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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CHRISTIAN WEILER MUNDINS

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM


ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDE

Ijuí - RS
2020
CHRISTIAN WEILER MUNDINS

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM


ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDE

Trabalho apresentado à
graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI,
como requisito final para obtenção do
título de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Me. Sandro Alberto Bock

Ijuí - RS
2020
CHRISTIAN WEILER MUNDINS

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA EM


ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDE

Este Trabalho de Graduação foi julgado adequado à obtenção do grau de


Engenheiro Eletricista e aprovado em sua forma final pela Comissão Examinadora e
pelo Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI.

Banca Examinadora:

_______________________________________________
Me. Eng. Sandro Alberto Bock – Orientador – DCEEng / UNIJUI

______________________________________________
Dr. Eng. Maurício de Campos – Avaliador – DCEEng / UNIJUI
Dedico esta pesquisa aos meus pais,
os quais foram os principais incentivadores
à minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelas graças alcançadas e por me iluminar e proteger em


cada momento da minha vida.
Aos meus pais, Alexandre Rogério Mundins e Renate Maria Weiler, que
sempre estiveram ao meu lado, demonstrando todo amor, apoio, incentivo e
compreensão.
Ao meu orientador, Sandro Alberto Bock, pelo auxílio e orientação durante o
período de pesquisa e desenvolvimento do trabalho.
Ao Hospital de Caridade de Ijuí, à Sigma Engenharia Elétrica e à Vetor
Eletrotécnica, por possibilitarem a realização desta pesquisa.
Aos meus colegas de curso, por todos os momentos passados e trocas de
experiências.
À todos que, de alguma forma, colaboraram para que este trabalho fosse
possível.
RESUMO

MUNDINS, Christian Weiler. Análise da Qualidade de Energia Elétrica em


Estabelecimento Assistencial de Saúde. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUI, 2020.

Este estudo tem por objetivo avaliar o nível da qualidade de energia elétrica
entregue pela concessionária em um estabelecimento assistencial de saúde,
realizando as análises, conforme os limites estabelecidos pelos Procedimentos de
Distribuição de Energia Elétrica (PRODIST), Módulo 8, sendo essa, a norma
regulamentadora vigente no Brasil. O avanço das tecnologias auxiliou no
desenvolvimento de equipamentos eletromédicos, os quais são mais suscetíveis à
falhas devido à má qualidade de energia fornecida a eles, visto a ação de
equipamentos de proteção dos mesmos, havendo assim, a necessidade de ações
especiais na instalação e operação dos mesmos. Foi aplicada a metodologia
quantitativa, a qual permitiu avaliar os parâmetros pertinentes à qualidade de energia
elétrica. Foram realizadas pesquisas de campo, permitindo a análise individual dos
transformadores do estabelecimento, além da revisão bibliográfica com ênfase nos
conceitos estabelecidos pela norma vigente.

Palavras-chave: qualidade de energia elétrica, análise da qualidade, PRODIST.


ABSTRACT

MUNDINS, Christian Weiler. Analysis of Electric Power Quality in Health Care


Establishment. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia
Elétrica, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul –
UNIJUI, 2020.

The study aims to evaluate the level of power quality delivered by the
concessionaire in a health care establishment, performing the analysis according to
the limits established by the Electric Power Distribution Procedures (PRODIST),
Module 8, which is the regulatory force standard in Brazil. The advance of technologies
helped in the development of electromedical equipment, which is more susceptible to
failures due to the poor quality of power supplied over them, given the action of their
protective equipment, thus requiring special actions in their installation and operation.
The quantitative methodology has been applied, which allowed the evaluation of
pertinent parameters to the quality of electric power. Field researches were carried out,
allowing the individual analysis of the establishment's transformers, besides the
bibliographic review, emphasizing on the concepts established by the current standard.

Keywords: electric power quality, analysis of quality, PRODIST.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação senoidal de um sistema equilibrado ........................... 20


Figura 2 – Relação entre componentes do Fator de Potência. ............................ 23
Figura 3 – Frequências harmônicas e forma de onda resultante ......................... 24
Figura 4 – Forma de onda e espectro do sinal distorcido. .................................... 25
Figura 5 – Desequilíbrio de Tensão ..................................................................... 28
Figura 6 – Curva ITIC/CBEMA ............................................................................. 32
Figura 7 – Analisador Embrasul RE7080 ............................................................. 35
Figura 8 – Modelo de ligação do Analisador ........................................................ 36
Figura 9 – Tensão em Regime Permanente (TR-1). ............................................ 37
Figura 10 – Histograma dos valores de Tensão em Regime
Permanente (TR-1). ............................................................................................. 37
Figura 11 – Fator de Potência (TR-1)................................................................... 38
Figura 12 – Desequilíbrio de Tensão (TR-1). ....................................................... 39
Figura 13 – Variação da Frequência (TR-1). ........................................................ 40
Figura 14 – Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-1). ...................................... 41
Figura 15 – Tensão em Regime Permanente (TR-2). .......................................... 42
Figura 16 – Histograma dos valores de Tensão em Regime
Permanente (TR-2). ............................................................................................. 42
Figura 17 – Fator de Potência (TR-2)................................................................... 44
Figura 18 – Desequilíbrio de Tensão (TR-2). ....................................................... 45
Figura 19 – Variação da Frequência (TR-2). ........................................................ 45
Figura 20 – Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-2). ...................................... 46
Figura 21 – Tensão em Regime Permanente (TR-3). .......................................... 47
Figura 22 – Histograma dos valores de Tensão em Regime
Permanente (TR-3). ............................................................................................. 48
Figura 23 – Fator de Potência (TR-3)................................................................... 49
Figura 24 – Desequilíbrio de Tensão (TR-3). ....................................................... 50
Figura 25 – Variação da Frequência (TR-3). ........................................................ 51
Figura 26 – Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-3). ...................................... 52
Figura 27 – Tensão em Regime Permanente (TR-6). .......................................... 53
Figura 28 – Histograma dos valores de Tensão em Regime
Permanente (TR-6). ............................................................................................. 53
Figura 29 – Fator de Potência (TR-6)................................................................... 54
Figura 30 – Desequilíbrio de Tensão (TR-6). ....................................................... 55
Figura 31 – Gráfico Pst (TR-6). ............................................................................ 56
Figura 32 – Gráfico Plt (TR-6). ............................................................................. 56
Figura 33 – Variação da Frequência (TR-6). ........................................................ 57
Figura 34 – Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-6). ...................................... 58
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Faixa de tensão à aplicação de tensões inferiores a 1kV .................. 21


Quadro 2 – Faixa de tensão à aplicação de tensões superiores a 1kV e
inferiores a 69kV .................................................................................................. 21
Quadro 3 – Limite das distorções harmônicas totais ............................................ 26
Quadro 4 – Limites da distorção harmônica de corrente (120 ≤ Vn < 69kV). ....... 27
Quadro 5 – Terminologia para Desequilíbrio de Tensão. ..................................... 28
Quadro 6 – Limites para o Desequilíbrio de Tensão ............................................ 29
Quadro 7 – Limites para Flutuação de Tensão .................................................... 29
Quadro 8 – Limites das variações da Frequência ................................................ 30
Quadro 9 – Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração ............... 31
Quadro 10 – Estratificação dos parâmetros, amplitude e duração, para
contabilização de eventos de VTCD .................................................................... 33
Quadro 11 – Estratificação das VTCD com base nos níveis de
sensibilidade das diversas cargas. ....................................................................... 33
Quadro 12 – Fator de Ponderação e Fator de Impacto base ............................... 34
Quadro 13 – Características elétricas do analisador ............................................ 36
Quadro 14 – Piores valores do Fator de Potência (TR-1). ................................... 38
Quadro 15 – Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-1). ......................... 38
Quadro 16 – Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-1). ..... 39
Quadro 17 – Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-1). .... 39
Quadro 18 – Variação de Tensão de Curta Duração (TR-1). ............................... 40
Quadro 19 – Piores valores do Fator de Potência (TR-2). ................................... 43
Quadro 20 – Fator de Potência durante a utilização do gerador (TR-2)............... 43
Quadro 21 – Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-2). ......................... 45
Quadro 22 – Variação de Tensão de Curta Duração (TR-2). ............................... 46
Quadro 23 – Piores valores do Fator de Potência (TR-3). ................................... 48
Quadro 24 – Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-3). ......................... 49
Quadro 25 – Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-3). ..... 50
Quadro 26 – Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-3). .... 50
Quadro 27 – Variação de Tensão de Curta Duração (TR-3). ............................... 51
Quadro 28 – Piores valores do Fator de Potência (TR-6). ................................... 54
Quadro 29 – Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-6). ......................... 54
Quadro 30 – Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-6). ..... 55
Quadro 31 – Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-6). .... 55
Quadro 32 – Variação de Tensão de Curta Duração (TR-6). ............................... 57
Quadro 33 – Correntes do Transformador 1. ....................................................... 59
Quadro 34 – Correntes do Transformador 2. ....................................................... 59
Quadro 35 – Correntes do Transformador 3. ....................................................... 60
Quadro 36 – Correntes do Transformador 6. ....................................................... 60
Quadro 37 – VTCD no Alimentador da Concessionária. ...................................... 66
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AQEE Analisador da Qualidade de Energia Elétrica
CACON Centro de Alta Complexidade em Oncologia
CBEMA Computer and Business Equipment Manufacturers
DRC Duração relativa de transgressão para tensão crítica
DRP Duração relativa de transgressão para tensão precária
EAS Estabelecimento Assistencial de Saúde
ELM Equipamentos Eletromédicos
F Frequência do sistema
FD Fator de Desequilíbrio
FI Fator de Impacto
FP Fator de Potência
fp Fator de Ponderação
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
INCOR Instituto do Coração
ITIC Information Technology Industry Concil
NBR Norma Brasileira
QEE Qualidade de Energia Elétrica
QGBT Quadro Geral de Baixa Tensão
PA Ponto de Acoplamento
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
TR Transformador
TRP Tensão em Regime Permanente
VTCD Variação de Tensão de Curta Duração
LISTA DE SÍMBOLOS E VARIÁVEIS

A Ampére
D Potência reativa de distorção
DHT Distorção harmônica total
DITh Distorção harmônica individual de tensão
DTT Distorção harmônica total de tensão
FD95% Valor do indicador de desequilíbrio de tensão
FIbase Fator de impacto base
F(k* ω1) Coeficiente de Fourier na k-ésima ordem harmônica.
ƒ(t) Função em relação ao tempo
h Ordem da componente harmônica
Hz Unidade de frequência
I Corrente elétrica
Isc Corrente máxima de curto circuito no ponto comum
IL Corrente de demanda máxima
kV Quilovolt
P Potência ativa
p.u Por unidade
Q Potência reativa
S Potência aparente
TDD Demanda total de distorção
TL Tensão de leitura
TN Tensão nominal
Vab, Vbc, Vca Tensão de linha
Vn Tensão nominal
ω1 Frequência angular fundamental
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................15

1.2 PROBLEMA..............................................................................................17

1.3 OBJETIVO GERAL ...................................................................................17

1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO .........................................................................17

1.5 DELIMITAÇÃO .........................................................................................18

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 19

2.1 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA ...................................................19

2.2 DISTÚRBIOS ASSOCIADOS À QUALIDE DE ENERGIA ELÉTRICA .....20

2.2.1 Tensão em Regime Permanente ...................................................21

2.2.2 Fator de Potência ...........................................................................22

2.2.3 Harmônicos ....................................................................................23

2.2.3.1 Espectro Harmônico ..................................................................24

2.2.3.2 Distorção Harmônica Total ........................................................25

2.2.3.3 Demanda Total de Distorção .....................................................26

2.2.4 Desequilíbrio de Tensão ................................................................27

2.2.5 Flutuação de Tensão .....................................................................29

2.2.5.1 Cintilação (flicker) ......................................................................29

2.2.6 Variação da Frequência .................................................................30

2.2.7 Variação de Tensão de Curta Duração .........................................30

2.2.7.1 Fator de Impacto ........................................................................32

3 METODOLOGIA .............................................................................................. 35

3.1 ANALISADOR DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA ....................35

3.2 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 1 .......................................................36


3.3 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 2 .......................................................41

3.4 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 3 .......................................................47

3.5 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 6 .......................................................52

3.6 ANÁLISE DAS CORRENTES ELÉTRICAS ..............................................58

4 CONCLUSÃO................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................63

ANEXO A – VARIAÇÃO DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO NA


CONCESSIONÁRIA ..................................................................66

ANEXO B – DIAGRAMA UNIFILAR DO ESTABELECIMENTO ...............68


15

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2002), que


define o Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) como ambientes de atenção à
saúde da comunidade, podendo incluir as atividades de promoção, prevenção e
vigilância à mesma, atendimento à pacientes externos de urgência e emergência, não
necessariamente com regime de internação. Pode-se dizer que o EAS estudado se
encaixa nos quesitos e é de grande importância na região noroeste do Rio Grande do
Sul, contemplando diversos serviços como atendimento de urgência e emergência,
centro de alta complexidade em oncologia, diagnósticos por imagem, internação e
unidades de terapias intensivas.
Acompanhando assim a evolução da tecnologia e seus avanços na medicina
em prol à saúde, nos proporcionam exames com os Equipamentos Eletromédicos
(ELM) que auxiliam num melhor acompanhamento das situações ocorridas com os
pacientes, na obtenção de laudos mais exatos, considerando a função que cada
equipamento exerce. Cada vez mais os EAS tem investido nesses equipamentos,
porém estão mais propensos às perturbações elétricas, sendo essencial uma
condição favorável das instalações, bem como a Qualidade de Energia Elétrica (QEE)
fornecida aos mesmos (TONIELO, 2020).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme dispõe na
Norma Brasileira (NBR) 13.534:2008 (ABNT NBR 13.534:2008), caracteriza como
fundamental garantir a segurança dos pacientes submetidos à procedimentos com o
uso de ELM, visto isso, a necessidade de uma instalação elétrica de qualidade e com
confiabilidade.
Constata-se, em alguns estabelecimentos brasileiros, que equipamentos de
ponta são instalados em locais que apresentam falhas devido as más condições das
instalações elétricas ou à QEE, o que pode ter consequências graves como a perda
de vidas ou exames errôneos levando à falsos diagnósticos (RAMOS, 2009).
Por isso ao estudar a QEE é de suma importância a conceituação da mesma,
visto as diferentes formas de como pode ser analisada e interpretada. O Institute of
Electrical and Electronics Engineers (IEEE 1159, 1995) define o termo como o
16

conceito de fornecer e estabelecer a alimentação de um equipamento elétrico


sensível, de forma adequada ao seu funcionamento. Também pode-se interpretar a
QEE como qualquer problema de energia manifestado em tensão, corrente ou desvios
de frequência que resultem em falha ou mau funcionamento do equipamento do
cliente (DUGAN, 2012).
Ainda em relação a QEE há os distúrbios elétricos, que, conforme Lopez
(2013), são ocasionados por situações distintas, sendo através de fatores internos e
externos. Os fatores externos ocorrem nos sistemas de geração, transmissão e
distribuição de energia, e os internos ocorrem nos consumidores finais, ocasionados
principalmente devido a distorção das formas de onda de tensão e corrente pelo uso
de circuitos eletrônicos.
Segundo Afonso (2003), a energia elétrica sempre foi fonte de estudo, sendo
por muito tempo utilizadas cargas lineares conectadas à rede, porém, com o
desenvolvimento da eletrônica de potência, as cargas elétricas deixaram de ser
lineares, consumindo uma corrente não sinusoidal. Essas distorções podem ser
caracterizadas através da variação da amplitude da onda, ou pela distorção da
mesma.
As perspectivas dos clientes e da concessionária são diferentes, pois muitas
vezes há uma interrupção ou afundamento de energia detectado pelo cliente,
principalmente em consumidores finais, afetando o funcionamento dos equipamentos,
porém no sistema da concessionária não há registro de falhas no fornecimento de
energia (DUGAN, 2012).
Segundo Tonielo (2020, p. 85): “Os distúrbios associados à qualidade de
energia, especialmente, os harmônicos, e os afundamentos, afetam o funcionamento
dos equipamentos eletromédicos, causando reinicialização e defeitos que prejudicam
os tratamentos.”
Através da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) há a regulação dos
serviços prestados pelas concessionárias, desde a geração até a comercialização.
Através da ANEEL foram criados os Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST, 2017), sendo o Módulo 8
responsável por estabelecer os procedimentos relativos à QEE, tendo como foco
nesse relatório a qualidade do produto entregue ao consumidor. Há um interesse
mútuo entre concessionária e cliente em relação a qualidade do produto, pois assim
17

tem-se a garantia dos níveis de tensão e frequência entregues ao consumidor, para o


bom funcionamento dos equipamentos.
Nessa perspectiva, esse trabalho consiste em um estudo a partir da realização
de ensaios da QEE, avaliando a qualidade do produto entregue pela concessionária,
processo a ser realizado de acordo com as normas estabelecidas pelo PRODIST
(2017).

1.2 PROBLEMA

Nota-se a importância da QEE nas instituições hospitalares, assim, a garantia


de funcionamento dos ELM se faz necessária, visto que os distúrbios podem ocorrer
no sistema elétrico interno do EAS ou na rede elétrica da concessionária.
Estudos realizados por Okumoto et al (2005), Da Silva (2014), Ramos e
Penteado Júnior (2009) apontam a presença de distúrbios nos sistemas elétricos dos
EAS estudados por eles.
Em razão dos fatores apresentados, a questão principal é a verificação da
continuidade dos serviços do EAS, que pode ser afetada principalmente devido à
ocorrência de distúrbios, sendo possível também avaliar a QEE entregue, bem como
apontar melhorias, se necessário.

1.3 OBJETIVO GERAL

Tem-se por objetivo estudar a energia elétrica entregue pela concessionária


ao EAS, avaliando a qualidade do produto entregue, tendo como referência os
parâmetros estabelecidos pelo PRODIST, contribuindo com o desenvolvimento e a
melhoria da QEE do local, visando a segurança do paciente.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Revisão bibliográfica sobre a QEE;


 Contribuir na melhoria da QEE nos EAS;
 Avaliar a energia elétrica entregue pela concessionária;
 Avaliar a presença de distúrbios da QEE nas instalações elétricas;
18

 Propor soluções para os problemas encontrados.

1.5 DELIMITAÇÃO

Análise da qualidade de energia elétrica no Hospital de Caridade de Ijuí, na


cidade de Ijuí – RS, obtendo os dados em relação à qualidade do produto e verificando
a conformidade do fornecimento de energia elétrica de acordo com o PRODIST, sendo
utilizado um analisador da qualidade de energia elétrica.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em quatro capítulos, incluindo esse introdutório, o


qual apresenta uma abordagem inicial relacionada aos objetivos.
O Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica referente a qualidade de
energia elétrica, sendo descritos os distúrbios estabelecidos pelo PRODIST.
O Capítulo 3 exibe a metodologia utilizada na avaliação dos ensaios
realizados, bem como os resultados obtidos.
O Capítulo 4 traz as considerações finais, onde é realizada a síntese do
trabalho desenvolvido.
19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem por objetivo apresentar uma revisão bibliográfica


relacionada a área de qualidade de energia elétrica, abordando conceitos necessários
à compreensão de como analisar os principais distúrbios decorrentes da qualidade de
energia. Apresentam-se os conceitos sobre a QEE, destacando os principais
distúrbios decorrentes de uma má qualidade de energia, abrangendo principalmente
as questões relacionadas ao PRODIST.

2.1 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

O avanço tecnológico, principalmente no aprimoramento dos ELM,


proporcionou uma melhor qualidade de vida às pessoas, auxiliando em diversas
atividades, como diagnósticos de doenças, sendo um dos fatores fundamentais à
evolução e modernização da medicina. No entanto, esses equipamentos são
responsáveis pelo aumento dos distúrbios elétricos, ao mesmo tempo que tornam-se
cada vez mais sensíveis a esses fatores.
Segundo Ramos (2009), a maioria dos distúrbios gerados nos EAS são
causados por fatores internos, devido a comutação de cargas de alta potência,
variadores de velocidade para motores de indução, além dos ELM específicos desses
locais, como raio X, tomógrafo, mamógrafo, entre outros.
Apesar dos esforços por parte das concessionárias, é difícil a realização de
um fornecimento de energia de forma ideal, em razão do sistema elétrico brasileiro
ser interligado, ficando suscetível à fenômenos que afetam a QEE (OLIVER, 2002).
Conforme Rheinheimer (2008), a submissão de equipamentos sensíveis à
distúrbios elétricos pode parar processos industriais, acarretando em prejuízos
econômicos, ou causar sérios danos às cargas consideradas críticas, como hospitais
e aeroportos.
Deve-se ter o cuidado em relação a nomenclatura utilizada para os distúrbios
encontrados na QEE, pois ocorrem casos em que há uma confusão em relação ao
distúrbio ocorrido, sendo que apresentam características diferentes. Por definição,
harmônicos são considerados estáveis e integrais múltiplas da frequência
fundamental, associados a operação contínua de equipamentos, já os transientes são
20

normalmente dissipados em poucos ciclos, associados a comutação de capacitores


(DUGAN, 2012).
A Figura 1 permite observar senoides perfeitas de um sistema trifásico,
mantendo os níveis de tensão com mesma amplitude e sem variação da frequência
do sinal.
Figura 1 - Representação senoidal de um sistema equilibrado (por unidade – p.u).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A seguir são apresentados os principais distúrbios associados a QEE,
regulamentados pelo PRODIST, com relação a qualidade do produto.

2.2 DISTÚRBIOS ASSOCIADOS À QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

Os aspectos apresentados no PRODIST (2017) em relação a qualidade do


produto em regime permanente ou transitório são:
 Tensão em regime permanente;
 Distorções harmônicas;
 Fator de potência;
 Desequilíbrio de tensão;
 Flutuação de tensão;
 Variação de frequência;
 Variação de tensão de curta duração.
Cada um dos fatores será apresentado a seguir, auxiliando num melhor
esclarecimento dos mesmos, pois são fenômenos de origens e consequências
distintas.
21

2.2.1 Tensão em Regime Permanente

A Tensão em Regime Permanente (TRP) é caracterizada como um indicador


que define os limites adequados de tensão entregue pela concessionária, sendo
acompanhado em todo o sistema de distribuição, no qual é de responsabilidade da
mesma manter os níveis adequados (PRODIST, 2017). O Quadro 1 apresenta a
classificação dos níveis de tensão de atendimento, para tensões inferiores a 1 kV.
Quadro 1 - Faixa de tensão à aplicação de tensões inferiores a 1kV.
Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL)
Tensão de Atendimento
em Relação à Tensão Nominal (TN)
Adequada 0,92TN ≤ TL ≤ 1,05TN
0,87TN ≤ TL ≤ 0,92TN ou
Precária
1,05TN ≤ TL ≤ 1,06TN
Crítica TL < 0,87TN ou TL > 1,06TN

Fonte: PRODIST (2017).

O Quadro 2 mostra a classificação da tensão de atendimento, para níveis de


tensão entre 1 kV e 69 kV.
Quadro 2 - Faixa de tensão à aplicação de tensões superiores a 1kV e inferiores a 69kV.
Faixa de Variação da Tensão de Leitura (TL)
Tensão de Atendimento
em Relação à Tensão de Referência (TR)
Adequada 0,93TR ≤ TL ≤ 1,05TR
Precária 0,90TR ≤ TL ≤ 0,93TR
Crítica TL < 0,90TR ou TL > 1,05TR

Fonte: PRODIST (2017).


Através de leituras realizadas no ponto de conexão com a concessionária, na
qual são realizadas no período de uma semana, havendo a obtenção de 1008 leituras,
com intervalos de 10 minutos cada, pode-se obter os indicadores individuais do
consumidor. Para determinar a conformidade do nível de tensão entregue pela
concessionária, são utilizados dois fatores de medição, que apresentam o tempo em
que o consumidor permaneceu com tensão precária ou crítica, sendo o índice de
Duração Relativa de Transgressão para Tensão Precária (DRP) e o para Tensão
Crítica (DRC), apresentados nas Equações (1) e (2), respectivamente (PRODIST,
2017):
𝑛𝑙𝑝
𝐷𝑅𝐶 = 1008 ∗ 100(%) (1)

𝑛𝑙𝑐
𝐷𝑅𝐶 = 1008 ∗ 100(%) (2)
22

em que nlp e nlc representam o maior valor entre as fases do número de leituras
situadas nas faixas precárias e críticas.
Em caso de transgressão dos valores, as concessionárias possuem tempo
hábil à normalização do sistema, caso contrário deve-se ressarcir o consumidor
financeiramente. Os níveis aceitáveis de DRP são de 3% e para o DRC são de 0,5%.
Através dos índices DRP e DRC são obtidos os valores coletivos (ANEEL, 2020).

2.2.2 Fator de Potência

A ANEEL (2010) define o Fator de Potência (FP) como a razão entre a energia
elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa e
reativa (P, Q), consumidas num mesmo período especificado. A Equação (3)
apresenta a fórmula à realização do cálculo do FP.
𝑃
𝐹𝑃 = (3)
√𝑃2 +𝑄2

Conforme o PRODIST (2017), para os consumidores atendidos com tensões


inferiores a 230 kV, o FP tem os valores aceitáveis de 0,92 (noventa e dois
centésimos) a 1,0 (um), tanto para cargas indutivas quanto capacitivas.
A potência ativa representa a energia real, que é dissipada ou consumida,
pode-se dizer ainda que é a parcela da energia elétrica em que é convertida em outra
forma de energia e a potência reativa é a parcela que não realiza trabalho, associada
às cargas indutivas e capacitivas (DUGAN, 2012).
Em locais com a presença de harmônicos, tem-se o agravante da ocorrência
de mais um fator à realização do cálculo à obtenção do FP. A chamada Potência
Reativa de Distorção (D), calculada em volt amperes (VA), consiste na soma dos
valores da potência reativa em cada frequência, representando o produto da tensão
ou corrente das diferentes frequências (DUGAN, 2012). A Figura 2 apresenta a
relação entre as potências (P, Q, D) e a potência aparente (S) do circuito.
23

Figura 2 - Relação entre componentes do Fator de Potência.

Fonte: Dugan (2012).


Nos casos de elevada distorção harmônica, utiliza-se a Equação (4) à
obtenção da potência aparente:

𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2 + 𝐷² (4)

2.2.3 Harmônicos

Conforme o Moreno (2001, p 11): “Uma tensão ou corrente harmônica pode


ser definida como um sinal senoidal cuja frequência é múltiplo inteiro da frequência
fundamental do sinal de alimentação”.
A corrente nos equipamentos eletrônicos não espelha a forma de onda da
tensão original, ocorrendo a presença de correntes não lineares, constituídas de
harmônicas de ordem ímpar em relação a fundamental, no ponto em que há a
coincidência das formas de onda, as amplitudes são adicionadas por formas de onda
pulsada (LOPEZ, 2013).
No Brasil, a frequência fundamental adotada é de 60 Hz (sessenta Hertz). A
Figura 3 apresenta a forma de onda em relação à fundamental, com a presença de
harmônicas de terceira (180 Hz) e quinta ordem (300 Hz), relacionando com a forma
de onda resultante.
24

Figura 3 – Frequências harmônicas e forma de onda resultante.

Fonte: Lopez (2013).


Pode-se caracterizar um sinal harmônico ou distorcido quando a forma de
onda desse sinal não corresponder a um sinal senoidal. Os harmônicos estão
associados ao uso massivo de cargas não lineares, podendo ser provocado pelo
próprio consumidor.
A Série de Fourier realiza a análise e representação do comportamento físico
de um determinado sinal, possibilitando a reconstrução de um determinado sinal
periódico não senoidal, no domínio da frequência, através de um somatório das
componentes senoidais de diferentes amplitudes (ANEEL, 2014). O sinal ƒ(t) pode ser
expresso em função da forma complexa da Série de Fourier, conforme mostrado na
Equação (5):

𝑓(𝑡) = ∑∞
𝑘=−∞ 𝐹(𝑘 ∗ 𝜔1 ) ∗ 𝑒
𝑗
(5)

2𝜋
onde: ω1 = representa a frequência angular fundamental;
𝑇

𝐹(𝑘 ∗ 𝜔1 ) representa o coeficiente de Fourier na k-ésima ordem harmônica.

2.2.3.1 Espectro Harmônico

Conforme a IEEE-519 (2014), o espectro harmônico exibe a distribuição de


energia de um sinal em função da frequência, uma certa faixa de frequência é
verificada e todos os componentes, harmônicos e inter-harmônicos do sinal, são
analisados e exibidos. O espectro permite a análise do sinal através da representação
de um gráficos de barras, havendo a representação de cada harmônica com sua
respectiva frequência.
25

Em instalações elétricas com predominância de corrente alternada, o espectro


apresenta harmônicas de ordem ímpar, enquanto as harmônicas de ordem par são
encontradas em instalações com predominância de corrente contínua (MORENO,
2001). A Figura 4 representa a forma de onda analisada e o espectro do sinal
distorcido.
Figura 4 - Forma de onda e espectro do sinal distorcido.

Fonte: Moreno (2001).

2.2.3.2 Distorção Harmônica Total

Segundo Tonielo (2020), as distorções de correntes são provocadas pela


carga instalada nos consumidores, e as distorções de tensão são produzidas pela
fonte geradora como consequência da circulação de correntes distorcidas pela
instalação.
A distorção de tensão acarreta em diferentes problemas para o sistema, no
caso de picos de tensão que forem suprimidos, os equipamentos eletrônicos
conseguem suprir a falta e, se ocorrer à amplificação do sinal, pode acarretar no
desligamento do equipamento em razão da atuação dos detectores de sobretensão
(LOPEZ, 2013).
Através da Distorção Harmônica Total (DHT) pode-se verificar o nível
harmônico existente no sinal analisado, podendo ser de corrente ou tensão.
A taxa de Distorção Harmônica de Tensão (DTT) é definida pela Equação 6
(PRODIST, 2017):

√∑ℎ𝑚𝑎𝑥
ℎ=2 𝑉ℎ
2

𝐷𝐷𝑇% = (%) (6)


𝑉1
26

em que h representa todas as ordens harmônicas de 2 até hmáx.


A taxa de distorção harmônica de tensão individual (DITh) é definida pela
Equação 7 (PRODIST,2017):
𝑉ℎ
𝐷𝐼𝑇ℎ % = ∗ 100(%) (7)
𝑉1

sendo h a ordem harmônica individual.


Atualmente o PRODIST (2017) não define valores específicos para sinais de
correntes harmônicos, está regularizado somente sinais harmônicos para tensão. O
Quadro 3 apresenta os valores limites para os níveis harmônicos de tensão.
Quadro 3 - Limite das distorções harmônicas totais.
Tensão nominal do Distorção harmônica total
barramento de tensão (DTT)
Vn ≤ 1kV 10%
1kV ≤ Vn ≤ 69 kV 8%
69kV ≤ Vn ≤ 230kV 5%
Fonte: PRODIST (2017).

2.2.3.3 Demanda Total de Distorção

A distorção harmônica de corrente não está regularizada pelo PRODIST, não


havendo fiscalização no Brasil para esse fator, porém há normas internacionais que
apontam os limites para a mesma.
Conforme a IEEE-519 (2014), o valor da distorção é estabelecido no ponto
comum do circuito, correspondendo a soma das correntes à máxima demanda durante
os doze meses anteriores, dividido por 12. Quanto menor for a dimensão de carga do
consumidor em relação ao sistema de distribuição, maior será a porcentagem de
harmônicos que ele poderá injetar na rede da concessionária.
Segundo Dugan (2012), a Demanda Total de Distorção (TDD) pode ser
considerada em alguns casos enganadora, pois em baixos níveis de corrente pode
conter uma elevada DHT e, devido a essas correntes serem de baixa amplitude em
relação ao sistema, acabam por não serem uma ameaça significativa.
A TDD é definida como a raiz quadrada média do conteúdo harmônica,
considerando harmônicos até a 50ª ordem, excluindo as inter-harmônicas, expresso
em porcentagem (IEEE 519, 2014). O Quadro 4 apresenta os valores limites para os
níveis de distorções harmônicas em relação a ordem das mesmas.
27

Quadro 4 - Limites da distorção harmônica de corrente (120 ≤ Vn < 69kV) (%).


ISC/IL 3 ≤ h <11 11 ≤ h <17 17 ≤ h < 23 23 ≤ h < 35 35 ≤ h < 50 TDD
< 20 4,0 2,0 1,5 0,6 0,3 5,0
20 < 50 7,0 3,5 2,5 1,0 0,5 8,0
50 < 100 10,0 4,5 4,0 1,5 0,7 12,0
100 / 1000 12,0 5,5 5,0 2,0 1,0 15,0
> 1000 15,0 7,0 6,0 2,5 1,4 20,0

Fonte: IEEE 519 (2014).


Sendo:
 h = ordem harmônica;
 Isc = corrente máxima de curto circuito no ponto comum;
 IL = corrente de demanda máxima (componente da frequência
fundamental) no ponto comum, em condições normais de funcionamento.
As harmônicas pares estão limitados a 25% das harmônicas ímpares.
Conversores que resultem em distorções de corrente contínua não são permitidos.

2.2.4 Desequilíbrio de Tensão

O desequilíbrio de tensão pode ser interpretado de diversas maneiras,


Martinho (2013) define como a variação máxima permitida em relação ao valor médio
da tensão em cada uma das fases. Outro conceito utilizado avalia como o desvio
máximo da média das correntes ou tensões trifásicas dividido pela média das
correntes ou tensões trifásicas, expressado em percentual (LOPEZ, 2013).
Dugan (2012) salienta que os desequilíbrios de tensão são ocasionados
principalmente pela ocorrência de circuitos monofásicos em conjunto com circuitos
trifásicos, podendo ocorrer também em razão da queima de fusíveis em bancos de
capacitores. A Figura 5 apresenta as formas de onda por unidade (p.u) da tensão
nominal de um sistema trifásico desequilibrado.
28

Figura 5 - Desequilíbrio de Tensão (p.u).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


O PRODIST (2017) exibe duas maneiras possíveis a serem calculadas à
obtenção do desequilíbrio de tensão. O Quadro 5 apresenta a terminologia utilizada
nos cálculos de desequilíbrio de tensão.
Quadro 5 – Terminologia para Desequilíbrio de Tensão.
Identificação da grandeza Símbolo
Fator de desequilíbrio de tensão FD
Magnitude da tensão eficaz de sequência negativa –
V-
frequência fundamental
Magnitude da tensão eficaz de sequência positiva –
V+
frequência fundamental
Magnitudes das tensões eficazes de linha –
Vab, Vbc e Vca
frequência fundamental
Valor do indicador FD% que foi superado em apenas
FD95%
5% das 1008 leituras válidas

Fonte: PRODIST (2017).


O primeiro método apresentado é baseado nos valores de sequência negativa
e positiva de tensão, conforme mostrado na Equação (8):

(𝑉+)
𝐹𝐷% = ∗ 100 (8)
(𝑉−)

O segundo método utiliza os valores eficazes das tensões de linha, sendo


apresentado na Equação (9):

1−√3−6𝛽
𝐹𝐷% = 100 ∗ √ (9)
1+√3−6𝛽

onde:
𝑉𝑎𝑏 4 +𝑉𝑏𝑐 4+𝑉𝑐𝑎 4
𝛽= (10)
(𝑉𝑎𝑏 2+𝑉𝑏𝑐 2 +𝑉𝑐𝑎 2)2

Os limites de desequilibrio de tensão são apresentados no Quadro 6.


29

Quadro 6 - Limites para o Desequilíbrio de Tensão.

Tensão Nominal
Indicador
Vn ≤ 1,0 kV 1,0 kV < Vn < 230 kV
FD95% 3,0% 2,0%

Fonte: PRODIST (2017).

2.2.5 Flutuação de Tensão

A flutuação de tensão é definida por Lopez (2013) como a existência de


pequenas e repetidas quedas de tensão que são causadas por cargas elevadas que
solicitam altas correntes por breves e repetidos períodos.
Conforme PRODIST (2017, p 17): “A determinação da qualidade da tensão do
sistema de distribuição quanto à flutuação de tensão tem por objetivo avaliar o
incômodo provocado pelo efeito da cintilação luminosa no consumidor, que tenha em
sua unidade consumidora pontos de iluminação alimentados em baixa tensão”.
Há dois índices avaliados pelo PRODIST, sendo eles a Severidade de
Flutuação de Tensão de Curta Duração (Pst) e de Longa Duração (Plt), no qual a Plt
representa um conjunto de 12 amostras de Pst, como mostra a Equação (11).
3 1
𝑃𝑙𝑡 = √ ∑12
𝑖=1(𝑃𝑠𝑡1 )³ (11)
12

O Quadro 7 exibe os valores admissíveis à flutuação de tensão para diversos


níveis de tensão.
Quadro 7: Limites para Flutuação de Tensão.
Tensão Nominal
Indicador
Vn ≤ 1 kV 1 kV < Vn < 69 kV 69 kV ≤ Vn < 230 kV
Pst 1 p.u 1,5 p.u 2 p.u

Fonte: PRODIST (2017)

2.2.5.1 Cintilação (flicker)

Segundo Dugan (2012), o termo flicker é dado para o impacto da flutuação de


tensão nas lâmpadas, sendo a variação da luminosidade percebida pelo olhar
humano.
O flicker é mais comum em redes rurais, ou com baixa densidade de
consumidores, sendo comum em lâmpadas incandescentes, porém não há efeitos em
30

equipamentos e circuitos eletrônicos, no entanto, é preocupante em situações que


cargas pesadas são manobradas ou a impedância do circuito é alta (LOPEZ, 2013).

2.2.6 Variação da Frequência

Segundo Martinho (2013) a variação da frequência é definida como o desvio


no valor da frequência fundamental, tendo origem normalmente na geração da energia
elétrica.
A variação está associada diretamente com a velocidade dos geradores do
sistema elétrico, havendo pequenas variações na frequência devido ao equilíbrio
dinâmico necessário entre a carga e a geração (DUGAN, 2012).
O PRODIST (2017) determina que o sistema de distribuição e as instalações
de geração conectadas ao mesmo devem, em condições normais de operação e em
regime permanente, operar dentro dos limites de frequência situados entre 59,9 Hz e
60,1 Hz. Na presença de distúrbios no sistema de distribuição, as instalações de
geração devem garantir que a frequência retorne à faixa de 59,5 Hz a 60,5 Hz durante
o intervalo de 30 segundos.
Se houver a necessidade de corte de geração ou carga para permitir a
recuperação do sistema, o PRODIST (2017) estabelece algumas condições à volta da
normalidade do sistema. O Quadro 8 apresenta os limites das variações da frequência
e o tempo máximo permitido, até a volta da normalidade, na qual a frequência do
sistema é representada por F.
Quadro 8 - Limites das variações da Frequência.

Faixa de frequência (Hz) Duração (s)


62 ≤ F ≤ 63,5 t ≤ 30
63,5 ≤ F ≤ 66 t ≤ 10
57,5 ≤ F ≤ 58,5 t ≤ 10
56,5 ≤ F ≤ 57,5 t≤5
F ≤ 56,5 ou F ≥ 66 t=0

Fonte: adaptado PRODIST (2017).

2.2.7 Variação de Tensão de Curta Duração

As variações de tensão de curta duração (VTCD) são caracterizados pelo


aumento ou redução da tensão em relação à tensão nominal, durante um período que
31

compreende 0,5 ciclo e um minuto, ocorre com muita frequência nas instalações
elétricas (MARTINHO, 2013).
O PRODIST (2017) estabelece o tempo às VTCD de 0,5 ciclo a três minutos,
e não estabelece valores de referência às VTCD para sistemas de distribuição de
baixa tensão. As variações de tensão são classificadas conforme o Quadro 9.
Quadro 9 - Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração.
Amplitude da tensão (valor
Classificação Denominação Duração da Variação eficaz) em relação à tensão
de referência
Interrupção
Inferior ou igual a três
Momentânea de Inferior a 0,1 p.u
segundos
Tensão
Variação Afundamento Superior ou igual a um
Superior ou igual a 0,1 p.u e
Momentânea Momentâneo de ciclo e inferior ou igual a
inferior a 0,9 p.u
de Tensão Tensão três segundos
Elevação Superior ou igual a um
Momentânea de ciclo e inferior ou igual a Superior a 1,1 p.u
Tensão três segundos
Interrupção
Superior a três segundos
Temporária de Inferior a 0,1 p.u
e inferior a três minutos
Tensão
Variação Afundamento
Superior a três segundos Superior ou igual a 0,1 p.u e
Temporária de Temporário de
e inferior a três minutos inferior a 0,9 p.u
Tensão Tensão
Elevação
Superior a três segundos
Temporária de Superior a 1,1 p.u
e inferior a três minutos
Tensão

Fonte: PRODIST (2017).


Os afundamentos e elevações de tensão também denominados como
“voltage sag” ou “votlage dip”, e “voltage swell” respectivamente.
As interrupções podem ser causadas por falhas nos sistemas elétricos, falhas
de equipamentos ou mau funcionamento no controle da rede elétrica, sendo que em
alguns casos as interrupções são precedidas de um afundamento, ocorrendo a
interrupção devido ao acionamento dos dispositivos de proteção (DUGAN, 2012).
Os afundamentos de tensão são causados quando cargas pesadas são
conectadas na rede elétrica, sendo umas das principais causas dos problemas em
sistemas industriais, também há os afundamentos devido a problemas externos,
quando há o afundamento na rede de distribuição devido à tempestades, árvores e
acidentes (LOPEZ, 2013).
As elevações de tensão ocorrem quando cargas pesadas são desconectadas
da rede elétrica, além de descargas atmosféricas induzidas, podendo acarretar em
32

danos, principalmente nos componentes eletrônicos, pois possuem maior


sensibilidade às variações de tensão (MARTINHO, 2013).
Conforme Martinho (2013), a Associação de Fabricantes de Computadores
(CBEMA) desenvolveu estudos que definiram as tolerâncias mínimas de variação de
tensão que computadores devem suportar, desenvolvendo uma curva à qual relaciona
o tempo com a magnitude da variação. Em 2002 a Information Technology Industry
Concil (ITIC) revisou a norma, apresentando a curva ITIC/CBEMA, conforme mostrado
na Figura 6.
Figura 6 - Curva ITIC/CBEMA.

Fonte: DUGAN (2012).

2.2.7.1 Fator de Impacto

O Fator de Impacto (FI) caracteriza a severidade da incidência de eventos de


VTCD (PRODIST, 2017). O Quadro 10 apresenta a forma como devem ser realizados
os registros das VTCD, analisando a duração e a amplitude.
33

Quadro 10 - Estratificação dos parâmetros, amplitude e duração, para contabilização de eventos de


VTCD.

Duração
Amplitude
16,67 ms 100 ms – 300 ms – 600 ms – 1 seg – 3 seg – 1 min –
– 100 ms 300 ms 600 ms 1 seg 3 seg 1 min 3 min
> 1,15
(1,10 – 1,15)
(0,85 – 0,90)
(0,80 – 0,85)
(0,70 – 0,80)
(0,60 – 0,70)
(0,50 – 0,60)
(0,40 – 0,50)
(0,30 – 0,40)
(0,20 – 0,30)
(0,10 – 0,20)
< 0,10
Fonte: PRODIS (2017).
O Quadro 11 apresenta a estratificação do Quadro 9 em 9 (nove) regiões de
sensibilidade, visando correlacionar a importância de cada evento de VTCD com
níveis de sensibilidade das diferentes cargas conectadas aos sistemas de distribuição,
em média e alta tensão (PRODIST, 2017).
Quadro 11 - Estratificação das VTCD com base nos níveis de sensibilidade das diversas cargas.

Duração
Amplitude
16,67 ms 100 ms – 300 ms – 600 ms – 1 seg – 3 seg – 1 min –
– 100 ms 300 ms 600 ms 1 seg 3 seg 1 min 3 min
> 1,15
Região H Região I
(1,10 – 1,15)
(0,85 – 0,90)
Região A
(0,80 – 0,85)
Região G
(0,70 – 0,80)
Região B
(0,60 – 0,70)
Região D
(0,50 – 0,60)
Região C
(0,40 – 0,50)
(0,30 – 0,40) Região F
(0,20 – 0,30)
Região E
(0,10 – 0,20)
< 0,10
Fonte: PRODIST (2017).
O Quadro 12 apresenta os valores do Fator de Ponderação (fp) para cada
região de sensibilidade e o Fator de Impacto base (FIbase).
34

Quadro 12 - Fator de Ponderação e Fator de Impacto base.

Região de Fator de Fator de Impacto Base (FIbase)


Sensibilidade Ponderação (fp) 1,0 kV < Vn < 69 kV 69 kV ≤ Vn < 230 kV
A 0,00
B 0,04
C 0,07
D 0,15
E 0,25 2,13 1,42
F 0,36
G 0,07
H 0,02
I 0,04
Fonte: PRODIST (2017).
O FI é calculado conforme apresentado na Equação (12) (PRODIST, 2017):
∑𝐼𝑖=𝐴(𝑓𝑒𝑖 ∗ 𝑓𝑝𝑖)
𝐹𝐼 = (12)
𝐹𝐼𝐵𝐴𝑆𝐸

sendo:
fei = frequência de ocorrência de eventos de VTCD, apuradas por meio de
medição apropriada, em um período de 30 dias consecutivos, para cada região de
sensibilidade i, sendo i = A, B, C, D, E, F, G, H, e I.
fpi = fator de ponderação para cada região de sensibilidade i, estabelecido de
acordo com a relevância do evento, correlacionando sua amplitude e duração.
FIbase = fator de impacto base, obtido do somatório dos produtos dos fatores
de ponderação pelas frequências máximas de ocorrência, em um período de trinta
dias de VTCD, para cada região de sensibilidade.
Os valores de referência são utilizados no planejamento do sistema de
distribuição, sendo um indicador para sistemas de distribuição de média e alta tensão,
apurado por medição, no período de trinta dias consecutivos, sendo 1,0 p.u. Sistemas
de distribuição de baixa tensão não são estabelecidos valores de referência para
VTCD (PRODIST, 2017).
35

3 METODOLOGIA

Este capítulo tem por objetivo apresentar o modelo do analisador utilizado


durante a pesquisa de campo, exibindo também os resultados obtidos através do
mesmo.
No Anexo B se encontram as informações necessárias à compreensão do
sistema elétrico do EAS, onde é mostrado o diagrama unifilar resumido das
instalações, apresentando detalhes como entradas de energia, transformadores,
pontos de acoplamento, entre outros.

3.1 ANALISADOR DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

Para o monitoramento da QEE foi utilizado o Analisador da Qualidade de


Energia Elétrica (AQEE) modelo Embrasul RE7080, exibido na Figura 7.
Figura 7: Analisador Embrasul RE7080.

Fonte: EMBRASUL (2020).


O AQEE atende os requisitos estabelecidos pelo PRODIST, módulo 8, além
da conformidade com a IEC61000-4-7, IEC61000-4-15 e IEC61000-4-30, possuindo
quatro canais de corrente e quatro de tensão, que realizam a aquisição de dados
simultâneos, num total de 128 amostras por ciclo (EMBRASUL, 2020).
Conforme dados do fabricante, o analisador possui as características elétricas
exibidas no Quadro 13.
36

Quadro 13: Características elétricas do analisador.


Grandeza Faixa de Medição Resolução Precisão
Tensão 50 a 300 Vac (F-N) 0,01 V 0,2%
Corrente 0,1 a 3000 A 0,01 A 0,2% + 1% do sensor
Frequência 45 a 70 Hz 0,01 Hz +/- 0,01 Hz

Fonte: EMBRASUL (2020).


Além disso, há a aquisição de valores referentes às potências, harmônicos,
fatores de potência, desequilíbrios e flutuações de tensão.
Para os valores de tensão foi utilizado o cabo de tensão, que acompanha o
analisador e para os registros de corrente foram utilizados os sensores de corrente
flexíveis, modelo TI SLIM 120 mm de diâmetro, que são apropriados para locais de
difícil acesso e com maior quantidade de cabos elétricos instalados. Os dados foram
armazenados num intervalo de integração de dez minutos.
A Figura 8 demonstra o modelo de ligação do AQEE, o qual foi implementado
nas diversas análises realizadas durante a pesquisa.
Figura 8: Modelo de ligação do Analisador.

Fonte: EMBRASUL (2013).

3.2 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 1

A análise da QEE foi realizada no Ponto de Acoplamento 1 (PA-1), no qual


houve a instalação do AQEE no disjuntor geral de baixa tensão do Transformador 1
(TR-1), cuja tensão nominal na saída é 220/380 V. A instalação ocorreu no dia
05/09/2020, às 10h06min, e a retirada deu-se no dia 12/09/2020, às 10h46min,
37

contendo um total de 1008 registros válidos e cinco registros inválidos, analisando as


grandezas especificadas no PRODIST (2017).
Quanto à Tensão em Regime Permanente (TRP), a Figura 9 apresenta o
gráfico dos valores de tensão registrados referentes a este item.
Figura 9: Tensão em Regime Permanente (TR-1).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 10 exibe o histograma dos valores de tensão em regime permanente,
havendo a relação entre a quantidade de vezes em que a tensão foi medida com a
porcentagem da tensão fundamental (220 V).
Figura 10: Histograma dos valores de Tensão em Regime Permanente (TR-1).

VA VB VC
353
387 380
400
350
300
Ocorrências

250
200
150
100
50
0
86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106
Percentual (%)

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Não houve valores referentes aos índices de Duração Relativa de
Transgressão para Tensão Precária (DRP) e para Tensão Crítica (DRC), obtendo um
valor de 0% (zero por cento) para ambos os índices.
Em referência ao Fator de Potência (FP), o Quadro 14 demostra os piores
valores do mesmo, havendo uma medição com os valores abaixo do especificado,
38

sendo nas fases “A” e “B”, no entanto, o FP trifásico permaneceu dentro do limite
estabelecido em todas as medições.
Quadro 14: Piores valores do Fator de Potência (TR-1).
Data Hora FP A FP B FP C FP Trifásico
06/09/2020 08:56 0,912 0,914 0,948 0,927
06/09/2020 07:36 0,926 0,921 0,956 0,936
06/09/2020 08:46 0,926 0,925 0,955 0,937
12/09/2020 06:56 0,938 0,935 0,970 0,950
10/09/2020 23:06 0,948 0,955 0,981 0,964

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 11 expõe o gráfico com os valores do FP indutivo trifásico durante as
medições.
Figura 11: Fator de Potência (TR-1).

1
0,99
0,98
Fator de Potência

0,97
0,96
0,95
0,94
0,93
0,927
0,92
0,91

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No que diz respeito ao índice de Distorção Harmônica de Tensão (DTT), o
Quadro 15 mostra o pior índice de cada fase, o qual ainda ficou dentro do limite
estabelecido pela norma.
Quadro 15: Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-1).
Data Hora Registro Fase DTT%
07/09/2020 07:16 276 A 5,73%
07/09/2020 07:16 276 B 5,88%
07/09/2020 07:16 276 C 5,73%
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
39

Com relação ao desequilíbrio de tensão, a Figura 12 apresenta os valores


registrados, no qual teve o pior caso no dia 11/09/2020, às 17h46min, com 0,31% de
desequilíbrio, mantendo-se dentro do limite estipulado.
Figura 12: Desequilíbrio de Tensão (TR-1).

0,35
Desequilíbrio de Tensão (%)

0,3 0,31

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No tocante à flutuação de tensão, todos os índices permaneceram dentro dos
limites aceitáveis. O Quadro 16 exibe os valores referentes aos índices de Severidade
de Flutuação de Tensão de Curta Duração (Pst) no período das medições.
Quadro 16: Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-1).
Data Pst A Pst B Pst C Faixa
06/09/2020 0,68 0,71 0,69 Adequado
07/09/2020 0,69 0,71 0,69 Adequado
08/09/2020 0,67 0,76 0,74 Adequado
09/09/2020 0,73 0,80 0,77 Adequado
10/09/2020 0,70 0,76 0,71 Adequado
11/09/2020 0,72 0,79 0,76 Adequado
12/09/2020 0,70 0,76 0,72 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
O Quadro 17 mostra os valores obtidos à Severidade de Flutuação de Tensão
de Longa Duração (Plt).
Quadro 17: Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-1).
Data Plt Índice Faixa
Plt A 0,65 Adequado
05/09 à 12/09 Plt B 0,70 Adequado
Plt C 0,69 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
40

Quanto à variação da frequência, os registros permaneceram dentro dos


limites estabelecidos. A Figura 13 demonstra os valores obtidos da variação da
frequência do sistema, relacionando os valores mínimos, médios e máximos
analisados.
Figura 13: Variação da Frequência (TR-1).

Mínimo Médio Máximo


60,2

60

59,8
Frequência (Hz)

59,6

59,4

59,2

59

Período de Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No que se refere às Variações de Tensão de Curta Duração (VTCD), durante
as medições houve o registro de cinco VTCD, sendo exposto no Quadro 18.
Quadro 18: Variação de Tensão de Curta Duração (TR-1).
Magnitude Tempo Excedeu
Data Hora Ciclos Classificação
(p.u) (s) limite
06/09/2020 11:24:58.005 0,872 1,0 0,017 Afun. Momentâneo Não
07/09/2020 19:32:44.008 0,890 2,5 0,042 Afun. Momentâneo Não
08/09/2020 07:09:19.006 0,815 1,0 0,017 Afun. Momentâneo Não
08/09/2020 17:49:32.001 0,775 4,0 0,067 Afun. Momentâneo Não
11/09/2020 19:57:54.000 0,779 2,0 0,033 Afun. Momentâneo Não

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 14 apresenta as VTCD registradas, unindo-as, em um gráfico com a
curva similar à estabelecida pela ITIC/CBEMA, para variação de tensão, a qual
relaciona a tensão fundamental, apresentada em p.u, e o tempo de duração
apresentado em milissegundos.
41

Figura 14: Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-1).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Verifica-se que não houve transgressão dos valores em relação à linha
estabelecida, assim, essas variações não são significativas para o mau
comportamento do sistema ou atuação de proteções, visto que a maioria dos
equipamentos são projetados para suportarem VTCD, dentro dos limites
especificados na curva ITIC/CBEMA.

3.3 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 2

A análise da QEE foi realizada no Ponto de Acoplamento 2 (PA-2), sendo


realizada a instalação do AQEE no disjuntor geral de baixa tensão do Transformador
2 (TR-2), o qual possui a tensão nominal de saída de 220/380 V. Efetuou-se a
instalação no dia 14/09/2020, às 14h26min, e a remoção ocorreu no dia 21/09/2020,
às 15h46min, abrangendo um total de 1008 registros válidos, e nove registros
inválidos, sendo verificada as grandezas especificadas no PRODIST (2017).
Em referência a TRP, a Figura 15 demonstra o gráfico dos valores de tensão
memorizados, referentes a este tema.
42

Figura 15: Tensão em Regime Permanente (TR-2).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 16 apresenta o histograma dos valores obtidos, realizando a
comparação entre a quantidade de vezes em que a tensão foi medida com a
porcentagem da tensão fundamental (220 V).
Figura 16: Histograma dos valores de Tensão em Regime Permanente (TR-2).

VA VB VC
457
500

400 382 335


Ocorrências

300

200

100

0
86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106
Percentual da Fundamental (%)

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Não verificou-se valores registrados para os índices de DRP e DRC,
adquirindo o valor de 0% (zero por cento) para ambos os índices.
Em relação ao FP, houve quatro medições abaixo do estabelecido na fase
“C”, ocorrendo geralmente entre a madrugada e o nascer do sol, cujos períodos
demandam um menor consumo de energia, porém o FP trifásico manteve-se dentro
dos limites especificados. O Quadro 19 exibe os piores valores relacionados ao FP do
TR-2.
43

Quadro 19: Piores valores do Fator de Potência (TR-2).


Data Hora FP A FP B FP C FP Trifásico
18/09/2020 00:26 0,924 0,938 0,899 0,921
17/09/2020 06:26 0,927 0,959 0,901 0,934
16/09/2020 06:06 0,94 0,959 0,901 0,936
16/09/2020 05:56 0,931 0,958 0,913 0,937
17/09/2020 21:06 0,941 0,954 0,939 0,945
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
A potência aparente registrada no instante em que ocorreu o pior caso do FP
foi de 59,605 kVA, sendo possível assim a realização de cálculos para uma eventual
melhora do índice.
As medições realizadas durante o dia 18/09/2020, no período das 08:56h às
10:36h, e das 13:26h às 13:36h apresentam alguns valores fora dos padrões
estabelecidos pela norma, isso se justifica pelo fato da utilização do gerador de
emergência localizado nas dependências do estabelecimento, devido à necessidade
de teste, pois houve a realização de manutenção preventiva do mesmo. O Quadro 20
expõe algumas medições do FP registradas durante o uso do gerador de emergência,
bem como os valores das correntes requeridos pelo sistema, a qual é praticamente
nula.
Quadro 20: Fator de Potência durante a utilização do gerador (TR-2).
Data / Hora FP A FP B FP C FP 3Ø IA IB IC
18/09/2020 08:56 0,862 -0,555 -0,975 -0,925 0 0,073 0,363
18/09/2020 09:46 -0,995 -0,832 0,949 1,000 0,109 0,327 0,994
18/09/2020 10:36 -0,243 -0,949 0,966 -0,995 0,036 0,363 0,822
18/09/2020 13:26 -0,669 -0,995 -0,985 -0,789 0 0,073 0,182
18/09/2020 13:36 0,707 -0,243 -0,848 -0,871 0,436 0,073 0,327

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


O fato de alguns registros ocorrerem fora dos limites estabelecidos é
irrelevante para o sistema da concessionária, pois o FP medido pela mesma ocorre
no sistema de média tensão, abrangendo outros transformadores do EAS, os quais
não estão interligados com o gerador de emergência, prevalecendo o FP do conjunto
dos demais transformadores. A Figura 17 mostra o gráfico com os valores registrados
do FP indutivo trifásico.
44

Figura 17: Fator de Potência (TR-2).

F.P Trifásico Uso do gerador


1
0,99
0,98
Fator de Potência

0,97
0,96
0,95
0,94
0,93
0,92 0,921
0,91

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No que se refere ao índice de DTT, o Quadro 21 exibe os piores índices
registrados em cada fase, permanecendo dentro do limite estabelecido.
Quadro 21: Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-2).
Data Hora Registro Fase DTT%
19/09/2020 04:56 664 A 4,76%
18/09/2020 11:56 562 B 4,69%
21/09/2020 10:46 987 C 5,09%
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
No tocante ao desequilíbrio de tensão, não houveram valores que
excedessem os limites, sendo registrado o pior caso no dia 17/09/2020, às 10h16min,
com 0,39% de desequilíbrio. A Figura 18 exibe o gráfico referente aos valores de
desequilíbrio registrados.
45

Figura 18: Desequilíbrio de Tensão (TR-2).


Desequilíbrio de Tensão (%)
0,4 0,39

0,3

0,2

0,1

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Quanto à flutuação de tensão, houve uma falha no AQEE, o qual não registrou
nenhum valor passível de medição dos valores.
No que diz respeito à variação da frequência, não ocorreram eventos além
dos limites estabelecidos pela norma. A Figura 19 mostra os valores obtidos da
variação da frequência do sistema, a qual relaciona os valores mínimos, médios e
máximos registrados.
Figura 19: Variação da Frequência (TR-2).

Mínimo Médio Máximo


60,2

60
Frequência (Hz)

59,8

59,6

59,4

59,2

59

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Com relação às VTCD, foram registrados 11 eventos, os quais são exibidos
no Quadro 22.
46

Quadro 22: Variação de Tensão de Curta Duração (TR-2).


Magnitude Tempo Excedeu
Data Hora Ciclos Classificação
(p.u) (s) limite
14/09/2020 15:45:39.007 0,880 2,5 0,042 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 09:35:23.000 0,704 4,0 0,067 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 09:38:27.006 0,700 7,5 0,125 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 09:41:55.007 0,787 12,0 0,200 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 10:02:27.003 0,642 39,5 0,658 Afun. Momentâneo Sim
16/09/2020 10:06:18.003 0,834 1,0 0,017 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 10:09:02.003 0,884 1,0 0,017 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 20:30:00.006 0,531 2,0 0,033 Afun. Momentâneo Sim
16/09/2020 21:52:06.001 0,118 3,0 0,050 Afun. Momentâneo Sim
18/09/2020 16:01:02.008 0,795 1,0 0,017 Afun. Momentâneo Não
18/09/2020 19:41:20.002 0,789 1,5 0,025 Afun. Momentâneo Não

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Observa-se a grande quantidade de variações no dia 16/09/2020,
principalmente no período da manhã, cujo eventos estão associados às condições
climáticas adversas.
A Figura 20 demonstra as VTCD registradas durante as medições, as quais
estão unidas em um gráfico com a curva similar à estabelecida pela ITCI/CBEMA,
apresentando a tensão em p.u, e o tempo em milissegundos.
Figura 20: Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-2).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Os registros de VTCD fora dos limites especificados pela curva, podem gerar
diversos problemas nas instalações elétricas do estabelecimento, podendo haver o
47

mau funcionamento ou a queima de equipamentos, além de possíveis acionamentos


de circuitos de proteção.

3.4 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 3

A análise da QEE foi realizada no Ponto de Acoplamento 3 (PA-3), no qual


houve a instalação do AQEE no disjuntor geral de baixa tensão do Transformador 3
(TR-3), cuja tensão nominal, na saída do secundário, é 220/380 V. A instalação do
analisador foi realizada no dia 29/10/2020, às 16h48min, e a retirada no dia
05/11/2020, às 16h58min, totalizando 1008 registros válidos, e dois inválidos, sendo
avaliados os quesitos regulados no PRODIST (2017).
No que se refere a TPR, a Figura 21 expõe o gráfico dos valores de tensão
registrados para o respectivo item.
Figura 21: Tensão em Regime Permanente (TR-3).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 22 expressa o histograma dos valores de TRP, havendo a
comparação entre o número de ocorrências registradas e a porcentagem da tensão
fundamental (220 V).
48

Figura 22: Histograma dos valores de Tensão em Regime Permanente (TR-3).

VA VB VC
457
500

400 382 335


Ocorrências

300

200

100

0
86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106
Percentual da Fundamental (%)

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Não houve o registro de valores referentes a DRP e DRC, obtendo-se o valor
de 0% (zero por cento) para ambos os índices.
No que diz respeito ao FP, ocorreram algumas medições abaixo do valor
especificado pela norma na fase “B”, sendo essas nos períodos de fim de tarde e de
menor movimento no estabelecimento e, por se tratarem de dias não úteis, nota-se
também que o FP trifásico atingiu o limite em uma das medições, estando nas demais
dentro do limite tolerável. O Quadro 23 apresenta os dados do FP para este
transformador.
Quadro 23: Piores valores do Fator de Potência (TR-3).
Data Hora FP A FP B FP C FP Trifásico
02/11/2020 17:48 0,925 0,901 0,928 0,920
02/11/2020 17:58 0,928 0,911 0,930 0,924
31/10/2020 18:28 0,929 0,926 0,924 0,926
31/10/2020 18:18 0,928 0,925 0,927 0,927
02/11/2020 18:08 0,936 0,914 0,939 0,932
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
A fim de melhorar o valor do FP trifásico, foi registrado o valor da potência
aparente no instante da medição do pior caso, na qual foi de 60,255 kVA.
A Figura 23 exibe o gráfico do FP indutivo trifásico durante as medições.
49

Figura 23: Fator de Potência (TR-3).

1
0,99
Fator de Potência

0,98
0,97
0,96
0,95
0,94
0,93
0,92
0,920
0,91

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Com relação ao índice de DTT, o Quadro 24 expressa o pior valor registrado,
permanecendo dentro do limite especificado de 10%.
Quadro 24: Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-3).
Data Hora Registro Fase DHT%
01/11/2020 07:58 392 A 5,40%
01/11/2020 07:58 392 B 5,34%
01/11/2020 07:58 392 C 5,55%

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Quanto ao desequilíbrio de tensão, a Figura 24 mostra os valores registrados,
havendo o maior desequilíbrio no dia 31/10/2020, às 18h38min, com o valor total de
0,26%, permanecendo dentro do limite.
50

Figura 24: Desequilíbrio de Tensão (TR-3).

Desequilíbrio de Tensão (%) 0,3

0,25 0,26

0,2

0,15

0,1

0,05

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Em referência à flutuação de tensão, os índices de Pst apresentaram valores
aceitáveis, como demonstra o Quadro 25.
Quadro 25: Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-3).

Data Pst A Pst B Pst C Faixa


30/10/2020 0,66 0,71 0,72 Adequado
31/10/2020 0,67 0,69 0,71 Adequado
01/11/2020 0,61 0,62 0,63 Adequado
02/11/2020 0,62 0,63 0,63 Adequado
03/11/2020 0,71 0,69 0,70 Adequado
04/11/2020 0,72 0,71 0,74 Adequado
05/11/2020 0,70 0,74 0,74 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
O Quadro 26 expõe os valores de Plt para o TR-3, estando os valores
classificados como adequados.
Quadro 26: Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-3).
Data Plt Índice Faixa
Plt A 0,62 Adequado
29/10 à 05/11 Plt B 0,64 Adequado
Plt C 0,63 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
No tocante à variação da frequência, não houveram situações de
anormalidades no sistema, sendo exposto na Figura 25 os valores máximos, médios
e mínimos registrados para esse quesito.
Figura 25: Variação da Frequência (TR-3).
51

Mínimo Médio Máximo


60,2
60
Frequência (Hz)

59,8
59,6
59,4
59,2
59

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Quanto as VTCD, foram registrados dois eventos, os quais são mostrados no
Quadro 27.
Quadro 27: Variação de Tensão de Curta Duração (TR-3).
Magnitude Tempo Excedeu
Data Hora Ciclos Classificação
(p.u) (s) limite
31/10/2020 08:56:55.005 0,839 0,5 0,008 Afun. Momentâneo Não
03/11/2020 21:31:44.008 0,863 1,5 0,025 Afun. Momentâneo Não
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
A Figura 26 expressa as variações num gráfico com a curva similar à
estabelecida pela ITIC/CBEMA, a qual apresenta a tensão em p.u e o tempo em
milissegundos.

Figura 26: Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-3).


52

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Nota-se que os valores dos afundamentos não ultrapassaram o limite
estabelecido pela curva, não havendo maiores preocupações, pois grande parte dos
equipamentos eletrônicos são projetados para suportarem as variações verificadas.

3.5 ANÁLISE DO TRANSFORMADOR 6

A análise da QEE foi realizada no Ponto de Acoplamento 6 (PA-6), sendo


efetuada a instalação do AQEE no disjuntor geral de baixa tensão do Transformador
6 (TR-6), no qual possui a tensão nominal na saída secundária de 220/380 V. A
instalação deu-se no dia 12/09/2020, às 11h39min, e a remoção deu-se no dia
19/09/2020, às 12h59min, havendo 1008 registros válidos e nove registros inválidos,
nos quais foram avaliados os critérios conforme o PRODIST (2017).
Em relação à TRP, a Figura 27 exibe o gráfico dos valores de tensão obtidos
para este quesito.

Figura 27: Tensão em Regime Permanente (TR-6).


53

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


A Figura 28 mostra o histograma dos valores obtidos, no qual há a relação da
quantidade de vezes em que a tensão foi registrada com a porcentagem da tensão
fundamental (220 V).
Figura 28: Histograma dos valores de Tensão em Regime Permanente (TR-6).

VA VB VC
562
600 499
460
500
Ocorrências

400

300

200

100

0
86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106
Porcentagem da Fundamental (%)

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Não ocorreram registros para os índices de DRP e DRC, adquirindo o valor
de 0% (zero por cento) para estes índices.
No tocante ao FP, o Quadro 28 expõe os piores casos do índice, no entanto,
todos os valores mantiveram-se dentro do limite estabelecido.

Quadro28: Piores valores do Fator de Potência (TR-6).


54

Data Hora FP A FP B FP C FP Trifásico


15/09/2020 11:29 0,966 0,977 0,964 0,969
15/09/2020 12:59 0,969 0,979 0,966 0,972
16/09/2020 19:49 0,975 0,98 0,961 0,972
16/09/2020 19:29 0,975 0,982 0,965 0,974
18/09/2020 14:09 0,976 0,982 0,964 0,974
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
A Figura 29 demonstra o gráfico do FP trifásico do TR-6, nota-se que,
principalmente nos períodos próximos à meia noite e no início da manhã, ocorreram
valores capacitivos para o FP, estando associado à menor demanda de energia do
sistema, e nos demais períodos ocorreram medições com valores indutivos.
Figura 29: Fator de Potência (TR-6).

Capacitivo Indutivo
1
Fator de Potência

0,99

0,98

0,97 0,969

0,96

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Quanto ao índice de DTT, o Quadro 29 expõe o pior índice para cada fase, no
entanto permaneceram dentro do limite estabelecido de 10%.
Quadro 29: Índice de Distorção Harmônica de Tensão (TR-6).
Data Hora Registro Fase DHT%
19/09/2020 04:59 969 A 4,94%
19/09/2020 04:49 968 B 4,76%
13/09/2020 09:19 131 C 4,96%

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Em referência ao desequilíbrio de tensão, não obteve-se nenhum valor que
excedesse o limite estabelecido, sendo registrado o pior caso no dia 16/09/2020, às
12h09min, com 0,26% de desequilíbrio. A Figura 30 expressa os valores de
desequilíbrio de tensão registrados.
55

Figura 30: Desequilíbrio de Tensão (TR-6).

Desequilíbrio de Tensão (%) 0,30

0,25 0,26

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No que diz respeito à flutuação de tensão, os índices de Pst apresentaram
valores diários adequados, como apresenta o Quadro 30.
Quadro 30: Severidade de Flutuação de Tensão de Curta Duração (TR-6).

Data Pst A Pst B Pst C Faixa


13/09/2020 0,69 0,75 0,67 Adequado
14/09/2020 0,85 0,89 0,62 Adequado
15/09/2020 0,64 0,7 0,63 Adequado
16/09/2020 0,77 0,77 0,71 Adequado
17/09/2020 0,68 0,74 0,7 Adequado
18/09/2020 0,62 0,64 0,63 Adequado
19/09/2020 0,62 0,6 0,63 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
Os valores de Plt observados se dão através da união dos valores de Pst. O
Quadro 31 exibe o resultado dos valores de Plt, observa-se que as fases “A” e “B”
apresentaram resultados precários.
Quadro 31: Severidade de Flutuação de Tensão de Longa Duração (TR-6).
Data Plt Índice Faixa
Plt A 0,96 Precário
12/09 à 19/09 Plt B 0,98 Precário
Plt C 0,58 Adequado
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
O fato dos resultados obtidos permanecerem como valores precários se
justifica ao realizar a análise do gráfico dos índices de Pst, mostrado na Figura 31,
56

cuja linhas vermelha, azul e verde correspondem às fases “A”, “B” e “C”,
respectivamente.
Figura 31: Gráfico Pst (TR-6).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Devido à sobreposição de valores, há a difícil compreensão de todos os
valores de Pst, porém, através da curva da Plt, demonstrada na Figura 32, torna-se
possível uma melhor avaliação, na qual observa-se que as fases “A” e “B” possuem
comportamentos semelhantes, justificando os valores próximos.
Figura 32: Gráfico Plt (TR-6).

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


No que se refere à variação da frequência, não houveram registros de
anormalidades no sistema. A Figura 33 expõe os registros da frequência do sistema
que relaciona os valores mínimos, médios e máximos analisados.
57

Figura 33: Variação da Frequência (TR-6).

Mínimo Médio Máximo


60,2

60
Frequência (Hz)

59,8

59,6

59,4

59,2

59

Período das Medições

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


Quanto às VTCD, foram registrados 12 eventos, os quais são apresentados
no Quadro 32.
Quadro 32: Variação de Tensão de Curta Duração (TR-6).
Magnitude Tempo Excedeu
Data Hora Ciclos Classificação
(p.u) (s) limite
12/09/2020 14:18:25.001 0,622 0,5 0,008 Afun. Momentâneo Não
14/09/2020 15:45:35.009 0,885 3 0,05 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 09:35:09.006 0,705 6 0,1 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 09:38:14.002 0,697 7 0,117 Afun. Momentâneo Sim
16/09/2020 09:41:42.003 0,791 12 0,2 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 10:02:13.008 0,648 39 0,65 Afun. Momentâneo Sim
16/09/2020 10:06:04.009 0,791 0,5 0,008 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 10:08:48.009 0,896 0,5 0,008 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 20:29:45.003 0,421 1 0,017 Afun. Momentâneo Não
16/09/2020 21:51:50.006 0,114 6 0,1 Afun. Momentâneo Sim
18/09/2020 16:00:39.002 0,806 1,5 0,025 Afun. Momentâneo Não
18/09/2020 19:40:55.008 0,791 1 0,017 Afun. Momentâneo Não
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
Houve um grande número de variações no dia 16/09/2020, no qual também
foi possível observar essas ocorrências no Quadro 22, já apresentado anteriormente.
Ambas as variações desse dia estão relacionadas às condições climáticas adversas.
A norma estabelece que as VTCD se dão a partir de um ciclo e, através do
quadro exibido anteriormente, verifica-se que houveram algumas variações abaixo do
58

tempo estipulado, às quais foram exibidas devido a possíveis comparações a serem


realizadas.
A Figura 34 exibe as VTCD memorizadas, podendo ser possível a avaliação
dos eventos mediante união em um gráfico com a curva similar à estabelecida pela
ITIC/CBEMA, relacionando a tensão fundamental, em p.u, e o tempo, em
milissegundos.
Figura 34: Aplicação das VTCD na curva ITIC (TR-6).

Fonte: elaborado pelo autos (2020).


Há alguns registros que estão fora dos limites especificados pela curva, os
quais são passíveis de falhas dos equipamentos, que em sua maioria, são projetados
para atuarem dentro deste limite.

3.6 ANÁLISE DAS CORRENTES ELÉTRICAS

O TR-1 registrou a maior demanda de energia no dia 10/09/2020, às


15h56min, com 233,16 kVA, e os menores índices da Demanda Total de Distorção
(TDD) encontrados no estudo. A menor demanda ocorreu no dia 12/09/2020, às
03h46min, obtendo também valores relativamente baixos à TDD. O Quadro 33 expõe
os valores de correntes máximos e mínimos obtidos, juntamente com os valores de
corrente por ordem harmônica.
59

Quadro 33: Correntes do Transformador 1.

Corrente Corrente por ordem harmônica (A)


IRMS (A) TDD%
especificada 1 3 5 7 9 11 13
I Amáxima 344,69 3,38 344,51 1,99 9,70 4,47 0,49 2,23 1,24
I Bmáxima 353,74 3,7 353,55 6,21 7,45 4,97 1,24 2,48 1,49
I Cmáxima 359,96 3,88 359,70 6,22 10,70 5,22 0,49 1,74 0,74
I Amínima 23,08 7,01 23,04 1,03 0,51 0,34 0 0,51 0,17
I Bmínima 29,08 11,41 28,92 2,47 1,33 0,57 0,57 0,76 0,38
I Cmínima 27,67 4,95 27,647 0,92 0,36 0,36 0,18 0,18 0

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


O TR-2 obteve o maior consumo instantâneo de potência no dia 18/09/2020,
às 14h16min, totalizando 140,08 kVA, e uma das menores TDD para o circuito do
mesmo. O menor consumo foi no dia 21/09/2020, às 02h46min, num total de 31,82
kVA, obtendo os maiores índices de TDD. O Quadro 34 exibe os valores máximos e
mínimos de corrente por fase, nos períodos de maior e menor consumo, além da
corrente distribuída por ordem harmônica.
Quadro 34: Correntes do Transformador 2.

Corrente Corrente por ordem harmônica (A)


IRMS (A) TDD%
especificada 1 3 5 7 9 11 13
I Amáxima 185,14 7,78 184,61 13,44 2,03 1,77 2,79 0,76 1,01
I Bmáxima 207,94 8,84 207,16 17,47 1,51 2,03 3,04 1,26 1,01
I Cmáxima 252,70 8,59 251,76 20,54 3,04 3,55 3,55 1,77 0,76
I Amínima 36,72 19,66 36,08 4,72 3,23 2,98 0,99 1,24 0,99
I Bmínima 60,35 15,09 59,71 6,30 5,04 2,02 1,76 1,01 1,51
I Cmínima 44,79 20,96 43,89 6,27 3,76 4,26 1,76 1,50 1,50
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
O TR-3 apresentou a maior potência trifásica no dia 03/11/2020, às 14h48min,
num total de 84,61 kVA, com índices de TDD relativamente baixos. A menor potência
dissipada pelo sistema ocorreu no dia 01/11/2020, às 05h08min, com o total de 20,21
kVA, e uma das mais elevadas TDD encontradas no estudo. O Quadro 35 apresenta
os valores máximos e mínimos de correntes registrados, conforme o consumo,
realizando a comparação com a corrente existente por ordem harmônica.
60

Quadro 35: Correntes do Transformador 3.

Corrente Corrente por ordem harmônica (A)


IRMS (A) TDD%
especificada 1 3 5 7 9 11 13
I Amáxima 130,78 8,58 130,32 9,18 5,86 1,02 1,02 0,76 0,25
I Bmáxima 109,77 9,55 109,30 8,66 4,84 1,01 1,52 0,76 0
I Cmáxima 142,82 9,48 142,19 12,74 3,56 0,51 1,53 0,76 0,25
I Amínima 31,45 30,53 30,12 6,12 5,16 2,80 20,4 0,766 0
I Bmínima 22,652 33,51 21,52 4,61 4,35 2,56 1,54 0,77 0,52
I Cmínima 37,70 31,27 34,12 8,46 4,62 3,33 2,31 0,77 0,25

Fonte: elaborado pelo autor (2020).


O TR-6 registrou o maior consumo instantâneo de energia no dia 15/09/2020,
às 09h49min, com a potência total de 47,85 kVA, e baixos valores de TDD. O menor
consumo ocorreu no dia 19/09/2020, às 05h09min, totalizando 10,11 kVA, e TDD
intermediários em relação ao circuito. O Quadro 36 expressa os valores máximos e
mínimos de corrente registrados, associando também às correntes por ordem
harmônica.
Quadro 36: Correntes do Transformador 6.

Corrente Corrente por ordem harmônica (A)


IRMS (A) TDD%
especificada 1 3 5 7 9 11 13
I Amáxima 79,55 7,34 79,36 1,77 4,80 1,26 0,75 0,50 0,76
I Bmáxima 70,39 6,81 70,25 1,01 3,54 1,77 0,76 0,76 1,01
I Cmáxima 63,77 7,45 63,63 1,50 3,51 1,25 0,25 0,75 1,01
I Amínima 26,03 18,84 25,62 0,25 4,06 2,03 0 0,51 0
I Bmínima 27,59 16,83 27,25 0,25 3,78 2,02 0 0,25 0,25
I Cmínima 29,92 16,62 29,56 0,50 4,29 1,51 0,50 0,25 0,25
Fonte: elaborado pelo autor (2020).
61

4 CONCLUSÃO

O estudo apresentou a importância da Qualidade de Energia Elétrica (QEE)


entregue ao consumidor, visto que se trata de um cliente de grande porte e que tem
como sua atividade principal, o atendimento à saúde. No EAS são prestados os
serviços de atendimento de emergência, centro de alta complexidade em oncologia,
diagnósticos por imagem, unidades de internação intensiva, entre outros.
Os resultados obtidos foram considerados satisfatórios, pois apresentaram,
na maioria dos casos analisados, valores dentro dos limites regulamentados pelo
PRODIST, porém, ocorreram alguns casos de anormalidades, principalmente
relacionadas às VTCD, demonstrando a necessidade de melhorias a serem
realizadas.
Quanto às VTCD apresentadas, observa-se que as ocorrências também se
deram na subestação da concessionária, conforme registro apresentado no Anexo A,
sendo que, em alguns casos as variações excederam a curva limite à estabelecida
pela ITIC/CBEMA. Desta forma, conclui-se que as variações se dão na parte externa
ao estabelecimento, sendo de responsabilidade da concessionária. Sugere-se a
instalação de um analisador contínuo na subestação, a fim de proporcionar a análise
da QEE, fornecendo assim, um respaldo técnico à responsabilização da
concessionária no caso de avarias nos equipamentos da instituição.
Com relação à flutuação de tensão apresentada no TR-6, a qual está
associada ao acionamento de grandes cargas e, visto a presença de dois
equipamentos de radioterapia instalados no circuito, sugere-se o estudo à
implementação de técnicas para mitigação dos efeitos, como compensadores
dinâmicos ou filtros. Estudos realizados por Hanzelka (2014) apontam diversos
métodos à mitigação das flutuações de tensão.
Em referência ao fator de potência, não houve transgressão dos valores
permitidos, porém, o TR-2 chegou próximo e o TR-3 atingiu o limite regulamentado,
sendo possível realizar a melhora dos valores através dos dados já apresentados.
Observa-se, através do Anexo B, que as medições realizadas no TR-3 também são
válidas para os Transformadores “4” e “5”, pois os mesmos se encontram ligados em
paralelo.
62

É importante ressaltar que o EAS possui duas entradas de energia, ocorrendo


a medição em dois locais distintos, sendo um no TR-6, e o outro abrangendo os
demais transformadores, dessa forma contata-se que o FP geral encontra-se dentro
dos limites estipulados. Salienta-se que é de responsabilidade do consumidor manter
o FP dentro do limite regulamentado.
Os quesitos referentes à tensão em regime permanente, variação da
frequência, desequilíbrio de tensão e distorção harmônica total de tensão não
apresentaram valores fora dos limites especificados em nenhuma situação.
Em relação as distorções harmônicas de corrente, verificou-se que há a
ocorrência de distorções maiores nos períodos em que o consumo de energia é
menor, havendo a necessidade de um estudo específico à compreensão e verificação
dos efeitos produzidos pelas correntes no sistema elétrico interno do hospital.
O estabelecimento conta com equipamentos de grande porte, como aparelhos
de raio X, de hemodinâmica, tomografia, entre outros, os quais necessitam uma alta
demanda de energia, num período muito curto de tempo. Em razão das características
desses equipamentos, não há garantia de medição dos níveis máximos de correntes
nos transformadores, apresentados nesse estudo. Devido as constantes ampliações
realizadas nas instalações do EAS, há a necessidade de avaliações periódicas,
requerendo a avaliação da sobrecarga dos transformadores instalados, cuja análise
deve ser realizada com intervalos de integração inferiores ao utilizado.
Dando sequência ao estudo realizado, deixa-se como sugestão para trabalhos
futuros, a qual não foi aplicada nesse estudo, o teste de carregamento dos
transformadores, que pode ser realizado em ocasiões de temperatura do ambiente
elevada, pois há o aumento da demanda de energia em razão da utilização dos
sistemas de climatização, evitando assim, a sobrecarga e a sobretemperatura dos
transformadores. Outra sugestão é o desenvolvimento de filtros harmônicos, a fim de
amenizar possíveis problemas relacionados às distorções harmônicas.
Por fim, conclui-se que a qualidade do produto entregue pela concessionária
atinge, em sua maioria os quesitos avaliados. No entanto, há a possibilidade de
melhorias, principalmente em relação às VTCD, às quais são capazes de ocasionar
avarias nos equipamentos. Quanto ao EAS, cabe analisar as sugestões apresentadas,
a fim de melhorar o sistema elétrico interno.
63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Qualidade de Energia Eléctrica na Indústria. 2003. EUVEO, ISBN: 972-8063-15-6, p
1-35 (Capítulo de Livro).

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Procedimentos de Medição: Distorções Harmônicas, Desequilíbrios de Tensão,
Flutuação de Tensão e Variações de Tensão de Curta Duração. Relatório Técnico 3/8.
[S.l.]: ANEEL, 2014.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Indicadores de


Conformidade do Nível de Tensão em Regime Permanente. Disponível em:
http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/Indicadores_de_conformidade_nivel_tensao/. Acesso
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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Procedimentos de


Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional: PRODIST – Módulo
8. 10 ed.[S.l.]: ANEEL, 2017.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução Normativa N°


414: Estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma
atualizada e consolidada. [S.l.]: ANEEL, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira 5410:


Instalações elétricas de baixa tensão. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira 13534.


Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos específicos para instalação em
estabelecimentos assistenciais de saúde. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

DA SILVA, Hélio Rubens Jacob. Análise do Impacto da Operação de Cargas


Hospitalares na Qualidade da Energia Elétrica. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
2014.

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DUGAN, Roger C et al. Electrical Power Systems Quality. 3rd ed. McGraw Hill
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EMBRASUL. Analisador de Energia RE7080. Disponível em:


http://www.embrasul.com.br/painel/pdf/Cat%C3%A1logo_RE7080_v06r01_pt_2019.
pdf. Acesso em: 02 nov. 2020.

EMBRASUL INDÚSTRIA ELETRÔNICA LTDA. Manual de Instalação e Operação


do RE7000. Porto Alegre, 2013. 72p
64

HANZELKA, Zbigniew. Application Note Voltage Fluctuations in Power Networks


(“Flicker”). European Copper Institute Publication No Cu0208. Disponível em:
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download;jsessionid=F6020B5F104236028F4F8
6C0F5163C8B?doi=10.1.1.660.8725&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 10 nov. 2020.

HCI. Associação Hospital de Caridade de Ijuí. Setor de Engenharia. Ijuí, 2020.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS – IEEE Standar


519-2014: Recommended Practices and Requirements for Harmonic Control in
Electrical Power Systems. New York, USA: IEEE, 2014.

INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS – IEEE Standart


1159-1995: Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality. New York,
USA: IEEE, 1995.

LOPEZ, Ricardo Albadó. Qualidade na Energia Elétrica: Efeitos dos distúrbios,


diagnósticos e soluções. 2 ed. São Paulo: Artliber, 2013. 528 p.

MARTINHO, Edson. Distúrbios da Energia Elétrica. 3 ed. São Paulo: Érica, 2013.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).


Resolução de Diretoria Colegiada - RDC n° 50. Dispõe sobre o regulamento técnico
para planejamentos, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
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República Federativa do Brasil 2002.

MORENO, Hilton. Harmônicas nas instalações elétricas: Causas, efeitos e


soluções. INSTITUTO BRASILEIRO DO COBRE. São Paulo, 2001.

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OKUMOTO et al. Avaliação de Distúrbios Relacionados à Qualidade de Energia


Elétrica do Hospital Universitário do Mato Grosso do Sul – Estudo de Caso. VI
Seminário Brasileiro sobre Qualidade da Energia Elétrica. Belém, 2005.

RAMOS, M. C. G.; PENTEADO JÚNIOR, A. A. Verificação do impacto da qualidade


de energia elétrica e das instalações elétricas nos equipamentos eletromédicos.
O Setor Elétrico, v. 1, p. 18-28, 2009.

RHEINHEIMER, Caroline. Estudo de Paradas em Processos Industriais Devido a


Ocorrência de Afundamentos de Tensão e Faltas no Fornecimento de Energia
Elétrica. 2008.Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia Elétrica) -
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2008.
65

TONIELO, Edenilso. Analise do Impacto da Qualidade de Energia Elétrica e das


Instalações Elétricas nos Equipamentos Eletromédicos. 2020. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2020.
66

ANEXO A – VARIAÇÃO DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO NA


CONCESSIONÁRIA

Quadro 37: VTCD no Alimentador da Concessionária.


Magnitude Excedeu
Data Hora Fase Tempo (s) Classificação
(% nominal) limite
06/09/2020 11:24:15.042 A 83 0,008 Sag Não
07/09/2020 19:32:06.108 B 82 0,042 Sag Não
08/09/2020 07:08:42.591 B 81 0,016 Sag Não
08/09/2020 17:48:51.727 B 80 0,041 Sag Não
08/09/2020 17:48:56.827 B 79 0,066 Sag Não
08/09/2020 17:49:00.618 C 89 0,050 Sag Não
11/09/2020 19:57:32.689 A 80 0,049 Sag Não
12/09/2020 14:18:07.310 A 67 0,024 Sag Sim
14/09/2020 09:30:05.881 B 88 0,459 Sag Não
14/09/2020 15:45:21.952 B 84 0,016 Sag Não
14/09/2020 15:45:24.278 B 82 0,074 Sag Não
14/09/2020 15:45:26.161 B 82 0,074 Sag Não
16/09/2020 09:32:43.236 C 89 0,033 Sag Não
16/09/2020 09:34:51.196 A 62 0,049 Sag Sim
16/09/2020 09:34:55.810 A 61 0,058 Sag Sim
16/09/2020 09:35:05.304 B 62 0,074 Sag Sim
16/09/2020 09:35:38.509 C 89 0,033 Sag Não
16/09/2020 09:37:16.537 A 88 0,025 Sag Não
16/09/2020 09:37:20.769 A 88 0,133 Sag Não
16/09/2020 09:37:21.652 B 89 0,041 Sag Não
16/09/2020 09:37:51.782 B 87 0,050 Sag Não
16/09/2020 09:38:04.650 B 62 0,075 Sag Sim
16/09/2020 09:38:09.927 B 61 0,108 Sag Sim
16/09/2020 09:38:47.293 A 76 0,216 Sag Não
16/09/2020 09:38:52.526 C 86 0,199 Sag Não
16/09/2020 09:39:03.291 B 62 0,066 Sag Sim
16/09/2020 09:39:22.742 C 88 0,133 Sag Não
16/09/2020 09:39:49.308 A 79 0,216 Sag Não
16/09/2020 09:40:50.897 B 83 0,058 Sag Não
16/09/2020 09:41:38.033 C 82 0,209 Sag Não
16/09/2020 09:42:27.243 A 89 0,024 Sag Não
16/09/2020 09:59:46.025 A 81 0,392 Sag Não
16/09/2020 10:02:09.591 A 51 0,651 Sag Sim
16/09/2020 10:02:15.325 C 86 0,033 Sag Não
16/09/2020 10:04:29.013 B 84 0,024 Sag Não
16/09/2020 10:04:29.088 C 82 0,016 Sag Não
16/09/2020 10:05:48.723 A 86 0,016 Sag Não
67

Magnitude Excedeu
Data Hora Fase Tempo (s) Classificação
(% nominal) limite
16/09/2020 10:06:00.672 B 69 0,025 Sag Sim
16/09/2020 10:06:05.215 B 79 0,024 Sag Não
16/09/2020 10:08:44.635 B 86 0,016 Sag Não
16/09/2020 20:29:42.476 B 52 0,024 Sag Sim
16/09/2020 21:51:47.924 C 39 0,074 Sag Sim
17/09/2020 08:34:20.833 B 89 0,100 Sag Não
17/09/2020 09:07:03.759 A 89 0,099 Sag Não
18/09/2020 16:00:42.969 C 75 0,033 Sag Não
18/09/2020 19:41:00.275 C 77 0,016 Sag Não
31/10/2020 08:58:53.959 C 84 0,016 Sag Não
31/10/2020 09:49:50.143 A 88 0,025 Sag Não
03/11/2020 21:33:37.279 B 87 0,041 Sag Não
Fonte: Departamento Municipal de Energia de Ijuí (DEMEI), (2020).
ANEXO B

Diagrama unifilar geral simplificado do estabelecimento.

Rede de Distribuição Primária 22800V-60Hz-DEMEI

Subestação 1 Subestação 2
Para-raio Polimérico
Chave Fusível 21kV-10kA
Vai para subestação 2
Base C-100A-25kV-Elo 2H
Para-raio Polimérico
Transformador Trifásico 3 (TR-3) Transformador Trifásico 4 (TR-4) Transformador Trifásico 5 (TR-5)
21kV-10kA
225kVA-22800/380-220V-60Hz 225kVA-22800/380-220V-60Hz 225kVA-22800/380-220V-60Hz
Caixa de Medição TC's
Medição
Indireta - BT Chave Fusível Cabo Anti-chama 750V Cabo Anti-chama 750V Cabo Anti-chama 750V
Base C-100A-25kV-Elo 2H 4x50mm² PA-3 4x50mm² 4x50mm²
Disjutnor MT
Disjuntor 3ɸ-LSJ 400A Disjuntor 3ɸ-LSJ 400A Disjuntor 3ɸ-LSJ 400A

Transformador Trifásico 2 (TR-2)


300kVA-22800/380-220V-60Hz
Transformador Trifásico 1 (TR-1)
500kVA-22800/380-220V-60Hz Cabo Anti-chama 750V
2x120mm² Transferência 1
Cabo Anti-chama 750V
3x240mm² PA-1 PA-2 Chave Transferência-LSJ 1050A Rede de Distribuição Primária 22800V-60Hz-DEMEI

Disjuntor 3ɸ - LSJ 800A Disjuntor 3ɸ-LSJ 300A


Carga 3 Subestação 3

Chave Fusível
Chave Transferência-LSJ 1050A Base C-100A-25kV-Elo 2H
Transferência 2
Carga 1 Para-raio Polimérico
21kV-10kA
Chave Transferência-LSJ 750A
Transformador Trifásico 6 (TR-6)
225kVA-22800/380-220V-60Hz
Carga 2 Descritivo e Subestações
Caixa de Medição TC's
Chave Transferência-LSJ 750A Subestação 1: Fundos do estabelecimento - Medição
Indireta - BT
Alimentador geral de AT - Capacidade atual de
800kVA;
Cabo Anti-chama 750V
Subestação 2: Próximo a entrada da Imagenologia - PA-6
4x50mm²
Geração Capacidade atual de 725kVA;
Subestação 3: Junto a área atendida pelo CACON - Disjuntor 3ɸ - LSJ 350A
G2 Capacidade atual de 225kVA.
G1
500kVA 500kVA
Chave de Transferência 1 - alimenta as cargas mais
importantes do estabelecimento;
Barramento de Baixa Tensão Chave de Transferência 2 - alimenta principalmente o
Geração Própria prédio do INCOR. Carga 4

Os Pontos de Acoplamentos (PA) do Analisador da


Qualidade da Energia Elétrica seguem a numeração
conforme o Transformador analisado.

Proprietário: Anexo B - Diagrama Unifilar do Estabelecimento sem escala


Fonte: HCI (2020). Associação Hospital de
Data: Prancha:
Caridade de Ijuí Desenho: Christian Weiler Mundins 12/11/2020 1 de 1

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