguém queria ver aquilo. Não
nos anos setenta, não em Hogwarts.

Remus teve uma súbita necessidade de fazer algo semelhante, aqui, à vista, onde todos pudessem
ver e ninguém franziria a testa ou zombaria.

Só que ele ainda não era corajoso o suficiente para se agarrar em público, mesmo na grande
velhice de (quase) 31 anos. Então ele simplesmente estendeu a mão e segurou a de Grant no topo
do bar. Grant piscou surpreso, mas então seu rosto se iluminou tão lindamente que qualquer último
vestígio de nervosismo deixou o corpo de Remus completamente. Às vezes, ele se esquecia que
Grant também tinha sentimentos, o que parecia cruel, mas era apenas porque Grant raramente
reclamava. A felicidade parecia tão boa nele que Remus decidiu trabalhar mais para vê-la mais
vezes.

Eles ficaram no bar um pouco mais, até Remus terminar sua bebida. Ele não tinha vontade de
dançar (embora mais de uma pessoa tivesse se aproximado, convidando-o), mas a experiência não
tinha sido terrível. Ele disse isso a Grant, que riu.

"Eu te disse! Obrigado por ter vindo, querido, eu sei que não é fácil. "

"Você torna isso mais fácil," Remus disse suavemente, surpreendendo a si mesmo. Grant pareceu
surpreso e apertou a mão de Remus novamente.

"Você é um encantador maldito", disse ele timidamente. "Vamos, eu tenho um bolo de chocolate
esperando na geladeira de casa, você pode soprar as velas e nós nos beijaremos no escuro."

Remus sorriu de volta, "Parece perfeito."

Ele foi ao banheiro antes de sair. Poderia ter esperado até chegar em casa, eles estavam apenas a
uma esquina do apartamento, mas ele sentiu que aquele era seu último teste de bravura.

Os banheiros eram unissex, o que Remus supôs ser justo, embora um pouco embaraçoso - pelo
menos não haviam garotas por perto. Ele entrou e usou o mictório o mais rápido possível, tentando
ignorar o som e o cheiro de sexo que emanava dos cubículos. Estava lavando as mãos quando a
porta se abriu e alguém se aproximou atrás dele. Remus se virou, surpreso, e encarou o estranho.

"O que--"

O homem sorriu largamente, mostrando os dentes. Ele lambeu os lábios e cheirou o ar, e então
Remus percebeu o cheiro familiar, a conexão instantânea, a falta de respeito pelo espaço pessoal.
Um lobisomem.

"Eu senti o cheiro da sua magia," o homem disse, sua voz baixa, " Deliciosa. Nunca
vi você antes..."

Ele não era tão alto quanto Remus, era bem magro, usava uma camisa branca justa, tinha longos
cabelos lisos ruivos flamejantes e olhos azuis glaciais. O cheiro da magia natural da terra irradiava
dele em ondas que deixaram Remus tonto, o sangue correndo por suas veias e artérias como um
elixir.

"Oi..."

O estranho fungou novamente, "De qual bando é você? Você cheira a Greyback... "
Remus hesitou um pouco com a ideia de que tinha algo de Greyback nele, mas balançou a cabeça,
"Não tenho bando."

"Corajoso da sua parte... Não está preocupado em ser preso pelo Ministério?"

"E você? Com quem você está?" Por um momento, Remus esperou que fosse um dos de Castor,
queria desesperadamente saber como eles estavam, mas o estranho apenas deu de ombros.

"Ah, nós vagamos aqui e ali. Você não deve ter ouvido falar de nós. "

"Mas você conhece Greyback."

"Ah sim." Ele puxou a gola da camisa, revelando uma enorme marca de mordida que era muito
familiar para Remus, "Nós nos conhecemos há muito tempo, ele e eu..."

"A guerra, você estava -"

"Ha, eu era apenas um filhote naquela época," O lobisomem ergueu uma sobrancelha. Sua pele era
tão clara que suas cicatrizes eram como listras de prata, peroladas como os raios da lua. "Mas na
próxima guerra... na próxima guerra, estaremos prontos."

"Não haverá outra guerra." Disse Remus. O lobisomem colocou uma mão de cada lado dele na pia
de porcelana. Ele estava preso, mas não fez nenhum movimento para escapar, ainda não.
"Voldemort está morto."

"Mmm, alguns dizem..." o lobisomem sorriu. Ele se inclinou e lambeu atrás do lóbulo da orelha de
Remus. Isso o fez estremecer todo, ele teve que segurar um ganido. O outro homem pressionou-o e
sussurrou, "Mas ouvi dizer que parte dele ainda vive. As florestas falam de magia ancestral, de
sangue amaldiçoado... o Lorde das Trevas reúne suas forças... "

"Não..." Remus balançou a cabeça. Ele tentou empurrá-lo, mas só conseguiu friccionar seus
corpos. Ele sabia que era tudo mentira e sabia que aquele homem era um problema, mas, Deus, o
cheiro era tão inebriante que seu corpo não o ouvia; ele só queria uma coisa.

"Venha," o lobisomem continuou sussurrando, seu hálito quente no pescoço de Remus, "Chega de
falar de guerra, não é da nossa conta ainda... Eu quero desfrutar de você. Você mora nas
proximidades? Podemos ir a qualquer lugar que você queira, isso vai ser tão bom, a lua está
chegando... "

Remus balançou a cabeça novamente, como se pudesse se livrar da névoa de feromônios que
inundava seu sistema, "Estou aqui com alguém." Ele murmurou.

"Traga-o, se quiser..." o lobo riu, "Sou totalmente a favor de compartilhar."

"N-não, eu tenho que ir..." Remus usou seu último resquício de força de vontade para se livrar do
estranho e voltar correndo para o bar, sentindo os olhos do lobo em suas costas.

Ele encontrou Grant e agarrou a manga de sua camisa, sibilando: "Temos que ir para casa."

"Eh? Você está bem, algo aconteceu?"

"Não... hum... eu só quero ir para casa. Eu quero te levar para casa." Ele encontrou os olhos de
Grant, ainda segurando seu braço, e se perguntou se Grant conseguia sentir aquilo também, sentir a
queimação, a necessidade. Sirius sempre conseguia, mas talvez você tivesse que ser sensível à
magia? Remus focou a intensidade, projetando-a para fora. Os olhos de Grant piscaram e suas
pupilas dilataram, um rubor quente subindo por seu pescoço.

"Tudo bem, então." Ele bebeu o último gole de sua bebida e os dois saíram juntos, correndo para a
rua movimentada, de mãos dadas.

Chapter End Notes

Contextualizando os cortes de energia citados pelo Remus:

Em 1991 Thatcher já havia se retirado do cargo de Primeira Ministra do Reino Unido


há um ano, porém as consequências de suas ações ainda permaneciam. Quando
Margaret Thatcher assumiu o cargo em maio de 1979, ela enfrentou uma nação
atolada pela recessão econômica. As empresas estavam falindo e a inflação e o
desemprego estavam aumentando. Thatcher imediatamente decidiu reverter a situação
econômica, de acordo com sua firme crença na independência do indivíduo em relação
ao Estado e na interferência limitada do governo na economia. Seu objetivo quando
assumiu o cargo foi transformar a Grã-Bretanha de uma "sociedade dependente para
uma sociedade autossuficiente, de uma nação que dá-para-mim para uma nação do
tipo faça-você-mesmo". Estreiando a política que conhecemos hoje como
neoliberalismo: privatize tudo para que o estado não precise gastar dinheiro ou se
preocupar minimamente com condições de trabalho do proletariado.

E isto foi exatamente o que Thatcher fez: concentrou-se na privatização de indústrias


estatais – como aço e carvão – que dependiam fortemente de subsídios do governo,
além de restringir o poder dos sindicatos britânicos. Ou seja, menos direitos e ainda
menos chances de protestar contra os cortes de salário e demissões em massa. Em 6 de
março de 1984, o Governo Thatcher anunciou seu plano de reduzir a produção de
carvão do país em 4 milhões de toneladas, em um esforço para conter uma perda anual
de US$ 340 milhões. Na época, a Grã-Bretanha tinha 170 minas de carvão em
funcionamento, comumente conhecidas como poços, que empregavam mais de
190.000 pessoas. Tal plano significaria o fechamento de 20 minas e a demissão de
cerca de 20.000 empregos.

No mesmo dia em que o plano foi anunciado, os mineiros de uma mina de carvão em
South Yorkshire abandonaram o trabalho e uma greve nacional contra os fechamentos
planejados das minas. Em algumas partes do país, os mineiros continuaram
trabalhando, causando tensões com os trabalhadores de piquete que os rotularam de
"fura-greves". Mas, ao contrário do que aconteceu no governo anterior, Thatcher havia
tomado medidas para estocar carvão e coque suficientes para manter o país abastecido
por pelo menos seis meses em caso de greve. Ela também havia feito acordos secretos
com motoristas não sindicalizados para transportar o carvão, garantindo que a falta de
energia não paralisasse o país como nas greves anteriores.
Os mineiros em greve enfrentaram forças policiais apoiadas pelo governo de Thatcher,
em confrontos que muitas vezes se tornaram violentos. As apostas eram altas em
ambos os lados: Scargill (presidente dos sindicatos responsáveis pelas greves)
comparou a greve à luta da Grã-Bretanha contra a Alemanha nazista, enquanto
Thatcher a via como uma oportunidade para esmagar os sindicatos militantes para
sempre. Documentos desclassificados em 2014 revelaram que Thatcher considerou
chamar os militares para transportar alimentos e carvão, e até mesmo declarar estado
de emergência para fortalecer a posição de seu governo.Algumas das piores violências
ocorreram em South Yorkshire, incluindo um impasse na coqueria British Steel em
Orgreave em 18 de junho de 1984 envolvendo 10.000 mineiros e 5.000 policiais.
Quando a fumaça se dissipou, 51 mineiros e 72 policiais ficaram feridos no que ficou
conhecido como a "Batalha de Orgreave". Dezenas de mineiros foram presos, mas o
processo do governo contra eles desmoronou depois que foi descoberto que a polícia
havia fabricado provas, entre outras irregularidades (engraçado, não?).

Em 1994, quando a indústria de mineração de carvão foi finalmente privatizada, a Grã-


Bretanha tinha apenas 15 minas de carvão; quando Thatcher morreu em 2013, apenas
três permaneceram. A greve dos mineiros e o impacto devastador do fim do carvão
deixariam cicatrizes duradouras em muitas das ex-comunidades de mineração da Grã-
Bretanha, bem como um ressentimento persistente em relação ao governo e à força
policial que perduraria até o próximo século.

Sobre a dislexia:

A dislexia só foi reconhecida no Reino Unido em 1987, mas ainda demorou muito
tempo até que isso chegasse ao sistema de ensino.
Capítulo 183: Verão de 1993
Chapter Notes

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I stumbled out of bed

I got ready for the struggle.

I smoked a cigarette

And I tightened up my gut

I said this can't be me; must be my double

And I can't forget (I can't forget)

I can't forget but I don't remember what.

I Can't Forget, Leonard Cohen.

7 de agosto de 1993

Uma coruja chegou naquela manhã, e foi como se Remus estivesse esperando por ela a muito
tempo. Estava escovando os dentes quando o pássaro marrom e fulvo pousou no parapeito da
janela do banheiro. Ele a reconheceu imediatamente - reconheceria uma coruja de Hogwarts em
qualquer lugar. O animal um assobio oficial e esticou a perna escamosa. Remus desamarrou a
carta, a escova presa entre os dentes, a boca cheia de espuma. Ele cuspiu e abriu o envelope
enquanto o pássaro decolava novamente, navegando pelos estreitos edifícios de tijolos com a
perfeita facilidade de um predador.

Sr. RJ Lupin,

O Professor Dumbledore deseja lhe visitar hoje na hora do chá. Ele se desculpa pelo curto prazo
dado e espera ser bem-vindo. Não há necessidade de lhe fornecer bebidas.

Esperamos que você esteja bem.

Não estava assinado e provavelmente viera diretamente do escritório do diretor. Remus havia
esperado que suas entranhas fossem ficar geladas, que suas mãos fossem tremer, que lágrimas
fossem brotar de seus olhos. Mas nada veio. Ele não sentiu nenhuma reação além de cansaço
extremo. Suspirando, Remus terminou de escovar os dentes e se vestiu.

Em algum momento, Grant havia saído para o treino de futebol - ele havia convidado Remus, ele
sempre convidava, e Remus sempre negava. Já havia passado uma parte suficiente de sua vida
observando pessoas que eram mais esportivas do que ele fazendo coisas esportivas.

Era um sábado e não havia muito o que fazer, então Remus leu o jornal, o The Guardian - ele não
tocava em um exemplar do Profeta há anos - e se acomodou para esperar.

Ele esperava que a 'hora do chá' fosse cerca de cinco da tarde, embora você nunca pudesse
realmente saber quando se tratava de Dumbledore. Ele tentou imaginar seu antigo diretor, se
perguntando se esses doze anos haviam causado muitas mudanças, tentando entender se ainda
estava com raiva. Mas não, Remus achava que não tinha mais energia para sentir raiva. Talvez ele
a tivesse esgotado.

Inquieto, Remus ligou a televisão e desligou-a em seguida quando percebeu que não havia nada
para assistir além de Grandstand. Percebeu que estava ficando cada vez mais agitado. Que tipo de
pessoa simplesmente anunciava sua visita na manhã em que ela aconteceria? Que tipo de pessoa
simplesmente se convidava sem cerimônias? Ninguém, exceto Dumbledore. Era extremamente
rude - e se Remus tivesse planos? Por um breve momento, quis ensinar uma lição ao velho, poderia
sair para assistir um filme, deixar Dumbledore encontrar um apartamento vazio. O serviria
bem. Mas. Mas.

Remus queria saber. Tinha que ser algo importante, já que ninguém de Hogwarts ou da Ordem
tentou contatá-lo desde o início dos anos oitenta. Poderia ser qualquer coisa.

Finalmente aquele velho * CRACK * familiar soou do lado de fora, e houve uma batida suave,
mas decidida, na porta. Ele a abriu rapidamente e encontrou Dumbledore quase exatamente como
se lembrava. Cabelo um pouco mais branco, se isso fosse possível, mas era o mesmo homem. Uma
sensação de enjôo subiu pela garganta de Remus, e ele se sentiu com onze anos novamente.

"Professor." Disse secamente, afastando-se para permitir a entrada de Dumbledore.

"Remus," o velho sorriu, "Como está?"

"Bem," Remus esfregou a nuca, "É, bem."

"Adorável." Os olhos azuis brilhantes de Dumbledore percorreram a sala, observando cada


centímetro da casa que, um dia, Remus havia compartilhado com Sirius.

"Sente-se, se quiser." Remus ofereceu.

"Obrigada."

"Chá?"

"Certamente, muito gentil."

Remus aproveitou a oportunidade para fugir para a cozinha. Ele fez o chá do jeito trouxa, com a
chaleira elétrica, apenas para ficar longe por mais tempo.

"Açúcar?" Ele perguntou.


"Três colheres, por favor."

O velho ainda gostava de doce, então. Remus se lembrou das balas de limão com um carinho
relutante. Feito o chá, ele voltou para a sala de estar e colocou as canecas na velha mesa de centro,
usando uma cópia antiga do Private Eye como descanso como apoio para os copos.

"Já faz muito tempo." Remus disse, sentando na poltrona.

"Doze anos."

"Eu sei." Remus se encolheu, irritado. Dumbledore realmente achava que ele não contava cada ano
que se passava? Cada mês?

"Você está aguentando bem?"

"Bem o suficiente."

"Você sabe por que estou aqui?" O bruxo perguntou. Remus deu de ombros,

"Não tenho a menor ideia."

Dumbledore suspirou muito suavemente e pousou sua xícara de chá. "Eu estava com um pouco de
medo disso. Você não tem lido as notícias, então?"

"Não as suas notícias, não. Por que?"

"Oh, querido, eu esperava que você já... veja, Remus-"

"Ele está morto, não está?" Remus disse de repente, bruscamente. "Black. Ele está morto?"

Dumbledore o encarou com um olhar muito intenso.

"Não," ele disse gentilmente, "Ele não está morto. Sirius escapou. "

Por um momento, Remus achou que tinha ouvido errado. Escapou. Teria sido melhor se estivesse
morto? Pelo menos, se Sirius estivesse morto, tudo estaria acabado, finalmente. Ele não conseguia
entender o que 'escapou' significava.

"Cristo." Ele deixou sua cabeça cair entre as mãos.

"De fato." Dumbledore deu um gole em seu chá. Remus não confiava em si mesmo para levantar
sua caneca, então simplesmente ficou lá, olhando para o tapete. Precisava muito de um cigarro. "Eu
entendo, então," Dumbledore disse uniformemente, "Que o Sr. Black não entrou em contato?"

Senhor Black. Ele falava como se ainda fôssemos seus alunos. Remus apenas balançou a cabeça
silenciosamente, olhando para cima. Dumbledore acenou e Remus sabia que o diretor acreditava
nele.

"Ele está... eu não sabia que alguém poderia escapar de Azkaban."

"Sirius seria o primeiro." Disse Dumbledore. "Ele sempre foi um bruxo muito talentoso."

"Mm." Remus não conseguia pensar direito, sentia como se um cofre de memórias há muito
esquecidas estivesse se abrindo em sua mente, suas dobradiças enferrujadas e doloridas. Um
cachorro poderia escapar dos dementadores? Um cachorro poderia nadar até a costa? O mar do
Norte era tão gelado que ele estremeceu ao pensar nisso. Doze anos.
"Querido, chegueeei!" Grant, em seus shorts de futebol amarelo fluorescentes, entrou ruidosamente
pela porta, imitando um terrível sotaque americano com um sorriso extravagante. Quando viu
Dumbledore, ele congelou. "Oh, desculpe... uma festa do chá, é?"

Remus se levantou ansioso, esfregando o braço, "Grant, eu... hum... este é meu antigo professor.
Você poderia nos dar um minuto?"

"Se você quiser", Grant franziu a testa, os olhos indo e vindo, "Devo sair?"

"Não, não vá, apenas..."

"Vou esperar no outro cômodo." Grant disse, entendendo rapidamente.

Remus corou levemente, Dumbledore com certeza saberia que o 'outro cômodo' era o quarto.

Grant cruzou a sala sem jeito. Assim que chegou à porta do quarto, ele deu um tapinha nos bolsos,
"Err... Remus, tem cigarro?"

"Accio Marlboro's ," disse Remus acompanhando o movimento de sua varinha. O pacote voou
para sua mão e ele retirou um, acendendo-o com sua varinha, e então jogou a caixa para Grant, que
a pegou habilmente.

"Valeu," Grant acenou com a cabeça, retirando-se para o quarto.

Remus deu uma longa tragada, olhando para o nada. Sua cabeça girou; atualmente, ele raramente
fumava. Ele escondia uma caixa para emergências. E esta era uma emergência enorme.

"Você faz magia na frente desse jovem?" Dumbledore perguntou.

Remus deu a ele um olhar irritado. Que coisa estúpida para se preocupar, "Sim, sim, o estatuto de
sigilo", respondeu ele, resmungando, jogando as cinzas sobre a mesa de centro, "Me dê uma
detenção por isso, se quiser." Ele deu outra tragada.

"Felizmente, o estatuto de sigilo não se aplica a parceiros, cônjuges ou familiares." Dumbledore


respondeu calmamente, "E eu presumo que ele seja seu..."

Remus exalou fumaça, esfregando a cabeça novamente, "Bem, ele não é a porra do meu irmão,
professor."

Dumbledore não vacilou.

"Sinto muito, Remus." Ele disse. "Você sofreu um choque. Não tinha percebido que você havia se
fechado tanto, pensei... "

"Não há ninguém para com quem eu me fechar," Remus bufou, "Todo mundo foi embora de
qualquer maneira."

"Eu gostaria de poder dar a você algum tempo para se ajustar a esta notícia, mas temo que haja
outra razão para eu estar aqui hoje."

"Claro que há," Remus suspirou profundamente. Ele só queria que Dumbledore fosse embora. Pela
primeira vez em anos, precisava de uma bebida. Precisava beber até o estupor, afogar cada
pensamento em sua cabeça.

"Você está trabalhando neste momento?"


"Aqui e ali," Remus deu de ombros, "O que aparece."

"Há uma vaga em Hogwarts."

"Ah, é?" Remus bufou, "Filch foi embora, não foi? Não estou interessado."

"É uma posição de professor." Dumbledore respondeu, mais uma vez demonstrando sua incrível
habilidade de permanecer calmo quando confrontado com raiva. Remus riu rudemente,

"Você finalmente enlouqueceu, Dumbledore?! Agora você quer contratar um lobisomem para
cuidar de suas crianças? "

"Existem medidas que podemos tomar..."

"Ah, não," Remus balançou a cabeça com veemência, "Você não vai me colocar de volta naquele
maldito barraco."

"Avanços foram feitos, Remus," Dumbledore respondeu asperamente, "Se você tivesse mantido
contato com o mundo bruxo, você saberia disso. A descoberta da poção de wolfsbane tem sido de
grande ajuda para muitos com sua condição. Isso o tornaria quase totalmente inofensivo durante
suas transformações. Eu faria disso uma condição para o seu emprego. "

"Por que você me quer?" Remus o olhou com suspeita renovada. Qual era seu objetivo? Cargos de
professor em Hogwarts eram altamente cobiçados, ele sabia disso.

"Acho que você seria um excelente professor, antes de mais nada." Dumbledore disse, "Eu também
pensei que você apreciaria a oportunidade. E com a notícia da fuga de Black, eu... "

"Ah," Remus concordou, "Você me quer por perto. Caso algo aconteça."

"Para sua própria proteção, é claro."

"Ele não virá atrás de mim." Remus disse friamente. "Ele pode estar louco, mas não é estúpido. Ele
nunca foi estúpido. "

"Não estúpido, talvez, mas imprudente." Dumbledore ergueu uma sobrancelha de neve.

Remus concedeu. Era verdade.

"O que eu ensinaria? História? Cuidado de criaturas mágicas?"

"Defesa Contra as Artes das Trevas," Dumbledore sorriu agradavelmente, agora que Remus parecia
estar ponderando à ideia, "Como um ex-membro da Ordem da Fênix, achei que seria o ideal."

"Mm hm."

"Tem mais uma coisa", disse Dumbledore, parecendo inseguro pela primeira vez, como se não
tivesse certeza de qual seria a reação de Remus. Remus não disse nada, apenas o olhou nos olhos e
esperou. Dumbledore pousou sua caneca. "Harry."

A dor cresceu em algum lugar bem no fundo de Remus, como uma reabertura de um antigo
ferimento. Sua boca ficou seca de novo e ele tomou um gole do chá morno.

"Eu não tinha pensado." Respondeu baixinho. "Eu não me esqueci, mas eu... ele está com... doze
anos?"
"Treze agora."

"Treze." Ele balançou a cabeça lentamente. "Ele é... como ele é?"

"Ele se parece com James." Dumbledore disse tristemente, "Mas há muito de Lily nele também."

Remus ficou quieto por quase um minuto inteiro, mantendo sua respiração sob controle.
Finalmente, ele levantou a cabeça.

"Ok." Ele disse.

***

1 de setembro de 1993

"Você está indo, então." Grant disse.

Esta era uma declaração redundante. Remus estava literalmente fazendo as malas. Ele estava tendo
uma estranha sensação de dejá vu. Quanto tempo se passou desde a última vez que ele arrumou seu
malão para Hogwarts? Ele teve que desenterrar todas as suas vestes velhas, suas roupas estranhas
de bruxo. Estavam surradas e mofadas, mas ele não estava disposto a pagar por coisas novas, então
fez o melhor que pôde com alguns feitiços de conserto. Grant havia pintado 'Professor R J Lupin'
em sua velha maleta como uma piada, mas não parecia muito engraçado naquele momento.

"Estou indo." Ele confirmou, enrolando um par de meias.

Grant se sentou na cama, olhando para ele com o rosto impassível. Remus não o culpava. Ele
estava sendo indescritivelmente cruel, sabia disso. E Grant estava aguentando, mais uma vez.
Remus o olhou. "É um trabalho. Apenas por um ano."

"Na sua antiga escola."

"Sim, eu disse a você."

"Estou preocupado com você."

"Eu sei que está."

"Se Sirius escapou e sabe que você está lá, ele vai--"

"Podemos não falar sobre isso? Eu vou, e é isso. " Remus retrucou, fechando a mala com força.
Não queria pensar sobre isso. Ele só precisava passar por esse dia.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Grant levantou e fez chá, então trouxe para ele. Remus
parou para se sentar e beber com ele. Havia desistido de fumar - para sempre desta vez, ou era o
que havia dito a si mesmo. O chá teria que servir.
"Você ainda pode ficar aqui, eu não estou te expulsando." Disse Remus. "Este lugar é tanto seu
quanto meu, e há feitiços de proteção, eu fiz questão de checar que estavam funcionando."

"Nah," Grant deu de ombros, dando um sorriso derrotado. "Eu sou um lixo quando estou sozinho.
Provavelmente vou dar umas voltas ou ficar em Borstal. Já faz um tempo que não vejo o pessoal de
Brighton, talvez eu apareça por lá."

"Entre em contato, ok?"

"Não vou carregar uma coruja comigo."

"Ah... suponho que não. Vou tentar conseguir um telefone, se puder. "

"Deus, você faz parecer que está indo para a guerra."

Remus engoliu em seco, e descobriu que não conseguia falar. Felizmente, naquele momento, Grant
não estava pensando em falar. Ele tirou a xícara da mão de Remus, colocou-a na mesa de cabeceira,
então se virou para empurrá-lo na direção do colchão.

"Vou sentir sua falta," ele sorriu contra seus lábios, trabalhando em desabotoar o botão de sua
calça. Remus o beijou de volta, tão forte quanto fazia quando eram adolescentes.

Depois, Remus decidiu que era melhor sair rapidamente. Queria lembrar de Grant deitado, feliz e
corado sob o edredom, uma memória duradoura de juventude e beleza. Ele se vestiu e pegou suas
malas.

Quando estava prestes a se despedir de novo, Grant agarrou seu pulso. "Ei. Eu te amo, seu idiota. "

"Grant..."

"Vá em frente", Grant o olhou diretamente. Seu rosto era tão honesto e ensolarado como aos
dezesseis anos. "Diga de volta."

"Você sabe o que eu sinto por você..."

"Sim," Grant sorriu, sem um traço de amargura, "Eu sei, mas seria bom ouvir. Vá em frente, eu sei
que você consegue. "

O terror se apoderou do coração de Remus, mas ele o engoliu. Precisava ser corajoso, Grant
merecia. E ele não mentiu, não mentiu, não mentiu. "...Eu amo você."

"Valeu." Grant soltou seu pulso e foi isso.

"Nós nos veremos de novo," Remus disse vigorosamente, prometendo a si mesmo em primeiro
lugar. Grant se espreguiçou sonolento e acenou com a cabeça.

"Sim, eu sei." Ele suspirou, "Como ímãs, você e eu. Sempre voltando um para o outro. "

Remus saiu correndo porta afora, não querendo ficar muito chateado. Ele tinha um trem para
pegar.
Chapter End Notes

The Guardian é um jornal britânico popular, mas com tendências de esquerda.

Grandstand é um programa britânico que faz cobertura dos esportes que durava 3
horas. Na época, só existiam quatro canais de televisão.

Private Eye é uma revista com sátiras políticas.


Capítulo 184: Verão de 1994

If you, if you could return

Don't let it burn

Don't let it fade

I'm sure I'm not being rude,

But it's just your attitude

It's tearing me apart

It's ruining every day

I swore I would be true

And fellow, so did you...

Were you lying all the time?

Was it just a game to you?

Linger, The Cranberries

Agosto de 1994

Durante a primeira semana depois que Remus voltou de Hogwarts, ele não sabia como se sentir.
Pela primeira vez em muito tempo, Remus estava perdido, sem amarras, à deriva. Ele vagava pelo
apartamento como um fantasma, vivendo a vida, mas não sentindo nada.

Não era depressão. Ele sabia como a depressão era.

"É choque", disse Grant.

"Oh." disse Remus, olhando fixamente para a TV.

Obviamente ele esperava que Hogwarts fosse reviver suas velhas memórias. Desde o início, sabia
que visitar novamente o lugar poderia facilmente arruiná-lo, mas ele o fez de qualquer maneira.
Talvez fosse masoquista. Talvez apenas estúpido.

O castelo estava cheio de fantasmas do passado de Remus, o que foi uma experiência
profundamente perturbadora depois de passar a maior parte da década tentando esquecer tudo
aquilo. No momento em que ele chegou a King's Cross, tudo veio à tona - os pequenos vagões de
trem com o estofamento gasto, a bruxa que vendia doces, os sapos de chocolate, a agitação e o
barulho dos alunos embarcando para um novo semestre. Com a proximidade da lua cheia, ele se
escondeu em um compartimento e prontamente adormeceu.

Até que a carruagem esfriou, e os dementadores...

Não. De qualquer forma, fantasmas. McGonagall foi talvez a mais estranha. Ela devia saber que
ele viria, mas o primeiro encontro deles atingiu Remus mais forte do que o esperado, e ela parecia
tão surpresa quanto ele. Nenhum dos dois tinham certeza de como deveriam se relacionar agora.

"Sr. Lupin! Oh, me desculpe, Professor Lupin. "

"Olá, professora, quero dizer...er ..."

"Minerva, por favor," ela sorriu graciosamente.

Ela estendeu a mão e apertou seu braço. Ela era tão formidável quanto há vinte anos atrás, apenas
um pouco mais grisalha nas têmporas, mas ele mesmo também estava. "É maravilhoso ver você,
Remus." Ela disse seriamente.

"É bom estar de volta", ele mentiu.

Seus olhos eram suaves e amáveis, como se ela pudesse ver através dele.

"Meu escritório está sempre aberto, se você precisar de alguma coisa. Como sempre."

Ele apreciou o gesto, mas não deu o braço a torcer, principalmente porque queria ser reservado.
Principalmente porque queria ficar longe da torre da Grifinória, se pudesse.

O resto da escola lhe era familiar, o terreno exuberante e expansivo, a floresta proibida, a comida,
os retratos, as escadas que havia mapeado com tanto cuidado. Porém, a Torre da Grifinória - o
espaço mais íntimo e feliz de sua adolescência, isso seria quase demais para se recuperar. Ele foi
lembrado de Homero, mais uma vez, a palavra 'nostalgia', que significava um doloroso retorno ao
lar. Foi exatamente assim que se sentiu.

Ele não socializava muito com seus colegas. Em geral, os outros sabiam sobre sua licantropia, mas
ele ainda preferia evitar qualquer conversa desagradável se pudesse. Estariam eles fofocando por
suas costas? Estariam duvidando dele? Ninguém o vê há anos, ele era o amigo mais próximo de
Black e Potter, o que ele sabe? O que ele fez?

Curiosamente, o professor Binns havia esquecido Remus, mas, pelo menos, Flitwick não. Ele foi
muito gentil, convidando Remus a vir na sala de Feitiços para tomar chá e comer torradas. Remus o
fez, para ser educado, mas achou difícil esquecer todas as vezes que ele e Sirius haviam se
trancado dentro da sala do professor. Geralmente, achava muito difícil reconciliar seu eu adulto -
responsável com seus planos de aula, corrigindo redações, preocupado com o bem-estar dos alunos
- com seu eu adolescente imprudente, selvagem, arrogante e loucamente apaixonado.

Haviam alas inteiras do castelo que ele evitava avidamente, exatamente por esse motivo. Mal
deixou sua sala de aula e seus aposentos, exceto para as refeições no Salão Principal. Nunca foi a
Hogsmeade, exceto das vezes que passou rapidamente para chegar à velha cabine telefônica fora
da vila. E graças a Deus ela ainda estava lá.

"Como é?" Grant perguntou na primeira vez que Remus ligou.


"Horrível. Suportável. Acho que gosto de ensinar, as crianças são ok. Na verdade, as crianças são
ótimas."

"Bem. Apenas se concentre nisso. A primeira vez que fui para uma prisão preventiva depois de St.
Edmund's, pensei que teria que desistir. Juro que todos aqueles lugares têm o mesmo cheiro. De
qualquer forma, você pode superar isso, se lembrar que é sobre as crianças, não sobre você. Seja o
professor que você gostaria de ter tido. "

Este foi um bom conselho, e Remus deu o seu melhor. Ele não tinha muita experiência com jovens,
mas lembrava muito claramente de ser jovem. Ele tentou organizar aulas de acordo com o que teria
achado interessante, trazendo criaturas mágicas sempre que podia, como Ferox havia feito, dando
dicas e sugestões extras onde quer que os alunos estivessem tendo problemas. Realmente não era
muito diferente das sessões de estudo que ele organizava quando estava na escola.

Remus tentou prestar atenção a todos os seus alunos igualmente, aprendendo sobre suas
personalidades, suas necessidades individuais. Isso foi incrivelmente estranho no início - ele
descobriu que dava aula para, não mais que, cinco Weasleys, praticamente um em cada ano. Então,
havia o pobrezinho do Neville Longbottom, desajeitado, nervoso e inquieto. O filho de Narcissa
estava em outra classe, a cara de Lucius, e então, é claro, havia...

De qualquer forma. Além de Flitwick e McGonagall, o resto da equipe eram praticamente


estranhos para Remus, exceto, é claro, o mestre de Poções.

Remus realmente queria ficar fora do caminho de Snape, mas, desde o primeiro dia, ficou claro que
não seria fácil. Era lua cheia e, claro, Snape era o único que sabia preparar a poção Wolfsbane, o
idiota. Ele provavelmente aprendeu a fazer isso apenas para atormentar Remus. Já era ruim o
suficiente eles terem que dividir um castelo novamente, mas Snape estava decidido a se certificar
de que Remus se sentisse desconfortável com o arranjo.

"Lupin." Ele disse com altivez, em seu primeiro encontro, pouco antes do banquete de boas-vindas.
"Fiquei surpreso ao saber que você sobreviveu à guerra." Seus lábios se curvaram, "Já que parece
que muitos de seus amigos não o fizeram."

Por mais asqueroso que Snape fosse, isto trouxe à tona algo que Remus não sentia há anos.
Malícia.

"Severus," ele sorriu calorosamente, "E eu fiquei surpreso em saber que você sobreviveu aos
julgamentos. Quando tantos de seus amigos não o fizeram."

Snape rosnou, e isso foi uma prévia de como o resto do ano seria.

Severus claramente não tinha se esquecido dos eventos de seu quinto ano. Ele era tão desprezível
quanto Remus se lembrava, e não tinha envelhecido bem. Seu cabelo ainda era escorrido e oleoso,
talvez um pouco mais para trás do que antes, seus olhos negros estavam mais fundos e seu nariz
mais parecido com o bico de um pássaro. Ele fazia a pele de Remus se arrepiar, mas não havia
nada a ser feito sobre isso, os dois tinham que se encontrar a cada mês para a poção.

A poção em si era totalmente horrenda, e Remus se ressentiu amargamente. O gosto era horrível,
mas, pior do que isso era o efeito.

Ele ainda se transformava, ainda sofria as agonias enquanto seu crânio se alongava e suas costas se
abriam e seus tendões rangiam, mas, depois, sua mente humana permanecia. O que era pior do que
poderia imaginar. Remus havia passado a ver suas transformações como uma espécie de catarse.
Porém, ter um corpo animal e pensamentos humanos acabou sendo extremamente desagradável,
ele não se sentia nem aqui nem ali, preso na forma errada e incapaz de escapar. Ele se enrolava
para dormir trancado dentro de seu escritório todo mês, cheio de ódio por si mesmo.

De manhã, ele ia mancando para o escritório da Madame Pomfrey para pedir essência para dor. De
todos da infância de Remus, Madame Pomfrey parecia a mais feliz em vê-lo. Ela envelheceu, como
todo mundo, mas manteve seu toque gentil, seu rosto doce e sua atitude objetiva para com o bem-
estar de Remus.

"Remus!" Ela estendeu a mão para abraçá-lo no primeiro momento em que o viu. "Olhe só para
você, um gigante em forma de homem!"

"Olá, senhora-- er... Poppy."

"Tão educado como sempre", ela sorriu, "Vamos, venha e me diga o que você tem feito."

Eles tiveram algumas conversas muito agradáveis em seu escritório, junto à lareira. Ela queria
saber tudo sobre as transformações dele desde Hogwarts, e ele contou o máximo que pôde.
Pomfrey estava muito interessada em ouvir sobre o bando, e como eles eram capazes de se curar
compartilhando magia de grupo.

"Eu tentei entrar em contato com você, depois que os Potter morreram." Ela disse com tristeza.
"Mas ninguém conseguia me dizer onde você estava morando, e eu não ousei perguntar muito com
medo de que..."

Remus desviou o olhar, envergonhado. "Eu sinto muito." Ele disse. "Eu queria ser deixado
sozinho".

"Sim, bem, você era o mesmo quando menino, teimoso!" ela sorriu com ternura. Ele sorriu de
volta, percebendo o quanto tinha sentido falta dela.

Durante o primeiro mês ou mais, os nervos de Remus estavam à flor da pele, ele hesitava cada vez
que virava em algum corredor, preocupado que pudesse ver algo doloroso. Porém, como a dor
costuma fazer, ela diminuiu com o tempo.

Ele assumiu um novo personagem - não o Remus adolescente que corria riscos sem pensar,
desesperado para provar a si mesmo, não o homem meio-quebrado meio-trouxa que fora em
Londres. Em algum lugar entre essas metades conflituosas, ele se tornou o Professor Lupin, contido
e sério, oferecendo encorajamento sempre que podia.

E tudo estava bem, porque era exatamente isso que ele precisava ser, para Harry.

Deus, Harry.

Harry Potter era James e Lily perfeitamente combinados; todo charme e bochechas e força e
bondade. Remus ficou preocupado ao saber que a infância do garoto tinha sido longe do ideal,
pensando que Harry seria difícil. Remus lembrava-se bem de seu próprio temperamento afiado aos
treze anos. Adultos cruéis criavam crianças amargas. Mas não. Harry era tão bondoso e mente
aberta quanto seus pais, cheio de amor e muita, muita generosidade. Conhecê-lo foi doloroso e
prazeroso ao mesmo tempo.

A primeira vez que se encontraram, Remus pensou que ainda estava sonhando. Ele acordou no
trem, dando de cara com os dementadores - aquelas malditas abominações. Ele eliminou a ameaça
e, olhando para os rostos das crianças assustadas, encontrou Harry desmaiado no chão. Até abrir os
olhos, ele era James; nada poderia convencer Remus do contrário. Um pouco mais magro, talvez
menor do que Prongs tinha sido aos treze, mas, fora isso, eram idênticos.
Claro, Harry não tinha ideia de quem Remus era e, pelo maior tempo possível, continuou assim.
Como ele explicaria? Mesmo depois de algumas conversas com o garoto, Remus estava
completamente perdido. Então, deixou Harry liderar o caminho e respondeu às perguntas que
tinham respostas adequadas. Quando Harry veio até ele pedindo aulas de patrono para que pudesse
continuar jogando quadribol, Remus não conseguiu dizer não. Era exatamente o que James faria.

E quando Sirius apareceu, ele se esquivou. Harry já sabia que Black e James eram amigos, e
Remus não tinha certeza do que mais poderia dizer sem perder a confiança do garoto. "Sim, Harry,
seu pai era meu melhor amigo, mas Sirius Black era meu tudo..."

Não, não serviria. Além do mais, Remus não tinha certeza se o mundo mágico tinha sua própria
versão da Seção 28 - se ele começasse a confessar coisas assim, ele poderia ter problemas por
corromper mentes jovens? Já era ruim o suficiente ele ser um lobisomem.

A essa altura, já estava claro que Sirius estava por perto. Quando ele invadiu o castelo na noite de
Halloween, Remus quase saiu do terreno e aparatou de volta para Londres. Talvez ele tivesse feito
isso se o perímetro não estivesse fervilhando de dementadores, isso somado ao fato de que Black
estava definitivamente atrás de Harry.

Isso deixou Remus furioso; Sirius já não havia causado danos o suficiente? Ele deve ter realmente
enlouquecido, deve ter se afastado tanto do jovem que embalou o bebê Harry em seus braços com
ternura e admiração. Remus usou isso como um lembrete para se fortalecer, não adiantava ficar de
luto por Sirius. Seu Sirius havia morrido há muitos anos.

E então aquela noite aconteceu. Em questão de horas tudo mudou...

Porra.

Talvez Grant estivesse certo, talvez fosse o choque. Depois de receber sua demissão de Hogwarts
(graças a Deus, outro ano poderia tê-lo matado), Remus pegou o Nôitibus de volta para Londres
com sua mente remexendo em tudo que havia aprendido.

Os eventos continuavam mudando e se reordenando. Algumas coisas ficaram mais claras, outras
turvas por várias versões da verdade. As coisas que Sirius havia dito, as desculpas que Wormtail
choramingou, e tudo que Remus pensava que sabia, nenhuma dessas contas estava alinhada da
maneira certa.

A única coisa da qual Remus tinha certeza era que, por doze anos, ele havia odiado a pessoa
errada.

"Por favor, volte", ele implorou ao telefone para Grant quando chegou em casa. "Por favor, por
favor..."

"Estou a caminho." Grant disse e desligou imediatamente.

Ainda sim, demorou horas. Remus colocou suas roupas trouxas, jogando as vestes surradas do
Professor Lupin em um canto do banheiro, caminhou pelo apartamento enquanto esperava,
amaldiçoando a lentidão do transporte trouxa. Ele não bebeu. Queria ficar consciente;
queria entender.

"Remus?!" Grant irrompeu na sala de estar, cansado e desgrenhado. Ele havia cortado o cabelo,
agora estava tão curto que mal se enrolava. Remus odiou, mas não disse nada, apenas correu para
abraçá-lo. "O que aconteceu?" Grant perguntou, arquejando quando Remus tirou o ar dele, mas
apertando-o de volta de forma tranquilizadora.
Ele não parecia o mesmo, mas tinha o mesmo cheiro , e isso ajudou; era como pisar em terra firme.

"Ele era inocente!" Remus balbuciou, ainda agarrado a ele, "Era Peter o tempo todo! Nunca foi
ele! Eu fui um idiota! "

"Remus, eu não sei do que você está falando, por favor... vamos sentar, vamos? Cristo, você está
magro, eles não te alimentam direito naquela escola?! "

Remus permitiu que Grant assumisse o controle. Ele sentou-se obedientemente no sofá, aceitou um
copo d'água e um cigarro, porque aparentemente Grant estava fumando de novo e a tentação era
demais. O apartamento parecia vazio e abafado depois de ter ficado vazio durante a maior parte do
ano, e Grant abriu a janela da sala, deixando entrar os sons cotidianos do tráfego de pedestres e dos
pombos.

"Ok," Grant disse, sentando-se em frente a Remus, juntando as mãos de forma muito didática,
"Vamos começar do início, certo?"

Remus acenou com a cabeça. Ele estava determinado a falar. Se alguém poderia resolver tudo isso,
era Grant. Ele tinha certeza disso. "Sirius." Ele disse. "Eu vi Sirius. E Peter. "

"Espere," Grant franziu a testa, "Peter? Eu pensei que ele... "

"Não." Remus disse sombriamente, suas entranhas esquentando de raiva, "Ele está vivo. Ele se
escondeu por todos esses anos. "

"De Sirius?"

"De todos. Ele fez aquilo. Ele traiu James e Lily, nunca foi Sirius. "

"Como..." Grant balançou a cabeça, claramente confuso, "Então ele estava na prisão todo esse
tempo por algo que Peter fez? Jesus. Ok. Você tem certeza? Foi ele quem te contou? "

"Sim, mas eu... eu tenho certeza. Eu vi Peter e eu... "Remus hesitou. "Eu acredito em Sirius, ok?"

O fato é que ele havia lido a mente de Sirius e ainda estava tentando entender tudo que havia visto.
Tentou organizar os acontecimentos da noite tanto para fazer Grant entender, quanto para processar
tudo. "Harry fez tudo, o filho de James. Ele saiu da escola uma noite, e eu sabia o porquê, então o
segui, estava preocupada que Sirius tentasse... mas, então, Peter estava lá, eu vi Peter e não sabia o
que pensar. "

Algo bem dentro dele soube imediatamente, no segundo em que viu o nome de Wormtail aparecer
no mapa. Porém, ele tinha que descobrir, tinha que saber com certeza. Então, Remus chegou na
Casa dos Gritos, e lá estava Sirius, pele e ossos e trapos e loucura, cacarejando no chão, Harry de
pé sobre ele, apontando sua varinha.

A parte lobo de Remus assumiu, reconhecendo que Padfoot estava em perigo, e desarmou todos de
uma vez. "Onde ele está, Sirius?!"

Então ele viu o rato e tudo se encaixou. Sua mente voltou correndo para 1981; todo o sigilo, a
desconfiança, as mentiras. Ele olhou para Sirius apropriadamente, arregalou os olhos e, quase sem
tentar, entrou nos pensamentos de Black. Mostre-me ele comandou, usando a mesma magia que os
lobisomens usavam. Àquele ponto, o cérebro de Sirius estava meio canino, e talvez seja por isso
que funcionou. Black resistiu por um momento, sem dúvida se lembrando das intrusões forçadas de
Walburga, mas, então, ele acenou com a cabeça e deixou Remus entrar.
"Mas Padfoot," a voz de James, ecoando de um passado distante, "Eu pensei que estávamos de
acordo?"

"Eu sei, mas assim é melhor, não percebe?! Ninguém jamais suspeitará do Wormy! "

"Como um blefe duplo!" Lily entrou na conversa. "É brilhante!"

Remus não precisava ouvir mais nada. Ele abaixou as varinhas, ajudou Sirius a se levantar e o
abraçou com força. Sinto muito, ele se comunicou sem palavras, me desculpe, me desculpe, me
desculpe...

De volta ao apartamento, as lágrimas surgiram nos olhos de Remus, e Grant puxou um lenço,
entregando-o a ele. "Então ele está livre, agora? Sirius?"

"Não," Remus balançou a cabeça, se recompondo, "Tudo ficou tão complicado, e eu... era lua
cheia. Só o vi por vinte minutos talvez, e então me virei e... tanta coisa aconteceu sem mim. Peter
fugiu, eles não o pegaram. Eu deveria tê-lo matado quando tive a chance! Eu queria, eu ia, mas
Harry me impediu. "

Grant empalideceu, sua boca uma linha sombria. Ele não disse nada, no entanto.

"Quando amanheceu, Sirius também havia escapado." Remus continuou. "Ele está escondido e eu
não sei..." Eu não sei se eu o verei novamente.

Ele enxugou os olhos e passou os dedos pelos cabelos. "Porra! Todo esse tempo! Todo esse tempo
e eu acreditei! Como eu pude ser tão estupido?!"

"Ei, pare com isso." Grant franziu a testa, estendendo a mão. Remus se levantou abruptamente,
ignorando Grant e andando pela sala mais uma vez, murmurando para si mesmo.

"Eu deveria saber que ele nunca machucaria James! Eu não deveria ter sido tão crédulo! Tão fraco!
Eu deveria ter tentado vê-lo, eu poderia ter tirado ele de lá, eu poderia ter rastreado Peter, eu
poderia... "

"Remus!" Grant levantou a voz: "Pare com isso."

Remus o olhou. "Eu não sei o que fazer." Ele disse.

Grant suspirou. "Nem eu, cara." Ele esfregou a mão no rosto e Remus viu os anéis sob seus olhos.
Grant se levantou. "Mas não há nada que você possa fazer neste segundo. Eu vou tomar banho,
certo? Então vamos jantar. Então conversaremos um pouco mais. "

Remus acenou com a cabeça, ansioso. Sim, era disso que ele precisava, um plano. Etapas claras e
definidas. Grant saiu da sala, cansado. Remus esperou, ouvindo a água correndo, tentando mais
uma vez colocar seus pensamentos em ordem. Ele fez algo que não fazia desde que era
adolescente. Ele fez uma lista.

Então, Moony, ele disse a si mesmo, quais são os fatos?

Sirius Black não matou James e Lily Potter.

Peter Pettigrew estava vivo.

Peter Pettigrew era um espião.


Peter Pettigrew assassinou James e Lily Potter.

Sirius Black esteve na prisão por 12 anos por um crime do qual era inocente.

Uma onda de raiva o invadiu mais uma vez. Ele tinha acreditado! Ele era tão culpado quanto
Dumbledore, tão culpado quanto qualquer outra pessoa que simplesmente presumiu que Sirius fora
o espião, simplesmente porque Sirius era um Black. Na verdade, Remus era ainda mais culpado,
porque ele deveria saber! Ninguém esteve mais perto de Sirius do que ele.

Aqueles últimos meses da guerra foram um borrão. Não havia algo errado? Sirius não tinha estado
distante, frio com ele? Nos anos seguintes, Remus considerou isso como prova da traição de
Padfoot, mas agora... agora, com uma sensação de mal estar, ele viu o que realmente era.

"Ele pensou que eu fosse o espião!" Ele disse a Grant, no segundo em que saiu do banheiro.

"Eh?" Grant franziu a testa, tentando passar por Remus, enrolado em uma toalha. "Espião? Que?
Oi, deixa eu me vestir, vamos lá... "

Remus o seguiu até o quarto e se sentou na cama, falando rápido enquanto Grant se enxugava e
colocava roupas limpas.

"Durante a guerra, sabíamos que havia um espião, sabíamos que alguém estava passando
informações para o outro lado, mas ninguém sabia quem era. Depois, pensamos que fora Sirius,
tudo fazia sentido, ele foi pego explodindo uma rua cheia de trouxas, e - "

"Você tem que chamar as pessoas normais desse jeito?"

"Desculpe. De qualquer forma, Sirius era o fiel do segredo de James e Lily - err... isso significa que
ele tinha esse feitiço nele, então só ele sabia onde eles estavam. Para mantê-los seguros. Porém, ele
trocou de lugar com Peter, no último minuto, e agora sabemos que Peter era o espião. E eles não
me falaram sobre a troca, Sirius não me contou, porque ele deve ter pensado..."

"Ele não confiou em você." Grant disse, sem rodeios. Vestido, ele se sentou na cama também,
distante de Remus.

"Acho que não posso culpá-lo..."

"Você havia dado motivos para ele não confiar em você?" Grant ergueu uma sobrancelha.

"...Não."

"Em algum momento, você achou que ele fosse o espião? Antes de James e Lily morrerem?"

"Não, nunca!"

"Bem, então." Grant se levantou. "Vou dar um pulinho no supermercado, precisamos de leite e
pão... pasta de dente..."

"Espere, não, o que você quer dizer com 'bem, então' ?!"

"Não quero dizer nada. Olha, vamos, venha comigo. Então, eu prometo que podemos conversar
sobre isso. Vou ouvir você a noite toda se quiser, juro. Eu só quero que você coma um pouco
primeiro. "

Remus concordou. Ele observou Grant cozinhar e, depois, raspou o prato, e então, falou e falou e
falou. Mas não adiantou. No final das contas, não deu em nada.
"Se Sirius está escondido e Peter está foragido..." Grant disse, bocejando.

"Ele irá direto para Voldemort, o rato." Remus rosnou.

"Certo, ok," Grant acenou com a mão, "Se Sirius está se escondendo, então você não pode fazer
nada. Parece que não está nas suas mãos. "

"Talvez eu pudesse enviar uma coruja... só que isso poderia revelar sua localização..."

"E então você será preso e enviado para Alcatraz, ou seja lá o que for, por conspirar com um
criminoso." Grant disse, com um ar de finalidade.

"Eu só quero ajudá-lo." Disse Remus.

"Claro que você quer. Mas não vejo como."

Eles ficaram sentados em silêncio por um tempo, pensando. Estava escuro lá fora, Remus não
sabia que horas eram, mas devia ser muito tarde. Grant parecia exausto e Remus sentiu uma
pequena pontada de culpa, além de todo o resto.

"Desculpe por fazer você passar por isso." Ele disse baixinho, pegando a mão de Grant. "Não é
realmente justo da minha parte."

"Está tudo bem," Grant deu a ele um pequeno sorriso, acariciando os nós dos dedos de Remus com
o polegar, "Eu entendo. É só... é muito. "

"Eu sei."

"Como... como foi vê-lo? Quero dizer, como você se sentiu? "

Remus se mexeu, sem jeito. Lá estava. O pensamento que ele estava evitando. Porque se Sirius era
inocente, se ele nunca traiu James, então ele nunca traiu Remus também. E Remus não sabia o que
isso significava para ele depois de tanto tempo.

"Nós dois somos tão diferentes agora." Ele disse, ciente de que Grant estava prendendo a
respiração enquanto esperava pela resposta. "Eu mal o reconheci, juro, eu só senti pena dele." A
vibração em seu estômago disse que ele estava mentindo.

Grant se inclinou e o beijou. "Vai dar tudo certo, no final das contas." Ele disse.
Capítulo 185: Início do verão de 1995

We passed upon the stair

We spoke of was and when

Although I wasn't there

He said I was his friend

Which came as some surprise

I spoke into his eyes;

I thought you died alone

A long long time ago.

The Man Who Sold The World, David Bowie.

Sábado, 24 de junho de 1995

A porra da fênix chegou primeiro, e Remus soube imediatamente.

"O que diabos é isso?!" Grant saltou, assustado com o pássaro prateado que irrompeu em sua sala
de estar. Eles estavam assistindo à televisão, todas as janelas abertas para neutralizar o calor do
verão. Remus estava prestes a colocar a chaleira no fogo.

O pássaro sentou em cima de sua pequena TV quadrada e abriu o bico, falando na voz de
Dumbledore:

"Padfoot está a caminho."

Remus quase deixou as canecas vazias que estava segurando caírem.

"Porra."

"O que?" Grant disse, observando o pássaro desaparecer no ar. "Quem é Padfoot?"

"Porra." Remus repetiu, largando as canecas. Ele começou a tremer incontrolavelmente, sentindo
frio por toda parte. "Eu não acho que consigo. Eu não acho que consigo... "ele murmurou para si
mesmo, cobrindo a boca.

"Remus?" Grant se levantou e tocou seu ombro. "Você está me assustando."

"Sirius." Ele gaguejou. "Sirius é Padfoot."

"Puta merda. O assassino? "


"Não é um assassino, eu disse a você."

"Certo, certo, desculpe. Ele está vindo para cá?! "

"O apartamento é dele no final das contas."

"Oh, eu esqueci." Grant disse categoricamente. Ele mordeu o lábio, "Devo ...ir?"

"Não!" Remus se agarrou a Grant de repente, "Não, por favor, por favor, não. Eu não posso ficar
sozinho, não me deixe sozinho com... "

"Ok, ok!" Grant o acalmou, abraçando-o de volta, "Acalme-se, certo? Não irei a lugar nenhum se
você não quiser. Apenas... apenas tente se recompor. "

"Sinto muito." Remus respirou fundo.

Ele sabia que estava agindo de forma infantil. Não era hora de desmoronar, havia passado anos
fazendo apenas isso. Se Dumbledore estava enviando Sirius para ele, então algo aconteceu.
Alguma coisa importante. Agora era a hora de ser forte e agir. Ele olhou ao redor, cegamente
procurando algo para fazer.

"Este lugar é uma bagunça! Vou começar a limpar. Ele não vai demorar. "

Grant estava impotente para fazer qualquer coisa, exceto assistir Remus correr pelo apartamento
como uma galinha sem cabeça, usando todos os feitiços de limpeza que ele conseguia se lembrar,
combinado com um ocasional trabalho manual quando seus feitiços davam errado. Ele não
conseguia parar de se mover, não conseguia ficar parado por um momento, porque, se parasse,
talvez começasse a pensar.

Em uma hora, ouviu-se um barulho de algo arranhando a porta e um latido baixo e áspero. Remus
congelou. Um cheiro que ele não sentia há muitos anos fez algo ressurgir em seu subconsciente.

"Isso foi um cachorro?" Grant perguntou nervoso da cozinha. "Você sabe que eu odeio
cachorros..."

"É ele." Remus respirou. Ele caminhou trêmulo até a porta e a abriu. Lá estava Padfoot -
esquelético, debilitado, seu pêlo ligeiramente grisalho em alguns lugares. Mas era ele.

"Entre," disse Remus roucamente.

O cachorro bufou, balançando a cabeça e entrou. Remus fechou a porta e se encostou nela,
observando enquanto Sirius se transformava em si mesmo.

Esquelético, debilitado, cabelos grisalhos. Seus olhos, aqueles olhos azuis escuros que haviam
quebrado o coração de Remus mil vezes quando eram adolescentes, haviam se tornado um cinza
fosco. Ele era um saco de ossos, totalmente perturbado. Era de se esperar.

"Eu vim direto de Hogwarts." Ele disse. Como no verão passado, sua voz estava dura e áspera.

"Sim," Remus respondeu, esfregando a nuca. "Dumbledore mandou uma mensagem antes de você
chegar."

Sirius estremeceu ligeiramente e acenou com a cabeça. "Aconteceu alguma coisa no torneio. Harry
foi sequestrado. "

"O que?! É ele--"


"Ele voltou, ele está bem, tão bem quanto se pode esperar. Voldemort voltou."

"O que?!"

"É verdade. Harry o enfrentou."

"Não." Remus se sentia enjoado.

"A Ordem está se juntando. Dumbledore me disse para vir para cá, para me esconder."

"Certo." Remus acenou com a cabeça, ainda absorvendo o choque.

"Se você não..." o rosto de Sirius suavizou, ele pareceu mais jovem, mais como o verdadeiro
Sirius, "Se você não se importar. Eu apenas segui as ordens sem pensar, mas poderia ir para outro
lugar se... "

"Não!" Remus disse com muita firmeza, saindo da confusão que o dominou desde que o patrono de
Dumbledore apareceu. Ele colocou a mão no ombro de Sirius. Oh, ele estava tão magro. "Claro
que você deve ficar aqui, é a sua casa. "

Sirius parecia tão aliviado que Remus quis puxá-lo para perto e envolvê-lo em seus braços. Mas
ele não fez isso. Ele olhou para Grant, que observava com cautela da porta da cozinha.

Sirius seguiu a linha de seus olhos e se assustou. "Você está aqui."

Não foi uma pergunta, fora apenas uma declaração de um fato.

Grant, como um santo, deu seu sorriso mais alegre, "Tudo bem aí, cara? Deixa eu te falar uma
coisa, parece que você está precisando de uma comida chinesa. Eu vou sair, está bem, Remus? "

"Você não precisa-"

"Eu acho que preciso." Grant sorriu.

Ele pegou sua carteira da mesa de centro ao sair. Não beijou Remus na bochecha, como costumava
fazer, apenas deu-lhe um tapinha em seu ombro e disse: "Volto em meia hora." Então, fechou a
porta suavemente atrás de si.

Sirius e Remus ficaram em silêncio pelo que pareceram minutos.

Sirius franziu a testa, fazendo linhas profundas aparecerem em seu rosto.

"Isso foi rude da minha parte. Eu não tive a intenção de ser rude. " Ele começou a coçar as costas
da mão ansiosamente, as unhas compridas e pretas de fuligem. Remus sentiu um puxão doloroso no
fundo do estômago e estendeu a mão para fazê-lo parar.

"Que tal um banho? Depois você descansa. Está tudo bem. "

Sirius o olhou. Remus havia se esquecido do quão menor ele era.

"Parece bom." Sirius acenou com a cabeça fracamente.

Remus o levou até o banheiro, o que era bobo, porque obviamente ele sabia onde ficava o
banheiro, nada ali havia mudado em treze anos. Enquanto Sirius estava se lavando, Remus foi até o
quarto para encontrar algumas roupas limpas.
Ele pegou algumas camisas da cômoda, queria dar a Sirius coisas suas para vestir, não as de Grant,
mas, depois de todo esse tempo, Remus honestamente não sabia quais pertenciam a quem. Ele
escolheu um suéter de tricô grande demais que definitivamente era dele. Ficaria enorme em Sirius,
mas seria confortável. Pegou uma calça de pijama xadrez para acompanhar e colocou as peças com
cuidado na cama.

Havia apenas uma cama no apartamento - sempre houve apenas uma cama, nunca haviam
precisado de mais. O problema de onde colocar Sirius era incontornável. Remus ainda estava
olhando para as roupas quando ouviu a água desligar (a caldeira gaguejou e estalou algumas vezes,
queria ter dado uma olhada naquilo há muito tempo) e a porta do banheiro foi destrancada.

"Remus ?!" Sirius gritou, uma nota de pânico em sua voz.

"No quarto." Remus respondeu.

Sirius entrou, seu cabelo pingando no carpete. A toalha de banho estava enrolada em torno de si
como um lençol, cobrindo todo o corpo do pescoço aos tornozelos magros. Remus desviou o olhar
envergonhado, e gesticulou para as roupas estendidas.

"Aqui." Ele disse. "Vou deixar você se trocar".

Se movimentou para sair, mas a mão de Sirius disparou e agarrou seu braço. Ele tinha aquele olhar
selvagem de novo.

"Não saia." Ele disse. "Você poderia ficar no quarto?"

"Ok..." Remus acenou com a cabeça, dando um tapinha na mão em forma de garra de Sirius. Ele
estivera coçando de novo, a parte de cima estava vermelha e em carne viva.

Remus se virou e olhou para as cortinas enquanto Sirius se vestia. Seus movimentos pareciam
lentos, como um velho ou um inválido, não como o elegante e enérgico Sirius Black. A fúria
começou a queimar Remus por dentro. Tiraram tudo dele, pensou ferozmente, tudo que o tornava
quem ele era.

Quando ele se virou, Sirius estava olhando para a cama. Remus olhou também, tentando ver
através de seus olhos. A colcha bem feita, as mesinhas de cabeceira combinando, uma com um
livro em cima, a outra com um maço de cigarros.

"Vou dormir no sofá." Sirius disse. "Eu não quero estragar nada entre você e... e... desculpe, não
me lembro o nome dele."

"Grant."

"Grant." Sirius desviou o olhar novamente. Seus olhos nunca permaneciam focados por muito
tempo, como se sempre estivesse procurando algo nos cantos dos cômodos. "Eu esqueci de muita
coisa, eu acho."

"Tudo bem."

Remus nunca sentiu uma dor assim. E Remus sentiu dor a maior parte de sua vida. "Venha e sente-
se. Quer uma xícara de chá?"

"Xícara de chá." Sirius repetiu de volta.

Remus movimentou a cabeça lentamente, então o levou para a cozinha.


"Obrigado." Sirius disse depois de um tempo, "Desculpe, eu... Eu continuo esquecendo as coisas."

Remus tocou seu braço gentilmente,

"Está tudo bem. Vá e sente-se. Vou fazer tudo em um minuto, você pode me ouvir da sala."

Sirius saiu silenciosamente. Remus deu um suspiro de alívio, a atmosfera ainda estava carregada de
memórias, da dor e de Azkaban, mas, pelo menos, era suportável quando Sirius não estava bem ali.

No ano passado, na Casa dos Gritos, Remus não teve tempo de sentir nada além de terror e alegria.
E, normalmente, ele passava o resto de seu tempo tentando fingir que nada disso tinha acontecido.
Não porque ele quisesse, mas porque era a única coisa que ele poderia fazer. Ele deveria ter sido
mais esperto, deveria saber que Sirius o faria confrontar seus sentimentos.

Ele demorou muito para fazer o chá, preparando-o em um bule, ao invés da chaleira elétrica. Como
Sirius gostava de seu chá? Ele não conseguia se lembrar. Talvez ele nunca tenha sabido, já que
Sirius geralmente era quem fazia isso naquela época. No final, Remus simplesmente colocou tudo
para fora, arrumando uma bandeja com atenção e cuidado imaculados, como se estivesse servindo
à rainha. Fatia de limão. Pequeno jarro de leite. Tigela de torrões de açúcar mascavo. Não havia
nenhum biscoito, Grant havia comido os últimos.

Quando tudo ficou pronto, ele ainda não teve coragem de sair da cozinha. Ele entrou em pânico
por um momento antes de ouvir o clique da porta abrindo. Já fazia meia hora?

"'Tudo bem?!" O ousado sotaque cockney de Grant encheu o apartamento, aquecendo-o


instantaneamente. Ele agia como se não houvesse nada fora do comum ao entrar apressado na sala
de estar, carregado de comida.

Remus podia ouvi-lo colocando tudo na mesa de centro, desembrulhando caixas de arroz frito com
ovo, frango agridoce, chow mein, bolinho de porco, costela chinesa, rolinho primavera, enquanto
conversava com Sirius durante todo o tempo.

"Caramba, você fica bem melhor depois de se lavar, hein? Ainda tem aquele cabelo bonito e
grosso, tenho inveja disso, quando eu chegar aos quarenta anos vou estar careca, acho. Viu como o
Remus está grisalho? Está diferente, mas um diferente bom, eu digo a ele, mas ele não escuta... "

Fortificado, Remus ergueu a bandeja e levou-a para a sala. Sirius estava sentado recatadamente na
ponta do sofá, olhando para Grant da mesma forma que um animal encara um predador em
potencial.

"Vou pegar os pratos..." Grant disse, passando por Remus no caminho de volta para a cozinha. Ele
não fez contato visual. Remus não o culpou. A situação não era justa para ninguém, muito menos a
Grant.

Remus tentou sorrir para Sirius, oferecendo a bandeja de chá. "Aqui está." Ele murmurou.

Sirius olhou para o chá, para o limão, o açúcar e então para suas mãos.

"Está com fome?" Remus perguntou. "Isso está bom?"

Sirius acenou com a cabeça. "Adorável, obrigado. Você não deveria ter tido todo esse trabalho. "

"Não se preocupe."

Grant trouxe os pratos. Eles se sentaram em volta da mesa de centro, Sirius no sofá, Remus na
poltrona e Grant no chão. Sirius colocou comida em seu prato e a beliscou como um pássaro. Ele
não usou os garfos que eles haviam colocado na mesa, nem os palitos que vieram com a refeição,
ele usou as mãos para comer, rasgando tudo em pedacinhos e colocando-os na boca. Remus e
Grant educadamente ignoraram, mantendo uma conversa leve.

"Vou ter que fazer compras do mês no meu caminho de volta do trabalho amanhã." Grant disse.
"Comprar uma escova de dentes, algumas coisas assim."

"Eu posso fazer isso." Disse Remus. Ele estava ansioso para cuidar de Sirius ele mesmo, como se
tivesse trazido para casa um mendigo pelo qual deveria ser responsável. Ele olhou para Sirius,
"Suas roupas e livros estão encaixotados na garagem. Vou dar uma olhada amanhã. "

"Você as guardou?" Sirius ergueu os olhos, quase esperançoso, "Você guardou minhas coisas?"

"Er. Bem, depois de tudo, Mary apareceu e fez isso por mim. Eu não estava... eu não estive muito
bem por um tempo. Não tenho muita certeza sobre o estado das suas coisas, não estive lá desde
então. "

"Eu não esperava que você fosse guardar nada."

Remus não sabia o que dizer, então deu de ombros. Ele não havia guardado as coisas de Sirius de
propósito, apenas as escondeu para não ter que pensar sobre nada daquilo. Estava feliz por isso
agora obviamente, mas não queria mais crédito do que merecia.

Eles terminaram de comer, e Sirius limpou as mãos gordurosas nas pernas da calça do pijama,
Remus tentou não estremecer. Black costumava ser tão meticuloso com limpeza, a desorganização
de Remus sempre o irritou. Outra mudança.

Grant se levantou para recolher os pratos e talheres para lavar. Sirius se sentou, "Eu posso fazer
isso, deixe aí", ele retirou uma varinha de sua manga larga.

"Onde você conseguiu isso?" Remus perguntou.

"Roubei," Sirius olhou para baixo, virando-a na mão, "Demorou um pouco para me acostumar,
mas agora consigo manusear. Aqui, deixe aí... "

"Não precisa." Grant disse. Ele estava sorrindo, mas não era possível ouvir o sorriso em sua voz.
"Prefiro fazer normalmente." Ele se virou, carregando a pilha de pratos para a cozinha.

"Muffliato." Sirius murmurou. Remus piscou surpreso. Ele não ouvia aquele feitiço há muito
tempo, e ele nunca, nunca tinha usado algo assim com Grant presente. Parecia desleal, sorrateiro.
"A conexão de flu está funcionando?" Sirius perguntou com urgência.

"Não." Disse Remus. "Eu nunca reconectei. Na verdade, eu não faço muita magia em casa, porque-
"

"Sim, por causa do trouxa," Sirius concluiu, e Remus poderia jurar que ele revirou os olhos. "Ele
fez muitas mudanças aqui pelo que eu vejo." O moreno lançou à TV um olhar muito penetrante.

"É a casa dele também," Remus respondeu defensivamente.

"Tanto faz, eu não me importo. Certo, vamos precisar reconectá-la. Se eu ficar aqui, claro.
Precisamos ser capazes de nos comunicar com o resto da Ordem. "

"O resto da--"


"- você tem uma coruja?" Sirius olhou ao redor.

"Não," disse Remus. Ele mordeu o lábio, "Eu tenho um telefone." Ofereceu, tentando aliviar o
clima.

"Pelo amor de Merlin, Moony!" Sirius retrucou, sua voz áspera estalando com urgência, "O que
você tem feito todos esses anos, ficou se lamentando?!"

Remus se encolheu - tanto por ter sido chamado de Moony, o que ninguém nunca fez, quanto pela
acusação cruel.

"Tenho sobrevivido." Ele disse, tentando manter a calma. "Você acha que é fácil para mim manter
um emprego? E não é como se eu tivesse alguém com quem preciso manter contato. "

Sirius não disse nada, mas franziu os lábios e fez uma careta, olhando para o tapete. Remus
suspirou, fechando os olhos. "Olhe", disse gentilmente, "posso imaginar como você deve se sentir.
Eu sei que você quer fazer tudo de uma vez agora está livre, mas vamos devagar esta noite, ok?
Tenha uma boa noite de sono e nós trabalharemos em um plano amanhã. "

Sirius acenou com a cabeça, apaziguado. Remus se sentiu orgulhoso de si mesmo. Ele não tinha
chorado, ou gritado, e isso era um progresso muito bom, pelo menos no que dizia respeito a Sirius
Black. Grant voltou para a sala, e Remus desfez rapidamente o feitiço muffliato.

"Devo ligar a televisão?" Ele perguntou na sala silenciosa. Remus acenou com a cabeça. Sirius
voltou a ficar carrancudo.

O noticiário começou e depois a previsão do tempo. Em seguida, algum drama hospitalar


americano, que fez Grant reclamar e mudar de canal. Havia um documentário sobre Fleetwood
Mac, que todos assistiram vagamente. Ninguém realmente falava, exceto Grant de vez em quando.

Remus estava em um turbilhão, seu cérebro zumbindo acelerado enquanto muitos pensamentos e
sentimentos conflitantes passavam. Já fazia muito tempo que não ficava na mesma sala que Sirius,
e agora eles não podiam nem falar um com o outro sem atingir alguma barreira incomensurável,
fosse a guerra, ou amigos perdidos, ou a traição mútua. Agora, a ordem estava se reconstruindo, e
parecia que todos esperavam que Remus se juntasse mais uma vez, sem hesitação. Porém, ele não
se parecia com o menino que um dia fora. Estava velho e cansado. Tinha outras responsabilidades -
ele tinha Grant.

Por volta das dez horas, Sirius bocejou.

"Sim, eu também." Grant comentou, bocejando de volta. "Tenho trabalho pela manhã, talvez seja
hora de dormir." Ele olhou para Remus, obviamente esperando por algum tipo de direção.

"Sim," disse Remus, incerto. Ele colocou as mãos nos braços da cadeira para se levantar, e se sentiu
rígido por ter ficado sentado a noite toda, tenso. "Hum. Sirius, você ficará bem aqui? Vou buscar
uma almofada e um edredom."

"Não há necessidade." Sirius respondeu. Ele se espreguiçou novamente e se transformou em


Padfoot. Grant respirou fundo com a surpresa, mas não disse nada. O grande cachorro preto se
aninhou no sofá e fechou os olhos.

"Você pode fazer aquilo?" Grant sussurrou meia hora depois, quando ele e Remus estavam na
cama. "Transformar-se em lobo sempre que quiser?"

"Não." Respondeu. "Ele é um animago. Ele aprendeu como fazer isso. Eu sou um lobisomem, fui
mordido, não tenho escolha. "

"Má sorte." Grant disse. "Sabe, não acho que eu gostaria muito, se você pudesse fazer isso."

"Ele não vai te machucar, ele ainda tem a mente normal quando é um cachorro." Embora Remus
não tivesse mais certeza de como era a 'mente normal' de Sirius agora. Todo o resto sobre ele
estava amarrotado e danificado de alguma forma.

"Você está bem?" Grant perguntou, virando a cabeça para observar o rosto de Remus.

"Eu acho que sim." Remus disse honestamente, "Mas é estranho. Vai ser difícil, eu acho. "

"Quanto tempo ele vai ficar aqui?"

"Ah. Eu não sei. Por um tempo, talvez. Ele está falando sobre... sobre outra guerra. Talvez eu
precise ajudar. "

"Remus..."

"Eu sei, eu sei," Remus franziu o rosto. "Sinto muito, toda a situação é... é a porra de um pesadelo,
de verdade. Preciso de um tempo para pensar. "

"Eu gostaria de poder ajudar." Grant disse. "Eu gostaria de entender."

"Você é tão bom com Sirius." Remus ofereceu, "Eu não sei o que dizer a ele, ele é tão... sei lá,
arredio. Estou com medo de dizer algo errado e ele arrancar minha cabeça."

"Hmm, bem, tenho um pouco de experiência com esse tipo." Grant respondeu, seus lábios se
curvando, "De qualquer forma, ele obviamente tem passado por um processo difícil. Só tem que
ser paciente. Gentil. Você não pode forçá-lo a melhorar, infelizmente. "

***

Sirius dormiu por muito tempo. Dormiu até muito depois de Grant ter saído para o trabalho e
Remus ter tomado o café da manhã e corrigido algumas provas. Ele ficou na cozinha, mas podia
ver o sofá da sala através da porta, só para garantir.

Eram quase onze e meia quando Padfoot acordou de repente e começou a latir alto, pulando do
sofá.

"Shh!" Remus correu para a sala ansiosamente, "Sirius, sou eu! Você está aqui, você está comigo!
"

O cachorro parou, inclinou a cabeça e se transformou novamente em Sirius. Seus olhos estavam
arregalados e sua mandíbula sombreada com a barba por fazer. Ele parecia um louco. Remus
tentou ser paciente e gentil, como Grant havia dito. "Desculpe", disse tentando deixar o tremor
longe de sua voz, "É que não é permitido animais de estimação aqui, e se os vizinhos ouvirem
você..."
"Desculpe." Sirius olhou para baixo envergonhado. "Depois de todo esse tempo eu já deveria ter
me acostumado. Já faz um ano que fugi. "

"Está tudo bem." Remus balançou a cabeça, "Desculpe por ter gritado."

As coisas permaneceram estranhas durante a maior parte do dia. Eles foram para a garagem depois
que Sirius tomou o café da manhã.

A porta demorou um pouco para abrir, e Sirius precisava ficar em forma de cachorro enquanto eles
estavam fora do apartamento, então coube a Remus desemperra-la. Ainda assim, eventualmente, os
dois conseguiram entrar e tudo estava exatamente como eles se lembravam. Sem a motocicleta é
claro, embora todas as ferramentas ainda estivessem lá. As roupas e os livros de Sirius estavam
cuidadosamente empilhados em caixas etiquetadas, sem nenhuma camada de poeira sobre eles.

"Mary deve ter feito algum tipo de feitiço de preservação," Remus comentou.

Sirius acenou com a cabeça vagamente, caminhando através das pilhas de relíquias como um
monge antigo. Ele selecionou algumas coisas para levar para o apartamento - ou melhor, para
Remus levar para o apartamento. Escolheu vestes e roupas de bruxo, nada de suas coisas trouxas,
nem mesmo sua velha jaqueta de couro, que Remus encontrou enfiada dentro de uma caixa sob
alguns discos. Ele teve que resistir ao desejo de enterrar o rosto nela e inalar aquele perfume lindo;
como se a jaqueta tivesse mais de Sirius do que o homem parado ao lado dele.

De volta ao apartamento, Sirius trocou de roupa imediatamente. Remus podia ver o porquê - ele
parecia muito melhor usando suas próprias roupas, tendo feito algumas boas refeições e tomado
banho adequadamente. Seu cabelo estava um pouco desgrenhado e ainda tinha nós, apesar do fato
dele claramente ter usado meio frasco de shampoo.

Ele dormiu de novo depois do almoço. Remus não sabia como, já que ele só estivera acordado por
algumas horas. Ainda assim, apesar da incapacidade de Sirius de ficar parado, ele se cansava
facilmente. O cachorro se deitou no sofá novamente, no ninho de cobertores que ele havia criado, e
Remus sentou ao lado dele, a TV em um volume muito baixo. Pelo menos, quando Sirius dormia,
ele era um cachorro e, portanto, se tornava mais fácil dividir o apartamento com ele.

Quando acordou, estava de mau humor. Ele olhou para a TV e depois para Remus.

"Você não lê mais?"

"Claro que leio." Remus gesticulou para as estantes de livros - que estavam cedendo com o peso -
de cada lado da lareira. "A TV é apenas o ruído de fundo."

Sirius resmungou, sentando-se e endireitando suas roupas. Ele passou os dedos pelos cabelos, que
ficaram presos entre os nós. Black estremeceu.

"Quer tentar lavá-lo de novo?" Remus perguntou, "Pode ser mais fácil se você colocar muito
condicionador e depois pentear, não acha?"

Ele se lembrou de Grant lhe contando sobre dois irmãos que vieram para o centro de detenção
preventiva. Eles haviam sido negligenciados e nunca tiveram seus cabelos cortados ou escovados,
e os meninos tinham medo do barbeador. Grant havia se lembrado dos cortes que a Diretora fazia
com máquina um e, imediatamente, prometeu a eles que não cortaria seus cabelos. Em vez disso,
passou horas penteando-os suavemente, suas mãos ficaram úmidas e frias por tanto tempo que seu
eczema ressurgiu, fazendo suas palmas ficarem ásperas e machucadas por semanas.

Sirius pareceu apreciar a sugestão, então Remus foi preparar o banho. O moreno o seguiu. Ele não
parecia querer ficar sozinho, mesmo que não quisesse conversar.

Remus fez uma confusão na gaveta de remédios em busca de um pente forte e uma tesoura, só para
garantir. Ele os colocou na borda da banheira e deu um passo para trás. "Er... te deixo aqui?" Ele
perguntou, enquanto a água do banho fumegava suavemente. Sirius esfregou o braço, olhando ao
redor.

"Não, acho que prefiro... se você não se importar?"

"Como quiser," disse Remus. Deixe-o liderar, Grant havia sugerido. Vá com o fluxo. Ele pensou
em se virar enquanto Sirius se despia, mas isso parecia redundante já que ele ficaria no banheiro e,
de qualquer forma, Sirius não tinha escrúpulos no que dizia respeito a se despir na frente dele. Não
havia nada de sensual nisso, ele o fazia da mesma maneira que comia com as mãos, ou limpava a
boca com a manga, ou se aninhava intensamente no sofá; ele fazia isso porque havia se esquecido
de como agir perto de outras pessoas.

Ele estava tão magro, tão frágil, seus cotovelos se projetavam como facas e suas costelas ocas se
moviam sob a pele branca como papel. Seus pulsos, antes quentes e graciosos, aqueles pulsos que
Remus um dia adorou, agora estavam tão estreitos que parecia que se quebrariam enquanto ele se
apoiava na borda da banheira.

Remus fingiu estar ocupado, começou a dobrar a flanela pendurada na lateral da pia, endireitou as
toalhas penduradas no radiador. Estava envergonhado, não queria encara-lo. Embora, para ser
honesto, Sirius provavelmente não fosse notar de qualquer maneira.

Eventualmente, Remus se sentou na tampa do vaso sanitário, cruzando as pernas em um esforço


para parecer indiferente - e porque o banheiro era muito pequeno para seu corpo irritantemente
desengonçado. Sirius recostou-se na água quente, fazendo pequenas ondas lentas baterem
suavemente nas laterais de plástico da banheira. Ele fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás
na água, expondo sua garganta, seu pomo de adão saliente.

Remus teve que se lembrar de fechar a boca quando Sirius levantou, abrindo os olhos e jogando o
cabelo para trás. Agora estava molhado, o cinza havia desaparecido e ele de repente ficou mais
jovem, mais reconhecível.

Remus começou a ensaboar o cabelo com o shampoo, sentando e inclinando-se para frente. Remus
observava enquanto aqueles dedos ossudos e brancos brincavam com a espuma, e se lembrou de
como Sirius era gracioso quando jovem, como cada movimento era perfeitamente ponderado, de
como ele costumava tratar seu próprio corpo com tanta ternura. O vapor da água quente fez os
olhos de Remus arderem, e ele teve que piscar para conter as lágrimas.

Sirius tirou o shampoo, então começou a passar o condicionador, despejando muito em suas mãos.
Remus teria que comprar mais.

"Devíamos fazer uma lista." Sirius disse abruptamente.

"O que?" Remus franziu a testa.

"Uma lista." Sirius repetiu, pegando o pente. "Devíamos fazer uma. Pessoas com quem entrar em
contato, para Dumbledore. "

"Para Dumbledore." Remus repetiu. De repente, se sentiu muito cansado.

"Sim, ele disse para entrar em contato com o pessoal antigo. Minha memória se foi, então você terá
que ajudar. Os nomes, você sabe. " Ele enterrou o pente por entre os nós do cabelo com força.
"Você realmente quer voltar para a guerra, não é?" Disse Remus.

Sirius se virou e deu a ele um olhar de descrença. Com um sentimento horrível de estar se
afogando, Remus percebeu que, na mente de Sirius, a guerra nunca tinha acabado.

"Olha," Remus tentou explicar, "Não é que eu não acredite na causa, é só... eu me lembro como foi
da última vez."

"Como se eu não me lembrasse!" Sirius sibilou, arrancando o pente de seu cabelo, "Não estive de
férias por doze anos!"

"Não, eu sei, mas..." Remus desejou que ele parasse de dizer isso. Doze anos. Que perdão poderia
haver para isso?

"É tudo o que podemos fazer." Sirius respondeu ferozmente, "É a única coisa que importa." Ele
ergueu o pente novamente, parecendo que ia se esfaquear em vez de tirar os nós. Remus não
aguentou.

"Pare com isso", disse ele, levantando-se. "Você vai arrancar toda a porra do seu cabelo, vamos.
Me deixe fazer isso."

Ele enrolou uma toalha e colocou no chão para se ajoelhar, pegando o pente da mão de Sirius. O
moreno o olhou com cautela por um momento, e Remus percebeu que eles não tinham estado tão
perto ainda - eles haviam se abraçado na Casa dos Gritos há um ano atrás, mas aquilo tinha sido
pura adrenalina. Não tinha sido íntimo. Isso era.

"Posso?" Remus perguntou, suavizando sua voz.

Sirius concordou lentamente, então virou a cabeça, para que Remus pudesse pentear seus cabelos.
Inclinando-se, não muito, Remus começou a trabalhar, deslizando os dedos cuidadosamente pelas
mechas pretas e lisas, gentilmente separando as mechas, passando o pente de baixo para cima.
Lentamente, lentamente, os nós começaram a afrouxar, dando lugar a aquela textura de seda velha
e familiar.

Era um trabalho difícil e exigia muita paciência, assim como o resto do frasco de condicionador,
mas Remus finalmente sentiu que estava ajudando. Estava no controle e fazia algo positivo. Sirius
permaneceu quieto e parado durante todo o tempo; tenso no início, mas gradualmente relaxando,
pouco a pouco - Remus podia praticamente ver seus tendões se afrouxando.

Assim que terminou, Remus se recostou para examinar seu trabalho, os músculos de suas costas
doíam como se estivessem em chamas, mas valeu a pena. Ele se levantou, trêmulo, usando a pia de
apoio. Sirius ergueu as mãos, movendo-as cuidadosamente sobre a cabeça, os dedos tocando a
superfície lisa.

"Obrigado."

"Tudo bem." Remus sorriu, sentando-se no banco do banheiro.

Sirius enxaguou o cabelo mais algumas vezes, então saiu, se enxugou e se vestiu novamente.
Remus esperava que ele fosse se olhar no espelho, mas o moreno não o fez, propositalmente
evitando-o, mantendo os olhos baixos.

De volta à sala, Remus fez chá e torradas com queijo, porque queria que Sirius comesse com mais
frequência. Pensou que Black fosse adormecer de novo, mas ele não o fez. Ele pegou um papel da
pilha de exames de Remus e o virou, pegando uma caneta também.
"Ok," ele disse, "Moody, obviamente, no topo da lista, depois que ele se recuperar, é claro, espere
até ouvir o que aconteceu com ele em Hogwarts! Então os Weasley e Mary... "

"Não, Mary não." Disse Remus. "Ela não vai... ela está bem, tem filhos. E os Weasley, eles
têm sete filhos, Sirius, você não pode pedir isso às pessoas..."

"Eu não preciso pedir." Sirius respondeu bruscamente. "Eles farão o que é certo."

"Não consigo ver dessa maneira." Remus disse, "Tudo o que posso ver são as consequências de
outra guerra..."

"Não temos escolha!"

"Eu sei, eu sei, eu só quero que pensemos antes de..."

"O que aconteceu com você, Remus?! Você não era assim. Você deveria ser um grifinório!"

Isso atingiu um nervo. Como ele ousa!?

"Muita coisa aconteceu comigo, na verdade." Remus disse acidamente. "Eu perdi todos que amava
na última guerra, então me perdoe se eu não estou feliz em marchar direto para a batalha
novamente. Não tenho mais vinte e um anos."

Sirius balançou a cabeça, ainda incapaz de compreender. "Nós devemos isso a eles! Devemos isso a
Lily e James! "

"Eu não devo nada a eles!" Remus gritou, seu rosto queimando de raiva, "Talvez você sinta que
sim, 'fiel do segredo', mas se você se lembra, eu não fui consultado sobre isso!"

Ele não sabia por que disse aquilo, tudo desmoronou antes que pudesse se conter. Não havia
percebido o quão bravo realmente estava até aquele momento. Claramente, Sirius também não.

"Moony--"

"Não se atreva a me chamar de 'moony'! Não aja como se ainda estivéssemos... como se nada
tivesse mudado! Como se tudo estivesse bem e eu fosse fazer tudo o que você disser! "

Ele se levantou, precisava sair, precisava de uma pausa. Remus dirigiu-se para a porta.

"Não, Remus, por favor!" Sirius gritou, sua voz tão tensa e estrangulada que o assustou. Ele voltou.
Sirius olhou para ele do sofá, tão pequeno, seus olhos tão arregalados. "Por favor, não me deixe
sozinho." Disse.

Remus cedeu, sua raiva se dissipando. Ele voltou para sua poltrona e sentou-se novamente. Franziu
os lábios. Esfregou os olhos. "Eu não vou," ele disse cansado. "Eu não vou a lugar algum."
Capítulo 186: Verão de 1995: Grant

A long time ago

I watched him struggle with the sea.

I knew that he was drowning,

And I brought him into me

Now today

Come morning light

He sails away

After one last night

I let him go.

Calypso, Suzanne Vega.

Sr. Chapman,

É com muita satisfação que lhe oferecemos a seguinte oferta de emprego em nome da Câmara
Municipal de Brighton & Hove:

Assistente Social - Bem-Estar Infantil e Juvenil

Consulte a brochura em anexo para obter detalhes sobre o seu salário e horário de trabalho. Você
tem trinta dias úteis para responder a esta oferta, por correio ou telefone.

Estamos aguardando sua resposta.

AP Green .

Chefe do setor de Serviços Sociais, Brighton & Hove.

Grant leu a carta três vezes apenas para ter certeza.

Bem. Ele realmente deveria estar feliz. Extasiado. Esta era uma notícia incrível. Notícias que
deveriam ser comemoradas. De qualquer maneira, era uma passagem de ida para longe dessa
bagunça que ele havia se metido.

Ele balançou a cabeça, sentindo-se péssimo por pensar na vida de Remus como uma 'bagunça'.
Mesmo que isso fosse um pouco verdade.
Ele tinha ido para a entrevista algumas semanas atrás após dizer a Remus que trabalharia até mais
tarde. Não que quisesse esconder algo de Remus, ele só não queria azarar as coisas. Em geral,
Grant não era uma pessoa de muita sorte; coisas assim nunca, nunca aconteceram com ele.

Grant não acreditava em deus, ou anjos da guarda, ou Buda ou Brahman - ou qualquer coisa que
não fosse sua própria força de vontade, mas algo sobre essa oferta de emprego parecia intervenção
divina. Afinal, aquele era o emprego dos seus sonhos. Talvez esse fosse o sinal que estivera
esperando, como se antigos ex-namorados voltando da prisão não fossem um sinal grande o
suficiente.

Ele vinha sonhando com a ideia de se mudar há anos. Grant amava Londres, a cidade sempre
estaria em seu sangue, mas os dois estavam na casa dos trinta anos agora, e talvez fosse hora de
uma mudança. Ele queria levar Remus para o campo, para o ar fresco, o mar e o campo aberto. Um
recomeço, longe daquele pequeno apartamento miserável. Então, quando surgiu a vaga e o diretor
de Grant mencionou isso a ele, ele aproveitou a chance.

Claro, isso tudo tinha acontecido antes de Sirius voltar.

Grant releu a carta do início novamente. Ele olhou para seu nome escrito em letras oficiais
impressas em preto e branco. Uma carta com o meu nome, e nem é uma intimação do tribunal , ele
brincou consigo mesmo. Gostaria de poder mostrar a seu avô idiota. Mostrar a ele o que
delinquentes afeminados poderiam conseguir quando se esforçavam.

Ele estava orgulhoso de si mesmo, e não importava qual fosse a situação agora, ele sabia que
Remus ficaria orgulhoso dele também. Gostaria de poder contar imediatamente, mas Remus havia
saído, e Grant estava no quarto se escondendo de Sirius.

Grant prometeu que ficaria de olho nele, mas assim que Remus saiu pela porta, Sirius disse algo
desagradável sobre não precisar de uma 'governanta' (puta que pariu, o quão rico ele era para usar
aquele tipo de palavra?!) e se transformou em um cachorro novamente.

Era dolorosamente óbvio que Black odiava Grant, então, se esconder no quarto parecia a melhor
solução.

Ele teria que esperar Remus chegar em casa para dar a notícia. Esperava que ele não demorasse
muito, mas ele não fazia ideia. Remus tinha ido a algum tipo de reunião e não tinha dado detalhes a
Grant.

Entretanto, ele havia conversado com Sirius sobre isso durante um longo tempo. Eles murmuraram
juntos na sala de estar, pensando que Grant não notaria. O tom de seus sussurros oscilava
descontroladamente em volume - hora sibilos altos e raivosos, hora desculpas suaves e baixas. A
linguagem corporal deles era a mesma. Grant entendeu rapidamente que as coisas importantes entre
Sirius e Remus eram as coisas que nenhum dos dois falava em voz alta. Tudo era feito em olhares,
gestos, cabeças inclinadas e sobrancelhas levantadas. Era impossível para um estranho acompanhar
- e Grant se sentia um estranho. Nunca achou possível que duas pessoas pudessem sentir tanta raiva
e tanto amor uma pela outra.

E aquilo era amor. Sem dúvida.

Grant sentia um enjôo doloroso em seu estômago e estava ignorando essa sensação há dias.

Há um tempo, Remus estivera agindo diferente, mas até aquela porra daquele cachorro preto
aparecer, Grant pensou que havia esperança de que tudo voltasse ao normal. Com um pouco mais
de tempo, um pouco de espaço, alguma distância de toda aquela escuridão, Grant tiraria Remus
daquilo; ele já tinha feito isso antes, poderia fazer de novo.

Mas agora parecia impossível, Remus não queria que as coisas voltassem a ser como eram. Ele não
tinha dito isso, talvez nem ele mesmo soubesse, mas era muito óbvio para Grant.

Olha, ok, Grant sabia que ele não era o último biscoito do pacote. Ele não era tão inteligente
quanto Remus, de qualquer maneira. Provavelmente, também não era tão inteligente quanto Sirius.
Isso nunca o incomodou muito, porque, afinal, ele não poderia ser ninguém além de si mesmo, e
ele tinha outras coisas a seu favor. Ele se esforçava muito e se preocupava com as pessoas, e as
pessoas se preocupavam com ele, e essas coisas eram ingredientes para uma vida muito feliz na
opinião de Grant.

Então, ele não era um gênio, mas ele sabia algumas coisas. Ele gostava de pensar que, no mínimo,
sabia quando era a hora de fazer uma saída elegante.

Grant amava muito Remus. Provavelmente o amou desde aquele primeiro dia, vinte anos atrás,
quando aquele adolescente magro, exausto e arisco entrou no dormitório de St. Edmund's.

Ele era tão quieto e tão fechado, embora, claramente, houvesse um universo dentro dele. Remus
nunca foi a mesma pessoa duas vezes; ele era cansado e cínico em um momento, ingênuo e
envergonhado no seguinte. Ele borbulhava de raiva e amor ao mesmo tempo, e, na maioria das
vezes, ele deixava o amor vencer.

Grant gostava de pensar que tinha ajudado um pouco nisso. Especialmente nos últimos anos, Grant
havia trabalhado duro para manter as partes mais sensíveis de Remus seguras. E ele tinha
conseguido, tinha feito um bom trabalho. Havia cuidado dele até que Remus realmente não
precisasse mais de cuidados. Talvez fosse hora de deixar ir.

Ainda sim, ele não queria apenas devolvê-lo como um livro emprestado.

Grant havia se despedido de muitas pessoas ao longo de sua curta e colorida vida, e nenhuma delas
significou nada, até Remus. Grant sabia o quão patético isso soava. Com quase trinta e seis anos e
apenas um relacionamento real, apenas uma amizade verdadeira.

O que quer que acontecesse, eles continuariam amigos - não havia dúvida sobre isso. Porém, Grant
sabia que precisava ser prático e cuidar de si mesmo pelo menos uma vez. Remus sempre
pertencera a outro mundo, isso era, em parte, o que o tornava tão atraente.

Chegou a hora de Remus voltar para onde pertencia, e, embora Grant soubesse que, por um tempo,
a ausência doeria, era completamente necessário.

Isso o lembrava daquela música de Suzanne Vega. Grant nunca foi de ler muito as letras, ele não
tinha uma alma poética, não como Remus. Porém, quando o álbum Solitude Standing foi lançado,
as músicas tocavam em todas as rádios e Grant gostou bastante - ele sempre quis comprar o álbum,
mas nunca o fez. Suzanne tinha uma voz que te perseguia, e essa música em particular era
fantasmagórica e estranha.

Então, Remus disse a ele do que se tratava, e ele odiou.

Ele normalmente não gostava de contos de fadas. Tendo entendido sua sexualidade aos seis anos, a
ideia de bravos cavaleiros resgatando donzelas em perigo nunca o inspirou muito. Porém, algo
sobre Calypso realmente atingiu um nervo.

Ele sabia que não era uma sereia, sentado nas rochas balançando os seios para os marinheiros que
passavam, mas ele conhecia Remus. Ele conhecia Remus de dentro para fora. Tinha visto a
mudança nele desde que Sirius voltou.

No início, Remus se apegou a Grant como seu protetor, o que fazia sentido, um pouco de regressão
era esperado, e Grant sempre fez o seu melhor para ser um porto seguro para Remus. Porém,
depois que o estresse dos primeiros dias passou, Remus e Sirius relaxaram um pouco e tudo se
tornou diferente. Tão diferente que era chocante.

Grant nunca realmente soube como havia sido o relacionamento deles quando eram jovens, mas
pôde ter um vislumbre disso agora. A maneira como Remus olhava para Sirius, como se ele fosse a
criatura mais linda da terra. O calor em seus olhos, a maneira como sua língua brincava no canto
da boca como se ele estivesse sonhando acordado com algo totalmente indecente. Remus nunca
olhou para Grant daquele jeito, não realmente.

E Sirius se iluminava quando Remus falava com ele.

Sim, eles obviamente ainda estavam apaixonados, e não era o mesmo tipo de amor que Grant e
Remus tinham. Não sabia se era melhor ou não, mas ele praticamente podia sentir o conflito
destruindo Remus. Ele não queria destruir Remus, nunca quis. Ele ainda queria mantê-lo seguro.

E lá estava Sirius, afetado e venenoso, espreitando como uma aranha o tempo todo, lhe perfurando
com os olhos sempre que Grant entrava na sala. Sirius deixava seus sentimentos perfeitamente
claros, e isso deixou Grant indignado, fez com que ele quisesse lutar para manter Remus.

Mas isso não dependia mais de Grant. Remus estava indo para um lugar que Grant não poderia
segui-lo. Eles haviam chegado a uma encruzilhada e estava tudo muito claro. Talvez a carta
realmente fosse um sinal.

Ele evocou a imagem com a qual esteve sonhando - ele e Remus em uma casa à beira-mar lendo
livros, tomando café da manhã na cama, indo passear pela cidade, envelhecendo e fazendo novos
amigos. Se eles tivessem uma casa grande o suficiente poderiam adotar alguma criança - Grant
tinha interesse em fazer isso há anos; gostaria de cuidar de crianças que ninguém mais queria e,
sendo um assistente social, seria um candidato perfeito.

Ele deixou a fantasia preenchê-lo uma última vez e então começou a destruí-la. No fundo, Grant
sabia que Remus nunca deixaria Londres, Remus nunca iria querer ter filhos adotivos - ele tinha
muito medo de machucá-los na lua cheia. Esse futuro sempre foi apenas um desejo, sempre fora
mais sobre Grant do que Remus.

Era hora de parar de se preocupar com Remus, de parar de pensar no que Remus precisava. Isso
não era mais sua responsabilidade. Talvez houvesse outra pessoa para Grant, ele esperava que sim,
nunca pararia de procurar. Um dia, talvez alguém iria querer mantê-lo seguro para variar. Coisas
estranhas estavam sempre acontecendo.

A decisão estava tomada. Grant escreveu uma resposta formal, aceitando a oferta de trabalho. Ele a
enviaria quando fosse embora.

Começou a empacotar tudo silenciosamente, esperando que Remus não voltasse para casa até que
ele terminasse. Havia muito o que guardar, mas, ao mesmo tempo, não o suficiente. Grant se
surpreendeu com a facilidade com que o plano se concretizou. Ele tinha sua própria conta bancária
e seu nome não estava no apartamento, poderia ficar no pub de sua tia em Hove até encontrar seu
próprio lugar para morar. Até tinha amigos em Brighton, amigos da época que havia morado lá
quando criança. Tudo estava sendo tão incrível e surpreendentemente fácil.

Então, quando terminou de fazer as malas, só precisava dizer adeus. Ele esperava poder dizer isso
da maneira certa, sem soar amargo ou como se fosse digno de pena. Esperava que Remus
entendesse que Grant sempre estaria lá e que, se precisasse, ele apareceria em um piscar de olhos.

Ao mesmo tempo, ele esperava que Remus não precisasse dele. Esperava que o estivesse deixando
em boas mãos.

Após fechar as malas, Grant se sentou na cama. Ele podia ouvir a TV na sala, um pouco alta
demais. Sirius a deixava ligada durante toda a noite, o que fazia Grant acordar. Porém, se
levantasse para desligá-la, aquele cachorro preto horrível acordaria e começaria a rosnar para ele
no escuro. Provavelmente era uma resposta ao trauma, Grant não culpava Sirius, mas desejava que
ele não se comportasse daquela forma.

Ele poderia realmente confiar em um homem como aquele para cuidar de alguém? O coração de
Grant doeu ao imaginar Remus - o doce, sério e sensível Remus - sendo tratado como um saco de
pancadas. Ele simplesmente toleraria isso, Grant sabia. Remus se sentia tão culpado pela prisão de
Sirius que estava disposto a aceitar todos os tipos de abuso. Mas isso não estava certo.

Grant se levantou. Havia mais uma coisa a ser feita antes de ir embora.

Precisava conversar com Sirius.


Capítulo 187: Verão de 1995: Sirius

Well, my friends are gone and my hair is grey

I ache in the places where I used to play

And I'm crazy for love.

But I'm not coming on.

I'm just paying my rent every day in the Tower of Song.

Tower of Song, Leonard Cohen.

Sirius sentou no sofá com os joelhos para cima, os braços em volta das pernas. Ele estava
assistindo televisão. Era uma invenção trouxa bizarra, um pouco como os cinemas que ele tinha ido
na juventude, só que menor... ah não, ah não... aquele pensamento trouxe de volta uma memória
de James. Naquele verão em que eles foram ver o mesmo filme todos os dias, quando conheceram
aquelas garotas trouxas. Foi no verão? Ou Natal? Talvez estivesse chovendo e alguém o socou.
James ou Remus? Certamente Remus. James nunca foi violento, mesmo quando Sirius realmente
merecia.

Sirius fechou os olhos para abafar as vozes frias e cruéis em sua cabeça que queriam arrastá-lo de
volta no tempo, de volta aos piores momentos. Ele achou que podia sentir o gosto de sangue, mas,
quando abriu os olhos novamente, tudo que viu foi a sala de estar e a caixa trouxa falante idiota.

Era sua sala de estar. Ou tinha sido, uma vez. Parecia diferente, e Sirius teve dificuldade em
descobrir se realmente estava diferente ou se ele estava apenas se lembrando errado. As paredes
não tinham sido repintadas, a lareira estava lá. Não cheirava mais a cinza de cigarro, mas ainda
havia uma marca de queimadura no carpete sob o parapeito da janela - isso já estava lá antes? Ou
teria acontecido nos anos que esteve fora?

A TV era a pior mudança, a mais perceptível. Sirius possuía uma forte memória de argumentar
contra comprarem uma há muito tempo atrás. Caixa de luzes trouxa barulhenta . Ele ainda achava
que era horrível, mas, de alguma forma, não conseguia parar de assistir. Ela o distraía. Pausava
seus pensamentos, o impedia de se lembrar.

Ele havia passado muito tempo se lembrando. Revirando eventos, erros e conversas pouco
compreendidas. Peneirando tudo de novo e de novo, até que tudo em sua cabeça se soltou e se
transformou em pequenos fragmentos sem estrutura ou narrativa. Ele não queria mais sentar e
pensar. Ele queria ir para a ação. Queria fazer coisas. E ninguém permitia.

Ele bufou, mudando de posição, apertando o braço do sofá com mais força. Remus havia sido
convidado para uma reunião, e Sirius foi instruído a ficar em casa com o trouxa. Não causaria
nenhum problema se ele tivesse ido como Padfoot, sabia que ficaria tudo bem, mas ninguém o
ouvia. Eles o estavam tratando como uma bomba prestes a explodir, como alguém que precisava
ser contido. Como se não tivesse passado um ano sozinho cuidando de si mesmo sem a ajuda de
ninguém.
Ele não seria tratado como uma criança. Não iria deixar que o tratassem daquela forma. Não
merecia mais?

Mas Moony - Remus - lhe lançou aquele olhar dolorido e suplicante, e isso o calou. Ele odiava
deixar Remus desconfortável, pois isso o deixava preocupado com a possibilidade de Sirius nunca
melhorar. Ele sabia que não estava certo da cabeça, sabia que estava se comportando de forma
errada e que não estava sendo ele mesmo. Sirius havia esperado que um ano fosse ser o suficiente.
Agora estava fora, estava livre, todos que importavam finalmente sabiam a verdade. Isso devia ter
feito a diferença. A essa altura, ele já deveria ter voltado ao normal.

Remus não estava ajudando, Sirius pensou sombriamente. Como conseguiria fazer sua cabeça agir
da maneira certa se tudo estava tão estranho? Quando Remus, seu único amigo restante, mal
conseguia olhar para ele sem estremecer, mal conseguia falar com ele sem desviar os olhos para
longe. E o namorado. Sirius se perguntou o quão rápido isso tinha acontecido, o quão rápido o
trouxa havia se infiltrado como um verme, infectando Remus com sua mundanidade,
transformando seu Moony em alguém quieto e cauteloso, em alguém nada melhor do que o próprio
trouxa.

Era como se uma luz em Remus tivesse diminuído. Sirius procurava por sinais do velho Moony,
mas não havia nada daquela energia perversa e travessa, nada da força devastadora de Remus
Lupin quando ele pensava em um plano emocionante.

Sirius havia demorado séculos para convencer Remus a ir para a reunião. No final, ele teve a
impressão que Remus estava apenas fazendo um favor para ele, para mantê-lo calmo. Contanto que
ele fosse, Sirius não se importava. E quando ele voltasse, ele contaria tudo, Sirius o obrigaria. Era o
mínimo que Remus podia fazer.

Remus mudaria de ideia. Ele veria que não havia outra maneira. Ele iria querer fazer isso por
Harry.

Sirius não pôde deixar de sorrir para si mesmo ao pensar em Harry. Aquele garoto incrível,
brilhante e corajoso. James ficaria tão orgulhoso...

James, James, sinto muito, muito...

Ele estremeceu, fechou os olhos novamente, se abraçando para se proteger do frio. Ele queria tanto
Remus. Não queria ficar sozinho, não de novo, por favor...

"E aí?" Grant adentrou a sala como se para lembrar Sirius que ele não estava sozinho. Grant sorria
alegremente para ele. Sirius o observou com cautela. Sempre sorrindo. Cara esquisito.

"Boa tarde," Sirius respondeu, deliberadamente acentuando a anunciação em seu sotaque para se
afastar do terrível inglês horrendo de Grant.

Sirius nunca havia passado tempo com trouxas, mesmo antes de Azkaban, e os achava confusos na
melhor das hipóteses, como uma espécie alienígena. E ele odiava a alegria de Grant com cada
centímetro de seu ser.

"Tá melhor?"

Sirius grunhiu evasivamente. Ele não devia qualquer tipo de explicação a este homem. Ele o
tolerava pelo bem de Remus, mas apenas isso.

"Bom saber," Grant assentiu, as covinhas em suas bochechas aparecendo.


Sirius achava que ele deveria ser incrivelmente estúpido.

Limpe esse sorriso fútil de seu rosto! O espectro de Walburga Black latiu em sua mente.

Sirius se lembrava de Grant quando era adolescente. Nem mesmo quando jovem ele havia sido
bonito. Quinze anos não haviam ajudado no aspecto de seu cabelo ou de sua pele. Sirius não fazia
ideia do porque Remus ainda estava com Grant, e se ele era tão estúpido quanto era desprovido de
beleza, então estava ainda mais perplexo sobre por que Moony o queria por perto.

O Remus que ele conhecia - seu Remus nunca toleraria um tolo.

"Quando ele voltar", Grant continuou dizendo, ainda alegre, ainda sorrindo, mostrando os dentes
tortos e uma cicatriz branca no canto da boca, "Eu vou."

"Oh, ok." Sirius deu de ombros, procurando algo para dizer. "...Precisamos de leite".

"Não", Grant riu, balançando a cabeça levemente. Ele se sentou na mesa de centro, bem em frente
a Sirius, tão perto que seus joelhos quase se tocaram e olhou-o nos olhos, "Não vou sair para fazer
compras, eu vou embora."

"O que?" Sirius franziu a testa, "Por quê? Remus disse para você ir? Porque isso não foi ideia
minha. "

"A ideia é minha", disse Grant, sem sorrir. Seus olhos estavam cansados e Sirius percebeu que,
embora Grant estivesse sorrindo, ele não estava feliz. Ele estava muito, muito triste. Sirius não
sabia o que fazer sobre isso, ele tinha seus próprios problemas.

Grant continuou falando. "Eu percebi isso há um tempo. Quando ele voltou da escola em choque
por ter te visto novamente. Acho que eu deveria ter percebido ali. Deveria ter pedido um tempo,
mas eu não poderia simplesmente deixá-lo sozinho... "

"Olha, eu não sei o que você pensa -"

"Eu só estava cuidando dele para você," Grant disse, levantando a mão para manter Sirius quieto,
"Eu nunca pertenci a ele. Tem sido você, todos esses anos."

"E, ainda sim, aqui está você." Sirius murmurou. Ele puxou os joelhos para cima, se protegendo.
Queria que Grant simplesmente fosse embora, queria que ele sumisse. Queria poder se transformar
em Padfoot, mas sabia que não ajudaria em nada e havia prometido a Remus que não o faria.

"Olha, agora é sobre isso que eu queria falar." Grant disse, franzindo as sobrancelhas. "Se eu for
embora, você tem que cuidar dele, ok? Não o culpe por tudo o que aconteceu com você nos últimos
dez anos. "

"Doze anos." Sirius o corrigiu.

"Não ligo," Grant deu de ombros, "Não tem sido uma vida fácil para nenhum de nós, raio de sol,
você não é especial. Remus é. "

A voz de Grant ficou repentinamente dura e perigosa, quase agressiva "Ele é especial para mim, e
se você não é homem o suficiente para ser gentil com ele, então você não o merece. Ele esteve
esperando por você. Ele nunca parou de esperar. Ele não vai dizer isso, porque Remus não diz
coisas assim. Mas ele sente. Ele sente tudo, você deve saber disso. "

Sirius não respondeu.


"Ele te ama." Grant disse firmemente. "Você tem que amá-lo de volta."

"Eu amo el--"

"-Não," Grant estava balançando a cabeça novamente, "Não, não assim. Você tem que estar aqui,
tem que ser uma pessoa real, de carne e osso. Não é um cachorro. Não um fantasma. "

Sirius não conseguia mais olhar nos olhos de Grant, ele abaixou a cabeça e concordou.

"Eu vou."

"Isso é bom," Grant sorriu novamente, seu rosto gentil mais uma vez. "Agora, quando ele estiver
mal-humorado, e ele vai ficar mal-humorado, não o deixe ficar deprimido e não o deixe beber. Ele
vai querer fazer isso depois da lua cheia, mas se ele fizer, só vai levar mais tempo para se
recuperar. "

"Eu sei do que ele precisa depois da lua cheia!" Sirius rosnou, afrontado. "Eu o conheço desde que
tínhamos onze anos, quem você pensa que é, me dizendo..."

"Fui eu que estive aqui." Grant o cortou, breve. "Eu não acho que você entenda o quão difícil tem
sido. Eu não acho que você... olhe, você o teve em seu melhor, ok? Eu o tive em seu pior. " Ele
sorriu um pouco, "E eu fui feliz em estar aqui. Eu tenho uma parte dele. Você tem a outra.
Podemos concordar com isso? "

Sirius o encarou um pouco mais. Grant estendeu a mão para que apertasse, e Sirius a pegou.

"Ok." ele disse.

"Perfeito." Grant soltou sua mão e se levantou. Ele entrou no quarto e voltou com uma grande
mala, a qual ele colocou propositalmente ao lado da porta. "Vou ter que deixar alguns livros e
umas coisas aqui por pouco tempo." Ele disse: "Mas voltarei para buscá-los quando estiver
acomodado. Acho que você não precisa da chave, né? Você pode entrar do jeito mágico?"

Sirius acenou com a cabeça, mudo. Ele não podia acreditar que isso estava acontecendo. Queria
que seu coração disparasse, queria se sentir finalmente satisfeito, mas não conseguia deixar de se
preocupar. Grant tinha sido um estorvo, mas também um amortecedor. Remus o culparia por isso?
Será que ele convenceria Grant a ficar ou, pior ainda, será que ele deixaria Sirius aqui, sozinho
com o apartamento e a guerra e...

Houve um barulho baixo de alguém arrastando os pés do lado de fora da porta da frente, e os
ouvidos de Sirius se aguçaram. Remus estava de volta! Seu coração começou a bater forte contra
sua caixa torácica, ele lambeu os lábios e se endireitou, seu foco na porta, esperando-a se abrir.

Remus entrou com a cabeça baixa, franzindo um pouco a testa. Sirius não conseguia acreditar o
quão pouco Remus havia mudado quando tudo no mundo estava tão diferente. Ele estava mais
grisalho, mas ainda era Moony, ainda era devastadoramente bonito e completamente alheio a isso.

Ele deu um sorriso para Sirius ao entrar, um sorriso tão parecido com o do Remus adolescente que
o levou direto de volta para Hogwarts - chegar à mesa do café da manhã e encontrar Remus já lá,
comendo sua terceira porção de bacon e ovos, sorrindo para algo estúpido Sirius tinha acabado de
dizer. Olhe, ele disse a si mesmo, ainda existem algumas boas lembranças.

"Olá," Remus disse para a sala.

"E aí." Grant respondeu. "Quer um chá?"


"Ooh, sim, por favor," Remus acenou com a cabeça, agora dando a Grant um sorriso amigável. O
trouxa foi para a cozinha.

"Como foi?" Sirius perguntou, já agitado, "Você viu Dumbledore? O que ele disse?"

"Ah, nada demais. Nada que eu não tenha ouvido antes. A Ordem precisa de um novo local, todos
nós devemos pensar em algo. Olha, podemos conversar sobre isso mais tarde? " Remus lançou um
olhar para a cozinha, onde Grant estava fazendo o chá.

"Ele disse algo sobre mim? Dumbledore? Como está o Harry?

"Harry está perfeitamente bem, de volta à casa de seus tios para o verão. O que essa mala está
fazendo aqui? "

Remus estava olhando para a mala marrom cheia de coisas de Grant. Ele olhou para Sirius. Sirius
deu de ombros, encolhendo-se no sofá. Remus franziu a testa e perguntou em voz alta, "Grant? O
que esta mala está fazendo aqui?"

Grant colocou a cabeça para fora pela porta da cozinha, parecendo envergonhado.

"Ah. Podemos conversar um pouco?"

Remus empalideceu visivelmente e foi para a cozinha.


Capítulo 188: 'Até o fim'

I just want to see you

When you're all alone

I just want to catch you if I can

I just want to be there

When the morning light explodes

On your face it radiates

I can't escape

I love you 'till the end

I just want to tell you nothing

You don't want to hear

All I want is for you to say

Why don't you just take me

Where I've never been before

I know you want to hear me catch my breath

I love you 'till the end

I just want to be there

When we're caught in the rain

I just want to see you laugh not cry

I just want to feel you

When the night puts on it's cloak

I'm lost for words - don't tell me

All I can say

I love you 'till the end.

Till the End, The Pogues.


"Onde você está indo!?" Remus sibilou enquanto marchava para a cozinha. Ele não queria que
Sirius os ouvisse brigando, mas as coisas não pareciam nada boas pelo jeito que Grant estava
calmamente mexendo em seu chá, evitando fazer contato visual.

"Brighton." Grant disse. "Recebi uma oferta de emprego, uma muito boa. Melhor remuneração e
vou poder ajudar mais pessoas, vou poder realmente fazer a diferença."

"Mas nós moramos em Londres."

"Remus..."

"Você vai me deixar por um emprego?!" Remus estava se preparando para começar a gritar, para
envergonhar Grant até fazê-lo ficar. Grant apenas sorriu com simpatia e balançou a cabeça.

"Não seja bobo. Você sabe que é mais do que isso."

O coração de Remus estava batendo forte, ele se sentia enjoado, tonto, como se o chão estivesse
balançando para frente e para trás. "Você não pode fazer isso!"

"Estou apenas facilitando as coisas para você", disse Grant. Se qualquer outra pessoa tivesse dito
isso, teria soado amargo. "Eu não sempre tentei fazer isso?"

"Mas eu te amo!"

"Eu também te amo, meu querido, mas não tenho certeza se isso é tudo."

"Então você está apenas tomando a decisão por mim?!"

"Estou tomando uma decisão por mim." Grant disse com muita firmeza. Então, ele olhou para
dentro dos olhos de Remus, e Remus pôde ver que não haveria mais discussão. "Sirius precisa de
você agora, e você irá para a guerra, porque isso é quem você é, você é louco e corajoso e incrível.
Não há lugar para mim nisso tudo, então preciso que você me deixe ir. Sempre seremos amigos,
não é? Meninos de abrigo precisam cuidar uns dos outros?"

Remus queria chorar. Ele queria cair de joelhos e agarrar Grant pela cintura e mantê-lo ali para
sempre, implorar e implorar. Ele sabia que isso era egoísta. Grant estava certo, Remus já havia
decidido voltar para a Ordem, ele havia decidido no momento em que Sirius retornou. Não era
justo manter Grant por perto para isso, era absolutamente perigoso. Mas ele precisava de Grant, oh,
ele realmente, realmente precisava de Grant. Remus não tinha certeza se conseguiria fazer tudo
sozinho, não com Sirius daquele jeito.

"Você vai partir meu coração se for agora." Remus disse, ciente de que soava mal-humorado e
petulante.

Grant balançou a cabeça levemente, mantendo-se firme. "Eu sinto muito amor, mas está partindo
meu coração ficar aqui."

E em um instante, Remus entendeu. Pela primeira vez, ele viu Grant corretamente, não como seu
protetor, seu campeão, mas como uma pessoa que não era muito diferente dele, uma pessoa que
era igualmente vulnerável ao sofrimento.
"Não é um adeus de verdade, hein?" Grant disse, suavemente. "Você ainda não vai se livrar de
mim."

"Eu nem sempre fui justo com você." disse Remus. Ele queria dizer isso há muito tempo. Ele
queria algum tipo de perdão.

"Está tudo bem," Grant sorriu, sem nenhum traço de culpa. "Você tem sido meu pequeno pedaço
de magia."

Remus fez um barulho estrangulado e tentou não chorar. Grant o abraçou, e eles se seguraram um
no outro pela última vez.

Grant deixou Remus na cozinha com duas xícaras de chá - uma para Remus, outra para Sirius.
Remus ficou em silêncio e esperou que a porta fosse aberta. Quando a ouviu se fechar, cobriu a
boca com a mão e fechou os olhos. Ele inspirou e expirou por alguns momentos, então voltou para
sala de estar. Sirius ainda estava no sofá. Ele parecia ansioso e esfregava as mãos.

"Remus, eu--"

"Não." Remus levantou a mão, balançando a cabeça, "Não, eu preciso de um minuto."

Ele entrou no quarto e fechou a porta. Sentou-se na cama e chorou e chorou. Feito isso, ele lavou o
rosto e voltou para Sirius.

Havia muito trabalho a fazer.

***

Segunda-feira, 10 de julho de 1995

As coisas ficaram mais difíceis depois que Grant foi embora. Remus sentia como se tivesse perdido
sua rocha, a pessoa que o manteve seguro por treze anos. O homem com quem Remus ficou era
praticamente um estranho, um buraco aberto de miséria e medo e raiva vingativa. Remus estava
pisando em cascas de ovos, e a guerra se estendia à frente deles - seria sempre assim?

Eles mantiveram o foco na guerra, principalmente porque Remus se recusou a falar sobre Grant, ou
sobre seus sentimentos. Naqueles primeiros dias, aquilo seria demais. Eles passavam o tempo
trabalhando com listas, entrando em contato com o pessoal antigo, desenterrando informações da
última guerra. Sirius os conectou de volta à rede de Flu, usando uma conexão secreta acessível
apenas às pessoas certas, e várias e várias vezes os dois se ajoelhavam no tapete da lareira, falando
com as chamas, Sirius explicando sua história para cada membro. Poucos deles precisaram de
muito convencimento. Todos acreditavam que Voldemort estava de volta e queriam fazer algo a
respeito.
Quando não estavam trabalhando para Dumbledore, Remus ligava a TV e, na maioria das vezes,
Sirius se transformava em Padfoot e cochilava. Remus cozinhava sempre, Sirius havia se oferecido,
mas Remus não permitiu. Ele disse que queria que Sirius descansasse, se recuperasse, mas, na
maioria das vezes, na verdade, ele só queria ficar sozinho em um cômodo diferente. Sirius ainda
dormia no sofá, porque nenhum dos dois conseguia tocar no assunto.

"É lua cheia na quarta-feira," Remus disse uma tarde. Eles tinham acabado de assinar algo com
Kingsley, um auror aparentemente bastante capaz que Moody havia trazido. Remus não tinha
certeza de quanto isso valia, ele tinha visto muitos bruxos capazes morrerem.

"Eu sei." Sirius respondeu bruscamente.

Estavam sentados lado a lado no sofá, assistindo a TV sem realmente prestar atenção. Era apenas o
noticiário trouxa, mas poderia muito bem ser estática, eles não se importariam. Era apenas uma
razão para não olharem um para o outro.

"Eu geralmente saio uma hora antes do pôr do sol," Remus continuou. "Me dá tempo para
averiguar a área, se for preciso."

"Me lembro de como funciona." Sirius disse.

"Ok, desculpe." Remus murmurou irritado. "Apenas pensei que você gostaria de saber. Mas se
você tem outros planos, então fique aqui."

Sirius o olhou. "Oh. Você quer que eu vá?"

"Só se você quiser," Remus disse apressadamente, "eu não me importo de qualquer maneira."

"Dumbledore disse que eu preciso ficar aqui o tempo todo..."

"Tudo bem. Fique aqui, então." Remus cruzou os braços com força sobre o peito, sentindo-se
magoado.

"Não, eu vou com você." Sirius respondeu.

"Excelente." Remus falou lentamente, cheio de sarcasmo.

Todas as conversas eram assim. Um deles deliberadamente entenderia mal algo que havia sido
dito, ou se tornaria irracionalmente defensivo sobre um assunto pequeno. Então, o outro se irritaria,
e a briga começaria, até que ambos parassem de falar e ignorassem um ao outro. Porém, se Remus
se levantasse, ou saísse da sala, Sirius lhe daria aquele olhar aterrorizado e diria "Onde você está
indo??" e Remus se sentaria novamente, e toda a cena era reiniciada.

Ele pensou que trazer a lua cheia à tona poderia animar Sirius um pouco. Sirius sempre amou luas
cheias, e isso significava que ele poderia deixar o apartamento pela primeira vez. Você não pode
simplesmente ser normal?! Remus se pegou pensando com raiva, não quero viver com um
estranho, quero meu melhor amigo de volta. Eu preciso de ajuda.

Então ele se sentia culpado. Porque obviamente Sirius não podia evitar, e se ele realmente pensasse
sobre isso, eles sempre foram um casal rebelde, afinal, ambos eram grifinórios impetuosos.

Mesmo assim. Sirius poderia não ser um completo estranho, mas ele, certamente, agia estranho.
Ele sempre fora tão vigilante, tão rápido a se enfurecer? Ou Azkaban havia feito isso com ele? Ou
- o pior de tudo - seria tudo culpa de Remus?
Sem Grant ali, Remus começou a se perguntar se ele próprio parecia diferente. Talvez anos vivendo
como um trouxa o tivessem tornado menos interessante. Ele estava mais lento do que quando
adolescente, mais cauteloso. Raramente ria.

Era estúpido, mas Remus estava ainda mais preocupado com sua aparência. Ele nunca foi uma
pessoa vaidosa, sempre teve uma aparência muito comum, cheio de cicatrizes e um pouco
desengonçado, mesmo na época da escola. Porém, pelo menos, naquela época Remus era jovem.
Agora, seu cabelo estava todo grisalho, restando apenas alguns fios de sua cor original. Ele tinha
mais cicatrizes do que nunca, e às vezes ainda fumava, o que o fazia tossir como um velho
trabalhador das minas de carvão.

Ele era muito menos do que um dia tinha sido.

"Isso não vai funcionar, não é?" Sirius perguntou abruptamente, interrompendo os pensamentos de
Remus.

Sem tato. Há tempos atrás, ele tinha sido tão malicioso, sua lábia conseguia convencer qualquer um
a fazer qualquer coisa; podia contar piadas sujas como se fossem poesia romântica. Porém, agora
tudo que Sirius dizia era repentino, direto e cheio de urgência crua.

"O que?" Remus perguntou, abalado. Ele manteve os olhos fixos na TV.

"Isto. Você e eu. No mesmo cômodo. Tentando agir como... tentando ficar bem um com o outro.
Depois de tudo o que aconteceu, e quatorze anos... vai ser demais."

Remus finalmente se virou para olhá-lo, pronto para ficar irritado novamente, mas descobriu que
Sirius estava olhando para suas mãos, torcendo-as com força em seu colo, fazendo com que a pele
repuxasse e seus dedos ficassem brancos. Agora, ele também tinha cicatrizes.

Então, Remus percebeu que não parecia tão velho e estranho, ele apenas se parecia com Sirius. E
ele estava com medo.

"Ah, eu não sei," Remus disse suavemente. Ele estendeu a mão e acalmou as mãos de Sirius com as
suas, entrelaçando seus dedos ossudos e cheios de cicatrizes. Ele olhou em seus olhos e sorriu
encorajadoramente. "Você sempre foi muita areia para o meu caminhão. Eu nunca me importei."

O olhar de alívio que inundou o rosto de Sirius valeu cada momento perdido. Era um olhar que
valia uma vida inteira. Ele levou a mão de Remus aos lábios e beijou gentilmente o interior de sua
palma.

Eles voltaram a olhar para a TV depois disso, mas continuaram de mãos dadas.

***

Quinta-feira, 14 de julho.
Felizmente, a lua cheia foi uma mudança de ritmo bem-vinda. Eles aparataram juntos para os
Brecon Beacons, e ambos se transformaram na encosta de uma montanha. O lobo ficou extasiado
ao se reunir com seu antigo companheiro, e eles passaram o tempo perseguindo raposas pelas
pastagens, correndo juntos por quilômetros e quilômetros. Ambos eram melhores juntos em suas
formas caninas; agiam naturalmente, ficavam mais à vontade. Talvez a falta de inibição, ou talvez o
vínculo forjado entre eles como cão e lobo não fosse tão facilmente quebrado.

Ao amanhecer, quando Remus se transformou de volta, Padfoot lambeu seu rosto alegremente,
aninhando-se nele, e Remus riu pela primeira vez desde que Sirius voltou para Londres.

Eles ainda estavam sorrindo quando voltaram para o apartamento, que parecia maior do que antes,
menos como uma gaiola.

"Eu tinha me esquecido do quão forte você era," Sirius sorriu, cheio de energia, "Esqueci que você
era mais rápido que eu."

"Claro que esqueceu," Remus sorriu, "seu idiota arrogante. Eu sempre vou te vencer."

Ele pegou a correspondência que estava no tapete da entrada e folheou enquanto Sirius se jogava
no sofá, esparramando-se. Era a primeira vez que Remus o via realmente relaxado no apartamento
deles, e isso o fez se sentir aquecido por dentro.

Folheando as contas e folhetos, Remus parou quando viu um cartão postal. Tinha o novo endereço
de Grant nele. Nada mais, apenas o endereço cuidadosamente impresso. A pontada aguda de
arrependimento o atingiu e ele suspirou pesadamente. Não havia número de telefone. Ou Grant
ainda não tinha um (o que parecia muito improvável, já que ele normalmente o usava bastante e
precisava de um para o trabalho), ou ele estava dizendo a Remus para não entrar em contato.

"E aí?" Sirius disse do sofá, sempre atento.

"Nada. O novo endereço de Grant, só isso." Remus o colocou acima da lareira. "Eu realmente
preciso deitar, acho que vou para a cama."

Ele engoliu alguns analgésicos - apenas pílulas normais, nada excitante - e foi dormir. Felizmente,
dormir era algo fácil depois de uma lua cheia. Quando acordou, o quarto parecia frio e vazio. Já
passava muito do meio-dia, e ele podia sentir o cheiro de bacon sendo frito, um cheiro salgado e
saboroso que flutuava pelo apartamento.

Ele se levantou e seguiu o cheiro até a cozinha, onde Sirius estava de pé sobre o fogão, agitando
uma frigideira quente de bacon e ovos. Ele se virou e sorriu quando viu Remus.

"Pensei que você estaria com fome. Você está sempre com fome."

"Sim," Remus assentiu, bocejando e coçando a cabeça. "Obrigada."

Remus fez uma torrada rapidamente usando sua varinha - ele estava voltando ao hábito de usar
magia novamente agora que seus últimos laços com o mundo trouxa haviam sido cortados.

Os dois sentaram-se na mesa da sala, e Sirius até fez um esforço para usar garfo e faca. Remus
sorriu ao ver isso, lembrando-se das etiquetas impecáveis de James e Sirius à mesa. Ele vai voltar
para mim, Remus disse a si mesmo enquanto Sirius passava manteiga em sua torrada
delicadamente, pouco a pouco.

O cartão-postal de Grant ainda estava em cima da lareira. A imagem na frente era do Brighton
Pavillion. "É melhor eu começar a empacotar o resto das coisas dele," Remus disse, pensando em
voz alta. "Encontrar uma maneira de levá-las a ele."

"Ele disse que voltaria quando tivesse arranjado um lugar para ficar." Sirius respondeu
inesperadamente.

"Oh." Remus piscou, "Vocês conversaram, então?"

"Um pouco," Sirius deu de ombros, fingindo indiferença, "Só para dizer adeus. Ele me disse para
cuidar de você."

"Ah, entendo." Remus disse baixinho. "Bem, desculpe por isso. Não é algo que ele deveria dizer."

Ele queria muito manter essas duas metades de sua vida separadas.

"Não, tudo bem," disse Sirius. Então, por pouco tempo, eles ficaram quietos, apenas comendo. E
então... "Quando aconteceu?" Sirius perguntou de volta à sua rispidez.

"Quando aconteceu o que?"

"Você e ele. Quanto tempo depois... depois que eu fui para a prisão?"

Remus largou o garfo. "Porque você está me perguntando isso?"

"Estou apenas tentando preencher as lacunas, as coisas que perdi."

Algo dentro de Remus cresceu, quente e feroz.

"Não vejo o que Grant tem a ver com isso. Você quer uma lista de todos que eu transei desde que
você se foi?"

Sirius respirou fundo ao ouvir isso. "Não, claro que não."

"Bem, então deixe-o fora disso. Ele já foi embora, é isso."

"Eu não deveria ter perguntado. Eu apenas pensei... "

"Eu nunca te traí." Remus disse, endurecendo a voz, "Então você pode parar de se perguntar isso.
Eu nunca, nunca traí sua confiança. Mesmo que você pense que sim."

Sirius franziu a testa e olhou para sua comida. "Você ainda está bravo com isso, então."

"Eu não quero estar." disse Remus. "Eu não quero estar, mas estou. Você pensou que eu era
um espião, Sirius! Você pensou que eu tentaria machucar Lily e James, você pensou que eu
tentaria machucar você."

"Eu estava confuso," Sirius disse, sua voz baixa, "Tudo estava uma bagunça, tudo estava tão difícil,
e ninguém sabia de nada, ninguém confiava em ninguém-"

"Eu me lembro." Remus retrucou. "Eu estava lá. E, ainda sim, eu confiei nos meus amigos."

Sirius continuou encarando sua comida, mas Remus não tinha terminado. Eventualmente, aquilo
teria que sair de dentro dele, ele sabia as consequências de deixar as coisas não ditas.

"Você sabe o quão estúpido eu fui? Você quer saber como eu fiquei completamente perdido
naqueles últimos meses? Achei que você queria terminar comigo! Eu ia voltar do bando e ver se
podíamos fazer as pazes, nunca passou pela minha cabeça que você pensasse que eu fosse um...
quero dizer, porra, Sirius. Eu te amava!"

"Remus..."

"Eu te amava, e você me deixou sem nada, você entende? Eu não tinha nada além de muitas
cicatrizes e o alcoolismo. Então, não comece a me interrogar sobre os pedaços da minha vida que
consegui consertar"

Remus se levantou e andou de um lado para o outro, a última lua cheia ainda estava quente em
suas veias. Ele parou próximo à janela. Queria fumar, mas já tinha aprendido a não ceder a esse
tipo de desejo, o tipo de impulso que o fazia se sentir bem, mas que provavelmente o mataria no
final. O tipo de desejo que ele tinha quando Sirius estava por perto.

"Eu sinto muito." A voz de Sirius ainda estava muito baixa. Ele estava curvado para frente, seu
cabelo em seu rosto. Digno de pena.

Remus se sentiu péssimo, mesmo sabendo que merecia um pedido de desculpas. Ele não tinha tido
a intenção de machucar. Pelo amor de deus, Remus repreendeu a si mesmo, por que nunca
conseguimos fazer isso direito?

"Não, me desculpe." Ele disse, firmando a voz, lembrando-se de ser compreensivo. "Eu não queria
ser tão..."

"Eu entendo. Eu juro, Moon – Remus, desculpe – eu juro, eu pensava em você todos os dias. O que
você estava pensando de mim, o que você devia estar ouvindo... eu fui o estúpido, não você. Eu
deveria ter confiado em você, deveria ter contado sobre Wormtail ser o fiel do segredo - quero
dizer, porra, nós deveríamos ter feito você o fiel do segredo. Merlin, quando eu fui para Godric's
Hollow naquela noite... eu simplesmente perdi a cabeça. "

"Eu teria feito o mesmo." Remus suspirou. "Eu teria matado Wormtail. Sirius, eu também sinto
muito. Eu gostaria de não ter acreditado neles, eu gostaria de ter tentado investigar, feito algo para
ajudá-lo. Mas eu estava em péssimo estado, mal saía, nunca estava sóbrio. Essas coisas são culpa
minha... E é por isso que eu precisava de Grant."

Sirius assentiu, desamparado, ainda sentado à mesa. Aquilo era demais, o ar estava muito espesso.

"Aqui, você já terminou?" Remus perguntou, precisando mudar de assunto, "Eu vou lavar a louça.
Obrigado pela comida, estava perfeita."

Ele limpou os pratos e os levou para a cozinha. Ele dobrou o último ovo frito de Sirius em um
pedaço de torrada e enfiou tudo na boca, sem desperdícios. Sirius entrou no momento em que
estava mastigando.

"O mesmo velho Remus," ele bufou, "terminando a comida de todo mundo."

"Eu sei," Remus riu, um pouco envergonhado, abrindo as torneiras. "Grant costumava me chamar
de lixão humano. Uma vez, ele pediu uma refeição para quatro pessoas no takeaway no andar de
baixo, mas ficou preso em uma ligação de trabalho e, quando voltou, eu tinha comido tudo."

Sirius pareceu aceitar a história muito bem. Ele veio para ficar ao lado de Remus e pegou um pano
de prato para que pudesse secar enquanto Remus lavava. Eles fizeram isso em um silêncio
amigável por um tempo, mas Remus sabia que Sirius estava construindo algo em sua cabeça. Seu
corpo estava emitindo aquela energia agitada que Remus reconhecia de muito tempo atrás - eles
brigariam de novo? Ele esperava que não.
"Há quanto tempo ele estava aqui?" Sirius perguntou suavemente "Quanto tempo vocês
estiveram..."

"Muito tempo." Remus respondeu, concentrando-se nos pratos.

"É bom que você tenha tido alguém." Sirius disse com notável humildade. "Estou feliz que você
não tenha ficado sozinho."

"Grant sempre foi muito mais do que eu merecia." Remus concordou, olhando para Sirius para
verificar se estava tudo bem em continuar. "Eu nunca pensei que eu... eu não acho que eu poderia
amar alguém que não fosse você. Mas eu consegui. Eu o amei."

Sirius abriu a boca, mas pareceu pensar melhor, e a fechou novamente. Ele assentiu, uma sombra
de decepção cruzando seu rosto. Ele estava se esforçando tanto. Remus largou o último prato com
cuidado, e enxugou as mãos no jeans.

Ele se virou para encarar Sirius, que o observava como um falcão.

"Eu o amei." disse Remus. "Mas ele não era você."

Os olhos de Sirius se arregalaram esperançosamente. Remus deu a ele um pequeno e tímido


sorriso, e encolheu seus ombros suavemente. Sirius se inclinou e, de repente, eles estavam a
centímetros de distância, e então eles estavam se beijando, agarrados um ao outro com força, como
aquele fosse seu primeiro e seu último beijo.

Por incrível que pareça, eles não perderam o jeito. Como um feitiço ininterrupto, Remus sentiu
cada momento voltando para ele tão vividamente como se tivessem acontecido ontem; não as
brigas, ou a guerra, ou o vazio, mas a alegria, a emoção da amizade e o amor - tanto, tanto amor;
Remus sentiu como se estivesse sendo preenchido com ele, estava transbordando.

Assim como da primeira vez, o cérebro de Remus parecia estar gritando sim, sim, sim! e ele
segurou Sirius com as duas mãos, você é meu, você é meu, você é meu.

Quando eles se separaram, ambos estavam sorrindo, pressionando suas testas juntas, segurando os
ombros um do outro como se estivessem lutando - ou caindo.

"Eu te amo," Sirius sussurrou, "eu te amo tanto." Ele fechou os olhos com força. "Não se preocupe,
você não tem que dizer de volta."

"Claro que eu te amo, seu idiota," Remus engasgou, sem ter certeza se ele estava rindo ou
chorando, "Eu nunca parei de te amar."

Sirius riu também, embora suas bochechas estivessem molhadas, e o beijou novamente. E de novo,
e de novo, e de novo.

Eles não eram mais adolescentes. Ambos terminaram de lavar a louça e voltaram para o sofá.
Sirius sugeriu que ouvissem um disco, ao invés da TV, e Remus concordou, disposto a dar a ele
qualquer coisa que ele quisesse. Ele escolheu Diamond Dogs primeiro, mas Remus achou que a
letra de 'We are The Dead' poderia ser muito difícil de ouvir. No final, foi Hunky Dory, que tinha
músicas mais alegres.

Sirius se esticou, sua cabeça no colo de Remus, e Remus acariciou seu cabelo e se inclinou para
beijá-lo sempre que quisesse, porque ele podia, finalmente, ele podia.

"Senti a sua falta." Ele sussurrou.


Sirius apertou sua mão e virou a cabeça levemente, obviamente não querendo que Remus visse a
emoção em seu rosto. Ele limpou a garganta, "Vou te dizer do que eu senti falta," ele disse, um
sorriso brincando em seus lábios - aquele sorriso de Sirius Black - "Fumar. Não tem um cigarro aí,
tem?"

"Eles fazem mal a você." Remus retrucou. "Eles matam."

"Estamos todos morrendo," Sirius respondeu.

"Talvez." Remus concordou, entrelaçando os dedos, "Mas se a vida pode ser assim, ela não deveria
durar mais?"

***

Eles adormeceram no sofá, provavelmente porque ambos eram muito tímidos para sugerir que
fossem para o quarto. Remus acordou com o canto dos pássaros nas primeiras horas da manhã,
ainda tenso, rígido, com os quadris doloridos, o peso quente de Padfoot em seu colo. Ele coçou
sonolentamente atrás da orelha do cachorro, empurrando-o para se levantar e usar o banheiro.

Quando voltou, Sirius estava de volta a si mesmo. "Desculpe," ele disse, "eu continuo me
transformando enquanto durmo. Acho que passei muito tempo como cachorro em Azkaban."

"Está tudo bem," Remus sorriu, "Eu não me importo." Ele se esticou. "O que precisamos fazer hoje,
ainda há alguém na lista que precisamos conversar?"

"Não, nós fizemos tudo", disse Sirius. "Exceto encontrar uma nova sede. Ei, eu pensei sobre isso, e
aquela velha igreja em que você ficou com os lobisomens?"

"Ah, a igreja... não, provavelmente é uma má ideia. Greyback sabe onde é."

"Ele ainda está por aí, então."

"Hum hum. Chá?"

"Por favor."

Remus foi até a cozinha e Sirius o seguiu, ainda falando, "Eu só achei que seria bom, porque é no
meio do nada, então eu posso ficar lá também. Odeio a ideia de você ir a reuniões e eu ficar para
trás."

"Você não gosta daqui?" Remus ergueu uma sobrancelha. Ele amava seu pequeno apartamento,
"Além de Hogwarts, é o único lugar que eu realmente me senti em casa."

"Ah Remus." Sirius apertou seu braço, "Você amoleceu bastante com a velhice."

"Não enche." Remus bufou, dando-lhe uma leve cutucada com o cotovelo. "Nem todo mundo
cresceu em mansões."
"Não, mas-- ei! Ei, Remus, é isso!" Sirius estava balançando seu ombro agora, empurrando-o
enquanto Remus tentava despejar o leite.

"Ei, cuidado! O que?"

"Minha mansão! Ela é minha agora, de qualquer maneira, meus pais estão mortos, eu sou o
herdeiro dos Black! A casa vai responder a mim!"

"Ah, entendo," Remus franziu a testa, virando-se para olhar para Sirius corretamente. "Você tem
certeza? Quero dizer... você realmente quer voltar lá?"

"Bem, não, obviamente eu não quero. Mas é provavelmente uma das casas mais protegidas da Grã-
Bretanha, os Black levavam segurança muito a sério. Há quartos suficientes para todos os
Weasleys e mais alguns, oh merlin, imagine a cara da minha mãe se ela soubesse que eu convidei
os Weasleys para ficar lá! É algo que posso fazer para ajudar, não é?"

"Mas Sirius, pense bem, você estará na casa em que seus pais moravam, todas as coisas deles
estarão lá..."

"Vamos jogar tudo fora," Sirius acenou com a mão, "E é muito seguro, um lugar seguro para
Harry, Remus."

"Sim, realmente..." Remus pensou, aceitando a ideia. "Se você tem certeza?"

"Claro que sim! E, de qualquer forma, não será tão horrendo se você estiver lá comigo, não é?

"Ha," Remus o cutucou, "Agora quem que amoleceu?"

Eles entraram em contato com Dumbledore pela lareira, e ele até pareceu impressionado com a
ideia. Ele queria saber como entrar, queria saber que tipo de feitiços e maldições Sirius sabia que
havia lá, e quando ele poderia alertar a Ordem.

"Precisamos fazer uma boa limpeza no lugar," Sirius disse ansioso, "Vai estar cheio de lixo, mas eu
posso ajudar já que vou ficar lá o tempo todo, e ninguém é melhor com pragas mágicas do que
Remus!"

"Uma excelente ideia, senhores," os olhos de Dumbledore brilharam através das chamas, "E bem
debaixo do nariz de Voldemort, na casa de seus mais leais apoiadores! Em quanto tempo vocês
dois podem ir para lá?"

"Amanhã." Remus respondeu rapidamente, porque sabia que Sirius estava prestes a dizer 'agora!'
"Vamos depois de escurecer, assim será menos suspeito."

"Inteligente, Lupin," Dumbledore disse, "Nesse caso eu vou esperar notícias suas."

Seu rosto desapareceu em uma nuvem de fumaça.

"Sim, Moony! Desculpe, Remus..." Sirius comemorou. "Isso é maravilhoso! Vamos embalar tudo!"

Claro, Sirius mal tinha algo para embalar, e ele estava muito excitado para ser sensato de qualquer
maneira. O que fez Remus entrar em ação. Ele começou a fazer uma lista de todas as coisas que
eles precisariam - livros, é claro, todas as anotações sobre a primeira guerra. Roupas, comida,
lençóis - Remus não sabia há quanto tempo Grimmauld Place estava vazia, ele não tinha certeza se
alguma coisa seria recuperável.
"Finalmente vou poder te mostrar meu quarto!" Sirius se maravilhou, "Ooh, o meu eu adolescente
ficaria com tanta inveja, eu levando Remus Lupin no meu quarto!"

"Ha," Remus riu, dobrando as vestes e enfiando-as em seu malão.

"E espere até que Harry chegue! Podemos arranjar um quarto para ele e, quando a guerra acabar,
será dele..."

Remus sorriu, o beijou e concordou que tudo seria lindo, que seria uma aventura, porque era isso
que Sirius precisava dele naquele momento. E ele estava determinado a fazer tudo que Sirius
precisasse pelo tempo que pudesse.

"Mal posso esperar para ver Andrômeda e sua filha! Deve estar no sétimo ano agora, certo? Ei,
imagine se ela e Harry se apaixonarem, o quão louco isso seria? Então ele seria... o quê, meu primo
em segundo grau?"

"Seria seu primo de segundo grau separado por uma geração, ou algo assim," Remus reconheceu,
"Mas o que você está falando, eles têm uma diferença de idade de quase uma década. Tínhamos
treze anos quando Andrômeda teve aquela filha."

"E Moody, o velho excêntrico, e Arthur, e Gideon e..."

"Sirius, não," Remus disse gentilmente, "Lembre-se, Gid e Fab morreram."

"Ah... ah sim..." O rosto de Sirius caiu, e Remus se sentiu terrível. Talvez ele não pudesse
simplesmente concordar com tudo. Ele tocou a mão de Sirius,

"Tudo bem, você já está se lembrando das coisas muito melhor do que há algumas semanas atrás."

"Talvez." Sirius respondeu incerto. Ele esfregou seu braço. "Acho que vou descansar, se estiver
tudo bem?"

"Claro."

Remus terminou de fazer as malas e, quando voltou para a sala, Padfoot estava encolhido no sofá
novamente.

Eles comeram uma refeição leve no jantar, e Remus estava com a TV ligada porque era sua última
noite com todos os seus confortos trouxas. Eles haviam decidido levar todos os seus discos antigos,
embora muitos tenham se deformado com o tempo, emitindo um som sibilante desagradável sobre
a música. Com tudo embalado em baús e caixas, para Remus, a sensação era de fim. Mas talvez
isso fosse apenas nervosismo.

Ele tentou manter a calma, observando o céu lá fora ficar em um tom mais profundo de azul, as
luzes da rua mudando de rosa pálido para âmbar espesso, e as estrelas começando a aparecer. A
poluição luminosa em Londres significava que ver estrelas era algo raro, você só conseguia
distinguir as mais brilhantes.

A cabeça de Sirius já estava pendendo, encostando contra seu ombro, enquanto a TV anunciava o
noticiário das nove horas. Remus bocejou e apontou sua varinha para a tela, desligando-a pela
última vez. "Ei," ele sussurrou para Sirius, "Vamos, vamos para a cama."

"Mmph."

Remus teve que sacudi-lo um pouco, mas finalmente Sirius cambaleou e vagou como um zumbi
pelo corredor. Remus escovou os dentes e lavou o rosto, então o seguiu.

Sirius estava parado ao lado da cama, mordendo o lábio.

"Vem," Remus bocejou, entrando sob as cobertas, "Há algo de errado?"

"Hm. Nada." Sirius deitou devagar.

Remus o puxou para perto, incrivelmente feliz por tê-lo perto de novo. Ele passou os braços ao
redor do corpo de Sirius, inalou o cheiro dele e enterrou o rosto naquele cabelo lindo. Ele se sentia
tão bem. Se sentia completo. Ele beijou a bochecha de Sirius, procurando por sua boca, "Te amo."

"Também te amo." Sirius respondeu, embora estivesse muito tenso, e virou a cabeça.

"O que há de errado?" Remus perguntou, afastando-se, "Estou sendo muito...?"

"Não, eu só..." Sirius se afastou também. "Desculpe, eu só não acho que eu não consigo... você
sabe, não consigo mais..."

"Oh." Remus piscou, "Oh, Jesus, desculpe, eu não queria... claro que não, se você não quiser."

"Não, eu quero," Sirius se contorceu, "só não tenho certeza se consigo. Desde Azkaban... hum. Não
é como se muita coisa estivesse 'acontecendo' nesse sentido, se você me entende. Eu posso não
conseguir... er. Só não quero que pense que o problema é você. "

" Ah!" Remus piscou novamente. Ele realmente não sabia o que dizer, ou o que fazer. Nunca tinha
enfrentado um problema como esse antes. Ele queria ser gentil. "Estou feliz por você estar aqui",
disse com sinceridade. "Não preciso de mais nada."

"Mesmo?"

"Mesmo."

Sirius se virou, pegou o rosto de Remus com suas mãos e o beijou longa e profundamente. Isso
teria sido suficiente; verdadeira e honestamente. Remus teria ficado feliz com os lábios de Sirius, o
gosto e cheiro de Sirius. Mas depois de um tempo, Sirius se afastou e sorriu.

"Não significa que eu não quero que você tente..."

E Remus quase se dissolveu.

Demorou muito tempo. Tiveram que haver muito mais beijos, muito mais dedicação, carícias gentis
e sussurros acalorados; levou horas e horas. Mas como Remus poderia reclamar, quando ele
finalmente tinha Sirius suspirando em seus braços novamente? Tão terno e tão, tão bonito.

Depois, deitaram exaustos, com calor e felizes. Remus sentiu como se todos os pelos de seu corpo
estivessem cantando; cada terminação nervosa zumbindo. Sirius se enrolou em seu corpo e
acariciou suas cicatrizes, como costumava fazer.

"Hmmm."

"Hmmm."

"Remus?"

"Sim?"
"Posso te fazer uma pergunta?"

"Oh," Remus sorriu, "Se você realmente quer."

"O que você tem feito todos esses anos, Moon - desculpe."

"Não, está bem. Me chame de Moony."

"Moony." ele suspirou feliz, "O que você tem feito? Quando ligamos para todo mundo, eles
ficaram tão surpresos em saber de você quanto de mim. Todos disseram que não o viam há muito
tempo."

"Desde a guerra." Remus confirmou. "Desde Lily e James."

"Por que?" Sirius perguntou, franzindo a testa.

"Eu não aguentaria." Remus respondeu simplesmente. "Estar perto de alguém que sabia o que tinha
acontecido. Eu vi Mary uma ou duas vezes, mas ninguém mais. Eu queria ficar sozinho."

Sirius balançou a cabeça, parecendo frustrado. "Eu não entendo você, Moony."

"Não," Remus sorriu suavemente, "Não, você nunca me entendeu completamente."

"Justo." Sirius aceitou.

Ele se deitou sobre Remus com todo o seu peso - embora não fosse muito. Era realmente patético.
Dois homens grandes e cheios de ossos, agarrados um ao outro, ambos envelhecidos antes de seu
tempo, e ambos tão perdidos.

Eles nunca se realmente tinham se entendido, não realmente.

"Você sempre tentou, no entanto." Remus disse, sua boca encostada no cabelo de Sirius. Ele passou
um braço em volta dele e beijou sua cabeça. "Ainda sim, você me entendia mais do que qualquer
outra pessoa. Sempre será assim."

"Mesmo que eu tenha pensado que você fosse o-"

"Não precisamos falar sobre isso."

Sirius deu um meio suspiro, e Remus sabia que ele desaprovava, mas eles já tinham falado o
suficiente, por enquanto. Eles ficaram quietos por um longo tempo, e Remus fechou os olhos.

Finalmente, Sirius falou.

"Mesmo que não falemos sobre isso, você não acha que devemos tentar perdoar um ao outro?"

"Você soa como Dumbledore." Remus bufou.

"Ha." Sirius disse. "Sim, você está certo. Você acredita que voltamos a seguir as ordens daquele
velho idiota? Acho que não sei muito sobre perdão."

"Eu também não." Remus suspirou.

"Eu não sei se vale alguma coisa realmente, com vidas tão curtas quanto a nossa." Sirius disse
tristemente, "Eu acho que, neste momento, há apenas amor e ódio."
"Isso é muito fatalista da sua parte." Remus comentou. "Achei que eu deveria ser o pessimista".

Sirius estremeceu levemente, o que Remus tomou por uma risada. Ele o apertou com mais força e
beijou seu ombro. "Amor e ódio." Ele murmurou, pensativo.

"Amor ou ódio, eu acho." Sirius esclareceu. "Você faz uma escolha."

"É tão simples, então?"

"Sim. Eu acho que é." Sirius pegou sua mão sob o edredom. Ele olhou para Remus, os olhos cinza
gelado, mas tão penetrantes como sempre. Ele estava fazendo uma pergunta.

Remus apertou sua mão em resposta,

"Amor." Disse.

E então ele o beijou.


Out of the blue - Parte 1

Abril de 2016, Brighton.

"Ai meu Deus, meu herói! Você tem ideia do quanto eu te amo?” Marcus sorriu para Grant como
se ele fosse um oásis no deserto. O que ele meio que era, naquele momento.

"Leite desnatado, sem açúcar", Grant sorriu, espremendo-se no meio da multidão e colocando a
xícara de café no balcão. "Como está indo?"

"Ocupado!" Marcus assentiu, levando o café aos lábios e tomando alguns goles, agradecido, "Eu
sei que tenho alguns funcionários aqui em algum lugar, mas só vejo clientes há horas."

"Jamie deve chegar daqui a pouco, eu o fiz prometer."

“Ah, bom, Atif e Jon estão nos fundos contando o estoque se você quiser dar um oi. Como foi sua
manhã?"

“Tudo bem. Só papelada. Prefiro estar aqui.” Grant olhou em volta para a loja lotada.

O dia da loja de discos ainda parecia algo muito novo para Grant, mas ele era a favor se isso
significasse que a loja ficaria tão cheia. Pelo menos, sua conta não estaria no vermelho esse mês, já
que a loja estava dando lucro; Grant achava que nunca viveria para ver o dia em que as lojas de
discos parassem de fazer dinheiro, mas esse era o século XXI.

Muitas lojas de discos estavam fechando, mas isso não estava no plano deles. O lugar era muito
especial para Marcus - ele o abriu com seu parceiro, John, no final dos anos oitenta. Depois que
John morreu, anos antes de Grant estar em cena, Marcus jurou que a manteria aberta como um
memorial. Essa era uma das coisas que Grant amava em Marcus. Ele cumpria as promessas,
mesmo que fossem sentimentais.

Ele e Grant se conheceram em 1999, em um encontro às cegas extremamente embaraçoso. Eles


tinham um amigo em comum que, aparentemente, estava tentando juntá-los há séculos. No início,
Grant ficou apreensivo. A essa altura, ele estava solteiro há anos, havia se acostumado - mas ele
deu uma chance, e graças a deus que o fez, porque Marcus era, resumidamente, perfeito. Aparência
italiana (por parte de mãe) e olhos azuis islandêses. Mãos grandes. Ele era um pouco mais novo
que Grant, mas a idade não tinha sido um problema. No primeiro encontro eles falaram sobre
música e sobre os anos oitenta, e sobre perder alguém que você amava tanto. Então, eles foram
para casa e se agarraram no sofá como um par de crianças. Resumindo, foi amor à primeira vista. E
Grant não costumava acreditar nesse tipo de bobagem.

Ele deu um beijinho na bochecha de Marcus, em seguida, se levantou para colocar a cabeça no
pequeno almoxarifado, "Tudo bem aí, rapazes?"

Dois adolescentes estavam sentados no chão, um remexendo uma pilha de recibos, coçando a
cabeça, o outro carimbando 'Compre 1 e leve 1 grátis!' etiquetas em capas de vinis.

“E aí, pai!” Atif olhou para cima, sorrindo para ele.


O coração de Grant inchou - isso acontecia sempre que um de seus meninos o chamava de 'pai'.
Eles não precisavam, ele nunca havia pedido. Ele e Marcus cuidavam de Atif há dois anos, desde
que ele tinha quatorze anos, e ele deu tantos problemas no começo que Grant realmente sentia
como se tivesse conquistado o título. Jon estava com eles há apenas um mês e era um pouco mais
novo que Atif, então ele apenas olhou para cima e acenou com a cabeça. Grant sorriu para ele. Jon
era tímido e muito doce, até perder a paciência.

"Se divertindo?"

“Ah, sim, está uma verdadeira batalha de risadas aqui atrás.” Atif disse descaradamente. Grant riu;
ele adorava adolescentes, eles nunca mentiam para você.

“Mantenham o bom trabalho, vocês podem parar para almoçar à uma, venham para a frente e eu
vou dar algum dinheiro para vocês.”

Ele os deixou com seu trabalho. Eles gostavam disso; serem deixados sozinho significava que eram
dignos de confiança para supervisionar a si mesmos. Grant geralmente achava que eles
trabalhavam muito mais dessa maneira.

Quando voltou para a loja, Jamie havia aparecido e assumido o caixa. Marcus estava atrás dele, ao
telefone, uma mão sobre a outra orelha para cobrir o barulho. Grant deu um tapinha nas costas de
Jamie e recebeu uma carranca em troca. Jamie tinha dezessete anos e era quase velho demais para
ser adotado. Ele morava com eles algumas semanas por ano desde os doze anos e, a cada vez,
aparecia com um novo conjunto de problemas. Porém, ele os respeitava, geralmente, e
normalmente fazia o que lhe era pedido.

Grant ajudou Jamie, assumindo os registros de ensacamento à medida que eram cobrados,
oferecendo um sorriso amigável enquanto entregava cada bolsa.

Marcus terminou seu telefonema e deu um tapinha no ombro de Grant, "Amor, era Janine, do
escritório."

“Deus,” Grant suspirou, “Outro caso de emergência?”

“'Receio que sim, seis anos de idade. O encontraram sozinho em casa, não conseguem contactar os
pais. Pode ser por algumas noites.”

"Seis é um pouco jovem", Grant franziu a testa, ainda ensacando discos. “Eles sabem que já temos
três.”

“Ele pode dormir no sofá-cama em seu escritório. Ou colocamos Jamie com…”

“Não vou mudar de quarto.” Jamie grunhiu, nem mesmo erguendo os olhos do caixa. Marcus e
Grant trocaram um olhar. Grant deu de ombros,

“Será o sofá-cama, então. Você quer que eu vá?”

“Eu vou, estou com as chaves do carro. Você consegue segurar a barra por aqui?”

“Com Jamie aqui? Com certeza,” Grant sorriu, dando tapinhas nas costas de Jamie novamente. O
adolescente deu de ombros, mas Grant o viu sorrir também.

Eles continuaram trabalhando por um tempo, a máquina de cartão não funcionava bem, mas Jamie
era o único que sabia como resolver isso de qualquer maneira. (Ele também havia configurado o
Wi-Fi deles no ano passado, e Grant ainda não fazia ideia de onde ficava o roteador.) Era uma
maneira muito agradável de passar um sábado, ele pensou alegremente. Passando o tempo com os
meninos, curtindo a loucura de ter duzentos hipsters de Londres enchendo a loja. Era como a rua
Carnaby costumava ser - barulhenta, colorida e cheia de jovens. Então, do nada...

“ Muito engraçado, Lupin!" Ouviu a risada de uma garota perto dos fundos da loja.

Grant congelou, todos os pelos de seu braço se eriçando. Jesus Cristo, era como se alguém tivesse
andado sobre seu túmulo. Ele se sacudiu, não queria pensar em túmulos. Mas aquele nome!
Dificilmente era um nome comum... ele espiou através da loja, mas estava muito cheia para que
fosse possível distinguir alguém. Havia deixado seus óculos em casa - Marcus estava sempre lhe
perturbando para que marcasse logo a cirurgia a laser, mas quando Grant teria tempo? Era horrível
envelhecer.

“Ei,” Jamie estava cutucando-o com o dedo do pé de seu tênis, “Ei! Você está me ouvindo?!"

“Desculpe cara, o quê foi?” Grant balançou a cabeça,

“Eu perguntei se você pode assumir? Eu preciso mijar.”

“Sim, vá em frente.” Grant assentiu, ainda um pouco distraído. O adolescente revirou os olhos e se
arrastou para a sala dos fundos, murmurando algo sobre Grant estar ficando senil.

Grant limpou seus pensamentos e sorriu para o próximo cliente, "Fique à vontade, tudo bem?"

A loja estava muito cheia para Grant começar a revirar seu passado, o que era bom, porque ele
tentava evitar olhar para trás se pudesse. Era melhor seguir em frente, era o que dizia a seus
meninos.

Ele atendeu os próximos cinco ou seis clientes com facilidade, mantendo-se atento a qualquer
agitação no almoxarifado enquanto repassava mentalmente uma lista das coisas que a criança
precisaria. Eles definitivamente tinham roupas de cama limpas - o que era necessário quando se
oferecia abrigo a crianças, qualquer um poderia aparecer a qualquer minuto. Era com as roupas que
ele estava preocupado - dependendo do tamanho do garoto, poderia ser um problema encontrar um
jeans limpo que servisse nele.

Ele decidiu mandar Atif e Jon para o grande Tesco na hora do almoço, para ver se eles poderiam
comprar alguns lá. Porém, se fizesse isso, teria que fazer uma lista muito clara e pedir para
trazerem o recibo. Grant não se importava que eles pegassem parte do troco para coisas como
doces ou salgadinhos, mas Atif tinha um histórico de embolsar dinheiro para coisas um pouco
menos legais. Fazia um tempo desde que o garoto havia começado a agir de acordo com a lei, mas
Grant era sempre cauteloso, porque ---

“Só isso, por favor.” A próxima pessoa na fila deslizou três discos pelo balcão, e o coração de
Grant deu um pulo. Aqueles dedos longos, nodosos nas articulações. O corpo alto e esguio, como
se ele tivesse crescido 25 centímetros uma noite e não tivesse se acostumado com isso, o pomo de
adão, os olhos verde-acinzentados. Grant sabia que estava sendo completamente louco, mas não
pôde evitar,

“Remus!”

Mas este não era Remus - como poderia ser? Por um lado, Remus Lupin estava morto há quase
duas décadas. Por outro, este homem era muito jovem, um recém adulto. E ele tinha cabelo azul
brilhante, e Remus Lupin nunca, nem em um milhão de anos, tingiria seu cabelo - isso chamaria
muita atenção para ele.
"Do que você me chamou?" O jovem deu-lhe um olhar estranho. A boca de Grant abriu e fechou
algumas vezes, antes que ele voltasse a si.

"Desculpe!" Ele disse, “Pensei que você fosse outra pessoa, foi um longo dia! Vamos embrulhar
isso, vamos...” ele pegou os discos, sentindo-se quente e frio por toda parte.

Felizmente, o garoto de cabelo azul não o questionou novamente, sua linda namorada loira estava
puxando seu braço, então eles saíram rapidamente. Grant não conseguiu olhar para o menino
novamente, era extremamente assombroso.

Jamie reapareceu ao seu lado, junto com os outros dois.

“Podemos ir almoçar agora?” Atif estava perguntando.

Grant só o ouviu pela metade, era como se tudo em seu cérebro de repente tivesse desacelerado, e
tudo o que ele podia ouvir era 'Do que você me chamou?' , e tudo o que ele podia ver era aquele
rosto cético e reservado que Grant conhecia tão bem que quase doía.

“Pai? Ei! Pai?" Atif acenou com a mão na frente do rosto de Grant.

"O que? Pare, seu malandrinho”. Ele riu carinhosamente.

"Você está bem?" Os três garotos estavam olhando para ele estranhamente, “Você ficou todo
pálido e esquisito.”

"Eu fiquei?" Grant levantou a mão, passando-a por seu cabelo, só que ele estava praticamente
careca agora, e tudo o que sentiu foi sua própria pele pegajosa.

"Provavelmente o calor", disse Atif, "você quer um pouco de água?"

"Por favor", Grant assentiu, agradecido.

"Eu fico no caixa", disse Jamie de repente, empurrando-o para fora do caminho, "Vá e sente-se um
pouco."

***

"Você está bem?" Marcus perguntou bocejando, quando eles foram para a cama naquela noite.

Eram quase onze horas, pois Marcus havia ficado preso na delegacia de polícia por séculos
enquanto tentavam resolver o novo garoto, Kieron. Os dois perderam o jantar, o que perturbou toda
a casa, e quando voltaram, Grant estava no meio de terminar com a terceira guerra mundial - Atif e
Jamie estavam constantemente discutindo sobre de quem era a vez no playstation.

"Me sinto esgotado, como sempre", respondeu Grant. Ele estava sentado com seus óculos,
revisando as anotações sobre Kieron. “Eles não colocaram a maldita escola dele aqui, como vamos
pegá-lo na segunda-feira?!”
“Vou ligar para Janine pela manhã,” Marcus bocejou novamente. Ele se deitou e fechou os olhos.

“Ele conseguiu dormir?”

"Sim, mas ele tem medo do escuro, eu acho." Marcus comentou, “Deixei a lâmpada acesa e disse
que era para o caso de ele querer ler. De qualquer forma, você está bem?”

“Sim, eu disse que estava bem,” Grant murmurou, ainda folheando os pedaços de papel que
compunham o arquivo do caso de Kieron. Ele sempre os examinava de cabo a rabo e, na maioria
das vezes, eles eram assim: grampeados e com clipes para juntar os papéis, caligrafia rabiscada,
assinaturas faltando. Isso enlouquecia Grant, não era de admirar que tantas crianças tenham caído
no esquecimento.

“Atif disse que você ficou estranho, na loja.”

“O que? Não, eu só… ah, não é nada.”

"Você precisa de uma pausa?" Marcus rolou de lado, apoiado no cotovelo.

“Não, eu amo a minha vida.”

"Amor, mas você assume muitas responsabilidades, você sabe, eu sei que isso te deixa feliz, mas
na sua..."

"Diga 'na sua idade' e eu vou te esfaquear com esta caneta." Grant ameaçou, tirando os óculos e
colocando os papéis na mesa de cabeceira, “Eu me sinto tão em forma quanto aos vinte. Na
verdade, me sinto ainda melhor, eu era alcoólatra aos vinte anos.”

"Mmm, e agora você é apenas um viciado em trabalho." disse Marcus. Grant deu-lhe um olhar, e
Marcus levantou as mãos, “Eu sei, eu sei, os meninos não contam como trabalho, mas ainda assim,
se você estiver desmaiando no meio do dia..."

"Foi isso que ele disse?" Grant riu, “Ele é uma rainha do drama! Caramba, eu só pensei que tinha
visto alguém, só isso, fiquei surpreso. De qualquer forma, eu estava errado, não estava de óculos.”

"Quem?"

"Hm?"

"Grant. Quem você achou que viu?”

Grant suspirou. Ele deslizou na cama e esfregou os olhos cansados. “Remus.”

Marcus não disse nada. Grant abriu os olhos e se virou para olhar. Ele tinha aquela expressão no
rosto, como se estivesse tentando pensar na coisa mais compreensiva e responsável para dizer.

“Viu, eu disse que não era nada. Apenas um erro estúpido. Lembra daquela vez que você me disse
que viu Stephen Fry em Asda, e acabou que era apenas uma lésbica muito alta?”

Marcus riu. “Ok, justo. Ainda assim, deve ter sido um pouco estranho?”

"Sim, foi. Mas foi apenas um erro.”

“O que o fez achar que era ele? A pessoa que você confundiu, quero dizer?”

Marcus não sabia como era a aparência de Remus. Isso não tinha sido culpa de Grant, eles não
tinham fotos de seu tempo juntos, elas ainda estavam naquele apartamento, até onde ele sabia. E
nada convenceria Grant a voltar para lá. Além disso, Grant era péssimo em descrever pessoas,
então tudo que Marcus sabia era 'não sei, mais alto que eu, cabelo cacheado.'

"Ah, apenas algo sobre ele." Grant disse inutilmente.

"E isso realmente te chocou tanto assim?"

“Acho que sim.”

Houve uma batida forte contra a parede oposta. Marcus suspirou, "Jon e Atif estão brigando de
novo."

“Eles apenas brincando de luta livre.”

“Sim, mas eles não são mais criancinhas, eles vão atravessar a parede se continuarem assim.”

"Vou lá falar com eles, preciso de um copo d'água de qualquer maneira." Grant disse, saindo da
cama. Ele calçou seus chinelos e vestiu um de seus roupões.

"Vai voltar para a cama antes da meia-noite?" Marcus perguntou.

"Vou tentar."

Ele saiu do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás de si. A luz do corredor ainda estava
acesa, e a luz do banheiro, que estava com a porta aberta, também. Ele suspirou e desligou os dois,
antes de olhar para o segundo quarto duplo.

Atif e Jon estavam deitados de lado, ainda completamente vestidos, chutando um ao outro na
interseção entre as suas camas.

“Ei!” Grant assobiou, “Se comportem, vocês dois! Vão acabar derrubando a casa.”

"Desculpe", Atif deu-lhe um sorriso vitorioso, "estamos apenas nos cansando."

“Se vocês estão com tanta energia, eu tenho cinco cestos de roupa para lavar.” Grant retorquiu.
“Agora coloquem o pijama e vão dormir!”

“Boa noite, pai.” Atif disse, tirando seus tênis.

“Boa noite, Sr. Chapman,” Jon sorriu timidamente, seguindo o exemplo.

"Boa noite meninos. Amo vocês dois."

Ele fechou a porta e desceu para a cozinha. Grant abriu a torneira e esperou que esfriasse, então
encheu um copo. Ele não voltou direto para o andar de cima, ainda não estava cansado o suficiente,
se sentia inquieto. Ele precisava pensar direito sobre aquele garoto na loja mais cedo, mas também
queria fingir que nunca tinha acontecido. O que era uma marca registrada de Remus Lupin.

Grant encostou-se no balcão da cozinha e percebeu que não pensava em Remus há muito tempo.
Talvez até um mês inteiro. Ele podia ver a lua pela janela da cozinha, além da macieira no jardim
dos fundos. Um crescente prateado brilhante - ela não teria incomodado Remus.

Grant não tinha certeza se a lua estava aumentando ou diminuindo, havia parado de rastrear isso há
anos atrás. No entanto, ainda havia algumas memórias bastante vivas ligadas a ela. Poucas pessoas
tiveram a sorte de transar com um lobisomem na noite anterior à lua cheia, ele ainda estaria
pensando naquelas noites quando o mandassem para o asilo de idosos.

O gato entrou e se esfregou nas pernas dele. Ele se abaixou para coçar atrás da orelha dela, e ela
ronronou apreciativamente.

Grant arrumou um pouco a cozinha. Esse deveria ser o trabalho de Jamie, mas ele claramente não
iria fazer isso. Ele só ficaria com eles mais uma semana de qualquer maneira, e isso acontecia todas
as vezes. O comportamento de Jamie sempre saia dos trilhos quanto mais perto ele estava de ir
para casa. Grant tentou conversar com ele sobre isso, descobrir o que o estava incomodando, mas
ele simplesmente se fechava.

Então Grant fez a limpeza, só para se manter ocupado. Ele pegou os pratos do jantar e os empilhou
na pia, amarrou o saco de lixo cheio demais e o substituiu, guardou as canecas no escorredor.

Kieron poderia ficar com o quarto de Jamie quando ele fosse embora, Grant pensou consigo
mesmo - dependendo de quanto tempo Kieron fosse ficar com eles. Eles geralmente não recebiam
crianças pequenas, normalmente eram apenas adolescentes problemáticos. Marcus disse que
quando a polícia o trouxe ele estava sem sapatos, e eles tiveram que incinerar o resto de suas
roupas. Negligência. Se havia algo que realmente deixava Grant furioso…

Mas você tinha que deixar esses sentimentos de lado e se concentrar na criança. Porque as crianças
não vêem as coisas dessa forma, elas aceitam qualquer coisa se estiverem acostumadas àquilo. O
truque era reinventar sua ideia de normalidade. Se Grant e Marcus pudessem, pelo menos, dar um
quarto a Kieron, então era um começo.

Ao fechar a geladeira, um cartão-postal que estava preso com um ímã caiu, e ele teve que se curvar
e enfiar a mão embaixo do aparelho para pegá-lo de volta. Era de Nick - um de seus filhos de muito
tempo atrás, ele estava crescido agora, viajando pela Austrália. Haviam outros cartões-postais,
cartas e fotos grudados na geladeira - crianças que se lembravam deles com carinho, que queriam
manter contato. Marcus as lia para Grant quando ele estava se sentindo mal. “Olhe todo o bem que
você faz!” ele diria.

Na maioria das vezes, funcionava, mas às vezes ele ainda se sentia inútil. Esse tinha sido o seu
normal há tempos atrás, e precisava fazer um esforço constante para livrar-se desse sentimento.

As cartas de Remus não estavam na geladeira, é claro. Elas eram preciosas demais.

Grant esfregou os olhos e suspirou, exasperado. Ele não estava chegando a lugar nenhum, estava
apenas andando em círculos. Era hora de dormir, então. Encheu um copo de água, apagou a luz e
começou a subir as escadas.

Ele notou com satisfação que não havia luz - ou barulho - vindo de debaixo da porta do quarto de
Jon e Atif. Eles realmente eram bons meninos. No entanto, quando ele passou pelo escritório, ele
ouviu algo. Um som soluçante, úmido e ofegante. Ele empurrou a porta entreaberta para olhar para
dentro.

Kieron estava sentado na cama, braços em volta dos joelhos, olhos bem abertos. A pequena
lâmpada de leitura estava acesa, iluminando a mesa de Grant, o antigo computador de mesa, as
pilhas de papéis e o gabinete de arquivos. Não era um quarto muito bom para um menino, mas
seria apenas temporário.

“Tudo bem aí, rapaz?” Grant perguntou suavemente.

Kieron o olhou, suas bochechas molhadas. Ele parecia ter menos de seis anos, Grant queria pegá-lo
e embalá-lo como um bebê, mas era melhor adiar o afeto físico, pelo menos até que tivessem se
acostumado um com o outro.

Grant entrou, deixando a porta um pouco aberta, certificando-se de que Kieron pudesse ver a saída,
se quisesse sair. “Assustador aqui, não é? Desculpe por você ter ficado com o menor quarto."

Kieron não disse nada, apenas o observou. Grant levantou o copo de água,

"Quer que eu pegue uma bebida para você?"

Kieron balançou a cabeça, apertando o edredom com força contra seu corpo. Ele estava vestindo
uma camiseta velha de Marcus, que era enorme nele, mas era boa para dormir. Eles arranjariam
algumas roupas apropriadas pela manhã, se Janine dissesse que podiam.

"Está quente o suficiente?"

Kieron assentiu.

"Só não consegue dormir, então?"

Outro aceno.

“Nem eu”, disse Grant, conspiratório. “Vou te dizer uma coisa, você se incomoda se eu ficar aqui
um pouco? Marcus gosta da luz apagada quando está dormindo, mas eu odeio o escuro.”

"Ok." Kieron consentiu, soltando um pouco os lençóis. Seu cabelo havia sido cortado bem curto,
coitadinho. Eles não faziam mais isso, a menos que realmente precisassem.

Grant sentou-se na poltrona que havia pertencido a John, parceiro de Marcus. Ele era um pouco
mais velho que Marcus, baseado nas fotos que Grant tinha visto. Parecia um daqueles velhos
intelectuais que gostavam de grandes livros encadernados em couro e usavam lenços de seda e um
pouco de cosméticos para não parecerem tão velhos.

“Vou ter que viver aqui para sempre?” Kieron perguntou, sua voz muito baixa e fina.

“Ainda não sabemos, mas você vai ficar aqui um pouco.” Grant odiava não poder dar às crianças as
respostas que elas mereciam. Ele sempre tentava ser muito honesto.

“Eles vão me mandar para a cadeia?”

“Não, rapaz, você não está com problemas.”

“Quem são os garotosgrandões? Você é o pai deles?”

“Não, eu e Marcus apenas cuidamos deles, porque suas mamães e papais não podem. Como você."
Ele sorriu.

"Por que você faz isso?"

“Porque quando eu era muito pequeno, minha mãe também não era muito boa em cuidar de mim. E
eu me metia em muitos problemas o tempo todo, e não foi muito legal. Então eu quero ajudar
outros garotos agora.”

“Não gosto daqui.”

“Eu sei, não é sua casa. Como eu disse, você pode não ficar aqui por muito tempo.”
"Não, eu gosto desta casa", disse Kieron, "mas eu não gosto deste quarto."

"Ah, eu entendo!" Grant riu. “Por que isso, então?”

"Ali." Kieron apontou para debaixo da mesa. Não havia nada lá além de escuridão e sombras.
“Pode haver um cachorro e ele pode me morder.”

“Ah, claro,” Grant acenou com a cabeça como se isso fosse uma suposição muito razoável (o que
era, para uma criança de seis anos), “Vamos ver…” ele se levantou e foi até a pilha de gavetas no
canto. Elas estavam em rodas e giraram facilmente, cabendo perfeitamente embaixo da mesa,
preenchendo o espaço vazio. "Assim está melhor?"

Kieron assentiu. Ele se deitou, cautelosamente. Grant sentou-se na poltrona novamente, bocejando.

“Eu também costumava ter medo de cachorros.”

"Você ainda tem?"

“Não. Eu vivi com um lobisomem e ele me curou.”

"Mesmo?!" Os olhos de Kieron se arregalaram novamente, sem medo. Grant sentiu uma onda de
afeto pelo rostinho doce. Ele adorava crianças.

“Realmente,” ele confirmou, “E deixe-me dizer, ele era uma das pessoas mais legais que você
poderia conhecer, e não era nada assustador. Ele gostava de chocolate e ovos no café da manhã, e
de ler livros e assistir televisão, e ele nunca mordeu ninguém.”

"Uau."

"Acha que consegue dormir agora?"

"Vou tentar." Kieron disse, resolutamente.

"Bom garoto."

"Estou encrencado?"

“Claro que não.”

“Às vezes eu sou muito travesso...” Kieron se espreguiçou e bocejou, fechando os olhos.

“Eu não acho que você seja travesso. Acho que você é um menino muito bom que passou por um
momento muito difícil." Grant disse, seu coração doendo. Kieron pareceu sorrir um pouco.

Pouco tempo depois, o menino adormeceu. Grant ficou um pouco, para o caso de ele acordar
novamente. Eles o mudariam para um quarto adequado amanhã, havia decidido. Jamie teria que se
acostumar com isso.

Remus apareceu novamente. Pela centésima vez naquele dia, pelo que parecia. Puta merda, Grant
pensou consigo mesmo, e stamos em um clima nostálgico, não estamos? Como ele não estava
dormindo, pensou que poderia ceder. Ele se inclinou para o fundo da estante, muito lentamente,
para não perturbar Kieron, e tirou uma caixa de sapatos da prateleira mais baixa. Abrindo-a em seu
colo, ele mordeu o lábio. Todas as suas coisas de Remus.

Não era muito, apenas algumas cartas, alguns rabiscos, endereços e números de telefone, o menu
para viagem do restaurante chinês favorito deles e uma cartela de fósforos do primeiro bar gay de
Remus.

Ele tirou a primeira carta do envelope. A caligrafia fina era tão familiar e, ao mesmo tempo, tão
estranha. Esta era de não muito tempo depois que eles se separaram.

Grant,

Espero que você esteja bem. Parece bobo escrever isso, mas é verdade. Eu realmente, realmente
espero que você esteja bem. Melhor do que bem.

As coisas estão caóticas aqui. Não posso dizer muito, como você sabe, mas estou bem, e Sirius
também. Passamos mais tempo com Harry, o que tem sido ótimo. Tivemos que nos mudar
temporariamente, então se você quiser visitar o apartamento, fique à vontade, eu sei que você tem
a chave. Só para você saber, coloquei seu nome na escritura. Chame de seguro, ou um presente, se
quiser.

Você tem um bom apartamento? Como está o trabalho? Tenho saudades de conversar.

Amor,

Remus.

Sim, Grant se lembrava agora. Sempre foi amor, naquelas cartas. Nos últimos dois anos, Remus
escreveu para ele todos os meses com amor. No início de 1998, as cartas pararam e Grant soube.
Às vezes, ele achava que havia sentido, lá no fundo, como um fio sendo cortado. Remus estava
morto.

Àquela altura, Sirius já havia morrido. Remus disse a ele. Depois de toda aquela espera, eles não
tiveram muito tempo no final. Ele não conseguia nem escrever as palavras. Estavam abarrotadas no
final da página, como um posfácio: Sirius não está mais conosco. Se foi.

As cartas de Remus ficaram esporádicas depois disso, mas ele ainda mandava notas breves, até o
fio ser cortado.

Na época, Grant sofria seu luto de forma escrita. Ele reconheceu suas emoções, tomou posse de sua
tristeza. Quando queria beber, participava de reuniões anônimas de alcoólatras e, quando precisava
conversar, marcava aconselhamento. Ele teve tempo para cuidar de si mesmo, mas teve o cuidado
de não se retirar completamente.

Mas doeu, doeu por muito tempo. Ele se jogou no trabalho, e isso foi o suficiente por um bom
tempo. E então ele conheceu Marcus, e o sol finalmente apareceu.

O fato de Marcus ter perdido alguém também ajudou muito. Significava que os longos silêncios
não eram vazios e que as coisas mais difíceis não precisavam de explicação. Quando Grant contou
a Marcus sobre seu desejo de começar a dar abrigo a adolescentes com vidas domésticas difíceis,
Marcus foi completamente a favor, e foi assim que Grant soube que era ele.
Eles já tinham a casa grande que havia sido deixada com John, havia um jardim ideal para jogar
futebol, e era perto do mar. Grant era capaz de fazer a maior parte de seu trabalho em casa até
então (pelo computador, como um maldito cientista!) e, no início dos anos 2000, ninguém olhava
duas vezes para um casal de homens gays criando crianças.

Bem, quase ninguém. As pessoas ainda eram idiotas a maior parte do tempo, e às vezes havia
comentários. Quero ver vocês mexerem comigo , Grant sentia vontade de dizer a eles, eu sobrevivi
aos anos setenta, não há nada que você tenha que possa superar o que eu aguentei.

Nada nunca havia sido perfeito, nada que valesse a pena ter. E sua vida era, Grant dizia a si
mesmo, todos os dias - sua vida valia tudo, e ele a merecia. Ele raramente pensava em outro tipo de
vida, uma com magia, uma com...

Ele fechou a caixa de sapatos. Estava ficando com dor por estar sentado por tanto tempo, e Kieron
já estava dormindo. Grant levantou-se para sair e levou a caixa com ele. Ele gostaria de ter uma
foto. Assim ele saberia se aquele garoto na loja realmente se parecia com Remus, ou se ele estava
ficando velho e bobo.

Marcus estava roncando. Grant colocou a caixa de sapatos na mesa de cabeceira e subiu na cama,
dando um empurrão brincalhão na sua alma gêmea, "Ei", ele sussurrou, "Vai pro lado, você parece
a porra de um uroso."

“Grrr.” Marcus sorriu, sonolento, rolando para envolver Grant em seus braços, enterrando o rosto
em seu pescoço. Grant suspirou, relaxando. "Tudo bem, amor?" Marcus murmurou.

“Ah sim,” Grant o apertou, “Perfeito.”

Abril de 2016, Brighton.

"Ai meu Deus, meu herói! Você tem ideia do quanto eu te amo?” Marcus sorriu para Grant como
se ele fosse um oásis no deserto. O que ele meio que era, naquele momento.

"Leite desnatado, sem açúcar", Grant sorriu, espremendo-se no meio da multidão e colocando a
xícara de café no balcão. "Como está indo?"

"Ocupado!" Marcus assentiu, levando o café aos lábios e tomando alguns goles, agradecido, "Eu
sei que tenho alguns funcionários aqui em algum lugar, mas só vejo clientes há horas."

"Jamie deve chegar daqui a pouco, eu o fiz prometer."

“Ah, bom, Atif e Jon estão nos fundos contando o estoque se você quiser dar um oi. Como foi sua
manhã?"

“Tudo bem. Só papelada. Prefiro estar aqui.” Grant olhou em volta para a loja lotada.

O dia da loja de discos ainda parecia algo muito novo para Grant, mas ele era a favor se isso
significasse que a loja ficaria tão cheia. Pelo menos, sua conta não estaria no vermelho esse mês, já
que a loja estava dando lucro; Grant achava que nunca viveria para ver o dia em que as lojas de
discos parassem de fazer dinheiro, mas esse era o século XXI.

Muitas lojas de discos estavam fechando, mas isso não estava no plano deles. O lugar era muito
especial para Marcus - ele o abriu com seu parceiro, John, no final dos anos oitenta. Depois que
John morreu, anos antes de Grant estar em cena, Marcus jurou que a manteria aberta como um
memorial. Essa era uma das coisas que Grant amava em Marcus. Ele cumpria as promessas,
mesmo que fossem sentimentais.
Ele e Grant se conheceram em 1999, em um encontro às cegas extremamente embaraçoso. Eles
tinham um amigo em comum que, aparentemente, estava tentando juntá-los há séculos. No início,
Grant ficou apreensivo. A essa altura, ele estava solteiro há anos, havia se acostumado - mas ele
deu uma chance, e graças a deus que o fez, porque Marcus era, resumidamente, perfeito. Aparência
italiana (por parte de mãe) e olhos azuis islandêses. Mãos grandes. Ele era um pouco mais novo
que Grant, mas a idade não tinha sido um problema. No primeiro encontro eles falaram sobre
música e sobre os anos oitenta, e sobre perder alguém que você amava tanto. Então, eles foram
para casa e se agarraram no sofá como um par de crianças. Resumindo, foi amor à primeira vista. E
Grant não costumava acreditar nesse tipo de bobagem.

Ele deu um beijinho na bochecha de Marcus, em seguida, se levantou para colocar a cabeça no
pequeno almoxarifado, "Tudo bem aí, rapazes?"

Dois adolescentes estavam sentados no chão, um remexendo uma pilha de recibos, coçando a
cabeça, o outro carimbando 'Compre 1 e leve 1 grátis!' etiquetas em capas de vinis.

“E aí, pai!” Atif olhou para cima, sorrindo para ele.

O coração de Grant inchou - isso acontecia sempre que um de seus meninos o chamava de 'pai'.
Eles não precisavam, ele nunca havia pedido. Ele e Marcus cuidavam de Atif há dois anos, desde
que ele tinha quatorze anos, e ele deu tantos problemas no começo que Grant realmente sentia
como se tivesse conquistado o título. Jon estava com eles há apenas um mês e era um pouco mais
novo que Atif, então ele apenas olhou para cima e acenou com a cabeça. Grant sorriu para ele. Jon
era tímido e muito doce, até perder a paciência.

"Se divertindo?"

“Ah, sim, está uma verdadeira batalha de risadas aqui atrás.” Atif disse descaradamente. Grant riu;
ele adorava adolescentes, eles nunca mentiam para você.

“Mantenham o bom trabalho, vocês podem parar para almoçar à uma, venham para a frente e eu
vou dar algum dinheiro para vocês.”

Ele os deixou com seu trabalho. Eles gostavam disso; serem deixados sozinho significava que eram
dignos de confiança para supervisionar a si mesmos. Grant geralmente achava que eles
trabalhavam muito mais dessa maneira.

Quando voltou para a loja, Jamie havia aparecido e assumido o caixa. Marcus estava atrás dele, ao
telefone, uma mão sobre a outra orelha para cobrir o barulho. Grant deu um tapinha nas costas de
Jamie e recebeu uma carranca em troca. Jamie tinha dezessete anos e era quase velho demais para
ser adotado. Ele morava com eles algumas semanas por ano desde os doze anos e, a cada vez,
aparecia com um novo conjunto de problemas. Porém, ele os respeitava, geralmente, e
normalmente fazia o que lhe era pedido.

Grant ajudou Jamie, assumindo os registros de ensacamento à medida que eram cobrados,
oferecendo um sorriso amigável enquanto entregava cada bolsa.

Marcus terminou seu telefonema e deu um tapinha no ombro de Grant, "Amor, era Janine, do
escritório."

“Deus,” Grant suspirou, “Outro caso de emergência?”

“'Receio que sim, seis anos de idade. O encontraram sozinho em casa, não conseguem contactar os
pais. Pode ser por algumas noites.”
"Seis é um pouco jovem", Grant franziu a testa, ainda ensacando discos. “Eles sabem que já temos
três.”

“Ele pode dormir no sofá-cama em seu escritório. Ou colocamos Jamie com…”

“Não vou mudar de quarto.” Jamie grunhiu, nem mesmo erguendo os olhos do caixa. Marcus e
Grant trocaram um olhar. Grant deu de ombros,

“Será o sofá-cama, então. Você quer que eu vá?”

“Eu vou, estou com as chaves do carro. Você consegue segurar a barra por aqui?”

“Com Jamie aqui? Com certeza,” Grant sorriu, dando tapinhas nas costas de Jamie novamente. O
adolescente deu de ombros, mas Grant o viu sorrir também.

Eles continuaram trabalhando por um tempo, a máquina de cartão não funcionava bem, mas Jamie
era o único que sabia como resolver isso de qualquer maneira. (Ele também havia configurado o
Wi-Fi deles no ano passado, e Grant ainda não fazia ideia de onde ficava o roteador.) Era uma
maneira muito agradável de passar um sábado, ele pensou alegremente. Passando o tempo com os
meninos, curtindo a loucura de ter duzentos hipsters de Londres enchendo a loja. Era como a rua
Carnaby costumava ser - barulhenta, colorida e cheia de jovens. Então, do nada...

“ Muito engraçado, Lupin!" Ouviu a risada de uma garota perto dos fundos da loja.

Grant congelou, todos os pelos de seu braço se eriçando. Jesus Cristo, era como se alguém tivesse
andado sobre seu túmulo. Ele se sacudiu, não queria pensar em túmulos. Mas aquele nome!
Dificilmente era um nome comum... ele espiou através da loja, mas estava muito cheia para que
fosse possível distinguir alguém. Havia deixado seus óculos em casa - Marcus estava sempre lhe
perturbando para que marcasse logo a cirurgia a laser, mas quando Grant teria tempo? Era horrível
envelhecer.

“Ei,” Jamie estava cutucando-o com o dedo do pé de seu tênis, “Ei! Você está me ouvindo?!"

“Desculpe cara, o quê foi?” Grant balançou a cabeça,

“Eu perguntei se você pode assumir? Eu preciso mijar.”

“Sim, vá em frente.” Grant assentiu, ainda um pouco distraído. O adolescente revirou os olhos e se
arrastou para a sala dos fundos, murmurando algo sobre Grant estar ficando senil.

Grant limpou seus pensamentos e sorriu para o próximo cliente, "Fique à vontade, tudo bem?"

A loja estava muito cheia para Grant começar a revirar seu passado, o que era bom, porque ele
tentava evitar olhar para trás se pudesse. Era melhor seguir em frente, era o que dizia a seus
meninos.

Ele atendeu os próximos cinco ou seis clientes com facilidade, mantendo-se atento a qualquer
agitação no almoxarifado enquanto repassava mentalmente uma lista das coisas que a criança
precisaria. Eles definitivamente tinham roupas de cama limpas - o que era necessário quando se
oferecia abrigo a crianças, qualquer um poderia aparecer a qualquer minuto. Era com as roupas que
ele estava preocupado - dependendo do tamanho do garoto, poderia ser um problema encontrar um
jeans limpo que servisse nele.

Ele decidiu mandar Atif e Jon para o grande Tesco na hora do almoço, para ver se eles poderiam
comprar alguns lá. Porém, se fizesse isso, teria que fazer uma lista muito clara e pedir para
trazerem o recibo. Grant não se importava que eles pegassem parte do troco para coisas como
doces ou salgadinhos, mas Atif tinha um histórico de embolsar dinheiro para coisas um pouco
menos legais. Fazia um tempo desde que o garoto havia começado a agir de acordo com a lei, mas
Grant era sempre cauteloso, porque ---

“Só isso, por favor.” A próxima pessoa na fila deslizou três discos pelo balcão, e o coração de
Grant deu um pulo. Aqueles dedos longos, nodosos nas articulações. O corpo alto e esguio, como
se ele tivesse crescido 25 centímetros uma noite e não tivesse se acostumado com isso, o pomo de
adão, os olhos verde-acinzentados. Grant sabia que estava sendo completamente louco, mas não
pôde evitar,

“Remus!”

Mas este não era Remus - como poderia ser? Por um lado, Remus Lupin estava morto há quase
duas décadas. Por outro, este homem era muito jovem, um recém adulto. E ele tinha cabelo azul
brilhante, e Remus Lupin nunca, nem em um milhão de anos, tingiria seu cabelo - isso chamaria
muita atenção para ele.

"Do que você me chamou?" O jovem deu-lhe um olhar estranho. A boca de Grant abriu e fechou
algumas vezes, antes que ele voltasse a si.

"Desculpe!" Ele disse, “Pensei que você fosse outra pessoa, foi um longo dia! Vamos embrulhar
isso, vamos...” ele pegou os discos, sentindo-se quente e frio por toda parte.

Felizmente, o garoto de cabelo azul não o questionou novamente, sua linda namorada loira estava
puxando seu braço, então eles saíram rapidamente. Grant não conseguiu olhar para o menino
novamente, era extremamente assombroso.

Jamie reapareceu ao seu lado, junto com os outros dois.

“Podemos ir almoçar agora?” Atif estava perguntando.

Grant só o ouviu pela metade, era como se tudo em seu cérebro de repente tivesse desacelerado, e
tudo o que ele podia ouvir era 'Do que você me chamou?' , e tudo o que ele podia ver era aquele
rosto cético e reservado que Grant conhecia tão bem que quase doía.

“Pai? Ei! Pai?" Atif acenou com a mão na frente do rosto de Grant.

"O que? Pare, seu malandrinho”. Ele riu carinhosamente.

"Você está bem?" Os três garotos estavam olhando para ele estranhamente, “Você ficou todo
pálido e esquisito.”

"Eu fiquei?" Grant levantou a mão, passando-a por seu cabelo, só que ele estava praticamente
careca agora, e tudo o que sentiu foi sua própria pele pegajosa.

"Provavelmente o calor", disse Atif, "você quer um pouco de água?"

"Por favor", Grant assentiu, agradecido.

"Eu fico no caixa", disse Jamie de repente, empurrando-o para fora do caminho, "Vá e sente-se um
pouco."
***

"Você está bem?" Marcus perguntou bocejando, quando eles foram para a cama naquela noite.

Eram quase onze horas, pois Marcus havia ficado preso na delegacia de polícia por séculos
enquanto tentavam resolver o novo garoto, Kieron. Os dois perderam o jantar, o que perturbou toda
a casa, e quando voltaram, Grant estava no meio de terminar com a terceira guerra mundial - Atif e
Jamie estavam constantemente discutindo sobre de quem era a vez no playstation.

"Me sinto esgotado, como sempre", respondeu Grant. Ele estava sentado com seus óculos,
revisando as anotações sobre Kieron. “Eles não colocaram a maldita escola dele aqui, como vamos
pegá-lo na segunda-feira?!”

“Vou ligar para Janine pela manhã,” Marcus bocejou novamente. Ele se deitou e fechou os olhos.

“Ele conseguiu dormir?”

"Sim, mas ele tem medo do escuro, eu acho." Marcus comentou, “Deixei a lâmpada acesa e disse
que era para o caso de ele querer ler. De qualquer forma, você está bem?”

“Sim, eu disse que estava bem,” Grant murmurou, ainda folheando os pedaços de papel que
compunham o arquivo do caso de Kieron. Ele sempre os examinava de cabo a rabo e, na maioria
das vezes, eles eram assim: grampeados e com clipes para juntar os papéis, caligrafia rabiscada,
assinaturas faltando. Isso enlouquecia Grant, não era de admirar que tantas crianças tenham caído
no esquecimento.

“Atif disse que você ficou estranho, na loja.”

“O que? Não, eu só… ah, não é nada.”

"Você precisa de uma pausa?" Marcus rolou de lado, apoiado no cotovelo.

“Não, eu amo a minha vida.”

"Amor, mas você assume muitas responsabilidades, você sabe, eu sei que isso te deixa feliz, mas
na sua..."

"Diga 'na sua idade' e eu vou te esfaquear com esta caneta." Grant ameaçou, tirando os óculos e
colocando os papéis na mesa de cabeceira, “Eu me sinto tão em forma quanto aos vinte. Na
verdade, me sinto ainda melhor, eu era alcoólatra aos vinte anos.”

"Mmm, e agora você é apenas um viciado em trabalho." disse Marcus. Grant deu-lhe um olhar, e
Marcus levantou as mãos, “Eu sei, eu sei, os meninos não contam como trabalho, mas ainda assim,
se você estiver desmaiando no meio do dia..."

"Foi isso que ele disse?" Grant riu, “Ele é uma rainha do drama! Caramba, eu só pensei que tinha
visto alguém, só isso, fiquei surpreso. De qualquer forma, eu estava errado, não estava de óculos.”
"Quem?"

"Hm?"

"Grant. Quem você achou que viu?”

Grant suspirou. Ele deslizou na cama e esfregou os olhos cansados. “Remus.”

Marcus não disse nada. Grant abriu os olhos e se virou para olhar. Ele tinha aquela expressão no
rosto, como se estivesse tentando pensar na coisa mais compreensiva e responsável para dizer.

“Viu, eu disse que não era nada. Apenas um erro estúpido. Lembra daquela vez que você me disse
que viu Stephen Fry em Asda, e acabou que era apenas uma lésbica muito alta?”

Marcus riu. “Ok, justo. Ainda assim, deve ter sido um pouco estranho?”

"Sim, foi. Mas foi apenas um erro.”

“O que o fez achar que era ele? A pessoa que você confundiu, quero dizer?”

Marcus não sabia como era a aparência de Remus. Isso não tinha sido culpa de Grant, eles não
tinham fotos de seu tempo juntos, elas ainda estavam naquele apartamento, até onde ele sabia. E
nada convenceria Grant a voltar para lá. Além disso, Grant era péssimo em descrever pessoas,
então tudo que Marcus sabia era 'não sei, mais alto que eu, cabelo cacheado.'

"Ah, apenas algo sobre ele." Grant disse inutilmente.

"E isso realmente te chocou tanto assim?"

“Acho que sim.”

Houve uma batida forte contra a parede oposta. Marcus suspirou, "Jon e Atif estão brigando de
novo."

“Eles apenas brincando de luta livre.”

“Sim, mas eles não são mais criancinhas, eles vão atravessar a parede se continuarem assim.”

"Vou lá falar com eles, preciso de um copo d'água de qualquer maneira." Grant disse, saindo da
cama. Ele calçou seus chinelos e vestiu um de seus roupões.

"Vai voltar para a cama antes da meia-noite?" Marcus perguntou.

"Vou tentar."

Ele saiu do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás de si. A luz do corredor ainda estava
acesa, e a luz do banheiro, que estava com a porta aberta, também. Ele suspirou e desligou os dois,
antes de olhar para o segundo quarto duplo.

Atif e Jon estavam deitados de lado, ainda completamente vestidos, chutando um ao outro na
interseção entre as suas camas.

“Ei!” Grant assobiou, “Se comportem, vocês dois! Vão acabar derrubando a casa.”

"Desculpe", Atif deu-lhe um sorriso vitorioso, "estamos apenas nos cansando."


“Se vocês estão com tanta energia, eu tenho cinco cestos de roupa para lavar.” Grant retorquiu.
“Agora coloquem o pijama e vão dormir!”

“Boa noite, pai.” Atif disse, tirando seus tênis.

“Boa noite, Sr. Chapman,” Jon sorriu timidamente, seguindo o exemplo.

"Boa noite meninos. Amo vocês dois."

Ele fechou a porta e desceu para a cozinha. Grant abriu a torneira e esperou que esfriasse, então
encheu um copo. Ele não voltou direto para o andar de cima, ainda não estava cansado o suficiente,
se sentia inquieto. Ele precisava pensar direito sobre aquele garoto na loja mais cedo, mas também
queria fingir que nunca tinha acontecido. O que era uma marca registrada de Remus Lupin.

Grant encostou-se no balcão da cozinha e percebeu que não pensava em Remus há muito tempo.
Talvez até um mês inteiro. Ele podia ver a lua pela janela da cozinha, além da macieira no jardim
dos fundos. Um crescente prateado brilhante - ela não teria incomodado Remus.

Grant não tinha certeza se a lua estava aumentando ou diminuindo, havia parado de rastrear isso há
anos atrás. No entanto, ainda havia algumas memórias bastante vivas ligadas a ela. Poucas pessoas
tiveram a sorte de transar com um lobisomem na noite anterior à lua cheia, ele ainda estaria
pensando naquelas noites quando o mandassem para o asilo de idosos.

O gato entrou e se esfregou nas pernas dele. Ele se abaixou para coçar atrás da orelha dela, e ela
ronronou apreciativamente.

Grant arrumou um pouco a cozinha. Esse deveria ser o trabalho de Jamie, mas ele claramente não
iria fazer isso. Ele só ficaria com eles mais uma semana de qualquer maneira, e isso acontecia todas
as vezes. O comportamento de Jamie sempre saia dos trilhos quanto mais perto ele estava de ir
para casa. Grant tentou conversar com ele sobre isso, descobrir o que o estava incomodando, mas
ele simplesmente se fechava.

Então Grant fez a limpeza, só para se manter ocupado. Ele pegou os pratos do jantar e os empilhou
na pia, amarrou o saco de lixo cheio demais e o substituiu, guardou as canecas no escorredor.

Kieron poderia ficar com o quarto de Jamie quando ele fosse embora, Grant pensou consigo
mesmo - dependendo de quanto tempo Kieron fosse ficar com eles. Eles geralmente não recebiam
crianças pequenas, normalmente eram apenas adolescentes problemáticos. Marcus disse que
quando a polícia o trouxe ele estava sem sapatos, e eles tiveram que incinerar o resto de suas
roupas. Negligência. Se havia algo que realmente deixava Grant furioso…

Mas você tinha que deixar esses sentimentos de lado e se concentrar na criança. Porque as crianças
não vêem as coisas dessa forma, elas aceitam qualquer coisa se estiverem acostumadas àquilo. O
truque era reinventar sua ideia de normalidade. Se Grant e Marcus pudessem, pelo menos, dar um
quarto a Kieron, então era um começo.

Ao fechar a geladeira, um cartão-postal que estava preso com um ímã caiu, e ele teve que se curvar
e enfiar a mão embaixo do aparelho para pegá-lo de volta. Era de Nick - um de seus filhos de muito
tempo atrás, ele estava crescido agora, viajando pela Austrália. Haviam outros cartões-postais,
cartas e fotos grudados na geladeira - crianças que se lembravam deles com carinho, que queriam
manter contato. Marcus as lia para Grant quando ele estava se sentindo mal. “Olhe todo o bem que
você faz!” ele diria.

Na maioria das vezes, funcionava, mas às vezes ele ainda se sentia inútil. Esse tinha sido o seu
normal há tempos atrás, e precisava fazer um esforço constante para livrar-se desse sentimento.

As cartas de Remus não estavam na geladeira, é claro. Elas eram preciosas demais.

Grant esfregou os olhos e suspirou, exasperado. Ele não estava chegando a lugar nenhum, estava
apenas andando em círculos. Era hora de dormir, então. Encheu um copo de água, apagou a luz e
começou a subir as escadas.

Ele notou com satisfação que não havia luz - ou barulho - vindo de debaixo da porta do quarto de
Jon e Atif. Eles realmente eram bons meninos. No entanto, quando ele passou pelo escritório, ele
ouviu algo. Um som soluçante, úmido e ofegante. Ele empurrou a porta entreaberta para olhar para
dentro.

Kieron estava sentado na cama, braços em volta dos joelhos, olhos bem abertos. A pequena
lâmpada de leitura estava acesa, iluminando a mesa de Grant, o antigo computador de mesa, as
pilhas de papéis e o gabinete de arquivos. Não era um quarto muito bom para um menino, mas
seria apenas temporário.

“Tudo bem aí, rapaz?” Grant perguntou suavemente.

Kieron o olhou, suas bochechas molhadas. Ele parecia ter menos de seis anos, Grant queria pegá-lo
e embalá-lo como um bebê, mas era melhor adiar o afeto físico, pelo menos até que tivessem se
acostumado um com o outro.

Grant entrou, deixando a porta um pouco aberta, certificando-se de que Kieron pudesse ver a saída,
se quisesse sair. “Assustador aqui, não é? Desculpe por você ter ficado com o menor quarto."

Kieron não disse nada, apenas o observou. Grant levantou o copo de água,

"Quer que eu pegue uma bebida para você?"

Kieron balançou a cabeça, apertando o edredom com força contra seu corpo. Ele estava vestindo
uma camiseta velha de Marcus, que era enorme nele, mas era boa para dormir. Eles arranjariam
algumas roupas apropriadas pela manhã, se Janine dissesse que podiam.

"Está quente o suficiente?"

Kieron assentiu.

"Só não consegue dormir, então?"

Outro aceno.

“Nem eu”, disse Grant, conspiratório. “Vou te dizer uma coisa, você se incomoda se eu ficar aqui
um pouco? Marcus gosta da luz apagada quando está dormindo, mas eu odeio o escuro.”

"Ok." Kieron consentiu, soltando um pouco os lençóis. Seu cabelo havia sido cortado bem curto,
coitadinho. Eles não faziam mais isso, a menos que realmente precisassem.

Grant sentou-se na poltrona que havia pertencido a John, parceiro de Marcus. Ele era um pouco
mais velho que Marcus, baseado nas fotos que Grant tinha visto. Parecia um daqueles velhos
intelectuais que gostavam de grandes livros encadernados em couro e usavam lenços de seda e um
pouco de cosméticos para não parecerem tão velhos.

“Vou ter que viver aqui para sempre?” Kieron perguntou, sua voz muito baixa e fina.
“Ainda não sabemos, mas você vai ficar aqui um pouco.” Grant odiava não poder dar às crianças as
respostas que elas mereciam. Ele sempre tentava ser muito honesto.

“Eles vão me mandar para a cadeia?”

“Não, rapaz, você não está com problemas.”

“Quem são os garotosgrandões? Você é o pai deles?”

“Não, eu e Marcus apenas cuidamos deles, porque suas mamães e papais não podem. Como você."
Ele sorriu.

"Por que você faz isso?"

“Porque quando eu era muito pequeno, minha mãe também não era muito boa em cuidar de mim. E
eu me metia em muitos problemas o tempo todo, e não foi muito legal. Então eu quero ajudar
outros garotos agora.”

“Não gosto daqui.”

“Eu sei, não é sua casa. Como eu disse, você pode não ficar aqui por muito tempo.”

"Não, eu gosto desta casa", disse Kieron, "mas eu não gosto deste quarto."

"Ah, eu entendo!" Grant riu. “Por que isso, então?”

"Ali." Kieron apontou para debaixo da mesa. Não havia nada lá além de escuridão e sombras.
“Pode haver um cachorro e ele pode me morder.”

“Ah, claro,” Grant acenou com a cabeça como se isso fosse uma suposição muito razoável (o que
era, para uma criança de seis anos), “Vamos ver…” ele se levantou e foi até a pilha de gavetas no
canto. Elas estavam em rodas e giraram facilmente, cabendo perfeitamente embaixo da mesa,
preenchendo o espaço vazio. "Assim está melhor?"

Kieron assentiu. Ele se deitou, cautelosamente. Grant sentou-se na poltrona novamente, bocejando.

“Eu também costumava ter medo de cachorros.”

"Você ainda tem?"

“Não. Eu vivi com um lobisomem e ele me curou.”

"Mesmo?!" Os olhos de Kieron se arregalaram novamente, sem medo. Grant sentiu uma onda de
afeto pelo rostinho doce. Ele adorava crianças.

“Realmente,” ele confirmou, “E deixe-me dizer, ele era uma das pessoas mais legais que você
poderia conhecer, e não era nada assustador. Ele gostava de chocolate e ovos no café da manhã, e
de ler livros e assistir televisão, e ele nunca mordeu ninguém.”

"Uau."

"Acha que consegue dormir agora?"

"Vou tentar." Kieron disse, resolutamente.

"Bom garoto."
"Estou encrencado?"

“Claro que não.”

“Às vezes eu sou muito travesso...” Kieron se espreguiçou e bocejou, fechando os olhos.

“Eu não acho que você seja travesso. Acho que você é um menino muito bom que passou por um
momento muito difícil." Grant disse, seu coração doendo. Kieron pareceu sorrir um pouco.

Pouco tempo depois, o menino adormeceu. Grant ficou um pouco, para o caso de ele acordar
novamente. Eles o mudariam para um quarto adequado amanhã, havia decidido. Jamie teria que se
acostumar com isso.

Remus apareceu novamente. Pela centésima vez naquele dia, pelo que parecia. Puta merda, Grant
pensou consigo mesmo, e stamos em um clima nostálgico, não estamos? Como ele não estava
dormindo, pensou que poderia ceder. Ele se inclinou para o fundo da estante, muito lentamente,
para não perturbar Kieron, e tirou uma caixa de sapatos da prateleira mais baixa. Abrindo-a em seu
colo, ele mordeu o lábio. Todas as suas coisas de Remus.

Não era muito, apenas algumas cartas, alguns rabiscos, endereços e números de telefone, o menu
para viagem do restaurante chinês favorito deles e uma cartela de fósforos do primeiro bar gay de
Remus.

Ele tirou a primeira carta do envelope. A caligrafia fina era tão familiar e, ao mesmo tempo, tão
estranha. Esta era de não muito tempo depois que eles se separaram.

Grant,

Espero que você esteja bem. Parece bobo escrever isso, mas é verdade. Eu realmente, realmente
espero que você esteja bem. Melhor do que bem.

As coisas estão caóticas aqui. Não posso dizer muito, como você sabe, mas estou bem, e Sirius
também. Passamos mais tempo com Harry, o que tem sido ótimo. Tivemos que nos mudar
temporariamente, então se você quiser visitar o apartamento, fique à vontade, eu sei que você tem
a chave. Só para você saber, coloquei seu nome na escritura. Chame de seguro, ou um presente, se
quiser.

Você tem um bom apartamento? Como está o trabalho? Tenho saudades de conversar.

Amor,

Remus.

Sim, Grant se lembrava agora. Sempre foi amor, naquelas cartas. Nos últimos dois anos, Remus
escreveu para ele todos os meses com amor. No início de 1998, as cartas pararam e Grant soube.
Às vezes, ele achava que havia sentido, lá no fundo, como um fio sendo cortado. Remus estava
morto.

Àquela altura, Sirius já havia morrido. Remus disse a ele. Depois de toda aquela espera, eles não
tiveram muito tempo no final. Ele não conseguia nem escrever as palavras. Estavam abarrotadas no
final da página, como um posfácio: Sirius não está mais conosco. Se foi.

As cartas de Remus ficaram esporádicas depois disso, mas ele ainda mandava notas breves, até o
fio ser cortado.

Na época, Grant sofria seu luto de forma escrita. Ele reconheceu suas emoções, tomou posse de sua
tristeza. Quando queria beber, participava de reuniões anônimas de alcoólatras e, quando precisava
conversar, marcava aconselhamento. Ele teve tempo para cuidar de si mesmo, mas teve o cuidado
de não se retirar completamente.

Mas doeu, doeu por muito tempo. Ele se jogou no trabalho, e isso foi o suficiente por um bom
tempo. E então ele conheceu Marcus, e o sol finalmente apareceu.

O fato de Marcus ter perdido alguém também ajudou muito. Significava que os longos silêncios
não eram vazios e que as coisas mais difíceis não precisavam de explicação. Quando Grant contou
a Marcus sobre seu desejo de começar a dar abrigo a adolescentes com vidas domésticas difíceis,
Marcus foi completamente a favor, e foi assim que Grant soube que era ele.

Eles já tinham a casa grande que havia sido deixada com John, havia um jardim ideal para jogar
futebol, e era perto do mar. Grant era capaz de fazer a maior parte de seu trabalho em casa até
então (pelo computador, como um maldito cientista!) e, no início dos anos 2000, ninguém olhava
duas vezes para um casal de homens gays criando crianças.

Bem, quase ninguém. As pessoas ainda eram idiotas a maior parte do tempo, e às vezes havia
comentários. Quero ver vocês mexerem comigo , Grant sentia vontade de dizer a eles, eu sobrevivi
aos anos setenta, não há nada que você tenha que possa superar o que eu aguentei.

Nada nunca havia sido perfeito, nada que valesse a pena ter. E sua vida era, Grant dizia a si
mesmo, todos os dias - sua vida valia tudo, e ele a merecia. Ele raramente pensava em outro tipo de
vida, uma com magia, uma com...

Ele fechou a caixa de sapatos. Estava ficando com dor por estar sentado por tanto tempo, e Kieron
já estava dormindo. Grant levantou-se para sair e levou a caixa com ele. Ele gostaria de ter uma
foto. Assim ele saberia se aquele garoto na loja realmente se parecia com Remus, ou se ele estava
ficando velho e bobo.

Marcus estava roncando. Grant colocou a caixa de sapatos na mesa de cabeceira e subiu na cama,
dando um empurrão brincalhão na sua alma gêmea, "Ei", ele sussurrou, "Vai pro lado, você parece
a porra de um uroso."

“Grrr.” Marcus sorriu, sonolento, rolando para envolver Grant em seus braços, enterrando o rosto
em seu pescoço. Grant suspirou, relaxando. "Tudo bem, amor?" Marcus murmurou.

“Ah sim,” Grant o apertou, “Perfeito.”


Out of the blue - Parte 2

"E aí," Grant entrou na loja silenciosa. Estava quase na hora de fechar, era o sábado seguinte ao Dia
da Loja de Discos, e dava para ver a diferença. Haviam um ou dois clientes vagando, folheando as
pilhas de '50% de desconto', mas nada como a aglomeração da semana passada.

"Tudo bem?" Marcus sorriu para ele por trás do caixa. “Não esperava ver você aqui.”

“Tive que realizar uma inspeção, estava praticamente aqui na esquina, então pensei em aparecer,”
Grant deu a volta para beijá-lo na bochecha. "Não temos nada para jantar, vim ver se você queria
que eu comprasse alguma coisa da Tesco."

“Sendo sincero, eu ficaria feliz com peixe empanado e batatas fritas, estou muito cansado para
cozinhar esta noite.”

"Justo, onde está Kieron?"

“Nos fundos, com Mimi,” Marcus apontou o polegar para os fundos da loja.

"Eu só vou dizer um olá rápido..." Grant voltou para a pequena cozinha na parte de trás. Havia um
sofá velho lá, e Mimi - a garota que trabalhava na loja aos sábado - estava sentada em uma ponta, o
dedo deslizando pela tela de seu celular, enquanto Kieron estava dormindo na outra ponta. "Como
ele está?" Grant sussurrou.

Mimi olhou para cima e sorriu, “Está bem, sem problemas. Ele chorou um pouco quando Marcus
voltou para a loja depois do almoço, mas acho que ele só é um pouco grudento. Eu o distraí.”

"Não há nada de errado em chorar", Grant se aproximou e afastou o cabelo do menino de seu rosto,
"Ele só precisa de carinho e um pouco de segurança, só isso."

Kieron chorava com frequência, e era verdade, ele havia se tornado bastante grudento na última
semana. A professora da escola na qual o haviam matriculado enviou uma nota para casa após o
primeiro dia - Kieron está um pouco choroso, isso é algo para ficar de olho. Logo ele irá
amadurecer. Marcus teve que impedir Grant de marchar direto para a escola com o objetivo de
falar poucas e boas para a mulher. 'Um pouco choroso' - como se isso fosse alguma surpresa depois
do que o garoto passou! Quando eles iriam parar de fingir que crianças não tinham sentimentos?

“Apenas chame Marcus se você precisar de alguma coisa, amor,” ele disse para Mimi, “Muito
obrigado, eu sei que não faz parte do seu trabalho ser babá.”

“Ele dá muito menos trabalho do que os clientes.” Mimi sorriu. “E é bem mais fofo. Já recebeu
alguma notícia do advogado?”

“Não, ainda é cedo demais para isso.” Grant balançou a cabeça.

A mãe de Kieron foi encontrada dois dias depois que ele foi colocado no sistema de adoção. Ela
mal tinha idade para ser considerada uma adulta e, pelo que parecia, não estava em condições de
cuidar dele. Ela havia sido trazida para o pronto-socorro depois de ter tido uma overdose e, embora
estivesse se recuperando, aparentemente havia mencionado que gostaria de abrir mão dele.

Foi Marcus quem sugeriu dar seguimento ao pedido de adoção. Eles já haviam pensado nisso mais
de uma vez ao longo dos anos, mas era um processo difícil e demorado, então Grant não gostava de
criar esperanças. Ainda assim, eles estavam tomando as medidas necessárias, e se a mãe realmente
tivesse sido sincera, as chances de dar certo eram bem altas.

Ele deixou Kieron dormindo e voltou pela frente. “Estou indo, então,” ele disse para Marcus
enquanto saía.

"Ah, sim, antes de você ir, eu tenho uma coisa para perguntar", Marcus disse sorrindo, "Você tem
um admirador secreto ou algo assim?"

"Oi?" Grant apertou os olhos, confuso.

Marcus riu. “Tinha um garoto procurando por você. Não sabia seu nome, mas ele sabia como você
era. Ele era alto, cabelo azul.”

As entranhas de Grant se contorceram. “Não, não acho que conheça ele. Talvez seja um dos amigos
de Atif?

"Deus sabe", Marcus deu de ombros. "Vejo você em casa, então?"

“Sim, não vou demorar.”

Ele saiu da loja e começou a caminhar na direção do Tesco mais próximo. Não se sentia bem, se
sentia no limite. Por que o garoto de cabelo azul estava procurando por ele? Não que não houvesse
muitos jovens de cabelo azul em Brighton, poderia ser uma coincidência...

Ele inclinou a cabeça e se forçou a continuar andando. Ele tinha acabado de decidir ir para o
Chippy em vez do Tesco quando percebeu alguém gritando do outro lado da rua.

"Com licença? Senhor?!"

Ele parou e se virou.

"Senhor! Com licença?" O jovem estava correndo para alcançá-lo. Era ele.

Grant parou e endireitou sua postura enquanto o garoto se aproximava. Era desconcertante; ele até
tinha o mesmo andar esguio que Remus tinha, e quando eles ficaram cara a cara, ele tinha o mesmo
sorriso tímido. "Desculpe, não queria persegui-lo desse jeito", disse o menino de cabelo azul. “Só
que eu estive sentado naquele café por cinco horas esperando você voltar.”

Ele falava dez vezes melhor do que o Remus com quem Grant crescera, que tinha um sotaque puro
de Essex mesmo depois de anos na escola particular.

"Posso ajudar?" Grant perguntou cautelosamente.

"Er... você me chamou de uma coisa, semana passada, na loja."

Grant não sabia o que dizer.

"Você me chamou de Remus, não foi?" O menino pressionou.

"Desculpe", disse Grant, querendo recuar, "Eu não sei o que eu estava pensando-"

“Ele era meu pai.”

Jesus Cristo . Ele meio que deveria ter sabido, mas não quis acreditar. Ele não sabia o que dizer.

O garoto coçou a cabeça (oh, Remus) e pareceu relutantemente tímido, “Você o conhecia, certo?
Você deve tê-lo conhecido, quero dizer, quantos Remus existem? E... me disseram que eu pareço
um pouco com ele."

"Você parece", disse Grant, sua boca seca, "Você é idêntico a ele."

O rosto do menino se iluminou. No entanto, Grant notou, seu nariz era diferente, um pouco mais
curto, mais arrebitado. Isso fazia com que fosse mais fácil olhar para ele.

"Você também conhecia minha mãe?"

Aquilo doeu como uma punhalada, ele não esperava por isso. Obviamente o garoto tinha vindo de
algum lugar , mas ainda assim.

"Não", Grant balançou a cabeça. Ele tentou sorrir, "Ela deve ter vindo depois do meu tempo."

"Olha, podemos tomar um café ou algo assim?" O garoto perguntou sério, com as mãos nos bolsos,
balançando para a frente na ponta dos pés. “Eu sei que isso é estranho, mas se você puder me
contar algumas coisas sobre meu pai…”

"Eu não sei", disse Grant, "foi há muito tempo."

“Isso é ainda melhor”, disse o menino, “a maioria das pessoas só o conheceu por pouco tempo. Er...
eu não sei se você sabia, mas muitos dos amigos da escola dele morreram...”

"Eu sei." Grant respondeu sombriamente. "E ele... Quando foi?"

"Oh. Hum, 1998. No dia dois de maio."

Grant assentiu. Parecia certo. Isso foi mais ou menos quando começou a doer. Inesperadamente,
seus olhos se encheram de lágrimas depois de todos esses anos. O garoto pareceu preocupado,

"Desculpe! Desculpe, eu não sabia que você não sabia…”

"Eu sabia", disse Grant enquanto enxugava os olhos rapidamente, "Eu sabia, eu só... Nós não nos
víamos há algum tempo."

“Podemos ir a algum lugar e conversar? Por favor?"

Como Grant poderia dizer não? No final, eles foram para a praia. Era bastante anônimo, e era um
dia frio então não haveria ninguém para espiar. Eles compraram um chá cinza em uma van no
calçadão que era servido em uma xícara de isopor, então se sentaram em um grande banco
vitoriano de ferro forjado com vista para o mar. Grant fez uma ligação rápida para Marcus em seu
celular,

“Oi querido, fui chamado no trabalho... Não vou chegar muito tarde, você vai ficar bem com os
meninos? Ok. Não. Sim. Tudo bem, vejo você mais tarde, também te amo.”

O garoto esperou pacientemente. Grant guardou o telefone, sentindo-se mal por mentir para
Marcus. "Desculpe, só queria saber se estava tudo bem."

“Quantos filhos você tem?”

“Três, no momento. Nós adotamos.”

"Isso é legal."
"Desculpe por não ter perguntado, qual é o seu nome?"

"Teddy, Edward, mas todo mundo me chama de Teddy."

"Grant", eles apertaram as mãos.

Ele estava vestindo skinny jeans preto, rasgado nos joelhos, suas pernas eram incrivelmente
longas. Seu cabelo azul brilhante estava empilhado em cachos soltos no topo de sua cabeça, os
lados haviam sido cortados com máquina e ele usava uma camisa xadrez vermelha, abotoada com
cuidado. Ele era muito mais moderno do que Remus, que havia começado a se dedicar ao veludo
cotelê desde bem novo.

"Quantos anos você tem, quero dizer, quando você nasceu?"

“1998. Eu era apenas um bebê quando mamãe e papai…”

“Deus, sua mãe também? Sinto muito."

“Tenho orgulho deles.” Teddy disse, levantando o queixo ligeiramente.

"Eu não sabia que Remus tinha se casado..."

“Foi um casamento pequeno, só há uma foto,” Teddy enfiou a mão no bolso e tirou uma carteira.
Ele abriu e ofereceu a Grant.

Grant sabia que ia doer, mas se forçou a olhar. Era uma daquelas imagens mágicas, ela se moveu.
Lá estava Remus, quase como Grant se lembrava dele, só que mais cansado e mais magro. O
sorriso era genuíno, no entanto. Ele estava radiante e isso transparecia para fora da fotografia, os
olhos se enrugando do jeito que faziam quando ele estava feliz. A jovem - muito jovem, na verdade
- tinha um rosto bonito e travesso, e o mesmo nariz curto e arrebitado de Teddy. Como isso
aconteceu, querido? Grant pensou consigo mesmo. Ela deve ter sido uma em milhão.

Então, ele viu a data no verso. 1997.

"Eles se casaram depois que Sirius morreu." Grant disse, meio para si mesmo. Então, tudo fez um
pouco mais de sentido.

"Sirius Black?" Teddy parecia surpreso, "Sim, suponhosim, acho que ele foi morto em 1996...
Você o conhecia também?"

"Só um pouco."

“Na verdade, sou meio que parente dele, pelo lado da família da minha mãe.”

Grant assentiu, como se achasse isso interessante, mas simplesmente não sabia o que dizer.
“Então,” ele disse, um pouco trêmulo, “O que você quer saber?”

“Ah, qualquer coisa!” Teddy disse, os olhos brilhantes e afiados. Eles pareciam marrom-
esverdeados na semana passada, mas Grant ficou surpreso ao ver que hoje eles pareciam muito
mais azuis, quase tão brilhantes quanto seu cabelo. Um truque da luz, talvez. “Eu quase não sei
nada sobre meu pai, só quero saber como ele era. As pessoas dizem que ele era quieto?”

"Ele poderia ser." Grant sorriu, com carinho, “Mas às vezes ele era tão barulhento. Mesmo quando
não estava falando. E ele gostava de falar, ele era engraçado, Jesus Cristo, ele era tão engraçado. E
muito inteligente. Um nerd idiota, na verdade.”
"Mesmo?"

“Sim, idiota arrogante. Ele sempre estava certo também, me deixava louco.”

Seu telefone tocou novamente, e ele o verificou rapidamente. Não era nada muito importante, uma
mensagem de Marcus dizendo que ele estava em casa.

“Desculpe”, disse Teddy, “sua esposa quer você em casa?”

"Marido." Grant disse sem pensar, enquanto colocava o telefone de volta no bolso.

“Ah, merda, desculpe,” Teddy piscou, “eu não deveria ter presumido nada.”

"Tudo bem", Grant deu de ombros, ele passou metade de sua vida fazendo essa correção, "E ele
não precisa de mim em casa ainda, está tudo bem."

“Então... onde você conheceu meu pai? Na escola trouxa?”

Caramba, ele não ouvia a palavra com T há algum tempo. “St Edmund's”, disse ele, “Foi onde seu
pai cresceu, antes de ir para aquela escola. Era um lugar para meninos que tinham problemas.
Coisas comportamentais, você sabia sobre isso?”

“Não,” disse Teddy, parecendo confuso. “Ele também não tinha pais?”

Grant se sentiu terrível - por que isso havia se tornado problema seu? Por que ele tinha que ser a
pessoa que deveria explicar esse pedaço da vida de Remus? Típico, ele sempre tinha que limpar a
bagunça no final.

“O pai dele morreu... se matou, quando Remus era pequeno. A mãe dele não aguentou, então ele
foi despachado para... não havia nada de errado com ele, entenda,” Grant explicou rapidamente,
“eu acho que ele só estava lá por que... você sabe o que mais ele era?”

“Ele era um lobisomem, eu sei disso.” Teddy assentiu, sério.

“Certo,” Grant assentiu, aliviado, “Certo, bem, é claro que ele precisava estar em algum lugar
seguro. De qualquer forma, foi lá que nos conhecemos. Eu estava lá no verão quando ele voltou da
escola. Er... acho que isso foi em 1975.”

"Ok, então você não o conheceu por muito tempo então...?"

“Nós também moramos juntos.” Grant disse, rapidamente. “Nós dividimos um apartamento em
Londres. Nos anos oitenta."

Ali, pronto, ele havia dito. O garoto poderia entender o que quisesse a partir disso.

Teddy olhou para ele por um tempo. “Eu não sabia que ele havia morado em Londres. Antes de
conhecer minha mãe, quero dizer.”

"Sim. Por doze anos."

“Oh...” Teddy olhou para o mar cinza concreto. “Desculpe, é estranho, eu esqueço... sabe, meu pai
era bem mais velho que minha mãe. Eu esqueço que ele teve todo esse tempo antes de conhecê-
la.”

"Claro." disse Grant. Ele entendia. Para uma criança da idade de Teddy, o mundo havia começado
a partir do momento em que ele nasceu; pais não tinham vidas pessoais.
Teddy ficou quieto por um tempo, pensando muito. Ele parecia mais jovem do que Remus naquela
idade, mas havia uma infinidade de razões para isso. Remus começou a ficar grisalho aos quinze
anos, e mesmo sem a besta mensal lhe destruindo, ele teve uma vida difícil. O rosto macio e
levemente sardento de Teddy não possuía nenhuma linha de preocupação. Grant se confortou ao
notar, esperando que isso significasse que ele teve uma infância tranquila. O tipo de infância que as
crianças mereciam.

“Ele tinha um emprego?” Teddy perguntou finalmente.

“Foi difícil para ele, por causa do problema dele.” Grant disse, “Mas ele trabalhou por pouco
tempo, corrigindo provas, coisas assim. E ele foi professor por um ano em sua antiga escola.”

“Hogwarts.” Teddy disse carinhosamente.

"Certo." Grant assentiu. “Mas não posso dizer muito sobre isso. Ele manteve esse lado de sua vida
separado, ele poderia ser muito reservado.”

“É, isso eu sei,” Teddy bufou, balançando a cabeça, “eu fui criado pela minha avó, mãe da minha
mãe, então eu sei muito sobre ela. Os únicos que realmente conheciam meu pai são meu padrinho
e outras pessoas que lutaram na guerra. Quero dizer, eu nem ao menos sabia sobre o lugar em que
ele havia crescido?! Ele é um mistério…”

“Não o culpe,” Grant disse, esperando que ele não soasse muito condescendente, “Ele teve uma
vida muito difícil, depois que ele perdeu James e Lily, e Sirius foi para a prisão. Ele nem gostava
de sair do apartamento, eu costumava falar para ele dar uma volta e se esticar, mas como eu disse,
ele podia ser tão teimoso. Se Remus se decidisse sobre alguma coisa, não havia muito que você
pudesse fazer a respeito.”

Ele olhou para baixo rapidamente, as lágrimas se formando novamente. Apesar de tudo, era bom
falar sobre isso, se sentia grato.

“Você tem alguma foto, talvez?” Teddy perguntou esperançoso.

"Não, desculpe", Grant balançou a cabeça, enxugando os olhos e fungando. “Todas elas estão no
apartamento, havia uma garagem para a moto de Sirius, acho que ainda está tudo embalado lá.”

“Oh,” Teddy disse, “Entendo, então você morava com Sirius e meu pai?”

"Na verdade, não," Grant balançou a cabeça, sabendo que ele estava em gelo fino, "Primeiro, o
apartamento era de Sirius e Remus. Eu fiquei lá enquanto Sirius estava na prisão, e então... eu fui
embora e vim para cá em 1995."

“Sirius e papai eram próximos, então? Se eles moraram juntos, quero dizer. Eu sabia que eles eram
amigos, Harry me contou tudo sobre os marotos.”

“Eles eram próximos.” Grant falou com cuidado, “Eles se amavam muito”.

Teddy deu-lhe um olhar engraçado. Porra, isso era difícil. Grant se sentia dividido. Isso realmente
importava de qualquer maneira? Esse menino não sabia quase nada sobre seu pai, mas isso
significava que ele deveria saber sobre tudo? Talvez Remus não fosse querer que ele soubesse.
Embora, Grant supôs, Remus não tinha mais nenhum poder sobre isso. Você não deveria ter ido
embora e morrido, seu idiota imbecil. Grant pensou amargamente. Ficou surpreso ao perceber que
talvez ainda estivesse com raiva sobre o acontecido.

“Você sabe mais do que está me dizendo.” Teddy constatou, sem rodeios.
Grant não respondeu, porque sabia que tinha sido pego. Esse era seu problema, ele nunca sabia
quando calar a boca sobre coisas que não eram da sua conta.

“Sinto muito,” Teddy franziu a testa, “Pode me dizer novamente como exatamente você o
conheceu?”

"Nós moramos juntos", disse Grant com firmeza.

“Sim, você disse isso, mas... olhe, o que estou perdendo aqui? Você morou com ele por doze anos,
só vocês dois?”

"Sim, nós moramos, mas..."

“--e não havia mais ninguém, ele não tinha outros amigos, ou... ou namoradas?”

Aí está , pensou Grant, com uma sensação de estar afundando. Ele entendeu.

"Não." Grant respondeu. Ele encontrou os olhos de Teddy corretamente, “Ele não precisava de
ninguém além de mim. E eu não precisava de ninguém além dele. Entendeu?"

“Eu...” Teddy desviou o olhar, seus olhos correndo pela paisagem, perseguindo pensamentos.

“Olha, garoto, realmente não é o meu lugar, eu não conhecia seu pai no final, eu não sei como as
coisas mudaram para ele, ou como ele conheceu sua mãe, ou qualquer coisa assim. Quem sabe o
que aconteceu depois que ele perdeu Sirius, quero dizer…”

“Espere, Sirius ?! Sirius e meu pai?”

Merda . “Sim,” Grant disse, se desculpando, “Isso. Desde que eram crianças."

“Merlin.” Teddy esfregou a nuca. "Isso é... quero dizer, Harry nunca me contou nada disso, ele é
meu padrinho."

"Provavelmente não sabia," Grant deu de ombros, "Como eu disse, Remus era muito reservado."

Não havia desculpa para isso. Esse sempre foi o problema com Remus, muitos rostos diferentes em
um único homem. Se você pedisse a cem pessoas que o conheciam para descrevê-lo,
provavelmente sairia pensando que estavam falando de cem pessoas diferentes. Sirius
provavelmente teve um namorado completamente diferente de Grant. E o homem que se casou
com a mãe de Teddy... bem, quem sabe? Grant realmente se sentia mal pelo garoto. Ele desejou
que houvesse algo que pudesse fazer. Algo para ajudá-lo a se sentir mais perto de seu pai. Remus
merecia ser conhecido.

“O apartamento em Londres,” Grant disse de repente, “é melhor você ficar com ele. A garagem
também. Eu não preciso de nada disso, eu vou te dar o endereço. Está no meu nome, mas... você
deve ficar com as chaves.”

"Você não tem que-"

“Você pode vender ou ficar com ele, o que quiser.” Grant continuou, entusiasmado com a ideia.
Ele estava se agarrando ao apartamento por motivos sentimentais, mas nunca planejou voltar lá. O
filho de Remus deveria tê-lo, isso era certo, adequado.

Ele enfiou a mão no bolso, pegou as chaves e rabiscou seu nome e dois endereços no verso de um
recibo antigo. “Aqui, esse é o apartamento, pode haver alguma mágica nele, não faço ideia, talvez
seria melhor você levar alguém com você … e esse sou eu, Grant Chapman-Scott, caso você
precise de mim para acertar alguma papelada. Embora eu suponha que isso não vai acontecer, ahn,
vocês têm seu próprio sistema.”

"É... Olha, você tem certeza?"

“Ele iria gostar que você o tivesse,” Grant insistiu, “Honestamente. Nunca foi meu. E ele teve
muitas lembranças felizes lá. De verdade.”

Eles se levantaram para ir embora pouco depois disso. Teddy apertou sua mão novamente. Ele era
tão educado e polido, Grant pensou que Remus riria muito disso.

"Posso... er... posso manter contato?" Ele perguntou timidamente.

“Sim,” Grant respondeu surpreso, “Se você quiser. Mas nada de corujas.”

Teddy riu, “Eu tenho um telefone, não se preocupe. Obrigado por conversar comigo."

“Desculpe pela surpresa desagradável.”

"Ah não! Quero dizer… É uma surpresa, mas não desagradável. Na verdade, é legal. Ele parece um
pouco mais real agora. Eu tinha essa ideia na minha cabeça de que ele foi um herói de guerra
martirizado…”

"Oh, ele era isso também", Grant riu.

Ambos sorriram um para o outro, e os olhos de Teddy se enrugaram nos cantos. Eles pareciam
marrom-esverdeados novamente.

"Ele teria gostado do cabelo", Grant falou de repente. “Ele teria te amado inteiramente, mas teria
pensado que o cabelo é muito legal.”

Os olhos de Teddy brilharam um pouco, e ele olhou para baixo, esfregando a nuca. “Obrigado,
Grant. Foi bom conhecê-lo."

Ele se afastou. Grant o observou e, por um momento, ele se permitiu fingir. Oh meu querido. Ele
pensou, eu não sinto sua falta nem um pouco.

***

Um mês depois…
"Pai! Pai! Olha o que eu desenhei!”

"Grant? Onde deixei minhas chaves?”

“Ei, pai, eu e Jon podemos ir até a praia?”

"Meu Deus, vocês podem me dar um minuto..." Grant fechou a porta da frente atrás de si. Apesar
de tudo, ele não estava irritado. Estava em casa, era barulhento e bagunçado, e era uma loucura,
mas era sua.

Ele pegou o desenho de Kieron primeiro. Era um grande animal peludo com dentes afiados que
estava sorrindo e lendo um livro. "Uau!" Ele disse, beijando o topo da cabeça do menino, “Mais
uma obra de gênio! Vai direto para a geladeira, eu acho... eu estou com suas chaves, amor,
desculpe, deixei as minhas no trabalho.”

Ele jogou as chaves do carro para Marcus enquanto entrava na cozinha, então se dirigiu a Atif.
“Você pode ir à praia, mas volte antes que escureça, e não se meta em problemas , me ouviu?” Ele
deu aos dois adolescentes um olhar severo. Eles prometeram e correram escada acima para se
trocar.

"Quer um pouco de chá?" Marcus perguntou.

"Meu heroi!" Grant caiu no sofá, exausto.

"Há uma encomenda para você, está na mesa de café."

Grant se sentou e se inclinou para pegar a caixa de papelão que repousava em cima de todas as
obras-primas de Kieron, dos deveres de casa de geografia de Jon e dos jornais dos últimos seis
meses. O nome e o endereço estavam escritos à mão, mas Grant não os reconheceu. Talvez fosse o
capacete de bicicleta que havia comprado para Kieron, mas a caixa era muito pesada para isso.

Ele começou a abri-la ao acaso, e então engasgou quando viu o que havia dentro. Fotografias.
Fotos que ele não via há anos e anos, algumas das quais ele havia se esquecido completamente.

Estavam todas meio bagunçadas - grandes e pequenas, pretas e brancas e colorido, algumas ainda
no envelope de fotos de Boots. Um pequeno bilhete estava cuidadosamente dobrado em cima,
escrito em tinta verde escura.

Grant,

Encontrei-as no apartamento e pensei que poderia gostar de algumas. Há discos também - meu
pai tinha bom gosto!

Você estava certo, ele teve muitas lembranças felizes aqui. Parece que você também, e parecia
injusto manter tudo só para mim.

Muitas felicidades,
Teddy Remus Lupin.

Os olhos de Grant se encheram de lágrimas enquanto ele vasculhava todas as fotos. Eram como um
tesouro. Lá estava ele em seu uniforme de futebol, quando ele jogou naquele time de Londres -
Remus havia tirado a foto principalmente para tirar sarro dele. Grant estava apontando dois dedos
para a câmera, rindo. Outra foto era de sua sala de estar logo antes de um protesto, todos seus
antigos amigos socialista debruçados sobre cartazes com pinturas e posters, e Remus, vindo da
cozinha com uma bandeja de chá, dando aquele sorriso irônico, sua cabeça baixa. Grant lembrava-
se de estar do lado de fora do apartamento e de ter tirado a foto apenas para usar a última do rolo
da câmera antes de revelar todas. Ele havia chamado Remus, que estava sentado meio fora do
parapeito da janela, fumando um cigarro. Na foto, Remus estava olhando para ele, cigarro entre os
lábios, a sobrancelha erguida. Puro sarcasmo.

Havia árvores de natal e bolos de aniversário e passeios pelo Regents Park, a formatura de Grant na
universidade e até uma manhã preguiçosa de domingo na cama. E todos os rostos que Remus já
teve. A gravidade e a leveza dele.

Grant balançou a cabeça, enxugou o rosto na manga e gritou.

“Marcus?”

"Sim?"

"Amor, venha aqui, eu quero te mostrar uma coisa."

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