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A história da loucura e as transformações no cuidado em saúde mental

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Denise Martins Dourado Neuzilane Gonzaga


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Eraldo Carlos Batista


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CAPÍTULO III

A história da loucura e as
transformações no cuidado em
saúde mental

Denise Martins Dourado


Neuzilane Medeiros Gonzaga
Eraldo Carlos Batista

Introdução

Nas últimas décadas grandes mudanças ocorreram


no atendimento à pessoa em sofrimento mental. Com a
Reforma Psiquiátrica, reconhecida como o principal
movimento que culminou nessas mudanças, novas formas
de cuidado foram desenvolvidas a partir de vários programas
e modelos no âmbito da saúde mental. Com a
desinstitucionalização o tratamento psiquiátrico ganhou
novos conceitos, nos quais a reinserção social da pessoa em
sofrimento mental ocupou um lugar central. O retorno da
pessoa em sofrimento mental para sua família e também para
a sociedade lhe devolveu, pelo menos é o que se espera, sua
condição de sujeito protagonista de sua história. Para que
esse movimento acontecesse, muitos programas foram
desenvolvidos, como, por exemplo, o programa De Volta

71
para Casa, que tem como finalidade assegurar os direitos da
pessoa em tratamento psiquiátrico em seu território.
Outro marco importante dentro dessas mudanças
foi a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
considerado uma instituição modelo no atendimento
psicossocial. O CAPS, como referência no atendimento à
saúde mental, atua como principal articulador da Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) dos municípios, facilitando a
comunicação entre a Atenção Básica de Saúde e a pessoa em
acompanhamento psicossocial na sua comunidade.
Contudo, nem sempre a atenção à pessoa em
sofrimento mental foi prioridade nos sistemas
governamentais. A loucura, como era conhecida a
manifestação dos problemas mentais até o período que
antecede a Reforma Psiquiátrica, era compreendida e tratada
de acordo com os paradigmas sociopolíticos de cada
momento histórico. Assim, conhecer a história da
saúde/doença mental nos ajuda a compreender não só as
mudanças positivas que ocorreram, como mencionado
anteriormente, mas também os estigmas que ainda
permanecem em torno dessa população. Como afirma
Foucault (1972, p. 124) em seu livro A história da loucura na
idade clássica: “queremos crer que é por havermos conhecido
mal a natureza da loucura, permanecendo cegos a seus
signos positivos, que lhe foram aplicadas as formas mais
gerais e mais diversas de internamento.” Compreende-se,
dessa forma, que, por desconhecimento da psicopatologia,
julgou-se mais prudente alocar os pacientes acometidos pela
loucura em hospitais psiquiátricos em busca da sua cura;
porém os métodos usados não eram reconhecidos como
eficazes e não buscavam a autonomia do paciente.

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Diante do exposto, este ensaio é uma tentativa de
problematizar a atenção e o cuidado em saúde mental sob o
viés da história da loucura. Para tanto, apoia-se em Michel
Foucault como referencial teórico na apresentação e
discussão dessa temática. Para melhor compreensão, o texto
está organizado da seguinte forma: num primeiro momento
discorre-se sobre a loucura em cada momento histórico, em
seguida contextualiza-se o movimento da Reforma
Psiquiátrica, sobretudo a Reforma Psiquiátrica Brasileira, e,
por fim, discutem-se a criação e o papel desempenhado
pelos CAPS no campo da saúde mental.
Dessa maneira, a Reforma Psiquiátrica Brasileira
trouxe consigo a intenção de desinstitucionalizar, realizando
um movimento de migração para o espaço social e trazendo
aos seus usuários um tratamento humanizado. Assim,
ressalta-se que o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS),
diferentemente das internações em hospitais psiquiátricos,
busca fazer com que o sujeito tenha condições de se tratar
em seu meio familiar e social e participar de forma ativa de
seu tratamento.

A história da loucura

É desde a época de Platão que a Filosofia trata a


loucura como um campo do saber, sendo ela própria da
natureza humana, estando intimamente relacionada à alma,
às paixões, à ética e à moral. No início da Idade Média, com
a difusão do Cristianismo, a loucura era sinônimo de
“pobreza de espírito”. Assim, a pessoa considerada louca era
desvalorizada, sem autonomia, sem direitos e era
constantemente submetida a rituais religiosos, como

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exorcismo ou adorcismo.2 Dessa forma mantinha-se a crença
da possessão sobrenatural como causa dos problemas
mentais. Assim, o louco, ao ser considerado doente de alma,
era visto como ameaça à sociedade (Foucault, 2013) e,
consequentemente, à sua família.
No entanto é o período denominado Idade Clássica 3
que representa um marco para o estudo do nascimento da
Psiquiatria e das práticas médicas de intervenção sobre a
loucura (Amarante, 2000; Batista, Silva, Ferreira & Batista,
2018). A loucura, desde os primórdios, vem sofrendo
mudanças significativas em sua realidade histórica,
transfigurando-se em determinado momento em um
conhecimento de insanidade, o qual a delimitava como
doença mental. Todavia não seria este o verdadeiro fato de
sua história, pois se durante algum tempo era baseada nessas
informações, é por não existir ainda conhecimento de que
poderia haver novas formas de tratamento médico (Foucault,
2013).
A noção sobre a história dos fatos e fenômenos
sociais é a porta para compreender as contradições e
determinações presentes na trajetória da vida humana. É
comum pensar que os termos Reforma e Psiquiatria
tornaram-se parceiros apenas recentemente. Ao contrário
disso, eles caminham juntos desde o surgimento da

2
Adorcismo: ação mágico-terapêutica que buscava restabelecer no
indivíduo sua alma “perdida”.
3
A definição de Idade Clássica utilizada é a da arqueologia das
ciências humanas, postulada por Michel Foucault, que apresenta
três períodos: o Renascimento, a Idade Clássica e a Modernidade.
O período do Renascimento, que vai até o século XVI; o período
Clássico, que compreende do fim do século XVI ao início do
século XVIII; e o período da Modernidade, que se inicia a partir do
fim do século XVIII.

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Psiquiatria. Sabe-se que foram os reformadores da
Revolução Francesa que conferiram a Pinel o papel de
humanizar e dar um sentido terapêutico aos hospitais em
geral, onde os loucos ficavam recolhidos junto a outros
indivíduos marginalizados da sociedade (Gonçalves & Sena,
2001; Tenório, 2007).
Segundo Foucault (2013), a loucura e a razão estão
intimamente ligadas, e uma pode ser alterada em função da
outra. Ou seja, toda loucura tem um pouco de razão que a
julga e controla e toda razão tem um pouco de loucura em
que ela encontra sua verdade módica, assim, ambas se
respaldam e se designam reciprocamente. Entretanto, o
enfoque da loucura como patologia e da psiquiatria como
especialidade médica passou a ser reconhecido pela história
da humanidade há aproximadamente pouco mais de 200
anos. Foi a partir do século XVIII que o homem idealizou
uma nova forma de se compreender e vivenciar a condição
humana. Na realidade, a loucura sempre existiu, assim como
o ambiente para tratar os loucos, como instituições,
domicílios e templos, porém a instituição psiquiátrica é uma
construção do século XVIII (Gonçalves & Sena, 2001).

A doença mental que a medicina vai atribuir-se


como objeto, se constituirá lentamente como a
unidade mítica do sujeito juridicamente incapaz e
do homem reconhecido como perturbador do
grupo, e isto sob o efeito do pensamento político
e moral do século XVII. (Foucault, 2013, p. 131).

A partir dessa nova forma de evidenciar a condição


humana, instituiu-se “o diferente”, que passou a ser
empregado como forma de definir um ser que não seguia o
mesmo padrão de comportamento que os demais membros

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da sociedade. Assim, o doente mental, que até então era
excluído do convívio dos iguais (dos normais), foi afastado
dos produtivos, dos donos da razão e dos que não
apresentavam ameaças à sociedade (Gonçalves & Sena,
2001). Nesse momento surgem os asilos, que foram
construídos para abrigar os loucos e todos aqueles que, por
alguma razão, não se adaptavam às normas sociais vigentes
(Foucault, 2013).

O asilo tinha por função não o tratamento, mas a


tarefa de promover a limpeza social dos
indesejáveis, um verdadeiro depósito de
isolamento e exclusão visando a segregação social
e não a cura (o louco foi igualado ao miserável e
ao criminoso, que só causavam transtornos à
cidade), característica que só mudaria devido aos
esforços de Pinel (1745-1826) que concebeu a
loucura como um problema médico-social ainda
que ligado a moral. (Tílio, 2007, p. 197).

Observa-se que o asilo retrata a ilusão liberal dos


reformadores, no momento em que passam a ponderar a
loucura passível de cura: principalmente após a declaração
dos direitos humanos e do cidadão, mesmo que durante o
antigo regime já existisse a internação para os pacientes nos
hospitais gerais, foi somente a partir desta que foi possível
fazer uma junção da internação com o ato terapêutico
(Amarante, 2000). Foucault reforça essa ideia quando declara
que o asilo abrigaria “o poder moral da consolação, da
confiança, e de uma fidelidade dócil à natureza” pela
disseminação de valores como religião (principalmente no
Retiro de Tuke), família e trabalho. Segundo ele:

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Procuravam-se as formas mórbidas da loucura,
encontrou-se apenas as deformações da vida
moral. Neste percurso, é a própria noção de
doença que se alterou, passando de uma
significação patológica para um valor puramente
crítico. A atividade racional que repartia os signos
da loucura transformou-se secretamente numa
consciência razoável que os enumera e denuncia.
(Foucault, 2013, p. 198).

Para vários estudiosos, tratar o doente mental em um


asilo, além de reclusão, foi também um sinal de exclusão.
Apesar de essa exclusão ainda existir, nas últimas duas
décadas, a sociedade tem se mostrado mais consciente e
menos excludente quanto a essa questão; mesmo assim,
muitos ainda admitem em seu modo de agir que existe uma
diferença entre o ser humano normal e o doente psíquico,
fato que não pode ser negado, pois é necessário reconhecer
essa situação e conviver com ela sem ter que excluir,
conforme a grande aspiração da Reforma Psiquiátrica
(Gonçalves & Sena, 2001).
Em meados do século XX, com a medicalização da
loucura, a doença mental passa a ser vista apenas a partir da
determinação orgânica e biológica, e, assim, o meio deixa de
ter sua influência. Essa nova ótica contribuiu para o
desenvolvimento da farmacologização, rebatendo a antiga
concepção de que a hospitalização/internamento do doente
era a única possibilidade de cura, pois desde o século XVIII,
o psiquiatra tornou-se o sabedor da loucura, aquele que
organizava o ambiente da instituição psiquiátrica e conduzia
o tratamento desses pacientes (Tílio, 2007).
A história da loucura Foucault descreve como uma
viagem em torno do que autodenomina de “estrutura de
exclusão” do fenômeno da loucura. De acordo com Silveira
77
e Simanke (2009), durante a Idade Média, a trágica
experiência da lepra devastava, juntamente com as pestes e
as guerras, as comunidades e ameaçava os indivíduos,
material e espiritualmente. Com o desaparecimento da
doença, no decorrer do século XVI, um novo mal se instalou
no imaginário e nos corpos das pessoas: uma doença que
ocasionou um estigma social e preconceitos diversos, em
decorrência das deformidades físicas, a qual era
compreendida como sinal da punição e castigo divino aos
pecadores e libertinos. Entretanto, a doença venérea, apenas
no século XVII, influenciada pelos princípios do
internamento, vai, ao lado da loucura, começar a ser
submetida aos preceitos do discurso médico, que, seguindo
alguns séculos, torná-la-á objeto definido de patologização e
de psicologização. Após, os leprosários passaram a ser
utilizados para tratar todos os tipos de enfermidades,
inclusive “os loucos”.
A institucionalização das pessoas com transtornos
mentais vem se destacando desde a Idade Média e
Renascença, na Europa, como processo de exclusão desses
indivíduos da sociedade. Nesse período há relatos da
expulsão de loucos das cidades, por meio de sua colocação
em barcos levados a alto mar e deixados à deriva,
denominada “Nau dos Loucos”. Surge, nessa época, o
Hospital Geral, uma política social que administrava
instituições destinadas a acolher, por caridade, desabrigados,
pobres e doentes, a prestar assistência material e religiosa,
evitar o contágio das doenças e a proteger a população das
grandes epidemias. A instituição hospitalar era também o
lugar para se ter os “últimos cuidados e o último
sacramento”, passando, por isso, os hospitais a serem
conhecidos como “morredouros” (Foucault, 2000).

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Foucault (2013) relata sobre a grande internação que
diz respeito a como era tratada a loucura, em que foram
internados todos aqueles ditos libertinos e sem condições,
sendo vista como a grande internação da pobreza. Os
indivíduos encarcerados tinham em si algo em comum: “Em
todos eles, havia apenas uma certa maneira, bastante pessoal
e variada em cada indivíduo, de modelar uma experiência
comum: a que consiste em experimentar o desatino.”
(Foucault, 2013, p. 122). A partir desse enfoque, tem-se a
dissipação da origem sobrenatural da loucura e a sua
amarração:

Ela não irá mais de um aquém para um além, em


sua estranha passagem; nunca mais ela será esse
limite fugidio e absoluto. Ei-la amarrada,
solidamente, no meio das coisas e das pessoas.
Retida e segura. Não existe mais a barca, porém o
hospital (Foucault, 2013, p. 42).

No Classicismo Foucault (2013) considera que uma


nova percepção da loucura enquanto risco para a sociedade
começou a se delinear, sendo referenciada enquanto fator de
desorganização da família, desordem social, perigo para o
Estado. Com isso, muito além do papel negativo de exclusão,
inerente à prática do internamento, o que se tem é um papel
positivo de organização, a partir de toda uma reconfiguração
de uma ética, de “novas linhas de divisão entre o bem e o
mal, o reconhecido e o condenado, e o estabelecimento de
novas normas na integração social” (Foucault, 2013, p. 83).
No entanto, o autor salienta que a história da loucura não se
restringe à sua relação com o domínio exclusivo do
conhecimento da Medicina, paramédico ou psicológico. No
contexto da Medicina, a delimitação da loucura como doença

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mental se correlaciona à experiência jurídica da alienação, na
constituição do estatuto do que seja um indivíduo incapaz,
perturbador do grupo, de acordo com os preceitos morais,
sociais, éticos e políticos dos séculos XVII e XVIII. Nesse
sentido, a loucura clássica não é uma doença, no entanto “o
extremo dos defeitos”. Por exemplo, foram internados
indivíduos considerados: “grande mentiroso”, “pregador de
cartazes”, “espírito inquieto, triste e ríspido”, “homem que
passa os dias e as noites a atordoar os outros com suas
canções e a proferir as blasfêmias mais horríveis.” (Foucault,
2013).
Aos poucos a loucura passa a se individualizar das
outras categorias. Como é o momento em que a pobreza
deixava de ser enclausurada enquanto a loucura continuava
sendo privada do convívio social. Somente em fins do século
XVIII e início do século XIX, com o surgimento de abrigos
e atendimentos terapêuticos, a loucura passa a ser definida
como “alienação mental”, apontada por Philippe Pinel, e
integrada ao campo da Medicina. Foi por intermédio de
Pinel que se tornou possível ter acesso ao paciente
acometido pela loucura e, dessa maneira, buscar reintegrá-lo
à sociedade. Todavia isso não quer dizer que a prática de
internamento seria excluída, ela apenas estava sendo
modificada para um tratamento mais humanizado, fazendo
com que o louco se reconhecesse como doente, porque ele
não foi inteiramente deposto de suas faculdades mentais;
ainda existiam lampejos de razão. Isso conceberia, por
exemplo, o retorno a um estado dito como normal após uma
crise de loucura (Batista, 2014). De acordo com Cantele,
Arpini e Roso (2012), a principal intenção da Reforma
Psiquiátrica diz respeito ao rompimento da mácula da
loucura como doença somática, reconstruindo uma nova

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visão diversificada do doente mental, reconhecendo-o como
um todo.

A Reforma Psiquiátrica brasileira

O movimento de Reforma Psiquiátrica que


aconteceu no Brasil na década de 1970 era liderado por um
grupo de funcionários da saúde que lutavam em busca da
sensibilização contra a crueldade praticada nos hospitais
psiquiátricos para com os portadores de doença mental e do
antimanicomial (Brandão, 2010). Nota-se que a doença
mental se encontra relacionada a um contexto carregado de
estigmas, o que acarreta impactos sobre o paciente e também
sobre a família. Muitas vezes, esses estigmas estão
relacionados ao preconceito dos próprios familiares, o que
transmite um sentimento de segregação no indivíduo em
sofrimento. Ou seja, “ser familiar de um indivíduo com
transtorno mental é algo mais complexo do que
simplesmente ter uma pessoa em casa que apresenta outro
tipo de patologia.” (Macedo, Andrade & Silva, 2009, p. 19).
O internamento de indivíduos portadores de
transtornos mentais, no Brasil, existe desde a metade do
século XIX. Dessa época em diante, a atenção aos
portadores de transtornos mentais tornou-se quase um
sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos
especializados no País. Estima-se que “o hospital
psiquiátrico teria como principais características: o controle
do tempo, do espaço e das ações dos loucos, não podendo
os mesmos decidir sobre a continuidade ou não de seu
tratamento” (Brandão, 2010, p. 12). A decorrência disso era
a total exclusão social do sujeito, assim como sua privação
com relação a qualquer responsabilidade sobre a sua vida,

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uma vez que já que não tinha mais a oportunidade de fazer
suas próprias escolhas (Brandão, 2010). Com a ocorrência
dos movimentos de reformulação da assistência psiquiátrica
em nível mundial, foram estabelecidas novas ações para
modificar as realidades asilares, criando, dessa forma, novas
possibilidades. Com isso, onde havia somente exclusão e
isolamento foi proposta a cidadania, a convivência
comunitária e a escuta subjetiva. O principal objetivo da
Reforma Psiquiátrica foi, além de oferecer uma nova clínica,
produzir um novo ambiente social para a loucura na tradição
cultural brasileira (Pereira, 2008).
Outro acontecimento importante destacado por
Tílio (2007) e que merece destaque foi a reformulação do
conceito de saúde mental como eixo diagnóstico, pois,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) de 1948, a
saúde era considerada um estado de bem-estar físico, mental
e social para além da ausência da doença. A partir da nova
redação, em 2001, deu-se uma ampliação e complexização
das percepções sobre saúde e doença.

[...] o diagnóstico de transtorno mental feito por


um especialista seria insuficiente para instituir a
necessidade de tratamento, pois os
acometidos/doentes poderiam ter saúde mental
(viver bem na rede comunitária) e os nãos
acometidos poderiam padecer da saúde mental em
diversos e variados graus. (Tílio, 2007, p. 199).

A partir da década de 1980, com o surgimento do


Sistema Único de Saúde (SUS), fundamentando-se nos
princípios da: igualdade, equidade, universalidade, o olhar
voltado à saúde mental passa a ser repensado. Com isso, os
recursos que até então eram destinados à manutenção dos

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leitos hospitalares de psiquiatria passaram a ser destinados
para um modelo substitutivo de base comunitária (Brandão,
2010).
No Brasil, a loucura fazia parte do convívio social
desde o século XVI até o início do século XIX. A partir
dessa situação, começou a ser reconhecida como desordem e
perturbação da paz social, passando a ser apropriada pelo
discurso religioso (Vechi, 2004).
Gradativamente, os loucos foram sendo retirados do
contexto social e isolados nos porões das Santas Casas de
Misericórdia e nas prisões públicas. Para os médicos da
época, no entanto, essa situação não resolvia o problema da
loucura. A segregação, a falta de higiene e de tratamento
físico e moral adequado tornavam a cura impossível. Os
médicos, articulados com o então provedor da Santa Casa,
José Clemente Pereira, começam a reivindicar a criação de
um instrumento terapêutico específico para os loucos, o
hospício (Machado, Loureiro, Luz & Muricy, 1978).
Essa transição do modelo médico tradicional tem
acontecido desde 1980 e é reconhecida como Reforma
Psiquiátrica Brasileira, que pretende implantar uma prática
humanizada de assistência ao paciente com transtorno
mental, o qual passa a ser assistido na sociedade com apoio
familiar, podendo, dessa forma, resgatar os seus direitos
como cidadão, passando o tratamento da doença e
promoção da saúde mental a ser o foco desse novo modelo
(Castelo Branco, 2013).
O campo da saúde mental teve como marco
importante no contexto brasileiro o movimento da Reforma
Psiquiátrica. Historicamente sendo visto como um momento
que possibilitou a reconstrução da assistência em saúde
mental por meio da formulação de políticas públicas,

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protestando sobre a maneira como as instituições
psiquiátricas se relacionavam com o processo saúde-doença
e o sistema manicomial em seu conjunto, destacando a
situação crítica e emergencial de buscar novas formas de
atuação dos profissionais no atendimento assistencial
ambulatorial. Essas transformações propostas pela Reforma
alcançaram as diferentes práticas que se encontravam já, em
alguma medida, consolidadas nas instituições manicomiais
(Cantele & Arpini, 2017).

Uma breve história do surgimento do CAPS

No Brasil, a atenção aos transtornos mentais inicia-


se com a criação do Hospício Pedro II, no Rio de Janeiro,
em 1852, que, até o final da 2ª Guerra Mundial, teve uma
trajetória higienista. Porém esses hospitais psiquiátricos da
época não estavam conseguindo suprir a função de
recuperação dos pacientes. Os principais fatores que
acarretavam isso eram a superlotação, a pequena quantidade
de funcionários, a falência das propostas de tratamento
existentes ou a própria ausência de qualquer proposta
terapêutica (Ribeiro, 2004).
De acordo com Delgado (1999), desse modo o
movimento de Reforma Psiquiátrica inspira-se, em ampla
medida, no modelo italiano, iniciando em fins dos anos 1970
e ganhando força no final dos anos 1980 e na década de
1990. Entre os marcos da Reforma Psiquiátrica brasileira
realiza-se a proposta de uma atenção psicossocial integrada,
de uma interdisciplinaridade das práticas, de um sistema
extra-hospitalar de cuidados e a defesa da cidadania dos
portadores de doenças mentais.
Até o século XX, em meados dos anos 1980, os

84
doentes mentais eram isolados da população em geral, sendo
internados em manicômios por tempo geralmente
indeterminado. Se antes a única alternativa desses pacientes
era os manicômios, com a Reforma Psiquiátrica esse quadro
se modificou, possibilitando uma nova assistência à saúde
mental (Abuhab, Santo, Messenberg, Fonseca & Aranha,
2005; Martinhago & Oliveira, 2012).
Vechi (2004) expõe que a iatrogenia, que favorece a
conservação da clientela, produzindo um efeito inverso ao
terapêutico, continuou vigente no discurso da
desinstitucionalização. A desinstitucionalização da loucura
não poderia se limitar ao mero processo de desospitalização.
“Nesse sentido, essa noção apontaria apenas para a mudança
do lócus de tratamento, isto é, dos grandes hospitais
psiquiátricos para os serviços comunitários, como os
hospitais-dia e os centros de atenção psicossocial.” (Vechi,
2004, p. 493).
Embora pareçam ter significados distintos,
desospitalizar e desinstitucionalizar têm significados bem
diferentes; enquanto um atua apenas no contexto da abolição
dos hospitais manicomiais, o outro atribui novo sentido ao
termo instituição que visa à compreensão das complexidades
das práticas e saberes de entender e se relacionar com
fenômenos sociais. Em consonância, não teria o paciente
mental que ser desinstitucionalizado, mas o entendimento
acerca da loucura que deveria ser modificado e transformado
(Figueiredo & Rodrigues, 2004).
Por meio da desinstitucionalização é possível
proporcionar aos pacientes a integração social e familiar,
fazendo com que eles tenham autonomia e encorajando-os a
se inserir em um ambiente social mais harmonioso, por
intermédio de diversos dispositivos clínicos, como oficinas,

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atendimentos médicos e psicológicos, tendo como base um
acompanhamento terapêutico assistencial à saúde mental
(Lewis & Palma, 2011; Lara & Monteiro, 2012).
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) tem
como finalidade acolher os pacientes com transtornos
mentais, oferecer atendimento com uma equipe de
profissionais multidisciplinar composta por psiquiatras,
psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, artesãos,
educadores físicos, nutricionistas, assistentes sociais e
técnicos de enfermagem. Juntamente com a equipe, o
enfermeiro é responsável por receber os usuários, prestar os
cuidados, desenvolver os projetos terapêuticos, compartilhar
o espaço de convivência do serviço, resolver problemas
imprevistos e outras situações que requerem providências
imediatas, durante todo o período de funcionamento da
unidade, além de trabalhar nas atividades de reabilitação
psicossocial e na reinserção do portador de transtorno
mental ao convívio social (Melo & Furegato, 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema
Único de Saúde (SUS) foi criado no dia 29 de dezembro de
2014:

A publicação da Portaria GM/MS nº 2.840/2014


tem por objetivo criar condições para a efetiva
desinstitucionalização dos moradores de hospitais
psiquiátricos. A Desinstitucionalização é aqui
entendida não apenas como a desospitalização dos
moradores, mas como norte ético que sustenta o
trabalho e as ações em saúde mental, enfatizando
a importância da vida em liberdade, com garantia
de direitos e a produção de autonomia e cidadania,
fortalecendo a Rede de Atenção Psicossocial. Para
isso, é preciso articular ações que organizem a
vida das pessoas submetidas a longas internações

86
e apoiem a reorganização do processo de trabalho
dos profissionais vinculados a essas pessoas
(Brasil, 2014).

A rede, sem dúvida, aumentou: saiu de 424 CAPS,


em 2002, para 1.650, em 2011, atingindo 68% de cobertura.
Enquanto isso, no mesmo período, o Serviço Residencial
Terapêutico evoluiu de 85 para 596 unidades apenas, sinal de
que a expansão do número de residências não acompanha o
ritmo de fechamento dos leitos. Entre 2002 e 2011 foram
fechados 18.712 leitos psiquiátricos no País (Brasil, 2011). O
sistema do CAPS tem como objetivo desenvolver e
aprimorar a inclusão social dos doentes mentais, envolvendo
em seus programas e atendimentos não somente estes, mas
seus familiares e comunidades em geral, promovendo
mudanças conforme as diferentes demandas apresentadas
nos atendimentos (Abuhab et al., 2005).
Contando com uma equipe multidisciplinar,
atualmente os CAPS têm em seus postos médicos
psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e
demais profissionais que contribuem para os atendimentos
dos pacientes. Essa equipe deve estar preparada para prestar
os cuidados necessários aos usuários, conforme a
modalidade de cada CAPS (Martinhago & Oliveira, 2012).
Segundo Lara e Monteiro (2012), as pessoas atendidas pelo
CAPS têm a seu dispor uma série de atividades que
conduzem à reabilitação e à reinserção psicossocial. Os
serviços se tornam dispositivos de apoio, de acolhimento e
de cuidados baseados nas interações sociais, sem a
necessidade de isolá-las do seu meio social, do cotidiano.
Para Cantele e Arpini (2017), é de grande relevância
desenvolver abordagens participativas nas quais os usuários,
juntamente com seus familiares e com a sociedade em geral,
87
sejam reconhecidos como atores, contribuindo para a gestão
de políticas de saúde, motivando a geração de serviços
descentralizados, flexíveis e adequados aos interesses da
clientela. Por outro lado, Machado et al. (1978) afirmam que
a Psiquiatria aparece como um instrumento tecnocientífico
de poder, em uma Medicina que se “autodenomina” social.
A prática dessa atenção constitui-se num auxiliar da
organização social e das cidades que surgiam, de controle
político e social, nas palavras de Birman (1978), “uma
Psiquiatria da higiene moral”.
No Brasil, a criação do SUS, em consonância com a
Constituição de 1988, preconiza a universalização do acesso
aos serviços de saúde, a integralidade da atenção, a equidade
e a hierarquização dos serviços, em sua totalidade
descentralizado e municipalizado (Vasconcelos, 1995; Brasil,
2004). Com estruturas de descentralização e cogestão em sua
organização, o SUS contemplando os direitos a todos,
abrange as diretrizes e os princípios da Reforma Psiquiátrica,
incluindo o processo de desospitalização e a garantia dos
direitos de cidadania dos doentes mentais (Brasil, 2001).
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS possui um modelo
psicossocial de cuidado ao indivíduo em sofrimento
psíquico, alicerçado nos pressupostos da Reforma
Psiquiátrica, um movimento de transformações das práticas,
saberes, valores culturais e sociais em saúde mental (Brasil,
2005).
Conforme Quadros, Gigante, Kantorski e Jardim
(2012), dessa forma, a replicação de estudos com os
familiares de usuários de CAPS deveria ser conduzida no
Brasil, chamando a atenção para a importância da realização
de seus acompanhamentos, que poderiam ser realizados para
ter como linha de base a investigação dos cuidadores, a fim

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de serem realizadas medidas por parte de serviços públicos
as quais visem à melhoria no suporte social e a diminuição
da sobrecarga dos familiares cuidadores. Assim, as
associações encontradas no presente estudo e outras, como
severidade do transtorno apresentado pelo usuário,
poderiam estar sendo avaliadas com maior frequência e
empenho. Contudo este estudo permitiu a identificação de
fatores que possibilitam a indicação de medidas de
prevenção e controle por meio de políticas públicas
propostas nas áreas de atenção básica e de saúde mental,
visando não apenas ao portador de transtorno mental ou de
outras doenças crônicas, mas a todos os usuários dos
serviços de saúde, sejam eles pessoas com algum tipo de
transtorno mental, sejam os cuidadores desses sujeitos.

Considerações Finais

É possível concluir que existe um avanço ao longo


da história com relação à saúde mental. Entretanto, apesar de
os modelos empregados atualmente visarem aos cuidados ao
indivíduo em saúde mental como uma ação envolvendo a
família e a sociedade, ampliando os seus cuidados
específicos, percebe-se que essa mudança de paradigma
ocorre aos poucos, mantendo como horizonte esse objetivo
de reinserção social.
Com a Reforma Psiquiátrica a loucura adquiriu um
novo significado, trazendo contribuições importantes para o
campo da saúde mental, o que influenciou para a Reforma
Psiquiátrica brasileira. Assim, o CAPS trouxe uma nova
forma de atendimento e de acolhimento para aqueles que
estão em sofrimento psíquico, oferecendo um atendimento
mais humanizado e igualitário.

89
O CAPS se constitui em uma rede de atenção à
saúde mental embora ainda em transição e necessitando de
muitas reformas. Mesmo que haja um grande avanço desde a
sua criação, ainda é percebível um grande déficit em seus
postos de atendimento, seja pela falta de profissionais, pela
precariedade dos locais, seja pela grande demanda de
público, o que faz com que haja uma atenção redobrada por
parte das políticas públicas a fim de que possam viabilizar
mudanças que beneficiem os doentes mentais.

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