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Proesox,epiae aos alunos que no hi resosts simples pataapergnta “0 que ate ‘a lenga data Oba, buco dco eatece de ora mats brane poste O que é arte? Esse questionamento que move nosso estudo neste capitulo é feito até mesmo por artistas. Na 29#Bienal de Arte de Sao Paulo, em 2010, o pernambucano Paulo Bruscky (1949) fez essa pergunta ao pliblico, Na obra O que é a arte? Para que serve?, de 1978, o artista multimidia e poeta questio- na a todos sobre a fungao da arte. Para muitos pode parecer estranho um artista fazer esse tipo de indagacao, pois é comum as pessoas acreditarem que os artistas sempre sabem o que ¢ arte e qual 6 sua fungao na sociedade. Contudo, além de os artistas em geral se questionarem constantemente sobre os significadas e as dimensdes da arte, ela tem mudado tanto nos ultimos tempos que mesmo um artista pade fazer essa pergunta sem Causar espanto. Fazer perguntas a si mesmo € aos outros é natural nos seres humanos, que buscam tentar compreender todas as coisas, o que inclui a arte. Na contemporaneidade, as maneiras de criar arte sao ainda mais variadas. Responder &s questdes feitas pelo artista Paulo Bruscky requer investigar como os seres humanos produzemn arte e cultura, Assim como as pessoas, a cultura esté em constante movimento, em fluxos de pensamentos, valores e gostos. ‘Ao longo dos tempos, criamos diferentes modos de fazer arte, por razdes diversas. O papel da arte no & 0 mesmo em cada época, lugar ou cultura. A maneita como nos felacionamos com a arte também esté sempre em mudanga, Encontrar respostas para esse tipo de questionamento pode parecer dificil, mas é possivel perceber algumas pistas observando a propria arte ‘que é 2 arte? Paro que carve? {e Paulo Bruscky, 1878. Documentacao de soda de Iimpressao om papel fotogrition {osco, 40 em x 25 em. Na imagem, ‘0 Paulo, em 2010, Capitulo 1 0 que é arto? eeceey PAULO BRUSCKY Performance Paulo Bruscky criou a obra O que é a arte? Para que serve? para provocer uma reflexéo sereagm® sobre o tema, Fle escreveu essas duas perguntas em um cartaz de papelao e "vestiu” o material epamcmuna coro um homem-sanduiche{ © termo “homem-sanduiche" é usado para identificar pessoas aaedeunser que trabalham nas ruas das cidades carregando cartazes pandurados no corpo.') artista ficou sngodearizes _exposto ern uma vitrine delivraria e anddou pela rua entre as pessoas, fazendio o que chamamos enone de performance. Spee ‘\linquagem da performance requer fundamentalmente a realizacZo de algo em que os Staareacareey artistas Que estio se expressando possam utlizar diversos recursos e materials. Como toda aco spuimecrae —_(acontecimento) & efémera, a Unica maneira de mostrar a obra em outros momentos ¢ lugares, Rece.cecaiode alm de reapresentéla,é fazer um registro do evento, que pode ser por meio de fotogratias ou {erseinesaritx0s de gravagio de imagem e audio (uma filmagem). deuce teerr A performance de Paulo Bruscky foi registrada em quatro fotografias expostas em varios Tet lugares, um deles na 292 Bienal de Arte de Sao Paulo. A obra é de 1978, época em que o Brasil vivia um regime politico auteritério, no qual as meios de comunicacao e as express6es artisticas ‘eram monitorados pelo governo de regime militar. A intencdo do artista era provocar a reflexéo sobre 0s critétios escolhidos por galerias e museus ao determinar o que ere arte e 0 que nao era (J Palavra do artista “A arte € uma forma de comunicacao global, mesmo muito antes da internet. Nao é luxo ou. uma forma de elite. Em vez disso é uma arena de esperanca em algumas épocas e lugares, ou até mesmo uma ultima esperanga.” : Paul raehy i TAULO BRUSCKC: Das arts. i Arita pltioo penta Despont et chips Bo i Paulo Bruscky, Recife (PE), ‘BR/agenda/paulo-bruscky-cocsp>. j Pace elec sos Gira de ideas CO que 6 arte? Se alguém Ihe fizer essa pergunta, 0 que voce vai responder? E seus colegas, que concel tos tém sobre esse tema? Para conhecer as opinides da turma, organize um forum. Pode ser na sala de ‘aula ou em algum ambiente virtual. Escreva aqui a conclusio a que voce chegou depois de ter participado da discusséo sobre"O que é arte? Tea TREAT pe acento oe Torta tua Cor presen. Come om os lunar bre al Fa har opGaO De qua Ft, importa esabeeer a figua de ur mediodo ue tea furgaa de organza’ a decuro ecoerdenaro mo do debate Taga para ‘Zaluntso posma de Fenera Gulir que abr este cplo faa uma Tera etpettve com ees © converse sbieo ue poe se arte ue fae de nd Uns ingusje? Relacone o pues cha: Qutcer asian pegs alunos no debate Se prefer, aaa 0 poera music: ese Fpeenafve as adapter para Unquagem da rca Vo pode suger aos alunos GU a5 Procure ia ier. Vega a Comentanas eh Diglogo com o professor ‘Com esse debate opr-ce que Ce San ana Wis STE a Tape GO ue © ae, 8 PAT Ge Seu POF PETE, EIGHT COMA ue afte enge car para on contents qua as eas fora produad Conexées | Arte e Historia Ideia e opiniao ‘arte pode comunicar uma idela? Sobre o que a arte fala? Que ideta ela transmite? (0s objetos do cotidiano podem comunicar. Em épocas de governos dtatoriais, por exemplo, muitos objetos foram utlzados artistcamente como armas’ na resistencia contra a opresséo, comio a que aconteceu no Brasil entre os anos de 1964 2 1985. Eram tempos de censurae medo,queimpunham osilén- io’ maiovia da populace. Quem ousava expor suas ideias podia ter sua liberdade ce até a propria vida ameacada pela ditadure militar & (O jomalista Viadimir Herzog, uma das centenas de pessoas que mor- retam pelo direito & democracia no Brasil durante a ditadura, foi 2552s- Insergtes em eleutes sinado na prisdo em $30 Paulo, no ano de 1975. Sua morte fez crescer a Wealdnens: rotate Til ocorréncia de manifestagdes pUblicas e artistices em prol dofim da repres- 4870-1978. Carimbo sobre so polticae a luta por um estado democratico, em que os diteltos qs eédula am srculacte co escarey so ance que hoe mtn em lena dernexsaca, mas cree sce pudessem ser respeitados, testo car as expressdes facias © assista também a videos que mostram | yagica, briny whom eur como fazé-las,pass0 a passo. (acesso er: 2 dez. 2015) ded) PELA ARTE santas Shier, oreo tl cipermental =n ‘mundo val prepie a po alee Com a roupa encharcada, a alma repleta de chao Todo artista tem de ir aonde o povo esta Se foi assim, assim sera (1 ‘BRANT, Fernando; Ni MENTO, Miton. Nos bles david, In: NASCIMENTO, Nlton. Uma tavessia| ‘musical. Rio de Janeio: Reader® Dige, 1999, CD. Fasa 1. Museus, galerias,teatros, casas de espetculos para danca e musica, centros ‘culturals, pontos de cultura etc. s80 0s locais determinados para se encontrar arte. Entretanto, seré apenas nesses espacos 0 lugar da arte? Tis lugares so extraordinétios para terms contato com a arte, € muito importante frequenté-los, mas a arte pode estar mais perto do que imaginamos. ‘Andando pelas ruas, podemos encontrar obras arquitetonicas historicas ou con- tempordneas, esculturas, mosaicos, pinturas em grafites. Hoje,as cidades oferecern espacos para espetculos de rua nas linguagens da danca, do teatro, da misica e das artes visuais, abertos a toda a populago. Podemos ‘er acesso a acervos vriuais de museus e galerias do mundo todo navegando pela internet, no computador mais proximo, em celulares e tablets, Hi muitos espacos da arte dent e fora de instituicdes culturais Muitos artistas tém 0 desejo, como disseram 0 cantor, mtsico e compositor Milton Nascimento (1942-) e 0 jomalista e compositor Fernando Brant (1946-2015), de“ir aonde pove esta; como fez, por ‘exemplo, o artista espanhol Jaume Plensa com a instalagao da escultura de 12 me- tros de altura na Praia do Botafogo no Rio de Janeira (R) ‘thar nas meus sonhos (Rita, de Jaume Piensa, 2012. Essa cecultura gigante, que retrata © reat da uma mulher, éfeita de resina de potester. De repente, a arte! ‘Além das pinturas ¢ escultures € cuties linguagens piblicas que podemos en- ‘contvar pelasruas das cidades,é capaz que, tendo sorte, voce encontre alguns artistas fazendo performances ou uma intervengio urbana. Na arte contemporénea, muitas linguagens inovam na forma de criar arte, ‘ina maneira de encontrar 0 paiblico, como é 0 caso das arte procura interagir com o publico e surpreer fe provocagdo para que jo: uma mosca gigante sobrevos a cidade em uma noite. O que uma linguagem artistca das cidades. Ela tem a inteng: essa forma a intervendo urbana é feita nas mais variadas lin performances,os happenings o teatro de rua, entre outras manifestagdes. i i i § z A artista gaticha Regina Silveira (1939) fez surgir moscas luminosas so- bre prédios, muros e transeuntes da cidade de Sao Paulo na intervengéo urba- ra Transit (Transito), de 2001, ern meio as luzes dos edificios e uminosos que dominam a metrépole 8 noite. A artista relata, ao falar dessa obra, que sentiu como se pudesse desenhar sobre"a epiderme da cidade’ ‘Assim como no caso das performances, as intervenes urbanas também po- cdem ser filmadas para depois serem apresentadas em vérias situacoes. € 0 caso do video produzido para registrar a obra Transit, que esté disponivel em varios sites, ae Transit, intervencao urbana de Regina Silveira, 2001- £2008, om Sao Paulo (SP). Gobo, projetor e carro em movimento. REGINA SILVEIRA ima artista muito criativa ign =) Regina Silvel que experimenta muitos de o inicio de sua carn e no exterior, ela ac Ie oferece mittilas gravure, desenho, ar logias como @ proje: {J Palavra do artista “Das imtervengoes em espagos publicos, as que ‘me parece mais présimas das fungdes transformado- ras que acredito que a arte deva ter, antes de qualquer coisa, sto as que sto efémeras ou que tém um formato transitério, no sentido de provocar seu efeito logo desaparecer.” iaggo:pintura, owas tecno: ns usando a cidade Regina Silveira HAAG, Carles. Reging Silvera: a magia das sombrss, Pesquisa Fapesp, ed. 178,p. 11-15, dee, 2010. Dispontvel em =htp:/renisapesquisa pes, br 2010/12/01 /regana-sivetra-a-ms 3% gies das sembrav>Acesso em 17 des. 2015, Regina Siveira explora diferentes inguagens artisticas em sua obra. Foto de 2007, como suporte Regina é uma at as técnicas tadic to as novas,ctiadas a partir dos avangos tecnolégicos, Usando 0 melhor que cada ‘técnica pode the oferecer para expressar sua postica DICA gy Para navegar Conhega um pouco mais sobre @ arte de Regina Siveira navegando plo site: http) tub im/nkez6> (acesso em: 14 dez. 2015) Para visitar Procure algum local em sua cidade onde ppossa encontrar arte, como um ponto de cul {ura (locals mantidos por grupos que recebem incentivos do geverno para manter atividades antisicas © cultura). Esses lugares oferecem cursos e outrasatividades. Visite-os! ee > Oficio da arte Designer grafico profissional da area de Design Grafico desenvolve projetos de comunicacao visual; pensa no visual de sites, blogse panfletos; projeta embalagens; pode criar logotipos de marcas e estabelecer a identidade visual de jornais, livros, revistas ¢ vinhetas para TV. © designer grafico pode trahalhar em editoras, agéncias de design e de publicidade, birds de computacdo grifica e produtoras, apoiando artistas plisticos, entre outres. E uma profisséo que vem sgarhando espaco em razao do surgimento e desenvolvimento de no- vas midias e tecnologias, além da ampliagio das jé existentes, como 4 publicidade, a internet, a telefonia cehular e as midias impressas proposta& provocat efile sobre cx ‘Se provocar o pesto cco Provocagées da arte Toda revolugao sempre traz em sua hist6rla muitos personagens, Nas trans- formagées provocadas pela arte daclaista ndo foi diferente, Artistas questionavam, os moldes de arte que recebiam influéncia da concepgao de belo classico e té~ nicas tradicionals. Buscava um niovo sentido para arte em meio as turbuléncias da Primera Guerra Mundial (1914-1918). A obra Fonte (1917), do pintor, escultor poeta francés Marcel Duchamp (1887-1968), apresentada no final da pagina, coloca em evidéncia 0s questionamentos sobre a arte e seu futuro. Duchamp, como outios artistas atuantes nessa época, comecou a utilizar objetos prontos,retirados do cotidiano, para dar-thes novos significados e senti- dos, determinando-Ihes um caréter estético poético, transformando-os em arte conceitual, 0s denominados ready mades. Na obra Fonte, Duchamp escolheu uma pega de ceramica pintada com esmalte branco fabricada pela R, Mutt (uma indistria da época). Era apenas um mictério para uso em sanitérios, um urinal, mas o artista deu o titulo de Fonte, assinou com o nome do fabricante da peca e enviou-a para um concurso de arte. Vocé pode imaginar o debate desencadeado por essa obra em 1917? Duchamp entrou para a histéria como uma das figures de destaque na provocagdo da discussdo sobre o que € arte. Desde esse perfodo, diversas mudangas tém acorrido em pouco tempo, ¢, até hoje, na arte contemporanea, hd ainda quem pergunte “O que é arte? Para que serve?” rad arte 6p ns momentos qu me Fonte, de Marcel Duchamp, réplica (1964) em exibieao em Londres. Foto de 2073. fam erent conve mcoreetos malo aoteege da tempo Quetionst a especta do que ate e para que la set Arte dadaista: Sugiv duane 2 Primera Guera Mundial. Cs artistas einen que aderram 3 ese ‘movimento, psienarar-se de ‘mado cic em lag 8 culture do (cient donc do selo XX Em men as conrad sodas, ente ‘rang tenoligicos ea barrie da (quer, marifestavam 2 tengo de Ferner ones en inquegens, elmiagBes de materia ou eras camo outa ina de fazer at, ci assim o movimento Dadaist, 1 Arte conceituak:maniestago antsia que prima por une ate mont fotement gad ae sca do arta ea interpretacgo de que a apreciaTata-e de una arte de intensidade intelectual, dergin rs0 ds anata ouda fama come 6 mundo stave acostumadooprecar arte artes, 0 iio a sco 1 Ready made: expresso ngesa ue significa “objet pronto. Marcel BBuchamp, por exemple ver de tum ne objeto come um exclu ‘ou ua tela pada, aropiaa ce objets do etdana,produzdos pela indistia em svi, modficando-os, ressigifcand sendaseavibundo funes esis a esses objets. Capitulo 1 0 que ¢ arte? 23 Depois dos objetos cotidianos trazidos para o cenério da arte pelos artistas dadaistas, muitos outros se aver ‘uraram por caminhos estranhos aos olhos do publico e da critica, Na segunda metade do século XX, muitas con- cepgies de arte jé tinham sido aceitas, tanto que, em 1967, 0 pintor, desenhista, cendgrafo e professor Nelson Leirner (1932-) enviou um porco empalhado, em um engradado, com um presunto pendurado no pescoco, para OV Saldo de Arte Moderna de Brasilia, Sua obra Porco empalhado foi aceita @ 0 artista veio @ publica indagar os crtérios para considerar um porco empalhado como forma de arte, Observe-a, © que © artista fez fot um happening, provocando a critica para que participasse do debate. A palavra happening & usada pera descrever uma linguagem artis- tica em que artes visuals e teatro podem estar unidos em um acon- tecimento provocado pelo artista AAs pessoas podem ser envolvidas, em uma situagao ou convidadas particjpar dela, No caso, os criticos de arte ¢ 0s jurados do IV Saldo de Arte Moderna de Brasilia foram en- volvidos sem perceber no happening de Nelson Leimer. O artista planejou a t i i ‘etitica), ou 0 parca, de Nelson Lelrner, situagao, esperando, com sua percepgio 1967, Objeto, engradedo de madeira do panorama da arte na época, que as pessoas participassem involun~ ‘¢ pores empathado, tariamente, o que de fato aconteceu. Tal atitude provocou polemica e ‘tert 159. omn 4163.0rm) muita discusséo entre a critica e 0 pubblico, fazendo vir tona mais uma vez 0 debate sobre o que é arte. a0 & : Giro de ideias: (etree sense siees =I) Ready made, performance, happening so linquagens artisticas contemporaneas, Observe novamente as obras criadas pelos artistas Marcel Duchamp, Paulo Bruscky e Nelson Leimer e converse com 0s colegas arespeito dessas produces. Imagine que voce e sua turma estéo em um museu ese deparam com essas pradugdes. Que reagao voces teriam? Um urinol, uma pessoa com um cartaz pendurado no corpo, um porco empalhado podem ser considerados arte? Analise comparativarente qual pode ter sido a Intencdo dos artistas ao utilizar essas materialidades e linguagens. Que outios artistas atualmente utilizar essas linguagens artisticas em suas criagdes? Pesquise e converse com seus amigos ¢ professores sobre essas linguagens e materilidades, Escreva aqui a sua opinigo e o que voc® descobriu em sua pesquisa. Foto wa ursigam const a os as ovr oe ages Tad Pa para Gur aca na Fa Copa dessa Tes oes pa GU i reputofos ata andive propenta Vata para a ahead no Dislogo com o professor 24 Tudo pode ser arte? 0s objetos que existem ao nosso redor também foram produzidos por melo do pensaen- 10 estético e artistico, A palavra arte, de origem latina (artis), cortesponde, em grego, a0 termo 12 (arigem também de técnica, relativa & arte, ao saber) e nasceu da ideia de que o ser humano sempre fez coisas, desde sua origem. Entretanto, ndo € valido atributr & arte simplesmente 0 sig- rificado de ser uma técnica para “fazer coisas’ Para que algo seja arte, é necessério um sentido ‘ou uma intengao, Néo hé uma fungao cotidiana na arte, como encontramos em outros objetos, ras sim uma fungao poética, estética e artistica, Entao, o que isso significa? Em nosso dia @ dia, encontramos objetos criados com a intengao de agradar ao olha, 40 Tato, a0s ouvidos... Como um abjeto tecnolégico, um celular, uma simples caneta. Todo 0 processo de produgio desses objetos nasceu de um desenho (design) pensado por alguém que quis torné-los mais atraentes. Esses objetos tém uma fungao utlitéria, que pode ser a de mander uma mensagem eletrdnica oua de escrever uma carta manualmente para alguém, Nesse processo, hé crla¢ao e organizacao de formas, cores, texturas, dimensGes nos objetos em nossa volta, mas nem todos so considerados arte, embora carrequem pensamento estético em sua cfiagdo e elaboragio, Nas ruas também encontramos Imagens, prédios jardins, ouvimos sons.. So lugares, objetos e ambientes criados para o deleite e 0 uso das pessoas, No cenatio em que \iveros, principalmente nas grandes cidades, ha muttas linguagens (escrtas, faladas, cantadas, desenhadas, modeladas etc), algunas criadas com intengdes artisticas e outras que carregam elementos artisticos e estéticos, mas que estao ligadas a fungbes de uso cotidiano, Observe a imagem a seguit Mulher observando uma prateleira de supermercado, Foto de 2013. ‘Quando estamos diante de uma pratelera de supermercado, nossos olhos sio preenchidos com tantas cores e formas das embalagens que podemos at ficar admirados com o apelo visual esses produtos, Contudo, estar dlante de ura obra de arte é outra experiencia, mesmo que tal bra apresente formas e cores semelhantes &s que encontramios nas prateleiras dos supermercados. Capituia 1+ O que é arte? 25 1 ropare notin ado 56, rats ass, apstonaem ocesena dovrets de concen ‘ere nan, Spacho we abun ro Chl de digg depots pase sure Apblaae Cregg odode disposes aisha cobs ease perp sos ede Wi ese ea 8 oat $ugucono um movmeto eto queseeopon da cna de as tom cen Nac ate 0 sovineto eas as cusps sade traltrades Eas Unies sna de tepio pads ass e {pesnsam ema ohas0 cod ean O antista pléstico e cineasta estadunidense Andy Warhol (1928-1987) trouxe para suas pinturas imagens de produtos que podemos encontrar em prateleiras de su- petmercados, Ele escolheu trabalhar com tals imagens em suas obras para provacar 0 pensamento crtico a respetto de como a sociedade produz e consome imagens. Andy Warhol & considerado um dos mais importantes artistas da Pop Art ‘Aembalagem de um produto na prateleia do supermercado ndo éarte, mas sua ima ‘gem na obra do artista pode ser. Quando Andy Warhol pintou imagens de latas de sopa na ‘obra Campbell Soup Cans (1952), modificou a fungo cotidiana da imagem do produto, atribuindo a ela um novo sentido, poético e estético, Sua intengao era discutir a fungdo dos rotulos, dos produtos em série, do sistema capitalista que leva ao consumismo, E comum @ Pop Art ser lembrada na historia da arte como um movimento de protesto. No entanto, ela foi além, porque provocou didlogos entre os estilos de vida e a arte, entre a estética e 0 conceito de visualidade da segunda metade do século XX, Ofereceu, também, possibilidades de reflexdo sobre a fama desencadeada pelas midias em um tempo no qual os meios de comunicagao de massa comegavam a oferecer um Universo de imagens em cores, formas e moviimentos em dimensoes até entio nunca vistas pelas pessoas, mudando estilos de vida e valores estéticos, com uma influéncia que perdura até 05 nossos dias. Hoje, écada vez mais perceptivel como os meios de comunicagao dominam nossa cultura, Pessoas e produtosficam conhecidos de uma hora para outra quando colocados em evidéncia pela midia, assim como também sdo esquecidos rapidamente quando estéo fora dos meios de comunicagao. 2, ee) . ee ott See ‘Muther observa a obra Com 26 50,8 cm » 40,6 cm, de Andy Warhol, 1962, no Museu de Arce Mederna (MOMA), Nova York, (Estados Unidos}, Foto de 2040, Sou? | ae el ! = (2 ls Soup Cons (conjunte de 32 quadros am tinta de polimero sintétion sobre tela, ANDY WARHOL Uma imagem de latas de sopa pode ser considerada arte? As prateleiras de supermercados, com suas cores vibrantes e formas re- petidas, com abjetos produzidos em série e colocados em sequéncia, Inspiraram a maneira de como Andy Wathol compés a obra intitula- de Campbells Soup Cans (1962). A marce de sopas Campbells era muito popular nos Estados Unidos na época, e seus produtos erarn servidos até em cenas de seriados de televiséo. Warhol pintou indivi dualmente 32 quadros de 50,8 cm x 40}6 em com tinta acrlica sobre tela nas cores do produto original. Depois, ele colocou as 32 telas ar- rumadas uma ao lado da outra, tal qual os arranjos que encontramos ‘em prateleiras de lojas e supermercados. As pinturas em cores vibran- tes € combinadas em virios tons contrastantes e a repetigao de ima- {gens so pontos marcantes da obra de Andy Warhol,como podemos observar em seu Autorretrato (imagem ao lado} Embora o movimento Pop Arttenha comecado na Inglaterra, fol nos Estados sonal eens Pai Unidos, pais de origem de Andy Warhol, que ganhou maior forga. Os artistas desse ‘tola, 67,2 om > 87.2 om, movimento usaram cores vibrantes, imagens com visual de historias em quadri- nhos, de celebridades de cinema e televisdo e embalagens de produtos que eram simbolos de consumo. As linguagens usadas foram bem variadas, desde pintu- ras e serigrafias a fotografias e videos, entre outras. Destacaram-se também nesse Movimento artistas como Roy Lichtenstein (EUA, 1923-1997) e Richard Hamilton (Inglaterra, 1922-2011), que trouxeram as imagens da vida cotidiana para os espa- 405 de exposigGes de galerias e museus. Gira de ideias: Ate & postica? O que é postica? A arte pode espathar @ espelhar uma idela, uma opiniao sobre ur fato ou uma ideologia. A postica é a forca de uma obra de arte, é0 que faz a ciferenca entre um objeto do cotidiano e as roducbes atisticas. Todos nés fazemos diversas atividades no daa dia; alumas aces sio mecdnicas, outras mals Conscientes,intencionais (porque escolhemos fazé-es de determinada maneira). Contudo hi, coisas que fazernos de modo to signficativo que pademos até dizer“sso ficou bom! sso mostra quem eusoul Essa éa minha poétical Na arte, a maneira como o artista produz sua obra pode mostrar quem ele &, Seus estos e pensamentos po- 7,00 m. 28

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