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1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
3.2 Adolescência..................................................................................................... 12
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5.2 Vírus da imunodeficiência humana (HIV) .......................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
Fonte: shre.ink/mjTs
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A saúde engloba vários aspectos da vida, incluindo as relações com o meio
ambiente, o lazer, a alimentação, condições de trabalho e moradia. Além dessas
questões, as mulheres ainda sofrem discriminação no trabalho e estão
sobrecarregadas com as tarefas domésticas e de trabalho familiar. Portanto, o
desenvolvimento das políticas de atenção à saúde da mulher representa um marco
histórico para esse grupo populacional, que antes só recebia atendimento durante a
gestação e o parto (SARTORI, 2019).
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processo de municipalização das atividades e dos trabalhos no Brasil. Segundo a
Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes: a
municipalização da gestão do SUS vem se desenvolvendo em um âmbito favorecido
de reestruturação das atividades e dos serviços básicos, incluindo as ações de
atenção à saúde da mulher, incorporados ao sistema e acompanhando as suas
orientações (BRASIL, 2011).
Em 2004, foi elaborada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (PNAISM), fundamentado no PAISM de 1983, com os objetivos de promover
a melhoria das condições de vida e da saúde das mulheres, contribuir para a redução
da morbidade e da mortalidade feminina, principalmente por causas evitáveis, e
ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS (BRASIL,
2004).
Princípios e as estratégias da PNAISM (ORDONEZ, PAIVA, 2017):
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O SUS deve garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à
saúde, no contexto da descentralização, hierarquização e integração das ações
e serviços. É responsabilidade dos três níveis gestores, conforme suas
competências, garantir as condições para a execução da PNAISM.
A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à mulher a
partir de uma percepção ampliada do seu contexto de vida, desde o momento
em que apresenta determinada necessidade, assim como de sua singularidade
e das suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por suas escolhas.
A atenção integral à saúde da mulher implica, para os prestadores de serviço,
no estabelecimento de relações com pessoas singulares, seja por razões
econômicas, culturais, religiosas, raciais, orientações sexuais, etc. O
atendimento deve nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem
discriminação de qualquer espécie e sem imposição de valores e crenças
pessoais. Esse enfoque deve ser incorporado aos processos de sensibilização
e capacitação para humanização das práticas em saúde.
As práticas em saúde devem nortear-se pelo princípio da humanização, aqui
compreendido como atitudes e comportamentos do profissional de saúde que
contribuam para reforçar o caráter da atenção à saúde como direito; que
melhorem o grau de informação das mulheres em relação ao seu corpo e suas
condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas,
ao seu contexto e momento de vida; que promovam o acolhimento das
demandas conhecidas, ou não pelas equipes de saúde; que busquem o uso de
tecnologia apropriada a cada caso e que demonstrem o interesse em resolver
problemas e diminuir o sofrimento associado ao processo de adoecimento e
morte da clientela e seus familiares.
No processo de elaboração, execução e avaliação da PNAISM deve ser
estimulada e apoiada a participação da sociedade civil organizada, em
particular do movimento de mulheres, pelo reconhecimento de sua contribuição
técnica e política no campo dos direitos e da saúde da mulher.
A participação da sociedade civil na implementação das ações de saúde da
mulher, no âmbito federal, estadual e municipal requer (cabendo às instâncias
gestoras) melhorar e qualificar os mecanismos de repasse de informações
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sobre as políticas de saúde da mulher e sobre os instrumentos de gestão e
regulação do SUS.
No âmbito do setor Saúde, a execução de ações depende de todos os níveis
hierárquicos, visando a uma atuação mais abrangente e horizontal, além de
permitir o ajuste às diferentes realidades regionais.
As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres,
devem ser executadas de forma articulada com setores governamentais e não
governamentais; condição básica para a configuração de redes integradas de
atenção à saúde e para a obtenção dos resultados esperados.
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morbidade e mortalidade feminina no país, principalmente por causas evitáveis, em
todos os ciclos de vida e nos vários grupos populacionais, sem nenhuma
diferenciação. Ademais, a PNAISM tem as finalidades de amplificar, qualificar e
humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS (BRASIL, 2011).
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Viabilizar a atenção à saúde da mulher encarcerada, abrangendo a promoção
das ações de prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis e
das infecções pelo HIV/aids.
Consolidar a presença e o controle social na determinação e na implantação
das políticas de atenção integral à saúde da mulher.
Fonte: shre.ink/mjTe
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caracteres sexuais secundários nas meninas entre 10 e 12 anos, bem como as
alterações físicas da puberdade, como aumento de altura e peso, aumento da pelve
e dos quadris, desenvolvimento das mamas, aumento da sudorese, aparecimento dos
pelos pubianos.
3.2 Adolescência
As mudanças físicas que acontecem nessa fase permitem delimitar o seu início
a partir do fenômeno fisiológico individual e variável da puberdade, que se manifesta
por volta de 8 a 14 anos (em mulheres, em geral, ocorre mais cedo do que os homens).
O caráter sociocultural da adolescência, particularmente, sua característica de
transição a vida adulta não fornece uma definição precisa de sua duração, ainda que
se convencione comumente o período de 10 a 19 anos. O desenvolvimento da
maturidade física e mental, a integração no mundo adulto e do trabalho, e os novos
exercícios da sexualidade, que implicam uma complexa inter-relação físico
psicossocial, apresentam a adolescência como um fenômeno muito complexo e
dinâmico. Na realização das ações de cuidado à saúde, essa complexidade precisa
ser apreendida, compreendida e considerada (FERNANDES, 2013).
3.3 Puberdade
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3.4 Menopausa e Climatério
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Após o parto, o útero permanece se contraindo e, após um tempo, retorna a um
tamanho semelhante ao anterior à gestação, em decorrência do enrolamento das
fibras. Vale destacar que as contrações uterinas posteriormente ao parto são muito
importantes, pois possibilitam o pinçamento natural das artérias e das arteríolas que
se romperam no momento do descolamento da placenta, ou seja, quando não há
contrações uterinas após o parto, podem ocorrer quadros hemorrágicos graves e até
mesmo a morte (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
3.7 Amamentação
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3.8 Puerpério
3.9 Aborto
idade,
alterações biológicas;
fatores endócrinos e reprodutivos,
pelo estímulo hormonal prolongado;
menarca precoce (antes dos 12 anos);
menopausa após os 55 anos;
nuliparidade;
primeira gestação após os 30 anos; e
uso de terapia hormonal após a menopausa.
Diagnóstico
exame FISH: pode ser feito após a biópsia, quando existe diagnóstico de
câncer de mama, para colaborar na escolha do tipo de tratamento mais
indicado para tratar o câncer. O exame FISH é um teste genético que permite
identificar genes específicos nas células cancerígenas, conhecidos como
HER2, que, quando estão presentes, informam que o melhor tratamento para
o câncer se dá com uma substância quimioterápica conhecida como
trastuzumabe, por exemplo.
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Tratamento
O câncer de colo de útero é o único câncer genital feminino que pode ser
realmente prevenido por uma técnica de rastreamento eficaz e de baixo custo, a qual
permite sua detecção e o tratamento na fase pré-maligna, ainda na forma de neoplasia
intraepitelial cervical (NIC). Nos países em desenvolvimento, é a quinta causa mais
comum de morte por câncer em mulheres. Nos últimos anos houve avanços
importantes quanto ao seu diagnóstico e tratamento. Cirurgia ou radioquimioterapia
(RQ) podem curar 80 a 95% das mulheres em estádio inicial (estádios I e II) e 60%
daquelas em estádio III (PASSOS et al., 2017).
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de
útero, a infecção por papilomavírus humano (HPV) constitui sua principal causa,
fazendo com que esse tipo de câncer, somado ao fato de o HPV ser uma infecção
sexualmente transmissível (IST), também apresente causas associadas a fatores de
risco relacionados a IST, como baixo nível socioeconômico, início precoce da
atividade sexual e grande número de parceiros sexuais, gravidez precoce,
multiparidade e prostituição (PASSOS et al., 2017).
O câncer de colo do útero em estágio inicial costuma ser rastreado
periodicamente pelo ginecologista ou enfermeiro durante as consultas de rotina
realizadas nas unidades básicas de saúde ou em clínicas particulares, conforme o
caso. Há algumas classificações para identificar os carcinomas invasivos do colo do
útero de acordo com a origem do epitélio comprometido. Os carcinomas invasivos se
classificam em carcinoma epidermoide, tipo mais incidente, que acomete o epitélio
escamoso e representa cerca de 80% dos casos, e o adenocarcinoma, tipo mais raro
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e que acomete o epitélio glandular, sendo responsável por cerca de 10% dos casos
(OPAS, 2013).
Diagnóstico
Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero e reto por
avaliação com espéculo, Papanicolaou, toque vaginal e toque retal.
Quando o câncer de colo do útero já está em curso, alguns exames podem ser
feitos para identificar a extensão e a malignidade do tumor:
biópsia da região;
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tomografia computadorizada;
ultrassonografia;
ressonância magnética;
Estágio II: o câncer já cresceu para fora do útero, mas ainda não se espalhou
em direção as paredes da pelve ou para a vagina.
Tratamento
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dos determinantes de sua saúde, fortalecendo a autonomia sobre o seu viver e
buscando estabelecer hábitos de vida saudáveis. Nesse contexto, o enfermeiro deve
desenvolver práticas educativas que abordem e sensibilizem as mulheres para os
benefícios da detecção precoce do câncer do colo do útero, incentivando a realização
da citologia oncótica (INCA, 2011a).
As IST também são alvo de programas de saúde pública por sua importância
na saúde das mulheres. Estima-se que 530 mil pessoas estejam infectadas pelo
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herpes-vírus simples e mais de 250 milhões pelo HPV. A maioria dos casos das IST
está associada a pessoas sexualmente ativas, adultos, jovens e adolescentes, e
recém-nascidos ou lactentes de mães contaminadas (PASSOS et al., 2017).
A prevenção constitui a melhor forma de combater a continuidade das IST, e o
tratamento é específico para cada doença, mais bem-sucedido se iniciado com o
começo da doença, além de uma continuidade correta.
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4.5 Dor pélvica
Miomas
Problemas urinários
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nictúria ou hematúria, além de avaliar a presença de leucorreia ou irritação vaginal
(BRASIL, 2016).
4.6 Endometriose
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estágio 1 ou doença mínima: implantes isolados e sem aderências
significativas;
estágio 2 ou doença leve: implantes superficiais com menos de 5 cm, sem
aderências significativas;
estágio 3 ou doença moderada: múltiplos implantes superficiais e profundos,
incluindo endometriomas e aderências densas e firmes;
estágio 4 ou doença mais extensa: não há correlação entre o estágio da
doença com prognóstico ou o nível da dor. A dor é influenciada pela
profundidade do implante endometriótico e por sua localização em áreas com
maior inervação.
corrimento mucopurulento;
sangramento vaginal;
febre;
Náuseas e vômito.
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abaulamento doloroso em fundo de saco vaginal, canal cervical com corrimento
branco, amarelado ou sangramento induzido (HALBE; CUNHA, 2010).
4.7 Infertilidade
As causas que levam à infertilidade dividem-se em três grupos (PASSOS et al., 2017):
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O tratamento para a infertilidade será direcionado para cada uma das três
possíveis causas da infertilidade, conforme o diagnóstico feito ao casal. Como
definição, temos que (PASSOS et al., 2017):
endometrite;
salpingite;
pelviperitonite;
ooforite;
peri-hepatite;
abscesso tubo-ovariano, ou de fundo de saco de Douglas.
Sintomas pré-menstruais
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Promover a atenção à saúde das mulheres trabalhadoras do campo e da
cidade.
Promover a atenção à saúde da mulher indígena.
Promover a atenção à saúde da mulher em situação de prisão.
Promover e fortalecer a participação da mulher em políticas públicas
direcionadas à saúde da mulher.
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podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados, com cheiro forte e prurido
vaginal, eventualmente causando disúria e/ou dispareunia, e surgindo sobretudo nos
casos de gonorreia e clamídia. Torna-se importante diferenciar esses casos das
infecções endógenas (candidíase e vaginose bacteriana), não consideradas IST.
Embora não exclusivamente, as feridas se manifestam na sífilis e na herpes
genital, principalmente nos órgãos sexuais. As verrugas são causadas pelo
papilomavírus humano (HPV), podendo ocasionar irritação e coceira, com ou sem dor.
As infecções virais, como pelo vírus do HIV e pelas hepatites B e C, costumam ser
assintomáticas. É importante ressaltar que o fato de o indivíduo não apresentar sinais
ou sintomas da doença não significa que ele não esteja infectado, ou melhor, que não
seja capaz de constituir uma fonte de transmissão da doença, motivo pelo tornando-
se um exame de triagem para definir um diagnóstico e posterior tratamento, com o
objetivo principal de identificar indivíduos portadores das IST, mas, até o momento,
assintomáticos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) segundo o departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às
pessoas com infecções sexualmente transmissíveis: disponibiliza os testes rápidos de
HIV, sífilis e hepatites B e C, cuja principal vantagem reside na facilidade para
execução e interpretação e na rapidez para disponibilização do resultado, em no
máximo 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial, porém, executado
por um profissional de saúde capacitado. O diagnóstico e o tratamento das IST e de
suas parcerias sexuais interrompem a cadeia de transmissão, prevenindo outras
infecções e possíveis complicações. A anamnese, a identificação das diferentes
vulnerabilidades e o exame físico constituem-se elementos essenciais para o
diagnóstico das IST. E seu tratamento deve ser realizado considerando-se fatores
como eficácia, segurança, posologia, via de administração, custo, adesão e
disponibilidade (BRASIL, 2015).
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado e oportuno das IST,
principalmente durante a gravidez, levam à prevenção da transmissão vertical e
minimizam as possíveis sequelas no feto. Entretanto, a melhor maneira de interromper
a cadeia de transmissão das IST refere-se à prevenção pelo uso de preservativos em
todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais), prevenindo-se, também,
gestações indesejadas.
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Outras intervenções também são comprovadamente eficazes e precisam ser
incorporadas à proposta de prevenção combinada, como ações de prevenção e
educação em saúde, busca adequada e acesso aos serviços de saúde, diagnóstico e
tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais, profilaxia pós-
exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão
vertical do HIV, sífilis e hepatite B, e redução de danos e notificação das IST, conforme
o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com
infecções sexualmente transmissíveis. No exercício da profissão, os profissionais de
saúde são obrigados a comunicar aos gestores do SUS a ocorrência de casos
suspeitos ou confirmados de doenças de interesse nacional, passíveis de prevenção
e controle pelos serviços de saúde. O caráter compulsório da notificação implica
responsabilidades formais para todo cidadão, constituindo uma obrigação inerente às
profissões na área da saúde (BRASIL, 2018a).
A notificação compulsória é obrigatória no caso de sífilis adquirida, sífilis em
gestante, sífilis congênita, hepatites virais B e C, aids, infecção pelo HIV, infecção pelo
HIV em gestante, parturiente ou puérpera e criança exposta ao risco de transmissão
vertical do HIV.
5.1 Sífilis
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De acordo com o Boletim Epidemiológico sobre Sífilis de 2018 do Ministério da
Saúde, em 2017, foram notificados 119.800 casos de sífilis adquirida (taxa de
detecção de 58,1 casos/100 mil habitantes), 49.013 casos de sífilis em gestantes (taxa
de detecção de 17,2/1.000 nascidos vivos), 24.666 casos de sífilis congênita (taxa de
incidência de 8,6/1.000 nascidos vivos) e 206 óbitos por sífilis congênita (taxa de
mortalidade de 7,2/100 mil nascidos vivos) (BRASIL, 2018c).
De 2010 a 2017, a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 3,6 vezes,
a taxa de detecção de sífilis em gestantes aumentou 4,9 vezes e a taxa de detecção
da sífilis adquirida aumentou de 2 para 58,1 casos por 1.000 habitantes. Esses dados
justificam a importância do conhecimento sobre a doença, além de seu diagnóstico e
tratamento, com o objetivo de diagnosticá-la precocemente e tratá-la corretamente,
prevenindo, sobretudo, a sífilis congênita. A sífilis é uma infecção bacteriana de
caráter sistêmico causada pelo Treponema pallidum (T. pallidum), exclusiva do ser
humano e que, quando não tratada precocemente, pode evoluir para uma
enfermidade crônica, comprometendo especialmente os sistemas nervoso e
cardiovascular. É transmitida, principalmente, por contato sexual desprotegido, sem
uso de preservativos, mas também da mãe para o feto durante a gravidez, pela
transmissão vertical de uma gestante com sífilis não tratada ou tratada
inadequadamente.
A probabilidade de infecção fetal é influenciada pelo estágio da sífilis na mãe
e pela duração da exposição fetal. Dessa forma, a transmissão é maior quando a
mulher apresenta sífilis primária ou secundária durante a gestação. Infecção do feto a
partir da mãe acarreta o desenvolvimento da sífilis congênita. Transmissão pelo
contato do recém-nascido com lesões genitais no momento do parto também pode
acontecer, mas é menos frequente. Sífilis congênita é responsável por altas taxas de
morbidade e mortalidade, podendo apresentar consequências graves, como
abortamento, prematuridade, óbito fetal e morte neonatal (BRASIL 2018a).
A infectividade da sífilis por transmissão sexual é maior (cerca de 60%) nos
estágios iniciais (primária, secundária e latente recente), diminuindo gradualmente
com o passar do tempo (latente tardia e terciária), aspecto explicado pela intensa
multiplicação do patógeno e pela riqueza de treponemas nas lesões, comuns na sífilis
primária (cancro duro) e secundária (lesões mucocutâneas). Essas lesões são raras
ou inexistentes por volta do 2º ano da infecção (BRASIL, 2015).
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Conforme o estágio da infecção, a doença é assintomática, o que aumenta seu
potencial de transmissibilidade de uma pessoa infectada para seus parceiros sexuais.
Além de ser infectocontagiosa e poder acometer o organismo de maneira grave
quando não tratada, a sífilis aumenta significativamente o risco de contrair a infecção
pelo HIV, uma vez que a entrada do vírus é facilitada pela ocorrência de lesões
sifilíticas. A presença do T. pallidum no organismo também acelera a evolução da
infecção pelo HIV para a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) (BRASIL,
2016b).
Todos os profissionais de saúde devem estar aptos a reconhecer as
manifestações clínicas da sífilis e interpretar os resultados dos exames laboratoriais,
que desempenham papel fundamental no controle da infecção e possibilitam
conformar o diagnóstico e monitorar a resposta ao tratamento (BRASIL, 2015).
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formas de transmissão do HIV são semelhantes a de outras IST, como sexo
desprotegido, transmissão vertical durante a gravidez, parto e amamentação, e
compartilhamento de materiais perfurocortantes (agulhas, seringas). Na gestação,
todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para IST e
informadas sobre a possibilidade de infecções perinatais. Mães que vivem com HIV
têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado
durante o pré-natal, o parto e o pós-parto. O risco de transmissão vertical do HIV
continua por meio da amamentação, motivo pelo qual o fato de a mãe utilizar
antirretrovirais não controla a eliminação do HIV pelo leite, e não garante proteção,
recomendando-se que toda puérpera vivendo com HIV/aids seja orientada a não
amamentar (BRASIL, 2018d).
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resto da vida. Por isso, os vírus B e C têm maior prevalência na população e maior
potencial de transmissibilidade, já que grande parte da população é portadora dos
vírus e, muitas vezes, não sabe. A hepatite B constitui uma infecção de transmissão
parenteral, por contato com fluidos corpóreos contaminados, predominantemente,
pela via sexual, por sêmen ou saliva, mas também pelo sangue.
A capacidade do vírus de sobreviver fora do organismo humano por períodos
prolongados facilita a transmissão por meio do contato direto ou por meio de fômites,
objetos capazes de absorver, reter e transportar agentes infecciosos de um indivíduo
para outro, como o alicate de unha. o desfavorável, o que resulta em,
aproximadamente, 90% de cronicidade (BRASIL, 2015).
Quando a gestação ocorre em mulher portadora de infecção crônica pelo HBV,
a imunoprofilaxia adequada no momento do parto é fundamental. Sem a adoção
dessa medida, mais de 90% das crianças desenvolverá infecção aguda pelo HBV, que
poderá progredir para infecção crônica com complicações da doença hepática crônica
na idade adulta. A via perinatal, no momento do parto, é uma das vias mais
importantes de transmissão para os recém-nascidos (RN), cenário no qual a evolução
é desfavorável, com maior chance de cronificação (BRASIL, 2018a).
Aproximadamente 5 a 10% das pessoas infectadas tornam-se portadoras
crônicas do HBV, e cerca de 20 a 25% dos casos crônicos de hepatite B que
apresentam replicação do vírus evoluem para doença hepática avançada (BRASIL,
2015). Da mesma maneira que o vírus HBV, o vírus HCV também é transmitido por
fluidos corporais contaminados, principalmente o sangue. Seu método de transmissão
mais eficiente se dá por meio da exposição percutânea repetida ou de grandes
volumes de sangue contaminado, sendo importantes fontes de transmissão
hemodiálise, usuários de drogas intravenosas, procedimentos de manicure e
pedicure, tatuagens e piercings, tratamentos odontológicos, quando as normas de
biossegurança não são obedecidas para esterilização e desinfecção de materiais
reutilizáveis.
A transmissão sexual não é tão comum quanto a do HBV, ocorrendo mais
frequentemente em pessoas com múltiplos parceiros sexuais e com relações sexuais
desprotegidas e/ou na presença de outras IST. Portanto, deve-se solicitar a testagem
para o HCV para todos os indivíduos em situações de risco, como: pessoas com
múltiplos parceiros sexuais ou com múltiplas IST; trabalhadores do sexo; antecedente
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de transfusão de sangue, hemoderivados ou órgãos antes de 1993; antecedente de
uso de drogas injetáveis, intranasal, antecedente de tatuagem ou piercing em
ambiente não regulamentado; antecedente de exposição a material biológico
contaminado; e crianças nascidas de mães que vivem com o HCV. Não há
recomendação para testagem de rotina na população geral (BRASIL, 2018a).
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Assim, sua definição parte do pressuposto de que diferentes ações devem ser
conciliadas em uma ampla estratégia, combinando os três eixos de intervenções. A
premissa básica é a de que estratégias de prevenção devem observar,
concomitantemente, diferentes focos, sempre considerando as especificidades dos
sujeitos e dos seus contextos (BRASIL, 2018d).
As intervenções biomédicas são aquelas com enfoque na redução do risco à
exposição dos indivíduos às IST, a partir de estratégias que impeçam a sua
transmissão direta, na interação entre uma ou mais pessoas infectadas e outras
pessoas não infectadas. Por sua vez, as intervenções comportamentais compõem
aquelas cujo foco está na abordagem dos diferentes graus de risco a que os indivíduos
estão expostos, e as intervenções estruturais remetem às estratégias voltadas a
interferir nos aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos que criam ou
potencializam vulnerabilidades dos indivíduos em relação às IST (BRASIL, 2018d).
Para uma prática sexual segura, além do uso de preservativos, outras medidas
de prevenção são essenciais, como: imunização contra hepatites B e HPV; testar
regularmente para HIV e outras IST (sorologias); conhecer o status sorológico do
parceiro sexual; realização de exames preventivos (Papanicolau) como modo de
prevenção ao HPV; e busca de conhecimentos e acesso à anticoncepção e à
concepção (BRASIL, 2018d).
Entre as principais medidas de prevenção comuns aos vírus das hepatites B e
C, estão: uso de preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais;
não compartilhamento de material de uso de higiene pessoal ou perfurocortante
(agulhas, lâminas de barbear, alicates); uso de material descartável ou esterilizado na
realização de procedimentos odontológicos, de manicure ou pedicure, tatuagens ou
piercings. Contra a hepatite B, a principal medida de prevenção consiste na vacinação
para todas as pessoas, independentemente da idade. Três doses de vacina contra a
hepatite B induzem títulos protetores de anticorpos (anti-HBs maior ou igual a 10
UI/mL) em mais de 90% dos adultos e dos jovens sadios, e em mais de 95% dos
lactentes, das crianças e dos adolescentes (BRASIL, 2018a).
A gestação e a lactação não representam contraindicações para imunização,
prevenindo a transmissão vertical do vírus da mãe para o filho. Gestantes que não
receberam a vacina devem ser imunizadas. A vacinação contra hepatite B faz parte
do calendário de vacinação das crianças, sendo a primeira dose realizada ao nascer.
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A primeira dose é apenas a hepatite B, a partir da segunda dose aos 2 meses, a
terceira aos 4 meses e a quarta aos 6 meses de vida, a vacina da hepatite B é
combinada com outras quatro vacinas individuais (difteria, tétano, coqueluche,
meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo B), sendo
essa a vacina pentavalente. A primeira dose da vacina deve ser aplicada nas
primeiras 24 horas de vida da criança, prevenindo a transmissão para o recém-
nascido. E não há vacinação para hepatite C.
41
6.2 Métodos contraceptivos
diafragma;
Contraceptivos hormonais
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Administrados por via oral, intravaginal, transdérmica, subdérmica e
intramuscular, esses contraceptivos são feitos de estrogênio e progestina, um
hormônio semelhante ao hormônio progesterona produzido naturalmente pelo corpo
da mulher em algumas fases do ciclo menstrual e da gestação (CARNIER, 2019).
Orais
Barreira
Diafragma
Feito com um material fino e macio, geralmente uma borracha, tem forma de
anel e deve ser encaixado no colo uterino para prevenir a chegada dos
espermatozoides ao útero (figura 4). Para que funcionar eficazmente, é necessário
que a mulher o introduza no canal vaginal de 15 a 30 minutos antes do ato sexual. O
diafragma deve ser retirado após 12 horas da relação sexual (CARNIER, 2019).
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Figura 4 – Diafragma
Fonte: shre.ink/mjMY
Espermicida
Figura 5 - Espermicida
Fonte: shre.ink/mjM9
Capuz cervical
Fonte: shre.ink/mjYY
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Figura 9 – Tabela ou calendário
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Billings (mucocervical)
Uma mulher determina sua janela fértil observando a secreção (muco cervical)
da vagina, de preferência várias vezes ao dia, começando no dia seguinte ao término
da menstruação. Pode não haver muco por alguns dias após a interrupção da
menstruação, mas ele, então, ressurge e é leitoso e espesso. Pouco tempo antes da
ovulação, mais muco é produzido, tornando-se mais fino, elástico (esticando-se entre
os dedos), límpido e aquoso (como uma clara de ovo crua). As mulheres necessitam
anotar suas observações. A seguir veremos na figura 11, como identificar o muco
cervical (CARNIER, 2019).
Fonte: shre.ink/mj61
Sintotérmico
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Figura 12 - Sintotérmico
Coito interrompido
Vasectomia
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Figura 13 - Ligadura tubária
Fonte: shre.ink/mj6f
Figura 14 - Vasectomia
Fonte: shre.ink/mjTF
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7 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS
Fonte: shre.ink/mxed
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
56
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e
puerpério: atenção qualificada e humanizada — manual técnico. Brasília:
Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf. Acesso em: 08 nov. 2022.
INCA. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro:
Inca, 2011a.
INCA. Câncer de mama: é preciso falar disso. 2. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2016.
INCA. Estimativa 2018: incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2017.
SARTORI, Amanda C.; AMARO, Andreza G V.; CARNIER, Marcela; et al. Cuidado
Integral à Saúde da Mulher. SAGAH: Grupo A, 2019.
59