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Nº 6, Janeiro de 2019

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico
de Gastroenterologia

Dor abdominal crônica


na infância e adolescência

Departamento Científico de Gastroenterologia


Presidente: Mauro Batista de Morais
Secretário: Aristides Schier da Cruz
Conselho Científico: Ana Daniela Izoton de Sadovsky, Katia Galeão Brandt (relatora),
Marco Antônio Duarte (relator), Matias Epifanio, Mauro Sérgio Toporovski,
Sílvio da Rocha Carvalho (relator)

ocorrendo em um período não inferior a 3 me-


Introdução
ses2. A DAC na infância ainda é um sintoma de
compreensão difícil e a determinação da causa
A dor abdominal crônica (DAC) é um proble- um processo elusivo. Corresponde a um grupo
ma clínico comum na infância e adolescência, heterogêneo, que varia consideravelmente em
sendo responsável por grande número de aten- etiologia, fisiopatologia, sintomas e abordagem.
dimentos nos ambulatórios de pediatria. Sua
Segundo a Subcomissão de Dor Abdominal
exata prevalência na população infanto-juvenil
Crônica da AAP (American Academy of Pediatrics)
não é conhecida, mas os estudos apontam pre-
e NASPGHN (North American Society for Pediatric
valências variadas (0,5% a 19%) que variam
Gastroenterology, Hepatology and Nutrition)3 po-
de acordo com a idade e a definição utilizada1.
dem ser utilizadas as seguintes definições, para
Considera-se a existência de dois picos etários
designar os subgrupos existentes:
de ocorrência: o primeiro entre 4 e 6 anos e o
segundo entre 7 e 12 anos de idade1. • Dor abdominal crônica (DAC) - quadro de dor
abdominal de longa duração (usualmente
A DAC usualmente é funcional, ou seja, não é
mais de três meses) com padrão contínuo ou
secundária a uma doença orgânica. Entretanto, o
intermitente.
padrão recorrente do sintoma, assim como a sus-
peita de uma doença grave, pode causar grande • Dor abdominal orgânica (DAO) - quando asso-
ansiedade na criança e nos pais. ciada a uma causa anatômica, inflamatória ou
dano tecidual.
O primeiro conceito de DAC na infância foi
definido por Apley em 1958: três ou mais epi- • Dor abdominal funcional (DAF) - dor abdomi-
sódios de dor abdominal, de intensidade sufi- nal que ocorre na ausência de uma causa ana-
ciente para interromper as atividades habituais, tômica, inflamatória ou dano tecidual.

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Dor abdominal crônica na infância e adolescência

Dentre as desordens gastrointestinais fun- sordens funcionais após infecções por bacté-
cionais (DGIFs) da infância e da adolescência, rias10, sendo questionada a correlação com ro-
atualmente classificadas pelo critério de Roma tavírus11.
IV, publicado em 2016, são definidas as seguin-
tes doenças que cursam com DAF: dispepsia
funcional, síndrome do intestino irritável, enxa- Diagnóstico da
queca abdominal e dor abdominal funcional sem dor abdominal crônica
outra especificação4.

A DAC constitui um desafio em sua aborda-


gem diagnóstica. O primeiro passo no processo
Fisiopatologia da
de investigação é o diagnóstico diferencial dos
dor adbominal crônica
quadros de etiologia orgânica (DAO) daqueles
funcionais. O diagnóstico deverá ser baseado na
A fisiopatologia da DAC de causa orgânica, história clínica detalhada, exame físico minucio-
está relacionada à lesão ou dano tissular exis- so (Quadro 1) e uso criterioso dos testes comple-
tente em cada tipo específico de doença, sendo mentares. Deve ser dada atenção especial aos
frequentemente associada a inflamação ou obs- casos em que se identifiquem os sinais e sinto-
trução. mas de alerta para doença orgânica (Tabela 1)4.

Nas DGIFs que cursam com dor, o mecanis- O quadro funcional habitualmente é de loca-
mo responsável pela percepção dolorosa é com- lização periumbilical ou epigástrica, raramente
plexo, multifatorial e ainda não está totalmente com irradiação. Os episódios de dor podem du-
esclarecido. Existem, entretanto, cada vez mais rar minutos a horas, intercalados por períodos de
evidências do envolvimento do eixo cérebro- bem-estar. Ocorrem caracteristicamente durante
-intestino5. Os mecanismos ocorrem de forma o dia e podem ser de intensidade suficiente para
isolada ou associada. A hiperalgesia (ou alodi- levar ao choro e interromper as atividades habi-
nia) visceral pode ser identificada em alguns in- tuais. Sintomas neurovegetativos como palidez,
divíduos e está relacionada a um menor limiar sudorese, náuseas e vômitos podem ocorrer. Dor
de percepção dos sinais gerados no trato gas- que acorda o paciente à noite deve alertar para
trointestinal (TGI) e enviados por via neural ao uma possível causa orgânica, assim como a dor
cérebro6. Distúrbios na motilidade do aparelho que interrompe as atividades prazerosas.
digestório também são descritos7. Parece haver
O exame físico precisa ser detalhado, dando-
predisposição genética e evidências de inflama-
-se atenção especial à avaliação do crescimento
ção com pouca intensidade8. Além dos fatores
ponderoestatural (analisar por gráficos de cres-
apresentados, o perfil psicológico da criança e
cimento) que deve ser normal.
o estresse ambiental podem exercer influência
sobre o quadro doloroso e sua evolução. Estu- Sugere-se que uma avaliação laboratorial
dos sugerem maior frequência de ansiedade, básica deva ser realizada, incluindo hemograma,
depressão e baixa autoestima nestas crianças. sumário de urina e exame parasitológico de fe-
Observa-se também associação com eventos zes12. Embora seja controversa, a realização ro-
ambientais estressantes, como desordens fami- tineira de sorologia para doença celíaca é suge-
liares, hospitalização, “bullying” e abuso infantil rida pelo atual critério de Roma IV. Dependendo
em crianças e adolescentes com DGIF8. Altera- da história, uma investigação laboratorial mais
ções na composição da microbiota intestinal ampla pode ser necessária, incluindo: VHS, PCR,
também são descritas9. A relação com doenças função tireoidiana, amilase e lipase. A melhora
infecciosas, principalmente as gastroenterites dos sintomas com a exclusão da lactose, aponta
agudas, pode ocorrer, tendo-se encontrado de- para má absorção.

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Departamento Científico de Gastroenterologia • Sociedade Brasileira de Pediatria

Quadro 1. História e exame físico da criança com DAC

• Características da dor:
– Localização, intensidade, frequência, periodicidade, relação com alimentação, dor
noturna, interferência com as atividades habituais.
• Sintomas gastrintestinais associados:
– Pirose, saciedade precoce, empachamento pós-prandial, náuseas, vômitos, diarreia,
constipação, tenesmo, sangramentos digestivos, icterícia.
• Sinais/sintomas de outros sistemas:
– Sintomas urinários, cefaleia, sonolência após as crises de dor, artralgias/artrites, tosse
crônica, asma, respiração bucal.
• Sinais de comprometimento orgânico:
– Perda de peso, retardo no crescimento, retardo puberal, palidez cutâneo-mucosa, febre.
• Medicações em uso ou utilizadas:
– Antibióticos, anti-inflamatórios, corticosteroides.
• História alimentar:
– Consumo de leite e produtos lácteos, consumo de sucos naturais e artificiais, bebidas
gaseificadas, consumo de balas e chicletes, alimentos irritantes gástricos (alimentos
industrializados, condimentos picantes), conteúdo de fibra na dieta.
• História familiar:
– Parentes com doenças do TGI ou de outro sistema e que evolua com dor abdominal,
enxaqueca, manifestações alérgicas, tuberculose, quadros depressivos.
• Antecedentes pessoais:
– Infecção viral recente, trauma abdominal, intervenção cirúrgica prévia.
• Perfil psicológico e comportamental da criança.
• Conhecimento de situações geradoras de ansiedade.
• Exame físico:
– Peso, estatura, velocidade de crescimento, estágio puberal.
Exame abdominal detalhado: localização da dor, massas, fígado, baço, loja renal.
Avaliação perianal e toque retal.

Tabela 1. Sinais e sintomas de alerta para DAC de origem orgânica.

• História familiar de doença inflamatória • Diarreia noturna


intestinal, doença celíaca ou doença • Artrite
péptica
• Doença perianal
• Dor persistente em quadrante superior
• Perda ponderal involuntária
ou inferior direito
• Desaceleração do crescimento linear
• Disfagia
• Atraso da puberdade
• Odinofagia
• Febre sem explicação
• Vômitos persistentes
• Sangramento gastrointestinal

Adaptada de Hyams et al., 20164.

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Dor abdominal crônica na infância e adolescência

Exames radiológicos de rotina (incluindo ul- O diagnóstico das DGIFs que cursam com
trassonografia), em pacientes sem evidências DAC, considerando o critério de Roma IV, deve
clínicas de causa orgânica, não são mais indica- preencher três requisitos: criança não apresen-
dos12. tar qualquer alteração ao exame clínico e tes-
tes complementares; preencher os critérios de
Causas orgânicas são responsáveis por ape-
Roma IV para cada problema; e, após avaliação
nas 5% a 10% dos quadros de DAC na infância13.
médica apropriada, os sinais e sintomas não se-
Apesar dos cuidados necessários na avaliação
rem atribuídos a outra entidade nosológica4.
destes pacientes, os pediatras têm melhor co-
nhecimento para fazer diagnósticos objetivos Em casos de DAC que predomina em abdô-
dos DGIFs após 20 anos de experiências e pes- men superior, associados a sintomas dispépti-
quisas clínicas. Espera-se menor solicitação de cos, como náuseas, saciedade precoce e eruc-
testes complementares e maior consideração tação; deve-se considerar a possibilidade de
dos distúrbios funcionais como causa primeira dispepsia funcional, dentre as DGIFs (Quadro 2)
da afecção e não um diagnóstico de exclusão4. e seus diagnósticos diferenciais (Quadro 3).

Quadro 2. Critérios diagnósticos da Dispepsia Funcional

Deve incluir um ou mais dos seguintes sintomas ao menos 4 dias por mês:
1. plenitude pós-prandial
2. saciedade precoce
3. dor epigástrica que não se associa à defecação
4. após avaliação adequada, os sintomas não podem ser plenamente explicados por outra doença.

Estes critérios devem ocorrer por pelo menos 2 meses antes do diagnóstico

Os seguintes subtipos estão agora adotados dentro da Dispepsia Funcional:


1. Síndrome de dificuldade pós-prandial inclui desconforto da plenitude pós-prandial ou
saciedade precoce que impede o término da refeição regular. Os critérios de suporte
incluem distensão abdominal superior, náusea pós-prandial ou eructações excessivas.
2. Síndrome de dor epigástrica, que inclui todos os seguintes sintomas: dor ou queimação
(grave o suficiente para interferir com as atividades) localizada no epigástrio. A dor não pode
ser generalizada, nem pode se localizar em outra parte do abdômen ou tórax e não é aliviada
pela evacuação ou eliminação de flatos. Os critérios que suportam o diagnóstico podem
incluir: (a) dor tipo queimação, mas sem o componente retroesternal e (b) a dor comumente
é induzida ou aliviada pela ingestão de uma refeição, mas pode ocorrer durante o jejum.

Adaptada de Hyams et al., 20164.

Quadro 3. Diagnóstico diferencial da dor abdominal crônica associada a sintomas dispépticos

• Doença péptica (doença do refluxo • Tuberculose


gastroesofágico, gastrite erosiva, úlcera • Infecções parasitárias
gástrica ou duodenal)
• Doença celíaca
• Efeito colateral de medicamentos • Colecistite crônica
• Doença de Crohn • Pancreatite crônica
Adaptado de Oustamanolakis & Tack, 201214.

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Departamento Científico de Gastroenterologia • Sociedade Brasileira de Pediatria

O quadro de dor abdominal associada à alte- na frequência e consistência das fezes, esforço
ração do hábito intestinal pode corresponder à ou urgência para defecar, sensação de evacua-
síndrome do intestino irritável (SII) (Quadro 4). ção incompleta, passagem de muco e distensão
Nesse grupo, a dor abdominal é associada à al- abdominal. O Quadro 5 apresenta os principais
teração do padrão intestinal, incluindo alteração diagnósticos diferenciais para estes sintomas.

Quadro 4. Critérios diagnósticos da Síndrome do Intestino Irritável

Deve incluir todos os critérios a seguir:


1. dor abdominal ao menos 4 dias por mês associada com um ou mais dos seguintes sintomas:
a. relação com a evacuação
b. alteração na frequência das fezes
c. alteração na aparência das fezes
2. em crianças com constipação, a dor pode não resolver com a resolução da constipação
(crianças nas quais a dor resolve, têm constipação funcional e não síndrome do intestino
irritável)
3. após avaliação adequada, os sintomas não podem ser plenamente explicados por outra
condição médica.

Estes critérios devem ocorrer por pelo menos 2 meses antes do diagnóstico

Adaptada de Hyams et al., 20164.

Quadro 5. Diagnóstico diferencial da dor abdominal crônica associada à alteração do hábito intestinal

• Associada a inflamação do trato gastrointestinal • Doenças infecciosas


• Retocolite ulcerativa • Infecções parasitárias
• Doença de Crohn • Infecções bacterianas
• Doença celíaca • Intolerância à lactose

A SII pode ser considerada resultante da mo- Pode acarretar dor abdominal, mesmo quando
dulação bidirecional entre cérebro e intestino aparentemente o quadro clínico é sutil (evacua
que pode afetar o fluxo sanguíneo, motilidade, diariamente, porém sem esvaziamento comple-
secreção e imunidade, regulada por agentes hor- to, levando a retenção fecal). A dor é do tipo
monais, neurais e imunológicos15. O ponto cen- cólica; ao exame, consegue-se palpar massas fe-
tral é alteração na hipersensibilidade visceral cais no abdome ou, ao toque retal, constata-se a
relacionada a eventos psicológicos (estresse, de- ampola retal cheia de fezes endurecidas. Após a
pressão)15, ao aumento de atividade inflamatória evacuação, a criança apresenta alívio da dor.
na mucosa (SII pós-infecciosa)16 e alterações do
A diferenciação entre constipação funcio-
microbioma intestinal17.
nal e SII pode ser muito difícil. Quando uma
A constipação intestinal crônica funcional, criança apresenta dor abdominal e constipação,
outra doença incluída nas DGIFs, pode ser uma deve-se iniciar o tratamento para constipação
causa comum de DAC, sendo muitas vezes subes- funcional; se a dor desaparece com este trata-
timada pelo médico e pela família. Está frequen- mento, o paciente tem constipação intestinal
temente relacionada à dieta pobre em fibras. funcional4.

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Dor abdominal crônica na infância e adolescência

A enxaqueca abdominal (Quadro 6) é uma tes, como estresse, fadiga e obesidade; e alimen-
causa de dor abdominal crônica que vem apresen- tos, como: chocolate (75%), queijo (48%), frutas
tando aumento de frequência na infância, sendo cítricas (30%) e bebidas alcoólicas (25%)19.
descrita em cerca de 4% da população18. O prin-
Quando a DAC não se enquadra nos demais
cipal sintoma deste quadro funcional é a dor ab-
quadros descritos, deve-se considerar o diagnós-
dominal de forte intensidade, que ocorre em cri-
tico de dor abdominal funcional – não especifi-
ses. Podem ocorrer sintomas prodrômicos como
cada de outra forma (Quadro 7).
mudanças de comportamento e humor, fotofobia
e sintomas vasomotores, similares àqueles des- Como em outras formas de DAF, há interse-
critos em crianças com cefaleia por enxaqueca. O ção com conflitos psicológicos (separação dos
alívio dos sintomas com o uso de medicamentos pais, hospitalização, bullying). Podem ser consi-
para prevenção de enxaqueca reforça o diagnós- derados, como diagnósticos diferenciais orgâni-
tico. Existem evidências de fatores desencadean- cos, aqueles listados no Quadro 8.

Quadro 6. Critérios diagnósticos para Enxaqueca abdominal

Deve incluir todos os seguintes sintomas ocorrendo ao menos duas vezes:


1. episódios paroxísticos de dor abdominal intensa, aguda e periumbilical, na linha média ou
difusa, durando 1 hora ou mais (deve ser o sintoma mais grave e aflitivo)
2. episódios intervalados por semanas ou meses
3. a dor é incapacitante e interfere com as atividades normais
4. padrões estereotipados e sintomas individualizados para cada paciente
5. a dor está associada a dois ou mais dos seguintes sintomas:
a. anorexia
b. náusea
c. vômito
d. cefaleia
e. fotofobia
f. palidez
6. após avaliação adequada, os sintomas não podem ser plenamente explicados por outra
condição médica.
Estes critérios devem ocorrer por pelo menos 6 meses antes do diagnóstico

Adaptada de Hyams et al., 20164.

Quadro 7. Critérios diagnósticos para Dor Abdominal Funcional – Sem outra especificação (Roma IV)

Deve ser preenchido ao menos 4 vezes por mês e incluir todos os seguintes sintomas:
1. dor abdominal episódica ou contínua que não ocorre exclusivamente durante eventos
fisiológicos (ex: alimentação, menstruação)
2. critérios insuficientes para síndrome do intestino irritável, dispepsia funcional ou
enxaqueca abdominal
3. após avaliação adequada, a dor abdominal não pode ser plenamente explicada por outra
condição médica.
Estes critérios devem ocorrer por pelo menos 2 meses antes do diagnóstico

Adaptada de Hyams et al., 20164.

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Quadro 8. Diagnóstico diferencial de dor abdominal crônica isolada

• Doença de Crohn • Tuberculose intestinal


• Má rotação com ou sem volvo • Parasitoses intestinais
• Invaginação intestinal de repetição • Desordens do trato urinário
• Aderências pós-cirúrgicas • Dismenorreia
• Linfoma de intestino delgado

liado o impacto dos alimentos enquanto gatilhos


Abordagem
para os quadros álgicos e sugerem um papel dos
carboidratos fermentáveis não absorvíveis (FOD-
A abordagem da criança com DAC depende- MAPs), da sensibilidade ao glúten não celíaca e de
rá da hipótese diagnóstica e será específico para aditivos alimentares. Ganhou destaque na literatu-
cada doença quando houver suspeita de uma ra, a participação dos FODMAPs (oligossacarídeos,
causa orgânica. No caso das DAFs o tratamento dissacarídeos, monossacarídeos fermentáveis e
deverá ser individualizo e as metas da terapêu- polióis), principalmente nos sintomas dos pacien-
tica visarão diferentes aspectos, nas diferentes tes com SII20. Estes carboidratos incluem: frutose,
doenças. A terapêutica pode incluir: abordagens lactose, sorbitol, fruto-oligossacarídeos, gluco-
dietéticas, terapia farmacológica, suporte psico- -oligossacarídeos e manitol. As evidências para
lógico e terapias suplementares12. uso da dieta restrita de FODMAPs na infância ainda
são restritas20. Caso uma dieta restritiva seja indi-
Assegurar o paciente e à família quanto à
cada, precisa ser adequadamente supervisionada
benignidade do quadro, associado a uma boa
por nutricionista com formação em pediatria. Res-
relação médico-paciente pode ser muito útil na
trições alimentares na infância podem levar a ina-
abordagem de crianças com DGIFs. É necessário
dequações nutricionais e a distúrbios alimentares.
estimular a aquisição, pelo paciente, de habili-
dades verbais para o relato da algia. Deve-se Em casos de DAC associada à distensão ab-
considerar que crianças pequenas não discrimi- dominal e diarreia, levando em consideração a
nam bem estresse emocional e sofrimento físico. possibilidade de intolerância à lactose, antes da
realização de testes, um período de retirada de
A preocupação e limiar de ansiedade dos pais lactose pode ser considerado.
variam conforme as experiências e expectativas
anteriores, estilo de enfrentamento e percepção Na dispepsia funcional, quando os sintomas são
de doença. Portanto, a abordagem médica não é agravados por determinados alimentos (cafeína, pi-
apenas sobre o sintoma da criança, mas também cantes, gordurosos), os mesmos devem ser evitados.
sobre os medos da família. Além de diagnosticar Terapia farmacológica – A manipulação do
o distúrbio, o médico deve reconhecer sua influ- microbioma intestinal é um potencial alvo te-
ência nas emoções e dinâmica da família. Uma rapêutico. Há evidências que alguns produtos
abordagem efetiva depende da obtenção de probióticos podem colaborar no tratamento das
uma aliança com os pais. A falha no diagnóstico DGIFs, principalmente na SII, são eles: Lactoba-
e tratamento dos sintomas funcionais é causa de cillus rhamnosus GG, Lactobacillus reuteri DSM
sofrimento emocional contínuo e incapacitante. 17938 e o VSL#3 (não disponível no Brasil). Es-
tes produtos diminuem a intensidade da dor21.
Abordagem dietética – existe embasamento
para considerar que alguns alimentos podem au- Embora comumente utilizados, não existem
mentar a distensão abdominal e, portanto, a sina- estudos controlados quanto ao uso de anticoli-
lização dolorosa, piorando os sintomas, em alguns nérgicos, como a escopolamina para controle da
casos de DAF. Recentemente, estudos têm ava- dor nas DGIFs.

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Dor abdominal crônica na infância e adolescência

Os antidepressivos podem afetar o sistema Algumas terapias psicológicas se mostraram efe-


nervoso central e periférico, e podem ser be- tivas no tratamento das DGIFs entre elas: suporte
néficos na DGIFs por diferentes mecanismos: familiar, terapia cognitivo comportamental (TCC)
diminuindo o trânsito intestinal, tratando a de- e psicoterapia12.
pressão (enquanto comorbidade), melhorando o
As evidências sugerem que as técnicas de TCC
sono e induzindo analgesia12. Devem ser avalia-
são as mais efetivas. As técnicas cognitivas obje-
dos com cautela devido aos seus potenciais efei-
tivam, durante a crise de algia, manter o pacien-
tos colaterais.
te total ou parcialmente focado em outro pen-
Na enxaqueca abdominal o tratamento me- samento ou imagem. Esta concentração mental
dicamentoso profilático pode ser realizado com seletiva bloqueia ou diminui sua percepção da
ciproheptadina, amitriptilina, propranolol, pizo- dor. Ocorre ativação do sistema opioide e não-
tifeno22 e flunarizina23. -opiode, da supressão dolorosa. São exemplos:
distração e atenção, imaginação, interrupção do
Na dispepsia funcional, quando a dor é o sin-
pensamento e hipnose.
toma predominante, o bloqueio ácido com an-
tagonistas dos receptores de histamina (H2) ou As práticas comportamentais objetivam ameni-
inibidores da bomba de prótons pode ser ten- zar a tensão muscular e/ou comportamentos restri-
tado por quatro semanas em crianças maiores e tivos, que levam a impulsos sensoriais inadequados
adolescentes. e aumentam a percepção dolorosa. Também obje-
tivam modificar comportamentos e interações er-
Embora ainda sem evidência adequada, baixas
rôneas, no paciente e nos cuidadores, que iniciam,
doses de antidepressivo tricíclico, como amitripti-
mantêm e/ou exacerbam a dor. Tornam as crianças
lina e imipramina, podem ser consideradas em ca-
mais ansiosas, medrosas e estressadas, mantendo
sos difíceis. A ciproheptadina pode ser utilizada
o processo de algia. São exemplos: exercício físico,
no tratamento da criança dispéptica sendo consi-
relaxamento e condicionamento operante.
derada segura e eficaz em alguns casos. Náuseas,
distensão e saciedade precoce são sintomas mais
difíceis de tratar, os procinéticos como a dompe-
ridona podem ser prescritos quando disponíveis4. Prognóstico

Suporte psicológico – o estabelecimento


de uma boa relação médico-paciente-família é
Em cerca de 30% das crianças, a DAC se
tornará persistente. Existem evidências de que
um dos pontos principais do tratamento. Para
a DAC na infância é um fator de risco para a SII
se alcançar tal meta, recomenda-se: envolver o
na vida adulta. Em revisão sistemática que ana-
paciente com o atendimento, construir história
lisou dezoito estudos, com 1331 crianças porta-
clínica centrada no paciente e sem julgamento,
doras de DAC, sem sinais de alerta para causas
determinar a necessidade imediata do paciente
orgânicas, observadas em média por 5 anos (1 a
para a consulta médica, realizar exame físico cui-
29), constatou-se que 29% continuavam a sentir
dadoso e solicitar investigação custo-efetiva, en-
dor24. Encontrou-se evidência moderada de que
tender o que o paciente pensa sobre sua doença e
possuir história parental de sintomas gastroin-
focar nas suas preocupações, estimular o pacien-
testinais estava associada à persistência da DAC.
te a entender seus sintomas e orientar quanto aos
Não foi observada associação entre a duração
mesmos, associar estresse e sintomas de forma
da dor e o sexo feminino (forte evidência) ou
consistente com as crenças do paciente, estabele-
a severidade da dor abdominal (moderada evi-
cer limites, envolver o paciente com o tratamento
dência). A realização de testes complementares
e manter a continuidade do envolvimento4.
não influenciou no prognóstico. Não foi possível
Fatores psicológicos podem contribuir para a estabelecer a influência dos fatores psicológicos
gravidade do problema e devem ser abordados. na prevenção ou persistência da DAC24.

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Galton Carvalho Vasconcelos (MG) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Julia Dutra Rossetto (RJ) Flávio Diniz Capanema (MG)
1º VICE-PRESIDENTE: Luisa Moreira Hopker (PR) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Rosa Maria Graziano (SP) Renato Procianoy (RS)
2º VICE-PRESIDENTE: Celia Regina Nakanami (SP) EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Sidnei Ferreira (RJ) Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
1º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DO CEXTEP: Márcia Garcia Alves Galvão (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) Hélcio Villaça Simões (RJ) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
2º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Gil Simões Batista (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Mauro Batista de Morais (SP) Sidnei Ferreira (RJ)
3º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Isabel Rey Madeira (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ)
DIRETORIA FINANCEIRA: Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Sílvio da Rocha Carvalho (RJ)
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Consortium) Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Ricardo do Rego Barros (RJ)
COORDENAÇÃO DO PRONAP
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Francisco José Penna (MG) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Membros: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Fábio Ancona Lopez (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) Marun David Cury (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL Joel Alves Lamounier (MG)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Sidnei Ferreira (RJ)
Analíria Moraes Pimentel (PE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Cláudio Barsanti (SP) Cláudio Leone (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Mário Roberto Hirschheimer (SP) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
COORDENADORES REGIONAIS:
Norte: Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO VIGILASUS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Nordeste: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Sudeste: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Alves (ES)
Sul: Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA)
Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN)
Centro-oeste: Regina Maria Santos Marques (GO) Edson Ferreira Liberal (RJ) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: Célia Maria Stolze Silvany (BA) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: Kátia Galeão Brandt (PE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Marun David Cury (SP) Elizete Aparecida Lomazi (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Assessoria de Relações Institucionais: Maria Albertina Santiago Rego (MG) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Isabel Rey Madeira (RJ) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Jocileide Sales Campos (CE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas:
Mário Roberto Hirschheimer (SP) COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Jefferson Pedro Piva (RS)
Rubens Feferbaum (SP) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Álvaro Machado Neto (AL) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Adolescentes com Deficiência: Cecim El Achkar (SC) Clóvis Francisco Constantino (SP)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Tânia Denise Resener (RS)
Assessoria de Acompanhamento da Licença DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Maternidade e Paternidade: Dirceu Solé (SP) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
João Coriolano Rego Barros (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Jefferson Pedro Piva (RS)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Sérgio Luís Amantéa (RS)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Gil Simões Batista (RJ)
Assessoria para Campanhas: Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Aurimery Gomes Chermont (PA)
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Luciano Amedée Péret Filho (MG)
GRUPOS DE TRABALHO:
Drogas e Violência na Adolescência: Paulo César Guimarães (RJ) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Evelyn Eisenstein (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Hélcio Maranhão (RN)
Doenças Raras:
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Edson Ferreira Liberal (RJ)
Atividade Física Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Coordenadores: Maria Fernanda Branco de Almeida (SP)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Membros: Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) Kátia Laureano dos Santos (PB) Herberto José Chong Neto (PR)
Patrícia Guedes de Souza (BA) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Profissionais de Educação Física: Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Cláudio Barsanti (SP)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Alex Pinheiro Gordia (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Gilberto Pascolat (PR)
Isabel Guimarães (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Jorge Mota (Portugal) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Isabel Rey Madeira (RJ)
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) Luciana Rodrigues Silva (BA) Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Colaborador: Coordenadores: Valmin Ramos da Silva (ES)
Dirceu Solé (SP) Nilza Perin (SC) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Metodologia Científica: Normeide Pedreira dos Santos (BA) Tânia Denise Resener (RS)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Fábio Pessoa (GO) João Coriolano Rego Barros (SP)
Cláudio Leone (SP) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)
Pediatria e Humanidade: Flávio Diniz Capanema (MG) Marisa Lopes Miranda (SP)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
João de Melo Régis Filho (PE) Núbia Mendonça (SE)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Nélson Grisard (SC)
Transplante em Pediatria: Altacílio Aparecido Nunes (SP)
Themis Reverbel da Silveira (RS) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Suplentes:
Irene Kazue Miura (SP)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Adriana Seber (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) João de Melo Régis Filho (PE)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Dirceu Solé (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Fabianne Altruda de M. Costa Carlesse (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Joel Alves Lamounier (MG) Presidente:
Oftalmologia Pediátrica
Coordenador: DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Fábio Ejzenbaum (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Membros: EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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