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(Texto 3) Psicologias jurídica, forense e judiciária designações
(Texto 3) Psicologias jurídica, forense e judiciária designações
JURÍDICA
Paulo Roberto
Grangeiro Rodrigues
Psicologias jurídica, forense
e judiciária: designações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Será que a Psicologia pode contribuir para a melhor compreensão das
causas dos desvios e comportamentos antissociais e criminosos? A Me-
dicina e a Sociologia já oferecem todas as respostas para o que ocorre
no campo das contravenções e dos crimes? Será a Psicologia necessária
para a melhor decisão de juízes, promotores e jurados?
Considerada ciência experimental no final do século XIX, a Psicolo-
gia foi chamada para dar a sua contribuição para a compreensão dos
comportamentos individuais no século seguinte, apesar da descrença
inicial, especialmente por parte dos psiquiatras. Foi criticada por seu
papel “rotulador” e discriminatório, naturalizando fenômenos sociais; foi
acusada de imprecisão científica, ao relativizar determinações biológicas
do comportamento humano. Por que tudo isso aconteceu? Para entender,
é preciso resgatar a história da constituição do campo das interfaces entre
Psicologia e Ciências Jurídicas e de suas vertentes, a psicologia forense
e a psicologia jurídica.
Neste capítulo, você vai estudar a intersecção entre a Psicologia e o
Direito, áreas definidas como psicologia forense nos Estados Unidos e
psicologia jurídica no Brasil.
2 Psicologias jurídica, forense e judiciária: designações
Fica claro que o foco inicial do trabalho do psicólogo [no Brasil] foi a com-
preensão da conduta humana quanto às motivações e possibilidades de reinci-
dência no crime. O uso de técnicas de mensuração, em evidência na década de
1960-70, não tinha tanto o objetivo de análise das funções mentais específicas
para avaliar o testemunho (realidade dos primórdios da Psicologia Jurídica
na Europa), mas, antes, trazer luz à dinâmica da produção do ato criminal.
que emigravam para cá, com a diferença de que aqui tudo ocorreu tardiamente
e com menos recursos. A Associação Brasileira de Psicologia Jurídica foi
fundada somente em 1998.
Você não concorda que, com esses princípios, é possível estabelecer uma ética em
comum entre operadores do Direito e psicólogos(as)?
Psicologias jurídica, forense e judiciária: designações 5
DIREITO
Psicologia Medicina
Jurídica Legal
Psicologia/
Psiquiatria
Forenses
PSICOLOGIA Psiquiatria
MEDICINA
A Psicologia e os direitos
Na realidade brasileira, é o próprio Código de Ética Profissional do Psicólogo
que nos leva a buscar essa meta em comum com os operadores do Direito.
O Código de Ética define, em seus dois primeiros princípios fundamentais,
o seguinte:
Cientificismo:
1. Concepção filosófica de matriz positivista que afirma a superioridade da ciência
sobre todas as outras formas de compreensão humana da realidade (religião, filosofia
metafísica, etc.), por ser a única capaz de apresentar benefícios práticos e alcançar
autêntico rigor cognitivo.
2. Tendência intelectual que preconiza a adoção do método científico, tal como é
aplicado às ciências naturais, em todas as áreas do saber e da cultura (filosofia, ciências
humanas, artes etc.)
3. Tendência a valorizar excessivamente as noções científicas, ou pretensamente
científicas, em qualquer campo da vida prática, intelectual ou moral (HOUAISS; VILLAR,
2009, p. 464).
https://goo.gl/G2vdtc
Leituras recomendadas
GARRIDO, E.; MASIP, J.; HERRERO, C. (Coord.). Psicología jurídica. Madrid: Pearson Edu-
cación, 2006.
GONÇALVES, H. S.; BRANDÃO, E. P. (Org.). Psicologia jurídica no Brasil. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nau, 2011.
MIRA Y LÓPEZ, E. Manual de psicologia jurídica. 2. ed. São Paulo: Impactus, 2008.
SERAFIM, A. P.; BARROS, D. M.; RIGONATTI, S. P. (Org.). Temas em psiquiatria forense e
psicologia jurídica II. São Paulo: Vetor, 2006.
TRINDADE, J. Manual de psicologia jurídica. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
2009.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.