Com conhecimento à
Presidência da República
Governo da República
Ministra da Educação
Procuradoria Geral da República
Grupos Parlamentares
DREC
Presidente do Conselho Pedagógico
Presidente do Conselho Geral Transitório
Comissão de Coordenação de Avaliação de Desempenho Docente
Plataforma Sindical
Órgãos de Comunicação Social
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• O facto incoerente de todos os avaliadores terem de ser titulares e não ser obrigatório que
o seja o Presidente do Conselho Executivo, responsável último pela avaliação de todos os
professores.
• A validação pela Comissão de Coordenação da Avaliação de Desempenho (CCAD) das
propostas de avaliação sem outro critério que não a quota disponível (art.º22º do Dc.2/2008).
• A falta de definição de referentes externos por parte da tutela, isto é, de padrões nacionais
de desempenho (contrariando a recomendação nº 4 do de Julho/2008 do Conselho Científico
para a Avaliação de Professores (CCAP): seria desejável que a médio prazo se venham a
estabelecer padrões nacionais, face aos quais as escolas possam situar e aferir as suas
decisões.) não permite garantir que no universo das escolas tenham sido respeitados princípios
preconizados pelo ponto 3 do artº 21º do Dec. 2/2008 do CCAP, apesar do gasto de tempo e
energia de cada escola a tentar evitar a arbitrariedade, a subjectividade e a falta de equidade
na formulação dos seus próprios descritores para os níveis de desempenho de cada item de
classificação.
• A ausência de definição, por parte da tutela, de indicadores de progresso dos resultados
escolares dos alunos, nomeadamente, a inexistência de instrumentos de aferição fiáveis e
credíveis, implica a impossibilidade de determinar e aferir com rigor até que ponto a acção de
um determinado docente foi exclusivamente responsável pelos resultados obtidos, conforme
refere a Recomendação nº 3 do CCAP, de Julho/2008.
• A compartimentação provocada pelo elevado número de itens e subitens de classificação,
cerca de trinta (Anexos VII e XIII do Despacho nº 16872 de 23 de Junho), e dos respectivos
descritores dos padrões de desempenho, cerca de 150 no total, compromete a visão global das
competências do professor, de acordo com as dimensões estabelecidas no Decreto 240/2001.
Impedimentos específicos
• A impossibilidade de aplicar ao universo dos professores da Escola muitos dos itens que
compõem os Anexos VII e XIII (Despacho nº 16872 de 23 de Junho), pela diversidade de
cursos (profissionais, ensino por módulos, CEFs, EFAs RVCC, ensinos básico e secundário
regular), e de disciplinas com e sem aferição externa.
• A falta de equidade que forçosamente ocorrerá, porque não é equivalente usar a norma de
que “item não observado é item não avaliado” e aplicar o item, extraindo um nível de
desempenho com uma determinada classificação. Na situação mais perversa, o professor que
teve mais trabalho (apoios de alunos, exames nas suas disciplinas) pode sair efectivamente
prejudicado.
• O prejuízo do desenvolvimento das actividades lectivas de avaliadores e avaliados decorre
da natureza burocratizante do modelo, sendo agravado pelo elevado número de horas
dispendidas na avaliação. Na ESCM, que tem cerca de 131 professores, só aulas assistidas serão
393, sendo impossível contabilizar as necessárias para a orientação, a supervisão e
preenchimento de grelhas, quando foram atribuídos aos avaliadores 45 minutos semanais para
a avaliação de 4 professores. Por sua vez, os coordenadores de departamento poderão ser
avaliados por 7 a 33 professores para além pelo presidente do CE.
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• A dificuldade de distanciação para se avaliar um colega com quem, ao longo dos anos se
mantiveram relações de amizade e cumplicidade, ou oposto, muito difíceis de desvanecer neste
processo avaliativo.
• A injustiça de se avaliarem professores com mais de 20 anos de serviço da mesma maneira
que se avaliam docentes com 5 anos ou menos.
Orientando o seu trabalho pelos diversos documentos legislativos e as recomendações do
CCAP, constataram estes professores a manifesta incompatibilidade entre as recomendações da
referida estrutura e as orientações do Ministério da Educação, tornando difícil perceber os
limites da legalidade de certos procedimentos:
1. Pode a escola eliminar o item B1 do Anexo XIII do Despacho nº 16872?
2. Como se articulam os procedimentos internos, desenvolvidos de acordo com o Dec.
Regulamentar 2/2008, com a implementação de uma aplicação informática que foi
recentemente anunciada?
3. Como se deve processar de forma justa e equitativa a avaliação dos colegas formadores
no RVCC e docentes dos cursos EFA e profissionais nomeadamente, a negociação de objectivos
individuais entre avaliadores e avaliados?
4. Sendo a formação contínua um dos itens da ficha dos objectivos individuais, como
poderão estes ser definidos, uma vez que as acções de formação ainda não estão aprovadas
nem agendadas?
Considerando que as questões expostas são determinantes, os abaixo-assinados, reunidos
hoje em plenário, deliberaram suspender a entrega dos objectivos individuais bem como todos
os procedimentos conducentes à sua avaliação até que este modelo seja objecto de clarificação,
de reflexão e de reformulação.
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