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Lei Complementar 140 Regulamenta Art 23 Da CF
Lei Complementar 140 Regulamenta Art 23 Da CF
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
o
Art. 1 Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput
e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício
da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
florestas, da fauna e da flora.
o
Art. 2 Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho
das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
o
Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar:
CAPÍTULO II
o
Art. 4 Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de
cooperação institucional:
o
§ 1 Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firmados com prazo
indeterminado.
o
§ 2 A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes
dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o
objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes
federativos.
o
§ 3 As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por
representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o
objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes
federativos.
o
§ 4 A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por
representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de
fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos.
o
§ 5 As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua
organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos.
o
Art. 5 O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações
administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da
delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a
serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto
no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em
número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas.
CAPÍTULO III
o
Art. 6 As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
o
Municípios deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no art. 3 e a
garantir o desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando todas as políticas
governamentais.
o
Art. 7 São ações administrativas da União:
III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos
nacional e internacional;
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor
e natureza da atividade ou empreendimento;
o
Art. 8 São ações administrativas dos Estados:
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio
Ambiente;
o
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7 ; e
o
Art. 9 São ações administrativas dos Municípios:
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
o o
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8 e 9 .
Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorização
de manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação
primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existência de
espécies da flora ou da fauna ameaçadas de extinção.
o
§ 1 Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão
responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e
procedimentos do licenciamento ambiental.
o
§ 2 A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada
pelo ente federativo licenciador.
o
§ 3 Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins
devem guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço
prestado pelo ente federativo.
o
§ 1 As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou
atividade devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única vez ao
empreendedor, ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos.
o
§ 2 As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas
pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu
atendimento integral pelo empreendedor.
o
§ 3 O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não
implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas
instaura a competência supletiva referida no art. 15.
o
§ 4 A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima
de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental
competente.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de
apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de
cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente
detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o
caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar
processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
o
§ 1 Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental
decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para
efeito do exercício de seu poder de polícia.
o
§ 2 Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o
ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências
cabíveis.
o
§ 3 O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou
potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em
vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de
licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
CAPÍTULO IV
Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos processos de licenciamento e
autorização ambiental iniciados a partir de sua vigência.
o o
§ 1 Na hipótese de que trata a alínea “h” do inciso XIV do art. 7 , a aplicação desta Lei
Complementar dar-se-á a partir da entrada em vigor do ato previsto no referido dispositivo.
o o
§ 2 Na hipótese de que trata a alínea “a” do inciso XIV do art. 9 , a aplicação desta Lei
Complementar dar-se-á a partir da edição da decisão do respectivo Conselho Estadual.
o o o
§ 3 Enquanto não forem estabelecidas as tipologias de que tratam os §§ 1 e 2 deste
artigo, os processos de licenciamento e autorização ambiental serão conduzidos conforme a
legislação em vigor.
o
Art. 20. O art. 10 da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com a
seguinte redação:
o
§ 1 Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados
no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio
eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.
o
§ 2 (Revogado).
o
§ 3 (Revogado).
o
§ 4 (Revogado).” (NR)
o o
Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e o § 1 do art. 11 da Lei n 6.938, de 31
de agosto de 1981.
Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
o o
Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190 da Independência e 123 da República.
DILMA ROUSSEFF
Francisco Gaetani