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Introdução A Psicopedagogia Institucional e Clínica
Introdução A Psicopedagogia Institucional e Clínica
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
8 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 33
1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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2 O CONCEITO DE PSICOPEDAGOGIA
Fonte: fce.edu.br
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aprendizagem se dão sempre nos termos de estruturas multifatoriais, isto é, enquanto
uma série de fatores orgânicos, psicológicos e emocionais entrelaçados que afetam a
aprendizagem. Na ação preventiva caberá ao psicopedagogo conforme destacado por
BOSSA:
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formação na área, resultando em expressivo aumento da produção acadêmica.
(FONTES, 2006 Apud Moura et al, 2019).
Compreender como funciona a aprendizagem é importante para o psicopedagogo,
e alguns teóricos, particularmente no campo da psicologia, podem ajudar a compreender
algumas dessas questões: as teorias do behaviorismo, do humanismo e do materialismo-
histórico são exemplos de abordagens teóricas que podem ser úteis à prática
psicopedagógica (ANJOS, 2015).
O Behaviorismo constitui-se como uma teoria do comportamento que começa a se
desenvolver no início do século passado, segundo a adoção pela psicologia de
pressupostos das ciências naturais e pela consideração de que a mente humana, ou seja,
o ser psíquico não era dado a um estudo científico. Nesses termos, o behaviorismo,
escolhe como base para seu estudo, o comportamento, entendido como aquilo que por
ser imediatamente presente à percepção do cientista e, assim, passível de ser
cientificamente investigado. Além disso, o Behaviorismo remonta a abordagem
pavloviana do comportamento, principalmente a teoria dos reflexos condicionados e uma
visão fisiologista da experiência humana.
No entanto, ao eleger o comportamento como tema, voltando-se imediatamente
para o comportamento enquanto espaço onde a experiência humana se tece, o
behaviorismo pode também dar a psicologia seu objeto, que não é nem o psiquismo
entendido ao modo dos filósofos clássicos (Descartes, Kant, entre outros), tampouco uma
realidade física determinável de uma vez, por todas, pelo mundo exterior. O
comportamento é aquilo que pode também ser descrito porque comunica sentido ao
espectador.
No campo da psicopedagogia, podemos afirmar que as consequências do
Behaviorismo é o surgimento de uma abordagem mecanista da aprendizagem, o que no
âmbito da pedagogia se chama de estilo clássico de ensino e aprendizagem. Sobre essa
questão a passagem abaixo é extremamente ilustrativa:
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um estilo clássico de aprendizagem, conforme descrito pelo autor:
Muitos críticos designam esta tese por psicologia da mente vazia, tanto por se
recusar a estudar a vida mental, quanto por defender que esta surge, não de
potencialidades mentais inatas no organismo, mas sim da associação entre
reflexos automáticos e determinados estímulos do meio. Segundo Watson,
qualquer comportamento humano ou animal (desde uma simples emoção até à
resolução de um complicado problema matemático) pode ser explicado pelo
encadeamento de associações simples entre estímulos e respostas. De acordo
com esta posição, Watson opôs-se vigorosamente aos defensores de teorias
inatistas (segundo as quais a aprendizagem depende do potencial de inteligência
com que nascemos) e maturacionistas (segundo as quais a aprendizagem
depende do processo de maturação fisiológica) (GONÇALVES, 2007, p. 27 apud
ANJOS, 2015).
O materialismo histórico, por exemplo, se apresenta como uma teoria que têm
dificuldades de considerar o presente em sua estrutura específica, ou seja, seu aparecer
imediato. É apenas pela sombra do passado que o presente deve ser considerado,
segundo as estruturas possíveis dadas no tempo e na história. Assim, ele considera que:
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3 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Fonte: blog.trivium.com.br
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Em termos mais específicos, devemos, portanto, compreender como problema de
aprendizagem as dificuldades que afetam a habilidade de uma pessoa em adquirir,
entender, organizar e armazenar informações verbais ou não verbais. Essa desordem
prejudica a aprendizagem de indivíduos que tem um nível de inteligência média ou
superior à média. Tal problema pode levar uma pessoa a ter dificuldades em aprender e
a usar certas habilidades (SOBRINHO, 2015).
A proposta de Linda S. Siegel para determinar se há dificuldade de aprendizagem
inclui:
a) o uso de testes padronizados de rendimento em leitura,
b) soletramento, cálculo aritmético, solução de problemas matemáticos, como
algo essencial;
c) o uso de amostras escritas, tanto de escrita como de matemática, como algo
importante;
d) outros testes segundo o interesse ou a investigação como algo não-essencial
– por exemplo, o QI é irrelevante, não é útil e pode ser discriminatório; a análise
de erros sistemáticos como algo essencial; a conversa com o aluno, como algo
essencial, para determinar os pontos fracos e fortes no âmbito de sua estrutura
cognitiva e emocional.
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história, já que o desenvolvimento individual das crianças também é fortemente
influenciado pelo ambiente familiar, escolar e comunitário. Embora se acredite que as
dificuldades de aprendizagem sejam biológicas, muitas vezes é o ambiente da criança
que determina a gravidade dos efeitos da dificuldade. A consideração do ambiente pode
até parecer irrelevante para algumas abordagens do problema na perspectiva médica,
mas anos de experiência e estudo mostraram que mudar o ambiente pode transformar
drasticamente o progresso educacional de uma criança. (Smith, 2012).
Os fatores biológicos que contribuem para as dificuldades de aprendizagem
podem ser agrupados em quatro categorias gerais: lesão cerebral, erros no
desenvolvimento cerebral, desequilíbrios neuroquímicos e hereditariedade.
De acordo com conceitual internacional, e considerando a idade cronológica do
sujeito e seu QI, entende-se por dificuldades de aprendizagem aquelas que aparecem
nos sujeitos da aprendizagem que se mostram significativamente aquém das
expectativas do meio em relação ao desempenho escolar ou o cotidiano. No caso de
déficits, a identificação de problemas de aprendizagem exige diagnóstico específico.
Assim, são usados os seguintes critérios para considerar e conceituar as
dificuldades d aprendizagem: a) critério de discrepância entre adequação e desempenho
b) critério de exclusão e de baixo desempenho em intervenções na vida cotidiana.
Esses critérios de exclusão e discrepância têm sido e são muito discutidos;
atualmente surgem modelos de intervenção psicopedagógico alternativos a eles,
baseados nos núcleos de leitura, escrita e matemática, enquanto critérios descritivos e
de identificação qualitativa (García, 2004). Nesses termos, entende que:
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setorização dos serviços ou da educação escolar, a integração social e profissional, para
citar apenas um exemplo paradigmático. (García, 2004).
Segundo Barbosa (2001 apud ARAGÃO, 2010), a aprendizagem é um processo
que resulta de uma interação do sujeito com seu meio. Assim, a dificuldade de
aprendizagem caracteriza-se por ser uma deficiência persistente ou temporária do sujeito
frente aos obstáculos que surgem nessa interação.
É raro que um dia você não encontre alguém com dificuldades para aprender.
Obstáculos são necessários para o processo de aprendizagem. Porém, quando são
muito intensos e repetitivos, é necessário que professores e pais intervenham para
otimizar o processo de aprendizado.
Segundo (SOBRINHO, 2015), uma pessoa com problema de aprendizagem pode
ter um tipo de problema diferente de outra pessoa. Isto é, uma pessoa pode ter problemas
com a leitura e a ortografia; outra, com a compreensão matemática; outra pessoa pode
ter ainda problemas em cada uma dessas áreas. Ou seja, os problemas de aprendizagem
variam de pessoa a pessoa. As habilidades que são mais frequentemente afetadas pelos
problemas de aprendizagem são:
Leitura (visão): a criança fica muito próxima ao livro; diz as palavras em voz alta;
substitui, omite e inverte as palavras; vê̂ dobrado; pula e lê̂ a mesma linha duas vezes;
não lê̂ fluentemente; tem pouca compreensão em leitura oral; omite consoantes finais na
leitura oral; pisca excessivamente; tende a esfregar os olhos e a se queixar de coceira;
apresenta problemas de deficiência visual; soletração pobre, dentre outros;
Escrita: o sujeito da aprendizagem inverte e varia a altura das letras; não deixa
espaço entre as palavras e não escreve em cima das linhas; pega o lápis sem jeito e não
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tem lateralidade; move e coloca o papel de forma incorreta; tenta escrever com o dedo;
tem o pensamento pouco organizado;
Audição e fala: a criança apresenta apatia, resfriado alergia e/ou asma
frequentemente; pronuncia mal as palavras; respira pela boca; queixa-se de problemas
de ouvido; sente tonturas; fala alto; depende de outros visualmente e observa o professor
de perto; não pode seguir mais de uma instrução por vez; coloca a televisão e o rádio
com volume alto;
Matemática: a criança inverte os números; tem dificuldade para saber a hora; tem
uma pobre compreensão e memória dos números; não responde a dados matemáticos.
Anteriormente, em muitas ocasiões, dizia-se que os problemas que as crianças
apresentavam na aprendizagem eram estritamente neurológicos ou anatômicos. Nas
incidências de causa anatômica, uma porção de sistema nervoso central se desenvolve
de maneira incompleta. Fatores do tipo genético ou condições pré-natais tóxicas e
infecções ocasionadas pelo sangue da mãe são considerados como causas principais.
Também podem-se incluir danos no processo de nascimento ou falta de oxigênio
suficiente. Como resultado, certas partes do sistema nervoso central são destruídas ou
não se desenvolvem, acarretando interferências ou perturbações das atividades que
requerem, por exemplo, respostas coordenadas de diferentes partes desse sistema.
(SOBRINHO, 2015).
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4 A PSICOPEDAGOGIA E ORIENTAÇÃO A FAMILIA
Fonte: pt.dreamstime.com
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ou a única coisa que se espera é o seu apoio financeiro. Reforço do dever de casa e
orientação sobre comportamento em sala de aula? A família tem certos limites, por
exemplo, no campo pedagógico, que é destinado apenas aos profissionais, no seio
dessas duas instituições existe um conflito, essa tarefa só por parte dos professores; e a
família reclama que não vai às reuniões porque a professora só pode reclamar da criança.
(SILVA, 2010).
Na entrevista convém indagar os seguintes aspectos: o significado do sintoma na
família, o significado do sintoma para a família, e as expectativas que a família tem em
relação à intervenção psicopedagógica
No significado de sintoma da família trata-se de detectar se o “problema”
apresentado pela criança é um problema do grupo ao qual pertence. Deverá, portanto,
levar em conta a versão familiar acerca da “problemática” da criança.
Interessa entender o significado de linguagem que a família utiliza que podem
expressar um conteúdo importante. Pain (1985), por exemplo menciona que na frase “
meu filho não aprende, mas ele é muito esperto”, podemos observar que a mãe discrimina
a sua relação com a criança e o entende como sujeito independente.
Outros casos são aqueles em que se mantém de modo secreto. Exemplo são
crianças adotadas, que nasceram fora do vínculo matrimonial ou logo após a tentativa de
aborto. São situações que, se acobertadas, podem ser a causa do não aprender
(SOBRINHO, 2015).
Segundo Diogo (2013 apud Silva et al, 2015), a azáfama da vida moderna muitas
vezes leva os pais a abandonarem as suas obrigações para com os filhos, por não
cumprirem as suas verdadeiras funções e deixá-los à mercê da televisão e dos
videojogos sem reafirmar a sua autoridade perante os pequenos.
Os professores responsabilizam a família pelo fracasso escolar dos filhos e fazem
exigências que muitas vezes os levam a abandonar a escola, principalmente as famílias
mais humildes, por se sentirem incapazes de atender a essas demandas (SILVA, 2010).
O significado do sintoma para a família, refere-se à imagem que tem os pais diante
das causas e dos motivos que levaram ao problema e os mecanismos postos a serviço
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da defesa contra a exclusão social que tal problema provoca. O psicopedagogo deverá
se atentar ao que a família pensa sobre as causas dos distúrbios de aprendizagem e
quais são as suas consequências. Isso dependerá do lugar que a aprendizagem ocupa
no grupo familiar e não apenas na classe social a que o sujeito pertence. Os pais podem
atribuir os distúrbios às “dificuldades” exclusivas da criança, à instituição educativa ou até́
mesmo se responsabilizarem e se sentirem culpados pelos distúrbios da criança.
(SOBRINHO, 2015).
As expectativas que a família tem em relação à intervenção psicopedagogia são
variadas: há casos, por exemplo, em que a família espera que o educador diga o que
está acontecendo com a criança; no diagnóstico os pais esperam que saibam: se os filhos
não podem ou não querem aprender; a causa dos motins; como proceder; se uma
mudança de escola é necessária; quando há cura, etc.
Nesse sentido, Pain (1985) recomenda uma segunda entrevista com a família para
conhecer a história de vida da criança. Essa história é importante para o diagnóstico da
doença, pois fornecerá uma gama de dados relativamente objetivos sobre as condições
atuais, problemas e ao mesmo tempo determinar o grau de individualização da criança
em relação aos pais.
Para iniciar a história de vida, o psicoeducador deve começar a indagar sobre os
precursores do parto, ou seja, aspectos relacionados à condição da criança e de sua mãe
desde a gravidez até o nascimento.
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5 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA
Fonte: blog.uceff.edu.br
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[...] é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de
diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atuação
preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do
aluno, mas que são consequências de problemas escolares. Seu papel é analisar
e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa
aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento de
projetos favoráveis às mudanças educacionais, visando evitar processos que
conduzam às dificuldades da construção do conhecimento. (NASCIMENTO,
2013, p. 01 apud SILVA et al, 2015).
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e) conversar com os pais, mantê-los informados das atividades escolares,
aconselhar sobre as situações que surgirem, ajudar administradores escolares e
profissionais a construir bons relacionamentos entre si, diálogo com os alunos
(crianças ou adolescentes), apoio e aconselhamento quando necessário, etc.
6 PSICOPEDAGOGIA CLINICA
Fonte: blog.portalpos.com.br
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para a construção da autoestima, que se desfez na trajetória dos alunos. Dessa forma,
os sujeitos são orientados a descobrir suas habilidades e talentos e a construir seus
conhecimentos. Os serviços clínicos são prestados em centros de saúde e clínicas,
geralmente os serviços são prestados separadamente (VERCELLI, 2012, p.73).
A avaliação psicopedagógica é um processo que o psicólogo educacional deve
seguir, deve incluir várias atividades, neste momento ele decide a estratégia de
intervenção. Durante a avaliação, analisa-se a aprendizagem dos sujeitos para entender
como e quando o problema iniciado. Avaliação, alguns procedimentos têm que ser
realizados, tais como palestras preliminares, motivos de reclamação, análise de material
escolar, diferentes padrões de atividade em diferentes disciplinas, testes e exames para
verificar o nível de desenvolvimento (Morais, 2010, p. 4 apud ANJOS 2015).
O psicopedagogo precisa estar atualizado e ciente de todos os problemas que
possam servir de obstáculos, Gamba e Trento corroboram a ideia ao indicarem que:
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O desejo está situado no nível simbólico, numa dimensão inconsciente. É o
simbólico, através do não-dito, da atitude, que expressamos nossos sonhos,
nossos erros, nossas falhas, nossos mitos. Esta dimensão responde também
pelas significações de nosso aprender. Assim, nos faz únicos, cada um com sua
história, seu imaginário, sua fantasia, seu medo, seu segredo, seu desejo de ser
um aprendente ou não.
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conhecer o que está a sua volta, o que os impede de aprender para que juntos possam
modificar uma história de não aprender.
As características subjetivas, familiares, sociais e culturais devem ser o foco e não
os fatores secundários da tarefa clínica. É importante aprofundar as abordagens teóricas
e ao mesmo tempo formular questões-chave para a prática em cada tipo de experiência
e cada caso em particular. A clínica, por si só, implica uma indagação constante e
permanente. (SOBRINHO, 2016).
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O psicopedagogo basicamente atua em dois momentos, no primeiro momento na
avaliação, o sujeito identifica alguma dificuldade no processo de aprendizagem, identifica
algum transtorno, algum problema relacionado a memória, atenção, aquisição de
conteúdo, construção de pensamentos, ideias. Então ele busca o psicopedagogo para
que ele possa fazer o diagnóstico, uma hipótese diagnostica para esse problema.
Identificando o problema, após passar o processo de avaliação, já com uma
avaliação pronta, apenas para que seja feita a intervenção psicopedagógica. A
intervenção significa o auxílio, melhora, superação dessa dificuldade alcançada e
identificada, assim, o psicopedagogo atua na intervenção realizando trabalhos de
estimulação cognitiva.
A intervenção psicopedagogia está direcionada ao sujeito que apresenta
dificuldades, problemas, transtornos e/ou distúrbios de aprendizagem. Ela propicia que o
sujeito diminua sua ansiedade diante do processo de aprendizagem, desenvolvendo suas
habilidades e transmitindo seus conhecimentos (LINHARES, 1998).
De acordo com BRITTO, 2015 a intervenção psicopedagógica está dentro de uma
situação mais reservada, em que o sujeito fica menos exposto socialmente, é possível
que o psicopedagogo identifique, durante o processo avaliativo, potenciais cognitivos que
até́ então estavam adormecidos.
A intervenção psicopedagógica:
a) é uma ação direcionada;
b) apresenta metas programadas;
c) seus resultados são esperados no sentido de atingir a queixa trazida pelo sujeito
que apresenta problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos de aprendizagem;
d) tem como foco resolver problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos de
aprendizagem;
e) propicia ao sujeito que apresenta problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos
de aprendizagem descobrir por si só́ as estratégias para construir um processo prazeroso
de aprender;
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f) tem como mediador/facilitador da aprendizagem o profissional de
Psicopedagogia.
Na intervenção psicopedagógica é possível que diversos instrumentos formem a
base do trabalho do psicopedagogo, porém é importante conhecer os objetivos do
diagnóstico psicopedagógico para melhor escolher os instrumentos a serem utilizados e
as etapas diagnósticas que irão nos guiar. (BRITTO, 2015).
Ainda segundo o autor de acordo com o objetivo do diagnóstico psicopedagógico,
o foco pode ser:
a) Na compreensão de como funciona a dinâmica familiar e a sua relação com o
modelo de aprendizagem que o sujeito apresenta;
b) Na avaliação do que foi produzido na escola e na vinculação com a
aprendizagem escolar;
c) Na pesquisa sobre como as estruturas cognitivas estão processando sua
construção e o seu desempenho;
d) Na avaliação de como o sujeito alcança seus resultados em testes de
inteligência e visomotores;
e) Na análise de dados emocionais que emergem na testagem, nas sessões
lúdicas e nas entrevistas, quer sejam com a instituição escolar ou qualquer
outro ambiente em que a pessoa avaliada esteja envolvida. O psicopedagogo,
ao estabelecer a sequência diagnostica que mais se identifica ou que melhor
se aplica ao caso em estudo, pode sofrer a influência de vários modelos, como:
a) Da Psicologia Clínica tradicional – anamnese testagem e provas laudo
entrevista de devolução;
b) Da Epistemologia Convergente – entrevista operativa centrada na
aprendizagem (EOCA) testagem psicopedagógica anamnese
elaboração do informe psicopedagógico,
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escolar”, permite haver uma pesquisa de tudo que envolve o sujeito a ser avaliado, o que
o torna bem interessante. ( BRITTO, 2015).
A autora sugere as seguintes etapas diagnósticas:
7 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Fonte: www.acritica.com
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A atuação do psicopedagogo na instituição ainda é muito pequena e
desacreditada, mas é de grande importância, pois corresponde à formação e orientação
dos educadores que atuam diretamente com o aluno.
Geralmente acontece que o psicopedagogo só é contratado para fazer o
diagnóstico na escola, sem conhecer vínculos com os professores, a equipe gestora e
todos que trabalham na unidade, bem como a clientela atendida por este profissional. Ele
é visto pela equipe mais como um intruso que quer responsabilizar alguém pelo
diagnóstico da instalação. (CARVALHO, 2016)
Sobre a psicopedagogia institucional, Wolffenbuttel (2001 apud ESCOTT, 2004,
p.192) ressalta que esta é a abordagem psicopedagógica que tem como foco as
instituições de ensino-aprendizagem, caracterizando-se por uma dimensão preventiva e
social, uma vez que atende os diferentes grupos da instituição, com o objetivo principal
da alegria de ensinar e aprender a recuperar.
A disciplina que surge como uma medida preventiva muito importante, mas parece
ameaçadora na medida em que busca fortalecer a identidade do grupo e mudar a
realidade da escola. O psicopedagogo pode sugerir mudanças para certas crianças, mas
infelizmente muitos educadores resistem a essas mudanças e interpretam o que lhes foi
dito como se não reconhecessem o papel que o desempenha. (VERCELLI, 2012).
Os teóricos nos aconselham que o psicoeducador deve fazer parte da equipe da
instituição, seja uma escola ou um hospital, pois o conhecimento e o contato entre pares
tornam o trabalho investigativo mais eficaz. (CARVALHO, 2016)
Sabemos que a psicopedagogia institucional desempenha um papel fundamental
na prevenção, pois crianças e adolescentes que não são compreendidos em suas
dificuldades iniciais podem bloquear o aprendizado e necessitar de tratamento clínico.
(VERCELLI, 2012).
A psicopedagogia institucional pode ser desenvolvida no contexto hospitalar, nas
empresas, nas organizações de assistência e no ambiente escolar. Por isso, a
psicopedagogia institucional está atenta às várias possibilidades de construção do
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conhecimento e valoriza o imenso universo informacional que circunda a vida escolar.
(ANJOS, 2015).
No diagnóstico psicopedagógico institucional, é importante analisar o conteúdo do
programa escolar e verificar se o que é oferecido ao aluno corresponde à idade e
capacidade do aluno, ou seja, às habilidades cognitivas do aluno. (CARVALHO, 2016).
Numa aliança entre professores, psicopedagogos e coordenadores, o objetivo é
tentar discutir os problemas da instituição e buscar soluções por meio da
multidisciplinaridade. Dessa forma, chega-se ao resultado do exame mais rapidamente,
pois todos os envolvidos conhecem o problema e têm mais pré-requisitos para entender
e fazer os ajustes necessários sob a orientação do psicopedagogo. (CARVALHO, 2016).
Segundo Fernández (1990), a criança ou adolescente que chega à Clínica por falta
de capacidade de aprendizagem provavelmente não recebeu a atenção devida para o
problema apresentado e teve poucas oportunidades de expressar seus sentimentos. Esta
criança ou jovem perde o interesse pela escola porque não vê sentido em aprender.
(VERCELLI, 2012).
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prática pedagógica da escola, o psicopedagogo deve olhar mais de perto para
compreender o sujeito em suas características multidisciplinares como saberes inseridos
em rede das relações sociais, sendo influenciadas por condições orgânicas e culturais.
(ANJOS, 2015).
Além disso, uma das ações do psicopedagogo é a intervenção, que visa fazer a
mediação entre os alunos e seus objetos de conhecimento, trabalhar as relações
interpessoais e estimular a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos numa
perspectiva preventiva. A ação psicopedagógica contribui para o processo educativo ao
tentar compreendê-lo, explicá-lo ou modificá-lo, introduzindo novos elementos ao
pensamento do sujeito, podendo levá-lo a uma ruptura com paradigmas previamente
estabelecidos. (ANJOS, 2015).
Segundo (CARVALHO, 2016), a proposta da psicopedagogia é a aquisição do
conteúdo por meio das relações interpessoais integrativas, nas quais o aprendiz seja
capaz de construir seu conhecimento. A psicopedagogia na instituição atualmente detém
duas funções:
1. Função curativa: voltada ao trabalho efetivo com grupos de alunos que apresentem
dificuldades de aprendizagem. Na função curativa, o psicopedagogo:
• Investiga as condições físicas, mentais, psicológicas e socioculturais do aluno para
compreender o que está́ impedindo o seu rendimento escolar.
• Encaminha o aluno para um atendimento com especialista após concluir que o
rendimento escolar está sendo prejudicado por questões externas.
2. Função preventiva: colaborar orientando pedagogos, coordenadores e professores.
Na função preventiva, o psicopedagogo:
• Orienta no processo do relacionamento afetivo entre professor e aluno.
• Ajuda a estabelecer metas nos procedimentos pedagógicos e nos programas
curriculares, levando em consideração os aspectos afetivos cognitivos dos alunos.
• Analisa o conteúdo programático da escola.
• Proporciona o contato com matérias (textos, livros, pesquisas) que venham a melhorar
e a colaborar com o desempenho tanto dos professores quanto dos alunos.
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No âmbito institucional, pode ser desenvolvido em hospitais, setores comerciais,
organizações de enfermagem e instituições escolares. No entanto, o foco deste trabalho
está centrado apenas no ambiente escolar, a educação psicológica pode ser realizada
de forma preventiva, tendo como função, principalmente, prever possíveis problemas de
aprendizagem e combater o fracasso escolar. Portanto, a psicopedagogia institucional
atenta para as diversas possibilidades de construção do conhecimento e atenta para o
vasto campo de informação que envolve a vida escolar (OLIVEIRA, 2009, p. 39).
O psicopedagogo institucional tem uma rede ampla para atuação, pode ser em
escolas, em várias unidades educacionais, atuando no projeto pedagógico e
metodológico dessa unidade. Com relação entre professores, alunos e gestores,
podendo atuar de uma forma humanizada, ele vem principalmente para humanizar as
relações.
Pode atuar nas empresas privadas, cooperativas, departamento pessoal,
trabalhando com entrevistas, seleção, treinamento, um profissional que pode agregar
muito valor nessa área. Também podendo atuar na área hospitalar, atuando nas relações
humanas desse centro de saúde, na parte de recursos humanos de trato com o paciente
e os familiares do mesmo, relacionando a parte pedagógica também quando se trata de
crianças.
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8 REFERÊNCIAS
ANJOS, Elza Karina Oliveira dos DIAS Juliana Rocha Adelino Psicopedagogia: sua
história, origem e campo de atuação. 2015.
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OLIVEIRA, M. Â. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba:
IBPEX, 2009.
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