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A Capitania de Pernambuco e Os Conflitos Nativistas e Separatistas
A Capitania de Pernambuco e Os Conflitos Nativistas e Separatistas
História de Pernambuco
A Crise açucareira
Até o período de instituição da sociedade açucareira, séc. XVI, a coroa Portuguesa agora
administrada pela dinastia dos Orleans e Bragança foi responsável por esgotar as formas de
cobrança de impostos, levando a população a se revoltar contra o autoritarismo do Rei. Em nada,
portanto, esses movimentos tiveram de ideais radicais, de movimentos ideológicos bem
definidos. Essa série de movimentos será chamada de Nativistas por esse principal Motivo. Em
muitos aspectos estiveram relacionados a revoltas de Quilombos, com escravos fugidos, e
revoltas como a dos Beckman no Maranhão, em 1642; a dos Mascates entre Olinda e Recife,
em 1710-11; em 1709 a Guerra dos Emboabas pelo controle das regiões das minas entre
Paulistas de um lado e Estrangeiros de outro; e, por último, a Rebelião de Filipe dos Santos em
1720. Todos eles apresentam em comum o fato de terem se revoltado contra o abuso da
cobrança de impostos e pela criação de Companhias de Comércio que monopolizavam a
distribuição de produtos em certas regiões.
O séc. XVIII e início do séc. XIX por outro lado foram marcados por rebeliões mais bem
definidas com propostas bem sólidas. É o caso das Rebeliões de caráter Emancipacionista ou
Separatista. A colônia até então havia sido definida pela ausência de uma elite letrada, o que
agora em meados do séc. XVIII é possível por meio dos ideais iluministas e impulsionados pela
independência dos EUA (1776). Grandes partes dos envolvidos na Inconfidência Mineira
estavam matriculados na Universidade de Coimbra, 10 dos 19 eram brasileiros de Minas Gerais.
Guerra dos Mascates em Pernambuco: a disputa entre Olinda e Recife
O primeiro conflitos que nos referimos no Estado de Pernambuco está relacionado ao de
orientação Nativista, pois justamente no contexto de exploração e desenvolvimento da economia
aurífera ocorre uma série de elementos capazes de aos poucos desintegrar a economia do
Nordeste, possibilitando uma alternância de interesses e perspectivas políticas como foi o caso
da Guerra dos Mascates.
Nesse sentido, após a expulsão dos Holandeses de Pernambuco, as cidades de Olinda e
Recife se encontravam numa situação devastadora. Os conflitos internos tenderiam a surgir,
portanto, à medida que os Senhores de Engenho de Olinda creditariam a si mesmos maiores
privilégios à coroa Portuguesa pela expulsão dos holandeses. Para administrar a Capitânia,
entretanto, a coroa Portuguesa teria enviado um estrangeiro de nome Jerônimo de Mendonça
Furtado.
Mendonça era apelidado de Xumbrega pelos nativos pernambucanos, em alusão a
um general alemão que havia lutado na Guerra de Restauração. Momentos mais tarde, o
governador seria preso e deposto quando da chegada de uma esquadra francesa em terras
brasileiras que tentaria um saque a região.
O estopim estava armado: de um lado Senhores de Terra, grandes latifundiários donos
de Engenho que se localizavam em Olinda; de outro, comerciantes vindos de Portugal que se
localizavam em Recife, chamados de Mascates. No contexto final das invasões holandesas,
muitos proprietários de terras, dependentes da comercialização do açúcar, se encontravam em
grave crise financeira devido à concorrência com o açúcar das Antilhas, de monopólio holandês.