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Contos às Três Pancadas

Contos criados pelos E.Educação dos


alunos das turmas 7ºA e B

1
Os Vendedores de Sonhos

Num país longínquo, atrás do sol posto, erguia-se


um paraíso misterioso.
Que mistério?!

Um lago envolto em brumas rodeava o palácio.


A Dama do Lago, guardiã do palácio e cicerone
dos visitantes, zelava constantemente pelas entradas.
Quatro destemidos viajantes, pais de atrevidos
alunos, são por ela abordados:
- Onde ides? Que desejais? – Pergunta a estranha
figura de cabelos longos, escuros e com uma linda
trança de nenúfares brancos.

2
- Queremos apresentar-nos ao rei e à rainha!
- Quem sois? – Retorquiu a Dama do Lago.
- Somos vendedores de sonhos.
A Dama, segurando uma linda flor mágica,
afastou as brumas. Então, flutuámos até à porta do
palácio.
Encontrámos um par gracioso transformado em
pedra!
Estupefactos, abrimos o nosso baú dos sonhos.
Retirámos as nossas vestes e transformámo-nos em
crianças.

3
Dançámos e cantámos à sua volta durante toda
a noite, até que o primeiro raio de sol nos iluminou e,
com a sua magia, mostrou o par a sorrir!
O sol raiou e assim se quebrou o feitiço…
… E o rei e a rainha voltaram a ser felizes!

Adelaide Soares
Ana Brito
Alzira Figueira
Manuel Soares

4
O Viúvo, A Fada e A Lua

Em tempos, existia um senhor viúvo que, ao se


sentir sozinho, saía para o jardim da sua casa e falava
com a sua fiel amiga Lua, expressando os seus
sentimentos.
Um dia, num desses passeios nocturnos, foi
surpreendido por uma fada, que lhe trouxe novamente
alegria à sua vida: mostrou-lhe que até uma rua
restrita e mal iluminada poderia mudar, consoante o
espírito de quem nela passeava.
Assim, nas suas caminhadas, descobriu que não
era o único solitário, e encontrou outros que, como ele,
partilhavam aquela rua, as suas vidas, as suas mágoas
e as suas alegrias…

5
Texto de:

David Machado
Cristina Velhinho Alves
Conceição Alves

6
As Flores da Paz

Após as longas chuvadas que encerraram a


batalha, o ar fresco juntou-se ao cheiro da terra
molhada.
De pé, junto ao velho carvalho, duas figuras se
destacavam, cambaleantes.
Em seu redor, o seu silêncio era de morte. Para o
cavaleiro, homem de idade e de ideais reforçados, o
cenário era devastador e absurdo. O sabor da vitória
perdia-se no cinzento da paisagem.

7
O soldado inimigo, pequeno em hierarquia e leve
nos anos, bendizia estar vivo e poder voltar para a sua
casa. As pernas tremiam e sangrava abundantemente.
Quebrou e levou os joelhos ao chão.
Aturdido ainda, o velho cavaleiro ouviu o gemido
e fixou o olhar naquele soldado.
Num primeiro impacto, sob impulso de guerra,
avançou de espada em riste. Mas ao erguer a arma, o
seu olhar cruzou com o do pobre soldado. No coração
do velho guerreiro, vibrou uma chama. Naquele cenário
de guerra, a vida resumia-se aos dois, duas gerações,
como pai e filho que se encontravam, e a guerra
desvaneceu-se. O pobre está moribundo, pensou.

8
Nesse instante, o cavaleiro ouviu o seu fiel
cavalo, também ele um sobrevivente, mais uma vez a
vir em socorro do seu velho companheiro.
Apesar das suas magras forças, o velho cavaleiro
conseguiu içar o jovem solado para a garupa do cavalo
que, em ajuda, se ajoelhou. Tapou-o com a sua capa
rasgada e levou-o para junto da igreja em ruínas.

9
Nesse momento, um cheiro de flores invadiu todo
o campo de batalha. A vida tinha outro sentido e
vencera na adversidade. Uma chuva de pétalas caiu
sobre os dois homens, curando-lhes as feridas no
jovem soldado e a cicatriz no coração do velho
guerreiro.
Todos os anos, florescem os campos em volta do
carvalho e no caminho da velha igreja, como lembrança
da paz que se ouve construir e que começa nos
corações.

Paula Janeiro
Maria José Palma
Leonor Basílio

10
O Cego, O Surdo e O Diabo

Certo dia, na sapataria Fernandes, parece que o


diabo andava à solta. Ninguém se entendia…
O seu proprietário, de aspecto franzino e já muito
surdo, andava muito atarefado, sem saber como
organizar a sua nova colecção de sapatos.
- Tantos números, modelos, cores… Isto já não é
para a minha idade! – Resmungava para si mesmo o
senhor Fernandes. E cada cliente que entrava,
interrompia o seu meticuloso trabalho, que sempre
servia de pretexto para dois dedos de conversa.
O seu vizinho da drogaria próxima era cego e
fazia um bom parceiro para uma jogatana de xadrez.

11
Por fim, o negócio já pouco os importava. Agora,
e ainda com sangue quente, gostavam de relembrar as
façanhas já vividas e de lançar uns piropos e algumas
flores que tinham à porta das lojas, às raparigas que
passavam…

Maria da Guadalupe Pataca


Fernando Monteiro

12
A Menina Mimada, a Santa e O Diabo

Era uma vez uma menina muito mimada que


estava a brincar no seu quarto. Este estava cheio de
brinquedos e, no meio deles, havia um túnel para um
comboio. A menina imaginava que, um dia, haveria de
viajar neste comboio e que passaria no túnel, o qual a
levaria a uma cidade cheia de flores.
Mas, um dia, o seu sonho foi realizado: encontrou
uma flor mágica, pegou nela e logo viu que dava para
pedir um desejo.
- Que desejo hei-de pedir? – Perguntou-se.
Murmurando, concluiu – Já sei!!

13
Pediu o que sempre quis mas, ao invés do que
ela esperava, de dentro da flor mágica saiu-lhe um
diabinho.
Estupefacta, exclamou:
- Ah! Como poderá ser?! O que fazes aqui?!
- Não foste tu que me chamaste? – Respondeu
ele.
- Não! Na verdade, eu chamava aquela santa que
a minha mãe sempre adorou.
- Que hei-de agora fazer contigo? – Perguntou o
diabinho, confuso.
E triste, respondeu:
-Fica comigo pois, apesar do meu nome, sou o
mais fiel dos amigos que alguma vez tiveste! Profere as
palavras mágicas e verás o teu desejo realizado!

14
E começou a cantar:

Diabo, Diabinha,
Abre a caixinha,
E de lá sairá a santinha!

Vitória, Vitória,
Acabou-se a história!

15
Catarina Palma
Filomena Machado
Eglantina Janeiro

Todas as ilustrações foram retiradas do site


VladStudio.

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