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A Paternidade de São José - Pe. Joseph Mueller
A Paternidade de São José - Pe. Joseph Mueller
de São Jose
PADRE JOSEPH MUELLER, S.J.
A Paternidade
de São Jose
A Paternidade de São José
ISBN: 978-65-86086-38-6
Direitos reservados à
– CARITATEM –
Rua Emmanuel Pereira das Neves Filho, 40 – 24358-170
Niterói – RJ / Tel.: (21)9-9791-8434
www.livrariacaritatem.com.br
Sumário
SÃO JOSÉ............................................................... 9
PREFÁCIO............................................................... 11
1. Introdução....................................................................... 13
I. Notas históricas sobre a devoção a São José........................ 13
II. O sentido da veneração religiosa......................................... 21
III. Literatura teológica sobre São José.................................... 24
6. Os bona matrimonii1.................................................... 87
† S. João Crisóstomo
† Pater Noster
† Gloria
São José1
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Prefácio
O Autor.
1. Introdução
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não existia. Por último, o fato de que a veneração de São José, tan-
to na teoria quanto na prática, exigiu um tempo considerável para
se afirmar, desenvolver e difundir, esclarece quaisquer dúvidas, se
a considerarmos e a avaliarmos do ponto de vista dogmático. Ela
compartilha seu destino não apenas com outras devoções, mas com
outras tradições essenciais e até dogmas definidos da Igreja Católica.
Cito apenas a primazia do Romano Pontífice e a Imaculada Concei-
ção da Santíssima Virgem Maria, que emergiram pouco a pouco na
consciência geral da Igreja e na aceitação teórica e prática de todos
os seus membros, mas apenas no século XIX foram declaradas sole-
nemente pela Igreja como verdades reveladas. No entanto, quando
a missão supracitada foi cumprida e a religião cristã, após as devas-
tações dos invasores bárbaros, estava revivendo e florescendo nova-
mente, a veneração a São José também se tornou viva e, no século
XII, começou a lançar raízes mais fortes e profundas na vida cristã e
produziu flores e frutos abundantes. Isso foi especialmente devido
a dois dos maiores homens do século, o venerável abade Ruperto
de Deutz (1070-1129) e São Bernardo (1090-1153), que nunca se can-
saram de proclamar a grandeza e a santidade do santo patriarca e
promover sua veneração.
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15. No original, Chapter I of Matthew on Christ, the Blessed Virgin, and her
True Spouse, sem edição em Português.
16. N. R.: Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), bispo, orador, teólogo
e escritor francês, um dos principais defensores do absolutismo dos
reis por direito divino.
17. N. R.: Virgil Sedlmayr (1690-1772), monge beneditino, professor de
Filosofia e Teologia e escritor alemão.
18. Confira, especialmente, as seguintes: C. Mariani. La Primauté de S.
Joseph (1897) e De cultu S. Joseph amplificando (1908); Joseph Bover.
De cultu S. Joseph amplificando (1926); G. M. Picirelli. S. Giuseppe nell’
ordine presente de la divina providenza (1897).
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2. O matrimônio entre
Maria e José
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6. Livro II, nº 1.
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8. I Cor 7, 29.
9. Col 3, 18.
10. I Ts 4, 4.
11. I Pd 3, 7.
12. Ef 5, 25.
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rigindo, ter falado ‘de acordo com a opinião dos homens’ e não
de acordo com os fatos verdadeiros, quando lhe disse: ‘Não
temas receber Maria por esposa’? Ademais, por que a genea-
logia tinha que ser atribuída a José, exceto pelo fato de que o
sexo masculino tem precedência? Eu já tratei disso no livro ao
qual o teu deveria ser uma resposta. Mas você receou até mes-
mo tocar nesse assunto. Contudo, quando o evangelista Lucas
(3, 23) diz que nosso Senhor era “tido como filho de José”, ele
o faz porque Jesus era considerado pelas pessoas como filho
natural de José. Foi para eliminar essa falsa crença, não para
negar que Maria era, de fato, esposa de José, contradizendo,
portanto, o testemunho do anjo”14.
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assim tem sido desde então. Uma única exceção, nos tempos mo-
dernos, foi Joseph Freisen, que em sua História da Lei Canônica sobre
o Matrimônio23, se manifestou favorável a uma visão similar à de
Graciano, mas sua opinião recebeu pouca atenção dos teólogos e foi,
em geral, rejeitada.
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3. O matrimônio virginal
de José
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1. De virg., cap. 4.
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Suárez escreveu:
4. In IV, d. 30, a. 1, q. 2.
5. D. 6, s. 2, a.s.
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Além disso, quão estranha à mente de São José deve ter sido
qualquer intenção de consumar seu matrimônio antes da concep-
ção virginal de Maria, pode ser deduzido de seu doloroso embaraço
quando ele soube que sua noiva estava esperando uma criança, seja
qual for a explicação que prefiramos como causa de sua ansiedade!
6. Mt 1, 20.
7. In IV Sent., dist. 30, 9.2.
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que ela tenha dado à luz seu filho primogênito”, de maneira alguma
afirma que ele o fez depois. Com a partícula “até”, a Sagrada Escritu-
ra, em vários lugares, apenas pretende dizer o que até o tempo espe-
cificado [algo] aconteceu ou não; de maneira alguma se compromete
com o tempo que se seguiu. Para mostrar o uso bíblico dessa palavra
“até”, citaremos alguns exemplos já usados por São Jerônimo em
sua resposta a Helvídio9:
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14. Lc 2, 10.
15. Adv. Helv., nº 8 (PL, 23, 190).
16. PG, 56, 635.
17. Mor., livro VIII, nº 89 (PL, 75, 856).
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que ele [José] soube que a santíssima virgem tinha sido aben-
çoada por Deus com um filho, ele não procurou outra esposa,
pois, de qualquer forma, nem a teria procurado por esposa,
caso não se sentisse obrigado por lei a fazê-lo”27.
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31. II Sm 6, 7.
32. Em Mt 1, 18.
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Gerson:
Toledo:
33. N. R.: O texto original liga esse trecho à citação bíblica de Mt 12,
47, sobre a mãe e os irmãos de Jesus. Contudo, parece mais lógico
relacioná-la a Jo 19, 26-27, em que Jesus entrega Maria Santíssima
ao discípulo amado.
34. Sermão sobre São José.
35. Sermão da Nativ. B.V.M., 3.
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Salmerón:
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havia consagrado a Deus por seu próprio livre arbítrio. Além disso,
ela era a Virgem mais prudente, que nunca se comprometeria com
São José se não soubesse de antemão, seja por meios naturais ou
sobrenaturais, que seu santo esposo também sempre fora e, além
disso, estava determinado a permanecer sempre virgem.
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4. Objeções ao matrimônio
virginal de Maria
e José
Em nosso capítulo anterior, esforçamo-nos por provar a existên-
cia de um verdadeiro matrimônio entre Maria e José e, de maneira
geral, explicar sua natureza. Também apresentamos a evidência da
perpétua virgindade de São José. Restam, no entanto, duas dificul-
dades que devem ser resolvidas ou esclarecidas antes que seja possí-
vel um entendimento completo dessa santa união. Dar essa solução
é o objetivo do presente capítulo.
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Mateus 13, 55: Tiago, José, Simão, Judas; de acordo com Marcos 6, 3,
com uma mudança na sequência: Tiago, José, Judas, Simão.
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Santo Ambrósio:
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8. Gn 1, 28.
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9. I Cor 7, 2.
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5. A missão especial
desse matrimônio1
ter contribuído para sua realização, como um desejo por parte dos
pais da Santíssima Virgem ou o conselho dos sacerdotes no tem-
plo, a cuja tutela, segundo uma tradição antiga, Maria fora confiada;
pois, em relação a essas coisas, apenas conjecturas são possíveis, ne-
nhuma afirmação positiva. Tampouco a alta reputação que o status
marital recebia entre os judeus quando abençoado com a prole teve
uma influência decisiva sobre Maria e José. Para eles era um casa-
mento virginal. Não obstante o alto valor atribuído ao casamento, há
vários exemplos no Antigo Testamento que mostram que a continên-
cia e a virgindade eram consideradas algo agradável a Deus. Desse
modo, as pessoas casadas, antes de terem que se aproximar da Ma-
jestade divina na realização de ritos religiosos, por exemplo, sacerdo-
tes presidindo as cerimônias no templo, eram obrigadas pela lei a se
abster de relações conjugais. Afinal, parece plausível o suficiente que
Maria e José deveriam estar agindo de acordo com uma revelação ou
inspiração do alto quando entraram nesse casamento, que deveria ter
uma relação tão íntima com a encarnação do Filho de Deus. Devemos,
portanto, esforçar-nos acima de tudo para descobrir e entender qual é
o papel desse casamento no plano da divina Providência.
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2. Ibid.
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“A quarta razão foi para que Jesus fosse nutrido por José, que
é, portanto, chamado Seu pai, como Seu pai nutrício”. Essa razão
é clara. O Filho divino, que em Sua vida mortal compartilharia co-
nosco todas as fraquezas e necessidades de nossa natureza humana,
para ser como nós também nesse aspecto, precisaria de alguém que
o alimentasse, o guardasse e, se necessário, defendesse, deveres que,
por natureza, pertencem ao chefe e ao pai da família. Portanto, era
apropriado, mesmo moralmente necessário, que Maria fosse despo-
sada por um homem que, por esse matrimônio, se tornasse pai de
seu filho, não de fato no sentido físico, mas um verdadeiro pai, con-
tudo, de maneira mais alta e mais nobre, como veremos mais adian-
te. E quão fiel e constantemente São José cumpriu esses deveres, nós
o sabemos pelos Evangelhos: foi ele quem deu ao menino o nome de
Jesus, como havia sido ordenado pelo anjo; ele O apresentou a Deus
no templo, de acordo com a Lei; ele O salvou das garras do rei Hero-
des, levando-o ao Egito; com Maria, depois de visitar o templo, ele
voltou em pesarosa busca pelo Menino aparentemente perdido; era
aquele cujos desejos e instruções regiam a casa em Nazaré, e o Filho
divino estava sujeito a ele, assim como à santa Mãe, como indica
claramente a Sagrada Escritura.
6. Dt 22, 20-21.
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7. Mt 1, 20.
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ela essa santa união com São José, para que desde o princípio, ne-
nhuma suspeita pudesse surgir contra ela.
“Quinta razão. Pode haver até uma quinta razão para a Mãe
do Senhor ser desposada e virgem ao mesmo tempo: porque assim,
em sua pessoa, tanto a virgindade quanto o matrimônio são hon-
rados, para confundir aqueles que menosprezariam um ou outro
estado”. De fato, por esse matrimônio virginal, não apenas a virgin-
dade, mas também o status marital e, com ele, a família, são honra-
dos e consagrados. Doravante, a sagrada união de Maria e José, a
Sagrada Família de Nazaré, tornou-se o protótipo ideal da família
cristã. Encontramos nela pai, mãe e Filho inseparavelmente ligados
pelos laços sagrados do amor conjugal, parental e filial. Que torre
de força esse casamento sagrado e essa família ideal foram contra os
hereges da antiguidade e, sob a providência de Deus, serão contra
os ataques insidiosos dos propagandistas modernos do amor livre
– muitas vezes significando, assim, um instinto animal bruto! Isso
traria a desintegração do casamento e da família e, assim, minaria os
próprios fundamentos da sociedade humana, uma ameaça que deve
ser evidente não apenas para o fiel cristão, mas para todo homem
consciente que ainda tem algum senso moral. Os papas de nossos
tempos, em suas encíclicas e decretos, têm chamado repetidamente
a atenção para esse perigo e têm incentivado e recomendado como
um meio eficaz de lutar contra isso a devoção à Sagrada Família.
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6. Os bona matrimonii1
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poderia enfraquecer esse amor, pois era forte como a morte. E assim
sustentados por esse amor até que a morte (de São José) os separou,
eles enfrentaram juntos, com serena coragem e fortaleza, dificulda-
des e tristezas que, na sábia providência de Deus, deveriam compar-
tilhar: a difícil jornada para Belém, a dureza de coração de seu povo,
a fuga para o Egito e a amargura do exílio etc. Mas, acima de tudo,
a fidelidade conjugal no caso de Maria e José é provada mais clara-
mente pelo fato de manterem sem mancha em sua impecabilidade
a pureza virginal que haviam prometido um ao outro. Conhecendo
sua vocação sublime à qual Deus os chamara, eles não podiam pen-
sar em agir de outra maneira. O matrimônio de Maria e José pode,
portanto, reivindicar as duas bênçãos da indissolubilidade e fideli-
dade perfeitas como nenhum outro casamento jamais poderia.
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se pudessem ter filhos sem esse ato carnal; pois, a fim de ob-
ter filhos, eles não foram levados a isso pela devassidão, mas
foram induzidos por um senso de dever. José, então, não era
pai porque, sem concupiscência carnal, obteve um filho? Deus
proibiu que a castidade cristã pensasse isso, se nem os judeus
o fizeram”5.
5. Sermão 51.
6. Ibid.
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7. In IVa, d. 30, q. 2, a. 2 e 4.
8. N. R.: Louis Billot (1846-1931), sacerdote jesuíta, teólogo, professor e
devotado tomista francês. Conhecido por ter sido o único a renunciar
ao status cardinalício no século XX.
9. De Sacr., II, tese 35.
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12. Grimm. History of the Childhood of Jesus. 2 ed. p. 192. N. R.: Sem edição
em Português.
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7. A paternidade
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1. Vol. XIX, d. 8, s. 1, nº 4.
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diziam” (Lc 2, 33); “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a
festa da Páscoa” (Lc 2, 41). E a própria Mãe de Deus disse ao Filho,
quando O reencontrou no templo: “Meu filho, que nos fizeste? Eis
que teu pai e eu andávamos a tua procura, cheios de aflição” (Lc 2,
49). Assim, tanto o autor inspirado quanto a Virgem prudentíssima
chamam José, simplesmente, de “pai de Jesus”. Portanto, José deve
ser, tanto quanto possível, de uma forma elevada, além de verda-
deira e própria, o pai de Jesus. E Suárez diz: “Os nomes dados de-
liberadamente a uma coisa normalmente revelam sua natureza ou
as qualidades em que são baseadas. Logo, quando o Pai eterno quis
compartilhar Seu próprio nome com esse homem, Ele indicou com
bastante clareza a elevada dignidade a que o elevou quando, por
esse nome, confiou a ele tanto o ofício e, em um sentido mais amplo,
a responsabilidade de um pai”3.
3. Vol. XIX, d. 8, a. 1, nº 3.
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4. Mt 1, 20-21.
5. Lc 1, 30-31.
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da mãe, vemos que o próprio Deus, por meio de Seu anjo, fez sa-
ber que José era e permaneceria pai da Criança, que, com Sua mãe,
agora estava definitivamente confiado ao cuidado paternal de José.
E com essa paternidade, naturalmente, todos os direitos e deveres
correspondentes lhe foram conferidos. Isso não significa, entretanto,
que José primeiro se tornou o pai de Jesus somente por meio dessa
revelação e da ordem transmitida a ele pelo anjo, mas a paternidade
que já era sua por virtude da miraculosa concepção de sua virginal
esposa era, agora, revelada a ele e solenemente confirmada. Como
se vê, essa interpretação da paternidade conduz as várias passagens
pertinentes da Sagrada Escritura a um acordo harmonioso.
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de Deus, sem mencionar seu casamento. Por que no caso de São José
o nome “pai virginal” seria inadmissível não conseguimos perceber.
De todos os nomes sugeridos, esse nos parece o mais apropriado.
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8. Os padres da igreja
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2. Lc 2, 40 ss.
3. De consensu Evang., livro II, nº 3 (PL, 23, 1072).
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6. Ibid.
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Também esse autor sustenta que José, por direito de seu ma-
trimônio, é pai verdadeiro de Jesus.
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1º. Por que São Jerônimo diz: “José também permaneceu vir-
gem por causa de sua união com Maria?”. Após tudo o que dissemos
até agora sobre o matrimônio virginal de Maria e José, a resposta não
pode ser outra que esta: o Filho eterno de Deus só poderia ser con-
cebido por uma virgem, mas uma virgem vivendo em um matrimô-
nio virginal. Discutimos isso em todos os seus aspectos no capítulo
5, seguindo estritamente o ensinamento de Santo Tomás. A Divina
Providência, dispondo todas as coisas com sabedoria, especialmente
tudo o que, de qualquer forma, servisse à execução do plano divino
da Encarnação e Redenção, desejou que Maria vivesse em um matri-
mônio virginal e que José fosse, assim, intimamente unido a ela em
um matrimônio virginal para guardar e proteger sua virgindade e,
em geral, cuidar dela e de seu divino Filho. Em resumo, José tinha
que permanecer virgem por causa dessa união com Maria, porque
ela estava destinada a ser a mãe virginal do divino Redentor.
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9. Os teólogos
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8. Cornélio a Lápide:
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9. Tirinus:
10. Estius:
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16. Mt 1, 20.
17. Lc 1, 31.
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Scheeben escreve:
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10. Recapitulação
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1. Lc 1, 38.
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5. Cf. Gn 4, 1.
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6. Mariologia, I, 129.
7. Dt 25, 5-10.
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Filho de Deus e tinha nela sua ratio essendi? Parece necessário que
São José deveria ser informado sobre isso se ele tinha que cooperar
como uma causa pessoal e livre. Essa questão é, sem dúvida, justifi-
cável e precisa de uma resposta.
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eles, não apenas Maria, mas também José, foram as livres, ativas e
pessoais, embora somente dispositivas e ministeriais, causas da En-
carnação, como ocorreu concretamente. Devemos recordar, aqui, as
palavras de Gerson citadas no último capítulo: “Essa formação em
vós, ó Maria, do menino Jesus se deu por meio do Espírito Santo,
mas com o consentimento implícito de vosso esposo José, pois ele
desejava que a vontade do Senhor fosse feita em tudo, já que era um
homem justo”.
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11. P rerrogativas
de São José
1. Mt 1, 20-23.
2. Mt 1, 24-25.
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3. Ez 44, 19.
4. Lc 2, 22-23.
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5. Mt 2, 13.
6. Mt 2, 14-15.
7. Mt 2, 19 ss.
8. Lc 2, 48.
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9. Lc 2, 33.
10. Lc 2, 51.
11. De mysteriis vitæ Christi. N. R.: Em tradução livre, Os mistérios da vida
de Cristo, sem edição em Português.
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13. Ef 3, 15.
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14. Mt 3, 17.
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alto e mais perfeito que o melhor pai natural teria por seu filho úni-
co. E os santos doutores dificilmente encontram palavras eloquentes
o bastante para exaltar esse amor de São José. Assim, São Bernardino
de Sena exclama, em um de seus sermões: “São José tinha o mais
ardente amor por Cristo... Que delícia para ele ouvir o menino ain-
da balbuciante chamá-lo de pai... Com um amor imenso ele se sen-
tiu atraído pelo doce Filho que lhe foi dado pelo Espírito Santo por
meio de sua virginal esposa... e a dor intensa pela perda do menino
Jesus mostra a aflição de um pai ternamente amoroso”15.
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ao mesmo tempo sente que Deus deseja que ele também faça
uso de sua autoridade como pai, e assim sente-se livre para
dar ordens Àquele que reconhece como seu Senhor”17.
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12. A
ordem da
união hipostática
1. Suárez, então, diz que, em sua opinião, São José, por causa
de seu ofício, isto é, a missão designada a ele por Deus, pertence à
ordem hipostática, em contraposição aos apóstolos, que, por meio
de seu ministério, isso é, do ofício conferido a eles por Cristo, perten-
ciam à ordem comum da graça, da graça santificante.
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Logo, o anjo diz aos dois para darem o nome ao Menino. Aqui,
a autoridade parental se torna evidente... José, portanto, é pai.
Por quê? Porque quão mais casto ele era, mais firmemente era
pai”3.
Já que foi por meio de sua virgindade que José cooperou dis-
positivamente para ocasionar a Encarnação, e já que sua paterni-
dade sobre Jesus é fundada nessa cooperação, quanto mais casto e
virginal ele era, mais verdadeiramente pai de Jesus.
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7. In Matth., 1, 16.
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8. Sermões, I, 298.
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13. A
elevada dignidade
de São José
“As razões pelas quais São José deve ser tido como Pa-
trono da Igreja – e a Igreja, por sua vez, espera muitíssimo de
sua especial proteção – residem, sobretudo, no fato que ele é
esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui derivam
toda a sua grandeza, graça, santidade e glória. Sabemos que a
dignidade da Mãe de Deus é altíssima e que não pode haver
uma maior. Mas dado que entre a beatíssima Mãe de Deus e
São José existe um verdadeiro vínculo matrimonial, é também
certo que São José, mais que qualquer outro, se aproximou da-
quela altíssima dignidade que faz da Mãe de Deus a criatura
mais excelsa. De fato, o matrimônio constitui, por si mesmo, a
forma mais nobre de sociedade e de amizade, e traz consigo a
comunhão dos bens. Portanto, se Deus deu José como esposo
a Maria, deu-o não só como companheiro de sua vida, teste-
munha de sua virgindade e tutor de sua pureza, mas também
como participante – por força do vínculo conjugal – da excelsa
dignidade da qual ela foi adornada”.
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Por meio dessa paternidade, São José parece ter sido elevado
ainda mais do que por seu matrimônio virginal com a imaculada
Mãe de Deus. A preeminência dessa paternidade se torna tão clara
e quase visível quando vemos Maria e Jesus prestando reverência e
obediência a ele, pois como marido de Maria e pai de Jesus, ele tam-
bém era o chefe da Sagrada Família, como mostramos em detalhes
em um capítulo anterior. Já tocamos aqui a terceira base, a terceira
norma da alta dignidade de São José.
2. Lc 2, 49.
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Desde que o Filho de Deus deu a Si mesmo como filho tanto a José
como a Maria, Ele certamente também daria a Seus pais, juntamente
com essa paternidade e maternidade, o direito às coisas boas que
Ele tem no céu. Mais do que em qualquer outra parte, é aqui que as
palavras do Apóstolo se aplicam em seu significado mais completo:
“Como não nos dará, também, com Ele todas as coisas?”3.
3. Rm 8, 32.
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Após tudo o que dissemos sobre São José nestas páginas, uma
suspeita pode ter ficado em algumas mentes de que colocamos São
José praticamente em igual condição com a Mãe de Deus, o que seria
contrário a tudo que a Igreja crê. Trataremos dessa objeção antes de
encerrarmos este livro.
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14. A
eminente santidade
de São José
1. Mt 1, 19.
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7. Mt 1, 20.
8. Mt 1, 24.
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9. Mt 2, 13-15.
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14. Ibid.
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que o Filho que ela iria gerar deveria ser chamado Jesus, pois seria o
futuro Redentor do mundo: “[Tu lhe] porás o nome de Jesus, porque
Ele salvará Seu povo de seus pecados”16. Assim, ele foi o pai não
apenas do Deus feito homem, mas também do Redentor, e desde
que ele aceitou livremente essa paternidade e, de boa vontade, to-
mou para si todos os deveres e preocupações, ele contribuiu, ainda
que só como mediador, de alguma forma para a obra do Redentor,
para nossa redenção, a fonte da qual todas as nossas graças fluem.
16. Mt 2, 11.
17. Suma teol., IIa, IIæ, q. 184, a. 2.
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Mas Cristo não amou ser humano algum tão afetuosamente como
amou Sua própria imaculada Mãe. Ele a amou com o amor do mais
agradecidamente devotado filho, e, em consequência, concedeu a
ela Seus mais ricos tesouros de graça, excedendo tudo o que qual-
quer homem ou anjo jamais recebeu. Mas depois de Sua santa Mãe,
nosso divino Salvador não deu a nenhum outro um amor maior que
o dado a São José, seu verdadeiro, embora não natural, pai, a ima-
gem e o representante de Seu Pai eterno. Era o amor de um filho
agradecido a Seu pai por todas as adversidade que tinha enfrentado,
por todos os sacrifícios que havia feito em Seu favor, e, consequente-
mente, o divino Salvador deve ter concedido a José tal plenitude de
graça e santidade como a ninguém mais, exceto Maria.
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Jesus e Maria, então, amando São José como o amaram, não fi-
zeram mais que obter para ele uma plenitude de graças que, efetiva-
mente, garantiriam a ele um grau de santidade total compatível com
seu elevado estado e ofício, isto é, uma santidade que, atrás apenas
da pertencente à humanidade de Cristo e a de Maria, superasse toda
santidade criada.
19. Ibid., d. 8, s. 1, nº 6.
20. N. R.: Em tradução literal, “As palavras movem, os exemplos arrastam”.
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15. O patrocínio
de São José
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“As razões pelas quais São José deve ser tido como Pa-
trono da Igreja – e a Igreja por sua vez espera muitíssimo da
Sua especial proteção – residem, sobretudo, no fato que ele é
esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui derivam
toda a sua grandeza, graça, santidade e glória. [...] Ora, desta
dupla dignidade derivaram espontaneamente os deveres que
a natureza impõe aos pais de família; assim, pois, São José foi
guarda legítimo e natural da Sagrada Família, e ao mesmo
tempo seu chefe e defensor, exercendo esses ofícios até o fim
de sua vida. Foi ele, de fato, que guardou com sumo amor e
contínua vigilância a sua esposa e o Filho divino; foi ele que
proveu o seu sustento com o trabalho; ele que os afastou do
perigo a que os expunha o ódio de um rei, levando-o a salvo
para fora da pátria, e nos desconfortos das viagens e nas difi-
culdades do exílio foi de Jesus e Maria companheiro insepará-
vel, socorro e conforto. Pois bem: a Sagrada Família, que José
governou com autoridade de pai, era o berço da Igreja nas-
cente. A Virgem Santíssima, de fato, enquanto Mãe de Jesus, é
também mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio às
dores do Redentor no Calvário. E Jesus é, de alguma maneira,
como o primogênito dos cristãos, que por adoção e pela reden-
ção lhe são irmãos. Disso deriva que São José considera como
confiada a Ele próprio a multidão dos cristãos que formam a
Igreja, ou seja, a inumerável família dispersa pelo mundo, so-
bre a qual Ele, como esposo de Maria e pai putativo de Jesus,
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Mas se São José é o pai de Cristo, ele não pode recusar seu
amor e cuidado paternais àqueles que Cristo, por Sua obra de reden-
ção, tornou Seus próprios irmãos e irmãs e membros de Seu corpo
místico. Em vez disso, ele estenderá seu amor e cuidado paternais
a todos os que, pelo batismo, foram incorporados a Cristo e, assim,
são parte de Seu corpo místico. Pois São José teve que se tornar o pai
de Cristo com o único propósito de que Cristo pudesse operar nossa
redenção. Isso é o que as palavras do anjo sugeriam: “O que nela foi
concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem
porás o nome de Jesus, porque Ele salvará Seu povo de seus peca-
dos” (Mt 1, 20-21). Assim, está claro, agora, que São José, porque foi
pai de Cristo, consequentemente, também é pai de todo o seu corpo
místico e, da mesma forma, pai e patrono de toda a Igreja Católica.
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então, confiado a São José, mas, por sua própria natureza, pertence
a São José, como o pai de Cristo, o esposo da Mãe de Deus e o chefe
da Sagrada Família. São José, que agora está na glória do Céu com
Seu filho, o Deus feito homem, e com sua imaculada esposa deve ter
aceitado com alegria e satisfação esse reconhecimento solene de seu
patrocínio e, certamente, continuará mais prontamente seu amoroso
cuidado pela Igreja de Cristo, tanto mais for reconhecido e venerado
como seu protetor e patrono.
3. Quemadmodum Deus.
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como Leão XIII indicou, também os filhos adotivos de São José. Esse
parece o sentido do título de patriarca, quando aplicado a São José.
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16. A veneração devida
a São José
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Ele; nós sabemos que São José não estava mais entre os vivos, já que
o Cristo agonizante recomendou Sua mãe a São João.
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foi sinceramente devotado a São José, ela foi reduzida a festa de se-
gunda classe, porque normalmente ocorre na Quaresma e porque
ele desejou dar maior destaque à festa do Patrocínio de São José; mas
Bento XV a restabeleceu como festa de primeira classe.
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Coleção a Mulher Cristã
• A Mulher Forte – Mons. Landriot
Resumos biográficos
• Santa Margarida de Cortona – Frei Pachomio Thieman
– As três Ave-Marias
Outros Títulos da CARITATEM
• Devocionário Quotidiano
• Livro do Marido – Pierre Dufoyer
• Livro da Esposa – Pierre Dufoyer
• Guia do Catequista – Vol 01 – Mons. Alvaro Negromonte
• Guia do Catequista – Vol 02 – Mons. Alvaro Negromonte
• Guia do Catequista – Vol 03 – Mons. Alvaro Negromonte
• Guia do Catequista – Vol 04 – Mons. Alvaro Negromonte
• Meu catecismos – Vol 1 – Mons. Alvaro Negromonte
• Meu catecismos – Vol 2 – Mons. Alvaro Negromonte
• Meu catecismos – Vol 3 – Mons. Alvaro Negromonte
• Meu catecismos – Vol 4 – Mons. Alvaro Negromonte
• Preparação para a Primeira Comunhão - Monsenhor Álvaro
Negromonte
• Bíblia das Famílias Católicas - Padre Jakob Ecker
• Pequeno Tratado e Pedagogia - Abade Jean Viollet