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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

2 O CONCEITO DE PSICOPEDAGOGIA ........................................................... 4

3 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ........................................................... 9

4 A PSICOPEDAGOGIA E ORIENTAÇÃO A FAMILIA ..................................... 10

5 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ........................................ 19

6 PSICOPEDAGOGIA CLINICA ....................................................................... 22

7 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL .......................................................... 28

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 33
1 INTRODUÇÃO

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 O CONCEITO DE PSICOPEDAGOGIA

Fonte: fce.edu.br

A psicopedagogia surge com o objetivo de auxiliar pessoas com dificuldades de


aprendizagem. Ela atua prioritariamente através ações preventivas em instituições e
ambulatórios de atendimento individualizado (BOSSA, 2011, p.48 Apud ANJOS, 2015).
A partir isso, entende-se, que ela se volta também para soluções de conflitos no âmbito
da aprendizagem, utilizando técnicas de trabalho que podem ser desenvolvidas
individualmente ou em grupo a fim de salvar a vontade de aprender, atendo-se aos
fatores que podem ou não contribuir para o processo ensino-aprendizagem.
Estando comprometida com a aprendizagem e com objetivo de prevenir e
solucionar problemas, a psicopedagogia compreende que os problemas de

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aprendizagem se dão sempre nos termos de estruturas multifatoriais, isto é, enquanto
uma série de fatores orgânicos, psicológicos e emocionais entrelaçados que afetam a
aprendizagem. Na ação preventiva caberá ao psicopedagogo conforme destacado por
BOSSA:

Detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;


Participar da dinâmica das relações da comunidade educativa, a fim de favorecer
processos de integração e troca;
Promover orientação metodológicas de acordo com as características dos
indivíduos e grupos;
Realizar processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto
na forma individual quanto em grupo. (Bossa 1994, p.23 Apud Graça et al, 2014).

Em suma, a psicopedagogia busca compreender como problemas na família, na


escola e no meio social podem motivar dificuldades de aprendizagem. Trata-se, nesse
sentido, da necessidade de uma abordagem interdisciplinar que pode incluir pedagogia,
psicanálise, psicologia, epistemologia, linguística e neuropsicologia, entre outras.
(BOSSA, 2011, p.40 Apud ANJOS, 2015). No entanto, é importante compreender que as
diversas áreas do conhecimento e diretrizes das práticas psicopedagógicas mencionadas
não devem ser utilizadas isoladamente, mas segundo a ideia de que uma realidade
complexa (nesse caso, o sujeito da aprendizagem) precisa de um pensamento complexo
para seu entendimento. A abordagem não deve ser somente interdisciplinar, mas
transdisciplinar, ou seja, segundo a ideia de que o encontro entre as disciplinas deve
corresponder ao entrelaçamento de fenômenos que constitui a realidade em seu sentido
complexo: físico, biológico, social, humano, animal, segundo gradações e matizes.
Como o processo de ensino e aprendizagem é um processo complexo, é
necessário, portanto, abordar as questões inerentes a ele em sua multiplicidade e
complexidade, para desvendar as barreiras que impedem o sujeito de aprender, para,
assim, oportunizar uma intervenção adequada com o problema. (Graça et al, 2014).
Embora o país ainda mantenha a tradição da formação psicopedagógica
geralmente em cursos de especialização, a psicopedagogia brasileira começou a apontar
grandes avanços em meados da década de 2000 e a criar outras modalidades de

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formação na área, resultando em expressivo aumento da produção acadêmica.
(FONTES, 2006 Apud Moura et al, 2019).
Compreender como funciona a aprendizagem é importante para o psicopedagogo,
e alguns teóricos, particularmente no campo da psicologia, podem ajudar a compreender
algumas dessas questões: as teorias do behaviorismo, do humanismo e do materialismo-
histórico são exemplos de abordagens teóricas que podem ser úteis à prática
psicopedagógica (ANJOS, 2015).
O Behaviorismo constitui-se como uma teoria do comportamento que começa a se
desenvolver no início do século passado, segundo a adoção pela psicologia de
pressupostos das ciências naturais e pela consideração de que a mente humana, ou seja,
o ser psíquico não era dado a um estudo científico. Nesses termos, o behaviorismo,
escolhe como base para seu estudo, o comportamento, entendido como aquilo que por
ser imediatamente presente à percepção do cientista e, assim, passível de ser
cientificamente investigado. Além disso, o Behaviorismo remonta a abordagem
pavloviana do comportamento, principalmente a teoria dos reflexos condicionados e uma
visão fisiologista da experiência humana.
No entanto, ao eleger o comportamento como tema, voltando-se imediatamente
para o comportamento enquanto espaço onde a experiência humana se tece, o
behaviorismo pode também dar a psicologia seu objeto, que não é nem o psiquismo
entendido ao modo dos filósofos clássicos (Descartes, Kant, entre outros), tampouco uma
realidade física determinável de uma vez, por todas, pelo mundo exterior. O
comportamento é aquilo que pode também ser descrito porque comunica sentido ao
espectador.
No campo da psicopedagogia, podemos afirmar que as consequências do
Behaviorismo é o surgimento de uma abordagem mecanista da aprendizagem, o que no
âmbito da pedagogia se chama de estilo clássico de ensino e aprendizagem. Sobre essa
questão a passagem abaixo é extremamente ilustrativa:

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um estilo clássico de aprendizagem, conforme descrito pelo autor:

Muitos críticos designam esta tese por psicologia da mente vazia, tanto por se
recusar a estudar a vida mental, quanto por defender que esta surge, não de
potencialidades mentais inatas no organismo, mas sim da associação entre
reflexos automáticos e determinados estímulos do meio. Segundo Watson,
qualquer comportamento humano ou animal (desde uma simples emoção até à
resolução de um complicado problema matemático) pode ser explicado pelo
encadeamento de associações simples entre estímulos e respostas. De acordo
com esta posição, Watson opôs-se vigorosamente aos defensores de teorias
inatistas (segundo as quais a aprendizagem depende do potencial de inteligência
com que nascemos) e maturacionistas (segundo as quais a aprendizagem
depende do processo de maturação fisiológica) (GONÇALVES, 2007, p. 27 apud
ANJOS, 2015).

No humanismo, ao contrário, a teoria se baseava em deixar a criatividade do aluno


livre, para com isso intensificar a aprendizagem. Moreira, que citou Carl Rogers, um dos
principais teóricos do humanismo, declara que:

[...] a pessoa educada é aquela que aprendeu a aprender, que aprendeu a


adaptar-se e mudar, que aprendeu que nenhum conhecimento é seguro e que só
o processo de busca do conhecimento provê base para segurança. A abordagem
rogeriana implica que o ensino seja centrado no aluno, que a atmosfera da sala
de aula tenha o estudante como centro; implica confiar na potencialidade do
aluno para aprender, em deixá-lo livre para aprender, escolher seus caminhos,
seus problemas, suas aprendizagens. O importante não é aprender certos
conteúdos, mas sim a autorrealização e o aprender a aprender. (MOREIRA,
2009, p.56 apud ANJOS, 2015).

O materialismo histórico, no campo da psicopedagogia, começou a ser aplicado


na década de 1980 como um contrapeso ao behaviorismo e ao humanismo. Enquanto
teoria de análise histórica das sociedades humanas, o materialismo histórico remete ao
campo de pensamento inaugurado por Karl Marx (1813-1888) e ao esforço revolucionário
inaugurado por este pensador e seu amigo Friederich Engels (1820-1895). Um dos
pressupostos da teoria do materialismo histórico é a ideia de que o “ser humano” é
condicionado por um espaço social e econômico objetivo. Ou seja, a existência humana
é conformada por contextos sociais, principalmente aqueles no quais é possível
identificar a maneira pela qual um indivíduo ganha sua vida, produz e conquista as
condições materiais de sua sobrevivência material. Nesse sentido, sua aplicação ao
campo da psicopedagogia pode ser útil no esforço de compreensão dos
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condicionamentos sociais que perpassam o processo ensino-aprendizagem e como o
pertencimento de um sujeito da aprendizagem a determinado grupo e classe social
enquanto base de sua visão de mundo, capaz de conformar os instrumentos cognitivos
e emocionais pelos quais ele entra no campo da experiência do aprender.
No entanto, apesar da utilidade e importância dessas teorias, todas elas possuem
aspectos dogmáticos; é exatamente pela consideração do conteúdo dogmático das
teorias que podemos encontrar as bases para formulação de um pensamento complexo
que se caracteriza em relação ao aporte teórico de duas maneiras:
a) pela revisão constante da teoria através do embate com a realidade
b) e pela ideia de que os instrumentos teóricos devem ser epistemologicamente
flexíveis, adaptados, em relação dialógica com uma realidade que precisa ser
lida pela teoria, mas que tende a ultrapassar nosso pensamento.

O materialismo histórico, por exemplo, se apresenta como uma teoria que têm
dificuldades de considerar o presente em sua estrutura específica, ou seja, seu aparecer
imediato. É apenas pela sombra do passado que o presente deve ser considerado,
segundo as estruturas possíveis dadas no tempo e na história. Assim, ele considera que:

[...] a educação nunca pode ser vista desatrelada do processo histórico. A


História é a palavra chave de toda a nossa fundamentação, pois é por meio da
História que se pode analisar o presente, ou seja, é somente conhecendo o
passado que se compreende o momento vivido em que se estabelecem relações.
Ressalta-se sempre em formar e não informar, formar pessoas capazes de
refletirem, de pensarem, de fazerem indagações (BARROS; FRANCO 2008, p.4
Apud ANJOS, 2015).

O behavioismo, por outro lado, tende a isolar a experiência de seus aspectos


subjetivos, considerando que é preciso neutralizar o que não pode ser medido e testado
“cientificamente”. Nesse movimento, lhe resta, a alternativa de pensar o comportamento
como determinado por fatores fisiológicos e materiais, como também a crença de que o
científico é da ordem de relações de causalidade passiveis de ser medidas segundo a
neutralização dos aspectos qualitativos que perpassam os fenômenos. Assim, no campo
da psicopedagogia, ela poderá desembocar em um tratamento mecânico do processo
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educacional; daí podermos ilustrar o behaviorismo por um modelo clássico de educação,
em que o aluno é uma coisa e não um sujeito. Em sentido oposto, encontramos o
humanismo que pode exagerar a liberdade do aluno, por ter do humano uma visão
demasidamente ingênua, comprometida mais com situações ideais do que com a crueza
da realidade.
Já que a psicopedagogia se baseia em um abordagem complexa, buscando
considerar todos os niveis e dimensões da experiência: cognitivos, emocionais, sociais,
políticos e históricos, entende-se, que ela não pode se fechar em nenhuma das teorias,
já que é preciso ir sempre além do que é teóricamente pré-concebido. Especialistas
qualificados na área da psicopedagogia quando percebem dificuldades no processo de
aprendizagem dos alunos em seu trabalho, confrontam a teoria com a realidade, se
esforçando para neutralizar os pre-juízos teoricos que possam limitar o alcance de uma
prática.

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3 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Fonte: blog.trivium.com.br

A noção de “problemas de aprendizagem” descreve situações específicas que se


referem ao sujeito do aprender enquanto uma pessoa que pode ser considerada pelos
espaços que ocupa e o tempo que vivencia, como também o conjunto de relações
interpessoais a partir das quais ele se situa no mundo.

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Em termos mais específicos, devemos, portanto, compreender como problema de
aprendizagem as dificuldades que afetam a habilidade de uma pessoa em adquirir,
entender, organizar e armazenar informações verbais ou não verbais. Essa desordem
prejudica a aprendizagem de indivíduos que tem um nível de inteligência média ou
superior à média. Tal problema pode levar uma pessoa a ter dificuldades em aprender e
a usar certas habilidades (SOBRINHO, 2015).
A proposta de Linda S. Siegel para determinar se há dificuldade de aprendizagem
inclui:
a) o uso de testes padronizados de rendimento em leitura,
b) soletramento, cálculo aritmético, solução de problemas matemáticos, como
algo essencial;
c) o uso de amostras escritas, tanto de escrita como de matemática, como algo
importante;
d) outros testes segundo o interesse ou a investigação como algo não-essencial
– por exemplo, o QI é irrelevante, não é útil e pode ser discriminatório; a análise
de erros sistemáticos como algo essencial; a conversa com o aluno, como algo
essencial, para determinar os pontos fracos e fortes no âmbito de sua estrutura
cognitiva e emocional.

As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer em alunos com verdadeiro talento


na arte, na dança, na mecânica, na música e/ou no esporte. Podemos tomar como
exemplo Agatha Christie e W.B. Yeats, que tinham dificuldades de aprendizagem, e
ninguém duvida de que apresentavam considerável talento e mesmo genialidade em
suas áreas de interesse. Estes pontos podem ajudar muito no projeto das adaptações
educativas e no esforço de criação de instrumentos de intervenção psicopedagógicos
(Siegel, 1999 Apud García, 2004).
Embora a pesquisa forneça informações cada vez mais úteis sobre as estruturas
intrincadas e as funções complexas do cérebro humano, nem sempre é fácil aplicar essas
informações a um indivíduo. Irregularidades na função cerebral são apenas uma parte da

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história, já que o desenvolvimento individual das crianças também é fortemente
influenciado pelo ambiente familiar, escolar e comunitário. Embora se acredite que as
dificuldades de aprendizagem sejam biológicas, muitas vezes é o ambiente da criança
que determina a gravidade dos efeitos da dificuldade. A consideração do ambiente pode
até parecer irrelevante para algumas abordagens do problema na perspectiva médica,
mas anos de experiência e estudo mostraram que mudar o ambiente pode transformar
drasticamente o progresso educacional de uma criança. (Smith, 2012).
Os fatores biológicos que contribuem para as dificuldades de aprendizagem
podem ser agrupados em quatro categorias gerais: lesão cerebral, erros no
desenvolvimento cerebral, desequilíbrios neuroquímicos e hereditariedade.
De acordo com conceitual internacional, e considerando a idade cronológica do
sujeito e seu QI, entende-se por dificuldades de aprendizagem aquelas que aparecem
nos sujeitos da aprendizagem que se mostram significativamente aquém das
expectativas do meio em relação ao desempenho escolar ou o cotidiano. No caso de
déficits, a identificação de problemas de aprendizagem exige diagnóstico específico.
Assim, são usados os seguintes critérios para considerar e conceituar as
dificuldades d aprendizagem: a) critério de discrepância entre adequação e desempenho
b) critério de exclusão e de baixo desempenho em intervenções na vida cotidiana.
Esses critérios de exclusão e discrepância têm sido e são muito discutidos;
atualmente surgem modelos de intervenção psicopedagógico alternativos a eles,
baseados nos núcleos de leitura, escrita e matemática, enquanto critérios descritivos e
de identificação qualitativa (García, 2004). Nesses termos, entende que:

O fracasso escolar ou o problema de aprendizagem deve ser sempre um


enigma a ser decifrado que não deve ser calado, mas escutado”
(FERNÁNDEZ, 2001a, p.38 apud ARAGÃO, 2010).

Um ponto fundamental é que a intervenção não deve se basear somente em


princípios dos modelos teóricos e portanto da aplicação tecnológica, mas também em
importantes princípios e valores filosóficos como o “princípio da normalização” ou outros
derivados dos anteriores e determinados pelas administrações públicas, como a

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setorização dos serviços ou da educação escolar, a integração social e profissional, para
citar apenas um exemplo paradigmático. (García, 2004).
Segundo Barbosa (2001 apud ARAGÃO, 2010), a aprendizagem é um processo
que resulta de uma interação do sujeito com seu meio. Assim, a dificuldade de
aprendizagem caracteriza-se por ser uma deficiência persistente ou temporária do sujeito
frente aos obstáculos que surgem nessa interação.

O processo de aprender não acontece em linha reta, numa ascensão suave de


aquisições que vão se somando simplesmente umas às outras; e sim apresenta
um traçado acidentado, definido como “dente de serra”, com picos de alturas
variadas, em que se soma, subtrai-se, divide-se e multiplica-se. Em alguns
momentos o aprendiz resolve as situações com facilidades; em outros, surge a
dificuldade que mobiliza para a solução. (BARBOSA, 2001, p. 32 apud ARAGÃO,
2010).

É raro que um dia você não encontre alguém com dificuldades para aprender.
Obstáculos são necessários para o processo de aprendizagem. Porém, quando são
muito intensos e repetitivos, é necessário que professores e pais intervenham para
otimizar o processo de aprendizado.
Segundo (SOBRINHO, 2015), uma pessoa com problema de aprendizagem pode
ter um tipo de problema diferente de outra pessoa. Isto é, uma pessoa pode ter problemas
com a leitura e a ortografia; outra, com a compreensão matemática; outra pessoa pode
ter ainda problemas em cada uma dessas áreas. Ou seja, os problemas de aprendizagem
variam de pessoa a pessoa. As habilidades que são mais frequentemente afetadas pelos
problemas de aprendizagem são:
Leitura (visão): a criança fica muito próxima ao livro; diz as palavras em voz alta;
substitui, omite e inverte as palavras; vê̂ dobrado; pula e lê̂ a mesma linha duas vezes;
não lê̂ fluentemente; tem pouca compreensão em leitura oral; omite consoantes finais na
leitura oral; pisca excessivamente; tende a esfregar os olhos e a se queixar de coceira;
apresenta problemas de deficiência visual; soletração pobre, dentre outros;
Escrita: o sujeito da aprendizagem inverte e varia a altura das letras; não deixa
espaço entre as palavras e não escreve em cima das linhas; pega o lápis sem jeito e não

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tem lateralidade; move e coloca o papel de forma incorreta; tenta escrever com o dedo;
tem o pensamento pouco organizado;
Audição e fala: a criança apresenta apatia, resfriado alergia e/ou asma
frequentemente; pronuncia mal as palavras; respira pela boca; queixa-se de problemas
de ouvido; sente tonturas; fala alto; depende de outros visualmente e observa o professor
de perto; não pode seguir mais de uma instrução por vez; coloca a televisão e o rádio
com volume alto;
Matemática: a criança inverte os números; tem dificuldade para saber a hora; tem
uma pobre compreensão e memória dos números; não responde a dados matemáticos.
Anteriormente, em muitas ocasiões, dizia-se que os problemas que as crianças
apresentavam na aprendizagem eram estritamente neurológicos ou anatômicos. Nas
incidências de causa anatômica, uma porção de sistema nervoso central se desenvolve
de maneira incompleta. Fatores do tipo genético ou condições pré-natais tóxicas e
infecções ocasionadas pelo sangue da mãe são considerados como causas principais.
Também podem-se incluir danos no processo de nascimento ou falta de oxigênio
suficiente. Como resultado, certas partes do sistema nervoso central são destruídas ou
não se desenvolvem, acarretando interferências ou perturbações das atividades que
requerem, por exemplo, respostas coordenadas de diferentes partes desse sistema.
(SOBRINHO, 2015).

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4 A PSICOPEDAGOGIA E ORIENTAÇÃO A FAMILIA

Fonte: pt.dreamstime.com

A família, entendida como um sistema, tem a função de proteger seus membros


(função psicossocial) e mediar e promover a adaptação à cultura existente (função
social). Cada família tem uma estrutura que é pré-formada a partir de mecanismos de
interação, dentro ou fora dela. Mas, em certas ocasiões, a família deve se adaptar a
circunstâncias novas e transformar determinados modelos (matrimônio, nascimento do
primeiro filho etc.), sem que deixe de ser uma fonte de referência para seus membros.
Para que uma família atue de modo funcional, deve proteger a integridade total do
sistema e a autonomia dos distintos subsistemas (pais, filhos etc.). (SOBRINHO, 2015).
Segundo Diogo (2013 apud Silva et al, 2015), os movimentos sociais no Brasil vêm
ganhando força desde a década de 1980 e com eles o discurso social, junto a educadores
que, em nome da liberdade e da democracia, proclamam a necessidade de a família estar
presente nas escolas.
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Atualmente, as políticas educacionais desenvolvidas especificamente para o tema
ainda são inadequadas e, embora muitos pesquisadores falem da importância dessa
prática, as escolas públicas brasileiras têm enormes dificuldades em acomodar o grande
número de crianças em idade escolar.
Uma das principais queixas é que, em muitos casos, essa interação não é cordial,
pois falta “educar” as famílias em primeiro lugar, no sentido de uma introdução à
importância da supervisão mútua da criança. A aproximação dos alunos com as famílias
para formar uma aliança tem que ser iniciada pelos professores como representantes do
conhecimento, pois muitos pais não podem fazer isso porque são analfabetos ou
simplesmente não sabem como entrar em uma relação mais estreita com a escola de
seus filhos (CASTRO; REGATTIERI, 2009 apud SILVA et al, 2015).
A família não é apenas o ambiente propício para o desenvolvimento do sujeito,
mas também responsável pelo processo de socialização e desenvolvimento intelectual,
embora não seja um conhecimento sistematizado como o da escola, mas o que vem da
geração para a geração, passe adiante hábitos, conhecimentos e comportamentos que
o moldarão, e o estará com você por toda a vida (SILVA, 2010).
Quando se entrevistam os pais da criança, é necessário que venham ambos
porque eles estão implicados direta ou indiretamente no problema. Em consequência,
dada a importância da família na construção social da identidade e do comportamento
das crianças, não podemos deixá-la à margem da entrevista psicopedagógica
(SOBRINHO, 2015).
A escola tem a função de disseminar conhecimentos específicos e sistematizados
que possibilitem ao sujeito a aquisição de conhecimentos que conduzam ao
conhecimento científico e organizado. Estas duas instituições têm objetivos distintos, mas
se complementam a partir do momento em que têm a mesma tarefa, que é preparar as
pessoas para sua plena inserção na sociedade com vistas à sua formação crítica e
participativa (SILVA et al, 2015).
Mas o que a escola espera da família em última instância? Eles têm o direito de
ter uma opinião, de ajudar a encontrar soluções, de ajudar a melhorar o ambiente escolar,

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ou a única coisa que se espera é o seu apoio financeiro. Reforço do dever de casa e
orientação sobre comportamento em sala de aula? A família tem certos limites, por
exemplo, no campo pedagógico, que é destinado apenas aos profissionais, no seio
dessas duas instituições existe um conflito, essa tarefa só por parte dos professores; e a
família reclama que não vai às reuniões porque a professora só pode reclamar da criança.
(SILVA, 2010).
Na entrevista convém indagar os seguintes aspectos: o significado do sintoma na
família, o significado do sintoma para a família, e as expectativas que a família tem em
relação à intervenção psicopedagógica
No significado de sintoma da família trata-se de detectar se o “problema”
apresentado pela criança é um problema do grupo ao qual pertence. Deverá, portanto,
levar em conta a versão familiar acerca da “problemática” da criança.
Interessa entender o significado de linguagem que a família utiliza que podem
expressar um conteúdo importante. Pain (1985), por exemplo menciona que na frase “
meu filho não aprende, mas ele é muito esperto”, podemos observar que a mãe discrimina
a sua relação com a criança e o entende como sujeito independente.
Outros casos são aqueles em que se mantém de modo secreto. Exemplo são
crianças adotadas, que nasceram fora do vínculo matrimonial ou logo após a tentativa de
aborto. São situações que, se acobertadas, podem ser a causa do não aprender
(SOBRINHO, 2015).
Segundo Diogo (2013 apud Silva et al, 2015), a azáfama da vida moderna muitas
vezes leva os pais a abandonarem as suas obrigações para com os filhos, por não
cumprirem as suas verdadeiras funções e deixá-los à mercê da televisão e dos
videojogos sem reafirmar a sua autoridade perante os pequenos.
Os professores responsabilizam a família pelo fracasso escolar dos filhos e fazem
exigências que muitas vezes os levam a abandonar a escola, principalmente as famílias
mais humildes, por se sentirem incapazes de atender a essas demandas (SILVA, 2010).
O significado do sintoma para a família, refere-se à imagem que tem os pais diante
das causas e dos motivos que levaram ao problema e os mecanismos postos a serviço

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da defesa contra a exclusão social que tal problema provoca. O psicopedagogo deverá
se atentar ao que a família pensa sobre as causas dos distúrbios de aprendizagem e
quais são as suas consequências. Isso dependerá do lugar que a aprendizagem ocupa
no grupo familiar e não apenas na classe social a que o sujeito pertence. Os pais podem
atribuir os distúrbios às “dificuldades” exclusivas da criança, à instituição educativa ou até́
mesmo se responsabilizarem e se sentirem culpados pelos distúrbios da criança.
(SOBRINHO, 2015).
As expectativas que a família tem em relação à intervenção psicopedagogia são
variadas: há casos, por exemplo, em que a família espera que o educador diga o que
está acontecendo com a criança; no diagnóstico os pais esperam que saibam: se os filhos
não podem ou não querem aprender; a causa dos motins; como proceder; se uma
mudança de escola é necessária; quando há cura, etc.
Nesse sentido, Pain (1985) recomenda uma segunda entrevista com a família para
conhecer a história de vida da criança. Essa história é importante para o diagnóstico da
doença, pois fornecerá uma gama de dados relativamente objetivos sobre as condições
atuais, problemas e ao mesmo tempo determinar o grau de individualização da criança
em relação aos pais.
Para iniciar a história de vida, o psicoeducador deve começar a indagar sobre os
precursores do parto, ou seja, aspectos relacionados à condição da criança e de sua mãe
desde a gravidez até o nascimento.

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5 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

Fonte: blog.uceff.edu.br

Como vimos até agora, o psicopedagogo é um profissional que trabalha no âmbito


da prevenção, do diagnóstico e do tratamento de dificuldades de aprendizagem escolar
e de aprendizagem em um sentido mais amplo, levando em conta a complexidade das
situações que são aquelas que referentes ao seu trabalho. Enquanto cientista e
interventor, o psicopedagogo se dedica à análise, ao planejamento, ao desenvolvimento
e à adequação dos processos educativos. Assim, ele, como vimos, também precisa
possuir sólidos conhecimentos para que possa investigar e compreender acerca de
fatores que interferem nos processos de ensino e aprendizagem, tanto do ponto de vista
do sujeito que aprende (determinantes neurológicos, intelectuais, afetivos) como dos
contextos nos quais ele está́ inserido (socioculturais e educativos). (SOBRINHO, 2015).
A prática psicopedagógica inclui intervenção no processo educacional e cognitivo,
avaliação e diagnóstico de possíveis dificuldades de aprendizagem. Os psicopedagogos,
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seja na escola ou fora dela, atuam profilaticamente ou terapeuticamente. Na descrição
de Lomonico seu trabalho envolve um sistema variado de objetivos, que tem como
orientação salvar o sujeito da aprendizagem:

Preventivamente, ele atua juntos aos professores, pais, e técnicos, de vários


modos:
Proporcionando condições para análise e reflexão sobre o papel da escola;
Proporcionando condições para que as situações de ensinos sejam percebidas e
organizadas, de acordo com o desenvolvimento dos alunos, mediante
conhecimento e reflexão sobre habilidades e princípios que são pré-requisitos
para as aprendizagens;
Auxiliando toda equipe escolar na determinação, escolha e elaboração dos
objetivos educacionais, das estratégicas de ensino e dos instrumentos de
avaliação;
Proporcionar condições para a ação e reflexão sobre os erros metodológicos dos
professores e erros dos alunos, a fim de encontrar soluções mais accessíveis
para os mesmos.
Numa linha terapêutica, ele poderá:
Discutir e, se necessário, preparar e/ou ajudar o professor para a realização de
atendimento psicopedagógico a grupos de alunos (5 a 8 anos) ou
individualmente;
Participar do diagnóstico dos distúrbios específicos de aprendizagem;
Dar atendimento psicopedagógico a grupos de alunos, quando dispuser de
tempo;
Auxiliar professor na compreensão de problema de aprendizagem e/ou bloqueio
de aprendizagem, de modo que ele levante alternativas de ação para solução
dos mesmos. (1992, p.19 apud GRAÇA et al, 2014).

Desta forma, o psicopedagogo atua na prevenção de problemas de aprendizagem


com o objetivo de encontrar uma solução, com ênfase no aluno ou no estabelecimento
de ensino público ou privado.
Inicialmente, como frisamos anteriormente, a psicopedagogia recorreu ao
aconselhamento educacional; tratava-se, de um aconselhamento psicoeducacional cuja
contextualização não extrapolava seus problemas escolares e familiares entrelaçado à
dificuldade de pensar as estruturais sociais e culturais que motivam o processo de
aprendizagem. Porém, atualmente a orientação não se confunde com a psicopedagogia,
por se tratar de uma formação básica no curso de pedagogia e essa formação se legitima
com a adoção de diretrizes curriculares do curso de pedagogia com a função de contribuir
para mudanças pedagógicas. Lomonico (1992, p.18 apud ANJOS, 2015).
Segundo Nascimento, o psicopedagogo na instituição escolar:

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[...] é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de
diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atuação
preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do
aluno, mas que são consequências de problemas escolares. Seu papel é analisar
e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa
aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento de
projetos favoráveis às mudanças educacionais, visando evitar processos que
conduzam às dificuldades da construção do conhecimento. (NASCIMENTO,
2013, p. 01 apud SILVA et al, 2015).

Os psicopedagogos enfrentam dificuldades no processo de realização do seu


trabalho; por vezes desconhecem o processo pedagógico e têm dificuldades de adquirir
uma visão estrutural do ambiente no qual tem que desenvolve-lo; em outras situações,
se deparam com a resistência de alunos, o que cria relacionamento difíceis e
exasperantes. Além disso, também enfrentam resistências por parte da equipe
educacional da instituição, pois às vezes, devido ao diagnóstico, é necessário avaliar todo
o processo educativo, que na maioria das vezes não é claramente visível na escola.
(SOUZA, 2014). Nesse sentido, seu trabalho pode parecer incomodo, pois ele pode
apontar para necessidades de reestruturação que não são bem vindos por aqueles que
estão estruturalmente acomodados ao ambiente escolar e suas idiocrasias.
Segundo Nascimento (2013 apud SILVA et al, 2015), os psicopedagogos nas
escolas podem realizar várias tarefas, como por exemplo:
a) ajudar os professores na elaboração de planos de aula para melhorar a
compreensão dos alunos, ajudar a desenvolver o projeto pedagógico da
instituição,
b) orientar professores para que possam apoiar de forma mais eficaz qualquer aluno
com deficiência mental na sala de aula,
c) realizar diagnósticos institucionais,
d) minimizar problemas pedagógicos que prejudiquem ou possam prejudicar o
processo educacional dos alunos, se necessário, encaminhar o aluno para um
especialista (psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc.) com base em avaliações
psicológicas,

21
e) conversar com os pais, mantê-los informados das atividades escolares,
aconselhar sobre as situações que surgirem, ajudar administradores escolares e
profissionais a construir bons relacionamentos entre si, diálogo com os alunos
(crianças ou adolescentes), apoio e aconselhamento quando necessário, etc.

Dentro da psicopedagogia, está a psicopedagogia clínica e a psicopedagogia


institucional. Cada um desses espaços tem seu método específico de trabalho. Porém,
em ambos, deve-se considerar o contexto sociocultural do paciente. (ARAGÃO, 2010).

6 PSICOPEDAGOGIA CLINICA

Fonte: blog.portalpos.com.br

A psicopedagogia clínica é conduzida em terapia. O psicoeducacionalista que


trabalha na clínica se concentra em descobrir o motivo pelo qual o sujeito não estuda
para ajudá-lo (BOSSA, 2000). No decorrer do trabalho, os psicopedagogos colaboraram

22
para a construção da autoestima, que se desfez na trajetória dos alunos. Dessa forma,
os sujeitos são orientados a descobrir suas habilidades e talentos e a construir seus
conhecimentos. Os serviços clínicos são prestados em centros de saúde e clínicas,
geralmente os serviços são prestados separadamente (VERCELLI, 2012, p.73).
A avaliação psicopedagógica é um processo que o psicólogo educacional deve
seguir, deve incluir várias atividades, neste momento ele decide a estratégia de
intervenção. Durante a avaliação, analisa-se a aprendizagem dos sujeitos para entender
como e quando o problema iniciado. Avaliação, alguns procedimentos têm que ser
realizados, tais como palestras preliminares, motivos de reclamação, análise de material
escolar, diferentes padrões de atividade em diferentes disciplinas, testes e exames para
verificar o nível de desenvolvimento (Morais, 2010, p. 4 apud ANJOS 2015).
O psicopedagogo precisa estar atualizado e ciente de todos os problemas que
possam servir de obstáculos, Gamba e Trento corroboram a ideia ao indicarem que:

Para que o trabalho em uma clínica de Psicopedagogia seja realizado com


sucesso, o envolvimento dos profissionais que ali atuam é de extrema
importância. O psicopedagogo precisa estar atento às inúmeras possibilidades
de intervenção, levando em conta as dificuldades apresentadas pelos clientes
que buscam sua ajuda, bem como a própria disponibilidade frente a novos
aprendizados demonstrados por este (2009, p.2 apud ANJOS, 2015).

Tradicionalmente, o médico está associado à doença. Na verdade, o termo vem


da medicina, já que a raiz da palavra clínica é "kliné", que significa "cama" em grego,
então não é difícil associar esse termo a doença, patologia. Porém, se partirmos do
princípio de que o objetivo do estudo da psicopedagogia é o homem, então, neste
momento, devemos deixar de repensar o sujeito da clínica: uma pessoa única, especial
e integral. Criada de forma única para que a clínica não lide com uma patologia ou com
um problema de aprendizagem, mas com uma pessoa específica, real e única que sente
e pensa e que encontra obstáculos no seu processo de aprendizagem. (SOBRINHO,
2016).
Wolffenbuttel (2005, p.17), afirma que:

23
O desejo está situado no nível simbólico, numa dimensão inconsciente. É o
simbólico, através do não-dito, da atitude, que expressamos nossos sonhos,
nossos erros, nossas falhas, nossos mitos. Esta dimensão responde também
pelas significações de nosso aprender. Assim, nos faz únicos, cada um com sua
história, seu imaginário, sua fantasia, seu medo, seu segredo, seu desejo de ser
um aprendente ou não.

Assim, a palavra está clinicamente ligada a duas questões fundamentais: a


primeira, implica uma escuta especial daquilo que o sujeito sente / vive, a segunda, a
possibilidade de teorizar modelos teóricos que explicam o funcionamento do sujeito como
tal. (SOBRINHO, 2016)
Fernández (1991 apud ARAGÃO, 2010) diz que para que haja conhecimento, o
processo de aprender é construído pelo sujeito que aprende, em inter-relação social, por
meio da intervenção em quatro níveis: Organismo, corpo, inteligência e desejo, não se
pode falar em aprendizagem se os excluirmos.
Com essa visão, o objetivo da psicopedagogia clínica é abordar o sintoma, tratar
suas causas e estimular o desenvolvimento de um processo cognitivo novo, mais
saudável e benéfico, com foco no sujeito que apresenta o sintoma. (SOBRINHO, 2016)
Segundo Escott (2004 apud ARAGÃO, 2010), no diagnóstico psicopedagógico é
necessário identificar, no desenvolvimento do sujeito e na relação com sua família e
grupos sociais em que vive, o significado da não-aprendizagem. Portanto, a
psicopedagogia clínica parte da história pessoal do sujeito e busca identificar seu modo
de aprendizagem e compreender a mensagem dos demais sujeitos envolvidos nesse
processo, sejam eles a família ou a escola, buscando, implicitamente ou não, as causas
do não-aprender.
A clínica vai questionar por que o sujeito não aprende, se ele pode aprender, se
quer, se isso tem a ver com sua motivação interior, e se eles têm oportunidades familiares
e sociais para aprender. Um olhar clínico se opõe a um homogêneo. Veja como se você
estivesse observando a realização de testes padronizados sem uma análise qualitativa
que ofereça um ponto de vista mais subjetivo. (SOBRINHO, 2016)
Segundo Bossa (2000 apud ARAGÃO, 2010), o papel do psicopedagogo da
clínica, é criar um espaço de aprendizagem, oferecendo ao sujeito oportunidades de

24
conhecer o que está a sua volta, o que os impede de aprender para que juntos possam
modificar uma história de não aprender.
As características subjetivas, familiares, sociais e culturais devem ser o foco e não
os fatores secundários da tarefa clínica. É importante aprofundar as abordagens teóricas
e ao mesmo tempo formular questões-chave para a prática em cada tipo de experiência
e cada caso em particular. A clínica, por si só, implica uma indagação constante e
permanente. (SOBRINHO, 2016).

O diagnóstico possui a mesma função que a rede tem para um equilibrista, ou


seja, serve como base para a intervenção. A relação entre psicopedagogo e
paciente também é essencial para o processo do diagnóstico. Ter empatia, isto
é, identificar-se com o outro, apresentar confiança, respeitar o outro, implicará na
validade e na qualidade do diagnóstico. O inter-relacionamento dinâmico e de
condutas interdependentes, a comunicação estabelecida entre os dois fazem
com que o psicopedagogo aja sobre o paciente sempre que ele apresentar uma
conduta não normal. Tudo na comunicação com o paciente deverá ser
observado: a fala, a palavra, os gestos etc. (FERNÁNDEZ, 1991.apud
SOBRINHO, 2016 pág.16).

O diagnóstico clínico ou psicopedagogia curativa se dá na prática, por meio do


atendimento individual, grupal ou familiar. O trabalho clínico inclui um procedimento
diagnóstico e terapêutico. O procedimento de diagnóstico consiste em conhecer o tópico
e aprender versus vontade de aprender. Para intervir no processo curativo ou preventivo,
o terapeuta deve primeiro fazer o diagnóstico, por isso recebe bolsas para o
desenvolvimento do seu plano de trabalho. (CARVALHO, 2016).
O diagnóstico é um processo contínuo que, com intervenções constantes, pode
alterar a sequência dos exames e, principalmente, o desenvolvimento do tema. O
diagnóstico clínico começa com um telefonema tenso e ansioso dos pais ou uma
reclamação da escola, o papel do terapeuta neste momento é orientar os pais.
(CARVALHO, 2016).
Conhecer as possibilidades do aluno é o primeiro passo para o psicopedagogo
refletir sobre a intervenção. Da escolha do material de trabalho varia de acordo com as
necessidades do sujeito e é continuamente adaptada (GAMBA e TRENTO, 2009, p.3
apud ANJOS 2015).

25
O psicopedagogo basicamente atua em dois momentos, no primeiro momento na
avaliação, o sujeito identifica alguma dificuldade no processo de aprendizagem, identifica
algum transtorno, algum problema relacionado a memória, atenção, aquisição de
conteúdo, construção de pensamentos, ideias. Então ele busca o psicopedagogo para
que ele possa fazer o diagnóstico, uma hipótese diagnostica para esse problema.
Identificando o problema, após passar o processo de avaliação, já com uma
avaliação pronta, apenas para que seja feita a intervenção psicopedagógica. A
intervenção significa o auxílio, melhora, superação dessa dificuldade alcançada e
identificada, assim, o psicopedagogo atua na intervenção realizando trabalhos de
estimulação cognitiva.
A intervenção psicopedagogia está direcionada ao sujeito que apresenta
dificuldades, problemas, transtornos e/ou distúrbios de aprendizagem. Ela propicia que o
sujeito diminua sua ansiedade diante do processo de aprendizagem, desenvolvendo suas
habilidades e transmitindo seus conhecimentos (LINHARES, 1998).
De acordo com BRITTO, 2015 a intervenção psicopedagógica está dentro de uma
situação mais reservada, em que o sujeito fica menos exposto socialmente, é possível
que o psicopedagogo identifique, durante o processo avaliativo, potenciais cognitivos que
até́ então estavam adormecidos.
A intervenção psicopedagógica:
a) é uma ação direcionada;
b) apresenta metas programadas;
c) seus resultados são esperados no sentido de atingir a queixa trazida pelo sujeito
que apresenta problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos de aprendizagem;
d) tem como foco resolver problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos de
aprendizagem;
e) propicia ao sujeito que apresenta problemas/dificuldades/distúrbios/transtornos
de aprendizagem descobrir por si só́ as estratégias para construir um processo prazeroso
de aprender;

26
f) tem como mediador/facilitador da aprendizagem o profissional de
Psicopedagogia.
Na intervenção psicopedagógica é possível que diversos instrumentos formem a
base do trabalho do psicopedagogo, porém é importante conhecer os objetivos do
diagnóstico psicopedagógico para melhor escolher os instrumentos a serem utilizados e
as etapas diagnósticas que irão nos guiar. (BRITTO, 2015).
Ainda segundo o autor de acordo com o objetivo do diagnóstico psicopedagógico,
o foco pode ser:
a) Na compreensão de como funciona a dinâmica familiar e a sua relação com o
modelo de aprendizagem que o sujeito apresenta;
b) Na avaliação do que foi produzido na escola e na vinculação com a
aprendizagem escolar;
c) Na pesquisa sobre como as estruturas cognitivas estão processando sua
construção e o seu desempenho;
d) Na avaliação de como o sujeito alcança seus resultados em testes de
inteligência e visomotores;
e) Na análise de dados emocionais que emergem na testagem, nas sessões
lúdicas e nas entrevistas, quer sejam com a instituição escolar ou qualquer
outro ambiente em que a pessoa avaliada esteja envolvida. O psicopedagogo,
ao estabelecer a sequência diagnostica que mais se identifica ou que melhor
se aplica ao caso em estudo, pode sofrer a influência de vários modelos, como:
a) Da Psicologia Clínica tradicional – anamnese testagem e provas laudo
entrevista de devolução;
b) Da Epistemologia Convergente – entrevista operativa centrada na
aprendizagem (EOCA) testagem psicopedagógica anamnese
elaboração do informe psicopedagógico,

O modelo sugerido pela psicóloga e psicopedagoga Maria Lucia Lemme Weiss em


seu livro “Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem

27
escolar”, permite haver uma pesquisa de tudo que envolve o sujeito a ser avaliado, o que
o torna bem interessante. ( BRITTO, 2015).
A autora sugere as seguintes etapas diagnósticas:

7 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

Fonte: www.acritica.com

28
A atuação do psicopedagogo na instituição ainda é muito pequena e
desacreditada, mas é de grande importância, pois corresponde à formação e orientação
dos educadores que atuam diretamente com o aluno.
Geralmente acontece que o psicopedagogo só é contratado para fazer o
diagnóstico na escola, sem conhecer vínculos com os professores, a equipe gestora e
todos que trabalham na unidade, bem como a clientela atendida por este profissional. Ele
é visto pela equipe mais como um intruso que quer responsabilizar alguém pelo
diagnóstico da instalação. (CARVALHO, 2016)
Sobre a psicopedagogia institucional, Wolffenbuttel (2001 apud ESCOTT, 2004,
p.192) ressalta que esta é a abordagem psicopedagógica que tem como foco as
instituições de ensino-aprendizagem, caracterizando-se por uma dimensão preventiva e
social, uma vez que atende os diferentes grupos da instituição, com o objetivo principal
da alegria de ensinar e aprender a recuperar.
A disciplina que surge como uma medida preventiva muito importante, mas parece
ameaçadora na medida em que busca fortalecer a identidade do grupo e mudar a
realidade da escola. O psicopedagogo pode sugerir mudanças para certas crianças, mas
infelizmente muitos educadores resistem a essas mudanças e interpretam o que lhes foi
dito como se não reconhecessem o papel que o desempenha. (VERCELLI, 2012).
Os teóricos nos aconselham que o psicoeducador deve fazer parte da equipe da
instituição, seja uma escola ou um hospital, pois o conhecimento e o contato entre pares
tornam o trabalho investigativo mais eficaz. (CARVALHO, 2016)
Sabemos que a psicopedagogia institucional desempenha um papel fundamental
na prevenção, pois crianças e adolescentes que não são compreendidos em suas
dificuldades iniciais podem bloquear o aprendizado e necessitar de tratamento clínico.
(VERCELLI, 2012).
A psicopedagogia institucional pode ser desenvolvida no contexto hospitalar, nas
empresas, nas organizações de assistência e no ambiente escolar. Por isso, a
psicopedagogia institucional está atenta às várias possibilidades de construção do

29
conhecimento e valoriza o imenso universo informacional que circunda a vida escolar.
(ANJOS, 2015).
No diagnóstico psicopedagógico institucional, é importante analisar o conteúdo do
programa escolar e verificar se o que é oferecido ao aluno corresponde à idade e
capacidade do aluno, ou seja, às habilidades cognitivas do aluno. (CARVALHO, 2016).
Numa aliança entre professores, psicopedagogos e coordenadores, o objetivo é
tentar discutir os problemas da instituição e buscar soluções por meio da
multidisciplinaridade. Dessa forma, chega-se ao resultado do exame mais rapidamente,
pois todos os envolvidos conhecem o problema e têm mais pré-requisitos para entender
e fazer os ajustes necessários sob a orientação do psicopedagogo. (CARVALHO, 2016).
Segundo Fernández (1990), a criança ou adolescente que chega à Clínica por falta
de capacidade de aprendizagem provavelmente não recebeu a atenção devida para o
problema apresentado e teve poucas oportunidades de expressar seus sentimentos. Esta
criança ou jovem perde o interesse pela escola porque não vê sentido em aprender.
(VERCELLI, 2012).

A Psicopedagogia institucional é um campo de estudo que vem se


desenvolvendo como ação preventiva de muita importância, mas é vista como
ameaçadora, pois tem por objetivo fortalecer a identidade do grupo e transformar
a realidade escolar. Torna-se ameaçadora, pois em muitos casos, o
psicopedagogo poderá propor mudanças para que determinadas crianças
aprendam, mas, infelizmente, muitos educadores resistem a essas mudanças e
interpretam o que lhes foi dito como se não estivessem dando conta do papel que
exercem (VERCELLI 2012, p.73 apud ANJOS, 2015).

O psicopedagogo no contexto escolar assumirá o compromisso com a


transformação da realidade escolar conforme se propõe a realinhar o processo de ensino-
aprendizagem. Problemas de aprendizagem que surgem na instituição e ocorrem na sala
de aula. É o papel do psicopedagogo na instituição, conhecendo a intenção da escola em
que atua, por meio de seu projeto político-pedagógico, que lhe permite identificar, além
dos conceitos do aluno e de ensino-aprendizagem que a Instituição se propõe a
identificar, a reconstruir este projeto com a equipe escolar, o que leva à reflexão e à
criação de um ambiente propício a uma aprendizagem significativa. Além de repensar a

30
prática pedagógica da escola, o psicopedagogo deve olhar mais de perto para
compreender o sujeito em suas características multidisciplinares como saberes inseridos
em rede das relações sociais, sendo influenciadas por condições orgânicas e culturais.
(ANJOS, 2015).
Além disso, uma das ações do psicopedagogo é a intervenção, que visa fazer a
mediação entre os alunos e seus objetos de conhecimento, trabalhar as relações
interpessoais e estimular a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos numa
perspectiva preventiva. A ação psicopedagógica contribui para o processo educativo ao
tentar compreendê-lo, explicá-lo ou modificá-lo, introduzindo novos elementos ao
pensamento do sujeito, podendo levá-lo a uma ruptura com paradigmas previamente
estabelecidos. (ANJOS, 2015).
Segundo (CARVALHO, 2016), a proposta da psicopedagogia é a aquisição do
conteúdo por meio das relações interpessoais integrativas, nas quais o aprendiz seja
capaz de construir seu conhecimento. A psicopedagogia na instituição atualmente detém
duas funções:
1. Função curativa: voltada ao trabalho efetivo com grupos de alunos que apresentem
dificuldades de aprendizagem. Na função curativa, o psicopedagogo:
• Investiga as condições físicas, mentais, psicológicas e socioculturais do aluno para
compreender o que está́ impedindo o seu rendimento escolar.
• Encaminha o aluno para um atendimento com especialista após concluir que o
rendimento escolar está sendo prejudicado por questões externas.
2. Função preventiva: colaborar orientando pedagogos, coordenadores e professores.
Na função preventiva, o psicopedagogo:
• Orienta no processo do relacionamento afetivo entre professor e aluno.
• Ajuda a estabelecer metas nos procedimentos pedagógicos e nos programas
curriculares, levando em consideração os aspectos afetivos cognitivos dos alunos.
• Analisa o conteúdo programático da escola.
• Proporciona o contato com matérias (textos, livros, pesquisas) que venham a melhorar
e a colaborar com o desempenho tanto dos professores quanto dos alunos.

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No âmbito institucional, pode ser desenvolvido em hospitais, setores comerciais,
organizações de enfermagem e instituições escolares. No entanto, o foco deste trabalho
está centrado apenas no ambiente escolar, a educação psicológica pode ser realizada
de forma preventiva, tendo como função, principalmente, prever possíveis problemas de
aprendizagem e combater o fracasso escolar. Portanto, a psicopedagogia institucional
atenta para as diversas possibilidades de construção do conhecimento e atenta para o
vasto campo de informação que envolve a vida escolar (OLIVEIRA, 2009, p. 39).
O psicopedagogo institucional tem uma rede ampla para atuação, pode ser em
escolas, em várias unidades educacionais, atuando no projeto pedagógico e
metodológico dessa unidade. Com relação entre professores, alunos e gestores,
podendo atuar de uma forma humanizada, ele vem principalmente para humanizar as
relações.
Pode atuar nas empresas privadas, cooperativas, departamento pessoal,
trabalhando com entrevistas, seleção, treinamento, um profissional que pode agregar
muito valor nessa área. Também podendo atuar na área hospitalar, atuando nas relações
humanas desse centro de saúde, na parte de recursos humanos de trato com o paciente
e os familiares do mesmo, relacionando a parte pedagógica também quando se trata de
crianças.

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