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ATO I
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ATO II
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ATO III
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ATO IV
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Epílogo
E os meninos?
Agradecimentos
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Para Raquel Rebecca,
por me contar sobre arte tumular,
me dando a clareza para criar Emily,
e por ser minha bostinha.
E, em todas as vezes que
“você não puder ver a luz,
me sentarei com você no escuro” [1] .
“A vingança agrada a todos os corações ofendidos;
(...) uns preferem-na cruel, outros generosa.”
Pierre Marivaux
Esse foi um livro muito difícil de escrever. Comecei a
trabalhar nele no final de agosto, e fiquei chocada com o quanto
GCMP se tornava um calhamaço.
Sempre fui leitora de mistério, todavia, não imaginei que
trabalhar um livro inteiro afogado no gênero seria um desafio tão
grande. Eu queria muito trazer para o mundo algo com a pegada de
Romance Policial, com crime, investigação e deixar dezenas de
teorias na mente de vocês durante a leitura.
E mesmo tão cansada, tendo a meta de escrever quatro
capítulos por semana, não conseguindo dar atenção para minha
família e me desdobrando em mil para que tudo saísse dentro do
que eu esperava, não desisti.
Sabia que estava me arriscando com essa história, por conta
de toda a controvérsia desses personagens e da dinâmica tóxica do
casal, mas, o que é a vida, senão um jogo de arriscar?
Espero que se joguem nesse risco chamado “Garotas Cruéis
Merecem Pagar”, e que gostem do meu lado sombrio.
Com carinho e meu coraçãozinho arruinado, Red <3
A humanidade sempre temeu a morte.
Mas eu me deito sobre os túmulos e espero pacientemente
pelo dia que meus ossos repousarão dentro de um.
Eu não imaginava que, tão acostumada a conviver com os
que já se foram, o real perigo estaria entre os vivos.
Eu o sinto.
Ele espreita entre os túmulos.
No escuro.
Aonde quer que eu vá.
E o pior é que sei que meu stalker tem um rosto conhecido.
Talvez seja o homem proibido por quem sou apaixonada. Ou
um dos filhos do dono do lugar em que eu, uma completa agregada,
sobrevivo, em vez de morar.
Desde que desenterrei seus segredos, eles me rondam pela
faculdade, pela propriedade, dentro da minha mente, tentando me
destruir e, pior, estão conseguindo.
E feito uma louca, pretendo descobrir quem é o mascarado
que toca o meu corpo, querendo mesmo se infiltrar na minha mente
e roubar a minha alma.
GCMP foi feito para amantes de romances pesados, se essa
não é sua praia, não o leia. Não vai te fazer bem. Sua sanidade
mental está apenas nas suas mãos, só você se conhece para saber o
que aguenta, o que é tolerável ou não.
Esse livro é um stalker romance e aborda temas de caráter
questionável como dubcon (consentimento duvidoso), CNC
(consentido não consentir), cenas de tortura física e psicológica
extrema, relacionamento tóxico, machismo e misoginia, assédio,
incesto e menção a pedofilia, palavrões, feminicídio, luto,
assassinato gráfico, comportamento masoquista, sadismo, ideação
suicida, violência familiar, tanatofobia, spanking, degradação
sexual, odaxelagnia, ménage, chuva dourada, automutilação,
branding, gordofobia, claustrofobia, abuso de substância lícitas e
ilícitas.
Os personagens principais desse livro são perturbados e
perturbadores. Possuem, hora ou outra, comportamentos erráticos e
desproporcionais, alguns deles considerados inaceitáveis
socialmente. A carga de bullying e intimidação por aqui também é
elevada, então, atente-se a isso!
É importante ressaltar que, na vida real, comportamentos
abordados por aqui não devem ser romantizados, e a autora não
compactua com eles ou os tolera.
Use seu discernimento, e leia apenas caso se sinta
confortável com os gatilhos mencionados.
Shadow Valley é uma cidade que não existe na vida real. Por
isso, senti-me à vontade para criar o clima adequado, bem como a
localização e a distância entre os locais. Usei de minha licença
poética para isso, então, estejam entendidos que, acima de qualquer
coisa, ela é parte da ficção e meticulosamente criada para o bom
desenvolvimento do roteiro.
Ouça a playlist de Garotas Cruéis merecem parar no Spotify. Basta
abrir o seu aplicativo de música, ir em buscar e apontar a câmera
para o código abaixo.
“Nenhum homem escolhe o mal por ser o mal;
mas apenas por confundi-lo com felicidade.”
Mary Wollstonecraft
[1]
O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry.
[2]
Personagem do filme dirigido por Tim Burton.
ATO II
Confusão
“Mas dessa vez eu tenho a minha opinião formada.
Porque há uma ameaça em minha cama.
Você pode ver a silhueta dele?”
Trouble – Halsey
Terminei de colocar a louça na máquina antiga e, enquanto
secava a mão, fiz movimentos de vaivém com os dedos, para checar
se ainda tinha algum resquício de dor.
A mão esmagada pela bengala do Velho Jack parecia melhor,
e os pulsos e tornozelos já tinham cascas secas, mas as feridas
internas, essas ainda doíam.
Desde que meu avô me agrediu, após o presente de Drake,
não nos falamos. Fazia quase uma semana que ele havia me deixado
em paz. Velho Jack passava boa parte do tempo na rua e quando
chegava, era eu quem saía.
Tinha visto Drake poucos dias na semana, porque ele estava
com mais viagens de negócios do que de costume. E com a
proximidade do final de semana, sabia que o meu avô iria para a
casa do irmão. Então, toda hora sentia o ímpeto de perguntar ao
meu chefe, por mensagem, se podia mesmo dormir na casa dele. E
nem era apenas o lado apaixonadinho querendo proximidade que
me obrigava a pensar nessa saída, era o sentimento de peito
esmagado com as lembranças da festa no cemitério que faiscavam
na minha mente.
Pelo cantinho dos olhos, vi que meu avô havia colocado
algumas caixas em cima do balcão da sala, provavelmente a
correspondência, mas seguindo a nova dinâmica da casa, não
olhamos na cara um do outro.
Só fitei a pilha de coisas quando ele bateu a porta da sala
atrás de si e sua bengala retiniu nas tábuas da varanda. Uma caixa
parda estava cercada de envelopes com contas.
Estalei a língua, entendendo a razão de ele as largar ali. As
contas eram para mim, porque a grana dele era para as suas noites
de bebedeira. Já o meu dinheiro... esse era consumido para nos
sustentar.
Xingando baixinho, encarei os boletos desejando chutar o
balde e não quitar nada, para ver aquele velho abusado se coçar
para pagar, mas o que roubou minha atenção dos pensamentos de
querer ferrar com o Velho Jack foi a caixa.
Fazia um bom tempo que não comprava nada na internet, por
isso, puxei-a para perto. Tinha uns bons cinquenta centímetros. Não
havia etiqueta de correio, apenas algo escrito com caneta piloto
negra na frente:
“Para Emily Brown”.
Quando a tomei em minhas mãos, o peso era moderado.
Virei-a ao contrário, procurando o remetente, mas como já
desconfiava, não havia identificação. Dando de ombros, abri uma
das gavetas abaixo da pia da cozinha e peguei uma faquinha para
legumes.
Quando rasguei a fita e larguei a faca sobre o balcão, juntei
as sobrancelhas tentando entender que porra era aquela diante de
mim.
Era um artefato retangular formado por vigas de ferro preto.
Com cerca de trinta centímetros, parecia uma caixa vazada, e no
meio dela havia uma rosa preta, suspensa transversalmente pelo
caule por um amontoado de barbantes vermelhos amarrados nas
vigas do topo.
Quando segurei o ferro gelado nas mãos e levantei a peça
diante do rosto, me perguntei se aquilo não era um engano.
Quem me mandaria algo assim?
Notei um envelope no fundo da embalagem, tão pequeno,
que poderia sumir em minha mão. Pousei o artefato no balcão e
puxei o cartão vermelho de dentro do envelope preto. Intrigada,
pousei meus olhos nas letras escuras.
“Já que gosta de presentinhos baratos de homens mais
velhos, te ensinarei a gostar dos meus.”
O chacoalhar involuntário de minhas mãos derrubou o cartão
no balcão. Cobri a boca, olhando novamente para a rosa, não
querendo acreditar que já a tinha visto antes.
Meus pensamentos eram amontoados de nuvens cinzentas,
enquanto subia correndo as escadas de casa em direção ao meu
quarto. Fui direto ao meu guarda-roupas e, no fundo de uma das
gavetas, procurei a redoma que Drake me deu. Escondi-a ali para
que meu avô se esquecesse dela e não a quebrasse ou, sem que eu
visse, a jogasse fora. Quando a encontrei, meus pensamentos
viraram gritos bizarros dentro da minha cabeça.
Estava vazia.
A rosa que tanto amei foi retirada do lugar onde ela poderia
viver por bastante tempo, protegida para me lembrar de que Drake
gostava de mim a ponto de me dar algo tão especial. E mesmo
quando murchasse, a carregaria sem vida, porque o significado dela
ficaria em meu peito para sempre. A redoma quase escorregou dos
meus dedos, deslizando pelo suor pegajoso e frio que tomava a
minha pele. E não querendo estragar o que ainda me restava do
presente, a enrolei de volta em uma de minhas blusas e fechei a
gaveta.
Não tinha dúvidas: foi ele!
O mesmo cara que invadiu a minha casa e me maltratou
daquele jeito.
Ele entrou aqui novamente, pegou a rosa e fez aquela coisa
absurda, contaminando a minha cozinha com sua energia ruim.
Somente duas pessoas viram Drake comigo no jardim. O
Velho Jack estava lá, mas meu avô não tinha sangue frio para fazer
palhaçadas assim. Joguinhos mentais eram a cara do maldito Bran
Walton. Não era possível que tivesse uma terceira pessoa à espreita,
sem que eu tivesse visto...
Não ficaria em casa remoendo aquela merda, por isso, me
arrumei, peguei minha bolsa, a maldita ameaça em formato de caixa
e pisei duro por todo o trajeto até o meu carro.
Não podia simplesmente colocar a rosa de volta na redoma,
ou deixaria de ser uma prova de que eu tinha um perseguidor, um
fodido stalker como aqueles dos filmes de terror.
Me restaria saber que, quando a enfiasse em sua proteção de
vidro, se a tivesse de volta, ela murcharia mais cedo. Talvez
pudesse levá-la ao Ethan, em algum momento, pois ele era
especialista em flores, e aprimorava isso estudando Biologia.
Um vento frio uivava enquanto cortava a cidade naquela
manhã, com chuviscos espaçados caindo hora ou outra e cobrindo o
chão com algumas poças de água. Razão pela qual eu estava usando
galochas e uma capa de chuva amarela — que parecia um presságio
para que um palhaço surgisse no bueiro, me convidando para
engolir o meu braço.
Agradeci por não ter pingos de chuva caindo naquele
momento ou poderia foder mais minha pobre rosa.
Embora fosse dia, quando o outono e o inverno chegavam,
Shadow Valley se tornava mais escura, presa nas teias de uma
eterna neblina. As pessoas costumavam brincar que no pórtico da
cidade deveria ter o letreiro com a frase “Bem-vindo a Silent Hill”,
e para emoldurar bem, alguns buracos de faca bem em cima das
palavras seriam uma boa pedida.
Dirigi por meia hora até a delegacia da cidade, sentindo o
fogo do inferno comendo a minha carne a cada vez que olhava de
soslaio para a flor amarrada.
Estacionei em frente a um prédio largo com telhado reto,
dois andares e uma fachada de pedra lisa e cinzenta. Abrigava nele
um time de incompetentes, coordenados por um homem tão
desqualificado quanto seus subordinados. E, embora eu não
quisesse fazer barulho ou denúncias após o cruzeiro, e estivesse
muito abalada pelo jeito como Paine me diminuiu, ainda precisava
parar quem quer fosse o responsável por tudo aquilo. Afinal, estava
recebendo ameaças.
E se tudo piorasse?
Se meu perseguidor ficasse mais violento?
Era certamente alguém obcecado, dado os esforços para
brincar com a minha cabeça. Se seu primeiro ato para me machucar
foi uma crucificação, o que viria depois?
Foda era que estava em um momento tão diferente com
Drake...
E se o xerife decidisse, por um milagre divino, se esforçar
para descobrir o responsável por aquela perseguição e de fato fosse
um dos garotos Walton? Tudo entre meu chefe e eu poderia se
dissolver como poeira. Se é que realmente existia algo.
Ou eu, uma tola emocionada, estava vendo flores onde não
crescia nada?
Engoli em seco, o peito palpitando, enquanto descia do carro
e encarava algumas viaturas de polícia diante da delegacia. Olhei
ao redor, sentindo algo macabro tocando a minha pele, subindo
feito um rastro gelado, rastejando pela minha espinha, me
arrepiando.
Girei sem sair do lugar, procurando pelas redondezas, com a
impressão tatuada na mente de que alguém estava me observando.
Carros aceleravam pela via, uma mulher jovem corria com seus
fones de ouvido, exercitando o corpo magro na calçada da
delegacia, e atrás dela, um sem teto carregava um saco de dormir
enrolado embaixo do braço.
“Você está paranoica, Emily!”, sussurrei, balançando a
cabeça e subindo os cinco degraus de escada que davam em amplas
portas de vidro, sentindo que levantava os pingos de água do chão e
molhava a minha legging preta.
A sala de espera da delegacia tinha paredes claras, cadeiras
simples e um balcão de recepção onde um oficial de cara amarrada
fazia anotações em seu notebook. Por trás do vidro de proteção, ele
digitava, parecendo fingir que ouvia a senhora à sua frente que,
com uma voz aguda, reclamava sobre o som alto das fraternidades
da faculdade, que ficavam próximas à sua casa e estavam abalando
seus nervos.
A sala estava vazia.
E não sabia se era o nervosismo que me fazia focar na luz
tremeluzindo e fazendo sombras estranhas se projetarem nas
paredes, ou no bebedouro à minha frente, que por ter uma das
torneiras com defeito, pingava gotas incessantes e cujo som parecia
amplificado por alto-falantes.
Tudo parecia assombrado ao meu redor, combinando com a
agonia dentro de mim.
Tive de esperar o falatório da idosa por dez minutos, até que,
por fim, chegasse a minha vez.
— Olá, sou o oficial David Wilson, em que posso ser útil? —
A voz baixa e desanimada do homem de pele clara, cabelos
raspados e olhos jocosos escapou pelo buraco quadrado no vidro,
um pouco acima do balcão, quando me aproximei.
— Eu gostaria de prestar uma queixa.
— Sim...
Minhas mãos tremiam tanto e em minha cabeça a todo
momento piscavam alertas, gritando que eu não deveria fazer isso,
porque, se meu avô ainda não soubesse de nada, seria impossível
não descobrir após eu abrir um boletim.
— Eu… hum...
Ele levantou suas sobrancelhas grossas, a testa lisa
adquirindo duas dobras tortas. John se recostou na cadeira de
rodinhas azul, cruzando os braços enormes e fortes, esperando que
eu desenvolvesse o assunto.
— Qual é o seu nome? — perguntou.
Antes que pudesse responder, escutei alguém dizendo em
voz alta.
— Emily? Emily Brown?
Cerrei os olhos e os dentes no mesmo segundo, praguejando,
porque a voz atrás de mim era justamente de uma das pessoas que
não queria encontrar ali. Virei-me, vendo Jackson Wood, o
investigador e braço direito do xerife Paine, sorrindo de um jeito
amarelo enquanto segurava um donut mordido nos dedos.
— Olá, senhor Wood!
— Posso ajudá-la?
Pisquei para ele, vendo, pelo sorriso debochado e o olhar
julgador sobre mim, que ele sabia o que havia acontecido na
semana passada. Não me restava alternativa, eu precisava de ajuda
e só por isso, soltei as palavras:
— Tem um homem me perseguindo e me enviando ameaças.
— O mesmo que a teria crucificado?
Ele cruzou os braços tatuados, me fazendo engolir em seco e
aprumar a postura.
Não podia recuar.
Era meu direito que eles me ajudassem. Eu era a porra de
uma cidadã que pagava seus impostos!
— Sim, esse mesmo! Ele me mandou essa por… — mordi a
língua, tanto para conter o tom das palavras que escalava e quase
terminava em um grito, quanto para coibir o palavrão de sair — me
enviou essa coisa.
Ergui as mãos, mostrando o objeto a Jackson. Ele entortou a
cabeça, parecendo confuso e se sentou em uma das cadeiras de
espera. Não pegou a caixa, mas deu um pequeno peteleco na rosa,
fazendo meu coração doer, com medo de que a estragasse.
— O que seria isso? — Parecia perguntar a si mesmo.
— Eu não sei, mas chegou com a minha correspondência.
Pousei a caixa de ferro em seu colo, depois fucei em meio
aos cacarecos da minha bolsa, em busca do envelope. Jackson
estreitou os olhos quando aproximei o papel de seu rosto, correndo-
os sobre as letras no cartão.
— Senhorita Brown, tem saído com algum colega de
faculdade?
Pisquei, tentando entender seu raciocínio, enquanto ele me
devolvia a caixa. Estava confusa, tanto pelas palavras quanto por
me devolver o que poderia ser uma evidência.
Ele não deveria colher fotos? Talvez, ficar com isso para a
investigação?
— Não! Eu... eu não saio com ninguém. Nem de faculdade,
nem de canto algum!
— Me parece que isso é uma sútil declaração de ciúmes. —
Comprimiu os lábios e a cada vez que a luz assombrada tremia,
escurecia sua pele alaranjada e o fazia parecer um camarão. —
Ganhou presentes de um cara mais velho?
— Olha só, eu não sou o tipo de garota que pede ajuda —
murmurei, uma lágrima escorrendo pela bochecha. — Eu sempre
engulo as minhas tragédias, mas, quando preciso pedir, dou de cara
com isso... Com oficiais que se recusam a entender o que digo.
Seus olhos se arregalaram. Ele não tinha a mesma cara
debochada de Paine. Seu rosto todo pareceu empalidecer diante do
meu choro.
— Emily, vi as fotos da festa da fraternidade, e achei que
haviam feito algum trote com você. Agora, você vem até a
delegacia e diz que tem alguém a ameaçando, mas também diz que
não tem namorado. Porém, o bilhete fala que ganha presente de
homens mais velhos. Apenas estou tentando entender a situação.
— Eu ganhei um presente do senhor Walton. Essa rosa, mas
foi apenas para me consolar pelo que aconteceu. — Não sabia se
estava mentindo, porque só tinha certeza da minha paixonite. —
Então o mesmo maluco que me sequestrou e crucificou invadiu a
minha casa, pegou a rosa e fez isso. O que você não entende? —
Meu queixo tremeu e nem queria conter a porra do choro. Era
desesperador que aqueles malditos não compreendessem a
gravidade do que estava acontecendo. — Foi assim que fizeram
quando a minha mãe veio até vocês e disse que foi seguida? Vocês
riram dela? Vocês a desacreditaram também?
— Ela não veio nesse departamento. Foi ao de Salém —
corrigiu. — Como sabe que foi a mesma pessoa da noite da festa?
— ele continuou, balançando a cabeça. — Isso parece coisa de
alguém enciumado, não uma ameaça. Não pode vir à delegacia com
coisas bobas e comparar ao caso da sua mãe.
— Vai ser bobo, até eu ser a próxima mulher morta nessa
merda de cidade — gritei, antes de correr para longe.
Quando passei pelas portas da delegacia, soube que estava
sozinha.
Ninguém me protegeria de quem quer que meu stalker fosse.
Ethan: Por que não me contou o que fizeram com você na
festa?
Eu: Estava com vergonha. Queria te ver pessoalmente para
desabafar.
Ethan: Volto na semana que vem para as aulas, mas, por que
não vem ficar aqui nos finais de semana em que seu avô estiver
fora?
[1]
Essa frase é atribuída ao Chapeleiro Maluco em peças e musicais, não constando nas obras
originais de Lewis Carroll.
[2]
Slasher é um subgênero de filmes de terror onde um assassino em série, geralmente mascarado,
assassina vítimas de forma aleatória.
[3]
Em faculdades americanas, é comum que pessoas que tenham laços familiares com ex-membros
das fraternidades sejam chamados de “legados”.
[4]
Saint-Exupéry A. O Pequeno Príncipe. Paris: Gallimard; 1943.
[5]
Assassino das divorciadas.
[6]
Equivale ao telhado colonial brasileiro.
[7]
Investigador criado nos livros da Karin Slaughter.
[8]
É uma explosão estelar poderosa e luminosa.
[9]
Personagem fictício da franquia de filmes de terror “Halloween”.
[10]
Armadura responsável pela proteção da caixa torácica dos jogadores de futebol americano.
[11]
Um buraco de minhoca é uma estrutura hipotética no espaço-tempo que, de acordo com a teoria,
poderia agir como um túnel conectando dois pontos distantes do universo, permitindo viagens mais
rápidas entre eles.
[12]
Saint-Exupéry A. O Pequeno Príncipe. Paris: Gallimard; 1943.
[13]
Saint-Exupéry A. O Pequeno Príncipe. Paris: Gallimard; 1943.
[14]
Saint-Exupéry A. O Pequeno Príncipe. Paris: Gallimard; 1943.