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Fundação Edson Queiroz

Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Centro de Ciência Jurídica – CCJ

QUESTIONÁRIO 02
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Duermiston Neris de Sousa

0614144

Ricardo Claudino Sales Costa

0513458/7

Rosiane Macedo Pires Maia

0624012/7

Existem também casos dos possuidores que se titulam de proprietário de “papel


passado”, mas que na verdade, a documentação que possuem só serve de prova entre as
partes contratantes, não vinculando direitos perante terceiros. Para estes também existe
um tipo de Usucapião especifico. Geralmente incorre nesse equívoco, os possuidores
mais leigos, que não entendem muito de leis, mas que precisam ser alertados de que
existe a Ação de Usucapião que lhes protegem e lhes dão o direito de registrarem seu
imóvel perante o Cartório de Registro de Imóveis competente.

Junho– 2008

1-DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
É instinto de todo ser vivo, proteger sua família, dar-lhe um abrigo. Para alguns,
os bem dotados, isso não vêm a ser um problema, mas a conquista do tão sonhado
“pedaço de terra” pela população de baixa renda, é por muitas vezes, um sonho distante.
E para estes, que não tem como comprar seu bem imóvel, existem diversas formas de
adquiri-lo, uma delas é por meio de Ação de usucapião.

Mas a problemática da falta de moradia, não é privativa somente nos nossos


dias, mas de longas datas.

O instituto da Usucapião é anterior à Lei das XII Tábuas (450 a.C.). melhor
enfatizada pelo Direito Romano, quando passou por aprimoramentos, dos quais alguns
de seus elementos servem como base inclusive para os casos atuais.

A usucapião veio, não para resolver esse problema como um todo, mas para
reconhecer o direito adquirido por quem se utilizou utilmente de um imóvel que a
princípio não era seu, mas seu ânimo de dono fez o Direito(como disciplina) reconhecer
o direito(adquirido com a posse).

Existem várias modalidades de Usucapião preocupando-se o presente trabalho


em falar especificamente da Usucapião Especial Urbana, singular e coletiva.

Pode-se usucapir bem móvel ou imóvel, mas o presente trabalho especificará


somente no que tange aos bens imóveis. Poderá ser intentada também em caso de
sucessão por atos inter vivos ou causa mortis. No caso de posse continuada,
ininterrupta, poder-se-á somar o período da moradia dos pais e herdeiros, até que
complete no mínimo 5 anos da posse.

Para ingressar com esse tipo de Ação, o possuidor deverá preencher alguns
requisitos essenciais para que goze de tal benefício. Observar-se-á o tempo da posse,
como essa foi adquirida, se foi de boa-fé, se foi por justo titulo(para alguns casos), a
capacidade do possuidor e se a coisa pode ser fruto de usucapião pois os bens públicos
não podem ser usucapidos. O possuidor tem que ter o ânimo de proprietário, cuidando
da coisa como se sua fosse. O tempo de moradia deverá ser contínuo e incontestado. A
posse não poderá ser clandestina, violenta ou precária.

O possuidor deverá dá um sentido social ao bem, fazendo dele sua moradia


habitual, não poderá ser proprietário de outro bem imóvel e só lhe será concedido o
direito de usucapir uma vez.

Mediante a pesquisa feita pela legislação pertinente, a fim de enfatizar a função


social que se deve ter um bem imóvel, podemos destacar algumas indagações relativas a
esse instituto, as quais serão estudadas no presente trabalho, são elas:

1. O que é Usucapião?

2. Quais as peculiaridades da Usucapião Especial Urbana Singular? E da Coletiva?

3. Como se caracteriza a função social da propriedade?


4. Quais os requisitos para aquisição da propriedade através da Usucapião Especial
Urbana singular e coletiva? Quem tem legitimidade para ingressar com esse tipo
de Ação? Quais os bens passíveis a serem usucapidos?

5. Quais os direitos adquiridos pelo possuidor com a Ação de Usucapião?

2-JUSTIFICATIVA
O homem é um ser de direitos. Isto porque está inserido dentro de uma
sociedade onde deverá se especificar seus direitos e obrigações perante outrem. A
Usucapião não vem a ser a usurpação do direito do proprietário do imóvel que dele não
se beneficia. Pois seu ânimo de dono foi vencido por aquele que cuidou do imóvel, e
dele utilizou utilmente.

O direito à propriedade é uma garantia a todos, mas não atendida na sua


unanimidade. É considerado também um princípio, e tem que ser respeitado esse direito.
Sendo considerado um direito e uma garantia fundamental conforme a Constituição
Federal de 1988, que destaca em seu art. 5º XII e art. 170, III.

Mas como a terra é limitada e o povo abundante, essa distribuição há de ser


racional, digna e justa. A Usucapião Especial Urbana é pra quem prova que o imóvel em
questão, atende à função social de quem dele se beneficiou, em detrimento de quem o
abandona por no mínimo 5 anos, sem contestar tempestivamente.

O instituto da Usucapião Especial Urbana possui características bem peculiares.


Este tipo específico de Usucapião é voltado para a população de baixa renda, pois a
dimensão do imóvel não poderá ultrapassar a duzentos e cinquenta metros quadrado(se
for individual ou singular, se for coletiva pode) e a pessoa jurídica não poderá se valer
desse direito. O imóvel deverá servir de morada para o possuidor ou de sua família.

4-OBJETIVOS
GERAL:

Apresentar o Instituto da Usucapião Especial Urbano Coletivo e Singular, analisando


juridicamente, consultando seus dispositivos consignados no Código Civil brasileiro, na
Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Cidade e posicionamento dos juristas
consagrados, estabelecendo sua co-relação com a função social da propriedade.

ESPECÍFICOS:

1. Conceituar Usucapião.

2. Demonstrar as espécies de usucapião e sua aplicabilidade.

3. Identificar a função social da propriedade.

4. Apresentar os peculiaridades da Usucapião Especial Urbana.

5. Expor resumidamente o procedimento para a Ação de Usucapião Especial


Urbana.

6. Informar os direitos alcançados com a Usucapião.

7. Demonstrar que o registro valoriza o imóvel e o possuidor, agora proprietário.


FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ
Curso: Direito

PROJETO DE PESQUISA
A USUCAPIÃO ESPECIAL URABANA
E A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
O ALUNO DE ENSINO MÉDIO NÃO PROFISSIONALIZANTE E A
PSSIBILIDADE DE ESTÁGIO
EM ÓRGÃOS PÚBLICOS OU PRIVADOS
Rosiane Macedo Pires Maia
Matrícula 0624012

Orientadores: José Cauby de Medeiros Freire (metodologia)


Maria Darlene Braga Araújo(conteúdo)

Macha
is
Matrícula 0021100-1

Fortaleza – CE
Novembro, 2008
3-REFERENCIAL TEÓRICO

A propriedade privada desde o inicio dos tempos, é um assunto de grande


importância e conflitos. Podemos encontrar na Bíblia, no livro de Gênesis, quando
Abraão não tinha onde enterrar sua esposa Sara, e recebeu dos filhos de Het, um túmulo
para enterrá-la. Neste caso, Abraão recebeu como merecimento por ser um chefe
enviado por Deus.
Conforme relata Darlene Braga(2007,p.54,55):

Consta, ainda, registro que Abraão pretendia pagar pela cessão da


dita propriedade funerária o seu valor integral, ou seja,
quatrocentos siclos de prata(moeda da época), à taxa do
mercado.Todavia, Efron deu o campo, a caverna que nele se
encontrava e todas as árvores que se encontravam no campo, em
todo o seu perímetro, assegurando, assim, a aquisição deles a
Abraão e garantindo a propriedade funerária para o sepultamento
de Sara.
É para nós como um exemplo de alguém que tinha de sobra e cedeu pra quem
não tinha, dando uma função social a sua propriedade em favor de outro.
Os filósofos, assim como a Igreja, atribuía a propriedade individual como um
Direito Natural. Este influenciou muito nas primeiras divisões de terra, mas o privilégio
de recebê-la era somente para uma minoria.
As famílias e a população foi crescendo, bem como a necessidade dos grandes
proprietários de terras, vender,doar ou ceder pra quem não tinha, pois o espaço terrestre
é limitado, e abundante o povo que nele habita.
A Usucapião é um instituto que veio para dá a população de baixa renda, que
preenchesse aos requisitos essenciais, a possibilidade de serem proprietários de bem
imóvel. A presente pesquisa irá tratar da Usucapião Especial Urbana Coletiva e
Individual.Esta modalidade pode ser encontrada sua regulamentação na Constituição
Federal de 1988 nos art. 170, 183 e 191, no Código Civil nos art. 1239 e 1240, bem
como no Estatuto da Cidade, Lei 10257/2001 art. 9º ao 12.
A Usucapião Especial Urbana Singular é para imóveis com área inferior a
duzentos e cinquenta metros quadrados, esse tipo de Usucapião também é conhecida
como Usucapião Contitucional ou pro habititione.
O Estatuto da Cidade, no seu art. 10, introduz no nosso ordenamento jurídico a
Usucapião Especial Urbana Coletiva, quando um terreno particular pode exceder a
duzentos e cinquenta metros quadrados, contanto que seja ocupado por possuidores de
boa fé, que neles estejam a mais de 5 anos ininterruptos, desde que não sejam
proprietários de outro bem imóvel rural ou urbano. Tendo nestes, realizado obras e
serviços de interesse social e econômico. Terá essa ação o preço de uma Ação individual
de Usucapião.
Um imóvel abandonado não traz nenhum beneficio à população. Pelo contrario,
é mais benéfico ter um conjunto habitacional, ou condomínio de pequenos
apartamentos, que ter como vizinhança um terreno baldio, pois este servirá de
esconderijo para práticas crimináveis. A cerca da opinião,nos ensina o doutrinador
Silvio de Salvo Venosa(2002, p.189).
A possibilidade de a posse continuada gerar a propriedade justifica-
se pelo sentido social e axiológico das coisas. Premia-se aquele que
se utiliza utilmente do bem, em detrimento daquele que deixa
escoar o tempo, sem dele se utilizar-se ou não se insurgindo que
outro o faça,como se dono fosse.
Os requisitos comuns para da petição inicial de usucapião podemos encontrar no
art. 282 do Código Processo Civil. E os requisitos especiais, encontramos no art. 183 da
Constituição Federal. O possuidor de boa-fé deverá fazer buscas em todos os Cartório
de Registro de Imóveis da Comarca da localização do imóvel (em Fortaleza existem 6
Oficios de Registro de Imóveis), para através de Certidões provar se o imóvel tem
registro ou se o possuidor é proprietário de outro bem imóvel. E caso negativas, poderá
ingressar com a Ação.

Os requisitos da petição inicial do autor, encontramos nos arts. 942 e 943 do


Código Processo penal. E a documentação necessária encontramos no art. 283 do
mesmo dispositivo legal.

Quando se requer assistência judiciária, que a maioria dos casos, as custas com
as buscas e perante demais demais órgãos, serão isentas, mas o registro da sentença
final, no Cartório de Registro de Imóveis deverá ser pago em todos os casos. O que
ainda é assunto em discussões, pois são considerados “caros” ao nível financeiro da
maioria dos beneficiários desse instituto.

Se houver contestação por parte do real proprietário do imóvel, deverá este


ingressar com Ação Reivindicatória do domínio da área e pedir indenização ao
possuidor. Somente quando pagar a este, é que o possuidor poderá se tornar
proprietário, registrando a sentença no Cartório de Registro de Imóveis competente.
como podemos verificar na menção de Darlene Braga(2007,p.55) quando relata o
escrito na encíclica Quadragésimo Anno, que dizia: “Não é das leis humanas, mas da
natureza, que dimana o direito da propriedade individual; a autoridade pública não
pode, portanto, abolir: o mais que pode é moderar-lhe o uso e harmonizá-lo com o bem
comum.

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