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Apostila Completa Física Geral 1
Apostila Completa Física Geral 1
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INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
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SUMÁRIO
1.1 Movimento...................................................................................................... 9
13 GRAVITAÇÃO ................................................................................................. 50
14 ENERGIA ........................................................................................................ 53
15 ENERGIA CINÉTICA....................................................................................... 56
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15.1 Energia e Trabalho ................................................................................... 56
17 A EVAPORAÇÃO ............................................................................................ 63
20 ONDAS ............................................................................................................ 72
21 O SOM ............................................................................................................ 76
21.2 A propagação............................................................................................ 77
22 A LUZ .............................................................................................................. 78
23 AS CORES ...................................................................................................... 83
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23.3 Adição de cores ........................................................................................ 86
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1 MOVIMENTO E REPOUSO
Fonte: estudopratico.com.br
1.1 Movimento
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Um corpo está em movimento quando sua distância a um referencial está
mudando. Assim, só poderemos responder à pergunta de Teobaldo se escolhermos
um referencial.
Podemos dizer que as pessoas no ônibus estão em movimento, ou que em
repouso, dependendo do referencial que escolhermos. Por exemplo, se Joãozinho for
o referencial, as demais pessoas estarão em repouso, pois a distância entre
Joãozinho e cada uma das pessoas não varia, ou seja, é sempre a mesma. Entretanto,
se o nosso referencial for o Zezinho, que está em pé no ponto de ônibus, diremos que
as pessoas do ônibus estão em movimento, pois, como o ônibus está andando, a
distância entre Zezinho e as pessoas do ônibus varia.
O movimento sempre depende de um referencial. O Zezinho, que ainda está
esperando o ônibus, está em repouso em relação ao solo. Mas em relação ao sol? A
Terra está em movimento, e, além da Terra, o sol também está em movimento. A
nossa galáxia está em movimento. Portanto, não existe um referencial absoluto.
Vemos assim que o movimento sempre depende de um referencial. Da
mesma forma, veremos que a velocidade também depende de um referencial.
Vários pesquisadores, como o próprio Isaac Newton, fizeram muitas deduções
de Leis Físicas considerando a existência de um espaço absoluto, ou seja, de um
referencial absoluto. Entretanto, este ponto de vista acabou sendo abandonado,
principalmente, com a evolução da Física e um conhecimento um pouco mais
aprofundado do nosso Universo.
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Neste sistema a distância é medida em metros e o tempo em segundos. Ou
seja, estamos em vantagem em relação aos norte-americanos, pois eles são
obrigados a usar o nosso sistema de unidades.
Tanto o conceito de velocidade quanto o de aceleração são muito conhecidos
por todos nós. Quando andamos em algum veículo, ou mesmo a pé, costumamos
medir a nossa velocidade. Estes conceitos são tão comuns a todos nós que é difícil
determinar quando é que eles surgiram.
Entretanto, uma boa medição da velocidade e da aceleração são mais
recentes. Galileu Galilei (1564 – 1642) foi o primeiro a medir a aceleração de um corpo
caindo. Mas já se sabia que a velocidade de um corpo caindo aumentava. Além disso,
já se sabia tratar matematicamente os problemas que envolvessem velocidade e
aceleração.
A velocidade serve para medir se estamos muito rápido ou muito devagar. Ela
mede a distância que percorremos num certo intervalo de tempo. Por exemplo:
quantos quilômetros percorremos em uma hora, ou quantos metros nos deslocamos
em um segundo.
Fonte:aulas-fisica-quimica.com
Qual carro está mais rápido: um que está a 25 m/s ou outro que corre a 72
km/h?
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Para respondermos a esta pergunta precisaremos deixar ambas as
velocidades no mesmo sistema de unidades. Neste caso deixaremos ambas em
metros por segundo.
Sabemos que um quilômetro é o mesmo que 1.000 metros, que uma hora
corresponde a 60 minutos e cada minuto possui 60 segundos. Assim, em uma hora
temos 60x60 segundos = 3600 segundos.
Logo, a velocidade de 72 km/h será:
v = 72 km = 72.000 m = 20 m / s
1h 3600 s
Portanto, o carro a 25 m/s está mais rápido do que o outro carro a 72 km/h.
Agora vamos tratar de conversão de unidades. É muito comum termos de
mudar as unidades de uma velocidade. Se quisermos, por exemplo, comparar a
velocidade de um atleta (medida em metros por segundo) com a velocidade de um
carro (medida em quilômetros por hora), temos de converter a velocidade de um deles
para a mesma unidade do outro. Vamos tratar de um problema assim.
Um atleta olímpico corre a prova de 100 metros rasos em cerca de 10
segundos. Se utilizarmos este valor (10 segundos) como sendo exato, qual seria a
velocidade deste atleta?
Em metros por segundo, temos:
100𝑚
𝑣= = 10 𝑚/𝑠
10𝑠
Para obter o resultado em quilômetros por hora, pegamos a velocidade em
metros por segundo e multiplicamos por 3.6003.600, depois é só notar que 1.000
metros é o mesmo que 1 quilômetro e que 3.600 segundos equivalem a 1 hora. Assim:
v = 10 m = 10 m × 3600 = 36000 m = 36 km = 36 km / h
1s 1s 3600 3600 s 1h
2.2 Aceleração
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(100 − 0) 𝑘𝑚/ℎ
𝑎= = 36.000 𝑘𝑚/ℎ2
10
(3600) ℎ
Fonte: fisica3gg.blogspot.com
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3 EQUAÇÃO DO MOVIMENTO
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começa a correr a partir do ponto onde está marcado 200 m, com uma velocidade
média é de 9 m/s. Escreva a equação do movimento e diga qual será a sua
posição depois de 2 minutos de corrida.
Gráfico
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Um carro está a uma velocidade de 36 m/s, quando o motorista avista um
obstáculo à sua frente freia o veículo. O veículo já se deslocou 500 metros desde o
instante que estava em repouso, consideraremos então está como a posição inicial.
O motorista freia e a desaceleração sofrida pelo veículo é de 3 m/s2. Escreva a
equação do movimento. Descubra quanto tempo o veículo levou para parar e qual é
a sua posição final.
Equação de Movimento
Isaac Newton (1643 – 1727) e Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646 – 1716)
são os pais do Cálculo diferencial e integral. É claro que outros antes deles já haviam
feito algumas contribuições para alguma coisa que viria a ser este cálculo mais
avançado. Entretanto, foram os dois que deram uma forma completa para o Cálculo.
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Apesar de os dois serem os pais desta área do conhecimento, os dois
contemporâneos o desenvolveram independentemente. Surgiram muitas discussões
entre ambos, pois cada um acreditava que o outro havia plagiado o seu trabalho. Hoje
se pode observar que os dois chegaram ao mesmo resultado por caminhos diferentes,
o que mostra a originalidade de cada um dos trabalhos.
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Fonte: MENEZES, 2006.
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Se um carro se desloca segundo a equação:
x = 2 + 3t (estamos adotando o Sistema Internacional)
Este exercício é simples e poderia ter sido resolvido sem utilizar as derivadas.
Um veículo se desloca segundo a equação: x = 2 + 4t + 6t2 – 8t3 (Sistema
Internacional)
A sua velocidade será a derivada desta expressão. Lembre-se da regra básica da
derivação. O expoente “cai” multiplicando o termo, subtraindo um ao expoente, assim:
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Portanto, a sua velocidade será dada por:
Experimento 1
Faça um experimento. Arranje dois carrinhos de brinquedo iguais. Deixe um
parado e jogue o outro contra o primeiro. O que acontece? Eles vão se chocar e vão
continuar andando. Note que a velocidade de qualquer um
dos dois carrinhos é menor que a velocidade inicial do carrinho que foi jogado.
Experimento 2
Vamos repetir o experimento, mas agora com um carrinho grande e um
pequeno. Vemos que, neste caso, a velocidade total deste sistema não se conservou;
pior que isto, a velocidade total aumentou.
Por que será que no caso anterior ocorreu uma conservação da velocidade e
agora não? Temos uma pista, mudamos a massa de um dos carrinhos.
Vemos que o carrinho menor foi empurrado com mais facilidade do que o carrinho
grande. Então, o que se conserva não é a velocidade, mas alguma grandeza que
depende da velocidade e da massa dos veículos. Mas que grandeza é essa?
Apresento para você o momento, que é representado pela letra q e é o produto da
massa pela velocidade:
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Ou seja, a massa do carrinho 1 vezes a sua velocidade inicial mais a massa
do carrinho 2 vezes a sua velocidade inicial. O momento final é a soma dos momentos
finais individuais, sendo que cada um dos momentos é o produto da massa pela
velocidade final:
Experimento 3
Vamos complicar um pouco o experimento. Agora os dois carrinhos estarão
em movimento. Pegue dois carrinhos iguais e jogue um contra o outro.
Provavelmente você precisará da ajuda de algum amigo para fazer isto.
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energia cinética (energia de movimento) foi convertida em energia sonora e energia
térmica.
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6 LEIS DE NEWTON – PARTE I
Imagine que temos um corpo sob a ação de três forças, tal como a figura a
seguir. Para encontrarmos a força resultante aplicada sobre este corpo, devemos
realizar uma soma vetorial. Para fazer esta soma devemos fazer tal como na figura
abaixo, ou seja, escolhemos qualquer um dos vetores e fixamos sobre corpo. Os
demais vetores devem ser colocados um a um, de forma que um vetor fique na
sequência do outro.
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Fonte: MENEZES, 2006.
Leis de Newton
A seguir, veremos a forma exata, como as leis de Newton, escritas, como elas
costumam ser enunciadas nos dias de hoje e uma breve explicação:
1ª lei de Newton (lei da inércia)
Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in
directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare. (Todo corpo
continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a
menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele).
Todo corpo em repouso (movimento) tende a permanecer em repouso
(movimento).
Se o corpo estiver em movimento, ele permanecerá em movimento (seguindo
uma linha reta). Este corpo somente mudará sua velocidade, ou a direção da sua
velocidade, se for aplicada alguma força sobre este corpo.
Entretanto, se o corpo estiver em repouso, assim ele permanecerá, a não ser
que alguma força seja aplicada sobre ele.
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2ª lei de Newton (princípio fundamental da dinâmica)
Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri
secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur.
(A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é
produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.)
A força resultante que age em um corpo é igual ao produto da sua massa pela
sua aceleração: F = m.a
Se algum corpo não estiver acelerando é porque a soma de todas as forças
aplicadas sobre ele é igual a zero. Isto é o que acontece com a maioria das coisas
que estão a nossa volta. Se um objeto está parado, ou se ele
se move com velocidade constante, isto significa que a soma de todas as forças
aplicadas sobre ele tem resultado nulo.
Entretanto, se algum corpo estiver em movimento acelerado, isto ocorre
porque a resultante das forças é diferente de zero.
Se eu faço uma força de 10 unidades (por enquanto não importa que unidade
é esta) sobre uma parede, está parede faz uma força de 10 unidades sobre mim. As
duas forças possuem o mesmo módulo (10 unidades). No entanto, elas possuem
sentido contrário. Se eu empurro a parede para o norte, a parede exerce uma força
sobre mim para o sul.
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Nesta aula abordei as leis de Newton. Para uma melhor fixação faça os
exercícios propostos.
Introdução Histórica
O inglês Isaac Newton (1643 – 1727) foi um dos maiores cientistas de todos
os tempos. É o criador do Cálculo Diferencial e Integral. É claro que o alemão Gottfried
Wilhelm Von Leibniz (1646 – 1716) também desenvolveu o Cálculo de maneira
independente e por outros caminhos.
Isaac Newton era um grande pesquisador e estudou vários assuntos na
Matemática (como o binômio de Newton) e na Física.
Obviamente é o pai das leis que hoje são conhecidas como as Leis de Newton,
como também é o autor da Teoria da Gravitação Universal, que dá uma fórmula
matemática para a interação entre os astros. Vemos, portanto, que somente a partir
de Newton é que se tornou possível descrever matematicamente o comportamento
de um planeta ou de um satélite.
Sua principal obra foi a publicação do Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural - 1687) em três volumes.
Nesta obra ele publicou as suas três leis e, a partir delas, enunciou a lei da gravitação
universal, com a qual generalizou e ampliou as constatações de Johannes Kepler
(1571 – 1630). Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria. Essa
obra tratou essencialmente sobre física, stronomia e mecânica (leis dos movimentos,
movimentos de corpos em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade do
som, densidade do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica etc.).
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movimento retilíneo sem mudar a sua velocidade. Sua velocidade somente será
alterada se houver alguma força atuando sobre ela.
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Fonte: no-mundo-da-matemagica.blogspot.com
Entretanto, vamos analisar outra coisa neste choque. Suponha que antes do
choque o carro da esquerda estivesse parado e o da direita andando. Com o choque
os dois carros se amassam. Por que isto acontece?
Se o carro da direita está andando, no momento do choque ele aplica uma
força F sobre o outro carro. Entretanto, o carro da esquerda que está parado (pelo
princípio da ação e reação) também aplica uma força sobre o outro carro.
Desta forma, o carro da direita também se amassa. Se não ocorresse assim,
ou seja, se não houvesse na natureza o princípio da ação e reação, somente o carro
parado amassaria. O carro em movimento não sofreria nenhuma força e ficaria intacto.
Vamos partir para outro exemplo. Imagine o seguinte experimento. Um
menino está num balanço indo para um lado e para o outro. Uma brincadeira bastante
comum. Entretanto, este balanço está numa plataforma sobre a água. Imagine que a
plataforma tem a mesma massa que o menino (algum tipo de fibra superleve) e que a
massa da estrutura do balanço é desprezível. Sendo assim, quando o menino está
indo para frente, a plataforma vai para trás e vice-versa.
Para que o menino começasse a se movimentar, ele teve de empurrar a
plataforma. Quando ele se senta no balanço e empurra com os pés a plataforma para
frente, a plataforma vai para frente. Mas o menino vai para trás. Por quê?
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Fonte: chainimage.com
Introdução
Lembre-se da terceira lei de Newton. Ela diz que a resultante das forças
aplicadas sobre um corpo é igual ao produto da massa pela aceleração (F = m.a).
Esta equação será bastante utilizada nesta aula.
Unidade de grandeza
Sabemos que no Sistema Internacional de unidades:
• a massa é medida em quilogramas (kg);
• a aceleração é medida em metros por segundo ao quadrado (m/s2).
Para o produto destas duas grandezas, foi criada uma nova unidade, uma
unidade do Sistema Internacional para medir força. Esta unidade é o Newton,
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expressa pela letra N. Esta unidade, obviamente, recebe este nome devido a Isaac
Newton.
Para criar uma aceleração de 1 m/s2 num corpo com uma massa de 1kg,
teremos de aplicar uma força de 1 newton.
Exemplo 1
Força de um movimento circular
Vimos que sempre que a velocidade é alterada, existe uma força alterando a
velocidade, ou seja, causando uma aceleração. É interessante notar que sempre que
houver um movimento circular (velocidade mudando de direção), haverá uma força.
Na figura abaixo vemos uma bolinha girando sobre uma mesa. Esta bolinha
faz um movimento circular graças a um barbante que a prende a um ponto da mesa.
Caso o barbante se rompesse, esta bolinha seguiria uma linha reta, pois, como vimos,
segundo o princípio da inércia (1ª lei de Newton) todo corpo em movimento tende a
permanecer em movimento retilíneo.
Vemos, portanto, que há uma força puxando a bolinha para o centro. Esta
força não altera o valor da velocidade, mas altera a sua direção.
Vimos que sempre que há uma força, existe também uma aceleração. Como
a força puxa a bolinha para o centro deste círculo, a aceleração que a bolinha sofre é
para o centro do círculo e é chamada aceleração centrípeta.
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Exemplo 2
Força de um corpo acelerando
Partindo do repouso, um corpo de massa 3 kg atinge a velocidade de 20 m/s
em 5s. Queremos encontrar a força que agiu sobre o corpo. Primeiramente vamos
encontrar a aceleração:
Exemplo 3
Forças em um corpo parado
Quando um corpo não está acelerando, você poderia pensar que não há
nenhuma força sendo aplicada ao corpo. Mas isto não é necessariamente verdade. A
única coisa que podemos dizer, quando um corpo está parado, é que a resultante de
todas as forças aplicada ao corpo é nula. Por exemplo, quais são as forças que agem
sobre você quando você está em pé e sem se mover?
Quando você está parado (a), duas forças estão agindo sobre você. A força
peso (ou simplesmente peso) e a força normal. A força normal é uma força aplicada
por um corpo que impede que você vá para baixo. Esta força pode ser exercida pelo
chão ou pela cadeira ou qualquer outra superfície sobre onde você esteja.
A força normal é uma força que é perpendicular ao plano onde os corpos se
apoiam. Por este motivo é que é chamada de força normal.
Vamos fazer como ocorre em todos os elevadores e considerar que sua
massa é de 70 kg. Como a aceleração gravitacional é de 9,8 m/s2, o seu peso é:
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chão exerce sobre você uma força que é igual ao seu peso. Por isso você não acelera,
a resultante das forças é nula.
Exemplo
Forças em um corpo com velocidade constante
Quando um corpo está com velocidade constante, a resultante das forças que
age sobre o corpo é nula. Note que não há aceleração, portanto podemos afirmar que
a velocidade é nula. Entretanto, neste caso, costumam existir mais do que duas forças
envolvidas.
Imagine uma bicicleta com velocidade constante. Neste caso existem 4 forças
agindo sobre a bicicleta: duas na vertical e duas na horizontal.
As forças na vertical são: peso e normal (como vimos antes). As forças na
horizontal são: atrito e tração exercida pelo ciclista. As forças na horizontal estão em
equilíbrio (mesma intensidade, mas com direções opostas), pois a bicicleta não
acelera.
9 A FORÇA PESO
Introdução
O peso é uma força que a Terra exerce sobre todos nós. Mas por que existe
esta força? A resposta mais simples é a de que matéria atrai matéria. Mas podemos
nos perguntar agora: por que matéria atrai matéria? Bom, vamos explicar isto no
próximo parágrafo.
Qualquer corpo cria ao seu redor um campo. Um campo é algo semelhante a
um perfume, pois seu cheiro se espalha e fica mais suave à medida que a distância
aumenta, até que chega um ponto em que não podemos mais senti-lo.
O planeta Terra cria um campo ao seu redor. Qualquer corpo que estiver
presente neste campo “sente” a presença da Terra e, por isto, começa a cair. Sim eles
se atraem mutuamente: matéria atrai matéria. A Terra atrai você para baixo, e você
atrai a Terra. Estas forças ocorrem com a mesma intensidade devido ao princípio da
ação e reação.
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Se a atração que eu exerço sobre a Terra é igual à atração que a Terra exerce
sobre mim, por que é que a Terra não se desloca assim como ocorre comigo?
Lembre-se que força é igual ao produto da massa pela aceleração. A massa
da Terra (6 x 1024 kg) é muito maior que a massa de qualquer um de nós (cerca de
1023 vezes maior), portanto, apesar da força ser a mesma, a aceleração que nós
exercemos sobre a Terra é muito menor (cerca de 1023 vezes menor) que a
aceleração que a Terra exerce sobre nós. Se a aceleração é menor, isto significa que
o deslocamento também é menor. Assim, o deslocamento que nós provocamos sobre
a Terra é imperceptível.
Apenas como um lembrete veja que ao deslocamento para um corpo que
parte do repouso sujeito a uma aceleração (a) é dado por:
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sua massa continuará a mesma. Entretanto, devido à diminuição da aceleração
gravitacional, seu peso será menor.
A aceleração gravitacional está presente em qualquer planeta, ou satélite
natural. A aceleração gravitacional da Lua é de 1,6 m/s2, bem menor que a da Terra.
Isto acontece porque sua massa é bem menor.
Exemplo 1
Vamos calcular a força que a Terra exerce sobre um corpo de 10 kg situado sua
superfície. Como a aceleração gravitacional é de 9,8 m/s2, a força que a Terra exerce
é: P = m.g = 10 x 9,8 = 98 N.
Note que utilizamos a letra P para representar esta força. Esta letra foi
utilizada, porque a força que a Terra exerce sobre qualquer corpo é chamada de peso.
Exemplo 2
Na Terra, a aceleração da gravidade é em média 9,8 m/s2 e na Lua 1,6 m/s2. Para
um corpo de massa 5 kg, determine:
a) O seu peso sobre a Terra será simplesmente:
P = m.g = 5 x 9,8 = 49 N.
b) Para calcular o seu peso na Lua, teremos de usar a aceleração
gravitacional da Lua, que é de 1,6 m/s2, portanto:
P = m.g = 5 x 1,6 = 8 N.
Vemos que, apesar da massa ser a mesma, o peso do corpo é menor na Lua
do que na Terra. Note que o peso na Lua é cerca de um sexto do peso do corpo aqui
na Terra.
É pelo motivo apresentado acima que os astronautas andam saltitando. Todos
nós aprendemos a andar na Terra. Se nós tivermos de andar em outro lugar, vamos
fazê-lo assim como na Terra. Portanto, eles acabam fazendo uma força excessiva
para andar e o corpo se eleva mais do que o necessário.
Quando os astronautas voltam, eles já não estão acostumados a andar pela
Terra, ou seja, a força que eles têm de fazer é muito maior do que a força que eles
faziam fora da Terra. Assim, eles terão de adquirir mais força na caminhada. Este
fenômeno se acentua quando o astronauta fica muito tempo fora do nosso planeta.
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10 FORÇAS ATUANDO SOBRE UM CORPO
Introdução
Vamos começar analisando um exemplo muito simples: uma caixa parada
sobre o chão. Pelo que já dissemos até aqui, você sabe que, quando um corpo está
em repouso (ou com velocidade constante), a resultante das
forças aplicadas sobre ele é nula. Como a soma de todas as forças é zero e o corpo
tem massa, deve haver mais alguma força além da força gravitacional agindo sobre
esta caixa. Mas qual é a força que está agindo contra o peso?
Sobre um corpo parado agem pelo menos duas forças, a saber: o peso
e a força normal.
A força de contato entre dois corpos é chamada de força normal. Ela recebe
este nome porque é perpendicular à superfície de contato entre os dois corpos.
Portanto, o nome normal vem da Geometria Analítica.
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Note na figura acima que o tamanho dos dois vetores é o mesmo. Isto ocorre
porque a força normal e o peso têm a mesma intensidade, mas têm sentidos opostos.
Agora vamos observar quais são as forças que atuam sobre uma caixa em
movimento. Para que a caixa entre em movimento, é necessário que se aplique uma
força sobre ela. Se quisermos que a caixa deslize sobre o chão, a força deverá ser
aplicada sobre a caixa, na horizontal. Esta força aplicada à caixa para que ela se
movimente costuma ser chamada de força motriz.
Entretanto, não é sempre que uma caixa se move ao ser empurrada. Para ela
comece a se mover, é necessário que a força aplicada seja suficiente para vencer o
atrito. Por mais lisas que sejam a superfície da caixa e a superfície do chão, quando
vistas num microscópio, percebe-se que elas são bastante irregulares. Na figura
acima vemos uma caixa sendo colocada sobre o chão.
Quando um objeto é colocado sobre o chão, as irregularidades deste objeto
se encaixam sobre as irregularidades do chão, o que causará um travamento, uma
resistência e dificultará o movimento. Esta dificuldade no movimento é uma força
contrária à força motriz e é chamada de força de atrito. Note que a força de atrito é
sempre contrária à força motriz.
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É claro que o atrito depende do material. Se a caixa for de borracha, ela se
deformará bastante de forma a se adaptar mais facilmente às irregularidades do chão.
A força motriz, em geral, não é calculada: ela é dada. Já a força de atrito deve
ser calculada. Como vimos, ela depende do material e depende também da força
normal. Um corpo com massa muito elevada terá um atrito maior. Além de depender
do material, a força de atrito depende também do formato do objeto. Repare que uma
chuteira é cheia de travas no seu solado que servem para aumentar o atrito.
Você deve estar se perguntando: por que este sujeito falou que a força de
atrito depende da força normal? Não seria muito mais fácil dizer que a força de atrito
depende da força peso? Foi dito hoje que a força normal é igual à força peso.
Entretanto, não é sempre que isto ocorre. Mas este detalhe será visto na próxima aula.
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Equações
Sabemos que a força pelo (P) é dada pelo produto da massa pela aceleração
gravitacional e que a força normal (N) é igual ao peso. Assim: N = P = m.g
A força de atrito, como já foi dito, depende da força normal do material de que
são feitas ambas as superfícies e do formato das superfícies. A força normal já está
calculada e os demais fatores são colocados numa única constante (letra grega mi).
Esta constante é chamada de coeficiente de atrito e o seu valor já embute o material
de que são feitas as superfícies, assim como o formato destas.
Exemplo
Suponha que a caixa que estamos arrastando durante toda a aula tenha 20
kg e que estamos fazendo uma força de 100 N para arrastar a caixa. O coeficiente de
entre o chão e a caixa é de 0,3. Calcule a força resultante.
Temos que calcular o peso e a normal:
N = P = m.g = 20 x 9,8 = 196 N
Agora vamos calcular a força de atrito:
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11 FORÇAS SOBRE UM PLANO INCLINADO
Introdução
As principais forças mecânicas presentes num objeto que se move sobre um
plano inclinado estão apresentadas na figura abaixo. Podemos ver a força peso
representada por P, a força normal à superfície, por N, a força que atua puxando o
bloco rampa acima, por F e a força de atrito entre as superfícies do bloco e da rampa,
por Fat.
O que muda
Vamos ver o que muda na nossa análise. Mas, antes disso, vamos fazer uma
mudança nas coordenadas. Continuaremos trabalhando com dois eixos, porém, antes
tínhamos um eixo na horizontal e outro na vertical. Agora é mais conveniente (facilita
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as contas) utilizar um eixo paralelo ao plano que o bloco se desloca e outro
perpendicular a este.
Sabemos que o bloco não se desloca na direção perpendicular ao plano.
Dessa forma, a resultante das forças nesta direção deve ser zero. Existem apenas
duas forças neste eixo: a força normal e uma parte do peso.
Vamos decompor a força peso P em duas componentes, Px, paralela ao plano
da rampa e Py, perpendicular ao mesmo.
̂
𝑷𝑥 = 𝑷𝑠𝑒𝑛𝜃 𝒙
̂
e 𝑷𝒚 = 𝑷𝑐𝑜𝑠𝜃 𝒚
𝑵+𝑷=𝟎
𝑵 + 𝑷𝒚 = 𝟎
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Logo, o módulo do vetor normal (N) será igual ao módulo do vetor componente
na direção y da força peso (Py). Note que os vetores N, P e Py acima estão denotados
por letras em negrito enquanto os seus módulos não.
𝑁 = 𝑃𝑦
𝑭𝒂𝒕 = 𝜇𝑵
Exemplo
Suponha que o bloco mostrado na figura acima tenha 15 kg de massa e o
módulo da força F com que é puxado para cima da rampa seja de F=200 N (Newtons).
Assume que o coeficiente de atrito µ entre o bloco e a rampa é de 0,5 e a o ângulo de
inclinação ϴ da rampa (como mostrado na figura) é de 30º. Assuma também que a
aceleração da gravidade no local da rampa é em média 9,8 m/s2. Queremos encontrar
a aceleração deste bloco.
Calculemos inicialmente o módulo do peso (P):
̂
𝑵 + 𝑷𝒚 = 𝟎 𝒚
𝑁 = 𝑃𝑦 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃
√3
𝑁 = 147 . cos 30° = 147 × ≅ 127 N (𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)
2
̂
𝑵 ≅ 127 N (𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)𝒚
44
Sabemos que o bloco se move na direção x, logo a força resultante nessa
direção é um vetor não nulo.
𝑭𝒓𝒙 = 𝑭 + 𝑭𝒂𝒕 + 𝑷𝑥
1 √3
𝐹𝑎𝑡 = µ𝑁 ≅ × 147 × ≅ 63,7𝑁(𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)
2 2
𝑭𝒂𝒕 ≅ −63,7 𝑁(𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)𝑥̂
1
𝑃𝑥 = 𝑃𝑠𝑒𝑛30° ≅ 147 × ≅ 73,5𝑁(𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)
2
̂
𝑷𝒙 ≅ −73,5𝑁(𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠)𝒙
Da Segunda Lei de Newton sabemos que a força resultante que atua sobre
um corpo é o produto de sua massa pela sua aceleração. Voltemos então ao cálculo
da força resultante sobre o bloco a fim de encontrarmos a aceleração.
𝑭𝒓 = 𝑭𝒓𝒙 + 𝑭𝒓𝒚
̂ , temos
como 𝑭𝒓𝒚 = 𝟎𝒚
𝑭𝒓 = 𝑚 . 𝒂 = 𝑭𝒓𝒙 = 𝑭 + 𝑭𝒂𝒕 + 𝑷𝑥
𝑚 . 𝒂 = 𝑭 + 𝑭𝒂𝒕 + 𝑷𝑥
̂ − 63,7𝑥̂ − 73,5𝒙
𝑚 . 𝒂 ≅ 200𝒙 ̂
62,8 𝑚
𝒂≅ ̂ ≅ 4,2 𝑚⁄𝑠 2 𝒙
⁄𝑠 2 𝒙 ̂
15
𝒂 ≅ 4,2 𝑚⁄𝑠 2 𝒙
̂
12 GEOCENTRISMO E HELIOCENTRISMO
Conhecer as ideias sobre gravitação, bem como as leis propostas por Kepler.
Os gregos e o geocentrismo
Ptolomeu, filósofo grego que viveu no século III a.C., coletou em seu livro Almagesto
uma grande síntese de toda a cosmologia grega geocêntrica. O sistema geocêntrico
colocava a Terra no centro do universo e os outros astros – ou viajantes – girando ao
seu redor.
46
Neste modelo geocêntrico, as coisas pareciam não funcionar muito bem.
Entretanto, foi percebido na Grécia que a velocidade de rotação dos planetas variava,
assim como a sua distância. Então, Apolônio de Perga (século III a.C.) criou um
modelo onde existiam ciclos sobre ciclos. Cada planeta estaria num ciclo inserido
noutro ciclo.
Este modelo complicado conseguia descrever o movimento dos planetas
conhecidos. Entretanto, com o passar dos séculos, observou-se que este modelo não
descrevia muito bem o que estava ocorrendo. Portanto, foram inseridos mais ciclos
neste modelo. Ou seja, um ciclo dentro de ouro ciclo, dentro de outro ciclo, assim por
diante. O modelo era basicamente o mesmo, mas a sua complexidade estava se
tornando algo extremamente grande. Conseguia-se prever as órbitas dos planetas,
mas às custas de muitas contas.
47
Em 1600, o maior astrônomo da Europa era um príncipe dinamarquês
chamado Tycho Brahe (leia-se Tico Brae) (1546 - 1601) possuía um observatório
numa ilha situada entre a Dinamarca e a Suécia. Foi o maior astrônomo experimental
até então, compilou inumeráveis dados das posições dos planetas, com uma precisão
sem paralelo para a época.
Em 1582, o Papa Gregório XIII reformou o calendário, corrigindo-o em dez
dias, com base nos cálculos de duração do ano efetuados por Tycho Brahe. Este é o
calendário que usamos até hoje, chamado de calendário gregoriano.
Brahe era um homem de personalidade difícil e aparência assustadora. Em
um duelo, havia perdido parte do nariz e usava uma prótese de metal.
Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que
os planetas giram à volta do Sol e o Sol orbitava em torno da Terra. Mas ele precisava
de um teórico, alguém que soubesse matemática o suficiente para transformar seus
dados em um novo modelo do cosmo. Também não ajudava o fato de Brahe dedicar
tempo demais às festas e à bebida.
Foi quando entrou em cena o jovem astrônomo alemão Johannes Kepler
(1571 - 1630). Brahe convidou o jovem brilhante para ser seu assistente. O príncipe
queria a ajuda dele para provar que a Terra era o centro do cosmo. Mas essa história
teve um fim muito diferente, pois tratava-se de dois astrônomos talentosos com dois
objetivos muito diferentes. A convivência de Brahe e Kepler não foi fácil.
No início, Brahe tentou dificultar o trabalho de Kepler, impedindo o acesso do
jovem discípulo ao que ele mais queria os dados astronômicos tão preciosos. Aos
poucos, Kepler foi ganhando a confiança do chefe. Mas a convivência dos dois durou
apenas 18 meses.
Um dia, Tycho foi convidado para jantar na casa de um barão. Como sempre,
ele bebeu demais, a ponto de se intoxicar seriamente, e, no seu leito de morte, ele
implorou a Kepler: “Por favor, não me deixe ter vivido em vão”.
Após a morte de Brahe, Kepler “herdou” seu posto e seus dados, dedicou aos
estudos vinte anos seguintes. Os registros dos movimentos de Marte permitiram ao
discípulo Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram
suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico.
Com base nos trabalhos e observações de Tycho Brahe, em 1609, Kepler
enunciou as Leis do movimento planetário conhecidas como leis de Kepler.
48
Leis de Kepler
Baseadas nas observações de Brahe, Kepler propôs:
49
Fonte: MENEZES, 2006.
13 GRAVITAÇÃO
Força gravitacional
Surgiu, então, a teoria da Gravitação Universal. Quaisquer dois corpos se atrairiam,
50
mas quando dois corpos separados por uma distância d, um de massa m e o outro de
massa M, a atração entre eles é dada por:
51
Estas deduções não são óbvias nem mesmo evidentes. Newton, para chegar
à conclusão que chegou, teve de utilizar o Cálculo que ele tinha acabado de inventar.
52
Note que o peso do satélite mudou bastante com a altitude.
O futuro
Depois de Newton, um cientista não podia mais se limitar a descrever um
fenômeno da natureza. Era preciso explicá-lo matematicamente e confirma-lo por
meio de uma experiência. Esse foi o início da idade da razão: o Iluminismo.
A constante de gravitação universal (G) não deve ser confundida com g (em
minúscula), que representa a intensidade da aceleração da gravidade terrestre.
A mecânica celeste mostrou sua eficiência na descoberta do planeta Netuno
em 1846. Baseados nas perturbações da órbita do planeta Urano, astrônomos
puderam calcular a presença de um outro corpo celeste influenciando seu movimento.
A teoria heliocêntrica teve sua origem na Grécia, muito antes de Copérnico.
O astrônomo grego Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a.C.?) Foi o primeiro a propor
que a Terra gira em torno do Sol. Entretanto, não se sabe muito a respeito da sua
proposta. Esta afirmação é conhecida através de uma referência feita por Arquimedes.
14 ENERGIA
53
aquecem, porque parte da energia que elas recebem é transformada em energia
térmica. As lâmpadas fluorescentes se aquecem bem menos, ou seja, nestas
lâmpadas não ocorre muita perda de energia.
Dizemos que ocorre perda de energia sempre que parte da energia recebida
é transformada num tipo de energia que não é aquela desejada. No caso da lâmpada,
queremos que ela produza energia luminosa, mas ela acaba produzindo também calor
(energia térmica). Você já deve ter escutado que a lâmpada fluorescente é econômica.
Isto ocorre, porque ela sofre menos perda de energia. Isto acontece, porque apenas
uma parte pequena da energia elétrica que ela recebe é transformada em energia
térmica.
Existem outros exemplos de energia que podem ser encontradas na nossa
casa. Muitas vezes queremos converter energia elétrica em energia térmica. Dois
exemplos disso são: o chuveiro elétrico e o ferro de passar roupa.
A energia elétrica pode também dar origem à energia mecânica, ou energia
cinética. É o que ocorre nos motores. Vários equipamentos que usamos possuem
motores elétricos: o liquidificador, o ventilador, o CD player etc.
Vimos que a energia elétrica pode dar origem a várias outras. Mas de onde
vem a energia elétrica? Aqui no Brasil a energia elétrica que chega por intermédio dos
fios é produzida em usinas hidrelétricas. Nestas usinas a energia mecânica é
transformada em energia elétrica. Para se construir uma usina hidrelétrica, é
necessário fazer uma represa. Quando a água é represada, estamos acumulando
energia mecânica. Esta energia mecânica acumulada é chamada energia potencial.
Quando a água é liberada, esta energia potencial é convertida em energia cinética. A
água em movimento passa por turbinas que convertem a energia cinética da água em
energia elétrica.
Outra forma muito comum de energia é a energia química. Um combustível
(gasolina, por exemplo) guarda energia química. Através da queima deste
combustível, esta energia química é convertida em energia mecânica. O combustível
queima dentro do motor e produz gases que ocupam um volume maior que o original.
Com este aumento de volume, um pistão é empurrado. Esta energia mecânica que o
pistão recebe é transferida para as rodas do veículo a fim de fazê-lo andar.
Existe mais uma forma de energia bastante comum que é a energia sonora.
Esta pode ser produzida, por exemplo, num alto-falante, que converte energia elétrica
54
em energia sonora. Já um microfone faz exatamente o contrário do que o alto-falante,
ou seja, ele converte energia sonora em energia elétrica.
14.2 Trabalho
Considere um exemplo. Uma pessoa tem duas caixas (20 kg cada) que estão
no chão. Esta pessoa deseja colocar as caixas sobre o guarda-roupa (2 metros de
altura). Ela poderia erguer as duas caixas de uma só vez e colocá-las sobre o guarda-
roupa. Entretanto, isto seria muito cansativo e ela pensa na possibilidade de erguer
uma caixa de cada vez.
Para facilitar ainda mais o trabalho que ela tem de fazer, ela resolve colocar
primeiramente cada caixa sobre uma escrivaninha (1 metro de altura). Depois disto
cada caixa é erguida até o topo do guarda-roupa.
Note que esta pessoa facilitou o seu trabalho duas vezes. Primeiramente,
decidiu subir cada caixa separadamente. Assim, o seu trabalho em cada etapa seria
apenas metade do trabalho inicial. Para facilitar ainda mais, ao invés de erguer a caixa
a uma altura de 2 metros, esta pessoa ergueu cada caixa a uma altura de um metro,
e, posteriormente, ergueu cada uma das caixas de mais 1 metro. Desta forma em
cada etapa o seu trabalho será apenas um quarto do trabalho original. Entretanto o
seu trabalho total será o mesmo.
O conceito de trabalho em Física é igual ao apresentado acima, ou seja, o
trabalho depende da força realizada, assim como do deslocamento. Quanto maior a
força que realizamos, maior será o trabalho, assim como o deslocamento. Um
deslocamento maior implica num trabalho maior.
Para equacionar isto, o trabalho é dado por:
T=F.d
Ou seja, trabalho (T) é igual ao produto da força (F) pelo deslocamento (d).
No Sistema Internacional (SI) o trabalho é medido em joules (J). Portanto uma força
de 1 Newton fazendo um corpo se deslocar por 1 metro produz um trabalho de 1 joule.
Agora vamos calcular o trabalho realizado no exemplo acima. Para erguer as
duas caixas a uma altura de dois metros, precisamos multiplicar a força pelo
55
deslocamento. A força que a pessoa teve de fazer deve ser pelo menos igual ao peso
das caixas (P = m.g = 40 x 9,8 = 392 N). Assim, o trabalho realizado é:
T = F. d = 392 x 2 = 784 J.
Para erguer apenas uma caixa a altura de 2 metros, o trabalho é:
T = F. d = 196 x 2 = 392 J.
Para erguer uma caixa a uma altura de 1 metro, o trabalho é:
T = F. d = 196 x 1 = 196 J.
Vemos que o trabalho pode ser dividido em partes menores.
15 ENERGIA CINÉTICA
Energia Cinética
A energia cinética é uma grandeza associada ao movimento de um corpo. Ela
depende da massa (m) e da velocidade (v) de um corpo, ou seja:
56
é que a energia cinética final será igual à energia cinética inicial mais o trabalho que
foi exercido sobre este corpo. Assim:
Quando a energia cinética final é menor que a inicial, o trabalho exercido sobre
o corpo é negativo. Isto significa que a energia cinética diminuiu, portanto, alguma
outra forma de energia foi aumentada.
Quando a energia cinética final é maior que a inicial, o trabalho exercido sobre
o corpo é positivo. Isto significa que a energia cinética aumentou. Portanto, algo (ou
alguém) transferiu energia para o objeto em questão.
Exemplo 1
Vamos tomar como exemplo uma bola de gude (massa de 10 g) jogada com
velocidade de 10 m/s... Qual é energia cinética desta bola?
A sua energia cinética é simplesmente:
Exemplo 2
Continuando com a bola de gude, vamos considerar que ela para após 3 metros de
deslocamento. Isto ocorreu devido ao atrito. Sua velocidade inicial era de 10 m/s e
sua velocidade final é zero. Sua energia cinética inicial foi calculada no exemplo
anterior. Sua energia final é zero, pois a velocidade final é nula. Ela perdeu energia.
O que aconteceu com a sua energia?
A energia do universo sempre se conserva. Portanto, se a energia cinética da
bola de gude diminuiu, a energia teve de aumentar em algum outro lugar. Mas qual é
o corpo que está em contato com a bola? O chão. O atrito que ocorre quando a bola
se desloca pelo chão faz com que o chão e a bola de gude se aqueçam. Este
aquecimento pode ser mínimo, até mesmo imperceptível, mas ele ocorre. Assim, a
energia cinética foi convertida em energia térmica.
57
O chão exerce uma força de atrito, desacelerando a bola de gude. Portanto,
o atrito exerce um trabalho sobre a bola de gude. O trabalho que o atrito exerce sobre
a bola faz com que a energia cinética diminua. É importante notar que em outros casos
o trabalho pode fazer com que a energia do corpo aumente. Vamos calcular o trabalho
exercido pelo atrito:
Exemplo 3
Vamos considerar um carro freando. Se a massa do carro for de 1.000 kg e sua
velocidade for de 72 km/h (20 m/s), sua energia cinética será de:
1.0 x 202/2 = 200.000 J
Sua velocidade final é zero, portanto a sua energia final será nula. Qual o
trabalho que a força de atrito exerce sobre o carro?
Exemplo 4
Vamos considerar um carro acelerando. Se a sua velocidade inicial é nula, sua
energia cinética também é nula. Se a sua velocidade final for de 72 km/h (20 m/s) sua
energia final será de 200.000 J, como já vimos no exercício anterior.
58
O trabalho que o motor está exercendo sobre o carro será:
Note que agora o trabalho é positivo. Isto ocorre porque a energia cinética
aumentou. Portanto, o motor do carro está produzindo energia cinética.
Lembre-se que o motor do carro utiliza um combustível (energia química),
queimando-o. Na queima do combustível, a energia química é transformada em
energia térmica. O gás formado por ar e combustível se expande, empurrando um
pistão. A energia térmica foi convertida em energia cinética. O movimento do pistão é
energia cinética que será levada para as rodas do carro.
Vamos primeiramente entender o que são essas coisas. Para isso, vamos
analisar o que é o calor do ponto de vista microscópico, ou seja, como as moléculas
se comportam com a variação térmica. Quando uma substância é aquecida, suas
59
moléculas ficam mais agitadas, ou seja, aumenta sua energia cinética e elas começam
a se chocar mais fortemente umas contra as outras.
60
Fonte: MENEZES, 2006.
61
Vejamos agora como se dá a transmissão de calor por irradiação. Toda
molécula emite radiação, perdendo, dessa maneira, energia cinética. A radiação que
é emitida por uma molécula do líquido pode atingir uma outra molécula do próprio
líquido, ou uma molécula do recipiente, ou qualquer outra molécula, mesmo que está
esteja muito afastada do recipiente. Observe as figuras abaixo. Primeiramente, vemos
uma molécula emitindo radiação, desta forma ela perdeu energia cinética. Logo a
seguir temos uma molécula recebendo radiação, portanto ela está ganhando energia
cinética.
Entre o sol e a Terra praticamente não existem matéria, ou seja, existe vácuo.
Portanto, o calor chega até nós devido à irradiação, pois as outras formas de
propagação de calor ocorrem somente quando há matéria.
Em 1895, Edward Deware inventou a garrafa térmica. Ela nada mais é do que
um recipiente utilizado para manter a temperatura de algum líquido. Com ela você
pode garantir que uma bebida permaneça quente por algumas horas. Ou também
deixá-la fria por um longo intervalo de tempo.
62
Fonte: MENEZES, 2006.
17 A EVAPORAÇÃO
63
17.1 O fenômeno microscópico
Portanto, uma molécula com energia cinética muito grande foi embora. À
medida que isso ocorre, as moléculas que restarem terão uma energia cinética muito
pequena, ou seja, uma temperatura mais baixa. Assim, podemos explicar a sensação
de frio que a água ou o álcool nos fazem sentir. A substância (colocada sobre a pele)
rouba calor do nosso corpo e as moléculas com maior energia escapam. Esse
processo continua se repetindo e o calor da nossa pele vai se perdendo.
O suor
O nosso corpo sempre realiza o experimento de evaporação de água, muitas
vezes, sem que percebamos. Logo após suarmos, as moléculas de água (presentes
em nosso suor) com maior energia cinética acabam escapando (evaporando),
deixando o suor que ainda restou sobre nossa pele mais fria do que antes. É desta
forma que o suor abaixa a temperatura do nosso corpo.
64
Fonte: MENEZES, 2006.
A água em ebulição
A água, ao nível do mar, ferve a 100° C. A uma maior altitude, a água ferve a
uma temperatura mais baixa, isso ocorre porque a pressão atmosférica é mais baixa.
Com a pressão mais baixa, as moléculas do ar ficam mais espaçadas. Assim, as
moléculas da água têm menor dificuldade de escapar do recipiente e entrar em
ebulição.
65
Quando a pressão atmosférica é maior, a densidade do ar é maior. Assim,
quando uma molécula de água escapa do recipiente para o ar, existe uma
probabilidade de ela se chocar com uma molécula do ar e voltar para o recipiente.
Vemos na figura abaixo que, à medida que a pressão atmosférica é reduzida,
a evaporação ocorre com maior facilidade. Quando a pressão atmosférica é alta, o
número de moléculas é grande. Assim, é muito difícil para uma molécula do líquido
escapar, pois, quando ela escapa, ela pode se chocar com uma molécula do ar e voltar
para baixo.
Aplicação da pressão
Já que uma pressão mais alta torna mais difícil a evaporação da água, se
adicionarmos alguma pressão além da pressão atmosférica, a evaporação será mais
difícil. Esta dificuldade na evaporação da água faz com que a agitação das moléculas
aumente, ou seja, a temperatura aumentará e a água ferverá a uma temperatura mais
elevada. Esse é o princípio da panela de pressão.
18 DILATAÇÃO TÉRMICA
66
Dilatação linear
Quando consideramos um objeto muito comprido, geralmente estamos
interessados apenas na dilatação superficial. Somente a dilatação em uma das
coordenadas é importante, as outras podem ser perfeitamente desprezadas. Um
exemplo disso é quando estamos usando uma régua. Apenas uma das dimensões é
utilizada.
A dilatação linear depende de três parâmetros. Primeiramente ela depende do
comprimento: uma régua de 60 cm, quando aquecida, vai dilatar mais do que uma de
20 cm. A dilatação também depende da variação da temperatura: quanto maior o
aumento na temperatura, mais deverá se dilatar a régua. Por fim, a dilatação também
depende do material em que é feita a régua. Colocando todas as informações numa
equação, obtemos:
67
Portanto, devido a esta enorme variação na temperatura, a régua sofreu uma
variação de 0,5 milímetros. Esta variação pode parecer mínima e sem importância,
mas deve ser levada em consideração em vários tipos de
construções.
Um exemplo típico é o trilho de trem. O trilho é feito como uma sequência de
várias barras metálicas. Estas barras ficam um pouco afastadas umas das outras,
para que, se houver uma variação, o trilho não seja forçado a ir para a lateral
(entortando-se).
Dilatação superficial
Vamos estudar agora o caso da dilatação de placas, objetos que possuem
duas dimensões grandes. A terceira dimensão é muito menor que as outras e é então
desprezada. A área do objeto pode ser escrita como o produto das duas dimensões
principais, assim:
68
Você pode notar que a variação é pequena, entretanto, esta pequena variação
pode ser significativa em vários casos, como peças que devem se encaixar com
precisão.
Continuando a aula anterior vamos ver um outro caso de dilatação dos sólidos,
assim como a dilatação dos líquidos. Esta última é essencial para a construção dos
termômetros.
Como vimos em outras aulas, o aumento da temperatura de um corpo causa
um aumento da agitação térmica das suas moléculas. Esta agitação, por sua vez,
causa uma dilatação do objeto que sofre o aumento da temperatura.
Na aula anterior vimos alguns casos em que apenas a variação de algumas
dimensões é importante. Assim, no caso linear, apenas a variação de uma dimensão
era importante. No caso superficial, as variações de duas dimensões eram levadas
em consideração. Hoje vamos considerar casos em que todas as dimensões do objeto
69
são grandes, ou seja, são importantes. Assim, todas elas serão consideradas nesta
dilatação.
Dilatação volumétrica
Vamos estudar agora a dilatação de objetos tridimensionais. O volume do objeto é
escrito como o produto das três dimensões, assim:
70
19.1 Dilatação dos líquidos
Nos líquidos, a variação é bem maior do que nos sólidos. Neste caso vamos
considerar sempre o volume, pois não é possível desprezar nenhuma das dimensões.
Um sólido possui forma e volume bem definidos, mas os líquidos não possuem forma
definida, apesar do se volume ser bem definido.
Como vimos em aulas anteriores, nos líquidos as moléculas conseguem se
mover com muito mais facilidade do que nos sólidos. Com isto, uma variação de
temperatura nos líquidos causa um afastamento maior das moléculas do que nos
sólidos. Portanto, o coeficiente de dilatação volumétrica dos líquidos é bem maior do
que a dos sólidos.
O coeficiente de dilatação volumétrica da água é de 1,3 x 10-4°C-1 e o do
álcool é de 11 x 10-4°C-1. Estes coeficientes são bem maiores que os dos sólidos.
71
Um termômetro é feito de um tubo de vidro com um capilar e um bulbo. No
interior do tubo há um líquido, geralmente álcool misturado com uma pequena porção
de corante.
Vamos considerar um termômetro feito como um tubo de vidro com um capilar
de 1 mm2. Vamos determinar a variação do álcool neste tubo.
O coeficiente de dilatação volumétrico do vidro é de 24 x 10-6°C-1. Como este
coeficiente é cerca de 50 vezes menor do que o do álcool vamos desprezá-lo. Note,
entretanto, que, se a dilatação do vidro fosse levada em consideração, o capilar
(espaço no interior do tubo de vidro) também se expandiria, e, assim, obteríamos uma
altura menor para o álcool.
Um volume de 1 centímetro cúbico sendo aquecido, sofrendo uma variação
de 1°C, estaria sujeito a:
20 ONDAS
72
Fonte: pt.slideshare.net
Água 1435
Aço 5.100
73
ocorrem num determinado intervalo de tempo) é a frequência da onda, que é o inverso
do seu período.
O período de oscilação é o tempo que uma onda leva para que complete um
ciclo completo. O período () se relaciona com a frequência (ƒ) da seguinte forma:
As ondas que descrevemos em algumas partes desta aula são as ondas não-
estacionárias. Estas ondas se propagam, deslocando-se por um meio.
Uma onda estacionária não se propaga pelo espaço, ou seja, ela apresenta
nós e ventres que ficam sempre no mesmo lugar. A figura abaixo apresenta várias
ondas estacionárias. As ondas estacionárias ocorrem, por exemplo, nas cordas de
instrumentos musicais.
O som nada mais é do que ondas que se propagam pelos meios materiais. O
meio mais comum por onde o som se propaga é o ar. Quando o som se propaga pelo
ar, o que ocorre é uma variação de pressão que se propaga de uma fonte emissora
até um receptor.
Como vemos na figura abaixo as principais propriedades de uma onda são:
sua amplitude, sua frequência e sua forma. Essas propriedades caracterizam
totalmente uma onda sonora. Na figura abaixo vemos o comprimento de onda (λ) e a
amplitude (y) da onda.
A frequência da onda é o número de vezes que a onda oscila em certo
intervalo de tempo. Geralmente é medida em hertz (Hz) que indica o número de
oscilações por segundo. É muito comum utilizar o período para caracterizar uma onda.
O período é simplesmente o intervalo de tempo que leva para que a onda realize uma
oscilação completa.
A figura acima nos mostra uma onda senoidal. A maioria dos sons que
ouvimos não possui este formato. Elas são bem mais irregulares, entretanto se
repetem periodicamente.
76
21.1 A produção do som
Todos os sons são produzidos por corpos que vibram. Os sons podem ser
gerados por vibrações de cordas, como num violão. Num tambor, a vibração é de uma
membrana; nos instrumentos de sopro (corneta, flauta, etc.), o que vibra é uma coluna
de ar, colocada em movimento pelo sopro do instrumentista.
Nossa voz também é resultado de uma vibração. Quando falamos ou
cantamos, o ar que sai dos pulmões põe em movimento as cordas vocais, que são
pequenas membranas localizadas no interior da laringe.
Nossa voz também é resultado de uma vibração. Quando falamos ou
cantamos, o ar que sai dos pulmões põe em movimento as cordas vocais, que são
pequenas membranas localizadas no interior da laringe.
21.2 A propagação
O som se propaga por qualquer meio material, sendo ele sólido, líquido ou
gasoso. O som somente não se propaga pelo vácuo. Para que ocorra a transmissão
do som é necessário que o meio material vibre; propagando a vibração do emissor do
som até o receptor. Note que a luz (que pode ser entendida como uma onda) não
precisa de um meio material para se propagar, podendo se deslocar pelo vácuo. O
estudo da luz será feito numa aula futura.
77
Quando o som se propaga pelo ar, a pressão do ar varia. Ela aumenta e
diminui com a mesma frequência que o som. Se o som tem frequência de 400
oscilações por segundo, a pressão do ar em que o som se propaga varia com esta
mesma frequência.
21.3 A percepção
22 A LUZ
Iremos aprender nesta aula sobre a luz, saber como ela se propaga e como
interage com a matéria.
No estudo da óptica procuraremos abordar, com objetividade, o estudo da luz
e dos fenômenos luminosos em geral, tais como: o comportamento da luz, a reflexão
da luz e a refração da luz.
78
Huygens sugeriu que os fenômenos de propagação da luz seriam
mais bem explicados se a luz fosse considerada uma onda.
No início do século XIX a teoria de Newton foi definitivamente abandonada,
passando-se a considerar a luz como uma propagação ondulatória graças aos
trabalhos do inglês Thomas Young. No entanto, evidências mais recentes mostram
que a luz pode (em alguns experimentos) ser interpretada como corpúsculos de
energia chamados fótons, apresentando uma natureza dual (dualidade partícula-
onda), segundo teoria do francês Louis de Broglie.
79
22.3 Raio de luz
80
22.4 Fonte de luz
Meios de propagação
Quanto à propagação da luz os meios são classificados em:
1) Meios Transparentes: permitem a propagação da luz. Exemplos: vácuo, ar,
vidro, água etc.
2) Meios Opacos: não permitem a propagação da luz. Exemplos: madeira,
metal, tijolo etc.
3) Meios Translúcidos: que permitem que a luz os atravesse. Entretanto, a luz
passa de forma difusa. Exemplos: vidro fosco, papel vegetal etc.
Interação da luz com a matéria
Ao interagir com a matéria, a luz pode ser: refletida, refratada ou absorvida.
Reflexão da Luz
Quando raios paralelos de luz incidem sobre uma superfície, ocorre a reflexão
especular ou regular se os raios refletidos forem também paralelos entre si. Em caso
contrário, a reflexão é difusa ou irregular.
81
A reflexão regular será predominante quando a superfície refletora for plana e
bem polida como um espelho. A reflexão difusa ocorre em superfícies irregulares e
porosas.
Note que o ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão:
82
De uma forma geral, o fenômeno da refração é acompanhado pela reflexão
da luz. Assim, o raio de luz incidente na superfície divide-se em dois raios, um
refratado e outro refletido.
23 AS CORES
A luz nada mais é do que uma parte daquilo que é chamado radiação
eletromagnética. Esta radiação é interpretada como a propagação de ondas (ou
partículas) em meios transparentes e no vácuo.
A radiação eletromagnética está distribuída num espectro muito amplo, muito
além daquele que conseguimos enxergar. A região que pode ser vista pelos olhos é
chamada de luz visível ou, simplesmente, luz.
O olho humano distingue a radiação eletromagnética do vermelho ao violeta.
Sabemos que uma onda é descrita pela equação:
83
Onde ν é a velocidade da onda, λ é o seu comprimento e f é a sua frequência.
A luz apresenta uma velocidade de 300.000 km/s (ou 3 x 108 m/s – no Sistema
Internacional de Unidades). Portanto, se soubermos a frequência de uma determinada
cor, saberemos também o seu comprimento de onda.
A luz vermelha é a que apresenta menor frequência. A radiação
eletromagnética com frequência logo abaixo desta é chamada de infravermelho, e não
é vista pelos olhos humanos.
Violeta 380-450 nm
Azul 450-495 nm
Verde 495-570 nm
Amarelo 570-590 nm
Laranja 590-620 nm
Vermelho 620-750 nm
84
Algumas são absorvidas, outras refletidas e outras ainda são refratadas. Portanto,
para que a visão se processe são necessários: a luz, um objeto (que reflete a luz) e
olho.
Uma maçã vermelha não emite luz vermelha. Ao invés disso, ela absorve
todas as cores de luz que incidem sobre ela, exceto a luz vermelha que é refletida. A
luz vermelha é, portanto, a única que vem diretamente da maçã até os nossos olhos.
Assim, nós a enxergamos como sendo vermelha.
É por este motivo que uma roupa de cor preta, quando exposta ao sol, fica
mais quente que uma roupa de outra cor. Ela absorve todo o espectro da radiação
visível, não emitindo nenhuma luz.
Pode parecer contrário à nossa intuição começar com a subtração e não com
a adição. Entretanto, este fenômeno é mais comum para nós, pois está mais próximo
dos experimentos que fazíamos de misturar tintas quando éramos crianças.
Neste experimento temos três tintas diferentes: uma que emite a cor amarela,
outra que emite a cor magenta e outra que emite a cor ciano. Estamos trabalhando
com estas cores, porque são exatamente as cores utilizadas por uma impressora.
Misturando estas tintas, obteremos exatamente aquilo que está mostrado na
figura abaixo. Isto acontece, porque a tinta amarela emite luz: vermelha, laranja,
amarela e verde. A tinta magenta emite luz: azul, magenta e vermelha. Quando você
mistura estas duas tintas, somente serão emitidas as cores que estão presentes nas
duas tintas. Neste caso a luz emitida será a vermelha.
85
Fonte: MENEZES, 2006.
86
Se utilizarmos três lanternas com celofane sobreposto à lâmpada podemos
repetir o que acontece na tela de um televisor. Cada uma das lanternas terá um
celofane diferente (vermelho, verde e azul). Aponte as lanternas para uma parede
branca. O resultado será tal como mostrado na figura ao lado. Isto deve ser feito num
quarto escuro.
Neste caso ocorre uma soma, ou seja, ambas as cores são emitidas para os
nossos olhos. O olho faz uma média das luzes que ele recebe. Quando recebemos as
três cores, o resultado será branco.
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A ideia de átomo é antiga, vem da Grécia. Nesta época, alguns filósofos
diziam que a matéria não poderia ser dividida indefinidamente, haveria um limite
máximo e este limite foi chamado de átomo que, em grego, significa indivisível.
Em torno de 1800, John Dalton, um cientista inglês retornou com a ideia de
que a matéria era formada por átomos. Ele, assim como os gregos, disse que os
átomos eram indivisíveis. Este modelo foi sendo alterado por outros cientistas.
Em 1903 Joseph Thomson (outro cientista inglês) verificou que os átomos
eram compostos por cargas positivas e negativas. Ele supôs que as cargas estavam
distribuídas ao acaso.
Em 1911, Ernest Rutherford (um cientista neozelandês) descobriu que os
átomos são formados por um núcleo positivo e uma eletrosfera envolvendo este
núcleo.
Este modelo foi alterado por Niels Bohr (cientista dinamarquês) que propôs
que os elétrons possuíam níveis nos quais eles ficavam. Esta foi a origem de uma
outra área da Física, a Mecânica Quântica.
O que nos interessa saber é que a matéria é composta por um núcleo e uma
eletrosfera. No núcleo ficam as partículas neutras e as positivas, respectivamente
nêutrons e prótons. Na eletrosfera ficam os elétrons.
Voltemos à experiência realizada por Tales de Mileto. Por que é que, depois
de esfregar âmbar com pele de carneiro, os pedaços de palha eram atraídos pelo
âmbar? Como isto pode ser explicado?
Antes de explicarmos, faça o seguinte experimento: pegue um canudo plástico
e um guardanapo de papel e esfregue um contra o outro; ambos ficarão eletricamente
carregados. Tanto que será possível fazer o canudo ficar preso a uma parede por
algum tempo. Você poderá conseguir que o canudo fique preso à parede por alguns
minutos até que ele caia.
Vamos detalhar estes processos. Tudo isto está relacionado à distribuição de
elétrons no átomo. Todos os átomos possuem várias camadas, tal como ilustrado na
figura abaixo. Alguns átomos e moléculas perdem facilmente elétrons, enquanto
outros recebem elétrons com mais facilidade.
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Fonte: MENEZES, 2006.
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Quando um corpo carregado é aproximado de um corpo neutro, as cargas
do corpo neutro tendem a se organizar diferentemente. Quando o canudo carregado
negativamente é aproximado da parede, os elétrons da parede tendem a se afastar
do canudo carregado negativamente. Isto ocorre, porque cargas iguais se repelem,
enquanto cargas opostas se atraem. Portanto, o excesso de elétrons do canudo faz
com que os elétrons da parede se afastem do canudo, assim como mostrado na figura
ao lado.
Como as cargas opostas estão próximas uma da outra, a parede e o canudo
se atraem. Como nenhum dos dois materiais é bom condutor, os elétrons não migram
facilmente do canudo para a parede. Mas, mesmo assim, ocorre a migração dos
elétrons. Conforme os elétrons vão migrando do canudo para a parede, a atração
entre os dois diminui, até que a atração não é mais suficiente para manter o canudo
preso à parede. O canudo então cai.
25 FORÇA ELÉTRICA
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Acompanhe. Os opostos se atraem. Esta frase não fala de romance, pelo menos não
aqui.
Na última aula falamos sobre os dois tipos existentes de carga elétrica: carga
positiva e carga negativa. Estas cargas diferentes se atraem, enquanto cargas iguais
se repelem.
Força elétrica
A força elétrica é uma força a distância, assim como a força gravitacional.
Qualquer uma destas forças (gravitacional e eletrostática) ocorre entre corpos que
estão espacialmente separados. Lembre-se que a força gravitacional é dada por:
Dois corpos, um com carga e outro com carga, sofrem uma força que pode
ser de atração ou de repulsão. Quanto maior a distância, menor a força entre as duas
cargas. As duas forças (gravitacional e eletrostática) se comportam da mesma forma,
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ou seja, a sua magnitude cai com o inverso do quadrado da distância. Entretanto, a
força gravitacional é uma força de atração, enquanto que a força eletrostática pode
ser de atração ou de repulsão.
Esta força entre as cargas em repouso é comumente chamada de força
eletrostática, ou seja, força entre cargas elétricas em repouso.
A carga, no Sistema Internacional, é medida em Coulomb (C), em
homenagem ao cientista francês Charles Coulomb que estabeleceu
experimentalmente a expressão acima. A distância é medida em metros e a constante
elétrica vale:
Exemplo 1
Suponha que temos dois corpos carregados positivamente, cada um deles
com carga de 1 Coulomb, afastados a uma distância de 1 metro. Qual é o valor da
força eletrostática entre estes dois corpos?
A força entre estes dois corpos é de repulsão, pois ambos possuem cargas
positivas.
Exemplo 2
Sabendo que a carga de um elétron é de 1,6 x 10 -19 C, determine a força de
repulsão entre dois elétrons que se encontram a uma distância de 10-10 m.
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25.1 Campo elétrico
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Quando se coloca mais de uma carga elétrica numa região espacial, as linhas
de campo ficam deformadas. Abaixo é mostrado como ficam as linhas de campo
quando são colocadas duas cargas de sinais contrários, ou duas cargas de mesmo
sinal.
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26 APARELHOS ELÉTRICOS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Voltagem 110 V
Potência 1.100 W
Corrente 10 A
Frequência 50 ~ 60 Hz
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Note que unir as pontas de uma pilha não serve para nada. Precisamos
colocar mais coisas no meio do caminho.
Veremos, ao longo desta unidade, que os componentes elétricos são
colocados de forma a produzir vários efeitos diferentes. Um dos componentes mais
simples é um resistor (chamado popularmente de resistência), que converte energia
elétrica em energia térmica. Ele é usado no chuveiro, no ferro de passar roupa e em
outros equipamentos.
Existem também os capacitores. Eles são utilizados para armazenar elétrons.
Os capacitores conseguem produzir corrente elétrica muito maior que a bateria. No
capacitor os elétrons migram de um lado para o outro de forma muito mais rápida que
na bateria. Esta corrente elétrica bastante elevada é utilizada para acender o flash das
máquinas fotográficas.
A corrente elétrica é medida no Sistema Internacional em ampère (A), em
homenagem a André-Marie Ampère, cientista francês. Ele foi um dos primeiros a fazer
um grande estudo das inter-relações entre a eletricidade e o magnetismo.
A corrente elétrica mede a quantidade de carga que passa por uma região
num certo intervalo de tempo. Um ampère é simplesmente um Coulomb por segundo.
Exemplo
Sabendo que a carga de um elétron é de 1,6 x 10 -19 C, determine o número
de elétrons que passam por um fio, por onde passa uma corrente de um ampère.
Resposta: O número de elétrons que passam pelo fio a cada segundo é de:
6,25 x 1020.
26.2 Aplicação
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uma corrente elétrica elevada devem utilizar tomadas específicas, que aguentem o
número de elétrons que deverão passar por ali.
Um superaquecimento num fio ou numa tomada pode fazer com que ela
derreta, perdendo sua utilidade e podendo causar um incêndio. Portanto, é muito
importante utilizar fios e tomadas que aguentem a corrente que passará pelo
equipamento que será utilizado.
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cientista inglês James Prescott Joule, que realizou vários estudos sobre calor e
energia.
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uma chave seletora, enquanto outros não possuem uma tensão fixa. Atualmente,
existem aparelhos que se ajustam automaticamente à tensão do local. Isto é bastante
comum em televisores.
Se um aparelho for ligado numa tensão menor, ele ficará fraco ou não
funcionará. Entretanto, se um aparelho for ligado numa tensão maior, ele queimará.
27.3 Potência
27.4 Frequência
Esta não é uma unidade de grandeza nova para vocês. Já vimos a frequência
e sabemos que no Sistema Internacional ela é medida em hertz (Hz). Mas por que
será que ela está aparecendo aqui?
A tensão que recebemos em nossas casas é alternada. Portanto, ora a
corrente flui num sentido, ora flui no outro sentido. A corrente alterna várias vezes por
segundo. No Brasil, a frequência de oscilação da tensão é de 60Hz (60 vezes por
segundo). Em alguns países, a frequência produzida pelas usinas é de 50 Hz.
Certos equipamentos, como motores, são fabricados levando-se em conta a
oscilação da tensão (e da corrente) que chega até as residências. Portanto, é
importante que esta característica seja respeitada. Entretanto, a frequência é a
mesma em todo o país. Você somente terá que se preocupar com a frequência de um
equipamento se você importar algum tipo de aparelho eletrônico que seja ligado à
tomada.
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28 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
GOLDSTEIN POOLE & SAFKO. Classical Mechanics. 3rd. Ed., Addison Wesley,
2002.
LUIZ, ADIR MOYSÉS. Física 1- Mecânica. 1ª Ed., Editora Livraria da Física, 2006.
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