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Métodos de Previsão

Transparências de apoio à disciplina de


Gestão da Produção

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Introdução
• Os métodos de previsão são utilizados para inferir o que poderá
acontecer no futuro – estimativas da ocorrência, de timings ou
dimensões de eventos.
• A necessidade de prever está intimamente associada à necessidade de
planear e, consequentemente, à necessidade de trabalhar hoje sobre
actividades que só ocorrerão no futuro.

– Basta reflectir uns instantes para perceber que é impossível (mesmo com a ajuda dos
mais ilustres adivinhos e matemáticos) prever o que vai acontecer (Octávio Augusto –
Imperador Romano 63 AC – 14 DC).
– Prever é difícil principalmente em relação ao futuro.
– Se alguém te disser que prevê o futuro, mente, mas pode acertar.

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C
Importância
• Enfrentar cenários de incerteza.
• Reduzir os resultados possíveis.
• Conhecer a probabilidade de ocorrência de um evento.
• Minimizar o risco de falha ou de obter um mau resultado.
• Associação acção-resultado.

• Algumas áreas de aplicação:


– Evolução tecnológica: novos produtos ou processos de fabrico.
– Evolução económica: níveis de emprego, taxas de juro e de inflação.
– Evolução da procura: produtos ou serviços para melhor planear as
operações.

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C
Importância
Para o planeamento da produção

• Previsões de longo prazo:


– determinar necessidades futuras de instalações, novos equipamentos e
mão de obra.

• Previsões de médio prazo:


– Planear níveis de mão de obra e capacidade, afectar orçamentos aos
diferentes departamentos, estabelecer políticas de compra

• Previsões de curto prazo:


– Afectar pessoas a equipamentos, sequenciar a produção, gestão de stocks.

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C
Factores que afectam a procura
• Ciclo do económico • Ciclo de vida do produto
– Recuperação - Desenvolvimento
– Crescimento - Teste e Introdução
– Depressão - Crescimento rápido da procura
– Recessão - Regime estável
- Desactivação do produto

Desenvolvimento Introdução Crescimento Maturidade Declínio


do Produto

Vendas

Tempo

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C
Classificação dos métodos de previsão
• Modelos qualitativos
– Opinião de peritos
– Estudos de mercado
– Método de Delphi Modelos de previsão

• Modelos quantitativos
– Séries temporais Modelos Modelos
– Modelos causais qualitativos quantitativos

Opinião Estudos de Método de Séries Modelos


de peritos mercado Delphi temporais causais

Modelos de Modelos de
amortecimento decomposição

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C
Selecção do método de previsão
• Existência de dados históricos.
• Precisão pretendida.
• Comportamento da variável a prever.
• Horizonte temporal.
• Custo.
• Facilidade de aplicação.
• Tempo disponível.

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C
Métodos qualitativos
• Não fundamentados em dados históricos por estes serem inxistentes ou
não representativos do futuro.
• Utilizados para previsões de longo prazo.
• Base eminentemente não matemática.
• Podem no entanto ser sistematizados.

Estudos de mercado
Realização de questionários aos consumidores ou potenciais
consumidores seguido de tratamento estatístico, de modo a determinar
a suas intenções de compra e a sua reacção à introdução de novas
características nos produtos. Método particularmente relevante na fase
de desenvolvimento de novos produtos e na realização de previsões
iniciais de vendas.

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C
Métodos qualitativos
Estimativa de um grupo de peritos
Envolve um grupo de especialistas na área de modo a reunir as suas
opiniões para colectivamente realizarem a previsão pretendida.

Método de Delphi
Este método envolve um painel de peritos a quem são entregues uma
série de questionários acerca de um determinado assunto. Os peritos
não se encontram em contacto de modo a que a sua opinião não seja
influenciada. Os resultados de todos os questionários são enviados a
cada perito com o questionário seguinte possibilitando que cada perito
possa avaliar essa informação e ajustar as suas respostas no ciclo
seguinte. Após alguns ciclos desse tipo chega-se a uma proposta de
consenso ou divergência justificada.

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C
Erros de previsão
Os erros de previsão permitem “medir” a precisão da previsões efectuadas.

O seu conhecimento é importante porque:


• Permitem aferir se o modelo de previsão escolhido é adequado aos dados em
análise.
• Permite afinar os parâmetros do método de previsão utilizado.

Para um determinado instante t o erro de previsão consiste na diferença


entre a observação realizada no instante t e a previsão feita para esse
mesmo instante

ε t = Z t − Pt
εt – Erro de previsão
Zt – Valor observado
Pt – Previsão realizada

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C
Erros de previsão
• Medidas estatísticas dos erros de previsão

– Erro médio (EM)

1 n Pode dar uma imagem incorrecta da precisão das


EM = ∑ ε t
n t =1 previsões realizadas

– Erro absoluto médio (EAM)


1 n
EAM = ∑ ε t
n t =1

– Erro quadrático médio (EQM)

1 n 2
EQM = ∑ ε t
n t =1

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C
Erros de previsão
• Exemplo

Período Observação Previsão Erro Erro absoluto Erro ao quadrado


2
t Zt Pt Zt - Pt |Zt – Pt| (Zt – Pt)
1 45 -- -- -- --
2 38 -- -- -- --
3 43 -- -- -- --
4 51 42 9 9 81
5 58 44 14 14 196
6 47 51 -4 4 13
7 39 52 -13 13 169
8 46 48 -2 2 4
9 53 44 9 9 81
10 35 46 -11 11 121
11 40 45 -5 5 22
Total -2 66 687
Média -0,375 8,375 86,625

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C
Modelos causais – Regressão linear
• Baseia-se em dados históricos.
• Aplicável para previsões de curto/médio prazo.
• Aplicável para prever fenómenos estáveis.
• Procura-se identificar uma relação de causa efeito entre uma ou mais
variáveis independentes e uma variável dependente.
• Exemplos: consumo de gás em função da temperatura verificada,
vendas de um produto em função do preço proposto, preço de um
automóvel usado versus idade do automóvel e/ou kilometragem.
• Supõe-se que a relação é consistente e será mantida no futuro.
• As relações são obtidas por inferência estatística.

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C
Modelos causais – Regressão linear
• A um conjunto de n pares ordenados

(xi , yi ) para i = 1,2,3..., n


x – Variável independente ou explicatória
y – Variável dependente (previsão)

• Ajusta-se uma recta do tipo

y = a + bx

• Que minimiza a soma dos quadrados das distâncias dos pontos à recta obtida

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C
Modelos causais – Regressão linear
Determinação dos parâmetros da recta

a=
∑ ∑ y − ∑ x∑ xy
x 2

n∑ x − (∑ x )
2 2

n∑ xy − ∑ x∑ y
b=
n∑ x 2 − (∑ x )
2

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C
Modelos causais – Regressão linear
Exemplo: Consumo de energia eléctrica de uma pequena cidade VS temperatura

Temperatura Consumo de
(Cº) electricidade (Mwh)
Dia X Y X^2 X*Y
1 29,3 16,3 858,49 477,59
2 21,7 16,8 470,89 364,56
3 23,7 15,5 561,69 367,35
4 10,4 18,2 108,16 189,28
5 29,7 15,2 882,09 451,44
6 11,9 17,5 141,61 208,25
7 9 19,8 81 178,2
8 23,4 19 547,56 444,6
9 17,8 17,5 316,84 311,5
10 30 16 900 480
Somatório 206,9 171,8 4868,33 3472,77

y = 20,06 – 0,139x

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C
Modelos causais – Regressão linear
Exemplo: Consumo de energia eléctrica de uma pequena cidade VS temperatura

22
Que consumo de
electricidade se deve
20
esperar para um dia com
temperatura máxima de
Consumo (Mwh)

18
10º ?
16

y = 20,06 – 0,139*10 = 18,67


14

12
0 5 10 15 20 25 30 35
Temperatura (Cº)

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C
Modelos causais – Regressão linear
Coeficiente de correlação

É uma medida relativa da associação linear entre as duas variáveis em


estudo.
Pode variar entre 0 (quando as variáveis não se encontram correlacionadas e
± 1 quando existe uma correlação perfeita

n∑ xy − ∑ x ∑ y
r=
[n∑ x 2
][
− (∑ x ) × n∑ y 2 − (∑ y )
2 2
]

Coeficiente de determinação
r2 percentagem da variação de y explicada pela variação de x

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C
Modelos causais – Regressão linear
r = 0,11 r = - 0,11 r = 0,50 r = - 0,50

r = 0,75 r = - 0,75 r = 0,91 r = - 0,91

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C
Modelos causais – Regressão linear
• Para o exemplo considerado: r = 0,745 e r2 = 0,556

Cuidados a ter com a utilização do coeficiente de correlação

1. Se as variáveis estiverem relacionadas de uma forma não linear o


coeficiente de correlação não fará justiça à qualidade da correlação.
2. O coeficiente de correlação é muito instável para amostras de pequena
dimensão. Geralmente o coeficiente de correlação só se torna estável
para amostras de dimensão superior a 30.
3. Deve-se ter cuidado quando existem valores extremos.

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C
Modelos causais – Regressão linear
• Só pode ser aplicado eficazmente como método de previsão quando
aplicado a fenómenos particularmente estáveis.
• É um método muito intuitivo e simples.
• Além de permitir fazer previsões, permite verificar como influenciar
acontecimentos futuros em função de decisões tomadas hoje.
• Tem o grande inconveniente de dar o mesmo peso a todas as
observações, quando na maioria dos casos as mais antigas não são tão
relevantes como as mais recentes
• Pode ser utilizado como método isolado ou ser parte integrante de
outros métodos.

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C
Séries cronológicas
• Uma série cronológica ou temporal consiste num conjunto ordenado de
observações de uma dada variável, obtidas a intervalos regulares de
tempo (horas, dias, semanas, meses …).

• Exemplo
120
Índice mensal de
produção industrial 110

(Indústria transformadora) 100

Fonte INE 90

80

70

60

50
90

91

92

93

94

95

96

97

98
19

19

19

19

19

19

19

19

19
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C
Séries cronológicas
Componentes
• Tendência – Indica a evolução global e estável da variável no longo
prazo
• Ciclo – Variação oscilatória do valor da variável em torno da tendência.
Não apresenta um carácter repetitivo e prolonga-se no médio prazo. É
vulgar associar essas oscilações à evolução cíclica da economia. A
magnitude, “timing” e padrão do ciclo deve-se a tantas causas que de
uma forma geral a sua previsão é impraticável.
• Sazonalidade – Flutuação recorrente da variável em torno da tendência
que se repete a intervalos regulares. Ao contrário do ciclo esta flutuação
é repetitiva e manifesta-se no curto prazo.
• Erro – Variação aleatória de carácter imprevisível. É a “dor de cabeça”
de qualquer pessoa que pretenda fazer previsões.

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C
Séries cronológicas
Exemplo
110

105

100

95 Tendência e ciclo
90

85

1,1

0,9
Sazonalidade
0,8

0,7

0,6

1,05

1
Nota: Uma série
Erro
0,95 temporal pode não ter
0,9 todas estas
0,85 componentes
90

91

92

93

94

95

96

97

98
19

19

19

19

19

19

19

19

19

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C
Método da decomposição clássica
• Este método consiste em decompor a série cronológica nos seus
componentes elementares. Ao isolar os componentes da série, que
apresentam um comportamento mais fácil de prever, estes podem ser
projectados para o futuro e recombinados para dar origem à previsão
pretendida.

• O valor de uma variável observado num determinado instante t será


então uma função dos componentes da série para esse instante t.

Z t = f (Tt , Ct , S t , ε t )

• Os dois modelos mais comuns para representar uma série temporal


são: modelo multiplicativo e modelo aditivo.

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C
Método da decomposição clássica
Modelo multiplicativo

Z t = Tt × C t × S t × ε t

Modelo aditivo

Z t = Tt + C t + S t + ε t

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C
Método da decomposição clássica – M. Móveis
• O conceito de média móvel centrada ocupa um lugar de destaque no
método da decomposição clássica.
• Uma média móvel distingue-se duma média simples na medida em que
requer um número consecutivo de cálculos – Cada média “move-se” no
tempo para incluir a observação mais recente, esquecendo a
observação mais antiga.
• Uma média móvel, considerando com um número ímpar de termos,
calcula-se recorrendo à seguinte equação:

1
Mt = (Z t −n + Z t −n+1 + ⋅ ⋅ ⋅ + Z t + ⋅ ⋅ ⋅ + Z t + n−1 + Z t + n )
N

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C
Método da decomposição clássica – M. Móveis
Exemplo – Cálculo de médias móveis centradas com 3 termos

Procura total Média


nos últimos 3 móvel (3
Mês Procura meses meses)
1 120
2
3
130
110
}} 360
380
÷3
÷3
120
126,67
4 140 360 120
5 110 380 126,67
6 130

Note-se que se se utilizasse um número par de termos não seria possível centrar a
média nos valores utilizados para o seu cálculo.

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C
Método da decomposição clássica – M. Móveis
Quando se pretende calcular médias móveis centradas com um número par de
termos é necessário recorrer à seguinte equação:
1  Z t −n Z t +n 
Mt =  + Z t − n +1 + ⋅ ⋅ ⋅ + Z t + ⋅ ⋅ ⋅ + Z t + n −1 + 
N 2 2 

Exemplo – Cálculo de médias móveis centradas com 4 termos

Média
total móvel (4
Mês Procura meses)

}
1 120 ÷2
2 130
3 110 495 ÷4 123,75
4 140 490 122,5
5 110 ÷2
6 130

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C
Método da decomposição clássica – M. Móveis
O cálculo das médias móveis, independentemente do comprimento escolhido, de
uma série cronológica atenua a flutuação aleatória a que esta está sujeita.

Médias móveis
t Zt n=3 n=6 300
1 124
2 139 166,3
3 236 171,3
4 139 205,7 191,3 250
5 242 190,0 212,1
6 189 237,7 218,0
7 282 233,7 222,5
8 230 242,7 232,5
9 216 219,7 237,7 200
10 213 239,0 234,6
11 288 235,3 233,3
12 205 240,7 227,5
13 229 234,0 215,3
150
14 268 201,7 211,8 Zt
15 108 183,3 214,8
n=3
16 174 189,3 218,3
17 286 234,3 212,3 n=6
18 243 254,0 100
19 233 222,3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
20 191

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C
Método da decomposição clássica – M. Móveis
Se o comprimento escolhido para o cálculo das médias móveis for igual ao
comprimento da sazonalidade, as médias móveis anulam a flutuação periódica a
que a série está sujeita.
Médias móveis
t Zt n=3 n=4 800
1 32 Zt
2 212 246,3 700
3 495 301,7 239,5
n=3
4 198 255,7 254,5
600 n=4
5 74 187,3 279,3
6 290 326,3 296,3
7 615 373,0 301,9 500
8 214 310,7 305,9
9 103 203,3 311,0 400
10 293 349,7 329,0
11 653 422,0 344,4 300
12 320 364,3 353,6
13 120 263,3 378,5 200
14 350 421,7 405,3
15 795 512,3 423,9
16 392 461,3 445,1
100
17 197 344,0 451,4
18 443 464,0 453,5 0
19 752 549,0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
20 452

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C
Método da decomposição clássica - Lógica
Exemplo – Hóspedes nos hotéis do Algarve (Fonte INE)
1996 1997 1998 1999 2000
1º Trim. 311186 334423 312634 355380 362045
2º Trim. 605173 629460 668610 701704 730364
3º Trim. 762883 822805 848474 865300 914052
4º Trim. 343027 364241 395282 411616 426910

950000

850000
750000
Hóspedes

650000
• Tendência crescente
550000
• Sazonalidade 4 períodos
• Vamos assumir modelo 450000
multiplicativo 350000

250000
1996

1997

1998

1999

2000
Tempo

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C
Método da decomposição clássica - Lógica
1º Passo – Cálculo da série Mt (médias móveis) com um número de termos igual
ao comprimento de sazonalidade.
1996 1997 1998 1999 2000
1º Trim. 524938,50 545281,13 577313,25 598425,25
2º Trim. 535080,50 552369,88 581458,25 606431,00
3º Trim. 508471,88 535008,63 561593,25 584333,13
4º Trim. 514412,38 537178,75 571073,25 588748,75
950000

850000

750000
Z t = Tt × C t × S t × ε t
650000

Hóspedes
Zt
Mt
550000

450000

M t = Tt × C t 350000

25000096

97

98

99

00
19

19

19

19

20
Tempo

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Lógica
Zt
2º Passo – Determinação da série auxiliar rt. rt = = St × ε t
Mt

1996 1997 1998 1999 2000


1º Trim. 0,6371 0,5733 0,6156 0,6050
2º Trim. 1,1764 1,2104 1,2068 1,2044
3º Trim. 1,5003 1,5379 1,5108 1,4808
4º Trim. 0,6668 0,6781 0,6922 0,6991
1,7

1,5

1,3

1,1 rt

rt
0,9

0,7

0,5
1996

1997

1998

1999

2000
Tempo

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C
Método da decomposição clássica - Lógica
3º Passo – Cálculo do índice de sazonalidade para cada estação da série
considerada.
Média de todos os valores da série rt existentes para cada estação.

1996 1997 1998 1999 2000 Média


1º Trim. 0,6371 0,5733 0,6156 0,6050 0,6077 S 1º Trim.
2º Trim. 1,1764 1,2104 1,2068 1,2044 1,1995 S 2º Trim.
3º Trim. 1,5003 1,5379 1,5108 1,4808 1,5075 S 3º Trim.
4º Trim. 0,6668 0,6781 0,6922 0,6991 0,6841 S 4º Trim.

Ao calcular a média da série rt para todos os valores associados à mesma


estação atenua-se a componente erro.
No caso de existirem valores anormais para a série rt pode ser necessário ajustar
os índices de sazonalidade calculados.

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Lógica
4º Passo – Cálculo da série erro εt, representando a componente aleatória da
série original.
1996 1997 1998 1999 2000
rt 1º Trim. 1,04825 0,94339 1,01288 0,99547
εt = 2º Trim. 0,98073 1,00912 1,00609 1,00406
St 3º Trim. 0,99526 1,02019 1,00222 0,98232
4º Trim. 0,97483 0,99125 1,01187 1,02205
1,06

1,04

1,02

Et
A série dos erros, dada a sua 0,98

característica aleatória, não é utilizada 0,96

para realizar previsões. No entanto, o


0,94
seu conhecimento é importante para
aferir se o método escolhido para fazer 0,92

previsões é adequado à série que se


96

97

98

99

00
19

19

19

19

20
pretende estudar. Tempo

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Lógica
5º Passo – Cálculo da tendência. Assume-se que esta é função do tempo e
ajusta-se uma função polinomial à série das médias móveis. Assume-se que os
desvios resultantes se devem à componente ciclo.
Tendência (Tt)
1996 1997 1998 1999 2000
1º Trim. 522702,5 548113,3 573524,1 598934,9
2º Trim. 529055,2 554466,0 579876,8 605287,6
3º Trim. 509997,1 535407,9 560818,7 586229,5
4º Trim. 516349,8 541760,6 567171,4 592582,2
640000

620000
Tt = 6351,7*t + 490939
600000

580000
Mt
Linear (Mt)
560000

540000

520000

500000
96

97

98

99

00
19

19

19

19

20
Grupo de Controlo e Gestão G G
C
Método da decomposição clássica - Lógica
6º Passo – Cálculo da série Ct.

Mt
Ct =
Tt

Ciclo (Ct)
1996 1997 1998 1999 2000
1º Trim. 1,0043 0,9948 1,0066 0,9991
2º Trim. 1,0114 0,9962 1,0027 1,0019
3º Trim. 0,9970 0,9993 1,0014 0,9968
4º Trim. 0,9962 0,9915 1,0069 0,9935

A previsão da evolução da componente ciclo pode ser muito difícil. Para previsões de
curto prazo pode-se utilizar o último valor conhecido para as previsões pretendidas,
assumindo-se que a componente ciclo se mantém no médio prazo. Às vezes esta
componente não é utilizada para efectuar as previsões

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Lógica
7º Passo – Projectar os componentes da série para o instante para o qual se
pretende fazer a previsão e “reagrupá-los”.

Exemplo – Previsão do número de hóspedes para os trimestres do ano 2001

Período Previsão
t Tt Ct St Tt * Ct * St
1º Trim. 21 6351,7 * 21 + 490939 = 624324,7 1,0019 0,6077 380152

2º Trim. 22 6351,7 * 22 + 490939 = 630676,4, 1,0019 1,1995 757932

3º Trim. 23 6351,7 * 23 + 490939 = 637028,1 1,0019 1,5075 962135

4º Trim. 24 6351,7 * 24 + 490939 = 643379,8 1,0019 0,6841 440941

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica
Ano Periodo Zt St Tt Ct Pt
1996 1 311186 0,6077
2 605173 1,1995
3 762883 1,5075 509994,1 0,9970 766502
4 343027 0,6841 516345,8 0,9962 351865
1997 5 334423 0,6077 522697,5 1,0043 319027
6 629460 1,1995 529049,2 1,0114 641820
7 822805 1,5075 535400,9 0,9993 806507 1000000
8 364241 0,6841 541752,6 0,9915 367453
1998 9 312634 0,6077 548104,3 0,9948 331387
10 668610 1,1995 554456,0 0,9962 662554 900000
11 848474 1,5075 560807,7 1,0014 846577
12 395282 0,6841 567159,4 1,0069 390635
800000
1999 13 355380 0,6077 573511,1 1,0066 350852
14 701704 1,1995 579862,8 1,0027 697441
15 865300 1,5075 586214,5 0,9968 880851 700000

Hóspedes
16 411616 0,6841 592566,2 0,9935 402724 Observação
2000 17 362045 0,6077 598917,9 0,9991 363681 Previsão
18 730364 1,1995 605269,6 1,0019 727398 600000
19 914052 1,5075 611621,3 1,0019 923762
20 426910 0,6841 617973,0 1,0019 423529
500000
2001 21 353755 0,6077 624324,7 1,0019 380152
22 715120 1,1995 630676,4 1,0019 757932
23 866547 1,5075 637028,1 1,0019 962135 400000
24 392423 0,6841 643379,8 1,0019 440941

300000 96

97

98

99

00

01
19

19

19

19

20

20
Ano

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Resumo
Modelo Multiplicativo Modelo Aditivo
Z t = Tt × C t × S t × ε t Z t = Tt + C t + S t + ε t
Cálculo das médias móveis
M t = Tt × C t M t = Tt + M t
Cálculo da série auxiliar rt
Z rt = Z t − M t = S t + ε t
rt = t = S t × ε t
Mt
Determinação dos índices de sazonalidade (média da série rt para cada estação da série)

Cálculo da série dos erros


r ε t = rt − St
εt = t
St
Determinação da tendência (ajuste de uma função polinomial à série Mt)

Cálculo do ciclo
M Ct = M t − Tt
Ct = t
Tt
Projecção dos componentes e reagrupamento para obter a previsão pretendida

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método da decomposição clássica - Conclusões
• Base conceptual simples, facilmente compreensível.
• Mesma importância a todas as observações.
• Novas observações implicam a repetição de todos os cálculos.
• Aplicável a séries muito estáveis.
• Muitas vezes é um método utilizado para compreender o
comportamento da série e não como método de previsão.

• “A decomposição é uma ferramenta muito útil, que deve ser aplicada


como passo inicial antes de escolher e aplicar um método de previsão”
(Makridakis)

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples

O modelo de alisamento exponencial simples, aplicável a séries


localmente estacionárias, pondera todos os valores históricos da série
com pesos sucessivamente menores à medida que estes se afastam
do valor mais recente.

O modelo é representado por:

Pt +1 = αZ t + (1 − α )Pt

Note-se que se trata de uma fórmula recursiva, em que o parâmetro α


é conhecido por constante de amortecimento e está limitado ao
intervalo [0, 1].

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples
Substituindo Pt pelos seus componentes

Pt +1 = αZ t + (1 − α )Pt

Obtem-se

Pt +1 = αZ t + (1 − α )[αZ t −1 + (1 − α )Pt −1 ] = αZ t + α (1 − α )Z t −1 + (1 − α ) Pt −1
2

Continuando a expansão da equação obtém-se

Pt +1 = αZ t + α (1 − α )Z t −1 + α (1 − α ) Z t − 2 + α (1 − α ) Z t −3 + ... + α (1 − α ) Z1 + (1 − α ) P1
2 3 t −1 t

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples
Verifica-se então que o peso dado às observações decai exponencialmente com a
sua antiguidade e tanto mais rapidamente quanto maior é o valor de α

Peso atribuído a: α = 0,2 α = 0,4 α = 0,8


Pt 0,2 0,4 0,8
Pt-1 0,16 0,24 0,16
Pt-2 0,128 0,144 0,032
Pt-3 0,1024 0,0864 0,0064
Pt-4 0,08192 0,05184 0,00128
0,50
0,45
0,40
0,35
α = 0,8 0,30
α = 0,4 0,25
0,20
α = 0,2 0,15
0,10
0,05
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples
Inicialização do método

Escolha de P1

P1 = Z1

É um método simples mas que tem o seguinte inconveniente: Se o primeiro


valor observado da série for um valor anormal, as previsões poderão demorar
a ajustar-se à série.

Para se eliminar este problema pode-se inicializar o método


utilizando para a primeira previsão a média das 4 ou 5 primeiras
observações

P1 = (Z1 + Z2 + Z3 + Z4)/4

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples

Escolha de α

Um valor elevado para α promove um amortecimento quase nulo à série


original, ao passo que um valor elevado para α conduz a um amortecimento
considerável da série. Note-se que no limite quando α toma o valor 1, a
previsão passa a ser o último valor conhecido da série. A escolha de um
valor adequado para o coeficiente de amortecimento pode ser feita por
tentativa e erro. Para tal, fazem-se previsões utilizando os dados históricos
da série, recorrendo a vários valores de α. O erro quadrático médio
resultante é calculado, escolhendo-se o valor de α que o minimiza.

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples
Exemplo

Zt Pt (α = 0,1) Pt (α = 0,5) Pt (α = 0,9) EQM (α = 0,1) EQM (α = 0,5) EQM (α = 0,9)


17
21 17,0 17,0 17,0 16,0 16,0 16,0
27 17,4 19,0 20,6 92,2 64,0 41,0
15 18,4 22,2 26,0 11,3 51,8 121,9
25 18,0 16,7 15,3 48,7 69,2 93,4
27 18,7 21,5 24,3 68,5 30,1 7,3
14 19,5 22,9 26,2 30,8 78,5 148,2
22 19,0 16,8 14,6 9,0 27,3 55,4
25 19,3 20,5 21,7 32,5 20,3 10,9
18 19,9 22,1 24,4 3,5 17,2 41,3
15 19,7 18,9 18,2 21,9 15,5 10,2
16 19,2 17,3 15,5 10,3 1,8 0,3
18,9 17,6 16,3

EQM 31,3 35,6 49,6

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Amortecimento Exponencial Simples

Observações
28 A. Exp. (0,1)
A. Exp. (0,5)
26 A. Exp. (0,9)

24

22
Procura

20

18

16

14

12
1 2 3 4 5 6 7
Mês 8 9 10 11 12 13

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método de Holt
• O modelo apresentado no ponto anterior é adequado para séries
localmente estacionárias, mas é desajustado para séries com outras
características, nomeadamente quando apresentam tendência.

• Nesses casos pode-se utilizar o modelo de Holt que recorre a duas


equações de actualização, cada uma com um coeficiente de
amortecimento distinto, α e β, para estimar o nível e a tendência da
série respectivamente.

nt = αZ t + (1 − α )(nt −1 + bt −1 ) Nível

bt = β (nt − nt −1 ) + (1 − β )bt −1 Tendência

Pt + k = nt + kbt Previsão

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método de Holt
Inicialização do método

Escolha de n1 e b1
A forma mais simples de fazer essa inicialização consiste em considerar que

n1 = Z1 e b1 = Z2 – Z1

Esta forma de escolher b1 tem o inconveniente de poder gerar um valor


afastado da realidade que demorará a adaptar-se ao comportamento da
série. Para evitar esse problema pode-se recorrer a uma média
aritmética dos primeiros valores da série, por exemplo b1 = (Z4-Z1)/3,
atenuando assim o efeito da componente aleatória da série

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método de Holt

Escolha de α e β

Escolhem-se várias combinações de α e β, determinando o erro quadrático


médio resultante desses pares, e escolhendo aquele que gera o menor
EQM.
É um procedimento moroso dado o elevado número de combinações
possíveis.

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método de Holt
Exemplo

A. E. Simples Método de Holt A. E. Simples:


Zt Pt nt bt Pt
α = 0,6
16
19 16,0 16,0 3,0
19 17,8 19,0 3,0 19,0
21 18,5 21,5 2,7 22,0 Holt:
26 20,0 25,1 3,3 24,2 α = 0,5
28 23,6 28,2 3,2 28,4 β = 0,7
30 26,2 30,7 2,7 31,4
29 28,5 31,2 1,2 33,4
31 28,8 31,7 0,7 32,3
36 30,1 34,2 2,0 32,4
34 33,6 35,1 1,2 36,1
38 33,9 37,1 1,8 36,3
36,3 39,0
40,8
42,6

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Método de Holt
Exemplo

45
Observações
40 A. Exp. Simples
Holt
35
Procura

30

25

20

15
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Mês

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
• O modelo de Holt-Winters é uma extensão do modelo de Holt apresentado
anteriormente para aplicação a séries que, para além de tendência, apresentam
Sazonalidade. O modelo de Holt-Winters considera 3 equações de
amortecimento; uma para o nível, uma para a tendência e uma para a
sazonalidade.

Zt
nt = α + (1 − α )(nt −1 + bt −1 )
S t −s
−s

bt = β (nt − nt −1 ) + (1 − β )bt −1

Zt
St = γ + (1 − γ )S t − s
nt

Pt + k = (nt + kbt )S t − s + k

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
Inicialização do método

Escolha de α, β e γ

Escolhem-se várias combinações de α, β e γ determinando o erro quadrático


médio resultante dessas combinações, e escolhendo aquele que gera o
menor EQM.
É um procedimento moroso dado o elevado número de combinações
possíveis.
Pode-se utilizar um algoritmo de optimização para determinar a combinação
de valores que produz melhores resultados.

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
Escolha dos valores iniciais para n, b e índices de sazonalidade

Para uma série com sazonalidade de comprimento s:

1
ns = (Z1 + Z 2 + L + Z s )
s

1  Z − Z1 Z s +2 − Z 2 Z − Zs 
bs =  s +1 + + L + s+s 
s s s s 

Z1 Z Z
S1 = , S2 = 2 , L Ss = s
ns ns ns

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
Exemplo – Hóspedes nos hotéis do Algarve (Fonte INE)
1996 1997 1998 1999 2000
1º Trim. 311186 334423 312634 355380 362045
2º Trim. 605173 629460 668610 701704 730364
3º Trim. 762883 822805 848474 865300 914052
4º Trim. 343027 364241 395282 411616 426910

950000

850000
750000
Hóspedes

650000

550000

450000

350000

250000
1996

1997

1998

1999

2000
Tempo

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
Exemplo - Inicialização
Ano Periodo Zt nt bt St
1996 1 311186 0,6155
2 605173 1,1970
3 762883 1,5090
4 343027 505567,3 8041,25 0,6785
1997 5 334423
6 629460
7 822805
8 364241

1
n4 = (311186 + 605173 + 762883 + 343027 )
4

1  334423 − 311186 629460 − 605173 822805 − 763883 364241 − 343027 


b4 =  + + + 
4 4 4 4 4 

311186 605173 762883 343027


S1 = , S2 = , S3 = , S4 =
505567,3 505567,3 505567,3 505567,3

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelo de Holt-Winters
Exemplo – Hóspedes nos hotéis do Algarve (Fonte INE)
Ano Periodo Zt nt bt St Pt
1996 1 311186 0,6155
2 605173 1,1970
3 762883 1,5090
4 343027 505567,25 8041,25 0,6785
1997 5 334423 516579,57 9526,78 0,6410 316135,5
6 629460 526081,40 9514,31 1,1966 629758,7
7 822805 536563,93 9998,42 1,5286 808194,9
8 364241 545589,44 9511,97 0,6698 370842,1
1000000
1998 9 312634 548363,57 6143,05 0,5843 355824,0
Observação
10 668610 554931,35 6355,41 1,2032 663527,6
Previsão
11 848474 560665,81 6044,93 1,5164 857965,7 900000
12 395282 569055,66 7217,40 0,6897 379576,0
1999 13 355380 579467,37 8814,55 0,6075 336715,7 800000
14 701704 587773,38 8560,28 1,1957 707822,7
15 865300 593763,83 7275,36 1,4691 904268,6

Hóspedes
16 411616 600619,18 7065,36 0,6862 414512,7 700000
2000 17 362045 606512,98 6479,58 0,5990 369162,1
18 730364 612775,44 6371,02 1,1927 732960,1 600000
19 914052 619449,18 6522,38 1,4743 909604,6
20 426910 625589,17 6331,19 0,6832 429533,9 500000
2001 21 353755 374753,5
22 715120 746113,7
23 866547 922303,6 400000
24 392423 427382,3
300000

96

97

98

99

00

01
19

19

19

19

20

20
Tempo

Grupo de Controlo e Gestão G G


C
Modelos de amortecimento – Conclusões
• Métodos muito populares.
• Simplicidade conceptual.
• Fáceis de utilizar.
• Eficiência computacional.
• Aplicáveis a séries pouco estáveis, mais adaptativos.
• Requerem pouca utilização de memória.
• Atribuem maior peso às observações mais recentes.
• Não fazem distinção entre as componentes tendência e ciclo.

Grupo de Controlo e Gestão G G


C

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