Manual de Geografia Economica de Mocambique 2022

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CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE

GEOGRAFIA
MANUAL DE GEOGRAFIA ECONÓMICA DE
MOÇAMBIQUE

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE
GEOGRAFIA

MANUAL DE GEOGRAFIA ECONÓMICA DE


MOÇAMBIQUE

3º ANO

CÓDIGO

TOTAL HORAS/2o SEMESTRE 175

CRÉDITOS (SNATCA) 7

NÚMERO DE TEMAS 7
Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED, e contém reservado todos os


direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia
ou outros), sem permissão expressa de entidade editora UnISCED.
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.

Universidade Aberta ISCED


Vice-reitoria Académica
Rua Paiva Couceiro, Macuti
Beira - Moçambique
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Cel: +258 82 3055839

Fax: 23323501
Email: suporte@unisced.edu.mz
Website: www.isced.ac.mz

i
Agradecimentos
Universidade Aberta ISCED e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes
indivíduos e instituições na elaboração deste manual:
Autor: Francisco Gonçalves Nhachungue
Coordenação Vice-Reitor Académica da UnISCED
Design
Financiamento e Logística
Revisão Científica e Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)
Linguística

Ano de Publicação 2020


Ano de Revisão 2022
Local de Publicação ISCED – BEIRA

ii
Índice
Visão geral ...................................................................................................................................... 9
Bem-vindo à Disciplina de Geografia Económica de Moçambique .......................................... 9
Objectivos da disciplina/Módulo ............................................................................................... 9
Quem deveria estudar este Módulo .......................................................................................... 9
Como está estruturado este módulo ......................................................................................... 9
Páginas introdutórias ................................................................................................................. 9
Conteúdo deste módulo ........................................................................................................... 10
Outros recursos ........................................................................................................................ 10
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação .................................................................................... 10
Comentários e sugestões ......................................................................................................... 11
Ícones de actividade ................................................................................................................. 11
Habilidades de estudo .............................................................................................................. 11
Precisa de apoio? ...................................................................................................................... 13
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ....................................................................................... 14
Avaliação ................................................................................................................................... 14
TEMA – I: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÓMICA DE MOÇAMBIQUE (GEM) ...................... 16
Unidade Temática 1.1. Objecto de estudo da Geografia Económica de Moçambique ......... 16
Introdução ............................................................................................................................. 16
EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS .................................................................................... 18
CINCO QUESTÕES ABERTAS ......................................................................................................... 20
Unidade Temática 1.2. Objectivos e tarefas da Geografia Económica de Moçambique ....... 21
Abordagens ou Áreas de estudo da Geografia Económica ................................................... 22
Unidade Temática 1.3. Métodos de estudo da Geografia Económica ................................... 23
Introdução ............................................................................................................................. 23
Referências ............................................................................................................................ 25
EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS .................................................................................... 25
CINCO QUESTÕES ABERTAS ......................................................................................................... 27
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: 10 QUESTÕES FECHADAS ................................................................. 28
AUTO-AVALIAÇÃO- 5 QUESTÕES ABERTAS ................................................................................. 30
TEMA II: POPULAÇÃO E POVOAMENTOS EM MOÇAMBIQUE .................................................... 31
Unidade Temática 2.1. Contexto de estudos populacionais em Moçambique ..................... 33
Introdução ............................................................................................................................. 33

iii
Contextualização ................................................................................................................... 33
O que é população? E povoamento? .................................................................................... 34
Objectivos da Geografia da População.................................................................................. 35
A Origem e Evolução da População Moçambicana ............................................................... 35
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS ................................................................................. 37
CINCO QUESTÕES ABERTAS ......................................................................................................... 39
Unidade Temática 2.2. Factores da distribuição da população em Moçambique ................. 40
Introdução ............................................................................................................................. 40
A) Factores físico-naturais ..................................................................................................... 41
A temperatura ....................................................................................................................... 42
A latitude ............................................................................................................................... 42
A continentalidade ................................................................................................................ 42
As correntes marítimas ......................................................................................................... 43
A altitude ............................................................................................................................... 43
B. Factores sócio-económicos ............................................................................................... 45
C) Factores demográficos ...................................................................................................... 46
D) As migrações ..................................................................................................................... 48
Tipos de migrações ................................................................................................................ 50
As migrações definitivas ........................................................................................................ 50
As migrações temporárias ..................................................................................................... 51
As migrações inter-distritais .................................................................................................. 53
As migrações pendulares....................................................................................................... 53
Consequências das migrações da população moçambicana ................................................ 54
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS ................................................................................. 55
CINCO QUESTÕES ABERTAS ..................................................................................................... 58
Unidade Temática 2.3. Estrutura etária, sexual e sectorial da população de Moçambique . 59
Introdução ............................................................................................................................. 59
Características das pirâmides etárias .................................................................................... 61
Construção de pirâmides etárias ........................................................................................... 62
Unidade Temática 2.4: Importância do estudo da população................................................ 64
Introdução ............................................................................................................................. 64
Referências bibliográficas ...................................................................................................... 64
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS .............................................................................. 65

iv
CINCO QUESTÕES ABERTAS ..................................................................................................... 67
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO- DEZ QUESTÕES FECHADAS ........................................................... 67
AUTO-AVALIAÇÃO- CINCO QUESTÕES ABERTAS ..................................................................... 69
TEMA III: ESTRUTURA SECTORIAL DA POPULAÇÃO EM MOÇAMBIQUE .................................... 70
Unidade Temática 3.1: Actividades do Sector Primário ......................................................... 71
Introdução ............................................................................................................................. 71
Unidade Temática 3.2: Actividades do sector secundário ...................................................... 72
Introdução ............................................................................................................................. 72
Unidade Temática 3.3: Actividades do sector terciário .......................................................... 74
Introdução ............................................................................................................................. 74
Referências bibliográficas ...................................................................................................... 75
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ........................................................... 75
AUTO-AVALIAÇÃO- CINCO QUESTÕES ABERTAS ..................................................................... 77
TEMA IV: AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA E PESCA EM MOÇAMBIQUE ................... 78
Unidade Temática 4.1: A Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Pesca ..................................... 78
Introdução ................................................................................................................................ 79
Factores da produção agro-pecuária e silvicultura ............................................................... 80
A humidade do ar .................................................................................................................. 82
As precipitações..................................................................................................................... 82
Factores edáficos ................................................................................................................... 82
Sistemas agrários de Moçambique ....................................................................................... 84
Regiões agro-ecológicas de Moçambique ............................................................................. 87
Espécies domésticas criadas em Moçambique ..................................................................... 90
Serviços ecossistémicos da biodiversidade ........................................................................... 93
Medidas da conservação e protecção das florestas ............................................................. 93
A Pesca ................................................................................................................................... 94
EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS .............................................................................. 96
CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................................................... 99
Unidade Temática 4.2: Importância da Agricultura, Pecuária e Silvicultura ......................... 99
Introdução ............................................................................................................................. 99
Importância da agricultura .................................................................................................. 100
Importância da Pecuária...................................................................................................... 100
Importância da Silvicultura .................................................................................................. 101

v
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ....................................................... 101
AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................. 104
Referências bibliográficas .................................................................................................... 104
TEMA V: INDÚSTRIA EM MOÇAMBIQUE ................................................................................... 105
Unidade Temática 5.1: A actividade industrial em Moçambique: Tipos e suas características
................................................................................................................................................. 106
Introdução ........................................................................................................................... 106
Tipos de Indústria e suas características em Moçambique ................................................ 106
Tipos de Indústrias............................................................................................................... 107
A) Indústria Extractiva ......................................................................................................... 107
Centros mineiros de Moçambique ...................................................................................... 109
Minérios explorados ............................................................................................................ 110
B) Indústria Transformadora ............................................................................................... 112
Distribuição espacial da indústria transformadora em Moçambique ................................ 115
A Indústria Energética de Moçambique .............................................................................. 117
Importância da Indústria na Economia Nacional ................................................................ 118
EXERCÍCIO 2- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ......................................................... 119
CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................................................. 120
Unidade Temática 5.2: Factores da localização da Indústria em Moçambique................... 122
Introdução ........................................................................................................................... 122
Impacto ambiental da Indústria em Moçambique .............................................................. 127
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS ............................................................................ 127
CINCO QUESTÕES FECHADAS ................................................................................................. 130
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ....................................................... 131
AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES FECHADAS .............................................................. 133
SOLUÇÕES ............................................................................................................................ 133
Referências bibliográficas .................................................................................................... 134
TEMA VI: TRANSPORTES, COMUNICAÇÕES E TURISMO EM MOÇAMBIQUE........................... 136
Unidade Temática 6.1: O sistema de transportes em Moçambique .................................... 137
Introdução ........................................................................................................................... 137
Conceitos essenciais ............................................................................................................ 138
Principais tipos de transporte em Moçambique ................................................................. 138
A) Transportes Terrestres .................................................................................................... 138
Transportes ferroviários em Moçambique.......................................................................... 139

vi
Corredor de Nacala.............................................................................................................. 139
Corredor da Beira ................................................................................................................ 139
Corredor de Limpopo .......................................................................................................... 139
B) Transporte marítimo em Moçambique........................................................................... 140
Transportes rodoviários em Moçambique .......................................................................... 140
As estradas de Moçambique ............................................................................................... 141
C) Transportes aéreos em Moçambique ............................................................................. 142
Papel dos transportes na economia nacional ..................................................................... 142
D) Transportes Invisíveis...................................................................................................... 143
Unidade Temática 6.2: O sistema de comunicações em Moçambique ................................ 143
Introdução .............................................................................................................................. 143
O sistema de comunicações de Moçambique ..................................................................... 144
O que são sistemas de comunicações? ............................................................................... 144
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS ............................................................................ 145
CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................................................. 147
Unidade temática 6.3: O turismo em Moçambique.............................................................. 147
Introdução ........................................................................................................................... 149
O Turismo em Moçambique ................................................................................................ 150
Tipos de turismo de Moçambique....................................................................................... 151
Divisão regional de turismo em Moçambique .................................................................... 152
A) Região Turística Sul ......................................................................................................... 152
B) Região Turística Centro ................................................................................................... 154
Impacto ambiental e socioeconómico do turismo .............................................................. 156
i. Impactos positivos ............................................................................................................ 156
ii. Impactos negativos .......................................................................................................... 156
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ....................................................... 157
AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................. 158
Referências bibliográficas .................................................................................................... 159
TEMA VII: O COMÉRCIO EM MOÇAMBIQUE ............................................................................. 160
Unidade Temática 7.1: Definição, tipos e características do comércio em Moçambique ... 161
Introdução .............................................................................................................................. 161
Tipos de comércio em Moçambique ................................................................................... 162
A) O comércio Interno ......................................................................................................... 162

vii
B) Comércio Externo ............................................................................................................ 165
Acordos comerciais de Moçambique .................................................................................. 166
Destino das Exportações dos produtos (2011-2015) .......................................................... 167
Ambiente de Negócios em Moçambique ............................................................................ 168
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS ....................................................... 168
AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS ................................................................. 170
Referências bibliográficas ...................................................................................................... 171
EXERCÍCIO 3: DUZENTAS QUESTÕES FECHADAS ................................................................. 172

viii
Visão geral

Bem-vindo à Disciplina de Geografia Económica de Moçambique

Objectivos da disciplina/Módulo

O presente Módulo de Geografia Económica de


Moçambique tem os seguintes objectivos gerais:

o Compreender a Geografia Económica de Moçambique


o Compreender a dinâmica populacional de Moçambique e
as suas actividades.

o Interpretar os factores da distribuição da população


em Moçambique
o Conhecer a estrutura sectorial de Moçambique
o Analisar as principais actividades económicas de
Moçambique
Objectivos o Caracterizar a economia moçambicana
específicos

Quem deveria estudar este Módulo


Este Módulo, Geografia Económica de Moçambique, foi
concebido para estudantes do 3º ano do curso de
Licenciatura em Ensino de Geografia. Contudo, poderá
ocorrer, que haja leitores que queiram se actualizar e
consolidar seus conhecimentos nesta disciplina, esses
serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se
inscrever. Mas poderá adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo


Este módulo, Geografia Económica de Moçambique, para
estudantes do 3º ano do curso de Licenciatura em Ensino
de Geografia, à semelhança dos restantes da UnISCED,
está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias
▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer
para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia

9
esta secção com atenção antes de começar o seu estudo,
como componente de habilidades de estudos.

Conteúdo deste módulo


Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por
sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou
simplesmente unidades, cada unidade temática se
caracteriza por conter uma introdução, objectivos,
conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-
avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de
avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características:
puros exercícios teóricos/práticos e actividades práticas.

Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED,
pensando em si, num cantinho, recóndito deste nosso
vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu
processo de aprendizagem, apresenta uma lista de
recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na biblioteca do
seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos,
CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou
electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a
Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


As Tarefas de auto-avaliação para este módulo
encontram-se no final de cada unidade temática e de cada
tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação
apresentam duas características: primeiro apresentam
exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios
que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-


avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o
grau crescente de dificuldades do processo de
aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de
avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem

10
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do
fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre
determinados aspectos, quer de natureza científica, quer
de natureza didáctico-Pedagógica, etc, sobre como
deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser, graças as
suas observações que, em gozo de confiança, classificamo-
las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones
nas margens das folhas. Estes ícones servem para
identificar diferentes partes do processo de aprendizagem.
Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender
a aprender. Aprender aprende-se.
Durante a formação e desenvolvimento de competências,
para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no
estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem
com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante
saber como, onde e quando estudar. Apresentamos
algumas sugestões com as quais esperamos que caro
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto
domínio de leitura.
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se
a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e
com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades
práticas ou as de estudo de caso se existirem.

11
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-
tempo, respectivamente como, onde e quando estudar,
como foi referido no início deste item, antes de organizar
os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de
estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio
sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em
cada 30 minutos, em cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo;
Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e
passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o
anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade), o pouco que
puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas
a melhor opção é juntar o útil ao agradável: saber com
profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo.
Dica importante: não recomendamos estudar
seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por
tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze)
minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de
actividades). Ou seja, que durante o intervalo não se
continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades
obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho
intelectual obrigatório pode conduzir ao efeito contrário:
baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o
estudante acumula um elevado volume de trabalho, em
termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência
entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim
ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar
injustamente incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer
alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto
(aquele que estuda sistematicamente), não estudar
apenas para responder a questões de alguma avaliação,
mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando
na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que
horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face

12
ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado
ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto,
pois será uma necessidade para o estudo das diversas
matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas
margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que
seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e
pode escrever conclusões, exemplos, vantagens,
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem
para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente
a seguir à compreensão do texto e não depois de uma
primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um
conceito cujo significado não conhece ou não lhe é
familiar;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra
razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar
algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas,
etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via
telefone, sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma
carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus
assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de
monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e
sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a
Distância (EAD), onde o recurso as TIC se tornam
incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente
com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa
central da UnISCED indigetada para acompanhar as suas
sessões presenciais. Neste período pode apresentar
dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca
de 30% do tempo de estudos a distância, é de muita
importância, na medida em que lhe permite situar, em

13
termos do grau de aprendizagem com relação aos outros
colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio
ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de
debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios,
actividades e autoavaliação), contudo nem todas
deverão ser entregues, mas é importante que sejam
realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas
antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e
o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não
classificação do estudante. Tenha sempre presente que a
nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser
admitido ao exame final da disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos
(CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de
pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente
referenciados, respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s)
autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito)
palavras do texto de um autor, sem o citar é considerada
plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito
pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos
trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à
distância, estando eles fisicamente separados e muito
distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito
possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e
consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que
contam com um mínimo de 90% do total de tempo que
precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o
tempo de contacto presencial conta com um máximo de
10%) do total de tempo do módulo.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras
pessoas, sem prévia autorização.

14
A avaliação do estudante consta detalhada do
regulamento de avaliação.
Avaliação formativa: Serão observados os trabalhos de
campo e as participações nos fóruns de discussões. Para
cada actividade a média pesa em 40% sobre a avaliação
final.
Avaliação sumativa: Ao final do semestre haverá uma
prova presencial de avaliação e o valor da prova pesa 60%
da pontuação total. A nota de 10 (dez) valores é a nota
mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o
estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) avaliações e
1 (um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão


utilizados como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem


ter em consideração a apresentação, a coerência textual,
o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos
assuntos, as recomendações, a identificação das
referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos
direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do


Regulamento de Avaliação da UnISCED.

15
TEMA – I: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÓMICA DE MOÇAMBIQUE (GEM)

Unidade Temática 1.1. Objecto de estudo da Geografia


Económica de Moçambique
Unidade Temática 1.2. Objectivos e tarefas da Geografia
Económica de Moçambique
Unidade Temática 1.3. Métodos de estudo da Geografia
Económica

Unidade Temática 1.1. Objecto de estudo da Geografia


Económica de Moçambique

Introdução

A presente unidade temática apresenta o contexto de


surgimento da disciplina de Geografia Económica e discute o
objecto de estudo da Geografia Económica de Moçambique,
iniciando por uma contextualização sobre a disciplina.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:


✓ Dominar o histórico do surgimento da Geografia Económica
✓ Saber o contexto de estudo da Geografia Económica de
Moçambique
✓ Conhecer o objecto de estudo da Geografia Económica de
Moçambique

Objectivos
Específicos

Caro estudante, é por si sabido que a Geografia tem como


ramificações, a parte física, económica e ambiental. Ciente das
aprendizagens obtidas na geografia física, nos níveis anteriores, é
chegado o momento para consolidar tais conteúdos com os da
geografia económica, tendo em conta a complementaridade
entre eles.

16
A Geografia Económica (GE) desenvolveu-se em meados do Séc.
XIX, com o crescimento do comércio internacional entre países
com relativas vantagens (CLAVAL, s/d; CARVALHO e VELOSO
FILHO, 2017). A Geografia Económica foi sistematizada pelo
alemão Karl Andrée (1860-1874), tendo surgido numa perspectiva
descritiva oferecendo relatos das áreas de produção e dos fluxos
de bens na escala mundial. Essa área de conhecimento, de acordo
com Claval (s/d) desenvolveu-se rapidamente no Reino Unido e na
França, nos anos 1880 e 1890. Nos Estados Unidos da América, a
Geografia Económica era leccionada por geólogos, dada a sua
reconhecida competência na estimativa das reservas de carvão,
petróleo ou minerais metálicos. Apenas mais tarde, a Geografia
Económica deixou de se concentrar apenas na análise das relações
geologia e agronomia, passando, a partir dos anos 1950, a
estender seu campo de acção ao serviço essencialmente da
Geografia Económica, analisando as condições climáticas,
pedológicas ou geológicas da distribuição dos recursos naturais
bem como a consideração do papel das técnicas nos processos de
produção agrícola/industrial. Foi nessa altura que se introduz no
domínio da geografia agrícola, as noções de agricultura intensiva
e extensiva, a distinção entre agricultura comercial e agricultura
familiar.

Em Moçambique, a Geografia Económica surge numa perspectiva


colonial, em que baseava-se no domínio da geografia dos solos,
ou seja, o conhecimento das zonas com solos férteis para a prática
da agricultura extensiva e intensiva dedicada à exportação
(produção de cana-de-açúcar, sisal, etc) para as manufacturas
europeias, ou seja, para alimentar os interesses imperialistas
coloniais. Com a Independência Nacional, conquistada em 1975 e
mais tarde com a introdução do Sistema Nacional de Educação, a
Geografia Económica passou a se interessar por vários aspectos
inerentes a produção local e comercial, bem como as perspectivas
futurísticas.

Hoje, por exemplo, o aluno aborda os aspectos inerentes à


Geografia Económica de Moçambique, junto com os aspectos
físicos e da África Austral, na 10ª classe. A parte económica trata
de população, sua evolução, sua dinâmica, estrutura sexual, etária
e sectorial, indicadores demográficos. Além desses conteúdos, a
Geografia Económica de Moçambique se interessa da agricultura,
pesca, pecuária, silvicultura, indústria, transportes e
comunicações, comércio e turismo.
No geral, a Geografia Económica estuda as relações que o Homem
estabelece com o meio físico, considerando que ele é um agente

17
transformador da superfície do planeta Terra. Essas
transformações se dão em razão das necessidades sociais que
atingem a economia, fluxo de migração, energia, meio ambiente,
indústria, tecnologia, turismo, agro-pecuária, conflitos no campo,
actividades sociais, políticas, culturais bem como todas as relações
humanas desenvolvidas no território nacional
(https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaHumana
/). O meio ou espaço geográfico é um produto e condição da
prática humana. É também um conjunto de sistemas
interdependentes: sistemas de acções (tudo o que é praticado) e
sistemas de objectos (tudo o que é usado para fazer). Santos
(2008) considera quatro categorias de espaço geográfico: forma,
função, estrutura e processo, numa perspectiva de
complementaridade entre elas.

A Geografia Económica também pode ser entendida como o ramo


ligado à Geografia humana, que explora a localização, distribuição
e organização das actividades económicas em diferentes lugares
do planeta, ou seja, estuda a diversidade de condições
económicas sobre a superfície terrestre.

O seu objecto de estudo, no contexto de Moçambique, é o estudo


das relações Homem-Meio físico no concernente a localização,
distribuição e organização das actividades económicas em
Moçambique, tendo em conta a sustentabilidade ambiental.

Já a própria palavra “Economia” é entendida como o conjunto de


actividades desenvolvidas pelos homens visando a produção,
distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à
sobrevivência e à qualidade de vida. Esse conjunto de actividades
agrupa-se entre as dos sectores primário, secundário, terciário e
quaternário.
Para tornar possível, a sociedade precisa manter a produção
(recursos naturais, trabalho/mão de obra e capital/máquinas e
infra-estrutura) devido à constante ameaça de escassez, ou seja,
se não houver uma organização para que a economia funcione,
pode ocorrer a falta de alimentos e bens básicos.

EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. Acerca do surgimento/evolução da Geografia Económica,


responda:
a) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XV
b) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XIX

18
c) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XX
d) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. X
2. A evolução da Geografia Económica esteve associada a:
a) Comércio Internacional
b) Comércio de escravos
c) Nenhuma alternativa correcta
d) Comércio de africanos

3. A Geografia Económica foi sistematizada por:


a) Suíço Karl Andrée (1860-1874)
b) Austríaco Andrée (1860-1874)
c) Alemão Andrée (1860-1874)
d) Karl Max
4. A história da Geografia Económica esteve relacionada ao
conhecimento das reservas de carvão, petróleo e outros jazigos.
Isso aconteceu em:
a) Moçambique
b) Nenhuma resposta correcta
c) Europa
d) EUA
5. Nos EUA, a Geografia Económica chegou a ser leccionada por:
a) Economistas
b) Geógrafos economistas
c) Geólogos
d) Nenhuma resposta é correcta
6. Os geólogos americanos leccionavam a Geografia Económica
porque:
a) Conheciam e dominavam as reservas dos recursos
minerais
b) Nenhuma resposta é correcta
c) Conheciam a história das guerras comerciais dos EUA
d) Dominavam a geografia dos povos

7. A Geografia Económica esteve associada ao conhecimento da


estrutura geológica do solo
a) Não
b) Sim
c) Nenhuma alternativa
d) Sim mas não necessariamente

8. A Geografia Económica de Moçambique passa a se interessar


dos outros campos da geografia física etc, a partir dos anos:
a) 1940
b) 1980

19
c) Nenhuma alternativa
d) 1950

9. Em Moçambique, a Geografia Económica surge numa


perspectiva colonial, caracterizada por:
a) Nenhuma alternativa
b) Conhecimento dos principais rios do país
c) Conhecimento dos solos para a prática da agricultura de
exportação
d) Conhecimento da estrutura geológica para exploração do
gás natural

10. No período colonial, o interesse em conhecer os tipos de


solos servia para fins:
a) Alimentação dos povos indígenas
b) Nenhuma alternativa
c) Mercado informal
d) Desenvolver as zonas rurais

SOLUÇÕES: 1 b); 2 a); 3 c); 4 d); 5 c); 6 a); 7 b); 8 d) 9 c) 10 b).

CINCO QUESTÕES ABERTAS


1. Defina Geografia Económica
2. Disserte sobre o objecto de estudo da Geografia Económica
3. O recurso humano é a chave do desenvolvimento económico
de um país. Comente essa afirmação.
4. A Geografia Económica estuda as relações que o Homem
estabelece com o meio físico. Comente essa afirmação.
5. Que importância a Geografia Económica tem no seu curso de
Geografia?

SOLUÇÕES:

1. A Geografia Económica é um ramo da Geografia humana,


que explora a localização, distribuição e organização das
actividades económicas em diferentes lugares do planeta, ou
seja, estuda a diversidade de condições económicas sobre a
superfície terrestre.
2. O objecto de estudo da Geografia Económica de
Moçambique é o estudo das relações Homem-Meio físico no
concernente a localização, distribuição e organização das
actividades económicas em Moçambique, tendo em conta a
sustentabilidade ambiental.
3. O recurso humano é a chave do desenvolvimento económico
de um país. Comente essa afirmação.

20
O ser humano é, de facto, o motor do desenvolvimento
económico porque este é que dinamiza todos os sectores de
actividades, desde o primário, secundário até ao terciário. A
qualidade e quantidade de produção depende basicamente
das capacidades e habilidades do ser humano, pelo que em
todos os sectores de actividade deve-se dar prioridade ao
melhoramento das condições do recurso Homem.
4. A Geografia Económica estuda as relações que o Homem
estabelece com o meio físico. Comente essa afirmação.
O meio físico é que oferece as condições e espaço de
trabalho ao homem com vista a desenvolver os sectores
primário, secundário e terciário e até quaternário. Por outro
lado, o homem deve preservar as condições (recursos
naturais) que o meio físico oferece, para que esses possam
servir para as presentes e futuras gerações.

5. Que importância a Geografia Económica tem no seu curso de


Geografia?

A resposta depende da opinião de cada estudante. Contudo, na


sua resposta deve aflorar a importância do estudo desta
disciplina para o curso e para a sociedade.

Unidade Temática 1.2. Objectivos e tarefas da Geografia


Económica de Moçambique

Introdução
Após a contextualização e objecto de estudo da disciplina, agora
irá compreender os objectivos e tarefas da Geografia Económica
de Moçambique.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Definir o objectivo e tarefas da Geografia


Económica de Moçambique
✓ Distinguir os objectivos das tarefas da
Geografia Económica de Moçambique
✓ Conhecer as subdivisões da Geografia
Económica.
Objectivos
Específicos

21
A disciplina de Geografia Económica de Moçambique tem por
objectivo formar, nos estudantes, as bases teóricas que
explicam o processo de formação dos diversos sistemas
territoriais de produção, da sua estrutura e desenvolvimento.
As suas tarefas estão intrinsecamente relacionadas com as
necessidades teóricas e práticas da sociedade, no que diz
respeito ao estudo da formação, desenvolvimento, distribuição
e redistribuição territorial dos sistemas produtivos. Assim, a
Geografia tem como tarefas:
i) a elaboração das leis gerais do desenvolvimento e localização
da produção; estabelecimento das leis que regulam a
interacção entre os fenómenos e os processos ligados com a
produção; estimular o desenvolvimento sustentável do país.

Abordagens ou Áreas de estudo da Geografia Económica

A Geografia Económica possui três abordagens de estudo, a


saber:
1. Abordagem económica Teórica: tem como foco a
construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas;
2. Abordagem económica Histórica: analisa a história do
desenvolvimento económico de um determinado
espaço geográfico;
3. Abordagem económica Regional: estuda as condições
económicas de determinada região.
Essas abordagens ou áreas aplicam-se nas subdivisões da
Geografia Económica, designadamente: a Geografia Agrária ou
Rural; Geografia da Indústria e Geografia dos Transportes.

A Geografia Agrária ou Rural: é o estudo do meio rural e os


aspectos das práticas humanas e das diversas formas de
utilização desse meio, como a mineração, silvicultura,
exploração turística e o manejo sustentável de recursos.

A Geografia da Industrial: é a análise das formações de


indústrias nos espaços geográficos levando em consideração
factores naturais como energia, matéria-prima e clima.

Geografia dos Transportes: pesquisa as redes de transporte


disponíveis em uma região, seja de carga ou deslocamento
humano, com o objectivo de possibilitar desenvolvimento
económico e social.

22
Unidade Temática 1.3. Métodos de estudo da Geografia
Económica

Introdução

Esta Unidade Temática apresenta os métodos de estudo da


Geografia Económica de Moçambique.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conhecer os métodos de estudo da Geografia


Económica
✓ Aplicar os métodos da Geografia Económica em
estudos da área
✓ Conhecer o objecto de estudo da Geografia
Económica de Moçambique
Objectivos
Específicos

Os métodos de estudo da Geografia Económica são os mesmos


aplicados nas Ciências Sociais. São os exemplos:
Observação: em estudos sócio-económicos, a observação é
utilizada para aferir a veracidade de ocorrência dos factos,
fenómenos e processos geográficos no espaço. Contudo, Quivy
e Campenhoudt (1995) fundamenta que a observação engloba
o conjunto das operações através das quais o modelo de análise
(constituído por hipóteses e conceitos) é submetido ao teste
dos factos e confrontado com dados observáveis, ou seja, a
observação é a fase intermédia entre a construção de conceitos
e das hipóteses. Nessa fase reúnem-se, analisam-se e
sistematizam-se numerosas informações. O trabalho de
observação procura responder a três questões essenciais:

Observar o quê? Corresponde a fase da definição dos dados


pertinentes, ou seja, de que dados o investigador necessita?

Observar em quem? Corresponde ao campo de análise e a


selecção das unidades de observação. Portanto, é necessário

23
assumir a esfera de análise geográfica, se é a população,
agricultura, indústria, transportes, comunicações, etc.

Observar como? Corresponde a identificação e/ou produção de


instrumentos de observação e recolha dos dados. Podendo, a
observação, ser directa ou indirecta (QUIVY e CAMPENHOUDT,
1995), o geógrafo economista precisa elaborar instrumentos
apropriados. Esses instrumentos podem ser: inquéritos,
entrevistas, questionários, bloco de registo/notas, gravações
de áudio/vídeo, etc.

Matemático-estatístico: quantifica os dados recolhidos por


observação directa ou indirecta e permite a sua sistematização
e análise em tabelas, gráficos, etc. Na Geografia económica, o
estudo da distribuição espacial da população, estrutura etária
e sexual da população recorre aos conhecimentos matemático-
estatísticos para estruturar as médias das idades, permitindo a
construção de pirâmides etárias.

Descritivo: é o método que que se ocupa pela descrição dos


factos, fenómenos, processos, no passado bem como no
presente. O conhecimento da realidade se faz através da
descrição. A melhor compreensão da estrutura etária da
população passa, necessariamente pela descrição das
características dessa mesma população.

Analítico: o método analítico intermedeia os restantes


métodos, ou seja, independentemente do objectivo que
norteie a pesquisa em Geografia Económica, é indispensável a
análise de cada facto, processo, relação e inter-relação
geográfica para uma melhor compreensão dos fenómenos. Por
exemplo, com o uso do método comparativo, a análise do
estágio dos fenómenos no passado e presente está patente em
cada etapa.

Histórico: o método histórico investiga acontecimentos,


processos e instituições do passado para verificar a sua
influência na sociedade de hoje, pois, as instituições
alcançaram a sua forma actual através de alterações de suas
partes componentes, ao longo do tempo, influenciados pelo
contexto cultural particular de cada época (MARCONI e
LAKATOS, 2003).

24
Comparativo: este método consiste em comparações entre
diversos tipos de grupos, sociedades ou povos, contribuindo
para uma melhor compreensão do comportamento humano
tendo por fim estabelecer e explicar as similaridades e
divergências. Compara grupos igualmente no passado,
presente e perspectiva o futuro.

Referências

1. Carvalho, D. R. P. e Veloso Filho, F. A. (2017). Geografia


Económica: origem, perspectivas e temas relevantes. Caderno
de Geografia, 27 (50).
2. Claval, P. (s/d). A diversidade das Geografias Económicas.
Universidade de Paris- IV.
3.https://www.sogeografia.com.br/conteudos/geografiahuma
na/. Arquivo acessado em 30 de Abril de 2020.
4. Marconi, M. A. e Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de
Metodologia Científica. S. Paulo, Atlas, 5. ed.
5. Quivy, R. e Campenhoudt, L. (1995). Manual de investigação
em Ciências Sociais. Trajectos. Gradiva.
6. Santos, M. Espaço e Método. S. Paulo, Editora da
Universidade de São Paulo.

EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. O objectivo da Geografia Económica é:


a) Nenhuma alternativa
b) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos sistemas territoriais de
produção, da sua estrutura e desenvolvimento
c) Formar, nos professores, as bases teóricas e metodológicas
de sua leccionação
d) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos cursos leccionados na
UnISCED.

2. Entre as tarefas da Geografia Económica de Moçambique


está a (o):
a) Estímulo do desenvolvimento sustentável do país;
b) Nenhuma alternativa

25
c) Estímulo do uso de fertilizantes na produção agro-pecuária
d) Estímulo de maquinaria industrial

3. Os campos de actuação da Geografia Económica cingem-se


em três abordagens:
a) Teórica, histórica e geográfica
b) Teórica, geográfica e regional
c) Teórica, regional e física
d) Teórica, histórica e regional.

4. A abordagem teórica tem como essência:


a) A construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas
b) A construção de teorias sobre as relações geográficas da
actividade industrial
c) A construção de teorias sobre as relações sócio-espaciais
d) Nenhuma alternativa

5. A abordagem regional baseia-se em:


a) Nenhuma alternativa
b) Estuda as condições pedológicas de uma região
c) Estuda as condições psicológicas dos povos
d) Estuda as condições económicas de determinada região

6. A abordagem histórica consiste em:


a) Analisar os níveis de desenvolvimentos dos países ricos
b) Analisar os processos de alterações económicas dos
indígenas
c) Analisar a história do desenvolvimento económico de um
determinado espaço geográfico
d) Nenhuma alternativa

7. A observação é uma das técnicas metodológicas utilizadas na


Geografia Económica, porque:
a) Nenhuma alternativa
b) Aferir a ocorrência dos processos geológicos no espaço real
c) Aferir a ocorrência dos processos de produção sócio-
económica no espaço real

26
d) Aferir a ocorrência dos processos de comercialização do
carvão mineral
8. O método analítico, em estudos sócio-económicos permite-
nos:
a) Compreender a inter-relação geográfica dos factos e
processos sócio-económicos de uma região/país
b) Compreender a inter-relação física dos factos e processos
sócio-económicos de uma região/país
c) Nenhuma alternativa
d) Compreender a inter-relação paisagística natural

9. O método comparativo no estudos geográfico-económicos


consiste em:
a) Nenhuma alternativa
b) Comparar e tirar ilações sócio-espaciais entre duas ou mais
regiões
c) Comparar sem tirar ilações
d) Comparar e julgar as desigualdades produtivas e sócio-
espaciais entre regiões.

10. O método histórico é importante porque:


a) Permite-nos o conhecimento do futuro dos espaços
produtivos
b) Nenhuma alternativa
c) Permite-nos o conhecimento do passado das regiões com
vista a uma melhor exploração das suas potencialidades
utilização
d) Permite-nos o conhecimento das regiões para o uso
comercial
SOLUÇÕES
1.b); 2. a); 3. d); 4. a); 5. d); 6. c); 7. c); 8. a); 9.b) e 10.c).

CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Explique o objectivo da Geografia Económica


2. Mencione as tarefas da Geografia Económica
3. Explique a relação entre a Geografia dos Transportes e a
Geografia Económica.

27
4. Explique a utilidade do método estatístico-matemático.
5. Em que consiste o método descritivo nos estudos geográfico-
económicos?

SOLUÇÕES
1. A Geografia Económica tem por objectivo formar, nos
estudantes, as bases teóricas que explicam o processo de
formação dos diversos sistemas territoriais de produção, da sua
estrutura e desenvolvimento.
2. A Geografia Económica tem como tarefas a elaboração das
leis gerais do desenvolvimento e localização da produção;
estabelecimento das leis que regulam a interacção entre os
fenómenos e os processos ligados com a produção; estimular o
desenvolvimento sustentável do país.
3. A relação entre a Geografia dos transportes e a Geografia
Económica se cinge no fornecimento recíproco de dados sobre
a evolução de cada um dos sectores, possibilitando avaliar o
nível de desenvolvimento económico de um país.
4. O método estatístico-matemático tem a utilidade de
quantificar os dados recolhidos por observação directa ou
indirecta e permite a sua sistematização e análise em tabelas,
gráficos, etc, com o objectivo de compreender os níveis de
desenvolvimento económico territorial.
5. O método descritivo nos estudos geográfico-económicos
ocupa-se pela descrição dos factos, fenómenos, processos, no
passado bem como no presente.

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: 10 QUESTÕES FECHADAS

1. Acerca do surgimento/evolução da Geografia Económica,


responda:
a) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XV
b) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XIX
c) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XX
d) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. X

2. A evolução da Geografia Económica esteve associada a:


a) Comércio Internacional
b) Comércio de escravos
c) Nenhuma alternativa correcta
d) Comércio de africanos

3. A Geografia Económica foi sistematizada por:


a) Suíço Karl Andrée (1860-1874)

28
b) Austríaco Andrée (1860-1874)
c) Alemão Andrée (1860-1874)
d) Karl Max

4. A história da Geografia Económica esteve relacionada ao


conhecimento das reservas de carvão, petróleo e outros
jazigos. Isso aconteceu em:
a) Moçambique
b) Nenhuma resposta correcta
c) Europa
d) EUA
5. Nos EUA, a Geografia Económica chegou a ser leccionada
por:
a) Economistas
b) Geógrafos economistas
c) Geólogos
d) Nenhuma resposta é correcta

6. O objectivo da Geografia Económica é:


a) Nenhuma alternativa
b) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos sistemas territoriais de
produção, da sua estrutura e desenvolvimento
c) Formar, nos professores, as bases teóricas e metodológicas
de sua leccionação
d) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos cursos leccionados na
UnISCED.

7. Entre as tarefas da Geografia Económica de Moçambique


está a (o):
a) Estímulo do desenvolvimento sustentável do país;
b) Nenhuma alternativa
c) Estímulo do uso de fertilizantes na produção agro-pecuária
d) Estímulo de maquinaria industrial

8. Os campos de actuação da Geografia Económica cingem-se


em três abordagens:
a) Teórica, histórica e geográfica
b) Teórica, geográfica e regional
c) Teórica, regional e física
d) Teórica, histórica e regional.

9. A abordagem teórica tem como essência:

29
a) A construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas
b) A construção de teorias sobre as relações geográficas da
actividade industrial
c) A construção de teorias sobre as relações sócio-espaciais
d) Nenhuma alternativa

10. A abordagem regional baseia-se em:


a) Nenhuma alternativa
b) Estuda as condições pedológicas de uma região
c) Estuda as condições psicológicas dos povos
d) Estuda as condições económicas de determinada região

SOLUÇÕES

1 b); 2 a); 3 c); 4 d); 5 c); 6. b); 7. a); 8. d); 9. a); 10. d).

AUTO-AVALIAÇÃO- 5 QUESTÕES ABERTAS


1. Defina Geografia Económica
2. Disserte sobre o objecto de estudo da Geografia Económica
3. O recurso humano é a chave do desenvolvimento económico
de um país. Comente essa afirmação.
4. Explique a utilidade do método estatístico-matemático.
5. Em que consiste o método descritivo nos estudos geográfico-
económicos?

SOLUÇÕES

1. A Geografia Económica é um ramo da Geografia humana, que


explora a localização, distribuição e organização das actividades
económicas em diferentes lugares do planeta, ou seja, estuda a
diversidade de condições económicas sobre a superfície
terrestre.

2. O objecto de estudo da Geografia Económica de


Moçambique é o estudo das relações Homem-Meio físico no
concernente a localização, distribuição e organização das
actividades económicas em Moçambique, tendo em conta a
sustentabilidade ambiental.
3. O recurso humano é a chave do desenvolvimento económico
de um país. Comente essa afirmação.

30
O ser humano é, de facto, o motor do desenvolvimento
económico porque este é que dinamiza todos os sectores de
actividades, desde o primário, secundário até ao terciário. A
qualidade e quantidade de produção depende basicamente das
capacidades e habilidades do ser humano, pelo que em todos
os sectores de actividade deve-se dar prioridade ao
melhoramento das condições do recurso Homem.
4. O método estatístico-matemático tem a utilidade de
quantificar os dados recolhidos por observação directa ou
indirecta e permite a sua sistematização e análise em tabelas,
gráficos, etc, com o objectivo de compreender os níveis de
desenvolvimento económico territorial.
5. O método descritivo nos estudos geográfico-económicos
ocupa-se pela descrição dos factos, fenómenos, processos, no
passado bem como no presente.

TEMA II: POPULAÇÃO E POVOAMENTOS EM MOÇAMBIQUE

31
Figura 1. Moçambique. Fonte: IEDA (2017).

Unidade Temática 2.1. Contexto de estudos populacionais em


Moçambique

32
Unidade Temática 2.2. Factores de distribuição populacional
em Moçambique
Unidade Temática 2.3. Estrutura etária, sexual e sectorial da
população de Moçambique
Unidade Temática 2.4. Importância do estudo da população

Unidade Temática 2.1. Contexto de estudos populacionais


em Moçambique

Introdução

Caro estudante, nesta unidade temática tratamos da


contextualização de estudos populacionais especialmente
sobre os conceitos-chave, objectivos da Geografia da
População, origem e da população moçambicana.
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Definir População, povoamento;


✓ Conhecer os objectivos da Geografia da
População;
✓ Explicar a origem e evolução da população
moçambicana.

Objectivos
Específicos

Contextualização

A população constitui sempre o principal objecto de estudo da


Demografia. Essa Ciência sempre se preocupou em conhecer os
povos que habitam os diversos continentes, conhecer a sua
estrutura etária, sexual e sectorial. Segundo Andrade, Garcia e
Nurgaliev (1981), as primeiras descrições de diferentes povos
surgem em forma de relatos de viagens, sendo célebres os
relatos de Ibn Batutah e de Duarte Pacheco Pereira.
A população, além de representar a força produtiva ou sujeito
da produção, é também o consumidor da produção. Por essa
razão torna-se importante compreender a sua origem,
estrutura e composição. Assim, a Geografia da População é o

33
ramo da Geografia Económica que estuda as diferenças
territoriais da população no que respeita a:
i) Número (quantos somos?)
ii) Composição/Estrutura (etária, sexual, social, profissional)
iii) Dinâmica (movimentos migratórios)
iv) Distribuição e redistribuição territorial (zonas ecúmenas,
anecúmenas, cidades, ruralidade, etc)
v) Sistemas territoriais dos povoamentos.
A Geografia da População está em ligação indissolúvel com a
Geografia Económica pois, a população está patente e todos os
processos de desenvolvimento económico de territórios (vilas,
cidades, aldeias, etc). Como ilustram Andrade, Garcia e
Nurgaliev (1981) a Geografia da População como disciplina
científica tem o objectivo de formar as bases teóricas que
explicam o processo de formação dos diversos sistemas
territoriais da população, do seu desenvolvimento e da sua
estrutura. A sua complexidade justifica-se pelas seguintes
razões:
i) Estudo das diferenças territoriais quanto ao número,
composição e reprodução natural da população e das razões
dessas diferenças;
ii) estudo da distribuição e redistribuição geográfica da
população, considerando a densidade populacional, processos
migratórios e factores da sua distribuição;
iii) Estudo das diferenças territoriais de produção económica;
iv) Estudo dos povoamentos e seus sistemas territoriais
(ANDRADE, GARCIA E NURGALIEV, 1981: 2)

O que é população? E povoamento?

Caro estudante, certamente tem alguma curiosidade em


entender esses conceitos e também é fácil confundí-los. Vamos
tentar defini-los para que possa compreender os conteúdos
subsequentes.

34
População: o Dicionário Moderno da Língua Portuguesa define
população como conjunto dos habitantes de um país, de uma
localidade, etc. Define-o também como o conjunto dos seres
humanos, animais ou vegetais que constituem uma categoria
especial. Demograficamente, a População é entendida como o
conjunto de todos os habitantes que de determinado lugar e
que comungam o mesmo ambiente. Também considera-se
População Humana ao conjunto de pessoas que habitam uma
área, território ou país num determinado período de tempo.

Povoamento: é o acto ou efeito de povoar. Povoar é fundar


povoações em, estabelecer habitantes em, … (DICIONÁRIO
MODERNO DA LÍNGUA PORTUGUESA). O termo Povoamento é
genérico e aplicável para diferentes ciências, assim,
consideremos o Povoamento Humano como a ocupação
permanente ou temporária de pessoas, independentemente da
sua dimensão ou importância populacional.

Objectivos da Geografia da População

A Geografia da População tem por objectivo compreender os


conceitos associados aos estudos populacionais; compreender
a estrutura etária, sexual e sectorial da população;
compreender a dinâmica ou mobilidade da população; aplicar
os métodos de estudo da população; explicar os factores da
distribuição espacial da população.

A Origem e Evolução da População Moçambicana

A origem e evolução da população moçambicana esteve


associada aos factores migratórios de vários povos em
diferentes momentos, senão vejamos:

i) Imigração bantu no Século II da N.E - Esta imigração afectou


numericamente a população moçambicana. A sua chegada no
Século II N.E. alterou o modo de vida nómada da população que
vivia em Moçambique, senão vejamos: eles conheciam o uso de
ferro, a prática de agricultura e da pastorícia, introduziram
essas actividades no seio desta população que veio a melhorar
as suas condições de vida e proporcionar a maior reprodução

35
humana, aumentando o número da população em
Moçambique.

ii) Invasão Karanga no Século XIV - Os Karanga originários do


grande Zimbabué chegaram a Moçambique no Século XIV e
introduziram a exploração do ouro e o comércio a longa
distância. Estas actividades permitiram melhorar as condições
de vida e aumentar o número da população em Moçambique.

iii) Chegada dos Portugueses no Século XV - a presença


Portuguesa em Moçambique teve repercussões importantes na
movimentação da população quer pela sua forte intervenção
no comércio de escravos, quer na implantação da agricultura
de plantações, quer na monitorização da economia através da
venda da força de trabalho para as minas da África do Sul. A
entrada dos Portugueses no comércio de escravos transformou
os chefes africanos em agentes de recrutamento e venda de
escravos criando instabilidade e fuga das populações.

iv) Invasão Ngoni entre 1830 e 1880 - O povo Ngoni vivendo no


norte de Moçambique é afectado por uma seca cíclica a partir
de 1830. Esta seca provocou fome e instabilidade entre vários
chefes e suas populações resultando na sua emigraram para o
sul de Moçambique e formaram o famoso Império de Gaza.

v) As calamidades naturais – particularmente a seca, as cheias


e a consequente fome cíclica que periodicamente vêm
assolando o país, afectam negativamente as características
demográficas da população.

vi) As guerras – tanto as tribais no passado, como as registadas


mais recentemente contribuíram para o actual panorama
demográfico no país.

Os estudos populacionais são baseados nos dados censitários


ou Recenseamento Geral da População que, é a contagem
efectiva e absoluta da população por todo o território nacional.
Os censos populacionais em Moçambique realizam-se de 10 em
10 anos, sendo que o primeiro no período Pós-independência
realizou-se em 1980. Em 1990 não realizou-se o segundo censo
devido a situação político-militar opondo as forças
governamentais e a Renamo. Assim, o segundo censo foi
realizado em 1997, o terceiro em 2007 e o IV e mais recente em
2017. Devido aos efeitos do Regime Colonial Fascista Português

36
que vigorou durante cerca de 500 anos muita informação
detalhada sobre os dados censitários em Moçambique não se
encontra disponível. A tabela abaixo ilustra a evolução da
população desde 1950 a 2017.

ANO POP. TOTAL OBS.


1950 6.466.000 -
1960 7.595.000 -
1970 9.480.000 -
1980 12.130.000 I Censo Pós-Independência
Nacional
1997 15.278.334 II Censo
2007 20.252.223 III Censo
2017 27 909 798 IV Censo
Tabela 1. Evolução da população desde 1950 a 2017.

Fonte: Dados adaptados de INE (2017); Anónimo (s/d).

Como se pode notar, os dados populacionais ilustrados na tabela


acima mostram uma evolução significativa da população
moçambicana, portanto o crescimento efectivo da população.

EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS


1. A Demografia é a ciência da/o:
a) Nenhuma alternativa
b) Rocha
c) Solo
d) População
2. A Demografia é importante para a Geografia Económica
porque:
a) Fornece informações e dados sobre a estrutura etária, sexual
e sectorial da população
b) Nenhuma alternativa
c) Fornece a população alimentos para toda a vida
d) Fornece informações e dados sobre o comportamento das
pessoas e estrutura etária.
3. O estudo da população preocupa-se em responder às
seguintes questões:

37
a) O que as pessoas consomem para viver?
b) Quantos animais de estimação as pessoas têm nos seus
quintais?
c) Quantos somos e em que condições vivemos?
d) Nenhuma alternativa
4. A população define-se como:
a) Conjunto de rochas em determinado espaço
b) Conjunto de crianças em idade escolar e que vivem nas zonas
rurais
c) Nenhuma alternativa
d) Conjunto de indivíduos que vivem num determinado espaço
geográfico.
5. A complexidade dos estudos da Geografia Económica se cinge
em:
a) Estudo das diferenças territoriais quanto ao número,
composição e reprodução natural da população e das razões
dessas diferenças;
b) Nenhuma alternativa
c) Estudo das diferenças territoriais quanto ao volume de
negócios por cada empresário
d) Estudo das diferenças entre os residentes em zonas rurais e
urbanas.
6. Entre as áreas de estudo Geografia Económica, estão as:
a) Nenhuma alternativa
b) Migrações populacionais
c) Minas de carvão obsoletas
d) Migrações dos peixes
7. A história da população moçambicana está associada a:
a) Migrações dos povos australianos e bantu
b) Migrações dos povos bantu e europeus
c) Migrações dos povos zimbabweanos
d) Nenhuma alternativa

38
8. A imigração Bantu em Moçambique influenciou
significativamente na população moçambicana porque:
a) Ensinou certas práticas sócio económicas como a fundição de
ferro
b) Ensinou a criação de gado em estábulos
c) Nenhuma alternativa
d) Ensinou a caça ilegal
9. Os povos Karanga eram oriundos de:
a) Malawi
b) Zâmbia
c) Zimbábwè
d) Nenhuma alternativa
10. Os povos Karanga influenciaram no conhecimento das
práticas de:
a) Agricultura
b) Nenhuma alternativa
c) Mineração e comércio à longa distância
d) Mineração e comércio de escravos
SOLUÇÕES
1.d); 2.a); 3.c); 4.d); 5.a); 6.b); 7.b); 8.a); 9.c) e 10.c).

CINCO QUESTÕES ABERTAS


1. Explique, porquê a Geografia da População se interessa pelos
estudos populacionais?
2. As migrações Ngoni estiveram associados a alguns factores,
tendo influenciado a estrutura da população moçambicana no
norte. Fundamente.
3. A estrutura da população moçambicana foi também
influenciada pelo fenómeno de guerras. Disserte sobre esse
factor, evidenciando a sua importância na estrutura da
população.
4. O que entende por Recenseamento ou Censo Populacional?
5. Quantos Recenseamentos ocorreram em Moçambique, no
Pós-independência e quando aconteceram?

39
SOLUÇÕES
1. R%. A Geografia da População se interessa pelos estudos
populacionais porque a população é, simultaneamente a
produtora e consumidora da sua própria produção.
2. R%: O povo Ngoni vivendo no norte de Moçambique é
afectado por uma seca cíclica a partir de 1830. Esta seca
provocou fome e instabilidade entre vários chefes e suas
populações resultando na sua emigraram para o sul de
Moçambique e formaram o famoso Império de Gaza.
3. R%: As históricas guerras tribais bem como a guerra de
desestabilização nacional dos 16 anos contribuíram através da
variação dos efectivos populacionais e da sua estrutura, tanto
nas zonas-palcos dos conflitos e também nos destinos ou locais
de acolhimento das populações deslocadas.
4. R%: É o estudo generalizado e pormenorizado da população
de uma determinada região/país.
5. R%: Quatro. O 1º foi em 1980; o 2º foi em 1997; o 3º foi em
2007 e o 4º foi em 2017.

Unidade Temática 2.2. Factores da distribuição da população


em Moçambique

Introdução

Nesta unidade temática trata dos factores da distribuição da


população moçambicana.
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conhecer os factores da distribuição da


população em Moçambique
✓ Explicar a actuação dos factores de
distribuição da população em
Moçambique

Objectivos
Específicos

A população humana no geral distribui-se de forma desigual pela


superfície terrestre. Essa distribuição deve-se a três grandes e
extensos factores:

40
A) Factores físico-naturais, tais como: o clima, solo, relevo,
vegetação, proximidade de bacias hidrográficas.

B) Factores sócio-económicos ou humanos: localização de


indústrias, locais de antigas civilizações, proximidades das vias
de transportes e comunicações. C) Factores demográficos:
Indicadores demográficos (taxas natalidade e de mortalidade) e
movimentos migratórios.

Esses factores actuam de forma combinada entre si, ou seja, ao


analisar determinado grupo de factores é necessário ter em
consideração a actuação do grupo de outros factores.

Em Moçambique, esses factores influem na distribuição desigual


da população ao longo dos 799.380 km2 de superfície do país. Em
termos numéricos, ao nível das onze províncias do país, temos
os dados ilustrados na tabela abaixo, resultantes do IV
Recenseamento Geral da População em 2017:

A tabela abaixo apresenta o nome de província, população


absoluta discriminada por sexo e a densidade populacional por
km2 em cada província.

Província População Densid.


H M Pop. Total Pop.
(Hab/km2
Cabo Delgado 1 124 098 1 196 163 2 320 261 28
Niassa 874 773 936 021 1 810 794 14
Nampula 2 809 164 2 949 756 5 758 920 75
Zambézia 2 476 395 2 688 336 5 164 732 49
Tete 1 294 764 1 354 177 2 648 941 27
Manica 931 641 1 014 353 1 945 994 31
Sofala 1 093 585 1 165 663 2 259 248 33
Inhambane 681 475 807 201 1 488 676 22
Gaza 644 907 777 553 1 422 460 19
Maputo 942 962 1 025 944 1 968 906 96
Cidade de 543 096 577 771 1 120 867 3.671
Maputo
Moçambique 13.800.857 15.061.006 27 909 798 36

Tabela 2. Distribuição populacional de Moçambique, segundo o


IV Recenseamento Geral do População em 2017. Fonte: Dados
adaptados a partir de INE (2019).

A) Factores físico-naturais

41
De acordo com Lemos (2002) a maior parte da humanidade vive
em planícies, em regiões próximas do litoral ou ao longo de
extensos vales fluviais. Os efectivos populacionais e as
densidades tendem a diminuir de forma regular à medida que a
altitude aumenta ou que nos afastamos do litoral.

a) O Clima

O clima exerce uma influência considerável na distribuição da


população. Como advoca Lemos (2002) é difícil definir as
características climáticas óptimas para o Homem, pois as
inovações tecnológicas têm permitido condições climáticas cada
vez mais adversas, todavia, o frio ou a secura intensas continuam
a interditar a sua presença permanente em determinadas zonas
do globo.

O clima age mediante dois principais elementos: temperatura e


precipitação.

A temperatura

Com excepção das regiões equatoriais, a temperatura varia mais


ou menos regularmente ao longo do ano, em função do
movimento de translação da terra, em resultado do qual
associado à inclinação e paralelismo do seu eixo, a duração dos
dias e das noites e a inclinação dos raios solares variam ao longo
do ano e segundo a latitude, excepto no Equador onde os dias
são sempre iguais às noites. Essa variação da temperatura
depende dos seguintes factores:

A latitude

Uma vez que a temperatura diminui do Equador para os pólos,


pois quanto maior é a latitude maior é a inclinação dos raios
solares.

A continentalidade

Que é a proximidade/afastamento do mar- as diferenças das


características físicas das extensas massas de terra e de mar
levam a que nas regiões litorais, a proximidade do mar atenue as
amplitudes térmicas anuais, enquanto nas regiões mais
afastadas do mar os contrastes térmicos entre o inverno e o
verão são mais acentuados.

42
As correntes marítimas

Ao transportarem grandes massas de água fria ou quente podem


influenciar a variação anual das temperaturas nas regiões
litorais.

A altitude

Uma vez que a troposfera é aquecida principalmente pela


radiação infravermelha proveniente da superfície da terra, a
temperatura diminui com a altitude, embora esta diminuição
não seja regular, variando de acordo com a localização e a
exposição geográfica dos lugares.

b) A precipitação

A distribuição da precipitação à superfície da terra é muito


desigual. Existem lugares que recebem em média menos de 100
mm de precipitação por ano e outros que ultrapassam os 2000
mm de precipitação. Os oceanos recebem 77% da precipitação e
os continentes apenas 23%. A distribuição geográfica da
precipitação anual é influenciada pelos seguintes factores:

i) a latitude- em evidente relação com a distribuição das zonas


de baixas e altas pressões;

ii) a proximidade/afastamento do mar (continentalidade)- uma


vez que a localização das faixas de altas e baixas pressões e as
características das massas de ar associadas, condicionam os
níveis de precipitação;

iii) a altitude- pois o ar contendo humidade, ao sofrer uma


ascensão provocada pelo relevo ou pela circulação nos centros
de baixas pressões , pode condensar-se por ter arrefecido ao
subir, e originar nuvens e posteriormente precipitação.

No mundo e em Moçambique em particular, a repartição da


população não acompanha de modo regular a distribuição da
precipitação, porém, podemos concluir que as maiores
concentrações humanas se localizam em regiões onde a
precipitação é regular e moderada. As regiões de clima bastante
rigoroso são repulsivas aos assentamentos humanos, salvo por
factores sócio-económicos e culturais. Por exemplo, apesar do
clima tropical seco que ocorre à sul da província de Tete e quase
todo o interior das províncias da região sul do país, ocorrem

43
assentamentos populacionais mercê dos factores sócio-
culturais.

c) O relevo

No geral, as grandes cadeias montanhosas constituem regiões


de fraca densidade populacional. Mais de 80% da humanidade
vive abaixo dos 500 metros de altitude e apenas 8.5% vive acima
dos 1000 metros (LEMOS, 2002).

À medida que aumenta a altitude, a temperatura diminui, a


pressão atmosférica e a quantidade de oxigénio, fenómenos
suficientes provocarem transtornos no organismo humano,
reduzindo as suas capacidades físicas.

A prática da agricultura torna-se difícil, devido às baixas


temperaturas, ao acidentado dos terrenos e à pobreza dos solos,
frequentemente arrastados pelas águas de escorrência.

De forma geral as regiões montanhosas constituem obstáculos à


permanência das actividades humanas.

Em Moçambique, a disposição do relevo caracteriza-se em


forma de escadaria, ou seja, do interior para a costa, encontram-
se as montanhas, altiplanaltos, planaltos e planícies. Portanto
com essa disposição do relevo os quantitativos populacionais
vão aumentando na mesma direcção, ou seja, do interior à costa
encontram-se concentrações populacionais cada vez mais
elevada.

d) O solo

As regiões de solos férteis ou áreas onde o intenso trabalho de


sucessivas gerações conseguiram transformar solos pouco
férteis em terras produtivas são normalmente focos de
densidade populacional elevada.

Os vales fluviais, as planícies aluviais e os deltas de muitos rios,


para além de constituírem áreas de concentração populacional
por excelência, pois a produtividade agrícola é muito elevada,
são também eixos de circulação e de trocas privilegiados.

As regiões áridas ou de solos pedregosos e pobres são áreas


onde a densidade populacional é muito baixa.

44
e) A vegetação e fauna

As regiões com maior densidade florestal e faunística são, em


regra, repulsivas e de difícil ocupação, pelo que se verifica uma
grande rarefacção da população.

f) A água

A água é um recurso natural indispensável à vida. A sua


desequilibrada distribuição pelo planeta tem sido fonte de
tensões e conflitos entre povos, sobretudo nas regiões onde a
escassez é mais persistente. Essa é a razão por que a população
tende a concentrar-se ao longo de grandes artérias fluviais onde
o acesso a água é mais fácil. Muitas cidades no mundo tiveram
origem na proximidade de rios e seus estuários por esses
constituírem também vias de comunicação por excelência.

B. Factores sócio-económicos

Esse grupo de factores inclui também os aspectos humanos.

a) Os locais de antigas civilizações

Os grandes focos populacionais localizam-se em áreas


geralmente favoráveis, tanto pelo clima como pelo relevo.
Todavia as concentrações populacionais são, antes de mais, o
produto de uma longs e complexa permanência do homem
nesses locais, que remonta aos primeiros tempos de
sedentarização. A presença de civilizações antigas é um factor
que ajuda a explicar as actuais densidades de algumas regiões.

b) As bacias industriais

A indústria, desde os finais do século XVIII, e o sector terciário


são mais recentemente as actividades que mais têm contribuído
para a concentração da população e para a formação de grandes
aglomerações urbanas.

Historicamente, numa primeira fase, a concentração


populacional decorreu ao longo das bacias industriais e minerais
para rapidamente, numa segunda fase fase se expandir por
regiões igualmente atractivas para as actividades económicas.
Facilitadas pelo desenvolvimento dos caminhos-de-ferro, pelo
barco à vapor e mais tarde pelo automóvel e pelo avião, a
indústria e as actividades terciárias provocaram migrações

45
maciças de população sem precedentes, a mistura de povos e a
intensificação da ocupação do espaço.

Em geral, as actividades económicas beneficiaram do


alargamento dos horizontes de localização proporcionados pela
expansão espacial de infraestruturas de transportes e pelo
desenvolvimento das telecomunicações, o que lhes permitiu
melhorar a mobilidade e continuar a contribuir para a
concentração populacional de novas áreas economicamente
activas.

Em Moçambique, o factor concentração e expansão das bacias


industriais nas três principais cidades regionais importantes
(Maputo, Beira e Nampula) contribuiu significativamente para
atrair maiores concentrações populacionais, tendo contribuído
para o maior alastramento dessas cidades para novas zonas de
expansão.

c) Vias de comunicação e de transportes

As vias de comunicação e os transportes desempenham um


papel fundamental na distribuição da população, pois exercem
um forte poder de atracção sobre as actividades económicas e
sobre as populações. As vias de caminho-de-ferro, por exemplo
enquanto eixos pesados de transportes têm representado
importantes linhas orientadoras do crescimento urbano e áreas
de elevada concentração populacional, para além de estarem
associadas à localização da actividade industrial. O litoral, os
grandes lagos e os rios navegáveis são, regra geral, áreas onde
as densidades populacionais são muito elevadas, pois
constituem, entre outras razões boas vias de comunicação.

C) Factores demográficos

Ao falarmos de factores demográficos referimo-nos aos


indicadores demográficos (taxas natalidade e de mortalidade) e
movimentos migratórios.

De acordo com Lemos (2002) em 1800 a população mundial não


ultrapassava os mil milhões. Em 130 anos a população aumentou
para 2 mil milhões e em apenas 33 anos (1927-1960) atingiu os
3 mil milhões de seres humanos. Em 1974 a população mundial
passou a ser de 4 mil milhões, tendo atingido os 5 mil milhões de
habitantes em 1987. Hoje, a população mundial supera os 7 mil
milhões de habitantes, apesar dos efeitos do COVID-19 e,

46
segundo Lemos (2002: 22) até ao ano 2050 a população pode
crescer para 8900 milhões.

a) Natalidade (N) e taxa de natalidade (TN)

A Natalidade é o número total de nados vivos ocorridos durante


o ano.

A Taxa de Natalidade também conhecida por taxa bruta de


natalidade é o número de nados vivos por cada mil habitantes
durante um ano, cuja fórmula de cálculo é:

𝑁𝑜. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐


𝑇𝑁 = x 1000
Pop.total

b) Mortalidade (M) e Taxa de Mortalidade (TM)

A mortalidade é o número total de óbitos ocorridos durante o


ano.

A Taxa de Mortalidade é o número de óbitos por cada mil


habitantes durante um ano, cuja fórmula de cálculo é:

𝑁𝑜. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠


𝑇𝑀 = x 1000
Pop.total

c) Taxa de Crescimento Natural (TCN)

Define-se como a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa


de mortalidade. A fórmula de seu cálculo é:

TCN = TN-TM

d) Taxa geral de fertilidade

É dada pelo número de filhos nados vivos por mil mulheres em


idade fértil (15-49 anos). O crescimento natural ou saldo
fisiológico representa o aumento da população obtido pela
diferença entre a taxa bruta de natalidade e a taxa bruta de
mortalidade.

e) Fecundidade Natural

É obtida pelo número de filhos que uma mulher pode ter ao


longo do seu período de fertilidade.

47
f) Taxa bruta de fertilidade

É dada pelo número de filhos que nascem numa geração de


mulheres em idade fértil.

g) Taxa de mortalidade infantil ou mortalidade infantil-

Representa o número de crianças que morrem durante o


primeiro ano de vida por mil nados vivos, isto é, crianças que
morrem entre os zero e um ano de vida por cada mil crianças
nascidas vivas.

D) As migrações

Fonte: https://exame.abril.com.br/mundo/mais-de-
100-migrantes-desaparecem-apos-naufragio-na-libia/

Migração- é a deslocação de uma população,


temporária ou definitivamente, de uma área para a
outra. A migração ocorre entre dois pontos. Nos lugares
de saída, ela recebe a designação de Emigração. E, nos
lugares de chegada designa-se de Imigração.

Êxodo rural- é o movimento migratório da população


das áreas rurais para as áreas urbanas.

As migrações assumem importância na evolução da


população pois elas influem directa ou indirectamente
em todos os aspectos demográficos. Os movimentos
migratórios acontecem por vontade própria dos
indivíduos ou por factores sócio-económicos, políticos
e culturais que levem com que grupos de indivíduos se
desloquem a procura de novos assentamentos
humanos.

48
Lembre-se, vimos anteriormente que as origens do
povo moçambicano estão associados aos movimentos
de diversos povos Bantu que, por necessidades de
extensão dos campos de cultivo e produção de diversos
instrumentos de trabalho. A esses movimentos
chamam-se migrações.

Causas das migrações

Entre os vários factores das migrações destacam-se os


seguintes:

i) Naturais

O homem sempre precisou de se deslocar por razões de


ordem natural com objectivo de encontrar melhores
formas de subsistência ou para assegurar a sua
protecção. A infertilidade dos solos, os climas hostis
têm levado o homem a deslocar-se em busca de
melhores terras e de climas mais propícios à vida
humana. No nosso país (Moçambique), caro estudante
é do seu conhecimento que tem ocorrido eventos
climáticos desastrosos que obrigam a população a
deslocar-se das suas terras de origem para fixarem-se
em terras relativamente seguras. Os últimos eventos
climáticos, a título de exemplo que devastaram o
território nacional deram-se no ano de 2019,
designadamente os ciclones Idai (no centro do país) e
Kenneth (no norte do país), nos meses de Março e Abril,
respectivamente.

ii) Histórico-culturais

Constituem este grupo de factores os seguintes: as


invasões e guerras levando deslocações de enormes
efectivos humanos. O comércio de escravos que
durante séculos mexeu com a estrutura social, histórica
e cultural dos povos assumiu papel significativo na
deslocação da população com efeitos tanto nos locais
de partida quanto nos de chegada. Em Moçambique, a
estrutura social da sociedade influi na concentração da
população em determinadas regiões movidos pela
história das civilizações, da cultura dos povos
(regulados, chefes tribais, etc).

49
iii) Sócio-económicos e políticos

Alguns dos factores sociais, económicos e políticos são:


uniões maritais, emprego e trabalho, guerras étnicas e
outros tipos de conflitos. Os casamentos ou uniões
maritais, tanto em comunidades patrilineares quanto
em matrilineares levam à movimentação dos nubentes
para ocuparem novas terras. A necessidade de busca de
melhores empregos e melhor remunerados é uma das
razões que levam às migrações da população, por
exemplo o êxodo rural e o movimento da força de
trabalho para os países vizinhos (África do Sul). A
instabilidade política decorrente no centro e norte de
Moçambique mercê dos conflitos protagonizados por
indivíduos armados que desestabilizam a economia
nessas regiões é um dos factores políticos que causa as
migrações da população, além das taxas de mortalidade
que lá ocorrem.

Tipos de migrações

Nem todas as migrações se traduzem numa mudança


permanente de lugar habitual de residência. Assim,
estas podem ser classificadas quanto a duração e
quanto ao destino.

Classificação das migrações quanto a duração

Essas podem ser definitivas e temporárias.

As migrações definitivas

São aquelas que implicam uma nítida mudança de


residência e o estabelecimento permanente noutro
local, como ilustra a figura abaixo, retratando cenário
de migrantes jovens Líbios atravessando o Mar
Mediterrâneo para a Europa, muitas vezes em
condições extremamente arriscadas. Esse é um dos
exemplos de migração por motivações políticas
(conflitos armados) e que as pessoas deixam seus
territórios com alguma incerteza para as terras
europeias definitivamente.

50
Figura 2. Migrações usando barcos. Fonte: https://veja.abril.com.br/mundo/pacto-
mundial-para-a-migracao-da-onu-e-aprovado-formalmente/

As migrações temporárias

Quando o local de residência permanente é mantido enquanto


o migrante se ausenta por um período de trabalho noutro país
ou região diferente do mesmo país (movimentos efémeros).
Essas migrações subdividem-se em sazonais, por exemplo as que
ocorrem quando as pessoas se deslocam em colheitas, na
transumância, quando ocorre regularmente na mesma época do
ano, como ilustra a figura abaixo.

51
Figura 3. Colheita de tomate. Fonte:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tomate/arvore/CONT000fa2qor2s02wx
5eo01xezls7w6otgc.html

Classificação das migrações quanto ao destino

As migrações podem ser internas e internacionais.

As migrações internas

Ocorrem quando as deslocações se realizam dentro de um país


ou de uma área restrita, das quais se destacam, pela sua
importância e impacto, os movimentos migratórios campo-
cidade, designados por êxodo rural. As migrações campo –
cidade ou êxodo rural são a principal migração interna do nosso
país. Os nossos centros urbanos, apesar do seu ainda fraco
desenvolvimento em infraestruturas sócio-económicas, têm
constituído factor de atracção da população rural, devido a
alguns dos seguintes factores: o desequilíbrio no
desenvolvimento económico entre a cidade e o campo; procura
de melhores condições de vida nas cidades, nomeadamente
emprego, escolas, hospitais e outros serviços; calamidades

52
naturais que afectam o campo; as guerras que foram intensas no
campo.

As migrações internas podem ser inter-provinciais, inter-


distritais e pendulares. As primeiras realizam-se entre uma
província e outra, motivadas pelas diferenças no
desenvolvimento económico e social. Ex: entre as províncias de
Maputo e Niassa, Maputo e Gaza, Maputo e Inhambane, Maputo
e Tete, Sofala e Gaza, etc.

As migrações inter-distritais

Realizam-se geralmente entre distritos limítrofes,


principalmente quando se verifica um nível de desenvolvimento
desequilibrado. Ex: as províncias de Nampula, Zambézia, Sofala,
Manica, Cabo Delgado, Maputo e Gaza, registam maiores fluxos
migratórios porque os distritos destas províncias possuem
unidades industriais e complexos agrários que necessitam de
mão-de-obra.

As migrações pendulares

Realizam-se no quotidiano das pessoas para os serviços,


mercados, escolas, etc.

As migrações internacionais

Ocorrem quando as deslocações envolvem indivíduos ou


famílias que atravessam fronteiras nacionais, para se
estabelecerem num país diferente. São os casos das migrações
de moçambicanos para os países vizinhos por diversas razões:
diplomáticas, sociais, profissionais, políticas, etc.

As características dos movimentos migratórios têm vindo a


evoluir, principalmente no que diz respeito à sua composição
por idade e por sexo. Recentemente uma percentagem
crescente do fluxo de emigração para as zonas urbanas é
constituída por mulheres e que os indivíduos que migram,
independentemente do sexo, o fazem para melhorar o bem-
estar e a capacidade da sobrevivência da família. São, sobretudo
jovens entre os 15 e os 24 anos que procuram o primeiro
emprego e adultos ainda jovens o principal contingente de
emigrantes e pertencem, em geral, a famílias pobres e
numerosas (LEMOS, 2002).

53
As migrações internacionais têm como causas: atracção pelos
países vizinhos; melhores condições de vida; facilidade de
emprego; salários competitivos; as guerras nos locais de origem
(ou emissores); as calamidades naturais nos locais emissores;
etc.

O diagrama abaixo ilustra, de forma resumida, a classificação das


migrações:

MIGRAÇÕES

Duração Destino

Definitivas Temporárias Internas Internacionais

Pendulares, inter- Regionais (SADC,


prov. e inter- p.ex.)
distritais Inter-continentais

Fonte: Adaptado de Lemos (2002).

Consequências das migrações da população moçambicana

No lugar/região de saída ou da emigração

Há tendência da diminuição da população, sobretudo, a mais


jovem;
− redução da taxa de natalidade;
− redução da mão-de-obra;
− fraca produção e produtividade.

No lugar/região de chegada ou da imigração

Nota-se um aumento acelerado da população;

54
− ocupação descontrolada e desordenada dos espaços físicos;
− mão-de-obra excedentária e barata;
− carência de vários serviços económicos, sociais, culturais,
como consequência surge o desemprego, a fome, a miséria, a
marginalidade, a criminalidade, a prostituição, etc.
− sobrecarga das infra-estruturas, tais como: as escolas, os
hospitais, etc., acelerando a sua deterioração e destruição;

− desequilíbrios ecológicos.
EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. A população moçambicana distribui-se de forma desigual


devido a:

a) Heterogeneidade territorial das condições de sobrevivência


humana

b) Nenhuma alternativa

c) Homogeneidade territorial das condições humanas

d) Heterogeneidade e homogeneidade das condições de


habitabilidade.

2. As regiões que reúnem condições óptimas de habitabilidade


humana designam-se por:

a) Nenhuma alternativa

b) Anecúmenas

c) Ecúmenas

d) Hostís

3. Os factores físico-naturais da distribuição da população em


Moçambique são:

a) Relevo, indústria e água

b) Água, lojas e clima

c) Clima, relevo e solo

d) Nenhuma alternativa

55
4. O Clima, actua na distribuição da população em Moçambique
através dos seus principais elementos:

a) Precipitação, solo e atmosfera

b) Precipitação, vento e temperamento

c) Temperatura, vento e precipitação

d) Nenhuma alternativa

5. Dos factores sócio-económicos de distribuição da população


mencionam-se os seguintes:

a) Locais de antigas civilizações e bacias de solos

b) Locais de antigas civilizações e bacias industriais

c) Nenhuma alternativa

d) Locais de antigas civilizações e zonas afectadas pela COVID-19

6. Os factores demográficos actuantes na distribuição da


população moçambicana são:

a) Taxa de natalidade e migrações

b) Nenhuma alternativa

c) Qualidade de solo e meio ambiente

d) Taxa de mortalidade e chuva

6. A Taxa de crescimento natural da população define-se como:

a) A diferença entre a taxa de mortalidade e a taxa de natalidade

b) A diferença e quociente de taxa de natalidade e a taxa de


mortalidade

c) O produto e a soma de taxa de mortalidade e a taxa de


crescimento natural da população

d) A diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade

56
7. A taxa de fertilidade define-se como:

a) O número de homens com que uma mulher pode casar

b) O número de filhos que uma mulher pode nascer

c) Nenhuma alternativa

d) O número de filhos que nascem numa geração de mulheres


em idade fértil.

8. As migrações são caracterizadas por:

a) Entradas e viagens das pessoas

b) Nenhuma alternativa

c) Emigração e imigração de pessoas

d) Imigração, emigração e saídas de pessoas mais jovens para as


minas da África do Sul

9. A imigração é:

a) Nenhuma alternativa

b) Saída das pessoas de uma região para a outra

c) Entrada de pessoas provenientes de certas regiões

d) Entrada e saída de pessoas em determinadas regiões

10. A emigração é:

a) Saída e entrada de pessoas com idade escolar

b) Nenhuma alternativa

c) Saída de pessoas de uma região para a outra

d) Deslocação das pessoas com maior idade

SOLUÇÕES

1.a); 2.c); 3.c); 4.c); 5.b); 6.a); 7.d); 8.c); 9.c); 10.c)

57
CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Explique a influência do factor solo na distribuição da


população moçambicana.

2. Como se explica que a Indústria seja factor de localização da


população nas cidades em Moçambique?

3. Como se calcula a Taxa de Mortalidade?

4. Como se classificam as migrações decorrentes em


Moçambique?

5. Mencione as consequências das migrações em Moçambique,


sendo, 2 nos locais de saída e 2 nos locais de chegada.

SOLUÇÕES

1. O solo é um factor físico-natural. Ele actua como um elemento


atractivo da população, na medida em que quanto mais fértil
este for, maior será a procura por parte da população para
garantir o desenvolvimento da agricultura. Quanto menos fértil
será um elemento repulsivo para as actividades de subsistência
da população.

2. A indústria é factor sócio económico importante para a


concentração da população nas cidades moçambicanas, pois, a
história de surgimento e evolução das principais cidades no país
esteve associado a instalação das indústrias que, gradualmente
foram atraindo operários provenientes das zonas rurais,
contribuindo assim para a ocorrência de maiores aglomerados
populacionais.

3. A Taxa de Mortalidade calcula-se mediante a seguinte


fórmula:

𝑁𝑜. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠


𝑇𝑀 = x 1000
Pop.total

4. As migrações em Moçambique classificam-se quanto a


duração e quanto ao destino. Quanto a duração, estas podem de
ser definitivas e temporárias. E quanto ao destino podem ser
internas e internacionais.

58
5. As consequências das migrações em Moçambique, sendo, 2
nos locais de saída e 2 nos locais de chegada, são:

No local de saída:

Despovoamento; baixa produção

No local de chegada

Superpovoamento; criminalidade

Unidade Temática 2.3. Estrutura etária, sexual e sectorial da


população de Moçambique

Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia/piramide-etaria

Introdução

Caro estudante, após nos debruçarmos acerca dos factores de


distribuição da população em Moçambique, é chegado o
momento de falarmos da estrutura etária, sexual e sectorial da
população de Moçambique. O estudo da estrutura etária, sexual
e sectorial permite-nos conhecer os grupos de idades, sexo e
sectores de actividades em que a população está inserida com
vista a efectuar uma planificação consciente.

59
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Dominar os conceitos associados ao estudo da


estrutura etária, sexual e sectorial da
população
✓ Caracterizar estrutura etária, sexual e sectorial
da população
Objectivos ✓ Explicar a pirâmide etária de Moçambique
Específicos

A estrutura etária e sexual da população define-se como a


composição da população por grupos de idades e sexo. O estudo
da estrutura da população é importante porque oferece um
conjunto de dados sócio-económicos, demográficos, tais como:
proporção da população por grupos de idades e por sexo;
proporção de grupos de idades em condições de trabalho;
classes etárias que constituem encargos para o resto da
sociedade, (crianças e velhos); classes etárias em condições de
procriar, dando noção da taxa de natalidade e de fecundidade;
permite realizar projecções sobre efectivos escolares, daqueles
que estão aptos para o mercado de trabalho, a mortalidade, o
crescimento natural da população e muito mais. A estrutura
etária reflecte o comportamento das variáveis demográficas tais
como fecundidade, mortalidade, esperança média de vida,
movimento migratórios e determinados factos da história de um
país (guerras, epidemias, crises económicas, migrações, etc).

A população moçambicana é constituída basicamente por


jovens, sendo cerca de 44% com idade inferior aos 15 anos, 32,2
% entre 15 e 24 anos de idade. Por sua vez a proporção de idosos
com idades superiores a 65 anos é apenas de 2,9%. A idade
mediana é de 17.5 anos, o que significa que metade da
população tem idade inferior a esta cifra. Existe uma ligeira
diferença entre a proporção de homens e de mulheres, sendo
52,1% de habitantes de sexo feminino e 47,9% de sexo
masculino. Mas à medida que as idades aumentam a diferença
da proporção entre homens e mulheres vai sendo maior.

A Esperança Média de Vida, que em 1975 rondava os 63 anos,


atinge, em 2009, os 72 anos (69 para homens; 75 para as
mulheres). A Taxa de Mortalidade Infantil, que em 1975 rondava

60
os 1100/00 nascimentos vivos, representava, em 2004, um valor
de 200/00 (440/00 em 1990; 260/00 em 2000; 280/00 até aos 5
anos em 2010), valor inferior às taxas de outros países de
categoria de rendimento semelhante.

A Taxa de Crescimento da População, dependente dos fluxos


migratórios, situou-se, no decénio 2001-2010 (data do último
censo populacional) em cerca de 1,2% ao ano (cerca de 2,4% em
1991-2000; previsão 2010-2015: 0,9%). Em 2010, os agregados
familiares eram constituídos, em média, por 3,9 membros (4,3
no meio rural, com 44% da população, e 3,6 no meio urbano,
com 56% da população) e uma Fertilidade Média de 3,38
nascidos por mulher (AIP-FCE, 2011).

O estudo da estrutura etária e sexual da população é feito


através de Pirâmides Etárias. As pirâmides etárias são gráficos
que representam a estrutura etária de uma população ou seja, a
distribuição da população em função do ano de nascimento
(idade) e sexo.

Características das pirâmides etárias

Uma pirâmide etária é composta por grupos etários, classes


etárias e classes ocas. Grupos etários- a população é
normalmente dividida em três grandes grupos etários: Jovens,
adultos e idosos, com idades abaixo de 15 anos, entre 15 e 64
anos e com mais de 65 anos, respectivamente. As classes etárias
são conjuntos de 5 anos que agrupam efectivos de uma
população por idades e sexo, por exemplo: classes etárias dos 0-
4, 5-9, 10-14, 15-19, 20-24, etc. As classes ocas são as classes
etárias que apresentam uma redução do número de efectivos
relativamente às classes etárias vizinhas. Geralmente resultam
de comportamentos excepcionais das variáveis demográficas
tais como: intensos movimentos migratórios; aumento da
mortalidade por grandes epidemias ou conflitos armados;
diminuição da natalidade em consequência de crises económicas
e/ou outros factores. O Índice de Masculinidade (IM) é o
número de homens existentes por cada cem mulheres e por
cada classe etária. A fórmula de seu cálculo é:

𝑁𝑜.𝐻𝑜𝑚. 𝑛𝑎 𝑐𝑙𝑎𝑠. 𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑌


IM = 𝑁𝑜.𝑑𝑒 𝑀𝑢𝑙ℎ.𝑛𝑎 𝑐𝑙𝑎𝑠.𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑌 x 100

Analisando as duas pirâmides etárias abaixo, temos:

61
- A base é larga, o que significa que a proporção de crianças e
jovens é maior e isto mostra, que as taxas de natalidade e
fecundidade são altas;

- A proporção de adultos e velhos vai se estreitando ao longo do


corpo até ao topo da pirâmide, reflectido a reduzida esperança
de vida;

- A população de sexo feminino está em maior proporção que a


do sexo masculino.

Concluindo, a população moçambicana é jovem e, é típica de um


país em desenvolvimento;

Construção de pirâmides etárias

Para a construção de pirâmide etária procede-se da seguinte


maneira: coloca-se, na coluna vertical são colocados os grupos
etários (geralmente grupos de 5 anos), começando por zero na
base e terminando, no topo, com 65 anos ou mais. No eixo
horizontal é colocada a percentagem de cada grupo etário, para
o sexo masculino à esquerda do eixo vertical, e para o feminino
à direita do mesmo eixo. A mesma pirâmide representa
igualmente, como vimos, a estrutura sexual da população.

As duas figuras que abaixo se apresentam o tipo de pirâmides da


população de Moçambique em anos diferentes. Esse tipo de
pirâmide chama-se Expansiva. Uma pirâmide expansiva
caracteriza-se por uma base larga e o topo estreito ou seja, a
base larga representa o maior efectivo de população jovem
(homens e mulheres) e o topo estreito representa baixo efectivo
de população idosa.

62
Homens Mulheres

Figura 4. Pirâmide etária de Moçambique, 2007. Fonte: Adaptado de Tsandzana


(2010) a partir dos dados do INE (2007).

Figura 5. Pirâmide etária de Moçambique. Fonte:


https://www.populationpyramid.net/pt/mo%C3%A7ambique/2
017/

63
Unidade Temática 2.4: Importância do estudo da população

Introdução

Nesta unidade temática, caro estudante irá compreender a


importância do estudo da população. Esta unidade é a súmula
das discussões levantadas anteriormente sobre os factores da
distribuição espacial da população moçambicana, indicadores
demográficos e sobre as pirâmides etárias.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Compreender a importância do estudo da


população
✓ Explicar a importância do estudo da
população.
Objectivos
Específicos

O estudo da população é muito importante para se ter o conhecimento


do seu efectivo em termos de composição da sua distribuição e de
acontecimentos como mortalidade, natalidade/fecundidade e migrações,
que provocam alterações nos primeiros.
Ora o conhecimento desses elementos relativos à população permite
definir de maneira correcta a política da população e efectuar adequada
planificação da economia e das diversas actividades destinadas à
população. Por exemplo, é importante conhecer se o efectivo da
população para se planificar o número de hospitais, o número de criança
idade escolar para se determinar o número de escolhas necessárias o
número de idosos para se planificar acções de assistência social, etc.

Referências bibliográficas

1. Anónimo. Capítulo I- Características gerais do país e


metodologia. s/d.
2. Andrade, X., Garcia, P. e Nurgaliev, K. Geografia Económica-
Manual da 11ª classe. v.2, Maputo, Faculdade de Letras,
Departamento de Geografia- Universidade Eduardo Mondlane,
1981.

64
3. Instituto de Educação Aberta e à Distância [IEDA]. Geografia-
Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD) 1º ciclo.
Módulo 5, Moçambique, CEMOQE, 2017.
4. __________. Programa do Ensino Secundário à Distância
(PESD)- Material de estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
5. Lemos, J. População e povoamento- Geografia 3º Ciclo, v.3,
Lisboa, Plátano Editora, 2002.
6. Ministério da Educação. Atlas Geográfico. V. 1, 2ª edição,
revista e actualizada, Suécia, 1986.
7. Tsandzana, A.F. Atlas sócio-demográfico de Moçambique
(1997-2007)-uma abordagem SIG. Trabalho de projecto
apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Estatística e Gestão de Informação- Instituto Superior
de Estatística e Gestão de Informação (Universidade Nova de
Lisboa). Lisboa, 2010.

EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. Pirâmide etária define-se como:


a) Nenhuma alternativa
b) Gráfico que representa a estrutura vertical da população
c) Gráfico que representa a estrutura da população por idades e
sexo
d) Gráfico que representa a estrutura horizontal da população
por sexo e altura

2. A pirâmide etária da população moçambicana é tipo:


a) Exponencial
b) Expansiva
c) Nenhuma alternativa
d) Experimental

3. A pirâmide expansiva caracteriza-se por ter:


a) Uma base estreita e topo estreito
b) Uma base estreita e topo largo
c) Uma base larga e topo estreito
d) Nenhuma alternativa

4. Numa pirâmide etária, a base larga e topo estreito significa


que:
a) A maior parte da população desse país é velha
b) A maior parte da população desse país é jovem envelhecida

65
c) A maior parte da população desse país é jovem
d) Nenhuma alternativa

5. O estudo da estrutura etária e sexual da população permite-


nos:
a) Conhecer a proporção da população por grupos de idades e
por sexo com vista a uma melhor planificação
b) Nenhuma alternativa
c) Conhecer a proporção da população por grupos trabalhadores
com vista a uma melhor planificação
d) Conhecer a proporção de jovens camponeses e pescadores
com vista a uma melhor planificação.

6. A taxa de crescimento da população depende de:


a) Fluxo migratório de velhos
b) Fluxo migratório de jovens com menor idade
c) Nenhuma alternativa
d) Fluxo migratório de jovens

7. O estudo da população permite o conhecimento de:


a) Nenhuma alternativa
b) Seu efectivo em termos de sua composição da sua distribuição
e de acontecimentos como mortalidade,
natalidade/fecundidade e migrações
c) Seu efectivo em termos de sua composição dos homens
d) Seus campos de cultivo

8. Ao construir pirâmide etária, o efectivo de homens, sempre


representa-se no lado:
a) Direito
b) Nenhuma alternativa
c) Esquerdo
d) Ambos

9. Nos fluxos migratórios, o superpovoamento se verifica:


a) Nos locais de trânsito
b) Nos locais de chegada
c) Nos locais de partida
d) Nenhuma alternativa

10. O conhecimento da estrutura etária e sexual da população


permite:
a) A definição das políticas públicas sectoriais nacionais
b) A definição de políticas de descentralização nacional

66
c) A definição de políticas análogas ao desenvolvimento de um
país
d) Nenhuma alternativa

SOLUÇÕES
1.c); 2.b); 3.c); 4.c); 5.a); 6.d); 7.b); 8.c); 9.b); 10.a).

CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Por que razão depois de 1980, em Moçambique só veio a se


realizar o II Recenseamento Geral da População em 1997?
2. Que variáveis essenciais compõem uma pirâmide etária?
3. Que importância tem o conhecimento da estrutura etária e
sexual da população, para a educação em Moçambique?
4. Por quê a base da pirâmide etária e sexual da população
moçambicana é larga?
5. O que é uma pirâmide expansiva?

SOLUÇÕES
1. Os Recenseamentos realizam-se, geralmente de 10 em 10
anos. Em Moçambique o factor guerra civil foi determinante
para o incumprimento dessa periodização.
2. Uma pirâmide etária é composta por duas variáveis essenciais:
sexo e idade.
3. Para o sector educacional em Moçambique, o conhecimento
da estrutura sexual e etária da população permite planificar o
número de professores, escolas, salas de aulas, material escolar,
em função do número de pessoas em idade escolar.
4. A base da pirâmide etária e sexual da população moçambicana
é larga porque tem maior número de jovens, o que o torna um
país também jovem.
5. Uma pirâmide expansiva é aquela que apresenta uma base
larga e o topo estreito, típico de Moçambique.

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO- DEZ QUESTÕES FECHADAS


1. O estudo da população preocupa-se em responder às
seguintes questões:
a) O que as pessoas consomem para viver?
b) Quantos animais de estimação as pessoas têm nos seus
quintais?
c) Quantos somos e em que condições vivemos?
d) Nenhuma alternativa

67
2. A população define-se como:
a) Conjunto de rochas em determinado espaço
b) Conjunto de crianças em idade escolar e que vivem nas zonas
rurais
c) Nenhuma alternativa
d) Conjunto de indivíduos que vivem num determinado espaço
geográfico.
3. Entre as áreas de estudo Geografia Económica, estão as:
a) Nenhuma alternativa
b) Migrações populacionais
c) Minas de carvão obsoletas
d) Migrações dos peixes

4. Os factores físico-naturais da distribuição da população em


Moçambique são:

a) Relevo, indústria e água

b) Água, lojas e clima

c) Clima, relevo e solo

d) Nenhuma alternativa

5. O Clima, actua na distribuição da população em Moçambique


através dos seus principais elementos:

a) Precipitação, solo e atmosfera

b) Precipitação, vento e temperamento

c) Temperatura, vento e precipitação

d) Nenhuma alternativa

6. Dos factores sócio-económicos de distribuição da população


mencionam-se os seguintes:

a) Locais de antigas civilizações e bacias de solos

68
b) Locais de antigas civilizações e bacias industriais

c) Nenhuma alternativa

d) Locais de antigas civilizações e zonas afectadas pela COVID-19

7. Pirâmide etária define-se como:


a) Nenhuma alternativa
b) Gráfico que representa a estrutura vertical da população
c) Gráfico que representa a estrutura da população por idades e
sexo
d) Gráfico que representa a estrutura horizontal da população
por sexo e altura

8. A pirâmide etária da população moçambicana é tipo:


a) Exponencial
b) Expansiva
c) Nenhuma alternativa
d) Experimental

9. A pirâmide expansiva caracteriza-se por ter:


a) Uma base estreita e topo estreito
b) Uma base estreita e topo largo
c) Uma base larga e topo estreito
d) Nenhuma alternativa

10. Numa pirâmide etária, a base larga e topo estreito significa


que:
a) A maior parte da população desse país é velha
b) A maior parte da população desse país é jovem envelhecida
c) A maior parte da população desse país é jovem
d) Nenhuma alternativa

SOLUÇÕES
1.c); 2.d); 3.b); 4.c); 5.c); 6.b); 7.c); 8.b); 9.c); 10.c).

AUTO-AVALIAÇÃO- CINCO QUESTÕES ABERTAS


1. Explique, porquê a Geografia da População se interessa pelos
estudos populacionais?
2. As migrações Ngoni estiveram associados a alguns factores,
tendo influenciado a estrutura da população moçambicana no
norte. Fundamente.

69
3. Explique a influência do factor solo na distribuição da
população moçambicana.

4. Como se explica que a Indústria seja factor de localização da


população nas cidades em Moçambique?
5. Por que razão depois de 1980, em Moçambique só veio a se
realizar o II Recenseamento Geral da População em 1997?

SOLUÇÕES
1. R%. A Geografia da População se interessa pelos estudos
populacionais porque a população é, simultaneamente a
produtora e consumidora da sua própria produção.
2. R%: O povo Ngoni vivendo no norte de Moçambique é
afectado por uma seca cíclica a partir de 1830. Esta seca
provocou fome e instabilidade entre vários chefes e suas
populações resultando na sua emigraram para o sul de
Moçambique e formaram o famoso Império de Gaza.

3. O solo é um factor físico-natural. Ele actua como um elemento


atractivo da população, na medida em que quanto mais fértil
este for, maior será a procura por parte da população para
garantir o desenvolvimento da agricultura. Quanto menos fértil
será um elemento repulsivo para as actividades de subsistência
da população.

4. A indústria é factor sócio-económico importante para a


concentração da população nas cidades moçambicanas, pois, a
história de surgimento e evolução das principais cidades no país
esteve associado a instalação das indústrias que, gradualmente
foram atraindo operários provenientes das zonas rurais,
contribuindo assim para a ocorrência de maiores aglomerados
populacionais.

5. Os Recenseamentos realizam-se, geralmente de 10 em 10


anos. Em Moçambique o factor guerra civil foi determinante
para o incumprimento dessa periodização.

TEMA III: ESTRUTURA SECTORIAL DA POPULAÇÃO EM MOÇAMBIQUE

70
Unidade Temática 3.1: Actividades do Sector Primário
Unidade Temática 3.2: Actividades do Sector Secundário
Unidade Temática 3.3: Actividades do Sector Terciário

Unidade Temática 3.1: Actividades do Sector Primário

Fonte:https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Imprensa/Noticias/Termina-
prazo-para-propostas-de-reactivacao-do-Complexo-de-Chokwe

Introdução

Nesta unidade temática, caro estudante, a nossa abordagem


será sobre as actividades do sector primário, da população
moçambicana.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conhecer as actividades do sector primário em


que a população moçambicana se encontra
enquadrada
✓ Explicar a distribuição geográfica das
actividades do sector primário.
Objectivos
Específicos

71
As actividades do sector primário compreendem o conjunto de
actividades que se dedicam à produção de matérias-primas que
são directa ou indirectamente consumíveis ou utilizáveis, tais
como: agricultura, mineração, pedreiras, pesca, caça e todas as
actividades que consistem no trabalho directo com a terra.

De acordo com IEDA (s/d) 82% da população moçambicana


dedica-se às actividades do sector primário.

Essas actividades encontram-se distribuídas por todo o território


nacional principalmente em regiões onde as condições
climatéricas, hipso e hidrométricas são favoráveis ao seu
desenvolvimento.

Unidade Temática 3.2: Actividades do sector secundário

Figura 6. Unidade fabril (Indústria). Fonte:


https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/layout/set/print/Imprensa/Noticias/Empresa-
Mocambicana-investe-50-milhoes-em-industria-de-panificacao

Introdução

Esta unidade temática dedica-se à apresentação das actividades


do sector secundário às quais a população moçambicana se
encontra enquadrada.

72
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conhecer as actividades do sector secundário


nas quais a população moçambicana se
encontra inserida
✓ Saber a distribuição dessas actividades pelo
território nacional.
Objectivos
Específicos

O sector secundário em Moçambique compreende 10% da


população activa que, maioritariamente se dedica a indústria e a
construção civil.

O sector secundário consiste na transformação dos produtos


extraídos no sector primário. As actividades manufactureiras,
indústrias transformadoras e de construção civil assumem papel

73
preponderante na empregabilidade de jovens e adultos,
contribuindo assim, para a redução dos índices de pobreza entre
a população.

As actividades do sector secundário no país estão distribuídas


por todo o território nacional, em função do tipo de recursos
existentes em cada região. As indústrias como o artesanato,
moageira e outras de pequena escala ocupam maior parte da
população rural e urbana. A indústria de grande escala localiza-
se nos principais centros urbanos do país, como veremos nas
unidades que se seguem.

Unidade Temática 3.3: Actividades do sector terciário

Figura 7. Infraestrutura de comunicação. Fonte:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Telecomunica%C3%A7%C3%B5es

Introdução

74
À semelhança das unidades temáticas anteriores, nesta unidade
iremos abordar o conjunto de actividades do sector terciário.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conhecer as actividades do sector terciário


✓ Saber a distribuição geográfica do sector
terciário
Objectivos
Específicos

O sector terciário em Moçambique compreende as actividades


dos serviços e de administração pública. Outras actividades
desse sector são as áreas dos transportes e comunicações e
comércio. O sector engloba os restantes 8% da população
moçambicana.

A distribuição geográfica dessas actividades encontra-se por


todo o território nacional. Por exemplo, a área dos transportes e
comunicações encontra-se largamente difundida pelo território
mercê da necessidade de estabelecer ligações entre as redes de
comunicações aéreas, terrestres e aquáticas. Os serviços de
administração pública também estão instalados por todos os
distritos, postos administrativos e localidades.

Referências bibliográficas

1. Andrade, X., Garcia, P. e Nurgaliev, K. Geografia Económica-


Manual da 11ª classe. v.2, Maputo, Faculdade de Letras,
Departamento de Geografia- Universidade Eduardo
Mondlane, 1981.
2. IEDA. Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD)- Material de
estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
3. Lopes, A. Geografia Econômica- Guia Estudo. Disponível em <
https://www.guiaestudo.com.br/geografia-economica >.
Acesso em 20 de Abril de 2020.

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS

75
1. A estrutura sectorial da população define-se como:
a) A organização da população em sectores de idade
b) Nenhuma alternativa
c) A organização dos jovens em grupos de estudo no período
pós-COVID-19
d) A organização da população por sectores de actividade

2. O sector primário é caracterizado por:


a) Nenhuma alternativa
b) Actividades de extracção directa dos recursos no solo
c) Actividades de transformação da matéria extraída do solo
d) Actividades de comercialização dos produtos agrícolas

3. As actividades agrícolas pertencem ao sector:


a) Secundário
b) Terciário
c) Nenhuma alternativa
d) Primário

4. As actividades do sector primário são:


a) Agricultura, mineração e comércio
b) Comércio, extracção de gás natural
c) Nenhuma alternativa
d) Mineração, agricultura e pecuária

5. Na agricultura extrai-se:
a) Papel, giz e madeira
b) Nenhuma alternativa
c) Alimentos, matéria-prima diversa e produtos comerciais
d) Alimentos, carvão mineral e carne

6. O sector secundário compreende:


a) Nenhuma alternativa
b) Todas as actividades de transformação e processamento das
matérias-primas do sector primário
c) Todas as actividades de processamento das matérias-primas
provenientes do sector terciário
d) Todas actividades de telecomunica

7. As outras actividades do sector secundário são:


a) Artesanato, indústria e construção
b) Nenhuma alternativa
c) Artesanato, construção e comércio
d) Comércio, artesanato e agricultura

76
8. O sector terciário compreende:
a) O comércio e serviços de pesca artesanal
b) O comércio e agricultura de subsistência de grande parte da
população moçambicana
c) O comércio e serviços diversos
d) Nenhuma alternativa

9. Os serviços de administração pública, pertencem ao sector:


a) Primário
b) Nenhuma alternativa
c) Quaternário
d) Terciário

10. O sector dos transportes e comunicações são importantes


para os outros sectores porque:
a) Dinamizam a mobilidade e estabelecimento de contactos
entre diferentes intervenientes dos restantes sectores.
b) Nenhuma alternativa
c) Dinamizam a morbidade dos povos e suas criações
d) Dinamizam a pobreza das zonas rurais em Moçambique
devido as suas dificuldades de locomoção.

SOLUÇÕES
1.d); 2.b); 3.d); 4.d); 5.c); 6.c); 7.a); 8.c); 9.d); 10.a).

AUTO-AVALIAÇÃO- CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. O que entende por estrutura sectorial da população?


2. Porquê a agricultura pertence ao sector primário?
3. A Indústria é uma actividade importante para a economia
nacional. Comente.
4. O sector dos transportes e comunicações pertence ao sector
terciário. Porquê?
5. Quais são as outras actividades que podem ser enquadradas
no sector terciário?

SOLUÇÕES
1. Estrutura sectorial da população é a organização da população
Ao em sectores de actividade, podendo ser sector primário,
secundário e terciário, além do quaternário (ainda não evoluído
em Moçambique)

77
2. A agricultura pertence ao sector primário porque dedica-se à
produção de produtos e matérias-primas directamente baseado
no solo e fornece aos outros sectores para o seu labor.
3. A indústria é uma actividade importante para a economia
nacional dado o seu papel de transformação de produtos
extraídos pelo sector primário e emprega considerável efectivo
de mão-de-obra nacional. A indústria em Moçambique contribui
significativamente para o PIB nacional e estabelece relações bi e
multi-laterais entre países da região e do mundo em geral.
4. O sector dos transportes e comunicações pertence ao sector
terciário porque participa na economia nacional através da
intermediação que faz pelo transporte de produtos dos locais de
produção até aos destinos finais.
5. Os serviços de administração pública em geral.

TEMA IV: AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA E PESCA EM MOÇAMBIQUE

Unidade Temática 4.1: A Agricultura, Pecuária, Silvicultura e


Pesca
Unidade Temática 4.2: Importância da Agricultura, Pecuária e
Silvicultura

Unidade Temática 4.1: A Agricultura, Pecuária, Silvicultura e


Pesca

Figura 8. Pastagem de gado. Fonte:


https://colegiomoz.blogspot.com/2017/11/importancia-da-agricultura-e-da.html

78
Introdução
Caro estudante, esta é a primeira unidade temática deste tema,
ao qual desejamo-lo boas vindas. Ao longo da mesma iremos
abordar os conceitos essenciais de agricultura, pecuária,
silvicultura e pesca. Serão igualmente abordados os factores da
produção agro-pecuária e silvicultura; os sistemas agrários de
Moçambique; as regiões ecológicas; espécies domesticadas em
Moçambique; medidas de conservação e protecção das florestas
em Moçambique e, finalmente, falaremos da pesca e
principalmente os tipos de pesca praticados no país.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Definir os conceitos básicos de agricultura, pecuária,


silvicultura e pesca;
✓ Explicar os factores de produção agro-pecuária, silvicultura e
pesca em Moçambique
✓ Explicar os sistemas agrários, medidas de conservação
florestal e tipos de pesca predominantes em Moçambique.
Objectivos
Específicos
As actividades agro-pecuárias e silvicultura em Moçambique,
dado o seu papel na provisão de alimentos, proteína animal e
consequente força de trabalho à população.
Enquanto a agricultura se dedica à produção de plantas, a
pecuária dedica-se à criação de animais. Essas duas actividades
têm uma complementaridade intrínseca e histórica, pois,
enquanto a agricultura fornece alimento aos animais, estes por
sua vez, comparticipam na agricultura através da força de
lavoura e fertilização dos campos. E, ambas actividades
associadas garantem a sobrevivência da humanidade. A
silvicultura é também um ramo da agricultura virada à produção
florestal.

Há milhões de anos, a terra era habitada por povos primitivos.


Estes povos eram nómadas e viviam com base na caça e
recolecção de frutos e ervas. Alimentavam-se daquilo que a
natureza lhes oferecia. Mais tarde, devido a factores como, o
aumento da população, a escassez de alimentos e a fixação em

79
certas zonas (sedentarismo), estes povos passaram a produzir o
seu próprio alimento, através do cultivo da terra e criação de
animais. Nessa altura, a agricultura era feita com instrumentos
muito rudimentares, tais como: paus endurecidos ao fogo e
pedra lascada e mais tarde passou-se a utilizar a charrua de
madeira, puxada inicialmente pelo Homem e depois pela tracção
animal. Pensa-se que a agricultura teria começado há cerca de
10.000 anos, nos vales férteis dos rios Tigre e Eufrates, na Índia
e ao longo do rio Nilo, no Egipto. A partir destas regiões, esta
actividade terá se expandido por todo mundo.

Essa relação histórica data desde o surgimento da humanidade,


em que após verificar que algumas sementes produto da
recolecção germinavam na terra e alguns animais caídos vivos na
caça, sobreviviam em cativeiro, o Homem desenvolveu a
habilidade de produção agrícola e criação de animais.

A agro-pecuária e silvicultura, além de prover alimentos e


plantas medicinais ao Homem, provêm matéria-prima ao sector
industrial do país, de tal forma forma que, qualquer colapso
nessas actividades, tem influência na indústria e em toda a
economia nacional.

Factores da produção agro-pecuária e silvicultura

Os recursos naturais comprometidos na actividade agro-


pecuária participam de forma combinada a diferentes níveis e
com diversas inter-relações, constituindo-se num sistema único,
designados como factores agro-pecuários. Esses factores
relacionam-se tanto com diferentes elementos da natureza, tais
como: clima, relevo, solo, vegetação, como com os tipos de
meios naturais, que se caracterizam por diferentes combinações
dos seus componentes fundamentais (tipos de solos, tipos de
formações vegetais. Deste modo, distinguem-se no sistema de
factores agro-pecuários os seguintes: factores pedológicos
(solos); as plantas e animais úteis; as pastagens; os recursos
hídricos continentais superficiais e subterrâneos; os recursos da
atmosfera sob a forma de precipitação; as condições do relevo e
os factores climáticos em geral.

80
As condições climáticas
As condições fundamentais para a actividade agrícola através da
acção que exercem sobre o desenvolvimento das culturas são: a
radiação solar, humidade e os ventos.
A influência da radiação solar sobre as culturas é feita sob duas
formas: a luminosa e a térmica ambas actuam de forma
combinada influenciando o crescimento e os processos
fisiológicos dos vegetais.

De acordo com a quantidade de luz recebida nas diferentes


regiões e, conforme as necessidades específicas de
luminosidade de cada cultura, segundo o seu ciclo vegetativo,
pode efectuar-se a seguinte classificação:

i) Quanto à relação entre a intensidade de luz e o processo de


fotossíntese distinguem-se plantas de luz e de sombra que
necessitam uma grande luminosidade, cuja assimilação encontra
apenas limitada pelo valor máximo da radiação num
determinado lugar. Plantas de sombra- constituídas pelas
culturas que empregam escassa intensidade de luz no seu
processo fotossintético.

ii) Quanto à relação entre a intensidade de luz e as condições


gerais das culturas- neste aspecto tem-se em consideração o
efeito da insuficiência luminosa traduzido numa fraca
diferenciação dos tecidos, como acontece com os cereais
durante um ano agrícola com elevado número de dias
nebulosos, o que diminui a resistência de manutenção dos grãos
nas espigas, com o consequente decréscimo da produção.

iii) Quanto á relação entre a duração do período diurno e o


fenómeno de fotoperiodismo- distinguem-se plantas de dias
longos (aquelas que se desenvolvem e florescem rapidamente
quando os dias têm uma duração superior a 12 horas), por
exemplo: o milho, cevada, beterraba, etc. Plantas de dias curtos-
aquelas cujo crescimento rápido relaciona-se com dias de
duração inferior a 12 horas: hortícolas (tomate e pepino),
algodão, tabaco e outras.

81
A humidade do ar

Como as precipitações constituem uma das principais fontes de


água para o desenvolvimento das culturas.

As precipitações

São a fonte de água de que se alimentam as culturas de sequeiro,


ao mesmo tempo que é a fonte principal dos recursos hídricos
da terra. A sua participação na actividade agrícola faz-se sentir
em relação a:
i) a acção sobre os solos- é mediante a presença de água das
precipitações, principalmente que se dissolvem os nutrientes do
solo de origem natural ou incorporados, com os quais as plantas
podem obter os elementos necessários para levar a cabo o
processo de fotossíntese. As precipitações são, também, uma
fonte de recursos nutrientes para aos solos, fornecendo
elementos importantes do azoto amoniacal e nítrico. A
acumulação destes elementos durante alguns anos em terrenos
de pousio consegue regenerar solos e a fertilidade dos mesmos.
ii) a acção da água das precipitações em fenómenos fisiológicos,
como o da transpiração das plantas.
Outros factores climáticos actuam nos ciclos vegetativos das
plantas, nomeadamente: a distribuição das precipitações ao
longo do ano; a repartição das chuvas durante o ciclo vegetativo
das diferentes culturas e; o efeito da influência do vento na
distribuição das culturas.

Factores edáficos

Constituem o principal meio de produção na exploração agrícola.


Os factores edáficos estão relacionados a produtividade dos
solos. Os factores como a falta de água, a degradação edáfica, a
pequena espessura, o excesso de água. A degradação edáfica é
a deterioração ou a perda total da capacidade produtiva do solo,
tanto para a utilização presente como futura. Essa deterioração
pode ser causada pela erosão, salinização e degradação química.

82
Os recursos de água superficial e subterrânea
Têm duas acções no que concerne à agricultura: a rega e a
drenagem com a finalidade de incorporar novas terras para a
agricultura e/ou incrementar os rendimentos da produção.

Os factores topográficos
A considerar na actividade agrícola estão relacionados com o
declive, no que concerne à sua influência no deslizamento e
erosão dos solos, a altitude, no que respeita a baixas
temperaturas e excessiva exposição à radiação solar, superfícies
muito planas, que podem afectar uma drenagem adequada.

A distribuição de plantas úteis


No comportamento das diferentes culturas, em relação à
superfície por elas ocupadas, observam-se índices levemente
superiores da superfície das culturas permanentes mantém-se a
superioridade em área, da superfície agrícola das culturas
temporárias.

A actividade pecuária depende basicamente dos seguintes


critérios:
Alimentação (pastos)- sofre a influência das condições naturais
tais como o clima e tipos de terrenos;
Condições de habitat para o seu desenvolvimento. Em conjunto,
estas duas variáveis seleccionam os critérios em termos de
espécies e de raças, com uma nomenclatura fixada em função
de:
i) habitat óptimo de acordo com a espécie e com a melhor raça;
ii) habitat mínimo de acordo com a espécie e a raça de melhor
resistência;
habitat inóspito de acordo com as espécie e das raças que nesse
meio tenham capacidade de reprodução.
A criação de gado consiste na domesticarão, reprodução,
apuramento de raças, assistência veterinária, que o homem
necessita para satisfazer as suas necessidades.

83
A pecuária em Moçambique desempenha um papel muito
importante na economia nacional, porque para além de ser uma
fonte de acumulação de capital, ela proporciona emprego nas
zonas rurais e sobretudo, é através dela que a população se
abastece de proteínas.

As particularidades físico-geográficas de Moçambique, confere-


lhe condições favoráveis para o desenvolvimento desta
actividade. Entretanto, o seu crescimento tem sido afectado
quer por condições naturais como o clima, as pastagens, as
migrações campo-cidade, pela política de desenvolvimento
pecuário e outros aspectos que directa ou indirectamente
condicionam o seu fraco desenvolvimento.
As condições naturais, tanto na agricultura como na criação de
gado, são premissas referentes a:
i) utilização do solo-qual é a proporção da terra disponível que
se encontra utilizada potencialmente. Estas duas variáveis
relacionam-se com as condições que apresenta o sistema de
recursos naturais agro-pecuários.
ii) os tipos de actividade- quais as condições naturais adequadas
para a exploração agrícola, pecuária ou para as plantações
florestais (silvicultura).
iii) os tipos de culturas- quais as culturas a ser introduzidas
(temporárias, permanentes, cerealíferas, oleaginosas, árvores
de fruto, leguminosas, etc).

Actualmente em Moçambique, a actividade agro-pecuária


regista uma evolução significativa especialmente ao nível do
ambiente social, tecnológico, extensão agrária, programas de
pesquisa científica, programas de ajuda ao agricultor e outras
inovações com vista ao desenvolvimento do sector.

Sistemas agrários de Moçambique

Os sistemas agrários relacionam-se às diferentes técnicas e


métodos de produção agrária, dependendo das condições e
possibilidades de cada um.

84
No nosso país registam-se três sistemas agrários: i) agricultura
de subsistência, ii) agricultura de rendimento e iii) agro-
indústria.

Agricultura de Subsistência
Este tipo de agricultura é praticada pela maioria da população. É
desenvolvida no sector familiar, sua produção apresenta
qualidade e quantidade baixa e destina-se apenas ao consumo
familiar. Faz uso de métodos de trabalho primários ou precários,
usa força manual, com recurso à enxada, não tem sistemas de
rega.

Figura 9. Machamba. Fonte:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura_de_subsist%C3%AAncia

Agricultura de Rendimento
É praticada por pessoas singulares ou por famílias. Apresenta
produtos com qualidade e quantidades melhores que a
agricultura de subsistência. A sua produção é dividida entre o

85
consumo e a venda. Usa alguns métodos de trabalho modernos,
parte dos seus trabalhos são mecanizados e apresenta pequenos
sistemas de rega artificial.

Figura 10. Integração de agricultura, pecuária. Fonte:


https://conhecimentocientifico.r7.com/sistemas-agricolas/

Agro-indústria
É praticada por empresas agrícolas, com objectivos comerciais.
Apresenta produção com qualidade e em quantidades elevadas
e destina-se apenas para a venda ou exportação. Usa métodos
de trabalho altamente modernos, todos os trabalhos são
mecanizados e possui custos bastante elevados. Exemplos de
empresas agrícolas e comerciais: Bananalândia, açucareiras de
Xinavane (Maputo) e de Mafambisse (Sofala), João Ferreira dos
Santos, e outras empresas produtoras de tabaco e algodão,
macadamia, etc.

86
Figura 11. Maquinaria agrária. Fonte:
http://geografia202.pbworks.com/w/page/38664764/Agricultura

Regiões agro-ecológicas de Moçambique

Moçambique apresenta 10 (dez) regiões agro-ecológicas.


Entende-se por Região ecológica ou regiões agro-pecuárias
homogéneas em termos de clima, relevo e solos, e que
apresentam sistemas de produção semelhantes. Estas zonas
apresentam características naturais específicas, que as torna
distintas das outras para o desenvolvimento de certas
actividades agro-pecuárias.

Primeira Região- Compreende toda a faixa costeira de Maputo,


Gaza e aproximadamente toda a província de Inhambane até ao
rio Save. As precipitações são baixas, a temperatura média oscila
entre os 20 a 25°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa.
Culturas cultivadas: amendoim, feijão nhemba, mandioca, milho
e feijão jugo, cana-de-açúcar, fruteiras tais como: citrinos,
mangueiras, ananaseiros, mafurreira, cajueiro e coqueiro.
Segunda Região- Compreende toda a parte central e Norte da
Província de Gaza e uma faixa estreita a Oeste da Província de

87
Inhambane. A época quente e chuvosa vai de Novembro a
Março, os solos na sua maioria arenosos e as culturas mais
praticadas são: milho, amendoim, a ervilha, batata-doce,
mandioca e o coqueiro.

Terceira Região- Compreende a quase totalidade da Província de


Manica, e cerca de um quinto da parte central e interior da
Província de Sofala. Não inclui a região montanhosa de
Espungabera. Possui temperaturas altas, precipitações muito
baixas, nos meses de Novembro e Fevereiro e solos arenosos. A
mapira, mexoeira e o milho, são as culturas mais predominantes.

Quarta Região- Compreende as regiões de baixa altitude de


Sofala e da Zambézia, próximo da costa e estende-se até Pebane.
As precipitações são altas nos meses de Novembro, as culturas
mais cultivadas são: o milho, a mapira, o amendoim, a batata-
doce, a mandioca, o arroz e o algodão.

Quinta Região- Situa-se na região central de Moçambique e


inclui os distritos do Norte das Províncias de Sofala e de Manica
e os distritos a Sul da Província de Tete, indo até à fronteira com
a Zâmbia. Possui precipitações moderadas a altas de Novembro
a Maio, solos arenosos.
Esta região apresenta uma potencialidade agrícola muito fraca,
é uma zona mais pecuária (gado caprino, galinha e suíno), com
alta incidência de doenças de animais. As culturas
predominantes nesta zona são: milho, mexoeira, mandioca,
ervilha, cajú e algodão.

Sexta Região- Compreende as áreas com altitude média das


províncias da Zambézia, Nampula, Tete, Cabo Delgado e Niassa.
Os solos são de textura variável, a precipitação média anual varia
entre 1000 a 1400 mm e ocorre entre Novembro e Março/Abril.
As culturas cultivadas são: milho, mandioca, amendoim, mapira,
feijão nhemba, arroz, algodão, tabaco, cana-de-açúcar, girassol,
feijão boer, alho, a cebola e o tomate.

88
Sétima Região- Compreende a região da costa litoral, que se
estende desde Pebane, na Província da Zambézia até Quionga,
na Província de Cabo Delgado. A precipitação anual varia entre
1000 a 1400 mm, temperatura média anual 20 a 25°C, apresenta
solos arenosos e argilosos, as culturas mais praticadas são:
milho, mapira, mandioca, ervilha, amendoim, caju e algodão e
fruteiras como: mangueiras, papaeiras, bananeiras, laranjeiras e
limoeiros.

Oitava Região- É a mais pequena e compreende o planalto de


Mueda e parte do distrito de Macomia. As precipitações oscilam
entre os 800 a 1200 mm, a temperatura é superior a 25°C, os
solos são arenosos e as culturas cultivadas são: o milho, a
mapira, a mandioca, o caju, o tabaco e o algodão.

Nona Região- Compreende as regiões com altitudes acima dos


1000 metros, nomeadamente: os planaltos de Lichinga, Angonia,
Machanga, Marávia, Tsangano, Gurué, Milange, Serra Choa e
Espungabera, Manica, alta Zambézia. Possui chuvas regulares de
Dezembro a Março, os solos são em geral ferrosos e de textura
pesada. Praticam-se as seguintes culturas: milho, mapira,
ervilha, mandioca e gergelim.

Décima Região- Situa-se nas zonas altas da Zambézia, Niassa,


Angónia, Marávia e Manica. As chuvas são abundantes, a
temperatura média varia entre os 15 a 23°C e solos profundos.
As culturas predominantes são: milho, feijão, batata-reno,
mexoeira, citrinos e algumas fruteiras de clima temperado. As
principais culturas são: milho, feijão vulgar, batata reno, tabaco,
girassol, hortícolas diversas e fruteiras temperadas (macieiras,
pessegueiros e videiras). Possui enorme potencial para as
culturas do trigo e soja e outras leguminosas de clima
temperado. A mangueira, bananeiras e papaieiras são as
fruteiras mais populares.

Já a Pecuária, em particular, é definida como uma ciência que


estuda as técnicas de criação de animais domésticos, as suas
diversas particularidades, sua alimentação, tratamento,
reprodução e maneio geral.

89
Figura 12. Abeberramento de gado bovino. Fonte: Autor (2020).
Esta actividade tem como objectivo a produção de bens
alimentares, melhoramento de condições económicos e sociais
das comunidades.

Espécies domésticas criadas em Moçambique

As espécies mais domesticadas em Moçambique são: bovinos,


caprinos, ovinos, suínos, coelhos, aves (galinhas, patos, perus,
gansos) e caninos. Estas são as espécies que têm muita utilidade
no meio familiar e na comunidade em geral. Essas criações têm
sido de forma intensiva e extensiva. A produção intensiva é feita
em pequenos espaços de terra e direccionada a determinadas
espécies de animais, com a utilização de técnicas melhoradas e
modernas de produção, muitas vezes, para fins comerciais no
mercado interno e externo. Enquanto a produção extensiva é
diversificada em termos de espécies e é feita por agregados
familiares, com recurso a meios rudimentares e em condições
rurais caracterizadas por escassez de meios. É direccionada ao
consumo pelos agregados e comercialização em pequena escala.

90
A Silvicultura é um ramo da agricultura que se dedica à cultura
e conservação das florestas, com o objectivo de extrair delas a
riqueza necessária para a vida do homem.

Figura 13. Silvicultura.


As principais espécies florestais em Moçambique são: Chafunta,
jambire, umbila, mussassa, panga-panga, pau-rosa, pau-preto,
pinheiro, eucalipto, etc.
A conservação e protecção das florestas no nosso país é
implementada através de criação de parques, reservas,
coutadas, fazendas de bravio, áreas florestais comunitárias,
entre outras. O mapa que se segue ilustra a distribuição
geográfica das áreas de conservação nacionais. Essas áreas
conservam extensas porções de florestas e fauna com
significativo interesse social, económico e ambiental.

91
Figura 14. Unidades de gestão de recursos naturais de Moçambique.

Em suma, o conjunto de flora, fauna e seus ecossistemas recebe


a designação de Biodiversidade. A biodiversidade desempenha
uma série de serviços à humanidade, resumidos na figura abaixo.

92
Serviços ecossistémicos da biodiversidade

• Formação do • Alimentos, Água,


solo, produção de Madeira para
oxigênio, ciclo de combustível,
nutrientes, Fibras,
produção bioquímicos,
primária recursos
genéticos

PROVISÃO/
SUPORTE ABASTECIME
NTO

CULTURAL REGULAÇÃO
• Ecuturismo e
recreação,
esperitual e • Clima, doenças,
religioso, biológica,
estético e purificação da
inspiração, água, danos
educacional, naturais,
senso de polinização.
localização,
herança cultural

Medidas da conservação e protecção das florestas

Entre as diversas medidas de conservação e protecção das


florestas aplicadas no respectivo sector (Ministério da Terra e
Desenvolvimento Rural) mencionam-se as seguintes:
✓ A educação ambiental;
✓ A protecção das áreas florestais;

93
✓ A criação de parques e reservas de vegetação e de
animais;
✓ O espírito de plantio de árvores;
✓ Combate às queimadas descontroladas;
✓ Combate ao abate indiscriminado das espécies naturais,
entre várias medidas.

A Pesca

Moçambique possui excelentes condições naturais para o


desenvolvimento da actividade pesqueira, como por exemplo:
− a grande extensão das águas marinhas (cerca de 2500 km de
costa);
− a grande rede hidrográfica (rios e lagos);
− as excelentes condições para abertura de lagos artificiais, entre
outras.
De acordo com as características físico-geográficas de
Moçambique, as zonas de pesca mais importantes são:
− entre a baía de Maputo e Quissico (Inhambane);
− entre Závora e Ponta da Barra Falsa (Inhamabne);
− entre Inhassoro e Bartolomeu Dias (Inhambane);
− desde Mambone (Inhambane) até ao delta do Zambeze;
− da costa da província de Cabo Delgado até Nampula;
− no interior do país existem várias reservas, como o lago Niassa,
Chiuta, Chirua, Amaramba, albufeiras de Cahora Bassa, de
Chicamba Real, de Massingir, de Pequenos Libombos, para além
de vários rios.

Tipos de pesca
Tomando como critérios as técnicas e métodos usadas, em
Moçambique distinguem-se os seguintes tipos de pesca:

Pesca artesanal
– praticada tanto no litoral como nas águas interiores pela
grande maioria da população, sendo pescadores individuais,
cooperativas de pesca, associações de pescadores;
– utilizam instrumentos simples, como o anzol, redes, canoa, e
pequenos barcos a motor;
– a produção é de pequena escala;
– o rendimento é muito baixo;
– a produção destina-se a venda no mercado local e consumo
dos pescadores.

94
Figura 15. Aquacultura.

Pesca industrial e semi-industrial


– geralmente praticada no alto mar por grandes empresas
pesqueiras;
– a produção é de grande escala;
– utiliza técnicas e métodos modernos especializando-se em
uma ou em algumas espécies;
– o rendimento é muito elevado;
– é uma pesca virada para o mercado interno e internacional.

95
Figura 16. Pesca industrial.

Principais espécies pesqueiras


Camarão, lagosta, crustáceos e uma grande variedade de peixe.

Figura 17. Produto pesqueiro.

EXERCÍCIO 2: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. A agricultura é uma actividade sócio-económica que se dedica


a:

96
a) Domesticação de animais de pequena espécie para o sustento
das famílias rurais
b) Nenhuma alternativa
c) Cultivo de plantas, hortícolas e muito mais
d) Cultivo apenas de hortícolas para alimentação
2. A actividade que congrega tanto o cultivo de plantas,
hortícolas como a criação de animais chama-se:
a) Agricultura de subsistência
b) Nenhuma alternativa
c) Actividade agrária ou agro-pecuária
d) Agro-pecuária e agro-indústria
3. As condições climáticas fundamentais para o sucesso da
actividade agrícola são:
a) A radiação solar, humidade e os ventos.
b) Nenhuma alternativa
c) A radiação solar e o próprio sol
d) A humanidade e o solo.
4. O solo é um factor:
a) sócio-económico
b) Físico- natural
c) Nenhuma alternativa
d) Sócio-económico e físico-natural
5. Historicamente, a agricultura era praticada por instrumentos
como:
a) Nenhuma alternativa
b) Charrua e enxada
c) Pedra lascada e paus endurecidos no fogo
d) Pedra dura e maquinarias agrícolas
6. A diferença entre plantas de luz e de sombra se cinge em:
a) Diferenças de humidade que cada planta necessita para o seu
desenvolvimento
b) Diferenças de luminosidade que cada planta necessita para
seu desenvolvimento
c) Nenhuma alternativa

97
d) Diferenças de húmus que cada planta necessita para o seu
ciclo vegetativo
7. Regiões ecológicas ou agro-pecuárias são definidas como:
a) Regiões agro-ecológicas heterogéneas em termos climáticos
b) Regiões com características agro-ecológicas diferenciadas
entre elas
c) Nenhuma alternativa
d) Regiões agro-ecológicas homogéneas em termos de clima,
relevo e solos, e que apresentam sistemas de produção
semelhantes.
8. A décima região agro-ecológica situa-se:
a) Nas zonas altas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica.
b) Nas zonas baixas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica
c) Nenhuma alternativa
d) Nas zonas intermédias da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia
e Manica.
9. A primeira região agro-ecológica caracteriza-se por:
a) Nenhuma alternativa
b) Ter precipitações elevadíssimas
c) Ter precipitações baixas, a temperatura média oscila entre os
20 a 25°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa
d) Ter precipitações altas, a temperatura média oscila entre os 0
a 5°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa.
10. O serviços ecossistêmicos da biodiversidade classificam-se
em:
a) Regulação, provisão, alimentação e internet
b) Provisão, abastecimento, regulação e agricultura
c) Provisão, regulação, cultural e suporte
d) Nenhuma alternativa

SOLUÇÕES

98
1.c); 2.c); 3.a); 4.b); 5.c); 6.b); 7.d); 8.a); 9.c); 10.c).

CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Quais são os tipos de pesca praticados em Moçambique?


2. Que diferença há entre pesca industrial e artesanal?
3. As regiões agro-ecológicas apresentam características
peculiares. Comente.
4. Qual é a importância ambiental e económica da silvicultura
em Moçambique?
5. Descreva a influência dos factores edáficos na produção e
produtividade agrícolas.

SOLUÇÕES

1. Os tipos de pesca praticados em Moçambique são: industrial


e artesanal.
2. A diferença se cinge no seguinte: a pesca industrial utiliza
técnicas e meios sofisticados e modernas de pesca e pouca mão-
de-obra, enquanto a artesanal utiliza técnicas e meios
rudimentares e exige muita mão-de-obra.
3. As regiões agro-ecológicas apresentam características
peculiares, desde a homogeneidade nos aspectos físico-naturais
na generalidade.
4. A importância ambiental da silvicultura consiste na provisão
dos serviços básicos tais como provisão, cultural, suporte e
regulação. Economicamente, as florestas participam através do
aumento de receitas públicas pela concessão de licenças de
exploração e comercialização dos produtos florestais de diversa
ordem.
5. Os factores edáficos dizem respeito a produtividade dos solos.
Os solos são a condição indispensável para a produção agrícola,
pois a sua fertilidade, humidade, temperatura, espessura,
textura, etc, determina o tipo de culturas apropriadas em
determinadas áreas geográficas.

Unidade Temática 4.2: Importância da Agricultura, Pecuária e


Silvicultura

Introdução

99
A segunda unidade deste tema é sobre a importância da
agricultura, pecuária, silvicultura e pesca. É importante referir
que as actividades que descrevemos anteriormente são algumas
das mais importantes.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Explicar a importância da agro-pecuária,


silvicultura e pesca em Moçambique
✓ Assumir o impacto dessas actividades no seio
das comunidades.

Objectivos
Específicos

Importância da agricultura

A agricultura em Moçambique é muito importante pelo facto de


constituir a base para o desenvolvimento da economia nacional,
através da exportação de culturas de mercado, é a principal
fonte de alimentação da população para além de ser o sector de
actividades económicas que emprega o maior número da
população activa no nosso país.
Utilizamos diariamente, para diferentes fins, vários produtos de
origem vegetal, que só se conseguem obter praticando a
agricultura. Com a utilização destes produtos, percebemos ou
reconhecemos a importância desta actividade. Qual é a
importância sócio-económica da agricultura? A agricultura é
uma actividade de grande importância sócio-económica, pelas
seguintes razões:
✓ Fornece alimentos para o consumo humano e animal;
✓ Oferece matéria-prima para as indústrias têxtil, alimentar,
automóvel, farmacêutica, aeronáutica, cosmética etc;
✓ Proporciona emprego para a população em toda a cadeia
de valores;
✓ Constitui fonte de obtenção de divisas para o país, através
da exportação de produtos agrícolas e seus derivados.

Importância da Pecuária

100
A pecuária é uma actividade de grande importância sócio-
económica, pelas seguintes razões:
✓ Fornece alimentos tais como a carne, ovos e leite para o
consumo humano;
✓ Fornece estrume para a fertilização dos solos, alguns
animais são usados como tracção animal, para lavrar os solos e
ou transportar os produtos da agricultura;
✓ Proporciona postos de trabalho para a população;
✓ Fornece matéria-prima para várias indústrias;
✓ Contribui para aquisição de divisas para o país;
✓ Contribui em actividades desportivas e lúdicas; e
✓ Fornece recursos para práticas culturais tais como: ritos e
cerimónias tradicionais.

Importância da Silvicultura

As florestas assumem papel muito preponderante na sociedade,


pois:
a) Fornecem a lenha, o carvão, material de construção,
alimentos silvestres, plantas medicinais, pasto para os animais,
etc.;
b) Fornecem borracha para o fabrico de papel, carvão, postes,
serradura para o fabrico de álcool, material de construção,
madeira para o fabrico de mobiliário, etc.;
c) Estabelecem o controlo da erosão dos solos, criam balanço no
processo fotossintético;
d) Criam equilíbrio ecológico, permitem enriquecimento da
camada superficial dos solos;
e) Melhoram as propriedades físicas dos solos, permitem a
reconstituição da flora e da fauna, etc.

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. A diferença entre plantas de luz e de sombra se cinge em:


a) Diferenças de humidade que cada planta necessita para o seu
desenvolvimento
b) Diferenças de luminosidade que cada planta necessita para
seu desenvolvimento
c) Nenhuma alternativa

101
d) Diferenças de húmus que cada planta necessita para o seu
ciclo vegetativo

2. Regiões ecológicas ou agro-pecuárias são definidas como:


a) Regiões agro-ecológicas heterogéneas em termos climáticos
b) Regiões com características agro-ecológicas diferenciadas
entre elas
c) Nenhuma alternativa
d) Regiões agro-ecológicas homogéneas em termos de clima,
relevo e solos, e que apresentam sistemas de produção
semelhantes.

3. A décima região agro-ecológica situa-se:


a) Nas zonas altas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica.
b) Nas zonas baixas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica
c) Nenhuma alternativa
d) Nas zonas intermédias da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia
e Manica.

4. A primeira região agro-ecológica caracteriza-se por:


a) Nenhuma alternativa
b) Ter precipitações elevadíssimas
c) Ter precipitações baixas, a temperatura média oscila entre os
20 a 25°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa
d) Ter precipitações altas, a temperatura média oscila entre os 0
a 5°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa.

5. O serviços ecossistêmicos da biodiversidade classificam-se


em:
a) Regulação, provisão, alimentação e internet

102
b) Provisão, abastecimento, regulação e agricultura
c) Provisão, regulação, cultural e suporte
d) Nenhuma alternativa

6. A importância da agricultura em Moçambique consiste em:


a) Fornecer matéria prima para os sectores secundário e
terciário
b) Fornecer matéria prima mineral
c) Nenhuma alternativa
d) Fornecer aos empresários, a oportunidade de créditos
bancários

7. O couro é um subproduto de:


a) Comércio
b) Indústria
c) Agricultura
c) Pecuária

8. A borracha natural e sintética são subprodutos,


respectivamente de:
a) Nenhuma alternativa
b) Agricultura e pesca
c) Silvicultura e petróleo
d) Silvicultura e pecuária

9. A população moçambicana ocupa-se maioritariamente em


actividades do sector:
a) Pecuário
b) Primário
c) Terciário
d) Nenhuma alternativa

10. A agricultura praticada para o consumo familiar designa-se


por:
a) Agricultura de substinência
b) Agricultura de Abstinência social
c) Nenhuma alternativa
d) Agricultura de subsistência

SOLUÇÕES

Sol: 1.b); 2.d); 3.a); 4.c); 5.c); 6.a); 7.c); 8.c); 9.b) e 10.d).

103
AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Fale da importância da pesca para a economia nacional


moçambicana
2. Como se caracteriza a pesca artesanal em Moçambique?
3. As regiões agro-ecológicas apresentam características
peculiares. Comente.
4. Qual é a importância ambiental e económica da silvicultura
em Moçambique?
5. Descreva a influência dos factores edáficos na produção e
produtividade agrícolas.

SOLUÇÕES
1. A pesca reveste-se de enorme importância para a economia
Moçambicana desde o nível individual ao familiar e deste até a
sociedade em geral, a pesca fornece alimentos através dos seus
subprodutos pesqueiros, além de emprego para grande parte da
população residente ao longo da zona costeira do país, ou que
detém potencialidades aquáticas (rios, lagos, lagoas, etc). O
subproduto pesqueiro também serve para exportação com vista
ao angariação de divisas, além de aumento do PIB nacional.
2. A pesca artesanal em Moçambique pratica-se mediante
instrumentos e técnicas rudimentares e exige muita mão-de-
obra e a sua produtividade e rendimento são baixos. O recurso
ao uso de redes mosquiteiras que, no lugar de servir de profilaxia
contra a malária, as comunidades pesqueiras usam-na para
pesca de arrasto. O arrasto elimina os ovos e peixe minúsculo
ainda em crescimento, resultando na quebra da cadeia
alimentar, o que pode até levar à ocorrência de bolsas de fome.
3. As regiões agro-ecológicas apresentam características
peculiares, desde a homogeneidade nos aspectos físico-naturais
na generalidade.
4. A importância ambiental da silvicultura consiste na provisão
dos serviços básicos tais como provisão, cultural, suporte e
regulação. Economicamente, as florestas participam através do
aumento de receitas públicas pela concessão de licenças de
exploração e comercialização dos produtos florestais de diversa
ordem.
5. Os factores edáficos dizem respeito a produtividade dos solos.
Os solos são a condição indispensável para a produção agrícola,
pois a sua fertilidade, humidade, temperatura, espessura,
textura, etc, determina o tipo de culturas apropriadas em
determinadas áreas geográficas.

Referências bibliográficas

104
1. Andrade, X., Garcia, P. e Nurgaliev, K. Geografia Económica-
Manual da 11ª classe. v.2, Maputo, Faculdade de Letras,
Departamento de Geografia- Universidade Eduardo
Mondlane, 1981.
2. IEDA. Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD)- Material de
estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
3. _____. Programa do ensino secundário geral à distância (PESD)- 1º
ciclo-Módulo 1: Agro-Pecuária, Moçambique, 2017.
3. Lopes, A. Geografia Econômica- Guia Estudo. Disponível em <
https://www.guiaestudo.com.br/geografia-economica>. Acesso
em 20 de Maio de 2020.

TEMA V: INDÚSTRIA EM MOÇAMBIQUE

Figura 18. Indústria extractiva petrolífera.


Fonte: http://opais.sapo.mz/mocambique-pode-tornarse-produtor-de-petroleo

Unidade Temática 5.1: A actividade industrial em


Moçambique: Tipos de Indústria e suas características
Unidade Temática 5.2: Factores da localização da Indústria em
Moçambique

105
Unidade Temática 5.1: A actividade industrial em
Moçambique: Tipos e suas características

Introdução

Caro estudante, lembre-se que a Geografia Económica é a


ciência que trata das localizações da produção social e dos
princípios da sua distribuição geográfica sob diversas condições
sociais, económicas e naturais.
A Indústria é um dos ramos da Geografia Económica que trata
das localizações da produção industrial ou seja, a distribuição
geográfica da produção industrial.
A palavra Indústria significa arte, manha ou destreza para
agenciar ou ganhar a vida. É engenho ou habilidade para fazer
obras úteis, manuais, mecanismos, para deles se servir…
(DICIONÁRIO MODERNO DA LÍNGUA PORTUGUESA). Assim, a
Indústria é entendida como o processo de transformação de
matéria-prima bruta em matéria elaborada, desde objectos
domésticos, cosméticos até aos mais complexos.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Definir o conceito de Indústria


✓ Conhecer os tipos de Indústria de
Moçambique
✓ Caracterizar a actividade Industrial de
Moçambique
✓ Explicar a importância da Indústria na
economia nacional.
Objectivos
Específicos

Tipos de Indústria e suas características em Moçambique

Moçambique é um país em vias de desenvolvimento cujo ramo


industrial também mostra-se subdesenvolvido, apesar de haver
sinais de uma franca recuperação.
Entre os factores que concorrem para o subdesenvolvimento
económico nacional e especialmente da indústria mencionam-se
os seguintes: a guerra de desestabilização nacional que durou 16
anos; a pobreza generalizada da população; o investimento
industrial concentrado apenas nas cidades em detrimento do

106
campo onde se localiza a maior parte da população; o fraco
índice de desenvolvimento humano; o analfabetismo e a
instabilidade política nacional com foco nas regiões centro e
norte do país.
Em geral, a Indústria moçambicana caracteriza-se da seguinte
forma:
 É fundamentalmente manufactureira e dedica-se às
actividades de extracção e transformação de alguns recursos
naturais em pequenas escalas;
 Mobiliza ainda poucos investimentos, pouca investigação,
tecnologia simples e rudimentar;
 As principais unidades industriais localizam nas grandes
cidades e centros urbanos.

Tipos de Indústrias

Os principais tipos de indústria de Moçambique são:


i) a Indústria Extractiva e;
ii) a Indústria Transformadora

A) Indústria Extractiva

107
108
Figura 19. Indústria Extractiva de Minérios. Fonte:
https://www.yumpu.com/pt/document/view/50612796/alguns-desafios-na-industria-
extractiva-em-mocambiquepdf-cip
A exploração de minérios em Moçambique realiza-se desde o
tempo em que o ouro, a prata e o marfim embarcavam no porto
de Sofala com destino a Europa. Este ouro era traficado a partir
das zonas localizadas em Chimoio (Província de Manica) e
Chifumbazi (Província de Tete).

Ao longo de cinco séculos, a actividade mineira foi realizada com


carácter meramente artesanal, por homens que buscavam o
ouro devido ao seu elevadíssimo valor na Europa de então.

Em 1878, com a formação das companhias Majestáticas, há que


realçar o papel desempenhado pela companhia de Moçambique
e a companhia da Zambézia ao encorajarem a prospecção
mineira incluindo a do ouro nas áreas sob a sua jurisdição, bem
como a criação da Repartição de Minas com um laboratório
anexo.

Na década 20, a actividade mineira estendeu-se à exploração do


carvão e do cobre e mais tarde as explorações de pedras
preciosas e semi-preciosas na zona dos pegmatitos da alta
Zambézia.

Estudos mais recentes indicam que o país possui uma vasta gama
de minérios. Porém, à excepção do carvão e da tantalite, a
produção mineira para além de ter sido realizada de maneira
descontínua, ela jamais foi significativa. Este facto resulta da
carência de estudos geológicos por um lado, e por outro da
indefinição de uma estratégia de desenvolvimento do sector
mineiro no país. Esta situação aliada a não realização de estudos
de viabilidade económica de maneira sistemática, votou a
actividade mineira a uma certa letargia que contribuiu para o
incipiente desenvolvimento do sector no seu todo.

Centros mineiros de Moçambique

Geograficamente, a actividade mineira no passado colonial


estava concentrada nos distritos das Províncias da Zambézia,
Nampula, Tete e Manica, embora existissem algumas
concessões nos distritos da Província de Niassa, Sofala e Ex-
Lourenço Marques (Maputo). Até à Independência Nacional,
haviam 79 concessões, mas somente 16 estavam em actividade.

109
Nos distritos da Zambézia e Nampula extraíam-se, sobretudo, a
colombite, a tantalite, a lepidolite, o berilo, o potássio e o
feldspato, pedras preciosas e semi-preciosas. No Niassa
exploravam-se pedras semi-preciosas. Em Manica, a actividade
mineira dedicava-se à exploração do cobre, bauxite, fluorite e
ouro. Mais a Sul, no distrito de Lourenço Marques extraía-se a
bentonite.

Minérios explorados

No período colonial explorava-se principalmente os seguintes


minérios: carvão, calcopirite, bentonite, antofilite,
columbotantalite, microlite, pedras semi-preciosas (berilo,
turmalinas) mica, potássio, feldspato, e fluorite. Os minérios que
mais contribuíam em divisas para o país são: cobre, ouro, carvão
e pedras semipreciosas (IEDA, 2017).
O quadro que se segue ilustra a distribuição geográfica dos
principais minérios explorados actualmente em Moçambique.

Minérios Ilustração Localização


Gás natural Inhambane, Sofala e Cabo Delgado

Petróleo (por se Cabo Delgado e Inhambane


explorar)

Carvão mineral Tete, Niassa e Manica

Rubi Cabo Delgado

Mármore Cabo Delgado

110
Areias pesadas Nampula, Inhambane , Gaza e Zambézia

Calcário Maputo, Sofala e Nampula

Pedras preciosas e Zambézia e Niassa,


semi-preciosas

Ouro Manica, Cabo Delgado e Nampula

Feldspato Nampula, Zambézia, Tete e Manica

Mica Zambézia, Sofala, Tete, e Manica

Granito
Ocorre e é explorado quase em todo país

Saibro

Bauxite Tete, Zambézia, Manica e Niassa

Bentonite Maputo

111
Asbestos Zambézia, Tete e Manica

B) Indústria Transformadora

A Indústria transformadora nacional é produto de todo um


processo que teve o seu início no século XIX, tendo passado por
diversos períodos até aos nossos dias, dos quais destacam-se os
seguintes:

1º Período: 1884 – 1914


A maior parte da indústria pertencia a companhias estrangeiras,
não portuguesas. Estas indústrias surgiram com a necessidade
de transformar os produtos agrícolas destinados à exportação,
por isso eram localizadas principalmente nas zonas rurais.

2º Período: 1914 – 1945


Nesta etapa há um forte investimento de capitais portugueses
direccionados para novos produtos de exportação. Mas também
é neste período que se estabelecem pequenas indústrias
orientadas para o mercado interno. Tratava-se de indústria de
substituição de importações, como sejam: cimento, farinha de
milho, cigarros, sabão e outros como é o caso de águas minerais
e gelo. A maior parte destas indústrias localizavam-se em
Lourenço Marques (Maputo).

A partir dos anos 40 e no âmbito da integração de Moçambique


no espaço económico português, através da produção de
culturas para exportação por uma lado e por outro na sequência
da crescente implantação de colonos, o mercado interno foi-se
expandindo gradualmente. Este facto viabilizou um
desenvolvimento industrial mais substancial.

3º Período: 1945 – 1960


Neste período há um maior desenvolvimento das indústrias
orientadas para o mercado interno, como resultado sobretudo
da emigração massiva para as colónias que se registou após a 2ª
Guerra Mundial. Assim, foram introduzidas novas indústrias para
a produção de farinha de trigo, vestuários, calçados, mobiliário,

112
pregos, pequena maquinaria e vidro. Como forma de aumentar
a capacidade instalada, foram realizados investimentos
consideráveis em fábricas de processamento de açúcar, chá,
algodão e sisal.

O distrito da Zambézia apresentava um coeficiente de


concentração industrial mais elevada, o que se deve
especialmente aos incentivos dados à cultura do chá. No distrito
de Nampula, a preparação do caju ganha cada vez maior
importância.
Neste período, os valores mais baixos de concentração industrial
registaram-se nos distritos do Niassa, Tete e Inhambane.

4º Período: 1960 – 1970


Durante os anos 60, empresas portuguesas e estrangeiras
investiram numa refinaria de petróleo (1962), construção de
vagões (1962) e numa fundação de ferro e aço (1963). Ao longo
dos anos seguintes, foram feitos investimentos consideráveis em
indústrias químicas, de plásticos e alimentos enlatados. Nos
finais dos anos 60, a produção de artigos de luxo para consumo
inteiro aumentou substancialmente.

5º Período: 1970 – 1975


− O desenvolvimento industrial em Moçambique conheceu o seu
maior índice de crescimento na década de 70, tendo-se
concentrado os maiores investimentos na província de Maputo
e pela primeira vez ela aparece destacada em relação às
restantes províncias no que se refere ao grau de concentração
industrial, seguindo-se Sofala, Manica e Nampula.
− Foram realizados investimentos nos têxteis, processamento da
castanha de caju e indústria do açúcar.
− O auge da indústria transformadora moçambicana verificou-se
em 1973, tendo-se tornado, e de acordo com as estatísticas
portuguesas, no oitavo maior produtor industrial africano em
1974. Esta indústria era, na sua maioria, dependente de
matérias-primas ou produtos do exterior.
− O desenvolvimento desta indústria foi acompanhado de um
aumento de dependência em relação a fornecimento da R.S.A. O
valor das importações da R.S.A. ultrapassava, em 1973, as
importações vindas da Metrópole.

6º Período Pós: 1975


− Com a independência de Moçambique em 1975, cerca de 90%
dos portugueses deixaram o país nos primeiros 2 anos de

113
independência. Assim, muitas indústrias ficaram sem uma
gestão técnica e comercial capaz de manter o seu ritmo de
funcionamento.
− O colapso da indústria resultou na queda das importações das
matérias-primas, produtos semi-acabadas e bens de consumo.
A falta de gestão, da técnica e de peças sobressalentes resultou
numa redução significativa da produção industrial durante os
primeiros anos de independência.
Sinais de recuperação notaram-se depois de 1977 e certos ramos
da indústria tinham uma taxa de crescimento satisfatório. Esta
recuperação, foi contudo descontínua depois de 1982, com
muito poucas excepções.

Houve muitos factores que contribuíram para a evolução desta


situação, sendo de destacar a situação de guerra, a seca e o
aumento da falta de moeda convertível e, por conseguinte,
dificuldade de importação de factores da indústria.

7º Período: a partir de 1987


Em 1987, é introduzido no País o Programa de Recuperação
Económica (PRE). Este programa permitiu a injecção de recursos
externos em moeda e vários apoios em mercadorias à balanço
de pagamentos, especialmente para a importação de matérias-
primas e de peças sobressalentes.

O objectivo do “PRE” na área industrial era o aumento da


utilização da capacidade instalada, particularmente de indústrias
produtoras de bens de consumo e intermediários susceptíveis de
estimular a produção agrícola e a troca com a economia rural em
geral, bem como das empresas produtoras de bens de
exportação.

Foi assim que em 1987 as operações da indústria moçambicana


conheceram o maior impulso dos anos mais recentes. O volume
de produção de todas as actividades principais da indústria
aumentou 21,5% em 1987 relativamente a 1986.

O crescimento verificado nos anos subsequentes nas indústrias


alimentares, de tabaco, bebidas têxteis, calçado, bicicletas,
tintas, colas, instrumentos agrícolas e algumas outras áreas de
transportes e materiais de construção reflecte estas medidas.
Apesar dos resultados positivos registados desde 1987, a
desvalorização da moeda gerou outros problemas para a
indústria. Com efeito, a diminuição da capacidade de compra da

114
população tem influenciado a capacidade de realização de lucros
o que se reflecte negativamente nos planos de novos
investimentos, modernização e expansão. Em certa medida, esta
situação tem implicado inclusive a redução da actividade de
certos ramos.

Para além dos aspectos referidos, importa destacar que a


liberalização da actividade do comércio externo, tem exposto a
indústria nacional a uma situação de concorrência em pé de
desigualdade com outros bens manufacturados que entram no
país provenientes sobretudo dos países vizinhos.

Distribuição espacial da indústria transformadora em


Moçambique

A indústria transformadora no nosso país concentrou-se nas


principais cidades densamente povoadas, como é o caso da
Cidade de Maputo, da Matola, da Beira e de Nampula,
destacando os seguintes subsectores: Metalurgia, óleos de
cozinha e sabões, têxteis e vestuários, embalagens, materiais de
construção, química, florestais, metalo-mecânica, agro-
industrial e alimentar, couro e calçado. O quadro que se segue
ilustra a distribuição espacial da indústria transformadora pelo
país.

Tipo de Indústria Exemplos Localização


Açúcar Maputo- província, Sofala, Zambézia

Alimentar e bebidas Em todas províncias, incluindo a


cidade de Maputo

Pescas Maputo-cidade, Sofala, Zambézia,


Nampula

Construção de Maputo-cidade, Tete


máquinas e
metalomecânica

115
Tabaco Maputo-cidade, Nampula

Têxtil, confecções, Maputo-cidade, Maputo-província,


couro e calçado Sofala, Manica, Zambézia,
Nampula, Cabo Delgado
Caju Maputo-cidade, Gaza, Sofala,
Nampula

Materiais de construção Maputo-província, Inhambane,


Sofala, Manica, Zambézia,
Nampula, Cabo Delgado, Niassa
Refinação de petróleo Maputo-cidade

Química Maputo-cidade, Sofala, Tete,


Nampula

Descaroçamento de Gaza, Inhambane, Sofala, Zambézia,


algodão, desfibramento Nampula, Cabo Delgado
do sisal
Rações Maputo-cidade, Sofala, Manica, Tete,
Nampula
Vidro Maputo-cidade, Nampula

Metalúrgica Maputo-cidade e provincial

O gráfico que se apresenta abaixo ilustra a importância da


indústria na economia nacional. A indústria agro-pecuária ocupa
23.3% da produção total, seguida pela indústria transformadora
que ocupa 13.5% e, as indústrias pesqueira e extractiva ocupam,
respectivamente 1.6 e 1.1%.

116
Figura 20. Matriz Industrial de Moçambique.
Fonte: http://extwprlegs1.fao.org/docs/pdf/moz147210.pdf

A Indústria Energética de Moçambique

Moçambique possui um grande potencial de recursos


energéticos, desde os renováveis e não renováveis. As energias
não renováveis são constituídas por fontes tradicionais de
energia, designadamente: Combustíveis fósseis (petróleo,
carvão mineral, gás natural). Essas formas de energia têm grande
desvantagem para a atmosfera dado o seu elevado poder de
poluição com efeitos no efeito de estufa e consequentemente
no aquecimento global.
As fontes de energias renováveis são mais sustentáveis, do
ponto de vista ambiental, pois emitem quantidades
insignificantes de poluentes na atmosfera, contribuindo desta
forma para a redução do efeito de estufa. O nosso país, pela sua
localização geográfica apresenta um potencial de energia solar,
eólica, hidráulica, geotérmica, biomassa, maremotriz e outras
ambientalmente sustentáveis.

117
Importância da Indústria na Economia Nacional

A Indústria desempenha um papel na elevação do nível técnico


e na melhoria dos índices qualitativos de todos os ramos da
produção material e, particularmente no fabrico de
instrumentos de trabalho que constituem a base para a
construção de máquinas utilizadas noutros sectores industriais,
que permitem modificações qualitativas na economia nacional.
A indústria fornece os instrumentos de produção a todos os
sectores de actividade cada vez mais sofisticados; fornece à
agricultura os tractores, as debulhadoras, enxadas, charruas e
todas as alfaias agrícolas indispensáveis à produção agrícola, os
adubos minerais e químicos, energia eléctrica e os combustíveis,
géneros alimentícios, vestuários, móveis electrodomésticos, etc.

118
EXERCÍCIO 2- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS
1. A Indústria define-se como:
a) Nenhuma alternativa
b) Toda a actividade de transformação e comercialização
agrícola
c) Toda a actividade de transformação de matéria-prima bruta
em elaborada
d) Toda a actividade de artesanato e matéria-prima

2. O artesanato é subclassificação da actividade:


a) Comercial
b) Agrícola
c) Industrial
d) Nenhuma alternativa

3. A Indústria enquadra-se no sector:


a) Primário
b) Secundário
c) Quaternário
d) Terciário

4. Os factores de subdesenvolvimento da indústria em


Moçambique são:
a) Nenhuma alternativa
b) Guerra civil e quadros competentes
c) Quadros competentes e socialismo
d) Guerra civil e pobreza

5. Os factores de desenvolvimento da Indústria em Moçambique


são:
a) Guerra e Economia de Mercado
b) Paz, segurança e formação de quadros
c) Nenhuma alternativa
d) Paz, insegurança, existência de reservas de minas

6. Os principais tipos de indústria de Moçambique são:


a) Nenhuma alternativa
b) Extractiva e transformadora
c) Extractiva, transformadora e coleccionadora
d) Coleccionadora, pesqueira e extractiva

7. A nova descoberta de reservas de gás natural em Moçambique


aconteceu em:
a) Bacia do Save

119
b) Nenhuma alternativa
c) Bacia de Temane
d) Bacia do Rovuma

8. O carvão mineral vem sendo explorado na Província de:


a) Manica e Maputo
b) Inhambane e Cabo-Delgado
c) Nenhuma alternativa
d) Tete

9. A indústria energética da biomassa em Moçambique utiliza os


seguintes recursos:
a) Nenhuma alternativa
b) Carvão mineral, petróleo e gás do Rovuma
c) Carvão vegetal, lenha e subprodutos orgânicos
d) Lenha, carvão mineral de Tete e gás extraído em Temane

10. A categoria energética dos combustíveis fósseis utiliza os


seguintes recursos:
a) Gás natural e derivados da borracha
b) Petróleo, carvão mineral e lenha
c) Gás Natural, petróleo e carvão mineral
d) Nenhuma alternativa

SOLUÇÕES
1.c); 2.c); 3.b); 4.d); 5.b); 6.b); 7.d); 8.d); 9.c) e 10.c)

CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Que papel a indústria moçambicana desenvolve na economia


nacional?
2. Onde se localizam as três principais indústrias açucareiras de
Moçambique?
3. Descreva os principais problemas associados à indústria
extractiva mineira em Moçambique, na perspectiva política,
ambiental, social e económica.
4. A indústria é o motor de desenvolvimento sócio-económico
de Moçambique, porém a sua evolução atravessa momentos
bons e outros maus. Comente.
5. Cada Província em Moçambique tem suas especificidades em
termos de atractivos de recursos por explorar. Que
potencialidades de principais recursos as províncias de Manica,
Niassa e Maputo têm?

120
SOLUÇÕES

1. O papel da indústria na economia nacional é multifacetado,


senão vejamos: sendo um sector vital na utilização e re-
utilização de matérias-primas provenientes de todos os sectores
de actividades produzindo bens de consumo doméstico,
comercial e para a própria indústria. Esses bens são consumíveis
e comercializáveis internamente e também exportados para
outros países, aumentando desta forma as receitas públicas e
consequente renda familiar.
2. As três principais indústrias açucareiras de Moçambique estão
localizadas em Maputo-Província, Sofala e Zambézia.
3. Os principais problemas da indústria extractiva mineira em
Moçambique na perspectiva política: as zonas ricas em minérios
em Moçambique são potenciais focos de conflitos político-
armados entre as partes interessadas pelos recursos do subsolo;
na perspectiva ambiental: a mineração de carácter ilegal acelera
a degradação dos solos e poluição dos mananciais; na
perspectiva social: as crianças e jovens não mais se dedicam à
escolaridade devido à prática de mineração e, não poucas vezes
ocorrem situações de casamentos prematuros devido ao
manuseamento de dinheiro de forma irresponsável; na
perspectiva económica: a mineração leva a perdas de
significativas de contributos fiscais devido a fuga e
clandestinidade das operações mineiras.
4. A evolução da actividade industrial em Moçambique conheceu
uma redução desde a Independência Nacional devido a fuga de
quadros portugueses que operavam nas principais unidades
industriais do país; a eclosão da guerra civil levou a decadência
da produção e expansão industrial, situação que se estendeu até
os anos 90 com a Assinatura dos Acordos Gerais de Paz em
Roma. A partir desse período, a Indústria nacional conheceu
nova fase de restauração da produção e sua expansão pelo
território, tendo sido impulsionado pela abertura do Estado ao
investimento privado fazendo com que, actualmente a Industria
Moçambicana esteja em franco desenvolvimento e apto para
produzir em quantidade e qualidade para consumo interno e
exportação.
5. A Província de Manica tem ouro…; a província de Niassa tem
Ouro, fauna e flora invejáveis da Reserva Especial do Niassa; a
província de Sofala tem gás natural na Bacia Hidrográfica do Búzi.

121
Unidade Temática 5.2: Factores da localização da Indústria em
Moçambique

Introdução

Esta Unidade Temática apresenta os factores locacionais da


Indústria em Moçambique. A actividade industrial localiza-se,
em geral, em função do tipo de actividades a desenvolver. Neste
contexto iremos apresentar os factores comuns de localização
de qualquer unidade industrial.
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Distinguir os factores locacionais da indústria em


Moçambique
✓ Explicar os diferentes factores de localização da indústria
em Moçambique
✓ Explicar os impactos ambientais da indústria em
Moçambique
Objectivos
Específicos

A actividade industrial é a principal fonte de atracção


demográfica, urbana e económica de determinado território.
Mas o que interfere em sua localização? Por que uma indústria
se encontra em uma determinada localidade espacial e não em
outra? A resposta para essas questões é chamada de factores
locacionais ou de localização, que são as vantagens
competitivas que as empresas e as indústrias vêem em um
determinado local que atraem seus respectivos investimentos.
Na escolha da localização de uma indústria, não é considerado
somente um factor, mas sim todos aqueles que são benéficos à
indústria. Uma ressalva para indústrias mineradoras, que se
localizam em lugares onde a matéria-prima está disponível. Um
exemplo clássico são as indústrias do século XVIII, que deveriam
ficar próximas à sua matéria-prima de fonte energética: o
carvão.
Na actualidade, conforme a mudança nos tipos de indústria, sua
localização não será tão somente em função da proximidade de
sua matéria-prima.

122
Podemos enumerar oito tipos principais, a saber:
Transporte: envolve infraestrutura (qualidade, disponibilidade e
meios); custos dos transportes; novas tecnologias e meios de
transportes. Para cada tipo de produto da indústria há um meio
de transporte adequado.

Energia: infraestrutura de energia em uma dada região, como a


disponibilidade, estrutura de transmissão e novas tecnologias.

Mercado-Consumidor: tamanho do mercado, juntamente com


as características socioculturais do consumidor e seu poder
aquisitivo. Acesso físico do cliente ao produto (no caso, os meios
de transporte).
Matérias-primas: é um factor locacional clássico. Envolve a
disponibilidade, o tipo e a qualidade da matéria-prima, como
também seu custo e transporte.

Mão de obra/força de trabalho: envolve a disponibilidade,


produtividade, qualificação, nível de organização e salários,
como também as regras jurídicas que variam de acordo com
cada país ou região de um mesmo país.

Incentivos fiscais: é quando o governo concede isenções de


impostos às indústrias, para instalarem-se em seu território. Em
muitos casos, há também a concessão de terrenos para a
instalação da unidade produtiva da fábrica. No Brasil, instalou-

123
se nos últimos anos uma “guerra fiscal” entre municípios e
estados da federação para a atracção de indústrias para seus
respectivos territórios.

Ciclo do produto: para cada fase de produção de um objecto


industrial existe uma lógica espacial. Um produto pode ter três
fases de produção: desenvolvimento, estandardização ou
amadurecimento e declínio. Cada fase requer um tipo de força
de trabalho mais representativa e um local de produção mais
apropriado.

Disponibilidade de Capital: refere-se à disponibilidade do


mercado em dispor, sempre que necessário, ao empresário,
recursos em dinheiro para novos investimentos, bem como um
ambiente propício aos negócios (relações financeiras) para
trocas de capitais (bancos, empresas, etc.).

Kon (1994) citado por Souza e Muniz (2010) aponta alguns


factores económicos e técnicos que devem ser considerados
pelos gestores na definição de locais para melhor localização das
suas indústrias:

a) Custo e eficiência dos transportes - o custo de transporte de


matéria-prima e dos produtos acabados deve ser levado em
conta. Neste caso, a distância é um factor determinante em
relação à localização, em termos de custos e de tempo gastos.

b) Áreas de mercados - o mercado influi directamente na


escolha locacional tendo em vista dois aspectos principais: sua
localização e sua dimensão. A localização mais próxima do
mercado consumidor conduz a uma maior rentabilidade do
empreendimento, primeiramente pelos reflexos nos custos de
transportes. Outro factor que deve ser considerado é a
existência ou não de competição em determinado mercado. A
dimensão também é fundamental, pois implica justamente na
questão da obtenção de receitas por parte da empresa.

c) Disponibilidade e custos da mão-de-obra - a existência da


mão-de-obra também é um factor importante na escolha
locacional. No que se refere aos custos, a localização próxima a
grandes centros urbanos determina salários mais elevados
relativamente a áreas mais afastadas. Deve-se verificar também
a existência de mão-de-obra qualificada, dadas as
especificidades de cada negócio. Normalmente regiões com

124
abundância de mão-de-obra permitem a organização contratar
este factor a salários relativamente menores do que regiões com
escassez de mão-de-obra. Ou seja, a mão-de-obra também tem
que ser avaliada em termos de quantidade e qualidade.

d) Custo da terra - no caso das plantas industriais, que


necessitam de grandes áreas para sua implantação, o custo da
terra pode consistir em um factor decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros
urbanos apresentam um custo da terra proporcionalmente mais
elevados, que se relaciona directamente à disponibilidades de
infra-estrutura e serviços.
e) Disponibilidade de energia e água - a existência destes itens
em suas diversas formas ou mesmo a potencialidade de recursos
naturais a serem explorados, bem como seu custo unitário
devem ser levados em consideração também.

f) Suprimento de matérias-primas - as condições de utilização


em grande escala ou o carácter perecível ou de fragilidade de
certas matérias-primas constituem factores que não podem ser
esquecidos na decisão locacional.

g) Eliminação de resíduos - deve-se ficar atento para questões


de legislação ambiental, principalmente no caso daqueles
negócios que necessitam realizar a eliminação de resíduos
sólidos, gasosos ou ainda líquidos no meio ambiente.

h) Dispositivos fiscais e financeiros – deve-se ficar atento


também para os possíveis incentivos fiscais (isenção de impostos
e taxas). Este é um fator que estimula muito as empresas, pois
implica justamente em uma redução considerável de tributos, o
que implica inclusive na possibilidade de praticar preços mais
baixos, e, portanto, na própria competitividade da empresa no
mercado.

i) Elementos intangíveis - estes elementos intangíveis são


aqueles de carácter subjectivo, que influenciam os processos
produtivos ou de distribuição do produto, como, por exemplo,
os hábitos tradicionais de uma determinada região, mas cuja
mensuração é mais difícil de ser realizada.

Ainda, de acordo com Kon (1994), alguns tipos de negócios são


fortemente influenciados pelas condições do terreno. Neste
sentido, deve-se atentar para os seguintes aspectos:

125
a) Condições do relevo – as condições de declividade, do relevo
do terreno podem ser um agravante nos custos de implantação;

b) Qualidade do solo – a qualidade ou eficiência do solo pode


facilitar ou onerar a implantação de instalação industrial. A
resistência do solo, o nível do lençol freático, formações
rochosas e de matas, a existência de solo vegetal ou aterro
sanitário que não suporte o peso de grandes obras de
engenharia podem determinar o melhor terreno;

c) Vias de acesso e de comunicação – a localização próxima a


uma estrada de rodagem, uma via férrea, um canal ou curso
d’água navegável, a proximidade dos centros urbanos, pode
determinar menores custos de transportes, restringido o
número de alternativas válidas para a escolha do terreno;

d) Serviços públicos – destacam-se a infra-estrutura urbana de


esgoto sanitário, energia eléctrica, linhas telefônicas, colecta de
lixo, transportes colectivos, ensino e saúde para as famílias que
fornecerão a mão-de-obra, e suprimento de água potável;

e) Situação legal da propriedade – a condição legal da


propriedade, a demarcação efectiva dos limites do terreno em
relação às propriedades vizinhas e as directrizes estabelecidas
no plano director do município também devem consideradas e
minuciosamente analisadas;

f) Existência de instalações – a existência de construções de


engenharia na forma de fundações, edificações provisórias ou
definitivas podem onerar ou diminuir os custos de instalação,
quer sejam necessárias obras de demolições ou remoção, ou
reaproveitáveis para o futuro projeto.

Por outro lado, Casarotto Filho (2010) apresenta outros factores


de localização de indústrias. Estes factores podem ser
quantitativos ou qualitativos. Os factores quantitativos mais
relevantes segundo este autor são:
i) factores que tornam a localização dependente das entradas:
pode ocorrer quando o método de produção exige matérias-
primas volumosas ou pesadas;
ii) factores que tornam a localização dependente das saídas:
nesse caso o mercado consumidor da empresa é o factor mais
importante;

126
iii) factores que tornam a localização dependente do processo,
e;
iv) impostos, factores legais e incentivos. Esta é uma forma
sintética de visualizar os factores determinantes da localização
industrial já apontados por Kon (1994).

Como foi possível constatar, muitos são os factores que devem


ser levados em consideração no momento de se determinar a
melhor localização de uma organização. Na próxima secção
deste trabalho apresenta-se um estudo sobre os pontos de
concentração industrial em Goiás e uma análise dos factores que
determinam tal localização no Estado.

Impacto ambiental da Indústria em Moçambique

A actividade industrial tem o seu impacto sobre o ambiente,


desde a sua implantação até ao seu funcionamento pelo facto
de retirada da cobertura vegetal e compactação do solo para a
construção das infra-estruturas, exploração dos recursos
naturais como matérias–primas, consumo de combustíveis
fosseis lançando gases e fumos para a atmosfera, produz
resíduos sólidos jogados no solo, usa água para diversos fins e
que são muitas das vezes lançadas no mar ou noutros cursos de
água. Tudo isto tem culminado com a poluição atmosférica, do
solo e contaminação das águas superficiais e subterrâneas.

A B

Figuras 21 e 22. Ilustração de poluição do ar (A) e poluição dos


mares (B).

EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. Factores locacionais da Indústria são definidos como:

127
a) Nenhuma alternativa
b) Conjunto de condições que permitem a implantação e
elaboração de matérias-primas.
c) Conjunto de condições que permitem a implantação e
funcionamento normal de uma Indústria
d) Conjunto de elementos geológicos que permitem a
implantação de uma Indústria
2. Há dois grandes grupos de factores locacionais de uma
Indústria:
a) Factores físico-geográficos e humanos
b) Factores políticos e pedológicos
c) Factores edáficos e climáticos
d) Nenhuma alternativa
3. Os transportes são condicionantes da localização de indústrias
porque:
a) Retardam a mobilidade das matérias primas que alimentam a
indústria
b) A sua melhor qualidade garante fluidez das pessoas e
matérias-primas
c) Retardam a expansão das redes comerciais
d) Nenhuma alternativa
4. A água é um factor imprescindível na instalação de indústria
porque:
a) Garante o funcionamento completo da unidade fabril, desde
as maquinarias até a própria transformação da matéria-prima
b) Garante apenas o funcionamento das maquinarias
c) Nenhuma alternativa
d) Garante apenas a transformação das matérias-primas em
produtos elaborados.
5. Uma Indústria de produção de papel precisa se localizar:
a) Junto dos rios com melhor escoamento
b) Nenhuma alternativa

128
c) Junto das plantações florestais
d) Junto dos principais jazigos de petróleo bruto a ser
transformado
6. Uma área que produz grandes quantidades de milho, é
propícia para a instalação de indústria:
a) Milheiral
b) Moageira
c) Mecânica
d) Nenhuma alternativa
7. Para alimentar uma indústria de fabrico de borracha natural,
a principal matéria-prima é:
a) Seiva da planta chamada Seringa
b) Seiva da planta chamada Mussassa
c) Nenhuma alternativa
d) Seiva da planta chamada eucalipto
8. A Indústria é nociva ao meio ambiente devido a:
a) Nenhuma alternativa
b) Baixo poder de transformação de matéria-prima útil
b) Poluição atmosférica através das emissões do CO2
c) Poluição atmosférica através das energias renováveis que a
fazem funcionar
d) Baixo poder de desenvolvimento económico com efeitos no
meio ambiente
9. O Dióxido de Carbono emitido pelas chaminés das indústrias
influencia no:
a) Efeito de estiagem
b) Nenhuma alternativa
c) Efeito-estuda
d) Efeito multiplicador da condensação das águas oceânicas
10. Os rejeitos industriais derramados nos mananciais tem
efeitos de:

129
a) Rápida multiplicação dos peixes
b) Rápida atracção de turistas nas praias
c) Rápida deterioração das condições dos habitats da
biodiversidade marinha
d) Rápida regeneração dos corais.

SOLUÇÕES
1.c); 2.a); 3.b); 4.a); 5.c); 6.b); 7.a); 8.b); 9.c) e 10.c).

CINCO QUESTÕES FECHADAS


1. Os factores locacionais da Indústria devem ser vistos de forma
interligada. Comente.
2. De que forma o capital intervém na localização da indústria?
3. Em que circunstâncias a matéria-prima não é determinante na
localização da Indústria. Argumente.
4. Kon (1994) citado por Souza e Muniz (2010) aponta alguns
factores económicos e técnicos de localização da Indústria.
Caracterize o factor custo da terra.
5. As indústrias altamente poluidoras contribuem para o
aquecimento global. Argumente.
SOLUÇÕES
1. Os factores locacionais da Indústria são vistos de forma
interligada porque eles actuam de forma integrada, em que um
depende de outros.
2. O capital pode subdividir-se em humano, material e
financeiro. O capital humano é imprescindível para a garantia
dos processos produtivos das unidades industriais. O capital
material é que compõe todas as necessidades em termos de
matéria-prima e associados, com vista ao funcionamento
efectivo da indústria. O capital financeiro garante as operações
monetárias de aquisição, processamento, comercialização e
pagamento de salários aos colaboradores.
3. A matéria-prima não é determinante na localização da
Indústria nas circunstâncias em que há condições em meios de
transportes, vias de acesso bem como a sustentabilidade dos

130
custos para garantir a mobilidade desses recursos para as
unidades fabris.
4. O Custo da terra - no caso das plantas industriais, que
necessitam de grandes áreas para sua implantação, o custo da
terra pode consistir em um factor decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros
urbanos apresentam um custo da terra proporcionalmente mais
elevados, que se relaciona directamente à disponibilidades de
infra-estrutura e serviços.
5. As indústrias altamente poluidoras contribuem para o
aquecimento global através das elevadas emissões de CO2 para
a atmosfera. As elevadas concentrações de gás carbónico
aumentam o efeito-estufa estratosférico, o que aumenta a
capacidade de retenção de raios infravermelhos, elevando
consequentemente a temperatura do Globo.

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. A Indústria define-se como:


a) Nenhuma alternativa
b) Toda a actividade de transformação e comercialização
agrícola
c) Toda a actividade de transformação de matéria-prima bruta
em elaborada
d) Toda a actividade de artesanato e matéria-prima

2. O artesanato é subclassificação da actividade:


a) Comercial
b) Agrícola
c) Industrial
d) Nenhuma alternativa

3. A Indústria enquadra-se no sector:


a) Primário
b) Secundário

131
c) Quaternário
d) Terciário

4. Os factores de subdesenvolvimento da indústria em


Moçambique são:
a) Nenhuma alternativa
b) Guerra civil e quadros competentes
c) Quadros competentes e socialismo
d) Guerra civil e pobreza

5. Os factores de desenvolvimento da Indústria em Moçambique


são:
a) Guerra e Economia de Mercado
b) Paz, segurança e formação de quadros
c) Nenhuma alternativa
d) Paz, insegurança, existência de reservas de minas

6. Factores locacionais da Indústria são definidos como:


a) Nenhuma alternativa
b) Conjunto de condições que permitem a implantação e
elaboração de matérias-primas.
c) Conjunto de condições que permitem a implantação e
funcionamento normal de uma Indústria
d) Conjunto de elementos geológicos que permitem a
implantação de uma Indústria
7. Há dois grandes grupos de factores locacionais de uma
Indústria:
a) Factores físico-geográficos e humanos
b) Factores políticos e pedológicos
c) Factores edáficos e climáticos
d) Nenhuma alternativa
8. Os transportes são condicionantes da localização de indústrias
porque:
a) Retardam a mobilidade das matérias primas que alimentam a
indústria
b) A sua melhor qualidade garante fluidez das pessoas e
matérias-primas

132
c) Retardam a expansão das redes comerciais
d) Nenhuma alternativa
9. A água é um factor imprescindível na instalação de indústria
porque:
a) Garante o funcionamento completo da unidade fabril, desde
as maquinarias até a própria transformação da matéria-prima
b) Garante apenas o funcionamento das maquinarias
c) Nenhuma alternativa
d) Garante apenas a transformação das matérias-primas em
produtos elaborados.
10. Uma Indústria de produção de papel precisa se localizar:
a) Junto dos rios com melhor escoamento
b) Nenhuma alternativa
c) Junto das plantações florestais
d) Junto dos principais jazigos de petróleo bruto a ser
transformado.
SOLUÇÕES
1.c); 2.c); 3.b); 4.d); 5.b); 6.c); 7.a); 8.b); 9.a) e 10.c).

AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES FECHADAS

1. Kon (1994) citado por Souza e Muniz (2010) aponta alguns


factores económicos e técnicos de localização da Indústria.
Caracterize o factor custo da terra.
2. As indústrias altamente poluidoras contribuem para o
aquecimento global. Argumente.
3. Que papel a indústria moçambicana desenvolve na economia
nacional?
4. Onde se localizam as três principais indústrias açucareiras de
Moçambique?
5. Descreva os principais problemas associados à indústria
extractiva mineira em Moçambique, na perspectiva política,
ambiental, social e económica.

SOLUÇÕES

133
1. O Custo da terra - no caso das plantas industriais, que
necessitam de grandes áreas para sua implantação, o custo da
terra pode consistir em um factor decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros
urbanos apresentam um custo da terra proporcionalmente mais
elevados, que se relaciona directamente à disponibilidades de
infra-estrutura e serviços.
2. As indústrias altamente poluidoras contribuem para o
aquecimento global através das elevadas emissões de CO2 para
a atmosfera. As elevadas concentrações de gás carbónico
aumentam o efeito-estufa estratosférico, o que aumenta a
capacidade de retenção de raios infravermelhos, elevando
consequentemente a temperatura do Globo.
3. O papel da indústria na economia nacional é multifacetado,
senão vejamos: sendo um sector vital na utilização e re-
utilização de matérias-primas provenientes de todos os sectores
de actividades produzindo bens de consumo doméstico,
comercial e para a própria indústria. Esses bens são consumíveis
e comercializáveis internamente e também exportados para
outros países, aumentando desta forma as receitas públicas e
consequente renda familiar.
4. As três principais indústrias açucareiras de Moçambique estão
localizadas em Maputo-Província, Sofala e Zambézia.
5. Os principais problemas da indústria extractiva mineira em
Moçambique na perspectiva política: as zonas ricas em minérios
em Moçambique são potenciais focos de conflitos político-
armados entre as partes interessadas pelos recursos do subsolo;
na perspectiva ambiental: a mineração de carácter ilegal acelera
a degradação dos solos e poluição dos mananciais; na
perspectiva social: as crianças e jovens não mais se dedicam à
escolaridade devido à prática de mineração e, não poucas vezes
ocorrem situações de casamentos prematuros devido ao
manuseamento de dinheiro de forma irresponsável; na
perspectiva económica: a mineração leva a perdas de
significativas de contributos fiscais devido a fuga e
clandestinidade das operações mineiras.

Referências bibliográficas

1. Almeida, R. R. Factores locacionais da indústria. Disponível em


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/fatores-
locacionais-industria.htm acessado em 30 de Maio de 2020.

134
2. Andrade, X., Garcia, P. e Nurgaliev, K. Geografia Económica-
Manual da 11ª classe. v.2, Maputo, Faculdade de Letras,
Departamento de Geografia- Universidade Eduardo Mondlane,
1981.
3. IEDA. Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD)-
Material de estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
4._________. Programa do ensino secundário geral à distância
(PESD)- 1º ciclo-Módulo 1: Agro-Pecuária, Moçambique, 2017.
5. Lopes, A. Geografia Econômica- Guia Estudo. Disponível em <
https://www.guiaestudo.com.br/geografia-economica>. Acesso
em 20 de Maio de 2020.
6. Souza, L. A. e Muniz. A. L. P. Os factores determinantes da
localização das indústrias Goianas. In Revista CEPPG – Nº 23,
Brasil, 2010.

135
TEMA VI: TRANSPORTES, COMUNICAÇÕES E TURISMO EM MOÇAMBIQUE

136
A B

Figuras 23, 24 e 25. Ilustração do sistema de transportes (A) Rede de Comunicações (B) e
Turismo (C) em Moçambique.

Unidade Temática 6.1: O sistema de transportes em Moçambique


Unidade Temática 6.2: O sistema de comunicações em
Moçambique
Unidade temática 6.3: O turismo em Moçambique

Unidade Temática 6.1: O sistema de transportes em


Moçambique

Introdução

137
O sector dos transportes é parte integrante da economia
moçambicana. O sistema de transportes nacional subdivide-se
em terrestre, aquático, aéreo e tubular.

Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

✓ Conceituar os transportes
✓ Conhecer os tipos de transportes em
Moçambique
✓ Explicar a distribuição dos tipos de transportes
Objectivos e principais vias de acesso nacionais e as que
Específicos ligam Moçambique ao exterior.

Conceitos essenciais

Transporte: conjunto formado pelos meios (material circulante),


vias de comunicação e todo o aparelho/mecanismo que
assegura o seu funcionamento.

Vias de comunicação: lugares especialmente equipados e


adaptados para o movimento do material circulante/meios de
transporte.

Meio de transporte: todo o material circulante utilizado para a


mobilidade da carga/mercadoria e/ou de pessoas.

Principais tipos de transporte em Moçambique

i) Transportes Terrestres: Ferroviários, Rodoviários,


Ductos/tubular
ii) Aquáticos : Marítimos, Fluviais, Lacustres
iii) Transportes Aéreos
i) Transportes Invisíveis: telecomunicações, tráfego postal,
televisão, telefone, fax, telefax, informática, rede de
cabos, ondas e satélites, etc, que são importantes na
circulação da informação.

A) Transportes Terrestres

138
Transportes ferroviários em Moçambique

A sua principal função é manuseamento de mercadorias,


sobretudo de exportação e de importação.
Este transporte desempenha um papel muito importante na
ligação (comercial) entre os Países da região da África Austral ou
do “Interland” com o resto do mundo.
Os principais caminhos de ferro (linhas) de Moçambique ligam
aos principais portos, formando assim os chamados corredores
ferro-portuários que são: O corredor de Nacala na região Norte,
o corredor da Beira na região Centro e o corredor de Limpopo na
região Sul.

Corredor de Nacala

Situado a Norte do País, compreendendo o porto de Nacala e a


linha férreas que se estende até a povoação de Entre-Lagos
(Niassa), junto a fronteira com o Malawi, numa extensão de 615
Km.
No contexto da SADC, este corredor constitui a principal via de
comunicação entre o Malawi com o mercado mundial e serve
também para os outros Países do “Interland”.
Na região norte do País destacam-se ainda as linhas férreas de:
Cuamba – Lichinga.

Corredor da Beira

Situado no Centro do País, constituído pelo complexo ferro-


portuário que estabelece a ligação entre o porto da Beira e a vila
de Machipanda localizada junto a fronteira com o Zimbabwe,
numa extensão de cerca 280 Km.
A função deste corredor no âmbito da SADC, é de se constituir
como via de acesso natural mais económica e rápida para o
Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e outros Países
do “Interland” como é o caso de Botswana e República
Democrática do Congo.
Destacam-se ainda nesta região Centro do País as linhas férreas
de: Beira – Tete –Malawi, de Inhaminga – Marromeu. de Sena –
Malawi, de Quelimane – Mocuba.

Corredor de Limpopo

139
Situado na parte Sul do País, conta com o porto de Maputo
(capital do País) e a linha férrea que liga à vila de Chicualacuala
(Gaza), junto a fronteira com o Zimbabwe.
Com uma extensão de 534Km, a via desenvolve-se no sentido
Sul-Norte, atravessando as regiões agrícolas das províncias de
Maputo e Gaza.
Este corredor assume a função de servir o Zimbabwe, a
Suazilândia, o Botswana, assim como os outros Países do
“Interland”.
Nesta região Sul do País destacam-se ainda as linhas férreas de:
Maputo – Ressano Garcia (fronteira com a R.S.A.), de Maputo
Goba (fronteira com a Suazilândia), os ramais de Moamba –
Xinavane (Maputo), Maputo – Salamanga (Maputo), Xai-Xai –
Mauele (Gaza), Inhambane – Inharrime.

B) Transporte marítimo em Moçambique

Este transporte desempenha um papel muito preponderante


para o desenvolvimento económico do nosso País. É através
deste transporte que se garante o manuseamento de
mercadorias tanto de importação como de exportação para a
economia nacional.
Dada a localização estratégica de Moçambique, este serve de
corredor importante para os Países da região da África Austral,
pois é através dos caminhos de ferro e portos moçambicanos
que os Países do “Interland” se comunicam (comercialmente)
com o resto do mundo.

Os portos moçambicanos ligam as principais vias férreas:


Portos internacionais (de influência Regional): porto de Maputo,
porto da Beira e porto de Nacala.
Portos internos (de influência Local): porto de Mocímboa da
Praia, de Pemba (Cabo Delgado), de Lumbo, de Angoche, de
Moma (Nampula), de Pebane, de Quelimane, de Macuze, de
Chinde (Zambézia), de Inhambane.
Portos fluviais e lacustres: porto de Metangula, de Meponda
(lago Niassa), de Zumbo, de Nova Chicoa (albufeira de Cahora
Bassa), de Marromeu, de Luabo (rio Zambeze), de Machanga
(Save).

Transportes rodoviários em Moçambique

140
Este sistema de transporte no nosso País tem como principal
função a mobilidade de passageiros e
manuseamento/escoamento de mercadorias, sobretudo de e
para aquelas regiões/locais que não tem acesso aos transportes
ferroviários, marítimos, fluviais, lacustres ou aéreos.
Desempenha um papel muito importante principalmente para o
mercado interno, embora também estabelece ligações externas.
Trata-se de um tipo de transporte que utiliza como vias de
comunicação as estradas.
As estradas no nosso País ainda apresentam um estágio de
desenvolvimento bastante precário.
O parque automóvel, apesar de registar melhorias sobretudo
nos últimos 10 anos ainda não satisfaz as necessidades e a
realidade do nosso País e é deficitária se o comparamos com os
de outros Países da região. Por exemplo: até Dezembro de 2007,
o país tinha 254.079 viaturas, das quais 91.768 viaturas na
província de Maputo, 81.769 na cidade de Maputo.

As estradas de Moçambique

A rede viária de Moçambique desempenha um papel


preponderante na comunicação entre este e os diferentes países
do interior.
De um total estimado em cerca de 42.263 km da rede rodoviária
no nosso País, apenas 5.339 km desta é que se encontra
revestida, a restante parte é de terraplenada e de terra natural.
As principais estradas alcatroadas ligam aos principais centros
urbanos e ao longo da costa. Eis alguns exemplos:
Maputo – Xai-Xai; Maputo– Chókwé; Maputo - Xai-Xai –
Inhambane – Beira – Chimoio – Tete; Beira - Chimoio – Tete;
Na região norte de Moçambique as ligações de: Nampula –
Nacala; Lichinga – Unango; Lichinga – Metangula; Nampula –
Pemba – Montepuez; Quelimane – Mocuba.
Existem também estradas alcatroadas nos arredores das capitais
provinciais que fundamentalmente ligam às sedes de alguns
distritos, postos administrativos ou mesmo à algumas
localidades, mas em distâncias muito curtas.
As estradas pavimentadas distribuem-se sobretudo pelas
províncias de Tete com uma rede de cerca de 881 km e província
de Cabo Delgado com cerca de 633 km. Nas restantes províncias
a média da rede de estradas pavimentadas é de 492 km, com
excepção da província de Niassa que conta apenas com 190 km.
As estradas terraplenadas apresentam uma certa disparidade
quanto a sua distribuição pelas províncias. Exemplo: de um total

141
de 6935 km, a província de Nampula possui 20%, figurando assim
como a região do País com maior rede de estradas em terra-
planagem.
As estradas em terra natural existem em todas províncias com
maior cobertura nas províncias da Zambézia, Sofala, Tete e
Nampula e estas se torna intransitáveis na época das chuvas
reduzindo, assim a rede de estradas que são importantes para a
ligação entre as regiões de produção, de residência e de
consumo.

C) Transportes aéreos em Moçambique

Este sistema de transportes desempenha um papel muito


importante na mobilidade com muita rapidez de passageiros
para vários pontos/lugares do País e do mundo em geral.
Também é importante para escoamento de vários tipos de
mercadorias, principalmente de e para os países da região e de
outros continentes.
Desde 1936, o tráfego doméstico era realizado pela Direcção de
exploração de Transportes Aéreos (DETA), sob tutela dos
Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
A 14 de Maio de 1980, foi extinta a DETA e no seu lugar criada a
Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) que passou a operar em
moldes empresariais.

As LAM ligam hoje o País de norte a sul servindo as capitais


provinciais para além de carreiras regionais e internacionais
entre Moçambique e vários Países do mundo.
Aeroportos internacionais: de Maputo na cidade de Maputo, da
Beira na cidade do mesmo nome e de Nampula em Nampula.
Aeroportos nacionais: de Lichinga, de Pemba, de Nampula, de
Quelimane, de Tete, de Chimoio.
Existem ainda muitos aeródromos espalhados em várias regiões
do nosso País.

Papel dos transportes na economia nacional

O transporte é um ramo de actividade económica que permite a


interligação entre a produção e o consumo de bens. Isto é entre
as zonas de produção e as de consumo.
O transporte participa activamente na organização económica
dos países, influindo progressivamente na produção agrícola e

142
industrial, no comércio interno e externo, na composição dos
preços, na regularização dos mercados, etc.
As condições de conforto e de bem-estar de uma sociedade
dependem de um sistema de transportes que permite o rápido
e eficiente intercâmbio de homens e de bens.
No nosso país o transporte torna-se muito importante, no
contexto actual para o relançamento da economia nacional,
contribuindo na mobilidade de passageiros e no escoamento da
produção. É através do transporte que a produção das zonas
rurais chega aos centros consumidores nas zonas urbanas e
assim mesmo, a produção industrial chega as zonas rurais.
No estágio actual da nossa economia exige-se um papel mais
interventivo dos transportes para o seu sucesso.
Considerando a localização geográfica do nosso país na região da
África Austral, o seu sistema de transportes joga um papel
preponderante para a economia dos países da região.
Os países do “ interland” estabelecem ligações comerciais com o
resto do mundo através do sistema de transportes
moçambicano. Ou seja, estes países utilizam, principalmente, os
portos e caminhos de ferro moçambicanos para as importações
e exportações das suas mercadorias.

D) Transportes Invisíveis

Os transportes invisíveis são constituídos pelas


telecomunicações, tráfego postal, televisão, telefone, fax,
telefax, informática, rede de cabos, ondas e satélites, etc, que
são importantes na circulação da informação.

Unidade Temática 6.2: O sistema de comunicações em


Moçambique

Introdução
Nesta Unidade Temática, caro estudante será capaz de
desenvolver as competências baseadas nos seguintes objectivos
específicos:

143
✓ Definir o conceito de comunicações
✓ Explicar o funcionamento e distribuição
geográfica do sistema de comunicações em
Moçambique
Objectivos
Específicos

O sistema de comunicações de Moçambique

Figura 26. Comunicações em Moçambique.

O que são sistemas de comunicações?

Por sistema das telecomunicações entende-se como o acto de


transmissão, emissão ou recepção de informação por vários
meios (telefone com fio, sem fio, rádio, televisão, símbolos ou

144
sinais, sons, imagens, telefone fixo ou móvel, cabo, fibra,
internet, etc.).
As telecomunicações são dominadas pela empresa pública TDM
(Telecomunicações de Moçambique), a qual tem o monopólio
das linhas fixas, com cerca de 80 mil clientes, mantendo ainda
uma posição dominante numa das empresas de telefones
móveis, a TMCel, que possui cerca de 3,8 milhões de clientes a
nível nacional (detém cerca de 65% de quota de mercado). A
liberalização do sector das telecomunicações foi marcada pela
separação entre rede fixa e rede móvel e pela entrada no
mercado do segundo operador de rede móvel, a Vodacom-
Moçambique (detida maioritariamente pela Vodacom sul-
africana, participada da Vodafone), que conta com cerca de 2
milhões de clientes. E, mais tarde entro a terceira Operadora de
Telefonia Móvel (a Movitel) cuja estrutura accionista comporta
parceiros moçambicanos. A Internet tem expressão
principalmente nas cidades, existindo três fornecedores - a
Teledata (PT/ TDM), a TDM e a TvCabo (esta exclusivamente em
Maputo e na Beira). Moçambique é o primeiro país da região
dotado de um organismo regulador do sector, o INCM (Instituto
Nacional das Comunicações de Moçambique), sob a tutela do
Ministério dos Transportes e Comunicações.

EXERCÍCIO 2- DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. Os transportes terrestres incluem os seguintes meios:


a) Comboio, barco e carro
b) Carro, navio e Toyota corola
c) Carro, bicicleta e comboio
d) Nenhuma alternativa

2. Os transportes aquáticos incluem os seguintes meios:


a) Barco, navio e carro
b) Nenhuma alternativa
c) Navio, submarino e canoa
d) Navio, bicicleta e submarino

3. Os transportes aéreos incluem os seguintes meios:


a) Avião, barco e pipeline.
b) Helicóptero, pára-quedas e avião
c) Nenhuma alternativa
d) Pára-quedas, avião e papagaio

4. Os transportes tubulares transportam:

145
a) Petróleo e cana-se-açúcar
b) Cana-de-açúcar e óleo
c) Petróleo e gás
d) Nenhuma alternativa

5. Os três principais aeroportos internacionais de Moçambique


localizam-se nas cidades de:
a) Cidade de Maputo, Gaza e Cabo-Delgado
b) Gaza, Manica e Inhambane
c) Nenhuma alternativa
d) Cidade de Maputo, Beira e Nampula

6. Os meios de transporte assumem vital importância na


economia nacional porque permitem:
a) A morbidade de pessoas e bens para diferentes pontos
b) Nenhuma alternativa
c) A montagem e morbidade de equipamentos industriais em
diferentes pontos
d) A mobilidade de pessoas, bens e mercadorias a diferentes
pontos

7. As telecomunicações enquadram-se no grupo dos


transportes:
a) Aquáticos
b) Terrestres
c) Invisíveis
d) Nenhuma alternativa

8. O maior porto marítimo de águas profundas em Moçambique


é:
a) Porto de Nacala
b) Nenhuma alternativa
c) Porto da Beira
d) Porto de Lichinga

9. A sigla CDN significa:


a) Corredor de Desenvolvimento de Nampula
b) Corredor de Desenvolvimento de Niassa
c) Nenhuma alternativa
d) Corredor de Desenvolvimento do Norte

10. A via marítima em Moçambique assume importância


regional estratégica porque:

146
a) Estabelece comunicação entre Moçambique e os países do
norte
b) Estabelece comunicação entre Moçambique e os países do
hiterland
c) Estabelece comunicação entre os países do hiterland e os do
interior
d) Nenhuma alternativa.

SOLUÇÕES
1.c); 2.c); 3.b); 4.c); 5.d); 6.d); 7.c), 8.a); 9.d) e 10.b)

CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. O que entende por Transporte?


2. O que são vias de comunicação?
3. Que papel os transportes assumem na economia nacional?
4. Que importância tem o corredor de Limpopo para a economia
nacional?
5. Explique porquê no Porto de Nacala atracam barcos de grande
calado?

SOLUÇÕES
1. Transporte é o conjunto formado pelos meios (material
circulante), vias de comunicação e todo o aparelho/mecanismo
que assegura o seu funcionamento.
2. Vias de comunicação são lugares especialmente equipados e
adaptados para o movimento do material circulante/meios de
transporte.
3. Os transportes assumem importância na economia nacional
através do estabelecimento da ligação entre os centros
produtivos de matérias-primas, centros de conversão dessas
matérias-primas e os mercados consumidores, bem como a
mobilidade de pessoas.
4. O corredor de Limpopo assume a função de servir o
Zimbabwe, a Suazilândia, o Botswana, assim como os outros
Países do hiterland.
5. No Porto de Nacala atracam barcos e navios de grande calado
porque é o único e maior Porto de águas profundas em
Moçambique.

Unidade temática 6.3: O turismo em Moçambique

147
Figura 27. Turismo de Mergulho

Figura 28. Turismo de observação da natureza

148
Figura 29.Turismo de praia (banho de sol).

Introdução

Moçambique possui um rico potencial turístico em exploração e


muito mais por explorar, desde os recursos turísticos da fauna,
flora, urbanos, rurais, etc.
Nesta unidade temática o estudante irá desenvolver
competências ligadas aos seguintes objectivos específicos:

✓ Definir o conceito de turismo e o seu histórico


em Moçambique
✓ Compreender os tipos de turismo de
Moçambique
✓ Explicar as características, importância e
Objectivos impactos do turismo em Moçambique
Específicos

149
O Turismo em Moçambique

A Organização Mundial do Turismo define-o como a prática


sócio-económica que compreende as actividades das pessoas
que viajam e permanecem em locais fora do seu ambiente
habitual, por não mais do que um ano consecutivo, por motivos
de lazer, negócios ou outros fins” (UNITED NATIONS, 1994).
Essas deslocações podem ser motivadas por: Lazeres, recreio e
férias; Visitas a parentes e amigos; Negócios e motivos
profissionais; Tratamento médico; Religião, peregrinação e
outras razões.

Sabe-se que Moçambique ficou sob jugo colonial português


durante cerca de 500 anos. Nesse período tudo quanto fosse
implementado com vista ao desenvolvimento sócio económico
estava inteiramente sob gestão e a serviço do colonialismo.
É importante lembrar que a actividade turística conheceu o seu
desenvolvimento após a segunda Grande Guerra Mundial.
Moçambique, de acordo com o Ministério do Turismo (2004),
durante essa época colonial era considerado um dos destinos
turísticos de primeira classe em África e jogava um papel
importante na economia do país. Em 1973 Moçambique recebeu
cerca de 400.000 Turistas provenientes principalmente da África
do Sul, Zimbabwe e Portugal.

As áreas de desenvolvimento do turismo em Moçambique são:


i) as praias;
ii) a fauna e;
iii) o ambiente dinâmico oferecido pelos centros urbanos, com
maior destaque para as zonas sul e centro do país. As praias
tropicais, as águas quentes e as oportunidades marcantes de
pesca e de andar de barco eram únicos na África Austral. O
ambiente continental, a cozinha mediterrânea e as cidades
cosmopolitas de Maputo e Beira constituíam uma componente
importante da experiência turística. O produto faunístico
encontrava-se muito desenvolvido e o Parque Nacional da
Gorongosa era considerado uma das melhores reservas de
animais da África Austral e a caça nas coutadas (áreas de caça)
na zona centro possuíam padrão internacional.

Após 1973, verificaram-se mudanças profundas no sector


turístico, em matérias de segurança territorial, tendo resultado

150
num abrupto declínio nas infra-estruturas turísticas que foram
deflagradas pela guerra de desestabilização que durou 16 anos,
tendo conhecido o seu fim em 1992 com a Assinatura dos
Acordos Gerais de Paz em Roma. Nessa época, os recursos
faunísticos, com destaque para os grandes mamíferos, foram
virtualmente dizimados. O ano de 1992 marcou o início da
revitalização do sector do turismo. A partir de meados dos anos
noventa, a economia regista um crescimento apreciável e na
cidade de Maputo foram abertos vários hotéis vocacionados
para o turismo de negócio e restaurantes. A procura de lazer
com base em praias tem estado a estimular o desenvolvimento
do alojamento nas estâncias turísticas do sul: na Ponta do Ouro,
Inhambane, Bilene etc. Os investimentos foram feitos
predominantemente em cabanas de praia, locais de campismo e
acomodação com cozinha própria destinados ao mercado
regional. Têm estado a realizar-se investimentos dirigidos aos
mercados mais exigentes nas ilhas do Parque Nacional do
Bazaruto e na área continental de Vilankulos. Nos tempos mais
recentes, os investidores começam a mostrar interesse pelas
regiões situadas a norte do país, principalmente em Pemba, no
arquipélago das Quirimbas e na zona de Nacala.

Algumas fontes indicam que em 2001, Moçambique recebeu


através das fronteiras do sul cerca de 400.000 turistas,
aproximadamente o equivalente aos números recordes
registrados no tempo colonial. Em termos de capacidade de
alojamento, actualmente, Moçambique oferece um total de
12.000 camas, das quais cerca de 5.000 se enquadram nos
padrões internacionais de luxo ou de primeira classe (3 estrelas
para cima), comparado com alguns destinos da região (a Cidade
do Cabo possui cerca de 30.000 camas e as Maurícias cerca de
19 600 camas).

Tipos de turismo de Moçambique

Cunha (s/d) baseando-se em fontes de imprensa (jornais,


revistas, folhetos, brochuras, livros, etc) elenca as seguintes
classificações de turismo:

Turismo cultural; Enoturismo (Wine Tourism); Turismo


gastronómico; Turismo sensorial; Turismo de saúde; Turismo de
bem-estar; Turismo ornitológico; Turismo étnico; Geoturismo;
Turismo de sol e praia; Turismo de recreio; Turismo de colheita
(gathering); Turismo itinerante (touring); Turismo rural; Turismo

151
náutico; Turismo de compras; Turismo de charme; Turismo
residencial; Turismo médico; Turismo sénior; Turismo juvenil;
Turismo da 3ª idade; Turismo de natureza; Turismo ambiental;
Turismo urbano; Turismo alternativo; Turismo gastronómico;
Turismo de mergulho; City breaks; Turismo de catástrofe;
Turismo náutico; Turismo temático; Turismo histórico; Turismo
de pobreza; Turismo de voluntariado; Agroturismo; Turismo
ecológico; Ecoturismo; Turismo de desporto; Sight – seeking;
Turismo de guerra; Turismo de negócios; Turismo de golfe;
Turismo de montanha; Turismo de neve; Turismo de
proximidade Termalismo; Talassoterapia; Climatismo; Turismo
de aventura; Turismo industrial Turismo cinegético; Turismo
religioso; Turismo espiritual; Turismo verde; Turismo fluvial;
Cruzeiros; Turismo social; Trekking (Trilha turística); Turismo de
deserto; Turismo espacial, Turismo sexual (hétero e
homossexual2) e Turismo activo.
Em alguns casos verifica-se que certas designações surgem para
tirar proveito de benefícios que o turismo proporciona (por
exemplo turismo residencial, turismo médico), para dar
cobertura a actividades repugnantes ou ilícitas (por exemplo
Turismo sexual, droga) ou para criar uma certa imagem (exemplo
turismo de charme, turismo sensorial).

Divisão regional de turismo em Moçambique

Para uma melhor compreensão da distribuição regional do


turismo em Moçambique, consideremos as três principais
regiões geográficas do país:

A) Região Turística Sul

2
Esse turismo não está muito divulgada em Moçambique e configura actividade ilícita.

152
Figura 30. Locais turísticos da região sul de Moçambique
Fonte: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/achados/10-
dicas-praticas-para-organizar-uma-viagem-a-mocambique/

O turismo está concentrado no sul do país. A cidade de Maputo


e as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane detêm 50 % da
capacidade total de estabelecimentos registados e 65 % do total
das camas.
O turismo de negócios encontra-se concentrado em Maputo-
cidade, enquanto a província de Inhambane alberga o maior
número de facilidades de acomodação para o lazer,
correspondendo, neste momento, à zona do país que recebe
maior número de turistas ligados ao lazer. Maputo é o portal
primário para Moçambique relativamente a negócios e lazer. A
oferta de alojamento na capital tem estado a crescer a um ritmo
relativamente rápido a partir de meados dos anos noventa.
O turismo de lazer está a desenvolver-se em várias partes das
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. Os centros de
desenvolvimento incluem a Ponta do Ouro e a Ponta Malongane
para desportos aquáticos, Macaneta, Bilene e Xai- Xai para
turismo familiar e a zona costeira de Inhambane com uma
mistura de todas as características já mencionadas. Em
Inhambane surgiram em Vilankulos/Bazaruto zonas de interesse
turístico e na zona costeira próxima da cidade de Inhambane. O
desenvolvimento do Parque Transfronteiriço do Grande
Limpopo irá proporcionar à zona sul do país mais um projecto
âncora. O Parque Transfronteiriço inclui o Parque Nacional do
Kruger na África do Sul, Gonarezhou no Zimbabwe e o Parque

153
Nacional do Limpopo em Moçambique (MINISTÉRIO DO
TURISMO, 2004).

B) Região Turística Centro

Figura 31. Região turística Centro. Fonte:


https://colegiomoz.blogspot.com/2018/05/provincias-da-zona-
centro-de-mocambique.html

Do ponto de vista histórico, a região centro do país (Províncias


de Manica, Sofala, Tete e Zambézia) desempenhou um papel de
relevo no sector de turismo no país. O Parque Nacional da
Gorongosa que era uma das reservas de animais mais famosas
da África Austral e entre as melhores do mundo, bem como a
Reserva de Búfalos de Marromeu com uma população de mais
de 20.000 búfalos (outrora), figuraram-se áreas de conservação
mais afectadas e alteradas pelo conflito armado que durou 16
anos no país. Hoje, essas áreas registam sinais de significativos
de recuperação.

A cidade da Beira é a segunda cidade de Moçambique e um


centro económico de importância regional. O seu porto
desempenha um papel importante na ligação de Moçambique
com o Zimbabwe e outros países vizinhos localizados no centro.
A região centro contribui com 18% do total da capacidade de
alojamento que existe no país. Uma em cada duas ocupações de
quartos que acontecem fora da Cidade de Maputo tem lugar na

154
região centro. A movimentação está principalmente relacionada
com negócios e comércio nas fronteiras com o Zimbabwe,
Zâmbia e Malawi.
As Cidades de Tete, Chimoio e Quelimane encontram-se em
franco desenvolvimento turístico em termos de infraestruturas
de padrões internacionais e equiparáveis a Maputo e Beira
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2004).

C) Região Turística Norte

Figura 32. Região turística Norte. Fonte:


https://colegiomoz.blogspot.com/2018/05/provincias-da-zona-
norte-de-mocambique.html

O norte do país compreende as províncias de Niassa, Nampula e


Cabo Delgado e, em termos turísticos a região recebe a
designação “jóia do turismo”, dado o facto de conservar ainda,
as suas características naturais. Aqui se encontra a rica história
do passado da Ilha de Moçambique e do Ibo, a vida marinha e a
beleza do que é provavelmente um dos mais lindos arquipélagos
no mundo, o arquipélago das Quirimbas, a selva intacta e
extensa da Reserva Nacional do Niassa (agora Reserva Especial
do Niassa) e a biodiversidade única do Lago Niassa. Todos estes
factores fornecem, quer em termos de qualidade, quer em
termos de diversidade, uma experiência única de turismo ligada
à Reserva de Selous na Tanzânia.
As províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula repartem
entre si, menos de 25% de todas as unidades registadas de
alojamento e menos de 10% do total das camas ocupadas em
2001. Niassa, a província menos desenvolvida de Moçambique,

155
tem a capacidade mais baixa com apenas 15 unidades e 280
camas. Nampula, com 40 unidades e mais de 1000 camas
registadas encontra-se acima da média nacional, enquanto Cabo
Delgado possui 27 unidades e acima de 800 camas (MINISTÉRIO
DO TURISMO, 2004).
O turismo encontra-se principalmente concentrado em
Nampula, Nacala e Pemba. O Corredor de Nacala é um dos
catalizadores importantes do desenvolvimento da região: liga
Nacala e Nampula ao Lago Niassa e ao Malawi por ar, estrada e
infra-estrutura marítima.
A região Norte tem permanecido relativamente intocável
comparado com o tipo de projectos que estão a ser
desenvolvidos no sul do país. A zona tem as melhores condições
para ensaiar um processo de planificação integrada e
sustentável do turismo dado o isolamento, a qualidade geral do
produto e as necessidades consideráveis de infraestruturas.

Impacto ambiental e socioeconómico do turismo

Os impactos da actividade turísticas avaliam-se em duas


categorias: positivos e negativos.

i. Impactos positivos

• Fortalecimento da identidade cultural de Moçambique;


• Aumentou de oportunidades de negócio;
• Revitalização de festivais, artes, expressões culturais e
tradicionais;
• Melhoria da qualidade de vida das pessoas e das
comunidades.

ii. Impactos negativos

• Modificação das condições ambientais com a construção


e funcionamento das estâncias turísticas, sobretudo nas
zonas costeiras;
• Poluição das praias devido a deposição de resíduos
sólidos e / líquidos pelos utentes;
• Diversas práticas que atentam contra a qualidade do
ambiente e integridade pública.

156
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. Para que se considere turista, a pessoa deve:


a) Viajar e permanecer mais do que um ano num destino
b) Nenhuma alternativa
c) Viajar e voltar dentro de 24 horas
d) Viajar e permanecer mais de 24 horas e não exceder um ano
no destino.
2. Os impactos positivos do turismo nos lugares receptores são:
a) Aumento de receitas locais e prostituição
b) Aumento de receitas locais e intercâmbio cultural
c) Nenhuma alternativa
d) Aumento de receitas locais e venda de drogas

3. Os impactos negativos nos destinos turísticos são:


a) Nenhuma alternativa
b) Infecções de Transmissão Sexual e poluição ambiental
c) Poluição ambiental e especulação de preços
d) Conflitos de terras e poluição ambiental

4. Um dos grandes atractivos turísticos na Província do Niassa é:


a) Reserva Especial do Niassa
b) Parque Nacional das Quirimbas
c) Lago Niassa e Lago Malawi
d) Nenhuma alternativa

5. O enoturismo é um turismo associado a:


a) Venda e degustação de cervejas
b) Venda e degustação de vinhos
c) Nenhuma alternativa
d) Venda e degustação de sumo da mafurra.

6. Os transportes terrestres incluem os seguintes meios:


a) Comboio, barco e carro
b) Carro, navio e Toyota corola
c) Carro, bicicleta e comboio
d) Nenhuma alternativa

7. Os transportes aquáticos incluem os seguintes meios:


a) Barco, navio e carro
b) Nenhuma alternativa
c) Navio, submarino e canoa
d) Navio, bicicleta e submarino

8. Os transportes aéreos incluem os seguintes meios:

157
a) Avião, barco e pipeline.
b) Helicóptero, pára-quedas e avião
c) Nenhuma alternativa
d) Pára-quedas, avião e papagaio

9. Os transportes tubulares transportam:


a) Petróleo e cana-se-açúcar
b) Cana-de-açúcar e óleo
c) Petróleo e gás
d) Nenhuma alternativa

10. Os três principais aeroportos internacionais de Moçambique


localizam-se nas cidades de:
a) Cidade de Maputo, Gaza e Cabo-Delgado
b) Gaza, Manica e Inhambane
c) Nenhuma alternativa
d) Cidade de Maputo, Beira e Nampula

SOLUÇÕES
1.d); 2.b); 3.c), 4.a); 5.b), 6.c); 7.c), 8.b); 9.c) e 10.d).

AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Que papel os transportes assumem na economia nacional?


2. Que importância tem o corredor de Limpopo para a economia
nacional?
3. Explique porquê no Porto de Nacala atracam barcos de grande
calado?
4. Mencione algumas potencialidades turísticas em cada uma
das províncias da região centro do país.
5. Que actividades estão associadas ao turismo de praia em
Moçambique?

SOLUÇÕES
1. Os transportes assumem importância na economia nacional
através do estabelecimento da ligação entre os centros
produtivos de matérias-primas, centros de conversão dessas
matérias-primas e os mercados consumidores, bem como a
mobilidade de pessoas.
2. O corredor de Limpopo assume a função de servir o
Zimbabwe, a Suazilândia, o Botswana, assim como os outros
Países do hiterland.

158
3. No Porto de Nacala atracam barcos e navios de grande calado
porque é o único e maior Porto de águas profundas em
Moçambique.
4. Algumas potencialidades turísticas da região centro do país
são: O Parque Nacional da Gorongosa em Sofala e as praias da
Zambézia e Sofala, O rio Zambeze em Tete e as águas termais e
Manica.
5. As actividades associadas ao turismo de praia em
Moçambique são: banho, banho de sol e jogos de diversas
modalidades.

Referências bibliográficas

1. Cunha, L. A definição e o âmbito do turismo: um


aprofundamento necessário. s/d.
2. IEDA. Programa do ensino secundário geral à distância (PESD)- 1º ciclo-
Módulo 5 Geografia. Programa do ensino Secundário à Distância (PESD)-
1º ciclo, Moçambique, 2017.
3. _________. Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD)-
Material de estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
4. Ministério do Turismo. Plano estratégico para o
desenvolvimento do Turismo em Moçambique (2001-2013)-
Aprovado na 15ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros.
Maputo, 2004.
5. Ministério do Turismo. Estratégia de marketing turístico 2006-
2013. Maputo, 2006.
6. United Nations. World Tourism Organization-
Recommendations on Tourisme Statistics. Serie M, nº 83, United
Nations, Ney York, 1994.

159
TEMA VII: O COMÉRCIO EM MOÇAMBIQUE

Figura 33. Comércio Informal

160
Figura 34. Comércio Formal

Unidade Temática 7.1: Definição, tipos e características do comércio em


Moçambique

Introdução
Esta unidade temática, caro estudante, trata de mais um sector
de actividade a que a população moçambicana se dedica para a
sua subsistência e para o desenvolvimento da economia
nacional- o comércio. Trata-se de uma actividade sócio-
económica que contribui significativamente para o PIB nacional.
Nesta unidade iremos tratar dos tipos de comércio, acordos
comerciais entre Moçambique e outros países, destino dos
produtos das exportações dos produtos e também sobre o
ambiente de negócios em Moçambique.
Até ao final desta unidade temática o estudante deverá alcançar
os seguintes objectivos específicos:

✓ Definir o conceito de comércio


✓ Conhecer os tipos de comércio em
Moçambique
✓ Caracterizar os diferentes tipos de comércio
Objectivos de Moçambique
Específicos

161
O termo comércio deriva do conceito latim commercĭum que
refere-se à negociação em lugar e hora de comprar ou vender
géneros, bens e mercadorias. O comércio é uma actividade
sócio-económica que consiste na compra e na venda de bens,
seja para usufruir dos mesmos, vendê-los ou transformá-los.
Trata-se da transacção de algo em troca de outra coisa de igual
valor.
O intercâmbio comercial entre os povos de Moçambique e
outros, data desde há séculos, basta lembrar os contactos
comerciais na costa oriental de África especialmente com os
Árabes e Portugueses.
A actividade comercial em Moçambique obedece diferentes
modalidades, podendo ser: por troca directa, produto-produto
(troca natural, muita das vezes sem obedecer o critério de valor,
mas sim, a necessidade) e troca produto- dinheiro.

Tipos de comércio em Moçambique

Em Moçambique existem dois tipos de comércio: Interno e


Externo.

A) O comércio Interno

Em Moçambique a rede de comercialização implantada pelo


colonialismo era controlada pelos comerciantes Portugueses, os
quais garantiam a troca de produtos agrícolas com os bens de
consumo industriais, permitindo a ligação entre o meio rural e
urbano. A título de exemplo: até o ano de 1972 havia cerca de 6
mil comerciantes no nosso país na sua maioria portugueses. Com
a Independência Nacional, este número reduziu
consideravelmente devido a fuga de comerciantes portugueses,

162
tendo resultado na desintegração quase completa da rede
comercial.
A guerra que assolou as zonas rurais também contribuiu para
desorganizar a rede comercial nacional.
Perante esta crise de comercialização, o estado assumiu a
responsabilidade de recuperar a actividade comercial, através da
criação da empresa de comercialização agrícola (AGRICOM).
Essa empresa esteve representada nas diferentes províncias por
delegações provinciais que pudessem intervir ao nível das
machambas, localidades, postos administrativos e dos distritos
no processo de comercialização. Esta empresa tinha como
principais tarefas:
 Definir a política de preços dos produtos;
 Investir em infra-estruturas como, armazéns, vias de
comunicação, transportes para garantir reservas
alimentares estratégicas e o acesso para as zonas do alto
potencial agrícola.
Os principais produtos comercializados internamente em
Moçambique são: copra, chá, sisal, castanha de caju, milho,
citrinos, sisal, algodão, cana-de-açúcar e hortícolas.

Com a introdução do Programa de Recuperação Económica, a


partir de 1987, houve um crescimento comercial significativo por
causa da participação do sector privado na comercialização.

Actualmente existe uma grande diversidade de culturas


comercializadas em todo o território nacional, apesar de
algumas zonas ou regiões serem intransitáveis.
Esta diversidade de culturas e produtos comercializados está
relacionada com a participação do sector privado, liberalização
do comércio, organização de feiras nacionais e internacionais
que permitem a exposição das culturas e produtos dos países
participantes, trocas de experiência e assinaturas de acordos
bilaterais em multilaterais entre vários países.
Na classificação do comércio interno encontram-se as
subcategorias de comércio informal e formal.
A maior parte da população que se dedica ao comércio em
Moçambique, pratica o comércio informal.

163
Figura 35. Comércio informal

O comércio informal é realizado fora da observância da Lei,


portanto o praticante age na ilegalidade e consequentemente
não tem autorização das entidades fiscais, registo, licença, etc.
Tem como espaço mercados informais (Dumba-nengues,
Tchunga-moyo), esquinas das ruas, terminais ou paragens dos
autocarros/chapa -100, estações dos CFM, praias e outros
lugares de recriação e de lazer, em bancas móveis ou fixas, etc.

Figura 36. Comércio formal

O comércio formal é desenvolvido com base na observância da


lei vigente no país, no concernente a actividade comercial ou
prestação de serviços. (exemplo: Código Comercial de

164
Moçambique, Decreto no 34/2013 de 2 de Agosto, que aprova o
Regulamento do Licenciamento da Actividade Comercial, entre
outras). Assim, o agente económico age dentro da legalidade e
obriga-se a pagar impostos, criação de melhores condições para
o exercício da actividade entre outras obrigações. O comércio
formal realiza-se nos diferentes lugares, tais como: armazéns,
fábricas, supermercados, lojas, restaurantes, hotéis, mercados,
panificadoras farmácias, instâncias turísticas, etc. obedecendo
modalidades: grossista/ a grosso/ por atacado, na qual o
comprador não é consumidor final, porque, volta a revender a
outros e pelas quantidades que compra, beneficia de desconto
de preço na compra de uma dada mercadoria. E o comerciante
a retalho, nesta modalidade o comprador é consumidor final.
(actualmente os comerciantes atendem a todo tipo de bolso e
necessidades do consumidor).

B) Comércio Externo

Durante o período colonial o comércio externo em Moçambique


reflectiu a sua condição de colónia, pois se caracterizou-se pela
exportação dos melhores recursos naturais em benefício do
colonialismo.
Nos anos 60, na sequência do início da luta de libertação nas
colónias portuguesas, o governo colonial procedeu uma revisão
do processo de exportação a partir do qual emergiu uma nova
política económica com duas vertentes:
a) Aceleração da pilhagem colonial através de todos meios
possíveis, inviabilizando as economias das colónias.
b) Criação de uma sociedade de consumo artificial através do
aumento da importação de artigos de menor importância para o
desenvolvimento das colónias.
Estas medidas fizeram com que a balança de pagamentos fosse
permanentemente deficiente, porque não se adequava as
circunstâncias do momento. Como resultado da deficiência do
balanço de pagamentos foram aplicadas medidas de restrição
das importações empobrecendo cada vez mais o nosso país.

O período que se seguiu à Independência Nacional trouxe


algumas alterações em relação ao período anterior. As
importações permaneceram concentradas sobretudo nos bens
de consumo e matérias-primas. A exportação continua a
caracterizar-se pela grande especialização de produtos de
origem particularmente agrícola, embora já se exportam

165
produtos de outra origem como os mariscos, o gás natural,
alumínio, etc.
Moçambique é um país muito dependente do capital
estrangeiro, por isso a sua balança de pagamentos continua
deficiente, porque as taxas de juros cobrados no acto da
devolução da dívida são muito elevadas.

Com a introdução da economia de mercado, no âmbito do


Programa de Reabilitação Económica, o comércio ganhou uma
outra dinâmica, pois há injecção tanto no sector privado como
no público de recursos financeiros externos para investimentos
em vários segmentos da nossa economia.

As reformas económicas desde 2000 resultaram na reintegração


gradual da economia nos mercados regional e mundial, com
impacto directo na estrutura comercial do país e permitindo que
o comércio desempenhasse um papel importante na facilitação
do crescimento económico.
As características do comércio em Moçambique mudaram
significativamente nos últimos 15 anos, uma vez que tanto as
importações como as exportações cresceram dramaticamente
em resultado do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em
megaprojectos, e é provável que essa dinâmica continue num
futuro previsível, com o potencial comercial do país a tornar-se
uma realidade, particularmente no sector extractivo.

Acordos comerciais de Moçambique

Moçambique estabelece relações comerciais com muitos países


do mundo, alguns dos quais da Região da SADC, da África e de
outros continentes: África do Sul, Suazilândia, Malawi,
Zimbabwe, Botswana, Angola, Namíbia, Zâmbia, Tanzânia,
China, Paquistão, Tailândia, Japão, Índia, Emiratos Árabes
Unidos, Brasil, Portugal, Alemanha, Inglaterra, Reino dos Países
Baixos, Cuba, Estados Unidos da América, etc.

As relações comerciais ou acordos de que Moçambique é


signatário, agrupam-se em quatro tipos:
 Acordos Bilaterais: estabelecidos com o Zimbábwè e
Malawi, em 2004 e 2006, respectivamente.
 Acordos Regionais: Incluem a Zona de Comércio Livre da
SADC, os Acordos de Parceria Económica SADC-UE (assinados em
Junho de 2016) bem como o acordo tripartido SADC-EAC-
COMESA.

166
 Iniciativas unilaterais: referem-se essencialmente aos
Acordos de Comércio Preferencial (Preferential Trade
Agreement - PTA) destinados aos LDC, incluindo a Lei do
Crescimento e Oportunidades para África (African Growth and
Opportunity Act - AGOA). (Tabela 4.1)
 Acordos Multilaterais: refere-se às negociações comerciais
entre os países membros da OMC. A Ronda de Doha é a actual
ronda de negociações comerciais lançada em 2001, também
conhecida por Agenda de Desenvolvimento de Doha, pois o seu
enfoque incide nas perspectivas de comércio dos países em
desenvolvimento.
De 2011 a 2015, os 10 principais parceiros comerciais de
Moçambique são: África do Sul, Países Baixos, China, Índia,
Emirados Árabes Unidos, Bahrain, Portugal, Reino Unido,
Estados Unidos da América e Japão (MIC, 2016).

O país é exportador de produtos como: algodão, milho, açúcar,


tabaco, amêndoa de castanha de caju, chá, citrinos, madeira,
energia eléctrica, gás natural, recursos minerais, lingotes de
alumínio, entre outros. E importador de equipamentos diversos,
cereais (como, arroz, trigo e cevada), combustíveis,
medicamentos, veículos, bebidas nas suas mais variadas marcas
e qualidade.

Destino das Exportações dos produtos (2011-2015)

Produto País % Produto País %


Recursos Minerais
Alumínio Reino 9 Gás África do 95
Unido Natural Sul
Outros 5 Outros 5
Cingapura 3 Índia 20
Carvão Índia 52 Outros 20
China 25 Areias Itália 17
Cingapura 16 Pesadas China 16
Outros 7 EUA 15
Japão 4
Produto País % Produto País %
Culturas de Rendimento
Açúcar Portugal 25 China 61
Espanha 24 Japão 16
Itália 22 Outros 8
Outros 17 Turquia 6

167
França Gergelim África do 3
6 Sul
Países UAE 2
Baixos
Algodão Indonésia 24 Cingapura
Bangladesh 16 Índia
Outros Índia 43
China 14 EUA 17
Maurícias 10 Outros 16
Cingapura 9 Castanha Canadá 14
Vietname 7 de Cajú África do 5
Sul
Malásia 4 EAU 3
Líbano 2

Fonte: MIC (2016).

Ambiente de Negócios em Moçambique

De acordo com o Doing Business 2016, Moçambique posicionou-


se no 133º lugar no índice de um total de 189 países. Os dados
disponíveis no relatório (Doing Business) sobre a comparação
dos rankings dos países da África Subsaariana, destacam que
Moçambique apresenta um desempenho relativamente bom ao
lidar com autorizações de construção, resolução de insolvência,
protecção de investidores minoritários e registo de propriedade,
enquanto na área de ligação à electricidade, acesso ao crédito e
execução de contratos o desempenho não seja satisfatório.
Assinala-se, portanto, que o Ruanda regista um desempenho
excelente em termos de obtenção de crédito, o que coloca o país
na 2ª posição entre os países da África Subsaariana (MIC, 2016).

EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO: DEZ QUESTÕES FECHADAS

1. A actividade comercial está associada à:


a) Venda de produtos de beleza nas lojas
b) Compra de viaturas
c) Trocas comerciais: venda e compra de produtos de interesse
d) Trocas comerciais: compra de produtos de interesse
2. Os tipos de comércio em Moçambique são:

168
a) Interno e informal
b) Nenhuma alternativa
c) Externo e ilegal
d) Interno e Externo
3. O comércio interno classifica-se em:
a) Nenhuma alternativa
b) Formal e informal
c) Interno e externo
d) Externo e dumba-nengues ou tchunga-moio.
4. O João tem sua mercearia. Pratica o comércio a
documentação completa. Esse comércio classifica-se em:
a) Informal
b) Externo
c) Formal
d) Nenhuma alternativa
5. A Amina viaja constantemente de Moçambique para China
para comprar vestuário para venda. Ela pratica o comércio:
a) Interno Chinês
b) Externo
c) Nenhuma alternativa
d) Informal chinês
6. No comércio externo, Moçambique exporta os seguintes
minérios:
a) Nenhuma alternativa
b) Carvão vegetal e mapira
c) Carvão mineral e algodão
d) Carvão mineral e areias pesadas
7. A fuga ao fisco é uma subcategoria do comércio:
a) Formal
b) Externo

169
c) Informal
d) Nenhuma alternativa
8. Moçambique estabelece relações comerciais com a SADC.
Essas relações comerciais designam-se por:
a) Acordos Internacionais da SADC
b) Acordos Regionais na SADC
c) Acordos tri-partidos na SADC
d) Nenhuma alternativa
9. Os produtos agrícolas que Moçambique exporta são:
a) Nenhuma alternativa
b) Algodão e gás natural
c) Algodão e castanha de cajú
d) Castanha de cajú e ouro.
10. O comércio em Moçambique retrocedeu no período de:
a) Acordos Gerais de Paz
b) Nenhuma alternativa
c) Guerra Civil
d) PRE

SOLUÇÕES
1.c); 2.d); 3.b); 4.c); 5.b); 6.d); 7.c); 8.b); 9.c) e 10.c)

AUTO-AVALIAÇÃO: CINCO QUESTÕES ABERTAS

1. Que mecanismos de estabelecimentos de relações entre


Moçambique e outros países?
2. Em que posição comercial Moçambique se encontra, no
contexto do Doing Business 2016?
3. Que efeitos a guerra civil produziu nas zonas rurais
moçambicanas?
4. Defina o termo comércio

170
5. Como se caracterizava o comércio com o advento do
Programa de Reabilitação Económica?
SOLUÇÕES
1. Moçambique estabelece relações comerciais com outros
países através dos seguintes mecanismos: Acordos unilaterais,
bilaterais, regionais e multilaterais.
2. De acordo com o Doing Business 2016, Moçambique
posicionou-se no 133º lugar no índice de um total de 189 países.
3. Os efeitos da guerra civil nas zonas rurais moçambicanas
foram negativos, na medida em que aumentaram as bolsas de
fome e pobreza generalizada da população, porque a população
não produzia alimentos para sua subsistência devido à
insegurança política.
4. O termo comércio deriva do conceito latim commercĭum que
refere-se à negociação em lugar e hora de comprar ou vender
géneros, bens e mercadorias. O comércio é uma actividade
sócio-económica que consiste na compra e na venda de bens,
seja para usufruir dos mesmos, vendê-los ou transformá-los.
Trata-se da transacção de algo em troca de outra coisa de igual
valor.
5. Com a introdução da economia de mercado, no âmbito do
Programa de Reabilitação Económica, o comércio ganhou uma
outra dinâmica, pois há injecção tanto no sector privado como
no público de recursos financeiros externos para investimentos
em vários segmentos da nossa economia.

Referências bibliográficas
1. Instituto de Educação Aberta e à Distância [IEDA]. Geografia-
Programa do Ensino Secundário à Distância (PESD) 1º ciclo.
Módulo 5, Moçambique, CEMOQE, 2017.
2. __________. Programa do Ensino Secundário à Distância
(PESD)- Material de estudo da Geografia da 10ª classe. s/d.
3. Ministério da Indústria e Comércio [MIC]. Posicionamento de
Moçambique no Comércio Internacional. Fluxos comerciais em
Moçambique: Tendências e medidas de política. 2016.
4. República de Moçambique. Boletim da República I Série,
número 26. Resolução n. 25/98: Aprova a Política e Estratégia
Comercial. 1998.

171
5. _________. Boletim da República I Série, número 51. Decreto-
Lei n. 2/2005: Aprova o Código Comercial. 2005.

EXERCÍCIO 3: DUZENTAS QUESTÕES FECHADAS

1. Acerca do surgimento/evolução da Geografia Económica,


responda:
a) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XV
b) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XIX
c) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XX
d) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. X
2. A evolução da Geografia Económica esteve associada a:
a) Comércio Internacional
b) Comércio de escravos
c) Nenhuma alternativa correcta
d) Comércio de africanos
3. A Geografia Económica foi sistematizada por:
a) Suíço Karl Andrée (1860-1874)
b) Austríaco Andrée (1860-1874)
c) Alemão Andrée (1860-1874)
d) Karl Max
4. A história da Geografia Económica esteve relacionada ao
conhecimento das reservas de carvão, petróleo e outros jazigos.
Isso aconteceu em:
a) Moçambique
b) Nenhuma resposta correcta
c) Europa
d) EUA
5. Nos EUA, a Geografia Económica chegou a ser leccionada por:
a) Economistas
b) Geógrafos economistas
c) Geólogos
d) Nenhuma resposta é correcta
6. Os geólogos americanos leccionavam a Geografia Económica
porque:
a) Conheciam e dominavam as reservas dos recursos minerais
b) Nenhuma resposta é correcta
c) Conheciam a história das guerras comerciais dos EUA
d) Dominavam a geografia dos povos
7. A Geografia Económica esteve associada ao conhecimento da
estrutura geológica do solo
a) Não
b) Sim

172
c) Nenhuma alternativa
d) Sim mas não necessariamente
8. A Geografia Económica de Moçambique passa a se interessar
dos outros campos da geografia física etc, a partir dos anos:
a) 1940
b) 1980
c) Nenhuma alternativa
d) 1950
9. Em Moçambique, a Geografia Económica surge numa
perspectiva colonial, caracterizada por:
a) Nenhuma alternativa
b) Conhecimento dos principais rios do país
c) Conhecimento dos solos para a prática da agricultura de
exportação
d) Conhecimento da estrutura geológica para exploração do gás
natural
10. No período colonial, o interesse em conhecer os tipos de
solos servia para fins:
a) Alimentação dos povos indígenas
b) Nenhuma alternativa
c) Mercado informal
d) Desenvolver as zonas rurais
11. O objectivo da Geografia Económica é:
a) Nenhuma alternativa
b) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos sistemas territoriais de
produção, da sua estrutura e desenvolvimento
c) Formar, nos professores, as bases teóricas e metodológicas de
sua leccionação
d) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos cursos leccionados na
UnISCED.
12. Entre as tarefas da Geografia Económica de Moçambique
está a (o):
a) Estímulo do desenvolvimento sustentável do país;
b) Nenhuma alternativa
c) Estímulo do uso de fertilizantes na produção agro-pecuária
d) Estímulo de maquinaria industrial
13. Os campos de actuação da Geografia Económica cingem-se
em três abordagens:
a) Teórica, histórica e geográfica
b) Teórica, geográfica e regional
c) Teórica, regional e física
d) Teórica, histórica e regional.

173
14. A abordagem teórica tem como essência:
a) A construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas
b) A construção de teorias sobre as relações geográficas da
actividade industrial
c) A construção de teorias sobre as relações sócio-espaciais
d) Nenhuma alternativa
15. A abordagem regional baseia-se em:
a) Nenhuma alternativa
b) Estuda as condições pedológicas de uma região
c) Estuda as condições psicológicas dos povos
d) Estuda as condições económicas de determinada região
16. A abordagem histórica consiste em:
a) Analisar os níveis de desenvolvimentos dos países ricos
b) Analisar os processos de alterações económicas dos indígenas
c) Analisar a história do desenvolvimento económico de um
determinado espaço geográfico
d) Nenhuma alternativa
17. A observação é uma das técnicas metodológicas utilizadas na
Geografia Económica, porque:
a) Nenhuma alternativa
b) Aferir a ocorrência dos processos geológicos no espaço real
c) Aferir a ocorrência dos processos de produção sócio-
económica no espaço real
d) Aferir a ocorrência dos processos de comercialização do
carvão mineral
18. O método analítico, em estudos sócio-económicos permite-
nos:
a) Compreender a inter-relação geográfica dos factos e
processos sócio-económicos de uma região/país
b) Compreender a inter-relação física dos factos e processos
sócio-económicos de uma região/país
c) Nenhuma alternativa
d) Compreender a inter-relação paisagística natural

174
19. O método comparativo no estudos geográfico-económicos
consiste em:
a) Nenhuma alternativa
b) Comparar e tirar ilações sócio-espaciais entre duas ou mais
regiões
c) Comparar sem tirar ilações
d) Comparar e julgar as desigualdades produtivas e sócio-
espaciais entre regiões.
20. O método histórico é importante porque:
a) Permite-nos o conhecimento do futuro dos espaços
produtivos
b) Nenhuma alternativa
c) Permite-nos o conhecimento do passado das regiões com vista
a uma melhor exploração das suas potencialidades utilização
d) Permite-nos o conhecimento das regiões para o uso comercial
21. A Demografia é a ciência da/o:
a) Nenhuma alternativa
b) Rocha
c) Solo
d) População
22. A Demografia é importante para a Geografia Económica
porque:
a) Fornece informações e dados sobre a estrutura etária, sexual
e sectorial da população
b) Nenhuma alternativa
c) Fornece a população alimentos para toda a vida
d) Fornece informações e dados sobre o comportamento das
pessoas e estrutura etária.
23. O estudo da população preocupa-se em responder às
seguintes questões:
a) O que as pessoas consomem para viver?
b) Quantos animais de estimação as pessoas têm nos seus
quintais?
c) Quantos somos e em que condições vivemos?
d) Nenhuma alternativa
24. A população define-se como:
a) Conjunto de rochas em determinado espaço
b) Conjunto de crianças em idade escolar e que vivem nas zonas
rurais
c) Nenhuma alternativa
d) Conjunto de indivíduos que vivem num determinado espaço
geográfico.

175
25. A complexidade dos estudos da Geografia Económica se
cinge em:
a) Estudo das diferenças territoriais quanto ao número,
composição e reprodução natural da população e das razões
dessas diferenças;
b) Nenhuma alternativa
c) Estudo das diferenças territoriais quanto ao volume de
negócios por cada empresário
d) Estudo das diferenças entre os residentes em zonas rurais e
urbanas.
26. Entre as áreas de estudo Geografia Económica, estão as:
a) Nenhuma alternativa
b) Migrações populacionais
c) Minas de carvão obsoletas
d) Migrações dos peixes
27. A história da população moçambicana está associada a:
a) Migrações dos povos australianos e bantu
b) Migrações dos povos bantu e europeus
c) Migrações dos povos zimbabweanos
d) Nenhuma alternativa
28. A imigração Bantu em Moçambique influenciou
significativamente na população moçambicana porque:
a) Ensinou certas práticas sócio económicas como a fundição de
ferro
b) Ensinou a criação de gado em estábulos
c) Nenhuma alternativa
d) Ensinou a caça ilegal
29. Os povos Karanga eram oriundos de:
a) Malawi
b) Zâmbia
c) Zimbábwè
d) Nenhuma alternativa
30. Os povos Karanga influenciaram no conhecimento das
práticas de:
a) Agricultura
b) Nenhuma alternativa
c) Mineração e comércio à longa distância
d) Mineração e comércio de escravos

31. A população moçambicana distribui-se de forma desigual


devido a:

a) Heterogeneidade territorial das condições de sobrevivência


humana

176
b) Nenhuma alternativa

c) Homogeneidade territorial das condições humanas

d) Heterogeneidade e homogeneidade das condições de


habitabilidade.

32. As regiões que reúnem condições óptimas de habitabilidade


humana designam-se por:

a) Nenhuma alternativa

b) Anecúmenas

c) Ecúmenas

d) Hostís

33. Os factores físico-naturais da distribuição da população em


Moçambique são:

a) Relevo, indústria e água

b) Água, lojas e clima

c) Clima, relevo e solo

d) Nenhuma alternativa

34. O Clima, actua na distribuição da população em Moçambique


através dos seus principais elementos:

a) Precipitação, solo e atmosfera

b) Precipitação, vento e temperamento

c) Temperatura, vento e precipitação

d) Nenhuma alternativa

35. Dos factores sócio-económicos de distribuição da população


mencionam-se os seguintes:

a) Locais de antigas civilizações e bacias de solos

177
b) Locais de antigas civilizações e bacias industriais

c) Nenhuma alternativa

d) Locais de antigas civilizações e zonas afectadas pela COVID-19

36. Os factores demográficos actuantes na distribuição da


população moçambicana são:

a) Taxa de natalidade e migrações

b) Nenhuma alternativa

c) Qualidade de solo e meio ambiente

d) Taxa de mortalidade e chuva

37. A Taxa de crescimento natural da população define-se como:

a) A diferença entre a taxa de mortalidade e a taxa de natalidade

b) A diferença e quociente de taxa de natalidade e a taxa de


mortalidade

c) O produto e a soma de taxa de mortalidade e a taxa de


crescimento natural da população

d) A diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade

38. A taxa de fertilidade define-se como:

a) O número de homens com que uma mulher pode casar

b) O número de filhos que uma mulher pode nascer

c) Nenhuma alternativa

d) O número de filhos que nascem numa geração de mulheres


em idade fértil.

39. As migrações são caracterizadas por:

a) Entradas e viagens das pessoas

b) Nenhuma alternativa

178
c) Emigração e imigração de pessoas

d) Imigração, emigração e saídas de pessoas mais jovens para as


minas da África do Sul

40. A imigração é:

a) Nenhuma alternativa

b) Saída das pessoas de uma região para a outra

c) Entrada de pessoas provenientes de certas regiões

d) Entrada e saída de pessoas em determinadas regiões


41. Pirâmide etária define-se como:
a) Nenhuma alternativa
b) Gráfico que representa a estrutura vertical da população
c) Gráfico que representa a estrutura da população por idades e
sexo
d) Gráfico que representa a estrutura horizontal da população
por sexo e altura
42. A pirâmide etária da população moçambicana é tipo:
a) Exponencial
b) Expansiva
c) Nenhuma alternativa
d) Experimental
43. A pirâmide expansiva caracteriza-se por ter:
a) Uma base estreita e topo estreito
b) Uma base estreita e topo largo
c) Uma base larga e topo estreito
d) Nenhuma alternativa
44. Numa pirâmide etária, a base larga e topo estreito significa
que:
a) A maior parte da população desse país é velha
b) A maior parte da população desse país é jovem envelhecida
c) A maior parte da população desse país é jovem
d) Nenhuma alternativa
45. O estudo da estrutura etária e sexual da população permite-
nos:
a) Conhecer a proporção da população por grupos de idades e
por sexo com vista a uma melhor planificação
b) Nenhuma alternativa
c) Conhecer a proporção da população por grupos trabalhadores
com vista a uma melhor planificação

179
d) Conhecer a proporção de jovens camponeses e pescadores
com vista a uma melhor planificação.
46. A taxa de crescimento da população depende de:
a) Fluxo migratório de velhos
b) Fluxo migratório de jovens com menor idade
c) Nenhuma alternativa
d) Fluxo migratório de jovens
47. O estudo da população permite o conhecimento de:
a) Nenhuma alternativa
b) Seu efectivo em termos de sua composição da sua distribuição
e de acontecimentos como mortalidade,
natalidade/fecundidade e migrações
c) Seu efectivo em termos de sua composição dos homens
d) Seus campos de cultivo
48. Ao construir pirâmide etária, o efectivo de homens, sempre
representa-se no lado:
a) Direito
b) Nenhuma alternativa
c) Esquerdo
d) Ambos
49. Nos fluxos migratórios, o superpovoamento se verifica:
a) Nos locais de trânsito
b) Nos locais de chegada
c) Nos locais de partida
d) Nenhuma alternativa
50. O conhecimento da estrutura etária e sexual da população
permite:
a) A definição das políticas públicas sectoriais nacionais
b) A definição de políticas de descentralização nacional
c) A definição de políticas análogas ao desenvolvimento de um
país
d) Nenhuma alternativa
51. A agricultura é uma actividade sócio-económica que se
dedica a:
a) Domesticação de animais de pequena espécie para o sustento
das famílias rurais
b) Nenhuma alternativa
c) Cultivo de plantas, hortícolas e muito mais
d) Cultivo apenas de hortícolas para alimentação
52. A actividade que congrega tanto o cultivo de plantas,
hortícolas como a criação de animais chama-se:
a) Agricultura de subsistência
b) Nenhuma alternativa
c) Actividade agrária ou agro-pecuária

180
d) Agro-pecuária e agro-indústria
53. As condições climáticas fundamentais para o sucesso da
actividade agrícola são:
a) A radiação solar, humidade e os ventos.
b) Nenhuma alternativa
c) A radiação solar e o próprio sol
d) A humanidade e o solo.
54. O solo é um factor:
a) sócio-económico
b) Físico- natural
c) Nenhuma alternativa
d) Sócio-económico e físico-natural
55. Historicamente, a agricultura era praticada por instrumentos
como:
a) Nenhuma alternativa
b) Charrua e enxada
c) Pedra lascada e paus endurecidos no fogo
d) Pedra dura e maquinarias agrícolas
56. A diferença entre plantas de luz e de sombra se cinge em:
a) Diferenças de humidade que cada planta necessita para o seu
desenvolvimento
b) Diferenças de luminosidade que cada planta necessita para
seu desenvolvimento
c) Nenhuma alternativa
d) Diferenças de húmus que cada planta necessita para o seu
ciclo vegetativo
57. Regiões ecológicas ou agro-pecuárias são definidas como:
a) Regiões agro-ecológicas heterogéneas em termos climáticos
b) Regiões com características agro-ecológicas diferenciadas
entre elas
c) Nenhuma alternativa
d) Regiões agro-ecológicas homogéneas em termos de clima,
relevo e solos, e que apresentam sistemas de produção
semelhantes.
58. A décima região agro-ecológica situa-se:
a) Nas zonas altas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica.
b) Nas zonas baixas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica
c) Nenhuma alternativa
d) Nas zonas intermédias da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia
e Manica.
59. A primeira região agro-ecológica caracteriza-se por:
a) Nenhuma alternativa

181
b) Ter precipitações elevadíssimas
c) Ter precipitações baixas, a temperatura média oscila entre os
20 a 25°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa
d) Ter precipitações altas, a temperatura média oscila entre os 0
a 5°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa.
60. O serviços ecossistêmicos da biodiversidade classificam-se
em:
a) Regulação, provisão, alimentação e internet
b) Provisão, abastecimento, regulação e agricultura
c) Provisão, regulação, cultural e suporte
d) Nenhuma alternativa
61. A Indústria define-se como:
a) Nenhuma alternativa
b) Toda a actividade de transformação e comercialização
agrícola
c) Toda a actividade de transformação de matéria-prima bruta
em elaborada
d) Toda a actividade de artesanato e matéria-prima
62. O artesanato é subclassificação da actividade:
a) Comercial
b) Agrícola
c) Industrial
d) Nenhuma alternativa

63. A Indústria enquadra-se no sector:


a) Primário
b) Secundário
c) Quaternário
d) Terciário
64. Os factores de subdesenvolvimento da indústria em
Moçambique são:
a) Nenhuma alternativa
b) Guerra civil e quadros competentes
c) Quadros competentes e socialismo
d) Guerra civil e pobreza
65. Os factores de desenvolvimento da Indústria em
Moçambique são:
a) Guerra e Economia de Mercado
b) Paz, segurança e formação de quadros
c) Nenhuma alternativa
d) Paz, insegurança, existência de reservas de minas
66. Os principais tipos de indústria de Moçambique são:
a) Nenhuma alternativa
b) Extractiva e transformadora

182
c) Extractiva, transformadora e coleccionadora
d) Coleccionadora, pesqueira e extractiva
67. A nova descoberta de reservas de gás natural em
Moçambique aconteceu em:
a) Bacia do Save
b) Nenhuma alternativa
c) Bacia de Temane
d) Bacia do Rovuma
68. O carvão mineral vem sendo explorado na Província de:
a) Manica e Maputo
b) Inhambane e Cabo-Delgado
c) Nenhuma alternativa
d) Tete
69. A indústria energética da biomassa em Moçambique utiliza
os seguintes recursos:
a) Nenhuma alternativa
b) Carvão mineral, petróleo e gás do Rovuma
c) Carvão vegetal, lenha e subprodutos orgânicos
d) Lenha, carvão mineral de Tete e gás extraído em Temane
70. A categoria energética dos combustíveis fósseis utiliza os
seguintes recursos:
a) Gás natural e derivados da borracha
b) Petróleo, carvão mineral e lenha
c) Gás Natural, petróleo e carvão mineral
d) Nenhuma alternativa
71. Factores locacionais da Indústria são definidos como:
a) Nenhuma alternativa
b) Conjunto de condições que permitem a implantação e
elaboração de matérias-primas.
c) Conjunto de condições que permitem a implantação e
funcionamento normal de uma Indústria
d) Conjunto de elementos geológicos que permitem a
implantação de uma Indústria
72. Há dois grandes grupos de factores locacionais de uma
Indústria:
a) Factores físico-geográficos e humanos
b) Factores políticos e pedológicos
c) Factores edáficos e climáticos
d) Nenhuma alternativa

183
73. Os transportes são condicionantes da localização de
indústrias porque:
a) Retardam a mobilidade das matérias primas que alimentam a
indústria
b) A sua melhor qualidade garante fluidez das pessoas e
matérias-primas
c) Retardam a expansão das redes comerciais
d) Nenhuma alternativa
74. A água é um factor imprescindível na instalação de indústria
porque:
a) Garante o funcionamento completo da unidade fabril, desde
as maquinarias até a própria transformação da matéria-prima
b) Garante apenas o funcionamento das maquinarias
c) Nenhuma alternativa
d) Garante apenas a transformação das matérias-primas em
produtos elaborados.
75. Uma Indústria de produção de papel precisa se localizar:
a) Junto dos rios com melhor escoamento
b) Nenhuma alternativa
c) Junto das plantações florestais
d) Junto dos principais jazigos de petróleo bruto a ser
transformado
76. Uma área que produz grandes quantidades de milho, é
propícia para a instalação de indústria:
a) Milheiral
b) Moageira
c) Mecânica
d) Nenhuma alternativa
77. Para alimentar uma indústria de fabrico de borracha natural,
a principal matéria-prima é:
a) Seiva da planta chamada Seringa
b) Seiva da planta chamada Mussassa

184
c) Nenhuma alternativa
d) Seiva da planta chamada eucalipto
78. A Indústria é nociva ao meio ambiente devido a:
a) Nenhuma alternativa
b) Baixo poder de transformação de matéria-prima útil
b) Poluição atmosférica através das emissões do CO2
c) Poluição atmosférica através das energias renováveis que a
fazem funcionar
d) Baixo poder de desenvolvimento económico com efeitos no
meio ambiente
79. O Dióxido de Carbono emitido pelas chaminés das indústrias
influencia no:
a) Efeito de estiagem
b) Nenhuma alternativa
c) Efeito-estuda
d) Efeito multiplicador da condensação das águas oceânicas
80. Os rejeitos industriais derramados nos mananciais tem
efeitos de:
a) Rápida multiplicação dos peixes
b) Rápida atracção de turistas nas praias
c) Rápida deterioração das condições dos habitats da
biodiversidade marinha
d) Rápida regeneração dos corais.
81. Os transportes terrestres incluem os seguintes meios:
a) Comboio, barco e carro
b) Carro, navio e Toyota corola
c) Carro, bicicleta e comboio
d) Nenhuma alternativa
82. Os transportes aquáticos incluem os seguintes meios:
a) Barco, navio e carro
b) Nenhuma alternativa

185
c) Navio, submarino e canoa
d) Navio, bicicleta e submarino
83. Os transportes aéreos incluem os seguintes meios:
a) Avião, barco e pipeline.
b) Helicóptero, pára-quedas e avião
c) Nenhuma alternativa
d) Pára-quedas, avião e papagaio
84. Os transportes tubulares transportam:
a) Petróleo e cana-se-açúcar
b) Cana-de-açúcar e óleo
c) Petróleo e gás
d) Nenhuma alternativa
85. Os três principais aeroportos internacionais de Moçambique
localizam-se nas cidades de:
a) Cidade de Maputo, Gaza e Cabo-Delgado
b) Gaza, Manica e Inhambane
c) Nenhuma alternativa
d) Cidade de Maputo, Beira e Nampula
86. Os meios de transporte assumem vital importância na
economia nacional porque permitem:
a) A morbidade de pessoas e bens para diferentes pontos
b) Nenhuma alternativa
c) A montagem e morbidade de equipamentos industriais em
diferentes pontos
d) A mobilidade de pessoas, bens e mercadorias a diferentes
pontos
87. As telecomunicações enquadram-se no grupo dos
transportes:
a) Aquáticos
b) Terrestres
c) Invisíveis

186
d) Nenhuma alternativa
88. O maior porto marítimo de águas profundas em
Moçambique é:
a) Porto de Nacala
b) Nenhuma alternativa
c) Porto da Beira
d) Porto de Lichinga
89. A sigla CDN significa:
a) Corredor de Desenvolvimento de Nampula
b) Corredor de Desenvolvimento de Niassa
c) Nenhuma alternativa
d) Corredor de Desenvolvimento do Norte
90. A via marítima em Moçambique assume importância
regional estratégica porque:
a) Estabelece comunicação entre Moçambique e os países do
norte
b) Estabelece comunicação entre Moçambique e os países do
hiterland
c) Estabelece comunicação entre os países do hiterland e os do
interior
d) Nenhuma alternativa.
91. Acerca do surgimento/evolução da Geografia Económica,
responda:
a) A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XV
A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XIX
A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. XX
A Geografia Económica evoluiu a partir do séc. X
92. A evolução da Geografia Económica esteve associada a:
Comércio Internacional
Comércio de escravos
Nenhuma alternativa correcta

187
Comércio de africanos
93. A Geografia Económica foi sistematizada por:
Suíço Karl Andrée (1860-1874)
Austríaco Andrée (1860-1874)
Alemão Andrée (1860-1874)
Karl Max
94. A história da Geografia Económica esteve relacionada ao
conhecimento das reservas de carvão, petróleo e outros jazigos.
Isso aconteceu em:
Moçambique
Nenhuma resposta correcta
Europa
EUA
95. Nos EUA, a Geografia Económica chegou a ser leccionada
por:
Economistas
Geógrafos economistas
Geólogos
Nenhuma resposta é correcta
96. O objectivo da Geografia Económica é:
a) Nenhuma alternativa
b) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos sistemas territoriais de
produção, da sua estrutura e desenvolvimento
c) Formar, nos professores, as bases teóricas e metodológicas de
sua leccionação
d) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos cursos leccionados na
UnISCED.
97. Entre as tarefas da Geografia Económica de Moçambique
está a (o):
a) Estímulo do desenvolvimento sustentável do país;

188
b) Nenhuma alternativa
c) Estímulo do uso de fertilizantes na produção agro-pecuária
d) Estímulo de maquinaria industrial
98. Os campos de actuação da Geografia Económica cingem-se
em três abordagens:
a) Teórica, histórica e geográfica
b) Teórica, geográfica e regional
c) Teórica, regional e física
d) Teórica, histórica e regional.
99. A abordagem teórica tem como essência:
a) A construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas
b) A construção de teorias sobre as relações geográficas da
actividade industrial
c) A construção de teorias sobre as relações sócio-espaciais
d) Nenhuma alternativa
100. A abordagem regional baseia-se em:
a) Nenhuma alternativa
b) Estuda as condições pedológicas de uma região
c) Estuda as condições psicológicas dos povos
d) Estuda as condições económicas de determinada região
101. O estudo da população preocupa-se em responder às
seguintes questões:
a) O que as pessoas consomem para viver?
b) Quantos animais de estimação as pessoas têm nos seus
quintais?
c) Quantos somos e em que condições vivemos?
d) Nenhuma alternativa
102. A população define-se como:
a) Conjunto de rochas em determinado espaço

189
b) Conjunto de crianças em idade escolar e que vivem nas zonas
rurais
c) Nenhuma alternativa
d) Conjunto de indivíduos que vivem num determinado espaço
geográfico.
103. Entre as áreas de estudo Geografia Económica, estão as:
a) Nenhuma alternativa
b) Migrações populacionais
c) Minas de carvão obsoletas
d) Migrações dos peixes
104. Os factores físico-naturais da distribuição da população em
Moçambique são:
a) Relevo, indústria e água
b) Água, lojas e clima
c) Clima, relevo e solo
d) Nenhuma alternativa
105. O Clima, actua na distribuição da população em
Moçambique através dos seus principais elementos:
a) Precipitação, solo e atmosfera
b) Precipitação, vento e temperamento
c) Temperatura, vento e precipitação
d) Nenhuma alternativa
106. Dos factores sócio-económicos de distribuição da
população mencionam-se os seguintes:
a) Locais de antigas civilizações e bacias de solos
b) Locais de antigas civilizações e bacias industriais
c) Nenhuma alternativa
d) Locais de antigas civilizações e zonas afectadas pela COVID-19
107. Pirâmide etária define-se como:
a) Nenhuma alternativa
b) Gráfico que representa a estrutura vertical da população

190
c) Gráfico que representa a estrutura da população por idades e
sexo
d) Gráfico que representa a estrutura horizontal da população
por sexo e altura
108. A pirâmide etária da população moçambicana é tipo:
a) Exponencial
b) Expansiva
c) Nenhuma alternativa
d) Experimental
109. A pirâmide expansiva caracteriza-se por ter:
a) Uma base estreita e topo estreito
b) Uma base estreita e topo largo
c) Uma base larga e topo estreito
d) Nenhuma alternativa
110. Numa pirâmide etária, a base larga e topo estreito significa
que:
a) A maior parte da população desse país é velha
b) A maior parte da população desse país é jovem envelhecida
c) A maior parte da população desse país é jovem
d) Nenhuma alternativa
111. A estrutura sectorial da população define-se como:
a) A organização da população em sectores de idade
b) Nenhuma alternativa
c) A organização dos jovens em grupos de estudo no período
pós-COVID-19
d) A organização da população por sectores de actividade
112. O sector primário é caracterizado por:
a) Nenhuma alternativa
b) Actividades de extracção directa dos recursos no solo
c) Actividades de transformação da matéria extraída do solo

191
d) Actividades de comercialização dos produtos agrícolas
113. As actividades agrícolas pertencem ao sector:
a) Secundário
b) Terciário
c) Nenhuma alternativa
d) Primário
114. As actividades do sector primário são:
a) Agricultura, mineração e comércio
b) Comércio, extracção de gás natural
c) Nenhuma alternativa
d) Mineração, agricultura e pecuária
115. Na agricultura extrai-se:
a) Papel, giz e madeira
b) Nenhuma alternativa
c) Alimentos, matéria-prima diversa e produtos comerciais
d) Alimentos, carvão mineral e carne
116. O sector secundário compreende:
a) Nenhuma alternativa
b) Todas as actividades de transformação e processamento das
matérias-primas do sector primário
c) Todas as actividades de processamento das matérias-primas
provenientes do sector terciário
d) Todas actividades de telecomunica
117. As outras actividades do sector secundário são:
a) Artesanato, indústria e construção
b) Nenhuma alternativa
c) Artesanato, construção e comércio
d) Comércio, artesanato e agricultura
118. O sector terciário compreende:
a) O comércio e serviços de pesca artesanal

192
b) O comércio e agricultura de subsistência de grande parte da
população moçambicana
c) O comércio e serviços diversos
d) Nenhuma alternativa
119. Os serviços de administração pública, pertencem ao sector:
a) Primário
b) Nenhuma alternativa
c) Quaternário
d) Terciário
120. O sector dos transportes e comunicações são importantes
para os outros sectores porque:
a) Dinamizam a mobilidade e estabelecimento de contactos
entre diferentes intervenientes dos restantes sectores.
b) Nenhuma alternativa
c) Dinamizam a morbidade dos povos e suas criações
d) Dinamizam a pobreza das zonas rurais em Moçambique
devido as suas dificuldades de locomoção.
121. A diferença entre plantas de luz e de sombra se cinge em:
a) Diferenças de humidade que cada planta necessita para o seu
desenvolvimento
b) Diferenças de luminosidade que cada planta necessita para
seu desenvolvimento
c) Nenhuma alternativa
d) Diferenças de húmus que cada planta necessita para o seu
ciclo vegetativo
122. Regiões ecológicas ou agro-pecuárias são definidas como:
a) Regiões agro-ecológicas heterogéneas em termos climáticos
b) Regiões com características agro-ecológicas diferenciadas
entre elas
c) Nenhuma alternativa

193
d) Regiões agro-ecológicas homogéneas em termos de clima,
relevo e solos, e que apresentam sistemas de produção
semelhantes.
123. A décima região agro-ecológica situa-se:
a) Nas zonas altas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica.
b) Nas zonas baixas da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia e
Manica
c) Nenhuma alternativa
d) Nas zonas intermédias da Zambézia, Niassa, Angónia, Marávia
e Manica.
124. A primeira região agro-ecológica caracteriza-se por:
a) Nenhuma alternativa
b) Ter precipitações elevadíssimas
c) Ter precipitações baixas, a temperatura média oscila entre os
20 a 25°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa
d) Ter precipitações altas, a temperatura média oscila entre os 0
a 5°C, os solos são planos, fertilidade marginal boa.
125. O serviços ecossistêmicos da biodiversidade classificam-se
em:
a) Regulação, provisão, alimentação e internet
b) Provisão, abastecimento, regulação e agricultura
c) Provisão, regulação, cultural e suporte
d) Nenhuma alternativa
126. A importância da agricultura em Moçambique consiste em:
a) Fornecer matéria prima para os sectores secundário e
terciário
b) Fornecer matéria prima mineral
c) Nenhuma alternativa
d) Fornecer aos empresários, a oportunidade de créditos
bancários
127. O couro é um subproduto de:

194
a) Comércio
b) Indústria
c) Agricultura
c) Pecuária
128. A borracha natural e sintética são subprodutos,
respectivamente de:
a) Nenhuma alternativa
b) Agricultura e pesca
c) Silvicultura e petróleo
d) Silvicultura e pecuária
129. A população moçambicana ocupa-se maioritariamente em
actividades do sector:
a) Pecuário
b) Primário
c) Terciário
d) Nenhuma alternativa
130. A agricultura praticada para o consumo familiar designa-se
por:
a) Agricultura de substinência
b) Agricultura de Abstinência social
c) Nenhuma alternativa
d) Agricultura de subsistência
131. Factores locacionais da Indústria são definidos como:
a) Nenhuma alternativa
b) Conjunto de condições que permitem a implantação e
elaboração de matérias-primas.
c) Conjunto de condições que permitem a implantação e
funcionamento normal de uma Indústria
d) Conjunto de elementos geológicos que permitem a
implantação de uma Indústria

195
132. Há dois grandes grupos de factores locacionais de uma
Indústria:
a) Factores físico-geográficos e humanos
b) Factores políticos e pedológicos
c) Factores edáficos e climáticos
d) Nenhuma alternativa
133. Os transportes são condicionantes da localização de
indústrias porque:
a) Retardam a mobilidade das matérias primas que alimentam a
indústria
b) A sua melhor qualidade garante fluidez das pessoas e
matérias-primas
c) Retardam a expansão das redes comerciais
d) Nenhuma alternativa
134. A água é um factor imprescindível na instalação de indústria
porque:
a) Garante o funcionamento completo da unidade fabril, desde
as maquinarias até a própria transformação da matéria-prima
b) Garante apenas o funcionamento das maquinarias
c) Nenhuma alternativa
d) Garante apenas a transformação das matérias-primas em
produtos elaborados.
135. Uma Indústria de produção de papel precisa se localizar:
a) Junto dos rios com melhor escoamento
b) Nenhuma alternativa
c) Junto das plantações florestais
d) Junto dos principais jazigos de petróleo bruto a ser
transformado
136. Uma área que produz grandes quantidades de milho, é
propícia para a instalação de indústria:
a) Milheiral
b) Moageira

196
c) Mecânica
d) Nenhuma alternativa
137. Para alimentar uma indústria de fabrico de borracha
natural, a principal matéria-prima é:
a) Seiva da planta chamada Seringa
b) Seiva da planta chamada Mussassa
c) Nenhuma alternativa
d) Seiva da planta chamada eucalipto
138. A Indústria é nociva ao meio ambiente devido a:
a) Nenhuma alternativa
b) Baixo poder de transformação de matéria-prima útil
b) Poluição atmosférica através das emissões do CO2
c) Poluição atmosférica através das energias renováveis que a
fazem funcionar
d) Baixo poder de desenvolvimento económico com efeitos no
meio ambiente
139. O Dióxido de Carbono emitido pelas chaminés das
indústrias influencia no:
a) Efeito de estiagem
b) Nenhuma alternativa
c) Efeito-estuda
d) Efeito multiplicador da condensação das águas oceânicas
140. Os rejeitos industriais derramados nos mananciais tem
efeitos de:
a) Rápida multiplicação dos peixes
b) Rápida atracção de turistas nas praias
c) Rápida deterioração das condições dos habitats da
biodiversidade marinha
d) Rápida regeneração dos corais.
141. A Indústria define-se como:
a) Nenhuma alternativa

197
b) Toda a actividade de transformação e comercialização
agrícola
c) Toda a actividade de transformação de matéria-prima bruta
em elaborada
d) Toda a actividade de artesanato e matéria-prima
142. O artesanato é subclassificação da actividade:
a) Comercial
b) Agrícola
c) Industrial
d) Nenhuma alternativa
143. A Indústria enquadra-se no sector:
a) Primário
b) Secundário
c) Quaternário
d) Terciário
144. Os factores de subdesenvolvimento da indústria em
Moçambique são:
a) Nenhuma alternativa
b) Guerra civil e quadros competentes
c) Quadros competentes e socialismo
d) Guerra civil e pobreza
145. Os factores de desenvolvimento da Indústria em
Moçambique são:
a) Guerra e Economia de Mercado
b) Paz, segurança e formação de quadros
c) Nenhuma alternativa
d) Paz, insegurança, existência de reservas de minas
146. Factores locacionais da Indústria são definidos como:
a) Nenhuma alternativa
b) Conjunto de condições que permitem a implantação e
elaboração de matérias-primas.

198
c) Conjunto de condições que permitem a implantação e
funcionamento normal de uma Indústria
d) Conjunto de elementos geológicos que permitem a
implantação de uma Indústria
147. Há dois grandes grupos de factores locacionais de uma
Indústria:
a) Factores físico-geográficos e humanos
b) Factores políticos e pedológicos
c) Factores edáficos e climáticos
d) Nenhuma alternativa
148. Os transportes são condicionantes da localização de
indústrias porque:
a) Retardam a mobilidade das matérias primas que alimentam a
indústria
b) A sua melhor qualidade garante fluidez das pessoas e
matérias-primas
c) Retardam a expansão das redes comerciais
d) Nenhuma alternativa
149. A água é um factor imprescindível na instalação de indústria
porque:
a) Garante o funcionamento completo da unidade fabril, desde
as maquinarias até a própria transformação da matéria-prima
b) Garante apenas o funcionamento das maquinarias
c) Nenhuma alternativa
d) Garante apenas a transformação das matérias-primas em
produtos elaborados.
150. Uma Indústria de produção de papel precisa se localizar:
a) Junto dos rios com melhor escoamento
b) Nenhuma alternativa
c) Junto das plantações florestais
d) Junto dos principais jazigos de petróleo bruto a ser
transformado.

199
151. Para que se considere turista, a pessoa deve:
a) Viajar e permanecer mais do que um ano num destino
b) Nenhuma alternativa
c) Viajar e voltar dentro de 24 horas
d) Viajar e permanecer mais de 24 horas e não exceder um ano
no destino.
152. Os impactos positivos do turismo nos lugares receptores
são:
a) Aumento de receitas locais e prostituição
b) Aumento de receitas locais e intercâmbio cultural
c) Nenhuma alternativa
d) Aumento de receitas locais e venda de drogas
153. Os impactos negativos nos destinos turísticos são:
a) Nenhuma alternativa
b) Infecções de Transmissão Sexual e poluição ambiental
c) Poluição ambiental e especulação de preços
d) Conflitos de terras e poluição ambiental
154. Um dos grandes atractivos turísticos na Província do Niassa
é:
a) Reserva Especial do Niassa
b) Parque Nacional das Quirimbas
c) Lago Niassa e Lago Malawi
d) Nenhuma alternativa
155. O enoturismo é um turismo associado a:
a) Venda e degustação de cervejas
b) Venda e degustação de vinhos
c) Nenhuma alternativa
d) Venda e degustação de sumo da mafurra.
156. Os transportes terrestres incluem os seguintes meios:
a) Comboio, barco e carro

200
b) Carro, navio e Toyota corola
c) Carro, bicicleta e comboio
d) Nenhuma alternativa
157. Os transportes aquáticos incluem os seguintes meios:
a) Barco, navio e carro
b) Nenhuma alternativa
c) Navio, submarino e canoa
d) Navio, bicicleta e submarino
158. Os transportes aéreos incluem os seguintes meios:
a) Avião, barco e pipeline.
b) Helicóptero, pára-quedas e avião
c) Nenhuma alternativa
d) Pára-quedas, avião e papagaio
159. Os transportes tubulares transportam:
a) Petróleo e cana-se-açúcar
b) Cana-de-açúcar e óleo
c) Petróleo e gás
d) Nenhuma alternativa
160. Os três principais aeroportos internacionais de
Moçambique localizam-se nas cidades de:
a) Cidade de Maputo, Gaza e Cabo-Delgado
b) Gaza, Manica e Inhambane
c) Nenhuma alternativa
d) Cidade de Maputo, Beira e Nampula
161. A actividade comercial está associada à:
a) Venda de produtos de beleza nas lojas
b) Compra de viaturas
c) Trocas comerciais: venda e compra de produtos de interesse
d) Trocas comerciais: compra de produtos de interesse

201
162. Os tipos de comércio em Moçambique são:
a) Interno e informal
b) Nenhuma alternativa
c) Externo e ilegal
d) Interno e Externo
163. O comércio interno classifica-se em:
a) Nenhuma alternativa
b) Formal e informal
c) Interno e externo
d) Externo e dumba-nengues ou tchunga-moio.
164. O João tem sua mercearia. Pratica o comércio a
documentação completa. Esse comércio classifica-se em:
a) Informal
b) Externo
c) Formal
d) Nenhuma alternativa
165. A Amina viaja constantemente de Moçambique para China
para comprar vestuário para venda. Ela pratica o comércio:
a) Interno Chinês
b) Externo
c) Nenhuma alternativa
d) Informal chinês
166. No comércio externo, Moçambique exporta os seguintes
minérios:
a) Nenhuma alternativa
b) Carvão vegetal e mapira
c) Carvão mineral e algodão
d) Carvão mineral e areias pesadas
167. A fuga ao fisco é uma subcategoria do comércio:
a) Formal

202
b) Externo
c) Informal
d) Nenhuma alternativa
168. Moçambique estabelece relações comerciais com a SADC.
Essas relações comerciais designam-se por:
a) Acordos Internacionais da SADC
b) Acordos Regionais na SADC
c) Acordos tri-partidos na SADC
d) Nenhuma alternativa
169. Os produtos agrícolas que Moçambique exporta são:
a) Nenhuma alternativa
b) Algodão e gás natural
c) Algodão e castanha de cajú
d) Castanha de cajú e ouro.
170. O comércio em Moçambique retrocedeu no período de:
a) Acordos Gerais de Paz
b) Nenhuma alternativa
c) Guerra Civil
d) PRE
171. O objectivo da Geografia Económica é:
a) Nenhuma alternativa
b) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos sistemas territoriais de
produção, da sua estrutura e desenvolvimento
c) Formar, nos professores, as bases teóricas e metodológicas de
sua leccionação
d) Formar, nos estudantes, as bases teóricas que explicam o
processo de formação dos diversos cursos leccionados na
UnISCED.
172. Entre as tarefas da Geografia Económica de Moçambique
está a (o):

203
a) Estímulo do desenvolvimento sustentável do país;
b) Nenhuma alternativa
c) Estímulo do uso de fertilizantes na produção agro-pecuária
d) Estímulo de maquinaria industrial
173. Os campos de actuação da Geografia Económica cingem-se
em três abordagens:
a) Teórica, histórica e geográfica
b) Teórica, geográfica e regional
c) Teórica, regional e física
d) Teórica, histórica e regional.
174. A abordagem teórica tem como essência:
a) A construção de teorias sobre as relações espaciais e a
distribuição das actividades económicas
b) A construção de teorias sobre as relações geográficas da
actividade industrial
c) A construção de teorias sobre as relações sócio-espaciais
d) Nenhuma alternativa
175. A abordagem regional baseia-se em:
a) Nenhuma alternativa
b) Estuda as condições pedológicas de uma região
c) Estuda as condições psicológicas dos povos
d) Estuda as condições económicas de determinada região
176. A abordagem histórica consiste em:
a) Analisar os níveis de desenvolvimentos dos países ricos
b) Analisar os processos de alterações económicas dos indígenas
c) Analisar a história do desenvolvimento económico de um
determinado espaço geográfico
d) Nenhuma alternativa
177. A observação é uma das técnicas metodológicas utilizadas
na Geografia Económica, porque:
a) Nenhuma alternativa

204
b) Aferir a ocorrência dos processos geológicos no espaço real
c) Aferir a ocorrência dos processos de produção sócio-
económica no espaço real
d) Aferir a ocorrência dos processos de comercialização do
carvão mineral
178. O método analítico, em estudos sócio-económicos permite-
nos:
a) Compreender a inter-relação geográfica dos factos e
processos sócio-económicos de uma região/país
b) Compreender a inter-relação física dos factos e processos
sócio-económicos de uma região/país
c) Nenhuma alternativa
d) Compreender a inter-relação paisagística natural
179. O método comparativo no estudos geográfico-económicos
consiste em:
a) Nenhuma alternativa
b) comparar e tirar ilações sócio-espaciais entre duas ou mais
regiões
c) Comparar sem tirar ilações
d) Comparar e julgar as desigualdades produtivas e sócio-
espaciais entre regiões.
180. O método histórico é importante porque:
a) Permite-nos o conhecimento do futuro dos espaços
produtivos
b) Nenhuma alternativa
c) Permite-nos o conhecimento do passado das regiões com vista
a uma melhor exploração das suas potencialidades utilização
d) Permite-nos o conhecimento das regiões para o uso comercial
181. A Demografia é a ciência da/o:
a) Nenhuma alternativa
b) Rocha
c) Solo

205
d) População
182. A Demografia é importante para a Geografia Económica
porque:
a) Fornece informações e dados sobre a estrutura etária, sexual
e sectorial da população
b) Nenhuma alternativa
c) Fornece a população alimentos para toda a vida
d) Fornece informações e dados sobre o comportamento das
pessoas e estrutura etária.
183. O estudo da população preocupa-se em responder às
seguintes questões:
a) O que as pessoas consomem para viver?
b) Quantos animais de estimação as pessoas têm nos seus
quintais?
c) Quantos somos e em que condições vivemos?
d) Nenhuma alternativa
184. A população define-se como:
a) Conjunto de rochas em determinado espaço
b) Conjunto de crianças em idade escolar e que vivem nas zonas
rurais
c) Nenhuma alternativa
d) Conjunto de indivíduos que vivem num determinado espaço
geográfico.
185. A complexidade dos estudos da Geografia Económica se
cinge em:
a) Estudo das diferenças territoriais quanto ao número,
composição e reprodução natural da população e das razões
dessas diferenças;
b) Nenhuma alternativa
c) Estudo das diferenças territoriais quanto ao volume de
negócios por cada empresário
d) Estudo das diferenças entre os residentes em zonas rurais e
urbanas.

206
186. Entre as áreas de estudo Geografia Económica, estão as:
a) Nenhuma alternativa
b) Migrações populacionais
c) Minas de carvão obsoletas
d) Migrações dos peixes
187. A história da população moçambicana está associada a:
a) Migrações dos povos australianos e bantu
b) Migrações dos povos bantu e europeus
c) Migrações dos povos zimbabweanos
d) Nenhuma alternativa
188. A imigração Bantu em Moçambique influenciou
significativamente na população moçambicana porque:
a) Ensinou certas práticas sócio económicas como a fundição de
ferro
b) Ensinou a criação de gado em estábulos
c) Nenhuma alternativa
d) Ensinou a caça ilegal
189. Os povos Karanga eram oriundos de:
a) Malawi
b) Zâmbia
c) Zimbábwè
d) Nenhuma alternativa
190. Os povos Karanga influenciaram no conhecimento das
práticas de:
a) Agricultura
b) Nenhuma alternativa
c) Mineração e comércio à longa distância
d) Mineração e comércio de escravos
191. A população moçambicana distribui-se de forma desigual
devido a:

207
a) Heterogeneidade territorial das condições de sobrevivência
humana
b) Nenhuma alternativa
c) Homogeneidade territorial das condições humanas
d) Heterogeneidade e homogeneidade das condições de
habitabilidade.
192. As regiões que reúnem condições óptimas de
habitabilidade humana designam-se por:
a) Nenhuma alternativa
b) Anecúmenas
c) Ecúmenas
d) Hostís
193. Os factores físico-naturais da distribuição da população em
Moçambique são:
a) Relevo, indústria e água
b) Água, lojas e clima
c) Clima, relevo e solo
d) Nenhuma alternativa
194. O Clima, actua na distribuição da população em
Moçambique através dos seus principais elementos:
a) Precipitação, solo e atmosfera
b) Precipitação, vento e temperamento
c) Temperatura, vento e precipitação
d) Nenhuma alternativa
195. Dos factores sócio-económicos de distribuição da
população mencionam-se os seguintes:
a) Locais de antigas civilizações e bacias de solos
b) Locais de antigas civilizações e bacias industriais
c) Nenhuma alternativa
d) Locais de antigas civilizações e zonas afectadas pela COVID-19

208
196. Os factores demográficos actuantes na distribuição da
população moçambicana são:
a) Taxa de natalidade e migrações
b) Nenhuma alternativa
c) Qualidade de solo e meio ambiente
d) Taxa de mortalidade e chuva
197. A taxa de fertilidade define-se como:
a) O número de homens com que uma mulher pode casar
b) O número de filhos que uma mulher pode nascer
c) Nenhuma alternativa
d) O número de filhos que nascem numa geração de mulheres
em idade fértil.
198. As migrações são caracterizadas por:
a) Entradas e viagens das pessoas
b) Nenhuma alternativa
c) Emigração e imigração de pessoas
d) Imigração, emigração e saídas de pessoas mais jovens para as
minas da África do Sul
199. A imigração é:
a) Nenhuma alternativa
b) Saída das pessoas de uma região para a outra
c) Entrada de pessoas provenientes de certas regiões
d) Entrada e saída de pessoas em determinadas regiões
2000. A emigração é:
a) Saída e entrada de pessoas com idade escolar
b) Nenhuma alternativa
c) Saída de pessoas de uma região para a outra
d) Deslocação das pessoas com maior idade
SOLUÇÕES

209
1 b); 2 a); 3 c); 4 d); 5 c); 6 a); 7 b); 8 d) 9 c) 10 b); 11.b); 12. a);
13. d); 14. a); 15. d); 16. c);1 7. c);1 8. a); 19.b) e 20.c); 21.d);
22.a); 23.c); 24.d); 25.a); 26.b); 27.b); 28.a); 29.c) e 30.c); 31.a);
32.c); 33.c); 34.c); 35.b); 36.a); 37.d); 38.d); 39.c); 40.c); 41.c);
42.b); 43.c); 44.c); 45.a); 46.d); 47.b); 48.c); 49.b); 50.a); 51.c);
52.c); 53.a); 54.b); 55.c); 56.b); 57.d); 58.a); 59.c); 60.c); 61.c);
62.c); 63.b); 64.d); 65.b); 66.b); 67.d); 68.d); 69.c) e 70.c); 71.c);
72.a); 73.b); 74.a); 75.c); 76.b); 77.a); 78.b); 79.c) e 80.c); 81.c);
82.c); 83.b); 84.c); 85.d); 86.d); 87.c), 88.a); 89.d) e 90.b); 91 b);
92 a); 93 c); 94 d); 95 c); 96. b); 97. a); 98. d); 99. a); 100. d);
101.c); 102.d); 103.b); 104.c); 105.c); 106.b); 107.c); 108.b);
109.c); 110.c); 111.d); 112.b); 113.d); 114.d); 115.c); 116.c);
117.a); 118.c); 119.d); 120.a); 121.b); 122.d); 123.a); 124.c);
125.c); 126.a); 127.c); 128.c); 129.b) e 130.d); 131.c); 132.a);
133.b); 134.a); 135.c); 136.b); 137.a); 138.b); 139.c) e 140.c);
141.c); 142.c); 143.b); 144.d); 145.b); 146.c); 147.a); 148.b);
149.a) e 150.c); 151.d); 152.b); 153.c), 154.a); 155.b), 156.c);
157.c), 158.b); 159.c) e 160.d); 161.c); 162.d); 163.b); 164.c);
165.b); 166.d); 167.c); 168.b); 169.c) e 170.c); 171.b); 172. a);
173. d); 174. a); 175. d); 176. c); 177. c); 178. a); 179.b) e 180.c);
181.d); 182.a); 183.c); 184.d); 185.a); 186.b); 187.b); 188.a);
189.c) e 190.c); 191.a); 192.c); 193.c); 194.c); 195.b); 196.a);
197.d); 198.c); 199.c); 200.c).
=FIM DO MÓDULO=

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