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PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA

SEJ - SECRETARIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 3 ª. VARA CIVEL


DA COMARCA DE SOROCABA- SP.

PROCESSO N° 2004.032486-0 – N. ordem : 61/2005


APELADO: GENTIL PIRAJÁ
RECLAMADA: MUNICÍPIO DE SOROCABA- PREFEITURA MUNICIPAL

PREFEITURA MUNICIPAL SOROCABA, pessoa


jurídica de direito público interno, com sede à Av. Eng°. Carlos
Reynaldo Mendes, 3.041, Alto da Boa Vista, Palácio dos Tropeiros,
Sorocaba/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 46.634.044/0001-74 por
seu procurador que abaixo subscreve, nos autos da Reclamatória
Trabalhista em epígrafe, não se conformando, data venia, com a
R. Sentença de fls. vem interpor recurso de APELAÇÃO, consubs-
tanciado nas anexas razões, requerendo o seu regular
processamento e remessa à douta apreciação do R. Juízo ad quem.

Termos em que,
pede deferimento.

Sorocaba, 10 de outubro de 2006.


Ruy Elias Medeiros Junior
Procurador Municipal
OAB nº 115403

RAZÕES DE APELAÇÃO

PROCESSO N° 2004.032486-0 – N. ordem : 61/2005

Apelante: MUNICÍPIO DE SOROCABA- PREFEITURA MUNICIPAL

Apelado: GENTIL PIRAJÁ

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Emérita Turma:
Preliminarmente:

Cerceamento de defesa – ausência de prova pericial oficial

A municipalidade de Sorocaba requer a


nulidade da sentença em razão do cerceamento de seu direito de
produzir prova pericial.

O Juízo de primeiro grau julgou o feito


antecipadamente, afirmando que houve a realização de prova pericial
individual pelo autor, e que o profissional que a elaborou é vinculado
ao quadro da prefeitura municipal de sorocaba, o que em tese
eliminaria qualquer indício de parcialidade no laudo. Entretanto, a ora
recorrente não entende dessa forma.

Com tal decisão, em que pese o livre


convencimento, a municipalidade foi abertamente prejudicada, haja
vista que a simples juntada de laudo pericial encomendado pela
parte adversa, independentemente de quem seja seu subscritor, fere
princípio do contraditório e da isenção dos auxiliares do juízo na
realização das provas periciais que lhe são incumbidas.

E, Nem mesmo se referida prova fosse


decorrente de procedimento administrativo interno não haveria de
suprir a falta de outras provas judiciais, isentas de parcialidade.

Com o devido respeito, nem mesmo a


justiça do trabalho, órgão especializado da justiça federal, tem
dispensado referida prova, exigível até mesmo por força de
dispositivo específico da lei, aplicável nesses casos, de forma que o
procedimento adotado pela parte adversa não tem o necessário
aporte de credibilidade para fazer vez a esse procedimento judicial.
Destarte, pugna a municipalidade pela
decretação da nulidade da sentença para que seja determinada a
produção de prova pericial, conforme requeridas tempestivamente em
defesa.

Mérito :

A sentença ora combatida não agiu com


o costumeiro acerto ao dar pela procedência da ação, máxime pelo
julgamento prematuro do feito, sem a necessária dilação probatória,
razão pela qual deve a mesma ser reformada neste aspecto,
dando-se provimento à presente apelação.

O Apelado ajuizou a presente


Reclamação Trabalhista, alegando o seguinte:

a - que foi contratado pela


Reclamada em 10 de maio de 1.993, para trabalhar como Eletricista,
cujo contrato de trabalho foi rescindido injustamente pela Reclamada
em data de 01/10/2002;

b - que percebeu durante o pacto


laboral o salário de R$666,08 mensalmente;

c - que sempre laborou das 08:00 hs


às 17:00 hs, de segunda à sexta-feira, com uma hora de intervalo
intrajornada;

d- alega que faz jus o apelado ao


recebimento de adicional de periculosidade, uma vez que sempre
manteve contato com corrente elétrica com cerca de 23.000 volts e
que, portanto, faz jus ao recebimento do mesmo, com os reflexos e
incidências nas férias + 1/3, FGTS + 40% de acréscimo, horas extras,
13° salário e aviso prévio;

e - oferece o apelado o rol de


quesitos para a realização de perícia, face ao pedido de adicional de
periculosidade.
DO MÉRITO

Em 10 de maio de 1.993, à vista do


resultado final de Concurso Público realizado em 02.02.92 foi
nomeado e entrou em exercício, em caráter efetivo, para o cargo de
Eletricista, criado pela Lei n° 3.802, de 04 de dezembro de 1.991
(anexa), cuja súmula de atribuições é a seguinte, "in verbis":

" Executar, sob supervisão, os


serviços gerais de manutenção preventiva e corretiva de
máquinas, instalações e equipamentos elétricos, painéis e
conjuntos semafóricos; auxiliar na instalação, reparação e
conservação de sistemas elétricos de alta e baixa tensão,
bombas, equipamentos e outros aparelhos elétricos; executar
os serviços cumprindo as normas e utilizando os
equipamentos de segurança, observando inclusive a
segurança e riscos contra terceiros."

Ao contrário do que alega o


apelado, não houve rescisão injusta. Foi ele desligado da reclamada,
tendo em vista a sua aposentadoria deferida pela Fundação Social dos
Servidores Públicos Municipais de Sorocaba.

Percebia o apelado, quando de seu


desligamento, R$ 666,08 mensais.

Pela própria leitura das súmulas de


atribuições do cargo de Eletricista, percebe-se que as atribuições do
apelado não comportam o pagamento de adicional de periculosidade,
pois, o cargo de Eletricista tem em sua súmula de atribuições,
atividades incompatíveis com a periculosidade.

Na verdade, as atividades realizadas


pelo apelado eram as de trocar lâmpadas, o que poderá ser
constatado caso conclua esse MM. Juízo pela perícia técnica.

Portanto, com relação ao pleiteado


pagamento de adicional de periculosidade deve a sentença ser
reformada, a fim de que outra seja proferida, após a realização da
prova técnica, reputada desnecessária pelo juízo de primeiro grau .

Justiça. .

Sorocaba, 10 de outubro de 2006.

Ruy Elias Medeiros Junior


Procurador Municipal

OAB/SP 115403

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