Você está na página 1de 12

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES

MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO


MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

EXMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA

EXMO SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

EXMO SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO

EXMA SENHORA MINISTRA DA EDUCAÇÃO

EXMO SENHOR DIRECTOR REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO ALGARVE

EXMA SENHORA PRESIDENTE DO CONSELHO EXECUTIVO

C/ conhecimento ao Conselho Geral Transitório e ao Conselho Pedagógico

Os docentes da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, abaixo


assinados, reunidos em Reunião Geral de Professores no dia 12 de
Novembro de 2008 aprovaram a seguinte moção de suspensão de
aplicação do novo modelo de avaliação de desempenho docente,
consignado no Decreto Regulamentar nº2/2008 de 10 de Janeiro.

Os professores da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes não


questionam a avaliação de desempenho como instrumento
conducente à valorização das suas práticas docentes, com
resultados positivos nas aprendizagens dos alunos e promotor do
desenvolvimento profissional.
Consideram ser fundamental uma avaliação de professores que vise,
efectivamente, a melhoria do processo de ensino/aprendizagem, o
consequente sucesso educativo e o aumento da qualidade do ensino
público.

1
Porém, consideram que

1. O actual modelo de Avaliação de Desempenho Docente é complexo,


inadequado, burocrático e inexequível, assentando numa divisão artificial
da classe docente que nada tem a ver com a competência pedagógica,
técnica e científica.
2. A subjectividade dos parâmetros de avaliação definidos nos
instrumentos a aplicar é inibidora do rigor, ao incluir termos como
“disponibilidade”, “empenhamento”, “criação de climas favoráveis”,
tornando muito difícil ou até impossível a sua aplicação.

3. Numa altura em que a escola se depara com a obrigatoriedade de


redefinição de documentos estruturantes e essenciais para a sua própria
gestão e organização, nomeadamente Projecto Educativo de Escola,
Projecto Curricular de Escola e Regulamento Interno, torna-se
completamente impossível desencadear um processo de avaliação com
este nível de complexidade, ao qual está subjacente a marcação de
reuniões várias, entre os diferentes actores do processo (Conselho
Executivo, Avaliador e Avaliado). A sobrecarga daí resultante põe em
causa o dever de cooperação preconizado no Artigo 10º do Estatuto da
carreira Docente, menorizando o papel fundamental do docente na
preparação e execução da actividade lectiva.

4. Os professores avaliadores não possuem, na sua grande maioria,


formação especializada nem têm experiência em supervisão que garanta
uma avaliação justa, objectiva e rigorosa, facto que se alia ao tempo
destinado na carga horária não lectiva, definitivamente insuficiente, para
a consecução de todos os procedimentos que a avaliação do número de
professores por avaliador pressupõe.

5. Os avaliadores ver-se-ão confrontados com inexistência de tempo para


criar uma estrutura avaliativa que o próprio Ministério da Educação não
foi, até à data, capaz de assegurar, com a dificuldade de colocação no

2
terreno de inspectores para avaliação dos Coordenadores e órgãos
directivos.

6. Este modelo de avaliação desencadeia processos e relações de grande


complexidade, dado que os actuais avaliadores poderão assumir o papel
de avaliados e vice-versa. A formação científico/pedagógica de graus
académicos diferentes entre os docentes, quer avaliados, quer
avaliadores, cria situações constrangedoras, injustas, inadequadas e
contraproducentes, uma vez que qualificações académicas díspares se
relacionam arbitrariamente.

7. Em determinados departamentos curriculares ocorrerão situações em


que, por delegação de competências, (Despacho nº 7465/2008, de 18 de
Março) os avaliadores pertencem a grupos disciplinares sem qualquer
afinidade científico/didáctica com os avaliados. Esta situação, decerto,
não será conducente a uma avaliação justa entre pares, nem promotora
de melhoria das práticas pedagógicas.

8. Este modelo de avaliação de desempenho continua a colidir com


normativos legais, nomeadamente o Artigo 44.º da Secção VI (das
garantias de imparcialidade) do Código de Procedimento Administrativo,
o qual estabelece, no ponto 1, alíneas a) e c), a existência de casos de
impedimento sempre que o órgão ou agente da Administração Pública
intervenha em actos ou questões em que tenha interesses semelhantes
aos implicados, na decisão sobre tais actos ou questões. Neste caso, os
professores avaliadores concorrem com os professores, por si avaliados,
no mesmo processo de progressão na carreira, disputando lugares nas
quotas a serem definidas.

9. Este modelo de avaliação fomenta o individualismo em detrimento do


trabalho colegial, que sempre foi apanágio da profissão, ao dissolver
grupos naturais de trabalho e cooperação em relações de
avaliador/avaliado; aliás, dada a multiplicidade de cargos e funções que

3
coexistem numa escola, alguém pode ser simultaneamente avaliador do
e avaliado por um mesmo professor.

10. A existência de turmas com alunos possuidores de diferentes graus


de proficiência, oriundos de universos socioeconómicos culturais e
familiares diversos, poderá, a priori, redundar em resultados não
imputáveis à actuação do professor. Ao ser avaliado por este modelo, o
docente depara-se ainda com inúmeras variáveis que poderão causar um
índice de abandono escolar ao qual o docente é completamente alheio,
sem que possa ter a oportunidade de o impedir.

11. A transição entre ciclos de ensino, assentes em graus de exigência


diferentes e numa disparidade de definição de critérios de avaliação,
torna a análise dos resultados dos alunos falaciosa.

12. Os docentes que leccionam turmas com situações problemáticas e


com maiores dificuldades de aprendizagem serão discriminados
negativamente. A imputação de responsabilidade individual ao docente
pela avaliação dos seus alunos configura uma violação grosseira do
previsto na legislação em vigor quanto à decisão da avaliação final do
aluno, a qual é da competência do Conselho de Turma.

13. Parte dos docentes são avaliados tomando em consideração os


resultados das provas de avaliação externa e outros não o são, pela
inexistência das mesmas, o que configura uma situação discriminatória.

14. A desmotivação que o processo de avaliação de desempenho


docente está a provocar nos professores, desde a sua desvalorização
profissional, o aumento exponencial dos pedidos de reforma antecipada,
por parte de docentes qualificados, muitos deles, alicerce das boas
prestações públicas do ensino, torna o ambiente de trabalho
insustentável e ameaça a qualidade do ensino público.

4
15. É fundamental a implementação de um modelo de avaliação de
desempenho docente que possa apreciar, de forma séria, práticas
docentes e promover a melhoria, efectiva, do processo de
ensino/aprendizagem prestado, numa perspectiva de formação e reflexão
sobre a tarefa do professor, contribuindo, assim, para o prestígio da
escola pública.

16. A fase experimental de uma avaliação de desempenho, que se


entende séria, é condição essencial para credibilizar qualquer
instrumento de avaliação, a fim de ser testado, reformulado, melhorado e
aperfeiçoado.

17. É urgente restabelecer um clima de serenidade de modo a que o


trabalho docente se cumpra naquela que é a sua verdadeira função e
essência: ensinar com qualidade e rigor.

Enquanto este modelo de avaliação não for corrigido, assim como todas
as suas arbitrariedades, incoerências e injustiças que o constituem, os
professores signatários desta moção, por não lhe reconhecerem qualquer
efeito positivo sobre a qualidade da educação e do seu desempenho
profissional, rejeitam-no e solicitam a suspensão do Modelo de Avaliação
de Desempenho consignado no Decreto Regulamentar n.º 2/2008.

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008

OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,

MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO DE


AVALIAÇÃO

5
EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO
EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO


MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

6
ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE
2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO


MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,

7
MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

8
MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

9
MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

1
0
MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

1
1
MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO DE AVALIAÇÃO

EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO


EDUCATIVO E DA DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES, 12 DE NOVEMBRO DE


2008
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS,
BILHETE DE IDENTIDADE
ARQ. DATA DE
NOME DE EMISSÃO

IDENTI
F.

1
2

Você também pode gostar