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Eliseu Aumenta o Azeite da Viúva

2 Reis 4 1-7

Uma história de fé e confiança no socorro divino, quando Eliseu aumenta o azeite da


viúva, Deus não desampara aqueles que a Ele são fiéis. A multiplicação do azeite da viúva nos
traz uma lição de vida acerca do amor do Pai para com os seus pequeninos.

Através da pequena história dessa viúva, podemos ver um reflexo das nossas vidas. E não
somente isto, mas podemos enxergar um mapa do nosso futuro, já que, assim como essa mulher,
nós também cremos em Deus, buscamos a Deus, esperamos um milagre de Deus.

Ele não abandona os seus servos, mas os ouve nas suas angústias. Nas horas mais difíceis
Deus está preparado para atender o justo clamor dos necessitados. A fidelidade do Senhor está
presente em vida e até depois da morte, pois ainda que nós sejamos infiéis, Ele o Senhor
permanece fiel e vela pela sua palavra, para fazer cumprir as suas promessas na nossa vida e da
nossa família.

As viúvas no antigo testamento

Esta história em que Eliseu aumenta o azeite da viúva, ilustra um pouco da luta histórica
que as mulheres passavam e do estigma religioso que recaía sobre elas.
Sobre a mulher pesavam os duros trabalhos do lar, a mulher trabalhava no campo, fazia pão,
tecia e etc.
Mas a mulher não herdava de seu marido, nem as filhas de seu pai. O voto de uma mulher
casada não tinha validade, a não ser se fosse consentido por seu marido, que tinha o poder de
anulá-lo. Na família, a estima da mulher só aumentava quando ela se tornava mãe, sobretudo de
um filho varão. Do ponto de vista social e jurídico, a situação da mulher em Israel era inferior a
que tinha nos países vizinhos. A mulher tinha quase sempre, todos os direitos de um chefe
de família no Egito.

Na Babilônia ela poderia adquirir bens, agir judicialmente, e ter parte na herança de seu
marido. Mas no reino do norte de Israel, muito frequentemente, as viúvas, principalmente as
cheias de filhos, encontravam-se em condições miseráveis. E elas eram protegidas pela lei
religiosa, parte que os homens pareciam ignorar.
A Lei recomendava a caridade do povo, juntamente com os órfãos e os estrangeiros.
“A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim,
eu certamente ouvirei o seu clamor.” Êxodo 22:22-23
A história da viúva do azeite

No antigo oriente, as viúvas por si mesmas já eram muito vulneráveis à pobreza (no Novo
Testamento há também a história da viúva de Naim). A viúva de um profeta ficava ainda mais
exposta a passar dificuldades, pois os profetas eram muito pobres na época.
Eles estavam preocupados em buscar as coisas de cima. Os profetas não pensavam a vida,
a não ser em vivê-la por meio da espiritualidade e do entendimento acerca de Deus e da sua
vontade.

E a esposa de um desses profetas, desamparada, desesperada, vem ao homem de Deus


com um relato dramático:
“E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido,
teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os
meus dois filhos para serem servos.” 2 Reis 4:1
A lei israelita permitia, como forma de proteção ao credor, que se tomasse os filhos dos
devedores, para que trabalhassem até que a dívida fosse paga. Mas em Deuteronômio 15:1-18, há
uma ressalva para que isto não fosse feito em tempos de fome ou grandes necessidades.

As pessoas que viviam na pobreza tinham uma vida muito dura. Eles tinham que
enfrentar a desesperança todos os dias. Coisas simples como comida e roupas faziam a diferença
entre vida e morte.
E os problemas da viúva foram multiplicados com a morte de seu marido, deixando
dívidas que ela não podia pagar.
E é fato que esta pobre mulher vem a Eliseu, logo após a guerra entre os reis de Israel (reino do
norte) e de Judá (reino do sul), contra o rei dos moabitas. A morte e pobreza extrema estão
sempre ligados às misérias da guerra.

Geralmente o tipo de pedido que a viúva fez a Eliseu, era direcionado ao rei, a autoridade
judicial suprema do país.
Porém como a Lei não proibia a tomada dos filhos pelo credor, e como era algo já culturalmente
aceito (até nas demais nações em redor de Israel, de acordo com o código de Hamurabi, artigo
117), a viúva não viu outra saída, a não ser clamar pela misericórdia divina.
“Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;” Romanos 12:13
Tu sabes que teu servo temia ao Senhor

Profundo o testemunho que esta mulher dá a respeito do seu falecido marido. Ela vem a
Eliseu demonstrando muito respeito e humildade.
Com seu coração quebrantado, chama-o de Senhor, pois sabia que o seu pedido se dirigia a Deus,
através do seu profeta.
A viúva em suas palavras, estava dizendo apenas uma verdade para Eliseu e não uma
reclamação. Ela fala do fato inegável de que Eliseu conhecia a lealdade com que seu falecido
marido servia a Deus e ao próprio Eliseu.

Ela o relembra da vida piedosa que seu marido teve. E na sua extrema necessidade,
apenas apresenta a sua justa causa ao homem de Deus e ao próprio Deus.

A causa dela era justa, não pedia por riqueza ou status, ou que Eliseu descumprisse a Lei,
mas queria apenas um livramento, pela vida de seus filhos. A forma como fala, demonstra a sua
grande fé.
Perceba que ela não pede nada a Eliseu, mas apenas o deixa ciente da sua miséria, ou seja, ela
confiava que Deus sabia o que era melhor para a sua família. E se colocou totalmente debaixo
da providência divina.

Deus honra aqueles que são fiéis

Também é fato que se Eliseu havia atendido a pessoas importantes como os reis de israel
e os capitães dos seus exércitos, ele da mesma forma não deixou de ouvir o clamor de uma pobre
viúva.
Deus não abandona aqueles que lhe são fiéis. Deus é fiel na vida e na morte, e promete proteger
até os filhos dos filhos de milhares daqueles que o amam e o obedecem.
“E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.”
Êxodo 20:6
A viúva apresentou e entregou o seu caso nas mãos de Deus, correu para o abrigo certo, o
descanso em Deus. E logo veio a resposta divina. O profeta Eliseu, viu que o testemunho de um
servo fiel a Deus, mesmo que morto, ainda falava.
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.”
Hebreus 11:4
Um pouquinho de azeite basta

Então Eliseu pergunta o que a viúva tinha em sua casa, para que Deus usasse em seu
socorro.

“E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua
serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.” 2 Reis 4:2
Na verdade, pela fé, ela já possuía tudo o que precisava. E Eliseu, como homem de fé,
que enxergava o sobrenatural, discerniu rapidamente o que Deus queria realizar antes mesmo que
ela terminasse de falar.

Era como o que havia ocorrido com Elias, quando orou para que chovesse sobre Israel e
mandou o seu servo olhar se já havia alguma nuvem.
“E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem,
subindo do mar.
Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva
não te impeça.” 1 Reis 18:44
A viúva via uma pequena botija com azeite, mas Eliseu contemplava o sustento, a benção
e uma grande abundância de víveres na casa daquela pobre mulher.
O azeite era usado como um remédio para a aflição do estômago e como um bálsamo
para curar feridas. Era também utilizado como combustível para as lâmpadas em casas.

Soldados passavam frequentemente azeite nos escudos de couro que eles utilizavam nas
batalhas. Isso prevenia os escudos de tornarem-se frágeis.
O unguento era também a base para fazer perfumes e pomadas perfumadas muito caras. Um pote
a base de óleo, mirra e incenso, poderia ser vendido por um preço que equivalia a um ano de
salário de um trabalhador.

Eliseu aumenta o azeite da viúva

Este era o livramento que o Senhor havia preparado para a viúva e seus filhos. Deus não
desampara os seus servos, jamais! O azeite da viúva seria aumentado milagrosamente!

Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas
vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.” 2 Reis 4:3-4
O milagre ficava então limitado a tanto quanto fosse a fé dela, pois quanto mais vasos
conseguisse, mais puro azeite receberia. Ela seguiu a palavra profética de Deus, através de
Eliseu, e o óleo não parou enquanto ainda havia vasos vazios.
E segundo a instrução de Eliseu, ela deveria vender o azeite, pagar a dívida e viver do que
sobrasse. A viúva que clamava pela vida de seus filhos, foi atendida para muito além do que
pediu ou pensou.

Com certeza ela nunca imaginou tamanha benção. Grande foi o livramento e grande foi a
benção do Senhor naquela família!

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que
pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,” Efésios 3:20
O que você tem em casa?

Há momentos em que as circunstâncias nos levam a situações semelhantes à da


multiplicação do azeite da viúva. Horas difíceis, quando achamos que nada mais nos resta na
vida. Sentimentos de vazio, de abandono podem passar no coração. É como se estivéssemos
perdidos por caminhos sem solução.

Mas aprendo nesta mensagem, que se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa
dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias. O azeite é o Espírito
Santo, e Ele habita em você.

E Deus pode aumentar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver com
esse unguento Santo. E o que você tem em casa? O que você sabe fazer? As vezes achamos que é
pouco, que é desprezível o que sabemos.

Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em


abundância. Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes. Deus usa os fracos
para confundir os fortes. O seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

Deixe um Legado Espiritual

A primeira lição é deixar um legado! É muito fácil perceber no texto que essa família é
temente a Deus. A mulher disse: “Meu marido, TEU SERVO…” Homem que servia ao Senhor.
E diz mais: “…Tu Sabes…” O testemunho desse homem é forte.

Dizem que Eliseu tinha uns 100 homens sob seus cuidados, eles eram discípulos de
Eliseu na escola de profetas. (2Rs 6:1). E entre 100 homens, o marido dessa mulher se destacou
pelo seu bom testemunho. Ele temia ao Senhor.

Esse homem deixou um legado para sua família. E existe diferença entre herança e legado.

o Porque herança é material, mas o legado é imaterial.


o A herança se deixa para os filhos, mas o legado fica nos filhos.
o A herança é guardada em um cofre, mas o legado é carimbado no caráter.
o A herança é sentida com o tato e segura pela mão, mas o legado é sentido na alma e
seguro pelos valores cristãos.

Em outras palavras, a melhor herança que podemos deixar para nossa família, é a herança
espiritual. Isto é, o legado! Deixe um legado de temor e devoção ao Senhor, e a tua descendência
ficará segura.

o Deixe um legado de fé e esperança no Senhor, e teus filhos sempre servirão a Deus.


o Deixe um legado de meditação nas escrituras, e teus filhos andarão nos caminhos de
Deus.
o Deixe um legado de oração, e teus filhos vencerão qualquer batalha de joelhos.
o Deixe um legado de amor e união, e teus filhos nunca irão desamparar a família, sempre
irão ajudar uns aos outros.

Como posso deixar um legado? SENDO EXEMPLO

 Exemplo para os filhos


 Exemplo na família
 Exemplo para todos aqueles a sua volta

Peça, clame, ore, apresente a sua causa a Deus. E confie, faça, realize, pois com a unção
do Espírito, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar.

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