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aborto e estatistico, regido por probabllidades, No totemismo ‘© na magia que, como estamos vendo, ainda subsistem em ‘slgumas. teas do. nosso sistema, reeneontramos o eterno: ‘aquilo que nio muda e, por isto mesmo, prove um sentido fle coeréneia essenclal & nossa vida 1 preciso, portanto, finalizar esta parte lembrando a famosa auvertencia feita & Antropologia Social pelo grande historiador inglés Maitland, Dizia ele que «a Antropologia teria que escolher entre ser Historia ou ser coisa algumas.. E junto com exsa advertincia confiante de Maitland, a res- poste desabusada de Hvans-Pritchard que, prevendo ‘0 curso os acontecimentas © o papel reservado no futuro a Antro- pologia Social, deeretou: «ou a Histéria escolheria ser sécio- fantropologia, ou ela nfo seria coisa algumas, Digamos, assu- mindo uma posieio sociologicamente mais eorreta talver que 34 se pode vislumbrar uma antropologia que, num dldlogo ‘aherto e sistematico com a temporalidade vivida e concebida pelos homens de diversas sociedades, pode relativizé-la ‘assim fazendo, conseguir alcancar ne histéria tudo 0 que ela ode realmente nos oferecer. Foi justamente isso que pre- fendi ter aqui sprecentado estudando o desenvolvimento de nossa diseplina, TERCEIRA PARTE: ‘TRABALHO DE CAMPO 1. 0 Trabalho de Campo na Antropologia Social ‘A partis do momento em que a antropologa, no limiar do béetlo 3%, comegod a abadonar a posture) evolcionsta, Tico patente a iportinla do’ trabalho de campo eu pes” auisa ‘de campo como 0. modo entacorstice de. olta de foves dadoe para refetio teiiea oy, como fosiavam de Coloear. certs extudonos do vaio mais empiricist, como © Iesratro do antsopsngy sill. Asim, se o cenit. ual tnha acu sparsio instrumental ‘concret pare tir experdncan no tent de suns hipstene de trabalhn cid logo 0 exparimentara do. modo. divervo ‘Na sun. dceiplina sstava fora do questo. expasénla desenhadae-fechada, tipo. realindo pelo psledogo experimental ‘na eos Br tic, mas leavafnteramente aber experimentasio Rim sentido mals profundo qual ja: como sma vivénca longa © profunda om ltros motos de vida, com outros valor ® com outros sistemas de relies soca, to lnso em con. Aigies eapertcas, Proeniemente © tnloge vellava Sus experiénein em soldao existeelal Tonge de ou eultura de ‘tigen, tendo, portanto, que sivas, na sum obervagio Darietpante, nfo soments a noves valores ¢ iedlogiay, mes 4 tors os aapectos prtins gue tals mudangas demande, Enquanto'o clentisn ‘natoral poderin reper seu experimen: to, introdusindo ou retirando pare. proptsitos de controle sas variéves; no easo do antroplogofaso nto podera ocor- Fer. O controle da experiinca, poraste, conform, chamou ose atengdo tans veses RadelfecBrown (ct. 113, 1070) fern qu ser felo pela comparagio. de uma soidsde_ con us foutra © também pela convivéneia com 0 mundo social que se dosejava conhecer cientificamente, Em outras palavras, 2 Pesquisa estava limitada pelo préprio ritmo da vida social, 3 que o antropologo social seria o wiltimo a buscar sua alte glo como um teste para as suas teorizagées, ‘Nés 46 vimos como essa virada metodoligica que se cris taliza na pesquisa de campo e a constelagio de valores que chega com ela esto profundamente associadas ao chamado ‘funcionalismos ou ao que denomino, pelos motivos 34 men- ionados na parte anterior, erevolugio funcionalistas, Tal posturs conseguin arrancar 0 pesquisador de sua eonfortével poltrona fixa numa biblioteca em qualquer ponto da Europa Ocidentat, para lancé-lo nas incertezas das viagens em mar ovoadios’de recifes de coral, rituals exétiens © «costumes fnvacionaiss, Tal mudanca de atitude, 20 fazer com que a antropologia deixasse de colesionar ¢ classificar curiosidades fordenailas historicamente, transformou nossa eiéncia, confor- “me disse Malinowski, «tiuma das disciplinas mais’ profu damente filossficas, esclarecedoras e.dignificantes para a pesquisa elentifieas’ (ef, Malinowski, 1976: 875), justamente por levar o ettudloso a tomar contato direto com seus pes- quisados, obrigando-o a entrar num processo profusdamente rolativizador de todo o eonjunto de erengas e valores que The € familiar. Deste modo, a antropologia social nio poderia, ara Malinowski, ligar-se a nenhuma compilagio de cost mes exéticos onde 0 etnlogo teria como objetivo a repro- cio de uma lista infindavel de efatoss, tais como: Entre 9s Brobdigmacianes, quando um homem ‘encontra sua sogra fos dois se agridem mutuamente e cada um se retira com tum oho rexo>; ot «Quando um Brodiag encontra um urso polar, ele costima fugir c, is vezes, o urso 0 persesuer; fu, alads, «Na antiga CaledOnia, quando um nativo aciden- talmente encontra uma garrafa de uisque pela estrada, bebe tudo de um gole, apis 0 que comeca imediatamente a pro- curar outra garrafa> (cf, Evans-Pritchard, 1978: 22) 0 ue, como disse Malinowski, (Male owl, 19702 874). Essa aibia reflexio de Malinowski, a qual poder-se-iam somar outras feitas por antropélogos ploneiras, gente do porte 5 qarentesco tas, scores © surfs, exla do Dust. stua SOR matin, do. fendmeno "dentro. a. prépria, scleade, ee eae mapiamata iar corde come oe femet eo er ates mae So SEEN slate weak” To Cepie aden ea i i rent jane anniderado. como eapecificamente antropo- ae ee ate tundon cms eterno ero 1 Se oo eat mann Hae a dicate, sae nee al a anes Os Ge a ee ee “gubstincia’ bisiea, como queria Morgan e seus contempora- ne ingun ya geal oo Poe 2 Se Pe mega protien? Maa © a8 er ace Ramano devolve de & face a divan rotidlew saben — ean tre cnt i pe anor po pr ae ‘o pensamento antropolégico abrigasse uma nova via de co- 2 pene Str oe ment de me pars lear a nolo Oo sates enone Mr cade, do care dc Sec alteengas axe nitanca cin Seen ets ce coinage Go range oredr as ipa om mail sre Se a mero cpa cpus Tur fornia 0, tan Torautdes" unas das outras num sentido mais complexo do ferme ts i ona exlivo do ten, a Pera 0c ft Sra ae eta e fe a ary eas arate conan ootaee que eada-yrupo pode realizar-diante de desafios See acs vce mn: mai sect “Pete he poleria imaginar, endo parcelas de relagées ave Se aie eS ee eae a ee tern ce tem permite ‘antropologia social relativizar a propria idéia de tempo con- Sate ports cise emia mata tide hieremeti5etrrngos co daca, sah ee Tee se lene loan a selagies homanas es trae te forma vita. & a, Doran aan ee po gato imo earl bra ug realizado ¢ limitado ¢ nfo somente a zona de’ sua invengto era “Tis problemas tim ocorvido em quase tolos os domi- nos tradiionalmente extudados pelos sntropdlogos sels lo varias as’ suas Terpetas, Nossa inteneio' ag ni © Feecvélw, mas indlear como a ‘antzoplogin —~provavel rente muito mate do que em giaquer ont iil social hd tima longa, savdvel¢ tradicional base pluralist, Pla auil-o-fenimeno”fimano estado, Haga nao-oe-trat Obvamente, de am pluralism pots, de eunho iheralizan: te, mas de uma verdadeira posture toscten, gerade pela featradigo bien da dicploa: ofa: de a) antroploia focial ser ao mesmo tempo una © milla Assim, ae ela ha em sour obetvos ean ana Foleo’ de respi etre se formas do sosiabiilado-dferntes (por pana bua ese daos'e eld, Malti Te rmtipia'na binen do aes dados e refext. Milpla Jas tamente no" seitao deo ae prendar x nethuma, dourina social, moral os flostien prestabeleida, a nio ser ala due constital talver'o seu proprio esqueleto e que diz que nis sabemos apenas que nio sabernos! A antropoogia scl, fuer eer, € uma dscipli sem jolos om eta, sem mee fins torasindlnctivelsc ptentenden, mute embora tenha tim enorme coragho onde ‘cater todar as socledadea 6 cit ‘as. Em part, aslo, extn moltipedede da antropologa dz respeito b sua substines, ja que ela 6 uma filha dite do Colonialism eldental tambim wma. ciencia. mito, bem mareada pelos eas do. clntifcamo,enrope, Ms, no Ghrante ies, ela. tem cresido 20 stbor das gies apron Sian er outras ateledaden, elias lvilneDet, pls tutto imgortante constr’ como a antropologia socal, Bretndo pela prtien das vaguns, tem levado muito a aio 2" que Gm on eaivagenss, cog penta os eprimitivony, ual a taconalidade don gripon ible Pols fo realzando toe trabalho le aprender a souvir» «very tos a8 re Tidedese-realieacoesimanes que ta pode efetivamente junta a pequena tradigo dn aldla perdids ha flores ama ZBniea, deconbecida ¢ ignorada no tempo e no espago, b= maida a todas at exploragien poticas e eombnicas, com {grande tredigio democrtiea, fundada ‘a comprenalo ¢ na ‘olerineia que forma a base de una verdadee perspec 449

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