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EXMO JUIZO DA ....

VARA DO TRABALHO DO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA COMARCA DE ..................... TRT ....REGIÃO

Processo Nr.:
Reclamante:
Reclamado:

Ref.: Ação nº __________ (ex.:RT 0000-0000-000-00-00-0)

__________________Médico(a) (especialidade, ex: Médico do


Trabalho), inscrito(a) no Conselho Regional de Medicina nº 00000/000,
nomeado(a) para atuar como perito(a) na ação interposta por contra
________, vem mui respeitosamente apresentar seu LAUDO PERÍCIAL.

Coloca-se à disposição de V. Exª para quaisquer outros


esclarecimentos necessários.

Solicita liberação dos honorários pericias no valor de R$


______, ____.

__________, de____de____
Local e data

______________________
Assinatura
Nome
CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

A avaliação pericial concernente ao posto de trabalho foi realizada


no dia____ /_____ /_____ às ____ horas no(a) (local da perícia, ex: sede da
reclamada situada à Rodovia ___________, João Pessoa/PB). Estiveram
presentes a Reclamante e o Dr. __________________ (Médico do Trabalho
da Reclamada).

O Exame pericial do Reclamante foi realizado no dia ___ /___ /____ às ___
horas no(a) do Perito, João Pessoa – PB).

AVALIAÇÃO PERICIAL:

(local da perícia, ex: consultório )

- ANAMNESE:

A Autora foi admitida pela Reclamada em __ /___ /___ para exercer a


função de auxiliar de produção (montadora de placas de telefone). Após
alguns anos passou a desempenhar a função de operadora de máquina
de tampografia. Sua jornada de trabalho era das 00:00 às 00:00 horas
com intervalo de 00 minutos, além de 00 minutos de pausa para o café.
Em 0000 foi iniciada a ginástica laboral (00 minutos 2 vezes por dia).
Refere que no início do contrato laboral era frequente a realização de
horas-extras.

Suas tarefas consistiam em verificar quais as peças de telefone


que seriam produzidas naquele dia ou continuar a programação do dia
anterior. Quando necessário trocava a tinta da máquina e encaixava o
molde da peça a ser “carimbada”.

A Autora refere que no setor de tampografia iniciou com dores no


ombro direito com irradiação para todo o membro superior direito,
acompanhado de formigamento na mão direita. Consultou ortopedista,
sendo diagnosticado tendinite do ombro direito e epicondilite do
cotovelo direito. Fez tratamento medicamentoso e fisioterápico, além
de acupuntura e alongamento. Ficou cerca de __ anos afastada do
trabalho e recebeu benefício auxílio-doença do INSS até 00/00/00. Foi
demitida em 00/00/00.
Atualmente refere dores no ombro direito e punho direito,
acompanhado de formigamento na mão direita. No momento não está
fazendo nenhum tratamento. Refere que aguarda cirurgia para
tratamento de cisto no punho direito.

- EXAME FÍSICO:

A Autora tem atualmente 00 anos de idade, 00 Kg de peso, 0,00 de


altura; marcha e postura normais; ausência de contraturas musculares;
movimentos normais da coluna cervical e dos membros superiores; dor
à palpação da região medial do cotovelo direito; força mantida.

- EXAMES COMPLEMENTARES

-Ultrassonografia de ...
-Eletroneuromiografia:
-Tomografia computadorizada de …
-Ressonância Magnética de ….

ASPECTOS TÉCNICOS:

LER / DORT:

As lesões por Esforços Repetitivos (LER)/Distúrbios Osteomusculares


Relacionados do Trabalho (DORT) correspondem a uma síndrome
clínica caracterizada por dor crônica e outros sintomas, que se
manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros
superiores, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. O
termo LER/DORT é genérico, devendo-se sempre procurar determinar o
diagnóstico específico (exemplo: tendinite do supra-espinhoso,
epicondilite lateral ou medial, síndrome do túnel do carpo,
tenossinovite dos flexores dos dedos, tendinite de de Quervain etc).

As LER/DORT são decorrentes de fatores biomecânicos (força,


repetitividade, posturas inadequadas, compressão mecânica),
ambientais (inadequação do mobiliário e dos equipamentos, baixa
temperatura ambiental etc) e relacionados à organização do trabalho
(ausência de pausas, velocidade e carga de trabalho, invariabilidade da
tarefa, falta de autonomia, pressão no trabalho etc).

As lesões por sobrecarga funcional acontecem quando o ritmo de lesão


ultrapassa a velocidade de recuperação das estruturas, ou seja, quando
não há tempo suficiente para a recuperação dos tecidos. Todos esses
fatores interagem com a diversidade de características individuais,
sociais e culturais dos trabalhadores e como eles os percebem. São
alguns dos aspectos psicossociais que devem ser considerados na
compreensão das LER/DORT.

As tendinites e tenossinovites nem sempre são causadas por atividades


laborais, podendo ter causas infecciosas, traumáticas, metabólicas,
degenerativas, como por exemplo doença reumática, esclerose
sistêmica, gota, diabetes, proeminência óssea (em sequelas de fraturas)
etc.

A caracterização do nexo causal depende da correlação entre a afecção


ou doença apresentada pelo trabalhador e a execução do seu trabalho.

Richard Schilling descreveu uma classificação que agrupa as “doenças


relacionadas com o trabalho” em três categorias:

Grupo I – Trabalho como causa necessária;


Grupo II – Trabalho como fator contributivo, mas não necessário;
Grupo III – Trabalho como provocador de um distúrbio latente ou
agravador de doença já estabelecida.

- SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR /TENDINITE DO OMBRO:

O Ombro é responsável pela execução da maior parte da


movimentação e do posicionamento do membro superior no espaço. O
principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro é
o manguito rotador, o qual é composto por quatro músculos e seus
tendões, sendo eles: supra-espinhoso, infra-espinhoso, subescapular e
redondo menor. O manguito rotador facilita a estabilidade articular,
propiciando a movimentação do ombro. O seu ponto de maior
vulnerabilidade é o tendão do músculo supra-espinhoso, responsável
pelo movimento de abdução (afastamento do ombro) a partir de 60
graus. Ao realizar seu movimento típico, os tendões são tracionados e
se deslizam por dentro de um túnel muscular apertado, podendo ser
pinçados, com consequente inflamação.
As principais causas de lesões do ombro de origem não ocupacional
são: esportes (vôlei, basquete, tênis, natação etc) e traumatismos com
luxação traumática ou estiramento abrupto ocorrido com os braços
elevados. Como causas de origem ocupacional são citados movimentos
repetitivos e posturas viciosas dos membros superiores para a
realização de tarefas que exijam abdução e/ou elevação dos braços
acima da altura dos ombros, principalmente se associados ao uso de
força por tempo prolongado e elevação do cotovelo, além de acidente
de trabalho associado a trauma com luxação ou estiramento abrupto
ocorrido com os braços elevados.

A caracterização do nexo causal depende da correlação entre a afecção


ou doença apresentada pelo trabalhador e o modo como é executado o
seu trabalho.

RESPOSTAS AOS QUESITOS:

Quesitos da Ré (fls.00 e 00):

1. A autora foi afastada de suas atividades em 2001, com qual


diagnóstico?
R: A autora foi afastada com o diagnóstico inicial CID-10 M50
(Transtornos dos discos cervicais) e posteriormente com CID-10 M65.9
(Sinovite e tenossinovite não especificada).

2. Qual era a idade da autora a época do afastamento?


R: A autora tinha 00 anos de idade.

3. A autora costumava ter hábitos saudáveis como a prática regular de


atividade física?
R: A autora refere que não praticava atividade física.

4. Tinha a empresa, à época da contratualidade da autora, pausas bem


definidas para refeições e ginástica laboral? Descreva-as.
R: Havia pausa de 00 minutos para o café. Em 2000 foi implantado na
empresa o programa de ginástica laboral.
5. A autora praticava a ginástica laboral? Com que frequência?
R: A autora fazia ginástica laboral 2 vezes por dia, durante 10 minutos.

6. A empresa tem SESMT constituído? Qual a composição?


R: Sim, a empresa tem SESMT composto por 1 médico do trabalho, 1
técnico de enfermagem do trabalho, 1 engenheiro de segurança do
trabalho e 3 técnicos de segurança do trabalho.

7. Existem programas para a prevenção de doenças osteomusculares


na empresa? Quais?
R: A empresa possui programa de ginástica laboral e o programa “vide
corpo” mais específico para os empregados com queixas
osteomusculares.

8. Desenvolveu, a autora, algum outro problema de saúde durante o


período de afastamento do trabalho? Qual?
R: A autora apresentou quadro de tendinopatia do ombro direito.

9. Que tipos de tratamento realizou a autora durante o afastamento?


Descreva-os em ordem cronológica.
R: A autora fez tratamento medicamentoso e fisioterápico, além de
acupuntura. Não lembra com precisão a data em que foram realizados
estes procedimentos.

10. A autora tem exames que demonstram a lesão que a levou ao


afastamento? E exames de segmento, quais os resultados?
R: A autora realizou exame de ultrassonografia do ombro direito em
março/2004 que mostrou tendinose do supra-espinhoso.

11. A autora apresenta algum tipo de limitação funcional? Se sim, qual?


Tal limitação está relacionada com o diagnóstico que levou a autora ao
afastamento inicial em 0000?
R: Atualmente a autora não apresenta limitação funcional.

12. Está a autora incapaz de desempenhar atividade laboral?


R: No momento a autora não apresenta incapacidade para o trabalho.
QUESITOS DA AUTORA (fls.77):

1) A tendinite adquirida no emprego por parte da autora, está


completamente restabelecida?
R: No momento não há limitação funcional relacionada à coluna
cervical e ombro direito.

2) Que exames médicos submeteu a autora?


R: Foi realizado anamnese (entrevista) e exame físico.

3) Onde foi feita a Perícia?


R: A perícia foi realizada na sede da Reclamada (entrevista e exame
físico no ambulatório médico e visita ao posto de trabalho da
reclamante).

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